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DE PROBLEMAS
NACIONAIS E LOCAIS
PROFESSORA
Me. Lilian Chirnev
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Éder Gimenes Rodrigo
Projeto Gráfico e Capa
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. CHIRNEV, Lilian.
e Thayla Guimarães
Análise e Prospecção de Problemas Nacionais e Locais.
Editoração Lilian Chirnev.
Sabrina Maria Pereira de Novaes
Designer Educacional Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. Reimpresso em 2021.
Patrícia Ramos Peteck 152 p.
Revisão Textual “Graduação - EaD”.
Ariane Andrade Fabreti e 1. Análise 2. Prospecção 3. Monitoramento. EaD. I. Título.
Nágela Neves da Costa
Ilustração
Rodrigo Barbosa da Silva
Fotos CDD - 22 ed. 360
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Shutterstock Impresso por:
ISBN 978-85-459-1991-9
qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma são que é promover a educação de qua-
conversão integral das pessoas ao conhecimen- lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/7694410953334688
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
Olá, caro(a) aluno(a)! Convido você a iniciar as nossas atividades de estudo da disciplina
de Análise e Prospecção de Problemas Nacionais e Locais. O nosso foco de trabalho é
acessar novos conhecimentos e desconstruir estereótipos sobre a gestão social e as
análises conjunturais. Apesar de ainda cursar a graduação, considero você habilitado(a)
para vivenciar o que se espera desse curso: tornar-se um(a) gestor(a) social capaz de ser
um(a) agente de transformação.
Os estudos e as pesquisas apresentados, neste livro, não pretendem tornar a gestão social
uma reprodução das práticas administrativas das empresas do segundo setor (empresas
privadas). O nosso propósito é abordar as ferramentas de planejamento estratégico para
que a apropriação desse conhecimento seja aplicada às bases da gestão social, mantendo e
ampliando o seu método de gerenciamento participativo, dialógico e deliberativo.
explorando Ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
34
PESQUISA E ANÁLISE DE
MONITORAMENTO DE CONJUNTURA
DADOS
UNIDADE 03
58 UNIDADE 04
90
PROSPECÇÃO CENÁRIOS
MÉTODOS E TÉCNICAS
UNIDADE 05
116 FECHAMENTO
141
ANÁLISE DE CONCLUSÃO GERAL
AMBIENTES E
CENÁRIOS
PESQUISA E
MONITORAMENTO
de Dados
PROFESSORA MESTRE
Lilian Chirnev
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Compreender a importância da
pesquisa e da criação de bases de dados • Aprender a identificar os dados que devem ser seleciona-
dos e coletados para pesquisa • Conhecer o processo da criação de indicadores próprios • Assimilar a
relevância do monitoramento de dados.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Pesquisa e bases de dados • Seleção e coleta de dados • Criação de indicadores próprios • Monitora-
mento de dados.
INTRODUÇÃO
BASES
de Dados
UNICESUMAR
de dados de institutos de pesquisa, de órgãos governamentais, de publicações
especializadas, entidades e instituições de ensino (GIL, 2008).
Os dados também podem ser classificados como primários e secundários.
Considera-se primários os dados coletados durante a execução da pesquisa e
obtidos diretamente com o objeto, ou seja, apurados pela primeira vez. Os dados
secundários, por sua vez, referem-se àqueles publicados e disponibilizados, cole-
tados em razão de uma pesquisa anterior (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Um
exemplo desses dados é o Portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), que apresenta um grande número de publicação.
Os dados primários e secundários são coletados de fontes internas e externas
que, após organizados e analisados, estruturam um banco de dados próprio da
organização e, dessa forma, compõe um sistema integrado de informação e gestão.
O Sistema Integrado de Informações e Gestão (SIIG) constitui-se de equipa-
mentos, pessoas, processo de coleta de dados, classificação, análise e posterior dis-
tribuição de informações. Estas são necessárias, precisas e atualizadas para municiar
os responsáveis pela tomada de decisão (KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
Importante enfatizar que o ciclo de funcionamento do SIIG começa e termina
com os usuários das informações, ou seja, os gestores, colaboradores e o público aten-
dido pela organização. São os questionamentos feitos por eles que impulsionam as
pesquisas, cujas respostas findam o ciclo do sistema e retornam em informações para
contribuir com a tomada de determinada decisão (KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
O ponto de partida do sistema, portanto, é a demanda por informações, ge-
ralmente, orientada por um questionamento específico e, depois, alicerçada em
outras questões. As respostas às perguntas compõem os dados, que, por sua vez,
fazem parte de um sistema integrado. Eles são classificados, analisados e trans-
formados em informações, capazes de orientar novas decisões gerenciais.
As informações geradas e os dados coletados são armazenados em um ban-
co de dados interno da organização. Para modelar o sistema de classificação e
análise, o mais indicado é recorrer ao uso de tecnologias de informação. Existem
inúmeras ferramentas de software para o desenvolvimento de modelos de SIIG,
tanto livres (gratuitos) quanto comerciais (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). A
decisão sobre qual modelo adotar depende de vários fatores, a saber, o tamanho
da organização; a quantidade de recurso disponível para investimento; o pessoal
habilitado para manipular os dados; o nível de complexidade do sistema e a
frequência de demandas por informações.
13
SELEÇÃO E
UNIDADE 1
COLETA
de Dados
UNICESUMAR
ção em responder determinada dúvida e a identificar um problema a ser resolvi-
do. A pergunta formulada, desse modo, corresponde ao que se denomina como
problema de pesquisa. Ao retomarmos o exemplo apresentado, podemos afirmar
que o gestor identificou a necessidade de ampliar os atendimentos. Nesse sentido,
a organização precisa conhecer a realidade do seu público-alvo, para, depois,
planejar e executar ações que possam atrair novos usuários. Se a pergunta a ser
respondida, por exemplo, refere-se ao perfil dos deficientes visuais, residentes
na cidade onde a organização atua, o gestor, então, identificou o problema de
pesquisa que precisa ser sanado (GIL, 2008).
Para estruturar a pesquisa, no entanto, os gestores sociais e os pesquisadores
incubem-se de trabalhar juntos para definir o problema de pesquisa e determinar
os seus objetivos. Essa relação se estabelece porque o gestor compreende melhor
a informação almejada, e o pesquisador, por sua vez, entende qual é o processo
de pesquisa mais indicado para obter tal informação (GIL, 2008).
Cabe, aqui, ressaltar que o problema de pesquisa, ou seja, a pergunta a ser
respondida, deve ser formulada adequadamente. Caso a pergunta seja formu-
lada de maneira errada, o modelo de pesquisa adotado também será equivoca-
do e, consequentemente, o resultado da pesquisa e sua análise serão incorretos.
Nesse caso, todo o conhecimento gerado subsidiará ações que não atenderão a
demanda inicial, isto é, aumentar o número de atendimentos. Por isso, ambos os
profissionais, gestores e pesquisadores devem definir a questão (problema) a ser
respondida na pesquisa, e estruturar um planejamento de pesquisa, determinan-
do os tipos de pesquisa e os métodos mais adequados para atender aos objetivos
propostos inicialmente.
O plano de pesquisa consiste em transformar as necessidades de informações
em objetivos de investigação. Desse modo, de acordo com a pergunta, indica-se
a pesquisa mais adequada para respondê-la. Cada pesquisa possui finalidades,
características e métodos distintos e pode ser classificada em três categorias: ex-
ploratória, descritiva e causal (KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
15
UNIDADE 1
explorando Ideias
1 O uso das aspas simples (‘’) nesse livro é para referenciar expressões, termos, metáforas e ideias. O
uso das aspas duplas (“”) é somente para citações de outros autores.
16
A pesquisa causal, por fim, tem o intuito de encontrar a relação de causa
UNICESUMAR
e efeito, também de testar hipóteses sobre as relações de causa e efeito. A sua
característica é verificar as causas (variável independente) e os efeitos (variáveis
dependentes) de determinado fenômeno. O método de pesquisa é a experimen-
tação e requer uma concepção planejada e estruturada, usada para manipular
uma ou mais variáveis independentes (GIL, 2008).
Quanto ao planejamento de pesquisa, este deve ser desenvolvido e estru-
turado por escrito, para estabelecer os parâmetros a serem cumpridos no pro-
cesso, facilitar a comunicação entre pesquisadores e gestores, além de incluir
diversas e minuciosas explicações, em razão da complexidade da pesquisa ou
quando o processo de investigação será conduzido por empresa terceirizada
(KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
O plano deve incluir todos os problemas a abordar e os objetivos da pesquisa,
além dos tipos de pesquisa e os métodos a serem adotados. O custo do investimento
na pesquisa e o tempo de execução também devem ser inseridos na proposta.
17
CRIAÇÃO DE
UNIDADE 1
INDICADORES
próprios
Caro(a) aluno(a), para criar indicadores próprios, por meio da pesquisa, o ideal
é o gestor conhecer as informações básicas, pertinentes ao processo de pesquisa,
por exemplo, compreender que a natureza do dado pesquisado (primário ou
secundário) definirá a metodologia de investigação e qual é mais adequada para
sua coleta. As metodologias de pesquisa podem ser classificadas em qualitativas
e quantitativas (KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
Para a coleta de dados primários, ambas as metodologias de pesquisa, quan-
titativa e qualitativa, podem ser utilizadas. No caso da qualitativa, tem-se uma
metodologia exploratória, baseada em pequenas amostras. Ela é utilizada para
coleta de dados de natureza primária e não tem foco estatístico. As informações
obtidas, desse modo, são provenientes de análise do discurso e da postura global
dos entrevistados, diante das perguntas apresentadas pelo pesquisador. O resul-
tado não pode ser utilizado para fazer generalizações, portanto, não é conclusivo
(KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
Em relação, ainda, à metodologia qualitativa na coleta de dados primários, a pes-
quisa é considerada exploratória e suas abordagens podem ser de experimentação,
observação e levantamento (GIL, 2008). A pesquisa por observação é realizada por
pesquisadores capacitados que, mesmo sem interação com o pesquisado, conseguem
captar dados primários a respeito do comportamento das pessoas em determinadas
situações de interesse que não seriam respondidas por meio de um questionário.
18
Para a coleta de informações descritivas, emprega-se a pesquisa de levanta-
UNICESUMAR
mento, por meio de um questionário. O objetivo é determinar informações sobre
as opiniões ou práticas da população pesquisada, um exemplo é a pesquisa de
opinião eleitoral. A fragilidade relacionada a esse tipo de abordagem é a possibi-
lidade de os entrevistados não saberem responder as perguntas ou omitirem sua
opinião, apresentando uma resposta diferente, somente para serem simpáticos
com o pesquisador (GIL, 2008).
