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RESPONSABILIDADE
SOCIAL
PROFESSORES
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Me. Natália Christina da Silva Matos
Me. Wilian D’Agostini Ayres
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O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Luciano Santana Pereira
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Projeto Gráfico e Capa
Núcleo de Educação a Distância. CHATALOV, Renata Cristina de
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Souza; MATOS, Natália Christina da Silva; AYRES, Wilian D’Agostini.
e Thayla Guimarães
Sustentabilidade e Responsabilidade Social.
Editoração Renata Cristina de Souza Chatalov; Natália Christina da Silva
Juliana Duenha Matos; Wilian D’Agostini Ayres.
Design Educacional
Bárbara Neves Maringá - PR.: UniCesumar, 2021.
Revisão Textual 184 p.
Cindy Mayumi Okamoto Luca “Graduação - EaD”.
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
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A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
SUSTENTABILIDADE E
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Na segunda unidade, trataremos dos aspectos empresariais acerca do meio ambiente. Para
isso, aprofundaremos os nossos estudos sobre o papel das empresas em relação às ques-
tões ambientais, como a necessidade de prevenção dos acidentes ambientais. Além disso,
explanaremos a importância da sustentabilidade econômica das organizações, o que envolve
elementos vinculados à gestão e à distribuição eficiente de recursos naturais, assim como os
atuais conceitos de economia ecológica e verde. Também será abordado o social na área da
responsabilidade social empresarial, nas políticas e nos investimentos.
Com isso, almejamos que o conteúdo trabalhado seja de grande valia em sua rotina profissio-
nal e pessoal. Também desejamos que os seus estudos não parem por aqui, mas que você
aprenda cada vez mais, a fim de gerarmos uma sociedade sustentável.
Bons estudos!
ÍCONES
pensando juntos
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
40
O NOVO MODELO DE EMPRESAS E O
DESENVOLVIMENTO MEIO AMBIENTE
SUSTENTÁVEL
UNIDADE 03
79 UNIDADE 04
110
MARKETING VERDE, DIMENSÕES DA
SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE
E CERTIFICAÇÃO SOCIAL
UNIDADE 05
140 FECHAMENTO
166
AUDITORIAS E CONCLUSÃO GERAL
MODELOS DE
DIVULGAÇÕES
DE AÇÕES
SUSTENTÁVEIS
1
O NOVO MODELO DE
DESENVOLVIMENTO
sustentável
PROFESSORES
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Me. Natália Christina da Silva Matos
Me. Wilian D’Agostini Ayres
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O crescimento populacional e
o uso sustentável dos recursos naturais • Nosso Futuro Comum – Relatório Brundtland • Objetivos do
desenvolvimento sustentável.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Analisar os problemas ambientais contemporâneos. • Compreender o histórico do desenvolvimento
sustentável. • Apresentar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os conceitos de susten-
tabilidade e de responsabilidade social.
INTRODUÇÃO
POPULACIONAL
e o uso sustentável de
recursos naturais
UNICESUMAR
da eletricidade, em 1870. Esse crescimento tecnológico foi o responsável por
proporcionar melhorias no crescimento econômico, mas também gerou gran-
des problemas futuros. Imersos na mentalidade da época, a poluição vinda das
fábricas era encarada como um símbolo de vitória e de prosperidade: a falta de
consciência sobre a necessidade de se promover um crescimento ecologicamente
viável e socialmente igual a todos era totalmente inexistente. Assim, surgiu uma
sociedade baseada na produção e no consumo (DEAN, 1995).
Na década de 60 e 70, em meio às mudanças socioculturais que domina-
vam a sociedade, foram iniciadas as reflexões sobre os danos causados ao meio
ambiente, o que proporcionou a elaboração dos primeiros esforços para uma
consciência ecológica e ativa. O grande sinal de alerta foi o lançamento da obra
“Primavera Silenciosa”, no ano de 1962, pela bióloga Rachel Carson, em que se
é discutido o uso indiscriminado de agrotóxicos. Esse se tornou um dos livros
mais vendidos em relação à questão ambiental, em um contexto da organização
da luta ecológica (DEAN, 1995).
Além disso, historicamente, a humanidade passou por transformações, de-
vido ao crescimento populacional, uma vez que o nascimento de mais pessoas
representa um aumento da demanda por energia. Não só, mas também pressupõe
um maior consumo de recursos não renováveis, tais como petróleo e minerais, a
produção de mais recursos renováveis, como peixes e florestas, e a necessidade de
aumento da produção de alimentos pela agricultura. O uso irracional desses re-
cursos proporciona impactos que são difíceis de serem resolvidos (BURSZTYN;
BURSZTYN, 2012; TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2010).
Diante desse cenário, levando em consideração os aspectos vinculados às
influências ambientais, sociopolíticas e econômicas, surge a percepção de que o
desenvolvimento é necessário, desde que atenda a um conjunto de princípios e
os comportamentos humanos sejam amparados pelo senso de responsabilidade
socioambiental. Segundo a Comissão Mundial do Meio Ambiente e do Desenvol-
vimento – cuja escrita e sigla correspondentes, em inglês, são World Comission
on Environment and Development (WCED) –, o conceito de desenvolvimento
sustentável tem se difundido enquanto uma proposta para equilibrar as necessi-
dades atuais satisfatórias, sem comprometer a manutenção das gerações futuras
(WCED, 1987). Todavia, para obter uma visão macro da forma como se desen-
volveram os fatos históricos que influenciaram os debates sobre o meio ambiente
e o desenvolvimento, analise a tabela a seguir:
13
ANO ACONTECIMENTO MARCO HISTÓRICO
UNIDADE 1
14
ANO ACONTECIMENTO MARCO HISTÓRICO
UNICESUMAR
Marca a primeira ocasião em que um debate
governamental é realizado no Brasil. Nesse sentido,
Conferência das Nações Unidas o Rio de Janeiro se tornou palco para
1992 sobre o Meio Ambiente e a discussão de estratégias de ação mundial para
Desenvolvimento, também o modelo de desenvolvimento sustentável.
conhecida como Cúpula da Na ocasião, estiveram representados 170 Estados,
Terra e/ou Eco 92. foi publicada a Declaração do Rio, além de outros
quatro documentos. O mais importante foi a
Agenda 21.
Primeiro Foro Mundial de âmbito Gerou a Declaração de Malmo, que trata das
Ministerial realizado em Malmo, perspectivas futuras para as questões ambientais.
2000 Os que estavam presentes asseguraram o seu
na Suécia.
engajamento com o desenvolvimento sustentável.
Cúpula Mundial sobre o Novo marco temporal após a Eco 92, passados 10
Desenvolvimento Sustentável – anos de sua precursora. Teve por finalidade
2002 verificar os resultados alcançados em relação ao
Rio + 10, realizada em
Johanesburgo, na Africa do Sul. desenvolvimento sustentável, além de debater
sobre a fome.
foi a Agenda 21, que consiste em planejar as ações assertivas no que diz respeito
à sustentabilidade. O referido documento possui cerca de 40 capítulos e tem por
finalidade propor um novo modelo de desenvolvimento em escala global, com
base em aspectos de preservação ao meio ambiente, bem-estar social e eficiência
econômica (OLIVEIRA; MOREIRA, 2012).
16
Nesse contexto, caro(a) aluno(a), para obtermos a sustentabilidade ou nos apro-
UNICESUMAR
ximarmos dela, é necessária aquisição e a aplicação da compreensão ecológica.
conecte-se
Em dezembro de 1972, foi criado o programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (ONU - Meio Ambiente), que coordena os trabalhos da organiza-
ção em nome do meio ambiente global. Suas prioridades incluem as catástrofes
ambientais, as substâncias nocivas, as mudanças climáticas, a gestão dos ecos-
sistemas, a governança ambiental e a eficiência dos recursos. Desse modo, as
estratégias voltadas a um novo modelo de desenvolvimento econômico e social
são direcionadas à “defesa e o melhoramento do meio ambiente humano para as
gerações presentes e futuras” que “se converteu na meta imperiosa da humanida-
de” (CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE
HUMANO, 1972, on-line)¹.
Dessa forma, o novo modelo não era apenas um desafio, mas era uma propos-
ta de melhoria continuada de uma sociedade que precisa de equidade na distri-
buição dos seus recursos, além de aperfeiçoamentos em seus padrões, visto que:
“
É precisamente na dignidade de todos os seres humanos que deve
incidir o esforço maior de oferecer uma tutela ecológica que se opo-
nha aos constantes danos à natureza, às práticas abusivas que, por
exemplo, provocam a poluição (atmosférica, hídrica, sonora, visual,
etc.), aceleram os processos de desertificação, reduzem os recursos
naturais e causam mudanças climáticas responsáveis por milhões
de vitimados pelos danos ambientais. Não há que passar desperce-
bido que, neste momento histórico, ocorre na ONU, em Nova York,
a Conferência para a Proibição das Armas Nucleares (BARROS;
CAÚLA, 2017, p. 8).
17
Para o Brasil, houve dois momentos históricos que marcaram o engajamento
UNIDADE 1
“
A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de rea-
lização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do
desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. O objetivo
da Conferência foi a renovação do compromisso político com o
desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso
e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas prin-
cipais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e
emergentes (RIO+20, [2020], on-line)².
18
Em setembro de 2015, às vésperas da abertura da 70ª Assembleia Geral das Nações
UNICESUMAR
Unidas, aconteceu, em Nova York, a formulação da nova agenda oficialmente adotada
pelos chefes de Estado e de governo na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvi-
mento Sustentável. Acordada pelos 193 estados membros da ONU, nasceu, portanto,
a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, com seções sobre os meios de
implementação e uma renovada parceria mundial (TRINDADE; LEAL, 2017).
explorando Ideias
Desde 2014, a ONU passou a contar com a Assembleia Ambiental das Nações Unidas
(Unea), cuja primeira edição ocorreu em 2014, e a segunda, em 2016. A Unea é a mais
importante plataforma da ONU para a tomada de decisões sobre o tema e marcou o
início de um período em que o meio ambiente é considerado um problema mundial – ao
considerar, pela primeira vez, as preocupações ambientais no mesmo âmbito da paz, da
segurança, das finanças, da saúde e do comércio. Em sua primeira edição, reuniu mais de
160 líderes de alto nível.
Fonte: adaptado de ONU ([2020], on-line)2.
19
O Primeiro Setor é
UNIDADE 1
O Segundo Setor é o
mercado, representado pelas
empresas que oferecem os
seus produtos e serviços, a
fim de obter lucro.
UNICESUMAR
15. Instituto Nacional de Pesquisas e Defesa do Meio Ambiente (IMA).
explorando Ideias
Caro(a) aluno(a), você sabe o que é o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)? O
Conama assessora, estuda e propõe, ao governo, as linhas de direção das políticas gover-
namentais para a exploração e a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.
É o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama),
instituído por meio da Lei nº 6.938/1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274/1990.
Fonte: adaptado de O Eco (2014, on-line)3.
2
NOSSO FUTURO
COMUM -
relatório brundtland
“
Apesar de não definir quais são as necessidades do presente nem
quais serão as do futuro, o relatório chamou a atenção do mundo
sobre a importância de se encontrar novas formas de desenvolvi-
mento econômico, sem redução e danos ao meio ambiente. Além
disso, o relatório definiu três princípios básicos a serem cumpridos:
desenvolvimento econômico, proteção ambiental e equidade so-
cial. Colocando o desenvolvimento sustentável como um processo
de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento
dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico
e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o futuro
para satisfazer as necessidades humanas. Mesmo assim, o referido
relatório foi amplamente criticado por apresentar como causa da si-
tuação de insustentabilidade do planeta o descontrole populacional
e a miséria dos países subdesenvolvidos, colocando como um fator
secundário a poluição ocasionada nos últimos anos pelos países
desenvolvidos (BARBOSA, 2008, p. 20).
“
[…] a criação da Agenda 21, um plano de ação para ser adotado
em âmbito global, nacional e local por organizações do sistema das
Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas
em que a ação humana impacta o meio ambiente. O documento
constitui-se na mais abrangente tentativa já realizada, cujo fim é
22
orientar para um novo padrão de desenvolvimento para o século
UNICESUMAR
XXI, cujo alicerce é a integração da sustentabilidade ambiental, so-
cial e econômica (NOVAES, 2008, p. 17).
Os pilares da sustentabilidade
PILAR
ECONÔMICO
PILAR
SOCIAL
PILAR
AMBIENTAL
“
Social: engloba as pessoas e suas condições de vida, como educação,
saúde, violência, lazer, dentre outros aspectos.
