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Atualidades Brasil
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ATUALIDADES
Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Atualidades Brasil. . .......................................................................................................................... 4
1. Parte I – Brasil: Território, Posição, Índice de Desenvolvimento Humano e População... 4
1.1. Território, Fronteiras, Transporte e Energia........................................................................ 4
1.2. A População Brasileira........................................................................................................... 14
1.3. IDH Brasil: 2019.. ...................................................................................................................... 20
2. Parte II – Atualidades Brasil: Política, Economia e Fatos................................................. 23
2.1. A Política Brasileira.. ............................................................................................................... 23
2.2. Economia Brasileira...............................................................................................................42
2.3. O Caso Marielle....................................................................................................................... 75
2.4. As Milícias no Rio de Janeiro................................................................................................ 76
2.5. A Crise na Segurança Pública no Brasil............................................................................. 77
2.6. O Mais Médicos na Berlinda. . ............................................................................................... 93
2.6. A Reforma da Previdência.. ................................................................................................... 96
2.7. A Transposição do Rio São Francisco................................................................................ 110
2.8. Cultura e Atualidades no Brasil em 2020: alguns Pontos Fundamentais. . ............... 116
2.9. O Escola sem Partido. . ..........................................................................................................118
2.10. Brics e o Brasil. . ................................................................................................................... 125
Exercícios....................................................................................................................................... 134
Gabarito.......................................................................................................................................... 146
Gabarito Comentado................................................................................................................... 147
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Apresentação
Caro(a) aluno(a), é um prazer imenso estar junto a você nessa etapa de preparação rumo à
conquista de algo tão importante na vida: a estabilidade profissional no serviço público.
Peço licença para me apresentar. Meu nome é Luis Felipe Ziriba. Sou formado em Geografia
desde 2004, pela Universidade de Brasília, e sou também servidor do Incra – SEDE, desde 2008,
no cargo de Analista em Desenvolvimento e Reforma Agrária. Ministro aulas para concursos
desde 2001. Comecei em sala aos 20 anos de idade em pré-vestibulares, tendo seguido para
concursos de admissão à carreira militar, tais como EsPCEx, ESA, entre outros, nas disciplinas
de Geografia Geral e do Brasil. Lecionei também em preparatórios (Geografia Geral e do Brasil)
para cursos de admissão à carreira diplomática – Instituto Rio Branco. Já no início da década
findada (2010-2019), parti também rumo ao desafio de lecionar as matérias Atualidades do
Brasil e do Mundo, além de Realidade/Atualidades do Distrito Federal.
Assim, entre tantas matérias diferentes e interessantes, lá se vão 18 anos preparando alu-
nos nos melhores cursos do Distrito Federal para os mais concorridos concursos do Brasil.
Bom, obrigado pelo espaço e pela confiança depositados e vamos, então, ao que realmente
importa a você. O tempo urge!
Com vistas a auxiliá-lo(a) nessa preparação, dividi nosso material em duas partes: na pri-
meira parte, destaco aspectos do território nacional (incluindo transportes e energia) e contex-
to populacional; na segunda, serão abordados aspectos de nossa política, economia e temas
mais importantes em atualidades (cultura, sociedade, segurança, relações internacionais, en-
tre outros).
Destaco, por fim, caro(a) aluno(a), ser extremamente necessário que realize a leitura inte-
gral dos temas a seguir e dos seus respectivos textos complementares, mesmo que haja em
editais recortes balizando períodos específicos, tal como pode (e costuma) acontecer. Tenha
em mente que será apenas promovendo a leitura retórica acerca dos temas, desde seu início
até o fim, que será possível, portanto, a clarificação dos contextos mais recentes de Atuali-
dades. E juro… não há como fugir disso! Pode confiar nessa informação. A disciplina de Atu-
alidades não está restrita, simplesmente, a uma coleta de notícias com base no(s) recorte(s)
estipulado(s) pelos editais. Em Atualidades existem contextos que devem ser entendidos para
que possamos atingir o nível necessário de conhecimento pedido pelas bancas em concursos.
Então, vamos começar. Peço, por favor, que faça o caderno de exercícios apresentado como
fixação de conteúdo e acréscimo didático. Avalie nosso curso em nossa plataforma. Obrigado!
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ATUALIDADES BRASIL
1. Parte I – Brasil: Território, Posição, Índice de Desenvolvimento
Humano e População
1.1. Território, Fronteiras, Transporte e Energia
O Brasil possui a 5a maior extensão territorial do mundo. Com mais de 8,5 milhões de qui-
lômetros quadrados de extensão, somos considerados um país-continente. Dentro da América
do Sul, temos disparado a maior em área total (47%), com mais de três vezes o tamanho do
segundo maior país, a Argentina.
Repare que o enorme território brasileiro é quase equidimensional, ou seja, possui pratica-
mente as mesmas extensões de Norte-Sul e Leste-Oeste.
Obs.: Os pontos descritos são os nossos pontos extremos nas quatro direções: Norte (Monte
Caburaí, em Roraima), Sul (Arroio do Chuí), Leste (Ponta do Seixas) e Oeste (Nascente
do Rio Moa).
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O Brasil faz fronteira com dez (10) países. Dentro do continente sul-americano, não somos
“vizinhos” apenas de dois países: o Chile e o pequeno Equador. No mapa a seguir, temos as
principais extensões de fronteiras, com destaque para o Peru (2º lugar) e a Bolívia (com mais
de 3.000 km de fronteira, em boa parte pela Amazônia). Destaca-se que esses dados de tama-
nho das fronteiras são estanques, ou seja, não sofrerão alterações em curto ou médio prazo,
à medida que os tratados com os países fronteiriços ao Brasil foram ratificados há tempos;
também não vêm ocorrendo reivindicações fronteiriças de nações vizinhas.
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O Brasil possui cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa configu-
ração atende a uma divisão de 1969 do IBGE, a qual levou em conta similaridades humanas e
naturais entre os estados para o agrupamento em regiões:
• MAIOR REGIÃO (2019): Norte (45.2% do território nacional);
• REGIÃO COM MAIOR NÚMERO DE ESTADOS: Nordeste (com 9);
• MAIOR POPULAÇÃO: Sudeste (aproximadamente 86 milhões perfazendo em torno de
42% população do Brasil).
Vale destacar que os estados brasileiros podem se desmembrar internamente em outros me-
nores, bastando haver a aprovação pela Câmara dos Deputados e a consulta à população dos
estados. Mas eles não podem se destacar do Brasil para formar outro país. Há pleitos em tor-
no de desmembramento de estados em análise atualmente para o Piauí, o Maranhão, a Bahia,
entre outros. O pleito que neste sentido fora levado mais adiante deu-se no Pará, em 2011,
quando sua população em plebiscito não aceitou a fragmentação do estado em três outros
estados (capitais em Marabá, Santarém e Belém).
Por fim, em 2021, o Brasil possuía 5.570 municípios. Os Estados com mais municípios
atualmente são: Minas Gerais (853) e São Paulo (645). Na rabeira, temos Roraima, com apenas
15, e o Amapá, com 16 municípios.
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O Distrito Federal não é um Estado, e sim uma unidade da Federação, tendo apenas Brasí-
lia (a Capital Federal) como seu único município.
Texto Complementar
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Em seguida vem o meio de transporte aquaviário, o qual responde por algo em torno de
10% do transporte de cargas no Brasil, tendo sido aumentada esta participação ao longo
das últimas décadas por meio, principalmente, das iniciativas promovidas pelo PNLT. A carga
transportada internamente pelas hidrovias do país se encontra atualmente na casa dos 20% na
soja; 15% de petróleo; 12% é areia, o milho representando 10% e o minério de ferro outros 10%.
Um dado interessante é que mais de 40% deste transporte se dá dentro do próprio estado, com
destaque para as operações deste tipo promovidas no Rio Grande do Sul, São Paulo, Pará e
Amazonas. Para estes dois últimos estados da Região Norte, vale ressaltar, embora este texto
não seja sobre transporte de passageiros, que o modal aquaviário também leva muitas pesso-
as e uma imensa gama de produtos (mudanças, por exemplo, algo impensável no Centro-Sul
do Brasil, que são feitas por barcos). São estados (principalmente o AM) que não têm expres-
sivas ligações rodoviárias, mas que possuem, contudo, rios caudalosos, largos e morosos os
quais auxiliam no transporte aquaviário. As vantagens do transporte aquaviário residem na
sua amplificada capacidade de carga e custos baixos para o operador. As externalidades são
a construção de hidrovias seguras e, se necessário, de eclusas (um processo muito caro), a
ocorrência de acidentes (principalmente no transporte de passageiros) e a dificuldade de se
chegar a pontos diversificados do território brasileiro. O ideal para o transporte aquaviário é
que se consiga implementar uma logística eficiente para a realização do transbordo (troca de
modal). No Brasil, uma modalidade de transporte por barcos que esteve relegada em décadas
anteriores vem ganhando força ao longo dos últimos anos: o transporte por cabotagem, ou
seja, quando se leva a carga entre portos marítimos, praticamente se margeando a costa. Os
portos e as embarcações no Brasil, na verdade, vêm se adaptando a essa eficiente modalidade
de transporte de cargas.
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Por fim, em relação ao aquaviário, destaco que mais de 90% do comércio global atualmen-
te se deve ao transporte aquático em grandes navios, sejam estes de contêineres, sejam de
graneleiros.
Por último vem o transporte aéreo de cargas, muito importante à medida que, embora
leve algo em torno de apenas 5% das cargas no Brasil, ao somarmos os valores destas car-
gas, tem-se algo em torno de 25% de todos os valores transportados no Brasil. O modal aero-
viário é, de fato, muito eficiente quando se precisa levar cargas perecíveis (alimentos, flores)
ou com alto valor agregado, em que o custo mais alto do transporte, comparado aos outros
meios, compensa.
Texto Complementar
Acrescenta-se, contudo, à nossa matriz energética, mais 18% de termelétricas, 1,5% nu-
clear e o restante, em torno de 5%, importada (basicamente do Paraguai por meio de Itaipu, ou
seja, também fonte hidrelétrica).
As Hidrelétricas
Poucos países no mundo possuem proporção tão elevada em sua matriz energética com
base em hidrelétricas como no Brasil. Geograficamente, o nosso parque hidrelétrico já esteve
bastante concentrado no Centro-Sul e Vale do Rio São Francisco. Por lá, grandes estruturas,
como as usinas de Paulo Afonso-BA e Itaipu-PR, permanecem, mas o direcionamento do sis-
tema elétrico nacional evidencia uma subida de novas estruturas, agora se apropriando dos
rios amazônicos. Assim, nasceram nas últimas décadas gigantescos projetos, como o Jirau e
Santo Antônio em Rondônia, Tucuruí e Belo Monte no Pará. Aliás, esta última, quando estiver
em pleno funcionamento, será a maior usina do Brasil e a segunda maior do mundo. Ao todo
hoje são 218 usinas em funcionamento no Brasil.
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O Parque Eólico
Em 2019 funcionavam no Brasil 368 usinas eólicas, além de 133 novas em construção.
Predominantes em regiões de vegetação baixa, como no centro da Bahia, ou no litoral do Nor-
deste e Região Sul, onde a incidência de ventos é bastante favorecida, se utilizam da energia
de movimento do vento para produção de eletricidade. Um princípio simples, mas que requer
implementações tecnológicas. A produção eólica responde por quase 6% da eletricidade total
no Brasil, tendo crescido exponencialmente ao longo dos últimos 15 anos. Em estados como
o Ceará e Rio Grande do Norte, que não possuem grandes hidrelétricas, já representam grande
parte da produção de energia local.
Termelétricas
Incentivos ao emprego de termelétricas, sobretudo, as com uso de biomassa, buscam di-
versificar a matriz energética elétrica, que até 2006 tinha 83,2% de sua potência composta por
hidrelétricas. Licor negro (resíduo da produção de papel) e bagaço de cana são as principais
fontes de biomassa (renováveis). Gás natural e derivados de petróleo são as fontes fósseis
mais comuns (não renováveis). Dentro do mapa nacional de termelétricas, tem-se termelétri-
cas por todo o país, contudo aqueles que se utilizam de biomassa estão no Centro-Sul e as que
queimam gás natural e petróleo (fontes não renováveis e poluidoras) na Amazônia, via de regra.
Nuclear
Localizadas em Angra dos Reis (RJ), as usinas nucleares Angra 1 e 2 utilizam o átomo do
elemento químico urânio para produção de 1.990 MW de energia elétrica, distribuída no eixo
Rio-São Paulo. Em construção, Angra 3 deve fornecer 1.350 MW. O Brasil é o 23º país do mundo
em potência nuclear instalada (2018).
Força Maremotriz
Essa modalidade de produção de energia se utiliza a força das marés. Presente em países
como Reino Unido e Canadá, esse método consiste em usar o “vai e vem” das marés para mo-
vimentar turbinas e, com isso, gerar eletricidade. É um processo similar ao usado em parques
eólicos, com uma vantagem: por ser mais densa, a água exerce uma força maior sobre as tur-
binas e, consequentemente, gera mais energia.
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Uma das principais formas de exploração da energia das marés é por meio do uso de
turbinas instaladas em barragens, dessa forma as marés criam um desnível suficientemente
elevado entre os lados da barragem, de modo que as turbinas sejam acionadas.
As energias oceânicas ainda não fazem parte da agenda energética do Brasil. Não existem
políticas de incentivos nem iniciativas para a realização de um inventário objetivo do potencial
energético. Exemplo disso é que o país não possui uma legislação específica para fontes re-
nováveis de energia do mar.
Texto Complementar
Caro aluno, para entender de forma simplificada o contexto mais recente da atual crise hí-
drica (2021) a qual resulta em consequências na produção de energia elétrica no país, vamos
nos ater a estes pontos inicialmente e explicarei, prometo, de forma simplificada:
1. A produção de energia no Brasil é fundamentalmente baseada na força das hidrelétri-
cas, com 70 por cento de toda a capacidade de produção de energia elétrica instalada oriunda
da força das hidrelétricas.
Obs.: Hidrelétricas são consideradas fontes limpas de produção de energia, pois na produ-
ção diária de energia não ocorre produção direta de gases de efeito estufa e também
renovável, à medida que a água é um recurso natural renovável.
2. As hidrelétricas nacionais dependem (e cada vez mais) de rios de planalto que nascem
na região central do Brasil e possuem regimes de alta variação em sua força (e quantidade
de água). Ou seja, são rios altamente sujeitos ao regime de seca que impera no país entre os
meses de abril a outubro.
3. A gradual substituição da energia oriunda de hidrelétricas por termoelétricas torna a
energia mais cara.
4. O período de seca se tornou mais severo, bastante em função da escalada de desma-
tamento que acomete o Brasil ao longo das últimas décadas e, também, em função de fatores
de circulação atmosférica global.
O Brasil historicamente atrelou seu parque de produção energia elétrica às hidrelétricas.
Somos um país de rios com bom regime de chuvas e com expertise na construção deste tipo
de modalidade de produção de energia desde a entrada do século passado. Tal movimento em
torno de construção de hidrelétricas projetou um parque com mais de 60 hidrelétricas de gran-
de porte, sendo algumas das maiores do mundo em capacidade total instalada, tais quais Itai-
pu (que é binacional, com sua produção compartilhada com o Paraguai) e Belo Monte, no Pará.
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A questão crucial acerca deste modelo considerado limpo de produção de energia (pois
não emite diretamente gases de efeito estufa) e renovável (pois se utiliza da água, um recurso
renovável) é exatamente a necessidade de abastecimento dos reservatórios. Vamos então
entender bem esta questão: A força das águas contidas nos reservatórios movimenta as tur-
binas das hidrelétricas. Em sua origem, os reservatórios são constituídos pelas alterações em
cursos de rios que são canalizados com vista as formar o reservatório. Ao ser realizada esta
engenharia os reservatórios passam a existir e alimentam-se, em boa parte, exatamente pela
água das chuvas. São as águas que caem do céu percorrendo internamente os solos (níveis
basais) e os aquíferos, ou que percorrem o nível superficial, e também, claro, a água que incide
diretamente em cima do reservatório que o alimenta. Vejam bem que as chuvas atuam de di-
versas maneiras na formação e manutenção dos reservatórios.
É que aí que mora o perigo. Os reservatórios não vêm conseguindo ser abastecidos a
contento, visto que nossas hidrelétricas se concentram exatamente no Brasil Central e a seca
vem sendo mais severa ano após ano nessa parte do país. Este ano de 2021 vivemos a maior
escassez hídrica em 91 anos e, assim, os reservatórios esvaziam acima do normal, não pos-
suindo, logicamente, reposição hídrica. Não entra água no solo, nem corre água de forma su-
perficial e nem chove em cima da lâmina de água. Alguns reservatórios já operam no limite em
2021 e outros estão já se utilizando do chamado “nível morto”, acarretando mais esforço das
turbinas para a produção de energia.
Outro ponto crucial acerca da atual crise hídrica reside no fato de que, via de regra, os rios
que constituem os reservatórios em sua origem e auxiliam na manutenção dos reservatórios
(junto, tal qual visto, à chuva incidente) nascem exatamente no Brasil Central. Caso emblemá-
tico é o Rio Xingu, que alimenta a megausina hidrelétrica de Belo Monte no Pará. Esse grande e
belo curso hídrico nasce nas serras do Mato Grosso região que anualmente passa por evento
de seca sazonal (entre maio e setembro). Sendo assim, no período de seca a força de suas
águas diminui consideravelmente e produz-se menos energia. O solo não é abastecido, muito
menos os reservatórios e os rios ficam menos caudalosos. A usina fica, portanto, ociosa à
medida que ocorre menos chuva.
Por fim, essa conjunção de fatores, ou seja, a seca e a concentração de rios que abaste-
cem as maiores hidrelétricas no Brasil Central transformaram um sistema gigante em pouco
eficiente à medida que seus reservatórios pereceram. Para tanto, o Governo Federal passou
a suprir a demanda energética por meio das termoelétricas, que são unidades de produção
de energia que queimam combustível e /ou biomassa (preferencialmente cana) e, em sendo
assim, a energia se torna mais cara e menos eficiente do ponto de vista ambiental.
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Funcionamento de termoelétricas:
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contra mal distribuída, e muito concentrada, principalmente nas grandes cidades das Regiões
Sul, Sudeste e Nordeste. Mas, de fato, na divisão total, temos apenas uma média em torno de
24 hab/km2, uma média baixa ao compararmos em termos globais.
Para quem tiver interesse em saber as posições dos países no ranking de povoamento,
espie este link recomendado abaixo:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_densidade_populacional
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De acordo com as estimativas do IBGE, o município de São Paulo continua sendo o mais
populoso do país, com 12,25 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 6,72 mi-
lhões de habitantes, Brasília, com 3 milhões, e Salvador com 2,9 milhões de habitantes.
Já os municípios com menor população são Serra da Saudade (MG), com 781 habitantes,
Borá (SP), com 837 habitantes, e Araguainha (MT), com 935 habitantes.
Segundo o IBGE, 324 municípios têm mais de 100 mil habitantes. Juntos eles são apenas
5,8% do total de 5.570 municípios do país, mas respondem por 57,4% da população brasileira
ou 120,7 milhões de habitantes, sendo que 48 deles têm mais de 500 mil habitantes.
Por outro lado, 3.670 municípios – 68,2% do total – são habitados por menos de 20 mil
pessoas. Juntos eles têm 32 milhões de habitantes ou 15,2% da população total do país.
Dos 5.570 municípios do país, 28,6% apresentaram redução populacional. Aproximada-
mente metade (49,6%) dos municípios tiveram crescimento entre zero e 1% e apenas 4,8% (266
municípios) apresentaram crescimento igual ou superior a 2%.
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Note haver no mapa anterior, acerca de nosso povoamento relativo, uma nítida concentra-
ção populacional na fachada litorânea (faixa que vai do litoral a mais ou menos 150-200 km
em direção ao interior). Fora isso, os pontos no interior do Brasil que possuem alto índice de
adensamento são os chamados Enclaves Territoriais.
Os Enclaves Territoriais são estruturas artificialmente criadas, tais quais cidades, polos
industriais, entre outros, que, ao surgirem (incentivados, via de regra, pelo Estado), conseguem
atrair para áreas antes sem qualquer desenvolvimento, ou com baixo nível de adensamento po-
pulacional (e de desenvolvimento econômico), contingentes populacionais expressivos. Dois
exemplos clássicos de enclaves no Brasil são Brasília e a Zona Franca de Manaus, enclaves
indutores de enorme sucesso em termos de desenvolvimento e atração populacional, podendo
estes serem percebidos no mapa de Densidade Demográfica como pontos bastante averme-
lhados, ou seja, de alto adensamento, em contraste à grande parte interior de nosso território.
Para finalizar, vale destacar que o Brasil possui áreas em ANECÚMENOS, ou seja, em par-
tes de um território onde os fatores naturais são impeditivos ao desenvolvimento humano. Os
desertos, as áreas congeladas e partes alagadas e as selvas são exemplos globais neste sen-
tido. Em nosso país, temos a Floresta Amazônica e, em menor escala, o semiárido nordestino,
com a vegetação da Caatinga, nossos exemplos de anecúmenos territoriais.
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Criado em 1938, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – realiza, a cada de-
cênio (desde 1940), o Censo Demográfico: a contagem de nossa população que nos traz uma
radiografia precisa acerca de uma gigantesca gama de fatores humanos e sociais de nosso
imenso país e de sua população. Nos períodos entre censitários, o Instituto promove amostra-
gens anuais com vistas a se manter atualizada a contagem decenal: o PNAD – Pesquisa Anual
por Amostra de Domicílio.
Para 2020, o IBGE mais uma vez realizaria o Censo decenal (sendo nosso último de 2010). Ou
pelo menos iria, em tese. Contudo, contingenciamentos de recursos e principalmente as difi-
culdades impostas pela Covid fizeram com que os trabalhos fossem adiados.
Em função das orientações do Ministério da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de
saúde pública causado pela COVID-19, o IBGE decidiu adiar a realização do Censo Demográ-
fico para 2021. A decisão levava em consideração a natureza de coleta da pesquisa, domiciliar
e predominantemente presencial, com estimativa de visitas de mais de 180 mil recenseadores
a cerca de 71 milhões de domicílios em todo o território nacional.
Considera, do mesmo modo, a impossibilidade de realização, em tempo hábil, de toda a cadeia
de treinamentos para a operação censitária, cuja primeira etapa se iniciaria em abril de 2020, de
forma centralizada, e posteriormente replicada em polos regionais e locais até o mês de julho.
Para a realização da operação censitária em 2021, o IBGE estabeleceu formalmente com o Mi-
nistério da Saúde o compromisso de realocar o orçamento do Censo 2020, em prol das ações
de enfrentamento ao coronavírus mantidas pelo Ministério.
Eis que uma outra reviravolta ocorre, e o Censo, que seria realizado inicialmente em 2020 (se-
guindo tradição histórica de realização do macrolevantamento a cada decênio), após ser adia-
do em 2021, sofre outra mudança. Com a simples justificativa emanada pelo Ministro da Eco-
nomia, Paulo Guedes, de não haver dinheiro, o Censo será realizado (veremos, né?!), portanto,
somente em 2022.
O Brasil chegou ao ano de 2021 com as seguintes taxas de crescimento populacional, en-
velhecimento e fecundidade:
• crescimento populacional no Brasil entre 2015-2019: 0,7% ao ano.
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Brasil: população com mais de 65 anos (2018): 9.2%. Embora não sejamos ainda uma so-
ciedade tipicamente envelhecida, estamos em rota acelerada de envelhecimento.
A taxa de fecundidade é o número médio de filhos por mulher em idade adulta (15-49
anos). Ela é considerada repositiva quando se encontra acima de dois filhos por mulher, não
sendo, portanto, há mais de uma década o caso do Brasil (com taxa em 1,7), nem em mais de
70 países hoje, segundo a ONU.
É importante compreendermos que, à medida que atualmente ocorre um padrão comporta-
mental, o qual vem desde a década de 1980 (quando saímos da EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA para
adentrarmos na TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA), em que a contínua REDUÇÃO DA NATALIDADE é
evidente em nossa demografia, há consequentemente uma queda também neste indicador.
1
Considerada como não repositiva.
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Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/12/15/brasil-perde-cinco-posicoes-no-ranking-mundial-de-idh.ghtml
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Entre os três critérios tomados como base no IDH – renda, expectativa de vida e escolaridade
–, o que puxa para baixo nossa posição é exatamente o indicador escolaridade. Para se ter
uma ideia, o Brasil, entre os países emergentes, possui escolaridade acima apenas da Índia.
CHILE 10,4
ARGENTINA 10,60
RÚSSIA 12
URUGUAI 8,70
BRASIL 7,80
COLÔMBIA 8,3
CHINA 7,9
EQUADOR 9
VENEZUELA 10,3
PARAGUAI 8,5
ÍNDIA 6,5
Fonte: Pnud, 2019.
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2.1.1. Os Partidos
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Novidade recente na busca por maior lisura ao processo eleitoral no Brasil ocorreu por
meio da proibição do financiamento privado de campanhas por empresas. Entre 1993 e 2014,
as empresas brasileiras podiam fazer doações para campanhas eleitorais. O limite legal era
2% do faturamento bruto da empresa no ano anterior à eleição. O beneficiário podia tanto ser o
candidato, quanto o partido político, que transferia o recurso para os candidatos. A nova regra
valeu já para as eleições municipais de 2016. Com vistas a facilitar a compreensão do novo
modelo, confira do sítio na internet Politize um quadro bastante elucidativo sobre as regras e
suas mudanças. Em: http://www.politize.com.br/financiamento-privado-de-campanhas/
As maiores bancadas na Câmara atualmente (legislatura 2019-2022):
• PT: 53 deputados;
• PSL: 41 deputados;
• PP: 40 deputados;
• PL: 39 deputados;
• PP: 38 deputados;
• PSD: 36 deputados.
