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ATUALIDADES

Atualidades Brasil

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
ATUALIDADES
Atualidades Brasil

Sumário
Luis Felipe Ziriba

Apresentação. . .................................................................................................................................. 4
Atualidades Brasil. . .......................................................................................................................... 5
1. Parte 1 – Brasil: Território, Posição, Índice de Desenvolvimento Humano e
População.......................................................................................................................................... 5
1.1. Território, Fronteiras, Transporte e Energia........................................................................ 5
O Transporte de Cargas no Brasil em 2020. . .............................................................................. 8
A Produção de Energia Elétrica no Brasil em 2020................................................................ 10
1.2. A População Brasileira............................................................................................................12
Brasil já tem mais de 210 milhões de habitantes, aponta IBGE. . ..........................................13
1.2.1. A Evolução da Demografia Brasileira e seu Atual Momento.. ...................................... 17
1.2.2. Tendências Populacionais do Brasil: 2019/2020.......................................................... 18
1.3. IDH Brasil: 2019.. .......................................................................................................................19
2. Parte 2 – Atualidades Brasil: Política, Economia e Fatos................................................. 23
2.1. A Política Brasileira.. ............................................................................................................... 23
2.1.1. Os Partidos. . ........................................................................................................................... 23
2.1.2. As Eleições de 2018............................................................................................................. 26
2.1.3. Governadores Eleitos para 2019.. ..................................................................................... 28
O Impeachment de Witzel no Rio de Janeiro............................................................................ 28
2.1.4. A Vitória de Jair Bolsonaro e o Primeiro Ano e Meio de Governo.. ............................. 29
A Política Externa Bolsonarista.................................................................................................. 30
Bolsonaro e ONU 2020. . ................................................................................................................ 35
2.2. Economia Brasileira............................................................................................................... 38
2.2.1. A Economia em 2020 (mesmo com Covid-19)................................................................ 38
O Liberalismo de Paulo Guedes.................................................................................................. 43
2.2.2. O Agronegócio e a Desindustrialização. . ........................................................................44
A Divisão do PIB Nacional e o Agronegócio.............................................................................. 45
A Desindustrialização...................................................................................................................46

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2.2.3. A Questão do Deficit Primário..........................................................................................46


A Petrobras em 2019.....................................................................................................................48
Lula Livre e a Prisão em Segunda Instância. . ...........................................................................49
A Operação Lava Jato (70ª Fase em dez/2019)........................................................................51
Lava Jato completa 5 anos com conflitos internos e risco de enfraquecimento.............51
O Mecanismo e a Lava Jato.......................................................................................................... 54
Moro e os Hackers......................................................................................................................... 55
A Procuradoria-Geral da República e as Mudanças em 2019. . ............................................. 56
Moro e a Crise Política.................................................................................................................. 57
ONGs, Meio Ambiente e Amazônia em 2019/2020: Atualidades e Polêmicas.................. 58
Principais ONGs Ambientais no Brasil.......................................................................................60
As Queimadas e o Fundo Amazônia........................................................................................... 63
As Tragédias Ambientais de Mariana e Brumadinho.. ............................................................64
A Nuvem Tóxica do Agrotóxico.................................................................................................... 65
Conselho da Amazônia e a Força Nacional Ambiental........................................................... 65
O Bioma Pantanal e o Fogo em 2020.........................................................................................68
As Queimadas no Pantanal em 2020.......................................................................................... 71
2.3. O Caso Marielle....................................................................................................................... 73
2.4. As Milícias no Rio de Janeiro................................................................................................ 73
2.5. A Crise na Segurança Pública no Brasil............................................................................. 74
2.5.1. A Questão dos Homicídios.. ................................................................................................ 74
2.5.2. A Crise Prisional e as Facções.. ......................................................................................... 75
2.5.3. A Política de Segurança de Wilson Witzel no Rio de Janeiro em 2019..................... 76
2.5.4. O Projeto de Lei Anticrime de Moro: Trâmite, Aprovação e Entrada em Vigor. ...... 77
A Aprovação do Pacote Anticrime.............................................................................................. 79
Pontos do Projeto Aprovados pelo Congresso e Vetados por Bolsonaro. . ........................ 81
A Segurança Pública no Brasil em Atualidades: 2020.. .......................................................... 87
Os Homicídios 2017/2019.............................................................................................................88
A Política de Segurança Cibernética..........................................................................................89

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2.6. O Mais Médicos na Berlinda. . ...............................................................................................90


Desistências no Mais Médicos crescem e chegam a 19% das vagas preenchidas
após saída de cubanos.. ................................................................................................................ 92
A Reforma da Previdência............................................................................................................94
2.7. A Transposição do Rio São Francisco............................................................................... 107
2.8. Cultura e Atualidades no Brasil em 2020: Alguns Pontos Fundamentais................ 112
A Cultura e o Executivo Nacional: Temer e Bolsonaro..........................................................114
O Escola sem Partido................................................................................................................... 115
A Cultura e seu Financiamento: a Falácia do Atual Discurso.............................................. 116
A Lei Rouanet e o Atual Governo.. .............................................................................................. 117
Democracia em Vertigem no Oscar 2020. . ............................................................................... 119
O Brasil dos 300 e o Radicalismo de Ultradireita................................................................. 120
2.9. Brics e o Brasil....................................................................................................................... 121
O Brasil e o Canabidiol................................................................................................................ 122
A Covid-19 no Brasil: 9 Meses................................................................................................... 123
Questões de Concurso................................................................................................................ 128
Gabarito.......................................................................................................................................... 149

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Luis Felipe Ziriba

Apresentação
Caro(a) aluno(a), é um prazer imenso estar junto a você nessa etapa de preparação rumo à
conquista de algo tão importante na vida: a estabilidade profissional no serviço público.
Peço licença para me apresentar. Meu nome é Luís Felipe Ziriba. Sou formado em Geografia
desde 2004, pela Universidade de Brasília, e sou também servidor do Incra – SEDE, desde 2008,
no cargo de Analista em Desenvolvimento e Reforma Agrária. Ministro aulas para concursos
desde 2001. Comecei em sala aos 20 anos de idade em Pré-Vestibulares, tendo seguido para
concursos de admissão à carreira militar, tais como EsPCEx, ESA, entre outros, nas disciplinas
Geografia Geral e do Brasil. Lecionei também em preparatórios (matéria Geografia Geral e do
Brasil) para cursos de admissão à carreira diplomática – Instituto Rio Branco. Já no início da
década findada (2010-2019), parti também rumo ao desafio de lecionar as matérias Atualida-
des do Brasil e Mundo, além de Realidade/Atualidades do Distrito Federal.
Assim, entre tantas matérias diferentes e interessantes, lá se vão 18 anos preparando alu-
nos nos melhores cursos do Distrito Federal para os mais concorridos concursos do Brasil.
Bom, obrigado pelo espaço e confiança depositada e vamos, então, ao que realmente im-
porta a você. O tempo urge!
Com vistas a auxiliá-lo(a) nessa preparação, dividi nosso material em duas partes: na pri-
meira parte, destaco aspectos do território nacional (incluído transportes e energia) e contexto
populacional; na segunda, serão abordados aspectos de nossa política, economia e temas
mais importantes em atualidades (cultura, sociedade, segurança, relações internacionais, en-
tre outros).
Destaco, por fim, caro(a) aluno(a), ser extremamente necessário que realize a leitura inte-
gral dos temas abaixo e dos seus respectivos textos complementares, mesmo que haja em
editais recortes balizando períodos específicos, tal como pode (e costuma) acontecer. Tenha
em mente que será apenas promovendo a leitura retórica acerca dos temas, desde seu início
até o fim, que será possível, portanto, a clarificação dos contextos mais recentes de Atualida-
des. E juro… Não há como fugir disso! Pode confiar nessa informação. A disciplina de Atua-
lidades não está restrita, simplesmente, a uma coleta de notícias com base no(s) recorte(s)
estipulado(s) pelos editais. Em Atualidades existem contextos que devem ser entendidos para
que possamos atingir o nível necessário de conhecimento pedido pelas bancas em concursos.
Então, vamos começar. Peço, por favor, que faça o caderno de exercícios apresentado como
fixação de conteúdo e acréscimo didático. Avalie nosso curso em nossa plataforma. Obrigado!

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1. Parte 1 – Brasil: Território, Posição, Índice de Desenvolvimento Hu-
mano e População

1.1. Território, Fronteiras, Transporte e Energia


O Brasil possui a 5a maior extensão territorial do mundo. Com mais de 8,5 milhões de qui-
lômetros quadrados de extensão, somos considerados um país-continente. Dentro da América
do Sul, temos disparado a maior em área total (47%), com mais de 3 vezes o tamanho do se-
gundo maior país, a Argentina.
Repare que o enorme território brasileiro é quase equidimensional; ou seja, possui pratica-
mente as mesmas extensões de Norte-Sul e Leste-Oeste.

 Obs.: os pontos descritos são os nossos pontos extremos nas quatro direções: Norte (Monte
Caburaí, em Roraima), Sul (Arroio do Chuí), Leste (Ponta do Seixas) e Oeste (Nascente
do Rio Moa).

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O Brasil faz fronteira com dez (10) países. Dentro do continente Sul-Americano, não so-
mos “vizinhos” apenas de dois países: o Chile e o pequeno Equador. No mapa abaixo, temos
as principais extensões de fronteiras, com destaque para o Peru (2º lugar) e Bolívia (com mais
de 3.000 km de fronteira, em boa parte pela Amazônia). Destaca-se que estes dados de tama-
nho das fronteiras são estanques, ou seja, não sofrerão alterações em curto ou médio prazo,
à medida que os tratados com os países fronteiriços ao Brasil foram ratificados há tempos;
também não vêm ocorrendo reivindicações fronteiriças de nações vizinhas.

O Brasil é dividido politicamente em 26 estados mais o DF, totalizando 27 Unidades da


Federação (UFs). Os maiores estados são Pará, em segundo lugar, com 1.247.689 km², e Ama-
zonas, na liderança, com 1.570.745 km². O nosso menor estado é Sergipe, sendo o DF, porém,
já que não é um estado propriamente dito, a menor unidade da unidade da federação (com
5.802 km²).

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São 5 regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa configuração atende a
uma divisão de 1969 do IBGE, a qual levou em conta similaridades humanas e naturais entre
os estados para o agrupamento em regiões:
• MAIOR REGIÃO (2019): Norte (45.2% do território nacional);
• REGIÃO COM MAIOR NÚMERO DE ESTADOS:Nordeste (com 9);
• MAIOR POPULAÇÃO: Sudeste (aproximadamente 86 milhões perfazendo 42% população).

Vale destacar que os Estados brasileiros podem se desmembrar internamente em outros me-
nores, bastando haver a aprovação pela Câmara dos Deputados e a consulta à população dos
Estados. Mas eles não podem se destacar do Brasil para formar outro país. Há pleitos em tor-
no de desmembramento de estados em análise atualmente para o Piauí, o Maranhão, a Bahia,
entre outros. O pleito que neste sentido fora levando mais adiante deu-se no Pará, em 2011,

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quando sua população em plebiscito não aceitou a fragmentação do estado em 3 outros esta-
dos (capitais em Marabá, Santarém e Belém).

Por fim, em 2019 o Brasil possuía 5.570 municípios. Os Estados com mais municípios
atualmente são: Minas Gerais (853) e São Paulo (645). Na rabeira, temos Roraima, com apenas
15, e o Amapá, com 16 municípios.

O Distrito Federal não é um Estado, e sim uma Unidade da Federação, tendo apenas Brasília
(a Capital Federal) como seu único município.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Transporte de Cargas no Brasil em 2020
Por: Prof. Luís Felipe Ziriba, 10/12/2019.
O Sistema de transporte de cargas no Brasil é, via de regra, muito desequilibrado.
Vigorando desde 2005 como um plano de Estado, e não de Governo, o PNLT – Plano
Nacional de Logística de Transportes – visa promover um melhor reequilíbrio entre os
modais, alçando metas de eficiência em logística, com redução de custos e da emissão
de poluentes, além do incrementar a segurança.
Uma análise simples em nossa matriz de transportes revela que o meio rodoviário
ainda predomina no total de cargas (peso) transportadas no país. Tal meio (rodoviá-
rio) de transporte leva em torno de 60% de toda a carga. Os principais produtos trans-
portados pelos mais de 1,4 milhão de quilômetros de estradas brasileiras (a segunda
maior malha do mundo) são derivados de petróleo, soja, milho, farelo de soja, alimentos
(industrializados, ou não) e bens de consumo manufaturados diversos. Vale destacar
que a presença do rodoviário vem sendo reduzida bem lentamente, tendo chegado, na
década de 1980, a quase 80% de toda a carga transportada no país. As vantagens do
meio rodoviário estão na capacidade de se entregar produtos porta a porta, o que não
ocorre no meio ferroviário, pois os trens param em terminais, o aquaviário em portos
e os aeroviários em aeroportos. Veja o exemplo da soja: todo grão que sai da portei-
ra das milhares de fazendas plantadoras é escoado exatamente por caminhão. Se,
por opção das empresas, a soja seguir após os caminhões por outro modal, tem-se
o que se chama de transbordo. A implementação originalmente ao de uma estrada é
também mais barata e rápida, daí a preferência de governos desenvolvimentistas ante-
riores, como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, por este modal (tipo) de transporte.
Como externalidades, tem-se o maior custo de manutenção das estruturas que se pre-
carizam muito facilmente, a poluição ambiental dos gases pesados e tóxicos emitidos
pelos escapamentos a diesel e o maior número de mortes em acidentes que nos outros

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modais. Um ponto interessante de Atualidades é que em maio de 2018, uma greve de


praticamente um mês dos caminhoneiros praticamente parou o país. Ela revelou o
tamanho da dependência deste meio de transporte no Brasil. Estima-se que em torno
de 60% dos caminhoneiros no país trabalhem em empresas, não sendo autônomos,
portanto. A essa prática de parada de serviços por parte de empresas dá-se o nome de
lock-out. Lembrando ser tal prática proibida, tanto pela CLT como pela Lei de Greves.
O segundo meio de transporte mais utilizado no Brasil para cargas é o ferroviá-
rio, com algo em torno de 20% do total transportado por 30.000 km de ferrovias (com
metade desta quilometragem sendo subutilizada).
As vantagens desse modal de transportes estão relacionadas a sua eficiência, pois
os trens transportam uma imensa quantidade de carga, com baixo consumo de combus-
tível, baixa emissão de poluentes e níveis altíssimos de segurança, além de requerem
pouca manutenção nas estruturas, principalmente nos trilhos. A externalidade obser-
vada reside no alto custo para se construírem novas ferrovias e sua implementação em
geral (custo também dos trens). Vencer terrenos irregulares e fazer curvas acentuadas
não é o forte dos trens. Atualmente, as 13 linhas férreas do país são administradas por
concessões que duram em média 35 anos, sendo, contudo, livre o direito de passagem
a trens que não pertencerem à concessionária do trecho. O minério de ferro responde
por 80% do total de cargas transportado pelos trilhos no Brasil. Para 2019 haverá o
leilão do trecho que liga Goiás ao Porto de Santos pela ferrovia Norte-Sul.
Recomendo, caro(a) aluno(a), que para se informar melhor sobre este tema, promo-
va a leitura deste link abaixo, retirado da versão online do jornal de Goiânia, o Popular:
https://abifer.org.br/ha-mais-de-tres-decadas-sendo-construida-ferrovia-norte-sul-
-so-tera-uso-apos-2020/
Em seguida vem o meio de transporte aquaviário, o qual responde por algo em
torno de 10% do transporte de cargas no Brasil, tendo sido aumentada esta participa-
ção ao longo das últimas décadas por meio, principalmente, das iniciativas promovidas
pelo PNLT. A carga transportada internamente pelas hidrovias do país se encontra atu-
almente na casa dos 20% na soja; 15% de petróleo; 12% é areia, o milho representando
10% e o minério de ferro outros 10%. Um dado interessante é que mais de 40% deste
transporte se dá dentro do próprio estado, com destaque para as operações deste tipo
promovidas no Rio Grande do Sul, São Paulo, Pará e Amazonas. Para estes dois últimos
estados da Região Norte, vale ressaltar, embora este texto não seja sobre transporte de
passageiros, que o modal aquaviário também leva muitas pessoas e uma imensa gama
de produtos (mudanças, por exemplo, algo impensável no Centro-Sul do Brasil, que são
feitas por barcos). São estados (principalmente o AM) que não têm expressivas liga-
ções rodoviárias, mas que possuem, contudo, rios caudalosos, largos e morosos os quais

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auxiliam no transporte aquaviário. As vantagens do transporte aquaviário residem na


sua amplificada capacidade de carga e custos baixos para o operador. As externalida-
des são a construção de hidrovias seguras e, se necessário, de eclusas (um processo
muito caro), a ocorrência de acidentes (principalmente no transporte de passageiros) e
a dificuldade de se chegar a pontos diversificados do território brasileiro. O ideal para o
transporte aquaviário é que se consiga implementar uma logística eficiente para a rea-
lização do transbordo (troca de modal). No Brasil, uma modalidade de transporte por
barcos que esteve relegada em décadas anteriores vem ganhando força ao longo dos
últimos anos: o transporte por cabotagem, ou seja, quando se leva a carga entre portos
marítimos, praticamente se margeando a costa. Os portos e as embarcações no Brasil,
na verdade, vêm se adaptando a essa eficiente modalidade de transporte de cargas.
Por fim, em relação ao aquaviário, destaco que mais de 90% do comércio global
atualmente se deve ao transporte aquático em grandes navios, sejam estes de contê-
ineres, sejam de graneleiros.
Por último vem o transporte aéreo de cargas, muito importante à medida que,
embora leve algo em torno de apenas 5% das cargas no Brasil, ao somarmos os valo-
res destas cargas, tem-se algo em torno de 25% de todos os valores transportados no
Brasil. O modal aeroviário é, de fato, muito eficiente quando se precisa levar cargas
perecíveis (alimentos, flores) ou com alto valor agregado, em que o custo mais alto do
transporte, comparado aos outros meios, compensa.
Para se conhecer mais sobre o tema, com gráficos e informações temporais (entre
2010-2016), recomenda-se a leitura integral do estudo abaixo, extraído do site do Minis-
tério dos Transportes:
http://www.transportes.gov.br/images/2017/Sum%C3%A1rio_Executivo_AET_-
_2010_-_2016.pdf

TEXTO COMPLEMENTAR
A Produção de Energia Elétrica no Brasil em 2020
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 05/12/2019.
O Brasil é um dos grandes produtores de energia do Mundo. Nosso gigante parque
de produção de energia elétrica possui alta diversificação, sendo baseado em matriz
limpa (as hidrelétricas: das cinco maiores em atividade no Mundo, duas, Belo Monte e
Itaipu, estão aqui) e algumas outras peculiaridades. Vejamos, então, as principais.
Em termos gerais, a nossa produção de energia elétrica se encontra em torno de
75% (dados de 2018) oriunda de fontes renováveis. Veja os números abaixo:
hidrelétrica: 61%;
eólica: 6%;
termelétricas a biomassa: 8%.

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Todas fontes renováveis…


Acrescenta-se, contudo, à nossa matriz energética, mais 18% de termelétricas, 1,5%
nuclear e o restante, em torno de 5%, importada (basicamente do Paraguai por meio de
Itaipu, ou seja, também fonte hidrelétrica).
As Hidrelétricas
Poucos países no mundo possuem proporção tão elevada em sua matriz energética
com base em hidrelétricas como no Brasil. Geograficamente, o nosso parque hidrelé-
trico já esteve bastante concentrado no Centro-Sul e Vale do Rio São Francisco. Por lá,
grandes estruturas, como as usinas de Paulo Afonso-BA e Itaipu-PR, permanecem, mas
o direcionamento do sistema elétrico nacional evidencia uma subida de novas estrutu-
ras, agora se apropriando dos rios amazônicos. Assim, nasceram nas últimas décadas
gigantescos projetos, como o Jirau e Santo Antônio em Rondônia, Tucuruí e Belo Monte
no Pará. Aliás, esta última, quando estiver em pleno funcionamento, será a maior usina
do Brasil e a segunda maior do mundo. Ao todo hoje são 218 usinas em funcionamento
no Brasil.
Em auxílio a essas estruturas, temos também as PCHs – Pequenas Centrais Hidrelé-
tricas – e as Centrais Geradoras. Estas últimas, de tão pequenas, não chegam nem a
constituir barragem e possuem um licenciamento ambiental bastante simplificado.
Ordem por tamanho de projeto:
HIDRELÉTRICAS: PCH -> Centrais Geradoras
O Parque Eólico
Em 2019 funcionavam no Brasil 368 usinas eólicas, além de 133 novas em constru-
ção. Predominantes em regiões de vegetação baixa, como no centro da Bahia, ou no
litoral do Nordeste e Região Sul, onde a incidência de ventos é bastante favorecida, se
utilizam da energia de movimento do vento para produção de eletricidade. Um princí-
pio simples, mas que requer implementações tecnológicas. A produção eólica respon-
de por quase 6% da eletricidade total no Brasil, tendo crescido exponencialmente ao
longo dos últimos 15 anos. Em estados como o Ceará e Rio Grande do Norte, que não
possuem grandes hidrelétricas, já representam grande parte da produção de energia
local.
Termelétricas
Incentivos ao emprego de termelétricas, sobretudo, as com uso de biomassa,
buscam diversificar a matriz energética elétrica, que até 2006 tinha 83,2% de sua potên-
cia composta por hidrelétricas. Licor negro (resíduo da produção de papel) e bagaço
de cana são as principais fontes de biomassa (renováveis). Gás natural e derivados de
petróleo são as fontes fósseis mais comuns (não renováveis). Dentro do mapa nacio-
nal de termelétricas, tem-se termelétricas por todo o país, contudo aqueles que se utili-
zam de biomassa estão no Centro-Sul e as que queimam gás natural e petróleo (fontes
não renováveis e poluidoras) na Amazônia, via de regra.
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Nuclear
Localizadas em Angra dos Reis (RJ), as usinas nucleares Angra 1 e 2 utilizam o
átomo do elemento químico urânio para produção de 1.990 MW de energia elétrica,
distribuída no eixo Rio-São Paulo. Em construção, Angra 3 deve fornecer 1.350 MW. O
Brasil é o 23º país do mundo em potência nuclear instalada (2018).
Força Maremotriz
Essa modalidade de produção de energia se utiliza a força das marés. Presente em
países como Reino Unido e Canadá, esse método consiste em usar o “vai e vem” das
marés para movimentar turbinas e, com isso, gerar eletricidade. É um processo similar
ao usado em parques eólicos, com uma vantagem: por ser mais densa, a água exerce
uma força maior sobre as turbinas e, consequentemente, gera mais energia.
Uma das principais formas de exploração da energia das marés é por meio do uso
de turbinas instaladas em barragens, dessa forma as marés criam um desnível suficien-
temente elevado entre os lados da barragem, de modo que as turbinas sejam aciona-
das.
As energias oceânicas ainda não fazem parte da agenda energética do Brasil. Não
existem políticas de incentivos nem iniciativas para a realização de um inventário obje-
tivo do potencial energético. Exemplo disso é que o país não possui uma legislação
específica para fontes renováveis de energia do mar.

1.2. A População Brasileira


Dados Gerais

Para falarmos sobre a população brasileira, é necessário inicialmente nos lembrarmos de


dois pontos fundamentais que aprendemos na escola, remetendo às prazerosas aulas de Geo-
grafia. São os conceitos de país POPULOSO e de país POVOADO, então vamos a eles!
POPULOSO: é um conceito que remete à população absoluta de um determinado lugar – o
número total de habitantes. Dentro deste contexto, se comparamos o Brasil a seus pares, ou
seja, aos outros países do globo, veremos que temos a 6a maior população do mundo. Assim,
o Brasil pode ser considerado como sendo um país populoso.

Em 2019 os meios de comunicação destacaram que fomos ultrapassados, caímos de 5º para


o 6º lugar no ranking do número total de habitantes em comparação aos países do globo.

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Veja a lista dos países mais populosos do mundo (2019):


• 1º CHINA – 1,390 bi.
• 2º ÍNDIA – 1,266 bi.
• 3º EUA – 330 milhões.
• 4º INDONÉSIA – 252 milhões.
• 5º PAQUISTÃO – 211 milhões.
• 6º BRASIL – 210 milhões.
• 7º NIGÉRIA – 182 milhões.

POVOADO: aqui entra um ponto curioso. Somos, tal qual vimos acima, um país populoso
(com uma alta população absoluta), mas seríamos também, de fato, um país povoado? Res-
pondo: não. O conceito de povoado remete à densidade populacional, ou seja, à quantidade
de habitantes por Km2 de um determinado lugar. É o dado relativo à Densidade Demográfica.
Bom, caro(a) aluno(a), neste quesito o Brasil não está listado em posição alta no ranking dos
mais populosos. Aliás, muito pelo contrário.
Ao diluirmos a enorme população brasileira por nosso gigante território nacional, em um
ranking de, mais ou menos, 190 países, o Brasil se encontra por volta do 159º lugar. É interes-
sante perceber que, para nós, habitantes de grandes cidades, ou de centros urbanos médios,
que sejam, isso parece irreal mas o que acontece no Brasil é que a nossa população se encon-
tra mal distribuída, e muito concentrada, principalmente nas grandes cidades das Regiões
Sul, Sudeste e Nordeste. Mas, de fato, na divisão total, temos apenas uma média em torno de
24 hab/km2, uma média baixa ao compararmos em termos globais.
Para quem tiver interesse em saber as posições dos países no ranking de povoamento,
espie este link recomendado abaixo:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_densidade_populacional
Portanto, em termos globais, somos considerados um país POPULOSO (grande população
total), mas não muito POVOADO (média-baixa densidade demográfica).
Leia agora, caro(a) aluna(a), matéria publicada abaixo na página da revista Veja on-line e
republicada pela revista Exame, em 28/08/2019, sobre o nosso atual panorama populacional
em termos gerais e também regionais. Vale uma leitura atenta:
Em: https://exame.abril.com.br/brasil/brasil-tem-mais-de-210-milhoes-de-habitantes-
-aponta-ibge/

MATÉRIA

Brasil já tem mais de 210 milhões de habitantes, aponta IBGE

Diário Oficial da União trouxe nesta quarta-feira (28) a mais nova estimativa da popu-
lação brasileira feita pelo IBGE

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Luis Felipe Ziriba

O Diário Oficial da União (DOU) traz nesta quarta-feira (28 de agosto) a mais nova
estimativa da população brasileira feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística (IBGE). De acordo com os dados, o País já conta com mais de 210 milhões
de habitantes, quantidade superior aos 208 milhões registrados em 2018. O número
atualizado é de 210.147.125 de habitantes.

Três Estados do Sudeste estão no topo da lista dos mais populosos. São Paulo lidera
com 45.919.049 de habitantes – a capital do Estado tem hoje 12.252.023 pessoas.
Em seguida, vêm Minas Gerais, com 21.168.791 de habitantes, e Rio de Janeiro,
com 17.264.943.

No Nordeste, a Bahia tem a maior população da região, com 14.873.064 de habitan-


tes. No Sul, Paraná e Rio Grande do Sul quase empatam no número de pessoas, com
11.377.239 e 11.433.957 de habitantes, respectivamente. No Norte, o Estado do Pará
é o mais populoso, com 8.602.865 de habitantes, e, no Centro-Oeste, é o Estado de
Goiás, com 7.018.354. Pela nova estimativa, o Distrito Federal tem 3.015.268 de mo-
radores.

Entre outros objetivos, a nova estimativa será utilizada para o cálculo das cotas dos
fundos de participação de Estados e municípios. Os dados têm data de referência
em 1º de julho de 2019 e estão organizados por Estados, Distrito Federal e municí-
pios.

Quatro municípios concentram 11,8% da população brasileira

Os quatro municípios mais populosos do país concentram 24,87 milhões de habi-


tantes. As populações de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador concentram
11,8% da população brasileira, que hoje chega a 210,1 milhões de pessoas.

De acordo com as estimativas do IBGE, o município de São Paulo continua sendo


o mais populoso do país, com 12,25 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Ja-
neiro, com 6,72 milhões de habitantes, Brasília, com 3 milhões, e Salvador com 2,9
milhões de habitantes.

Já os municípios com menor população são Serra da Saudade (MG), com 781 habi-
tantes, Borá (SP), com 837 habitantes, e Araguainha (MT), com 935 habitantes.

Segundo o IBGE, 324 municípios têm mais de 100 mil habitantes. Juntos eles são
apenas 5,8% do total de 5.570 municípios do país, mas respondem por 57,4% da po-
pulação brasileira ou 120,7 milhões de habitantes, sendo que 48 deles têm mais de
500 mil habitantes.
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Por outro lado, 3.670 municípios – 68,2% do total – são habitados por menos de 20
mil pessoas. Juntos eles têm 32 milhões de habitantes ou 15,2% da população total
do país.

Dos 5.570 municípios do país, 28,6% apresentaram redução populacional. Aproxi-


madamente metade (49,6%) dos municípios tiveram crescimento entre zero e 1% e
apenas 4,8% (266 municípios) apresentaram crescimento igual ou superior a 2%.

Unidades da Federação mais populosas em 2020 (números aproximados):


• 1º São Paulo – 46 mi.
• 2ºMinas Gerais – 21 mi.
• 3º Rio de Janeiro – 17 mi.
• 4º Bahia – 14 mi.
• Em último está Roraima (600 mil), seguida do Amapá (840 mil) e do Acre (880 mil), todas
na Região Norte, a 2a menos populosa do país.
• Regiões mais populosas em 2020:
• 1º Sudeste – 87,7 mi.
• 2º Nordeste – 56,9 mi.
• 3º Sul – 29,7 mi.
• 4º Norte – 18,2 mi.
• 5º Centro-Oeste – 16 mi.
• Municípios mais populosos em 2019:
• 1º São Paulo – 12,2 mi.
• 2º Rio de Janeiro – 6,7 mi.
• 3º Brasília – 3 mi*.
• 4º Salvador – 2,9 mi.
Brasília ultrapassa Salvador em 2017 e se torna a terceira maior cidade do país.

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Densidade Demográfica do Brasil: 2019

Note haver no mapa acima, acerca de nosso povoamento relativo, uma nítida concentra-
ção populacional na fachada litorânea (faixa que vai do litoral a mais ou menos 150-200 km
em direção ao interior). Fora isso, os pontos no interior do Brasil que possuem alto índice de
adensamento são os chamados Enclaves Territoriais.
Os Enclaves Territoriais são estruturas artificialmente criadas, tais quais cidades, polos
industriais, entre outros, que, ao surgirem (incentivados, via de regra, pelo Estado), conseguem
atrair para áreas antes sem qualquer desenvolvimento, ou com baixo nível de adensamento po-
pulacional (e de desenvolvimento econômico), contingentes populacionais expressivos. Dois
exemplos clássicos de enclaves no Brasil são Brasília e a Zona Franca de Manaus, enclaves
indutores de enorme sucesso em termos de desenvolvimento e atração populacional, podendo
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estes serem percebidos no mapa de Densidade Demográfica como pontos bastante averme-
lhados, ou seja, de alto adensamento, em contraste à grande parte interior de nosso território.
Para finalizar, vale destacar que o Brasil possui áreas em ANECÚMENOS, ou seja, em par-
tes de um território onde os fatores naturais são impeditivos ao desenvolvimento humano. Os
desertos, as áreas congeladas e partes alagadas e as selvas são exemplos globais neste sen-
tido. Em nosso país, temos a Floresta Amazônica e, em menor escala, o semiárido nordestino,
com a vegetação da Caatinga, nossos exemplos de anecúmenos territoriais.

1.2.1. A Evolução da Demografia Brasileira e seu Atual Momento

Criado em 1938, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – realiza, a cada de-
cênio (desde 1940), o Censo Demográfico: a contagem de nossa população que nos traz uma
radiografia precisa acerca de uma gigantesca gama de fatores humanos e sociais de nosso
imenso país e de sua população. Nos períodos entre censitários, o Instituto promove amostra-
gens anuais com vistas a se manter atualizada a contagem decenal: o PNAD – Pesquisa Anual
por Amostra de Domicílio.
Para 2020, o IBGE mais uma vez realizaria o Censo decenal (sendo nosso último de 2010). Ou
pelo menos iria, em tese. Contudo, contingenciamentos de recursos e principalmente as difi-
culdades impostas pela Covid fizeram com que os trabalhos fossem adiados.
Em função das orientações do Ministério da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de
saúde pública causado pela COVID-19, o IBGE decidiu adiar a realização do Censo Demográ-
fico para 2021.
A decisão leva em consideração a natureza de coleta da pesquisa, domiciliar e predominante-
mente presencial, com estimativa de visitas de mais de 180 mil recenseadores a cerca de 71
milhões de domicílios em todo o território nacional.
Considera, do mesmo modo, a impossibilidade de realização, em tempo hábil, de toda a cadeia
de treinamentos para a operação censitária, cuja primeira etapa se iniciaria em abril de 2020, de
forma centralizada, e posteriormente replicada em polos regionais e locais até o mês de julho.
Para a realização da operação censitária em 2021, o IBGE estabeleceu formalmente com o Mi-
nistério da Saúde o compromisso de realocar o orçamento do Censo 2020, em prol das ações
de enfrentamento ao coronavírus mantidas pelo Ministério. Em contrapartida, no próximo ano,
o Ministério da Saúde realocará orçamento no mesmo montante com vistas a assegurar a re-
alização do Censo pelo IBGE.
Para 2019, o INSTITUTO estimou haver no Brasil 210 milhões de residentes.

O Brasil chegou ao ano de 2020 com as seguintes taxas de crescimento populacional, en-
velhecimento e fecundidade:
• Crescimento populacional no Brasil entre 2015-2019: 0,7% ao ano.
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 Obs.: a nossa fase atual de crescimento populacional é chamada de TRANSIÇÃO DEMO-


GRÁFICA. Em 2019 (e em anos anteriores também), o nosso crescimento populacional
(0.7% a.a) não pode ser jamais considerado alto em termos globais. Pelo contrário,
visto que nossa população cresce menos que a média global (1.2% a.a), menos que
quase todos os países da América do Sul (inclusive menos que a Argentina e Paraguai)
e menos também até que o Canadá e os EUA.

• Brasil: população com mais de 65 anos (2018): 9.2%. Embora não sejamos ainda uma
sociedade tipicamente envelhecida, estamos em rota acelerada de envelhecimento.

A expectativa de vida média em 2019 da população brasileira é de 75 anos. E só vem crescen-


do. Em países desenvolvidos, este indicador já se encontra em média da casa dos 80 anos.
Segundo o IBGE, no Distrito Federal, Santa Catarina e São Paulo (os maiores IDH), a expectativa
de vida já atingiu a marca dos 80 anos.

• Taxa de fecundidade: 1,7 filho por mulher.1

A taxa de fecundidade é o número médio de filhos por mulher em idade adulta (15-49
anos). Ela é considerada repositiva quando se encontra acima de 2 filhos por mulher, não sen-
do, portanto, há mais de uma década o caso do Brasil (com taxa em 1,7), nem em mais de 70
países hoje, segundo a ONU.
É importante compreendermos que, à medida que atualmente ocorre um padrão compor-
tamental, o qual vem desde a década de 1980 (quando saímos da EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA
para adentrarmos na TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA), em que a contínua REDUÇÃO DA NATA-
LIDADE é evidente em nossa demografia, há consequentemente uma queda também neste
indicador.

1.2.2. Tendências Populacionais do Brasil: 2019/2020


A expectativa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e faz parte da Re-
visão 2019 da Projeção de População. Estudo este que estima demograficamente os padrões
de crescimento da população do país ano a ano, por sexo e idade. Para os próximos 42 anos,
o estudo nos revela que a população do Brasil vai continuar em crescimento, até atingir 233,2
milhões de pessoas em 2047 para, a partir daí entrar em declínio gradual.
Antes de 2048, (ano previsto para o início da queda populacional), segundo o estudo su-
pracitado do IBGE, em 12 estados – Piauí, Bahia, Rio Grande do Sul, Alagoas, Minas Gerais,
Paraíba, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Paraná e Rio Grande do Norte – deve-
remos experimentar uma redução no número total de habitantes dessas Unidades da Federação.
1
Considerada como não repositiva.

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Segundo o IBGE, a principal característica destas Unidades da Federação, e que fará cair suas
populações totais, se encontra relacionada à um saldo migratório negativo. No limite da pro-
jeção, no ano de 2060, 8 Unidades da Federação – Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Santa Catarina, Amapá, Roraima, Amazonas e Acre, não terão queda nas suas populações. O
IBGE explicou que estas Unidades da Federação apresentam saltos migratórios positivos e/ou
têm taxas de fecundidade total mais elevadas. Assim, manterão este padrão.

1.3. IDH Brasil: 2019


O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – é um indicador de desenvolvimento esta-
belecido pela ONU desde a entrada da década de 1990. Ele leva em consideração 3 fatores:
renda, expectativa de vida e escolaridade. Vai de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvol-
vimento pleno) e pode ser usado em várias escalas, desde um bairro até países.
De acordo com o último ranking apresentado em 2019, com dados relativos ao ano de 2018,
a Noruega (0.954) está na liderança, seguida por Suíça, Irlanda e Alemanha. O rol dos países
com IDH Muito Alto compreende aqueles países que possuem indicador entre 0,8 a 1. Neste
rol, se encontram na América do Sul apenas o Chile (42º), a Argentina (48º) e o Uruguai (57º).
O Brasil se encontra no rol abaixo, denominado como de Alto Desenvolvimento. No último
ranking estacionamos em relação ao penúltimo, de 2014, na 79a posição, com indicador de
0,761. Estamos atrás de países como Cuba (72º), México (76º) e Tailândia (78º) e juntos da
Colômbia (79º).

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Posições no IDH: Países Selecionados

Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/12/15/brasil-perde-cinco-posicoes-no-ranking-mundial-de-idh.
ghtml

Entre os três critérios tomados como base no IDH – renda, expectativa de vida e escolaridade
–, o que puxa para baixo nossa posição é exatamente o indicador escolaridade. Para se ter
uma ideia, o Brasil, entre os países emergentes, possui escolaridade acima apenas da Índia.

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Escolaridade Média por Países Emergentes

ESCOLARIDADE MÉDIA POR PAÍSES EMERGENTES


CHILE 10,4
ARGENTINA 10,60
RÚSSIA 12
URUGUAI 8,70
BRASIL 7,80
COLÔMBIA 8,3
AMÉRICA LATINA E CARIBE 8,6
CHINA 7,9
EQUADOR 9
VENEZUELA 10,3
PARAGUAI 8,5
ÁFRICA DO SUL 10,20
ÍNDIA 6,5
Fonte: Pnud, 2019

Dentre as Unidades da Federação, dados de 2017, apenas o Distrito Federal, São Paulo e
Santa Catarina possuem IDH Muito Alto, estando a liderança na Capital federal (D.F). Localida-
de cujo IDH é similar ao de Portugal (40º) e Chile (42º). Veja ranking (2017).

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2. Parte 2 – Atualidades Brasil: Política, Economia e Fatos


2.1. A Política Brasileira
Introdução

Forma de governo: republicana.


