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VEGETAL
PROFESSORA
Dra. Luciane da Silva Santos
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Gustavo Affonso Pisano Mateus
Projeto Gráfico e Capa
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. SANTOS, Luciane da Silva.
e Thayla Guimarães
ANATOMIA E MORFOLOGIA VEGETAL.
Editoração Dra. Luciane da Silva Santos.
Lucas Pinna Silveira Lima
Reimpressão 2021.
Design Educacional Maringá - PR.: UniCesumar, 2020.
Lilian Vespa 176 p.
e Rossana Costa Giani “Graduação - EaD”.
Revisão Textual 1. Anatomia 2. Morfologia 3. Vegetal. EaD. I. Título.
Meyre Barbosa
Ana Carolina Ribeiro
Ilustração
André Azevedo CDD - 22 ed. 582.04
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Fotos Impresso por:
ISBN - 978-85-459-1992-6
Shutterstock
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/3098450865889092
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
Caro(a) aluno(a), o curso de Ciências Biológicas nos oferece muitas opções para descobrir e
estudar os seres vivos e nos traz diversas curiosidades a respeito das estruturas pequenas
e tão importantes para o ciclo no planeta. Assim, precisamos do auxílio de equipamentos e
de conhecimentos básicos para prosseguir com os estudos, em todas as áreas das Ciências
Biológicas, entretanto, daremos enfase neste material na área da botânica.
Dessa forma, estudaremos, na primeira unidade, as técnicas básicas que nos permitem ob-
servar as células e os tecidos dos vegetais, estudos que contribuem com muitas informações
para área docente, em especial, na pesquisa científica.
A segunda unidade refere-se a célula e a organização estrutural das plantas, desde o embrião
até a planta adulta. A terceira e a quarta unidade trarão informações importantes sobre a
morfologia e a anatomia dos órgãos vegetativos e reprodutivos, descrevendo a raiz, o caule, as
folha, as flores, os frutos e as sementes. Mais especificamente, na terceira unidade, analisare-
mos as estruturas anatômicas, diferenciando-as por órgão, e compreenderemos sua ultraes-
trutura, o que nos permitirá maior compreensão das funções de cada órgão. A morfologia dos
órgãos a ser estudada, na quarta unidade, mostrará a diversificação das estruturas, as quais
permitem a classificação, de acordo com a descrição e a comparação com outros caracteres.
Por fim, a última unidade é dedicada às especificidades dos estudos morfológicos e anatô-
micos, os quais permitem identificar as subáreas da botânica, em que aplicamos o conheci-
mento das estruturas vegetativas e reprodutivas. Verificamos, também, as possibilidades de
atividades práticas que podem ser aplicadas, desde o ensino básico até o nível superior. Além
disso, ao final do livro, descreveremos informações sobre a anatomia da madeira, utilizada
para diversos fins, nas pesquisas de dendrologia e engenharia florestal.
ÍCONES
pensando juntos
explorando Ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
8 UNIDADE 02
38
CITOLOGIA HISTOLOGIA
VEGETAL VEGETAL
UNIDADE 03
72 UNIDADE 04
104
ANATOMIA DOS MORFOLOGIA
ÓRGÃOS DOS ÓRGÃOS
VEGETATIVOS VEGETATIVOS E
E REPRODUTIVOS REPRODUTIVOS
UNIDADE 05
146 FECHAMENTO
171
ESTUDOS CONCLUSÃO GERAL
MORFOLÓGICOS,
ANATÔMICOS
E SUAS
ESPECIFICIDADES
1
CITOLOGIA
VEGETAL
PROFESSORA
Dra. Luciane da Silva Santos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Introdução à microscopia - impor-
tância nos estudos botânicos • Técnicas usuais para análises morfológicas e anatômicas das plantas •
Célula vegetal • Parede celular e organelas essenciais para célula vegetal • Embriogênese nas plantas:
início de um ciclo
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Identificar e diferenciar os tipos de microscópios utilizados para as diversas análises do material bo-
tânico • Reconhecer e diferenciar as técnicas utilizadas nos estudos morfoanatômicos • Caracterizar
a célula vegetal, organelas e suas funções • Identificar e reconhecer a composição da parede celular •
Caracterizar e identificar células e tecidos que compõem o embrião da planta.
INTRODUÇÃO
IMPORTÂNCIA NOS
estudos botânicos
O estudo dos seres vivos pode ser feito a partir da observação macroscópica ou
microscópica. Para os estudos botânicos temos, de um modo geral, a observa-
ção a olho nu ou com auxílio de equipamentos com lente de aumento, como a
lupa de mão (Figura 1), auxiliam na análise e descrição das estruturas externas.
Temos para uma observação macroscópica, os microscópios estereoscópios
(Figura 2), mostrando detalhes, por exemplo, do tecido epidérmico ou dos
órgãos reprodutivos.
10
UNICESUMAR
Figura 2 - Microscópio estereoscópico.
11
No microscópio, temos componentes importantes para que tenhamos ima-
UNIDADE 1
Lente ocular
Prisma
Lente objetiva
Espécime
Platina
Condensador
Filtro de luz
Controles de
movimento da platina
Controles de
ajuste de foco
Lâmpada Espelho
Figura 3 - Microscópio de luz e esquema com nome das partes mecânicas do equipamento
Fonte: adaptada de Junqueira e Carneiro (2013, p. 4).
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Microscopia de Luz (óptico)
UNICESUMAR
Temos diferentes tipos de sistemas ópticos que possibilitam observar os cortes
anatômicos, corados ou não. A microscopia de contraste de fases produz imagens
visíveis de objetos, sem passá-los pelo processo de coloração, geralmente, transpa-
rentes (Figura 4a). Na microscopia de luz convencional, os cortes passam por um
processo que recebe tratamento para melhorar sua qualidade, devido à espessura
que foi cortado e, posteriormente, é corado com uma ou mais cores (Figura 4b).
Na microscopia de fluorescência, por exemplo, esse material é iluminado pela
luz de mercúrio, sob alta pressão, e as substâncias fluorescentes são observadas
brilhando no objeto (Figuras 4 c e d):
a b
c d
Figura 4 - (a) Corte paradérmico da epiderme com estômato, visto em microscopia de luz; (b)
corte paradérmico da epiderme com estômato, visto em microscopia de luz; (c) e (d) corte
transversal de caule de abóbora, evidenciando os vasos xilemáticos vistos em microscopia
de contraste com fluorescência / Fonte: Junqueira e Carneiro (2013).
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Existem outros tipos de microscopia, como a polarização e a confocal a laser,
UNIDADE 1
Microscopia Eletrônica
UNICESUMAR
imagem em preto e branco, observa-
da em um monitor, gravada ou foto-
grafada (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
2013). Veja a Figura 6.
explorando Ideias
A história da microscopia passa por diversos contextos, pois vários são os nomes envolvi-
dos diante de um tubo com duas lentes. O certo é que o primeiro microscópio foi desen-
volvido por Zacharias Janssen e, posteriormente, melhorado, ao longo dos séculos, por
outros pesquisadores, como Robert Hooke, que ficou conhecido por suas observações
nas células de cortiça.
Para saber mais sobre esta e outras biografias dos pesquisadores que utilizaram e me-
lhoraram a microscopia, acesse o link a seguir: http://www.microscopia.bio.br/historia-da-
-microscopia.html
Fonte: o autor.
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2
TÉCNICAS USUAIS PARA ANÁLISES
UNIDADE 1
MORFOLÓGICAS E
Anatômicas das Plantas
UNICESUMAR
mos estruturas do material coletado em porções finas, suficientemente, para a luz
atravessar o corte. Nessa última situação, geralmente, usamos alguma coloração
para aumentar o contraste das estruturas, facilitando a análise dos vários tipos
de células e tecidos vegetais (MOURÃO; DIAS, 2011).
Na preparação de lâminas, para analise dos cortes histológicos, podemos dividi-las
em temporárias, semipermanentes e permanentes. O primeiro tipo, feito para obser-
vações rápidas e logo descartadas, é processado com o auxílio de lâmina de barbear,
suportes, água, clarificador e corantes, quando necessário, e é montado na lâmina com
água, glicerina ou álcool (varia de acordo com o meio de inclusão). Quanto às outras duas
preparações, podem ser acondicionadas por meses ou anos e apresentam boas condições
de coloração quando observadas, porém necessitam de procedimentos especiais, passan-
do por desidratação, diafanização, infiltração em parafina ou historresina, seccionamento
em micrótomo, coloração e montagem em meio especial (SOUZA et al., 2005).
A técnica mais rápida para obtenção dos cortes é fazê-los à mão, e, apesar de
precisar de prática, podemos seguir regras que facilitam essa atividade. Quando
iniciamos esse procedimento, verificamos qual a orientação de corte para melhor
estudar o órgão, colocar água no material e iniciar o corte com lâminas de barbear
nova, deslizando sobre a superfície do material. Devido à necessidade de cortes
muito finos, talvez, poucos estejam com boa qualidade de análise, por isso, normal-
mente, são feitos muitos cortes para posterior seleção (MOURÃO; DIAS, 2011).
A coloração, normalmente, é feita com dois corantes combinados, facilita
a visualização e deve seguir a ordem especificada, em cada metodologia. Por
exemplo, para azul de astra e safranina, são utilizados em uma sequência e por um
tempo mínimo pré-determinado. Dessa forma, visualizamos tecidos vasculares
vermelhos e os demais tecidos no azul ou tons semelhantes (APPEZZATO-DA-
-GLÓRIA; CARMELLO-GUERREIRO, 2006).
Após todo esse processamento, observamos as estruturas nos microscópios,
utilizando a objetiva de menor aumento para localizar o material, e trocando para
objetivas de maior aumento até visualizar os detalhes de interesse daquele material.
Na maioria das análises voltadas para a pesquisa científica, utilizamos câmeras
acopladas para fotografar as estruturas, mas, nas aulas ou em certas pesquisas, ne-
cessitam de desenho para mostrar melhor os detalhes de tal material.
Quanto às ilustrações e suas representações, precisamos nos atentar ao tamanho e a me-
dida que colocamos, de acordo com a objetiva utilizada. Chamamos, em geral, de escala, pois
é dessa forma que saberemos o tamanho real de cada material (MOURÃO; DIAS, 2011).
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3
CÉLULA
UNIDADE 1
VEGETAL
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Envoltório
Nuclear
UNICESUMAR
Nucléolo
Vacúolo Núcleo
Retículo
Endoplasmático
Cloroplastos
Citoplasma Complexo de
Mitocôndria Golgi
Parede Celular
Membrana
Celular
A união das células ocorre a partir de uma fina camada de substâncias pécti-
cas, sintetizadas pelas próprias células, depositadas entre as paredes de células
contíguas. A lamela média, camada intercelular, auxilia a manter uma célula
unida a outra. É importante ressaltar que a célula possui uma parede chamada
primária, a qual foi originada a partir do surgimento e permanece inalterada por
toda sua existência. A parede secundária são as deposições de substâncias que
caracterizam, por exemplo, quando o tecido está em crescimento secundário.
Visualizamos, ainda, nas paredes, pontuações, filamentos citoplasmáticos que
facilitam a troca de material e comunicação entre células com protoplastos, aos
quais denominamos plasmodesmas (SOUZA, 2009).
explorando Ideias
19
O que consideramos como “dentro” da célula é denominado protoplasta, conteú-
UNIDADE 1
UNICESUMAR
em caules, folhas, frutos e outros órgãos e cristais orgânicos ou inorgânicos – é
comum encontrar os oxalatos de cálcio, carbonato de cálcio e sílica, variando no
formato, como as drusas, os cistólitos e as ráfides. Enquanto outros, como amido
e lipídios, são encontrados em frutos e sementes.
4
PAREDE CELULAR E ORGANELAS
ESSENCIAIS PARA
Célula Vegetal
21
parede celular
UNIDADE 1
fibras da célula
microfibrilas
células
cadeia de celulose
microfibrilas
moléculas
de celulose
fibras
planta
Parede primária
Lamela média
Parede secundária
22
variar, dessa forma, a lamela média bem como a parede primária apresentam
UNICESUMAR
maior quantidade de hemicelulose do que a parede secundária.
