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BACIA AMAZÔNICA
Fevereiro 2013
Relatório Técnico Bacia Amazônica
Diretoria Colegiada
Pedro Brito (Diretor-Geral Substituto)
Fernando José de Pádua C. Fonseca (Diretor Interino)
Mário Povia (Diretor Interino)
ii ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
FICHA TÉCNICA
ENTIDADES COLABORADORAS
Ministério dos Transportes (MT)
Administrações Hidroviárias
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)
VALEC - Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.
Unidades Administrativas Regionais da ANTAQ
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG)
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
Marinha do Brasil/Diretoria de Portos e Costas - Capitania Fluvial de Juazeiro
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)
Agência Nacional de Águas (ANA)
Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia (BA)
Secretaria do Desenvolvimento Econômico de Pernambuco - Porto Fluvial de Petrolina (PE)
Secretaria de Transportes - RS - SEINFRA
Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (SOPH)
Superintendência de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul (SPH)
Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH)
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e suas Federações
Confederação Nacional do Transporte (CNT) e suas Federações
Petrobras Transporte S/A (TRANSPETRO)
Vale S.A.
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
iv ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
Estudos
André Ricardo Hadlich - Responsável Técnico
Daniele Sehn - Economista
André Felipe Kretzer Carlo Vaz Sampaio
Felipe Souza dos Santos Gabriella Sommer Vaz
Guilherme Tomiyoshi Nakao Humberto Assis de Oliveira Sobrinho
Jonatas J. de Albuquerque Larissa Steinhorst Berlanda
Luiz Gustavo Schmitt Marjorie Panceri Pires
Natália Tiemi Gomes Komoto Priscila Lammel
Sistema
Luiz Claudio Duarte Dalmolin - Responsável Técnico
Emanuel Espíndola Rodrigo Silva de Melo
José Ronaldo Pereira Junior Sérgio Zarth Junior
Leonardo Tristão Tiago Lima Trinidad
Robson Junqueira da Rosa
Design Gráfico
Guilherme Fernandes
Heloisa Munaretto
Revisão de Textos
Lívia Carolina das Neves Segadilha
Paula Carolina Ribeiro
Pedro Gustavo Rieger
Renan Abdalla Leimontas
ANTAQ/UFSC/LabTrans v
Relatório Técnico Bacia Amazônica
vi ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Região hidrográfica amazônica com seus principais rios e afluentes ........................... 4
Figura 2 - Região hidrográfica amazônica e suas administrações ................................................. 5
Figura 3 - Microrregiões lindeiras aos principais rios.................................................................... 8
Figura 4 - Área Inicial de Estudo .................................................................................................... 9
Figura 5 - Mancha de Atratividade .............................................................................................. 10
Figura 6 - Microrregiões com 95% do total de Atratividade ....................................................... 11
Figura 7 - Área de Influência Final ............................................................................................... 12
Figura 8 - Representação dos fluxos interestaduais excluídos ................................................... 18
Figura 9 - Área contígua e área total de influência das Hidrovias da Bacia Amazônica.............. 21
Figura 10 - Principais produtos movimentados em comércio exterior pelas regiões da área
contígua às Hidrovias da Bacia Amazônica em 2010 e 2030 ...................................................... 22
Figura 11 - Observação (1997 – 2010) e Projeção (2011 – 2030) de demanda de Minério de
Ferro das regiões da área contígua às Hidrovias Bacia Amazônica frente ao PIB da China........ 24
Figura 12 - Observação (1997 – 2010) e Projeção (2011 – 2030) de demanda de Minérios das
regiões da área contígua às Hidrovias Bacia Amazônica em 2010 e 2030.................................. 25
Figura 13 - Observação (1997 – 2010) e Projeção (2011 – 2030) de demanda do Complexo de
soja das regiões da área contígua às Hidrovias Bacia Amazônica em 2010 e 2030 .................... 26
Figura 14 - Observação (1997 – 2010) e Projeção (2011 – 2030) de demanda de ferro-gusa das
regiões da área contígua às Hidrovias Bacia Amazônica em 2010 e 2030.................................. 27
Figura 15 - Observação (1997 – 2010) e Projeção (2011 – 2030) de demanda de produtos
químicos das regiões da área contígua às Hidrovias Bacia Amazônica em 2010 e 2030 ............ 28
Figura 16 - Observação (1997 – 2010) e Projeção (2011 – 2030) de demanda de derivados de
petróleo das regiões da área contígua às Hidrovias Bacia Amazônica em 2010 e 2030 ............ 28
Figura 17 - Bacia Amazônica: principais rotas hidroviárias ......................................................... 33
Figura 18 - Rios Solimões, Negro e Branco: terminais e opções de integração modal ............... 35
Figura 19 - Rio Madeira, terminais e opções de integração modal ............................................ 37
Figura 20 - Rios Amazonas, Trombetas e Jari, opções de integração modal .............................. 39
Figura 21 - Rios Tapajós e Teles Pires: trecho navegável e cachoeiras ....................................... 40
Figura 22 - Rios Tapajós e Teles Pires: opções de integração modal .......................................... 41
Figura 23 - Modal rodoviário em 2015, 2020, 2025 e 2030 ........................................................ 43
Figura 24 - Modal ferroviário em 2015 ....................................................................................... 44
Figura 25 - Modal ferroviário em 2020 ....................................................................................... 44
Figura 26 - Modal ferroviário em 2025 ....................................................................................... 45
Figura 27 - Modal ferroviário em 2030 ....................................................................................... 45
Figura 28 - Modal hidroviário em 2015 ....................................................................................... 46
Figura 29 - Modal hidroviário em 2020 ....................................................................................... 47
Figura 30 - Modal hidroviário em 2025 ....................................................................................... 47
Figura 31 - Modal hidroviário em 2030 ....................................................................................... 48
