Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Créditos
Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância
Diretor Regional Luciana Marcheze Miguel
Luiz Francisco de Assis Salgado Luciana Saito
Superintendente Universitário Mariana Valeria Gulin Melcon
e de Desenvolvimento Mônica Maria Penalber de Menezes
Luiz Carlos Dourado Mônica Rodrigues dos Santos
Nathália Barros de Souza Santos
Reitor Paula Cristina Bataglia Buratini
Sidney Zaganin Latorre Renata Jessica Galdino
Diretor de Graduação Sueli Brianezi Carvalho
Eduardo Mazzaferro Ehlers Thiago Martins Navarro
Wallace Roberto Bernardo
Diretor de Pós-Graduação e Extensão
Daniel Garcia Correa Equipe de Qualidade
Ana Paula Pigossi Papalia
Gerentes de Desenvolvimento Aparecida Daniele Carvalho do Nascimento
Claudio Luiz de Souza Silva Gabriela Souza da Silva
Luciana Bon Duarte Vivian Martins Gonçalves
Roland Anton Zottele
Coordenador Multimídia e Audiovisual
Sandra Regina Mattos Abreu de Freitas
Adriano Tanganeli
Coordenadora de Desenvolvimento
Equipe de Design Audiovisual
Tecnologias Aplicadas à Educação
Adriana Matsuda
Regina Helena Ribeiro
Caio Souza Santos
Coordenador de Operação Camila Lazaresko Madrid
Educação a Distância Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo
Alcir Vilela Junior Christian Ratajczyk Puig
Danilo Dos Santos Netto
Professores Autores
Hugo Naoto
Manuel Garcia Garcia
Inácio de Assis Bento Nehme
José Manuel Meireles de Sousa
Karina de Morais Vaz Bonna
Revisor Técnico Lucas Monachesi Rodrigues
Caio Flavio Stettine Marcela Corrente
Técnico de Desenvolvimento Marcio Rodrigo dos Reis
Renan Ferreira Alves
Regina de Freitas Jardim Ferraz
Renata Mendes Ribeiro
Coordenadoras Pedagógicas Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti
Ariádiny Carolina Brasileiro Silva Thamires Lopes de Castro
Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Vandré Luiz dos Santos
Nivia Pereira Maseri de Moraes Victor Giriotas Marçon
Equipe de Design Educacional William Mordoch
Alexsandra Cristiane Santos da Silva Equipe de Design Multimídia
Angélica Lúcia Kanô Alexandre Lemes da Silva
Cristina Yurie Takahashi Cláudia Antônia Guimarães Rett
Diogo Maxwell Santos Felizardo Cristiane Marinho de Souza
Elisangela Almeida de Souza Eliane Katsumi Gushiken
Flaviana Neri
Elina Naomi Sakurabu
Francisco Shoiti Tanaka
Gizele Laranjeira de Oliveira Sepulvida Emília Correa Abreu
João Francisco Correia de Souza Fernando Eduardo Castro da Silva
Juliana Quitério Lopez Salvaia Mayra Aoki Aniya
Jussara Cristina Cubbo Michel Iuiti Navarro Moreno
Kamila Harumi Sakurai Simões Renan Carlos Nunes De Souza
Karen Helena Bueno Lanfranchi Rodrigo Benites Gonçalves da Silva
Katya Martinez Almeida Wagner Ferri
Lilian Brito Santos
Gestão de Operações e Serviços
Aula 01
Introdução à Gestão de Operações e Serviços
Objetivos Específicos
• Compreender o que está dentro do escopo de Gestão de Operações e Serviços
e sua importância para a competitividade.
Temas
Introdução
1 Caracterizando produtos e serviços
2 Participação dos serviços na economia
3 Administração de operações e serviços
4 Evolução da gestão de operações e serviços
Considerações finais
Referências
Professores
Manuel Garcia Garcia e José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
Nesta aula será caracterizada a diferença entre produtos e serviços, serão apresentadas
a evolução crescente dos serviços na economia, a conceituação e a exemplificação da
administração de operações e serviços e sua evolução.
1 Que se pode tanger, tocar, pegar; que é perceptível pelo tato, palpável. Fonte: Dicionário Aurélio.
• sua qualidade é perfeitamente avaliada e mensurada antes que seja oferecida aos
clientes.
O setor de serviços abrange todas as atividades econômicas cujo produto não seja um
bem físico ou fabricado. Muitas definições de serviços são encontradas, mas todas consideram
a intangibilidade e o consumo simultâneo, em diferentes graus, como características de
serviços (FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2011).
Produtos (Bens,
Característica Serviços
mercadorias)
Física Tangível Intangível
De acordo com Gianesi (2006), os serviços são intangíveis, pois se baseiam nas
experiências vivenciadas pelos clientes no momento de sua realização. Isso torna mais difícil
a avaliação dos resultados e de sua qualidade.
Alguns aspectos a serem observados quanto aos serviços e suas operações, segundo
Gianesi (2006), são:
• Os clientes nem sempre sabem o que uma organização está tentando oferecer.
2. Produção de bebidas é uma operação que gera produtos ao final do processo, porém
a sua aquisição em uma máquina de autosserviço envolve a compra de um produto
por meio do serviço de autoatendimento, em que o cliente tem participação ativa no
processo.
Pode-se observar, a partir dos exemplos citados, um contínuo entre produtos e serviços,
isto é, uma gama que vai desde “produtos puros” até “serviços puros”. Entre eles, há uma
combinação de produtos e serviços.
• entre outros.
Na tabela 2 têm-se os dados históricos da média percentual do PIB do Brasil por setor
entre 2002 a 2006 e 2007 a 2011. Neste último período, a indústria participou com 28,1% do
PIB e o setor de serviços, com cerca de 66,5% do PIB, o que mostra a relevância econômica
do setor de serviços no Brasil.
2 Valor do conjunto de todos os bens e serviços produzidos dentro do território econômico de um país em um determinado período. Fonte:
Banco Central do Brasil.
Segundo dados do World Bank Data (2014) sobre a participação por setor econômico no
PIB de cada país ou região no ano de 2002, pode-se observar que nos países desenvolvidos o
setor de serviços responde por cerca de 70% do PIB.
A China, onde ocorreu a migração do setor agrário para o industrial, tinha nesse setor
46% de seu PIB, já o setor de serviços representava 39% do PIB. No mesmo período, o Brasil
possuía 27,1% do PIB no setor industrial e 66,3% do PIB no setor de serviços, o que mostra
que o Brasil acompanha a trajetória dos países desenvolvidos. Uma característica do processo
de desenvolvimento econômico dos países ao longo do tempo é a transição do setor agrário
para o industrial e do industrial para o setor de serviços.
Fonte: Adaptada a partir de dados do Banco Mundial (WORLD BANK DATA, 2002).
3.1 Conceitos
Alguns autores focam no termo Administração da Produção e Operações (APO), como
Gaither e Frazier (2002), que se referem à administração do processo produtivo, que
transforma insumos3 em bens e serviços.
3 Todos os recursos (materiais, energia, pessoas, tecnologias etc.) aplicados a um processo para obter um bem ou serviço (GAITHER E FRAZIER,
2002).
Para Slack (2013), Corrêa e Corrêa (2012) e Krajewski et al. (2009), todas as organizações
têm operações que estão na base de todas as áreas funcionais, isto é, produzem algum mix
de produtos e serviços ou pacote de valor4 aos seus clientes, sejam eles clientes internos, por
exemplo, a área de Recursos Humanos que presta serviços às demais áreas da empresa, ou
clientes externos que são os usuários dos produtos e serviços da empresa.
4 Combinação adequada de produtos e serviços que criam valor para o cliente (CORRÊA E CORRÊA, 2012).
Porém, a criação de produtos e serviços que agreguem valor aos clientes não depende
apenas das operações da empresa, mas de todas as operações que envolvam a rede de
fornecedores e clientes até a entrega dos produtos e serviços ao consumidor ou ao usuário
final, isto é, de sua cadeia de suprimentos.
Com a expansão dos serviços no final do século XX para o início do século XXI, em que
o composto de valor (o mix entre produtos e serviços) passa a agregar uma grande ênfase
nos serviços como fator de vantagem competitiva entre as empresas, as operações com foco
em serviços passam a fazer parte do foco estratégico das organizações (GIANESI E CORRÊA,
2006).
sso não quer dizer que as operações que envolvem a manufatura não continuem a ser
importantes, mas que dentro do contexto globalizado algumas regiões do mundo passam a
se especializar na manufatura de certos tipos de produtos, enquanto em outras partes do
mundo o foco está nos serviços, especialmente nos grandes aglomerados urbanos.
Em uma empresa aérea que presta serviços de transporte aos clientes, não temos a
produção de um bem como resultado da operação. Temos um conjunto de atividades que
resulta na prestação de serviços para atender às necessidades dos clientes, desde o momento
da reserva, compra de passagem, seu atendimento no aeroporto, o serviço de check-in, o
despacho de bagagem, o seu deslocamento até o avião, o serviço de bordo, o check-out e o
retorno de suas bagagens.
Dessa forma, o atendimento aos clientes na área da saúde requer uma rede integrada
de operações que possa agregar valor na entrega desses serviços aos clientes e nas formas
eficientes da gestão das operações e de seus recursos para atender aos objetivos das
organizações envolvidas.
4.1 Histórico
• Origens primárias
Com relação aos serviços, pode-se encontrar sua presença na Grécia como atividade
de educação dos jovens, porém com um papel econômico pouco relevante para uma
sociedade escravocrata e agrícola da época.
• Idade Média
• Revolução Industrial
A produção na Idade Média era artesanal, feita por artesões em suas guildas5 , com os
avanços tecnológicos e as formas de administração da produção surgem as indústrias,
sendo a mão de obra, característica do trabalho artesanal, substituída por capital que
permite o desenvolvimento de economias de escala (CORRÊA E CORRÊA, 2012).
Uma das contribuições relevantes para a I Revolução Industrial (1760 a 1850 na Inglaterra)
foi o motor a vapor (1776) de James Watt, que permitiu a mecanização de atividades que
antes eram manuais, com repercussão tanto na produção (bens de consumo, têxteis)
5 Associação de auxílio mútuo constituída na Idade Media entre as corporações de artesões, negociantes ou artistas. Fonte: Dicionário Aurélio
falta à estratégia corporativa, em que o autor chama a atenção para que a manufatura passe
a ter um tratamento estratégico e não apenas operacional, como estava ocorrendo.
A participação dos serviços no PIB mundial é de cerca de 70% em 2011 (Banco Mundial).
No Brasil está em cerca de 66% do PIB (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE),
o que mostra sua importância e relevância para as organizações. Assim, torna-se necessário
considerar a Gestão de Operações e Serviços nas organizações, sejam públicas, sejam privadas,
como forma de administrar recursos e processos que atendam aos objetivos organizacionais
por meio da produção de bens e serviços.
Considerações finais
Em sua opinião, qual a importância da Gestão das Operações e Serviços para as
organizações?
As organizações atingem seus objetivos por meio de um mix de produtos e serviços que
são produzidos a partir da demanda e dos requisitos de seu mercado. Para viabilizar essa
produção, a Gestão de Operações precisa ser eficiente e eficaz na administração de recursos
e processos, que devem se integrar e sincronizar, tanto no ambiente da empresa quanto no
de sua cadeia de suprimentos na consecução de seus objetivos organizacionais.
Referências
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços
uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas; 2012.
CORRÊA, H. L.; CAON, M. Gestão de Serviços. Gestão de Serviços: lucratividade por meio de
Operações e de satisfação dos clientes. São Paulo: Atlas; 2006.
WORLD BANK DATA. Participação dos serviços no PIB dos países. Disponível em: <http://data.
worldbank.org/indicator/NV.SRV.TETC.ZS/countries?display=default>. Acesso em: fev./2014.
Objetivos Específicos
• Analisar a importância e os desafios do alinhamento entre a estratégia do
negócio e das operações.
Temas
Introdução
1 Estratégia de operações
2 Alinhamento organizacional e seus impactos
3 Modelos de referência
Considerações finais
Referências
Professores
Manuel Garcia Garcia e José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
Para Gaither e Frazier (2002), a administração da produção e das operações (APO) está
sujeita a diversos fatores que afetam os negócios, tais como a competição global, os desafios
da qualidade de produtos e serviços aos clientes e custos, as tecnologias de produção, o
crescimento contínuo do setor de serviços, a escassez dos recursos e as questões de
responsabilidade socioambiental. Esses fatores afetam as decisões em seus níveis estratégico,
operacional e controle.
Com o crescimento das organizações, algumas delas com diversas unidades de negócios,
o processo estratégico se tornou mais complexo, tanto em sua elaboração quanto em sua
implementação diante de dificuldades de obter um alinhamento entre a estratégia da
organização e de suas áreas internas, ou subdivisões, muitas vezes conflitantes, envolvendo
clientes comuns ou recursos compartilhados (KAPLAN E NORTON, 2006).
1 Estratégia de operações
A Estratégia de Operações tem seu início a partir do trabalho publicado por Skinner (1969)
(apud CORRÊA E CORRÊA, 2012) com o título “Manufatura: o elo que faltava na estratégia
corporativa”, que tinha como foco a indústria automobilística americana e sua perda de
competitividade para a indústria japonesa. O autor chama a atenção para a necessidade de
pensar a manufatura sob o aspecto estratégico e não apenas operacional, e menciona que
uma vez feita, uma escolha estratégica resultará na forma como a empresa será capaz de
competir nos mercados e no futuro. Isso mostra a necessidade de se pensar a estratégia de
uma forma dinâmica. Avaliá-la dentro de certo período ou quando surgirem fatos relevantes
para ajustes de rumo, apesar de que algumas situações, diante de escolhas do passado,
podem levar mais tempo para as estratégias serem alteradas e com grandes impactos nos
investimentos. Assim, a gestão estratégica precisa levar em conta diferentes horizontes de
tempo.