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Alguns dados e fatos chamaram a atenção nesse pleito e podem aparecer em questões ou
futuros temas de redação de Atualidades em concursos. Então, vamos a eles!
Nas eleições de 2018, o número de jovens entre 16 e 17 anos que se inscreveram para votar
caiu proporcionalmente em relação às eleições de 2014. Se antes foram 23% do contingente
total os cadastrados a participar (o voto não é obrigatório nesta idade, nem para os acima de
70 anos), agora (em 2018) foram 21% do total apenas, demonstrando uma nítida queda no
interesse deste grupo etário por participar do processo democrático.
Outro dado chama a atenção, sendo destacado pelo ex-presidente do TSE Luiz Fux, em seu
discurso de despedida do cargo em meados do mês de agosto de 2018. Diz respeito ao fato
de termos atingido o número de 50% de eleitores cadastrados pelo sistema biométrico, sendo
meta do TSE atingir a totalidade dos eleitores até 2022. O TSE realizou também um enorme
avanço, sem dúvidas, ao ter cadastrado mais de 6.000 eleitores pelo seu nome social. São tran-
sexuais e travestis que, pela primeira vez na história, já poderão votar com um nome escolhido.
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Além destes avanços, Luiz Fux, ao passar o bastão para Rosa Weber, destacou que, nas elei-
ções de 2018, avançamos bastante, pois, com o auxílio de órgãos de investigação e judiciários,
como a Polícia Federal, Ministério da Justiça e ABIN, inicia-se, ao menos em tese, o combate às
chamadas fake news, ou seja, a disseminação de notícias e fatos falsos atribuídos a candidatos.
Mas é bem verdade que, mesmo havendo pioneiramente um esforço dos órgãos oficiais com
vistas a contar as fake news, o que vimos, de fato, foi uma enxurrada destes tipos de mensagens,
principalmente por meio do WhatsApp e do Facebook nas eleições. Não à toa, uma CPI para
investigar exatamente estas fake news fora aberta em fins de 2019 na Câmara dos Deputados.
Em maio de 2021, o Presidente do TSE é o Ministro do STF Luís Roberto Barroso.
O que são fake news? São informações deturpadas, emanadas por agentes que visam
disseminar informações, dados, ou notícias falsas. Via de regra, servem para denegrir pessoas
ou grupos opostos, podendo, logicamente, também promover ações positivas (de forma falsa)
de alguém ou de determinado(s) grupo(s).
Embora estejam atualmente em pauta como nunca, as fake news são uma prática antiga,
sendo disseminadas historicamente via panfletos ou veículos específicos de mídia. Contudo,
com as facilidades inerentes à propagação das redes sociais na última década, em especial, as
fake news ganharam proporções gigantescas. Foram, como já se sabe, inclusive a tônica das elei-
ções presidências nas duas maiores nações americanas, os EUA (em 2016) e no Brasil (2018).
No caso mais específico brasileiro, a motivação pela criação da CPMI da Fake News foi
a suspeita de uso de notícias falsas e desinformação, além de assédio e incitação a outras
práticas criminosas na internet, durante as eleições de 2018.
A CPMI das Fake News foi instalada em setembro de 2019, com o senador Ângelo Coronel
(PSD-BA) sendo eleito presidente e a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) nomeada relatora.
Em abril de 2020, a CPMI foi prorrogada e passou a focar também na disseminação de
desinformação sobre a pandemia do COVID-19 e do negacionismo do coronavírus.
Até Abril de 2021, a CPMI das fake news continuava em atividade se tornando uma das
CPMIs mais longevas de toda história do Congresso Nacional.
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Em: https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/veja-quem-sao-os-governadores-eleitos-em-2018/
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Eleito em segundo turno, bradando um discurso “contra tudo que está aí”, com vantagem
de mais de 10 milhões de votos (55,13% dos votos válidos) sobre seu adversário Fernando
Haddad (PT), o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro sai do baixo clero da Câmara dos
Deputados, na qual foi parlamentar por quase 30 anos, para se tornar (para surpresa de muitos
analistas políticos) o 38º presidente do Brasil.
E já em seu discurso de posse, Bolsonaro vocifera com a bandeira do país em punho que
“ela nunca mais será vermelha”, uma clara oposição ao PT – Partido dos Trabalhadores –, que
governou o país entre 2003-2016, com Lula e depois Dilma Rousseff.
Como primeira medida de governo, Bolsonaro forma um ministério mais enxuto – e com a
sua cara e preceitos. Ou seja, baseado no conservadorismo liberal. Reduzindo em 22 pastas
ministeriais principais (com Dilma havia chegado a 39 pastas), as principais novidades na Es-
planada são: a extinção do Ministério do Trabalho e a criação do Superministério da Economia
ao fundir o Ministério do Planejamento e Fazenda nessa pasta.
O núcleo ministerial mais radical (todos seguidores do autointitulado filósofo Olavo de Car-
valho) do Executivo, agora comandado por Bolsonaro, residia em um triunvirato ministerial en-
volvendo o Ministério das Relações Exteriores (Ministro Ernesto Araújo, já demitido em fins de
março de 2021), o da Família e dos Direitos das Mulheres (Ministra Damares) e o da Educação.
Nesta última pasta, Abraham Weintraub, ex-Ministro da Educação, que havia assumido o cargo
em abril de 2019, após a demissão de Ricardo Velez, acabou saindo do governo em meados de
2020. Para o seu lugar, assume em definitivo o Pastor Milton Ribeiro.
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Bolsonaro, seguindo promessa feita em campanha (em que seu gesto mais simbólico
eram arminhas simuladas com as duas mãos), promove logo na largada de seu governo de-
cretos facilitando a posse de armas. Contudo, em maio de 2019, viu-se que suas pretensões
armamentistas estavam eivadas por inúmeras inconstitucionalidades. O Presidente chegou,
por meio de decreto personalista, a versar que fosse facilitada a posse de fuzis por parte da
população civil interessada. Porém, a abertura (e facilidades) por parte da população brasileira
para adquirir armas ainda segue para ser analisada mais profundamente em primeira instância
pelo Congresso Nacional.
Acerca de que se facilite a aquisição de armas de fogo para a população, premissa de campa-
nha que vem sendo arduamente perseguida por Jair Bolsonaro, tais medidas emanadas pelo
executivo federal desde a posse do atual Presidente vêm sofrendo um severo controle por
parte do Ministério Público Federal – órgão moderador que emanou uma série de questiona-
mentos sobre isso. Destacou, por exemplo, em outubro de 2019, via nota técnica, parecer em
que considera evidente que, ao flexibilizar-se a aquisição de armas por policiais, terá como
resultado uma enorme facilitação ao desvio de armas para milícias.
As tratativas acerca de flexibilizar o armamento para a sociedade civil seguem em curso, con-
tudo. Bolsonaro, em reunião ministerial divulgada em rede nacional, deixou claro perseguir a
intenção de armar toda a população (segundo suas próprias palavras). Os decretos armamen-
tistas que o Presidente emanou na entrada de 2021 são os mais sérios e contundentes desde
que assumiu o governo e vêm sendo analisados pelo Congresso Nacional, mas já possuem
vigor a partir de abril de 2021.
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Nessa baila, o número de aquisições de armas regulares por cidadãos no Brasil vem cres-
cendo como há muito tempo não se via; atingindo recordes em 2019 seguindo a mesma pro-
gressão em 2020.
Eleito em segundo turno, bradando um discurso “contra tudo que está aí”, com vantagem
de mais de 10 milhões de votos (55,13% dos votos válidos) sobre seu adversário Fernando
Haddad (candidato do PT), o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro sai do baixo clero
da Câmara dos Deputados, casa legislativa em que fora parlamentar por quase 30 anos para
se tornar nosso 38º Presidente.
Em seu discurso de posse, Jair Bolsonaro vocifera com a bandeira do país em punho. Diz
que; “ela nunca mais será vermelha”, fazendo uma clara oposição ao PT – Partido dos Tra-
balhadores – congregação que governou o nosso país entre 2003-2016 (com Lula e depois
Dilma Rousseff)
Como primeira medida de governo o Presidente Jair Bolsonaro forma um ministério mais
enxuto – revestido, lógico, de sua cara e seus preceitos. Ou seja, com base no conservadoris-
mo liberal. Reduz, assim, logo de início, para apenas 22 pastas ministeriais principais (onde
com Dilma Rousseff havia chegado a 39 pastas). As principais novidades na Esplanada são:
a extinção do Ministério do Trabalho e a criação do Superministério da Economia, este último
originado pela fusão dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda.
O núcleo ministerial mais radical de Jair Bolsonaro em sua origem, é (ou era) composto
todo por seguidores do filósofo Olavo de Carvalho: Triunvirato ministerial envolvendo, portan-
to, o Ministério das Relações Exteriores (Ministro Ernesto Araújo, demitido em fins de março
de 2021 e substituído por Carlos Alberto França); o da Família e dos Direitos das Mulheres
(Ministra Damares) e o da Educação. Nesta última pasta, Abraham Weintraub, ex-Ministro da
Educação, após assumir o cargo, em abril de 2019 (após a demissão de Ricardo Velez) sai do
governo em meados de 2020 e para seu lugar assume, em definitivo, o Pastor Milton Ribeiro
(também de orientação conservadora).
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Jair Bolsonaro, seguindo promessa feita em campanha - onde seu gesto mais simbólico
eram o de armas simuladas, com as duas mãos, promove (logo na largada de seu governo)
decretos facilitando a posse de armas. Contudo, em maio de 2019, viu-se que suas pretensões
armamentistas estavam, de fato, eivadas por inúmeras inconstitucionalidades, embora fos-
sem baseadas, importante destacar tal ponto, no referendo sobre a proibição da comerciali-
zação de armas de fogo e munições, ocorrido no Brasil a 23 de outubro de 2005.
Tal consulta pública não aprovou o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826 de
22 de dezembro de 2003). Este artigo apresentava a seguinte redação:
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacio-
nal, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
O referendo estava previsto e tinha, inclusive, data marcada no próprio Estatuto do Desar-
mamento. Como resultado, 64% da população disse “não”. Ou seja, deveríamos seguir poden-
do comercializar armas e munições no Brasil, mas, de fato, não foi o que aconteceu e meio
que de imediato a partir deste referendo as decisões legislativas e do executivo federal sem-
pre foram contra o armamento por parte da população civil, fato. O resultado do referendo em
tela, de 2005, não foi acatado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e o Brasil
longo dos anos seguintes adotou uma política altamente refratária a aquisição de armas de
fogo por parte da população civil. Eis que o Presidente Jair Bolsonaro, ao tomar posse chegou
e por meio de decreto personalista, a versar que fosse facilitada a posse de fuzis por parte da
população civil interessada. Porém, a abertura (e facilidades) por parte da população brasileira
para adquirir armas ainda segue para ser analisada mais profundamente em primeira instância
pelo Congresso Nacional.
Acerca de que se facilite a aquisição de armas de fogo para a população, premissa de campa-
nha que vem sendo arduamente perseguida por Jair Bolsonaro, tais medidas emanadas pelo
executivo federal desde a posse do atual Presidente vêm sofrendo um severo controle por
parte do Ministério Público Federal – órgão moderador que emanou uma série de questiona-
mentos sobre isso. Destacou, por exemplo, em outubro de 2019, via nota técnica, parecer em
que considera evidente que, ao flexibilizar-se a aquisição de armas por policiais, terá como
resultado uma enorme facilitação ao desvio de armas para milícias.
As tratativas acerca de flexibilizar o armamento para a sociedade civil seguem em curso, con-
tudo. Bolsonaro, em reunião ministerial divulgada em rede nacional, deixou claro perseguir a
intenção de armar toda a população (segundo suas próprias palavras). Os decretos armamen-
tistas que o Presidente emanou na entrada de 2021 são os mais sérios e contundentes desde
que assumiu o governo e vêm sendo analisados pelo Congresso Nacional, mas já possuem
vigor a partir de abril de 2021.
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Reforma da Previdência
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No plano externo, o governo de Jair Bolsonaro se alinha, como há muito tempo não se via,
com os EUA. Seguindo (de forma nada velada) uma diretriz acima de tudo política, à medida
que o Presidente Bolsonaro, junto a seu ex-chanceler Ernesto Araújo (que ficou à frente do
Min. Rel. Exteriores de janeiro de 2019 a março de 2021), se identificava enormemente com
as plataformas políticas adotadas por Donald Trump (Presidente dos EUA entre 2017-2020).
Bolsonaro, em sua primeira viagem oficial aos EUA, em fevereiro de 2019, volta de Washington
oferecendo vantagens aos turistas americanos, como isenção de custas para vistos a todos
os americanos que aqui desejassem desembarcar como turistas. Além disso, nessa mesma
viagem, garantiu-se a compra de trigo plantado nos EUA, com isenção de taxas alfandegárias
por parte de nosso país. Em contrapartida, Trump devolve apenas uma vaga sinalização de
que apoiaria o ingresso brasileiro na enfraquecida Organização para a Cooperação e o Desen-
volvimento Econômico (OCDE), e ambos encerram os protocolos desta visita trocando entre
eles camisas de suas respectivas seleções de futebol.
O alinhamento escancarado promovido por Bolsonaro em torno de seu parceiro ideológico,
Donald Trump, resultou, meses depois, em declarações de apoio proferidas pelo mandatário
norte-americano a que nosso presidente prosseguisse aguerrido em defesa de seu projeto pes-
soal: tornar o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um de seus filhos, embaixador do
Brasil nos EUA. E Bolsonaro, em 2019, após quase um mês brigando contra a imprensa e (parte)
da opinião pública, se demove da ideia ao ser acusado de promover uma tentativa de nepotismo.
Em sua primeira viagem oficial com destino ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, em
dezembro de 2019, o Presidente Jair Bolsonaro promoveu um discurso curto. Por lá, no inverno
rigoroso europeu, sem arrancar aplausos nem vaias sinalizou que não iria sair, por enquanto,
do Acordo do Clima de Paris, após ter anunciado em campanha no ano anterior que deixaria o
acordo, caso fosse eleito. Já aqui em 2021, mantemos nossa presença no acordo.
Já em setembro de 2019, ao assumir o posto destinado aos presidentes brasileiros e
abrir a Assembleia-Geral anual da ONU, em Nova York, por 30 minutos, o nosso Presidente se
dirigiu ao mundo vociferando com ataques em meio a seus paradigmas ideológicos e perse-
guindo buscando deixar claro, entre outros pontos, que o seu governo era uma oposição ao
socialismo/comunismo. Sobre seu discurso na ONU (24/9/2019), o seu primeiro, com vistas
a facilitar nosso trabalho em Atualidades do Brasil, veja abaixo em resumo cinco pontos (em
tópicos) atacados/destacados por Bolsonaro. Vale a pena, sem dúvidas, fazer uma leitura so-
bre os dois discursos na ONU já realizados (2019 e 2020), porém, claro, sem precisar decorar
o ponto a ponto, servindo apenas como um embasamento acerca deste importante momento
em que somos chamados anualmente a abrir a Assembleia-Geral da ONU.
Segue link para quem quiser promover uma leitura integral do discurso de Bolsonaro na
ONU: https://exame.abril.com.br/brasil/leia-na-integra-o-discurso-de-bolsonaro-na-assem-
bleia-da-onu/)
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1. Socialismo
Bolsonaro abriu seu discurso dizendo que o Brasil “ressurge depois de estar à beira do so-
cialismo”. Ele fez duras críticas a Cuba, especialmente ao programa Mais Médicos, que levou
médicos cubanos para trabalhar no Brasil e na Venezuela.
Os cubanos deixaram o programa, iniciado durante o governo da ex-presidente Dilma
Rousseff, com o rompimento do acordo de colaboração por parte de Havana após a eleição
de Bolsonaro.
Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção ge-
neralizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos
valores familiares e religiosos que formam nossas tradições.
Segundo Bolsonaro:
A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para
colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasi-
leiro e de outros países da América Latina. Foram derrotados!
Bolsonaro acrescentou que o Brasil está trabalhando com os Estados Unidos para que a “a
democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também nos empenhamos duramente para
que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime”.
O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez para
difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser combatido.
2. Economia
Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E vice-versa. O li-
vre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes hoje no Brasil. A economia
está reagindo, ao romper os vícios e amarras de quase duas décadas de irresponsabilidade fiscal,
aparelhamento do Estado e corrupção generalizada. A abertura, a gestão competente e os ganhos
de produtividade são objetivos imediatos do nosso governo. Estamos abrindo a economia e nos
integrando às cadeias globais de valor. Em apenas oito meses, concluímos os dois maiores acordos
comerciais da história do país, aqueles firmados entre o Mercosul e a União Europeia e entre o Mer-
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cosul e a Área Europeia de Livre Comércio, o EFTA. Pretendemos seguir adiante com vários outros
acordos nos próximos meses. Estamos prontos também para iniciar nosso processo de adesão à
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Já estamos adiantados,
adotando as práticas mundiais mais elevadas em todo os terrenos, desde a regulação financeira até
a proteção ambiental.
3. Amazônia
Em primeiro lugar, meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente
e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. Nesta época do ano, o clima
seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas. Vale ressaltar que existem tam-
bém queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e
forma de sobrevivência. Problemas, qualquer país os têm. Contudo, os ataques sensacionalistas
que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia
despertaram nosso sentimento patriótico. É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da hu-
manidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do
mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da
mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é
mais sagrado: a nossa soberania.
Um deles por ocasião do encontro do G7 ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem se-
quer nos ouvir”, disse, em alusão indireta ao presidente da França, Emmanuel Macron.
Bolsonaro também reforçou que o Brasil “não vai aumentar para 20% sua área já demar-
cada como terra indígena, como alguns chefes de Estado gostariam que acontecesse”. Disse
ainda que os indígenas “são seres humanos, exatamente como qualquer um de nós”.
Também criticou o cacique Raoni Metuktire, do povo caiapó, liderança indígena de desta-
que internacional.
A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns
desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangei-
ros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia.
Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar
e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas.
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Bolsonaro afirmou que a mentalidade colonialista não pode regressar à ONU e criticou
França e Alemanha.
Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por exem-
plo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras para
a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado.
Segundo o presidente brasileiro, seu governo tem uma política de “tolerância zero para com
a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais”.
Ele disse que qualquer “iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da Floresta Amazônica,
ou de outros biomas, deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira”.
4. Criminalidade
O presidente brasileiro destacou a redução da criminalidade que, segundo ele, tem ocorrido
em seu governo. “Hoje, o Brasil está mais seguro e ainda mais hospitaleiro”, afirmou.
Citou os quase 70 mil homicídios anuais no Brasil, dizendo que os policiais militares “eram
o alvo preferencial do crime”, sem citar o caso que na semana gerou comoção no Brasil da me-
nina Ágatha Félix, de oito anos, que foi atingida por um tiro e morta no Complexo do Alemão,
no Rio, por policiais.
Também disse que supostos “presidentes socialistas” que o antecederam no Brasil “des-
viaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento”.
E citou seu ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, atribuindo a ele
o julgamento e punição dessas pessoas “graças ao seu patriotismo, perseverança e coragem”.
5. Ideologia
Na parte final de seu discurso, Bolsonaro investiu contra o que chamou de “sistemas ideo-
lógicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto” e relacionou isso
ao ataque que sofreu durante a campanha, quando foi esfaqueado.
Afirmou que “a ideologia” teria se instalado “no terreno da cultura, da educação e da mídia,
dominando meios de comunicação, universidades e escolas”.
Também teria invadido “lares” para, em suas palavras, “investir contra a célula mater de
qualquer sociedade saudável, a família”.
“Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo sua identi-
dade mais básica e elementar, a biológica”, afirmou.
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O presidente brasileiro destacou também o “politicamente correto” que, segundo ele, “pas-
sou a dominar o debate público para expulsar a racionalidade e substituí-la pela manipulação”.
“A ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar Deus e a dignidade com que
Ele nos revestiu”, afirmou. Essa “ideologia”, segundo ele, deixou “rastro de morte, ignorância e
miséria por onde passou”.
E disse Bolsonaro que ele próprio foi “vítima”, quando foi esfaqueado por um “militante de
esquerda”. O então candidato à Presidência foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, em
setembro de 2018.
O autor do crime foi detido e julgado incapaz de responder pelos próprios atos, porém se-
gue preso como um preso digamos “normal” na penitenciária de segurança máxima de Campo
Grande, no Mato Grosso do Sul (uma das cinco penitenciárias federais deste tipo no Brasil).
Sua defesa considera que Adélio foi considerado inimputável no julgamento do caso da faca-
da, tendo sido “absolvido impropriamente”, no jargão jurídico. Portanto, seu status não pode
ser considerado como preso, devendo ser levado a um hospital psiquiátrico.
Em setembro de 2020, o Presidente volta a abrir a Conferência da ONU. Pela primeira vez,
a Assembleia Geral das Nações Unidas foi realizada em um ambiente virtual, por causa da
Covid-19. Os líderes mundiais enviaram vídeos gravados com seus pronunciamentos para a
75ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Como tradição, o Brasil foi o primeiro a ser ouvido.
Em seu discurso, de quase 15 minutos, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, lamentou
as mortes provocadas pelo novo coronavírus e falou sobre as medidas adotadas pelo Governo
Brasileiro para enfrentar a doença. “Desde o princípio, alertei, em meu País, que tínhamos dois
problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simulta-
neamente e com a mesma responsabilidade”, disse.
O Presidente Bolsonaro também lembrou que, apesar da crise mundial, a produção rural
não parou, mantendo a preservação de matas nativas. “Nosso agronegócio continua pujante e,
acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta”.
Destacou ainda a política ambiental brasileira. “Os focos criminosos são combatidos com
rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Jun-
tamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar
os autores desses crimes”.
Confira os principais temas do discurso do Presidente Jair Bolsonaro:
Covid-19: o Presidente ressaltou a importância de combater o novo coronavírus e o desem-
prego. Para isso, o Governo Brasileiro implementou medidas econômicas para o pagamento de
um auxílio emergencial a 65 milhões de pessoas, além disso destinou mais de 100 bilhões de
dólares para ações de saúde, socorro a pequenas e microempresas, assim como compensou
a perda de arrecadação dos estados e municípios.
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Produção rural: mesmo com a crise do novo coronavírus, o Presidente Bolsonaro ressaltou
que a produção rural não parou, e que os caminhoneiros, marítimos, portuários e aeroviários
mantiveram ativo todo o fluxo logístico para a distribuição interna e a exportação.
Meio Ambiente: o Presidente Bolsonaro ressaltou a tolerância zero com crimes ambientais
e que o Brasil é líder em conservação de florestas tropicais com a matriz energética mais lim-
pa e diversificada do mundo. Segundo o Presidente, o País está ampliando e aperfeiçoando o
emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com
a participação das Forças Armadas.
Apoio humanitário: o Presidente lembrou que o Brasil vem sendo referência internacional
pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que che-
gam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima com a Operação Acolhida. Segundo
ele, o País já recebeu quase 400 mil venezuelanos.
Operações de paz: Bolsonaro ressaltou que o Brasil tem os princípios da paz, cooperação
e prevalência dos direitos humanos inscritos na Constituição, e, tradicionalmente, contribui, na
prática, para a consecução desses objetivos. Citou que o País já participou de mais de 50 ope-
rações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 55 mil militares, policiais e
civis, com participação marcante em Suez, Angola, Timor-Leste, Haiti, Líbano e Congo. O Brasil
teve duas militares premiadas pela ONU na Missão da República Centro-Africana pelo trabalho
contra a violência sexual.
Política Externa: o País está comprometido com a conclusão dos acordos comerciais fir-
mados entre o Mercosul e a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio,
segundo o Presidente. Tais acordos possuem importantes cláusulas que reforçam o compro-
misso do Brasil com a proteção ambiental, na visão de Jair Bolsonaro. Ele também disse que
o Brasil está próximo do início do processo oficial de acessão à OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Ainda dentro do plano externo, em pouco mais de dois anos e meio de Governo de Jair
Bolsonaro o que se percebe é que Jair Bolsonaro e sua política externa agem revestidos cla-
ramente por um discurso (em tese) soberanista, ao bradar não aceitar qualquer ingerência
internacional sobre a Amazônia, gerando, contudo enorme distensão com organismos estran-
geiros e países centrais. Uma crise de confiança acerca de sua capacidade em gerir de forma
equilibrada o meio ambiente nacional ganha enorme envergadura quando ele, por exemplo,
demite do cargo de Diretor do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – o servi-
dor de carreira Ricardo Galvão, em agosto de 2019, após este haver alertado à imprensa um
contundente aumento em curso nas queimadas na Amazônia em 2019 em comparação aos
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dados colhidos pelo mesmo instituto em 2018. Bolsonaro se coloca também em oposição às
iniciativas do Ibama de cunho punitivo, instrumentalizadas por multas (e o próprio presidente
foi multado pelo órgão, ainda deputado, ao realizar a pesca no mar em época e área proibida).
Por fim, Bolsonaro rompe com o Fundo Amazônia em julho de 2019, um mecanismo patroci-
nado pela Noruega e Alemanha com vistas a destinar recursos na casa dos bilhões de dólares
a serem utilizados em ações de preservação principalmente do bioma amazônico. Passados
praticamente dois anos de tal importante ruptura, estima-se que neste período essa ruptura
algo em torno de 5 bi. de dólares destinados à proteção da Amazônia. E segue como chefe
da pasta o Ministro Ricardo Salles, bastante malvisto por entidades de vários tipos (ONGs e
governamentais) de defesa do meio ambiente.