Dimensões da sustentabilidade
UNICESUMAR
crescimento. Tem como objetivo a manutenção de estoques dos recursos
naturais incorporados às atividades produtivas.
explorando Ideias
25
Economia verde: um novo modelo econômico
UNIDADE 1
pensando juntos
26
“
[...] os fins de raciocínio, as Reservas Legais e APPs, previstas no
UNICESUMAR
Código Florestal brasileiro, supondo que essas reservas fossem uma
área total de 100 milhões de hectares e os donos recebessem R$
200,00 por hectare por ano, para não desmatar as áreas (valores
conservadores), o total anual seria R$ 20 bilhões de reais, mais que
o Programa Bolsa Família que custa por volta dos R$ 15 bilhões por
ano (SAWYER, 2011, p. 20).
Encontramos, ainda, outros riscos, como nos casos dos Pagamentos por Serviços
Ambientais (PSA), em que alguns produtores recebem por seus serviços prestados à
natureza. Isso sugere que outros sujeitos que não recebem pagamentos não são obriga-
dos a se comprometer corretamente com a causa. Outro risco é quem recebe o PSA: se
deixa de receber, pode acreditar que possui o direito de destruir (AMAZONAS, 2010).
Dessa forma, pensando no planeta e nas gerações futuras, devemos promover
tanto a economia verde quanto o desenvolvimento sustentável.
conecte-se
Protocolo Verde
27
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), se
UNIDADE 1
explorando Ideias
Em 1995, o BNDES liderou os bancos públicos federais (além do BNDES, participam a Caixa
Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste do Bra-
sil) na formalização do Protocolo Verde. Contudo, em agosto de 2008, o BNDES e os bancos
públicos federais celebraram, com o Ministério do Meio Ambiente, o Protocolo de Intenções
pela Responsabilidade Socioambiental, revisão atualizada do Protocolo Verde de 1995.
Fonte: BNDES ([2020], on-line)5.
Princípio poluidor-pagador
Esse princípio traz a ideia de que aquele que polui deve pagar pelo seu ato. Todavia,
isso não significa que o fato de pagar lhe dá o direito de poluir, mas o pagamento
deve ser feito para reverter possíveis danos ambientais, uma vez que “o pagamento
de tributo, tarifa ou preço público não isentam o poluidor ou predador de ter exa-
minada e aferida sua responsabilidade residual para reparar o dano” (MACHADO,
2009, p. 68). Portanto, conclui-se que não se compra o direito de poluir.
O princípio em referência possui assento constitucional previsto nos § 2º e
§3º do Art. 225 da CF/1988, que defende que:
“
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recu-
perar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
28
Segundo Barbieri (2016), o princípio do poluidor-pagador atribui, ao Estado, o
UNICESUMAR
dever de estabelecer um tributo ao agente poluidor. Esse princípio é baseado em
duas abordagens, segundo Barbieri (2016):
Esses dois objetivos podem caminhar juntos. Por exemplo, quando há a cobrança
de impostos sobre produtos que acabam gerando resíduos de natureza tóxica,
em que a receita gerada é utilizada para cobrir gastos com a gestão pública desse
resíduo, como a coleta, o tratamento e a disposição final adequada, é possível
diminuir o consumo desses produtos. Outro exemplo é a diminuição ou a isen-
ção da tributação de produtos com melhor desempenho ambiental, como uma
geladeira que consome menos energia.
explorando Ideias
O conceito de poluidor é definido pelo Art. 3°, inciso IV, da Lei nº 6.938/1981, nos seguintes
termos: “poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável
direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental.”
Fonte: Conteúdo Jurídico (2014, on-line)6.
29
UNIDADE 1
pensando juntos
O poluidor que usa gratuitamente o meio ambiente para lançar poluentes invade a pro-
priedade pessoal de todos os outros que não poluem, o que confisca o direito de proprie-
dade alheia.
(Paulo Affonso Leme Machado)
3
OBJETIVOS DO
DESENVOLVIMENTO
sustentável
30
O Brasil teve um papel importante e participou de todas as sessões da nego-
UNICESUMAR
ciação intergovernamental. Dessa forma, chegaram a um acordo que contempla
17 objetivos e 169 metas, as quais envolvem temáticas diferentes. Além disso, o
Brasil teve grande importância na implantação dos ODM e tem mostrado gran-
de empenho quanto aos ODS, com criações de diversos comitês para apoiar o
processo após 2015 (ITAMARATY, [2020], on-line)7.
Dessa forma, os resultados de todas as conferências das Nações Unidas es-
tabeleceram uma base sólida para o desenvolvimento sustentável e ajudaram a
moldar a nova agenda. Os novos objetivos entraram em vigor no dia 1° de janeiro
de 2016, tendo como principal foco a erradicação da pobreza extrema até 2030.
Os temas dos ODS:
“
[...] envolvem temáticas diversificadas como erradicação da pobre-
za, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade
de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento,
padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima,
cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos
ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraes-
trutura e industrialização, governança, e meios de implementação
(EMBRAPA, [2020], on-line)8.
31
UNIDADE 1
Assegurar a
Acabar com educação
Assegurar
a fome, inclusiva, Assegurar a
Acabar com alcançar a uma vida Alcançar a
saudável e equitativa e igualdade disponibilidade
a pobreza segurança de qualidade,
em todas as alimentar, a promover o de gênero e da água, a sua
promover empoderar
suas formas, melhoria da bem-estar gestão
oportunidades
em todos os nutrição e todas as sustentável e o
para todos, de
promover a aprendizagem mulheres e saneamento
lugares. em todas as
agricultura ao longo da meninas. para todos.
idades.
sustentável. vida para
todos.
11 12
Promover o
crescimento Construir Tornar as
Assegurar econômico infraestruturas cidades e os
para todos o sustentado, Reduzir a assentamentos Assegurar
resilientes,
acesso inclusivo e desigualdade humanos padrões de
promover a
confiável, sustentável, produção e
emprego industrialização dentro dos inclusivos,
sustentável, países e entre de consumo
pleno e inclusiva e seguros,
moderno e eles. sustentáveis.
barato à produtivo e sustentável, resilientes e
energia. trabalho fomentar a sustentáveis.
decente para inovação.
todos.
13 14 15 16 17
Proteger, Promover
recuperar e sociedades
promover o uso pacíficas e Fortalecer os
Tomar Conservação e
sustentável dos inclusivas para o meios de
medidas ecossistemas desenvolvimento
d implementação
uso sustentável terrestres, gerir sustentável, e revitalizar a
urgentes para dos oceanos, de forma proporcionar
p o
sustentável as parceria global
combater a dos mares e acesso
a à justiça
florestas, para o
mudança do dos recursos combater a para
p todos e
construir desenvolvimento
clima e os seus marinhos para o desertificação,
instituições
in sustentável
impactos. desenvolvimento deter e reverter a eficazes,
degradação da e (AGENDA 2030,
sustentável. terra e deter a responsáveis
re
esspo e 2015).
perda de inclusivas
nclus em
in
biodiversidade. todos
todos os
o níveis.
conecte-se
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1
34
na prática
3. O homem vive em aglomerações urbanas cada vez maiores, o que demanda maiores
quantidades de recursos e gera grandes quantidades de resíduos que se encontram
crescentes, em virtude dos crescimento do consumo e do desperdício. Mediante o
exposto, como continuar a promover adaptações no ambiente natural, sem esgotar
os recursos naturais disponíveis?
35
aprimore-se
36
aprimore-se
37
aprimore-se
que acaba por ser a característica que se destaca na Agenda 2030. Esta, seguindo
os princípios que a constituíram, valoriza a participação da sociedade, seja na sua
implementação, seja no monitoramento de seu acompanhamento, visando estabe-
lecer um novo período futuro de planejamento; novamente se referirá a um seg-
mento de tempo de 15 anos, entre 2016 – 2030.
Como se pode observar, no curto período histórico do encaminhamento pro-
posto à questão acima o problema é transformar intenções em prática, discurso
em ação. Ou seja, talvez o problema não seja diagnosticar os problemas ou de ter
conhecimento das práticas éticas que possam conduzir o ser humano a um futuro
promissor, mas um gargalo entre o discurso e a operação, entre o que o sujeito diz
e o que o sujeito faz.
Se não enfrentarmos simultaneamente da discussão dos meios de financiamen-
to destes objetivos, vamos estar trabalhando apenas no plano da retórica. Sem dú-
vida a formulação dos objetivos é muito importante, mas sem se dispor da origem
dos recursos e forma de alocá-los, a qualidade do gasto a produtividade deste inves-
timento no enfrentamento no enfrentamento destes objetivos, nós não estaríamos
proporcionando uma abordagem integral completa para enfrentar este desafio.
Fonte: Marcon (2019, on-line)9.
38
eu recomendo!
livro
39
2
EMPRESAS E O
MEIO AMBIENTE
PROFESSORES
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PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Modelos de sustentabilidade
empresarial • Empresas e a sustentabilidade econômica • Responsabilidade socioambiental.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar os modelos de sustentabilidade empresarial • Descrever a importância da sustentabilidade
econômica para as organizações • Compreender as formas de Responsabilidade Social Empresarial.
INTRODUÇÃO
SUSTENTABILIDADE
empresarial
UNICESUMAR
à saúde humana que, de acordo com Barbieri (2016, p. 7):
“
[...] ao longo do século XX, foram os grandes acidentes industriais e
a contaminação resultante deles que acabaram chamando a atenção
da opinião pública pela gravidade do problema. Alguns problemas
ambientais se tornaram assunto global e, pela visibilidade e facili-
dade de compreensão quanto à causa e efeito, constituíram-se na
principal ferramenta de construção causados pela má gestão.
No decorrer dos anos, tivemos muitos acidentes ambientais que, além de trazerem
graves consequências ao meio ambiente e à saúde humana, também ocasionaram
a morte de pessoas. É possível observar algumas das principais tragédias que
influenciaram o meio ambiente na figura a seguir:
44
UNICESUMAR
Figura 2 - Desastre ocorrido em Mariana (MG)
Fonte: Augusto, Tomazela e Moura (2015, on-line)¹.
45
Já se passaram alguns anos desde o acontecimento desse desastre ambiental, mas
UNIDADE 2
46
UNICESUMAR
conecte-se
47
DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS DA INDÚSTRIA PARA O
UNIDADE 2
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
48
UNICESUMAR
pensando juntos
No início dos anos 90, a Câmara de Comércio Internacional (CCI), na busca por
ações prioritárias para atingir o desenvolvimento sustentável, publicou a cha-
mada “Carta de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável”, que apresentava
16 princípios que direcionavam as estratégias de negócios voltadas à proteção
ambiental.
De acordo com Dias (2017), a carta foi estruturada, a fim de propiciar um
olhar analítico sobre o tema para as organizações. Os seus princípios são apre-
sentados a seguir:
6. Produtos e serviços: considera que produtos e/ou serviços não devem ser
agressivos ao meio ambiente. Além disso, defende o uso consciente da ma-
téria-prima e da energia.
49
7. Orientação ao consumidor: caso haja necessidade, é preciso orientar e edu-
UNIDADE 2
UNICESUMAR
rentes maneiras com os problemas ambientais relacionados às suas atividades.
Existem três formas de estratégia empresarial: o controle da poluição, a prevenção
da poluição e a incorporação dessas questões às estratégias empresariais. As suas
características são encontradas no quadro a seguir:
Controle da Prevenção da
Características Estratégica
População Poluição
Cumprimeiro da
Preocupação legislação e respos- Uso eficiente Competitivi-
básica tas às pressões da dos insumos. dade.
comunidade.
Reativa e Reativa e
Postura típica Reativa.
proativa. proativa.
• Corretivas,
preventi-
• Corretivas.
• Corretivas e vas e ante-
• Uso de tecnologias
preventivas. cipatórias.
de remediação
• Conservação • Anteci-
e de controle no
e substi- pação de
final do processo
Ações típicas tuição de problemas
(end-of-pipe).
insumos. e captura
• Aplicação de
• Uso de de opor-
normas de saúde
tecnologias tunidades
e segurança do
limpas. em médio
trabalho.
e longo
prazos.
Redução do
Percepção dos custo. Vantagens
empresários e Custo adicional.
Aumento de competitivas.
administradores
produtividade.
Envolvimento
Permanente
da alta adminis- Esporádico. Periódico.
e sistemático.
tração
51
Atividades
UNIDADE 2
Crescente ambientais
envolvimen- disseminadas
to de outras pela organi-
Ações ambientais áreas como zação.
Áreas envolvidas nas áreas geradoras produção, Ampliação
de poluição. compras, de- das ações
senvolvimento ambientais
de produto e para a cadeia
marketing. de suprimen-
to.
Assim, as organizações devem estar cientes de que os seus produtos não são de sua
responsabilidade somente antes da saída da empresa. A instituição é a responsável
por suas mercadorias durante todo o processo, do berço ao berço, ou seja, desde
o planejamento, o uso, o descarte e o retorno ao processo produtivo.
