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EDUCAÇÃO
BÁSICA
PROFESSORES
Me. João Luis Dequi Araújo
Me. Marcela Boccoli Signorini
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O SEU LIVRO
NA VERSÃO
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EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Marcia Previatto
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. ARAÚJO, João Luis Dequi; SIG-
NORINI, Marcela Boccoli
e Thayla Guimarães
Editoração Estatística Aplicada à Educação Básica.
João Luis Dequi Araújo e Marcela Boccoli Signorini.
Lucas Pinna Silveira Lima
Design Educacional
Maringá - PR.: UniCesumar, 2021.
Ivana Cunha Martins
192 p.
Revisão Textual “Graduação - EaD”.
Cintia Prezoto Ferreira
1. Estatística 2. Aplicada 3. Educação Básica. EaD. I. Título.
Ilustração
André Azevedo
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 370
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Impresso por:
ISBN: 978-65-5615-315-5
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/7469804776724980
http://lattes.cnpq.br/9053816906509937
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
Sou João Luis Dequi Araújo e junto com a professora Marcela Boccoli Signorini escrevemos
este livro que fará parte da disciplina de Estatística aplicada à Educação Básica. Esperamos
que juntos possamos ter um excelente trabalho!
Quando iniciamos um curso, seja ele de aperfeiçoamento ou graduação, nos deparamos com
algumas disciplinas que não nos alegram tanto. Isso acontece, na maioria das vezes, com a
Matemática. Muitos não tiveram experiências agradáveis com esta disciplina em sua infância,
o que pode levá-lo(a) às seguintes indagações: qual a necessidade de se estudar estatística
no curso de Pedagogia? Como e onde ela será importante na minha profissão?
Quando pensamos nas funções que serão desempenhadas pelo pedagogo, é importante que
consideremos as várias possibilidades que o mercado de trabalho atual oferece. Assim, o livro
que apresentamos a você, caro(a) acadêmico(a), foi organizado de forma a proporcionar a
ampliação de conhecimentos já adquiridos no decorrer de sua formação anterior, possibili-
tando momentos de retomada de conceitos matemáticos básicos que serão extremamente
necessários para nosso trabalho em Estatística.
Perceba que são vastas as possibilidades, entretanto, de nada adianta se não temos profissio-
nais com as habilidades de empreender e inovar. Acreditamos que o desenvolvimento dessas
habilidades dependem diretamente da autonomia intelectual e da pesquisa.
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
Sabemos que não há uma receita quando falamos em formação para o exercício da cidada-
nia, mas podemos afirmar que a Estatística é uma ferramenta indispensável por possibilitar
a interpretação de informações que nos são apresentadas nas mais diversas formas em
nosso cotidiano.
Ao iniciar a leitura deste material, você irá perceber que procuramos trabalhar aspectos
básicos da história da Estatística e conceitos matemáticos também considerados básicos,
porém extremamente necessários para melhor compreensão do tópico abordado, afinal são
o alicerce para o desenvolvimento de todas as demais unidades que virão.
Ainda, no decorrer deste material, você terá a oportunidade de conhecer a importância das
fases do método estatístico, realizar uma breve retomada dos conceitos de razão, proporção,
regra de três simples, porcentagem, as principais Medidas de Tendência Central, a Média
Simples e Ponderada, a Moda e a Mediana, bem como compreender a importância atrelada
à aplicação dos coeficientes e taxas na vida do pedagogo e sua utilidade.
Em meio aos conceitos citados, não poderia faltar o exercício da prática, não é mesmo? Neste
sentido, nosso livro ainda traz consigo estratégias de como desenvolver essa disciplina seja
na educação infantil ou nos anos iniciais do Ensino Fundamental, verificando sua aplicação
em consonância com o que está previsto nos documentos oficiais, como a BNCC, e também
sugestões de atividades que têm o objetivo de auxiliar o professor em sala de aula. Trazendo,
também, indicações de estratégias de ensino que permitem desenvolver o trabalho pedagó-
gico com os conceitos de estatística, combinatória e probabilidade, entre outros.
Quanto aprendizado, hein!? Por isso esperamos que, ao final desta disciplina, você tenha am-
pliado seus conhecimentos e seu gosto pela pesquisa e pela Estatística, reduzindo ao menos
um pouquinho o esteriótipo matemático trazido no decorrer de anos.
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
47
INTRODUÇÃO AO MATEMÁTICA BÁSICA
ESTUDO DOS E A REPRESENTAÇÃO
FUNDAMENTOS DE GRÁFICA DE DADOS
ESTATÍSTICA
UNIDADE 03
84 UNIDADE 04
129
GRÁFICOS E ESTATÍSTICA
MEDIDAS NA EDUCAÇÃO
ESTATÍSTICAS BÁSICA
UNIDADE 05
152 FECHAMENTO
184
O PEDAGOGO, CONCLUSÃO GERAL
A ESTATÍSTICA
EM SALA DE AULA
1
INTRODUÇÃO AO
ESTUDO DOS
fundamentos de estatística
PROFESSORES
Me. João Luis Dequi Araújo
Me. Marcela Boccoli Signorini
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Um Pouco de História • Conceitos
Básicos de Estatística • O que são Variáveis Estatísticas? • Abordagem dos dados estatísticos • Métodos
Estatísticos e suas Fases.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Refletir sobre a história da Estatística • Entender os diferentes termos utilizados em Estatística • Com-
preender os diferentes tipos de variáveis e sua aplicação • Compreender as fases do método estatístico.
INTRODUÇÃO
DE HISTÓRIA
UNICESUMAR
passava por um momento de expansão territorial (MEMÓRIA, 2004).
Apesar de sua utilização por diversos povos da antiguidade, é apenas no
século XVI que se deu início as primeiras análises de maneira sistemática, ou
seja, organizado e pautado em métodos acerca dos fatos sociais, como batizados,
casamentos e funerais, originando as primeiras tábuas e tabelas, bem como os
primeiros números relativos (CRESPO, 2004).
Podemos dizer que é a partir desse momento que a Estatística evolui, pas-
sando a apresentar possíveis respostas ao objeto de pesquisa, partindo da parte
observada para a totalidade do conjunto. Percebe-se, também, que “as tabelas se
tornaram mais completas” e que se iniciam as “representações gráficas e o cálculo
das probabilidades” (CRESPO, 2002, p. 11).
Mediante à preocupação com o cálculo de grandes números, é que as ati-
vidades de caráter estatístico passam a ser consideradas como conhecimento
científico, necessitando de um rigor metodológico maior para que fosse possível
sua reprodução em diferentes situações. A partir de então, esta nova Ciência passa
a ser conhecida como Estatística – nome sugerido pelo pesquisador Godofred
Achenwall, que especifica quais os objetivos do método e define relação deste
conhecimento estatístico com as demais ciências (CRESPO, 2002).
Nos dias de hoje, com a evolução tecnológica e possibilidade de os cálculos
serem desenvolvidos por máquinas de calcular, computadores e softwares de in-
teligência artificial, a Estatística conquistou como Ciência seu espaço e continua
a se desenvolver e reconfigurar.
Você sabia que a palavra Estatística tem sua origem no Latim? Mais precisa-
mente da palavra Statu, que significa estado, devido ao fato de todas as ativida-
des de caráter estatístico estarem relacionadas às atividades de estado, ou seja, a
intenção era verificar a quantidade de habitantes para os reajustes na cobrança
dos impostos ou a expansão de território para a construção de novas residências.
Atualmente, é possível perceber que ela faz parte do nosso cotidiano, nas mais
diversas áreas sociais, econômicas e educacionais, sendo considerada uma ferra-
menta indispensável, por fornecer, representar e apresentar dados que pode e deve
contribuir nas mais diversas tomadas de decisões acerca de inúmeros fenômenos.
De acordo com Crespo (2002, p. 13) “o aspecto essencial da Estatística é o de
proporcionar métodos inferenciais, que permitam conclusões que transcendam
os dados obtidos inicialmente”. Desta maneira, o processo de interpretação e
dedução dos dados obtidos se torna indispensável para a Estatística, auxiliando
13
a encontrar respostas ou prováveis soluções
UNIDADE 1
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2
CONCEITOS BÁSICOS
UNICESUMAR
DE ESTATÍSTICA
Caro(a) aluno(a), o nosso objetivo aqui é com a sua aprendizagem de modo que
permita com que você possa ser capaz de utilizar todos os aspectos básicos da
Estatística em sua vida profissional, logo, para que isso ocorra, é indispensável
saber o significado de alguns conceitos considerados básicos em Estatística. Desta
maneira, para tornar seus estudos o mais completo possível, trataremos de alguns
desses conceitos nos subtópicos a seguir. Leia-os com bastante atenção, sempre
realizando anotações, se necessário.
A Estatística
que auxiliarão nas tomadas de decisões (CRESPO, 2004). Desta forma, podemos
dizer que a Estatística se encontra dividida em dois grandes ramos que estão
correlacionados: a Estatística Descritiva e a Inferencial.
Esta parte da Estatística tem por objetivo coletar, organizar e apresentar os da-
dos observados de forma clara e objetiva. Para isso, ela faz uso das tabelas, dos
gráficos e dos resumos numéricos. Esta é a forma com a qual temos mais contato
em nosso dia a dia.
Desse modo, podemos afirmar que “é atributo da Estatística Descritiva a
obtenção de algumas informações, como médias, proporções, dispersões, ten-
dências, índices, taxas que resumem e representam os fenômenos observados”
(COSTA, 2011, p. 3).
A Estatística Descritiva pode ser considerada como a etapa inicial de uma
pesquisa atuando como um instrumento valioso para a análise e, consequente-
mente, a tomada de decisões, pois é responsável pela coleta, organização e a des-
crição dos dados de maneira que possa apresentar os resultados de uma pesquisa
de forma sintetizada, geralmente dispostos em gráficos e tabelas além do cálculo
de coeficientes que permitem descrever os fenômenos observados (TOLEDO;
OVALLE, 1995).
No decorrer do curso, você poderá notar que este livro se dedica à apresenta-
ção da Estatística dedutiva, ou seja, valoriza a coleta, organização e apresentação
dos dados; entretanto, é preciso entender a utilidade da Estatística Inferencial
principalmente no que tange à capacidade interpretativa.
UNICESUMAR
válidos para toda a população da qual aquela amostra foi retirada. Consiste em
obtermos e generalizar conclusões”, para isso, ela se utiliza dos cálculos probabi-
lísticos (CASTANHEIRA, 2008, p. 15).
Assim sendo, é correto entendermos que a Estatística Inferencial é composta
por um conjunto de métodos que possibilita realmente inferir sobre o compor-
tamento de uma população a partir do conhecimento da amostra.
Pode parecer estranho e distante falarmos em concluir algo com base em
uma parte do todo, entretanto, fazemos isso em vários momentos da nossa vida.
“
Basta observarmos como uma cozinheira verifica se o prato que
ela está preparando tem ou não a quantidade adequada de sal. Ou,
ainda, quando um comprador, após experimentar um pedaço de la-
ranja numa banca de feira, decide se vai comprar ou não as laranjas.
Essas são decisões baseadas em procedimentos amostrais (BUSSAB;
MORETTIN, 2003, p. 261).
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UNIDADE 1
População e Amostra
UNICESUMAR
quilo, de fácil compreensão e abrange uma infinidade de possibilidades ao qual
podemos investigar.
Neste contexto, após termos delimitado a população, passemos para a pró-
xima etapa, em que será necessário verificar se é viável desenvolvermos o estudo
pretendido utilizando todo o universo estatístico, afinal, quanto maior a popula-
ção, mais difícil será a observação de suas características, pois podemos encontrar
uma série de dificuldades no caminho, dentre elas a falta de acesso a todos os
elementos, o alto custo, o tempo para desenvolvimento da pesquisa, bem como
a intensidade do trabalho, este são fatores que podem inviabilizar a pesquisa e
justificar a necessidade de se investigar um grupo menor, porém representativo
do universo estatístico.
Como vimos, nem sempre é possível estudarmos todos os elementos de
uma população. Nestes casos, optamos por trabalhar com parte dele – e a esta
parte damos o nome de amostra. Desse modo, uma amostra pode ser definida
com um subconjunto composto por elementos extraídos da população que
pretendemos estudar.
Assim, como na seleção da população, a amostra também deve ser sele-
cionada de forma que seja representativa da população da qual foi originada.
Você pode estar se perguntando: o que significa dizer que uma amostra é re-
presentativa da população?
“Amostras representativas são aquelas que são verdadeiras miniaturas da po-
pulação, isto é, têm todas as características da população, mas em menor escala”
(COSTA, 2011, p. 3).
Vamos tentar identificar a população e a amostra no exemplo apresentado
por Mello (2005, p. 397): “em uma pesquisa sobre a quantidade de horas que os
brasileiros passam assistindo TV, foram entrevistados 54 000 brasileiros”.
Agora é com você…
Antes de continuar a leitura e obter a resposta, verifique se conseguiu enten-
der o significado de cada conceito estudado.
Então, vamos à resposta…
Considerando que a população é composta por todos os brasileiros (cerca
de 180 milhões de pessoas), os 54 000 que foram entrevistados fazem parte
da amostra.
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Descrição da Imagem: a figura representa todo o território brasileiro feito por pessoas. E um triângulo re-
UNIDADE 1
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3
O QUE SÃO
UNICESUMAR
VARIÁVEIS
estatísticas?
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Descrição da Imagem: a imagem é composta por 1 retângulo dividido ao meio, em que ao seu lado esquerdo
UNIDADE 1
se encontra um homem segurando instrumentos de cozinha e vestindo avental e do outro lado uma mulher
vestindo paletó e gravata e segurando um notebook.
Variável Qualitativa
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Entretanto, é necessária atenção, pois essas variáveis ou categorias, como muitas
UNICESUMAR
vezes também são chamadas, não podem de maneira alguma ser taxativa ou pe-
jorativa para com os elementos que compõem a população ao qual se pretende
investigar. Como exemplo, observe a Figura 1:
Descrição da Imagem: a imagem representa exemplos de gênero e raça sendo composta por dois círculos
onde no seu interior temos o desenho vetorial de crianças de diferentes raças e gêneros. No primeiro círculo,
encontra-se o desenho de duas crianças na cor azul, em que o gênero está representado pela vestimenta
dos desenhos, de modo que a menina está usando vestido e o menino calça e camiseta. No segundo círculo,
temos o desenho de três crianças (meninos) no tom azul, a diferença entre as raças está representada na
tonalidade de azul e no tipo de cabelo.
EXEMPLOS:
GÊNERO RAÇA
São aquelas que, em sua organização, não permitem a ordenação dos dados como,
por exemplo, quando pesquisamos o time de futebol preferido de uma popula-
ção ou, até mesmo, o estado civil de um determinado grupo de pessoas. Perceba
que não há uma ordem definida para que possamos escrever essas variáveis ou
“categorias”, pois é indiferente escrevermos, primeiramente, casado, solteiro ou
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divorciado ou, ainda, palmeiras, flamengo, grêmio ou atlético. A organização dos
UNIDADE 1
dados não depende de uma ordem crescente ou decrescente para melhor enten-
dimento no momento da apresentação.
Veja como você pode organizar a apresentação desta variável.
Solteiro 2
Casado 5
Divorciado 1
Viúvo 0
Total 8
Neste caso, o atributo observado permite certa ordenação. Tomemos como exem-
plo o grau de escolaridade de um determinado grupo. Ao organizar os dados, para
a apresentação dos resultados, podem ser colocados ordenadamente iniciando
pelo menor grau, tomemos como exemplo o grau de escolaridade, títulos reais
ou até mesmo as patentes de um policial, que respeitam uma certa ordem muitas
vezes de caráter hierárquico. Visualize como podem ser organizadas as informa-
ções para este tipo de variável.
Fundamental completo
Fundamental incompleto
Médio completo
Médio incompleto
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Superior completo
UNICESUMAR
Superior incompleto
Total
Variáveis Quantitativas
Descrição da Imagem: a imagem representa diferenças que podem ser medidas numericamente, destacando
o desenho de uma pessoa aferindo seu peso em uma balança e uma criança buscando alcançar uma bola na
mão de outra pessoa, porém não tem altura suficiente.
conecte-se
São aquelas que resultam de contagens, podendo apenas assumir valores inteiros,
ou seja, números inteiros (COSTA, 2011).
Para exemplificar melhor, podemos mencionar que a professora Marcia pos-
sui 21 alunos em sua turma, logo a quantidade de alunos é uma variável quan-
titativa discreta, pois o número de alunos é inteiro, não sendo possível termos
21 alunos e meio, ou temos 21 ou 22. O mesmo ocorre quando nos referimos à
quantidade de desempregados de uma cidade, o valor apresentado será sempre
um número inteiro. Sempre que os dados numéricos coletados tiverem essa ca-
racterística, dizemos que a variável é discreta.
UNICESUMAR
visões.
Agora você já sabe que o resultado de uma pesquisa depende do fenômeno estu-
dado, podendo ser qualidade, atributo ou um valor numérico. Neste momento,
pergunto a você: como podemos obter os dados de que precisamos na Estatística?