Sistema de governo: presidencialismo.
O Legislativo Federal, com sede em Brasília, adota o modelo bicameral. Na Câmara dos
Deputados a composição é determinada pelos chamados representantes do povo, em número
de 513 parlamentares. Na Câmara dos Deputados, busca-se atender a uma representatividade
que seja proporcional à população de cada Unidade da Federação. São Paulo, nosso estado
mais populoso, com 45 milhões de habitantes, possui 70 cadeiras na Câmara Federal. Já Ro-
raima, Acre e Amapá, todas Unidades da Federação com menos de 1 milhão de residentes,
possuem 8 deputados federais cada. É interessante notar que a proporção de deputados em
estados com pequena população acaba sendo a estes bem mais favorável quando comparada
aos estados de grandes contingentes populacionais, como São Paulo, o nosso estado mais
populoso. Há, portanto, distorções neste modelo representativo proporcional adotado na Câ-
mara Federal.
Já o Senado Federal, a outra casa do Congresso Nacional, é composto por parlamentares
representantes das Unidades da Federação que foram eleitos (em mandato de 8 anos) em
número de 3 senadores por cada U.F. Assim, em um total de 27 UFs, totalizam 81 senadores
no Brasil.
Davi Alcolumbre (DEM-AP) é o Presidente do Senado Federal e também o Presidente do
Congresso Nacional. Já o Presidente da Câmara dos Deputados é o deputado Rodrigo Maia
(DEM-RJ), segundo na linha de sucessão presidencial em 2019-2020.

2.1.1. Os Partidos
O sistema partidário brasileiro se encontra, em meados de 2020, constituído por 33 parti-
dos. O último a receber o registro pelo TSE foi o UP – Unidade Popular, em dezembro de 2019.
Interessante é que alguns partidos, com vistas a dar uma melhorada na combalida imagem
dentro da política nacional, vieram ao longo dos anos retirando exatamente o nome “Partido”
de sua sigla oficial, criando, assim, novas denominações. Por exemplo, o PTB se tornou Avante,
o PSDC virou Democracia Cristã, o PTN se transformou no Podemos, e o PEN no Patriotas. O
PMDB, menos criativo, apenas mudou para MDB, retomando seu nome de criação original.
Segundo matéria publicada no portal online da Revista Veja, de 18/10/2019 (em:https://
veja.abril.com.br/politica/nova-udn-corinthianos-e-ate-piratas-os-76-novos-partidos-na-fila-do-
-tse/), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem atualmente na fila nada menos que 76 legendas

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em formação que perseguem cumprir as exigências legais para que possam ser habilitadas e
participar do processo eleitoral.
A matéria destaca que simplesmente todos esses partidos já realizaram o primeiro passo
para entrarem com o processo pela regularização, ou seja, têm CNPJ registrado. Parece ser
séria essa busca por dezenas de novas legendas para se tornarem partidos. A partir disso, eles
precisam cumprir algumas exigências, sendo a principal delas obter um número mínimo de
apoiadores de 0,5% do total de votantes nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados,
hoje algo em torno de 490 mil assinaturas. Detalhe: nenhum apoiador pode ter filiação a um
partido já legalizado. Além disso, é preciso ter adesões em ao menos nove estados.
Entre os partidos que deram um passo, mesmo que pequeno, além da simples abertura de
CNPJ, estão algumas tentativas de reconstrução de legendas extintas, como o Prona, do mé-
dico Enéas Carneiro, que disputou três eleições presidenciais e chegou a ficar em terceiro no
pleito de 1994, atrás de FHC e Lula. Há em andamento duas tentativas de ressuscitar o Prona
no TSE, mas a mais exitosa delas reuniu até agora apenas 2.523 apoiadores.
Outra tentativa de ressurreição de legenda envolve a UDN (União Democrática Nacional),
partido que nasceu em 1945 como oposição a Getúlio Vargas e ao populismo e defendeu o
conservadorismo político, o liberalismo clássico e a moralidade nos costumes até ser dissol-
vido em 1965 durante a ditadura militar. Um de seus líderes foi o ex-governador da Guanabara
Carlos Lacerda, que apoiou e depois passou a fazer oposição ao regime militar até morrer em
1977. Agora, o partido se ofereceu para abrigar o presidente Jair Bolsonaro, já que ele realmen-
te deixou o seu PSL. Em contraposição, o Presidente já deixou claro que irá criar seu próprio
partido, que se chamará Aliança pelo Brasil.
Outro partido que busca ser recriado é a Arena (Aliança Renovadora Nacional), que domi-
nou a política do país durante os anos da ditadura militar. Era o partido oficial do regime, em
um sistema de bipartidarismo – a outra legenda permitida era o MDB, que aglutinava a oposi-
ção. A refundação da Arena, no entanto, está bem incipiente. Apesar de criada juridicamente
em abril de 2013, até agora, não há nenhum apoio de eleitor registrado no TSE.
Além das recriações, a lista de espera do TSE tem partidos para todos os matizes ideoló-
gicos (cristãos, nacionalistas, esquerdistas, conservadores e ecológicos, entre outros) e de
categorias muito específicas, como militares, servidores, indígenas, negros e esportistas. Há
também partidos em defesa dos animais, das favelas.
Como tragédia pouca é bobagem, está bem próximo (acredite se quiser!) de cumprir as
exigências mínimas para homologação pela lei o Partido Nacional Corinthiano, que já recolheu
assinaturas de mais de 441 mil apoiadores segundo o TSE (o site da legenda fala em mais de
490 mil), sendo 251 mil deles no estado de São Paulo, onde fica a sede do Corinthians, que
inspirou a criação da legenda. O time, no entanto, diz não ter relação com qualquer iniciativa
neste sentido.

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Novidade recente na busca por maior lisura ao processo eleitoral no Brasil ocorreu por
meio da proibição do financiamento privado de campanhas por empresas. Entre 1993 e 2014,
as empresas brasileiras podiam fazer doações para campanhas eleitorais. O limite legal era
2% do faturamento bruto da empresa no ano anterior à eleição. O beneficiário podia tanto ser o
candidato, quanto o partido político, que transferia o recurso para os candidatos. A nova regra
valeu já para as eleições municipais de 2016. Com vistas a facilitar a compreensão do novo
modelo, confira do sítio na internet Politize um quadro bastante elucidativo sobre as regras e
suas mudanças. Em: http://www.politize.com.br/financiamento-privado-de-campanhas/
As maiores bancadas na Câmara atualmente (legislatura 2019-2022):
• 1. PT: 53 deputados;
• 2. PSL: 41 deputados;
• 3. PP: 40 deputados;
• 4. PL: 39 deputados;
• 5. PP: 38 deputados;
• 6. PSD: 36 deputados.

Nessa legislatura que se iniciou em 2019, 25 partidos possuem representantes na Câmara


dos Deputados, número recorde em termos de representação partidária em todos os tempos.
O PSL – Partido Social Liberal –, de orientação conservadora de direita, se tornou o maior
partido na Câmara dos Deputados no início da atual legislatura (2019-2022). Sem dúvida
nenhuma, tamanha envergadura tem sua origem na decisão acertada de filiar o atual Presi-
dente Jair Bolsonaro, em 2018, após ele ter passado dois anos no PSC (sendo este último o 8º
partido seguido de Bolsonaro em 30 anos como parlamentar), para juntos vencerem a eleição
presidencial.
Na eleição geral de 2018, capitalizando os votos dados a Jair Bolsonaro e seus filhos, Flá-
vio Bolsonaro (PSC-RJ), o senador mais votado da história do RJ, e Eduardo Bolsonaro (PSC-
-SP), eleito para a Câmara, o partido se transforma em uma potência. Se, na legislatura anterior
(2015-2018), a representação do partido se resumia a UM DEPUTADO APENAS, em 2019, 53
deputados tomaram posse em fevereiro para iniciar a nova legislatura. O partido que jamais
havia governado qualquer Unidade da Federação elege também 3 governadores: RO, RR e SC.
Veja, caro(a) aluno(a), um mapa, algumas linhas abaixo, dos governadores eleitos (2019).
Por fim, ainda acerca desse tema partidário, a regra da cláusula de barreira estipula só
terem direitos ao Fundo Partidário e ao tempo gratuito de rádio e TV nessa legislatura (2019 a
2022) partidos que ultrapassaram as seguintes barreiras: eleitos pelo menos 9 deputados de 9
estados ou que tiverem um desempenho mínimo nas urnas de 1,5% dos votos válidos distribu-
ídos em pelo menos 9 estados e com, ao menos, 1% de votos em cada um deles.
Para quem tiver interesse em ler sobre as regras do fundo partidário, indico este link: http://
www.tse.jus.br/partidos/fundo-partidario-1/fundo-partidario

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2.1.2. As Eleições de 2018


Em 7 de outubro, realizamos nossas Eleições Gerais de 2018. Com mais de 147.000.000
de eleitores, o Brasil se consolida como a terceira maior democracia global, atrás apenas da
Índia, país que tem um sistema eleitoral confuso, baseado em religião, distritos e principalmen-
te castas, e dos EUA, potência esta eivada por um sistema eleitoral também confuso e indireto,
no qual o primeiro lugar no voto popular nem sempre leva, como ocorrido na eleição de Trump
em 2016. O atual mandatário (Trump) obteve em torno de 2,8 milhões de votos a menos que a
sua rival: Hillary Clinton.
Nas eleições de 2018, o pleito para presidente foi o mais concorrido em número de can-
didatos desde a eleição de 1989. Se em fins dos anos 1980, após 29 anos sem eleições para
Presidente, havia 22 candidatos, agora, 29 anos depois, foram 13 os candidatos. E houve candi-
datos para todos os gostos: um ex-presidente presidiário (Lula, que tentou ser candidato, mas
não conseguiu, pois em abril de 2018 foi encarcerado); um ex-governador do estado (Geraldo
Alckmin), que produz 1/3 do PIB nacional, mas que está enrolado até a medula na Operação
Lava Jato; um debochado capitão da reserva do Exército com discursos ufanistas e ultracon-
servador (Jair Bolsonaro, o vencedor!); um cabo dos bombeiros militares do Rio de Janeiro que
evoca a todo início de frase a “graça do Senhor Jesus Cristo” (Cabo Daciolo); uma ambientalis-
ta evangélica (Marina Silva); e até a candidata da “revolução socialista” (Vera do PSTU – Parti-
do Socialista dos Trabalhadores Unificado).

Alguns dados e fatos chamaram a atenção neste pleito e podem aparecer em questões ou
futuros temas de redação de Atualidades em concursos. Então, vamos a eles!

Nas eleições de 2018, o número de jovens entre 16-17 anos que se inscreveram para votar
caiu proporcionalmente frente às eleições de 2014. Se antes foram 23% do contingente total
os cadastrados a participar (o voto não é obrigatório nesta idade, nem para os acima de 70
anos), agora (em 2018) foram 21% do total apenas, demonstrando uma nítida queda no inte-
resse deste grupo etário por participar do processo democrático.
Outro dado chama a atenção, sendo destacado pelo ex-presidente do TSE Luiz Fux, em seu
discurso de despedida do cargo em meados do mês de ago/2018. Diz respeito ao fato de ter-
mos atingido o número de 50% de eleitores cadastrados pelo sistema biométrico, sendo meta
do TSE atingir a totalidade dos eleitores até 2022. O TSE realizou também um enorme avanço,
sem dúvidas, ao ter cadastrado mais de 6.000 eleitores pelo seu nome social. São transexuais
e travestis que, pela primeira vez na história, já poderão votar com um nome escolhido.
Além destes avanços, Luiz Fux, ao passar o bastão para Rosa Weber, destacou que, nas
eleições de 2018, avançamos bastante, pois, com o auxílio de órgãos de investigação e judi-
ciários, como a Polícia Federal, Ministério da Justiça e ABIN, inicia-se, ao menos em tese, o
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combate às chamadas fake news, ou seja, a disseminação de notícias e fatos falsos atribuídos
a candidatos. Mas é bem verdade que, mesmo havendo pioneiramente um esforço dos órgãos
oficiais com vistas a contar as fake news, o que vimos, de fato, foi uma enxurrada destes tipos
de mensagens, principalmente por meio do WhatsApp e do Facebook nas eleições. Não à toa,
uma CPI para investigar exatamente estas fake news fora aberta em fins de 2019 na Câmara
dos Deputados.

Fake news são informações deturpadas, emanadas por agentes que visam disseminar
informações, dados, ou notícias falsas. Via de regra, servem para denegrir pessoas ou grupos
opostos, podendo, logicamente, também promover ações positivas (de forma falsa) de alguém
ou de determinado(s) grupo(s).
Embora estejam atualmente em pauta como nunca, as fake news são uma prática antiga,
sendo disseminadas historicamente via panfletos ou veículos específicos de mídia. Contudo,
com as facilidades inerentes à propagação das redes sociais na última década, em especial,
as fake news ganharam proporções gigantescas. Foram, como já se sabe, inclusive a tônica
das eleições presidências nas duas maiores nações americanas, os EUA (em 2016) e no Bra-
sil (2018).
No caso mais específico brasileiro, a motivação pela criação da CPMI da Fake News foi
a suspeita de uso de notícias falsas e desinformação, além de assédio e incitação a outras
práticas criminosas na internet, durante as eleições de 2018.
A CPMI das Fake News foi instalada em setembro de 2019, com o senador Ângelo Coronel
(PSD-BA) sendo eleito presidente e a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) nomeada relatora.
Em abril de 2020, a CPMI foi prorrogada e passou a focar também na disseminação de
desinformação sobre a pandemia do COVID-19 e do negacionismo do coronavírus.

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2.1.3. Governadores Eleitos para 2019

Em: https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/veja-quem-sao-os-governadores-eleitos-em-2018/

No mapa acima temos, em 2019, 13 partidos com governadores. PT e PSDB possuem 4


governadores e lideram no total. Já o MDB, PSB e PSL, todos estes com 3 governadores, enca-
beçam o ranking dos partidos com maiores números de governadores para a atual legislatura
iniciada em 2019.

O Impeachment de Witzel no Rio de Janeiro


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, em fins de ago/2020, o afastamento ime-
diato do governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por suspeitas de corrupção. O Tribunal tam-
bém determinou buscas contra a primeira-dama, a advogada Helena Witzel, que tem contratos
com empresas envolvidas no esquema de desvio de recursos.
Os ministros da Corte Especial do STJ citaram “fatos graves” e indícios de vazamento e
destruição de provas para manter Witzel fora do governo.
A ordem de afastamento e os mandados de prisão e busca e apreensão são decorrência
das investigações da Operação Favorito e da Operação Placebo -- ambas realizadas em maio,
e da delação premiada de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde.
O ministro do STJ Benedito Gonçalves, que determinou o afastamento de Witzel do cargo,
apontou em sua decisão que o Ministério Público Federal (MPF) descobriu uma “sofisticada
organização criminosa, composta por pelo menos três grupos de poder, encabeçada pelo go-
vernador Wilson Witzel”.
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A suspeita é de que o governador tenha recebido, por intermédio do escritório de advocacia


de sua mulher, Helena Witzel, pelo menos R$ 554,2 mil em propina. O MPF descobriu transfe-
rência de R$ 74 mil de Helena Witzel para a conta pessoal do governador.
Por conta dessa suspeita, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pede reparação aos
cofres públicos no valor de R$ 1,1 milhão do governador do Rio de Janeiro.
A descoberta do esquema criminoso teve início com a apuração de irregularidades na con-
tratação dos hospitais de campanha, respiradores e medicamentos para o enfrentamento da
pandemia do coronavírus.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o governo do RJ estabeleceu um es-
quema de propina para a contratação emergencial e para liberação de pagamentos a organi-
zações sociais (OSs). Estas prestam serviços ao governo especialmente nas áreas de Saúde
e Educação.
Witzel, vale destacar, foi um dos maiores aliados de Jair Bolsonaro em sua eleição. Os dois,
contudo, romperam a aliança ainda nos primeiros meses de 2019, tornando-se, rapidamente,
inimigos políticos.

2.1.4. A Vitória de Jair Bolsonaro e o Primeiro Ano e Meio de Governo


Eleito em segundo turno, bradando um discurso “contra tudo que está aí”, com vantagem
de mais de 10 milhões de votos (55,13% dos votos válidos) sobre seu adversário Fernando
Haddad (PT), o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro sai do baixo clero da Câmara dos
Deputados, na qual foi parlamentar por quase 30 anos, para se tornar (para surpresa de muitos
analistas políticos) o 380 presidente do Brasil.
E já em seu discurso de posse, Bolsonaro vocifera com a bandeira do país em punho que
“ela nunca mais será vermelha”, uma clara oposição ao PT – Partido dos Trabalhadores –, que
governou o país entre 2003-2016, com Lula e depois Dilma Rousseff.
Como primeira medida de governo, Bolsonaro forma um ministério mais enxuto – e com a
sua cara e preceitos. Ou seja, baseado no conservadorismo liberal. Reduzindo em 22 pastas
ministeriais principais (com Dilma havia chegado a 39 pastas), as principais novidades na Es-
planada são: a extinção do Ministério do Trabalho e a criação do Superministério da Economia
ao fundir o Ministério do Planejamento e Fazenda nessa pasta.
O núcleo ministerial mais radical (todos seguidores do autointitulado filósofo Olavo de Car-
valho) do Executivo, agora comandado por Bolsonaro, residia em um triunvirato ministerial
envolvendo o Ministério das Relações Exteriores (Ministro Ernesto Araújo), o da Família e dos
Direitos das Mulheres (Ministra Damares) e o da Educação. Abraham Weintraub, ex-Ministro
da Educação, que havia assumido a pasta em abril de 2019, após a demissão de Ricardo Ve-
lez, se foi em jun/2020. Para o seu lugar, assume em definitivo (após uma semana com o
Ministro Decotelli, aquele mesmo ….que apresentou um currículo acadêmico falso) o Pastor
Milton Ribeiro.

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Bolsonaro, seguindo promessa feita em campanha (em que seu gesto mais simbólico
eram arminhas simuladas com as duas mãos), promove decreto facilitando a posse de armas.
Contudo, em maio de 2019, viu-se que suas pretensões armamentistas estavam eivadas por
inúmeras inconstitucionalidades. O Presidente chegou, por meio deste decreto personalista, a
versar que fosse facilitada a posse de fuzis por parte da população civil interessada. Porém, a
abertura (e facilidades) por parte da população brasileira para adquirir armas ainda segue para
ser analisada mais profundamente em primeira instância pelo Congresso Nacional.

Acerca de que se facilite a aquisição de armas de fogo para a população, premissa de campa-
nha que vem sendo arduamente perseguida por Jair Bolsonaro, tais medidas emanadas pelo
executivo federal desde a posse do atual Presidente vêm sofrendo um severo controle por
parte do Ministério Público Federal – órgão moderador que emanou uma série de questiona-
mentos sobre isso. Destacou, por exemplo, em out/2019, via nota técnica, parecer em que con-
sidera evidente que, ao flexibilizar-se a aquisição de armas por policiais, terá como resultado
uma enorme facilitação ao desvio de armas para milícias. As tratativas acerca de flexibilizar o
armamento para a sociedade civil seguem em curso, contudo. Bolsonaro, em recente reunião
ministerial divulgada em rede nacional, deixou claro perseguir a intenção de armar toda a po-
pulação (segundo suas próprias palavras).
Tal processo deve passar fundamentalmente pelo Congresso Nacional, até por se tratarem de
projetos de lei em sua maioria, apoiando-se na chamada “Bancada da Bala”. Esta é formada
por um grupo de parlamentares, em geral militares, policiais, delegados e ruralistas que de-
fendem arduamente o armamento por parte da população e pretendem dar salvaguarda aos
projetos de lei neste sentido. Nessa baila, o número de aquisições de armas regulares por
cidadãos no Brasil vem crescendo como há muito tempo não se via; atingindo recordes em
2019 e seguindo a tendência em 2020.

Já no plano estrutural/econômico, houve vitória importante de nosso atual mandatário.


Jair Bolsonaro, em conluio com seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, consegue a aprova-
ção em jul/2019 na Câmara dos Deputados da Reforma da Previdência. Gestada originalmen-
te no governo anterior, em molde bastante draconiano de Michel Temer, é com Bolsonaro na
presidência que este novo marco, nascido com vistas a se promover um ajuste nas constas
públicas nacionais e correções de injustiças, se tornou realidade. Falaremos sobre a Reforma
da Previdência, caro(a) aluno(a), tão importante e de enorme dimensão na vida nacional, de
forma esmiuçada um pouco mais à frente, ok?

A Política Externa Bolsonarista


No plano externo, o governo de Jair Bolsonaro se alinha, como há muito tempo não se via,
com os EUA e também com Israel, por tabela, chegando a anunciar a transferência da embaixada

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do Brasil em Israel (seguindo o mesmo roteiro feito pelos EUA em 2018), de Tel-Aviv para a
cidade de Jerusalém, dando força, assim, à causa judaica. No caso dos americanos, em sua
primeira viagem oficial aos EUA, em Fev/2019, Bolsonaro volta de Washington oferecendo
vantagens aos turistas americanos, como isenção de custas para vistos a todos os ameri-
canos que aqui desejem desembarcar como turistas. Além disso, houve também garantias
à compra de trigo plantado nos EUA, com isenção de taxas alfandegárias por parte de nosso
país. Somos uma população adicta por pão e derivados deste precioso cereal oriundo das
partes mais temperadas do globo. Em contrapartida, Trump devolve apenas uma vaga sinali-
zação de que apoiaria o ingresso brasileiro na enfraquecida Organização para a Cooperação e
o Desenvolvimento Econômico (OCDE), e ambos encerram os protocolos desta visita trocando
entre eles camisas de suas respectivas seleções de futebol.
O alinhamento escancarado promovido por Bolsonaro em torno de seu parceiro ideológi-
co, o Presidente Donald Trump, resultou, meses depois, em declarações de apoio proferidas
pelo mandatário norte-americano a que nosso presidente prosseguisse aguerrido em defesa
de seu projeto pessoal: tornar o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um de seus
filhos, embaixador do Brasil nos EUA. E Bolsonaro, após quase um mês brigando contra a im-
prensa e a opinião pública, se demove dessa ideia ao ser acusado de promover uma tentativa
escancarada de nepotismo.
Bolsonaro em sua primeira viagem oficial com destino ao Fórum Econômico de Davos,
na Suíça, em Dez/19 fez um discurso curto. Por lá, no inverno rigoroso europeu, sem arrancar
aplausos (nem vaias), sinalizou que não iria sair, por enquanto, do Acordo do Clima de Paris,
após ter anunciado em campanha no ano anterior que deixaria, caso fosse eleito, tal acordo.
Já em setembro de 2019, ao assumir o posto destinado aos presidentes brasileiros e abrir
a Assembleia Geral anual da ONU, em Nova York, por 30 minutos, o nosso Presidente se di-
rigiu ao mundo vociferando ataques em meio a seus paradigmas ideológicos e perseguindo
deixar claro, entre outros pontos, que o seu governo era uma oposição ao socialismo/comu-
nismo. Sobre tal discurso na ONU (24/09/2019), o seu primeiro, com vistas a facilitar nosso
trabalho em Atualidades do Brasil, veja abaixo em resumo 5 pontos (em tópicos) atacados/
destacados por Bolsonaro.
Segue link para quem quiser promover uma leitura integral do discurso de Bolsonaro na
ONU: https://exame.abril.com.br/brasil/leia-na-integra-o-discurso-de-bolsonaro-na-assem-
bleia-da-onu/)

1. Socialismo

Bolsonaro abriu seu discurso dizendo que o Brasil “ressurge depois de estar à beira do so-
cialismo”. Ele fez duras críticas a Cuba, especialmente ao programa Mais Médicos, que levou
médicos cubanos para trabalhar no Brasil, e também à Venezuela.

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Os cubanos deixaram o programa, iniciado durante o governo da ex-presidente Dilma Rou-


sseff, com o rompimento do acordo de colaboração por parte de Havana após a eleição de
Bolsonaro.

Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção ge-
neralizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos
valores familiares e religiosos que formam nossas tradições.

Segundo Bolsonaro,

A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para
colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasi-
leiro e de outros países da América Latina. Foram derrotados!

Bolsonaro acrescentou que o Brasil está trabalhando com os Estados Unidos para que a “a
democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também nos empenhamos duramente para
que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime”.

O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez
para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser com-
batido.

2. Economia

Em seguida, Bolsonaro defendeu a abertura da economia. Destacou o acordo entre o Mer-


cosul e a União Europeia, alcançado em seu governo. Prometeu ainda novos acordos “nos
próximos meses”.
Além disso, falou sobre a adesão do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e De-
senvolvimento Econômico), preconizada em sua visita oficial aos EUA em fev/2019.

Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E vice-versa. O li-
vre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes hoje no Brasil. A economia
está reagindo, ao romper os vícios e amarras de quase duas décadas de irresponsabilidade fiscal,
aparelhamento do Estado e corrupção generalizada. A abertura, a gestão competente e os ganhos
de produtividade são objetivos imediatos do nosso governo. Estamos abrindo a economia e nos
integrando às cadeias globais de valor. Em apenas oito meses, concluímos os dois maiores acordos
comerciais da história do país, aqueles firmados entre o Mercosul e a União Europeia e entre o Mer-
cosul e a Área Europeia de Livre Comércio, o EFTA. Pretendemos seguir adiante com vários outros
acordos nos próximos meses. Estamos prontos também para iniciar nosso processo de adesão à
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Já estamos adiantados,
adotando as práticas mundiais mais elevadas em todo os terrenos, desde a regulação financeira até
a proteção ambiental.

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3. Amazônia

Bolsonaro defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Reforçou que a Amazônia


não é um “patrimônio da humanidade”, tampouco “o pulmão do mundo”.
Criticou ainda o que chamou de “os ataques sensacionalistas” de “grande parte da mídia
internacional devido aos focos de incêndio”.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram um aumento expres-
sivo no número de incêndios florestais nesse ano no Brasil, na comparação com igual período
do ano passado.
Após a divulgação dos números, Bolsonaro demitiu o então Diretor-Geral do órgão, Ri-
cardo Galvão.

Em primeiro lugar, meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente
e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. Nesta época do ano, o clima
seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas. Vale ressaltar que existem tam-
bém queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e
forma de sobrevivência. Problemas, qualquer país os têm. Contudo, os ataques sensacionalistas
que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia
despertaram nosso sentimento patriótico. É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da hu-
manidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do
mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da
mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é
mais sagrado: a nossa soberania.

“Um deles por ocasião do encontro do G7 ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem se-
quer nos ouvir”, disse, em alusão indireta ao presidente da França, Emmanuel Macron.
Bolsonaro também reforçou que o Brasil “não vai aumentar para 20% sua área já demar-
cada como terra indígena, como alguns chefes de Estado gostariam que acontecesse”. Disse
ainda que os indígenas “são seres humanos, exatamente como qualquer um de nós”.
Também criticou o cacique Raoni Metuktire, do povo caiapó, liderança indígena de desta-
que internacional.

A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns
desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangei-
ros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia.
Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar
e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas.

Bolsonaro afirmou que a mentalidade colonialista não pode regressar à ONU e criticou
França e Alemanha.

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Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por exem-
plo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras para
a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado.

Segundo o presidente brasileiro, seu governo tem uma política de “tolerância zero para com
a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais”.
Ele disse que qualquer “iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da Floresta Amazônica,
ou de outros biomas, deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira”.

Também rechaçamos as tentativas de instrumentalizar a questão ambiental ou a política indige-


nista, em prol de interesses políticos e econômicos externos, em especial os disfarçados de boas
intenções. Estamos prontos para, em parcerias, e agregando valor, aproveitar de forma sustentável
todo nosso potencial.

4. Criminalidade

O presidente brasileiro destacou a redução da criminalidade que, segundo ele, tem ocorrido
em seu governo. “Hoje, o Brasil está mais seguro e ainda mais hospitaleiro”, afirmou.
Citou os quase 70 mil homicídios anuais no Brasil, dizendo que os policiais militares “eram
o alvo preferencial do crime”, sem citar o caso que na semana gerou comoção no Brasil da me-
nina Ágatha Félix, de oito anos, que foi atingida por um tiro e morta no Complexo do Alemão,
no Rio, por policiais.
Também disse que supostos “presidentes socialistas” que o antecederam no Brasil “des-
viaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento”.
E citou seu ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, atribuindo a ele
o julgamento e punição dessas pessoas “graças ao seu patriotismo, perseverança e coragem”.

5. Ideologia

Na parte final de seu discurso, Bolsonaro investiu contra o que chamou de “sistemas ideo-
lógicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto” e relacionou isso
ao ataque que sofreu durante a campanha, quando foi esfaqueado.
Afirmou que “a ideologia” teria se instalado “no terreno da cultura, da educação e da mídia,
dominando meios de comunicação, universidades e escolas”.
Também teria invadido “lares” para, em suas palavras, “investir contra a célula mater de
qualquer sociedade saudável, a família”.
“Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo sua identi-
dade mais básica e elementar, a biológica”, afirmou.
O presidente brasileiro destacou também o “politicamente correto” que, segundo ele, “pas-
sou a dominar o debate público para expulsar a racionalidade e substituí-la pela manipulação”.

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“A ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar Deus e a dignidade com que
Ele nos revestiu”, afirmou. Essa “ideologia”, segundo ele, deixou “rastro de morte, ignorância e
miséria por onde passou”.
E disse Bolsonaro que ele próprio foi “vítima”, quando foi esfaqueado por um “militante de
esquerda”. O então candidato à Presidência foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, em
setembro de 2018.
O autor do crime foi detido e julgado incapaz de responder pelos próprios atos, porém se-
gue preso como um preso digamos “normal” na penitenciária de segurança máxima de Campo
Grande, no Mato Grosso do Sul (uma das 5 penitenciárias federais deste tipo no Brasil). Sua
defesa considera que Adélio foi considerado inimputável no julgamento do caso da facada,
tendo sido “absolvido impropriamente”, no jargão jurídico. Portanto, seu status não pode ser
considerado como preso, devendo ser levado a um hospital psiquiátrico.

Bolsonaro e ONU 2020


Em Set/2020, o Presidente volta a abrir a Conferência da ONU. Pela primeira vez, a Assem-
bleia Geral das Nações Unidas foi realizada em um ambiente virtual, por causa da Covid-19. Os
líderes mundiais enviaram vídeos gravados com seus pronunciamentos para a 75ª Assembleia
Geral das Nações Unidas. Como tradição, o Brasil foi o primeiro a ser ouvido.
Em seu discurso, de quase 15 minutos, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, lamentou
as mortes provocadas pelo novo coronavírus e falou sobre as medidas adotadas pelo Governo
Brasileiro para enfrentar a doença. “Desde o princípio, alertei, em meu País, que tínhamos dois
problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simulta-
neamente e com a mesma responsabilidade”, disse.
O Presidente Bolsonaro também lembrou que, apesar da crise mundial, a produção rural
não parou, mantendo a preservação de matas nativas. “Nosso agronegócio continua pujante e,
acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta”.
Destacou ainda a política ambiental brasileira. “Os focos criminosos são combatidos com
rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Jun-
tamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar
os autores desses crimes”.
Confira os principais temas do discurso do Presidente Jair Bolsonaro:
Covid-19: o Presidente ressaltou a importância de combater o novo coronavírus e o desem-
prego. Para isso, o Governo Brasileiro implementou medidas econômicas para o pagamento de
um auxílio emergencial a 65 milhões de pessoas, além disso destinou mais de 100 bilhões de
dólares para ações de saúde, socorro a pequenas e microempresas, assim como compensou
a perda de arrecadação dos estados e municípios.
Produção rural: mesmo com a crise do novo coronavírus, o Presidente Bolsonaro ressaltou
que a produção rural não parou, e que os caminhoneiros, marítimos, portuários e aeroviários
mantiveram ativo todo o fluxo logístico para a distribuição interna e a exportação.
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Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de
nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e agricultura. Nú-
meros que nenhum outro país possui.

Meio Ambiente: o Presidente Bolsonaro ressaltou a tolerância zero com crimes ambientais
e que o Brasil é líder em conservação de florestas tropicais com a matriz energética mais lim-
pa e diversificada do mundo. Segundo o Presidente, o País está ampliando e aperfeiçoando o
emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com
a participação das Forças Armadas.
Apoio humanitário: o Presidente lembrou que o Brasil vem sendo referência internacional
pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que che-
gam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima com a Operação Acolhida. Segundo
ele, o País já recebeu quase 400 mil venezuelanos.
Operações de paz: Bolsonaro ressaltou que o Brasil tem os princípios da paz, cooperação
e prevalência dos direitos humanos inscritos na Constituição, e, tradicionalmente, contribui, na
prática, para a consecução desses objetivos. Citou que o País já participou de mais de 50 ope-
rações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 55 mil militares, policiais e
civis, com participação marcante em Suez, Angola, Timor Leste, Haiti, Líbano e Congo. O Brasil
teve duas militares premiadas pela ONU na Missão da República Centro-Africana pelo trabalho
contra a violência sexual.
Política Externa: o País está comprometido com a conclusão dos acordos comerciais fir-
mados entre o Mercosul e a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio,
segundo o Presidente. Tais acordos possuem importantes cláusulas que reforçam o compro-
misso do Brasil com a proteção ambiental, na visão de Jair Bolsonaro. Ele também disse que
o Brasil está próximo do início do processo oficial de acessão à OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Ainda dentro do plano externo, em quase dois anos, o que se percebe é que ele age re-
vestido claramente por um discurso (em tese) soberanista, ao bradar não aceitar qualquer
ingerência internacional sobre a Amazônia, gerando assim enorme distensão. Uma crise de
confiança acerca de sua capacidade em gerir de forma equilibrada o meio ambiente nacional
ganha enorme envergadura quando ele demite do cargo de Diretor do Inpe – Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais – o servidor de carreira Ricardo Galvão, em ago/2019, após este ha-
ver alertado à imprensa um contundente aumento em curso nas queimadas na Amazônia em
2019 em comparação aos dados colhidos pelo mesmo instituto em 2018. Bolsonaro se coloca
também em oposição às iniciativas do Ibama de cunho punitivo, instrumentalizadas por mul-
tas (e o próprio presidente foi multado pelo órgão, ainda deputado, ao realizar a pesca no mar
em época e área proibida). Por fim, Bolsonaro rompe com o Fundo Amazônia em Jul/2019,
um mecanismo patrocinado pela Noruega e Alemanha com vistas a destinar recursos na casa
dos bilhões de dólares a serem utilizados em ações de preservação principalmente do bioma

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amazônico. Passados quase um ano e meio, estima-se que neste período essa ruptura tenha
deixado de injetar quase 3 bi. de dólares destinados à proteção da Amazônia.
Mas o anticlímax em relações externas completo ocorre quando o presidente francês
Emmanuel Macron aproveitou a reunião do G7 para sensibilizar outros chefes de estado reuni-
dos na cidade francesa de Biarritz de que o Brasil entrava em uma rota no ano de 2019, ditada
exclusivamente por Bolsonaro, de evidente descaso frente às questões ambientais sensíveis e
globais. Jair Bolsonaro, com a popularidade já completamente esfarelada no exterior, apelou e,
como uma espécie de troco ao presidente francês, deu voz a seus seguidores que ridiculariza-
ram nas redes sociais a esposa de Macron, primeira-dama Brigitte Macron. Nosso presidente
deixou no ar que as críticas proferidas por Macron seriam resultado de uma suposta inveja do
presidente francês diante da beleza e juventude de nossa primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Mas os números não mentem, embora Bolsonaro ache que sim: é fato que todo mês de
agosto, época de seca na Amazônia, ocorrem milhares de focos de incêndio, mas, em 2019,
ao se detectarem 28.000, maior número do que qualquer ano da série histórica para o mesmo
mês de agosto de 1988 (quando se iniciam as medições), Bolsonaro, ao ser questionado, não
perdeu tempo e apontou o dedo em direção às atividades das ONGs (veremos nesta aula o
trabalho das ONGs ambientais no Brasil). Eximindo-se de responsabilidades, o Presidente fez
questão de deixar no ar desconfiar, mesmo dizendo não ter provas, que tal crescimento nos fo-
cos de incêndio percebidos para 2019 estivera em completa associação às atividades crimino-
sas promovidas por organismos ambientais com vistas a prejudicar a imagem de seu governo.
E o choque é evidente quando o governo de Bolsonaro deixa mais do que claro considerar
ser um equívoco econômico e estratégico todo o direcionamento anterior a seu governo, quan-
do, ao longo de décadas, a diplomacia brasileira consolidou como base o conceito de desen-
volvimento sustentável, expansão de energia limpa e proteção de áreas em todos os biomas.
Em tese era uma agenda que deveria continuar sendo implementada, mas que sofreu ruptura
completa a partir de 2019 quando Jair Bolsonaro tomou posse em 1º de janeiro como Presi-
dente. Sua política para o setor considera que áreas indígenas e unidades de conservação (e
políticas de proteção ao meio ambiente) são, segundo suas palavras, a base para o atraso e
que devem ser reformuladas por completo.
Como consequência, ao embarcar de cabeça em torno de sua ideologia antiambientalista,
Bolsonaro criou em torno de si uma rejeição jamais vista antes por parte de países desenvolvi-
dos europeus. Na verdade, eles (os países europeus em sua maioria) contavam com um prag-
matismo acerca de tais temas por parte da política externa brasileira, em tese, consolidado e
que tais paradigmas não seriam alterados assim tão drasticamente.

Por fim, a formação de um amplo acordo econômico entre a UE e Mercosul se encontra bas-
tante abalada, em fase de quase término de relações após ter caminhado em céu de brigadei-
ro ao longo de 2018, até os primeiros meses de 2019. E não podia ser diferente: não é recomen-
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dável a falta de maturidade e consenso no direcionamento de nossa política externa acerca de


temas tão sensíveis, como o meio ambiente e direitos humanos.
Para fins de 2020, a situação de escopo de negociações (e recentes rusgas e frustrações)
não poderia ser pior. O Parlamento Europeu aprovou, em 7 de outubro, uma resolução que
manifesta oposição à ratificação do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul por
preocupações exatamente com a política ambiental no Brasil
Aprovado por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções, o texto diz que nosso país vai con-
tra os “compromissos feitos no Acordo de Paris, particularmente no combate ao aquecimento
global e na proteção da biodiversidade” (ler nessa mesma aula sobre o tema Acordo de Paris).
O alerta consta na verdade como emenda a um relatório de 2018 sobre as políticas comerciais
do bloco. O documento concluía que a integração com os sul-americanos teria o potencial de
diversificar as cadeias produtivas da Europa e poderia criar um mercado conjunto de aproxima-
damente 800 milhões de habitantes.

O atual Ministro das Relações Exteriores do Brasil, o diplomata Ernesto Araújo, é um bas-
tião do pensamento de direita de Bolsonaro. Figura que não se exime em deixar claro ao que
veio: representar uma fissura em torno de paradigmas e agendas impressas desde a redemo-
cratização, sustentando a ferro e fogo o discurso do conservadorismo e antiglobalista.
Em relação ao antiglobalismo, Ernesto Araújo se posiciona de forma contundente com
vistas a promover uma ruptura frente a noções consolidadas pelas relações internacionais
em termos globais (ou seja, o globalismo), como o aquecimento global vetorizado por ativida-
des antrópicas (que ele chama, ridicularizando, como um “climatismo”) e as ações conjuntas
globais em defesa da Amazônia.

