Você está na página 1de 253

SL-069MA-21

CÓD: 7908433205203

PM-ES
POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO

Soldado Combatente (QPMP-C)


A APOSTILA PREPARATÓRIA É ELABORADA
ANTES DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL OFICIAL COM BASE NO EDITAL
ANTERIOR, PARA QUE O ALUNO ANTECIPE SEUS ESTUDOS.
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão, interpretação e inferências de textos. Tipologia e Gêneros textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Variação Linguística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3. O processo de comunicação e as funções da linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4. Relações semântico-lexicais, como metáfora, metonímia, antonímia, sinonímia, hiperonímia, hiponímia, reiteração, comparação, re-
dundância e outras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5. Norma ortográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
6. Morfossintaxe das classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, advérbio, preposição, conjunção, interjeição, numerais
e os seus respectivos empregos. 8. Verbo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7. Concordância verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
8. Regência nominal e verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
9. Coesão e Coerência textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
10. Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período composto por
coordenação e subordinação) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
11. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
12. Funções do “que” e do “se” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
13. Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
14. Formação de palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
15. Uso da Crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Raciocínio Lógico e Matemático


1. Estruturas lógicas. Lógica de argumentação. Diagramas lógicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Teoria de conjuntos: conjuntos numéricos, números naturais, inteiros, racionais e reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3. Relações, Equações de 1º e 2º graus, sistemas. Inequações do 1º e do 2º grau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4. Funções do 1º grau e do 2º grau e sua representação gráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5. Matrizes e Determinantes. Sistemas Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6. Análise Combinatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
7. Geometria espacial. Geometria de sólidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

Noções de Informática
1. Informática: Conceitos e fundamentos básicos. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de ar-
quivos, chat, clientes de e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Identificação e manipulação de arquivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
3. Backup de arquivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
4. Periféricos de computadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
5. Ambientes operacionais: utilização dos sistemas operacionais Windows XP Profissional e Windows 7 e Windows 10 . . . . . . . . . . 07
6. Utilização dos editores de texto (Microsoft Word e Libreoffice Writer). Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e Libreof-
fice Calc.). Utilização do Microsoft PowerPoint e Libreoffice Impress . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
7. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, busca e pesquisa na Web. Navegadores de internet: Mozilla Firefox, Goo-
gle Chrome . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

Conhecimentos Específicos
Soldado Combatente (QPMP-C)
1. Leis nº 3196/1978 (estatuto) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Decreto-Lei 1001/1969 (art. 1º ao 10) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3. Decreto Lei nº 1002/1969 (art. 7º ao 10) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4. Decreto Estadual nº 254-R/2000 (RDME) – Art. 1º ao 132 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5. Constituição Federal de 1988: Artigo 5º – Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos e Artigo 144 – Capítulo III – Da Se-
gurança Pública, com suas alterações até a data de publicação do Edital; Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança
pública; organização da segurança pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Compreensão, interpretação e inferências de textos. Tipologia e Gêneros textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Variação Linguística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3. O processo de comunicação e as funções da linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4. Relações semântico-lexicais, como metáfora, metonímia, antonímia, sinonímia, hiperonímia, hiponímia, reiteração, comparação, re-
dundância e outras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5. Norma ortográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
6. Morfossintaxe das classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, advérbio, preposição, conjunção, interjeição, numerais
e os seus respectivos empregos. 8. Verbo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7. Concordância verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
8. Regência nominal e verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
9. Coesão e Coerência textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
10. Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e período composto por
coordenação e subordinação) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
11. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
12. Funções do “que” e do “se” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
13. Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
14. Formação de palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
15. Uso da Crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO, INTERPRETAÇÃO E INFERÊNCIAS DE


TEXTOS. TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo
o seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habi-
lidade é essencial e pode ser um diferencial para a realização de
uma boa prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpreta-
ção?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tem-
po que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito, Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos
ou que faça com que você realize inferências. a este processo é intertextualidade.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas Interpretação de Texto
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz. Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
Percebeu a diferença? uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
Tipos de Linguagem de um texto.
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
que facilite a interpretação de textos. prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determina-
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. do texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido esta-
Ela pode ser escrita ou oral. beleça uma relação com a informação já possuída, o que leva ao
crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma
apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo
lido, afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analí-
tica e, por fim, uma leitura interpretativa.

É muito importante que você:


- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, es-
tado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notí-
cias (e também da estrutura das palavras para dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações or-
tográficas, gramaticais e interpretativas;
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente ima- - Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po-
gens, fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. lêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

Dicas para interpretar um texto:


– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objeti-
vo.

– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.

– Sublinhe as ideias mais importantes.


Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as principal e das ideias secundárias do texto.
palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem ver- – Separe fatos de opiniões.
bal com a não-verbal.

1
LÍNGUA PORTUGUESA
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objeti- CACHORROS
vo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e
mutável). Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
– Retorne ao texto sempre que necessário. espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa
enunciados das questões. amizade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pesso-
as precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam
– Reescreva o conteúdo lido. que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, comer a comida que sobrava. Já os homens descobriram que os
tópicos ou esquemas. cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar
conta da casa, além de serem ótimos companheiros. Um colabo-
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- rava com o outro e a parceria deu certo.
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu voca-
bulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
uma distração, mas também um aprendizado. sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a com- to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
preensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melho- do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a as-
ra nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, sociação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães
além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de me- pelo mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
mória. As informações que se relacionam com o tema chamamos de
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma uni-
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão dade de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse
do texto. texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a chegou à conclusão de que o texto fala sobre a relação entre ho-
identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as mens e cães. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa
ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou que você foi capaz de identificar o tema do texto!
explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresen-
tadas na prova. Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um sig- -secundarias/
nificado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso
o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, TEXTOS VARIADOS
e nunca extrapole a visão dele.
Ironia
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as dife- A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
rentes informações de forma a construir o seu sentido global, ou pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um novo sentido, gerando um efeito de humor.
todo significativo, que é o texto. Exemplo:
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler
um texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título.
Pois o título cumpre uma função importante: antecipar informa-
ções sobre o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro,
sexualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados
com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são pratica-
mente infinitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição
essencial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar
nossos estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

2
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satí-
rica).

Ironia verbal ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-


Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig- NERO EM QUE SE INSCREVE
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a Compreender um texto trata da análise e decodificação do
intenção são diferentes. que de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! Interpretar um texto, está ligado às conclusões que se pode che-
gar ao conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação
Ironia de situação trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o tex-
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o to.
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem pla- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
neja uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No principal. Compreender relações semânticas é uma competência
livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo Quando não se sabe interpretar corretamente um texto po-
da vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem su- de-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento
cesso. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia profissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
é que planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso
após a morte. Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
Ironia dramática (ou satírica) os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos apreensão do conteúdo exposto.
textos literários quando a personagem tem a consciência de que Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
suas ações não serão bem-sucedidas ou que está entrando por relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias
um caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência. já citadas ou apresentando novos conceitos.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
o que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
aparecer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
exemplo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
história irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus objeti- damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
vos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.
Importância da interpretação
Humor A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a in-
pareçam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de terpretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conte-
humor. údos específicos, aprimora a escrita.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas compar- Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros
tilham da característica do efeito surpresa. O humor reside em fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes
ocorrer algo fora do esperado numa situação. presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as suficiente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia
tirinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cô- o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpre-
mico; há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequen- endentes que não foram observados previamente. Para auxiliar
temente acessadas como forma de gerar o riso. na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar dele os
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente au-
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. xiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os
parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto,

3
LÍNGUA PORTUGUESA
de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materia-
se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica do liza em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite
pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresen- as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, aju-
tando novos conceitos. dando os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
autor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa
para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entreli- liberdade para quem recebe a informação.
nhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que
você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespe-
cíficas. Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à Fato
exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores pro- O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existên-
ficientes. cia do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode
é uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma
Diferença entre compreensão e interpretação maneira, através de algum documento, números, vídeo ou regis-
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do tro.
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- Exemplo de fato:
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O A mãe foi viajar.
leitor tira conclusões subjetivas do texto.
Interpretação
Gêneros Discursivos É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou sas, previmos suas consequências.
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. apontamos uma causa ou consequência, é necessário que seja
No romance nós temos uma história central e várias histórias se- plausível. Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças
cundárias. ou diferenças sejam detectáveis.

Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Exemplos de interpretação:
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única outro país.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profis-
encaminham-se diretamente para um desfecho. são do que com a filha.

Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- Opinião


do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. um juízo de valor. É um julgamento que tem como base a inter-
O tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são pretação que fazemos do fato.
definidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
um ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
mais curto. do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores sociocultu-
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações rais.
que nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia
para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tem- Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpreta-
po não é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos ções anteriores:
intervalos como horas ou mesmo minutos. A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em
outro país. Ela tomou uma decisão acertada.
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profis-
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, são do que com a filha. Ela foi egoísta.
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação
de imagens. Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previ-
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assun- sões positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação,
to que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é já estamos expressando nosso julgamento.
convencer o leitor a concordar com ele. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um analisamos um texto dissertativo.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas Exemplo:
de destaque sobre algum assunto de interesse. A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importan-
do com o sofrimento da filha.

4
LÍNGUA PORTUGUESA
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS NÍVEIS DE LINGUAGEM
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do Definição de linguagem
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráfi-
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento cos, gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia depen-
e o do leitor. dendo da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira
de articular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina
Parágrafo nossa linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam,
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- com o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No tex- só as incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o
to dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos grupo social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam
relacionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente na língua e caem em desuso.
apresentada na introdução. Língua escrita e língua falada
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
Embora existam diferentes formas de organização de pará- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
grafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação,
jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura e ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua fala-
consiste em três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que da é mais descontraída, espontânea e informal, porque se mani-
desenvolvem a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia- festa na conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de
-básica). Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão. expressão do falante. Nessas situações informais, muitas regras
determinadas pela língua padrão são quebradas em nome da na-
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz turalidade, da liberdade de expressão e da sensibilidade estilística
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você do falante.
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela pró- Linguagem popular e linguagem culta
pria prova. Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lin-
guagem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e fala, nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É pos- esteja presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro
sível usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos procurou valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e ro-
até citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. mances em que o diálogo é usado para representar a língua fa-
lada.
Conclusão:  faz uma retomada breve de tudo que foi abor-
dado e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de vá- Linguagem Popular ou Coloquial
rias maneiras diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se
criando uma pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de ví-
próprias conclusões a partir das ideias e argumentos do desenvol- cios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância;
vimento. barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade;
cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência
Outro aspecto que merece especial atenção são os conec- pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua.
tores. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura A linguagem popular está presente nas conversas familiares ou
mais fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV
as ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do e auditório, novelas, na expressão dos esta dos emocionais etc.
período, e o tópico que o antecede.
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto A Linguagem Culta ou Padrão
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em
para a clareza do texto. que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pes-
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér- soas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, mui- obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na lin-
tas vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obs- guagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais
curo, sem coerência. artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumen- nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunica-
tativos, e por conta disso é mais fácil para os leitores. ções científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa
estrutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensa- Gíria
mento mais direto. A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais
como arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos
utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as
mensagens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.

5
LÍNGUA PORTUGUESA
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário comportamentos, nas leis jurídicas.
de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “gale- Características principais:
ra”, “mina”, “tipo assim”. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futu-
Linguagem vulgar ro do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
comida”. Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
Linguagem regional ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua -se na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou
padrão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas definitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis,
palavras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares ama- desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subte-
zônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. nentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de
Tipos e gêneros textuais ensino superior para formação de oficiais.
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem Tipo textual expositivo
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A disserta-
clássicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, exposi- ção pode ser expositiva ou argumentativa.
tivo (ou dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um
alguns exemplos e as principais características de cada um deles. assunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de
maneira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
Tipo textual descritivo
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo Características principais:
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, in-
um movimento etc. formar.
Características principais: • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presen-
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- te.
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
caracterizadora. de ponto de vista.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- • Apresenta linguagem clara e imparcial.
meração.
• A noção temporal é normalmente estática. Exemplo:
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defi- O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
nição. questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, terminado tema.
anúncio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
Exemplo: Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
Era uma casa muito engraçada sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não Tipo textual dissertativo-argumentativo
Porque na casa não tinha chão Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Ninguém podia dormir na rede sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Porque na casa não tinha parede apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Ninguém podia fazer pipi clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu
Porque penico não tinha ali intuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocu-
Mas era feita com muito esmero tor (leitor ou ouvinte).
Na rua dos bobos, número zero
(Vinícius de Moraes) Características principais:
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho

6
LÍNGUA PORTUGUESA
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
gestão/solução). Descritivo Diário
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumenta- Relatos (viagens, históricos, etc.)
ções informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normal- Biografia e autobiografia
mente nas argumentações formais) para imprimir uma atempora- Notícia
lidade e um caráter de verdade ao que está sendo dito. Currículo
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Lista de compras
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Cardápio
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Anúncios de classificados
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Injuntivo Receita culinária
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Bula de remédio
Manual de instruções
Exemplo: Regulamento
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Textos prescritivos
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Expositivo Seminários
administração política (tese), porque a força governamental cer- Palestras
tamente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negli- Conferências
gência de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes Entrevistas
metrópoles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do Trabalhos acadêmicos
RJ e os traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for Enciclopédia
do desejo dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar Verbetes de dicionários
da população, isso é plenamente possível (estratégia argumen-
tativa: fato-exemplo). É importante salientar, portanto, que não Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
devemos ficar de mãos atadas à espera de uma atitude do gover- Carta de opinião
no só quando o caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de Resenha
colaborar com uma cobrança efetiva (conclusão). Artigo
Ensaio
Tipo textual narrativo Monografia, dissertação de
mestrado e tese de doutorado
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e Narrativo Romance
lugar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um en- Novela
redo, personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). Crônica
Contos de Fada
Características principais: Fábula
• O tempo verbal predominante é o passado. Lendas
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da
– onisciente). forma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos,
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em infinitos e mudam de acordo com a demanda social.
prosa, não em verso.
INTERTEXTUALIDADE
Exemplo: A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou
Solidão seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
era o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
e feliz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Ca- existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
sam-se. Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ambos: forma e conteúdo.
ao se unirem, um tirou do outro a essência da felicidade. Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
Nelson S. Oliveira forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre- textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva,
ais/4835684 escrita), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura,
música, dança, cinema), propagandas publicitárias, programas te-
GÊNEROS TEXTUAIS levisivos, provérbios, charges, dentre outros.
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferen-
tes de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração Tipos de Intertextualidade
de um texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do • Paródia: perversão do texto anterior que aparece geral-
seu produtor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e mente, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do gre-
exercem funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ade- go (parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para”
mais, são passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo (semelhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) seme-
que preservando características preponderantes. Vejamos, agora, lhante a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas
uma tabela que apresenta alguns gêneros textuais classificados humorísticos.
com os tipos textuais que neles predominam.

7
LÍNGUA PORTUGUESA
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utiliza- O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
ção de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (para- demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
phrasis), significa a “repetição de uma sentença”. missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cien- admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
tíficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que te- crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encade-
nha alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, amento de premissas e conclusões.
o termo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamen-
superior) e “graphé” (escrita). to:
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa pro- A é igual a B.
dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem A é igual a C.
expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de Então: C é igual a A.
outro autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apre-
sentação sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamen-
Do Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar. te, que C é igual a A.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Outro exemplo:
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por Todo ruminante é um mamífero.
dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). A vaca é um ruminante.
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são Logo, a vaca é um mamífero.
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
ARGUMENTAÇÃO também será verdadeira.
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma infor- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
mação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de con- confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
vencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que
texto diz e faça o que ele propõe. um banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre a soli-
todo texto contém um componente argumentativo. A argumen- dez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso
tação é o conjunto de recursos de natureza linguística destinados argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco. Por-
a persuadir a pessoa a quem a comunicação se destina. Está pre- tanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja mais
sente em todo tipo de texto e visa a promover adesão às teses e confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
aos pontos de vista defendidos. Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
a veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se entender bem como eles funcionam.
disse acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o in- Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
terlocutor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como ver- acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o audi-
dadeiro o que está sendo transmitido. A argumentação pertence tório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil
ao domínio da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas cren-
uso de recursos de linguagem. ças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer um
Para compreender claramente o que é um argumento, é auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que
bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que
numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
se tem de escolher entre duas ou mais coisas”. com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- Nos Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efei-
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. to, porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas Brasil. O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, que é valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O
argumento pode então ser definido como qualquer recurso que Tipos de Argumento
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a
atua no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlo- fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
cutor crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, argumento. Exemplo:
mais possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível
à outra. Argumento de Autoridade
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconheci-
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o das pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
enunciador está propondo. para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando;

8
LÍNGUA PORTUGUESA
dá ao texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
fazer do texto um amontoado de citações. A citação precisa ser aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
pertinente e verdadeira. Exemplo: concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fu-
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” gir do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que
não se fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para gerais com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair gene-
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há co- ralizações indevidas.
nhecimento. Nunca o inverso.
Alex José Periscinoto. Argumento do Atributo
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 É aquele que considera melhor o que tem propriedades tí-
picas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais im- mais raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor
portante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a que o que é mais grosseiro, etc.
ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas de- celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
vem acreditar que é verdade. beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o con-
sumidor tende a associar o produto anunciado com atributos da
Argumento de Quantidade celebridade.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
largo uso do argumento de quantidade. em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Argumento do Consenso Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saú-
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se de de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que
mais adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta pro-
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia
duziria certa estranheza e não criaria uma imagem de competên-
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao in-
cia do médico:
discutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exem-
em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica
plo, as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido
houve por bem determinar o internamento do governador pelo
e de que as condições de vida são piores nos países subdesenvol-
período de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
vidos. Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
dos argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos
e as frases carentes de qualquer base científica. alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
hospital por três dias.
Argumento de Existência
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil acei- Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
tar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é ape- tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
nas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
o argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser,
mão do que dois voando”. um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais A orientação argumentativa é uma certa direção que o falan-
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas con- te traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
cretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Du- homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-
rante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o -lo ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, po- dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
deria ser vista como propagandística. No entanto, quando docu- dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
mentada pela comparação do número de canhões, de carros de outras, etc. Veja:
combate, de navios, etc., ganhava credibilidade. “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras tro-
cavam abraços afetuosos.”
Argumento quase lógico
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausíveis. Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “então A tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. Entre- - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
tanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” não se amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu
institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmen-

9
LÍNGUA PORTUGUESA
te, pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posi-
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ções, é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vis-
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do ta e seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas
meio ambiente, injustiça, corrupção). vezes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sem-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas pre, essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em
são ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para desenvolver as seguintes habilidades:
destruir o argumento. - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando- mente contrária;
-as e atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais
caso, por exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias os argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apre-
não permite que outras crescam”, em que o termo imperialismo sentaria contra a argumentação proposta;
é descabido, uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
visando a reduzir outros à sua dependência política e econômica”. oposta.

A boa argumentação é aquela que está de acordo com a si- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
tuação concreta do texto, que leva em conta os componentes en- gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
volvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comu- válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
nicação, o assunto, etc). não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmi-
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com ma- cas. Trata-se de um método de investigação da realidade pelo es-
nifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo tudo de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evi- sociedade.
dente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o
seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enun- método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
ciador deve construir um texto que revele isso. Em outros termos, simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
A argumentação é a exploração de recursos para fazer pa- verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
recer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
um ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
inclui a argumentação, questionamento, com o objetivo de persu- e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
adir. Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs qua-
processo de convencimento, por meio da argumentação, no qual tro regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais,
procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu pensa- uma série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em
mento e seu comportamento. busca da verdade:
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão vá- - evidência;
lida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou - divisão ou análise;
proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo do racio- - ordem ou dedução;
cínio empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia- - enumeração.
-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens
sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omis-
voz, a mímica e até o choro. são e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode que-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalida- brar o encadeamento das ideias, indispensável para o processo
des, expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, ra- dedutivo.
zões a favor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informa- A forma de argumentação mais empregada na redação aca-
tiva, apresenta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, dêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
a escolha dos dados levantados, a maneira de expô-los no texto que contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e
já revelam uma “tomada de posição”, a adoção de um ponto de a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
vista na dissertação, ainda que sem a apresentação explícita de que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
argumentos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser defi- premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
nida como discussão, debate, questionamento, o que implica a alguns não caracteriza a universalidade.
liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou concor- Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (si-
dar parcialmente. A liberdade de questionar é fundamental, mas logística), que parte do geral para o particular, e a indução, que
não é suficiente para organizar um texto dissertativo. É necessária vai do particular para o geral. A expressão formal do método de-
também a exposição dos fundamentos, os motivos, os porquês da dutivo é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências,
defesa de um ponto de vista. baseia-se em uma conexão descendente (do geral para o particu-
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude ar- lar) que leva à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de
gumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de teorias gerais, de verdades universais, pode-se chegar à previsão
discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evi- ou determinação de fenômenos particulares. O percurso do racio-
dencia. cínio vai da causa para o efeito. Exemplo:

10
LÍNGUA PORTUGUESA
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) lise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos
Fulano é homem (premissa menor = particular) sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias vi-
Logo, Fulano é mortal (conclusão) sam sistematizar a pesquisa.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interliga-
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- dos; a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse para o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo,
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, uma depende da outra. A análise decompõe o todo em partes,
parte de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desco- enquanto a síntese recompõe o todo pela reunião das partes.
nhecidos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Sabe-se, porém, que o todo não é uma simples justaposição das
Exemplo: partes. Se alguém reunisse todas as peças de um relógio, não sig-
O calor dilata o ferro (particular) nifica que reconstruiu o relógio, pois fez apenas um amontoado
O calor dilata o bronze (particular) de partes. Só reconstruiria todo se as partes estivessem organiza-
O calor dilata o cobre (particular) das, devidamente combinadas, seguida uma ordem de relações
O ferro, o bronze, o cobre são metais necessárias, funcionais, então, o relógio estaria reconstruído.
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fa- decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
tos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma partes. As operações que se realizam na análise e na síntese po-
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição dem ser assim relacionadas:
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o
A análise tem importância vital no processo de coleta de
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar
ideias a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
criação de abordagens possíveis. A síntese também é importante
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
na escolha dos elementos que farão parte do texto.
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Lógico, concordo.
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
característica das ciências matemáticas, físico-naturais e experi-
- Claro que não!
mentais. A análise informal é racional ou total, consiste em “dis-
- Então você possui um brilhante de 40 quilates...
cernir” por vários atos distintos da atenção os elementos cons-
titutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
Exemplos de sofismas: fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação esta-
Dedução belece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre
Todo professor tem um diploma (geral, universal) as partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto
Fulano tem um diploma (particular) de se confundir uma com a outra, contudo são procedimentos
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) diversos: análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Indução nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais,
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (par- a classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
ticular) menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) são empregados de modo mais ou menos convencional. A classi-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. ficação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pe-
– conclusão falsa) las características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão artificial.
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro-
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, cami-
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou nhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo,
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou aná- relógio, sabiá, torradeira.
lise superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
baseados nos sentimentos não ditados pela razão. Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não funda- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
mentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
existem outros métodos particulares de algumas ciências, que Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfa-
adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma bética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu de classificação das ideias e argumentos, pela ordem de impor-
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A aná- tância, é uma habilidade indispensável para elaborar o desenvol-

11
LÍNGUA PORTUGUESA
vimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
do fato mais importante para o menos importante, ou decrescen- cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos
te, primeiro o menos importante e, no final, o impacto do mais (as diferenças).
importante; é indispensável que haja uma lógica na classificação.
A elaboração do plano compreende a classificação das partes e As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem obedecer a de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na palavra e seus significados.
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para ex- A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
pressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verda-
racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as jus- deira e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser de-
tificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e a monstrada com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico
posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também e racional do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado
os pontos de vista sobre ele. de uma fundamentação coerente e adequada.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lin- Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
guagem e consiste na enumeração das qualidades próprias de clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julga-
uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento con- mento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e
forme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que o pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas relações;
diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se de modo
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso, é pre-
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A ciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um ar-
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- gumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a ló- se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
gica tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
- o termo a ser definido; é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
- o gênero ou espécie; indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
- a diferença específica. o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas
e a conclusão.
O que distingue o termo definido de outros elementos da Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimen-
mesma espécie. Exemplo: tos argumentativos mais empregados para comprovar uma afir-
mação: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
Elemento especie diferença acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
a ser definido específica os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apre-
sentação de causas e consequências, usando-se comumente as
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, por expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em partes. Esse por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é advérbio Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é forma co- car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcan-
loquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante é saber çar esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela inter-
formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, p.306), para pretação. Na explicitação por definição, empregamse expressões
determinar os “requisitos da definição denotativa”. Para ser exata, a como: quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja
definição deve apresentar os seguintes requisitos: vista, ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões:
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em conforme, segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está ideias de, no entender de, no pensamento de. A explicitação se
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta faz também pela interpretação, em que são comuns as seguintes
ou instalação”; expressões: parece, assim, desse ponto de vista.
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
os exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente res- elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumera-
trito para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; ção de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, que são frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; antes, depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antiga-
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui mente, depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, suces-
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” sivamente, respectivamente. Na enumeração de fatos em uma
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); sequência de espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá,
- deve ser breve (contida num só período). Quando a defini- lá, acolá, ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado
ção, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de perí- tal, na capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
odos ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
expandida;d

12
LÍNGUA PORTUGUESA
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma o desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente,
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mes- pois baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser com-
ma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para provada. Para contraargumentar, propõese uma relação inversa:
estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, “o desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
menos que, melhor que, pior que. Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumen- para desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adapta-
tar o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: das ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e,
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autorida- em seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adota-
de reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma dos para a elaboração de um Plano de Redação.
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações li- Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolu-
terais no corpo de um texto constituem argumentos de autorida- ção tecnológica
de. Ao fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, respon-
contidos na linha de raciocínio que ele considera mais adequada der a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
para explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argu- resposta, justificar, criando um argumento básico;
mento tem mais caráter confirmatório que comprobatório. - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam ex- construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
plicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. (rever tipos de argumentação);
Nesse caso, incluem-se - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
- A declaração que expressa uma verdade universal (o ho- que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
mem, mortal, aspira à imortalidade); podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e con-
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postu- sequência);
lados e axiomas); - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de na- o argumento básico;
tureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ain- em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
da que parece absurdo). argumento básico;
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
concretos, estatísticos ou documentais. menos a seguinte:
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: Introdução
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - função social da ciência e da tecnologia;
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - definições de ciência e tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprova-
da, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que Desenvolvimento
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada - apresentação de aspectos positivos e negativos do desen-
na evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, vali- volvimento tecnológico;
dade dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou
contra-argumentação ou refutação. São vários os processos de as condições de vida no mundo atual;
contra-argumentação: - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demons- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
trando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contra- desenvolvidos;
argumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cor- - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
deiro”; - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses passado; apontar semelhanças e diferenças;
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
dadeira; banos;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humani-
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universa- zar mais a sociedade.
lidade da afirmação;
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: con- Conclusão
siste em refutar um argumento empregando os testemunhos de - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/conse-
autoridade que contrariam a afirmação apresentada; quências maléficas;
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador ba- apresentados.
seou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou in-
consequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por

13
LÍNGUA PORTUGUESA
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de re- da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
dação: é um dos possíveis. arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados de
maneira cômica e contestadora, provocando risos e também re-
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece flexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextuali- A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
dade como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem fun- consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha algu-
ções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em ma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
que ela é inserida. “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assu- 322 a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
me a função de não só persuadir o leitor como também de di-
fundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
(pintura, escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
entre dois textos caracterizada por um citar o outro. expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando outro autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apre-
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma manei- sentação sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”.
ra, se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois Do Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar.
textos – a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo
gênero ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou pro- A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
pósitos diferentes. Assim, como você constatou, uma história em textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. Pastiche é uma recorrência a um gênero.
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade
com outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo A Tradução está no campo da intertextualidade porque impli-
com outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá- ca a recriação de um texto.
-lo, ao tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-
-lo, ao ironizá-lo ou ao compará-lo com outros. Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci-
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- ao produtor e ao receptor de textos.
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimen-
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo to de remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos co-
contradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente nhecidos, além de exigir do interlocutor a capacidade de interpre-
originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – tar a função daquela citação ou alusão em questão.
mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
Tipos de Intertextualidade A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
A intertextualidade acontece quando há uma referência ex- implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fon-
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer te, ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela
etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertex- A intertextualidade explícita:
tualidade. – é facilmente identificada pelos leitores;
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mun- – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
do, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirman- – não exige que haja dedução por parte do leitor;
do as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. – apenas apela à compreensão do conteúdos.

Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do tex- A intertextualidade implícita:


to é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, – não é facilmente identificada pelos leitores;
reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
com outras palavras o que já foi dito. – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é parte dos leitores;
objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocor- – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios
re, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é para a compreensão do conteúdo.
retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma refle-
xão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e

14
LÍNGUA PORTUGUESA
PONTO DE VISTA – a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com- – o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que
preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas elei-
da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de exis- ções; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é
tir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, possível que ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.
considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narra- – o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar
dor-observador e o narrador-personagem. o superlativo de adjetivos, recurso muito característico da lingua-
gem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssi-
Primeira pessoa mo), uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiper-
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto possante (em vez de possantíssimo).
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, – a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regu-
lemos o livro com a sensação de termos a visão do personagem lares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se ele ver
podendo também saber quais são seus pensamentos, o que cau- (vir) o recado, quando ele repor (repuser).
sa uma leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas – a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregula-
nossas vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhe- res: vareia (varia), negoceia (negocia).
cimento e só descobrimos ao decorrer da história.
Variações Fônicas
Segunda pessoa Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pa-
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um lavra. Entre esses casos, podemos citar:
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se – a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petró-
sinta quase como outro personagem que participa da história. polis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas típicas de
pessoas de baixa condição social.
Terceira pessoa – A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser- regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipi-
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como ra): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór,
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem farol.
disse. – deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, pregun-
tar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição so-
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será trans- cial.
mitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é con- – a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem
tada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô.
um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver acom- – o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me
panhando a leitura não fique confuso. alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica,
hoje frequentes na fala caipira.
– a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, ma-
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA relo (amarelo), margoso (amargoso), características na linguagem
oral coloquial.

É possível encontrar no Brasil diversas variações linguísticas, Variações Sintáticas


como na linguagem regional. Elas reúnem as variantes da língua Correlação entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe,
que foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia. como no da morfologia, não são tantas as diferenças entre uma
Delas surgem as variações que envolvem vários aspectos his- variante e outra. Como exemplo, podemos citar:
tóricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros. – a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os “que” no início da frase mais a combinação da preposição “de”
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe- com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a
-se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o família dele (em vez de cuja família eu já conhecia).
mesmo significado dentro de um mesmo contexto. – a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua)
sintático e lexical. voz me irrita.
– ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles che-
Variações Morfológicas gou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou naquela
Ocorrem nas formas constituintes da palavra. As diferenças semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
entre as variantes não são tantas quanto as de natureza fônica, – o uso de pronomes do caso reto com outra função que não
mas não são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar: a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não irão
– uso de substantivos masculinos como femininos ou vice- sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de
-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha (o ti) e ele.
champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da – o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez
cal). de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.

15
LÍNGUA PORTUGUESA
– a ausência da preposição adequada antes do pronome relati- – De Situação: são provocadas pelas alterações das circuns-
vo em função de complemento verbal: são pessoas que (em vez de: tâncias em que se desenrola o ato de comunicação. Um modo
de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que) de falar compatível com determinada situação é incompatível
eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio. com outra
– Histórica: as línguas se alteram com o passar do tempo e
Variações Léxicas com o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia
Conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano e o sentido delas. Essas alterações recebem o nome de variações
do léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e carac- históricas.
terizam com nitidez uma variante em confronto com outra. São
exemplos possíveis de citar:
O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
– as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às
E AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM
vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado
a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no
Brasil chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, Comunicação constitui uma das mais importantes ferramen-
em Portugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se tas que as pessoas têm à sua disposição para desempenhar as
diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que suas funções de influência. A comunicação é frequentemente
chamamos de suéter, malha, camiseta. definida como a troca de informações entre um transmissor e
– a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para um receptor, e a inferência (percepção) do significado entre os
formar o grau superlativo dos adjetivos, características da lingua- indivíduos envolvidos.
gem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil; O processo de comunicação ocorre quando o emissor (ou
Esse amigo é um carinha maior esforçado. codificador) emite uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou
decodificador), através de um canal (ou meio). O receptor inter-
Designações das Variantes Lexicais: pretará a mensagem que pode ter chegado até ele com algum
– Arcaísmo: palavras que já caíram de uso. Por exemplo, um tipo de barreira (ruído, bloqueio, filtragem) e, a partir daí, dará o
bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante feedback ou resposta, completando o processo de comunicação.
usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era su-
pimpa. Elementos do Processo de Comunicação
– Neologismo: contrário do arcaísmo. São palavras recém-
-criadas, muitas das quais mal ou nem entraram para os dicio- Para a comunicação1 atingir os objetivos devemos considerar
nários. A na computação tem vários exemplos, como escanear, alguns cuidados, com eles diminuímos o risco de estabelecer ruí-
deletar, printar. dos ou barreiras à comunicação.
– Estrangeirismo: emprego de palavras emprestadas de ou-
tra língua, que ainda não foram aportuguesadas, preservando a Para Transmissão
forma de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobre- - Seja o mais objetivo possível.
tudo da linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmen- - Tenha paciência. Fale pausadamente. Observe o ritmo do
te, “tenhas o corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), outro e siga-o.
ipso facto (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo. - Estude primeiro o que vai falar. Cuide para ter um objetivo
claro.
As palavras de origem inglesas são várias: feeling (“sensibili- - Procure adaptar sua linguagem a da pessoa. Não use pa-
dade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informa- lavras difíceis, gírias ou palavras típicas de regiões que possam
ções básicas). prejudicar a comunicação.
– Jargão: vocabulário típico de um campo profissional como - Observe a linguagem verbal e a não-verbal. Os gestos, as
a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. Furo é no- expressões faciais, a postura, são fundamentais para nós.
tícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi
uma barriga. Para Recepção
– Gíria: vocabulário especial de um grupo que não deseja ser
entendido por outros grupos ou que pretende marcar sua iden- - Esteja sempre presente na situação, não “voe”, não se dis-
tidade por meio da linguagem. Por exemplo, levar um lero (con- traia.
versar). - Não pense na resposta antes do outro terminar a men-
– Preciosismo: é um léxico excessivamente erudito, muito sagem. Escute, reflita e após, exponha o seu ponto de vista.
raro: procrastinar (em vez de adiar); cinesíforo (em vez de mo- - Anote pontos básicos se necessário.
torista). - Evite expressar não-verbalmente cansaço, desinteresse ou
– Vulgarismo: o contrário do preciosismo, por exemplo, de falta de atenção.
saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez de se deu - Respeite as colocações do outro. Mesmo que discorde, mos-
mal, arruinou-se). tre que aceita o pensamento dele. Não somos donos da verdade.

Tipos de Variação Um dos maiores vícios2 é que percebendo que temos desen-
As variações mais importantes, são as seguintes: voltura para expressão, verbal, escrita ou outra, achamos que so-
– Sociocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido mos bons comunicadores. Entretanto existe uma diferença funda-
com certa facilidade. mental entre informação e comunicação.
– Geográfica: é, no Brasil, bastante grande. Ao conjunto das
características da pronúncia de uma determinada região dá-se o 1 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administra-
nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque cao/o-processo-de-comunicacao/36775
gaúcho etc. 2 https://www.portalcmc.com.br/o-processo-de-comunicacao/

16
LÍNGUA PORTUGUESA
Informar é um ato unilateral, que apenas envolve a pessoa Função Referencial
que tem uma informação a dar. Comunicação é tornar algo co- A função referencial tem como objetivo principal informar,
mum. Fazer-se entender, provocar no outro reações. referenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto
Outro vício, não menos importante, é nossa incapacidade de da comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do
ouvir. Precisamos saber falar, escrever, demonstrar sentimentos plural, o que enfatiza sua impessoalidade.
e emoções, mas igualmente importante no processo é estarmos Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os
preparados para ouvir. Observe que muitas vezes numa conversa materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles,
é fácil identificar que as pessoas estão muito mais preocupadas por meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de
com a maneira que irão responder. Numa análise mais fria não algo, sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
estão ouvindo.
Se podemos facilitar porque complicar? O custo de uma co- Exemplo de uma notícia:
municação deficiente, não se revela apenas nas relações organ- O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Glo-
izacionais, causa profundo mal-estar e sérios conflitos pessoais. bal para Atividade Física de Crianças — entidade internacional
Uma das alternativas para tornar a comunicação com quali- dedicada ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jo-
dade é entendermos como o processo de comunicação se realiza. vens — foi decepcionante. Realizado em 49 países de seis conti-
Não se trata de analisarmos cada diferente tipo de comunicação, nentes com o objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes
mas de identificar certos pontos em comuns entre elas. A forma estão fazendo exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão
como se relacionam e se processam nos mais diferentes ambi- muito sedentárias. Em 75% das nações participantes, o nível de
entes e situações. atividade física praticado por essa faixa etária está muito abaixo
Um modelo de processo de comunicação, entre tantos out- do recomendado para garantir um crescimento saudável e um en-
ros, elaborado por Berlo, em 1963, apresenta alguns elementos velhecimento de qualidade — com bom condicionamento físico,
comuns: músculos e esqueletos fortes e funções cognitivas preservadas. De
– emissor: é a pessoa que tem algo, uma ideia, uma men- “A” a “F”, a maioria dos países tirou nota “D”.
sagem, para transmitir, ou que deseja comunicar;
– codificador: o tipo, ou a forma que o emissor irá exteriorizar; Função Emotiva
– mensagem: é a expressão da ideia que o emissor deseja Caracterizada pela subjetividade com o objetivo de emocio-
comunicar; nar. É centrada no emissor, ou seja, quem envia a mensagem. A
– canal: é o meio pelo qual a mensagem seja conduzida; mensagem não precisa ser clara ou de fácil entendimento.
– decodificador: é o mecanismo responsável pela decifração Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz
da mensagem pelo receptor; e que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não
– receptor: o destinatário final da mensagem, ideia etc. raro inconscientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a uti-
Definição de linguagem lização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é,
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias daquele que fala.
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráfi-
cos, gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia depen- Exemplo: Nós te amamos!
dendo da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira
de articular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina Função Conativa
nossa linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal). A função conativa ou apelativa é caracterizada por uma lin-
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, guagem persuasiva com a finalidade de convencer o leitor. Por
com o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que isso, o grande foco é no receptor da mensagem.
só as incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o Trata-se de uma função muito utilizada nas propagandas, pu-
grupo social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam blicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o receptor por
na língua e caem em desuso. meio da mensagem transmitida.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na
FUNÇÕES DA LINGUAGEM terceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso
Funções da linguagem são recursos da comunicação que, de do vocativo.
acordo com o objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem trans- Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com
mitida, em função do contexto em que o ato comunicativo ocorre. a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de
São seis as funções da linguagem, que se encontram direta- maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anún-
mente relacionadas com os elementos da comunicação. cios publicitários que nos dizem como seremos bem-sucedidos,
atraentes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se con-
Funções da Linguagem Elementos da sumirmos certos produtos.
Comunicação Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
Função referencial ou denotativa contexto lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza-
Função emotiva ou expressiva emissor dos, que se deixam conduzir sem questionar.
Exemplos: Só amanhã, não perca!
Função apelativa ou conativa receptor
Vote em mim!
Função poética mensagem
Função fática canal Função Poética
Esta função é característica das obras literárias que possui
Função metalinguística código
como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.

17
LÍNGUA PORTUGUESA
Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem Antônimo e Sinônimo
será transmitida por meio da escolha das palavras, das expres- Começaremos por esses dois, que já são famosos.
sões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento
comunicativo é a mensagem. O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
A função poética não pertence somente aos textos literários. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi-
Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com
nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáfo- homem que é antônimo de mulher.
ras (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e
Exemplo: que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é
“Basta-me um pequeno gesto, muito importante para produções textuais, porque evita que você
feito de longe e de leve, fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mes-
para que venhas comigo mos exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/
e eu para sempre te leve...” contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.
(Cecília Meireles)
Hipônimos e Hiperônimos
Função Fática Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa
A função fática tem como principal objetivo estabelecer um uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperô-
canal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para ini- nimo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exem-
ciar a transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua conti- plo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E
nuação. A ênfase dada ao canal comunicativo. animais domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um
Esse tipo de função é muito utilizado nos diálogos, por exem- sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperô-
plo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao te- nimo com substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos
lefone, etc. sentidos das palavras, beleza?!?!

Exemplo: Outros conceitos que agem diretamente no sentido das pala-


-- Calor, não é!? vras são os seguintes:
-- Sim! Li na previsão que iria chover.
-- Pois é... Conotação e Denotação
Observe as frases:
Função Metalinguística Amo pepino na salada.
É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a lingua- Tenho um pepino para resolver.
gem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica
um código utilizando o próprio código. As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa
Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo,
destaque são as gramáticas e os dicionários. não!
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um do- Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja,
cumentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cine- a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, diciona-
ma são alguns exemplos. rizado.
Exemplo: Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo cono-
Amizade s.f.: 1. sentimento de grande afeição, simpatia, apre- tativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende
ço entre pessoas ou entidades. “sentia-se feliz com a amizade do do contexto para ser entendida.
seu mestre” Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e cono-
2. POR METONÍMIA: quem é amigo, companheiro, camarada. tativo começa com C de contexto.
“é uma de suas amizades fiéis”
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propa-
gandas:
RELAÇÕES SEMÂNTICO-LEXICAIS, COMO METÁFORA,
METONÍMIA, ANTONÍMIA, SINONÍMIA, HIPERONÍ-
MIA, HIPONÍMIA, REITERAÇÃO, COMPARAÇÃO, RE-
DUNDÂNCIA E OUTRAS

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunica-
ção. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem
cuida dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente,
com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos
conteúdos que compõem este estudo.

18
LÍNGUA PORTUGUESA
Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja,
por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma pa-
lavra, frase ou textos inteiros.

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso
linguístico para expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tornando-o
poético.

As figuras de linguagem classificam-se em


– figuras de palavra;
– figuras de pensamento;
– figuras de construção ou sintaxe.

Figuras de palavra
Emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex-
pressivo na comunicação.

Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos conectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.

Exemplos
...a vida é cigana
É caravana
É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)

Encarnado e azul são as cores do meu desejo.


(Carlos Drummond de Andrade)

Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a comparação: parecer, assemelhar-se e outros.

Exemplo
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando você entrou em mim como um sol no quintal.
(Belchior)

19
LÍNGUA PORTUGUESA
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma
qual não existe uma designação apropriada. ou na prosódia, mas diferentes no sentido.

Exemplos Exemplo
– folha de papel Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
– braço de poltrona [erro
– céu da boca quero que você ganhe que
– pé da montanha [você me apanhe
sou o seu bezerro gritando
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco [mamãe.
sentidos físicos. (Caetano Veloso)

Exemplo Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro-


Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva) duzido por seres animados e inanimados.
mecânica.
(Carlos Drummond de Andrade) Exemplo
Vai o ouvido apurado
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste- na trama do rumor suas nervuras
sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indife- inseto múltiplo reunido
rença gelada”. para compor o zanzineio surdo
circular opressivo
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade, zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o. da noite em branco
(Carlos Drummond de Andrade)
Exemplos
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados
O filósofo de Genebra (= Calvino).
onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
Figuras de sintaxe ou de construção
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que
Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida.
termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Exemplos
Podem ser formadas por:
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
Tomei um Danone. (iogurte) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
ruptura: anacoluto;
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné- concordância ideológica: silepse.
doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural.
Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um perío-
Exemplo do, frase ou verso.
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro
sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo Exemplo
plural) Dentro do tempo o universo
(José Cândido de Carvalho) [na imensidão.
Dentro do sol o calor peculiar
Figuras Sonoras [do verão.
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral- Dentro da vida uma vida me
mente em posição inicial da palavra. [conta uma estória que fala
[de mim.
Exemplo Dentro de nós os mistérios
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve- [do espaço sem fim!
ladas. (Toquinho/Mutinho)
(Cruz e Sousa)
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
um verso ou poesia. vírgulas.

Exemplo Exemplo
Sou Ana, da cama, Não nos movemos, as mãos é
da cana, fulana, bacana que se estenderam pouco a
Sou Ana de Amsterdam. pouco, todas quatro, pegando-se,
(Chico Buarque) apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis)

20
LÍNGUA PORTUGUESA
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coor- Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a
denativa mais vezes do que exige a norma gramatical. frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do
período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem
Exemplo função sintática definida.
Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem
tuge, nem muge. Exemplos
(Rubem Braga) E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas.
(Manuel Bandeira)
Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter-
mo já expresso. Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas
botassem as mãos.
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a ex- (José Lins do Rego)
pressão, dando ênfase à mensagem.
Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade
Exemplos que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase).
Não os venci. Venceram-me
eles a mim. Exemplo
(Rui Barbosa) ...em cada olho um grito castanho de ódio.
Morrerás morte vil na mão de um forte. (Dalton Trevisan)
(Gonçalves Dias) ...em cada olho castanho um grito de ódio)
Silepse
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia- Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjeti-
na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado. vo ou pronome com a pessoa a que se refere.
Exemplos
Exemplos Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
Ouvir com os ouvidos. (Rachel de Queiroz)
Rolar escadas abaixo.
V. Ex.a parece magoado...
Colaborar juntos.
(Carlos Drummond de Andrade)
Hemorragia de sangue.
Repetir de novo.
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
o sujeito da oração.
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben-
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con-
Exemplos
junções, preposições e verbos.
Os dois ora estais reunidos...
(Carlos Drummond de Andrade)
Exemplos
Compareci ao Congresso. (eu) Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pes-
Espero venhas logo. (eu, que, tu) soas.
Ele dormiu duas horas. (durante) (Machado de Assis)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
(Camões) Silepse de número: Não há concordância do número verbal
com o sujeito da oração.
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas ante-
riormente. Exemplo
Corria gente de todos os lados, e gritavam.
Exemplos (Mário Barreto)
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
(Camilo Castelo Branco)
NORMA ORTOGRÁFICA
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
(Machado de Assis) ORTOGRAFIA OFICIAL
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos ele- reintroduzidas as letras k, w e y.
mentos na frase. O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N
OPQRSTUVWXYZ
Exemplos • Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
Passeiam, à tarde, as belas na avenida. letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
(Carlos Drummond de Andrade) gui, que, qui.

Paciência tenho eu tido... Regras de acentuação


(Antônio Nobre) – Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúlti-
ma sílaba)

21
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações:
Como era Como fica
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
alcatéia alcateia iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h per-
apóia apoia dem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
apóio apoio vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemen-
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas to, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar,
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. cooperar, cooperação, cooptar, coocupante.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no mirante.
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. • Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a
noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
Como era Como fica pontapé, paraquedas, paraquedista.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré,
baiúca baiuca
pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar,
bocaiúva bocaiuva aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-
-europeu.
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominan-
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. do muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por
isso vamos passar para mais um ponto importante.
– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem Acentuação gráfica
e ôo(s). Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
Como era Como fica indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Vejamos um por um:
abençôo abençoo
crêem creem Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
aberto.
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/ Já cursei a Faculdade de História.
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o tim-
bre fechado.
Atenção: Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. caso afundo mais à frente).
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plu- Sou leal à mulher da minha vida.
ral dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter,
deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). As palavras podem ser:
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-
palavras forma/fôrma. -cu-já, ra-paz, u-ru-bu...)
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
Uso de hífen sa-bo-ne-te, ré-gua...)
Regra básica: – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho- (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
mem.
Outros casos As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
1. Prefixo terminado em vogal: • São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: antepro- • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L,
jeto, semicírculo. N, R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron,
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis- éter, fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
mo, antissocial, ultrassom. • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro- E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô,
-ondas. céu, dói, coronéis...)
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vo-
2. Prefixo terminado em consoante: gais (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
-bibliotecário. Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, nar e fixar as regras.
supersônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

22
LÍNGUA PORTUGUESA
Flexão dos Substantivos
MORFOSSINTAXE DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBS- • Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: mascu-
TANTIVO, ADJETIVO, ARTIGO, PRONOME, ADVÉRBIO, lino e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes
PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO, INTERJEIÇÃO, NUMERAIS ou uniformes
E OS SEUS RESPECTIVOS EMPREGOS. VERBO – Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa,
CLASSES DE PALAVRAS o presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma úni-
Substantivo ca forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou ima- em epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
ginários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
sentimentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.  veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmei-
ra macho/palmeira fêmea.
Classificação dos substantivos b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contex-
to que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança),
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/ a testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/ c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma
sua estrutura. macaco/João/sabão tanto para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a
agente, o/a estudante, o/a colega.
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de
são formados por mais de um porta-voz/ 1).
radical em sua estrutura. pé-de-moleque – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/ – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
são os que dão origem a mundo/
outras palavras, ou seja, ela é população • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
a primeira. /formiga diminutivo.
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
são formados por outros populacional/formigueiro
radicais da língua. – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo
designa determinado ser /Brasil Adjetivo
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substanti-
espécie. São sempre iniciados Liberdade vo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão
por letra maiúscula. composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substan-
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/ tivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função que
referem-se qualquer ser de cachorro/prima um adjetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde
uma mesma espécie. (jornal vespertino).
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
Flexão do Adjetivos
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas
• Gênero:
própria. Esses seres podem /lobisomem
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femi-
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê
nino: homem feliz, mulher feliz.
reais ou imaginários.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/ para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
nomeiam ações, estados, bondade/ japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 
qualidades e sentimentos que confiança/
não tem existência própria, ou lembrança/ • Número:
seja, só existem em função de amor/ – Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
um ser. alegria número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namora-
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/ dores, japonês/ japoneses.
referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/ – Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
de seres da mesma espécie, buquê (de flores) branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
mesmo quando empregado
no singular e constituem um • Grau:
substantivo comum. – Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito-
rioso (do) que o seu.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
QUE NÃO ESTÃO AQUI! – Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vi-
torioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosís-
simo.

23
LÍNGUA PORTUGUESA
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

24
LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no
tempo ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vá-
Variáveis
ria, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é divi-
dido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente,
pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

25
LÍNGUA PORTUGUESA
• Formas nominais do verbo
Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infi-
nitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz
passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição
por/pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns-
tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem,
brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez
em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco,
de todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é
determinante e o outro é determinado).

26
LÍNGUA PORTUGUESA
• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações
das pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a
função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amistosa.

Casos Especiais de Concordância Nominal


• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam alerta.

• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na formação de palavras compostas:


Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.

• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.

• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quando
advérbios:
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou meia dúzia de ovos.

• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:


Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.

27
LÍNGUA PORTUGUESA
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o Ajudar (a fazer algo) a
substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados. Aludir (referir-se) a
Aspirar (desejar, pretender) a
Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: Assistir (dar assistência) Não usa preposição
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Deparar (encontrar) com
mes. Implicar (consequência) Não usa preposição
Concordância ideológica ou silepse Lembrar Não usa preposição
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gê- Pagar (pagar a alguém) a
nero gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido
Precisar (necessitar) de
no contexto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Proceder (realizar) a
Blumenau estava repleta de turistas. Responder a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no Visar ( ter como objetivo a
contexto. pretender)
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau- NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
sos. QUE NÃO ESTÃO AQUI!
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
soa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS
políticos.
Coesão
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL É a ligação entre as partes do texto (palavras, expressões, fra-
ses, parágrafos) por meio de determinados elementos linguísti-
cos. Com ela, fica mais fácil ler e compreender um texto.
• Regência Nominal Veja um exemplo de texto coeso:
A regência nominal estuda os casos em que nomes (subs-
tantivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para com- Último Recurso
pletar-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu Quando fazemos tudo para que nos amem e não consegui-
complemento é estabelecida por uma preposição. mos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso,
digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que
• Regência Verbal havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inú-
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). teis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por
Isto pertence a todos. força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se
consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nos-
Regência de algumas palavras sos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram
uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedi-
Esta palavra combina com Esta preposição do. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos
quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo
Acessível a para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o
Apto a, para de mais nada fazer.
Clarice Lispector
Atencioso com, para com
Coerente com Coerência
Conforme a, com É a relação semântica que se estabelece entre as diversas par-
tes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao en-
Dúvida acerca de, de, em, sobre tendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve
Empenho de, em, por ou lê. Enquanto a coesão está para os elementos conectores de
Fácil a, de, para, ideias no texto, a coerência está para a harmonia interna do texto,
o sentido.
Junto a, de Muitos professores, infelizmente, ainda ensinam que só há
Pendente de coerência se houver coesão. Não obstante, vejamos:
Preferível a Coeso e incoerente
Próximo a, de “Os jornalistas se comprometem a divulgar artigos políticos
Respeito a, com, de, para com, por de maneira polida e imparcial, no entanto eles comumente afli-
gem a opinião daqueles que se empenham em ter um cerne ou
Situado a, em, entre um ponto de vista menos fundamentalista. ”

28
LÍNGUA PORTUGUESA
Do que o texto fala mesmo? O elemento coesivo “no entanto” • Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sen-
estabelece uma relação de oposição com o quê? Com o fato de os tido completo. 
artigos ou os jornalistas afligirem a opinião de quem? Dos leito- Os jornais publicaram a notícia.
res, dos jornalistas ou dos artigos políticos? Percebe que há uma Silêncio! 
confusão, que gera uma incompreensão do texto? Logo, podemos
dizer que não houve coerência, apesar de ter havido coesão. • Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com
uma locução verbal.
Incoeso e coerente Este filme causou grande impacto entre o público.
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme A inflação deve continuar sob controle.
dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete,
água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme • Período Simples: formado por uma única oração.
para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, O clima se alterou muito nos últimos dias.
sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta,
chaves, lenço. Relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos, jornal. • Período Composto: formado por mais de uma oração.
Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.
Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira,
cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período.
de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma ora-
plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara peque- ção:
na. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas,
vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. • Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, O problema da violência preocupa os cidadãos.
cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, • Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
pia. Água. Táxi, mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres,
garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. • Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo
Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da
revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, preposição.
papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, tele- Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
fone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e ca-
neta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. • Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transi-
Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, tivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de
copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Ci- preposição. 
garro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoadu- Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
ras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. João gosta de beterraba.
Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
Ricardo Ramos • Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que expri-
Fonte: https://revistamacondo.wordpress.com/2012/02/29/con- me determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou inten-
to-circuito-fechado-ricardo-ramos/ sifica um verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Perceba que não houve nenhum elemento conectando as fra- Vamos sair do mar.
ses; houve apenas justaposição de frases. Realmente não houve
coesão stricto sensu, mas houve total coerência, pois as frases • Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pra-
mantêm relações de sentido. A “incoesão”, ausência de elemen- tica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
tos conectores ou referenciadores, não prejudicou o sentido do Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
texto, ou seja, a coerência. • Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um
substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a interme-
diação de um verbo.
SINTAXE: RELAÇÕES SINTÁTICO-SEMÂNTICAS ESTABE- Um casal de médicos eram os novos moradores do meu pré-
LECIDAS ENTRE ORAÇÕES, PERÍODOS OU PARÁGRA- dio.
FOS (PERÍODO SIMPLES E PERÍODO COMPOSTO POR
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO) • Complemento Nominal: Termo da oração que completa
nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem prepo-
sicionado.
Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos A realização do torneio teve a aprovação de todos.
estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo
da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe mui- • Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao
ta coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar sujeito da oração.
algumas questões importantes: A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao
objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.

29
LÍNGUA PORTUGUESA
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equi-
valentes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.

• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.


Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, mo-
leza. Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra
para construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para
construir sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lan-
chamos.
Alternativas Manuela  ora  quer comer hambúrguer,  ora quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar,  ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Substantivas Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto indireto

30
LÍNGUA PORTUGUESA

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito anteriormente. SEMPRE serão quinta, terão aula de reforço.
Orações Subordinadas acompanhadas por vírgula.
Adjetivas Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo dito anteriormente. terão aula de reforço.
NUNCA serão acompanhadas por vírgula.

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de condição reunião.
Orações Subordinadas Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Adverbiais Assumem a função de advérbio de conformidade previsto.
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de concessão tarde.
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de finalidade tenham acesso aos benefícios.
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de tempo suas casas.

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

PONTUAÇÃO

Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns
sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti-
cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ],
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).

Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências.
Estaremos presentes na festa.

Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Você vai à festa?

Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa.
Ex: Que bela festa!

31
LÍNGUA PORTUGUESA
Reticências ( ... ) 3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou textos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão ela é menos importante e que pode ser colocada depois.
com breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso inter- Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma
locutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo. ordem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Ver-
Ex: Essa festa... não sei não, viu. bo > Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
Maria foi à padaria ontem.
Dois-pontos ( : ) Sujeito Verbo Objeto Adjunto
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluí-
da. Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso
citação (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enu- ocorre por alguns motivos:
merativo, distributivo ou uma oração subordinada substantiva 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
apositiva. 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
verbo e o adjunto.
Ponto e vírgula ( ; )
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
o ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgu- comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
las, para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma é necessária:
enumeração (frequente em leis), etc. Ontem, Maria foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- Maria, ontem, foi à padaria.
bém uma linda decoração e bebidas caras. À padaria, Maria foi ontem.

Travessão ( — ) Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é ne-


Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e cessário:
com o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so- • Separa termos de mesma função sintática, numa enume-
-lu-ta-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode ração.
substituir vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma ex- Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
pressão intercalada e pode indicar a mudança de interlocutor, na serem observadas na redação oficial.
transcrição de um diálogo, com ou sem aspas. • Separa aposto.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
• Separa vocativo.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] Brasileiros, é chegada a hora de votar.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico • Separa termos repetidos.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior Aquele aluno era esforçado, esforçado.
intimidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do
parêntese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
ligados aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
são utilizados quando já se acham empregados os parênteses, ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
para introduzirem uma nova inserção. efeito, digo.
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
governador) ou seja, de fácil compreensão.

Aspas ( “ ” ) • Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-


As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido tos).
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoa- O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particu-
ção especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou lares. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
para apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utiliza-
da, ainda, para marcar o discurso direto e a citação breve. • Separa orações coordenadas assindéticas.
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
ideias na cabeça...
Vírgula
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- • Isola o nome do lugar nas datas.
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
vírgula: • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim,
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- dessa forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, ex-
mos” o momento certo de fazer uso dela. pressões conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado,
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em essas informações comprovam, etc.
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
o leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. nizar o problema.
Afinal, cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!

32
LÍNGUA PORTUGUESA
e) Consecutiva:
FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” Estudou tanto, que caiu no sono.
f) Concessiva:
As palavras “que” e “se” podem exercer inúmeros papéis em Jovem que é, não gosta de esporte.
uma frase, como conjunção, pronome, partícula expletiva ou de
realce etc. – Conjunção coordenativa

Funções do “QUE” a) Aditiva: dá ideia de adição, e pode ser trocada pela con-
Funções morfológicas: A palavra “que” pode pertencer às se- junção “e”.
guintes classes gramaticais: “Dize-me com quem andas, que te direi quem és.”

– Substantivo b) Explicativa: equivale a “porque”, “pois”.


Precedido de artigo ou outro termo que funcione como ad- Não saiam, que vai chover.
junto adnominal, e recebe acento.
c) Adversativa: dá ideia de oposição. Pode ser substituída por
Percebi um quê de mistério. “mas”, “porém”, “contudo”.
Ele tem uma coragem que eu não.
– Pronome
interrogativo: d) Alternativa: denota alternância entre ideias.
Que livros você leu? (= quais) Que deixem, que não deixem, farei o que quero.
De que eles estavam reclamando? (= que coisa)
Funções sintáticas: O pronome “que” pode desempenhar as
indefinido: é precedido por substantivo. Equivale a seguintes funções sintáticas:
QUANTO(A).
Veja que horas o ônibus sai. (= quantas) – Sujeito
Há muros que impedem a felicidade.
c) relativo: inicia a oração subordinada adjetiva, e pode ser
substituído por: o qual, a qual, os quais, as quais. – Objeto direto
Os móveis que me restam são de doações. Os carros que vimos são interessantes.

– Preposição – Objeto indireto


Equivalente à preposição de. A mulher a que me referi, partiu.
Você tem que ir à festa.
– Predicativo
– Advérbio de intensidade “Não conheço que fui no que hoje sou.”
Aparece antes de adjetivos, e equivale a QUÃO.
Que difícil foi o trabalho! (=quão) – Adjunto adnominal
Que horas são?
– Interjeição
Representa surpresa, e recebe acento. É usado com ponto de – Complemento nominal
exclamação. O partido a que sou afiliado é este.
Quê! Todos sumiram!
– Adjunto adverbial
– Partícula expletiva (ou de realce) Esta é a empresa em que trabalho.
É uma expressão dispensável no ponto de sintático.
Quase que ela tropeçou. – Agente da passiva
Encontrou-se a arma por que ele foi alvejado.
– Conjunção subordinativa
a) Integrante: inicia a oração subordinada substantiva. Pode Funções do “SE”
ser trocada pelo termo “isso”.
É certo que ele seja reconhecido. Funções morfológicas

b) Causal: carrega em si a relação de causa e efeito. Pode ser – Conjunção subordinativa


substituída por “porque”. a) Integrante:
Faça tudo certo, que se sua mãe chega e vê vira uma fera! Não sei se vocês já foram à Londres.

c) Comparativa: b) Condicional:
Os homens são mais lentos que as mulheres. Se você prefere ser feliz, arrisque-se.

d)Temporal: c) Concessiva:
“Já são oito anos passados que nos separamos.” Se não traçou o próprio destino, ficou à mercê da sorte.

33
LÍNGUA PORTUGUESA
d) Causal:
Se ele sabe o que quer da vida, sabe que precisa tratar bem uma mulher.

– Conjunção coordenativa alternativa


Se há lágrimas, se há risos, a felicidade habita em seu coração.

– Pronome (ou partícula) apassivador


Vendem-se ovos.

– Partícula (ou índice) de indeterminação do sujeito


Vive-se bem.

– Parte integrante de verbo


Ele se arrependeu de tê-la deixado.

– Partícula expletiva ou de realce (junto a verbos intransitivos)


Passam-se as horas.

– Pronome
a) Reflexivo:
Ele feriu-se com a faca.

b) Recíproco:
Mãe e filho deram-se as mãos.

Funções sintáticas: Como pronome, o se pode exercer as seguintes funções sintáticas:

– Objeto direto
Marina se apressou em pedir perdão.

– Objeto indireto
O réu reservou-se no direito de permanecer calado.

– Sujeito (de uma oração infinitiva)


Marcus deixou-se estar à espera dela.”

FONÉTICA E FONOLOGIA: SOM E FONEMA, ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS E DÍGRAFOS

Fonética
Segundo o dicionário Houaiss, fonética “é o estudo dos sons da fala de uma língua”. O que isso significa? A fonética é um ramo da
Linguística que se dedica a analisar os sons de modo físico-articulador. Ou seja, ela se preocupa com o movimento dos lábios, a vibra-
ção das cordas vocais, a articulação e outros movimentos físicos, mas não tem interesse em saber do conteúdo daquilo que é falado.
A fonética utiliza o Alfabeto Fonético Internacional para representar cada som.

Sintetizando: a fonética estuda o movimento físico (da boca, lábios...) que cada som faz, desconsiderando o significado desses
sons.

Fonologia
A fonologia também é um ramo de estudo da Linguística, mas ela se preocupa em analisar a organização e a classificação dos sons,
separando-os em unidades significativas. É responsabilidade da fonologia, também, cuidar de aspectos relativos à divisão silábica, à
acentuação de palavras, à ortografia e à pronúncia.

Sintetizando: a fonologia estuda os sons, preocupando-se com o significado de cada um e não só com sua estrutura física.

34
LÍNGUA PORTUGUESA
Para ficar mais claro, leia os quadrinhos:

(Gibizinho da Mônica, nº73, p.73)

O humor da tirinha é construído por meio do emprego das palavras acento e assento. Sabemos que são palavras diferentes, com
significados diferentes, mas a pronúncia é a mesma. Lembra que a fonética se preocupa com o som e representa ele por meio de um
Alfabeto específico? Para a fonética, então, essas duas palavras seriam transcritas da seguinte forma:

ACENTO ASẼTU
ASSENTO ASẼTU

Percebeu? A transcrição é idêntica, já que os sons também são. Já a fonologia analisa cada som com seu significado, portanto, é
ela que faz a diferença de uma palavra para a outra.
Bom, agora que sabemos que fonética e fonologia são coisas diferentes, precisamos de entender o que é fonema e letra.