E houve também um anticlímax absoluto em termos de relações externas quando o pre-
sidente francês Emmanuel Macron aproveitou para, na reunião do G7 de 2019, sensibilizar os
outros chefes de estado, reunidos na cidade francesa de Biarritz, de que o Brasil entrava em
uma rota no ano de 2019, ditada por Bolsonaro, de evidente descaso diante das questões am-
bientais sensíveis e globais. Jair Bolsonaro, com a popularidade já no período bastante esfare-
lada no exterior, de fato, apelou e, como uma espécie de troco ao presidente francês, deu voz
a seus seguidores que ridicularizaram nas redes sociais a esposa de Macron, a primeira-dama
Brigitte Macron. Nosso presidente deixou no ar que as críticas proferidas por Macron seriam
resultado de uma suposta inveja do presidente francês diante da beleza e juventude de nossa
primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Caro(a) aluno(a), um ponto de extrema importância em Atualidades, no que tange à polí-
tica externa do atual governo de Jair Bolsonaro, diz respeito ao fato de que seu molde atual
vem sendo bastante criticado quando em relação a questões sobre o meio ambiente. E os
números não mentem: é fato que todo mês de agosto, época de seca na Amazônia, é o de
maior incidência de queimadas. Contudo, no primeiro de governo de Bolsonaro, em 2019, ao
se detectarem 28.000 focos de incêndio, tivemos o maior número de focos de queimadas
em comparação a qualquer ano da série histórica, para o mesmo mês de agosto, desde 1988
(quando se iniciam as medições pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Bol-
sonaro, ao ser questionado, não perdeu tempo e apontou o dedo em direção às atividades das
ONGs (veremos nesta aula o trabalho das ONGs ambientais no Brasil). Em 2021, outro período
de queimadas e a seca mais severa em décadas no Brasil Central também destroem a biodiver-
sidade pantaneira. Eximindo-se de responsabilidades, o Presidente Jair Bolsonaro fez questão
de deixar no ar desconfiar, mesmo dizendo não ter provas, que o crescimento nos focos de
incêndio percebidos para 2019 estivera em completa associação às atividades criminosas
promovidas por organismos ambientais com vistas a prejudicar a imagem de seu governo. O
Presidente, tal como seu ex-chanceler Ernesto Araújo e o Ministro do Meio Ambiente, Ricar-
do Salles, sempre enfáticos, destacam considerar haver uma campanha orquestrada por tais
organismos internacionais e pelos próprios governos centrais de países desenvolvidos com
vistas a desmoralizar este governo usando o meio ambiente como argumento.
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Por fim, em relação à política externa brasileira, dois pontos devem ser destacados. O pri-
meiro reside na formação de um amplo ACORDO ECONÔMICO ENTRE MERCOSUL – UNIÃO
EUROPEIA, uma costura que se encontra bastante abalada, em fase de quase término de
relações, bem verdade, após ter caminhado em céu de brigadeiro ao longo de 2018, até os
primeiros meses de 2019. E não podia ser diferente: houve por parte de nossa política externa
uma falta de maturidade e consenso, relacionado ao direcionamento de nossa política externa
acerca de temas tão sensíveis, tais quais o meio ambiente e os direitos humanos. Tal promo-
ção de um discurso “soberanista” e as viradas de costas por parte de nosso governo diante
das exigências emanadas por potências europeias na defesa, principalmente da Amazônia,
repercutiram gravemente no acordo econômico em tela.
Nessa entrada de nova década (2021), o escopo de negociações (e recentes rusgas e frus-
trações) não poderia ser pior. O Parlamento Europeu aprovou, em 7 de outubro de 2020, uma
resolução que manifesta oposição à ratificação do acordo comercial entre União Europeia e
Mercosul por preocupações exatamente com a política ambiental no Brasil.
Aprovado por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções, o texto diz que nosso país
vai contra os “compromissos feitos no Acordo de Paris, particularmente no combate ao aque-
cimento global e na proteção da biodiversidade” (ler, nesta mesma aula, sobre o tema Acordo
de Paris).
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O alerta consta, na verdade, como emenda a um relatório de 2018 sobre as políticas co-
merciais do bloco. O documento concluía que a integração com os sul-americanos teria o po-
tencial de diversificar as cadeias produtivas da Europa e poderia criar um mercado conjunto de
aproximadamente 800 milhões de habitantes.
Outro ponto (um segundo) importante em relação à política externa brasileira diz respeito
a uma completa blindagem do Itamaraty diante de conversas com países que se autodeter-
minam como sendo de esquerda, com exceção à China, embora as relações com o gigante
oriental comunista não sejam as melhores também.
Chega-se ao exagero de praticamente ter se anulado qualquer contato (conversa) entre os pre-
sidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (de direita) e Alberto Fernandez (de direita).
O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, do primeiro dia de governo de Jair Bolsonaro (1º
de janeiro de 2019), até os últimos dias de mar/2021, foi o diplomata Ernesto Araújo, um bas-
tião de uma política externa fortemente baseada em uma ideologia de direita. Araújo não se
eximia em deixar claro ao que viera: representar uma fissura em torno de paradigmas e agen-
das impressas, sustentando a ferro e fogo o discurso do conservadorismo e antiglobalista.
Em relação ao antiglobalismo, Ernesto Araújo se posicionou de forma contundente com vis-
tas à promoção de uma ruptura diante de noções consolidadas pelas relações internacionais
em termos globais (ou seja, o globalismo), tais quais o aquecimento global vetorizado por
atividades antrópicas (que ele chama, ridicularizando, como um “climatismo”) e as ações
conjuntas globais em defesa da Amazônia.
Por fim, quem assume nos primeiros dias de abril de 2021 a pasta como novo chanceler
de Jair Bolsonaro é o diplomata Carlos Alberto Franco França, que afirmou, ao tomar posse,
que o serviço diplomático do Brasil no exterior trabalhará por uma “verdadeira diplomacia da
saúde” com vistas a conseguir vacinas e medicamentos necessários para o enfrentamento da
pandemia da Covid-19 no país.
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Entre os setores que tiveram queda no ano de 2020, estão Serviços (-4,5%) e Indústria
(-3,5%). Houve alta somente no setor de Agropecuária (2%).
O mal resultado de nosso crescimento econômico possui relação intrínseca à devastação
que a pandemia de Covid-19 trouxe à tona para, praticamente, todas as economias do mundo.
A seguir, apresento um gráfico contendo o desempenho de algumas economias centrais
no mundo e o Brasil em 2020:
Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/03/desempenho-do-pib-do-brasil-em-
-2020-supera-o-de-latinos-e-europeus-mas-pais-deve-ficar-para-tras-este-ano.ghtml
Findada a década de 11-20 (e lembrando que uma década só termina ao fim do último ano
com 0), encerramos a nossa pior década desde os anos 1900 em termos de crescimento (PIB)
econômico. Sim, isso mesmo, caro(a) aluno(a). Em 120 anos, a década de 2010 foi a nossa
verdadeira “década perdida”, sendo pior até que a década de 1980 – outra década que recebeu
esta alcunha de “perdida” também em função das perdas econômicas. Sendo assim, caro(a)
aluno(a), para questões de Concurso que abordem o cenário de crescimento econômico em
panoramas gerais no Brasil, fique atento(a) quando afirmarem ter sido a década passada (11-
20) a nova década perdida, pois os resultados já consolidados, de fato, confirmam plenamen-
te tal assertiva, ok?
E sem querer me estender muito em torno da análise de números, caro(a) aluno(a), mas
é de suma importância analisar, de forma prática e resumida, alguns indicadores acerca dos
cenários mais atualizados de nossa economia. Portanto, observe a seguir o comportamento
dos indicadores de crescimento do PIB nacional agrupado por décadas (não precisa decorar
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Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/03/com-recessoes-e-pandemia-pib-
-do-brasil-tem-pior-decada-em-120-anos.ghtml
A recessão econômica de 2020, associada aos nossos fracos desempenhos de anos ante-
riores e uma economia que não consegue sustentar níveis duradouros de crescimento de seu
PIB, rebaixou nosso país nesta entrada de década entre o ranking das maiores economias glo-
bais. Entre os anos de 2012 e 2020, descemos, simplesmente, de um patamar em que éramos
a 7ª maior economia do mundo (2012) para, atualmente, ocupar a 12ª posição.
Nossa política econômica nesta década que inicia precisa recuperar a força do crescimen-
to econômico de forma consistente, perseguindo indicadores robustos. Novamente conseguir
atingir indicadores de crescimento do PIB que possam, além de retomar o crescimento do PIB
(que esteve em alta, entre 2017-2019, mas a níveis modestos), projetar-se em patamares com-
patíveis a nosso imenso potencial.
A retomada do crescimento não deve se apequenar em torno de indicadores minúsculos (e
frustrantes) e que mal conseguem superar o crescimento anual de nossa própria população,
hoje em torno de 0.7%/ano.
Ou seja, devemos buscar crescer ao menos acima de 2.5% a 3% ao ano. Somente assim,
haverá distribuição de riqueza, incremento na renda per capita, além de vermos de volta um
cenário de nossa política econômica em que o rol de certezas, consiga, finalmente, superar o
das incertezas.
O Brasil não pode mais carregar a pecha (e tal carga vem de longa data, diga-se de pas-
sagem) de ser uma perfeita representação de ter uma economia do tipo “ioiô” – alusão a um
brinquedo que subirá, mas invariavelmente descerá de novo.
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A produção de valor dentre os três setores tradicionais – serviços (terceiro setor), indústria
(segundo setor) e agropecuária (primeiro setor) – se distribui da seguinte forma no Brasil em
2021, em números aproximados:
• Serviços: 75%.
• Indústria: 20%.
• Agropecuária: 5%.
Obs.: Um pouco mais à frente nesta aula, falaremos sobre o corrente processo de desindus-
trialização e a produção de valor no agronegócio (de forma resumida), temas também
muito importantes em Atualidades.
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iniciativas sobre este assunto, caro(a) aluno(a)). E devem ser levadas a cabo também, ainda
neste mandato do Presidente Jair Bolsonaro, as Reformas Tributária e Administrativa.
Em suma, a nossa economia na entrada desta nova década vem enfrentando os desafios
relativos a um deficit fiscal imenso (veremos sobre este tema um pouco mais abaixo) e de
uma baixa taxa de crescimento econômico (tal qual vimos acima). Estes são, sem dúvida, os
nossos maiores desafios não só para o ano de 2021, mas também para os anos seguintes.
Sigamos então!
O que é neoliberalismo?
Fonte: https://www.politize.com.br/neoliberalismo-o-que-e/
O termo neoliberalismo já era registrado em alguns escritos dos séculos XVIII e XIX, mas co-
meçou a aparecer com mais força na literatura acadêmica no final dos anos 1980, como uma
forma de classificar o que seria um ressurgimento do liberalismo como ideologia predominante
na política e economia internacionais. A ideia é que, durante um certo período de tempo, o libe-
ralismo perdeu predominância para o keynesianismo, inspirado pelo trabalho de John Maynard
Keynes, que defendeu a tese de que os gastos públicos devem impulsionar a economia, espe-
cialmente em tempos de recessão. Keynes era favorável ao Estado de bem-estar social.
A partir dos anos 1970, o mundo passou a vivenciar um declínio do modelo do Estado
de bem-estar social, o que deu espaço para que ideias liberais aos poucos voltassem a ter
preferência na política. Uma das primeiras experiências consideradas neoliberais no mundo
foi levada a cabo pelo Chile. Em 1975, o ditador chileno Augusto Pinochet entrou em conta-
to com acadêmicos da Escola de Chicago, que recomendaram medidas pró-liberalização do
mercado e diminuição do Estado. Entre tais medidas, estavam a drástica redução do gasto
público, demissão em massa de servidores públicos e privatização de empresas estatais. As
eleições de Margareth Thatcher no Reino Unido e de Ronald Reagan nos Estados Unidos no
início dos anos 1980 também foram indicativos desse fenômeno. Ambos são considerados
até hoje líderes neoliberais.
Mas o conjunto mais claro de ideias chamadas de neoliberais veio no ano de 1989, quando
o economista John Williamson publicou um artigo apresentando um conjunto de regras eco-
nômicas acordadas por economistas de grandes instituições financeiras. Essas regras, que
ficariam conhecidas como Consenso de Washington, seriam o mínimo denominador comum,
os pontos com que todas as principais instituições financeiras do mundo concordavam. Nos
anos seguintes, esse ideário neoliberal orientaria a elaboração das políticas econômicas re-
comendadas por grandes agências internacionais e, de fato, foram implementadas em vários
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países em desenvolvimento a partir do início dos anos 1990 – inclusive no Brasil. O conjunto
de regras neoliberais seria:
• disciplina fiscal;
• redução dos gastos públicos;
• reforma tributária;
• juros de mercado;
• câmbio de mercado;
• abertura comercial;
• investimento estrangeiro direto;
• privatização de empresas estatais;
• desregulamentação (flexibilização de leis econômicas e trabalhistas);
• direito à propriedade intelectual.
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(cujo objetivo é trazer rigor à disciplina fiscal no setor público) e adotou o tripé macroeconômi-
co, que coloca ênfase no superavit primário (ou seja, contenção de gastos para gerar economia
para o pagamento de juros da dívida pública), além de tornar o câmbio flutuante, definido pelo
mercado. A política do tripé macroeconômico continuou a ser seguida durante o governo Lula,
entre 2003 e 2010. Também no governo Lula foram feitas diversas concessões (negociação
semelhante à privatização) de infraestrutura à iniciativa privada, como rodovias federais.
Um artigo de maio de 2016, assinado por dois economistas do próprio FMI, chamou a
atenção justamente por questionar a eficiência do receituário neoliberal. Eles afirmam que em
alguns casos, em vez de entregar crescimento econômico, medidas neoliberais aumentaram a
desigualdade e prejudicaram um crescimento duradouro.
Segundo os autores, dois aspectos do neoliberalismo podem acabar desequilibrando a
trajetória de crescimento econômico de países que adotam tais medidas:
• livre movimento de capitais;
• a austeridade fiscal (redução da dívida pública e do tamanho do Estado).
No longo prazo, essas medidas podem causar instabilidades e também aumentar a desi-
gualdade de renda, o que acaba minando o crescimento econômico – que é o grande objetivo
de medidas neoliberais. Essa visão, apesar de ter sido compartilhada por economistas do FMI,
não reflete o posicionamento da instituição como um todo, mas mostra que, mesmo nessa
organização, há divergências sobre sua eficiência.
A controvérsia sobre a eficácia do neoliberalismo em melhorar a situação de países em
desenvolvimento continua em aberto, visto que muitos economistas discordam desse conjun-
to de medidas econômicas. De qualquer forma, é importante entender que o neoliberalismo é
uma doutrina econômica que continua a influenciar muitas decisões de políticas públicas no
Brasil e no mundo.
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1 – Soja;
2 – Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos;
3 – Minério de ferro e seus concentrados;
4 – Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos;
5 – Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada;
6 – Celulose;
7 – Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas;
8 – Farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), fari-
nhas de carnes e outros animais;
9 – Produtos para a Indústria da Transformação;
10 – Açúcares e melaços.
A Reforma Administrativa
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Atualmente, vale o destaque: os gastos com servidores são crescentes e se tornam chave
para correções orçamentárias, ainda mais se levando em conta o tamanho do rombo orça-
mentário nacional que já dura 7 anos fiscais. Este representando mais de 12% do orçamento
federal, indicador proporcionalmente superior ao de países desenvolvidos.
O Agronegócio e a Desindustrialização
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A Desindustrialização
Dentro desse processo desindustrializante, ocorre, também, quase que uma completa nu-
lidade em termos de iniciativas locais com vistas à consolidação de marcas nacionais. E para
piorar, percebe-se a pressão sobre nossos produtos aqui fabricados de similares chineses bem
mais baratos.
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O Brasil, em 2021, segue se desindustrializado de forma radical (vide a saída Ford do país,
por exemplo). Inclusive, é muito provável que atualmente o Brasil seja em termos globais o país
que mais rápido vem se desindustrializando.
As contas públicas nacionais combalidas, e sem fechar no azul desde 2014, permanece-
ram em 2019 em situação de deficit primário, completando, assim, o quinto ano seguido de
deficit em contas públicas, sendo que, para 2019, houve a manutenção deste deficit em torno
de 90 bilhões de reais. Para 2020, enormemente influenciado pelos gastos no combate à
Covid-19 e, principalmente, no auxílio emergencial, o deficit foi quase 10 vezes maior que o
anterior, chegando à casa dos 750 bilhões de reais.
O deficit primário é o saldo do que o governo arrecada, pelo que ele gasta, excetuados os
pagamentos de juros das dívidas. Ou seja, o Brasil gasta mais que arrecada desde 2014.
Acompanhe a série de deficit, iniciada em 2014:
Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/29/no-6º-ano-seguido-de-deficit-contas-do-governo-regis-
tram-rombo-de-r-95-bilhoes-em-2019.ghtm
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Em 2020, o deficit saltou para 750 bilhões aproximadamente. Esse resultado crítico possui
relação estreita com os esforços relacionados ao combate à epidemia de Covid-19, princi-
palmente o auxílio emergencial (primeira fase de R$ 600), que teve custo aproximado de 300
bilhões. de reais.
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Temas de Atualidades
Texto Complementar
Após cumprir mais de um ano e meio de prisão em regime fechado na sede da Superinten-
dência da Polícia Federal em Curitiba, condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e cor-
rupção passiva, com apenação de 12 anos impetrada pelo juiz Sérgio Moro dentro do âmbito
das investigações da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é solto em
novembro de 2019.
Mas ainda longe de ter sido absolvido e ainda respondendo pelas acusações de ter rece-
bido em torno de R$ 3.700.000 em vantagens destinados pela empreiteira OAS, incluindo-se
aí um plus na reforma de um apartamento triplex de frente ao mar no Guarujá, em São Paulo,
Lula sai da carceragem beneficiado pela decisão do STF que considerou inconstitucional
prisões, ao menos nos casos tipificados, tais quais corrupção passiva e lavagem de dinheiro,
em segunda instância.
O estamento jurídico brasileiro determina que, se alguém comete um crime e é levado a jul-
gamento, poderá ser julgado até 3 vezes por juízes diferentes, na tentativa de ser considerado
inocente em alguma dessas vezes. No direito, dá-se o nome de 3 instâncias. São elas:
1ª instância: essa é a principal porta de entrada do judiciário. É aqui em que atua o juiz de
Direito e em que será julgado pela primeira vez o crime cometido por João.
2ª instância: caso o réu não concorde com a sentença dada pelo juiz de 1ª instância, ele
pode recorrer para que seu caso seja julgado novamente. Quando isso acontece, o processo
sobe para a 2ª instância.
3ª instância: a instância superior (ou 3ª instância) é a última, e é lá em que será julgada a
decisão recorrida pelo réu.
Depois de passar pelas 3 instâncias, o réu não pode mais recorrer para lugar nenhum. Ou
seja, se ele for condenado em 3ª instância, irá cumprir a pena destinada na última decisão, pois
já terão sido utilizados todos os seus recursos.
É possível recorrer tantas vezes porque, no Direito, toda e qualquer pessoa é considerada
inocente até o trânsito em julgado da decisão (até ser julgado pelas três instâncias, caso recor-
rida). Isso é chamado de “princípio da presunção de inocência”.
Mas como era antes e como fica agora?
Até o início de novembro de 2019, uma pessoa poderia ir para prisão logo após a condena-
ção em 2ª instância. Então, se o juiz de 1ª instância condenasse o cidadão e, após recorrer na
2ª instância, o juiz o condenasse novamente, a pessoa já iria presa.
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O fato é que o condenado ainda poderia recorrer na 3ª instância, como no caso de Lula e
de vários figurões (empresários e políticos) condenados pela Lava Jato, mas iria aguardar esse
julgamento preso. Porém, entre idas e vindas em suas súmulas (tais quais ocorridas em 2016,
quando, por duas vezes, decidiu o Superior Tribunal pela prisão já em segunda instância), o STF
muda seu entendimento e, por 6 votos a 5, decide que a pessoa só poderá ser presa após a
condenação nas 3 instâncias. Ou seja, agora uma pessoa só pode ser presa após ver esgotado
todos os seus recursos, com exceção, claro, de mandados de prisão provisória e preventiva.
Lula, o ex-presidente, havia sido condenado em 2ª instância e, por isso, estava preso, mas,
após a mais recente mudança, não é mais. Então, por isso, ele foi solto e recorre em liberdade.
Por fim, vale destacar dois pontos. O primeiro, extremamente importante, diz respeito ao
fato de que tal matéria é, em tese, da alçada decisória do Congresso Nacional. O STF sumulou
porque o momento suscitou, e quer queiramos, ou não, a prisão em segunda instância estava
em desconformidade ao que reza a Constituição. Sendo assim, lembrando possuir o STF o pa-
pel precípuo de defensor de nossa Carta Magna, para que volte a ocorrer a prisão em segunda
instância, o procedimento correto, e que irá dirimir uma série de polêmicas, é exatamente se
promover a discussão no Congresso Nacional com vistas a se aprovar uma Emenda Constitu-
cional. Tal papel, o Congresso deve desempenhar ainda em 2020. Por fim, o ex-presidente Lula
pode recorrer em liberdade, tal qual vimos, contudo não pode se candidatar a nenhum cargo
eletivo, pois a Lei da Ficha Limpa impede aqueles que já possuem uma condenação em segun-
da instância a concorrer a qualquer tipo de mandato eletivo.
A Operação Lava Jato foi deflagrada oficialmente em março de 2014 pela Justiça Federal
em Curitiba, com apoio da Polícia Federal, iniciando, assim, a primeira fase daquela que se tor-
naria a maior operação anticorrupção da história do Brasil.
A operação possui primeiras instâncias em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, com esfe-
ras recursais nos TRF-4 de Curitiba e TRF-2 do Rio de Janeiro e Tribunais Superiores em Brasília.
Baseada na Operação Mãos Limpas, realizada na Itália nos anos 1990, e sob o arbítrio do
Juiz Sergio Moro, em suas preliminares, foram investigadas (e depois processadas) quatro
organizações criminosas lideradas por doleiros – figuras operadoras do mercado paralelo de
câmbio que possuem condições de lavar o dinheiro sujo com mais facilidade. Estes doleiros
tinham postos de gasolina, inclusive sendo proprietários de um dos maiores postos de Brasília,
bem no centro da cidade (por isso, o nome Lava Jato). Logo em seguida, o Ministério Público
Federal recolheu provas e concluiu por um imenso esquema criminoso de corrupção envolven-
do a Petrobras, partidos centrais da base vencedora das campanhas presidenciais de 2010 e
2014 (leia-se PT, PMDB e PP) e uma série de políticos de diversas esferas, inclusive do PSDB,
partido que era, diga-se de passagem, epicentro da oposição.
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Vale destacar que a maior vítima da corrupção, segundo o MPF, foi a Petrobras.
E vale a curiosidade, a Lava Jato lançou em suas fases nomes engraçados: 7ª fase, ou Ju-
ízo Final, a 9ª denominada My Way, a 10ª chamada Que País é Esse, ou a 17ª e 18ª chamadas
de Pixuleco I e II, respectivamente. Por fim, Gabriela Hardt atualmente substituiu o juiz Sergio
Moro, quando este virou Ministro da Justiça, tornando-se aos 43 anos a Juíza titular da 13ª
Vara Federal de Curitiba.
Em 2021, após mais de 74 fases a fim de assegurar estabilidade e caráter duradouro
ao trabalho, a sistemática da força-tarefa é incorporada aos Grupos de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaecos).
Texto Complementar
Moro e os Hackers
Prof. Luis Felipe Ziriba, 01/08/2019.
A PF deflagrou uma operação em meados de 2019 que puxa, ao que tudo indica, o fio da
meada que pode levar à descoberta de uma organização criminosa especializada em captura
de informações em aplicativos de e mensagens.
A operação Spoofing prendeu 3 homens em fins de julho de 2019 (sendo um deles, inclu-
sive, DJ) e uma mulher, acusados de serem os responsáveis por acessos a celulares de gente
graúda, como os Ministros da Justiça e Economia Sergio Moro e Paulo Guedes e até o próprio
presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro, com seu jeito sem rédeas, declarou: “Não estou nem um
pouco preocupado se, porventura, algo vazar aqui do meu telefone. Não vão encontrar nada
aqui que me comprometa”. Já Sergio Moro levou a ferro e fogo, pois os Hackers estariam cap-
turando mensagens entre ele, quando ainda era Juiz titular da Lava Jato, e procuradores da
própria Lava Jato. Tais mensagens, obtidas pelo site Intercept e divulgadas gradualmente em
parte de seu conteúdo, tanto pela revista Veja, como pelo jornal Folha de São Paulo, mostram
o ex-juiz e ex-ministro da Justiça em deliberada atuação que fere os princípios da magistratu-
ra, orientando procuradores sobre estratégias de investigação, coleta de provas e tomada de
depoimentos em processos. Caso sejam comprovados tais atos por parte de Moro, será uma
mácula inequívoca frente aos trabalhos da Lava Jato.
Como funcionava a operação dos hackers
1 – Os hackers, munidos do telefone da pessoa, entram no Telegram e pedem que seja en-
viada uma mensagem com código que permita que seja utilizado o aplicativo por computador.
2 – Logo depois, os hackers se utilizam de um serviço de telefone via internet que possibi-
lita simular o número de origem de chamadas telefônicas. A partir daí, conseguiram ligar para
as autoridades sem ser identificadas, pois constava nos telefones que a pessoa havia telefo-
nado para si mesma.
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O novo procurador escolhido por Jair Bolsonaro no início de setembro de 2019 é Augusto
Aras, subprocurador-geral da República e especializado nas áreas de direito público e direito
econômico.
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Como entrou na carreira do Ministério Público Federal (MPF) em 1987, antes da promul-
gação da Constituição Federal, Aras pôde optar por atuar no Ministério Público e manter as
atividades como advogado.
Os últimos Procuradores-Gerais:
Roberto Gurgel (2013-2015), Rodrigo Janot (2015-2017), Raquel Dodge (2017-2019).