Outra substância importante na composição da parede celular é a lignina,
um polímero tridimensional de vários derivados de fenilpropano, que ocorre,
principalmente, na lamela média e nas camadas da parede secundária. As subs-
tâncias pectinas e lipídicas, como cutina, cera e suberina, ocorrem nas paredes
celulares de tecido epidérmico e subepidérmico e tem como principal função a
proteção. Por fim, temos as substâncias inorgânicas, como os Óxidos de Metais,
ligados ao grupo Carboxil de Ácido Urônico e outros ácidos, as Incrustações de
Sílica (nas Poaceae), Carbonato de Cálcio (cistólitos) e Óxidos de Ferro (folhas
de Elodea) (SOUZA, 2009).
Cientes de que a parede celular tem uma composição diferenciada, precisa-
mos analisar sua estrutura com o auxílio de um microscópio fotônico, de testes
microquímicos. Estes instrumentos permitem verificar a existência da lamela
média, da parede primária e da secundária.
A lamela média é constituída de substâncias pécticas e ocorre entre as paredes
primárias (Figura 10b), as quais são muito delgadas, compostas, basicamente, por
celulose, hemicelulose e substâncias pécticas. São bem fáceis de visualizar nas
células parenquimáticas e meristemáticas. Encontramos, nas paredes primárias,
também, regiões chamadas de pontoações (campo primário de pontuação), onde
acumulam filamentos citoplasmáticos ou plasmodesmas (Figuras 11a e 11b),
que facilitam a comunicação entre os protoplasmas das células (SOUZA, 2009).
a b
Figura 11 - (a) Esquema de plasmodesmas entre as células vegetais; (b) micrografia eletrônica
de transmissão da parede celular com os plasmodesmas / Fonte: Curiosando ([2019], on-line)4.
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A parede secundária desenvolve-se após o crescimento da célula cessar, pois é
UNIDADE 1
Pontoação Pontoação
simples areolada
Lamela Pontoação
Parede areolada Pontoação
mediana semi-areolada
primária com toros
Parede
secundária
Membrana Aréola
da pontoação toro
Câmara da
pontoação
Abertura da
pontoação
a b c d
Figura 12 - Esquema dos tipos de pontuação presente na parede celular: pontoação sim-
ples, areolada, com toros e semi-areolada / Fonte: Appezatto-da-Glória e Carmello-Guer-
reiro (2006, p. 134).
24
Plastídios
UNICESUMAR
Organelas essenciais na vida do vegetal. Elas estão presentes no citoplasma
das células. Apresentam uma membrana dupla, estroma e um sistema de
membranas internas, além de possuírem DNA. Apresentam variações, como
protoplastídios (precursor para os demais), cromoplastídios providos de pig-
mentos, como a clorofila (pigmento verde), os eritroplastídios (pigmentos
vermelhos) e xantoplastídios (pigmentos amarelos). Este pode aumentar a
produção de carotenoides (SOUZA, 2009).
Os cloroplastídios (Figura 13) são encontrados em órgãos, como caule jovem,
folhas, frutos e algumas flores. Podem se originar de protoplastídios, cromoplastí-
deos, leucoplastídios ou estioplastídios. Têm mais importância por serem respon-
sáveis pela fotossíntese e, por isso, possuem um sistema interno de membranas
bem desenvolvido, com prolongamentos de membrana interna que se projetam
no interior do estroma sob a forma de vesículas achatadas, os tilacoides. Estes po-
dem ocorrer empilhados (granum) ou apenas interligando um granum ao outro.
Podem mostrar estrutura diferente de acordo com o metabolismo de fixação de
CO2, como ocorrem em plantas C3 que tem granum bem desenvolvido e plantas
C4 que podem não apresentar granum diferenciado.
Membrana
Interna
Estroma
Granum
Membrana
externa
Tilacóide
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UNIDADE 1
Figura 14 - Cromoplastos com diferentes pigmentações nas células vegetais: (a) cloroplastí-
deos; (b) xantoplastídeos; (c) eritoplastídeos
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5
EMBRIOGÊNESE
UNICESUMAR
NAS PLANTAS:
Início de um Ciclo
pensando juntos
Receptáculo
Figura 15 - Sistema caulinar
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Pedúnculo
O processo de reprodução ocorre por dupla fecundação, quando o tubo polí-
UNIDADE 1
nico, ao penetrar o óvulo, libera os gametas masculinos dentro de uma das células
sinérgides (células que estão presentes na fecundação que compõe o saco em-
brionário junto às antípodas e oosfera). Um dos gametas fecunda a célula média,
formando a célula inicial do endosperma, e a outra fecunda a oosfera (gameta
feminino) (Figuras 16 e 17). Com a fusão dos núcleos forma-se o zigoto, que ini-
ciará a divisão após algum estímulo nutricional, hormonal ou de outra natureza
para seu desenvolvimento (FLOH et al., 2015). Ocorrida a fecundação, os óvulos
desenvolvem-se em sementes, e o ovário desenvolve-se no fruto.
Antena liberando
grãos de pólen
Estigma recebendo
grãos de pólen
Embrião
Oosfera
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Estame
Célula-Mãe de Antera
UNICESUMAR
Micrósporos
Micrópilo
Micrósporo
Tétrade Endosperma
Flor Integumento
Megásporo
Célula-Mãe
de Megásporo
Grão de
Pólen Saco
Célula Embrionário
Germinativa Célula do
Tubo
Esporófito Grão de
Maduro Pólen em
Germinação Oosfera
Embrião
Esporófito
Jovem Casca
Semente
Sinérgidas
zigoto Núcleos Polares
Semente
Antipodais
Endosperma Fertilização
Dupla
Núcleo
Triploide do
Endosperma
Proembrião e embrião
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Ápice da Aparecimento dos
Protoderme Endosperma raiz cotilédones Endosperma
UNICESUMAR
a b
Curvatura dos
c d
Hipocólito Meristema apical
Endosperma cotilédones caulinar
Protoderme
Procâmbio
Meristema
fundamental
Ápice da
raiz
Célula basal Tecido Procâmbio Cotilédone
100µ m
do suspensor nucelar
Radícula Célula basal
31
UNIDADE 1
explorando Ideias
32
Chegamos ao final desta primeira unidade, em que pudemos verificar os tipos de
UNICESUMAR
microscópios mais utilizados na anatomia vegetal, além de conhecer as técnicas
necessárias para processar o material em lâminas para observação em nível celu-
lar. Isso foi possível observar nos tecidos e, melhor ainda, nas células. Espero que
tenham compreendido como funciona o material específico para anatomia vegetal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. Sobre a microscopia, o professor de Anatomia Vegetal solicitou aos alunos que façam
observações ao microscópio no caule de Phaseolus vulgaris para analisar e descrever
tecidos, como xilema e floema, informando detalhes da parede da célula xilemática e
floemática. Qual tipo de microscopia e de aumento é ideal para esse tipo de análise?
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na prática
a) V, V e F.
b) F, F e V.
c) V, F e V.
d) F, F e F.
e) V, V e V.
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aprimore-se
Este artigo traz uma discussão sobre o conteúdo da citologia, encontrado nos livros
didáticos, e suas representações, por meio de questões levantadas por Robert Bro-
wn, no século XIX, que fazia identificação do núcleo em plantas de orquídeas.
As estruturas desenhadas ou esquematizadas de células, atualmente, foram pro-
postas a partir de observações em microscópios, em séculos anteriores, quando
não se tinham muitos equipamentos avançados e, hoje, ao analisar as estruturas
em uma aula prática também temos algumas limitações. Desta forma, a autora do
artigo mencionado, estudou uma das organelas mais importantes para a célula,
com intuito de saber o histórico da identificação do núcleo. Ela propõe várias figu-
ras, como a imagem da célula de Robert Hooke, com células de cortiça em que não
tínhamos o núcleo em evidência, apenas as paredes celulares, motivo pelo qual não
as visualizamos, e o poder de aumento do microscópio que, posteriormente, coloca
a figura de Robert Brown como responsável por identificar o núcleo celular.
Robert Brown fez inúmeras coletas de espécies de plantas para estudar e classi-
ficar o material e, durante estas análises, observou uma estrutura que denominou
núcleo. Como suas descrições foram bastante precisas e detalhadas, verificou que
era comum em células do tecido e também internas. Apesar de muitos, ainda, ques-
tionarem suas observações e sua definição como núcleo para o que ele descreveu
nas células de algumas plantas, os esquemas didáticos que temos, atualmente, cor-
respondem às análises e às imagens obtidas por Robert Brown.
Quando analisamos em microscópio eletrônico, o qual só obtivemos a partir do
século XX, as estruturas são muito semelhantes, porém, quando comparamos as
representações didáticas presentes nos livros, estas apresentam variações, devido
à produção científica muito complexa.
A autora discute as propostas didáticas que resolvem situações que não condi-
zem com as estruturas descritas nos livros didáticos de Biologia e propõe algumas
soluções para esse impasse.
Fonte: adaptado de Batisteti et al. (2009).
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eu recomendo!
livro
37
2
HISTOLOGIA
VEGETAL
PROFESSORA
Dra. Luciane da Silva Santos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Tecidos Meristemáticos • Teci-
dos Fundamentais • Tecidos Vasculares • Sistemas de Crescimento Primário e Secundário • Tecido de
Revestimento e Estruturas Secretoras
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Classificar e caracterizar os tecidos meristemáticos entre embrionário e diferenciado • Identificar e
classificar os tecidos fundamentais quanto às funções que desempenham na planta • Classificar os
tecidos vasculares em xilema e floema, ao caracterizar seus tipos celulares e suas funções • Diferenciar
o crescimento primário do secundário ao analisar as células vasculares e da periderme • Identificar as
células que classificam o tecido epidérmico de seus apêndices.
INTRODUÇÃO
MERISTEMÁTICOS
Células meristemáticas
40
As divisões das células podem ser anticlinais, periclinais ou tangenciais e
UNICESUMAR
oblíquas. A divisão anticlinal ocorre quando o plano de divisão é perpendicular
à superfície do órgão (Figura 1A), onde está instalado o meristema, enquanto na
região periclinal o plano é paralelo (Figura 1B).
Anticlinal
Periclinal
Superfície do
caule ou raiz.
2), que podem sofrer divisões e formar, assim, as células derivadas (Figura 2),
estas, posteriormente, podem continuar a se dividir, formando novas deriva-
das. Ou, ainda, podem permanecer em repouso, até que um estímulo inicie a
divisão novamente (SOUZA, 2009).
Diferenciação
UNICESUMAR
eliminadas (MOURÃO; PINTO, 2011).
Primórdios foliares
Túnica
Corpo
Além disso, formam-se as folhas, que são originadas a partir de divisões pericli-
nais, as quais ocorrem na camada superficial do ápice caulinar, evidenciando pe-
quenas projeções, chamadas de primórdios foliares (Figura 3) e, posteriormente,
serão folhas jovens. Existem, ainda, nessa região, as gemas axilares: células que
sofrem constantes divisões para originar os ramos caulinares (Figura 3).
43
Quando analisamos o meristema apical da raiz, observamos a presença da
UNIDADE 2
coifa ou caliptra (Figura 4), que funciona como proteção das células apicais que
sofrem divisão e, normalmente, são células parenquimáticas. O grupo de células
iniciais, presentes na raiz, são inativas e são denominadas de centro quiescente
(Figura 4) e apresentam, abaixo delas, células derivadas, que recebem denomi-
nação de acordo com a posição e a região que ocupam, pois podem ser parte da
protoderme, do meristema fundamental (córtex) e do procâmbio.
Prôcambio
Meristema
fundamental
Protoderme
Centro
quiescente
Coifa
Meristemas primários
UNICESUMAR
ápice da raiz e do caule. Torna-se mais visível no caule, em que temos as
chamadas gemas apicais ou laterais. Estas células originam a epiderme do
órgão ao qual está relacionado.
■ Meristema fundamental: é responsável pela formação dos tecidos pa-
renquimático, esclerenquimático e colenquimático, os quais preenchem
e dão sustentação ao corpo da planta.
■ Procâmbio: é responsável pela formação dos tecidos condutores, pelo
xilema e pelo floema primários.