Fonema: os fonemas são as menores unidades sonoras da fala. Atenção: estamos falando de menores unidades de som, não de
sílabas. Observe a diferença: na palavra pato a primeira sílaba é pa-. Porém, o primeiro som é pê (P) e o segundo som é a (A).
Letra: as letras são as menores unidades gráfica de uma palavra.

Sintetizando: na palavra pato, pa- é a primeira sílaba; pê é o primeiro som; e P é a primeira letra.
Agora que já sabemos todas essas diferenciações, vamos entender melhor o que é e como se compõe uma sílaba.

Sílaba: A sílaba é um fonema ou conjunto de fonemas que emitido em um só impulso de voz e que tem como base uma vogal.
A sílabas são classificadas de dois modos:

Classificação quanto ao número de sílabas:


As palavras podem ser:
– Monossílabas: as que têm uma só sílaba (pé, pá, mão, boi, luz, é...)
– Dissílabas: as que têm duas sílabas (café, leite, noites, caí, bota, água...)
– Trissílabas: as que têm três sílabas (caneta, cabeça, saúde, circuito, boneca...)
– Polissílabas: as que têm quatro ou mais sílabas (casamento, jesuíta, irresponsabilidade, paralelepípedo...)

Classificação quanto à tonicidade


As palavras podem ser:
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-já, ra-paz, u-ru-bu...)
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, sa-bo-ne-te, ré-gua...)
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)

35
LÍNGUA PORTUGUESA
Lembre-se que: mero e a pessoa. Tais morfemas não formam novas palavras, mas
Tônica: a sílaba mais forte da palavra, que tem autonomia flexionam, variam, mudam levemente a forma da mesma palavra,
fonética. indicando certos aspectos. Portanto, não confunda desinência
Átona: a sílaba mais fraca da palavra, que não tem autonomia com sufixo!
fonética. Elas podem ser nominais (gênero e número) ou verbais (mo-
Na palavra telefone: te-, le-, ne- são sílabas átonas, pois são do-temporais e número-pessoais).
mais fracas, enquanto que fo- é a sílaba tônica, já que é a pronun- aluna, aluno, alunas, alunos, estávamos (pretérito imperfeito
ciada com mais força. do modo indicativo/ 1º pessoa do plural)

Agora que já sabemos essas classificações básicas, precisa- Agora sim! Já sabemos um pouco da base que nos ajudará a
mos entender melhor como se dá a divisão silábica das palavras. entender melhor os processos de formação de palavras.
Existem algumas maneiras para a formação de novos vocábu-
Divisão silábica los na língua, logo esta parte trata justamente dos diversos modos
A divisão silábica é feita pela silabação das palavras, ou seja, como as palavras se formam. Os principais processos são estes:
pela pronúncia. Sempre que for escrever, use o hífen para separar derivação, composição, onomatopeia (reduplicação), abreviação
uma sílaba da outra. Algumas regras devem ser seguidas neste (redução), siglonimização, hibridismo, palavra-valise (combina-
processo: ção).
Não se separa:
• Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal na mes- A Derivação é um processo de multiplicação e reaproveita-
ma sílaba (cau-le, gai-o-la, ba-lei-a...) mento de um vocábulo pelo acréscimo de sufixos e prefixos. Ela
• Tritongo: encontro de uma semivogal, uma vogal e uma se- pode ser prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria.
mivogal na mesma sílaba (Pa-ra-guai, quais-quer, a-ve-ri-guou...) • Derivação sufixal: livraria, livrinho, livresco.
• Dígrafo: quando duas letras emitem um único som na pa- • Derivação prefixal: reter, deter, conter.
lavra. Não separamos os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu (fa-cha-da, • Parassintética: envelhecer (en + velho + ecer), aterrar (a +
co-lhei-ta, fro-nha, pe-guei...) terra + ar), abençoar (a + bênção + ar).
• Encontros consonantais inseparáveis: re-cla-mar, psi-có-lo- • Regressiva: atrasar > atraso, demorar > demora, tossir >
-go, pa-trão...) tosse, engasgar > engasgo, telefonar > telefone
• Imprópria (conversão): Você tem aracnofobia? (radical) /
Deve-se separar: Eu tenho muitas fobias. (substantivo)
• Hiatos: vogais que se encontram, mas estão é sílabas vizi- • Ocorre Composição quando uma palavra é constituída por
nhas (sa-ú-de, Sa-a-ra, ví-a-mos...) dois ou mais radicais. Há dois tipos de composição: por justaposi-
• Os dígrafos rr, ss, sc, e xc (car-ro, pás-sa-ro, pis-ci-na, ex- ção e por aglutinação. Vejamos!
-ce-ção...) • Composição por justaposição: pontapé (ponta + pé), vai-
• Encontros consonantais separáveis: in-fec-ção, mag-nó-lia, vém (vai + vem), passatempo (passa + tempo)
rit-mo...) • Composição por aglutinação: boquiaberto (boca + aberta),
mundividência (mundo + vidência),fidalgo (filho de algo)

FORMAÇÃO DE PALAVRAS Outros processos de formação de palavras:


• Onomatopeia: bangue-bangue, zum-zum-zum, blá-blá-blá.
Antes de estudarmos os processos de formação de palavras, • Abreviação: televisão > tevê, motocicleta > moto, fotografia
precisamos relembrar alguns conceitos de estrutura das palavras > foto
que irão nos ajudar bastante. A parte de Estrutura das Palavras • Siglonimização: UFMG (Universidade Federal de Minas Ge-
trata dos conceitos de radical, prefixo, sufixo e desinência. Veja- rais), PT (Partido dos Trabalhadores), Petrobras (Petróleo do Bra-
mos, rapidamente, cada uma delas. sil S/A)
Radical é a base da palavra, é a parte responsável pela signi- • Hibridismo: socio/logia (latim e grego), auto/móvel (grego e
ficação principal dela, assim como pela formação de novas. Sem latim), tele/visão (grego e latim)
radical não há palavra(s). • Palavra-valise: sofrer + professor > sofressor, aborrecer +
amargo, amargor, amargura, amargurar, amargurado adolescente > aborrecente

Os afixos são morfemas derivacionais ligados ao radical e ca- USO DA CRASE


pazes de modificar o seu significado, formando palavras novas.
Existem dois tipos: os prefixos e os sufixos.
O Prefixo vem antes do radical para ampliar sua significação e A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a
formar nova palavra. é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
ateu, analfabeto, anestesia demonstrativo.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
O Sufixo vem depois do radical para ampliar seu sentido e
formar nova palavra. • Devemos usar crase:
pançudo, maçudo – Antes palavras femininas:
Iremos à festa amanhã
Desinências são morfemas flexionais colocados após os ra- Mediante à situação.
dicais. Apenas indicam, no caso dos nomes, o gênero e o número O Governo visa à resolução do problema.
das palavras; no caso dos verbos, indicam o modo, o tempo, o nú-

36
LÍNGUA PORTUGUESA
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de” Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas minorar preconceitos. A maioria dos entrevistados (59%), hoje,
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a: discorda de que crianças com deficiência devam aprender só na
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial. companhia de colegas na mesma condição.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substan- Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de contar
tivos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a com pessoal capacitado, em cada estabelecimento, para lidar com
crase. Mas... há crase, sim! necessidades específicas de cada aluno. O censo escolar indica 1,2
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir- milhão de alunos assim categorizados. Embora tenha triplicado o
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante. número de professores com alguma formação em educação es-
pecial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no
– Expressões fixas país. Não se concebe que possa haver um especialista em cada
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de sala de aula.
crase: As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à estrutura para o atendimento inclusivo, as salas de recursos. Aí,
vontade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às ve- ao menos um profissional preparado se encarrega de receber o
zes, às pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à es- aluno e sua família para definir atividades e de auxiliar os docen-
querda, à direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à tes do período regular nas técnicas pedagógicas.
mão, às escondidas, à medida que, à proporção que. Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. Com-
• NUNCA devemos usar crase: pete ao Estado disseminar essas iniciativas exitosas por seus es-
– Antes de substantivos masculinos: tabelecimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado segregar em salas especiais os estudantes com deficiência – que
a pé. não se confunde com incapacidade, como felizmente já vamos
aprendendo.
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou (Editorial. Folha de S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado)
plural) usado em sentido generalizador:
Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
Assinale a alternativa em que, com a mudança da posição do
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a
pronome em relação ao verbo, conforme indicado nos parênte-
homem.
ses, a redação permanece em conformidade com a norma-padrão
de colocação dos pronomes.
– Antes de artigo indefinido “uma”
(A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alunos com
Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
deficiência. (incluem-se)
(B) ... em educação especial inclusiva, contam-se não muito
– Antes de pronomes
mais que 100 mil deles no país. (se contam)
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.
(C) Não se concebe que possa haver um especialista em cada
sala de aula. (concebe-se)
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
(D) Aí, ao menos um profissional preparado se encarrega de
A quem vocês se reportaram no Plenário?
receber o aluno... (encarrega-se)
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
(E) ... que não se confunde com incapacidade, como felizmente
já vamos aprendendo. (confunde-se)
– Antes de verbos no infinitivo
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.
2. (Prefeitura de Caranaíba - MG - Agente Comunitário de
Saúde - FCM - 2019)
EXERCÍCIOS
Dieta salvadora
A ciência descobre um micróbio adepto de um
1. (Prefeitura de Piracicaba - SP - Professor - Educação Infan-
alimento abundante: o lixo plástico no mar.
til - VUNESP - 2020)
O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar
Escola inclusiva
o câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não consegue dar um
destino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brin-
É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros con-
dar os mares, rios e lagoas com seus próprios dejetos. Intoxica-os
cordam que há melhora nas escolas quando se incluem alunos
também com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até
com deficiência.
carcaças de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num cur-
Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre
so d’água, subterrâneo ou a céu aberto, que se encaminha inevi-
os Direitos das Pessoas com Deficiência e assumiu o dever de uma
tavelmente para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se
educação inclusiva, era comum ouvir previsões negativas para tal
formam, da Guanabara ao Pacífico.
perspectiva generosa. Apesar das dificuldades óbvias, ela se tor-
De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itá-
nou lei em 2015 e criou raízes no tecido social.
lia, China e dos Emirados Árabes descobriram em duas ilhas gre-
A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente qua-
gas um micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no
lificados até para o mais básico, como o ensino de ciências; o que
plástico jogado ao mar. Parece que, depois de algum tempo ao sol
dizer então de alunos com gama tão variada de dificuldades.
e atacado pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou
Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o
duro, como o das embalagens, fica quebradiço – no ponto para
enfrentado por cadeirantes, a problemas de aprendizado criados
que os micróbios, de guardanapo ao pescoço, o decomponham
por limitações sensoriais – surdez, por exemplo – e intelectuais.

37
LÍNGUA PORTUGUESA
e façam a festa. Os cientistas estão agora criando réplicas desses O problema, no entanto, é substancialmente econômico. O
micróbios, para que eles ajudem os micróbios nativos a devorar o dilema ambiental só se revela como tal quando o meio ambiente
lixo. Haja estômago. passa a ser limite para o avanço da atividade econômica. É nesse
Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco sentido que a chamada internalização da externalidade negativa
Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explorador descobre na exige justificativa para uma atuação contra-fática.
costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher Uma nuvem de problematização supostamente filosófica
pérolas e construir diques submarinos. Em troca das pérolas que as também rondaria a discussão. Antropocêntricos acreditam que a
salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se defende- proteção ambiental seria narcisística, centrada e referenciada no
rem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se re- próprio homem. Os geocêntricos piamente entendem que a natu-
produzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, aprendem a fa- reza deva ser protegida por próprios e intrínsecos fundamentos e
lar e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo. características. Posições se radicalizam.
Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem A linha de argumento do ambientalista ingênuo lembra-nos
se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as salaman- o “salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura Walter Ben-
dras aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os mi- jamin, em uma de suas teses sobre a filosofia da história. Qual
cróbios no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo. um tigre mergulhamos no passado, e apenas apreendemos o que
Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Folha de interessa para nossa argumentação. É o que se faz, a todo tempo.
S. Paulo. Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019. (Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em: https://
www.conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019. Adaptado)
Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao verbo,
possuem três posições: próclise (antes do verbo), mesóclise (no (*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo conhe-
meio do verbo) e ênclise (depois do verbo). cido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela sobrevivência
Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes oblíquos na natureza.
nos trechos a seguir.
I – A próclise se justifica pela presença da palavra negativa: Assinale a alternativa que reescreve os trechos destacados
“E não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus empregando pronomes, de acordo com a norma-padrão de re-
próprios dejetos.” gência e colocação.
II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada por ver- Uma nuvem de problematização supostamente filosófica
bo: “Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computa- também rondaria a discussão. / Alguma ingenuidade conceitual
dores, sofás e até carcaças de automóveis.” poderia marcar o ambientalismo apologético.
III – A próclise é sempre empregada quando há locução ver- (A) ... lhe rondaria ... o poderia marcar
bal: “Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem (B) ... rondá-la-ia ... poderia marcar ele
se tornar as salamandras de Čapek.” (C) ... rondaria-a ... podê-lo-ia marcar
IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise: “O ser (D) ... rondaria-lhe ... poderia o marcar
humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e (E) ... a rondaria ... poderia marcá-lo
produzir um ‘Dom Quixote’”.
4. (Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho - PE - Técnico em
Está correto apenas o que se afirma em Saneamento - IBFC - 2019)
(A) I e II.
(B) I e III. Vou-me embora pra Pasárgada,
(C) II e IV. lá sou amigo do Rei”.
(D) III e IV. (M.Bandeira)

3. (Prefeitura de Birigui - SP - Educador de Creche - VUNESP Quanto à regra de colocação pronominal utilizada, assinale a
- 2019) alternativa correta.
(A) Ênclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemente bus- pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado posposto
ca indícios de que o problema ambiental seja universal (e de fato é), ao verbo.
atemporal (nem tanto) e generalizado (o que é desejável). Alguma (B) Próclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
ingenuidade conceitual poderia marcar o ambientalismo apologéti- pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado posposto
co; haveria dilemas ambientais em todos os lugares, tempos, cultu- ao verbo.
ras. É a bambificação(*) da natureza. Necessária, no entanto, como (C) Mesóclise: em orações iniciadas com verbos no presente
condição de sobrevivência. Há quem tenha encontrado normas ou pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito romano. São posto ao verbo.
Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria o santo padroeiro (E) Próclise: em orações iniciadas com verbos no imperativo
das causas ambientais; falava com plantas e animais. afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado posposto ao verbo.
A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, instin-
tiva, predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e este
é o meu argumento, quando muito, e agora utilizo uma catego-
ria freudiana, a pretensão de proteção ambiental seria pulsional,
dado que resiste a uma pressão contínua, variável na intensidade.
Assim, numa dimensão qualitativa, e não quantitativa, é que se
deveria enfrentar a questão, que também é cultural. E que cultu-
ralmente pode ser abordada.

38
LÍNGUA PORTUGUESA
5. (Prefeitura de Peruíbe - SP - Inspetor de Alunos - VUNESP (A) impor-nas ... lhes garantam
- 2019) (B) impor-lhes ... as garantam
(C) impô-las ... lhes garantam
Pelo fim das fronteiras (D) impô-las ... as garantam
(E) impor-lhes ... lhes garantam
Imigração é um fenômeno estranho. Do ponto de vista pu-
ramente racional, ela é a solução para vários problemas globais. 7. (Prefeitura de Blumenau - SC - Professor - Geografia – Ma-
Mas, como o mundo é um lugar menos racional do que deveria, tutino- FURB – 2019)
pessoas que buscam refúgio em outros países costumam ser rece-
bidas com desconfiança quando não com violência, o que diminui O tradicional desfile do aniversário de Blumenau, que com-
o valor da imigração como remédio multiuso. pleta 169 anos de fundação nesta segunda-feira, teve outra data
No plano econômico, a plena mobilidade da mão de obra se- especial para comemorar: os 200 anos de nascimento do Doutor
ria muito bem-vinda. Segundo algumas estimativas, ela faria o PIB Hermann Blumenau. __________ 15 mil pessoas que estiveram
mundial aumentar em até 50%. Mesmo que esses cálculos este- na Rua XV de Novembro nesta manhã acompanhando o desfile,
jam inflados, só uma fração de 10% já significaria um incremento de acordo com estimativa da Fundação Cultural, conheceram um
da ordem de US$ 10 trilhões (uns cinco Brasis). pouco mais da vida do fundador do município. [...] O desfile tam-
Uma das principais razões para o mundo ser mais pobre do bém apresentou aspectos da colonização alemã no Vale do Itajaí.
que poderia é que enormes contingentes de humanos vivem sob Dessa forma, as bandeiras e moradores das 42 cidades do territó-
sistemas que os impedem de ser produtivos. Um estudo de 2016 rio original de Blumenau, que foi fundado por Hermann, também
de Clemens, Montenegro e Pritchett estimou que só tirar um tra- estiveram representadas na Rua XV de Novembro. [...]
balhador macho sem qualificação de seu país pobre de origem e Disponível em: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/desfi-
transportá-lo para os EUA elevaria sua renda anual em US$ 14 mil. le-em-blumenau-comemora-o-aniversario-da-cidade-e-os-200-a-
A imigração se torna ainda mais tentadora quando se con- nos-do-fundador>.Acesso em: 02 set. 2019.[adaptado]
sidera que é a resposta perfeita para países desenvolvidos que
enfrentam o problema do envelhecimento populacional. No mesmo excerto “Dessa forma, as bandeiras e moradores
Não obstante tantas virtudes, imigrantes podem ser mal- das 42 cidades do território original de Blumenau, que foi fun-
tratados e até perseguidos quando cruzam a fronteira, especial- dado por Hermann, também estiveram representadas na Rua XV
mente se vêm em grandes números. Isso está acontecendo até de Novembro.”, a palavra destacada pertence à classe gramatical:
no Brasil, que não tinha histórico de xenofobia. Desconfio de que (A) conjunção
estão em operação aqui vieses da Idade da Pedra, tempo em que (B) pronome
membros de outras tribos eram muito mais uma ameaça do que (C) preposição
uma solução. (D) advérbio
De todo modo, caberia às autoridades incentivar a imigração, (E) substantivo
tomando cuidado para evitar que a chegada dos estrangeiros dê
pretexto para cenas de barbárie. Isso exigiria recebê-los com inte- 8. (Prefeitura de Blumenau - SC - Professor - Português – Ma-
ligência, minimizando choques culturais e distribuindo as famílias tutino - FURB – 2019)
por regiões e cidades em que podem ser mais úteis. É tudo o que
não estamos fazendo. Determinado, batalhador, estudioso, dedicado e inquieto.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol. Muitos são os adjetivos que encontramos nos livros de história
com.br/colunas/.28.08.2018. Adaptado) para definir Hermann Blumenau. Desde os primeiros anos da co-
Considere as frases: lônia, esteve determinado a construir uma casa melhor para viver
• países desenvolvidos que enfrentam o problema do enve- com sua família, talvez em um terreno que lhe pertencia no mor-
lhecimento populacional. (4º parágrafo) ro do aipim. Infelizmente, nunca concretizou este sonho, porém,
• ... minimizando choques culturais e distribuindo as famílias nunca deixou de zelar por tudo aquilo que lhe dizia respeito.[...]
por regiões e cidades em que podem ser mais Disponível em: <https://www.blumenau.sc.gov.br/secreta-
úteis. (6º parágrafo) rias/fundacao-cultural/fcblu/memaoria-digital-ao-comemoraa-
caao-200-anos-dr-blumenau85>. Acesso em: 05 set. 2019. [adap-
A substituição das expressões em destaque por pronomes tado]
está de acordo com a norma-padrão de emprego e colocação em:
(A) enfrentam-no; distribuindo-lhes. Sobre a colocação dos pronomes átonos nos excertos: “...tal-
(B) o enfrentam; lhes distribuindo. vez em um terreno que lhe pertencia no morro do aipim.” e “...ze-
(C) o enfrentam; distribuindo-as. lar por tudo aquilo que lhe dizia respeito.”, podemos afirmar que
(D) enfrentam-no; lhes distribuindo. ambas as próclises estão corretas, pois o verbo está precedido
(E) lhe enfrentam; distribuindo-as. de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. Assinale
a alternativa que identifica essas palavras atrativas dos excertos:
6. (Prefeitura de Peruíbe - SP – Secretário de escola - VU- (A) palavras de sentido negativo
NESP - 2019) (B) advérbios
Considere a frase a seguir. Como as crianças são naturalmen- (C) conjunções subordinativas
te agitadas, cabe aos adultos impor às crianças limites que garan- (D) pronomes demonstrativos
tam às crianças um desenvolvimento saudável. Para eliminar as (E) pronomes relativos
repetições da frase, as expressões destacadas devem ser substi-
tuídas, em conformidade com a norma-padrão da língua, respec-
tivamente, por

39
LÍNGUA PORTUGUESA
9. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualida- 13. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode
de é a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que ser retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma
NÃO se fundamenta em intertextualidade é: padrão na seguinte sentença:
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido (A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
há muito tempo.” (B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se (C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
mete onde não é chamada.” (D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente (E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
mesmo!”
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, 14. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMA-
tudo bem.” GEM DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.” sinais de pontuação em:
(A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi-
10. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a dados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
série em que o hífen está corretamente empregado nas cinco pa- (B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
lavras: teiramente pela porta?
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- (C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
-vermelho. tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in- (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui-
fra-assinado. to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico. irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con- (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arrepen-
trarregra. deria. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria cuida-
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- do com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
-mencionado.
15. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira-
11. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – mente correta a pontuação do seguinte período:
2003) Indique o item em que todas as palavras estão corretamen- (A) Os personagens principais de uma história, responsáveis
te empregadas e grafadas. pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque-
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po- nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente
der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de sem importância, ditam o rumo de toda a história.
qualquer excesso e violência. (B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo importância, ditam o rumo de toda a história.
isso, num modo de intervenção específico. (C) Os personagens principais de uma história, responsáveis
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento providências, que, tomadas por figurantes aparentemente,
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol- sem importância, ditam o rumo de toda a história.
ta que ambos possam suscitar. (D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po- pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem
corpo dos supliciados. importância, ditam o rumo de toda a história.
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um (E) Os personagens principais de uma história, responsáveis,
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con- pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque-
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente,
organização em delinqüência. sem importância, ditam o rumo de toda a história.

12. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚ- 16. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título
NIOR – 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à or- do artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:
tografia é: (A) pronome;
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade (B) adjetivo;
extraordinária de imitar vários estilos musicais. (C) advérbio;
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti- (D) substantivo;
mentos pessoais por meio de sua música. (E) preposição.
(C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das com-
posições do músico na cultura ocidental. 17. Assinale a alternativa que apresenta a correta classifica-
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compositor ção morfológica do pronome “alguém” (l. 44).
termina em uma cena de reconciliação entre os personagens. (A) Pronome demonstrativo.
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se deve (B) Pronome relativo.
mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração. (C) Pronome possessivo.
(D) Pronome pessoal.
(E) Pronome indefinido.

40
LÍNGUA PORTUGUESA

18. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos sublinhados classificam-se, respectivamente, em
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.

19. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está correta.
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que 35% deles fosse despejado em aterros.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta de lixo.

20. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012) Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as rela-
ções de concordância no texto abaixo.
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucrati-
vidade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favoráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, deflacio-
nados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de salários
fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência social. Não
menos relevantes foram os elevados ganhos de capital, responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF.
(A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de plural em “deflacionados”.
(B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural em “Elevaram-se”.
(C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as regras de concordância com “economia”.
(D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de singular em “fez aumentar”.
(E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância com “relevantes”.

21. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberdades ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase acima, na ordem dada, as expressões:
(A) a que – de que;
(B) de que – com que;
(C) a cujas – de cujos;
(D) à que – em que;
(E) em que – aos quais.

22. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008) Assinale o trecho que apresenta erro de regência.
(A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fecha o ano
de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a maior taxa registrada na última década.
(B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a conhecida
Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
(C) Não há dúvida de que os números são bons, num momento em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em que se revela
queda no desemprego e até se anuncia a ampliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de novas fontes de petróleo.
(D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente, percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuída a Argen-
tina (8,6%) e a alguns outros países com participação menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina.
(E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia, com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro da Amé-
rica Latina, o organismo internacional está atribuindo um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do que o do Brasil.

41
LÍNGUA PORTUGUESA
23. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDE- 29. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – AD-
RAL – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado cor- MINISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de
retamente por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase. ser um processo de observação cristalina para assumir um discur-
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos. so de políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta. quase nada retratam as necessidades de populações distintas.”.
(C) Pretendo viajar a Paraíba. A oração grifada no trecho acima classifica-se como:
(D) Ele gosta de bife à cavalo. (A) subordinada substantiva predicativa;
(B) subordinada adjetiva restritiva;
24. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na ora- (C) subordinada substantiva subjetiva;
ção “Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando (D) subordinada substantiva objetiva direta;
o ataque, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, ob- (E) subordinada adjetiva explicativa.
serva-se a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-
-alta. Nas locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que 30. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009)
deve ser marcada com o acento, EXCETO em: No trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados
(A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema. são classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como:
(B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do “Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia,
eleitorado pelo resultado final. mas nunca à custa de nossos filhos...”
(C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema. (A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sin-
(D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolúvel. dética adversativa;
(E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sis- (B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética expli-
tema. cativa;
(C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adverbial
25. Levando-se em consideração os conceitos de frase, ora- concessiva;
ção e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é conside- (D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada
rado um (a): sindética adversativa;
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças (E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial con-
americanas, entre na fila.” cessiva.
(A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
subordinadas. 31. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No pe-
(B) Período, composto por três orações. ríodo “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve
(C) Oração, pois possui sentido completo. um governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar
(D) Período, pois é composto por frases e orações.
a história.”, a oração sublinhada é classificada como:
(A) coordenada assindética;
26. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS
(B) subordinada substantiva completiva nominal;
– 2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não
(C) subordinada substantiva objetiva indireta;
dormiu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a se-
(D) subordinada substantiva apositiva.
gunda oração.
(A) Oração coordenada assindética aditiva.
32. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS
(B) Oração coordenada sindética aditiva.
– 2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa or-
(C) Oração coordenada sindética adversativa.
(D) Oração coordenada sindética explicativa. dem, o seguinte par de palavras:
(E) Oração coordenada sindética alternativa. (A) estrondo – ruído;
(B) pescador – trabalhador;
27. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) (C) pista – aeroporto;
Leia a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem (D) piloto – comissário;
fazer exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente (E) aeronave – jatinho.
as duas orações.
(A) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver- 33. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA
sativa. PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma
(B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva. questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é
(C) Oração coordenada assindética e oração coordenada aditiva. sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque
(D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecutiva. tem como antônimo:
(E) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver- (A) fortuna;
bial consecutiva. (B) opulência;
(C) riqueza;
28. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) (D) escassez;
Analise sintaticamente a oração em destaque: (E) abundância.
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recom-
pensados” (Machado de Assis). Leia o texto abaixo para responder a questão.
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal. A lama que ainda suja o Brasil
(B) oração subordinada adverbial causal. Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
(C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida.
(D) oração coordenada sindética conclusiva.
(E) oração coordenada sindética explicativa.

42
LÍNGUA PORTUGUESA
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um Leia o texto abaixo para responder as questões.
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasi-
leira: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante UM APÓLOGO
de um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Machado de Assis.
Rio Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de
recuperação efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
Tampouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enro-
e pela anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi lada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
a aplicação da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há ga- — Deixe-me, senhora.
rantias de que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que
e a calha profunda e larga se transformou num córrego raso”, diz está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre
Malu Ribeiro, coordenadora da rede de águas da Fundação SOS que me der na cabeça.
Mata Atlântica, sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
volume de rejeitos se tornou uma bomba relógio na região.” Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris- tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a
cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se- dos outros.
gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos — Mas você é orgulhosa.
16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições — Decerto que sou.
de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar — Mas por quê?
órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do ama, quem é que os cose, senão eu?
senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você igno-
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco ra que quem os cose sou eu, e muito eu?
regulatório da mineração, por sua vez, também concede prioridade à — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos judiciais, pedaço ao outro, dou feição aos babados…
o que não será interessante para o setor empresarial”, diz Maurício — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com o avanço puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
mando…
dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
— Também os batedores vão adiante do imperador.
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA
— Você é imperador?
MA+QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
34. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da barone-
fato.
sa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa,
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence
que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou
ao gênero textual editorial. a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
já que se trata de uma reportagem. orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar
se trata de um editorial. a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não
Analise as assertivas e responda: repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou
(A) Somente a I é correta. aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima…
(B) Somente a II é incorreta. A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
(C) Somente a III é correta agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
(D) A III e IV são corretas. o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
35. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
ainda suja o Brasil”: c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até
no desenvolvimento do assunto. que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro- Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira,
blemas no uso de conjunções e preposições. que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho,
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido
de palavras e da ordem sintática. da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da
temática e bom uso dos recursos coesivos. agulha, perguntou-lhe:

Analise as assertivas e responda: — Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da
(A) Somente a I é correta. baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que
(B) Somente a II é incorreta. vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
(C) Somente a III é correta. a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
(D) Somente a IV é correta. Vamos, diga lá.

43
LÍNGUA PORTUGUESA
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Agulha não tem cabeça.” (L.06)
Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me (C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
espetam, fico. pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
Contei esta história a um professor de melancolia, que me (D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
disse, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha nária!” (L.43)
a muita linha ordinária! (E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
(L.25)
36. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de
Assis e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as 39. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de
personagens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, modo metafórico, considerando as relações existentes em um
indique a opção em que a fala não é compatível com a associação ambiente de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a
entre os elementos dos textos: uma ideia presente no texto:
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho,
cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente
coletivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes
do sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.

40. (CÂMARA DE PIRACICABA - SP – JORNALISTA – VUNESP


– 2019)

Na frase – Tem coisa que  não pode cancelar. –, o vocábulo


(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en- destacado é um pronome relativo, retomando o substantivo
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02) “coisa”. Assinale a alternativa em que o vocábulo em destaque
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. também exerce função pronominal, retomando um substantivo.
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06) (A) Ela tem uma sapucaia,  que  produz um ouriço usado no
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, cultivo de algumas espécies.
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço (B) Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia.
e mando...” (L.14-15) (C) Mas quando é que vou poder colher o ouriço?
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? (D) No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; mais importante era rir.
eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando (E) – Com o rompimento da barragem, tivemos  que  reduzir
abaixo e acima.” (L.25-26) custos.
(E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de 41. (UFPB – TODOS OS CARGOS- UFPB – 2012)
costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
Onde me espetam, fico.” (L.40-41) “Nesse sentido, deve-se destacar que a ANS incluiu no rol de
procedimentos as diretrizes  que  balizam e orientam a utilização
37. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar ou- das novas técnicas.” (linhas 30 -31 - 32)
tros valores semânticos além da noção de dimensão, como afeti-
vidade, pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afir- Considerando os mecanismos de coesão textual e as relações
mar que os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas sintático-semânticas dos termos destacados nesse fragmento, jul-
“unidinha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de: gue a assertiva abaixo.
(A) dimensão e pejoratividade;
(B) afetividade e intensidade; Os termos “se” e “que”, nas duas ocorrências, são formas
(C) afetividade e dimensão; pronominais.
(D) intensidade e dimensão; ( ) Certo
(E) pejoratividade e afetividade. ( ) Errado

38. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-


mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alter-
nativa cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da ex-
pressividade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.

44
LÍNGUA PORTUGUESA
42. ( ADEPARÁ - Fiscal Estadual Agropecuário - Medicina Ve- Sobre a função dos vocábulos “que” e “se”, assinale a alter-
terinária – INSTITUTO AOCP – 2018) nativa correta.
(A) Em “O medo, assim como a dor, é um mecanismo de pro-
A vida é muito curta para ser pequena teção  que  a natureza coloca para nós.”, o termo destacado
Por Mario Sergio Cortella funciona como uma conjunção subordinativa integrante.
(B) Em “Se não tem, crie.”, a palavra destacada tem a função
Cuidado, a vida é muito curta para ser pequena. É preciso de partícula apassivadora.
engrandecê-la. E, para isso, é preciso tomar cuidado com duas (C) Em “[...] tem muita gente que cuida demais do urgente e
coisas: a primeira é que tem muita gente que cuida demais do deixa de lado o importante.”, o vocábulo em destaque é um
urgente e deixa de lado o importante. Cuida da carreira, do di- pronome relativo.
nheiro, do patrimônio, mas deixa o importante de lado. Depois (D) Em “[...] eu espero que dê certo [...]”, o termo destacado
não dá tempo. é um pronome relativo.
A segunda grande questão é gente que se preocupa muito (E) Em “O essencial é o que não pode não ser [...]”, a palavra
com o fundamental e deixa o essencial de lado. O essencial é tudo em destaque é uma conjunção subordinativa integrante.
aquilo que não pode não ser: amizade, fraternidade, solidarieda-
de, sexualidade, religiosidade, lealdade, integridade, liberdade, 43.(PREFEITURA DE JOAÇABA - SC- ASSISTENTE SOCIAL –
felicidade. Isso é essencial. Fundamental é tudo aquilo que te aju- APRENDER-SC- 2016)
da a chegar ao essencial. Fundamental é a tua ferramenta, como Analise a função sintática das palavras QUE e SE, respecti-
uma escada. vamente, destacadas no período abaixo: “O grupo vai revisar a
Uma escada é algo que me ajuda a chegar a algum lugar. Nin- situação a partir das evidências novas  que  surgiram e o resul-
guém tem uma escada para ficar nela. Dinheiro não é essencial. tado de novas pesquisas para avaliar  se  precisam adotar novas
Dinheiro é fundamental. Sem ele, você tem problema, mas ele, recomendações”
em si, não resolve. Emprego é fundamental, carreira é fundamen- (A) ambas exercem função de conjunção integrante.
tal. O essencial é o que não pode não ser. Essencial é aquilo que (B) ambas são pronomes relativos
faz com que a vida não se apequene. Que faz com que a gente (C) Que é conjunção explicativa e Se partícula apassivadora
seja capaz de transbordar. Repartir vida. Repartir o essencial, a (D) Que é pronome relativo e SE é conjunção condicional.
amizade, a amorosidade, a fraternidade, a lealdade. Repartir a ca-
pacidade de ter esperança e, para isso, ter coragem. Coragem não 44. (IBFC – TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ANALISTA DE RE-
é a ausência de medo. DES – IBFC – 2019)
Coragem é a capacidade de enfrentar o medo. O medo, assim Leia com atenção a história mítica “La Loba” escrita por Cla-
como a dor, é um mecanismo de proteção que a natureza coloca rissa Pinkola Estés, com tradução de Waldéa Barcellos, para res-
para nós. Se você e eu não tivermos medo nem dor, ficamos muito ponder a questão.
vulneráveis. Porque a dor é um alerta e a dor nos prepara. É preci-
so coragem para que a nossa obra não se apequene. E, para isso, La Loba (Adaptado)
precisamos ter esperança.
E, como dizia o grande Paulo Freire, “tem de ser esperança Existe uma velha que vive num lugar oculto de que todos sa-
do verbo esperançar”. Tem gente que tem esperança do verbo bem, mas que poucos já viram. Como nos contos de fadas da Eu-
esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. ropa oriental, ela parece esperar que cheguem até ali pessoas que
“Ah, eu espero que dê certo, espero que resolva, espero que fun- se perderam, que estão vagueando ou à procura de algo.
cione.” Isso não é esperança. Esperançar é ir atrás, é se juntar, é Ela é circunspecta, quase sempre cabeluda e invariavelmen-
não desistir. Esperançar é achar, de fato, que a vida é muito curta te gorda, e demonstra especialmente querer evitar a maioria das
para ser pequena. E precisamos pensar se estamos nos dedicando pessoas. Ela sabe crocitar e cacarejar, apresentando geralmente
ao importante em vez de ao urgente. Tem gente que diz: “Ah, mas mais sons animais do que humanos. (...)
eu não tenho tempo”. Atenção: tempo é uma questão de priori- O único trabalho de La Loba é o de recolher ossos. Sabe-se
dade, de escolha. que ela recolhe e conserva especialmente o que corre o risco de
Quando eu digo que não tenho tempo para isso, estou dizen- se perder para o mundo. Sua caverna é cheia dos ossos de todos
do que isso não é importante para mim. Cuidado, você já viu infar- os tipos de criaturas do deserto: o veado, a cascavel, o corvo. Di-
tado que não tem tempo? Se ele sobreviver, ele arruma um tem- zem, porém, que sua especialidade reside nos lobos.
po. O médico dizia “você não pode fazer isso, tem de andar todos Ela se arrasta sorrateira e esquadrinha as montanhas (...), lei-
os dias”. Se ele infartar e sobreviver, no outro dia você vai vê-lo, tos secos de rios, à procura de ossos de lobos e, quando consegue
às 6 horas da manhã, andando. Se ele tinha tempo, que ele teve reunir um esqueleto inteiro, quando o último osso está no lugar e
de arrumar agora, por que não fez isso antes? Você tem tempo? a bela escultura branca da criatura está disposta à sua frente, ela
Se não tem, crie. Talvez precisemos rever as nossas prioridades. senta junto ao fogo e pensa na canção que irá cantar.
Será que estamos cuidando do urgente e deixando o importante Quando se decide, ela se levanta e aproxima-se da criatura,
de lado? Será que não estamos atrás do fundamental, em vez de ir ergue seus braços sobre o esqueleto e começa a cantar. É aí que
em busca do essencial? E assim, contribuir com meu verso! os ossos das costelas e das pernas do lobo começam a se forrar de
Disponível em:<https://www.asomadetodosafetos. carne, e que a criatura começa a se cobrir de pelos. La Loba canta
com/2016/07/a-vida-e-muito-curta-para-ser-pequena-mario-ser- um pouco mais, e uma proporção maior da criatura ganha vida.
gio-cor.html> . Acesso em: 20 set. 2018.  Seu rabo forma uma curva para cima, forte e desgrenhado.
La Loba canta mais, e a criatura-lobo começa a respirar. E La
Loba ainda canta, com tanta intensidade que o chão do deserto
estremece, e enquanto canta, o lobo abre os olhos, dá um salto e
sai correndo pelo desfiladeiro.

45
LÍNGUA PORTUGUESA
Em algum ponto da corrida, quer pela velocidade, por atra-
vessar um rio respingando água, quer pela incidência de um raio GABARITO
de sol ou de luar sobre seu flanco, o lobo de repente é transfor-
mado numa mulher que ri e corre livre na direção do horizonte. 1 D
Por isso, diz-se que, se você estiver perambulando pelo de-
serto, por volta do pôr-do-sol, e quem sabe esteja um pouco per- 2 A
dido, cansado, sem dúvida você tem sorte, porque La Loba pode 3 E
simpatizar com você e lhe ensinar algo — algo da alma. 4 A
(Fonte: ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os
lobos. Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem. Tra- 5 C
dução Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1994, pg. 6 E
43-44.)
7 B
De acordo com o texto e a Norma Culta da Língua Portuguesa, 8 E
assinale a alternativa correta: 9 E
(A) No trecho “e a bela escultura branca da criatura está dis-
10 D
posta à sua frente”, o acento grave é facultativo no termo
destacado. 11 B
(B) No trecho “Por isso, diz-se  que,  se  você estiver 12 C
perambulando pelo deserto”, as palavras destacadas
desempenham mesma função sintática” 13 B
(C) Nos trechos “quando o último osso”, “quer pela incidên- 14 E
cia” e “um rio respingando água”, as palavras destacadas re- 15 A
cebem acento gráfico devido à mesma regra gramatical.
(D) No trecho “Sabe-se  que  ela recolhe e conserva 16 A
especialmente o que corre o risco de se perder para o 17 E
mundo”, as palavras destacadas têm a mesma classificação 18 B
morfológica.
19 E
20 A
21 A
22 D
23 A
24 D
25 B
26 C
27 C
28 E
29 A
30 D
31 B
32 E
33 D
34 C
35 D
36 E
37 D
38 D
39 D
40 A
41 B
42 C
43 D
44 A

46
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
1. Estruturas lógicas. Lógica de argumentação. Diagramas lógicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Teoria de conjuntos: conjuntos numéricos, números naturais, inteiros, racionais e reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3. Relações, Equações de 1º e 2º graus, sistemas. Inequações do 1º e do 2º grau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4. Funções do 1º grau e do 2º grau e sua representação gráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5. Matrizes e Determinantes. Sistemas Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6. Análise Combinatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
7. Geometria espacial. Geometria de sólidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

ESTRUTURAS LÓGICAS. LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO. DIAGRAMAS LÓGICOS

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO

Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
consiste nos seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO

Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL

O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL

Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.


Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do co-
nhecimento por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

1
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que
podemos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

2
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F cor-
respondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V

3
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamen-
tos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a propo-
sição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

4
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quanti-
dade certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

5
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos
(da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que
apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples compo-
nentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se-
guinte teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro-
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
Tautologia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

6
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (propo-
sições). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

7
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade
(F) quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argu-
mentos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

8
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Conectivo “ou” (v)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

9
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Conectivo “Se e somente se” (↔)
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
quer questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemá-
tica prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos
(da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que
apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

10
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplo: Propriedades
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo- • Reflexiva:
sição ~P ∧ P é: – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(A) uma tautologia. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição. • Transitiva:
(D) uma contingência. – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(E) uma disjunção. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
Resolução: – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
Montando a tabela teremos que:
Regras de Inferência
P ~p ~p ^p • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógi-
cas de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em
V F F outras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de
V F F proposições verdadeiras já existentes.
F V F
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante


de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição


Q(p,q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verda-
deira. Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simboli- • Silogismo Disjuntivo
camente temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente dis-


tintos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um co-
nectivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação
lógica que pode ou não existir entre duas proposições.
• Modus Ponens
Exemplo:

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia: • Modus Tollens

- Somente uma contradição implica uma contradição:

11
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Tautologias e Implicação Lógica – Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
• Teorema uma proposição categórica em universal ou particular. A classifi-
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,- cação dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Observe que: Teremos duas possibilidades.
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é
também elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente
de “Todo B é A”.
Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação ló- • Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
gica p ^ ~p ⇒ q Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer pro- entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o
posição q. mesmo que dizer “nenhum B é A”.
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a diagrama (A ∩ B = ø):
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam propo-
sições com quantificadores. Numa proposição categórica, é im-
portante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma
coerente e que a proposição faça sentido, não importando se é
verdadeira ou falsa.
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
Vejamos algumas formas: Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
- Todo A é B. posição:
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características des-
sas proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.

– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposi-


ção categórica em afirmativa ou negativa.

12
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
“A” tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. não miam alto.
Contudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
todo A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele
é pardo.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B”
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três Resolução:
representações possíveis: Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, se-
guindo o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou
nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descar-
tamos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por:
Todo A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mes-
vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
mo que Algum B não é A.
(A) Todos os não psicólogos são professores.
(B) Nenhum professor é psicólogo.
• Negação das Proposições Categóricas
(C) Nenhum psicólogo é professor.
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
as seguintes convenções de equivalência:
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular.
Resolução:
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma propo- Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a ne-
sição categórica particular geramos uma proposição categórica gação de um quantificador universal categórico afirmativo se faz
universal. através de um quantificador existencial negativo. Logo teremos:
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, Pelo menos um professor não é psicólogo.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, Resposta: E
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa. • Equivalência entre as proposições
Em síntese: Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo
na resolução de questões.

Exemplo:
Exemplos: (PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto. a cinco”?
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da (A) Todo número natural é menor do que cinco.
afirmação anterior é: (B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par- (C) Todo número natural é diferente de cinco.
dos. (D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos. (E) Existe um número natural que é diferente de cinco.

13
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pe-
de-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com
Todos e Nenhum, que também são universais.
Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
tes formas:
ALGUM
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as al-
ternativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários pro-
blemas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que en-
volvam argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argu-
mento podem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
ALGUM
Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas: O
A NÃO é B

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
TODO não são B (enquanto que, no “Algum A é
A B”, a atenção estava sobre os que eram B,
AéB
ou seja, na intercessão).
Se um elemento pertence ao conjunto A, Temos também no segundo caso, a dife-
então pertence também a B. rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRA-
ÇÃO – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa
NENHUM de cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum tea-
E tro é casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
AéB
(A) existem cinemas que não são teatros.
Existe pelo menos um elemento que (B) existe teatro que não é casa de cultura.
pertence a A, então não pertence a B, e (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
vice-versa. (D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

14
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução: (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Er-
Vamos chamar de: rado, a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
Cinema = C nos afirma isso
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. –
Correta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
- Existem teatros que não são cinemas todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas
do argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do
argumento.

Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC


Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o últi-
mo diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.
mesmo princípio acima.

15
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Argumentos Válidos Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto
bem construído), quando a sua conclusão é uma consequência em comum.
obrigatória do seu conjunto de premissas. Tomemos agora as representações gráficas das duas premis-
sas vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-


TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é vá-
lido, independentemente do conteúdo das premissas ou da con-
clusão! Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
• Como saber se um determinado argumento é mesmo vá- necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
lido? junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!)
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando do conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que Argumentos Inválidos
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como Dizemos que um argumento é inválido – também denomi-
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premis- nado ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a
sa P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos represen- verdade das premissas não é suficiente para garantir a verdade
tar essa frase da seguinte maneira: da conclusão.

Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois


as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança,
pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças
gostam de chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo ar-
tifício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela
primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.
Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-
mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime
é de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

16
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argu-
mento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim,
o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre
quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na
construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvanta-
gem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibili-
dade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobrire-
mos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

17
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.

- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposições simples?


A resposta também é não! Portanto, descartamos também o 2º método.
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposição simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta tam-
bém é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo 3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!

18
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma utilizando isso temos:
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am- O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernan-
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores do estava estudando. // B → ~E
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar Iniciando temos:
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
argumento é ou NÃO VÁLIDO. = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
tem que ser F.
Resolução pelo 4º Método 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Te- // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
remos: vai ao cinema tem que ser V.
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é ver- 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
dadeiro! = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas sai de casa tem que ser F.
verdadeiras! Teremos: 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são (V). // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando
verdadeiros, então a primeira parte da condicional acima também pode ser V ou F.
é verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
Logo: r é verdadeiro.
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! ao cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois
temos dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no Resposta: Errado
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência
simultânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
que o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma
fada, então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então
Exemplos: Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tris-
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as teza é uma bruxa.
seguintes proposições sejam verdadeiras. Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
• Quando Fernando está estudando, não chove. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
• Durante a noite, faz frio. (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o Resolução:


item subsecutivo. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclu-
( ) Certo são o valor lógico (V), então:
( ) Errado (4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo
(F) → V
Resolução:
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: (F) → V
A = Chove (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bru-
B = Maria vai ao cinema xa(F) → V
C = Cláudio fica em casa (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
D = Faz frio
E = Fernando está estudando Logo:
F = É noite Temos que:
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) Esmeralda não é fada(V)
Lembramos a tabela verdade da condicional: Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será ver-


dadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a
única que contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

19
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA
Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos
o passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles
trabalham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente des-
cobrir o nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que
ficam meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acer-
ca dos grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a ne-
nhuma dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

20
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenche-
mos sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas con-
clusões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não
vamos fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples.
Vamos continuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo
é o advogado, podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

21
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que − Luiz não viajou para Fortaleza.
é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Ma-
ria é casada com o médico (que é Luís). Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está
resolvido: Luiz N N N
Arnaldo N N
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS Mariana N N S N
Carlos Engenheiro Patrícia Paulo N N
Luís Médico Maria
Agora, completando o restante:
Paulo Advogado Lúcia Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janei- Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
ro, todos para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Luiz N S N N
Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viaja-
Arnaldo S N N N
ram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; Mariana N N S N
− Mariana viajou para Curitiba; Paulo N N N S
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza. Resposta: B

É correto concluir que, em janeiro, Quantificador


(A) Paulo viajou para Fortaleza. É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os
(B) Luiz viajou para Goiânia. quantificadores são utilizados para transformar uma sentença
(C) Arnaldo viajou para Goiânia. aberta ou proposição aberta em uma proposição lógica.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.
QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
Resolução:
Vamos preencher a tabela: Tipos de quantificadores
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
• Quantificador universal (∀)
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo
Exemplo:
− Mariana viajou para Curitiba; Todo homem é mortal.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Na representação do diagrama lógico, seria:
Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é


Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
homem.
Luiz N N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclu-
Arnaldo N N sões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Mariana N N S N
2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Paulo N N

22
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B. Exemplos:
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão Todo cavalo é um animal. Logo,
(∀ (x) (A (x) → B). (A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclu- (B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
são de conjuntos, por isso está associada ao operador da condi- (C) Todo animal é cavalo.
cional. (D) Nenhum animal é cavalo.

Aplicando temos: Resolução:


x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for- A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes con-
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x clusões:
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira? – Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador, – Se é cavalo, então é um animal.
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
julgar, logo, é uma proposição lógica. de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda for-
ma de conclusão).
• Quantificador existencial (∃) Resposta: B
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a propo-
sição (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números
reais (R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos
reais (R) tal que x + y = x.
Exemplo: – 1º passo: observar os quantificadores.
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase é: X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
os valores de x devem satisfazer a propriedade.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elemen-
tos x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- Existe sim! y = 0.
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: X + 0 = X.
(∃ (x)) (A (x) ∧ B). Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está
Aplicando temos: correto.
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) Resposta: CERTO
∈ N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal
que x + 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a TEORIA DE CONJUNTOS: CONJUNTOS NUMÉRICOS,
sentença será verdadeira? NÚMEROS NATURAIS, INTEIROS, RACIONAIS E REAIS
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica. Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode ser
ATENÇÃO: expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é São exemplos de números racionais:
B” é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é -12/51
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. -3

Forma simbólica dos quantificadores -(-3)


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). -2,333...
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B). As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?

Representação Decimal das Frações


Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais

23
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.
decimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas Números Irracionais
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racional Identificação de números irracionais
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se – Todas as dízimas periódicas são números racionais.
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, – Todos os números inteiros são racionais.
que trataremos mais a frente. – Todas as frações ordinárias são números racionais.
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um nú-
mero racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma
, com a e b inteiros e b≠0.

Representação Fracionária dos Números Decimais Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.


1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o
denominador seguido de zeros. – O quociente de dois números irracionais, pode ser um nú-
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa, mero racional.
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

– O produto de dois números irracionais, pode ser um núme-


ro racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então


como podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima
dada de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333...

E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333... Fonte: www.estudokids.com.br
9x=3
X=3/9
X=1/3

24
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maio-
res ou iguais a A.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x≥a}

Intervalos limitados Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maio-


Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais res que a.
a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:[a,b] Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b} Conjunto:{x ϵ R|x>a}

Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que b. Potenciação


Multiplicação de fatores iguais

2³=2.2.2=8
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{xϵR|a<x<b} Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a
ou iguais a A e menores do que B.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e


menores ou iguais a b. 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta
em um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
Intervalos Ilimitados em um número negativo.
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


Intervalo:]-∞,b] para positivo e inverter o número que está na base.
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b}

25
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do 64 2
expoente, o resultado será igual a zero.
32 2
16 2
8 2
4 2
Propriedades 2 2
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mes-
1
ma base, repete-se a base e soma os expoentes.
64=2.2.2.2.2.2=26
Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
e multiplica.

Observe:
2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.
Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
1 1 1
Exemplos: 3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
96 : 92 = 96-2 = 94
De modo geral, se

a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
3) (a ) Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se
m n

os expoentes.
Então:
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56 n
a.b = n a .n b

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado


é igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do
radicando.
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um
Raiz quadrada de frações ordinárias
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3²
1 1

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, pode- 2 2 2 2 2


2
mos elevar separados.
Observe: =  = 1 =
3 3 3
32
a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n =
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indica-
Radiciação
do é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos
Radiciação é a operação inversa a potenciação
do radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se
mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números
primos. Veja:

26
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Operações
EXERCÍCIOS

1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL


SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150
Operações candidatos em apenas duas categorias: nível superior e nível mé-
dio.
Sabe-se que:
Multiplicação • dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é igual ao
Exemplo de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres.

O número de candidatos homens de nível médio é


Divisão (A) 42.
(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.
Exemplo
2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -
MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e
José foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o compe-
Adição e subtração tidor que obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam
incrementados 6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10”
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. com 1 falta, Maria Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07”
com 2 faltas, Raoni fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 fal-
8 2 20 2 ta. Verificando a colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:
(A) José
4 2 10 2 (B) Isabella
2 2 5 5 (C) Maria Eduarda
1 1 (D) Raoni

3. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -


MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é:
(A) 0,2222...
Caso tenha: (B) 0,6666...
(C) 0,1616...
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. (D) 0,8888...

Racionalização de Denominadores 4. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2017)


Normalmente não se apresentam números irracionais com Se, numa divisão, o divisor e o quociente são iguais, e o resto é 10,
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos sendo esse resto o maior possível, então o dividendo é
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador. (A) 131.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela (B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.

5. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) As expressões


numéricas abaixo apresentam resultados que seguem um padrão
específico:

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. 1ª expressão: 1 x 9 + 2


2ª expressão: 12 x 9 + 3
3ª expressão: 123 x 9 + 4
...
7ª expressão: █ x 9 + ▲
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de
quadrados no denominador: Seguindo esse padrão e colocando os números adequados no
lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª expressão será

27
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(A) 1 111 111. 10. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI-
(B) 11 111. SOR – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de determinada
(C) 1 111. empresa tem o mesmo número de mulheres e de homens. Certa
(D) 111 111. manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens dessa equipe saíram
(E) 11 111 111. para um atendimento externo.

6. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Durante um Desses que foram para o atendimento externo, a fração de
treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio co- mulheres é:
mercial informou que, nos cinquenta anos de existência do pré- (A) 3/4;
dio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas situações de (B) 8/9;
risco, felizmente controladas a tempo. Segundo ele, 1/13 dessas (C) 5/7;
situações deveu-se a ações criminosas, enquanto as demais situ- (D) 8/13;
ações haviam sido geradas por diferentes tipos de displicência. (E) 9/17.
Dentre as situações de risco geradas por displicência,
GABARITO
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inadequada-
mente;
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas; 1. Resposta: B.
− 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e; 150-82=68 mulheres
− As demais foram geradas por descuidos ao cozinhar. Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são
de nível médio.
De acordo com esses dados, ao longo da existência desse pré- Portanto, há 37 homens de nível superior.
dio comercial, a fração do total de situações de risco de incêndio 82-37=45 homens de nível médio.
geradas por descuidos ao cozinhar corresponde à
(A) 3/20. 2. Resposta: D.
(B) 1/4. Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vence-
(C) 13/60. dor.
(D) 1/5.
(E) 1/60. 3. Resposta: B.
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
7. (ITAIPU BINACIONAL - PROFISSIONAL NÍVEL TÉCNICO X=0,4444....
I - TÉCNICO EM ELETRÔNICA – NCUFPR/2017) Assinale a alter- 10x=4,444...
nativa que apresenta o valor da expressão 9x=4

(A) 1.
(B) 2.
(C) 4.
(D) 8. 4. Resposta: A.
(E) 16. Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número 11 que
é igua o quociente.
8. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV- 11x11=121+10=131
GO/2017)
5. Resposta: E.
Qual o resultado de ? A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111

(A) 3 6. Resposta: D.
(B) 3/2
(C) 5
(D) 5/2

9. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI- Gerado por descuidos ao cozinhar:


SOR – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .

Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:


(A) 1;
(B) 2; Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1-1/13)
(C) 3;
(D) 4;
(E) 6.

28
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
7. Resposta: C. Nada mais é que pensarmos em uma balança.

8. Resposta: D.
A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a equação
também.
No exemplo temos:
3x+300
Outro lado: x+1000+500
E o equilíbrio?
9. Resposta: C. 3x+300=x+1500
2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12 Quando passamos de um lado para o outro invertemos o sinal
4N=12 3x-x=1500-300
N=3 2x=1200
X=600
10. Resposta: E.
Como tem o mesmo número de homens e mulheres: Exemplo
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas – FGV/2015) A ida-
de de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das idades
de seus dois filhos, Paulo e Pierre. Pierre é três anos mais velho do
que Paulo. Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
Dos homens que saíram: idade que Pedro tem hoje.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é:
(A) 72;
(B) 69;
(C) 66;
Saíram no total (D) 63;
(E) 60.

Resolução
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar na lin-
guagem matemática o que está no texto.
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3

RELAÇÕES, EQUAÇÕES DE 1º E 2º GRAUS, SISTEMAS. “Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade
INEQUAÇÕES DO 1º E DO 2º GRAU que Pedro tem hoje.”

Equação 1º grau
Equação é toda sentença matemática aberta representada
por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que repre- A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das
sentam números desconhecidos. idades de seus dois filhos,
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutível Pe=2(Pi+Pa)
à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chamados coe- Pe=2Pi+2Pa
ficientes, com a≠0.
Lembrando que:
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numérico de x Pi=Pa+3
que, substituindo no 1º membro da equação, torna-se igual ao 2º
membro. Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

29
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Pa+3+10=2Pa+3 Se ∆ < 0 não há solução, pois não existe raiz quadrada real de
Pa=10 um número negativo.
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13 Se ∆ = 0, há duas soluções iguais:
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69
Resposta: B.

Equação 2º grau Se ∆ > 0, há soluções reais diferentes:

A equação do segundo grau é representada pela fórmula ge-


ral:

ax2+bx+c=0 Relações entre Coeficientes e Raízes

Onde a, b e c são números reais, a≠0. Dada as duas raízes:

Discussão das Raízes

Soma das Raízes

Se for negativo, não há solução no conjunto dos números


reais. Produto das Raízes

Se for positivo, a equação tem duas soluções:

Composição de uma equação do 2ºgrau, conhecidas as raízes

Podemos escrever a equação da seguinte maneira:


Exemplo
x²-Sx+P=0

Exemplo
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau.

Solução
S=x1+x2=-2+7=5
, portanto não há solução real. P=x1.x2=-2.7=-14
Então a equação é: x²-5x-14=0

Exemplo
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A soma
das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando somamos
os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A mais velha das duas
tem:
(A) 24 anos
(B) 26 anos
(C) 31 anos
(D) 33 anos

Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:

30
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
J²-44J+468=0 Inequação -Quociente
∆=(-44)²-4.1.468 Na inequação- quociente, tem-se uma desigualdade de fun-
∆=1936-1872=64 ções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está divi-
dindo a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da
função que se encontra no denominador, pois não existe divisão
por zero. Com isso, a função que estiver no denominador da ine-
quação deverá ser diferente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolução de
uma inequação - produto, de modo que devemos analisar o sinal
das funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções.

Exemplo
Resolva a inequação a seguir:
Substituindo em A
A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Resposta: B. x-2≠0
x≠2
Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa por
uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza
um sinal de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os
sinais de desigualdade:
>: maior
<: menor
≥: maior ou igual
≤: menor ou igual

O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da equa-


ção, onde temos que organizar os termos semelhantes em cada
membro, realizando as operações indicadas. No caso das inequa-
ções, ao realizarmos uma multiplicação de seus elementos por Sistema de Inequação do 1º Grau
–1com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva, inverte- Um sistema de inequação do 1º grau é formado por duas ou
mos o sinal representativo da desigualdade. mais inequações, cada uma delas tem apenas uma variável sendo
que essa deve ser a mesma em todas as outras inequações envol-
Exemplo 1 vidas.
4x + 12 > 2x – 2 Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º grau:
4x – 2x > – 2 – 12
2x > – 14
x > –14/2
x>–7

Inequação - Produto Vamos achar a solução de cada inequação.


Quando se trata de inequações - produto, teremos uma desi- 4x + 4 ≤ 0
gualdade que envolve o produto de duas ou mais funções. Portan- 4x ≤ - 4
to, surge a necessidade de realizar o estudo da desigualdade em x≤-4:4
cada função e obter a resposta final realizando a intersecção do x≤-1
conjunto resposta das funções.
Exemplo

a)(-x+2)(2x-3)<0
S1 = {x ϵ R | x ≤ - 1}

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:


x+1≤0
x≤-1

31
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.
EXERCÍCIOS
S2 = { x ϵ R | x ≤ - 1}
1. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -
Calculando agora o CONJUNTO SOLUÇÃO da inequação MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um número na-
Temos: tural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes esse número.
S = S1 ∩ S2 Qual é esse número?
(A) 2
(B) 3
(C) 4
(D) 5

2. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VUNESP/2017)


Um carro parte da cidade A em direção à cidade B pela rodovia
que liga as duas cidades, percorre 1/3 do percurso total e para no
Portanto: ponto P. Outro carro parte da cidade B em direção à cidade A pela
mesma rodovia, percorre 1/4 do percurso total e para no ponto Q.
S = { x ϵ R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1] Se a soma das distâncias percorridas por ambos os carros até os
pontos em que pararam é igual a 28 km, então a distância entre os
Inequação 2º grau pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, igual a
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que pode ser (A) 26.
escrita numa das seguintes formas: (B) 24.
ax²+bx+c>0 (C) 20.
ax²+bx+c≥0 (D) 18.
ax²+bx+c<0 (E) 16.
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c≤0 3. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VUNESP/2017)
ax²+bx+c≠0 Nelson e Oto foram juntos a uma loja de materiais para constru-
ção. Nelson comprou somente 10 unidades iguais do produto
Exemplo P, todas de mesmo preço. Já Oto comprou 7 unidades iguais do
Vamos resolver a inequação3x² + 10x + 7 < 0. mesmo produto P, e gastou mais R$ 600,00 na compra de outros
materiais. Se os valores totais das compras de ambos foram exata-
Resolvendo Inequações mente iguais, então o preço unitário do produto P foi igual a
Resolver uma inequação significa determinar os valores reais (A) R$ 225,00.
de x que satisfazem a inequação dada. (B) R$ 200,00.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x que (C) R$ 175,00.
tornem a expressão 3x² + 10x +7negativa. (D) R$ 150,00.
(E) R$ 125,00.

4. (ITAIPU BINACIONAL -PROFISSIONAL NÍVEL TÉCNICO I


- TÉCNICO EM ELETRÔNICA – NCUFPR/2017) Considere a equa-
ção dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternativa que apresen-
ta a soma das duas soluções dessa equação.
(A) 0.
(B) 1.
(C) -1.
(D) 6.
(E) -6.

5. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV-


GO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, 15 tri-
ciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de 269 rodas,
quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
(B) 47
(C)50
(D) 52

6. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV-


GO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x² - 6x + 3 = 0
S = {x ϵ R / –7/3 < x < –1}
tenha duas raízes reais iguais é

32
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(A) 3 2. Resposta: C.
(B) 2
(C) −1
(D) −6

7. (IPRESB - AGENTE PREVIDENCIÁRIO – VUNESP/2017) MMC (3,4)=12


Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a 4/5 do 4x+3x=336
seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do salário líquido 7x=336
recebido nesse mês para pagamento do aluguel, e que poupou X=48
2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ainda, com R$ 1.620,00 para A distância entre A e B é 48km
outros gastos, então o seu salário bruto do mês de setembro foi Como já percorreu 28km
igual a 48-28=20 km entre P e Q.
(A) R$ 6.330,00.
(B) R$ 5.625,00. 3. Resposta: B.
(C) R$ 5.550,00. Sendo x o valor do material P
(D) R$ 5.125,00. 10x=7x+600
(E) R$ 4.500,00. 3x=600
X=200
8. (SESAU/RO – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – FUN-
RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua idade 4. Resposta: E.
atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte idade: 2x²+12x+10=0
(A) 12. ∆=12²-4⋅2⋅10
(B) 14. ∆=144-80=64
(C) 16.
(D) 17.
(E) 18.

9. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – PROFESSOR –


PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raízes iguais a x1 e
x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
(A) 1/2 .
(B) 3.
(C) 3/2 . A soma das duas é -1-5=-6
(D) 12.
(E) 28. 5. Resposta: B.
Vamos fazer a conta de rodas:
10 (PREF. DO RIO DE JANEIRO – AGENTE DE ADMINISTRA- Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
ÇÃO – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao perguntar para João 18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
qual era a sua idade atual, recebi a seguinte resposta: 4x=269-36-45
- O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, diminuída do 4x=188
quíntuplo da minha idade há três anos atrás representa a minha X=47
idade atual. A soma dos algarismos do número que representa,
em anos, a idade atual de João, corresponde a: 6. Resposta: B
(A) 6 ∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0
(B) 7 36-24m+12=0
(C) 10 -24m=-48
(D) 14 M=2

7. Resposta: B.
GABARITO Salário liquido: x

1. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
9x=40500
X=4500

Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém.

