Você está na página 1de 128

GESTÃO DE OPERAÇÕES

EM EXPORTAÇÃO

Autoria: Jardel Schettino Caetano

1ª Edição
Indaial - 2021

UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Hermínio Kloch

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol

Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD:


Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jairo Martins
Jóice Gadotti Consatti
Marcio Kisner
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci

Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais

Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Copyright © UNIASSELVI 2021


Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
C128g

Caetano, Jardel Schettino

Gestão de operações em exportação. / Jardel Schettino Caetano –


Indaial: UNIASSELVI, 2021.

128 p.; il.

ISBN 978-65-5646-291-2
ISBN Digital 978-65-5646-290-5

1. Comércio exterior. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da


Vinci.

CDD 380

Impresso por:
Sumário

APRESENTAÇÃO.............................................................................5

CAPÍTULO 1
Introdução à Gestão de Operações em Exportação............... 7

CAPÍTULO 2
Órgãos e Normas de Comércio Exterior................................ 49

CAPÍTULO 3
Procedimentos para Exportação.............................................. 91
APRESENTAÇÃO
Olá, caros estudantes! É com muita satisfação que iniciamos esse trabalho
tão interessante sobre Gestão de Operações em Exportação. Será uma jornada
de muito aprendizado, na qual buscaremos compreender as principais implicações
sobre essa atividade tão importante para o nosso país e para a economia de um
modo geral.

Nesse material estão contidos em três capítulos o conteúdo necessário


para você dar passos importantes na carreira de Comércio Exterior, mais
especificamente nas operações envolvendo exportações. Nosso objetivo aqui
é que você esteja preparado para encarar o mercado de trabalho, que tem se
tornado mais e mais competitivo ao longo dos anos.

Será necessário dedicação e esforço para aprendermos essas lições, mas


tenho certeza que o sucesso está no nosso horizonte. Buscamos desenvolver um
material comprometido em transmitir um conteúdo completo e atualizado, mas que
ao mesmo tempo seja abordado de forma leve e didática, com exemplos práticos
e numa linguagem fluida para o leitor.

No Capítulo 1 traremos o foco do aluno para as questões teóricas e práticas


dos afazeres de um gestor de operações. Compreenderemos as principais tarefas
e desafios de um gestor, as questões para as quais ele deve se atentar no seu dia
a dia, as formas de conquistar clientes e muitos outros conceitos introdutórios que
serão mais profundamente trabalhados nos capítulos seguintes.

No Capítulo 2 estudaremos o papel das principais instituições e normas


relacionadas ao comércio exterior. Entre elas, abordaremos tanto as de âmbito
nacional como as da esfera internacional. Nosso objetivo é oferecer ao aluno
ferramentas para atuar nesse ramo e saber como agir e a que órgãos recorrer
durante o fazer diário da gestão de exportações.

No Capítulo 3 abordaremos os procedimentos práticos das operações em


exportação. Estudaremos os procedimentos administrativos, aduaneiros e a
documentação pertinente às exportações. Serão através delas que o gestor de
exportação possibilitará que as operações de fato ocorram.

Nosso objetivo é que esse curso seja agradável e proveitoso, e que renda
muitos frutos para você na sua carreira profissional. Bons estudos!
C APÍTULO 1
INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

• Criar familiaridade aos conceitos principais da gestão de operações de


comércio exterior voltada à área de exportação.
• Conhecer os principais procedimentos da área.
• Desenvolver habilidades de gestão voltada para o atendimento ao cliente e à
solução eficaz de conflitos.
• Apresentação aos conceitos de: Logística, Inteligência Comercial, Estratégia,
Marketing, Gestão de relação com clientes, Negociações, Missões Comerciais,
Centros Regionais de Negócios, Contratos Comerciais, Métodos de Soluções
de Conflitos, Operações Financeiras Internacionais, Procedimentos aduaneiros
de Exportação, Serviços Essenciais ao Comércio Exterior e Incoterms.
Gestão de Operações em Exportação

8
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste primeiro capítulo da disciplina de Gestão de Operações em Exportação,
traremos o foco do aluno para questões teóricas e práticas da gestão em si. Isso
significa dizer que, antes de saber os pormenores dos procedimentos envolvendo
exportações, o profissional da área precisa desenvolver preparo para ser um
gestor.

Não adiantaria nada saber todas as leis de comércio exterior, conhecer


todos os procedimentos burocráticos, ter total familiaridade com a documentação
pertinente, se não tivesse também se preparado para enfrentar desafios práticos
do dia a dia. Um gestor, antes de mais nada, precisa diariamente fazer escolhas.
Precisa buscar oportunidades e se prevenir de riscos. Um bom gestor sabe
como lidar com desafios. Sabe conquistar e manter clientes. Sabe como tornar
a empresa onde trabalha mais eficiente e mais rentável. Um bom gestor agrega
valor à sua empresa, constantemente.

Portanto, a proposta desse capítulo é munir o profissional de comércio


exterior, com foco em exportações, de ferramentas e conhecimentos que o
possibilitem fazer a diferença dentro do seu ambiente de trabalho. Muitos
temas abordados no Capítulo 1 receberão maior aprofundamento nos capítulos
seguintes. Alguns outros, dada a proposta desta obra, precisarão ser buscados
em materiais extras, como livros e sites na internet. Mas certamente as bases do
conhecimento serão aqui fundadas.

Neste primeiro capítulo, discutiremos os deveres do gestor, os problemas


que serão enfrentados no dia a dia, a forma como os procedimentos são
desenvolvidos, como processos e operações funcionam, e como obter melhores
resultados focados em atender as demandas dos clientes. Também abordaremos
as principais estratégias para a conquista de clientes no exterior, através de coleta
de dados e de plano de marketing. Por fim, mencionaremos temas críticos nos
negócios internacionais, visando ganhos para a empresa.

9
Gestão de Operações em Exportação

2 FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE
EXPORTAÇÃO

2.1 GESTÃO E EXCELÊNCIA


Quando falamos em gestão ou gerenciamento, estamos
Gestão tem a ver
falando, antes de mais nada, em administração. “E o que isso
com a organização
de uma atividade, significa?”, você deve estar se perguntando. Qualquer desses
para que ela se conceitos têm a ver com a atividade que visa o ordenamento e a
desenvolva da forma condução de uma sequência de ações, sendo que essas ações
planejada e alcance têm uma finalidade específica. Em outras palavras, gestão tem a ver
o objetivo desejado. com a organização de uma atividade, para que ela se desenvolva da
forma planejada e alcance o objetivo desejado.

E isso tem uma aplicação prática até mesmo no nosso dia a dia. Afinal de
contas, tudo na vida precisa de alguma organização para dar certo, não é mesmo?
Se a gente faz alguma coisa sem se planejar, não acompanha o desenrolar dos
acontecimentos e não busca evitar que as coisas saiam do planejado, há muitas
chances de aquela coisa dar errado e o objetivo não ser alcançado. Portanto, a
gestão então serve para planejar e acompanhar as ações para que
Esse conhecimento o objetivo final seja alcançado de forma satisfatória.
tem um objetivo
muito importante,
Como estamos estudando Gestão de Operações em
que é o de
aprendermos a Exportação, nosso objetivo aqui é conhecer melhor os principais
organizar e conduzir procedimentos envolvendo as operações necessárias para se
as atividades de desenvolver o processo de exportação. E esse conhecimento não
exportação, e é uma simples “decoreba” ou algo que a gente aprende e depois
alcançarmos o esquece. Esse conhecimento tem um objetivo muito importante,
maior dos objetivos
que é o de aprendermos a organizar e conduzir as atividades de
para essa atividade:
realizar exportações exportação, e alcançarmos o maior dos objetivos para essa atividade:
com EXCELÊNCIA! realizar exportações com EXCELÊNCIA!

10
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Excelência empresarial significa um estado excelente; composto


por pensamentos, sentimentos e ações cujo desdobramentos são
uma correlação da efetividade, eficácia e eficiência com o espaço, a
matéria e o tempo em que as manifestações são efetuadas.
Fonte:https://administradores.com.br/artigos/
excelencia-empresarial-os-conceitos-de-eficiencia-
eficacia-e-efetividade#:~:text=Excel%C3%AAncia%20
empresarial%20significa%20um%20estado,que%20as%20
manifesta%C3%A7%C3%B5es%20s%C3%A3o%20efetuadas.

É muito importante que a gente sempre busque se dedicar e dar o nosso


melhor para desenvolver o trabalho com a maior qualidade possível. Sermos
bons profissionais, que conhecem bem o ramo em que atuam e que se esforçam
para entregar resultados com excelência é o que nos trará um diferencial num
mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo. Por isso que é tão
importante ter um conhecimento sólido sobre operações em exportação. Se não
conhecermos como os procedimentos e regras funcionam, não saberemos direito
como planejar as atividades. Em consequência disso, não teremos condições
de conduzir bem os procedimentos de exportação e muito provavelmente não
alcançaremos os objetivos de forma satisfatória.

Portanto, a primeira dica dessa disciplina é: Dedique-se e


organize-se, para ser um Profissional de Excelência!

É importante também citarmos aqui as Quatro Funções da Administração.


São elas:

11
Gestão de Operações em Exportação

1) Planejar: Esse é o momento em que o administrador, em


conjunto de seus colaboradores, coloca em pauta os objetivos
da empresa e estabelece meios para alcançá-los. Portanto,
ao planejar, o administrador está traçando um caminho seguro
para trilhar em busca dos resultados almejados. E para que
essa segurança prevaleça, é necessário pesquisar o mercado e
suas possibilidades, pois planejar não é o mesmo que sonhar, é
preciso se preparar, ser realista e definir objetivos tangíveis.
2) Organizar: Com tudo anotado e esquematizado, é hora de organizar
os objetivos para torná-los reais. Ou seja, será necessário fazer
uma análise dos recursos materiais e humanos disponíveis
na empresa e utilizá-los de maneira estratégica para atingir os
objetivos acordados no momento do planejamento. Logo, este é o
momento de delegar tarefas e buscar por profissionais adequados
para realizá-las, isto é, correspondentes às suas habilidades
e conhecimentos para tal. Tornando, portanto, a realização dos
objetivos possíveis.
3) Dirigir: Com a organização feita, é preciso começar a agir,
colocando, dessa forma, o que foi até então discutido e acordado
em prática. Nesse momento, é crucial que você dirija o trabalho
de seus colaboradores, ou seja, supervisione para que tudo saia
como o planejado. Aqui é necessário mostrar que você é um líder
nato e não apenas um chefe, isto é, alguém que faz com que
as regras sejam cumpridas. É preciso demonstrar sua habilidade
em compreender, ouvir e engajar os profissionais que estão te
ajudando a realizar os planos combinados inicialmente.
4) Controlar: Por fim, é necessário controlar. Alguma coisa não saiu
como o esperado? Não se preocupe, se você estiver atento e no
controle, o problema poderá ser solucionado rapidamente, sem
muitos danos ao plano previamente estabelecido. Nesta última
etapa, é preciso estar em vigilância, controlando e ajustando o
que for preciso, comunicando, realocando e reparando as arestas.
Por último, não esqueça: não é possível atentar-se, apenas, a
uma ou outra função, o planejamento, a organização, a direção
e o controle administrativo devem andar de mãos dadas para
proporcionar ao empreendimento o que ele necessita. Pronto,
agora você tem em suas mãos o poder para dar ao seu negócio o
que ele precisa: resultados. Que tal colocá-lo em prática e colher
os frutos das funções administrativas bem cultivadas?

Fonte: Coalize Blog

12
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Observe aqui o esquema que sintetiza a relação entre as quatro funções da


administração:

FIGURA 1 – AS QUATRO FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO

FONTE: <https://www.admfacil.com/principais-funcoes-do-administrador/>.
Acesso em: 14 fev. 2021.

2.2 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA


No meio empresarial, não são raras as vezes em que encontramos os
gestores se afogando em uma enxurrada de termos e técnicas, como exemplo:
controles, follow-ups, procedimentos, fichas, brainstorms, sistemas informacionais,
check lists, treinamentos de administração do tempo, e várias outras desse tipo.
Nomes difíceis e técnicas supostamente “inovadoras” podem até parecer serem
modernos e supostamente trazerem maior eficiência à atuação administrativa,
mas nem sempre isso ocorre. É importante saber se prevenir de distrações e se
focar naquilo que é o principal, que é alcançar o objetivo daquele processo.

Surge, então, a necessidade de nós entendermos os conceitos Eficiência está


de eficiência e eficácia. São dois nomes parecidos e a princípio podem ligada ao Processo,
enquanto que
até parecer que são a mesma coisa, mas são coisas bem diferentes.
Eficácia está
Eficiência está ligada ao Processo, enquanto que Eficácia está relacionada ao
relacionada ao Resultado. Resultado.

Sendo mais específico, nós dizemos que um processo é eficiente quando


ele é realizado de forma correta, com qualidade, dentro de um prazo razoável,

13
Gestão de Operações em Exportação

sem desperdiçar recursos, e com um menor número de erros. Seria o mesmo que
dizer que ser eficiente é “fazer mais com menos”.

Já a eficácia, tem a ver com você alcançar o objetivo estabelecido e


entregar aquilo que você prometeu. Está intimamente ligado à relação entre o
resultado desejado pela empresa e o resultado que se conseguiu alcançar. A
eficácia é alcançada com o atingimento das metas propostas, aproveitando as
oportunidades oferecidas.

Você poderia então Você poderia então se perguntar: “É possível ser eficiente sem
se perguntar: ser eficaz, ou ser eficaz sem ser eficiente?”. E eu te diria que a
“É possível ser resposta é SIM. Para ficar mais claro o porquê, veja esse exemplo:
eficiente sem ser
eficaz, ou ser eficaz
sem ser eficiente?”. Imagine a situação em que um gestor está trabalhando em
E eu te diria que a uma empresa de comércio exterior, na área de exportações, e que
resposta é SIM. sua tarefa é organizar todo o procedimento para a exportação de
uma carga que sairá do país de navio e será entregue em outro
país. Esse gestor terá que cuidar de toda a papelada e da parte burocrática, terá
que planejar os gastos para essa operação, terá que determinar um prazo para
a chegada da mercadoria e se certificar de que ela chegará até o seu destino
final, que é o país estrangeiro. Agora, vamos imaginar dois cenários diferentes e
analisar cada um deles:

No CENÁRIO 1, o gestor agiu de forma bastante desorganizada. Esqueceu-


se de providenciar parte da documentação necessária para a exportação,
preencheu dados errados, e teve depois que correr atrás de corrigir esses erros.
Planejou mal os procedimentos para a exportação, o que gerou desperdício de
tempo e de dinheiro para a empresa. Escolheu uma embarcação com custo
muito caro para transportar a carga, o que aumentou ainda mais os gastos da
empresa nesse processo. Por fim, mesmo depois de tantos erros e desperdícios,
a carga finalmente chegou ao destino final, porém com uma semana de atraso
e com reduzido lucro para a empresa, devido aos gastos excessivos com o
procedimento.

Como podemos interpretar esse primeiro cenário? Bem, nesse caso, nós
podemos observar que o gestor não soube administrar bem os recursos e o
tempo, o que gerou atrasos e gastos desnecessários para a empresa. Ou seja,
o procedimento adotado por esse gestor não teve eficiência. Porém, apesar de
todo esse mau uso dos recursos, o objetivo de levar a carga ao seu destino final
foi alcançado, portanto esse procedimento teve eficácia. Podemos classificar
o Cenário 1 como uma situação em que não houve eficiência, mas houve
eficácia.

14
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

FIGURA 2 – NAVIO DE CARGA

FONTE: <https://opetroleo.com.br/como-trabalhar-em-um-navio-de-carga/>.
Acesso em: 14 fev. 2021.

No CENÁRIO 2, a coisa foi bastante diferente. O gestor agiu de forma


organizada e com um ótimo planejamento. Providenciou em pouco tempo e com
poucos custos toda a documentação necessária, sem cometer erros em seu
preenchimento, planejou com habilidade todo o procedimento da exportação,
poupando tempo e dinheiro para a empresa. Escolheu uma boa embarcação
a um custo justo e estava tudo encaminhado para que a carga chegasse com
tranquilidade dentro do prazo. Porém, por uma fatalidade do destino, quando a
embarcação estava próxima do seu destino final, ocorreu uma forte tempestade
no mar, o que acabou por causar o naufrágio do navio. Por isso, mesmo tendo
feito tudo da forma correta, a carga não foi entregue em seu destino final.

O que podemos compreender nesse segundo cenário? Nesse caso, o gestor


soube bem administrar todo o procedimento da exportação, o que poupou dinheiro
para a empresa e evitou atrasos desnecessários. Ou seja, o procedimento
adotado por esse gestor teve eficiência. Por outro lado, por uma fatalidade do
destino, o navio acabou afundando, e o objetivo de entregar a carga em seu
destino final não foi alcançado, portanto esse procedimento não teve eficácia.
Podemos classificar o Cenário 2 como uma situação em que houve eficiência,
mas não houve eficácia.

Na nossa compreensão, a gestão ideal seria aquela que conseguisse unir as


duas coisas. Uma gestão que é eficiente em desenvolver os processos, ao mesmo
tempo em que é eficaz em realizar os objetivos. Sem eficiência, os processos se
tornam demorados e demasiadamente caros, e sem eficácia, as metas não são
alcançadas.

15
Gestão de Operações em Exportação

Muito tem se falado atualmente no meio empresarial sobre Gestão


Voltada para Resultados. Esse tipo de enfoque acredita que eficiência não
é tão importante, e que o gestor deve se esforçar para apresentar eficácia no
atingimento das metas da organização. Em tese, essa ideia defende que não
importa se a administração gastar mais, demorar mais, errar mais, e desenvolver
todo o processo com pouca qualidade, desde que o resultado final esperado se
concretize.

Particularmente, eu não acredito muito nessa teoria, pois eu duvido muito


que algum empresário aceitaria desperdiçar seu valioso dinheiro e a eficiência
da empresa só porque a equipe atingiu o resultado final, ainda que “a trancos e
barrancos”. Uma visão mais aprimorada dessa teoria defende que a eficiência não
deve ser necessariamente sacrificada, mas deve atuar como uma aliada para que
os objetivos sejam alcançados. De fato, pouco adiantaria realizar um processo de
forma eficiente e não ter sucesso em entregar os resultados. O melhor mesmo é
entregar resultados, com presteza e economia. Eficiência e eficácia devem andar
sempre juntas.

E você, o que acha que é mais adequado? Uma gestão voltada


para resultados ou uma gestão com equilíbrio entre eficiência e
eficácia? Em última instância, o que irá definir qual desses enfoques
será aplicado são os valores da empresa. Portanto, precisamos
estar preparados para nos adaptar à filosofia de trabalho do
ambiente em que iremos atuar, e entregar o melhor resultado
possível dentro da visão estratégica da empresa.

Diante disso, seguem aqui alguns fatores aos quais precisamos prestar
atenção ao desenvolvermos a nossa atuação profissional e a estratégia de
operações desenvolvida uma empresa:

16
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Estratégia é tudo sobre como atingir as metas estabelecidas


de desempenho, superando os concorrentes, buscando vantagem
competitiva, reforçando a sua permanência no mercado, trabalhando
a visão estratégica de futuro no presente. Alguns aspectos
importantes para serem trabalhados em estratégia de operações:

• Ter uma visão de local, da sua empresa, dos fornecedores e dos


clientes do seu negócio.
• Nunca perder de vista o objetivo do seu empreendimento.
• Dominar quem será o seu público-alvo.
• Entender bem o conceito de serviços que tem em mãos.
• Desenvolver estratégias operacionais.
• Controlar o seu sistema de prestação de serviços, promovendo a
satisfação dos clientes.

Desde as gerências da empresa até os seus funcionários, todos


deverão entender as iniciativas que deverão ser trabalhadas, o que
deverá ser aceito ou rejeitado, o que dá ou o que não dá para fazer,
dentro de uma mesma linha de pensamento e ação. Se cada um fizer
ao seu modo, isso se transformará em uma grande desordem e não
trará resultados positivos.

Fonte: Extraído e adaptado do livro Gestão de operações e


serviços, de Eliane Maria Ferrarezzo et al. (2017, p. 39)

2.3 A GESTÃO DE OPERAÇÕES E


PROCESSOS
A Gestão de
Agora que já tivemos uma breve noção de como deve agir um Operações diz
gestor de operações em uma empresa, nos resta saber: qual é a respeito à forma
função da gestão de operações? Vamos descobrir. como uma empresa
ou uma organização
desenvolve suas
A Gestão de Operações diz respeito à forma como uma
atividades, seja
empresa ou uma organização desenvolve suas atividades, seja produzindo um bem,
produzindo um bem, seja prestando um serviço. Tudo que vemos à seja prestando um
nossa volta funcionando, desde um supermercado, até um hospital, serviço.

17
Gestão de Operações em Exportação

um hotel, uma agência bancária, uma empresa de comércio exterior, etc., tudo
está em funcionamento porque um gerente de operações pensou e organizou o
seu funcionamento.

De fato, toda atividade de uma empresa em que há um ciclo de início,


processamento, geração de produto ou serviço final e um novo início de ciclo,
pode ser considerado um processo. Mas o que vem a ser um processo?

Segundo o guia PMBOK (4ª Edição), Processo é

um conjunto de ações e atividades inter-relacionadas, que


são executadas para alcançar um produto, resultado ou
serviço predefinido. Cada processo é caracterizado por
suas entradas, as ferramentas e as técnicas que podem ser
aplicadas e as saídas resultantes.

Conhecendo esses conceitos, vamos raciocinar juntos:

1) Se a gestão de operações cuida da forma como uma empresa desenvolve


suas atividades.
2) E se um processo é um conjunto de ações inter-relacionados com um
objetivo específico, em um ciclo de início, meio e fim e novo início.
3) Logo, se uma empresa desenvolve atividades que assumem o formato
de um processo, podemos dizer que as operações dessa empresa são
processos.