Ao longo das décadas de 1970, 1980 e 1990, vários outros estudos tanto na Europa
quanto nos Estados Unidos passaram a destacar o foco estratégico das operações. O objetivo
seria definir como devem ser organizadas e geridas as operações para produção de produtos
e serviços que entreguem valor aos clientes e que esteja alinhada à estratégia da organização
e de suas metas.
Para exemplificar os pontos apresentados vamos tomar como exemplo a Copa do Mundo
de 2014, que envolve um complexo de operações de infraestrutura, turismo, hotelaria e
segurança. No dia 30 de outubro de 2007, a Fifa ratificou o Brasil como país-sede da Copa. A
organização do evento compreende a realização da Copa das Confederações (2013) com seis
cidades-sedes e a Copa do Mundo com 12 sedes. Para atender ao evento houve a necessidade
de reformar estádios, construir alguns novos (arenas) com capacidade entre 42 mil a 76 mil
lugares e executar projetos de infraestrutura: telecomunicações, portuária, aeroviária e de
mobilidade urbana, que requerem o envolvimento de diversas organizações e empresas que
precisam estar alinhadas e sincronizadas com os objetivos traçados e compromissados do
evento.
Um evento desse porte é feito com um horizonte de cinco a seis anos para que todo o
planejamento possa ser implementado desde o momento da escolha da cidade-sede até a
realização das duas Copas.
Essa decisão envolve um trade-off, pois os recursos são limitados, e há vários projetos
de infraestrutura concorrendo pelos recursos, há dúvidas sobre os impactos ambientais
1 Stakeholders: pessoas, grupos ou instituições que têm algum tipo de interesse na organização, por exemplo, os clientes, acionistas,
empregados, fornecedores, a comunidade etc. Fonte: JACOBS E CHASE, 2012.
2 Trade-off: processo de decisão que envolve uma troca compensatória em razão do conflito entre critérios de desempenho. Fonte: CORRÊA
E CORRÊA, 2012
da obra decorrentes de seu trajeto, dúvidas sobre os prazos e há outras demandas sociais
envolvidas (saúde, educação). Percebe-se que o processo decisório envolve um conjunto de
variáveis e que muitas vezes são conflitantes entre si, assim como menciona Corrêa e Corrêa
(2012), as escolhas estratégicas implicam renúncias estratégicas, isto é, renuncia-se a um
desempenho superior num aspecto para se privilegiar o desempenho em outro aspecto.
Para o caso apresentado, o governo decidiu postergar o projeto do trem-bala em diante de
suas incertezas, excluindo-o dos projetos de infraestrutura para a Copa e priorizando outros
projetos.
Para Krajewski et al. (2009), a estratégia de operações traduz planos de produtos e serviços
(análise de mercado) e prioridades competitivas para cada segmento de mercado de atuação
da empresa em decisões que afetam os processos, a qualidade, a capacidade, a localização
e as decisões operacionais. O autor destaca que dentro de uma perspectiva estratégica, os
gerentes de operação são os responsáveis por tomada de decisões que asseguram à empresa
a capacitação para lidar com as prioridades competitivas de segmentos de mercados novos
e existentes.
Segundo Krajewski et al. (2009) e Slack et al. (2013) as prioridades competitivas são
aquelas que proporcionam vantagem competitiva às operações no atendimento aos clientes
de determinado segmento de mercado. Há cinco aspectos de desempenho das operações
que podem contribuir com a competitividade:
1. Custo: fazer as coisas com um valor mais baixo, isto é, produzir produtos e serviços
a um custo adequado ao mercado e que ainda permita o retorno à organização
(rentabilidade). No caso de organizações não lucrativas, envolve fornecer a percepção
de um grande benefício em relação ao que os contribuintes pagam pela operação.
2. Qualidade: fazer as coisas certas de forma a entregar ao cliente aquilo que ele espera.
Do ponto de vista das operações, a qualidade envolve o desempenho adequado e
consistente.
3. Velocidade: fazer o que for necessário rápido, minimizando o tempo entre o pedido
e a entrega de produtos e serviços ao cliente. Aqui entram os aspectos do tempo de
resposta da organização.
Segundo Corrêa e Corrêa (2012) existe um detalhamento maior dos fatores com seus
desdobramentos:
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 6
Gestão de Operações e Serviços
• Preço/custo:
• Velocidade:
• Confiabilidade:
• Qualidade
▫▫ Atendimento atento
• Flexibilidade
O exemplo nos mostra que a equipe para atingir seu objetivo precisa ter uma estratégia
que contemple o alinhamento de ações entre os remadores, isto é, um sincronismo entre eles,
para resultar na composição dos esforços e com isso obter um melhor resultado para a equipe.
No caso de uma organização que entrega produtos e serviços a seus clientes, os resultados
dos esforços serão provenientes dos seus processos internos, isto é, das áreas da organização:
marketing, vendas, operações, finanças, compras, recursos humanos etc., bem como da interação
com os processos externos que envolvem sua cadeia de suprimentos.
Ao definir uma estratégia para competir num determinado mercado através de seus produtos
e serviços, as áreas funcionais de uma organização interpretam a estratégia com foco em sua área
específica e criam indicadores de desempenho que atendam ao objetivo daquela área.
Por exemplo, a área de vendas será medida pela meta de vendas realizadas, já a área de
operações será cobrada pelo nível de estoques (produtos) ou pelo uso da capacidade alocada
(serviços) e a área financeira buscará reduzir a inadimplência dos clientes.
Com base nesse exemplo, vemos que as áreas funcionais têm objetivos e metas definidos,
mas muitos de seus objetivos podem entrar em conflito entre áreas, como no caso da área de
vendas que para realizar suas metas (foco funcional) buscará todo tipo de clientes (bons e maus
pagadores), isto é, a empresa vende, mas poderá ter problemas com o aumento da inadimplência,
por outro lado, o financeiro para atingir suas metas de inadimplência pode restringir o crédito às
solicitações feitas pela área de vendas a novos clientes, o que afeta o resultado. Em outro exemplo, a
área de vendas gostaria de ter estoque disponível ou capacidade disponível para realizar vendas de
produtos ou serviços, não se importando com os impactos daquele estoque ou daquela capacidade
que ficou ociosa, pois não é seu problema, seu objetivo é vender; com esse tipo de foco podem-se
criar situações de demanda que não são realistas e que geram, como consequência, excesso de
estoque ou de capacidade, o que irá impactar nos resultados das operações em função do aumento
de custos.
Cada área interpretou a estratégia da empresa segundo aquilo que considera ser o foco
de sua área funcional, seus indicadores são construídos tendo isso em consideração,
como resultado verificam-se conflitos entre as áreas e impactos no resultado do
negócio, isto é, não basta que uma área funcional atinja seus objetivos se os mesmos
não estiverem alinhados entre as diversas áreas internas e esses com a estratégia da
organização (KAPLAN E NORTON, 2006).
Tanto numa situação quanto em outra é preciso que a estratégia organizacional seja
desdobrada nas áreas e nos processos da empresa que cruzam as áreas funcionais, alinhados e
sincronizados para que os esforços feitos em cada área possam contribuir com a outra de forma
a otimizar o tempo de resposta da organização. Porém, muitas vezes, os esforços ficam isolados
em algumas áreas em função de atender a indicadores da área funcional, mas não do processo
que deve ser atendido para que a organização como um todo atenda a seus objetivos maiores.
Assim, a capacidade das organizações em realizar o alinhamento estratégico e o sincronismo entre
as diversas atividades e recursos utilizados irá proporcionar diferentes respostas aos clientes e em
sua competitividade.
Um exemplo dessa estratégia com base no tempo de resposta ao mercado é aplicado pela
Inditex (Indústria e Comércio Têxtil) da Espanha, proprietária da marca Zara e de outras marcas de
moda. A Zara ficou conhecida como uma empresa de moda ágil, em poucas semanas é capaz de
introduzir toda uma nova coleção, desde a captura da necessidade no mercado, seu design, sua
produção e sua distribuição em suas lojas no mundo todo. Como consegue fazer isso?
Há outro exemplo, a Red Bull Racing, escuderia da Fórmula 1 que ganhou seguidamente os
campeonatos de 2010 a 2013. Qual seu diferencial em relação às outras equipes?
Aqui mais uma vez a importância da resposta rápida, precisa e ágil nos mostra a importância
do alinhamento das diversas áreas da empresa em relação a sua estratégia e à sincronização das
ações entre elas. Essa capacidade de alinhamento e sincronização entre as diversas áreas é que cria
menor tempo de resposta em relação às outras equipes e que faz diferença na pista.
3 Modelos de referência
Para que possamos compreender os vários elementos que compõem a Gestão da
Estratégia das Operações, vamos utilizar dois modelos de referência com base em autores
selecionados para esse fim.
Para entendermos a estratégia analisada por Corrêa e Corrêa (2012), devemos observar
os seguintes aspectos:
• A partir das avaliações dos resultados a gestão estratégica das operações deve ser
reavaliada, quer através da visão de mercado — o que os clientes do mercado-
foco valorizam —, quer pela visão do ambiente com relação às restrições e
oportunidades presentes, quer pela visão do aprendizado através das novas
tecnologias incorporadas, ou de competências e conhecimentos requeridos pela
organização, ou incentivo à inovação de processos, produtos, serviços ou formas
de gestão.
3 Benchmarking: comparação dos processos de um setor ou uma área da organização com os de outro setor ou área da própria empresa ou
com concorrentes para identificar as melhores práticas e disseminá-las na organização. Fonte: Dicionário Aurélio.
Considerações finais
Após a apresentação dos conceitos, qual a relação que existe entre Estratégia
Organizacional, Estratégia de Operações e Alinhamento Organizacional?
Nesta aula discutiu-se o conceito de Gestão Estratégica das Operações, suas relações com
a Estratégia Organizacional, os fatores de desempenho que contribuem para a competitividade
das operações, os trade-offs que envolvem o processo decisório, a importância do
alinhamento estratégico e do sincronismo organizacional e como afetam a implementação da
estratégia e a competitividade. Foram apresentados dois modelos de referência para auxiliar
no entendimento da Gestão Estratégica das Operações e Serviços.
Referências
ALBUQUERQUE, A.; ROCHA, P. Sincronismo organizacional: como alinhar a estratégia, os
processos e as pessoas. São Paulo: Saraiva, 2006.
KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Alinhamento: utilizando o Balanced Scorecard para criar sinergias
corporativas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
WOLMACK, J. P.; JONES, D. T.; ROOS, D. A máquina que mudou o mundo. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2004.
Objetivos Específicos
• Identificar a influência do pacote de valor nas formas de competição em
operações e serviços e aplicar ferramentas que identifiquem as prioridades
estratégicas nas operações.
Temas
Introdução
1 O valor entregue e o valor percebido
2 Influência do consumidor na construção do pacote de valor
3 Identificação das prioridades estratégicas
4 Variáveis com influência no projeto e na gestão de operações
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
Reflita sobre o seguinte ponto: será possível aumentar o valor de uma empresa sem
aumentar o valor do mercado que ela atende?
Quanto mais forte for o pacote de valor de uma empresa, maior será o valor percebido
pelos consumidores que terão mais desejo de adquirirem os produtos. Valor de um produto
ou serviço é quanto o consumidor está preparado para pagar por ele, sem diminuir a satisfação
pela aquisição desse produto (TREACY; WIERSEMA, 1993).
Vamos a um exemplo:
Se na etiqueta da calça for mencionado que o tecido do jeans foi fabricado nos Estados
Unidos, ou a calça apresentar uma marca conhecida, o valor percebido pelo consumidor
aumentará sem que “de fato” o fabricante tenha agregado mais valor ao produzir o jeans.
A empresa deve otimizar processos que aumentem a rentabilidade sem afetar o pacote
de valor. Se determinada empresa anuncia recalls sucessivos, para um produto que tem boa
aceitação no mercado, pode estar relaxando seu controle de qualidade ou ter modificado
processos, como forma de aumentar produtividade, e corre o risco de ver seu pacote de valor
diminuído.
1 O fabricante pode redirecionar seu produto a outra loja com melhor atendimento.
Vamos a um exemplo:
Na realidade, esse consumidor comprou mais do que o serviço aéreo. Nesse pacote de
valor estão incluídos: a imagem da empresa aérea, o check-in, o programa de fidelidade, as
facilidades no aeroporto, a refeição a bordo, o lazer a bordo, as facilidades oferecidas pela
companhia aérea, a recepção da bagagem no destino, podendo ter ainda o traslado do
aeroporto até seu hotel/destino.
A empresa deve manter o diferencial de “mais valia” que seu pacote de valor apresenta
e, para isso, deve estar atenta às diferentes percepções de seu mercado consumidor.
A competitividade de uma empresa está relacionada com a rapidez com que consegue
reagir e adaptar-se à mudança e mesmo antecipar essa mudança adotando uma atitude
proativa em oposição à postura tradicional de reatividade.
Michael Treacy e Fred Wiersema (1993) sugerem que as empresas podem dominar os
mercados onde atuam, em uma das seguintes situações:
1. Excelência operacional
2. Liderança de produto
Para focar na intimidade com o consumidor, é necessário maior conhecimento sobre suas
necessidades e possuir uma entrega de serviço superior, como é o caso da Amazon Books
ou da Nespresso, que priorizam sistemas de informação de mercado.
Qualquer uma das situações analisadas requer que a empresa esteja preparada para
A gestão de operações aborda a empresa como um elo pertencente a uma cadeia mais
abrangente que engloba fornecedores de insumos e consumidores de produtos finais. Além
das operações internas, os gestores devem estar atentos aos seguintes aspectos;
Fonte: do autor.