Não sabe? Está meio “nublado” seus pensamentos acerca deste tema? Não se
preocupe, chegou o momento de abrir o tempo e clarificar suas ideias.
pensando juntos
Sendo a Estatística uma valiosa ferramenta que nos auxilia nas tentativas de entender a
realidade e os diversos fenômenos coletivos presentes no cotidiano, seria possível utilizá-
-la, também, para verificar situações ligadas à educação?
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4
ABORDAGEM DOS
UNIDADE 1
DADOS
estatísticos
■ Levantamento Censitário
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■ Levantamento Amostral
UNICESUMAR
Este procedimento consiste na coleta das informações a partir de uma parte da
população a qual chamamos de amostra populacional. As medidas numéricas
associadas à amostra são chamadas de estimativas.
Com base no que já que foi mencionado acerca das medidas utilizadas para
apresentação dos dados de uma pesquisa, temos que o parâmetro descreve uma
característica da população enquanto a estimativa é utilizada para descrever uma
característica da amostra (BUSSAB; MORETTIN, 2003).
conceituando
São diversas as formas empregadas para obtenção dos dados, entretanto, em nos-
sos estudos, teremos contato com apenas algumas das técnicas de amostragem
ou, como é mais conhecida, técnica de levantamento amostral.
Sônia Vieira e Ronaldo Wada (1986) apresentam quatro argumentos rele-
vantes que devemos considerar antes de optarmos por uma pesquisa censitária
ou amostral.
2º Usamos amostras quando a população é tão grande que para fins prá-
ticos podemos admitir a população como infinita
As amostras são uma importante ferramenta quando você tem um número tão
grande que parece ser infinito, mas que na verdade não é, ficou confuso? Dê uma
olhada nestes exemplos: o número de estrelas no céu, o número de peixes no mar
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ou até mesmo os números de animais do mundo. Estes números são finitos, ou
UNIDADE 1
seja, há uma quantidade exata mesmo que seja por um breve momento; mas por-
que breve momento professor? Porque a todo instante animais antigos morrem
e novos nascem, assim como estrelas morrem e também constantemente novas
estrelas surgem nas nebulosa.
Quando você utiliza a amostra, a chance de seu exame (observação) ser mais
cuidadoso e cauteloso é muito maior do que se estivesse analisando os dados de
uma população, obviamente pelo fato de que a amostra é, muitas vezes, muito
menor. Contudo, vale ressaltar que essa amostra deve ser sempre representa-
tiva, ou seja, possuir todas as características que compõe a população do qual
a ela foi extraída.
Amostragem
Você já deve ter percebido, durante o decorrer desta unidade, que a amostra é
de extrema importância em meio ao conteúdo de Estatística, porém deve-se ser
extremamente cauteloso em sua seleção, visto que ela deve ser representativa,
contemplando, de fato, todos os elementos que compõe a população ao qual foi
extraída. Sendo assim, conhecer algumas técnicas de Amostragem é de suma
importância, inclusive no ambiente educacional, para que seja possível selecionar
a melhor amostra que representará a população investigada (CRESPO, 2002).
Segundo Bussab e Morettin (2003), a amostragem pode ser entendida como
uma técnica utilizada para a escolha dos elementos de uma população que irá
compor a amostra a ser estudada, podendo ser subdividida em dois subgrupos:
a probabilística e a não probabilística.
30
Em um levantamento probabilístico, são empregadas técnicas aleatórias bem
UNICESUMAR
definidas, conferindo a cada um dos elementos a mesma chance de pertencer à
amostra. Diferentemente do não probabilístico, que se utiliza de “amostras inten-
cionais, nas quais os elementos são selecionados com o auxílio de um especialista,
e amostra de voluntários, como ocorre em alguns testes sobre novos medicamen-
tos e vacinas” (BUSSAB; MORETTIN, 2003, p. 267).
Neste momento, você pode estar se perguntando: qual das duas formas de
levantamento apresenta mais vantagem principalmente no que se refere à Peda-
gogia e o âmbito profissional do pedagogo? Infelizmente não existe uma resposta
conclusiva, visto que ambas apresentam vantagens e desvantagens, porém, como
nosso objetivo é conhecer os aspectos da Estatística Aplicada à Educação, iremos
direcionar nosso estudo para a amostragem probabilística, destacando apenas as
duas técnicas de maior relevância.
Vamos conhecê-los, então:
31
Descrição da Imagem: A imagem representa uma mão sorteando e escolhendo um papel dentre diversos
UNIDADE 1
UNICESUMAR
meninos e meninas de forma igualitária?
Bom, para responder essa pergunta, a professora utiliza a amostragem pro-
porcional estratificada. Inicialmente, a docente separa a turma em dois grupos
(meninos e meninas), o que chamamos de estratos (subpopulação) sendo um
estrato composto pelo sexo masculino e o outro composto pelo sexo feminino.
Como a turma é composta por 30 alunos, sendo 10 meninos e 20 meninas,
a próxima etapa é selecionar, de forma aleatória, a quantidade de meninos e me-
ninas que participará da pesquisa, mas que seja igualitária.
Achou complicado? Fique tranquilo, olha só como é fácil.
Para selecionar essa quantidade igualitária de alunos, a professora poderá
selecionar 10% dos integrantes de cada um dos estratos, nesse caso 1 menino e 2
meninas, pois 10% de 10 é igual a 1 e 10% de 20 é igual a 2.
Contudo, o que poderíamos concluir observando essa amostragem, sem nem
sequer averiguar os resultados?
É possível concluir que a opinião feminina irá prevalecer sobre a dos meninos,
visto que a quantidade de meninas que participou da pesquisa foi maior que o
número de meninos.
Descrição da Imagem: A imagem representa várias crianças de diferentes raças e etnias, compostas por
meninos e meninas, prontos para ir à escola, mas não uniformizados.
■ Amostra sistemática
Descrição da Imagem: A imagem representa uma esteira de uma empresa com tablets prontos para a
entrega. Ao final se encontra a caixa que será enviada e uma pinça elege aleatoriamente um dos tablets e o
retira para análise.
Veja só, caro(a) aluno(a), o quanto você aprendeu até aqui, nesta unidade. Abor-
damos conceitos que são considerados indispensáveis para o trabalho com a
Estatística, principalmente no que diz respeito à educação. Agora, nosso próximo
passo será conhecer quais as fases do método estatístico que devemos percorrer
para o desenvolvimento de uma pesquisa, tornando sua aplicabilidade em sala
de aula mais prática e fácil.
34
5
MÉTODO
UNICESUMAR
ESTATÍSTICO E
suas fases
I - Definição do problema
Este é o primeiro passo para iniciarmos uma pesquisa, momento em que determi-
namos exatamente o que iremos investigar. É importante, também, definirmos qual
é o objeto de estudo e quais objetivos deverão ser alcançados. Em termos genéricos,
nesta etapa você define o que pesquisar e qual seu objetivo com este estudo.
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II - Planejamento para obtenção dos dados
UNIDADE 1
Podemos dizer que esta é a fase mais importante da pesquisa. É o momento de-
dicado à coleta dos dados que serão analisados.
Lembra-se de que uma das questões do planejamento para obtenção dos
dados (item anterior) indagava quanto à obtenção dos dados? Então, eles podem
ser obtidos de duas maneiras distintas.
Podemos obter os dados de duas formas: por meio de fonte primária ou se-
cundária. Vejamos qual a diferença entre essas duas formas de obter as informa-
ções necessárias para a pesquisa:
■ Fonte primária: neste método, os dados são coletados pelo próprio pesquisador,
sendo considerados dados inéditos. Nesse caso, utilizamos ferramentas próprias
para esta finalidade, que são os questionários e os roteiros de entrevistas também
elaborados pelo próprio pesquisador.
■ Fonte secundária: diferentemente do anterior, aqui os dados são obtidos indire-
tamente, coletados por grupos de pesquisas como, por exemplo, as tabelas demo-
gráficas publicadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), entre outros órgãos de pesquisa (IBGE, 1993).
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IV - Apuração/organização dos dados
UNICESUMAR
Com os dados coletados, chegou o momento de fazer uma revisão crítica para
evitar erros. Devemos verificar a existência de respostas incompletas ou errô-
neas que possam comprometer a pesquisa. Na sequência, inicia-se o processo de
apuração, ou seja, resumir os dados por meio de sua contagem ou agrupamento.
Esse é o momento de condensar os dados, ou seja, resumi-los, de forma que esta
tarefa pode ser feita manualmente ou eletronicamente.
Descrição da Imagem: A imagem é composta por uma diversidade de possibilidades, as quais os gráficos
podem ser apresentados.
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VI - Análise e interpretação dos dados
UNIDADE 1
Por meio da análise e interpretação dos dados obtidos, podemos entender melhor
o fenômeno estudado. Desse modo, temos a possibilidade de conhecer melhor a
realidade pesquisada e tirar conclusões que nos auxiliarão nas tomadas de decisão
sobre o problema que originou a investigação.
No decorrer deste tópico, você pode perceber as fases do pensamento estatís-
tico, que te auxiliará tanto para exercer pesquisas futuras quanto para promover
em sala de aula a forma mais efetiva de permitir com que os alunos entendam
conceitos estatísticos presentes no cotidiano e também frente aos conteúdos
curriculares. Contudo, existem alguns cuidados de extrema relevância que me-
recem ser destacados ao se realizar uma pesquisa e cabe a você, também futuro
pedagogo, identificá-los. Aplicamos para que você ou até mesmo seus próprios
alunos não o cometam.
Vamos conhecê-los?
38
sempre que for para a coleta de dados, tenha claro como os transcreveu.
UNICESUMAR
Quer um exemplo bem simples sobre este tema? Olha só! O professor Pe-
dro estava realizando uma pesquisa com os alunos de sua escola e durante
suas anotações começou destacando a letra M para o sexo masculino e
F para o feminino. No entanto, decorrido algum tempo, ele começou a
escrever a letra M para menino e M para menina. Ao chegar na fase de
análise e interpretação dos dados, o professor já não tinha certeza sobre o
significado de cada sigla confundindo M e M, fazendo com que os valores
não fossem confiáveis, invalidando a pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
40
na prática
2. No decorrer desta unidade, foi possível verificar que a Estatística, desde a antigui-
dade, foi utilizada por diversos povos, em diversas épocas, como ferramenta para
levantamento de informações, porém somente no século XVI que “começaram a
surgir as primeiras análises sistemáticas de fatos sociais”. Mediante este contexto,
qual seria o motivo que faria a estatística evoluir de instrumento de obtenção de
dados para condutor na tomada de decisão. Explique.
3. De acordo com Crespo (2002, p. 13) a “Estatística” pode ser definida como “uma
parte da Matemática Aplicada que fornece métodos para a coleta, organização,
descrição, análise e interpretação de dados e para utilização dos mesmos na tomada
de decisões”.
41
na prática
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
42
na prática
43
aprimore-se
Olá aluno(a), tudo bem? Espero que sim! Neste momento, trago a proposta de uma
leitura complementar muito interessante ao qual tenho certeza que irá te fazer re-
fletir quanto à necessidade de entendermos os conceitos estatísticos e sua aplicabi-
lidade em nosso dia a dia.
44
aprimore-se
45
eu recomendo!
livro
46
2
MATEMÁTICA BÁSICA E A
REPRESENTAÇÃO
gráfica de dados
PROFESSORES
Me. João Luis Dequi Araújo
Me. Marcela Boccoli Signorini
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Matemática Básica Necessária •
Representação Gráfica de Dados em Tabela • Distribuição de Frequência.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Recordar os conceitos de razão e proporção, regra de três simples e porcentagem • Entender como
apresentar os dados coletados utilizando tabelas • Expressar noções básicas sobre uma distribuição
de frequência.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
BÁSICA
necessária
Você pode estar se perguntando: por que um tópico somente sobre Matemática?
Sobretudo no curso de Pedagogia.
Então, vamos à justificativa.
Em nenhum momento do curso, você pode se esquecer que será o responsável
pela alfabetização, letramento e apoio pedagógico em sua futura escola e, desta
forma, os conhecimentos em matemática básica são de extrema importância,
visto que você os utilizará tanto para ensinar quanto para examinar as métricas
de demanda escolar e auxiliar seus professores.
Em Estatística, organizamos os dados coletados em tabelas de frequência,
como veremos mais adiante, e depois resumimos estes dados a um único valor
que descreve o comportamento da variável observada, ou seja, aquilo que pre-
tendemos estudar ou investigar. Este valor é conhecido como medida-resumo e
pode ser representado por valores absolutos ou relativos.
Você se recorda qual a diferença entre valor absoluto e valor relativo?
Se não, fique tranquilo, vamos relembrar de forma bem prática. Valor ab-
soluto é o valor que o algarismo possui independentemente da posição que ele
ocupa no número, tomemos como exemplo o número 986, o valor absoluto do
algarismo 9 é exatamente 9, enquanto que o valor relativo seria 900, pois o va-
lor relativo nada mais é do que o valor que o algarismo possui de acordo com a
posição que ele ocupa, neste caso 9 centenas.
49
Do ponto de vista estatístico, os cálculos deste conteúdo são considerados
UNIDADE 2
Razão e Proporção
UNICESUMAR
ensinará também esse processo matemático para seus alunos, logo relembrá-lo
é de fundamental importância. No processo de simplificação, é realizada a divisão
tanto do numerador quanto do denominador de uma fração pelo mesmo valor
comum, ou seja, o mesmo número, tal como mostra o esquema a seguir:
Descrição da Imagem: A imagem é composta por uma representação de uma fração, apontando as partes
que correspondem ao numerador e denominador, bem como a setas que demonstram o processo de sim-
plificação da fração pelo número 3.
3
NUMERADOR
9 3
15 5
DENOMINADOR
3
51
Desse modo, utilizamos o nº 5 como valor comum durante a simplificação,
UNIDADE 2
podemos aferir que 5 está para 25 assim como 1 está para 5. Assim, para cada R$
1,00 que eu tenho, o seu valor é R$ 5,00.
Verifique no desenho como fica esta comparação.
Descrição da Imagem: A imagem é composta por duas linhas retangulares iguais seccionada em retângulos
menores, sendo a superior uma proporção em número de repartições menores que a inferior, porém man-
tendo uma proporcionalidade entre elas.
Perceba como as partes pintadas de cada fração são equivalentes. Neste caso,
podemos afirmar que 5 e 1 são razões equivalentes.
25 5
Descrição da Imagem: A imagem representa 5 bonecas estilo Russo, bonecas em que a menor cabe no interior
da boneca maior e assim respectivamente até a maior boneca, destacando a ideia de proporção.
52
Proporção também está relacionada com comparação. Contudo, o que com-
UNICESUMAR
paramos são duas razões. Se as duas razões comparadas forem diferentes, não
existe proporção entre elas. Caso apresentem igualdade, são proporcionais. Assim,
proporção é uma igualdade entre duas razões.
Que tal continuarmos conhecendo um pouco melhor o perfil investigador
da aluna Lídia, citada em um dos exemplos anteriores?
Lídia é uma aluna com um perfil investigador e, dessa maneira, foi em busca
de investigar as razões entre o número de meninos e meninas existentes na turma
do 5° ano B e do 5° ano C. Será que existe alguma proporção?
Na busca de encontrar uma possível proporção, Lídia pode perceber que
no 5° ano B existiam 14 meninos e 18 meninas, resultando em uma razão de
7
, enquanto a turma do 5° ano C era uma turma menor, composta por 6
9
3
meninos e 10 meninas, resultando em uma razão de .
5
Então caro(a) aluno(a), agora eu pergunto a você: depois dos resultados da inves-
tigação da aluna Lídia e seus conhecimentos, podemos verificar alguma proporção?
Você se lembra de que iniciamos este tópico discutindo o conceito de pro-
porção? Se não, vamos refrescar um pouco sua memória.
Para que duas ou mais razões sejam consideradas proporcionais, elas devem
apresentar igualdade, ou seja, se a razão entre os números a e b forem, respectiva-
mente, iguais entre os números c e d, dizemos que a = c é uma proporção.
b d
Dessa forma, podemos concluir que dentre as turmas investigadas pela aluna
Lídia, a turma do 5° ano A e do 5° ano C são proporcionais, pois suas razões
são iguais, mesmo possuindo uma quantidade de alunos bem diferentes.
Viu só como a matemática é incrível e linda? Bom, espero que sim, porém
você provavelmente deve estar se perguntando que número a ou b é esse. Fique
tranquilo(a), lembre-se que na linguagem matemática inserimos letras para re-
presentar a incrível infinidade de números existentes.
Em nosso cotidiano, deparamo-nos com situações que envolvem grandezas
proporcionais que, muitas vezes, são resolvidas sem nos causar problema, por
exemplo quando estamos em um estabelecimento comercial e verificamos que
o preço de um objeto é R$ 10,00 e pretendemos levar 10 destes objetos, tranqui-
lamente você sabe que vai pagar R$ 100,00. Entretanto, existem algumas vezes
53
que os cálculos não são assim tão fáceis. No próximo tópico apresento uma saída
UNIDADE 2
Iniciemos com uma situação problema muito comum em nosso dia a dia ainda
mais se você estiver construindo sua casa.
Considerando que uma barra de cano com 6 m de comprimento tem massa
de 10 kg, qual seria a massa de uma barra de 9 m de comprimento desse mesmo
tipo de cano?
Nesta situação, temos duas grandezas diretamente proporcionais, os canos
dados em metros (m) e a massa dada em quilos (kg).
