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RECURSOS
HUMANOS
PROFESSORAS
Me. Cláudia Müller
Esp. Marcia Tathiane da Silva Ribeiro Mantovani
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Luciano Santana Pereira
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. MULLER, Cláudia;
e Thayla Guimarães MANTOVANI, Marcia Tathiane da Silva Ribeiro.
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/5765337118368704
http://lattes.cnpq.br/5011046834042152
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
Para dar início à nossa jornada, coloque-se na posição de consultor de empresas. Imagine-se
em sua consultoria, em sua sala ou em seu espaço home office, pense em como seria a sua
imagem pessoal como consultor (mais social ou mais esportivo), reflita sobre quais seriam
as suas premissas como consultor – valores, visão, propósito, para quais empresas gostaria
de trabalhar e que tipo de serviços efetuar. Agora que você se viu como consultor, retomare-
mos, a partir das afirmações de Oliveira (2017), a que se refere a Consultoria Empresarial. De
acordo com o autor, consultoria empresarial caracteriza-se pela assistência aos gestores no
assessoramento à tomada de decisões estratégicas vinculadas aos resultados da corporação.
Nestas unidades, você terá acesso ao processo de Consultoria na sua forma de ser e agir, ou
seja, falaremos sobre o que trata o diagnóstico e como elaborá-lo, seguindo com as metodolo-
gias de Gerenciamento de Projetos, Design Thinking, Ferramentas de Qualidade e Indicadores
de performance. Apresentaremos outras bases de conhecimento que representam métodos e
técnicas atuais e importantes para a prática da consultoria: Gestão do Conhecimento, Apren-
dizagem Organizacional, Resistência à Mudança, Papel Estratégico da Liderança e, por fim,
conheceremos o trabalho do Consultor Interno de RH e quais os desafios que o consultor
de RH enfrenta na sua trajetória. Cada aula trará a você a teoria necessária para entender
as ferramentas disponíveis ao consultor bem como o seu modo de atuação dentro de um
projeto de consultoria.
Ao final do seu estudo, tenho a intenção de que possa estar mais próximo do entendimento
do seu papel enquanto consultor e com domínio de toda a estrutura necessária para tra-
balhar, a qual envolve desde o seu papel e sua postura como consultor até os métodos de
trabalho escolhidos de abordagem e fundamentados, teoricamente, para dar consistência
ao seu discurso e credibilidade às suas ações. Gostaria de dividir com todos um conselho
que me foi dado logo que iniciei minha trajetória profissional: “Teoria sem prática é oca, e
prática sem teoria é louca”. A intenção da pessoa ao me aconselhar era de que eu não caísse
na tentação de aplicar a técnica pela técnica, ou somente porque alguém faz assim e realizar
uma cópia de metodologia. Portanto, aproveite este material e o seu curso para desenvolver
sua identidade profissional, nunca esquecendo de estudar. Todo consultor estuda muito e
por toda a vida profissional. Aproveite seu curso!
.
ÍCONES
pensando juntos
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
8 UNIDADE 02
38
FUNDAMENTOS DA O PROCESSO DE
CONSULTORIA CONSULTORIAL
ORGANIZACIONAL EMPRESARIAL
UNIDADE 03
72 UNIDADE 04
123
METODOLOGIAS CONSOLIDAÇÃO
APLICADAS DOS SERVIÇOS
EM CONSULTORIA DE CONSULTORIA
UNIDADE 05
161 FECHAMENTO
190
CONSULTORIA CONCLUSÃO GERAL
NA GESTÃO
DE PESSOAS
1
FUNDAMENTOS DA
CONSULTORIA
organizacional
PROFESSORA
Esp. Marcia Tathiane da Silva Ribeiro Mantovani
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos e evolução do serviço de
Consultoria • Papéis, objetivos e níveis de atuação • Tipos de Consultoria • Perfil do Consultor Empresarial.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Analisar a evolução do serviço de Consultoria • Compreender o funcionamento de uma Consultoria
• Apresentar os tipos de Consultoria • Enfatizar a importância do Consultor Empresarial.
INTRODUÇÃO
EVOLUÇÃO
do serviço de
consultoria
UNICESUMAR
que o bom consultor é aquele que sabe das suas responsabilidades e não deixa a
empresa na mão durante o projeto.
A prática da consultoria surgiu há milhares de anos quando o homem preci-
sou disseminar seus conhecimentos e suas técnicas para outras pessoas mediante
gestos, sinais e desenhos. Essa prática foi repetida várias vezes, durante anos, mas
somente no início do século XX é que a consultoria foi reconhecida como profis-
são. Este movimento de reconhecimento da profissão aconteceu devido à grande
demanda por esses serviços, impulsionada pelas crises econômicas enfrentadas
entre 1930 e 1991, em todo o mundo, bem como pelas mudanças de necessidades
das empresas.
“
A única diferença apresentada entre a consultoria da Antiguida-
de e a consultoria atual está na forma das recompensas aplicadas
aos consultores. Na antiguidade, a forma de recompensá-los estava
vinculada aos sentimentos de prestígio e respeito que os indivíduos
tinham em relação aos grupos a que pertenciam. Já no contexto
atual, a forma de recompensar os consultores percorre inúmeras
possibilidades, como a remuneração por valor fixo ou variável, por
tarefa, resultado, disponibilidade, participação acionária, permuta,
entre outras. Outro detalhe que diferencia a consultoria dos tempos
passados para a atualidade está na condição formal com que ela é
pactuada entre as partes, geralmente, com contratos de prestação
de serviços (OLIVEIRA, 2017, p. 16).
“
No atual contexto de competitividade no setor de serviços de consul-
toria empresarial já não é possível ficar esperando o potencial cliente
telefonar solicitando os serviços do consultor, mas é necessário que esse
chegue, de maneira adequada, à sala do executivo que decide sobre uma
possível contratação de serviços de consultoria (OLIVEIRA, 2019, p. 1).
12
Por isso, é importante desenvolver serviços que resolvam os problemas das em-
UNICESUMAR
presas-clientes, criar um forte relacionamento com os executivos e apresentar
propostas de trabalho que tenham valor agregado para ambas as partes. Na pró-
xima aula desta unidade, você conhecerá os principais papéis, os objetivos e os
níveis de atuação da consultoria empresarial. Espero você lá!
2
PAPÉIS,
OBJETIVOS
e níveis de atuação
13
organizacionais. Mas existem outros itens que podem representar o papel
UNIDADE 1
14
Objetivo da Consultoria Empresarial
UNICESUMAR
O principal objetivo da consultoria empresarial é prestar um serviço de qualidade para
as empresas-clientes e auxiliar, efetivamente, na solução dos problemas encontrados
durante o diagnóstico organizacional. Por isso, a definição do produto ou serviço que
o consultor oferecerá à empresa é muito importante.
Lembre-se de que um produto ou serviço de consultoria precisa contemplar, no
mínimo, três elementos, entre eles, temos a especialidade a oferecer e o grau de conhe-
cimento que o consultor tem na especialidade escolhida, assim como o grau de envol-
vimento e estilo de atuação do profissional. Todos estes fatores devem ser levados em
consideração no momento de definir qual será o produto ou serviço entregue ao cliente.
Também é importante mencionar a qualidade do serviço da consultoria e, neste
caso, deve-se considerar os seguintes critérios:
Esses critérios ajudam a mensurar o grau de qualidade do serviço que será pres-
tado para a empresa-cliente. É necessário analisar o outro lado da moeda, ou seja,
também existe o objetivo da consultoria pela ótica da empresa-cliente. Nesse
caso, esses objetivos englobam a coleta de informações, por meio de um diag-
nóstico e da apresentação de uma proposta com as possíveis soluções para sanar
as doenças organizacionais encontradas no processo.
Ademais, a empresa-cliente espera que o trabalho da consultoria resulte em su-
cesso e muita lucratividade. Portanto, a responsabilidade da consultoria é enorme,
visto que o empresário coloca nas mãos dela todas as suas expectativas em relação
à resolução das demandas que levaram a procurar os seus serviços.
15
Níveis de atuação da Consultoria Empresarial
UNIDADE 1
Consultoria de produção
“
O consultor da área comercial precisa estar apto a definir estraté-
gias visualizando as demandas da empresa e viabilizando novas
oportunidades para alcançar metas reais e lucrativas, ampliando
a área de atuação da organização, fortalecendo sua marca e am-
pliando sua rede de contatos (OLIVEIRA, 2017, p. 66).
Para isso, o consultor precisa analisar tanto o ambiente interno quanto externo
da empresa bem como identificar as expectativas dos colaboradores e clientes.
16
Consultoria de marketing
UNICESUMAR
“A consultoria na área de marketing tem o objetivo de identificar as deman-
das mercadológicas da organização, apresentando propostas de soluções que
resolvam essas demandas (OLIVEIRA, 2017, p. 67). Para tanto, o consultor
deve ajudar a empresa a elaborar o plano estratégico de marketing e definir
os indicadores de desempenho para a área.
17
Consultoria de gestão empresarial
UNIDADE 1
18
3
TIPOS DE
UNICESUMAR
CONSULTORIA
20
Analisando o quadro, é possível verificar que o consultor interno e o externo se
UNICESUMAR
complementam, por isso, caso a empresa tenha condições, é importante conseguir
trabalhar com os dois, simultaneamente, visando usufruir das vantagens de cada
um deles. Lembre-se de que, na consultoria empresarial, estamos falando do con-
sultor externo, mas fique tranquilo(a) pois, no decorrer do nosso livro, também
discutiremos sobre o consultor interno de recursos humanos.
Existem diversas empresas de consultoria no mercado, cada uma delas com sua
linha de atuação e serviços prestados, por isso, é, praticamente, impossível classificar
todos os tipos de consultoria. Neste sentido, abordaremos este assunto de acordo com
a forma de atuação das consultorias e dos consultores. Para tanto, classificaremos os
tipos de consultoria por estrutura, abrangência e forma de relacionamento.
Quando utilizamos a estrutura para classificar os tipos de consultoria, estamos le-
vando em consideração grau de flexibilidade, metodologia, adequação à realidade do
cliente, tempo de contratação, complexidade e nível de aceitação por parte da empre-
sa. Quanto à estrutura, as consultorias podem ser classificadas em pacote e artesanal.
“
Consultoria de pacote é a realizada às empresas-clientes por meio da
transferência de fortes estruturas de metodologias e de técnicas admi-
nistrativas, sem a preocupação da otimizada adequação à realidade
atual ou esperada para a empresa-cliente (OLIVEIRA, 2019, p. 57).
Esse tipo de consultoria foi muito aplicado nas décadas de 60 e 70, quando esse serviço
começou a consolidar-se no Brasil, mas, hoje, apresenta uma queda na sua solicitação,
devido à grande demanda por serviços mais personalizados, exceto em alguns casos,
pois esse tipo de consultoria ainda é utilizado em consultorias relacionadas à tecnolo-
gia (sistemas informatizados) e certificações da qualidade. As principais características
desse tipo de consultoria são:
“
a. Em sua contratação, o contato é geralmente com a média admi-
nistração; sua negociação é demorada, pois pode envolver fortes
mudanças em curto período; e a resistência é relativamente alta. b.
No desenvolvimento do projeto de consultoria, o contato também
é realizado com a baixa administração; a negociação é difícil e com-
plexa; e a resistência é elevada. c. Na implementação do projeto de
consultoria, o contato é com todos os níveis; a negociação é com-
plexa e a resistência é elevada (OLIVEIRA, 2019, p. 57).
21
É importante lembrar que a consultoria de pacote pode proporcionar mais ra-
UNIDADE 1
pidez na realização dos serviços de consultoria, menor custo nos serviços bem
como possibilidade de mudanças de maior impacto. Mas é necessário considerar
algumas precauções nesta contratação, como analisar o processo de mudança
planejada na empresa e melhorar o nível de treinamento.
“
Já a consultoria artesanal é aquela que procura atender às neces-
sidades da empresa-cliente por meio de um projeto baseado em
metodologias e técnicas administrativas especificamente estrutu-
radas para a referida empresa-cliente, tendo, entretanto, sustenta-
ção de outras abordagens e modelos aplicados em outras empresas
(OLIVEIRA, 2019, p. 78).
“
a. Em sua contratação, o contato é geralmente com a alta adminis-
tração; a negociação é relativamente demorada, sendo necessária
a aprovação de várias pessoas da empresa-cliente; e a resistência é
baixa. b. No desenvolvimento do projeto de consultoria, o contato
também é com a média administração; a negociação é focada nas
decisões operacionais que o projeto de consultoria requer; e a re-
sistência é baixa, pois o consultor e a empresa-cliente praticamente
desenvolvem os trabalhos em conjunto. c. Em sua implementação,
pode envolver todos os níveis da empresa-cliente; a negociação é
focada em possíveis problemas pontuais que venham a ocorrer; e o
nível de resistência é baixo (OLIVEIRA, 2019, p. 60).
22
balhos de consultoria, melhor qualidade dos trabalhos, mais independência
UNICESUMAR
da empresa-cliente em relação à empresa de consultoria e melhor resultado.
No entanto, para conseguir essas vantagens, a empresa-cliente precisa tomar
algumas precauções, como procurar aplicações da consultoria artesanal para
assuntos de média ou elevada abrangência e procurar consultores com elevada
experiência no assunto considerado.
As consultorias também podem ser classificadas quanto à abrangência
e, neste caso, são levadas em consideração a amplitude e a profundidade do
trabalho do consultor, por isso, temos a consultoria especializada, a total e a
globalizada. A consultoria especializada cresceu muito nos últimos anos, ela
pode ser definida como aquela:
“
[...] que atua em um ou poucos assuntos dentro de uma área de
conhecimento. A consultoria especializada pode apresentar as se-
guintes características genéricas: a. No processo de sua contratação,
normalmente, o contato é com a média administração, pois é nesse
nível que se concentra a maior parte das especializações das empre-
sas; sua negociação é demorada e sua resistência pode ser pequena.
b. No desenvolvimento do projeto de consultoria, as características
continuam basicamente as mesmas. c. Na implementação do pro-
jeto de consultoria, os envolvidos podem estar também na baixa
administração e os níveis de negociação e de resistência podem ser
baixos (OLIVEIRA, 2019, p. 62).
23
e interativas, proporcionando elevada sinergia entre os diversos trabalhos de con-
UNIDADE 1
“
a. No processo de sua contratação, o contato é feito com a alta ad-
ministração da empresa-cliente; sua negociação é rápida e o nível de
resistência é baixo. b. No desenvolvimento do projeto de consultoria
também ocorrem frequentes contatos com a média administração;
sua negociação amplia-se e torna-se mais difícil e o nível de resis-
tência aumenta. c. Na implementação do projeto de consultoria,
o contato deve ser realizado em toda a estrutura hierarquizada; a
negociação é ampla e envolve diferentes realidades, e a resistência
pode continuar forte (OLIVEIRA, 2019, p. 65).
“
a. No processo de sua contratação, o contato é com a alta ad-
ministração; sua negociação é demorada e sua resistência pode ser
baixa, desde que já exista uma interação profissional anterior com
a sede da empresa-cliente. b. No desenvolvimento do projeto pode
ocorrer também a interação com a média administração; a nego-
ciação é demorada e o nível de resistência pode aumentar. c. Na
implementação do projeto de consultoria, as características con-
tinuam, basicamente, as mesmas do desenvolvimento do projeto
(OLIVEIRA, 2019, p. 70).
24
conceituando
UNICESUMAR
Joint venture é um acordo por tempo determinado entre duas ou mais empresas que têm
o mesmo objetivo comercial, ambas visam unir seus recursos para desenvolver seus ne-
gócios e dividem os lucros ou prejuízos no final da transação.
25
4
PERFIL DO
UNIDADE 1
CONSULTOR
empresarial
Características
UNICESUMAR
sas situações que as empresas colocam à sua frente; Ter uma atitude
racional; Ter amplo referencial de atuação (cultura geral, interesses
e experiências diversificadas); Ter adequado relacionamento com
as pessoas; Ter diálogo amplo e otimizado; Ser negociador; Ter va-
lores culturais consolidados; Ter interesse pelo negócio da empre-
sa-cliente; Ter atuação com ênfase nas pessoas; Desenvolver clima
de confiança; Saber trabalhar com erros; Ter comprometimento das
pessoas; Ter lealdade à empresa-cliente, à empresa de consultoria e
às pessoas (OLIVEIRA, 2019, p. 159-163).
27
“
[...] ter pensamento estratégico; ser um agente de mudanças; ter in-
UNIDADE 1
Diante disso, podemos afirmar que a forma como o consultor trabalha, suas
ferramentas, suas metodologias e suas técnicas são expressões das suas habi-
lidades bem como o jeito que ele compartilha as informações e se relaciona
com as pessoas dentro e fora da empresa-cliente. Também podemos incluir
neste bloco de habilidades a maneira como ele lida com o processo de gestão
de recursos, como tempo e dinheiro. Lembre-se de que o cumprimento de
prazos é essencial para que os resultados da consultoria sejam satisfatórios,
portanto, o consultor precisa saber gerenciar muito bem seu tempo, em es-
pecial, quando ele atua como autônomo.
Por fim, temos as características de conhecimento que representam o ou-
tro lado das competências técnicas. Estas características “consideram o nível
de preparo que o consultor tem para otimizar o resultado inerente à situação
apresentada” (OLIVEIRA, 2019, p. 157), ou seja, elas indicam quanto de conhe-
cimento e experiência o consultor tem para aplicar na empresa-cliente. Neste
caso, as principais características são:
“
[...] ter elevado conhecimento de sua especialidade em consul-
toria; ter conhecimento de administração; desenvolver situações
alternativas interessantes; ter visão de longo e curto prazos; saber
pensar grande; ser generalista com forte especialização; trabalhar
em tempo real; estar direcionado para as necessidades de mercado;
ter raciocínio lógico; saber buscar e consolidar informações, ter
inteligência empresarial; possuir conhecimentos de economia e de
política internacional; saber transformar o impossível em possível;
criar condições para que o trabalho seja gratificante, não apenas do
ponto de vista financeiro (OLIVEIRA, 2019, p. 175-178).