Protoderme Procâmbio
Meristema
fundamental
Meristemas secundários
45
Câmbio vascular
UNIDADE 2
Felogênio
46
Epiderme
UNICESUMAR
Súber
Felogênio
Floema 2º
Câmbio Vascular
Xilema 2º
explorando Ideias
Veja, no link disponível, um álbum didático de anatomia vegetal que foi elaborado por profes-
soras da Unesp – Instituto de Biociências Botucatu. Ele apresenta figuras com ótima qualida-
de de materiais utilizados em aulas práticas, com o intuito de favorecer estudos extraclasse.
Nesse álbum, encontramos fotos de células, tecidos e órgãos com detalhamento de suas es-
truturas anatômicas vegetativas e reprodutivas. Para saber mais, acesse: www.ibb.unesp.br/
Home/ensino/departamentos/botanica/album_didatico_de_anatomia_vegetal.pdf
Fonte:a autora..
47
2
TECIDOS
UNIDADE 2
FUNDAMENTAIS
48
Ráfide
UNICESUMAR
Drusa
a b
Fonte: adaptado de India Essays (2017, on-line) .
7
Drusa
c d
Figura 7 - Cristais em células parenquimática: (a) esquema de drusa; (b) esquema de ráfide;
(c) drusa em caule; (d) ráfide presente em célula parenquimática
Fonte: Espaço Carlos Dionata (2013, on-line)8.
49
ção da planta. É homogêneo, comum
UNIDADE 2
50
Quando analisamos as fibras presentes, próximas aos feixes vasculares,
UNICESUMAR
vemos que são originadas do procâmbio, se forem associadas ao tecido vas-
cular primário, ou do câmbio, se estiverem no tecido vascular secundário.
Encontramos também, fibras que ocorrem no xilema, diferenciadas pela es-
pessura da parede e o tipo de pontoação: as libriformes, condutoras e com
pontoações simples; e as fibrotraqueídes, intermediárias entre fibras e tra-
queídes, com pontoações areoladas.
Existe, ainda, as fibras gelatinosas ou mucilaginosas, no xilema secundá-
rio. Essas fibras possuem uma camada chamada de “G”, a qual absorve água
e fica entumecida. São comuns também as fibras comerciais, como no caso
do linho, cânhamo, rami, sisal e da espada de São Jorge, em que se apresen-
tam bem extensas. Enquanto outras são menores e isoladas, classificadas em
fibriformes, colunares, osteoesclereídes, astroesclereídes, macroesclereídes e
braquiesclereídes (células pétreas).
explorando Ideias
Encontramos parênquima em todos os órgãos presentes nas plantas, mas dentre todos,
destaca-se a grande variação nas folhas. Estas são as primeiras a sofrer interferência do
meio ambiente e de suas condições. A plasticidade fenotípica foliar é muito estudada e
abordada na fisiologia, na anatomia e na ecologia vegetal. Assim, deixo, a seguir, o link
para o acesso a um trabalho sobre plasticidade, devido a intensidade luminosa em espé-
cie de Melastomataceae, para a análise da quantidade de parênquima presente.
Para saber mais acesse: http://www.scielo.br/pdf/rod/v68n2/2175-7860-rod-68-02-0545.pdf
Fonte: a autora.
51
3
TECIDOS
UNIDADE 2
VASCULARES
Xilema
UNICESUMAR
ma (ou citosol), são vivas e tem a fun-
ção de armazenamento e translocação
da água e de solutos (célula por célula).
Também encontramos as células escle- Floema (B)
Floema
O floema é o tecido que conduz soluções que nutrem a planta, como água; car-
boidratos; substâncias nitrogenadas; lipídios; ácidos orgânicos; ácidos nucleicos
reguladores de crescimento e vitaminas. Não sofre processo de lignificação e
suas células se diferenciam em elementos crivados (elemento de tubo crivado e
células crivadas), células parenquimáticas companheiras, células parenquimáticas
e células esclerenquimáticas (RAVEN, 2014).
Os elementos crivados são células pouco espessadas, com campos primários de
pontoação, geralmente, alongadas, com a função básica de conduzir metabólitos. São
encontradas em áreas crivadas, em regiões especiais de suas paredes, onde passam
filamentos citoplasmáticos (cordões de conexão). As placas crivadas são campos mais
amplos, que ocorrem nas paredes transversais do elemento crivado (SOUZA, 2009).
As células crivadas são mais alongadas e apresentam uma extremidade celu-
lar mais oblíqua. Os elementos de tubo crivado se sobrepõem, formando o tubo
53
crivado (figura 10), e apresentam uma placa crivada nas paredes transversais,
UNIDADE 2
quando presentes nas áreas crivadas, nas paredes laterais (figura 10).
O floema apresenta células parenquimáticas companheiras, essenciais na dife-
renciação e auxiliam na identificação desse tecido. Seu contorno é triangular ou pen-
tagonal, com protoplasma e núcleo; está ao lado de um elemento de tubo crivado e
se origina da mesma célula procambial. As células companheiras e os elementos de
tubo crivado formam um complexo de relação fisiológica, diretamente, ligada ao
carregamento e ao transporte de solutos a longas distâncias (SOUZA, 2009).
Fluído do citoplasma
Placa crivada
Célula companheira
Parênquima do floema
Núcleo
Figura 10 - Esquema de tecido condutor, floema, com seus elementos de tubo crivado e
placa de perfuração
54
UNICESUMAR
explorando Ideias
Existem flores de todos os tipos e cores, mas sabemos que uma flor branca pode mudar de
cor por meio de métodos utilizados com corantes. Essa situação se dá devido a condução da
água a partir dos vasos xilemáticos, isso ocorre porque mesmo depois de cortada, a planta
continua, por alguns dias, fazendo a condução da água da parte cortada do caule até suas
pétalas. Veja, no link, a seguir, como fazer esse experimento em sua casa: http://experimen-
toteca.com/biologia/experimento-conducao-de-agua-nas-plantas-rosa-arco-iris/
Fonte: a autora.
pensando juntos
Qual o movimento da água até as folhas? Existe o transporte das moléculas de água desde
a raiz até o estômato nas folhas, vimos esse movimento na teoria da coesão-tensão. A
água pode passar pela parede celular ou percorrer os espaços intercelulares da raiz até
atingir as células xilemáticas.
55
4
SISTEMAS DE CRESCIMENTO
UNIDADE 2
PRIMÁRIO E
secundário
UNICESUMAR
por exemplo: não possuem função o tempo todo; as células perdem o protoplas-
ma, restando apenas as paredes; ficam mais escuras e formam o cerne e a parte
mais clara, que ainda está em funcionamento, chamada alburno.
Outra diferença do xilema secundário, quanto ao primário, é a presença de
células, além daquelas já mencionadas, que apresentam algumas alterações no
sistema axial e radial.
a b
Figura 11 - Caule em secção transversal: (a) presença de parênquima, floema, xilema, câmbio
vascular, esclerênquima, felogênio e súber; (b) detalhe do xilema secundário e região cambial
explorando Ideias
57
5
TECIDO DE
UNIDADE 2
REVESTIMENTO E
estruturas secretoras
Epiderme
58
UNICESUMAR
Figura 12 - Estruturas epidérmicas: (a) tricoma tector pluricelular de Mikania cordifolia, corte
em secção transversal; (b) estômato em epiderme adaxial de Aspilia sp., corte em secção
transversal; (c) emergência semelhante a tricomas em Calea cuneifolia, corte em secção trans-
versal; (d) tricoma tector visto em lupa (microscópio estereoscópico); (e) estômato visto em
microscopia eletrônica de varredura; (f) emergência visto em lupa
59
exemplo, plantas naturais de ambientes secos, daquelas de ambiente úmido
UNIDADE 2
Parede externa
Células guardas
Núcleo
Parede interna
grossa
Cloroplasto
60
O complexo estômato apresenta caráter taxonômico relevante. Nós o clas-
UNICESUMAR
sificamos de acordo com a disposição das células anexas, em relação às demais
células epidérmicas: anomocítico (figura 14A), quando as células subsidiárias
não se diferenciam; anisocítico (figura 14B) , com três células subsidiárias de
tamanhos diferentes, envolvendo as células-guarda; paracítico (figura 14C), que
apresentam duas células subsidiárias, com eixos longitudinais, paralelos ao maior
eixo das células guarda; o diacítico (figura 14D), com duas células subsidiárias
de eixo longitudinal perpendicular ao das células-guarda e o ciclocítico (figura
14E), que apresenta células anexas, que envolvem o estômato, formando um cír-
culo (APPEZZATO-DA-GLORIA; CARMELLO-GUERREIRO, 2006).
Para Poaceae e Cyperaceae, essa classificação não se aplica, pois suas células
guardas possuem formato de haltere. Nas demais famílias de monocotiledônea,
encontramos o tipo tetracítico (figura 14F), o qual apresenta quatro células ane-
xas: duas paralelas ao estômato e uma em cada polo do estômato.
Quando os estômatos originam-se na parte superior das folhas, nós clas-
sificamos como epiestomáticos. Na parte inferior, nós os classificamos como
hipoestomáticos e se ocorrem em ambas as partes, como anfiestomáticos.
célula célula
epidérmica guarda
célula
anexa
61
Observamos a presença de células especializadas na epiderme, como as células
UNIDADE 2
buliformes (figura 15), que são bastante volumosas, perdem água e promovem o
enrolamento da folha. Os litocistos, em geral, contém uma concreção de carbo-
nato de cálcio, e as células suberosas, com paredes suberizadas ou silicosas, com
sílica (APPEZZATO-DA-GLORIA; CARMELLO-GUERREIRO, 2006).
Figura 15 - Célula buliforme em folha de (a) Fymbristylis annua e (b) Cymbopogon citratus - (Cb)
células buliformes; (En) Endoderme; (Pr) Periciclo / Fonte: adaptado de Appezzato-da-gloria,
Carmello-guerreiro (2006, p.319-320).
62
Os tricomas peltados são pelos pluricelulares, com um curto pedúnculo,
UNICESUMAR
que irradia células alongadas.
As papilas são protuberâncias de pequeno relevo, que dão aspecto aveludado,
por exemplo, em superfícies epidérmicas, como as pétalas.
As emergências também são apêndices, porém podem ter origem epidérmica
ou subepidérmica e, como são muito semelhantes aos tricomas, é necessário um
estudo ontogenético do apêndice. Uma das emergências que classificamos com
tranquilidade é o acúleo, pois são rígidas, pontiagudas, pluricelulares, tem origem
epidérmica e subepidérmica e é desprovido de tecido vascular (SOUZA, 2009).
PLURICELULARES
UNICELULARES
b c
Figura 16 - Tipos de tricomas: (a) tricomas tectores; (b) tricomas secretores; (c) Tricomas peltados
Periderme
63
loderme, mais interna, devido à atividade meristemática. A periderme pode ser
UNIDADE 2
mais superficial, nos caules, ou mais profunda, como nas raízes (SOUZA, 2009).
Suber
a b
Figura 17 - Caule em secção transversal, em destaque os tecidos que originam o súber: (a)
caule jovem em desenvolvimento secundário; (b) caule com desenvolvimento secundário
avançado
64
Estruturas secretoras
UNICESUMAR
Ao utilizar o termo “secreção”, no vegetal, devemos lembrar que é um processo
de síntese, liberação e excreção de materiais de composição química variada, que
pode ser “descartada” ou utilizada pela própria planta, que conta com um sistema
relacionado as necessidades metabólicas e outro sistema que atua na interação da
planta com outros organismos para atrair ou repelir (MOURÃO; PINTO, 2011).
As estruturas secretoras podem ser externas ou internas, e sua função irá
depender da forma que a substância será eliminada. A eliminação pode ocorrer
de duas formas: para o ambiente e no interior da estrutura que se localiza. Os
hidatódios, nectários, glândulas de sais, glândulas digestivas e tricomas
secretores são estruturas externas.
Os hidatódios são estruturas presentes nas folhas, responsáveis por eliminar
água de forma passiva, processo denominado gutação. Geralmente, são consti-
tuídos por traqueídes, terminação de nervura, parênquima frouxo (epitema) e
estômato inativo (SOUZA, 2009).
Os nectários podem ser florais ou extraflorais e, geralmente, secretam líquido
açucarado. Os tipos florais ocorrem nas flores e podem ser observados nos ová-
rios, no estame, na sépala, na pétala ou no receptáculo. Enquanto os extraflorais
são comuns em folhas, próximos do pecíolo, das nervuras ou na zona de abscisão.