Agora pergunto a você: por que podemos afirmar que são diretamente pro-
porcionais?
Esta pergunta é simples de responder e de lembrar, porque quando uma gran-
deza aumenta, a outra também aumenta na mesma proporção. E o que são nossas
grandezas? Isso mesmo, o cano e sua massa.
Para resolvê-la, utilizamos a regra de três simples, e para realizar isso da ma-
neira mais didática possível, recomendo construir um quadro para organizar
melhor os dados.
54
6 . X = 9 . 10
UNICESUMAR
6 . X = 90
90
X=
6
X = 15
Horas Páginas
(em minutos) (em número)
4h 60
6h X
4 . X = 360
360
X=
4
X = 90
Com o resultado da operação, temos que, se este aluno mantiver seu ritmo de
leitura, em 6 horas ele poderá ler cerca de 90 páginas, o que de fato é um resul-
55
tado impressionante e digno de ser discutido com os demais alunos de uma
UNIDADE 2
classe, a fim de incentivar e promover o hábito de leitura dos demais. Dessa ma-
neira, a supervisora pode, por meio de seus dados, discutir junto com o professor
regente, em especial de língua portuguesa, formas e estratégias para promover o
melhor desempenho de seu corpo de alunos frente ao hábito de leitura.
Descrição da Imagem: A imagem é composta de uma professora segurando um grande livro, sentada em
um tapete com seus alunos.
Viu só como sua futura profissão tem um poder transformador, sobretudo, quan-
do utilizamos ferramentas matemáticas para auxiliar neste processo?
É, caro(a) aluno(a), não pense que acabou, pois, no próximo tópico, daremos
continuidade à nossa discussão e abordaremos sobre a porcentagem, conheci-
mento tão presente em seu cotidiano e de extrema importância.
Vamos relembrar!
56
Porcentagem
UNICESUMAR
Porcentagem é uma razão em que o denominador é 100.
O símbolo utilizado para indicar a divisão por 100 é %. É o símbolo que
chamamos de porcentagem.
Descrição da Imagem: A imagem é composta por 21 círculos que representam o aumento gradativo de
porcentagem de 0% a 100%.
Existem diversas maneiras de representar “trinta por cento”, pode ser com a uti-
lização do símbolo: 30%, na forma de fração centesimal ou, ainda, com número
decimal: 0,30. Em qualquer das representações, o significado é o mesmo, de algo
que foi dividido em 100 partes, e você irá utilizar 30 dessas partes. Assim, pode-
mos dizer que a cada 100 partes, utilizamos 30.
Neste momento, você pode estar se perguntando: professor, consegui enten-
der o que é uma porcentagem, mas eu não me recordo como calculá-la. É nessa
hora que eu digo, caro(a) aluno(a), não sofra por antecipação, pois vamos lembrar
o passo a passo para se calcular.
Se quisermos saber, por exemplo, quanto é 15% de R$ 578,00, podemos en-
contrar a resposta utilizando a regra de três como aprendemos no tópico anterior.
De uma olhadinha no quadro a seguir.
57
578 é o valor inteiro, ou podemos dizer que é
UNIDADE 2
UNICESUMAR
representa uma criança (menino)
meio da regra de 3? Digo mais, você pode perceber de pele clara, vestido uma camise-
ta laranja, shorts e tênis, ambos na
como destacar a aplicabilidade da porcentagem no cor azul, tendo uma ideia brilhan-
te, que é representada por uma
dia a dia de seus futuros alunos! lâmpada acessa.
Descrição da Imagem: A imagem representa uma malha quadriculada, composta por 100 quadrados, em
que foram selecionados 25 quadrados.
pintados e não pintados da malha quadriculada, permitindo com que os alunos per-
cebam o todo e o diferencie da parte desejada o que resultará em uma porcentagem
no modelo de fração centesimal igual a: 25 (vinte e cinco centésimos).
100
O segundo passo pode partir da coleta de opinião dos alunos sobre o que a
fração anterior deseja dizer, ou seja, qual a informação que a razão evidencia?
Como poderíamos representar a parte pintada e não pintada ao mesmo tem-
po? Em uma porcentagem, qual seria a porcentagem dos quadradinhos pin-
tados em relação aos não coloridos. Desta maneira, você como docente pode
proporcionar a leitura, interpretação e tomada de decisão de seus alunos em
busca de que eles possam destacar que se tem 25 partes de 100, em que o todo
representa 100% e as 25 partes são 25% de 100%, também conhecido como
1
se desejar simplificar a fração centesimal, explorando o conceito de razão
4
já destacado nos tópicos anteriores.
Viu como é possível levá-los a pensar em porcentagem somente conduzindo
questionamentos norteadores, sem se quer ultilizar a regra de 3?
Acredite, sim é póssível e de uma maneira onde a didática pode te ajudar e
muito nesse processo.
Agora, o que você acha de exercitar esse pensamento e escrever como você
conduziria uma aula em que seu público-alvo seria alunos dos primeiros anos
da educação básica, de modo que a questão norteadora fosse qual porcentagem
equivalente à quantidade de retângulos coloridos presentes na Figura 8? Lem-
bre-se de utilizar as dicas mencionadas para alcançar a resposta.
Descrição da Imagem: A imagem representa uma malha retangular, composta por 6 retângulos, em que
foram selecionados 3 retângulos.
60
Acredito que você pode perceber que a Figura 8 representa 50%, pois sua fração
UNICESUMAR
seria 3 , que após o processo de simplificação resultaria em 1 , demonstrando
3 2
matematicamente que a quantidade de retângulos coloridos representa a metade
de toda a figura.
ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS
Crespo (2002, p. 173) define arredondamento de dado como sendo “uma técnica
utilizada para suprimir unidades inferiores às de determinada ordem”, de manei-
ra geral, significa dizer que arredondar um número é diminuir a quantidade de
algarismos que ele possui após a vírgula, ou seja, torná-lo mais simples.
Contudo, você deve se lembrar de que não se pode arredondar os números
de forma aleatória ou de acordo com sua vontade, pois o arredondamento segue
padrões (regras) que organizam e favorece tanto o aprendizado quanto o ensino
e, consequentemente, a aplicabilidade.
Para não comprometer o resultado e também para padronizar o procedimen-
to, existe uma resolução que normatiza esse procedimento. É a resolução 886/66
do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1997). Esta
esclarece e orienta que:
61
a) Se o número terminar em 5 sozinho ou terminar com 0 e o número
UNIDADE 2
Ex:
18, 22534 passa a 18, 23 ; 26, 6501 passa a 26, 7 e 76, 250002 passa a 76, 3
Agora que você pôde comprender a teoria e alguns exemplos práticos, o que acha
de vizualizar a regra em um fluxograma para facilitar a sua compreensão sobre
o tema e, consequentemente, facilitar a aprendizagem de seus futuros alunos.
0,1,2,3 ou 4 5 6,7,8 ou 9
Aumenta-se de uma
O último algorismo unidade o último
a permancer não é algarismo a
alterado. permancer.
Seguido de 0 ou
outros algarismos,
aumenta-se uma
unidade,
independente se o
Ou terminar com 0 número anterios for
e o número anterior par ou ímpar.
for impar, aumenta-se
uma unidade ao
número que
permanecer.
62
2
UNICESUMAR
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE
DADOS EM TABELA
Primeira
140.598 148.564 153.264 201.700
linha
Segunda
240.452 248.698 249.364 289.560
linha
Terceira
278.564 283.478 285.421 295.120
linha
63
Quarta linha 360.455 364.458 368.897 375.562
UNIDADE 2
Quando optamos por apresentar os dados coletados em uma tabela, dizemos que
estamos utilizando uma representação tabular. Esta forma de apresentação dos
valores tem por objetivo mostrar o comportamento dos dados e facilitar a sua
análise, permitindo, ao leitor, ter acesso à informação pesquisada sem a necessi-
dade da leitura de todo o texto. Assim, podemos definir Tabela como sendo uma
representação gráfica em que resume em um conjunto de valores ou um conjunto
de dados (CRESPO, 2011). Vamos, então, à descrição dos elementos necessários
para sua construção, pois antes de saber que tipo de tabela apresentará os dados
de sua pesquisa, é necessário que saiba como construi-la e, consequentemente,
quais são suas partes, não é mesmo? Venha conhecê-las.
5
Solteiro 3
2 Casado 4
Divorciado 1
4 Outros 2 6
Total 10
Fonte: Dados hipotéticos
7
UNICESUMAR
as laterais da tabela. Acredito que você já tenha observado que elas não são
fechadas, caso contrário, a Tabela passa a ser chamada de quadro. Vale destacar
que é opcional a presença ou ausência das bordas internas para delimitar células
ou colunas (COSTA, 2011). Agora, vamos às explicações quanto aos elementos
de sua composição:
7. A fonte informa a origem dos dados. Indica se foi coletado pelo pesquisador
que a elaborou ou se foi coletado por outro órgão ou entidade.
Após toda esta discriminação acerca das partes de uma tabela, você pode estar
se perguntando: e como faço para construir uma tabela? Bom, isso dependerá
exclusivamente de como deseja demonstrar suas variáveis e expor melhor seus
dados. Para fazer isso, geralmente, usa-se Tabelas Simples ou de dupla entrada,
que tal conhecê-las?
65
Tabela simples
UNIDADE 2
Para saber que tipo de tabela você irá utilizar, basta verificar quantas variáveis
estão sendo consideradas para apresentação. Quando temos apenas uma variável
para representar, optamos por uma tabela simples.
No exemplo a seguri, você pode notar que a “cor” foi a variável analisada.
Segundo a frequência de cada uma, podemos notar que a preferência dos pes-
quisados é pela cor rosa.
Cor Frequência
Amarelo 6
Azul 5
Rosa 8
Roxo 2
Total 21
Tabela 1 - Cor preferida da turma do primeiro ano da Escola Luz e Saber / Fonte: os autores.
conceituando
66
CRIANÇAS
UNICESUMAR
GRUPOS DE
SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO
IDADE TOTAL
URBANA RURAL
GÊNERO
ESCOLARIDADE
TOTAL FEMININO MASCULINO
Ensino
2 1 1
Fundamental
Ensino Médio
2 2 ...
incompleto
Ensino Médio
6 3 3
completo
Ensino
6 4 2
Superior
Total 16 10 6
Tabela 3 - Escolaridade dos funcionários da Escola Dom Pedro II, de acordo com o gênero, no
ano de 2020 / Fonte: os autores.
O que esse termo significa? Isso mesmo, uma tabela em que temos duas os mais
variáveis, tenho certeza que, nesta altura do campeonato, ou seja, neste momento
de nosso conteúdo, você já é capaz de identificar e distinguir o que seriam as
variáveis de uma tabela e o que seriam seus dados, correto? Então, por que não
praticarmos? Para isso, temos a Tabela 4. 67
EDUCAÇÃO INFANTIL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO
ANO
Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total
2007 12 2 14 1476 389 1865 1105 135 1240
2008 11 16 27 1486 408 1894 1140 156 1296
2009 1 25 26 1493 404 1897 1173 167 1340
2010 1 30 31 1470 441 1911 1190 201 1391
Tabela 4 - Número de Escolas por Etapa de Ensino - Rede Estadual do Estado do Paraná / Fonte: Brasil (2012, on-line).
UNIDADE 2
68
Agora, é sua vez! Observe a Tabela 4 e tente responder quais variáveis estão
UNICESUMAR
sendo apresentadas.
E, então, vamos ver se você obteve sucesso? Espero que sim!
A tabela nos apresenta o número de Escolas da Rede Estadual do Paraná
por ano (2007; 2008; 2009; 2010), sendo possível observar essa quantidade con-
siderando a Etapa de Ensino (Educação Infantil; Ensino Fundamental; Ensino
Médio), bem como sua localização (zona urbana e rural), logo podemos definir
como variáveis a localização e a etapa de ensino.
Viu só como não foi tão difícil, agora se você foi um aluno muito atento ao
material, deve ter percebido algo diferente na Tabela 3, que não foi explanado ou
discutido até este momento, mas que vamos discutir agora.
Nas tabelas de dupla entrada, podemos observar duas informações dis-
tintas, uma na horizontal e outra na vertical. Cada uma delas chamamos de
variável. Você notou que na célula que deveria informar a quantidade de fun-
cionários masculinos que possui o Ensino Médio incompleto tem apenas três
pontinhos? Sabe por quê?
A resolução 886 da fundação IBGE orienta que todas as células da tabela
devem conter uma informação e, caso não haja um valor determinado para qual-
quer uma delas, é preciso preenchê-la com três pontos.
Uma tabela também pode ser denominada de Série Estatística e o nome
de cada série varia dependendo do tipo de informação que ela apresenta. As-
sim, teremos:
69
UNIDADE 2
explorando Ideias
Distribuição de Frequência é uma série estatística específica, em que os dados estão dis-
postos em classes, com suas respectivas frequências absolutas. Como são utilizadas para
representar variáveis quantitativas, poderíamos citar como exemplo a altura dos alunos
de uma turma.
Fonte: Castanheira (2008, p. 42).
3 9 10 3 5 6 8 4 5 7
8 6 6 6 4 3 9 6 7 7
4 4 5 5 6 10 8 8 5 5
4 7 8 8 10 5 5 4 6 8
70
3 3 3 4 4 4 4 4 4 5
UNICESUMAR
5 5 5 5 5 5 5 6 6 6
6 6 6 6 7 7 7 7 8 8
8 8 8 8 8 9 9 10 10 10
71
3
DISTRIBUIÇÃO DE
UNIDADE 2
FREQUÊNCIA
simples
■ Frequência absoluta ( fi )
■ Frequência relativa ( Fr )
Ela é dada pela razão entre a frequência absoluta de um dado e o número total de
observações da pesquisa. O total de observações é indicado pela letra n.
Vamos supor que em uma pesquisa simples, feita em sala de aula com 10 alu-
nos para saber qual é a cor preferida para cada um, tenhamos 3 deles que gostem
de roxo. Nesse caso, a frequência relativa à escolha da cor roxa foi de 0,3 (três
décimos). Viu como aplicar conceitos estatíscos no cotidiano pode ser simples!
■ Percentual ( % )
É muito simples! Basta multiplicar a frequência relativa por cem, desta forma,
obtem-se o percentual de cada dado estudado, se preferir pode ultilizar a fórmula
descrita a seguir:
fi
%= .100
n
73
Construindo uma tabela de frequência simples
UNIDADE 2
Para discorrer melhor sobre esse tema, vamos recorrer a um exemplo já expla-
nado. Você se lembra da nossa pesquisa sobre a nota dos alunos do quinto ano
matutino da Escola Céu Azul? Ela é composta por valores inteiros, desse modo,
dizemos que se trata de uma variável quantitativa discreta. Para exemplificarmos,
iremos retomar essas notas e construir a nossa tabela.
Voltemos, então, ao rol de notas dos alunos do quinto ano. O primeiro passo é
colocar as notas na tabela com a frequência absoluta de cada uma delas. Observe
como fica a Tabela 5.
NOTA fi
3 3
4 6
5 8
6 7
7 4
8 7
9 2
10 3
Total 40
Tabela 5 - Notas de matemática dos alunos do quinto ano matutino, da escola Céu Azul – Pri-
meiro semestre de 2017 / Fonte: os autores
NOTA fi Fr
3 3 0.075
4 6 0.15
74
5 8 0.2
UNICESUMAR
6 7 0.175
7 4 0.1
8 7 0.175
9 2 0.05
10 3 0.075
Total 40 1
Tabela 6 - Notas de matemática dos alunos do quinto ano matutino, da escola Céu Azul – Pri-
meiro semestre de 2017 / Fonte: os autores.
Agora, vamos ao cálculo da quarta coluna, a porcentagem que você poderá ver
presente na Tabela 7.
NOTA fi Fr %
3 3 0.075 7.5
4 6 0.15 15
5 8 0.2 20
6 7 0.175 17.5
7 4 0.1 10
8 7 0.175 17.5
75
NOTA fi Fr %
UNIDADE 2
9 2 0.05 5
10 3 0.075 7.5
Total 40 1 100%
Tabela 7 - Notas de matemática dos alunos do quinto ano matutino, da escola Céu Azul – Pri-
meiro semestre de 2017 / Fonte: os autores.
76
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade! Aqui, você teve a opor-
tunidade de resgatar alguns conceitos essenciais da matemática considerada bási-
ca que auxiliam tanto na elaboração, construção, leitura e interpretação de tipos
de representação gráfica, apresentados como destaque as tabelas. Considerando
a sociedade atual, torna-se indispensável o entendimento desse suporte mate-
mático tão fundamental para os mais diversos aspectos textuais utilizados na
divulgação de informações de diversas naturezas, em especial, a científica.
Além de instrumentalizá-lo(a) para uma melhor interpretação das repre-
sentações gráficas, os conceitos abordados nesta unidade poderão auxiliá-lo(a)
a desenvolver uma aula de melhor qualidade e proporcionar aos seus alunos a
possibilidade de desenvolver as habilidades necessárias para a compreensão das
informações contidas.
Dentre os conteúdos estudados, você pode ter contato com o passo a passo
para a construção de diferentes tipos de tabelas. Foi possível notar que a escolha da
tabela depende do tipo de variável a ser representada. Se ela for qualitativa, estamos
trabalhando com categorias ou atributos da população estudada; entretanto, se for
uma grandeza, ou seja, uma medida, a variável será considerada quantitativa.