A pesquisa experimental refere-se à coleta de informações causais, recolhi-
das em entrevistas coletivas, por meio da seleção de grupos experimentais para
os submeter às discussões, o que se pode definir como grupo focal. Conforme
Gimenes (2019, p. 99),
““
os grupos focais constituem um recurso para a compreensão dos
processos de conformação de representações sociais. Eles podem, a
depender de sua condução, contribuir para que os indivíduos reve-
lem aspectos que não abordariam em uma entrevista, por exemplo,
pois a interação com os demais pode estimulá-los a manifestar-se
ou reduzir a sensação de sentir-se avaliado pelo pesquisador.
pensando juntos
Se você está desejoso de desenvolver alguma coisa realmente nova, lembre-se de que ela
não será detectada nas tendências.
(Larry Leigon)
19
Segundo Gimenes (2019, p.33), em alguns casos, o problema a ser investigado as-
UNIDADE 1
sume perspectivas maiores do que casos ou grupos. Nesse sentido, a pesquisa com
técnica quantitativa é relevante para a coleta e análise de dados. O autor destaca que:
““
As pesquisas quantitativas têm, como principal característica, a
preocupação com a quantificação de fenômenos, de modo que
as técnicas de coleta e de análise de dados são baseadas em dois
aspectos: a perspectiva de comparação e a possibilidade de trata-
mento estatístico. Nesse sentido, o método quantitativo implica em
amostras representativas com grandes números de casos e coleta
de dados estruturada.
20
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; IBICT –
UNICESUMAR
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia; INPE – Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais; SERPRO – Serviço Federal de Processamento
de Dados; INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária etc.
Outra definição importante para a criação de indicadores próprios, indepen-
dentemente do tipo de dado – primário ou secundário – e metodologia selecio-
nada – qualitativa e quantitativa –, é definir a extensão da pesquisa para coleta
de dados. No caso da pesquisa por entrevista individual, por exemplo, deve-se
definir a quantidade de entrevistados que possam representar, com segurança, o
universo do público-alvo da investigação (GIL, 2008).
Essa ‘população’ pode ser pesquisada de duas maneiras, por censo ou por
amostra. O censo é a investigação que inclui pesquisar todos os sujeitos da po-
pulação selecionada dentro do problema. Por conta do elevado custo para de-
senvolver esse tipo de pesquisa, o censo é mais indicado em situações em que a
quantidade de sujeitos a serem pesquisados é considerada pequena (GIL, 2008).
Em relação à amostra, esta refere-se a um fragmento da população que é
selecionado para representar a sua totalidade. A amostra deve ser representativa
e, para sua constituição, algumas questões precisam ser definidas. A primeira é
responder à pergunta: quem deve ser entrevistado? A resposta define qual é a
unidade da amostragem, portanto, define quem (que tipo de sujeito ou popula-
ção) é o mais propenso a responder a pesquisa (KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
Deve-se, assim, selecionar os procedimentos de amostragem e definir como
serão selecionados os entrevistados. As amostras probabilísticas referem-se aos
casos em que cada membro da população pode ser representado na amostra
coletada, sendo possível para os pesquisadores calcular os limites de erros de
amostragem. A amostra não probabilística está relacionada ao pesquisador, este
pode selecionar, por conveniência, membros da população que ele julgue mais
fácil extrair informações (KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
Outro aspecto é definir a quantidade de sujeitos para dimensionar o tama-
nho da amostra. Grandes amostras são mais confiáveis do que pequenas, mas
estas, quando bem selecionadas, oferecem resultados confiáveis (KOTLER;
ARMSTRONG, 2007). A amostra deve reproduzir as características da po-
pulação a qual foi obtida.
21
MONITORAMENTO
UNIDADE 1
DE DADOS
22
Após concluir a etapa de análise, o banco de dados interno é estruturado e
UNICESUMAR
‘alimentado’, periodicamente, com informações atualizadas, por meio de novas
pesquisas, constituindo uma ferramenta de monitoramento permanente da or-
ganização (KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
A vantagem da pesquisa, do banco de dados interno e do monitoramento do
banco de dados, é inserir na organização uma rotina de analisar de maneira siste-
mática e prévia os principais fatores, favoráveis ou não, antes da tomada de decisões.
A pesquisa pode ser conduzida para avaliação de desempenho interno,
por exemplo. O benefício se estende em identificar e mensurar o nível de
desempenho dos diversos setores da organização, além do monitoramento
do plano geral de resultados almejados.
O monitoramento dos dados vai permitir, ainda, estruturar projetos e
ações com melhor eficiência. A delegação de ações aos colaboradores torna-se
mais dinâmica e, dependendo da situação apresentada, as atividades da orga-
nização e seus formatos podem ser adaptados ou modificados integralmente
(KOTLER; ARMSTRONG, 2007).
23
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1
24
na prática
a) I, II e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
25
na prática
a) V, F, V, V.
b) V, V, V, V.
c) V, V, F, V.
d) V, F, V, F.
e) V, V, V, F.
26
na prática
27
aprimore-se
Resumo
O crescimento do terceiro setor na sociedade contemporânea tem provocado um de-
bate ampliado nos meios acadêmicos, nas últimas duas décadas, quanto à gestão de
organizações nessa área. Muitos estudos propõem análises, adequação de instrumen-
tos e estabelecimento de indicadores, visando um aumento da eficiência dos recursos
disponíveis. Neste contexto, tem-se a necessidade da implantação de um processo de
profissionalização dessas organizações com a utilização de ferramentas adequadas.
Assim, o objetivo deste estudo é apresentar um conjunto de indicadores focados na
eficiência de uso dos recursos utilizados no desempenho das atividades realizadas pe-
las organizações que atuam no atendimento a crianças de 06 a 14 anos em centros de
formação e que recebem subvenção da Prefeitura Municipal de Uberlândia.
Introdução
A cidade possui 26 centros de formação, sendo: 23 não governamentais e três go-
vernamentais. As 23 organizações de terceiro setor atendem, juntas, aproximada-
mente, 4.265 crianças e adolescentes, com um valor de subvenção de R$ 2,76 mi-
lhões, ou seja, aproximadamente 34% de todo o orçamento da Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Social para o ano de 2005. A delimitação proposta pelo presen-
te estudo enfoca cinco dessas instituições. São aquelas que possuíam os maiores
valores médios de gastos per capita; são organizações de menor tamanho, possuem
uma gestão menos qualificada e, de modo geral, não possuem outras unidades de
atendimento, diminuindo o risco de “rateios” de gastos.
[...]
Indicadores de gestão
[...] Em termos de mensuração de resultados, Cohen e Franco (1992, p.17) atestam
que “aumentar a racionalidade é o único caminho” para as organizações de terceiro
28
aprimore-se
setor. [...] Nesse sentido, inicia-se a discussão sobre a necessidade de medir desem-
penho e resultados dessas organizações, estabelecendo um bom sistema de indica-
dores. Desempenho, segundo Drucker (1994, p. 80), “significa concentrar os recursos
disponíveis onde estão os resultados”. Resultados são as metas da organização, isto é,
as mensurações dos parâmetros de avaliação estabelecidos a partir dos seus valores
e da sua missão. Por isso, Drucker (1994, p.47) ratifica que “as metas (de uma ONG)
devem ser adequadas a sua missão”. Assim, propõe-se uma conexão entre a origem
dos resultados e a forma de medi-los. Nesse sentido, os resultados originam-se a par-
tir dos valores e da missão da organização e são medidos a partir de indicadores. [...]
Partindo-se do pressuposto de que a mensuração é necessária para a obtenção
de bons resultados, deve-se ressaltar que a pura existência de indicadores não é
suficiente para tal. É necessário que eles tenham algumas características que os
qualifiquem como um bom sistema de indicadores. Para isso, Valarelli (1999, p. 8)
propõe um conjunto de características que podem ser entendidas a partir de três
perspectivas: um enfoque holístico; um enfoque prático e um enfoque de melhoria
contínua. Em termos do enfoque holístico, um sistema de indicadores deve ter coe-
rência com a visão e missão da organização e deve ser representativo. Em termos
práticos, o sistema de indicadores deve ser viável do ponto de vista operacional
e financeiro, as informações devem ser relevantes e o sistema deve ter uma fon-
te confiável e existente. Finalmente, conforme o enfoque de melhoria contínua, o
sistema deve estar orientado para o aprendizado, a fim de resultar em maior taxa
de sucesso, para estimular novos projetos, além de ser simples e compreensível
para os mais variados agentes. A partir dessas características, o autor mostra que
não basta somente medir, o sistema de medição também deve auxiliar o gestor no
processo de tomada de decisões mais eficazes. Com base nos atributos propostos
acima, o Quadro 2 apresenta um painel de indicadores com a finalidade de men-
surar a eficiência na aplicação dos recursos recebidos pelos centros de formação
subvencionados pela Prefeitura Municipal de Uberlândia. A análise e detalhamento
dos respectivos indicadores será feita na seção 7.
29
aprimore-se
Número de atendimen-
Análise do cumpri- tos dividido pelo nú-
Taxa de Ocupação mento do contrato de mero de atendimentos
subvenção proposto (e assinado)
em convênio
Número de atendimen-
Produtividade por fun- Análise da utilização do
tos por funcionário da
cionário maior custo fixo
folha de pagamento
Tempo de dedicação
aproximado em horas
Voluntários Tempo de dedicação
por semana que é reali-
zado pelos voluntários
Analisar a porcentagem
Valores dos encargos
dos cargos na folha e
Encargos por Salários sociais sobre o valor
identificar a isenção
dos salários
patrimonial
30
aprimore-se
Resultados
[...] A eficiência é analisada sob o ponto de vista de receitas e gastos. Para isso,
foram utilizados, como referência, os anos de 2003 e 2004 para cada organiza-
ção. Nesta análise, são observados os seguintes indicadores: excedente, taxa
de ocupação, gasto total médio por atendimento, gasto total variável médio por
atendimento, produtividade por funcionário, voluntários, encargos por salários
e grau de dependência.
[…] Em termos gerais, a eficiência pode ser resumida como o indicador que
mostra qual é o valor total gasto por atendimento, incluídos todos os tipos de
gastos, custos, despesas e investimentos. Nele, a organização CF4 (R$ 96,00)
possuiu o menor gasto total médio por atendimento. Isso mostra que, supon-
do-se que as organizações estejam atuando com um mínimo de qualidade
de atendimento, esse valor deveria ser “objetivado” por todas. Assim, CF4 (R$
96,00) seria a mais eficiente e CF5 (R$ 223,00) a menos eficiente. Entretanto, a
análise da eficiência está relacionada com uma referência. Supondo-se um mé-
todo de cálculo em que se exclui o maior e o menor valor e obtém-se a média
dos valores restantes, tem-se um valor de referência para a eficiência. Com esse
método, no estudo comparativo de casos, tem-se o valor de R$ 103,67. Nesse
critério, somente as organizações CF2 (R$ 102,00) e CF4 (R$ 96,00) seriam efi-
cientes. As outras deveriam empreender ações para diminuir os gastos a fim de
melhorarem esse resultado [...].