Em geral, constituem-se de tecido parenquimático secretor multiestratificado,
com vascularização feita por feixes exclusivos de floema, do xilema ou na pre-
sença de ambos, no qual há predomínio de um, de acordo com a necessidade do
que será excretado (SOUZA, 2009).
As glândulas de sais são tricomas glandulares, que secretam sais inorgâni-
cos, e estão presentes em plantas de ambientes salinos. Sua função é eliminar o
excesso de sais e agir contra os herbívoros, tornando a planta impalatável. Já as
glândulas digestivas, também consideradas tricomas, comuns às plantas carní-
voras, eliminam substâncias com enzimas que digerem os animais capturados.
Os tricomas glandulares, como mencionado, anteriormente, nesta unidade,
eliminam secreções a partir de células apicais que rompem a cutícula, substâncias
que podem ser armazenadas e, posteriormente, eliminadas.
As estruturas externas são comuns no tecido parenquimático, os quais, normal-
mente, contam com células que ficam imersas e apresentam conteúdo variável. Como
exemplo, temos os idioblastos, que acumulam mirosina, taninos, mucilagens, cristais,
óleos essenciais, resinas e outras. São comuns no parênquima, nas drusas, nos ráfides,
65
nos cistólitos, principalmente das folhas, tornando-as não palatáveis aos herbívoros.
UNIDADE 2
explorando Ideias
Este texto, apresentado em um curso teórico prático, oferecido pela Universidade de Lis-
boa, aborda a estrutura e ultra-estrutura dos diversos tipos de tricomas, idioblastos, ca-
nais e cavidades secretoras de diferentes espécies medicinais. É possível observar nas fi-
guras, os tricomas glandulares e as diferentes condições que encontramos a célula apical,
inclusive, como é evidenciado o conteúdo presente entre a célula e a cutícula ou dentro
dela. Saiba mais, acessando o link: http://cbv.fc.ul.pt/PAM/pdfsLivro/LiaAscensao.pdf.
Fonte: adaptado de Ascensão (2019).
66
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), estudamos, nesta unidade, a histologia vegetal. Vimos, desde
a formação dos tecidos, chamados meristemas, até os tecidos adultos, como o
tecido fundamental, o vascular, o de revestimento, e as estruturas secretoras. En-
cerramos a unidade com muitas estruturas descritas, possíveis de se identificar e
caracterizar, ao analisar uma lâmina de histologia vegetal.
Analisamos como se inicia a formação dos tecidos em uma planta e o que é
essencial para reconhecer o tecido adulto, pois a posição em que as células iniciam
as divisões indica qual tecido estará presente, e se este terá apenas o crescimento
primário ou secundário.
Compreendemos que o tecido fundamental é a base da estrutura da planta
quando adulta. A sua a função se diferencia de acordo com cada órgão, inclusive
a variação, no formato de suas células. Como já sabemos, um tecido fundamental,
muito conhecido e citado, é o parênquima clorofiliano, o qual possui a função
fotossintética de manter a planta e os demais seres vivos que precisam de oxigênio.
Aprendemos que o tecido vascular, também conhecido como tecido con-
dutor, configura-se a partir de estruturas mais simples, quando em crescimento
primário. Porém, quando em crescimento secundário, apresenta uma variação de
células bastante significativa, para estudos mais complexos das plantas lenhosas.
Também foi, brevemente, conceituado a respeito do crescimento secundá-
rio, que nos levou a compreensão de que o mais importante para analisar esse
conteúdo é entender o desenvolvimento do câmbio vascular, o qual aumenta a
espessura da planta, e o felogênio, que ajuda na proteção das diversas camadas
externas que são formadas.
Ao final, estudamos o tecido de revestimento, revisamos alguns tópicos es-
tudados, anteriormente, e compreendemos as estruturas secretoras. Vimos que
além dos tricomas glandulares, temos outras estruturas que liberam secreção para
proteção da planta e que podem armazenar funções para utilização posterior.
67
na prática
68
na prática
A sequência correta é:
a) V, V, F, V.
b) F, V, V, F.
c) F, F, V, V.
d) F, V, F, V.
e) V, V, V, F.
69
aprimore-se
Sabemos que, atualmente, a necessidade de criar outras opções para adquirir pro-
dutos que atendam a indústria e, consequentemente, a humanidade, é fundamen-
tal, tanto para a sustentabilidade quanto para reduzir o tempo e economizar finan-
ceiramente. Dessa forma, se analisarmos a área que desenvolve a produção in vitro
para plantas e para a cultura de tecidos, vemos que é uma atividade atual para o
biólogo, dentro da biotecnologia vegetal. Recentemente, mais um artigo nos trouxe
informações sobre esse assunto. Dessa vez, a produção de metabólitos foi executa-
da com êxito por uma equipe de pesquisadores de Manaus-AM.
É possível analisar a metodologia que utilizaram e verificar a importância de
conhecer muito bem cada estrutura morfológica e anatômica bem como as suas
respectivas funções. Foi desenvolvido um trabalho sobre a produção de metabóli-
tos secundários, cultivando tecidos a partir de pequenos pedaços da folha de uma
determinada planta, mas que poderia ser qualquer tecido que apresentasse totipo-
tência, como os presentes em raízes e caules.
O processo utilizado pelos autores envolve uma desdiferenciação, processo em que as
células adultas podem voltar ao processo de divisão (potencial meristemático), aumentan-
do a quantidade daquele tecido que foi induzido e, assim, adquir o metabólito de interesse.
Nesse caso, a produção foi direcionada para fármacos com o objetivo de au-
mentar a quantidade da substância e minimizar o impacto sobre a coleta de plantas
na natureza. Os autores relataram que apesar de grande relevância, quanto a me-
todologia, ainda, não é viável a produção em grande escala devido ao custo. Mas
poderíamos, por exemplo, desenvolver a cultura de tecidos para produzir plantas
inteiras, como as espécies que estão em extinção, ou aquelas que precisam de mui-
tos exemplares para ser comercializados, sem prejuízo a natureza.
No artigo, é possível analisar alguns conceitos estudados, nesta unidade, como a
produção de tecidos meristemáticos, que podem se desenvolver em tecidos funda-
mentais como o parênquima, além de identificar que os metabólitos são produzidos
e as estruturas secretoras. Todos esses tecidos quando, ainda, estão no órgão, ne-
cessitam do tecido vascular.
70
eu recomendo!
livro
71
3
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS
VEGETATIVOS
e reprodutivos
PROFESSORA
Dra. Luciane da Silva Santos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Anatomia da raiz e caule • Ana-
tomia da folha • Anatomia da flor • Anatomia do fruto • Anatomia da semente e plântula
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Identificar e comparar as estruturas radiculares e caulinares, e diferenciar as características básicas •
Analisar e compreender as estruturas que compõem a folha • Identificar e associar estruturas específicas
da folha (estômatos, clorofila, parênquimas paliçádico e esponjoso), permitindo associar com caracteres
morfológicos • Analisar as características básicas do fruto e associar o desenvolvimento das estruturas
da flor • Conhecer os caracteres da semente e da plântula, para associar as funções fisiológicas e de
desenvolvimento das plantas.
INTRODUÇÃO
DA RAIZ
e do caule
Raiz
74
UNICESUMAR
Procâmbio
Coifa
Meristema Apical
Meristema Fundamental
Protoderme
Figura 1 - Ápice da raiz em secção longitudinal, com indicação da Coifa, Meristema Apical,
Meristema Fundamental, Procâmbio e Protoderme.
Função
75
UNIDADE 3
a b
c d
Figura 2 - Funções importantes para a sobrevivência da planta: (a) Orquídea com raiz aérea,
(b) Planta aquática, com ramificações de raiz, (c) Plantas do manguezal com adaptações de
raiz, (d) Raiz de Manihot sp. (mandioca), raiz de reserva
Estrutura da raiz
76
UNICESUMAR
Pelo radicular
Figura 3 - Raiz primária em secção transversal, com presença de pelos radiculares
Fonte: a autora.
77
UNIDADE 3
Via simplasto
Via apoplasto
Figura 4 - Esquema de representação das vias de transporte da água do meio externo para o
interno: Via apoplasto (vermelha) e simplasto (azul)
78
UNICESUMAR
Raiz lateral
Raiz lateral
Figura 5 - Raiz em corte transversal, mostrando protrusão de raízes partir da raiz principal
79
UNIDADE 3
Crescimento
80
Caule
UNIDADE 3
UNICESUMAR
O caule é originado durante o desenvolvimento do embrião, neste estágio, o ápi-
ce é terminal e produz folhas e gemas axilares. Tem, como principais funções,
suporte, condução e transporte dos produtos da fotossíntese por toda a planta,
além de sustentar as folhas (SOUZA, 2009). O caule apresenta uma camada epi-
dérmica durante seu desenvolvimento primário, onde suas células que possuem
paredes periclinais externas são revestidas por cutículas. Tricomas glandulares
ou não glandulares podem estar presentes, além de papilas e emergências, como
acúleos e estômatos. O procâmbio tem diferenciação acrópeta, no ápice caulinar,
onde se encontram a túnica e o corpo (SOUZA, 2009). No córtex, encontramos
o parênquima com ou sem cloroplastídeos, espaços intercelulares e células de
tamanhos variados. O colênquima também está presente nesta região, sendo
visualizado em cordões isolados ou contínuos, logo abaixo da epiderme (ver
figura a seguir) (SOUZA, 2009).
Colênquima
UNICESUMAR
Feixe
vascular
Medula
UNICESUMAR
tas que desenvolvem lenho.
O caule apresenta um de-
ES senvolvimento do xilema em
MF - Metafloema
grande quantidade e este fator
MX - Metaxilema é o que distingue as plantas de
grande porte (ver figura ante-
PX - Protofloema
rior). O espessamento do cau-
le, geralmente, não ocorre, ou
Figura 11 - Caule em secção transversal: (VI) Câmbio é restrito a plantas herbáceas,
interfascicular, (VF) Câmbio fascicular, (MF) Metafloe- nas quais é possível observar
ma, (MX) Metaxilema, (PX) Protofloema
crescimento primário e secun-
Periderme
dário. Em plantas lenhosas, o
Xilema 2º Floema 2º
Súber xilema e o floema secundários
são formados, devido à ação
meristemática do câmbio vas-
cular e do parênquima, situado
entre os feixes vasculares (ver
figura anterior).
Nas camadas mais exter-
nas do caule forma-se a peri-
derme, originada do felogênio,
assim ocorre a eliminação do
súber ou felema para o exterior
Figura 12 - Caule com crescimento secundário em secção e da feloderme para o interior
transversal, com início de desenvolvimento do súber
(ver figuras seguintes).
Súber
DA FOLHA
As folhas são órgãos bastante especializados, em geral, são extensões do caule com
origem semelhante. Formadas por tecido epidérmico, fundamental e vascular,
podem apresentar diversas variações na sua distribuição. Entretanto, em todas
variações, é sempre evidente a presença do tecido paliçádico, o qual contribui
para a fotossíntese.
Função e origem
As folhas são, geralmente, laminares, dorsiventrais, com várias formas e vários ta-
manhos. Sua principal função é a fotossíntese e, consequentemente, a transpiração.
Apresenta crescimento determinado, com tipos sucessionais de folhas, que desempe-
nham funções específicas nas diferentes fases de desenvolvimento, como cotilédones
e eófilos para plântula, folhas florais, espinhos, gavinhas, folhas coletoras e insetívoras
(ver figura seguinte).
84
UNICESUMAR
a b c d
e f g h
Caracterização
85
UNIDADE 3
a b
PECIOLO
ESTÍPULAS
NERVURA
PRINCIPAL
NERVURA
GEMA
d
LÂMINA
FOLIAR
ÁPICE CAULE
c d
Figura 15 - Quatro tipos de estrutura de pecíolo de acordo com a disposição do sistema vas-
cular: (a) Cilindro contínuo, (b) Em ferradura, (c) Meia-lua e (d) Fragmentado
Quando analisamos o limbo foliar, estrutura laminar com duas superfícies chama-
das de abaxial (inferior) e adaxial (superior), observamos que a epiderme é uni ou
multisseriada, comumente, poliédrica, curta ou alongada, de paredes anticlinais re-
tas ou sinuosas em vista frontal, com presença de cutícula na parede externa. Podem
ocorrer tricomas glandulares, ou não, além de estômatos, apresentando variações
de acordo com o ambiente em que se desenvolvem (MENEZES et al., 2003).