Para compreender melhor então o gerenciamento de operações e processos,


vamos entender como funciona o ciclo de uma gestão de processos.
Toda vez que em assuntos envolvendo gestão ou administração você ouvir
falar em processos, saiba que a primeira coisa que você deve pensar é no
conceito de continuidade. Na área de Administração, todo processo pressupõe
que as atividades desenvolvidas por uma empresa, tanto as que produzem bens,
como as que prestam serviços, não vão terminar quando chegar ao produto ou
serviço final.

Diferentemente de um projeto, em que há um início, um meio e um fim, e,


depois que esse fim é alcançado, o projeto se encerra, um processo tem início,
meio e fim, e depois que esse fim é alcançado, o processo se reinicia, dando
início a um novo ciclo desse processo.

É importante termos a compreensão que esse novo ciclo que se inicia


não será totalmente igual ao ciclo anterior. E isso ocorre porque ao longo
do processo, a empresa sempre adquire novos aprendizados, que serão
aproveitados para a melhoria do processo seguinte.

18
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Existe, portanto, durante o desenrolar do processo, uma preocupação da


empresa em acompanhar os erros e acertos e em identificar em quais pontos a
empresa precisa melhorar os seus procedimentos, para tornar o processo melhor
e mais eficiente. A esse acompanhamento visando melhorias, damos o nome de
Controle.

A partir desse controle, a empresa saberá como aprimorar seu processo


e desenvolver um produto ou serviço melhor, com mais qualidade, com menor
preço e atendendo as necessidades do cliente.

Mas veja que não adiantaria nada haver esse acompanhamento e esse
aprendizado, se depois ele não fosse comunicado à empresa e aos seus
colaboradores. O aprendizado tem que voltar para a própria empresa e ser
aplicado no processo, para que possa haver aprimoramento. Esse retorno do
conhecimento adquirido para a própria empresa recebe o nome de Feedback ou
Retroalimentação.

A partir desse feedback, o conhecimento adquirido será aplicado desde o


início do novo processo, passando pelos procedimentos intermediários até chegar
ao produto ou serviço final, que será entregue ao cliente.

E durante esse novo processo, mais uma vez haverá o controle da empresa,
que adquirirá novos aprendizados visando a busca de melhorias, que por sua vez
será comunicado à empresa por meio do feedback, em um novo processo que se
inicia... e isso ocorre incontáveis vezes durante a vida de uma empresa. Como eu
tinha dito, quando falarmos de processo, pense em continuidade!

E quais são os elementos que compõem um processo? Vamos falar


rapidamente de cada um deles:

1) Entrada: É o elemento inicial de um processo. É ele que irá sofrer


transformação durante o processo, com vistas a criar o produto final ou
o serviço.

2) Processamento: É o período intermediário do processo, em que os


elementos que vieram da entrada sofrerão de fato as transformações e
agregarão valor ao produto ou serviço que está sendo desenvolvido.

3) Saída: É a conclusão do processo, em que o produto ou serviço final


desenvolvido pela empresa encontra-se pronto e será oferecido ao
cliente, que é o seu destinatário final.

19
Gestão de Operações em Exportação

Lembrando-se que esses três elementos essenciais do ciclo de um processo


sofrerão controle para que novos e melhores procedimentos possam ser
desenvolvidos e também receberão feedback para que esses conhecimentos
sejam aplicados no novo processo que se iniciará após o fim deste.

Veja a seguir um esquema ilustrando o fluxo de um processo:

FIGURA 3 – O CICLO DE UM PROCESSO

FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/3409158/>.
Acesso em: 14 fev. 2021.

E você deve estar se perguntando agora: E o que a gestão de operações em


exportação tem a ver com isso? Pois bem, eu poderia te dizer que tem TUDO A
VER! Vamos tentar entender:

A operação envolvendo exportações é um processo em que uma empresa


habilitada para operar esse tipo de serviços dá (1) início aos trâmites necessários
à exportação, realiza todos os (2) procedimentos necessários para que a
exportação aconteça, até que o produto ou serviço exportado seja, por fim, (3)
entregue ao seu destino final.

Durante esse processo, haverá um (4) acompanhamento para que se


encontre pontos que podem ser melhorados, e esse conhecimento adquirido
nesse período (5) retornará à própria empresa para que seja aplicado em
procedimentos de exportação seguintes.

Ao lermos esse trecho acima, vamos tentar identificar os elementos que


compõem o ciclo de um processo?

20
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

(1) O início dos procedimentos de exportação corresponde ao elemento


“Entradas” do Ciclo do Processo.

(2) Os procedimentos necessários para a exportação correspondem ao


“Processamento”, que é o segundo elemento do Ciclo do Processo.

(3) A entrega do produto ou serviço no destino final é a “Saída” do Ciclo do


Processo. Lembre-se que é na saída que o produto ou serviço oferecido
é entregue ao cliente.

(4) O acompanhamento feito pela empresa que está realizando a operação


de exportação, está na verdade realizando o “Controle” do processo.

(5) E, por fim, o retorno do conhecimento adquirido pela empresa durante


esse processo, corresponde ao “Feedback”.

Com isso, conseguimos entender que uma operação de exportação pode ser
identificada e compreendida como um processo.

A seguir, veja um esquema simplificado de um exemplo de um processo


de exportação via marítimo. Não se preocupe agora em tentar compreender as
etapas, pois isso será visto de forma detalhada nos próximos capítulos.

A sua tarefa agora é observar o fluxo apresentado nesse esquema e tentar


identificar os elementos de um processo de exportação. Tente encontrar a
entrada, o processamento e a saída:

FIGURA 4 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DE UMA


OPERAÇÃO DE EXPORTAÇÃO

Fonte: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Processo-de-importacao-
e-exportacao-em-um-terminal-portuario-Fonte-Adaptado_fig1_340569349>.
Acesso em: 14 fev. 2021.

21
Gestão de Operações em Exportação

Nesse esquema, podemos encontrar o processo se iniciando no Interior,


ou seja, no país de origem. É dali que o produto exportado será enviado para
o seu destino final. Em seguida, vemos que o produto é levado por Ferrovia ou
Rodovia, até chegar ao local de Armazenagem, provavelmente já na região pré-
portuária, onde aguardará a permissão para o embarque em um navio.

Enquanto isso, ocorrerá o Pré-stacking, que faz parte do procedimento


logístico de exportação e consiste em empilhar os contêineres na zona pré-
portuária (isso será melhor detalhado nos próximos capítulos). Após esses
procedimentos, a carga seguira para o Embarque, e será transportada pelo
Navio até o seu destino final, onde será retirada pelo processo de Descarga,
onde estará entregue ao destinatário final, em um país no Exterior.

Você conseguiu identificar na figura anterior os três elementos que compõem


o Ciclo do Processo? A seguir, a gravura do fluxo de exportação foi separada por
linhas pontilhadas e foi colocado o nome de cada fase do Ciclo dos Processos.
Confira e veja se você conseguiu identificar os elementos:

FIGURA 5 – CICLO DE PROCESSO EM UMA


OPERAÇÃO DE EXPORTAÇÃO

FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Processo-de-importacao-
e-exportacao-em-um-terminal-portuario-Fonte-Adaptado_fig1_340569349>.
Acesso em: 14 fev. 2021.

22
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Se você identificou que essas eram as partes de um processo


de operação de exportações, Parabéns! É sinal de que você está
compreendendo esta disciplina.

Como podemos observar, a entrada do processo se inicia no Interior, que é


de onde o produto sairá para ser transportado. O processamento se dará durante
todo o procedimento de transporte, embarque e descarga da mercadoria. A saída
se dará na entrega da mercadoria ao destinatário final, que é o cliente do país no
exterior.

Ao longo do processo, a empresa que realizou a exportação realizará o


controle dos procedimentos, e o conhecimento adquirido nesse processo voltará
como feedback para a própria empresa, que será usado no procedimento de
exportação seguinte.

Que bom que chegamos até aqui. Agora já entendemos um pouco melhor o
conceito geral do que é a gestão de operação em exportações. Nem foi tão
difícil, não é verdade? Agora vamos tentar entender um pouco melhor a relação
entre os conhecimentos adquiridos durante as operações e o que isso tem a ver
com o atendimento de demandas dos clientes.

2.4 FEEDBACK E DEMANDAS DOS


CLIENTES
Talvez nesse ponto você esteja se perguntando quais seriam esses
conhecimentos que podem ser adquiridos durante um processo, e como se dá esse
retorno para a empresa. Respondendo isso resumidamente, os conhecimentos
que podem ser adquiridos são os mais diversos.

Pode ser uma forma melhor de organizar a documentação, pode ser a


descoberta de um método que barateie o serviço ou o torne mais rápido, pode
ser a descoberta de um prestador de serviços mais eficiente, são inúmeras as
possibilidades.

Ao longo da nossa jornada profissional, iremos sempre adquirir mais


experiência, mais conhecimento, mais contatos.

23
Gestão de Operações em Exportação

Quanto mais um profissional de comércio exterior estiver aberto a conhecer


o seu setor, a saber se comunicar, compreender, desvendar os desafios de sua
área, maiores são as chances de descoberta de melhores oportunidades e de
práticas mais rentáveis para o seu negócio.

Mas talvez, de todos os conhecimentos adquiridos durante o processo, o


mais importante e o que pode gerar maior impacto para os ganhos da empresa
sejam as mudanças nas tendências de mercado que, em última análise, é ditada
principalmente pelas preferências dos clientes.

Precisamos compreender que o mercado é dinâmico, e que os gostos, as


tendências, as exigências dos consumidores estão em constante transformação.
Por isso, o bom gestor de operações de exportação deve estar sempre atento às
demandas dos clientes. Saber ouvir a essas demandas e se adaptar ao que
está sendo exigido é fundamental para se manter competitivo no mercado.

Atender às demandas dos clientes é uma das maiores razões


de existir de uma empresa. Em última instância, é o cliente que paga
as contas. Se não houver cliente, não há entrada de dinheiro, e sem
dinheiro, a empresa fecha as portas. Como diz o velho ditado:

“O cliente sempre tem razão!”

Portanto, o maior feedback que uma empresa pode adquirir e que é vital
para a sua existência é saber ouvir e aplicar aquilo que o cliente demanda. Caso
as tendências de mercado mudem, a empresa precisa também saber mudar e se
adaptar para que o cliente seja satisfeito em suas necessidades.

Lembre-se: Adaptar-se é sobreviver!

Uma última informação que é importante ser mencionada aqui, antes


de irmos para a próxima seção, é o conceito de Logística. De acordo com o
Conselho dos Profissionais de Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos Norte-
americano (201?, on-line), logística é definida como:

O processo de planejar, executar e controlar o fluxo e a


armazenagem de forma eficaz e eficiente em termos de tempo,
qualidade e custos de produtos, de matérias-primas, materiais

24
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

em elaboração, produtos acabados e serviços, cobrindo desde


o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de
atender às exigências do consumidor (grifos nossos).

Não entraremos nos detalhes desse conceito agora. O que você precisa saber
nesse momento é que a gestão de exportações lida com fluxo e armazenagem
de produtos que serão exportados para outros países com foco no atendimento
às exigências do consumidor que, nesse caso, é um cliente que se encontra no
exterior.

Portanto, as operações de exportação são um tipo de operação de logística,


mais especificamente o de Logística Internacional.

Encerramos essa primeira parte desse capítulo. Creio que já temos


conhecimentos interessantes para iniciarmos nossa atuação no ramo de gestão
de operações em exportação. Na próxima seção, vamos trabalhar com conceitos
mais estratégicos envolvendo a busca de uma empresa pela inserção em novos
mercados no exterior.

Vamos agora exercitar um pouco o que aprendemos nesta seção!

1 Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira, ligando os


elementos do Ciclo do Processo ao seu conceito correspondente:

Coluna 1 Coluna 2
(1) Entrada ( ) Momento em que ocorre a transformação do
produto.
(2) Processamento ( ) Retorno do conhecimento adquirido durante o
processo.
(3) Saída ( ) Início do processo, com o encaminhamento do
produto.
(4) Controle ( ) Conclusão do processo, em que o produto é
finalizado.
(5) Feedback ( ) Acompanhamento do processo, em que se
adquire aprendizado.

25
Gestão de Operações em Exportação

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) 1 - 2 - 4 - 3 - 5
b) ( ) 2 - 5 - 1 - 4 - 3
c) ( ) 2 - 5 - 1 - 3 - 4
d) ( ) 1 - 2 - 3 - 5 - 4
e) ( ) 3 - 1 - 4 - 2 - 5

2 Julgue as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta:


I- A eficiência está relacionada ao alcance dos objetivos.
II- A eficácia diz respeito ao atingimento das metas da empresa.
III- Eficiência e eficácia são conceitos sinônimos.
IV- Todo processo eficiente também é eficaz, e vice-versa.
Estão corretas:

a) ( ) Somente a afirmativa II.


b) ( ) Somente as afirmativas II e IV.
c) ( ) Somente as afirmativas I e II.
d) ( ) Somente as afirmativas I, II e IV.
e) ( ) Todas as afirmativas.

3 Julgue as afirmativas a seguir entre Verdadeiro (V) e Falso (F):

( ) Gestão de Operações diz respeito à forma como uma organização


realiza suas atividades.
( ) Um Processo se encerra após concluir o seu objetivo final
( ) Operações de exportação estão ligadas ao conceito de Logística
Internacional.
( ) Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar são atividades próprias da
Administração
( ) Gestão voltada para resultados é focada na eficiência do processo
( ) As demandas dos clientes são uma forma de feedback de menor
importância

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F - F - F
b) ( ) F - F - F - V - V - F
c) ( ) V - F - V - F - V - V
d) ( ) V - F - V - V - F - F
e) ( ) V - V - F - V - V - F

26
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

3 ESTRATÉGIA DA GESTÃO DE
EXPORTAÇÃO
Agora que já tivemos uma noção dos deveres e dos desafios que envolvem
a gestão de operações em exportação, o próximo passo é conhecer um pouco
alguns conceitos do dia a dia de um gestor de operações em exportação e do
mundo empresarial. Conhecer esses conceitos são uma importante ferramenta
para desenvolvermos habilidades necessárias à atuação profissional.

3.1 INTELIGÊNCIA COMERCIAL E


ESTRATÉGIA
A inteligência comercial é uma importante ferramenta para desenvolver o
plano de ação de uma empresa. É através dela que se predetermina os passos
que serão dados diante de um determinado objetivo. A inteligência comercial
está incumbida de coletar e analisar dados que irão auxiliar a empresa a tomar
decisões e elaborar suas próximas ações. Por meio desse conhecimento, será
possível aproveitar melhores oportunidades no mercado e eventualmente
se prevenir de algum obstáculo que possa representar um problema para a
atuação da empresa.

Lembra que estudamos na seção anterior que o gestor tem que conhecer
bastante o setor em que atua e estar sempre atento às oportunidades e às
mudanças e tendências de mercado? Pois bem, a inteligência comercial
servirá exatamente para prover a área de gestão de informações e instrumentos
necessários para tomar boas decisões.

Sem ela, seria quase impossível conhecer o cenário econômico com mais
precisão. Agir em um ambiente pouco conhecido sem saber muito bem onde “está
pisando” é como dar um tiro no escuro. Pra isso, a inteligência comercial é como
uma luz que ilumina o cenário e traz mais clareza e lucidez às decisões que
serão tomadas.

Mas quais informações são essas que os gestores usam para


tomar suas decisões? Será que qualquer informação ajuda, ou é
algum tipo específico de informação?

27
Gestão de Operações em Exportação

Pois bem, não é qualquer informação que poderá ajudar a gestão a


desenvolver o seu trabalho! Cada área de atuação precisará de informações
específicas que possam determinar os próximos passos a serem dados para se
atingir um objetivo específico. No caso da gestão de operações em exportação,
seria necessário fazer um levantamento de dados sobre o mercado que se
pretende alcançar, com informações da seara política, econômica, social,
cultural, aduaneira, dos países que pretendemos alcançar.

E esse levantamento se inicia com a escolha do país a ser pesquisado.


Depois de determinar qual país será analisado, inicia-se a coleta de dados
propriamente dita.

Por exemplo, a empresa deverá pesquisar quais de seus


A empresa deverá produtos têm maior potencial de terem uma boa aceitação no
pesquisar quais mercado daquele país. Isso se chama Segmentação de Mercado.
de seus produtos
Feita essa segmentação, será necessário em seguida conhecer o
têm maior potencial
de terem uma mercado onde se pretende atuar. Algumas perguntas precisarão ser
boa aceitação no feitas, como:
mercado daquele
país. Isso se chama Qual a participação do Brasil no volume de importações daquele
Segmentação de país? Quais países poderiam representar concorrência para aquele
Mercado.
produto que se pretende vender? Quanto desse produto é possível
ser vendido naquele país? Ao responder essas perguntas, estamos
desenvolvendo o que se chama de Conhecimento de Mercado.

Após sabermos em quais segmentos iremos atuar e quais os potenciais


daquele mercado, precisamos conhecer os Dados Macroeconômicos daquele
país, ou seja, como está o funcionamento da economia daquele país como
um todo. Características sociais e culturais também são importantes para
prevermos o potencial de sucesso poderemos obter naquele país.

A seguir, podemos encontrar uma ampla relação de dados macroeconômicos,


sociais e culturais importantes para se desenvolver o levantamento dos dados:

28
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Características Econômicas e Culturais

o População
o Faixa Etária
o Mortalidade
o PIB
o Composição do PIB
o População economicamente ativa
o Renda per capita
o Desemprego
o Crescimento econômico
o Inflação
o Exportações
o Produtos
o Parceiros
o Importações
o Produtos
o Parceiros
o Moeda e câmbio
o Principais cidades
o Características culturais
o Idioma
o Grupos étnicos
o Religião
o Alfabetização
o Forma de Governo
o Panorama econômico

Além dessas características da economia como um todo, é necessário


também conhecer as características do setor específico em que se pretende
exportar. Ameaças e oportunidades precisam ser identificadas e analisadas.

29
Gestão de Operações em Exportação

Leia mais sobre:


Ameaças – Aspectos desfavoráveis do contexto externo onde a
empresa ou unidade analisada está inserida.
Oportunidades – Aspectos favoráveis do contexto externo onde a
empresa ou unidade analisada está inserida.

Acesse: https://www.dheka.com.br/ebooks/
fofa/#:~:text=Oportunidades%20%E2%80%93%20Aspectos%20
favor%C3%A1veis%20do%20contexto,ou%20unidade%20
analisada%20est%C3%A1%20inserida.

Por exemplo, é necessário saber se há barreiras comerciais, sejam elas


tarifárias ou não-tarifárias, se o acesso àquele mercado é facilitado por acordos
comerciais, se o país oferece benefícios para a entrada nesse setor específico,
se há canais de distribuição eficientes, se há órgãos de apoio ao setor etc.

Conhecendo esses facilitadores e dificultadores, será possível aproveitar


melhor as oportunidades e se preparar melhor para os desafios. Portanto, para
a Inteligência Comercial, é necessário coletar e analisar uma complexa gama de
dados e informações, para se tomar decisões importantes e identificar desafios e
oportunidades.

Após realizar um amplo estudo sobre as características do país, o passo


seguinte deve ser o de elaborar um Plano Estratégico. Esse plano estratégico
nada mais é que o plano de ação voltado para o aumento das vendas.

Ao elaborar o plano estratégico, em que se utilizou as informações adquiridas


no processo de inteligência comercial, a empresa poderá elaborar o seu plano de
marketing, cujo objetivo principal é alcançar o público-alvo e promover as vendas
do produto. Vejamos esse conceito melhor explicado a seguir:

3.2 MARKETING
Após fazermos uma boa coleta de dados através da inteligência comercial,
e a partir dela criarmos um plano estratégico, que por sua vez irá nortear o plano
de marketing, chegou o tão esperado momento de iniciar as ações de marketing.
Elas devem ser ações eficazes, que alcancem e tenham apelo ao mercado alvo.

30
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

As ações do marketing devem levar em conta o que chamamos “Quatro


Ps”. São eles: Produto, preço, praça e propaganda (ou promoção). Vamos
entender melhor cada um deles a seguir:

Com relação ao primeiro “P”, o PRODUTO (que pode ser também um


serviço, a depender do caso) será o objeto do plano de marketing. É o produto
que será oferecido ao consumidor e que terá sua imagem promovida pelas
ações de marketing.

Mas antes de oferecer um produto e “vender sua imagem” é importante o


gestor conhecer a fundo esse produto, afinal de contas, não podemos falar bem
de algo, nem oferecer algo ao consumidor, se nem nós mesmos conhecemos
direito as qualidades e pra que aquilo serve. É preciso, portanto, ter uma ampla
noção das utilidades, das vantagens de se adquirir aquele produto, e quais
ganhos o consumidor final terá caso ele venha a comprar aquele determinado
produto.

Feita a identificação e o conhecimento aprofundado do produto, é o


momento de se criar a apresentação do produto, para que ele seja conhecido
pelo consumidor. A apresentação do produto poderá ser feita por materiais de
divulgação, banners, cartazes, catálogos (tantos os físicos como os eletrônicos,
propagandas, apresentações institucionais etc. Isso vai depender da forma como
se pretende alcançar o cliente e que público alvo pretende se atingir.

Nesses materiais, algumas informações essenciais sobre o produto


precisam estar presentes. Essas informações, ao serem apresentadas ao
consumidor, precisam cumprir a função de ajudar na sua identificação, além de
mostrar de forma objetiva a aplicação ou função do produto.

Como é uma peça de marketing, é necessário que se faça uma exaltação


das qualidades, vantagens e diferenciais desse produto em relação a produtos
similares de empresas concorrentes.

As características do produto devem ser muito bem expostas, até mesmo


aquelas mais óbvias, para que se gere o máximo de identificação do produto
pelo consumidor.