31
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32
anotações
ANÁLISE DE
CONJUNTURA
PROFESSORA MESTRE
Lilian Chirnev
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Identificar a Análise de Conjuntura
• Conceituar a Análise de Conjuntura • Compreender as categorias apropriadas para fazer análise de
conjuntura • Aplicar as ferramentas para elaboração da análise de conjuntura.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• O que é Análise de Conjuntura? • Conceitos de Análise de Conjuntura • Categorias para fazer Análise
de Conjuntura • Método e Aplicabilidade.
INTRODUÇÃO
ANÁLISE DE
Conjuntura?
explorando Ideias
De acordo com Alves (2008), a tática está para a conjuntura assim como a estratégia está
para a estrutura. A tática relaciona-se às questões de curto prazo e a estratégia, de longo
prazo. Para o autor, uma tática de luta econômica e política, por exemplo, deve possuir
um montante de reivindicações “parciais e transitórias que possam responder às necessi-
dades da conjuntura, enquanto a estratégia de luta é o conjunto de proposições capazes
de propiciar transformações estruturais na organização da sociedade” (ALVES, 2008, p. 8).
Fonte: adaptado de Alves (2008).
36
A análise de conjuntura é, ainda, “um instrumento metodológico da Ciência Po-
UNICESUMAR
lítica que serve para interpretar os eventos, os quais surgem da ação de atores em
contextos específicos” (OLIVEIRA, 2014, p. 25). São as informações e os dados de
natureza política e econômica utilizados para apontar o conjunto de forças que
atuam no resultado final de uma determinada ação.
De posse desses elementos, podemos interpretar os eventos e designar uma
direção aos acontecimentos. Souza (2005), no entanto, evidencia a complexidade
da tarefa. Para o autor, o conhecimento detalhado de todos os elementos julgados
importantes e/ou disponíveis não é a única fonte para justificar uma análise de
conjuntura, “exige também um tipo de capacidade de perceber, compreender,
descobrir sentidos, relações, tendências a partir dos dados e das informações”
(SOUZA, 2005, p. 8).
Para Oliveira (2014) as indagações são parte do exercício da análise de con-
juntura. As respostas às questões apresentadas “correspondem ao exercício cien-
tífico de identificar, interpretar e prognosticar o comportamento dos atores nas
arenas institucional e eleitoral num dado espaço temporal e em espaços temporais
futuros” (OLIVEIRA, 2014, p. 27).
Os contextos analisados não estão estagnados, ao contrário, estão inseridos
na dinâmica dos eventos: quando estão para surgir, quando surgem, findam-se
e/ou se reproduzem. “Sua atividade ocorre num espaço temporal (instantes) da
trajetória e ela permite o ato de vislumbrar o comportamento dos atores em
outros instantes temporais” (PETERS, 2003; HALL, TAYLOR, 2003; AOKI, 2007
apud OLIVEIRA, 2014, p. 26).
Mesmo com todo esse arcabouço descrito, ainda, são necessárias as teorias e as
metodologias específicas para analisar a conjuntura política e econômica do Brasil.
Por isso, a única forma de indicar uma possibilidade de investigação adequada é
reunir o conteúdo produzido por diversos estudiosos a respeito de elementos mais
indicados nas análises e estabelecimento de conjunturas. Esse será o tema da nossa
próxima aula, delineado como conceitos de análise de conjuntura.
37
CONCEITOS DE
UNIDADE 2
ANÁLISE DE
Conjuntura
38
Esse contexto da compra de um carro exemplifica um simples exercício
UNICESUMAR
de análise de conjuntura. Mas, afinal, o que representa somente a conjuntura?
Conjuntura pode ser compreendida como a inter-relação desses diversos ele-
mentos, concentrados num determinado tempo e lugar. E analisar a conjuntura
é “ler” esse “recorte” da realidade com base no conhecimento sobre a questão,
fazer perguntas para pensar em possibilidades de desdobramentos futuros,
correlacionando a “leitura” desse “recorte”, no caso da gestão social, à situação
social, econômica e política do país.
A análise de conjuntura também jamais é desinteressada ou neutra, porque
é realizada por pessoas com visões específicas, e a partir de um propósito. Por
isso, outra referência para fazer análise de conjuntura é correlacionar o próprio
interesse com o “objeto” analisado, questionando o limite entre ambos, mais uma
vez, para evitar reducionismos.
A análise de conjuntura é, do mesmo modo, um processo de descobertas
oportunizadas no decorrer da “leitura” de dado recorte da realidade, ou seja,
da investigação. Mas na prática, para elaborar uma análise de conjuntura, é
necessário utilizar algumas ferramentas metodológicas.
39
CATEGORIAS PARA
UNIDADE 2
FAZER ANÁLISE
de Conjuntura
Conforme Souza (2005, p .9), cada uma dessas categorias merece um tratamento
específico, mas, em conjunto, “poderiam ser estudadas como elementos da ‘repre-
sentação da vida’ ou de uma peça de teatro”.
Acontecimentos
UNICESUMAR
a um indivíduo e desfavorável a outro.
Se o preço dos produtos agrícolas, por exemplo, é baixo, o consumidor fi-
nal sente-se privilegiado, mas o produtor, prejudicado, porque seus lucros serão
reduzidos. Nesse sentido, para o consumidor, o baixo custo dos produtos pode
significar o início do processo de redução da inflação, para o produtor, porém,
pode indicar uma crise financeira.
Independentemente do valor, positivo ou negativo, dado ao acontecimento,
sua relevância consiste em ressaltar qual o período de tempo deve ser investigado,
caracterizado e analisado, para, a partir dos diferentes elementos, refletir sobre o
passado e demonstrar hipotéticas direções para o futuro.
Atores
41
Relações de força
UNIDADE 2
UNICESUMAR
Outras indicações podem compor uma análise de conjuntura eficiente, principal-
mente, quando não há clareza de quem está envolvido no acontecimento, a sua
causa e as possíveis consequências. Um exemplo é perceber quais atores sociais
(suas relações de força), mesmo que de maneira “camuflada” estão envolvidos ou
são os responsáveis por determinado acontecimento.
Traçar um “fio condutor” dos acontecimentos, portanto, é a melhor definição
de análise de conjuntura, isto é, pesquisar a lógica, os atores sociais, as suas articu-
lações, as relações de força, a estrutura à qual pertencem, o encadeamento de cada
ação e os padrões comuns de cada acontecimento. Ao perceber todo o conjunto, é
importante, ainda, atentar-se aos pequenos sinais de mudança manifestos naquele
contexto, pois eles direcionam a uma perspectiva futura.
pensando juntos
43
MÉTODO E
UNIDADE 2
APLICABILIDADE
44
Identificar fatos e acontecimentos
UNICESUMAR
Nessa etapa, é necessário captar notícias relacionadas ao tema em estudo. As fontes
podem ser jornais e revistas (impressos e eletrônicos). É preciso ler nas entrelinhas,
nem sempre a matéria revela as articulações que levaram a tal finalidade. Também
deve ser anotado os principais atores sociais envolvidos. Depois de separado, o mate-
rial deve ser ordenado em ordem de importância e distinguido os fatos de aconteci-
mentos. Uma simples planilha pode auxiliar nesse processo, veja o exemplo a seguir.
Planilha nº Tema
Objeto
Objetivo
Dia D1 D2 D3 D4 D5 D6
Fato
01
02
03
04
45
Como recomendado, a análise deve ser feita em grupo. O exercício é relacionar
UNIDADE 2
Planilha nº Tema
Objeto
Objetivo
Dia D1 D2 D3 D4 D5 D6
Fato
01
02
03
04
46
Relacionar conjuntura e estrutura
UNICESUMAR
À medida que os itens levantados pelos participantes são colocados na pla-
nilha, a conjuntura é formada. Nesse contexto, é importante diferenciar a
conjuntura da estrutura, pois, nesse processo, as “forças” que impulsionam
os acontecimentos podem ser reveladas.
Identificar os palcos
47
Análise
UNIDADE 2
48
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), uma análise de conjuntura é uma ‘leitura’ da realidade e deve,
desse modo, demonstrar as oportunidades existentes nos processos de transfor-
mação da sociedade. A análise de conjuntura é uma ferramenta metodológica
que, na prática, não despreza as teorias e utiliza as diversas metodologias.
A análise de conjuntura é um instrumento indispensável aos gestores que
pretendem implementar planejamento estratégico, ter perspectiva quanto a
possíveis parcerias, indicação de manutenção de processos assertivos e mu-
dança de ações sem eficácia.
Como estudamos no decorrer da unidade, uma análise de conjuntura não
é neutra ou desinteressada. Seu exercício manifesta um esforço para a com-
preensão de determinada realidade e pressupõe um posicionamento prévio
de quem a analisa.
Discorremos também sobre as categorias utilizadas para fazer uma análise
de conjuntura e a aplicabilidade das ferramentas metodológicas, como a cons-
trução de cenários para sugerir prognósticos, quanto ao comportamento futuro
dos atores sociais.
Por isso, uma análise equivocada conduz a ações ineficazes ou mesmo pre-
judiciais ao objetivo proposto. A análise de conjuntura não pode ser baseada
em uma visão fragmentada e unilateral, mas deve ter como alvo a integração
de pontos de vista que sejam complementares para contribuir com a com-
preensão do todo analisado.
A análise, sempre, condiciona-se a um propósito e deve permitir a identifi-
cação da situação no início do estudo, das principais variáveis e indicadores, dos
atores sociais e os seus papéis, tabulação das principais informações, identificação
de rupturas e de fatos portadores de futuro.
Nós cumprimos o objetivo desta unidade, porque compreendemos o que é
análise de conjuntura, qual o seu intuito, suas categorias e qual é sua importância
para a gestão social. Esse mecanismo de planejamento agrega ferramentas para
construção de novas possibilidades, novos desafios, com a elaboração de táticas
e estratégias para empreender o futuro da gestão social.
49
na prática
a) I, II e IV, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
50
na prática
a) V, F, V, V.
b) V, V, V, V.
c) V, V, F, V.
d) V, F, V, F.
e) V, V, V, F.
51
na prática
4. Para compor uma análise de conjuntura mais eficiente, principalmente quando não
há clareza de quem está envolvido no acontecimento, a sua causa e as possíveis
consequências, é possível, por exemplo, identificar quais atores sociais (suas relações
de força), mesmo que de maneira “camuflada”, podem estar envolvidos ou serem
responsáveis por determinado acontecimento.
