Prof. MSc.

Felipe de Araújo Nascimento

EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
LIVRO 1

1ª EDIÇÃO

Livro 1
Módulos Aula 1 e 2
GOIÂNIA
Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA
2018

Catalogação: Biblioteca Anhanguera
____________________________________________________________
Educação Ambiental – Módulos Aula 1 e 2 / Mayra Caiado
Paranhos (organizadora); Felipe de Araújo Nascimento. –
Goiânia : Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA,
2018.
37 p. : il.
ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X
1. Educação Ambiental. I. Paranhos, Mayra Caiado. II. Nasci-
mento, Felipe de Araújo. III. Título.
CDU: 658
____________________________________________________________
2018
Direitos exclusivos em língua portuguesa cedidos ao
Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA
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Cidade Jardim Cep: 74423-115- Goiânia - GO
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site: www.anhanguera.edu.br
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Organização
Pró-Reitoria de Ensino a Distância
Profª. Ms. Mayra Caiado Paranhos
Autores
Prof. MSc. Felipe de Araújo Nascimento
Produção
Supervisão do Processo Instrucional (SPI)
Supervisora Prof.ª Esp. Karina Adorno de La Cruz
Instrução de Material Didático Impresso (IMADIM)
Diagramador Hugo Sávio de Carvalho Melo
Instrução de Material para Web (IMAWEB)
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Instrução de Material para Audio Visual (IMAVI)
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©2018 por Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA
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de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação
ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia
autorização por escrito, do Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA.
 LIVRO 1: MÓDULOS AULA 1 E 2

SUMÁRIO

MÓDULO AULA 1
Introdução e Conceitos da Educação Ambiental......... 9
1.1 O que é a Educação Ambiental?................................... 9
1.2 Conceitos de Natureza e Ecologia.............................. 11
1.3 Conceito de Sustentabilidade..................................... 13
1.4 Conceitos e importância dos 3’Rs: Reduzir,
Reutilizar e Reciclar........................................................... 15
1.4.1 Reduzir............................................................. 16
1.4.2 Reutilizar......................................................... 17
1.4.3 Reciclar............................................................ 18
1.5 Reflexões sobre os principais problemas
da sociedade........................................................................ 19

MÓDULO AULA 2
Fundamentos da Ecologia.......................................... 23
2.1 Conceitos de Ecologia Básica..................................... 23
2.2 Cadeias Alimentares, Teias Alimentares e
Ciclos Biogeoquímicos...................................................... 25
2.3 Poluições, inversão térmica e eutrofização.............. 28
2.4 Efeito estufa e a Camada de ozônio........................... 32
 APRESENTAÇÃO DO MAGNÍFICO REITOR

O Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA

mantém-se fiel com mais de 40 anos de existência, à sua missão
de oferecer cultura e disseminar o saber para o sociedade,
acreditando que, um mundo melhor só é possível por meio da
valorização da educação. O nome referencia o descobridor e
colonizador de Goiás, um bandeirante.

Por isso, a marca institucional reflete os valores da história.

A CRUZ que se encontra dentro do escudo foi plan-tada à beira
do Rio Paranaíba, hoje município de Catalão, pelo bandeirante
Anhanguera em data incerta, porém presumivelmente nos
primeiros anos do Séc. XVI. Atualmente, esta cruz encontra-se
estabelecida a margem esquerda do Rio Vermelho na Cidade de
Goiás (antiga capital do Estado - Vila Boa) e constitui-se para
muitos o símbolo maior do Estado de Goiás.

A Bateia em Fogo ao centro superior relembra o episódio

do encontro do Anhanguera com os índios Goiá (tribo que
habitava a região), quando teria ele queimando uma bebida
alcoólica numa bateia para ameaçar com a queima do que os
índios acreditavam ser água encontrar a localização das minas
de ouro.
 As cores, ocre e amarelo, simbolizam o fogo e o ouro, MÓDULO AULA 1
respectivamente. Enquanto, o significado das quatro palavras
inscritas no brasão significam: INTRODUÇÃO E CONCEITOS DA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
TRADITIO significa Tradição: expressão maior dos 45
anos de tradição e de ensino com qualidade do Centro Univer-
sitário.

ETTICA significa Ética: significa proporcionar aos Prezado aluno,

membros da família Uni-ANHANGUERA valores que tinjam
um nível de satisfação e de bem estar para todos. Neste primeiro módulo sobre a Educação
Ambiental trataremos sobre alguns conceitos que
inicialmente parecem ser corriqueiros, mas são de
COGNITIO significa Conhecimento: motivo da criação
grande valia para o nosso estudo.
e existência do Centro Universitário, mediar o conhecimento.
O que esperamos que vocês aprendam nesta aula?
OFFICIUM significa Trabalho ou Responsabilidade: ex-
pressa a responsabilidade assumida por parte de todos que tra-
Que compreendam o que é a Educação
balham e estudam no Uni-ANHANGUERA, proporcionando
Ambiental.
um ensino e atendimento de alta qualidade comprometido
Que saibam entender mais sobre ecologia,
com os valores como Tradição, Ética, Conhecimento e Respon-
natureza e sustentabilidade.
sabilidade.
Que entendam a importância de
reduzir, reciclar e reutilizar.
Diante de grandes valores estabelecidos pela marca do
Que percebam os principais
Uni-ANHANGUERA e contando com um número expressivo problemas da sociedade.
de docentes (que incluem mestres e doutores), a Instituição é
reconhecida pela qualidade de seu ensino, por meio da marca Vamos lá?!
indelével da tradição. Desta forma, a Instituição tem a honra
de unir tradição e modernidade, contribuindo de modo sólido
para o avanço da educação no país.