28
Nesse sentido, as características de conhecimento estão relacionadas com as teo-
UNICESUMAR
rias e os conceitos que sustentam as metodologias, as técnicas, as ferramentas e
os procedimentos adotados pelo consultor durante sua prestação de serviços,
por isso, ele tem que se preparar muito, antes de ingressar nessa área. Além disso,
o consultor também precisa conhecer todo o funcionamento de uma empresa
para que possa realizar o diagnóstico da situação atual e compreendê-la, visando
propor soluções adequadas para chegar à situação desejada pela empresa-cliente.
pensando juntos
Qualificações
29
na área de recursos humanos, é necessário correr atrás da sua qualificação para se
UNIDADE 1
Ética profissional
“
Para o caso de o consultor empresarial receber convite para tra-
balhar em uma concorrente de sua empresa-cliente, essa situação
deve ser comunicada e debatida com o cliente atual, bem como
com o cliente potencial. O período para encerrar qualquer atrito de
atuação em empresas concorrentes pode ser de aproximadamente
dois anos, ou a partir de negociação com a empresa-cliente, anali-
sando, principalmente, se os serviços realizados são exclusivos ou
não (OLIVEIRA, 2019, p. 187).
30
Já com relação aos honorários cobrados da empresa-cliente, é necessário mensurar o
UNICESUMAR
valor com base no serviço que será prestado e na experiência profissional do consultor
para que seja aplicado um preço justo. Lembre-se de que “a ética é a única coisa que as
pessoas têm total controle. Portanto, não se pode jogar os desvios éticos como culpa
de outras pessoas” (OLIVEIRA, 2019, p. 189).
Agora que você já conheceu as principais características do consultor empresarial,
chegamos ao final da nossa primeira unidade. Na Unidade 2, estudaremos o processo
de consultoria desde o diagnóstico até a avaliação dos serviços. Espero por você lá!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
31
na prática
1. A consultoria empresarial não é recente, ela surgiu há milhares de anos quando o homem
das cavernas precisou disseminar seus conhecimentos, por meio de gestos e desenhos.
Apenas no século XX, a consultoria foi considerada, oficialmente, a área de atuação dos
consultores empresariais. Diante disso, escreva um texto dissertativo explicando quais
são as diferenças entre a consultoria de antigamente e a consultoria dos dias atuais.
a) Consultor in company.
b) Consultor associado.
c) Consultor autônomo.
d) Consultor virtual.
e) Consultor interno.
32
na prática
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
4. Você sabe que existem dois tipos de consultores que podem atuar dentro da empresa?
Isso mesmo, temos o consultor interno e o externo, cada um tem seu papel no contexto
organizacional, mas ambos trabalham pelo bem da saúde da empresa. Diante disso,
elabore um texto dissertativo explicando a diferença entre esses dois consultores.
I - Características comportamentais.
II - Características de habilidade.
III - Características de conhecimento.
IV - Características físicas.
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
33
aprimore-se
PAPEL DO CONSULTOR
De acordo com Sales (2013, p. 69), destaca como características do consultor, sa-
ber diferenciar o que é importante do que é urgente; ser independente e estipular
metas alcançáveis e que motivam o grupo a seguir mais firme e mais determinado.
Diante do exposto, o consultor tem que ter o discernimento para definir metas que
a organização possa cumprir, pois não adianta tentar fazer o impossível. Também
é necessário que o consultor saiba dialogar com o cliente de forma clara para que
todos entendam o objetivo proposto.
De acordo com Crocco e Guttmann (2005, p. 34), enfatizam que o consultor além
da experiência pessoal, a base educacional formal dos profissionais de consultoria
e o que denominam de diferenciais. Entende-se que esses diferenciais são a junção
do conhecimento com a prática do consultor. Para ser consultor a experiência faz
muita diferença na hora da execução do serviço e na tomada de decisão. Essa ex-
periência do consultor para as pequenas empresas, que muitas vezes não tem um
conhecimento acerca de administrar uma empresa, possibilita auxiliar os gestores
buscando o desenvolvimento da organização.
Para Mocsányi (1997, p. 148), além de conhecimento técnico, talento e criativi-
dade, o bom consultor é aquele que se destaca também por uma série de outras
características, sejam elas profissionais, culturais, políticas e até psicológicas.
Percebe-se que para ser um bom consultor deve ser um profissional culto, se
atentar para todos os assuntos ao seu redor. Ter paciência e um bom relacionamento
interpessoal, pois dentro da organização existem colaboradores que gerenciam suas
emoções de várias formas. E um consultor deve saber lidar com as suas emoções e
respeitar as dos demais colaboradores para que evite conflitos dentro do ambiente
de trabalho, fazendo com que todos possam trabalhar em equipes e motivados.
Segundo Andrade (2007, p. 3), a qualificação profissional de consultoria deve so-
mar-se, ainda, com a prática e com a experiência na execução e condução de pro-
cesso. Só assim teremos consultores no exercício efetivo de suas atividades.
34
aprimore-se
Entende-se que o consultor tem que saber conduzir um processo dentro da em-
presa. Isso não significa executar o processo, mas fazer com que os gerentes e exe-
cutivos apoiem a sua ideia e lidere de acordo com os procedimentos que o consultor
lhe propor. Para as pequenas empresas, essa atitude do consultor irá auxiliar o líder
nas suas atividades.
Para Neto (2014), o consultor precisa ter algumas premissas para atuar no mer-
cado, ser independente, ter automotivação, ética. Capacidade de análise e autentici-
dade. A partir delas o consultor deve buscar o seu perfil no mercado, que irá atuar.
Fica claro que o consultor através das suas características e aptidões deve buscar
a área que tem mais interesse e conhecimento para conduzir a sua vida profissional.
É verificado que o consultor exerce alguns papéis na organização visando contribuir
para a permanência das pequenas empresas no mercado atual.
Segundo Caitano (2010), destaca o papel do consultor é o de dar consultas, acon-
selhamento e acompanhamento do processo de implantação das mudanças, de-
vendo o empresário ter conhecimento e saber o que esperar dele. Percebe-se que
o consultor tem o papel de auxiliar os gestores, porém os empresários devem ter
ciência e consequências do serviço prestado.
O consultor sempre fornecendo informações para os clientes faz com que os mes-
mos confiem nele e no seu trabalho. Essa ação nas pequenas empresas é necessária
até para a contratação do serviço, visto que eles não têm conhecimento profundo de
um serviço de consultoria. De acordo com Kugelmeier (2010), o papel do consultor em-
presarial, em sua essência, é bastante valorizado, exatamente por sua imparcialidade e
por atuar focado na resolução de problemas que a empresa não consegue solucionar.
Compreende-se que o papel do consultor é resolver problemas, porem há algu-
mas empresas modernas que já contrata o serviço de consultoria não para solucionar
conflitos, mas para analisar novas oportunidades num cenário de constantes mudan-
ças. Para as pequenas empresas, essa visão de contratar a consultoria para criar no-
vas oportunidades possibilita o crescimento da organização no mercado atual.
Fonte: Alves, Dias e Mosores (2015, p. 6-7).
35
eu recomendo!
livro
conecte-se
36
anotações
2
O PROCESSO DE
CONSULTORIA
empresarial
PROFESSORA
Me. Cláudia Müller
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Diagnóstico e levantamento
de necessidades • Planejamento e estratégias de intervenção • Implantação e acompanhamento
• Avaliação e conclusão da consultoria.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Descrever as etapas de levantamento de necessidades • Compreender as estratégias de intervenção
• Analisar o processo de implantação das ações de consultoria • Apresentar as fases de avaliação e
fechamento de uma consultoria.
INTRODUÇÃO
LEVANTAMENTO
de necessidades
UNICESUMAR
da organização: processos, produtos e pessoas (LEANDRO; CARVALHO;
ALVARENGA, 2020).
pensando juntos
Mas esta definição não parece um tanto genérica? Sim, ela é genérica. Ela cabe para qual-
quer diagnóstico em Administração de Empresas. Inclusive, o material deste livro também
pode ser referência para qualquer tipo de consultoria. Mas, então, qual a orientação para
o pessoal de RH?
Mascarenhas (2015) pode nos dar uma ajuda. Ele afirma que o RH estratégico,
que é o foco do trabalho do consultor empresarial em RH, tem como missão o
alinhamento estratégico, ou seja, analisar as variáveis do contexto dos negócios
frente às condições externas, as quais se refere para entender o ambiente econô-
mico, sociocultural, político e institucional, entre elas, o “nível de qualificação
dos indivíduos na região, as condições de competitividade do mercado de traba-
lho, níveis de desemprego, questões de diversidade culturais, as leis e tendências
de legislação do trabalho etc.” (MASCARENHAS, 2015, p. 33). Porém, jamais
negligenciar as condições internas, ou seja, as “decisões, intenções e inserções
estratégicas da empresa, a estrutura e a cultura organizacional, os padrões tec-
nológicos, as condições financeiras da empresa, a qualificação e competência
dos colaboradores etc.” (MASCARENHAS, 2015, p. 33). Para a análise dessas
condições, a ferramenta que pode auxiliar é a Matriz SWOT ou FOFA (forças e
fraquezas na análise do ambiente interno e oportunidades e ameaças no ambiente
externo à organização).
Caetano, Mendonça e Neiva (2016) apontaram-nos três fases de diagnóstico:
a recolha sistemática de informação, o tratamento dessas informações e sua inter-
pretação, teoricamente, fundamentada. Essas fases nos fazem entender sintomas
e problemas, buscar possíveis causas e propor soluções ou medidas a serem im-
plementadas, por isso, a importância do uso de métodos e modelos teóricos apro-
priados para que dê a sustentação necessária aos argumentos frente às proposições.
Os autores, então, descrevem que o processo diagnóstico necessita respeitar
três fases, como mencionado anteriormente.
41
Entrada na organização
UNIDADE 2
explorando Ideias
O raciocínio abdutivo refere-se a entender algo além do que se observa com a intenção
de formular hipóteses explicativas que gerem possíveis explicações para os fenômenos
que se pretende explicar. É nesse momento que você se faz as seguintes perguntas: O
que está por trás disso? O que realmente isso quer dizer? Quais os comportamentos que
eliciam esse problema? É daqui que vem a criatividade do consultor.
Fonte: Magnani (2013).
UNICESUMAR
todológica. O autor sugere que se definam os pontos de investigação para que o
consultor não se perca em meio à imensidade de dados. Ele sugeriu definir quais
e quantas perguntas devem ser formuladas pelo consultor, quais áreas e pessoas
serão envolvidas no diagnóstico, lembrando que, posteriormente, a devolução
deverá ser oferecida a este grupo, portanto, não incluir um grande número de pes-
soas e definir como será feita a coleta de dados. Nesta fase, assim como Caetano,
Mendonça e Neiva (2016) na triangulação metodológica, Oliveira (2017) indicou
o uso de questionários para obtenção de dados quantificáveis.
A vantagem dos questionários é a possibilidade de aplicá-los ao maior número
de pessoas e realizar as análises estatísticas posteriores para se obter os dados a fim
de transformá-los em informações diagnósticas. Se o diagnóstico está sendo feito
com foco em Gestão de Pessoas, pode-se utilizar de análise de perfil (assessment) a
partir de testes psicológicos, inventários de perfil profissional (ex.: DISC), escalas de
recursos pessoais fornecidas pela Psicologia Positiva (capital psicológico, autoesti-
ma, bem-estar no trabalho, bem-estar subjetivo, forças e virtudes, engajamento no
trabalho, comprometimento com a organização, recursos e demandas do trabalho,
burnout, entre outros), avaliação de desempenho, pesquisa de clima e cultura, su-
porte organizacional, estilos de liderança, eficiência organizacional etc.
A escolha dos instrumentos precisa estar associada à pergunta que o consultor
deseja responder, além de outro fator de importância não negociável: a validação
do questionário para a população brasileira. Se você está trabalhando no Brasil, e
a recomendação vale, igualmente, para ser aplicada em qualquer lugar do mundo
onde você estiver trabalhando como consultor, precisa verificar se o instrumento
está validado para a realidade do país. Muitos instrumentos são importados dos
Estados Unidos ou da Europa que, na sua construção, foram validados nos seus
países de origem. Por isso, as normas estatísticas valem para aquela cultura.
No Brasil, apenas fazer a tradução para o português brasileiro não é suficiente,
pois as normas estatísticas serão do país de origem e não de brasileiros. Quando
tiver contato com o teste ou o questionário, verifique se houve a adaptação para
o país onde você está aplicando o material. Assim, seus dados corresponderão
à realidade sem possibilidades de vieses ou desvios de interpretações, além de
valorizar o trabalho dos pesquisadores que se dedicam a adaptar os instrumentos
para que se tenha o maior número possível de possibilidades diagnósticas.
43
Uma ferramenta específica para ser utilizada no diagnóstico da área de Ges-
UNIDADE 2
pensando juntos
44
Vejamos alguns exemplos de questões de entrevistas:
UNICESUMAR
1. Quais mudanças você percebe que poderiam ser feitas na empresa?
2. Como a empresa poderia alcançar os seus objetivos?
3. Como as pessoas são reconhecidas na empresa?
4. O que você mudaria na empresa para que ela atendesse a todas as suas
necessidades?
5. Você percebe possibilidades de evolução profissional na empresa?
6. Quais os desafios que a empresa enfrenta, atualmente?
7. Como avalia as condições de trabalho na empresa?
pensando juntos
Desafie-se: pense em perguntas que poderiam ser feitas em entrevistas de grupo e indivi-
duais.
45
e Neiva (2016). Já na modalidade indireta, usa a análise de documentos, relatórios
UNIDADE 2
para dar suporte a dados coletados pela organização. Com esta observação ou
análise, é possível comprovar, ou revelar motivos de possíveis hipóteses. Para
tanto, é necessário o acesso a relatórios e a outros documentos para que se tenha
a noção da realidade da empresa naquele momento. Além disso, complementa
dados que foram coletados por entrevistas e/ou observação, auxiliando no en-
tendimento da realidade atual.
A análise de dados secundários facilita a identificação dos problemas apre-
sentados no início da consultoria (CROCCO; GUTTMANN, 2017). Atualmente,
as empresas contam com áreas de inteligência que trabalham com sistemas de
Business Intelligence (BI, PI, outros). Esses sistemas de relatórios reúnem dados
diversos da empresa nas suas mais diversas áreas. Na área de Gestão de Pessoas,
você pode encontrar People Analytics, sistemas de gerenciamento de pessoas
(folha, benefícios, R&S, avaliação de desempenho etc.) ou apenas uma planilha
de Excel que tenta dar conta de um mínimo de informação suportável para se
ter noção do retorno do trabalho que está sendo realizado.
UNICESUMAR
cado do processo, pois, se os resultados não confirmarem o que a empresa pensa,
pode-se criar uma resistência ao consultor e à mensagem que ele traz. Validar o
que se diz, afirmam os autores, por meio do conhecimento e da relação de proxi-
midade e confiança que se estabeleceu ao longo do processo, é fundamental para
que o relatório diagnóstico se torne interessante e deseje ser conhecido. Neste mo-
mento, vale relembrar a teoria e os métodos aplicados para finalização desta parte
do trabalho, caracterizada como o balizamento das intervenções que vêm a seguir.
Na reunião de feedback, o consultor organiza um encontro com as princi-
pais pessoas envolvidas. Nesse momento, apresentará os dados e, para que possa
dirimir as resistências, uma parte da reunião deve ser sobre a apresentação do
diagnóstico, e a outra, para a discussão sobre os resultados (CROCCO; GUTT-
MANN, 2017). Dessa forma, alinhamentos e ajustes podem ser realizados bem
como o contrato da próxima fase de implantação das intervenções.
47
2
PLANEJAMENTO E
UNIDADE 2
ESTRATÉGIAS
de intervenção
48
Refere-se ao levantamento realizado durante as visi-
Contexto ou
tas, considerando pontos relevantes e particularida-
UNICESUMAR
histórico
des da empresa.
Honorários e Esse é o item onde aparece o valor a ser cobrado pelo ser-
condições viço. É importante que contenha o valor de cada etapa, as
comerciais condições de pagamento, os prazos, os impostos etc.
pensando juntos
Vamos explorar o que estudamos até aqui: realizamos o diagnóstico, elaboramos uma
proposta comercial, apresentamos ao cliente. Precisamos, então, explorar mais o que são
as intervenções possíveis a um projeto de consultoria.
50
UNICESUMAR
pensando juntos
51
Manutenção
UNIDADE 2
Eliminação
eliminam sistemas de trabalho, registros, repensam processos, eliminam
procedimentos ou parte dele, áreas ou unidades. Demitem pessoas.
Adição
introduz um novo sistema, amplia o número de operações de um
procedimento, incorpora novas unidades, contrata pessoas,
implanta programas.
Combinação
modificar a ordem das fases de um processo, combinar o uso de novos
formulários e procedimentos de um sistema ou parte dele.
Tipos de
Intervenções Fusão
unif icação de áreas ou unidades, remanejar pessoas de uma mesma
área ou de outras áreas, unificar registros, informes, comunicação interna.
o
mudar processos, procedimentos e operações, realocar pessoas,
equipes, instalações, remanejar carga de trabalho, funções.
Simpli ação
diminuir as fases de um processo e os seus procedimentos,
melhorar métodos, agilizar sistemas de trabalho, diminuir
registros, simpli car reportes.
Mudança (troca)
mudar sistemas de apoio e informações, redirecionar funções,
racionalizar recursos, otimização de pessoal, reestruturação de
procedimentos uxo de trabalho, interação entre áreas.
52
3
IMPLANTAÇÃO E
UNICESUMAR
ACOMPANHAMENTO
53
UNIDADE 2
explorando Ideias
Vamos seguindo explorando o que mais estes autores têm a nos dizer sobre o
processo de implantação, mas, antes disso, precisamos visitar outro tema que é de
muita relevância na implantação das ações de consultoria. Refere-se à definição
dos indicadores de desempenho e resultados.
Indicadores de Desempenho
O trabalho do consultor também passa por fazer com que o cliente concorde com suas pro-
postas para o trabalho. Então, a melhor maneira de fazer com que ele concorde é mostrando
os resultados (indicadores de desempenho) das ações implantadas para que perceba a evolu-
ção do trabalho e o retorno do investimento que está dispondo nesse momento. Não é isso?
“
Por exemplo, para um trabalho de determinação da missão da
empresa, ele pode ser medido por meio do tempo consumido
na elaboração, pelo grau de visibilidade que a empresa mostra
com sua missão, pelo consumo de recursos na sua divulgação
interna e externa e pela quantidade de descartes até a sua for-
ma final. Cada um desses indicadores tem a força de medição e
refletirá melhor se o trabalho teve ou não o sucesso pretendido
(CROCCO; GUTTMANN, 2017, p. 97).
55
Os autores seguem caracterizando os indicadores de acordo com aqui-
UNIDADE 2
Você sabia que podemos definir indicadores para medir o capital humano?