Com base nas indicações que podem compor uma análise de conjuntura mais efi-
ciente, avalie as afirmações a seguir:
a) I, II e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
52
na prática
a) V, F, V, V.
b) V, V, V, V.
c) F, V, V, V.
d) V, F, V, F.
e) F, V, V, F.
53
aprimore-se
54
aprimore-se
55
aprimore-se
56
eu recomendo!
livro
filme
conecte-se
57
PROSPECÇÃO
MÉTODOS E
TÉCNICAS
PROFESSORA MESTRE
Lilian Chirnev
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Identificar a prospecção e sua
importância na gestão do terceiro setor • Conceituar a prospecção • Compreender os métodos e téc-
nicas de prospecção • Apropriar-se das ferramentas analíticas.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Breve contextualização: Qual a importância da prospecção na gestão do terceiro setor? • Conceito
amplo de prospecção • Métodos e técnicas de prospecção • Prospecção e suas ferramentas analíticas..
INTRODUÇÃO
QUAL A IMPORTÂNCIA
DA PROSPECÇÃO
na Gestão do Terceiro Setor?
UNICESUMAR
atendimento de outras demandas públicas.
A substituição do modelo de gestão burocrática na prestação de serviços
públicos, uma prática, até então, pelo modelo gerencial não governamental, al-
terou todo o referencial de trabalho das organizações sociais. Essas mudanças
redirecionaram sua dinâmica de atuação e sua forma de administração.
De maneira comparativa, antes da Reforma, exercia-se, basicamente, o
voluntariado, suficiente para atender apenas o público-alvo de interesse, in-
dependentemente da habilidade profissional dos sujeitos (voluntários). Os
atendimentos de interesse público nem sempre estavam onde o poder público
atuava, e as doações da comunidade eram os únicos recursos disponíveis para
a sobrevivência desse tipo de atividade.
Na sociedade contemporânea, o único compromisso, ainda, igual e per-
manente, refere-se ao desempenho das atividades de interesse público, estas
não têm fins lucrativos. Então, quais mudanças ocorreram a partir da Refor-
ma Administrativa? Não foram somente as terminologias – empreendimento,
gestão, marketing, planejamento – da Ciência da Administração que foram
apropriadas pela gestão social.
explorando Ideias
61
Como tratado na introdução desta unidade, o gestor social compromete-se, tam-
UNIDADE 3
62
CONCEITO
UNICESUMAR
AMPLO DE
Prospecção
““
assume que o futuro não pode ser cientificamente demonstrado a partir de
certas premissas. O ponto central é tratar quais as chances de desenvolvi-
mento e quais as opções para a ação no presente; não se espera um compor-
tamento passivo frente ao futuro, mas um posicionamento ativo. O futuro
será criado pelas escolhas que forem feitas hoje (COELHO, 2003, p. 10).
63
Nas últimas décadas, acelerou-se o quadro de mudanças. Se, por um lado, as
UNIDADE 3
pensando juntos
64
MÉTODOS E
UNICESUMAR
TÉCNICAS DE
Prospecção
““
a) Fluência: habilidade de gerar ideias em grande volume; b) Flexi-
bilidade: habilidade de transformar conceitos familiares em novas
formas ou mudar de velhos conceitos para novos; c) Originalidade:
habilidade de ter ideias fora do comum; d) Percepção (awareness):
habilidade de imaginar e perceber conexões e relações não óbvias;
e) Vigor (drive): motivação e força para realizar.
66
métodos estruturados, baseados nesse modelo de opinião de especialistas
UNICESUMAR
são: Delphi, painéis de especialistas, entrevistas, encontros, surveys, entre
outros (SANTOS et al., 2004).
■■ Monitoramento e Sistemas de Inteligência: esse método de prospec-
ção constitui em acessar fontes básicas de informação para monitorar e
atualizar os conhecimentos em relação à área de interesse ou atender a
uma determinada finalidade. Os exemplos de objetivos de monitoramen-
to são: identificar eventos (científicos, técnicos ou socioeconômicos) de
relevância para a organização, observar as principais fontes de natureza
técnica (artigos científicos, patentes, revistas, catálogos) e verificar, nesses
eventos e fontes, as oportunidades e ameaças potenciais para a organi-
zação. No decorrer da década de 90, surgiram os primeiros sistemas tec-
nológicos de inteligência, isso substituiu o monitoramento clássico pela
modernização dos tecnológicos, ampliou sua capacidade e tornou mais
dinâmico o processo de prospecção (SANTOS et al., 2004).
■■ Modelagens e simulações: tentativas de simular escolhas e identificar as
possíveis consequências, a partir da interação entre as diversas variáveis.
Esse método, para ser visualizado, pode ser estruturado em programas de
inteligência tecnológica ou simples jogos de discussão a partir da questão
“E se?” (SANTOS et al., 2004).
■■ Cenários: o método busca construir possíveis “caminhos” e representa-
ções do futuro. O intuito é destacar dessas representações as tendências e
as possibilidades dominantes de ruptura dentro do segmento das organi-
zações (SANTOS et al., 2004). A construção de cenários será apresentada
mais adiante, na Unidade 4.
■■ Análise de tendências: baseado na hipótese de que os padrões do pas-
sado serão mantidos no futuro, utilizam-se as técnicas matemáticas para
a análise de tendências, e as estatísticas, para coletar informações sobre
uma variável, ao longo de uma trajetória de tempo, e, em seguida, essa
informação é colocada como uma probabilidade para um futuro deter-
minado (SANTOS et al., 2004).
■■ Métodos de avaliação e decisão: sua finalidade é diminuir a incerteza
entre algumas possíveis alternativas e permitir uma escolha de acordo
com as prioridades estabelecidas.
67
““
Diferentes abordagens vêm sendo adaptadas e utilizadas, tais como o
UNIDADE 3
MÉTODOS E
FAMÍLIAS VANTAGENS DESVANTAGENS
TÉCNICAS
O líder ou o
coordenador
Amplia a habilida-
da equipe deve
de de visualizar
estar capacitado
distintos futuros
para evitar des-
possíveis.
vios em relação
Reduz as visões
à condução do
Brainstorming. preconcebidas.
1. Criatividade processo.
Ficção científica. Apresenta um
Um processo
padrão novo de
conduzido de
percepção.
maneira ine-
Excelente para ser
ficiente pode
utilizado na fase
resultar em
inicial do processo.
descrédito e
futurologia.
68
MÉTODOS E
UNICESUMAR
FAMÍLIAS VANTAGENS DESVANTAGENS
TÉCNICAS
Technology road-
mapping (TRM).
Metáforas e
analogias.
Listas de ve- Podem apresentar
rificação para comportamento de
identificação sistemas comple-
Há possibilidade
de impactos de xos, em razão da
de técnicas sofisti-
2. Métodos perspectivas. simples separação
cadas encobrirem
descritivos e Avaliação de dos aspectos consi-
pressupostos
matrizes Impacto Social. derados importan-
falsos e oferecer
Estado do Índice tes, dos detalhes
resultados de
Futuro (SOFI). considerados
qualidade ruim.
Análise da desnecessários.
Êxito na previsão
Sustentabilidade Em alguns siste-
de determinado
[Análise do Ciclo mas, pode incor-
comportamento
de Vida]. porar o julgamento
histórico.
Avaliação de humano. Apresen-
Para não induzir a
tecnologia. tam excelentes
análise a erros, as
análises e percep-
fontes de dados
ções relacionadas
Matriz de Impacto utilizadas em text
ao comportamento
Cruzado (MIC). e em data mining
de sistemas com-
3. Métodos Análise de Im- devem ter deter-
plexos. É possível
estatísticos pacto. minado nível de
efetuar o trata-
Análise Morfoló- padronização.
mento analítico de
gica.
ampla quantidade
de dados.
KSIM.
4. Modelagem Sistemas dinâ-
e simulação micos.
Jogos.
69
MÉTODOS E
UNIDADE 3
Existe a possibili-
dade de resultar
Pode ser utilizado
em informações
no começo da
excessivas, não
prospecção, como
Inteligência analisada e não
forma de contex-
Competitiva seletiva. As infor-
tualizar o tema e,
Tecnológica. mações forneci-
ao final, mantém
6. Monito- Data mining. das se referem
atualizado, de
ramento e Text mining. mais ao passado
maneira perma-
sistemas de Cientometria. e ao presente e,
nente, os pontos
inteligência Análise de pa- nesse sentido,
considerados mais
tentes. somente com
críticos.
Análise de con- a conclusão
Oferece ampla
teúdo. da análise será
quantidade de
possível efetivar
informação de
a perspectiva
diversas fontes.
em relação ao
futuro.
70
MÉTODOS E
UNICESUMAR
FAMÍLIAS VANTAGENS DESVANTAGENS
TÉCNICAS
Ao identificar o
Oferecem repre- futuro desejado,
sentações abun- mas sem levar
dantes e comple- em consideração
xas de possíveis as limitações
Godet e La Pros- futuros. Por meio e obstáculos a
pective. de outros métodos serem superados
7. Cenários
GBN. de prospecção, para alcançar
SWOT. podem incorporar a finalidade
uma ampla varie- almejada, esse
dade de informa- resultado pode
ções quantitativas ser considerado
e qualitativas. mais fantasia do
que prospecção.
É vulnerável
a mudanças
Regressão linear
inesperadas e a
e múltipla.
descontinuida-
Curva S.
Oferece previsões des. Projeções
Fisher-Pry.
consideráveis, com de longo prazo
Gompertz.
8. Análise de base em parâme- são considera-
Limite de cresci-
tendências tros quantificáveis. das arriscadas.
mento.
No curto prazo, é Demanda dados
Curvas de
precisa. históricos consis-
Aprendizado.
tentes ao longo
Equações de
de um período
Lotka-Volterra.
de tempo consi-
derado razoável.
71
MÉTODOS E
UNIDADE 3
Contribuem para
redução de incer-
Análise multicri-
tezas no decorrer
térios.
do processo deci- Os métodos
Processo de Hie-
sório. Em situações reduzem as
rarquia Analítica
9. Avaliação e em que o incertezas no
/Analytical Hie-
Decisão número de variá- processo decisó-
rarchy Process
veis a serem ana- rio, mas não as
(AHP).
lisadas é amplo, eliminam.
Árvores de
colaboram para o
relevância.
estabelecimento
de prioridades.
72
PROSPECÇÃO E SUAS
UNICESUMAR
FERRAMENTAS
Analíticas
Nesse sentido, Santos et al. (2004) destacam que métodos e técnicas tendem a
diferir em abordagens e habilidades requeridas, são, por isso, classificados como
“hard” – quantitativos, numéricos e empíricos – ou “soft” – qualitativos, baseados
em conhecimento tácito, isto é, experiência de vida, e julgamentos.