33
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

SALARIO FRAÇÃO Gráfico Cartesiano

Y --------------- 1
4500 --------------- 4/5

5625

8. Resposta: D.
Idade atual: x
X+24=3x
2x=24
X=12
Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.

9. Resposta: C.
∆=(-28)²-4.8.12 Muitas vezes nos deparamos com situações que envolvem
∆=784-384 uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago na conta
∆=400 de luz depende do consumo medido no período; o tempo de uma
viagem de automóvel depende da velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o do-
mínio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir
com mais rigor o que é uma função matemática utilizando a lin-
guagem da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma re-


lação de A em B.
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada ele-
mento x do conjunto A está associado um e apenas um elemento
y do conjunto B.

10. Resposta: C. Notação: f: A→B (lê-se função f de A em B)


Atual: x
5(x+8)-5(x-3)=x Domínio, contradomínio, imagem
5x+40-5x+15=x O domínio é constituído por todos os valores que podem ser
X=55 atribuídos à variável independente. Já a imagem da função é for-
Soma: 5+5=10 mada por todos os valores correspondentes da variável depen-
dente.

FUNÇÕES DO 1º GRAU E DO 2º GRAU E SUA REPRE- O conjunto A é denominado domínio da função, indicada por
SENTAÇÃO GRÁFICA D. O domínio serve para definir em que conjunto estamos traba-
lhando, isto é, os valores possíveis para a variável x.
O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
Diagrama de Flechas Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no
contradomínio. A esse valor de y damos o nome de imagem de x
pela função f. O conjunto de todos os valores de y que são ima-
gens de valores de x forma o conjunto imagem da função, que
indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}criamos
a função f: A→B. definida por f(x) = x + 5 que também pode ser
representada por y = x + 5. A representação, utilizando conjuntos,
desta função, é:

34
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
mínio e da imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor
do coeficiente a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é
crescente, e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.

Função Crescente: a > 0


De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfico que
os valores de y vão crescendo.

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contradomínio


é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im = {6, 9, 12}

Classificação das funções


Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio
apresentam imagens também distintas no contradomínio.

Função Decrescente: a < 0


Nesse caso, os valores de y, caem.

Sobrejetora: Quando todos os elementos do contradomínio


forem imagens de pelo menos um elemento do domínio.

Raiz da função
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em
Bijetora: Quando apresentar as características de função inje- que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor de y igual
tora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos dis- a zero, pois no momento em que a reta intersecta o eixo x, y = 0.
tintos têm sempre imagens distintas e todos os elementos do con- Observe a representação gráfica a seguir:
tradomínio são imagens de pelo menos um elemento do domínio.

Função 1º grau Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da


A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obtidos raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com
de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, assim, a base na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e
função f(x) = ax + b. isolando o valor de x (raiz da função).
X=-b/a
Estudo dos Sinais
Definimos função como relação entre duas grandezas repre- Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema com
sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de duas equações para acharmos o valor de a e b.
formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax
+ b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de Exemplo:
zero. Esse modelo de função possui como representação gráfica a Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.
figura de uma reta, portanto, as relações entre os valores do do-

35
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
F(1)=1a+b A função não tem raízes reais
3=a+b
F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b Raízes
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2

Portanto,
a=3-b
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo
grau tem a seguinte forma: Vértices e Estudo do Sinal
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0 Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima
f(x)=a(x-x1)(x-x2) e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavi-
dade voltada para baixo e um ponto de máximo V.
É essencial que apareça ax² para ser uma função quadrática e
deve ser o maior termo. Em qualquer caso, as coordenadas de V são .

Concavidade Veja os gráficos:


A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo
se a<0

Discriminante(∆)
∆ = b²-4ac
∆>0

A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois pontos dis-


tintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando ∆=0 , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao eixo x, no


ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante ∆ = 0, as duas


raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
∆<0

36
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Função decrescente

Se 0 < a < 1 temos uma função exponencial decrescente em


todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x
aumenta, y diminui. Graficamente observamos que a curva da
Equação Exponencial função é decrescente.
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de
uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.

Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)

O número e é um número irracional e positivo e em função da


definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1

Este número é denotado por e em homenagem ao matemáti-


co suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a estudar
as propriedades desse número.

O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:


e = 2,7182818284
Função exponencial
A expressão matemática que define a função exponencial é Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser
uma potência. Nesta potência, a base é um número real positivo e escrita como a potência de base e com expoente x, isto é:
diferente de 1 e o expoente é uma variável. ex = exp(x)

Função crescente Propriedades dos expoentes


Se a > 1 temos uma função exponencial crescente, qualquer Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número
que seja o valor real de x. racional, então:
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida - a x a y= a x + y
que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos - a x / a y= a x - y
que a curva da função é crescente. - (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

37
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Logaritmo Mudança de Base
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a
≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N na base a Exemplo


Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
a) log 6
b) log1,5
c) log 16
Ainda com base na definição podemos estabelecer condições
de existência: Solução
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781

Exemplo

Função Logarítmica

Uma função dada por , em que a constan-


te a é positiva e diferente de 1, denomina-se função logarítmica.

Consequências da Definição

EXERCÍCIOS

Propriedades 1. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Uma lo-


cadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de carros a
seus clientes:
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem livre.
Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilômetro ro-
dado.

Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos quilôme-


tros precisam ser rodados para que o valor do aluguel pelo Plano
A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?
(A) 30.
(B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

38
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
2. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Um ven-
dedor recebe um salário mensal composto de um valor fixo de R$
1.300,00 e de uma parte variável. A parte variável corresponde a
uma comissão de 6% do valor total de vendas que ele fez durante
o mês. O salário mensal desse vendedor pode ser descrito por
uma expressão algébrica f(x), em função do valor total de vendas
mensal, representado por x.
A expressão algébrica f(x) que pode representar o salário
mensal desse vendedor é
(A) f(x) = 0,06x + 1.300.
(B) f(x) = 0,6x + 1.300.
(C) f(x) = 0,78x + 1.300.
(D) f(x) = 6x + 1.300.
(E) f(x) = 7,8x + 1.300.

3. (CONSANPA – TÉCNICO INDUSTRIAL – FADESP/2017)


Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por uma
fonte a vazão constante e tem a altura de sua coluna d’água (em
metros), em função do tempo (em dias), descrita pelo seguinte
gráfico: Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são
(A)-0,5 e 2,5.
(B) -0,5 e 3.
(C) -1 e 2.
(D) -1 e 2,5.
(E) -1 e 3.

6. (EMBASA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC/2017) A


soma das coordenadas do vértice da parábola da função f(x) = – x²
+ 8x – 12 é igual a:
(A) 4
Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros, o nú- (B) 6
mero de dias necessários para que a fonte encha o reservatório (C) 8
inicialmente vazio é (D) 10
(A) 18
(B) 12 7. (EMBASA – ASSISTENTE DE LABORATÓRIO – IBFC/2017)
(C) 8
(D) 6 Substituindo o valor da raiz da função , na
função g(x) = x2 - 4x + 5, encontramos como resultado:
4. (TRT – 14ªREGIÃO -TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2016) (A) 12
Carlos presta serviço de assistência técnica de computadores em (B) 15
empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até o local, mais R$ 25,00 por (C) 16
hora de trabalho até resolver o problema (também são cobradas (D) 17
as frações de horas trabalhadas). Em um desses serviços, Carlos
resolveu o problema e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite 8. (PETROBRAS - TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRABA-
concluir que ele trabalhou nesse serviço LHO JÚNIOR -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais de x
(A) 5 horas e 45 minutos. fazem com que a expressão assuma valor nu-
(B) 6 horas e 15 minutos. mérico igual a 1?
(C) 6 horas e 25 minutos. (A) 2
(D) 5 horas e 25 minutos. (B) 3
(E) 5 horas e 15 minutos. (C) 4
(D) 5
5. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) No sis- (E) 6
tema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, encontram-se
representados o gráfico da função de segundo grau f, definida por
f(x), e o gráfico da função de primeiro grau g, definida por g(x).

39
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
9. (IF/ES – ADMINISTRADOR – IFES/2017) O gráfico que 4.Resposta: B.
melhor representa a função y = 2x , para o domínio em R+ é: F(x)=12+25x
X=hora de trabalho
(A) (B) (C)
168,25=12+25x
25x=156,25
X=6,25 horas
1hora---60 minutos
0,25-----x
X=15 minutos

Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos


(D) (E)
5. Resposta: E.
Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
(x-2)(x+2)=x²-4
A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
Y=ax+b
-1=b
3=2a-1
2a=4
A=2
10. (PETROBRAS - TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRA- Y=2x-1
BALHO JÚNIOR -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de k na
equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exatamente uma Igualando a função do primeiro grau e a função do segundo
raiz? grau:
(A) 0 X²-4=2x-1
(B) 3 X²-2x-3=0
(C) 6 ∆=4+12=16
(D) 9
(E) 12

11. (ITAIPU BINACIONAL -Profissional Nível Técnico I - Técni-


co em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considerando que log105 = 0,7,
assinale a alternativa que apresenta o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50. 6. Resposta: C.
(C)2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.

GABARITO

A soma das coordenadas é igual a 8


1. Resposta: D.
90+0,4x=120 7. Resposta: D.
0,4x=30
X=75km

2. Resposta: A.
6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

3. Resposta: A.
-2x=-12
X=6
Substituindo em g(x)
2x=36 G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17
X=18

40
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
8. Resposta: D.
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero. MATRIZES E DETERMINANTES. SISTEMAS LINEARES
X²+4x-60=0
∆=4²-4.1.(-60) Matriz
∆=16+240 Uma matriz é uma tabela de números reais dispostos segundo
∆=256 linhas horizontais e colunas verticais.
O conjunto ordenado dos números que formam a tabela, é
denominado matriz, e cada número pertencente a ela é chamado
de elemento da matriz.

Tipo ou ordem de uma matriz


As matrizes são classificadas de acordo com o seu número de
linhas e de colunas. Assim, a matriz representada a seguir é deno-
minada matriz do tipo, ou ordem, 3 x 4 (lê-se três por quatro), pois
tem três linhas e quatro colunas. Exemplo:
A base pode ser igual a 1:
X²-5x+5=1
X²-5x+4=0
∆=25-16=9

A base for -1 desde que o expoente seja par:


X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0
Representação genérica de uma matriz
∆=25-24=1 Costumamos representar uma matriz por uma letra maiúscu-
la (A, B, C...), indicando sua ordem no lado inferior direito da letra.
Quando desejamos indicar a ordem de modo genérico, fazemos
uso de letras minúsculas. Exemplo: Am x n.
Da mesma maneira, indicamos os elementos de uma matriz
pela mesma letra que a denomina, mas em minúscula. A linha e
a coluna em que se encontra tal elemento é indicada também no
lado inferior direito do elemento. Exemplo: a11.
Vamos substituir esses dois valores no expoente
X=2:
X²+4x-60
2²+8-60==48
X=3
3²+12-60=-39
Portanto, serão 5 valores.

9. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do zero, é uma
curva.

10. Resposta: E. Exemplo


Kx=(x+3)² (PM/SE – Soldado 3ª Classe – FUNCAB) A matriz abaixo regis-
Kx=x²+6x+9 tra as ocorrências policiais em uma das regiões da cidade durante
X²+(6-k)x+9=0 uma semana.
Para ter uma raiz, ∆=0
∆=b²-4ac
∆=(6-k)²-36=0
36-12k+k²-36=0
k²-12k=0
k=0 ou k=12
Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando o nú-
mero de ocorrência no turno i do dia j da semana.
O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia, soman-
do como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º dia será:

41
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(A) 61
(B) 59
(C) 58
(D) 60
(E) 62

Resolução:
Turno i –linha da matriz
Turno j- coluna da matriz
2º turno do 2º dia – a22=18
3º turno do 6º dia-a36=25
1º turno do 7º dia-a17=19
Somando:18+25+19=62
Resposta: E.

Igualdade de matrizes
Duas matrizes A e B são iguais quando apresentam a mesma ordem e seus elementos correspondentes forem iguais.

Operações com matrizes


Adição: somamos os elementos correspondentes das matrizes, por isso, é necessário que as matrizes sejam de mesma ordem.
A=[aij]m x n; B = [bij]m x n, portanto C = A + B ⇔ cij = aij + bij.

Exemplo
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) Considere a seguinte sentença envolvendo matrizes:

Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o valor de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.

Resolução:

y=10
Resposta: D.

Multiplicação por um número real: sendo k ∈ R e A uma matriz de ordem m x n, a matriz k . A é obtida multiplicando-se todos os
elementos de A por k.

42
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Subtração: a diferença entre duas matrizes A e B (de mesma ordem) é obtida por meio da soma da matriz A com a oposta de B.

Multiplicação entre matrizes: consideremos o produto A . B = C. Para efetuarmos a multiplicação entre A e B, é necessário, antes de
mais nada, determinar se a multiplicação é possível, isto é, se o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B, determinando
a ordem de C: Am x n x Bn x p = Cm x p, como o número de colunas de A coincide com o de linhas de B(n) então torna-se possível o produto,
e a matriz C terá o número de linhas de A(m) e o número de colunas de B(p)

De modo geral, temos:

Exemplo:
(CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA) Assinale a alternativa que apresente o resultado da multiplicação das matrizes A e B abaixo:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

Resolução:

Resposta: B.

43
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Casos particulares
Matriz identidade ou unidade: é a matriz quadrada que possui os elementos de sua diagonal principal iguais a 1 e os demais ele-
mentos iguais a 0. Indicamos a matriz identidade de Ιn, onde n é a ordem da matriz.

Matriz transposta: é a matriz obtida pela troca ordenada de linhas por colunas de uma matriz. Dada uma matriz A de ordem m x n,
obtém-se uma outra matriz de ordem n x m, chamada de transposta de A. Indica-se por At.

Exemplo:
(CPTM – ANALISTA DE COMUNICAÇÃO JÚNIOR – MAKIYAMA) Para que a soma de uma matriz e sua respectiva matriz transposta
At em uma matriz identidade, são condições a serem cumpridas:
(A) a=0 e d=0
(B) c=1 e b=1
(C) a=1/c e b=1/d
(D) a²-b²=1 e c²-d²=1
(E) b=-c e a=d=1/2

Resolução:

2a=1
a=1/2
b+c=0
b=-c
2d=1
D=1/2
Resposta: E.

Matriz inversa: dizemos que uma matriz quadrada A, de ordem n, admite inversa se existe uma matriz A-1, tal que:

Determinantes

Determinante é um número real associado a uma matriz quadrada. Para indicar o determinante, usamos barras. Seja A uma matriz
quadrada de ordem n, indicamos o determinante de A por:

44
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Determinante de uma matriz de 1ª- ordem
A matriz de ordem 1 só possui um elemento. Por isso, o determinante de uma matriz de 1ª ordem é o próprio elemento.

Determinante de uma matriz de 2ª- ordem


Em uma matriz de 2ª ordem, obtém-se o determinante por meio da diferença do produto dos elementos da diagonal principal pelo
produto dos elementos da diagonal secundária.

Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar que o determinante é igual a zero para x igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) -2.
(D) -1.

Resolução:
D = 4 - (-2x)
0 = 4 + 2x
x=-2
Resposta: C.

Regra de Sarrus
Esta técnica é utilizada para obtermos o determinante de matrizes de 3ª ordem. Utilizaremos um exemplo para mostrar como apli-
car a regra de Sarrus. A regra de Sarrus consiste em:
a) Repetir as duas primeiras colunas à direita do determinante.
b) Multiplicar os elementos da diagonal principal e os elementos que estiverem nas duas paralelas a essa diagonal, conservando
os sinais desses produtos.
c) Efetuar o produto dos elementos da diagonal secundária e dos elementos que estiverem nas duas paralelas à diagonal e multi-
plicá-los por -1.
d) Somar os resultados dos itens b e c. E assim encontraremos o resultado do determinante.

Simplificando temos:

Exemplo:
(PREF. ARARAQUARA/SP – AGENTE DA ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO – CETRO)

Dada a matriz , onde , assinale a alternativa que apresenta o valor do determinante de A é


(A) -9.
(B) -8.
(C) 0.
(D) 4.

45
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:

detA = - 1 – 4 + 2 - (2 + 2 + 2) = - 9

Resposta: A.

Teorema de Laplace
Para matrizes quadradas de ordem n ≥ 2, o teorema de Laplace oferece uma solução prática no cálculo dos determinantes. Pelo
teorema, o determinante de uma matriz quadrada A de ordem n (n ≥ 2) é igual à soma dos produtos dos elementos de uma linha ou de
uma coluna qualquer, pelos respectivos co-fatores.

Exemplo:
Dada a matriz quadrada de ordem 3, , vamos calcular det A usando o teorema de Laplace.

Podemos calcular o determinante da matriz A, escolhendo qualquer linha ou coluna. Por exemplo, escolhendo a 1ª linha, teremos:
det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13

Portanto, temos que:


det A = 3. (-21) + 2. 6 + 1. (-12) ⇒ det A = -63 + 12 – 12 ⇒ det A = -63

Exemplo:
(TRANSPETRO – ENGENHEIRO JÚNIOR – AUTOMAÇÃO – CESGRANRIO) Um sistema dinâmico, utilizado para controle de uma rede
automatizada, forneceu dados processados ao longo do tempo e que permitiram a construção do quadro abaixo.

1 3 2 0
3 1 0 2
2 3 0 1
0 2 1 3

A partir dos dados assinalados, mantendo-se a mesma disposição, construiu-se uma matriz M. O valor do determinante associado
à matriz M é
(A) 42
(B) 44
(C) 46
(D) 48
(E) 50

46
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:

Como é uma matriz 4x4 vamos achar o determinante através do teorema de Laplace. Para isso precisamos, calcular os cofatores.
Dica: pela fileira que possua mais zero. O cofator é dado pela fórmula: Para o determinante é usado os números que
sobraram tirando a linha e a coluna.

A13=2.23=46

A43=1.2=2
D = 46 + 2 = 48

Resposta: D.

Determinante de uma matriz de ordem n > 3


Para obtermos o determinante de matrizes de ordem n > 3, utilizamos o teorema de Laplace e a regra de Sarrus. Exemplo:

Escolhendo a 1ª linha para o desenvolvimento do teorema de Laplace. Temos então:


det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13 + a14. A14

47
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Como os determinantes são, agora, de 3ª ordem, podemos Em que:
aplicar a regra de Sarrus em cada um deles. Assim:
det A= 3. (188) - 1. (121) + 2. (61) ⇒ det A = 564 - 121 + 122
⇒ det A = 565
Propriedades dos determinantes
a) Se todos os elementos de uma linha ou de uma coluna são
nulos, o determinante é nulo.

Sistema Linear 2 x 2
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equações
lineares a duas incógnitas, consideradas simultaneamente.
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:

a1 x + b1 y = c1
b) Se uma matriz A possui duas linhas ou duas colunas iguais, 
então o determinante é nulo. a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3

c) Em uma matriz cuja linha ou coluna foi multiplicada por


um número k real, o determinante também fica multiplicado pelo
mesmo número k. Sistemas Lineares equivalentes
Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto solu-
ção são ditos equivalentes. Por exemplo:

São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto solução


S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequência or-
d) Para duas matrizes quadradas de mesma ordem, vale a se- denada de números reais que verifica, simultaneamente, todas as
guinte propriedade: equações do sistema.
det (A. B) = det A + det B. Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar todas as
sequências ordenadas de números reais que satisfaçam as equa-
e) Uma matriz quadrada A será inversível se, e somente se, ções do sistema.
seu determinante for diferente de zero.
Matriz Associada a um Sistema Linear
Sistema de equações lineares Dado o seguinte sistema:
Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto de m
equações lineares, cada uma delas com n incógnitas.

Matriz incompleta

48
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Classificação Sistema 2x3

1. Sistema Possível e Determinado

Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento


Podemos transformar qualquer sistema linear em um outro
O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois equivalente pelas seguintes transformações elementares, realiza-
das com suas equações:
– Trocas as posições de duas equações
– Multiplicar uma das equações por um número real diferente
de 0.
– Multiplicar uma equação por um número real e adicionar o
Como não existe outro par que satisfaça simultaneamente as resultado a outra equação.
duas equações, dizemos que esse sistema é SPD(Sistema Possível
e Determinado), pois possui uma única solução. Exemplo

2. Sistema Possível e Indeterminado

Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é conve-


niente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação.
Esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valores de
x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema a seguir, x e
y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3), (2,2), (3,1) e etc.

3. Sistema Impossível
Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
Multiplicando a equação por -2:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente as duas


equações. Logo o sistema não tem solução, portanto é impossível.
Somando as duas equações:
Sistema Escalonado
Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as incóg-
nitas das equações lineares estão escritas em uma mesma ordem
e o 1º coeficiente não-nulo de cada equação está à direita do 1º
coeficiente não-nulo da equação anterior.
Sistemas com Número de Equações Igual ao Número de In-
Exemplo cógnitas
Sistema 2x2 escalonado. Quando o sistema linear apresenta nº de equações igual ao
nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, inicialmente calcula-
mos o determinante D da matriz dos coeficientes (incompleta), e:
– Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.
– Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou impossí-
vel.
Sistema 3x3
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a segun- Para identificarmos se o sistema é possível, indeterminado ou
da tem dois e a terceira, apenas um. impossível, devemos conseguir um sistema escalonado equivalen-
te pelo método de eliminação de Gauss.

Exemplos
- Discutir, em função de a, o sistema:

49
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).
3(blusas)=6 maneiras

1 3 Fatorial
D= = a−6 É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto
2 a de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu-
tivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6 n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)

Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado. Arranjo Simples


Para a ≠ 6, temos: Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p,
toda sequência de p elementos distintos de E.
x + 3 y = 5
 x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9 Exemplo
 Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
algarismos distintos podemos formar?
Que é um sistema impossível.
Assim, temos:
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer

Consideramos os sistema .

Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta


desse sistema é , cujo determinante é indicado por D
= ad – bc.

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y)


pela coluna dos coeficientes independentes, obteremos
,cujo determinante é indicado por Dy = af – ce.

Assim, . Observe que os números obtidos diferem entre si:


Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e conside- Pelos elementos componentes: 56 e 67
rando a matriz , cujo determinante é indicado por Dx = ed Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos
– bf, obtemos , D ≠ 0. 3 elementos tomados 2 a 2.

Indica-se A3,2
ANÁLISE COMBINATÓRIA

Análise Combinatória
A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos
problemas de contagem. Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer
Princípio Fundamental da Contagem agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de O número de permutações simples de n elementos é indicado
um evento composto de duas ou mais etapas. por Pn.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão Pn = n!
E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de
se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Exemplo Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.

50
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Triângulo de Pascal

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?

Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permuta-
ções. Como temos uma letra repetida, esse número será menor.

Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, po- LINHA 0 1
demos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto
com i elementos é chamado combinação simples. LINHA 1 1 1
LINHA 2 1 2 1
LINHA 3 1 3 3 1
LINHA 4 1 4 6 4 1
LINHA 5 1 5 10 10 5 1
Exemplo
LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que
podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a +
Solução
b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
n = 0 → (a + b)0 = 1
n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b
n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3
Números Binomiais
Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo
O número de combinações de n elementos, tomados p a p,
de Pascal.
também é representado pelo número binomial .

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos de-
nominadores é igual ao numerador são iguais:

EXERCÍCIOS

01. (UFES - Assistente em Administração – UFES/2017) Uma


determinada família é composta por pai, por mãe e por seis filhos.
Relação de Stifel
Eles possuem um automóvel de oito lugares, sendo que dois luga-
res estão em dois bancos dianteiros, um do motorista e o outro do
carona, e os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão
no automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um dos
dois bancos dianteiros. O número de maneiras de dispor os mem-
bros da família nos lugares do automóvel é igual a:
(A) 1440
(B) 1480
(C) 1520
(D) 1560
(E) 1600

51
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Tomando os 06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUFGO/2017) Uma
algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números pares de 4 algaris- empresa de limpeza conta com dez faxineiras em seu quadro. Para
mos distintos podem ser formados? atender três eventos em dias diferentes, a empresa deve formar
(A) 120. três equipes distintas, com seis faxineiras em cada uma delas. De
(B) 210. quantas maneiras a empresa pode montar essas equipes?
(C) 360. (A) 210
(D) 630. (B) 630
(E) 840. (C) 15.120
(D) 9.129.120
03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros diferen-
tes estão distribuídos em uma estante de vidro, conforme a figura 07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/IAUPE –
abaixo: 2017) No carro de João, tem vaga apenas para 3 dos seus 8 cole-
gas. De quantas formas diferentes, João pode escolher os colegas
aos quais dá carona?
(A) 56
(B) 84
(C) 126
(D) 210
(E) 120

08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/IAUPE –


Considerando-se essa mesma forma de distribuição, de quan- 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres, quantos são os
tas maneiras distintas esses livros podem ser organizados na es- modos diferentes de formar uma comissão composta por 2 ho-
tante? mens e 3 mulheres?
(A) 30 maneiras (A) 4725
(B) 60 maneiras (B) 12600
(C) 120 maneiras (C) 3780
(D) 360 maneiras (D) 13600
(E) 720 maneiras (E) 8820

04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação – 09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um torneio de
UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão viajar 4 futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada equipe jogará apenas
passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa que indica de uma vez com cada uma das outras. Esse torneio terá a seguinte
quantas maneiras distintas os 4 passageiros podem ocupar os as- quantidade de jogos:
sentos do carro. (A) 320.
(A) 13. (B) 460.
(B) 26. (C) 620.
(C) 17. (D) 1.225.
(D) 20. (E) 2.450.
(E) 24.
10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho – FUNIVER-
05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação – SA/2016) Considerando-se que uma sala de aula tenha trinta alu-
UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da internet é nos, incluindo Roberto e Tatiana, e que a comissão para organizar
formada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanumérica. André a festa de formatura deva ser composta por cinco desses alunos,
tem algumas informações sobre os números e letras que a com- incluindo Roberto e Tatiana, a quantidade de maneiras distintas
põem conforme a figura. de se formar essa comissão será igual a:
(A) 3.272.
(B) 3.274.
(C) 3.276.
Algarismo Algarismo Algarismo (D) 3.278.
Vogal Vogal
Ímpar Ímpar Ímpar (E) 3.280.

Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e tam-


bém não se repetem os números ímpares, assinale a alternativa GABARITO
que indica o número máximo de possibilidades que existem para
a composição da senha. 01. Resposta: A.
(A) 3125. P2.P6=2!.6!=2.720=1440
(B) 1200.
(C) 1600. 02. Resposta: C.
(D) 1500. __ ___ __ __
(E) 625. 6. 5.4. 3=360

52
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
03. Resposta: E.
P6=6!=6.5.4.3.2.1=720
GEOMETRIA ESPACIAL. GEOMETRIA DE SÓLIDOS

04. Resposta: E. Cilindros


P4=4!= 4.3.2.1=24 Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro
O contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
05. Resposta: B. Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião de to-
Vogais: a, e, i, o, u dos os segmentos paralelos a s, com extremidades no círculo e no
Números ímpares: 1,3,5,7,9 outro plano.

5 5 4 4 3
Algarismo Algarismo Algarismo
Vogal Vogal
Ímpar Ímpar Ímpar

5.5.4.4.3=1200

06. Resposta: D.

Como para os três dias têm que ser diferentes: Classificação


__ __ __ Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando as gera-
210.209.208=9129120 trizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é equi-
07. Resposta: A. látero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

08. Resposta: E.

09. Resposta: D.

Área
Área da base: Sb=πr²

10. Resposta: D.

Roberto e Tatiana ________


São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que terão
que fazer parte da comissão. Volume
30-2=28

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α, um
ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os seg-
mentos de reta que tem uma extremidade no ponto V e a outra
num ponto do círculo denomina-se cone circular.

53
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao número de
lados da base.

Classificação
-Reto: eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângulo em
torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é também cha- Área e Volume
mado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é denomi- Área lateral: Sl = n. área de um triângulo
nado cone equilátero.
Onde n = quantidade de lados

Stotal = Sb + Sl

Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R contido
em α e uma reta r concorrente aos dois.
g2 = h2 + r2

-Oblíquo: eixo não é perpendicular

Área Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião de to-


dos os segmentos paralelos a r, com extremidades no polígono R
e no plano β.

Volume

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruentes


e paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos ligando-
-se os vértices correspondentes das duas faces paralelas.

54
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Classificação Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regulares, o
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares às bases prisma é dito regular.
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base. As faces laterais são retângulos congruentes e as bases são
congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)
PRISMA RETO PRISMA OBLÍQUO
Área
Área cubo: St = 6a2

Área paralelepípedo: St = 2(ab + ac + bc)

A área de um prisma: St = 2Sb + St

Onde: St = área total


Sb = área da base
Sl = área lateral, soma-se todas as áreas das faces laterais.

Volume
Classificação pelo polígono da base
Paralelepípedo: V = a . b . c
Cubo: V = a³
TRIANGULAR QUADRANGULAR
Demais: V = Sb . h

EXERCÍCIOS

1. (PREF. DE ITAPEMA/SC – TÉCNICO CONTÁBIL – MSCON-


CURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, cuja altura é
39 cm, é 30% maior do que o volume de um cilindro circular reto.
Sabendo que o raio da base do cone é o triplo do raio da base do
cilindro, a altura do cilindro é:
(A) 9 cm
E assim por diante... (B) 30 cm
(C) 60 cm
Paralelepípedos (D) 90 cm
Os prismas cujas bases são paralelogramos denominam-se
paralelepípedos. 2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA –
MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de óleo per-
PARALELEPÍPEDO RETO PARALELEPÍPEDO OBLÍQUO feitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a altura é 20 cm?
(use π=3)
(A)3,84 l
(B)96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

3. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VUNESP/2017)


Inicialmente, um reservatório com formato de paralelepípedo
reto retângulo deveria ter as medidas indicadas na figura.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces quadra-
das.

Em uma revisão do projeto, foi necessário aumentar em 1 m


a medida da largura, indicada por x na figura, mantendo-se inal-
teradas as demais medidas. Desse modo, o volume inicialmente
previsto para esse reservatório foi aumentado em:

55
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .

4. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VUNESP/2017)


A figura mostra cubinhos de madeira, todos de mesmo volume,
posicionados em uma caixa com a forma de paralelepípedo reto Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do bloco C,
retângulo. indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
(A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

7. (MPE/GO – SECRETÁRIO AUXILIAR – MPEGO/2017) Um


recipiente na forma de um prisma reto de base quadrada, com
dimensões internas de 10 cm de aresta da base e 25 cm de altura,
está com 20% de seu volume total preenchido com água, confor-
me mostra a figura. (Figura fora de escala)
Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volume in-
terno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 3000.
(B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500.
(E) 9000.

5. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017)


Frederico comprou um aquário em formato de paralelepípedo,
contendo as seguintes dimensões: Para completar o volume total desse recipiente, serão despe-
jados dentro dele vários copos de água, com 200 mL cada um. O
número de copos totalmente cheios necessários para completar o
volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C)10 copos
(D) 12 copos
(E)15 copos

8. (CELG/GT/GO – ANALISTA DE GESTÃO – CSUFG/2017)


figura a seguir representa um cubo de aresta a.
Estando o referido aquário completamente cheio, a sua capa-
cidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

6. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-


NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de madeira A,
B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com formato de parale-
lepípedo reto retângulo, cujos respectivos volumes, em cm³, são Considerando a pirâmide de base triangular cujos vértices são
representados por VA, VB e VC. os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é dado por
(A) a³/6
(B) a³/3
(C) a³/3√3
(D) a³/6√6

56
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
9. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VUNESP/2017) 5. Resposta: C
De um reservatório com formato de paralelepípedo reto retângu- V=20.15.20=6000cm³=6000ml==6 litros
lo, totalmente cheio, foram retirados 3 m³ de água. Após a retira-
da, o nível da água restante no reservatório ficou com altura igual 6. Resposta: C
a 1 m, conforme mostra a figura. VA=125cm³
VB=1000cm³

180h=2250
Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura total H=12,5
do reservatório, indicada por h na figura, é, em metros, igual a
(A) 1,8. 7. Resposta: C
(B) 1,75. V=10.10.25=2500 cm³
(C) 1,7. 2500.0,2=500cm³ preenchidos.
(D) 1,65. Para terminar de completar o volume:
(E) 1,6. 2500-500=2000 cm³
2000/200=10 copos

GABARITO 8. Resposta: A
A base é um triângulo de base a e altura a

1. Resposta: D.
Cone

Cilindro 9. Resposta: E
V=Ab.h V=2,5.2.1=5m³
V=πr²h Como foi retirado 3m³
5+3=2,5.2.h
Como o volume do cone é 30% maior: 8=5h
117πr²=1,3 πr²h H=1,6m
H=117/1,3=90

2. Resposta: D
V= πr²h
V=3.4².20=960 cm³=960 ml

3. Resposta: E
V=2.3.x=6x
Aumentando 1 na largura
V=2.3.(x+1)=6x+6
Portanto, o volume aumentou em 6.

4. Resposta: E
São 6 cubos no comprimento: 6.5=30
São 4 cubos na largura: 4.5=20
3 cubos na altura: 3.5=15
V=30.20.15=9000

57
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
____________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________

58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1. Informática: Conceitos e fundamentos básicos. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de ar-
quivos, chat, clientes de e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Identificação e manipulação de arquivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
3. Backup de arquivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
4. Periféricos de computadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
5. Ambientes operacionais: utilização dos sistemas operacionais Windows XP Profissional e Windows 7 e Windows 10 . . . . . . . . . . 07
6. Utilização dos editores de texto (Microsoft Word e Libreoffice Writer). Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e Libreof-
fice Calc.). Utilização do Microsoft PowerPoint e Libreoffice Impress . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
7. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, busca e pesquisa na Web. Navegadores de internet: Mozilla Firefox, Goo-
gle Chrome . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

INFORMÁTICA: CONCEITOS E FUNDAMENTOS BÁSICOS. CONHECIMENTO E UTILIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS SOFTWARES


UTILITÁRIOS (COMPACTADORES DE ARQUIVOS, CHAT, CLIENTES DE E-MAILS, REPRODUTORES DE VÍDEO, VISUALIZA-
DORES DE IMAGEM, ANTIVÍRUS)

Prezado Candidato, o conteúdo relacionado ao tópico acima supracitado será abordado ao decorrer do conteúdo.

IDENTIFICAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)1.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

EXTENSÃO TIPO
.jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
.xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
.txt Texto sem formatação
.mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
.mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
.zip, .rar, .7z, ... Compactadores
.ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
.exe Executável
.msl, ... Instalador

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.

Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

1 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas

1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Nomenclatura dos arquivos e pastas
Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft2.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.
2 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Operações básicas com arquivos do Windows Explorer
• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também clicar com
o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

BACKUP DE ARQUIVOS

Backup é uma cópia de segurança que você faz em outro dispositivo de armazenamento como HD externo, armazenamento na nuvem
ou pen drive por exemplo, para caso você perca os dados originais de sua máquina devido a vírus, dados corrompidos ou outros motivos
e assim possa restaurá-los (recuperá-los)3.
Backups são extremamente importantes, pois permitem4:
• Proteção de dados: você pode preservar seus dados para que sejam recuperados em situações como falha de disco rígido, atuali-
zação malsucedida do sistema operacional, exclusão ou substituição acidental de arquivos, ação de códigos maliciosos/atacantes e furto/
perda de dispositivos.
• Recuperação de versões: você pode recuperar uma versão antiga de um arquivo alterado, como uma parte excluída de um texto
editado ou a imagem original de uma foto manipulada.

Muitos sistemas operacionais já possuem ferramentas de backup e recuperação integradas e também há a opção de instalar progra-
mas externos. Na maioria dos casos, ao usar estas ferramentas, basta que você tome algumas decisões, como:
• Onde gravar os backups: podem ser usadas mídias (como CD, DVD, pen-drive, disco de Blu-ray e disco rígido interno ou externo) ou
armazená-los remotamente (on-line ou off-site). A escolha depende do programa de backup que está sendo usado e de questões como
capacidade de armazenamento, custo e confiabilidade. Um CD, DVD ou Blu-ray pode bastar para pequenas quantidades de dados, um
pen-drive pode ser indicado para dados constantemente modificados, ao passo que um disco rígido pode ser usado para grandes volumes
que devam perdurar.
3 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/02/procedimentos-de-backup/
4 https://cartilha.cert.br/mecanismos/

3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Quais arquivos copiar: apenas arquivos confiáveis e que te-
nham importância para você devem ser copiados. Arquivos de pro-
gramas que podem ser reinstalados, geralmente, não precisam ser
copiados. Fazer cópia de arquivos desnecessários pode ocupar espaço
inutilmente e dificultar a localização dos demais dados. Muitos progra-
mas de backup já possuem listas de arquivos e diretórios recomenda-
dos, podendo optar por aceitá-las ou criar suas próprias listas.
• Com que periodicidade realizar: depende da frequência com
que os arquivos são criados ou modificados. Arquivos frequente-
mente modificados podem ser copiados diariamente ao passo que
aqueles pouco alterados podem ser copiados semanalmente ou
mensalmente.

Tipos de backup
• Backups completos (normal): cópias de todos os arquivos, in-
dependente de backups anteriores. Conforma a quantidade de dados
ele pode ser é um backup demorado. Ele marca os arquivos copiados. Gabinete.6
• Backups incrementais: é uma cópia dos dados criados e al-
terados desde o último backup completo (normal) ou incremental, Processador ou CPU (Unidade de Processamento Central)
ou seja, cópia dos novos arquivos criados. Por ser mais rápidos e É o cérebro de um computador. É a base sobre a qual é cons-
ocupar menos espaço no disco ele tem maior frequência de backup. truída a estrutura de um computador. Uma CPU funciona, basica-
Ele marca os arquivos copiados. mente, como uma calculadora. Os programas enviam cálculos para
• Backups diferenciais: da mesma forma que o backup incre- o CPU, que tem um sistema próprio de “fila” para fazer os cálculos
mental, o backup diferencial só copia arquivos criados ou alterados mais importantes primeiro, e separar também os cálculos entre os
desde o último backup completo (normal), mas isso pode variar em núcleos de um computador. O resultado desses cálculos é traduzido
diferentes programas de backup. Juntos, um backup completo e em uma ação concreta, como por exemplo, aplicar uma edição em
um backup diferencial incluem todos os arquivos no computador, uma imagem, escrever um texto e as letras aparecerem no monitor
alterados e inalterados. No entanto, a diferença deste para o incre- do PC, etc. A velocidade de um processador está relacionada à velo-
mental é que cada backup diferencial mapeia as modificações em cidade com que a CPU é capaz de fazer os cálculos.
relação ao último backup completo. Ele é mais seguro na manipula-
ção de dados. Ele não marca os arquivos copiados.
• Arquivamento: você pode copiar ou mover dados que deseja
ou que precisa guardar, mas que não são necessários no seu dia a
dia e que raramente são alterados.

PERIFÉRICOS DE COMPUTADORES

Hardware
O hardware são as partes físicas de um computador. Isso inclui
a Unidade Central de Processamento (CPU), unidades de armazena-
mento, placas mãe, placas de vídeo, memória, etc.5. Outras partes CPU.7
extras chamados componentes ou dispositivos periféricos incluem
o mouse, impressoras, modems, scanners, câmeras, etc. Coolers
Para que todos esses componentes sejam usados apropriada- Quando cada parte de um computador realiza uma tarefa, elas
mente dentro de um computador, é necessário que a funcionalida- usam eletricidade. Essa eletricidade usada tem como uma conse-
de de cada um dos componentes seja traduzida para algo prático. quência a geração de calor, que deve ser dissipado para que o com-
Surge então a função do sistema operacional, que faz o intermédio putador continue funcionando sem problemas e sem engasgos no
desses componentes até sua função final, como, por exemplo, pro- desempenho. Os coolers e ventoinhas são responsáveis por promo-
cessar os cálculos na CPU que resultam em uma imagem no moni- ver uma circulação de ar dentro da case do CPU. Essa circulação de
tor, processar os sons de um arquivo MP3 e mandar para a placa de ar provoca uma troca de temperatura entre o processador e o ar
som do seu computador, etc. Dentro do sistema operacional você que ali está passando. Essa troca de temperatura provoca o resfria-
ainda terá os programas, que dão funcionalidades diferentes ao mento dos componentes do computador, mantendo seu funciona-
computador. mento intacto e prolongando a vida útil das peças.

Gabinete
O gabinete abriga os componentes internos de um computa-
dor, incluindo a placa mãe, processador, fonte, discos de armaze-
namento, leitores de discos, etc. Um gabinete pode ter diversos
tamanhos e designs.
6 https://www.chipart.com.br/gabinete/gabinete-gamer-gamemax-shine-g-
5 https://www.palpitedigital.com/principais-componentes-internos-pc-periferi- 517-mid-tower-com-1-fan-vidro-temperado-preto/2546
cos-hardware-software/#:~:text=O%20hardware%20s%C3%A3o%20as%20par- 7 https://www.showmetech.com.br/porque-o-processador-e-uma-peca-impor-
tes,%2C%20scanners%2C%20c%C3%A2meras%2C%20etc. tante

4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Fonte 10
Cooler. 8

Placas de vídeo
Placa-mãe Permitem que os resultados numéricos dos cálculos de um pro-
Se o CPU é o cérebro de um computador, a placa-mãe é o es- cessador sejam traduzidos em imagens e gráficos para aparecer em
queleto. A placa mãe é responsável por organizar a distribuição dos um monitor.
cálculos para o CPU, conectando todos os outros componentes ex-
ternos e internos ao processador. Ela também é responsável por
enviar os resultados dos cálculos para seus devidos destinos. Uma
placa mãe pode ser on-board, ou seja, com componentes como pla-
cas de som e placas de vídeo fazendo parte da própria placa mãe,
ou off-board, com todos os componentes sendo conectados a ela.

Placa de vídeo 11

Periféricos de entrada, saída e armazenamento


São placas ou aparelhos que recebem ou enviam informações
para o computador. São classificados em:
– Periféricos de entrada: são aqueles que enviam informações
para o computador. Ex.: teclado, mouse, scanner, microfone, etc.

Placa-mãe.9

Fonte
É responsável por fornecer energia às partes que compõe um
computador, de forma eficiente e protegendo as peças de surtos
de energia.

8 https://www.terabyteshop.com.br/produto/10546/cooler-deepcool-gamma- 10 https://www.magazineluiza.com.br/fonte-atx-alimentacao-pc-230w-
xx-c40-dp-mch4-gmx-c40p-intelam4-ryzen -01001-xway/p/dh97g572hc/in/ftpc
9 https://www.terabyteshop.com.br/produto/9640/placa-mae-biostar- 11https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2012/12/conheca-
-b360mhd-pro-ddr4-lga-1151 -melhores-placas-de-video-lancadas-em-2012.html

5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Periféricos de armazenamento: são aqueles que armazenam
informações. Ex.: pen drive, cartão de memória, HD externo, etc.

Periféricos de armazenamento.15
Periféricos de entrada. 12

Software
Software é um agrupamento de comandos escritos em uma lin-
– Periféricos de saída: São aqueles que recebem informações guagem de programação16. Estes comandos, ou instruções, criam as
do computador. Ex.: monitor, impressora, caixas de som. ações dentro do programa, e permitem seu funcionamento.
Um software, ou programa, consiste em informações que po-
dem ser lidas pelo computador, assim como seu conteúdo audiovi-
sual, dados e componentes em geral. Para proteger os direitos do
criador do programa, foi criada a licença de uso. Todos estes com-
ponentes do programa fazem parte da licença.
A licença é o que garante o direito autoral do criador ou dis-
tribuidor do programa. A licença é um grupo de regras estipuladas
pelo criador/distribuidor do programa, definindo tudo que é ou não
é permitido no uso do software em questão.
Os softwares podem ser classificados em:
– Software de Sistema: o software de sistema é constituído pe-
los sistemas operacionais (S.O). Estes S.O que auxiliam o usuário,
para passar os comandos para o computador. Ele interpreta nossas
ações e transforma os dados em códigos binários, que podem ser
Periféricos de saída.13 processados
– Software Aplicativo: este tipo de software é, basicamente,
– Periféricos de entrada e saída: são aqueles que enviam e os programas utilizados para aplicações dentro do S.O., que não es-
recebem informações para/do computador. Ex.: monitor touchs- tejam ligados com o funcionamento do mesmo. Exemplos: Word,
creen, drive de CD – DVD, HD externo, pen drive, impressora mul- Excel, Paint, Bloco de notas, Calculadora.
tifuncional, etc. – Software de Programação: são softwares usados para criar
outros programas, a parir de uma linguagem de programação,
como Java, PHP, Pascal, C+, C++, entre outras.
– Software de Tutorial: são programas que auxiliam o usuário
de outro programa, ou ensine a fazer algo sobre determinado as-
sunto.
– Software de Jogos: são softwares usados para o lazer, com
vários tipos de recursos.
– Software Aberto: é qualquer dos softwares acima, que tenha
o código fonte disponível para qualquer pessoa.

Todos estes tipos de software evoluem muito todos os dias.


Sempre estão sendo lançados novos sistemas operacionais, novos
games, e novos aplicativos para facilitar ou entreter a vida das pes-
Periféricos de entrada e saída.14 soas que utilizam o computador.

12https://mind42.com/public/970058ba-a8f4-451b-b121-3ba35c51e1e7
13 https://aprendafazer.net/o-que-sao-os-perifericos-de-saida-para-que-ser-
vem-e-que-tipos-existem
14 https://almeida3.webnode.pt/trabalhos-de-tic/dispositivos-de-entrada-e- 15 https://www.slideshare.net/contatoharpa/perifricos-4041411
-saida 16 http://www.itvale.com.br

6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

AMBIENTES OPERACIONAIS: UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS XP PROFISSIONAL E WINDOWS


7 E WINDOWS 10

O Windows XP é um sistema operacional desenvolvido pela Microsoft. Sua primeira versão foi lançada em 2001, podendo ser encon-
trado na versão Home (para uso doméstico) ou Professional (mais recursos voltados ao ambiente corporativo).
A função do XP consiste em comandar todo o trabalho do computador através de vários aplicativos que ele traz consigo, oferecendo
uma interface de interação com o usuário bastante rica e eficiente.
O XP embute uma porção de acessórios muito úteis como: editor de textos, programas para desenho, programas de entretenimento
(jogos, música e vídeos), acesso â internet e gerenciamento de arquivos.

Inicialização do Windows XP.

Ao iniciar o Windows XP a primeira tela que temos é tela de logon, nela, selecionamos o usuário que irá utilizar o computador17.

Tela de Logon.

Ao entrarmos com o nome do usuário, o Windows efetuará o Logon (entrada no sistema) e nos apresentará a área de trabalho

17 https://docente.ifrn.edu.br/moisessouto/disciplinas/informatica-basica-1/apostilas/apostila-windows-xp/view

7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Área de Trabalho

Área de trabalho do Windows XP.

Na Área de trabalho encontramos os seguintes itens:

Ícones
Figuras que representam recursos do computador, um ícone pode representar um texto, música, programa, fotos e etc. você pode adi-
cionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir. Alguns ícones são padrão do Windows: Meu Computador, Meus Documentos,
Meus Locais de Rede, Internet Explorer.

Alguns ícones de aplicativos no Windows XP.

Barra de tarefas
A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob
outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas ou entre programas com rapidez e facilidade.
A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine que você esteja criando um texto em um editor de texto e um de seus colegas lhe
pede para você imprimir uma determinada planilha que está em seu micro. Você não precisa fechar o editor de textos.
Apenas salve o arquivo que está trabalhando, abra a planilha e mande imprimir, enquanto imprime você não precisa esperar que a
planilha seja totalmente impressa, deixe a impressora trabalhando e volte para o editor de textos, dando um clique no botão correspon-
dente na Barra de tarefas e volte a trabalhar.

Barra de tarefas do Windows XP.

Botão Iniciar
É o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se pode acessar outros menus que, por sua vez,
acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Botão Iniciar.

8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Alguns comandos do menu Iniciar têm uma seta para a direita, significando que há opções adicionais disponíveis em um menu secun-
dário. Se você posicionar o ponteiro sobre um item com uma seta, será exibido outro menu.
O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um programa que estiver instalado no computador, ou fazer alterações nas configura-
ções do computador, localizar um arquivo, abrir um documento.

Menu Iniciar

Menu Iniciar.

O botão iniciar pode ser configurado. No Windows XP, você pode optar por trabalhar com o novo menu Iniciar ou, se preferir, confi-
gurar o menu Iniciar para que tenha a aparência das versões anteriores do Windows (95/98/Me). Clique na barra de tarefas com o botão
direito do mouse e selecione propriedades e então clique na guia menu Iniciar.
Esta guia tem duas opções:
• Menu iniciar: oferece a você acesso mais rápido a e-mail e Internet, seus documentos, imagens e música e aos programas usados
recentemente, pois estas opções são exibidas ao se clicar no botão Iniciar. Esta configuração é uma novidade do Windows XP
• Menu Iniciar Clássico: Deixa o menu Iniciar com a aparência das versões antigas do Windows, como o Windows ME, 98 e 95.

Propriedades de Barra de tarefas e do Menu Iniciar.

9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Todos os programas
O menu Todos os Programas, ativa automaticamente outro submenu, no qual aparecem todas as opções de programas. Para entrar
neste submenu, arraste o mouse em linha reta para a direção em que o submenu foi aberto. Assim, você poderá selecionar o aplicativo
desejado. Para executar, por exemplo, o desfragmentador de disco, basta posicionar o ponteiro do mouse sobre a opção Acessórios. O
submenu Acessórios será aberto. Então aponte para Ferramentas de Sistemas e depois para Desfragmentador de disco.

Todos os programas.

Desligando o Windows XP

Clicando-se em Iniciar, desligar, teremos uma janela onde é possível escolher entre três opções:
• Hibernar: clicando neste botão, o Windows salvará o estado da área de trabalho no disco rígido e depois desligará o computador.
Desta forma, quando ele for ligado novamente, a área de trabalho se apresentará exatamente como você deixou, com os programas e
arquivos que você estava usando, abertos.
• Desativar: desliga o Windows, fechando todos os programas abertos para que você possa desligar o computador com segurança.
- Reiniciar: encerra o Windows e o reinicia.

Acessórios do Windows
O Windows XP inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramen-
tas para melhorar a performance do computador, calculadora e etc.

10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Acessórios Windows XP.

Meu Computador
No Windows XP, tudo o que você tem dentro do computador – programas, documentos, arquivos de dados e unidades de disco, por
exemplo – torna-se acessível em um só local chamado Meu Computador.
O Meu computador é a porta de entrada para o usuário navegar pelas unidades de disco (rígido, flexíveis e CD-ROM).

Tela exibida ao clicar no ícone Meu Computador.

Windows Explorer
O Windows Explorer tem a mesma função do Meu Computador: Organizar o disco e possibilitar trabalhar com os arquivos fazendo,
por exemplo, cópia, exclusão e mudança no local dos arquivos.
Podemos criar pastas para organizar o disco de uma empresa ou casa, copiar arquivos para disquete, apagar arquivos indesejáveis e
muito mais.
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em cada
pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover arquivos.

11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra todas
as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe o conteúdo do
item selecionado à esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz
a janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas).

Tela do Windows Explorer.

Para abrir o Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção Todos os Programas/Acessórios e clique sobre Windows Explorer ou
clique sob o botão iniciar com o botão direito do mouse e selecione a opção Explorar.
Na figura, o painel da esquerda todas as pastas com um sinal de + (mais) indicam que contêm outras pastas. As pastas que contêm um
sinal de – (menos) indicam que já foram expandidas (ou já estamos visualizando as subpastas).

Lixeira
A Lixeira é uma pasta especial do Windows e ela se encontra na Área de trabalho, mas pode ser acessada através do Windows Explorer.

Ícone Lixeira.

WordPad
O Windows traz junto dele um programa para edição de textos. O WordPad. Com o WordPad é possível digitar textos, deixando-os
com uma boa aparência.
O WordPad é um editor de textos que nos auxiliará na criação de vários tipos de documentos. Mas poderíamos dizer que o Wordpad
é uma versão muito simplificada do Word, pois tem um número menor de recursos.

12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Janela do WordPad.

Paint
O Paint é um acessório do Windows que permite o tratamento de imagens e a criação de vários tipos de desenhos para nossos tra-
balhos.
Através deste acessório, podemos criar logomarcas, papel de parede, copiar imagens, capturar telas do Windows e usa-las em docu-
mentos de textos.
Para abrir o Paint, siga até os Acessórios do Windows. A seguinte janela será apresentada:

Janela do Paint.

O Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais populares desenvolvido pela Microsoft18.


Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos do
Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável.
Algumas características não mudam, inclusive porque os elementos que constroem a interface são os mesmos.

Edições do Windows 7
– Windows 7 Starter;
18 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/AulaDemo-4147.pdf

13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Windows 7 Home Premium;
– Windows 7 Professional;
– Windows 7 Ultimate.

Área de Trabalho

Área de Trabalho do Windows 7.19

A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Windows
7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma área de
trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudanças significativas.

Barra de tarefas
– Avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão) ati-
vo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas
ou entre programas.

Alternar entre janelas.20

19 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2012/05/como-ocultar-lixeira-da-area-de-trabalho-do-windows.html
20 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d

14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de inicialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio.
– É organizada, consolidando os botões quando há muitos acumulados, ou seja, são agrupados automaticamente em um único botão.
– Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de ta-
refas.

Pré-visualização de janela.21

Botão Iniciar

Botão Iniciar22

O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que,
por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Menu Iniciar.23

21 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar-do-windows-7.html
22 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-windows-vista-acaba-em-11-de-abril
23 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.ghtml

15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Desligando o computador
O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, Sus-
pender ou Hibernar.

Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir.
Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.

Windows Explorer
No computador, para que tudo fique organizado, existe o Windows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Windows
e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na barra de tarefas.
Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organiza-
da do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, copiá-las e até mesmo apagá-las.
Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e movê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e tam-
bém renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponibiliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados gravados.

24

Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por padrão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus arquivos
e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca para que
você organize da forma como desejar.

Bibliotecas no Windows 7.25


24 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-explorer-clover-2.html
25 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-windows-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm

16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aplicativos de Windows 7
O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramen-
tas para melhorar o desempenho do computador, calculadora e etc.
A pasta Acessórios é acessível dando-se um clique no botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e no
submenu, que aparece, escolha Acessórios.

Bloco de Notas
Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utilizado
normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo sistema da sua máquina.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arquivos
com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente no formato ASCII (somente texto).

Bloco de Notas.

WordPad
Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter imagens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se comparado
com o Word. A extensão padrão gerada pelo WordPad é a RTF. Por meio do programa WordPad podemos salvar um arquivo com a exten-
são DOC entre outras.

WordPad.26

26 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpad-a-new-life

17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Paint
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG
ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Paint.27

• Calculadora
Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e estatística.

Painel de Controle
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas administrativas com finalidades especiais que podem ser usadas para confi-
gurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel de Controle inclui itens padrão que podem ser usados para tarefas comuns
(por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo usuário também podem
inserir ícones no Painel de controle.

27 Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2017/03/microsoft-paint-todas-versoes-do-famoso-editor-de-fotos-do-windows.html

18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Painel de Controle.28

Novidades do Windows 7
Ajustar: o recurso Ajustar permite o redimensionamento rápido e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as bordas
pré-definidas e o sistema a ajustará às grades.
Aero Peek: exclusivo das versões Home Premium, Professional e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as janelas que
ficam ocultadas pela janela principal.
Nova Barra de Tarefas: o usuário pode ter uma prévia do que está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item minimizado.
Alternância de Tarefas: a barra de alternância de tarefas do Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação de
ícones em determinado local, a reorganização de ícones para facilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria barra.
Gadgets: diferentemente do Windows Vista, que prendia as gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o usuário
redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não dependendo de grades determinadas.
Windows Media Center: o novo Windows Media Center tem compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do suporte a
TVs on-line de várias qualidades, incluindo HD. Também conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas locais, o TurboScroll.
Windows Backup: além do já conhecido Ponto de Restauração, o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite a
restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os programas e configurações.
Windows Touch: uma das inovações mais esperadas do novo OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do toque na
tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de janelas e a interação com aplicativos.
Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas virtuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais
simples de ser configurado e usado.
Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração de
perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com
realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma única
plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console Xbox One e
produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens29.

Versões do Windows 10
– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e notebook),
tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.

28 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/06/como-mudar-o-idioma-do-windows-7.html
29 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf

19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.30

Aero Glass (Efeito Vidro)


Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.31


30 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
31 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm

20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aero Flip (Alt+Tab)
Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.


Aero Shake (Win+Home)
Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)
Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.

Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)


O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.

22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.32

Nova Central de Ações


A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.33

Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

32 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
33 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center

23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.34

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visua-
lizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

34 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm

24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Microsoft Edge no Windows 10.

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por Hello
ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tela Bibliotecas no Windows 10.35

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.36

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

35 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
36 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10

26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de ar-
quivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e seguran-
ça > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.37
37 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1

27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho do
HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades).

Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na área de trabalho do Windows 10.

Outros Acessórios do Windows 10


Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
– Calculadora.
– Calendário.
– Clima.
– E-mail.
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes físicos).
– Ferramenta de Captura.
– Gravador de passos.
– Internet Explorer.
– Mapas.
– Mapa de Caracteres.
– Paint.
– Windows Explorer.
– WordPad.
– Xbox.

Principais teclas de atalho


CTRL + F4: fechar o documento ativo.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela.
CTRL + Y: refazer.
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar.
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas.
WIN + A: central de ações.
WIN + C: cortana.
WIN + E: explorador de arquivos.
WIN + H: compartilhar.
WIN + I: configurações.
WIN + L: bloquear/trocar conta.
WIN + M: minimizar as janelas.
WIN + R: executar.
WIN + S: pesquisar.
WIN + “,”: aero peek.
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas.
WIN + TAB: task view (visão de tarefas).
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas.
WIN + X: menu de acesso rápido.
F1: ajuda.

28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

UTILIZAÇÃO DOS EDITORES DE TEXTO (MICROSOFT WORD E LIBREOFFICE WRITER). UTILIZAÇÃO DOS EDITORES DE
PLANILHAS (MICROSOFT EXCEL E LIBREOFFICE CALC.). UTILIZAÇÃO DO MICROSOFT POWERPOINT E LIBREOFFICE
IMPRESS

Conhecido como o mais popular editor de textos do mercado, a versão 2013 do Microsoft Word traz tudo o que é necessário para
editar textos simples ou enriquecidos com imagens, links, gráficos e tabelas, entre outros elementos38.
A compatibilidade entre todos os componentes da família Office 2013 é outro dos pontos fortes do Microsoft Word 2013. É possível
exportar texto e importar outros elementos para o Excel, o PowerPoint ou qualquer outro dos programas incluídos no Office.
Outra das novidades do Microsoft Word 2013 é a possibilidade de guardar os documentos na nuvem usando o serviço SkyDrive. Dessa
forma, é possível acessar documentos do Office de qualquer computador e ainda compartilhá-los com outras pessoas.

39

Os menus e as barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções (Guias e Comandos) e pelo modo de exibição Backstage
(área de gerenciamento de arquivo)40.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Esta barra permite acesso rápido para alguns comandos que são executados com frequência: como iniciar um novo arquivo, salvar um
documento, desfazer e refazer uma ação, entre outros.

38 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4685295/mod_resource/content/1/Apostila%20de%20Word.pdf
39 Fonte: http://www.etec.sp.gov.br/view/file/wv_file.aspx?id=84AFA42DFAD089D53534D753C0488CE2E8CCFF5EC8324596BECE07A8164EDF12521C97DA04C-
93379CD1A503BE1561B8D7DFDD0202571B27264EF62AF01F952C6
40 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/20/word-2013-estrutura-basica-dos-documentos/

29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na parte superior do Word 2013 você encontra uma faixa de opções, que também é organizada por guias. Cada guia tem várias faixas
de opções diferentes. Estas faixas de são formadas por grupos e estes grupos têm vários comandos. O comando é um botão, uma caixa
para inserir informações ou um menu.

Botão Arquivo
Ao clicar sobre ele será exibido opções como Informações, Novo, Abrir, Salvar, Salvar como, Imprimir, etc. Portanto, clique sobre ele e
visualize essas opções.

Página inicial
Área de transferência, Fonte, Parágrafo, Estilo e Edição.

Inserir
Páginas, Tabelas, Ilustrações, Aplicativos, Links, comentários, Cabeçalho e Rodapé, Texto e Símbolos.

Design
Formatação do documento.

Layout da Página
Configurar Página, Parágrafo e Organizar.

30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Referências
Sumário, Notas de Rodapé, Citações e Bibliografia, Legendas e Índice.

Correspondências
Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar e Inserir Campos, Visualizar Resultados e Concluir.

Exibição
Modo de Exibição, Mostrar, Zoom, Janela e Macros.

Formatos de arquivos Word 2013


Formatos de arquivo suportados e suas extensões41:
.doc: documento do Word 97-2003
.docm: documento para macro do Word. Baseado em XML par macro do Word 2019, 2016, 2013 2010 e 2007
.docx: padrão Word 2019, 2016, 2013, 2010 e 2007 e Documento Strict de Open XML
.htm e .html: página da Web Página da Web, Filtrado
.mht e .mhtml: página da Web de Arquivo Único
.odt: texto do OpenDocument. Este é a extensão do LibreOffice, mas o Word dá suporte para que os arquivos salvos do Word 2019,
2016 e 2013 possam ser abertos no Writer do LibreOffice e arquivos do Writer possam ser abertos no Word 2019, 2016 e 2013, mas aten-
ção, a formatação do documento pode ser perdida.
.dot: modelo do Word 97-2003
.dotm: modelo habilitado para macro do Word
.dotx: modelo do Word
.pdf: arquivos que usam o formato de arquivo PDF podem ser visualizados, editados e salvos em .docx ou .pdf usando o Word 2019,
o Word 2016 e o Word 2013. Atenção: Os arquivos PDF podem não ter uma correspondência perfeita de página para paginação com o
original.
.rtf: formato Rich Text . Formato para ser multiplataforma. Os documentos criados em diferentes sistemas operacionais e aplicativos
de software podem ser utilizados entre eles.
.txt: texto simples. Quando o documento é salvo perde sua formatação. É o formato do bloco de notas e WordPad.
.xml: documento XML do Word 2003 e Word 2019, 2016, 2013 e 2007 (Open XML). É também chamado de MetaFile e arquivo de
MetaDados (arquivos com informações extras).
.xps: XML Paper Specification, um formato de arquivo que preserva a formatação do documento e habilita o compartilhamento de
arquivos.
.wps: documento Works 6-9. Este é o formato de arquivo padrão do Microsoft Works, versões 6.0 a 9.0.

Criando um documento
Ao criar um documento no Word 2013, é possível começar com um documento em branco ou deixar que um modelo faça a maior
parte do trabalho42.

41 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/17/word-2013-formatos-de-arquivos/
42 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/21/edicao-e-formatacao-de-textos-word-2013/

31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Iniciando um documento
A maioria das pessoas costuma criar um documento a partir de uma página em branco, apesar de o Word ter vários modelos com
temas e estilos pré-definidos, assim só é preciso adicionar conteúdo.

Abrir um documento
Ao iniciar o Word, aparece uma galeria de modelo separado por categorias. É só clicar em uma delas e escolher um modelo que atenda
melhor seu objetivo.
Aparecerá do lado esquerdo (ver imagem anterior) uma lista com os documentos recentes que você usou.
É só clicar em uma delas e escolher um modelo que atenda melhor seu objetivo.
Caso queira outro documento que não está nesta lista você verá bem abaixo desta coluna a opção abrir outros documentos.

Se já estiver trabalhando no Word e quiser abrir um arquivo é só ir na Barra de Opções e clicar em Arquivo > Abrir e navegar até o local
onde se encontra o arquivo.
Caso você esteja abrindo um documento criado em versões anteriores do Word, você verá Modo de Compatibilidade na barra de título
da janela do documento. Você pode trabalhar no modo de compatibilidade ou atualizar o documento e usar os recursos do Word 2013.
Ctrl + O: atalho para abrir um documento novo documento.
Ctrl + A: atalho para abrir um documento já existente.

Salvando e Fechando o Arquivo


Para salvar um documento digitado, clique na guia Arquivo.

Em seguida, clique na opção Salvar como.

32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Após o clique, a caixa de diálogo Salvar como será aberta, onde devemos informar o nome do arquivo e o local onde será salvo.
É possível também salvar na nuvem (on-line) clicando em OneDrive e assim podendo compartilhar o arquivo em vários dispositivos
como no celular ou outros computadores.
O Word já salva automaticamente o arquivo no formato .docx mas caso queira salvar em outro formato, logo abaixo do nome do ar-
quivo tem uma lista de tipos de arquivos suportados pelo Word 2013.

No Word tem uma barra de acesso rápido no topo do editor na qual o documento pode ir sendo salvo
conforme se vai trabalhando nele.
Ctrl + B: atalho para salvar documento.