Sim. Fritz-enz (2001) fala-nos sobre o retorno do investimento (ROI) em
capital humano. Ele cita, em seus estudos, alguns indicadores que podem
medir o quanto do capital humano agregou no negócio: fator de receita
do capital humano, valor agregado econômico humano, fator de custo de
capital humano, valor agregado do capital humano e retorno sobre o inves-
timento do capital humano. Estes são exemplos de indicadores em gestão
de pessoas que podem agregar aos seus objetivos de implementação de
ações. Aqui, vale um esforço para estudar além do curso que está fazendo,
experimente, faça diferente.
Bem, agora que já entendemos a importância de definir indicadores, retoma-
remos os aspectos sobre a implantação das ações de consultoria.
56
1
UNICESUMAR
Início
Recrutamento
Formulação do programa
e seleção de
de capacitação
pessoal
Obtenção de recursos
6 5
Capacitação
de pessoal
10 9
Funcionamento normal
11
Avaliação e medidas corretivas
12
Fim
57
A escolha do método ou dos métodos de implantação é o passo a seguir após
UNIDADE 2
58
4. Método de implantação parcial ou por aproximações sucessivas – mos-
UNICESUMAR
tra-se o mais adequado para mudanças de grande porte. Ocorre um
fatiamento da implementação e se seleciona uma parte para implantar
sem causar grandes alterações. A próxima fatia só vai adiante depois que
a anterior estiver consolidada, possibilitando uma mudança gradual e
definitiva. Ex.: implantação do Planejamento Estratégico de RH - defi-
nição do propósito da área, suas interfaces, definição dos seus objetivos
e posterior plano de ação.
5. Combinação de métodos - permite combinar mais de um método de
implantação sem desconsiderar o efeito que as mudanças podem gerar
na empresa. Ex.: descrever cargos (método instantâneo) e mudança de
sistema operacional de RH (método de implantação em paralelo).
59
Ações de apoio à implantação
UNIDADE 2
Para que o trabalho gere os frutos desejados e que foram acordados a partir do contrato
entre empresa e consultoria, é preciso que o consultor ou o patrocinador do projeto se
mantenha fiel ao que foi estipulado, evitando ações isoladas e abstratas, pelo menos,
até a primeira avaliação que confirmará as ações e/ou apontará para algumas correções
de estratégia de ações ou implantação. Assim, acontece o alcance efetivo dos objetivos.
Fincowsky e Benjamín (2009) alertaram que, ao entrar em uma organização,
pode ocorrer resistência por parte das pessoas que sofrerão as intervenções, uma
vez que suas estruturas, suas funções, seus processos ou tecnologias serão mexidos.
Por essa razão, é importante que haja um clima organizacional permitindo que as
mudanças ocorram e que sejam mantidas. Para tanto, os responsáveis pelo projeto
precisam adotar uma atitude de inclusão das pessoas, divulgando o projeto, escu-
tando-as, considerando suas opiniões, seus pontos de vista, suas sugestões, suas
contribuições da equipe que possam enriquecer a mudança, considerando que
são elas que viverão e sentirão todas as facilidades e obstáculos que podem surgir.
Cunha (2013) concorda com os autores e aconselha que o consultor permaneça
próximo e, até mesmo, coordenando algumas ações para dirimir resistências.
Nesse contexto, as ações em parceria com a área de pessoas são importantes para
que todos percebam os benefícios e os ganhos oriundos das melhorias. Gestão de pes-
soas contribui, também, no processo de comunicação para o reconhecimento e a aceita-
ção do pessoal. Aqui, estamos falando de mudanças na cultura organizacional – valores,
nível de consciência, atitudes, costumes, hábitos e tradições que facilitem aceitar o novo.
Voltando às considerações de Fincowsky e Benjamín (2009), eles aconselharam
a formação de equipes de trabalho responsáveis pelo projeto, tendo a participação
das áreas envolvidas para organizar ações de palestras, seminários, fóruns de deci-
são e outras estratégias de capacitação do pessoal. Reuniões de sensibilização que
comunicam objetivos propostos e benefícios potenciais auxiliam a construção da
confiança e colaboração da equipe.
Assim sendo, podemos introduzir a equipe de endomarketing, uma vez que os
autores finalizam as ações de implantação dando ideias de, paralelamente a outras
ações, incluir campanhas de divulgação, por meio de revistas, boletins, painéis ou
qualquer outro meio que reforce e estimule a aceitação do trabalho e das mudanças
que surgirão a partir dele.
Em momento algum menospreze a atenção aos aspectos que contribuirão
para o sucesso da implantação das ações, principalmente quando as medidas
60 afetam a organização, segundo Fincowsky e Benjamín (2009).
4
AVALIAÇÃO E
UNICESUMAR
CONCLUSÃO
de consultoria
Você viveu todo o processo de consultoria contratada por seu cliente, desde o mo-
mento da prospecção, passando pela entrega da proposta, aprovação dela, imple-
mentação das ações. É chegado o dia, então, de finalizar este trabalho. A primeira
etapa da finalização é a avaliação daquilo que foi implantado junto ao cliente.
conceituando
A avaliação é uma comparação entre o proposto inicial e aquilo que foi entregue ao final.
Algo como o acordado e realizado. Souza (2016) divide-a em dois momentos: autoavalia-
ção e feedback do cliente.
Fonte: adaptado de Souza (2016).
Quando Souza (2016) fala em autoavaliação, está nos dizendo que é a ca-
pacidade de autocrítica da própria consultoria frente ao trabalho realizado.
É a oportunidade de os consultores avaliarem seus pontos fortes e fracos,
encontrando estratégias de aperfeiçoamento. Já o feedback do cliente surge a
partir de uma reunião onde os indicadores foram levantados e avaliados para
se analisar a contribuição efetiva da consultoria ao negócio.
Souza (2016) elenca quatro fatores analisados neste momento: crescimento
de receita, redução de despesas, agregação de valor e satisfação do cliente. Para
que esse momento seja mais formal e realmente mostre o que ocorreu durante 61
todo o processo de consultoria, Aguiar, León e Rivera (2018) aconselham a ela-
UNIDADE 2
explorando Ideias
Fechamento da Consultoria
Talvez este seja o momento mais tenso para o consultor, o qual viveu intensa-
mente várias situações de desafios com grupos específicos de trabalho, estreitou
laços com executivos, contribuiu para o fortalecimento da empresa por meio
do seu saber, do seu trabalho. Os vínculos formados, além de gerarem possíveis
amizades, também podem ser fontes de novas indicações de trabalho.
Crocco e Guttmann (2017) disseram que o melhor momento de um consul-
tor se desligar da empresa é quando termina a implementação das ações. Ainda
assim, na realidade, não é o que acontece. O consultor acompanha todas as etapas,
reforça comportamentos, resolve questões impeditivas e finaliza as etapas com as
62
equipes. Logicamente, estas são horas de trabalho que precisam estar acordadas
UNICESUMAR
no contrato inicial. Mas o grande desafio mesmo é fazer com que as implantações
de ações continuem após a sua saída não voltando ao que era antes da consultoria.
Algumas atitudes podem ser tomadas pelo consultor: saída gradual dimi-
nuindo a sua participação no projeto, preparação da equipe para que assuma
mais responsabilidades, plano de acompanhamento após a finalização do projeto.
Assim, para que o consultor saia deste projeto mais tranquilo, é preciso que verifi-
que as mudanças e as inovações, avaliando-as a partir de mecanismos de informação
que meçam os resultados. Logicamente, o vínculo desenvolvido de confiança aliado
à percepção de resultados também garantirá o seu sucesso e mais trabalho.
conecte-se
conecte-se
Para elaborar este material, tive duas preocupações: dividir a minha experiên-
cia como consultora e conseguir material teórico que desse embasamento para
todo o conteúdo a que desejava dar ênfase. Não preciso dizer do prazer que foi
organizar esse conteúdo. Tive a preocupação de usar nossos pesquisadores como
referências mais importantes (embora tenha pedido ajuda de outros estrangei-
ros), mas com a intenção de que conhecessem como fazemos no Brasil.
Tenho um pedido a fazer: nunca pare de estudar, seja qual for a sua carreira
e, se escolher a consultoria, planeje bem esta transição, pois duas características
fazem um bom consultor: experiência na sua área de atuação e conhecimento
formal sobre o que faz. Caso contrário, sua reputação não se constrói e a frus-
tração aparece. Seja feliz!
63
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
64
na prática
1. Você foi chamado para apresentar a sua consultoria para um novo potencial cliente.
Na reunião, qual a sua primeira atitude após apresentar o seu trabalho?
2. Você foi indicado por um parceiro para atender às demandas de um novo cliente.
Após a primeira visita, ficou combinado que elaboraria uma proposta de trabalho.
Contudo você tem claro que a primeira fase será o diagnóstico. Então, aponte a que
o diagnóstico está relacionado.
65
na prática
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
66
na prática
6. Para cada intervenção do seu projeto, você definiu indicadores de desempenho. Qual
a finalidade dos indicadores de desempenho? Leia as afirmativas a seguir:
67
aprimore-se
Contexto
Eu fui chamada por uma área específica da empresa que apresentava uma quei-
xa em particular. A supervisora e o coordenador não estavam sentindo a equipe
motivada e os erros nos processos bem como a falta de sugestões de melhoria e
reclamações estavam fazendo com que o clima da área estivesse pesado. Conse-
quentemente, o desempenho não estava adequado, e algumas pessoas interferiam,
negativamente, no ambiente, tornando o clima nada ameno.
Processo
Após a escuta sobre a queixa dos gestores, combinei que faria um diagnóstico para
buscar entendimento a respeito dos comportamentos e possíveis motivos asso-
ciados a eles. Chegamos a formular a nossa pergunta de pesquisa: se a equipe,
realmente, está demonstrando baixo desempenho, quais recursos (pessoais ou de
trabalho) estão colaborando para esse comportamento? Realizei entrevistas indi-
viduais semiestruturadas com todos os colaboradores, inclusive, chefias. Apliquei
as escalas de engajamento no trabalho, comprometimento com a organização, a
autoestima, a autoeficácia, o otimismo, a esperança disposicional, EVHAD (avaliação
de desempenho) e matriz 9box.
Resultados
68
aprimore-se
ções poderiam ser feitas para tratar o problema identificado. Como fruto das aná-
lises, identifiquei equipe de baixo desempenho, baixo engajamento no trabalho e
comprometimento afetivo mediano. Também não utilizavam seus recursos pes-
soais para dar foco e propósito em suas vidas profissionais. Unindo os resultados às
entrevistas, percebeu-se que não havia sintonia entre a equipe e a supervisão dire-
ta, e que o coordenador exercia um papel moderador entre todos. Assim, a equipe
indicava resistência à supervisora, não acreditando no seu potencial para liderança.
Esta imaginava que fazia um trabalho de qualidade, não percebendo a sua influên-
cia negativa sobre a equipe. Era ação e reação: a equipe não correspondia às expec-
tativas da supervisora, e esta agia com autoritarismo e falta de liderança, ao que
o grupo reagiu com displicência ao desempenho bem como furtando-se de fazer
autocrítica, pois culpava a supervisora por agir desta forma. O que aconteceu depois
da devolução do diagnóstico para as chefias?
Pois bem, o relatório levou 20 dias para ser elaborado a partir de todas as análi-
ses. Neste meio tempo, a empresa decidiu realocar a supervisora em outra unidade
e reestruturar a área. Ela passou a ter dois subsistemas: financeiro e apoio às secre-
tarias. Cada subsistema com uma supervisora, sendo que uma delas era da própria
equipe e outra foi deslocada de outra área. As pessoas permaneceram as mesmas e
nas mesmas funções, mas, agora, divididas nesses subsistemas, respondendo à sua
supervisora. Poucas pessoas foram contratadas. A consultora também foi pega de
surpresa, sim, alguns dias antes da devolução do relatório diagnóstico fui informada
da mudança.
Reunião de devolução
69
aprimore-se
Proposta de Intervenção
O foco do trabalho era aumentar o desempenho da equipe, agora sob nova admi-
nistração. Propus seis workshops de team coaching para trabalhar questões intra-
pessoais e interpessoais. A ideia era que observassem e reconhecessem o seu valor
enquanto profissionais, conhecessem melhor um ao outro, para formar o espírito
de equipe, definir o propósito pessoal e o da área para trabalharem juntos e focados
no resultado. Porém, antes disso, cada colaborador teve uma devolução sobre os
seus resultados de testes e entrevistas (assessment). Para as supervisoras, além de
participarem dos workshops, também houve um processo de coaching de liderança.
A evolução do grupo foi notada pelo comportamento observado entre eles de
mais confiança, perceberam que precisavam ficar mais tempo juntos e aproveitar
os momentos para auxiliar um ao outro nas suas dificuldades técnicas e comporta-
mentais. Já houve retorno positivo de outras áreas a respeito da postura da equipe,
e o coordenador já confia mais no trabalho da equipe. Pode-se dizer que o trabalho
teve êxito pela motivação da equipe em querer ser melhor, auxiliado pela confiança
e pelo bom vínculo com a consultora. Os indicadores de desempenho não foram
medidos ao final, mas deveriam.
Fonte: a autora.
70
eu recomendo!
livro
filme
conecte-se
71
3
METODOLOGIAS
APLICADAS
em consultoria
PROFESSORA
Me. Cláudia Müller
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Gerenciamento de Projetos
• Design Thinking • Técnicas e ferramentas da qualidade • Indicadores de performance.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Descrever os processos de Gestão de Projetos • Analisar as estratégias de Design Thinking • Conhecer
as técnicas e ferramentas da qualidade • Conhecer os indicadores de qualidade.
INTRODUÇÃO
GERENCIAMENTO
DE PROJETOS
UNICESUMAR
sistema gerencial de rotina. Contudo, para lidar, com mais eficiência e eficácia,
com a inovação, a transformação precisou ser lenta e passou por várias correntes
evolutivas de gestão. Podemos considerar que a primeira transição foi a busca por
flexibilidade e customização em massa por meio da produção enxuta e de uma
visão sistêmica que percebesse a organização e valorizasse o capital intelectual -
competências e conhecimento - sem temer riscos à inovação, mas abrandando
por meio do gerenciamento de projetos e construção de redes e parcerias para
inovação (CARVALHO, 2019).
conceituando
Quando se fala em temporário, não significa de curta duração, mas sim, que terá
um tempo determinado para sua execução. Por exemplo, o projeto de um prédio
tem começo, meio e fim, mas o prédio ficará por tempo indeterminado. Não
significa que o produto do projeto se extingue quando é finalizado. Inclusive, pro-
jeto pode ser aplicado para qualquer realização, como lançar um novo produto,
implantar um novo sistema, construir um monumento, ou fazer aquele almoço
de domingo em família. Frente a isso, Jugend, Barbalho e Silva (2014) concordam
com PMI (2013) que os projetos têm como objetivo criar algo único dentro de
um prazo estipulado com início e fim. Projeto também se caracteriza por essa
razão: é por um período de tempo, verificando o que está, realmente, concluído
e, que bem-sucedido em comparação ao foi planejado e aprovado, inicialmente.
Além da questão do tempo, que podemos chamar de cronograma, há, ainda,
outras características que devemos considerar aqui, relacionando seu trabalho
de consultoria com o conceito de projeto: projetos têm como características a
incerteza, porque não podemos garantir que, exatamente como planejamos,
75
acontecerá; a complexidade, porque imagina que gerir o escopo (o objetivo do
UNIDADE 3
UNICESUMAR
dos negócios. O gerente de projetos pode, inclusive, trabalhar subordinado ou
em conjunto com um gerente funcional. Contudo o gerente de projeto responde
pelo atendimento das necessidades de tarefas, necessidades da equipe e indivi-
duais. Ele é a ligação entre a estratégia e a equipe e necessita possuir as seguintes
competências para que seja eficaz na sua função (PMI, 2013):
a) Conhecimento - dominar todo o processo de gerenciamento de projeto,
e o PMBOK pode ser um padrão a ser adotado.
b) Desempenho - são os resultados apurados quando o gerente coloca em
prática seus conhecimentos sobre projetos.
c) Pessoal - é o comportamento do gerente, suas atitudes, suas caracterís-
ticas de personalidade e liderança que levarão a equipe aos resultados,
minimizando os impedimentos que possam surgir no projeto. Algumas
habilidades importantes: saber fazer a construção de equipes, a motiva-
ção, a comunicação, a influência, a tomada de decisões, a consciência
política e cultural, a negociação, o ganho de confiança, o gerenciamento
de conflitos e coaching.
77
Pessoal de gerenciamento de projeto
UNIDADE 3
Especialistas de suporte
são aqueles que executam atividades de contratação, gerenciamento f inanceiro, logística,
segurança, engenharia, testes de qualidade.
Vendedores
empresas externas que fornecem componentes ou serviços necessários ao projeto.
Parceiros do negócio
são empresas parceiras certificadas que fornecem um serviço específico:
certificação, treinamento ou suporte.
Você achou que é uma equipe numerosa? Sim, mas não para por aqui. A gestão
do projeto inclui muitas outras pessoas que o gerente de projeto precisa ad-
ministrar também em termos de expectativas, entregas e resultados. Estamos
falando dos Stakeholders, os quais são as pessoas afetadas pelo projeto. Cierco
et al. (2014) afirmaram que é importante que se faça um mapeamento de todos
para que se possa encontrar expectativas, forças e fraquezas, a fim de traçar
estratégias para gerir cada um. Veja quem pode ser essas pessoas:
78
UNICESUMAR
Patrocinadores Clientes Vizinhos
Quadro 1 - Quem são as partes interessadas? / Fonte: Keeling e Branco (2019, p. 4).
79
É a efetivação do trabalho propriamente dito. Momen-
UNIDADE 3
Execução do
to quando as entregas definidas no planejamento vão
trabalho
sendo efetuadas e aceitas pelo cliente.
