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INTERNACIONAL
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Esp. Louise Nauck
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DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Projeto Gráfico e Capa
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
Núcleo de Educação a Distância. NAUCK, Louise .
e Thayla Guimarães
Logística Internacional.
Editoração
Louise Nauck.
Matheus Silva de Souza
Design Educacional Maringá - PR.: UniCesumar, 2021.
Bárbara Neves 152 p.
“Graduação - EaD”.
Revisão Textual
Sarah Mariana Longo Carrenho 1. Logística 2. Internacional EaD. I. Título.
Cocato
Ilustração
Natalia de Souza Scalassara
Fotos CDD - 22 ed. 658.7
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Shutterstock Impresso por:
ISBN 978-65-5615-392-6
trabalhamos diariamente para que nossa edu- são, que é promover a educação de qua-
cação à distância continue como uma das me- lidade nas diferentes áreas do conheci-
lhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares mento, formando profissionais cidadãos
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/9191354950038328
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Quantas vezes você parou para pensar na globalização? E nas trocas internacionais? Já ima-
ginou como as economias mundiais estão interligadas? E como tudo isso impacta o seu
consumo? Essas são considerações muito importantes, sobre as quais falaremos na Unidade
1 deste livro.
Espero, caro(a) aluno(a), que essa jornada seja muito proveitosa e que você aprecie esse
material que foi preparado especialmente para a sua graduação.
Bons estudos!
ÍCONES
pensando juntos
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
8 UNIDADE 02
37
COMÉRCIO COMÉRCIO EXTERIOR
INTERNACIONAL
UNIDADE 03
64 UNIDADE 04
87
ADUANA E COMÉRCIO LOGÍSTICA
EXTERIOR INTERNACIONAL
UNIDADE 05
116 FECHAMENTO
142
TÓPICOS ESPECIAIS CONCLUSÃO GERAL
EM LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
1
COMÉRCIO
INTERNACIONAL
PROFESSORA
Esp. Louise Nauck
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos do Comércio Interna-
cional • Globalização e os Fatores Determinantes para o Comércio Internacional • Barreiras ao Livre
Comércio • Abertura do Mercado Brasileiro ao Comércio Internacional.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Apresentar os principais conceitos do comércio internacional e identificar os marcos regulatórios do
comércio internacional • Entender os efeitos da globalização no mercado internacional • Mostrar as
barreiras aplicadas ao livre comércio • Analisar os efeitos da abertura do mercado brasileiro.
INTRODUÇÃO
COMÉRCIO
INTERNACIONAL
“
A principal razão para a existência do comércio internacional
é a constatação simples de que nenhum país é autossuficiente
o bastante para produzir todos os bens e serviços de que sua
população necessita.
10
As trocas internacionais são bem mais antigas do que imaginamos. Até mea-
UNICESUMAR
dos do século XV, existiam grandes economias autônomas, culturas e povos que
nem sequer sabiam da existência de outros continentes, mas tudo isso mudou
com o advento das grandes navegações e conquistas territoriais. Após anos de um
lento desenvolvimento, em meados do século XX, sentiu-se a grande mudança do
comércio internacional, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial, com
a liberação do comércio entre os países, a criação de organizações que facilita-
ram as operações comerciais entre nações e, principalmente, pela aceitação do
consumidor em relação aos produtos vindos de outras regiões (DAVID, 2016).
Diante disso, David (2016) discorre que o comércio internacional teve,
ao longo do tempo, diversos marcos regulatórios para que se desenvolvesse,
como a validação de tratados internacionais e a criação de organizações in-
ternacionais, no intuito de facilitar e apoiar as atividades do comércio inter-
nacional. Para Giacomelli et al. (2018, p. 13), “os marcos regulatórios são as
principais regras que regem as relações de comércio entre países. Eles podem
ser divididos em 3 diferentes escopos”:
11
UNIDADE 1
conecte-se
“
A queda das barreiras alfandegárias, a formação de blocos eco-
nômicos, a velocidade nas comunicações, os avanços tecnológi-
cos e o fluxo dos capitais internacionais são as principais forças
que criaram uma nova “ordem mundial”. Estamos revivendo, de
maneira bem mais moderna, a Revolução Industrial iniciada no
século XVIII. A grande diferença, porém, é que a velocidade é
incomparavelmente maior (LUDOVICO, 2018a, p. 5).
12
“
A China, então com praticamente 1/6 de toda a população mundial,
UNICESUMAR
que por décadas vivia em um regime comunista fechado ao mercado,
entrava no mercado. Como sua população vivia em situações precárias,
os baixos salários oferecidos inicialmente pelas fábricas já representa-
vam uma melhoria nas suas condições. Assim, a capacidade produtiva
dessa imensa massa de novos trabalhadores, somada ao recente avanço
da Internet, que facilitou as comunicações em um nível global, fez com
que os produtos chineses tornassem-se mais baratos e acessíveis do que
os produtos já negociados dentro dos blocos econômicos.
1944
Conferência de Bretton-Woods
Criação do BIRD – Banco Internacional para
1945 Reconstrução e Desenvolvimento.
Criação do FundoMonetário
Internacional (FMI).
1947
Criação do GATT
Acordo Geral sobre Tarifas
1957 e Comércio.
Tratado de Roma
Criação da
União Europeia 1961
Criação da OCDE
Organização para a Cooperação
1995 Econômica e Desenvolvimento.
Criação da OMC
Organização Mundial do
Comércio substituindo o GATT. 1999
Criação do Euro
13
2
GLOBALIZAÇÃO
UNIDADE 1
E OS FATORES
DETERMINANTES
para o comércio
internacional
Quantas vezes você já ouviu falar do termo “globalização”? Esse termo é muito di-
fundido em nossa sociedade, sentimos os efeitos e vemos os resultados desse advento
de várias formas em nossas vidas e em nosso dia a dia, mas, em relação ao comércio
internacional, Ludovico (2018a, p. 5) apresenta a seguinte definição:
“
Globalização é um processo de integração mundial que está ocorrendo
há pelo menos três décadas nos setores de comunicação, economia,
finanças e comércio. Por sua velocidade e amplitude, esse fenômeno
já afetou indivíduos, empresas e nações, pois altera os fundamentos
sobre os quais se organizou a economia mundial nos últimos 50 anos.
Ainda nesse contexto, temos a definição apresentada por Dias e Rodrigues (2012,
p. 154):
“
Embora o termo globalização se tenha convertido nos últimos anos
em uma expressão de uso corrente, sendo utilizado nos mais variados
contextos, o fenômeno que procura descrever teve seu início no século
XVi com a expansão da economia europeia para regiões da América,
Ásia e África. Atualmente, e de modo geral, tem sido empregado com
mais frequência no sentido de indicar a existência de uma profunda in-
terdependência, principalmente econômica, entre os países. Começou
a ser veiculado no início da década de 80 nos Estados Unidos, e passou
a ser difundido com o objetivo de caracterizar as profundas mudanças
14
que ocorreram nas duas últimas décadas na economia internacional,
UNICESUMAR
ou seja, a rápida expansão mundial da produção, do consumo e da
inversão de bens, serviços, capital e tecnologia.
pensando juntos
Você já parou para olhar o local de fabricação de produtos que adquire? Roupas, brinque-
dos, eletrodomésticos? Já verificou quantos são produzidos aqui e quantos são fabricados
em outros países? Esse é um dos efeitos da globalização.
De forma genérica Dias e Rodrigues (2012, p. 157) apontam algumas das caracterís-
ticas mais importantes relacionadas à globalização:
“
a. ocorrência de profundas transformações, provocadas pela chama-
da terceira Revolução Científico-tecnológica;
b. criação de um sistema de produção mundial, integrando um gran-
de numero de países, caracterizado pela produção das partes, compo-
nentes e serviços em escala mundial;
c. aumento de produtos globais não produzidos integralmente em
nenhum país em particular;
d. movimento acelerado da integração das economias nacionais à
nova dinâmica do mercado global por meio, principalmente, da aber-
tura comercial, com a queda das barreiras alfandegárias;
e. formação de grandes blocos econômicos regionais;
15
Pós-1989-2000 Terceira Fase Cibernética-tecnológica associativa
UNIDADE 1
“
Os avanços tecnológicos nas áreas de transporte, comunicação e in-
formação, e a correspondente difusão de ideias e conhecimento pelo
mundo todo, contribuem decisivamente para esse processo de globa-
lização. As principais corporações mundiais procuram a maximização
da rentabilidade e da acumulação de capital, e exercem pressão sobre
os governos para facilitar a integração global e ampliar a transnacio-
nalização da economia mundial.
É importante destacar, também, que o mercado globalizado fez com que as empresas
nacionais tivessem que repensar suas operações, pois, para competir com produtos
mais baratos e, muitas vezes, com a mesma qualidade, foi e é necessário que exista
um processo de gestão estratégica que leve em consideração a livre circulação de
serviços, pessoas e produtos, já que, hoje, as barreiras geográficas já não impedem
que haja o consumo de determinado produto em qualquer lugar do planeta. Diante
disso, Hitt (2018, p. 21) destaca que:
“
Em geral, é importante observar que a globalização levou a padrões
de desempenho mais elevados em muitas dimensões competitivas,
incluindo as de qualidade, custo, produtividade, tempo de introdu-
ção de produtos e eficiência operacional. Esses padrões afetam não só
as empresas que competem na economia globalizada, mas também
aquelas que competem em uma base exclusivamente nacional. A razão
pela qual os clientes compram de um concorrente globalizado em vez
de comprar de uma empresa nacional é que o bem ou o serviço da
primeira é superior.
16
Dessa forma, é importante esclarecer que a globalização impacta diversas áreas em nos-
UNICESUMAR
sa sociedade, como a econômica, a geográfica e a cultural, mas, neste momento, abor-
daremos apenas o aspecto econômico e a sua relação com o comércio internacional.
conecte-se
Quer conhecer mais sobre o termo globalização? Então, acesse o link e leia
sobre as vantagens e desvantagens da globalização, assim como as outras
vertentes desse advento que é extremamente ligado à nossa sociedade:
“
Há muitas explicações para o enorme crescimento do comércio in-
ternacional na segunda metade do século XX. Algumas empresas
tiveram razões para expandir suas vendas a países estrangeiros, ou-
tras tiveram motivos para comprar matérias-primas e suprimentos
de outros países. Esses fatores determinantes do comércio interna-
cional podem ser divididos em quatro categorias principais: custo,
concorrência, mercado e tecnologia.