A formação do pedagogo implica não somente em conhecer os saberes do-
centes, mas também se faz necessário o conhecimento de conteúdos que lhe
possibilitem o desenvolvimento de pesquisas. Nesta unidade, você teve contato
como a construção de uma tabela de distribuição de frequência, instrumento que
nos auxilia no momento de expor os dados pesquisados. Viu que ela é composta
por diferentes tipos de frequências? A frequência absoluta (fi); a frequência e a
frequência relativa (fr); e a importância de se expor os dados da forma mais com-
pleta possível para que o leitor possa realizar uma interpretação que proporcione
uma melhor e mais rápida tomada de decisão frente à compreensão dos dados.
Espero que tenha adquirido a oportunidade de ampliar seus conhecimentos.
77
na prática
a) II, apenas.
b) II e V, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, V, apenas.
e) I, II, III e IV, apenas.
78
na prática
a) I, apenas.
b) I e V, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
79
na prática
a) V, V, V, F, V.
b) F, V, V, F, F.
c) V, F, F, F, F.
d) F, F, V, V, F.
e) V, V, V, V, V.
a) 1, 2, 3, 4.
b) 1, 4, 2, 3.
c) 4, 1, 2, 3.
d) 3, 2, 4, 1.
e) 4, 1, 3, 2.
80
na prática
5. No decorrer dos estudos, em especial desta unidade, você pôde perceber o quan-
to os conceitos de matemática básica são importantes para uso e tratamento dos
dados em estatística. Nesta perspectiva sobre os cálculos que estudamos nesta
unidade, em especial a regra de 3 e porcentagem, analise as afirmativas a seguir,
considerando V para o que for verdadeiro e F para falso.
a) V, V, V, F, V.
b) F, V, V, F, F.
c) V, F, F, F, V.
d) V, V, V, F, F.
e) V, V, V, V, V.
81
aprimore-se
Complementamos sua leitura com dicas para melhor interpretação dos dados de
pesquisas que são apresentados utilizando como suporte as tabelas. O excerto a
seguir faz parte do livro Estatística para Leigos, de Deborah Rumsey.
Avaliando uma Tabela
Para saber se uma tabela é estatisticamente suficiente, siga os seguintes passos:
■ Conheça a diferença entre as porcentagens e números totais e como essas
duas estatísticas são utilizadas na interpretação dos resultados. As percen-
tagens são, com frequência, a estatística mais adequada para a comparação
entre diferentes resultados;
■ Certifique-se, com relação aos dados numéricos, se os grupos da tabela não
se sobrepõem e que estejam divididos de maneira equilibrada para se chegar
a uma comparação imparcial;
■ Observe atentamente as unidades e como elas estão apresentadas na tabela;
■ Observe o modo como a informação é apresentada. Frequentemente, as ta-
belas são projetadas para diminuir a importância de certos pontos, ao mes-
mo tempo em que enfatizam apenas os que são convenientes para pesquisa-
dores e jornalistas.
82
eu recomendo!
livro
83
3
GRÁFICOS E
MEDIDAS
estatísticas
PROFESSORES
Me. João Luis Dequi Araújo
Me. Marcela Boccoli Signorini
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Principais tipos de Gráficos Es-
tatísticos • O Papel dos Gráficos no dia a dia Discente • Principais Medidas Estatísticas e Aplicação no
Trabalho Pedagógico.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Diferenciar os diversos tipos de gráficos e como se dá sua construção • Entender as principais aplicações
dos gráficos no dia a dia dos alunos • Compreender a aplicação das medidas estatísticas.
INTRODUÇÃO
DE GRÁFICOS
estatísticos
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a mais uma unidade! Nesta unidade,
espero que juntos possamos conhecer o mundo dos gráficos, seus aspectos gerais,
abordando desde a construção até sua utilização nas mais variadas situações,
principalmente no que diz respeito à sala de aula.
Assim como as tabelas, os gráficos têm a função de apresentar, de forma ob-
jetiva, os resultados de uma pesquisa. Crespo (2002) nos orienta que existem
algumas condições básicas para a apresentação dos dados em um gráfico: ele
deve primar pela simplicidade, possuir clareza e expressar a verdade, ou seja, ter
veracidade, logo é papel de um gráfico facilitar a interpretação dos dados para o
leitor e não os dificultar, certo?
Deste modo, a escolha do tipo de gráfico é de suma importância, visto que
ele pode e deve variar de acordo com fenômeno estudado.
Neste tópico, veremos como isso funciona e como proceder para a construção
adequada de cada gráfico. Iniciemos conhecendo um pouco cada elemento que
faz parte de sua confecção.
86
Elementos que compõem um gráfico
UNICESUMAR
Como as tabelas, os gráficos também devem conter, obrigatoriamente, um títu-
lo, que nos mostra o assunto ao qual ele se refere, uma fonte que indique a origem
dos dados, ou seja, de onde eles foram coletados, não esquecendo de nomear os
eixos, vertical e horizontal, que o compõem. Em alguns casos, podemos utilizar
legenda e rótulo, entretanto, seu uso não é obrigatório.
Tipos de gráficos
Diagramas e Pictogramas
De acordo com Crespo (2002 p. 38), “os diagramas são gráficos geométricos de,
no máximo, duas dimensões; para sua construção, em geral, fazemos uso do sis-
tema cartesiano”.
Os diagramas são os gráficos de linha, de colunas, de barras, de setores ou
retangular de composição. Quanto aos pictogramas, ou gráficos pictóricos, são
as representações gráficas contendo figuras relativas ao assunto pesquisado.
Estes tipos de gráficos são muito utilizados em jornais e revistas, por chamar a
atenção do leitor.
Observe alguns exemplos:
Dê uma olhadinha no gráfico a seguir sobre as vendas da sorveteria Bom
Sabor.
87
Descrição da Imagem: Gráfico de colunas do tipo pictórico, em que as colunas são representadas pelo
UNIDADE 3
desenho de sorvetes.
500
400
300
200
100
= 100 sorvetes
Descrição da Imagem: Gráfico de barras, composto por barras retangulares que representam o número de
escolas de educação básica por localização diferenciada.
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: Gráfico formado por linhas coloridas que representam a escala de alfabetização entre
os anos de 1976 até 2016.
TAXAS DE ALFABETIZAÇÃO
100
80
Bangladesh
Brasil
China
PORCENTAGEM
Egito
60 Índia
Indonésia
México
Nigéria
40 Paquistão
20
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
Figura 3 - Gráfico de linhas / Fonte: Instituto de Estatística da Unesco, 2015.
Descrição da Imagem: A imagem representa um gráfico de setores formado por um círculo subdividido em
partes que representam a modalidade esportiva preferida dos alunos, em que a maior fatia compreende ao
esporte futebol com 40%.
Futebol
Voleibol
15% 40%
Basquetebol
Natação
Outros
30%
Figura 4 - Gráfico de Setor Circular / Fonte: CLUBES de Matemática da OBMEP (2016, on-line)
89
UNIDADE 3
explorando Ideias
Construindo Gráficos
■ Gráfico de colunas
UNICESUMAR
1º ano da Escola Vida Feliz para levar você, aluno(a), a exemplificar uma situação
de problema e prática. Assim, para construir o gráfico que melhor representa essa
situação de pesquisa, optou-se por um gráfico de colunas.
Frutas fi %
Morango 4 13,3
Uva 2 6,7
Laranja 9 30
Goiaba 3 10
Banana 12 40
Total 30 100
Tabela 1 - Frutas preferidas dos alunos do 1º ano matutino da Escola Vida Feliz – 1º semestre
de 2017 / Fonte: os autores.
Para iniciar a construção de qualquer tipo de gráfico que possua duas dimen-
sões, ou seja, um diagrama, uma das melhores estratégias sem dúvidas é iniciar
traçando o sistema de eixos cartesiano.
Calma! Não se assuste!
Sistema cartesiano é o nome que damos para o traçado de duas retas perpen-
diculares em um mesmo plano. Observe:
Descrição da Imagem: A imagem mostra um plano cartesiano limpo sem nenhum gráfico, apenas duas linhas
perpendiculares que formam o eixo x e Y.
Descrição da Imagem: A imagem mostra um plano cartesiano limpo sem nenhum gráfico, apenas duas linhas
perpendiculares que formam o eixo x e Y e no eixo Y têm-se valores que iniciam no 0 e aumentam a suas
posições de 20 em 20 algarismos.
92
Descrição da Imagem: A imagem mostra um gráfico de colunas coloridas feito sobre plano cartesiano refe-
UNICESUMAR
rente as frutas preferidas dos alunos do 1º ano matutino da Escola Vida Feliz no 1º semestre do ano de 2017,
destacando em cada coluna a fruta mais votadas pelos alunos, cor azul claro (Morango), Laranja (uva), Cinza
( laranja), Amarelo (goiaba) e Azul Escuro (banana).
100
80
60
40
20
0
VOTOS
Olhe só, como você pode ver, segue aqui um gráfico pronto; nele destacamos a
quantidade de votos que cada fruta possuiu na turma pesquisada, permitindo
uma série de análises e diversas tomadas de decisões.
Falando em tomada de decisão, que tal tomarmos uma agora mesmo? A tarefa
é realizar a transposição deste gráfico utilizando a porcentagem, fazendo um novo
gráfico utilizando os mesmos dados, porém agora comparando o percentual de
votos. Assim será possível praticar não só a estatística, mas também a Matemática
envolvida no processo!
93
Descrição da Imagem: A imagem mostra um gráfico de colunas feito sobre plano cartesiano referente às frutas
UNIDADE 3
preferidas dos alunos do 1º ano matutino da Escola Vida Feliz no 1º semestre do ano de 2017 representado
em um percentual, composto por 5 colunas coloridas, em que a fruta com maior voto pelos alunos foi banana
com 40% representado na coluna azul escuro.
100
80
60
40
20
0
PORCENTAGEM DOS VOTOS
MORANGO UVA LARANJA GOIABA BANANA TOTAL
Neste momento, você pode estar dizendo: professor, não entendi o gráfico! Não
se preocupe, caro(a) aluno(a), o gráfico nada mais é do que dois gráficos em um
único plano cartesiano, ou seja, fez-se o gráfico para votos e um outro para o
percentual de votos. Ele foi feito dessa maneira apenas para facilitar a comparação
entre os votos e o percentual de votos, usando os mesmos dados.
Para que o gráfico contenha todas as informações básicas, inserimos o título
e a fonte dos dados.
Muito bem! Agora você já sabe construir um gráfico de colunas.
Os gráficos de barras e de linhas seguem a mesma orientação do sistema
cartesiano para sua construção.
■ Gráfico de barras
UNICESUMAR
devemos mudar também a informação constante nos eixos.
No eixo vertical, colocamos as categorias, e no horizontal, as frequências.
Observe:
Descrição da Imagem: A imagem mostra um gráfico de barras sobre as frutas preferidas dos alunos do 1º
ano matutino da Escola Vida Feliz no 1º semestre do ano de 2017, composto por 5 colunas coloridas, em que
a fruta com maior voto pelos alunos permanece a banana, com 40% representado na coluna azul escuro.
PORCENTAGEM
DE VOTOS
VOTOS
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
■ Gráfico de linhas
Este tipo de gráfico é mais utilizado para representar séries temporais e para as
variáveis quantitativas discretas.
Vamos a um exemplo:
95
Descrição da Imagem: A imagem mostra um gráfico de linhas, ainda sobre as frutas preferidas dos alunos
UNIDADE 3
do 1º ano matutino da Escola Vida Feliz no 1º semestre do ano de 2017, composto por 2 linhas coloridas, a
superior na cor laranja representa os votos em percentual e linha inferior representa os votos dos alunos,
porém na coloração azul claro. Em ambas as linhas, destacam-se pontos que representam os votos dos alunos.
80
60
40
20
0
Morango Uva Laranja Goiaba Banana Total
■ Gráfico de setores
96
Descrição da Imagem: A imagem mostra um gráfico de setores comum em que a totalidade dos elementos
UNICESUMAR
que contém no gráfico (variáveis) deve ser igual a 100%. Na imagem, temos um círculo subdivido em partes
(fatias) coloridas que estão dispostas ao redor de um círculo central com o número 100% escrito na cor azul.
Têm-se duas fatias na cor azul escura que representam 13% e 23% respectivamente, duas fatias na cor cinza
que representam 11% e 2% respectivamente, duas fatias na cor azul claro que representam 7% e 19% res-
pectivamente, uma fatia na cor cinza escuro que representa 5% e duas fatias na cor laranja que representam
3% e 17% respectivamente.
Na sequência, devemos calcular a proporção (em graus) que cada categoria re-
presenta no círculo. Para isso, utilizamos a regra de três simples, estudada na
unidade anterior.
Retomemos as categorias apresentadas anteriormente, referentes às preferên-
cias das frutas. Vamos verificar como fica o cálculo da proporção para o morango.
Observe que 360º corresponde a 100% do círculo. Assim, queremos saber
quantos graus correspondem a 13,3% desse círculo. Após o cálculo, obtivemos
que os 13,3% correspondem a 47,88 graus.
Realizado a conta de todas as proporções, passamos para a etapa final, que é
a divisão do círculo, a qual deve ser feita utilizando um transferidor. Outra pos-
sibilidade é sua construção utilizando a planilha do Excel.
97
Descrição da Imagem: A imagem mostra um gráfico de setores sobre as frutas preferidas dos alunos do 1º
UNIDADE 3
ano matutino da Escola Vida Feliz no 1º semestre do ano de 2017, em que a totalidade dos elementos que
contém no gráfico (variáveis) deve ser igual a 100%. Na imagem, temos um círculo subdivido em partes (fatias)
coloridas que estão dispostas da seguinte forma: 1 fatia de coloração azul escura representando 40%, 1 fatia
de coloração azul clara representando 13%, 1 fatia de coloração laranja representando 7%, 1 fatia de coloração
cinza representando 30% e 1 fatia de coloração amarelo representando 10% do total. Vale relembrar que cada
fruta mais votada pelos alunos possui uma coloração, sendo: cor azul claro (Morango), Laranja (uva), Cinza
(laranja), Amarelo (goiaba) e Azul Escuro (banana).
13%
7%
40%
30%
10%
Descrição da Imagem: A imagem mostra um retângulo contornado por linhas na cor preta e seu interior
com um preenchimento branco.
98
O próximo passo é calcularmos que porção (em centímetros) do retângulo cor-
UNICESUMAR
responde a cada categoria. Novamente, utilizamos a regra de três simples e as
categorias da Tabela 1.
Iniciemos pelo morango, convertendo a sua porcentagem em centímetros
para que possamos delimitar quantos cm cada fruta ocupará em um retângulo
de 10 cm no total.
Frutas %
Morango 13,3
Uva 6,7
Laranja 30
Goiaba 10
Banana 40
Total 100
Tabela 2 - Frutas preferidas dos alunos do 1º ano matutino da escola Vida Feliz – 1º sem/ 2017
Fonte: os autores.
99
Morango – 1,3 cm
UNIDADE 3
Uva – 0,7 cm
Laranja – 3 cm
Goiaba – 1 cm
Banana – 4 cm
Descrição da Imagem: A imagem mostra um retângulo subdivido em partes, em que cada parte possui uma
coloração e tamanho variado para destacar a porcentagem dos votos dos alunos sobre suas frutas preferi-
das. Deste modo, tem-se iniciando pela sua esquerda: um retângulo de cor vermelha representando 13,3%
da fruta morango, um retângulo de cor roxa representando 6,7% da fruta uva, um retângulo de cor laranja
representando 30% 13,3% da fruta laranja, um retângulo de cor rosa representando 10% da fruta goiaba e
um retângulo de cor amarela representando 40% da fruta Banana.
13,3%
MORANGO UVA LARANJA GOIABA BANANA
■ Histograma
100
representam um intervalo de alturas que possui uma medida mínima e máxima
UNICESUMAR
para cada classe e finalmente realizada a construção do seguinte gráfico, pois este
demonstrou ser extremamente eficiente para comparar as alturas das crianças.
Descrição da Imagem: A imagem mostra um gráfico do tipo histograma feito por colunas sem espaçamento
entre elas, em que cada coluna é composta por uma cor gradiente azul construída sobre um plano cartesiano.
O gráfico discorre sobre a altura dos alunos da Escola Pequeno Pássaro, cada coluna representa uma classe
que possui uma altura mínima e máxima, sendo elas 130 a 137 cm, 137 a 144 cm, 144 a 151 cm, 151 a 158 cm
e 158 a 165 cm, respectivamente. Vale destacar que as orientações das classes destacadas iniciam pela sua
esquerda em direção à sua direita.
Nº ALUNOS 8
7
6
5
4
3
2
Lembre-se: cada
1 classe é como se
fosse um grupo de
0 dados que tem
130 137 137 144 144 151 151 158 158 165 intervalo que a
compreende
ALTURA EM CM
■ Polígono de frequência
101
Descrição da Imagem: A imagem mostra um gráfico do tipo Polígono de Frequência, construído sobre um
UNIDADE 3
plano cartesiano em que no eixo Y (vertical) estão dispostas a frequência (Xi) referente às possíveis alturas
iniciando em 0 até 180 cm, no eixo X (horizontal) se encontra as classes dos alunos da Escola Pequeno Pássaro.