Grupos de Processos
Lembra que, no início do material, falamos que projeto e processos são di-
ferentes, mas que o projeto poderia ser um processo novo ou sua remodela-
gem? Pois bem, agora, mergulharemos um pouco mais fundo, considerando
os processos do projeto. O Guia PMBOK (PMI, 2013) considerou que os pro-
jetos não podem acontecer como um sistema fechado, pois preveem a entrada
de dados da organização externos a ela e ainda entregam capacidades para a
empresa. Os processos de projeto geram informações que melhoram o geren-
ciamento de projeto. Portanto, podem ser descritos em termos de integração
entre os processos, suas interações e seus objetivos. Os processos de gerencia-
mento de projetos são agrupados em cinco categorias ou grupos de processos:
80
Muito ainda se tem a dizer sobre este tema, considerando que existem inúmeros
UNICESUMAR
estudos e muitas teorias que aplicam o gerenciamento de projetos. Mas para você
que está se preparando para ser um consultor, fica o desafio de aprofundar seus
conhecimentos e criar o seu estilo baseado na teoria desenvolvida para o assun-
to. Porém não desconsidere a importância do seu papel de gerente de projetos
e tenha sempre bem definido o escopo do seu trabalho para que possa fazer as
melhores escolhas em relação aos stakeholders, aos recursos físicos e financeiros,
às pessoas qualificadas e treinadas na área de conhecimento necessária e nunca
subestime o poder dos indicadores de desempenho do seu projeto aplicado. São
eles que darão todo sentido ao trabalho e serão o passaporte para mais aporte
de recursos e trabalho.
quadro-resumo
Qual é o componente mais importante de um projeto? Você disse escopo? Acertou. O escopo
de um projeto define o que será feito – quais produtos ou serviços serão entregues. Tudo o
que vem depois disto – quem participará do projeto, quanto tempo levará, quanto esforço
será necessário e quanto custará.
O próximo estágio é a produção. Um projeto pode abranger todos estes estágios: definir,
desenhar, instalar, manter e, então, aposentar, ou pode ter somente um ou mais estágios.
Depois, são os processos. Quais processos estão incluídos como parte do seu escopo e quais
estão de fora? Os processos incluídos são aqueles que produzirão os produtos ou serviços a
serem entregues pelo projeto. Identifique esses processos. Existem, também, processos que
impactarão o projeto, mas que não estão inclusos no escopo. São os processos do cliente.
Identifique estes processos também. Eles não são parte do seu projeto, mas impactam a
entrega dos produtos/serviços do projeto e podem precisar de um representante no time
também. Agora que sabe o que está ao redor de todo o escopo – definindo o que está dentro
e o que está fora –, você precisará considerar as superposições no escopo.
Fonte: Carvalho (2019).
Vamos conhecer a situação da Karen. Ela trabalhou em um projeto, certa vez, que
havia sido montado para redesenhar uma parte importante de um produto, visando
reduzir os custos de manufatura. O time trabalhou 18 meses e, finalmente, atingiu
seu objetivo: reduzir o custo daquela parte do produto, mas aquilo não interessava
mais. Aquela parte do produto virou história. Não deixe que isso aconteça a você.
Descubra como outros projetos, planejados ou em execução, podem impactar o seu
projeto. Designe alguém como representante do seu projeto nesses outros projetos
para que você possa coordenar seus esforços.
81
Descreva, em detalhes, as características e as funções do produto/serviço final a
UNIDADE 3
ser entregue. Descreva os critérios de aceitação por parte do cliente desse produ-
to/serviço final e quais as fronteiras desse escopo. Consiga, de acordo de todos
os interessados, em especial do cliente e do patrocinador, ou seja, o que você está
responsável para produzir. Então, será a hora de seguir adiante e planejar suas
necessidades de recursos (CARVALHO, 2019).
2 DESIGN
THINKING
Inicio falando deste tema e faço uma provocação. Responda à pergunta a seguir,
sem antes ver a resposta apresentada aqui. Segure a vontade de dar aquela cola-
dinha e responda, prontamente: como se faz para ter um casamento duradouro?
Sugiro a você que, antes de responder à pergunta provocativa, tente pensar como
um designer, aquele que se preocupa com o bem-estar na vida das pessoas, e não so-
mente com a estética de produtos. Mas o que tem isso a ver com gestão? Foi justamente
essa maneira de pensar que chamou a atenção dos gestores, pois identificaram que
esse poderia ser um meio para chegar à inovação empresarial (VIANA et al., 2012).
Como você enxerga um problema? Reflita novamente. Se você fosse um de-
signer, veria o problema como aquilo que prejudica ou aquilo que impede uma
experiência, seja emocional, cognitiva, seja estética, além do bem-estar na vida
das pessoas - trabalho, lazer, relacionamentos, cultura etc. Então, sua principal
tarefa passa a ser identificar problemas e gerar soluções (VIANA et al., 2012).
82
Voltando à pergunta provocativa do início, o que respondeu a ela? Sim, para
UNICESUMAR
ter um casamento duradouro, é só não se divorciar.
Você pensou em alternativas? Amor, comunicação, cumplicidade? Isso faz
um casamento feliz, mas não duradouro, necessariamente. Existem casais que
se amam, mas que não conseguem ficar juntos e por aí vai. A pergunta foi bem
específica sobre duração, e não qualidade da relação.
Assim pensa um designer. Ele entende que problemas afetam o bem-estar e
são de diversas naturezas, precisando mapear as experiências pessoais e os pro-
cessos na vida das pessoas. Após esse mapeamento, consegue ser mais assertivo
para buscar soluções que foram criadas a partir da análise sob diversos ângulos.
Desse jeito, provoca o trabalho colaborativo entre equipes multidisciplinares que
emprestam olhares diversos para variadas interpretações, chegando a soluções
inovadoras (VIANA et al., 2012).
Percebeu por que toda essa conversa e o que contribui para o seu trabalho como
consultor de empresas com foco em pessoas? Sim, você, como os designers, traba-
lhará no chamado fuzzy front end, que é trabalhar em um processo multifásico e
não linear, que permite interações e aprendizados constantes. Este é um profissional
que está experimentando novos caminhos, constantemente, e aberto a alternativas,
aprende com os erros e consegue traçar novos caminhos, identificando oportuni-
dades de inovação (VIANA et al., 2012), tal qual um consultor de empresas.
conceituando
“
não se trata de uma proposta apenas centrada no ser humano; ela
é profundamente humana pela própria natureza. O Design Thin-
king se baseia na capacidade de ser intuitivo, reconhecer padrões,
desenvolver ideias que tenham um significado emocional além do
funcional, nos expressar em mídia além de palavras ou símbolos.
IMERSÃO
análise e síntese
IDEAÇÃO
PROTOTIPAÇÃO
UNICESUMAR
problema em questão. Podemos começar pela prototipagem, enquanto analisa-
mos e sintetizamos o problema (VIANA et al., 2012).
Imersão
Seguindo com as ideias de Viana et al. (2012), nesta primeira fase, a equipe se
aproxima do contexto do problema sob a ótica da empresa e do cliente. Pode ser
de duas formas: preliminar e em profundidade.
A imersão preliminar refere-se ao reenquadramento e ao entendimento do
problema. Acontece uma reunião da equipe de projeto com os profissionais da
empresa - entrevista individual ou dinâmicas coletivas com o intuito de olhar o
problema sob várias perspectivas e definir os limites do projeto. Acontece, ainda,
a Pesquisa Exploratória, que se refere a ouvir para formular um entendimento
inicial do contexto e na identificação dos comportamentos que podem ser estu-
dados mais a fundo na imersão. Paralelamente, acontece a Pesquisa Desk, para se
obter referências das tendências da área estudada no mundo, além de pesquisas
de assuntos que ajudam no entendimento do problema.
Método 1- Reenquadramento
É uma pesquisa de campo que ajuda a entender o contexto que deve ser traba-
lhado e fornece informações sobre os perfis dos usuários, dos ambientes ou do
ciclo de vida dos produtos que serão aprofundados na Imersão em Profundidade.
Proporciona a elaboração de assuntos a serem investigados na Pesquisa Desk.
Método 1 - Entrevista
86
Análise e Síntese
UNICESUMAR
Esta fase, para Viana et al. (2012), refere-se às reflexões que a fase de imersão
trouxe. Este é o momento de organizar os insights obtidos, anteriormente, para
se obter padrões e criar desafios para a compreensão do problema. Começamos
a usar algumas ferramentas que organizam por meio de quadros, post-its, codi-
ficações à análise do que foi encontrado na fase de imersão.
Como mostra a figura, este é o momento de agrupar cartões de insights por se-
melhanças, dependência ou proximidade. O diagrama formado trará macroáreas
que definirão o tema a ser trabalhado bem como suas subdivisões e interdepen-
dências.
87
Ferramenta 2 - Mapa conceitual
UNIDADE 3
Ferramenta 3 - Persona
88
Ferramenta 4 - Mapa de empatia
UNICESUMAR
O que
PENSA E SENTE?
O que O que
OUVE? VÊ?
O que
FALA E FAZ?
Talvez esta seja a ferramenta mais popular que também é usada pelo Design
Thinking. Ela é capaz de dar informações sobre o cliente naquilo que ele diz,
faz, pensa e sente. A ferramenta organiza os dados da imersão entendendo o
contexto, os comportamentos, as preocupações e as aspirações do usuário. O
ideal é definir a persona e, após, mapear a sua empatia.
Ideação
89
Ferramenta 1 - Brainstorming
UNIDADE 3
90
Prototipação
UNICESUMAR
Esta é a fase que valida as ideias e, mesmo que apresentada aqui no final, ela pode
aparecer em qualquer momento do processo de Design Thinking. Isso ocorre
porque estamos falando da tangibilização da ideia, a passagem para o físico, o
palpável que representa a realidade para que seja validada. É um meio de apren-
dizado sob dois aspectos:
• Sob a ótica da equipe do projeto: é o detalhamento do projeto que
aumenta a fidelidade da solução pensada.
• Do ponto de vista do usuário: o usuário avalia e fornece opiniões para
a evolução e o aperfeiçoamento à medida que o manuseia.
explorando Ideias
Complementando esta ideia, já que não são conceitos distintos, Caroli (2018) atualizou o termo
prototipagem para MVP (Minimum Viable Product) ou Produto Mínimo Viável. Ele define MVP
como a versão mais simples de um produto que pode ser disponibilizada para a validação de
um pequeno conjunto de hipóteses sobre o negócio. Basicamente, você não quer desperdiçar
tempo, dinheiro e esforço construindo um produto que não vai atender às expectativas. Para
isso, é preciso entender e validar as hipóteses sobre o negócio. O MVP ajuda nessa validação e
no aprendizado da forma mais rápida possível.
Fonte: adaptado de Caroli (2018, p. 29).
91
Caroli (2018), de acordo com a sua experiência, falou-nos que o MVP precisa estar
UNIDADE 3
Funcionalidades
Falamos, até aqui, sobre como aplicar o Design Thinking no produto sem esquecer
das pessoas, mas o desafio segue em como colocar no mercado o produto tão bem
estudado e elaborado. Você também já percebeu o quanto deste método é possível
incorporar no seu escritório de projeto, não é mesmo? Para cada projeto proposto por
sua consultoria, a fase do Design Thinking pode estar presente e contribuir para a cons-
trução daquele software, da remodelagem de processo, da nova política, do produto etc.
92
Finalizando, uma mensagem de Tim Brown (2010, p. 6):
UNICESUMAR
“
Um dia, eu estava batendo papo com meu amigo David Kelley, pro-
fessor de Stanford e fundador da IDEO, e ele observou que, sempre
que alguém perguntava a ele sobre design, ele se via incluindo a pa-
lavra “Thinking” – pensamento – para explicar o que os designers
fazem. Daí surgiu o termo “Design Thinking”. Agora eu o uso como
uma forma de descrever um conjunto de princípios que podem ser
aplicados por diversas pessoas a uma ampla variedade de problemas.
3
TÉCNICAS E
FERRAMENTAS
de qualidade
UNICESUMAR
longo do tempo se modificando para atender às exigências do mercado.
Na verdade, qualidade é um conceito subjetivo, pois depende de quem usa
e para que finalidade está usando. Por exemplo, um designer gráfico pode não
aprovar o desempenho de determinado computador usado por outra pessoa
que está satisfeita com o seu resultado quando usa o editor de texto (NETO;
CAMPOS, 2016). A qualidade dependerá da percepção de cada indivíduo e das
métricas colocadas, no caso das empresas e do mercado.
conceituando
Qualidade significa adequação ao uso, mas somente se ele for relevante para o cliente.
Esta noção de adequação ao que o cliente quer, também pode ser descrita como noção
de utilidade (NETO; CAMPOS, 2016). Para Barros e Bonafini (2014), isso tem relação com
necessidades e expectativas dos clientes que são únicas e mutáveis com o tempo.
Fonte: adaptado de Neto e Campos (2016) e Barros e Bonafini (2014).
Para seguirmos nesse assunto, pediremos ajuda ao Prof. Vicente Falconi. Ele
é a autoridade em Qualidade Total no estilo japonês, aqui no Brasil, é engenhei-
ro de minas e metalurgia, pós-graduado na Colorado School of Mines, EUA, e
PhD. em Engenharia Metalúrgica. Seu foco de estudo é a Qualidade Total no
estilo japonês. Falconi (1992) ressaltou a importância do controle da qualidade
destacando três objetivos:
explorando Ideias
96
Ferramentas da Qualidade
UNICESUMAR
As ferramentas são métodos a serem aplicados em todas as fases de implantação
do processo de Qualidade Total. A partir de agora, conheceremos as mais popu-
lares. Logicamente, você terá a curiosidade de se aprofundar e buscar aquelas que
não estiverem elencadas neste material. Vamos lá!
Kaisen
Surgiu na década de 60, com a Toyota. Ela tem como objetivo o aperfeiçoa-
mento contínuo que não requer a redefinição do processo atual, basta otimizá-
-los eliminando processos que não agregam valor, movimentos desnecessários
e perdas. Como sua abordagem é de atividades simples, o resultado aparece em
curto prazo, mas todos na empresa precisam estar envolvidos. É vista como uma
metodologia de adaptação, constante evolução e melhoria dos processos e das
atividades existentes, por isso, não exige grandes mudanças de comportamento
e cultura organizacional (NETO; CAMPOS, 2016).
Ciclo PDCA
O Ciclo PDCA tem como função o controle do processo e é composto por quatro
fases: Plan, Do, Check, Action (FALCONI, 1992):
■ Planejar (Plan): criar metas sobre os itens de controle bem como o ca-
minho para atingir essas metas.
■ Executar (Do): realizar as tarefas como descritas no plano e coletar dados
para verificação do processo.
■ Verificação (Check): comparam-se os resultados alcançados com aqueles
definidos na meta da fase P.
■ Atuação Corretiva (Action): ocorrem as correções para aqueles pontos
identificados como desvios da meta, de tal forma que o problema não
volte a ocorrer.
97
UNIDADE 3
A P
(ACTION) (PLAN)
Definir modo
Executar ações para a
de execução
melhoria, atuando
(processos e
corretivamente.
procedimentos).
Definir resultados
Monitorar e medir, esperados (política e
verificando os resultados objetivos).
da tarefa executada.
Comparar
resultados
com políticas,
objetivos e
(CHECK) requisitos. (DO)
C D
Figura 6 - Ciclo PDCA composto pelas quatro fases / Fonte: Barros e Bonafini (2014, p. 13).
UNICESUMAR
Problema
Causas Efeito
Para preenchê-lo, inicia-se pelo problema, mas nem todas as espinhas precisam
ser preenchidas, o que definirá isso é o tipo de problema. Liste o maior número
possível de causas e, depois, destaque as principais causas encontradas. É bastante
interessante fazer este processo de forma coletiva para se ter o maior número de
possibilidades para cada M. A vantagem deste diagrama é desdobrar as causas
até chegar ao problema (BARROS; BONAFINI, 2014).
Esta é uma ferramenta que trabalha com educação e conscientização, por isso,
considerada um processo educacional de conscientização da Qualidade Total.
Para que funcione bem, necessita que todos da organização participem, pois
ocorrem mudanças de comportamento e hábitos para que se chegue aos resul-
tados esperados. Esse é um processo fácil de implantar, difícil de manter e muito
organizador, mobilizador e transformador das pessoas. Ele organiza os espaços da
empresa descartando o supérfluo, desnecessário e em desuso. Limpa o ambiente
e institui um sistema de organização que facilita o acesso a qualquer material
(NETO; CAMPOS, 2016). O significado de 5S - em japonês:
■ Seiri (senso de utilização): máxima utilização dos recursos disponíveis, evi-
tando ociosidade e carência. Uso do bom senso e equilíbrio.
99
■ Seiton (senso de ordenação): refere-se a dispor o material de forma organizada
UNIDADE 3
Folha de Verificação
Simétrica
Figura 8 - Exemplo de histograma / Fonte: Barros e Bonafini (2014, p. 47).
100
Just-in-time (JIT)
UNICESUMAR
Esta também é uma ferramenta que procura eliminar o desperdício, aprimorando
a produtividade global. É um modelo de produção “puxado” pela demanda do
mercado. Ele racionaliza a produção, fazendo somente aquilo que será absorvido
naquele instante. Para a melhor implantação do JIT, é necessário fazer transfor-
mações nas áreas de produção, comercial, logística, vendas, distribuição e aten-
dimento ao cliente. Inclusive, os fornecedores também precisam estar integrados
à nova técnica (NETO; CAMPOS, 2016).
Gráfico de Pareto
Esta ferramenta foi criada por Juran e se baseia no princípio de Pareto - 80%/
20%. No caso da qualidade total, 80% de efeitos derivam de 20% das causas. Dessa
forma, é melhor concentrar-se na melhoria dos processos que correspondem a
20% do que mexer em todo o processo. O gráfico é construído dividindo-se as
causas em essenciais e secundárias.
Vamos a um exemplo trazido por Barros e Bonafini (2014, p. 48-50) sobre as
reclamações em um call center.
Frequência por dia em números absolutos
Reclamação
1° dia 2° dia 3° dia 4° dia 5° dia
Longas filas 63 58 70 72 74
Dificuldade para
12 16 01 07 13
falar com o gerente
Outros 03 09 04 03 01
101
Passo 1 - com base nos dados da nossa folha de Pareto, fazer a soma de cada
UNIDADE 3
reclamação.
Reclamação Frequência
Outros 20
Reclamação Frequência
Outros 20
Quadro 7 - Quadro de frequências na ordem decrescente / Fonte: Barros e Bonafini (2014, p. 48).
102
Reclamação Frequência Frequência acumulada
UNICESUMAR
Outros 20 600
Frequência
Reclamação Frequência % da frequência
acumulada
% da
Frequência % da
Reclamação Frequência frequência
acumulada frequência
acumulada
Lentidão nos
194 531 32,33 26,93%
caixas
Dificuldade
para falar com 49 580 8,16 28,32%
o gerente
103
% da
UNIDADE 3
Frequência % da
Reclamação Frequência frequência
acumulada frequência
acumulada
400 100%
350 90%
80%
300
70%
250 60%
200 50%
150 40%
30%
100
20%
50 10%
0 0%
Longas filas Lent. caixas Gerentes Outros
O gráfico de Pareto consegue nos dar uma visão mais clara e rápida do que está
acontecendo, tornando o processo decisório em relação ao problema mais rápido.