Em setembro de 2021 Augusto Aras é reconduzido a mais dois anos de mandato à
frente da PGR.
Texto Complementar
Sergio Moro se torna Ministro da Justiça e da Segurança Pública no primeiro dia de janei-
ro de 2019. Visto como a “supercontratação” do time de Bolsonaro, o jovem juiz federal que
conduziu com pulso forte a Operação Lava Jato desde o seu início, em 2014, sai finalmente da
magistratura da 13ª Vara de Curitiba, passando a compor a comissão de frente de ministros
do novo governo do Presidente Jair Bolsonaro. Serve, bem verdade, a sua nomeação como
resposta à promessa empunhada em campanha pelo candidato capitão que bradou seguir,
caso eleito fosse (e foi), coibindo em absoluto a corrupção. Uma nomeação também, é claro,
que acabou sendo um prêmio (e suposto trampolim ao STF) àquele cidadão de fala mansa
e sotaque carregado do interior do Paraná que acabou sendo visto como o maior bastião do
combate à corrupção do Brasil.
Moro inicia seu trabalho à frente do ministério tendo de se confrontar com uma parcela da
opinião pública (pois nem tudo são flores), e também da imprensa, que o acusam ser o mentor
intelectual no afrouxamento nas punições que a (sua) Operação Lava Jato poderia (deveria) ter
promovido acerca de ilícitos também cometidos por vários outros caciques da política nacio-
nal de outras agremiações partidárias que não apenas o PT, e do grupo aliado peemedebista.
Moro prende Lula, Zé Dirceu, Sérgio Cabral e Eduardo Cunha (este último um inimigo figadal de
Dilma Rousseff), mas vira descaradamente as costas aos ilícitos cometidos por Aécio Neves,
Geraldo Alckmin e toda uma cepa de políticos do PSDB nitidamente envolvidos nos atos de
corrupção que a própria Lava Jato concluiu.
No exercício de função como ministro, Moro perde uma queda de braço já na largada, ao ver
a Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras – se despedir de sua pasta e rumar,
contra a sua vontade, para a gerência de Paulo Guedes no recentemente reestruturado Super-
ministério da Economia (o qual fundiu o Ministério do Planejamento). Em seguida, Moro tem
de aceitar a decisão do STF que determina a ilegalidade (outra pauta em que Moro se colocava
declaradamente em oposição) das prisões em segunda instância. Lula, seu algoz, sai da cadeia
de imediato em função da decisão sumulada em novembro de 2019 (ver Texto Complementar).
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16 meses após sua posse como Ministro da Justiça e deixando claro sua intenção, sem-
pre que possível, de chegar ao STF por indicação do seu chefe o Presidente Jair Bolsonaro,
ruídos entre o mandatário e o subordinado ocasionam a demissão do Diretor-Geral da Polícia
Federal, o delegado Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro. Na verdade, o fato é que
o Presidente Jair Bolsonaro, como sempre, sem o menor polimento, apenas avisa a Moro (isso
após o Ministro ter experimentado várias perdas de força) de sua decisão unilateral de troca
no comando da Polícia Federal. Era a gota d’água de uma relação que, sabia-se em todo meio
político de Brasília, jamais fora pacífica. A força da caneta Bic presidencial de Bolsonaro impôs
a Moro mais uma derrota no âmbito de sua esfera de atuação. Assim, como um desfecho triste
de um romance (pouco duradouro), Moro pede demissão e sai magoado, levando consigo um
pedaço considerável do que resta do “bolsonarismo”. Mas ele cai atirando, ao afirmar cate-
goricamente em coletiva que o governo de seu ex-chefe buscara, por meio da Polícia Federal,
e de outros órgãos, promover uma gerência absoluta sobre as investigações do órgão. Moro
destaca considerar tal ingerência um absurdo frente à autonomia prevista legalmente nas in-
vestigações no âmbito da Polícia Federal.
Ao deixar o ministério, em mesma coletiva, o ex-ministro chega a destacar que nem em go-
vernos anteriores, tal qual dos presidentes Lula e Dilma (os quais o magistrado à sua maneira
contribuiu diretamente em derrubar), houve ação tão escancarada direcionada por parte do
chefe do executivo federal com vistas a influir sobre a autonomia de investigações garantidas
pela constituição.
Por fim, associado à saída de Moro e também às recentes saídas de dois Ministros da Saú-
de em menos de um mês, os médicos Luiz Mandetta e Nelson Teich, e tudo isso justo no auge
da pandemia da Covid-19, o governo de Bolsonaro entra em rota de crise política à medida,
entre outros aspectos, que o modus operandi típico do Presidente, por excelência, se demons-
tra avesso a opiniões contrárias e a ceder onde quer que seja. Sendo assim, ele experimenta
mensalmente, desde que tomou posse, um sangramento, no qual evadem aliados, alguns, bem
verdade, pouco importantes, tal qual Alexandre Frota, porém outros muitos importantes, como
o próprio Sérgio Moro.
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Composto por 11 (onze) Ministros, escolhidos dentre cidadãos brasileiros natos, que pos-
suam mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, além de notável
saber jurídico e reputação ilibada (art. 12, § 3º, IV, e art. 101, ambos da Constituição Federal).
O processo de nomeação para o cargo vitalício (art. 95 da Constituição Federal c.c art. 16
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) de Ministro do Supremo Tribunal Federal,
descrito no art. 101 da Constituição Federal, inicia-se com indicação pelo Presidente da Re-
pública, observada a satisfação dos pré-requisitos constitucionais. Após, o indicado deve ser
aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal, cuja deliberação é precedida de arguição
pública pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania daquela Casa Legislativa. Uma vez
aprovado pelo Senado, o escolhido é nomeado pelo Presidente da República e está habilitado
a tomar posse no cargo, em sessão solene do Plenário do Tribunal.
Uma vez empossado, o Ministro só perderá o cargo por renúncia, aposentadoria compulsó-
ria (aos 70 anos de idade) ou impeachment. A Constituição Federal, em seu art. 52, II, atribui ao
Senado Federal a competência para processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Fede-
ral nos crimes de responsabilidade. O mesmo dispositivo, em seu parágrafo único, estabelece
que a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal,
limitar-se-á à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função públi-
ca, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Bom, visto tal preâmbulo sobre a mais importante corte do país, o qual serve a auxiliar-nos
em nossa matéria e, também, muito importante para outras disciplinas, tal qual o Direito Cons-
titucional, vamos agora falar sobre os pontos em Atualidades mais importantes sobre a atua-
ção do STF; e onde residem celeumas graves que confrontam o Superior Tribunal e o Executivo,
mais precisamente na figura do atual Presidente Jair Bolsonaro, “talquei”?
Desde que assumiu a Presidência, em 2019, Bolsonaro dispara deliberadamente contra o
que menciona considerar ser “uma ditadura do STF”. Mas o que o Chefe do Executivo nacional
busca ao se lançar abertamente contra a instância máxima do Judiciário brasileiro?
Vamos lá, e é mais simples do que parece, então sigamos:
Bolsonaro acredita, de modo inequívoco, que a atuação do STF visa inviabilizar seu governo
de todas as formas. Ele já declarou isso a interlocutores próximos. Suas pautas de costumes,
tais quais liberalização de armas a ponto em que, em tese, possuir fuzis e armas de grosso ca-
libre sejam possíveis a “qualquer cidadão de bem”, como o próprio presidente sempre destaca,
vêm sendo, ao longo destes primeiros anos do seu governo, tolhidas pela corte suprema. Esse
é só um exemplo. Outras emanações de Bolsonaro, encampadas por seu séquito, também são
compelidas a ferro e fogo pelo STF. Vejamos algumas destas abaixo:
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intransigente; para outros e, inclusive, lógico, para o próprio STF, trata-se apenas resguardar o
estado democrático de direito. Exemplos de ações severas e contundentes por parte da corte
sobre pessoas e grupos que saíram em defesa de pautas consideradas “antidemocráticas”
foram as prisões da ativista Sara Winter, em 2020, e, mais recentemente, do deputado decla-
radamente bolsonarista Daniel Silveira. Daniel, desde que entrou em sua primeira legislatura
em 2019, deixou claro que sua intenção era causar. Ao longo da campanha, em que foi eleito
pelo PSL no Rio de Janeiro (ex-partido de Bolsonaro), partiu ao meio uma placa de rua em
homenagem à vereadora morta a tiros, Marielle Franco, em um crime ainda sem condenados.
Silveira, um ex-cobrador de ônibus e também um ex-policial militar do Rio de Janeiro, foi preso
em flagrante (após desafiar o STF a prendê-lo) por crime inafiançável em meados de fev/2021,
após divulgar em rede social vídeo no qual defende o AI-5 — instrumento mais duro da ditadura
militar — e a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o que é inconstitucional
em um dos poucos casos de ilícito que, de fato, a Constituição não veda a prisão em rito su-
mário de um parlamentar.
Logo em março de 2021, sua prisão foi substituída por prisão domiciliar com monitoramen-
to por tornozeleira eletrônica.
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ridos deixa explícito ser a favor do retorno da ditadura militar buscando defender argumentos,
tais quais como sendo a liberdade associada à ditadura, e a democracia como uma prisão),
cravou haver a participação de políticos, tais quais o próprio filho do Presidente, Carlos Bolso-
naro e o ex-ministro da educação Abraham Weintreaub, que defendeu a prisão de ministros do
STF e saiu (para alguns, ele fugiu mesmo) do país dois dias depois de deixar a pasta. O mesmo
inquérito identificou também a participação nestes atos do dono da loja Havan, Luciano Hang,
e mandou prender o jornalista declaradamente bolsonarista Oswaldo Eustáquio. Oswaldo era
um militante conhecido nas redes sociais que havia defendido o fechamento do Congresso
ou do Supremo. De acordo com as investigações, ele é suspeito de financiar manifestações
ao longo dos anos de 2019 e 2020 que ocorreram em Brasília e que contaram também com a
participação de Sara Winter, presa também pelo STF por razões parecidas.
4 – LULA E O STF
O ex-presidente Lula, maior rival de Jair Bolsonaro, obteve ao longo dos últimos dois anos
algumas vitórias importantes com as graças do STF. Primeiro foi solto após cumprir mais de
500 dias de prisão por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, à medida que o
tribunal jogou na ilegalidade sua prisão após sumular serem ilegais prisões no caso de seus
crimes em 2ª instância. (Ver texto complementar: Lula Livre e a Prisão em Segunda Instância
nesta mesma aula.)
Por fim, na entrada do mês de abril de 2021, o ex-presidente Lula (2003-2010) recebeu um
salvo conduto da Suprema Corte para concorrer às eleições de 2022, quando a Corte decidiu
por 8 votos a 3 que o processo de condenação de Lula levado a cabo pela Justiça Federal de
Curitiba era irregular por incompetência territorial. Ou seja, Sergio Moro, e seus juízes que o
acompanhavam, não possuía competência para julgá-lo. O processo de apenação de Lula, nos
crimes nos quais já havia sido julgado, retorna à estaca zero e Lula passa a ser potencial con-
corrente nas eleições de 2022.
Nos últimos dias de agosto de 2021 Lula obtém outra vitória no STF. Após uma série de
vitória em torno de seus pleitos com vistas a prover sua inocência, a mais robusta delas foi
quando o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todas as condena-
ções do ex-presidente proferidas pela Justiça Federal no Paraná – os casos relacionados às
investigações da Operação Lava Jato.
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O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas nós
tiramos dinheiros de ONGs. Dos repasses de fora, 40% ia para ONGs. Não tem mais. Acabamos tam-
bém com o repasse de dinheiro público. De forma que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro.
O Presidente Jair Bolsonaro, é bem verdade, não apresentou provas que sustentassem sua
afirmação. Motivado por um relatório governamental que recebera, o qual denunciava irregu-
laridades em uma gama de repasses para ONGs que lidam com saúde indígena, uma semana
depois reiterou sua posição de completa oposição às atividades das Organizações.
No Congresso Nacional, cresce também a intenção por parte dos parlamentares de se criar
uma CPI das ONGs com vistas a se detectar qual o uso de recursos e influência estrangeira
destas instituições no Brasil e, principalmente, na Amazônia.
Vale destacarmos que tais posturas como a de Bolsonaro – desconfianças em relação ao
trabalho de ONGs – não são uma particularidade deste governo que tomou posse em 2019.
Houve, por exemplo, ao longo da administração de Luiz Inácio Lula da Silva, também discursos
de que a atuação das ONGs precisava ser vigiada de perto. “Grande parte dessas ONGs não
está a serviço de suas finalidades estatutárias”, afirmou, por exemplo, o então Ministro da Jus-
tiça, Tarso Genro, em 2008. “Muitas delas escondem interesses relacionados à biopirataria e à
tentativa de influência na cultura indígena, para apropriação velada de determinadas regiões,
que podem ameaçar, sim, a soberania nacional” disse o comandante-geral da Amazônia na
mesma época, General Augusto Heleno, um crítico enfático da política indigenista do governo
Lula, por ele vista como: “lamentável, para não dizer caótica”.
Mas qual é o perfil das ONGs na Amazônia?
Para responder este questionamento em tela, me basearei inicialmente e, é importante
fazermos este recorte, em matéria publicada pelo Nexo Jornal, um veículo de jornalismo ele-
trônico brasileiro que publica textos jornalísticos multidisciplinares sobre política, economia,
acontecimentos internacionais, cultura, ciência e saúde, tecnologia, arte e outros temas, em
perspectiva de contextualização (jornalismo de contexto), além da cobertura factual, interativi-
dade com dados e recursos multimídias, que se encontra inserido como parte da Slow Media
(mídia vagarosa, em tradução livre), em que se declara preconizador de um jornalismo reflexivo
e de profundidade como veículo da mídia independente brasileira.
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CIMA
(www.cima.org.br)
O Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente, CIMA, é uma entidade civil, que não con-
ta com lucro para existir tal qual versa em seu estatuto. Possui sua sede no Rio de Janeiro e
desenvolve ações relacionadas à educação, cultura, e meio ambiente, contando com parcerias
com instituições governamentais, privadas e multilaterais.
O objetivo dessa entidade é a contribuição por meio de diferenciadas ações e de maneira
eficiente, à busca de uma melhor qualidade de vida, segundo sua página oficial.
Nas áreas de meio ambiente e de educação, o CIMA organizou inúmeros projetos, entre
eles, podemos citar o “Protetores da Vida”, “A Natureza e a Paisagem”, que são Programas de
Educação para o Desenvolvimento Sustentável, mobilizando vários setores a proteger os ecos-
sistemas existentes na Bacia da Baía de Guanabara. A expedição do projeto passou por muitos
estados e ainda por sítios paleontológicos do Brasil e teve seu registro compilado numa expo-
sição realizada no Museu Nacional, intitulada “Em busca dos Dinossauros”.
Além dos programas citados ainda houve a implantação do “Programa Coca-Cola de Valo-
rização do Jovem”, em colégios estaduais e municipais de inúmeros estados e ainda o “Gente
é pra Brilhar”, que promove a estimulação de ações que causam a inclusão do indivíduo na
sociedade, como, por exemplo, a capacitação de adolescentes na produção de documentários
e também na área audiovisual. Esse evento direcionado ao público jovem permite o acesso ao
mercado da mídia, chamado de “Rio Tecnomídia”.
E finalmente o PROCEL, um programa que promove o combate e a educação para que não
haja o desperdício de energia, sendo este, para o público pouco inteirado sobre as atividades
desta ONG, o maior programa em termos de repercussão de sua atuação em âmbito nacional.
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WWWF
(https://www.wwf.org.br/)
O WWF-Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira, de natureza não governa-
mental e constituída como associação civil sem fins lucrativos que trabalha para mudar a atual
trajetória de degradação ambiental e promover um futuro em que sociedade e natureza vivam
em harmonia.
Criado em 1996, o WWF-Brasil mantém 137 funcionários atuando em 67 projetos na Ama-
zônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga, além dos ecossistemas marinhos, na cos-
ta brasileira.
A Governança do WWF-Brasil é realizada por meio de órgãos previstos em seu Estatuto So-
cial e Regimento Interno, com o objetivo de zelar pelos compromissos e relacionamento com a
Rede WWF, cumprir as políticas, os princípios e os objetivos da organização e assegurar, dessa
forma, o cumprimento da Missão Institucional do WWF-Brasil:
Contribuir para que a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a atividade humana
com a conservação da biodiversidade e com o uso racional dos recursos naturais, para o benefício
dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.
Greenpeace
(https://www.wwf.org.br)
Em 1971, uma equipe de 12 pessoas, entre jornalistas, hippies e ecologistas, partiu de Van-
couver, Canadá, a bordo de um velho barco de pesca rumo ao Ártico. Esses ativistas acredita-
ram que a ação de indivíduos comuns poderia fazer a diferença e sua missão era testemunhar
e tentar impedir os testes nucleares realizados pelos EUA nas ilhas Amchitka, no Alaska.
Para levar adiante tal empreitada, o grupo tentou arrecadar fundos com a venda de bro-
ches. Verde (Green) e Paz (Peace) eram as palavras de ordem, mas, segundo eles mesmo
dizem, “não cabiam separadas no broche”. E assim nascia o nome Greenpeace.
Interceptados antes de chegar a seu destino, os ativistas não impediram os Estados Uni-
dos de detonarem a bomba.
Mas sua obstinação e coragem despertou a atenção do planeta. Após forte pressão popu-
lar, os testes nucleares foram suspensos em Amchitka, então declarada santuário de pássaros.
O protesto pacifista teve ainda consequências muito além da esperada. A ideia de que
alguns indivíduos podiam fazer a diferença por um planeta mais verde e pacífico se tornou
realidade e arrebatou uma legião de seguidores. Foi também o embrião do que é hoje a maior
organização ambientalista do mundo.
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O Greenpeace oficialmente destaca não aceitar doações de estados, nem de partidos polí-
ticos. Possui ainda atualmente três navios ao redor do mundo: Rainbow Warrior, Arctic Sunrise
e Esperanza.
No Brasil, o Greenpeace chega em 1992, ano em que o país abrigou a primeira e a mais
importante conferência ambiental da história, a Eco-92.
Conservação Internacional
(https://web.conservation.org/global/brasil/Pages/default.aspx)
É uma organização brasileira sem fins lucrativos, que trabalha a proteção da natureza para o
bem-estar humano. Seu trabalho primordial consiste em conservar a natureza promovendo a sus-
tentabilidade e o bem-estar humano por meio de projetos socioambientais, educacionais e cultu-
rais que geram uma sociedade mais saudável e sustentável. Segundo sua página oficial, busca
tudo isso a partir dos de três eixos centrais: Capital Natural, Produção Sustentável e Governança.
Uma ação interessante que a CI promove consiste na busca por fundos e ações multila-
terais a que se protejam os hotspots, que, em tradução livre, são os lugares em que se mani-
festam imensa biodiversidade de fauna e flora. No Brasil inúmeras iniciativas desde a década
de 1990 foram alçadas por esta associação com vistas a redimensionar a proteção destes
lugares. Vale a pena conhecê-las.
(https://www.sosma.org.br/quem-somos/historia/)
Essa foi a primeira ONG destinada a defender os últimos remanescentes de Mata Atlânti-
ca no país. O ideal de conservação ambiental da entidade, criada em 20 de setembro de 1986,
associa-se ao objetivo de profissionalizar pessoas e partir para a geração de conhecimento
sobre o bioma. A proposta representa também um passo adiante no amadurecimento do mo-
vimento ambientalista no país.
A história da Fundação SOS Mata Atlântica foi construída por meio da mobilização perma-
nente e da aposta no conhecimento, na educação, na tecnologia, nas políticas públicas e na
articulação em rede para consolidação do movimento socioambiental brasileiro.
Atualmente, fica o registro, apenas 5%, ou menos, da Mata Atlântica original ainda está de pé.
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Ao longo de 2018, os governos de Alemanha, Noruega e França, sob o lema “O Brasil Cui-
da. O mundo apoia. Todos ganham”, destinaram mais de 1,8 bilhões de recursos com vistas à
preservação da maior floresta tropical do planeta para ações de preservação em 103 projetos.
Contudo, no dia 15 de agosto de 2019, a Noruega suspendeu o pagamento de recursos
para, em seguida, na mesma esteira, a Alemanha também anunciar sua intenção de romper
com o Fundo. Tudo justificado por ambos os países em função da decisão do Presidente Jair
Bolsonaro de promover a extinção dos conselhos que orientam o fundo.
Na verdade, o descontentamento por parte dos países apoiadores à causa de proteção da
Amazônia se deve a várias questões relacionadas à forma como o Presidente vem conduzindo
sua política ambiental. Bolsonaro não se furta de deixar claro em alto e bom som não compac-
tuar com as ONGs de preservação e que também não vê com bons olhos qualquer ingerência
internacional sobre questões amazônicas.
Há também a presença de Ricardo Salles como Ministro do Meio Ambiente, uma perso-
na non grata pelos setores ambientalistas nacional e internacional para em nada contribuir
à questão. E tal qual já vimos em nossa análise sobre o contexto geral da política externa
brasileira, e como o meio ambiente afetou as relações (em parte) com o exterior após Bolso-
naro questionar os dados exprimidos pelo INPE, que indicavam um considerável aumento no
desmatamento da Amazônia em 2019 em se comparado aos anos anteriores e, simplesmente,
demitir o Diretor do Instituto, Ricardo Galvão, que alertou pessoalmente à impressa.
E contra dados fica difícil contestar: entre janeiro e agosto de 2019, houve um total de
72.800 focos de incêndio na Amazônia, um aumento de 83% em relação ao mesmo período do
ano de 2018.
As queimadas representam em torno de 70% das emissões de gases de efeito estufa do país.
Em 2020, ocorrem novos recordes de queimadas e consequentemente de emissões. Com vis-
tas a tentar conter tal passivo ambiental, o vice-presidente Hamilton Mourão, figura central do
Conselho da Amazônia – um dispositivo de regulação de políticas de desenvolvimento susten-
tável na Amazônia, reeditado por Bolsonaro em janeiro de 2020 –, revelou que, em poucos dias
(a partir de 15 de julho de 2020), o Presidente editaria um decreto PROIBINDO AS QUEIMADAS
NA AMAZÔNIA PELO PRAZO DE 4 MESES.
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O Satélite Amazônia 1
Por: Prof. Luis Felipe, 05/03/2021.
Lançado no último dia de fevereiro de 2021, numa base na Índia, o Amazônia-1 é o terceiro
satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação, juntando-se ao CBERS-4 e ao CBER-
S-4A. O novo equipamento, contudo, foi totalmente projetado, integrado e testado pelo país —
e, a partir de então, será também operado exclusivamente pelo Brasil. Com desenvolvimento
sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Amazônia 1
integra a chamada Missão Amazônia: um esforço da entidade em melhorar o sensoriamento
remoto da natureza brasileira. Seu escopo de imagens visa atender o monitoramento da região
costeira, reservatórios de água, desastres ambientais e estará à disposição da comunidade
científica, órgãos de Governo e quaisquer interessados.
Com lançamento bastante celebrado por Marcio Pontes, nosso astronauta e Ministro da Ci-
ência e Tecnologia, o equipamento tem por objetivo fornecer dados de sensoriamento remoto
para observar e monitorar especialmente a região amazônica, além de monitorar a agricultura
no país, a região costeira, reservatórios de água e florestas (naturais e cultivadas). Há, ainda,
a possibilidade de uso para observações de possíveis desastres ambientais. O equipamento
é projetado para gerar imagens do planeta a cada cinco dias — e, sob demanda, é capaz de
fornecer dados de um ponto específico em no máximo dois dias. Em caso de um eventual
desastre ambiental, por exemplo, como o rompimento da barragem em Mariana, em 2015, o
monitoramento poderá ser ajustado para o local. Focos de queimada também poderão ser vi-
sualizados. A estrutura conta com 14 mil conexões elétricas. Se esticados, todos os seus fios
chegariam a 6 quilômetros.
A Missão Amazônia, por fim, pretende lançar, em data a ser definida, mais dois satélites
de sensoriamento remoto: o Amazônia-1B e o Amazônia-2 com vistas a alargar o horizonte de
sensoriamento do meio ambiente nacional e uso do solo e recursos naturais.
No dia 5 de novembro de 2015, ocorreu aquele que seria o maior acidente ambiental da
história do Brasil até então. A Barragem do Fundão de rejeitos de mineração se rompe. Admi-
nistrada pela empresa joint-venture Samarco – criada pela união entre a brasileira Vale do Rio
Doce e a inglesa Bp. Hilton –, a barragem de rejeitos de mineração de ferro, nas cercanias de
Mariana, na área conhecida como sendo o Quadrilátero Ferrífero, o nosso maior polo de pro-
dução mineral situado em Minas Gerais, se rompe e leva uma carga de mais de 40 milhões de
metros cúbicos de lama para uma área de raio de mais de 700 km. Em rios em Minas Gerais e
no Espírito Santo, mais de 11 milhões de toneladas de peixes mortos foram retirados de suas
águas em relação direta com a tragédia e 19 pessoas morreram.
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Eis que três anos depois, em janeiro de 2019, outra tragédia em Minas Gerais com o mes-
mo tipo de barragem ocorre. Em Brumadinho, exatamente na hora do almoço e em dia de
expediente comum, a barragem da Mina do Feijão, administrada pela Vale do Rio do Doce se
rompe. A primeira leva de vítimas ocorre exatamente no refeitório lotado que ficava logo abaixo
da barragem e aqui valem alguns destaques. Essa era, de fato, uma tragédia anunciada, pois,
embora fosse uma barragem desativada, o modelo obsoleto de construção dela era do tipo a
montante (o mesmo de Mariana), em que diques vão sendo gradativamente construídos para
segurar a entrada de novos rejeitos. A fiscalização por parte da Secretaria de Meio Ambiente de
Minas Gerais e de uma gama lateralmente de órgãos públicos foi falha, e a Vale tinha ciência
de que a barragem poderia se romper a qualquer hora. Em documentos internos da empresa
Vale do Rio Doce, revelados logo após o acidente, soube-se que esta e outras várias barragens
da mesma empresa estavam em vigente estado de “atenção”. Até agora, mais de 280 mortes
foram confirmadas, ou seja, mais de 10 vezes mais vidas ceifadas que em Mariana, revelando
uma lógica perversa que demonstra não termos aprendido com nossos erros.