17
A partir disso, conheceremos melhor cada um desses fatores, de acordo com
UNIDADE 1
David (2016).
■ Fatores de custo
Os fatores de custo são limitados às fábricas e aos maquinários. São relevantes,
também, nas indústrias em que os custos de desenvolvimento são altos e os custos
dos produtos fabricados são baixos, como nas indústrias de softwares; as orga-
nizações buscam desenvolver o mercado internacional para diluir os custos de
desenvolvimento; é o caso, por exemplo, da Microsoft. Outros incentivos de custo
apresentados no comércio internacional estão relacionados à questão da cadeia de
suprimentos; empresas que produzem produtos de peças e subconjuntos procuram
fornecedores que tenham os menores preços. Dessa forma, compram peças de em-
presas que atuam em países em que os custos com mão de obra ou de energia são
mais baixos. Esse padrão de compra é chamado de terceirização (DAVID, 2016).
■ Fatores de concorrência
Em determinados casos, a concorrência determina a atuação da empresa em
outros países, pois, se um dos concorrentes da organização, em um dado país,
investir em outro país específico, os outros concorrentes podem ser obrigados
a seguir o exemplo para não perder mercado. Como no caso dos dois maiores
varejistas do mundo: o Carrefour, da França, e o Walmart, dos Estados Unidos,
que estão presentes em diversos países — quando um entra em um mercado
estrangeiro, o outro se vê obrigado a segui-lo.
Os fatores de concorrência influenciam, também, a cadeia de suprimentos,
pois, quando um concorrente adiciona um lançamento ao mercado para o seg-
mento de consumidores sensíveis a preço, a empresa X pode responder ofere-
cendo um produto similar, mantendo seu espaço no mercado. Com a tendência
da fabricação do novo produto do concorrente por países em que os custos de
produção são mais baixos, a empresa X acaba recorrendo, também, aos fornece-
dores estrangeiros (DAVID, 2016).
■ Fatores de mercado
Com o grande aumento das viagens internacionais por conta do turismo, as prefe-
rências dos consumidores ficaram cada vez mais globais, e seus gostos e produtos
favoritos são quase iguais no mundo todo. As organizações em que os clientes pro-
curavam encontrar produtos em todos os lugares do mundo tiveram que adentrar
18
ao mercado internacional. Por exemplo, em meados dos anos 70, as lanchonetes
UNICESUMAR
McDonald’s da Alemanha, Grã-Bretanha e França atraíam estrangeiros que procu-
ravam um padrão de refeição com o qual estavam acostumados. Mesmo que, ainda
hoje, os estrangeiros sejam uma grande parte das vendas, o McDonald’s conseguiu
conquistar consumidores locais já acostumados e apreciadores da conveniência da
rede de fast-food. A padronização das preferências acaba generalizada para progra-
mas televisivos, indústria da moda, livros, música, alimentação, esportes etc.
E, por último, quanto maior o grau de entendimento dos consumidores em
relação ao que consomem, maior é a chance de comprarem produtos com os
quais ainda não estão acostumados. Como, por exemplo, a indústria de vinhos.
Os vinhos da França e Itália dominavam o mercado do segmento, porém a forma
como os vinhos eram vendidos exigia que o consumidor soubesse um comple-
xo sistema de classificação. Então, quando os produtores de vinhos dos Estados
Unidos ajustaram a oferta, modificando os rótulos nas garrafas, inserindo o nome
da variedade de uva utilizada, o mercado cresceu, pois comprar vinhos se tornou
algo menos intimidante para o cliente (DAVID, 2016).
■ Fatores de tecnologia
Outro fator que facilitou a familiarização dos produtos pelos consumidores foi
a ampliação das informações que acabaram se tornando universais. Consumi-
dores com acesso à internet podem rapidamente consultar qualquer página de
informações. As pessoas podem comprar produtos de qualquer lugar do mundo.
Comprar produtos do exterior ficou tão fácil como comprar na loja da esquina. As
empresas que têm páginas na internet atraem consumidores de todas as partes do
mundo para que comprem seus produtos. Dessa forma, desenvolve-se o conceito
de competição global entre empresas ao tornar a localização dos consumidores
irrelevante, pois a troca de informações e a facilidade da comunicação fornece
toda a estrutura necessária para que o produto seja consumido. Além disso, as
empresas podem, também, encontrar, com facilidade, fornecedores para quase
todo tipo de produto na internet, utilizando sites como instrumento de buscas,
como o Alibaba.com (DAVID, 2016).
Pelos fatores apresentados, observamos que existem inúmeros motivos que
colaboram para o aumento do comércio internacional. A globalização econômica
acaba transformando os ambientes de negócios, deixando-os extremamente com-
petitivos e desafiando as organizações a analisarem profundamente mercados
em que pretendem atuar.
19
3
BARREIRAS AO
UNIDADE 1
LIVRE COMÉRCIO
Apesar dos esforços em prol do comércio entre as nações e dos efeitos que a
globalização e a tecnologia trouxeram, ainda existem barreiras ao comércio in-
ternacional. Essas barreiras são aplicadas, muitas vezes, no intuito de proteger
o mercado interno diante da concorrência — nem sempre justa — por parte de
outros países, porém, frequentemente, essas barreiras são utilizadas de forma
protecionista. Diante disso, no Manual sobre barreiras comerciais e aos investi-
mentos, encontramos a seguinte explicação:
“
Barreiras comerciais podem ser entendidas, de forma geral, como
qualquer medida ou prática, de origem pública ou privada, que te-
nha o efeito de restringir o acesso de bens e serviços de origem
estrangeira a um mercado, tanto no estágio da importação, como no
da comercialização. Barreiras aos investimentos, do mesmo modo,
dizem respeito a medidas ou práticas que, de alguma forma, restrin-
gem a entrada de capitais estrangeiros em um país. As definições
são bastante abrangentes, o que reflete o fato de que governos (bem
como o setor privado) podem estabelecer barreiras comerciais e aos
investimentos por inúmeras maneiras (CNI, 2017, p. 13).
20
Esse tipo de restrição também é conhecido como protecionismo alfandegário
UNICESUMAR
e é utilizado desde muito antes do modelo atual de comércio internacional,
impondo às trocas internacionais altas taxas alfandegárias ou, até mesmo, a
proibição da importação de determinados produtos.
Dias e Rodrigues (2012) discorrem que o protecionismo pode contribuir
de forma positiva no desenvolvimento de determinados setores empresariais
no país, pois, ao restringir a entrada de produtos de outros países, a empresa
nacional pode ter a chance de se capacitar e desenvolver produtos com qua-
lidade e custos similares aos importados ou até com preços menores. Dias
e Rodrigues (2012) apontam, ainda, que existem duas situações em que se
justifica a utilização do protecionismo:
■ Em setores industriais necessários à defesa e à soberania do país em
questão, no qual se impõe medidas de restrição aos produtos vindos
de outros países, garantindo o desenvolvimento do parque industrial
nacional.
■ E retaliações às medidas protecionistas, utilizadas por outros países a
produtos nacionais. Esse tipo de medida protecionista, caracteriza-se
como uma compensação a uma restrição imposta ao acesso do pro-
duto nacional ao mercado daqueles países. Essa prática, nos dias de
hoje, é legitimada por órgãos internacionais reguladores do comércio
internacional, como a organização Mundial para o Comércio, em que
medidas protecionistas unilaterais são discutidas e julgadas no âmbito
do comércio mundial.
“
Barreiras tarifárias: que tratam de tarifas de importações e taxas
diversas.
21
“
Barreiras não tarifárias: que tratam de restrições quantitati-
UNIDADE 1
conecte-se
22
4
ABERTURA DO
UNICESUMAR
MERCADO
BRASILEIRO
ao comércio internacional
“
Da proclamação da Republicar a meados do século XX, o comércio
exterior brasileiro limitou-se fundamentalmente à exportação de
produtos agrícolas e à importação de bens manufaturados, em face
da franca produção industrial que ainda não atendia às necessida-
des do consumo interno. Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil
reativou seu ciclo industrial com a instalação de inúmeras indús-
trias, inclusive a automobilística, alcançando, afinal, a maturidade
econômica, entrando no rol dos países em desenvolvimento.
23
Diante disso, Dias e Rodrigues (2012) destacam que, depois da Segunda Guerra
UNIDADE 1
“
A economia, ano a ano, foi se fechando e, como o comércio exterior
é um caminho de mão dupla, os empresários sentiam que quem não
comprava tinha dificuldades para vender. Passaram então a pres-
sionar o governo pela liberação do câmbio e do comércio exterior,
pois assim teriam a liberdade de importar, a exemplo dos países do
Primeiro Mundo, uma vez que as grandes potencias e as economias
emergentes apresentavam, no comércio exterior, um índice elevado
de participação sobre o Produto interno Bruto – PIB.
24
UNICESUMAR
conecte-se
Você sabe o que é o PIB e como ele é calculado? Esse índice é muito impor-
tante para entender como vai a economia de determinada região ou país.
Quer saber mais? Acesse o link e tire suas dúvidas:
Diante disso, nos anos 90, a política comercial do Brasil foi alterada pelo Plano
Collor, que eliminou totalmente as barreiras alfandegárias aplicadas pelo pro-
tecionismo dos governos anteriores. Mesmo com essa mudança, o objetivo de
modernizar o parque fabril brasileiro não foi atingido, visto que as empresas
acabaram utilizando produtos importados em vez de optarem pelos produtos
nacionais. Dessa forma, Dias e Rodrigues (2012, p.211) apontam que:
“
De imediato, as empresas nacionais, obrigadas a se adequarem a
esta nova realidade, passaram a investir em tecnologia e qualidade
de seus produtos, mas apesar dos esforços na abertura comercial
do período Collor, forças políticas e de oposição foram obstáculos
poderosos a esta tentativa de implantação de uma política neoliberal
no Brasil. Isso somente veio a ocorrer em 1994, com o Plano Real
decretado pelo presidente da época, Fernando Henrique Cardoso.