E aí chegamos ao segundo “P”, que é o PREÇO. O preço nada mais é que


o valor econômico que o mercado atribui ao produto. Portanto, o preço de um
produto deve tomar por base o famoso preço de mercado.

31
Gestão de Operações em Exportação

Nesse caso, estamos falando de um produto que será exportado para outro
país. Portanto nós temos que primeiro verificar qual o preço de mercado daquele
produto no país alvo. Somente após isso, poderemos calcular os custos de se
produzir, transportar e exportar esse produto para o outro país.

Para calcular o lucro, é preciso descontar do valor final que será


apresentado ao consumidor do outro país o custo do transporte interno daquele
país, o preço de desembaraço de importação nesse país, as despesas com o
transporte internacional, as despesas com desembaraço de exportação no
Brasil, as despesas de transporte interno no Brasil, os custos das embalagens de
transporte que protegem o seu produto e o custo de produção daquele produto.

Ufa, quantos cálculos a serem feitos! Feito esse extenso cálculo,


você conseguirá ter uma boa noção do custo do seu produto e ele
apresenta um preço competitivo no mercado que você deseja
alcançar e que ainda garanta um lucro razoável para a empresa.

Chegamos agora ao terceiro “P” da nossa aula de hoje, que é a PRAÇA.


Mas não, essa não é a praça onde as crianças vão brincar e onde os velhinhos
se sentam para conversar. Estamos falando do ambiente do seu mercado-alvo.

Nessa etapa, você deverá reconhecer as barreiras que precisará enfrentar


naquele ambiente, os concorrentes ao seu produto, as oportunidades que
aquela praça pode te oferecer. Isso tem tudo a ver com o que falamos sobre
inteligência comercial.

É nessa etapa também que será definido o meio de distribuição do seu


produto. Será necessário definir se é mais conveniente realizar a venda do seu
produto diretamente ao consumidor final, ou se você precisará do intermédio de
representantes comerciais, ou ainda por meio de distribuidores da região, em
caso de vendas com volumes maiores do produto.

Também deverá buscar fazer uma base de dados com os potenciais


clientes da região e a divulgação do seu produto em contato com cliente, através
de feiras internacionais e missões comerciais.

32
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Por fim, chegamos ao nosso quarto “P”, que é a PROPAGANDA (OU


PROMOÇÃO). Ela será a campanha publicitária que você e sua equipe elaborou
para divulgar o seu produto naquele mercado-alvo já anteriormente definido.

Lembre-se que o veículo de comunicação mais apropriado para realizar a


sua campanha publicitária sempre será aquele que o seu cliente-alvo consulta
periodicamente. E isso também vai estar relacionado com a estratégia de
distribuição que você optou para aquele produto.

Confira no quadro a seguir um resumo sobre os Quatro Ps do Marketing:

FIGURA 6 – OS QUATRO Ps DO MARKETING

FONTE: <https://neilpatel.com/br/blog/4-ps-do-marketing/>.
Acesso em: 14 fev. 2021.

Encerramos mais essa seção sobre gestão de operações em exportação!


Com esse conhecimento, você já será capaz de dar os primeiros passos na
elaboração da estratégia de inserir o seu produto no mercado escolhido, sabendo
“onde pisar” e com boas práticas para a divulgação do seu produto naquele
mercado. Na próxima seção, vamos buscar entender um pouco melhor algumas

33
Gestão de Operações em Exportação

ações críticas da gestão de operações em exportação. Agora vamos praticar um


pouco, testando nosso conhecimento com os novos conceitos que aprendemos
nesta seção.

4 Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira, ligando


os Elementos Estratégicos ao seu conceito correspondente:

Coluna 1 Coluna 2
(1) Inteligência comercial ( ) Informações a respeito do
mercado que se deseja entrar.
(2) Plano Estratégico ( ) Setorização do mercado visando
a aceitação do produto.
(3) Plano de Marketing ( ) Plano para promover o produto
ao público-alvo.
(4) Segmentação ( ) Plano de ação voltado para o
de mercado aumento das vendas.
(5) Conhecimento ( ) Coleta e análise de dados que
de mercado auxiliam a tomar decisões.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( )5-4-3-2-1
b) ( )4-3-2-1-5
c) ( )3-2-1-5-4
d) ( )2-1-5-4-3
e) ( )1-2-3-4-5

5 Julgue as afirmativas a seguir entre Verdadeiro (V) e Falso (F):

( ) A tomada de decisões deve se guiar por uma análise criteriosa


de dados.
( ) Os dados econômicos são suficientes para a análise de mercado,
sendo dispensáveis dados sociais e o culturais.
( ) Desafios e oportunidades não são objeto de análise em um
estudo de mercado.
( ) O Plano de Marketing deve ser o mais geral possível, sem se
focar em um público alvo.
( ) É essencial conhecer as características do produto para se criar
um Plano de Marketing.
( ) O Plano Estratégico é um intermediário entre a Inteligência
Comercial e o Plano de Marketing.

34
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) F - F - F - F - V - V.
b) ( ) V - F - F - F - F - V.
c) ( ) V - F - V - F - F - V.
d) ( ) V - V - F - F - V - V.
e) ( ) V - F - F - F - V - V.

6 Marque a alternativa CORRETA:

Essas são características econômicas e culturais de um país,


relevantes para a Inteligência Comercial:

A) População e Faixa Etária.


B) Composição do PIB e Crescimento Econômico.
C) Características Culturais e Alfabetização.
D) Religião e Grupos Étnicos.
E) Todas as características descritas.

a) ( ) Somente A e C.
b) ( ) Somente C.
c) ( ) Somente B.
d) ( ) Somente D.
e) ( ) Todas estão corretas.

4 AÇÕES CRÍTICAS DA GESTÃO DE


EXPORTAÇÃO
Nesta seção vamos conhecer melhor as áreas da gestão de operações em
exportação que fazem parte das ações mais práticas do gestor. Saber lidar com
clientes, com contratos, com modalidades de transporte, com gestão de conflitos,
etc. faz parte das habilidades que um bom administrador deve possuir para o bom
funcionamento das operações de exportação.

Alguns desses conceitos serão mencionados de forma mais breve nesta


seção pois serão tratados de maneira detalhadas nos próximos capítulos.

35
Gestão de Operações em Exportação

Como vimos anteriormente, a maior finalidade das ações voltadas para as


relações comerciais é a conquista e manutenção dos clientes. Vamos estudar
agora mais a fundo quais são os elementos mais importantes para gerir de forma
eficaz essa área das operações de exportação.

4.1 HABILIDADES

Segundo Katz, uma habilidade é a capacidade de transformar


conhecimento em ação e que resulta em um desempenho desejado.

Fonte: https://administradores.com.br/artigos/o-que-e-competencia-
e-habilidade#:~:text=Segundo%20Katz%2C%20Uma%20
habilidade%20%C3%A9,humanas%20e%20as%20habilidades%20
conceituais

Em primeiro lugar, vamos falar um pouco sobre as habilidades demandadas


pelo comércio internacional. Precisamos nos conscientizar da dimensão
que o comércio internacional e o grande espaço que ele ocupa no mundo dos
negócios. O comércio internacional abrange praticamente todos os mais de 200
países, localizados em todos os 5 continentes, alcançando mais de 7 bilhões
de pessoas. O volume de bens, serviços e dinheiro que circula nessa seara é
simplesmente gigantesco!

Diante disso, é necessário que o gestor tenha uma ampla gama de


conhecimentos para poder lidar com tamanha diversidade de países e clientes.
Noções de direito, economia, cultura, história, política, geografia, etc. são
essenciais para compreender melhor os mercados em que se atua.

Além disso, algumas habilidades são muito importantes para ser bem
sucedido na condução dos negócios envolvendo exportações. Por exemplo, é
de suma importância que o gestor de exportações tenha uma visão global dos
negócios, afinal de contas, existem muitas maneiras de pensar e de agir, muitas
formas diferentes de realizar as ações.

36
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Ter a mente aberta para o aprendizado e para novas práticas é essencial


para se conquistar novos espaços e novas oportunidades no mundo do comércio
internacional.

Outra habilidade importante é a tolerância cultural, ou seja, respeito às


diferentes culturas e costumes dos povos ao redor do mundo. Trabalhar com
exportações é se expor a diversas tradições, crenças e costumes diferentes.
Compreender essas diferenças e saber utilizá-las a favor do seu negócio é um
grande diferencial no mundo do comércio internacional.

Dedicação e persistência são outras duas habilidades fundamentais para o


gestor de operações em exportação. É preciso se esforçar para realizar o melhor
serviço possível, ao mesmo tempo em que é preciso ser perseverante diante de
dificuldades e desafios que possam aparecer durante o exercício da profissão.
Sem essas habilidades, é pouco provável que se desenvolva uma carreira de
sucesso.

O domínio de idiomas é uma habilidade praticamente obrigatória no mundo


do comércio exterior. Obviamente, é preciso saber se comunicar com o cliente,
ou não haverá negociação possível. Quantos mais idiomas você souber, maior
será seu diferencial nesse mercado.

4.2 RELACIONAMENTO COM


CLIENTES
Falando em clientes, precisamos compreender melhor a forma como lidar
com eles, atraí-los para o nosso negócio e fidelizá-los.
Antes de pensar em relacionamento com clientes, precisamos aprender
a identificar potenciais clientes. Já falamos bastante sobre isso quando
estudamos a inteligência comercial. Uma vez utilizada essa ferramenta e os
clientes foram identificados, podemos partir para a próxima etapa.

Após identificar os potenciais clientes, precisamos trabalhar para conquistá-


los. Para isso, podem ser utilizadas as diversas técnicas de inteligência comercial
e marketing, identificando as necessidades desse cliente e enfatizando a ele
como esse produto pode atender a essas necessidades.

Uma vez conquistados os clientes, é preciso saber mantê-los. Os clientes


jamais podem se sentir desamparados ou abandonados pelo fornecedor, pois
essa pode ser uma oportunidade para o seu concorrente tomar o cliente de você.
Portanto, manter a atenção dada ao cliente é fundamental para não o perder.
37
Gestão de Operações em Exportação

E a melhor forma de garantir que essa atenção seja dada devidamente é


manter um canal de comunicação com o cliente. Esse canal serve para que ele
possa se sentir ouvido em suas demandas, críticas, elogios e sugestões. Você
precisa fazer com que o cliente sinta que ele é importante para a empresa.

4.3 NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS


Outra atividade importante que fará parte do cotidiano do gestor de
operações em exportação são as negociações. É através delas que os acordos
serão fechados.

É sempre bom lembrar que as negociações não devem ser entendidas como
um processo em que alguns ganham e outros perdem. A visão mais adequada
para a compreensão do que são as negociações é a de que elas são uma forma
de busca de benefício entre ambas as partes.

Todos em um acordo precisam ter ao menos seus principais interesses


razoavelmente atendidos e, ao mesmo tempo, todos precisarão aprender a ceder
um pouco para atender as necessidades do outro. O melhor acordo é aquele em
que ambos saem ganhando.

Para se preparar para as negociações, é necessário primeiramente listar


e organizar os objetivos que serão negociados e saber a importância de cada
um deles. Também se faz necessário tentar prever quais serão os objetivos
da pessoa ou empresa que irá negociar com você. A partir disso, você deve se
preparar para oferecer uma contraproposta, ou uma forma de conciliar ambos
os interesses.

4.4 EVENTOS INTERNACIONAIS


Os eventos internacionais são uma grande oportunidade para as
empresas se tornarem conhecidas, fazerem novos contatos e desenvolverem
novas oportunidades de negócios. Esses eventos são espaços em que
pessoas potencialmente interessadas no seu serviço ou produto estarão abertas
a conhecê-lo e poderão se tornar potenciais clientes.

As Missões Comerciais são uma importante oportunidade para tornar uma


empresa, ou um grupo de empresas, conhecidas no exterior. Essas missões
devem agir segundo as seguintes finalidades:

38
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

• Munir participantes com informações fundamentais previamente


(informativo mercadológico)
• Criar Oportunidades eficazes de negócio aos associados
• Garantir Infraestrutura de classe mundial
• Vender a imagem do setor ou empresa, ressaltando sua qualidade,
tecnologia, inovação e vantagens.

Uma vez definidos nossos objetivos, partimos para uma missão


prospectiva, na qual levantaremos as seguintes informações:

• Apoio local.
• Parceiros para a coordenação do evento.
• Ambiente de Negócios (a ser apresentado em seminário p/ participantes
da missão).
ç =Aspectos Comerciais.
ç =Práticas comerciais; pagamentos; garantias; logística; aduana.
ç =Aspectos Regulatórios.
ç =Aspectos Legais.
ç =Contratos; responsabilidade civil; arbitragem; marcas e patentes.

Fonte: Manual de Gestão do Comércio Internacional Fundamentos,


Estratégia & Ações, de Maurício Manfré, p. 49.

4.5 CENTROS REGIONAIS DE


NEGÓCIOS
Em um mercado cada vez mais competitivo, é preciso ganhar vantagem
em relação aos concorrentes internacionais por meio de uma rede integrada de
canais de distribuição. A criação de subsidiárias próprias nos países onde se
pretende atuar auxilia bastante no desenvolvimento das relações comerciais
internacionais.

Os centros regionais de negócios se definem como uma “filial” da empresa


em outro país, criado com o intuito de cuidar da distribuição do seu produto
exportado para aquele país, como também das relações com os clientes locais.
Entre as vantagens de se criar um centro regional de negócios, está a de tornar
a empresa menos dependente dos distribuidores intermediários.

39
Gestão de Operações em Exportação

Outra vantagem é a possibilidade do desenvolvimento de uma relação


“inter-company” entre a matriz e a filial, com o intuito de diminuir custos de
transações e, ao mesmo tempo, criar uma troca de informações e experiências.

Para que haja uma experiência bem sucedida com os centros regionais, é
importante que haja uma estrutura que possibilite a atuação da subsidiária, como
exemplo:

• Localização geográfica estratégica.


• Ambiente financeiro favorável para atividades internacionais de
comércio.
• Sistema tributário favorável para atividades internacionais de
comércio.
• Estrutura física adequada para a gestão das atividades do
comércio internacional.
• Estrutura logística voltada para o atendimento da demanda
regional.

Fonte: Manual de Gestão do Comércio Internacional Fundamentos,


Estratégia & Ações”, de Maurício Manfré, p. 80.

4.6 CONTRATOS COMERCIAIS


INTERNACIONAIS
No capítulo 3 serão apresentados em detalhes as questões pertinentes aos
contratos nas operações de exportação. Por agora, precisamos apenas conhecer
o seu conceito geral e sua importância para o comércio internacional.

Por definição, os contratos são a manifestação expressa de vontade feita


por dois ou mais interessados sobre seus interesses, direitos e obrigações
mútuas, o qual, após a respectiva declaração de aceitação, manifestada por meio
de sua assinatura, faz lei entre as partes.

Diferentemente de uma lei, em que os parlamentares eleitos pelo povo


aprovam e ela se torna obrigatória para todos, um contrato só existe se as partes

40
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

concordarem com ele e se obrigarem a ele por livre vontade. Contudo, uma vez
que as partes se obrigaram, elas precisam obedecer ao que foi combinado,
sob pena de encarar as consequências de quebra de contrato, previamente
previstas.

Como cada país possui leis diferentes, os contratos internacionais se regem


por normas uniformizadas por organizações internacionais voltadas para a
integração do comércio internacional. Diante disso, podemos definir um contrato
de comércio internacional como:

“A manifestação expressa de vontade feita por dois ou


mais interessados, localizados em diferentes países, sobre seus
interesses, direitos e obrigações mútuas, estabelecidas com base
em normas internacionalmente reconhecidas, cuja declaração de
aceitação é manifestada por meio de sua assinatura, fazendo assim
lei entre as partes”

Fonte: Manual de Gestão do Comércio Internacional Fundamentos,


Estratégia & Ações, de Maurício Manfré, p. 81

4.7 MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE


CONFLITOS
Ao assinarem um contrato, as partes estão se comprometendo a cumprir
certas obrigações. Contudo, nem sempre os compromissos são cumpridos como
deveria, seja de forma proposital, seja por incapacidade da parte em executar suas
atividades. Quando isso ocorre, a parte prejudicada pode exigir uma satisfação
da parte não-cumpridora. Caso a parte não-cumpridora não possa compensar por
suas faltas, inicia-se um conflito entre as partes, que podem ser solucionadas
por diferentes métodos.

O primeiro deles é o método amigável. Ele depende da boa vontade das


partes, principalmente da parte faltosa. Nesse caso, a solução é negociada
apenas pelas próprias partes, sem a necessidade de um mediador. Caso a
solução seja encontrada, o conflito terá sido solucionado de forma amigável.

41
Gestão de Operações em Exportação

Caso não seja possível uma solução amigável, a parte prejudicada pode
recorrer à via judicial para solucionar o conflito. Nesse caso, um juiz será
o mediador do conflito, e ele julgará de acordo com as provas que forem
apresentadas, no que ele proferirá uma sentença. A sentença terá conteúdo
obrigatório e as partes envolvidas serão obrigadas a cumpri-la.

Atente-se para o fato de que a via judicial só é possível caso as


duas partes estejam submetidas às leis e à jurisdição do mesmo
país!

E então você pode estar se perguntando: E se o conflito ocorrer entre


partes que esteja sob as leis de países diferentes? Bem, nesse caso, o
comércio internacional desenvolveu ao longo do tempo um amplo sistema de
arbitragem, ou seja, um conjunto de entidades no sistema internacional, que
têm a capacidade de mediar conflitos entre entes de países diferentes.

Portanto, a arbitragem também é um método de solução de conflitos,


em que as partes se submeterão a um organismo internacional que mediará o
conflito entre eles e oferecerá uma solução. No Capítulo 2 estudaremos mais
detalhadamente as instituições internacionais que fazem parte do sistema de
comércio mundial.

4.8 ALGUNS ELEMENTOS TÉCNICOS


DA EXPORTAÇÃO
Nesta última seção deste capítulo, farei uma breve menção de alguns
conceitos que trabalharemos mais profundamente nos próximos capítulos. Como
são elementos mais técnicos e que são utilizados de forma mais prática, por
enquanto apenas será trazido o conceito geral.

Vamos falar primeiramente das Operações Financeiras Internacionais.


Como você deve imaginar, todas essas transações de comércio exterior que
mencionamos nesse capítulo envolvem dinheiro. A escolha da forma de
pagamento mais adequada a cada situação é essencial para a conclusão dos

42
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

processos. Portanto, existem diferentes modalidades disponíveis para as


empresas, a exemplo do pagamento antecipado, das cartas de crédito, da
cobrança internacional, etc. A escolha de qual delas utilizar terá como critério a
que melhor atender às necessidades do comprador e do vendedor.

Outro conceito que precisa ser conhecido pelo gestor de exportações são
os procedimentos aduaneiros de exportação. Sobre esse assunto, cabe aqui
mencionarmos a origem de alguns termos:

A palavra aduana provém do termo árabe ad-dīwān que significa


registro ou escritório. A palavra alfândega, também tem origem
árabe, al-fundaq, e significa hospedaria ou estalagem.

O objetivo da aduana ou alfândega é controlar a entrada e saída


de mercadorias para o exterior ou dele provenientes, realizando
todos os procedimentos aplicáveis e em harmonia com a política de
comércio exterior determinada por seu governo.

A política de comércio exterior está alinhada à necessidade dos


países de protegerem suas indústrias nacionais contra a entrada
descontrolada de produtos importados que eventualmente
colocariam sua economia em risco, pelos mais variados fatores.

Uma vez que tal política é estabelecida, a mesma será aplicada


pela aduana (ou alfândega) local.

Fonte: Manual de Gestão do Comércio Internacional Fundamentos,


Estratégia & Ações, de Maurício Manfré, p. 117

Portanto, os Procedimentos Aduaneiros serão utilizados por cada país para


atender seus interesses e serão determinados em conformidade com a política
comercial e industrial de cada região. Estar atento aos critérios do país onde
pretende se atuar é essencial para se realizar as operações de exportação.

Por fim, vamos mencionar as famosas Incoterms. Você já deve saber que
as Incoterms são importantíssimas para o comércio internacional, pois elas

43
Gestão de Operações em Exportação

estabelecem várias condições a serem desenvolvidas em um contrato no


comércio internacional.

Por exemplo, o momento e as condições em que ocorrerão a transferência de


responsabilidade sobre a propriedade de uma mercadoria e a responsabilidade
sobre a contratação do transporte, bem como da modalidade de seguro.

Para fins de exemplificação, segue um quadro com as principais Incoterms e


quais etapas elas cobrem:

FIGURA 7 – PRINCIPAIS INCOTERMS

FONTE: Adaptado de Manfré (201?, p. 165)

Vamos agora para mais uma atividade pra ajudar a fixar o conteúdo desta
seção:

7 Essa é uma habilidade que o gestor de exportações NÃO deve ter:

a) ( ) Mente Aberta.
b) ( ) Conhecimento de Idiomas.
c) ( ) Tolerância Cultural.
d) ( ) Visão Restrita de Mundo.
e) ( ) Dedicação e Persistência.

44
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

8 Marque a alternativa INCORRETA:

O relacionamento com clientes de uma empresa tem como objetivo:

a) ( ) Identificar potenciais clientes.


b) ( ) Conquistar novos clientes.
c) ( ) Fidelizar os clientes.
d) ( ) Atender às demandas dos clientes.
e) ( ) Perder clientes para empresas concorrentes.