1.1 O QUE É A EDUCAÇÃO AMBIENTAL?

Parece ser uma questão com uma resposta muito óbvia,

Prof. Joveny Sebastião Cândido de Oliveira, J.M, J.D. no entanto, não é. Há quem ainda diga que Educação Ambien-
tal são conceitos de “ecochatos”, que se preocupam demais
com florestas ou matas e que de nada resolveria nas cidades,

INTRODUÇÃO E CONCEITOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 9

outros afirmam que educação ambiental é apenas uma área de
estudo nova derivada da biologia ou de alguma das ciências
naturais.
Na verdade, educação ambiental pode-se considerar
como uma filosofia de vida que deve permear nosso fazer cien-
tífico e acadêmico, e também nossa vida social. Quando bem
atuante, torna-se mais que conceitos básicos aplicáveis nas
mais diversas áreas, ela fornece uma orientação didática tanto
do meio social quanto do meio profissional do ser humano. O
contato com a educação ambiental desde pequeno pode pro-
mover mudanças profundas no caráter das sociedades, trazen-
do assim um mundo mais sustentável com o pensamento na
preservação ambiental.
Formalmente, o conceito de educação ambiental foi ini-
cialmente declarado na Conferência Internacional de Tbilisi
(1977) como um “processo de reconhecimento de valores e cla-
rificações de conceitos, desenvolvendo habilidades e modifi-
cando atitudes em relação ao meio”. Este conceito, junto com
outros documentos oficiais que citam a educação ambiental
serão observados no módulo 4.
A Educação ambiental vai muito além do aprendizado de
conceitos e processos que dizem respeito ao meio ambiente. A
aquisição de uma nova visão de mundo possibilita o respeito e
o entendimento sobre a natureza e todas as formas de vida,
presentes numa complexa teia de elementos naturais.
Mas por que o mundo deve nortear o pensamento na
preservação ambiental? Pense em seu trabalho ou na sua casa,
reflita sobre os materiais necessários para processos adminis-
trativos funcionarem, a exemplo de canetas, lápis, papeis e
computadores, ou em casa, com alimentos, roupas, eletrodo-
mésticos, etc. Para tudo isso foi necessário a extração de maté-
rias primas da natureza. Caso o ser humano, extraia todos os
10  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
recursos existentes no meio ambiente, como iremos manter
nossas vidas?
Em outra situação, podemos refletir sobre o que produzi-
mos e devolvemos para o meio ambiente, a exemplos do esgoto,
queimadas, poluição do ar, lixo, etc. Seguindo esta ideia do que
extraímos do meio ambiente e do que produzimos de volta,
você considera esta balança equilibrada?
A ideia da Educação ambiental é exatamente de demons-
trar esta nova visão para você, e que você possa compreender e
transmitir este conhecimento para outros e aplicar na sua vida,
seja doméstica, seja corporativa.
Reflita isso...
Na sua casa ou no seu trabalho, reflita se este ambiente
promove educação ambiental?
1.2 CONCEITOS DE NATUREZA E ECOLOGIA
O que é a Natureza?
Natureza é todo aquele
meio que nos cerca, muitos
afirmam ser apenas aquele
ambiente intacto da ação hu-
mana, como uma mata vir-
gem ou uma floresta, porém
incluímos na natureza tam-
bém as cidades. Qualquer
ambiente ou meio físico que
pode abrigar seres vivos é considerado como natureza. Cidades
são estruturas que abrigam várias espécies, não apenas seres
INTRODUÇÃO E CONCEITOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 11
humanos, e esta relação entre espécies muitas vezes é imper-
ceptível.
Tanto a natureza quanto o meio ambiente, possui um
significado muito próximo sobre o meio que nos cerca, seja bi-
ótico (que representa os seres vivos de todas as espécies) quan-
to abiótico (que representa apenas o meio físico). O estudo da
natureza pode ser realizado pelas diversas áreas do conheci-
mento, dependendo do enfoque dado.
Na segunda metade do séc. XX, através de experimenta-
ções e pesquisas, o homem percebeu algumas das problemáticas
causadas pela nossa sociedade com relação ao meio ambiente.
Devido ao crescimento populacional e a busca de maté-
ria prima, interferimos de tal maneira que desequilibramos os
processos naturais do meio ambiente e aceleramos uma possí-
vel destruição dos recursos.
Um pensamento interessante sobre este assunto foi o de
Thomas Malthus (1766-1834), que descreveu a hipótese de que
a sociedade cresceria em uma progressão geométrica enquanto
os alimentos e produtos extraídos a partir de culturas vegetais
e animais cresceria em progressão aritmética, chegando à so-
ciedade em um período de colapso. Teoria essa que serviu de
base para outras teorias como da Evolução de Charles Darwin
que descreve a origem das espécies a partir da seleção natural.
Entretanto, a sociedade não entrou em colapso pela falta
de produtos e alimentos, pois a ciência e a tecnologia provoca-
ram uma verdadeira revolução na produção destes itens, situa-
ção esta que acontece até hoje.
Um importante assunto que no século XX surgiu desta-
cando-se na participação deste desenvolvimento científico foi o
12  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
conceito de sustentabilidade que iremos descrever no próximo
tópico.
1.3 CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE
O conceito de sustentabilidade pode ser modificado de
acordo com a área de atuação da pessoa, mas todas elas concor-