2.2. Economia Brasileira


Introdução

A atividade econômica, nos 14 meses de governo de Jair Bolsonaro anteriores a fevereiro


de 2020 (até o início da pandemia de Covid-19 no país), se encontrava em relativa estagnação
no que tange ao seu crescimento, com baixa inflação (dando indícios de deflação, ou seja,
queda nos preços, o que denuncia uma paralisia econômica) e cotação do dólar desde agosto
de 2019 acima dos 4 reais, a qual atingiu, em fevereiro de 2020 os 5 reais, patamar que não
saiu mais.

2.2.1. A Economia em 2020 (mesmo com Covid-19)


A Economia Brasileira em 2020:
Envolta em um cenário de crescimento tímido e desafios gigantes, a economia do Brasil
adentra a esta nova década ainda situada dentre o rol das 10 maiores economias do
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mundo. Somos, atualmente, dependendo da base metodológica e instituição aferidora, a 8a, ou


9a maior economia global. Após um período de crise aguda (2015-2016), seguimos, contudo,
sem achar nestes últimos anos uma rota de crescimento com base em índice compatível ao
nosso imenso potencial. A média de crescimento do PIB nacional nos últimos 3 anos fiscais
(2017-2019) ficou em 1,1% de média. Para 2020, antes do Covid-19, previa-se um baixo cres-
cimento econômico, mas ainda envolto em incertezas, pois o ano estava começando apenas
e o cenário político já se encontrava muito inflamado, o que prejudica a atividade econômica.
Agora, com a pandemia instalada, e sua previsão de parcial paralisia econômica até setembro
ou outubro, uma crise econômica para 2020/2021 será inevitável.
As previsões anuais do FMI, como sempre superestimadas, mostram-se frustradas em re-
lação às expectativas emanadas por seus executivos que lá de Washington mandaram avisar,
no alvorecer do ano passado, que o Brasil cresceria em taxa superior a 2% em 2019. Mas não
foi o que ocorreu, pois crescemos pouco neste primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro.
Novamente repetimos, tal qual observado também nos dois anos completos de Michel Temer
à frente da Presidência, taxa de crescimento na casa dos 1,1%.
Veja abaixo a série de crescimento do PIB oficial até 2018 nas últimas décadas.

Aqui vale um parêntese sobre os dados acima. Perceba bem, caro(a) alunos(a), que o gráfico
demonstra claramente que desde a entrada da década de 1980, e lá se foram 40 anos, o Brasil
não conseguiu sustentar longos períodos com bons níveis de crescimento econômico. Alter-
namos anos excelentes, como 1980, 1986, e 2010, nos quais ostentamos taxas fantásticas

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superiores a 7% de crescimento. Em outros, como 1994, 2004 e 2007, por exemplo, crescemos
bem, na casa dos 5%. Contudo, perceba, em vários anos, são percebidos crescimentos minús-
culos, além, claro, daqueles em que as barras em vermelho escancaram crises econômicas por
mais de 6 vezes nestes últimos 40 anos. A última recessão, observe, se deu entre os anos de
2015 (queda de 3,8% no PIB) e 2016 (queda de 3,6%). Sobre este biênio, inclusive, é fato incon-
testável: as perdas em mais de 7% do PIB somadas malogram o governo de Dilma Rousseff
(2011-2016), fazendo com que o período de 6 anos desta mandatária à frente do Executivo
Nacional seja lembrado, em Atualidades (e afirmo isso sem a menor pegada ideológica/parti-
dária), como de retumbante fracasso em termos de crescimento econômico. Pode ter certeza
de que será cobrado exatamente dessa forma nas provas de concursos ao longo desses pró-
ximos anos. Vale a dica!

Crescimento do PIB (2015-2019):


• 2015: – 3.8% >>> Governo Dilma;
• 2016: – 3.6% >>>> Governo Dilma;
• 2017: + 1.1% >>> Governo Temer;
• 2018: + 1.1% >>> Governo Temer;
• 2019: + 1.1% >>> Governo Bolsonaro;

Voltando ao nosso mais recente panorama econômico, a economia brasileira experimenta,


além de um baixo índice de crescimento uma crise fiscal aguda. A busca (volta) pelo supera-
vit orçamentário é algo sério. O Brasil não consegue, absolutamente, arrecadar mais do que
gasta. A série de deficit orçamentários – os chamados deficit primários – teve seu início em
2014, tal qual vimos em nossa aula de Atualidades do Brasil. Em 2019, o cabo de guerra, em
que temos, em uma ponta, os gastos totais do governo federal e, na outra, a arrecadação total,
ainda pende francamente a favor do lado dos gastos. Vivemos uma dura realidade. Abaixo
seguem medidas mais recentes (e drásticas) tomadas com vistas a tentar-se reduzir o deficit
fiscal (orçamentário):
• Teto de Gastos (EC n. 95, de 2017);
• Planos de Recuperação Fiscal para estados (RRF, de 2017);
• Reforma Trabalhista (2017) e, mais recentemente, a Reforma da Previdência (2019).

Mesmo assim, não conseguimos sair do atoleiro em nossas contas públicas.


Impressa desde o governo de Michel Temer (2016-2018) e seguida por Jair Bolsonaro (des-
de 2019), a agenda econômica do governo federal se encontra umbilicalmente ligada ao dis-
curso neoliberal. Elege, portanto, como inimigos figadais marcos como os gastos com servido-
res públicos, com programas assistenciais e proteção aos hipossuficientes; além disso, lógico,
busca representar ser a quintessência de uma cartilha que se opõe a todo um arcabouço de
ações que envolvam a atuação estatal precípua que, bem ou mal, é base a que haja a proteção

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dos direitos e garantias fundamentais. Nessa toada, qualquer sinergia estatal acerca de prote-
ção às minorias, ou de projeção de um ensino público superior (de qualidade) e políticas com
vistas à promoção de um meio ambiente sustentável, perde força.
Assim, desembarcamos em 2020 com tal modelo ainda mais fortalecido, devendo ser le-
vadas a cabo a Reforma Tributária e a Administrativa. Em 2019, outra vez, o orçamento perdeu
e seguimos namorando a casa dos 3 dígitos (mais ou menos 80 bilhões de reais) - na casa
dos 90 bilhões de deficit em nossas contas públicas. Esse rombo, mesmo sendo menor que
o esperado para o ano e, também, menor deficit primário desde 2015, revela-nos que ainda
estamos longe de vencer este importante desafio. A nossa economia padece na entrada desta
nova década enfrentando os desafios relativos a um deficit fiscal imenso e de baixa taxa de
crescimento econômico. Estes são, sem dúvida, nossos maiores desafios em 2020, havendo,
contudo, outras questões que não possuem relação com a Covid-19, vale destacar, mas que,
em função da epidemia, tendem a se agravar. Sigamos então!
Investimentos Externos
Em 2019 houve uma pequena elevação nos investimentos externos no Brasil, fruto de um
otimismo externo acerca da condução de nossa política macroeconômica impressa por Paulo
Guedes. Justiça seja feita, nosso Ministério da Economia se relacionou bem com os anseios
dos mercados, de investidores e de grandes grupos multinacionais, à medida que eles buscam
a segurança de países que se inclinam a promover, tal como temos feito, reformas ortodoxas
em suas contas públicas como a previdenciária e tributária.
Inflação
A inflação seguiu baixa e sob controle em 2019. Com índice de 4.31% ao ano em 2019,
ficou, contudo, maior que o previsto, mas ainda no centro da meta do Banco Central que era
de 4.25%. Havia previsões de que o indicador fosse menor para 2019, contudo, no fim do ano,
a elevação no preço da carne e os seguidos aumentos na gasolina fizeram com que a taxa au-
mentasse e passasse da meta. Para 2020, a meta se encontra nos mesmos 4.25%.
Juros
A taxa de juros vem experimentando desde o governo de Michel Temer quedas em sequên-
cia. No primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, chegou a um piso histórico, situando-se na
entrada de 2020 em 4.25%. É interessante destacar que, mesmo com essa baixa taxa de juros
em vigor, o consumo interno não vem experimentando incrementos consideráveis à medida
que o endividamento da população se encontra alto e também a renda não obteve ganhos
consideráveis, sem contar que os bancos não têm repassado as quedas no juros para seus
clientes em operações de crédito, como cheque especial e cartão de crédito.
O Saldo Comercial
Nosso saldo comercial, ou seja, a relação entre o quanto exportamos e importamos, em
2019, repetiu-se positivo. Se em termos de política interna fiscal o Brasil vive uma série de
deficit desde 2014 (o deficit primário), no caso da balança comercial, o Brasil apresentou bons
superavit, tanto em 2018 quanto em 2019.

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Vejamos abaixo algumas características de nossa balança comercial.


• Superavit de 46.9 bilhões (queda de 19,6% em relação a 2019);
• Exportações: 224 bilhões;
• Importações: 177 bilhões;
• Commodities (produtos primários agrícolas e minerais) respondendo por 52% da pauta
de exportações.

Os principais produtos exportados (todos commodities):


1º – soja em grãos;
2º – petróleo em bruto;
3º – minério de ferro;
4º – celulose;
5º – milho em grãos;
6º – carne bovina;
7º – carne de frango;
8º – farelo de soja;
9º – café em grãos;
10º – açúcar em bruto.
Principais destinos e valores de nossas exportações:
1 – China, Hong Kong e Macau: US$ 65,389 bilhões;
2 – Estados Unidos: US$ 29,556 bilhões;
3 – Países Baixos: US$ 10,100 bilhões;
4 – Argentina: US$ 9,714 bilhões;
5 – Japão: US$ 5,410 bilhões.

 Obs.: para esta Aula de Atualidades: versão Dezembro de 2020. Os números de 2020 ainda
não possuem resultados consolidados, pois o ano não terminou. Sendo assim, os
dados de 2019 são os dados oficias, portanto, ainda são a base fundamental.

Uma mudança na base de correção do valor se deu por iniciativa do Ministro Paulo Guedes,
que determinou que a partir de 2020 o salário mínimo será corrigido apenas pela inflação. Nos
anos anteriores, desde o governo Lula, acrescentava-se à correção do salário mínimo também
um ganho extra acima da inflação do ano anterior visando gerar ganho real de compra.
O presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória que garante o pagamento da 13ª
parcela para os beneficiários do programa Bolsa Família. Segundo o Ministério da Cidadania,
o pagamento aos beneficiários só será possível graças ao aumento de R$ 2,58 bilhões no or-
çamento da pasta previsto para 2019.

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O 13º salário do Bolsa Família foi uma das promessas de campanha do presidente Jair
Bolsonaro.

A Reforma Administrativa:
Concebida em 2020, em quase simultaneidade à Reforma Tributária, veio à luz a Reforma
Administrativa. Trata-se de um conjunto de novas regras relacionadas ao Serviço Público em
âmbito federal, especialmente no que tange a atividade do Executivo.
Proposta por Paulo Guedes, a Reforma Administrativa toca em pontos sensíveis como a
possibilidade de demissão de servidores, o fim de férias acima de 30 dias (professores uni-
versitários) e fim das progressões apenas por tempo de serviço. Em suma, visam, ao menos
no papel, corrigir distorções, devendo apenas ser votada no Congresso em 2021.
E tal como a sua irmã, a Reforma Tributária, gestada em mesmo período, a Reforma Ad-
ministrativa buscará contato com temas mais polêmicos apenas em uma segunda fase, tais
quais a diminuição da remuneração de entrada de servidores e cargos que perderão em defi-
nitivo a estabilidade.
Atualmente, vale o destaque, os gastos com servidores são crescentes e se tornam chave
para correções orçamentárias, ainda mais se levando em conta o tamanho do rombo orçamen-
tário nacional que já dura 7 anos fiscais. Este representando mais de 12 por cento do orçamen-
to federal, indicador proporcionalmente superior ao de países desenvolvidos.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Liberalismo de Paulo Guedes
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba. 05/08/2019.
Gestor de fundos milionários de investimentos e mais um expoente da escola de
economia de Chicago, instituição que há décadas se encontra como sendo o epicen-
tro do pensamento neoliberal no mundo, Paulo Guedes, 69 anos, se tornou o guru para
assuntos econômicos de Jair Bolsonaro, conduzindo desde 1º de janeiro de 2019 os
rumos da combalida economia brasileira.
Guedes recebe a pasta da Economia, que, até Temer, era chamada de Fazenda, tor-
nando-se o Superministro do atual Presidente. E não é para menos adjetivá-lo assim.
Este senhor de óculos e ternos mandatoriamente de tons de cor cinza ou azul, do alto
de seus 1,60m de altura, fala grosso e sem medo no dever de administrar a 9a maior
economia global.
Paulo Guedes tem pressa por reformas e deixou isso claro. Em meio às discussões
no plenário da Câmara dos Deputados acerca da Reforma da Previdência, na primei-
ra metade de 2019, sem milongas fincou o pé e bradou que, se não fosse aprovado o
texto tal qual o governo preconizava, ele iria embora, voltava para o mercado financeiro.
Ainda ao longo deste parto da reforma, discutiu feio em sabatina com parlamentares
e bancou a reforma a seus moldes, vencendo. A Reforma da Previdência saiu, mas ele
quer mais e sabe que pode.
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As ideias e o modelo econômico impresso por Guedes, todos estes chancelados


por seu chefe Jair Bolsonaro, buscam, em tese, direcionar novamente o Brasil rumo
ao desenvolvimento, como não poderia deixar de ser. Contudo, logicamente, dentro do
cercamento da cartilha do pensamento liberal: ou seja, sem contraditório, sem qual-
quer intervenção estatal e condenando empresas públicas e os gastos governamentais
ao purgatório. E Paulo Guedes hoje tem poder para isso: revistar e mudar uma imensa
gama de práticas as quais considera serem entraves incontestes a que o Brasil volte a
crescer e nosso nó fiscal primário deficitário (o saldo negativo de nossas contas públi-
cas, desde 2014, é uma realidade crítica) seja desatado. Declarava que ter prazo: ao
menos até o penúltimo ano deste mandato de Bolsonaro, ou seja, 2021. ATUALIZANDO
(em 01/11/2020): com a COVID-19 e os gastos extras realizados com o auxílio emer-
gencial, o governo abandonou de vez qualquer pretensão em relação a voltar a ter defi-
cit, ao menos até 2026. Contudo, ainda investe em reformas ortodoxas, tais quais as
Administrativa e Tributária.
Para tanto, o nosso Superministro da Economia, mesmo energizado pelo triunfo
alcançado na questão da Reforma Previdenciária (depois de sete meses de luta diária),
tem de seguir firme rumo a obter sucesso, portanto, em emplacar várias outras pautas
de sua agenda liberalizante. Guedes anuncia que, em breve, uma série de medidas, todas
dentro daquilo que por falta de um nome mais interessante vem sendo chamado como
o “Plano Guedes”, ao que parece ganharão corpo. Considerando fielmente, após ter
vencido o corpo a corpo com o Congresso na questão previdenciária, que o Brasil será
ungido por uma ambiência altamente positiva por parte do capitalismo, arquitetando
um cenário em que investidores estrangeiros escolherão novamente o país como porto
financeiro e produtivo, o Ministro manda e desmanda, na economia: libera saques no
FGTS; determina que bancos liberem 120 bilhões em depósitos compulsórios (dinheiro
que Banco Central ordena que os bancos deixem disponível); e não esmorece frente
a manter junto ao Banco Central uma diretriz contínua que determina a queda da taxa
oficial de juros.
Para os próximos meses, após vencidas tais batalhas, nosso Superministro perse-
guirá emplacar dois desafios imensos e que em nada têm a ver com esta primeira fase.
A economia está parada e ele disse que vai matar no peito uma outra reforma estru-
turante, a Reforma Tributária. ATUALIZANDO (em 01/11/2020): a reforma tributária
chegou a ser ventilada pelo Governo, com um pré-texto apresentado, mas segue para
discussão apenas em 2021.

2.2.2. O Agronegócio e a Desindustrialização


Duas questões cruciais para se compreender o movimento recente das marés da nossa
economia residem no agronegócio e suas escalas adquiridas e em como o Brasil vem se de-
sindustrializando. Então, vamos a eles com atenção, ok?
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A Divisão do PIB Nacional e o Agronegócio


Com uma participação em torno de 72% de nosso PIB (em média parecida com a global), o
setor de serviços (3º setor) lidera a produção de valor no Brasil. Bem atrás vemos o 2º setor,
a indústria, com participação na casa dos 22% (incluindo indústria extrativista), e em último
temos a agropecuária, respondendo isoladamente por algo em torno de 6% da produção do
valor total no país.
Sobre estes dados, mais especificamente sobre a agropecuária valem duas análises muito
importantes.
Em primeiro lugar, embora a agropecuária tenha uma baixa participação relativa no PIB,
ao levarmos em conta o PIB do agronegócio, ou seja, o encadeamento industrial da produção
de alimentos, e os serviços prestados pela gama de profissionais que prestam serviços no
campo, tal resultado sobe para algo em torno de 25%. Ou seja, por haver uma interação entre o
setor primário e/ou os setores secundário e terciário, o agronegócio representa parcela imen-
samente maior que apenas o setor primário isoladamente. O Brasil se tornou uma potência no
campo exatamente em função da expansão do agronegócio. E podemos nos tornar o maior ex-
portador global de alimentos (estamos ainda bem atrás do EUA) já em 2024. Vale lembrar que
já estamos na liderança global na exportação de café, suco de laranja, açúcar, carne e carne de
frango, entre outros produtos. Para 2019, devemos ultrapassar os EUA também na produção
de soja, sendo que já somos os maiores exportadores globais desta oleaginosa. Tal avanço
em nossas exportações de soja tem sido auxiliado pela guerra comercial, que desde 2017 vem
colocando em choque China e EUA, tendo em vista serem os EUA um grande exportador de
soja para o país oriental
O Brasil, Commodities e o Agronegócio: 2018

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A Desindustrialização
Processo em curso no Brasil e muito debatido se relaciona à nossa recente toada desin-
dustrializante. Se nos anos 1980 o peso da indústria de transformação no PIB era de 33%, hoje
é de apenas 16%, sendo que nos últimos cinco anos o comércio exterior desse setor saiu de
superavit para deficit de 65 bilhões de dólares, segundo o IBGE em 2018.
A relação de manufaturados nas exportações totais do Brasil chegou a atingir 59%, mas
atualmente se encontra na casa dos 40%. Perceba que fatores, como políticas voltadas à pro-
dução/exportação de commodities, baixa capacitação profissional, marcos legais que geram
insegurança para investimentos externos, aliados a um capitalismo nacional que privilegia o
rentismo e os setores agrário (primeiro setor) e/ou de serviços (terceiro setor), em detrimento
do investimento no setor industrial (segundo setor), estão nas origens dessa queda contínua
da presença industrial na produção total de valor. O Brasil, em 2019, por mais um ano, seguiu
se desindustrializando em um processo estrutural. Matérias de jornais variados dão conta de
que, muito provavelmente, o Brasil seja atualmente o país que mais rápido vem se desindustria-
lizando em todo o mundo e, para 2020, não há perspectivas de mudança deste cenário.

Obs.: Conceito de Commodity:


 Commodity significa mercadoria. São, de forma genérica, produtos minerais e agrí-
colas primários (ou semimanufaturados, como o suco de laranja) de uso global. Vale
destacar que seus preços diariamente são taxados em bolsas específicas de commo-
dities, tais quais a de Seul, Amsterdam e Chicago.

2.2.3. A Questão do Deficit Primário


Já as contas públicas, combalidas e sem fechar no azul desde 2014, permaneceram em
2019 em situação de deficit primário, completando assim o quinto ano seguido de deficit em
contas públicas, sendo que, para 2019, houve a manutenção deste deficit em torno de 90 bi-
lhões de reais. Para 2020, enormemente influenciado pelos gastos no combate à Covid-19 e,
principalmente, no auxílio emergencial, o deficit pode ser quase 10 vezes maior que o ante-
rior, podendo chegar a 800 bilhões de reais.
O deficit primário é o saldo do que o governo arrecada, pelo que ele gasta, excetuados os
pagamentos de juros das dívidas. Ou seja, o Brasil gasta mais que arrecada desde 2014.
Acompanhe a série de deficit, iniciada em 2014:

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Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/29/no-6º-ano-seguido-de-deficit-
-contas-do-governo-registram-rombo-de-r-95-bilhoes-em-2019.ghtm
O orçamento para 2020 resumido em números aproximados:
• TOTAL: 3,6 trilhões.
• Endividamento Público (Dívidas e Juros) 1.5 tri (44%).
• Previdência Social: 660 bi (18,9%).
• Gastos com Servidores: 370 bi (10,4%).
• Investimentos (novas infraestruturas): 40 bi (1,3%).

O orçamento de guerra da Covid-19 e o auxílio emergencial


A Câmara dos Deputados aprovou nos primeiros dias de maio de 2020 o texto-base da PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) n. 10 de 2020, conhecida como PEC de Orçamento
de Guerra.
Por ela o Orçamento da União se divide em dois para facilitar a gestão durante a crise do novo
coronavírus e não misturar os gastos direcionados ao enfrentamento da pandemia com as de-
mais despesas do governo. Com a criação do Orçamento de Guerra, o governo não precisará

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cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Regra de Ouro (que estabelece que o aumento
deliberado da dívida, por meio de operações de crédito, não deve ultrapassar o volume de des-
pesas de capital), que estabelecem limites no uso de recursos públicos e punições em caso
de descumprimento. O objetivo é que o novo mecanismo dure enquanto persistir o estado de
calamidade pública, até 31 de dezembro de 2020.
E dentro deste aspecto orçamentário, entrou em vigor a partir de abril de 2020 o Auxílio Emer-
gencial, um programa do governo de assistência a quem é maior de idade e não possui vínculo
empregatício formal. Com aporte de 260 bilhões, o auxílio pago pela Caixa Federal conseguiu
atingir quase 1/3 da população brasileira, se tornando o maior programa de distribuição de
renda já realizado em toda a nossa história. Este auxílio dinamizou a economia em milhares
dos mais de 5.000 municípios brasileiros, sendo que em várias localidades o número de pes-
soas que recebem o auxílio é superior à metade da população local. Este é sem dúvida um
mecanismo (embora extremamente oneroso ao Estado) de rápida eficiência na redução da
pobreza, mas perigoso à medida que criou uma extrema dependência em pouco tempo nas
economias locais deste recurso de 600 reais, que deve terminar em Dezembro de 2020. Por
fim, o Governo Federal estuda uma maneira de substituir o Bolsa Família pelo Renda Brasil,
porém tal discussão frente à troca de programas no Governo Federal deve ganhar fôlego, de
fato, somente em 2021.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Petrobras em 2019
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 16/10/2019.
A Petrobras viveu em 2019 um momento interessante. Após anos em vigor, a polí-
tica denominada “repasse zero” promovida por Dilma Rousseff (em que os preços dos
combustíveis nas bombas eram artificialmente mantidos pelo governo) fez com que a
empresa perdesse rentabilidade em função desta espécie de congelamento estatal no
preço dos combustíveis. Acrescido a isso, as acusações de corrupção na empresa, em
boa parte constatadas pela Operação Lava Jato, com Michel Temer na Presidência. A
empresa se coloca a promover reajustes quase que diários nos preços dos combustí-
veis, isso ao menos até a greve dos caminhoneiros ocorrida em maio de 2018. Já com
Bolsonaro e seu guru neoliberal, o Ministro da Fazenda Paulo Guedes, o que se percebe
hoje é a continuidade do modelo liberalizante de Temer, classificado por muitos como
sendo extremamente entreguista.
Em 2019 a empresa estatal vem reduzindo seu endividamento, voltando a atrair
investimentos e obtendo lucros cada vez maiores, em meio, contudo, a uma perda iné-
dita de ativos em função do modelo liberalizante que vem sendo adotado.
Gasodutos na região Norte-Nordeste já passaram de mãos, e boa parte das refina-
rias nacionais historicamente atreladas ao monopólio da Petrobras serão vendidas em

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breve. Em out/2019 a empresa realiza licitação de 36 blocos de exploração de petróleo


nas bacias marítimas de Pernambuco-Paraíba, Jacuípe, Camamu-Almada, Campos e
Santos, para, já no início do mês seguinte, seguindo a agenda liberal de Guedes, realizar
um megaleilão de áreas do pré-sal. Até o fim do ano de 2019, segundo o diretor da Fede-
ração Única dos Petroleiros (FUP-CUT), João Antônio de Moraes, serão três rodadas de
leilão que devem culminar na venda de 60 bilhões de barris.
Em meio a isso, ataques terroristas com drones a poços de produção petrolífera
na Arábia Saudita em set/2019 fizeram com que o preço do petróleo disparasse nessa
segunda metade de 2019, chegando a $72 o barril.
Bolsonaro, mesmo imbuído de não interferir no movimento das marés comanda-
do pelo livre mercado no preço do petróleo e dos combustíveis, voltou atrás (como de
hábito) e determinou que não houvesse repasses de imediato nas bombas.

Temas de Atualidades

TEXTO COMPLEMENTAR
Lula Livre e a Prisão em Segunda Instância
Por: Prof. Luís Felipe Ziriba, 12/12/2019.
Após cumprir mais de um ano e meio de prisão em regime fechado na sede da
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, condenado pelos crimes de lavagem
de dinheiro e corrupção passiva, com apenação de 12 anos impetrada pelo juiz Sérgio
Moro dentro do âmbito das investigações da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva é solto em novembro de 2019.
Mas ainda longe de ter sido absolvido, e ainda respondendo pelas acusações de
ter recebido em torno de r$ 3.700.000 em vantagens destinados pela empreiteira OAS,
incluindo-se aí um plus na reforma de um apartamento triplex de frente ao mar no Gua-
rujá, em São Paulo, Lula sai da carceragem beneficiado pela decisão do STF que con-
siderou inconstitucional prisões, ao menos nos casos tipificados, tais quais corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, em segunda instância.
O estamento jurídico brasileiro determina que, se alguém comete um crime e é
levado a julgamento, poderá ser julgado até 3 vezes por juízes diferentes, na tentativa
de ser considerado inocente em alguma dessas vezes. No direito, dá-se o nome de 3
instâncias. São elas:
1ª instância: essa é a principal porta de entrada do judiciário. É aqui onde atua o juiz
de Direito e onde será julgado pela primeira vez o crime cometido por João.
2ª instância: caso o réu não concorde com a sentença dada pelo juiz de 1ª instân-
cia, ele pode recorrer para que seu caso seja julgado novamente. Quando isso aconte-
ce, o processo sobe para a 2ª instância.

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3ª instância: a instância superior (ou 3ª instância) é a última, e é lá onde será julga-


da a decisão recorrida pelo réu.
Depois de passar pelas 3 instâncias, o réu não pode mais recorrer para lugar nenhum.
Ou seja, se ele for condenado em 3ª instância, irá cumprir a pena destinada na última
decisão, pois já terão sido utilizados todos os seus recursos.
É possível recorrer tantas vezes porque, no Direito, toda e qualquer pessoa é con-
siderada inocente até o trânsito em julgado da decisão (até ser julgado pelas 3 instân-
cias, caso recorrida). Isso é chamado de “princípio da presunção de inocência”.
Mas como era antes e como fica agora?
Até o início de novembro de 2019, uma pessoa poderia ir para prisão logo após a
condenação em 2ª instância. Então, se o juiz de 1ª instância condenasse o cidadão e,
após recorrer na 2ª instância, o juiz o condenasse novamente, a pessoa já iria presa.
O fato é que o condenado ainda poderia recorrer na 3ª instância, como no caso de
Lula e de vários figurões (empresários e políticos) condenados pela Lava Jato, mas
iria aguardar esse julgamento preso. Porém, entre idas e vindas em suas súmulas (tais
quais ocorridas em 2016, quando, por duas vezes, decidiu o Superior Tribunal pela prisão
já em segunda instância), o STF muda seu entendimento e por 6 votos a 5 decide que
a pessoa só poderá ser presa após a condenação nas 3 instâncias. Ou seja, agora uma
pessoa só pode ser presa após ver esgotado todos os seus recursos, com exceção,
claro, de mandados de prisão provisória e preventiva. Lula, o ex-presidente, havia sido
condenado em 2ª instância e, por isso, estava preso, mas, após a mais recente mudan-
ça, não é mais. Então, por isso ele foi solto e recorre em liberdade.
Por fim, vale destacar dois pontos. O primeiro, extremamente importante, diz res-
peito ao fato de que tal matéria é, em tese, da alçada decisória do Congresso Nacio-
nal. O STF sumulou porque o momento suscitou, e quer queiramos, ou não, a prisão
em segunda instância estava em desconformidade ao que reza a Constituição. Sendo
assim, lembrando possuir o STF o papel precípuo de defensor de nossa Carta Magna,
para que volte a ocorrer a prisão em segunda instância, o procedimento correto, e que
irá dirimir uma série de polêmicas, é exatamente se promover a discussão no Congresso
Nacional com vistas a se aprovar uma Emenda Constitucional. Tal papel, o Congresso
deve desempenhar ainda em 2020. Por fim, o ex-presidente Lula pode recorrer em liber-
dade, tal qual vimos, contudo não pode se candidatar a nenhum cargo eletivo, pois a Lei
da Ficha Limpa impede aqueles que já possuem uma condenação em segunda instân-
cia a concorrer a qualquer tipo de mandato eletivo.

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A Operação Lava Jato (70ª Fase em dez/2019)


A Operação Lava Jato foi deflagrada oficialmente em março de 2014 pela Justiça Federal
em Curitiba, com apoio da Polícia Federal, iniciando, assim, a primeira fase daquela que se tor-
naria a maior operação anticorrupção da história do Brasil.
A operação possui primeiras instâncias em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, com esfe-
ras recursais nos TRF-4 de Curitiba e TRF-2 do Rio de Janeiro e Tribunais Superiores em Brasília.
Baseada na Operação Mãos Limpas, realizada na Itália nos anos 1990, e sob o arbítrio do
Juiz Sergio Moro, em suas preliminares, foram investigadas (e depois processadas) quatro
organizações criminosas lideradas por doleiros – figuras operadoras do mercado paralelo de
câmbio que possuem condições de lavar o dinheiro sujo com mais facilidade. Estes doleiros
tinham postos de gasolina, inclusive sendo proprietários de um dos maiores postos de Brasília,
bem no centro da cidade (por isso, o nome Lava Jato). Logo em seguida, o Ministério Público
Federal recolheu provas e concluiu por um imenso esquema criminoso de corrupção envolven-
do a Petrobras, partidos centrais da base vencedora das campanhas presidenciais de 2010 e
2014 (leia-se PT, PMDB e PP) e uma série de políticos de diversas esferas, inclusive do PSDB,
partido que era, diga-se de passagem, epicentro da oposição.
Vale destacar que a maior vítima da corrupção, segundo o MPF, foi a Petrobras.
Com prazo para término inicial para o ano de 2019, porém adiado para 2020, a Operação
chegou em dezembro de 2019 à sua 70ª fase. O auge da atuação da Lava Jato se deu, sem
dúvidas, em abr/2018, quando o ex-presidente Lula foi preso ao ser apenado em 12 anos pe-
los crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
E vale a curiosidade, a Lava Jato lançou em suas fases nomes engraçados: 7ª fase, ou Ju-
ízo Final, a 9ª denominada My Way, a 10ª chamada Que País é Esse, ou a 17ª e 18ª chamadas
de Pixuleco I e II, respectivamente. Por fim, Gabriela Hardt atualmente substitui o juiz Sergio
Moro, que virou Ministro da Justiça, tornando-se aos 43 anos a Juíza titular da 13ª Vara Federal
de Curitiba.
Abaixo apresento matéria do CorreioWeb on-line, de março de 2019, detalhando alguns
pontos importantes da operação Lava Jato ao comemorar 5 anos.
Em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2019/03/17/interna_poli-
tica,743481/Lava Jato-completa-5-anos.shtml

MATÉRIA

Lava Jato completa 5 anos com conflitos internos e risco de enfra-


quecimento

A força-tarefa chega ao seu quinquênio pedindo R$ 18,2 bilhões em indenizações


e com seu futuro em jogo

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Há cinco anos, o Posto da Torre, localizado no Setor Hoteleiro Sul, a pouco mais de
1km da Esplanada dos Ministérios, foi cenário do primeiro passo da maior operação
de combate à corrupção da história brasileira. Os agentes da Polícia Federal que
chegaram ao local, em meio à investigação do caminho usado por doleiros do Para-
ná para lavar dinheiro, não poderiam imaginar o tamanho do esquema que estavam
prestes a desvendar. Nos meses e anos seguintes a esse primeiro ato, as diligências
comprometeriam a cúpula dos Poderes Executivo e Legislativo e colocariam o Poder
Judiciário, a Polícia Federal e a sociedade brasileira frente ao seu maior desafio na
luta contra a corrupção. Agora, com meia década de existência, a operação se tor-
nou alvo de uma crise política e jurídica.

A força-tarefa chega ao seu quinquênio pedindo R$ 18,2 bilhões em indenizações


e com seu futuro em jogo. Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na se-
mana passada, terá forte impacto na operação. Boa parte dos crimes relacionados
a nomes marcantes da política nacional – como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e o ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha – se refere ao suposto recebimento de propina para financiar cam-
panha eleitoral.

Para o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR),


José Robalinho, a medida ameaça não só a Lava Jato, mas a luta contra a corrup-
ção como um todo. “Não é uma notícia ruim. É uma notícia péssima, não só para a
Lava Jato, mas para o combate ao crime”, definiu. “Ao longo de cinco anos, a Justiça
Federal desenvolveu varas especializadas, fez contatos com autoridades internacio-
nais e desenvolveu uma tecnologia de primeira linha no combate à corrupção. Mas,
agora, os processos serão enviados para a Justiça Eleitoral, que não tem estrutura
nem expertise para lidar com processos complexos. Pode até se aprimorar, mas vai
levar anos.”

Crise

Personalidades marcantes, que arrastaram multidões ao longo das últimas campa-


nhas e receberam centenas de milhares ou milhões de votos foram parar no banco
dos réus. A figura mais evidente é a do ex-presidente Lula, condenado a 12 anos e
um mês de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e detido desde 7 de
abril do ano passado. Outro caso foi o do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha,
condenado a 24 anos de detenção por desvios na Caixa Econômica Federal. Ele está
preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, em Curitiba.

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Mas os holofotes que se voltaram para as cenas de prisões, julgamentos e discursos


acalorados de procuradores logo serviram para chamar a atenção para a crise que
se instalou nos desdobramentos recentes da operação. Um acordo, firmado entre
o Ministério Público Federal no Paraná e a Petrobras, que foi organizado pela Lava
Jato, fez com que até mesmo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, re-
corresse ao STF para questioná-lo. Ao fazer isso, ela revoltou a própria classe e criou
uma crise sem precedentes. Na PGR, os procuradores Pablo Coutinho Barreto e Vitor
Souza Cunha, que atuavam nas áreas de perícia, renunciaram aos cargos. Esse pode
ser apenas o começo de uma série de baixas na sede do MPF.

O trecho mais polêmico do acordo previa a criação de uma fundação para gerir R$
1,2 bilhão de um total de R$ 2,5 bilhões que foram depositados pela estatal de pe-
tróleo em uma conta da 13ª Vara Federal de Curitiba. O acerto foi suspenso pelo mi-
nistro Alexandre de Moraes na sexta-feira. No entanto, a decisão do magistrado não
acabou com as polêmicas criadas em torno da operação.

Após ver o STF ser alvo de uma série de críticas e até de acusações de golpe na Lava
Jato, feitas pelo procurador Diogo Castor, o presidente da Corte, Dias Toffoli, deter-
minou abertura de inquérito para apurar “fake news”, calúnias e ameaças contra o
Tribunal e seus membros. Mais uma vez, Raquel Dodge agiu e pediu ao Supremo que
detalhe quais medidas foram tomadas.

“Não é uma notícia ruim (a transferência de processos de caixa 2 para a Justiça


Eleitoral). É uma notícia péssima, não só para a Lava Jato, mas para o combate ao
crime.”

José Robalinho, presidente da ANPR

Investigação

Veja os números envolvidos em cinco anos de Lava Jato

Ações

Mandados de busca e apreensão 1.196

Mandados de condução coercitiva 227

Mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal 267

Na Justiça
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Condenações 242

Soma das penas 2.242 anos e 5 dias

Diligências

Pedidos de cooperação internacional 548

Países envolvidos 81

Ações de improbidade administrativa10

Acordos de leniência 12

Termo de ajustamento de conduta1

Acordos de colaboração com pessoas físicas 183

Dados financeiros

Alvo de recuperação por meio de leniência,

acordos e Termo de Ajustamento de Conduta R$ 13 bilhões

Pedido de indenização em processos por

improbidade administrativa R$ 18,8 bilhões

Fonte: Ministério Público do Paraná

TEXTO COMPLEMENTAR
O Mecanismo e a Lava Jato
Por: Luís Felipe Ziriba
Voltou às telas em sua segunda fase em 2019, no canal streaming Netflix, a série o
Mecanismo. Dirigida por José Padilha, o mesmo dos sucessos de Tropa de Elite 1 e 2,
a série toca em um tema complexo e rico, a Operação Lava Jato.
De ritmo intenso e muito bem orquestrada, a segunda temporada estreou, segundo
a crítica, até mais explosiva que a primeira, com vilões e mocinhos, uma gama de polí-
ticos, empreiteiros, doleiros, policiais, juízes. Tem, tal qual não poderia deixar de ser,
Dilma, Aécio, Temer, Sergio Moro e até Gilmar Mendes no enredo.

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Mas o desafio da série não é fílmico (técnico). A mão forte do tarimbado diretor e
seu ótimo elenco, que conta com Selton Melo como o primeiro policial a se envolver no
processo que, mais tarde, daria início à Operação, dão conta do recado. Resta saber se
a série se sustentará com mudanças futuras de enredo, após as revelações recentes
das ações do juiz Sergio Moro com vistas a auxiliar os procuradores em busca de dar
celeridade ao processo de condenação do ex-presidente Lula.