Entre a epiderme e o sistema vascular, temos o chamado mesófilo, com-
posto, basicamente, por parênquimas (MENEZES et al., 2003). É constituí-
do pelo parênquima clorofiliano paliçádico, o qual está abaixo da epiderme
86
adaxial, composto por células típicas alongadas, dispostas em fileiras e justa-
UNICESUMAR
postas (ver figura anterior). Na maioria das espécies, o mesófilo apresenta um
segundo parênquima, conhecido como esponjoso, no qual as células podem
ser isodiamétricas ou alongadas radialmente e braciformes (SOUZA, 2009).
Essa configuração com dois tipos de parênquima clorofiliano na mesma folha
a caracteriza como dorsiventral (ver figura a seguir). Se houver parênquima
paliçádico em ambas superfícies, é caracterizada como isobilateral e, quando
não há distinção entre os tipos, é chamada homogênea.
Ainda, a respeito do
Ed - Epiderme face adaxial
mesofilo, observamos, nas
Pp - Parênquima paliçádico
monocotiledôneas e nas di-
cotiledôneas, a fotossíntese
C4, em que as células do
mesofilo são dispostas de
maneira radiada em torno
da endoderme (estrutura
Pl - Parênquima lacunoso Kranz) (Figura 17), dispo-
sição que garante maior efi-
Eb - Epiderme face abaxial
ciência fotossintética, assim
Figura 16 - Folha de dicotiledônea em secção transversal: como maior quantidade de
(Eb) Epiderme face adaxial, (Ed) Epiderme face abaxial,
(Pl) Parênquima lacunoso, (Pp) Parênquima paliçádico espaços intercelulares que
facilitam a troca gasosa
Ed
St
Epiderme face adaxial (MENEZES et al., 2003).
Estômato
Pl A bainha do feixe da
Parênquima lacunoso
Cs folha é considerada como
Câmara estomática
Bv uma endoderme, já que suas
Bainha vascular
Fv
Feixe vascular
células apresentam estrias
de Caspary ou formam uma
Pp
Parênquima paliçádico bainha amilífera.
Eb
Epiderme face abaxial
DA FLOR
A flor é conhecida como uma folha modificada, chamada de antofilo, por mani-
festar espécies estéreis ou férteis. Assim, a estrutura anatômica é muito semelhante
àquela já descrita anteriormente. Ao estudar o exemplo de uma flor completa,
analisamos a sépala, a pétala, o estame, a antera (com grão de pólen), o pistilo
(estigma + estilete) e o ovário (Figura 18).
Antera
Pistilo
Estame
Ovário
Óvulo Pétala
Sépala
Figura 18 - A sépala apresenta uma epiderme cuticularizada, com estômatos na face abaxial
e tricomas glandulares ou não glandulares. As células epidérmicas são comuns, poliédricas,
tabulares ou cilíndricas, com paredes delgadas
88
Assim como nas folhas, a sépala exibe um mesofilo parenquimático clorofilado
UNICESUMAR
e homogêneo, com células de tamanhos variáveis. Pode desenvolver idioblastos,
canais secretores e lacticíferos. As nervações, imersas no mesofilo, geralmente,
possui feixes vasculares que são colaterais e seguem o padrão disposto nas folhas.
Quando analisamos a pétala e a tépala, vemos que a epiderme é unisseriada,
com papilas na face abaxial, assim como tricomas glandulares e não glandulares
dos mais diversos tipos, enquanto os estômatos nem sempre são observados. O
mesofilo é parenquimático e homogêneo, com idioblastos e cavidades secretoras.
Quanto aos feixes vasculares, em geral, as pétalas apresentam um único feixe
colateral, exceto em algumas famílias, as quais podem apresentar três ou mais
traços e, consequentemente, feixes vasculares (SOUZA, 2009).
O estame é analisado por partes: o filete, a antera e o grão de pólen, estruturas
particulares do androceu. O filete possui uma estrutura bem simples, com epider-
me cuticularizada, unisseriada, tricomas glandulares, não glandulares e papilas.
Apresenta parênquima com um feixe vascular, mas, em algumas famílias, há três
traços e, consequentemente, três feixes vasculares (SOUZA, 2009).
A antera tetrasporangiada, quando madura, apresenta o conectivo, região de
junção entre o filete e o feixe vascular, além disso, apresenta duas tecas, cada uma
com seu esporângio, se houver grãos de pólen. A região do esporângio possui
epiderme papilosa e endotécio, com camadas de células que apresentam espessa-
mento secundário. Verifica-se a destruição dos esporângios da teca e uma região
de deiscência na sua parede, o estômio, desprovido de endotécio e revestido pela
epiderme, onde rompe-se, longitudinalmente (SOUZA, 2009).
explorando Ideias
90
UNICESUMAR
Calaza
Saco
Tegumento embrionário
Núcleo
Micrópila
Funículo
pensando juntos
A fecundação é o processo que ocorre após a polinização. Ela acontece em três etapas:
acoplamento, copulação e singamia. A fusão dos gametas, que ocorre na singamia, é a
etapa mais importante da dupla fecundação nas Angiospermas.
Fonte: a autora.
91
UNIDADE 3
a b c d e f
Figura 20 - Tipos de ovário em flor de Angiospermas: (a) Ortótropo; (b) Circinotropo; (c) Aná-
tropo; (d) Hemítropo; (e) Anfitropo; (f) Campilótropo
explorando Ideias
A evolução da flor
A anatomia das pétalas apresenta diferença quanto ao número de feixes vasculares, ca-
racterística que é utilizada para compreender melhor a evolução das famílias de Angios-
permas e classificá-las juntamente com estudos genéticos. Saiba mais sobre as estruturas
anatômicas e classificação sistemática e evolutiva no livro Biologia Vegetal, capítulo 19.
Fonte: adaptado de Raven, Evert e Eichhorn (2014).
92
4
ANATOMIA
UNICESUMAR
DO FRUTO
93
UNIDADE 3
explorando Ideias
Alguns frutos necessitam de adaptações estruturais, por exemplo, os frutos secos. Qual(is)
tecido(s) estão presentes neste tipo de fruto? O artigo de Gomes (2008) apresenta a mor-
fologia e a anatomia de frutos da família Apocynaceae, em que foram constatados carac-
teres evolutivos que trouxeram vantagens para a dispersão de frutos secos. Para saber
mais, acesse: https://www.researchgate.net/publication/228514133_Morfo-anatomia_
de_frutos_secos_em_especies_de_Apocynaceae_significado_ecologico_e_evolutivo.
Fonte: a autora.
5
ANATOMIA DA
SEMENTE E
da Plântula
A semente e a plântula são fases críticas para a planta, pois estão disponíveis no
meio, seja para dispersão, seja para alimento de alguns animais. É importante
ressaltar que representam um importante período para dar continuidade à es-
94
pécie e, assim, garantir a perpetuação. A anatomia da semente é importante para
UNICESUMAR
caracterizar os tecidos e analisar como a fisiologia dessa fase de desenvolvimento
garantirá sua sobrevivência. Quando falamos da plântula, a estrutura anatômica
mostra caracteres que estão presentes por curto intervalo de tempo, capaz de
definir a qual grupo pertence e se aquele indivíduo tem condições de se adaptar
às diferentes condições ambientais.
Semente
95
UNIDADE 3
Plântula
96
A estrutura anatômica da plântula apresenta-se na raiz primária, muito seme-
UNICESUMAR
lhante à descrita anteriormente neste capítulo, com epiderme unisseriada, pelos
radiculares, camadas de parênquima e cilindro central com cordões de xilema e
floema dispostos alternadamente.
Eofilos Epicótilo
Cotilédones
Hipocólito
Radícula
97
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 3
98
na prática
a) Colateral.
b) Bicolateral.
c) Anficrival.
d) Concêntrico.
e) Anfivasal.
99
na prática
a) Endocarpo.
b) Mesocarpo.
c) Pericarpo.
d) Endocarpo e mesocarpo.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
100
aprimore-se
O trabalho desenvolvido por Otoni et al. (2015) nos apresenta características obser-
vadas em sistemas gemíferos de uma espécie de Rubiaceae, a qual possui dificulda-
de de reprodução sexuada. Neste estudo foi possível observar que a reprodução ve-
getativa (assexuada) é uma alternativa de sobrevivência bem-sucedida da espécie.
Devido ao seu potencial farmacológico e também a importância de compreender o
desenvolvimento destes sistemas gemíferos para conservar as populações naturais,
os autores coletaram alguns exemplares da espécie Carapichea ipecacuanha e culti-
varam fragmentos radiculares para acompanhar o processo.
Na propagação vegetativa, identificaram que esta espécie ocorre em formações
tipo reboleiras, e que no campo, a espécie perde a parte aérea durante período com
menor condição hídrica. Desta forma, as gemas radiculares subterrâneas, formam
caule com regiões sinuosas e paralelas a superfície do solo antes de emergir, onde
as porções que ficam prostradas emitem raízes adventícias.
A análise anatômica deste desenvolvimento mostrou que as gemas adventícias
radiculares são do tipo reparativas, e após um dano mecânico, desenvolve brotos.
Na ontogenia de gemas radiculares, a origem foi identificada a partir do felogênio.
O desenvolvimento do meristema apical das brotações radiculares promove o rom-
pimento das camadas da periderme e as gemas providas de primórdios foliares em
diferenciação na superfície da raiz ficam visíveis. Os primórdios mais tardios dos
101
aprimore-se
102
eu recomendo!
livro
103
4
MORFOLOGIA
DOS ÓRGÃOS
vegetativos e reprodutivos
PROFESSORA
Dra. Luciane da Silva Santos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Morfologia da raiz • Morfologia do
caule • Morfologia da folha • Morfologia da flor • Morfologia do fruto e da semente.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Diferenciar e identificar os tipos de raízes • Diferenciar e identificar os tipos de caules • Diferenciar e
identificar os tipos foliares • Identificar e classificar a morfologia das flores • Identificar e classificar os
tipos de frutos e sementes.
INTRODUÇÃO
DA RAIZ
Caro(a) aluno(a), neste tópico estudaremos sobre o órgão que auxilia na fixação da
planta ao substrato, o qual apresenta diferentes partes quanto à morfologia externa,
que auxilia na sua classificação e identificação. Dispõe de hábitos variáveis, são
caracterizadas como subterrâneas, aéreas e aquáticas. Além do mais, são classifi-
cadas dentro de dois tipos básicos, quanto à sua origem: raiz primária e adventícia.
Raiz
As raízes podem ser analisadas de acordo com o grau de adaptação, que possui
um tipo de sistema radicular que nos auxiliará na compreensão sobre qual grupo
pertence e em qual dos tipos será classificada. Nesse sentido, serão descritos a
seguir, caracteres morfológicos que auxiliarão na identificação e classificação de
cada tipo de raiz para os diversos grupos vegetais.
UNICESUMAR
quatro regiões distintas durante seu desenvolvimento: coifa (caliptra), zona de
alongamento, zona pilosa e zona de ramificação (Figura 1).
Raiz lateral
Zona de ramificação
Raiz lateral
Raiz lateral
emergindo
Zona pilífera
Pêlos absorventes
Zona de alongamento
Coifa protegendo
a zona meristemática
107
UNIDADE 4
MONOCOTILEDÔNEA EUDICOTILEDÔNEA
RAIZ
RAIZ SECUNDÁRIA PIVOTANTE
RAIZ TERCIÁRIA
c d
e f
Figura 3 - (a) Cenoura, exemplo de caule subterrâneo; (b) Raízes tabulares em figueiras; (c) Estrutura ra-
dicular em formato grampiforme; (d) Raízes da figueira desenvolvidas em sua planta suporte; (e) Raízes
escoras presentes no manguezal; (f) Planta parasita, popularmente chamada de cipó-chumbo, sobre
planta hospedeira; (g) Raízes pneumatóforas, adaptadas a locais com dificuldade de trocas gasosas
explorando Ideias
109
2
MORFOLOGIA
UNIDADE 4
DO CAULE
Caro(a) aluno(a), neste tópico estudaremos o caule, órgão que sustenta as fo-
lhas, as flores e os frutos, tornando possível a distribuição das seivas brutas e
elaboradas, desde a raiz até as ramificações aéreas. Será possível, nesta unidade,
distinguirmos alguns tipos básicos e caracterizá-los morfologicamente.