Funções básicas em um editor de texto


Ctrl + C (Copiar): é quando copiar um texto para repetir no mesmo texto ou colar em outro lugar. Selecione o texto e clique com direito
do mouse e clique em Copiar.
Ctrl + X (Recortar): recurso para tirar o texto selecionado e colar em outro lugar. Selecione o texto e clique com botão direito do mouse
e selecione Recortar. Este arquivo copiado ou recortado irá para a área de transferência.
Área de transferência: área separada do sistema operacional para guardar uma pequena quantidade de dados.
Ctrl + V (Colar): recurso para colar o texto que foi copiado ou recortado. Selecione o local que quer colar e clique no botão direito do
mouse e selecione o tipo de colagem.

Cabeçalho e rodapé
Para colocar números das páginas, título ou data em todas as páginas de seu documento, você deve adicionar um cabeçalho ou rodapé43.
Basta clicar na aba Inserir e em adicionar Cabeçalho ou rodapé.
Seleciona o formato clicando no modelo de seu interesse. Abrirá o cabeçalho para editar a parte interna dele.

Digite o Título e feche o cabeçalho.

43 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/28/cabecalho-e-rodape-word-2013/

33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Todas as páginas do documento terão o mesmo cabeçalho.

Parágrafos
No Word 2013 tem dois lugares em que encontramos funções para formatarmos parágrafos44.

Guia Página Inicial

Guia Layout de Páginas

A formatação propriamente dita é feita na página inicial.

Alinhamento de parágrafos

Alinhar à esquerda (Ctrl+Q): alinha todo parágrafo na margem esquerda do documento.


Centralizar (Ctrl+E): centraliza o texto no centro da página, dando ao documento uma aparência mais formal
Alinhar à direita (Ctrl+G): alinha o conteúdo à margem direita do documento.
Justificar (Ctrl+J): distribui o texto uniformemente entre as margens

44 https://centraldefavoritos.com.br/2019/10/28/paragrafos-word-2013/

34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Espaçamento de linhas e parágrafos

Escolhe o espaçamento entre linha ou parágrafos.


Clicando na seta de opções tem os valores de espaçamento.
Quanto maior o número maior o espaçamento.

Sombreamento de parágrafo

Para colocar a borda basta selecionar o texto ou parágrafo e


clica na borda desejada.

Classificar

Nesta opção, pode-se classificar itens selecionado em ordem


alfabética ou numérica.
Ex.: Lista de animais
Para realçar o texto, parágrafo ou célula de tabela selecionada. Vaca
Ele simplesmente muda a cor atrás dando maior destaque. Elefante
Porco
Bordas Girafa
Além do sombreamento, você pode dar um destaque a um tex-
to colocando uma borda. E clicando na seta você poderá alterar o Ao selecionar a lista e clica na opção ela fica em ordem
estilo da borda. alfabética; Na janela que abrir, pode-se colocar a lista em ordem
crescente ou decrescente.

Recuos

35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A primeira opção o parágrafo vai para mais perto da margem
(DIMINUIR RECUO)
A segunda opção o parágrafo vai para mais longe da margem
(AUMENTAR RECUO)
É só selecionar o parágrafo e clicar na opção. Cada clicada ele
salta 1,25 cm.

Mostrar tudo (Ctrl+*)

Inserir Tabela: permite inserir uma ta-


bela na posição do cursor. Note que a
Mostra as marcas de parágrafo e outros símbolos de formata- opção tem reticências no final, o que
ção ocultos. É útil para formatação de layouts avançados. significa que será aberta uma janela
de opções, para que sejam feitas as
Guia Inserir (Grupo Tabelas) configurações da tabela que será inse-
rida no documento.
Tabela: permite inserir e trabalhar com tabelas no do-
cumento45. Ao clicar na setinha logo abaixo do botão
Tabela, abre-se um menu com opções.

Neste quadro é possível configurar o número de colunas e o


número de linhas da tabela, além de largura de coluna fixa, ajustada
automaticamente.

Excel 2013
É o principal software de planilhas eletrônicas entre as empre-
Selecionando-se uma sequência de quadradinhos, é possível sas quando se trata de operações financeiras e contabilísticas46.
inserir uma tabela automaticamente, após soltar o mouse. O Microsoft Excel 2013 tem um aspeto diferente das versões
Exemplo: Na figura abaixo, é possível notar a seleção de alguns anteriores.
quadradinhos e a indicação Tabela 3x2, o que significa que ao soltar
o botão do mouse, será inserida no documento uma tabela com 3
colunas e 2 linhas.

45 https://bit.ly/2BH2KiN 46 http://www.prolinfo.com.br

36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tela inicial do Excel 2013.

As cinco principais funções do Excel são:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.

Linhas e colunas.

– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao
MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de prioridade de cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).

Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Função MÁXIMO e MÍNIMO
Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

• Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:

Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.

41
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.

PowerPoint 2013
O PowerPoint 2013 é um do programa para produção de apresentações incluído no conjunto de programas do Microsoft Office 201347.
Munido de um vasto conjunto de ferramentas, o PowerPoint permite ao utilizador produzir apresentações dinâmicas e profissionais.

Tela inicial do PowerPoint 2013.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor, tipos
de letra e feitos;
47 https://carlosdiniz.pt/manuais/Manual_PowerPoint2013.pdf

42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informações
entre si através do documento, através de comentários.

1. Guia Arquivo: ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar,
Enviar, Publicar e Fechar.

2. Barra de Ferramentas de Acesso Rápido48 : localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão
do Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos independentes da guia exibida no momento. É
possível adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.
3. Barra de Título: exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.

4. Botões de Comando da Janela: acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa Power-
Point.

5. Faixa de Opções: a Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os
comandos são organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou
disposição de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia
Ferramentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos49.

6. Painel de Anotações: nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.
7. Barra de Status: exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

8. Nível de Zoom: clicar para ajustar o nível de zoom.

48 http://www.professorcarlosmuniz.com.br
49 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.
43
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Modos de Exibição do PowerPoint
O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O PowerPoint
2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exibição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
– Modo de exibição de leitura,
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 engloba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo; es-
colher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura e criar
efeitos, como transições de slides animados.
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do Microsoft Office, e em seguida clicar em Novo.
Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco, Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento
existente ou Modelos do Microsoft Office On-line).
Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.

Tema
No PowerPoint, você verá alguns modelos e temas internos. Um tema é um design de slide que contém correspondências de cores,
fontes e efeitos especiais como sombras, reflexos, dentre outros recursos.
1. Clique na guia Design.

44
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2. Clique no tema com as cores, as fontes e os efeitos desejados.
3. Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na guia Início e depois no botão Layout, escolha o layout desejado clicando
sobre ele.

Então basta começar a digitar.

Formatar texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o botão
esquerdo.

Fonte: altera o tipo de fonte.


Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/
minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+E.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+G.
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, promoven-
do uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.

Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.

45
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde
listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2013 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher a
transição de slide desejada.

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações como
plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por exemplo, na
imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é a numeração
da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada layout
de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo
tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.

46
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

LibreOffice
O LibreOffice é uma suíte de escritório livre compatível com os principais pacotes de escritório do mercado. O pacote oferece todas as
funções esperadas de uma suíte profissional: editor de textos, planilha, apresentação, editor de desenhos e banco de dados50. Ele é uma
das mais populares suítes de escritório multiplataforma e de código aberto.

O LibreOffice é um pacote de escritório assim como o MS Office51. Embora seja um software livre, pode ser instalado em vários sis-
temas operacionais, como o MS Windows, Mac OS X, Linux e Unix. Ao longo dos anos, passou por várias modificações em seu projeto,
mudando até mesmo de nome, mas mantendo os mesmos aplicativos.

Aplicativos do LibreOffice
Writer: editor de textos.
Exatensão: .odt
Calc: planilhas eletrônicas.
Extensão: .ods
Impress: apresentação de slides.
Extensão: .odp
Draw: edição gráfica de imagens e figuras.
Extensão: .odg
Base: Banco de dados.
Extensão: .odb
Math: fórmulas matemáticas.
Extensão: .odf

ODF (Open Document Format)


Os arquivos do LibreOffice são arquivos de formato aberto e, por isso, pertencem à família de documentos abertos ODF, ou seja, ODF
não é uma extensão, mas sim, uma família de documentos estruturada internamente pela linguagem XML.

LibreOffice Writer
Writer é o editor de textos do LibreOffice. Além dos recursos usuais de um processador de textos (verificação ortográfica, dicionário
de sinônimos, hifenização, autocorreção, localizar e substituir, geração automática de sumários e índices, mala direta e outros), o Writer
fornece importantes características:
- Modelos e estilos;
- Métodos de layout de página, incluindo quadros, colunas e tabelas;
- Incorporação ou vinculação de gráficos, planilhas e outros objetos;
50 https://www.edivaldobrito.com.br/libreoffice-6-0/
51 FRANCESCHINI, M. LibreOffice – Parte I.

47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Ferramentas de desenho incluídas;
- Documentos mestre para agrupar uma coleção de documentos em um único documento;
- Controle de alterações durante as revisões;
- Integração de banco de dados, incluindo bancos de dados bibliográficos;
- Exportação para PDF, incluindo marcadores.

Principais Barras de Ferramentas

52

– Barra de Títulos: exibe o nome do documento. Se o usuário não fornecer nome algum, o Writer sugere o nome Sem título 1.
– Barra de Menu: dá acesso a todas as funcionalidades do Writer, categorizando por temas de funcionalidades.
– Barra de ferramentas padrão: está presente em todos os aplicativos do LibreOffice e é igual para todos eles, por isso tem esse nome
“padrão”.
– Barra de ferramentas de formatação: essa barra apresenta as principais funcionalidades de formatação de fonte e parágrafo.
– Barra de Status: oferece informações sobre o documento e atalhos convenientes para rapidamente alterar alguns recursos.

Principais Menus
Os menus organizam o acesso às funcionalidades do aplicativo. Eles são praticamente os mesmos em todos os aplicativos, mas suas
funcionalidades variam de um para outro.

Arquivo
Esse menu trabalha com as funcionalidades de arquivo, tais como:
– Novo: essa funcionalidade cria um novo arquivo do Writer ou de qualquer outro dos aplicativos do LibreOffice;
– Abrir: abre um arquivo do disco local ou removível ou da rede local existente do Writer;
– Abrir Arquivo Remoto: abre um arquivo existente da nuvem, sincronizando todas as alterações remotamente;
– Salvar: salva as alterações do arquivo local desde o último salvamento;
– Salvar Arquivo Remoto: sincroniza as últimas alterações não salvas no arquivo lá na nuvem;
– Salvar como: cria uma cópia do arquivo atual com as alterações realizadas desde o último salvamento;

Para salvar um documento como um arquivo Microsoft Word53:


1. Primeiro salve o documento no formato de arquivo usado pelo LibreOffice (.odt).
Sem isso, qualquer mudança que se tenha feito desde a última vez em que se salvou o documento, somente aparecerá na versão
Microsoft Word do documento.
2. Então escolha Arquivo → Salvar como. No menu Salvar como.
3. No menu da lista suspensa Tipo de arquivo (ou Salvar como tipo), selecione o tipo de formato Word que se precisa. Clique em Salvar.

A partir deste ponto, todas as alterações realizadas se aplicarão somente ao documento Microsoft Word. Desde feito, a alterado o
nome do documento. Se desejar voltar a trabalhar com a versão LibreOffice do documento, deverá voltar a abri-lo.

52 https://bit.ly/3jRIUme
53 http://coral.ufsm.br/unitilince/images/Tutoriais/manual_libreoffice.pdf

48
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Navegador: permite navegar nos vários objetos existentes no
documento, como tabelas, links, notas de rodapé, imagens etc.

(F5);

– Galeria: exibe imagens e figuras que podem ser inseridas no


documento;
– Tela Inteira: suprime as barras de ferramenta e menus (CTR-
L+SHIFT+J).

Inserir
Nesse menu, é possível inserir inúmeros objetos ao texto, tais
como:
– Quebra de página: insere uma quebra de página e o cursor é
posicionado no início da próxima página a partir daquele ponto em
que a quebra foi inserida;
– Quebra manual: permite inserir uma quebra de linha, de co-
luna e de página;
Salvando um arquivo no formato Microsoft Word. – Figura: insere uma imagem de um arquivo;
– Multimídia: insere uma imagem da galeria LibreOffice, uma
– Exportar como PDF: exporta o arquivo atual no formato PDF. imagem digitalizada de um scanner ou vídeo;
Permite definir restrições de edição, inclusive com senha; – Gráfico: cria um gráfico do Calc, com planilha de dados em-
– Enviar: permite enviar o arquivo atual por e-mail no formato. butida no Writer;
odt,.docx,.pdf. Também permite compartilhar o arquivo por blue- – Objeto: insere vários tipos de arquivos, como do Impress e do
tooth; Calc dentre outros;
– Imprimir: permite imprimir o documento em uma impresso- – Forma: cria uma forma geométrica, tipo círculo, retângulo,
ra local ou da rede; losango etc.;
– Assinaturas digitais: assina digitalmente o documento, ga- – Caixa de Texto: insere uma caixa de texto ao documento;
rantindo sua integridade e autenticidade. Qualquer alteração no – Anotação: insere comentários em balões laterais;
documento assinado viola a assinatura, sendo necessário assinar – Hiperlink: insere hiperlink ou link para um endereço da in-
novamente. ternet ou um servidor FTP, para um endereço de e-mail, para um
documento existente ou para um novo documento (CTRL+K);
Editar – Indicador: insere um marcador ao documento para rápida
Esse menu possui funcionalidades de edição de conteúdo, tais localização posteriormente;
como: – Seção: insere uma quebra de seção, dividindo o documento
– Desfazer: desfaz a(s) última(s) ação(ões); em partes separadas com formatações independentes;
– Refazer: refaz a última ação desfeita; – Referências: insere referência a indicadores, capítulos, títu-
– Repetir: repete a última ação; los, parágrafos numerados do documento atual;
– Copiar: copia o item selecionado para a área de transferência; – Caractere Especial: insere aqueles caracteres que você não
– Recortar: recorta ou move o item selecionado para a área de encontra no teclado do computador, tais como ©, ≥, ∞;
transferência; – Número de Página: insere numeração nas páginas na posição
– Colar: cola o item da área de transferência; atual do cursor;
– Colar Especial: cola o item da área de transferência permitin- – Campo: insere campos de numeração de página, data, hora,
do escolher o formado de destino do conteúdo colado; título, autor, assunto;
– Selecionar Tudo: seleciona todo o documento; – Cabeçalho e Rodapé: insere cabeçalho e rodapé ao docu-
– Localizar: localiza um termo no documento; mento;
– Localizar e Substituir: localiza e substitui um termo do docu-
mento por outro fornecido; Formatar
– Ir para a página: permite navegar para uma página do docu- Esse menu trabalha com a formatação de fonte, parágrafo, pá-
mento. gina, formas e figuras;
– Texto: formata a fonte do texto;
Exibir Pode-se aplicar vários formatos de caracteres usando os botões
Esse outro menu define as várias formas que o documento é da barra de ferramentas Formatação.
exibido na tela do computador. Principais funcionalidades:
– Normal: modo de exibição padrão como o documento será
exibido em uma página;
– Web: exibe o documento como se fosse uma página web
num navegador;
– Marcas de Formatação: exibe os caracteres não imprimíveis,
como os de quebra de linha, de parágrafo, de seção, tabulação e es-
paço. Tais caracteres são exibidos apenas na tela, não são impressas
no papel (CTRL+F10);

49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Formatação, mostrando ícones para formatação de caracteres.

– Espaçamento: formata o espaçamento entre as linhas, entre os parágrafos e também o recuo do parágrafo. A
– Alinhar: alinha o parágrafo uniformemente em relação às margens.
Pode-se aplicar vários formatos para parágrafos usando os botões na barra de ferramentas Formatação.

Ícones para formatação de parágrafos.

– Listas: transforma os parágrafos em estrutura de tópicos com marcadores ou numeração.


– Clonar Formatação: essa ferramenta é chamada de “pincel de formatação” no MS Word e faz a mesma função, ou seja, clona a
formatação de um item selecionado e a aplica a outro ;

– Limpar Formatação Direta: limpa a formatação do texto selecionado, deixando a formatação original do modelo do documento;
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de formatação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (tachado,
sublinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir hiperlink, apli-
car realce (cor de fundo do texto) e bordas;
– Caractere...: diferentemente do MS Word, o Write chama a fonte de caractere.
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de formatação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (tachado,
sublinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir hiperlink, apli-
car realce (cor de fundo do texto) e bordas;
– Parágrafo...: abre a caixa de diálogo de formatação de parágrafo.
– Marcadores e Numeração: abre a caixa de diálogo de formatação de marcadores e de numeração numa mesma janela. Perceba
que a mesma função de formatação já foi vista por meio dos botões de formatação. Essa mesma formatação é encontrada aqui na caixa
de diálogo de marcadores e numeração;
– Página...: abre a caixa de diálogo de formatação de páginas. Aqui, encontramos a orientação do papel, que é se o papel é horizontal
(paisagem) ou vertical (retrato);
– Figura: formata figuras inseridas ao texto;
– Caixa de Texto e Forma: formata caixas de texto e formas inseridas no documento;
– Disposição do Texto: define a disposição que os objetos como imagens, formas e figuras ficarão em relação ao texto.
– Estilos: esse menu trabalha com estilos do texto. Estilos são o conjunto de formatação de fonte, parágrafo, bordas, alinhamento,
numeração e marcadores aplicados em conjunto. Existem estilos predefinidos, mas é possível também criar estilos e nomeá-los. Também
é possível editar os estilos existentes. Os estilos são usados na criação dos sumários automáticos.

Tabelas
Esse menu trabalha com tabelas. As tabelas são inseridas por aqui, no menu Tabelas. As seguintes funcionalidades são encontradas
nesse menu:
– Inserir Tabela: insere uma tabela ao texto;
– Inserir: insere linha, coluna e célula à tabela existente;
– Excluir: exclui linha, coluna e tabela;
– Selecionar: seleciona célula, linha, coluna e tabela;

50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Mesclar: mescla as células adjacentes de uma tabela, transformando-as em uma única tabela. Atenção! O conteúdo de todas as
células é preservado;
– Converter: converte texto em tabela ou tabela em texto;
– Fórmulas: insere fórmulas matemáticas na célula da tabela, tais como soma, multiplicação, média, contagem etc.

Ferramentas
Esse menu trabalha com diversas ferramentas, tais como:
– Ortografia e Gramática: essa ferramenta aciona o corretor ortográfico para fazer a verificação de ocorrências de erros em todo o
documento. Ela corrige por alguma sugestão do dicionário, permite inserir novos termos ao dicionário ou apenas ignora as ocorrências
daquele erro (F7);

– Verificação Ortográfica Automática: marca automaticamente com um sublinhado ondulado vermelho as palavras que possuem
erros ortográficos ou que não pertencem ao dicionário (SHIFT+F7);

– Dicionário de Sinônimos: apresenta sinônimos e antônimos da palavra selecionada;


– Idioma: define o idioma do corretor ortográfico;
– Contagem de palavras: faz uma estatística do documento, contando a quantidade de caracteres, palavras, linhas, parágrafos e pá-
ginas;
– Autocorreção: substitui automaticamente uma palavra ou termo do texto por outra. O usuário define quais termos serão substituí-
dos;
– Autotexto: insere automaticamente um texto por meio de atalhos, por exemplo, um tipo de saudação ou finalização do documento;

– Mala Direta: cria uma mala direta, que é uma correspondência endereçada a vários destinatários. É formada por uma correspon-
dência (carta, mensagem de e-mail, envelope ou etiqueta) e por uma lista de destinatários (tabela, planilha, banco de dados ou catálogo
de endereços contendo os dados dos destinatários).

Principais teclas de atalho


CTRL+A: selecionar todo o documento (all).
CTR+B: negritar (bold).
CTRL+C: copiar.
CTRL+D: sublinhar.
CTRL+E: centralizar alinhamento.
CTRL+F: localizar texto (find).
CTRL+G: sem ação.
CTRL+H: localizar e substituir.
CTRL+I: itálico.
CTRL+J: justificar.
CTRL+K: adicionar hiperlink.
CTRL+L: alinhar à esquerda (left).
CTRL+M: limpar formatação.
CTRL+N: novo documento (new).
CTRL+ O: abrir documento existente (open).
CTRL+P: imprimir (print).
CTRL+Q: fechar o aplicativo Writer.
CTRL+R: alinhar à direita (right).
CTRL+S: salvar o documento (save).
CTRL+T: sem ação.
CTRL+U: sublinhar.
CTRL+V: colar.
CTRL+X: recortar.
CTRL+W: fechar o arquivo.
CTRL+Y: refazer última ação.
CTRL+Z: desfazer última ação.

LibreOffice Calc
O Calc é o aplicativo de planilhas eletrônicas do LibreOffice. Assim como o MS Excel, ele trabalha com células e fórmulas.
Outras funcionalidades oferecidas pelo Calc incluem54:
– Funções, que podem ser utilizadas para criar fórmulas para executar cálculos complexos;
– Funções de banco de dados, para organizar, armazenas e filtrar dados;
– Gráficos dinâmicos; um grande número de opções de gráficos em 2D e 3D;
– Macros, para a gravação e execução de tarefas repetitivas; as linguagens de script suportadas incluem LibreOffice Basic, Python,
BeanShell, e JavaScript;
– Capacidade de abrir, editar e salvar planilhas no formato Microsoft Excel;
54 WEBER, J. H., SCHOFIELD, P., MICHEL, D., RUSSMAN, H., JR, R. F., SAFFRON, M., SMITH, J. A. Introdução ao Calc. Planilhas de Cálculo no LibreOffice

51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Importação e exportação de planilhas em vários formatos, incluindo HTML, CSV, PDF e PostScript.

Planilhas e células
O Calc trabalha como elementos chamados de planilhas. Um arquivo de planilha consiste em várias planilhas individuais, cada uma
delas contendo células em linhas e colunas. Uma célula particular é identificada pela letra da sua coluna e pelo número da sua linha.
As células guardam elementos individuais – texto, números, fórmulas, e assim por diante – que mascaram os dados que exibem e
manipulam.
Cada arquivo de planilha pode ter muitas planilhas, e cada uma delas pode conter muitas células individuais. No Calc, cada planilha
pode conter um máximo de 1.048.576 linhas e 1024 colunas.

Janela principal
Quando o Calc é aberto, a janela principal abre. As partes dessa janela estão descritas a seguir.

Janela principal do Calc e suas partes, sem a Barra lateral.

Principais Botões de Comandos

Assistente de Função: auxilia o usuário na criação de uma função. Organiza as funções por categoria.

Autossoma: insere a função soma automaticamente na célula.

Formatação de porcentagem: multiplica o número por 100 e coloca o sinal de porcentagem ao final dele.

Formatação de número: separa os milhares e acrescenta casas decimais (CTRL+SHIFT+1).

Formatação de data: formata a célula em formato de data (CTRL+SHIFT+3).

Adiciona casas decimais.

Diminui casas decimais.

Filtro: exibe apenas as linhas que satisfazem o critério do filtro da coluna.

Insere gráfico para ilustrar o comportamento dos dados tabulados.

52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ordena as linhas em ordem crescente ou decrescente. Pode ser aplicada em várias colunas.

Mesclar e centralizar células: transforma duas ou mais células adjacentes em uma única célula.

Alinhar em cima: alinha o conteúdo da célula na parte superior dela.

Centralizar verticalmente: alinha o conteúdo da célula ao centro verticalmente.

Alinhar embaixo: alinha o conteúdo da célula na parte inferior dela.

Congelar linhas e colunas: fixa a exibição da primeira linha ou da primeira coluna ou ainda permite congelar as linhas acima e
as colunas à esquerda da célula selecionada. Não é proteção de células, pois o conteúdo das mesmas ainda pode ser alterado.

Insere linha acima da linha atual.

Insere linha abaixo da linha atual.

Exclui linhas selecionadas.

Insere coluna à esquerda.

Insere coluna à direita.

Exclui colunas selecionadas.

Barra de título
A barra de título, localizada no alto da tela, mostra o nome da planilha atual. Quando a planilha for recém-criada, seu nome é Sem
título X, onde X é um número. Quando a planilha é salva pela primeira vez, você é solicitado a dar um nome de sua escolha.

Barra de Menu
A Barra de menu é onde você seleciona um dos menus e aparecem vários submenus com mais opções.
– Arquivo: contém os comandos que se aplicam a todo o documento, como Abrir, Salvar, Assistentes, Exportar como PDF, Imprimir,
Assinaturas Digitais e assim por diante.
– Editar: contém os comandos para a edição do documento, tais como Desfazer, Copiar, Registrar alterações, Preencher, Plug-in e
assim por diante.
– Exibir: contém comandos para modificar a aparência da interface do usuário no Calc, por exemplo Barra de ferramentas, Cabeçalhos
de linhas e colunas, Tela Inteira, Zoom e assim por diante.
– Inserir: contém comandos para inserção de elementos em uma planilha; por exemplo, Células, Linhas, Colunas, Planilha, Figuras e
assim por diante.

Inserir novas planilhas


Clique no ícone Adicionar planilha para inserir uma nova planilha após a última sem abrir a caixa de diálogo Inserir planilha. Os se-
guintes métodos abrem a caixa de diálogo Inserir planilha onde é possível posicionar a nova planilha, criar mais que uma planilha, definir
o nome da nova planilha, ou selecionar a planilha de um arquivo.
– Selecione a planilha onde deseja inserir uma nova e vá no menu Inserir > Planilha; ou
– Clique com o botão direito do mouse na aba da planilha onde você deseja inserir uma nova e selecione Inserir planilha no menu de
contexto; ou
– Clique no espaço vazio no final das abas das planilhas; ou
– Clique com o botão direito do mouse no espaço vazio no final das abas das planilhas e selecione Inserir planilha no menu de con-
texto.

53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Caixa de diálogo Inserir planilha.

– Formatar: contém comandos para modificar o leiaute de uma planilha; por exemplo,
Células, Página, Estilos e formatação, Alinhamento e assim por diante.
– Ferramentas: contém várias funções que auxiliam a verificar e personalizar a planilha, por exemplo, Ortografia, Compartilhar docu-
mento, Macros e assim por diante.
– Dados: contém comandos para manipulação de dados em sua planilha; por exemplo, Definir intervalo, Selecionar intervalo, Classi-
ficar, Consolidar e assim por diante.
– Janela: contém comandos para exibição da janela; por exemplo, Nova janela, Dividir e assim por diante.
– Ajuda: contém links para o sistema de ajuda incluído com o software e outras funções; por exemplo, Ajuda do LibreOffice, Informa-
ções da licença, Verificar por atualizações e assim por diante.

Barra de ferramentas
A configuração padrão, ao abrir o Calc, exibe as barras de ferramentas Padrão e Formatação encaixadas no topo do espaço de trabalho.
Barras de ferramentas do Calc também podem ser encaixadas e fixadas no lugar, ou flutuante, permitindo que você mova para a po-
sição mais conveniente em seu espaço de trabalho.

Barra de fórmulas
A Barra de fórmulas está localizada no topo da planilha no Calc. A Barra de fórmulas está encaixada permanentemente nesta posição
e não pode ser usada como uma barra flutuante. Se a Barra de fórmulas não estiver visível, vá para Exibir no Menu e selecione Barra de
fórmulas.

Barra de fórmulas.

Indo da esquerda para a direita, a Barra de Fórmulas consiste do seguinte:


– Caixa de Nome: mostra a célula ativa através de uma referência formada pela combinação de letras e números, por exemplo, A1. A
letra indica a coluna e o número indica a linha da célula selecionada.

– Assistente de funções : abre uma caixa de diálogo, na qual você pode realizar uma busca através da lista de funções disponí-
veis. Isto pode ser muito útil porque também mostra como as funções são formadas.

– Soma : clicando no ícone Soma, totaliza os números nas células acima da célula e então coloca o total na célula selecionada. Se
não houver números acima da célula selecionada, a soma será feita pelos valores das células à esquerda.

– Função : clicar no ícone Função insere um sinal de (=) na célula selecionada, de maneira que seja inserida uma fórmula na Linha
de entrada.

– Linha de entrada: exibe o conteúdo da célula selecionada (dados, fórmula, ou função) e permite que você edite o conteúdo da célu-
la. Você pode editar o conteúdo da célula diretamente, clicando duas vezes nela. Quando você digita novos dados numa célula, os ícones
de Soma e de Função mudam para os botões Cancelar e Aceitar .

54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Operadores aritméticos

Operadores aritméticos.

Operadores aritméticos.

Operadores comparativos

Operadores comparativos.

• Principais fórmulas
=HOJE(): insere a data atual do sistema operacional na célula. Essa data sempre será atualizada toda vez que o arquivo for aberto.
Existe uma tecla de atalho que também insere a data atual do sistema, mas não como função, apenas a data como se fosse digitada pelo
usuário. Essa tecla de atalho é CTRL+;.
=AGORA(): insere a data e a hora atuais do sistema operacional. Veja como é seu resultado após digitada na célula.

=SOMA(): apenas soma os argumentos que estão dentro dos parênteses.


=POTÊNCIA(): essa função é uma potência, que eleva o primeiro argumento, que é a base, ao segundo argumento, que é o expoente.
=MÁXIMO(): essa função escolhe o maior valor do argumento.
=MÍNIMO(): essa função faz exatamente o contrário da anterior, ou seja, escolhe o menor valor do argumento.
=MÉDIA(): essa função calcula a média aritmética ou média simples do argumento, que é a soma dos valores dividida pela sua quan-
tidade.
Atenção! Essa função será sempre a média aritmética. Essa função considera apenas valores numéricos e não vazios.
=CONT.SE(): essa função é formada por dois argumentos: o primeiro é o intervalo de células que serão consideradas na operação; o
segundo é o critério.
=SE(): essa função testa valores, permitindo escolher um dentre dois valores possíveis. A sua estrutura é a seguinte:

A condição é uma expressão lógica e dá como resultado VERDADEIRO ou FALSO. O resultado1 é escolhido se a condição for verdadeira;
o resultado2 é escolhido se a condição for falsa. Os resultados podem ser: “texto” (entre aspas sempre), número, célula (não pode inter-
valo, apenas uma única célula), fórmula.
A melhor forma de ler essa função é a seguinte: substitua o primeiro “;” por “Então” e o segundo “;” por “Senão”. Fica assim: se a
condição for VERDADEIRA, ENTÃO escolha resultado1; SENÃO escolha resultado2.

55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
=PROCV(): a função PROCV serve para procurar valores em um intervalo vertical de uma matriz e devolve para o usuário um valor de
outra coluna dessa mesma matriz, mas da mesma linha do valor encontrado.

Essa é a estrutura do PROCV, na qual “valor” é o valor usado na pesquisa; “matriz” é todo o conjunto de células envolvidas; “coluna_re-
sultado” é o número da coluna dessa matriz onde o resultado se encontra; “valor_aproximado” diz se a comparação do valor da pesquisa
será apenas aproximada ou terá que ser exatamente igual ao procurado. O valor usado na pesquisa tem que estar na primeira coluna da
matriz, sempre! Ou seja, ela procurará o valor pesquisado na primeira coluna da matriz.

Entendendo funções
Calc inclui mais de 350 funções para analisar e referenciar dados55. Muitas destas funções são para usar com números, mas muitos
outros são usados com datas e hora, ou até mesmo texto.
Uma função pode ser tão simples quanto adicionar dois números, ou encontrar a média de uma lista de números. Alternativamente,
pode ser tão complexo como o cálculo do desvio-padrão de uma amostra, ou a tangente hiperbólica de um número.
Algumas funções básicas são semelhantes aos operadores. Exemplos:
+ Este operador adiciona dois números juntos para um resultado. SOMA(), por outro lado adiciona grupos de intervalos contíguos de
números juntos.
* Este operador multiplica dois números juntos para um resultado. MULT() faz o mesmo para multiplicar que SOMA() faz para adicionar

Estrutura de funções
Todas as funções têm uma estrutura similar.
A estrutura de uma função para encontrar células que correspondam a entrada de critérios é:
=BDCONTAR(Base_de_dados;Campo_de_Base_de_dados;CritériosdeProcura)

Uma vez que uma função não pode existir por conta própria, deve sempre fazer parte de uma fórmula. Consequentemente, mesmo
que a função represente a fórmula inteira, deve haver um sinal = no começo da fórmula. Independentemente de onde na fórmula está a
função, a função começará com seu nome, como BDCONTAR no exemplo acima. Após o nome da função vem os seus argumentos. Todos
os argumentos são necessários, a menos que especificados como opcional. Argumentos são adicionados dentro de parênteses e são sepa-
rados por ponto e vírgula, sem espaço entre os argumentos e o ponto e vírgula.

LibreOffice Impress
O Impress é o aplicativo de apresentação de slides do LibreOffice. Com ele é possível criar slides que contenham vários elementos
diferentes, incluindo texto, listas com marcadores e numeração, tabelas, gráficos e uma vasta gama de objetos gráficos tais como clipart,
desenhos e fotografias56.
O Impress também é compatível com o MS PowerPoint, permitindo criar, abrir, editar e salvar arquivos no formato.PPTX.

Janela principal do Impress


A janela principal do Impress tem três partes: o Painel de slides, Área de trabalho, e Painel lateral. Além disso, várias barras de ferra-
mentas podem ser exibidas ou ocultas durante a criação de uma apresentação.

Área de trabalho
A Área de trabalho (normalmente no centro da janela principal) tem cinco abas: Normal, Estrutura de tópicos, Notas, Folheto e Clas-
sificador de slides. Estas cinco abas são chamadas de botões de visualização A área de trabalho abaixo da visualização de botões muda
dependendo da visualização escolhida. Os pontos de vista de espaço de trabalho são descritos em “Visualização da Área de trabalho”’.

55 Duprey, B.; Silva, R. P.; Parker, H.; Vigliazzi, D. Douglas. Guia do Calc, Capítulo 7. Usando Formulas e Funções.
56 SCHOFIELD, P.; WEBER, J. H.; RUSSMAN, H.; O’BRIEN, K.; JR, R. F. Introdução ao Impress. Apresentação no LibreOffice

56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Janela principal do Impress; ovais indicam os marcadores Ocultar/Exibir.

Painel de slides
O Painel de slides contém imagens em miniaturas dos slides em sua apresentação, na ordem em que serão mostradas, a menos que
você altere a ordem de apresentação de slides. Clicando em um slide neste painel, este é selecionado e colocado na Área e trabalho. Quan-
do um slide está na Área de trabalho, você pode fazer alterações nele.
Várias operações adicionais podem ser realizadas em um ou mais slides simultaneamente no Painel de slides:
– Adicionar novos slides para a apresentação.
– Marcar um slide como oculto para que ele não seja exibido como parte da apresentação.
– Excluir um slide da apresentação se ele não for mais necessário.
– Renomear um slide.
– Duplicar um slide (copiar e colar)

Também é possível realizar as seguintes operações, embora existam métodos mais eficientes do que usar o Painel de slides:
– Alterar a transição de slides seguindo o slide selecionado ou após cada slide em um grupo de slides.
– Alterar o design de slide.

Barra lateral
O Barra lateral tem cinco seções. Para expandir uma seção que você deseja usar, clique no ícone ou clique no pequeno triângulo na
parte superior dos ícones e selecione uma seção da lista suspensa. Somente uma seção de cada vez pode ser aberta.

PROPRIEDADES

Mostra os layouts incluídos no Impress. Você pode escolher o que você quer e usá-lo como ele é, ou modificá-lo para atender às suas
necessidades. No entanto, não é possível salvar layouts personalizados.

PÁGINAS MESTRE

Aqui você define o estilo de página (slide) para sua apresentação. O Impress inclui vários modelos de páginas mestras (slide mestre). Um
deles – Padrão – é branco, e o restante tem um plano de fundo e estilo de texto.

ANIMAÇÃO PERSONALIZADA

Uma variedade de animações podem ser usadas para realçar ou melhorar diferentes elementos de cada slide. A seção Animação perso-
nalizada fornece uma maneira fácil para adicionar, alterar, ou remover animações.

TRANSIÇÃO DE SLIDES

57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Fornece acesso a um número de opções de transição de slides. O padrão é definido como Sem transição, em que o slide seguinte subs-
titui o existente. No entanto, muitas transições adicionais estão disponíveis. Você também pode especificar a velocidade de transição
(Lenta, Média, Rápida), escolher entre uma transição automática ou manual, e escolher quanto tempo o slide selecionado será mostra-
do (somente transição automática).

ESTILOS E FORMATAÇÃO

Aqui você pode editar e aplicar estilos gráficos e criar estilos novos, mas você só pode editar os estilos de apresentação existentes. Quan-
do você edita um estilo, as alterações são aplicadas automaticamente a todos os elementos formatados com este estilo em sua apre-
sentação. Se você quiser garantir que os estilos em um slide específico não sejam atualizados, crie uma nova página mestra para o slide.

GALERIA

Abre a galeria Impress, onde você pode inserir um objeto em sua apresentação, quer seja como uma cópia ou como um link. Uma cópia
de um objeto é independente do objeto original. Alterações para o objeto original não têm efeito sobre a cópia. Uma ligação permanece
dependente do objeto original. Alterações no objeto original também são refletidas no link.

NAVEGADOR

Abre o navegador Impress, no qual você pode mover rapidamente para outro slide ou selecionar um objeto em um slide. Recomenda-
-se dar nomes significativos aos slides e objetos em sua apresentação para que você possa identificá-los facilmente quando utilizar a
navegação.

• Principais Funcionalidades e Comandos

Inicia a apresentação do primeiro slide (F5).

Inicia a apresentação do slide atual (SHIFT+F5).

Insere áudio e vídeo ao slide.

Insere caixa de texto ao slide.

Insere novo slide, permitindo escolher o leiaute do slide que será inserido.

Exclui o slide selecionado.

Altera o leiaute do slide atual.

Cria um slide mestre.

Oculta o slide no modo de apresentação.

Cronometra o tempo das animações e transições dos slides no modo de apresentação para posterior exibição automática usando
o tempo cronometrado.

Configura as transições dos slides, ou seja, o efeito de passagem de um para o outro.

Configura a animação dos conteúdos dos slides, colocando efeitos de entrada, ênfase, saída e trajetória.

58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS À IN- nas literaturas como sendo:
TERNET E INTRANET, BUSCA E PESQUISA NA WEB. - O protocolo principal da Internet;
NAVEGADORES DE INTERNET: MOZILLA FIREFOX, - O protocolo padrão da Internet;
GOOGLE CHROME - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
ao funcionamento da Internet e seus serviços.
Internet
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
bos submarinos, canais de satélite, etc57. Ela nasceu em 1969, nos sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa porte dos pacotes).
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency).
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- Domínio
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
instituições possuíam internet. dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a – 74.125.234.180.
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
http://www.empresa.com.br, em que:
Conectando-se à Internet www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma reço pertence à web.
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- viço.
com: indica que é comercial.
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio
br: indica que o endereço é no Brasil.
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.).
URL
Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
World Wide Web
zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu
vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin-
ou uma rede corporativa, uma intranet.
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de minho/recurso.
forma simples e fácil de acessar.
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da HTTP
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
e agradável. web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).
Protocolo de comunicação
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- Hipertexto
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi-
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como Navegadores
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de- Um navegador de internet é um programa que mostra informa-
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- ções da internet na tela do computador do usuário.
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo Além de também serem conhecidos como browser ou web brow-
computador de origem. ser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositivos móveis,
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das aparelhos portáteis, videogames e televisores conectados à internet.
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
Internet. e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive internauta.
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor.
externo. Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer
página ou site na rede.
TCP / IP Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro- servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet). tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
57 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E-
gador e os servidores.
7ado.pdf

59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Funcionalidades de um Navegador de Internet Internet Explorer
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador. substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta. algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada atualizadas no Edge.
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
site na internet.
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
pretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
página. Principais recursos do Internet Explorer:
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet: – Transformar a página num aplicativo na área de trabalho,
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza- permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente
página na web. através de ícones.
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos – Gerenciador de downloads integrado.
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do – Mais estabilidade e segurança.
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. – Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- implementados nos sites mais modernos.
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite – Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é
recorrentes da sua rotina diária de tarefas. possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque- oferecem funcionalidades adicionais.
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para – One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
para mostrar as atualizações. vra-chave digitando-a na barra de endereços.
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe- Microsoft Edge
rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer58.
apagado, caso o usuário queira. O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os down- aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
loads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pau- Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
sar por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
do navegador de internet.
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
no navegador. Outras características do Edge são:
– Experiência de navegação com alto desempenho.
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são – Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co- quer lugar conectado à internet.
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na- – Funciona com a assistente de navegação Cortana.
vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
virtual da Internet. – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.

Firefox
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
58 https://bit.ly/2WITu4N

60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita- Outros pontos de destaques do Opera são:
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja, – Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener-
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins- gia.
talado no PC, ele poderá ser instalado. – Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
(3G ou 4G).
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
páginas bancárias e de vendas on-line.
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Disponível em desktop e mobile.

Safari
Algumas características de destaque do Firefox são: O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente. sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
– Não exige um hardware poderoso para rodar. é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recursos. confiáveis para usar.
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
vacidade.
– Disponível em desktop e mobile.

Google Chorme
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
convidativo à navegação simplificada. O Safari também se destaca em:
– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi-
tivo Apple (iOS).
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio-
namento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
pos de informação.
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja
da Apple (Windows e Linux).
Principais recursos do Google Chrome: – Disponível em desktops e mobile.
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes. Intranet
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
funcionalidades. sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar con- um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
teúdos otimizados. que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- internos59.
TPS). Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
– Disponível em desktop e mobile. intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
Opera situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo- Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
luindo como um dos melhores navegadores de internet. alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar. podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida- demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
de da experiência do usuário. Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
de informações.

59 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-ferramen-
tas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/

61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos, a intranet permite que computadores localizados numa filial, se conec-
tados à internet com uma senha, acessem conteúdos que estejam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre a empresa
e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho significativo em termos de segurança.

EXERCÍCIOS

1. (PREFEITURA DE SÃO JOAQUIM DO/PE - AUDITOR DE CONTROLE INTERNO - ADM&TEC/2018) Leia as afirmativas a seguir:
I. As funções “OU” e “SE”, no Microsoft Excel, são funções lógicas.
II. A dinâmica de transmissão de informação na internet não permite que as ações se sucedam concomitantemente.

Marque a alternativa CORRETA:


(A) As duas afirmativas são verdadeiras.
(B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
(D) As duas afirmativas são falsas.

2. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) Toda função do Excel deverá ser iniciada com o seguinte sinal:
(A) Igual.
(B) Soma.
(C) Média.
(D) Menor.

3. (GHC/RS - CONTADOR -: MS CONCURSOS/2018) O Excel possui a utilização de macros. Dentre as alternativas, assinale a que corre-
tamente explica o que vem a ser “macro”.
(A) Uma sequência de comandos utilizados em linguagem de máquina que corrigem as células.
(B) Uma programação cuja função é gerenciar os recursos do sistema Excel, fornecendo uma interface entre o computador e o usuá-
rio.
(C) Um programa do Excel que tem por objetivo ajudar o seu usuário a desempenhar uma tarefa específica, em geral ligada à edito-
ração dos dados.
(D) Um programa que executa o cruzamento de uma linha com uma coluna e nela são inseridas as informações necessárias do seu
documento.
(E) Uma sequência de comandos, que podem ser cliques, toques no teclado ou até mesmo pequenas linhas de códigos com funções
mais avançadas. Essas sequências são gravadas em um módulo VBA e são executadas sempre que forem necessárias.

4. (CÂMARA DE MONTES CLAROS/MG - AGENTE DO LEGISLATIVO - COTEC/2020) Dado o recorte de tabela a seguir, as fórmulas
necessárias para se obter a quantidade de alunos aprovados, conforme exposto na célula B16 e a média de notas da Prova 1, disposta na
célula B13, estão na alternativa:

(A) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MÉDIA (B2:B11).


(B) B16=SOMA (APROVADO) e B13=MÉDIA (B2:B11).
(C) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MED (B13).
(D) B16=CONT.SE (F2:F11;”APROVADO”) e B13=MÉDIA (B2:B11).
(E) B16=SOMA (F2:F11) –(F4+F5+F6+F7) e B13=MED(B13).

62
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
5. (TJ/RN - TÉCNICO DE SUPORTE SÊNIOR - COMPERVE/2020) Um técnico de suporte recebeu uma planilha elaborada no Microsoft
Excel, com os quantitativos de equipamentos em 3 setores diferentes e o valor unitário em reais de cada equipamento, conforme imagem
abaixo.

Para que uma célula mostre o valor em reais do somatório dos valores de todos os equipamentos do departamento de informática,
seria necessário utilizar a fórmula:
(A) =SOMA(B3:B8 + C3:C8)
(B) =SOMA(B3:B8 * C3:C8)
(C) =SOMA(B3:B8 * D3:D8)
(D) =SOMA(B3:B8 + D3:D8)

6. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP - MÉDICO - INSTITUTO EXCELÊNCIA/2018) Tendo por base o programa Microsoft Excel na sua
configuração padrão e versão mais recente, responda: Qual operador aritmético é utilizado quando for preciso inserir uma potenciação?
(A) !
(B) $
(C) *
(D) @
(E) ^

7. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) O PowerPoint permite, ao preparar uma apresentação, inserir efeitos de transições entre os slides.
Analise os passos para adicionar a transição de slides.
( ) Selecionar Opções de Efeito para escolher a direção e a natureza da transição
( ) Selecionar a guia Transições e escolher uma transição; selecionar uma transição para ver uma visualização.
( ) Escolher o slide no qual se deseja adicionar uma transição.
( ) Selecionar a Visualização para ver como a transição é exibida.

A sequência está correta em


(A) 3, 2, 1, 4.
(B) 1, 2, 3 ,4.
(C) 3, 4, 1, 2.
(D) 1, 4, 2, 3.

8. (PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PSICÓLOGO - IBADE/2020) O programa utilizado para criação/edição e exibição de slides é:
(A) Excel.
(B) Word.
(C) Photoshop.
(D) Power Point.
(E) Media Player.

9. (PREFEITURA DE RIO DAS ANTAS/SC - AUXILIAR EDUCACIONAL - FEPESE/2018) Sobre o MS PowerPoint para Office 365 em portu-
guês, considere as seguintes afirmativas.
1. Uma apresentação pode conter somente um único slide mestre, que pode ser personalizado de modo individual para cada slide da
apresentação.
2. Para padronizar as fontes e imagens de fundo, por exemplo, de modo que os slides da apresentação contenham a mesma formata-
ção, pode-se editar o slide mestre da apresentação.
3. O PowerPoint permite alternar entre slides em formato Paisagem e Retrato de forma nativa, em uma mesma apresentação. Basta
configurar a página de cada slide individualmente.

63
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. (D) a internet possibilita uma comunicação entre vários
(A) É correta apenas a afirmativa 2. computadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço
(B) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. eletrônico.
(C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3. (E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, en-
(D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. quanto a WWW é uma rede mundial de computadores com
(E) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3. acesso especial ao Google.

10. (CIS - AMOSC/SC - AUXILIAR ADMINISTRATIVO - FEPE- 15. (PREFEITURA DE PINTO BANDEIRA/RS - AUXILIAR DE SER-
SE/2018) Alguns projetores são considerados wide-screen, ou for- VIÇOS GERAIS - OBJETIVA/2019) Sobre a navegação na internet,
mato 16:9. analisar a sentença abaixo:
Assinale a alternativa que permite ao usuário alterar o tama- Os acessos a sites de pesquisa e de notícias são geralmente rea-
nho do slide para widescreen utilizando o MS PowerPoint para Of- lizados pelo protocolo HTTP, onde as informações trafegam com o
fice 365 em português. uso de criptografia (1ª parte). O protocolo HTTP não garante que
(A) Através da guia Design, selecionar o Tamanho do Slide, e os dados não possam ser interceptados (2ª parte). A sentença está:
clicar em Widescreen (16:9). (A) Totalmente correta.
(B) Através da guia Inserir, selecionar a opção Inserir Slide (B) Correta somente em sua 1ª parte.
Widescreen (16:9). (C) Correta somente em sua 2ª parte.
(C) Através da guia Transições, selecionar a opção de alterar o (D) Totalmente incorreta.
formato do slide para Widescreen (16:9).
(D) Através da guia Apresentação de Slides, selecionar a opção 16. (CRN - 3ª REGIÃO (SP E MS) - OPERADOR DE CALL CENTER -
Apresentar em Formato Widescreen (16:9). IADES/2019) A navegação na internet e intranet ocorre de diversas
(E) Através da guia Exibir, selecionar o tamanho do slide e formas, e uma delas é por meio de navegadores. Quanto às funções
clicar em Exibir no formato Widescreen (16:9). dos navegadores, assinale a alternativa correta.
(A) Na internet, a navegação privada ou anônima do navega-
11. (PREFEITURA DE PORTO XAVIER/RS - TÉCNICO EM ENFER- dor Firefox se assemelha funcionalmente à do Chrome.
MAGEM - FUNDATEC/2018) (B) O acesso à internet com a rede off-line é uma das vanta-
Os ícones , pertencentes ao programa Microsoft Word gens do navegador Firefox.
2013, são chamados, respectivamente, de: (C) A função Atualizar recupera as informações perdidas quan-
(A) Maiúsculas e Minúsculas. do uma página é fechada incorretamente.
(B) Subscrito e Sobrescrito. (D) A navegação privada do navegador Chrome só funciona na
(C) Negrito e Itálico. intranet.
(D) Imprimir e Substituir. (E) Os cookies, em regra, não são salvos pelos navegadores
(E) Itálico e Imprimir. quando estão em uma rede da internet.

12. (FUNDATEC - CONTADOR - FUNDATEC/2018) Em que Guia 17. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETIVA/2019)
do programa Microsoft Word 2013, em sua configuração padrão, São exemplos de dois softwares e um hardware, respectivamente:
está localizado o recurso Inserir Nota de Rodapé? (A) Placa de vídeo, teclado e mouse.
(A) Inserir. (B) Microsoft Excel, Mozilla Firefox e CPU.
(B) Página inicial. (C) Internet Explorer, placa-mãe e gravador de DVD.
(C) Referências. (D) Webcam, editor de imagem e disco rígido.
(D) Revisão.
(E) Layout da Página. 18. (GHC-RS - CONTADOR - MS CONCURSOS/2018) Nas alter-
nativas, encontram-se alguns conceitos básicos de informática, ex-
13. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA - ceto:
GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet: (A) Hardware são os componentes físicos do computador, ou
(A) Acesso restrito e Rede Local (LAN). seja, a máquina propriamente dita.
(B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras. (B) Software é o conjunto de programas que permite o funcio-
(C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados. namento e utilização da máquina.
(D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito. (C) Entre os principais sistemas operacionais, pode-se destacar
o Windows, Linux e o BrOffice.
(D) O primeiro software necessário para o funcionamento de
14. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE AD-
um computador é o Sistema Operacional.
MINISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide
(E) No software livre, existe a liberdade de estudar o funciona-
Web (WWW) são frequentemente usados como sinônimos na lin-
mento do programa e de adaptá-lo as suas necessidades.
guagem corrente, e não são porque
(A) a internet é uma coleção de documentos interligados (pá-
19. (PREFEITURA DE CARLOS BARBOSA/RS - AGENTE ADMI-
ginas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço
NISTRATIVO (LEGISLATIVO) - OBJETIVA/2019) Sobre as classifica-
de acesso a um computador.
ções de software, analisar a sentença abaixo:
(B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co- Software de sistema são programas que permitem a interação
nexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço do usuário com a máquina, como exemplo pode-se citar o Windows
especial de acesso ao Google. (1ª parte).
(C) a internet é uma rede mundial de computadores especial, Software de aplicativo são programas de uso cotidiano do
enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que fun- usuário, permitindo a realização de tarefas, como editores de texto,
cionam dentro da internet. planilhas, navegador de internet, etc. (2ª parte).

64
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A sentença está: (C) Wordpad.
(A) Totalmente correta. (D) Paint.
(B) Correta somente em sua 1ª parte. (E) SQL Lite.
(C) Correta somente em sua 2ª parte.
(D) Totalmente incorreta. 26. (PREFEITURA DE CANANÉIA/SP - ORIENTADOR SOCIAL -
VUNESP/2020) Em um computador com Microsoft Windows 7 ins-
20. (PREFEITURA DE SANTO ANTÔNIO DO SUDOESTE/PR - talado, em sua configuração original, um usuário clicou com o botão
PROFESSOR - INSTITUTO UNIFIL/2018) Assinale a alternativa que invertido do mouse sobre um ponto vazio da Área de Trabalho e
representa um Software. obteve o seguinte menu de contexto, exibido parcialmente na ima-
(A) Windows. gem a seguir.
(B) Mouse.
(C)Hard Disk – HD.
(D) Memória Ram.

21. (PREFEITURA DE CUNHA PORÃ/SC - ENFERMEIRO - INS-


TITUTO UNIFIL/2020) Considerando os conceitos de segurança da
informação e os cuidados que as organizações e particulares devem
ter para proteger as suas informações, assinale a alternativa que
não identifica corretamente um tipo de backup.
(A) Backup Incremental.
(B) Backup Excepcional.
(C) Backup Diferencial.
(D) Backup Completo ou Full. A opção Novo permite que se crie um(a) novo(a)
(A) Usuário
22. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ/SC - MÉDICO VETERINÁRIO - (B) Atalho
ESES/2019) As cópias de segurança (backup) são imprescindíveis (C) Papel de parede
nas organizações. Elas podem ser armazenadas de diversas formas. (D) Barra de ferramentas
(E) Pesquisa por arquivos
O tipo de backup onde cópias são feitas apenas dos arquivos que
foram modificados desde a última interação é denominado:
27. (PREFEITURA DE CANANÉIA/SP - MÉDICO 20H - VU-
(A) Backup diferencial.
NESP/2020) Assinale a alternativa que apresenta apenas extensões
(B) Backup cumulativo.
de arquivos reconhecidas por padrão, no MS-Windows 7, em sua
(C) Backup completo.
configuração padrão, como arquivos de imagens.
(D) Backup incremental.
(A) bmp e pptx.
(B) xlsx e docx.
23. (CRO/RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA - INAZ DO PARÁ ÓR- (C) txt e jpg.
GÃO) O Windows XP é uma família de sistemas operacionais de 32 (D) jpg e png.
e 64 bits produzidos pela Microsoft. Neste sistema operacional qual (E) png e doc.
é a opção do painel de controle que permite a configuração de va-
riáveis de ambiente do sistema? 28. (PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PSICÓLOGO - IBA-
(A) Opções de acessibilidade. DE/2020) No Windows 7, para verificar o percentual de utilização
(B) Programas e recursos. de um HD, de forma gráfica, deve-se clicar no ícone do dispositivo
(C) Sistema. com o botão direito do mouse e selecionar:
(D) Opções da internet. (A) Pesquisar.
(E) Gerenciador de tarefas. (B) Compartilhar.
(C) Criar atalho.
24. (PREFEITURA DE ITANHANDU - MG - AUXILIAR ADMINIS- (D) Explorar.
TRATIVO I – RBO) Sobre a instalação do sistema operacional Micro- (E) Propriedades.
soft Windows XP e sobre a instalação de softwares para este siste-
ma operacional é correto afirmar: 29. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - ASSISTENTE SOCIAL - OBJE-
(A) Não é possível instalar outro browser para, como por TIVA/2019) Em relação ao sistema operacional Windows 10, anali-
exemplo, o “Firefox”. sar os itens abaixo:
(B) Ao instalar o sistema operacional Windows XP a instalação I. Possibilita o gerenciamento do tempo de tela.
do programa Outlook Express (cliente de e-mail), é automáti- II. Disponibiliza somente uma atualização de segurança por
ca. ano.
(C) Após a instalação do sistema operacional Windows XP é III. Possibilita a conexão de contas da Microsoft entre usuários.
permitido a desinstalação do browser Internet Explorer. IV. Possui recursos de segurança integrados, incluindo firewall
(D) O Windows XP traz em seu pacote-padrão de instalação o e proteção de internet para ajudar a proteger contra vírus, malware
antivírus AVAST. e ransomware.

25. (CÂMARA DE MARABÁ/PA - TÉCNICO EM CONTABILIDADE Estão CORRETOS:


- FADESP) São exemplos de programas pertencentes ao Windows (A) Somente os itens I, II e III.
XP padrão, exceto: (B) Somente os itens I, III e IV.
(A) Bloco de Notas. (C) Somente os itens II, III e IV
(B) Calculadora. (D) Todos os itens.