dam no ponto principal que é o uso de recursos naturais para a
satisfação de necessidades sem comprometer o meio ambiente
no aspecto futuro. Em outras palavras é a capacidade de cresci-
mento destruindo o mínimo possível do meio ambiente.
O termo sustentabilida-
de se destacou a partir da
Conferência de Estocolmo so-
bre o meio ambiente em 1972,
organizada pela Organização
das Nações Unidas (ONU), no
qual chamou atenção para os
níveis de poluição mundial e
para a degradação ambiental.
Naquela época já era declarado vários conceitos e teorias
sobre a possibilidade de crescimento das sociedades de forma
desordenada e o caminho de degradação ambiental que está-
vamos seguindo. Desta forma, o mundo começou a perceber
uma nova forma de pensamento com o objetivo de preocupa-
ção sobre o meio ambiente, modificando para sempre as bases
da sociedade mundial.
Durante a década de 1980, muitos líderes de sociedades
por todo o mundo, se recusavam a confiar em dados científicos
sobre a poluição e a degradação ambiental, sendo muitas vezes
considerados como “ecochatos”, aqueles que apoiavam nesses
dados para promover modificações nas sociedades. Contudo,
INTRODUÇÃO E CONCEITOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 13
só quando resultados de pesquisas científicas demonstraram
situações drásticas como o recorde do buraco da camada de
ozônio, ilhas e regiões com amontoados de lixo e quilômetros
e mais quilômetros de destruição da biodiversidade nas flores-
tas, os líderes governamentais perceberam a importância da
preservação ambiental.
No final dos anos 80 o buraco da camada de ozônio que
se concentra na região do pólo sul, aumentou o tamanho, al-
cançando partes dos continentes americanos e africano devido
seu diâmetro, tudo isso provocado pelo uso do CFC, gás muito
utilizado antigamente em geladeiras e aerossóis. Outro exem-
plo de descaso com o meio ambiente foi a poluição do ar, prin-
cipalmente na cidade de Cubatão-SP, considerada por alguns
anos uma das cidades mais poluidoras do mundo, agravando a
saúde respiratória das pessoas da região.
Somente após a Eco-92, reunião organizada pela ONU
com os principais líderes mundiais na cidade do Rio de Janei-
ro, o termo sustentabilidade, começou a ser utilizado de forma
prática, com plano de intenções para os países e documentos
como a Agenda 21. Estes fatos possibilitaram uma mudança de
conceitos e pensamento nas sociedades de uma forma geral,
onde a sustentabilidade passou a ser um agregado a produtos e
sinônimo de qualidade, eficiência e respeito ao meio ambiente.
Se refletirmos sobre a sociedade atual, percebemos uma
agregação do produto “Desenvolvimento sustentável” na polí-
tica, no meio empresarial, no comércio e até nos lares. A preo-
cupação ambiental tornou muito mais evidente na sociedade se
compararmos a algumas décadas atrás, entretanto há muito
que fazer. Sabemos que empresas do mundo inteiro hoje bus-
cam excelência na sustentabilidade por perceberem ganhos a
partir disto, porém são necessários regras e procedimentos
para tal, além do conhecimento sobre a educação ambiental,
base de uma ação sustentável.
14  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Infelizmente, mesmo que algumas áreas passaram a fo-
car também o desenvolvimento sustentável, em muitos países
ainda se baseiam no crescimento econômico, isso incluindo de
modo não sustentável, como a utilização de recursos naturais
de forma incontrolável.
Outro exemplo desta inconsistência de pensamento são
os dados a respeito do aquecimento global provocado pelas
emissões de gases poluentes por indústrias, automóveis, quei-
madas, etc. Neste caso percebemos um paradoxo histórico de
países considerados maiores poluidores e provocadores do
aquecimento global a serem também considerados os mais ri-
cos do planeta, na contramão do conceito de sustentabilidade
posto em prática desde a Eco-92.
Desta forma, o conhecimento sobre a educação ambien-
tal e sustentabilidade é considerado de vital importância devi-
do à possibilidade de cobrança da sociedade aos seus gover-
nantes, ou até mesmo como ponto de partida para escolhas de
líderes em um estado democrático.
1.4 CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DOS 3’RS:
REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR
A regra dos 3’Rs (erres)
do consumo, já é amplamen-
te divulgada em ações de
ONGs, escolas e algumas in-
dústrias e corporações, no
entanto, necessita de um co-
nhecimento básico e uma
prática que depende de mui-
ta vontade, tanto das pessoas
quanto da estrutura.
INTRODUÇÃO E CONCEITOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 15
 Contudo, estas regras são muito fáceis de serem aplica-
das, vamos observar quais são elas e de que forma podemos
trabalhar em cima.
1.4.1 REDUZIR
A redução de consumo consiste numa avaliação sobre
este comportamento. Separar o que é supérfluo do que é neces-
sário, ou seja, evitar o desperdício. Pegamos, por exemplo, um
produto de uma determinada indústria, este produto na maio-
ria das vezes está em algum tipo de embalagem que normal-
mente encarece em até 30% o valor. Portanto, será que real-
mente é necessário esse tipo de embalagem, será que o mesmo
produto de outra marca não poderia me trazer o mesmo bene-
fício com uma redução de material supérfluo.
No caso da alimentação, seja em casa ou em alguma área