Outra possibilidade de classificação é avaliar se tais métodos e técnicas dire-
cionam-se à “normatização”, neste o processo de prospecção inicia com a percep-
ção exata da necessidade futura ou a “exploração”, em que o processo de prospec-
ção inicia a partir da simples ultrapassagem de tempo das informações existentes.
Para demonstrar como as técnicas, os métodos e as ferramentas analíticas
se integram, oferecemos algumas abordagens para exemplificar a estrutura-
ção do estudo do futuro.
73
Analytical Hierarchy Process (AHP)
UNIDADE 3
““
[...] Sistematizar o julgamento em hierarquia ou árvore; Fazer compa-
rações elementares de pares; Sintetizar esses julgamentos de pares para
chegar a julgamentos gerais; Checar se os julgamentos combinados são
minimamente consistentes entre si. Embora o AHP tenha sido criado
fundamentalmente para auxiliar o processo decisório, seu autor tam-
bém o aplicou a questões relacionadas à visualização do futuro. [...] Essa
técnica dá uma perspectiva de causalidade dos processos que fazem
parte da construção de cenários (COELHO, 2003, p. 29).
Análise de Impacto
Árvores de relevância
Esse tipo de análise se baseia nos métodos de análise de sistemas. O ponto de partida
é o problema ou a necessidade futura. Depois, define-se quais ferramentas e tipos
de tecnologia atendem às necessidades de desempenho da pesquisa. Usadas para
analisar situações e identificar diferentes níveis de complexidade ou hierarquias, as
árvores de relevância contribuem também para identificar problemas e soluções,
além de deduzir outras necessidades específicas de desempenho (COELHO, 2003).
Análise multicritérios
UNICESUMAR
cação permite priorizar ou reduzir os vários fatores que devem ser
levados em consideração. [...] A estrutura inicial para o modelo é
uma matriz que organiza os tópicos a serem hierarquizados em li-
nhas e os critérios de hierarquização em colunas. [...] Os critérios
devem ser coesos. Isso significa que a função utilizada para relacio-
nar cada tópico frente a cada critério deve permitir a comparação
entre os tópicos (SANTOS et al., 2004, p. 219-220).
Análise morfológica
A análise morfológica pode ser definida como um método que explora, de manei-
ra sistemática, os possíveis futuros, com a finalidade de descobrir novos produtos
e novas possibilidades de realizar processos.
““
Trata-se do desenvolvimento e da aplicação prática de métodos bá-
sicos que permitam descobrir e analisar as inter-relações estruturais
ou morfológicas entre objetos, fenômenos ou conceitos e explorar
os resultados obtidos na constituição de realidades plausíveis. [...]
Os usuários determinam em primeiro lugar as funções essenciais do
produto ou processo. Em seguida, listam os diferentes meios pelos
quais cada uma dessas funções poderia ser satisfeita. Finalmente,
usam a matriz para identificar novas e razoáveis combinações que
poderiam resultar em novos produtos ou processos. Essa técnica
pode ser usada para identificar novas oportunidades não óbvias
para a empresa, bem como para produtos e processos que o con-
corrente pode estar desenvolvendo (SANTOS et al., 2004, p. 203).
Avaliação individual
75
Brainstorming
UNIDADE 3
Focus Group
Modelagem
““
qualquer tipo de prospecção que usa algum tipo de equação para
relacionar variáveis, juntamente com uma estimativa de quais variá-
veis estarão no futuro. Envolve o uso de técnicas analíticas formais
para desenvolver retratos do futuro. Um modelo é uma representa-
ção simplificada da estrutura e dinâmica de alguma parte do mundo
real. A dinâmica de um modelo pode ser usada para prever o com-
portamento de sistema que está sendo modelado.
Delphi
A partir da opinião de especialistas, esse método busca o efetivo uso do julgamento in-
tuitivo. Por meio de um processo interativo e estruturado de experiência coletiva, espe-
76
cialistas são convidados a compor um grupo, para em uma primeira rodada, identificar
UNICESUMAR
e elaborar questionamentos considerados por eles como significativos ao tema tratado.
““
O questionário então é consolidado pela equipe de coordenação da
pesquisa, de modo a associar às questões escalas qualitativas ou quan-
titativas e, em seguida, submetê-lo a uma sequência de rodadas. A cada
rodada, a equipe de coordenação contabiliza as respostas, apresenta os
resultados parciais, normalmente sob a forma de descritores estatísticos
simples, médio ou mediano, e uma medida de dispersão (variância ou
desvio padrão) e demanda aos especialistas que revejam, em anoni-
mato, suas opiniões à luz da opinião agregada. Cada participante pode
fornecer então um novo julgamento, justificando a mudança ou não
de opinião. O processo se repete até atingir um “estado estacionário”,
normalmente depois de três a quatro rodadas. [...] Assim, opiniões
dissidentes também são levadas em consideração, em detrimento ao
imperativo do consenso (SANTOS et al., 2004, p. 204-205).
Web Delphi
Painel de especialistas
““
Cada vez mais utilizados na prospecção de caráter nacional, os pai-
néis têm a vantagem de proporcionar uma ampla interação entre os
participantes e garantir uma representação proporcional, levando
em consideração todos os segmentos interessados, tais como: gover-
no, empresas, terceiro setor e academia. Os painéis devem investigar
e estudar os temas determinados e dar suas conclusões e recomen-
dações. Devem ter a mesma integridade e conduta de outros estudos
científicos e técnicos e devem buscar o consenso, mas não a ponto
de eliminar todas as discordâncias (SANTOS et al., 2004, p. 205).
77
Surveys
UNIDADE 3
Esse método é considerado o mais comum para solicitar informações, por ocasião
da inviabilidade em reunir presencialmente grupos de especialistas. Dessa forma,
os potenciais custos com o processo e o tempo de execução são menores. Além de
proporcionar bons resultados, os pressupostos básicos do survey são a avaliação de
grupo ter “maior probabilidade de ser correta do que as opiniões individuais, e [...] a
informação grupal vai cancelar a informação incorreta” (SANTOS et al., 2004, p. 206).
Data Mining
““
podem orientar decisões em condições de certeza limitada. Esses
estudos têm atraído grande interesse devido às possibilidades de
resolução de parte do problema trazidos pelo “excesso de informa-
ção”, buscando localizar o conhecimento útil e utilizável a partir de
grandes quantidades de dados. [...] Estas ferramentas são capazes
de “aprender com bases de dados”, descobrindo o conhecimento útil
e estrategicamente interessante, que está “escondido” em grandes
quantidades de dados (SANTOS et al., 2004, p. 208-209).
Análise de conteúdo
UNICESUMAR
tempo para ocorrer tal ciclo, bem como a direção dos decorrentes acontecimentos
(SANTOS et al., 2004).
Jogos
Para tratar de temas ambíguos e complexos, os jogos são considerados como ferra-
mentas poderosas para observação de comportamento. A construção de um con-
junto realista de regras e a submissão ao jogo colocam os pesquisados numa con-
dição simulada da realidade, desse modo, é possível observar suas ações e reações
ao competirem entre si ou unidos para resolução de uma causa (COELHO, 2003).
Cenários
79
Godet e La Prospective
UNIDADE 3
““
Analisar as ações presentes à luz do futuro; Identificar futuros múl-
tiplos e incertos; Adotar um enfoque global e sistemático; Levar em
consideração fatores qualitativos e as estratégias dos atores; Nunca
esquecer que a informação e a prospecção não são neutras; Optar
por uma pluralidade e complementaridade de enfoques; Questionar
ideias pré-concebidas sobre prospecção e sobre quem trabalha na
área (COELHO, 2003, p. 26).
““
Identificação da questão principal; Identificação das principais
forças do ambiente local (fatores chave); Identificação das forças
motrizes (macroambiente); Ranking por importância e incerteza;
Seleção das lógicas dos cenários; Descrição dos cenários; Análise
das implicações e opções; Seleção dos principais indicadores e si-
nalizadores (COELHO, 2003, p. 28).
Regressão
80
““
Regressão linear: provê a ferramenta essencial para determinar
UNICESUMAR
equações para relações diretas. Essas equações podem ser usadas
para extrapolar o futuro e também para enquadrar relações não-
-lineares se essas relações puderem ser transformadas em formas
lineares. Permitem melhor compreensão das causalidades a serem
desenvolvidas, olhando nas relações entre variáveis independentes
e dependentes. Regressão múltipla: é similar à regressão simples,
mas usa múltiplas variáveis ao mesmo tempo. A regressão múltipla
muitas vezes dá uma explicação mais adequada do comportamento
passado da variável e uma base melhor para predizer seus níveis
futuros (COELHO, 2003, p. 19-20).
82
na prática
83
na prática
84
na prática
5. Uma das “famílias” de prospecção, proposta por Porter et al. (1991 e 2004), Skuma-
nich e Sibernagel (1997) e Coelho (2003) (apud SANTOS et al., 2004), é denominada
de opinião de especialistas.
85
aprimore-se
86
aprimore-se
c) Glueck (1976) indica três grupos de técnicas para pesquisa e análise am-
biental: Coleta de informações, espionagem e previsões. Sendo que o grupo
de previsões é subdividido em técnicas qualitativas (Painéis de Especialis-
tas, Método Delphi), de comparação e projeção histórica (baliza tendências
atuais e as extrapola para o futuro) e modelos causais (comparação de fato-
res ambientais com os fatores da companhia).
d) Utterback (1979) afirma que os métodos de previsão de mudanças ambien-
tais seriam dos seguintes tipos: quantificação da opinião de especialistas,
extrapolação de tendências passadas, análise ou monitoramento do am-
biente, simulação de interação entre as mudanças e restrições das variáveis
ambientais;
e) Para Kotler (1996), pode-se identificar diversos Métodos de Prospecção do
Futuro. São eles: Extrapolação de Tendências - ajuste de curvas mais confiá-
veis a séries de tempos passadas; Correlação de Tendências - indicadores de
avanço e retrocesso a partir de séries de tempos; Modelagem Econométrica
- equações para descrever o sistema vigente; Análise de Impacto Cruzado
- conjunto de tendências-chave e impacto de uma delas sobre as demais;
Previsão de Demanda/Risco - convergência e apelo entre eventos-chave e
tendências importantes da sociedade; Método Delphi - rodadas com espe-
cialistas que estabelecem as variáveis e indicadores críticos e avaliam os
eventos prováveis, havendo o aperfeiçoamento das hipóteses e julgamen-
tos após cada fase (busca do cenário mais provável); Cenários Múltiplos -
construção de imagens de futuros alternativos, cada um com consistência
interna e tendo relevância, além de certa probabilidade de ocorrência.