65
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
30. (PREFEITURA DE PORTO XAVIER/RS - TÉCNICO EM ENFER- 35. (CÂMARA MUNICIPAL DE ELDORADO DO SUL/RS - ANALIS-
MAGEM - FUNDATEC/2018) A tecla de atalho Ctrl+A, no sistema TA LEGISLATIVO - FUNDATEC/2018) Os operadores matemáticos do
operacional Microsoft Windows 10, possui a função de: software Calc do pacote LibreOffice 5, responsáveis por executar a
(A) Selecionar tudo. potência e divisão, são, respectivamente:
(B) Imprimir. (A) ^ /
(C) Renomear uma pasta. (B) * ^
(D) Finalizar o programa. (C) * :
(E) Colocar em negrito. (D) ^ :
(E) * /
31. (IF/GO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - CS-UFG/2018)
Dentre as principais suítes de aplicativos para escritório estão o Li-
breOffice, o Microsoft Office, o iWork e o Google Docs. O LibreOf- GABARITO
fice 6.1 nomeia, respectivamente, o seu programa de planilhas e
a sua ferramenta para criação de apresentações multimídias como
(A) Spreadsheet, Presentation. 1 B
(B) Excel e Power Point.
(C) Numbers e Keynote. 2 A
(D) Calc e Impress. 3 E

32. (IF/TO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - IF/TO/2019) 4 D


Quais são as extensões-padrão dos arquivos gerados pelo LibreOffi- 5 B
ce Writer e LibreOffice Calc, ambos na versão 5.2, respectivamente?
6 E
(A) .odt e .ods
(B) .odt e .odg 7 A
(C) .ods e .odp 8 D
(D) .odb e .otp
(E) .ods e .otp 9 A
10 A
33. (UFPEL - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - UFPEL-
-CES/2019) Analise as afirmações: 11 B
I) O Calc do LibreOffice funciona no Linux mas não no Windows. 12 C
II) O LibreOffice tem Editor de Texto e Planilha Eletrônica, mas
13 B
não tem Banco de Dados.
III) A planilha eletrônica do LibreOffice é o Writer. 14 C
IV) Arquivos gerados no Calc do LibreOffice no ambiente Linux 15 C
podem ser abertos pelo Microsoft Excel no ambiente Windows.
16 A
Está(ão) correta(s), 17 B
(A) III e IV, apenas.
(B) I e II, apenas. 18 C
(C) II e IV, apenas. 19 A
(D) IV, apenas. 20 A
(E) I, apenas.
21 B
34. (BANCO DA AMAZÔNIA - TÉCNICO BANCÁRIO - CESGRAN- 22 D
RIO/2018) A imagem abaixo foi extraída da barra de ferramentas
do LibreOffice: 23 C
24 B
25 E
26 B
27 B
Essa ferramenta é utilizada para 28 E
(A) apagar parte da figura. 29 B
(B) apagar parte do texto.
(C) pintar uma área de texto. 30 A
(D) pintar uma área de figura. 31 D
(E) copiar a formatação.
32 A
33 D
34 E
35 A

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
1. Leis nº 3196/1978 (estatuto) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Decreto-Lei 1001/1969 (art. 1º ao 10) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3. Decreto Lei nº 1002/1969 (art. 7º ao 10) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4. Decreto Estadual nº 254-R/2000 (RDME) – Art. 1º ao 132 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5. Constituição Federal de 1988: Artigo 5º – Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos e Artigo 144 – Capítulo III – Da Se-
gurança Pública, com suas alterações até a data de publicação do Edital; Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança
pública; organização da segurança pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
natureza policial militar na Polícia Militar, nas organizações policiais
LEIS Nº 3196/1978 (ESTATUTO) militares, bem como em outros órgãos governamentais, quando
previsto em lei ou regulamento.
LEI Nº 3.196, DE 09 DE JANEIRO DE 1978 Parágrafo único. (Vetado).
Art. 7º - A condição jurídica dos policiais militares é definida
O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO pelos dispositivos constitucionais que lhes forem aplicáveis por este
Estatuto e pela legislação que lhes outorgam direitos e prerrogati-
Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono vas e lhes impõem deveres e obrigações.
a seguinte Lei, à exceção do parágrafo único do art. 6º; da expressão Art. 8º - O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber:
“a pedido do interessado” contida no art. 28; do § 4º do art. 88; I – aos policiais militares da reserva remunerada e reformados;
parágrafo único do art. 91; § 4º do art. 99 e parágrafo único do art. II – aos capelães policiais militares.
128.
Art. 1º - O presente Estatuto regula a situação, as obrigações, e CAPÍTULO I
os deveres, direitos e prerrogativas dos policiais militares da Polícia DO INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR
Militar do Estado do Espírito Santo.
Art. 9º O ingresso na Polícia Militar do Estado do Espírito Santo
Art. 2º - A Polícia Militar, subordinada operacionalmente ao Se-
dar-se-á na carreira de Praças ou na carreira de Oficiais, por meio
cretário de Estado da Segurança Pública, é uma instituição destina-
de concurso público de provas ou de provas e títulos, destinado ao
da à manutenção da ordem pública no Estado, sendo considerada
provimento dos quadros combatente, músico e de saúde, mediante
força auxiliar, reserva do Exército.
incorporação, matrícula ou nomeação na graduação ou posto inicial
Art. 3º - Os integrantes da Polícia Militar do Estado do Espírito
de cada carreira, observados, além de outras regras previstas na le-
Santo, em razão de sua destinação constitucional, formam uma ca-
gislação vigente, os seguintes requisitos gerais: (Redação dada pela
tegoria especial de servidores públicos do Estado e são denomina-
Lei Complementar nº 667, de 27 de dezembro de 2012).
dos policiais militares (PM). I - ser brasileiro, exigindo-se para o quadro de Oficiais, ser bra-
§ 1º - Os policiais militares encontram-se em uma das seguintes sileiro nato;
situações: II - ter altura mínima descalço e descoberto, de 1,65m (um me-
a) na ativa: tro e sessenta e cinco centímetros) para homens e de 1,60m (um
I – os policiais militares de carreira; metro e sessenta centímetros) para mulheres;
II – os incluídos na PM, voluntariamente, durante os prazos a III - estar em dia com as obrigações eleitorais e no pleno exercí-
que se obrigaram a servir; cio dos direitos políticos, mediante apresentação de Certidão expe-
III – os componentes da reserva remunerada da Polícia Militar, dida pela Justiça Eleitoral;
quando convocados; IV - estar em dia com suas obrigações militares se for do sexo
IV – os alunos de órgãos de formação de policiais militares da masculino, devendo ser portador do Certificado de Reservista ou de
ativa; Dispensa de Incorporação, e não ter sido afastado do Serviço Mili-
b) na inatividade: tar, seja por reforma, demissão, licenciamento ou exclusão a bem
I – na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da da disciplina, seja por incapacidade física ou mental definitiva, em
Polícia Militar e percebem remuneração do Estado, porém sujeitos qualquer das Forças Armadas ou Auxiliares;
ainda, à prestação de serviços na ativa, mediante convocação; V - ser aprovado em concurso público de provas ou de provas e
II – reformados, quando, tendo passado por uma das situações títulos, composto de provas objetivas e discursivas, dentro do limite
anteriores, estão dispensados, definitivamente, da prestação de de vagas, conforme edital do concurso;
serviço na ativa mas continuam perceber a remuneração do Estado. VI - estar em dia com toda a documentação exigida, para apre-
§ 2º - Os policiais militares de carreira são os que, no desempe- sentação na data estipulada pelo edital do concurso;
nho voluntário e permanente do serviço policial militar, tem vitali- VII - ser aprovado nos exames de saúde que se fizerem neces-
ciedade assegurada ou presumida. sários e que comprovem a capacidade física para exercício do cargo,
Art. 4º - O serviço policial militar consiste no exercício de ativi- conforme relação constante no edital do concurso e segundo nor-
dades inerentes à Polícia Militar e compreende todos os encargos mas internas da corporação;
previstos na legislação específica relacionados com a manutenção VIII - ser aprovado em exame toxicológico/antidoping, do tipo
da ordem pública no Estado. “janela de larga detecção” ou outro de aferição superior, realizado
em caráter confidencial, comprovado pela Diretoria de Saúde e rea-
Art. 5º - A carreira policial militar é caracterizada por atividades
lizado a qualquer tempo durante o processo seletivo;
continuada e inteiramente devotadas às finalidades precípuas da
IX - ser aprovado no Exame de Aptidão Física, realizado por
Polícia Militar, denominada atividade policial militar.
meio de Teste de Avaliação Física (TAF), segundo normas internas
§ 1º - A carreira policial militar é privativa do pessoal da ativa, da corporação e previstas em edital;
inicia-se com o ingresso na Polícia Militar e obedece às diversas se- X - ser aprovado no Exame Psicossomático, realizado pela Di-
qüências de graus hierárquicos. retoria de Saúde ou por instituições por ela determinadas, tendo
§ 2º - É privativa de brasileiro nato a carreira de Oficial da Polí- como parâmetro o perfil profissiográfico estabelecido para o cargo,
cia Militar do Espírito Santo. constante no edital do concurso, segundo normas internas da cor-
§ 3º - Constitui requisito indispensável para ingressar no Qua- poração;
dro de Oficiais Policiais Militares (QOPM) a conclusão do Curso de XI - ser aprovado em Investigação Social, apresentando ido-
Formação de Oficiais (CFO). neidade moral, comportamento irrepreensível e ilibada conduta
Art. 6º - São equivalentes as expressões “na ativa”, “da ativa”, pública e privada, comprovada documentalmente por certidão de
“em serviço ativo”, “em serviço na ativa”, “em serviço”, “em ativi- antecedentes criminais, certidões negativas emitidas pela Justiça
dade, ou “em atividade policial militar” conferidas aos policiais mi- Federal, Estadual, Eleitoral e Militar, além de outros levantamentos
litares no desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência necessários procedidos pela instituição, que atestarão a compatibi-
ou missão, serviço ou atividade policial militar ou considerada de lidade de conduta para o desempenho do cargo;

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
XII - não apresentar tatuagem definitiva situada em membros prática de música aplicada por banca examinadora designada pelo
inferiores, superiores, pescoço, face e cabeça, que não possa ser Comandante Geral e assessorada por comissão composta por Ofi-
coberta por uniforme de educação física da corporação, composto ciais da Banda de Música da PMES. (Dispositivo inserido pela Lei
por calção ou short, camiseta de manga curta e meia de cano curto, Complementar nº 667, de 27 de dezembro de 2012).
ou outras tatuagens que acarretem a identificação do policial, pos-
sibilitando o seu reconhecimento e ameaça à sua segurança; CAPÍTULO II
XIII - possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou permis- DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
são para dirigir automóvel, no mínimo na categoria “B”, podendo
ser cumulada com a categoria “A”, se assim previsto no edital do Art. 11 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da
concurso. Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade crescem com o
§ 1º O concurso público para o provimento das carreiras de grau hierárquico.
Oficiais dos quadros combatente, músico e de saúde, e para o pro- § 1º - A hierarquia policial militar é a ordenação da autoridade
vimento da carreira de Praças dos quadros músico e de saúde, in- em níveis diferentes dentro da estrutura da Polícia Militar. A orde-
cluirá prova de conhecimentos específicos e matérias correlatas à nação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto
especialidade do cargo a que o candidato estiver concorrendo, con- ou graduação, se faz pela Antigüidade no posto ou na graduação. O
forme conteúdo programático previsto em edital. (Redação dada respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento
pela Lei Complementar nº 667, de 27 de dezembro de 2012). à seqüência de autoridade.
§ 2º A entrega da documentação exigida no concurso público § 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento inte-
será realizada logo após a publicação do resultado do exame inte- gral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamen-
lectual, dentro do limite estabelecido no edital, para fins de com- tam o organismo policial militar e coordenam seu funcionamento
provação dos requisitos exigidos e convocação para as etapas se- regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do
guintes. (Redação dada pela Lei Complementar nº 667, de 27 de dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse
dezembro de 2012). organismo.
§ 3º O Exame Intelectual terá caráter classificatório e elimina- § 3º - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos
tório, tendo as demais etapas previstas neste artigo, caráter elimi- em todas as circunstâncias da vida, entre policiais militares da ativa,
natório. (Dispositivo inserido pela Lei Complementar nº 667, de 27 da reserva remunerada e reformados.
de dezembro de 2012). Art. 12 - Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência en-
§ 4º Considera-se como etapa do processo seletivo o período tre os policiais militares da mesma categoria e têm a finalidade de
destinado ao curso de formação ou adaptação, o qual deverá ser desenvolver o espírito da camaradagem, em ambiente de estima e
concluído com êxito para a efetivação do ingresso nos quadros da confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
instituição. (Dispositivo inserido pela Lei Complementar nº 667, de Art. 13 - Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica na Polí-
27 de dezembro de 2012). cia Militar são fixados no Quadro e parágrafos seguintes.
Art. 10. Para a participação no concurso público, o candidato
deverá ter no mínimo 18 (dezoito) anos de idade na data da matrí-
CÍRCULO DE OFICIAIS POSTOS
cula no curso do respectivo concurso e no máximo 28 (vinte e oito)
anos de idade no primeiro dia de inscrição do respectivo concurso, Círculo de Oficiais Superiores Coronel PM
exceto para o concurso de ingresso no Quadro de Oficiais Médicos Tenente Coronel PM
(QOM), em que deverá ter no máximo 35 (trinta e cinco) anos no
primeiro dia de inscrição, devendo apresentar, ainda, os seguintes Major PM
requisitos específicos: (Redação dada pela Lei Complementar nº Círculo de Oficiais Capitão PM
787, de 18 de julho de 2014). Intermediárias
I - para ingresso no quadro da Qualificação Policial Militar de
Círculo de Oficiais Subalternos Primeiro Tenente PM
Praças Combatentes (QPMP-C) da Polícia Militar do Estado do Espí-
Segundo Tenente PM
rito Santo, será exigido nível médio de escolaridade, devidamente
comprovado por meio de diploma, certificado ou declaração, reco-
nhecido legalmente por Secretaria da Educação de qualquer das CÍRCULO DE PRAÇAS GRADUAÇÕES
Unidades Federativas do País ou pelo Ministério da Educação; (Dis-
positivo inserido pela Lei Complementar nº 667, de 27 de dezembro
Círculo de Subtenentes e Subtenente PM
de 2012).
Sargentos
II - para ingresso no quadro da Qualificação Policial Militar de Primeiro Sargento PM
Praças Auxiliares de Saúde (QPMP-S) da Polícia Militar do Estado
Segundo Sargento PM
do Espírito Santo, será exigido nível médio de escolaridade e curso
técnico na área de saúde específica definida em edital, devidamen- Terceiro Sargento PM
te comprovado por meio de diploma, certificado ou declaração, re- Círculo de Cabos e Soldados Cabo PM
conhecida legalmente por Secretaria da Educação de qualquer das
Unidades Federativas do País ou pelo Ministério da Educação, além Soldado PM
de registro no respectivo Conselho; (Dispositivo inserido pela Lei PRAÇAS ESPECIAIS
Complementar nº 667, de 27 de dezembro de 2012).
III - para ingresso no quadro da Qualificação Policial Militar de Freqüentam o Círculo de Aspirante a Oficial PM
Praças Especialistas Músicos (QPMP-M) da Polícia Militar do Estado, Oficiais Subalternos
será exigido nível médio de escolaridade, devidamente comprova- Excepcionalmente ou em Aluno Oficial PM
do, por meio de diploma, certificado ou declaração, reconhecido reuniões sociais tem acesso
legalmente por Secretaria da Educação de qualquer das Unidades ao Círculo de Oficiais
Federativas do País ou pelo Ministério da Educação, além de prova

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
§ 1º - O cargo policial militar a que se refere este artigo é o que
Excepcionalmente ou em Aluno do Curso de Formação
se encontra especificado nos Quadros de Organização da Polícia Mi-
reuniões sociais tem acesso de Sargentos PM
litar do Espírito Santo ou previsto, caracterizado ou definido como
ao Círculo de Subtenentes e
tal em outras disposições legais.
Sargentos
§ 2º - A cada cargo policial militar corresponde um conjunto
Freqüentam o Círculo de Aluno do Curso de Formação de atribuições, deveres e responsabilidades que se constituem em
Cabos e Soldados de Soldados PM obrigações do respectivo titular.
§ 3º - As obrigações inerentes ao cargo policial militar devem
§ 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do ser compatíveis com o correspondente grau hierárquico e definidas
Governador do Estado. em legislação ou regulamentação específicas.
§ 2º - Graduação é o grau hierárquico da Praça, conferida pelo Art. 19 - Os cargos policiais militares são providos com pessoal
Comandante Geral da Polícia Militar. que satisfizer aos requisitos de grau hierárquico e de qualificação
§ 3º - Os Aspirantes a Oficial PM e os Alunos Oficiais são deno- exigidos para o seu desempenho.
minados praças especiais. Parágrafo único - O provimento de cargo policial militar se faz
§ 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Quadros por ato de nomeação, de designação ou determinação expressa de
são fixados separadamente, para cada caso, em Lei de Organização autoridade competente.
Básica. Art. 20 - O cargo policial militar é considerado vago a partir de
§ 5º - Sempre que o policial militar da reserva remunerada ou sua criação e até que um policial militar tome posse, ou desde o
reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá fazê-lo mencio- momento em que o policial militar exonerado, dispensado ou que
nando essa situação. tenha recebido determinação expressa de autoridade competente,
Art. 14 - A precedência entre policiais militares da ativa do mes- o deixe e até que outro policial militar tome posse, de acordo com
mo grau hierárquico é assegurada pela Antigüidade no posto ou as normas de provimento previstas no parágrafo único do art. 19.
graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida Parágrafo único - Consideram-se também vagos os cargos poli-
em lei ou regulamento. ciais militares cujos ocupantes:
§ 1º - A Antigüidade em cada posto ou graduação é contada a a) tenham falecido;
partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção, nomea- b) tenham sido considerados extraviados;
ção, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fi- c) tenham sido considerados desertores.
xada outra data. Art. 21 - Função policial militar é o exercício das obrigações ine-
§ 2º - No caso de ser igual a antigüidade referida no parágrafo rentes ao cargo policial militar.
anterior, a antigüidade é estabelecida: Art. 22 - Dentro de uma mesma organização policial militar, a
a) entre policiais militares do mesmo Quadro, pela posição nas seqüência de substituições para assumir cargo ou responder por
respectivas escalas numéricas ou registros a que se refere o art. 16; funções, bem como as normas, atribuições e responsabilidades re-
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou graduação lativas são estabelecidas na legislação específica, respeitadas a pre-
anterior; se ainda assim subsistir a igualdade de antiguidade, recor- cedência e a qualificação exigida para o cargo ou para o exercício
rer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data da função.
de praça e à data de nascimento para definir a precedência e neste Art. 23 - O policial militar ocupante de cargo provido em caráter
último caso o mais velho será considerado o mais antigo; efetivo ou interino, de acordo com o parágrafo único do art. 19, faz
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de policiais jus às gratificações e a outros direitos correspondentes ao cargo,
militares, de acordo com o regulamento do respectivo órgão, se não conforme previsto em lei.
estiverem especificamente enquadrados nas alíneas “a” e “b”. Art. 24 - As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade,
§ 3º - Em igualdade de posto ou de graduação, os policiais mili- duração, vulto ou natureza, não são catalogadas como posições ti-
tares da ativa têm precedência sobre os da inatividade. tuladas em “Quadro de Efetivo”, “Quadro de Organização”, “Tabe-
§ 4º - Em igualdade de posto ou de graduação, a precedên- la de Lotação”, ou dispositivo legal, são cumpridas como Encargo,
cia entre os policiais militares de carreira na ativa e os da reserva Incumbência, Comissão, Serviço ou Atividade policial militar ou de
remunerada, que estiverem convocados, é definida pelo tempo de natureza policial militar.
serviço no posto ou graduação. Parágrafo único - Aplica-se, no que couber, ao Encargo, Incum-
Art. 15 - A precedência entre as praças especiais e as demais bência, Comissão, Serviço ou Atividade policial militar ou de natu-
praças é assim regulada: reza policial militar, o disposto neste Capítulo para cargo Policial
I – os Aspirantes a Oficial PM são hierarquicamente superiores Militar.
às demais praças;
II – os Alunos Oficiais PM são hierarquicamente superiores aos TÍTULO II
Subtenentes PM. DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES
Art. 16 - A Polícia Militar manterá um registro de todos os da-
dos referentes ao seu pessoal da ativa e da reserva remunerada, CAPÍTULO I
dentro das respectivas escalas numéricas segundo instruções bai- DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS MILITARES
xadas pelo Comandante Geral da Corporação.
Art. 17 - Os alunos dos órgãos de formação de oficiais são de- SEÇÃO I
clarados Aspirantes a Oficial PM pelo Comandante Geral da Polícia DO VALOR POLICIAL MILITAR
Militar do Espírito Santo.
Art. 25 - São manifestações essenciais do valor policial militar:
CAPÍTULO III I – o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de cumprir
DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS MILITARES
o dever policial militar e pelo integral devotamento à manutenção
da ordem pública, até com o sacrifício da própria vida;
Art. 18 - Cargo policial militar é aquele exercido por policial mi-
II – o civismo e o culto das tradições históricas;
litar em serviço.

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
III – a fé na missão elevada da Polícia Militar; § 1º - Os integrantes de reserva remunerada, quando convoca-
IV – o espírito de corpo, orgulho do policial militar pela organi- dos, ficam proibidos de tratar nas organizações policiais militares e
zação onde serve; nas repartições públicas civis, de interesse de organizações ou em-
V – o amor à profissão policial militar e o entusiasmo com que presas privadas de qualquer natureza.
é exercida; § 2º - Os policiais militares da ativa podem exercer diretamente
VI – o aprimoramento técnico-profissional. a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o disposto no pre-
sente artigo.
SEÇÃO II § 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional dos ofi-
DA ÉTICA POLICIAL MILITAR ciais integrantes do Quadro de Saúde, é lhes permitido o exercício
da atividade técnico-profissional, no meio civil, desde que tal práti-
Art. 26 - O sentimento do dever, o pundonor policial militar e o ca não prejudique o serviço.
decoro da classe impõem a cada um dos integrantes da Polícia Mili- Art. 28 - O Comandante Geral poderá determinar aos policiais
tar, conduta moral e profissional irrepreensíveis com a observância militares da ativa da Polícia Militar que, no interesse da salvaguarda
dos seguintes preceitos de ética policial militar: da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e natureza dos
I – amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da seus bens, sempre que houver razões que recomendem tal medida.
dignidade pessoal; Vetado.
II – exercer, com autoridade, eficiência e probidade, as funções
que lhe couberem em decorrência do cargo; CAPÍTULO II
III – respeitar a dignidade da pessoa humana; DOS DEVERES POLICIAIS MILITARES
IV – cumprir e fazer cumprir as Leis, os regulamentos, as instru-
ções e as ordens das autoridades competentes; Art. 29 - Os deveres policiais militares emanam de vínculos ra-
V – ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na aprecia- cionais e morais que ligam o policial militar à comunidade estadual
ção do mérito dos subordinados; e à sua segurança e compreendem essencialmente:
VI – zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, I – a dedicação integral ao serviço policial militar e a fidelida-
também, pelos dos subordinados, tendo em vista o cumprimento de à instituição a que pertence, mesmo com o sacrifício da própria
da missão comum; vida;
VII – empregar todas as suas energias em benefício do serviço; II – o culto aos símbolos nacionais;
VIII – praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemen- III – a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
te, o espírito de cooperação; IV – a disciplina e o respeito à hierarquia;
IX – ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua lingua- V – o rigoroso cumprimento das obrigações e ordens;
gem escrita e falada; VI – a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com
X – abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria urbanidade.
sigilosa relativa à Segurança Nacional;
XI – acatar as autoridades civis; SEÇÃO I
XII – cumprir seus deveres de cidadão; DO COMPROMISSO POLICIAL MILITAR
XIII – proceder de maneira ilibada na vida pública e na parti-
cular; Art. 30 - Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar median-
te incorporação, matrícula ou nomeação, prestará compromisso de
XIV – observar as normas da boa educação;
honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e
XV – garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-
dos deveres policiais militares e manifestará a sua firme disposição
-se como chefe de família modelar;
de bem cumpri-los.
XVI – conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de
Art. 31 - O compromisso do incluído, do matriculado e do no-
modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do
meado, a que se refere o artigo anterior, terá caráter solene e será
respeito e do decoro policial militar;
prestado na presença de tropa, tão logo o policial militar tenha ad-
XVII – abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para ob-
quirido um grau de instrução compatível com o perfeito entendi-
ter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar mento de seus deveres como integrante da Polícia Militar, conforme
negócios particulares ou de terceiros; os seguintes dizeres: “Ao ingressar na Polícia Militar do Estado do
XVIII – abster-se em inatividade do uso das designações hierár- Espírito Santo, prometo regular a minha conduta pelos preceitos
quicas quando: da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que
a) em atividades político-partidárias; estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial
b) em atividades comerciais; militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comuni-
c) em atividades industriais; dade, mesmo com o risco da própria vida”.
d) discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de § 1º - O compromisso do Aspirante a Oficial PM formado em es-
assuntos políticos ou policiais militares, excetuando-se os de natu- colas de outras Corporações será prestado, em solenidade policial
reza exclusivamente técnica, se devidamente autorizados; e militar especialmente programada, logo após sua apresentação à
e) no exercício de funções de natureza não policial militar, mes- Polícia Militar do Estado do Espírito Santo. Esse compromisso obe-
mo oficiais; decerá aos seguintes dizeres: “Ao ser declarado Aspirante Oficial da
XIX – zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos Polícia Militar assumo o compromisso de cumprir rigorosamente as
seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ordens das autoridades a que estiver subordinado e de me dedicar
ética policial militar. inteiramente ao serviço policial militar, à manutenção da ordem pú-
Art. 27 - Ao policial militar da ativa, ressalvado o disposto no blica e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria
§ 2º, é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou ge- vida”.
rência de sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto como § 2º - Ao ser promovido ao primeiro posto, o Oficial PM presta-
acionista ou quotista em sociedade, anônima ou por quotas de res- rá o compromisso de Oficial, em solenidade especialmente progra-
ponsabilidade limitada. mada de acordo com os seguintes dizeres: “Perante a Bandeira do

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Brasil e pela minha honra prometo cumprir os deveres de Oficial da Art. 41. O militar estadual que, por sua atuação, se tornar pre-
Polícia Militar do Estado do Espírito Santo e dedicar-me inteiramen- sumivelmente incompatível com o cargo ou demonstrar incapacida-
te ao seu serviço”. de no exercício de funções a ele inerentes, poderá ser afastado do
cargo durante a apuração dos fatos. (Redação dada pela Lei Com-
SEÇÃO II plementar nº 962, de 30 de dezembro de 2020)
DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO Parágrafo único. A competência para determinar o afastamen-
to do cargo ou o impedimento do exercício da função será determi-
Art. 32 - Comando é a soma de autoridade, deveres e respon- nada em lei específica.
sabilidades de que o policial militar é investido legalmente quando Art. 42 - São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto
conduz homens ou dirige uma organização policial militar. O Co- sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório.
mando é vinculado ao grau hierárquico e constitui uma prerroga-
tiva impessoal, em cujo exercício o policial militar se define e se SEÇÃO I
caracteriza como chefe. DOS CRIMES MILITARES
Parágrafo único - Aplica-se à Direção e à Chefia de Organização
Policial Militar, no que couber o estabelecido para Comando. Art. 43 - O Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo é
Art. 33 - A subordinação não afeta de modo algum a dignidade competente para processar e julgar os policiais militares nos crimes
pessoal do policial militar e decorre, exclusivamente, da estrutura definidos em lei como militares.
hierarquizada da Polícia Militar. Art. 44 - Aplicam-se aos policiais militares, no que couberem, as
Art. 34 - O oficial é preparado ao longo da carreira para o exer- disposições estabelecidas no Código Penal Militar.
cício do Comando, da Chefia e da Direção das Organizações Policiais
Militares.
Art. 35 - Os subtenentes e os sargentos auxiliam e complemen- SEÇÃO II
tam as atividades dos oficiais, quer no adestramento e no empre- DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES
go de meios, quer na instrução e na administração, podendo ser
empregados na execução de atividades de policiamento ostensivo Art. 45. O Código de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais
peculiar à Polícia Militar. (CEDME) terá por finalidade definir, especificar e classificar as in-
Parágrafo único - No exercício das atividades mencionadas frações disciplinares e instituir normas relativas a sanções discipli-
neste artigo e no comando de elementos subordinados, os subte- nares, conceitos, recursos, recompensas, bem como estabelecer os
nentes e sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo e processos e procedimentos administrativos disciplinares e o funcio-
pela capacidade profissional e técnica, incumbindo-lhes assegurar namento do Conselho de Ética e Disciplina Militares. (Redação dada
a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras do pela Lei Complementar nº 962, de 30 de dezembro de 2020)
serviço e das normas operativas pelas praças que lhes estiverem § 1º Militares Estaduais são os membros da Polícia Militar (PMES)
diretamente subordinadas e a manutenção da coesão e da moral e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMES) do Estado do Espírito Santo.
das mesmas praças em todas as circunstâncias. § 2º O CEDME obedecerá aos princípios fundamentais da ad-
Art. 36 - Os cabos e soldados são, essencialmente, os elemen- ministração pública contidos no ordenamento jurídico brasileiro e
tos de execução. também, dentre outros, aos seguintes princípios:
Art. 37 - Às praças especiais cabe a rigorosa observância das I - dignidade da pessoa humana;
prescrições do regulamento que lhe são pertinentes, exigindo-se- II - presunção de inocência;
-lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-profis- III - devido processo legal;
sional. IV - contraditório e ampla defesa;
Art. 38 - Cabe ao policial militar a responsabilidade integral pe- V - razoabilidade e proporcionalidade;
las decisões que tomar pelas ordens que emitir e pelos atos que VI - vedação de medida privativa e restritiva de liberdade.
praticar.
SEÇÃO III
CAPÍTULO III DOS CONSELHOS DE JUSTIFICAÇÃO E DISCIPLINA
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS
Art. 46. O Oficial, presumivelmente incapaz de permanecer
MILITARES
como militar estadual da ativa, será, na forma da Constituição Esta-
dual e do CEDME, submetido a Processo Administrativo Disciplinar
Art. 39 - A violação das obrigações ou dos deveres policiais mili-
Demissionário. (Redação dada pela Lei Complementar nº 962, de 30
tares constituirá crime ou transgressão disciplinar, conforme dispu-
de dezembro de 2020)
serem a legislação ou regulamentação específicas.
Art. 47. O Aspirante a Oficial e as praças, presumivelmente in-
§ 1º - A violação dos preceitos da ética policial militar é tão
capazes de permanecerem como militares estaduais da ativa, serão
mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a
submetidos a Processo Administrativo Disciplinar Demissionário, na
cometer. forma do CEDME. (Redação dada pela Lei Complementar nº 962, de
§ 2º - No concurso de crime militar e de transgressão disciplinar 30 de dezembro de 2020)
será aplicada somente a pena relativa ao crime.
Art. 40 - A inobservância dos deveres especificados nas leis e TÍTULO III
regulamentos ou a falta de exação no cumprimento dos mesmos DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS DOS POLICIAIS MILI-
acarreta para o policial militar, responsabilidade funcional, pecuniá- TARES
ria, disciplinar ou penal consoante a legislação específica.
Parágrafo único - A apuração da responsabilidade funcional, CAPÍTULO I
pecuniária, disciplinar ou penal poderá concluir pela incompatibili- DOS DIREITOS
dade do policial militar com o cargo ou pela incapacidade do exercí-
cio das funções policiais militares a ele inerentes. Art. 48 - São direitos dos policiais militares:

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
I- A - a proteção social, nos termos do art. 49-A desta Lei; (Reda- II – adicional de inatividade; e
ção dada pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) b) eventualmente, auxílio-invalidez.
II - o provento calculado com base no subsídio do posto ou da § 3º - Os policiais militares receberão salário-família de confor-
graduação que possuía por ocasião da transferência para a inativi- midade com a Lei que o rege.
dade remunerada: (Redação dada pela Lei Complementar nº 943, Art. 52 - O auxílio-invalidez, atendidas as condições estipula-
de 13 de março de 2020) das na Lei especial que trata da remuneração dos policiais militares,
a) por contar mais de 35 (trinta e cinco) anos de serviço; ou será concedido ao policial militar quando em serviço ativo, tenha
(Redação dada pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de sido ou venha a ser reformado por incapacidade definitiva e con-
2020) siderado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente
b) por estar enquadrado na hipótese prevista no inciso I-A do para qualquer trabalho, não podendo prover os meios de subsis-
caput do art. 89 desta Lei; (Redação dada pela Lei Complementar nº tência.
943, de 13 de março de 2020) Art. 53 - O soldo é irredutível e não está sujeito a penhora, se-
Art. 49 - O policial militar que se julgar prejudicado ou ofendido qüestro ou arresto, exceto nos casos previstos em Lei.
por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior hierár- Art. 54 - O valor do soldo é igual para o policial militar da ativa,
quico, poderá recorrer ou interpor pedido de reconsideração, quei- da reserva remunerada ou reformado de um mesmo grau hierár-
xa ou representação, segundo legislação vigente na Polícia Militar. quico, ressalvado o disposto no inciso II do art. 48 deste Estatuto.
§ 1º - O direito de recorrer na esfera administrativa prescre- Art. 55 - É proibido acumular remuneração de inatividade.
verá: Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica aos poli-
a) – em 15 (quinze) dias corridos a contar do recebimento da ciais militares da reserva remunerada e aos reformados, quanto ao
comunicação oficial, quanto a ato que decorra de composição de exercício de mandato eletivo, quanto à função de magistério ou de
quadro de acesso; e cargo em comissão ou quanto ao contrato para prestação de servi-
b) – em 120 (cento e vinte) dias nos demais casos. ços técnicos ou especializados.
§ 2º - O pedido de reconsideração, a queixa e a representação Art. 56 - Os proventos da inatividade serão revistos sempre
não podem ser feitos coletivamente. que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda se mo-
§ 3º - O policial militar da ativa que, nos casos cabíveis, se di- dificarem os vencimentos das policiais militares em serviço ativo.
rigir ao Poder Judiciário, deverá participar, antecipadamente, esta Parágrafo único - Ressalvados os casos previstos em Lei, os pro-
iniciativa à autoridade a que estiver subordinado. ventos da inatividade não poderão exceder a remuneração percebi-
Art. 49-A. O Sistema de Proteção Social dos Militares é o con- da pelo policial militar da ativa, no posto ou graduação correspon-
junto integrado de direitos, serviços e ações, permanentes e inte- dente ao de seus proventos.
rativas, de remuneração, pensão, saúde e assistência, nos termos
desta Lei e das regulamentações específicas. (Dispositivo incluído SEÇÃO II
pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) DA PROMOÇÃO
Art. 50 - Os policiais militares são alistáveis como eleitores des-
de que Oficiais, Aspirantes a Oficial PM, Subtenentes PM, Sargentos Art. 57 - O acesso na hierarquia da Polícia Militar é seletivo,
PM ou alunos de curso de nível superior para a formação de oficiais. gradual e sucessivo e será feito mediante promoções, de conformi-
Parágrafo único - Os policiais militares alistáveis são elegíveis, dade com o disposto na legislação e regulamentação de promoções
atendidas as seguintes condições: de oficiais e de praças, de modo a obter um fluxo regular e equili-
a) o policial militar que tiver menos de 5 (cinco) em efetivo ser- brado de carreira para os policiais militares a que este dispositivo
viço será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo se refere.
mediante demissão ou licenciamento ex-offício; e § 1º - O planejamento da carreira dos oficiais e das praças,
b) o policial militar em atividade com 5 (cinco) ou mais anos obedecidas as disposições da legislação e regulamentação a que se
de efetivo serviço, ao se candidatar a cargo eletivo, será afastado refere este artigo, é atribuição do Comando Geral da Polícia Militar.
temporariamente do serviço ativo e agregado, considerado em li- § 2º - A promoção é um ato administrativo e tem como fina-
cença para tratar de interesse particular. Se eleito, será no ato da lidade básica a seleção dos policiais militares para o exercício de
diplomação, transferido para a reserva remunerada, percebendo a funções pertinentes ao grau hierárquico superior.
remuneração a que fizer jus em função de seu tempo de serviço. Art. 58 - As promoções serão efetuadas pelos critérios de anti-
guidade ou merecimento, ou ainda, por bravura e “post mortem”.
SEÇÃO I Art. 58 - As promoções serão efetuadas pelos critérios de an-
DA REMUNERAÇÃO tigüidade, merecimento, merecimento intelectual ou ainda “post
mortem”. (Redação dada pela Lei Complementar nº 321, de 17 de
Art. 51 - A remuneração dos policiais militares compreende maio de 2005)
vencimentos ou proventos, indenização e outros direitos, e é devida § 1º - Em caso extraordinário, poderá haver promoção em res-
em bases estabelecidas em Lei especial. sarcimento de preterição.
§ 1º - Os policiais militares na ativa percebem remuneração § 2º - A promoção do policial militar em ressarcimento de pre-
constituída pelas seguintes parcelas: terição será efetuada segundo os princípios de Antigüidade ou me-
a) mensalmente: recimento, recebendo ele o número que lhe competia na escala hie-
I – vencimentos compreendendo soldo e gratificações; e rárquica como se houvesse sido promovido na época devida, pelo
II – indenizações; princípio em que ora é feita sua promoção.
b) eventualmente, outras indenizações. Art. 59 - Não haverá promoção de policial militar por ocasião de
§ 2º - Os policiais militares em inatividade percebem remune- sua transferência para a reserva remunerada.
ração constituída pelas seguintes parcelas: Art. 60 - Não haverá promoção do policial militar por ocasião
a) mensalmente: de sua reforma.
I – proventos, compreendendo soldo ou quotas de soldo, grati-
ficações, e indenizações incorporáveis; e

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
SEÇÃO III Art. 65 - A licença especial é a autorização para afastamento
DAS FÉRIAS E DE OUTROS AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DE total do serviço, relativa a cada decênio do tempo de efetivo servi-
SERVIÇOS ço prestado, concedida ao policial militar que a requerer, sem que
implique em qualquer restrição para a sua carreira. (Redação dada
Art. 61 - As férias são afastamentos totais de serviço, anual e pela Lei nº 3.841, de 08 de maio de 1986)
obrigatoriamente, concedidas aos policiais militares para descanso, § 1º - A licença especial terá duração de 03 (três) meses e será
a partir do último mês do ano a que se refere, e durante todo o ano gozada de uma só vez. (Redação dada pela Lei Complementar nº 80,
seguinte. de 29 de fevereiro de 1996).
§ 1º - As férias terão a duração de 30 (trinta) dias para todo o § 2º - Uma vez concedida a licença especial, o policial militar
pessoal da Polícia Militar e sua concessão será regulamentada pelo será dispensado do exercício do cargo e das funções que exerce e
Comando Geral. ficará à disposição do órgão de pessoal da Polícia Militar. (Redação
§ 2º - A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo an- dada pela Lei nº 3.841, de 08 de maio de 1986)
terior de licenças para tratamento de saúde, por punição anterior § 3º O policial militar com direito a licença especial poderá op-
decorrentes de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou tar pela percepção em caráter permanente, e uma gratificação de
para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o assiduidade, correspondente a 2% (dois por cento) do soldo do seu
direito àquelas licenças. posto ou graduação, respeitado o limite de 15% (quinze por cento),
§ 3º - Somente em casos de interesse da segurança nacional, com a integração da mesma vantagem concedida anteriormente
de manutenção da ordem, de extrema necessidade do serviço, de sob regime jurídico diverso. (Redação dada pela Lei Complementar
transferência para a inatividade, ou para comprimento de punição nº 139, de 15 de janeiro de 1999).
decorrente de transgressão disciplinar de natureza grave e em caso § 4º -(Dispositivo revogado pela Lei Complementar nº 80, de 29
de baixa hospitalar, os policiais-militares terão interrompido ou dei- de fevereiro de 1996)
xarão de gozar, na época prevista, o período de férias a que tiverem § 5º - A concessão de licença especial ou gratificação de assi-
direito. (Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16 de dezembro de duidade é da competência do Comandante Geral da Polícia Militar.
1981) (Redação dada pela Lei nº 3.841, de 08 de maio de 1986)
§ 4º - Na impossibilidade do gozo de férias no ano seguinte, § 6º - A gratificação de assiduidade devida aos da ativa (vetado)
pelos motivos previstos no parágrafo anterior, ressalvados os casos da PM, prevista neste artigo, não é devida ao policial-militar que,
de transgressão disciplinar de natureza grave, o período de férias após completado o decênio, tenha sido beneficiado pelo gozo de
não gozado será computado, dia a dia, em dobro, no momento da licença especial, pela remuneração percebida em razão da opção
passagem do policial-militar para a inatividade e, nessa situação, ou pelo não afastamento do serviço, ou pela contagem em dobro
para todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16 do período relativo à licença não gozada. (Redação dada pela Lei nº
de dezembro de 1981) 3.917, de 22 de dezembro de 1986)
Art. 62 - Os policiais militares têm direito, ainda, aos seguintes Art. 66 - A licença para tratar de interesse particular é a au-
períodos de afastamento total de serviço, obedecidas as disposi- torização para afastamento total do serviço, concedida ao policial
ções legais e regulamentares, por motivo de: militar com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço, que a requerer
I – núpcias: 8 (oito) dias; com aquela finalidade.
II – luto: até 8 (oito) dias; § 1º - A licença será sempre concedida com prejuízo da remu-
III – instalação: até 10 (dez) dias; e neração e da contagem de tempo de efetivo serviço.
IV – trânsito: até 30 (trinta) dias. § 2º - A concessão de licença para tratamento de interesse par-
Parágrafo único - O afastamento do serviço por motivo de núp- ticular é regulada pelo Comandante Geral da Polícia Militar, de acor-
cias ou de luto será concedido, no primeiro caso, se solicitado por do com o interesse do serviço.
antecipação à data do evento e, no segundo caso, tão logo a auto- Art. 67 - As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas
ridade a que estiver subordinado o policial militar tenha conheci- condições estabelecidas neste artigo.
mento do óbito. § 1º - A interrupção da licença especial e da licença para tratar
Art. 63 - As férias e os outros afastamentos mencionados nes- de interesse particular poderá ocorrer:
ta Seção são concedidos com a remuneração prevista na legislação a) em caso de mobilização e estado de guerra;
específica e computadas como tempo de efetivo serviço para todos b) em caso de decretação de estado de sitio;
os efeitos legais. c) para cumprimento de sentença que importe na restrição da
liberdade individual;
SEÇÃO IV d) para cumprimento de punição disciplinar, conforme regula-
do pelo Comandante Geral da Polícia Militar; e
DAS LICENÇAS
e) em caso de pronúncia em processo, criminal ou indicação
em inquérito policial militar, a juízo da autoridade que efetivou a
Art. 64 - Licença é a autorização para afastamento total do ser-
pronúncia ou a indiciação.
viço, em caráter temporário, concedida ao policial militar, obedeci-
§ 2º - A interrupção de licença para tratamento de saúde de
das às disposições legais e regulamentares. pessoa da família, para cumprimento de pena disciplinar que im-
§ 1º - A licença pode ser: porte em restrição da liberdade individual será regulada na legisla-
a) – especial; ção da Polícia Militar.
b) – para tratar de interesse particular;
c) – para tratamento de saúde de pessoa da família; e CAPÍTULO II
d) – para tratamento de saúde própria. DAS PRERROGATIVAS
§ 2º - A remuneração do policial militar, quando em qualquer
das situações de licença constantes do parágrafo anterior, será re- Art. 68 - As prerrogativas dos policiais militares são constituídas
gulada em legislação específica. pelas honras, dignidades e distinções devidas aos graus hierárqui-
cos e cargos.

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Parágrafo único - São prerrogativas dos policiais militares: zações de qualquer natureza, firma ou empregadores, empresas,
a) uso de título, uniformes, distintivos, insígnias emblemas da institutos ou departamentos que tenham adotado ou consentido
Polícia Militar correspondente no posto ou graduação; que sejam usados uniformes ou ostentados distintivos, insígnias ou
b) honras, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam asse- emblemas que ofereçam semelhança com os adotados na Polícia
gurados em Leis e regulamentos; Militar ou que possam com eles ser confundidos.
c) cumprimentos de pena de prisão ou detenção em organiza-
ção policial militar da própria Corporação cujo comandante chefe TÍTULO IV
ou diretor tenha precedência hierárquica sobre o punido; e DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
d) julgamento em foro especial, nos crimes militares.
Art. 69 - Somente em caso de flagrante delito o policial militar CAPÍTULO I
poderá ser preso por autoridade policial, ficando esta obrigada a DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS
entregá-lo imediatamente à autoridade policial militar mais próxi-
ma, só podendo retê-lo na delegacia ou posto policial, durante o SEÇÃO I
tempo necessário à lavratura do flagrante. DA AGREGAÇÃO
§ 1º - Cabe ao Comandante Geral a iniciativa de responsabili-
zar a autoridade policial que não cumprir o disposto neste artigo SEÇÃO I
e que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer preso DA AGREGAÇÃO E DA CESSÃO
policial militar ou não lhe der o tratamento devido ao seu posto ou (REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 845, DE 20 DE
graduação. DEZEMBRO DE 2016)
§ 2º - Se, durante o processo em julgamento no foro civil, hou-
ver perigo de vida para qualquer preso policial militar, o Coman- Art. 75 - A agregação é a situação na qual o policial militar da
dante Geral da Polícia Militar providenciará os entendimentos com ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica de seu Quadro,
a autoridade judiciária visando à guarda dos pretórios ou tribunais nela permanecendo sem número.
por força policial militar. § 1º - O policial militar deve ser agregado quando:
Art. 70 - Os policiais militares da ativa, no exercício de funções a) for nomeado para cargo policial militar, policial ou, ainda,
policiais militares são dispensados do serviço de júri na Justiça Civil considerado de natureza policial militar ou policial, em lei ou decre-
e do serviço na Justiça Eleitoral. to, mesmo que não previsto nos Quadros de Organização da Polícia
Militar;
SEÇÃO ÚNICA b) aguardar transferência “ex-offício” para a reserva remune-
DO USO DOS UNIFORMES DA POLÍCIA MILITAR rada, por ter sido enquadrado em quaisquer dos requisitos que a
motivam;
Art. 71 - Os uniformes da Polícia Militar com seus distintivos, c) for afastado, temporariamente, do serviço ativo por motivo
insígnias e emblemas, são privativos dos policiais militares e repre- de:
sentam o símbolo da autoridade policial militar com as prerrogati- I – ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano
vas que lhe são inerentes. contínuo de tratamento; (Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16 de
Parágrafo único - Constituem crimes previstos na legislação es- dezembro de 1981)
pecífica o desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e emble- II – ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita
mas policiais militares, bem como o seu uso por quem a eles não o processo de reforma; (Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16 de
tiver direito. dezembro de 1981)
Art. 72 - O uso dos uniformes com seus distintivos, insígnias e III – haver ultrapassado um ano contínuo em licença para tra-
emblemas, bem como os. modelos, descrição, composição, peças tamento de saúde própria; (Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16
acessórias e outras disposições são estabelecidas na regulamenta- de dezembro de 1981)
ção específica da Polícia Militar. IV – haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos em licença
§ 1º - É proibido ao policial militar o uso dos uniformes: para tratar de interesse particular; (Redação dada pela Lei nº 3.446,
a) em manifestação de caráter político-partidária; de 16 de dezembro de 1981)
b) no estrangeiro, quando em atividades não relacionadas com V – haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos em licença tra-
a missão do policial militar, salvo quando expressamente determi- tar de saúde de pessoa da família; (Redação dada pela Lei nº 3.446,
de 16 de dezembro de 1981)
nado ou autorizado;
VI – ter sido considerado oficialmente extraviado; (Redação
c) na inatividade, salvo para comparecer a solenidades milita-
dada pela Lei nº 3.446, de 16 de dezembro de 1981)
res e policiais militares e, quando autorizado a cerimônias cívicas
VII – haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de
comemorativas de datas nacionais ou a atos sociais solenes de ca-
deserção previsto no Código Penal Militar, se oficial ou praça com
ráter particular.
estabilidade assegurada; (Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16 de
§ 2º - Os policiais militares na inatividade, cuja conduta possa
dezembro de 1981)
ser considerada como ofensiva à dignidade da classe, poderão ser
VIII – como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou
definitivamente proibidos de usar uniformes por decisão do Co- ter sido capturado e reincluído a fim de se ver processar; (Redação
mandante Geral da Polícia Militar. dada pela Lei nº 3.446, de 16 de dezembro de 1981)
Art. 73 - O policial militar fardado tem as obrigações corres- IX – se ver processar, após, ficar exclusivamente à disposição da
pondentes ao uniforme que use e aos distintivos, emblemas ou às Justiça Civil; (Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16 de dezembro
insígnias que ostente. de 1981)
Art. 74 - É vedado a qualquer elemento civil ou organizações X – ter sido condenado à pena restritiva de liberdade superior a
civis usar uniformes ou ostentar distintivos, insígnias ou emblemas 6 (seis) meses, em sentença passada em julgado, enquanto durar a
que possam ser confundidos com os adotados na Polícia Militar. execução ou até ser declarado indigno de pertencer à Polícia Militar
Parágrafo único - São responsáveis pela infração das dispo- ou com ela incompatível; (Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16 de
sições deste artigo os diretores ou chefes de repartições, organi- dezembro de 1981)

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
XI – ter passado à disposição de Secretaria de Estado, de órgãos cessão se der em função de contrapartida no âmbito de convênio
do Governo Federal e do Governo Estadual para exercer função de celebrado na área de segurança pública com órgão do Poder Execu-
natureza civil; (Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16 de dezembro tivo Federal. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 845, de
de 1981) 20 de dezembro de 2016) (Vide Lei Complementar nº 845, de 20 de
XII – ter sido nomeado para qualquer cargo púbico civil tem- dezembro de 2016).
porário, não eletivo, inclusive de administração indireta; (Redação Parágrafo único. Fica autorizada a cessão de militar da ativa
dada pela Lei nº 3.446, de 16 de dezembro de 1981) ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, por prazo determina-
XIII – ter-se candidatado a cargo eletivo desde que conte 5 (cin- do, exclusivamente para atender a necessidades específicas dessas
co) ou mais anos de efetivo serviço; e (Redação dada pela Lei nº instituições, observando-se para tanto a celebração de convênio e
3.446, de 16 de dezembro de 1981) o seguinte quantitativo máximo: (Dispositivo incluído pela Lei Com-
XIV – ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do plementar nº 851, de 31 de março de 2017).
posto, graduação, cargo ou função prevista no Código Penal Militar; I - até 20 (vinte) militares para atender ao Tribunal de Justiça;
(Redação dada pela Lei nº 3.446, de 16 de dezembro de 1981) II - até 20 (vinte) militares para atender ao Ministério Público.
d) – o órgão competente para formalizar o respectivo processo
tiver conhecimento oficial do pedido de transferência do policial- SEÇÃO II
-militar para a reserva. (Dispositivo incluído pela Lei nº 3.446, de 16 DA REVERSÃO
de dezembro de 1981)
§ 2º - O policial militar agregado de conformidade com as alí- Art. 77 - Reversão é o ato pelo qual o policial militar agregado
neas “a” e “b” do §1º continua a ser considerado, para todos os retorna ao respectivo Quadro, tão logo cesse o motivo que determi-
efeitos, como em serviço ativo. nou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir na
§ 3º - A agregação do policial militar, a que se refere a alínea “a” respectiva escala numérica na primeira vaga que ocorrer.
e os incisos XII e XIII da alínea “c” do §1º, é contada a partir da data Parágrafo único - Em qualquer tempo poderá ser determinada a
de posse no novo cargo até o regresso à Polícia Militar ou transfe- reversão do policial militar agregado, exceto nos casos previstos nos
rência ex-offício para a reserva remunerada. incisos I, II, III, VI, VII, VIII, XI, XIV e XV da alínea “c” do §1º do art. 75.
§ 4º - A agregação do policial militar, a que se referem os incisos Art. 78 - A reversão será efetuada mediante ato do Governa-
I, III, IV, V e X da alínea “c” do §1º é contada a partir do primeiro dia dor do Estado ou de autoridades às quais tenham sido delegados
após os respectivos prazos e enquanto durar o respectivo evento. poderes para isso.
§ 5º - A agregação do policial militar a que se refere a alínea “b”
e os incisos II, VI, VII, VIII, IX, XI e XV da alínea “c” do §1º é conta- SEÇÃO III
da a partir da data indicada no ato que torna público o respectivo DO EXCEDENTE
evento.
§ 6º - A agregação de policial militar, a que se refere o inciso Art. 79 - Excedente é a situação transitória a que, automatica-
XIV da alínea “c” do §1º é contada a partir da data do registro como mente, passa o policial militar que: (Vide Lei Complementar nº 271,
candidato até sua diplomação ou seu regresso à Polícia Militar, se de 25 de novembro de 2003).
não houver sido eleito. I – tendo cessado o motivo que determinou a sua agregação,
§ 7º - O policial militar agregado fica sujeito às obrigações dis- reverta ao respectivo Quadro, estando com seu efetivo completo:
ciplinares concernentes às suas relações com outros policiais mili- II – aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica,
tares e autoridades civis, salvo quando titular de cargo que lhe dê após haver sido transferido de Quadro, estando o mesmo com seu
precedência funcional sobre outros policiais militares mais gradua- efetivo completo;
dos ou mais antigos. III – é promovido por bravura, sem haver vaga;
§ 8º - O Poder Executivo, dentro de 60 (sessenta) dias, baixará IV – é promovido indevidamente;
decreto disciplinando a agregação dos policiais militares nos termos V – sendo o mais moderno na respectiva escala hierárquica,
desta lei. ultrapassa o efetivo do seu Quadro, em virtude de promoção de
Art. 76 - A agregação se faz por ato do Governador do Estado outro policial militar em ressarcimento de preterição;
ou de autoridade a que tenham sido delegados poderes para isso. VI – tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por
Parágrafo único - O policial militar agregado ficará adido, para incapacidade definitiva, retorna ao respectivo Quadro, estando com
efeito de alterações e remuneração, à Organização Policial Militar seu efetivo completo.
que lhe for designada, continuando a figurar no respectivo registro, § 1º - O policial militar cuja situação é de excedente, salvo o
sem número, no lugar que até então ocupava, com a abreviatura indevidamente promovido, ocupa a mesma posição relativa, em
“Ag” e anotações esclarecedoras de sua situação. antiguidade, que lhe cabe na escala hierárquica, com abreviatura
Art. 76-A. A remuneração do militar, em atividade fora do Po- “Excd” e receberá o número que lhe competir, em conseqüência da
der Executivo do Estado, nas situações previstas em lei ou decreto, primeira vaga que se verificar.
ressalvada a hipótese prevista no art. 76-B, parágrafo único, desta § 2º - O policial militar, cuja situação é de excedente, é consi-
Lei, será ressarcida pelo órgão público ao qual o militar prestará ser- derado como em efetivo serviço para todos os efeitos e concorre,
viços, salvo se previsto no quadro organizacional ou se a cessão se respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem
der em função de contrapartida no âmbito de convênio celebrado nenhuma restrição, a qualquer cargo policial militar, bem como à
na área de segurança pública com órgão do Poder Executivo Fede- promoção.
ral. (Redação dada pela Lei Complementar nº 851, de 31 de março § 3º - O policial militar promovido por bravura sem haver vaga,
de 2017). ocupará a primeira vaga aberta, deslocando o princípio de promo-
Art. 76-B. É vedada a cessão ou o emprego de militar da ati- ção a ser seguido para a vaga seguinte.
va aos diversos órgãos da administração pública direta ou indireta § 4º - O policial militar promovido indevidamente só contará
das três esferas de Governo, bem como aos Poderes Legislativo e antiguidade e receberá o número que lhe competir na escala hierár-
Judiciário, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, salvo se quica quando a vaga que deverá preencher corresponder ao prin-
houver previsão no quadro organizacional da corporação militar, cípio pelo qual deveria ter sido promovido, desde que satisfaça os
se for hipótese de agregação prevista no art. 75 desta Lei, ou se a requisitos para promoção.

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
SEÇÃO IV SEÇÃO I
DO AUSENTE E DO DESERTOR DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA

Art. 80 - É considerado ausente o policial militar que por mais Art. 87. A passagem do militar à situação de inatividade, me-
de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas: diante transferência para a reserva remunerada, se efetua: (Reda-
I – deixar de comparecer à sua organização policial militar sem ção dada pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
comunicar qualquer motivo de impedimento; I - a pedido; e (Redação dada pela Lei Complementar nº 943, de
II – ausentar-se sem licença da Unidade onde serve ou local 13 de março de 2020)
onde deve permanecer. II - de ofício. (Redação dada pela Lei Complementar nº 943, de
Parágrafo único - Decorrido o prazo mencionado neste artigo, 13 de março de 2020)
serão observadas as formalidades previstas em legislação específi- Art. 87-A. A transferência para a reserva remunerada, a pedido,
ca. com remuneração integral, será concedida, por meio de requeri-
Art. 81 - O policial militar é considerado desertor nos casos pre- mento, ao militar de carreira que contar, no mínimo, com os seguin-
vistos na legislação penal militar. tes requisitos, de caráter cumulativo: (Dispositivo incluído pela Lei
Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
SEÇÃO V I - 35 (trinta e cinco) anos de tempo de serviço; e (Dispositivo
DO DESAPARECIMENTO E DO EXTRAVIO incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
II - 25 (vinte e cinco) anos de tempo de atividade de natureza
Art. 82 - É considerado desaparecido o policial militar da ativa militar, que será acrescido de 4 (quatro) meses a cada ano, a partir
que, no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em opera- de 1º de janeiro de 2022, até atingir 30 (trinta) anos. (Dispositivo
ções policiais militares ou em caso de calamidade pública, tiver pa- incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
radeiro ignorado por mais de 8 (oito) dias. Art. 87-B. A transferência para a reserva remunerada, a pedido,
Parágrafo único - A situação de desaparecimento só será consi- com remuneração proporcional ao tempo de serviço, será concedi-
derada quando não houver indício de deserção. da, por meio de requerimento, ao militar de carreira que contar, no
Art. 83 - O policial militar que, na forma do artigo anterior, per- mínimo, com os seguintes requisitos, de caráter cumulativo: (Dis-
manecer desaparecido por mais de 30 (trinta) dias, será oficialmen- positivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março
te considerado extraviado. de 2020)
I - 30 (trinta) anos de tempo de serviço; e (Dispositivo incluído
CAPÍTULO II pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO II - 25 (vinte e cinco) anos de tempo de atividade de natureza
militar, que será acrescido de 4 (quatro) meses a cada ano, a partir
Art. 84 - O desligamento ou exclusão do serviço ativo da Polícia de 1º de janeiro de 2022, até atingir 30 (trinta) anos. (Dispositivo
Militar é feito em conseqüência de: incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
I – transferência para a reserva remunerada; Parágrafo único. O valor do provento na hipótese do caput será
II – reforma; calculado da seguinte forma: (Dispositivo incluído pela Lei Comple-
III – demissão; mentar nº 943, de 13 de março de 2020)
IV – perda de posto e patente; I - o valor do subsídio do seu posto ou graduação será dividido
V – licenciamento; (Dispositivo revogado pela Lei Complemen- em cotas de 1/35 (um trinta e cinco avos); e (Dispositivo incluído
tar nº 962, de 30 de dezembro de 2020) pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
VI – exclusão a bem da disciplina; (Dispositivo revogado pela Lei II - o valor do provento na inatividade corresponderá a tantas
Complementar nº 962, de 30 de dezembro de 2020) cotas quantos forem os anos de serviço, computáveis para a inativi-
VII – deserção; dade, sendo considerado como 1 (um) ano a fração de tempo igual
VIII – falecimento; ou superior a 180 (cento e oitenta) dias. (Dispositivo incluído pela
IX – extravio. Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
Parágrafo único - O desligamento do serviço ativo será proces- Art. 88 (Dispositivo revogado pela Lei nº 4.010, de 21 de de-
sado após a expedição de ato do Governador do Estado, ou de auto- zembro de 1987)
ridades as quais tenham sido delegados poderes para isso. Art. 89 - A transferência para a reserva remunerada, ex-offício,
Art. 85 - A transferência para a reserva remunerada ou a re- verificar-se-á sempre que o policial militar incidir nos seguintes ca-
forma não isentam o policial militar da indenização dos prejuízos sos:
causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem de pagamento das I-A - 3 (três) meses após o cumprimento dos requisitos para a
pensões decorrentes de sentença judicial. transferência para a reserva remunerada, a pedido, nos termos do
Art. 86. O militar estadual da ativa, enquadrado em um dos art. 87-A desta Lei; (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº
incisos I e II do art. 84, ou demissionário a pedido, continuará no 943, de 13 de março de 2020)
exercício de suas funções até ser desligado da Organização Militar II – (Dispositivo revogado pela Lei nº 4.010, de 21 de dezembro
Estadual em que serve. (Redação dada pela Lei Complementar nº de 1987)
962, de 30 de dezembro de 2020) III – oficial considerado não habilitado para o acesso, em cará-
Parágrafo único. O desligamento da Organização Militar Es- ter definitivo, no momento em que vier a ser objeto de apreciação
tadual em que serve deverá ser feito após a publicação no Diário para ingresso em Quadro de acesso;
Oficial ou em Boletim, do ato oficial correspondente, no prazo es- IV – ultrapassar 2 (dois) anos contínuos ou não em licença para
tabelecido. tratar de interesse particular;
V – ultrapassar 2 (dois) anos contínuos. Em licença para trata-
mento de saúde de pessoa de sua família;
VI – ser empossado em cargo público permanente estranho à
sua carreira, cujas funções sejam de magistério;

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
VII – ultrapassar 2 (dois) anos de afastamento, contínuos ou Art. 90-B. É vedada a contagem de tempo fictício, assim enten-
não, agregado em virtude de ter sido empossado em cargo público dido a contagem de tempo para fins de transferência para inativi-
civil temporário, não eletivo, inclusive de administração indireta; e dade, sem que tenha havido a efetiva prestação de serviço, cumula-
VIII – ser diplomado em cargo eletivo na forma da alínea “b” do tivamente, com o recolhimento da respectiva contribuição prevista
parágrafo único do art. 50. nesta Lei. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13
§ 1º - A transferência para a reserva processar-se-á à medida de março de 2020)
que o policial militar for enquadrado em um dos incisos deste ar- § 1º É vedada a averbação de tempo fictício referente ao perío-
tigo. do anterior à incorporação. (Dispositivo incluído pela Lei Comple-
§ 2º -(Dispositivo revogado pela Lei nº 4.010, de 21 de dezem- mentar nº 943, de 13 de março de 2020)
bro de 1987) § 2º A licença concedida ao militar com prejuízo da remunera-
§ 3º - A transferência para a reserva remunerada do policial mi- ção não será computada para fins de tempo de serviço e de tempo
litar, enquadrado no inciso VI, será efetivada no posto ou graduação de atividade militar. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº
que tinha na ativa, podendo acumular os proventos a que fizer jus 943, de 13 de março de 2020)
na inatividade com remuneração do cargo para que foi nomeado. Art. 91 - Fica assegurado aos oficiais advogados do Quadro Téc-
§ 4º - A nomeação do policial militar para os cargos públicos de nico (em extinção) lotados na Consultoria Jurídica da Polícia Militar,
que tratam os incisos VI e VII somente poderá ser feita: o direito de promoção até o último posto previsto na hierarquia po-
a) pela autoridade federal competente, mediante requisição do licial militar:
Governador do Estado, quando o cargo for da alçada federal; Parágrafo único - Vetado.
b) pelo Governador do Estado ou mediante sua autorização, Art. 92 - O oficial da reserva remunerada poderá ser convocado
nos demais casos. para o serviço ativo por ato do Governador do Estado para compor
§ 5º - Enquanto permanecer no cargo de que trata o item VII: Conselho de Justificação, para ser encarregado de Inquérito Policial
a) é-lhe assegurada a opção entre o vencimento do cargo e a Militar ou incumbido de outros procedimentos administrativos, na
remuneração do posto ou da graduação; falta de oficial da ativa em situação hierárquica compatível com a
b) somente poderá ser promovido por Antigüidade; do oficial envolvido.
c) o tempo de serviço é contado apenas para aquela promoção § 1º - O oficial convocado nos termos deste artigo terá os di-
e para a transferência para a inatividade. reitos e deveres dos da ativa de igual situação hierárquica, exceto
Art. 90. O militar que passar à situação de inatividade mediante quanto à promoção, a que não concorrerá, e contará como acrésci-
transferência para a reserva remunerada, a pedido, com remune- mo esse tempo de serviço.
ração integral, e de ofício na hipótese do inciso I-A do art. 89 desta § 2º - A convocação de que trata este artigo, terá a duração
Lei, terá calculado seu provento com base no valor do subsídio do necessária ao cumprimento da atividade que a ela deu origem, não
posto ou graduação e da referência, correspondente à data de ina- devendo ser superior ao prazo de 12 (doze) meses, dependerá da
tividade. (Redação dada pela Lei Complementar nº 943, de 13 de anuência do convocado e será precedida de inspeção de saúde.
março de 2020) Art. 92-A. Os militares, praças e oficiais da reserva remunera-
§ 1º Nas situações previstas nesta Lei, inclusive naquelas pre- da poderão retornar ao serviço ativo, voluntariamente, mediante
vistas no art. 87-B e nos incisos III, IV, V, VI, VII e VIII do art. 89, refe- convocação por ato do Secretário de Estado da Segurança Pública
rentes à transferência para a inatividade com remuneração propor- e Defesa Social, autorizada previamente e formalmente pelo Chefe
cional ao tempo de serviço, o provento será calculado da seguinte do Poder Executivo ou pelo Secretário de Estado do Governo, para
forma: (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 atuar prestando serviços de natureza policial, militar ou de saúde,
de março de 2020) em jornada semanal de 40 (quarenta) horas. (Redação dada pela Lei
I - o valor do subsídio do seu posto ou graduação será dividido Complementar nº 951, de 6 de abril de 2020)
em cotas de 1/35 (um trinta e cinco avos); e (Dispositivo incluído § 1º O militar da reserva remunerada, convocado nos termos
pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) deste artigo, não integrará o quadro de militares da ativa; não con-
II - o valor do provento na inatividade corresponderá a tantas correrá às promoções, exceto post-mortem; submeter-se-á às re-
cotas quantos forem os anos de serviço, computáveis para a inativi- gras e deveres da disciplina e hierarquia militar.
dade, sendo considerado como 1 (um) ano a fração de tempo igual § 2º Os militares, praças e oficiais, convocados na forma deste
ou superior a 180 (cento e oitenta) dias. (Dispositivo incluído pela artigo, atuarão prioritariamente em policiamento ostensivo, busca
Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
e salvamento e defesa civil. (Redação dada pela Lei Complementar
§ 2º Se o militar tiver cumprido os requisitos para transferên-
nº 951, de 6 de abril de 2020)
cia para a reserva remunerada, a pedido, e incidir em hipótese de
§ 3º Os militares, praças e oficiais, convocados na forma deste
transferência de ofício, a remuneração na inatividade será integral.
artigo, não poderão exercer cargo em comissão ou função gratifi-
(Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março
cada. (Redação dada pela Lei Complementar nº 951, de 6 de abril
de 2020)
de 2020)
§ 3º A remuneração na inatividade é irredutível e deve ser re-
§ 4º O militar da reserva remunerada poderá ser convocado
vista automaticamente na mesma data da revisão da remuneração
dos militares da ativa, para preservar o valor equivalente à remu- e cedido para órgão público Federal, Estadual ou Municipal, para
neração do militar da ativa do correspondente posto ou graduação. prestação de atividades previstas neste artigo, desde que sem ônus
(Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março para a corporação cedente, com exceção da compra de munição,
de 2020) observando-se para tanto a celebração de convênio. (Redação
Art. 90-A. O tempo de serviço militar e o tempo de contribui- dada pela Lei Complementar nº 851, de 31 de março de 2017).
ção ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de § 5º Fica, excepcionalmente, admitida a atuação na rede pú-
previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação blica de saúde estadual dos militares, praças e oficiais da reserva
militar, e a compensação financeira será devida entre as receitas de remunerada da saúde, convocados na forma deste artigo, para o
contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição enfrentamento de situação de emergência, estado de calamidade
referentes aos demais regimes. (Dispositivo incluído pela Lei Com- pública ou estado de emergência em saúde pública. (Dispositivo in-
plementar nº 943, de 13 de março de 2020) cluído pela Lei Complementar nº 951, de 6 de abril de 2020)