comercial (lanchonetes, praça de alimentação, etc.). Sabemos
que muita comida que fazemos ou que compramos é desperdi-
çado pela grande parte da sociedade, sendo considerada como
uma cultura alimentar do desperdício.
A cultura do desperdício foi amplamente promovida por
diversos setores das sociedades, exemplo das redes de fast-food
que durante anos tinha como princípio a venda de um estilo de
vida de comida rápida, com pouca nutrição, para atender as
expectativas de um mundo onde tempo é dinheiro.
Isso levou a uma socie-
dade com problemas de saúde
recorrentes devido à alimen-
tação, exemplo da obesidade,
diabetes, e problemas cardí-
acos. Atualmente, essa cul-
tura vai sendo modificada,
com a propagação de novos
mercados como restaurantes
16  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
slow-food (restaurantes com a proposta de degustação de ali-
mentos nutritivos e saudáveis com a proposta de alimentação
saudável) e novas propostas de produtos nutritivos pelas pró-
prias redes de fast-food. Deste modo, reduzir o consumo é
importante para uma nova sociedade com menos lixo.
1.4.2 REUTILIZAR
Muitos produtos que utilizamos podem ser reutilizados
para outra finalidade, bem diferente daquela originalmente fa-
bricado. A reutilização de produtos é uma boa maneira de dar
um novo destino para o material, diminuir a quantidade de
lixo gerado e dependendo, gerar renda com este reuso.
Muitos artistas plásti-
cos ou artesãos aproveitam de
material que normalmente
seria jogado no lixo para a
produção de esculturas, pin-
turas e artesanatos. Uma for-
ma de demonstração artística
reutilizando pneus, fibras,
peças, metais e tudo mais que achar compatível ao seu produto.
Podemos reutilizar diversas coisas, inclusive comida,
exemplos de casca de frutas que normalmente são jogadas fora
podem ser utilizados para saborosos doces e pratos com altos va-
lores nutritivos. Pequenas ações domésticas podem ser integra-
das na ideia da reutilização, como roupas rasgadas que podem se
transformar em panos ou outras peças do vestuário, potes ou
garrafas de plásticos pode transformar-se em vasos de plantas,
folhas de papel podem ser reutilizadas como rascunhos, água
utilizada para lavar roupa pode ser utilizada para lavar o quintal,
ou seja, são inúmeras as possibilidades de reuso dos materiais.
Podemos destacar que para a reutilização, basta à criati-
vidade e vontade para obter sucesso neste aspecto tão impor-
INTRODUÇÃO E CONCEITOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 17
tante para o meio ambiente. A produção de lixo seria menos
intensa se todos os cidadãos realmente fizessem uso da ideolo-
gia de reutilizar materiais.
1.4.3 RECICLAR
Reciclar é um processo de
transformação de reprocessamento
do produto, transformá-lo em um
novo produto e inserir em um novo
ciclo de produção.
O processo de reciclagem é feito por etapas, a primeira
etapa consiste na coleta e separação do material que será recicla-
do e se realmente poderá ser reciclado, daí a importância da
coleta seletiva nos lares e ambientes públicos. Através da coleta
seletiva, os próprios cidadãos já separam através de coletores
coloridos o lixo reciclável como o plástico, metais, vidro e papel.
Para a realização de uma coleta seletiva com sucesso em
um ambiente é necessário a conscientização das pessoas, por
isso a necessidade de políticas educativas voltadas para a reci-
clagem. O material reciclável, se realizado a coleta seletiva, é
enviado até empresas ou cooperativas que transformam o ma-
terial em matéria-prima para voltar ao ciclo produtivo.
Alem de gerar renda e emprego, a reciclagem constitui
em um importante processo para preservação ambiental, di-
minuindo também a produção de lixo, principalmente de pro-
dutos de lenta decomposição.
Importante!!
Alguns setores são obrigados pela legislação a participar
do processo de reciclagem mesmo depois que seu produto seja
utilizado pelo cliente, a exemplo de pneus e baterias de celular
no qual empresas produtoras possuem por leis específicas dar
um destino final através da reciclagem destas.
18  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Pesquise isso...
Pesquise na internet sobre empresas que são obriga-
das pela legislação a recolher produtos e materiais para re-
ciclagem. Descubra quais são essas empresas e reflita se em
sua localidade isso está acontecendo.
Infelizmente, nem sempre estas leis são cumpridas e/ou
falta informação para os cidadãos dos procedimentos corretos
para o destino após a utilização do produto. Neste ponto, con-
sideramos que o conhecimento a respeito de Educação am-
biental sobre as reciclagens seja um importante aliado na defe-
sa do consumidor, no cumprimento dos deveres de alguns e
principalmente na preservação ambiental.
1.5 REFLEXÕES SOBRE OS PRINCIPAIS
PROBLEMAS DA SOCIEDADE
Sendo cada vez maiores as problemáticas ambientais das
sociedades, o mundo se vê na necessidade de um aprendizado
cada vez mais aprofundado sobre a Educação ambiental. Como
dito anteriormente, a Educação ambiental não pode ser consi-
derada apenas como um conjunto de regras e conceitos dos ele-
mentos naturais do mundo. A Educação ambiental nos mostra
como uma filosofia de vida que pode modificar as atitudes de
uma sociedade cada vez mais egocêntrica e materialista.
O pensamento sobre preservação ambiental só foi inicia-