9 Julgue as afirmativas a seguir entre Verdadeiro (V) e Falso (F):

( ) Identificar as necessidades do cliente não contribui para a sua


conquista.
( ) Nas negociações internacionais, uma parte necessariamente
deve sair derrotada.
( ) As Missões internacionais são uma importante oportunidade de
tornar a empresa conhecida no exterior.
( ) Os centros regionais de negócios contribuem para tornar a
empresa menos dependente de distribuidores intermediários no
exterior.
( ) A quebra de contrato sempre leva a uma solução não amigável
do conflito.
( ) Existem diversas formas de pagamento nos contratos
internacionais, devendo escolher aquela a que melhor atenda as
partes.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) F - F - V - V - F - V.
b) ( ) V - F - F - F - F - V.
c) ( ) V - F - V - F - F - V.
d) ( ) V - V - F - F - V - V.
e) ( ) V - F - F - F - V - V.

45
Gestão de Operações em Exportação

Claro que não podíamos ficar sem algumas indicações de


leituras extras para ficarmos afiados e nos profundarmos nos
assuntos de interesse, não é verdade?
Por isso, preparamos aqui para vocês uma pequena lista com
livros e textos que aumentarão sua bagagem nessa viagem rumo ao
conhecimento e à formação profissional. Apreciem à vontade!

1) Para conhecermos melhor os termos e conceitos da área de


comércio exterior, um bom livro para o tema é:
“ABC do Comércio Exterior: Abrindo as Primeiras Páginas”,
do autor Samir Keedi. Editora Aduaneiras.

2) Caso você tenha interesse em se aprofundar nos procedimentos


de gestão de logística, segue também um bom livro sobre o tema:
“Gestão de operações logísticas”, dos autores Osmar
Coronado, Wagner Guedes, e Paulo Borges, da Editora Dialógica.

3) Já que falamos um pouco nesse capítulo sobre calcular os custos


de distribuir um produto no exterior, seria interessante indicar a
leitura de um texto que explica bem um caso de como ficam os
custos logísticos de um setor tão importante para o nosso país,
como é a agroindústria:

KUSSANO, M.R.; BATALHA, M. Os Custos Logísticos Agroindustrais:


Uma avaliação do escoamento de soja em grão do Mato Grosso para
o mercado externo. Gestão & Produção, São Carlos, v. 19, n. 3,
2012.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
É isso aí pessoal! Tivemos um bom aprendizado nesse primeiro capítulo
e espero que vocês já estejam imaginando como se preparar para serem bons
gestores de operações em exportações.

Agora já sabemos as principais responsabilidades de um gestor, como ele


deve lidar com oportunidades e desafios, como deve conduzir um processo e uma
operação, como deve se relacionar com o cliente e aprender a aprimorar o seu
trabalho.

46
Capítulo 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM EXPORTAÇÃO

Também aprendemos como coletar dados dos países em que desejamos


realizar exportações, com o objetivo de conhece-lo melhor e se planejar para
alcançar o público alvo. Esse processo inclui criar um plano estratégico e uma
estratégia de marketing, que terá como base as informações colhidas pela
Inteligência de mercado.

Por fim, aprendemos um pouco sobre as habilidades que o gestor de


exportações deve ter, como lidar com negociações, contratos e conflitos por
quebra de contrato. Vimos um pouco sobre meios de pagamento e demos uma
revisada nas Incoterms.

Agora estamos preparados para seguir para o próximo capítulo e descobrir


um pouco sobre as normas e órgãos que fazem parte do comércio exterior.
Vocês estão animados? Pois eu estou ansioso pra conversar mais com vocês no
próximo capítulo. Encontro vocês lá!

REFERÊNCIAS
AYRES, A. P. S. Gestão de Logística e Operações. Curitiba. IESDE Brasil S.A.
2009.

CARDOSO, P. A. Gestão de operação e Logística II. Florianópolis:


Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB,
2012.

FERRAREZZO, E. A. Gestão de operações e serviços. Londrina: Editora e


Distribuidora Educacional S.A., 2017.

MANFRÉ, M. Manual de Gestão do Comércio Internacional. Brasília: Clube de


Autores, 2009.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia PMBOK: Um Guia do


Conhecimento em Gerenciamento de Projetos. 6 ed. Newtown Square-PA:
Project Management Institute, 2017.

SEGALIS, G. Fundamento de Exportação e Importação no Brasil. Rio de


Janeiro: Editora FGV, 2012.

SILVA, T. F. Gestão Estratégica de Operações e Serviços. Universidade


Católica Dom Bosco Virtual.

47
Gestão de Operações em Exportação

48
C APÍTULO 2
ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO
EXTERIOR

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

• Aprender sobre conceitos e funções de órgãos relacionadas ao comércio


exterior, com ênfase nas exportações, como: Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC), Câmara de Comércio Exterior (Camex), Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil),
Ministério das Relações Exteriores (MRE), Receita Federal do Brasil (RFB),
Banco Central do Brasil (BACEN).
• Apresentar as principais normas de comércio exterior voltadas para as
exportações.
• Conhecer conceitos e funções dos principais organismos internacionais de
comércio exterior.
• Familiarizar com as principais instâncias governamentais relacionada ao
comércio exterior e suas respectivas funções.
• Adquirir uma noção geral da legislação relacionada ao comércio exterior, com
ênfase na exportação e sua aplicação nas operações de exportação.
• Conhecer os órgãos internacionais relacionados ao comércio exterior.
Gestão de Operações em Exportação

50
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste segundo capítulo da disciplina de Gestão de Operações em Exportação,
iremos trabalhar com os conceitos de órgãos do comércio internacional. Para que
as exportações possam acontecer, é necessário que haja uma ampla rede de
entidades que organizem e regulamentem os procedimentos.

Sem tal organização, o comércio exterior provavelmente seria uma bagunça!


Não haveria regras claras, não haveria controle contra fraudes, não haveria um
mínimo de harmonia para que os procedimentos se desenrolassem. E isso teria
um custo muito grande para todos, afinal, é através da otimização dos processos
que se adquire competitividade, pois se ganha com a queda dos custos.

Ou seja, antes de mais nada, as entidades que permeiam o comércio


internacional são verdadeiras garantidoras da otimização do comércio
internacional, tornando todo o processo mais fácil e menos custoso!

Conhecer essas entidades, bem como as regras que elas emitem, é de suma
importância, uma vez que o gestor de operações em exportações lidará com elas
durante toda a sua atuação profissional. Por mais que possa parecer um pouco
árido ter que conhecer tantos nomes e órgãos, tantas regras e detalhes, este
conhecimento é extremamente necessário e simplesmente não há como evitá-lo!

Mas fique tranquilo, à medida que esses conceitos e órgãos forem sendo
trabalhados na prática durante a sua atuação profissional, você terá muito mais
familiaridade e tudo parecerá mais fácil e fluido.

O mais importante agora é ter esse primeiro contato com a disciplina e saber
que esses órgãos e regras existem, e que eles irão auxiliar o gestor de operações
em exportação no seu dia a dia profissional.

Este capítulo também conta com uma considerável quantidade de citações


de documentos dos órgãos, como também de indicações de sites, pois o objetivo
é que você tenha realmente contato com o que há de mais atual nesses órgãos.
Afinal, como muitos deles são estruturas administrativas dos governos, eles
mudam com muita frequência. Portanto, é necessário manter-se sempre ligado e
atualizado, para acompanhar essas mudanças.

Neste sentido, este capítulo serve como um verdadeiro guia para que
você possa conhecer o essencial e tenha acesso a informações externas que
complementem esse conhecimento e te mantenha atualizado. Enfim, vamos aos
estudos!

51
Gestão de Operações em Exportação

2 ÓRGÃOS E NORMAS DO
COMÉRCIO EXTERIOR
Fala pessoal! Na unidade anterior tivemos acesso a uma boa quantidade de
informações a respeito das atividades de gestão em um contexto de operações
em exportação. Nesta unidade iremos começar a entender a função dos órgãos
governamentais, das normas brasileiras e dos organismos internacionais que
fazem parte da área de comércio exterior. É uma parte mais árida para se estudar,
mas é necessário conhecermos as estruturas dos órgãos que atuam no comércio
exterior para sabermos como atuar e onde recorrer durante os procedimentos de
exportação.

2.1 ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS


BRASILEIROS
O primeiro órgão do O primeiro órgão do governo que vamos mencionar nesse
governo que vamos curso é o Ministério da Economia. Este na verdade é um super
mencionar nesse ministério, que se formou a partir da fusão que ocorreu em 2019
curso é o Ministério dos Ministérios da Fazenda (MF), Planejamento, Desenvolvimento
da Economia. Este e Gestão (MP), Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
na verdade é um
(MDIC) e do Trabalho e Emprego (MTE). Vejamos abaixo a estrutura
super ministério, que
se formou a partir da simplificada do Ministério da Economia, a seguir, a estrutura
fusão que ocorreu detalhada:
em 2019.
FIGURA 1 – ESTRUTURA SIMPLIFICADA DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/06/MDIC.png>.
Acesso em: 16 fev. 2021.

52
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

FIGURA 2 – ESTRUTURA DETALHADA DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/wp-content/uploads/2019/06/organograma_
ministerio-da-economia_comex.png>. Acesso em: 16 fev. 2021.

Ao falarmos desse superministério, estaremos falando das funções dos


antigos ministérios que agora estão incorporados por ele. Também estaremos
falando dos órgãos da administração pública que estão vinculados a estes
ministérios e que têm participação no Comércio Exterior.

53
Gestão de Operações em Exportação

Para ficar atento às atualizações do Ministério da Economia,


você pode acessar o site: https://www.gov.br/economia/pt-br/acesso-
a-informacao/institucional/quem-e-quem.

2.1.1 Banco Central do Brasil


O primeiro que iremos comentar é o Banco Central do Brasil (Bacen). O
Banco Central foi criado em 1964, é uma autarquia federal cuja sede se encontra
em Brasília, mas possui atuação em todo o território brasileiro. O Bacen tem por
missão assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez e
eficiência do sistema financeiro.

Falando um pouco das atribuições do BACEN, sabemos que ele formula,


executa, acompanha e controla as políticas monetária, cambial, de crédito e de
relações financeiras com exterior; organiza e fiscaliza o Sistema Financeiro
Nacional; gere o Sistema de Pagamentos brasileiro, os serviços do meio circulante
e as reservas internacionais.

Mais especificamente na área de comércio exterior, o Banco Central


estabelece normas sobre as operações de câmbio no comércio exterior, além
de fiscalizar e controlar a aplicação dessas normas. Através do SISCOMEX, o
Bacen analisa as operações de exportação.

Vale ressaltar que o atendimento ao público feito pelo Banco Central


é realizado nas delegacias regionais do Bacen. O Sistema Integrado de
Registro de Operações de Câmbio (Sisbacen) é o sistema informatizado que faz
a integração do Bacen aos bancos autorizados, propiciando as operações em
câmbio, além de corretores credenciados.

O gestor de exportações deverá, portanto, negociar as tratativas do contrato


de câmbio com a instituição habilitada, para posterior registro no Sisbacen, sendo
que o Bacen age nesse caso como entidade gestora.

Veja a seguir como é um painel do Sisbacen:

54
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

FIGURA 3 – PAINEL DO SISBACEN

FONTE: <https://www.suno.com.br/artigos/sisbacen/>
Acesso em: 16 fev. 2021.

Após falarmos do Banco Central, vamos comentar sobre outro órgão bastante
conhecido dos brasileiros, que é a Receita Federal do Brasil (RFB).

2.1.2 Receita Federal do Brasil


A Receita Federal exerce funções essenciais para o funcionamento do
Estado. Ela administra tributos de responsabilidade da União, inclusive os tributos
incidentes sobre o comércio exterior, contribui para combater a sonegação
fiscal, o contrabando, o descaminho, a pirataria, a fraude comercial, o tráfico, e
outros atos ilícitos relacionados ao comércio internacional.

Vejamos a seguir, mais detalhadamente, as funções desenvolvidas pela


receita federal. Colocamos em negrito as funções relacionadas ao comércio
exterior:

55
Gestão de Operações em Exportação

O que faz a Receita Federal?

• administração dos tributos internos e do comércio exterior;


• gestão e execução das atividades de arrecadação, lançamento,
cobrança administrativa, fiscalização, pesquisa e investigação
fiscal e controle da arrecadação administrada;
• gestão e execução dos serviços de administração,
fiscalização e controle aduaneiro;
• repressão ao contrabando e descaminho, no limite da sua
alçada;
• preparo e julgamento, em primeira instância, dos processos
administrativos de determinação e exigência de créditos
tributários da União;
• interpretação, aplicação e elaboração de propostas para o
aperfeiçoamento da legislação tributária e aduaneira federal;
• subsídio à formulação da política tributária e aduaneira;
• subsídio à elaboração do orçamento de receitas e benefícios
tributários da União;
• interação com o cidadão por meio dos diversos canais de
atendimento, presencial ou a distância;
• educação fiscal para o exercício da cidadania;
• formulação e gestão da política de informações econômico-
fiscais;
• promoção da integração com órgãos públicos e privados afins,
mediante convênios para troca de informações, métodos e
técnicas de ação fiscal e para a racionalização de atividades,
inclusive com a delegação de competência;
• atuação na cooperação internacional e na negociação
e implementação de acordos internacionais em matéria
tributária e aduaneira.

Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/receita-federal-e-o-comex/

56
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

2.1.3 Banco do Brasil (BB)


Assim como os bancos privados, o Banco do Brasil (BB) também oferece
serviços como fechamento de contratos de câmbio para conversão em moeda
estrangeira em nacional (e vice-versa), em operações de exportação. Ele
também oferece opções de crédito a exportadores.

Além disso, o BB oferece para serviços de comércio exterior a possibilidade


de emitir um documento conhecido como Form A. Esse documento permite a
entrada de produtos brasileiros em países em que há preferências comerciais
com base no acordo comercial chamado Sistema Geral de Preferências (SGP).

O objetivo principal do SGP é ajudar no crescimento de países menos


desenvolvidos, facilitando a entrada de seus produtos nos mercados mais
competitivos e lucrativos do mundo.

Por fim, é também por meio do Banco do Brasil, dessa vez atuando na
qualidade de agente financeiro da União, que o exportador tem acesso ao
Programa de Financiamento às Exportações (PROEX). Esse programa,
promovido pelo Governo Federal, tem como objetivo oferecer ao exportador
condições de financiamento equivalentes às do mercado internacional.

Para ficar atento às atualizações dos financiamentos oferecidos


pelo PROEX, você pode acessar o site:
https://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/empresas/produtos-
e-servicos/comercio-exterior/vendas-para-o-exterior/proex-
financiamento#/.

2.1.4 Banco Nacional de


Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES)
Vamos entender melhor as origens e funções do BNDES?

57
Gestão de Operações em Exportação

Fundado em 1952, o Banco Nacional de Desenvolvimento


Econômico e Social (BNDES) é uma empresa pública federal,
vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, que tem o objetivo de financiar, a longo prazo, os
empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do
país. O BNDES Exim financia a exportação de bens e de serviços
brasileiros, por meio de bancos e de outras instituições financeiras
credenciadas.

O BNDES é hoje o principal instrumento de financiamento


de longo prazo para a realização de investimentos em todos os
segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões
social, regional e ambiental. Desde sua criação, o Banco se
destaca no apoio à agricultura, à indústria, à infraestrutura e a
comércio e a serviços, oferecendo condições especiais para micro,
pequenas e médias empresas. O apoio do BNDES se dá por
meio de financiamentos a projetos de investimentos, aquisição de
equipamentos e exportação de bens e de serviços.

Exportação e inserção internacional

O desenvolvimento de um setor exportador mais dinâmico e


integrado ao mercado mundial e o aumento da competitividade
da produção econômica em escala global atendem ao objetivo do
BNDES de fortalecer o mercado interno, pois funcionam como
poderosos instrumentos para a elevação da produtividade e a
eficiência das empresas brasileiras.

O BNDES tem incentivado a área de comércio exterior


e a internacionalização de empresas com custos e prazos
diferenciados. Entre as ações implementadas, destacam-se o
aumento da competitividade internacional da produção brasileira
de bens e de serviços de maior valor agregado e o crescente estímulo
à ação de empresas brasileiras na América do Sul, ampliando laços
comerciais estratégicos.

Fonte: Exportação passo a passo, do Ministério das Relações


Exteriores.

58
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

Entre os programas de incentivo ao exportador oferecidos pelo BNDES,


podemos citar o BNDES Exim Pré-embarque, que dá apoio à produção de
bens e serviços destinados à exportação por meio de linhas de financiamento
especiais.

Também existe o programa BNDES Exim Pós-embarque, no qual o banco


de fomento incentiva a comercialização de bens e serviços nacionais no exterior.

Para ficar atento às atualizações dos linhas para operações


oferecidos pelo BNDES Exim, você pode acessar o site:
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/
produto/BNDES-Exim.

2.1.5 Ministério do Desenvolvimento,


Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
Como dito anteriormente, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC) foi incorporado ao Ministério da Economia (ME), em
2019. Hoje na verdade ele funciona como uma Secretaria Especial, dentro das
competências do Ministro da economia.

Falaremos então do MDIC dentro do contexto organizacional que ele se


encontra no momento da redação deste material, mas já sabemos que essas
estruturas mudam conforme o tempo passa. O que importa é conhecer as
funções e os principais órgãos que compõem esse setor do governo, pois isso
sim continua constante, independente do contexto político.

Entre as secretarias do ME, existe a Secretaria Especial de Comércio Exterior


e Assuntos Internacionais. Dentro dessa Secretaria encontra-se hoje a Câmara
de Comércio Exterior (CAMEX).

A CAMEX tem por objetivo a formulação, a adoção, a implementação e a


coordenação de políticas e de atividades relativas ao comércio exterior de
bens e serviços, aos investimentos estrangeiros diretos, aos investimentos
brasileiros no exterior e ao financiamento às exportações, com vistas a promover
o aumento da produtividade da economia brasileira e da competitividade
internacional do País.
59
Gestão de Operações em Exportação

Para conhecer melhor a estrutura da Camex, acesse o link:


http://www.camex.gov.br/sobre-a-camex.

Dentro da Estrutura do MDIC também encontramos a Apex Brasil, cuja


função é promover exportações e investimentos do Brasil no exterior. Segundo o
próprio site da Instituição, a Apex Brasil atende o seguinte propósito:

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e


Investimentos (Apex-Brasil) atua para promover os produtos e
serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros
para setores estratégicos da economia brasileira.

Para alcançar os objetivos, a Apex-Brasil realiza ações


diversificadas de promoção comercial que visam promover as
exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no
exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de
negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes
feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e
formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira
entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo
fortalecer a marca Brasil.

A Agência também atua de forma coordenada com atores


públicos e privados para atração de investimentos estrangeiros
diretos (IED) para o Brasil com foco em setores estratégicos para
o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras e do
país.

Fonte: https://portal.apexbrasil.com.br/quem-somos/.

60
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

Como tínhamos comentado no capítulo anterior, uma forma de fazer com


que a sua empresa e o seu produto sejam conhecidos no exterior é promovendo
a marca em feiras e missões internacionais. A Apex Brasil é uma agência
do governo que auxilia a empresa de exportação para realizar esta e outras
atividades, sempre visando promover o desenvolvimento do país e o crescimento
das empresas brasileiras.

Para conhecer melhor a Apex Brasil, acesse o link:


https://portal.apexbrasil.com.br/.

Outro importante órgão ligado ao MDIC é a Secretaria de Comércio Exterior


(Secex). A Secex tem entre suas funções a condução das políticas de comércio
exterior e gestão do controle comercial. A Secex normatiza, supervisiona,
orienta, planeja, controla e avalia as atividades de comércio exterior.

A Secex é dividida em diversos departamentos, mas o mais importante deles


é o Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex). O Decex está
mais voltado para os afazeres diários do comércio exterior, inclusive para prestar
esclarecimentos dos procedimentos através de comunicados e portarias. O
Decex atua para aperfeiçoar e simplificar o comércio exterior brasileiro, visando
o aumento da competitividade.

Para conhecer mais a Secex e os instrumentos normativos que


regulam sua atuação, acesse o link:
http://siscomex.gov.br/legislacao/secex/.

61
Gestão de Operações em Exportação

2.1.6 Comissão de Valores Mobiliários


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também ligada ao Ministério
da Economia, é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.
Entre as funções da CVM, estão: estabelecer as diretrizes gerais das políticas
monetárias, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, de
funcionamento e de fiscalização das instituições financeiras e disciplinares dos
instrumentos de política monetária e cambial.

Portanto, todas as atividades envolvendo moeda e câmbio nos contratos


das empresas que promovem exportação no Brasil serão regulamentadas pela
CVM.

Para conhecer melhor as funções e regulamentos da CVM,


acesse o link:
https://www.gov.br/cvm/pt-br/acesso-a-informacao-cvm/institucional.

2.2 MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES


EXTERIORES (MRE)
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) é um ministério autônomo,
não está sob o guarda-chuva do Ministério da Economia. Ele é o órgão da
administração pública federal que cuida da relação do Brasil com outros países
e com entidades internacionais. O MRE não cuida diretamente do comércio
exterior, já que essa atividade é gerenciada pelo MDIC (que atualmente se
encontra sob a gestão do ME). Porém, o MRE também tem sua contribuição nas
atividades de comércio exterior do Brasil.

Os acordos internacionais dos quais o Brasil faz parte são negociados


através do MRE, inclusive os comerciais. Da mesma forma, todas as
embaixadas do Brasil no exterior são vinculadas a este Ministério. Os setores
comerciais das embaixadas brasileiras atuam como postos para análise de
oportunidades de mercado do Brasil naquele país em que a embaixada se
encontra.

62
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

Vejamos um pouco mais sobre a atuação do MRE:

O Ministério das Relações Exteriores, órgão da administração


direta, tem como área de competência os seguintes assuntos:

a) política internacional;
b) relações diplomáticas e serviços consulares;
c) negociações comerciais, econômicas, técnicas e culturais com governos
e com entidades estrangeiras;
d) programas de cooperação internacional e de promoção comercial; e
e) delegações, comitivas e representações brasileiras em agências e em
organismos internacionais e multilaterais.