Caule
110
UNICESUMAR
a b
Figura 4 - (a) Sistema subterrâneo, batata-inglesa, estrutura com substância de reserva; (b) Caule com
desenvolvimento submerso, planta aquática
a partir dela existe uma análise e classificação das folhas que estão inseridas no caule.
Verificaremos alguns padrões:
a) Filotaxia alterna helicoidal: uma folha por nó, imaginando uma hélice
ao redor do caule.
b) Filotaxia oposta cruzada: com duas folhas por nó, uma abaixo e outra
acima do nó, com disposição cruzada.
c) Filotaxia alterna dística: uma folha por nó, ao redor do caule, com duas
fileiras de folhas.
d) Filotaxia verticilada: com três ou mais folhas por nó, comum em
trepadeiras.
(a) Alternadas (b) Opostas cruzadas (c) Opostas dísticas (d) Verticiladas
ou Alterna dística
Figura 6 - Esquema de filotaxia com disposição: (a) Alternada helicoidal, (b) Oposta cruzada,
(c) Alterna dística e (d) Verticilada / Fonte: Wikiwand (on-line)11.
UNICESUMAR
função de reserva (Figura 7).
■ Os caules subterrâneos (a, c e d) se dividem em: bulbos, tubérculos e
rizomas. Seguindo a sequência, os primeiros são pouco desenvolvidos e,
os outros dois tipos, bastante desenvolvidos com substâncias de reserva.
■ Os caules aquáticos (d) ficam imersos em água, são finos, leves e re-
sistentes à correnteza.
■ Caules com adaptações (f) são comuns em cactos e recebem a deno-
minação de cladódio.
a b
c d
e f
Figura 7 - (a) Bulbo desenvolvido, com parte aérea e raízes; (b) Pseudobulbo, encontrado em orquídeas;
(c) Batata-inglesa, desenvolvimento da estrutura com parte aérea; (d) Rizoma, estrutura com adaptações
para desenvolvimento de gemas axilares; (e) Caule aquático que desenvolve dentro da água e são adap-
tados à realização da fotossíntese; (f) Caule modificado com características foliares, incluindo a clorofila
113
3
MORFOLOGIA
UNIDADE 4
DA FOLHA
Caro(a) aluno(a), neste tópico estudaremos as folhas, órgão essencial para o de-
senvolvimento das plantas, visto que realizam a fotossíntese, processo que garante
energia e regulação hídrica, juntamente com a raiz. Esse órgão apresenta grande
variedade de formatos, tamanhos e colorações; podem ainda ser decíduas, du-
rante um período, e também muito plásticas, quanto a caracteres morfológicos
de algumas espécies que habitam diferentes ambientes. Em alguns casos, são
responsáveis pela reprodução assexuada.
Folha
114
catafilos e folhas florais. Outras modificações, como espinhos, gavinhas, folhas
UNICESUMAR
coletoras e insetívoras são observadas nas variadas espécies.
Caracterizamos uma folha como completa quando ela apresenta as seguintes
estruturas básicas: limbo e nervuras, pecíolo, estípulas e bainha. Quando falta al-
guma destas partes, são chamadas de incompletas. As folhas de eudicotiledôneas,
em geral, não apresentam bainhas, enquanto as monocotiledôneas são desprovi-
das de estípulas (Figura 8).
NERVURA PRIMÁRIA
GEMA FOLIAR
NERVURA
SECUNDÁRIA
NÓ
BAINHA
NÓ
LIMBO
Estípulas
São apêndices localizados na base da folha, com coloração verde, formato variável,
semelhantes a folhas pinadas ou a modificações de espinhos. Podem ser livres ou
adnatas, quando as estípulas da mesma folha se fundem são chamadas de ócrea
(semelhante a uma bainha).
Bainha
racterísticas fotossintetizantes.
Pecíolo
O pecíolo é o conector que une o limbo à base foliar, pode ser reduzido ou longo,
de formato cilíndrico ou laminar. Apresenta folhas pecioladas e, quando não
conta com esse tipo de estrutura, é denominada séssil.
Limbo
1 2 3 4 5 6
Figura 9 - Exemplo dos seis tipos de limbos / Fonte: adaptada de Saueressig (2012).
116
Ápice do limbo
UNICESUMAR
O ápice da folha é a parte terminal no limbo, que também apresenta variação
(Figura 10):
a) Folha de ápice agudo: quando a folha termina em ponta aguda
não prolongada.
b) Folha de ápice acuminada: quando o ápice é formado por uma ponta
que se prolonga.
c) Folha de ápice espinhoso ou apiculada: quando o ápice termina com
uma ponta dura.
d) Folha de ápice mucronado: quando o ápice termina abruptamente com
uma ponta aguda e dura no centro.
e) Folha de ápice truncado: com ápice cortado transversalmente.
f) Folha de ápice arredondada: forma um arco suave na altura do ápice.
g) Folha de ápice obtuso: segmento de círculo ou ápice obtuso.
h) Folha de ápice emergente, emarginado ou retuso: quando o ápice é
obtuso com pequena incisão ou reentrância.
Figura 10 - Classificação de ápice foliar: (a) Agudo, (b) Acuminada, (c) Espinhoso ou Apiculada, (d)
Mucronado, (e) Truncado, (f) Arredondado, (g) Obtuso e (h) Emergente, Emarginado ou Retuso
117
Base do Limbo
UNIDADE 4
Figura 11 - Classificação de tipos da base foliar: (a) Truncada, (b) Arredondada, (c) Cuminada,
(d) Cuneada, (e) Oblíqua, (f) Sagitada, (g) Hasteada, (h) Auriculada, (i) Cordada, (j) Reniforme,
(k) Obtusa, (l) Perfolhada / Fontes: Shutterstock e Slideshare (2014, on-line)12.
118
Margem do limbo
UNICESUMAR
É a parte mais estreita e alongada da folha, a qual serve para unir o limbo ao caule
por meio da base (Figura 12):
■ Margem inteira: margem lisa sem recorte.
■ Margem denteada: a margem apresenta dentes orientados perpendicu-
larmente ao eixo longitudinal.
■ Margem serreada: margem com recortes agudos dirigidos para o ápice,
quando os dentes ou recortes são pequenos.
■ Margem crenada: margem cujos recortes são obtusos, arredondados.
■ Margem lobada: possui recortes profundos, menores que a metade do limbo.
■ Margem partida: com margem percorrida por elevações e depressões
alternadas.
Figura 12 - Classificação do tipo de margem foliar: (a) Inteira, (b) Denteada, (c) Serreada, (d)
Crenada, (e) Lobada, (f) Partida
Folhas
As folhas podem ainda ser classificadas quanto inteiras, sem recortes ou com
diversos padrões de recortes (Figura 13):
119
■ Folha lobada: os recortes não atingem a metade da distância entre a
UNIDADE 4
Figura 13 - Classificação das folhas: (a) Lobada, (b) Fendida, (c) Partida, (d) Secta
Nervação
120
Folhas compostas
UNICESUMAR
As folhas compostas apresentam limbo dividido em porções chamadas de folío-
los, os quais são articulados com um eixo chamado de raque ou na base do limbo
por meio do peciólulo (Figura 14). Podem variar em:
■ Bifoliolada: com dois folíolos.
■ Trifoliolada: com três folíolos.
■ Composta pinada: com quatro ou mais folíolos dispostos opostamente
ou alternados ao longo de um eixo. Nesse caso, o limbo pode terminar
com um único folíolo.
■ Composta digitada: com quatro ou mais folíolos ligados ao mesmo
ponto da base.
■ Composta bipinada: duplamente pinada, na qual os folíolos estão dis-
postos ao longo da raque.
a b c
d e
Figura 14 - Exemplo de folhas compostas: (a) Bifoliolada, (b) Trifoliolada, (c) Pinada, (d) Digitada, (e) Bipinada
pensando juntos
Como posso identificar uma árvore apenas com características vegetativas? Algumas es-
pécies apresentam características que direcionam para a chave de identificação de deter-
minada família, por exemplo, as leguminosas e as mirtáceas.
121
4
MORFOLOGIA
UNIDADE 4
DA FLOR
Caro(a) aluno(a), neste tópico, estudaremos a morfologia das flores, órgãos que apre-
sentam exuberância que encanta praticamente todos os animais. Esse é o órgão das
plantas que apresenta infinidade de cores e tamanhos, os quais variam de acordo com
seus agentes polinizadores. As características analisadas são essenciais na classificação
das espécies, visto que a combinação desses caracteres as tornam, juntamente com os
outros órgãos, exclusivas de um grupo, uma família, um gênero e uma espécie.
Flor
UNICESUMAR
Estame
Filete Estilete
Pétala Carpelo
Ovário
Óvulo
Corola
Cálice
Sépala
Receptáculo
Pedicelo
O perianto é constituído por verticilos florais, cálice e corola, o que torna as flores
diclamídeas, enquanto aquelas que apresentam apenas um desses verticilos são
monoclamídeas (Fi gura 15). Flores que não apresentam verticilos florais são cha-
madas de aclamídeas. Quando são distintos, quanto à cor e consistência, são hete-
roclamídeas e, quando iguais, homoclamídeas, denominação referente às tépalas.
A estrutura do cálice é composta por sépalas, cor verde predominante – na
maioria das espécies –, formato variável e folhas modificadas. Essas folhas podem
ser unidas totalmente (sinsépalo), parcialmente (gamossépalo) ou livres entre
si (dialissépalo) (Figuras 16A, 16B e 16C). Sua duração na flor pode variar em:
caduco, caindo antes da abertura da flor; persistente, se permanece no fruto; e
decíduo, quando caem junto com as pétalas.
123
UNIDADE 4
a b
c d
Figura 16 - Exemplos de cálices em flores: (a) Sinsépalo, (b) Gamossépalo, (c) Gamossépalo,
(d) Dialisépalo
A corola é a parte geralmente mais vistosa, constituída pelas pétalas. Pode apre-
sentar pétalas soldadas completamente (simpétala), parcialmente (gamopétala)
ou livres (dialipétala). Possui duração curta, caindo após o desenvolvimento ini-
cial do ovário em fruto.
124
As folhas férteis, estruturas reprodutivas masculinas e femininas, recebem
UNICESUMAR
nomes específicos e desempenham atividades específicas. Estames são estruturas
masculinas e seu conjunto é denominado androceu. Já os carpelos são estruturas
femininas e o seu conjunto é denominado gineceu.
O androceu pode conter estames ligados ao receptáculo ou às pétalas, chamados
de epipétalos. Outra característica que auxilia na identificação de espécies é quanto ao
número de estames: se a estrutura apresenta quantidade de estames igual ao número
de pétalas, é reconhecida como isostêmone; se dispõe de menos estames do que péta-
las, chamamos de oligostêmone; no caso de apresentar o dobro do número de pétalas,
é nomeada diplostêmone; se expor uma quantidade de estames maior que o dobro do
número das pétalas, é identificado como polistêmone. Além disso, os estames podem
ser do tipo livre (dialistêmone) e unidos (gamostêmone).
O estame é formado pela antera, região em que se formam os grãos de pólen e
que apresenta duas metades denominadas tecas, formada por dois sacos polínicos; o
pedúnculo, denominado filete; e conta, ainda, com a região chamada de conectivo, que
une a antera e o filete. Esse órgão também é variável quanto ao formato, assim, pode
ser oval, arredondada, globosa, reniforme, sagitada ou elíptica. A antera madura pode
apresentar abertura longitudinal ou rimosa, poricida ou valvar. Tais características
são decisivas para definir as espécies dentro da classificação taxonômica (Figura 17).
O gineceu pode apresentar um ou mais pistilos, unidade morfológica do gineceu,
que constitui uma ou mais unidades estruturais, denominadas carpelo. O pistilo pode
apresentar ovário, estilete e estigma. Quando os carpelos são separados, classificamo-
-los como apocárpico, já quando estão unidos, chamamo-los de sincárpicos.