Na concepção desse plano, a principal arma política de estabiliza-
ção era a sobrevalorização cambial, a qual passava de um câmbio
flutuante de 1990 para um câmbio “quase fixo” em 1994. Os objeti-
vos primordiais, com a adoção desta medida, em especial a adoção
cambial, eram: manutenção da competitividade das exportações,
recuperação e acumulação de reservas internacionais e estabilização
inflacionária.
A partir dos anos 2000, a economia brasileira passou e vem passando por intensas
mudanças que visam a um maior desenvolvimento de seu comércio exterior, as-
sim como procura aumentar sua eficiência e competitividade diante do mercado
internacional (DIAS; RODRIGUES, 2012).
Por meio da figura a seguir, podemos observar os principais fatos relaciona-
dos ao comércio exterior brasileiro, de forma que possamos identificar o perfil
histórico das políticas de comércio exterior utilizadas no Brasil segundo Ludo-
vico (2018b, p. 6).
25
1930 até 1964
UNIDADE 1
26
UNICESUMAR
A partir de 2012, por conta de uma
infraestrutura defasada e precária
que prejudicou, principalmente, o
agronegócio, o Brasil perdeu renta-
bilidade, mesmo sendo o principal
fornecedor de commodities ao mer-
cado externo, e isso acarretou na per-
da de competitividade internacional
por conta de impostos, taxa cambial,
juros, burocracia e o chamado “custo
Brasil” (LUDOVICO, 2018b).
O mesmo autor aponta que,
mesmo depois de tantos anos de
dedicação das empresas brasileiras,
levando em conta os investimen-
tos, a perseverança e as dificulda-
des econômicas enfrentadas, ainda
é necessário que seja implantada a
cultura exportadora, para que seja
entendida, também, como forma de
crescimento para as empresas (LU-
DOVICO, 2018b).
Assim, caro(a) estudante, diante do
contexto histórico do desenvolvimento
do comércio internacional apresenta-
do, queremos despertar em você o in-
teresse pelas questões que envolvem o
mercado e a economia internacional,
pois observamos que a globalização e
as trocas entre nações auxiliam no de-
senvolvimento econômico e permitem
que haja uma troca de conhecimentos
em diversas áreas, como as de conheci-
mento e tecnologia.
27
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1
28
na prática
I - Acordos militares: são os acordos entre duas ou mais nações militares para
traçar estratégias de guerra.
II - Acordos multilaterais: são realizados entre blocos econômicos.
III - Acordos regionais, bilaterais ou não recíprocos: constituídos entre dois países.
IV - Acordos de políticas próprias entre parceiros estratégicos.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
29
na prática
3. A comercialização entre os países foi facilitada por meio da criação de blocos eco-
nômicos, organizações internacionais de regulamentação e a tecnologia. Entretanto,
esses fatores não são suficientes para atender apenas à oferta e demanda entre
os diferentes países. Existem as barreiras ao livre comércio, que são formas de
assegurar a qualidade e o padrão de bens e serviços comercializados internacional-
mente. É importante entender os aspectos dessas barreiras, desse modo, analise
as afirmativas a seguir.
( ) As “barreiras técnicas” são impostas por diversos países para assegurar seus
regulamentos internos que estabelecem critérios específicos.
( ) Requisitos de qualidade, segurança, composição, processo produtivo, embala-
gem e rotulagem podem ser classificados como formas de protecionismos de
diversos países.
( ) A adoção e a implementação de medidas governamentais de protecionismo
podem, contudo, visar à proteção de objetivos legítimos, como saúde, segurança
e meio ambiente.
( ) O GATT evita que medidas de protecionismo possam ser utilizadas para prote-
ger os produtos nacionais contra os produtos importados mais baratos e/ou
de melhor qualidade.
a) F, V, F, V.
b) V, V, V, F.
c) F, V, V, V.
d) V, V, V, V.
e) F, F, V, V.
30
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
31
aprimore-se
32
aprimore-se
Histórico recente:
33
aprimore-se
34
eu recomendo!
livro
35
anotações
2
COMÉRCIO
EXTERIOR
PROFESSORA
Esp. Louise Nauck
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos e Atributos da Exporta-
ção • Conceitos e Atributos da Importação • Internacionalização como Vantagem Competitiva • Supply
Chain: cadeia de suprimentos global.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Apresentar os principais conceitos referentes à exportação • Apresentar os principais conceitos referentes
à importação • Mostrar as vantagens da internacionalização das empresas • Discorrer sobre a gestão
da cadeia de suprimentos global.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
ATRIBUTOS DA
EXPORTAÇÃO
“
A empresa que exporta adquire vantagens em relação aos concorren-
tes internos, pois diversifica mercados, aproveita melhor sua capaci-
dade instalada, aprimora a qualidade do produto vendido, incorpora
tecnologia, aumenta sua rentabilidade e reduz custos operacionais.
40
Assim, prezado(a) acadêmico(a), percebemos que as vantagens obtidas pelas
UNICESUMAR
empresas que exportam são muito importantes para o seu desenvolvimento, pois
exigem que essas organizações estejam capacitadas para competir com empresas
estrangeiras, e isso reflete, também, em suas operações no mercado interno. Além
disso, empresas exportadoras também são muito importantes para o país, pois
geram renda e empregos que acabam por promover o desenvolvimento da nação.
As exportações podem ser classificadas em direta e indireta. Dessa forma,
conheceremos um pouco mais de cada um desses processos. De acordo com
Brasil (2011, p. 15):
“
A exportação direta consiste na operação em que o produto ex-
portado é faturado pelo próprio produtor ao importador. Esse
tipo de operação exige da empresa conhecimento do processo
de exportação em toda a sua extensão (pesquisa de mercado,
contato com o importador, documentação de exportação, acor-
dos comerciais internacionais, embalagem, transações bancárias
específicas da exportação, transporte etc.).
“
[...] realizada por meio de empresas estabelecidas no Brasil que ad-
quirem produtos para exportá-los. Assim, a empresa que produz a
mercadoria não cuida da comercialização externa do produto, do
transporte para o país de destino, da localização de compradores ex-
ternos, de pesquisas de mercados e da promoção externa do produto.
“
a) trading companies (a venda da mercadoria pela empresa produ-
tora para uma trading que atua no mercado interno é equiparada a
uma operação de exportação, em termos fiscais). As trading compa-
nies foram constituídas pelo Decreto Lei nº 1.248, de 1972;
41
b) empresas comerciais exclusivamente exportadoras;
UNIDADE 2
“
Devemos salientar que um plano de exportação deve ser preparado
para um período mínimo de dois anos, devendo-se, inicialmente,
planejar a implantação de um Departamento de Exportação, com
escolha adequada de pessoal especializado, preferencialmente com
curso universitário na área de Comércio Exterior, ou com perfeito
domínio e entrosamento nas distintas áreas que abrangem todo o
processo, sem nunca esquecer que, por se tratar de uma área muito
dinâmica, as reciclagens tornam-se obrigatórias.
42
1
UNICESUMAR
Estudar o mercado externo em busca de possibilidades reais de negócios.
“
Empresa não interessadas – mesmo que exista algum “interesse
por parte de clientes estabelecidos no exterior, a empresa prefere
vender exclusivamente no mercado interno”.
43
Empresa com interesse parcial – alguns pedidos recebidos
UNIDADE 2
Percebemos que nem todas as empresas querem e estão dispostas a atuar no mercado
internacional, existem diversos processos que devem ser analisados e incorporados à
rotina de uma organização para que ela possa exportar. Entretanto, é importante que
fique claro que, mesmo não atuando de forma ativa nas exportações, essas mudanças
são benéficas e poderiam melhorar o desempenho, também, no mercado interno.
conecte-se
Para as empresas que pretendem exportar de forma ativa, existem alguns aspectos
importantes que devem ser levados em consideração, conforme veremos a seguir:
“
a. [ao buscar o mercado internacional], as empresas não devem
considerar a exportação como atividade esporádica, vinculada às
flutuações do mercado interno. [Ou seja, parte] de sua produção
deve ser sistematicamente destinada ao mercado externo;
44
c. a concorrência internacional é [formada por um número maior]
UNICESUMAR
de exportadores do que de importadores. No mundo, outros forne-
cedores potenciais buscarão conquistar os mercados já ocupados
pelas empresas brasileiras;
45
Conhecendo essas informações a respeito do processo de exportação e a sua im-
UNIDADE 2
portância, caro(a) aluno(a), você deve estar pensando que, por tamanha estrutura
e pela quantidade de etapas e processos, a exportação só possa ser realizada por
grandes empresas, mas não é bem assim. Hoje, contamos com órgãos, estruturas
e diversos materiais de apoio para que toda a empresa que se interessa pelo mer-
cado internacional possa se preparar e exportar seus produtos.
conecte-se
2
CONCEITOS E
ATRIBUTOS
DA IMPORTAÇÃO
46
A importação acaba por ser responsável por suprir demandas que o país não
UNICESUMAR
consegue atender, bem como trazer bens de capital necessários para as indústrias
e, ainda, ajuda na modernização econômica, pois estimula a competição no mer-
cado (LUDOVICO, 2018b). Assim, Brasil ([2021], on-line) define que:
“
A importação é o ingresso seguido de internalização de mercadoria
estrangeira no território aduaneiro. Em termos legais, a mercadoria
só é considerada importada após sua internalização no país, por
meio da etapa de desembaraço aduaneiro e do recolhimento dos
tributos exigidos em lei. O processo de importação pode ser divi-
dido em três fases: administrativa, fiscal e cambial.
47
Conhecendo um pouco mais sobre os processos da importação, é importante
UNIDADE 2
Produto Finanças
Acessar novas tecnologias. Para conhecer, ou aprimorar
No mercado interno esse item é práticas de mecanismos e fontes
escasso ou não existe. de pagamentos internacionais.
Pela qualidade superior do item. Para obter recursos e financia-
Por vaidade. mentos externos.