do a partir de determinadas problemáticas da sociedade, con-
sequências deste mundo voltado para o consumo de materiais.
Logicamente, muitos benefícios foram trazidos neste processo,
como a globalização, o compartilhamento de informações,
etc., Porém, muitos males se instalaram na sociedade, necessi-
tando assim de aprendizado para uma mudança de comporta-
mento.
INTRODUÇÃO E CONCEITOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 19
 Vamos refletir sobre a revolução industrial que todos
concordam com a quantidade de benefícios nos processos de
produção de materiais, ou na produção de automóveis que en-
curtaram o tempo das viagens e espaços. Porém, toda esta qua-
lidade de vida veio acompanhada pela problemática da exaus-
tão dos recursos naturais como combustíveis fósseis e na
poluição do ar.
Dados demonstram que há uma correlação extrema-
mente positiva quando comparamos o desenvolvimento da
tecnologia e da produção em massa com o quantitativo de po-
luentes no ar e na água.
Desde a revolução industrial, o ser humano demonstra-
-se o principal agente causador dos desequilíbrios ambientais,
seja pela degradação das florestas e matas, seja pela poluição
do ar e das águas. Como consequência disto, podemos exem-
plificar o aumento da temperatura global, consistindo no
aquecimento global.
Outro exemplo que podemos citar é a utilização de agro-
tóxicos que durante a década de 1950 surgiu como solução de
um problema da época que era a fome em diversas regiões do
planeta devido às dificuldades de produção de alimentos, espe-
cialmente grãos.
No início, os agrotóxicos foram considerados como um
grande sucesso, pois conseguiam eliminar parasitas e determi-
nadas doenças que atingiam determinadas culturas, aumentan-
do a produção de alimentos
para as sociedades. Entretan-
to, só depois de alguns anos
percebemos as consequências
negativas que a produção de
agrotóxico trouxe exemplo da
poluição de rios e lagos, cau-
20  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
sando a morte de algumas espécies de animais ou até doenças
no ser humano, como o Câncer, que vários estudos apontam
uma associação do uso a certas variedades da doença.
O DDT é um exemplo de um agrotóxico que foi bastante
utilizado por agricultores do mundo inteiro nos anos 60 e 70,
até perceberem que sua ação cancerígena poderia ser desastro-
sa, sendo inclusive banido em diversos países. Outro ponto de
reflexão é o fato destas problemáticas ambientais e do conheci-
mento humano ter se evoluído e modificado, corroborando
que os agrotóxicos que nos anos 60 eram considerados a salva-
ção das lavouras e a principal arma na revolução alimentícia,
anos mais tarde, seriam consideradas como malefício para o
ser humano. (CACHAPUZ, 2005)
Estas mudanças de perspectivas são muito frequentes na
história das sociedades e a ciência e tecnologia, sempre estiveram
presentes para a produção de conhecimento a respeito e modifi-
cações das opiniões coletivas, desta forma destacamos a Educa-
ção Ambiental como uma destas áreas científicas que possibili-
tou um desenvolvimento do conhecimento coletivo a respeito de
preservação ambiental, ecologia e desenvolvimento social.
Reflita isso...
Pense em como a Educação Ambiental pode transfor-
mar as ações das sociedades.
Referências
HOLANDA, M. J. S. Educação Ambiental. Fortaleza,
1997.
RECICLOTECA, disponível em http://www.recicloteca.
org.br/category/reciclagem/ visualizado em 27/10/2015.
INTRODUÇÃO E CONCEITOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 21
 MMA – Ministério do Meio Ambiente; Conceitos de MÓDULO AULA 2
Educação Ambiental; disponível em: www.mma.gov.br, visua-
lizado em 27/10/2015 FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
MIRANDA, A.T. Teorias demográficas: Malthusianos,
neomalthisianos e reformistas. Disponível em http://educacao.
uol.com.br/disciplinas/geografia/teorias-demograficas-mal-
thusianos-neomalthusianos-e-reformistas.htm; Acesso em 16- Prezado aluno,
nov-2015; publicado em 12-mai-2009.
Neste módulo você irá aprender sobre os principais
CACHAPUZ, A. et al; Necessária renovação do ensino conceitos e raciocínios sobre a ecologia tradicional e
moderna, destacando os assuntos atuais que possuem
das ciências. Ed. Cortez, 2°ed, 264p., 2005.
relação direta com estes conceitos. Além disso, você irá
aprender como ocorre os principais fenômenos ecológicos
DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princí-
que possuem uma relação direta com as sociedades.
pios e práticas. São Paulo: Gaia, 2003. 8ª edição.
O que esperamos que vocês aprendam nesta aula?
MEDINA, Naná Mininni & SANTOS, Elizabeth da
Conceição. Educação Ambiental: Uma metodologia participa-
Quais são os principais conceitos da Ecologia
tiva de formação.3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.
básica?
Como funcionam as cadeias e teias alimentares
REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. 1. ed.
e os ciclos biogeoquímicos?
São Paulo: Brasiliense, 2001.
O que é a inversão térmica e a eutrofização?
O que provoca as poluições?
CARVALHO, Vilson Sérgio de. Educação ambiental & de- O que são efeito estufa e a
senvolvimento comunitário. 17ed. Rio de Janeiro:WAK, 2006 camada de ozônio?
DIAS, Genebaldo Freire. Iniciação à temática Ambiental. Vamos lá?!
São Paulo: Gaia, 2002. 1ª edição.