Estigma
Antera
Estilete
Filete
Ovário
Óvulo
ESTAME PISTILO
PÉTALA SÉPALA
folha carpelar fechar-se ao possibilitar a visão da linha que une as duas mar-
gens foliares para formar o ovário. Nessa porção basilar dilatada do pistilo, o
ovário apresenta óvulos que se ligam à parede, formando a placenta e o espaço
interno, denominado lóculo, o qual pode ser unilocular (único lóculo) ou
plurilocular (vários lóculos).
A quantidade de óvulos, assim como de lóculos, pode variar em uni ou plu-
riovulados. Assim, a placentação poderá ser classificada como: pariental, referente
à fase em que os óvulos estão presos à parede do ovário; axial/axilar, quando se
prendem à região axilar; central-livre, presos no eixo central no ovário; e, por fim,
aqueles inseridos na base do ovário, chamados de basilar.
Outra característica analisada para classificação das espécies é quanto à posi-
ção do ovário. Nesse caso, a flor pode ser do tipo hipógena, ao apresentar ovário
superior, suas partes florais se encontram inseridas abaixo do ovário. No caso
do tipo epígina, o ovário é inferior e suas partes florais estão localizadas acima.
Além disso, tem uma condição especial chamada de perígina, cujo ovário súpe-
ro é livre e rodeado pelo hipanto. Destaque para o hipanto, que é uma estrutura
receptacular ou apendicular resultado do desenvolvimento do receptáculo ou da
fusão de apêndices florais (Figura 18).
UNICESUMAR
podem ser chamadas de estaminadas e as diclinas femininas de carpeladas.
O termo dioico se refere às plantas que apresentam flores estaminadas e car-
peladas. Já o termo monoico se refere às plantas que apresentam apenas uma das
duas condições. Pode ocorrer, também, uma planta poligâmica, que apresenta
flores bissexuais e unissexuadas.
Quando analisamos a disposição das folhas, a inserção ocorre próximo à
região mais dilatada, visto que a flor é um eixo caulinar relativamente alongado
com ápice mais dilatado. Essa região é chamada de receptáculo floral e o restante
de pedúnculo ou pedicelo floral.
A inserção das folhas estéreis e férteis no eixo floral serve como caracterização
quanto à simetria, formando os verticilos florais. São acíclicas quando se dispõem
no eixo e formam uma espiral contínua – nesse caso, não há plano de simetria.
São cíclicas e simétricas quando formam círculos, podendo ser actinomorfas com
simetria radiada ou zigomorfas.
Prefloração
127
outras duas sépalas ou pétalas. Somente uma sépala ou pétala possui um
UNIDADE 4
bordo que cobre o outro e um bordo, que, por sua vez, é recoberto.
■ Coclear: a pétala maior recobre outras duas que, consequentemente, re-
cobrem outras duas.
Inflorescências
128
Inflorescências racemosa composta
UNICESUMAR
■ Cacho composto: eixo principal com eixos secundários que formam
flores pedunculadas.
■ Umbela de Umbela: eixo principal com eixos secundários, cada um for-
mando novas umbelas.
Inflorescência cimosa
■ Cimeira unípara: o eixo inicial termina com flor que desenvolverá novo
eixo com flor apical. Pode ser escorpioide, ramos que se desenvolvem
sempre do mesmo lado do ramo inicial; ou helicoide, ramos que se de-
senvolvem de um lado e, posteriormente, do outro do ramo inicial.
■ Cimeira dípara: eixo inicial que pode terminar em uma flor com duas
gemas, a qual desenvolve dois ramos, que também terminam em flor.
129
UNIDADE 4
130
5
MORFOLOGIA
UNICESUMAR
DO FRUTO E DA
semente
Fruto
Frutos múltiplos
Frutos agregados
132
Esquizocarpos
UNICESUMAR
Possuem dois ou mais
carpelos originados de
uma única flor, desdo-
bram-se em fragmentos
chamados mericarpos.
Exemplo: mamona.
Frutos simples
Secos deiscentes
133
■ Opecarpo (e): pluricarpelar, uni ou pluriloculado, abrem-se por meio de poros.
UNIDADE 4
a b c
d e
Figura 23 - (a) Fruto tipo legume: imaturo; (b) fruto do tipo folículo: maduro; (c) fruto do tipo
síliqua, maduro, com parte interna em evidência (a frente) e sementes (lado esquerdo); (d) fruto
tipo cápsula, com dois estágios de maturação; (e) fruto do tipo opecarpo, comum em papoulas.
Secos indeiscentes
UNICESUMAR
lhante à do legume e do folículo, porém não apresentam o aparelho
ativo de deiscência.
a b
c d
e f
Figura 24 - (a) Fruto tipo aquênio, característico das Asteraceae; (b) fruto do tipo cipsela; (c) frutos
do tipo cariopse, milho e arroz, ambas monocotiledôneas; (d) fruto do tipo sâmara, maduro; (e)
fruto do tipo lomento, imaturos; (f) fruto do tipo bolota
Frutos carnosos
135
■ Hesperídio (c): pluricarpelar, plurilocular, mesocarpo esponjoso, endo-
UNIDADE 4
carpo que emite septos até a região central, formando cavidades repletas
de pelos suculentos (gomos). Típico de plantas cítricas.
■ Pomáceos (d): pluricarpelar, uni a pentalocular, subdividido em balaus-
tídio, melonídio, peponídio, pomídio, musídeo e cactídio.
a b
c d
Figura 25 - (a) Fruto do tipo drupa, maduro; (b) fruto do tipo baga; (c) fruto do tipo hesperídio;
(d) fruto do tipo pomáceo
Frutos Partenocárpicos
UNICESUMAR
várias espécies. Contudo, se analisarmos algumas espécies ancestrais, constata-
remos que já apresentaram sementes. O abacaxi (Anona sp) (Figura 26B) é uma
infrutescência partenocárpica, em que cada fruto se desenvolve sem que haja
fecundação. A melancia (Citrullus lanatus) (Figura 26C) não é uma fruta parte-
nocárpica, pois se desenvolve, normalmente, com sementes. No entanto, muitos
produtores a produzem sem semente, pois a comercializam melhor. Esse tipo de
técnica, muito comum nos dias atuais, possibilita que alguns frutos pareçam ser
partenocárpicos a partir do melhoramento genético, dos estudos fisiológicos ou
até mesmo das técnicas para seleção do mercado.
Semente
137
UNIDADE 4
SEMENTE
Endosperma
Embrião
Tegumento
PERICARPO
Endocarpo
Mesocarpo
Epicarpo
138
A divisão do eixo embrionário é feita em duas regiões: abaixo do nó coti-
UNICESUMAR
ledonar (hipocótilo) e acima desse nó (epicótilo). Na primeira região, é um eixo
que formará a raiz e o caule, que, geralmente, não possui distinção na fase muito
jovem. Na segunda região, considera-se o primeiro entrenó do embrião seguido
pela plúmula, os quais darão origem à parte aérea com as folhas da plântula.
As monocotiledôneas recebem alguns nomes diferenciados para as mesmas
estruturas, visto que existe modificação estrutural para o desenvolvimento da
planta. Assim, o cotilédone é chamado de escutelo; a plúmula, de coleóptilo; e a
radícula, de coleorriza. Vale ressaltar que desempenham as mesmas funções na
fase inicial de desenvolvimento da planta.
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma unidade. Aqui, estudamos
muitas características morfológicas que auxiliam na identificação e na classifica-
ção das diversas espécies que podemos encontrar nos diversos ambientes.
139
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 4
140
na prática
2. Os frutos podem ser classificados de acordo com o teor de água, condição a qual
define por quanto tempo a semente estará viável e, consequentemente, germinará
ao estar em condições favoráveis àquela espécie. Sobre frutos e sementes, analise
as afirmativas e assinale a alternativa correta.
141
na prática
a) V, F, F, V.
b) F, F, V, V.
c) F, V, F, V.
d) V, V, F, V.
e) V, V, F, F.
I - Na caracterização das folhas, identificamos partes básicas, como: limbo, pecíolo e bainha.
II - As folhas podem ser divididas em simples e compostas, sendo o número e a
posição de folíolos utilizados como caracteres de identificação de espécies
de leguminosas.
III - A margem das folhas define o crescimento das folhas.
IV - As formas do ápice e da base definem o formato das folhas.
142
aprimore-se
Estudamos muito sobre a morfologia das flores e suas aplicações em outras discipli-
nas, até mesmo em outras áreas dentro da botânica. Partindo desse princípio, res-
salto aqui a importância atual dos estudos filogenéticos para melhor compreensão
e classificação das plantas ainda existentes no planeta e nos diferentes biomas, com
uma visão evolutiva. No livro A Botânica no Cotidiano, as as organizadoras Deborah
Cursino dos Santos, Fungyi Chow e Cláudia Maria Furlan trazem um tópico voltado
à diversidade da morfologia floral ao descrever os termos utilizados neste contexto,
essenciais para considerar a evolução das Angiospermas.
Ao analisar a flor como algo recente na linha evolutiva, o grupo das Angiosper-
mas ainda continua passando por adaptações para proteger suas estruturas repro-
dutivas, mas ao mesmo tempo necessita de outros seres vivos para dispersar seus
descendentes. Assim, a flor tem maior investimento de energia nas modificações de
suas folhas não férteis, nas pétalas e até mesmo nas sépalas, diferentes formatos
do cálice e da corola estão relacionados ao seu polinizador, pois este é responsável
pela entrega do grão de pólen ao estigma.
O androceu, conjunto masculino de estruturas férteis, tem uma particularidade
que traz um caráter a ser considerado como evolutivo, a quantidade de estames
por flor pode variar bastante, e está relacionada diretamente ao número de pétalas.
Existem classificações, como isostêmones, quando o número de estames é igual ao
de pétalas, e oligostêmones, quando é menor que o número de pétalas. Leva-se
143
aprimore-se
em consideração ainda se estão unidos em um grupo só. Nesse caso, são nomea-
dos como monoadelfos, quando unidos em dois grupos, diadelfos, quando reúnem
mais de três, são poliandelfos.
Ainda ocorrem variações na forma de liberar seus grãos polínicos por meio da
abertura da teca. O lobo da antera pode ser longitudinal ou rimoso, acontece por
meio de uma fenda. Pode ser poricida, em que há poros na porção apical, ou mes-
mo valvar, em que duas valvas se abrem.
Quando analisamos as modificações no androceu, acreditamos que esta é a for-
ma que os genes foram selecionados para que ocorra a fecundação e, consequen-
temente, o desenvolvimento de um embrião. Assim, as adaptações evolutivas nos
trazem uma diversidade de organismos, pois todos os indivíduos que vivem em um
mesmo habitat terão, de alguma forma, alguma estrutura para continuar a adquirir
métodos de sobrevivência e deixar descendentes para uma próxima geração.
A parte feminina também apresenta diversas variações em sua estrutura, desde
a receptividade do grão de pólen, até a posição do ovário no arranjo da flor. Todas
essas modificações são consideradas formas adaptativas ao longo dos anos para
que a espécie continue deixando descendentes. Porém, não analisamos aqui tais
modificações do gineceu, conjunto de estruturas femininas, mas você pode buscar
o material na íntegra e continuar a analisar essas estruturas e suas diversificações.
144
eu recomendo!
livro
Botânica Organografia
Autor: Waldomiro Nunes Vidal e Maria Rosaria Rodrigues Vidal
Editora: UFV
Sinopse: livro que traz ilustrações com os diversos órgãos das
Fanerógamas, com exemplos para cada estrutura estudada e
acompanha os nomes científicos. São abordados assuntos de
maneira objetiva e prática, que facilitam a assimilação da maté-
ria, além de direcionar o leitor/estudante para chaves de identificação de famí-
lias, permitindo análise dos caracteres morfológicos que compõem o grupo das
plantas superiores.
conecte-se
145
5
ESTUDOS MORFOLÓGICOS,
ANATÔMICOS
e suas especificidades
PROFESSORA
Dra. Luciane da Silva Santos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • A importância da morfologia e
da anatomia nos estudos botânicos • Estruturas morfológicas e anatômicas na sistemática vegetal:
contribuições na classificação • As investigações ecológicas, evolutivas e os estudos morfoanatômicos
• O ensino básico da botânica e as atividades práticas • A anatomia da madeira como recurso de
identificação
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Analisar a importância dos estudos botânicos com ênfase na anatomia e na morfologia • Identificar
quais estruturas morfológicas e anatômicas são utilizadas na sistemática vegetal • Compreender sobre
os estudos ecológicos e evolutivos com aspectos anatômicos e morfológicos • Conhecer as diferentes
atividades práticas relacionadas ao ensino básico sobre morfologia e anatomia • Identificar anatomi-
camente os tecidos presentes em plantas lenhosas e madeiras, que são comuns na classificação de
espécies arbóreas.