Diante de uma calamidade Por resultados financeiros e por
pública. instrumento de garantia.
Figura 3 - Principais motivos para importar / Fonte: adaptado de Ludovico (2018a, p. 111).
Sabendo disso, é importante ter em mente, antes de fazer uma importação, qual
produto será importado: esse produto é de qualidade? Além disso: não há produ-
to nacional como esse? A empresa que decide importar precisa responder essas
perguntas antes de fechar um negócio internacional.
conecte-se
48
3
INTERNACIONALIZAÇÃO
UNICESUMAR
COMO VANTAGEM
COMPETITIVA
“
O problema reside em uma mudança de mentalidade que ainda não
ocorreu. Excessiva burocracia, regras fiscais e tributárias, falta de
infraestrutura adequada para que a logística seja aplicada de forma
rápida e moderna com custos que não influenciem no preço final
do produto exportado, educação empresarial, cultura internacio-
nalizada pelos gestores, entre outros. A internacionalização precisa
ser encarada como um processo complexo e que demanda preparo
das empresas.
49
“
As empresas que dedicam exclusivamente suas produções ao mer-
UNIDADE 2
50
Perceba, caro(a) aluno(a), que a internacionalização de uma empresa traz
UNICESUMAR
muitas vantagens e possibilidades, mas, uma vez que a organização escolhe
se internacionalizar, é preciso que se atente aos riscos desses processos, pois
quanto mais se investe na internacionalização, mais expectativa de sucesso se
cria, porém maior o risco que se corre.
pensando juntos
Você já parou para pensar se empresas como a Coca-Cola, o McDonald’s e a Toyota não
tivessem expandido suas produções para o mercado internacional? Elas são exemplos de
empresas globalizadas.
“
Exportação: que constitui a forma mais simples de participar do
mercado internacional, pois as variáveis assumem seu menor nível.
O risco sobre o investimento é muito pequeno, da mesma forma que
o nível de serviço também será menor. Normalmente são empresas
que apenas exportam para outro país, e não oferecem serviços de
pós-venda, e que provavelmente não recebem informações de retor-
no sobre as impressões do mercado sobre o produto. Pois, envia seu
produto para empresas interessadas em vendê-lo ganhando assim
distribuidores no país importador.
51
partilhar investimentos comuns entre concorrentes, por exemplo
UNIDADE 2
Licenciamento
Fabricação sob Instalações de fabricação
Direta contrato (subsidiárias)
Administração sob
Indireta contrato Instalações de montagens
Propriedade (CKD/ SKD/ IKD)
conjunta
conecte-se
52
4 SUPPLY CHAIN:
UNICESUMAR
CADEIA DE
SUPRIMENTOS GLOBAL
“
A gestão da cadeia de suprimentos é um termo muito amplo;
inclui funções de logística doméstica e internacional e envolve
o gerenciamento das relações com fornecedores e clientes (do-
mésticos e estrangeiros) e, em certo grau, das relações destes com
seus próprios fornecedores e clientes. O gerenciamento lida com
toda a cadeia de suprimentos, na tentativa de garantir o fluxo
de mercadorias do primeiro fornecedor até o consumidor final,
sem maiores incidentes. A gestão da cadeia de suprimentos inclui
planejamento e gestão de todas as atividades relativas à compra
e aprovisionamento, conversão e gerenciamento logístico. Igual-
mente importante, também inclui a coordenação e colaboração
com parceiros de distribuição, que podem ser fornecedores, in-
termediários, prestadores de serviço terceirizados e clientes [...]
53
Ou seja, pode-se dizer, de maneira simples, que a gestão da cadeia de suprimentos
UNIDADE 2
envolve e integra a gestão do negócio e tem por objetivo atender e entregar valor ao
cliente final. Para isso, todos os processos — desde o pedido, passando pelo atendi-
mento do fornecedor, transportes, compras, armazenagem, enfim, todas as partes
envolvidas nesse processo — devem ser gerenciados para que agreguem valor.
pensando juntos
“
Uma característica da gestão da cadeia de suprimentos é sua natureza
essencialmente global; quase todas as empresas terceirizam um per-
centual de sua produção no exterior ou vendem para clientes loca-
lizados em outros países. Mesmo que a empresa não faça isso, seus
fornecedores ou clientes o fazem. Em 2006, a Forbes publicou que o
carro americano mais típico (o Mustang, da Ford) tinha 35% de seus
componentes produzidos fora do país. Por sua vez, o Toyota Sienna,
minivan japonesa vendida nos Estados Unidos, era feito com 90% de
peças norte-americanas.
UNICESUMAR
tenha aproveitado bem as informações desta unidade. Até breve!
conecte-se
CONSIDERAÇÕES FINAIS
DIAS, R.; RODRIGUES, W. Comércio exterior: teoria e gestão. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2012.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
56
na prática
2. As exportações são muito importantes para o país, pois promovem seu desenvolvi-
mento econômico, trazendo divisas internacionais e fazendo com que as empresas
nacionais se atualizem para se manter competitivas. Assim, analise as asserções a
seguir sobre as classificações da exportação.
57
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
58
aprimore-se
A importação de produtos por empresas segue uma série de passos que passam
desde a legalização da sua situação até os documentos que irão permitir a liberação
da mercadoria no país.
No entanto, também é preciso prestar atenção nas boas práticas, como o conhe-
cimento mais detalhado dos fornecedores e a correta precificação do produto.
Estes nove passos abaixo são relacionados a importações que ultrapassem
US$ 3 mil.
1. Situação legalizada
O primeiro passo para o empreendedor que deseja importar e exportar bens é cer-
tificar-se de que sua empresa está devidamente constituída, legalizada e em con-
dições essenciais para que ela realize a transação. Sendo assim, é preciso que o
CNPJ da empresa esteja em situação regular e que esteja incluído no objeto social a
atividade de importação e exportação.
■ Confira o Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral no site da Receita
Federal
59
aprimore-se
Outro aspecto relevante é verificar se o fornecedor irá entregar seu bem devida-
mente. Sendo assim, é essencial levantar dados de potenciais fornecedores com
capacidade para atender sua demanda com qualidade.
■ Saiba como identificar fornecedores estrangeiros
60
aprimore-se
FOB (free on board, ou seja, livre a bordo, o preço do produto antes de embarcar) os
seguintes custos:
■ Frete Internacional
■ Seguro de Transporte Internacional
■ Imposto de Importação
■ Imposto sobre Produtos Industrializados
■ PIS/PASEP
■ COFINS
■ Despesas Bancárias
■ Taxas Portuárias
■ Taxas de Armazenagem
■ ICMS
■ Despachante Aduaneiro
■ Frete Interno
61
aprimore-se
62
eu recomendo!
livro
conecte-se
63
3
ADUANA E
COMÉRCIO
EXTERIOR
PROFESSORA
Esp. Louise Nauck
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Território Aduaneiro • Despacho
Aduaneiro e Canais de Parametrização • Regimes Aduaneiros Especiais.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Mostrar a definição de território aduaneiro e apresentar os principais recintos aduaneiros • Apresentar a
definição de despacho aduaneiro, mostrar os principais processos utilizados pela Logística Internacional
e compreender o processo de parametrização de cargas • Identificar os principais regimes aduaneiros
utilizados no comércio exterior brasileiro.
INTRODUÇÃO
ADUANEIRO
conecte-se
UNICESUMAR
tínua ou descontínua, ocupada pelos portos alfandegados; a área
terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados; a área adjacente
aos pontos de fronteira alfandegados.
TERRITÓRIO ADUANEIRO
Diante disso, sobre a zona primária, Segre (2018, p. 41) discorre que:
“
A zona primária compreende as faixas internas de portos e aeroportos,
recintos alfandegados e locais habilitados na fronteira terrestre, bem
como outras áreas nas quais se efetuem operações de carga e descarga
de mercadorias, ou embarque e desembarque de passageiros, proce-
dentes ou destinados ao exterior. Essa zona é demarcada pela autorida-
de aduaneira local, ouvidor ou órgão ou empresa a que esteja vinculada
a administração do porto, aeroporto ou estação de fronteira.
“
Os recintos alfandegados na Zona Secundária são os entrepostos, de-
pósitos, terminais ou outras unidades destinadas ao armazenamento
de mercadorias importadas ou destinadas à exportação, que devam
movimentar-se ou permanecer sob controle aduaneiro, incluindo-se
também as dependências destinadas ao depósito de remessas postais
internacionais sujeitas ao mesmo controle.
67
Por meio das definições apresentadas, E, ainda, existem outros recintos adua-
UNIDADE 3
conecte-se
Para saber quais são os recintos aduaneiros de sua região, consulte o site da
Receita Federal pelo link a seguir:
68
2
DESPACHO ADUANEIRO E
UNICESUMAR
CANAIS DE
PARAMETRIZAÇÃO
69
Despacho aduaneiro e
UNIDADE 3
parametrização na importação
“
Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é
verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em
relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e
à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro.
“
O despacho aduaneiro de importação é processado com base em
declaração. A declaração de importação, regra geral, é processada
no Siscomex, por meio de Declaração de Importação (DI), Decla-
ração Única de Importação (Duimp) ou Declaração Simplificada
de Importação (DSI eletrônica). No entanto, existem exceções,
em razão da natureza da mercadoria, da operação e da qualidade
do importador, em que o despacho de importação é processado
sem registro no Siscomex por meio de Declaração Simplificada
de Importação (DSI formulário).
70
“
Canal Verde: onde ocorre o desembaraço de forma automática da mer-
UNICESUMAR
cadoria, sendo dispensado a verificação documental e a avaliação física
da mercadoria. Mas mesmo que a DI seja selecionada para canal verde,
no Siscomex, poderá ser feita a conferência física ou documental, quando
forem apontadas possibilidades de irregularidade na importação;
conecte-se
71
Despacho aduaneiro e
UNIDADE 3
parametrização na exportação
O despacho aduaneiro nas exportações também ocorre por meio do Siscomex. No site
da Receita Federal (BRASIL, [2021c], on-line) encontramos a seguinte informação:
“
Despacho de exportação é o procedimento mediante o qual é verificada
a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à merca-
doria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas
ao desembaraço aduaneiro da mercadoria e a sua saída para o exterior.