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Art. 93 - A transferência do policial militar para a reserva remu- clínico-cirúrgico metódico, atualizado e, sempre que necessário, no-
nerada pode ser dispensa na vigência do estado de guerra, estado socomial, salvo quando se tratar de formas “grandemente avança-
de sítio ou em caso de mobilização. das” no conceito clínico e sem qualquer possibilidade de regressão
completa, as quais terão parecer imediato de incapacidade defini-
SEÇÃO II tiva.
DA REFORMA § 3º - O parecer definitivo a adotar, nos casos de tuberculose,
para os portadores de lesões aparentemente inativas, ficará con-
Art. 94 - A passagem do policial militar à situação de inativida- dicionado a um período de consolidação extra-nosocomial, nunca
de, mediante reforma, somente se dará ex-offício. inferior a 6 (seis) meses, contados a partir da época da cura.
Art. 95 - A reforma ex-offício será aplicada ao policial militar § 4º - Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio
que: mental ou neuro-mental grave persistente, no qual, esgotados os
I - atingir 65 anos de idade: (Redação dada pela Lei Comple- meios habituais de tratamento, permaneça alteração completa ou
mentar nº 212, de 27 de novembro de 2001). considerável na personalidade, destruindo a autodeterminação do
II – for julgado incapaz, definitivamente; para o serviço ativo da pragmatismo e tornando o indivíduo total e permanentemente im-
Polícia Militar; possibilitado para qualquer trabalho.
III – estiver agregado por mais de 2 (dois) anos por ter sido jul- § 5º - Ficam excluídas do conceito de alienação mental as epi-
gado incapaz temporariamente, mediante homologação de Junta lepsias psíquicas e neurológicas, assim julgadas pelas Juntas de Saú-
Superior de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia curável; de.
IV – for condenado à pena de reforma prevista no Código Penal § 6º - Considera-se paralisia todo caso de neuropatia grave e
Militar, por sentença passada em julgado; definitiva que afeta a motilidade, sensibilidade, troficidade e de-
V – sendo oficial, a tiver determinada pelo Tribunal de Justiça mais funções nervosas, no qual, esgotados os meios habituais de
do Estado, em julgamento por ele efetuado, em conseqüência do tratamento, permaneçam distúrbios graves, extensos e definitivos
Conselho de Justificação a que foi submetido; e que tornem o indivíduo total e permanentemente impossibilitado
VI – sendo Aspirante a Oficial PM ou praça com estabilidade para qualquer trabalho.
assegurada, for para tal indicado, ao Comandante Geral da Polícia § 7º - São também equiparados às paralisias os casos de afec-
Militar, em julgamento de Conselho de Disciplina. ção ósteo-músculo-articulares graves e crônicos (reumatismos gra-
Parágrafo único - O policial militar reformado na forma dos ves e crônicos ou progressivos e doenças similares), nos quais esgo-
itens V ou VI só poderá readquirir a situação militar anterior, res- tados, os meios habituais de tratamento, permaneçam distúrbios
pectivamente, por outra sentença do Tribunal de Justiça do Estado extensos e definitivos, quer ósteo-músculo-articulares residuais,
e nas condições nela estabelecidas ou por decisão do Comandante quer secundários das funções nervosas, motilidade, troficidade ou
Geral da Polícia Militar. demais funções que tornem o indivíduo total e permanentemente
Art. 96 - Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão de pessoal impossibilitado para qualquer trabalho.
de Polícia Militar organizará a relação dos policiais militares que § 8º - São equiparados à cegueira, não só os casos de afecções
houverem atingido a idade limite de permanência na reserva, a fim crônicas progressivas e incuráveis que conduzirão à cegueira total,
de serem reformados. como também os de visão rudimentar que apenas permitam a per-
Parágrafo único - A situação de inatividade do policial militar da cepção de vultos, não suscetíveis de correção por lentes, nem re-
reserva remunerada, quando reformado por limite de idade, não movíveis por tratamento médico-cirúrgico.
sofre solução de continuidade, exceto quanto às condições de mo- Art. 98 - O policial militar da ativa julgado incapaz definitiva-
bilização. mente por um dos motivos constantes dos itens I, II, III e IV do art.
Art. 97 - A incapacidade definitiva pode sobrevir em conse- 97, será reformado com qualquer tempo de serviço.
qüência de: Art. 99. A remuneração do militar reformado por invalidez de-
I – ferimento recebido em operações policiais militares ou na corrente do exercício da função ou em razão dela é integral, calcula-
manutenção da ordem pública ou enfermidade contraída nessa si- da com base na remuneração do posto ou da graduação que possuir
tuação, ou que nela tenha sua causa eficiente; por ocasião da transferência para a inatividade remunerada. (Reda-
II – acidente em serviço; ção dada pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
III – doença, moléstia ou enfermidade adquirida com relação § 1º Aplica-se o disposto neste artigo aos casos previstos nos
de causa a condições inerente ao serviço; incisos I, II e III do art. 97 e também aos casos previstos no inciso IV
IV – tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, do art. 97. (Redação dada pela Lei Complementar nº 943, de 13 de
cegueira, lepra, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia março de 2020)
grave, mal de Parkinson, pênfigo, espondiloartrose anquilosante, § 2º O disposto no caput não afasta a possibilidade de con-
nefropatia grave e outras moléstias que a Lei indicar com base nas cessão de promoção por incapacidade definitiva ou de fixação do
conclusões da medicina especializada; provento com base no valor do subsídio do posto ou da graduação
V – acidente ou doença, moléstia ou enfermidade sem relação imediatamente superior, nas hipóteses previstas na legislação es-
de causa e feito com o serviço. pecífica. (Redação dada pela Lei Complementar nº 943, de 13 de
§ 1º - Os casos de que tratam os, itens I, II e III deste artigo março de 2020)
serão provados por atestado de origem ou inquérito sanitário de Art. 100 - O policial militar da ativa julgado incapaz definitiva-
origem, sendo os termos de acidente, baixa ao hospital, papeleta mente por um dos motivos constantes do item V do art. 97, será
de tratamento nas enfermarias e hospitais, e os registros de baixa reformado:
utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação. a) com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se ofi-
§ 2º - Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde deverão ba- cial ou praça com estabilidade assegurada;
sear seus julgamentos, obrigatoriamente, em observações clínicas b) com remuneração calculada com base no soldo integral do
acompanhadas de repetidos exames subsidiários, de modo a com- posto ou graduação desde que, com qualquer tempo de serviço,
provar, com segurança, a atividade de doença, após acompanhar seja considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanen-
sua evolução até 3 (três) períodos de 6 (seis) meses de tratamento temente para qualquer trabalho.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Art. 101 - O policial militar reformado por incapacidade defini- II – ex-offício.
tiva que for julgado apto em inspeção de saúde por Junta Superior, Art. 105. A demissão a pedido do oficial será concedida me-
em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo ou diante requerimento do interessado: (Redação dada pela Lei Com-
ser transferido para a reserva remunerada, conforme dispuser re- plementar nº 962, de 30 de dezembro de 2020)
gulamentação específica. I – sem indenização aos cofres públicos, quando contar mais de
§ 1º - O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido 5 (cinco) anos de oficialato na PM;
na situação de reformado não ultrapassar 2 (dois) anos e na forma II – com indenização das despesas feitas pelo Estado com a sua pre-
do disposto no parágrafo 1º do art. 79. paração e formação quando conter menos de 5 (cinco) anos de oficialato.
§ 2º - A transferência para a reserva remunerada, observado § 1º - No caso de o oficial ter feito qualquer curso ou estágio
o limite de idade para a permanência nessa reserva, ocorrerá se o de duração igual ou superior a 6 (seis) meses e inferior ou igual a 18
tempo transcorrido na situação de reformado ultrapassar 2 (dois) (dezoito) meses, por conta do Estado e não tendo decorrido mais de
anos. 3 (três) anos de seu término, a demissão só será concedida median-
Art. 102 - O policial militar reformado por alienação mental, te indenização de todas as despesas correspondentes ao referido
enquanto não ocorrer à designação judicial do curador, terá sua re- curso ou estágio acrescidas, se for o caso, das previstas no item II
muneração paga aos seus beneficiários, desde que estes o tenham deste artigo e das diferenças de vencimentos.
sob sua guarda e responsabilidade e lhe dispensem tratamento hu- § 2º - No caso de o oficial ter feito qualquer curso ou estágio de
mano e condigno. duração superior a 18 (dezoito) meses, por conta do Estado, aplicar-
§ 1º - A interdição judicial do policial militar reformado por alie- -se-á o disposto no parágrafo anterior se ainda não houver decorri-
nação mental deverá ser providenciada junto ao Ministério Público, do mais de 5 (cinco) anos de seu término.
por iniciativa dos beneficiários, parentes ou responsáveis, até 60 § 3º - O oficial demissionário a pedido não terá direito a qual-
(sessenta) dias a contar da data do ato da reforma. quer remuneração, sendo a sua situação militar definida pela Lei do
§ 2º - A interdição judicial do policial militar e seu internamento Serviço Militar.
em instituição apropriada, policial militar ou não, deverão ser provi- § 4º - O direito à demissão a pedido pode ser suspenso na vi-
denciados pelo Comandante Geral da Corporação, quando: gência de estado de guerra, calamidade pública, perturbação da or-
a) não houver beneficiários, parentes ou responsáveis; dem interna, estado de sítio ou em caso de mobilização.
b) não forem satisfeitas as condições de tratamento exigidas Art. 106 - O oficial da ativa empossado em cargo público per-
neste artigo. manente, estranho a sua carreira e cuja função não seja de magis-
§ 3º - Os processos e os atos de registros de interdição do po- tério, será, imediatamente, mediante demissão ex-offício por esse
licial militar terão andamento sumário, serão instruídos com laudo motivo, transferido para a reserva, onde ingressará com o posto
proferido por Junta de Saúde e isentos de custas. que possuía na ativa, não podendo acumular qualquer provento de
Art. 103 - Para fins de previsto na presente Seção, as praças inatividade ao vencimento do cargo público permanente.
especiais, constantes do quadro a que refere o art. 13, são consi- Art. 107 - O oficial que houver perdido o posto e a patente será de-
deradas: mitido ex-offício sem direito a qualquer remuneração ou indenização e
I – 2º Tenente PM, os Aspirantes a Oficiais PM; terá a sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.
II – Aspirante a Oficial PM, os Alunos Oficiais PM; Art. 108 - O oficial perderá o posto e a patente se for declarado in-
III – 3º Sargento PM; os Alunos de Cursos de Formação de Sar- digno do oficialato, ou com ele incompatível por decisão do Tribunal de
gentos PM; Justiça do Estado, em decorrência do julgamento a que for submetido.
IV – Cabo PM, os Alunos do Curso de Formação de Soldados Parágrafo único - O Oficial declarado indigno do oficialato, ou
PM. com ele incompatível, e condenado à perda de posto e patente, só
Art. 103-A. O militar reformado por incapacidade definitiva poderá readquirir a situação militar anterior por outra sentença do
para o serviço ativo militar ou reformado por invalidez poderá ser Tribunal de Justiça do Estado e nas condições nela estabelecidas.
convocado, por iniciativa da administração, a qualquer momento, Art. 109 - Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficia-
para revisão das condições que ensejaram a reforma. (Dispositivo lato, ou incompatibilidade com o mesmo por julgamento do Tribu-
incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) nal de Justiça do Estado, o oficial que:
§ 1º O militar reformado por incapacidade definitiva para o ser- I – for condenado, por Tribunal Civil ou Militar, a pena restritiva
viço ativo militar ou reformado por invalidez é obrigado, sob pena de liberdade individual superior a 2 (dois) anos, em decorrência de
de suspensão da remuneração, a submeter-se à inspeção de saúde sentença condenatória passada em julgado:
a cargo da administração. (Dispositivo incluído pela Lei Comple- II – for condenado, por sentença passada em julgado por cri-
mentar nº 943, de 13 de março de 2020) mes para os quais o Código Penal Militar comina essas penas aces-
§ 2º Aplicam-se as regras deste artigo ao militar que for reformado sórias e por crimes previstos na Legislação especial concernentes à
por ultrapassar 2 (dois) anos agregado por incapacidade temporária Segurança Nacional;
para o serviço, nos termos do inciso III do art. 95 desta Lei. (Dispositivo III – incidir nos casos previstos em Lei específica, que motivem
incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) o julgamento por Conselho de Justificação e neste for considerado
culpado;
SEÇÃO II IV – houver perdido a nacionalidade brasileira.
DA DEMISSÃO, DA PERDA DO POSTO, DA PATENTE OU DA
GRADUAÇÃO E DA DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE OU IN- SEÇÃO IV
COMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO DO LICENCIAMENTO
(REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 962, DE 30 DE (DISPOSITIVO REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 962,
DEZEMBRO DE 2020)
DE 30 DE DEZEMBRO DE 2020)
Art. 104. A demissão de Militar Estadual, Oficial ou Praça se
Art. 110. A demissão a pedido da praça será concedida median-
efetua: (Redação dada pela Lei Complementar nº 962, de 30 de de-
te requerimento do interessado. (Redação dada pela Lei Comple-
zembro de 2020)
mentar nº 962, de 30 de dezembro de 2020)
I – a pedido;

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
§ 1º A demissão a pedido poderá ser concedida, uma vez que SEÇÃO VI
não haja prejuízo para o serviço, à praça que tenha completado o DA DESERÇÃO
tempo inicial obrigatório, de dois anos, contado da incorporação,
ou que, estando engajado ou reengajado conte, no mínimo, a me- Art. 116. A deserção acarreta uma interrupção do serviço com
tade do tempo de serviço a que se obrigou a servir. a consequente demissão ex officio do militar estadual. (Redação
§ 2º A demissão ex offício da praça será feita na forma do Có- dada pela Lei Complementar nº 962, de 30 de dezembro de 2020)
digo de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais, da Lei do Serviço Parágrafo único – O militar estadual que praticar o crime de
Militar e do seu Regulamento por conclusão de tempo de serviço. deserção será demitido conforme as regras estabelecidas no Código
§ 3º A praça demitida não terá direito a qualquer remuneração de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais.
e sua situação militar será definida pela Lei do Serviço Militar.
§ 4º A praça demitida perderá sua graduação e receberá o cer- SEÇÃO VII
tificado de isenção do serviço militar previsto na Lei do Serviço Mi- DO FALECIMENTO E DO EXTRAVIO
litar.
§ 5º O tempo de serviço relativo a engajamento e reengaja- Art. 117 - O falecimento do policial militar da ativa acarreta
mento da praça é de quatro anos, cada. interrupção do serviço policial militar, com o conseqüente desliga-
Art. 111. O Aspirante a Oficial e as demais praças empossados mento ou exclusão do serviço ativo, a partir da data da ocorrência
em cargo público permanente estranho a sua carreira e cuja função do óbito.
não seja de professor serão imediatamente demitidos ex officio, Art. 118 - O extravio de policial militar de ativa acarreta inter-
sem remuneração e terão sua situação militar definida pela Lei do rupção do serviço policial militar com o conseqüente afastamento
Serviço Militar. (Redação dada pela Lei Complementar nº 962, de 30 temporário do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo for
de dezembro de 2020) oficialmente considerado extraviado.
Art. 112. O direito a demissão a pedido poderá ser suspenso § 1º - O desligamento do serviço ativo será feito 6 (seis) meses
na vigência do estado de guerra, calamidade pública, perturbação após a agregação por motivo de extravio.
da ordem interna, estado de sítio ou em caso de mobilização. (Re- § 2º - Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, cala-
dação dada pela Lei Complementar nº 962, de 30 de dezembro de midade pública ou outros acidentes oficialmente reconhecidos, o
2020) extravio ou desaparecimento do policial militar da ativa será consi-
derado como falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo sejam
SEÇÃO V esgotados os prazos máximos de possível sobrevivência ou quando
DA EXCLUSÃO DA PRAÇA A BEM DA DISCIPLINA se dêem por encerradas as providências de salvamento.
(DISPOSITIVO REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 962, Art. 119 - O reaparecimento do policial militar extraviado ou
DE 30 DE DEZEMBRO DE 2020) desaparecido, já desligado do serviço ativo, resulta em sua reinclu-
são e nova agregação, enquanto se apuram as causas que deram
Art. 113. A demissão da praça ou do aspirante a oficial será origem ao seu afastamento.
ainda aplicada ex officio: (Redação dada pela Lei Complementar nº Parágrafo único - O policial militar reaparecido será submetido
962, de 30 de dezembro de 2020) a Conselho de Justificação ou a Conselho de Disciplina, por decisão
I - sobre os quais houver pronunciado tal sentença os Conse- do Comandante Geral da PM, se e assim for julgado necessário.
lhos de Justiça, Permanente, por haverem sido condenados em sen-
tença passada em julgado, por aquele Conselho ou Tribunal Civil, à CAPÍTULO III
pena restritiva de liberdade superior a 2 (dois) anos ou nos crimes DO TEMPO DE SERVIÇO
previstos na legislação especial concernentes à Segurança Nacional,
à pena de qualquer duração; Art. 120 - Os policiais militares começam a contar tempo de
II - por haverem perdido a nacionalidade brasileira, sobre os serviço na Polícia Militar a partir da data de sua inclusão na Polícia
quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Militar, matrícula em órgão de formação de policiais militares ou
Justiça; nomeação para o posto ou graduação na Polícia Militar.
III - forem considerados culpados em Conselho de Disciplina § 1º - Considera-se como data de incorporação, para fins deste
previsto no art. 47. artigo;
Art. 114. É da competência do Comandante-Geral o ato de de- a) a data do ato em que o voluntário é considerado incluído na
missão do Aspirante a Oficial e das praças. (Redação dada pela Lei Polícia Militar ou a ela incorporado;
Complementar nº 962, de 30 de dezembro de 2020) b) a data de matrícula em órgão de formação de policiais mi-
Art. 115. Não se aplica a sanção disciplinar de demissão ao mi- litares;
litar estadual da reserva remunerada submetido a Conselho de Jus- c) a data de apresentação pronto para o serviço no caso de no-
tificação ou Disciplina; entretanto, eles podem sofrer a sanção de meação.
perda de posto, patente ou graduação, em razão de fatos praticados § 2º - O policial militar reincluído recomeça a contar tempo de
durante a inatividade, a qual implica a perda da condição de militar serviço da data de sua reinclusão.
estadual e das prerrogativas decorrentes, mantendo-se, entretanto, § 3º - Quando, por motivo de força maior, oficialmente reco-
os seus proventos. (Redação dada pela Lei Complementar nº 962, nhecido (incêndio, inundação, naufrágio, sinistro aéreo e outras
de 30 de dezembro de 2020) calamidades), faltarem dados para a contagem de tempo de ser-
§ 1º A competência para aplicar a sanção de perda de posto ou viço, caberá ao Comandante Geral da PM arbitrar o tempo e ser
patente do oficial da reserva remunerada é do Comandante-Geral, computado, para cada caso particular, de acordo com os elementos
após decisão proferida nesse sentido pelo Tribunal de Justiça do Es- disponíveis.
tado. Art. 121 - Na apuração do tempo de serviço militar, será feita
§ 2º A competência para aplicar a sanção de perda de gradua- distinção entre:
ção à praça da reserva remunerada é do Comandante-Geral da res- I – tempo de efetivo serviço; e
pectiva Corporação. II – anos de serviço.

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Art. 122 - Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo com- Art. 124 - O tempo que o policial militar passou ou vier a pas-
putado dia a dia entre a data de incorporação e a data limite estabe- sar afastado do exercício de suas funções, em conseqüência de fe-
lecida para a contagem ou a data do desligamento do serviço ativo, rimentos recebidos em acidente, quando em serviço, em operações
mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado. policieis militares e manutenção da ordem pública, ou de moléstia
§ 1º - Será também computado como tempo de efetivo serviço adquirida no exercício de qualquer função policial militar será com-
o tempo passado dia a dia pelo policial militar na reserva remunera- putado como se ele o tivesse passado no exercício efetivo daquelas
da que for convocado para o exercício de funções policiais militares funções.
na forma do art. 92. Art. 125 - O tempo de serviço passado pelo policial militar no
§ 2º - Não serão deduzidos do tempo de efetivo serviço, além exercício de atividades decorrentes ou dependentes de operações
dos afastamentos previstos no art. 63, os períodos em que o policial de guerra será regulado em legislação específica.
militar estiver afastado do exercício de suas funções em gozo de Art. 126 - O tempo de serviço dos policiais militares beneficia-
licença especial. dos por anistia será contado como estabelecer o ato legal que a
§ 3º - Ao tempo de efetivo serviço de que tratam este artigo e conceder.
parágrafos anteriores, apurado e totalizado em dias, será aplicado Art. 127 - A data limite estabelecida para final da contagem dos
o divisor 365 (trezentos e sessenta e cinco) para a correspondente anos de serviço para fins de passagem para a inatividade será a do
obtenção dos anos de efetivo serviço. desligamento do serviço ativo.
Art. 123 - “Anos de serviço” é a expressão que designa o tempo Parágrafo único - A data limite não poderá exceder de 45 (qua-
de efetivo serviço a que se refere o art. 122 e seus parágrafos, com renta e cinco) dias, dos quais o máximo de 15 (quinze) no órgão
os seguintes acréscimos: encarregado de efetivar a transferência, da data da publicação do
I – tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, ato de transferência para a reserva ou reforma em Diário Oficial ou
prestado pelo policial militar anteriormente a sua incorporação, Boletim da Corporação, considerada sempre a primeira publicação
matrícula, nomeação ou reinclusão na Polícia Militar; oficial.
II – (Dispositivo revogado pela Lei Complementar nº 943, de 13 Art. 128 - Na contagem dos anos de serviço não poderá ser
de março de 2020) computada qualquer superposição dos tempos de serviço público
III – (Dispositivo revogado pela Lei Complementar nº 943, de 13 (federal, estadual e municipal ou passado em órgão de administra-
de março de 2020) ção indireta) entre si, nem com os acréscimos de tempo, para os
IV – tempo relativo a férias não gozadas, contado em dobro; e possuidores de curso universitário, nem com o tempo de serviço
V – tempo de serviço público estadual prestado exclusivamente computável após a incorporação em Organização Policial Militar,
ao Governo do Estado do Espírito Santo. matrícula em órgão de formação de policiais militares ou nomeação
§ 1º - Os acréscimos a que se referem o item I serão computa- para posto ou graduação na Polícia Militar.
dos somente no momento da passagem do servidor militar à situa-
ção de inatividade e para esse fim. (Redação dada pela Lei nº 4.817, CAPÍTULO IV
de 08 de outubro de 1993) DO CASAMENTO
§ 2º - Os acréscimos a que se referem os itens II, III e IV, serão
computados somente no momento da passagem do servidor militar Art. 129 - O policial militar da ativa pode contrair matrimônio,
á situação de inatividade e neste caso, para todos os fins e efeitos desde que observada a legislação civil específica.
legais, inclusive Gratificação Adicional por Tempo de Serviço e As- § 1º - É vedado o casamento ao Aluno Oficial PM e demais pra-
siduidade. (Redação dada pela Lei nº 4.817, de 08 de outubro de ças, enquanto estiverem sujeitos aos regulamentos dos órgãos de
1993) formação de oficiais, de graduados ou de praças cujos requisitos
§ 3º - Não é computável, para efeito algum, o tempo: para admissão exijam a condição de solteiro, salvo em casos excep-
a) que ultrapassar de 1 (um) ano, contínuo ou não, em licença cionais a critério do Comandante Geral da PM.
para tratamento de saúde de pessoa da família; § 2º - O casamento com mulher estrangeira somente poderá
b) passado em licença para tratar de interesse particular; ser realizado após a autorização do Comandante Geral de PM.
c) passado como desertor; Art. 130 - O Aluno Oficial PM e demais praças que contraírem
d) decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercí- matrimônio em desacordo com o § 1º do artigo anterior serão ex-
cio do posto, graduação, cargo ou função por sentença passada em cluídos sem direito a qualquer remuneração ou indenização.
julgado ou suspensão decorrente de sanção disciplinar prevista no
Código de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais; (Redação dada CAPÍTULO V
pela Lei Complementar nº 962, de 30 de dezembro de 2020) DAS RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO SERVIÇO
e) decorrido em cumprimento de pena restritiva de liberdade,
por sentença passada em julgado, desde que não tenha sido conce- Art. 131. As recompensas constituem reconhecimento dos
dida suspensão condicional da pena, quando então o tempo que ex- bons serviços prestados pelos militares estaduais. (Redação dada
ceder ao período da pena cumprida será computado para todos os pela Lei Complementar nº 962, de 30 de dezembro de 2020)
efeitos, caso as condições estipuladas na sentença não o impeçam. § 1º São recompensas: (Redação dada pela Lei Complementar
f) passado como convocado nos termos do artigo 92-A acres- nº 962, de 30 de dezembro de 2020)
centado por esta Lei Complementar. (Redação dada pela Lei Com- a) prêmio de Honra ao Mérito;
plementar nº 617, de 2 de janeiro de 2012). b) condecorações por serviços prestados;
§ 4º - Uma vez computado o tempo de efetivo serviço e seus c) elogios, louvores e referências elogiosas;
acréscimos previstos nos artigos 122 e 123 e no momento da pas- d) dispensas de serviço.
sagem do policial-militar á situação de inatividades pelos motivos § 2º As recompensas serão concedidas de acordo com as nor-
constantes nos itens I, II e III do artigo 89 e nos itens II e III do arti- mas estabelecidas no Código de Ética e Disciplina dos Militares Es-
go 95, a fração de tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) taduais. (Redação dada pela Lei Complementar nº 962, de 30 de
dias será considerada como 1 (um) ano para todos os efeitos legais dezembro de 2020)
(Dispositivo incluído pela Lei nº 3.446, de 16 de dezembro de 1981)

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Art. 132 - As dispensas de serviço são autorizações concedidas § 4º Para os efeitos deste artigo, a invalidez deverá ser atestada
aos policiais militares para afastamento total do serviço em caráter por laudo médico pericial, expedido por junta médica, composta
temporário. por, no mínimo, 3 (três) médicos, designados pela autoridade indi-
Art. 133. As dispensas de serviço podem ser concedidas aos cada em Lei ou em regulamento. (Dispositivo incluído pela Lei Com-
militares estaduais: (Redação dada pela Lei Complementar nº 962, plementar nº 943, de 13 de março de 2020)
de 30 de dezembro de 2020) § 5º A dependência econômica exige início de prova material
I – como recompensa; contemporânea aos fatos, referente aos 24 (vinte e quatro) meses
II – para desconto em férias; e anteriores à data do óbito, não admitida a prova exclusivamente
III – em decorrência de prescrição médica. testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou
Parágrafo único - As dispensas de serviços serão concedidas caso fortuito, conforme disposto em regulamento. (Dispositivo in-
com a remuneração integral e computadas como tempo de efetivo cluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
serviço. § 6º A pessoa separada de fato, separada judicialmente ou di-
vorciada do instituidor, ou o ex-convivente, credor de alimentos,
CAPÍTULO VI fará jus a percepção da pensão militar, caso em que, esta será igual
DA PENSÃO MILITAR ao valor da pensão alimentícia que recebia do militar, limitado ao
(DISPOSITIVO INCLUÍDO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 943, valor da cota de rateio com os dependentes da pensão militar, cal-
DE 13 DE MARÇO DE 2020) culada na forma desta Lei. (Dispositivo incluído pela Lei Comple-
mentar nº 943, de 13 de março de 2020)
Art. 133-A. A pensão militar é deferida em processo de habili- § 7º Na hipótese de o militar falecido estar, na data de seu fa-
tação, com base na declaração de beneficiários preenchida em vida lecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos
pelo militar, nas condições a seguir: (Dispositivo incluído pela Lei temporários a pessoa separada de fato, separada judicialmente ou
Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) divorciada do instituidor, ou ex-convivente a pensão militar será de-
I - cônjuge ou companheiro designado ou que comprove união vida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida ou-
estável como entidade familiar; (Dispositivo incluído pela Lei Com- tra hipótese de extinção do benefício, prevista nesta Lei. (Dispositi-
plementar nº 943, de 13 de março de 2020) vo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
II - pessoa separada de fato, separada judicialmente ou divor- Art. 133-B. É obrigatório ao militar apresentar sua declaração
ciada do instituidor, ou ex-convivente, desde que perceba pensão de beneficiários à pensão militar, observadas as regras dispostas
alimentícia na forma prevista no § 6º deste artigo; (Dispositivo in- neste artigo e em regulamento. (Dispositivo incluído pela Lei Com-
cluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) plementar nº 943, de 13 de março de 2020)
III - filhos ou enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou até § 1º A declaração deve ser acompanhada de documentos com-
24 (vinte e quatro) anos de idade, se estudantes universitários ou, probatórios das informações apresentadas a respeito dos beneficiá-
se inválidos, enquanto durar a invalidez; (Dispositivo incluído pela rios. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de
Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) março de 2020)
IV - tutelados ou curatelados até 21 (vinte e um) anos de idade § 2º A declaração será instruída, dentre outros documentos,
ou, se estudante universitário, até 24 (vinte e quatro) anos de ida- com o registro civil que comprove o grau de parentesco dos benefi-
de ou, se inválido, enquanto durar a invalidez. (Dispositivo incluído ciários enumerados. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº
pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) 943, de 13 de março de 2020)
V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do Art. 133-C. Constada a falta de declaração de beneficiário ou
militar; e (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 se estiver incompleta ou oferecer margem a dúvidas, a repartição
de março de 2020) competente exigirá dos interessados certidões ou quaisquer outros
VI - o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se documentos necessários à comprovação dos requisitos para a habi-
estudante universitário, até 24 (vinte e quatro) anos de idade, e o litação. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13
inválido, enquanto durar a invalidez, comprovada a dependência de março de 2020)
econômica do militar. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar Parágrafo único. Se, não obstante a documentação apresentada,
nº 943, de 13 de março de 2020) persistirem as dúvidas, a prova será feita mediante justificação admi-
§ 1º A dependência econômica de que trata os incisos V e VI nistrativa, cujos critérios serão estabelecidos em regulamento. (Dispo-
do caput deste artigo deverá ser comprovada, mediante justificação sitivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
administrativa, no Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Art. 133-D. O benefício da pensão militar é igual ao valor da
do Estado do Espírito Santo – IPAJM, na forma do regulamento.
remuneração do militar da ativa ou dos proventos na inatividade
(Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de mar-
remunerada. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943,
ço de 2020)
de 13 de março de 2020)
§ 2º Considera-se economicamente dependente, para fins des-
Parágrafo único. O benefício da pensão militar é irredutível
te artigo, aquele que, comprovadamente, viva sob o mesmo teto do
e sua revisão automática, devida na mesma data da revisão das
militar ou que dele receba recursos para subsistência, tenha renda
remunerações dos militares da ativa, para preservar o valor equi-
inferior a 1 (um) salário-mínimo e não possua bens. (Dispositivo in-
valente à remuneração do militar da ativa do posto ou graduação
cluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
§ 3º Considera-se convivente, para os efeitos deste artigo, a que lhe deu origem. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº
pessoa que mantenha união estável com o militar, configurada na 943, de 13 de março de 2020)
convivência pública, contínua e duradoura, como entidade familiar, Art. 133-E. O pensionista inválido está obrigado a submeter-se
quando ambos forem solteiros, separados judicialmente, extrajudi- à perícia médica, sob pena de suspensão do benefício, na forma do
cialmente ou de fato, divorciados ou viúvos, devendo ser apresen- regulamento. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943,
tado documento demonstrativo desta qualidade, quando da apre- de 13 de março de 2020)
sentação da declaração de beneficiários preenchida em vida pelo Art. 133-F. O benefício de pensão militar será devido, a partir:
militar. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março
de março de 2020) de 2020)

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
I - do óbito, quando requerido: (Dispositivo incluído pela Lei V - pela condenação criminal por sentença com trânsito em jul-
Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) gado, do beneficiário como autor, coautor ou partícipe de homicí-
a) pelo beneficiário maior de 16 (dezesseis) anos de idade, até dio doloso, inclusive em sua forma tentada, cometido contra pessoa
30 (trinta) dias de sua ocorrência; ou (Dispositivo incluído pela Lei do militar, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputá-
Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) veis; (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de
b) pelo beneficiário menor de 16 (dezesseis) anos de idade, até março de 2020)
30 (trinta) dias após completar essa idade; (Dispositivo incluído pela VI - pela comprovação, a qualquer tempo, de simulação ou
Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses
II - do requerimento, quando requerido após os prazos previs- com o fim exclusivo de constituir benefício, apuradas em processo
tos no inciso I; ou (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº judicial ou administrativo no qual serão assegurados o contraditório
943, de 13 de março de 2020) e a ampla defesa; (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Dispositi- 943, de 13 de março de 2020)
vo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) VII - pela adoção, para filho adotado que receba pensão militar
§ 1º O valor da pensão, calculado na forma deste artigo, será dos pais biológicos; (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº
pago aos beneficiários habilitados, e rateado em cotas iguais. (Dis- 943, de 13 de março de 2020)
positivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de VIII - pela renúncia expressa do beneficiário plenamente capaz;
2020) e (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de mar-
§ 2º Sempre que se extinguir uma cota, proceder-se-á novo ço de 2020)
cálculo e novo rateio do benefício entre os dependentes remanes- IX - em relação aos beneficiários de que trata o inciso I do art.
centes. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 133-A, observar-se-ão, também, os seguintes prazos: (Dispositivo
de março de 2020) incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
§ 3º A concessão da pensão não será protelada pela falta de ha- a) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer antes de 18 (dezoito)
bilitação de outro possível beneficiário e qualquer outra habilitação meses da incorporação do militar ou se o casamento ou a união
posterior, que importe em exclusão ou inclusão de dependente, so- estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do
mente produzirá efeito a contar da data da habilitação. (Dispositivo óbito do militar; (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº
incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) 943, de 13 de março de 2020)
§ 4º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição b) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acor-
de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória do com a idade do beneficiário na data de óbito do militar, se o
óbito ocorrer após 18 (dezoito) meses da incorporação do militar e
ao benefício de pensão militar, exclusivamente para fins de rateio
pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união
dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da res-
estável: (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13
pectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalva-
de março de 2020)
da a existência de decisão judicial em contrário. (Dispositivo incluí-
1. 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;
do pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
(Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março
§ 5º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela
de 2020)
concessão da pensão por morte, este poderá proceder de ofício à
2. 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de
habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de idade; (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de
rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das março de 2020)
demais cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito 3. 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos
em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão de idade; (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13
judicial em contrário. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar de março de 2020)
nº 943, de 13 de março de 2020) 4. 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de
§ 6º Julgada improcedente a ação prevista nos §§ 4º ou 5º idade; (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13
deste artigo, o valor retido será corrigido e será pago aos demais de março de 2020)
dependentes, proporcionalmente as suas cotas e ao início de seus 5. 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e
benefícios. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de três) anos de idade; (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº
13 de março de 2020) 943, de 13 de março de 2020)
§ 7º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor 6. vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
da pensão militar a cobrança dos valores indevidamente pagos aos (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março
demais dependentes, proporcionalmente as suas cotas, em função de 2020)
de nova habilitação. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº § 1º Serão aplicados os prazos previstos na alínea “b” do inciso
943, de 13 de março de 2020) IX, se o óbito do beneficiário decorrer de acidente de qualquer na-
Art. 133-G. A pensão militar será extinta: (Dispositivo incluído tureza, independentemente do tempo de atividade militar ou da com-
pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) provação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (Disposi-
I - pelo falecimento; (Dispositivo incluído pela Lei Complemen- tivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
tar nº 943, de 13 de março de 2020) § 2º O chefe do Poder Executivo, por meio de decreto, poderá
II - pelo casamento; (Dispositivo incluído pela Lei Complemen- fixar, em números inteiros, novas idades para os fins previstos na
tar nº 943, de 13 de março de 2020) alínea “b” do inciso IX, sempre que modificada a expectativa de so-
III - pela convivência em união estável do beneficiário elenca- brevida da população brasileira ao nascer. (Dispositivo incluído pela
do no inciso I do art. 133-A desta Lei; (Dispositivo incluído pela Lei Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020)
Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) § 3º A pensão militar decorrente de agressão sofrida no exercí-
IV - pela cessação de quaisquer das condições que garantiram cio ou em razão da função será vitalícia para o cônjuge ou compa-
a qualidade de beneficiário; (Dispositivo incluído pela Lei Comple- nheiro, não se aplicando as regras de extinção da pensão previstas
mentar nº 943, de 13 de março de 2020) no inciso IX. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de
13 de março de 2020)

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
§ 4º Aplica-se o disposto no § 3º no caso de morte decorrente Parágrafo único - O policial militar beneficiado por este artigo,
de doença profissional ou doença grave. (Dispositivo incluído pela se ocupante do último grau hierárquico de seu quadro, por ocasião
Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) do processamento de sua transferência para a reserva ou reforma,
fará jus ao percentual de 20% (vinte por cento), calculado sobre o
CAPÍTULO VII soldo.
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA Art. 138 - Fica assegurado ao policial militar que na data de 15
(DISPOSITIVO INCLUÍDO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 943, de maio de 1967 contava 20 (vinte) ou mais anos de efetivo serviço,
DE 13 DE MARÇO DE 2020) o direito à transferência, a pedido, para a reserva remunerada a
partir da data em que completou ou venha a completar 25 (vinte e
Art. 133-H. Prescreve em 05 (cinco) anos, a contar da data em cinco) anos de tempo de efetivo serviço.
que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação do militar ou be- Art. 139 - A licença especial de que trata o art. 65 e seus pará-
neficiário para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições grafos e o parágrafo 4º do art. 122 do presente Estatuto, retroagem
ou diferenças devidas a título de proventos na inatividade e de quo- seus efeitos à data de 15 de maio de 1967.
ta-parte de pensão militar, resguardado o direito dos incapazes ou Art. 140 - Após a vigência do presente Estatuto, serão a ele
dos ausentes, segundo a legislação civil. (Dispositivo incluído pela ajustados todos os dispositivos legais e regulamentares que com
Lei Complementar nº 943, de 13 de março de 2020) ele tenham pertinência.
Art. 133-I. É de 10 (dez) anos o prazo de decadência de todo e Art. 141 - São adotados na Polícia Militar, em matéria não re-
qualquer direito ou ação do militar ou beneficiário para a revisão gulada na legislação estadual, as leis e regulamentos em vigor no
do ato de concessão de proventos na inatividade ou de quota-parte Exército Brasileiro no que lhe for pertinente.
de pensão militar, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do Art. 142 - Enquanto não for aprovado o Regulamento Discipli-
recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia nar da Polícia Militar, a que se refere o parágrafo 2º do art. 110
em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no desta lei, será aplicada na Corporação a legislação federal que trata
âmbito administrativo. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar da matéria.
nº 943, de 13 de março de 2020) Art. 143 - O presente Estatuto entra em vigor na data da publi-
Art. 133-J. O direito da Administração de anular os atos ad- cação, salvo o disposto no seu art. 139, ficando revogadas as dispo-
ministrativos relacionados a inatividade ou pensão militar, de que sições em contrário.
decorram efeitos favoráveis para os militares ou seus beneficiários, Ordeno, portanto, a todas as autoridades que a cumpram e fa-
decai em 10 (dez) anos, contados da data em que foram praticados, çam cumprir como nela se contém.
salvo comprovada má-fé. (Dispositivo incluído pela Lei Complemen- O Secretário de Estado da Justiça faça publicá-la, imprimir e
tar nº 943, de 13 de março de 2020) correr.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo deca- Palácio Anchieta, em Vitória, 09 de janeiro de 1978.
dencial contar-se-á da percepção do 1º (primeiro) pagamento. (Dis-
positivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de 13 de março de
2020) DECRETO-LEI 1001/1969 (ART. 1º AO 10)
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medi-
da de autoridade administrativa que importe impugnação à valida-
de do ato. (Dispositivo incluído pela Lei Complementar nº 943, de DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969.
13 de março de 2020)
CÓDIGO PENAL MILITAR
TÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS PARTE GERAL

Art. 134 - A assistência religiosa à Polícia Militar é regulada por LIVRO ÚNICO
lei específica.
Art. 135 - É vedado o uso, por parte de organização civil, de TÍTULO I
designações que possam sugerir sua vinculação à Polícia Militar. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
Parágrafo único - Excetuam-se das prescrições deste artigo as
associações, clubes, círculos e outros que congregam membros da Princípio de legalidade
Polícia Militar e que se destinam, exclusivamente, a promover inter- Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
câmbio social e assistencial entre os policiais militares e suas famí- sem prévia cominação legal.
lias e entre esses e a sociedade civil local.
Art. 136 - Lei especial, de iniciativa exclusiva do Governador do Lei supressiva de incriminação
Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior dei-
Estado, estabelecerá os direitos relativos à Pensão Policial Militar,
xa de considerar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigên-
destinada a amparar os beneficiados do policial militar falecido ou
cia de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos
extraviado.
de natureza civil.
Art. 137 - Ao policial militar beneficiado pela Lei Estadual nº
611, de 31de dezembro de 1951 e Lei nº 2.056, de 16 de outubro de
Retroatividade de lei mais benigna
1964, e que em virtude do disposto nos arts. 58 e 59, desta Lei não
§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o
mais usufruirá a promoção prevista naquelas leis, fica assegurado,
agente, aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevin-
por ocasião da transferência para a reserva ou reforma, a remu-
do sentença condenatória irrecorrível.
neração de inatividade relativa ao posto ou graduação a que seria
promovido em decorrência da aplicação das referidas leis.

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Apuração da maior benignidade b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em
§ 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou
e a anterior devem ser consideradas separadamente, cada qual no reformado, ou assemelhado, ou civil;
conjunto de suas normas aplicáveis ao fato. c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do
Medidas de segurança lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou
Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao reformado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vi- d) por militar durante o período de manobras ou exercício,
gente ao tempo da execução. contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, con-
Lei excepcional ou temporária tra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem adminis-
Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o trativa militar;
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a deter- f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
minaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado,
ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como
Tempo do crime tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos
Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou seguintes casos:
omissão, ainda que outro seja o do resultado. a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a
ordem administrativa militar;
Lugar do crime b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em
Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se de- situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Mi-
senvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que nistério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente
sob forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria ao seu cargo;
produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se c) contra militar em formatura, ou durante o período de pron-
praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida. tidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento,
acantonamento ou manobras;
Territorialidade, Extraterritorialidade d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar,
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de conven- contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho
ções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido, de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública,
no todo ou em parte no território nacional, ou fora dêle, ainda que, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para
neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado aquêle fim, ou em obediência a determinação legal superior.
pela justiça estrangeira. § 1° Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra
a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência
Território nacional por extensão do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)
§ 1° Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como § 2° Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra
extensão do território nacional as aeronaves e os navios brasileiros, a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil,
onde quer que se encontrem, sob comando militar ou militarmente serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no
utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
ainda que de propriedade privada.
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabele-
Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros cidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da
§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
a bordo de aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou
sujeito à administração militar, e o crime atente contra as institui- de missão militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei
ções militares. nº 13.491, de 2017)
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de
Conceito de navio garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas
§ 3º Para efeito da aplicação dêste Código, considera-se navio em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Fede-
tôda embarcação sob comando militar. ral e na forma dos seguintes diplomas legais: (Incluído pela Lei nº
13.491, de 2017)
Pena cumprida no estrangeiro a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro
Art. 8° A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computa- b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída
da, quando idênticas. pela Lei nº 13.491, de 2017)
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de
Crimes militares em tempo de paz Processo Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (In-
I - os crimes de que trata êste Código, quando definidos de cluída pela Lei nº 13.491, de 2017)
modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer
que seja o agente, salvo disposição especial; Crimes militares em tempo de guerra
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legisla- Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:
ção penal, quando praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491, I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de
de 2017) guerra;
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra II - os crimes militares previstos para o tempo de paz;
militar na mesma situação ou assemelhado;

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam § 3º Não sendo possível a designação de oficial de pôsto supe-
com igual definição na lei penal comum ou especial, quando prati- rior ao do indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo pôsto,
cados, qualquer que seja o agente: desde que mais antigo.
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupa- § 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não pre-
do; valece, para a delegação, a antiguidade de pôsto.
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem compro-
meter a preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de Designação de delegado e avocamento de inquérito pelo mi-
qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do País nistro
ou podem expô-la a perigo; § 5º Se o pôsto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de
IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embo- modo absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições
ra não previstos neste Código, quando praticados em zona de efeti- do § 3º, caberá ao ministro competente a designação de oficial da
vas operações militares ou em território estrangeiro, militarmente reserva de pôsto mais elevado para a instauração do inquérito po-
ocupado. licial militar; e, se êste estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa
providência.

DECRETO LEI Nº 1002/1969 (ART. 7º AO 10) Competência da polícia judiciária militar


Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei espe-
DECRETO-LEI Nº 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969. cial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR do Ministério Público as informações necessárias à instrução e jul-
gamento dos processos, bem como realizar as diligências que por
LIVRO I êles lhe forem requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Mi-
TÍTULO II litar;
d) representar a autoridades judiciárias militares acêrca da pri-
CAPÍTULO ÚNICO são preventiva e da insanidade mental do indiciado;
DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos
presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como as demais
Exercício da polícia judiciária militar prescrições dêste Código, nesse sentido;
Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos têrmos do art. f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que
8º, pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdi- julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu car-
ções: go;
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as
em todo o território nacional e fora dêle, em relação às fôrças e pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de in-
órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, quérito policial militar;
neste caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transi- h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pe-
tória, em país estrangeiro; dido de apresentação de militar ou funcionário de repartição militar
b) pelo chefe do Estado-Maior das Fôrças Armadas, em relação à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o
a entidades que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição; pedido.
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Ma-
rinha, nos órgãos, fôrças e unidades que lhes são subordinados; TÍTULO III
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da
Esquadra, nos órgãos, fôrças e unidades compreendidos no âmbito CAPÍTULO ÚNICO
da respectiva ação de comando; DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona
Aérea, nos órgãos e unidades dos respectivos territórios; Finalidade do inquérito
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Ga- Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato,
binete do Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes que, nos têrmos legais, configure crime militar, e de sua autoria.
são subordinados; Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabeleci- de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal.
mentos ou serviços previstos nas leis de organização básica da Ma- Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação
rinha, do Exército e da Aeronáutica; penal os exames, perícias e avaliações realizados regularmente no
h) pelos comandantes de fôrças, unidades ou navios; curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às forma-
lidades previstas neste Código.
Delegação do exercício
§ 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hie- Modos por que pode ser iniciado
rarquia e comando, as atribuições enumeradas neste artigo pode- Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:
rão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdi-
tempo limitado. ção ou comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierar-
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito quia do infrator;
policial militar, deverá aquela recair em oficial de pôsto superior ao b) por determinação ou delegação da autoridade militar supe-
do indiciado, seja êste oficial da ativa, da reserva, remunerada ou rior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica
não, ou reformado. ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício;

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
c) em virtude de requisição do Ministério Público; REGULAMENTO DISCIPLINAR DOS MILITARES ESTADUAIS DO
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos têrmos do art. ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
25;
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a PARTE GERAL
represente, ou em virtude de representação devidamente autoriza-
da de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão TÍTULO I
caiba à Justiça Militar; DISPOSIÇÕES GERAIS
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar,
resulte indício da existência de infração penal militar. CAPÍTULO I
GENERALIDADES
Superioridade ou igualdade de pôsto do infrator
§ 1º Tendo o infrator pôsto superior ou igual ao do comandan- Previsão Estatutária
te, diretor ou chefe de órgão ou serviço, em cujo âmbito de jurisdi- Art. 1º – O presente Regulamento é baixado em obediência ao
ção militar haja ocorrido a infração penal, será feita a comunicação estabelecido em norma estatutária, para regular os assuntos rela-
do fato à autoridade superior competente, para que esta torne efe- cionados à disciplina nas instituições militares estaduais.
tiva a delegação, nos têrmos do § 2° do art. 7º.
Finalidade
Providências antes do inquérito Art. 2º – O Regulamento Disciplinar dos Militares Estaduais do
§ 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial res- Estado do Espírito Santo (RDME) tem por finalidade instituir o regi-
ponsável por comando, direção ou chefia, ou aquêle que o substi- me disciplinar, tipificar, classificar e mensurar as transgressões disci-
tua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine plinares, estabelecer normas relativas à amplitude e à aplicação das
que sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previs- sanções disciplinares, à classificação do comportamento do militar
tas no art. 12, uma vez que tenha conhecimento de infração penal estadual, à interposição de recursos contra a aplicação das sanções
que lhe incumba reprimir ou evitar. e à concessão de recompensas.

Infração de natureza não militar Camaradagem e companheirismo


§ 3º Se a infração penal não fôr, evidentemente, de natureza Art. 3º – A camaradagem e o companheirismo tornamse in-
militar, comunicará o fato à autoridade policial competente, a quem dispensáveis à formação e ao convívio da família militar estadual,
fará apresentar o infrator. Em se tratando de civil, menor de dezoito cumprindo existir as melhores relações sociais entre os militares.
anos, a apresentação será feita ao Juiz de Menores.
Harmonia
Oficial general como infrator Parágrafo único – Incumbe aos superiores incentivar e manter
§ 4º Se o infrator fôr oficial general, será sempre comunicado o a harmonia, a solidariedade e a amizade entre seus subordinados.
fato ao ministro e ao chefe de Estado-Maior competentes, obedeci-
dos os trâmites regulamentares. Civilidade e respeito mútuo
Art. 4º – A civilidade é parte da educação militar e, como tal, de
Indícios contra oficial de pôsto superior ou mais antigo no cur- interesse vital para a disciplina consciente, e por isso é necessário
so do inquérito que o militar estadual demonstre consideração e respeito para com
§ 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a seus superiores, iguais ou subordinados, em conformidade com as
existência de indícios contra oficial de pôsto superior ao seu, ou normas legais e regulamentares, devendo o superior hierárquico
mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas tratar os subordinados com educação e justiça, interessando-se pe-
funções sejam delegadas a outro oficial, nos têrmos do § 2° do art. los seus problemas, encaminhando-os a quem de direito de acordo
7º. com cada área específica.

Respeito a outros militares e civis


DECRETO ESTADUAL Nº 254-R/2000 (RDME) – ART. 1º Parágrafo único – As demonstrações de camaradagem, cortesia
AO 132) e consideração, existentes entre os militares estaduais, devem ser
dispensadas aos militares das Forças Armadas, aos policiais de ou-
tras instituições e aos cidadãos em geral.
DECRETO Nº 254-R, DE 11 DE AGOSTO DE 2000
Organização Militar Estadual – OME
Aprova o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Espírito Art. 5º – Para efeito deste Regulamento, “Organização Militar
Santo O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando da Estadual” ( OME ) é a denominação genérica dada a corpo de tropa,
atribuição que lhe confere o art. 91, incisos III e V, da Constituição repartição, estabelecimento ou a qualquer outra unidade adminis-
Estadual, decreta: trativa ou operacional da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) e
do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES).
Art. 1º – Fica aprovado o Regulamento Disciplinar dos Militares
Estaduais do Estado do Espírito Santo (RDME) que com este baixa. Comandante
Art. 2º – Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. §1º – Para efeito deste Regulamento, o termo “Comandante” é
Art. 3º – Revogam-se as disposições em contrário, especial- a denominação genérica dada ao militar estadual investido de cargo
mente o Decreto nº 1.315-N, de 11.06.1979. de comando, direção ou chefia de OME.

Palácio Anchieta, em Vitória, 11 de agosto de 2000.

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Militar Estadual Excesso no cumprimento de ordem
§2º – Para efeito deste Regulamento, a denominação “militar §2º – Cabe ao executante que exorbitar no cumprimento de
estadual” é equiparada a policial militar e a bombeiro militar. ordem recebida a responsabilidade pelos excessos e abusos que
cometer.
CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS GERAIS DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA HIE- CAPÍTULO III
RARQUIA ESFERA DE AÇÃO DO REGULAMENTO DISCIPLINAR E COMPE-
TÊNCIA PARA SUA APLICAÇÃO
Art. 6º – A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em
níveis diferentes, dentro da estrutura da PMES e do CBMES, por Sujeição ao Regulamento Disciplinar
postos e graduações. Art. 9º – Estão sujeitos a este Regulamento os militares esta-
duais da ativa e da inatividade.
Previsão legal da hierarquia
§1º – A ordenação dos postos e graduações é a definida esta- Sujeição
tutariamente. §1º – O militar estadual passa a estar sujeito ao regime disci-
plinar deste Regulamento a partir da data em que, oficialmente, se
Respeito à Hierarquia der a sua admissão na PMES ou no CBMES, assim permanecendo in-
§2º– O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de dependentemente de estar afastado da atividade, agregado ou não.
acatamento à seqüência de autoridade.
Alunos
Disciplina §2º – Os alunos militares estaduais em atividade pedagógica de
Art. 7º – A disciplina militar estadual é a rigorosa observância formação, adaptação, aperfeiçoamento e especialização, além de
e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposi- ficarem sujeitos às normas específicas das Organizações Militares
ções, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de Ensino onde estejam matriculados, ficam sujeitos também a este
de todos e de cada um dos componentes da PMES e do CBMES. Regulamento.

Manifestações de Disciplina Autoridades competentes


§1º –São manifestações essenciais de disciplina: Art. 10 – A competência para aplicar as prescrições contidas
I – a correção de atitudes; neste Regulamento é conferida ao cargo e não ao grau hierárquico,
II – a rigorosa observância das prescrições legais e regulamen- sendo competentes para aplicá-las:
tares. I – o Governador do Estado, o Secretário de Estado da Seguran-
III – a obediência pronta às ordens legais; ça Pública e o Comandante
IV – a dedicação integral ao serviço;
V – a colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência Geral, a todos que estiverem sujeitos a este Regulamento;
da instituição; II – o Subcomandante Geral, a todos os militares estaduais que
VI – a consciência das responsabilidades; estiverem sob sua subordinação funcional e aos inativos;
VII – o zelo para a preservação dos padrões de qualidade pro- III – o Secretário ou Chefe de Casa ou
fissional, objetivando a melhoria e a credibilidade perante a opinião
pública; Gabinete Militar, aos que servirem sob a sua chefia;
VIII – as manifestações espontâneas de acatamento dos valores IV – o Corregedor, a todos os militares estaduais da ativa, ex-
e deveres morais e éticos. ceto aos ocupantes dos cargos dos incisos anteriores e oficiais do
posto de Coronel;
Abrangência interpessoal dos institutos V – os Comandantes Intermediários, os Diretores, e demais
§2º – A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos, ocupantes de função privativa do cargo de Coronel, aos que servi-
permanentemente, pelos militares estaduais da ativa e da inatividade. rem sob suas ordens;
VI – os demais oficiais ocupantes de cargos militares, aos que
Vedação de divulgação de assuntos
estiverem sob sua subordinação funcional.
§3º– É vedado ao militar estadual, na ativa ou na inatividade,
tratar, no meio civil, pela imprensa ou por outro meio de divulga-
Sanção aos inativos
ção, de assuntos de natureza militar, de caráter sigiloso ou funcio-
§1º – Aos militares estaduais da inatividade da PMES e do CB-
nal, ou que atente contra os princípios da hierarquia, da disciplina,
MES, a aplicação da sanção disciplinar cabe, exclusivamente, às au-
do respeito e do decoro militar, ou ainda, qualquer outro que atinja
toridades especificadas nos incisos I e II, deste artigo.
negativamente o conceito ou a base institucional das Organizações
Militares.
Garantia de instância administrativa
Responsabilidade pelas ordens e atos §2° – Será assegurada a competência da autoridade de menor
Art. 8º – Cabe ao militar estadual a inteira responsabilidade nível hierárquico que tiver ascendência sobre o(s) envolvido(s) para
pelo cumprimento das ordens que der, pelos atos que praticar e a apuração de infração disciplinar, a fim de evitar a supressão de
pelas conseqüências que deles advierem. instância administrativa, ressalvada a hipótese da unidade proces-
sual ( art. 12, §1º) e nos casos abaixo, por avocação da Corregedo-
Esclarecimento de Ordens ria/PMES ou órgão equivalente do CBMES:1
§1º – Cabe ao subordinado, ao receber uma ordem, solicitar I – Quando houver solicitação da autoridade com ascendência
os esclarecimentos necessários ao seu total entendimento e com- funcional sobre o (s) envolvido (s);
preensão, podendo, em casos de maior complexidade, solicitar que II – Por determinação do Comandante Geral da respectiva Cor-
a ordem seja escrita. poração.

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Dever de comunicação de ato contra a disciplina Envolvimento com militares das Forças Armadas
Art. 11 – Todo militar estadual que presenciar ou tiver conhe- §3º – Nos casos de ocorrência disciplinar envolvendo militares
cimento de um fato que, em tese, seja contrário à disciplina, pra- das Forças Armadas e militares estaduais, a autoridade militar com-
ticado por subordinado, deverá, desde que não seja autoridade petente deverá tomar as medidas disciplinares referentes aos seus
competente para tomar as providências imediatas, participá-lo ao subordinados, informando ao escalão superior sobre a ocorrência,
seu Comandante imediato, por escrito, no prazo máximo de cinco das medidas tomadas e o que foi por ela apurado, dando ciência do
( 05 ) dias úteis. fato, também ao Comandante Militar interessado.

Formalização da comunicação TÍTULO II


§1º – A comunicação da infração disciplinar deverá ser clara, TRANSGRESSÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
concisa e precisa, devendo conter os dados capazes de identificar
as pessoas ou coisas envolvidas, bem como as testemunhas, o local, CAPÍTULO I
a data e a hora da ocorrência e caracterizar as circunstâncias que a CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES
envolverem, sem tecer comentários ou opiniões pessoais. DISCIPLINARES

Providência imediata em caso de flagrante disciplinar: pronta Conceito de transgressão disciplinar


intervenção Art. 13 – Transgressão disciplinar é toda ação ou omissão, pra-
§2º – Quando, para preservação da disciplina e do decoro ins- ticada por militar estadual, que viole os preceitos da ética e os va-
titucional e da ordem pública, a ocorrência exigir uma pronta inter- lores militares ou que contrarie os deveres e obrigações a que está
venção, mesmo sem possuir ascendência funcional sobre o trans- submetido, ou ação contrária aos preceitos estatuídos em leis, re-
gressor, a autoridade militar de maior antigüidade, que presenciar gulamentos ou normas internas da PMES e do CBMES.
ou tiver conhecimento do fato, deverá tomar imediatas e enérgicas
providências, podendo recolher provisoriamente o infrator à OME Classificação das transgressões
mais próxima, comunicando, de imediato, o fato ao Comandante Art. 14 – A transgressão disciplinar será classificada, desde que
daquela OME ou ao seu preposto, que tomará as providências jun- não haja causa de justificação, em:
to ao comandante do transgressor. I – Leve (L);
II – Média (M);
Garantias III – Grave (G);
§3º – Ao militar estadual recolhido nas circunstâncias do pará- IV – Gravíssima (GG).
grafo anterior, são garantidos os seguintes direitos:
CAPÍTULO II
I – a identificação do(s) responsável(eis) pelo seu recolhimento
SANÇÕES DISCIPLINARES
provisório;
II – a comunicação imediata do local onde se encontre, à sua
Espécies de sanção disciplinar
família ou à pessoa por ele indicada, podendo ser feita pelo próprio
Art. 15 – As sanções disciplinares a que estão sujeitos os milita-
militar;
res estaduais da PMES e do CBMES, são as seguintes:
III – o recolhimento em instalação adequada.
I – advertência;
II – repreensão;
Apuração de comunicação disciplinar III – detenção;
§4º – A autoridade, a quem a comunicação disciplinar é diri- IV – reforma disciplinar;
gida, deve de imediato instaurar ou determinar a instauração do V – licenciamento a bem da disciplina;
competente processo administrativo disciplinar. VI – exclusão a bem da disciplina;
VII – demissão.
Autoridade incompetente
§5º – No caso do parágrafo anterior, se a autoridade não tiver Sanções acessórias
competência para instaurar o processo, deve encaminhar a comu- Parágrafo único – Poderão ser aplicadas cumulativamente com
nicação disciplinar ao seu superior imediato, ou àquela que seja as sanções disciplinares deste artigo, as seguintes medidas adminis-
competente. trativas acessórias:2
I – multa;
Militares de OME distintas II – cancelamento de matrícula em curso ou estágio;
Art. 12 – No caso de ocorrência disciplinar, envolvendo milita- III – afastamento do cargo, função, encargo ou comissão;
res de mais de uma OME caberá ao comandante imediatamente IV – movimentação da OME;
superior, da linha de comando, ou à Corregedoria por avocação, V – suspensão da folga, para prestação compulsória de serviço
apurar os fatos, procedendo a seguir de conformidade com o art. administrativo ou operacional à OME.
11 e seus parágrafos.
Advertência
Unidade de processo Art. 16 – Advertência é a forma mais branda de punir, consis-
§1º – Todos os militares estaduais envolvidos na transgressão tindo numa admoestação verbal feita ao transgressor, como forma
disciplinar deverão ter seu (s) processo (s) solucionado (s) por uma de incentivo à não reiteração da prática de transgressão disciplinar.
só autoridade que tenha ascendência funcional sobre todos. Milita-
res Estaduais de outras Corporações Registro
§2º – Nos casos de ocorrência disciplinar envolvendo militares Parágrafo único – A advertência deverá ser registrada pelo pra-
estaduais de outras Corporações, o fato será comunicado aos res- zo de dois anos, não sendo avaliada para fins de classificação do
pectivos Comandantes Gerais. comportamento, mas apenas como referência para aplicação de
sanções posteriores, inclusive como circunstância agravante.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Repreensão Demissão
Art. 17 – Repreensão é uma censura enérgica ao transgressor, Art. 22 – A demissão consiste no afastamento, ex-offício, do
publicada em Boletim Interno e devidamente registrada, influen- oficial, por meio de processo administrativo disciplinar, mediante
ciando diretamente no comportamento do militar estadual. apuração feita por Conselho de Justificação, conforme a legislação
vigente.
Detenção
Art. 18 – A detenção consiste no cerceamento da liberdade do Multa
transgressor, o qual deve permanecer no local que lhe for determi- Art. 23 – A título de multa o militar estadual perderá a remune-
nado, normalmente o quartel, sem que fique, no entanto, isolado e ração do(s) dia(s) em que faltar ao serviço sem motivo justificado, e
circunscrito a determinado compartimento. da folga subseqüente, sem prejuízo de outras sanções disciplinares
a que se sujeite.
Comparecimento ao serviço
§1º – O transgressor punido com detenção, comparece, obriga- Falta justificada
toriamente, a todos os atos de instrução e serviço, objetivando sua § 1º - Será considerada prática de transgressão disciplinar (Art.
reeducação e recuperação. 135 – II – “ a” ) quando o militar estadual faltar justificadamente ao
serviço, e gozar a folga a que tem direito se tivesse trabalhado, sem
Compartimento específico estar para isso devidamente dispensado.3
§2º – Em casos excepcionais e devidamente motivados, a de-
tenção poderá ser cumprida em compartimento específico, com ou Apresentação obrigatória
sem sentinela, quando a liberdade do punido puder causar dano à § 2º - No caso do parágrafo anterior, a apresentação do mili-
ordem e/ou à disciplina, bem como oferecer perigo à integridade tar estadual dar-se-á obrigatoriamente no dia seguinte, no mesmo
física própria ou de outrem. local e horário estabelecidos para o início do serviço para o qual
faltou, podendo ser empregado a critério da OME a que pertencer.
Comunicação de recolhimento Parágrafo único – Sendo a falta ao serviço justificada, se o mi-
§3º – No caso do parágrafo anterior, se o militar que determi- litar estadual gozar a folga a que teria direito se tivesse trabalhado,
nou ou recolheu o transgressor, não tiver competência funcional perderá a remuneração referente a esse período.
para puni-lo, deverá comunicar o ocorrido, em vinte e quatro horas,
à autoridade competente, para que mantenha ou relaxe a medida. CAPÍTULO III
APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
Militares de círculos diferentes
§4º – Os militares estaduais dos diferentes círculos de oficiais Objetivo
e praças não poderão ficar recolhidos no mesmo compartimento. Art. 24 – A sanção disciplinar objetiva assegurar a regularidade
e o aperfeiçoamento do serviço realizado pela PMES e CBMES, bem
Falta de instalações como a reeducação do infrator, servindo como meio de prevenção
§5º – Na hipótese do §2º, quando não for possível o recolhi- geral, buscando o fortalecimento da disciplina.
mento do transgressor na OME a que pertencer, a autoridade res-
ponsável pela aplicação da sanção deverá solicitar a outra OME, a Exclusão de transgressão disciplinar
cessão de instalação apropriada para o cumprimento da punição. Art. 25 – Não há transgressão disciplinar quando o militar es-
tadual praticar o ato e for reconhecida qualquer uma das seguintes
Local das refeições causas de justificação:
§6º – O punido com pena de detenção fará suas refeições na I – ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritó-
OME, exceto quando determinado em contrário pela autoridade ria, no interesse do serviço ou da ordem pública;
detentora do poder disciplinar. II – ter sido cometida a transgressão em legítima defesa, pró-
pria ou de outrem, ou no exercício regular de direito;
Reforma disciplinar III – ter sido cometida a transgressão sob coação irresistível ou
Art. 19 – A reforma disciplinar poderá ser aplicada ao oficial em estrita obediência a ordem legal de superior hierárquico;
submetido a Conselho de Justificação e à praça submetida a Conse- IV – ter sido cometida a transgressão pelo uso imperativo da
lho de Disciplina, conforme disposto na legislação que rege aqueles força a fim de compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o
Conselhos. seu dever, no caso de perigo, necessidade urgente, calamidade pú-
blica, manutenção da ordem ou da disciplina;
Licenciamento a bem da disciplina V – ter sido cometida a transgressão em decorrência de caso
Art. 20 – O Licenciamento a bem da disciplina, consiste no afas- fortuito ou motivo de força maior, plenamente comprovado e jus-
tamento ex-officio, por ordem das autoridades elencadas no inciso I tificado.
do art. 10, deste Regulamento, do militar estadual sem estabilidade
assegurada, após concluído processo administrativo disciplinar, as- Publicidade da causa de justificação
segurando-se ao acusado o direito ao contraditório e à ampla de- Parágrafo único – Quando ocorrer causa de justificação, em
fesa. relação às transgressões graves ou gravíssimas, esta circunstância
poderá ser publicada em substituição à sanção que deveria ser apli-
Exclusão a bem da disciplina cada.
Art. 21 – A exclusão a bem da disciplina consiste no afastamen-
to, ex-officio, do Aspirante a Oficial e da praça com estabilidade as- Circunstâncias agravantes
segurada, por meio de processo administrativo disciplinar, median- Art. 26 – São circunstâncias agravantes:
te apuração feita por Conselho de Disciplina, conforme a legislação I – a existência de registro de sanção disciplinar nos assenta-
vigente. mentos do transgressor;

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
II – a reincidência específica da transgressão; Cálculo da Sanção
III – mau ou insuficiente comportamento; §1º – A fixação das sanções previstas nos incisos II a IV deste
IV – a prática simultânea ou conexão de duas ou mais trans- artigo será feita, adicionando-se ou subtraindo-se da sanção base a
gressões; diferença resultante entre o número de circunstâncias atenuantes
V – o conluio de duas ou mais pessoas; e agravantes, respeitados os limites mínimos e máximos previstos;
VI – ser praticada a transgressão durante a execução do serviço
ou em razão dele; Eqüivalência
VII – ser cometida a transgressão na presença de subordinado; §2º – Para efeito da fixação da sanção a que se refere o parágra-
VIII – ter abusado o transgressor de sua autoridade hierárquica fo anterior, cada circunstância atenuante ou agravante eqüivalerá a
e/ou funcional; 01 (um) dia.
IX – ser praticada a transgressão com premeditação;
X – ter sido praticada a transgressão em presença de tropa e/ Sanção mínima
ou público; §3º – Quando se tratar de transgressor que nunca tenha sofri-
XI – ter sido cometida a transgressão, estando o militar fardado do sanção disciplinar, poderá ser aplicada a sanção mínima prevista,
e de folga. independente do número de circunstâncias agravantes e atenuan-
tes, ou até mesmo ser a transgressão desclassificada para a imedia-
Prática simultânea ou conexão tamente anterior.
Parágrafo único – No caso previsto no inciso IV, na aplicação da
sanção será considerada a transgressão de maior gravidade, ficando Desclassificação
as demais como agravantes. §4º – Havendo a desclassificação prevista no parágrafo ante-
rior, será aplicada a sanção estabelecida para a nova classificação
Circunstâncias atenuantes de acordo com o previsto no §1º.
Art. 27 – São circunstâncias atenuantes:
I – a existência de registro de recompensa nos assentamentos Conversão em prestação de serviço extraordinário
do transgressor; Art. 29 – No caso da transgressão disciplinar classificada como
II – ótimo ou excepcional comportamento; leve ou média, a pedido do transgressor que esteja no comporta-
mento militar excepcional, a autoridade poderá converter a sanção
III – relevância de serviços prestados;
disciplinar em prestação de até três ( 03 ) escalas de serviço extraor-
IV – ter sido cometida a transgressão para evitar mal maior;
dinário, não remuneradas como serviço extra.
V – nunca ter sofrido sanção disciplinar;
VI – ter o transgressor confessado espontaneamente a trans-
Registro
gressão;
Parágrafo único – O registro da conversão prevista no parágrafo an-
VII – a falta de prática do serviço;
terior obedecerá aos critérios previstos no parágrafo único do art. 16.
VIII – ter se reabilitado de sanção(ões) anterior(es);
IX – nunca ter sofrido sanção pela prática de transgressão disci- Aplicação do licenciamento a bem da disciplina
plinar classificada como gravíssima. Art. 30 – O licenciamento a bem da disciplina poderá ser apli-
cado, quando:
Falta de prática do serviço I – a transgressão afetar o sentimento do dever, a honra pes-
Parágrafo único – Caracteriza falta de prática do serviço: soal, o pundonor militar ou o decoro, considerando-se:
I – estar o militar estadual há menos de um ano nas fileiras da a) sentimento do dever, o envolvimento em uma tomada de
PMES ou do CBMES; consciência perante o caso concreto e a realidade, implicando no
II – estar freqüentando curso de formação em qualquer nível; reconhecimento da obrigatoriedade de um comportamento coe-
III – estar o militar estadual há menos de seis meses na ativida- rente, justo e equânime;
de funcional específica, quando do cometimento da infração disci- b) honra pessoal, a qualidade íntima do militar estadual que
plinar referente ao serviço. se conduz com integridade, honestidade, honradez e justiça, obser-
vando com rigor os deveres morais que deve ter consigo e com seus
Fixação da sanção disciplinar semelhantes;
Art. 28 – Para fixação das sanções disciplinares de advertência, c) pundonor militar, o sentimento de dignidade própria com
repreensão e detenção, serão observadas as seguintes regras: que ilustra e dignifica a Corporação, conduzindo-se com honestida-
I – Para a transgressão disciplinar Leve: de, decência e retidão moral;
a) havendo equilíbrio ou prevalência de circunstâncias ate- d) decoro, a qualidade baseada no respeito próprio, dos com-
nuantes, aplicar-se-á a sanção de ADVERTÊNCIA; panheiros e da comunidade a que serve, baseado no mais digno
b) havendo prevalência de circunstâncias agravantes, aplicar- desempenho da profissão militar;
-se-á a sanção de REPREENSÃO; II – o militar, estando no comportamento “mau”, praticar uma
II – Para a transgressão disciplinar Média, a sanção base será de transgressão disciplinar gravíssima ou grave, duas médias ou três
04 (quatro) dias de DETENÇÃO, sendo a sanção mínima de 01 (um) leves, no período de 01 (um) ano;
dia e a máxima de 06 (seis) dias;
III – Para a transgressão disciplinar Grave, a sanção base será Publicação
de 10 (dez) dias de DETENÇÃO, sendo a sanção mínima de 07 (sete) Art. 31 – A publicação das sanções disciplinares será feita em
dias e a máxima de 13 (treze) dias; Boletim Interno, na esfera da autoridade detentora do poder disci-
IV – Para a transgressão disciplinar Gravíssima, a sanção base plinar, em conformidade com o art. 10. Oficial e Aspirante a Oficial
será de 17 (dezessete) dias de DETENÇÃO, sendo a sanção mínima §1º – A publicação da punição imposta a Oficial ou Aspirante a
de 14 (quatorze) dias e a máxima de 20 (vinte) dias; Oficial deverá ser feita em Boletim Reservado, salvo se as circuns-
tâncias ou a natureza da transgressão recomendarem o contrário,
no interesse da disciplina.