De acordo com Falconi (1992), neste exercício, conseguimos dividir um grande
problema em problemas menores e mais fáceis de serem resolvidos, priorizar
projetos, considerando que o gráfico se baseia em dados e fatos e estabelece metas
concretas e tangíveis. Vamos entender cada etapa do método. Veja a figura a seguir.
104
MÉTODO FERRAMENTAS/MÉTODOS
UNICESUMAR
Meta ou Visão
1 IDENTIFIQUE O
"PROBLEMA"
Item
PROBLEMA
de Situação atual
controle
Tempo
De que modo ocorre o problema?
RR ZZ MM
SS YY NN
2 ESTRATIFIQUE "PROBLEMA"
TT PP BB
XX QQ AA
"Check-list"
Modo Frequência
lista de
RR 5 Coleta de Dados
COLETE
3 DADOS
XX 10
PP 40
AA 20
OUT. 25
PRIORIZE COM A
"PP"
4 AJUDA DO
DIAGRAMA DE
"PROBLEMA"
PARETO
"AA"
(DESDOBRAMENTO)
Os problemas já
OS
PP
AA
XX
OU RR
105
Vamos descrever cada etapa do método:
UNIDADE 3
ISO
UNICESUMAR
passos que a norma escolhida definir. Isso pode ser feito com ajuda de escri-
tórios especializados com consultores dedicados a este tema bem como com a
contratação de empresa certificadora reconhecida para auditoria de certificação
e emissão do certificado da Norma ISO 9000.
De acordo com o seu propósito e natureza do negócio, a empresa define qual
NBR implantará para receber a certificação. No quadro seguinte, temos elencados
os tipos de NBR ISO em vigência.
Gestão da qualidade –
NBR ISO 10005 2007
Diretrizes para planos da qualidade
Gestão da qualidade –
NBR ISO 10006 Diretrizes para a qualidade no 2006
gerenciamento de projetos
Gestão da qualidade –
NBR ISO 10007 2005
Diretrizes para gestão da configuração
Gestão da qualidade –
NBR ISO 10015 2001
Diretrizes para treinamento
107
Ainda podemos falar sobre a ISO 14000, a qual se refere ao meio ambiente quanto
UNIDADE 3
Fluxograma
Armazenagem Movimento/transporte
A Conexão Inspeção
Operação Espera
Figura 10 - Lista dos símbolos mais usados no fluxograma / Fonte: Barros e Bonafini (2014, p. 56).
O principal papel do fluxograma é ter uma visão geral do processo, delimitando cada
uma das etapas. Também auxilia na identificação de pontos críticos do processo, rea-
lizando o controle sobre esses pontos por meio de uma folha de verificação, onde se
colocam os dados coletados para a realização de um gráfico de controle, por exemplo.
108
O teste está relacionado
no SATEPSI?
É necessário usar teste?
Definir o objetivo Verificar literatura Entrar em contato Verificar se está em
Verificar SATEPSI sobre o que com os autores do avaliação pelo
da avaliação Sim Não pretende avaliar teste SATEPSI
Não Sim
Construto
Padronização
Normas
Verificar se possui o
Validade domínio para
realizar o trabalho
Figura 11 - Exemplo de fluxograma sobre a decisão de qual técnica de avaliação psicológica utilizar
Fonte: Schneider et al. (2020).
109
UNICESUMAR
Juran (2009) ainda nos fala de outras vantagens de usar o fluxograma, pois ele
UNIDADE 3
Benchmarking
Seis Sigma
Ele também é definido como um PDCA estruturado de forma diferente, utiliza como
método de desenvolvimento de projeto o DMAIC (Definir, Medir, Analisar, Melhorar
e Controlar, em português).
110
MASP
UNICESUMAR
Esta também é uma ferramenta inspirada no PDCA para solução de problemas. Ela
possui cinco passos: 1) Identificação do problema, 2) Observação do problema, 3)
Análise do problema, 4) Plano de ação e 5) Conclusão. O MASP utiliza as ferramentas
da qualidade para chegar ao seu resultado. O passo 1 pode ser realizado por meio de
entrevistas para levantamento do problema. O passo 2 pode ser feito com um fluxogra-
ma do processo atual para ser acompanhado e registrado em uma folha de verificação.
No passo 3, pode ser usado o Ishikawa. No passo 4, cabe, perfeitamente, um 5W 2H (O
quê? Quem? Quando? Quanto? Por quê? Como? Quanto?). O passo 5 é a conclusão,
então, novos dados são coletados em uma folha de verificação e analisados para medir
o resultado alcançado (BARROS; BONAFINI, 2014).
Brainstorm
111
4
INDICADORES DE
UNIDADE 3
PERFORMANCE
Vamos imaginar a seguinte situação: você definiu como uma das metas do ano
correr a meia maratona da cidade. É um percurso de 11 km entre retas e ladeiras.
Você sabe que correrá com outros milhares de atletas, que, ao longo do caminho,
haverá distribuição de água, socorro médico disponível, e a data da corrida será
em uma época nem muito quente nem fria na sua cidade. Mas você lembrou
que há uma década não pratica esportes tampouco visita seu médico. Mas como
está muito decidido a realizar este feito, está disposto a investir tempo e recursos
para chegar ao seu objetivo - correr a maratona. Na verdade, esse é o objetivo, e
não chegar entre os primeiros colocados. Você já ficará muito feliz se conseguir
correr os 11 km. A estratégia que você cria envolve, então, uma visita ao médico,
treino de força em uma academia e ingressar em um grupo de corrida amador.
A partir disso, acredita que estará mais próximo da sua meta - correr.
Vamos pensar juntos: Como você saberá que está apto a participar da corrida
sem que aconteça algum problema? Isso mesmo! Pelos indicadores que colherá
ao longo de todo o processo - exames laboratoriais, evolução na carga de peso
nos aparelhos da academia e distâncias percorridas no grupo de corrida. Esses
podem ser alguns indicadores, além de peso, índice de massa corporal e outros.
Quando você olhar para os números e comparar com o seu bem-estar, ficará mais
seguro do sucesso de todo o investimento.
112
Nas organizações, acontece exatamente da mesma forma: traça metas, orga-
UNICESUMAR
niza seu planejamento, executa e mede os resultados. Já falamos um pouco sobre
indicadores, na Unidade 2, como um meio de medir se o trabalho de consultoria
deu resultado satisfatório ou não. Lembra? Apenas reforçaremos o quanto medir
resultados de performance é importante para as organizações.
Resende et al. (2012) já falavam da importância da mudança na maneira de
projetar e gerenciar as organizações contemporâneas a partir das demandas dos
clientes por melhores serviços e produtos, combinadas com a concorrência e os
mercados globalizados e aos avanços das novas tecnologias de informação e seu
uso no gerenciamento de processos. Definir metas e dispor na mão dos gerentes
para que se cumpram já não está se efetivando, pois se considera que o desafio
é derrubar barreiras e integrar um conjunto de atividades que tenham valor na
percepção dos clientes. A força da mudança está em admitir que os processos
são os elementos criadores de valor para o cliente, e não o desempenho eficiente
das funções organizacionais. As empresas experimentam dificuldades na solução
desse impasse, acreditam os autores.
Processos se medem e, como processos, podemos incluir todas as atividades
da empresa, percebidos pelo cliente, o processo de compra e venda, a distribuição,
o relacionamento com o cliente no pós-venda bem como o desempenho dos
colaboradores envolvidos. A capacidade de as empresas empreenderem esfor-
ços de padronização, medição, controle e melhoria contínua dos processos de
valor mostra a maturidade dos processos, os quais apresentam ciclos de vida que
podem ser definidos, medidos e controlados ao longo do tempo (RESENDE et
al., 2012).
Produtividade e Competitividade
113
desconsiderar a relevância para atingir resultados ou objetivos estratégicos que
UNIDADE 3
Boada e Alzate (2020) seguiram em suas considerações falando que metas mal
estabelecidas, intangíveis, que contradizem a política da empresa, colocam to-
dos em risco, inclusive, as equipes. Aconselharam classificar os indicadores de
gestão a partir de duas premissas: 1) escopo de controle (controles que devem
ser mantidos com base nas entradas utilizadas, nos produtos gerados e nos resul-
tados ou saídas obtidas, escopo de controle gerenciado); 2) ligada às dimensões
de desempenho e associada ao cumprimento das metas definidas pela empresa,
Vamos entender melhor o que são indicadores de gestão:
conceituando
114
Um dos instrumentos de medição mais populares são os KPIs, que, por sua
UNICESUMAR
vez, influenciam o seguinte:
“
O acompanhamento, medição e controle do funcionamento de
uma empresa, permite identificar áreas problemáticas e tomar ações
corretivas para melhorar o desempenho global da empresa. Os in-
dicadores podem contribuir para a obtenção de vantagens compe-
titivas, para isso devem selecionar que tipo de indicadores desejam
implementar e com que finalidade (ARANGO et al., 2017, p. 2).
explorando Ideias
Os KPI’s podem ser entendidos como indicadores que mostram, de uma maneira
muito simples, o comportamento e a evolução da empresa no futuro bem como
ajudam na análise de aspectos, como: a evolução das vendas ao longo do tempo, o
nível de satisfação dos clientes, o compromisso com os colaboradores, a qualidade
da gestão da empresa, entre outros.
Estamos falando de um conjunto de medidas centradas nos aspectos de desempe-
nho da organização e, por vezes, são definidos como veículos de comunicação. Eles
agregam todos os membros da empresa na realização dos objetivos estratégicos
para garantir o sucesso, agora e no futuro, já que fornecem informações úteis e
classificadas para medir as consequências e os impactos da gestão administrativa.
Fonte: Parmenter (2007).
115
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 3
Espero que a sua jornada de estudos tenha sido adequada aos seus objetivos
com a formação em que está investindo. Tratamos de vários assuntos que são
capazes de instrumentalizá-lo para fazer um trabalho de qualidade e de realiza-
ção pessoal. Mas preciso fazer uma pergunta para fecharmos esta unidade: você
conseguiu identificar qual o elo entre todos os assuntos tratados neste material?
Reflita como um consultor de empresas focado em pessoas e diga se tem a mesma
percepção que eu tenho sobre o que têm em comum todos estes assuntos. No meu
ponto de vista, está bem claro que, se não trabalharmos as pessoas em grupos
ou equipes, nenhum desses projetos sairá do papel, e o trabalho não se realizará.
Por isso, no seu trabalho de consultor, este capítulo - pessoas - deverá sempre
acompanhar qualquer proposta de intervenção técnica. Percebe? A Gestão de
Projeto precisa de um gerente disposto a integrar todos os interesses e adminis-
trar toda uma equipe na prática da liderança de pessoas, projetos e negócios -
processos também. O Design Thinker não consegue pensar sozinho, pois a base
do trabalho dele está na troca com as pessoas e na sua capacidade de mobilizá-las
para chegar aos resultados pretendidos. Da mesma forma ocorre com os proces-
sos de qualidade, já que quem os implanta e os mantêm são as pessoas. Assim
também ocorre com os processos de registro de indicadores, os quais darão o
retorno sobre o trabalho que as pessoas realizaram.
Então, não esqueça jamais, além de dominar todas as técnicas e todos os
métodos com que trabalhamos nesta unidade, o que é fundamental para a sua
formação e atuação enquanto consultor de empresas, trabalhar com o capital
humano será a fórmula de todo o seu sucesso com o cliente. Não negligencie esta
etapa e desenvolva suas habilidades de liderança.
116
na prática
1. Um projeto bem elaborado, conforme o indicado pelo guia PMBOK, obedece a vários
requisitos e várias etapas para que seja bem compreendido e, depois, executado,
por isso, é composto de várias fases. Quais são elas?
2. A empresa percebeu que, para se manter competitiva, precisaria dar mais atenção
aos seus projetos. Esta motivação pode ser explicada porque a empresa:
3. Você escolheu seguir os métodos descritos no guia PMBOK para implantar a ges-
tão de projetos na sua empresa. Na leitura, encontrou conceitos sobre projeto e
processo. O que podemos afirmar sobre eles? Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F)
nas afirmativas a seguir:
117
na prática
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
4. O Design Thinking tem como uma das suas características o pensar “fora da caixa”,
o qual se caracteriza pelo abandono do pensamento lógico e cartesiano, oportu-
nizando o contato com outras formas de resolver as coisas. Isso ocorre a partir de
que forma de pensamento?
a) Abusivo.
b) Dispersivo.
c) Abdutivo.
d) Disruptivo.
e) Introspectivo.
118
na prática
a) Controle de qualidade.
b) Padrões e normas de qualidade.
c) Ênfase na prevenção de defeitos.
d) Inspeção da qualidade.
e) Somente as letras a e b estão corretas.
7. Reflita e descreva o que se entende sobre o que é qualidade, considerando que você
é um consultor que já entende e tem a pretensão de dominar o assunto. Imagine
que está explicando ao seu cliente a que a qualidade se refere.
8. Uma das ferramentas da qualidade são os cinco sensos da qualidade (5S), os quais
têm algumas premissas iniciais. Assim, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) Educação e conscientização.
( ) Participação de todos na empresa.
( ) Mudanças de hábitos não são necessárias.
( ) Que é um processo difícil de implantar, mas fácil de manter.
a) V, V, F, V.
b) F, F, V, F.
c) V, F, V, V.
d) F, F, F, V.
e) V, V, F, F.
9. A ISO pode ser vista como uma ferramenta de gestão, já que tende a aumentar a
eficácia e a eficiência empresarial. Portanto, após realizar todo esse estudo, comente,
argumentando, por que as empresas deveriam, ou não, implantar um processo de
certificação ISO.
119
na prática
10. Sua empresa decidiu que já estava em tempo de melhorar o seu sistema de medi-
ção de resultados e, após uma pesquisa, optou pelo uso de KPIs. O que a motivou
a esta escolha?
120
aprimore-se
“
Ao investigar a possibilidade de venda de produtos financeiros em
bilheterias de trens, notou-se um comportamento peculiar não rela-
tado durante as entrevistas. Ao observar a compra de passagens na
bilheteria, percebeu-se que, em função do formato da bancada, mui-
tas moedas de troco caíam no chão e, por causa da ansiedade para
embarcar no trem, os passageiros não se preocupavam em pegá-las.
A partir dessa observação, projetou-se um dispositivo de recolhimen-
to automático de moedas para ser instalado nos guichês de compra.
Através dele, a pessoa poderia depositar seu troco e retirar o tíquete
do produto de capitalização. Como o custo de produção seria eleva-
do, decidiu-se testar sua aceitação antes de executá-lo. Para isso, de-
senvolveu-se um modelo volumétrico para simular o produto final.
Em apenas dois dias, o produto foi colocado no local planejado para
o teste. Ao final do período de prototipação, concluiu-se que a ideia
não deveria ser levada adiante, uma vez que o produto não atingiu
o propósito inicial. Validar o modelo antes de produzi-lo contribuiu
para que a proposta fosse testada em pouco tempo e a baixo cus-
to, servindo ainda para nortear a solução final do projeto a partir do
aprendizado adquirido.
Fonte: Viana et al. (2012, p. 133).
121
eu recomendo!
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filme
Apollo 13
Ano: 1995
Sinopse: baseado em uma história real. Uma equipe com três
astronautas americanos, liderados pelo comandante Jim Lovell
(Tom Hanks) está a caminho de uma missão na Lua quando sofre
um grave acidente. À deriva e com pouco oxigênio, eles precisam
lutar contra o tempo e as dificuldades do espaço para voltarem
à Terra. Dirigido por Ron Howard e vencedor de dois Oscars, in-
cluindo o de Melhor Montagem.
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Este é um portal que traz muitos assuntos pertinentes ao que se está tratando
no curso como um todo, além de conteúdo, apresenta possibilidade de cursos de
curta duração e participação da rede de profissionais.
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122
4
CONSOLIDAÇÃO
DOS SERVIÇOS
de consultoria
PROFESSORA
Me. Cláudia Müller
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Gestão do conhecimento • Apren-
dizagem organizacional • Resistência à mudança • Papel estratégico da liderança.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar as etapas do mapeamento e da gestão do conhecimento • Compreender o processo
de aprendizagem organizacional • Analisar os impactos da resistência à mudança nas organizações •
Definir o papel dos líderes na consolidação dos serviços de consultoria.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
CONHECIMENTO
Olá! Pronto(a) para mais um passo ao encontro da sua preparação para ser con-
sultor(a) de empresas? Como já falei em outras unidades, o consultor é um profis-
sional que estuda muito, pois o que vende é o seu conhecimento. Bah! Olha só que
tri legal (sim, eu sou gaúcha). Tratar, nesta aula, sobre a Gestão do Conhecimento,
considerando tudo aquilo que está em torno dela. Mas como este assunto foi parar
nas empresas? Isso não é coisa de colégio? Não, isso é coisa de empresa que se
preocupa com crescimento e inovação. Começaremos, então, a falar sobre isso.
Conhecimento, na verdade, é uma coisa bem antiga, que já era tratado por
Platão, Aristóteles e tantos outros pensadores. Nas empresas, também já se fala
em conhecimento há um bom tempo, pois sempre se valorizou o conhecimento
que as pessoas trazem consigo (formal ou não) e se tornou uma importante fonte
de vantagem competitiva (aquilo que eu tenho e os outros ainda não têm). Mas
por que as empresas começaram a dar mais atenção a essa questão?
Vejamos: primeiro, por uma questão de mercado, cujas respostas precisam
ser rápidas, devido à complexidade e à velocidade de suas demandas. Depois,
o conhecimento que está agregado aos produtos e serviços, que é maior do
que a transformação da matéria-prima ou da informação. Outro fator é a inte-
gração dos mercados - globalização que aumenta a possibilidade de negócios,
ainda, a necessidade de redução de custos (downsizing), tornando as empresas
mais competitivas, exigindo dos profissionais mais dedicação e qualificação.
125
Junta-se a tudo isso a necessidade de mudança de estrutura das empresas que
UNIDADE 4
UNICESUMAR
ou tácito. Vieira (2016) explica-nos a diferença entre eles:
■ Explícito - está nos documentos, nas bases de dados, nos produtos e nos
processos que podem ser codificados e transferidos. São fluxos formais
de conhecimento tangível.
■ Tácito - faz parte das ações, dos contextos e das experiências pessoais.