Fonte: Mendonça (2011).
87
eu recomendo!
livro
filme
A Viagem
Ano: 2013
Sinopse: baseado no romance de David Mitchell, ‘A Viagem’ é
uma composição de história, ciência, suspense, humor e seis
narrativas separadas. Essas histórias acontecem em épocas di-
ferentes (passado, presente e futuro) e lugares distintos, mas se
conectam, vagamente, mostrando como um simples ato pode
atravessar séculos e inspirar uma revolução.
Comentário: no contexto do nosso livro, o filme nos inspira a exercitar algumas
ferramentas de prospecção, analisando o passado e o futuro, a ficção científica,
analogia, “e se?” etc.
88
eu recomendo!
conecte-se
89
CENÁRIOS
PROFESSORA MESTRE
Lilian Chirnev
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Definir Cenários • Conhecer as
escolas e suas definições a respeito de Cenários • Compreender os métodos para construir Cenários
• Conceituar a Técnica Delphi na construção de Cenários.
.OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• O que é Cenário? • Escolas e seus Cenários • Como construir Cenários? • Enriquecendo Cenários: Téc-
nica Delphi.
INTRODUÇÃO
CENÁRIO?
Cenário, segundo Moritz, Nuner e Pereira (2008), deriva do termo teatral latino
scaenarium-i, que significa o roteiro de uma peça teatral. A conceituação de Ce-
nários, nos estudos prospectivos, apresenta palavras alusivas ao teatro moderno,
como trajetórias, cenários, atores e cenas. A sua ferramenta de análise se carac-
teriza pela criatividade em imaginar diversos futuros. A partir de metodologias
próprias, as organizações conseguem projetar possibilidades e estruturar meca-
nismos para responder, rapidamente, a qualquer alteração no ambiente (MO-
RITZ; NUNER; PEREIRA, 2008).
Como estudamos na Unidade 3, o cenário é uma das classes de família que
integra os estudos de prospecção. Na sua composição, insere-se métodos e técni-
cas capazes de atender às construções representativas do futuro, com destaque às
possíveis trajetórias. Nestas, as situações predominantes e os aspectos de ruptura
no ambiente das organizações são apontados.
A prospecção de um cenário completo pode envolver oito ou mais compo-
nentes principais, a saber:
■■ Título - representa a ideia do cenário de maneira simbólica.
■■ Filosofia - diretriz para análise do sistema considerado.
■■ Posicionamento - ‘lugar’ ocupado pela organização, em relação ao seu
posicionamento político e ideológico.
■■ Variáveis - elementos e/ou eventos que designam possíveis futuros.
92
■■ Atores - em razão da situação considerada no cenário, são os indivíduos
UNICESUMAR
ou grupos de influenciadores ou de influenciáveis.
■■ Cena – o “recorte” de determinada realidade ou uma análise das relações
estabelecidas entre atores e variáveis num determinado momento.
■■ Trajetória – descrição do processo evolutivo, desde as cenas iniciais, in-
cluindo cada um dos cenários determinados.
■■ Cenários Finais – finalização do trabalho de cenários.
explorando Ideias
Segundo Moritz et al. (2008), o uso de cenários se generaliza a partir da teoria militar e
insere-se como ferramenta de gestão pública e privada. A partir dos estudos da Rand
Corporation, na década de 50, grandes corporações empresariais, como a Shell e a Global
Business Network (GBN) difundiram e popularizaram as metodologias de cenários.
No Brasil, empresas como a Petrobrás e a Eletrobrás foram as pioneiras no uso de cená-
rios. A finalidade era prospectar mercados, projetar preços e demandas futuras. Entre os
anos de 1980 e 1990, diversas organizações governamentais aplicaram a cenarização no
desenvolvimento regional (SUDAM, Eletronorte), na tecnologia (CNPQ), no financiamento
tecnológico (FINEP), crédito e fomento (BNDES). Ainda, na esfera governamental, o projeto
mais significativo em termos de cenários foi o “Brasil 2020”, da antiga Secretaria de Assun-
tos Estratégicos da Presidência da República, em 1998.
Fonte: adaptado de Moritz et al. (2008).
94
ESCOLAS E
UNICESUMAR
SEUS CENÁRIOS
““
Segundo Masini e Vasquez (2000), as diferentes escolas de pensa-
mento sobre a elaboração de cenários adotam um conjunto de ti-
pos, classificando os cenários como: tendenciais ou extrapolativos;
normativos ou desejáveis; catastróficos, utópicos e contrastantes
(WRIGHT; SILVA; SPERS, 2010, p. 62).
95
No quadro a seguir, apresentamos algumas contribuições para detalhar as escolas
UNIDADE 4
96
ESCOLAS TIPOS E DEFINIÇÕES
UNICESUMAR
• Cenários Tendenciais-Inerciais ou Cenários de
Tendência - refletem a situação atual como se fosse
permanente, sem supor qualquer mudança.
• Cenários Utópicos - o intuito é descrever as melho-
res situações possíveis e imaginadas sobre situações-i-
deais, mesmo inatingíveis.
• Cenários Catastróficos - o intuito é descrever as pio-
res situações possíveis, a partir do que foi identificado
Escola H. Kahn e
no Cenário Tendencial.
Estudos dos Futuros
• Cenários Normativos - nesse cenário, inclui-se as
Humano e Social:
situações desejáveis e atingíveis, identificando melho-
Cenários Tendenciais,
rias para o futuro, definindo uma trajetória de etapas a
Otimistas, Pessimistas
serem cumpridas para alcançar metas, melhorando o
e Contrastantes
Cenário Tendencial.
• Cenários Contrastantes – invariavelmente, é o opos-
to do Cenário Tendencial, em razão de apresentar
situações extremas, a partir de alterações em distintas
variáveis-chave. Apesar de estruturar situações extre-
mas, esse cenário mantém o objetivo de fazer des-
cobertas, por meio de análises racionais de relações
entre fatos, que podem estar camuflados.
97
COMO CONSTRUIR
UNIDADE 4
CENÁRIOS?
Conforme Moritz, Nuner e Pereira (2008), em 1988, Peter Schwartz cria a em-
presa norte-americana Global Business Network (GBN), especializada em ela-
boração de cenários. Sua metodologia é composta por oito etapas e, em todas,
leva-se em consideração as especificidades de pensamentos dos dirigentes, desde
as suas crenças sobre a realidade do mundo até suas incertezas. No quadro a
seguir, apresentamos a estrutura proposta por Schwartz.
98
Identifica-se, primeiro, a questão que motivou a edificação
UNICESUMAR
dos cenários alternativos e, em seguida, define-se as di-
Questão principal mensões de abrangência do estudo, tanto espaciais quanto
temporais, e as possíveis consequências de longo prazo que
devem ser listadas.
99
Metodologia de Godet
UNIDADE 4
Testes de consis-
O intuito é garantir a coerência da história descrita.
tência
100
Metodologia de Grumbach
UNICESUMAR
O método descrito por Grumbach, para elaboração de cenários prospectivos,
destaca a existência de diversos futuros possíveis. Eles podem ou não ultrapas-
sar os acontecimentos do passado. As etapas desse método são apresentadas no
quadro a seguir.
Debate sobre os propósitos do estudo e os temas de
enfoque. De forma clara e objetiva, os limites do proble-
Definição do problema
ma são definidos. Os peritos, nessa fase, são convidados
a participar dos trabalhos.
pensando juntos
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nos-
so corpo, e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.
(Fernando Teixeira de Andrade)
101
A avaliação das alternativas de futuro é a análise da probabilidade de ocorrência
UNIDADE 4
102
ENRIQUECENDO
UNICESUMAR
CENÁRIOS:
Técnica Delphi
““
Para Wright e Giovinazzo (2000), na sua formulação original, o Del-
phi é uma técnica para a busca de um consenso de opiniões de um
grupo de especialistas a respeito de eventos futuros, baseando-se no
uso estruturado do conhecimento e da experiência de um painel de
especialistas, no pressuposto de que o julgamento coletivo, quando
organizado adequadamente, é melhor do que a opinião de um só
indivíduo (WRIGHT; SILVA; SPERS, 2010, p. 64-65).
103
A base do pressuposto é de que o julgamento coletivo, se organizado corretamen-
UNIDADE 4
104
O limite de número de questões depende do perfil dos especialis-
UNICESUMAR
tas, mas um valor indicado máximo é de 25 questões, para garantir
a efetividade de perguntas, realmente, relevantes. O questionário é
Questionário disponibilizado na internet (site, blog, entre outros canais), utili-
pela internet zando um formulário em que seja possível tabular as respostas,
automaticamente, em uma planilha eletrônica, como o Excel. Os
respondentes são avisados da emissão do questionário por e-mail e
o preenchem diretamente na internet.
Conclusões
Os dados finais são processados, a partir do consenso gerado pelo
gerais e
grupo. Estes resultados, sintéticos ou completos, a interpretação dos
relatório
dados e as considerações levantadas no processo podem ser divulga-
final dispo-
dos na internet para acesso público ou restrito aos participantes, me-
nibilizado na
diante utilização de uma senha, conforme os objetivos da pesquisa.
internet
105
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 4
Caro(a) aluno(a), a prospecção de problemas pode ser feita por meio de diversos
métodos, técnicas e ferramentas analíticas. Como exemplificamos no início desta
unidade, o exercício da prospecção faz parte da nossa rotina diária e, da mesma for-
ma, quando aplicado à gestão social, reduz as incertezas e direciona nossas decisões.
No decorrer dessa unidade, apresentamos o método de Cenários, um dos
mais utilizados para área de planejamento em longo prazo. Optamos por detalhar
esse instrumento, em razão da sua composição e do uso de métodos e técnicas,
capazes de atender às construções representativas do futuro, com ênfase nas pos-
síveis trajetórias e nos diversos ambientes das organizações.
Conseguimos compreender o que é Cenários, sua importância na rotina do
empreendimento social, também como cada “escola” implementou suas teorias
e desenvolveu métodos e técnicas características à sua realidade. Destacamos
também as principais metodologias de prospecção de Cenários futuros imple-
mentadas nas últimas décadas.
Para acrescentar mais conhecimento aos nossos estudos, enriquecemos a
construção de Cenários com a descrição da Técnica de Delphi e a sua relevância
na condição de consulta a um painel de especialistas. Demonstramos, inclusive,
como a técnica pode ser aplicada por meio da internet.