52
2
AS EMPRESAS E A
UNICESUMAR
SUSTENTABILIDADE
econômica
“
A sustentabilidade econômica só é alcançada por organizações que
trazem uma melhor alocação e gerenciamento dos recursos, com
um fluxo regular de investimentos conjuntos dos setores público,
privado e social, sendo que os três devem ter em mente que a eco-
nomia eficiente é aquela na qual o desenvolvimento de todos segue
53
no mesmo ritmo, diminuindo as diferenças econômicas e de acesso
UNIDADE 2
conceituando
“
[...] algumas linhas teóricas divergem sobre como manter a quanti-
dade de capital na Terra, já que alguns teóricos e economistas têm
em mente que a variação de certas quantidades de recursos naturais
podem ser compensadas pela variação de outros recursos, apenas ga-
rantindo que o estoque total se mantenha (CONSULIN, 2013, p. 34).
UNICESUMAR
ecológica
“
Esse avanço seria capaz de fazer outros recursos utilizáveis possuí-
rem a mesma finalidade que os recursos em extinção tinham, por
enxergarem que os recursos naturais fossem substituíveis, ficou co-
nhecida como sustentabilidade fraca. A Economia Ecológica pensa
diferente sobre a não restrição econômica dos recursos naturais
(CONSULIN, 2013, p. 47).
55
Além do mais, a macroeconomia é compreendida dentro de um sistema maior,
UNIDADE 2
porém, finito, e com entradas e saídas para a realização de trocas com outros
sistemas, como é o caso do meio ambiente, que recebe a matéria-prima e devolve
os resíduos descartados após o uso do produto ou ao término de um processo
produtivo. Essa visão foi concebida como sustentabilidade forte, visto que cons-
tatou a relação entre o capital construído e o capital natural (VEIGA, 2010).
Para os adeptos da sustentabilidade forte, a possibilidade de as gerações futu-
ras exercerem as suas atividades está relacionada com as atividades econômicas
das gerações atuais, dado que os processos produtivos utilizam os recursos na-
turais energéticos e finitos e causam efeitos prejudiciais ao meio ambiente, por
meio da poluição.
Outra diferença entre a economia convencional, também chamada de neo-
clássica, e a economia ecológica é o fato de que, na primeira, o crescimento eco-
nômico é medido exclusivamente pelo PIB. Em contrapartida, na segunda, ques-
tiona-se essa medida, a qual avalia o crescimento apenas em números monetários.
Para entendermos melhor as diferenças entre ambos os tipos de economia,
analisemos o quadro a seguir:
ECONOMIA ECONOMIA
CONVENCIONAL ECOLÓGICA
• Compreendidos
como setores da
• Compreendidos
economia. São
como restrições ao
exemplos: agricultu-
sistema econômico.
ra, mineral, ecoturis-
• O fator escassez
mo, pecuário, entre
é limitante para a
outros.
Recursos Naturais produção, basea-
• Há restrições relati-
do na relação de
vas ao crescimento,
complementaridade
pois podem ser su-
entre os recursos
peradas pelo avanço
naturais e os fatores
tecnológico.
de produção.
• Não há fator limi-
tante.
56
• Questiona os indi-
UNICESUMAR
cadores puramente
Indicador de Cresci- • Exclusivamente pelo monetários.
mento PIB. • Defende o uso de
indicadores ambien-
tais e sociais.
Economia verde
Com o passar do tempo, surgiram conceitos que são parte das estratégias de de-
senvolvimento sustentável que visam estruturar e instruir os modos de alcance
de resultados plausíveis. Esse é o caso da expressão “economia verde”. Para Motta
(2011, p. 179), o conceito de economia verde significa que:
“
[...] o crescimento econômico pode estar baseado em investimentos
em capital natural e, portanto, a estrutura da economia muda na
direção dos setores/tecnologias “verdes” ou “limpos”, que vão subs-
tituindo os setores/tecnologias “sujos” ou “marrons”.
UNICESUMAR
visão originária de clientes com maior força de mercado, isto é, as grandes in-
dústrias. Ao integrar a cadeia de suprimento dessas organizações, as micro e as
pequenas empresas não possuem outra opção a não ser se adequarem a essas
exigências do mercado, com o intuito de se tornarem competitivas.
Quando uma empresa planeja os seus investimentos, precisa prever os seus custos
com treinamentos, ações, programas, equipamentos, dentre outros elementos que
permitirão a integralização da sustentabilidade no dia a dia da organização. Mui-
tos fatores têm pressionado o mundo empresarial a tomar essa atitude e alguns
deles são: a pressão dos consumidores; a necessidade da utilização de recursos de
maneira eficiente; a redução de custos; a busca pelo aumento das receitas a partir
da criação de novos produtos; dentre outros (SEBRAE, 2017).
Além da conquista de novos clientes, as organizações que demonstram a
sua sustentabilidade social, ambiental e, principalmente, econômica, também
adquirem maior facilidade na captação de recursos. Isso acontece, porque a per-
cepção dos riscos, principalmente, por parte dos investidores, é bem menor. Os
investidores já reconhecem que as instituições que possuem práticas sustentáveis
são mais lucrativas e duradouras ao longo do tempo. Não só, mas defendem que
as empresas que estão verdadeiramente comprometidas com a sustentabilidade
demonstram maior capacidade de enfrentar crises (MENDES, 2009).
Todavia, é importante que as empresas estejam cientes de que não basta sim-
plesmente destinar os recursos para as boas práticas sociais e ambientais. É ne-
cessário comprovar essas práticas de maneira palpável, séria e confiável. Assim,
dentre os possíveis indicadores que podem ser utilizados para auxiliar a organiza-
ção a elaborar o seu balanço social (documento de sistematização e comprovação
das ações realizadas), estão o Instituto Ethos, o Global Reporting Initiative (GRI)
e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, o qual estudaremos
com detalhes posteriormente.
Diante de um cenário econômico em que há crises, incertezas e enorme con-
corrência, é imprescindível que as instituições tenham um planejamento financei-
ro, uma ferramenta fundamental para os gestores e para a sobrevivência da orga-
nização. Portanto, é preciso que as decisões referentes às práticas sustentáveis, por
59
parte das organizações, estejam previstas enquanto custos a serem considerados.
UNIDADE 2
O Sebrae (2017) elenca alguns investimentos e custos que devem ser plane-
jados pelas organizações a partir da instituição de práticas sustentáveis, a saber:
Ao levantar esses custos, o gestor, antes de qualquer decisão a ser tomada, precisa
obter informações precisas e confiáveis. A seguir, conheceremos alguns progra-
mas que podem ser adotados pelas organizações.
pensando juntos
O equilíbrio financeiro não depende de quanto ganhamos, mas de como gastamos o que
ganhamos.
(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)
60
Ecoeficiência
UNICESUMAR
A ecoeficiência defende o uso mais eficiente das matérias-primas e da ener-
gia, com o intuito de reduzir os custos econômicos e os impactos ambientais.
Também objetiva minimizar o risco de acidentes e melhorar a relação da orga-
nização com as partes interessadas (SEBRAE, 2017). Para melhor entender o
assunto, compreenda o cenário envolvido:
“
Nas últimas décadas, tem se comentado muito sobre ecoeficiência
e existe um incentivo para as organizações implementarem-na em
seus processos produtivos, por meio do gerenciamento sustentável
desses processos. O termo ecoeficiência foi introduzido por meio
da publicação do livro Changing Course, em 1992 (World Business
Council for Sustainable Development - WBCSD), sendo endossado
pela Conferência Rio-92. Esse conceito foi definido por gestores
ligados ao mundo dos negócios e se disseminou rapidamente no
mundo, principalmente junto a executivos (BARBIERI, 2016, p. 97).
61
Produção mais limpa (P + L)
UNIDADE 2
A produção mais limpa, que também é conhecida como (P + L), trata-se de uma
ação contínua em uma estratégia ambiental, econômica e tecnológica, que é in-
corporada aos processos e aos produtos, com o objetivo de melhorar a eficiên-
cia da utilização das matérias-primas, da água, dos recursos, dentre outros. Isso
ocorre por meio da seguinte ordem: não geração de resíduos e, caso seja preciso
gerar, há a minimização ou a reciclagem.
Na (P + L), a prioridade está à esquerda do fluxograma (Figura 5), referente
ao ato de evitar a geração de resíduos e emissões (Nível 1). Os resíduos que não
podem ser evitados devem, preferencialmente, ser reintegrados ao processo de
produção (Nível 2). Na impossibilidade, medidas de reciclagem fora da empresa
podem ser utilizadas (Nível 3).
Modificação Substituição
no produto de materiais
Nível 1 Redução na fonte
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
De acordo com Barbieri (2016), as mudanças nos processos produtivos têm por
intuito minimizar as perdas nesses processos por meio de:
62
Ecodesign: um projeto para o meio ambiente
UNICESUMAR
O ecodesign é uma forma de gestão com foco na concepção de produtos, a fim de
conservar recursos, prevenir acidentes e gerenciar resíduos. Desse modo:
“
Consiste em um modelo de gestão focado na fase de concepção dos
produtos e em seus respectivos processos de produção, distribuição
e utilização, também denominado ecodesign, que busca integrar um
conjunto de atividades e disciplinas que, historicamente, sempre
foi tratado separadamente, tanto em termos operacionais quanto
estratégicos, como saúde e segurança dos trabalhadores e consu-
midores, conservação de recursos, prevenção de acidentes e gestão
de resíduos (DIAS, 2017, p. 50).
Barbieri (2016) explica que o ecodesign está baseado nas inovações dos proces-
sos produtivos, diminuindo a poluição em todo o ciclo de vida do produto. Em
outras palavras, é uma proposta de negócios calcada no meio ambiente em todas
as etapas do processo produtivo.
63
Licitações sustentáveis
UNIDADE 2
64
explorando Ideias
UNICESUMAR
As licitações sustentáveis estão cada vez mais presentes no cotidiano do Estado e essa é
uma consequência da preocupação com a maximização do dinheiro público e o engaja-
mento do setor público com as causas ambientais. Dada a cobrança do governo para que
as organizações se tornem mais sustentáveis e respeitem o meio ambiente, a administra-
ção pública também tem buscado ser um exemplo/modelo. Assim, para que as empresas
participem de um processo de licitação de obras e serviços públicos, devem apresentar
elevados padrões de sustentabilidade.
conecte-se
Custo ambiental
“
É claro que é mais fácil pensar no valor de recursos ambientais, como
madeira, espécies medicinais, etc., quando esses itens já sofreram al-
guma forma de operação comercial (já foram retirados das florestas,
no caso da madeira, ou transformados em medicamentos e vendidos,
por exemplo). Quando um bem ou ativo ambiental está intacto, ain-
da como um recurso natural propriamente dito, é muito mais difícil
valorá-los pelos métodos convencionais (SEBRAE, 2017, p. 42).
Há muitos estudos e pesquisas realizadas com o objetivo de en-
contrar novas formas de valoração dos custos ambientais. Assim, é
essencial aumentar a visão dos custos ambientais, os quais incluem
a contabilização de questões, tais como:
65
• Exaustão de recursos ambientais;
UNIDADE 2
Financiamentos e incentivos
Já concluímos que muitas práticas sustentáveis podem gerar renda para a empre-
sa. Também sabemos que algumas dessas ações podem ser pagas com o tempo,
enquanto outras exigem investimentos, e o retorno se dá em médio e em longo
prazo. Caso os investimentos sejam grandes, entretanto, existem várias linhas de
incentivos do governo e dos bancos privados para que os gestores possam investir
na sustentabilidade do seu negócio, as chamadas de linhas de crédito para ações
sustentáveis (SEBRAE, 2017).
Entre os incentivos, estão as condições de créditos mais favoráveis, os juros
mais baixos e as carências maiores. Esse tipo de financiamento pode ser procu-
rado por aqueles que desejam elaborar um novo negócio ou buscam inovações
em produtos que respeitem os aspectos sustentáveis.
Como forma de estimular o desenvolvimento de condutas sustentáveis e a
adequeção dos sistemas e produtos das organizações, além da recuperação das
perdas ambientais obtidas até o momento, o Banco Nacional do Desenvolvimen-
to Econômico e Social (BNDES) disponibiliza diversas linhas de crédito para os
financiamentos direcionados:
■ Aos microempreendedores e à pessoa física.
■ Às micro, pequenas e médias empresas.
■ Às empresas médias e grandes.
■ Ao agronegócio.
■ À União, aos estados e aos municípios.
■ Às infraestruturas públicas e privadas.
Dessa forma, muitos são contemplados com capital para a realização de ações sus-
tentáveis. Como exemplos de fundos de financiamento que o BNDES oferece, temos:
66
■ BNDES Finem - Meio Ambiente - Planejamento e Gestão: financiamen-
UNICESUMAR
to a partir de R$ 40 milhões para “projetos que contribuam para o aumento
da capacidade das empresas em reduzir e mitigar riscos ambientais” (BNDES,
[2020], on-line)4.