Figura 32 - Terminais já existentes e áreas propícias de novos terminais hidroviários com ano
ótimo de abertura ....................................................................................................................... 57
Figura 33 - Carregamento nas hidrovias- Fluxo 2015 (t) ............................................................. 62
Figura 34 - Carregamento nas hidrovias- Fluxo 2020 (t) ............................................................. 63
Figura 35 - Carregamento nas hidrovias- Fluxo 2025 (t) ............................................................. 64
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
LISTA DE QUADROS
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
LISTA DE TABELAS
x ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 1
2 DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ............................................................................ 3
2.1 Localização .......................................................................................................................... 3
2.1.1 Rio Solimões ........................................................................................................................ 5
2.1.2 Rio Negro ............................................................................................................................ 5
2.1.3 Rio Branco ........................................................................................................................... 6
2.1.4 Rio Madeira ......................................................................................................................... 6
2.1.5 Rio Amazonas ...................................................................................................................... 6
2.1.6 Rio Trombetas ..................................................................................................................... 6
2.1.7 Rio Jari ................................................................................................................................. 7
2.1.8 Rios Tapajós - Teles Pires .................................................................................................... 7
2.2 Cálculo da Área de Influência .............................................................................................. 9
2.2.1 Área Inicial de Estudo ......................................................................................................... 9
2.2.2 Escolha dos Polos de Atração ........................................................................................... 10
2.2.3 Determinação das Manchas de Atratividade.................................................................... 10
2.2.4 Área de Influência Final .................................................................................................... 11
3 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS RELEVANTES PARA ANÁLISE ........................................... 13
3.1 Quantificação dos fluxos atuais de transporte.................................................................... 13
3.2 Definição dos produtos relevantes para a Bacia Amazônica .............................................. 14
4 DEFINIÇÃO DOS FLUXOS RELEVANTES PARA ANÁLISE......................................................... 17
4.1 Recorte da Matriz do PNLT .................................................................................................. 17
5 PROJEÇÃO DOS FLUXOS DE COMERCIALIZAÇÃO E TRANSPORTE ........................................ 19
5.1 Caracterização socioeconômica .......................................................................................... 19
5.2 Resultados da projeção de demanda da área contígua às Hidrovias da Bacia Amazônica . 20
5.3 Resultados da projeção de demanda da Área de Influência total das Hidrovias da Bacia
Amazônica ........................................................................................................................... 29
5.4 Resultados da alocação da carga total para as Hidrovias da Bacia Amazônica................... 30
6 DIAGNÓSTICO DA REDE DE TRANSPORTE ATUAL ................................................................ 32
6.1 Bacia Amazônica .................................................................................................................. 32
6.1.1 Rio Solimões ...................................................................................................................... 33
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
PREFÁCIO
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1 INTRODUÇÃO
De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA, 2011), a Bacia Amazônica é a mais
extensa rede hidrográfica do planeta, com 25.000 quilômetros de rios navegáveis e uma área
de 6,1 milhões de quilômetros quadrados distribuídos por seis países, além do Brasil. A grande
pluviosidade da região torna os rios permanentemente caudalosos, escoando cerca de um
quinto do volume de água doce do mundo. Os rios Juruá, Madeira e Purus, assim como o
Amazonas, encontram-se entre os mais extensos do mundo (COSTA, 1998).
Este relatório diz respeito ao estudo da Bacia Amazônica e foi realizado a partir dos
procedimentos descritos no Relatório de Metodologia. A estrutura de capítulos é a mesma que
fora utilizada neste último. No entanto, o foco é direcionado aos resultados obtidos. Ao todo,
o presente relatório constitui-se de onze capítulos, sendo o primeiro composto por esta
introdução. Os demais são:
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
2 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
2.1 Localização
A Região Hidrográfica Amazônica é formada por uma vasta malha de rios perenes e
corpos d’água, sendo dois os órgãos responsáveis por sua gerência: a Administração das
Hidrovias da Amazônia Ocidental (AHIMOC) e a Administração das Hidrovias da Amazônia
Oriental (AHIMOR). Segundo a AHIMOC (2002), as responsabilidades das Administrações
abrangem a execução, o acompanhamento e a fiscalização de estudos, de obras e serviços de
vias navegáveis interiores e portos fluviais e lacustres.
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
4 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
Nasce sob o nome de Rio Guainia, na Colômbia, e deságua no Rio Amazonas. Entra no
país ao norte do estado do Amazonas, próximo à cidade de Cucuí (AM), tríplice fronteira entre
Brasil, Colômbia e Venezuela, estando 1.200 de seus 1.700 quilômetros totais dentro do
território brasileiro (AHIMOC, 2001). Segue na direção sudeste até o encontro com o Rio
Solimões, em Manaus (AM).