O Brasil é atualmente o maior produtor de minério de ferro do mundo, quase 10% das nos-
sas exportações (atrás apenas do complexo da soja) se concentra apenas nessa commodity.
Importa-nos, mais que nunca, questionarmos a que preço sustentamos tal posição e se vale a
pena de fato.
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Entre os anos de 2012-2017, cresceu em 25% a quantidade total (que já era alta) de agrotó-
xicos pulverizados no campo nacional. Consumiremos em 2019 mais de 500.000 toneladas de
(centenas) defensivos – o que dá em média 2,5 quilos de agrotóxicos por habitante em média
por ano. É muito agrotóxico em conta que só aumenta.
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Um conselho é um órgão colegiado que delibera sobre alguns assuntos e toma decisões.
Colegiado significa ser formado por um “colégio”, isto é, membros que se relacionam como
“colegas”, com a mesma dignidade. São canais de discussão e debate democrático.
Segundo o Decreto n. 10.239/2020, são membros do colegiado que forma o Conselho da
Amazônia Legal, além do Vice-presidente, os chefes dos seguintes ministérios: Casa Civil, Justi-
ça e Segurança Pública, Defesa, Relações Exteriores, Economia, Infraestrutura, Agricultura, Minas
e Energia, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Desenvolvimento Regional, Secretaria-Geral da
Presidência, Secretaria de Governo e Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.
A maior crítica envolvendo o novo Conselho foi a exclusão dos Governadores de Estado
dentre seus membros. Na formação antiga, participavam das deliberações os governadores
dos estados que compunham a Amazônia Legal. Agora, participam, além do Vice-presidente
da República, apenas chefes de Ministérios do Poder Executivo Federal. O Presidente do Con-
selho, no entanto, afirmou que os governadores continuarão sendo consultados, embora não
participem oficialmente do colegiado.
Já sabemos que o Conselho é um órgão colegiado, formado pela Vice-presidência da Re-
pública e por 14 ministérios. Segundo o Decreto n. 10.239/2020, este grupo de pessoas se reu-
nirá a cada três meses, e excepcionalmente quando o seu Presidente (isto é, o Vice-presidente
da República) o convocar.
Eles discutirão, em relação à Amazônia Legal, assuntos como proteção ambiental, coor-
denação e integração de ações dos mais diversos setores governamentais, desenvolvimento
científico e inovação, repressão e prevenção de atividades ilícitas etc.
Um conselho, além de deliberar, decide sobre alguns assuntos. Normalmente, as decisões
de um conselho são colegiadas, isto é, se resolvem pelo número de votos dos seus membros.
Mas, no caso do Conselho da Amazônia, os membros não possuem poder de voto. A última
decisão sempre ficará a cargo do seu Presidente, após manifestação dos outros membros
(art. 5º do Decreto n. 10.239/2020).
As competências do Conselho da Amazônia estão definidas no art. 3º do Decreto n.
10.239/2020, e são bastante autoexplicativas.
As competências definidas são bastante abrangentes, como “fortalecer a presença do Es-
tado na Amazônia Legal” (art. 3º, V) ou “coordenar as ações destinadas à infraestrutura regio-
nal” (art. 3º, IX), regras que possibilitam muitas medidas diferentes.
Algumas das principais competências do Conselho da Amazônia são:
• coordenar e integrar as ações governamentais relacionadas à Amazônia Legal;
• propor políticas e iniciativas relacionadas à preservação, à proteção e ao desenvolvi-
mento sustentável da Amazônia Legal;
• opinar, quando provocado pelo Presidente da República ou por quaisquer de seus membros,
sobre propostas de atos normativos do Governo Federal relacionados à Amazônia Legal;
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A Força Nacional Ambiental foi mencionada na mesma mensagem que reativou o Conse-
lho da Amazônia. No entanto, pouco se sabe ainda sobre o seu funcionamento. A informação
repassada pelo Governo em coletivas de imprensa é a de que ela estará subordinada ao Conse-
lho e funcionará nos moldes da Força Nacional de Segurança Pública, mas voltada à proteção
da Amazônia.
A Força Nacional de Segurança Pública foi criada em 2004, e funciona como uma tropa de
elite em casos emergenciais ou de grande importância para a ordem pública. É formada por po-
liciais militares, civis, bombeiros militares e profissionais de perícia dos estados e do Distrito
Federal. Ela também atua em casos de calamidades ambientais e proteção do meio ambiente.
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O número de focos de incêndio no Pantanal, que em média se situam na casa dos 5.000 em
períodos de seca, em 2020 atingiu a marca de 15.000 focos em setembro, consumindo algo
em torno de 20% da superfície do bioma.
É evidente que, mesmo havendo um fenômeno natural que contribuiu enormemente (a au-
sência de entrada de qualquer massa úmida, as quais começam a subir e atingir a região no
mês de setembro), fatores antrópicos, tais quais a expansão contínua da fronteira agrícola
em associação às dificuldades por parte da fiscalização, tanto de órgãos federais (leia-se
Ibama), quanto das secretarias estaduais de meio ambiente do Mato Grosso do Sul e do Mato
Grosso, contribuíram para a calamidade. O Ibama, inclusive, segundo matéria da Revista Veja
intitulada “os Campeões do Desmatamento,” de 5 de agosto de 2020, vem imprimindo multas
milionárias aos grandes desmatadores, principalmente no chamado “Arco do Desmatamento”
(veja figura abaixo). Entretanto, não consegue receber os valores à medida que os grandes
proprietários rurais notificados conseguem postergar tais multas dentro da esfera jurídica.
Impera a ilegalidade.
Figura: Arco do Desmatamento e Limites da Amazônia Legal: note que o Pantanal NÃO SE
ENCONTRA NESTE ARCO DE INTENSA ATIVIDADE DE QUEIMADAS:
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A vereadora Marielle Franco, ao que indica o MP, foi morta exatamente por combater gru-
pos milicianos, que chegaram até a grilar áreas e construir prédios clandestinos, tal qual vimos
no bairro da Muzema na Zona Oeste do Rio de Janeiro (área de predomínio absoluto de milí-
cias), onde, em março do ano de 2019, dois prédios construídos em completa irregularidade
por milicianos desabaram, causando a morte de 24 pessoas.
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A letalidade policial e a cultura do enfrentamento: outro ponto que chama a atenção acer-
ca da violência no Brasil, e que eleva para cima o número de homicídios no país, é a quantidade
de mortes causadas pela atividade policial. Esta cultura do enfrentamento vem desde os tem-
pos do Regime Militar, quando a polícia passou a fazer a vez tanto de opressão criminal como
de opressão política, recebendo praticamente um salvo-conduto para matar. De lá para cá,
cresceram os instrumentos de controle sobre a atividade policial e seus desmandos, tais quais
o Ministério Público e corregedorias especializadas, mas o número de mortes relacionadas à
atividade policial não para de crescer, estimando-se estar na casa das 4.000 mortes anuais.
Na outra ponta, cresce também o número de mortes de policiais, já estando na casa das 400
mortes (mas nem todos em trabalho) por ano em todo o país.
Somente na entrada de 2017, nos 15 primeiros dias do ano, 134 pessoas morreram em pre-
sídios sob a custódia do Estado. Para muitos, tais dados são irrelevantes, pois, visto o quanto o
Brasil anda violento, o que tem valido mesmo para alguns (mas não para este que aqui vos fala)
é a ótica que versa que “bandido bom é bandido morto”. Contudo, vale a pena nos atermos a
algo que não há como ser negado. O Estado brasileiro gasta muito com presídios e gasta mal.
Em 2017, o número de presos no país atingiu a casa dos 700.000. Para 2021 estima-se
bater a casa dos 800.000. Se levarmos em conta que em 2002 eram apenas 232.000, tal evo-
lução no número de presidiários realmente salta aos olhos. Assim, chegamos à terceira maior
população carcerária do mundo, atrás apenas da China e dos EUA, países com sistemas pe-
nais e judiciários infinitamente mais severos que o nosso.
O que chama a atenção neste quadro também é que o número de presos por roubos, crime
que sempre liderou as estatísticas, é hoje menor que o número de presos por tráfico de drogas.
Na população de presidiárias femininas, esse número (presos por tráfico) já é de 40%. Outro
dado que puxa para cima o número de presidiários é o número de presos provisórios, ou que já
venceram a pena, o qual se estima também que ronde a casa dos 40%.
Ainda em relação à questão prisional no país, um fato drástico também vem sendo colo-
cado em pauta e merece atenção: as principais organizações criminosas em atuação atual-
mente no Brasil têm sua origem em presídios. São facções como o PCC – Primeiro Comando
da Capital –, que nasceram com um discurso voltado ao assistencialismo intraprisional, para
em seguida transcender as fronteiras e se lançarem nas ruas, comandando ações de roubos
e tráficos de drogas.
O crescimento do PCC, hoje disparada a maior organização criminosa do Brasil, suscitou a
formação de outras organizações concorrentes pelo país, as quais atualmente lutam pelo con-
trole de presídios e também do tráfico de drogas e outras atividades criminosas em inúmeras
cidades brasileiras. Assim, como exemplo, temos a luta pelo tráfico de drogas e controle de
presídios no Amazonas promovida entre a Família do Norte versus PCC. No Ceará a explosão
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recente do número de homicídios em Fortaleza está, umbilicalmente, ligada na luta por pontos
de tráfico de drogas promovida entre os Guardiões do Estado (grupo local) e o PCC. Já em Na-
tal e Mossoró, ambas no Rio Grande do Norte, o conflito atual reside no enfrentamento entre o
PCC e a facção Sindicato do Crime.
E, nessa guerra entre facções, impressiona a forma como o Estado brasileiro não conse-
guiu se antecipar em momento algum a ascensão destes grupos e o tanto que se percebe ser
quase impossível conter estes grupos criminosos e suas ações no atual nível em que chega-
ram. Esses embates se espalharam por praticamente todas as capitais do Brasil.
Wilson Witzel, um juiz federal nascido em São Paulo com atuação em inúmeras varas no
estado do Rio de Janeiro, se lançou em 2018 pela primeira vez como candidato a um cargo
eletivo. Com apenas 1% das intenções de votos no início da campanha, Witzel se elege como
Governador do Rio de Janeiro com 60% dos votos no segundo turno, derrotando o ex-prefeito
da capital Eduardo Paes, do DEM.
Witzel, logo nos primeiros dias de seu governo (de viés declaradamente de ultradireita),
anuncia medidas radicais no combate ao crime no estado. Apoiado por um descontentamento
geral da população carioca assolada por indicadores crescentes de violência ao longo dos últi-
mos dois anos, o governo adota uma política de completa chancela às ações da polícia militar
e civil no estado, com vistas a eliminar do mapa bandidos em áreas onde o poder paralelo do
tráfico é evidente.
Autoriza-se, a que qualquer suspeito em áreas de risco ou pontos conhecidamente de
tráfico de drogas, caso seja visto portando armas (fuzis principalmente), seja sumariamente
executado. O Estado abre mão, bem verdade, do processo legal dando as costas a ditames
relativos aos direitos humanos e ao preceito basilar que determina ser direito do cidadão o de-
vido processo legal. O governo do Rio de Janeiro – tanto com Witzel, que fora impichado em
definitivo como com o seu substituto Claudio Catro – justifica agir com tamanha veemência
exatamente para colocar sob controle uma situação considerada perdida.
E a política de segurança do atual governo recebe apoio de parte da sociedade carioca que
reza a cartilha do “bandido bom, é bandido morto” e do próprio governo federal. Incentiva
sem concessões o extermínio de suspeitos em áreas tomadas pelo poder paralelo do tráfico
no Rio de Janeiro. Mas como tal medida drástica não poderia deixar de ser alvo de críticas, o
governador é acusado de promover um genocídio nas comunidades mais pobres e ir contra
a dispositivo constitucional que versa encabeçando o art. 5º de que todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade.
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Como resultado direto dessa política, nos anos de 2019 e 2020, desde que são atualizados
os dados anuais de mortes em função da ação policial no Estado, o número de casos sus-
peitos de mortes relacionadas à ação da polícia chega à enorme média de 5 mortes por dia,
transformando a polícia do Rio de Janeiro em uma das mais letais do mundo. Eis que, no dia 6
de maio de 2021, a Polícia Civil do Rio de janeiro invade a “comunidade” do Jacarezinho com
vistas a cumprir mandados de prisão, resultando em 29 mortes, sendo um deste um policial
civil de 48 anos e todos os outros suspeitos – na imensa maioria com passagens pela Justiça
relacionadas com tráfico de drogas e crimes como roubo. 30 armas são apreendidas nessa
que se tornou a operação mais letal já vista na cidade.
Por fim, destaca-se que o STF proibiu em 2020 incursões das Polícias em “comunidades”
sem autorização do próprio tribunal enquanto dure a pandemia.
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• Legítima defesa: a alteração no Código Penal é no artigo 23, que trata da exclusão de ili-
citude. A proposta inclui o § 2º, que indica que o juiz poderá reduzir a pena até a metade
ou deixar de aplicá-la se o excesso decorrer de situação comprovada de medo, surpresa
ou violenta emoção. Neste caso, as circunstâncias em que o ato foi praticado serão
avaliadas e, se for o caso e assim o juiz entender, o acusado poderá ficar isento de pena.
• Regime inicial fechado ou semiaberto: a proposta inclui três parágrafos no artigo 33 do
Código Penal, todos agravando a forma de cumprimento de pena nos casos mais gra-
ves. Em todas as hipóteses, o regime inicial será o fechado. Há exceções para crimes de
menor relevância.
Vale destacar que, em meio a essa iniciativa de enrijecer a lei penal, principalmente para crimes
de corrupção e terrorismo, como vimos acima, o STF iniciou pela 3a vez a discussão acerca de
se extinguir a prisão em segundo instância (ver o Texto Complementar: Lula e o STF). E o pró-
prio Tribunal Superior já havia sumulado a possibilidade de prisão em segunda instância em
fevereiro e outubro de 2016. Por fim, em novembro de 2019, súmula ao contrário, ou seja, não
permitindo mais a prisão antes de esgotados todos os três graus de jurisdição judiciária, salvo
prisões preventivas e provisórias, foi emitida pelo Superior Tribunal.
Eis que, finalmente, a Lei n. 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, é aprovada
pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República Jair Bolsonaro, entrando em vigor
nos primeiros dias de 2020 e reunindo um conjunto de propostas e reformas apresentadas
pelo ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e por uma comissão de juristas
coordenada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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Pelas redes sociais, o ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que a
nova lei tem avanços importantes e afirmou que nem todas as medidas propostas foram apro-
vadas pelo Congresso, dizendo que “em 2020, vamos resgatar o que ficou de fora”.
Bolsonaro manteve a criação da figura do juiz de garantias (ainda sub judice diante da
possibilidade de execução de tal dispositivo), mas vetou um dos pontos desse trecho. Esse
juiz passará a ser o “responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela
salvaguarda dos direitos individuais”. O ponto vetado pelo presidente previa que presos em
flagrante ou por força de mandado de prisão provisória seriam encaminhados à presença de
um juiz de garantias no prazo de 24 horas, para realização da audiência de custódia. O texto
também vedava o uso de videoconferência nesses casos. Caberá ao juiz de garantias atuar
na fase da investigação e decidir, por exemplo, sobre a autorização de quebra dos dados res-
guardados por sigilo constitucional. Atualmente, o juiz que participa da fase de inquérito é o
mesmo que determina a sentença posteriormente.
Legítima Defesa: altera o Código Penal e passa a considerar a legítima defesa de agentes
de segurança pública quando se “repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida re-
fém durante a prática de crimes”. O código entende como legítima defesa, inclusive para civis,
se uma pessoa usa com moderação meios necessários para se defender ou proteger uma
vítima, repelindo “injusta agressão, atual ou iminente”.
Tempo Máximo de Cumprimento da Pena: amplia o limite de tempo de cumprimento das
penas privativas de liberdade (prisão, impedimento do direito de ir e vir) de 30 para 40 anos.
As penas privativas de liberdade são reclusão (crimes graves), detenção (crimes menos gra-
ves) e prisão simples (contravenções penais).
Comércio Ilegal de Arma de Fogo: o projeto também endurece a pena nos casos de venda
ilegal de arma. A punição atual é reclusão de quatro a oito anos e multa. O projeto aumenta
para 6 a 12 anos e multa. De acordo com o texto, esta pena valerá também para quem entregar
arma, acessório ou munição, sem autorização, para policial disfarçado.
Cadeia de Custódia: cria um conjunto de regras da chamada cadeia de custódia (ações
para manter e documentar vestígios coletados em locais onde ocorreram crimes). As regras
vão disciplinar a atuação das autoridades desde a coleta de material no local do crime até
o descarte.
Presos Perigosos em Presídios Federais: amplia o período de permanência de presos pe-
rigosos em presídios federais. A lei previa prazo máximo de 360 dias. Agora, o período foi
ampliado para três anos, renováveis por mais três.
Presídios de Segurança Máxima: estados e Distrito Federal poderão construir presídios de
segurança máxima ou adaptar as instalações já existentes ao regime de segurança máxima.
“Informante do Bem”: determina que a administração pública, direta ou indireta, manterá
ouvidorias para garantir que “qualquer pessoa tenha o direito de relatar informações sobre cri-
mes contra a administração pública, ilícitos administrativos ou quaisquer ações ou omissões
lesivas ao interesse público”.
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Confisco Alargado de Bens: nos casos com pena máxima superior a seis anos de prisão, a
Justiça poderá decretar a perda dos bens obtidos a partir do crime. Os bens recolhidos serão
equivalentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e o valor da sua renda.
Decisões Colegiadas em Casos de Organização Criminosa: amplia os crimes que podem
ser julgados por varas criminais colegiadas. A possibilidade de decisão colegiada já existe em
lei, para o caso de crimes de organização criminosa. A nova redação prevê o uso desse recur-
so também no caso do crime de associação criminosa armada.
Prescrição da Pena: inclui uma nova hipótese em que pode ser suspensa a contagem
da prescrição de penas: quando houver recursos pendentes de julgamento em tribunais su-
periores. A prescrição ocorre quando termina o prazo para que a Justiça promova a punição
contra um acusado de crime. A prescrição varia de acordo com o delito e a pena aplicada no
caso concreto.
Saída Temporária: o texto proíbe a saída temporária da prisão aos condenados por crime
hediondo que resultaram em morte. A saída temporária é um benefício concedido a quem
cumpre pena em regime semiaberto, em datas específicas.
Delação Premiada: muda regras sobre delação premiada. Pelo texto, há a obrigação de o
colaborador narrar apenas os atos ilícitos relacionados diretamente com os fatos investiga-
dos. Lembrando, caro(a) aluno(a), que há uma Lei de 2013, a Lei de Organizações Criminais
(Lei n. 12.850/2013), que esmiuçou a questão da chamada “colaboração premiada”.
Homicídio com Arma de uso Restrito: foi vetado o dispositivo previsto no texto aprovado
pelo Congresso que aumentava a pena do crime de homicídio quando o criminoso usa, na
ação, arma de fogo de uso restrito ou proibido. A pena atual é de 6 a 20 anos. Pela proposta,
passaria para 12 a 30 anos.
Crimes contra a Honra: foi vetado o dispositivo previsto no texto aprovado pelo Congresso
que aumentava as penas dos crimes contra a honra (calúnia, difamação, injúria) cometidos
na internet. O texto previa que a pena poderia ser aplicada até o triplo “se o crime é cometido
ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores.”
Defesa de Agentes de Segurança: Bolsonaro vetou três pontos do trecho do projeto apro-
vado pelo Congresso que estabelecia que o Estado deveria disponibilizar defensores aos agen-
tes de segurança investigados por fatos relacionados à atuação em serviço. Os pontos veta-
dos determinavam, por exemplo, que a defesa desses agentes deveria ser feita por defensor
público e que, na ausência deste, um defensor deveria ser contratado e pago pela instituição à
qual o agente está vinculado.
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nava que a contratação de um defensor de fora dos quadros públicos deveria ser precedida de
manifestação indicando a ausência de defensor público na região em que corre o inquérito. O
terceiro ponto vetado especificava que os custos com a atuação desse defensor de fora dos
quadros públicos “ocorrerão por conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja
vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados”.
Seguem as 17 leis alteradas pelo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com
entrada em vigor em 23/01/2020)
Fonte: https://anamariaprates.com.br/conheca-as-17-leis-alteradas-pelo-pacote-anticrime/
Parte Geral
1. Legítima defesa protetiva para agentes de segurança pública no caso de risco de agres-
são (artigo 25).
2. Competência para execução da pena de multa é do juízo de execução penal (artigo 51).
3. Tempo do cumprimento máximo da pena privativa de liberdade passa de 30 para 40
anos (artigo 75).
4. Livramento condicional – acréscimo do requisito de não cometimento de falta grave nos
últimos doze meses para que haja a concessão (artigo 83).
5. Novos efeitos da condenação penal: poderá ser decretada a perda, como produto ou
proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do conde-
nado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito (artigo 91-A).
6. Novas causas suspensivas (impeditivas) da prescrição: na pendência de embargos de
declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis e enquanto não
cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal (artigo 116).
Parte Especial
7. Roubo – novas majorantes quando há emprego de arma branca e de arma de fogo de
uso restrito ou proibido (artigo 157).
8. Estelionato – como regra, torna-se de ação penal pública condicionada à representação
(artigo 171).
9. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação – acréscimo do crime
de auxílio à automutilação (artigo 122 alterado pela Lei n. 13.968/2019 de 26/12/2019 já em
vigor desde a publicação).
10. Concussão – aumento da pena máxima de 8 para 12 anos (artigo 316).
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III – LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEI N. 7.210 DE 11/07/1984) – alterações pela Lei 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Material genético: não submissão à coleta constitui falta grave (artigo 9º-A).
2. Falta grave: inserção da recusa à submissão à coleta de material genético (artigo 50).
3. Regime disciplinar diferenciado: novas regras (artigo 52).
4. Progressão de regime: percentuais diferenciados conforme características do conde-
nado; interrupção da contagem para progressão de regime com o cometimento de falta grave
(artigo 112).
5. Saída temporária: impossibilidade para o condenado que cumpre pena por praticar crime
hediondo com resultado morte (artigo 122).
IV – LEI DE CRIMES HEDIONDOS (LEI N. 8.072 DE 25/07/1990) – alterações pela Lei 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Inclusão de diversos tipos penais do rol dos crimes hediondos: a) várias espécies de
roubo; b) extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima; c) furto qualificado pelo
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum; d) comércio ilegal de
armas de fogo; e) tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição; f) organização
criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado (artigo 1º).
2. Novas regras de progressão de regime conforme artigo 122 da LEP (artigo 2º).
V – LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI N. 8.429 DE 02/06/1992) – alterações
pela Lei 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de celebração de acordo de não persecução cível na improbidade.
VI – INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS (LEI N. 9.296 DE 24/07/1996) – alterações pela Lei
13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Regulamentação captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos
(artigo 8-A).
2. Novo tipo penal: realização de captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos
ou acústicos (artigo 10-A).
VII – LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS (LEI N. 9.613 DE 03/03/1998) – alterações pela Lei
13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de ação controlada e da infiltração de agentes no crime de lavagem
de capitais.
VIII – ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI N. 10.826 DE 22/12/2003) – alterações pela
Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Alteração de pena para o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido
(artigo 16), para o crime de comércio ilegal de arma (artigo 17), para o crime de tráfico interna-
cional de arma (artigo 18).
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2. Perda de benefícios para condenado, que mantém vínculo associativo, que integra orga-
nização criminosa ou que praticou crime por meio de organização criminosa (artigo 2º).
3. Colaboração premiada: meio de obtenção de prova; negócio jurídico processual (artigo
3-A); novas regras procedimentais e materiais (artigos 3-B, 3-C e 4º); cumprimento de prisão
cautelar e pena em estabelecimento diverso dos demais corréus (artigo 5º); impossibilidade de
decisão quanto à publicidade do acordo até o recebimento da denúncia – sigiloso (artigo 7º).
4. Regulamentação da infiltração virtual de agentes de polícia, na internet, para investigar
os crimes previstos na lei de organizações criminosas e conexos (artigos 10-A, 10-B, 10-C,
10-D e 11).
XIV – SERVIÇO TELEFÔNICO DE RECEBIMENTO DE DENÚNCIAS E SOBRE RECOMPENSA
(LEI N. 12.850 DE 02/08/2013) – alterações pela Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em
vigor em 23/01/2020.
1. Criação de unidade de ouvidoria ou correição para assegurar a qualquer pessoa relatar
informações sobre crimes, condutas ilícitas ou condutas lesivas aos interesses públicos (ar-
tigo 4º-A).
2. Preservação de identidade do informante que somente será revelada mediante concor-
dância do informante (artigo 4º-B).
3. Proteção ao informante contra condutas praticadas em retaliação ao exercício do direito
de relatar (artigo 4º-C).
XV – PROCESSO NOS TRIBUNAIS SUPERIORES (LEI N. 8.038 DE 28/05/1990) – alterações
pela Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de oferecimento da não persecução penal para crimes sujeitos a ações
penais originárias nos termos do artigo 28-A do Código de Processo Penal.
XVI – FUNDO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA (FNSP) (LEI N. 13.756 DE 12/12/2018)
– alterações pela Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Acréscimo de recursos para o Fundo Nacional de Segurança Pública (artigo 3º).