■ BNDES Finem - Meio Ambiente - Eficiência Energética: financiamento a
partir de R$ 20 milhões “para projetos voltados à redução do consumo de energia
e aumento da eficiência do sistema energético nacional” (BNDES, [2020], on-line)5.
■ BNDES Finame - Energia Renovável: financiamento “para aquisição e comer-
cialização de sistemas de geração de energia solar e eólica e aquecedores solares, in-
cluindo serviço de instalação e capital de giro associado” (BNDES, [2020], on-line)6.
“
[…] é um mecanismo tributário que possibilita aos municípios
acesso a parcelas maiores que àquelas que já têm direito, dos re-
cursos financeiros arrecadados pelos Estados através do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, em razão do
atendimento de determinados critérios ambientais estabelecidos
em leis estaduais. Não é um novo imposto, mas sim a introdução de
novos critérios de redistribuição de recursos do ICMS, que reflete
o nível da atividade econômica nos municípios em conjunto com a
preservação do meio ambiente (O ECO, 2014, on-line)7.
conecte-se
Surgiram dúvidas, tais como: quem pode requisitar essas linhas de crédito? O que pode
ser financiado? Quais são as condições e as formas de pagamento? Como funciona na
prática? Acesse o link:
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/guia 67
3
RESPONSABILIDADE
UNIDADE 2
SOCIOAMBIENTAL
68
conceituando
UNICESUMAR
O termo “stakeholder”, amplamente utilizado nas áreas de gestão e de negócios, muitas
vezes, é entendido como sinônimo de “acionista”. No entanto, ele ultrapassa esse signi-
ficado, dado que equivale a todas as partes interessadas nas estratégias de governança
corporativa que a empresa desenvolve. São exemplos: os fornecedores, os colaboradores
e os clientes.
deve focar exclusivamente nos stakeholders, ou seja, nos investidores e nos pro-
prietários da organização. Enfatiza que a obrigação legal ou o próprio benefício
é o único determinante para a Responsabilidade Social Empresarial, calcado
na crença de que uma empresa lucrativa beneficia toda a sociedade, ao pagar
impostos e gerar empregos.
Existe, ainda, outra corrente teórica chamada de “progressiva”, que defende que
algumas premissas básicas aparentemente já foram aceitas de forma mais gene-
ralizada, como as posições a favor da responsabilidade social. Considerando os
aspectos de ambas as correntes teóricas apresentadas, analise o quadro a seguir.
UNICESUMAR
rente à responsabilidade social, é necessário conhecer a sua essência no contexto
contemporâneo. Essa atitude é necessária, para que não seja confundida com
filantropia, que se refere às atividades eventuais de caridade e é o modo como a
responsabilidade social está configurada na maioria das organizações.
Dessa maneira, a política de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) pre-
cisa estar associada, em suas diretrizes, aos custos operacionais. Ela também deve
envolver todos os colaboradores da organização e, de acordo com Ashley (2003,
p. 56), pode ser definida como:
“
[...] compromisso que uma organização deve ter com a sociedade,
expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente, de
modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico, agindo
pró-ativamente e coerentemente no que tange a seu papel específico
na sociedade e a sua prestação de contas para com ela.
Assim, a instituição precisa assumir uma posição que vai além do que está es-
tabelecido nas leis: deve-se apropriar de obrigações de caráter moral, a fim de
contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Para Kreitlon (2004, p. 3), a RSE se trata do:
“
[...] compromisso empresarial de contribuir para o desenvolvimen-
to econômico sustentável, trabalhando em conjunto com os empre-
gados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para
melhorar sua qualidade de vida, de maneira que sejam boas tanto
para as empresas como para o desenvolvimento.
Isso significa que as organizações que têm RSE devem adotar, em sua cultura inter-
na, o discurso de preocupação social, o qual também deve estar refletindo dentro
da empresa. Portanto, é contraditório que uma empresa pague baixos salários aos
seus colaboradores, sonegue impostos e pratique condutas antiéticas, mas pro-
mova uma imagem socialmente responsável, com o objetivo de angariar clientes.
Outra definição é atribuída pelo Instituto Ethos ([2020], on-line)9, o qual
compreende a RSE como:
71
“
Reconhecemos a responsabilidade pelos resultados e impactos das
UNIDADE 2
Essas definições sobre a RSE nos evidenciam que estão relacionadas às preocu-
pações da sociedade atual, isto é, com as questões de empregabilidade e as am-
bientais. A partir disso, é plausível afirmar que a RSE ultrapassa as expectativas
econômicas e sociais que beneficiam o ser humano.
No entanto, infelizmente, a RSE ainda é confundida com a filantropia. A RSE está
incorporada na estratégia das organizações, enquanto a filantropia é de caráter pon-
tual e com ações de assistencialismo. A seguir, é possível observar essas diferenças:
72
UNICESUMAR
FILANTROPIA:
• ações individuais e coletivas
• fomento de caridade
RESPONSABILIDADE SOCIAL:
• base assistencialista
• ação coletiva
• restrita a empresários
• fomento à cidadania
• decisão individual
• base estratégica
• extensiva a todos
• decisão consensual
“
[...] investimento de uma empresa em ações pontuais periódicas,
como campanhas de arrecadação de bens e alimentos, assim como
as doações de ordem material e/ou financeira. Comumente não
obedecem a um processo sistematizado de atuação social e sim
reativo, em momentos de maior demanda da sociedade.
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
Caro(a) aluno(a), estudamos, nesta unidade, a relação das empresas com o meio
ambiente. Assim, primeiramente, discutimos a contaminação ambiental, apresen-
tamos a relação da industrialização com o meio ambiente e expomos os princi-
pais acidentes ambientais que trouxeram inúmeras consequências para o meio
ambiente e para a sociedade.
Além disso, constatamos que, atualmente, as organizações que investem em
sustentabilidade econômica têm um diferencial competitivo, se comparadas
com as que não são sustentáveis. Também foi explicado que a sustentabilidade
econômica está relacionada com a distribuição eficiente de recursos naturais
dentro de uma escala apropriada, referente às práticas econômicas que visam ao
desenvolvimento econômico da organização. Tudo isso, com base na preservação
ambiental e pensando nas gerações vindouras.
Diferenciamos a economia neoclássica da economia ecológica, ao susten-
tarmos que as empresas tendem a investir na economia verde, relacionada aos
investimentos em capital natural. Também defendemos que as práticas de sus-
tentabilidade econômica são vantagens para as organizações, as quais obtêm uma
maior economia financeira em médio e longo prazo, além de diminuírem os seus
riscos e aumentarem os seus lucros e competitividade.
Apresentamos as práticas que estão sendo adotadas por empresas, como a
ecoeficiência, que visa ao uso mais eficiente de matérias-primas e energia, a fim
de diminuir os custos econômicos e os impactos ambientais, e a produção mais
limpa, que integra as estratégias ambiental, econômica e tecnológica aos proces-
sos e aos produtos, com o objetivo de aumentar a sua eficiência na utilização de
matérias-primas, água e energia.
Para finalizar, estudamos os investimentos e os custos ambientais. Também
compreendemos as questões de responsabilidade socioambiental incorporadas
pelas empresas, as suas correntes contra e a favor, além da diferenciação entre as
práticas de filantropia e de RSE.
74
na prática
a) À ecologia industrial.
b) À ecoeficiência.
c) Ao consumismo.
d) Ao ecossistema.
e) Ao meio ambiente.
2. Trata-se da estrutura da economia que tem mudado a direção de setores e/ou tec-
nologias “verde” ou “limpos”. Isso resultou na melhoria do bem-estar da comunidade
e na igualdade social, minimizando os riscos ambientais.
a) Economia verde.
b) Economia marrom.
c) Ecossistema.
d) Ecoeficiência.
e) Ecologia.
a) Ecologia.
b) Ecossistemas.
c) Housekeeping.
d) Substituição de materiais.
e) Mudanças na tecnologia.
75
na prática
76
aprimore-se
77
eu recomendo!
livro
78
3
MARKETING VERDE,
SUSTENTABILIDADE
e certificação
PROFESSORES
Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Me. Natália Christina da Silva Matos
Me. Wilian D’Agostini Ayres
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Marketing verde • Normas e
certificações voltadas à responsabilidade social • NBR 16001: a norma brasileira de gestão da respon-
sabilidade social.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a definição e a aplicação do marketing verde • Entender as normas e as certificações
voltadas à responsabilidade social • Analisar a norma brasileira de responsabilidade social.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
VERDE
“
[...] sendo as funções troca (compra e venda), funções de distri-
buição física (transporte e armazenagem) e funções de facilitação
(sortimento, financiamento, riscos e desenvolvimento de informa-
ções de marketing). O marketing demonstra grande influência em
relação às pessoas e também às empresas.
conceituando
UNICESUMAR
(2017), as organizações buscam associar a variável “meio ambiente” enquanto
uma estratégia competitiva junto aos consumidores e concorrentes.
Essa vertente do marketing – o marketing verde – apresenta preocupações
com as questões mercadológicas dos produtos, a fim de que atendam à legisla-
ção ambiental e às expectativas dos seus consumidores. Sob o ponto de vista do
marketing ambiental, o cliente não é o único público-alvo, mas existem outros
que são importantes, tais como os fornecedores, os distribuidores, o governo, a
comunidade em geral, dentre outros.
Além disso, o conceito de marketing verde está atrelado diretamente à pro-
posta de responsabilidade social, pois procura:
Segundo Barbieri (2016), todos os objetivos dessa vertente do marketing são im-
plantados para que haja um equilíbrio entre as necessidades dos clientes e as da
sociedade em geral, as quais nem sempre são as mesmas. Desse modo, o conceito
de marketing ecológico é constituído por (BARBIERI, 2016):
Assim, o marketing verde é representado pelos esforços das empresas que buscam
satisfazer aos desejos dos clientes a partir da produção de produtos que causem
menores impactos ambientais ao longo do seu ciclo de vida (GONZAGA, 2005).
conecte-se
Você conhece alguma empresa que desenvolva o marketing verde com exce-
lência? Quer conhecer alguns cases de sucesso nessa área?
83
Marcas ecológicas ou ecologicamente corretas
UNIDADE 3
Um pequeno detalhe faz toda a diferença, afinal, quem nunca comprou um deter-
minado produto devido à marca? Neste tópico, abordaremos um requisito bem
popular: as famosas marcas dos produtos. No entanto, pelo fato de que o nosso
foco é a sustentabilidade, elas devem ser ecologicamente corretas.
Você saberia dizer a definição da palavra “marca”? Para esclarecer essa ques-
tão, Kotler (1998, p. 20) defende que a “marca é um nome, termo, sinal, símbolo
ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços
de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los de concorrentes”.
As marcas só são consideradas grandes (ou boas) quando atingem um grande
número de consumidores, que é o objetivo de muitas organizações: a construção
de uma marca sólida e forte. Entretanto, para atingir esse objetivo, é necessário
compreendermos os processos que envolvem as atitudes dos consumidores em
relação às marcas, um detalhe imprescindível ao marketing.
Para Keller (1993), as atitudes dos consumidores a respeito das marcas podem
estar relacionadas às crenças sobre os atributos, a funcionalidade e os benefícios
de seus produtos. Diante disso:
“
O sucesso dos programas de marketing é um reflexo da criação de
associação com a marca, ou seja, os consumidores que acreditarem
que a marca possui atributos e benefícios que satisfarão suas neces-
sidades e desejos formarão uma atitude positiva em relação à marca
(KELLER, 1993, p. 5, tradução nossa).
84
Dessa forma, as marcas têm um peso crucial na tomada de decisão de compra
UNICESUMAR
pelo consumidor, uma vez que dão a possibilidade de aquisição de um produto que
transmite mais confiança e credibilidade. Quando o consumidor identifica alguns
atributos relacionados à determinada marca, seja pelas experiências vivenciadas,
pelo “boca a boca” ou pelas propagandas conhecidas, esses traços ficam conectados
à empresa. Portanto, é possível afirmar que a atitude em relação a uma marca é
derivada das ações vinculadas aos seus atributos e benefícios (LUTZ, 1991).
Produto
Segundo Kotler (1998 apud DIAS, 2017, p. 171), o produto é “algo que se pode
ser oferecido a um mercado para sua apreciação, aquisição, uso ou consumo
para satisfazer a um desejo ou necessidade”. Nesse contexto, no mercado, temos:
85
1. Os produtos, que são os bens físicos, tais como os automóveis, os livros,
UNIDADE 3
A essa ampla gama de produtos pode ser agregada a variável ecológica. Quando
uma empresa toma essa atitude, é preciso associá-la ao ciclo de vida do produto.
Assim sendo, o produto será considerado ecológico quando gerar um prejuízo
menor em todo o seu ciclo de vida, considerando a sua concepção, o seu uso,
consumo e descarte final.