ANTAQ/UFSC/LabTrans 5
Relatório Técnico Bacia Amazônica
Segundo a AHIMOR (2011), é o segundo rio mais extenso do mundo, com 6.515
quilômetros. Destes, cerca de 3.220 quilômetros estão dentro do Brasil. Nasce nos Andes
peruanos com o nome de Marañón, dividindo-se, no Brasil, em dois trechos: um que se
estende de Tabatinga (AM) até a confluência com o Rio Negro, denominado Solimões; e outro
próximo a Manaus (AM) e Amazonas, que vai da confluência até a foz no Atlântico. Esta é uma
via de grande relevância, pois além da existência de cidades importantes às suas margens, é
confluência de outros cursos d'água navegáveis, tais como o Madeira e o Tapajós. É um rio
tipicamente de planície com declividade mínima, tendo queda média de 2 centímetros por
quilômetro. O rio tem o seu período de águas baixas em junho e de águas altas em novembro,
tendo a estação seca como a mais propícia à navegação. A extensão com o nome de Amazonas
(Baixo Amazonas) possui aproximadamente 1.508 quilômetros e vai da confluência com o Rio
Negro (próximo a Manaus) até a foz no Atlântico.
6 ANTAQ/UFSC/LabTrans
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O Rio Teles Pires nasce no interior do Mato Grosso e a sua confluência com outro rio
dá origem ao Rio Tapajós. Esse conjunto de rios se estende por 1.576 quilômetros, passando
pelos estados do Amazonas e Pará, desaguando no Rio Amazonas, próximo a Santarém, no
Pará (AHIMOR, 2011). Esse caminho deve se tornar a melhor rota para o escoamento de grãos
do centro-norte do estado de Mato Grosso após a total implantação da hidrovia (ANTAQ,
2011).
De acordo com a AHIMOC (2007), o Rio Tapajós possui extensão de 851 quilômetros
entre a sua origem, no norte do Mato Grosso, até a foz no Rio Amazonas, no município de
Santarém (PA). O Rio Teles Pires também é conhecido pelo nome de São Manuel e estende-se
do interior do Mato Grosso em direção ao norte.
Por sua vez, os rios Purus, Acre, Juruá, Japurá e Içá também são rios navegáveis, mas
são utilizados principalmente para o transporte local de passageiros e de pequenas cargas,
bem como para o fornecimento de diesel para o funcionamento de pequenas usinas
termoelétricas e geradores da região. Apesar de também integrarem a Região Hidrográfica
Amazônica, não fazem parte deste estudo.
A Figura 3 mostra a área de influência direta das hidrovias do estudo, formada pelas
microrregiões lindeiras aos principais rios. São 32 microrregiões e 195 municípios distribuídos
em seis estados brasileiros.
ANTAQ/UFSC/LabTrans 7
Relatório Técnico Bacia Amazônica
AMAZONAS
1. Alto Solimões 7. Manaus
2. Juruá 8. Madeira
3. Tefé 9. Itacoatiara
4. Japurá 10. Rio Preto da Eva
5. Rio Negro 11. Parintins
6. Coari
MATO GROSSO
12. Aripuana 15. Colíder
13. Arinos 16. Alta Floresta
14. Sinop 17. Alto Teles-Pires
PARÁ
18. Itaituba 22. Almeirim
19. Altamira 23. Arari
20. Óbidos 24. Furos de Breves
21. Santarém 25. Portel
RORAIMA
26. Sudeste de Roraima 28. Nordeste de Roraima
27. Caracaraí 29. Boa Vista
AMAPÁ
30. Mazagão 31. Macapá
RONDÔNIA
32. Porto Velho
Quadro 1 - Microrregiões lindeiras aos principais rios
Fonte: LabTrans/UFSC
8 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
Após a localização e identificação dos principais rios que compõem a Bacia Amazônica,
pôde-se determinar a sua Área de Influência. Neste item, descrevem-se os passos específicos
para determinação dessa área, quais sejam: mapeamento da Área Inicial de Estudo; escolha
dos Polos de Atração; e determinação das Manchas de Atratividade. Estes passos foram
essenciais para determinar a Área de Influência resultante da Bacia Amazônica. O Relatório de
Metodologia descreve em mais detalhes os procedimentos aqui aplicados.
A Área Inicial de Estudo referente à Bacia Amazônica abrangia uma grande área, que
englobava todos os estados da Região Norte e Centro-Oeste do país. Como pode ser
observado na Figura 4, estavam inclusos na área os estados do Acre, Amazonas, Roraima,
Rondônia, Pará, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Também visíveis na figura estão os rios amazônicos que fazem parte do estudo: Solimões,
Amazonas, Negro, Branco, Madeira, Tapajós, Teles-Pires, Trombetas, Jari e Xingu. O rio
Juruena foi considerado na etapa de determinação da área de influência da bacia amazônica,
porém, não foi considerado navegável dentro dos horizontes de estudo.
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Produtos que fazem parte Grupo 2 (granel líquido), como combustíveis e etanol, que
não apresentaram movimentação representativa na hidrovia e não aparecem tarjados na
Tabela 1 foram incluídos a pedido da ANTAQ.
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A Hidrovia do Rio Madeira é hoje uma das mais importantes do país. Com 1.425
quilômetros de extensão total, a hidrovia é plenamente navegável, desde a foz no rio
Amazonas até a cidade de Porto Velho (RO), passando pela cidade de Humaitá (AM), com
aproximadamente 1.050 quilômetros navegados. A hidrovia possui um porto organizado e seis
terminais de uso privativo, todos localizados em Porto Velho (RO) (ANTAQ, 2011).