“
O despacho aduaneiro de exportação poderá ser processado com
base em Declaração Única de Exportação (DU-E), formulada, por
meio do Portal Único de Comércio Exterior, no Sistema Integrado
de Comércio Exterior (Portal SISCOMEX) [...].
72
As informações constantes da DU-E servem de base para o controle
UNICESUMAR
aduaneiro e administrativo das operações de exportação, inclusi-
ve realizados posteriormente ao embarque de exportação, e serão
base para os dados estatísticos das exportações do Brasil (BRASIL,
[2021d], on-line).
conecte-se
73
3
REGIMES
UNIDADE 3
ADUANEIROS
ESPECIAIS
“
Assim chamados por não se adequarem à regra geral do regime co-
mum de importação e de exportação. Apresentam como característica
comum a exceção à regra geral de aplicação de impostos exigidos na
importação de bens estrangeiros ou na exportação de bens nacionais
(regimes comuns de importação e de exportação), além da possibili-
dade de tratamento diferenciado nos controles aduaneiros.
UNICESUMAR
dividido em três tipos, segundo Brasil
([2021g]):
■ Admissão temporária com
suspensão total do pagamen-
to de tributos: é o regime que
permite a importação de bens
que permanecerão no País, du- Fonte: adaptada de Brasil ([2021g], on-line).
rante prazo determinado, com
suspensão total do pagamento dos tributos incidentes na importação.
■ Admissão temporária para utilização econômica: é o regime que per-
mite a importação, por prazo estabelecido, de bens destinados à utilização
econômica no País mediante o pagamento dos tributos federais incidentes na
importação, proporcionalmente, ao tempo de sua permanência no território
aduaneiro.
■ Admissão temporária para aperfeiçoamento ativo: é o regime que permi-
te a entrada da mercadoria de forma temporária no país. Neste caso, ocorre
a suspensão do pagamento dos tributos, dos itens importados ou desnacio-
nalizados que serão utilizados em operações de aperfeiçoamento de ativo
com destino à exportação.
“
a-) Repetro: é o regime aduaneiro especial que permite a importa-
ção temporária de bens destinados às atividades de pesquisa e de
lavra das jazidas de petróleo e gás natural. Este regime se encerrará
em 31/12/2020 (IN RFB nº 1.415, de 2013, art. 1º; art. 23, § 1º); e
76
b-) Repetro-Sped: é o regime tributário especial e regime aduaneiro
UNICESUMAR
especial de utilização econômica de bens destinados às atividades
de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e de gás
natural. Este regime estará vigente até 31/12/2040.
77
Depósito especial: neste regime, é permitida a armazenagem de partes ou peças,
UNIDADE 3
Loja franca: conhecido, também, como Duty Free, esse regime possibilita a abertura
de pontos comerciais em portos e aeroportos alfandegados de zona primária para
a realização de vendas de itens nacionais e importados sem que sejam cobrados os
impostos, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira. A partir de 2012,
está permitida a abertura de lojas francas nas fronteiras terrestres em cidades que
ficam na fronteira do Brasil com outros países (BRASIL, [2021g]).
78
Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Es-
UNICESUMAR
trutura Portuária - REPORTO: neste regime, existe a permissão para importar
máquinas, equipamentos, peças de reposição e outros bens, aplicando a suspensão
do pagamento do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação quando esses
itens são importados diretamente pelos beneficiários do regime, com destino ao ativo
imobilizado da empresa e com o uso exclusivo na execução de serviços especificados
no regulamento aduaneiro (BRASIL, [2021g]).
para outros países, dessa forma, são consideradas zonas primárias para efeito de
controle aduaneiro. As indústrias instaladas em ZPEs têm acesso a tratamentos tri-
butário, cambial e administrativo específicos. Para o país, espera-se que tenham um
impacto positivo sobre as exportações de bens e sobre a captação de investimentos
estrangeiros diretos, o benefício de obter mais tecnologia para o parque industrial
brasileiro, assim como o fomento e a geração de empregos e o desenvolvimento
econômico e social da nação (BRASIL, 2020a).
Prezado(a) acadêmico(a), finalizamos, aqui, mais uma unidade do nosso livro, o
qual está cheio de informações importantes para enriquecer ainda mais a sua vida
profissional. Espero que aproveite e nos vemos na próxima unidade!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
2. Toda empresa que decida por importar matérias-primas deve estar ciente dos pro-
cedimentos para o desembaraço aduaneiro realizado pela Receita Federal brasileira.
Diante disso, analise as afirmativas a seguir sobre o despacho de importação.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
81
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
a) Drawback.
b) Admissão temporária.
c) Exportação temporária.
d) Zona Franca de Manaus.
e) Depósito alfandegado certificado.
82
aprimore-se
O que muda
83
aprimore-se
84
aprimore-se
85
eu recomendo!
livro
conecte-se
86
4
LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
PROFESSORA
Esp. Louise Nauck
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Logística Internacional e o Co-
mércio Exterior • Principais Modais de Transporte Utilizados no Comércio Exterior • Seguro e Custos
no Transporte Internacional • Incoterms 2020.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Apresentar os principais conceitos de Logística Internacional e como a sua utilização pode se dar de
forma estratégica • Discorrer sobre os principais modais de transporte utilizados no comércio exterior
• Identificar os principais tópicos relacionados ao frete e seguro internacionais, bem como os custos
do transporte internacional • Descrever os Incoterms 2020 e a sua atuação perante as negociações
internacionais.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
E O COMÉRCIO
EXTERIOR
“
A gestão da cadeia de suprimentos é um termo muito amplo, inclui
funções de logística doméstica e internacional e envolve o gerencia-
mento das relações destes com seus próprios fornecedores e clientes.
O gerenciamento lida com toda a cadeia de suprimentos, na tenta-
tiva de garantir o fluxo de mercadorias do primeiro fornecedor até
o consumidor final, sem maiores incidentes.
89
Podemos perceber que a logística internacional é responsável por diversos
UNIDADE 4
“
A logística internacional atua de modo paralelo para fornece-
dores e clientes estrangeiros. Ela inclui outras atividades, como
liberação na alfândega, controle de documentos e embalagem
internacional, porém sua principal função se concentra no mo-
vimento físico das mercadorias: dos fornecedores para a empresa
e da empresa para os clientes. O fato de as mercadorias estarem
em território internacional faz que realizar essas atividades seja
uma tarefa muito mais complexa.
“
. Existem diferenças na infraestrutura da logística internacional,
dessa forma, além das diferenças culturais e linguísticas entre os
países, é necessário que os gestores estejam atentos aos desafios
impostos pelas diferentes infraestruturas dos mercados.
. Por conta da distância entre os mercados as decisões relaciona-
das ao transporte são mais complicadas; além disso, é necessário
que a empresa esteja atenta aos diferentes tipos de transportes e
documentos para transportes que devem ser utilizados em cada
operação. E ainda, devem levar em conta que o tempo de deslo-
camento é bem maior do que o realizado no mercado interno.
90
. A quantidade de intermediários envolvidos nas operações interna-
UNICESUMAR
cionais é bem maior, existem instituições bancárias, seguradoras e
fretadores, além dos governos dos países envolvidos na negociação,
dessa forma, deve-se levar em conta as diferentes exigências buro-
cráticas de cada um desses participantes.
. Para que o transporte internacional seja bem executado é neces-
sário que os gestores conheçam as mais diversas opções de embala-
gens, a fim de diminuir os riscos e danos no envio das mercadorias.
. O seguro internacional acaba sendo mais complexo visto que, em
determinadas situações existe a possibilidade de uma dupla inter-
pretação de sentido no que foi redigido no contrato.
. As dificuldades no pagamento internacional também são maiores,
pois existe um alto risco de inadimplência bem como a flutuação
do câmbio que deve ser observada para que a empresa não acabe
tendo prejuízo.
. Por existirem diversos pontos de interseção e diversas trocas de
responsabilidades, as operações no mercado internacional são bem
mais complicadas. Além disso, existe muita burocracia nos proces-
sos de alfândega.
Nesse sentido, para que uma operação internacional aconteça, existem alguns ele-
mentos que devem ser observados e dominados pelos responsáveis pela logística.
São demonstrados por Giacomelli et al. (2018, p. 21) a seguir:
“
Conhecimentos legais e tratados de comércio: A execução de
uma operação de logística internacional envolverá uma complexi-
dade burocrática e legal substancialmente maior que uma operação
nacional. É usual a contratação de assessorias jurídicas ou consul-
torias especialistas nos processos de importação e exportação [...]
91
Estratégias de transportes intermodais: A operação normal-
UNIDADE 4
conceituando
92
2
PRINCIPAIS MODAIS DE
UNICESUMAR
TRANSPORTE
utilizados no
comércio exterior
“
Modais de transporte são os diferentes meios utilizados para realizar
a transação de deslocamento de produtos. Para o transporte inter-
nacional, os modais podem ser segmentados em quatro grandes
categorias: Aquático ou aquaviário, Terrestre, Aéreo e Combinado.
A escolha do melhor modal para cada operação é determinada pelo tipo de carga que
será transportada, como os grãos, por exemplo, que são transportados a granel e em
grandes quantidades e têm um baixo valor agregado, dessa forma, não precisam de
condições diferenciadas que exijam um transporte de alto custo e desempenho. Outra
forma pela qual se determina o modal de transporte é pelo acesso físico aos países
envolvidos na negociação, ou seja, em países sem acesso ao mar, fica impossível a
utilização de navios, por exemplo. No Quadro 1, é possível verificar os tipos de cargas
compatíveis com cada modal de transporte, segundo Giacomelli et al. (2018, p. 58):
93
Cargas Modais
UNIDADE 4
Quadro 1 – Tipos de cargas e os modais para cada transporte / Fonte: Giacomelli et al. (2018, p. 58).
“
O transporte internacional pode ser realizado pelos meios aéreo,
marítimo e terrestre, ou pela combinação dos mesmos em uma mes-
ma remessa que denominamos Multimodalidade. Cada um possui
custos e características operacionais próprias, que os tornam mais
adequados para certos tipos de operações e produtos.