Um produto verde carrega as mesmas funções de um produto comum. Toda-
via, os seus danos ambientais são menores em todo o seu ciclo de vida, o que exige
a análise de sua composição, se é reciclável, se agride, ou não, o meio ambiente, se o
material de sua embalagem também pode ser reaproveitado, dentre outros fatores.
Também é preciso salientar que o conceito de produto ecológico envolve todo
o processo de fabricação. Diante disso, são somados os atributos específicos do
produto em conjunto com os atributos de fabricação, os quais podemos observar
na figura a seguir:
ATRIBUTOS
ESPECÍFICOS TOS
ATRIBUTOS ATRIBU TO
DU
ESPECÍFICOS DO DO DO PRO
ICO
PROCESSO DE PRODUTO ECOLÓG
FABRICAÇÃO
86
As decisões que devem ser tomadas sobre o produto precisam ser direcionadas
UNICESUMAR
à projeção de um bem ou serviço, de maneira que haja a redução do consumo
dos recursos empregados e da geração de resíduos ao longo do ciclo de vida,
mas sem o comprometimento das características que satisfazem às necessida-
des dos atuais clientes.
Barbieri (2016) explica que a preocupação da gestão dos produtos verdes em
relação às suas variáveis pode se dar nas seguintes direções:
conceituando
As normas ISO são formuladas pela International Organization for Standardization e cada uma
possui uma numeração, de acordo com a sua finalidade. As normas relacionadas são perten-
centes à mesma série de normas, a chamada de “família” de normas. Por exemplo: a norma
14000 e a sua respectiva sequência – até a 14999 – representam a mesma série de normas.
87
conferidos por organizações independentes que asseguram a qualidade ambien-
UNIDADE 3
Preço
Praça
UNICESUMAR
distribuição e há o estímulo da logística reversa.
conceituando
A expressão “logística reversa” é utilizada para descrever o processo de retorno dos resí-
duos finais dos produtos para o processo de produção, como as embalagens, que podem
ser retornáveis ou recicláveis. É crescente a inserção de produtos com esse princípio no
mercado, pois, além da redução de impactos ambientais, gera uma redução nos custos
de produção.
Promoção
tituições visam, por meio da “maquiagem ambiental” de seus produtos e/ou servi-
ços, enganar os seus consumidores, fazendo-os crer que estão contribuindo com
a proteção do meio ambiente.
Há muitos exemplos de greenwashing, mas alguns deles são:
conecte-se
90
2
NORMAS E CERTIFICAÇÕES
UNICESUMAR
VOLTADAS À
responsabilidade social
91
ciais, pela promoção da concorrência e pela proteção da propriedade, enquanto
UNIDADE 3
“
Em tal economia, só há uma responsabilidade social do capital – usar
seus recursos e dedicar-se a atividades destinadas a aumentar seus
lucros até onde permaneça dentro das regras do jogo, o que significa
participar de uma competição livre e aberta, sem engano ou fraude.
UNICESUMAR
pelas consequências previsíveis das nossas ações, em virtude das leis, dos con-
tratos, das normas de grupos sociais ou de nossa convicção íntima. Portanto, a
responsabilidade social empresarial diz respeito à obrigação que o sujeito ou a
empresa tem em relação aos seus relacionamentos e à sua sociabilidade, baseada
na ética com as partes interessadas.
Barbieri e Cajazeira (2009, p. 20) explanam que:
“
A responsabilidade social centrada na função econômica da empre-
sa como geradora de lucros, salários e impostos já não seria mais
suficiente para orientar os negócios diante de novos valores reque-
ridos pela sociedade pós-industrial, como a busca de qualidade de
vida, valorização do ser humano e respeito ao meio ambiente.
explorando Ideias
93
Normas e certificações
UNIDADE 3
Você provavelmente já deve ter se deparado com o termo “ISO” em leituras sobre
as normas de certificação, em pesquisas acerca das organizações (empresas ou
indústrias) ou, ainda, teve acesso a essa sigla mediante o marketing realizado por
alguma organização. Note que algumas empresas, dos mais variados ramos de
atuação, divulgam a obtenção das certificações ISO enquanto uma estratégia de
marketing positiva, como no caso das ISO 9000 e 14000, que possuem validade
internacional em termos de gestão da qualidade e em relação a um sistema de
gestão ambiental, respectivamente.
Contudo, afinal, o que vem a ser uma “ISO”? Qual é o seu significado? A sigla
“ISO” corresponde, em inglês, à International Organization for Standardization
ou Organização Internacional de Normalização. Essa organização foi fundada,
em 1946, enquanto uma confederação de organismos de normalização inter-
nacional voltada à parametrização e ao desenvolvimento de padrões e normas
aceitos internacionalmente. A sua criação foi fundamental ao contexto histórico
do desenvolvimento das relações internacionais, ao acesso ao mercado externo
e, consequentemente, à situação econômica atual (DIAS, 2017).
Segundo Costa (2011, p. 15), a ISO:
“
[...] atua como entidade não governamental, desvinculada formal-
mente de empresas e governos, embora entre as suas filiadas possam
se encontrar tanto os organismos estatais de normalização como
organismos com forte influência de setores empresariais e gover-
namentais. A ISO está sediada em Genebra, na Suíça, e reúne em
torno de 157 países desenvolvidos e em desenvolvimento, de todas
as regiões do mundo.
94
Um exemplo é o conjunto de normas ISO 14000, o qual estabelece três tipos
UNICESUMAR
de rótulos: tipo I, tipo II e tipo III. Esse grupo está diretamente atrelado ao “p” de
produto, assim como trabalhamos no tópico anterior. Barbieri (2016) explana
que os rótulos devem ser baseados em metodologias científicas, com o intuito
de darem suporte às afirmações, e os critérios utilizados devem ser relevantes ao
ciclo de vida do produto.
O quadro a seguir nos apresenta os tipos de rótulos ambientais:
Baseado em iniciativas
voluntárias, consideran- Um ou mais critérios
do a competitividade definidos pelo inte-
Critérios múltiplos pre-
no mercado. Também ressado. Por exemplo:
viamente definidos
é calcado em aspectos autodeclaração do fa-
para categorias de pro-
de procura dos consu- bricante sobre o teor
dutos.
midores por produtos de materiais reciclados
ecologicamente corre- contido no produto.
tos.
95
Considera o ciclo do
UNIDADE 3
Certificação voluntária
e realizada por um or-
Não exige certificação Exige certificação de
ganismo certificador,
de terceira parte. terceira parte.
com auditoria de tercei-
ra parte.
Apresenta-se como um
Apresenta-se como tex-
As rotulagens são uma texto que possui dados
to e como símbolo im-
estratégia de comuni- da empresa, do produ-
pressos em produtos e
cação entre os setores to, dos impactos am-
em suas embalagens.
público e privado e os bientais quantificados,
Por exemplo: ciclos de
consumidores. do organismo de certi-
Mödius.
ficação etc.
96
essa norma, em síntese, devido ao seu conteúdo e à sua metodologia de cons-
UNICESUMAR
trução, torna-se a base para a definição de políticas e práticas de empresas e
organizações em relação à responsabilidade social.
Possivelmente, você está se questionando: como uma norma internacional
acerca da responsabilidade social pode influenciar positivamente o contexto
social? Esse é um bom questionamento e será elucidado a seguir, a partir dos
exemplos apresentados e das reflexões sobre o tema. Vamos começar?
Historicamente, toda a trajetória do desenvolvimento da humanidade e da in-
tensificação da globalização culminou em pressões resultantes do capitalismo em
relação à exploração da mão de obra, fato que ocorreu devido à competitividade
do mercado. Nesse contexto, as organizações passaram a exercer pressões sobre
os governos no tocante aos direitos e às legislações trabalhistas, com o intuito de
torná-las mais flexíveis, o que foi um fator de grande influência no processo de
precarização nas mais diversas regiões do globo.
Também é válido mencionarmos os casos históricos de infração de direitos
trabalhistas, como aqueles que envolviam marcas famosas, a fim de dimensionar-
mos a repercussão das situações que envolviam práticas contrárias aos direitos
humanos. Algumas dessas atitudes incluíam:
conecte-se
97
Atualmente, as organizações buscam cada vez mais atender às exigências do
UNIDADE 3
mercado atual, ação que teve início, em especial, no momento em que o público
consumidor se tornou seleto e bem informado (fatores que são reflexos do ad-
vento das mídias sociais). Nesse sentido, as adequações às normas de relevância
internacional passaram a atuar como ferramentas de marketing que reduzem as
pressões sociais, engajam o público interno da organização e promovem sucesso
e desempenho econômico (DIAS, 2017).
A NBR ISO 26000 é uma ferramenta voluntária que provocará mudanças nas
organizações. Além disso, é uma norma não certificável que oferece orientações
de responsabilidade social para diferentes tipos de instituições públicas e priva-
das, assim como é válida para os países desenvolvidos e os em desenvolvimento.
Tem por objetivo tornar compreensível o que é a responsabilidade social e como
se relacionam os diferentes tipos de organizações, incluindo as pequenas e as
médias empresas (BARBIERI, 2016).
pensando juntos
98
Como exemplo, é possível constatar os benefícios das empresas que adotam a
UNICESUMAR
responsabilidade social e os temas vinculados à NBR ISO 26000:2010:
conecte-se
99
3
NBR 16001: A NORMA
UNIDADE 3
BRASILEIRA DE
Gestão da Responsabilidade
Social
“
1. As organizações certificadas com base na norma ABNT NBR
16001:2004 podem, a qualquer tempo, a contar da data de publica-
ção desta Portaria, migrar para a versão atual da norma, mediante
auditoria;
2. As solicitações de certificação inicial poderão continuar a ser
concedidas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 em até 12
(doze) meses contados da publicação desta Portaria;
3. As solicitações de recertificação poderão continuar a ser conce-
didas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 em até 24 (vinte
e quatro) meses contados da publicação desta Portaria;
4. Todas as certificações vigentes concedidas com base na norma
ABNT NBR 16001:2004 deverão ser migradas para a versão atual
da norma ou serem canceladas no prazo de 36 (trinta e seis) meses,
contar da data de publicação desta Portaria.
e grandes empresas.
■ Amplia o entendimento de responsabilidade social.
■ Exige o comprometimento dos funcionários e dos dirigentes de todos os níveis
e funções.
■ Determina uma política da responsabilidade social e desenvolve programas
com objetivos e metas.
102
UNICESUMAR
conecte-se
Assim como a NBR 26000, a NBR 16001 também possui uma estrutura, a
qual é ainda mais abrangente! Quer conhecê-la?
“
a) apropriada à natureza, à escala e aos impactos da organização;
b) inclua o comprometimento com a promoção da ética e do de-
senvolvimento sustentável;
c) inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a
prevenção de impactos adversos;
d) inclua o comprometimento com o atendimento à legislação e
demais requisitos subscritos pela organização;
e) forneça a estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos
e metas da responsabilidade social;
f) seja documentada, implementada e mantida;
g) seja comunicada para todas as pessoas que trabalham para ou
em nome da organização;
h) esteja disponível para o público; e
i) seja implementada por toda a organização.
103
P - Plan/ D - Do/ C - Check/
UNIDADE 3
ETAPAS A - Act/Agir
Planejar Fazer Checar
Continuidade
Planejamen- Processos
Melhorias
to Treinamen- Verificar
Ações Preven-
ELEMENTOS Políticas tos Audições
tivas
Recursos Prevenção Verificações
Ações Corre-
Objetivos Prática
tivas
O processo de certificação
“
[...] um processo voluntário, no qual a organização busca demons-
trar aos clientes e à sociedade, por meio de uma avaliação de terceira
parte, que o sistema de gestão atende aos princípios da responsabi-
lidade social. Na estrutura geral do PBCRS estão incluídas a gestão
do Programa, a acreditação de certificadoras e a normalização (IN-
METRO, [2020], on-line)³.
104
No Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC) elaborado pelo
UNICESUMAR
Inmetro e aprovado em fevereiro de 2006, estão estabelecidos os critérios do
Programa de Avaliação da Conformidade de SGRS (Sistema de Gestão da Res-
ponsabilidade Social) com base na NBR 16001. Para isso:
“
O Inmetro, portanto, define procedimentos de certificação e realiza a
acreditação de organismos de certificação, que por sua vez realizam
auditorias nas organizações e emitem o certificado para aquelas que
estejam cumprindo os requisitos estabelecidos na norma. Esse certifi-
cado leva também a marca do Inmetro (INMETRO, [2020], on-line)³.
FASE 1 FASE 2
1. Accountability ou responsabilização.
2. Transparência.
3. Comportamento ético.
105
4. Respeito aos interesses das partes interessadas.
UNIDADE 3
conecte-se
Conhece alguma empresa que possui a certificação NBR 16001? Que tal co-
nhecer algumas instituições que obtiveram excelência nessa temática?