ANTAQ/UFSC/LabTrans 19
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Figura 9 - Área contígua e área total de influência das Hidrovias da Bacia Amazônica
Fonte: LabTrans/UFSC
ANTAQ/UFSC/LabTrans 21
Relatório Técnico Bacia Amazônica
Tabela 2 - Projeção quinquenal da movimentação de cargas, por sentido de comércio exterior e por
grupo de produtos - área contígua às Hidrovias da Bacia Amazônica - 2010 - 2030 (t)
Produtos Importação 2010 2015 2020 2025 2030
Adubos e Fertilizantes (t) 1.037.011 1.356.739 2.022.496 2.359.806 2.467.127
Derivados de Ferro (t) 402.433 414.280 369.247 323.092 258.647
Derivados de Petróleo (t) 5.106.602 6.206.615 6.292.155 6.401.543 6.394.701
Materiais Elétricos (t) 288.254 152.871 111.772 103.975 83.103
Minérios, Metais, Produtos Metalúrgicos e Pedras Preciosas (t) 3.019.908 1.989.429 2.905.243 4.309.965 5.631.491
Produto das Indústrias Químicas (t) 2.228.836 2.828.637 2.868.229 3.298.467 3.460.332
Trigo (t) 269.883,06 449.121,46 475.304,05 475.377,64 475.378,00
Total Importações 12.352.925,73 13.397.693,18 15.044.445,53 17.272.226,42 18.770.777,53
Os resultados descritos na Tabela 2 indicam, tanto para 2010 como para os anos
projetados, o absoluto predomínio da exportação de minério de ferro nas microrregiões
próximas à hidrovia. Destacam-se, ainda, os aumentos de exportação de soja, produtos da
indústria química e ferro-gusa. Entre os produtos de importação, pode-se notar a maior
significância de derivados do petróleo e produtos metalúrgicos, os quais não crescem muito
rapidamente. Por outro lado, registram forte expansão da demanda de importação os adubos
e fertilizantes.
1 - A legenda “Minérios” refere-se ao grupo de produtos Minérios, Metais, Produtos Metalúrgicos e Pedras Preciosas, em toneladas.
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Minério de Ferro
A cidade de Pedra Branca do Amaparí conta com grandes mineradoras, como a Anglo
American, cujos recursos são estimados em 200 milhões de toneladas (ANGLOAMERICAN,
2012) e a MMX, que tem possibilidade de produzir 6,5 milhões por ano (MMX..., 2008). Os
produtos de ambas serão escoados para o porto de Santana através da ferrovia que liga as
duas cidades.
A Figura 11 traz um gráfico que indica a projeção de minério de ferro para o período
2011 a 2030 e faz um comparativo entre a observação e a projeção da demanda de minério de
ferro em relação ao PIB da China.
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Minérios
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
exportação a partir do Pará em 2011, de acordo com o DNPM (2011b). A Figura 12 indica a
projeção da movimentação de minérios para o período 2011 a 2030.
Figura 12 - Observação (1997 - 2010) e Projeção (2011 - 2030) de demanda de Minérios das
regiões da área contígua às Hidrovias da Bacia Amazônica em 2010 e 2030
Fonte: BRASIL (2012)
Complexo de Soja
O trajeto da soja na Hidrovia do Rio Madeira inicia-se no Mato Grosso, segue via
rodoviária até Porto Velho (RO), e em seguida através da hidrovia até o Porto de Itacoatiara
(AM) ou Santarém (PA), de onde é exportada.
Em Itacoatiara, o Grupo Maggi, através de sua divisão Hermasa, implantou uma fábrica
de processamento de soja que tem capacidade para produzir 1.600 toneladas de farelo de soja
por dia e 400 toneladas de óleo vegetal bruto por dia. Em associação com o Governo do Estado
do Amazonas, o grupo criou o terminal de Itacoatiara, o qual tem capacidade de carregamento
de 1.500 toneladas por hora e capacidade para movimentar 2 milhões de toneladas por ano. A
empresa deve realizar obras de ampliação também em Porto Velho, o que aumentaria a
capacidade para 80.000 toneladas e permitiria a movimentação de soja e milho (HERMASA...,
2011).
ANTAQ/UFSC/LabTrans 25
Relatório Técnico Bacia Amazônica
empresa para ampliar o Porto de Santarém (CINTRA, 2011). A Figura 13 indica a projeção do
complexo de soja para o período 2011 a 2030.
Observa-se que a soja tem uma tendência ascendente em todo o período analisado. O
aumento de produção, especialmente no Mato Grosso, se dá pelo aumento de área plantada
(que em 2012 é aproximadamente 9% maior do que em 2010/11) e por uma maior demanda
no cenário internacional.
Ferro-gusa
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Um fato de grande relevância é que a região que faz parte do complexo de Carajás é
uma área intermediária entre as Hidrovias da Bacia Amazônica e do Tocantins-Araguaia, e
assim pode ter sua produção escoada por ambas as hidrovias. Através da Figura 14 é possível
observar o crescimento do ferro-gusa no período projetado (2011 - 2030).