GUIMARÃES, Mauro. Educação Ambiental: No con-

senso um embate? São Paulo: Papirus, 2000.
SATO, Michèle. Educação Ambiental. São Carlos, SP:
RiMa, 2003
Imagens: Banco institucional Shutterstock.
2.1 CONCEITOS DE ECOLOGIA BÁSICA
Para compreendermos melhor sobre a Ecologia, iniciare-
mos nosso módulo pela observação etimológica da palavra.
Suas origens são as palavras gregas “oikos” que significam

22  EDUCAÇÃO AMBIENTAL FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 23

“casa” e “logos” que significa “estudo”. Neste caso, o “estudo da
casa” constitui todo o planeta Terra como sendo nossa casa.
Assim, a ecologia é a ciência que se preocupa com o estudo do
planeta Terra de forma globalizada.
Logicamente, este é um conceito muito amplo, no entanto
podemos delimitar melhor da seguinte forma: “O estudo das
relações entre os seres vivos e a relação dos seres com o meio
ambiente”.
De qualquer forma, a ecologia integra as ciências da natu-
reza e explica as relações entre espécies e as relações destas com
a natureza de forma simplificada e mecanicamente possível.
Assim, a ecologia constitui uma das principais áreas para conhe-
cimento do planeta Terra e dos seres vivos que nela habitam.
Assim sendo, a Educação Ambiental e a Ecologia estão
intrinsecamente ligadas pela associação de conceitos seme-
lhantes e conhecimentos que auxiliam na preservação ambien-
tal do planeta. Temos que conhecer melhor sobre como a natu-
reza se relaciona para podermos influenciar de maneira
sustentável.
Diversos conceitos de ecologia são empregados desde
que o estudante inicia sua vida escolar, citamos como exemplo
os níveis de organização.
Os níveis de organização são distribuídos pela observa-
ção óptica do estudo, podendo ser micro ou macro. Desta
forma, enquadramos a seguinte sequência: Indivíduo, popula-
ção, comunidade, ecossistema e biosfera.
Quando pensamos no indivíduo, pensamos em um ser de
uma espécie, podemos considerar inclusive o termo “espécime”
para delimitar o indivíduo. Esta espécime pode ser de qualquer
espécie, formiga, cachorro, homem, cavalo, etc. Porém, quando
24  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
temos mais de uma espécime, podemos considerar uma popu-
lação, que são indivíduos da mesma espécie.
Comunidade é quando consideramos diversas popula-
ções em um determinado espaço e tempo, ou seja, quando
temos mais de uma espécie ou populações em um determinado
habitat. No caso do conceito de Ecossistema, temos que acres-
centar a nível macroscópico as comunidades de uma determi-
nada região acrescentada ao meio abiótico, que constitui o
meio físico como a temperatura, umidade relativa, ventos, tipo
de solo, etc. Ou seja, tudo aquilo que influencia a vida existente
no local, mas que não é ser vivo.
Exemplos de ecossistemas são variados, como o Cerrado,
Mata Atlântica, Amazônia, etc. Constituindo ambientes com
características próprias e seres vivos que compartilham algu-
mas semelhanças. Se observarmos todos os ecossistemas do
planeta, consideramos o termo Biosfera.
A grande importância do conhecimento a respeito destes
níveis de organização se dá pela opção de observação do estu-
dante ou pesquisador. No caso do educador ambiental, esta
observação pode-se alocar em todos os níveis de organização
no qual dependerá apenas dos objetivos do estudo.
2.2 CADEIAS ALIMENTARES, TEIAS ALIMEN-
TARES E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
A compreensão sobre uma cadeia alimentar é impor-
tante, pois representa a seqüência energética quando um ser
vivo alimenta-se de outro. Caso uma determinada espécie
sofra algum tipo de extinção no habitat, todo o restante da
cadeia alimentar entrará em desequilíbrio ambiental e será
prejudicada.
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 25
 Seres vivos como plantas e algas são considerados orga-
nismos produtores pela sua capacidade de produzir a energia
através da fotossíntese, que necessita apenas de água, gás car-
bônico e luz solar. Quando espécies se alimentam destes, a
energia é transmitida para um próximo nível da cadeia ali-
mentar.
Observe as seguintes espécies:
Nesta cadeia alimentar, uma espécie serve de alimento
para outra, caso alguma sofra desequilíbrio, todo o restante da
cadeia irá desequilibrar-se.
Para conhecimento da preservação ambiental, faz-se
necessário o conhecimento das cadeias alimentares existentes
no determinado habitat que a situação ocorre, permitindo a
compreensão dos danos caso algo afete uma população de uma
determinada espécie no local.
Outro tipo de conhecimento importante são as teias ali-
mentares que demonstram informações do que as espécies
podem-se alimentar em um determinado habitat. No caso
das teias alimentares, percebemos uma complexa rede de infor-
mações que podemos obter através da variedade de alimentos
das espécies. Estas informações demonstram que as espécies
não estão limitadas a uma única cadeia alimentar, mas partici-
pam de várias.
26  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Observe por exemplo o
ser humano, onde há uma
variedade de alimentos dife-
rentes, presente assim em
diversas cadeias alimentares e
absorvendo recursos nutricio-
nais variados.
Relacionando-se com a preservação ambiental, o conhe-
cimento sobre cadeias e teias alimentares torna-se pertinente
na compreensão da possível extinção de uma espécie, princi-
palmente se esta espécie está no topo da cadeia alimentar. Mui-
tas situações práticas de construções ou obras em determina-
das regiões, podem ser necessárias aos estudos de impacto
ambiental para a observação de cadeias alimentares do habitat
em questão. Caso seja encontradas espécies de topo de cadeia
alimentar, com potencial à extinção, esta obra poderá ser
embargada ou sofrer conseqüências em seus projetos.
O meio físico, ou abiótico também influencia ou pode ser
influenciada pelas espécies e apresenta-se de vital importância
para o meio ambiente. Neste caso, a visão macroscópica é mais
bem preparada para o estudo destas influências que são deno-
minadas como ciclos biogeoquímicos.
O interesse do nosso estudo não é aprofundarmos nos
conhecimentos a respeito destes ciclos biogeoquímicos, pois é
considerado complexo, com diversos processos químicos nas
diversas etapas de cada ciclo. Mas iremos dar uma ideia super-
ficial e geral do que sejam estes ciclos biogeoquímicos.
Diversas substâncias possuem influência direta nos seres
humanos e nas espécies, são elas a água, o carbono, o oxigênio,
o nitrogênio e o fósforo. Cada substância desta possui uma
quantidade limitada no planeta Terra, sendo apenas transfor-
madas e transferidas nas diversas etapas. Exemplo da água que