Acontece a partir dos fluxos informais de conhecimento. Estamos falando
das informações intangíveis que acontecem por meio das relações inter-
pessoais, da comunicação verbal que envolve o conhecimento individual
das pessoas, seus valores, suas crenças, suas experiências, seu nível educa-
cional. É o que sabemos, mas nem sempre conseguimos explicar, é a ori-
gem do conhecimento que, muitas vezes, é utilizado, inconscientemente.
Agora vem o nosso desafio como trabalhador do conhecimento. Você sabe o que
é o trabalhador do conhecimento?
conceituando
explorando Ideias
Este processo interativo estimula a criação de novos conhecimentos que são dinâmicos e
constantes. Este movimento permite que o conhecimento dos indivíduos seja compartilhado
e articulado no grupo e, depois, convertido em conhecimento sistematizado que se incorpo-
rará à organização. É a interação ambiente-indivíduo, uma parte do outro.
Fonte: Alves (2018).
Boff (2000) disse-nos que este processo pode ser dividido em quatro etapas: ge-
ração, codificação, disseminação e apropriação do conhecimento.
O conhecimento nasce de algum lugar, sim, ele não aparece do nada. Ele surge
de uma situação de crise, da associação de ideias, ou pode ser comprado. Desta
etapa, fazem parte as ações para identificar, coletar e selecionar o conhecimento
relevante do ambiente. Acredite, há casos de incorporação ou fusão de empresas
somente para adquirir o conhecimento embutido nelas. Porém o mais comum de
ocorrer é a criação de redes de pessoas possuidoras de conhecimento, organizadas
ou informais, movidas por um interesse comum.
Você já se deu conta de que conhecimento não acontece fora das pessoas? É a
partir da interação delas entre si e com o ambiente. Esta é uma premissa básica para
todo consultor. Mais adiante, falaremos do Capital Humano, e você perceberá, tal-
vez, com mais clareza, qual o seu lugar nesse mundo da Gestão do Conhecimento.
Seguindo com as considerações de Boff (2000), a geração de conhecimento
é o resultado do desenvolvimento na organização, da aquisição de novos conhe-
cimentos por meio da contratação de talentos e da transferência de tecnologia
128
entre organizações. Um caso de aquisição é a locação temporária de conhecimento,
UNICESUMAR
quando se contrata consultores, por exemplo. Depois de adquirido, o conhecimento
precisa ser codificado. Precisa ser organizado e armazenado para que seja acessível a
quem necessite. Esta é uma forma de transformar conhecimento tácito em explícito.
A disseminação do conhecimento envolve os meios de comunicação dispo-
níveis, ela ocorre entre pessoas, grupos e empresas. Também pode ocorrer entre
empresas e seus fornecedores - é comum fornecedores realizarem treinamentos de
conhecimento de produto com seus revendedores - clientes e acionista, também. A
conversa informal (aquela no cafezinho), o uso de multiplicadores, os sistemas de
rodízio de trabalho e treinamento são formas de disseminação de conhecimento.
Algumas empresas que se internacionalizam abrem treinamentos sobre o mercado
e a cultura local para os profissionais. Outras empresas que elegeram a inovação
como uma questão estratégica se valem de toda tecnologia disponível para pro-
mover a comunicação entre as pessoas e permitir o acesso às ideias geradas, aos
problemas solucionados e às lições aprendidas em ações passadas.
A próxima etapa - apropriação - refere-se à assimilação e à internalização do
conhecimento pelas pessoas, pelos grupos ou pelos processos organizacionais.
Por exemplo, um profissional tem informações que são adaptadas a situações
específicas. A sua utilização, aplicada por meio de uma ação para resolver um
problema, torna-se o conhecimento. Houve transferência de conhecimento que
gera novas informações, agregando-as a outras fontes como base de conheci-
mentos. Assim, fecha-se o ciclo (BOFF, 2000). Quando alguém desenvolve uma
ação criadora de conhecimento, percorre o ciclo: gera, codifica e dissemina
para, depois, assimilá-la, criando opiniões, padrões, habilidades e crenças.
GERAR
Identificar
Vender Comprar
Criar Coletar
Conhecimento
Aplicar Selecionar
Organizacional
Adaptar Organizar
Interpretar Armazenar
APROPRIAR Compartilhar CODIFICAR
DISSEMINAR
cimento não são meras reproduções, mas um processo que passa pela reflexão, pela
crítica e pela internalização do que é aceito. Estamos falando do ciclo de aprendizagem
vivencial de Kolb (1990). A pessoa passa por uma experiência concreta, reflete sobre
a situação e, disso, abstrai, ou internaliza algum significado. Isso passa a fazer parte
dos seus conhecimentos, dos seus valores ou suas crenças e pode ser usado em outras
situações, até diferentes da primeira. É o ciclo acontecendo outra vez.
O ciclo obedece à seguinte sequência: fazer - refletir - analisar - decidir. Kolb (1990)
explica-nos que fazer é passar por uma experiência concreta. Refletir é observar a
experiência a partir dos modelos individuais existentes, sob diversas perspectivas.
Analisar é transformar a experiência, a partir das observações, em conceitos abstratos,
generalizações, verdades, valores. Decidir é usar conceitos, teorias ou valores para to-
mar decisões e resolver problemas que surgem em novas situações (KOLB, 1990). Não
se esqueça de que o conhecimento transforma, pois pressupõe ação, afinal, como já
vimos e Alves (2018) reforçou, a Gestão do Conhecimento está relacionada à obtenção
de vantagem competitiva, lucratividade e produtividade.
Para finalizar nossos estudos sobre o ciclo de aprendizagem (por enquanto, pois a
próxima aula é toda dedicada à aprendizagem organizacional), vemos, na Figura 2, o
ciclo caracterizado por duas dimensões diferentes: concreta-abstrata (fazer e analisar)
e reflexiva-ativa (refletir e decidir). O processo de aprendizagem exige habilidades
diferentes. As diferenças cognitivas de cada pessoa determinarão mais desenvolvi-
mento em uma etapa em relação a outra. Isso acontece porque as pessoas têm estilos
diferentes de aprendizagem e preferências diferentes em relação à forma de aprender.
Concreto
Experiência
Decisão Re xão
Abstrato
Abstração
Ativo Reflexivo
Figura 2 - O ciclo de aprendizagem vivencial / Fonte: Boff (2000, p. 16).
130
Gestão do Conhecimento - construindo a base
UNICESUMAR
Os principais mecanismos que facilitam a gestão de conhecimento são fatores
organizacionais/ambientais que precisam ser integrados (BOFF, 2000).
■ Estratégia - toda gestão do conhecimento precisa ser ligada à estratégia
da empresa. Colocar este foco garante economizar recursos e alavanca os
resultados da sua atividade fim.
■ Cultura organizacional - a maneira como o conhecimento é criado sofre
influência do conjunto de práticas, valores e comportamentos presentes
na empresa, por isso, é premente que se entenda como isso ocorre.
■ Tecnologia e infraestrutura - é a possibilidade de capturar, transferir e uti-
lizar conhecimento de forma efetiva por meio dos recursos de tecnologia
da informação, comunicação e técnicas.
■ Manutenção - as ações de gestão do conhecimento precisam ser mapea-
das e avaliar o ambiente interno e externo na busca e na consolidação de
conhecimento útil para a empresa.
Boff (2000) ainda contribui reforçando que todo processo de gestão de conhe-
cimento permite que ele seja compartilhado entre as pessoas, impregnado de
valores e práticas cotidianas, registrado em documentos e bancos de dados, dis-
tribuído por intermédio de veículos de comunicação e construído em salas de
aula ou ambientes de trabalho.
Mapeamento do Conhecimento
132
e) Haver uma cultura/prática de construção e utilização de representa-
UNICESUMAR
ções visuais na empresa.
Para terminar, Fraga et al. (2019) sugeriram que as escolhas das técnicas de
mapeamento são necessárias e relevantes, por isso, é premente que se iden-
tifique o principal objetivo do mapeamento para escolher a melhor técnica e
cumprir o seu propósito.
Combinação de
conhecimento prévio a
Importância 0-9
dados de uma forma
Conhecimento apropriada
Diculdade 0-9
133
2
APRENDIZAGEM
UNIDADE 4
ORGANIZACIONAL
pensando juntos
Você já ouviu falar em organizações que aprendem (Learning Organization) - OA? Sim, ha-
via mais este conceito, digo havia porque, atualmente, AO e OA são usados como expres-
são da mesma abordagem. Nós, aqui, também faremos isso. Sabe por que isso ocorreu?
134
Isso ocorreu porque OA referia-se à estratégia da organização, à cultura, estru-
UNICESUMAR
tura, à resolução de problemas, à competência, à participação dos funcionários
determinando os resultados da aprendizagem. AO referia-se a processo técnico
(prescritivo ou incremental) ou a processo social (descritivo). Porém as empresas
não conseguiram alcançar este estado. Assim, estes termos são usados de forma
permanente, ou seja, uma OA é aquela que consegue obter AO.
Há muito o que se falar sobre esta questão, mas seguiremos adiante na AO.
Fica o desafio para que você busque mais informações sobre o que ocorreu nessa
contextualização. Podemos seguir sem problemas. Então, a AO tem um caráter
processual - de processo, ou seja, ela só tem sentido se associada à mudança
(lembra que falamos que gestão do conhecimento parte para a ação? Começa a
fazer sentido?), com intenção ou não. As teorias de AO estão ligadas à Adminis-
tração, justamente pela compreensão do que pode facilitar ou dificultar mudan-
ças. Inclusive, as teorias sobre mudança valorizam a AO como sendo dinâmica e
integradora pela tendência à mudança contínua que pode unir níveis de análise
individuais, grupais e organizacionais (ANTONELLO, 2005).
Eu sei que você está esperando o conceito formal sobre AO, mas temo em
frustrar esta expectativa. As definições recebem críticas por serem genéricas,
focando-se apenas na mudança organizacional. O que foi pensado sobre AO tem
muito da administração científica tradicional, além disso, há um vasto campo
teórico: psicologia, sociologia, cultura, metodologia, que pretendem entender
estes processos. Mas algo tem que ficar em mente, AO refere-se à criação de pro-
cesso de aprendizagem na ação, por meio de pequenos grupos, coleta de dados es-
tatísticos e observação das ações emocionais dos grupos (ANTONELLO, 2005).
Precisamos, contudo, mencionar os trabalhos de Argyris (1999) sobre a no-
ção de ciclos de aprendizagem e, Senge (2011), quando dá ênfase às cinco ca-
racterísticas da Aprendizagem Organizacional: pensamento sistêmico, domínio
pessoal, modelos mentais, visão compartilhada e aprendizagem em equipe. Os
ciclos de aprendizagem de Argyris (1999) compreendem três componentes: ciclo
simples, ciclo duplo e ciclo triplo. Eles representam mais do que uma forma de
aprendizagem, pois envolvem meta-aprendizagem, processos cognitivos e ativi-
dades organizacionais. Veja por meio das definições e dos exemplos:
1. Ciclo simples - é a descoberta e a correção de um erro dentro de um pro-
cesso - aprendizagem instrumental. Por exemplo: os inspetores de qualidade
identificam um erro no produto, informam os projetistas/engenheiros e, com
isso, faz-se a correção do erro no processo. Aprendizado pela experiência.
135
2. Ciclo duplo - caracteriza-se por não ser rotinizado e por processos
UNIDADE 4
Antonello (2005), em seu trabalho, configurou seis focos que procuram com-
preender como as pessoas, individual e coletivamente, decidem e agem frente
aos desafios de trabalho. A possibilidade de investigar mais sobre aprendi-
zagem nas organizações não só é importante para entender os processos de
mudança organizacional, mas para intervir neles.
Foco em processo-sistema
UNICESUMAR
curar, codificar, distribuir e interpretar informação externa. A aprendizagem
é a chave para responder às mudanças no ambiente da empresa. Aprende-se
de duas formas - com experiência acumulada, adaptando-se a novas ideias,
e aprende-se com a implantação de projetos.
Foco em cultura
pensando juntos
A relação entre cultura e desempenho organizacional, como fica? Ainda não se conse-
guiu estabelecer a relação entre estas duas variáveis, portanto, não se sabe se a cul-
tura trabalhada por meio do AO interfere no desempenho organizacional. Pesquisas
precisam ser feitas. Quem se motiva?.
137
Foco em gerenciamento do conhecimento
UNIDADE 4
138
der, absorver e aplicar mudanças integrando-as à organização. No GQT, os pro-
UNICESUMAR
cessos de aprendizagem podem estar vinculados a cinco atividades: resolução de
problemas, experimentação com novos enfoques, aprendizagem a partir da sua
própria experiência e passado, aprendizado a partir dos outros e transferência
rápida do conhecimento para todos da organização. Guarde estas premissas que
favorecem o processo de aprendizagem: tempo para refletir, visão compartilha-
da, aprendizagem em equipe, autonomia e novo exercício da liderança. Estamos
falando de competências que são desenvolvidas pela AO.
Foco em inovação
“
1) da identidade organizacional e das competências que a orga-
nização possui como função de sua história anterior; 2) de uma
aprendizagem que também pode ocorrer por transferência, de uma
organização para outra, por imitação ou por incorporação de novos
indivíduos; 3) de uma aprendizagem que, para ser autêntica, surge
durante sua própria atividade, ao acionar os saberes prévios e ao
aprender com a prática.
139
Então, sabe responder quando é que uma empresa aprende? Ela aprende
UNIDADE 4
“
Processo contínuo de apropriação e geração de novos conhecimen-
tos nos níveis individual, grupal e organizacional, envolvendo todas
as formas de aprendizagem - formais e informais - no contexto or-
ganizacional, alicerçado em uma dinâmica de reflexão e ação sobre
as situações-problema e voltado para o desenvolvimento de com-
petências gerenciais.
140
3
RESISTÊNCIA À
UNICESUMAR
MUDANÇA
conceituando
E o que você entende sobre mudança - para iniciarmos esta conversa? Uma pista: mudar
é pegar e, para pegar, é preciso largar, pegar e tornar a soltar (SOTO, 2010). Assim ocor-
re durante todas as fases da nossa vida, ou seja, para aprender a caminhar, deixamos
de engatinhar e nunca mais engatinhamos e nos deslumbramos com a possibilidade de
caminhar e até correr. Se perdemos esta habilidade, precisamos recomeçar a aprender a
andar de outra forma. Em todas as situações, há ganhos e perdas.
Fonte: adaptado de Soto (2010).
143
Artigo 1 - O Impacto das Atitudes Frente às Mudanças Organizacionais nos
UNIDADE 4
144
demais funcionários. Almeida e Ferreira (2010, p. 502) recomendam:
UNICESUMAR
“
Seria interessante, portanto, que as organizações envidassem esfor-
ços no sentido de, ao implementar mudanças, angariar a aceitação
das mesmas por meio de um processo de comunicação interna
transparente e eficiente, que levasse ao entendimento dos motivos
pelos quais elas são inevitáveis, estimulando, assim, a participação e
o envolvimento de todos os que seriam por elas afetados. Com isso,
elas provavelmente despertariam atitudes mais favoráveis frente a
tais processos de mudança e, em consequência, aos comportamen-
tos de cidadania organizacional de seus empregados.
145
■ Os gestores demonstram abertura à participação.
UNIDADE 4
146
Os pesquisadores definiram cinco hipóteses para serem confirmadas, ou não,
UNICESUMAR
pelo estudo:
■ Hipótese 1: quanto maior for a indecisão e a inconclusão em relação
ao processo de mudança, maior será o nível de resistência individual à
mudança organizacional.
■ Hipótese 2: quanto maior for a percepção de ameaça ao convívio social,
maior será o nível de resistência individual à mudança organizacional.
■ Hipótese 3: quanto maior for a pressão do grupo para resistir ao proces-
so de mudança, maior será o nível de resistência individual à mudança
organizacional.
■ Hipótese 4: quanto maior for a percepção de baixa consistência organi-
zacional, maior será o nível de resistência individual à mudança organi-
zacional.
■ Hipótese 5: quanto maior a percepção de experiências prévias malsuce-
didas com processos de mudança organizacional, maior será o nível de
resistência individual à mudança organizacional.
Os resultados das análises indicaram que, para ocorrer mudança, é necessário en-
volver o colaborador no processo, já que a indecisão e a inconclusão representam
o maior fator de impacto na resistência à mudança. Envolvendo o colaborador, ele
terá acesso a respostas e, assim, compreende suas potencialidades e suas limitações.
147
A pressão do grupo é outro fator de im-
UNIDADE 4
pensando juntos
O que podem estar nos dizendo, em termos de resistência à mudança, estas pesquisas?
Vamos pensar: quando você, em seu trabalho de consultoria, propor as mudanças, com
base nessas pesquisas, precisa considerar como estão as relações interpessoais, o clima
organizacional, a sensação de reconhecimento pelo trabalho já realizado, o nível de es-
tresse no trabalho e se há possibilidade de envolver as pessoas por meio de uma comuni-
cação clara do que estará por ocorrer.
UNICESUMAR
lhos. Identificaram que, em geral, as empresas trazem os mesmos obstáculos
para os processos de mudança e propuseram um plano de contingência,
como descrito no Quadro 1.
149
Barreira Problema Planos de Contingência
UNIDADE 4
As pessoas acre-
ditam que a admi- Seja firme, consistente e equitativo. Ajude
7. Falta de nistração vai usar os funcionários a entender os benefícios
confiança o corte de custos - para eles e para a organização - do que
para demitir pes- lhes está pedindo.
soas.
UNICESUMAR
com que seus projetos sejam implantados e sigam adiante, contornando as ad-
versidades que virão, porque elas virão. Não esqueça: embora a mudança possa
ser de produtos ou processos, quem a realiza são pessoas.
4
PAPEL
ESTRATÉGICO
da liderança
151
É papel do líder gerir mudanças organizacionais em níveis humanos e emocio-
UNIDADE 4
nais chegando a ser um fator crítico de sucesso para que dê certo. É sua missão con-
seguir o engajamento e o comprometimento de todos para o alcance de resultados
e adaptação às mudanças. Se ele não conseguir coletivizar as mudanças - porque
consultoria é mudança - está em risco de não ter êxito nas mesmas (SOUZA, 2016).
pensando juntos
Reflita um pouco: quem é o responsável para fazer com que os processos de mudança
deem certo? Quem são os agentes de mudança? Sim, os líderes que, estrategicamente,
estão ligados à missão de trazer resultados à empresa.