Cabe ao Ministério auxiliar o Presidente da República na


formulação da política exterior do Brasil, assegurar sua execução
e manter relações com Estados estrangeiros, organismos e
organizações internacionais.

Fonte: Exportação passo a passo, do Ministério das Relações


Exteriores.

Para entender melhor a atuação do MRE nas relações


comerciais brasileiras, acesse:
https://www.cursosapientia.com.br/conteudo/noticias/o-trabalho-do-
itamaraty-no-comercio-exterior.

63
Gestão de Operações em Exportação

2.3 MINISTÉRIO DAS


COMUNICAÇÕES (MC)
Vinculada ao Ministério das Comunicações (MC), a Empresa Brasileira
De Correios e Telégrafos (ECT) oferece ao exportador brasileiro o Programa
Exporta Fácil. Esse programa tem como finalidade facilitar a exportação
simples de mercadorias por pessoas físicas e empresas. Vejamos como o portal
do Programa Exporta fácil define sua atuação:

Exporta Fácil dos Correios

O Exporta Fácil é um conjunto de serviços dos Correios que


oferece facilidades para empresas e pessoas físicas (artesãos,
agricultores, etc.) que desejam exportar seus produtos de maneira
mais simples.

Como o Exporta Fácil funciona?

O exportador contrata a logística postal de sua mercadoria até o


país de destino e os Correios providenciam o registro da operação no
Sistema de Comércio Exterior - SISCOMEX da Receita Federal. Tudo
sem custos adicionais ou burocracia. Quem exporta pelo Exporta
Fácil não precisa obter antecipadamente o registro de Importador/
Exportador, nem aguardar a emissão da Declaração Simplificada de
Exportação.

Como usar o Exporta Fácil?

É simples. Basta seguir alguns passos:

1. Procure uma das Agências dos Correios estão em todo o Brasil, assim
você pode exportar de qualquer cidade brasileira.
2. Preencha o formulário único de postagem do serviço (AWB). Ele é
autoexplicativo. Mas se preferir, você pode fazer o preenchimento, com
toda a comodidade, pela Internet e já apresentar o formulário pronto
3. Faça a postagem na agência. Quem tem um contrato com os Correios,
pode usar o serviço Disque Coleta (*3003-0100 - Destinado a capitais,
regiões metropolitanas e cidades - sedes de DDD; *0800 725 7282 - Vale

64
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

para todas as demais localidades brasileiras que não têm tecnologia


para serem atendidas pelo 3003)

A partir daí os Correios serão os responsáveis pelo seu produto.

Fonte: http://www.investexportbrasil.gov.br/exporta-f%C3%A1cil-ect

2.4 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,


PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
(MAPA)
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) também
contribui para o desenvolvimento das exportações no Brasil, através da sua
Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. O MAPA promove a
exportação de produtos de origem animal e vegetal desenvolvidos pelo setor
agropecuário brasileiro, inclusive promovendo feiras internacionais.

O setor agropecuário é um dos mais importantes do país e é responsável


pela maior parte do volume das exportações brasileiras. É de extrema
importância conhecer ao menos um pouco esse setor, ainda que ele não seja o
foco da empresa onde você irá trabalhar.

Para conhecer melhor a parte de promoção de eventos e feiras


internacionais do MAPA, acesso esse link:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/relacoes-internacionais.

Para acessar o setor específico de exportações do MAPA, este


é o link:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/internacional/exportacao.

65
Gestão de Operações em Exportação

2.5 MINISTÉRIO DA CIÊNCIA,


TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (MCTI)
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) contribui para
o comércio exterior brasileiro desenvolvendo um programa que incentiva a
exportação de produtos de tecnologia desenvolvidos no Brasil. Esse incentivo
ocorre através do Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (PROGEX).
Vejamos mais detalhes desse programa, citados no seu sítio na internet:

O PROGEX é uma ferramenta tecnológica que fortalece,


principalmente, as MPME - micro, pequenas e médias empresas
brasileiras, contribuindo para sua inserção no mercado internacional
e, ao mesmo tempo, reduzindo seu índice de mortalidade como
exportadoras.

O atendimento do PROGEX tem como objetivo adequar os


produtos às exigências técnicas de um determinado mercado externo
para que a empresa possa exportá-los. Essas exigências usualmente
se baseiam em regulamentos e diretivas ou normas técnicas, que
especificam padrões mínimos que o produto deve atender para
entrar no mercado-alvo.

O PROGEX vem trabalhando na adequação de produtos há


mais de dez anos, contemplando aspectos como:

• melhoria da qualidade do produto e do processo produtivo;


• redução de custos;
• atendimento a normas técnicas internacionais;
• pré-qualificação ou qualificação de produtos para obtenção de selos e
marcações internacionais como CE, UL e outras;
• design do produto;
• embalagens, rotulagem;
• outras exigências técnicas do mercado-alvo.

O Programa atende às empresas de todos os setores industriais


e contribui para:

• a evolução dos processos produtivos atuais;


• a criação de uma cultura empresarial voltada para pesquisa e

66
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

desenvolvimento de produtos orientados por critérios de qualidade e


adoção de padrões internacionais;
• a introdução no exterior de produtos brasileiros com maior valor agregado
e conteúdo tecnológico.

Os critérios para atendimento pelo PROGEX são: existência de


um produto, definição de um mercado-alvo e decisão do empresário
em exportar de forma permanente.

O atendimento tecnológico à micro, pequena e média empresa


conta, quando possível, com recursos não reembolsáveis da ordem
de 90%, cabendo à empresa atendida uma contrapartida de no
mínimo 10% do valor do atendimento.

Fonte: https://www.ipt.br/solucoes/252-progex_%E2%80%93_
programa_de_apoio_tecnologico_a_exportacao.htm.

Agora, vamos praticar um pouco do que aprendemos aqui hoje!

1 Marque o nome do Ministério que hoje abarca uma série de


antigos ministérios que atuam no comércio exterior:

a) Ministério da Cultura.
b) Ministério da Fazenda.
c) Ministério da Economia.
d) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
e) Ministério do Planejamento.

2 Marque o nome do órgão do governo responsável pela formulação


de normas de câmbio no exterior e que também analisa, por meio
do Siscomex, as operações de exportação:

a) Receita Federal do Brasil.


b) Comissão de Valores Mobiliários.
c) Ministério da Economia.
d) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
e) Banco Central do Brasil.

67
Gestão de Operações em Exportação

3 Marque o nome do órgão do governo responsável pela gestão e


execução dos serviços de administração, fiscalização e controle
aduaneiro:

a) Receita Federal do Brasil.


b) Comissão de Valores Mobiliários.
c) Banco do Brasil.
d) Ministério das Relações Exteriores.
e) Banco Central do Brasil.

4 É através deste órgão que o exportador tem acesso ao Programa


de Financiamento às Exportações (PROEX), com objetivo de
oferecer ao exportador condições de financiamento. Estamos
falando do:

a) BNDES.
b) Comissão de Valores Mobiliários.
c) Banco do Brasil.
d) Ministério das Relações Exteriores.
e) Banco Central do Brasil.

5 É através deste órgão que o exportador tem acesso ao Programa


Exim Pós-embarque, no qual é dado incentivo à comercialização
de bens e serviços nacionais no exterior. Estamos falando do:

a) BNDES.
b) Secretaria de Comércio Exterior.
c) Banco do Brasil.
d) Receita Federal do Brasil.
e) Câmara de Comércio Exterior.

68
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

3 PRINCIPAIS NORMAS
BRASILEIRAS
Agora que já conhecemos melhor os órgãos governamentais e sabemos
como encontra-los na internet para nos atualizarmos sobre sua atuação, chegou
a hora de aprendermos um pouco sobre as normas do comércio exterior. Essas
normas servem tanto para que a empresa possa atuar no ramo, como também
para que ela realize os diversos procedimentos, de acordo com a operação que
está sendo realizada.

Para atuar no comércio exterior no Brasil, é preciso conhecer alguns


normativos que regulamentam a área. Existem uma gama de órgãos
governamentais para cada procedimento a ser realizado. Vejamos um pouco
sobre esse tema:

3.1 DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES


DE COMÉRCIO EXTERIOR (DECEX)
O órgão governamental responsável pelas normas administrativas e
comerciais de todas as operações de comércio exterior é o Departamento de
Operações de Comércio Exterior (Decex). Este órgão está subordinado à
Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que por sua vez pertence ao antigo
MDIC, que agora está sob o guarda-chuva do Ministério da Economia (ME).

Os procedimentos para exportação estão registrados na Portaria Secex nº


23, de 14 de julho de 2011. Ela já sofreu diversas atualizações posteriormente,
então vale conferir na internet as novidades que possam ocorrer:

Para conferir a Portaria Secex nº 23, de 14 de julho de 2011 e


suas respectivas atualizações, acesse o link:
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/Portaria-Secex-
23-11-Consolidada.pdf.

69
Gestão de Operações em Exportação

Nesta obra iremos indicar os procedimentos básicos, que provavelmente pouco


se alterarão nos próximos anos. Por outro lado, os detalhes das mudanças que,
ocasionalmente ocorram, devem ser acompanhadas pelo profissional de comércio
exterior. Aqui você receberá boas ferramentas para saber como atuar e em que sites
consultar as novidades, mas nada substitui a atuação atenta e atualizada ao longo
da carreira profissional.

3.2 HABILITAÇÃO
Pois bem, para iniciar o processo de exportação, o primeiro passo é acessar o
Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), por meio de uma habilitação
para acessar o sistema. Essa habilitação, por sua vez, é obtida através do Ambiente
de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar)
da Receita Federal do Brasil (RFB). Uma vez feita a habilitação, as pessoas físicas ou
jurídicas receberão uma senha que dará acesso ao Siscomex.

E o mais legal disso tudo é que o exportador estará automaticamente inscrito


no cadastro da Secex ao realizar essa habilitação. Exatamente, você não precisará
depois disso se inscrever na Secex, pois o Login que você vai realizar no Siscomex te
registrará automaticamente no Registro de Exportador e Importador (REI) da Secex!

FIGURA 4 – PORTAL DO SISCOMEX

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/blog/o-que-e-portal-siscomex/>.
Acesso em: 22 jan. 2021.
70
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

3.3 REGISTRO DE EXPORTAÇÃO (RE)


Feita a sua habilitação, adquirindo uma senha para o Siscomex e
automaticamente sendo registrado no REI, o exportador precisará agora precisará
solicitar o licenciamento ou autorização para exportar.

O Decex será o órgão que emitirá essa autorização, por meio de um


documento denominado Registro de Exportação (RE). Este documento é,
portanto, um conjunto de informações do tipo de mercadoria que o exportador
deseja exportar. Essas informações incluem a natureza comercial, fiscal,
financeira e cambial desse produto.

A depender do produto, será necessário que outros órgãos façam um


exame prévio para que a liberação seja realizada. Esse procedimento de chama
Tratamento Administrativo. Por exemplo, se o exportador deseja exportar
medicamentos, eles terão que primeiramente passar pelo crivo da Anvisa.

Para simular a necessidade de Tratamento Administrativo,


acesse o link e inclua o NCM do produto a ser consultado:
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br.

3.4 DESPACHO DAS EXPORTAÇÕES


Feito o licenciamento, por meio do RE, o exportador agora deverá cuidar de
despachar as suas mercadorias.

Mas o que vem a ser despacho e quais são suas especificidades? Vamos
verificar o que a Receita Federal diz sobre o tema:

71
Gestão de Operações em Exportação

Despacho de exportação é o procedimento mediante o qual


é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em
relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação
específica, com vistas ao desembaraço aduaneiro da mercadoria e a
sua saída para o exterior (art. 4° da IN RFB n° 1.702, de 2017).

Toda mercadoria destinada ao exterior, inclusive a reexportada,


está sujeita a despacho de exportação, com as exceções
estabelecidas na legislação específica (art. 3° da IN RFB n° 1.702,
de 2017).

Para efeitos do disposto na Instrução Normativa RFB n° 1.702,


de 2017, que disciplina o despacho aduaneiro de exportação
processado por meio de Declaração Única de Exportação (DU-E),
entende-se por (art. 2° da IN RFB n° 1.702, de 2017):
I- declarante, a pessoa responsável por apresentar a DU-E e
promover o despacho de exportação em nome próprio, se for o
exportador, ou em nome de terceiro, quando se tratar de pessoa
jurídica contratada para esse fim;
II- despacho domiciliar, aquele realizado em local solicitado
pelo exportador, situado fora de recinto aduaneiro e sob sua
responsabilidade;
III- exportador, qualquer pessoa que promova a saída de mercadoria
do território aduaneiro;
IV- exportação própria, aquela cujo declarante é o próprio exportador;
V- exportação por meio de operador de remessa expressa ou
postal, aquela cujo declarante é uma empresa de transporte
expresso internacional, nos termos da legislação específica, ou
a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), contratada
pelo exportador para promover em seu nome o despacho de
exportação;
VI- exportação por conta e ordem de terceiro, aquela cuja DU-E
é apresentada e cujo despacho aduaneiro de exportação é
promovido por pessoa jurídica contratada para essa atividade;
VII- exportação consorciada, aquela promovida por 2 (dois) ou mais
exportadores e processada com base em uma única DU-E;
VIII- Referência Única da Carga (RUC), o identificador único e
irrepetível que servirá de base para o controle da armazenagem e
movimentação de cargas para exportação;

72
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

IX- Referência Única de Carga-Master (MRUC), o identificador único


e irrepetível que servirá de base para o controle da armazenagem
e movimentação de cargas consolidadas para exportação;
X- recepção de carga, a informação prestada pelo interveniente,
referente às cargas por ele recebidas para despacho aduaneiro
ou em trânsito aduaneiro de exportação;
XI- entrega de carga, a informação prestada pelo interveniente,
referente às cargas por ele entregues a outro interveniente para
trânsito aduaneiro, embarque ao exterior ou transposição de
fronteira;
XII- consolidação de carga, a informação prestada pelo interveniente,
referente ao agrupamento de cargas, por ele realizado, relativas
a diferentes operações de exportação que tenham um mesmo
destino, final ou para redistribuição, no exterior;
XIII- unitização de carga, a informação prestada pelo interveniente,
referente ao acondicionamento, por ele realizado, dos volumes
soltos de uma carga a exportar em uma ou mais unidades de
carga;
XIV- manifestação de embarque, a informação prestada pelo
transportador, referente às cargas por ele transportadas ou a
serem transportadas para o exterior, ou em trânsito aduaneiro
pelo território nacional;
XV- sistema comunitário logístico, o sistema de informação em tempo
real que otimiza e coordena os processos operacionais da cadeia
logística dos diversos operadores de uma comunidade portuária,
aeroportuária ou de transportadores;
XVI- averbação de embarque, a confirmação da saída dos bens
exportados do País; e
XVII- evento, o registro eletrônico de uma ação ou situação
relacionada com a nota fiscal eletrônica (NF-e).

Fonte:https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/
manuais/exportacao-portal-unico/introducao/conceitos-
e-definicoes-gerais#:~:text=Despacho%20de%20
exporta%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o,%C2%B0%20
1.702%2C%20de%202017

73
Gestão de Operações em Exportação

Existem basicamente dois tipos de despacho: o despacho normal e o


despacho simplificado.

O despacho normal, realizado pela Receita Federal do Brasil (RFB),


se inicia quando o exportador cadastra no Siscomex (módulo exportação)
a Declaração para Despacho de Exportação (DDE) ou Declaração de
Exportação (DE), informando os seus registros de exportação. Para que o
despacho ocorra, o depositário acusa a presença de carga e o transportador
informa os dados relativos ao embarque.

Uma vez feito o despacho, a DE irá para o processo de


Uma vez feito o
parametrização, que sinalizará em qual canal de conferência
despacho, a DE irá
para o processo de aquele produto será direcionado. Os canais são verde,
parametrização, que laranja, vermelho e cinza. No canal verde, a mercadoria é
sinalizará em qual automaticamente despachada, não sendo necessária maiores
canal de conferência verificações. Caso seja sinalizado o canal laranja, será realizada a
aquele produto será conferência documental dos produtos exportados. Se for indicado
direcionado. Os
o canal vermelho, serão conferidos tanto os documentos como
canais são verde,
laranja, vermelho e os produtos fisicamente. Por fim, se for indicado o canal cinza,
cinza. além da conferência documental e física, ocorrerá também
aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para
verificar elementos indiciários de fraude.

FIGURA 5 – CANAIS DE PARAMETRIZAÇÃO

FONTE: <https://leantrade.com.br/2018/09/14/duimp-declaracao-
unica-importacao/>. Acesso em: 22 fev. 2021.

Por fim, após a parametrização, a mercadoria é desembaraçada, ou seja,


é registrada a conclusão da conferência aduaneira, havendo a autorização

74
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

para entrega da mercadoria. Portanto, este é o último passo do despacho


aduaneiro.

Feita a finalização desse processo, o Siscomex emitirá o Comprovante de


Exportação. (CE).

Já no despacho simplificado, pode ocorrer a exportação de algumas


mercadorias, especificadas na Instrução Normativa SRF nº 611/06 e suas
atualizações. O despacho simplificado é feito por meio de um documento chamado
Declaração Simplificada de Exportação Eletrônica (DSE eletrônica). No caso
do despacho simplificado, não é exigido o Registro de Exportação (RE).

Para ter acesso às atualizações da Instrução Normativa SRF nº


611/06, que trata do despacho simplificado, acesse o link:
h t t p : / / n o r m a s . r e c e i t a . f a z e n d a . g o v. b r / s i j u t 2 c o n s u l t a / l i n k .
action?visao=anotado&idAto=15544.

3.5 CÂMBIO NAS EXPORTAÇÕES


Uma vez vendido o produto para um comprador no exterior, é regra do
comércio exterior brasileiro que o dinheiro recebido em outra moeda seja
convertido em Real. Isso deverá ocorrer mediante uma instituição financeira
credenciada, que será responsável por realizar essa conversão de moedas. O
órgão público responsável por regulamentar essa atividade é o Banco Central
(Bacen).

O Banco Central é o órgão que cria as regras de como essa conversão


deverá ocorrer, e também é ele que credencia uma instituição financeira para
realizar essas operações no Brasil.

O exportador tem a possibilidade de escolher se o dinheiro recebido com a


venda venha para o país, ou seja, depositado numa conta no exterior.

No caso de a moeda ser mantida numa conta no exterior, o exportador deverá


apresentar anualmente à Receita Federal uma Declaração sobre Utilização
dos Recursos em Moeda Estrangeira Decorrentes do Recebimento de
Exportações (Derex).

75
Gestão de Operações em Exportação

Se, ao contrário, o exportador decidir ingressar com os valores no país,


será necessário realizar um contrato de câmbio, em um estabelecimento
autorizado pelo Bacen.

3.6 CANCELAMENTO E BAIXA DO


CONTRATO DE CÂMBIO
Se por algum motivo o embarque da mercadoria não ocorrer, ou ainda, se
não for realizado o seu pagamento, o contrato de câmbio pode ser cancelado.
Isso deverá ocorrer por consenso entre as partes. Caso a mercadoria não tenha
sido embarcada, ocorrerá incidência de encargo financeiro.

Por outro lado, nos casos em que o contrato de câmbio fique vencido e
não se chegue a um consenso entre o banco e exportador, o banco realizará a
baixa do documento de forma unilateral, após protestar o cliente.

3.7 CARGA TRIBUTÁRIA NAS


OPERAÇÕES DE EXPORTAÇÃO
O tratamento tributário das operações de exportação é realizado pelo
governo federal e estadual. No caso do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), que é um tributo estadual, existe autonomia
de cada estado para definir a sua aplicação. Por isso, o gestor de operações em
exportação deve consultar como é cobrado o ICMS no estado no qual está sua
escrita fiscal.

O Imposto de Exportação (IE), esse sim um imposto federal, tem como


fato gerador a saída de produtos nacionais do território nacional. Esse imposto
geralmente é utilizado sobre produtos em que há interesse do governo em inibir
as exportações, com o intuito de incentivar o abastecimento interno. O oposto
também é possível, quando há interesse do governo em incentivar a exportação
de algum produto, no que é realizado incentivos fiscais à exportação.

76
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

3.8 DRAWBACK
O Regime aduaneiro especial chamado de Drawback foi criado como um
incentivo à exportação. Ele consiste em conceder desonerações de tributos
aos produtos importados ou nacionais que foram utilizados em mercadorias a
serem exportadas ou já exportadas.

Vamos entender um pouco melhor sobre as modalidades de drawback:

Existem três modalidades de drawback: isenção, suspensão


e restituição de tributos. A primeira modalidade consiste na
isenção dos tributos incidentes na importação de mercadoria, em
quantidade e qualidade equivalentes, destinada à reposição de outra
importada anteriormente, com pagamento de tributos, e utilizada na
industrialização de produto exportado. A segunda, na suspensão dos
tributos incidentes na importação de mercadoria a ser utilizada na
industrialização de produto que deve ser exportado. A terceira trata
da restituição de tributos pagos na importação de insumo importado
utilizado em produto exportado.
• O drawback de restituição praticamente não é mais utilizado. O
instrumento de incentivo à exportação em exame compreende,
basicamente, as modalidades de isenção e suspensão.
• O Comunicado DECEX nº 21/97, alterado pelo Comunicado DECEX nº 2
(da atual Secretaria de Comércio Exterior - SECEX), estende o benefício
a algumas operações especiais. Assim, a modalidade suspensão é
aplicada às seguintes operações:
• Drawback Genérico – caracterizado pela discriminação genérica da
mercadoria a importar e o seu respectivo valor;
• Drawback Sem Cobertura Cambial - quando não há cobertura cambial,
parcial ou total, na importação;
• Drawback Solidário - quando existe participação solidária de duas ou
mais empresas industriais na importação; e
• Drawback para Fornecimento no Mercado Interno - que trata de
importação de matéria-prima, produto intermediário e componente
destinados à industrialização de máquinas e equipamentos no País,
para serem fornecidos no mercado interno, em decorrência de licitação
internacional - venda equiparada à exportação (Lei nº 8.402, de
08/01/92).