TEXTO COMPLEMENTAR
Moro e os Hackers
Prof. Luis Felipe Ziriba, 01/08/2019.
A PF deflagrou uma operação em meados de 2019 que puxa, ao que tudo indica, o
fio da meada que pode levar à descoberta de uma organização criminosa especializada
em captura de informações em aplicativos de e mensagens.
A operação Spoofing prendeu 3 homens em fins de jul/2019 (sendo um deles, inclu-
sive, DJ) e uma mulher, acusados de serem os responsáveis por acessos a celulares de
gente graúda, como os Ministros da Justiça e Economia Sergio Moro e Paulo Guedes e
até o próprio presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro, com seu jeito sem rédeas, declarou:
“Não estou nem um pouco preocupado se, por ventura, algo vazar aqui do meu telefo-
ne. Não vão encontrar nada aqui que me comprometa”. Já Sergio Moro levou a ferro e
fogo, pois os Hackers estariam capturando mensagens entre ele, quando ainda era Juiz
titular da Lava Jato, e procuradores da própria Lava Jato. Tais mensagens, obtidas pelo
site Intercept e divulgadas gradualmente em parte de seu conteúdo, tanto pela revista
Veja, como pelo jornal Folha de São Paulo, mostram o ex-juiz e ex-ministro da Justiça
em deliberada atuação que fere os princípios da magistratura, orientando procurado-
res sobre estratégias de investigação, coleta de provas e tomada de depoimentos em
processos. Caso sejam comprovados tais atos por parte de Moro, será uma mácula
inequívoca frente aos trabalhos da Lava Jato.
Como funcionava a operação dos hackers
1 – Os hackers, munidos do telefone da pessoa, entram no Telegram e pedem que
seja enviada uma mensagem com código que permita que seja utilizado o aplicativo
por computador.
2 – Logo depois, os hackers se utilizam de um serviço de telefone via internet que
possibilita simular o número de origem de chamadas telefônicas. A partir daí, consegui-
ram ligar para as autoridades sem ser identificadas, pois constava nos telefones que a
pessoa havia telefonado para si mesma.
3 – Neste ponto os Hackers telefonavam exaustivamente para a vítima a ponto de
congestionar a linha do alvo e, assim, fazer com que a mensagem de acesso fosse

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enviada diretamente para a caixa postal. Por fim, se aproveitando de uma falha do sistema
das telefônicas, o qual permite que as ligações com mesmo número entre destinatário
e origem tenham ouvidas suas gravações em caixa de mensagem sem necessidade de
uso de senha, os Hackers conseguiam roubar os códigos de Telegram, dados de mídias
e outras conversações.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Procuradoria-Geral da República e as Mudanças em 2019
Prof. Luis Felipe Ziriba.
Terminou, em 17 de setembro de 2019, o mandato de dois anos de Raquel Dodge à
frente da Procuradoria-Geral da República. Em seu lugar, indicado por Jair Bolsonaro,
assume Augusto Aras.
Primeira mulher a ocupar a função, Raquel Dodge entrou no lugar de Rodrigo Janot,
sendo indicada por Michel Temer em 2017.
Com a promessa de auxiliar a Lava Jato, aumentando as equipes em auxílio à opera-
ção, o que se viu no mandato de Dodge foi o contrário. Ela por várias vezes se indispôs
com o STF exatamente por ser acusada se “segurar” a operação. Pesam acusações
contra a Procuradora em Brasília de não dar seguimento a processo que investiga o
ex-presidente do Senado Eunício de Oliveira (MDB-CE), ou em processos contra Renan
Calheiros (MDB-AL). Dodge se indispôs também com o presidente Jair Bolsonaro ao
dar seguimento a um processo de racismo em que o próprio presidente foi o réu e outro
também contra seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), por ter promovido
xingamentos a uma jornalista. Mas isso é pouco, muito pouco; esperava-se mais dela.
Algumas das funções de um Procurador-Geral da República:
pedir abertura de inquéritos para investigar o presidente da República, ministros,
deputados e senadores;
apresentar denúncias;
se manifestar, a pedido do STF, em assuntos nos quais o Supremo é provocado;
criar forças-tarefa para investigações especiais, como é o caso do grupo que atua
na Lava Jato;
apresentar pareceres em ações de constitucionalidade;
atuar como procurador-geral eleitoral.
O novo procurador escolhido por Jair Bolsonaro no início de setembro de 2019 é
Augusto Aras, subprocurador-geral da República e especializado nas áreas de direito
público e direito econômico.
Como entrou na carreira do Ministério Público Federal (MPF) em 1987, antes da
promulgação da Constituição Federal, Aras pôde optar por atuar no Ministério Público
e manter as atividades como advogado.
Os últimos Procuradores-Gerais:
Roberto Gurgel (2013-2015), Rodrigo Janot (2015-2017), Raquel Dodge (2017-2019).
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Luis Felipe Ziriba

TEXTO COMPLEMENTAR
Moro e a Crise Política
Prof. Luis Felipe Ziriba, 15/05/2020.
Sergio Moro se torna Ministro da Justiça e da Segurança Pública no primeiro dia
de janeiro de 2019. Visto como a “supercontratação” do time de Bolsonaro, o jovem
juiz federal que conduziu com pulso forte a Operação Lava Jato desde o seu início, em
2014, sai finalmente da magistratura da 13ª Vara de Curitiba, passando a compor a
comissão de frente de ministros do novo governo do Presidente Jair Bolsonaro. Serve,
bem verdade, a sua nomeação como resposta à promessa empunhada em campanha
pelo candidato capitão que bradou seguir, caso eleito fosse (e foi), coibindo em abso-
luto a corrupção. Uma nomeação também, é claro, que acabou sendo um prêmio (e
suposto trampolim ao STF) àquele cidadão de fala mansa e sotaque carregado do inte-
rior do Paraná que acabou sendo visto como o maior bastião do combate à corrupção
do Brasil.
Moro inicia seu trabalho à frente do ministério tendo de se confrontar com uma
parcela da opinião pública (pois nem tudo são flores), e também da imprensa, que o
acusam ser o mentor intelectual no afrouxamento nas punições que a (sua) Opera-
ção Lava Jato poderia (deveria) ter promovido acerca de ilícitos também cometidos
por vários outros caciques da política nacional de outras agremiações partidárias que
não apenas o PT, e do grupo aliado peemedebista. Moro prende Lula, Zé Dirceu, Sérgio
Cabral e Eduardo Cunha (este último um inimigo figadal de Dilma Rousseff), mas vira
descaradamente as costas aos ilícitos cometidos por Aécio Neves, Geraldo Alckmin e
toda uma cepa de políticos do PSDB nitidamente envolvidos nos atos de corrupção que
a própria Lava Jato concluiu.
No exercício de função como ministro, Moro perde uma queda de braço já na larga-
da, ao ver a Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras – se despedir de
sua pasta e rumar, contra a sua vontade, para a gerência de Paulo Guedes no recente-
mente reestruturado Superministério da Economia (o qual fundiu o Ministério do
Planejamento). Em seguida, Moro tem de aceitar a decisão do STF que determina a
ilegalidade (outra pauta em que Moro se colocava declaradamente em oposição) das
prisões em segunda instância. Lula, seu algoz, sai da cadeia de imediato em função da
decisão sumulada em novembro de 2019 (ver Texto Complementar).
16 meses após sua posse como Ministro da Justiça e deixando claro sua inten-
ção, sempre que possível, de chegar ao STF por indicação do seu chefe, o Presidente
Jair Bolsonaro, ruídos entre o mandatário e o subordinado ocasionam a demissão do
Diretor-Geral da Polícia Federal, o delegado Maurício Valeixo, homem de confiança de
Moro. Na verdade, o fato é que o Presidente Jair Bolsonaro, como sempre, sem o menor
polimento, apenas avisa a Moro (isso após o Ministro ter experimentado várias perdas
de força) de sua decisão unilateral de troca no comando da Polícia Federal. Era a gota

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d’água de uma relação que, sabia-se em todo meio político de Brasília, jamais fora pací-
fica. A força da caneta Bic presidencial de Bolsonaro impôs a Moro mais uma derrota
no âmbito de sua esfera de atuação. Assim, como um desfecho triste de um romance
(pouco duradouro), Moro pede demissão e sai magoado, levando consigo um pedaço
considerável do que resta do “bolsonarismo”. Mas ele cai atirando, ao afirmar cate-
goricamente em coletiva que o governo de seu ex-chefe buscara, por meio da Polícia
Federal, e de outros órgãos, promover uma gerência absoluta sobre as investigações do
órgão. Moro destaca considerar tal ingerência um absurdo frente à autonomia prevista
legalmente nas investigações no âmbito da Polícia Federal.
Ao deixar o ministério, em mesma coletiva, o ex-ministro chega a destacar que nem
em governos anteriores, tal qual dos presidentes Lula e Dilma (os quais o magistrado à
sua maneira contribuiu diretamente em derrubar), houve ação tão escancarada direcio-
nada por parte do chefe do executivo federal com vistas a influir sobre a autonomia de
investigações garantidas pela constituição.
Por fim, associado à saída de Moro e também às recentes saídas de dois Ministros
da Saúde em menos de um mês, os médicos Luiz Mandetta e Nelson Teich, e tudo isso
justo no auge da pandemia da Covid-19, o governo de Bolsonaro entra em rota de crise
política à medida, entre outros aspectos, que o modus-operandi típico do Presidente,
por excelência, se demonstra avesso a opiniões contrárias e a ceder onde quer que
seja. Sendo assim, ele experimenta mensalmente, desde que tomou posse, um sangra-
mento, no qual evadem aliados, alguns, bem verdade, pouco importantes, tal qual Ale-
xandre Frota, porém outros muitos importantes, como o próprio Sérgio Moro.

ONGs, Meio Ambiente e Amazônia em 2019/2020: Atualidades e


Polêmicas
O presidente Jair Bolsonaro afirmou dia 21 de agosto de 2019 que as organizações não
governamentais (ONGs) poderiam, de fato, estar por trás de uma série de queimadas na re-
gião amazônica, promovidas estas com vistas a “chamar atenção” contra o governo do
Brasil. O presidente não citou nomes específicos de ONGs e, questionado se há embasamen-
to para as alegações, disse não haver registros escritos sobre tais suspeitas, mas deixou tal
questão no ar.
Segundo dados do Programa Queimadas, publicados no Portal G1 e oriundos do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas
de 2019 no Brasil. O portal mostrou, após receber tais dados do INPE, que o número de queima-
das aumentou 82% em relação ao mesmo período de 2018 (de 1º de janeiro a 18 de agosto).
Ainda de acordo com nosso Presidente, o governo precisa fazer o possível para que esse
tipo de crime não aumente, mas disse que sua gestão retirou dinheiro que era repassado para
ONGs, o que poderia justificar uma reação das instituições e a deflagração de queimadas

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intencionais por parte das ONGs e de grupos que atuam em defesa da floresta. Segundo nosso
mandatário sobre a onda de incêndios na região:

O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas nós
tiramos dinheiros de ONGs. Dos repasses de fora, 40% ia para ONGs. Não tem mais. Acabamos
também com o repasse de dinheiro público. De forma que esse pessoal está sentindo a falta do
dinheiro.

O Presidente Jair Bolsonaro, é bem verdade, não apresentou provas que sustentassem sua
afirmação. Motivado por um relatório governamental que recebera, o qual denunciava irregu-
laridades em uma gama de repasses para ONGs que lidam com saúde indígena, uma semana
depois reiterou sua posição de completa oposição às atividades das Organizações.
No Congresso Nacional cresce também a intenção por parte dos parlamentares de se criar
uma CPI das ONGs com vistas a se detectar qual o uso de recursos e influência estrangeira
destas instituições no Brasil, e principalmente na Amazônia.
Vale destacarmos que tais posturas como a de Bolsonaro – desconfianças em relação ao
trabalho de ONGs – não são uma particularidade deste governo que tomou posse em 2019.
Houve, por exemplo, ao longo da administração de Luiz Inácio Lula da Silva também discursos
de que a atuação das ONGs precisava ser vigiada de perto. “Grande parte dessas ONGs não
está a serviço de suas finalidades estatutárias”, afirmou, por exemplo, o então Ministro da Jus-
tiça, Tarso Genro, em 2008. “Muitas delas escondem interesses relacionados à biopirataria e à
tentativa de influência na cultura indígena, para apropriação velada de determinadas regiões,
que podem ameaçar, sim, a soberania nacional” disse o comandante-geral da Amazônia na
mesma época, General Augusto Heleno, um crítico enfático da política indigenista do governo
Lula, por ele vista como: “lamentável, para não dizer caótica”.
Mas qual é o perfil das ONGs na Amazônia?
Para responder este questionamento em tela, me basearei inicialmente e, é importante
fazermos este recorte, em matéria publicada pelo Nexo Jornal, um veículo de jornalismo ele-
trônico brasileiro que publica textos jornalísticos multidisciplinares sobre política, economia,
acontecimentos internacionais, cultura, ciência e saúde, tecnologia, arte e outros temas, em
perspectiva de contextualização (jornalismo de contexto), além da cobertura factual, interativi-
dade com dados e recursos multimídias o qual se encontra inserido como parte da Slow Media
(mídia vagarosa, em tradução livre), em que se declara preconizador de um jornalismo reflexivo
e de profundidade como veículo da mídia independente brasileira.
Sigamos então, ok?
Com base em matéria publicada pelo Nexo Jornal de 01/09/2019 intitulada Qual o papel
das Ongs ambientais na Amazônia (em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/09/01/
Qual-o-papel-das-ONGs-ambientais-na-Am%C3%B4nia), um levantamento do IPEA – Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada sobre as ONGs brasileiras indica que há 102.080 organizações

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da sociedade civil com sede em municípios da Amazônia Legal. Esta imensa estimativa, con-
tudo, difere radicalmente dos números que o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística, revela – 15.919 apenas.
Pelo IPEA, 12,4% das ONGs do Brasil são sediadas em municípios da Amazônia Legal (área
do planejamento estatal que envolve todos estado da Região Norte, mais o Mato Grosso e
parte do Maranhão). E são diversas as áreas de atuação de ONGs na Amazônia. Outro levan-
tamento do Ipea demonstra que quase metade (49,9%) das Ongs atua em “defesa de direitos e
interesses”, nomenclatura abrangente a qual inclui associações de moradores, centros comu-
nitários e organizações de defesa de direitos de grupos de minorias, meio ambiente e proteção
animal. ONGs desse tipo também são majoritárias (41,3%) no restante do país. Na Amazônia,
a atuação pode se traduzir em ações de vigilância ambiental, capacitação de povos indígenas
para a agricultura, assistência à saúde e projetos de educação, entre outras atividades. Dessas
ONGs, 422 são de defesa do meio ambiente e proteção animal. “A atuação das ONGs ajuda as
populações indígenas, ribeirinhas, extrativistas a conhecer melhor seus direitos sociais”, disse
ao Jornal Nexo Ageu Lobo, beiradeiro e presidente da Associação de Moradores das Comuni-
dades de Montanha e Mangabal, localizada na região de Itaituba, Pará. “Ajudam os povos nas
aldeias e comunidades com oficinas que realizam e ajuda as pessoas a irem até as cidades
para cobrar seus direitos”.
Atuando na Amazônia ao menos desde a década de 1960, as ONGs e outras entidades
que não estão vinculadas ao governo ocupam a floresta com projetos de infraestrutura e
reprimindo ações contra povos indígenas promovidas desde a ditadura militar (1964-1985).
Exemplo é o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que, mesmo não se definindo como ONG,
nasceu em 1972 após denunciar o chamado Massacre do Paralelo 11, ocorrido em 1966 em
uma região entre Rondônia e Mato Grosso, quando uma empresa seringalista foi responsável
pela chacina de uma aldeia do povo indígena Cinta-Larga. De acordo com o Ipea, 3.626 organi-
zações que atuam na Amazônia obtiveram verba federal entre 2010 e 2018, no valor de R$ 6,8
bilhões. O aporte representou 5,7% do total destinado a ONGs pelo governo no período. A desti-
nação de recursos de origem governamental diminuiu com os anos e tende, tal qual Bolsonaro
enfatiza, a secar. As informações do Ipea são relativas apenas a entidades registradas em mu-
nicípios da Amazônia Legal, sendo que ainda não existe um estudo detalhado sobre a atuação
de organizações internacionais em território brasileiro, aponta o instituto de pesquisa. ONGs
internacionais que atuam na Amazônia, por exemplo, também estão sediadas no Sudeste.

Principais ONGs Ambientais no Brasil


Considerado o maior reservatório de biodiversidade do globo, em que praticamente 20% de
todas as espécies conhecidas de fauna e flora se encontram, o território do Brasil é foco princi-
pal acerca da questão da preservação do meio ambiente no mundo. Há décadas uma enorme

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quantidade de ONGs aqui se encontra. Constituíram-se levantando a bandeira da preservação


ambiental e em âmbito que transcende o bioma amazônico.
Vejamos abaixo algumas destas principais organizações:

CIMA

(www.cima.org.br)
O Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente, CIMA, é uma entidade civil, que não con-
ta com lucro para existir tal qual versa em seu estatuto. Possui sua sede no Rio de Janeiro e
desenvolve ações relacionadas à educação, cultura, e meio ambiente, contando com parcerias
com instituições governamentais, privadas e multilaterais.
O objetivo dessa entidade é a contribuição por meio de diferenciadas ações e de maneira
eficiente, à busca de uma melhor qualidade de vida, segundo sua página oficial.
Nas áreas de meio ambiente e de educação, o CIMA organizou inúmeros projetos, entre
eles, podemos citar o “Protetores da Vida”, “A Natureza e a Paisagem”, que são Programas de
Educação para o Desenvolvimento Sustentável, mobilizando vários setores a proteger os ecos-
sistemas existentes na Bacia da Baía de Guanabara. A expedição do projeto passou por muitos
estados e ainda por sítios paleontológicos do Brasil e teve seu registro compilado numa expo-
sição realizada no Museu Nacional, intitulada “Em busca dos Dinossauros”.
Além dos programas citados ainda houve a implantação do “Programa Coca-Cola de Valo-
rização do Jovem”, em colégios estaduais e municipais de inúmeros estados e ainda o “Gente
é pra Brilhar”, que promove a estimulação de ações que causam a inclusão do indivíduo na
sociedade, como, por exemplo, a capacitação de adolescentes na produção de documentários
e também na área audiovisual. Esse evento direcionado ao público jovem permite o acesso ao
mercado da mídia, chamado de “RioTecnomídia”.
E finalmente o PROCEL, um programa que promove o combate e a educação para que não
haja o desperdício de energia, sendo este, para o público pouco inteirado sobre as atividades
desta ONG, o maior programa em termos de repercussão de sua atuação em âmbito nacional.

WWWF

(https://www.wwf.org.br/)
O WWF-Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira, de natureza não governa-
mental e constituída como associação civil sem fins lucrativos que trabalha para mudar a atual
trajetória de degradação ambiental e promover um futuro em que sociedade e natureza vivam
em harmonia.
Criado em 1996, o WWF-Brasil mantém 137 funcionários atuando em 67 projetos na Ama-
zônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga, além dos ecossistemas marinhos, na cos-
ta brasileira.

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A Governança do WWF-Brasil é realizada por meio de órgãos previstos em seu Estatuto So-
cial e Regimento Interno, com o objetivo de zelar pelos compromissos e relacionamento com a
Rede WWF, cumprir as políticas, os princípios e os objetivos da organização e assegurar, dessa
forma, o cumprimento da Missão Institucional do WWF-Brasil:

Contribuir para que a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a atividade humana
com a conservação da biodiversidade e com o uso racional dos recursos naturais, para o benefício
dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.

GREENPEACE

(https://www.wwf.org.br)
Em 1971, uma equipe de 12 pessoas, entre jornalistas, hippies e ecologistas, partiu de Van-
couver, Canadá, a bordo de um velho barco de pesca rumo ao Ártico. Esses ativistas acredita-
ram que a ação de indivíduos comuns poderia fazer a diferença e sua missão era testemunhar
e tentar impedir os testes nucleares realizados pelos EUA nas ilhas Amchitka, no Alaska.
Para levar adiante tal empreitada, o grupo tentou arrecadar fundos com a venda de bro-
ches. Verde (Green) e Paz (Peace) eram as palavras de ordem, mas, segundo eles mesmo
dizem, “não cabiam separadas no broche”. E assim nascia o nome Greenpeace.
Interceptados antes de chegar a seu destino, os ativistas não impediram os Estados Uni-
dos de detonarem a bomba.
Mas sua obstinação e coragem despertou a atenção do planeta. Após forte pressão popu-
lar, os testes nucleares foram suspensos em Amchitka, então declarada santuário de pássaros.
O protesto pacifista teve ainda consequências muito além da esperada. A ideia de que
alguns indivíduos podiam fazer a diferença por um planeta mais verde e pacífico se tornou
realidade e arrebatou uma legião de seguidores. Foi também o embrião do que é hoje a maior
organização ambientalista do mundo.
O Greenpeace oficialmente destaca não aceitar doações de estados, nem de partidos po-
líticos. Possui ainda atualmente 3 navios ao redor do mundo: Rainbow Warrior, Arctic Sunrise
e Esperanza.
No Brasil, o Greenpeace chega em 1992, ano em que o país abrigou a primeira e a mais
importante conferência ambiental da história, a Eco-92.

CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL

(https://web.conservation.org/global/brasil/Pages/default.aspx)
É uma organização brasileira sem fins lucrativos, que trabalha a proteção da natureza para
o bem-estar humano. Seu trabalho primordial consiste em conservar a natureza promovendo a
sustentabilidade e o bem-estar humano por meio de projetos socioambientais, educacionais e
culturais que geram uma sociedade mais saudável e sustentável. Segundo sua página oficial,
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busca tudo isso a partir dos de três eixos centrais:​Capital Natural, Produção Sustentável e
Governança.
Uma ação interessante que a CI promove consiste na busca por fundos e ações multila-
terais a que se protejam os hotspots, que, em tradução livre, são os lugares em que se mani-
festam imensa biodiversidade de fauna e flora. No Brasil inúmeras iniciativas desde a década
de 1990 foram alçadas por esta associação com vistas a redimensionar a proteção destes
lugares. Vale a pena conhecê-las.

S.O.S MATA ATLÂNTICA

(https://www.sosma.org.br/quem-somos/historia/)
Essa foi a primeira ONG destinada a defender os últimos remanescentes de Mata Atlânti-
ca no país. O ideal de conservação ambiental da entidade, criada em 20 de setembro de 1986,
associa-se ao objetivo de profissionalizar pessoas e partir para a geração de conhecimento
sobre o bioma. A proposta representa também um passo adiante no amadurecimento do mo-
vimento ambientalista no país.
A história da Fundação SOS Mata Atlântica foi construída por meio da mobilização perma-
nente e da aposta no conhecimento, na educação, na tecnologia, nas políticas públicas e na
articulação em rede para consolidação do movimento socioambiental brasileiro.
Atualmente, fica o registro, apenas 5%, ou menos, da Mata Atlântica original ainda está de pé.

TEXTO COMPLEMENTAR
As Queimadas e o Fundo Amazônia
Por: Luís Felipe Ziriba, 15/09/2019.
Ao longo de 2018, os governos de Alemanha, Noruega e França, sob o lema “O Brasil
Cuida. O mundo apoia. Todos ganham”, destinou mais de 1,8 bi de recursos com vistas
à preservação da maior floresta tropical do planeta para ações de preservação em 103
projetos.
Contudo, em dia 15 de agosto de 2019, a Noruega suspendeu o pagamento de recur-
sos para, em seguida, na mesma esteira, a Alemanha também anunciar sua intenção de
romper com o Fundo. Tudo justificado por ambos os países em função da decisão do
Presidente Jair Bolsonaro de promover a extinção dos conselhos que orientam o fundo.
Na verdade, o descontentamento por parte dos países apoiadores à causa de pro-
teção da Amazônia se deve a várias questões relacionadas à forma como o Presidente
vem conduzindo sua política ambiental. Bolsonaro não se furta de deixar claro em alto
e bom som não compactuar com as ONGs de preservação e que também não vê com
bons olhos qualquer ingerência internacional sobre questões amazônicas.

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Há também a presença de Ricardo Salles como Ministro do Meio Ambiente, uma


persona non grata pelos setores ambientalistas nacional e internacional para em nada
contribuir à questão. E tal qual já vimos em nossa análise sobre o contexto geral da
política externa brasileira, e como o meio ambiente afetou as relações (em parte) com
o exterior após Bolsonaro questionar os dados exprimidos pelo Inpe, que indicavam um
considerável aumento no desmatamento da Amazônia em 2019 em se comparado aos
anos anteriores e, simplesmente, demitir o Diretor do Instituto, Ricardo Galvão, que aler-
tou pessoalmente à impressa.
E contra dados fica difícil contestar: entre jan-ago de 2019, houve um total de 72.800
focos de incêndio na Amazônia, um aumento de 83% em relação ao mesmo período do
ano de 2018.

As queimadas representam em torno de 70% das emissões de gases de efeito estufa do país.
Para o ano de 2020, ocorrem novos recordes de queimadas e consequentemente de emissões.
Com vistas a tentar conter tal passivo ambiental, o vice-presidente Hamilton Mourão, figura
central do Conselho da Amazônia – um dispositivo de regulação de políticas de desenvolvi-
mento sustentável na Amazônia, reeditado por Bolsonaro em Janeiro de 2020 –, revelou que
em poucos dias (a partir de 15 de julho de 2020) o Presidente editará um decreto PROIBINDO
AS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA PELO PRAZO DE 4 MESES.

As Tragédias Ambientais de Mariana e Brumadinho


No dia 5 de novembro de 2015, ocorreu aquele que seria o maior acidente ambiental da
história do Brasil até então. A Barragem do Fundão de rejeitos de mineração se rompe. Admi-
nistrada pela empresa joint-venture Samarco – criada pela união entre a brasileira Vale do Rio
Doce e a inglesa Bp.Hilton –, a barragem de rejeitos de mineração de ferro, nas cercanias de
Mariana, na área conhecida como sendo o Quadrilátero Ferrífero, o nosso maior polo de pro-
dução mineral situado em Minas Gerais, se rompe e leva uma carga de mais de 40 milhões de
metros cúbicos de lama para uma área de raio de mais de 700 km. Em rios em Minas Gerais e
no Espírito Santo, mais de 11 milhões de toneladas de peixes mortos foram retirados de suas
águas em relação direta com a tragédia e 19 pessoas morreram.
Eis que três anos depois, em janeiro de 2019, outra tragédia em Minas Gerais com o mes-
mo tipo de barragem ocorre. Em Brumadinho, exatamente na hora do almoço e em dia de
expediente comum, a barragem da Mina do Feijão, administrada pela Vale do Rio do Doce se
rompe. A primeira leva de vítimas ocorre exatamente no refeitório lotado que ficava logo abaixo
da barragem e aqui valem alguns destaques. Essa era, de fato, uma tragédia anunciada, pois,
embora fosse uma barragem desativada, o modelo obsoleto de construção dela era do tipo a
montante (o mesmo de Mariana), em que diques vão sendo gradativamente construídos para

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segurar a entrada de novos rejeitos. A fiscalização por parte da Secretaria de Meio Ambiente de
Minas Gerais e de uma gama lateralmente de órgãos públicos foi falha, e a Vale tinha ciência
de que a barragem poderia se romper a qualquer hora. Em documentos internos da empresa
Vale do Rio Doce, revelados logo após o acidente, soube-se que esta e outras várias barragens
da mesma empresa estavam em vigente estado de “atenção”. Até agora, mais de 280 mortes
foram confirmadas, ou seja, mais de 10 vezes mais vidas ceifadas que em Mariana, revelando
uma lógica perversa que demonstra não termos aprendido com nossos erros.
O Brasil é atualmente o maior produtor de minério de ferro do mundo, quase 10% das nos-
sas exportações (atrás apenas do complexo da soja) se concentra apenas nessa commodity.
Importa-nos, mais que nunca, questionarmos a que preço sustentamos tal posição e se vale a
pena de fato.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Nuvem Tóxica do Agrotóxico
Por Luís Felipe, 05/08/2019.
Somente no mês de jun/2019, foram autorizadas 42 novas marcas de agrotóxicos
para atuarem em nosso concorrido mercado de defensivos agrícolas. Quem libera? A
Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins, do Ministério da Agricultura.
Assim, somente nos primeiros seis meses de 2019, 232 novas marcas estão auto-
rizadas. Um recorde. Entre 2009 até 2018, a média foi alta, vale o destaque, com 136
novas marcas atualmente. Em 2018 foram 450.
E há sem dúvidas hoje um direcionamento na questão dos agrotóxicos, pois, se
vínhamos de um crescimento enorme no uso destes produtos de forma geral nos anos
do Lula e da Dilma, o que se percebe nos últimos dois, ou três anos (e neste governo
atual se mostra de forma mais aguda) é uma perda de qualquer tensionamento entre
pastas frente a esta questão. Antes, o fato é que havia, ao menos, possibilidades de
salvaguardas e freios ao uso indiscriminado de defensivos tóxicos. Já em 2019 não há
mais tais prerrogativas importantes, prevalecendo única e exclusivamente o interesse
do Ministério da Agricultura.
Entre os anos de 2012-2017, cresceu em 25% a quantidade total (que já era alta) de
agrotóxicos pulverizados no campo nacional. Consumiremos em 2019 mais de 500.000
toneladas de (centenas) defensivos – o que dá em média 2,5 quilos de agrotóxicos por
habitante em média por ano. É muito agrotóxico em conta que só aumenta.

TEXTO COMPLEMENTAR
Conselho da Amazônia e a Força Nacional Ambiental
Como uma espécie de resposta a tantos olhares desconfiados, nacionais e interna-
cionais, o governo de Jair Bolsonaro anunciou a criação de duas entidades para integrar
a administração e a defesa da floresta: o Conselho da Amazônia e a Força Nacional
Ambiental.

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O Conselho da Amazônia, na verdade, foi criado em 1995 (Decreto n. 1.541/1995)


pelo ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Seu objetivo era controlar
e coordenar as atividades dos ministérios federais e dos Governos de Estado que com-
punham a Amazônia Legal. Subordinado ao Ministério do Meio Ambiente nunca chegou
a ser realmente utilizado.
Depois das crises envolvendo a ação (ou ausência de ação) na Floresta no final do
ano passado, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a reativação do Conselho em janei-
ro de 2020, por meio das suas redes sociais. Sua mensagem comunicava a transferên-
cia de comando do Conselho, que era do Ministério do Meio Ambiente, para a Vice-pre-
sidência da República. Como na antiga formulação, o órgão teria por objetivo:
[…] coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas para a proteção, defesa
e desenvolvimento sustentável da Amazônia. (Jair Bolsonaro em postagem no Face-
book no dia 21/01/2020).
Até aqui, apenas sabíamos que ele funcionaria como um órgão de controle e coor-
denação de atividades já exercidas por outros setores governamentais. Mas o que seria
“controle e coordenação”?
Segundo o Vice-presidente da República e chefe do Conselho, Hamilton Mourão,
muitos setores diferentes do Governo realizam atividades diferentes, mas conexas,
relacionadas à Amazônia. O Ministério da Defesa, por exemplo, entre outras atividades,
cuida da atuação do exército na mata amazônica, protegendo seu território. O Ministé-
rio da Ciência e Tecnologia, entre muitas outras atividades, propõe diretrizes de pesqui-
sa e avanço tecnológico na região.
Para que todos começassem a “falar a mesma língua” e cooperar nestas mais diver-
sas realizações, criou-se um órgão de cúpula com o objetivo de reunir os chefes de
todos esses setores para deliberar e decidir sobre assuntos que envolvem a Floresta
Amazônica. Isto, segundo Mourão, possibilitará, inclusive, ações mais rápidas de con-
trole emergencial, o que faltou para as queimadas que ocorreram no fim do ano passa-
do.
Assim, “renasceu” o Conselho Nacional da Amazônia Legal, oficialmente reativado
no dia 12/02 com a publicação do Decreto n. 10.239/2020. Este Decreto estabeleceu as
competências, o funcionamento e a composição do órgão.
Um conselho é um órgão colegiado que delibera sobre alguns assuntos e toma deci-
sões. Colegiado significa ser formado por um “colégio”, isto é, membros que se rela-
cionam como “colegas”, com a mesma dignidade. São canais de discussão e debate
democrático.
Segundo o Decreto n. 10.239/2020, são membros do colegiado que forma o Conse-
lho da Amazônia Legal, além do Vice-presidente, os chefes dos seguintes ministérios:
Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Defesa, Relações Exteriores, Economia, Infraestrutura,

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Agricultura, Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Desenvolvimento


Regional, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Governo e Gabinete de Segu-
rança Institucional da Presidência.
A maior crítica envolvendo o novo Conselho foi a exclusão dos Governadores de
Estado dentre seus membros. Na formação antiga, participavam das deliberações os
governadores dos estados que compunham a Amazônia Legal. Agora, participam, além
do Vice-presidente da República, apenas chefes de Ministérios do Poder Executivo
Federal. O Presidente do Conselho, no entanto, afirmou que os governadores continua-
rão sendo consultados, embora não participem oficialmente do colegiado.
Já sabemos que o Conselho é um órgão colegiado, formado pela Vice-presidência
da República e por 14 ministérios. Segundo o Decreto n. 10.239/2020, este grupo de
pessoas se reunirá a cada três meses, e excepcionalmente quando o seu Presidente
(isto é, o Vice-presidente da República) o convocar.
Eles discutirão, em relação à Amazônia Legal, assuntos como proteção ambien-
tal, coordenação e integração de ações dos mais diversos setores governamentais,
desenvolvimento científico e inovação, repressão e prevenção de atividades ilíci-
tas etc.
Um conselho, além de deliberar, decide sobre alguns assuntos. Normalmente, as
decisões de um conselho são colegiadas, isto é, se resolvem pelo número de votos dos
seus membros. Mas, no caso do Conselho da Amazônia, os membros não possuem
poder de voto. A última decisão sempre ficará a cargo do seu Presidente, após mani-
festação dos outros membros (art. 5º do Decreto n. 10.239/2020).
As competências do Conselho da Amazônia estão definidas no art. 3º do Decreto n.
10.239/2020, e são bastante autoexplicativas.
As competências definidas são bastante abrangentes, como “fortalecer a presença
do Estado na Amazônia Legal” (art. 3º, V) ou “coordenar as ações destinadas à infraes-
trutura regional” (art. 3º, IX), regras que possibilitam muitas medidas diferentes.
Algumas das principais competências do Conselho da Amazônia são:
Coordenar e integrar as ações governamentais relacionadas à Amazônia Legal;
Propor políticas e iniciativas relacionadas à preservação, à proteção e ao desenvol-
vimento sustentável da Amazônia Legal;
Opinar, quando provocado pelo Presidente da República ou por quaisquer de seus
membros, sobre propostas de atos normativos do Governo Federal relacionados à Ama-
zônia Legal;
Acompanhar a implementação das políticas públicas com vistas à inclusão social e
à cidadania na Amazônia Legal;
Apoiar a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação;
Coordenar ações de prevenção, fiscalização e repressão a ilícitos e o intercâmbio
de informações;
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Acompanhar as ações de desenvolvimento sustentável e o cumprimento das metas


globais em matérias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
A Força Nacional Ambiental foi mencionada na mesma mensagem que reativou o
Conselho da Amazônia. No entanto, pouco se sabe ainda sobre o seu funcionamento.
A informação repassada pelo Governo em coletivas de imprensa é a de que ela estará
subordinada ao Conselho e funcionará nos moldes da Força Nacional de Segurança
Pública, mas voltada à proteção da Amazônia.
A Força Nacional de Segurança Pública foi criada em 2004, e funciona como uma
tropa de elite em casos emergenciais ou de grande importância para a ordem pública.
É formada por policiais militares, civis, bombeiros militares e profissionais de perícia
dos estados e do Distrito Federal. Ela também atua em casos de calamidades ambien-
tais e proteção do meio ambiente.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Bioma Pantanal e o Fogo em 2020
A temporada de seca no ano de 2020 (compreendida pelos meses do meio do ano,
basicamente) foi a mais drástica que se tem notícia em décadas em relação às con-
sequências de queimadas no Bioma Pantanal, tais quais emissão de gases de efeito
estufa e, principalmente, perda de biodiversidade vegetal e faunística.
Antes de abordamos o nosso foco em Atualidades acerca das queimadas no Pan-
tanal em 2020, contudo, é importante nos debruçarmos em torno de dois pontos fun-
damentais. Lembrando, claro, que aqui ninguém sairá, não sendo o nosso objetivo, um
especialista em Geografia do Pantanal. Mas vale-nos (e muito) destacar tais questões:
o conceito de Bioma e as características principais do bioma pantaneiro. Então, siga-
mos juntos, ok?
O que são biomas?
Na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bioma é o
“conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação
contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares
e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica pró-
pria”. Em outras palavras, ele pode ser definido como uma grande área de vida forma-
da por um complexo de ecossistemas com características homogêneas.

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O Bioma Pantanal:

O Pantanal é um dos menores biomas brasileiros, PORÉM UM DOS MAIS COMPLEXOS.


Localizado na porção Oriental da Região Centro-Oeste, entre os Estados de Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul, o Pantanal recebe influência em sua fauna e flora tanto do Cerrado (domí-
nio arbustivo) como da Amazônia (domínio florestal), havendo ainda extensas áreas campes-
tres (herbáceas).
A planície pantaneira funciona como uma esponja, bem verdade, à medida que drena para
dentro de si as águas do Planalto Central (na sua parte Leste) e as águas do Rio Paraguai (em
sua parte Oeste). Assim, mesmo sendo uma das regiões em que menos chove no Brasil (mé-
dias de 1000 mm/anuais), o Pantanal possui uma rede hídrica volumosa e muita quantidade
de água, principalmente no período das cheias (Nov/Abr). Contribui enormemente para tanto a
presença de um solo hidromórfico, com grande capacidade de absorção de água.
Note no mapa abaixo, em: https://www.researchgate.net/figure/Bacia-de-drenagem-do-rio-
-Paraguai-com-exutorio-na-estacao-fluviometrica-de_fig2_328583405, a rede de drenagem do
Pantanal e a presença de porções mais elevadas a Leste, tais quais o Planalto dos Guimarães
e Planalto Maracaju – Campo Grande.

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A Rede Hidrográfica do Pantanal:

PAISAGEM PANTANEIRA TÍPICA: mesclando elementos da Amazônia (vitória-régia) com


vegetação arbustiva (e clima) do Cerrado:

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As questões ambientais pantaneiras: o Pantanal, ao longo das décadas, foi sendo retalha-
do em enormes fazendas de criação de gado. Durante muito tempo, estas propriedades rurais
quase seculares determinaram o lento processo de produção do espaço pantaneiro, havendo
criado a interessante figura do boiadeiro, peão local que durante o ano transita o rebanho para
fugir dos alagadiços que ocorrem, principalmente entre os meses de Nov/Abr, conduzindo cen-
tenas (às vezes milhares) de bois com seu berrante a cavalo nas chamadas comitivas. Mas
esta atividade relacionada à alocação de enormes rebanhos de boi de corte no Pantanal resul-
tou em certos tipos de danos ao meio ambiente, tais quais a compactação de solos em partes
mais firmes pelo pisoteio do gado e, principalmente, a caça indiscriminada aos animais que
matam rebanhos, leia-se cobras (muitas sucuris) e onças de todos os tipos.
Contudo, com a chegada da década de 1980/90, outros impactos ambientais começam
a ganhar espaço no Pantanal, principalmente em função da expansão da fronteira agrícola
em solos de cerrado e mineração. As atividades das fazendas de gado se juntaram frente aos
desafios que o assoreamento (acúmulo de sedimentos em cursos d’água) causa nos princi-
pais rios pantaneiros, resultado da atividade agrícola monocultora empreendida no Planalto
Central. Outro ponto importante acerca dos desafios ambientais do Pantanal reside no corte
de vegetação em suas cercanias (Bioma Cerrado) para uso como lenha, além da poluição ge-
rada pelas atividades mineradoras ao Sul do Bioma (no Maciço do Urucum, MS) de extração de
minério de ferro e manganês, principalmente, por mais de 160 empresas mineradoras.
Por fim, importa destacarmos que o Pantanal é o bioma brasileiro (junto com os campos
sulinos) menos protegido oficialmente por Unidades de Conservação, não atingindo a ínfima
taxa de 5% a quantidade de áreas protegidas.