94
Dessa forma, sabemos que os modais hoje utilizados no Brasil são: o ferro-
viário, aquaviário, rodoviário, dutoviário, aéreo e, mais recentemente, podemos
UNICESUMAR
destacar o modal infoviário. Porém, para a logística internacional e o comércio
exterior brasileiro, destacaremos os três modais mais utilizados: o transporte
marítimo, o transporte aéreo e o transporte rodoviário. Cada modal oferece uma
série de vantagens e desvantagens, as quais veremos a seguir.
conceituando
Transporte marítimo
“
O transporte marítimo internacional, como elemento fundamental
do comércio mundial, é uma atividade econômica regida por uma
extensa gama de normas e princípios internacionalmente aceitos.
Segundo esses princípios gerais, cada país procura adequar às suas
necessidades uma estrutura compatível com seus objetivos.
“
A indústria de transporte marítimo desempenha um papel funda-
mental na realização do comércio mundial. Há mais de 50 mil navios
mercantes que operam no mundo, registrados em mais de 150 países
e operados por mais de um milhão de trabalhadores marítimos de
praticamente todas as nacionalidades. As operações dos navios mer-
cantes geram uma receita estimada anual de mais de US$ 380 bilhões
95
em mercadorias na economia global e transportam mais de 7,7 bilhões
de toneladas de cargas.1 Principalmente porque transporta todas as
UNIDADE 4
“
Frete básico: tarifa aplicada sobre o peso (toneladas) ou cubagem
(metro cúbico) ou contêiner. Bunker surcharge (sobretaxa de com-
bustível): percentual sobre o frete básico.
UNICESUMAR
Mercante, que é um percentual sobre o frete e é um “instrumento de ação políti-
co-governamental que destina-se a atender aos encargos da intervenção da União
no apoio ao desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção
e reparação naval brasileiras” (BRASIL, [2021a]).
A base do cálculo do AFRMM é feita por meio do valor de remuneração do
transporte aquaviário, em que se aplicam as alíquotas a seguir, segundo Brasil
([2021a], on-line): “25% na navegação de longo curso; 10% na navegação de ca-
botagem; 40% na navegação fluvial e lacustre, quando do transporte de granéis
líquidos nas regiões Norte e Nordeste”.
conecte-se
Transporte aéreo
“
A escala e o escopo do transporte de carga aérea internacional têm
crescido ao longo das últimas quatro décadas, impulsionados pela
globalização e crescentes expectativas de empresários e consumido-
97
res em todo o mundo. Hoje, embora o frete aéreo possa representar
UNIDADE 4
A opção pelo frete aéreo é definida pela natureza da demanda e pelo tipo de
mercadoria. Esse tipo de transporte é mais utilizado para produtos de alto va-
lor agregado, com volumes menores ou perecíveis. Esse modal também é van-
tajoso quando a demanda é imprevisível, pouco frequente, excede a oferta local
ou é sazonal. As empresas também utilizam esse modo de transporte quando
existem mais riscos de que a carga seja avariada ou roubada (DAVID, 2016).
Diante disso, Ludovico (2018, p. 218) discorre sobre as principais caracterís-
ticas do transporte aéreo:
■ É rápido: pois é um transporte seguro para itens que precisam ser entre-
gues com urgência.
■ É seguro: pois a taxa de ocorrência de sinistros é muito baixa.
■ É flexível: pois ocorrem as trocas de aeronaves em certos pontos da via-
gem (hubs).
■ É limitado: em relação às dimensões da carga/portas da aeronave.
■ Tem um alto custo: se comparado a outros modais.
Para David (2016), a definição das tarifas cobradas para as cargas aéreas interna-
cionais é bem mais simples do que a de uma carga marítima. O cálculo do frete aé-
reo é feito em cima de dois pontos: peso e volume. Para chegar ao custo de frete de
uma mercadoria, as companhias aéreas podem fazer o cálculo de duas maneiras:
“
[...] a primeira baseia-se no peso real do carregamento; a segunda,
no volume-peso, cálculo baseado no volume da carga. O volume-
-peso de um carregamento também é chamado peso dimensional.
A companhia aérea cobra o valor mais alto entre o volume-peso e
o peso real da carga (DAVID, 2016, p. 318).
98
O principal documento utilizado no modal aéreo é o AWB – Air Waybill, que é
UNICESUMAR
composto por três vias originais e não é negociável.
Por meio das informações anteriores, percebemos que esse meio de transporte
é mais utilizado em operações em que as cargas são pequenas e têm um alto valor
agregado. Por isso, os gestores precisam conhecer muito bem os detalhes de suas
operações antes de escolher o modal mais apropriado.
Transporte rodoviário
Chegamos ao modal mais utilizado no Brasil: o transporte rodoviário, que tem suas
vantagens e desvantagens, conforme veremos a seguir. De acordo com Ludovico
(2018, p. 223),
“
A principal característica desse tipo de transporte é a simplicidade de
funcionamento. Entre os armazéns do exportador e do importador, a
mercadoria sofre apenas duas operações: o embarque, nas instalações
do exportador, e a descarga, nas instalações do importador. Com isso,
as possibilidades de riscos com manuseio diminuem sensivelmente e
há redução de custos com a simplificação de embalagens.
“
No âmbito mundial, o transporte feito por caminhões ainda é domina-
do por uma miscelânea de regras e regulamentações domésticas, que
exercem grande influência no modo como a indústria se organiza. Há
limites em relação ao número de eixos que um caminhão pode ter, ao
peso que ele pode carregar por eixo, ao seu peso total, à sua largura e ao
seu comprimento. Além disso, há exigências quanto ao equipamento
obrigatório, ao treinamento do motorista e ao número de horas conse-
cutivas que esse profissional pode dirigir. Todas essas exigências geram
frotas de caminhões ligeiramente diferentes, dependendo do país.
UNICESUMAR
TRANSPORTE
INTERNACIONAL
“
[...] o seguro é uma operação entre duas partes, segurado e segurador,
coordenada por uma terceira parte, a corretora, de forma que a parte
segurada, que aderiu a este propósito, possa resguardar seus bens dos
riscos que porventura venham a ocorrer com a mercadoria e ser in-
denizada pela seguradora por quaisquer danos que esses bens possam
sofrer. O objetivo do seguro é dar à carga proteção contra danos ou
perdas, ou seja, repor um dano causado pela ocorrência de um sinistro,
pois, se um embarque não segurado sofrer um sinistro, a empresa terá
de arcar com os custos envolvidos e a perda poderá, dependendo da
situação, significar até uma ameaça para a sobrevivência da empresa.
“
Representa, em média, 60% dos custos logísticos, 3,5% do fatura-
mento e, em alguns casos, mais que o dobro do lucro. Além disso, o
transporte tem um papel preponderante na qualidade dos serviços
logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confia-
bilidade e a segurança dos produtos.
Os custos logísticos envolvidos nas operações internacionais devem ser muito bem
estudados e avaliados pelas empresas, pois, caso não sejam contabilizados corre-
tamente, eles podem acabar tornando inviáveis as negociações (CAXITO, 2019).
Assim, conheceremos alguns dos custos envolvidos na logística internacional.
102
Quando falamos em custos nas operações realizadas no mercado interna-
UNICESUMAR
cional, devemos ter em mente as políticas protecionistas, principalmente, re-
lacionadas às tarifas e aos tributos impostos às operações de importação, e os
custos operacionais, relacionados ao transporte, à armazenagem e a outros fatores
utilizados para que o transporte das mercadorias aconteça (GIACOMELLI et al.,
2018). Diante disso, podemos verificar os principais custos atrelados às opera-
ções de importação e de exportação. Segundo Giacomelli et al. (2018, p. 60), na
exportação, tem-se:
“
. Aluguel de contêiner: Os contêineres são embalagens reutilizá-
veis, muito utilizados no comércio internacional, pois mantêm a
carga segura e são mais flexíveis na escolha da carga que será trans-
portada. Os contêineres geralmente não são da empresa exporta-
dora, e sim de empresas especializadas em transporte.
103
Na importação, os custos envolvidos são considerados mais burocráticos,
UNIDADE 4
“
. Frete: Que dependendo do Incoterm negociado, pode ficar por
conta do importador.
104
4
UNICESUMAR
INCOTERMS 2020
“
Os INCOTERMS tratam-se de regras internacionais para a inter-
pretação dos termos comerciais fixados pela Câmara do Comércio
Internacional (CCI) [...]
Esses termos são revisados de forma periódica pela CCI (International Chamber
of Commerce), dessa forma, a atualização mais recente passou a ser utilizada, no
Brasil, em outubro de 2019 e é conhecida como INCOTERMS 2020. Segre et al.
(2018, p. 59) discorrem que:
105
“
Uma operação de comércio exterior com base nos Incoterms re-
UNIDADE 4
pensando juntos
Você sabia que os Incoterms não são de uso obrigatório pelas empresas que decidem
realizar operações internacionais? Ainda assim, eles são utilizados em quase todas as ne-
gociações internacionais!
Diante disso, a partir de agora, apresentaremos cada um dos onze Incoterms 2020 e
as suas atribuições nas negociações de comércio exterior segundo Brasil ([2021c]).
UNICESUMAR
O exportador entrega suas obrigações, encerrando sua responsabilidade ao entre-
gar os produtos desembaraçados para a exportação para o transportador ou para
outra pessoa indicada pelo importador, no local por este escolhido, no país de
origem. É possível a utilização de transporte próprio tanto do comprador quanto
do vendedor em partes do deslocamento (BRASIL, [2021c]).
■ Modais de transporte utilizados no FCA: todos os modais.
107
frete e os custos para entregar a mercadoria no destino acordado (BRASIL, [2021c]).
UNIDADE 4
Neste Incoterm, o exportador entrega suas obrigações e tem finalizada sua res-
ponsabilidade no momento em que os produtos são desembaraçados para a ex-
portação e entregues, já prontos, a bordo do navio, no porto de embarque que
é indicado pelo importador, no período que foi acordado entre as partes. Além
disso, o exportador também contrata e paga o frete e os custos para entregar a
mercadoria no porto de destino acordado (BRASIL, [2021c]).