77
Gestão de Operações em Exportação

Na modalidade isenção é concedido o Drawback para


Reposição de Matéria-Prima Nacional, que consiste na importação
de mercadoria para reposição de matéria-prima nacional utilizada
em processo de industrialização de produto exportado, com vistas
a beneficiar a indústria exportadora ou o fornecedor nacional, e para
atender a conjunturas de mercado.

Em ambas as modalidades, isenção e suspensão, os


Comunicados mencionados destacam ainda duas operações
especiais: Drawback Intermediário e Drawback para Embarcação.

O Drawback Intermediário consiste na importação, por


empresas denominadas fabricantes-intermediários, de mercadoria
para industrialização de produto intermediário a ser fornecido a
empresas industriais-exportadoras e utilizado na industrialização de
produto final destinado à exportação.

O Drawback para Embarcação refere-se à importação de


mercadoria para industrialização de embarcação e venda no
mercado interno.

Fonte: https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/regimes-
e-controles-especiais/regimes-aduaneiros-especiais/drawback.

Vamos pôr em prática um pouco do que aprendemos!

6 Marque o nome do órgão governamental responsável pelas


normas administrativas e comerciais das operações de comércio
exterior:
a) Siscomex.
b) Receita Federal do Brasil.
c) Departamento de Comércio Exterior.
d) Banco Central do Brasil.
e) Regime Aduaneiro Especial.

78
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

7 Marque o nome do procedimento inicial necessário para se ter


acesso ao Siscomex:

a) Parametrização.
b) Habilitação.
c) Licenciamento.
d) Autorização.
e) Registro de Exportação.

8 Marque o nome do procedimento em que se sinaliza o canal de


conferência de um produto a ser exportado:

a) Parametrização.
b) Habilitação.
c) Licenciamento.
d) Autorização.
e) Registro de Exportação.

9 Para firmar um contrato em que ocorra conversão de moeda


para realização de uma operação de exportação, é necessário
recorrer a uma instituição financeira que, por sua vez, para poder
atuar nessa área deve estar credenciada ao(à):

a) Receita Federal do Brasil.


b) Siscomex.
c) Decex.
d) Banco Central do Brasil.
e) Ministério da Economia.

10 O Regime Aduaneiro especial utilizado como incentivo às


exportações, no qual concede desonerações de tributos a
produtos importados ou nacionais usados em mercadorias
exportadas se chama:

a) Parametrização.
b) Siscomex.
c) Decex.
d) Despacho Simplificado.
e) Drawback.

79
Gestão de Operações em Exportação

4 ÓRGÃOS INTERNACIONAIS
Nesta seção iremos conhecer as entidades e blocos internacionais que
fazem parte da organização do Comércio Exterior. Ter uma noção de quem
elas são e quais são suas funções contribuem em muito para entender melhor o
funcionamento do comércio internacional e ajuda o gestor de operações em
exportação a se situar em relação às regras de comércio internacional e nas
oportunidades de negócios.

4.1 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO


COMÉRCIO (OMC)
A Organização Mundial do Comércio (OMC) começou na verdade não
como uma organização, mas como um acordo comercial entre países, em 1947,
o GATT, sigla em inglês que significa Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio.

Inicialmente, esse acordo tinha como objetivo regulamentar as relações de


comércio internacional entre os países participantes, inclusive o Brasil. Após
diversas rodadas de negociações ao longo das décadas, em 1995 o GATT se
transformou em uma organização internacional, que passou a se chamar
OMC.

Para ser mais exato, na verdade a OMC absorveu as normas do GATT,


que se limitam ao comércio de bens, e somou-as aos setores de serviços e de
propriedade intelectual, no seu arcabouço normativo.

A OMC trouxe força e aperfeiçoamento ao sistema multilateral de comércio,


desde os anos que se seguiram no pós-Segunda Guerra Mundial. Seu objetivo
maior foi o de auxiliar o comércio internacional a eliminar barreiras comerciais,
facilitando o comércio, o livre trânsito de mercadorias e o acesso de empresas
ao mercado exterior.

Constituem atribuições da OMC:


a) supervisionar a implementação das regras acordadas no âmbito do
sistema multilateral de comércio;
b) atuar como fórum de negociações comerciais;
c) proporcionar mecanismos de solução de controvérsias;
d) supervisionar as políticas comerciais dos países membros;
e) fornecer assistência técnica e cursos de formação para países em
desenvolvimento, em matéria de comércio;
f) desenvolver cooperação com outras organizações internacionais.

80
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

Estrutura da OMC

Relacionam-se, a seguir, os órgãos componentes da


Organização Mundial do Comércio, que, atualmente, conta com 164
países membros.

Conferência Ministerial – O órgão máximo da organização é a


Conferência Ministerial, composta pelos representantes de todos os
seus membros, que se reúne, no mínimo, a cada dois anos. Esse
órgão tem autoridade para tomar decisões sobre todas as matérias
sobre qualquer um dos Acordos Multilaterais. É composta pelos
Ministros das Relações Exteriores e/ou Ministros de Comércio
Externo dos membros.

Conselho Geral – O corpo diretor da OMC é o Conselho Geral,


composto pelos representantes de todos os seus membros, que
deve se reunir quando apropriado. É integrado pelos embaixadores
que são os representantes permanentes dos membros em Genebra,
ou por delegados das missões em Genebra.

Órgão de Solução de Controvérsias – Criado como mecanismo


de solução de conflitos na área do comércio, contém todo um
sistema de regras e procedimentos para dirimir controvérsias sobre
as regras estabelecidas pela OMC. Prevê fase de consultas entre as
partes; o estabelecimento de painéis para examinar a questão, se
necessário; e, finalmente, quando solicitado, consulta para o Órgão
de Apelação. O Órgão de Solução de Controvérsia é composto pelo
próprio Conselho Geral que aqui atua em função específica.

Órgão de Revisão de Política Comercial – Criado para ser um


mecanismo de exame periódico das políticas de cada membro da
OMC, tem como objetivo confrontar a legislação e a prática comercial
dos membros da Organização com as regras estabelecidas nos
acordos, além de oferecer aos demais membros uma visão global da
política seguida pelos membros, segundo o princípio da transparência.
É integrado pelos delegados das missões dos membros em Genebra
ou por integrantes dos governos dos membros.

Conselhos para Bens, Serviços e Propriedade Intelectual –


Foram criados três Conselhos para acompanhar a implementação
das regras negociadas em cada uma das áreas que resultaram da

81
Gestão de Operações em Exportação

Rodada Uruguai: Conselho sobre o Comércio de Bens, Conselho


sobre o Comércio de Serviços e Conselho sobre os Direitos de
Propriedade Intelectual Relacionado ao Comércio. Geralmente tem
assento nesses conselhos os delegados dos membros residentes em
Genebra, ou integrantes de seus governos enviados especialmente
para as reuniões.

Comitês – As atividades da OMC se desenvolvem por meio de


aproximadamente trinta comitês ou grupos de trabalho, subordinados
aos Conselhos, no qual têm assento os delegados dos membros,
normalmente os delegados residentes em Genebra e técnicos dos
Ministérios enviados especialmente para as reuniões de cada comitê.

Outros órgãos – A Conferência Ministerial pode criar entidades


subordinadas ou novos comitês. Assim, foram estabelecidos três
comitês durante a Rodada Uruguai: Comércio e Desenvolvimento,
Restrições por motivo de Balanço de Pagamento e Orçamento,
Finanças e Administração. Em 1994, em Marrakesh, foi decidida
a criação do Comitê sobre Comércio e Meio Ambiente. Em 1996,
foi criado o Comitê sobre Acordos Regionais. Na Conferência
Ministerial de Cingapura, foram criados três Grupos de Trabalho
sobre Investimento, Concorrência e Transparência em Compras
Governamentais. Em 1998, na Conferência Ministerial em Genebra,
foram introduzidas duas novas áreas para análise, uma a respeito
do comércio eletrônico, sob a responsabilidade do Conselho Geral,
e outra relativa à facilitação de comércio dentro das atividades do
Conselho sobre o Comércio de Bens (THORSTENSEN, 2001, p. 45-
47)

Fonte: Exportação passo a passo, do Ministério das Relações


Exteriores.

4.2 BLOCOS COMERCIAIS


A atual tendência do comércio internacional é, por um lado, o de aumento da
liberdade do fluxo de bens e serviços; por outro lado, a de integração regional,
que são áreas integradas de comércio. A depender do nível de aprofundamento
dessa integração, os blocos comerciais podem se caracterizar como:

82
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

a) Área de preferência tarifária – resulta de acordos entre os


países visando à redução de tarifas alfandegárias no intercâmbio
entre os signatários, para a totalidade dos produtos ou para
grupos de produtos. Os acordos podem estabelecer reduções
de tarifas de importação para valor predeterminado ou redução
gradativa, por meio de cronograma de reduções de tarifas;
b) Área de livre comércio – as barreiras ao comércio de bens
entre os países membros são eliminadas, mas estes mantêm
autonomia na administração de sua política comercial;
c) União aduaneira – a circulação intrabloco de bens e serviços é
livre, a política comercial é uniformizada, e os países membros
utilizam uma tarifa externa comum;
d) Mercado comum – equivale à união aduaneira, mas permite
também o livre movimento de fatores produtivos (trabalho e
capital);
e) União econômica – estágio posterior ao mercado comum que
contempla a coordenação estreita das políticas macroeconômicas
dos países membros e, eventualmente, a adoção de moeda
única.

Fonte: Exportação passo a passo, do Ministério das Relações


Exteriores

Cada bloco econômico se encontrará em algum desses estágios de avanço


de integração, de acordo com suas características históricas, econômicas
e geográficas. Vamos estudar agora os principais blocos econômicos e suas
características.

4.3 MERCADO COMUM DO SUL


(MERCOSUL)
O Mercosul, fundado em 1991, teve como membros fundadores o Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai. Mais tarde, a Venezuela também viria a integrar
o grupo, porém foi suspensa. Outros países, como Bolívia, Chile e Peru são
países associados, mas ainda não são membros plenos.

83
Gestão de Operações em Exportação

O Mercosul pretende funcionar como mercado comum, mesmo que ainda


na prática apresente imperfeições e não tenha todas as características de um
mercado comum.

Esse bloco tem como objetivo avançar em seu processo de harmonização


tributária, por meio da eliminação de tarifas aduaneiras e de barreiras não
tarifárias à livre circulação de mercadorias entre seus membros.

Foi adotada também uma Tarifa Externa Comum (TEC), ou seja, as tarifas
aduaneiras aplicadas a países de fora do bloco são aplicadas igualmente pelos
membros do bloco, como se fossem um único país. Também foram implantadas
políticas comerciais comuns em relação a países de fora do bloco.

Para conhecer melhor o Mercosul, acesse a página do governo


brasileiro a respeito deste bloco comercial: www.mercosul.gov.br.

4.3.1 Associação Latino Americana de


Integração (ALADI)
Fundada em 1980, a ALADI é composta pelos membros do Mercosul
(Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai), além da Comunidade Andina (Bolívia
Colômbia, Equador e Peru), além de Chile, Cuba, México e Venezuela.

Entre os acordos firmados entre os países que compõem a ALADI, está


o Acordo de Complementação Econômica (ACE). Os produtos que são
contemplados por esse sistema de preferências tarifárias constam também em
uma tabela no site da Siscomex.

A fim de que os produtos sejam contemplados por esse tratamento


preferencial, é necessário que os exportadores adquiram os Certificados de
Origem nas federações de indústria, ou de comércio ou em outras instituições
ligadas à ALADI.

84
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

Para conhecer melhor a ALADI e as instituições a ela


credenciadas, acesse a página deste bloco comercial: www.aladi.org.

4.4 ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO


DA AMÉRICA DO NORTE (NAFTA)
Criado em 1992, o NAFTA inclui Estados Unidos, México e Canadá. Além
disso, o Chile participa da organização como membro associado. Esse status
confere ao Chile redução de impostos para realizar comércio exterior com os
países do NAFTA.

Este acordo de livre comércio apresenta caráter estritamente comercial,


não admitindo livre circulação de pessoas entre os países membros. Existe
abertura apenas para determinados produtos e serviços. Na prática, ele é
apenas uma Área de Livre Comércio.

Para conhecer melhor o NAFTA, acesse a página deste bloco


comercial: www.naftanow.org.

4.5 UNIÃO EUROPEIA (UE)


A União Europeia foi fruto de um longo processo de integração regional
que se iniciou em 1957, e que teve sua fundação oficial em 1992, com o Tratado
De Maastritch. O bloco conta com 27 membros e é considerada uma União
Econômica. Isso corresponde a dizer que além da criação de um mercado
comum, existe também a criação de uma moeda comum entre os países
membros, que é o euro.

É interessante que o gestor em operações de exportação saiba que a União


Europeia oferece um serviço de apoio na Internet, cujo objetivo é auxiliar os

85
Gestão de Operações em Exportação

exportadores de países fora do bloco (como é o caso do Brasil) a ter acesso


aos mercados dos países membros.

Esse serviço, que é gratuito, oferece informações sobre direito aduaneiro,


documentação, regras de origem e estatísticas de comércio. Para uma empresa
que deseja ter acesso a esse mercado, é de suma importância conhecer melhor
esses dados!

Para conhecer melhor esse serviço de apoio ao exportador que


deseja ingressar no mercado europeu, acesse a página:
trade.ec.europa.eu/access-to-markets/em/contente/welcome-
access2markets-trade-helpdesk-users.

11 Todas as atividades a seguir são competências da Organização


Mundial do Comércio, EXCETO:

a) Atuar como fórum de negociações comerciais.


b) Proporcionar mecanismos de solução de controvérsias.
c) Supervisionar as políticas comerciais dos países membros.
d) Impedir a abertura do comércio internacional.
e) Desenvolver cooperação com outras organizações internacionais.

12 Marque o nome do tipo de bloco comercial em que ocorre a


adoção de moeda única:

a) Área de preferência tarifária.


b) Área de livre comércio.
c) União aduaneira.
d) Mercado comum.
e) União econômica.

86
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

13) Marque o país que não é um membro fundador do Mercosul:

a) Argentina.
b) Brasil.
c) Chile.
d) Paraguai.
e) Uruguai.

14 Este bloco econômico é composto pelos membros do Mercosul,


pela Comunidade Andina, entre outros países. Estamos falando
do(a):

a) ALADI.
b) União Europeia.
c) NAFTA.
d) Mercado Comum.
e) União Aduaneira.

15 O NAFTA é um bloco econômico de caráter estritamente


comercial, em que não se admite a livre circulação de pessoas,
e há abertura apenas para alguns produtos e serviços. Por isso
esse bloco é considerado um(a):

a) Área de preferência tarifária.


b) Área de livre comércio.
c) União aduaneira.
d) Mercado comum.
e) União econômica.

Vamos então para mais uma indicação de leituras


complementares ao conteúdo exposto neste capítulo!

1) Para conhecermos melhor como ocorrem as negociações internacionais


no âmbito das organizações internacionais, em especial a OMC,
Mercosul e União Europeia, uma boa leitura é o livro:

87
Gestão de Operações em Exportação

“Acordos Comerciais Internacionais”, da autora Neusa Maria Pereira


Bojikian, Editora UNESP.

2) Para conhecer melhor aspectos práticos e as normas para exportar,


recomendamos o livro:

“Exportação descomplicada: O seu produto além das fronteiras


brasileiras”, do autor Kleber Fontes, Editora Labrador.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Muito bem, pessoal! Vencemos mais um capítulo. Foi um trabalho árduo
conhecer tantos órgãos e tantas regras, mas esse trabalho será certamente
compensado. A partir de agora, já temos uma boa ideia para onde recorrer quando
precisarmos realizar certas atividades durante as operações em exportação.

Nós aprendemos aqui quais são os principais órgãos governamentais,


como eles estão funcionalmente organizados, como eles atuam para organizar e
facilitar o fazer da exportação. Também vimos como alguns desses órgãos não só
auxiliam o comércio exterior, como também incentivam e oferecem facilidades e
financiamentos para as atividades de exportação.

Vimos como iniciar o registro da sua empresa no Siscomex e como começar


a operar as atividades de exportação. Aprendemos sobre parametrização e o que
cada cor das bandeiras representa. Estudamos um pouco sobre contratos de
câmbio, sobre impostos incidentes nas exportações e sobre regimes aduaneiros
especiais, em particular, sobre o Drawback.

Por fim, demos uma pincelada nos órgãos e blocos internacionais mais
importantes para o comércio exterior brasileiro. Conhecemos a história e a
estrutura da OMC, suas funções e atuação no comércio internacional. Estudamos
os diversos tipos de blocos econômicos e como eles mudam de acordo com o grau
de integração que alcançam. Por fim, estudamos os principais blocos econômicos
e entendemos a importância deles para o Brasil.

Encerramos, portanto, mais este capítulo, estando certos de que o nosso


aprendizado está sendo acumulado e, com ele, estamos construindo nosso
edifício de conhecimento. Nos vemos no próximo capítulo. Até lá!

88
Capítulo 2 ÓRGÃOS E NORMAS DE COMÉRCIO EXTERIOR

REFERÊNCIAS
AYRES, A. P. S. Gestão de Logística e Operações. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,
2009.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Divisão de Programas


de Promoção Comercial. Exportação Passo a Passo / Ministério das Relações
Exteriores. Brasília: MRE, 2011.

MANFRÉ, M. Manual de Gestão do Comércio Internacional. Brasília: Clube de


Autores, 2009.

SEGALIS, G. Fundamento de Exportação e Importação no Brasil. Rio de


Janeiro. Editora FGV. 2012.

SOUSA, A. C. Comércio exterior. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010.

89
Gestão de Operações em Exportação

90
C APÍTULO 3
PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

• Descrição dos procedimentos administrativos concernentes ao processo de


exportação.
• Conhecimento dos procedimentos aduaneiros de exportação.
• Conceito, aplicação e principais aspectos relativos aos principais documentos
pertinentes aos procedimentos de exportação.
• Desenvolver familiaridade com o procedimento e as operações concernentes à
exportação, desde seus trâmites administrativos, aduaneiros e documentação
pertinente.
Gestão de Operações em Exportação

92
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Olá mais uma vez, pessoal! Vamos iniciar o terceiro capítulo desta nossa
obra sobre Gestão de Operações em Exportação. No primeiro capítulo, nós
estudamos acerca dos aspectos da gestão em exportações.

Vimos como além de termos conhecimento técnico sobre a área de


exportações, é também necessário que saibamos como um gestor deve atuar em
sua área e estar preparado para os diversos desafios que uma carreira no mundo
dos negócios pode apresentar.

No segundo capítulo, estudamos alguns aspectos mais burocráticos das


normas e dos órgãos nacionais e internacionais que estão relacionados à prática
do Comércio Exterior, mais especificamente à área de exportações.

Este conhecimento é bastante importante para sabermos a quais órgãos


recorrer e quais recursos legais e administrativos estão à nossa disposição nas
diversas necessidades que podem surgir durante a atuação profissional do gestor
de operações em exportações.

Agora neste terceiro capítulo nós iniciaremos uma nova etapa em que nós
nos focaremos no contexto prático da atividade de exportação. Veremos como se
dão os procedimentos administrativos, aduaneiros e a documentação pertinente a
esses processos.

Então vamos pôr a mão na massa e começar. Bons estudos a todos!

2 PROCEDIMENTOS
ADMINISTRATIVOS
Ao falarmos de procedimentos administrativos, estamos falando de todo
o tratamento burocrático necessário para que o produto exportado possa ser
encaminhado até a região de embarque para que, em seguida, ele possa ser
transportado, respeitando as exigências legais até o seu destino final no exterior.

No segundo capítulo, quando estudamos as normas legais exigidas para a


realização do Despacho Aduaneiro, nós estávamos tendo as primeiras noções
de como esse processo ocorre.

93
Gestão de Operações em Exportação

Portanto, estamos bastante adiantados no conhecimento necessário para


compreender os procedimentos administrativos relacionados às operações de
exportação, graças à base que tivemos no Capítulo 2.

Podemos iniciar falando um pouco mais detalhadamente


Vimos que através
sobre o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). Vimos
desse sistema
as operações de que através desse sistema as operações de exportação são
exportação são registradas e depois analisadas online pelos órgãos governamentais
registradas e competentes.
depois analisadas
online pelos órgãos Cada tipo de produto, de acordo com sua classificação,
governamentais
precisará receber um tratamento diferenciado pelo sistema. Isso
competentes.
se deve ao tratamento determinado pelas normas específicas de
padronização e de classificação.

Por exemplo, existem produtos sujeitos a imposto de exportação em virtude


de legislação específica. Também existem produtos sujeitos à manifestação prévia
de órgãos do governo responsáveis por suas respectivas áreas de atuação.

Como exemplo, a Anvisa é responsável por oficializar produtos que possam


oferecer riscos de ordem sanitária. Um produto brasileiro não poderia ser
enviado ao exterior sem que antes passe pelo crivo deste órgão e esteja liberado
para o transporte aos demais países.

Para dar prosseguimento às suas operações, as empresas exportadoras


precisam acessar o Siscomex diretamente, ou através de despachantes
aduaneiros, ou ainda pela rede de computadores disponibilizada ao usuário pela
Receita Federal do Brasil.

Outras opções viáveis para este tipo de operação são as corretoras de


câmbio, as agências bancárias que realizam operação de câmbio, ou ainda,
entidades habilitadas para este fim.

2.1 NOMENCLATURA DE
MERCADORIAS
Como já vimos no capítulo anterior, a empresa precisa preencher o registro
de exportadores e importadores (REI) No Siscomex. A partir disso, deverá
classificar produtos seguindo duas nomenclaturas.