Depois de aprender metodologias, técnicas e ferramentas de Cenários futuros,
partiremos, agora, para as demonstrações de execuções práticas, tema da Uni-
dade 5. O objetivo é especificar como os estudos a respeito de ambientes podem
contribuir para identificar as variáveis que compõem os diversos cenários, social;
econômico e político. As tendências apontadas nas prospecções indicam ações
a serem cumpridas no presente. Dessa forma, processa-se a análise de cenários
em seus distintos ambientes.
106
na prática
107
na prática
a) V, F, V, V.
b) F, V, F, V.
c) V, V, V, F.
d) F, F, V, F.
e) V, V, F, F.
I - Podem ser possíveis (tudo o que é possível imaginar); realizáveis (tudo o que é pos-
sível conseguir); desejáveis (tudo o que é imaginável, mas impossível de se realizar).
II - Nos cenários antecipatórios, conhecidos como normativos ou desejados,
é conduzida uma análise antecipada a partir da vontade de determinado
coordenador de equipe.
III - Cenários também podem ser definidos de acordo com sua natureza ou
probabilidade, divididos em duas categorias, exploratórios e antecipatórios
(desejado, normativo).
IV - Os cenários exploratórios analisam possíveis futuros concretos, aplicando uma téc-
nica de correlações de condicionantes e variáveis, indicando as tendências futuras.
a) I e III, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
108
na prática
I - O Delphi também pode ser aplicado pela internet. Essa versão denomina-se
Web Delphi. As mesmas características do Delphi tradicional são mantidas.
PORQUE
II - A base do pressuposto é de que o julgamento coletivo, se organizado correta-
mente, funciona melhor do que a opinião isolada de um único indivíduo.
109
aprimore-se
A técnica de Delfos
O Método Delphi ou Técnica de Delfos teve seu nome baseado no antigo Oráculo de
Delfos, lugar sagrado na Grécia antiga, onde se anunciavam predições sobre o futu-
ro. O método é uma técnica de previsão, projetada para conhecer com antecipação
a probabilidade de eventos futuros. É uma técnica de solicitação e coleta sistemática
da opinião de especialistas em um determinado assunto.
A utilização do método é mais indicada quando não há dados históricos sobre o
problema a ser pesquisado ou, mais especificamente, quando faltam dados quan-
titativos referentes ao objeto de estudo. O método foi criado na Rand Corporation
(Santa Mônica, Califórnia, EUA), em 1966, pelo pesquisador Olaf Helmer, em conjun-
to com Theodore Gordon e Norman Dalkey.
110
aprimore-se
111
aprimore-se
112
eu recomendo!
livro
Planejando Cenários
Autor: Woody Wade
Editora: Saraiva
Sinopse: a maioria dos livros sobre o futuro são repletos de pre-
visões. No entanto este livro propõe algumas questões sobre o
que poderá acontecer e apresenta um método de planejamento
que traz mudanças e oportunidades possíveis de se materializar,
mostrando como maximizar a flexibilidade para competir em diferentes panora-
mas que possam surgir e se preparar não apenas para o futuro, mas para vários
cenários possíveis. É um guia que apresenta como olhar para sua empresa anos
além, utilizando perguntas que propiciam reflexão sobre as consequências possí-
veis das tendências atuais (e do futuro possível), além de orientar tomadores de
decisão a prever oportunidades e ameaças que possam surgir além do planeja-
mento convencional. Além disso, este livro vai auxiliar você a: mapear quaisquer
tendências que possam mudar os panoramas político, social e econômico, exer-
cendo impacto significativo sobre sua empresa; explorar o impacto dos avanços
tecnológicos e dos novos competidores; examinar desafios que sejam vagamente
reconhecíveis como problemas potenciais nos dias de hoje.
113
eu recomendo!
filme
A Grande Aposta
Ano: 2016
Sinopse: Michael Burry é dono de uma empresa de médio porte.
Certo dia, decide investir o dinheiro do fundo que coordena no
sistema imobiliário dos Estados Unidos. Burry, porém, aposta na
recessão do sistema. Essa decisão gera complicações com os in-
vestidores, pois, em nenhum momento anterior, alguém havia se
arriscado contra o sistema e levado vantagem. O corretor Jared
Vennet vê nesse negócio uma oportunidade e oferece o investimento aos seus
clientes, dois iniciantes na bolsa de valores percebem também que podem ganhar
dinheiro ao apostar na crise imobiliária. A Grande Aposta mostra a existência de
vários caminhos e que, em todos, a segurança nunca é certa, por isso, é necessá-
rio, sempre, atentar-se.
conecte-se
114
anotações
ANÁLISE DE
AMBIENTES
e Cenários
PROFESSORA MESTRE
Lilian Chirnev
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Especificar os ambientes que
compõem os diversos cenários • Compreender o macroambiente da organização • Assimilar o mi-
croambiente da organização • Perceber as distinções entre teoria e prática.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Como analisar os ambientes para construir cenários? • O Macroambiente da Organização • O Microam-
biente da Organização • Cenários: Teoria e Prática.
INTRODUÇÃO
AMBIENTES PARA
Construir Cenários?
118
UNICESUMAR
explorando Ideias
119
O MACROAMBIENTE
UNIDADE 5
DA ORGANIZAÇÃO
UNICESUMAR
de vida), as percepções (mudança de valores), as preferências e os com-
portamentos da sociedade.
Entre as variáveis de cada segmento, reproduzimos uma lista com exemplos con-
siderados, por Vasconcellos Filho (1979), de maior relevância no macroambiente
da organização:
Econômico Social
• Crescimento do PNB • Percentual da população
(Produto Nacional Bruto); pertencente a cada segmento
• Balanço de pagamentos; socioeconômico;
• Reservas cambiais; • Hiatos entre os diversos
• Balança comercial; segmentos;
• Taxa de inflação; • Condições de vida de cada
• Taxas de juros; segmento (moradia etc.);
• Estabilidade monetária; • Estrutura de consumo de cada
• Mercado de capitais; segmento;
• Arrecadação (impostos • Estilo de vida de cada
federais, estaduais e segmento: tendências;
municipais). • Sistema de valores de cada
• Distribuição de renda. segmento.
Demográfico Cultural
• Densidade populacional; • Índice de alfabetização;
• Mobilidade da • Níveis de escolaridade;
população (interna); • Características da orientação
• Índice de natalidade; educacional: tendências;
• Índice de mortalidade; • Estrutura institucional do
• Taxa de crescimento sistema educacional:
demográfico; tendências;
• Taxa de crescimento • Veículos de comunicação;
populacional composição • Estrutura institucional do
e distribuição da setor;
população segundo sexo, • Graus de concentração;
idade e estrutura familiar. • Regime de funcionamento;
• Níveis de audiência e leitura:
tendências.
Tecnológico
• Capacidade para aquisição
e desenvolvimento de
Sindical
tecnologia; • Tipos de organização;
• Proteção de patentes; • Tipos de conflitos;
• Ritmo de mudanças • Graus de participação;
tecnológicas; • Característicasideológicas.
• Orçamento de pesquisa e
desenvolvimento;
• Transferência de
tecnologia.
121
Político Ecológico
UNIDADE 5
c) Resultantes da dinâmica da
estrutura de poder
• Política monetária;
• Política tributária;
• Política de distribuição de
renda;
• Política de relações externas;
• Legislação (federal, estadual,
municipal);
• Política de estatização;
• Política de segurança
nacional.
Legal
• Legislação tributária;
• Legislação trabalhista;
• Legislação comercial.
122
O MICROAMBIENTE
UNICESUMAR
DA ORGANIZAÇÃO
Serviços.
Atividades da
Relacio-
Empresa.
namento Fornecimento.
Depen- Elaboração
Diretoria nas esferas Apoio.
dência. dos projetos,
governamen- Orientação.
planos de ex-
tais.
pansão e de
Público implantação.
Interno
Necessidades
dos consumi-
Orientação. dores.
Funcioná- Depen- Prestação de
Fornecimento. Serviços.
rios dência. serviços.
Dependência. Recursos
financeiros (re-
muneração).
Redação
Informações
dos veí-
Forneci- sobre os
culos de Informações. Divulgação.
mento. serviços da
comunica-
organização.
ção
Posiciona-
mento políti-
Público co do veículo
Externo Direção em relação
dos veí- Apoio/Anta- ao setor de
Forneci-
culos de Informações. gonismo. atuação da
mento.
comunica- Divulgação. organização
ção e sobre os
serviços pres-
tados pela
organização.
UNICESUMAR
Para uma abordagem mais abrangente, uma metodologia de classificação de va-
riáveis estrutura-se, considerando o ambiente de uma organização, como:
““
[...] a somatória de variáveis, de natureza e características diversas
(positivas, negativas ou neutras), localizadas dentro e fora da orga-
nização (internas e externas), com influência no desempenho da
organização nos diferentes níveis temporais (curto, médio e longo
prazos) (VASCONCELLOS FILHO, 1979, p. 122).
pensando juntos
125
Região Negativa
UNIDADE 5
Região Neutra
Região Positiva
126
Alcançar o êxito, na utilização da metodologia de planejamento estratégico, de-
UNICESUMAR
pende do conhecimento profundo da realidade ambiental pertinente à organiza-
ção, “obtido por meio de uma análise ambiental mais científica e menos baseada
em feeling de executivos experientes” (FILHO, 1979, p. 10). Por isso, mesmo com
todas as orientações sobre o mapeamento e a classificação das variáveis, para
promover uma análise ambiental adequada ao macroambiente e ao microam-
biente (ambiente operacional e ambiente interno) da organização, o gestor deve
examinar cuidadosamente cada variável e definir qual técnica é a mais adequada
para estabelecer as bases para estruturação de cenários ambientais e futuros.
As técnicas mais apropriadas para o exame das variáveis, componentes de
cada segmento ambiental, foram citadas no decorrer das unidades deste livro.
Deter-nos-emos em exemplificar, na próxima aula, como a teoria e a prática se
revelam na construção de cenários.
127
CENÁRIOS:
UNIDADE 5
TEORIA E PRÁTICA
UNICESUMAR
as variáveis de cada ambiente e a construção dos respectivos cenários, necessa-
riamente, deve-se primar pela gestão participativa e a relação dialógica entre os
pares. Isso implica apropriar-se das técnicas administrativas, mas com foco no
universo da gestão social. Nesse sentido,
““
o conhecimento é visto como resultado da produção social da
aprendizagem, [...] não sendo o conhecimento diferente ou mes-
mo superior à ação [...]. Quanto mais participativo e horizontal seja
um processo de planejamento, de decisão e de avaliação de práticas,
mais se aproxima do ideal da gestão social e mais oportunidades de
aprendizagem são geradas, na medida em que todos os participantes
têm oportunidade de manifestar seus saberes e de engajar-se na
construção de novos saberes, com legitimidade para definir, adap-
tar ou interpretar as ações e seus significados. Isso gera a tendên-
cia de maior identificação das pessoas com as comunidades das
quais são membros e de compromisso com os objetivos delineados
(SCHOMMER; FRANÇA, 2008, p. 77).