• São mais difíceis de padronizar, visto que cada consumidor tem diferente atitude
perante determinada operação.
• São mais incertas, pois somente o processo produtivo pode ser padronizado e não o
resultado da produção que depende de cada consumidor.
Considerações finais
No decorrer desta aula, com base na noção de pacote de valor, analisamos a forma
como as empresas agregam valor e se desenvolvem por meio do valor agregado por seus
consumidores. A dicotomia de serviço e produto foi desenvolvida numa perspectiva da
interação do consumidor no processo produtivo, e foram identificadas as variáveis que
influenciam o projeto e a implantação das operações.
Referências
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços
uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.
TREACY, M.; WIERSEMA, F. Customer Intimacy and Other Value Disciplines. Harvard Business
Review. January/February, 1993. Disponível em: http://www.a3o.be/materialen-en-links/
images/dbimages/docs/treacywiersema.pdf. Acesso em 05 mar 2014.
Temas
Introdução
1 Prioridades competitivas em operações
2 Classificação das operações
3 Consequências do estudo do ambiente na gestão das operações
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
Um ambiente de produção ou de serviço tem a ver com a forma como a empresa encara
sua operação. Se analisarmos o setor de vestuário, verificamos que podemos comprar um
vestido já fabricado e que se encontra em estoque na loja ou encomendar um vestido em
uma costureira especializada.
Fonte: do autor.
Fonte: do autor.
No ambiente make to stock (MTS) são produzidos produtos padronizados com base em
previsões de demanda, assim, produtos “customizados” não são produzidos. O risco para o
fabricante é grande, pois pode levá-lo a aumentar estoque de produtos acabados. Os sistemas
MTS apresentam a vantagem na rapidez da entrega dos produtos, mas apresentam elevados
níveis de estoques, tanto de insumos quanto de produtos manufaturados. No ambiente
de produção para estoque (MTS), o foco das atividades de gerenciamento da demanda é a
manutenção de estoques de produtos acabados.
No ambiente make to order (MTO), o produto final é desenvolvido a partir dos contatos
com o cliente que encomenda a mercadoria. A fabricação começa após o compromisso
de compra, tornando os prazos de entrega mais longos. Nesse ambiente, os produtos são
produzidos à medida que vão sendo projetados.
Por exemplo, empresas de móveis planejados, nas quais os produtos são projetados de
acordo com as especificações obtidas em conjunto com o cliente.
1 Exemplos de produtos de elevado giro, designados de fast moving goods (FMS), são todos os produtos que abastecem as prateleiras (gôndolas)
dos supermercados e que são sujeitos à alta rotatividade.
2 O termo stock keeping unit (SKU), ou unidade de manutenção de estoque, identifica por meio de um código os diferentes produtos ou
componentes mantidos em estoque que serão utilizados na produção de produtos finais
Por exemplo, uma alfaiataria em que o cliente escolhe o tecido entre os vários disponíveis.
A produção começará após o compromisso de compra. Em restaurantes, o cliente seleciona
e monta seu prato de acordo com as especificações fornecidas no cardápio do restaurante.
O ambiente ATO ocorre sempre que as empresas conhecem os subconjuntos que compõem
o produto final, que é configurado pelo cliente. As empresas estocam os subconjuntos e, após
receber o pedido do cliente, montam o produto pronto.
Neste ambiente, a concepção do projeto do produto final tem lugar após o compromisso
de compra ser firmado. Existe um alto grau de customização para o produto, mas o tempo de
entrega é longo. Por exemplo, a confecção de vestidos de noiva.
Observe o quadro que compara as prioridades competitivas com cada tipo de produção
apresentado.
Nível de
Médio Alto Médio/ Alto Médio/ Alto Alto
serviço
Tempo de
Curto Alto Alto Médio Alto
espera
Fonte: do autor.
• Custo unitário é o valor efetivamente pago pelo consumidor e está relacionado com
produtos semelhantes produzidos e comercializados em outro ambiente.
Uma das principais preocupações das empresas que afeta diretamente sua rentabilidade
é a quantidade de estoque parado existente em cada etapa do processo de produção e
comercialização de seus produtos. Estoque parado reflete maior investimento em capital de
giro e, consequentemente, perda de rentabilidade.
Podemos concluir que as operações devem direcionar suas ações para tornar a
movimentação de estoques contínua e, para que isso ocorra, a cadeia de abastecimento deve
assemelhar-se a um duto por onde fluem todos os insumos, componentes e produtos finais.
2. relação entre o tempo que o cliente aceita esperar pelos produtos ou serviços
(customer order cycle) e o tempo que a empresa demora a entregar os produtos ou
serviços (lead time logístico).
Fonte: do autor.
• P o tempo total que a produção leva para obter recursos produtivos, produzir ou
gerar os produtos ou serviços e entregar os produtos ou serviços;
• D o tempo de espera dos clientes desde a solicitação dos produtos ou serviços até à
entrega.
Na maioria das empresas P/D > 1, ou seja, os clientes sempre esperam, o que pode
ser um risco se os clientes se cansarem de esperar. Mas a diminuição de P é normalmente
alcançada com a formação de estoques.
Já na relação entre os ambientes de produção e variáveis lead time logístico (P) e customer
order cycle (D), temos:
Se P for muito maior que D, o ambiente de produção será o MTS (exemplo: confecção
P >> D
de pronta entrega).
Se P for maior que D, os ambientes de produção podem ser MTS ou ATO, o que
P>D depende da disposição do cliente em esperar; normalmente as empresas informam o
lead time no ato do compromisso de compra.
Caso P seja quase igual a D, podemos ter ambientes de produção MTO, BTO ou ETO,
P D
dependendo do produto a ser fabricado e das necessidades do cliente.
Embora seja difícil conciliar a maximização dos elementos custo, tempo e nível de
serviço, torna-se fundamental criar combinações que impactem positivamente no processo
de gestão.
Considerações finais
O aumento da competitividade nos mercados e o surgimento de produtos com idênticas
funcionalidades e preços faz com que o reconhecimento de uma empresa que oferece
produtos personalizados e exclusivos cresça. Para obter esse crescimento, a empresa deve
oferecer novos produtos ou serviços, um marketing criativo, finanças bem administradas e,
principalmente, competências diferenciadas na área de operações (KRAJEWSKI, et al., 2009).
Referências
AYRES, A. D. P. S. Gestão de Logística e Operações. Curitiba: IESDE, 2009.
Objetivos Específicos
• Identificar as características que compõem a filosofia do sistema de produção
enxuta e como podem ser aplicadas tanto nas empresas de produção como
nas de serviços.
Temas
Introdução
1 Produção enxuta
2 Qualidade total
3 Just in time (JIT)
4 Jidoka
5 Melhoria contínua
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
O acirramento da competição entre empresas torna-se cada vez maior. Para sobreviverem
e se desenvolverem, as empresas devem entregar produtos e serviços de alto valor agregado
para o consumidor. A necessidade de valorizar os bens entregues ao mercado reflete-se no
sistema de produção e na rentabilidade da empresa, pois torna mais onerosas as operações,
pela utilização de equipamentos mais sofisticados e eleva o nível de estoques como forma de
satisfazer alterações inesperadas da demanda.
1 Produção enxuta
O processo de liberalização de mercados impacta diretamente no aumento da
concorrência, levando empresas a procurarem maior rentabilidade em suas operações para
garantirem seu desenvolvimento.
Esse desafio foi encarado pelos engenheiros da Toyota, Taiichi Ohno e Shigeo Shingo.
Esses arquitetos transformaram o sistema Ford de produção em um sistema de produção
que eliminasse a constituição de estoques na montadora, mas garantiu a qualidade dos
processos, e projetaram uma linha de produção capaz de ser abastecida diretamente pelos
fornecedores. Esta foi a ideia-base do sistema just in time (JIT) que, mais tarde, se tornou em
um dos pilares do sistema Toyota de produção (STP). Posteriormente, o STP evoluiu e deu
origem ao sistema designado de Lean manufacturing.
O sistema de produção enxuta baseia-se em dois pilares: JIT e “kaizen”, palavra japonesa
que significa mudança para melhor ou aprimoramento contínuo e que permeia toda a
administração japonesa.
2. Identificação das atividades que nos processos contribuem para a agregação de valor
ao cliente.
Produção enxuta
Fonte: do autor
2 Qualidade total
Após a Segunda Guerra Mundial, Joseph Moses Juran e Edwards Deming, entre outros
cientistas, desenvolvem o conceito de qualidade que objetiva otimizar a empresa como um
todo.
Segundo Juran, a qualidade não acontece por acidente, mas é resultante de um processo
(Figura 2) que consiste em três fases:
Planejamento
da qualidade
Breakthrough
Melhoramento Controle
da qualidade da qualidade
Fonte: do autor.
• Desenvolver colaboradores.
1 Manutenção produtiva total é uma abordagem organizacional em que muitas das atividades e responsabilidades normalmente atribuídas a
um setor ou departamento de manutenção são distribuídas na empresa (CORRÊA; CORRÊA, 2012).
2 Cadeia de suprimentos é o conjunto de empresas que possibilitam os fluxos de insumos, componentes, produtos finais, serviços e informação
entre mercados e empresas fornecedoras.
• Produção nivelada
Modelos diferentes podem ser fabricados numa mesma linha de produção. Em vez
produzir o mesmo modelo em lotes, diferentes modelos são produzidos na mesma linha de
produção de acordo com a demanda de mercado.
• Produção puxada
É o fator crítico do JIT. A produção é baseada na demanda (se produz o que está
encomendado). O conceito de JIT sustenta que as produções devem ser “puxadas” pelo
mercado, em vez de empurradas para o mercado. Isso é o mesmo que trasnformar uma
cadeia de abastecimento (supply chain) em uma cadeia de demanda (demand chain).
O funcionamento do JIT depende das encomendas dos clientes que serão atendidas
pela linha de produção. Quando não existem encomendas, são os detentores do poder
na aplicação do sistema JIT que fixam cotas de venda aos distribuidores de seus produtos.
Por exemplo, as montadoras fixam às concessionárias cotas anuais de venda para poderem
implementar o sistema JIT.
Para puxar o fluxo de produção pode ser utilizado o método kanban (em japonês significa
cartão). Atualmente, no método kanban são utilizados dois cartões: um de produção (kanban
de produção) e outro cartão de transporte (kanban de transporte). O primeiro autoriza a
operação de produção, enquanto que o kanban de transporte autoriza a movimentação do
material pela fábrica.
Identificar e eliminar todas as situações que no decorrer dos processos não agregam
valor (muda), ou seja, representam sobrecargas nas operações (mura) ou causam desníveis
nos processos (muri). Por exemplo, quando duas máquinas utilizadas na fabricação do
mesmo produto têm ritmos diferentes de produção ou são carregadas de forma diferenciada,
produzem acúmulo de estoque ao longo da linha de produção.
• Os 5 Ss
Os 5 Ss (Figura 4) são as iniciais de cinco palavras japonesas seiton, seiri, seiso, seiketsu e
shitsuke, que estão relacionadas com wa, que significa harmonia (EGOSHI, 2006).
3. Seiso significa manter sempre limpo o local de trabalho ou qualquer outro lugar, com
tudo em ordem e somente com o necessário.
Aprofunde-se a respeito de STP, JIT, kaban e takt time, acessando aos links
disponíveis na Midiateca da disciplina.
4 Jidoka
O outro pilar do sistema de produção enxuta é o jidoka, técnica simples que objetiva
eliminar os erros humanos no ambiente de fabricação pela utilização de equipamentos
de simples concepção e que se traduz na capacidade de parar uma linha de produção
imediatamente quando for detectada alguma condição anormal. O sistema confia na
capacidade de decisão dos operários, pois permite que todos os trabalhadores tenham o
direito de parar a linha de produção em que estão trabalhando.
• Poka yoke (à prova de falhas) ocorre por meio de dispositivos ou procedimentos que
visam detectar ou corrigir erros em processos, evitando que eles se transformem em
defeitos; como a impossibilidade de remover a chave de ignição em alguns veículos
automáticos se a manopla de câmbio não estiver na posição correta.
5 Melhoria contínua
A preocupação crescente com a qualidade durante as últimas décadas originou a gestão
da qualidade total (TQM de total quality management). Consiste na gestão da qualidade em
cada etapa das operações desde o projeto, ao fabrico, à comercialização e ao monitoramento
de todas as atividades de melhoria.
Considerações finais
Embora TQM e produção enxuta tenham a mesma origem (a evolução do conceito de
qualidade na administração japonesa), cada conceito seguiu um rumo diferenciado.
A TQM tornou-se popular entre pesquisadores e executivos que procuram, com base
nessa filosofia empresarial, explicar as razões que as empresas conseguem simultaneamente
aumentar de forma consistente a satisfação dos consumidores e aumentar de forma
sustentável sua rentabilidade.
A produção enxuta é um conceito que não deve ser confundido com a simples eliminação
de desperdício, pois se tornou a principal estratégia para melhoria de desempenho de
fabricação. As empresas reconhecem que a aplicação de estratégias de produção enxuta que
objetivem redução de desperdício ou diminuição de complexidade são essenciais para um
caminho em direção à excelência empresarial (ANAVARI, et al., 2011).
Referências
ALVAREZ, R. D. R.; ANTUNES JR., J. A. V. Takt Time: Conceitos e contextualização dentro do
sistema Toyota de produção. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/gp/v8n1/v8n1a01>. Acesso
em: mar./2014.
ANVARI, A.; ISMAIL, Y.; HOJJATI, S. M. H. Atudy on Total Quality management and Lean
Manufacturing: Through Lean Thinking Approach. World Applied Sciences Journal, v. 12, n. 9,
pp. 1585-96, 2011.
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços
uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.