94
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

A primeira é A nomenclatura comum do Mercosul (NCM) a nomenclatura


aduaneira da ALADI (NALADI/SH).

A Nomenclatura Comum do Mercosul foi criada em 1995 a partir da


entrada em vigor do Mercosul. Junto a ela, começaram a valer as alíquotas de
Imposto de importação que compõem a Tarifa Externa Comum (TEC).

A NCM substitui a antiga Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM).


Ela possui oito dígitos e segue uma estrutura de classificação, que contém até
seis níveis de agregação: capítulo, posição, subposição simples, subposição
composta, item e subitem:

a) capítulo – a indicação do capítulo no código é representada pelos


dois primeiros dígitos;
b) posição – a posição dentro do capítulo é identificada pelos quatro
primeiros dígitos;
c) subposição simples – é representada pelo quinto dígito;
d) subposição composta – é representada pelo sexto dígito;
e) item – é a subdivisão do SH, representado, no código, pelo sétimo
dígito;
f) subitem – é a subdivisão do item, representado, no código, pelo
oitavo dígito.

Exemplo: NCM 8445.19.24 (máquinas abridoras de fibras de lã)

84 – capítulo (reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos


e instrumentos mecânicos, e suas partes);
8445 – posição (máquinas para preparação de matérias têxteis;
máquinas para fiação, dobagem ou torração de matérias têxteis
e outras máquinas e aparelhos para fabricação de fios têxteis;
máquinas de bobinar – incluídas as bobinadeiras de trama – ou
de dobar matérias têxteis e máquinas para preparação de fios
têxteis para sua utilização nas máquinas das posições 8446 ou
8447);
8445.19 – subposição simples (máquinas para preparação de
matérias têxteis);
8445.19 – subposição composta (outras máquinas para
preparação de matérias têxteis);

95
Gestão de Operações em Exportação

8445.19.24 – item (máquinas para a preparação de outras


matérias têxteis);
8445.19.24 – subitem (máquinas abridoras de fibras de lã).

Fonte: Exportação passo a passo, do Ministério das Relações


Exteriores, p.52-53

Para conhecer melhor nomes e classificações dos produtos


relacionados à nomenclatura comum do Mercosul, acesse este
link, em que você poderá consultar os produtos por categoria ou
por código: https://investexportbrasil.dpr.gov.br/ProdutosServicos/
frmPesquisaProdutosServicosFull.aspx.

Por sua vez, a Nomenclatura Aduaneira da Associação Latino-americana


de Integração (NALADI/SH) possui sua própria estrutura de classificação de
mercadorias, bastante semelhante à da NCM. Esta, na verdade, a serviu por
base. O Siscomex conta com tabelas que possibilitam que sejam identificados
os códigos do NCM e do NALADI/SH, na plataforma TABELAS-ATUALIZAÇÃO.

FIGURA 1 – TABELA DO NCM NO SISCOMEX

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/blog/tabela-ncm/>.
Acesso: 15 abr. 2021.

96
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

FIGURA 2 – TABELA DO NALADI

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/blog/naladi-o-que-e/>.
Acesso: 15 abr. 2021.

2.2 PLANEJAMENTO OPERACIONAL


A exportação pressupõe que ocorre uma venda de produtos. Portanto,
pressupõe-se que deva ocorrer uma negociação prévia, em que seus termos
sejam determinados, para que por fim ela seja concretizada.

A referida negociação tem por objetivo definir detalhes como produto,


quantidade, condições de pagamento, preços, prazos de entrega, forma de
transporte, entre outros.

Após a negociação e a respectiva aceitação de suas condições, que


determinarão o andamento dos negócios, estaremos diante do pedido de compra
para que se dê continuidade ao processo de venda.

O gestor de operações em exportação deve sempre se assegurar que os


valores relativos à venda serão recebidos. Dessa forma, ele poderá iniciar a
produção do produto. Como vimos no Capítulo primeiro, é importante conhecer as
diferentes formas de pagamento e suas respectivas condições.

Uma vez feito o pagamento pela venda, ou a garantia de que este pagamento
irá ocorrer no futuro, o exportador poderá iniciar a produção ou a separação
dos produtos a serem encaminhados ao consumidor no exterior. Evidentemente,
essas ações deverão estar em acordo com o que foi previamente negociado
com o cliente, que irá realizar a importação desse produto no país de destino

97
Gestão de Operações em Exportação

Após a conclusão da produção do material a ser encaminhado para


exportação, tal mercadoria deverá ser contada, permitindo a produção dos
documentos relativos aos demais passos do processo de exportação.

Tendo por base o pedido formalizado e a quantidade confirmada do


produto, a empresa exportadora deverá providenciar os seguintes documentos:

- Fatura Comercial ou Commercial Invoice


- Lista de Embalagens ou Packing List
- Certificados de Origem quando necessários
- Borderô de entregas de documentos e instruções ao Despachante /
Transportador

Estando o produto e seus documentos prontificados, a mercadoria deverá


ser encaminhada ao lugar determinado para exportação, munido de nota fiscal
elaborada especificamente para este fim, no qual será embarcado para o país
estrangeiro. Vale ressaltar que esta operação é isenta de impostos como ICMS,
IPI, PIS e COFINS.

Neste momento o Despachante Aduaneiro atuará representando a empresa


perante a autoridade aduaneira.

Após a mercadoria ser apresentada à autoridade aduaneira para o


processo de exportação, ela será conferida juntamente com seus respectivos
documentos, conforme já comentado no capítulo anterior. Caso seja constatada
a regularidade desta operação, a mercadoria poderá sem caminhada para o
embarque rumo ao país de destino.

Se a mercadoria for liberada pela autoridade aduaneira, pode-se dar


prosseguimento ao embarque do produto junto ao transportador internacional.
Neste caso, estamos incluindo tanto o transportador aéreo, marítimo, rodoviário,
ou ainda transporte multimodal, ou seja, aquele transporte que envolve mais
de um tipo de via. Por exemplo: um produto que é encaminhado até o país
de origem por navio e depois segue sendo transportado até o seu destino final
através de trem.

Quando o produto estiver de fato embarcado legalmente, teremos em mãos


o documento denominado de forma geral como "conhecimento de transporte".
Nessa ocasião deve-se informar ao comprador, ou seja, ao seu cliente
importador no país estrangeiro, que de fato o produto encontra-se encaminhado.
Isso pode ser feito mediante envio de cópias dos documentos pelos meios
eletrônicos conhecidos.

98
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

Levando-se em consideração a negociação feita originalmente, o gestor


de operações em exportação deverá dar garantia e acompanhamento ao valor
relativo à venda. Com isso, ele deverá dar conhecimento de que esse valor
previamente acordado foi recebido no país através do banco pré-determinado.

O formulário a seguir serve como exemplo de documento que pode auxiliar


no acompanhamento desse processo acima descrito:

FIGURA 3 – FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO


DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DA EXPORTAÇÃO

FONTE: Manfré (201?, p. 152)

Vejamos agora mais detalhadamente os procedimentos de habilitação de


exportadores para operação Siscomex:

99
Gestão de Operações em Exportação

Para acesso ao SISCOMEX, será necessário registro no


Sistema Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos
Intervenientes Aduaneiros, na Receita Federal do Brasil (RFB), de
acordo com a Instrução Normativa SRF N° 650, de 12 de maio de
2006, que estabelece procedimentos de habilitação de importadores,
de exportadores e de internadores da Zona Franca de Manaus para
operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) e
credenciamento de seus representantes para a prática de atividades
relacionadas ao despacho aduaneiro. A Instrução Normativa nº
650 foi alterada pelas IN nº 847, de 12 de maio de 2008, e pela IN
1.014, de 1º de março de 2010. As disposições da IN 650 aplicam-
se também aos órgãos da administração pública direta, autarquias,
fundações públicas, órgãos públicos autônomos, organismos
internacionais, outras instituições extraterritoriais e a pessoas físicas.

Modalidades de habilitação
O procedimento de habilitação de pessoa física e do responsável por
pessoa jurídica para a prática de atos no SISCOMEX será executado
mediante requerimento do interessado, para uma das seguintes
modalidades:

a) ordinária: para pessoa jurídica que atue


habitualmente em comércio exterior;
b) simplificada:
I – para pessoa física, inclusive a qualificada como produtor
rural, artesão,
artista ou assemelhado;
II – para pessoa jurídica:
i. constituída sob a forma de sociedade anônima de capital
aberto, com ações negociadas em bolsa de valores ou no
mercado de balcão, classificada no código de natureza jurídica
204-6 da tabela do AnexoV à Instrução Normativa RFB nº 568,
de 8 de setembro 2005, bem como suas subsidiárias integrais;
ii. autorizada a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha
Azul), nos termos da Instrução Normativa SRF nº 476, de 13 de
dezembro 2004;
iii. que atue exclusivamente como encomendante, nos termos do
art. 11 da Lei nº 11.281, de 20 de fevereiro de 2006;
iv. para importação de bens destinados à incorporação ao seu
ativo permanente; e
v. que atue em comércio exterior em valor de pequena monta,

100
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

isto é, praticando valor máximo de exportação de US$ 300 mil e


de importação de US$ 150 mil.
III – empresa pública ou sociedade de economia
mista, classificada, respectivamente, nos códigos de
natureza jurídica 201-1 e 203-8 da tabela do Anexo
V à Instrução Normativa RFB nº 568, de 2005; e
IV – entidade sem fins lucrativos, classificada nos códigos
de natureza jurídica de 303-4 a 399-9 da tabela do
Anexo V à Instrução Normativa RFB nº 568, de 2005.
c) especial, para órgão da administração pública direta, autarquia
e fundação pública, órgão público autônomo, organismo
internacional e outras instituições extraterritoriais, classificados
nos códigos de natureza jurídica de 101-5 a 118-0 e 500-2 da
tabela do Anexo V à Instrução Normativa RFB nº 568, de 2005; e
d) restrita, para pessoa física ou jurídica que tenha operado
anteriormente em comércio exterior, exclusivamente para
a realização de consulta ou retificação de declaração.
Informações adicionais podem ser obtidas nos seguintes sítios:
www.desenvolvimento.gov.br
www.receita.fazenda.gov.br
www.bcb.gov.br

Fonte: Exportação passo a passo, do Ministério das Relações


Exteriores, p. 48-49.

Agora, vamos praticar um pouco do que aprendemos:

1 Os produtos brasileiros, ao serem exportados, são nomeados


segundo um critério criado pelo Mercosul. Essa nomenclatura se
chama:

a) Nomenclatura Comum Brasileira (NCB).


b) Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM).
c) Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
d) Nomenclatura Geral de Mercado (NGM).
e) Nomenclatura Aduaneira da Associação Latino-americana de
Integração (NALADI/SH).

101
Gestão de Operações em Exportação

2 Entre os elementos que compõem a numeração dada pelo NCM,


podemos mencionar estes, EXCETO:

a) Capítulo
b) Posição
c) Item
d) Subitem
e) Especificação

3 Assinale a afirmativa correta a respeito do sistema de


nomenclaturas de produtos de comércio exterior aplicado no
Brasil:

a) O Brasil adota exclusivamente o sistema de nomenclaturas do


Mercosul (NCM).
b) O Brasil possui um sistema de nomenclaturas próprio, não
adotando outros sistemas de organizações internacionais.
c) O Brasil adota exclusivamente o sistema de nomenclaturas do
ALADI (NALADI/SH).
d) O Brasil adota tanto o sistema do Mercosul, quanto o sistema
do ALADI, porém, essas nomenclaturas não apresentam
correspondência entre si.
e) O Brasil adota o sistema do Mercosul e do ALADI, e esses
sistemas são identificáveis. entre si através, por exemplo, da
Tabela-Atualização do Siscomex.

4) Sobre o planejamento operacional de um processo de exportação,


assinale a opção INCORRETA:

a) A exportação de produtos pressupõe que haja uma negociação


prévia dos termos a serem acordados nessa transação.
b) As negociações de exportação têm por objetivo definir detalhes
como produto, quantidade, condições de pagamento, preços,
prazos de entrega, forma de transporte, entre outros.
c) A aceitação das condições do contrato de exportação possibilita
que se dê continuidade ao processo de venda.
d) Não é importante para o gestor de operações em exportação que
seja assegurado os valores relativos à venda do produto.
e) Uma vez confirmado o pagamento, poderá ocorrer a produção ou
separação dos produtos que serão encaminhados ao destinatário
final.

102
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

5) Após a formalização do pedido do comprador e a contagem dos


produtos a serem exportados, a empresa exportadora deverá
providenciar os seguintes documentos, EXCETO:

a) Fatura Comercial ou Commercial Invoice.


b) Ticket de viagem.
c) Lista de Embalagens ou Packing List.
d) Certificados de Origem (quando necessários).
e) Borderô de entregas de documentos e instruções ao Despachante /
Transportador.

3 PROCEDIMENTOS ADUANEIROS
Agora que já compreendemos melhor os procedimentos administrativos
que a empresa de exportação deverá realizar para dar procedimento ao processo
de exportação, veremos quais procedimentos aduaneiros deverão ser tomados
sempre com o fim de concluir o processo de venda de produtos para outros
países, ou seja, a exportação.

Ao falarmos de processo aduaneiro, estamos nos referindo aos


procedimentos que não ocorrem dentro das dependências e das competências
da empresa de exportação. Nesse caso, os procedimentos ocorrerão dentro da
seara das instituições governamentais responsáveis por dar prosseguimento
e fiscalizar a legalidade da documentação e dos produtos destinados ao envio
para o exterior.

Essas instituições e as respectivas regras que elas seguem já foram


comentadas no capítulo anterior. Nesta seção nós retomaremos os conceitos
já explicados e daremos maior aplicação prática a esses conhecimentos.

3.1 PROCEDIMENTOS DE
EXPORTAÇÃO
As mercadorias nacionais ou nacionalizadas destinadas à venda em
países estrangeiros, de forma definitiva ou não, estão sujeitas ao despacho de
exportação. Isso significa dizer que todo e qualquer produto se for sair do país de
forma legalizada deverá passar por esse crivo e obedecer a estas normas.

103
Gestão de Operações em Exportação

Como já vimos no capítulo anterior, o despacho de exportação será


desenvolvido por meio do Sistema Integrado de Comércio Exterior, o Siscomex.
Esse despacho apenas poderá se iniciar depois do Registro de Exportação
(RE), respeitando os prazos de validade do respectivo registro.

Mas afinal, o que é um despacho de exportação? Segundo a Receita


Federal, “Despacho de exportação é o procedimento mediante o qual é
verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à
mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas
ao desembaraço aduaneiro da mercadoria e a sua saída para o exterior” (art. 4°
da IN RFB n° 1.702, de 2017)

Veja na figura a seguir a plataforma onde é criado um Registro de Exportação


no Siscomex:

FIGURA 4 – REGISTRO DE EXPORTAÇÃO NO SISCOMEX

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/blog/conheca-novoex/>.
Acesso: 15 abr. 2021.

Os documentos acima citados somente serão aceitos depois de confirmar


no Siscomex a presença da carga no respectivo recinto alfandegado. Como o
próprio nome diz isso, este procedimento se chama Presença de Carga. Segue
abaixo um exemplo desse procedimento na Web:

104
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

FIGURA 5 – PRESENÇA DE CARGA – EXPORTAÇÃO WEB

FONTE: <https://docplayer.com.br/1036023-Acesso-ao-menu-da-presenca-de-carga-
exportacao-web.html>. Acesso: 15 abr. 2021.

Em seguida, o despacho de exportação será baseado na declaração


feita pelo exportador ou por um representante seu, podendo ser o Despachante
Aduaneiro ou um funcionário designado especificamente para este fim. Estamos
falando, portanto, da Declaração para Despacho de Exportação.

Neste link você pode ver com detalhes como é feita uma
declaração de exportação: https://www37.receita.fazenda.gov.br/
exportacao/others/Ajuda/Funcionalidades/DE/ElaborarDE.html.

105
Gestão de Operações em Exportação

O que é DU-E?

A DU-E (Declaração Única de Exportação) é um documento


eletrônico que contém informações de natureza aduaneira,
administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal e logística,
que caracterizam a operação de exportação dos bens por ela
amparados e definem o enquadramento dessa operação; e serve
de base para o despacho aduaneiro de exportação.

A elaboração da Declaração Única é realizada no Portal


Siscomex.

A Declaração Única de Exportação substituiu o antigo RE


(Registro de Exportação), a DE (Declaração de Exportação) e
a DSE (Declaração Simplificada de Exportação) documentos
anteriormente elaborados no Siscomex Exportação (Novoex).

Módulo de Exportação no Portal Siscomex

A fim de tornar o comércio exterior mais ágil, simples, moderno e


menos custoso é que o Portal Siscomex foi desenvolvido.

Quais as Formas de Elaboração da Declaração?

Há duas formas básicas de elaboração da DU-E:


Com Importação dos dados da NF-e, com posterior
complementação dos dados exigidos não constantes da nota. O
declarante indicará as NF-es com as quais iniciará a elaboração
da DU-E e preencherá as demais informações manualmente no
sistema;
Sem importação dos dados da NF-e, para os casos previstos em
norma de dispensa de NF-e ou utilização de NF-e em formulário,
devendo ser preenchidas todas as informações da nota referentes
às mercadorias a serem exportadas e as informações adicionais
requerida na DU-E; e
Nas hipóteses de exportação com base em nota fiscal em papel
ou sem nota fiscal, todos os dados necessários à elaboração da
DU-E deverão ser fornecidos pelo declarante.

106
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

Um exemplo de exportação permitida “sem vinculação de NF-


E” é a exportação embarque antecipado de granéis e veículos,
neste caso a nota fiscal é emitida posteriormente e informada na
DU-E através de retificação futura.

Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/due-o-guia-definitivo/

FIGURA 6 – LOCAL ONDE A DECLARAÇÃO ÚNICA DE EXPORTAÇÃO SE ENCAIXA


DENTRO DO PROGRAMA PORTAL ÚNICO DE COMÉRCIO EXTERIOR

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/blog/due-o-guia-definitivo/>.
Acesso: 15 abr. 2021.

Em seguida, alguns documentos devem acompanhar o despacho de


exportação. São eles:

- Primeira via da nota fiscal.


- Se for exportação via terrestre ou fluvial, deve acompanhar via original
do Conhecimento e do Manifesto internacional de carga.
- Fatura comercial e lista de embalagens (Packing List), entre outros
documentos referidos em legislação especial.

107
Gestão de Operações em Exportação

Os referidos
Os referidos documentos precisarão ser entregues à unidade
documentos
precisarão ser da SRF (Secretaria da Receita Federal) de despacho com o prazo
entregues à unidade máximo de 15 dias. Esse prazo começa a ser contado da data em
da SRF (Secretaria que se começou o despacho de exportação, devendo ser colocado
da Receita Federal) em envelope de papel padrão, indicando o número que será atribuído
de despacho com à declaração para despacho.
o prazo máximo de
15 dias.
A partir daí, entraremos no processo de parametrização,
já comentado no capítulo anterior. O Siscomex irá atribuir à Declaração de
Exportação (DDE), apresentada ao órgão de fiscalização, um dos seguintes
canais de verificação. Vamos relembrar esses canais:

Verde, no qual o desembaraço será imediato

Amarelo, no qual haverá conferência da documentação

Vermelho no qual ocorrerá conferência dos documentos e também da mercadoria

Cinza, no qual ocorrerá procedimento especial de auditoria e investigação

Após a parametrização, ocorrerá a verificação da mercadoria, que


consiste na identificação e quantificação da mesma, vis a vis as informações
disponibilizadas no Despacho e nos documentos que o instruem. A verificação
será realizada por Analista Fiscal do Tesouro Nacional, acompanhado do
exportador ou de um representante seu.

O Siscomex indicará, seguindo critérios estabelecidos pela administração


aduaneira, os despachos cujas mercadorias precisarão ser verificadas.

Uma vez concluída a verificação da mercadoria sem que haja mais


exigências, como a fiscal ou de outros tipos, será realizado finalmente o
Desembaraço Aduaneiro e, consequentemente, a autorização para o seu
transporte a partir daí a mercadoria poderá embarcar e atravessar a fronteira,
rumo ao país de destino.

O embarque ou transposição da fronteira, feita pela mercadoria destinada


à exportação, apenas ocorrerá quando estiver feito o desembaraço, sendo este
realizado pela vigilância aduaneira.

108
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

FIGURA 7 – CADASTRO DE DESPACHANTE ADUANEIRO NO SISCOMEX

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/blog/radar-cadastro-
despachante-aduaneiro/>. Acesso: 15 abr. 2021.

Vocês sabiam que existe Despacho a posteriori? Isso significa


que o procedimento de despacho pode ser realizado depois que o
produto já saiu do país. Vejamos no texto a seguir em quais situações
isso é possível.

O despacho posterior à saída dos bens para o exterior (DU-E


a posteriori) é uma situação especial de despacho e está prevista
nos artigos 102 a 104 da IN RFB nº 1.702/2017. Sua principal
característica é o fato de o registro da DU-E ser feito após a efetiva
saída da mercadoria do País.

Portanto, no novo processo de exportação, a situação


especial “despacho a posteriori” não se confunde com a situação
especial “embarque antecipado”, uma vez que nesta a DU-E deve
ser registrada antes do efetivo embarque das mercadorias para o
exterior, ficando postergado tão somente seu desembaraço (que
ocorre após o embarque).