XVII – CÓDIGO PENAL MILITAR (DECRETO-LEI N. 1.002 DE 21/10/1969 – alterações pela
Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Designação de defensor na fase de investigação a servidores das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares (artigo 16-A).
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Tal qual vimos acima, e vale este parêntese, o tema segurança pública se encontra descen-
tralizado (mesmo a matéria Direito Penal sendo privativa da União), com atuação das polícias
estaduais (PMs e Civil) e até municipal. Contudo, importa-nos perceber que, ao longo dos úl-
timos anos, duas iniciativas importantes frente à federalização do tema foram tomadas por
parte do governo federal.
A primeira diz respeito à formação da FORÇA NACIONAL. Unidade composta por policiais
militares, civis, bombeiros militares e peritos dos estados e do Distrito Federal, a FNSP atua na
preservação da ordem pública, segurança das pessoas e patrimônio, além de calamidades. Os
integrantes da Força Nacional permanecem cedidos por um período de até dois anos, ressal-
vada estipulação contrária entre os pactuantes para as localidades onde forem convocados
por qualquer dos 27 governadores. Atualmente a Força Nacional se vinculada ao Ministério da
Justiça e as respectivas Sec. de Segurança Pública dos lugares onde houver atuação.
Já a outra iniciativa veio por parte do Governo Temer (2016-2018) com a criação nos pri-
meiros dias de 2018 do Ministério da Segurança Pública. Com atribuição de planejar em nível
nacional a segurança pública e dar suporte às políticas estaduais de Segurança Pública, o Mi-
nistério foi extinto por Jair Bolsonaro em 2019, sendo, portanto, incorporado ao Min. Justiça,
mas sem perder importância, de fato. Aventou-se, inclusive, na entrada de 2020, reeditar-se
novamente a pasta, porém tal iniciativa não ganhou corpo.
Por fim, outra iniciativa relacionada à federalização da questão da Segurança Pública no
país se deu em função da Intervenção Federal (dispositivo previsto na CF/1988, em que o pró-
prio governador local é quem solicita), experimentada pelo estado do Rio de Janeiro e que se
arrolou por mais de 10 meses, entre fevereiro de 2018 até o último dia do mesmo ano. Por esta,
destituiu-se o Secretário de Segurança Pública do Estado, sendo nomeado em seu lugar o Gen.
Braga Netto (atual Min. da Casa Civil desde fevereiro de 2020). O militar respondia, portanto,
apenas ao Presidente da República (Michel Temer), estando as ações de segurança pública no
Estado, pela primeira vez no Brasil desde que o dispositivo fora inserido pela Constituição de
1988, em imensa parte a cargo do Governo Federal.
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Os Homicídios 2017/2019
Em 2017, o Brasil atingiu o número recorde de 60.000 homicídios no ano. O maior número no
mundo e uma das 10 maiores taxas globais em termos proporcionais. Para 2019, o que se cons-
tatou, contudo, foi uma queda nestes últimos dois anos no número de homicídios totais no Brasil.
Foram 19% menos assassinatos de um ano para outro. Em números absolutos, a diminui-
ção representa 41.635 mortes em 2019 ante 51.558 em 2018. Todas as unidades da federação
tiveram queda, de acordo com registros de suas secretarias de Segurança Pública.
O resultado mais recente confirmou uma tendência de redução de número de assassinatos
já registrada entre 2017 e 2018. Na contagem estão incluídos óbitos por homicídio doloso, com
intenção de matar (incluindo feminicídio), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
É interessante observar que tal queda atende a fatores que envolvem a ação fundamental
dos governos estaduais, embora o discurso do governo federal vá em outra direção. Mas veja-
mos, então, alguns fatores os quais, segundo especialistas, resultaram em tal queda acentu-
ada percebida. Lembrando, antes de tudo, que, embora seja expressiva tal queda percebida, o
Brasil, mesmo assim, ainda ostenta provavelmente o maior número de homicídios no mundo.
É interessante perceber, tal qual vimos em nossa aula, que o espocar de facções crimino-
sas nascidas estas em sua maioria dentro de presídios ao longo do território nacional, com
vistas, sobremaneira, a segurar o domínio territorial em atividades criminosas do PCC, resultou
diretamente no aumento da violência e, consequentemente, dos homicídios no Brasil ao longo
das duas últimas décadas até chegarmos aos 60.000 casos em 2017.
Porém, o que se percebe, ao que tudo indica, é que as facções criminais no Brasil se orga-
nizaram melhor e reduziram suas ações de violência dentro das cidades, reduzindo também
ações criminosas envolvendo umas contra as outras. Se as facções estão na origem do au-
mento da violência e homicídios, pressupõe-se, logicamente, que a redução no número de ho-
micídios passa também por elas. Aliás, ainda sobre esta questão, o Estado de São Paulo, por
exemplo, possui hoje as menores taxas de homicídios do Brasil, estando tal evento positivo,
segundo especialistas, relacionado exatamente às formas mais “pacíficas” de ação do PCC.
Um outro ponto que deve ser levado em conta ao analisarmos a queda no número de ho-
micídios no Brasil diz respeito ao fato de que, em boa parte das facções, os respectivos líderes
destes grupos encontram-se presos (tal qual o PCC) e em presídios de segurança máxima
federais. Neste aspecto, o Judiciário no Brasil atuou de forma enérgica e, justiça seja feita, o
sistema prisional brasileiro, ao incrementar em sua estrutura várias prisões federais de segu-
rança máxima, vem conseguido de forma eficaz segurar tais criminosos atrás das grades.
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Após décadas de contato com a crescente criminalidade, as Sec. Estaduais de Seg. Pública,
ao que tudo indica, aprenderam as lições e conseguiram empreender métodos mais eficientes
no combate ao crime. Houve também em algumas Unidades Federadas uma maior valorização
salarial e de condições gerais tanto para as PMs quanto para as Polícias Civis.
É pacífico também que a atuação do governo federal, em conluio com os Estados, me-
lhorou bastante. Exemplos são as atuações do Ministério da Seg. Nacional e também da
Força Nacional.
A Questão do Feminicídio
Mesmo com queda considerável nos índices de homicídios no Brasil nos últimos dois anos,
percebe-se, contudo, a ocorrência no país de uma crescente na taxa de feminicídios. O con-
ceito de feminicídio diz respeito aos crimes relacionados às mulheres enquanto sua condição
de gênero. Em 2015, o Brasil alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu a Lei n. 13.104, que
tipifica o feminicídio como homicídio, reconhecendo o assassinato de uma mulher em função
do gênero. Não são todas as mulheres assassinadas que entram na conta do feminicídios.
Por exemplo, em um acerto de contas de drogas que envolva várias pessoas e que, no meio,
estejam algumas mulheres, não entra nessa conta. Mas, no total, a conta no Brasil foi drástica
e estima-se que em 2019 uma mulher tenha sido vítima de feminicídio a cada sete horas no
Brasil, totalizando 1.314 casos em 2019.
Obs.: O Brasil é considerado hoje um dos cinco países mais perigosos do mundo para
ser mulher.
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no governo de Dilma Rousseff lança vagas para profissionais de países vizinhos, para, somen-
te após tais tentativas, oferecer, então, postos de trabalho aos médicos cubanos. O Brasil firma
acordo com a OPAS – Org. Pan-Americana de Saúde – e, assim, os médicos cubanos entram
sob condições, entre elas a proibição de trazer familiares (obrigando o seu retorno após o pe-
ríodo contratual), a não feitura do Revalida (a prova de validação do diploma de estrangeiros)
e também o fracionamento do salário pago pelo governo brasileiro, com parte destinada ao
governo central do país comunista. Aceitas as condições por parte do governo do PT, o Mais
Médicos, com maioria de médicos cubanos, entra em atividade e chegou em seu quinto ano,
2018, atendendo mais de 70% dos municípios brasileiros, inclusive capitais, sendo que, em
alguns desses lugares (mais afastados), o único médico da comunidade era exatamente um
médico cubano. Controvérsias à parte, a eficácia do Programa era incontestável. Porém, ainda
em campanha, o atual presidente Jair Bolsonaro brada dizendo que não aceitaria mais seguir
com o Programa caso eleito fosse (e foi!), se as condições acima mencionadas fossem man-
tidas (leia-se: retenção de parte do salário por Cuba e não realização do exame Revalida, os
dois principais pontos controversos). Cuba não aceita a forma como Bolsonaro conduzira seus
discursos contra o programa e as novas condições impostas e abandona, de uma hora para
outra, o programa em novembro passado.
Numa primeira fase o Governo Temer com bastante rapidez anunciou nova leva de convo-
cação de médicos em novembro de 2018, dizendo, portanto, já ter a solução, contudo, não foi
bem isso que ocorreu e, seis meses depois da saída dos cubanos, o Programa ainda sentia
a falta destes profissionais. Na verdade, a culpa nesta questão analisando friamente é de
todos no comando: do Governo Federal, pois não previu saídas alternativas anteriormente (e
ficou por demasiado amarrado aos serviços dos médicos cubanos); do candidato eleito Jair
Bolsonaro, que eleito, antes mesmo de tomar posse, não promoveu qualquer palatabilidade e/
ou estratégia em seu discurso; e também de Cuba, não podemos deixar de mencionar que não
poderia, sem conversar tal como fez, simplesmente abandonar o Programa, pois eles sabiam o
quão éramos dependentes destes profissionais. No frigir dos ovos, quem perde é exatamente
quem mais precisa da saúde pública e é mais vulnerável, ou seja, a população mais pobre e de
localidades distantes.
Abaixo apresento matéria extraída da página virtual do G1, da Globo, de 23 de maio de
2019, a qual nos revela a dimensão atual do Programa, e sua cronologia de implementação.
Em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/05/23/desistencias-no-mais-medicos-crescem-e-che-
gam-a-19percent-das-vagas-preenchidas-apos-saida-de-cubanos.ghtml
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ATUALIDADES
Atualidades Brasil
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Atualidades
Desistências no Mais Médicos crescem e chegam a 19% das vagas preenchidas após
saída de cubanos
De acordo com o Ministério da Saúde, 1.325 profissionais formados com registro profis-
sional válido se desligaram do programa até o mês de maio. Não há desistências nas vagas
preenchidas por médicos brasileiros formados no exterior.
Cerca de 19% dos médicos brasileiros que entraram no Mais Médicos desistiram de par-
ticipar do programa até o mês de maio. Dados obtidos peloG1 junto ao Ministério da Saúde
mostram que 1.325 profissionais com registro profissional brasileiro se desligaram do progra-
ma até agora.
O número de desistências cresceu 25% em relação ao balanço anterior, que indicava 1.052
médicos desistentes nos três primeiros meses do ano.
Após a saída de Cuba do programa, em novembro, um edital foi aberto para preencher as
8.517 vagas que foram deixadas. No total, 7.120 vagas foram preenchidas em seguida por
médicos formados no Brasil.
Cuba decide deixar programa Mais Médicos no Brasil e cita declarações ‘ameaçadoras’ de
Bolsonaro.
Em um novo edital, publicado em dezembro, as 1.397 vagas remanescentes foram ofe-
recidas a médicos brasileiros formados no exterior. O Ministério da Saúde alega que não há
desistências nesse grupo: todos concluíram o módulo de acolhimento obrigatório e foram di-
recionados aos municípios escolhidos durante o edital.
Diversos municípios brasileiros convivem com a ausência de médicos nos serviços de saú-
de desde a saída dos profissionais cubanos. Na Grande São Paulo, por exemplo, 19 cidades
somavam 106 vagas ociosas no último dia 8 por conta da saída dos cubanos.
Novo edital
Na segunda-feira (13) o Ministério da Saúde lançou um novo edital do Mais Médicos. O ob-
jetivo é contratar pelo menos 2 mil médicos que devem atuar em 790 municípios considerados
carentes ou de difícil acesso, onde vivem cerca de 6 milhões de pessoas.
Os profissionais com registro profissional brasileiro devem se inscrever entre os dias 27
e 29 de maio no site do programa. Caso haja vagas remanescentes, as oportunidades serão
estendidas, em um segundo chamamento público, aos profissionais brasileiros formados em
outros países.
Até o momento, 36 municípios foram contemplados pelo novo edital. A seleção de cidades
ainda pode mudar já que, nesta primeira fase do edital, os municípios precisam renovar ou ade-
rir e, em seguida, validar a participação no programa e o número de vagas ofertadas.
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pessoas que pagam do que recebem. Em 2060 a conta ficará negativa. Será 0,8 pagante para
cada aposentado. Mais importante que se antecipar a problemas futuros, a urgência é corrigir
distorções do passado. Por exemplo: durante anos, servidores federais e estaduais se benefi-
ciaram da regra que permitia a aposentadoria com o último salário, enquanto os trabalhadores
da iniciativa privada ficavam limitados ao teto do INSS, hoje em R$ 5.839,00.
No governo federal, a limitação só foi igualada em 2013. Nos estados, há casos que che-
gam a superar a regra do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Os dados revelam o abis-
mo nos números. A despesa per capita média estatal com a aposentadoria de um funcionário
público é dez vezes maior do que a de um trabalhador de uma empresa privada. É isso o que
explica o peso muito mais elevado dos servidores aos cofres públicos. O deficit das aposenta-
dorias e pensões de trabalhadores de Estados e da União se aproxima do rombo acumulado
em todo o sistema privado. O que torna a diferença gritante é que o primeiro grupo é compos-
to de cerca de 4 milhões de beneficiários, ante os 35 milhões do INSS. Sem contar que, na
administração federal, cerca de 40% dos servidores têm direito a se aposentar com o salário
integral, por terem entrado na carreira pública antes de 2003.
A Reforma Previdenciária prevê a mudança de regras de aposentadoria tanto para trabalha-
dores do INSS como para servidores públicos, policiais, professores e políticos. Confira como
devem ficar as regras da aposentadoria. Lembrando que, para a nova Previdência entrar em
vigor, foi necessária a aprovação final em dois turnos no Senado.
Entenda a seguir como fica a reforma em seus principais pontos, lembrando que nosso
propósito aqui em Atualidades não é sairmos especialistas no tema. Não precisamos aqui,
portanto, decorar esmiuçadamente os pontos abaixo, mas vale entender o contexto geral das
mudanças, ok?
Principais Pontos
Mulheres:
• 62 anos de idade;
• 15 anos de contribuição.
Homens:
• 65 anos de idade;
• 15 anos de contribuição.
Para os servidores públicos, a idade mínima é a mesma, mas o tempo mínimo de contribui-
ção é de 25 anos para homens e mulheres.
A aposentadoria por tempo de contribuição, em que não é preciso ter idade específica,
vai acabar.
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Valor do benefício:
Com isso, são necessários 40 anos de trabalho para ter direito a 100% da aposentadoria.
Com isso, são necessários 35 anos de trabalho para ter direito a 100% da aposentadoria.
regras de transição: para quem está no mercado de trabalho, no entanto, há quatro opções
de transição para usar as regras da aposentadoria por tempo de contribuição.
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Exemplo: uma mulher de 57 anos e 28 anos de contribuição se aposentaria daqui a dois anos
com as regras vigentes atualmente. Com essa transição, ela poderá se aposentar após quatro
anos depois de a reforma começar a valer (2 anos que faltam + 2 anos de pedágio).
No caso dos servidores que entraram no funcionalismo antes de 2003, a regra garante inte-
gralidade de salários na aposentadoria (ou seja, não fica sujeito ao teto do INSS).
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Exemplo: um homem com 33 anos de recolhimentos ao INSS se aposentaria daqui a dois anos.
Com o pedágio, ele se aposentaria daqui a três (dois anos que faltam + 1 ano de pedágio).
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Na transição serão exigidos 52 anos para mulheres e 55 anos para os homens, mais pedá-
gio de 100% do tempo que falta para se aposentar hoje.
É preciso cumprir um pedágio de 30% do tempo que falta para se aposentar hoje.
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As mudanças foram suspensas e, com isso, idosos e deficientes de baixa renda têm direito
a receber um salário mínimo (998 reais, hoje).
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Como é hoje:
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O fator é uma fórmula que leva em conta a expectativa de vida, idade e tempo de contribui-
ção. Quanto mais novo o segurado, mais desconto ele terá na aposentadoria.
Obs.: * Soma o tempo de contribuição à idade do segurado. Essa tabela é progressiva e pas-
sará a ser 87/97 em 2021 se a reforma da Previdência não for aprovada.
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Para todas as contas, são considerados 80% das maiores contribuições de 1994 em dian-
te. O período anterior a isso é contado apenas como tempo e o valor não entra no cálculo.
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Para redistribuir as águas do Rio São Francisco, o projeto está dividido em dois eixos:
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Fonte: https://arte.folha.uol.com.br/poder/2019/12/09/projeto-integracao-rio-sao-francisco/
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O trecho de 140 km, maior do eixo, vai da captação do Rio São Francisco, no município
de Cabrobó (PE), até o reservatório de Jati, em Jati (CE). No eixo norte, foi o maior avanço do
governo Bolsonaro, que hoje tem 96,6% da meta cumprida. Quando recebeu a obra do governo
Temer, a meta estava em 92,5%.
Meta 2N
O trecho é menor. São 39 km, que começam no reservatório Jati e terminam no reservató-
rio Boi II, no município de Brejo Santo (CE). Foi o maior avanço do governo Temer no eixo norte.
Em dezembro de 2018, no fim do mandato do peemedebista, 99,5% do trecho estava feito.
Quando ele assumiu, a meta estava em 80,6%.
Meta 3N
Meta 2L
É o maior trecho, com 167km. Começa na saída do reservatório Areias e segue até o reser-
vatório Barro Branco, em Custódia (PE).
Meta 3L
Com 34 quilômetros, o trecho está situado entre o reservatório Barro Branco e o reservató-
rio Poções, em Monteiro (PB).
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Em termos globais, aproximadamente 84% das obras foram realizadas nas gestões Lula e
Dilma, até abril de 2016. O governo Temer afirmou ter chegado aos 100% e inaugurou o eixo.
Durante a gestão Bolsonaro, a abertura da comporta entre Pernambuco e Ceará foi o tercei-
ro marco de avanço do projeto de transposição, que é a maior obra hídrica do país.
Quando chegou ao governo federal, Bolsonaro assumiu a obra quase pronta em termos de
“avanço físico” do projeto, isto é, a construção das grandes estruturas que permitem a trans-
posição das águas. Nesse aspecto, faltavam menos de 5% do eixo norte, e o eixo leste já esta-
va entregue.
Mas ainda estavam pendentes serviços complementares, como a construção de muretas
de proteção dos canais e de sistemas de drenagem de águas pluviais, tratamento de taludes,
melhorias nas estradas de serviço e conclusão das ações ambientais.
Também faltavam consertos de estruturas que, segundo a metodologia de acompanhamen-
to da obra do Ministério do Desenvolvimento Regional, já são consideradas 100% executadas.
1,3% foi o percentual da estrutura física do eixo norte que avançou em 2019, primeiro ano
do governo Bolsonaro.
Em 2019, de janeiro a novembro, a gestão Bolsonaro investiu R$ 582 milhões no projeto
da transposição (R$ 300 milhões apenas para a energia necessária ao bombeamento da água
em uma topografia com grandes alturas). Os investimentos das gestões anteriores, somados,
passaram dos R$ 10 bilhões.
5% foi o valor investido pela gestão Bolsonaro em 2019, em relação ao total já investido
pela União no projeto.
Ao longo de seus 13 anos de execução e depois de diversos adiamentos de entrega, o cus-
to do projeto foi de R$ 4,5 bilhões para R$ 12 bilhões. O salto orçamentário pode ser atribuído
a diversos fatores, como erros de projeto, problemas contratuais com as empreiteiras respon-
sáveis e dificuldades administrativas para a desapropriação de terrenos.
A bomba, que permite que as águas cheguem ao município de Monteiro (PB) e à região de
Campina Grande, no eixo leste, havia sido colocada em funcionamento em março de 2017. No
entanto, em razão de vazamentos na barragem Cacimba Nova, na cidade de Custódia (PE), a
bomba ficou desligada de abril a julho e depois de agosto a outubro de 2019. Em novembro
daquele ano, foi religada, depois de adaptações e reparos no sistema.
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Outra bomba foi religada no final de agosto de 2019, mas no eixo leste. Ela também já havia
sido inaugurada, mas ficou em obras durante nove meses, porque vazões anormais haviam
sido detectadas na barragem Negreiros, no município de Salgueiro (PE).
O governo Bolsonaro promete a conclusão do eixo norte do projeto para 2021. Ainda preci-
sam ser implantados sistemas de drenagem e de operação e controle.
Também falta instalar nas três estações de bombeamento do eixo o restante das bombas
previstas no projeto, de forma a garantir a vazão projetada. “Só há uma bomba em cada esta-
ção, o que implica numa capacidade de pouco mais de 10% da vazão prevista”, afirmou ao jor-
nal Folha de S. Paulo o professor o da UFPB Francisco Sarmento, que coordenou por 14 anos
os estudos e planejamentos hidrográficos da transposição.
Além do projeto de transposição, o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco prevê
a necessidade de mais R$ 30 bilhões, do poder público e da iniciativa privada, para garantir a
revitalização da bacia. O plano do Comitê cobre o período de 2016 a 2025, mas já prevê que as
iniciativas de revitalização tomem mais tempo do que isso.
Os projetos incluiriam, por exemplo, obras de saneamento, ações de monitoramento am-
biental e diversificação da matriz elétrica na região da bacia, dependente do São Francisco.
Dificuldades Pendentes
Deterioração
Em setembro de 2019, reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que trechos da obra
apresentavam sinais de deterioração no eixo leste: paredes de concreto rachadas, estações de
bombeamento paralisadas, barreiras de proteção rompidas, sistema de drenagem obstruído e
assoreamento do canal. Técnicos atribuem os problemas à má qualidade dos materiais, bem
como à inauguração prematura da obra, que entrou em funcionamento sem estar plenamente
pronta para a operação. O bombeamento de água pelos canais do eixo já foi interrompido em ra-
zão de riscos e acidentes técnicos, o que também expôs o concreto às intempéries do semiárido.
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Obras Estaduais
Para que o projeto atinja as 12 milhões de pessoas previstas, é necessário que sejam con-
cluídas também as obras complementares em cada um dos estados beneficiados pelo projeto
(Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte). Os cronogramas estão atrasados, segun-
do o portal UOL.
Manutenção
Dada a topografia da região, o gasto com energia para bombeamento das águas para gran-
des alturas chega a R$ 300 milhões anuais, segundo o governo federal. O governo Bolsonaro
estuda a possibilidade de privatizar ao menos parte da operação da estrutura construída pelo
governo federal, um plano já aventado pela gestão Temer.
A Paternidade do Projeto
Em março de 2017, o então presidente Michel Temer inaugurou todo o eixo leste do projeto,
que corta Pernambuco e Paraíba.
Nove dias depois, Dilma e Lula, já ex-presidentes, organizaram uma “inauguração popular”
da obra. O evento simbólico, com grande público, foi uma forma de os petistas reivindicarem o
mérito pelo projeto. Pensada desde que o Brasil ainda era um Império, a transposição ganhou
projeto efetivo e saiu do papel nos governos petistas.
Em abril de 2016, menos de um mês antes de Dilma ser afastada da Presidência em razão
da abertura de processo de impeachment contra ela, a maior parte da construção do eixo leste
já estava pronta.
83,8% era o percentual das obras físicas do eixo leste que estavam concluídas em
abril de 2016.
Para Temer, ninguém pode ter a paternidade da obra. Disse o então presidente, em viagem
à Paraíba para a cerimônia de inauguração:
Nós empreendemos muitos esforços nesses poucos meses de governo para que pudéssemos che-
gar a este ponto. Mas não quero a paternidade dessa obra, porque ninguém pode tê-la. A paternida-
de é do povo brasileiro e do povo nordestino.
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Entre impasses e alterações, a pasta da Cultura na Esplanada dos Ministérios bate como
uma bola de pinball de uma parede a outra, passando por idas e vindas constantes desde o
governo do ex-presidente Michel Temer (2016-2018), seguindo-se em mesmo processo no
atual governo de Jair Bolsonaro (2019-atual). Decreto publicado no Diário Oficial da União
transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania (antigo Ministério da Cul-
tura), comandado por Osmar Terra (atualmente o titular é Onix Lorenzoni), para o do Turismo,
chefiado por Marcelo Álvaro Antônio. Conforme Terra disse à época, a troca de pasta ocorre
por motivos operacionais, pois as demandas da secretaria o estavam sobrecarregando. No
fundo a extinção do Ministério da Cultura e sua transformação em Secretária é, na verdade, um
nítido esforço de enfraquecimento da pasta.
Assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, a mudança ocorreu um dia após o economista
Ricardo Braga ter sido exonerado da subpasta. Quem assumiu a secretaria foi o dramaturgo
Roberto Alvim, substituído em fins de fevereiro de 2020 pela atriz Regina Duarte, após ter em
17 de janeiro de 2020 parafraseado Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha
Nazista em vídeo institucional da Secretaria de Cultura, fato este que gerou diversas manifes-
tações de repúdio no Brasil e até no exterior. Antes disso, a cultura perdeu status de ministério
e passou por tensões, em especial em relação às políticas de incentivo, que culminaram com a
alteração da chamada Lei Rouanet, além de controvérsias que reacenderam a discussão sobre
a censura à produção artística.
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A Volta da Censura?
Grupos radicais de direita intensificaram sua atuação em 2020. Houve, até a entrada do mês de
maio, uma série de manifestações em fins de semana seguidos, sendo a imensa maioria com a
participação, inclusive, do Presidente Jair Bolsonaro, as quais bradam pela Intervenção Militar,
fechamento do STF e até reedição do AI-5, entre outras bandeiras totalitárias. Esses grupos pos-
suíam em 2020 a liderança de um grupo principal denominado “Brasil dos 300”, uma organização
que, segundo a Polícia Civil do DF, possui cunho paramilitar com atuação ativa em defesa exa-
tamente destas bandeiras que há meses se encontra acampado na Esplanada dos Ministérios.