As Queimadas no Pantanal em 2020


O número de focos de incêndio no Pantanal, que em média se situam na casa dos 5.000 em
períodos de seca, em 2020 atingiu a marca de 15.000 focos em setembro, consumindo algo
em torno de 20% da superfície do bioma.
É evidente que, mesmo havendo um fenômeno natural que contribuiu enormemente (a au-
sência de entrada de qualquer massa úmida, as quais começam a subir e atingir a região no
mês de Setembro), fatores antrópicos, tais quais a expansão contínua da fronteira agrícola em
associação às dificuldades por parte da fiscalização, tanto de órgãos federais (leia-se Iba-
ma), quanto das secretarias estaduais de meio - ambiente do Mato Grosso do Sul e do Mato
Grosso, contribuíram para a calamidade. O Ibama, inclusive, segundo matéria da Revista Veja
intitulada “os Campeões do Desmatamento,” de 5 de agosto de 2020, vem imprimindo multas
milionárias aos grandes desmatadores, principalmente no chamado “Arco do Desmatamento”
(veja figura abaixo). Entretanto, não consegue receber os valores à medida que os grandes
proprietários rurais notificados conseguem postergar tais multas dentro da esfera jurídica.
Impera a ilegalidade.

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Figura: Arco do Desmatamento e Limites da Amazônia Legal: note que o Pantanal NÃO SE ENCONTRA NESTE
ARCO DE INTENSA ATIVIDADE DE QUEIMADAS:

A origem das queimadas no Pantanal, como no cerrado ou na Amazônia, na verdade, estão


em sua maioria relacionadas ao que se denomina “queimadas controladas”. Quando os pro-
dutores rurais buscam queimar o mato seco com vistas, exatamente, a não perder o controle
do fogo através de queimadas espontâneas (causadas pela secura do ar, junto à energia ele-
troestática.) O problema, contudo, reside na perda de controle deste tipo de limpeza dirigida
por parte dos produtores rurais e, principalmente, na sanha crescente de grandes pecuaristas
que visam abrir enormes pastagens na marra. Não por coincidência, o próprio ministro Maurí-
cio Salles, do Meio Ambiente, em vídeo recente divulgado de uma reunião ministerial realizada
em abril de 2020, deixou claro ser importante que “se deixasse passar a boiada” justamente
enquanto a mídia e a opinião pública estivessem com suas atenções voltadas à Covid-19.

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2.3. O Caso Marielle


A vereadora carioca pelo PSOL, Marielle Franco, a 5a mais votada nas eleições municipais
de 2016, foi assassinada em 14 de março de 2018, junto a Anderson Gomes, motorista do veí-
culo em que se encontrava. Defensora dos direitos dos homossexuais e combatendo de frente
a ação de milícias no Rio de Janeiro, a vereadora, por seu ativismo declarado, colecionava
desafetos perigosos. Quase um ano após o assassinato, em 12 de março de 2019, eis que os
primeiros suspeitos são presos e apresentados à sociedade: o policial militar reformado Ron-
nie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. A força-tarefa
que levou à Operação Lume diz que eles participaram dos assassinatos da vereadora Marielle
Franco e do motorista Anderson Gomes, mas um tempo depois de presos o caso continua lon-
ge de uma solução, pois os réus não confessam quais foram os reais mandantes.
“É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da
atuação política na defesa das causas que defendia”, diz a denúncia. Em nota do MP descreve
como “barbárie” e “golpe ao Estado Democrático de Direito” o assassinato cometido na noite
de 14 de março do ano passado.
Mas muito ainda há de se solucionar, como se percebe, em relação ao assassinato da
vereadora. Correm em segredo as investigações acerca de quem de fato mandou matá-la e
exatamente porque, embora já se saiba que existe ligação com a questão das milícias e, prin-
cipalmente, a grilagem de terra promovida por tais grupos para militares. Por fim, acerca desta
questão de grilagem de terra, exatamente onde Marielle denunciava haver a ação de grileiros
que se apropriavam de áreas públicas para a construção de prédios totalmente irregulares, na
Muzema, comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro, eis que em 12 de maio de 2019 ocorre
um desastre ocasionado pelo desabamento de dois prédios em empreendimento completa-
mente irregular comandado por milicianos. E 23 pessoas morrem.

2.4. As Milícias no Rio de Janeiro


Em 2020, estima-se que praticamente 2 milhões de pessoas na cidade do Rio de Janeiro
(para um total de 6,5 milhões de habitantes na cidade) vivam em áreas sob o controle de milí-
cias. Outros dados dão conta que mais da metade da área urbana do município já esteja sob o
comando de alguma milícia.
O conceito de milícia remete a grupos em geral aparamentados por funções de estado,
como policiais, que, revestidos da justificativa de combate ao tráfico e atividades criminosas
variadas, praticam uma justiça particular. Esses grupos não nasceram no Rio de Janeiro nes-
tes tempos, tal como pode parecer. Desde as décadas de 1950 e 1960, é percebida a ação em
grandes centros urbanos de grupos de extermínio que agem à margem do devido processo
legal. Foi assim, por exemplo, com o Esquadrão da Morte nos anos do regime militar atuando
no Rio e em São Paulo.

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Na verdade, o que acontece no Rio de Janeiro atualmente possui estrita relação com uma
ação da política de segurança pública e a respectiva criação das UPPs, nascidas em 2008 (e
ainda em vigor), e sua incisiva ação repressora ao tráfico de drogas e principalmente à facção
Comando Vermelho. Lateralmente a estas atividades de estado, ocorrem as iniciativas de pro-
teção de áreas por parte de policiais, bombeiros e militares, na ativa ou na reserva, mas fora
do serviço, atuando, em uma primeira fase, com vistas a proteger a população da volta de tra-
ficantes. Em seguida, seguindo roteiro exato do que vimos acontecer ao longo desta década,
estes grupos se apoderam das áreas promovendo uma série de novas funções e novas repre-
sentações aos quais não estão legalmente incumbidos, quais sejam:
• cobrança da taxa de proteção, marcando com símbolos as casas dos moradores que
a pagam e, assim, oferecendo proteção contra quaisquer crimes, seja um roubo ou a
venda de drogas;
• exploração clandestina ao cobrar e centralizar serviços de gás, televisão a cabo, máqui-
nas caça-níqueis, cocos verdes, crédito pessoal, imóveis e transporte alternativo;
• oposição aos narcotraficantes e ao domínio territorial de facções;
• segurança alternativa provida por policiais, bombeiros, vigilantes, agentes penitenciá-
rios e militares, fora de serviço ou ativos, como integrantes da milícia.

A vereadora Marielle Franco, ao que indica o MP, foi morta exatamente por combater gru-
pos milicianos, que chegaram até a grilar áreas e construir prédios clandestinos, tal qual vimos
no bairro da Muzema na Zona Oeste do Rio de Janeiro (área de predomínio absoluto de milí-
cias), onde, em março do ano de 2019, dois prédios construídos em completa irregularidade
por milicianos desabaram, causando a morte de 24 pessoas.

2.5. A Crise na Segurança Pública no Brasil


2.5.1. A Questão dos Homicídios
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicação referência em termos de
dados sobre o tema no Brasil, o número de homicídios em 2018 no país caiu em 13% frente
aos dados do ano anterior, 2017, quando o número de homicídios no Brasil foi de praticamente
60.000 mortes.
Provavelmente o advento da criação do Min. Segurança Pública, na entrada do ano de
2018, tenha realmente promovido a diferença, justiça seja feita, mas não há muito a celebrar.
Faz tempo que somos o maior número absoluto em todo o mundo neste tipo de crime. Para se
ter uma ideia do que isto representa, atualmente algo em torno de 12% dos homicídios no Mun-
do ainda têm ocorrência no Brasil. O segundo país com mais homicídios em números totais, o
México, não possui nem a metade dos números brasileiros. Há, sem dúvidas, uma epidemia de
violência em curso por aqui e a pequena redução de 2018 em nada muda este cenário drástico.

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De cada 100 mortos, 71 são negros e, em termos proporcionais, somos o aproximada-


mente o nono lugar no mundo, com uma taxa de 28 mortes para grupo de 100.000 habitantes,
sendo que Honduras está em primeiro, com 110, e El Salvador, em segundo, com 80.
Há algumas questões importantes a serem levadas em conta na análise deste crescimen-
to dos homicídios no Brasil, as quais vão além do senso comum, e por vezes simplista, mas
oportuno, sem dúvidas, que versa sobre fatores como o despreparo da polícia e a morosidade
de justiça. Listo abaixo três fatores que colaboram bastante para que este cenário de guerra
tenha praça no país.
A INTERIORIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA: até algum tempo, o Brasil podia ser considerado um
lugar onde, via de regra, a vida nas cidades do interior era tranquila. Ostentavam-se indicado-
res de violência, de fato, em cidades grandes. Havia, portanto, uma metropolização muito bem
marcada da violência. Contudo, ao longo dos últimos anos, o que se percebe é que a violência
seguiu com força para as cidades do interior, geralmente nas chamadas fronteiras, ou seja, nas
áreas de entrada de atividades, tanto minerais, de produção de energia e, principalmente, em
algumas fronteiras agrícolas. Para muitas áreas no país, a vida nas cidades pequenas já não
é mais sinal de tranquilidade. Em regiões metropolitanas, o mesmo fenômeno ocorre. Várias
cidades pequenas em estados como Bahia, Alagoas ou Maranhão, só para dizer alguns, osten-
tam números de homicídios superiores ao de muitas capitais.
A EPIDEMIA DE CRACK: o Brasil é hoje considerado no mundo o país com o maior número
de usuários de crack. Essa droga, derivada da cocaína e de alto poder viciante, vem penetrando
as ruas de norte a sul do país ao longo das duas últimas décadas, promovendo um rastro de
violência, tanto por parte dos usuários quanto por parte das facções que buscam o comando
deste lucrativo e crescente negócio. Para se ter uma ideia, estima-se haver algo perto de 1 mi-
lhão de usuários de “pedra”, tal qual é chamada comumente a droga no país.
A LETALIDADE POLICIAL E A CULTURA DO ENFRENTAMENTO: outro ponto que chama a
atenção acerca da violência no Brasil, e que eleva para cima o número de homicídios no país,
é a quantidade de mortes causadas pela atividade policial. Esta cultura do enfrentamento vem
desde os tempos do Regime Militar, quando a polícia passou a fazer a vez tanto de opressão
criminal como de opressão política, recebendo praticamente um salvo-conduto para matar. De
lá para cá, cresceram os instrumentos de controle sobre a atividade policial e seus desman-
dos, tais quais o Ministério Público e corregedorias especializadas, mas o número de mortes
relacionadas à atividade policial não para de crescer, estimando-se estar na casa dos 4.000
mortes anuais. Na outra ponta, cresce também o número de mortes de policiais, já estando na
casa das 400 mortes (mas nem todos em trabalho) por ano em todo o país.

2.5.2. A Crise Prisional e as Facções


Somente na entrada de 2017, nos 15 primeiros dias do ano, 134 pessoas morreram em pre-
sídios sob a custódia do Estado. Para muitos, tais dados são irrelevantes, pois, visto o quanto o

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Brasil anda violento, o que tem valido mesmo para alguns (mas não para este que aqui vos fala)
é a ótica que versa que “bandido bom é bandido morto”. Contudo, vale a pena nos atermos a
algo que não há como ser negado. O Estado brasileiro gasta muito com presídios e gasta mal.
Em 2017, o número de presos no país atingiu a casa dos 700.000. Se levarmos em conta
que em 2002 eram apenas 232.000, tal evolução no número de presidiários realmente salta
aos olhos. Assim, chegamos à terceira maior população carcerária do mundo, atrás apenas
da China e dos EUA, países com sistemas penais e judiciários infinitamente mais severos
que o nosso.
O que chama a atenção neste quadro também é que o número de presos por roubos, crime
que sempre liderou as estatísticas, é hoje menor que o número de presos por tráfico de drogas.
Na população de presidiárias femininas, esse número já é de 40%. Outro dado que puxa para
cima o número de presidiários é o número de presos provisórios, ou que já venceram a pena, o
qual se estima também que ronde a casa dos 40%.
Ainda em relação à questão prisional no país, um fato drástico também vem sendo colo-
cado em pauta e merece atenção: as principais organizações criminosas em atuação atual-
mente no Brasil têm sua origem em presídios. São facções como o PCC – Primeiro Comando
da Capital –, que nasceram com um discurso voltado ao assistencialismo intraprisional, para
em seguida transcender as fronteiras e se lançarem nas ruas, comandando ações de roubos e
tráficos de drogas.
O crescimento do PCC, hoje disparada a maior organização criminosa do Brasil, suscitou a
formação de outras organizações concorrentes pelo país, as quais atualmente lutam pelo con-
trole de presídios e também do tráfico de drogas e outras atividades criminosas em inúmeras
cidades brasileiras. Assim, como exemplo, temos a luta pelo tráfico de drogas e controle de
presídios no Amazonas promovida entre a Família do Norte versus PCC. No Ceará a explosão
recente do número de homicídios em Fortaleza está, umbilicalmente, ligada na luta por pontos
de tráfico de drogas promovida entre os Guardiões do Estado (grupo local) e o PCC. Já em Na-
tal e Mossoró, ambas no Rio Grande do Norte, o conflito atual reside no enfrentamento entre o
PCC e a facção Sindicato do Crime.
E, nessa guerra entre facções, impressiona a forma como o Estado brasileiro não conse-
guiu se antecipar em momento algum a ascensão destes grupos e o tanto que se percebe ser
quase impossível conter estes grupos criminosos e suas ações no atual nível em que chega-
ram. Esses embates se espalharam pelas grandes cidades do Brasil em 2019 também.

2.5.3. A Política de Segurança de Wilson Witzel no Rio de Janeiro


em 2019

Wilson Witzel, um juiz federal nascido em São Paulo com atuação em inúmeras varas no
estado do Rio de Janeiro, se lançou em 2018 pela primeira vez como candidato a um cargo
eletivo. Com apenas 1% das intenções de votos no início da campanha, Witzel se elege como

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Governador do Rio de Janeiro com 60% dos votos no segundo turno, derrotando o ex-prefeito
da capital Eduardo Paes, do DEM.
Witzel, logo nos primeiros dias de seu governo (de viés declaradamente de ultradireita),
anuncia medidas radicais no combate ao crime no estado. Apoiado por um descontentamento
geral da população carioca assolada por indicadores crescentes de violência ao longo dos últi-
mos dois anos, o governo adota uma política de completa chancela as ações da polícia militar
e civil no estado, com vistas a eliminar do mapa (leia-se, matar) bandidos em áreas onde o
poder paralelo do tráfico é evidente.
Autoriza, assim (e incentiva inclusive), a que qualquer suspeito em áreas de risco ou pontos
conhecidamente de tráfico de drogas, caso seja visto portando armas (fuzis principalmente),
seja sumariamente executado. O Estado, portanto, sob sua tutela, abre mão do processo legal
dando as costas a ditames relativos aos direitos humanos e ao preceito basilar que determina
ser direito do cidadão o devido processo legal. Seu governo justifica agir com tamanha vee-
mência exatamente para colocar sob controle uma situação considerada perdida.
E Witzel recebe apoio de parte da sociedade carioca que reza na cartilha do “bandido bom,
é bandido morto” e do próprio governo federal, pelo menos até antes do rompimento entre o
governador e Bolsonaro (que em um ano saíram de um quadro de juras de amor eterno em
campanha para se tornarem inimigos). Incentivava sem concessões o extermínio de suspei-
tos em áreas tomadas pelo poder paralelo do tráfico no Rio de Janeiro. Mas como tal medida
drástica não poderia deixar de ser alvo de críticas, o governador é acusado de promover um
genocídio nas comunidades mais pobres e ir contra a dispositivo constitucional que versa
encabeçando o art. 5º de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Além disso, erros em
operações ganham espaço com mortes por parte de policiais de pessoas nitidamente sem
comprometimento com atividades criminosas e até de crianças.
Como resultado direto dessa política, em 2019, desde que são atualizados os dados anuais
de mortes em função da ação policial no Estado, o número de casos suspeitos de mortes bate
a casa dos 1.800 casos, o que significa 5 mortes por dia em função da ação da polícia e 1/3
de todos os homicídios no estado.

2.5.4. O Projeto de Lei Anticrime de Moro: Trâmite, Aprovação e


Entrada em Vigor
Com o objetivo de estabelecer medidas contra a corrupção, o crime organizado e os cri-
mes praticados com grave violência, o (agora) ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública
(MJSP), Sergio Moro, apresentou em fevereiro de 2019 o anteprojeto de Lei Anticrime.
O anteprojeto era uma das três metas prioritárias do Ministério da Justiça e Segurança Pú-
blica para os 100 primeiros dias de governo. O objetivo é aumentar a eficácia no combate aos
crimes e reduzir pontos de estrangulamento do sistema de justiça criminal.
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É importante frisar que a maioria das propostas contidas na proposta Anticrime não de-
mandam recursos orçamentários extras.
Mesmo sendo prioridade para o governo, a discussão se estende por todo o ano de 2019
em relação ao projeto de lei.
Confira abaixo inicialmente as principais medidas da proposta:
• Prisão em segunda instância: o novo texto regulamenta, no Código de Processo Penal,
a prisão em segunda instância. Pela proposta, ao proferir acórdão condenatório, o tri-
bunal determinará a execução provisória das penas privativas de liberdade, restritivas
de direitos ou pecuniárias, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser
interpostos;
• Embargos de declaração: segundo redação conferida ao artigo 116 do Código Penal,
a prescrição não correrá na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos
Tribunais Superiores, estes quando inadmissíveis;
• Crimes de caixa dois: a alteração no Código Eleitoral se dá com a pretensão de acrés-
cimo do artigo 350-A, que criminaliza o uso de caixa dois em eleições, com pena de
reclusão de dois a cinco anos. As práticas de movimentação paralela à contabilidade
exigida pela legislação eleitoral também terão a pena aumentada em 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços), no caso de agente público concorrer, de qualquer modo, para a prática
criminosa;
• Legítima defesa: a alteração no Código Penal é no artigo 23, que trata da exclusão de ili-
citude. A proposta inclui o § 2º, que indica que o juiz poderá reduzir a pena até a metade
ou deixar de aplicá-la se o excesso decorrer de situação comprovada de medo, surpresa
ou violenta emoção. Neste caso, as circunstâncias em que o ato foi praticado serão
avaliadas e, se for o caso e assim o juiz entender, o acusado poderá ficar isento de pena;
• Regime inicial fechado ou semiaberto: a proposta inclui três parágrafos no artigo 33 do
Código Penal, todos agravando a forma de cumprimento de pena nos casos mais gra-
ves. Em todas as hipóteses, o regime inicial será o fechado. Há exceções para crimes de
menor relevância.

No caso de condenado reincidente ou havendo elementos probatórios que indiquem con-


duta criminal habitual, reiterada ou profissional, o regime inicial da pena será o fechado. Con-
denados pelos crimes de corrupção, por exemplo, passam a cumprir, inicialmente, a pena em
regime fechado. Também estão submetidos a essa regra os condenados por crime de roubo
circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou pela destruição ou rompimento de obstá-
culo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum, bem
como quando da violência resultar lesão corporal grave.
Progressão de regime e saídas temporárias: na hipótese dos condenados por crimes con-
siderados hediondos, a progressão de regime passa a ser possível apenas após o cumprimento de

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três quintos da pena. A possibilidade também fica subordinada ao mérito do condenado e à


constatação de condições pessoais que façam presumir que ele não voltará a delinquir.

Vale destacar que, em meio a essa iniciativa de enrijecer a lei penal, principalmente para crimes
de corrupção e terrorismo, como vimos acima, o STF iniciou pela 3a vez a discussão acerca de
se extinguir a prisão em segundo instância (ver o Texto Complementar: Lula e o STF). E o pró-
prio Tribunal Superior já havia sumulado a possibilidade de prisão em segunda instância em
fev/16 e out/16. Por fim, em novembro de 2019, súmula ao contrário, ou seja, não permitindo
mais a prisão antes de esgotados todos os 3 graus de jurisdição judiciária, salvo prisões pre-
ventivas e provisórias, foi emitida pelo Superior Tribunal.

A Aprovação do Pacote Anticrime


Eis que, finalmente, a Lei n. 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, é aprovada
pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República Jair Bolsonaro, entrando em vigor
nos primeiros dias de 2020 e reunindo um conjunto de propostas e reformas apresentadas
pelo ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e por uma comissão de juristas
coordenada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Pelas redes sociais, o ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que a
nova lei tem avanços importantes e afirmou que nem todas as medidas propostas foram apro-
vadas pelo Congresso, dizendo que “em 2020, vamos resgatar o que ficou de fora”.
Bolsonaro manteve a criação da figura do juiz de garantias (ainda sub judice frente à pos-
sibilidade de execução de tal dispositivo),mas vetou um dos pontos desse trecho. Esse juiz
passará a ser o “responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela sal-
vaguarda dos direitos individuais”. O ponto vetado pelo presidente previa que presos em fla-
grante ou por força de mandado de prisão provisória seriam encaminhados à presença de
um juiz de garantias no prazo de 24 horas, para realização da audiência de custódia. O texto
também vedava o uso de videoconferência nesses casos. Caberá ao juiz de garantias atuar
na fase da investigação e decidir, por exemplo, sobre a autorização de quebra dos dados res-
guardados por sigilo constitucional. Atualmente, o juiz que participa da fase de inquérito é o
mesmo que determina a sentença posteriormente.
Legítima Defesa: altera o Código Penal e passa a considerar a legítima defesa de agentes
de segurança pública quando se “repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida re-
fém durante a prática de crimes”. O código entende como legítima defesa, inclusive para civis,
se uma pessoa usa com moderação meios necessários para se defender ou proteger uma
vítima, repelindo “injusta agressão, atual ou iminente”.
Tempo Máximo de Cumprimento da Pena: amplia o limite de tempo de cumprimento das
penas privativas de liberdade (prisão, impedimento do direito de ir e vir) de 30 para 40 anos.

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As penas privativas de liberdade são reclusão (crimes graves), detenção (crimes menos gra-
ves) e prisão simples (contravenções penais).
Comércio Ilegal de Arma de Fogo: o projeto também endurece a pena nos casos de venda
ilegal de arma. A punição atual é reclusão de quatro a oito anos e multa. O projeto aumenta
para 6 a 12 anos e multa. De acordo com o texto, esta pena valerá também para quem entregar
arma, acessório ou munição, sem autorização, para policial disfarçado.
Cadeia de Custódia: cria um conjunto de regras da chamada cadeia de custódia (ações
para manter e documentar vestígios coletados em locais onde ocorreram crimes). As regras
vão disciplinar a atuação das autoridades desde a coleta de material no local do crime até
o descarte.
Presos Perigosos em Presídios Federais: amplia o período de permanência de presos pe-
rigosos em presídios federais. A lei previa prazo máximo de 360 dias. Agora, o período foi
ampliado para três anos, renováveis por mais três.
Presídios de Segurança Máxima: estados e Distrito Federal poderão construir presídios de
segurança máxima ou adaptar as instalações já existentes ao regime de segurança máxima.
“Informante do Bem”: determina que a administração pública, direta ou indireta, manterá
ouvidorias para garantir que “qualquer pessoa tenha o direito de relatar informações sobre cri-
mes contra a administração pública, ilícitos administrativos ou quaisquer ações ou omissões
lesivas ao interesse público”.
Confisco Alargado de Bens: nos casos com pena máxima superior a seis anos de prisão, a
Justiça poderá decretar a perda dos bens obtidos a partir do crime. Os bens recolhidos serão
equivalentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e o valor da sua renda.
Decisões Colegiadas em Casos de Organização Criminosa: amplia os crimes que podem
ser julgados por varas criminais colegiadas. A possibilidade de decisão colegiada já existe em
lei, para o caso de crimes de organização criminosa. A nova redação prevê o uso desse recur-
so também no caso do crime de associação criminosa armada.
Prescrição da Pena: inclui uma nova hipótese em que pode ser suspensa a contagem
da prescrição de penas: quando houver recursos pendentes de julgamento em tribunais su-
periores. A prescrição ocorre quando termina o prazo para que a Justiça promova a punição
contra um acusado de crime. A prescrição varia de acordo com o delito e a pena aplicada no
caso concreto.
Saída Temporária: o texto proíbe a saída temporária da prisão aos condenados por crime
hediondo que resultaram em morte. A saída temporária é um benefício concedido a quem
cumpre pena em regime semiaberto, em datas específicas.
Delação Premiada: muda regras sobre delação premiada. Pelo texto, há a obrigação de o
colaborador narrar apenas os atos ilícitos relacionados diretamente com os fatos investiga-
dos. Lembrando, caro(a) aluno(a), que há uma Lei de 2013, a Lei de Organizações Criminais
(Lei n. 12.850/2013), que esmiuçou a questão da chamada “colaboração premiada”.

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Pontos do Projeto Aprovados pelo Congresso e Vetados por Bolsonaro


Homicídio com Arma de uso Restrito: foi vetado o dispositivo previsto no texto aprovado
pelo Congresso que aumentava a pena do crime de homicídio quando o criminoso usa, na
ação, arma de fogo de uso restrito ou proibido. A pena atual é de 6 a 20 anos. Pela proposta,
passaria para 12 a 30 anos.
Crimes contra a Honra: foi vetado o dispositivo previsto no texto aprovado pelo Congresso
que aumentava as penas dos crimes contra a honra (calúnia, difamação, injúria) cometidos
na internet. O texto previa que a pena poderia ser aplicada até o triplo “se o crime é cometido
ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores.”
Defesa de Agentes de Segurança: Bolsonaro vetou três pontos do trecho do projeto apro-
vado pelo Congresso que estabelecia que o Estado deveria disponibilizar defensores aos agen-
tes de segurança investigados por fatos relacionados à atuação em serviço. Os pontos veta-
dos determinavam, por exemplo, que a defesa desses agentes deveria ser feita por defensor
público e que, na ausência deste, um defensor deveria ser contratado e pago pela instituição à
qual o agente está vinculado.
Identificação de Perfil Genético de Criminosos: o presidente vetou alterações feitas pelo
Congresso na Lei de Execução Penal. A lei original prevê que “os condenados por crime pra-
ticado, dolosamente e com violência de natureza grave contra pessoa”, por exemplo, “serão
submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA”.
Um dos trechos vetados por Bolsonaro alterava esse texto da lei, tornando obrigatória também
a coleta de DNA de condenados por “crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por cri-
me sexual contra vulnerável”. Determinava ainda que a extração de amostra de DNA deveria
ser feita “por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional”, o que não consta da lei em
vigor atualmente. Ainda neste tema, o presidente vetou trecho do projeto que estabelecia que o
DNA coletado de condenados “só poderá ser utilizado para o único e exclusivo fim de permitir
a identificação do perfil genético” e proibia o uso da amostra para, por exemplo, busca familiar.
Bolsonaro vetou, ainda, o trecho que determinava o descarte da amostra biológica assim que
o perfil genético fosse identificado, para impedir o seu uso para outros fins; e o que fixava que
a coleta de DNA deveria ser feita por “perito oficial”.
Progressão de Pena: outro veto atinge o trecho do texto que trata da progressão do regime
de pena dos condenados. O ponto vetado estabelecia que os condenados que cometem falta
grave na prisão passariam a readquirir a condição de “bom comportamento” após um ano da
falta “ou antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito”.
Improbidade Praticada por Agente Público: Bolsonaro vetou alterações feitas pelo Con-
gresso na lei que trata das sanções aplicáveis a agentes públicos no caso de enriquecimento
ilícito. O trecho vetado criava a possibilidade de o Ministério Público, nestes casos, celebrar
acordo de não persecução cível, ou seja, para evitar processo na Justiça, e estabelecia os
critérios para o acordo, como o integral ressarcimento do dano e o pagamento de multa.

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Interceptação de Conversas e Escutas Ambientais: Bolsonaro vetou pontos do trecho do


projeto aprovado pelo Congresso que alterava a lei que trata de interceptação de conversas e
escutas ambientais. Um dos pontos vetados estabelecia que “a instalação do dispositivo de
captação ambiental poderá ser realizada, quando necessária, por meio de operação policial
disfarçada ou no período noturno, exceto na casa (…).” A captação ambiental consiste em uma
pessoa gravar a própria conversa privada com outra pessoa sem conhecimento da outra.
Defesa de Policiais e Bombeiros em Inquéritos por Uso de Força Letal: Bolsonaro vetou
três alterações feitas pelo Congresso no Código de Processo Penal Militar. Esses trechos esta-
beleciam as situações em que policiais e bombeiros investigados em inquéritos sobre uso de
força letal no exercício profissional podem ter um defensor. Um dos pontos vetados previa que,
havendo a necessidade de indicação de defensor para o agente, ele seria “preferencialmente”
um defensor público e que, se não houver defensor público no local, que a União ou o estado
deveria “disponibilizar profissional” para acompanhar o processo. Outro ponto vetado determi-
nava que a contratação de um defensor de fora dos quadros públicos deveria ser precedida de
manifestação indicando a ausência de defensor público na região em que corre o inquérito. O
terceiro ponto vetado especificava que os custos com a atuação desse defensor de fora dos
quadros públicos “ocorrerão por conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja
vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados”.
Seguem as 17 leis alteradas pelo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com
entrada em vigor em 23/01/2020)
Fonte: https://anamariaprates.com.br/conheca-as-17-leis-alteradas-pelo-pacote-
-anticrime/
I – CÓDIGO PENAL (DECRETO-LEI N. 2.848 DE 07/12/1940) – alterações pela Lei n. 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020, e pela Lei n. 13.968/19 de 26/12/2019,
entrada em vigor na data da publicação.
Parte Geral
1. Legítima defesa protetiva para agentes de segurança pública no caso de risco de agres-
são (artigo 25).
2. Competência para execução da pena de multa é do juízo de execução penal (artigo 51).
3. Tempo do cumprimento máximo da pena privativa de liberdade passa de 30 para 40
anos (artigo 75).
4. Livramento condicional – acréscimo do requisito de não cometimento de falta grave nos
últimos doze meses para que haja a concessão (artigo 83).
5. Novos efeitos da condenação penal: poderá ser decretada a perda, como produto ou
proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do conde-
nado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito (artigo 91-A).
6. Novas causas suspensivas (impeditivas) da prescrição: na pendência de embargos de
declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis e enquanto não
cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal (artigo 116).

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Parte Especial
7. Roubo – novas majorantes quando há emprego de arma branca e de arma de fogo
de uso restrito ou proibido (artigo 157).
8. Estelionato – como regra, torna-se de ação penal pública condicionada à represen-
tação (artigo 171).
9. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação – acréscimo do cri-
me de auxílio à automutilação (artigo 122 alterado pela Lei n. 13.968/2019 de 26/12/2019
já em vigor desde a publicação).
10. Concussão – aumento da pena máxima de 8 para 12 anos (artigo 316).
II – CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (DECRETO-LEI N. 3.689 DE 03/10/1941) – altera-
ções pela Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Criação do juiz das garantias (artigo 3º-A a 3º-F).
2. Designação de defensor na fase de investigação a servidores da segurança pública
(artigo 14-A).
3. Arquivamento de inquérito – novas regras – não é mais homologado pelo juiz
(artigo 28).
4. Acordo de não persecução penal para infração penal sem violência ou grave amea-
ça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, desde que o investigado tenha confes-
sado (artigo 28-A).
5. Bens: venda não precisa aguardar 90 dias do trânsito em julgado; bens de valor ar-
tístico e cultural podem ser destinados a museus públicos; possibilidade de utilização de
bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos
de segurança pública; destinação do valor ao Fundo Penitenciário Nacional (artigos 122,
124A, 133 e 133A).
6. Prova ilícita: impedimento do magistrado que conheceu do conteúdo da prova de-
clarada inadmissível de proferir a sentença ou acórdão (artigo 157).
7. Regulamentação da cadeia de custódia: regras para resguardar a confiabilidade da
prova (artigo 158A a 158F).
8. Medidas cautelares pessoais: não possibilidade de decretação de medidas cautela-
res pessoais de ofício; necessidade de justificação pela não possibilidade de substituição
da preventiva por outras cautelares (artigos 282, 283 e 287).
9. Audiência de custódia/Prisão em flagrante: previsão da audiência de custódia no
prazo de 24h da prisão em flagrante sob pena de responsabilidade penal, administrativa e
civil e relaxamento da prisão; impossibilidade de concessão de liberdade provisória para
o agente reincidente ou integrante organização criminosa armada ou milícia, ou que porta
arma de fogo de uso restrito (artigo 310).
10. Prisão preventiva: não possibilidade de decretação de ofício; necessidade de fun-
damentação em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâne-
os que justifiquem a aplicação da medida adotada; inclusão do perigo gerado pelo estado

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de liberdade do imputado (periculum libertatis) como requisito para decretação; fixação de


parâmetros de fundamentação da preventiva; necessidade de revisão da preventiva a cada 90
dias (artigos 311, 312, 313, 315 e 316).
11. Júri: execução provisória da pena em condenação por jurados com sanção igual ou
superior a 15 anos não tendo a apelação, como regra, efeito suspensivo (artigo 492).
12. Nulidade: necessidade de fundamentação das decisões penais sob pena de nulidade
(artigo 564).
13. Recursos: da decisão que recusa homologação à proposta de acordo de não persecu-
ção penal, previsto no art. 28-A cabe recurso em sentido estrito e inclusão do recurso especial
no mesmo dispositivo do recurso extraordinário (artigos 581 e 638).
III – LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEI N. 7.210 DE 11/07/1984) – alterações pela Lei 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Material genético: não submissão à coleta constitui falta grave (artigo 9º-A).
2. Falta grave: inserção da recusa à submissão à coleta de material genético (artigo 50).
3. Regime disciplinar diferenciado: novas regras (artigo 52).
4. Progressão de regime: percentuais diferenciados conforme características do conde-
nado; interrupção da contagem para progressão de regime com o cometimento de falta grave
(artigo 112).
5. Saída temporária: impossibilidade para o condenado que cumpre pena por praticar crime
hediondo com resultado morte (artigo 122).
IV – LEI DE CRIMES HEDIONDOS (LEI N. 8.072 DE 25/07/1990) – alterações pela Lei 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Inclusão de diversos tipos penais do rol dos crimes hediondos: a) várias espécies de
roubo; b) extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima; c) furto qualificado pelo
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum; d) comércio ilegal de
armas de fogo; e) tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição; f) organização
criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado (artigo 1º).
2. Novas regras de progressão de regime conforme artigo 122 da LEP (artigo 2º).
V – LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI N. 8.429 DE 02/06/1992) – alterações
pela Lei 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de celebração de acordo de não persecução cível na improbidade.
VI – INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS (LEI N. 9.296 DE 24/07/1996) – alterações pela Lei
13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Regulamentação captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos
(artigo 8-A).
2. Novo tipo penal: realização de captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos
ou acústicos (artigo 10-A).
VII – LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS (LEI N. 9.613 DE 03/03/1998) – alterações pela Lei
13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.

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1. Possibilidade de ação controlada e da infiltração de agentes no crime de lavagem


de capitais.
VIII – ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI N. 10.826 DE 22/12/2003) – alterações pela
Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Alteração de pena para o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido
(artigo 16), para o crime de comércio ilegal de arma (artigo 17), para o crime de tráfico interna-
cional de arma (artigo 18).
2. Conduta equiparada a comércio ilegal de arma e a tráfico internacional de arma para
quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação,
sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente (artigos 17 e 18).
3. Aumento de pena para o reincidente específico (artigo 20).
4. Criação do Banco Nacional de Perfis Balísticos (artigo 34-A).
IX – LEI DE DROGAS (LEI N. 13.343 DE 23/08/2006) – alterações pela Lei n. 13.964 de
24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Novo tipo penal: venda ou entrega de drogas a agente disfarçado.
X – LEI DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL (LEI N. 11.671 DE 08/05/2008) – altera-
ções pela Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Competência do juízo federal da execução penal para apreciar fatos ou incidentes rela-
cionados à execução da pena ou infrações penais ocorridas no estabelecimento penal federal
(artigo 2º).
2. Inclusão de presos em estabelecimentos penais federais – novas regras: regime fecha-
do; cela individual; visitas em dias determinados com comunicação por interfone, com filma-
gem e gravação; duas horas diárias de banho de sol; monitoramento dos meios de comunica-
ção (artigo 3º).
3. Período de permanência do preso em estabelecimento penal federal de segurança máxi-
ma passa de 360 dias para 3 anos (artigo 10).
4. Competência de órgão colegiado para decisões relativas aos presos em estabelecimen-
to penal federal de segurança máxima (artigo 11-A).
5. Possibilidade de estabelecimentos penais de segurança máxima serem construídos pe-
los Estados e DF (artigo 11-B).
XI – LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL (LEI N. 12.037 DE 1º/10/2009) – alterações pela Lei
11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Prazo para exclusão do perfil genético no caso de condenação: 20 anos após o cumpri-
mento da pena, independente do crime (artigo 7º-A).
2. Criação do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais (artigo 7º-C).
XII – JULGAMENTO DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (LEI N. 12.694 DE 24/07/2012) – al-
terações pela Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.

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1. Possibilidade de criação de varas criminais colegiadas para julgamento de casos que


envolvam organizações criminosas e infrações conexas.
XIII – LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (LEI N. 12.850 DE 02/08/2013) – alterações
pela Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Líderes de organizações criminosas armadas: início de cumprimento de pena em esta-
belecimento penal de segurança máxima (artigo 2º).
2. Perda de benefícios para condenado, que mantém vínculo associativo, que integra orga-
nização criminosa ou que praticou crime por meio de organização criminosa (artigo 2º).
3. Colaboração premiada: meio de obtenção de prova; negócio jurídico processual (artigo
3-A); novas regras procedimentais e materiais (artigos 3-B, 3-C e 4º); cumprimento de prisão
cautelar e pena em estabelecimento diverso dos demais corréus (artigo 5º); impossibilidade de
decisão quanto à publicidade do acordo até o recebimento da denúncia – sigiloso (artigo 7º).
4. Regulamentação da infiltração virtual de agentes de polícia, na internet, para investigar
os crimes previstos na lei de organizações criminosas e conexos (artigos 10-A, 10-B, 10-C,
10-D e 11).
XIV – SERVIÇO TELEFÔNICO DE RECEBIMENTO DE DENÚNCIAS E SOBRE RECOMPENSA
(LEI N. 12.850 DE 02/08/2013) – alterações pela Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em
vigor em 23/01/2020.
1. Criação de unidade de ouvidoria ou correição para assegurar a qualquer pessoa relatar
informações sobre crimes, condutas ilícitas ou condutas lesivas aos interesses públicos (ar-
tigo 4º-A).
2. Preservação de identidade do informante que somente será revelada mediante concor-
dância do informante (artigo 4º-B).
3. Proteção ao informante contra condutas praticadas em retaliação ao exercício do direito
de relatar (artigo 4º-C).
XV – PROCESSO NOS TRIBUNAIS SUPERIORES (LEI N. 8.038 DE 28/05/1990) – alterações
pela Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de oferecimento da não persecução penal para crimes sujeitos a ações
penais originárias nos termos do artigo 28-A do Código de Processo Penal.
XVI – FUNDO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA (FNSP) (LEI N. 13.756 DE 12/12/2018)
– alterações pela Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Acréscimo de recursos para o Fundo Nacional de Segurança Pública (artigo 3º).
XVII – CÓDIGO PENAL MILITAR (DECRETO-LEI N. 1.002 DE 21/10/1969 – alterações pela
Lei 13.608 de 10/01/2018, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Designação de defensor na fase de investigação a servidores das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares (artigo 16-A).