EGOSHI, K. Os 5 S da administração japonesa. Disponível em:< http://www.infobibos.com/
Artigos/2006_2/5s/Index.htm >. Acesso em: mar./2014.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 10
Gestão de Operações e Serviços
Aula 06
Processos nas Operações e Serviços.
Objetivos Específicos
• Descrever as operações através dos seus processos e dos fluxos envolvidos
a partir do projeto do produto e identificar oportunidades de melhoria no
processo a partir da voz do cliente (QFD).
Temas
Introdução
1 Projeto de produto e de processos
2 Fases de desenvolvimento de um produto ou serviço
3 Tipos de processos produtivos em manufatura
4 Tipos de processos em operações de serviços
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
Novos produtos são desenvolvidos a partir de ideias que, depois de filtradas para
verificação de sua viabilidade, são propostas à direção da empresa. Quando aceitas, dão
origem a projetos que visam organizar as atividades que concretizarão a produção e a
comercialização desses produtos.
Para Ulrich et Eppinger (apud ROMEIRO FILHO, 2006, p. 19), o conceito de projeto e
desenvolvimento de produto refere-se ao conjunto de atividades interdisciplinares que
começa com a percepção da oportunidade de mercado e termina com a produção, a venda
e a entrega do produto.
Segundo Slack et al. (2012), o projeto começa com um conceito e termina na especificação
de alguma coisa que possa ser produzida. O objetivo da atividade de projeto é satisfazer as
necessidades dos consumidores.
Projeto Processos
• Repetido continuamente: já foi feito antes, será
• Novo: nunca foi feito
feito de novo
• Pode ser gerenciado em várias divisões ou • Gerenciado por uma única divisão ou
diretorias departamento
• Alguns dos principais riscos envolvidos não são • A maioria dos riscos envolvidos é bem
bem compreendidos compreendida
• Valor para a organização está em entregar o • O valor para a organização é criado pela melhoria
projeto dentro do prazo e do orçamento contínua do processo
Quadro 2 – Autosserviço
* Como várias pessoas se esqueciam do cartão no caixa automático o projeto foi alterado para melhor satisfazer os consumidores.
Introdução
Início do projeto Meses antes da introdução no mercado
no mercado
Semanas 36 27 18 9 0
Primeiro protótipo
Engenharia do produto/processo completo
Liberação final
• Projeto detalhado do produto e ferramental da engenharia
• Construção; teste de protótipos
Produto
Na fase inicial do conceito devem ser apresentadas ideias para posteriormente serem
desenvolvidas num processo de brainstorming1 de ideias, em torno do conceito que
eventualmente pode estar predeterminado. As ideias normalmente surgem:
1 Brainstorming, também designado por tempestade de ideias, é a atividade desenvolvida em grupo que explora a criatividade dos membros
do grupo com relação a determinado objetivo
1ª etapa — Viabilidade, aceitação e vulnerabilidade por parte da empresa para com cada ideia.
Somente depois dessas duas etapas, o projeto deverá ser selecionado, conforme orienta
a figura 1. É nessa fase que é importante atender à voz do cliente para serem refletidas no
projeto as necessidades e os mercados visados (CORRÊA; CORRÊA, 2012). Uma abordagem
que pode ser utilizada nesse processo é a quality function deployment (QFD), também
conhecida como a casa da qualidade.
Certos projetistas utilizam o índice de valor de um projeto (IPV) para confirmarem sua
viabilidade (ROLDÃO; RIBEIRO, 2007). O IPV é calculado pela seguinte fórmula:
Em que:
2.4 Produção-piloto/crescimento
É a fase final do processo. O produto está liberado pela engenharia, ou seja, já atende
os requisitos de mercado. As empresas começam uma produção-piloto em que são afinados
equipamentos, ferramentas e processos; e fornecedores efetuam as primeiras entregas
de insumos. Os processos produtivos são testados em conjunto. Logo que aprovados os
processos, começa a comercialização que aumenta de ritmo à medida que o produto evolui
sua penetração mercadológica.
Hayes e Wheelwright (1984), citados por Corrêa e Corrêa (2012), relacionaram em uma
matriz denominada matriz produto-processo os volumes de produção, com processos de
manufatura tipificando os seguintes processos:
• Processo em linha
Produção de peças que passam por roteiros predeterminados (na fase de projeto).
Como exemplo, um fabricante de camisetas básicas (sem estampa); neste caso o funcionário
especializa-se em determinada operação e o sincronismo de todos os processos torna-se
necessário à maximização do desempenho da operação.
Processos
por tarefa
Por tarefa
(Job shop)
Em lotes
Processos (batch)
intermediários
Em linha
Nota: Segundo Hayes e Wheelwright (1984), citados por Corrêa e Corrêa (2012), haveria
uma correlação entre os tipos de processo produtivo que deveriam ser selecionados e as
características de volume e variedade de produtos produzidos por eles. Essa correlação é
ilustrada pela diagonal de alinhamento (azul claro); ou seja, processos que teriam alinhamento
entre a sua vocação e características de volume e variedade estariam localizados nessa
diagonal.
Processos
por tarefa Serviços
profissionais
Serviços
profissionais
em massa
Processos
intermediários Loja de serviço
Tecnologia
Serviços
de massa
customizados
• Serviços de massa
São serviços normalmente atendidos por uma única entidade, de forma padronizada,
com elevados ganhos de escala, tendem a ser automatizados, com substituição de pessoal
por equipamentos. Como exemplo, os veículos aéreos não tripulados (drones) que são aviões
teleguiados utilizados com diversas finalidades ou os serviços de transporte metropolitano,
como é o caso da linha amarela do metrô da cidade de São Paulo, que circula sem condutor.
São operações semelhantes às dos serviços de massa referidos anteriormente, mas que
são empregadas tecnologias muito avançadas, como é o caso das lojas de e-commerce, ou dos
serviços de resposta com reconhecimento de voz, utilizados em substituição de call centers.
• Loja de serviços
A maioria dos serviços tem a característica de loja de serviços, com volumes médios
de clientes, oferta de vários tipos de serviços e a possibilidade de escolha entre várias
opções de oferta. Como exemplo, os restaurantes, hotéis e supermercados possuem essas
características.
São serviços que requerem especialização do provedor, são realizados de forma massiva
e em geral não sofrem variabilidade. Como exemplo, os médicos que avaliam a aptidão de
condutores para obtenção da carteira nacional de habilitação (CNH).
• Serviços profissionais
Considerações finais
A execução de projetos que vise ao desenvolvimento de novos produtos ou serviços
deve levar em conta aspectos intrínsecos à empresa que irá produzi-los e outros aspectos
mercadológicos, que refletem a relação de consumo, como é o caso de época, em que os
produtos ficam disponíveis, custo e qualidade apercebida pelos consumidores.
Assim, é possível afirmar que, quanto maior for a customização de um produto, maior será
a exigência do consumidor, exigindo do produtor flexibilidade de produção e disponibilidade
de insumos. Nessa situação, aumenta o custo do produto pelo aumento de competência do
produtor e pela necessidade de estocar insumos em maior quantidade. Uma mudança de
atitude do consumidor afetará principalmente os estoques.
do consumo e diminuem os custos relativos à posse de estoques. Como exemplo, a cor das
tintas para pintar residências que são produzidas na loja após a escolha do consumidor.
A mesma situação se passa com as operações de serviços, ou seja, empresas com volumes
baixos, baixa padronização e alta variabilidade necessitam de profissionais com elevada
especialização, tornando os serviços mais caros e com elevada presença do consumidor no
processo de entrega; já empresas com elevados volumes e baixa variabilidade fornecem
serviços padronizados e o consumidor tem pouca influência na condução do serviço, tornando
o atendimento um dos fatores mais importantes de diferenciação.
Referências
ALDABÓ, R. Gerenciamento de Projetos. São Paulo: Artliber, 2006.
NOKES, S.; KELLY, S. O Guia definitivo do Gerenciamento de Projetos. 2.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2012.
SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A., JOHNSTON, R. Adminitração da
Produção. São Paulo: Compacta. São Paulo: Atlas.
Temas
Introdução
1 Evolução histórica da competitividade industrial
2 Qualidade em serviços
3 Ferramentas da qualidade
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
As mudanças ininterruptas nos mercados impactam diretamente na velocidade com que
as empresas devem se adaptar a novas situações de forma contínua, e também aumentam o
poder do consumidor que tem um maior número de opções de escolha. Como consequência
disso, o conceito de “qualidade” – definido como o valor que o consumidor agrega pela
aquisição dos produtos ou dos serviços – evoluiu e hoje tem maior foco no consumidor.
Dado que a qualidade é definida pelo consumidor e não depende somente da vontade
da empresa, as empresas devem apresentar pacotes de valor cada vez mais adaptados à
forma como os consumidores satisfazem suas necessidades e, para tal, devem utilizar
técnicas e metodologias que controlem processos e produtos de forma a assegurar a entrega
de produtos com a qualidade exigida pelos consumidores.
É pertinente referir a abordagem de Juran à qualidade com base nas seguintes definições
(CORRÊA; CORRÊA, 2012) que demonstram não somente a preocupação com defeitos de
fabricação, mas também com a satisfação do consumidor:
1 Para mais detalhes sobre a influencia de Armand Feigenbaum no desenvolvimento do conceito de qualidade total consulte o artigo de
Adriana Igreja Ferreira, disponível no site: <http://amigonerd.net/outras/diversos/o-guru-da-qualidade-armand-vallin-feigenbaum>. Acessado
em: abr./2014.
2 Para aprofundamento sobre as normas publicadas pela International Organizationm for Standardization, consultar o site <www.iso.org/iso/
home.html>. Acessado em: abr./2014.
Krajewski (2009, p. 104) define os seguintes passos como essenciais para que uma empresa
implemente a melhoria contínua:
2 Qualidade em serviços
Serviço é uma atividade econômica realizada pelos setores públicos ou privados, exercida
por pessoas físicas ou jurídicas legalmente estabelecidas para o fim a que se destina, fruto
primordial do esforço humano, ainda que envolva de forma acessória a transferência de bens
materiais. Está implícita nessa definição a intervenção do utilizador ou usufrutuário do serviço
na respectiva produção.
A importância do conceito de serviço num mundo no qual a mudança é regra mais que a
exceção é a de prover uma base de estabilidade dentro da qual a flexibilidade possa acontecer
(CORRÊA; CAON, 2009, p. 75).
3. Indicam de forma concreta aos funcionários quais são, de acordo com os critérios da
empresa, as características concretas que devem ter os produtos ou serviços para
que sejam considerados de qualidade.
• As reclamações telefônicas dos clientes que não sejam atendidas por razões
justificadas devem ser respondidas em 24 horas.
• Uma companhia aérea pode estabelecer como padrão de qualidade que o número de
malas extraviadas ou perdidas não seja superior a 1.200 ao mês.
3 Ferramentas da qualidade
Noventa e cinco por cento dos problemas relacionados à qualidade podem ser resolvidos
com o uso das sete ferramentas quantitativas básicas (ISHIKAWA apud CORRÊA; CORRÊA,
2012, p. 195):
1. Diagrama de processo.
2. Análise de Pareto.
4. Diagramas de correlação.
5. Histogramas.
7. Folhas de verificação.
Note-se que as ferramentas são meios de auxiliar e procurar melhorias, mas não resolver
os problemas, pois quem resolve problemas são pessoas quando tomam decisões. Na
sequência, analisaremos as sete ferramentas propostas por Karou Ishikawa.
Registro da DI Importador
Parametrização Sistema
A análise de Pareto, também conhecida pela regra 80/20, é muito utilizada na gestão de
estoques ou nas auditorias comerciais. Expressa que 80% dos resultados têm origem em 20%
de causas. Como exemplo, 80% do valor faturado em uma empresa deverão ser resultado de
20% dos clientes dessa empresa, ou que 80% do valor de estoque resultam de 20% dos itens
estocados, ou que 80% dos problemas de qualidade têm origem em 20% de causas. O objetivo
é classificar, em ordem decrescente, os problemas que produzem os maiores efeitos e atacar
as causas que originam esses problemas e, dessa forma, ganhar eficiência na operação.
A 2 C 98 34,27% 34,27%
B 20 G 76 26,57% 60,84%
C 98 → E 55 19,23% 80,07%
D 14 B 20 6,99% 87,06%
E 55 → D 14 4,90% 91,96%
F 4 I 6 2,10% 94,06%
G 76 → K 5 1,75% 95,80%
H 3 F 4 1,40% 97,20%
I 6 → H 3 1,05% 98,25%
J 3 J 3 1,05% 99,30%
K 5 → A 2 0,70% 100,00%
Fonte: do autor.
As primeiras colunas (em laranja) nos mostra uma medida dos defeitos produzidos por
cada fornecedor. Se ordenarmos os defeitos por ordem decrescente, conforme as colunas em
vermelho, e analisarmos a porcentagem dos defeitos de cada fornecedor relativamente ao
total (colunas roxas), chegaremos à conclusão que os fornecedores C, G e E contribuem com
80,07% dos defeitos encontrados (em destaque).
Outras aplicações dessa ferramenta podem ser feitas sempre que se coletem dados, por
um tempo determinado entre as variáveis que se desejam estudar, como é o caso de relações
entre experiência de trabalho do operário e defeitos na operação ou tempo de operação
repetida em determinado equipamento e defeitos nos produtos produzidos no período.
Quando se observam o último dos gráficos da figura 5 podemos dizer que as variáveis
X e Y não estão relacionadas, e por isso não interferem uma com a outra, mas são precisas
técnicas estatísticas adicionais para determinar a causa e o efeito.
Fonte: do autor.