Cada classe possui um intervalo constituído de uma altura mínima e máxima, sendo elas 130 a 137 cm, 137 a
144 cm, 144 a 151 cm, 151 a 158 cm e 158 a 165 cm. A imagem também possui um reta na cor azul que repre-
senta a escala de crescimento dos estudantes com relação a maior frequência em cada classe, sendo ressaltada
por um círculo na cor vermelha orientado por uma seta na mesma cor, salientando a classe que possui uma
maior frequência de altura em meio as outras, selecionado por uma forma (imagem vetorial) na cor preta.
ALTURA EM CM
explorando Ideias
102
2
O PAPEL DOS
UNICESUMAR
GRÁFICOS
no dia a dia discente
Você já parou para pensar em quantas vezes por dia temos contato com dados
estatísticos? Pois bem, nessa altura do campeonato, você já deve ter percebido que
ela pode ser encontrada nos mais diversos meios de comunicação, afinal é muito
comum ouvirmos no rádio, televisão ou, ainda, lermos nos jornais e revistas frases
que contenham algo relacionado à Estatística, tais como:
Realmente não dá para ignorarmos que notícias como essas estão ao nosso redor
todos os dias. Agora reflita, se você, neste momento, tem claro que a estatística
está ao nosso redor, imagina o quanto ela participa e está presente na vida e co-
tidiano discente.
Em consonância com essas e outras situações é que pesquisadores como
Lopes et al. (2010) e Biajone (2006) apontam, em seus estudos, a necessidade
do desenvolvimento do pensamento estatístico intencionando que o indivíduo
tenha as habilidades necessárias para interpretar e avaliar, de forma crítica, as
informações e saber como utilizá-las no exercício de sua cidadania.
103
“
Nos nossos dias não são só os adultos que têm de ser críticos em
UNIDADE 3
104
ferramenta cultural que possibilita ao sujeito expandir a sua capacidade de
UNICESUMAR
entendimento e compreensão, dando-lhes a oportunidade de explorar as in-
formações estatísticas ali contidas.
Ainda com relação aos gráficos, sua relevância no ensino da Estatística e
importância para nossos alunos, Carvalho (2006) observa que podem e devem
ser utilizados para inúmeras finalidades sem que se perca a essência da transpo-
sição dos dados aos quais se pretende elucidar, assim, tornam-se constantemente
utilizados para diversos fins nos mais variados contextos sociais, atuando como
meio de comunicação no cotidiano das pessoas.
Desta maneira, acredita-se que os professores devam introduzir a linguagem
estatística de modo que permita aos alunos entendê-la como natural, dando con-
dições para que os alunos possam ler, interpretar e compreender a linguagem
gráfica, até mesmo antes do contato formal em ambientes escolares.
Neste prisma, e considerando que a sociedade contemporânea utiliza cada
vez mais as tabelas, gráficos e dados estatísticos, torna-se mais que fundamental,
diria até indispensável, que os alunos desenvolvam competências, até porque
a BNCC está aí, não é mesmo? Incentivando para que os alunos desenvolvam
habilidades e tenham condições de efetuar uma leitura, que sejam capazes de
interpretar e compreender os gráficos presentes em seu cotidiano, seja ele for-
mal ou informal (CURCIO, 1989)
pensando juntos
Chegou sua vez, caro(a) aluno(a), pois teoria por teoria não faz a prática, a todo tempo
incentivando a utilização de gráficos em sala de aula de maneira a tornar essa prática
cada vez mais natural. Sendo assim, como você faria para utilizar gráficos em uma turma
de educação infantil?
105
3
PRINCIPAIS MEDIDAS
UNIDADE 3
ESTATÍSTICAS E
aplicação no trabalho
pedagógico
Medidas Estatísticas
As medidas estatísticas têm por objetivo nos mostrar como se comportam os da-
dos estatísticos.“Dessa forma, podemos localizar a maior concentração de valores
de uma dada distribuição, isto é, se ela se localiza no início, no meio ou no final,
ou, ainda, se há uma distribuição por igual” (CRESPO, 2002, p. 79).
Média Aritmética
106
Média Aritmética Simples
UNICESUMAR
Com certeza, todos que passaram pela escola já ouviram falar em média aritmé-
tica simples, ou simplesmente média, devido ao fato de termos que obter uma
média mínima para podermos “passar de ano”. Entretanto, este conceito não é
encontrado apenas na escola. Por exemplo, quando queremos saber qual a média
de consumo de combustível de um carro, também recorremos à média aritmética
simples. Esta, entre outras situações, faz com que a média seja um conceito bem
conhecido em nosso cotidiano.
Para entendermos melhor como obtemos a média de um conjunto de valores,
vamos para o seguinte exemplo:
■ Supondo que as notas de Maria sejam 7,5 – 6,0 – 8,0 – 6,5, qual será a sua
média em História?
Existe uma fórmula matemática para o cálculo da média e é importante que você
conheça e entenda o que representa cada uma de suas partes. Desse modo, fica
fácil sua aplicação.
107
■ Cada elemento é representado por Xi , em que o i indica a posição do
UNIDADE 3
No exemplo da nota de História de Maria, você deve ter notado que os valores
não se repetem. Dessa forma, cada nota aparece uma única vez. Isso nos garante
que estamos operando com dados não agrupados.
Acompanhe o próximo exemplo, garanto que irá entender melhor o tema:
Elisa trabalha com uma turma de terceiro ano. No início do semestre, ela
mediu seus alunos, intencionando obter a média da estatura de sua turma. Veja
como ficaram os valores na tabela a seguir:
1 120
2 122
3 125
4 128
5 130
6 132
7 134
8 136
9 139
10 142
11 143
12 145
Tabela 3 - Estatura dos alunos do terceiro ano da professora Elisa / Fonte: os autores.
108
Para encontrarmos a média das alturas, utilizaremos a fórmula apresentada an-
UNICESUMAR
teriormente:
1º Primeiramente, substituiremos
x=
∑ Xi o ∑Xi pela soma das alturas e o
n pela quantidade de alunos, o que
n indica a quantidade de alturas a serem
somadas.
120 122 125 128 130 132 134 136 139 142 143 145
x
12
2º
O próximo passo é calcular a soma
de todas as alturas e dividir o valor 1596
obtido pelo total de alturas e teremos =x = 133
12
a média! Fácil, não é mesmo?
Após o cálculo, Elisa verificou que a altura média de seus alunos era igual a 133
cm e, assim, a professora pode tirar conclusões e realizar uma tomada de decisão
para quaisquer que for o tema em que a altura de seus alunos seja uma variável.
Em que:
NOTA fi
3 3
4 6
5 8
6 7
7 4
8 7
110
9 2
UNICESUMAR
10 3
Total 40
Tabela 4 - Notas de matemática dos alunos do quinto ano da escola Céu Azul
Fonte: os autores.
1º
Primeiramente, iremos substi-
x=
∑ Xi fi tuir ∑Xi fi pela soma das notas
n multiplicadas por suas respectivas
frequências, acompanhe:
x=
3 x3 4 x6 5 x8 6 x7 7 x 4 8 x7 9 x 2 10 x3
40
2º O próximo
passo é calcular
a soma de todas as
alturas e dividir o 9 + 24 + 40 + 42 + 28 + 56 + 18 + 30
valor obtido pelo x=
40
total de alturas e
teremos a média!
Fácil, não é mesmo?
Para chegarmos à média das notas, dividimos 247 por 40 e iremos obter, apro-
ximadamente, 6,17.
Viu como foi fácil! Que tal agora aprofundarmos um pouco mais no tema e
aprendermos como fazer uma média ponderada que contém pesos? Você deve
estar se perguntando: o que seria esses pesos, professor? Pesos nada mais são do
que importância diferenciais que damos para diferentes variáveis. Ocorrer quan-
do, em um teste, temos questões com maior e menor relevância, ou seja, temos
pesos diferentes, assim ocorre com notas de avaliações e diversas outras situações.
No exemplo anterior, você pôde perceber que o peso para cada valor é arbi-
trário, dependendo da frequência de cada um. Entretanto, podemos encontrar
situações em que os pesos são definidos antecipadamente (sua relevância maior
ou menor foi definida anteriormente), tal como quando temos um sistema de
avaliação que contém dois instrumentos avaliativos diferentes, prova e trabalho,
sendo que o primeiro tem peso 7 e o segundo tem peso 3.
Com a soma das duas notas, obtenho o valor integral que é de 100 pontos,
entretanto, a prova me garante a maior parte da avaliação. Conseguiu perceber
agora? A nota da prova neste caso tem maior relevância que a nota do trabalho
por exemplo.
Para entendermos melhor, vamos supor que você esteja em uma situação
similar e que sua nota de prova foi 7,0 e no trabalho tenha alcançado a nota 8,0,
perceba que em ambos você poderia alcançar 10 pontos, ok? Assim teremos:
112
UNICESUMAR
PESOS
(7,0 X 7) + (8,0X3)
X = =
7+3
(49) + 24)
X = =
10
73
X = = 7,3
10
Observe que cada nota foi multiplicada por seu respectivo peso (7,0 por 7 e 8,0
por 3) e dividida pela soma deles para obtermos a média final.
Moda
Quando ouvimos a palavra moda, o que nos vem à mente é algo que está em
evidência, destaque e logo pensamos em roupas, cortes de cabelo ou até mesmo
sapatos que estão ou não na moda, não é mesmo?
Em estatística, assim como em nosso cotidiano, também utilizamos a palavra
Moda e com o mesmo significado, porém a aplicamos de uma maneira um tanto
quanto diferentes, vamos conhecer? Assim, um elemento que aparece com mais
frequência é denominado Moda (Mo) do conjunto de observações. “Baseados
nisso, podemos encontrar diretamente a moda de uma população, contando o
número que aparece mais vezes na sequência” (SPINELLI; SOUZA, 1997, p. 60).
Imagine que está realizando uma pesquisa e no meio dela você questiona a
idade dos participantes, depois da pesquisa pronta, você se depara com a seguinte
amostra:
9 10 11 11 11 15 15 15 15 1 5
21 22 25 25
113
Qual seria a moda dessa amostra? Você conseguiria identificar? Lembra que a
UNIDADE 3
Mo é o que está em destaque, assim podemos afirmar que este conjunto tem
moda igual a 15 (Mo = 15), pois de todos os valores desse conjunto, o 15 é o que
aparece com maior frequência, cinco vezes para ser mais preciso. Contudo,
nem tudo são flores, pois podemos ter amostras as quais os valores podem não
se repetir, assim não seria possível ter uma moda já que nenhum dos números
aparece mais de uma vez. Observe:
5 7 9 10 12 16 20 23 25 28
Nesses casos, dizemos que o conjunto não apresenta moda ou que ele é amodal.
Além dos conjuntos modais e amodais, podemos ter ainda os plurimodais, ou
seja, quando encontramos mais de um elemento que indica a moda, como é o
caso a seguir:
5 7 7 7 10 12 15 18 18 1 8
23
Percebam que, neste caso, temos dois valores que aparecem por três vezes (mesma
quantidade) o 7 e o 18. Quando temos um conjunto com duas modas, dizemos
que ele é bimodal e suas modas são 7 e 18 (CRESPO, 2002).
Todos os exemplos que apresentamos até agora para Moda (Mo) são de dados
não agrupados. Tomemos a Tabela 8 para verificarmos como encontrar a Moda
em uma tabela de distribuição de frequência com dados agrupados sem inter-
valos de classe, tendo como base, os dados da tabela 5.
NOTA fi
3 3
4 6
5 8
6 7
7 4
8 7
114
9 2
UNICESUMAR
10 3
Total 40
Tabela 5 - Notas de matemática dos alunos do quinto ano da escola Céu Azul Fonte: os autores.
Observando a tabela, é possível perceber que a nota que mais aparece é a 5, levan-
do em consideração que a frequência absoluta (fi) mostra que 8 alunos atingiram
essa nota. Assim Mo = 5. Viu como foi fácil!
Caro(a) aluno(a), estamos quase encerrando o assunto desta unidade, mas
não podemos terminá-la sem discutir sobre uma medida de estatística muito
importante, vamos conhecer um pouco da Mediana.
Mediana
Mediana impar
3 6 8 11 14 19 21 25 27
Perceba que o número 14 é o valor que ocupa a posição central do conjunto, logo
pela definição, podemos afirmar que é a mediana. Note que tanto do lado esquer-
115
do como do direito da mediana têm outros quatro valores. “Em outras palavras, a
UNIDADE 3
n 1 9 1 10
md md md 5
2 2 2
Note que n releva a quantidade de número que você possui no conjunto de va-
lores e, em seguida, basta apenas somar a 1 e no final dividir o resultado por 2,
pronto! O resultado vai destacar a posição do número que será a mediana, neste
caso o número 14 é nossa Md, pois ele é o número que se encontra na 5º posição.
Nossa! Agora sim, ficou claro? Acredito que você deva estar se perguntando
como fazer quando a quantidade de algarismos for par? Calma lá, pois é desse
assunto que vamos tratar agora mesmo.
3 6 8 11 14 19 21 25 27 29
n n 10 10
e 1 e 1 5 e 6
2 2 2 2
116
Portanto, a mediana será a média aritmética simples do 5º e do 6º termo do
UNICESUMAR
conjunto, nesse caso, os valores 14 e 19 respectivamente, ou seja, basta somar
os termos (números) que estão na posição encontrada e, em seguida, realizar a
média aritmética dividindo-os por 2.
14 19
Assim, teremos que: Md 16,5 , logo a Mediana desse conjunto
2
de valores pares é igual a 16,5.
Ufa! Que caminho fizemos até aqui não é mesmo? Você está de parabéns! Sei que
em alguns momentos pareceu que seria tortuoso demais para ultrapassar, mas
olha só, você conseguiu! Que tal, para finalizar nossa unidade, vermos exemplos
práticos de como trabalhar com essas medidas estatísticas em sala de aula na
Educação Básica?
117
UNIDADE 3
COR FREQUÊNCIA
Amarelo 1
Azul 6
Branco 4
Rosa 9
118
Verde 3
UNICESUMAR
Vermelho 2
Roxo 1
Total 26
Tabela 6 - A cor preferida da turma do primeiro ano da escola Luz e Saber / Fonte: os autores.
Descrição da Imagem: A imagem mostra um fluxograma (desenho vetorial) composto por sete chaves (sím-
bolo matemático) na posição horizontal, cada chave possui uma coloração, sendo elas; Amarelo, Azul, Branco,
Rosa, Verde, Vermelho e roxo e o tamanho da chave é determinado pela quantidade de votos dos alunos,
presente na tabela 6.
f1 F2 f
Amarelo Azul Azul Azul Azul Azul Azul Branco Branco Branco Branco
F4
fx fa FT
Figura 17 –Cor preferida dos alunos da Escola Luz e Saber- fluxograma / Fonte: os autores.
Gostou né? Tínhamos certeza que a partir do momento que você visse exemplos
de conhecimentos aplicados na prática iria perceber a importância do nosso
tema. Quer mais um? Então vamos lá?
119
O professor Pedro, da Escola Menino de Luz, no interior de São Paulo, fez
UNIDADE 3
uma pesquisa para saber a idade dos seus alunos na turma de apoio da disciplina
de Língua Portuguesa e o coletou os seguintes dados:
07 10 08 10 09 09 10 08 09
Neste caso, qual seria a idade média entre os alunos matriculados nessa turma? E
qual seria o tipo de moda que o professor poderia encontrar entre esse conjunto
de valores?
x=
∑ Xi fi
n
x=
7 x1 8 x 2 9 x3 10 x3
4
x=
7 16 27 30
9
80
x= = 8,8
9
Dessa maneira, como pode perceber, a idade dos alunos está em aproximadamen-
te nove anos e o tipo de moda seria bimodal, pois duas idades aparecem com a
mesma frequência, sendo elas 09 e 10.
Agora que você conheceu um pouco mais sobre as medidas de tendência
central, é possível apresentar os dados de sua pesquisa de forma mais sucin-
ta, de modo que um único valor seja capaz de representar todo o universo
amostral pesquisado.
Muito bem! Você já avançou muito em conhecimento desde o início da dis-
ciplina. Quero te parabenizar por finalizar mais uma unidade do seu material
de estudos.
Com certeza você se dedicou bastante e merece nosso reconhecimento. Pa-
rabéns!!!
120
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao final de mais uma unidade, na qual você
pôde conhecer um pouco sobre os diversos tipos de gráficos e as Medidas Esta-
tísticas. Você pôde ter contato com alguns modelos de gráficos utilizados para
representar variáveis qualitativas e também as quantitativas.
Nesta unidade, foi abordado, também, como se dá a construção de um gráfico
de coluna, de barras, de linha e de setor circular, importantes suportes que nos
auxiliam no momento de apresentarmos, de forma clara, os resultados de uma
pesquisa, seja ela simples ou complexa.
Na sequência, você pôde ver as Medidas Estatísticas, que têm por finalidade
expor informações sobre os dados de forma sintetizada e objetiva, resumindo-as
em um único valor que seja representativo do conjunto todo. Foi possível per-
ceber, também, que elas mostram a concentração desses dados em torno de um
valor central, o qual foi denominado de Medidas de Tendência Central.