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Autoridade sem Boletim Contagem do tempo
§2º – Quando a autoridade que aplicar a punição não dispuser Art. 42 – A contagem do tempo de cumprimento de sanção dis-
de boletim, a publicação desta deverá ser feita, mediante solicita- ciplinar vai do momento em que o punido for recolhido até aquele
ção escrita, no da autoridade a que estiver subordinado. em que for posto em liberdade, computado hora a hora.

Constituição do ato disciplinar Transgressor à disposição ou a serviço de outra autoridade


Art. 32 – A aplicação da sanção disciplinar consiste numa deci- Art. 43 – A autoridade especificada em um dos incisos do Art.
são administrativa disciplinar, a qual contém uma descrição sumá- 10, que punir seu subordinado com detenção, estando este à dispo-
ria, clara e precisa dos fatos e circunstâncias que determinaram a sição ou a serviço temporário de outra autoridade, solicitará a esta
transgressão, seu enquadramento, sua motivação e a conseqüente que adote as providências para o cumprimento da sanção.
publicação.
Militar Estadual afastado do serviço
Enquadramento Art. 44 – O cumprimento de punição disciplinar, por militar es-
Art. 33 – Enquadramento é a caracterização da transgressão, tadual afastado do serviço, deverá ocorrer após a sua apresentação
em conformidade com a parte especial deste Regulamento. pronto na OME, salvo nos casos do §2°, do art. 11.

Nota de punição Interrupção de afastamento


Art. 34 – Na nota de punição serão, necessariamente, mencio- Art. 45 – A interrupção da licença especial, licença para tratar
nadas: de assuntos particulares, licença para tratamento de saúde de pes-
I – a transgressão cometida e sua classificação, em termos pre- soa da família, férias ou outros afastamentos temporários, para fim
cisos, sintéticos e a sua tipificação; de cumprimento de sanção disciplinar, somente ocorrerá quando
II – as circunstâncias agravantes e as atenuantes; autorizada pelas autoridades referidas nos incisos I e II, do art. 10.
III – a sanção imposta;
IV – a classificação do comportamento; Cumprimento de sanção por militar estadual inativo
V – a solicitação para fazer cumprir a sanção disciplinar, se o Art. 46 – O militar estadual da inatividade cumprirá suas san-
punido estiver à disposição temporária de outra autoridade; ções disciplinares na OME mais próxima de sua residência.
VI – o local do cumprimento da sanção disciplinar.
Ininterrupção do cumprimento de sanção disciplinar
Notificação Art. 47 – Não será interrompido o cumprimento de sanção dis-
Art. 35 – Notificação é o aviso formalizado por instrumento le- ciplinar, exceto na superveniência de afastamentos de caráter obri-
gal, que dá ciência oficialmente de ato punitivo ao infrator, ou, na gatório previstos em lei.
hipótese de recurso, da ratificação ou retificação do ato anterior.
Baixa hospitalar ou em locais similares
Início do prazo recursal §1º – Hospitais, enfermarias ou clínicas, poderão servir como
Art. 36 – O prazo recursal passa a correr da data da publicação locais para cumprimento de sanção disciplinar, desde que haja de-
do ato ou da notificação, nos casos em que ela for expressamente terminação médica expressa.
prevista.
Parecer médico com permanência em residência
Motivação §2º – O militar estadual, que estiver em cumprimento de san-
Art. 37 – Motivação é a razão pela qual está sendo aplicada a ção disciplinar e obtiver parecer médico para que permaneça em
sanção disciplinar. residência, não terá seu cumprimento suspenso.

Conscientização da autoridade e do transgressor CAPÍTULO IV


Art. 38 – A aplicação da sanção disciplinar, por maior que tenha REVISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR
sido a falta cometida, deve ser feita com justiça, serenidade e im-
parcialidade, a fim de que o transgressor punido fique consciente e Revisão do Processo
convicto de que a autoridade competente agiu no estrito cumpri- Art. 48 – O processo disciplinar poderá ser revisto, a pedido, no
mento do dever legal e que a sanção visa o benefício educativo do prazo de 120 (cento e vinte) dias, ou ex-officio, no prazo de 02 (dois)
transgressor e da coletividade. anos, desde que sejam apresentados indícios de que:
I – o ato disciplinar tenha sido contrário ao texto expresso des-
Independência da sanção disciplinar te Regulamento ou à evidência dos autos;
Art. 39 – A sanção disciplinar independe de processo civil ou II – o ato disciplinar tenha se baseado em depoimentos, exa-
criminal a que se sujeite também o militar estadual, relacionado ao mes ou documentos
mesmo fato.
comprovadamente falsos;
Concurso de crime e transgressão disciplinar III – após o ato disciplinar, foram descobertas novas provas de
Art. 40 – As instâncias criminal e administrativa são indepen- inocência do militar estadual ou de circunstância que determine ou
dentes e podem ser concomitantes, na ocorrência de transgressão autorize diminuição especial da sanção disciplinar.
disciplinar residual ou subjacente ao fato.
Reiteração do pedido
Início do cumprimento Parágrafo único – Não será admissível a reiteração do pedido,
Art. 41 – O início do cumprimento da sanção disciplinar, dar-se- salvo se fundado em provas novas.
-á após a publicação do ato, conforme for nele estabelecido, ressal-
vada a hipótese do §2º do Art. 11.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Competência para o pedido de revisão TÍTULO III
Art. 49 – A revisão poderá ser pedida pelo próprio militar ou COMPORTAMENTO MILITAR ESTADUAL
por procurador legalmente habilitado.
CAPÍTULO ÚNICO
Modificação CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO
Art. 50 – A modificação da aplicação de sanção disciplinar pode
ser realizada pela autoridade que a aplicou ou por outra, superior e Comportamento
competente, discriminada no Art. 10, desde que devidamente mo- Art. 57 – O comportamento militar espelha o procedimento ci-
tivada, quando a sanção disciplinar aplicada estiver além ou aquém vil e funcional da praça, sob o ponto de vista disciplinar.
do limite máximo e mínimo legal, ou ainda quando houver injustiça
ou ilegalidade na sua aplicação. Competência
§1º – A classificação de comportamento é da competência das
Avocação autoridades elencadas no art. 10, obedecido o disposto neste Ca-
Art. 51 – A autoridade superior àquela que aplicou a sanção pítulo.
disciplinar, ao concluir que a mesma deve ser agravada ou atenua-
da, poderá avocar para si a solução e agravá-la ou atenuá-la, dentro Comportamento inicial
dos limites legais, desde que devidamente motivada. §2º – Ao ingressar na Instituição Militar Estadual, a praça será
classificada no comportamento militar “bom”.
Formas de modificação
Art. 52 – As modificações da aplicação da sanção disciplinar Espécies de comportamento
são: Art. 58 – O comportamento da praça deve ser classificado em:
I – a anulação; I – Excepcional – quando no período de seis anos de efetivo
II – a atenuação; serviço não tenha sofrido qualquer sanção disciplinar;
III – a agravação. II – Ótimo – quando no período de quatro anos de efetivo ser-
viço tenha sido punida, no máximo, em decorrência da prática do
Anulação eqüivalente a uma transgressão classificada como média;
Art. 53 – A anulação da sanção disciplinar consiste na declara- III – Bom – quando no período de dois anos de efetivo serviço,
ção de invalidade do ato punitivo ilegítimo ou ilegal, retroagindo tenha sido punida em decorrência da prática do eqüivalente a me-
seus efeitos à sua origem, invalidando as conseqüências passadas, nos de uma transgressão classificada como gravíssima;
presentes e futuras do ato anulado. IV – Insuficiente – quando no período de um ano de efetivo ser-
viço, tenha sido punida em decorrência da prática do eqüivalente a
Eliminação de registro até uma transgressão classificada como gravíssima;
§1º – A anulação da sanção disciplinar deve eliminar todo e V – Mau – quando no período de um ano de efetivo serviço,
qualquer registro referente àquele ato nas alterações do militar es- tenha sido punida em decorrência da prática do eqüivalente a mais
tadual. de uma transgressão classificada como gravíssima.

Concessão durante o cumprimento de detenção Equivalência das transgressões


§2º – A anulação, sendo concedida ainda durante o tempo de §1º – Apenas para efeito do que trata este artigo, deve-se fazer
cumprimento da detenção, importa na colocação imediata do mili- a seguinte correlação:
tar estadual em liberdade. I – duas transgressões leves eqüivalem a uma média;
II – duas transgressões médias eqüivalem a uma grave;
Reversão em folga III – duas transgressões graves eqüivalem a uma gravíssima.
§3º – Havendo a anulação de detenção, o período já cumprido
será revertido em dobro, em folga. Casos de condenação
§2º – Para efeito do que trata este artigo:
Atenuação I – a condenação transitada em julgado por prática de crime
Art. 54 – A atenuação de sanção disciplinar consiste na trans- implicará na classificação no comportamento militar “mau”, mesmo
formação da punição proposta ou aplicada em uma menos rigorosa, nos casos de prescrição da pena imposta;
se assim o exigir o interesse da disciplina e da ação educativa do II – a condenação transitada em julgado por prática de contra-
punido, respeitados os limites previstos para a falta neste Regula- venção penal eqüivalerá a uma transgressão gravíssima.
mento.
Classificação do comportamento
Agravação Art. 59 – A classificação do comportamento das praças será fei-
Art. 55 – A agravação de punição disciplinar consiste na trans- ta ex-officio, de acordo com os prazos e critérios estabelecidos no
formação da punição proposta ou aplicada em uma mais rigorosa, artigo anterior, tendo como base a data de publicação da sanção
se assim exigir o interesse da disciplina e da ação educativa do puni- disciplinar imposta. Caso de condenação por crime
do, respeitados os limites previstos para a falta neste Regulamento. §1º – Quando se tratar de condenação por crime, o prazo para
a modificação da classificação do comportamento terá como base
Prazo para agravação a data do encerramento do cumprimento da pena, devendo ser ob-
Art. 56 – Findo o prazo de quinze ( 15 ) dias, após a data da servado o seguinte:
publicação da sanção aplicada, ela não mais poderá ser agravada. I – concedida a suspensão condicional por tempo superior ao
da pena, após o seu término considerar-se-á também a data em
que se daria o encerramento da pena concreta, como se ela tivesse
sido cumprida,;

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
II – declarada a prescrição da pena imposta, a base será a data Efeito suspensivo
da sentença. Modificação da classificação do comportamento Art. 64 – A autoridade competente para apreciar o recurso
§2º – A modificação da classificação do comportamento só poderá, vendo razões para isso, recebê-lo com efeito suspensivo,
ocorrerá quando atingidos os índices previstos para comportamen- quando então o início do cumprimento da sanção ficará condicio-
to inferior ou superior, permanecendo a praça naquele em que es- nado à publicação da solução do recurso.
tiver classificada enquanto isso não ocorrer.
Apresentação de recurso
Publicidade da modificação de classificação Art. 65 – A apresentação de recurso disciplinar deve ser feita
Art. 60 – A modificação da classificação de comportamento individualmente, tratar de caso específico, cingirse aos fatos que o
será formalizada com a publicação em boletim interno da OME, por motivaram e sem utilizar comentários ofensivos à autoridade.
meio de uma “Nota de Classificação de Comportamento”.
Situação Excepcional
TÍTULO IV §1º – O início da contagem do prazo para apresentação de re-
DIREITOS E RECOMPENSAS curso disciplinar pelo militar estadual será:
I – da data em que cessar a situação impeditiva, quando estiver
CAPÍTULO I executando serviço ou ordem que o impeça de apresentá-lo;
RECURSOS II – da data de sua apresentação ou da notificação, quando es-
tiver afastado temporariamente do serviço.
Interposição de recurso – objetivo
Art. 61 – Todo militar estadual que se julgue, ou julgue subor- Recurso prejudicado
dinado seu, prejudicado ou injustiçado por superior hierárquico, na §2º – O recurso disciplinar que contrarie o prescrito neste Ca-
esfera disciplinar, tem o direito de interpor recurso disciplinar obje- pítulo é considerado prejudicado pela autoridade a quem foi desti-
tivando reverter a situação. nado, cabendo a esta mandar arquivá-lo e publicar sua decisão em
boletim, dando ciência, por notificação, ao interessado.
Tipos de recursos
Parágrafo único. São recursos disciplinares: CAPÍTULO II
I – o Pedido de Reconsideração de Ato; REABILITAÇÃO
II – a Representação.
Reabilitação
Reconsideração de ato Art. 66 – Reabilitação é o direito concedido ao militar estadual
Art. 62 – Reconsideração de ato é o recurso interposto, me- de ser reabilitado, tendo apagadas a averbação de sanções disci-
diante requerimento, por meio do qual o militar estadual, que se plinares e outras notas a elas relacionadas, em seu cadastro, as-
julgue, ou julgue subordinado seu, prejudicado ou injustiçado, soli- segurando-lhe o sigilo dos registros sobre seu processo e sanção
cita à autoridade que praticou o ato o reexame de sua decisão. disciplinar.

Encaminhamento Prazos da reabilitação


§1º – O pedido de reconsideração de ato poderá ser encami- Art. 67 – A reabilitação ocorrerá, ex-officio, decorridos os se-
nhado diretamente à autoridade que praticou o ato. guintes prazos, tendo como base a data da publicação da sanção
disciplinar imposta, sem que o militar estadual tenha sofrido qual-
Prazo para apresentação quer punição disciplinar:
§2º – O pedido de reconsideração de ato deve ser apresenta- I – 05 (cinco) anos, quando a sanção for pela prática de trans-
do no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data de publicação da gressão classificada como gravíssima;
sanção imposta. II – 04 (quatro) anos, quando a sanção for pela prática de trans-
gressão classificada como grave;
Prazo para decisão III – 03 (três) anos, quando a sanção for pela prática de trans-
§3º – A autoridade competente a quem é dirigido o pedido gressão classificada como média;
de reconsideração de ato deverá decidir no prazo de 08 (oito) dias IV – 02 (dois) ano, quando a sanção for pela prática de trans-
úteis, contados da data de entrada do recurso. gressão classificada como leve;

Representação Forma de publicidade da reabilitação


Art. 63 – Representação é o recurso disciplinar interposto, me- §1° – A “Nota de Reabilitação” será publicada em boletim com-
diante requerimento do próprio ofendido, ou por autoridade que petente.
julgue subordinado seu estar sendo vítima de ofensa, injustiça, ile-
galidade ou prejudicado em seus direitos, por ato de autoridade su- Eliminação das anotações
perior, dirigido diretamente ao superior imediato desta autoridade. §2° – A eliminação das anotações nas fichas disciplinares será
com o tingimento de todas as anotações de modo que não seja pos-
Afastamento da subordinação sível a sua leitura, registrando-se apenas o número e a data do bole-
§1º – A critério da autoridade superior o ofendido poderá ser tim que publicou o ato administrativo que formalizou a reabilitação,
afastado da subordinação direta da autoridade contra quem foi for- procedendo-se de forma análoga em outros sistemas de registro
mulado o recurso, até que o mesmo seja julgado. existentes.

Prazos da representação
§2º – Aplicam-se à representação os prazos estabelecidos nos
§§ 2º e 3º do artigo anterior.

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
CAPÍTULO III defesa e do contraditório, a fim de que a autoridade competente
RECOMPENSAS obtenha elementos suficientes para sua convicção e decisão sobre
a aplicação de sanção disciplinar.
Recompensas
Art. 68 – Recompensas constituem reconhecimento por bons Ritos
serviços prestados por militar estadual. Art. 75 – O PAD rege-se pelo rito ordinário e pelo rito sumário.

Tipos de recompensas Rito Ordinário


Art. 69 – Além de outras previstas em leis e regulamentos espe- §1º – O PAD terá rito ordinário para apuração de transgressões
ciais, são recompensas aos militares estaduais: disciplinares e julgamento do acusado, nas hipóteses previstas no
I – o elogio individual; artigo 30, Incisos I e II, ou em outros casos, a critério da autoridade
II – as dispensas do serviço. competente.

Elogio individual Rito sumário


Art. 70 – O elogio individual, que coloca em relevo as qualida- §2º – O PAD terá rito sumário para apuração de transgressões
des morais e profissionais, somente poderá ser formulado a militar disciplinares e julgamento do acusado, exceto nas situações do pa-
estadual que se haja destacado do resto da coletividade, no desem- rágrafo anterior.
penho de ato de serviço, ação meritória ou ato de bravura, pelas
autoridades especificadas no art. 10. Conselho de Disciplina e Conselho de Justificação
Art. 76 – Os processos disciplinares relativos ao Conselho de
Publicidade e registro de elogios Disciplina e ao Conselho de Justificação fundamentar-se-ão na le-
§1º – Todos os elogios individuais, publicados em boletim, se- gislação específica que os instituiu.
rão registrados nos assentamentos do militar estadual, devendo ser
divulgados aos integrantes da OME onde servir o militar estadual Normas próprias
elogiado. Parágrafo único – As causas determinantes que levam o militar
estadual a ser submetido a um destes Conselhos, ex-officio ou a
Publicação em boletim pedido, e as condições para sua instauração, funcionamento e pro-
§2º – Quando a autoridade que conceder elogio não dispuser vidências decorrentes, estão estabelecidas na legislação que dispõe
de boletim para sua publicação, esta deve ser feita, mediante solici- sobre os citados Conselhos.
tação por escrito, no da autoridade imediatamente superior.
CAPÍTULO II
Dispensa do serviço COMPETÊNCIA
Art. 71 – A dispensa do serviço como recompensa pode ser Competência
concedida pelas autoridades constantes do art. 10. Art. 77 – A competência processual disciplinar na PMES e no
CBMES será exercida pelas autoridades militares estaduais enu-
Período máximo de dispensa meradas no art. 10, respeitadas as normas deste Regulamento e o
Art. 72 – A dispensa do serviço, como recompensa, poderá ser poder de avocação das autoridades superiores e da Corregedoria.
concedida por até 08 (oito) dias, ininterruptos, não podendo ultra-
passar o total de 16 (dezesseis) dias no decorrer de um ano civil, Delegação
não invalidando o direito a férias. §1º – Obedecidas as normas regulamentares de circunscrição,
hierarquia e comando, as atribuições para instaurar processo disci-
Autoridade competente para anular, restringir ou ampliar plinar poderão ser delegadas a militar estadual para fins especifica-
Art. 73 – São competentes para anular, restringir ou ampliar as dos e por tempo limitado, vedada a delegação de competência para
recompensas concedidas por si ou seus subordinados, as autorida- julgamento do processo.
des especificadas no art. 10, devendo esta decisão ser motivada em
boletim, dentro do prazo de 05 (cinco) dias úteis contados da data Restrição à autoridade disciplinar e processante
de sua concessão. §2º – Quando a autoridade competente para determinar a ins-
tauração do processo disciplinar e aplicar sanção disciplinar ao in-
Limite de restrição da dispensa do serviço frator exercer, por iniciativa própria, a função de Encarregado, fica-
Parágrafo único – A dispensa do serviço como recompensa po- rá, automaticamente, impedida de emitir decisão final no processo
derá ser restringida até no máximo a metade. e punir o infrator, repassando-se esta competência à autoridade
hierarquicamente superior e competente.
TÍTULO V
PROCESSO E PROCEDIMENTO Conflito de atribuições entre autoridades
§3º – Quando duas autoridades de níveis hierárquicos dife-
CAPÍTULO I rentes, ambas com competência para determinar a instauração de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES processo disciplinar e aplicar sanção disciplinar ao infrator, toma-
rem conhecimento da prática de transgressão disciplinar cabe às
de nível hierárquico inferior determinar a instauração do processo
Processo Administrativo Disciplinar
disciplinar, a fim de evitar a supressão de instância administrativa
Art. 74 – O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) é o con-
da autoridade de menor nível.
junto de atos, executados cronologicamente, para investigar fato
definido neste Regulamento ou em outra legislação como trans-
gressão disciplinar, garantindose ao acusado o direito de ampla

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Obrigatoriedade de instauração do PAD IV – a instauração de Inquérito Policial Militar ou encaminha-
Art. 78 – A autoridade militar estadual que tiver ciência de irre- mento à autoridade competente, se concluído haver indício de cri-
gularidades no âmbito de sua subordinação é obrigada a promover me.
a apuração imediata, mediante processo administrativo disciplinar, §1º – Sendo a sindicância procedimento inquisitório de apura-
assegurando ao acusado o contraditório e a ampla defesa. ção, onde não há contraditório, quando resultar em imputação de
responsabilidade disciplinar, a aplicação da sanção disciplinar de-
Justa causa para a instauração de PAD penderá da instauração de processo administrativo disciplinar de
Art. 79 – A determinação para instauração de processo admi- rito ordinário ou sumário.
nistrativo disciplinar, com designação de Encarregado, somente §2º – Quando a imputação de responsabilidade disciplinar re-
ocorrerá se houver prova de fato que, em tese, constitua infração sultar de Inquérito o procedimento será análogo ao previsto no
disciplinar e indícios suficientes de autoria. parágrafo anterior.

CAPÍTULO III CAPÍTULO V


DENÚNCIA E COMUNICAÇÃO DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DE RITO ORDINÁ-
RIO
Denúncia
Art. 80 – As denúncias sobre infrações disciplinares SEÇÃO I
serão objeto de apuração, desde que contenham a identifica- GENERALIDADES
ção, assinatura e o endereço do denunciante e sejam formuladas
por escrito, confirmada a autenticidade. Prazo para conclusão
Art. 83 – O prazo para conclusão do Processo Administrativo
Comunicação Disciplinar – PAD de rito ordinário será de trinta dias, contados a
§1º – As comunicações de irregularidades feitas por militar partir do primeiro dia útil após aquele em que a autoridade proces-
estadual obedecerão as normas internas de correspondência, com sante receber a portaria delegatória.
tramitação regular através dos canais de comando.
Prorrogação de prazo
Anonimato §1º – O prazo previsto no caput poderá ser prorrogado por até
§2º – Os fatos denunciados de forma anônima serão objeto 20 (vinte) dias, a critério da autoridade delegante, quando não este-
de levantamento pelos setores competentes da PMES e do CBMES, jam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade
cujo resultado, quando procedente, será comunicado na forma do de novas diligências, indispensáveis à elucidação do fato.
§1º.
Pedido de prorrogação
Proibição de juntada §2º – O pedido de prorrogação deve ser feito até cinco dias
§3º – A denúncia anônima não caracteriza prova documental, antes da conclusão do prazo preestabelecido.
não podendo ser juntada em comunicação, sindicância ou processo
administrativo disciplinar. Necessidades de exames, perícias, precatórias e outras dili-
gências
Prova impertinente §3º – A autoridade delegante poderá determinar o sobresta-
§4º – O documento da denúncia que não contiver assinatura, mento do processo disciplinar, permanecendo este em mãos do En-
identificação e o endereço do denunciante será caracterizado como carregado, por prazo determinado, enquanto aguarda a realização
prova impertinente. de perícias, exames, precatórias e outras diligências imprescindíveis
ao esclarecimento do fato investigado.
Arquivamento da denúncia
§5° – Quando o fato não constituir infração disciplinar ou ilícito Forma
penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. Art. 84 – As peças do processo serão datilografadas ou produ-
zidas por qualquer outro meio de impressão, em espaço dois e re-
CAPÍTULO IV unidas por ordem cronológica, sendo numeradas e rubricadas pelo
SINDICÂNCIA secretário.

Instauração de sindicância Competência processual delegada


Art. 81 – A autoridade competente para aplicar sanção dis- Art. 85 – A competência processual tem início após a publica-
ciplinar, nos termos deste Regulamento, não havendo elementos ção da respectiva portaria delegatória em boletim e se efetiva com
suficientes para instauração de processo disciplinar, por falta de in- a entrega ao Encarregado, juntamente com a documentação que
dícios da autoria ou não estar caracterizada adequadamente, em motivou a instauração do processo disciplinar.
tese, a infração disciplinar, poderá determinar, preliminarmente, a
instauração de sindicância, designando autoridade sindicante, com Início do processo
o prazo máximo de 15 (quinze) dias, prorrogável por até igual perío- Art. 86 – O Encarregado do PAD deverá iniciar o processo ime-
do, para sua conclusão. diatamente após tomar conhecimento oficial da designação, com o
recebimento da portaria delegatória.
Resultado da sindicância
Art. 82 – Da sindicância poderá resultar:
I – o arquivamento dos autos;
II – a adoção de medidas administrativas;
III – a instauração de processo administrativo disciplinar;

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
SEÇÃO II Suspeição
ENCARREGADO DO PROCESSO Art. 92 – A autoridade delegante poderá declarar a suspeição
do Encarregado do Processo, a seu critério, ou a pedido do Acusa-
Encarregado do Processo do, ou do próprio Encarregado, quando este:
Art. 87 – O PAD ordinário terá como Encarregado oficial hie- I – for amigo íntimo ou inimigo do acusado;
rarquicamente superior ao acusado, designado mediante portaria II – for cônjuge, companheiro ou parente, consangüíneo ou
delegatória, podendo ainda o processo ser avocado pela Correge- afim, até terceiro grau inclusive, do acusado;
doria. III – tiver comunicado a irregularidade;

Encarregado de mesmo posto Revogação de delegação


§1º – Em casos excepcionais, poderá ser designado como En- Parágrafo Único – No caso do Encarregado ser declarado sus-
carregado, oficial do mesmo posto que o acusado, desde que mais peito ou, por motivo de força maior, não puder mais funcionar no
antigo. processo, a autoridade delegante, por meio de outra portaria, revo-
gará a delegação anterior e delegará poderes a outro Encarregado,
Infração disciplinar diversa mantendo-se todos os atos legalmente praticados até então.
§2º – Se, no decorrer do processo, o Encarregado averiguar a
existência de outra infração disciplinar, diversa daquela que lhe foi Nomeação de secretário
determinado apurar, imputável ao acusado, deverá informar, obri- Art. 93 – A nomeação do militar estadual para atuar como se-
gatoriamente, este fato, à autoridade delegante, que poderá tomar cretário no processo administrativo disciplinar de rito ordinário po-
uma das seguintes providências: derá ser feita pela autoridade delegante ou pelo seu Encarregado.
I – Aditar a portaria delegatória inicial, atribuindo competência
ao Encarregado para investigar igualmente esta outra infração disci- Atribuições do secretário
plinar imputada ao acusado; Parágrafo único – Além das atribuições típicas de escrivão e de
II – Editar nova portaria, designando outro Encarregado para oficial de justiça nos processos, ao secretário incumbirá outras tare-
apurar esta outra infração disciplinar imputada ao acusado. fas que lhe forem ordenadas pelo Encarregado do Processo.

Dedicação integral SEÇÃO III


Art. 88 – Se necessário, o Encarregado poderá ser dispensada DEFENSOR
de suas funções normais, para que possa dedicar-se, com exclusi-
vidade, aos trabalhos do processo, até a entrega do relatório final. Defensor
Art. 94 – No PAD de rito ordinário, o acusado, ainda que au-
Polícia das sessões sente, não poderá ser processado ou julgado administrativamente
Art. 89 – O Encarregado proverá a regularidade do processo sem defensor.
e a execução da lei e manterá a ordem no curso dos respectivos
atos, podendo determinar o que for conveniente à manutenção da Defensor “ad-hoc”
ordem. §1º – Se o acusado não tiver constituído, ser-lhe-á nomeado
defensor pelo Encarregado do Processo, ressalvado o seu direito de,
Independência e imparcialidade da autoridade processante a todo tempo, nomear outro de sua confiança.
Parágrafo único – O Encarregado exercerá suas atividades com
absoluta independência e imparcialidade. Do defensor nomeado
§2º – O defensor nomeado pelo Encarregado do Processo será
Competências do Encarregado militar estadual, de posto ou graduação superior ao acusado, ou
Art. 90 – Compete ao Encarregado do Processo colher todas as mais antigo, se de mesmo posto.
provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstân-
cias, adotando, se necessário, as seguintes providências: Defesa própria
I – ouvir denunciantes, ofendido, testemunhas e acusados; §3º– O acusado poderá manifestar seu interesse, por escrito,
II – proceder reconhecimento de pessoas ou coisas; para promover a sua própria defesa.
III – proceder acareações;
IV – determinar a realização de provas e exames periciais que Intimação do defensor
julgar necessários ou quando solicitados; §4º – O defensor poderá participar de todos os atos do proces-
V – proceder buscas e apreensões, na forma legal; so, ficando o acusado responsável pela sua notificação.
VI – determinar a avaliação e identificação de coisa subtraída,
desviada, destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apro- Nomeação provisória de defensor
priação; §5º – A falta de comparecimento do defensor, ainda que moti-
VII – tomar medidas necessárias destinadas à proteção de tes- vada, não determinará o adiamento de qualquer ato do processo,
temunhas, peritos ou do ofendido, quando coatos ou ameaçados devendo o Encarregado do Processo nomear substituto, ainda que
de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência provisoriamente, ou só para efeito daquele ato. Constituição de de-
para a realização de perícias ou exames. fensor
§6º – A constituição de defensor pelo acusado será feita, por
Sigilo meio de procuração quando se tratar de advogado, e por indicação
Art. 91 – O Encarregado do Processo assegurará o sigilo neces- nos autos do processo, quando for outro militar estadual.
sário à elucidação do fato ou exigido para defesa da intimidade ou
do interesse social, respeitando, todavia, o direito do defensor ter
vista do processo em repartição.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
SEÇÃO IV Mais de um acusado
FASES DO RITO ORDINÁRIO §2º – Havendo mais de um acusado, o Libelo deverá especifi-
car a forma de participação de cada infrator na(s) transgressão(ões)
Fases do rito ordinário disciplinar(es) a ser(em) apurada(s).
Art. 95 – O processo administrativo disciplinar com rito ordiná-
rio desenvolver-se-á nas seguintes fases, assegurando-se ao acusa- Citação
do o contraditório e a ampla defesa: Art. 99 – O Encarregado do Processo citará ou mandará citar o
I – instauração; acusado, para apresentar sua defesa prévia, e se ver processar até
II – defesa prévia, no prazo de 03 (três) dias;5 o julgamento final, bem como para acompanhar todos os demais
III – instrução; atos do processo.
IV – alegações finais, no prazo de 03(três) dias;6
V – relatório, contendo o julgamento do Encarregado do Pro- Mandado de citação
cesso sobre a culpabilidade do acusado. §1º – O mandado de citação será, obrigatoriamente, acompa-
nhado de cópia do Libelo Acusatório e demais documentos que mo-
Roteiro do PAD de rito ordinário tivaram a instauração do processo disciplinar, a fim de que o acusa-
Parágrafo único – O roteiro do processo administrativo discipli- do saiba efetivamente o que lhe está sendo imputado.
nar com rito ordinário é o constante do Anexo I.
Meio para citação
Dispensa de fases do processo §2º – A citação far-se-á pelo Secretário:
Art. 96 – Se o acusado, no momento de apresentar a defesa I – mediante mandado, quando o acusado estiver servindo na
prévia, confessar, por escrito ou mediante declaração reduzida a mesma OME do Encarregado do Processo;
termo, em presença de pelo menos duas testemunhas e/ou seu de- II – mediante precatória ou requisição ao comandante do acu-
fensor, a autoria e a prática da transgressão que lhe é imputada, o En- sado, quando ele estiver servindo em OME distinta da OME do En-
carregado do Processo produzirá o relatório dos autos, dispensando carregado do Processo;
III – por edital:
as demais fases processuais, encaminhando o processo à autoridade
a) quando o acusado se ocultar ou opuser obstáculo para não
delegante, para decisão sobre a aplicação de sanção disciplinar.
ser citado;
b) quando não for encontrado;
Inocência
c) quando estiver em lugar incerto ou não sabido.
§1º – Quando o Encarregado do Processo concluir, ante a de-
fesa prévia, pela inocência do acusado, produzirá o relatório dos
Certificação
autos, dispensando as demais fases processuais, e encaminhará o
§3º – Nos casos das letras a, b e c do inciso III do parágrafo
processo à autoridade delegante que, concordando, o solucionará anterior, o secretário, depois de procurar o acusado por duas vezes,
determinando o seu arquivamento, ou, discordando, o devolverá em dias diferentes, certificará, cada vez, a impossibilidade da cita-
para que sejam cumpridas todas as suas fases, descontando-se dos ção pessoal e o motivo.
prazos o tempo dessa tramitação.
Requisito da citação
Proibição §4º – A citação conterá cópia do Libelo Acusatório, dia e hora
§2º – Para a aplicação do licenciamento a bem da disciplina, o para o comparecimento e advertência de que não comparecendo o
processo deverá concluir todas as suas fases, ainda que tenha ocor- acusado, salvo provas convincentes em contrário, considerar-se-ão
rido a confissão do acusado. verdadeiras as acusações contidas no Libelo, se não forem contes-
tadas na defesa prévia.
SEÇÃO V
INSTAURAÇÃO Comparecimento espontâneo
§5º – O comparecimento espontâneo do acusado suprirá a fal-
Instauração ta ou nulidade da citação. Suspensão de prazos
Art. 97 – A instauração é formalizada pela autuação da por- §6º – Caso o acusado encontre-se em situação, atestada por
taria, à qual deverão estar juntadas cópias da denúncia ou comu- Junta Militar de Saúde, impeditiva de responder ao processo, ou
nicação, do libelo acusatório e da ficha funcional do acusado, e se internado, mesmo que em residência, todos os prazos serão sus-
efetiva com a citação válida. pensos, mediante registro nos autos.

Libelo acusatório Acusado preso


Art. 98 – O Encarregado do Processo formulará o libelo acusatório, §7º – Estando o acusado preso, será requisitada à autoridade
por escrito, expondo o fato, com suficiente especificidade, de modo a responsável a sua apresentação perante o Encarregado do Processo
delimitar o objeto da controvérsia e a permitir a plenitude da defesa. em dia e hora designados.

Conteúdo do Libelo Acusatório SEÇÃO VI


§1º – O Libelo Acusatório conterá: DEFESA PRÉVIA
I – o nome do acusado;
II – a exposição, deduzida por artigo(s), da(s) transgressão(ões) Prazo para defesa prévia
disciplinar(es) imputada(s) ao acusado; Art. 100 – Citado do Libelo Acusatório e demais documentos
III – a indicação das circunstâncias agravantes e de todos os do processo disciplinar, o acusado terá prazo de 03 (três) dias para
fatos que devam influir na aplicação da sanção disciplinar; apresentar defesa escrita, por si só ou por seu defensor, asseguran-
IV – o rol de testemunhas, se houver; do-se-lhe vistas do processo na repartição.7
V – o nome e a assinatura do Encarregado do Processo.

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Recusa do acusado Inquirição do ofendido e denunciante
§1º – A recusa do acusado em apor o ciente na cópia da citação Art. 107 – Sempre que possível, o ofendido e o denunciante ou
será certificada pelo secretário, ou pessoa encarregada de efetuar a comunicante serão qualificados e perguntados sobre as circunstân-
citação, que relacionará duas ( 02 ) testemunhas. cias da transgressão disciplinar, quem seja ou presuma ser seu au-
tor, as provas que possam indicar, tomando-se por termos as suas
Contagem de prazo para defesa declarações, não lhes sendo exigido o compromisso.
§2º – Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para defesa
contar-se-á do primeiro dia útil após a juntada da certidão nos au- Declarações – Contradita pelo acusado/defensor
tos. Art. 108 – As declarações do ofendido ou do denunciante ou
comunicante e das testemunhas serão feitas na presença do acusa-
Defesa prévia do/defensor, que poderá contraditá-las, no todo ou em parte, após
Art. 101 – Na defesa prévia, o acusado poderá arrolar testemu- a sua conclusão, bem como requerer ao Encarregado do Processo
nhas, juntar documentos e requerer as diligências que julgue neces- que esclareçam ou tornem mais precisas quaisquer das suas de-
sárias para o esclarecimento dos fatos e sua defesa. clarações, podendo, inclusive fazer perguntas, por intermédio do
Encarregado do Processo.
Fatos não contestados ou ausência de contestação
Art. 102 – A defesa prévia, que será escrita, deverá conter toda Intimação de testemunhas
matéria de defesa, reputando-se verdadeiros os fatos, constantes Art. 109 – As testemunhas serão notificadas a depor em dia e
do Libelo Acusatório, não contestados pelo acusado, desde que não hora previamente designados, mediante notificação expedida pelo
sejam contrários às provas dos autos. Encarregado do Processo, devendo a segunda via, com o recibo da
contrafé, ser anexada aos autos.
SEÇÃO VII
INSTRUÇÃO Comparecimento de testemunha
Citação válida §1º – As testemunhas poderão comparecer à audiência inde-
Art. 103 – Estabelecida a relação processual, com a citação vá-
pendentemente de notificação, ou mediante esta, se assim for re-
lida, o Encarregado do Processo, na fase da instrução, promoverá
querido no prazo de 05 (cinco) dias antes da audiência marcada.
a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências
cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando neces-
Testemunha servidor público
sário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucida-
§2º – Se a testemunha for servidor público, a expedição do
ção dos fatos.
mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição
onde estiver lotado, com a indicação do dia e hora marcados para
Contraditório e ampla defesa
inquirição Militares
Art. 104 – A instrução assegurará ao acusado o contraditório
§3º – Os militares serão requisitados à autoridade a que estive-
e a ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos
rem subordinados.
em direito.
Inquirição de testemunha
Juntada de documentos
§4º – As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, se-
§1º – Em qualquer fase do processo será admitida a juntada de
paradamente, de modo que uma não possa ouvir o depoimento da
documentos.
outra.
Meios de prova
Ordem de inquirição
§2º – Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda
§5º – Primeiramente serão inquiridas as testemunhas da acu-
que não especificados em lei, são cabíveis para provar a veracidade
sação e depois as da defesa.
dos fatos alegados no processo.
Número de testemunhas
Denegação de pedidos
§6º – Para cada fato serão arroladas, no máximo, três teste-
§3º – O Encarregado do Processo poderá denegar pedidos con-
munhas de acusação, facultando-se, igualmente, a cada acusado
siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum
a indicação de até três testemunhas de defesa, por fato apurado,
interesse para o esclarecimento dos fatos.
podendo o Encarregado do Processo ouvir outras, se entender ne-
cessário para melhor elucidar os fatos.
Prova pericial
§4º – Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-
Não comparecimento de testemunha
provação do fato independer de conhecimento especial de perito.
§7º– Se notificada para esse fim deixar de comparecer, sem
justo motivo:
Período para inquirições
I – sendo integrante da Corporação, além de ser conduzida
Art. 105 – As testemunhas, ofendido e acusado, exceto em caso
coercitivamente à presença do Encarregado do Processo por requi-
de urgência, serão ouvidos no período compreendido entre 07:00h
sição deste, será responsabilizada pelo ato;
e 18:00h.
II – não sendo integrante da Corporação, e sendo testemunha
da defesa ou da acusação, cabe à respectiva parte apresentá-la, em
Notícia de transgressão disciplinar
nova data a ser definida pelo Encarregado do Processo, e havendo
Art. 106 – Cópias de autos de sindicância e de inquérito policial,
reiteração da ausência, não mais será ouvida, salvo motivo de força
policial-militar ou técnico, que noticiarem transgressão disciplinar
maior, devidamente comprovado.
praticada por militar estadual, poderão integrar o processo discipli-
nar, como peça informativa da instrução.

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Oralidade Mais de um acusado
Art. 110 – O depoimento será prestado oralmente e reduzido a §4º – Havendo mais de um acusado, será cada um deles inter-
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. rogado separadamente, de modo que um não possa ouvir o depoi-
mento do outro.
Notificação do depoimento das testemunhas
Art. 111 – O acusado será notificado do dia e hora dos depoi- Perguntas não respondidas
mentos das testemunhas. §5º – Consignar-se-ão as perguntas que o acusado deixar de
responder e as razões que invocar para não fazê-lo.
Inquirição pelo defensor
§1º – Será facultado ao defensor a reinquirição das testemu- Estado de embriaguez ou efeito de psicotrópico
nhas, por intermédio do Encarregado do Processo, durante o res- §6° – Nenhum militar estadual deverá ser interrogado em esta-
pectivo depoimento. do de embriaguez ou sob efeito de substância psicotrópica.

Perguntas impertinentes ou ofensivas Atos sem a presença do acusado


§2º – O Encarregado do Processo poderá indeferir as perguntas Art. 115 – O acusado deve ser intimado para o interrogatório,
impertinentes, ofensivas ou que não tenham relação com os fatos bem como para qualquer ato que não possa ser realizado sem a sua
a serem apurados. presença.

Ausência das partes Não comparecimento do acusado


§3º – O não comparecimento do acusado ou seu defensor não §1º – Em caso de não comparecimento do acusado não, o En-
impedem a oitiva das testemunhas, devendo o Encarregado do Pro- carregado do Processo deverá mandar conduzi-lo ou requisitar a
cesso nomear defensor “ad hoc” para esse ato específico. sua presença.

Constrangimento da testemunha Observação obrigatória ao acusado


Art. 112 – Verificando o Encarregado do Processo que a presen- §2º – Antes de iniciar o interrogatório, o Encarregado do Pro-
ça do acusado, pela sua atitude, possa influir no ânimo da testemu- cesso observará ao acusado que, embora não seja obrigado a res-
nha, deverá adverti-lo formalmente, fazendo o registro nos autos, ponder as perguntas que lhe forem formuladas, este constitui um
e, em persistindo na conduta, deverá retirá-lo do recinto, permane- meio de defesa. Não intervenção do defensor
cendo seu defensor. §3º – O interrogatório é um ato pessoal, não podendo o defen-
sor do acusado intervir ou influir, de qualquer modo, nas perguntas
Constrangimento pelo acusado-defensor e nas respostas.
§1° – Estando o acusado fazendo a sua própria defesa, será este
alertado que poderá ser retirado do recinto, sendo-lhe, neste caso, Reinquirição
nomeado defensor ad hoc. §4º – O Encarregado do Processo poderá reinquirir o acusado,
a qualquer tempo, se assim achar conveniente.
Registro
§2° – Em qualquer hipótese deste artigo, será reduzida a termo Acareação
a ocorrência, constando os motivos que ensejaram a providência Art. 116 – Em caso de mais de um acusado, sempre que houver
tomada. divergência em declarações, entre seus depoimentos, sobre fatos
ou circunstâncias relevantes, será admitida a acareação entre eles.
Intimação dos atos em audiência
Art. 113 – Após regularmente citado dos atos praticados em Acompanhamento do processo administrativo
audiência considerar-se-á o acusado ciente, desde logo, para o pró- Art. 117 – É assegurado ao acusado o direito de acompanhar
ximo ato processual. o processo pessoalmente ou por intermédio de defensor, arrolar e
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
Interrogatório do acusado quesitos, quando se tratar de prova pericial, nos termos deste Re-
Art. 114 – Somente após o interrogatório do acusado o Encar- gulamento.
regado do Processo fará a inquirição das testemunhas, exceto se for
inadiável a oitiva anterior, por motivo de força maior, ou na hipóte- Revelia
se de revelia. Art. 118 – Considerar-se-á revel o acusado que, regularmen-
te citado para qualquer ato do processo administrativo disciplinar,
Registro nos autos deixar de comparecer ou não apresentar defesa no prazo previsto
§1° – Em qualquer das hipóteses do caput, o motivo da oitiva neste Regulamento, sem motivo justificado.
anterior será registrado no termo de inquirição.
Decretação da revelia
Intervenção §1º – A revelia será decretada, por termo, nos autos do proces-
§2º – O interrogatório será feito pelo Encarregado do Processo, so e devolverá o prazo para defesa.
não sendo permitida a intervenção de qualquer outra pessoa.
Não apresentação de defesa prévia
Questões de ordem §2º – Não comparecendo o acusado regularmente citado para
§3º – Findo o interrogatório, poderão ser levantadas questões apresentar defesa prévia, os fatos constantes do Libelo Acusatório
de ordem, que o Encarregado do Processo fará consignar no auto, serão reputados verdadeiros, salvo se o contrário resultar da con-
se assim lhe for requerido. vicção do Encarregado do Processo, com fundamento em outras
provas do processo.

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Defensor “ad hoc” Licenciamento a bem da disciplina
§3º – Para defender o acusado revel, caso seu defensor consti- §2º – Sendo o licenciamento a bem da disciplina a sanção a ser
tuído não compareça, o Encarregado do Processo designará defen- aplicada, a solução caberá às autoridades a que se refere o art. 20,
sor “ad hoc”, prosseguindo no feito. deste Regulamento.

Exame de sanidade mental Conselho de Disciplina ou de Justificação


Art. 119 – Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do §3º – Caso autoridade a quem for encaminhado o processo
acusado, o Encarregado do Processo proporá à autoridade compe- para solução entenda ser caso de instauração de Conselho de Jus-
tente que o acusado seja submetido a exame por junta militar de tificação ou de Disciplina, encaminhará os autos ao Comandante-
saúde, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra, suspen- -Geral que, concordando, determinará a instauração do Conselho,
dendo-se os prazos processuais, mediante registro nos autos. ou, discordando, devolverá os autos à autoridade competente para
solucioná-lo.
Incidente de sanidade mental
Parágrafo único – O laudo pericial expedido pela junta militar Reconhecimento de responsabilidade
de saúde que atestar a insanidade mental do acusado será junta- Art. 124 – Reconhecida a responsabilidade do militar estadual,
do aos autos, acarretando a suspensão do prazo para prescrição da a autoridade competente solucionará o processo, indicando o dis-
ação disciplinar. positivo legal transgredido, bem como as circunstâncias agravantes
e atenuantes.
SEÇÃO VIII
ALEGAÇÕES FINAIS Reconhecimento de causa de justificação
Parágrafo único – Reconhecida qualquer causa de justificação
Prazo para alegações finais a autoridade competente solucionará o processo, inocentando o
Art. 120 – Terminada a instrução, o Encarregado do Processo acusado.
promoverá a intimação do acusado e de seu defensor para vistas
ao processo, na repartição, e apresentação da defesa escrita, em Prazo para solução
alegações finais, no prazo de 03 (três) dias.8 Art. 125 – No prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebi-
mento do processo administrativo disciplinar concluso, a autorida-
SEÇÃO IX de competente deverá solucioná-lo, proferindo a sua decisão.
RELATÓRIO/JULGAMENTO
Solução diferente da apresentada na conclusão
Relatório/julgamento Art. 126 – A autoridade competente poderá dar ao processo
Art. 121 – Concluída a defesa, cabe ao solução diferente da apresentada na conclusão do Encarregado do
Encarregado do Processo elaborar relatório circunstanciado Processo, desde que motivada e fundamentada nas provas dos au-
de tudo o que foi apurado nos autos, emitindo julgamento sobre a tos.
culpabilidade do acusado, encaminhando-os, a seguir, à autoridade
delegante, para a decisão sobre a aplicação de sanção ou encami- Relatório contrário às provas dos autos
nhamento à autoridade superior competente. §1º – Quando o relatório do Encarregado do Processo contra-
riar as provas dos autos, a autoridade competente poderá respon-
Intimação do acusado e do defensor sabilizar ou isentar o militar da responsabilidade.
Parágrafo único – O Encarregado do Processo deverá intimar o
acusado e seu defensor a tomarem conhecimento do Relatório do Motivação da decisão
Processo, juntando comprovação aos autos, antes de sua remessa à §2º – Em qualquer hipótese, concordando ou discordando da
autoridade delegante. conclusão do Encarregado do Processo, as decisões da autoridade
competente serão motivadas e fundamentadas, sob pena de nuli-
Requisitos do Relatório dade.
Art. 122 – No relatório, o Encarregado do Processo menciona-
rá as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, Vício insanável
com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu a transgressão dis- Art. 127 – Verificada a existência de ilegalidade, a autoridade
ciplinar, concluindo sobre a culpa do acusado, sendo vedado sugerir competente deverá declarar a nulidade total ou parcial do processo.
a punição a ser aplicada, a fim de não induzir a decisão da autorida-
de competente para solucionar o processo. Nulidade total
§1° – Na hipótese de nulidade total, a autoridade determinará
SEÇÃO X a instauração de um novo processo, designando outro Encarregado.
SOLUÇÃO
Nulidade Parcial
Competência para a solução §2º – Na hipótese de nulidade parcial, a autoridade competen-
Art. 123 – O processo será solucionado, em princípio, pela au- te determinará ao Encarregado do Processo o desentranhamento
toridade que delegou a competência processual. dos atos nulos e a sua repetição dentro dos princípios da legalidade,
aproveitando-se as peças que não contenham vício.
Diferentes autoridades hierárquicas
§1º – Havendo mais de um acusado, subordinados a diferentes Solução fora do prazo
autoridades hierárquicas, a solução caberá à autoridade de menor §3° – A solução fora do prazo legal não implica em nulidade do
nível hierárquico, com ascendência funcional sobre todos. processo, mas importa em responsabilidade da autoridade, salvo
motivo de força maior, plenamente justificado.

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
CAPÍTULO VI CAPÍTULO VII
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DE RITO SUMÁRIO DISPOSIÇÕES FINAIS

Rito sumário Validade dos atos processuais


Art. 128 – As transgressões disciplinares, a princípio, serão apu- Art. 131 – Os atos processuais serão válidos sempre que preen-
radas em processo administrativo disciplinar de rito sumário, tendo cherem as finalidades para as quais forem realizados, desde que
como Encarregado militar estadual mais antigo que o acusado, as- não contenham vícios insanáveis.
segurando-se, contudo, ao acusado, o contraditório e a ampla de-
fesa. Nulidade sem prejuízo
§1º – Não será pronunciada qualquer nulidade sem que tenha
Fases havido prejuízo para a defesa.
Art. 129 – O processo administrativo disciplinar com rito sumá-
rio, terá prazo de até 08 (oito ) dias, prorrogável, se necessário, por Atos processuais em outras localidades
até 05 (cinco) dias, desenvolvendo-se nas seguintes fases:9 §2º – A prática de atos processuais em outros municípios ou
I – instauração; circunscrições poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de
II – defesa prévia, no prazo de 02 (dois) dias;10 comunicação.
III – investigação sumária, se necessária;
IV – defesa do acusado, se for o caso, no prazo de 02 (dois) Transporte e diárias
dias;11 Art. 132 – A concessão de transporte e diárias por motivo de
V – relatório/julgamento. realização de processo disciplinar será feita de acordo com as nor-
mas em vigor no Estado e na Corporação.
Roteiro
§1º – O roteiro do processo disciplinar com rito sumário é o
constante do Anexo II. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: ARTIGO 5º – CAPÍ-
TULO I – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E CO-
Instauração LETIVOS E ARTIGO 144 – CAPÍTULO III – DA SEGURAN-
§2º – A instauração do processo administrativo disciplinar com ÇA PÚBLICA, COM SUAS ALTERAÇÕES ATÉ A DATA DE
rito sumário poderá ser feita por despacho da autoridade delegante PUBLICAÇÃO DO EDITAL; DEFESA DO ESTADO E DAS
à autoridade delegada, que atuará diretamente sem auxílio de se- INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS: SEGURANÇA PÚBLICA;
cretário. Libelo Acusatório ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA
§3º – O Encarregado do Processo expedirá o Libelo Acusatório,
citando o acusado para apresentar sua defesa prévia, no prazo de
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE
02 (dois) dias
1988
Dispensa de fases/investigação sumária PREÂMBULO
§4º – Apresentada a defesa prévia, que poderá ser feita pelo
próprio acusado, o Encarregado do Processo: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem-
I – entendendo-a suficiente, produzirá o relatório dos autos, bléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
dispensando as demais fases, e o encaminhará à autoridade dele- destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
gante, para solução; ou a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
II – fará investigações, de forma sumária, para melhor elucida- dade e a justiça como valores supremos de uma sociedade frater-
ção dos fatos. na, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
Não obrigatoriedade de defensor pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
§5º – No processo administrativo disciplinar de rito sumário a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
não é obrigatória a presença de defensor.
TÍTULO II
Defesa do acusado DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
§6º – No caso do inciso II do parágrafo anterior, após as investi-
gações sumárias, o acusado deverá ser notificado do seu resultado, O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos e Ga-
com prazo de 02 (dois) dias para apresentação de razões de defesa, rantias fundamentais”, gênero que abrange as seguintes espécies
após o que o Encarregado do Processo produzirá o relatório dos de direitos fundamentais: direitos individuais e coletivos (art. 5º,
autos e o encaminhará à autoridade delegante, para solução. CF), direitos sociais (genericamente previstos no art. 6º, CF), direi-
tos da nacionalidade (artigos 12 e 13, CF) e direitos políticos (artigos
Intimação do acusado 14 a 17, CF).
§7º – O Encarregado do Processo deverá intimar o acusado a Em termos comparativos à clássica divisão tridimensional dos
tomar conhecimento do Relatório do Processo, juntando compro- direitos humanos, os direitos individuais (maior parte do artigo 5º,
vação aos autos, antes de sua remessa à autoridade delegante. CF), os direitos da nacionalidade e os direitos políticos se encaixam
na primeira dimensão (direitos civis e políticos); os direitos sociais
Aplicação subsidiária de normas ao rito ordinário se enquadram na segunda dimensão (direitos econômicos, sociais
Art. 130 – Aplicam-se subsidiariamente ao processo disciplinar e culturais) e os direitos coletivos na terceira dimensão. Contudo,
com rito sumário as disposições compatíveis previstas para o pro- a enumeração de direitos humanos na Constituição vai além dos
cesso disciplinar com rito ordinário. direitos que expressamente constam no título II do texto constitu-
cional.

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Os direitos fundamentais possuem as seguintes características o que se deve ter em vista é a premissa reconhecida nos direitos
principais: fundamentais de que não há direito que seja absoluto, correspon-
a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem antece- dendo-se para cada direito um dever. Logo, o exercício de direitos
dentes históricos relevantes e, através dos tempos, adquirem novas fundamentais é limitado pelo igual direito de mesmo exercício por
perspectivas. Nesta característica se enquadra a noção de dimen- parte de outrem, não sendo nunca absolutos, mas sempre relativos.
sões de direitos. Explica Canotilho1 quanto aos direitos fundamentais: “a ideia
b) Universalidade: os direitos fundamentais pertencem a to- de deveres fundamentais é suscetível de ser entendida como o
dos, tanto que apesar da expressão restritiva do caput do artigo 5º ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como ao titular de um di-
aos brasileiros e estrangeiros residentes no país tem se entendido reito fundamental corresponde um dever por parte de um outro
pela extensão destes direitos, na perspectiva de prevalência dos di- titular, poder-se-ia dizer que o particular está vinculado aos direitos
reitos humanos. fundamentais como destinatário de um dever fundamental. Neste
c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não possuem sentido, um direito fundamental, enquanto protegido, pressuporia
conteúdo econômico-patrimonial, logo, são intransferíveis, inego- um dever correspondente”. Com efeito, a um direito fundamental
ciáveis e indisponíveis, estando fora do comércio, o que evidencia conferido à pessoa corresponde o dever de respeito ao arcabouço
uma limitação do princípio da autonomia privada. de direitos conferidos às outras pessoas.
d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não podem ser
renunciados pelo seu titular devido à fundamentalidade material 3) Direitos e garantias
destes direitos para a dignidade da pessoa humana. A Constituição vai além da proteção dos direitos e estabelece
e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem deixar de garantias em prol da preservação destes, bem como remédios cons-
ser observados por disposições infraconstitucionais ou por atos das titucionais a serem utilizados caso estes direitos e garantias não se-
autoridades públicas, sob pena de nulidades. jam preservados. Neste sentido, dividem-se em direitos e garantias
f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem um úni- as previsões do artigo 5º: os direitos são as disposições declarató-
co conjunto de direitos porque não podem ser analisados de manei- rias e as garantias são as disposições assecuratórias.
ra isolada, separada. O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo o direito
g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não se perdem e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX: “é livre a expressão da
com o tempo, não prescrevem, uma vez que são sempre exercíveis atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, inde-
e exercidos, não deixando de existir pela falta de uso (prescrição). pendentemente de censura ou licença” – o direito é o de liberdade
h) Relatividade: os direitos fundamentais não podem ser uti- de expressão e a garantia é a vedação de censura ou exigência de
lizados como um escudo para práticas ilícitas ou como argumento licença. Em outros casos, o legislador traz o direito num dispositivo
para afastamento ou diminuição da responsabilidade por atos ilíci- e a garantia em outro: a liberdade de locomoção, direito, é colocada
tos, assim estes direitos não são ilimitados e encontram seus limites no artigo 5º, XV, ao passo que o dever de relaxamento da prisão
nos demais direitos igualmente consagrados como humanos. ilegal de ofício pelo juiz, garantia, se encontra no artigo 5º, LXV2.
Em caso de ineficácia da garantia, implicando em violação de
Direitos e deveres individuais e coletivos direito, cabe a utilização dos remédios constitucionais.
O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deveres indivi- Atenção para o fato de o constituinte chamar os remédios
duais e coletivos”. Da própria nomenclatura do capítulo já se extrai constitucionais de garantias, e todas as suas fórmulas de direitos e
que a proteção vai além dos direitos do indivíduo e também abran- garantias propriamente ditas apenas de direitos.
ge direitos da coletividade. A maior parte dos direitos enumerados
no artigo 5º do texto constitucional é de direitos individuais, mas 4) Direitos e garantias em espécie
são incluídos alguns direitos coletivos e mesmo remédios constitu- Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu caput:
cionais próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.: manda- Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem dis-
do de segurança coletivo). tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
1) Brasileiros e estrangeiros à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção conferida seguintes [...].
pelo dispositivo a algumas pessoas, notadamente, “aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País”. No entanto, tal restrição é O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um dos prin-
apenas aparente e tem sido interpretada no sentido de que os di- cipais (senão o principal) artigos da Constituição Federal, consagra
reitos estarão protegidos com relação a todas as pessoas nos limites o princípio da igualdade e delimita as cinco esferas de direitos in-
da soberania do país. dividuais e coletivos que merecem proteção, isto é, vida, liberdade,
Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode ingressar igualdade, segurança e propriedade. Os incisos deste artigos delimi-
com habeas corpus ou mandado de segurança, ou então intentar tam vários direitos e garantias que se enquadram em alguma destas
ação reivindicatória com relação a imóvel seu localizado no Brasil esferas de proteção, podendo se falar em duas esferas específicas
(ainda que não resida no país). que ganham também destaque no texto constitucional, quais se-
jam, direitos de acesso à justiça e direitos constitucionais-penais.
Somente alguns direitos não são estendidos a todas as pessoas.
A exemplo, o direito de intentar ação popular exige a condição de - Direito à igualdade
cidadão, que só é possuída por nacionais titulares de direitos polí-
ticos. Abrangência
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o consti-
2) Relação direitos-deveres tuinte afirmou por duas vezes o princípio da igualdade:
O capítulo em estudo é denominado “direitos e garantias de-
veres e coletivos”, remetendo à necessária relação direitos-deve- 1 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constitui-
res entre os titulares dos direitos fundamentais. Acima de tudo, ção. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998, p. 479.
2 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em teleconferência.

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem dis- Neste sentido, as discriminações legais asseguram a verdadeira
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos igualdade, por exemplo, com as ações afirmativas, a proteção es-
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, pecial ao trabalho da mulher e do menor, as garantias aos portadores
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos de deficiência, entre outras medidas que atribuam a pessoas com dife-
seguintes [...]. rentes condições, iguais possibilidades, proegendo e respeitando suas
diferenças3. Tem predominado em doutrina e jurisprudência, inclusive
Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro inciso: no Supremo Tribunal Federal, que as ações afirmativas são válidas.
Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição. - Direito à vida
Este inciso é especificamente voltado à necessidade de igual-
dade de gênero, afirmando que não deve haver nenhuma distinção Abrangência
sexo feminino e o masculino, de modo que o homem e a mulher O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção do
possuem os mesmos direitos e obrigações. direito à vida. A vida humana é o centro gravitacional em torno do
Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito mais do que qual orbitam todos os direitos da pessoa humana, possuindo refle-
a igualdade de gêneros, envolve uma perspectiva mais ampla. xos jurídicos, políticos, econômicos, morais e religiosos. Daí existir
O direito à igualdade é um dos direitos norteadores de inter- uma dificuldade em conceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo
pretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro enfoque que foi que uma pessoa possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde a
dado a este direito foi o de direito civil, enquadrando-o na primei- vida. Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer pessoa, é o
ra dimensão, no sentido de que a todas as pessoas deveriam ser primeiro valor moral inerente a todos os seres humanos4.
garantidos os mesmos direitos e deveres. Trata-se de um aspecto No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de nascer/
relacionado à igualdade enquanto liberdade, tirando o homem do permanecer vivo, o que envolve questões como pena de morte,
arbítrio dos demais por meio da equiparação. Basicamente, estaria eutanásia, pesquisas com células-tronco e aborto; quanto o direito
se falando na igualdade perante a lei. de viver com dignidade, o que engloba o respeito à integridade físi-
No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que não ca, psíquica e moral, incluindo neste aspecto a vedação da tortura,
bastava igualar todos os homens em direitos e deveres para torná- bem como a garantia de recursos que permitam viver a vida com
-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas condições de exer- dignidade.
cer estes direitos e deveres. Logo, não é suficiente garantir um di- Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado nos incisos
reito à igualdade formal, mas é preciso buscar progressivamente a que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de um dos direitos mais
igualdade material. No sentido de igualdade material que aparece discutidos em termos jurisprudenciais e sociológicos. É no direito à
o direito à igualdade num segundo momento, pretendendo-se do vida que se encaixam polêmicas discussões como: aborto de anen-
Estado, tanto no momento de legislar quanto no de aplicar e exe- céfalo, pesquisa com células tronco, pena de morte, eutanásia, etc.
cutar a lei, uma postura de promoção de políticas governamentais
voltadas a grupos vulneráveis. Vedação à tortura
De forma expressa no texto constitucional destaca-se a veda-
Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notáveis: o
ção da tortura, corolário do direito à vida, conforme previsão no
de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação uniforme da lei
inciso III do artigo 5º:
a todas as pessoas que vivem em sociedade; e o de igualdade ma-
Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem a tra-
terial, correspondendo à necessidade de discriminações positivas
tamento desumano ou degradante.
com relação a grupos vulneráveis da sociedade, em contraponto à
A tortura é um dos piores meios de tratamento desumano, ex-
igualdade formal.
pressamente vedada em âmbito internacional, como visto no tó-
pico anterior. No Brasil, além da disciplina constitucional, a Lei nº
Ações afirmativas 9.455, de 7 de abril de 1997 define os crimes de tortura e dá outras
Neste sentido, desponta a temática das ações afirmativas,que providências, destacando-se o artigo 1º:
são políticas públicas ou programas privados criados temporaria- Art. 1º Constitui crime de tortura:
mente e desenvolvidos com a finalidade de reduzir as desigualda- I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
des decorrentes de discriminações ou de uma hipossuficiência eco- ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
nômica ou física, por meio da concessão de algum tipo de vantagem a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
compensatória de tais condições. vítima ou de terceira pessoa;
Quem é contra as ações afirmativas argumenta que, em uma b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
sociedade pluralista, a condição de membro de um grupo especí- c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
fico não pode ser usada como critério de inclusão ou exclusão de II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
benefícios. com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
Ademais, afirma-se que elas desprivilegiam o critério republi- físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
cano do mérito (segundo o qual o indivíduo deve alcançar determi- de caráter preventivo.
nado cargo público pela sua capacidade e esforço, e não por perten- Pena - reclusão, de dois a oito anos.
cer a determinada categoria); fomentariam o racismo e o ódio; bem § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou
como ferem o princípio da isonomia por causar uma discriminação sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
reversa. intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas defende de medida legal.
que elas representam o ideal de justiça compensatória (o objetivo é
3 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos artigos I e II. In: BALERA, Wag-
compensar injustiças passadas, dívidas históricas, como uma com-
ner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Bra-
pensação aos negros por tê-los feito escravos, p. ex.); representam
sília: Fortium, 2008, p. 08.
o ideal de justiça distributiva (a preocupação, aqui, é com o presen-
4 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio Zambitte. Comentários aos Ar-
te. Busca-se uma concretização do princípio da igualdade material);
tigos III e IV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
bem como promovem a diversidade.
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 15.

