Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
Um caminho aceito por varios pesquisadores para alcançar o modelo de desenvolvimento sustentável
passa pela interação entre a compatibilidade do crescimento econômico com a intervenção no meio
ambiente. A proteção ambiental e a justiça social sendo consideradas em uma visão sistêmica, com
vistas à sustentação da vida no planeta. O recorte realizado nesse artigo analisa a problematica dos
vazios urbanos inseridos no tecido da cidade, que abrange segregação espacial; políticas públicas;
otimização de infraestrutura instalada com a finalidade de subsidiar e fomentar as discussões sob a otica
da sustentabilidade e da eqüidade urbana. Assim sendo, o objetivo deste estudo foi estruturar uma base
de dados como suporte técnico para o planejamento urbano. Na parte metodológica foram mapeadas as
áreas urbanas desocupadas e ociosas do distrito sede do município de Vitória da Conquista-BA. Por
conseguinte, os instrumentos urbanos definidos no Estatuto das Cidades e citados no Plano Diretor de
2007, nunca foram aplicados ou operacionalizados, a criação dos mesmos indicam uma mudança na
atuação dos agentes privados, relacionada a novas demandas e ofertas urbanas. Assim, os vazios
urbanos com fins especulativos criaram espaços residuais com crescimento descontínuo, em uma lógica
que reestrutura espaçamentos na mancha urbana, diferentemente de uma cidade condensada,
contribuindo para elevação do valor da terra ociosa ou vazia, dificultando e encarecendo tanto a
implantação quanto a manutenção de serviços públicos, e elevando o valor do solo urbano nas áreas
centrais e estratégicas. Como resultado, as pessoas de menor poder aquisitivo são obrigadas a se
deslocar para as áreas periféricas de menor valor, criando uma segregação sócio-espacial.
Abstract
A path accepted by different researchers to achieve the sustainable development model involves the
interaction between the compatibility of economic growth with the intervention in the environment.The
environmental protection and social justice are considered in a systematic way, with a view to
sustaining life on the planet. The cut made in this article analyzes the problem of urban voids
embedded in the fabric of the city, which includes spatial segregation, public policy, infrastructure
optimization installed in order to subsidize and encourage discussion from the perspective of urban
sustainability and equity. Therefore, the objective of this study was to design a database as technical
support for urban planning. At the methodological urban areas were mapped unoccupied and idle the
district headquarters of the city of Vitoria da Conquista, Bahia. Consequently, the instruments defined
in the Statute of the urban cities and quoted in the 2007 Master Plan were never implemented or
operationalized, indicating a change in the actions of private agents, related to new urban demands
and offers. Thus, the empty urban spaces created for speculative purposes with residual growth batch
in a logical gaps in restructuring urban sprawl, unlike a condensed city, contributing to increase in value
of the land idle or empty, both endearing and difficult as the deployment maintenance of public
services, and raising the value of urban land in central and strategic. As a result, people of lower
income are forced to move to outlying areas of lesser value, creating a socio-spatial segregation.
2. Estado da Arte
3. Materiais e Métodos
Para este estudo foram utilizados computador, impressora, scanner e GPS. Com
Sistema de Informações Geográficas (SIG) foram feitas as análises espaciais e produção
das cartas temáticas. Outros softwares também foram utilizados como o Excel para
realização de cálculos estatísticos e a geração de gráficos, o Word para editoração de
textos e programa de editoração de imagens.
O SIG utilizado foi o Sistema de Processamento de Informações Georeferênciadas –
SPRING, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por ser um
programa de domínio público e atender a necessidade deste estudo. Esse SIG encontra-se
disponível no site do referido Instituto (http://www.dpi.inpe.br/spring/), podendo ser obtido
após o preenchimento de cadastro para se ter acesso à página de download.
A base cartográfica neste trabalho foi formada a partir dos dados obtidos no IBGE,
UESB, PMVC, associada às bases analógicas e digitais existentes no município. Também foi
utilizado, imagens do satélite QuickBird, disponível no Google Earth, e do Sensor HRC, do
CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), fornecidas pelo INPE através do site
http://www.dgi.inpe.br/CDSR/, para produção de novas bases cartográficas.
A coleta de dados compreendeu processos de investigação de documentação
histórica sobre a área urbana estudada, assim como coleta de dados secundários para
compor a base de dados do município. Foi utilizada a técnica de observação direta, para
checagem da tipologia de uso e sua relação com as áreas de restrições de ocupação.
Também foi feito o levantamento da situação dos lotes vazios; as áreas loteadas e ocupadas,
com e sem infra-estrutura; assim como das áreas já consolidadas, para compor as análises.
A entrada dos dados no sistema foi via digitalização de bases cartográficas,
importação dos arquivos digitais, assim como através processamento digital realizado no
SIG SPRING. Os dados foram selecionados a partida da base de dados já existente nos
órgãos públicos, tanto no formato digital quanto analógico. Os dados analógicos foram
convertidos em formato digital pelo processo de rasterização e posterior vetorização,
conforme as necessidades.