3.5 Histogramas
Histogramas são formas gráficas de apresentação de dados (Figura 6) que têm por
objetivo simplificar a comparação entre vários conjuntos de dados. Em geral apresentam-se
sob a forma de barras verticais paralelas que mostram a evolução de determinados
acontecimentos (representados na barra horizontal), ou seja, a frequência com que
determinado acontecimento ocorre.
Fonte: do autor.
Fonte: do autor.
Outros autores definem outras técnicas de melhoria, como instrumentos que tentam
melhorar algum aspecto do desempenho de uma operação (SLACK et al., 2012) e utilizam
diferentes ferramentas das que analisamos, porém sempre com o objetivo de detectar
problemas, resolvê-los, para melhorar a qualidade dos produtos e, consequentemente, a
satisfação dos consumidores.
Considerações finais
A busca pela qualidade deve ser objetivo de todos os colaboradores de uma empresa.
Somente produtos ou serviços que satisfaçam os consumidores de forma continuada poderão
contribuir para um crescimento sustentável da empresa. Com base na definição de qualidade
atribuída a Juran, a qualidade é atribuída pelos consumidores e não é uma prerrogativa da
empresa. Para mantê-la, a empresa deverá entregar seus produtos com características que
satisfaçam os consumidores.
Para desenvolver essa tarefa, as empresas utilizam ferramentas que são apenas meios
de auxiliar a busca por melhorias, mas não resolvem problemas relacionados a defeitos ou a
modificações de processos. Quem resolve problemas são pessoas, quando tomam decisões
baseadas em diagnósticos resultantes da análise com as ferramentas da qualidade.
Referências
CORRÊA, H. L.; CAON, M. Gestão de Serviços - Lucratividade por meio de operações de
satisfação dos clientes. São Paulo: Atlas, 2009.
SLACK, N. et al. Administração da Produção — Edição Compacta. São Paulo: Atlas, 2012.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2.ed. São Paulo: Atlas,
2002.
Temas
Introdução
1 Conceito de planejamento de vendas e operações (S&OP)
2 Gestão da demanda
3 Processo mensal de planejamento de vendas e operações (S&OP)
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
O alinhamento entre oferta e demanda representa um dos maiores problemas que as
empresas devem solucionar para efetuarem planejamentos de vendas e operações de forma
mais assertiva.
O S&OP inclui:
• plano de produção;
• plano de estoques;
• níveis de serviço;
O S&OP é um processo mensal que envolve tanto a média administração quanto o grupo
de executivos. É realizado em grupos agregados (categorias ou famílias de produtos) e não
em termos detalhados. O S&OP visa comparar o desempenho passado com os planos atuais
de vendas, de produção, de estoques, de atendimento ao cliente e, com isso, entender os
diferenciais existentes para desenvolver (ou atualizar) planos de vendas e de produção.
De acordo com Donato et al. (apud TANAJURA; CABRAL, 2011), planejar a produção de
forma agregada tem o objetivo de interligar os planejamentos a longo e curto prazo. Além
disso, dentro da empresa, o planejamento agregado da produção é o elo entre diversos
setores, como o financeiro, de vendas, produção, marketing e outros.
Planejamento do processo
Longo prazo
Planejamento estratégico
da capacidade
Programação mestra
Planejamento das
necessidades de materiais Programação da mão de
obra semanal e do cliente
Programação de
Curto prazo ordens de produção Programação da mão de
obra diária e do cliente
2 Gestão da demanda
Ao assegurar determinado nível de serviço, a empresa precisa balancear o lead time
acumulado (tempo que demora a produção e a entrega do produto ao cliente) com o customer
order cycle (tempo que o cliente está disposto a esperar pela entrega do produto).
Estoque de matérias-primas
Produção e montagem primária
Estoque intermediário
Produção e montagem
Estoque de produto no centro de distribuição do distribuidor
Estoque em trânsito
Estoque no centro de distribuição do cliente
Customer order cycle (order to cash)
Lead time acumulado
“da compra da matéria-prima até o pagamento”
Entrega para
Tempo que agrega valor (utilidade de tempo, lugar e posse)
o cliente
Estoque
Produto
regional
acabado
Estoque de Em trânsito
matéria-prima
Produção
De um ponto de vista pragmático, não tem como acertar em previsões de demanda. Elas
devem ser interpretadas como tendências, não como certezas. Os gestores devem procurar
estabelecer tolerâncias para as previsões, adaptáveis a cada nível de serviço.
Previsões com base em dados agregados tendem a ser mais acertadas. Entretanto, por
vezes, torna-se necessário prever demanda para determinado produto em um mercado
específico. Quando assim ocorrer, a probabilidade de acerto é menor, e para manter os níveis
de atendimento acordados as empresas deverão constituir estoques.
▫▫ capacidade produtiva;
▫▫ legislação;
▫▫ restrições ao consumo.
Se uma empresa quiser maximizar a receita das vendas, mantendo estável o nível de
produção, deverá adequar seu pacote de valor, de modo que se consigam preços mais
elevados, maximizando:
R=P×Q
Sendo: R – receita das vendas; P – preço; e Q – quantidade demandada.
Z=R–C
Sendo: Z – Margem de lucro; R – receitas; e C – custos.
Se considerarmos que o custo total (C) é composto por um custo variável (c) por unidade
produzida, um custo fixo (F) e um custo opcional (X) que expressa o nível de utilização de um
ou vários instrumentos comerciais (promoções, propaganda etc.) distintos do preço, a função
margem teria a seguinte forma:
Também pode ser diferente a intensidade com que se aplicam promoções ou propaganda
se o objetivo de retorno for a curto ou a médio prazo; a médio prazo deve maximizar-se o
valor presente líquido (VPL) dos benefícios alcançados em cada um dos sucessivos períodos
considerados:
Outras situações que podem afetar a previsão da demanda ocorrem quando a empresa
oferece ao mercado vários produtos da mesma família e não um único. Nesse caso pode se
verificar complementaridade entre as ofertas, induzindo vendas casadas, ou quando existe
interdependência entre demandas de produtos diferentes, causando interdependência entre
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 8
Gestão de Operações e Serviços
Passo 5
Reunião do S&OP
executivo Decisões de
plano de ação
aprovado
Passo 4
Reunião do pré-S&OP
Recomendações
e pauta para
o S&OP
executivo
Passo 3
Fase de planejamento
de suprimentos
Limitações de
capacidade
Passo 2
Fase de planejamento
de demanda
Previsões da
gerência
Passo 1
Execução dos relatórios
das previsões de venda Previsões
estatísticas
Planilhas de
Final do mês
vendas externas
De acordo com Wallace (2001, p. 53), os temas discutidos nesse processo são:
• atualizar a previsão de vendas;
• comunicar essa informação para a alta gerência com tempo suficiente para ela revisar
antes da reunião executiva do S&OP.
Normalmente esta etapa ocorre no começo do mês quando são analisados os resultados
do mês anterior – vendas, estoques, produção, pedidos de compra não satisfeitos etc. Com
base nessas informações o departamento de marketing efetuará propostas para eventuais
correções em volumes de venda, e a produção poderá propor alterações nos percentuais
relativos de produção de produtos.
Nesta fase compara-se o novo plano de operações para cada família de produtos com
as necessidades de suprimentos; devem ser analisadas mudanças de estoque e pedidos de
clientes pendentes de entrega; o resultado dessa análise poderá levar a correções no plano
de operações se não for viável atender a demanda por questões operacionais ou de alocação
de recursos; nesse caso essas questões deverão ser levadas à reunião de preparação do S&OP
executivo.
Esta reunião envolvendo todas as funcionalidades da empresa tem como finalidade tomar
decisões sobre o balanceamento entre a demanda e a oferta, rever os planos apresentados
para cada família de produto, atualizar a visão financeira do negócio, as mudanças nas
necessidades de recursos, resolver questões levantadas nas reuniões anteriores e identificar
questões que serão discutidas na reunião executiva do S&OP.
Reunião mensal com todos os executivos seniores do negócio que tem a finalidade de
decidir e aprovar, quando for o caso, os planos de operações de cada família de produto;
de autorizar mudanças em fluxos de produção ou em aquisições sempre que envolvidos
custos significativos; analisar o impacto no plano de negócios das alterações produzidas pelo
S&OP; resolver impasses não solucionados pelo grupo de preparação do S&OP e rever o
desempenho do negócio e o serviço ao cliente.
Considerações finais
Nesta unidade foram analisados os procedimentos necessários ao alinhamento da oferta
das empresas com a demanda dos mercados. A dificuldade em conseguir esse alinhamento
resulta principalmente das ininterruptas variações da demanda causadas, sobretudo, por
fatores exógenos à empresa, e esta deve responder em tempo hábil a essas modificações
sem diminuir a rentabilidade.
O processo de S&OP oferece uma resposta que atenua os reflexos das variações da
demanda na rentabilidade empresarial, pois de uma forma sistemática, hierárquica e analítica,
localiza problemas e propõe soluções que, sendo aprovadas pela alta administração, são
facilmente implementadas, uma vez que toda a hierarquia contribuiu para a localização do
problema e sua respectiva solução.
Referências
CHASE, R. B.; JACOBS, F. R.; AQUILANO, N. J. Administração da Produção e Operações. 11.ed.
São Paulo: Mc Graw Hill, 2006.
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de Suprimentos. 4.ed. São Paulo: Pearson, 2011.
WALLACE, T. F. Planejamento de Vendas e Operações (S&OP) - Guia Prático. São Paulo: IMAM,
2001.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 11
Gestão de Operações e Serviços
Aula 09
Planejamento, Programação e Controle de Produção (PPCP)
Objetivos Específicos
• Definir o conceito de PPCP e relacioná-lo com a programação de equipamentos,
força de trabalho, recebimento de insumos e entrega a cliente.
Temas
Introdução
1 Planejamento, programação e controle da produção (PPCP)
2 Planejamento agregado
3 Plano mestre de produção
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
Nesta aula será analisado o processo de planejamento, programação e controle da produção
(PPCP), ou seja, a forma como é planejada e controlada a produção e, consequentemente,
como são programados equipamentos, força de trabalho, recebimento de insumos e entrega
a cliente. Será estudado como o planejamento agregado integra o planejamento de vendas e
operações e, também, a programação das operações. Além disso, analisaremos a montagem
de um planejamento agregado (com dados agregados) e a dinâmica da programação mestre
de produção.
• Controle — Lida com variáveis que alteram o rumo das ações expressas pelo
planejamento. Os planos são baseados em expectativas, e quando as operações
tentam implementar ações, as coisas nem sempre acontecem como o esperado, pois
novas variáveis interferem no andamento dos processos. Controle é o processo de
lidar com essas variáveis (SLACK, et al., 2002, p. 232).
Planejamento
agregado de
operações
Componentes e
Curto Sem. 1 Sem. 2 Semana 4
recursos de inércia MRP/Capacidade
prazo pequena
Operação e Programação e
Curtíssimo Segunda Terça Sexta
alocação detalhada Controle
prazo de recursos
Nota: Inércia tem a ver com a demora de uma decisão para causar efeito (por exemplo: uma decisão de inércia longa é a
expansão de produção por abertura de uma nova planta).
As atividades são:
2 Planejamento agregado
O planejamento agregado de vendas e operações é o elo entre a capacidade máxima
produtiva de determinada unidade e a programação e o controle de produção e operações.
O mercado demanda determinada quantidade (X), a fábrica tem atualmente a capacidade de
produção de Y, o planejamento agregado balanceia a demanda com a produção, otimizando
recursos produtivos de forma a diminuir custos e atender a demanda.
• Previsão da demanda.
• Relação das ações que serão utilizadas para influenciar a demanda (propaganda,
promoções, época para lançamento de novos produtos ou produtos complementares)
e níveis de produção (contratação e demissão de funcionário, utilização de horas
extras ou redução de jornadas de trabalho; subcontratação).
erro”, que, embora não conduzindo a uma solução ótima, compara de forma simplificada os
custos de várias estratégias utilizadas na formação do planejamento agregado.
• Nivelamento da força de trabalho pela média — Neste caso a mão de obra mantém-
se constante e aceitam-se excessos de estoque em períodos de demanda fraca, e
falta de estoque em épocas de elevada demanda
8. Optar por duas ou mais estratégias e estabelecer planos para cada uma.
2.1.1 Exercício
A empresa Jota & Co. Ltda. fabrica camisetas de algodão de várias cores e pretende
realizar um plano de produção agregada para os próximos seis meses. A empresa tem
A empresa pretende que ao longo dos seis meses o estoque seja mantido em quantidade
aproximada à do existente (5.000 unidades). Pretende-se identificar a estratégia mais favorável
(com menores custos) que deverá ser adotada pela empresa.
Fonte: do autor.
Fonte: do autor.
Fonte: do autor.
Pela comparação dos resultados obtidos pela aplicação das três opções estratégicas concluímos
que a mais vantajosa (menor custo total) é a estratégia da força de trabalho pela média.
O PMP utiliza um registro básico (ou matriz), como o proposto por Corrêa e Corrêa (2012),
apresentado na Tabela 4, que serve de suporte informacional à tomada de decisão, no que
se refere à quantidade de produtos acabados e qual o período de produção. O período de
produção será tão longo como a inércia das decisões da operação em análise. Observe a tabela.
1º 2º 3º 4º 5º 6º
Item (nome) Atraso
período período período período período período
atividades que deveriam ter ocorrido no período atual (época referente à coluna 1) e ainda
não ocorreram são inscritas em atraso.
Considerações finais
Planejar atividades é importante para qualquer empresa independentemente do setor
da economia em que está inserida. O planejamento feito de forma agregada permite que a
empresa tenha uma visão sistêmica de todo o processo, pois requer informações de todas as
funções. Permite à empresa alinhar a capacidade produtiva com as demandas do mercado.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 10
Gestão de Operações e Serviços
Referências
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços
uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.