ANTAQ/UFSC/LabTrans 27
Relatório Técnico Bacia Amazônica
O segundo produto é o grupo dos derivados de petróleo, que tem 100% de seus
produtos importados e tem como destino as cidades de Manaus e Porto Velho.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
Tabela 3 - Projeção quinquenal da demanda de cargas, por grupo de produtos na Área de Influência
total da região ampla das Hidrovias da Bacia Amazônica - 2010 - 2030 (t)
Produtos 2010 2015 2020 2025 2030
Minério de ferro 139.155.142 175.412.847 234.858.499 279.937.111 346.664.646
Minerais metálicos não ferrosos 34.906.077 47.151.760 53.963.788 71.614.590 104.174.699
Minerais não metálicos 16.601.564 18.363.124 21.207.480 34.556.224 74.191.888
Produtos da exploração florestal e da silvicultura 16.057.079 6.758.623 9.787.720 20.592.921 42.494.488
Carga Geral 9.842.784 11.494.275 14.513.130 22.529.556 37.317.604
Químicos 8.805.942 10.346.195 12.369.728 14.385.691 16.110.569
Soja em grão 8.766.223 13.215.778 17.362.684 21.367.364 26.425.182
Derivados de Petróleo 5.106.602 6.206.619 6.292.155 6.401.544 6.394.702
Outros produtos e serviços da lavoura 1.524.160 2.336.443 3.450.451 6.142.716 9.758.353
Ferro gusa 1.479.204 3.571.195 6.141.463 7.518.396 8.275.547
Bovinos e outros animais vivos 885.541 1.352.690 1.955.586 3.287.538 5.118.494
Derivados de Ferro 402.431 414.271 369.239 323.094 258.646
Materiais Elétricos 288.253 152.870 111.774 103.976 83.104
Trigo 269.883 449.121 475.304 475.378 475.378
Milho em grão 4.076 4.672 4.954 4.490 6.666
Óleo diesel 3.291 4.419 8.709 12.695 15.470
Gasoálcool 1.201 1.077 1.136 1.292 1.587
Outros produtos do refino de petróleo e coque 894 1.065 1.235 1.671 2.620
Óleo combustível 179 562 977 1.424 1.805
Gás liquefeito de petróleo 71 93 115 162 245
Gasolina automotiva 35 144 151 159 171
Total 244.100.631 297.237.844 382.876.279 489.257.993 677.771.864
Fonte: BRASIL (2012); dados do PNLT (documento reservado)
ANTAQ/UFSC/LabTrans 29
Relatório Técnico Bacia Amazônica
A análise a seguir diz respeito à alocação das cargas no modal mais eficiente, levando
em consideração a origem e o destino das cargas, tendo como objetivo a minimização do custo
logístico.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 33
Relatório Técnico Bacia Amazônica
rodoviária com esse terminal. Os terminais portuários localizados em Manaus (AM) são
considerados pertencentes ao Rio Negro. As rodovias são escassas: a estadual AM-070, que
liga Iranduba (AM) e Manacapuru (AM) a Manaus; e a AM-352, entre Manacapuru (AM) e
Novo Airão (AM). Ambas são pavimentadas.
Sua extensão navegável é de 472 quilômetros entre a foz no Rio Negro até o município
de Caracaraí (RR). Porém, é navegável apenas durante o período de cheia, entre maio e
agosto. Durante o período de vazante, a navegação se torna restrita no trecho entre Santa
Maria do Boiaçu (RR) e Caracaraí (RR), uma vez que sua profundidade é reduzida a menos de 1
metro - e embarcações podem ficar presas por três meses à espera da subida das águas
(AHIMOC, 2001).
34 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
Havia um porto flutuante em Caracaraí (RR) que hoje se encontra desativado devido às
precárias condições do cais. A movimentação é feita diretamente nas barcaças. O comboio-
tipo adotado possui 137 metros de comprimento, 20 metros de boca e um calado máximo de
três metros com mínimo de 1,5 metros, podendo carregar até 5.400 toneladas (ANA, 2005).
Tanto capital - Boa Vista (RR) - quanto a cidade de Caracaraí (RR) possuem conexões
rodoviárias com a BR-174 e a BR-401.
ANTAQ/UFSC/LabTrans 35
Relatório Técnico Bacia Amazônica
vai de agosto a outubro, existindo navegabilidade durante o ano todo. É necessária atenção a
bancos de areia e pedrais durante a estiagem. O complexo hidrelétrico do Rio Madeira prevê a
construção de duas barragens de grande porte a montante de Porto Velho (RO): Santo
Antônio, a apenas 7 quilômetros da capital estadual, e Jirau, a 150 quilômetros de distância, na
cachoeira do Jirau.
Recentemente, a construção das eclusas nessas barragens foi retirada do projeto, sob
a justificativa de que isso pouco beneficiaria a hidrovia, aumentando a navegabilidade do rio
apenas até a fronteira boliviana. Um maior benefício seria obtido apenas com a construção da
Hidrelétrica de Guajará-Mirim, binacional, iniciativa ainda em negociação com a Bolívia,
conforme a Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE, 2011).
Segundo a mesma fonte, as eclusas podem ser construídas após a conclusão das
barragens. Condicionada à construção destas, seria possível conectar o Madeira aos rios
brasileiros Mamoré e Guaporé, ao boliviano Beni e ao rio peruano Madre de Dios,
aumentando a extensão navegável da hidrovia para 4.225 quilômetros, de acordo com o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES, 2003).
Porto Velho possui ligação com a BR-364 e a BR-319. Humaitá (AM) possui conexões
com as rodovias BR-319 e BR-230. Manicoré (AM) possui conexões apenas com a BR-230.