109
Gestão de Operações em Exportação

As hipóteses às quais se aplicam o despacho a posteriori são:

- fornecimento de combustíveis, lubrificantes, alimentos e outros produtos


para uso e consumo de bordo em aeronave ou embarcação de bandeira
estrangeira ou brasileira, em tráfego internacional;
- venda de pedras preciosas e semipreciosas nacionais, suas obras e
artefatos de joalheria, a passageiros com destino ao exterior, em moeda
estrangeira, cheque de viagem ou cartão de crédito, em loja franca
instalada na zona primária de porto ou aeroporto alfandegado;
- exportação de partes e peças aplicadas na renovação ou
recondicionamento, manutenção ou reparo de aeronaves ou de
equipamentos e instrumentos de uso aeronáutico, admitidos no País ao
amparo de regime aduaneiro especial;
- exportação definitiva de bens anteriormente exportados no regime de
exportação temporária ou em consignação;
- exportação temporária ou definitiva de bens, equipamentos e
componentes aeronáuticos destinados a conserto, reparo, revisão e
manutenção de aeronaves;
- exportação de energia elétrica;
- exportação de bens que saíram anteriormente do País amparados por
AMBRA (Autorização de Movimentação de Bens Submetidos ao Recof).

Em termos sistêmicos, a peculiaridade referente ao fluxo de


uma DU-E com tal situação especial de despacho é a dispensa
do registro da entrega da carga e da manifestação dos dados de
embarque no Portal Único Siscomex. Dessa forma, o evento CCE
(carga completamente exportada) ocorre imediatamente após o
desembaraço da declaração.

Regra geral, aplica-se a estas operações a etapa de recepção


de carga, exceto no caso de o despacho ser domiciliar.

Os prazos para registro e apresentação para despacho da


“DU-E a posteriori” estão previstos no § 1º, do Art. 102, da IN RFB
1.702/2017 e na legislação específica (ex: exportação de energia
elétrica). O exportador que descumprir tais prazos, até que regularize
a situação da exportação em questão, ficará impedido de utilizar o
despacho a posteriori em novas operações.

Fonte: https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/
manuais/exportacao-portal-unico/situacoes-especiais-de-despacho/
despacho-a-posteriori

110
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

O ato final do despacho de exportação é conhecido como Averbação. A


averbação consiste na confirmação, feita pela fiscalização aduaneira, do
embarque ou da passagem da mercadoria pela fronteira.

Uma vez terminada a operação de exportação, feita sua averbação,


no Siscomex, será oferecido ao exportador o documento que comprove a
exportação, quando solicitado. Esse documento é fornecido pelo Fisco.

FIGURA 8 – EXEMPLO DE AVERBAÇÃO NO SISCOMEX

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/blog/averbacao-de-
embarque-na-exportacao-o-que-e/>. Acesso: 15 abr. 2021.

Vamos agora praticar um pouco do que aprendemos:

6 O procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos


dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos
documentos apresentados e à legislação específica, com vistas
ao desembaraço aduaneiro da mercadoria e a sua saída para o
exterior é denominado:

a) Siscomex
b) Despacho de Exportação
c) Receita Federal
d) Importação
e) Packing List

111
Gestão de Operações em Exportação

7 O documento eletrônico que substituiu o antigo RE (Registro de


Exportação), a DE (Declaração de Exportação) e a DSE (Declaração
Simplificada de Exportação) documentos
anteriormente elaborados no Siscomex
Exportação (Novoex) se chama:

a) Siscomex
b) Packing List
c) Receita Federal
d) Declaração Única de Exportação
e) Parametrização

8 Esses documentos devem acompanhar o despacho de


exportação, EXCETO:

a) Nota Fiscal
b) Manifesto Internacional de Carga
c) Packing List
d) Fatura comercial
e) Declaração de exportação (DDE)

9 O ato final do despacho de exportação é conhecido como:

a) Averbação
b) Invoice
c) Declaração de exportação (DDE)
d) Nota Fiscal
e) Fatura comercial

4 DOCUMENTAÇÃO PERTINENTE À
EXPORTAÇÃO
Agora que já estudamos os procedimentos administrativos e aduaneiros
relacionados ao processo de exportação, reservei esta última sessão para darmos
uma atenção especial à documentação referente ao contrato de exportação.

Para efeitos didáticos podemos dividir os documentos relacionados à


exportação em dois grupos diferentes: o primeiro são os documentos referentes

112
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

ao exportador, e o segundo são os referentes ao contrato de exportação.


Vejamos brevemente um pouco de cada um deles.

4.1 DOCUMENTOS REFERENTES AO


EXPORTADOR
Estes são os principais documentos que o exportador deve ter para poder
realizar as transações referentes à exportação:

a) Registro de Exportadores e Importadores (REI)


b) Fatura Pró-Forma
c) Carta de Crédito
d) Letra de Câmbio
e) Contrato de Câmbio

Comecemos pelo Registro de Exportador e Importador. Como falamos


no capítulo anterior, a inscrição neste importante documento se dá de forma
automática no momento em que se registra a primeira exportação no
Siscomex. Portanto, não se preocupe, você o obterá assim que realizar o registro
da sua primeira exportação e ele ficará sob a guarda da SECEX.

Falemos agora da Fatura Pró-forma. O ato de exportar tem como origem a


negociação entre o exportador e o potencial comprador do produto no exterior.
Feito o acordo e fechado o negócio, o exportador terá que enviar ao importador
estrangeiro este documento chamado Fatura Pró-forma, onde são delineadas
as condições de venda da mercadoria. Também conhecida como Pro Forma
Invoice, este documento deve conter as seguintes informações:

a) descrição da mercadoria, quantidade, peso bruto e líquido, preço


unitário e valor;
b) quantidades mínimas e máximas por embarque;
c) nome do exportador e do importador;
d) tipo de embalagem de apresentação e de transporte;
e) modalidade de pagamento;
f) termos ou condições de venda
g) data e local de entrega;
h) local de embarque e de desembarque;
g) prazo de validade da proposta;
i) assinatura do exportador; e

113
Gestão de Operações em Exportação

j) local para assinatura do importador, que, com ela, expressa sua


concordância com a proposta.

A fatura Pró-Forma pode ser substituída por cotação enviada


por fax ou por carta que contenha as mesmas informações indicadas
acima.

Fonte: Exportação Passo a Passo, Ministério das Relações


Exteriores, p. 55.

FIGURA 9 – EXEMPLO DE FATURA PROFORMA (PRO FORMA INVOICE)

FONTE: Adaptado de Ministério das Relações Exteriores (201?, p. 67).


114
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

Depois de enviar a Fatura Pró-forma ao importador, o exportador receberá


desse comprador estrangeiro, se ele realmente estiver interessado no que
foi oferecido pela fatura, o pedido de compra ou a Carta de Crédito. Esses
documentos confirmam o interesse do comprador na importação da mercadoria.
Evidentemente, o exportador deverá cuidadosamente conferir os dados e
informações contidas nessa Carta de Crédito ou no pedido enviado pelo
importador. Essas informações devem estar em acordo com o que foi enviado
pela Fatura Pró-forma.

A seguir, a letra de câmbio, que é semelhante à duplicata utilizada nas


vendas internas, funcionará como o título de crédito emitido pelo exportador e
sacado pelo importador. O valor registrado na letra de câmbio deve ser o mesmo
do que foi na fatura comercial. A letra de câmbio deve conter as seguintes
informações:

a) número, praça e datas de emissão e de vencimento;


b) beneficiário, nome e endereço do emitente e sua assinatura;
c) instrumento que gerou o saque – carta de crédito, fatura comercial etc.

FIGURA 10 – EXEMPLO DE LETRA DE CÂMBIO

FONTE: <https://www.protestosp.com.br/SCPT/Glossario>.
Acesso: 15 abr. 2021.

Por fim, temos o contrato de câmbio, que nada mais é que um instrumento
firmado para troca de moeda nacional por moeda estrangeira entre o
exportador e uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil.

115
Gestão de Operações em Exportação

Segue um modelo de um contrato de câmbio:

FIGURA 11 – EXEMPLO DE CONTRATO DE CÂMBIO

FONTE: <http://clubebrasil.com.br/pt/documentos/contrato_cambio.htm>.
Acesso: 15 abr. 2021.

4.2 DOCUMENTOS DO CONTRATO DE


EXPORTAÇÃO
Veremos agora os documentos referentes ao contrato de exportação os
principais documentos que acompanham o processo de transporte da mercadoria
são:

116
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

a) Registro de Exportação no SISCOMEX


b) Registro de Operação de Crédito (RC)
c) Registro de Venda (RV)
d) Solicitação de Despacho (SD)
e) Nota Fiscal
f) Conhecimento de Embarque
g) Fatura Comercial (Commercial Invoice)
h) Romaneio (Packing List)

No capítulo anterior nós já falamos um pouco sobre o registro de


exportação, mas é sempre bom revisarmos esse conteúdo. Segue então um
comentário mais detalhado sobre esse documento:

O Registro de Exportação (RE) no SISCOMEX é um conjunto de


informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal, que
caracteriza a operação de exportação de uma mercadoria e define
seu enquadramento. Entre outras informações, a empresa deverá
fornecer a classificação de seu produto segundo a Nomenclatura
Comum do MERCOSUL (NCM) e a Nomenclatura Aduaneira da
Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) – NALADI/SH.

A Portaria SECEX n° 10, de 24 de maio de 2010 (Consolidação


das Normas de Comércio Exterior), dispõe, no seu Anexo “N”,
sobre as remessas ao exterior que estão dispensadas de Registro
de Exportação. No caso de operações de exportação no valor de
até US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos),
poderão ser utilizados, no lugar do RE, o Registro de Exportação
Simplificado (RES) ou a Declaração Simplificada de Exportação
(DSE), de acordo com as regulamentações específicas de cada
uma dessas modalidades. Segundo o art.191 da Portaria SECEX
nº 10/2010, poderão ser objeto de RES exportações que, por suas
características, sejam conceituadas como “exportação normal –
Código 80.000”, não se enquadrando em nenhum outro código da
tabela de enquadramento da operação, disponível no SISCOMEX ou
no endereço eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior.

De acordo com a citada legislação, o RES não se aplica a


operações vinculadas ao regime automotivo, ao regime aduaneiro

117
Gestão de Operações em Exportação

de drawback, sujeitas à incidência do imposto de exportação ou,


ainda, a procedimentos especiais ou à exportação contingenciada,
em virtude da legislação ou em decorrência de compromissos
internacionais assumidos pelo Brasil.

Fonte: Exportação Passo a Passo, Ministério das Relações


Exteriores, p. 56.

FIGURA 12 – REGISTRO DE EXPORTAÇÃO NO SISCOMEX

FONTE: <https://www.fazcomex.com.br/blog/conheca-novoex/>.
Acesso: 15 abr. 2021.

O Registro de Operação de Crédito inclui as informações de caráter


cambial e financeiro referentes às exportações cujo prazo de pagamento seja
superior a 360 dias, contados a partir da data de embarque. Por isso, pode-
se dizer que o registro de crédito é um documento eletrônico que registra as
condições pré-definidas para exportações em que há financiamento.

No preenchimento desse documento, registra-se o prazo para embarque


das mercadorias. No referido período, deve-se obter os registros de exportação
e as solicitações para desembaraço aduaneiro dos produtos exportados.
O exportador fica sendo o responsável pela prestação de todos os dados
requisitados ao exame e ao processamento do registro de crédito, realizado no
âmbito do Siscomex.

O Registro de Venda por sua vez é um conjunto de informações que


caracterizam a operação de exportação das mercadorias negociadas em bolsas
de valores internacionais, como a de com commodities (produtos primários).

118
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

O preenchimento do registro de venda deve ocorrer antes do registro de


exportação a ela vinculada, como também antes do embarque da mercadoria.

A nota fiscal deve sempre acompanhar o produto desde a sua saída


da empresa exportadora até o seu embarque para o país no exterior. este
documento deve ser emitido em moeda nacional, tendo como base o preço FOB
em reais. Se for uma exportação direta, a nota fiscal deve ser emitida em nome
da empresa estrangeira que realiza a importação. Na exportação indireta
essa mesma nota deverá ser emitida em nome da empresa que irá efetuar a
exportação.

A exportação direta ocorre quando a empresa vendedora negocia


diretamente com o comprador situado no exterior. Em outras palavras, não há
um intermediário na transação.

A exportação indireta, por sua vez, é realizada mediante a intermediação


de uma firma. O vendedor nacional não realiza a exportação propriamente dita,
mas vende para outra empresa, situada no país — portanto, uma venda no
mercado interno —, e esta última fará a operação de exportação.

Acesse para saber mais sobre operação de exportação:


https://blog.simplificafretes.com.br/exportacao-direta-e-indireta-
como-escolher-o-melhor-para-o-seu-negocio/#:~:text=A%20
exporta%C3%A7%C3%A3o%20direta%20ocorre%20quando,a%20
intermedia%C3%A7%C3%A3o%20de%20uma%20firma.

119
Gestão de Operações em Exportação

FIGURA 13 – EXEMPLO DE NOTA FISCAL DE EXPORTAÇÃO

FONTE: <https://sitecontabil.com.br/consultas/notafiscal_sp/18.html>.
Acesso: 15 abr. 2021.

O Conhecimento ou Certificado de Embarque (Bill of landing) é


emitido pela empresa responsável pelo transporte da mercadoria. Ele serve
para comprovar que o produto foi colocado devidamente a bordo do meio de
transporte previamente determinado. O referido documento é aceito pelas
instituições financeiras com uma garantia de que o produto foi embarcado para
o país estrangeiro. O Bill of landing deve apresentar as seguintes informações:

a) nome e endereço do exportador e do importador;


b) local de embarque e de desembarque;
c) quantidade, marca e espécie de volumes;
d) tipo de embalagem;
e) descrição da mercadoria e códigos (SH/NCM/NALADI);
f) peso bruto e líquido;
g) valor da mercadoria;
h) dimensão e cubagem dos volumes;
i) valor do frete.

Ademais, ele deve incluir a forma de pagamento do frete (frete pago ou


frete a pagar), além das condições em que a mercadoria foi embarcada. Por
isso, o transportador deverá entregar o produto em boas condições, da mesma
forma em que ele recebeu quando esteve com o exportador.

120
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

FIGURA 14 – CONHECIMENTO DE EMBARQUE AÉREO

FONTE: Ministério das Relações Exteriores (201?, p. 74).

121
Gestão de Operações em Exportação

FIGURA 15 – CONHECIMENTO DE EMBARQUE VIA MARÍTIMO

FONTE: Ministério das Relações Exteriores (201?, p. 75).

A fatura comercial é um documento necessário para o desembaraço do


produto pelo importador no estrangeiro. Ela contém todos os elementos relativos
à operação de exportação. A fatura é considerada um dos documentos mais
importantes do comércio internacional de mercadorias, devendo ser emitida
pela empresa exportadora na língua da empresa Importadora, ou em inglês,
seguindo normas internacionais. Esse documento precisa apresentar os seguintes
elementos:

122
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

a) nome e endereço completos do exportador;


b) nome e endereço completos do importador e, se for o caso, do
adquirente ou do encomendante predeterminado;
c) especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial
do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro
idioma, acompanhada de tradução em língua portuguesa, a
critério da autoridade aduaneira, com as denominações próprias
e comerciais e com a indicação dos elementos indispensáveis à
sua perfeita identificação;
d) marca, numeração e, se houver, número de referência dos
volumes;
e) quantidade e espécie dos volumes;
f) peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da
mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens e demais
envoltórios;
g) peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e
qualquer envoltório;
h) país de origem, como tal entendido aquele onde houver
sido produzida a mercadoria ou onde tiver ocorrido a última
transformação substancial;
i) país de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria
foi adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente
do país de origem da mercadoria ou de seus insumos;
j) país de procedência, assim considerado aquele onde se
encontrava a mercadoria no momento de sua aquisição;
k) preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se
houver, o montante e a natureza das reduções e dos descontos
concedidos;
l) custo de transporte e demais despesas relativas às mercadorias
especificadas na fatura;
m) condições e moeda de pagamento; e
n) termo da condição de venda (Incoterm).

As emendas, ressalvas ou entrelinhas feitas na fatura deverão


ser autenticadas pelo exportador. Os volumes cobertos por uma
mesma fatura terão uma só marca e serão numerados, vedada
a repetição de números. É admitido o emprego de algarismos, a
título de marca, desde que sejam apostos dentro de uma figura
geométrica, respeitada a norma prescrita sobre a numeração
de volumes. O número em cada volume será aposto ao lado da
marca ou da figura geométrica que a encerre.

123
Gestão de Operações em Exportação

É dispensável a numeração:

a) quando se tratar de mercadoria normalmente importada a


granel, embarcada solta ou em amarrados, desde que não traga
embalagem; e
b) no caso de partidas de uma mesma mercadoria, de cinquenta ou
mais volumes, desde que toda a partida se constitua de volumes
uniformes, com o mesmo peso e medida.

Fonte: Exportação passo a passo, do Ministério das Relações


Exteriores, p. 59-60.

Por fim, temos o Romaneio, também chamado de Packing List, que é o


documento que consta a relação de volumes e o seu conteúdo, a serem
enviados ao exterior. Ele é utilizado tanto no embarque como no desembarque
da mercadoria, objetivando trazer maio facilidade à fiscalização aduaneira. Veja
a seguir os elementos que devem constar em um Packing List:

a) número do documento;
b) nome e endereço do exportador e do importador;
c) data de emissão;
d) descrição da mercadoria, quantidade, unidade, peso bruto e
líquido;
e) local de embarque e desembarque;
f) nome da transportadora e data de embarque;
g) número de volumes, identificação dos volumes por ordem
numérica, tipo de embalagem, peso bruto e líquido por volume e
dimensões em metros cúbicos.

Fonte: Exportação passo a passo, do Ministério das Relações


Exteriores, p. 61.

124
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

FIGURA 16 – EXEMPLO DE PACKING LIST

FONTE: Ministério das Relações Exteriores (201?, p. 73)

Vamos agora praticar o que aprendemos nesta seção:

125
Gestão de Operações em Exportação

10 Esse documento trata das condições de venda da mercadoria,


fruto da negociação entre o exportador e o potencial comprador
do produto no exterior. Estamos falando do(a):

a) Fatura Pró-Forma
b) Carta de Crédito
c) Letra de Câmbio
d) Contrato de Câmbio
e) Registro de Exportadores e Importadores

11 Esse documento é semelhante à duplicata utilizada nas vendas


internas e funcionará como o título de crédito emitido pelo
exportador e sacado pelo importador. O valor registrado nesse
documento deve ser o mesmo do que foi na fatura comercial.
Estamos falando do(a):

a) Fatura Pró-Forma
b) Carta de Crédito
c) Letra de Câmbio
d) Contrato de Câmbio
e) Registro de Exportadores e Importadores

12 Esse documento é emitido pela empresa responsável pelo


transporte da mercadoria. Ele serve para comprovar que o
produto foi colocado devidamente a bordo do meio de transporte
previamente determinado. Estamos falando do(a):

a) Solicitação de Despacho (SD)


b) Nota Fiscal
c) Conhecimento de Embarque
d) Fatura Comercial (Commercial Invoice)
e) Romaneio (Packing List)

126
Capítulo 3 PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO

13 Esse documento é necessário para o desembaraço do produto


pelo importador no estrangeiro. Ela contém todos os elementos
relativos à operação de exportação. Ele é considerado um dos
documentos mais importantes do comércio internacional de
mercadorias, devendo ser emitida pela empresa exportadora na
língua da empresa Importadora. Estamos falando do(a):

a) Solicitação de Despacho (SD)


b) Nota Fiscal
c) Conhecimento de Embarque
d) Fatura Comercial (Commercial Invoice)
e) Romaneio (Packing List)

Como nos focamos nesse Capítulo na parte prática do processo


de exportação, dessa vez sugerimos um livro que trabalha a questão
do passo a passo do procedimento de exportação de forma didática:

“Guia Prático à Exportação: Passo a passo didático de todo o


processo de exportação”, do autor Diogo Só.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Finalmente encerramos o nosso terceiro capítulo do curso de Gestão de
Operações em Exportação! Foi uma jornada muito intensa e ao mesmo tempo
de muito aprendizado. Acredito que após este curso você esteja muito mais
preparado(a) para encarar os desafios da carreira de gestor de operações em
exportação. Agora você possui um conjunto relevante de conhecimentos para
impulsionar sua carreira nessa área tão interessante como é a do Comércio
Exterior.

127
Gestão de Operações em Exportação

Neste último capítulo aprendemos quais os procedimentos administrativos


a empresa encarregada de realizar o procedimento de comércio exterior deve
realizar previamente para que o processo de exportação tome curso.

Também estudamos como se dão os procedimentos aduaneiros, que se


dão após os procedimentos administrativos. Eles dependem do respeito a
determinados critérios, que são fiscalizados por instituições do governo, que por
sua vez são responsáveis pelo acompanhamento desse procedimento na seara
do Comércio Exterior.

Por fim, nos tornamos mais familiarizados com os tipos de documentação


necessárias para realizar esses procedimentos acima mencionados. Tivemos
a oportunidade de conhecer a função de cada um, e como eles se compõem.
Vimos também gravuras de exemplos desses documentos, que facilitaram a sua
identificação e trouxeram um conteúdo prático à disciplina.

Espero que este material tenha contribuído para o seu crescimento


profissional e para a preparação do seu futuro na carreira de comércio exterior.

Desejo muito sucesso a todos. Um grande abraço!

REFERÊNCIAS
AYRES, A. P. S. Gestão de Logística e Operações. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,
2009.

BRASIL. MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Divisão de Programas


de Promoção Comercial. Exportação Passo a Passo / Ministério das Relações
Exteriores. Brasília: MRE, 2011.

CARDOSO, P. A. Gestão de operação e Logística II. Florianópolis.


Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB,
2012.

FERRAREZZO, E. A. Gestão de operações e serviços. Londrina: Editora e


Distribuidora Educacional S.A., 2017.
MANFRÉ, M. Manual de Gestão do Comércio Internacional. Brasília: Clube de
Autores, 2009.

SEGALIS, G. Fundamento de Exportação e Importação no Brasil. Rio de


Janeiro: Editora FGV. 2012.

128

Você também pode gostar