O que se constata, de fato, em termos globais é que a Internet deu voz a discursos de vários
tipos. Muitos destes trazem incutidos em si visivelmente um combate direto à razão, à ciência
– e veja o absurdo, por exemplo, do caso dos defensores do terraplanismo. Ou seja, aqueles
que defendem sem a menor base teses que vão contra princípios basilares da sociedade oci-
dental, tais quais o humanismo e a progresso. Esses discursos vêm sendo denominados como
um “novo obscurantismo”.
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Os defensores do Escola sem Partido vociferam acerca de se combater aquilo que cha-
mam de “doutrinação ideológica” nas escolas e universidades.
Visam estabelecer marcos legais com vistas a conter ao que eles consideram serem dou-
trinações político-partidárias ideológicas em escolas e universidades no Brasil. Sendo assim,
anseiam promover um regramento à atividade de expressão de professores, principalmente
em ciências humanas, como História, Geografia, Antropologia, Filosofia e Sociologia.
Bastante criticado por pedagogos, professores e parte da sociedade civil organizada, mas
aplaudido também por muitos conservadores, o Escola sem Partido, em sua página na inter-
net, se autodeclara como sendo uma organização que diz ser declaradamente de combate
a professores que praticam a “doutrinação ideológica”. Vários municípios e até o estado de
Alagoas (com projeto de lei neste sentido votado em 2016 em sua Assembleia Legislativa) já
embarcaram nessa onda, promovendo legislações que contam em seus textos esses comba-
tes a “doutrinações ideológicas”, porém todos esbarraram na inconstitucionalidade da matéria,
já que legislar sobre princípios da educação é privativo da União.
A cultura é cercada de externalidades positivas. Mas o que são estas externalidades posi-
tivas? As externalidades positivas são um conjunto de ganhos imateriais promovidos por meio
do contato das populações com as diferentes formas de arte. Bom, basta pensarmos que nin-
guém sai o mesmo após assistir a um filme, uma peça teatral, após ler um livro ou visitar uma
bela exposição. A cultura é modificadora, faz pensar e liberta.
Há, contudo, uma discussão que é sadia em sua origem, é bem verdade, aqui em nosso
país, mas que vem sendo deturpada e reside em buscar-se entender o papel do estado frente
ao fomento à cultura. Vamos esmiuçar, então, um pouco este tema, ok?
Em todo o mundo civilizado (inclusive nos Estados Unidos), a cultura recebe incentivos es-
tatais. Importa-nos entender, de início, uma analogia que farei abaixo e promovermos um exer-
cício de percepção acerca desta importante relação entre o estado e a promoção de atividades
culturais. Assim, sigamos: repare que uma praça não tem a obrigação de gerar lucro direto para
as cidades (e gera escalas de renda mesmo assim, por meio de pessoas que delas dependem,
tais quais o pipoqueiro, o vendedor de algodão-doce etc.), as mesmas, junto com os parques,
devem ser mantidas pelas prefeituras independente de qualquer relação econômico-financeira.
O lucro de uma praça, e também dos parques, não pode ser mesurado contabilmente, contudo é
enorme à medida que os ganhos advêm exatamente daquilo de mais precioso: das escalas da
vida que ali se procedem em um ambiente profícuo à diversão, aos encontros e, no caso dos par-
ques, à realização de atividades físicas, dos passeios com animais de estimação, expressões
múltiplas (tais quais dança e música) e, claro, do próprio contato do homem com a natureza.
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Visto o exposto acima, o ponto a que quero chegar é que este mesmo pensamento, ou seja,
fora de uma escala contábil pura e simples, deve também envolver o entendimento acerca
do papel do Estado enquanto agente de suporte às atividades culturais, buscando, inclusive,
como condição fundamental, desassociar o incentivo estatal à cultura de impressões partidá-
rias/ideológicas. E é assim, com independência no aporte de recursos, que funciona no mundo
civilizado, isso quer queira, ou não, o nosso atual governo. O lucro, tanto de praças e parques, tal
qual de atividades culturais, não é apenas direto e não deve ser, portanto, colocado na ponta do
lápis. O lucro na cultura transcende uma escala contábil, como já destaquei, possuindo conte-
údo ao permear toda uma cadeia de relações e valores que vão desde a formação de cidadãos
mais críticos, até o próprio deleite individual e/ou coletivo que a arte traz. Embarca em subjetivi-
dades, sem dúvidas, mas o acesso à cultura fomentado pelo Estado jamais deve ser suprimido.
Estima-se que mais de um milhão de famílias possuam no imenso rol das atividades culturais
em curso atualmente no Brasil fonte de sustento primário.
Pensando nessa relação entre Estado e cultura e seus mecanismos de fomento, o legisla-
dor criou a possibilidade, por meio da chamada Lei Rouanet (que se tornou Lei de Incentivo
à Cultura, e veremos isso à frente), que grupos empresariais associem suas marcas a inves-
timento em cultura, tendo como retorno direto uma série de isenções fiscais além de uma
melhora na sua relação com o público em geral, à medida que passam, assim, a ser vistos
como os verdadeiros mecenas do Brasil. Aos que se opõem à tal prática, é importante disse-
minar que este mecanismo funciona muito bem, porém com erros e distorções que devem
ser corrigidos e que já vêm sendo. Vale dizer, e precisamos compreendermos também que
todos os setores industriais no Brasil recebem isenções governamentais. Assim, a geladeira
que você tem, o carro que dirige e até o fósforo que usa foram fabricados com isenções muito
superiores às relativas à indústria cultural. Em números, o conjunto de isenções no Brasil des-
tinados à cultura não responde nem a 1% das que são oferecidas a todas as outras atividades
industriais somadas.
Por fim, vale destacar que o principal fundo atualmente de fomento à atividade audiovisual
(de longe aquela com maior força em termos financeiros no Brasil), o FSA – Fundo Setorial do
Audiovisual –, possuiu uma capacidade arrecadatória da ordem de mais de 1 bilhão de reais,
sendo que ele se encontra totalmente vinculado à própria atividade. Ou seja, quem produz audio-
visual contribui para o próprio fundo. E ele mesmo redistribui os valores dentro da própria ativida-
de gerando, assim, um ciclo sustentado e cada vez mais forte de fomento à própria atividade.
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Os termos Indústria Cultural e Cultura de Massa, embora similares, não são a mesma coisa.
Vamos analisá-los, pois as provas podem cobrar tais congruências (e incongruências) e, sendo
assim, não vale a pena perder uma questão de concurso por causa disso.
O primeiro termo, ou seja, Indústria Cultural, advém de uma busca iniciada por marxistas, isto
lá pelas décadas de 20 e 30 do século passado, rezando na cartilha da Escola de Frankfurt,
com vistas a popularizar o acesso a atividades culturais. A indústria cultural é um termo re-
lacionado às mídias e comunicações de massa. A crítica marxista imposta vai no sentido de
perceber que diferentes grupos sociais dominantes começavam a utilizar a cultura e as artes
a partir da lógica de mercado capitalista. Para os autores (Theodor Adorn e Max Horkhermeir,
autores do livro “Dialética do Esclarecimento” de 1944), isso é extremamente nocivo, pois, ao
atender aos ideais de lucro, mercado, aceitabilidade, esses produtos da cultura serão consumi-
dos como os demais e perdem seu potencial de crítica social e de crítica ao próprio sistema,
criando uma alienação cada vez maior em seus consumidores. Para os mesmos autores, a
arte é um processo de reflexão sobre uma situação e, por isso mesmo, demanda momento
para a sua produção, técnicas e estudos. A arte como produto industrializado e produzido em
massa, consequentemente, carece de alguns elementos pela necessidade do mercado de ser
constantemente abastecido e renovado. Com isso, o próprio processo criativo se torna meca-
nizado e sempre orientado para agradar ao mercado, ao consumidor, as classes que dominam
o mercado e ao lucro, dessa forma seu potencial crítico é minimizado.
Visto isto, tem-se a crítica também à Cultura de Massa que é, exatamente, a formação de gru-
pos hegemônicos, voltados ao interesse tão somente do capital, os quais reproduzem modelos
culturais que promovem uma homogeneização dos indivíduos. De certa maneira, a indústria
cultural produz a cultura de massa.
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Texto Complementar
Eis que, pela primeira vez em toda sua história, o Oscar seleciona um documentário produ-
zido no Brasil para concorrer ao prêmio máximo do cinema. Em sua 92a edição, junto a mais 4
obras (todas feitas nos EUA), o festival incluiu o documentário Democracia em Vertigem na ca-
tegoria de melhor documentário de 2019. Dirigido por Petra Costa e produzido pela plataforma
americana de streaming Netflix, por 120 minutos, o que se vê na tela é nossa história política
nos últimos anos que culminou no impeachment da primeira presidente mulher do Brasil, Dil-
ma Rousseff. O filme não levou a estatueta, perdendo a competição para American Factory, ou
Indústria Americana (disponível no Netflix), mas não deixa de ser interessante que nossa pri-
meira indicação na categoria de documentários seja exatamente sobre a crônica polarização
política que experimentamos ao longo dos últimos anos.
Aqui neste texto, caro(a) aluno(a), faço minha única incursão de tom personalíssimo em
toda nossa matéria e peço, portanto, licença a você:
ASSISTA AO FILME!
Pronto.
É uma obra muito bem-feita, que não é narrada em tom panfletário (recebendo críticas muito
elogiosas por quase a totalidade dos veículos especializados em cinema no Brasil e no mundo),
fundamental para a compreensão de um dos processos mais importantes de nossa história e
que se encontra diretamente ligado a vários aspectos de nossa aula de Atualidades Brasil.
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Texto Complementar
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instituições públicas. Dias depois, ela foi solta, mas teve instalada uma tornozeleira eletrônica.
Junto à soltura de Sara, contudo, a justiça determinou em definitivo o fim do acampamento dos
300 do Brasil na Esplanada dos Ministérios e desbaratou um bunker do grupo em uma área
rural do Distrito Federal. Após meses de intensa atividade de grupos radicais, com epicentro
no Brasil dos 300, ao que tudo indica, o Judiciário, os órgãos de segurança pública e a Abin se
encontram alinhados mais do que nunca no combate a tais grupos.
Texto Complementar
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No mesmo campo, a cooperação BRICS levou ao lançamento das duas primeiras insti-
tuições do mecanismo: o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e o Arranjo Contingente de
Reservas (ACR). A criação do banco visou a responder ao problema global da escassez de
recursos para o financiamento de projetos de infraestrutura.
A partir de 2015, o BRICS passou a buscar novas áreas de cooperação, sempre tendo pre-
sente a necessidade de obter benefícios palpáveis para os cinco países. Para o Brasil, as áreas
de saúde, ciência, tecnologia e inovação, economia digital e cooperação no combate ao crime
transnacional são prioritárias nesse esforço de avançar novas áreas de atuação.
A XI Cúpula foi realizada em Brasília, em 13 e 14 de novembro de 2019, no Palácio Ita-
maraty, sob o lema “BRICS: crescimento econômico para um futuro inovador”. Antecedendo o
encontro de líderes, a presidência brasileira organizará dezenas de encontros que terão como
prioridades: (i) o fortalecimento da cooperação em ciência, tecnologia e inovação; (ii) o refor-
ço da cooperação em economia digital; (iii) o adensamento da cooperação no combate aos
ilícitos transnacionais, em especial ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e ao tráfico de
entorpecentes; e (iv) o incentivo à aproximação entre o Novo Banco de Desenvolvimento e o
Conselho Empresarial.
Texto Complementar
O Brasil e o Canabidiol
Prof.: Luis Felipe Ziriba, 03/01/2020.
O Brasil é um dos países que produz uma das maiores quantidades de pesquisas acerca
do uso de canabidiol no mundo, o santo elixir que é uma das 113 substâncias químicas canabi-
dioides encontradas na Cannabis Sativa. Contudo, após mais de 30 países aprovarem o uso da
substância para fins medicinais (inclusive nossos vizinhos Uruguai, Argentina e Colômbia), foi
somente no início de dezembro de 2019 que a Anvisa – órgão oficial de regulação de medica-
mentos no Brasil – liberou finalmente a prescrição legal de remédios feitos da maconha.
A importação de medicamentos com base na maconha (que bem verdade já ocorria, desde
2015, mas era cara e demorada), a partir de agora, fica facilitada com a chancela oficial. O Brasil,
porém, ainda discutirá o uso da maconha para fora do âmbito medicinal (ou seja, recreativo) em
fase futura. Holanda, EUA (em alguns estados) e Uruguai, entre outros países, já legalizaram a
cannabis também para seu uso recreativo. A nova regulamentação no Brasil (atendendo a pleitos
conservadores) não permite que a cannabis seja plantada em território nacional para nenhum fim.
O canabidiol é usado com bastante eficiência para tratamentos diversos, como epilepsia,
esquizofrenia, psicose, ansiedade, artrite, entre outros. Segundo a Anvisa, a eficiência é ul-
tracomprovada e não produz efeitos colaterais conhecidos na maconha quando fumada, tais
como perda de memória e fome incessante, conhecida também como “larica”.
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Mesmo perdida a batalha por parte dos grupos conservadores, liderados por Osmar Terra,
o Ministro da Cidadania de Bolsonaro, eles foram até o fim na seara de discussões no Con-
gresso Nacional empreendidas em fase pré-liberalização pela Anvisa, defendendo a não legali-
zação do uso medicinal da maconha com a alegação de que, entre outros motivos, na maioria
dos países que permitiram o uso medicinal da maconha, o que se viu como resultado direto
(comprovadamente) foi uma abertura rápida ao uso recreativo.
Polêmicas à parte, abre-se com a regulamentação um enorme mercado no Brasil. Os remé-
dios à base de canabidiol já representam algo em torno de 7% dos ganhos da indústria farma-
cêutica global, criando por aqui uma expectativa de faturamento na casa dos R$ 5 bilhões até
2023 e solução para ao menos 500.000 crianças que possuem epilepsia e não se adaptam a
tratamentos tradicionais.
Texto Complementar
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O mais rígido termo é já bem conhecido como LOCKDOWN. Nele somente as atividades
consideradas essenciais (como farmácias e supermercados) são permitidas funcionarem
normalmente (sendo que nessa segunda cepa de Covid pós-Carnaval, bebidas alcoólicas não
podem ser vendidas após determinados horários). Pode, inclusive, haver um monitoramento
das ruas pela polícia frente ao movimento de pessoas em atividades consideradas não es-
senciais (o chamado toque de recolher). Nessa toada, o governador de São Paulo (João Doria)
e de Goiás (Ronaldo Caiado), aliados de primeira hora do Presidente desde a campanha de
Bolsonaro à Presidência, chegaram a romper com ele exatamente por discordarem destas mo-
dalidades de isolamento. O mandatário nacional retrucou, chamando todos os governadores
que procederam tal qual orientação da OMS – Organização Mundial de Saúde –, ou seja, que
realizaram o isolamento horizontal, como “irresponsáveis”, alegando nas entrelinhas estarem
promovendo um complô contra o seu governo ao intencionarem “quebrar a economia nacio-
nal”. Ainda dentro deste raciocínio negacionista, e que vai, inclusive, contra sua própria política
de estado para a saúde, outrora comandada por Ministros da Saúde (o oncologista Nelson
Teich assumiu em 16/04 em lugar de Luiz Henrique Mandetta, mas este último não durou nem
um mês no cargo, sendo demitido em 14/05) que versa exatamente a que seja promovido o
isolamento social, o Presidente Bolsonaro imprime um modus operandi peculiar, passando a
se locomover cada vez mais pelas ruas da capital federal e pelo país, seja comendo pastel em
feira, inaugurando obras, a passeio, ou a trabalho remoto (como no fim do ano no Guarujá).
Sem qualquer proteção frente ao contágio por Covid (leia-se uso máscara, luvas e prática de
distanciamento). Em pronunciamento nacional, Bolsonaro chegou a dizer ser esta pandemia
apenas uma “gripezinha”, exaltando em sequência se encontrar imune aos efeitos da Covid por
possuir “um histórico de atleta”.
A politização em relação ao Covid-19 se seguiu em torno da decisão acerca da(s) vacina(s)
a ser(em) aplicada(s), de fato, e aderida(s) pelo Governo. Em fins de 2020, se digladiariam em
tom de embate público o Presidente Jair Bolsonaro e João Dória, governador de São Paulo. O
Presidente dizia ser totalmente contra a vacina chinesa, que por aqui teve colaboração à sua
feitura do Instituto Butantan, na capital paulista. Já Doria, como havia de se supor, dizia não
abrir mão da vacina que seu estado havia dado suporte na feitura. Venceu o governador.
Economia e Auxílio
Dentro do âmbito inevitável de paralisia econômica que assolou o país (as previsões eram
de redução do PIB em taxa em torno de 6% a 8% em 2020, mas se confirmaram em “apenas”
4.1% de queda do PIB), o governo federal se apressou e enviou ao Congresso Nacional medida
emergencial de auxílio à população de informais, que beirou, segundo últimas estimavas, a
casa de 100 milhões de pessoas. Foi o chamado “coronavoucher” de 600 reais, distribuído já
em abril de 2020 em sua primeira parcela, com seguimento por mais três meses (e prorrogação
por mais 3 de 600 reais), nas agências da Caixa a todos que se encaixarem no seguinte perfil:
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Além disso, a proposta do governo aprovada pelo Congresso Nacional estabelece que
até dois membros da mesma família possa receber o benefício, somando uma renda de R$
1.200. E as mulheres que sustentam seus lares sozinhas poderão acumular dois benefícios
individualmente.
Outras medidas econômicas em 2020 com vistas a assistir a população diante do abalo
econômico gerado pelo coronavírus são as antecipações do 13º salário de aposentadorias do
INSS e do PIS/Pasep. No âmbito estadual, bancos regionais, como o BRB – Banco de Brasília
–, lançaram linhas de créditos com juros mais baixos para suporte a empresários de pequeno
e médio porte.
Investigações e CPI
Neste mar de notícias ruins, inclui-se ainda a investigação conduzida pelo Ministério Públi-
co Federal, com auxílio da Polícia Federal, de que respiradores em alguns estados, tais quais
Pará e Rio de Janeiro, foram adquiridos em regime de emergência de forma superfaturada.
Nos dois estados, inclusive, os governadores foram intimados a depor pela Polícia Federal e
o do Rio de janeiro já está afastado esperando julgamento de impeachment. No DF, a situação
é parecida, tendo sido preso o Secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo, em setembro de
2020 em operação que visa apontar culpados acerca de irregularidades em compra de testes
para Covid-19 dentro do âmbito da Operação Falso Negativo.
Para o Governo Federal, o Senado aprova o início dos primeiros dias de maio de 2021 da
CPI da Covid, presidida pelo Senador Renan Calheiros (MDB-AL) com vistas a apurar as res-
ponsabilidades relacionadas ao Governo Federal em relação ao surto de Covid no país. Em
setembro de 2021 ela segue dando indicativas de que irá indiciar o Presidente Jair Bolsonaro.
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Em maio de 2021, o Brasil fora ultrapassado pela Índia em número total de mortes pelo Co-
vid, mas ainda ocupa (apenas atrás de Índia e dos EUA) a terceira colocação no ranking global
de mortes por Covid, tendo atingido a cifra de maio milhão de mortos em julho. Em setembro
de 2021 a epidemia se estabiliza, com mais de
Veja abaixo, caro(a) aluno(a), as diferenças entre surto, epidemia, pandemia e endemia.
Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma
região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o
esperado pelas autoridades. Em algumas cidades (como Itajaí-SC), a dengue é tratada como
surto (e não como epidemia), pois acontece em regiões específicas (um bairro, por exemplo).
Epidemia: a epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Uma
epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a epi-
demia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm casos. Na entrada de 2020,
o Brasil experimentou um surto de dengue. Somente em janeiro deste ano, foram mais de
30.000 casos suspeitos de dengue no país. Outra doença que tem como vetor o Aedes Aegypti,
a Chikungunya, apresentou 959 casos prováveis no início de 2020. A taxa de incidência é de
0,46 casos por 100 mil habitantes. O Nordeste e o Sudeste são as regiões mais afetadas, com
índices de 0,58 por 100 mil e 0,52 por 100 mil, respectivamente. O estado do Rio de Janeiro
registra 28,5% das notificações, onde também foi registrada uma morte pela infecção.
Pandemia: em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quan-
do uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe
suína) passou de epidemia para pandemia quando a OMS começou a registrar casos nos seis
continentes do mundo. A AIDS, apesar de diminuir no mundo, também é considerada uma pan-
demia. Assim como o atual surto de coronavírus, que virou uma pandemia.
Endemia: a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classifi-
cada como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local.
As doenças endêmicas podem ser sazonais. A febre amarela, por exemplo, é considerada
uma doença endêmica da região Norte do Brasil.
Dentro do enorme bojo de assuntos (e controvérsias) acerca da Covid no Brasil e das me-
didas emanadas pelo governo federal no combate ao vírus, entram, como não podia deixar de
ser, os tratamentos preventivos, tais quais propalados insistentemente pelo Presidente Bolso-
naro. Perdendo força nesta entrada de 2021, mas ainda em voga, tal qual podemos perceber
em matéria abaixo do G1 de janeiro de 2021, em meio à segunda onda de pandemia em Ma-
naus. Vejamos abaixo:
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Atualidades
Em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2021/01/15/bolsonaro-insiste-em-tratamento-precoce-
-sem-comprovacao-contra-a-covid-estudos-mostram-que-nao-ha-prevencao-contra-a-doenca-com-ajuda-de-medi-
camentos.ghtml
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“Todos os países com seriedade, que seguem a ciência, eles já compreenderam que esses
medicamentos não são eficazes contra a Covid. Se esses medicamentos tivessem qualquer
comprovação científica, seria impossível que esses países, onde existem pesquisadores muito
sérios e instituições muito respeitadas e competentes, não estivessem recomendando para a
sua população”, disse Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo
e pós-doutora em epidemiologia pela universidade Johns Hopkins.
“O Brasil precisa deixar isso pra trás. O Brasil precisa colocar o nosso dinheiro, que é um
dinheiro público, naquilo que é realmente efetivo: as vacinas e as medidas emergenciais, para
que as pessoas possam fazer isolamento social com dignidade”, completou Maciel.
Nesta sexta-feira (15), centenas de pacientes de Manaus estão sendo transferidos para
outros estados. As transferências ocorrem em meio ao colapso do sistema de saúde amazo-
nense, após recorde das internações por Covid-19 e com uma nova variante do coronavírus
circulando no estado.
Hospitais do estado ficaram sem oxigênios para pacientes. O G1 registrou nesta quinta-feira
(14) cenas de médicos transportando cilindros nos próprios carros para levar ao hospital e fami-
liares tentando comprar o insumo. Cemitérios estão lotados e instalaram câmaras frigoríficas.
‘Terrível o problema em Manaus. Agora, nós fizemos a nossa parte’, diz Jair Bolsonaro
Sobre o assunto, o presidente disse:
Problemas. A gente está sempre fazendo o que tem que fazer. Problema em Manaus. Terrível, o
problema em Manaus. Agora, agora, nós fizemos a nossa parte. Recursos, meios. Hoje, as Forças
Armadas ‘deslocou’ para lá um hospital de campanha. O ministro da Saúde esteve lá segunda-feira
e providenciou oxigênio.
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A Vacinação
Por fim, o Brasil iniciou em janeiro, em torno de um mês atrasado em relação aos paí-
ses da União Europeia e os EUA, a vacinação em massa com vistas a combater a Pandemia
de Covid-19. As 7 vacinas aprovadas pela Anvisa (entre registros definitivos e emergenciais)
por terem cumprido os protocolos relacionados à 3ª fase de experimentação são, na entrada
de maio/2021: as vacinas da Pfizer/BioNTech e a Covishield (Fiocruz/AstraZeneca/Oxford).
Possuem um registro definitivo, concedido pela Anvisa. Agora, a vacina da Janssen (Johnson
& Johnson), a CoronaVac (Instituto Butantan/Sinovac) e a Covishield (com IFA produzido na
Índia) receberam autorização para uso emergencial.
Depois, os imunizantes contra o coronavírus da Moderna e da Sinopharm foram autoriza-
dos por meio do consórcio COVAX Facility. Dessa forma, “sete vacinas poderão ser usadas no
país com a aprovação da Anvisa”.
Para facilitar o recebimento de doses dos imunizantes distribuídos pelo COVAX Facility,
a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 465 foi aprovada no dia 9 de fevereiro. “A proposta
tem por objetivo deixar clara a dispensa de registro ou da autorização temporária de uso emer-
gencial para as vacinas importadas pelo Ministério da Saúde provenientes da iniciativa global
Covax Facility”, afirmou a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, na ocasião.
Nestes casos, as vacinas poderão ser distribuídas ao Plano Nacional de Imunização (PNI)
e precisarão apenas da avaliação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
(INCQS), órgão associado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Previsão: até dezembro de 2021, todos os adultos vacinados.
E o Governo Federal comemora a vacinação; nesta entrada de setembro de 2021, onde
grande parte (90%) da população idosa do Brasil (+60 anos) com ao menos uma dose de vaci-
na contra o Coronavírus. A estimativa (bastante otimista) emitida pelo Governo Federal é que,
na entrada de dezembro de 2021, toda a população adulta já se encontre vacinada.
Fim.
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EXERCÍCIOS
001. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-
ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
Atualmente, o massivo investimento em ciência e tecnologia tem feito o setor secundário do
Brasil desempenhar papel de grande destaque no produto interno bruto nacional, que, atual-
mente, está entre os dez maiores do mundo.