Porto Velho conecta-se à BR-319 e à BR-364.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
pesados. No sentido oeste, a rodovia se estende até a divisa RO/AC, onde apresenta condições
de tráfego consideradas boas a razoáveis.
Na Figura 19, estão ilustrados o Rio Madeira e seu trecho navegável; o porto em Porto
Velho (RO); cidades e rodovias principais; e as usinas hidrelétricas em construção - Santo
Antônio e Jirau. Também podem ser observadas as rodovias federais BR-319 (Manaus-Porto
Velho); BR-230 (Transamazônica); e BR-364.
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
Saindo de Itacoatiara (AM), parte da rodovia estadual pavimentada AM-010 vai em direção a
Manaus.
A Estrada de Ferro Trombetas (EFT) também pertence à Mineração Rio do Norte S. A.,
que tem participação acionária da Vale do Rio Doce Alumínio, possuindo 35 quilômetros de
extensão, com bitola estreita e 60 funcionários empregados. É uma estrada de ferro de cunho
industrial, ligando minas de bauxita da Serra do Saracá ao Porto Trombetas, tendo
transportado, em 1997, 9,6 milhões de toneladas de bauxita (ou 288 milhões de tku -
tonelada-quilômetro útil) (BRASIL, 2012a).
Possui extensão de 800 quilômetros, dos quais apenas 110 são navegáveis - da foz no
Rio Amazonas à Cachoeira Santo Antônio (no município de Vitória do Jari-AP). Tem
profundidade mínima de 2,5 metros e máxima de 4,0 metros (BRASIL, 2002). De acordo com a
ANTAQ (2011b), existem dois terminais portuários ao longo do Rio Jari: o TUP Caulim da
Amazônia e o TUP Munguba, em Vitória do Jari (AP). O último possui ligação com a Estrada de
Ferro Jari que, de acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), se trata de
uma ferrovia industrial e local, construída para o transporte de madeira que alimenta a fábrica
de celulose do Projeto Jari. No entanto, apenas 68 quilômetros de suas linhas são equipados
com bitola larga. Encontra-se em boas condições, recebendo manutenção preventiva e com
boa disponibilidade de locomotivas e vagões.
O TUP Munguba também possui acesso à BR-156 que, no entanto, não é pavimentada
nesse trecho. A Figura 20 mostra os rios Amazonas, Trombetas e Jari, além das principais
rodovias, terminais portuários, ferrovias existentes e cidades de importância regional. Estão
em destaque os trechos navegáveis dos rios Trombetas e Jari. O Amazonas é navegável em
toda a sua extensão.
38 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
Segundo a AHIMOR (2011), são três os trechos navegáveis do Rio Tapajós, separados
por dois obstáculos: as cachoeiras em São Luís do Tapajós (PA) e as cachoeiras do Chacorão, no
município de Jacareacanga (PA).
ANTAQ/UFSC/LabTrans 39
Relatório Técnico Bacia Amazônica
Além da BR-163, outra rodovia de importância que corta a hidrovia nos municípios de
Itaituba e Jacareacanga é a BR-230 ou Transamazônica. Essa BR possui alguns trechos com
atoleiros e está em péssimas condições de conservação na região leste do estado do Pará.
Próximo ao Rio Tapajós a rodovia apresenta-se em pavimento terroso, mas está em bom
estado de conservação.
40 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
No Baixo Teles Pires, trecho entre a confluência com o Rio Juruena e a Cachoeira
Rasteira no município de Jacareacanga (PA), o leito é predominantemente arenoso e há
menores riscos para a navegação. As profundidades, porém, são muito reduzidas nos
numerosos bancos de areia que atravessam o rio, restringindo a navegação a embarcações de
1,0 a 1,5 metros (AHIMOR, 2011). O comboio-tipo adotado para a hidrovia apresenta
comprimento de 200 metros e 24 metros de boca, com calado mínimo de 1,5 metros, podendo
alcançar 2,5 metros na época das águas altas, representando uma capacidade de carga de
7.500 toneladas (ANA, 2005).
O Teles Pires possui melhor acesso rodoviário através da BR-163, sendo estudado pela
AHIMOR para a expansão da Hidrovia do Tapajós até o estado do Mato Grosso. A Figura 22
mostra os rios Tapajós, Teles Pires, o Porto de Santarém e algumas cidades importantes ao
longo da hidrovia, destacando as rodovias BR-163 e BR-230.
ANTAQ/UFSC/LabTrans 41
Relatório Técnico Bacia Amazônica
O Quadro 3 mostra as obras rodoviárias que podem influenciar os fluxos nas Hidrovias
da Bacia Amazônica, tendo como fonte os dados do BIT. As rodovias levantadas a partir dessa
fonte foram incluídas na malha de transporte utilizada nas simulações. A essas rodovias foi
atribuída velocidade padrão de 54 quilômetros por hora e classificação de pavimentadas.