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 27
ora está nos rios e lagos, ora está se condensando e formando
nuvens para precipitação das chuvas, ou até mesmo dentro dos
seres vivos. Refletindo assim, percebemos que essas substân-
cias não são produzidas nem perdidas, e sim transformadas,
pois então nos perguntamos por que a água é considerada
como uma problemática universal?
A resposta é bem sim-
ples, a água potável no mundo
que constitui menos de 3% de
toda a água do planeta, está
acabando. Em um planeta
que em que 2/3 dele é com-
posto de água parece até uma
ironia esta noticia, mas é a realidade. A maior parte da água
encontrada está na forma não potável, ou salobra na forma de
geleiras e nos lençóis freático, ou até mesmo poluída. (DECI-
CINO, 2007)
Descobrir quais são as nossas falhas no ciclo da água e
nos outros ciclos, também nos deixaríamos de impedir o curso
natural das substâncias. Lembrando que isso serve para os
outros ciclos, cada um na sua perspectiva, exemplo do ciclo do
carbono, substância presente na maior parte do nosso corpo,
eliminada por nós na forma de gás carbônico e absorvida pelas
plantas pela fotossíntese.
Porém, o carbono possui uma relação direta com as
questões sobre a poluição, efeito estufa, aquecimento global e
o buraco da camada de ozônio. Temas que discutiremos a
seguir.
2.3 POLUIÇÕES, INVERSÃO TÉRMICA
E EUTROFIZAÇÃO
28  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Podemos classificar as poluições de dois tipos, poluição
do ar e poluição da água. No caso da poluição do ar ela é rea-
lizada pela indústria, refinarias, automóveis, queimadas, etc.
Quando as civilizações humanas ainda não estavam
industrializadas, os ciclos biogeoquímicos como do carbono e
do oxigênio estavam em um estado de equilíbrio planetário
importante para a manutenção da vida no planeta, porém a
partir da revolução industrial alteramos estes panoramas,
influenciando diretamente nos ciclos.
Uma grande parte das indústrias e automóveis libera nos
ambientes substâncias como o gás carbônico, monóxido de car-
bono, enxofre, entre outros, estas substâncias por serem menos
densas elas sobem para a atmosfera causando diversos fenômenos
como o aumento do efeito estufa, consequentemente o aquecimento
global. Outros fenômenos é a destruição da camada de ozônio pro-
vocado principalmente pelo gás CFC (clorofluor-carbono) que foi
muito utilizado nas geladeiras e sprays aerossóis. Além de conside-
rar as chuvas ácidas, a inversão térmica e as doenças respiratórias.
Todos estes motivos são consequências de uma produção
sem controle de poluição das indústrias e das novas formas de
vivência da sociedade que durante anos demonstrou uma des-
preocupação com o ar e com o planeta, prevalecendo a produ-
ção, o consumo e o lucro.
Na poluição das águas, substâncias tóxicas são lançadas
sem a menor preocupação de tratamento, além de lixo e esgoto.
Tudo isso acarreta uma conseqüência para um bem necessário
para manutenção da vida, pois ocasiona na eutrofização dos
rios e lagos, morte de diversas espécies, desequilíbrio ambien-
tal, disseminação de parasitoses e viroses humanas.
Muitas doenças do ser humano possuem uma relação
direta com a ausência do tratamento do esgoto e tratamento da
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 29
água encanada. Relatórios oficiais do Brasil afirmam que ape-
nas 39% dos esgotos são tratados, 48,6% da população têm
acesso à coleta de esgoto e 82% são atendidos com abasteci-
mento de água tratada. (SNIS, 2013)
Índices que demons-
tram uma precariedade muito
grande com relação ao sanea-
mento básico, considerada
pela legislação brasileira com
o princípio da universaliza-
ção. Sem contar a falta de
informação e educação a respeito do manejo dos recursos
hídricos, devido isso, muitas ações em educação ambiental são
focadas na água, tratamento e manejo.
Você já percebeu em sua localidade, que em certas épo-
cas do ano a poluição do ar está tão próxima do solo que nós
conseguimos até ver? Ou quando você visualiza a cidade de
algum ponto alto e percebe uma camada mais escura de ar
acima da superfície terrestre.
Esta é uma combinação de fatores muitas vezes provo-
cada pela inversão térmica. Com as mudanças climáticas acon-
tecendo, influenciadas pelo modo de vida humano, o ar quente
troca de posição com o ar frio, não permitindo a circulação
vertical do ar. Sem este tipo de circulação, a mistura de polui-
ção e poeira não se dissipa, ficando retida na camada da atmos-
fera próxima ao solo. Este fenômeno é intensificado no inverso
e pelas industrializações urbanas, pois há a produção em larga
escala de poluentes que passam estar concentrados e visíveis.
Doenças respiratórias, irritação nos olhos e intoxicações
são algumas das consequências da concentração dos poluentes,
podendo esta problemática ser agravada nas primeiras chuvas,
que vão se misturar com estes poluentes e formarem ácidos,
30  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
corroendo estruturas, acidificando os solos e provocando
doenças humanas, fenômeno denominado de chuva ácida.
Na situação da eutrofização ou eutroficação tem como
princípio a concentração gradativa de matéria orgânica acu-
mulada no ambiente aquático. Dentre as substâncias poluido-
ras incluímos os dejetos domésticos (esgoto), fertilizantes agrí-
colas e efluentes industriais.
Durante esse processo, o excesso de minerais como fos-
fato e nitrato induz a multiplicação de microorganismos, prin-
cipalmente algas, que habitam a superfície da água. Este fito-
plâncton forma uma camada densa que começa impedir a
penetração de luminosidade, reduzindo as taxas fotossintéticas
e a oxigenação do corpo aquático.
Em virtude do baixo suprimento, peixes e mamíferos
aquáticos começam a morrer, aumentando ainda mais o teor
de matéria orgânica em decomposição. Bactérias decomposito-
ras liberam toxinas que agravam cada vez mais o ambiente
aquático, muitas delas com odor forte, sendo assim o cenário
de um ambiente completamente desequilibrado e degradado.
Muitas empresas que necessitam de água de algum manan-
cial hídrico em seu processo industrial passam por um rigoroso
conjunto de normas específicas de qualidade e tratamento desta
água, tanto para a coleta quanto para a devolução dos rios. Em
muitas situações a legislação atual é cumprida e seguida a risca e
a quantidade de indústrias que necessitam deste mecanismo
hídrico é diversa, indústria têxtil, química, alimentação, etc.
Reflita isso...
Em sua localidade há algum indício de poluição ou
lixo sendo jogado em local impróprio? Você sabe como
denunciar estes tipos de casos?
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 31