SLACK, N. et al. Adminitração da Produção — Edição compacta. São Paulo: Atlas, 2012.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2.ed. São Paulo: Atlas,
2002.
SOUSA, J. M. Gestão — Técnicas e estratégias no contexto brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009.
Objetivos Específicos
• Calcular as necessidades de materiais para a demanda dependente.
Temas
Introdução
1 Alcance do planejamento de necessidades de material (MRP)
2 Formulação do planejamento de necessidades de material (MRP)
3 Dinâmica do processamento do planejamento de necessidades de material (MRP)
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
A disponibilização de insumos e componentes que alimentam determinada produção
não é instantânea e, como tal, deve ser prevista para possibilitar a continuidade da produção.
As atuais cadeias de abastecimento têm configurações mais complexas, e insumos e
componentes fazem longas viagens antes de estarem à disposição das produções.
Nesta aula, serão analisados os componentes do MRP e a forma como o sistema pode
ser utilizado para garantir abastecimento continuado às linhas de produção, sem diminuição
da rentabilidade da operação.
• Pedidos feitos por clientes habituais da empresa, com datas de entrega determinadas
por meio de vendedores; neste caso para determinar a demanda somam-se as
quantidades de todos os pedidos.
A formulação mais simples da estrutura do produto pode ser representada por uma
árvore com vários níveis (Figura 1).
Fonte: do autor.
O significado dessa representação é que para se produzir uma unidade do produto final
A, são necessárias duas unidades da componente B e mais quatro unidades de C. Para se
produzirem duas unidades de B, são necessárias uma unidade de D e cinco unidades de E, e
assim sucessivamente. A estrutura de produto especifica o número de unidades necessário
para produzir uma unidade de seu produto acabado imediato.
• Item comprado — Item que não possui componentes, pois tem origem em um
fornecedor.
Todos os itens (exceto o item final) são componentes, pois são necessários à produção
de um produto acabado. Um componente pode incluir mais do que um produto acabado.
Controle Semana
Descrição: de balanço 1 2 3 4 5 6 7 8
Recebimentos
250 0 0 0 0 0 0 0
programados
Estoque projetado
50 150 0 0 0 100 200 0 0
disponível
Recebimentos
250 250
planejados
Liberação de pedidos
250 250
planejada
Fonte: do autor.
Neste caso o estoque de segurança é zero. E os pedidos são feitos com duas semanas de
antecipação.
Estoque Estoque
Necessidades Recebimentos Recebimentos
projetado projetado Estoque de
disponível = disponível _ brutas + programados + planejados − segurança
(t-1) (t-1) (t-1)
(t) (t-1)
Controle Semana
Descrição: de balanço 1 2 3 4 5 6 7 8
Recebimentos
250 0 0 0 0 0 0 0
programados
Estoque projetado
50 150 0 250 250 350 250 100 100
disponível
Recebimentos
250 250 250
planejados
Liberação de pedidos
250 250 250
planejada
Fonte: do autor.
Normalmente é necessário conhecer o lead time para cada produto que determina a
liberação de pedidos e os prazos de montagem de cada operação.
3.1 Exemplo
Uma indústria fabrica mesas para a sala de aula, composta de um tampo superior; duas
colunas metálicas laterais em forma de T invertido (tronco) e quatro sapatas (ponteiras)
plásticas que cobrem as extremidades das bases na ponta de cada tronco.
Fonte: do autor.
A seguir, preencheremos uma tabela MRP a cada um dos itens que compõem a mesa.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Fonte: do autor.
Para as mesas estarem prontas no início das semanas 8 e 11, é necessário começar a
montagem uma semana antes; os tampos, duas semanas antes da entrega; a fabricação do
tronco, duas semanas antes do início da montagem; e a aquisição dos suportes, três semanas
antes do início da montagem.
Tamanho do lote:
Item: Mesa
Prazo de entrega: uma semanas
Semana
Descrição:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Estoque projetado
50 0
disponível
Recebimentos
0 0
programados
Necessidades
450 1000
líquidas
Liberação de pedidos
450 1000
planejada
Fonte: do autor.
Tamanho do lote:
Item: Tampo
Prazo de entrega: uma semanas
Semana
Descrição:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Estoque projetado
200 0
disponível
Recebimentos
0 0
programados
Necessidades
250 1000
líquidas
Liberação de pedidos
250 1000
planejada
Fonte: do autor.
Tamanho do lote:
Item: Tronco
Prazo de entrega: duas semanas
Semana
Descrição:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Estoque projetado
150 0
disponível
Recebimentos
0 0
programados
Necessidades
750 2000
líquidas
Liberação de pedidos
750 2000
planejada
Fonte: do autor.
Tamanho do lote:
Item: Suportes
Prazo de entrega: três semanas
Semana
Descrição:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Estoque projetado
1200 0
disponível
Recebimentos
0 0
programados
Necessidades
600 4000
líquidas
Liberação de pedidos
600 4000
planejada
Fonte: do autor.
Considerações finais
A demanda dependente de componentes, sobretudo, nas linhas de produção que pode
ser calculada a partir de previsões ou simplesmente quantificada quando se trata de abastecer
linhas de montagem de fluxos contínuos.
Nas operações com MRP são elementos necessários o registro de estoque e o plano
mestre de produção. O registro de estoque fornece as informações básicas para a formulação
do MRP que, por sua vez, controla os estoques dos componentes e faz a programação para
garantir a disponibilidade na hora certa.
Referências
CHASE, R. B.; JACOBS, F. R.; AQUILANO, N. J. Administração da Produção e Operações. 11.ed.
São Paulo: Mc Graw Hill, 2006.
Temas
Introdução
1 Conceito de capacidade
2 Planejamento da capacidade
3 Teoria das restrições
4 Desempenho de processos
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
As empresas têm capacidade limitada de produção. O aproveitamento racional da
capacidade é um fator essencial para se conseguir maximizar a rentabilidade das operações.
Nesta aula, identificaremos as medidas de capacidade produtiva e, com base na teoria das
restrições, estudaremos as formas de compatibilizar rentabilidade com despesas operacionais
e estoques que maximizam o desempenho das operações.
1 Conceito de capacidade
A quantidade de produtos ou de serviços oferecidos pelas empresas tem um limite
normalmente imposto pela capacidade de produção dos equipamentos disponíveis ou pelo
número de funcionários envolvidos na execução dos serviços.
Capacidade produtiva é o volume máximo potencial de agregação de valor que pode ser
atingido por uma unidade produtiva, em condições normais de operação (CORRÊA; CORRÊA,
2012, p. 419).
5h
Utilização = = 62,5 %
8h
5 metros
Eficiência = = 75%
8 metros
• prazo para entrega por completo da encomenda do cliente (order fulfillment time) ou
2 Planejamento da capacidade
A capacidade de uma empresa deve estar alinhada à demanda e, por isso, deve ser
planejada e controlada, pois sendo a demanda dinâmica, a capacidade demora, por inércia
das decisões, a adaptar-se às novas demandas.
Quando a empresa prevê que a longo prazo a demanda crescerá, tem mais tempo para
se estruturar e poderá aumentar sua capacidade de duas formas:
Essas opções não dependem somente da vontade da empresa, mas também do tipo
de atividade. Para uma siderúrgica aumentar a capacidade, poderá ter de investir num alto
forno; já uma empresa de segurança de condomínios poderá incrementar suas operações
admitindo funcionários de acordo com o aumento da demanda.
• Acompanhar a demanda mês a mês. Neste caso a produção deve alterar-se e duas
situações1 podem ocorrer:
• Produzir bloco a bloco. Esta é uma opção tática intermediária em que a empresa
procura manter o nível médio de produção verificada no passado. Nesse caso diminui
a dependência da empresa das oscilações da demanda, mas pode não ter quantidade
suficiente para satisfazer a demanda.
desempenho seria otimizado. No entanto, essa empresa deveria garantir que todos os seus
departamentos assimilassem esse incremento de forma quase imediata e prover treinamento
a seus funcionários simultaneamente e de acordo com aumento da capacidade, de forma a
garantir o mesmo nível de serviço, o que nem sempre é viável.
Também é possível que empresas sujeitas a variações sazonais de demanda (por exemplo:
fabricante de sorvetes ou de ovos de páscoa) devam ajustar taticamente suas capacidades
para poderem atender picos nas demandas.
• Custos — que serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda. Níveis de
capacidade excedente da demanda podem significar subutilização de capacidade e,
portanto, alto custo unitário.
• Receitas — que também serão afetadas pelo equilíbrio entre capacidade e demanda,
mas de uma maneira oposta, ou seja, níveis de capacidade iguais ou superiores à
demanda em qualquer momento assegurarão que toda a demanda seja atendida e
não haja perda de receitas.
• Capital de giro — será afetado se uma operação decidir produzir estoque de bens
acabados antecipando-se à demanda.
Fica claro que as decisões sobre alterações da capacidade devem estar atentas aos
custos que originam, mas não devem deixar de obedecer a critérios estratégicos que reflitam
a forma como a empresa compete no mercado.
• Q = quantidade vendida
• Pv = preço de venda
• R = receita
CF
Pequil × Pv=CF + (Pequil × Cmarg) → Pequil =
Pv - Cmarg
4 Uma hora perdida em um gargalo é uma hora perdida para o sistema inteiro.
7 O lote de transferência pode não ser — e muitas vezes não deve ser — igual ao lote processado.
8 Um lote de processo deve ser variável tanto em sua rota quanto no tempo.
Prioridades só podem ser definidas por meio de exame das restrições do sistema. O lead time é um
9 derivativo do planejamento.
Fonte: CHASE et al. (2006), p. 521.
dentifique as restrições do sistema. (Nenhuma melhoria é possível a menos que seja determinada a
1
restrição ou o elo mais fraco.)
2 Decida como explorar as restrições do sistema. (Torne as restrições as mais eficazes possíveis.)
Subordine tudo mais a essa decisão. (Alinhe todas as outras partes do sistema para dar suporte às
3 restrições mesmo que isso reduza a eficiência dos recursos sem restrições.)
Melhore as restrições do sistema. (Se a produção continuar inadequada, adquira mais desse recurso
4
para que não seja mais uma restrição.)
Se, nos passos anteriores, as restrições foram eliminadas, volte ao passo 1, mas não deixe a inércia
tornar-se restrição do sistema. (Quando o problema dessa restrição for resolvido, volte ao primeiro
5
passo e comece de novo. Este é um processo de melhoria contínua: identificar restrições, eliminá-las e
então identificar novas restrições resultantes.)
3.1 Exemplo
As restrições (gargalos) devem ser identificadas e programadas para se obter a máxima
produção (Figura 1).
Restrição
Fonte: do autor.
4 Desempenho de processos
A medição do desempenho empresarial pode ser efetuada por medidas financeiras
(lucro líquido, retorno sobre investimento, fluxo de caixa) ou por medidas operacionais
(CHASE, 2006, p. 522):
Medidas operacionais
• Ganho (Throughput) — Forma como o sistema gera dinheiro pelas vendas; produzir
para estoque não gera dinheiro para a empresa.
• Inventário — Investimento que o sistema fez comprando coisas que pretende vender
e que pode ter origem em aquisições de equipamentos ou edifícios ou em estoques
(matérias-primas), estoque em produção (work in process — WIP) e produtos
acabados (finished goods — FG).W
A TOC está atenta às medidas financeiras que se refletem no objetivo da empresa (fazer
dinheiro agora e no futuro), pois trabalha a forma como as medidas operacionais alimentam
as variáveis financeiras.
4.1 Exemplo
Como as variações de ganho, inventário e despesas operacionais se refletem nos aspectos
financeiros, lucro líquido, retorno sobre investimentos e fluxo de caixa?
Sendo:
• G (ganho)
• I (inventário)
• DO (despesas operacionais)
• LL (lucro líquido)
• FC (fluxo de caixa)
Temos:
Fonte: do autor.
O gargalo é o melhor ponto para controlar o sistema, pois sendo um recurso que não tem
capacidade para atender a demanda, trabalha o tempo todo. Uma razão para usá-lo como
ponto de controle, é garantir que a operação não produza em excesso estoque, que não pode
ser processado pelo gargalo (Figura 1).
Considerações finais
A capacidade de uma empresa deve estar alinhada à demanda e por isso requer, não
somente um planejamento, mas também deve ser controlada para garantir a maximização
dos outputs das operações. No entanto, todas as empresas têm restrições (gargalos) em seu
funcionamento. O balanceamento de todos os processos empresariais, embora seja difícil de
conseguir, deve ser monitorado para melhorar o desempenho global.
Referências
CHASE, R. B.; JACOBS, F. R.; AQUILANO, N. J. Administração da Produção e Operações. 11.ed.
São Paulo: Mc Graw Hill, 2006.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2.ed. São Paulo: Atlas,
2002.
Temas
Introdução
1 Importância da gestão de estoques
2 Gestão estratégica de estoques
3 Administração das filas em serviços
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
Nesta aula serão tratados os aspectos relacionados com a gestão de estoques nas
empresas. É dada relevância à forma como os estoques influenciam na rentabilidade das
empresas. Serão detalhados os tipos de estoque e o impacto de sua posse na estrutura de
custos. Finalmente analisaremos os sistemas de filas para determinar processos de avaliação
de desempenho em serviços.
• Estoques reduzidos são pressionados pelos juros do capital neles investidos, pelo
custo de oportunidade que redireciona investimento de estoque para determinado
equipamento de custos de armazenagem e de custo de seguro e perdas por
obsolescência.
A situação mais cômoda para qualquer empresa é a prática de sistemas de just in time
(JIT), pois nesse caso não existe acúmulo de estoques nas linhas de produção. Se o JIT for
complementado por um processo de produção puxada (primeiro vende-se e depois fabrica-
se), o nível geral de estoques — produtos intermediários e acabados — reduz-se ao fluxo dos
materiais em produção e distribuição de produtos acabados.