Horizonte
Rodovia Trecho
2015 2020 2025 2030
De Beruri (AM) a Humaitá (AM) x x x x
BR- 319 (AM)
Humaitá (AM) - Divisa entre AM e RO x x x x
BR-156 (AP) Macapá (AP) - Divisa entre AP e PA x x x x
BR-432 (RR) De Boa Vista (RR) a Vila Novo Paraíso (TO) x x x x
BR-163 (PA) Divisa entre PA e MT - Santarém (PA) x x x x
De Costa Marques (RO) a São Miguel do Guaporé (RO) x x x x
BR-429 (RO)
De São Miguel do Guaporé (RO) a Presidente Médici (RO) x x x x
BR-230 (PA) Rurópolis (PA) - Divisa entre PA e TO x x x x
Quadro 3 - Cenário modal rodoviário
Fonte: BRASIL (2012b)
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
Horizonte
Ferrovia Trecho
2015 2020 2025 2030
Ferrovia de Integração do Centro-Oeste De Lucas do Rio Verde (MT) a Vilhena (RO) x
Quadro 4 - Cenário modal ferroviário
Fonte: VALEC (2012)
ANTAQ/UFSC/LabTrans 43
Relatório Técnico Bacia Amazônica
44 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
O modal hidroviário, por ser o foco deste projeto, é o que apresenta mais obras de
infraestrutura dentro dos horizontes de projeto definidos. As informações deste item foram
repassadas pela ANTAQ, as quais foram obtidas a partir de análises feitas junto ao DNIT,
Ministério dos Transportes e de uma análise conjunta entre os técnicos da Agência. O Quadro
5 apresenta as obras de melhoria da infraestrutura hidroviária na Amazônia e os horizontes em
que se tornam operacionais.
ANTAQ/UFSC/LabTrans 45
Relatório Técnico Bacia Amazônica
Horizonte
Rio Trecho
2015 2020 2025 2030
Rio Solimões De Tabatinga (AM) até a confluência com o Rio Negro x x x x
Rio Amazonas Da confluência dos rios Negro e Solimões e até a sua foz no Oceano Atlântico x x x x
Rio Negro De Cucuí (AM) até a sua confluência com o Rio Solimões x x x x
De Caracaraí (RR) até a sua foz no Rio Negro x x x x
Rio Branco
de Caracaraí até Boa Vista x x
Rio Jari Do sopé da Cachoeira Santo Antônio à sua foz no Rio Amazonas x x x x
Rio Trombetas Do sopé da Cachoeira Porteira, situada em Oriximiná (PA), até a sua foz no Rio Amazonas x x x x
Rio Madeira De Porto Velho (RO) até a foz no Rio Amazonas x x x x
De Itaituba até a sua foz, no Rio Amazonas x x x x
Rio Tapajós
Da confluência dos rios Juruena e Teles Pires até Itaituba (PA) x x
Rio Teles Pires De Ipiranga do Norte (MT) à confluência com o Rio Juruena x x
Rio Xingu Da sua foz, no Rio Amazonas, até o Porto de Vitória do Xingu (PA) x x x x
Rio Pará Da confluência com o Rio Amazonas até a Confluência com o Rio Tocantins x x x x
Quadro 5 - Cenário modal hidroviário
Fonte: ANTAQ (2012b)
Cabe ressaltar que mesmo que o Rio Pará seja integrante da Bacia do Tocantins-
Araguaia, este foi incluído nesse estudo sobre a Bacia Amazônica em razão da interligação
desta última com a do Tocantins, a qual ocorre nas águas desse rio. As Figuras 28 a 31
apresentam em destaque os trechos navegáveis das Hidrovias da Bacia Amazônica
considerando cada um dos horizontes de estudo.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 47
Relatório Técnico Bacia Amazônica
Hidrovia Solimões-Amazonas
Rio Solimões: desde Tabatinga (AM) até a confluência com o Rio Negro;
Rio Amazonas: desde a confluência entre Negro e Solimões até a sua foz no Oceano
Atlântico;
Rio Negro: desde a cidade de Cucuí (AM) até sua confluência com o Rio Solimões;
Rio Branco: desde a confluência entre Uraricoera e Tacutu até sua foz no Rio Negro,
formador do Rio Amazonas;
Rio Jari: desde o sopé da Cachoeira Santo Antônio até sua foz no Rio Amazonas; e
Hidrovia do Madeira
Rio Madeira: desde a confluência entre os rios Beni (rio boliviano) e Mamoré até
sua foz no Rio Amazonas.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
Rio Tapajós: da confluência entre os rios Juruena e Teles Pires à sua foz no Rio
Amazonas; e
Rio Teles Pires: da foz do Rio Verde, seu afluente da margem esquerda, situada
pouco a montante de 11°42’ de latitude Sul, até sua confluência com o Rio Juruena,
formador do Rio Tapajós.
De acordo com os procedimentos descritos no Relatório de Metodologia, foram
determinadas as áreas propícias para instalação de novos terminais hidroviários, as quais se
encontram no Quadro 6.
Essas áreas propícias para a instalação de novos terminais foram adicionadas à malha
de transporte nos horizontes apropriados e fizeram parte da simulação descrita no capítulo 9.
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
Este item apresenta os valores de frete referentes a cada tipo de modal, considerando
os grupos de produtos mencionados anteriormente.
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
Fonte: LabTrans/UFSC
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
milhões de toneladas para derivados do petróleo, a maior parte desse fluxo tem origem
externa e se destina a São Luís (MA), não utilizando as hidrovias. Entre os produtos
considerados relevantes para a bacia, não há nenhum do Grupo 3 (granel líquido agrícola).
Consequentemente, não há fluxo desse grupo.
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
De modo geral, os fluxos da bacia se dirigem a leste e à saída para o Atlântico. Os rios
Solimões e Amazonas aparecem com as maiores movimentações em todos os horizontes,
transportando as cargas provenientes dos outros rios da bacia e permitindo a exportação
desses produtos através de seus portos com a navegação de longo curso. Os maiores fluxos se
destacam devido às movimentações de minérios no norte do Pará e no Amapá, embora
também haja movimentação significativa de carga geral partindo de Manaus (AM).