Seguimos nossa conversa falando da média aritmética, por ser a medida de
tendência central mais conhecida e utilizada tanto na escola como em nosso
cotidiano. Contudo, é preciso que você tenha conhecimento das outras medidas
que não são tão comuns como a média aritmética e, devido a essa necessidade,
a unidade tratou, também, da média ponderada, a qual implica pesos distintos
para os valores envolvidos.
Outra medida estudada foi a moda. Muito importante para nosso trabalho
com as variáveis qualitativas, as quais não nos possibilitam o desenvolvimento
de cálculos.
Nesta unidade, trabalhamos, ainda, com a mediana e vimos que sua principal
característica é que ela divide o conjunto de dados em duas partes iguais. Outra
característica da mediana é se apresentar como uma ótima medida para dados
discrepantes, devido ao fato de ela não ser influenciada por estes.
Finalizamos parabenizando você pelo término de mais uma unidade.
121
na prática
2. Conforme Crespo (2002), a mediana pode ser entendia como o valor que ocupa a
posição central em um conjunto de outros valores organizados em ordem crescen-
te de concentração dos dados, em geral, a mediana indica um valor que divide em
duas partes iguais.
12, 22, 32, 42, 54, 66, 72, 86, 94, 106, 108
I - A mediana (Md) é o termo obtido pelo cálculo ordem (n+1)/2, com resultado
igual a 66.
122
na prática
II - Neste caso, a mediana (Md) é o termo obtido pelo cálculo ordem n/2 + (n+1)/2.
III - De acordo com o conjunto de dados em destaque, a melhor forma de se calcular
a mediana é verificar se o último algarismo inicial será ímpar ou par.
IV - De acordo com o conjunto de números em destaque, a mediana (md) será do
tipo par, dessa forma, seu cálculo será determinado pela fórmula (n+1)/2.
V - A mediana (Md) é o termo obtido pelo cálculo ordem (n+1)/2, com resultado
igual a 72.
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e V, apenas.
e) I, II, III e V, apenas.
3. Segundo Crespo (2002), assim como as tabelas, os gráficos têm por função a apre-
sentação de forma clara e objetiva dos resultados de uma pesquisa. Considerando
o tema sobre os tipos de gráficos, analise as afirmações a seguir:
123
na prática
a) II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, III, IV e V apenas.
4. É chamado de Mediana (Md) o valor que apresenta uma posição central entre um
conjunto de dados organizados em ordem crescente e que possui cálculos distintos,
caso essa mediana seja ímpar ou par. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a) Uma quantidade ímpar de elementos faz com que a mediana seja calculada
aplicando a seguinte fórmula n+ 2/1.
b) Uma quantidade ímpar de elementos faz com que a mediana seja calculada
aplicando a seguinte fórmula n+ 1/1.
c) Uma quantidade par de elementos faz com que a mediana seja calculada de
maneira distinta, fazendo com que o resultado seja sempre um número par.
d) Uma quantidade par de elementos faz com que a mediana seja calculada aplican-
do a seguinte fórmula n + 1 + n .
2 2
124
na prática
5. Em meio aos seus estudos, você pôde ter acesso à definição, reflexão e aplicabili-
dade dos diferentes tipos de gráficos, nesta perspectiva sobre o tema, assinale a
alternativa correta.
125
aprimore-se
Os excertos listados a seguir são dicas para melhor interpretação dos gráficos e
fazem parte do livro Estatística para Leigos, de Deborah Rumsey.
Para avaliar as barras de estatísticas nos gráficos de barras, verifiquei estes itens:
■ Barras que dividem os valores das variáveis numéricas (tais como a renda
financeira) deveriam ser de larguras iguais para facilitar a comparação.
■ Fique atento para a escala do gráfico de barras (a unidade na qual a altura das
barras está representada) e determine se esta é uma representação apropria-
da da informação.
■ Não pense que a informação contida em um gráfico de barras é tudo que
você precisa saber; esteja pronto para ir mais a fundo caso seja necessário
(RUNSEY, 2012).
126
aprimore-se
Procure pela informação do número total de unidades, para que assim você possa
determinar qual era o tamanho da pizza antes de ser dividida nas fatias que você
está observando (RUNSEY, 2012).
127
eu recomendo!
livro
conecte-se
128
4
ESTATÍSTICA NA
EDUCAÇÃO
básica
PROFESSORES
Me. João Luis Dequi Araújo
Me. Marcela Boccoli Signorini
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Noções de Indicadores Educa-
cionais e Aplicabilidade Pedagógica •Pedagogo e os Fundamentos Estatísticos • A BNCC e o Universo
Estatístico.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer alguns Indicadores Educacionais, bem como sua função • Perceber a importância da Estatís-
tica para o pedagogo, bem como orientações para o ensino dos seus principais conceitos • Compreender
o que é a BNCC e como a Estatística está prevista para a para Educação Básica.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
EDUCACIONAIS
e aplicabilidade pedagógica
“
No Brasil, os indicadores educacionais vêm sendo utilizados para o
estabelecimento de ações que adquirem cada vez maior responsabi-
lidade. Recursos públicos crescentes são distribuídos de acordo com
as matrículas das escolas e redes de ensino de municípios e unidades da
federação. Implantam-se por toda parte sistemas de responsabilização
131
com base em indicadores. Servidores da educação recebem aumentos sa-
UNIDADE 4
“
No monitoramento, ocorre o acompanhamento da evolução dos
indicadores, ou dos conceitos que eles representam, para observar
situações indesejáveis que requeiram ações corretivas. Quando uti-
lizados na tomada de decisões, os indicadores ajudam na definição
de intervenções.[...] Na avaliação de programas, os indicadores de-
monstram se os objetivos do programa foram atingidos e, caso não
tenham sido, o motivo.
COEFICIENTES
132
UNICESUMAR
nº de alunos aprovados
2. Coeficiente de aproveitamento escolar =
nº final de matrículas
nº de alunos recuperados
3. Coeficiente de recuperação =
nº de alunos em recuperação
TAXA
As taxas são “os coeficientes” multiplicados por uma potência de 10 (10, 100,
1000,...). A intenção de mudar um coeficiente para taxa é tornar o resultado mais
compreensível ao leitor.
Se formos observar, nos meios de divulgação que se referem aos indicadores
Educacionais, a mudança mais utilizada é a multiplicação do valor do coeficiente
por 100 ou 1000.
Acredito que você já tenha ouvido falar em:
Para facilitar ainda mais a compreensão acerca deste assunto, observe atenta-
mente o seguinte exemplo.
Consideremos que o Estado A iniciou o ano de 2016 com 733.986 alunos
matriculados no 3º ano do Ensino Fundamental, e no final desse mesmo ano
o número de matrículas era de apenas 683.816. O Estado B, nesse mesmo ano,
iniciou com 436.127 matrículas e finalizou com apenas 412.457.
Com base nos dados fornecidos, responda: qual dos Estados apresentou
maior evasão escolar?
133
Para responder a essa questão, iniciamos encontrando o número de alunos
UNIDADE 4
evadidos de cada um dos dois Estados. Este valor é obtido, por meio da diferença
entre o número de matrícula inicial e o final.
Vamos colocar esses valores em um cálculo matemático.
Olhe só, caro(a) aluno(a), ao considerar que X é o número de alunos evadidos,
temos a seguinte equação: X n º inicial n º final
Agora, é só aplicarmos ela e verificar qual a evasão de cada Estado. Vamos
juntos!
Estado A
X 733.986 683.816
X = 50.170 alunos
Estado B
X 436.127 412.457
X = 23.670 alunos
134
Estado A:
UNICESUMAR
nº de alunos evadidos 50.170
=
= 0=
, 068. 100% 6, 8% , assim, após o
nº inicial de matrículas 733,9986
cálculo, podemos concluir que a taxa de evasão do estado A é de 6,8%.
Vamos, agora, fazer as contas para o outro Estado. Observe como fica:
Estado B:
135
1. Incialmente, você precisa ter em mente que para entregar o valor da taxa
UNIDADE 4
ÍNDICES
O valor que denominamos Índice pode ser entendido como a comparação en-
tre duas grandezas independentes, ou seja, grandezas de diferentes naturezas. O
exemplo mais conhecido por nós, que estamos inseridos no campo educacional, é
o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB. Seu cálculo é obtido a
partir da combinação de outros dois indicadores: a taxa de rendimento escolar
(aprovação e evasão) e a taxa de aprovação em exames padronizados, como
o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB e a Prova Brasil
(FERNANDES, 2011).
“
Criado em 2007, o Ideb é calculado pelo Inep para cada escola e
cada rede através de uma combinação de desempenho (proficiên-
cia) e rendimento (aprovação). Para que o índice de uma escola
ou rede aumente, refletindo melhora de sua qualidade, é preciso
que os alunos aprendam e sejam aprovados. O confronto destas
duas dimensões faz com que, tanto onde alunos forem retidos para
136
melhorar o aprendizado quanto onde eles forem aprovados sem
UNICESUMAR
qualidade, o índice aponte a necessidade de melhoria do sistema.
O Ideb é interessante porque representa uma inovação ao com-
binar aprendizagem e fluxo escolar, indicadores complementares
raramente combinados, e, além disto, permite a comparabilidade
nacionalmente. Ele serve tanto para detectar escolas e redes de
ensino cujos alunos apresentem baixos resultados em termos de
rendimento e proficiência quanto para monitorar a evolução no
tempo desses mesmos alunos. Apresentado numa escala de zero
a dez, para facilitar o entendimento de todos, e calculado a cada
dois anos, o Ideb permite que os gestores, pais, responsáveis e de-
mais interessados acompanhem o desempenho das escolas e redes
(FONSECA, 2010, p. 65).
Deste modo, podemos concluir que, quanto maior for a nota da instituição no
exame padronizado e quanto menos repetências e desistências ela registrar, me-
lhor será a sua classificação no IDEB, dentro de uma escala de zero a dez.
Em consonância, a utilização desse indicador esbarra nas especificidades,
dificuldades e divergências de entendimento que podem revelar os resultados
apresentados pelas escolas no Brasil e como ela utiliza seus recursos como fonte
de ação política para sanar os problemas, até históricos que acompanham a or-
ganização da educação no País (BELO; AMARAL, 2013).
No que tange os resultados de desempenho nas áreas avaliadas (Língua Portu-
guesa - ênfase em leitura, e em Matemática - ênfase em resolução de problemas)
estes são expressos em uma espécie de régua, denominada escala de proficiência.
A escala de proficiência é composta por níveis progressivos e cumulativos, ou
seja, uma organização da menor para a maior, cujo cada nível possui suas pró-
prias habilidades especificas, porém cumulativas; desta maneira, a cada estágio,
o conhecimento adquirido no nível anterior não é perdido e sim melhorado,
pressupondo que, além de terem desenvolvido as habilidades referentes a este
nível, eles provavelmente também desenvolveram as habilidades referentes aos
níveis anteriores (BRASIL, 2013).
Ao analisar os resultados, cada instituição escolar e sua equipe poderão ve-
rificar o percentual de alunos alocados em cada nível da escala de proficiência,
a fim de observar a descrição das habilidades referentes a cada estágio e, a partir
de disto, refletir pedagogicamente sobre tais resultados e definir uma tomada de
decisão, se necessária.
137
O IDEB também permite realizar uma análise do individual e coletivo, pos-
UNIDADE 4
conecte-se
138
2
PEDAGOGO E OS
UNICESUMAR
FUNDAMENTOS
estatísticos
Olá, caro(a) aluno(a), tenho certeza que você já ouviu frases como estas a seguir,
nos mais diversos meios de comunicação:
“
[...] o conhecimento da história dos conceitos matemáticos precisa
fazer parte da formação dos professores para que tenham elementos
que lhes permitam mostrar aos alunos a Matemática como ciência que
não trata de verdades eternas, infalíveis e imutáveis, mas como ciência
dinâmica, sempre aberta à incorporação de novos conhecimentos.
UNICESUMAR
científico em saber escolar ao considerar toda bagagem cultural trazida pelo
aluno, como um saber intermediário, que pode auxiliar na construção de diver-
sos conhecimentos, ainda mais quando se trata de conhecimentos estatísticos
comumente vivenciados (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2010).
Nesta perspectiva, o professor assume vários papéis durante o processo de
ensino. Tem momentos que ele é o organizador da aprendizagem, responsável
por tornar os conteúdos acessíveis aos alunos. Neste papel, cabe a ele apresentar
explicações, oferecer materiais para leitura e fornecer informações que o aluno
não teria condições de obter sozinho ou fora do ambiente escolar (BRASIL, 1998).
No momento em que promove debates sobre um determinado assunto, pretende
levar o aluno a uma melhor compreensão do tema abordado ou quando reorganiza
e valoriza as estratégias de resolução apresentadas por eles, o professor assume um
novo papel, o de mediador da aprendizagem, responsável por conduzir o trabalho
em sala de aula, buscando sempre a autonomia de seus alunos (BRASIL, 1998).
Em outros momentos, ele pode ser considerado o incentivador da apren-
dzagem, sendo aquele que estimula a interação e a cooperação entre os alunos
(BRASIL, 1998).
Seja como organizador, mediador ou incentivador da aprendizagem, o profes-
sor precisa conhecer bem os conteúdos que irá trabalhar e a Estatística é um desses
conteúdos que, no Ensino Fundamental, é apresentado muitas vezes de forma sin-
gela e sucinta, devido aos medos e anseios dos próprios docentes que não se sentem
efetivamente preparados para ensiná-la, não discutindo seus conceitos e permitin-
do com que o aluno a confunda com a matemática ou mera ferramenta da desta.
Neste prisma, finalizo o tópico com uma provocação, ou seja, dificuldades quanto
ao ensino de um tema, ou assunto que todos podemos possuir, pois somos professores
e não detentores do saber ou conhecimento, mas o que fazemos com essa dificuldade
é o que verdadeiramente importa. Um médico com um bisturi pode fazer um corte
errado e infelizmente ferir um único paciente, nós com nosso giz e quadro ensinando
um conceito errado ou deixando de ensiná-lo podemos ferir toda uma nação.
pensando juntos
Se você, professor, intenciona desenvolver uma aula que seja significativa e conduza a
aprendizagem, então planeje, estude, pesquise, tenha em vista as prováveis restrições de
cada conteúdo.
141
3
A BNCC E O
UNIDADE 4
UNIVERSO
estatístico
“
[...] aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define
o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional (LDB, Lei nº 9.394/1996), e está orientado pelos princípios
éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e
à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como
fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Básica (DCN) (BRASIL, 2018, p. 7).
UNICESUMAR
que seja capaz de construir uma sociedade justa, democrática e mais inclusiva.
Como este material é destinado ao curso de Pedagogia, daremos ênfase para
a Educação infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, pois estas serão as
etapas de ensino que competem o trabalho do pedagogo.
No que tange à Educação infantil, esta é subdivida em três grupo de acordo
com a faixa etária, que correspondem, aproximadamente, às capacidades cole-
tivas de aprendizagem conforme às características comuns do desenvolvimento
das crianças, são elas: bebês (zero a 1 ano e 6 meses), Crianças bem pequenas (1
ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses), ambas em creches, e Crianças pequenas (4
anos a 5 anos e 11 meses), já estas frequentando a Pré-Escola.
No que diz respeito aos conteúdos de conhecimento estatístico na Educação
Infantil, o documento não apresenta em nenhum de seus campos de experiências
o desenvolvimento de conteúdos relacionados à disciplina de Estatística. Entre-
tanto, você, caro(a) aluno(a), já sabe quão é importante a introdução prévia destes
conhecimentos, a fim de garantir uma alfabetização estatística.
No ensino fundamental anos iniciais, a situação é bem diferente, haja visto
que, inicialmente, temos a divisão das áreas do conhecimento, cada uma com
suas competências específicas de áreas cujo objetivos são bem claros e definidos.
Como é de se esperar, a Estatística está inserida na área da Matemática, mas não
por ser uma ferramenta da disciplina, mas sim por ser uma ciência comum.
A área da matemática conta com a articulação de seus diversos campos, como
a Aritmética, Álgebra, Geometria e, em especial, para nossa disciplina, o enfoque
do documento prevê o estudo da Estatística e Probabilidade, a fim de garantir
que os alunos relacionem o que se observa no mundo real às representações
(tabelas, figuras e esquemas) associando essas representações como uma ati-
vidade matemática, fazendo induções que os levem a uma tomada de decisão,
que permita desenvolver a capacidade de identificar oportunidades, usar a ma-
temática para resolver problemas, aplicar conceitos, procedimentos e resultados
(BRASIL, 2018).
Ainda segundo Brasil (2018, p. 44), outro aspecto importante a ser destacado
nesta área ao qual a Estatística está inserida é que:
“
[...] a aprendizagem de Álgebra, como também aquelas relacionadas
a Números, Geometria e Probabilidade e estatística, podem contri-
buir para o desenvolvimento do pensamento computacional dos
143
alunos, tendo em vista que eles precisam ser capazes de traduzir
UNIDADE 4
144
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Muito bem! Você acaba de finalizar mais uma unidade de estudos da disciplina
de Estatística aplicada à Educação Básica.