■ Modais de transporte utilizados no CFR: apenas o modal aquaviário.
CIF – Cost Insurance And Freight – Custo, Seguro e Frete (porto de destino
nomeado)
108
DAP – Delivered At Place – Entregue No Local (local de destino nomeado)
UNICESUMAR
No INCOTERM DAP, o exportador entrega suas obrigações, encerrando a responsa-
bilidade da operação, ao colocar os produtos à disposição do importador, dentro do
período acordado, no local indicado no país de destino, prontos para serem descar-
regados, mas não desembaraçados para importação. É possível a utilização de trans-
porte próprio tanto do comprador quanto do vendedor em partes do deslocamento.
■ Modais de transporte utilizados no DAP: todos os modais.
DDP – Delivered Duty Paid – Entregue Com Direitos Pagos (local de des-
tino nomeado)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
2. O transporte de mercadorias é uma das funções da logística que mais gera custos
às empresas, dessa forma, todas as variáveis envolvidas nessa operação devem
ser muito bem avaliadas pelas empresas. Assim, discorra sobre a importância do
transporte nas operações internacionais e cite dois exemplos de custos que estão
relacionados à exportação.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II, III.
111
na prática
Optando por esse Incoterm, o exportador entrega suas obrigações e tem finalizada
sua responsabilidade no momento em que os produtos são desembaraçados para
a exportação e entregues, já prontos, a bordo do navio no porto de embarque, que
é indicado pelo importador no período que foi acordado entre as partes.
a) CPT.
b) CIP.
c) FOB.
d) EXW.
e) CIF.
a) FOB.
b) CIF.
c) CPT.
d) DPA.
e) DPU.
112
aprimore-se
Fato Gerador
113
aprimore-se
Alíquotas
Sistema Mercante
114
eu recomendo!
livro
conecte-se
115
5
TÓPICOS ESPECIAIS EM
LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
PROFESSORA
Esp. Louise Nauck
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Operador Logístico, Multimo-
dalidade e Intermodalidade na Logística Internacional • A Importância da Embalagem na Logística
Internacional • Principais Documentos na Logística Internacional.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Discorrer sobre os conceitos de multimodalidade e intermodalidade e apresentar as principais carac-
terísticas dos operadores logísticos • Demonstrar a importância das embalagens nas operações inter-
nacionais • Apresentar os principais documentos utilizados na logística internacional.
INTRODUÇÃO
MULTIMODALIDADEE
INTERMODALIDADE
na logística internacional
“
Os operadores logísticos basicamente representam as empresas que
cuidam, entre outros, da movimentação, da armazenagem, do trans-
porte, do processamento de pedidos e do controle de estoques de
seus clientes. Podem trabalhar para várias empresas, inclusive clien-
tes concorrentes, mantendo acordos preestabelecidos e contratos de
confidencialidade, na busca incessante pela sinergia operacional,
que é gerenciada pelo operador.
118
Âmbito financeiro Âmbito comercial e operacional
UNICESUMAR
- A diminuição dos custos por meio
- Maior aproveitamento de cargas e
de compartilhamento de equipa-
destinos (modelo fracionado).
mentos e mão de obra.
Se, por um lado, temos diversas vantagens com a terceirização dos serviços logís-
ticos; por outro, existem alguns pontos que podem ser considerados desvantagens
e que devem ser observados pelas empresas que decidem pela utilização dessas
operações. Segundo Caxito (2019, p. 243), são:
■ falta de conhecimento do operador sobre a empresa e o produto;
■ maior dificuldade em identificar parceiros logísticos;
■ acreditar que os custos são mais importantes no curto prazo;
■ falta de entendimento em relação a importância do supply chain mana-
gement e de integração com o operador logístico por parte da empresa
cliente;
119
■ opção por um operador com conhecimento embrionário em determi-
UNIDADE 5
nado segmento;
■ dependência excessiva no longo prazo e perda de conhecimento da com-
plexidade operacional;
■ complexidade operacional e fase de implantação com prazos de aprendi-
zagem do operador sobre o produto do cliente.
“
O operador logístico Internacional, oferece logística integrada, re-
colhendo o produto a ser exportado pelo pequeno empresário e
entregando para o seu cliente no exterior, assumindo todas as res-
ponsabilidades aduaneiras com relação à custódia de mercadoria,
emissão de documentos, despacho aduaneiro, transporte interno e
transporte internacional, deixando o empresário livre para cuidar
de seu negócio, sem se preocupar com a tramitação burocrática.
Transporte Intermodal
120
“
[...] transporte intermodal, é uma modalidade que utiliza mais de
UNICESUMAR
um meio de transporte para levar a carga até o destino final. Ou
seja, ela pode sair da fábrica de caminhão e depois seguir em uma
embarcação até o ponto de venda ou local de armazenamento, por
exemplo. Também é comum combinar transporte rodoviário com
aéreo, especialmente quando se fala em exportação. Cada operação
determina como se dará o transporte intermodal e quando ele é
mais vantajoso ou necessário, em razão da localidade ou da estra-
tégia logística adotada por cada empresa.
Transporte Multimodal
121
“
Art. 2º - Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido por
UNIDADE 5
“
Art. 3º - O Transporte Multimodal de Cargas compreende, além
do transporte em si, os serviços de coleta, unitização desunitização,
movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário,
bem como a realização dos serviços correlatos que forem contra-
tados entre a origem e o destino, inclusive os de consolidação e
desconsolidação documental de cargas.
São muitas as operações que podem ser realizadas pelo OTM (Operador de
Transporte Multimodal), dessa forma, as empresas que precisam desses serviços,
mas não conseguem realizá-lo por conta própria podem recorrer aos operadores.
Os benefícios da parceria e utilização dos serviços com os operadores de trans-
porte multimodal são vários, dentre eles, podemos destacar:
■ A capacidade total da matriz de transporte é utilizada de forma mais
produtiva.
■ São utilizadas as combinações de modais de transporte mais eficientes
energeticamente.
■ Maior utilização da tecnologia de informação com melhores resultados.
■ A infraestrutura para as atividades de apoio, tais como armazenagem e
manuseio são melhor aproveitadas.
■ A responsabilidade pelas mercadorias, diante do cliente, da origem até o
destino, é de apenas uma empresa, o OTM.
122
Você, caro(a) aluno(a), deve estar se perguntando: qual seria, então, a dife-
UNICESUMAR
rença entre o transporte intermodal e o transporte multimodal? A diferença
é muito pequena, mas muda toda a operação. No transporte intermodal,
em cada meio de transporte contratado, emite-se um documento próprio,
que cobre apenas o trajeto pelo qual será responsável. Dessa forma, cria-se
uma divisão de responsabilidades entre as empresas que farão o transporte.
Já no transporte multimodal, a responsabilidade pela carga (do vendedor
até o cliente) é do operador de transporte multimodal (OTM). Ele deverá
emitir o documento que cobrirá todo o caminho do transporte da carga
(ANTT, [2021]).
Apesar dos benefícios e da clara vantagem obtida com a utilização da
operação multimodal, no Brasil, as empresas ainda enfrentam diversos obs-
táculos que dificultam a escolha por esse tipo de operação. No site do Tri-
bunal de Contas da União, encontramos a seguinte explanação:
“
TCU fez auditoria para avaliar os obstáculos ao desenvolvimen-
to da integração multimodal de transportes no Brasil. Apesar
de o Ministério de Infraestrutura ter avançado em termos de
governança, algumas fragilidades no plano nacional de Logís-
tica e nos planos setoriais foram encontradas, o que prejudica
a integração dos modos de transporte.
123
Burocracia no 1 Necessidade de preenchimento de múltiplos
UNIDADE 5
Transporte Rodoviário
Origem
5 Documentação enviados
por avião para destino
Terminal Rodoviário
Destino
6 Exigência documentação física
Envio documentos para subcontratado/motorista
Exigência rotas no SVM do transportador rodoviário
UNICESUMAR
parte do poder público para que a operação multimodal possa ser utilizada em
nosso país, garantindo mais agilidade e competitividade aos negócios realizados
com o mercado internacional.
2
A IMPORTÂNCIA DA
EMBALAGEM
NA LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
Além disso, a embalagem pode ser classificada, também, de acordo com sua fun-
ção, conforme David (2016, p. 358) nos demonstra:
“
A função primária da embalagem nas operações de comércio in-
ternacional é a proteção dos produtos, a fim de que não corram os
riscos do embarque internacional marítimo ou aéreo. Ao utilizar a
embalagem correta para a operação as empresas acabam aumentan-
do os custos dos produtos, mas por outro lado os custos de perder
parte da carga por causa da embalagem inadequada costumam ser
muito maiores.
126
A terceira função da embalagem que é muitas vezes esquecida ou
UNICESUMAR
ignorada – é que ela compõe a estratégia de serviços ao cliente de-
finida pela empresa. Quando adquire algo, o consumidor quer re-
ceber os produtos em boas condições de venda ou de uso; também
espera desembalar facilmente os produtos sem que tenha que gas-
tar mais tempo e dinheiro preparando-os para venda ou uso. Essa
função acaba sendo a mais difícil de atingir em relação à função de
proteger os produtos para o transporte e facilitar sua manipulação
durante o trânsito. A embalagem precisa ser simples o suficiente
para ser aberta sem a utilização de ferramentas e o emprego de
muito esforço, porém, além disso ela precisa ser projetada para que
possa ser aberta sem danificar os itens. Em grande parte dos casos,
a embalagem que uma empresa utiliza reflete a imagem que ela quer
passar a seus clientes.
pensando juntos
A questão da praticidade das embalagens vem tendo muito destaque. Você já percebeu a
evolução ou inovação de alguma embalagem dos produtos que consome?
“
Corresponde à alocação de um conjunto de mercadorias em uma
única unidade com dimensões padronizadas, o que facilita as ope-
rações de armazenamento e movimentação da carga sob forma
mecanizada. Não constitui propriamente uma embalagem, é um
acessório para o deslocamento ou transporte de carga, não integran-
do o produto ou o conjunto de produtos armazenados.