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Atualidades Brasil
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TEXTO COMPLEMENTAR
A Segurança Pública no Brasil em Atualidades: 2020
No Brasil, tal qual versa nossa Constituição de 1988, é privativo à União legislar
sobre DIREITO PENAL. É interessante perceber que, ao mesmo tempo em que legislar
sobre tal tema é de competência privativa da União, ocorre também uma descentraliza-
ção nas políticas/ações de segurança pública no Brasil. Explico: as Unidades Federa-
das são responsáveis por conduzir suas políticas de segurança, sendo 27 Corporações
de Polícia Militar (comandadas por um Comandante-Geral escolhido pelo Governador)
e, também, 27 Polícias Civis (comandadas estas por um Diretor-Geral, também esco-
lhido pelo Governador), além de haver a instrumentalização de um corpo de segurança
pública por parte dos municípios por meio da formação (que não é obrigatória) das
Guardas Civis.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I – direito civil, comercial,
penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Tal qual vimos acima, e vale este parêntese, o tema segurança pública se encontra
descentralizado (mesmo a matéria Direito Penal sendo privativa da União), com atua-
ção das polícias estaduais (PMs e Civil) e até municipal. Contudo, importa-nos perceber
que, ao longo dos últimos anos, duas iniciativas importantes frente à federalização do
tema foram tomadas por parte do governo federal.
A primeira diz respeito à formação da FORÇA NACIONAL. Unidade composta por
policiais militares, civis, bombeiros militares e peritos dos estados e do Distrito Federal,
a FNSP atua na preservação da ordem pública, segurança das pessoas e patrimônio,
além de calamidades. Os integrantes da Força Nacional permanecem cedidos por um
período de até dois anos, ressalvada estipulação contrária entre os pactuantes para as
localidades onde forem convocados por qualquer dos 27 governadores. Atualmente a
Força Nacional se vinculada ao Ministério da Justiça e as respectivas Sec. de Seguran-
ça Pública dos lugares onde houver atuação.
Já a outra iniciativa veio por parte do Governo Temer (2016-2018) com a criação nos
primeiros dias de 2018 do Ministério da Segurança Pública. Com atribuição de planejar
em nível nacional a segurança pública e dar suporte às políticas estaduais de Seguran-
ça Pública, o Ministério foi extinto por Jair Bolsonaro em 2019, sendo, portanto, incor-
porado ao Min. Justiça, mas sem perder importância, de fato. Aventou-se, inclusive, na
entrada de 2020, reeditar-se novamente a pasta, porém tal iniciativa não ganhou corpo.
Por fim, outra iniciativa relacionada à federalização da questão da Segurança Públi-
ca no país se deu em função da Intervenção Federal (dispositivo previsto na CF/1988,
em que o próprio governador local é quem solicita), experimentada pelo estado do Rio
de Janeiro e que se arrolou por mais de 10 meses, entre fevereiro de 2018 até o último
dia do mesmo ano. Por esta, destituiu-se o Secretário de Segurança Pública do Estado,

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sendo nomeado em seu lugar o Gen. Braga Netto (atual Min. da Casa Civil desde
fev/2020). O militar respondia, portanto, apenas ao Presidente da República (Michel
Temer), estando as ações de segurança pública no Estado, pela primeira vez no Brasil
desde que o dispositivo fora inserido pela Constituição de 1988, em imensa parte a
cargo do Governo Federal.

Os Homicídios 2017/2019
Em 2017, o Brasil atingiu o número recorde de 60.000 homicídios no ano. O maior número
no mundo e uma das 10 maiores taxas globais em termos proporcionais. Para 2019, o que se
constatou, contudo, foi uma queda nestes últimos dois anos no número de homicídios totais
no Brasil.
Foram 19% menos assassinatos de um ano para outro. Em números absolutos, a diminui-
ção representa 41.635 mortes em 2019 ante 51.558 em 2018. Todas as unidades da federação
tiveram queda, de acordo com registros de suas secretarias de Segurança Pública.
O resultado mais recente confirmou uma tendência de redução de número de assassinatos
já registrada entre 2017 e 2018. Na contagem estão incluídos óbitos por homicídio doloso, com
intenção de matar (incluindo feminicídio), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
É interessante observar que tal queda atende a fatores que envolvem a ação fundamental
dos governos estaduais, embora o discurso do governo federal vá em outra direção. Mas veja-
mos, então, alguns fatores os quais, segundo especialistas, resultaram em tal queda acentu-
ada percebida. Lembrando, antes de tudo, que, embora seja expressiva tal queda percebida, o
Brasil, mesmo assim, ainda ostenta provavelmente o maior número de homicídios no mundo.

Fatores Atinentes à Redução nos Homicídios 2017-2019


Melhor “Organização” das Facções

É interessante perceber, tal qual vimos em nossa aula, que o espocar de facções crimino-
sas nascidas estas em sua maioria dentro de presídios ao longo do território nacional, com
vistas, sobremaneira, a segurar o domínio territorial em atividades criminosas do PCC, resultou
diretamente no aumento da violência e, consequentemente, dos homicídios no Brasil ao longo
das duas últimas décadas até chegarmos aos 60.000 casos em 2017.
Porém, o que se percebe, ao que tudo indica, é que as facções criminais no Brasil se orga-
nizaram melhor e reduziram suas ações de violência dentro das cidades, reduzindo também
ações criminosas envolvendo umas contra as outras. Se as facções estão na origem do au-
mento da violência e homicídios, pressupõe-se, logicamente, que a redução no número de ho-
micídios passa também por elas. Aliás, ainda sobre esta questão, o Estado de São Paulo, por
exemplo, possui hoje as menores taxas de homicídios do Brasil, estando tal evento positivo,
segundo especialistas, relacionado exatamente às formas mais “pacíficas” de ação do PCC.

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Chefes de Facções Presos

Um outro ponto que deve ser levado em conta ao analisarmos a queda no número de ho-
micídios no Brasil diz respeito ao fato de que, em boa parte das facções, os respectivos líderes
destes grupos encontram-se presos (tal qual o PCC) e em presídios de segurança máxima
federais. Neste aspecto, o Judiciário no Brasil atuou de forma enérgica e, justiça seja feita, o
sistema prisional brasileiro, ao incrementar em sua estrutura várias prisões federais de segu-
rança máxima, vem conseguido de forma eficaz segurar tais criminosos atrás das grades.

Maior Expertise no Combate ao Crime por parte das Polícias Estaduais e do


Governo Federal

Após décadas de contato com a crescente criminalidade, as Sec. Estaduais de Seg. Pública,
ao que tudo indica, aprenderam as lições e conseguiram empreender métodos mais eficientes
no combate ao crime. Houve também em algumas Unidades Federadas uma maior valorização
salarial e de condições gerais tanto para as PMs quanto para as Polícias Civis.
É pacífico também que a atuação do governo federal, em conluio com os Estados, me-
lhorou bastante. Exemplos são as atuações do Ministério da Seg. Nacional e também da For-
ça Nacional.

A Questão do Feminicídio

Mesmo com queda considerável nos índices de homicídios no Brasil nos últimos dois anos,
percebe-se, contudo, a ocorrência no país de uma crescente na taxa de feminicídios. O con-
ceito de feminicídio diz respeito aos crimes relacionados às mulheres enquanto sua condição
de gênero. Em 2015, o Brasil alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu a Lei n. 13.104, que
tipifica o feminicídio como homicídio, reconhecendo o assassinato de uma mulher em função
do gênero. Não são todas as mulheres assassinadas que entram na conta do feminicídios.
Por exemplo, em um acerto de contas de drogas que envolva várias pessoas e que, no meio,
estejam algumas mulheres, não entra nessa conta. Mas, no total, a conta no Brasil foi drástica
e estima-se que em 2019 uma mulher tenha sido vítima de feminicídio a cada sete horas no
Brasil, totalizando 1.314 casos em 2019.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Política de Segurança Cibernética
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 07/11/2019.
Em 2019 ascende no âmbito do governo federal a discussão acerca de se estruturar
finalmente uma estratégia nacional de segurança cibernética com vistas a que se con-
siga aprovar uma lei que norteie a Política Nacional de Segurança da Informação, com

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Luis Felipe Ziriba

vistas a mitigar ação de Hackers sobre máquinas e dados da administração pública em


todas as suas esferas. Tal promoção desta estratégia de segurança cibernética estaria
vinculada ao GSI e seria comandada pela ABIN.
Segundo a União Internacional de Telecomunicações, uma agência especializada
da ONU, o Brasil está em 70O lugar entre 175 nações na classificação de cyberseguran-
ça no ano de 2018, atrás de países como Paraguai e a Índia. Tal índice mede a capaci-
dade de cada nação em se proteger de ataques cibernéticos.
O problema é grande. Hoje o Centro de Defesa Cibernético ligado ao exército, criado
em 2012, é o único responsável por ser guardião das informações de todo o poder públi-
co nacional e possui um orçamento em queda para 2018, com a alocação de apenas
14 milhões de reais. Como comparação, nos EUA, tal área recebe do governo algo em
torno de 9 bilhões de dólares anuais.
Marcos legais acerca da internet e segurança de dados virtuais dos cidadãos evolu-
íram ao longo dos últimos anos no Brasil. Em 2014 Dilma Rousseff sancionou o Marco
Civil da Internet que estabeleceu garantias ao uso da rede no Brasil. Outro marco impor-
tante foi a Lei Geral de Proteção de Dados, sancionada em agosto de 2018 por Michel
Temer e que, entre outras coisas, prevê multa de até 50 milhões de reais a empresas
que se utilizem de informações de pessoas (como nome e e-mail) sem autorização
prévia.
Por fim, nesse campo cibernético, uma outra novidade ganha força dentro do âmbito
legislativo, com a discussão no segundo semestre de 2019 acerca da instalação de
uma CPI das Fake News, com vistas a se apurar o uso ilegal de WhatsApp na campanha
de 2018 pelo atual Presidente Jair Bolsonaro. Mas, como pau que dá em Chico também
dá em Francisco em nossa esfera política, mesmo protocolada pelo PT a iniciativa de
se abrir tal CPI, vale destacar que o candidato Fernando Haddad, do PT (e rival direto de
Bolsonaro nas eleições), também tem um teto de vidro nessa questão, tendo, inclusive,
sido condenada a sua chapa a pagar multa por ter usado ilegalmente o WhatsApp para
impulsionar de forma irregular conteúdo contra seu rival.

2.6. O Mais Médicos na Berlinda


Criado em 2013, o Programa Mais Médicos do Governo Federal visa suprir uma demanda
antiga de médicos atendendo nos rincões do Brasil. É interessante perceber que, mesmo ha-
vendo um acréscimo estimado de 23% no número de médicos no Brasil nesta década (mais
precisamente desde 2011), perfazendo mais de 451 mil profissionais cadastrados nos CRMs,
as taxas ainda são totalmente discrepantes por Estados e Regiões. Enquanto o DF tem média
de 4,35 médicos por grupo de 1.000 habitantes, número similar ao da Suíça, estados da região
Norte e Nordeste, como o Maranhão, não têm nem 1 médico por mesmo contingente de 1.000
habitantes.

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Assim, em conjunto a ações e iniciativas variadas de fortalecimento à atenção à saúde


básica no Brasil, o Sistema Único de Saúde brasileiro veio se aparelhando por meio do Mais
Médicos com médicos cubanos, via de regra, para atender mais de 8.000 postos de trabalho.
Olhando para trás, o que ocorre é que, em uma primeira fase, ocorre pelo programa a aber-
tura de vagas para médicos brasileiros. Logo após, não havendo efetiva entrada destes profis-
sionais (por pura falta de interesses por parte de profissionais brasileiros), o Governo Federal
no governo de Dilma Rousseff lança vagas para profissionais de países vizinhos, para, somen-
te após tais tentativas, oferecer, então, postos de trabalho aos médicos cubanos. O Brasil firma
acordo com a OPAS – Org. Pan-Americana de Saúde – e, assim, os médicos cubanos entram
sob condições, entre elas a proibição de trazer familiares (obrigando o seu retorno após o pe-
ríodo contratual), a não feitura do Revalida (a prova de validação do diploma de estrangeiros)
e também o fracionamento do salário pago pelo governo brasileiro, com parte destinada ao
governo central do país comunista. Aceitas as condições por parte do governo do PT, o Mais
Médicos, com maioria de médicos cubanos, entra em atividade e chegou em seu quinto ano,
2018, atendendo mais de 70% dos municípios brasileiros, inclusive capitais, sendo que, em
alguns desses lugares (mais afastados), o único médico da comunidade era exatamente um
médico cubano. Controvérsias à parte, a eficácia do Programa era incontestável. Porém, ainda
em campanha, o atual presidente Jair Bolsonaro brada dizendo que não aceitaria mais seguir
com o Programa caso eleito fosse (e foi!), se as condições acima mencionadas fossem man-
tidas (leia-se: retenção de parte do salário por Cuba e não realização do exame Revalida, os
dois principais pontos controversos). Cuba não aceita a forma como Bolsonaro conduzira seus
discursos contra o programa e as novas condições impostas e abandona, de uma hora para
outra, o programa em novembro passado.
Numa primeira fase o Governo Temer com bastante rapidez anunciou nova leva de convo-
cação de médicos em novembro de 2018, dizendo, portanto, já ter a solução, contudo, não foi
bem isso que ocorreu e, seis meses depois da saída dos cubanos, o Programa ainda sentia
a falta destes profissionais. Na verdade, a culpa nesta questão analisando friamente é de
todos no comando: do Governo Federal, pois não previu saídas alternativas anteriormente (e
ficou por demasiado amarrado aos serviços dos médicos cubanos); do candidato eleito Jair
Bolsonaro, que eleito, antes mesmo de tomar posse, não promoveu qualquer palatabilidade e
estratégia em seu discurso; e também de Cuba, não podemos deixar de mencionar que não
poderia, sem conversar tal como fez, simplesmente abandonar o Programa, pois eles sabiam o
quão éramos dependentes destes profissionais. No frigir dos ovos, quem perde é exatamente
quem mais precisa da saúde pública e é mais vulnerável, ou seja, a população mais pobre e de
localidades distantes.
Abaixo apresento matéria extraída da página virtual do G1, da Globo, de 23 de maio de
2019, a qual nos revela a dimensão atual do Programa, e sua cronologia de implementação.
Em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/05/23/desistencias-no-mais-me-
dicos-crescem-e-chegam-a-19percent-das-vagas-preenchidas-apos-saida-de-cubanos.ghtml

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MATÉRIA

Desistências no Mais Médicos crescem e chegam a 19% das vagas


preenchidas após saída de cubanos

De acordo com o Ministério da Saúde, 1.325 profissionais formados com registro


profissional válido se desligaram do programa até o mês de maio. Não há desistên-
cias nas vagas preenchidas por médicos brasileiros formados no exterior.

Cerca de 19% dos médicos brasileiros que entraram no Mais Médicos desistiram de
participar do programa até o mês de maio. Dados obtidos peloG1 junto ao Ministério
da Saúde mostram que 1.325 profissionais com registro profissional brasileiro se
desligaram do programa até agora.

O número de desistências cresceu 25% em relação ao balanço anterior, que indicava


1.052 médicos desistentes nos três primeiros meses do ano.

Após a saída de Cuba do programa, em novembro, um edital foi aberto para preen-
cher as 8.517 vagas que foram deixadas. No total, 7.120 vagas foram preenchidas em
seguida por médicos formados no Brasil.

Cuba decide deixar programa Mais Médicos no Brasil e cita declarações ‘ameaçado-
ras’ de Bolsonaro.

Em um novo edital, publicado em dezembro, as 1.397 vagas remanescentes foram


oferecidas a médicos brasileiros formados no exterior. O Ministério da Saúde alega
que não há desistências nesse grupo: todos concluíram o módulo de acolhimento
obrigatório e foram direcionados aos municípios escolhidos durante o edital.

Diversos municípios brasileiros convivem com a ausência de médicos nos serviços


de saúde desde a saída dos profissionais cubanos. Na Grande São Paulo, por exem-
plo, 19 cidades somavam 106 vagas ociosas no último dia 8 por conta da saída dos
cubanos.

Novo edital

Na segunda-feira (13) o Ministério da Saúde lançou um novo edital do Mais Médicos.


O objetivo é contratar pelo menos 2 mil médicos que devem atuar em 790 municí-
pios considerados carentes ou de difícil acesso, onde vivem cerca de 6 milhões de
pessoas.

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Os profissionais com registro profissional brasileiro devem se inscrever entre os dias


27 e 29 de maio no site do programa. Caso haja vagas remanescentes, as oportu-
nidades serão estendidas, em um segundo chamamento público, aos profissionais
brasileiros formados em outros países.

Até o momento, 36 municípios foram contemplados pelo novo edital. A seleção de


cidades ainda pode mudar já que, nesta primeira fase do edital, os municípios preci-
sam renovar ou aderir e, em seguida, validar a participação no programa e o número
de vagas ofertadas.

Reformulação do Mais Médicos

O ministro da Saúde à época, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que novas ações para
o Mais Médicos estão em análise. Em entrevista ao G1, em fevereiro, Mandetta disse
que o programa seria “reformulado” .

“Um novo programa para ampliar a assistência na Atenção Primária está sendo ela-
borado e será divulgado em breve”, informa o Ministério da Saúde.

Cronologia do Mais Médicos

Em julho de 2013, governo federal cria o programa Mais Médicos para fixar profissio-
nais em regiões mal atendidas.

Em novembro de 2018, Cuba anuncia saída do programa.

No mesmo mês, governo publica edital com 8.517 vagas abertas.

No primeiro edital, todas as vagas foram ofertadas a médicos com registro no Con-
selho Regional de Medicina do Brasil.

Em dezembro de 2018, um segundo edital foi lançado para preencher 1.397 vagas
remanescentes com brasileiros formados no exterior.

Em janeiro de 2019, os médicos brasileiros começaram a se apresentar aos municí-


pios.

No começo de março de 2019, os médicos formados no exterior iniciam a fase de


acolhimento obrigatória.

No início de maio de 2018, um terceiro edital é lançado com 2.000 vagas para muni-
cípios vulneráveis.
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A Reforma da Previdência
A Previdência brasileira entrou em rota de crise e deficit em fins da década de 1990, e as
previsões até 2060, ou seja, para os próximos 40 anos, são (eram, ao menos, antes da refor-
ma) sombrias. Há um consenso praticamente relacionado à reforma da Previdência de Jair
Bolsonaro: era algo imprescindível, inevitável e inadiável. E foi, em tese, ao menos, preciso
mesmo cortar na carne, isto é, o brasileiro terá de trabalhar mais tempo, poupar mais dinheiro
e conformar-se em receber benefícios menores do que os pagos atualmente. A intenção das
mudanças é, antes de tudo, tornar o sistema sustentável. Se mantidas as regras anteriores,
as despesas continuariam crescendo muito mais rápido do que a arrecadação e passariam a
consumir quase todos os recursos da União. Em 2026, chegaria a quase 80% do Orçamento
para o pagamento de previdência, segundo projeções da Consultoria Legislativa do Senado. A
fatia atual é de 56%.
O aspecto demográfico é o principal fator de pressão. A fatia da população com mais de 65
anos subirá dos cerca de 9% atuais para 25% em 2060, um acréscimo de 50 milhões de pesso-
as. O fenômeno é combinado pela queda nos nascimentos e o aumento da expectativa de vida.
Atualmente, a razão entre contribuintes e beneficiários é positiva, em 1,2. Ou seja, há mais
pessoas que pagam do que recebem. Em 2060 a conta ficará negativa. Será 0,8 pagante para
cada aposentado. Mais importante que se antecipar a problemas futuros, a urgência é corrigir
distorções do passado. Por exemplo: durante anos, servidores federais e estaduais se benefi-
ciaram da regra que permitia a aposentadoria com o último salário, enquanto os trabalhadores
da iniciativa privada ficavam limitados ao teto do INSS, hoje em R$ 5.839,00.
No governo federal, a limitação só foi igualada em 2013. Nos estados, há casos que che-
gam a superar a regra do Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Os dados revelam o abis-
mo nos números. A despesa per capita média estatal com a aposentadoria de um funcionário
público é dez vezes maior do que a de um trabalhador de uma empresa privada. É isso o que
explica o peso muito mais elevado dos servidores aos cofres públicos. O deficit das aposenta-
dorias e pensões de trabalhadores de Estados e da União se aproxima do rombo acumulado
em todo o sistema privado. O que torna a diferença gritante é que o primeiro grupo é compos-
to de cerca de 4 milhões de beneficiários, ante os 35 milhões do INSS. Sem contar que, na
administração federal, cerca de 40% dos servidores têm direito a se aposentar com o salário
integral, por terem entrado na carreira pública antes de 2003.
A Reforma Previdenciária prevê a mudança de regras de aposentadoria tanto para trabalha-
dores do INSS como para servidores públicos, policiais, professores e políticos. Confira como
devem ficar as regras da aposentadoria. Lembrando que, para a nova Previdência entrar em
vigor, foi necessária a aprovação final em dois turnos no Senado.
Entenda a seguir como fica a reforma em seus principais pontos, lembrando que nosso
propósito aqui em Atualidades não é sairmos especialistas no tema. Não precisamos aqui,

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portanto, decorar esmiuçadamente os pontos abaixo, mas vale entender o contexto geral das
mudanças, ok?

Principais Pontos

PARA SE APOSENTAR, SERÁ EXIGIDA IDADE MÍNIMA:


Mulheres:
• 62 anos de idade;
• 15 anos de contribuição.

Homens:
• 65 anos de idade;
• 15 anos de contribuição.

Para os servidores públicos, a idade mínima é a mesma, mas o tempo mínimo de contribui-
ção é de 25 anos para homens e mulheres.
A aposentadoria por tempo de contribuição, em que não é preciso ter idade específica,
vai acabar.
VALOR DO BENEFÍCIO:

Com isso, são necessários 40 anos de trabalho para ter direito a 100% da aposentadoria.
Com isso, são necessários 35 anos de trabalho para ter direito a 100% da aposentadoria.

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REGRAS DE TRANSIÇÃO: para quem está no mercado de trabalho, no entanto, há quatro


opções de transição para usar as regras da aposentadoria por tempo de contribuição.

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Exemplo: uma mulher de 57 anos e 28 anos de contribuição se aposentaria daqui a dois anos
com as regras vigentes atualmente. Com essa transição, ela poderá se aposentar após quatro
anos depois de a reforma começar a valer (2 anos que faltam + 2 anos de pedágio).

No caso dos servidores que entraram no funcionalismo antes de 2003, a regra garante inte-
gralidade de salários na aposentadoria (ou seja, não fica sujeito ao teto do INSS).

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Exemplo: um homem com 33 anos de recolhimentos ao INSS se aposentaria daqui a dois anos.
Com o pedágio, ele se aposentaria daqui a três (dois anos que faltam + 1 ano de pedágio).

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Haverá limite no acúmulo de aposentadorias e pensões.


Beneficiário passará a receber 100% do benefício de maior valor e um percentual do outro
benefício, sendo:
• 80%, se o valor for até 1 salário mínimo;
• 60%, entre 1 e 2 salários;
• 40%, entre 2 e 3 salários;
• 20%, entre 3 e 4 salários;
• 10%, acima de 4 salários.

Médicos, professores e forças armadas são exceções à regra.

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No caso de professor da rede pública, é necessário ter 10 anos no funcionalismo, sendo 5


como professor.
Há regra de transição prevista: 52 anos para mulheres e 55 para os homens, com pedágio
de 100% do tempo que falta.

Na transição serão exigidos 52 anos para mulheres e 55 anos para os homens, mais pedá-
gio de 100% do tempo que falta para se aposentar hoje.

É preciso cumprir um pedágio de 30% do tempo que falta para se aposentar hoje.

O que ficou pelo Caminho


Capitalização

O parecer retira da proposta a possibilidade de capitalização proposta pelo governo.


Com a capitalização, trabalhadores que viessem a entrar no mercado de trabalho depois
da reforma aprovada, passariam a contribuir para uma espécie de poupança e o que acumu-
lassem é o que bancaria a aposentadoria. Continua o regime de repartição, que o trabalhador
contribui para bancar a aposentadoria de quem já está inativo.
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Benefício de Prestação Continuada (BPC)

As mudanças foram suspensas e, com isso, idosos e deficientes de baixa renda têm direito
a receber um salário mínimo (998 reais, hoje).

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Como é hoje:

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É possível, então, atingir a aposentadoria integral aos 35 anos.

O fator é uma fórmula que leva em conta a expectativa de vida, idade e tempo de contribui-
ção. Quanto mais novo o segurado, mais desconto ele terá na aposentadoria.

* Soma o tempo de contribuição à idade do segurado. Essa tabela é progressiva e passará


a ser 87/97 em 2021 se a reforma da Previdência não for aprovada.

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Para todas as contas, são considerados 80% das maiores contribuições de 1994 em dian-
te. O período anterior a isso é contado apenas como tempo e o valor não entra no cálculo.

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2.7. A Transposição do Rio São Francisco

A transposição do Rio São Francisco foi iniciada em 2007, pelo Presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, sendo a principal obra do governo federal para combater os efeitos da seca. Vale
lembrar que esse tipo de política hidráulica já esteve em vigor em vários momentos históricos
(sendo esta obra de transposição do Rio São Francisco pensada desde os tempos de Dom Pe-
dro II) com, por exemplo, obras de açudamento na maioria dos estados do Nordeste. Para se
ter uma ideia, o Ceará é considerada a região mais açudada do Mundo atualmente.
Seu objetivo é desviar algo em torno de 3% das águas do “Velho Chico”, por meio de dutos
e canais, para o abastecimento de rios menores e açudes que secam durante o período de es-
tiagem no semiárido nordestino. Basicamente se busca perenizar rios intermitentes.
O governo aposta que a obra, orçada em 9,6 bilhões de reais (em que 4 bilhões era o seu
orçamento inicial), beneficiará 12 milhões de pessoas em 390 municípios e estimulará a agri-
cultura nas áreas atingidas. Para isso, são necessários 27 reservatórios, nove estações de
bombeamento e nove subestações elétricas, ao longo de 477 quilômetros de canais, divididos
em dois eixos (norte e leste).

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Os Dois Eixos do Projeto

Para redistribuir as águas do Rio São Francisco, o projeto está dividido em dois eixos:

A Transposição em Atualidades e as Metas

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/07/02/O-que-cabe-a-Bolsonaro-na-transposi%-
C3%A7%C3%A3º-do-rio-S%C3%A3º-Francisco

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A Execução do Eixo Norte


META 1N

O trecho de 140 km, maior do eixo, vai da captação do Rio São Francisco, no município
de Cabrobó (PE), até o reservatório de Jati, em Jati (CE). No eixo norte, foi o maior avanço do
governo Bolsonaro, que hoje tem 96,6% da meta cumprida. Quando recebeu a obra do governo
Temer, a meta estava em 92,5%.

META 2N

O trecho é menor. São 39 km, que começam no reservatório Jati e terminam no reservató-
rio Boi II, no município de Brejo Santo (CE). Foi o maior avanço do governo Temer no eixo norte.
Em dezembro de 2018, no fim do mandato do peemedebista, 99,5% do trecho estava feito.
Quando ele assumiu, a meta estava em 80,6%.

META 3N

Os 81 km do terceiro trecho se estendem do reservatório Boi II até o reservatório Engenhei-


ro Ávidos, no município de Cajazeiras (PB). No eixo norte, foi o maior avanço dos governos
petistas. Em abril de 2016, três meses antes de Dilma ser afastada da Presidência, 93,3% do
trecho estava feito.
Na análise do eixo como um todo, quase 88% do eixo norte foram realizados nos governos
do PT, considerando-se o relatório executivo do empreendimento de abril de 2016. Com Temer,
a obra atingiu 95,4% do que havia sido projetado. Atualmente, no governo Bolsonaro, estima-se
que a transposição esteja 97,5% pronta.

A Execução do Eixo Leste


META 1L

Era a meta piloto. O trecho, de 16 km, compreende a captação no reservatório de Itaparica


até o reservatório Areias, ambos em Floresta (PE).

META 2L

É o maior trecho, com 167km. Começa na saída do reservatório Areias e segue até o reser-
vatório Barro Branco, em Custódia (PE).

META 3L

Com 34 quilômetros, o trecho está situado entre o reservatório Barro Branco e o reservató-
rio Poções, em Monteiro (PB).
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Em termos globais, aproximadamente 84% das obras foram realizadas nas gestões Lula e
Dilma, até abril de 2016. O governo Temer afirmou ter chegado aos 100% e inaugurou o eixo.

O que foi feito no Governo Bolsonaro?

Durante a gestão Bolsonaro, a abertura da comporta entre Pernambuco e Ceará foi o tercei-
ro marco de avanço do projeto de transposição, que é a maior obra hídrica do país.
Quando chegou ao governo federal, Bolsonaro assumiu a obra quase pronta em termos de
“avanço físico” do projeto, isto é, a construção das grandes estruturas que permitem a trans-
posição das águas. Nesse aspecto, faltavam menos de 5% do eixo norte, e o eixo leste já esta-
va entregue.
Mas ainda estavam pendentes serviços complementares, como a construção de muretas
de proteção dos canais e de sistemas de drenagem de águas pluviais, tratamento de taludes,
melhorias nas estradas de serviço e conclusão das ações ambientais.
Também faltavam consertos de estruturas que, segundo a metodologia de acompanhamen-
to da obra do Ministério do Desenvolvimento Regional, já são consideradas 100% executadas.
1,3% foi o percentual da estrutura física do eixo norte que avançou em 2019, primeiro ano
do governo Bolsonaro.
Em 2019, de janeiro a novembro, a gestão Bolsonaro investiu R$ 582 milhões no projeto
da transposição (R$ 300 milhões apenas para a energia necessária ao bombeamento da água
em uma topografia com grandes alturas). Os investimentos das gestões anteriores, somados,
passaram dos R$ 10 bilhões.
5% foi o valor investido pela gestão Bolsonaro em 2019, em relação ao total já investido
pela União no projeto.
Ao longo de seus 13 anos de execução e depois de diversos adiamentos de entrega, o cus-
to do projeto foi de R$ 4,5 bilhões para R$ 12 bilhões. O salto orçamentário pode ser atribuído
a diversos fatores, como erros de projeto, problemas contratuais com as empreiteiras respon-
sáveis e dificuldades administrativas para a desapropriação de terrenos.

Os Avanços com Bolsonaro


Bomba em Sertânia (PE)

A bomba, que permite que as águas cheguem ao município de Monteiro (PB) e à região de
Campina Grande, no eixo leste, havia sido colocada em funcionamento em março de 2017. No
entanto, em razão de vazamentos na barragem Cacimba Nova, na cidade de Custódia (PE), a
bomba ficou desligada de abril a julho e depois de agosto a outubro de 2019. Em novembro
daquele ano, foi religada, depois de adaptações e reparos no sistema.

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Bomba em Salgueiro (PE)

Outra bomba foi religada no final de agosto de 2019, mas no eixo leste. Ela também já havia
sido inaugurada, mas ficou em obras durante nove meses, porque vazões anormais haviam
sido detectadas na barragem Negreiros, no município de Salgueiro (PE).

Comportas do Trecho Milagres-Jati (PE)

Com a inauguração da obra em junho de 2020, a água do reservatório Milagres, também


no município de Salgueiro (PE), começa a chegar ao reservatório de Jati, em município homô-
nimo no Ceará.

O que Falta Fazer para Concluir a Obra

O governo Bolsonaro promete a conclusão do eixo norte do projeto para 2021. Ainda preci-
sam ser implantados sistemas de drenagem e de operação e controle.
Também falta instalar nas três estações de bombeamento do eixo o restante das bombas
previstas no projeto, de forma a garantir a vazão projetada. “Só há uma bomba em cada esta-
ção, o que implica numa capacidade de pouco mais de 10% da vazão prevista”, afirmou ao jor-
nal Folha de S. Paulo o professor o da UFPB Francisco Sarmento, que coordenou por 14 anos
os estudos e planejamentos hidrográficos da transposição.
Além do projeto de transposição, o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco prevê
a necessidade de mais R$ 30 bilhões, do poder público e da iniciativa privada, para garantir a
revitalização da bacia. O plano do Comitê cobre o período de 2016 a 2025, mas já prevê que as
iniciativas de revitalização tomem mais tempo do que isso.
Os projetos incluiriam, por exemplo, obras de saneamento, ações de monitoramento am-
biental e diversificação da matriz elétrica na região da bacia, dependente do São Francisco.

Dificuldades Pendentes
Deterioração

Em setembro de 2019, reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que trechos da obra
apresentavam sinais de deterioração no eixo leste: paredes de concreto rachadas, estações de
bombeamento paralisadas, barreiras de proteção rompidas, sistema de drenagem obstruído e
assoreamento do canal. Técnicos atribuem os problemas à má qualidade dos materiais, bem
como à inauguração prematura da obra, que entrou em funcionamento sem estar plenamen-
te pronta para a operação. O bombeamento de água pelos canais do eixo já foi interrompido
em razão de riscos e acidentes técnicos, o que também expôs o concreto às intempéries do
semiárido.

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Obras Estaduais

Para que o projeto atinja as 12 milhões de pessoas previstas, é necessário que sejam con-
cluídas também as obras complementares em cada um dos estados beneficiados pelo projeto
(Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte). Os cronogramas estão atrasados, segun-
do o portal UOL.

Manutenção

Dada a topografia da região, o gasto com energia para bombeamento das águas para gran-
des alturas chega a R$ 300 milhões anuais, segundo o governo federal. O governo Bolsonaro
estuda a possibilidade de privatizar ao menos parte da operação da estrutura construída pelo
governo federal, um plano já aventado pela gestão Temer.

A Paternidade do Projeto

Em março de 2017, o então presidente Michel Temer inaugurou todo o eixo leste do projeto,
que corta Pernambuco e Paraíba.
Nove dias depois, Dilma e Lula, já ex-presidentes, organizaram uma “inauguração popular”
da obra. O evento simbólico, com grande público, foi uma forma de os petistas reivindicarem o
mérito pelo projeto. Pensada desde que o Brasil ainda era um Império, a transposição ganhou
projeto efetivo e saiu do papel nos governos petistas.
Em abril de 2016, menos de um mês antes de Dilma ser afastada da Presidência em razão
da abertura de processo de impeachment contra ela, a maior parte da construção do eixo leste
já estava pronta.
83,8% era o percentual das obras físicas do eixo leste que estavam concluídas em
abril de 2016.
Para Temer, ninguém pode ter a paternidade da obra. Disse o então presidente, em viagem
à Paraíba para a cerimônia de inauguração:

Nós empreendemos muitos esforços nesses poucos meses de governo para que pudéssemos che-
gar a este ponto. Mas não quero a paternidade dessa obra, porque ninguém pode tê-la. A paternida-
de é do povo brasileiro e do povo nordestino.

2.8. Cultura e Atualidades no Brasil em 2020: Alguns Pontos


Fundamentais
O conceito de cultura diz respeito a todo o complexo que inclui o conhecimento, a arte, as
crenças, a lei, a moral, os costumes, hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não ape-
nas em família, mas também por ser parte de uma sociedade a qual é membro.

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As culturas têm sua produção associada por grupos sociais ao longo das suas histórias,
como forma de sua subsistência, na organização da vida social e política, nas suas relações
com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos e suas manifestações ar-
tísticas etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade desses processos em cada
grupo social.
No cenário mundial, o Brasil é um expoente de uma coexistência de ampla diversidade ét-
nica, linguística e religiosa. E exatamente por se tratar de um ambiente de enorme diversidade
cultural, é dever de todos reconhecê-la e valorizá-la e atuar sobre os mecanismos de exclusão.
Acerca dos povos e continentes formadores desta origem multicultural do Brasil, estes
constituem-se basicamente por:
• europeus, oriundos nos primeiros anos de nossa colonização (portugueses, holande-
ses e franceses), e os imigrantes (principalmente alemães, italianos, japoneses e espa-
nhóis), trazidos no imediato pós-Independência (1822) com vistas a ocupar a Região Sul,
servir de mão de obra nas lavouras (também na Região Sudeste) e como gesto explícito
de busca por um embranquecimento da população no recém-fundado Império do Brasil;
• seus povos nativos que, além de possuírem uma ocupação imemorial, possuem ainda
enorme diversidade cultural – estima-se haver mais de 200 etnias indígenas presentes
em nosso território, sendo que boa parte destes grupos teve sua própria identidade cul-
tural atacada de forma contundente pelos processos de catequização, aldeamentos,
entradas e bandeiras pelo interior do território. Em tempos atuais, o contato da civili-
zação branca com índios originou uma nova toada de destruição de seus patrimônios
materiais e culturais, por meio da conquista do “eldorado amazônico”, tal qual visto ao
longo de nossas aulas anteriores sobre Geografia do Brasil;
• a matriz africana, berço da humanidade, complexa organização socioeconômica e po-
lítica que aqui ingressa sobre a forma da pior barbaridade possível, a escravidão, e que,
mesmo assim, lutou enormemente com vistas a manter suas tradições culturais varia-
das e sua religião (promovendo um interessante processo de sincretismo religioso em
nosso país);
• há também, em menor quantidade, mas de grande importância, os grupos oriundos do
Oriente Médio que, em sua maioria, professam a segunda maior religião do Mundo (o
Islamismo), os quais ingressaram no Brasil no século passado e estão presente na vida
urbana das cidades brasileiras. E não podemos nos esquecer também dos asiáticos e
suas fortes raízes espirituais milenares e influenciadas por espírito de paz e resignação.

Ocorre no Brasil também um fenômeno interessante que se dá em função de nossa imen-


sidão territorial. A formação de grupos culturais internos, muito relacionados, inclusive, a uma
tradição oral, como os caipiras, ribeirinhos, sertanejos, caboclos, pantaneiros, habitantes dos
mangues, entre outros. Nestes grupos, observa-se também haver a criação de uma identidade
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marcada por instrumentos típicos de suas tradições, como o gibão (o chapéu de couro do
sertanejo), o berrante, a viola caipira etc.
Por fim, assim como o conceito de cultura não é estanque, a nossa imensa diversidade cul-
tural ainda recebe novas influências, seja pelo fato de termos alçado uma posição central tanto
no campo econômico como geopolítico na América do Sul, o que nos projeta como sendo um
país atrativo à entrada de contingentes populacionais oriundos de países vizinhos (povos es-
tes, diga-se de passagem, com legado de enorme enraizamento cultural, tal qual os peruanos
e os bolivianos), seja pelo fato de termos estado ao longo das últimas décadas cada vez mais
abertos ao mundo e em crescente disposição à recepção de imigrantes e refugiados, isso, ao
menos, até ver-se a entrada do Presidente Jair Bolsonaro.