Por isso, dizemos que os líderes são responsáveis por informar e conversar com
as equipes por meio de treinamentos, fóruns de discussão, estratégias de comuni-
cação, proporcionam a capacitação pertinente para operar em um novo cenário
e, ainda, tomam decisões, assumindo o risco (SOUZA, 2016). Liderança é tudo
que sustenta, cria valor e entrega resultados superiores. E é nesta perspectiva que
a influência do líder é necessária para dar voz e permitir a ação do consultor para
a criação de valor.
explorando Ideias
“Uma proposta de valor organiza sua empresa para o crescimento e sucesso de longo
prazo. Ela permite uma vantagem cada vez maior sobre os seus concorrentes, alinhada
todas as atividades e aumenta a eficiência, por meio de um foco singular, impulsiona a
participação de mercado e retém clientes, além de proporcionar um valor que ninguém
pode igualar.”
Fonte: Sharma e Houselt (2007, p. 49).
Estudos mostraram que a liderança pode ser representada por inúmeros estilos
do mais autocrático ao mais liberal. Contudo, Almada e Policarpo (2016), em
suas pesquisas, apontaram que os líderes autênticos e os transformacionais são
aqueles que têm maior compatibilidade com os processos de mudanças e estão
abertos à inovação e à parceria.
Você já conhecia estes dois estilos de liderança? São os mais atuais e vêm oferecen-
do uma perspectiva moderna e mais humana de liderar pessoas. Vamos conhecê-los
um pouco? Você poderá encontrá-los como seu próximo cliente, e torço por isso.
152
O líder autêntico nunca usará a sua liderança para manipular, ou obter ganhos
UNICESUMAR
próprios sobre seus liderados. Ele considera a ética e a confiança na forma de fazer
gestão. Ele tem consciência de si próprio, é forte nos seus valores e suas crenças.
Usa a transparência para atuar e defende as suas convicções, independentemen-
te das pressões que sofre (HANNAH; WALUMBWA; FRY, 2011). A liderança
autêntica e a autenticidade do líder têm sido muito estudadas pela Psicologia
Positiva, justamente porque esse líder sabe extrair o que há de mais positivo
nas suas equipes e, consequentemente, facilita os processos de consultoria. Os
seus colaboradores e seus parceiros o percebem como alguém de confiança, com
empatia, estável emocionalmente e consegue trabalhar a esperança nas pessoas.
Assim, sugere-se que os membros de uma equipe ganham autenticidade quando
se identificam, socialmente, com seu líder em seu contexto.
O líder transformacional vai além da troca de experiências e influência en-
tre líderes e liderados, pois articula e compartilha uma visão de futuro com sua
equipe e parceiros. Esse líder inspira seus liderados sem impor a sua ideologia,
eles não reagem às circunstâncias ambientais, tentam moldá-las, já que interage
e procura novas maneiras de trabalho e busca oportunidades. Ele estimula a
habilidade de questionar para transcender os desejos das pessoas em prol da
organização (GALLON; ENSSLIN, 2008; AVOLIO; BASS, 1995).
O líder transformacional indica um caminho, estimula o orgulho e tem o
respeito e a confiança das pessoas. Expõe suas expectativas para focar esfor-
ços, praticando, assim, a motivação inspiracional. Oferece atenção a cada um,
orientando e aconselhando com consideração individualizada. Seu poder vem
da criação de um propósito comum. Tendem a ser visionários, inspiradores e
com ideais e metas específicas, despertando sentimentos nos seus colaboradores
por serem empáticos e entendendo suas necessidades (AVOLIO; BASS, 1995).
Esses foram os dois estilos de liderança apontados por Almada e Policarpo (2016)
como os mais compatíveis aos processos de mudança, mas cabe ressaltar que isso
ocorrerá se a mudança fizer sentido a eles, caso contrário, seus colaboradores tendem
a segui-los, e o trabalho não se desenvolve. Por isso, caro(a) consultor (a), prepare-se
para realizar uma boa venda do seu trabalho, exercendo seu poder de influência e
persuasão para fazer com que aquilo que acredita seja entendido, incorporado e
aplicado.
Este é o papel do líder na consultoria, deixar acontecer e promover o que
aconteça e manter o que aconteceu até a próxima revisão de acompanhamento.
153
UNIDADE 4
conecte-se
Caríssimo(a) aluno(a), finalizamos esta unidade que trouxe muito conteúdo para
que estude e se prepare cada vez mais para atuar na consultoria. Aproveite!
154
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Para finalizar esta unidade, não poderia deixar de falar sobre o Lifelong
Learning. Este é um termo usado, desde 1972, pela UNESCO, que falava em
aprender por toda a vida em uma sociedade que aprende. É disso que trata o
Lifelong Learning - aprendizado por toda vida.
Hager (2004) já falava neste estilo de aprendizado no trabalho. Não, isso
não é novidade, já se fala em aprendizado contínuo há muito tempo. Acontece
que, na era do conhecimento, na qual vivemos, isso se potencializa e traz aos
profissionais a necessidade de se manterem em aprendizado constante. Hager
(2004) associou o aprendizado contínuo à satisfação no trabalho pelo forte
senso de desenvolvimento, deixando de ser o trabalho apenas um emprego
remunerado. Esta percepção afasta um pouco o trabalho como alienante e
coloca o profissional em um outro lugar - o de crescimento.
Precisamos considerar que a aprendizagem, ao longo da vida no trabalho,
é uma possibilidade viável e pode agir como ação criativa que é produtiva do
crescimento humano. Estamos falando de desenvolvimento. Hager (2004)
comentou que, em 2001, o NSW Labor Council (na Austrália) encomendou
um estudo abrangente sobre as opiniões de profissionais sobre a vida profis-
sional. Muito claramente, a pesquisa indicou que o conteúdo e o ambiente
social imediato de trabalho são muito importantes para as pessoas que têm
um emprego remunerado. Com isso, confirma-se que a satisfação no trabalho
também pode vir pelo aprendizado.
O trabalho do consultor, como vimos até agora, é de tirar a organização
de um lugar e levar a outro. Isso implica conhecimento e aprendizado para
se obter as ferramentas necessárias técnicas e comportamentais para lidar
com mudanças e conseguir estabelecer relações fortes e de confiança com
os líderes das organizações que patrocinarão o seu trabalho. Por isso, uma
dica: cria sua curadoria pessoal. Escolha livros que deseja ler e de qualquer
gênero (Sapiens, O Banquete, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Empresas
Exponenciais, séries que pode assistir, músicas que o encham de sentimentos
(experimente Beethoven - crie cultura). Esta atitude dará a você assunto para
conversar com todos os públicos e estimulará a sua criatividade. Experimente!
155
na prática
I - Por causa do mercado cujas respostas precisam ser rápidas, devido à comple-
xidade e à velocidade de suas necessidades.
II - Porque o sistema educacional dos países não atende à demanda de qualificação
necessária.
III - Por causa da interação dos mercados globalizados que aumentam a possibili-
dade de negócios, a redução de custos.
IV - Para não dependerem da tecnologia, puramente.
156
na prática
a) F, V, F, F, V.
b) F, F, V, V, F.
c) V, F, V, F, V.
d) F, F, F, V, F.
e) V, V, F, F, V.
5. Kotter (1997) descreveu oito falhas para a consolidação da mudança. Indique quais
são elas e comente sobre aquela que mais faz sentido para você.
6. Com base nos artigos de pesquisa apresentados sobre resistência à mudança, quais
fatores foram mais percebidos como aqueles que podem atrapalhar o processo se
não identificados?
157
na prática
158
aprimore-se
Este fragmento de texto, na verdade, aborda um assunto que já vem sendo falado
há alguns anos. Tushman, Smith e Binns (2011) trouxeram o conceito de ambides-
tria, em que a empresa, quando abraça o antigo e o novo e promovem um estado de
conflito criativo, é a liderança ambidestra. Essa liderança consegue fazer muito bem
o jogo entre o antigo e o novo. Ao mesmo tempo que mantém os seus processos
antigos funcionando, investe em inovação. Esta prática tem se intensificado nes-
tes novos tempos para garantir que haja sobrevivência em tempos de crise. Estude
mais sobre ambidestria, vale muito a pena.
EXPLIQUE POR QUE VOCÊ ESTÁ PEDINDO À SUA EQUIPE QUE FAÇA ALGO
Quando as pessoas sabem por que estão sendo solicitadas a fazer algo, é muito
mais provável que o façam. Portanto, da próxima vez que você estiver se prepa-
rando para enviar uma mensagem importante à sua equipe, verifique se está cla-
ro o porquê. Comece fazendo a si mesmo algumas perguntas, como: Quais são as
apostas? Como será o futuro se fizermos isso? Em seguida, descubra como articular
claramente seu raciocínio. Pense em qual ação você está pedindo à sua equipe e si-
ga-a com uma explicação clara e bem praticada. Por exemplo: precisamos melhorar
nossas práticas de contratação, porque nosso processo atual não está atraindo um
conjunto diversificado de candidatos. E esteja preparado para responder às per-
guntas de acompanhamento e explicar o processo que levou à decisão. Você será
mais persuasivo se compartilhar ideias que considerou, explorou, testou e depois
abandonou. Esse nível de transparência manterá sua equipe motivada para realizar
a tarefa em questão. Se você é consultor externo, o princípio é o mesmo.
159
eu recomendo!
livro
conecte-se
160
5
CONSULTORIA
NA GESTÃO
de pessoas
PROFESSORA
Me. Cláudia Müller
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Consultoria Interna de RH
• Processo de Intervenção de RH • Indicadores de RH • Desafios da consultoria em RH.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender o papel do consultor interno de RH • Descrever o processo de intervenção do consultor
interno em RH • Enfatizar a importância da aplicação de indicadores de RH • Apresentar os principais
desafios enfrentados pelos consultores de RH.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
INTERNA
de RH
Vamos iniciar a nossa conversa sobre Consultoria Interna de RH? Aqui, nosso ob-
jetivo é compreender o papel da CI em RH. Mas, antes, falaremos e pensaremos
um pouco sobre o RH nas organizações para entendermos por que o papel da
CI tornou-se importante. Já é antiga a discussão sobre o papel da área e o desejo
dos profissionais de RH em serem, realmente, parceiros estratégicos do negócio,
deixando de serem vistos apenas como uma área de administração de pessoal
(DP) e seleção de pessoas. Em algumas empresas, inclusive, a área de RH tem
uma configuração mais inovadora, ou seja, ocorreu uma divisão entre departa-
mento pessoal e desenvolvimento de pessoas. O DP estruturado como uma área
ou dentro da área de Controladoria e o desenvolvimento de pessoas estruturado
como área de Gestão de Pessoas - gestão do capital humano - Desenvolvimento
Humano e Organizacional (DHO) etc.
Dessa forma, os profissionais de Gestão de Pessoas focam no desenvolvi-
mento, tornando a jornada das pessoas o seu foco para atingir os resultados da
empresa. Há mais garantia de que ocorrerá um posicionamento mais estratégico,
já que o gestor de GP não precisará colocar o seu foco em tarefas, eminentemente,
operacionais e de rotina, como acontece no DP.
Na minha prática, sempre que um cliente me contrata para estruturar a área,
minha sugestão é esta: manter estes dois serviços separados e com gestores dis-
tintos, trabalhando as questões de pessoas de forma estratégica e operacional.
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Tem dado um bom resultado, até mesmo para definir o perfil dos profissionais
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ofereça a melhor experiência ao cliente. Ele é um gestor que sabe oferecer feedback
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e o faz sempre que necessário, ele está atento às necessidades, aos anseios e aos de-
sejos dos seus colaboradores, ele sabe quais resultados precisa alcançar e os mede
com frequência para analisar a evolução do trabalho. Também está em contato,
interagindo com os gestores das áreas que são importantes, para que ofereçam
desfechos positivos (financeiro, logística, marketing etc.). Se tudo ocorrer assim,
não tem como uma venda dar errado. Os colaboradores e os clientes estão tendo
uma boa jornada com a empresa. Este é o trabalho de RH, e o RH que trabalha com
consultores internos tem chances maiores de praticar o RH de fora para dentro.
Vamos, então, definir o que é Consultoria Interna de RH, finalmente?
Consultor interno de RH ou Business Partner são o mesmo cargo com as mes-
mas atribuições. Na sua pesquisa sobre o tema, encontrará estas duas nomenclatu-
ras, inclusive, no Brasil, está se usando Business Partner para designar esse cargo.
Esse RH que passou a uma visão de GP se posiciona de forma diferente. Antiga-
mente (mas ainda ocorre em alguns lugares), os gestores delegavam ao RH todas as
ações com as pessoas, ou seja, o RH admitia, demitia, conversava sobre desempe-
nho, resolvia todas as questões de cunho comportamental, e o gestor era um mero
espectador de todo o processo. Logicamente, todo fracasso era atribuído à falta de
habilidade da área de RH. Com o novo posicionamento, a responsabilidade pelas
pessoas da equipe foi devolvida aos gestores. Claro que não foi em forma de decreto,
isso ocorreu com muita conversa, busca de apoio da alta administração, provando
as vantagens e as desvantagens e os treinamentos sobre o papel da liderança na or-
ganização e sua responsabilidade com as pessoas. Por outro lado, GP precisaria estar
organizado para dar suporte a todo movimento em direção a esta nova realidade. O
próprio GP precisou se reestruturar em termos de cargos e perfil das pessoas. A es-
tratégia era estar próximo, apoiando o gestor na sua nova atribuição: cuidar de gente.
A consultoria interna começa a tomar corpo e abrir um espaço importante
nas organizações. Ela passa a ser o parceiro de negócio de GP, ajudando a área
a atingir objetivos, gerenciando e implementando estratégias no local de traba-
lho, por meio de consultas de alto nível, tanto em GP como na área de negócio
(MATUSKA; NIEDZIELSKI, 2018).
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UNIDADE 5
explorando Ideias
O que significa ser mais estratégico na prática de GP? Significa que ocorrerá valor agre-
gado a partir dos serviços de CI por posicionar-se como parceiro estratégico junto aos
líderes. Esse tem três desafios estratégicos a realizar: Formulação (análise de ambientes,
vantagem competitiva, escolha das estratégias, ideias); Implementação (fazer com que
a cultura apoie a estratégia, fazer a gestão das pessoas, alocar recursos) e 3) Avaliação
(encontrar o sucesso estratégico, diagnosticar falhas, ajustes estratégicos). O papel do CI
nesse processo todo é de garantir que está compreendendo a estratégia e fazer com que
a empresa tenha as pessoas, a capacidade e os processos necessários para a execução
dos planos.
Fonte: Njemanze (2016).
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Esta decisão é tomada de acordo com a estratégia que o CI acredita ser a mais ne-
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cessária para que o trabalho seja reconhecido e aceito.
Para verificar, na prática, como estavam ocorrendo os processos de CI, nas or-
ganizações brasileiras e multinacionais, Campos Lima e Fischer (2016) realizaram
uma pesquisa quantitativa exploratória de cunho longitudinal, entre os anos 2007
e 2011 (particularmente, respeito muito pesquisas longitudinais pela consistência
dos dados e dedicação dos pesquisadores). Foram 139 mil participantes de 26 em-
presas. Foram 13 empresas que adotavam o modelo CI e 13 que aplicavam o modelo
tradicional. O interesse era verificar se as empresas que optaram por adotar, em
suas Áreas de Recursos Humanos (ARH), o modelo de consultoria interna, inovam
mais em suas práticas de gestão do que as que possuem uma atuação tradicional.
Os resultados mostraram que as ARH que adotam a consultoria interna pos-
suíam 64 práticas, em 2007, e 128, em 2011, enquanto que as tradicionais saíram
de 59 práticas, em 2007, para 127, em 2011. Percebeu-se que 7% das empresas que
adotaram o modelo de consultoria interna não possuíram um aumento constante
das práticas ao longo dos anos. Já 14% das ARH que adotaram o modelo tradicio-
nal não obtiveram um aumento progressivo das práticas. Verificou-se, ainda, que a
ARH com consultoria interna inovou tão pouco mais (128 práticas) em termos de
aumento de práticas do que a tradicional (127 práticas). Entretanto este resultado
não pode ser considerado significativo, estatisticamente. Generalizações, nesse es-
tudo, não podem ser realizadas por se tratar de um estudo exploratório, com uso de
técnica estatística simples. Essa foi uma das limitações dos pesquisadores. Acontece!
Este caso ajuda-nos a pensar, empiricamente, o que pode ter acontecido nas
organizações com CI que não obtiveram resultados maiores do que as empresas
tradicionais. Vejamos o que Crocco e Guttmann (2017) falaram sobre CI para
tentarmos entender. Os autores colocam que um papel importante do CI é o de
alinhar cultura e valores entre ele e seu cliente interno, pois nem sempre ele con-
cordará com o que está sendo posto por não ir ao encontro de sua filosofia de tra-
balho, tornando-se um ponto de resistência. Assim, os dois necessitam encontrar
o ponto de convergência entre aquilo em que acreditam, salientando o que têm em
comum, contornando divergências. Outro papel importante do CI é lidar com a
pressão que surge por meio do que está “vendendo” como solução, dos resultados
que apresentará, por vezes, dentro de uma perspectiva de que fará a conversão
das pessoas, transformando resistências em adesão. Por último, a pressão advinda
das relações interpessoais, pois qualquer comportamento que desagrade o cliente
pode gerar antipatia e resistência (CROCCO; GUTTMANN, 2017).
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pensando juntos
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etapa para nós. Ela afirmou que este profissional é um agente facilitador não só
de mudanças, mas da manutenção de alguns serviços e estruturas já estabeleci-
dos e que funcionam, portanto, é um trabalho de apoio ao gestor nas suas ações,
também, na solução de problemas organizacionais. Dentre seus trabalhos está o
diagnóstico do ambiente, criando um elo entre cliente interno e GP. Vimos que
há vantagens e desvantagens, mas nada que impeça o trabalho de ser realizado.
Então, na próxima aula, preste bem atenção em como acontece o processo para
que ele aja a seu favor na conquista do seu espaço.
2
PROCESSO DE
INTERVENÇÃO
em RH
Outro fator é ter em mente questões importantes para fazer sentido o trabalho:
Após fazer uma análise crítica da própria área e de como vem atuando ver-
sus o seu desejo, podemos pensar em algumas ações para que sejam imple-
mentadas para criar o serviço de CI em GP. Ações recomendadas, segundo
Njemanze (2016):
Njemanze (2016) complementa esta fase de implantação com outras etapas, que
são complementares, ok?