2.4 EFEITO ESTUFA E A
CAMADA DE OZÔNIO
Durante as principais conferências mundiais da ONU
sobre clima e biodiversidade, Estocolmo-72 e Rio-92, os cien-
tistas já alertavam sobre uma possível modificação climática
ou um aumento da temperatura média global do planeta Terra
e que isto poderia trazer consequências desastrosas. No
entanto, os cientistas obtiveram dados científicos que constata-
ram um aumento da média anual e que uma elevação acima de
4°C na média mundial seria catastrófico causando a extinção
de 70% das espécies. (SHAH, 2013)
O ser humano tem conhecimento sobre o efeito estufa
desde 1859, através de John Tyndall e Svante Arrhenius. (FLE-
MING, 2005) O efeito estufa é o acúmulo de gases baseados em
carbono na atmosfera, dióxido de carbono, monóxido de car-
bono, metano, entre outros. Este acúmulo auxilia a tempera-
tura do planeta mantendo-a aquecida, vitais para plantas, ani-
mais e outros organismos. Porém, as sociedades conseguiram
produzir e acumular estes gases numa intensidade muito maior
que a natureza pode absorver, fazendo que a temperatura do
planeta de uma forma geral aumente, constatando assim o
aquecimento global.
Diversos ambientes se transformaram nos últimos 30
anos devido às consequências deste aquecimento global, gelei-
ras inteiras estão derretendo devido este aquecimento, fenôme-
nos como o “El nino” tem se repetido cada vez mais, modifi-
cando todo o nosso meio em questão.
Um documentário americano chamado de “Uma Ver-
dade Inconveniente” de 2006, mostra o candidato a presidên-
cia da época nos Estados Unidos, Al Gore, relatando para o
público diversos ambientes e como eram na década de 80 e
32  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
como estão alguns anos depois. Ambientes como a patagônia
argentina, que durante todo o ano tinha muita neve, atual-
mente só surge neve em épocas de inverno rigoroso, ou Ice-
bergs inteiros sendo separados das geleiras, próximas a Islân-
dia devido o derretimento do gelo.
O cenário é assustador
e os últimos resultados das
pesquisas demonstram que
ainda não conseguimos
reverter este processo, gran-
des empresas e corporações
continuam produzindo e
poluindo o meio ambiente
com a participação direta dos governos, a produção de auto-
móveis cresce a cada ano, inserindo no ambiente cada vez mais
máquinas que queimam combustíveis e promovem mais o
efeito estufa.
Muitos esforços têm acontecido também, porém de
maneira modesta. Diversas empresas já adotaram sistemas de
sustentabilidade, para que continuem produzindo e gerando
lucro para o país, afetando minimamente o ambiente. Muitas
empresas automobilísticas já possuem sistemas de híbridos, ou
elétricos, como alternativa para um futuro mais sustentável.
Infelizmente, isso ainda é muito pouco para reduzir a
quantidade de gases que provocam o efeito estufa. Seria neces-
sário um movimento muito maior de pessoas envolvidas na
questão, investimentos maciços e uma série de modificações
em todos os setores da sociedade para conseguirmos reduzir o
efeito estufa, consequentemente o aquecimento global.
No ano de 1997 ocorreu a reunião que iniciou o Proto-
colo de Kyoto, no Japão. Na reunião, 84 países industriais se
comprometeram à redução na emissão de gases que provocam
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 33
o efeito estufa no mundo. As metas de redução foram implan-
tadas a partir de 2008, algo em torno de 5,2% até 2012 e estabe-
leceu que a redução pudesse não ser igual para todos os países,
instituindo assim o sistema de créditos de carbono, em que
países que a geografia facilitasse a produção de matas e plantas,
pudessem vender créditos de carbono para que outros que não
pudesse modificar o meio ambiente comprassem.
Infelizmente, alegando que afetaria suas economias, os
Estados Unidos e a China que hoje correspondem uma das
principais nações poluidoras, não concordaram com o proto-
colo, logo não foi estabelecido um conjunto de metas na época.
Em resumo, os Estados Unidos e China respondem juntos por
40% das emissões de gases poluentes e estão isentos de respon-
sabilidades legais aplicadas aos demais países.
Devido a isso, as ultimas reuniões de chefes de estado
tem-se demonstrado uma situação extremamente desacredi-
tada com relação ao adiamento das metas estabelecidas pelo
protocolo de Kyoto por ser considerado um esforço imenso
sem a ajuda dos principais países que produzem a poluição.
No caso da camada de ozônio, as notícias são melhores.
Inicialmente vamos entender o que é a camada de ozônio.
Ozônio é uma molécula
com três átomos de oxigênio,
esta camada fica na estratos-
fera, a 30 km de altura da
superfície terrestre. O ozônio
é produzido na própria estra-
tosfera através de uma reação
fotoquímica com o oxigênio e
a radiação ultravioleta. Este gás auxilia na absorção da radia-
ção UV do sol, evitando um superaquecimento da superfície
terrestre que impediria a maioria da vida do planeta, sem con-
34  EDUCAÇÃO AMBIENTAL
tar que o aumento dos índices de radiação UV provoca doen-
ças como o câncer de pele.
Entretanto, substâncias como o CFC ou BrFC, compos-
tos de carbono, flúor, cloro e bromo, decompõe a molécula de
ozônio, diminuindo a intensidade desta camada ao ser acumu-
lada, principalmente nos pólos através das correntes de ar.
Estas substâncias estavam presentes em geladeiras, sprays
aerossóis e ar condicionado.
Durante as décadas de 80 e 90, os buracos da camada de
ozônio chegaram a níveis impressionantes, gerando um alerta
vermelho mundial sobre estas substâncias. Assim, diversos
países impuseram legislações proibindo a utilização destas
substâncias e auxiliando na mudança de tecnologia.
Através destes acordos, a produção do CFC reduziu em
90% no mundo e, em 2014, dados científicos demonstraram
que pela primeira vez o buraco da camada de ozônio parou de
aumentar e caminha para uma recuperação. A estimativa para
voltar ao normal é em 2050, caso não se altere a produção des-
tes compostos.
Este é um exemplo de transformação cultural e indus-
trial que passamos e aprendemos. Através da tecnologia e da
ciência, aprendemos a conviver sem estas substâncias nocivas
para o planeta, dando chance à recuperação do meio ambiente.
Quando observamos
microclimas, percebemos que
em uma mesma cidade pode
haver variação de até 5°C de
temperatura de um setor para
outro, tudo isso devido ao
nível de arborização de um
determinado lugar.
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 35
 As plantas agem como verdadeiros filtros da poluição,
absorvendo o gás carbônico e produzindo através da fotossín-
tese. Durante a noite, como não há iluminação natural, as
plantas realizam respiração, no entanto, a taxa de conversão de
fotossíntese é muito maior que a respiração. Assim, ambientes
arborizados possuem alem de climas mais úmidos devido as
plantas, uma contribuição contra o aquecimento global.
Portanto, há uma necessidade de modificação cultural
nas sociedades e, para isso, dependemos do conhecimento
sobre ecologia e educação ambiental, principalmente a respeito
do efeito estufa e aquecimento global.
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