Quando pensamos em um curso de pedagogia, dificilmente nos vem à men-
te que iremos nos deparar com cálculos estatísticos, contudo, se pensarmos
nos indicadores que apontam a qualidade da educação ou, ainda, os índices de
aprovação ou reprovação de uma escola, podemos perceber que é indispensável
esse conhecimento.
Esta penúltima unidade abordou, inicialmente, o conceito das medidas esta-
tísticas utilizadas no campo educacional, as quais conhecemos como Indicadores
Educacionais. Estudamos sobre a sua importância para a verificação do cumpri-
mento das metas e planos propostos para o Sistema Educacional nas três esferas:
municipal, estadual e nacional.
Vimos que o Índice de Desenvolvimento Educacional Brasileiro - IDEB - é
um dos indicadores mais conhecidos, porém não é o único e seu resultado de-
pende das avaliações padronizadas que são aplicadas aos alunos regularmente,
como a Prova Brasil e o SAEB.
Você também teve a possibilidade de verificar as justificativas quanto à im-
portância de o pedagogo conhecer os conceitos estatísticos, não somente para
o trabalho administrativo da escola, mas também como conteúdo que deve ser
ministrado aos alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Como professor,
o pedagogo é o responsável pela organização das atividades pedagógicas que
possibilitarão o desenvolvimento do pensamento estatístico que, como citado
na unidade, é distinto do pensamento matemático por proporcionar à criança
habilidades e competências distintas.
Também foi possivel fazer uma breve demonstração de como a nossa dis-
ciplina está presente na Base Nacional Comum Curricular, destacando, papéis,
funções, organização e estrutura dela, sem contar como deve ser realizado seu
emprego na Educação Básica.
Parabenizo você, caro(a) aluno(a), pela finalização de mais uma unidade.
145
na prática
2. Explique o que significa IDEB e cite os componentes necessários para sua formação.
3. Em meio aos nossos estudos desta unidade, o professor assume diversos papéis
durante os processos de ensino e aprendizagem. Liste estes papéis e comente de
forma breve cada um deles.
MARÇO NOVEMBRO
146
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e V, apenas.
e) I, II, III e IV, apenas.
147
aprimore-se
148
aprimore-se
149
aprimore-se
150
eu recomendo!
livro
filme
151
5
O PEDAGOGO,
A ESTATÍSTICA
em sala de aula
PROFESSORES
Me. João Luis Dequi Araújo
Me. Marcela Boccoli Signorini
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Estatística em Sala de Aula, uma
prática possível • O Raciocínio Combinatório • O Ensino da Probabilidade nos Anos Iniciais • Estatística
em prática.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer estratégias que possibilitam o trabalho com a Estatística na sala de aula • Ter contato com
algumas sugestões de atividade envolvendo os conteúdos de combinatória para os anos iniciais • Ve-
rificar algumas situações pedagógicas que possibilitam o ensino da probabilidade nos anos iniciais •
Compreender diversos exemplos da utilização da Estatística em sala de aula.
INTRODUÇÃO
SALA DE AULA,
uma prática possível
Para que realmente ocorra o aprendizado dos conceitos por parte dos alunos,
é preciso que o professor considere todos os fatores que poderão interferir no
processo de ensino e aprendizagem. Como organizador da prática pedagógica,
é de fundamental importância que o docente tenha clareza dos objetivos que
pretende atingir e quais habilidades ou competências intenciona desenvolver no
aluno, com cada atividade que propõe (SHUDO; LOPES, 2008).
Veja só, caro(a) aluno(a), aqui denota-se a importância de um bom planeja-
mento, visto que sem a preparação de sua aula de maneira prévia nada que nós ou
qualquer professor venha a sugerir poderá ser realizado de maneira satisfatória,
então atenha-se que cada atividade ou sugestão proposta deve ser estruturada
sob um plano de aula adequada.
Nas unidades anteriores, você teve contato com os conceitos estatísticos e
pôde perceber, a partir das argumentações apresentadas, a importância da inser-
ção desses conteúdos, desde os anos iniciais de escolaridade. Embora a BNCC
não os preveja para a Educação Infantil é de extrema importância começar a
aplicação destes, dando início ao processo que chamamos de alfabetização Esta-
tística (PESSOA, 2014).
No Ensino Fundamental, a nossa disciplina possui objetivos claros e es-
pecíficos, porém todos seus conceitos e conteúdos devem ser desenvolvidos
sobre a ótica da proximidade, em que a teoria esteja de acordo com situações
154
do cotidiano. Assim, trazemos, para você, algumas sugestões de atividades, se-
UNICESUMAR
guindo a mesma linha de pensamento que defendemos desde o início de nossa
disciplina, ou seja, a promoção do desenvolvimento do pensamento estatístico
(SMOLE; MUNIZ, 2013).
E sabe como isso pode ser feito? Trazendo a pesquisa para sala de aula.
É claro que ela será abordada de forma que nossos alunos possam ser os
principais atores no processo e com a intenção de possibilitar a exploração das
conexões entre as diversas disciplinas (interdisciplinaridade) e seus conteúdos.
O processo de investigação estatístico leva os alunos a vivenciarem quatro fases
fundamentais, segundo Franklin et al. (2007):
“
formulação de uma questão que pode ser resolvida com os dados;
criação e utilização de um plano de coleta de dados; análise e síntese
dos dados; e interpretação dos resultados da análise, respondendo à
pergunta com base nos dados (LOPES et al., 2010, p. 4).
Você lembra que para desenvolver uma pesquisa é preciso desenvolver algumas
etapas? Então, como será que isso pode ocorrer na sala de aula? Vamos relembrar?
Após definirmos quem fará parte da pesquisa, é importante estipular como essas
informações serão coletadas:
156
a) Por entrevista, em que cada aluno entrevistará um colega.
UNICESUMAR
b) Por meio de questionário, para que cada aluno preencha o seu.
c) Por uma coleta de forma coletiva, feita pelo professor e com o preenchi-
mento de uma planilha no quadro com a resposta de cada aluno.
Exemplo:
Descrição da Imagem: A imagem revela um desenho de frutas, cada uma acima de quadrados em branco
de contorno preto para que os estudantes possam marcar com um X no interior de cada quadrado e, assim,
escolher sua fruta favorita e criar sua base de dados. As frutas são: Banana na cor amarela, Limão na cor
amarela, morango na cor vermelha e maçã na cor vermelha e um quadrado que não contém nenhum desenho
de fruta com a palavra outras.
As crianças precisam ser envolvidas em atividades que lhes permitam fazer cate-
gorizações de diferentes modos para que os dados passem a ter significado real.
Vejamos: se fôssemos pensar em alguns atributos que poderíamos explorar na
própria sala de aula, tendo os alunos como população, teríamos o seguinte quadro:
157
UNIDADE 5
COR QUANTI-
COR DO USA
NOME GÊNERO DOS DADE DE
CABELO ÓCULOS
OLHOS IRMÃOS
Gostou dessas dicas? Bom, espero que sim, mas calma que ainda não acabou
existem outras etapas do método Estatístico de suma importância.
Apresentando os
dados
Azul 2
Verde 1
Castanho 12
Total 15
Tabela 1 - Cor dos olhos dos alunos do 1º ano - turma de 2017 / Fonte: os autores.
158
Considerando, agora, um outro atributo que é a construção de gráficos, é indis-
UNICESUMAR
pensável que seja iniciado coletivamente. O professor pode desenhar os eixos
vertical e horizontal em um papel, para identificar as variáveis a serem escolhidas
e fornecer, aos alunos, retângulos para que colem formando uma coluna. Após a
construção coletiva, passamos à construção individual em papel quadriculado,
sempre com orientação e acompanhamento do professor.
Veja só, como a organização pode ser realizada coletivamente no quadro,
ou imprimindo uma ficha para que cada aluno possa, em vez de colar, pintar os
quadradinhos de acordo com os dados anteriormente coletados.
159
Descrição da Imagem: A imagem revela a foto de um gráfico de colunas feito por crianças da educação
UNIDADE 5
básica sobre o tema “minha fruta preferida”, o gráfico é composto pelo desenho de 5 malhas quadriculadas
coloridas, colocadas verticalmente, onde na base se encontram as seguintes frutas: Morango ao qual sua
malha quadriculada está colorida verticalmente na cor vermelha; Banana ao qual sua malha quadriculada está
colorida verticalmente na cor preta; Melancia, com malha colorida na cor verde; Laranja com malha colorida
na cor laranja; e Abacaxi com malha colorida na cor amarelo.
Figura 4 - Construção de um gráfico sobre a fruta preferida / Fonte: Scontent (2019, on-line)1.
Interpretando as informações
UNICESUMAR
mento, o que menos importa é o rigor da escrita científica, mas sim que o aluno
escreva, afinal o registro é o mais importante para a compreensão dos conceitos,
pois é neste momento que o aluno reflete sobre a atividade, fazendo a sistema-
tização dos conteúdos, e o professor tem a possibilidade de verificar se houve
aprendizado para ele (SMOLE et al., 2000).
explorando Ideias
161
2
O RACIOCÍNIO
UNIDADE 5
COMBINATÓRIO
“
A Combinatória pode ser definida como um princípio de cálculo,
envolvendo a seleção e a organização de objetos em um conjunto fi-
nito. A variabilidade presente nos dados é uma forma de pensar que
exige uma combinação de ideias, e isso remete a uma intersecção
entre o raciocínio combinatório e o pensamento estatístico, o qual
tem a variabilidade como centro (LOPES et al., 2010, p. 4).
162
Desse modo, a combinatória pode ser apresentada como meio mais elaborado
UNICESUMAR
para se estabelecer a contagem, passando da simples enumeração de elementos
de um conjunto para a contagem de grupos de objetos, possibilitando diversas
combinações para um mesmo evento.
Nesse ponto, você pode estar pensando: como seria a prática de toda essa
teoria sobre combinatória? A literatura atual nos mostra muitos pesquisadores
que dedicam seus estudos na tentativa de entender um pouco mais essa dinâmi-
ca. Dentre eles, trazemos como exemplo a sondagem desenvolvida por Pessoa e
Borba (2009), realizada com alunos da Educação Básica, intencionados a verificar
o seu desempenho nas resoluções de problemas de combinatória.
O estudo aponta que as crianças conseguem perceber as características dos
problemas de combinatória, porém com níveis distintos de apreensão. Os do
primeiro ciclo, ou seja, do 1º a 5 anos do Ensino Fundamental anos iniciais, apre-
sentam mais dificuldades em esgotar as possibilidades de respostas, porém os
maiores já apresentam respostas satisfatórias.
Para ilustrar, temos duas figuras que mostram a estratégia de resolução de
dois alunos que participaram da pesquisa.
Descrição da Imagem: A imagem revela a foto de um desenho realista feito por uma crinaça da educação
básica. O desenho destaca uma tabela que contém as 15 opções possíveis que a criança pode fazer para
combinar 3 saias e 5 blusas.
163
Veja só este outro exemplo que Souza e Pataro (2009) corroboram com o en-
UNIDADE 5
Descrição da Imagem: A imagem revela um desenho vetorial que destaca uma tabela que contém as 12
opções possíveis para que uma criança possa combinar seus 3 calções e 4 camisetas. As cores dos calções dis-
poníveis são: laranja, marrom e roxo, e as camisetas disponíveis estão na cor: verde, amarelo, azul e vermelho.
COMBINAÇÕES POSSÍVEIS
CAMISETA
CALÇÃO
164
Descrição da Imagem: A imagem revela um outro modo para se realizar as combinações dos calções e cami-
UNICESUMAR
setas presentes na Figura 10 anterior. Na figura, temos o desenho de cada um dos calções individualmente,
sendo ligados por meio de uma seta a cada uma das camisetas destacando novamente as 12 opões possíveis
para que uma criança possa combinar seus 3 calções e 4 camisetas. As cores dos calções disponíveis são:
laranja, marrom e roxo, e as camisetas disponiveis estão na cor: verde, amarelo, azul e vermelho.
COMBINAÇÕES POSSÍVEIS
Note que em nenhum momento das atividades anteriores utilizamos números para
sua realização, o que significa ser uma ótima estratégia para desenvolver, principal-
mente com alunos que têm muita dificuldade ou até mesmo medo de matemática, e
assim motivar a demonstrar sua capacidade e ensinar Estatística ao mesmo tempo.
Contudo, proporcionar diversas atividades com diferentes problemas durante
todo o período de escolarização não é uma tarefa fácil, porém é dever do professor
promover o desenvolvimento do raciocínio combinatório, visto que é um processo
longo e complexo, além de constar nos documentos oficiais (GRANDO et al., 2008).
explorando Ideias
165
3
O ENSINO DA
UNIDADE 5
PROBABILIDADE
nos anos iniciais
“
No mundo contemporâneo, a educação científica não pode redu-
zir-se a uma interpretação unívoca e determinista dos aconteci-
mentos. Uma cultura científica eficiente reclama uma educação no
pensamento estatístico e probabilístico. A intuição probabilística
não se desenvolve espontaneamente, exceto dentro de um limite
muito estreito. A compreensão, interpretação, avaliação e predição
de fenômenos probabilísticos não podem ser confiados a intuição
primária que tem sido tão desprezada, esquecida, e abandonada
em um estado rudimentar de desenvolvimento baixo a pressão de
esquemas operacionais que não podem articular-se com eles (GO-
DINO; BATANERO; CAÑIZARES, 1996, p. 12).
UNICESUMAR
podem se manifestar intuitivamente e ser exploradas nas instituições de ensino
em diversas situações, em especial, aquelas que o aluno realiza experimentos e
observa eventos. Assim, é preciso que o professor disponibilize à criança variadas
experiências probabilísticas, e um recurso que pode ser utilizado é a abordagem
da resolução de problemas (LOPES, 2003).
Veja só os seguintes exemplos para que fique claro como podemos promover
o pensamento probabilístico nas crianças de forma a explorar o cotidiano em
situações extremamente comuns.
Descrição da Imagem: A imagem revela uma mão entregando alguns tickets de viagem (passagens aéreas).
Mão ao fundo está desfocada.
tem 10 lápis em seu estojo, um vermelho e nove pretos. Se Margarida pegar, sem
olhar, um lápis de seu estojo, que cor ela pegará?
Descrição da Imagem: A imagem revela uma foto de 14 lápis pretos dispostos de maneira aleatória, porém
todos com a ponta para cima e apenas um lápis de cor vermlha presente entre eles e disposto da mesma
forma que os outros.
168
Esses questionamentos são a base para execução da atividade, propiciam à criança
UNICESUMAR
perceber as possibilidades e impossibilidades de resposta, delimitando o espaço
amostral de cada experimento.
“
A Combinatória, e Probabilidade e a Estatística inter-relacionam-se,
proporcionando uma filosofia do azar de grande alcance para a com-
preensão do mundo atual e capacitam pessoas a enfrentarem tomada
de decisões, quando somente dispõem de dados afetados pela incer-
teza, situações comuns em nosso cotidiano (LOPES, 2003, p. 63).
Lopes (2003) orienta, ainda, que o ensino da probabilidade nos anos iniciais
deve priorizar as atividades que permitam a experimentação. As crianças devem
ser levadas a pensar sobre a ocorrência de eventos, seu movimento aleatório e a
impossibilidade da certeza.
Em suma, a cada experiência vivenciada, os alunos são levados a discussões
sobre a atividade desenvolvida que permitirá a criação ou ampliação do voca-
bulário próprio do campo da probabilidade e possibilita a compreensão de que,
em seu cotidiano, existem acontecimentos de natureza aleatória, mas é possível
identificar alguns resultados prováveis para eles.
169
4
ESTATÍSTICA EM
UNIDADE 5
PRÁTICA
170
Descrição da Imagem: A imagem revela um desenho vetorial de um calendário de cor branca, espiralado.
UNICESUMAR
Na parte superior onde se encontra a espiral, possui uma faixa vermelha, mesma cor com que são coloridos
os dias que representam o domingo. O idioma do calendário está em inglês.
Figura 8 - Calendário
171
Descrição da Imagem: A imagem revela a foto de um gráfico de colunas feito por crianças da educação básica
UNIDADE 5
sobre o tema “aniversariantes do mês”. O gráfico foi confeccionado utilizando caixinhas de fósforo dispostas
horizontalmente nas cores laranja e roxo, sob uma cartolina amarela. O mês dos aniversariantes está escrito
com letra na cor preta em pedaços de papel na cor rosa que foram colocados abaixo das caixinhas e em cada
caixa foi escrito o nome do aluno, ficando visível a quantidade de alunos que realizam aniversários em cada
mês, de acordo com a quantidade de caixinhas em cada coluna.
Descrição da Imagem: A imagem revela a foto de um gráfico de colunas feito por crianças da educação básica
sobre o tema “aniversariantes do mês”. O gráfico foi confeccionado utilizando caixinhas de fósforo dispostas
verticalmente nas cores laranja e roxo, sob uma cartolina amarela. O mês dos aniversariantes está escrito
com letra na cor preta em pedações de papel na cor rosa que foram colocados abaixo das caixinhas e em
cada caixa foi escrito o nome do aluno, ficando viísvel a quantidade de alunos que realizam aniversários em
cada mês de acordo com a quantidade de caixinhas em cada coluna.