A Cultura e o Executivo Nacional: Temer e Bolsonaro


Entre impasses e alterações, a pasta da Cultura na Esplanada dos Ministérios bate como
uma bola de pinball de uma parede a outra, passando por idas e vindas constantes desde o
governo do ex-presidente Michel Temer (2016-2018), seguindo-se em mesmo processo no
atual governo de Jair Bolsonaro (2019 – atual). Decreto publicado no Diário Oficial da União
transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania (antigo Ministério da Cul-
tura), comandado por Osmar Terra (atualmente o titular é Onix Lorenzoni), para o do Turismo,
chefiado por Marcelo Álvaro Antônio. Conforme Terra disse à época, a troca de pasta ocorre
por motivos operacionais, pois as demandas da secretaria o estavam sobrecarregando. No
fundo a extinção do Ministério da Cultura e sua transformação em Secretária é, na verdade, um
nítido esforço de enfraquecimento da pasta.
Assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, a mudança ocorreu um dia após o economista
Ricardo Braga ter sido exonerado da subpasta. Quem assumiu a secretaria foi o dramaturgo
Roberto Alvim, substituído em fins de fevereiro de 2020 pela atriz Regina Duarte, após ter em
17 de janeiro de 2020 parafraseado Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha
Nazista em vídeo institucional da Secretaria de Cultura, fato este que gerou diversas manifes-
tações de repúdio no Brasil e até no exterior. Antes disso, a cultura perdeu status de ministério
e passou por tensões, em especial em relação às políticas de incentivo, que culminaram com a
alteração da chamada Lei Rouanet, além de controvérsias que reacenderam a discussão sobre
a censura à produção artística.
A volta da censura?
Iniciativas com vistas a tolher expressões culturais ganham dimensionamento em 2019
como há tempos não era visto. Seja por parte de governos locais, ou do governo federal, ou por
grupos conservadores, pipocam pelo país iniciativas com vistas a limitar manifestações, seja
em exposições, livros, meio audiovisual entre, outros.
Em set/2019, o Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, determinou que fossem reco-
lhidos todos os livros “Vingadores: A cruzada das crianças”, uma obra infantil que continha um

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beijo entre dois homens, sendo logo revogada pela Justiça tal determinação. Nessa celeuma,
o youtuber Felipe Neto comprou 10.000 exemplares e distribui os livros por conta própria.
Em seguida Carlos Bolsonaro, vereador e filho de Jair Bolsonaro tuitou considerar ser difícil
realizar as tais “transformações” em meio ao ambiente democrático.
No campo do audiovisual, Jair Bolsonaro determinou que se suspendessem editais de pa-
trocínio a séries de TV e filmes que contivessem temática gay em tela. Há, na verdade, uma
cruzada nítida impressa pelo Governo Federal em torno de obstaculizar produções culturais
mais liberais.

Grupos radicais de direita intensificaram sua atuação neste ano de 2020. Houve, até a entrada
do mês de maio, uma série de manifestações em fins de semana seguidos, sendo a imensa
maioria com a participação, inclusive, do Presidente Jair Bolsonaro, as quais bradam pela In-
tervenção Militar, fechamento do STF e até reedição do AI-5, entre outras bandeiras totalitárias.
Esses grupos possuem a liderança de um grupo principal denominado “Brasil dos 300”, uma
organização que, segundo a Polícia Civil do DF, possui cunho paramilitar com atuação ativa em
defesa exatamente destas bandeiras que há meses se encontra acampado na Esplanada dos
Ministérios.

O que se constata, de fato, em termos globais é que a Internet deu voz a discursos de vários
tipos. Muitos destes trazem incutidos em si visivelmente um combate direto à razão, à ciência
– e veja o absurdo, por exemplo, do caso dos defensores do terraplanismo. Ou seja, aqueles
que defendem sem a menor base teses que vão contra princípios basilares da sociedade oci-
dental, tais quais o humanismo e a progresso. Esses discursos vêm sendo denominados como
um “novo obscurantismo”.

O Escola sem Partido


O movimento denominado Escola sem Partido foi constituído em 2004. Após anos atrela-
do a um obscurantismo, o movimento acabou ganhando enorme projeção ao ser encampado
como uma das principais bandeiras do atual presidente Jair Bolsonaro.
Os defensores do Escola sem Partido vociferam acerca de se combater aquilo que cha-
mam de “doutrinação ideológica” nas escolas e universidades.
Visam estabelecer marcos legais com vistas a conter ao que eles consideram serem dou-
trinações político-partidárias ideológicas em escolas e universidades no Brasil. Sendo assim,
anseiam promover um regramento à atividade de expressão de professores, principalmente
em ciências humanas, como História, Geografia, Antropologia, Filosofia e Sociologia.
Bastante criticado por pedagogos, professores e parte da sociedade civil organizada, mas
aplaudido também por muitos conservadores, o Escola sem Partido, em sua página na internet, se

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autodeclara como sendo uma organização que diz ser declaradamente de combate a profes-
sores que praticam a “doutrinação ideológica”. Vários municípios e até o estado de Alagoas
(com projeto de lei neste sentido votado em 2016 em sua Assembleia Legislativa) já embar-
caram nessa onda, promovendo legislações que contam em seus textos esses combates a
“doutrinações ideológicas”, porém todos esbarraram na inconstitucionalidade da matéria, já
que legislar sobre princípios da educação é privativo da União.

A Cultura e seu Financiamento: a Falácia do Atual Discurso


A cultura é cercada de externalidades positivas. Mas o que são estas externalidades posi-
tivas? As externalidades positivas são um conjunto de ganhos imateriais promovidos por meio
do contato das populações com as diferentes formas de arte. Bom, basta pensarmos que nin-
guém sai o mesmo após assistir a um filme, uma peça teatral, após ler um livro ou visitar uma
bela exposição. A cultura é modificadora, faz pensar e liberta.
Há, contudo, uma discussão que é sadia em sua origem, é bem verdade, aqui em nosso
país, mas que vem sendo deturpada e reside em buscar-se entender o papel do estado frente
ao fomento à cultura. Vamos esmiuçar, então, um pouco este tema, ok?
Em todo o mundo civilizado (inclusive nos Estados Unidos), a cultura recebe incentivos es-
tatais. Importa-nos entender, de início, uma analogia que farei abaixo e promovermos um exer-
cício de percepção acerca desta importante relação entre o estado e a promoção de atividades
culturais. Assim, sigamos: repare que uma praça não tem a obrigação de gerar lucro direto para
as cidades (e gera escalas de renda mesmo assim, por meio de pessoas que delas dependem,
tais quais o pipoqueiro, o vendedor de algodão doce etc.), as mesmas, junto com os parques,
devem ser mantidas pelas prefeituras independente de qualquer relação econômico-financei-
ra. O lucro de uma praça, e também dos parques, não pode ser mesurado contabilmente, con-
tudo é enorme à medida que os ganhos advêm exatamente daquilo de mais precioso: das
escalas da vida que ali se procedem em um ambiente profícuo à diversão, aos encontros e, no
caso dos parques, à realização de atividades físicas, dos passeios com animais de estimação,
expressões múltiplas (tais quais dança e música) e, claro, do próprio contato do homem com
a natureza.
Visto o exposto acima, o ponto a que quero chegar é que este mesmo pensamento, ou seja,
fora de uma escala contábil pura e simples, deve também envolver o entendimento acerca
do papel do Estado enquanto agente de suporte às atividades culturais, buscando, inclusive,
como condição fundamental, desassociar o incentivo estatal à cultura de impressões partidá-
rias/ideológicas. E é assim, com independência no aporte de recursos, que funciona no mundo
civilizado, isso quer queira, ou não, o nosso atual governo. O lucro, tanto de praças e parques,
tal qual de atividades culturais, não é apenas direto e não deve ser, portanto, colocado na pon-
ta do lápis. O lucro na cultura transcende uma escala contábil, como já destaquei, possuindo
conteúdo ao permear toda uma cadeia de relações e valores que vão desde a formação de

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cidadãos mais críticos, até o próprio deleite individual e/ou coletivo que a arte traz. Embarca
em subjetividades, sem dúvidas, mas o acesso à cultura fomentado pelo Estado jamais deve
ser suprimido.

Estima-se que mais de um milhão de famílias possuam no imenso rol das atividades culturais
em curso atualmente no Brasil fonte de sustento primário.

Pensando nessa relação entre Estado e cultura e seus mecanismos de fomento, o legis-
lador criou a possibilidade, por meio da chamada Lei Rouanet (que se tornou Lei de Incentivo
à Cultura, e veremos isso à frente), que grupos empresariais associem suas marcas a investi-
mento em cultura, tendo como retorno direto uma série de isenções fiscais além de uma me-
lhora na sua relação com o público em geral, à medida que passam, assim, a ser vistos como
os verdadeiros mecenas do Brasil. Aos que se opõem à tal prática, é importante disseminar
que este mecanismo funciona muito bem, porém com erros e distorções que devem ser cor-
rigidos e que já vêm sendo. Vale dizer, e precisamos compreendermos também que todos os
setores industriais no Brasil recebem isenções governamentais. Assim, a geladeira que você
tem, o carro que dirige e até o fósforo que usa foram fabricados com isenções muito superio-
res às relativas à indústria cultural. Em números, o conjunto de isenções no Brasil destinados
à cultura não responde nem a 1% das que são oferecidas a todas as outras atividades indus-
triais somadas.
Por fim, vale destacar que o principal fundo atualmente de fomento à atividade audiovisual
(de longe aquela com maior força em termos financeiros no Brasil), o FSA – Fundo Setorial do
Audiovisual –, possuiu uma capacidade arrecadatória da ordem de mais de 1 bilhão de reais,
sendo que ele se encontra totalmente vinculado à própria atividade. Ou seja, quem produz au-
diovisual contribui para o próprio fundo. E ele mesmo redistribui os valores dentro da própria
atividade gerando, assim, um ciclo sustentado e cada vez mais forte de fomento à própria
atividade.

A Lei Rouanet e o Atual Governo


As mudanças mais significativas propostas para Cultura no governo Bolsonaro residem
nas novas regras da Lei Rouanet (agora chamada de Lei de Incentivo à Cultura), que foram for-
malizadas pelo Ministério da Cidadania, em abril de 2019. Cada projeto terá a partir de agora
um teto de R$ 1 milhão, e não mais de R$ 60 milhões, como ocorria até então. Esse teto não
atinge os planos anuais e plurianuais de atividades, os projetos sobre patrimônio cultural ma-
terial e imaterial, além dos museus, assim como conservação, construção e implantação de
equipamentos culturais.
A construção e a manutenção de salas de cinema e de teatro em municípios com menos
de 100 mil habitantes também estão fora do teto. Já outros projetos, como óperas, festivais,

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concertos sinfônicos, desfiles festivos e corpos artísticos estáveis terão um limite maior, de
R$ 6 milhões. Além deles, datas comemorativas nacionais, eventos literários e exposições de
artes visuais também terão o teto ampliado.

Os termos Indústria Cultural e Cultura de Massa, embora similares, não são a mesma coisa.
Vamos analisá-los, pois as provas podem cobrar tais congruências (e incongruências) e, sendo
assim, não vale a pena perder uma questão de concurso por causa disso.
O primeiro termo, ou seja, Indústria Cultural, advém de uma busca iniciada por marxistas, isto
lá pelas décadas de 20 e 30 do século passado, rezando na cartilha da Escola de Frankfurt,
com vistas a popularizar o acesso a atividades culturais. A indústria cultural é um termo re-
lacionado às mídias e comunicações de massa. A crítica marxista imposta vai no sentido de
perceber que diferentes grupos sociais dominantes começavam a utilizar a cultura e as artes
a partir da lógica de mercado capitalista. Para os autores (Theodor Adorn e Max Horkhermeir,
autores do livro “Dialética do Esclarecimento” de 1944), isso é extremamente nocivo, pois, ao
atender aos ideais de lucro, mercado, aceitabilidade, esses produtos da cultura serão consumi-
dos como os demais e perdem seu potencial de crítica social e de crítica ao próprio sistema,
criando uma alienação cada vez maior em seus consumidores. Para os mesmos autores, a
arte é um processo de reflexão sobre uma situação e, por isso mesmo, demanda momento
para a sua produção, técnicas e estudos. A arte como produto industrializado e produzido em
massa, consequentemente, carece de alguns elementos pela necessidade do mercado de ser
constantemente abastecido e renovado. Com isso, o próprio processo criativo se torna meca-
nizado e sempre orientado para agradar ao mercado, ao consumidor, as classes que dominam
o mercado e ao lucro, dessa forma seu potencial crítico é minimizado.
Visto isto, tem-se a crítica também à Cultura de Massa que é, exatamente, a formação de gru-
pos hegemônicos, voltados ao interesse tão somente do capital, os quais reproduzem modelos
culturais que promovem uma homogeneização dos indivíduos. De certa maneira, a indústria
cultural produz a cultura de massa.

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TEXTO COMPLEMENTAR
Democracia em Vertigem no Oscar 2020
Por: Prof. Luís Felipe Ziriba, 05/05/2020.

Eis que, pela primeira vez em toda sua história, o Oscar seleciona um documentário
produzido no Brasil para concorrer ao prêmio máximo do cinema. Em sua 92a edição,
junto a mais 4 obras (todas feitas nos EUA), o festival incluiu o documentário Demo-
cracia em Vertigem na categoria de melhor documentário de 2019. Dirigido por Petra
Costa e produzido pela plataforma americana de streaming Netflix, por 120 minutos,
o que se vê na tela é nossa história política nos últimos anos que culminou no impe-
achment da primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rousseff. O filme não levou a
estatueta, perdendo a competição para American Factory, ou Indústria Americana (dis-
ponível no Netflix), mas não deixa de ser interessante que nossa primeira indicação na
categoria de documentários seja exatamente sobre a crônica polarização política que
experimentamos ao longo dos últimos anos.
Aqui neste texto, caro(a) aluno(a), faço minha única incursão de tom personalíssi-
mo em toda nossa matéria e peço, portanto, licença a você:

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ASSISTA AO FILME!
Pronto.
É uma obra muito bem-feita, que não é narrada em tom panfletário (recebendo crí-
ticas muito elogiosas por quase a totalidade dos veículos especializados em cinema
no Brasil e no mundo), fundamental para a compreensão de um dos processos mais
importantes de nossa história e que se encontra diretamente ligado a vários aspectos
de nossa aula de Atualidades Brasil.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil dos 300 e o Radicalismo de Ultradireita
O Brasil experimenta neste ano de 2020 um processo similar ao que fora vivenciado
a época do impeachment da ex-Presidente Dilma Rousseff, o qual se encontra umbi-
licalmente relacionado ao momento que vivemos de extrema divisão ideológica em
nossa sociedade. Com a ascendência do pensamento de ultradireita ao longo dos últi-
mos anos, eis que, entre os meses de maio e junho de 2020, vimos ocorrer uma série
de manifestações em que, tal qual relatado no filme que concorreu ao Oscar de melhor
documentário, Democracia em Vertigem, de Petra Costa, que relata os momentos da
deposição de Dilma Rousseff, novamente foi necessário dividir-se grupos antagônicos
em manifestações com vistas a se garantir a integridade física de todos envolvidos.
Em meio à maior pandemia dos últimos 100 anos, foram às ruas das maiores cidades
brasileiras manifestantes; de um lado, os apoiadores incondicionais de Jair Bolsonaro;
de outro, seus opositores.
Dentro desse contexto, chamou a atenção a presença de um grupo denominado
Brasil dos 300, comandado pela ex-ativista de esquerda e ex-feminista que se autode-
nomina Sara Winter.
“Olá, nós somos os 300 do Brasil, o maior acampamento contra a corrupção e a
esquerda do mundo” disse Sara Fernanda Giromini, mais conhecida como Sara Winter,
a uma reportagem entre as várias que se interessaram em cobrir esse curioso (e porque
não esquisito) grupo que se autoproclama também como bastiões da defesa da pátria.
As bandeiras do Brasil dos 300 saíram apenas no plano ideológico, ou de defesa de
valores já consagrados pelo Presidente Jair Bolsonaro, tais quais a defesa da família,
do direito ao armamento e a amor à pátria (...) e seguem em colisão aos poderes cons-
titucionais constituídos. Ao longo das várias manifestações conduzidas por apoiadores
do Presidente, em que até em algumas o próprio líder, Jair Bolsonaro, esteve presente
acenando fervorosamente de fora das dependências do Palácio do Planalto, os mani-
festantes bradaram xingamentos ao ministro Alexandre de Moraes e, entre outros deva-
neios, expressaram fragorosamente suas pautas, tais quais o retorno da ditadura militar,

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com gestos em completa e escancarada alusão a Klu Klux Klan – grupo antissemita branco
dos EUA. Também saem em defesa de atos institucionais tirânicos, tal qual o AI-5 (ato
institucional número 5, de 13 de dezembro 1968, que, entre outros pontos, versava o
fechamento por tempo indeterminado do STF.
Frente a tudo isso, Sara Winter acabou sendo expulsa do DEM, acusada formalmen-
te pelo presidente do partido a que era filiada e pelo qual chegou a concorrer a uma
vaga de mandato de Deputada Federal em 2018 (sem sucesso na empreitada, obteve
17.000 votos) de envolvimento de movimentos contra o Estado de Direito e o regime
democrático. Para piorar a situação de Sara Winter, a jovem de 27 anos, líder do movi-
mento 300 do Brasil, foi presa em 15 de junho, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da
República). A prisão decorre das investigações que apuram o financiamento a mani-
festações que defendem pautas antidemocráticas e ataques a instituições públicas.
Dias depois, ela foi solta, mas teve instalada uma tornozeleira eletrônica. Junto à sol-
tura de Sara, contudo, a justiça determinou em definitivo o fim do acampamento dos
300 do Brasil na Esplanada dos Ministérios e desbaratou um bunker do grupo em uma
área rural do Distrito Federal. Após meses de intensa atividade de grupos radicais, com
epicentro no Brasil dos 300, ao que tudo indica, o Judiciário, os órgãos de segurança
pública e a Abin se encontram alinhados mais do que nunca no combate a tais grupos.

2.9. Brics e o Brasil


A coordenação entre Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) iniciou-se de maneira informal em
2006, com reunião de trabalho entre os chanceleres dos quatro países à margem da Assem-
bleia Geral das Nações Unidas. Desde então, o acrônimo, criado alguns anos antes pelo merca-
do financeiro, não mais se limitou a identificar quatro economias emergentes. O BRIC passou
a constituir mecanismo de cooperação em áreas que tenham o potencial de gerar resultados
concretos aos brasileiros e aos povos dos demais membros.
Desde 2009, os Chefes de Estado e de governo do agrupamento se encontram anualmente.
Em 2011, na Cúpula de Sanya, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, acrescen-
tando o “S” ao acrônimo, agora BRICS.
Nos últimos 10 anos, ocorreram 10 reuniões de Cúpula, com a presença de todos os líderes
do mecanismo:
I – Cúpula: Ecaterimburgo, Rússia, junho de 2009;
II – Cúpula: Brasília, Brasil, abril de 2010;
III – Cúpula: Sanya, China, abril de 2011;
IV – Cúpula: Nova Délhi, Índia, março de 2012;
V – Cúpula: Durban, África do Sul, março de 2013;
VI – Cúpula: Fortaleza, Brasil, julho de 2014;
VII – Cúpula: Ufá, Rússia, julho de 2015;

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VIII – Cúpula: Benaulim (Goa), Índia, outubro de 2016;


IX – Cúpula: Xiamen, China, setembro de 2017;
X – Cúpula: Joanesburgo, África do Sul, julho de 2018; e
XI – Cúpula: Brasília, Brasil, novembro de 2019.
Desde a primeira cúpula, em 2009, o BRICS tem expandido significativamente suas ativi-
dades em diversos campos, mas foi o campo financeiro que garantiu, desde o início, maior
visibilidade ao agrupamento. Os então quatro países membros passaram a atuar de forma
concertada, a partir da crise de 2008, no âmbito do G20, FMI e Banco Mundial, com propostas
concretas de reforma das estruturas de governança financeira global, em linha com o aumento
do peso relativo dos países emergentes na economia mundial. O papel desempenhado pelo
BRICS foi fundamental para a reforma das quotas do FMI, aprovada em Seul, em 2010.
No mesmo campo, a cooperação BRICS levou ao lançamento das duas primeiras insti-
tuições do mecanismo: o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e o Arranjo Contingente de
Reservas (ACR). A criação do banco visou a responder ao problema global da escassez de
recursos para o financiamento de projetos de infraestrutura.
A partir de 2015, o BRICS passou a buscar novas áreas de cooperação, sempre tendo pre-
sente a necessidade de obter benefícios palpáveis para os cinco países. Para o Brasil, as áreas
de saúde, ciência, tecnologia e inovação, economia digital e cooperação no combate ao crime
transnacional são prioritárias nesse esforço de avançar novas áreas de atuação.
A XI Cúpula foi realizada em Brasília, em 13 e 14 de novembro de 2019, no Palácio Ita-
maraty, sob o lema “BRICS: crescimento econômico para um futuro inovador”. Antecedendo o
encontro de líderes, a presidência brasileira organizará dezenas de encontros que terão como
prioridades: (i) o fortalecimento da cooperação em ciência, tecnologia e inovação; (ii) o refor-
ço da cooperação em economia digital; (iii) o adensamento da cooperação no combate aos
ilícitos transnacionais, em especial ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e ao tráfico de
entorpecentes; e (iv) o incentivo à aproximação entre o Novo Banco de Desenvolvimento e o
Conselho Empresarial.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil e o Canabidiol
Prof.: Luis Felipe Ziriba, 03/01/2020.
O Brasil é um dos países que produz uma das maiores quantidades de pesquisas
acerca do uso de canabidiol no mundo, o santo elixir que é uma das 113 substâncias
químicas canabidioides encontradas na Cannabis Sativa. Contudo, após mais de 30
países aprovarem o uso da substância para fins medicinais (inclusive nossos vizinhos
Uruguai, Argentina e Colômbia), foi somente no início de dezembro de 2019 que a
Anvisa – órgão oficial de regulação de medicamentos no Brasil – liberou finalmente a
prescrição legal de remédios feitos da maconha.

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A importação de medicamentos com base na maconha (que bem verdade já ocorria,


desde 2015, mas era cara e demorada), a partir de agora, fica facilitada com a chancela
oficial. O Brasil, porém, ainda discutirá o uso da maconha para fora do âmbito medicinal
(ou seja, recreativo) em fase futura. Holanda, EUA (em alguns estados) e Uruguai, entre
outros países, já legalizaram a cannabis também para seu uso recreativo. A nova regu-
lamentação no Brasil (atendendo a pleitos conservadores) não permite que a cannabis
seja plantada em território nacional para nenhum fim.
O canabidiol é usado com bastante eficiência para tratamentos diversos, como
epilepsia, esquizofrenia, psicose, ansiedade, artrite, entre outros. Segundo a Anvisa, a
eficiência é ultracomprovada e não produz efeitos colaterais conhecidos na maconha
quando fumada, tais quais perda de memória e fome incessante, conhecida também
como “larica”.
Mesmo perdida a batalha por parte dos grupos conservadores, liderados por Osmar
Terra, o Ministro da Cidadania de Bolsonaro, eles foram até o fim na seara de discussões
no Congresso Nacional empreendidas em fase pré-liberalização pela Anvisa, defenden-
do a não legalização do uso medicinal da maconha com a alegação de que, entre outros
motivos, na maioria dos países que permitiram o uso medicinal da maconha, o que se
viu como resultado direto (comprovadamente) foi uma abertura rápida ao uso recreati-
vo.
Polêmicas à parte, abre-se com a regulamentação um enorme mercado no Brasil.
Os remédios à base de canabidiol já representam algo em torno de 7% dos ganhos
da indústria farmacêutica global, criando por aqui uma expectativa de faturamento na
casa dos R$ 5 bilhões até 2023 e solução para ao menos 500.000 crianças que pos-
suem epilepsia e não se adaptam a tratamentos tradicionais.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Covid-19 no Brasil: 9 Meses
O Ministério da Saúde confirmou, dia 26 de fevereiro, o primeiro caso do novo coro-
navírus no Brasil, em São Paulo. Um homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israeli-
ta Albert Einstein, com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia. Na primeira
metade de novembro, já são mais de 5,7 milhões de infectados e quase 170.000 mortes
no país, um número que não para de crescer. O que se espera agora é que antes que
termine a chamada 1a onda, engataremos numa 2ª onda.
A politização do assunto também vem sendo a tônica por aqui. O Presidente Jair
Bolsonaro, temeroso acerca das perdas econômicas que se avizinhavam, já na largada
da pandemia se colocou radicalmente contra as medidas tomadas em uníssono por
todos os 27 governadores de estado do país, que expediram decretos entre os meses
de março e início de abril determinando o isolamento social, com o consequente fechamento de

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vários tipos de comércio já em fins de março. Pairou a discussão emanada pelo próprio
presidente acerca de “se preservar vidas ou empregos”, como se um fato estivesse dis-
sociado do outro. Ou seja, na ilusão de que houvesse, de fato, uma opção.
O Presidente defendeu o chamado “isolamento vertical”, ou seja, isolar-se apenas
crianças e idosos, ou pessoas nos chamados grupos de risco, ao invés de se imprimir
o “isolamento horizontal”, tal qual fora realizado, que é quando o maior número possí-
vel de pessoas deve permanecer dentro de casa, independentemente de apresentarem
fatores de risco ou não para a doença. O distanciamento horizontal pode ser feito em
diferentes níveis de rigidez.
O mais rígido é chamado de lockdown, em que somente as atividades considera-
das essenciais (como farmácias e supermercados) são mantidas em funcionamento
normal. Pode, inclusive, haver um monitoramento das ruas pela polícia. Nessa toada,
o governador de São Paulo (João Doria) e de Goiás (Ronaldo Caiado), aliados de pri-
meira hora desde a campanha de Bolsonaro à Presidência, romperam com o Presidente
por discordarem exatamente destas modalidades de isolamento. O mandatário nacio-
nal retrucou, chamando todos os governadores que procederam tal qual orientação da
OMS – Organização Mundial de Saúde – ou seja, de realizar o isolamento horizontal,
de irresponsáveis, alegando entrelinhas estarem promovendo um complô contra seu
governo ao intencionarem “quebrar a economia nacional”. Ainda dentro deste raciocí-
nio negacionista, e que vai, inclusive, contra sua própria política de estado para a saúde,
outrora comandada por Ministros da Saúde (o oncologista Neslon Teich assumiu em
16/04, em lugar de Luiz Henrique Mandetta, mas que não durou nem um mês no cargo,
sendo demitido em 14/05), que versa exatamente que seja promovido o isolamento
social. O Presidente Bolsonaro imprime um modus operandis peculiar, passando a se
locomover cada vez mais pelas ruas da capital federal sem qualquer proteção ao vírus
(máscara, luvas e distanciamento), indo a passeatas pró-governo, cumprimentando
efusivamente simpatizantes, se dirigindo a centros comerciais (distantes a mais de 30
km da sede do governo) e até à padaria comer pastel. Em pronunciamento nacional,
Bolsonaro chegou a dizer ser esta pandemia apenas uma “gripezinha”, exaltando em
sequência se encontrar imune aos efeitos da Covid por possuir “um histórico de atleta”.
Não deu certo e ele testou positivo na entrada do mês de julho para Covid-19, levando
a um alerta a mais de uma centena de pessoas que estiveram com ele, entre subordi-
nados, políticos, ministros e populares. Sobreviveram todos, inclusive a primeira-dama,
que também testou positivo.
A politização em relação ao Covid-19 segue em torno também da decisão acerca
de qual vacina será, de fato, aderida pelo Governo. De um lado, o Presidente Bolsonaro
se nega a aceitar a vacina chinesa como solução (sendo esta uma das que se encon-
tram em estágio mais avançado de eficácia e preparo final [Sinovac] já sendo, inclusive,
adquirida por São Paulo) e politiza a questão. Do outro lado, o Governador de São Paulo,
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João Dória, e outros governadores também, até mesmo o Ministro da Saúde de Bolso-
naro, o General Pazuello, dizem em uníssono esperar apenas por uma vacina, indepen-
dentemente de sua origem.
Ainda dentro do âmbito inevitável de paralisia econômica que assolou o país (as
previsões já são de redução do PIB em torno de 6 a 8 por cento em 2020), o governo
federal se apressou e enviou ao Congresso Nacional medida emergencial de auxílio à
população de informais que beira, segundo últimas estimativas, a casa de 100 milhões
de pessoas. É o chamado “coronavoucher” de 600 reais, distribuído ainda em abril em
sua primeira parcela, com seguimento por mais três meses (e prorrogação por mais 3
de 600 reais, e mais 3 de 300), nas agências da Caixa a todos que se encaixarem no
seguinte perfil:
ser maior de 18 anos;
não possuir emprego formal;
a renda familiar per capita tem que ser de até meio salário mínimo (R$ 522,50), ou a
renda total de até 3 salários mínimos (R$ 3.135,00);
não ter recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 no ano de 2018;
exercer atividade na condição de microempreendedor individual (MEI);
ser ou não contribuinte Regime Geral de Previdência Social (RGPS);
ser trabalhador informal inscrito no Cadastro Único de Programas Sociais do Gover-
no;
ter cumprido o requisito de renda média até 20 de março de 2020;
não receber benefício previdenciário ou assistencial como seguro-desemprego ou
programas de transferência de renda federal, exceto Bolsa Família.
Além disso, a proposta do governo aprovada pelo Congresso Nacional estabelece
que até 2 membros da mesma família podem receber o benefício, somando uma renda
de R$ 1.200. Mulheres que sustentam seus lares sozinhas poderão acumular dois bene-
fícios individualmente.
Outras medidas econômicas com vistas a assistir à população frente ao abalo eco-
nômico gerado pelo coronavírus são as antecipações do 13º salário de aposentadorias
do INSS e do PIS/Pasep. No âmbito estadual, bancos regionais, como o BRB – Banco
de Brasília –, lançaram linhas de crédito com juros mais baixos para suporte a empre-
sários de pequeno e médio porte.

Atingidos quase 9 meses após o primeiro caso registrado no país, os estados, após
manterem por meses seguidos decretos oficiais emanados pelos governadores pro-
movendo as medidas de isolamento social, em consonância à diretriz emanada pelo
Ministério da Saúde e pela OMS, vêm desde Julho distendendo tais medidas com vistas
à abertura de espaços públicos e/ou de aglomeração de pessoas. Parques, bares, res-
taurantes e academias reabriram as portas, contudo, devem atender ao protocolos

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específicos, como álcool em gel e afastamento. O uso de máscaras segue obrigatório


e várias cidades ainda permanecem com suas entradas restritas a moradores, não per-
mitindo visitantes de fora.
Nesta atual fase, é importante destacar que o Brasil, após mais de 3 meses apenas
com um ministro interino da Saúde, efetivou finalmente em 16 de setembro Eduardo
Pazuello, que era interino. Somos atualmente no mundo um dos epicentros da Covid-
19 e, mesmo com menos de 3% da população global, nossas mortes beiram, em 15
de novembro, a casa dos 166.000 óbitos, o que representa mais de 12% de todas as
mortes oficiais por Covid no mundo (1,3 milhões aproximadamente no total).
Neste mar de notícias ruins, inclui-se ainda a investigação conduzida pelo Ministé-
rio Público Federal, com auxílio da Polícia Federal, de que respiradores em alguns esta-
dos, tais quais Pará e Rio de Janeiro, foram adquiridos em regime de emergência de
forma superfaturada. Nos dois estados, inclusive, os governadores foram intimados a
depor pela Polícia Federal, e o do Rio de janeiro já está afastado esperando julgamen-
to de impeachment. No DF a situação é parecida, estando o Secretário de Saúde preso
desde Setembro (ao menos até 10 de novembro), em operação sobre irregularidades
em compra de testes para Covid-19 dentro do âmbito da Operação Falso Negativo.
Um desafio muito sério também nessa pandemia e que vem ganhando força con-
siste em se combater o avanço da Covid entre as populações indígenas, problema que
vem crescendo exponencialmente. Há uma crítica por vários setores da sociedade,
imprensa e especialistas em gestão de povos indígenas e em saúde pública relativa
ao fato de que o atual governo não vem atuando a contento com vistas ao controle da
disseminação do vírus em comunidades indígenas.
E, por fim, entre os vários profissionais envolvidos, jamais podemos nos esquecer
do trabalho incessante realizado por médicos e enfermeiros, com taxas de contamina-
ção em alguns na casa dos 20%, e turnos de trabalho de até 24 horas. Um outro grupo
também vem se destacando: o de militares. As Forças Armadas vêm atuando na produ-
ção de álcool em gel, de remédios, atuando na desinfecção de ambientes nas grandes
cidades, promovendo treinamentos e entregando cestas básicas, entre outras ativida-
des.

Veja a diferença entre surto, epidemia, pandemia e endemia.


Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença
em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser
maior do que o esperado pelas autoridades. Em algumas cidades (como Itajaí-SC), a
dengue é tratada como surto (e não como epidemia), pois acontece em regiões especí-
ficas (um bairro, por exemplo).

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ATUALIDADES
Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

Epidemia: a epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regi-


ões. Uma epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam
uma doença, a epidemia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm casos.
Na entrada de 2020, o Brasil experimentou um surto de dengue. Somente em janeiro
deste ano, foram mais de 30.000 casos suspeitos de dengue no país. Outra doença que
tem como vetor o Aedes Aegypti, a Chikungunya, apresentou 959 casos prováveis no
início de 2020. A taxa de incidência é de 0,46 casos por 100 mil habitantes. O Nordeste
e o Sudeste são as regiões mais afetadas, com índices de 0,58 por 100 mil e 0,52 por
100 mil, respectivamente. O estado do Rio de Janeiro registra 28,5% das notificações,
onde também foi registrada uma morte pela infecção.
Pandemia: em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acon-
tece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a
gripe A (ou gripe suína) passou de epidemia para pandemia quando a OMS começou a
registrar casos nos seis continentes do mundo.A AIDS, apesar de diminuir no mundo,
também é considerada uma pandemia. Assim como o atual surto de coronavírus.
Endemia: a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença
é classificada como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita fre-
quência no local. As doenças endêmicas podem ser sazonais. A febre amarela, por
exemplo, é considerada uma doença endêmica da região Norte do Brasil.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-
ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
Atualmente, o massivo investimento em ciência e tecnologia tem feito o setor secundário do
Brasil desempenhar papel de grande destaque no produto interno bruto nacional, que, atual-
mente, está entre os dez maiores do mundo.

O que se percebe atualmente no Brasil é haver uma queda da participação da indústria na


produção de valor total. O PIB industrial, que chegou a ser quase 30% na década de 1980, atu-
almente está abaixo dos 20%. Vivemos provavelmente o processo mais acelerado no mundo
de desindustrialização.
Errado.

002. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-


ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
No Brasil, o significativo crescimento da produção de grãos fez que o país se tornasse o segun-
do maior produtor de soja do planeta.

O Brasil se tornou o maior exportador de soja em tempos recentes sendo o segundo maior
produtor global. Provavelmente deveremos consolidar, contudo, primeiro lugar no ranking de
produção em pouco tempo, vale o destaque.
Certo.

003. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-


ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
No contexto econômico das relações internacionais contemporâneas, o Brasil se destaca na
produção e exportação de commodities.

O Brasil possui em sua pauta de exportações uma participação de 50% de commodities. O con-
ceito de commodities se refere a produtos primários minerais e agrícolas de uso global, com
valor de venda determinado por bolsas específicas, sendo a principal a Bolsa de Chicago. As
commodities não possuem valor agregado nem pesquisa em manufatura e tecnologia indus-
trial, além disso, impactam enormemente o meio ambiente.
Certo.

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004. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-


ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
Brasília, como importante cidade administrativa e sede do poder federal, influencia diretamen-
te municípios dos estados de Goiás e de Minas Gerais.

A área de influência de Brasília alcança GO e MG. Não à toa, a RIDE – Região Integrada de De-
senvolvimento Econômico do Entorno e DF –, que faz as vezes de Região Metropolitana do DF,
possui municípios de ambas as UFs (29 do GO e 4 de MG).
Certo.

005. (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) De acordo com a Organização das


Nações Unidas (ONU), o número de megacidades no mundo aumentou de quatorze, em 1995,
para vinte e nove, em 2015. Com relação a esse fenômeno de urbanização da sociedade con-
temporânea, julgue o item a seguir.
Denominam-se megacidades as áreas urbanas com população superior a dez milhões de
habitantes.

Ponto interessante em Atualidades. Não confundir com megalópoles, conceito que se refere
à aglomeração de metrópoles. No caso, as megacidades são exatamente estas cidades (não
aglomerações) com mais de 10 milhões de habitantes. A maioria destas estão na Ásia. O lugar
onde mais crescem é, justamente, na Ásia e na África. O Brasil possui apenas uma: São Paulo,
considerada uma das 6 maiores cidades do mundo.
Certo.

006. (CESPE/PC-MA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL/2018) Em 2017, houve uma série de re-


beliões de detentos em Roraima, em Minas Gerais, em Santa Catarina, no Amazonas, no Para-
ná e no Rio Grande do Norte. Essas ocorrências demonstram a séria crise do sistema prisional
brasileiro. A respeito desse assunto, julgue os itens a seguir.
I – A população carcerária brasileira é composta em sua totalidade por detentos que cumprem
penas já sentenciadas pela justiça.
II – Um dos problemas dos presídios brasileiros é a superlotação, resultante de políticas de
segurança ineficazes e da falta de celeridade da justiça.
III – As referidas rebeliões ocorreram devido às precárias condições e falhas do sistema car-
cerário, não guardando relação com disputas entre grupos do crime organizado de outras re-
giões do país.
IV – Para assegurar o controle do sistema carcerário, a privatização ou terceirização dos presí-
dios tem sido apresentada como opção para solucionar a atual crise desse sistema.

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ATUALIDADES
Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

Estão certos apenas os itens:


a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

Os itens errados são o I e o III. No I, o erro está ao afirmar que a população carcerária advém
de pessoas que, em sua totalidade, cumprem penas já sentenciadas pela justiça. O que temos
hoje no Brasil é, na verdade, um contingente enorme de pessoas ainda esperando julgamento,
presos em prisão temporária e/ou preventiva com prazos em muito expirados.
Letra b.

007. (CESPE/TJ-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Em reunião ministerial realizada em Bruxe-


las, em junho de 2019, foi concluída a negociação da parte comercial do Acordo de Associação.
Segundo estimativas do Ministério da Economia, esse acordo incrementará o PIB brasileiro em
US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões se consideradas a redução
das barreiras não tarifárias e o incremento esperado na produtividade total dos fatores de pro-
dução. O aumento de investimentos no Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113
bilhões. Com relação ao comércio bilateral, as exportações brasileiras apresentarão ganhos de
quase US$ 100 bilhões até 2035.
Internet:<www.itamaraty.gov.br> (com adaptações).
O texto anterior descreve projeções de resultados do acordo de livre-comércio negocia-
do entre o:
a) Brasil e os Estados Unidos da América.
b) Brasil e a China.
c) MERCOSUL e os Estados Unidos da América.
d) MERCOSUL e a União Europeia.
e) Brasil, a União Europeia e a China.