Economia Solidária
130
O depoimento de duas mestrandas do Programa de Pós-Graduação em Ad-
UNICESUMAR
ministração/UFRGS destaca a diferença entre o conhecimento acadêmico e o
conhecimento produzido em campo. Durante as visitas aos empreendimentos,
elas constataram que os associados são pessoas privadas de muitos direitos e
apresentam uma trajetória pessoal de prover a sobrevivência e criação dos seus
filhos, em condições de vida precárias.
Se, por um lado, essa condição de vulnerabilidade os aproximou dos residen-
tes, com a expectativa de serem capazes de solucionar alguns dos problemas, por
outro, a presença dos residentes também representava uma ameaça à liderança do
empreendimento. Os questionamentos realizados pelos residentes, no processo
de pesquisa, criavam espaços para discussões internas que poderiam modificar
o status quo. Dessa forma, a coordenação optou por abrir mão do apoio técnico
da universidade para continuar no controle de suas atividades.
““
O testemunho desta experiência, além de servir de exemplo para os
futuros residentes, demonstrou que quando teorizamos acerca da
Economia Popular Solidária precisamos nos atentar para a realidade
dessas experiências, que ainda estão aquém das expectativas nutri-
das por intelectuais e políticos, talvez porque os envolvidos com a
prática desta forma de economia ainda não estejam cientes dos seus
objetivos e tão pouco conhecem as propostas de desenvolvimento
local subjacentes a essa organização econômica. [...] De forma que
acreditar que a Economia Popular Solidária é caracterizada pela
participação democrática, pela prática da autogestão e da solida-
riedade, pode ser uma ingenuidade dos atores que vivenciam esse
contexto. Por outro lado, as tentativas de tornar tais conceitos em
realidades são de relevante valia em face da conjuntura econômica,
política e social na qual nos encontramos (CARRION, 2008, p. 196).
131
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
Caro(a) aluno(a), você está apto a definir a finalidade do estudo futuro de uma
organização? Sabe dimensionar seu alcance (geográfico, temporal e de hierarquia)
e os instrumentos específicos para responder à questão relacionada ao cenário
que deseja prospectar? Quanto à seleção de ferramentas, conforme a metodologia
a ser adotada, sabe como proceder? Como selecionar pesquisadores e analistas
externos e, posteriormente, envolve-los no processo de pesquisa, em conjunto
com os dirigentes e colaboradores da organização?
O mais importante das discussões propostas, nessa unidade, é estabelecer
um diálogo contínuo, qualificado e estruturado sobre valores, objetivos e metas
para o futuro. A identificação e a análise de problemas nos diversos ambientes e a
construção de cenários para idealizar e debater possibilidades futuras são, apenas,
instrumentos manipulados pelos homens.
Ficamos suscetíveis, sempre, em fazer valer a prática da concepção do
democrático e do deliberativo. Nosso aperfeiçoamento pode acabar em si
mesmo, caso nossas ações não ultrapassem a pequena dimensão que os nossos
braços podem alcançar.
Nada será suficiente na sua qualificação científica e profissional, se você não
compreender que manipular todos esses instrumentos de administração não
serão suficientes; se, nas suas ações, você não se sentir pertencente ao seu ofício.
Por fim, nenhum exercício de prospecção é preciso.
Suas habilidades estarão obsoletas, no momento em que terminar esse livro,
caso o seu objetivo seja envaidecer-se pelo conhecimento. O desafio real da
sua rotina, na gestão, é empregar, a cada processo, esforços para reduzirmos,
no futuro, as desigualdades.
Dessa forma, o bem comum, a solidariedade, a visão empreendedora de atender
ao interesse público, todos esses temas não ficarão mais restritos aos poucos dis-
cursos vazios sobre a prática ideal e tornar-se-ão a descrição da própria realidade.
132
na prática
1. A análise ambiental pode ser definida como um processo contínuo com a finalida-
de de selecionar os pontos de relevância da análise, interligá-los e classificá-los de
acordo com o seu ambiente, examinando suas variáveis ambientais.
a) V, F, V, V.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) F, F, V, F.
e) V, V, V, F.
133
na prática
3. A análise ambiental pode ser definida como um processo contínuo com a finalida-
de de selecionar os pontos de relevância da análise, interligá-los e classificá-los de
acordo com o seu ambiente, examinando suas variáveis ambientais.
134
na prática
1 - Ambiente Demográfico.
2 - Ambiente Tecnológico.
3 - Ambiente Econômico.
4 - Ambiente Político/Legal.
a) 1, 3, 2, 4.
b) 4, 3, 1, 2.
c) 4, 2, 1, 3.
d) 3, 4, 2, 1.
e) 2, 4, 1, 3.
135
na prática
136
aprimore-se
137
aprimore-se
sões do Congresso para influir no orçamento da União. Isto tanto pode ocorrer
por meio de mudanças em algumas das vinculações constitucionais atualmente
em vigor, quanto pelo jogo de ameaças e retaliações sobre o governo federal em
favor da execução impositiva das emendas orçamentárias aprovadas. Em tal cená-
rio, aumentam as demandas pela mudança do pacto federativo, com redefinição
de atribuições e partilha de receitas entre a União, Estados e Municípios. Estas de-
mandas levam em conta também a persistência da questão do financiamento da
seguridade social nos três níveis da Federação e cuja irresolução tende a ocupar
as atenções do Congresso ainda por longo período. Caminha-se, portanto, para
um tipo de federalismo de feição mais cooperativa, no qual o governo federal
ainda detém a maior parte de sua capacidade de iniciativa, por conta do quadro
fiscal ainda preocupante, mas aceita e até estimula o surgimento de organismos
de descentralização de responsabilidades, como os Consórcios de Municípios e a
“gestão metropolitana” dos grandes centros urbanos. O cenário delineado reforça
a tendência de redução gradativa das disparidades regionais e inibe a propensão
do Executivo federal de interferir nos rumos e na pauta do Congresso, por meio
do uso intensivo de Medidas Provisórias. A demanda pela desconstitucionalização
de algumas matérias, porém, não se limita aos aspectos tributários, afetando tam-
bém a área crítica da segurança pública. O colapso do modelo policial em vigor,
liderado pelos Estados, impõe o aumento das esferas de competência e da auto-
ridade da União sobre essa matéria, num processo de federalização das diretrizes
gerais e das ações de segurança. Dissemina-se a percepção de que a insegurança
pública decorre não tanto da força do chamado crime organizado, mas especial-
mente da falta de coordenação e eficácia do atual ordenamento jurídico-repressi-
vo, este sim desorganizado. Em paralelo, a persistência ou agravamento dos focos
de tensão interna nos países limítrofes estimula o aumento expressivo da presen-
ça militar brasileira nas fronteiras nacionais, especialmente na Amazônia ociden-
tal, na região da Tríplice Fronteira. Mais: o viés intervencionista da atual política
externa norte-americana tende a reforçar um sentimento nacionalista entre os
partidos hegemônicos e as Forças Armadas que se concretiza na urgência de me-
didas práticas e eficazes de proteção às fronteiras. No plano das organizações so-
138
aprimore-se
139
eu recomendo!
livro
filme
1984
Ano: 1984
Sinopse: o filme é uma adaptação do famoso livro 1984, escrito
em 1949, por George Orwell. A história se passa no Reino Unido,
onde vigora o regime socialista, controlado com mão-de-ferro
pelo partido. Há, em todo lugar, telas de TV, que servem como os
olhos do governo para saber o que os cidadãos fazem.
Comentário: destaques são para os temas abordados, como con-
trole social e ética.
conecte-se
140
conclusão geral
conclusão geral
Caro(a) aluno(a), encerramos nossos estudos! Este livro representa nossa trajetória de
conhecimento a respeito da Análise e Prospecção de Problemas Nacionais e Locais.
Quero agradecer a você por permitir que eu compartilhasse um pouco das minhas
pesquisas e experiências, expondo "leituras" multidisciplinares das Ciências atuais.
Cabe, neste momento, ressaltar, a respeito da vida acadêmica e profissional, que
fórmulas mágicas ou procedimentos infalíveis anunciados para a gestão social, sim-
plesmente, não existem. As ficções científicas nascem, reproduzem-se e se perpe-
tuam pela ausência da pesquisa.
Tudo que eu posso garantir a você é que, com tempo; qualidade de estudo; mui-
tos questionamentos e investimentos em trabalho para conseguir respondê-los, você
poderá amar o conhecimento e desejar a sabedoria e, enfim, alcançar o que almeja.
Cuidado com os estereótipos, padrões de conhecimento que não questionam e
somente ditam regras, esses contribuem apenas para calar talentos. Não se confor-
me em aprender apenas a partir de uma visão. Tenha muitas experiências e todo
o conhecimento adquirido se transformará em uma perspectiva particular que, de-
pois, você poderá propagar.
Mergulhe nas Ciências e aperfeiçoe as ferramentas de gestão a um propósito
maior e melhor. A gestão social está na vanguarda da administração. Muitos anos
foram investidos em estudos para que se compreendesse exatamente o que já se
faz no terceiro setor, ouvir as pessoas; dialogar; tomar decisões conjuntas; integrar
contrapontos e não os repelir, esses são os aspectos que fazem a diferença, além de
empreender novos conceitos de gestão.
Por fim, desejo a você muita saúde e coragem para persistir e não desistir. Se lhe
falta inspiração, empreste-a de alguém, somente, para começar. Depois, construa
seus caminhos e, quando puder, os desconstrua. Experimente novas oportunidades
para que haja evolução em você.
Agradeço a companhia! Sucesso!
141
referências
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dades. Etnográfica [online]: Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia,
v. 14, n. 2, jun. 2010. Disponível em: etnografica.revues.org/pdf/329. Acesso em: 30 jul. 2019.
GANDOLFI, P. E.; MIRANDA, G. J.; GANDOLFI, M. R. C.; VERÍSSIMO, P. Uma proposta de indica-
dores de eficiência no terceiro setor. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, 15., 2008, Curi-
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142
referências
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MORITZ, G. de O.; NUNER, R.; PEREIRA, M. F. Os métodos de prospecção de cenários e sua apli-
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REFERÊNCIAS ON-LINE
144
gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 4
1. C. 1. D.
2. E. 2. C.
3. D. 3. A.
4. C. 4. B.
5. B. 5. A.
UNIDADE 2 UNIDADE 5
1. B. 1. E.
2. D. 2. D.
3. D. 3. B.
4. A. 4. A.
5. C. 5. C.
UNIDADE 3
1. A.
2. C.
3. A.
4. E.
5. B.
145
anotações
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