Com o SIG SPRING foi montado um banco de dados, definido o projeto, os PI
(Planos de Informações) de acordo com os respectivos modelos de dados. Esses
modelos possibilitaram representar a situação atual do ambiente urbano. Os dados foram
submetidos a técnicas de processamento digital, análise e consulta espacial e
posteriormente foram geradas as cartas.
4. Resultados e Discussões
Malha urbana
Serra do Peri-Peri
O crescimento urbano tem uma relação direta com o crescimento econômico; com a
geração de emprego e renda; investimentos no mercado imobiliário, por meio da política
governamental; captação de recursos financeiros através de projetos para investimentos no
município; localização e instalações dos equipamentos urbanos no município, com
valorização das áreas no seu entorno, estimulando o crescimento nesses locais, assim como
as áreas e setores de prioridades dos investimentos públicos, sobretudo quanto a localização
dos investimentos; por fim a legislação urbanística que normatiza o crescimento urbano.
Analisando a cronologia da evolução urbana de Vitória da Conquista foi constatado que
grandes investimentos públicos e privados foram implantados descontinuamente, dispersos no
território, não sendo contempladas todas as áreas, sobretudo os grandes vazios. Esse
processo, ao longo dos anos, gerou uma malha urbana fragmentada. A expansão dos serviços
de infraestrutura, sobretudo a ampliação da rede de esgoto e coleta de águas pluviais,
contemplando os vazios urbanos, eleva o valor comercial dos mesmos, com valorização
imobiliária, inviabilizando a comercialização e construção de empreendimentos nessas áreas.
O PDU-1976 e as Leis complementares aprovadas nos anos posteriores previam o
parcelamento do solo acompanhado dos investimentos para assegurar aos
empreendimentos a infra-estrutura necessária. Entretanto foi constatado que isso não
ocorreu. A proposta do crescimento para os próximos anos, previsto no PDU-2007, tem sido
muito mais por adensamento do que por expansão territorial. O objetivo é de adensamento
com ocupação gradativa dos vazios urbanos que pode ser intensificada pela aplicação dos
instrumentos urbanos, como parcelamento ou edificação compulsória e IPTU progressivo. A
principal estratégia é otimizar os espaços ociosos e a infra-estrutura existente.
No mapeamento do uso atual do solo foi possível verificar que existem loteamentos
lançados na Prefeitura há pelo menos 30 anos atrás, sem nunca terem sido ocupados,
assim como áreas de ocupação rarefeita, de baixa e média densidade. Na análise desses
espaços observou-se a presença de áreas distribuída na malha urbana, com ocupações do
tipo residências, fazendas, chácaras, vazios, áreas institucionais, dentre outros (FIGURA 5).
.
Os espaços vazios retratam áreas loteadas e não ocupadas por residências, sem a
totalidade da infra-estrutura implantada; lotes ou espaços vazios delimitados em planta no
interior da área urbana, e em parte das áreas de uma Unidade de Conservação - UC, assim
como as áreas das lagoas, vales e rios ainda não delimitados em Lei como uma UC
A análise dos vazios urbanos de Vitória da Conquista possibilitou a delimitação das
áreas possíveis de expansão urbana e a partir daí as projeções de crescimento de acordo
com a aplicação da legislação do uso do solo. No mapeamento foram considerados todos
os espaços existentes dentro da malha urbana não-ocupados, incluindo os loteamentos e
os lotes ociosos, com área igual ou superior a 5.000m² excluídas as que possuem algum
impedimento determinado pelo Plano Diretor, como as áreas de preservação ambiental,
equipamentos urbano, áreas verdes, as faixas de domínio das rodovias, assim como das
vias de circulação existente e projetada (FIGURA 6).
Algumas Considerações
Referências
CLICHEVSKY, Nora; Vacant Land in Latin American Cities, Land Lines: January 1999,
Volume 11, Number 1. Disponível também em http://www.lincolninst.edu/pubs/379_Vacant-
Land-in-Latin-American-Cities. Consultado em 14/02/2011
GOOGLE EARTH Versão 5.1. Imagem de Satélite. Satélite QuickBird, capturada pela
Digital Globe, Resolução espacial de 2.4 m, Composição RGB, Data da passagem em 14-
12-2003. Disponível no Servidor kh.google.com. Acessado em janeiro de 2009.
INPE. Imagem de Satélite CBERS. CB2B, Sensor HRC, Orbita 150-B, Ponto 117-1, Datum
SAD 69, Resolução espacial de 2.5 m, Banda Pancromática, Data da passagem em 13-03-
2009. Disponível em <http://www.dgi.inpe.br/CDSR/>. Acessado em abril de 2009.
_____. Imagens de Satélite CBERS. CB2B, Sensor HRC, Orbita 150-B, Ponto 117-1,
Datum SAD 69, Resolução espacial de 2.5 m, Banda Pancromática, Data da passagem em
03-11-2008. Disponível em <http://www.dgi.inpe.br/CDSR/>. Acessado em janeiro de 2009.