UNICESUMAR
presente no segundo ano, especificamente a de código: (EF02MA22) que permite
o aluno “comparar informações de pesquisas apresentadas por meio de tabelas
de dupla entrada e em gráficos de colunas simples ou barras, para melhor com-
preender aspectos da realidade próxima” (BRASIL, 2020, p. 285).
Aqui, você como professor, pode explorar reportagens, notícias, histórias e
contos para trazer dados agrupados em uma tabela de dupla entrada, que nada
mais é do que uma tabela que possui duas ou mais categorias para se observar.
No exemplo a seguir, a professora escolheu simplesmente trazer uma reportagem
sobre um tema muito importante e que estava causando um impacto muito grande
na saúde de sua cidade (novamente trazendo a Estatística para uma situação coti-
diana), em que o exercício é transpor os dados em um gráfico de barras ou colunas,
deixando com que os alunos escolham o que mais lhe agrada, assim, o professor
pode propor um desafio junto com a atividade em que o melhor gráfico poderá
ganhar um prêmio, motivando ainda mais seus discentes. Vamos ao exemplo?
A Tabela 2 traduz as notificações sobre o número de casos de dengue no
município de Mandaguari, município brasileiro, situado na região centro norte
do estado do Paraná. Segundo dados do IBGE, sua população estava estimada
em 34 281 habitantes no ano de 2007.
Casos
Idade
Positivos Negativos Sem resultado
1 a 10 anos - 4 3
11 a 17 anos 3 7 3
18 a 49 anos 39 44 27
173
Notificações de Dengue em Mandaguari - 2007
UNIDADE 5
> 50 anos 14 7 1
Total 56 62 34
Perceba que a atividade parece muito simples, porém a forma como foi proposta
é a que a torna mais divertida e dinâmica, sem contar que propõe a exploração
de conceitos que devem ter sido anteriormente trabalhados, dentre eles:tpos de
gráficos e diferença (colunas e barras), leitura e interpretação de tabelas e ainda
provoca uma interdisciplinaridade com Educação Ambiental.
Para destacar a próxima habilidade de código (EF05MA23) que tem por
objetivo determinar a probabilidade de ocorrência de um resultado em
eventos aleatórios, quando todos os resultados possíveis têm a mesma
chance de ocorrer (equiprováveis), podemos explorar um pouco da ludicidade
considerada uma das estratégias de ensino muito utilizadas com as crianças, pois,
além de ser uma atividade de fácil aceitação por parte dos alunos, é um momento
que, quando bem direcionado, proporciona a construção de uma diversidade de
conceitos que servirão de alicerce para futuros aprendizados.
“
Quando brinca, a criança se defronta com desafios e problemas,
devendo constantemente buscar soluções para as situações a ela
colocadas. A brincadeira auxilia a criança a criar uma imagem de
respeito a si mesma, manifestando gostos, desejos, dúvidas, mal-
-estar, críticas, aborrecimentos, etc. Se observarmos atentamente a
criança brincando, constatamos que neste brincar está presente a
construção de representações de si mesma, do outro e do mundo,
ao mesmo tempo que comportamentos e hábitos são revelados e in-
ternalizados por meio das brincadeiras. Através do brincar a criança
consegue expressar sua necessidade de atividade, sua curiosidade,
seu desejo de criar, de ser aceita e protegida, de se unir e conviver
com outros (SMOLE et al., 2000, p. 14).
174
Se pensarmos no lançamento de dois dados, nosso espaço amostral se amplia
UNICESUMAR
bastante e a possibilidade de questionamento referente à ocorrência de eventos
distintos também se amplia. Observe:
Descrição da Imagem: A imagem representa um modelo com todas as possibilidade de combinação entre
dois dados de 1 a 6 pontos em um quadro. Foram coloridas de vermelho todas as células do quadro que
continham a combinação entre os dois dados cuja soma resultaria em um valor igual a 7 (7 pontos).
Figura 11 - Espaço amostral de dois dados / Fonte: Rocha e Carvalho (2014, p. 53) .
175
Em diversos jogos, também podemos explorar as noções de incerteza. Rocha
UNIDADE 5
Descrição da Imagem: A imagem representa uma roleta constituida de um desenho vetorial circular subdivida
em fatias iguais, sendo 2 fatias amarelas, 2 azuis, 2 verdes e 2 vermelhas e ao centro um ponteiro na cor cinza.
Nessa atividade, podemos perguntar em qual das cores o ponteiro tem maior
chance de parar. Por quê?
O trabalho com as situações de probabilidades também requer do professor a
mediação necessária para que ocorra a construção das habilidades e competências
inerentes a esse tipo de raciocínio. As atividades apresentadas devem ser conside-
radas como subsídio à ação docente que deve ser alicerçada com o estudo teórico
desenvolvido nas unidades anteriores (SMOLE; DINIZ; CÂNDIDO, 2007).
Ao finalizarmos este tópico, enfatizamos a importância de o professor en-
tender que a práxis pedagógica é composta não apenas da prática (execução de
atividades) desprovida de uma fundamentação, mas sim da união entre as duas
teoria e prática.
176
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Parabéns, caro(a) aluno(a), finalizamos a última uma unidade.
Quando pensamos em um curso de pedagogia, dificilmente nos vem à mente
que iremos nos deparar com cálculos estatísticos, contudo, se pensarmos nos
indicadores que apontam a qualidade da educação ou, ainda, nos documentos
oficiais, podemos perceber que é indispensável esse conhecimento.
Nesta última unidade, tratamos das questões metodológicas necessárias
para que você, futuro(a) professor(a), possa ter mais segurança ao abordar o
tema com seus alunos.
Você pôde ter contato com várias estratégias para o trabalho com os concei-
tos básicos de Estatística, com sugestões originadas de situações do cotidiano
do nosso aluno.
Em outro tópico, você pôde verificar o que é, como desenvolver, e algumas
sugestões para o trabalho com os conceitos de combinatória e probabilística des-
de os primeiros anos de escolaridade. Novamente na tentativa de responder à
demanda social, visto que a todo momento estamos em contato com algum tipo
de situação de incerteza ou acaso.
Apesar de termos contato no cotidiano com diversas situações que envolvam
habilidades e competências necessárias para interpretar e realizar uma tomada de
decisão, essas precisam ser trabalhadas e estimuladas na escola; deste modo, ao
destacar a importância deste tema, que é também uma necessidade social, esta-
mos provocando o desenvolvimento de habilidades que só podem ser alcançadas
a partir da vivência dos alunos; esses conceitos e as atividades que os professores
propõem são as ferramentas que possibilitaram a construção e aperfeiçoamento
dessas habilidades e competências conforme a BNCC.
Esperamos ter contribuído um pouco mais para sua formação pessoal.
Parabéns, caro(a) aluno(a), pelo término de mais uma unidade!!!
177
na prática
I - A Combinatória pode ser definida como cálculo que envolve a seleção e a organização
de objetos em um conjunto finito de possibilidades.
II - Acredita-se que o pensamento probabilístico leva a criança a compreender alguns fe-
nômenos de seu cotidiano como de natureza aleatória.
III - A combinatória é um método elaborado para demonstrar a contagem.
IV - O raciocínio probabilístico é inerente diversas ações didáticas que proporcionem uma
orientação/mediação intencional, uma vez que ele não é espontâneo.
a) V, V, V, F.
b) V, V, V, V.
c) F, V, V, V.
d) F, F, F, V.
e) V, F, F, F.
I - A escola atua como única instituição responsável pela formação do indivíduo, visto que
o pedagogo participa somente da evolução dos conceitos.
II - O pedagogo tem um importante papel devido ao fato de ele ser o responsável por
transferir o conhecimento facilitando o processo de ensino e aprendizagem.
III - A preocupação com a formação de qualidade é comum entre pesquisadores da área
educacional, pois concordam que o pedagogo deve organizar as diversas atividades pe-
dagógicas e algumas administrativas existentes na escola, pois somente desta maneira
poderá compreender os dados estatísticos em sua prática.
178
na prática
a) V, V, V, F.
b) F, V, V, F.
c) V, F, F, F.
d) F, F, F, V.
e) F, V, V, F.
3. Jogos e brincadeiras são consideradas ótimas situações para que se possa explorar o conhe-
cimento prévio de nossas crianças e momentos do cotidiano, pois admitem facilmente proble-
matizações que relacionam o conteúdo científico trabalhado em sala de aula com a realidade
vivenciada. Assim, com base nesta informação e seus conhecimentos acerca da transposição
teoria e prática na Estatística, assinale a opção correta.
a) De acordo com Smole et al. (2000), essas simulações da realidade são as que mais se
aproximam do universo de conhecimentos que é reconhecido do aluno e, por isso, as
enfrenta com maior naturalidade.
b) De acordo com Smole et al. (2000), a forma correta de aproximar os alunos por meio de
atividades relacionadas aos seus conhecimentos prévios e brincadeiras devem ocorrer
apenas em ambientes formais de ensino.
c) De acordo com Smole et al. (2000), o conhecimento Estatístico não permite a exploração
de conhecimentos prévios por meio de jogos e brincadeiras, pois necessita de calculos.
d) De acordo com Smole et al. (2000), simulações da realidade não aproximam do universo
de conhecimentos, pois faz com que o aluno não reconheça outros ambientes além do
seu.
e) De acordo com Smole et al. (2000), a realidade do discente aproxima a transmissão do
conteúdo, favorecendo a aplicação da teoria na prática, com maior naturalidade.
5. Como devem ser os registros das atividades pelos alunos, quando propostas pelo professor?
179
aprimore-se
Olá, caro(a) aluno(a), tudo bem? Não é porque finalizamos nossa última unidade que
o conhecimento para por aqui. Neste sentido, gostaria de propor a leitura de um ex-
certo do artigo de Gilda Guimarães, intitulado “A Educação Estatística na educação
infantil e nos anos iniciais”, em consonância com a tese de doutorado intitulada “De-
senvolvimento Profissional de Professores em Contextos Colaborativos em Práticas
de Letramento Estatístico”, escrita pela autora Keli Cristina Conti (2015). Esperamos
que este breve texto possa contribuir para sua formação e despertar o interesse na
produção de trabalhos cientificos na área.
A aprendizagem dos conceitos e das habilidades relacionadas ao antigo eixo da
Estatística na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, denominado nos antigos
PCN (BRASIL, 1997) como sendo Tratamento da Informação, foram um marco para
postular o ensino da Estatística como algo de fundamental importância no processo
de formação docente, seja inicial ou continuada, tornando-se essêncial sua inserção
efetiva nos currículos dos cursos de formação de professores e dos alunos, sejam
eles da Educação Infantil ou anos iniciais.
Assim como argumentam Arruda e Moretti (2002), a cidadania deve ser entendida
como uma condição que está vinculada diretamente à educação, devendo estar pre-
sente no ensino de forma integrada com os conteúdos previstos em sala de aula, para
que o cidadão possa enfrentar as adversidades e os desafios do mundo moderno.
Conforme Guimarães et al. (2009) no campo científico, foi possível não só perce-
ber, mas também constatar que o ensino de Estatística vem sendo mais valorizado
nas últimas décadas, de modo a alcançar e criar novos espaços com o surgimento
de revistas internacionais: a Teaching Statistics, Induzioni; Stochastik in der Schulee,
Statistical Education Research Newsletter – SERN, e até conferências internacionais:
Conferences on Teaching Statistics – Icots, International Commission on Mathematical
Instruction – ICMI, International Association for Statistical Education – Iase, Psychology
of Mathematics Education – PME, International Conferences on Mathematics Educa-
tion – Icme, Encuentro Latinoamericano de Educación Estadística – Elee, entre outras.
Bom, você já pode notar que o ensino de Estatística cresceu muito nos últimos anos,
basta alicersar-se no histórico da disciplina que foi disposto em todo o material didá-
tico. Contudo, quanto à educação Estatística, o que vem sendo pensado ou discutido?
180
aprimore-se
“
[...](a) Habilidade de interpretar criticamente e avaliar a informação
Estatística; os argumentos relativos aos dados; ou os fenômenos es-
tocásticos que se encontrarem em contextos diversos; e, quando for
de relevância, (b) a capacidade de discutir ou comunicar suas reações
frente a tais informações Estatísticas, assim como o entendimento do
significado da informação; suas opiniões sobre as implicações dessa
informação; ou seus vínculos com respeito à aceitabilidade das con-
clusões dadas (GAL, 2002, p. 2-3, grifos do autor).
Segundo Gal (2002), com este tipo de letramento, que é pofundamente necessário,
surge também a necessidade de ensiná-lo e, com isso, o presente autor propõe um
modelo de letramento estatístico, ou seja, um modelo para alicersar a base de conhe-
cimento que os adultos e também os estudantes em processo de formação deveriam
possuir e ter disponíveis, para que possam compreender, analisar e criticar os dados
estatísticos que os rodeiam, baseado em “elementos de conhecimento” e “elementos
de disposição”, que, segundo o autor, não podem ocorrer separadamente.
Em síntese, Gal (2002, p. 19) afirma que o “comportamento estatisticamente le-
trado” precisa estar em sincronia com com as bases de conhecimento (elementos de
conhecimento), ativado pela disposição crítica e que pode ser apoiado por crenças e
181
aprimore-se
atitudes. Gal (2002, p. 19) realça “o papel chave que fatores e componentes não-es-
tatísticos desempenham no letramento estatístico e refletem a natureza abrangen-
te frequentemente multifacetada das situações nas quais a letramento estatístico
pode ser ativado”, que chamamos de elementos de disposição.
Em suma, o autor ainda complementa que o conhecimento estatístico, em gran-
de quantidade de conteúdo, não é suficiente para garantir o letramento estatístico,
é necessário que este tenha uma base no conhecimento cotidiano, que faça sentido
e que estimule o aprender não só de conceitos, mas a sua utilização.
182
eu recomendo!
livro
filme
O Código da Vinci
Ano: 2006
Sinopse: Robert Langdon (Tom Hanks) é um famoso simbologis-
ta, que foi convocado a comparecer no Museu do Louvre após o
assassinato de um curador. A morte deixou uma série de pistas
e símbolos estranhos, os quais Langdon precisa decifrar. Em seu
trabalho, ele conta com a ajuda de Sophie Neveu (Audrey Tau-
tou), criptógrafa da polícia. Contudo, as investigações os levaram
a uma série de códigos ocultos nas obras de Leonardo Da Vinci, revelando a exis-
tência de uma sociedade secreta que guarda um grandioso segredo.
183
183
conclusão
conclusão geral
geral
conclusão
conclusão
geral
geral
Chegamos ao final de mais uma etapa! Parabenizamos você, caro(a) aluno(a), pelo
esforço e dedicação com sua formação pessoal e profissional.
Juntamente com esta unidade, encerramos a disciplina de Estatística Aplicada
à Educação Básica. Esperamos que você tenha aproveitado este material. Nossa
preocupação foi oferecer elementos teóricos e práticos que contribuíssem com sua
formação e aperfeiçoamento.
Nesta perspectiva, vale resgatar um pouco do que vimos em cada uma das uni-
dades proprostas, a fim de relembrar sua incrivel trajetória até aqui.
Na Unidade 1, a história da Estatística teve um papel de destaque, a fim de mos-
trar que, como as outras ciências, sua construção não é inata. Ainda nessa unidade,
foi possível perceber a necessidade de conhecer os conceitos básicos da Estatística
que serviram de alicerce para o entendimento das demais unidades.
Nas Unidades 2 e 3, você teve contato com as principais formas de apresentação
de informações estatísticas, discutindo sua organização em quadros, construção de
tabelas e os principais gráficos, além, é claro, de trabalhar alguns conceitos matemá-
ticos de extrema relevância para desenvolvimento em sala de aula.
Nossa Unidade 4 objetivou relevar o papel dos indicadores educacionais na vida do
pedagogo, seja na função de docente ou gestor educacional. Não obstante, discutimos
também orientações do ensino da Estatística, segundo documentos oficiais, em espe-
cial a BNCC, relevando estrutura e como o ensino de nossa disciplina aparece neles.
Por última, mas não menos importante, a Unidade 5 de nosso livro foi centrada na
discussão sobre Estatística em Sala de Aula, uma prática possível? A partir daí, segui-
mos com a introdução de conceitos de probabilidade e combinatória aliado a uma sé-
rie de práticas educacionais físicas e teóricas para embasar sua futura prática docente.
É caro(a) aluno(a), nosso caminho juntos foi longo e repleto de aprendizado! Para
você, futuro(a) pedagogo(a), apaixonado(a) pelo ensino, fica como sugestão a leitura
dos livros mencionados em nossas unidades. Eles contêm situações de ensino e
sugestões de atividades que serão úteis em sala de aula.
Esperamos que este material tenha contribuído para ampliação de seu conheci-
mento sobre o trabalho com os conceitos abordados no Ensino de Estatística.
184
184
referências
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0-9/59404736_2285512314829070_6634011596412682240_o.jpg?_nc_cat=102&ccb=2&_nc_
sid=cdbe9c&_nc_eui2=AeHQzH1D9-Dm2iiMUBOuP-TmNdH6nwqpk8A10fqfCqmTwOJFK-
f4efSMEHIxhrbE_QCNFemAmWKerAKx-Xcl8tK9z&_nc_ohc=LV-llMdTfIMAX9KiTtd&_nc_ht=s-
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190
gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 2
191
gabarito
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5. C.
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