O Rio Trombetas, apesar de navegável até a Cachoeira Porteira, tem fluxo apenas a
partir de Oriximiná. Devido à pequena distância entre eles, parte do fluxo poderia ser
redirecionada para o terminal já existente de TUP Trombetas.
ANTAQ/UFSC/LabTrans 65
Relatório Técnico Bacia Amazônica
O Rio Madeira é atualmente uma importante via para a região, apresentando fluxo
considerável de carga geral e granel sólido nas simulações. Dada a sua localização, parte da
carga atualmente transportada pelo rio poderá ser desviada para o sistema Tapajós-Teles
Pires.
Como esperado, o fluxo no Rio Tapajós tem como principal grupo transportado o
granel sólido agrícola proveniente do Mato Grosso. Os produtos seguem até o Porto de
Santarém, de onde podem ser exportados. Até 2020, muitos desses fluxos são escoados
através da Hidrovia do Tocantins-Araguaia.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
Fonte: LabTrans/UFSC
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável, uma vez que
alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 8,57%, superior à TMA definida para o estudo. A
Figura 37 mostra detalhadamente a área propícia de Rorainópolis, bem como a rede de
transporte próxima ao terminal.
ANTAQ/UFSC/LabTrans 69
Relatório Técnico Bacia Amazônica
Fonte: LabTrans/UFSC
70 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável, uma vez que
alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 10,39%, superior à TMA definida para o estudo. A
Figura 38 ilustra a área propícia de Boa Vista, bem como a rede de transporte próxima ao
terminal.
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
Fonte: LabTrans/UFSC
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável, uma vez que
alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 9,14%, superior à TMA definida para o estudo. A
Figura 39 mostra detalhadamente a área propícia de Ipiranga do Norte, bem como a rede de
transporte próxima ao terminal.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
Fonte: LabTrans/UFSC
ANTAQ/UFSC/LabTrans 73
Relatório Técnico Bacia Amazônica
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável, uma vez que
alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 8,59%, superior à TMA definida para o estudo. A
Figura 40 mostra detalhadamente a área propícia de Paranaíta, bem como a rede de
transporte próxima ao terminal.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
Fonte: LabTrans/UFSC
De acordo com os resultados alcançados, o terminal se mostra viável, uma vez que
alcançou VPL positivo e TIR da ordem de 8,81%, superior à TMA definida para o estudo. A
Figura 41 ilustra a área propícia de Jacareacanga, bem como a rede de transporte próxima aos
terminais.
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
Todos os terminais analisados neste capítulo apresentam viabilidade, com valores VPL
positivos e TIR superior à TMA. O terminal da área propícia de Oriximiná é o que apresenta os
melhores resultados, com TIR de 25,30%. No entanto, como consta no capítulo 9, sua
movimentação é composta basicamente de minérios, apresentando valores bastante elevados.
É necessária uma análise mais detalhada para verificar se o modelo se mantém confiável para
valores tão elevados de carga. Outros terminais com bons indicadores são os localizados nas
áreas propícias de Boa Vista e Ipiranga do Norte, além do terminal de Porto Vitória.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
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Relatório Técnico Bacia Amazônica
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os graneis sólidos são transportados pelo Rio Amazonas a partir do norte do Pará,
onde se localizam as grandes reservas minerais do estado. Oriximiná, Almeirim e Macapá são
terminais que se dedicam ao escoamento desses minérios. A Carga Geral é transportada
principalmente a partir de Manaus, e através do Rio Madeira. O granel sólido agrícola
(principalmente soja), no ano de 2015, entra na hidrovia em Itaituba (PA) e é transportado
pela hidrovia do Tapajós - Teles Pires para ser exportado a partir do Porto de Santarém. A
movimentação desse grupo aumenta a partir de 2025, com a extensão da hidrovia até o norte
do Mato Grosso.
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Bacia Amazônica Relatório Técnico
ANTAQ/UFSC/LabTrans 79
Relatório Técnico Bacia Amazônica
REFERÊNCIAS
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Recursos Hídricos. Brasília: ANA, 2005.
______. Transporte de Cargas nas Hidrovias Brasileiras 2010: Hidrovia do Madeira. Disponível
em: <http://www.antaq.gov.br/Portal/pdf/Hidrovia%20do%20madeira%20-
%20transporte%20de%20cargas%20-%20v2%20final.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2011.
80 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
______. ______. Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Sistema de Análise das Informações
de Comércio Exterior via Internet - ALICE-Web. Brasília, [2012d]. Disponível em:
<http://aliceweb2.mdic.gov.br/>. Acesso em 4 set. 2012.
ANTAQ/UFSC/LabTrans 81
Relatório Técnico Bacia Amazônica
<http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/ix_en/GT4-52-22-
20110518161539.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2012.
82 ANTAQ/UFSC/LabTrans
Bacia Amazônica Relatório Técnico
MMX Amapá: produção de minério em apenas dois anos. Boletim informativo IMEFER.
Disponível em:
<www.imefer.com.br/PDF_IMEFER_NEWS/2008/00_ImeferNews_1_trimestre_2008.pdf>.
Acesso em: 18 jul. 2012.
ANTAQ/UFSC/LabTrans 83