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a) CI e líderes de negócios, formem parcerias e trabalhem juntos: é
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explorando Ideias
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Quando chegamos até este ponto, estamos mais próximos de iniciar o trabalho
UNICESUMAR
como CI, pois já estamos preparados, devidamente treinados, a cultura da em-
presa já está apta para receber esta nova estrutura de trabalho. Então, o CI fará
uma conversa importante com o gestor a ser assessorado para entender as suas
demandas, sua necessidade, seus recursos, seus aspectos positivos e negativos
do trabalho. Será um diagnóstico a partir das entrevistas que fará, também, com
os colaboradores. O objetivo é entender como as pessoas estão se posicionando
entre suas expectativas e a realidade e o quanto os comportamentos advindos
desta relação interferem no resultado. É um momento em que ocorrem muitas
dúvidas, inclusive, sobre a postura do CI como alguém parceiro e confiável.
Portanto, mais do que nunca, o silêncio é sacerdotal. O CI não “espalha” o
que ouve, mas busca alternativas de resolução para o que acredita ser eficaz para
o momento, compartilhando com seu gestor e com o seu gestor assessorado. O si-
gilo faz parte do contrato. A informação é matéria-prima para ações, sem dúvida!
Mas com sigilo. Estou frisando a importância da imparcialidade, fundamental ao
perfil do CI. Agora, conheceremos quais as principais contribuições estratégicas
de CI que podem ser trabalhadas (NJEMANZE, 2016):
■ Abordagem de serviço baseada em investimento: gaste seu tempo
nas funções e nas pessoas - não apenas em termos de remuneração, mas
em termos de desenvolvimento, oportunidades, retenção, engajamento
e planejamento de capital humano - que têm impacto máximo no valor
econômico do negócio. Revise e ajuste quanto tempo a equipe de CI e os
líderes de linha gastam em soluções para adquirir, desenvolver, engajar
e reter talentos críticos.
■ Agente de Conhecimento: designar e coordenar a equipe certa de es-
pecialistas em conhecimento de GP para agregar valor e ajudar os líderes
de negócios a atingirem seus objetivos.
■ Planejamento de Sucessão e Gestão de Talentos: para garantir que
funções críticas possam ser preenchidas, de maneira rápida e eficaz, em
caso de vaga, trabalhe com os líderes de linha e sênior as habilidades
para executar as estratégias e garantir uma base de liderança profunda
que aponta para o crescimento.
■ Previsão e planejamento de contingência: os CIs devem trabalhar
com os líderes para criar planos de talentos alternativos com base em
vários cenários, criando planos de contingência para sua estratégia com
base em possíveis desenvolvimentos de mercado.
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UNIDADE 5
pensando juntos
Qual foi a impressão que você teve com o processo de CI na empresa? Você percebeu que
ele é um processo sistêmico que coloca a área de GP como apoio à gestão e que, dessa
forma, ela adota um caráter mais estratégico do que administrativo?
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3
INDICADORES
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DE RH
Esta aula é para falarmos sobre indicadores, ou seja, sobre medir o trabalho que é
realizado por você e pela empresa que representa. Mas, em algum momento, você já
parou para pensar sobre o que significa medir? Ou, então, já se deu conta de que fa-
zemos isso o tempo todo durante o dia? Sim, já começa no seu café da manhã quan-
do mede quanto de café cabe na sua xícara, quando veste a sua roupa, escolhendo
aquela que serve às medidas do seu corpo. São atos, totalmente, inconscientes, pois
já fazemos sem pensar. Usamos o pensamento automático para realizar estas tarefas.
Tudo bem, estes são exemplos do dia a dia e, talvez, não o convença da impor-
tância de medir, que é o objetivo desta aula. Mas vamos imaginar que você preci-
sou fazer uma cirurgia - calma, nada sério, apenas uma plástica para melhorar o
seu nariz. A enfermeira medirá a sua temperatura, a pressão arterial, fará várias
perguntas sobre sua saúde, as medicações e qual o seu peso e altura. Estes últi-
mos dados não podem ser inventados, pois será por meio deles que o anestesista
calculará a dose do medicamento anestésico que usará em você. Informando os
dados corretos, nada dará errado no seu procedimento.
A lógica, quando trabalhamos com implementação de projetos ou precisamos
acompanhar a “saúde” da empresa, é a mesma. Os dados corretos fornecerão a
real situação da empresa para a tomada de decisão. Robbins (2000, p. 141) fa-
lou sobre a necessidade de controle, o qual define como “processo de monitorar
as atividades para garantir que estejam sendo realizadas conforme planejado e
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corrigir quaisquer desvios importantes”. Assim, os gestores poderão saber o que
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pensando juntos
Vamos pensar sobre o seu papel como consultor frente a esta questão: indicadores. Não
parece um tanto óbvio que tudo aquilo que for sugerido de implantação e mudança em
seu projeto deveria ser medido para que seja monitorada a eficácia do seu trabalho? E
que são estes resultados que manterão o seu contrato, ou não? Preste atenção! Nunca
deixe de medir o que está fazendo para comparar ao objetivo desejado.
Lembre-se: o objeto do seu projeto e motivo da sua contratação podem ser medi-
dos. Os benefícios são para você, que terá história para contar e dados concretos
para mostrar o seu valor, abrindo novas frentes de trabalho, e para a empresa que
perceberá que todo o esforço feito tem um resultado.
Ainda como consultor, é seu papel mostrar para a empresa o quanto ela se
beneficiaria utilizando indicadores. Estamos em uma configuração político-so-
cial diferente de poucos anos atrás. A transformação digital já é uma realidade e
a agilidade em mudar é a nova ordem mundial. Por isso, a utilização de métodos
ágeis está servindo para organizar o trabalho e os planos de ação. A tendência
de usar OKRs (objetive keys result ou objetivos e resultados-chave) tem crescido
entre as empresas que planejam crescimento exponencial.
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O OKR é um protocolo colaborativo de definição de metas para as empre-
UNICESUMAR
sas, equipes e indivíduos. O Objetivo (O) refere-se a o que deve ser alcançado.
Eles são significativos, concretos, orientados por ações e inspiradores. Os Re-
sultados-Chave (KR) são como chegaremos aos objetivos. Eles são específicos
e limitados no tempo, porém realistas, são mensuráveis e verificáveis - eles vêm
com um número. Após um trimestre (sim, os métodos ágeis definem planos de
curto prazo - por isso, ágil), os resultados são medidos - eles foram medidos, na
verdade, durante todos os dias desse trimestre, como recomenda a técnica – mas,
ao final do período, declaramos se o KR foi cumprido ou não (DOERR, 2019).
Objetivo
Resultados-Chave
Backlog
A fazer
Ciclo de
Fazendo
Execução
Feito
Impeditivo
Em revisão
Entregue
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Exemplo de KPIs:
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explorando Ideias
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de demissões por pedido está maior do que a taxa de demissões motivadas pela em-
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presa, e você não achou isso muito bom, afinal, as pessoas não estão querendo ficar
na empresa. Aqui vale um objetivo que estimule o estudo para verificar problemas
com a retenção de pessoas e metas de um turnover menor e próximo do seu ideal.
Os indicadores de treinamento também podem seguir esta mesma orientação.
Aqui, vale medir antes e depois do treinamento. Com os resultados das medidas antes
do treinamento, inclusive, é possível orientar o instrutor sobre o foco do treinamento.
Medir depois mostrará se as pessoas colocaram em prática as lições do treinamento
e se surtiu algum resultado, melhorando a performance na referida questão.
Todos estes levantamentos podem fazer parte de um sistema - People Analy-
tics - que se refere a técnicas computacionais que mostram dados digitais e múl-
tiplas áreas da organização para apresentar diferentes formas de comportamento
das pessoas. Utilizando técnicas de estatística - correlação de Pearson e regressão
linear - o PA busca padrões e apresenta uma visão de recursos organizacionais
quanto a pessoas e processos aos tomadores de opinião (HUSELID, 2018).
Você está percebendo que tudo pode
ser medido, e isso conta muito a favor do
trabalho do consultor na empresa? É des-
sa forma que você manterá seu contrato
e será chamado para outros projetos e,
até mesmo, indicado para outros traba-
lhos em outras empresas. Por outro lado,
é dessa forma que a empresa identifica
seu desempenho e toma as decisões que a
manterão competitiva no mercado. E os
indicadores de RH não estão fora desta
equação, pois bons indicadores de reten-
ção de pessoas estimulam os profissionais
de mercado a querer trabalhar neste lugar.
E é só juntar as peças: se há disputa por
participar de processos seletivos na em-
presa, isso indica que a GP está fazendo
um bom trabalho. Viu? Mais um indica-
dor!
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4
DESAFIOS DA
UNIDADE 5
CONSULTORIA
em RH
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O relacionamento com as pessoas mostra o quanto de comprometimento está
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envolvido na relação pelo investimento que se é capaz de fazer. Dedicação é outro
desafio, ou seja, o quanto se está disposto a investir na relação em busca de bem-
-estar, comunicação eficaz, compartilhamento de valores e benefícios a ambos.
Por isso, é importante que você conheça para quem está disposto a trabalhar.
explorando Ideias
Se você não compactua com o estilo de gestão da empresa tende a ter um pré-conceito
em relação a ela e, por isso, trabalhar lá será, tremendamente, impossível - você não gos-
ta deles, não vai dar certo. Não parece certo declinar do convite? A relação já nem inicia
porque você não acredita no que fazem, ou não concorda com o produto que entregam à
sociedade. É uma questão de valores pessoais.
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o consultor estará trabalhando o seu marketing de relacionamento, que possi-
UNIDADE 5
“
Ser Consultora de Rh é ser consultora de gestão, de subsistema de
RH, é ser coach, é ser consultora de bem-estar, ou seja, é ser um
grande guarda-chuva de cuidados com as pessoas que geram resul-
tados. Se formos entender que o significado do trabalho é quando
as pessoas geram resultados através da execução da tarefa e o uso
das habilidades, precisamos cada vez mais cuidar desse profissional,
independentemente de qual posição ocupa. O consultor é coach
do presidente, já que este determina o caminho a ser seguido en-
volvendo resultado - pessoas - ambiente - estratégia. Precisamos
estar atentos a todo o movimento, somos o guardião da cultura
organizacional – aquela que move cada decisão, que expressa seu
jeito através de símbolos, que desenha os comportamentos. É um
desafio trabalhoso, criterioso, mas muito prazeroso, cheio de sabo-
res e aprendizados. Tenho orgulho do que me transformei (Crismeri
Delfino Corrêa - Possibilitá - Desenvolvimento do Ser Humano).
182
UNICESUMAR
pensando juntos
Neste depoimento, o que mais lhe chamou atenção? Quais sentimentos despertou em
você? Que mensagem pode extrair dela? Vou compartilhar alguns pensamentos que me
ocorreram para você pensar: cuidado e resultado foram as palavras mais citadas, ou seja,
o desafio passa por atingir resultados por meio do cuidado com as pessoas e a gestão. E
como o consentimento do presidente, que é o agente, permitirá e dará as diretrizes de
desejo para que o consultor trabalhe isso?
Para finalizar, então, é importante que tenha claro que você representa todo o tra-
balho que oferece e realiza. Você é sua própria vitrine que será vista por clientes,
parceiros, concorrentes e toda a sua rede de relacionamento - inclusive, relacio-
namento é tudo neste ramo, por isso, cuide dele. Procure as pessoas, dê retorno,
cumpra o que promete, seja cortês nas relações. Esta é a prova de que a indicação é
um forte meio de ter novos clientes, e isso se conquista pela reputação que conse-
guimos construir ao longo do tempo. Esteja sempre atento à sua reputação, talvez
este seja o maior desafio do consultor de RH, pois ela é o resultado de tudo o que
você faz, sente e manifesta no mercado de consultoria. Fique atento e bom trabalho!
Chegamos ao final de mais uma unidade, e eu finalizo a minha escrita aqui
dentro do curso. Espero ter contribuído com o meu conhecimento e minha ex-
periência. Desejo que tenha uma vida profissional brilhante, com muitas oportu-
nidades e que possa diferenciar aquelas que serão boas das que não serão. Tenha
coragem para começar e coragem para continuar. As dificuldades aparecerão, mas
não deixe de ser, emocionalmente, inteligente para resolvê-las. Seja feliz!
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
184
na prática
1. A área de RH, para ser estratégica, se valeu de várias ações que a colocassem mais
próxima das decisões da empresa. Para tanto, tem utilizado o Consultor Interno para
ocupar este papel. Então, o que é um RH estratégico?
a) Administração de pessoal.
b) Selecionador eficaz.
c) Área de operações.
d) Parceiro do negócio.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
I - O cliente.
II - A confiança do investidor.
III - A reputação na comunidade.
3. O CI tem um papel bem definido para cumprir a sua missão dentro da organização
junto aos seus clientes internos e consegue agregar valor pelos seus serviços junto
aos líderes. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) nas afirmativas seguintes quanto ao
seu papel.
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na prática
a) V, F, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
4. Para implantar CI, algumas ações são recomendadas, visando ao sucesso da implan-
tação deste novo sistema de trabalho para a própria área e para o cliente interno.
Quais são elas?
a) Internet.
b) Intranet.
c) Benchmarking.
d) Relatórios, banco de dados, observações pessoais.
e) Todas as alternativas anteriores corretas.
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na prática
6. Após todo o trabalho de planejamento que se inicia com a leitura dos cenários inter-
nos e externos, definem-se os objetivos que garantirão o sucesso do negócio, mas
precisamos ter a certeza de estar no caminho certo, por isso, definimos indicadores.
O principal objetivo em definir indicadores e medir resultados é:
7. Para refletir: depois de fazer todo este percurso de estudos e alguma prática, você
já deve estar em processo de definir a sua identidade como consultor de empresa.
Frente a isso, qual será a sua primeira ação, agora que é um consultor de empresas
em GP?
187
aprimore-se
Um estudo de caso para ilustrar o que estudamos até o momento, ok? Você é CI de
uma empresa, e o seguinte diálogo chega até você:
Agora, algo precisa ser feito. O que você tem são comentários isolados de pessoas da
área. O ponto de partida é investigar o que realmente está acontecendo para que os
comportamentos relatados estejam ocorrendo. Hora do diagnóstico. Pode ser uma en-
trevista estruturada com o requisitante e, depois, uma fase de exploração 360 graus.
Conversas com áreas envolvidas, equipes relacionadas e gestores mencionados. Uma
pesquisa também pode ser um instrumento interessante bem como reuniões com
objetivos definidos e condução estruturada. O importante é evitar os vieses que nos
deixam apegados a uma só perspectiva. A imparcialidade entra em jogo novamente,
ouve-se todas as partes e até outras pessoas, para supor o que está acontecendo sem
nunca deixa de supor todas as possibilidades.
Lembre-se de que você é CI e as pessoas podem se sentir intimidadas de falar com
você por receio de exposição e de consequências futuras e podem camuflar algumas in-
formações, protegendo a si ou a outros. Por isso, é fundamental uma postura de escuta
ativa, comunicação aberta contextualizada de forma respeitosa ao motivo do diagnós-
tico. A todo momento, o julgamento precisa estar suspenso, pois ouvirá muita coisa de
muitas pessoas e sua opinião ou hipótese inicial pode ser mudada. Após o diagnóstico,
fase de interpretações, consideração e plano de intervenção.
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eu recomendo!
livro
conecte-se
Prever o futuro sempre foi uma proposta arriscada. Felizmente, temos a chegada
da tecnologia de análise preditiva, que permite aos usuários projetar resultados
futuros baseados em dados históricos e técnicas de análise.
https://cio.com.br/7-segredos-para-o-sucesso-da-analise-preditiva/
189
189
conclusão
conclusão geral
geral
conclusão
conclusão geral
geral
Caro(a) aluno(a),
Já faz certo tempo que a área de GP nas empresas tornou-se uma unidade estra-
tégica que agrega valor aos negócios em termos de ganhos de eficiência, redução
de custos e capacidade de crescimento, passando a trabalhar além dos limites de
tempo e espaço. Assim, ocorreu a necessidade de se estruturar uma cultura de alto
desempenho e inovação - papel da área de GP.
Estamos enfrentando tempos de transformação digital, de redefinição das re-
lações de trabalho e do foco estratégico das empresas. Esta, portanto, é uma boa
oportunidade de atuação para as consultorias - as mudanças precisam acontecer,
e o consultor passa a ser um moderador que pretende responder às demandas
de todas as partes envolvidas - gerentes, funcionários, acionistas. O consultor bem
preparado pode desempenhar trabalhos diferentes no apoio às organizações que
precisam se tornar ágeis. Neste momento, o consultor torna-se um parceiro de ne-
gócios ágil, à medida que entrega valor para seus clientes.
Para que a interação ocorra, é preciso que disponha de toda a sua competência
com as pessoas e suas habilidades sociais para fazer com que a relação se estabe-
leça a despeito de todo o conhecimento que tem a compartilhar. Poderá, também,
entregar e desenvolver produtos e serviços com qualidade diferenciada e eficaz.
Este é um cenário que se apresenta para um futuro próximo e as ferramentas
para construir este caminho você já dispõe, depois de ter realizado o estudo destas
unidades. Você está mais próximo de se definir como consultor do que antes, então,
não deixe para depois as decisões que precisam ser tomadas para focar em seu tra-
balho. Contudo não se esqueça de que está iniciando seus estudos e começando a
desenhar sua identidade como consultor. Isso é para dizer que muito estudo ainda
precisa ser feito bem como experiência em alguns processos também é fundamen-
tal para experimentar, na prática, o que estudou na teoria.
Espero que os conteúdos tenham contribuído e instigado você a buscar mais for-
mação na área de gestão de pessoas e na consultoria empresarial. Bom trabalho!
190
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referências
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196
gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 2
2. B. 5. A.
3. E. 6. E.
4. O consultor interno é representado por 7. Compare a sua resposta com esta afir-
um funcionário da empresa-cliente, o mação: A preocupação com qualidade
qual realiza serviços para áreas diversas centrado na redução de desperdício
da referida empresa. Já o consultor ex- (pensamento Lean), garantia de produ-
terno é representado por alguém que to competitivo e consequente aumento
não pertence à organização. Pode ser de resultados permeavam a adminis-
um consultor autônomo ou um profis- tração das empresas naquele período.
sional de uma empresa de consultoria
8. E .
com vasta experiência e muitos conhe-
cimentos na área de atuação.
9. Compare a sua resposta com essa afir-
5. D .
mação: Deixar clara a responsabilidade
de cada função, reduzir custos, aumen-
tar a produtividade, competitividade e
197
gabarito
1. A. 6. D.
6. C.
7. D.
198
anotações
anotações