A NBR 16001 é uma norma brasileira e, para as empresas que desejam obter a
sua certificação, é importante buscar uma organização (para a certificação) que
seja reconhecida pelo Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial
(Inmetro). As certificações na área de sustentabilidade e responsabilidade social
são importantes para as instituições, mas esse índice ainda é muito baixo. Por
outro lado, é cada vez mais visível a adoção de práticas de responsabilidade social,
bem como a sua compreensão e difusão.
106
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Prezado(a) aluno(a), podemos afirmar que a responsabilidade socioambiental
corporativa, por meio da perspectiva de geração de valor compartilhado entre
mercado, governo e sociedade, demonstra o surgimento de um novo tipo de re-
lacionamento que busca a harmonia dos interesses dos três pilares da sociedade
moderna: o governo, as empresas e a sociedade.
As organizações empresariais têm demonstrado uma crescente preocupação
com o impacto de suas ações na sociedade e, consequentemente, tem sido dada
uma maior importância às estratégias de responsabilidade social. Apesar da li-
mitação do nosso conhecimento sobre os motivos pelos quais há o envolvimento
de instituições em relação à responsabilidade social empresarial e qual é o seu
valor criado, as investigações nessa área têm aumentado, a partir da busca por
estratégias e normas que possam ser introduzidas, de forma que sejam diminuí-
dos os impactos gerados por atividades empresariais. Diante disso, é favorecido o
compartilhamento de valores e fortalecida a competitividade entre as empresas.
Os interesses ainda divergem, mas o convite para que todos possam tomar
as suas posições diante da injustiça ambiental e social é gradativamente aceito.
Mesmo que o todo não seja a soma das partes, trata-se de um tema cada vez
mais divulgado entre elas, nas quais observamos consumidores cada vez mais
exigentes e mercados cada vez mais competitivos. Diante disso, as organizações
têm buscado formas de obter a responsabilidade social e apresentá-la aos seus
stakeholders, o que pode ser alcançado por meio das certificações, que demons-
tram as suas práticas sustentáveis. Portanto, os requisitos estabelecidos pela NBR
16001 podem auxiliar as empresas de qualquer tamanho e porte a certificarem
os seus sistemas de responsabilidade social.
107
na prática
2. Uma das formas de demonstração que um produto é verde é por meio da rotulagem
ambiental. Assim, descreva um rótulo do tipo I.
108
eu recomendo!
livro
livro
109
4
DIMENSÕES DA
RESPONSABILIDADE
Social
PROFESSORES
Prof. Me. Natália Christina da Silva Matos
Prof. Me. Renata Cristina de Souza Chatalov
Prof. Me. Wilian D’Agostini Ayres
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Dimensões da Responsabilidade
Social Empresarial • A importância da ética empresarial • Políticas de inclusão e de responsabilidade
social.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender as dimensões da Responsabilidade Social Empresarial • Analisar as nuances da ética
empresarial • Trabalhar as políticas e as práticas inclusivas.
INTRODUÇÃO
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
empresarial
“
Esses debates referentes à criação de modelos sobre a responsabi-
lidade social empresarial ganharam notoriedade e profundidade a
partir da explicação de que a Responsabilidade Social Empresarial
(RSE) inclui as expectativas da sociedade em relação às organiza-
ções, em aspectos econômico, legal, ético e discricionário, em dado
momento no tempo (CARROLL, 1979, p. 499, tradução nossa).
UNICESUMAR
à obrigação da organização em fazer o que é certo e justo, evitando ou minimizan-
do os danos à sociedade. A responsabilidade discricionária, diferentemente das
demais, surgiu sem a sinalização da sociedade, mas ocorreu a partir de escolhas
individuais. Em consequência disso, Carroll (1979) refletiu se era correto afirmar
que essa responsabilidade estaria vinculada às organizações.
Em continuidade às suas pesquisas, Carroll (1991) concebeu as quatro di-
mensões da RSE em uma pirâmide. A sua base é a responsabilidade econômica,
visto que é o suporte de toda organização, seguida da responsabilidade legal, que
diz respeito ao cumprimento da legislação vigente. O terceiro pilar dessa pirâmide
é a responsabilidade ética da organização, a qual defende que a empresa deve fazer
o que é correto. Por fim, no topo, Carroll denominou o quarto pilar de responsa-
bilidade social filantrópica, que contempla as ações em resposta às necessidades
da sociedade. Podemos observar a pirâmide de Carroll (1991) na figura a seguir:
Responsabilidades filantrópicas:
Empresa cidadã - contribuir com recursos
para a comunidade melhorar a
qualidade de vida.
Responsabilidades éticas:
Ser ético - obrigação de fazer o que
é certo, justo; evitar danos.
Responsabilidades legais:
Obedecer às leis - a legislação é a codificação
do certo e errado numa sociedade; jogar
dentro das regras do jogo.
Responsabilidades Econômicas:
Ser lucrativa - a base da pirâmide da qual
derivam as demais responsabilidades.
lidades dos negócios foram conferidas sobre a sua base, isto é, a responsabilidade
econômica, a “razão de ser” da organização, que trata da questão da lucratividade
da empresa aos seus acionistas e atende às demandas da sociedade. Desse modo,
todas as demais responsabilidades ocorrem depois que esse princípio funda-
mental é satisfeito.
Esse modelo é um dos primeiros exemplos de como a estrutura de responsabi-
lidades deve ser incluída em uma corporação e é amplamente utilizado. Entretanto,
tem enfrentado inúmeras críticas, por meio da afirmação de que as raízes empresa-
riais são a maximização do lucro e a ação em nome dos interesses de seus acionistas,
o que pode impedir que as organizações atuem de forma socialmente responsável.
A priorização do lucro constitui uma visão deturpada da RSE, uma vez
que, segundo Campbell (2007, p. 12, tradução nossa), “as organizações que estão
vivendo momentos desfavoráveis economicamente são menos propensas a se
envolverem em atos de responsabilidade social, pois têm menos recursos para
investimentos em tempo, esforço e dinheiro”. No entanto, o autor também afir-
ma que, para a instituição ter lucro em curto prazo, ela precisa agir de maneira
socialmente responsável, ou seja, a lucratividade não é um fator contrário a RSE,
mas uma ferramenta de alcance.
Considerando a lógica apresentada, Garriga e Melé (2004, p. 56, tradução
nossa) relatam que:
“
[...] foi por meio do modelo de governança corporativa de desem-
penho social, criado por Wood no ano 1991, que surgiu um novo
desenvolvimento da RSE. Esse modelo é composto por: princípios de
responsabilidade social, processos de responsabilidade social corpo-
rativa e resultados do comportamento empresarial (tradução nossa).
114
sentido, elaborou um modelo chamado “desempenho empresarial social”, em que
UNICESUMAR
foram contemplados os princípios que devem ser avaliados para a definição do
perfil da RSE.
Processos de RSE:
• Avaliação do ambiente
• Gerenciamento dos stakeholders
• Gerenciamento das questões
115
Schwartz e Carroll (2007) perceberam que a pirâmide proposta por Carroll
UNIDADE 4
(1979) poderia gerar confusões ou modos inadequados de uso. Diante disso, decidi-
ram elaborar um novo modelo, o qual faz o uso de círculos para indicar os três campos
ou domínios da RSE: o domínio econômico, o legal e o ético, assim como podemos
observar na figura a seguir:
Exclusivamente ético
Econômico / Legal /
ético ético
Econômico /
legal / ético
Exclusivamente Exclusivamente
econômico legal
Econômico /
legal
116
No modelo dos três domínios da RSE, a filantropia deixa de ser uma dimensão
UNICESUMAR
específica (assim como é na pirâmide), porque os autores perceberam a dificul-
dade das instituições em distinguir as atividades éticas e as filantrópicas. Essa
alteração também ocorreu em detrimento do fato de os casos de filantropia serem
praticados somente por interesses econômicos (SCHWARTZ; CARROLL, 2007).
Ao fazermos uma análise explicativa da Figura 3, o campo exclusivamente
econômico é referente às atividades que proporcionam benefícios econômicos
positivos, sejam diretos, sejam indiretos. É nele que está a maximização do lucro.
O campo exclusivamente legal é constituído pelas ações organizacionais que não
oferecem nenhum benefício social, ou seja, trata-se de cumprir as exigências das
leis para estar em conformidade legal e fugir dos litígios, a fim de antecipar as
mudanças das leis. Já o domínio exclusivamente ético diz respeito às responsabili-
dades empresariais com base em princípios morais. Em outras palavras, são ações
que não possuem nenhuma implicação econômica ou legal direta ou indireta.
O que há de diferente nesse modelo é a sobreposição dos domínios da RSE, o que
forma sete segmentos ou categorias. A superposição ideal está localizada na interseção
dos três domínios exclusivos, isto é, onde os três campos da RSE estão presentes ao
mesmo tempo e em equilíbrio. Assim, caso a empresa determine um comportamento
exclusivo enquanto conduta (como o exclusivamente econômico), será limitada em
relação à sua abordagem de responsabilidade social.
pensando juntos
A sociedade atual está cada dia mais consciente de suas responsabilidades, principalmen-
te em relação ao papel dos cidadãos. Considerando o fato de que uma pessoa física ou
jurídica tem a mesma parcela de compromisso, as empresas devem analisar frequente-
mente a sua atuação no mercado, a fim de construir uma sociedade mais justa e iguali-
tária para todos. Contudo, as grandes corporações que visaram apenas à obtenção de
lucro, hoje, são monitoradas pelos stakeholders, que, em geral, impedem a retomada dos
padrões de comportamento empresarial que não sejam socialmente responsáveis, pois é
isso o esperado de todos.
117
DIMENSÃO INTERNA DIMENSÃO EXTERNA
UNIDADE 4
FOCO: pautada nas práticas de responsa- FOCO: pautada nas práticas direcionadas
bilidade social voltadas ao público interno, aos stakeholders e à sociedade em geral,
tais como colaboradores em geral. São tais como clientes, consumidores, au-
comumente praticadas pelo setor de toridades públicas e Organizações Não
Recursos Humanos. Governamentais.
INFLUÊNCIAS: uso de recursos naturais e INFLUÊNCIAS: desenvolvimento de po-
maximização dos processos produtivos, líticas, programas, ações e projetos que
da saúde, do bem-estar e da segurança estejam vinculados direta ou indireta-
no trabalho. mente às ações da empresa.
EXEMPLOS: ações, políticas e programas EXEMPLOS: doações, ações prioritárias e
para distribuidores, fornecedores e quais- instâncias participativas de cunho políti-
quer indivíduos ou organizações que têm co ou social.
relações com a produção da empresa.
conecte-se
Você deve estar se perguntando: quais são os benefícios obtidos por uma empresa que
desenvolve a Responsabilidade Social Empresarial (RSE)? Para responder a essa questão,
leia o artigo presente no link a seguir:
https://bit.ly/3pWLkSF
118
2
DIMENSÕES DA
UNICESUMAR
ÉTICA
empresarial
A ética é algo que se altera de acordo com a sociedade, com os costumes, a época
e até o meio em que os indivíduos participam. Quando nos referimos à ética
corporativa, certamente, ela pode variar conforme a organização ou o ambiente
no qual está inserida, pois é o reflexo da sociedade, dos produtos que vende, da
sua cultura interna, dentre outros fatores que compõem esse ambiente.
conceituando
O conceito de “ética” tem origem grega e é proveniente da palavra “ethos”, que significa
“modo de ser”. Assim, representa as características e as formas de agir de um grupo em
relação à sua cultura. Entretanto, esse conceito evoluiu com o passar dos anos e, hoje,
pode ser considerado o caráter ou o conjunto de princípios e valores morais que norteiam
a conduta humana na sociedade.
Fonte: Santos (2015).
Diante disso, é plausível afirmar que a ética melhora a vida em grupo e promove
o respeito entre as pessoas dentro de um contexto social. Além disso, é o reflexo
de uma determinada época, do avanço tecnológico, das relações estabelecidas e
das ações individuais, enfim, de todo o desenvolvimento da sociedade (JACQUES
et al., 2008). Todavia, embora a ética influencie na construção de leis e normas, é
119
importante salientar que ela não pode ser confundida com ambas, visto que elas
UNIDADE 4
Governança Aprendizado
corporativa contínuo
ÉTICA
Respeito à
Inovação multicultura
UNICESUMAR
e social, de acordo com o Triple Botton Line (Tripé da Sustentabilidade), criado
em 1990 pelo inglês John Elkington. Dessa maneira, o grande desafio das orga-
nizações é o de atualizar as suas políticas e práticas de forma rápida, a fim de que
possam atender à sociedade atual, a qual está em constante transformação.