Mercosul e União Europeia costuram, há mais de 15 anos, um acordo de liberalização comercial


(com bases a serem a posteriormente definidas). Em 2018, último ano de Temer na Presidên-
cia do Brasil, houve avanços consideráveis em tal questão, que se seguiram, em parte de 2019,
com Bolsonaro. Contudo, o que se percebeu, nos últimos meses de 2019, é haver um retroces-
so nas negociações, uma vez que Bolsonaro se indispôs com França e Alemanha (países-ba-
se da UE) em função de questões acerca de nossa política ambiental. Houve também outro
atraso nas negociações quando a Argentina elegeu em fins de outubro a chapa de esquerda

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comandada por Alberto Fernandez Presidente, com Cristina Kirchner Vice, para 2020-2023.
Bolsonaro já se antecipou e disse não telefonar parabenizando seu maior parceiro no bloco.
Letra d.

008. (CESPE/TJDFT/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO/2019)


A respeito das imigrações internacionais, julgue os itens a seguir.
I – A imigração internacional resulta da insatisfação econômica e é também consequência de
situações de conflito civil.
II – Muitas das restrições impostas à imigração resultam do receio do impacto cultural que
o recebimento de estrangeiros pode provocar em determinadas culturas, além dos possíveis
impactos econômicos e sociais.
III – Por ser uma questão humanitária, a imigração internacional é tratada no âmbito dos direi-
tos humanos sem gerar grandes controvérsias na política internacional.
IV – Apesar de não adotar políticas restritivas, o Brasil não é um país de interesse para os imi-
grantes, sendo os maiores fluxos de imigrantes destinados aos países europeus.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

Os itens III e IV estão errados, porque, respectivamente, a questão migratória global é uma pau-
ta conflituosa em política internacional, ao contrário do que o item afirma, e também o Brasil
faz parte do jogo migratório, sendo receptor atualmente de quase 100.000 venezuelanos em
apenas 3 anos, além de ter recebido ao longo desta década que se encerra imigrantes haitia-
nos, bolivianos, peruanos, entre outros.
Letra a.

009. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019) Três anos após testemunhar


o maior desastre socioambiental do mundo em barragens de mineração, ocorrido na cidade de
Mariana – MG, o Brasil viu a história se repetir em outro município mineiro, Brumadinho.
A respeito desses desastres ambientais, julgue o próximo item.
O enrijecimento da legislação é indispensável para prevenir desastres como os de Mariana e
de Brumadinho, já que as leis brasileiras são brandas e impedem a atuação mais efetiva dos
órgãos de controle dessas barragens, os quais dispõem de corpo técnico especializado sufi-
ciente para a fiscalização das mineradoras.

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As tragédias de Mariana e de Brumadinho, ao promovermos recorte acerca da responsabilida-


de do Estado, possuem o mesmo componente: a ineficiência na ação incisiva de órgãos res-
ponsáveis pela fiscalização em tais barragens. Os dois desastres, ao que tudo indica, poderiam
ser evitados se, por exemplo, uma agenda mais rigorosa e minuciosa tivesse sido impressa por
parte da Agência Nacional de Mineração (órgão que concede a lavra), da Secretaria de Meio
Ambiente de Minas Gerais, entre outros órgãos. Vale destacar, que o modelo das barragens
de rejeitos que romperam nas duas ocasiões era do tipo a montante, considerado este, entre
as outras modalidades de barragens, como sendo o menos seguro e, assim, demandante de
fiscalizações periódicas para o funcionamento. Mas o que se constata é não ter havido tal ca-
pacidade por parte do poder público em torno de prevenir tais catástrofes. É claro que há uma
responsabilidade imensa da Vale do Rio Doce (e suas subsidiárias) em ambos casos.
Por fim, destaca-se que a última catástrofe, de Brumadinho, matou mais de 280 pessoas, sen-
do disparado o maior acidente ambiental no país em termos de mortes. No caso de área atin-
gida, o acidente de Mariana, contudo, superou.
Certo.

010. (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019) Como um país pode salva-


guardar a sua memória? O museu é o lugar onde se guardam coisas que são importantes
para a história de um país, de uma época e de um povo. O museu perpetua um conhecimento
adquirido por meio da pesquisa, preservação e a divulgação de bens materiais e imateriais.
Quando vamos a um espaço como esse, o museu cumpre um papel social e educativo de
transmitir cultura para a sociedade. É um relicário de nossas memórias enquanto humanidade
e seu ambiente.
Internet: <https://vestibular.uol.com.br> (com adaptações).

Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir.


O trágico incêndio ocorrido no Museu Nacional em setembro de 2018 chama a atenção para a
necessidade de preservar e proteger os bens históricos e culturais tanto por causa de seu valor
para a memória do país quanto para combater o tráfico internacional desses bens.

A assertiva não deixa dúvidas. A preservação do patrimônio cultural em todas suas formas,
com sua guarda em museus, possui, de fato, um viés fundamental também muito bem marca-
do à salvaguarda de nossos bens.
Certo.

011. (CESPE/PGE-PE/CARGOS 1, 2, 3 E 4/2019) Acerca de temas da atualidade que envol-


vem o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.

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Com a participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o Brasil firmou impor-
tantes acordos bilaterais com países estratégicos.

Primeiramente, o Fórum Econômico de Davos, realizado anualmente na Suíça, não possui mis-
são que sirva como praça que acordos comerciais sejam firmados. Outro ponto importante a
ser destacado é que o atual Presidente Jair Bolsonaro, em sua primeira participação em Davos,
teve uma atuação morna, sem arrancar aplausos nem críticas.
Errado.

012. (CESPE/PGE-PE/CARGOS 1, 2, 3 E 4/2019) Acerca de temas da atualidade que envol-


vem o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.
As práticas sociais na atualidade são totalmente direcionadas pela comunicação nas redes
sociais, que proporcionam amplo debate e favorecem o consenso sobre temas relevantes à
maioria da população.

As redes sociais, como sabemos bem, proporcionam (em tese) debates, mas não vêm favore-
cendo consensos acerca de temas relevantes.
Errado.

013. (CESPE/2019) Acerca de temas da atualidade que envolvem o Brasil e o mundo, julgue o
item seguinte.
O fato de os países árabes serem grandes importadores de produtos da cadeia produtiva do
agronegócio brasileiro pode influenciar a política externa brasileira relativa ao Oriente Médio.

Em tese, o que se espera de nossa política externa, comandada atualmente pelo Ministro Er-
nesto Araújo, é que ocorra maturidade por nossa parte acerca de temas sensíveis do Oriente
Médio, tais quais religião e costumes. Em termos comerciais, houve, ao compararmos com
20 anos atrás, um crescimento considerável tanto em termos absolutos como proporcionais
entre o Brasil e o Oriente Médio. Além do mais, a nossa balança comercial com eles é do tipo
superavitária.
Certo.

014. (CESPE/PGE-PE/CARGOS 1, 2, 3 E 4/2019) Acerca de temas da atualidade que envol-


vem o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.
A atual flexibilização de regras nas relações de trabalho, a exemplo de questões relativas à ter-
ceirização, jornada, férias e remuneração, foi resultado de projetos aprovados pelo Congresso
Nacional com a reforma trabalhista.

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A reforma trabalhista completou 2 anos em set/2019 após ser aprovada pelo Congres-
so Nacional.
Certo.

015. (CESPE/PGE-PE/CARGOS 1, 2, 3 E 4/2019) Acerca de temas da atualidade que envol-


vem o Brasil e o mundo, julgue o item seguinte.
Dados atuais acerca da segurança pública no Brasil mostram quadro quantitativo de mortes
violentas intencionais por ano similar à média de mortes anuais na guerra na Síria.

É o que se percebe: com mais de 60.000 homicídios em 2017, o Brasil, ao liderar com folga tal
ranking macabro globalmente, ainda se equiparou ao que se estima de perdas humanas em um
ano na pior guerra civil (na Síria) em curso atualmente no mundo. Vale destacar que em 2019 o
governo federal anuncia ter havido, frente a 2017, uma queda de mais de 20% nos homicídios
totais no país.
Certo.

016. (IESES/PREF SÃO JOSÉ-SC/2019) Com relação à aplicação dos recursos oriundos do
Fundo Partidário assinale a alternativa correta:
a) Deve ser usado na manutenção das residências dos membros do partido.
b) Permite a transferência de recursos para outros partidos.
c) Não é permitido o pagamento de despesas com alimentação.
d) Pode ser destinado à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de dou-
trinação e educação política.

Vejamos abaixo o artigo 17 da Res. do TSE (23.546), de 18 de dezembro de 2017, em confor-


midade com a Lei n. 9.096/1995, sobre os gastos permitidos pelo fundo:

Art. 17. Constituem gastos partidários todos os custos e despesas utilizadas pelo órgão do partido
político para a sua manutenção e consecução de seus objetivos e programas.
§ 1º Os recursos oriundos do Fundo Partidário somente podem ser utilizados para pagamento de
gastos relacionados (Lei n. 9.096/1995, art. 44):
I – à manutenção das sedes e serviços do partido;
II – à propaganda doutrinária e política;
III – ao alistamento e às campanhas eleitorais;
IV – à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação
política;

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ATUALIDADES
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V – à criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mu-
lheres;
VI – ao pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários
internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais
seja o partido político regularmente filiado; e
VII – ao pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.
Letra d.

017. (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/2019) As queimadas correspondem a uma das


técnicas agrícolas mais primitivas da história do homem. No Brasil há registros da utilização
das queimadas desde o período. No entanto, este modo de limpar o terreno, na atualidade é
alvo de críticas por parte de ambientalistas e técnicos, em particular, no momento na Amazô-
nia. É correto afirmar:
a) Por ser uma técnica rápida e barata, ainda é pouco utilizada no meio rural.
b) Causa empobrecimento do solo, poluição, destruição de redes de eletricidade e cercas, aci-
dentes rodoviários.
c) Toda queimada é de origem humana.
d) A queimada facilita a vida de todos os agricultores, pecuaristas e população em geral trazen-
do benefícios a curto e longo prazos.

As queimadas podem até ocorrer por fatores naturais, como raios e energia eletroestática no
ar, mas, na imensa maioria das vezes, são de origem humana. Na Amazônia, em 2019, verifica-
-se um aumento destes eventos em comparação a anos anteriores. Seus danos se dão tanto
em relação ao quase banimento de organismos que enriquecem o solo, quanto em relação ao
aumento da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, como também prejuízos estrutu-
rais, tal qual citado no item B.
Letra b.

018. (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/2019) O cargo de embaixador do Brasil nos Es-


tados Unidos é um dos cargos mais visados pelos diplomatas de carreira. No Brasil é tradição
selecionar diplomatas de carreira e de longa experiência. O cargo de embaixador nos EUA é
considerado pelo Itamaraty estratégico em virtude de alguns pontos.
I – Longa tradição na diplomacia entre os dois Países.
II – Grande poder econômico e militar norte-americano.
III – EUA tem a segunda maior comunidade brasileira no exterior.
IV – Influência dos EUA somente nos países mais desenvolvidos das Américas.
Assinale a sequência correta:
a) Apenas as assertivas III e IV estão incorretas.
b) Apenas a assertiva I está correta.
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ATUALIDADES
Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

c) Apenas a assertiva IV está incorreta.


d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.

Estão erradas a III e a IV respectivamente porque o número de brasileiros nos EUA é o maior
entre todos países no globo e a influência norte-americana nas Américas se consolidou não
apenas nos países mais desenvolvidos, mas de forma praticamente hegemônica.
Letra a.

019. (CESPE/TJ-PR/TEC JUDICIÁRIO/2019) Em reunião ministerial realizada em Bruxelas,


em junho de 2019, foi concluída a negociação da parte comercial do Acordo de Associação.
Segundo estimativas do Ministério da Economia, esse acordo incrementará o PIB brasileiro em
US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões se consideradas a redução
das barreiras não tarifárias e o incremento esperado na produtividade total dos fatores de pro-
dução. O aumento de investimentos no Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113
bilhões. Com relação ao comércio bilateral, as exportações brasileiras apresentarão ganhos de
quase US$ 100 bilhões até 2035.
Internet:<www.itamaraty.gov.br> (com adaptações).

O texto anterior descreve projeções de resultados do acordo de livre-comércio negociado entre o


a) Brasil e os Estados Unidos da América.
b) Brasil e a China.
c) MERCOSUL e os Estados Unidos da América.
d) MERCOSUL e a União Europeia.
e) Brasil, a União Europeia e a China.

O avanço nas tratativas de um acordo comercial entre Mercosul e UE avançaram significati-


vamente em 2018 até meados de 2019 (com Temer e Bolsonaro na Presidência). Contudo, as
atuais trocas de farpas em função da questão nas queimadas na Amazônia, em que o governo
brasileiro se colocou radicalmente contra o posicionamento de dois players principais do bloco
europeu – Alemanha e França –, ao que tudo indica, em primeira análise, fizeram andar para
trás tais negociações. Vejamos as cenas dos próximos capítulos.
Letra d.

020. (ADM&TEC/PREFEITURA DE ALAGOINHAS-PB/AUX ADMINISTRATIVO/2019)


TEXTO: Soja
A China provavelmente não vai poder contar apenas com o Brasil para atender sua demanda
por soja, já que o país asiático deixou de importar a oleaginosa dos Estados Unidos em meio
à guerra comercial.

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Atualidades Brasil
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Quando Donald Trump deu início à disputa de tarifas no ano passado, o Brasil havia acabado
de registrar uma supersafra, o que permitiu ao maior exportador de soja do mundo atender
quase que exclusivamente à voraz demanda da China. Mas, depois dos volumes recordes ex-
portados e de problemas climáticos no período de cultivo, os estoques brasileiros estão em
queda e a próxima safra está a meses de distância.
Isso poderia criar um problema para a China, o maior consumidor de soja do mundo. Depois
que Trump intensificou a disputa comercial na semana passada, o gigante asiático decidiu
suspender as compras de produtos agrícolas dos EUA. A Argentina (um país sul-americano)
pode ser uma opção, mas os agricultores atualmente estão estocando grãos antes das próxi-
mas eleições.
Já há evidências de um aperto na oferta. Os estoques de soja do Brasil estão 80% abaixo do
nível registrado no mesmo período do ano passado, e as exportações do país caíram 8% até
julho. Para a China, as exportações mostram queda de 11%. Os prêmios dos preços para em-
barques do país estão em alta.
(Adaptado. Acesso em agosto de 2019. Disponível em: http://bit.ly/2yZRUiV)

Com base no texto ‘SOJA’, leia as afirmativas a seguir:


I – De acordo com o texto, Donald Trump iniciou uma disputa comercial com a China há alguns
anos, determinando o aumento das tarifas de importação de produtos desse país asiático.
Naquele período, o Brasil havia registrado uma queda expressiva de estoques devido à proxi-
midade das eleições.
II – A partir da leitura atenta do texto, o leitor pode concluir que a China está diante do risco
de não ter sua demanda por soja completamente atendida. Entre as causas desse fenômeno,
o autor cita os problemas climáticos no período de cultivo na Argentina, as sanções aos pro-
dutos agrícolas brasileiros impostas por Donald Trump e a redução de 11% nos estoques dos
países asiáticos produtores desse cereal.
Marque a alternativa CORRETA:
a) As duas afirmativas são verdadeiras.
b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.

O I está errado ao estabelecer relação entre o desabastecimento do estoque de soja no Brasil


com a proximidade das eleições, o que, segundo o texto, se dá na Argentina (que realizou seu
pleito presidencial em fins de out/2019).
Já o II afirma que as questões climáticas afetaram a produção na Argentina, mas tal intempérie
está associada ao Brasil, além do que, o mesmo item versa também de forma enganosa que
os EUA imprimiram sanções comerciais ao Brasil, sendo que, na verdade, tal contenda foi em
relação à China.
Letra d.

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021. (IESES/PREF SÃO JOSÉ-SC/2019) O G7 é o grupo dos países economicamente mais


poderosos do mundo. Os países membros possuem alto nível de industrialização e são estru-
turados enquanto governos democráticos. O G7 surgiu na década de 1970. A ideia era realizar
um encontro informal entre as nações que dominavam os mercados ocidentais para coordenar
movimentos em direção ao crescimento econômico e bloquear o avanço dos blocos comu-
nistas. Anualmente os chefes de estado dos países membros G7 reúnem-se para discutir os
rumos financeiros de seus países, e consequentemente da economia mundial.
Assinale a alternativa correta que contém os países membros do G7 na atualidade.
a) Alemanha, Canadá, Rússia, EUA, Franca, Japão e Reino Unido.
b) Alemanha, Canada, EUA, Franca, Itália, Japão e Reino Unido.
c) Brasil, Alemanha, Canada, EUA, Japão, Rússia e Itália.
d) Rússia, Reino Unido, Franca, Espanha, Canada, Itália e China.

Atualmente a Rússia se encontra suspensa do G8, como retaliação em função das ações em-
preendidas pelo país na questão da Criméia, em 2014, sendo estes, portanto, os atuais pa-
íses do G7.
Letra b.

022. (VUNESP/PREF VALINHOS-SP/ENFERMEIRO/2019) As agências espaciais da Europa


e dos Estados Unidos apresentaram, no dia 10 de abril deste ano (2019), a primeira imagem do
buraco negro no Universo, graças ao trabalho de 200 pesquisadores e oito telescópios de rádio
interligados. Segundo cientistas que participaram do projeto, a descoberta comprova a Teoria
(http://twixar.me/9jtK. Adaptado)

a) do Princípio Antrópico.
b) do Big Bang.
c) da Quinta Força Fundamental.
d) da Relatividade.
e) do Caos.

No centro de um buraco negro, há o que chamamos de “singularidade”, uma enorme quantida-


de de massa encolhida em um ponto infinitamente pequeno, de dimensão zero, no espaço. A
teoria da relatividade geral de Albert Einstein prevê que uma massa suficientemente compacta
pode deformar o espaço-tempo para formar um buraco negro.
Letra d.

023. (VUNESP/CONTADOR/2019) Os principais institutos de pesquisa argentinos divulgaram


que a aprovação popular ao governo de Mauricio Macri está caindo a níveis preocupantes.

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Anunciados neste domingo (14 de outubro), os levantamentos de um instituto mostram que,


dos 40% que o presidente tinha em março de 2018, agora restam 26%. Já os números de outro
instituto mostram uma queda de 60%, índice do presidente em dezembro de 2017, para 40%
agora. O governo mostra-se preocupado pelo curto espaço de tempo em que se perderam de
15% a 20% de aprovação.
(Folha de S. Paulo, 14 out. 18. Disponível em:<https://goo.gl/VjXoHZ>. Adaptado)

Entre as causas para a queda identificada nas pesquisas citadas no trecho, é correto indicar
a) os escândalos de corrupção publicados pela imprensa.
b) o aumento vertiginoso dos índices de violência urbana.
c) a forte crise econômica que atinge o país.
d) a rápida deterioração do sistema público de saúde.
e) o colapso do sistema público de educação.

Macri não conseguiu colocar a economia do país nos trilhos. Há recessão (queda do PIB em
2017 e 2018 na casa dos 2% ao ano), inflação galopante (uma das maiores do mundo, em
torno de 40% para 2019) e derretimento do valor do peso frente ao dólar. Como resultado, ele
experimentou níveis baixíssimos de popularidade chegando ao fim do mandato em que tenta-
va ser eleito novamente, perdendo, contudo, o posto para o grupo rival de Alberto Fernandez,
com Cristina Kirchner Vice.
Letra c.

024. (VUNESP/CONTADOR/2019) A liderança política disse nesta segunda-feira (29 de outu-


bro de 2018) que não buscará um quinto mandato na chefia de governo em 2021 e que deixará
a liderança de seu partido no fim de 2018. “É hora de dar início a um novo capítulo”, afirmou à
imprensa, na saída de uma reunião com correligionários, acrescentando que a mudança traz
mais oportunidades do que riscos. “Em 2021, não voltarei a disputar a chancelaria nem uma
cadeira no Parlamento. E não concorrerei mais a cargos políticos.”
(Folha de S.Paulo, 29 out. 18. Disponível em:<https://goo.gl/MVBW7d>. Adaptado)

O trecho citado aborda uma notícia relacionada


a) à chanceler alemã Angela Merkel.
b) ao presidente russo Vladimir Putin.
c) ao primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
d) ao primeiro-ministro britânico David Cameron.
e) ao presidente francês Emmanuel Macron.

Angela Merkel se tornou uma das principais lideranças globais. Postulada quase unanimemen-
te como sendo a mulher mais importante do mundo ao longo destes últimos 15 anos, destila

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na condução de seu governo um estilo conciliador e umbilicalmente ligado aos preceitos de


unicidade europeia. No comando de uma das maiores potências globais, e país mais rico e
populoso da Europa desde 2005, declara perceber ser a hora de passar o bastão em 2021.
Seu partido, acima citado, se chama União Democrática Cristã (CDU), de viés ideológico cen-
tro-direita.
Letra a.

025. (VUNESP/UNICAMP/BIBLIOTECÁRIO/2019) Os americanos foram às urnas nesta ter-


ça-feira (06.11) para as eleições de meio de mandato (midterms, em inglês), nas quais defini-
ram uma nova Câmara, um terço do Senado e mais de 75% de seus governadores.
(Acesso em 06.11.18 – disponível em: https://glo.bo/2QltGGJ. Adaptado)

A votação teve clima de referendo para Donald Trump, que completou dois anos na Casa
Branca, pois:
a) o Presidente manteve sua maioria no Senado, perdendo a maioria da Câmara dos represen-
tantes para os Democratas.
b) a população manifestou boicote à eleição em protesto contra o Presidente.
c) os candidatos eram todos contrários à política do presidente contra imigrantes.
d) o Presidente aguardava as eleições para continuar sua guerra contra a Coreia do Norte.
e) o Presidente dependia das eleições para saber se iria continuar com sua política de corte de
gastos militares.

Trump segue com maioria na Câmara e, assim, busca se sustentar no recente processo de
impeachment contra ele aberto em dez/2019.
Letra a.

026. (VUNESP/PREF SERRAN-SP/ENG CIVIL/2018) O candidato governista no Paraguai, Ma-


rio Abdo Benítez, venceu as eleições presidenciais no domingo com a promessa de manter o
rumo econômico e atrair mais investimentos ao país.
(Terra, abr. 2018. Disponível em:<https://goo.gl/7Zpoki>. Adaptado)

Mario Abdo Benítez é um:


a) líder oriundo das camadas populares e ligado à esquerda.
b) político tradicional que luta por pautas da centro-esquerda.
c) militante dos povos nativos que luta pela reforma agrária.
d) jovem conservador com laços com a última ditadura do país.
e) religioso ligado aos católicos e defensor do conservadorismo moral.

Benítez possui um direcionamento político parecido com nosso presidente Jair Bolsonaro, de
viés de direita-radical. Seu pai foi auxiliar de primeira mão do último ditador do país, Alfredo
Strossner.
Letra d.

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027. (INÉDITA/2020) A população mundial cresce nesta entrada de nova década ainda em
taxa superior a 1% ao ano em média, ostentando indicadores de fecundidade repositivos, ou
seja, acima da média de 2 filhos por mulher em idade reprodutiva.

Estima-se que a média de filhos por mulher em 2019, muito puxada pela África, esteja em tro-
no dos 3.2.
Certo.

028. (INÉDITA/2020) A demografia em vários países em desenvolvimento vive uma fase em


que, ao longo das últimas décadas, ganhou corpo o “bônus ou janela demográfica”. Este fenô-
meno demográfico ocorre pela predominância nas pirâmides etárias locais (sendo o Brasil um
destes países, inclusive) de população em grupo de idade adulta (20-59 anos) em contraposi-
ção aos grupos de jovens e idosos.

Bônus demográfico é exatamente quando ocorre a predominância de população adulta na so-


ciedade. É uma fase que vem após a “explosão demográfica”.
Certo.

029. (INÉDITA/2020) O Brasil em termos globais pode ser ainda classificado como um país
tipicamente populoso, visto que o nosso contingente populacional total está ranqueado entre
um dos dez maiores do mundo em 2019.

Somos o sexto contingente, atrás do Paquistão.


Certo.

030. (INÉDITA/2020) Segundo a ONU, em seu mais recente estudo sobre a população glo-
bal, o World Population Prospects-2019, o grupo de países atualmente que experimenta uma
depressão demográfica, ou seja, a queda em seus totais populacionais, está localizado funda-
mentalmente em áreas onde ocorrem guerras, tais quais a Síria, o Iraque, o Iêmem.

A depressão demográfica ocorre em aproximadamente 30 países atualmente, via de regra,


nações europeias e Japão.
Errado.

031. (INÉDITA/2020) Governos que se posicionam declaradamente à esquerda comandam


imensa parcela dos países da América do Sul atualmente. Em larga medida, tal tomada de
poder logrou êxito no subcontinente por vias não democráticas, com expedientes golpistas e
auxílio de grupos paramilitares.

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Houve uma massiva entrada de governos à esquerda na América do Sul na década anterior
(2000-2010). Estes governos entraram no poder por via democrática.
Errado.

032. (INÉDITA/2020) A política externa de Donald Trump é declaradamente refratária a acor-


dos comerciais multilaterais, mas se posiciona positivamente a que haja a ampliação do leque
de intervenções militares por parte das Forças Armadas ao redor do globo.

O direcionamento da política externa de Trump é refratário a acordos multilaterais, mas tam-


bém busca diminuir o leque intervencionista dos EUA, demonstrando um imenso isolacionismo.
Errado.

033. (INÉDITA/2020) A China e os Estados unidos são hoje ao mesmo tempo os maiores pro-
dutores industriais e as maiores economias do mundo. A formação de um campo comercial
unificado entre estas duas potências se encontra em fase inédita, tendo em vista que ambos os
países não vêm medindo esforços com vistas a consolidar, já para 2020, acordos comerciais
liberalizantes em quase todas as esferas e, assim, consolidar um modelo de trocas comerciais
estruturado praticamente sem qualquer entrave aduaneiro entre estes dois gigantes globais.

Embora seja longo o texto do item, vale destacar que não há, por parte dos dois países, inicia-
tivas claras com vistas a liberalizar o comércio entre ambos.
Errado.

034. (INÉDITA/2020) A ONU tem atualmente como chefe máximo no cargo de Secretário-Ge-
ral, em mandato que se sucede entre o quinquênio 2017-2021, o português António Guterres.

Esse é o atual Secretário-Geral da ONU. Mandato de 4 anos.


Certo.

035. (INÉDITA/2020) Há uma guerra comercial em curso no mundo envolvendo os EUA e a


China, as duas maiores economias globais. Um conflito que preocupa investidores em inúme-
ras praças financeiras e prejudica investimentos diretos por partes de empresas. Com relação
aos principais elementos desta crise de comércio atual envolvendo dois gigantes globais, jul-
gue os itens.
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O combate aos produtos made in China é uma bandeira de campanha do presidente dos EUA,
Donald Trump. Desde 2018, ele começou a colocar em prática, de fato, sua política America
First (América Primeiro, na tradução livre), que tem, entre seus focos, fortalecer a indústria
americana em detrimento de produtos importados.

Ao convocar a população dos EUA nas eleições com este lema, America First, Trump vence as
eleições de 2016 impulsionado por votos de uma massa de americanos ansiosos em recupe-
rar postos de emprego perdidos em função da dispersão de parques industriais para outros
países, principalmente a China.
Certo.

036. (INÉDITA/2020) Os EUA intensificam as sanções econômicas frente a China, já que ocor-
re ano a ano, desde 2010, um distanciamento do tamanho do PIB norte-americano frente a de
seu rival oriental. A década que se encerra (2010-2020) marca, portanto, a consolidação de
uma dianteira disparada do tamanho do PIB chinês frente ao PIB dos EUA.

A guerra comercial tem a ver com deficit dos EUA em balança comercial frente a China e o
avanço da tecnologia 5G comandada pela China em curso. Em relação ao PIB, o Produto Inter-
no Bruto dos EUA ainda é maior que o da China, numa razão de 40%, devendo, contudo, haver
a ultrapassagem do PIB chinês sobre o norte-americano até 2030.
Errado.

037. (INÉDITA/2020) A política impressa por Donald Trump, desde seus primeiros dias de go-
verno frente ao comércio exterior, pode ser considerada agressiva e isolacionista.

Sem sombra de dúvidas. É um isolacionismo que se demonstra por meio de saída de blocos
econômicos e revisões tarifárias várias, frente, por exemplo, ao Nafta, o acordo de livre comér-
cio firmado com EUA e México em 1994.
Certo.

038. (INÉDITA/2020) É fato inequívoco que o mercado interno chinês ainda prescinde de es-
calas atrativas de consumo e renda. Em função das imposições restritivas do partido comu-
nista local, os gastos com bens de consumo por parte da imensa população local ainda se
encontram longe do que se observa em países bem menores, tais quais a Bélgica, ou mesmo
a Argentina.

O mercado interno chinês cresce espantosamente e já muito maior em gastos que qualquer
país, com exceção dos EUA. Aliás, no mercado de consumo de luxo, a China lidera o ranking
global faz alguns anos.
Errado.

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039. (INÉDITA/2020) A política relativa ao comércio global se encontra rendida atualmente à


cotação de moedas, tais quais o Yuan – a moeda chinesa. Quando a moeda da China se va-
loriza frente ao dólar dos EUA, fato que aconteceu muitas vezes em 2019, o mercado norte-a-
mericano perde capacidade de compra de produtos e, como consequência, os EUA promovem
sanções e aumentos de taxas a produtos de fora.

Na verdade, a premissa inicial do item está correta, mas há erros após. Há um balanceio nas
relações comerciais que se deve, entre outros fatos, sem dúvidas, à cotação de moedas im-
portantes, tais quais a moeda chinesa. Contudo, o que se percebe é que a cotação dela se
encontra desvalorizada frente ao dólar, o que torna mais competitivos os produtos fabricados
na China. A China controla a inflação global, de certa forma, e sua moeda subvalorizada contri-
bui a que ocorra superavit comerciais em sua balança comercial principalmente com os EUA.
Sendo assim, é errado afirmar que a moeda chinesa vem se valorizando ostensivamente frente
ao dólar. Por fim, vale destacar que os EUA reclamam enormemente frente ao processo que
consideram artificial imposto pela China de desvalorização de sua moeda exatamente para
vender mais baratos seus produtos ao exterior.
Errado.

040. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue como certo
ou errado os itens abaixo conforme seus conhecimentos:
Algumas díades (questões fronteiriças) ganharam espaço no ano de 2019, causadas sobrema-
neira em função dos posicionamentos antagônicos ideológicos de Brasil (a direita) e Venezue-
la (a esquerda). Uma delas se deve ao fechamento da fronteira entre os dois países, por prazo
aproximado de 3 meses, por parte da Venezuela no primeiro semestre de 2019.

Embora não haja questões em voga em Atualidades acerca de limites territoriais entre o Bra-
sil e seus países vizinhos (são 10), o ano de 2018/2019 expôs algumas questões acerca de
imigrantes venezuelanos que aqui adentraram fugindo da Crise Econômica por lá instalada. O
Brasil, como forma de tripudiar o vizinho (se utilizando marotamente do argumento da “ajuda
humanitária”), disse que enviaria mantimentos para o país, sendo tal proposta rechaçada por
Nicolas Maduro que, logo em seguida, ficou “emburrado” e promoveu o fechamento (por sua
livre e espontânea vontade) de suas fronteiras com o Brasil entre os meses de mar a jul/2019.
Certo.

041. (INÉDITA/2020) Em 2019, o Brasil marcou um total de 5.570 municípios. Os Estados com
mais municípios atualmente são Minas Gerais e São Paulo.
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Os dados acima conferem com a realidade de nossa malha urbana em 2019 com SP e MG na
liderança em número total de municípios.
Certo.

042. (INÉDITA/2020) No balanço dos modais de transporte em 2019, o meio rodoviário pos-
sui predominância sobre todos os outros meios no país, com algo em torno de 60% da carga
transportada.

Depois do modal rodoviário no Brasil, vem o modal ferroviário que transporta em torno de 20-
25% da carga no país seguido pelo hidroviário e o aéreo.
Certo.

043. (INÉDITA/2020) A ausência de incentivos atualmente à entrada de empreendimentos


com vistas a ampliar o parque nacional de produção eólica no Brasil criou um impasse, o qual
pode ser percebido tendo em vista que vivemos um aumento considerável da produção de
energia por fontes que produzem gases de emissão de estufa e, como consequência, uma
quase ausência na participação desta matriz limpa oriunda pela força dos ventos.

A produção de energia pela força dos ventos (eólica) ganhou impulso no Brasil ao longo dos
últimos 15 anos. Hoje essa matriz em crescimento responde por praticamente 6% da energia
do Brasil em média.
Errado.

044. (INÉDITA/2020) O PNAD – Programa Nacional de Amostragem Domiciliar – visa acom-


panhar as flutuações trimestrais e a evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de
trabalho, e outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconô-
mico do País. Para atender a tais objetivos, a pesquisa foi planejada para produzir indicado-
res trimestrais sobre a força de trabalho e indicadores anuais sobre temas suplementares
permanentes (como trabalho e outras formas de trabalho, cuidados de pessoas e afazeres
domésticos, tecnologia da informação e da comunicação etc.), investigados em um trimestre
específico ou aplicados em uma parte da amostra a cada trimestre e acumulados para gerar
resultados anuais, sendo produzidos, também, com periodicidade variável, indicadores sobre
outros temas suplementares. Tem como unidade de investigação o domicílio.
A PNAD Contínua foi implantada, experimentalmente, em outubro de 2011 e, a partir de janei-
ro de 2012, em caráter definitivo, em todo o Território Nacional. Sua amostra foi planejada de

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modo a produzir resultados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões
Metropolitanas que contêm Municípios das Capitais, Região Integrada de Desenvolvimento –
RIDE Grande Teresina, e Municípios das Capitais. Desde sua implantação, a pesquisa, gradual-
mente, vem ampliando os indicadores investigados e divulgados.
Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas tendências atuais e pa-
noramas, julgue os itens.
A densidade demográfica do Brasil revela-nos um país povoado em comparação a outras na-
ções do globo, com grande adensamento populacional em quase todas as porções de nosso
imenso território.

Nesse quesito o Brasil não está listado em posição alta no ranking dos mais populosos. Aliás,
muito pelo contrário.
Ao diluirmos a enorme população brasileira por nosso gigante território nacional, em um ranking
de mais ou menos 190 países, o Brasil se encontra por volta do 159º lugar.
Errado.

045. (INÉDITA/2020) Contribui para ser baixa atualmente a taxa de densidade demográfica do
Brasil o tamanho continental do Brasil e a presença de anecúmenos, áreas onde a fixação de
pessoas é dificultada por fatores naturais, tais quais a Floresta Amazônica.

Lembrando que anecúmenos são áreas como desertos, selvas e geleiras.


Certo.

046. (INÉDITA/2020) O padrão de crescimento populacional no Brasil revela-nos que em 2045-


2050 o país deva adentrar ao rol de países em depressão populacional.

É isso que o IBGE prevê caso mantidas as atuais tendências de crescimento.


Certo.

047. (INÉDITA/2020) Os estados mais populosos do Brasil se encontram primeiramente nas


regiões mais populosas: Sudeste e Nordeste.

Os estados mais populosos do Brasil são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. As
regiões mais populosas são Sudeste e Nordeste.
Certo.

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048. (INÉDITA/2020) A maior taxa de crescimento entre os municípios brasileiros está em


São Paulo, onde a população atinge em 2019 40 milhões de habitantes.

São Paulo é o maior município do Brasil e Região Metropolitana (respectivamente 12,5 mi e 21


milhões), longe de possuir 40 milhões de habitantes.
Errado.

049. (INÉDITA/2020) Acerca dos temais mais importantes de Atualidades em 2019 no Brasil,
julgue os itens abaixo.
A Operação Lava Jato tem suas instâncias iniciais em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.

A operação possui primeiras instâncias em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, com esferas
recursais nos TRF-4 de Curitiba e TRF-2 do Rio de Janeiro e Tribunais Superiores em Brasília.
Certo.

050. (INÉDITA/2020) A Petrobras deve ser vendida por completo até fins de 2019, saindo das
mãos estatais e indo por completo para a iniciativa privada.

O momento da Petrobras é de liberalização e busca pela volta de investimentos e lucros. Há


em 2019 venda de ativos, como refinarias e leilões de poços de petróleo com permissividade
à total participação de empresas estrangeiras, contudo a estatal não está sendo vendida tal
qual afirma o item.
Errado.

051. (INÉDITA/2020) No biênio 2018/2019, as escalas de produção industrial no ramo de


bens manufaturados no país experimentaram uma retomada inédita relacionada a políticas
assertivas para o setor empreendidas nos governos Temer e Bolsonaro.

Vivemos uma contínua desindustrialização.


Errado.

052. (INÉDITA/2020) As milícias no Rio de Janeiro possuem estrita relação com áreas em que
o Comando Vermelho, maior facção criminosa no estado, se uniu a militares tais quais PMs e
Bombeiros, em favelas da Zona Sul e Centro.

As milícias possuem atuação principalmente na Zona Oeste. Sua ação, na verdade, em primei-
ra fase, se deve à expulsão de traficantes e do poder paralelo por parte de grupos de militares
na ativa ou não.
Errado.

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053. (INÉDITA/2020) Os acordos de leniência e delações premiadas são instrumentos jurídi-


cos bastante comuns na Lava Jato.

São instrumentos de acordos já existentes em nosso estatuto jurídico que, contudo, vêm sen-
do usados ostensivamente na Lava Jato. Acordos de Leniência são para pessoas jurídicas e as
delações premiadas são para pessoas físicas.
Certo.

054. (INÉDITA/2020) O novo Ministério da Economia representa a fusão do Ministério da Fa-


zenda e do Planejamento estando à frente da pasta o economista Paulo Guedes.

O novo Ministério tem o economista liberal Paulo Guedes como chefe da pasta.
Certo.

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GABARITO
1. E 19. d 37. C
2. C 20. d 38. E
3. C 21. b 39. E
4. C 22. d 40. C
5. C 23. c 41. C
6. b 24. a 42. C
7. d 25. a 43. E
8. a 26. d 44. E
9. C 27. C 45. C
10. C 28. C 46. C
11. E 29. C 47. C
12. E 30. E 48. E
13. C 31. E 49. C
14. C 32. E 50. E
15. C 33. E 51. E
16. d 34. C 52. E
17. b 35. C 53. C
18. a 36. E 54. C

Luis Felipe Ziriba


Formado em Geografia pela Universidade de Brasília, leciona desde 2001 em cursos e plataformas variadas
pelo Distrito Federal, tendo começado em pré-vestibulares, seguindo para preparatórios para o concurso
de admissão à carreira diplomática, escolas de ingresso na carreira militar (ESPCEX) além de lecionar para
os mais concorridos concurso do Brasil, tais quais Câmara dos Deputados, Senado Federal, BC, PF, PCDF,
entre outros, promovendo nestes últimos, principalmente, aulas na frente de Atualidades e de Realidade
do DF

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