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III – As referidas rebeliões ocorreram devido às precárias condições e falhas do sistema car-
cerário, não guardando relação com disputas entre grupos do crime organizado de outras
regiões do país.
IV – Para assegurar o controle do sistema carcerário, a privatização ou terceirização dos presí-
dios tem sido apresentada como opção para solucionar a atual crise desse sistema.
Estão certos apenas os itens:
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
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013. (CESPE/2019) Acerca de temas da atualidade que envolvem o Brasil e o mundo, julgue o
item seguinte.
O fato de os países árabes serem grandes importadores de produtos da cadeia produtiva do
agronegócio brasileiro pode influenciar a política externa brasileira relativa ao Oriente Médio.
016. (IESES/PREF SÃO JOSÉ-SC/2019) Com relação à aplicação dos recursos oriundos do
Fundo Partidário assinale a alternativa correta:
a) Deve ser usado na manutenção das residências dos membros do partido.
b) Permite a transferência de recursos para outros partidos.
c) Não é permitido o pagamento de despesas com alimentação.
d) Pode ser destinado à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de dou-
trinação e educação política.
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TEXTO: Soja
A China provavelmente não vai poder contar apenas com o Brasil para atender sua deman-
da por soja, já que o país asiático deixou de importar a oleaginosa dos Estados Unidos em
meio à guerra comercial.
Quando Donald Trump deu início à disputa de tarifas no ano passado, o Brasil havia acaba-
do de registrar uma supersafra, o que permitiu ao maior exportador de soja do mundo atender
quase que exclusivamente à voraz demanda da China. Mas, depois dos volumes recordes ex-
portados e de problemas climáticos no período de cultivo, os estoques brasileiros estão em
queda e a próxima safra está a meses de distância.
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Isso poderia criar um problema para a China, o maior consumidor de soja do mundo. De-
pois que Trump intensificou a disputa comercial na semana passada, o gigante asiático deci-
diu suspender as compras de produtos agrícolas dos EUA. A Argentina (um país sul-america-
no) pode ser uma opção, mas os agricultores atualmente estão estocando grãos antes das
próximas eleições.
Já há evidências de um aperto na oferta. Os estoques de soja do Brasil estão 80% abaixo
do nível registrado no mesmo período do ano passado, e as exportações do país caíram 8%
até julho. Para a China, as exportações mostram queda de 11%. Os prêmios dos preços para
embarques do país estão em alta.
(Adaptado. Acesso em agosto de 2019. Disponível em: http://bit.ly/2yZRUiV)
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a) do Princípio Antrópico.
b) do Big Bang.
c) da Quinta Força Fundamental.
d) da Relatividade.
e) do Caos.
Entre as causas para a queda identificada nas pesquisas citadas no trecho, é correto indicar
a) os escândalos de corrupção publicados pela imprensa.
b) o aumento vertiginoso dos índices de violência urbana.
c) a forte crise econômica que atinge o país.
d) a rápida deterioração do sistema público de saúde.
e) o colapso do sistema público de educação.
A votação teve clima de referendo para Donald Trump, que completou dois anos na Casa
Branca, pois:
a) o Presidente manteve sua maioria no Senado, perdendo a maioria da Câmara dos represen-
tantes para os Democratas.
b) a população manifestou boicote à eleição em protesto contra o Presidente.
c) os candidatos eram todos contrários à política do presidente contra imigrantes.
d) o Presidente aguardava as eleições para continuar sua guerra contra a Coreia do Norte.
e) o Presidente dependia das eleições para saber se iria continuar com sua política de corte de
gastos militares.
027. (INÉDITA/2020) A população mundial cresce nesta entrada de nova década ainda em
taxa superior a 1% ao ano em média, ostentando indicadores de fecundidade repositivos, ou
seja, acima da média de 2 filhos por mulher em idade reprodutiva.
029. (INÉDITA/2020) O Brasil em termos globais pode ser ainda classificado como um país
tipicamente populoso, visto que o nosso contingente populacional total está ranqueado entre
um dos dez maiores do mundo em 2019.
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030. (INÉDITA/2020) Segundo a ONU, em seu mais recente estudo sobre a população glo-
bal, o World Population Prospects-2019, o grupo de países atualmente que experimenta uma
depressão demográfica, ou seja, a queda em seus totais populacionais, está localizado funda-
mentalmente em áreas onde ocorrem guerras, tais quais a Síria, o Iraque, o Iêmem.
033. (INÉDITA/2020) A China e os Estados unidos são hoje ao mesmo tempo os maiores pro-
dutores industriais e as maiores economias do mundo. A formação de um campo comercial
unificado entre estas duas potências se encontra em fase inédita, tendo em vista que ambos os
países não vêm medindo esforços com vistas a consolidar, já para 2020, acordos comerciais
liberalizantes em quase todas as esferas e, assim, consolidar um modelo de trocas comerciais
estruturado praticamente sem qualquer entrave aduaneiro entre estes dois gigantes globais.
034. (INÉDITA/2020) A ONU tem atualmente como chefe máximo no cargo de Secretário-Ge-
ral, em mandato que se sucede entre o quinquênio 2017-2021, o português António Guterres.
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037. (INÉDITA/2020) A política impressa por Donald Trump, desde seus primeiros dias de go-
verno frente ao comércio exterior, pode ser considerada agressiva e isolacionista.
038. (INÉDITA/2020) É fato inequívoco que o mercado interno chinês ainda prescinde de es-
calas atrativas de consumo e renda. Em função das imposições restritivas do partido comu-
nista local, os gastos com bens de consumo por parte da imensa população local ainda se
encontram longe do que se observa em países bem menores, tais quais a Bélgica, ou mesmo
a Argentina.
040. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue como certo
ou errado os itens abaixo conforme seus conhecimentos:
Algumas díades (questões fronteiriças) ganharam espaço no ano de 2019, causadas sobrema-
neira em função dos posicionamentos antagônicos ideológicos de Brasil (a direita) e Venezue-
la (a esquerda). Uma delas se deve ao fechamento da fronteira entre os dois países, por prazo
aproximado de 3 meses, por parte da Venezuela no primeiro semestre de 2019.
041. (INÉDITA/2020) Em 2019, o Brasil marcou um total de 5.570 municípios. Os Estados com
mais municípios atualmente são Minas Gerais e São Paulo.
042. (INÉDITA/2020) No balanço dos modais de transporte em 2019, o meio rodoviário pos-
sui predominância sobre todos os outros meios no país, com algo em torno de 60% da carga
transportada.
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045. (INÉDITA/2020) Contribui para ser baixa atualmente a taxa de densidade demográfica do
Brasil o tamanho continental do Brasil e a presença de anecúmenos, áreas onde a fixação de
pessoas é dificultada por fatores naturais, tais quais a Floresta Amazônica.
049. (INÉDITA/2020) Acerca dos temais mais importantes de Atualidades em 2019 no Brasil,
julgue os itens abaixo.
A Operação Lava Jato tem suas instâncias iniciais em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
050. (INÉDITA/2020) A Petrobras deve ser vendida por completo até fins de 2019, saindo das
mãos estatais e indo por completo para a iniciativa privada.
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052. (INÉDITA/2020) As milícias no Rio de Janeiro possuem estrita relação com áreas em que
o Comando Vermelho, maior facção criminosa no estado, se uniu a militares tais quais PMs e
Bombeiros, em favelas da Zona Sul e Centro.
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GABARITO
1. E 28. C
2. C 29. C
3. C 30. E
4. C 31. E
5. C 32. E
6. b 33. E
7. d 34. C
8. a 35. C
9. C 36. E
10. C 37. C
11. E 38. E
12. E 39. E
13. C 40. C
14. C 41. C
15. C 42. C
16. d 43. E
17. b 44. E
18. a 45. C
19. d 46. C
20. d 47. C
21. b 48. E
22. d 49. C
23. c 50. E
24. a 51. E
25. a 52. E
26. d 53. C
27. C 54. C
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-
ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
Atualmente, o massivo investimento em ciência e tecnologia tem feito o setor secundário do
Brasil desempenhar papel de grande destaque no produto interno bruto nacional, que, atual-
mente, está entre os dez maiores do mundo.
O Brasil se tornou o maior exportador de soja em tempos recentes sendo o segundo maior
produtor global. Provavelmente deveremos consolidar, contudo, primeiro lugar no ranking de
produção em pouco tempo, vale o destaque.
Certo.
O Brasil possui em sua pauta de exportações uma participação de 50% de commodities. O con-
ceito de commodities se refere a produtos primários minerais e agrícolas de uso global, com
valor de venda determinado por bolsas específicas, sendo a principal a Bolsa de Chicago. As
commodities não possuem valor agregado nem pesquisa em manufatura e tecnologia indus-
trial, além disso, impactam enormemente o meio ambiente.
Certo.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A área de influência de Brasília alcança GO e MG. Não à toa, a RIDE – Região Integrada de De-
senvolvimento Econômico do Entorno e DF –, que faz as vezes de Região Metropolitana do DF,
possui municípios de ambas as UFs (29 do GO e 4 de MG).
Certo.
Ponto interessante em Atualidades. Não confundir com megalópoles, conceito que se refere
à aglomeração de metrópoles. No caso, as megacidades são exatamente estas cidades (não
aglomerações) com mais de 10 milhões de habitantes. A maioria destas estão na Ásia. O lugar
onde mais crescem é, justamente, na Ásia e na África. O Brasil possui apenas uma: São Paulo,
considerada uma das 6 maiores cidades do mundo.
Certo.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os itens errados são o I e o III. No I, o erro está ao afirmar que a população carcerária advém
de pessoas que, em sua totalidade, cumprem penas já sentenciadas pela justiça. O que temos
hoje no Brasil é, na verdade, um contingente enorme de pessoas ainda esperando julgamento,
presos em prisão temporária e/ou preventiva com prazos em muito expirados.
Letra b.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
se da UE) em função de questões acerca de nossa política ambiental. Houve também outro
atraso nas negociações quando a Argentina elegeu em fins de outubro a chapa de esquerda
comandada por Alberto Fernandez Presidente, com Cristina Kirchner Vice, para 2020-2023.
Bolsonaro já se antecipou e disse não telefonar parabenizando seu maior parceiro no bloco.
Letra d.
Os itens III e IV estão errados, porque, respectivamente, a questão migratória global é uma
pauta conflituosa em política internacional, ao contrário do que o item afirma, e também o
Brasil faz parte do jogo migratório, sendo receptor atualmente de quase 100.000 venezuelanos
em apenas três anos, além de ter recebido ao longo desta década que se encerra imigrantes
haitianos, bolivianos, peruanos, entre outros.
Letra a.
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A assertiva não deixa dúvidas. A preservação do patrimônio cultural em todas suas formas,
com sua guarda em museus, possui, de fato, um viés fundamental também muito bem-marca-
do à salvaguarda de nossos bens.
Certo.
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Primeiramente, o Fórum Econômico de Davos, realizado anualmente na Suíça, não possui mis-
são que sirva como praça que acordos comerciais sejam firmados. Outro ponto importante a
ser destacado é que o atual Presidente Jair Bolsonaro, em sua primeira participação em Davos,
teve uma atuação morna, sem arrancar aplausos nem críticas.
Errado.
As redes sociais, como sabemos bem, proporcionam (em tese) debates, mas não vêm favore-
cendo consensos acerca de temas relevantes.
Errado.
013. (CESPE/2019) Acerca de temas da atualidade que envolvem o Brasil e o mundo, julgue o
item seguinte.
O fato de os países árabes serem grandes importadores de produtos da cadeia produtiva do
agronegócio brasileiro pode influenciar a política externa brasileira relativa ao Oriente Médio.
Em tese, o que se espera de nossa política externa, comandada atualmente pelo Ministro Ernesto
Araújo, é que ocorra maturidade por nossa parte acerca de temas sensíveis do Oriente Médio,
tais quais religião e costumes. Em termos comerciais, houve, ao compararmos com 20 anos
atrás, um crescimento considerável tanto em termos absolutos como proporcionais entre o Bra-
sil e o Oriente Médio. Além do mais, a nossa balança comercial com eles é do tipo superavitária.
Certo.
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A reforma trabalhista completou dois anos em setembro de 2019 após ser aprovada pelo Con-
gresso Nacional.
Certo.
É o que se percebe: com mais de 60.000 homicídios em 2017, o Brasil, ao liderar com folga tal
ranking macabro globalmente, ainda se equiparou ao que se estima de perdas humanas em
um ano na pior guerra civil (na Síria) em curso atualmente no mundo. Vale destacar que em
2019 o governo federal anuncia ter havido, em comparação a 2017, uma queda de mais de 20%
nos homicídios totais no país.
Certo.
016. (IESES/PREF SÃO JOSÉ-SC/2019) Com relação à aplicação dos recursos oriundos do
Fundo Partidário assinale a alternativa correta:
a) Deve ser usado na manutenção das residências dos membros do partido.
b) Permite a transferência de recursos para outros partidos.
c) Não é permitido o pagamento de despesas com alimentação.
d) Pode ser destinado à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de dou-
trinação e educação política.
Art. 17. Constituem gastos partidários todos os custos e despesas utilizadas pelo órgão do partido
político para a sua manutenção e consecução de seus objetivos e programas.
§ 1º Os recursos oriundos do Fundo Partidário somente podem ser utilizados para pagamento de
gastos relacionados (Lei n. 9.096/1995, art. 44):
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As queimadas podem até ocorrer por fatores naturais, como raios e energia eletroestática no
ar, mas, na imensa maioria das vezes, são de origem humana. Na Amazônia, em 2019, verifica-
-se um aumento destes eventos em comparação a anos anteriores. Seus danos se dão tanto
em relação ao quase banimento de organismos que enriquecem o solo, quanto em relação ao
aumento da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, como também prejuízos estrutu-
rais, tal qual citado na letra b.
Letra b.
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Estão erradas a III e a IV respectivamente porque o número de brasileiros nos EUA é o maior
entre todos os países no globo e a influência norte-americana nas Américas se consolidou não
apenas nos países mais desenvolvidos, mas de forma praticamente hegemônica.
Letra a.
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TEXTO: Soja
A China provavelmente não vai poder contar apenas com o Brasil para atender sua deman-
da por soja, já que o país asiático deixou de importar a oleaginosa dos Estados Unidos em
meio à guerra comercial.
Quando Donald Trump deu início à disputa de tarifas no ano passado, o Brasil havia acaba-
do de registrar uma supersafra, o que permitiu ao maior exportador de soja do mundo atender
quase que exclusivamente à voraz demanda da China. Mas, depois dos volumes recordes ex-
portados e de problemas climáticos no período de cultivo, os estoques brasileiros estão em
queda e a próxima safra está a meses de distância.
Isso poderia criar um problema para a China, o maior consumidor de soja do mundo. De-
pois que Trump intensificou a disputa comercial na semana passada, o gigante asiático deci-
diu suspender as compras de produtos agrícolas dos EUA. A Argentina (um país sul-america-
no) pode ser uma opção, mas os agricultores atualmente estão estocando grãos antes das
próximas eleições.
Já há evidências de um aperto na oferta. Os estoques de soja do Brasil estão 80% abaixo
do nível registrado no mesmo período do ano passado, e as exportações do país caíram 8%
até julho. Para a China, as exportações mostram queda de 11%. Os prêmios dos preços para
embarques do país estão em alta.
(Adaptado. Acesso em agosto de 2019. Disponível em: http://bit.ly/2yZRUiV)
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Atualmente a Rússia se encontra suspensa do G8, como retaliação em função das ações em-
preendidas pelo país na questão da Crimeia, em 2014, sendo estes, portanto, os atuais pa-
íses do G7.
Letra b.
a) do Princípio Antrópico.
b) do Big Bang.
c) da Quinta Força Fundamental.
d) da Relatividade.
e) do Caos.
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Macri não conseguiu colocar a economia do país nos trilhos. Há recessão (queda do PIB em
2017 e 2018 na casa dos 2% ao ano), inflação galopante (uma das maiores do mundo, em
torno de 40% para 2019) e derretimento do valor do peso frente ao dólar. Como resultado, ele
experimentou níveis baixíssimos de popularidade chegando ao fim do mandato em que tenta-
va ser eleito novamente, perdendo, contudo, o posto para o grupo rival de Alberto Fernandez,
com Cristina Kirchner Vice.
Letra c.
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Angela Merkel se tornou uma das principais lideranças globais. Postulada quase unanimemen-
te como sendo a mulher mais importante do mundo ao longo destes últimos 15 anos, destila na
condução de seu governo um estilo conciliador e umbilicalmente ligado aos preceitos de unici-
dade europeia. No comando de uma das maiores potências globais, e país mais rico e populoso
da Europa desde 2005, declara perceber ser a hora de passar o bastão em 2021. Seu partido,
acima citado, se chama União Democrática Cristã (CDU), de viés ideológico centro-direita.
Letra a.
Trump segue com maioria na Câmara e, assim, busca se sustentar no recente processo de
impeachment contra ele aberto em dez/2019.
Letra a.
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Benítez possui um direcionamento político parecido com nosso presidente Jair Bolsonaro,
de viés de direita radical. Seu pai foi auxiliar de primeira mão do último ditador do país, Alfre-
do Strossner.
Letra d.
027. (INÉDITA/2020) A população mundial cresce nesta entrada de nova década ainda em
taxa superior a 1% ao ano em média, ostentando indicadores de fecundidade repositivos, ou
seja, acima da média de 2 filhos por mulher em idade reprodutiva.
Estima-se que a média de filhos por mulher em 2019, muito puxada pela África, esteja em tro-
no dos 3.2.
Certo.
029. (INÉDITA/2020) O Brasil em termos globais pode ser ainda classificado como um país
tipicamente populoso, visto que o nosso contingente populacional total está ranqueado entre
um dos dez maiores do mundo em 2019.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
030. (INÉDITA/2020) Segundo a ONU, em seu mais recente estudo sobre a população glo-
bal, o World Population Prospects-2019, o grupo de países atualmente que experimenta uma
depressão demográfica, ou seja, a queda em seus totais populacionais, está localizado funda-
mentalmente em áreas onde ocorrem guerras, tais quais a Síria, o Iraque, o Iêmem.
Houve uma massiva entrada de governos à esquerda na América do Sul na década anterior
(2000-2010). Estes governos entraram no poder por via democrática.
Errado.
033. (INÉDITA/2020) A China e os Estados unidos são hoje ao mesmo tempo os maiores pro-
dutores industriais e as maiores economias do mundo. A formação de um campo comercial
unificado entre estas duas potências se encontra em fase inédita, tendo em vista que ambos os
países não vêm medindo esforços com vistas a consolidar, já para 2020, acordos comerciais
liberalizantes em quase todas as esferas e, assim, consolidar um modelo de trocas comerciais
estruturado praticamente sem qualquer entrave aduaneiro entre estes dois gigantes globais.
Embora seja longo o texto do item, vale destacar que não há, por parte dos dois países, inicia-
tivas claras com vistas a liberalizar o comércio entre ambos.
Errado.
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034. (INÉDITA/2020) A ONU tem atualmente como chefe máximo no cargo de Secretário-Ge-
ral, em mandato que se sucede entre o quinquênio 2017-2021, o português António Guterres.
Ao convocar a população dos EUA nas eleições com este lema, America First, Trump vence as
eleições de 2016 impulsionado por votos de uma massa de americanos ansiosos em recupe-
rar postos de empregos perdidos em função da dispersão de parques industriais para outros
países, principalmente a China.
Certo.
A guerra comercial tem a ver com deficit dos EUA em balança comercial frente a China e o
avanço da tecnologia 5G comandada pela China em curso. Em relação ao PIB, o Produto Inter-
no Bruto dos EUA ainda é maior que o da China, numa razão de 40%, devendo, contudo, haver
a ultrapassagem do PIB chinês sobre o norte-americano até 2030.
Errado.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
037. (INÉDITA/2020) A política impressa por Donald Trump, desde seus primeiros dias de go-
verno frente ao comércio exterior, pode ser considerada agressiva e isolacionista.
Sem sombra de dúvidas. É um isolacionismo que se demonstra por meio de saída de blocos
econômicos e revisões tarifárias várias, frente, por exemplo, ao Nafta, o acordo de livre comér-
cio firmado com EUA e México em 1994.
Certo.
038. (INÉDITA/2020) É fato inequívoco que o mercado interno chinês ainda prescinde de es-
calas atrativas de consumo e renda. Em função das imposições restritivas do partido comu-
nista local, os gastos com bens de consumo por parte da imensa população local ainda se
encontram longe do que se observa em países bem menores, tais quais a Bélgica, ou mesmo
a Argentina.
O mercado interno chinês cresce espantosamente e já muito maior em gastos que qualquer
país, com exceção dos EUA. Aliás, no mercado de consumo de luxo, a China lidera o ranking
global faz alguns anos.
Errado.
Na verdade, a premissa inicial do item está correta, mas há erros após. Há um balanceio nas
relações comerciais que se deve, entre outros fatos, sem dúvidas, à cotação de moedas im-
portantes, tais quais a moeda chinesa. Contudo, o que se percebe é que a cotação dela se
encontra desvalorizada frente ao dólar, o que torna mais competitivos os produtos fabricados
na China. A China controla a inflação global, de certa forma, e sua moeda subvalorizada contri-
bui a que ocorra superavit comerciais em sua balança comercial principalmente com os EUA.
Sendo assim, é errado afirmar que a moeda chinesa vem se valorizando ostensivamente frente
ao dólar. Por fim, vale destacar que os EUA reclamam enormemente frente ao processo que
consideram artificial imposto pela China de desvalorização de sua moeda exatamente para
vender mais baratos seus produtos ao exterior.
Errado.
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040. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue como certo
ou errado os itens abaixo conforme seus conhecimentos:
Algumas díades (questões fronteiriças) ganharam espaço no ano de 2019, causadas sobrema-
neira em função dos posicionamentos antagônicos ideológicos de Brasil (a direita) e Venezue-
la (a esquerda). Uma delas se deve ao fechamento da fronteira entre os dois países, por prazo
aproximado de 3 meses, por parte da Venezuela no primeiro semestre de 2019.
Embora não haja questões em voga em Atualidades acerca de limites territoriais entre o Bra-
sil e seus países vizinhos (são 10), o ano de 2018/2019 expôs algumas questões acerca de
imigrantes venezuelanos que aqui adentraram fugindo da Crise Econômica por lá instalada. O
Brasil, como forma de tripudiar o vizinho (se utilizando marotamente do argumento da “ajuda
humanitária”), disse que enviaria mantimentos para o país, sendo tal proposta rechaçada por Ni-
colas Maduro que, logo em seguida, ficou “emburrado” e promoveu o fechamento (por sua livre
e espontânea vontade) de suas fronteiras com o Brasil entre os meses de mar a julho de 2019.
Certo.
041. (INÉDITA/2020) Em 2019, o Brasil marcou um total de 5.570 municípios. Os Estados com
mais municípios atualmente são Minas Gerais e São Paulo.
Os dados acima conferem com a realidade de nossa malha urbana em 2019 com SP e MG na
liderança em número total de municípios.
Certo.
042. (INÉDITA/2020) No balanço dos modais de transporte em 2019, o meio rodoviário pos-
sui predominância sobre todos os outros meios no país, com algo em torno de 60% da carga
transportada.
Depois do modal rodoviário no Brasil, vem o modal ferroviário que transporta em torno de 20-
25% da carga no país seguido pelo hidroviário e o aéreo.
Certo.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A produção de energia pela força dos ventos (eólica) ganhou impulso no Brasil ao longo dos
últimos 15 anos. Hoje essa matriz em crescimento responde por praticamente 6% da energia
do Brasil em média.
Errado.
Nesse quesito o Brasil não está listado em posição alta no ranking dos mais populosos. Aliás,
muito pelo contrário.
Ao diluirmos a enorme população brasileira por nosso gigante território nacional, em um
ranking de mais ou menos 190 países, o Brasil se encontra por volta do 159º lugar.
Errado.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
045. (INÉDITA/2020) Contribui para ser baixa atualmente a taxa de densidade demográfica do
Brasil o tamanho continental do Brasil e a presença de anecúmenos, áreas onde a fixação de
pessoas é dificultada por fatores naturais, tais quais a Floresta Amazônica.
Os estados mais populosos do Brasil são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. As
regiões mais populosas são Sudeste e Nordeste.
Certo.
São Paulo é o maior município do Brasil e Região Metropolitana (respectivamente 12,5 milhões
e 21 milhões), longe de possuir 40 milhões de habitantes.
Errado.
049. (INÉDITA/2020) Acerca dos temais mais importantes de Atualidades em 2019 no Brasil,
julgue os itens abaixo.
A Operação Lava Jato tem suas instâncias iniciais em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
A operação possui primeiras instâncias em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, com esferas
recursais nos TRF-4 de Curitiba e TRF-2 do Rio de Janeiro e Tribunais Superiores em Brasília.
Certo.
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050. (INÉDITA/2020) A Petrobras deve ser vendida por completo até fins de 2019, saindo das
mãos estatais e indo por completo para a iniciativa privada.
052. (INÉDITA/2020) As milícias no Rio de Janeiro possuem estrita relação com áreas em que
o Comando Vermelho, maior facção criminosa no estado, se uniu a militares tais quais PMs e
Bombeiros, em favelas da Zona Sul e Centro.
As milícias possuem atuação principalmente na Zona Oeste. Sua ação, na verdade, em primei-
ra fase, se deve à expulsão de traficantes e do poder paralelo por parte de grupos de militares
na ativa ou não.
Errado.
São instrumentos de acordos já existentes em nosso estatuto jurídico que, contudo, vêm sen-
do usados ostensivamente na Lava Jato. Acordos de Leniência são para pessoas jurídicas e as
delações premiadas são para pessoas físicas.
Certo.
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O novo Ministério tem o economista liberal Paulo Guedes como chefe da pasta.
Certo.
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