Essas mudanças podem impactar diretamente nas questões éticas e na ela-
boração de novas legislações, normativas e ações. Como exemplo, é possível citar
o fato de alguns países criarem ou fazerem revisões sobre as leis referentes aos
temas atuais, tais como plágio, ações discriminatórias, questões ambientais e/ou
responsabilidade social. Em contrapartida, também há a necessidade de revisar
a regulamentação dos aspectos comportamentais relativos aos crimes comuns,
aos direitos sociais e outros.
pensando juntos
A necessidade legal de revisão é fruto do desenvolvimento social, que gerou uma socieda-
de muito mais ágil em sua comunicação e em seus transportes. Essa sociedade também
é composta pelo uso da alta tecnologia, por muitas influências e trocas culturais, além da
busca desenfreada de alguns pelo lucro e pelo poder.
(Fernando de Almeida Santos)
■ Políticas internas.
■ Códigos de conduta empresarial.
■ Processos produtivos, certificações e formas de preservação do meio am-
biente.
■ Modos de avaliação dos profissionais.
■ Estratégias de marketing e a forma de se relacionar com a sociedade.
■ Meios de comunicação.
■ Relatórios e demonstrativos para a divulgação das práticas éticas.
■ Ações sociais.
O processo de análise dos elementos expostos não deve ser algo formal, mas, de
acordo com Santos (2009, p. 484-485), é preciso considerar três fatores:
121
1. Com o desenvolvimento social, bem como a evolução da co-
UNIDADE 4
São inúmeros exemplos que poderiam ser apresentados. Nesse sentido, as organi-
zações devem ter políticas preventivas, analisar as tendências sociais e, ao mesmo
tempo, ser ágeis para realizar ações eficazes e no tempo necessário. É importante
salientar que a falta de postura ou tomada de alguma ação por parte da instituição
pode levar a imagem da empresa à crise ou ao desgaste.
122
A responsabilidade social e as suas nuances precisam fazer parte do cotidiano das
UNICESUMAR
empresas, as quais devem ter políticas próprias. Entretanto, de nada vale ter um
código de ética rígido se, na prática, ele não é seguido. Um exemplo disso é uma
empresa que afirma, em sua missão, ter responsabilidade social, mas, no seu dia
a dia, não respeita sequer a legislação trabalhista ou não faz ações preventivas de
poluição. Essa postura ética deve partir dos gestores e ser disseminada entre os
todos os integrantes da organização.
conecte-se
Já ouviu falar sobre assédio moral? É uma realidade presente em muitas organizações e
deve ser tratada por meio de políticas institucionais preventivas e corretivas. Quer saber
mais? Então, acesse o link a seguir:
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-99/assedio-moral-no-trabalho-um-estudo-
-sobre-os-seus-elementos/
Sustentabilidade
124
Portanto, o impacto ambiental das organizações deve ser levado em consideração
UNICESUMAR
na elaboração das políticas éticas.
Já em relação ao aspecto econômico da sustentabilidade, de acordo com
Mueller (2005), alguns aspectos devem ser evitados, tais como:
■ Ter uma missão voltada para a sustentabilidade econômica, mas não dotar
de uma visão que englobe o negócio.
■ Preocupar-se de maneira adequada com os aspectos econômicos, mas
desperdiçar recursos, o que pode eliminar as oportunidades de alavan-
cagem financeira ou propiciar o encerramento das atividades.
“
[...] o fato de uma instituição ser filantrópica ou sem fins lucra-
tivos, por exemplo, não significa que não deva ter lucro, mas
que a finalidade central não é o lucro. Todas as instituições
necessitam do lucro para a sua manutenção. Um estudo ade-
quado dos recursos, realizar projeções econômico-financeiras
ou mercadológicas, conhecer aspectos básicos da empresa, da
tributação, do comportamento do mercado e outros são fun-
damentais para os gestores.
125
Respeito à multicultura
UNIDADE 4
Aprendizado contínuo
Inovação
Governança corporativa
“
[...] o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, moni-
toradas e incentivadas, envolvendo as práticas e os relacio-
namentos entre proprietários, conselho de administração,
diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Gover-
nança Corporativa convertem princípios em recomendações
126
objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar
UNICESUMAR
e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao
capital e contribuindo para a sua longevidade.
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
“
A partir da perspectiva de desenvolvimento humano, pode-
mos definir a inclusão social como o conjunto de laços sociais
que permite às pessoas terem aspirações e aproveitarem o que
dão valor em suas vidas e, ao mesmo tempo, sejam valorizados
na sociedade em que pertencem.
128
Santos (2015, p. 101) argumenta que:
UNICESUMAR
“
[...] o conceito de que todas as pessoas são iguais pode levar a
uma conclusão de que todos devem ter direitos iguais. Obser-
va-se, porém, que isso não é fato, pois devem ser consideradas
as desigualdades ou diferenças. Os iguais devem ser tratados
de forma igual, mas, conforme o princípio da isonomia, os
desiguais devem ser tratados de forma a minimizar essas de-
sigualdades.
Por esse motivo, a legislação brasileira é diferente aos desiguais. A seguir, são
apresentados alguns exemplos de tratamento diferenciado, com o intuito de pos-
sibilitar a inclusão social e minimizar as diferenças de diversas formas:
■ Cotas para negros, índios ou pessoas com baixa renda em universidades.
■ Cotas para a contratação de pessoas com deficiência em empresas.
■ Seguro-desemprego para desempregados recentes.
■ Alíquotas menores ou não tributação de Imposto de Renda (IR) para
pessoas com rendas pequenas.
■ Licença à gestante, sem prejuízo de emprego e de salário, com a duração
de 120 dias.
■ Licença-paternidade.
■ Diferenças entre os direitos de trabalhadores rurais e urbanos.
■ Exigência de acessibilidade em instituições de ensino.
conecte-se
Outros exemplos poderiam ser citados, mas foram destacados apenas alguns,
devido à amplitude do tema. A exclusão social pode ser classificada em cinco
tipos, a saber:
■ Econômica.
■ Social.
129
■ Cultural.
UNIDADE 4
■ Patológica.
■ Por comportamentos autodestrutivos.
Também existem outras formas de exclusão, tais como a discriminação por orien-
tação sexual. O que é observável é que determinado tipo de exclusão é associado
a outros tipos, principalmente a exclusão econômica, que, muitas vezes, está re-
lacionada aos aspectos sociais e culturais, por exemplo.
As pessoas com deficiência, muitas vezes, têm dificuldade até de estudar ou fre-
quentar determinados ambientes, em detrimento de fatores limitantes, tais como
a falta de planejamento das instituições ou a ausência de políticas públicas e
privadas.
Na Constituição Federal de 1988, de acordo com o Art. 207, inciso III, é dever
do Estado a garantia de um atendimento educacional especializado aos porta-
dores de deficiência, de preferência, na rede regular de ensino. Assim, as organi-
zações precisam não apenas prever procedimentos em suas normas de conduta,
mas também realizar um planejamento para melhor atendê-los, além de conhecer
a legislação específica.
Dentre as ações das empresas para a inclusão de pessoas com deficiência, de
acordo com Santos (2015), podem ser evidenciados:
a) O planejamento da infraestrutura: contempla desde as edificações até as
instalações e os objetos apropriados. A infraestrutura pode prever alguns
aspectos, tais como rampas, corrimãos, elevadores, banheiros adaptados
e barras de apoio. Esses exemplos estão voltados aos cadeirantes ou a ou-
tras pessoas com dificuldade de locomoção, mas as adaptações também
devem ser pensadas aos deficientes visuais, auditivos e aos portadores
de outras necessidades. O investimento para a adaptação de um prédio
para deficientes, muitas vezes, é mais caro do que a sua construção. Por
esse motivo, antes do início das obras, a contratação de um profissional é
a atitude mais adequada a se fazer.
130
b) Políticas e práticas cotidianas: as organizações devem ter uma política de
UNICESUMAR
recebimento de pessoas com deficiência de maneira adequada. Devem,
portanto, propor, além das políticas de contratação, o treinamento, a in-
clusão e a adaptação.
conecte-se
Figura 6 - A Acessibilidade
Fonte: Daniel (2017, on-line)¹.
132
projetos de inclusão social no Brasil, cada um com a sua finalidade e público a ser
UNICESUMAR
atendido. Além desse tipo de projeto, há outros, tais como os para:
■ A ressocialização de apenados.
■ A pesquisa na área da saúde.
■ A minimização de desigualdades sociais.
■ A prestação de serviços de saúde para áreas isoladas.
■ A alfabetização.
conecte-se
133
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma unidade. Nela, conhecemos
UNIDADE 4
ainda mais as práticas de inclusão social realizadas no Brasil. Diante disso, po-
demos refletir: o que realmente as organizações estão propondo para as práticas
inclusivas? Essas ações estão inseridas em todo o contexto da organização?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
134
na prática
2. De acordo com Santos (2015), as cinco dimensões da ética empresarial são a sus-
tentabilidade, o respeito à multicultura, o aprendizado contínuo, a inovação e a
governança corporativa. Diante disso, explique a dimensão respeito à multicultura.
5. Quando falamos em inclusão social, devemos refletir sobre as ações que objetivam
combater a exclusão da vida em sociedade, o que, muitas vezes, é provocada por
diferenças. Assim, exponha algumas formas de possibilitar a inclusão social.
135
aprimore-se
CERTIFICAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS
136
aprimore-se
137
eu recomendo!
livro
conecte-se
138
anotações
5
AUDITORIAS E MODELOS DE
DIVULGAÇÕES
de ações sustentáveis
PROFESSOR
Me. Wilian D’Agostini Ayres
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Demonstrativos de natureza social
e ambiental • Modelos de balanço social • Premiações na área da sustentabilidade
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Apresentar os demonstrativos de natureza social e ambiental • Compreender os principais modelos de
balanço social ou relatórios de sustentabilidade • Conhecer as premiações na área de sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
SOCIAL E AMBIENTAL
De acordo com Santos (2015), as organizações têm buscado não se limitar aos
demonstrativos de natureza ambiental e desejam cada vez mais a construção,
em paralelo, de instrumentos de natureza social. Essa abordagem defende a ne-
cessidade de associação dos dados contábeis e financeiros aos demonstrativos.
Assim, mediante essa concepção, foram construídos, dentre outros, os se-
guintes instrumentos:
■ Balanço social.
■ Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
■ Norma Brasileira de Contabilidade Técnica 15 (NBC T 15).
■ Relato integrado.
142
■ Comparar períodos diferentes.
UNICESUMAR
■ Divulgar o comprometimento e as ações sociais e ambientais das orga-
nizações.
■ Comparar empresas e segmentos.
■ Ampliar a transparência institucional.
■ A prestação de contas, pelas empresas, aos acionistas, funcionários, tercei-
rizados, fornecedores, parceiros, governo, comunidade externa e outros.
Para saber mais sobre a temática, assista ao vídeo a seguir, “Observatório Social”,
de Giuliana Lenzi.
conceituando
O balanço social, antes de ser uma demonstração endereçada à sociedade, é uma ferra-
menta gerencial que reúne dados quantitativos e qualitativos sobre as políticas adminis-
trativas e as relações entidade/ambiente.
Fonte: Kroetz (2000, p. 68).
143
Tinoco (2010) afirma que as organizações precisam satisfazer às necessidades de
UNIDADE 5
seus clientes e parceiros. Não só, mas devem divulgar e demonstrar transparência
aos agentes sociais e à toda sociedade no que diz respeito às relações econômicas,
financeiras, sociais e ambientais. Tudo isso pode ser realizado por meio de um
balanço social, que é um relatório específico para esse fim.
Para Tinoco (2010, p. 34):
“
A função principal do Balanço Social da organização é tornar
público a responsabilidade social da empresa. Isso faz parte do
processo de pôr as cartas na mesa e mostrar com transparên-
cia para o público em geral, para os atentos consumidores e
para os acionistas e investidores o que a empresa está fazendo
na área social.
pensando juntos
As entidades devem satisfazer às necessidades de seus clientes e parceiros, além de, es-
pecialmente, divulgar as suas ações e demonstrar transparência aos agentes sociais e a
toda a sociedade.
(João Eduardo Prudêncio Tinoco)
UNICESUMAR
realizavam uma contribuição social adequada. Na década de 30, com a depressão
de 1929, em detrimento de movimentos no Brasil e no exterior, também foram
constatadas indagações sobre a ação e o comprometimento das organizações
(SANTOS, 2015).
Apesar da ocorrência desses fatos, a necessidade de prestar contas e a res-
ponsabilidade social das instituições começam a ser relevantes aos empresários
apenas na segunda metade do século XX (TINOCO, 2010). Torres (2001) divide
as fases que antecedem o balanço social em três períodos, os quais são apresen-
tados a seguir:
Anos 70
Para Torres (2001), a concepção de responsabilidade social por parte das em-
presas se popularizou na década de 70, na Europa. Nesse período, ocorreram
seguintes fatos:
■ 1971: Steag, uma companhia alemã, produziu uma espécie de relatório
social, ou seja, um balanço de suas atividades sociais.
■ 1972: Singer, uma empresa localizada na França, fez o que é considerado
o primeiro balanço social da história das empresas.