Mas a situação descrita não é real, pois com a dispersão geográfica das cadeias de
valor, insumos e componentes devem cumprir longos trajetos para chegarem às linhas de
montagem, e mesmo os produtos acabados raramente são comercializados na região onde
são manufaturados e, como tal, são armazenados até serem despachados para os mercados
de destino.
Não importa o que está sendo armazenado como estoque ou onde ele está posicionado
na operação; ele sempre existirá porque há uma diferença de ritmo ou de taxa entre
fornecimento e demanda (SLACK, et al., 2012, p. 279).
Fonte: do autor.
Fonte: do autor.
Nota:
1 – Emissão do pedido.
2 – Preparação do pedido.
3 – Transporte, desde fornecedor até recebimento.
Fonte: do autor.
Para diminuir o ciclo do pedido devem-se obter melhores previsões de demanda, utilizar
fornecedores locais e, sobretudo, assegurar a confiabilidade das empresas fornecedoras.
Sempre que viável a empresa deve compartilhar dados com fornecedores possibilitando a
programação mais correta de fornecimentos e diminuindo os estoques de segurança.
Por exemplo, uma universidade possui 100 aparelhos de data show que são utilizados
diariamente pelos professores. Se os aparelhos necessitarem, em média, de uma reposição
de dez lâmpadas por mês, com um custo médio de R$ 500,00 por lâmpada, seriam
contabilizadas 120 lâmpadas por ano. Nesse caso, a universidade pode, conscientemente,
manter um estoque de 3 lâmpadas e realizar o reabastecimento quando restar somente uma
lâmpada, pois se esse estoque for zerado, sabe-se que alguns professores ministrarão sua
aula sem data show e, portanto, teriam uma redução na qualidade do aprendizado. Assim, a
universidade pode canalizar o capital de giro na substituição de lâmpadas para outros itens
que serão mais estratégicos para a operação.
• Classe A — Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma
atenção especial.
• Classe C — Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por
parte da administração.
Fonte: do autor.
Fonte: do autor.
Fonte: do autor.
Assim, considerando:
Podemos deduzir que o custo de manutenção — Ce — inclui (SLACK et al., 2012, p. 287):
• Custos de armazenagem.
Ou seja:
Ou seja:
D
Custos do pedido = custo de pedido × número de pedidos por período= Cp ×
Q
Q D
Ct = Ce x + Cp x
2 Q
2Cp D
LEC=
Ce
2x 80.000 x 50
LEC = = 2.582 unidades
1,2
Nota:
Fonte: do autor.
• O acúmulo de pessoas numa fila pode exercer pressão para diminuir o tempo de
atendimento.
• Diminui a ansiedade do cliente, pois não tem como comparar a velocidade das filas.
• Tempo médio de espera dos clientes na fila (Wq), ou seja, o período médio entre a
chegada à fila e o início da prestação do serviço.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 11
Gestão de Operações e Serviços
• Tempo médio de espera dos clientes no sistema1 (Ws), ou seja, o período médio de
tempo desde a chegada à fila até ao abandono do sistema, já atendido.
• Probabilidade de o sistema estar ocioso (PO), ou seja, não existir qualquer cliente a
aguardar na fila nem a ser atendido em qualquer um dos servidores disponíveis.
A teoria das filas procura balancear os custos de capacidade produtiva com os custos de
espera nas filas. Os parâmetros descritos fornecem elementos de suporte à tomada de decisão
e permitem construir modelos matemáticos (probabilísticos) — que serão apresentados
adiante — que facilitam o gerenciamento de filas em serviços.
Uma relação de 70% entre o custo do sistema e o custo na espera na fila é considerada
uma boa relação de ocupação da capacidade da empresa (CARVALHO; CRESPO, 2012, p. 368).
1 Os clientes do sistema são todos os que estão na fila mais os que estão a receber o serviço nos servidores.
Neste caso, é necessário que o sistema modelado tenha distribuições adequadas aos
pressupostos assumidos. Embora existam muitos modelos que procuram explicar situações
específicas, a teoria das filas é restritiva demais (CORRÊA; CAON, 2009, p. 347).
2 A distribuição de Poisson pode ser usada para modelar o número de ocorrências de um evento por certo período de tempo e quando as
ocorrências são independentes umas das outras. Para maior informação sobre a distribuição de Poisson consultar o site: <http://leg.ufpr.
br/~silvia/CE701/node35.html>. Acesso em: mai./2014
Considerações finais
O nível de serviço aos clientes e a rentabilidade empresarial são dois aspectos que
condicionam a gestão de operações e são motivo de divergência em processos decisórios nas
empresas. Nesta aula foi analisado o impacto dos estoques na rentabilidade das empresas e
identificadas algumas possíveis soluções de otimização de estoques que conciliam nível de
serviço ao cliente com rentabilidade empresarial.
Referências
CARVALHO; CRESPO, J. Logística e Gestão da Cadeia de Abastecimento. Lisboa: Sílabo, 2012.
CORRÊA, H. L.; CAON, M. Gestão de Serviços - Lucratividade por meio de operações de satisfação
dos clientes. São Paulo: Atlas, 2009.
SLACK, N. et al. Adminitração da Produção - Edição Compacta. São Paulo: Atlas, 2012.
Temas
Introdução
1 Importância do estudo da localização
2 Metodologias de avaliação de alternativas de localização
3 Planejamento do arranjo físico
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
A globalização das economias impacta na crescente liberalização dos mercados e provoca
a deslocalização1 das empresas, contribuindo para uma maior interligação das operações de
manufatura, alavancando o desenvolvimento das cadeias globais de valor.
3. Qualidade de vida.
Pela graduação dos fatores, verifica-se que as empresas valorizam, nos primeiros lugares,
localidades que proporcionem um clima de trabalho favorável a seus funcionários, qualidade
de vida e proximidade dos mercados, e com menor prioridade outros fatores quantitativos,
como proximidade (custo de transporte) de fornecedores, de recursos e da matriz, impostos
e custos de imóveis.
1 Deslocalização é a decisão de uma empresa de transferir, total ou parcialmente, suas capacidades de produção para outro país.
Uma expansão na nova área, quando possível, pode reduzir custos na administração e
condução das operações internas. No entanto, a empresa que “alarga” suas instalações tem
tendência a não dimensionar corretamente os processos existentes, o que pode originar uma
deseconomia de escala2.
Para a empresa se decidir qual será a nova localização entre inúmeras possibilidades, há
algumas metodologias que podem auxiliar esse processo (MOREIRA, 2013, p. 163 – 167). São elas:
1. Ponderação qualitativa.
3. Análise dimensional.
4. Centro de gravidade.
Para aplicar essa metodologia, efetua-se um trade-off3 dos fatores que a empresa
considera importantes para o setor de atividade na qual está inserida. Observe a Tabela 1.
3 Trade-off é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ela se caracteriza em uma ação econômica que visa à
resolução de problema, mas acarreta outro, obrigando uma escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço para se obter outro
bem ou serviço distinto (WIKIPEDIA, s/d.).
Atribui-se uma nota a cada fator de acordo com cada localidade. Por exemplo, no
quesito instituições de ensino, se o setor de atividade for desenvolvimento de softwares,
uma localidade com maior número de instituições de ensino em cursos de computação e
informática terá maior nota que outra com poucos cursos na área. Normalmente, a empresa
considera um número ideal (por exemplo, cinco cursos de computação e informática a que
atribuiria a nota 10) e classifica as localidades de acordo com o número de cursos (uma
localidade onde existam dois cursos teria a nota 4, ou seja 2/5 de 10).
As somas dos fatores ponderados pelos pesos são comparadas entre as localidades
analisadas em alternativa. A localidade que apresentar o maior valor é a localidade eleita
como a indicada por essa metodologia de análise.
Por exemplo, duas empresas produzem água engarrafada, sendo uma localizada no
estado do Mato Grosso (MT) e outra no interior do estado de São Paulo (SP). Para vender
o produto na cidade de São Paulo (capital), as empresas terão custos diferentes. O mesmo
raciocínio pode ser aplicado em salários, custo de energia, impostos municipais etc.
2.2.1 Exemplo
Uma empresa pretende instalar uma fábrica de bicicletas que produzirá 100.000 unidades
por ano e, alternativamente, estuda duas localizações: cidade de Mirassol e de Ribeirão Pires.
Utilizando a fórmula:
CF
q=
PV-CVun
Em que:
• q – Ponto de equilíbrio
• CF – Custo fixo
Têm-se:
1.760.000
q (Mirassol)= =11.000
480-320
1.400.000
q (Ribeirão Pires)= =10.000
480-340
4. Comparação de cada fator para as duas localidades em análise, por meio de uma fração:
CM1,2= ( 16
24
) 2
× (
40 3
48
) × (
24 1
16
) × (
5 3
2
) 4 4 6 3
x ( ) x ( )
3 4
= 63,90
300
200
Ordenada
100
83
319 50 km
100 200 300 400 500
Abscissa
Fábrica Fábrica Entreposto
Fluxo em (1.000)
Local Abscissa Ordenada
toneladas
São Paulo 270 20 150
São José do Rio Preto 80 250 50
Poços de Caldas 280 190 20
Rio de janeiro 570 70 80
Fonte: do autor.
No exemplo apresentado:
(270×150)+(80×50)+(280×20)+(570×80)
Cx= =319
150+50+20+80
(20×150)+(250x50)+(190×20)+(70×80)
Cy= =83
150+50+20+80
As opções de localização também são influenciadas por outros fatores, tais como:
Além de Reilly, outros autores, como Converse e Huff, indicam como principal fator de
atratividade de uma loja a superfície de venda (MATTAR, 2011, p. 253), o que nos leva a
deduzir que se várias lojas semelhantes estiverem no mesmo espaço territorial, o poder de
atratividade aumenta, pois aumenta a área de implantação da zona comercial.
São três os motivos que tornam importantes as decisões sobre mudanças em arranjos
físicos (MOREIRA, 2013, p. 239):
2. Uma mudança de layout pode envolver elevadas despesas, reverter a decisão ainda pode
ser mais oneroso para a empresa.
Qualquer decisão sobre arranjo físico deve obedecer a um planejamento rigoroso, pois
pode ter grande impacto, positivo ou negativo, na produtividade da empresa.
• por processo;
• por produto;
• celular.
Nos arranjos físicos por processo, as estações de trabalho agrupam recursos com função
similar e os recursos são organizados em torno dos processos. Este é o tipo de planejamento
específico de trabalho em lotes, como, por exemplo, em oficinas mecânicas em que os
serviços de mecânica estão agrupados em determinados processos: mecânica, eletricidade,
chaparia etc.
Nesse tipo de layout, segue-se a lógica das etapas que agregam valor ao produto. É
utilizada para grandes fluxos de produção, com processos similares de fabricação. Como
exemplo, as linhas de montagem de veículos ou indústrias pesadas, como petroquímicas.
Nesse tipo de arranjo físico, observa-se um nível de conexão entre as diferentes etapas
do processo de agregação de valor (CORRÊA; CORRÊA, 2012, p. 404); essa conexão atinge seu
valor máximo em processos de fluxo contínuo, como no caso de uma petroquímica.
O arranjo celular agrupa recursos não similares, mas que consigam processar um grupo
de itens que requeiram similares etapas de processamento (CORRÊA; CORRÊA, 2012, p. 407).
Vamos a um exemplo:
Fábrica de camisetas polo. Se a fábrica produzir cinco modelos diferentes, podem ser
constituídas cinco células que confeccionam em máquinas diferentes um dos cinco modelos de
camiseta. Nesse caso, se algum modelo de camiseta tiver um bordado, poderá ser executado
em outra estação de trabalho.
A implantação de arranjos físicos tem como objetivo a disposição dos equipamentos das
estações ou centros de trabalho nas unidades produtivas. Deve permitir flexibilidade para
poder acompanhar eventuais alterações de produção e, sobretudo, quando novos produtos
são lançados ou quando novos equipamentos são disponibilizados, ou quando existe a
possibilidade de automação das operações.
Considerações finais
A estratégia de localização é um dos aspectos mais importantes no processo decisório
de qualquer empresa. É uma decisão de elevado risco e como tal deve obedecer a um
planejamento rigoroso. São vários os modelos utilizados que subsidiam informações para
processos de tomada de decisão sobre localização.
Uma decisão sobre localização deve ser baseada em informações obtidas por mais de
um modelo de localização. Por outro lado, empresas distintas baseiam decisões em fatores
diferenciados, pois o que é importante para uma empresa pode não ser para outra.
Nesta aula também estudamos alguns tipos de arranjos físicos que normalmente as
empresas utilizam em seus processos produtivos.
Referências
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços
uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.
GOOGLE MAPS. Mapa dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Disponível em:
https://www.google.com.br/maps/@-21.3701216,-46.0995411,7z. s/d. Acesso em 05 jun. 2014.
MOREIRA, D. Administração da Produção e Operações. 2.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
Temas
Introdução
1 Processo de controle e avaliação de resultados
2 Controle estatístico da qualidade
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
O processo de controle e avaliação de resultados é parte do processo de gestão
estratégica que visa manter a empresa focada em seus objetivos estratégicos e é uma das
responsabilidades da alta direção das empresas.
• Influenciar comportamentos nas pessoas para que as operações sejam mais facilmente
alinhadas à estratégia pretendida pela empresa.
Os KPIs são formas quantificáveis de avaliar se uma empresa usa seus recursos de forma
proveitosa (CHASE, et al., 2006, p. 39). Uma vez que a gestão de operações foca no melhor
uso dos recursos disponíveis para uma empresa, a medição da produtividade – definida como
a medida que reflete a forma como as empresas estão usando seus recursos – é fundamental
para se entender o desempenho relacionado às operações.