INTRODUÇÃO
E ANATOMIA NOS
estudos botânicos
A botânica é tão antiga quanto qualquer outro estudo científico e, por apresentar
amplo desenvolvimento, tornou-se diversificada e especializada. Inicialmente, era
um ramo da medicina que se dedicava apenas ao estudo de plantas medicinais,
mas, com o passar dos anos, apresentou subdivisões, como a fisiologia, a sistemá-
tica, a taxonomia, a genética, a ecologia, a paleobotânica, a evolução, a morfologia
e a anatomia (RAVEN, et al., 2007).
Durante muito tempo, as pesquisas vinculadas à botânica relacionavam ca-
racterísticas básicas e visíveis sem auxílio de microscópio. Com tantos avanços
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tecnológicos, foi necessário estender os estudos à anatomia, conhecida como
UNICESUMAR
botânica estrutural interna. Atualmente, desenvolvemos alterações genéticas com
intuito de contribuir na fisiologia e, consequentemente, na produtividade – ou,
em alguns casos, na conservação de espécies que já não apresentam muitos exem-
plares. Entretanto, a área que investe em biotecnologia e que apresenta reflexos
nas pesquisas morfológicas e anatômicas é a agronomia, dada a importância que
tem a produção vegetal no Brasil (SILVA et al., 2005).
Existem estudos, por exemplo, voltados à melhoria de ambientes conside-
rados improdutivos. Referente a esses casos, há duas alternativas: correção do
próprio ambiente ou adaptação das plantas ao ambiente. Locais secos, como a
Região Nordeste, produzem frutas o ano inteiro, devido ao grande investimento
em tecnologia de equipamento, que conta com melhoramento genético acom-
panhado de análises fisiológicas e morfoanatômicas (TAIZ; ZEIGER, 2013).
Outra aplicação de destaque, proveniente da anatomia vegetal, é a propagação
vegetativa, na qual os aspectos estruturais garantem o sucesso da regeneração de
tecidos vegetais foram escolhidos para a utilização da amostra. Além da verifica-
ção de condições controladas para casas de vegetação, conta com a transferência
do material de propagação, processo que está relacionado, diretamente, às carac-
terísticas estruturais utilizadas (SILVA et al., 2005).
Em análises agronômicas, a identificação de plantas daninhas e sua diferen-
ciação ocorrem a partir da morfologia, e é muito empregada, por exemplo, para
definir manejo ou mesmo identificar se determinada espécie trará algum pre-
juízo quando for colocada em contato com a espécie cultivada. Por exemplo, o
desenvolvimento de plantas que apresentam folhas grandes comparadas às da-
ninhas não serão prejudicadas quanto ao desenvolvimento da planta como um
todo, mesmo se as raízes forem mais profundas ou se o caule apresentar alguma
estrutura inibitória para o desenvolvimento de outras espécies.
explorando Ideias
Algumas plantas apresentam efeito inibitório ou favorável sobre o desenvolvimento de outras espécies.
Tal efeito pode ser chamado de alelopatia ou efeito alelopático e ocorre quando uma planta libera, no
meio ambiente, metabólitos secundários tóxicos (substâncias químicas), os quais podem atuar direta-
mente sobre o desenvolvimento de outras espécies. O eucalipto, por exemplo, é um dos principais inibi-
dores alelopáticos para o desenvolvimento de hortaliças, como tomate, rabanete e alface.
Fonte: a autora.
149
Estruturas de revestimento da planta são relacionadas à produção ve-
UNIDADE 5
A anatomia ecológica está relacionada, atualmente, a preservação das espécies, por apresen-
tarem características estruturais associadas com o ambiente ao gerar projetos interdisciplina-
res, os quais agregam vários grupos de pesquisadores dedicados a solucionar problemáticas
ambientais. Em geral, esses grupos analisam os fatores ambientais relacionados com as es-
truturas vegetais, identificando como se desenvolvem em ambientes tão adversos.
Fonte: a autora.
2
ESTRUTURAS MORFOLÓGICAS E
ANATÔMICAS NA
SISTEMÁTICA VEGETAL:
contribuições na classificação
151
A morfologia e a anatomia contribuem com as descrições das espécies,
UNIDADE 5
152
As partes reprodutivas são critérios mais seguros para a descrição da espécie, visto
UNICESUMAR
que possuem detalhes únicos em cada uma delas. Contudo, também há critérios
reprodutivos para diferenciar grupos, por exemplo, o caso dos órgãos vegetativos,
que podem indicar peculiaridades, como a duração em que ocorre e até mesmo
o hábito, se são anuais, bianuais ou perenes; se são ervas, arbustos ou árvores.
a b
Figura 2 - Exemplos de hábito de plantas anuais, bianuais e perenes: (a) erva, (b) arbusto e (c) árvore
153
tam ou não proteção. Nas raízes, as ramificações são consideradas um diferencial
UNIDADE 5
154
3
AS INVESTIGAÇÕES ECOLÓGICAS
UNICESUMAR
E EVOLUTIVAS E OS
estudos morfoanatômicos
a b
Figura 3 - Exemplos de Briófitas: (a) desenvolvida em ambiente úmido, sobre as pedras e (b)
parte da reprodução, local onde são liberados os esporos
a b
a b
157
UNIDADE 5
explorando Ideias
Os herbários são locais que armazenam diversas espécies botânicas e reúnem exempla-
res de vários locais do mundo. Atualmente, possuímos herbários virtuais, que facilitam
a disponibilização de informações sobre as espécies vegetais. A seguir, alguns links para
acesso a mais informações:
http://inct.splink.org.br; http://inct.florabrasil.net/pt/herbario-virtual/; http://www.herbario-
virtualreflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/; http://www.plantarum.org.br/Pesquisas/
herbario; http://www.casadaciencia.ufms.br/herbariocgms/.
UNICESUMAR
BOTÂNICA E AS
atividades práticas
Neste tópico, estudaremos o que pode ser considerado básico no ensino da mor-
fologia e da anatomia vegetal. Alguns assuntos podem ser trabalhados desde a
infância e aplicados em sala de aula.
O ensino da educação básica pode favorecer-nos no conhecimento a res-
peito da botânica desde muito jovens. Tenho certeza que você já realizou o
experimento da germinação do
feijão no algodão (Figura 7). Esta
é uma das práticas mais simples
para que a criança desenvolva um
olhar de observação para a natu-
reza. O simples fato de analisar o
feijão (semente), a raiz protrain-
do, o caule crescendo, as primei-
ras folhas abrindo-se contribuem
para o desenvolvimento de um
conhecimento morfológico da
espécie do feijão.
UNICESUMAR
cotidiano dos alunos. Uma forma de incentivar as observações voltadas à mor-
fologia e à anatomia vegetal é solicitar que, a partir de uma lista, eles tragam fotos
das flores de cada fruta que mais gostam, assim, o docente poderá levar para a
sala de aula frutas e sementes mais comuns da região e aplicar algumas questões
relacionadas ao conteúdo estudado anteriormente.
Outras atividades, como a montagem de carpoteca (espaço destinado a uma
coleção de informações sobre plantas frutíferas e frutos) e a coleção de plantas
para o herbário (Figura 10), são alternativas possíveis de aplicação para fixação
do conteúdo básico na botânica, que contribui com a interdisciplinaridade e a
aplicação dos estudos morfoanatômicos.
explorando Ideias
Para a confecção de exsicata, são necessários alguns cuidados desde a coleta, quando são
analisados e cortados ramos com informações vegetativas (folhas) e reprodutivas (flores, fru-
tos e sementes). Normalmente, utilizamos, em campo, tesoura de poda para facilitar o corte
da amostra retirada do exemplar, fitas adesivas para identificação do local que foi retirado,
cadernetas de anotação para colocar informações que podem desaparecer com o tempo,
como odor, coloração e tamanho do indivíduo que foi retirado o exemplar e informações so-
bre o ambiente. Os exemplares devem ser armazenados em sacos plásticos até a chegada no
herbário, onde farão a triagem e colocarão em prensas de madeira específicas para tal finali-
dade e, posteriormente, o material será colocado em estufa até sua secagem. Para encerrar
o processo de montagem de exsicata, será necessário distribuir os exemplares em cartolinas,
seja ao colar com fitas, seja ao costurar, para que não saia do local em que estão as etiquetas
com todas as informações necessárias para identificar o exemplar.
161 161
UNIDADE 5
UNICESUMAR
pensando juntos
5
A ANATOMIA DA MADEIRA
COMO RECURSO
de identificação
162 162
Anatomia da madeira
UNICESUMAR
Encontramos, na botânica, uma classificação para plantas superiores que di-
ferenciam Gimnospermas e Angiospermas, esta considerada mais recente na
análise geológica e filogenética. No grupo das Gimnospermas, temos as coní-
feras, que dominam o hemisfério Norte e datam desde o período carbonífero.
No Brasil, temos as famosas araucárias e as Podocarpaceae, que ocorrem nas
Regiões Sul e Sudeste (Figura 11). Seu desenvolvimento dependerá muito das
condições favoráveis, que podem variar em torno de dois centímetros por ano
para as Gimnospermas (GONZAGA, 2006).
a b
c d
e f
Figura 12 - Caule em corte transversal, vista superior, com anéis concêntricos (coloração clara,
período mais quente; coloração escura, período mais frio)
UNICESUMAR
buas, visualizamos os anéis em forma de cones, desenho que observamos na
maioria das tábuas. Nessas análises anatômicas, as Gimnospermas se apresentam
mais simples e o xilema é mais fibroso, com pequenos tubos que ficam aglomera-
dos e lembram canudos. Além disso, são consideradas boas matérias-primas para
produção de papéis. As Angiospermas são mais especializadas e, por isso, seus
vasos/poros deixam a madeira mais compacta e resistente. Possuem fibras longas
e grossas, as quais garantem o suporte da estrutura do tronco. O parênquima é
subdividido em axial e radial e, normalmente, não são lignificados, o que permite
a passagem ou o armazenamento de óleos e resinas.
CERNE
FLOEMA
PERIDERME
CÂMBIO
VASCULAR
ALBURNO
CASCA EXTERNA
165
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
166
na prática
167
na prática
a) F, V, F.
b) F, F, F.
c) F, V, F.
d) V, V, F.
e) F, F V.
a) Xilemático.
b) Parenquimático.
c) Floemático.
d) Cambial.
e) Epidérmico.
168
aprimore-se
169
eu recomendo!
livro
Sistemática vegetal
Autor: Walter S. Judd, Christopher S. Campbell, Elizabeth A. Kel-
logg, Peter F. Stevens e Michael J. Danoghue
Editora: Artmed
Sinopse: aborda temas relacionados à filogenia das plantas ao
trazer aspectos estruturais que foram analisados para compor
a árvore filogenética, os quais são tratados aqui como árvore da
vida. Detém-se a plantas vasculares, com ênfase nas plantas com flores, abordan-
do, principalmente as espécies associadas ao nosso cotidiano, como as utilizadas
em medicamentos, para fins ornamentais e na alimentação.
170
conclusão geral
conclusão geral
171
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13
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14
Em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Semente. Acesso em: 31 out. 2019.
174
gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 2
1. D. 1. A.
175
gabarito
4. A.
UNIDADE 5
5. O tegumento, tecido mecânico, possui
células de paredes espessas. O endos- 1. B.
perma é responsável pela nutrição do
2. C.
embrião, enquanto este não iniciar seu
desenvolvimento. Tem natureza paren- 3. A.
quimática, apresentando células delga- 4. Os alunos podem mencionar o des-
das e com reserva lipídica, ou células tacamento da epiderme de plantas,
espessas com carboidratos e reserva para observação dos estômatos, células
lipídica. epidérmicas e até mesmo de clorofila.
Temos a identificação de plantas em
campo, mencionando os dois principais
UNIDADE 4
grupos de estudo na botânica, no qual
4. A.
176