■ 1977: a Associação de Dirigentes Cristãos do Brasil (ADCE) organizou o
segundo Encontro Nacional de Dirigentes de Empresas, cujo tema central
foi o balanço social.
Anos 80
Anos 90
De acordo com Santos (2015), nos anos 90, muitas empresas passaram a ado-
tar ações de filantropia e assistência social. O primeiro modelo de balanço so-
cial apresentado foi desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas (Ibase) em 1997, em parceria com técnicos(as), pesquisadores(as) e
representantes de instituições públicas e privadas. Esse modelo apresentou indi-
cadores específicos ao setor educacional, porém, o seu foco principal era o pilar
social, o qual não foi abordado na mesma intensidade que as outras dimensões
(TERMIGNONI, 2012).
Assim, o balanço social começou a ser realizado por várias empresas e passou
a ser um instrumento institucional. No mesmo período, muitas organizações
passaram a publicar relatórios de sustentabilidade e outros documentos. Algu-
mas empresas começaram a se conscientizar de que era necessária a prestação
de contas para a sociedade, enquanto outras passaram a elaborar o documento
como um instrumento de marketing, pois a sociedade exigia cada vez mais uma
postura ética por parte das instituições.
O Ibase, segundo Santos (2015), desde meados de 1997, elaborado pelo so-
ciólogo Herbert de Souza, o Betinho, destacava a importância da realização de
146
um balanço social das empresas em um único e simplificado modelo. Por isso,
UNICESUMAR
além do modelo de balanço social que foi desenvolvido, a instituição fornecia
o “Selo Balanço Social” para as empresas que aderiram à proposta. Este selo foi
fornecido até o ano de 2008, mas, hoje, ainda há organizações que o utilizam
(SANTOS, 2015).
conecte-se
conceituando
147
Norma Brasileira de Contabilidade Técnica – NBC T
UNIDADE 5
pensando juntos
Relato integrado
UNICESUMAR
a empresa de forma mais global, ao agregar os três pilares da sustentabilidade: os
aspectos ambientais, sociais e econômicos.
Santos (2015), nesse contexto, defende que o mercado busca construir o relato
integrado. Em 2012, foi criada a Comissão Brasileira de Acompanhamento do
Relato Integrado, que tem por objetivo manter o mercado brasileiro atualizado
sobre essa iniciativa, além de contribuir com o processo de implantação e esti-
mular o engajamento das empresas brasileiras nessa formulação.
No período que compreende abril a julho de 2013, o modelo de relatório
integrado ficou em audiência pública. Há, também, o International Integrated
Reporting Council (IIRC), cujo objetivo é criar um modelo global, o Integrated
Reporting (IR). No IIRC, participam empresas, organismos reguladores e institui-
ções para padronização, além de investidores, organizações não governamentais
e consultorias de quase 30 países.
Para Santos (2015), o relato integrado diz respeito a uma comunicação con-
cisa sobre o modo como a estratégia, a governança, o desempenho e as possibili-
dades de uma organização, no contexto do seu ambiente externo, levam à criação
de valor em curto, médio e longo prazos.
01
Melhorar a articulação da estratégia para o negócio e como
o seu modelo de negócios está respondendo às novas
necessidades e expectativas do mercado.
UNICESUMAR
■ Investimentos e gastos em projetos ambientais (receita bruta).
■ Investimentos e gastos em projetos educacionais (receita bruta).
“
O tema da responsabilidade social integra-se, portanto, ao
da governança corporativa, ou seja, com a administração
das relações contratuais e institucionais estabelecidas pelas
companhias e as medidas adotadas para o atendimento das
demandas e dos interesses dos diversos participantes envol-
vidos. Dessa forma, a responsabilidade social corporativa está
relacionada com a gestão de empresas em situações cada vez
mais complexas, nas quais questões como as ambientais e so-
ciais são crescentemente mais importantes para assegurar o
sucesso e a sustentabilidade dos negócios.
conceituando
BALANÇO SOCIAL
Modelo Ibase
152
Betinho, o fundador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
UNICESUMAR
(Ibase), apresenta os termos “empresa pública e cidadã” em um artigo publicado
na Folha de São Paulo em 26 de março de 1997. Nesse artigo, Betinho aborda
as questões de natureza pública, empresarial, comunitária e social para chamar
a atenção da sociedade quanto à necessidade de implantar o balanço social no
Brasil (TINOCO, 2010).
conecte-se
Os primeiros passos que devem ser levados em consideração para que uma em-
presa seja reconhecida como “pública e cidadã” são:
1. Desenvolver uma missão, uma visão e um conjunto de valores a serem
seguidos.
2. Comprometimento das lideranças e stakeholders para que a responsabi-
lidade social seja parte integrante de cada processo decisório.
3. Colocar os seus valores em prática.
4. Promoção de uma gestão executiva responsável.
5. Comunicação, educação e treinamento.
6. Publicação de balanços sociais e ambientais.
7. Utilizar a sua influência de forma positiva.
153
UNIDADE 5
conecte-se
Acesse o QR Code ao lado e assista a um vídeo de Francielli Muller, que explica a im-
portância dos relatórios e dos balanços sociais, ao expor o funcionamento do Ibase
e do Global Reporting Initiative (GRI), o qual estudaremos a seguir.
Modelo GRI
154
As organizações podem utilizar os padrões da Global Reporting Initiative (GRI)
UNICESUMAR
para desenvolver os seus relatórios de sustentabilidade. Entretanto, não é neces-
sário fazer o uso de todos, mas podem ser empregadas partes específicas para
relatar as informações que são válidas para a sua organização.
A GRI:
“
[...] é uma organização internacional que ajuda empresas,
governos e outras instituições a compreender e comunicar o
impacto dos negócios em questões críticas de sustentabilidade.
Mudanças climáticas, direitos humanos e problemas de cor-
rupção são algumas dessas questões (CEBDS, 2017, on-line)5.
conceituando
É preciso muita atenção, pois cada modo de utilização dos padrões requer uma
declaração de uso correspondente. As organizações precisam incluir essa decla-
ração em qualquer relatório com divulgação baseada nos modelos previstos pelo
documento, já que:
“
As Diretrizes para Elaboração de Relatórios de Sustentabilida-
de da GRI consistem de princípios para a defi nição do con-
teúdo do relatório e a garantia da qualidade das informações
relatadas. Incluem também o conteúdo do relatório, composto
de indicadores de desempenho e outros itens de divulgação,
além de orientações sobre temas técnicos específi cos relativos
à elaboração do relatório (GRI, 2006, p. 3).
155
■ Demonstrar compromisso com os impactos ambientais e sociais.
UNIDADE 5
conecte-se
Indicadores ETHOS
Os indicadores Ethos são uma ferramenta de gestão que objetiva apoiar as orga-
nizações, a fim de incorporar a sustentabilidade e a responsabilidade social nas
estratégias do negócio. Desse modo:
156
“
A nova geração dos Indicadores Ethos foi criada para estar a servi-
UNICESUMAR
ço dos negócios, com aplicações e funcionalidades que permitem
total flexibilidade em sua aplicação pelas empresas e a geração de
relatórios mais próximos da realidade empresarial, que apoiam efe-
tivamente a gestão, com mecanismos para planejamento, compar-
tilhamento de dados com as partes interessadas e desenvolvimento
da sustentabilidade nas cadeias de valor (INSTITUTO ETHOS,
[2020], on-line)7.
conceituando
“Os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis têm como foco avaliar
o quanto a sustentabilidade e a responsabilidade social têm sido incorporadas nos negó-
cios, auxiliando a definição de estratégias, políticas e processos. Embora traga medidas
de desempenho em sustentabilidade e responsabilidade social, esta ferramenta não se
propõe a medir o desempenho das empresas nem reconhecer empresas como sustentá-
veis ou responsáveis”.
Fonte: Instituto Ethos ([2020], on-line)8.
“
Essa geração atual dos Indicadores Ethos está sendo continuamen-
te aprimorada, nos apresenta uma nova abordagem para a gestão
das empresas e procura integrar os princípios e comportamentos
da RSE com os objetivos para a sustentabilidade, baseando-se em
um conceito de negócios sustentáveis e responsáveis ainda em de-
senvolvimento. Além de ter maior integração com as diretrizes de
relatórios de sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI),
com a Norma de Responsabilidade Social ABNT NBR ISO 26000,
CDP, e outras iniciativas (INSTITUTO ETHOS, [2020], on-line)9.
157
UNIDADE 5
conecte-se
Além dos modelos apresentados, existem outros que podem ser analisados, a fim
de constatar em qual a sua empresa se enquadra.
Outra forma que a organização pode utilizar para verificar os resultados dos
investimentos feitos nas áreas ambiental e social é por meio da auditoria e da
certificação social. Para Tinoco (2010), a auditoria é de suma importância para
a segurança dos agentes sociais em relação às atividades que são desenvolvidas
pelas organizações, incluindo os gestores e os controladores dessas entidades.
A auditoria se preocupa basicamente com a análise de elementos contábeis
e sociais, bem como a determinação e a exatidão das demonstrações e dos re-
latórios contábeis, sociais e ambientais. Além do mais, procura garantir se as
demonstrações e os registros contábeis que lhe deram origem são de confiança.
Assim como as normas ISO 9000 e ISO 14000 certificam as empresas pela
sua capacidade gerencial (qualidade do processo de produção) e pelo respeito
ao meio ambiente, as normas BS 8800 e SA 8000 certificam, respectivamente, as
organizações que garantem a segurança e a saúde do trabalhador, além de res-
peitar os direitos humanos e trabalhistas.
A Social Accountability Standard (SA) 8000 possui estrutura similar à da ISO
9000 e enfatiza os direitos dos empregados, tais como a licença-maternidade, a
remuneração de horas extras e salários que garantam a cobertura das suas neces-
sidades mínimas. A norma é baseada nos preceitos da Organização Internacional
do Trabalho (OIT) e foi criada pelo Council on Economic Priorities Accreditation
Agency (CEPAA), uma organização internacional filiada ao Council on Econo-
mic Priorities (CEP), de Nova Iorque, que possui, como diretriz central, a difusão
das questões relativas às condições trabalhistas entre os consumidores de todo
o mundo por meio do seu guia ao consumidor, o Shopping for a Better World.
158
UNICESUMAR
explorando Ideias
3
PREMIAÇÕES NA ÁREA DA
SUSTENTABILIDADE
“
Para efeito do prêmio, sustentabilidade é entendida como
a busca pela harmonia entre os três pilares: equilíbrio am-
biental, justiça social e viabilidade econômica. O Prêmio será
dado para uma iniciativa inovadora economicamente viável,
ambientalmente equilibrada e socialmente inclusiva que es-
teja em uso, nos temas: Desenvolvimento de Cadeia de Valor,
Educação, Meio Ambiente, Saúde e Tecnologia da Informação
(INSTITUTO ETHOS, [2020], on-line)10.
■ Associações comunitárias.
■ Empreendedores sociais.
■ Institutos de pesquisa.
■ Micro e pequenas empresas.
■ ONGs.
■ Universidades.
160
Prêmio Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
UNICESUMAR
(ODS) Brasil
161
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
162
na prática
4. Lançado nos anos 90, o balanço social Ibase tem como principal função tornar pú-
blica a responsabilidade social empresarial, ao construir vínculos maiores entre a
empresa, a sociedade e o meio ambiente. Assim, explique a forma do modelo Ibase.
163
aprimore-se
Mas o que uma organização deve fazer para alcançar a sustentabilidade empresa-
rial? Quais os melhores caminhos e as práticas mais eficazes?
É consenso que a sustentabilidade empresarial deve ser trabalhada em conformi-
dade com as normas técnicas internacionais referentes à qualidade, à proteção do
meio ambiente, à saúde e segurança dos funcionários e à responsabilidade social.
E por que a qualidade empresarial tem a ver com sustentabilidade? Essas duas
práticas estão totalmente relacionadas porque são essenciais para o desenvolvi-
mento responsável de produtos e processos empresariais. Isso significa dizer que
uma empresa com um sistema eficiente de qualidade poderá ter alta produtividade,
custos reduzidos, excelência em níveis de desempenho, tudo isso atrelado a práti-
cas sustentáveis e de preocupação socioambiental.
Nesse sentido, as normas da ISO são fundamentais. A ISO 9000 é uma série de
normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization (ISO), vol-
tadas para a qualidade do produto ou do processo. Dessa lista de normas, a ISO
9001 é a mais abrangente e também a mais utilizada entre as normas do Sistema de
Gestão de Qualidade (SGQ).
164
eu recomendo!
livro
conecte-se
165
165
conclusão geral
conclusão
conclusão geral
geral
Caro(a) aluno(a),
166
166
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UNIDADE 5
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gabarito
• Respeito aos interesses das partes in- 3. São exemplos de ações externas da
teressadas. SER: o desenvolvimento de projetos
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anotações
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