Dessa forma, o desempenho de uma empresa pode ser analisado pela capacidade que
ela tem em atingir objetivos internos e externos (JOHNSON, et al., 2005). Por isso, as medições
de desempenho devem medir os seguintes aspectos:
• O que não está funcionando bem e o que se pode fazer ou se está fazendo a esse
respeito.
• O que é diferente por comparação com o que existia quando se planejou para adaptar-
se ao novo entorno.
• Quantifica operações e processos que, dessa forma, são mais bem entendidos.
Sem medir o desempenho, não há como gerenciar o dia a dia das atividades, nem
controlar globalmente os resultados dos esforços e a razão de ser da empresa.
Por outro lado, um propósito importante de qualquer sistema de mensuração deve ser:
motivar todos os executivos e os funcionários a implementarem, com sucesso, a estratégia
de sua unidade de negócios.
Kaplan e Norton (1997) definem o BSC como uma ferramenta de gestão que procura
dar uma visão global e integrada do desempenho organizacional de acordo com a
perspectiva financeira, como tradicionalmente era medido, e incluiu três novas perspectivas
não financeiras, relacionadas a fatores intangíveis considerados essenciais para um bom
desempenho futuro. As perspectivas propostas no BSC são:
Os indicadores (KPI) devem medir tanto os fatores críticos de sucesso na cadeia de valor até
ao cliente quanto a experiência e o clima laboral (índice de satisfação) dos recursos humanos.
O BSC é uma metodologia utilizada para iniciar e gerenciar mudanças culturais dentro
da organização que comunica a estratégia de maneira sistemática e consistente e cria um
alinhamento da estratégia a longo prazo da empresa com ações a curto prazo e para isso:
Classificação e tradução
da visão e da estratégia:
Clarificando a visão
Construindo consensos
Planejamento e afetação
de recursos:
Fixar metas
Alinhar iniciativas
estratégicas
Alocar recursos
Estabelecer prazos
As quatro perspectivas contribuem para ligar os objetivos estratégicos a longo prazo com
as ações a curto prazo. No nível operacional, uma transposição correta da visão e da estratégia
por meio de uma sequência de relações de causa e efeito entre resultados e indicadores de
desempenho clarifica ações e impulsiona o desenvolvimento da empresa.
As empresas devem ter a capacidade de gerar valor aos clientes, utilizando técnicas
e metodologias que controlem processos e produtos de forma a assegurar a entrega de
produtos com a qualidade exigida pelos consumidores.
• Os atributos são visíveis, mas podem não ser mensuráveis, como cor, tipo de textura etc.
O controle estatístico da qualidade atua sobre amostras e pode ser realizado de duas formas:
• Controle em lotes — Com base num lote de produtos retira-se uma amostra e
certifica-se se corresponde às especificações ou se é inadequada.
1. Controle de variáveis — Quando se pretende que uma peça tenha dimensões com
tolerâncias determinadas; por exemplo, uma tolerância de 0,5 mm em uma peça com
100 mm de comprimento. Nesse caso, qualquer peça fora do intervalo entre 99,5 e
100,5 mm seria rejeitada.
3. Controle do número de defeitos por peça — Quando se pretende que cada unidade
produzida apresente certo número aceitável de defeitos.
2. Inspeção dupla – É executada com base em duas amostras. Se a primeira amostra a ser
analisada exceder o número de defeitos máximo permitido, o lote será imediatamente
rejeitado. Caso contrário, procede-se a análise da segunda amostra que, de acordo
com o número de defeitos encontrado, determinará a aceitação ou não do lote.
Considerações finais
O processo de controle e avaliação de resultados é parte fundamental da gestão estratégica
de qualquer empresa. Os resultados de processos devem ser avaliados por métricas que
medem o nível de desempenho e que chamamos de indicadores de desempenho, ou KPIs.
Referências
CHASE, R. B.; JACOBS, F. R.; AQUILANO, N. J. Administração da Produção e Operações. 11.ed.
São Paulo: Mc Graw Hill, 2006.
KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. "Using the Balanced Scorecard as a Strategic Management System".
Harvard Business Review, n. 74, no. 1 (January–February 1996), 1996.
MOREIRA, D. Administração da Produção e Operações. 2.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
Temas
Introdução
1 Estruturas organizacionais e operações
2 Motivação e liderança em operações
3 Papel do funcionário no contato com o cliente
4 Empowerment
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
Todas as atividades empresariais têm como parte central as pessoas. Os equipamentos
e as tecnologias foram inventados para facilitar, e não substituir o trabalho de pessoas. Gerir
empresas é gerir pessoas, ou seja, gerir suas atitudes para com o trabalho, suas pretensões com
os processos ou suas expectativas na utilização de certas ferramentas (SOUSA, 2009, p. 194).
• Nos anos 1950, as estruturas organizacionais eram caracterizadas por uma divisão
funcional de tarefas. Os organogramas eram fortemente hierarquizados e cada
departamento tinha funções especificamente definidas e o relacionamento era
quase exclusivamente formal. A divisão de tarefas e a simplicidade de trabalho eram
características dessa época em que sobrava mão de obra não qualificada.
As estruturas das empresas são divididas de acordo com critérios, por áreas de atuação,
por determinados departamentos etc. (SOUSA, 2009, p. 49). Vejamos alguns tipos de
estruturas organizacionais e os reflexos de cada tipo de estrutura nas operações da empresa:
Fonte: do autor.
• Decisões são tomadas com base em informações bem direcionadas, portanto, com
menor risco.
Senac São Paulo- Todos os Direitos Reservados 3
Gestão de Operações e Serviços
• Os gestores sêniores estão absorvidos com trabalhos mais rotineiros e dedicam menos
tempo a análises estratégicas.
Fonte: do autor.
• Custos adicionais da central de serviços quando executa certas operações que devam
ter sequência nas divisões.
por especialistas (vendas, logística, área financeira, despacho aduaneiro etc.) que, embora
integrados na operação e como tal respondendo ao responsável pela operação, também
respondem ao diretor de cada departamento (de operações, financeiro, de marketing etc.).
Fonte: do autor.
As desvantagens são:
• Eventualmente, uma dupla chefia pode prejudicar o desempenho das operações, quando
um funcionário deve responder ao diretor geral das tradings e, simultaneamente, ao
diretor financeiro.
Nesse contexto e, sobretudo enquanto líder, o gestor deve encontrar meios para manter
elevados níveis de motivação nas equipes que gerencia, pois trabalhadores motivados
garantem melhor desempenho.
• Procura a mudança
• Desenvolve novos negócios • Planeja
• Inspira novas visões
• Descobre novos negócios • Organiza
• Questiona o sistema
• Cria empresas • Administra
• Mobiliza as pessoas
• Lança novos produtos no mercado • Controla
• Redesenha as estruturas
2. Valor dos desafios — A superação de uma meta imposta pela empresa é um desafio
pessoal que deve ser instigado pelo líder; a capacidade de incentivar é uma qualidade
importante do líder motivador.
4 Empowerment
Uma decisão sobre uma operação deve ser tomada no tempo certo; se a decisão for
tomada após a ocorrência do fato, seu efeito será muito menor, pois o ambiente, entretanto,
já se modificou. A necessidade de decisões rápidas torna-se mais evidente em prestação de
serviços, em que o pessoal de contato deve estar habilitado a responder instantaneamente
às questões levantadas pelo cliente durante a execução de um serviço.
A prática do empowerment nas empresas não deve ser observada como uma concessão
de poder, e sim como uma troca de conhecimentos, experiência, habilidades e vontades,
pois é uma ferramenta de gestão muito útil que pode ser aplicada, sobretudo, em empresas
maduras, pois garante uma maior motivação aos funcionários.
Considerações finais
Nesta aula analisamos as estruturas organizacionais mais comuns nas empresas e o
reflexo do tipo de estrutura nas operações da empresa.
Referências
BROCHIER, H. L. Gestão do conhecimento e a motivação na melhoria da prestação de serviços.
[S.l.]: [s.n.], 2002.
CASADO, J. M. El Diretivo del Siglo XXI. Barcelona: Gestion, 2000.
CORRÊA, H. L.; CAON, M. Gestão de Serviços — Lucratividade por meio de operações de
satisfação dos clientes. São Paulo: Atlas, 2009.
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e serviços
uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.
JOHNSON, G.; SCHOLES, K.; WHITTIGNGTON, R. Exploring Corporate Strategy. Edinburg: FT
Prentice Hall, 2005.
SOUSA, J. M. Gestão — Técnicas e Estartégias no Contexto Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009.
WALTON, R. E. "Quality of working life: what is it?" Sloan Management Review, v. 15, n.1, pp.
11-21, 1973.
Temas
Introdução
1 Estratégia e gestão de operações
2 Gestão de relacionamento entre empresas da cadeia de suprimentos para operações
Considerações finais
Referências
Professor
José Manuel Meireles de Sousa
Gestão de Operações e Serviços
Introdução
Nesta aula analisaremos o relacionamento entre estratégia e gestão de operações.
Estudaremos os fatores que impactam nas prioridades competitivas das empresas e a
necessidade de uma análise de trade-off para aumentar a rentabilidade empresarial.
Finalmente, serão analisadas as vantagens da agilidade das cadeias de suprimentos e
identificados os principais aspectos que influenciam sua aplicabilidade.
Hayes et al. (2004) conceitua estratégia de operações, como: “um conjunto de objetivos,
políticas e restrições autoimpostas que, conjuntamente, descrevem como a organização se
propõe a dirigir e desenvolver todos os recursos investidos nas operações, de forma a melhor
executar (e possivelmente redefinir) sua missão”.
O autor focaliza a estratégia das operações na opção considerada como a mais eficiente
para organizar os recursos disponíveis pela empresa.
Qualidade
monitoramento, intervenção).
1 Segundo Nogueira (apud Maia, 2005), um aspecto importante a ser considerado quando se projeta ou opera um sistema de produção é a
necessidade da realização de trade-offs. Variáveis como custo, qualidade, flexibilidade, entrega e serviço ao cliente colocam a administração
constantemente diante de situações de decisão em que escolhas (por uma ou por algumas poucas prioridades) são inevitáveis.
Corrêa e Caon (2009, p. 412) demonstram que nos serviços também existe a necessidade
de tratamento estratégico e, para isso, apontam quatro razões:
2. A maioria das decisões sobre serviços inclui recursos físicos (por exemplo, uma expansão
geográfica de uma empresa de segurança envolve a abertura de uma filial devidamente
equipada). Por isso, as decisões devem, necessariamente, ser apoiadas por uma boa
visão de futuro.
3. Decisões sobre serviços, da mesma forma que decisões sobre operações de manufatura,
são de difícil reversão.
Reconhecendo que nem sempre é clara a fronteira entre “gestão de operações” e “estratégia
de operações”, Corrêa e Caon (2002, p. 416) distinguem os conceitos da seguinte forma:
Ou seja, quando uma organização compete com vários produtos, deve subdividir
sua função de operações de modo a focar aquilo que é mais importante para manter a
competitividade no mercado em cada subdivisão.
Produção em Customização em
massa/mercados de massa massa/marketing one to one
MODELO ANTIGO
• Organizações independentes
• Baseado em estoque
• Produção de baixo custo
Neste novo ambiente de negócios, as operações das empresas têm que adaptar-se a
novos formatos de negócio.
Tendo o cliente como foco, as empresas operam com base no mercado e não da “fábrica
para fora”. O sistema de “produção empurrada” deve passar a ser de “produção puxada pela
demanda”, ou seja, nada é produzido sem que haja demanda, o que implica agilidade nos
modelos de cadeia de abastecimento.
Fonte: do autor.
Uma empresa que conheça em tempo real o que o mercado comprará pode planejar as
operações e, consequentemente, maximizar a rentabilidade. Para concretizar o planejamento
“ideal”, a cadeia de abastecimento deve ser ágil, adaptando-se constantemente às ininterruptas
alterações.
Como exemplo, considere uma empresa que pretende oferecer ao mercado camisetas
indicando o vencedor da Copa do Mundo no mesmo dia em que ocorrerá a final. Normalmente,
essa empresa produz um número de camisetas à medida que os resultados dos jogos vão
sendo conhecidos. Se o favorito for o Brasil, é natural que a produção de camisetas aumente
na medida em que o Brasil for passando as diferentes eliminatórias, e na data da final existam
mais camisetas com o logotipo do campeão “Brasil” do que com o logotipo do adversário. Se
o Brasil perder, a empresa acumulará estoque de produto não vendido; se o Brasil ganhar a
final, o estoque acumulado será de camisetas do adversário.
Considerações finais
O alinhamento da estratégia de operações com a estratégia competitiva empresarial é
fundamental para maximizar a rentabilidade da empresa, no entanto, como o desempenho é
explicado por variáveis com resultados conflitantes, torna-se necessário analisar o trade-off
das prioridades competitivas da produção, como é o caso de custo, qualidade e flexibilidade.
Nesta aula também foram analisadas as vantagens da agilidade das cadeias de suprimentos
que compõem o conjunto das operações de uma empresa e quais os fatores que influenciam
e desenvolvem cadeias ágeis aumentando a competitividade das operações realizadas no
âmbito de redes de suprimentos.
Referências
CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Thomson
Learning, 2007.
HAYES, R. H. et al. Operations, Strategy and Technology, Pursuing the Competitive Edge. New
York: John Willey & Sons, 2004.
HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. Administração Estratégica. São Paulo: Thomson, 2005.
MAIA, J. L.; CERRA, M. A. L.; ALVES FILHO, C. A. G. "Inter-relações entre Estratégia de Operações e
Gestãoda Cadeia de Suprimentos: Estudos de Caso n oSegmentode Motores para Automóveis".
Gestão & Produção, São Carlos, v. 12, n. 3, pp. 377-99, Set-Dez 2005.