127
A seguir, podemos conhecer as formas mais utilizadas de unitização:
UNIDADE 5
Pré-lingagem
Pr
Pr
Ta
Também
Ta conhecido como amarração ou
cintamento,
ccin n consiste em envolver a carga
por
po
p o redes especiais (slings) ou cintas com
alças
aalçç adequadas à movimentação por
alceamento.
aalc
c
Paletização
P
Consiste no uso de pallets de madeira ou
C
estrados para suportar a carga, que são
e
fixadas por meio de cintas, que permitem
a movimentação através de garfos de
empilhadeira.
Conteinerização
Consiste na utilização de um contêiner onde os
produtos ficam acondicionados. O contêiner é
um recipiente construído de material resistente
e suporta o uso repetitivo, e tem como intuito o
transporte de mercadorias com segurança,
inviolabilidade e rapidez, pois permite o fácil e
correto carregamento e descarregamento no
transporte por diversos equipamentos.
“
O contêiner (do inglês container) ou contenedor consiste em um reci-
piente (cofre de carga) que tem a finalidade de possibilitar o transpor-
te em segurança de mercadorias de natureza variada, de modo invio-
lável e rápido. A resistência é uma das principais características, pois
são projetados para uso repetitivo e continuado. Fabricados com aço
corten, uma liga muito mais resistente à corrosão que o aço comum,
resistem às intempéries sem comprometer a sua estrutura e carga.
128
Diante disso, Ludovico (2018, p. 78) discorre que
UNICESUMAR
“
[...] a necessidade de reduzir custos de transporte e de manuseio e au-
mentar a segurança e a rapidez nos intercâmbios comerciais faz sur-
gir uma caixa padronizada, uma simples caixa que, por suas inegáveis
virtudes, tornou-se a espinha dorsal do transporte internacional. Essa
ideia recebeu o nome de contêiner.
O contêiner foi criado com o intuito de facilitar a carga e descarga das mercadorias,
pois garante o manuseio rápido, eficiente e bem menos oneroso que as cargas em
geral. Por ser muito resistente e aguentar diversas situações de manuseio e avarias,
acaba reduzindo os valores relacionados à embalagem e, também, diminui a neces-
sidade da utilização de armazéns. Além disso, o contêiner não se confunde com a
embalagem, dessa forma, seu peso ou volume externo não entram no valor calculado
para o frete (LUDOVICO, 2018).
A utilização do contêiner no comercio internacional aumenta a cada dia, isso
porque gera economia nas despesas operacionais durante o transporte. Além disso,
sua utilização permite diversas funções, destacadas por Ludovico (2018, p. 84):
■ Utilização como unidade de transporte combinado/multimodal.
■ Considerada um acessório de transporte que protege a carga e contribui no
serviço porta a porta.
■ Pode ser facilmente empilhado, oferecendo segurança durante toda a operação.
■ Apresenta os menores custos de armazenamento, transporte, seguro e de
embalagens.
conecte-se
Tipos de Contêineres
Aberto
O contêiner aberto consiste em uma
plataforma simples com colunas nos
cantos e barras diagonais de reforço.
Podem ser carregadas: chapas, tubos,
perfis, vidros.
Granel
O contêiner a granel tem uma tampa
para carregamento no teto e bocal
para descarga no assoalho.
Podem ser carregados: cereais e
granulado.
Refrigerado (Reefer)
O contêiner refrigerado é isolado e
equipado com refrigeração.
Podem ser carregados: alimentos
(aves, carnes, sucos e frutas).
Tanques
O contêiner tanque é projetado para
qualquer tipo de líquido, com
revestimento especial para corrosivos.
Podem ser carregados: óleos, sucos,
produtos químicos.
UNICESUMAR
deles depende da carga que será armazenada, porém podemos destacar que
os mais utilizados são os de carga seca (dry box), de 20 ou 40 pés de compri-
mento (6,058 m ou 12,192 m), que se destinam ao transporte de mercadorias
e carga seca.
“
A rotulagem tem a função de transmitir a imagem da empre-
sa, observando as regras de identificação do produto de acordo
com a legislação do país importador. Sendo assim, você deve se
informar acerca dessa legislação antes de criar os rótulos para o
seu produto.
“
A marcação dos volumes, feita pelo próprio exportador, é a
identificação das mercadorias e do lote a ser embarcado. Esse
procedimento tem a função de individualizar as mercadorias,
facilitando sua identificação por parte do importador e das au-
toridades alfandegárias e fiscais, tanto no embarque quanto no
desembarque.
Assim, é importante conhecer alguns dos símbolos que são utilizados no co-
mércio internacional para identificar mercadorias com características espe-
ciais, conforme veremos na imagem a seguir.
131
UNIDADE 5
Frágil
Fragile
Handle with care
Sensível ao calor
No heat
Sensível à umidade
No moist
No wet
132
3
PRINCIPAIS DOCUMENTOS NA
UNICESUMAR
LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
134
UNICESUMAR
conecte-se
Quer saber mais sobre cada um desses documentos e, ainda, ter acesso
a modelos para baixar e utilizar em sua operação? Então, acesse o site do
Sebrae e aproveite!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. “As embalagens reúnem alguns elementos considerados necessários, tais como: ‘In-
formações sobre composições nutricionais, prazos de validade, fabricante, serviço de
apoio ao consumidor, agência reguladora e advertências sobre como acondicionar,
manusear e manter em local apropriado, etc...’.
2. O contêiner consiste em uma caixa metálica criada para dar mais agilidade e se-
gurança para as operações de transporte, principalmente, quando pensamos nas
operações do comércio internacional. Diante disso, cite quais são as principais fun-
ções do contêiner.
136
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
137
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
138
aprimore-se
Com a crescente demanda mundial por produtos, cada vez mais empresas expor-
tadoras buscam novas soluções para reduzir os custos logísticos (custos com trans-
porte terrestre, custos com terminais de exportação, custos originados pela demora
nas operações portuárias brasileiras). Uma das soluções que muitas empresas es-
tão buscando, é a interação a partir do Transporte Multimodal.
O Transporte Multimodal é realizado através de um único operador, o Operador
de Transporte Multimodal (OTM). O Operador será responsável pela mercadoria du-
rante todo seu trajeto, desde a origem até sua entrega no destino final. Nos casos
das exportações, os Operadores serão responsáveis pelas mercadorias desde sua
saída da indústria, até seu embarque nos navios.
Com a situação precária de nossas rodovias e o aumento nos investimentos pri-
vados em renovação da malha ferroviária, é possível hoje em dia buscar a interação
entre esses modais, conseguindo uma redução de custo considerável para o ex-
portador. Apesar da malha ferroviária brasileira ser deficiente em relação a alguns
países, ano após ano é notável a busca por esse modal.
Através de abordagem e tratativas pesquisadas por meio de revisão bibliográfica
baseada em livros e publicações, foi realizado também um estudo de caso em uma
empresa produtora e exportadora de miúdos suínos e bovinos, localizada em Quin-
tana, região de Marília/SP, viabilizando a implantação do modal ferroviário junto ao
rodoviário e ao marítimo, e também o redirecionamento das exportações que saem
pelo porto de Santos para o porto de Paranaguá, visando principalmente à redução
dos custos logísticos atuais.
Após a apuração de todas as informações dentro da empresa e a realização do
estudo de caso, foi possível chegar aos resultados esperados, ou seja, foi possível
reduzir os custos logísticos atuais da empresa utilizando-se do transporte multimo-
dal. A inclusão do transporte ferroviário, junto aos transportes rodoviários e maríti-
mos, e a alteração das exportações do Porto de Santos para a Porto de Paranaguá
impactaram em uma redução de 30,35% dos custos, de janeiro a setembro de 2014.
139
aprimore-se
140
eu recomendo!
conecte-se
141
conclusão
conclusãogeral
geral
conclusão
conclusão
geral
geral
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao fim desta jornada sobre o comércio exterior e lo-
gística internacional. Entender sobre esses assuntos é de extrema importância, visto
que todos somos impactados pelo comércio internacional e devemos estar atentos
aos processos pertinentes às operações internacionais.
Grande abraço!
142
142
referências
UNIDADE 1
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CAXITO, F. (coord.) Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Educação,
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UNIDADE 5
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cias/transporte-multimodal-no-brasil-ainda-tem-entraves-apesar-da-melhoria-na-gover-
nanca.htm. Acesso em: 22 fev. 2020.
SEGRE, G. et al. Manual prático de comércio exterior. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
147
gabarito
UNIDADE 1
1. D.
3. B.
5. D.
UNIDADE 2
1. D.
2. C.
148
gabarito
O investimento direto é a forma em que se corre o maior risco, mas de maior poten-
cial de lucros, e menor distância em relação ao cliente final. O investimento pode ser
feito com a instalação de uma planta fabril completa ou somente com uma planta
desenvolvida para executar processos de montagem de produtos.
5. C.
UNIDADE 3
149
gabarito
2. C.
3. B.
4. São assim chamados por não se adequarem à regra geral do regime comum de im-
portação e de exportação. Apresentam, como característica comum, a exceção à regra
geral de aplicação de impostos exigidos na importação de bens estrangeiros ou na ex-
portação de bens nacionais (regimes comuns de importação e de exportação), além
da possibilidade de tratamento diferenciado nos controles aduaneiros. São exemplos
de regimes aduaneiros especiais o drawback, o trânsito aduaneiro, a exportação tem-
porária e o entreposto. Os regimes especiais são utilizados em operações de comércio
exterior e podem trazer algumas vantagens em relação aos benefícios fiscais, como
isenção ou suspensão total ou parcial de tributos.
5. A.
UNIDADE 4
3. D.
4. C.
5. B.
150
gabarito
UNIDADE 5
A embalagem secundária, no geral, agrupa vários bens de consumo, que são coloca-
dos em caixas de papelão, filme plástico ou plástico bolha. Isso é o que o varejista vê
e manipula antes dos produtos serem colocados nas prateleiras. Em lojas de varejo
com desconto, é possível que o consumidor veja esse tipo de embalagem.
3. D.
4. D.
5. A.
151
anotações