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando Com efeito, este direito de liberdade de expressão é limitado. Um
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção destes limites é o anonimato, que consiste na garantia de atribuir a
de um a quatro anos. cada manifestação uma autoria certa e determinada, permitindo even-
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, tuais responsabilizações por manifestações que contrariem a lei.
a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclu- Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF:
são é de oito a dezesseis anos. Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade intelectual,
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: artística, científica e de comunicação, independentemente de cen-
I - se o crime é cometido por agente público; sura ou licença.
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expressão, refe-
III - se o crime é cometido mediante sequestro. rente de forma específica a atividades intelectuais, artísticas, cien-
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em- tíficas e de comunicação. Dispensa-se, com relação a estas, a exi-
prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo gência de licença para a manifestação do pensamento, bem como
da pena aplicada. veda-se a censura prévia.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impedir a divul-
ou anistia. gação e o acesso a informações como modo de controle do poder. A
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese censura somente é cabível quando necessária ao interesse público
do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. numa ordem democrática, por exemplo, censurar a publicação de
um conteúdo de exploração sexual infanto-juvenil é adequado.
- Direito à liberdade O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à indenização
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção do (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapartida para aquele que
direito à liberdade, delimitada em alguns incisos que o seguem. teve algum direito seu violado (notadamente inerentes à privacida-
de ou à personalidade) em decorrência dos excessos no exercício da
Liberdade e legalidade liberdade de expressão.
Prevê o artigo 5º, II, CF:
Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de Liberdade de crença/religiosa
fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Dispõe o artigo 5º, VI, CF:
Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciência e de cren-
O princípio da legalidade se encontra delimitado neste inciso, ça, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garanti-
prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a fazer ou deixar de da, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
fazer alguma coisa a não ser que a lei assim determine. Assim, salvo Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé como bem
situações previstas em lei, a pessoa tem liberdade para agir como entender dentro dos limites da lei. Não há uma crença ou religião
considerar conveniente. que seja proibida, garantindo-se que a profissão desta fé possa se
Portanto, o princípio da legalidade possui estrita relação com realizar em locais próprios.
o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo à pessoa é líci- Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos distintos,
to. Somente é vedado o que a lei expressamente estabelecer como porém intrinsecamente relacionados de liberdades: a liberdade de
proibido. A pessoa pode fazer tudo o que quiser, como regra, ou crença; a liberdade de culto; e a liberdade de organização religiosa.
seja, agir de qualquer maneira que a lei não proíba. Consoante o magistério de José Afonso da Silva6, entra na liber-
dade de crença a liberdade de escolha da religião, a liberdade de
Liberdade de pensamento e de expressão aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade (ou o direito) de mudar
O artigo 5º, IV, CF prevê: de religião, além da liberdade de não aderir a religião alguma, assim
Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamento, sendo como a liberdade de descrença, a liberdade de ser ateu e de ex-
vedado o anonimato. primir o agnosticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o
Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de pensa- livre exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A liberdade
mento e da liberdade de expressão. de culto consiste na liberdade de orar e de praticar os atos próprios
Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento. Afinal, das manifestações exteriores em casa ou em público, bem como a
“o ser humano, através dos processos internos de reflexão, formula de recebimento de contribuições para tanto. Por fim, a liberdade de
juízos de valor. Estes exteriorizam nada mais do que a opinião de organização religiosa refere-se à possibilidade de estabelecimento
seu emitente. Assim, a regra constitucional, ao consagrar a livre ma- e organização de igrejas e suas relações com o Estado.
nifestação do pensamento, imprime a existência jurídica ao chama- Como decorrência do direito à liberdade religiosa, assegurando
do direito de opinião”5. Em outras palavras, primeiro existe o direito o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
de ter uma opinião, depois o de expressá-la. Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a prestação
No mais, surge como corolário do direito à liberdade de pen- de assistência religiosa nas entidades civis e militares de interna-
samento e de expressão o direito à escusa por convicção filosófica ção coletiva.
ou política:
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por motivo O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos prisionais
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se civis e militares, mas também a hospitais.
as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recu- Ainda, surge como corolário do direito à liberdade religiosa o
sar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. direito à escusa por convicção religiosa:
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por motivo
Trata-se de instrumento para a consecução do direito assegu- de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
rado na Constituição Federal – não basta permitir que se pense di- invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recu-
ferente, é preciso respeitar tal posicionamento. sar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

5 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de direito 6 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. São Pau-
constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. lo: Malheiros, 2006.

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por exemplo, Dentro do espectro do direito de petição se insere, por exem-
a todos os homens maiores de 18 anos o alistamento militar, não plo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar cópias repro-
cabe se escusar, a não ser que tenha fundado motivo em crença re- gráficas e certidões, bem como de ofertar denúncias de irregulari-
ligiosa ou convicção filosófica/política, caso em que será obrigado a dades. Contudo, o constituinte, talvez na intenção de deixar clara
cumprir uma prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que a obrigação dos Poderes Públicos em fornecer certidões, trouxe a
não contrarie tais preceitos. letra b) do inciso, o que gera confusões conceituais no sentido do
direito de obter certidões ser dissociado do direito de petição.
Liberdade de informação Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX, CF:
O direito de acesso à informação também se liga a uma dimen- Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicidade dos
são do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o artigo 5º, XIV, CF: atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse so-
Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à informa- cial o exigirem.
ção e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
profissional. Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas o será
Trata-se da liberdade de informação, consistente na liberdade quando a intimidade merecer preservação (ex: processo criminal
de procurar e receber informações e ideias por quaisquer meios, de estupro ou causas de família em geral) ou quando o interesse
independente de fronteiras, sem interferência. social exigir (ex: investigações que possam ser comprometidas pela
A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao passo publicidade). A publicidade é instrumento para a efetivação da li-
que a liberdade de expressão tem uma característica ativa, de for- berdade de informação.
ma que juntas formam os aspectos ativo e passivo da exterioriza-
ção da liberdade de pensamento: não basta poder manifestar o seu Liberdade de locomoção
próprio pensamento, é preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no artigo 5º,
necessidade de se garantir o acesso ao pensamento manifestado XV, CF:
para a sociedade. Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território nacional em
Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de todos tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
obterem informações claras, precisas e verdadeiras a respeito de entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
fatos que sejam de seu interesse, notadamente pelos meios de co- A liberdade de locomoção é um aspecto básico do direito à li-
municação imparciais e não monopolizados (artigo 220, CF). berdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o território do país
No entanto, nem sempre é possível que a imprensa divulgue em tempos de paz (em tempos de guerra é possível limitar tal liber-
com quem obteve a informação divulgada, sem o que a segurança dade em prol da segurança). A liberdade de sair do país não signifi-
desta poderia ficar prejudicada e a informação inevitavelmente não ca que existe um direito de ingressar em qualquer outro país, pois
chegaria ao público. caberá à ele, no exercício de sua soberania, controlar tal entrada.
Especificadamente quanto à liberdade de informação no âmbi- Classicamente, a prisão é a forma de restrição da liberdade.
to do Poder Público, merecem destaque algumas previsões. Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser presa nos casos
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF: autorizados pela própria Constituição Federal. A despeito da nor-
Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos órgãos mativa específica de natureza penal, reforça-se a impossibilidade de
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse se restringir a liberdade de locomoção pela prisão civil por dívida.
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de Prevê o artigo 5º, LXVII, CF:
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindí- Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívida, salvo
vel à segurança da sociedade e do Estado. a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 regula obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, CF, tam-
bém conhecida como Lei do Acesso à Informação. Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo Tribunal
Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que
Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF: seja a modalidade do depósito”. Por isso, a única exceção à regra
Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, independente- da prisão por dívida do ordenamento é a que se refere à obrigação
mente do pagamento de taxas: alimentícia.
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Liberdade de trabalho
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para de- O direito à liberdade também é mencionado no artigo 5º, XIII,
fesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. CF:
Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofí-
Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cumpre ob- cio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
servar que o direito de petição deve resultar em uma manifesta- estabelecer.
ção do Estado, normalmente dirimindo (resolvendo) uma questão
proposta, em um verdadeiro exercício contínuo de delimitação dos O livre exercício profissional é garantido, respeitados os limi-
direitos e obrigações que regulam a vida social e, desta maneira, tes legais. Por exemplo, não pode exercer a profissão de advogado
quando “dificulta a apreciação de um pedido que um cidadão quer aquele que não se formou em Direito e não foi aprovado no Exame
apresentar” (muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); da Ordem dos Advogados do Brasil; não pode exercer a medicina
“demora para responder aos pedidos formulados” (administrativa aquele que não fez faculdade de medicina reconhecida pelo MEC e
e, principalmente, judicialmente) ou “impõe restrições e/ou con- obteve o cadastro no Conselho Regional de Medicina.
dições para a formulação de petição”, traz a chamada insegurança
jurídica, que traz desesperança e faz proliferar as desigualdades e
as injustiças.

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Liberdade de reunião Trata-se de caso de legitimidade processual extraordinária,
Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF: pela qual um ente vai a juízo defender interesse de outra(s) pes-
Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamente, sem soa(s) porque a lei assim autoriza.
armas, em locais abertos ao público, independentemente de auto- A liberdade de associação envolve não somente o direito de
rização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente con- criar associações e de fazer parte delas, mas também o de não asso-
vocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à ciar-se e o de deixar a associação, conforme artigo 5º, XX, CF:
autoridade competente.
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com demais na de- Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a associar-se
fesa de uma causa, apenas possuindo o dever de informar tal reu- ou a permanecer associado.
nião.
Tal dver remonta-se a questões de segurança coletiva. Imagine - Direitos à privacidade e à personalidade
uma grande reunião de pessoas por uma causa, a exemplo da Pa-
rada Gay, que chega a aglomerar milhões de pessoas em algumas Abrangência
capitais: seria absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso Prevê o artigo 5º, X, CF:
do poder público para que ele organize o policiamento e a assistên- Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a
cia médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas que tenham honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
algum mal-estar no local. Outro limite é o uso de armas, totalmente pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
vedado, assim como de substâncias ilícitas (Ex: embora a Marcha
da Maconha tenha sido autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, O legislador opta por trazer correlacionados no mesmo disposi-
vedou-se que nela tal substância ilícita fosse utilizada). tivo legal os direitos à privacidade e à personalidade.
Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimidade, ao
Liberdade de associação abordar a proteção da vida privada – que, em resumo, é a privaci-
No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º, XVII, CF: dade da vida pessoal no âmbito do domicílio e de círculos de ami-
Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação para fins gos –, Silva7 entende que “o segredo da vida privada é condição
lícitos, vedada a de caráter paramilitar. de expansão da personalidade”, mas não caracteriza os direitos de
personalidade em si.
A liberdade de associação difere-se da de reunião por sua pere- A união da intimidade e da vida privada forma a privacidade,
nidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é exercida de forma sendo que a primeira se localiza em esfera mais estrita. É possível
sazonal, eventual, a liberdade de associação implica na formação ilustrar a vida social como se fosse um grande círculo no qual há um
de um grupo organizado que se mantém por um período de tempo menor, o da vida privada, e dentro deste um ainda mais restrito e
considerável, dotado de estrutura e organização próprias. impenetrável, o da intimidade. Com efeito, pela “Teoria das Esfe-
ras” (ou “Teoria dos Círculos Concêntricos”), importada do direito
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são associações
alemão, quanto mais próxima do indivíduo, maior a proteção a ser
ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas e o ideal de
conferida à esfera (as esferas são representadas pela intimidade,
realizar sua própria justiça paralelamente à estatal.
pela vida privada, e pela publicidade).
O texto constitucional se estende na regulamentação da liber-
“O direito à honra distancia-se levemente dos dois anteriores,
dade de associação.
podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa tem de si (honra
O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza:
subjetiva) e ao juízo positivo que dela fazem os outros (honra ob-
Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na forma da
jetiva), conferindo-lhe respeitabilidade no meio social. O direito à
lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a imagem também possui duas conotações, podendo ser entendido
interferência estatal em seu funcionamento. em sentido objetivo, com relação à reprodução gráfica da pessoa,
por meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido subje-
Neste sentido, associações são organizações resultantes da re- tivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas pela pessoa e
união legal entre duas ou mais pessoas, com ou sem personalidade reconhecidas como suas pelo grupo social”8.
jurídica, para a realização de um objetivo comum; já cooperativas
são uma forma específica de associação, pois visam a obtenção de Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspondência
vantagens comuns em suas atividades econômicas. Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a inviolabilidade
Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF: do domicílio e o sigilo das correspondências e comunicações.
Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser compulsoria- Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê:
mente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judi- Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
cial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado. nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja, a as- durante o dia, por determinação judicial.
sociação deixará de existir para sempre. Obviamente, é preciso o
trânsito em julgado da decisão judicial que assim determine, pois O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode nele en-
antes disso sempre há possibilidade de reverter a decisão e permitir trar sem o consentimento do morador, a não ser EM QUALQUER
que a associação continue em funcionamento. Contudo, a decisão HORÁRIO no caso de flagrante delito (o morador foi flagrado na prá-
judicial pode suspender atividades até que o trânsito em julgado tica de crime e fugiu para seu domicílio) ou desastre (incêndio, en-
ocorra, ou seja, no curso de um processo judicial. chente, terremoto...) ou para prestar socorro (morador teve ataque
Em destaque, a legitimidade representativa da associação do coração, está sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O
quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF: DIA por determinação judicial.
Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando expressa-
7 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. São Pau-
mente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
lo: Malheiros, 2006.
judicial ou extrajudicialmente.
8 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito constitucional. Rio de Ja-
neiro: Elsevier, 2007.

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Quanto ao sigilo de correspondência e das comunicações, pre- Dano material é aquele que atinge o patrimônio (material ou
vê o artigo 5º, XII, CF: imaterial) da vítima, podendo ser mensurado financeiramente e in-
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência e das denizado.
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefôni- “Dano moral direto consiste na lesão a um interesse que visa a
cas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapatrimonial contido nos
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou direitos da personalidade (como a vida, a integridade corporal, a
instrução processual penal. liberdade, a honra, o decoro, a intimidade, os sentimentos afetivos,
a própria imagem) ou nos atributos da pessoa (como o nome, a
O sigilo de correspondência e das comunicações está melhor capacidade, o estado de família)”10.
regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do Código Civil:
Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à adminis-
Personalidade jurídica e gratuidade de registro tração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação
Quando se fala em reconhecimento como pessoa perante a lei de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição
desdobra-se uma esfera bastante específica dos direitos de perso- ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas,
nalidade, consistente na personalidade jurídica. Basicamente, con- a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se
siste no direito de ser reconhecido como pessoa perante a lei. Para lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se
ser visto como pessoa perante a lei mostra-se necessário o registro. destinarem a fins comerciais.
Por ser instrumento que serve como pressuposto ao exercício de
direitos fundamentais, assegura-se a sua gratuidade aos que não - Direito à segurança
tiverem condição de com ele arcar. O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção do
direito à segurança. Na qualidade de direito individual liga-se à se-
Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF: gurança do indivíduo como um todo, desde sua integridade física e
Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconhecidamente mental, até a própria segurança jurídica.
pobres, na forma da lei: No sentido aqui estudado, o direito à segurança pessoal é o
a) o registro civil de nascimento; direito de viver sem medo, protegido pela solidariedade e liberto de
b) a certidão de óbito. agressões, logo, é uma maneira de garantir o direito à vida.
Nesta linha, para Silva11, “efetivamente, esse conjunto de di-
O reconhecimento do marco inicial e do marco final da perso- reitos aparelha situações, proibições, limitações e procedimentos
nalidade jurídica pelo registro é direito individual, não dependendo destinados a assegurar o exercício e o gozo de algum direito indivi-
de condições financeiras. Evidente, seria absurdo cobrar de uma dual fundamental (intimidade, liberdade pessoal ou a incolumidade
pessoa sem condições a elaboração de documentos para que ela física ou moral)”.
seja reconhecida como viva ou morta, o que apenas incentivaria a Especificamente no que tange à segurança jurídica, tem-se o
indigência dos menos favorecidos. disposto no artigo 5º, XXXVI, CF:
Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito adquirido, o
Direito à indenização e direito de resposta ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Com vistas à proteção do direito à privacidade, do direito à per-
sonalidade e do direito à imagem, asseguram-se dois instrumentos, Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroatividade da lei.
o direito à indenização e o direito de resposta, conforme as neces- Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do Direito
sidades do caso concreto. Brasileiro:
Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,
Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF: respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa jul-
Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta, proporcio- gada.
nal ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a
imagem. lei vigente ao tempo em que se efetuou.
“A manifestação do pensamento é livre e garantida em nível § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titu-
constitucional, não aludindo a censura prévia em diversões e es- lar, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do
petáculos públicos. Os abusos porventura ocorridos no exercício exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalte-
indevido da manifestação do pensamento são passíveis de exame rável, a arbítrio de outrem.
e apreciação pelo Poder Judiciário com a consequente responsabili- § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial
dade civil e penal de seus autores, decorrentes inclusive de publica- de que já não caiba recurso.
ções injuriosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle
da matéria que divulga”9. - Direito à propriedade
O direito de resposta é o direito que uma pessoa tem de se O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção do
defender de críticas públicas no mesmo meio em que foram pu- direito à propriedade, tanto material quanto intelectual, delimitada
blicadas garantida exatamente a mesma repercussão. Mesmo em alguns incisos que o seguem.
quando for garantido o direito de resposta não é possível reverter
plenamente os danos causados pela manifestação ilícita de pensa- Função social da propriedade material
mento, razão pela qual a pessoa inda fará jus à indenização. O artigo 5º, XXII, CF estabelece:
A manifestação ilícita do pensamento geralmente causa um Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de propriedade.
dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser indi-
vidual ou coletivo, moral ou material, econômico e não econômico.
10 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabilidad civil. Buenos Aires: Astrea,
1982.
9 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. São Paulo: Malhei- 11 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo... Op. Cit., p.
ros, 2011. 437.

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o principal da, impedindo que o fornecedor se enriqueça ilicitamente, se apro-
fator limitador deste direito: veite de maneira indevida da posição menos favorável e de vulnera-
Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua função social. bilidade técnica do consumidor.
O Direito do Consumidor pode ser considerado um ramo re-
A propriedade, segundo Silva12, “[...] não pode mais ser consi- cente do Direito. No Brasil, a legislação que o regulamentou foi pro-
derada como um direito individual nem como instituição do direito mulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº 8.078, de 11 de setembro
privado. [...] embora prevista entre os direitos individuais, ela não de 1990, conforme determinado pela Constituição Federal de 1988,
mais poderá ser considerada puro direito individual, relativizando- que também estabeleceu no artigo 48 do Ato das Disposições Cons-
-se seu conceito e significado, especialmente porque os princípios titucionais Transitórias:
da ordem econômica são preordenados à vista da realização de seu Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte
fim: assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da jus- dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa
tiça social. Se é assim, então a propriedade privada, que, ademais, do consumidor.
tem que atender a sua função social, fica vinculada à consecução A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi um gran-
daquele princípio”. de passo para a proteção da pessoa nas relações de consumo que
Com efeito, a proteção da propriedade privada está limitada estabeleça, respeitando-se a condição de hipossuficiente técnico
ao atendimento de sua função social, sendo este o requisito que daquele que adquire um bem ou faz uso de determinado serviço,
a correlaciona com a proteção da dignidade da pessoa humana. A enquanto consumidor.
propriedade de bens e valores em geral é um direito assegurado na
Constituição Federal e, como todos os outros, se encontra limitado Propriedade intelectual
pelos demais princípios conforme melhor se atenda à dignidade do Além da propriedade material, o constituinte protege também
ser humano. a propriedade intelectual, notadamente no artigo 5º, XXVII, XXVIII
e XXIX, CF:
Uso temporário Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito exclusivo de
No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao direito de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível
propriedade que não possui o caráter definitivo da desapropriação, aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
mas é temporária, conforme artigo 5º, XXV, CF: Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei:
Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo público, a autori- a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
dade competente poderá usar de propriedade particular, assegura- à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
da ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação de peri- obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
go, o poder público pode se utilizar dela (ex: montar uma base para pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
capturar um fugitivo), pois o interesse da coletividade é maior que
o do indivíduo proprietário. Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de inventos in-
dustriais privilégio temporário para sua utilização, bem como prote-
Direito sucessório ção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
O direito sucessório aparece como uma faceta do direito à pro- empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
priedade, encontrando disciplina constitucional no artigo 5º, XXX e social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
XXXI, CF: Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual que deve
Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança; ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto sob o patrimo-
nial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, a Lei nº 9.610, de 19
Artigo 5º, XXXI, CF.A sucessão de bens de estrangeiros situados de fevereiro de 1998, regulamenta os direitos autorais, isto é, “os
no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou direitos de autor e os que lhes são conexos”.
dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei O artigo 7° do referido diploma considera como obras inte-
pessoal do de cujus. lectuais que merecem a proteção do direito do autor os textos de
O direito à herança envolve o direito de receber – seja devido a obras de natureza literária, artística ou científica; as conferências,
uma previsão legal, seja por testamento – bens de uma pessoa que sermões e obras semelhantes; as obras cinematográficas e televi-
faleceu. Assim, o patrimônio passa para outra pessoa, conforme a sivas; as composições musicais; fotografias; ilustrações; programas
vontade do falecido e/ou a lei determine. A Constituição estabele- de computador; coletâneas e enciclopédias; entre outras.
ce uma disciplina específica para bens de estrangeiros situados no Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis, inaliená-
Brasil, assegurando que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos veis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o direito de reivindi-
brasileiros nos termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do país es- car a autoria da obra, ter seu nome divulgado na utilização desta,
trangeiro). assegurar a integridade desta ou modificá-la e retirá-la de circula-
ção se esta passar a afrontar sua honra ou imagem.
Direito do consumidor Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos artigos 41
Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF: a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos contados do pri-
Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da lei, a de- meiro ano seguinte à sua morte ou do falecimento do último coau-
fesa do consumidor. tor, ou contados do primeiro ano seguinte à divulgação da obra se
esta for de natureza audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez,
O direito do consumidor liga-se ao direito à propriedade a par- abrangem, basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução,
tir do momento em que garante à pessoa que irá adquirir bens e edição, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases de dados
serviços que estes sejam entregues e prestados da forma adequa- ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo que estas mo-
dalidades de utilização podem se dar a título oneroso ou gratuito.
12 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. São
Paulo: Malheiros, 2006.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
“Os direitos autorais, também conhecidos como copyright (di- Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurídica inte-
reito de cópia), são considerados bens móveis, podendo ser alie- gral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
nados, doados, cedidos ou locados. Ressalte-se que a permissão a
terceiros de utilização de criações artísticas é direito do autor. [...] A O constituinte, ciente de que não basta garantir o acesso ao Po-
proteção constitucional abrange o plágio e a contrafação. Enquanto der Judiciário, sendo também necessária a efetividade processual,
que o primeiro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou pro- incluiu pela Emenda Constitucional nº 45/2004 o inciso LXXVIII ao
duzida por terceiros, como se fosse própria, a segunda configura a artigo 5º da Constituição:
reprodução de obra alheia sem a necessária permissão do autor”. Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e administrati-
vo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
- Direitos de acesso à justiça garantam a celeridade de sua tramitação.
A formação de um conceito sistemático de acesso à justiça se
dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apontaram três ondas Com o tempo se percebeu que não bastava garantir o acesso à
de acesso, isto é, três posicionamentos básicos para a realização justiça se este não fosse célere e eficaz. Não significa que se deve
efetiva de tal acesso. Tais ondas foram percebidas paulatinamen- acelerar o processo em detrimento de direitos e garantias assegu-
te com a evolução do Direito moderno conforme implementadas rados em lei, mas sim que é preciso proporcionar um trâmite que
as bases da onda anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a dure nem mais e nem menos que o necessário para a efetiva reali-
emergência de uma nova onda quando superada a afirmação das zação da justiça no caso concreto.
premissas da onda anterior, restando parcialmente implementada
(visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao pleno atendimento - Direitos constitucionais-penais
em todas as ondas).
Primeiro, Cappelletti e Garth[14] entendem que surgiu uma Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de exceção
onda de concessão de assistência judiciária aos pobres, partindo-se Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona:
da prestação sem interesse de remuneração por parte dos advoga- Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sentenciado
dos e, ao final, levando à criação de um aparato estrutural para a senão pela autoridade competente”, consolida o princípio do juiz
prestação da assistência pelo Estado. natural que assegura a toda pessoa o direito de conhecer previa-
Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth[15], veio mente daquele que a julgará no processo em que seja parte, reves-
a onda de superação do problema na representação dos interesses tindo tal juízo em jurisdição competente para a matéria específica
difusos, saindo da concepção tradicional de processo como algo do caso antes mesmo do fato ocorrer.
restrito a apenas duas partes individualizadas e ocasionando o sur-
gimento de novas instituições, como o Ministério Público. Por sua vez, um desdobramento deste princípio encontra-se no
Finalmente, Cappelletti e Garth[16] apontam uma terceira artigo 5º, XXXVII, CF:
onda consistente no surgimento de uma concepção mais ampla de Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de exceção.
acesso à justiça, considerando o conjunto de instituições, mecanis-
mos, pessoas e procedimentos utilizados: “[...] esse enfoque enco- Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente criado
raja a exploração de uma ampla variedade de reformas, incluindo para uma situação pretérita, bem como não reconhecido como le-
alterações nas formas de procedimento, mudanças na estrutura gítimo pela Constituição do país.
dos tribunais ou a criação de novos tribunais, o uso de pessoas lei-
gas ou paraprofissionais, tanto como juízes quanto como defenso- Tribunal do júri
res, modificações no direito substantivo destinadas a evitar litígios A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o artigo
ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos privados ou in- 5º, XXXVIII, CF:
formais de solução dos litígios. Esse enfoque, em suma, não receia Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri, com a
inovações radicais e compreensivas, que vão muito além da esfera organização que lhe der a lei, assegurados:
de representação judicial”. a) a plenitude de defesa;
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos aspectos b) o sigilo das votações;
podem ser destacados: de um lado, deve criar-se o Poder Judiciário c) a soberania dos veredictos;
e se disponibilizar meios para que todas as pessoas possam bus- d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
cá-lo; de outro lado, não basta garantir meios de acesso se estes a vida.
forem insuficientes, já que para que exista o verdadeiro acesso à
justiça é necessário que se aplique o direito material de maneira O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que julgam
justa e célere. os seus pares. Entende-se ser direito fundamental o de ser julgado
Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça, prevê a por seus iguais, membros da sociedade e não magistrados, no caso
Constituição em seu artigo 5º, XXXV: de determinados crimes que por sua natureza possuem fortes fato-
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do Poder res de influência emocional.
Judiciário lesão ou ameaça a direito. Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto a defe-
sa técnica e deve ser mais ampla que a denominada ampla defesa
O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o princípio de assegurada em todos os procedimentos judiciais e administrativos.
Direito Processual Público subjetivo, também cunhado como Prin- Sigilo das votações envolve a realização de votações secretas,
cípio da Ação, em que a Constituição garante a necessária tutela preservando a liberdade de voto dos que compõem o conselho que
estatal aos conflitos ocorrentes na vida em sociedade. Sempre que irá julgar o ato praticado.
uma controvérsia for levada ao Poder Judiciário, preenchidos os re- A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contudo, a sobe-
quisitos de admissibilidade, ela será resolvida, independentemente rania dos veredictos veda a alteração das decisões dos jurados, não
de haver ou não previsão específica a respeito na legislação. a recorribilidade dos julgamentos do Tribunal do Júri para que seja
Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, no que procedido novo julgamento uma vez cassada a decisão recorrida,
tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos favorecidos eco- haja vista preservar o ordenamento jurídico pelo princípio do duplo
nomicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF: grau de jurisdição.

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Por fim, a competência para julgamento é dos crimes dolosos do Presidente da República; a anistia pode ser concedida antes da
(em que há intenção ou ao menos se assume o risco de produção sentença final ou depois da condenação irrecorrível, a graça e o in-
do resultado) contra a vida, que são: homicídio, aborto, induzimen- dulto pressupõem o trânsito em julgado da sentença condenatória;
to, instigação ou auxílio a suicídio e infanticídio. Sua competência graça e o indulto apenas extinguem a punibilidade, persistindo os
não é absoluta e é mitigada, por vezes, pela própria Constituição efeitos do crime, apagados na anistia; graça é em regra individual e
(artigos 29, X /102, I, b) e c) / 105, I, a) / 108, I). solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar que o
Anterioridade e irretroatividade da lei artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra crimes de tortu-
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza: ra, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos (previstos na Lei nº 8.072
Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que o defina, de 25 de julho de 1990). Além disso, são crimes que não aceitam
nem pena sem prévia cominação legal. fiança.
Por fim, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena sine Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e imprescritível
praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio da legalida- a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem cons-
de (ou reserva legal), na medida em que não há crime sem lei que o titucional e o Estado Democrático.
defina, nem pena sem prévia cominação legal, e o princípio da an-
terioridade, posto que não há crime sem lei anterior que o defina. Personalidade da pena
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem-se o ar- A personalidade da pena encontra respaldo no artigo 5º, XLV,
tigo 5º, XL, CF: CF:
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para benefi- Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa do con-
ciar o réu. denado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos suces-
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da anteriori- sores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
dade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha definido um fato transferido.
como crime e dado certo tratamento penal a este fato (ex.: pena de
detenção ou reclusão, tempo de pena, etc.) antes que ele ocorra; O princípio da personalidade encerra o comando de o crime
por outro lado, se vier uma lei posterior ao fato que o exclua do rol ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu turno, a úni-
de crimes ou que confira tratamento mais benéfico (diminuindo a ca pessoa passível de sofrer a sanção. Seria flagrante a injustiça se
pena ou alterando o regime de cumprimento, notadamente), ela fosse possível alguém responder pelos atos ilícitos de outrem: caso
será aplicada. Restam consagrados tanto o princípio da irretroati- contrário, a reação, ao invés de restringir-se ao malfeitor, alcançaria
vidade da lei penal in pejus quanto o da retroatividade da lei penal inocentes. Contudo, se uma pessoa deixou patrimônio e faleceu,
mais benéfica. este patrimônio responderá pelas repercussões financeiras do ilí-
cito.
Menções específicas a crimes
O artigo 5º, XLI, CF estabelece: Individualização da pena
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação atentató- A individualização da pena tem por finalidade concretizar o
ria dos direitos e liberdades fundamentais. princípio de que a responsabilização penal é sempre pessoal, de-
Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao princí- vendo assim ser aplicada conforme as peculiaridades do agente.
pio da igualdade numa concepção ampla, razão pela qual práticas A primeira menção à individualização da pena se encontra no
discriminatórias não podem ser aceitas. No entanto, o constituinte artigo 5º, XLVI, CF:
entendeu por bem prever tratamento específico a certas práticas Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da pena e
criminosas. adotará, entre outras, as seguintes:
Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF: a) privação ou restrição da liberdade;
Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime inafian- b) perda de bens;
çável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. c) multa;
d) prestação social alternativa;
A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes resul- e) suspensão ou interdição de direitos.
tantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles não cabe fiança
Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve ser in-
(pagamento de valor para deixar a prisão provisória) e não se aplica
dividualizada nos planos legislativo, judiciário e executório, evitan-
o instituto da prescrição (perda de pretensão de se processar/punir
do-se a padronização a sanção penal. A individualização da pena
uma pessoa pelo decurso do tempo).
significa adaptar a pena ao condenado, consideradas as caracterís-
Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF:
ticas do agente e do delito.
Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafiançáveis e in-
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe, com
suscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito
maior ou menor intensidade, a liberdade do condenado, consis-
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
tente em permanecer em algum estabelecimento prisional, por um
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os execu- determinado tempo.
tores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição do pa-
trimônio do indivíduo delituoso.
Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes termos: a A prestação social alternativa corresponde às penas restritivas
anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente de direitos, autônomas e substitutivas das penas privativas de liber-
a punibilidade, a graça e o indulto apenas extinguem a punibilidade, dade, estabelecidas no artigo 44 do Código Penal.
podendo ser parciais; a anistia, em regra, atinge crimes políticos, a Por seu turno, a individualização da pena deve também se fazer
graça e o indulto, crimes comuns; a anistia pode ser concedida pelo presente na fase de sua execução, conforme se depreende do artigo
Poder Legislativo, a graça e o indulto são de competência exclusiva 5º, XLVIII, CF:

45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabelecimen- Respeito à integridade do preso
tos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo Prevê o artigo 5º, XLIX, CF:
do apenado. Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito à integri-
dade física e moral.
A distinção do estabelecimento conforme a natureza do delito Obviamente, o desrespeito à integridade física e moral do pre-
visa impedir que a prisão se torne uma faculdade do crime. Infeliz- so é uma violação do princípio da dignidade da pessoa humana.
mente, o Estado não possui aparato suficiente para cumprir tal di- Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade estão
retiva, diferenciando, no máximo, o nível de segurança das prisões. mencionados no próprio artigo 5º da Constituição Federal. Em pri-
meiro lugar, tem-se a vedação da tortura e de tratamentos desu-
Quanto à idade, destacam-se as Fundações Casas, para cumpri- manos e degradantes (artigo 5º, III, CF), o que vale na execução da
mento de medida por menores infratores. Quanto ao sexo, prisões pena.
costumam ser exclusivamente para homens ou para mulheres. No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
Também se denota o respeito à individualização da pena nesta Artigo 5º, LVIII, CF.O civilmente identificado não será subme-
faceta pelo artigo 5º, L, CF: tido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas condições
para que possam permanecer com seus filhos durante o período Se uma pessoa possui identificação civil, não há porque fazer
de amamentação. identificação criminal, colhendo digitais, fotos, etc. Pensa-se que se-
ria uma situação constrangedora desnecessária ao suspeito, sendo
Preserva-se a individualização da pena porque é tomada a con- assim, violaria a integridade moral.
dição peculiar da presa que possui filho no período de amamenta-
ção, mas também se preserva a dignidade da criança, não a afastan- Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
do do seio materno de maneira precária e impedindo a formação de Estabelece o artigo 5º, LIV, CF:
vínculo pela amamentação. Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal.
Vedação de determinadas penas
O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de penas, Pelo princípio do devido processo legal a legislação deve ser
consoante ao artigo 5º, XLVII, CF: respeitada quando o Estado pretender punir alguém judicialmente.
Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas: Logo, o procedimento deve ser livre de vícios e seguir estritamente
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do a legislação vigente, sob pena de nulidade processual.
art. 84, XIX; Surgem como corolário do devido processo legal o contraditó-
b) de caráter perpétuo; rio e a ampla defesa, pois somente um procedimento que os garan-
c) de trabalhos forçados; ta estará livre dos vícios. Neste sentido, o artigo 5º, LV, CF:
d) de banimento;
e) cruéis. Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou admi-
nistrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório
Em resumo, o inciso consolida o princípio da humanidade, pelo e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar sanções que atinjam
a dignidade da pessoa humana ou que lesionem a constituição físi- O devido processo legal possui a faceta formal, pela qual se
co-psíquica dos condenados”. deve seguir o adequado procedimento na aplicação da lei e, sendo
Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o consti- assim, respeitar o contraditório e a ampla defesa. Não obstante, o
tuinte não estabeleceu uma total vedação, autorizando-a nos casos devido processo legal tem sua faceta material que consiste na to-
de guerra declarada. Obviamente, deve-se respeitar o princípio da mada de decisões justas, que respeitem os parâmetros da razoabili-
anterioridade da lei, ou seja, a legislação deve prever a pena de dade e da proporcionalidade.
morte ao fato antes dele ser praticado. No ordenamento brasilei-
ro, este papel é cumprido pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei nº Vedação de provas ilícitas
1.001/1969), que prevê a pena de morte a ser executada por fuzi- Conforme o artigo 5º, LVI, CF:
lamento nos casos tipificados em seu Livro II, que aborda os crimes Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as provas ob-
militares em tempo de guerra. tidas por meios ilícitos.
Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quaisquer cir-
cunstâncias as penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao artigo 157 do
de banimento e cruéis. CPP, são as obtidas em violação a normas constitucionais ou legai,
No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar que o tra- ou seja, prova ilícita é a que viola regra de direito material, constitu-
balho obrigatório não é considerado um tratamento contrário à cional ou legal, no momento da sua obtenção. São vedadas porque
dignidade do recluso, embora o trabalho forçado o seja. O trabalho não se pode aceitar o descumprimento do ordenamento para fazê-
é obrigatório, dentro das condições do apenado, não podendo ser -lo cumprir: seria paradoxal.
cruel ou menosprezar a capacidade física e intelectual do condena-
do; como o trabalho não existe independente da educação, cabe in- Presunção de inocência
centivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo porque o trabalho Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII:
deve se aproximar da realidade do mundo externo, será remunera- Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado até o
do; além disso, condições de dignidade e segurança do trabalhador, trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
como descanso semanal e equipamentos de proteção, deverão ser Consolida-se o princípio da presunção de inocência, pelo qual
respeitados. uma pessoa não é culpada até que, em definitivo, o Judiciário assim
decida, respeitados todos os princípios e garantias constitucionais.

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Ação penal privada subsidiária da pública Indenização por erro judiciário
Nos termos do artigo 5º, LIX, CF: A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário encon-
Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos crimes de tra-se no artigo 5º, LXXV, CF:
ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado por erro
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na
A chamada ação penal privada subsidiária da pública encontra sentença.
respaldo constitucional, assegurando que a omissão do poder pú-
blico na atividade de persecução criminal não será ignorada, forne- Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação e jul-
cendo-se instrumento para que o interessado a proponha. gamento de um processo criminal, resultando em condenação de
alguém inocente. Neste caso, o Estado indenizará. Ele também in-
Prisão e liberdade denizará uma pessoa que ficar presa além do tempo que foi conde-
O constituinte confere espaço bastante extenso no artigo 5º nada a cumprir.
em relação ao tratamento da prisão, notadamente por se tratar de
ato que vai contra o direito à liberdade. Obviamente, a prisão não 5) Direitos fundamentais implícitos
é vedada em todos os casos, porque práticas atentatórias a direitos Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Federal:
fundamentais implicam na tipificação penal, autorizando a restrição Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta Cons-
da liberdade daquele que assim agiu. tituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repúbli-
No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se: ca Federativa do Brasil seja parte.
Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em flagrante de-
lito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária Daí se depreende que os direitos ou garantias podem estar
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime pro- expressos ou implícitos no texto constitucional. Sendo assim, o rol
priamente militar, definidos em lei. enumerado nos incisos do artigo 5º é apenas exemplificativo, não
taxativo.
Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante delito (ne-
cessariamente antes do trânsito em julgado), ou em caráter tempo- 6) Tratados internacionais incorporados ao ordenamento in-
rário, provisório ou definitivo (as duas primeiras independente do terno
trânsito em julgado, preenchidos requisitos legais e a última pela Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garantias po-
irreversibilidade da condenação). dem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados internacionais
Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação ao juiz e à em que a República Federativa do Brasil seja parte”.
família ou pessoa indicada pelo preso:
Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local onde Para o tratado internacional ingressar no ordenamento jurídi-
se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente co brasileiro deve ser observado um procedimento complexo, que
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. exige o cumprimento de quatro fases: a negociação (bilateral ou
multilateral, com posterior assinatura do Presidente da República),
Não obstante, o preso deverá ser informado de todos os seus submissão do tratado assinado ao Congresso Nacional (que dará
direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo entrar em contato referendo por meio do decreto legislativo), ratificação do tratado
com sua família e com um advogado, conforme artigo 5º, LXIII, CF: (confirmação da obrigação perante a comunidade internacional) e
a promulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo[18].
Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus direitos, Notadamente, quando o constituinte menciona os tratados interna-
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a as- cionais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que tenham por fulcro
sistência da família e de advogado. ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou seja, tratado internacional
de direitos humanos.
Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF: O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originária na
Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação dos res- Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia dos direitos
ponsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial. humanos, desde logo consagrando o princípio da primazia dos di-
reitos humanos, como reconhecido pela doutrina e jurisprudência
Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata do de- majoritários na época. “O princípio da primazia dos direitos huma-
poimento do interrogatório são assinados pelas autoridades envol- nos nas relações internacionais implica em que o Brasil deve incor-
vidas nas práticas destes atos procedimentais. porar os tratados quanto ao tema ao ordenamento interno brasi-
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para que a leiro e respeitá-los. Implica, também em que as normas voltadas à
prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento, tanto que as- proteção da dignidade em caráter universal devem ser aplicadas no
sim prevê o artigo 5º, LXV, CF: Brasil em caráter prioritário em relação a outras normas”[19].
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente relaxada Regra geral, os tratados internacionais comuns ingressam com
pela autoridade judiciária. força de lei ordinária no ordenamento jurídico brasileiro porque
somente existe previsão constitucional quanto à possibilidade da
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previsão do equiparação às emendas constitucionais se o tratado abranger ma-
artigo 5º, LXVI, CF: téria de direitos humanos.
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou nela man- Antes da emenda alterou o quadro quanto aos tratados de di-
tido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. reitos humanos, era o que acontecia, mas isso não significa que tais
direitos eram menos importantes devido ao princípio da primazia e
Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido ao prin- ao reconhecimento dos direitos implícitos.
cípio da presunção de inocência, entende-se que ela não deve ser Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucional nº
mantida presa quando não preencher os requisitos legais para pri- 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição Federal, de
são preventiva ou temporária. modo que os tratados internacionais de direitos humanos foram

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
equiparados às emendas constitucionais, desde que houvesse a Habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção
aprovação do tratado em cada Casa do Congresso Nacional e ob- e habeas data
tivesse a votação em dois turnos e com três quintos dos votos dos Remédios constitucionais são as espécies de ações judiciárias
respectivos membros: que visam proteger os direitos fundamentais reconhecidos no texto
constitucional quando a declaração e a garantia destes não se mos-
Art. 5º, § 3º, CF. Os tratados e convenções internacionais sobre trar suficiente. Assim, o Poder Judiciário será acionado para sanar
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congres- o desrespeito a estes direitos fundamentais, servindo cada espécie
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec- de ação para uma forma de violação.
tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Habeas Corpus
Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de direi- No que tange à disciplina do habeas corpus, prevê a Constitui-
tos humanos que ingressarem no ordenamento jurídico brasileiro, ção em seu artigo 5º, LXVIII:
versando sobre matéria de direitos humanos, irão passar por um Artigo 5º, LXVIII, CF. Conceder-se-á habeas corpus sempre que
processo de aprovação semelhante ao da emenda constitucional. alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à possi- em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
bilidade de considerar como hierarquicamente constitucional os
tratados internacionais de direitos humanos que ingressaram no Trata-se de ação gratuita, nos termos do artigo 5º, LXXVII, CF.
ordenamento jurídico brasileiro anteriormente ao advento da re- a) Antecedentes históricos: A Magna Carta inglesa, de 1215, foi
ferida emenda. Tal discussão se deu com relação à prisão civil do o primeiro documento a mencionar este remédio eo Habeas Corpus
depositário infiel, prevista como legal na Constituição e ilegal no Act, de 1679, o regulamentou.
Pacto de São José da Costa Rica (tratado de direitos humanos apro- b) Escopo: ação que serve para proteger a liberdade de lo-
vado antes da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal Federal comoção. Antes de haver proteção no Brasil por outros remédios
firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de direitos constitucionais de direitos que não este, o habeas-corpus foi utiliza-
humanos anterior à Emenda (estaria numa posição que paralisaria a do para protegê-los. Hoje, apenas serve à lesão ou ameaça de lesão
eficácia da lei infraconstitucional, mas não revogaria a Constituição ao direito de ir e vir.
no ponto controverso). c) Natureza jurídica: ação constitucional de cunho predominan-
temente penal, pois protege o direito de ir e vir e vai contra a restri-
7) Tribunal Penal Internacional ção arbitrária da liberdade.
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: d) Espécies: preventivo, para os casos de ameaça de violação
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal ao direito de ir e vir, conferindo-se um “salvo conduto”, ou repressi-
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. vo, para quando ameaça já tiver se materializado.
e) Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode manejá-lo, em
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi promul- próprio nome ou de terceiro, bem como o Ministério Público (ar-
gado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de setembro de 2002. tigo 654, CPP). Impetrante é o que ingressa com a ação e paciente
Ele contém 128 artigos e foi elaborado em Roma, no dia 17 de julho é aquele que está sendo vítima da restrição à liberdade de loco-
de 1998, regendo a competência e o funcionamento deste Tribu- moção. As duas figuras podem se concentrar numa mesma pessoa.
nal voltado às pessoas responsáveis por crimes de maior gravidade f) Legitimidade passiva: pessoa física, agente público ou priva-
com repercussão internacional (artigo 1º, ETPI). do.
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição g) Competência: é determinada pela autoridade coatora, sen-
é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional compete o pro- do a autoridade imediatamente superior a ela. Ex.: Delegado de
cesso e julgamento de violações contra indivíduos; e, distintamente Polícia é autoridade coatora, propõe na Vara Criminal Estadual; Juiz
dos Tribunais de crimes de guerra da Iugoslávia e de Ruanda, cria- de Direito de uma Vara Criminal é a autoridade coatora, impetra no
dos para analisarem crimes cometidos durante esses conflitos, sua Tribunal de Justiça.
jurisdição não está restrita a uma situação específica”. h) Conceito de coação ilegal: encontra-se no artigo 648, CPP:
Resume Mello: “a Conferência das Nações Unidas sobre a cria-
ção de uma Corte Criminal Internacional, reunida em Roma, em Artigo 648, CPP. A coação considerar-se-á ilegal:
1998, aprovou a referida Corte. Ela é permanente. Tem sede em I - quando não houver justa causa;
Haia. II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que deter-
A corte tem personalidade internacional. Ela julga: mina a lei;
a) crime de genocídio; III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para
b) crime contra a humanidade; fazê-lo;
c) crime de guerra; IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
d) crime de agressão. V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos
em que a lei a autoriza;
Para o crime de genocídio usa a definição da convenção de VI - quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando
1948. Como crimes contra a humanidade são citados: assassinato, extinta a punibilidade.
escravidão, prisão violando as normas internacionais, violação tor-
tura, apartheid, escravidão sexual, prostituição forçada, esteriliza- i) Procedimento: regulamentado nos artigos 647 a 667 do Có-
ção, etc. São crimes de guerra: homicídio internacional, destruição digo de Processo Penal.
de bens não justificada pela guerra, deportação, forçar um prisio-
neiro a servir nas forças inimigas, etc.”. Habeas Data
O artigo 5º, LXXII, CF prevê:
Artigo 5º, LXXII, CF. Conceder-se-á habeas data:

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à g) Legitimidade passiva: A autoridade coatora deve ser autori-
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados dade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribui-
de entidades governamentais ou de caráter público; ções do Poder Público. Neste viés, o art. 6º, §3º, Lei nº 12.016/09,
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo preceitua que “considera-se autoridade coatora aquela que tenha
por processo sigiloso, judicial ou administrativo. praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua
prática”.
Tal como o habeas corpus, trata-se de ação gratuita (artigo 5º, h) Competência: Fixada de acordo com a autoridade coatora.
LXXVII, CF). i) Regulamentação específica: Lei nº 12.016, de 07 de agosto
a) Antecedente histórico: Freedom of Information Act, de 1974. de 2009.
b) Escopo: proteção do acesso a informações pessoais constantes j) Procedimento: artigos 6º a 19 da Lei nº 12.016/09.
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público, para o conhecimento ou retificação (correção). Mandado de segurança coletivo
c) Natureza jurídica: ação constitucional que tutela o acesso a A Constituição Federal prevê a possibilidade de ingresso com
informações pessoais. mandado de segurança coletivo, consoante ao artigo 5º, LXX:
d) Legitimidade ativa: pessoa física, brasileira ou estrangeira, Artigo 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo pode ser
ou por pessoa jurídica, de direito público ou privado, tratando-se impetrado por:
de ação personalíssima – os dados devem ser a respeito da pessoa a) partido político com representação no Congresso Nacional;
que a propõe. b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
e) Legitimidade passiva: entidades governamentais da Admi- mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
nistração Pública Direta e Indireta nas três esferas, bem como insti- defesa dos interesses de seus membros ou associados.
tuições, órgãos, entidades e pessoas jurídicas privadas prestadores
de serviços de interesse público que possuam dados relativos à pes- a) Origem: Constituição Federal de 1988.
soa do impetrante. b) Escopo: preservação ou reparação de direito líquido e certo
f) Competência: Conforme o caso, nos termos da Constituição, relacionado a interesses transindividuais (individuais homogêneos
do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “d”), do Superior Tribunal ou coletivos), e devido à questão da legitimidade ativa, pertencente
de Justiça (art. 105, I, “b”), dos Tribunais Regionais Federais (art. a partidos políticos e determinadas associações.
108, I, “c”), bem como dos juízes federais (art. 109, VIII). c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza civil, inde-
g) Regulamentação específica: Lei nº 9.507, de 12 de novembro pendente da natureza do ato, de caráter coletivo.
de 1997. d) Objeto: o objeto do mandado de segurança coletivo são os
h) Procedimento: artigos 8º a 19 da Lei nº 9.507/1997. direitos coletivos e os direitos individuais homogêneos. Tal instituto
não se presta à proteção dos direitos difusos, conforme posiciona-
Mandado de segurança individual mento amplamente majoritário, já que, dada sua difícil individuali-
Dispõe a Constituição no artigo 5º, LXIX: zação, fica improvável a verificação da ilegalidade ou do abuso do
Artigo 5º, LXIX, CF. Conceder-se-á mandado de segurança para poder sobre tal direito (art. 21, parágrafo único, Lei nº 12.016/09).
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas-corpus e) Legitimidade ativa: como se extrai da própria disciplina cons-
ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso titucional, aliada ao artigo 21 da Lei nº 12.016/09, é de partido
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no político com representação no Congresso Nacional, bem como de
exercício de atribuições do Poder Público. organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em
a) Origem: Veio com a finalidade de preencher a lacuna decor- defesa de direitos líquidos e certos que atinjam diretamente seus
rente da sistemática do habeas corpus e das liminares possessórias. interesses ou de seus membros.
b) Escopo: Trata-se de remédio constitucional com natureza f) Disciplina específica na Lei nº 12.016/09:
subsidiária pelo qual se busca a invalidação de atos de autoridade
ou a suspensão dos efeitos da omissão administrativa, geradores Art. 22, Lei nº 12.016/09. No mandado de segurança coletivo,
de lesão a direito líquido e certo, por ilegalidade ou abuso de po- a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo
der. São protegidos todos os direitos líquidos e certos à exceção da ou categoria substituídos pelo impetrante.
proteção de direitos humanos à liberdade de locomoção e ao aces- § 1ºO mandado de segurança coletivo não induz litispendência
so ou retificação de informações relativas à pessoa do impetrante, para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não be-
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governa- neficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desis-
mentais ou de caráter público, ambos sujeitos a instrumentos es- tência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a
pecíficos. contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.
c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza civil, inde- § 2ºNo mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá
pendente da natureza do ato impugnado (administrativo, jurisdicio- ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa
nal, eleitoral, criminal, trabalhista). jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72
d) Espécies: preventivo, quando se estiver na iminência de vio- (setenta e duas) horas.
lação a direito líquido e certo, ou reparatório, quando já consumado
o abuso/ilegalidade. Mandado de Injunção
e) Direito líquido e certo: é aquele que pode ser demonstra- Regulamenta o artigo 5º, LXXI, CF:
do de plano mediante prova pré-constituída, sem a necessidade Artigo 5º, LXXI, CF. Conceder-se-á mandado de injunção sem-
de dilação probatória, isto devido à natureza célere e sumária do pre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
procedimento. dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas ineren-
f) Legitimidade ativa: a mais ampla possível, abrangendo não
tes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
só a pessoa física como a jurídica, nacional ou estrangeira, residente
ou não no Brasil, bem como órgãos públicos despersonalizados e
universalidades/pessoas formais reconhecidas por lei.

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
a) Escopo: os dois requisitos constitucionais para que seja pro- 1) Direitos sociais
posto o mandado de injunção são a existência de norma constitu- A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no capítulo II
cional de eficácia limitada que prescreva direitos, liberdades cons- a categoria dos direitos sociais, em sua maioria normas programá-
titucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e ticas e que necessitam de uma postura interventiva estatal em prol
à cidadania; além da falta de norma regulamentadores, impossibili- da implementação.
tando o exercício dos direitos, liberdades e prerrogativas em ques- Os direitos assegurados nesta categoria encontram menção ge-
tão. Assim, visa curar o hábito que se incutiu no legislador brasileiro nérica no artigo 6º, CF:
de não regulamentar as normas de eficácia limitada para que elas Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,
não sejam aplicáveis. o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ-
b) Natureza jurídica: ação constitucional que objetiva a regula- dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
mentação de normas constitucionais de eficácia limitada. aos desamparados, na forma desta Constituição.
c) Legitimidade ativa: qualquer pessoa, nacional ou estrangei- rata-se de desdobramento da perspectiva do Estado Social de
ra, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titularize direito funda- Direito. Em suma, são elencados os direitos humanos de 2ª dimen-
mental não materializável por omissão legislativa do Poder público, são, notadamente conhecidos como direitos econômicos, sociais
bem como o Ministério Público na defesa de seus interesses insti- e culturais. Em resumo, os direitos sociais envolvem prestações
tucionais. Não se aceita a legitimidade ativa de pessoas jurídicas de positivas do Estado (diferente dos de liberdade, que referem-se à
direito público. postura de abstenção estatal), ou seja, políticas estatais que visem
d) Competência: Supremo Tribunal Federal, quando a elabo- consolidar o princípio da igualdade não apenas formalmente, mas
ração de norma regulamentadora for atribuição do Presidente da materialmente (tratando os desiguais de maneira desigual).
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Por seu turno, embora no capítulo específico do Título II que
Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do aborda os direitos sociais não se perceba uma intensa regulamen-
Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do tação destes, à exceção dos direitos trabalhistas, o Título VIII da
próprio Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, CF); ao Superior Constituição Federal, que aborda a ordem social, se concentra em
Tribunal de Justiça, quando a elaboração da norma regulamenta- trazer normativas mais detalhadas a respeitos de direitos indicados
dora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da como sociais.
administração direta ou indireta, excetuados os casos da compe-
tência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, 1.1) Direito individual do trabalho
da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal (art. O artigo 7º da Constituição enumera os direitos individuais dos
105, I, “h”, CF); ao Tribunal Superior Eleitoral, quando as decisões trabalhadores urbanos e rurais. São os direitos individuais tipica-
dos Tribunais Regionais Eleitorais denegarem habeas corpus, man- mente trabalhistas, mas que não excluem os demais direitos funda-
dado de segurança, habeas data ou mandado de injunção (art. 121, mentais (ex.: honra é um direito no espaço de trabalho, sob pena de
§4º, V, CF); e aos Tribunais de Justiça Estaduais, frente aos entes a se incidir em prática de assédio moral).
ele vinculados. Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra despedi-
e) Procedimento: Regulamentado pela Lei nº 13.300/2016. da arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar,
que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos.
Ação Popular Significa que a demissão, se não for motivada por justa causa,
Prevê o artigo 5º, LXXIII, CF: assegura ao trabalhador direitos como indenização compensatória,
Artigo 5º, LXXIII, CF. Qualquer cidadão é parte legítima para entre outros, a serem arcados pelo empregador.
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio pú- Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de desemprego
blico ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade admi- involuntário.
nistrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida do empre-
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais gador, o trabalhador que fique involuntariamente desempregado –
e do ônus da sucumbência. entendendo-se por desemprego involuntário o que tenha origem
a) Origem: Constituição Federal de 1934. num acordo de cessação do contrato de trabalho – tem direito ao
b) Escopo: é instrumento de exercício direto da democracia, seguro-desemprego, a ser arcado pela previdência social, que tem
permitindo ao cidadão que busque a proteção da coisa pública, ou o caráter de assistência financeira temporária.
seja, que vise assegurar a preservação dos interesses transindivi-
duais. Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de serviço.
c) Natureza jurídica: trata-se de ação constitucional, que visa Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para proteger o tra-
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o balhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de contas
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o em-
ao patrimônio histórico e cultural pregador efetua o primeiro depósito. O saldo da conta vinculada
d) Legitimidade ativa: deve ser cidadão, ou seja, aquele nacio- é formado pelos depósitos mensais efetivados pelo empregador,
nal que esteja no pleno gozo dos direitos políticos.
equivalentes a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de
e) Legitimidade passiva: ente da Administração Pública, direta
atualização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador tem a
ou indireta, ou então pessoa jurídica que de algum modo lide com
oportunidade de formar um patrimônio, que pode ser sacado em
a coisa pública.
momentos especiais, como o da aquisição da casa própria ou da
f) Competência: Será fixada de acordo com a origem do ato ou
aposentadoria e em situações de dificuldades, que podem ocorrer
omissão a serem impugnados (artigo 5º, Lei nº 4.717/65).
com a demissão sem justa causa ou em caso de algumas doenças
g) Regulamentação específica: Lei nº 4.717, de 29 de junho de
graves.
1965.
Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
h) Procedimento: artigos 7º a 19, Lei nº 4.717/65.
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às
de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resultados, des-
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na
vinculação para qualquer fim. gestão da empresa, conforme definido em lei.
Trata-se de uma visível norma programática da Constituição A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é conhecida
que tem por pretensão um salário mínimo que atenda a todas as também por Programa de Participação nos Resultados (PPR), está
necessidades básicas de uma pessoa e de sua família. Em pesquisa prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde a Lei nº
que tomou por parâmetro o preceito constitucional, detectou-se 10.101, de 19 de dezembro de 2000. Ela funciona como um bônus,
que “o salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de que é ofertado pelo empregador e negociado com uma comissão de
R$ 2.892,47 em abril para que ele suprisse suas necessidades bá- trabalhadores da empresa. A CLT não obriga o empregador a forne-
sicas e da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 07, cer o benefício, mas propõe que ele seja utilizado.
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco-
nômicos (Dieese)” . Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do dependente
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.
Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e à com- Salário-família é o benefício pago na proporção do respectivo
plexidade do trabalho. número de filhos ou equiparados de qualquer condição até a idade
Cada trabalhador, dentro de sua categoria de emprego, seja de quatorze anos ou inválido de qualquer idade, independente de
ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário, construtor civil, carência e desde que o salário-de-contribuição seja inferior ou igual
enfermeiro, recebe um salário base, chamado de Piso Salarial, que ao limite máximo permitido. De acordo com a Portaria Interminis-
é sua garantia de recebimento dentro de seu grau profissional. O terial MPS/MF nº 19, de 10/01/2014, valor do salário-família será
Valor do Piso Salarial é estabelecido em conformidade com a data de R$ 35,00, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, para
base da categoria, por isso ele é definido em conformidade com um quem ganhar até R$ 682,50. Já para o trabalhador que receber de
acordo, ou ainda com um entendimento entre patrão e trabalhador. R$ 682,51 até R$ 1.025,81, o valor do salário-família por filho de até
14 anos de idade ou inválido de qualquer idade será de R$ 24,66.
Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não superior a
convenção ou acordo coletivo. oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a com-
pensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão redução convenção coletiva de trabalho.
implique num prejuízo maior, por exemplo, demissão em massa du- Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraordinário su-
rante uma crise, situações que devem ser negociadas em conven- perior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal.
ção ou acordo coletivo. A legislação trabalhista vigente estabelece que a duração nor-
Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, mal do trabalho, salvo os casos especiais, é de 8 (oito) horas diárias
para os que percebem remuneração variável. e 44 (quarenta e quatro) semanais, no máximo. Todavia, poderá a
O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores, mesmo jornada diária de trabalho dos empregados maiores ser acrescida
daqueles que recebem remuneração variável (ex.: baseada em co- de horas suplementares, em número não excedentes a duas, no
missões por venda e metas); máximo, para efeito de serviço extraordinário, mediante acordo
Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na remune- individual, acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença norma-
ração integral ou no valor da aposentadoria. tiva. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade imperiosa, poderá
Também conhecido como gratificação natalina, foi instituída no ser prorrogada além do limite legalmente permitido. A remunera-
Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o trabalhador receba o ção do serviço extraordinário, desde a promulgação da Constituição
correspondente a 1/12 (um doze avos) da remuneração por mês Federal, deverá constar, obrigatoriamente, do acordo, convenção
trabalhado, ou seja, consiste no pagamento de um salário extra ao ou sentença normativa, e será, no mínimo, 50% (cinquenta por cen-
trabalhador e ao aposentado no final de cada ano. to) superior à da hora normal.

Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno superior à Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o trabalho rea-
do diurno. lizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
O adicional noturno é devido para o trabalho exercido durante coletiva.
a noite, de modo que cada hora noturna sofre a redução de 7 mi- O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 horas para
nutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acréscimo de 12,5% sobre o os turnos ininterruptos de revezamento, expressamente ressalvan-
valor da hora diurna. Considera-se noturno, nas atividades urbanas, do a hipótese de negociação coletiva, objetivou prestigiar a atuação
o trabalho realizado entre as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do da entidade sindical. Entretanto, a jurisprudência evoluiu para uma
dia seguinte; nas atividades rurais, é considerado noturno o traba- interpretação restritiva de seu teor, tendo como parâmetro o fato
lho executado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas de que o trabalho em turnos ininterruptos é por demais desgastan-
do dia seguinte; e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 horas do te, penoso, além de trazer malefícios de ordem fisiológica para o
dia seguinte. trabalhador, inclusive distúrbios no âmbito psicossocial já que difi-
Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei, constituin- culta o convívio em sociedade e com a própria família.
do crime sua retenção dolosa.
Quanto ao possível crime de retenção de salário, não há no Có- Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, preferencial-
digo Penal brasileiro uma norma que determina a ação de retenção mente aos domingos.
de salário como crime. Apesar do artigo 7º, X, CF dizer que é crime O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e quatro) ho-
a retenção dolosa de salário, o dispositivo é norma de eficácia limi- ras consecutivas, devendo ser concedido preferencialmente aos
tada, pois depende de lei ordinária, ainda mais porque qualquer domingos, sendo garantido a todo trabalhador urbano, rural ou
norma penal incriminadora é regida pela legalidade estrita (artigo doméstico. Havendo necessidade de trabalho aos domingos, desde
5º, XXXIX, CF). que previamente autorizados pelo Ministério do Trabalho, aos tra-

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
balhadores é assegurado pelo menos um dia de repouso semanal Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as ativida-
remunerado coincidente com um domingo a cada período, depen- des penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.
dendo da atividade (artigo 67, CLT).
Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, molesto,
Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas com, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que não é peri-
pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. goso ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção e vigilância acima
O salário das férias deve ser superior em pelo menos um terço do comum. Ainda não há na legislação específica previsão sobre o
ao valor da remuneração normal, com todos os adicionais e benefí- adicional de penosidade.
cios aos quais o trabalhador tem direito. A cada doze meses de tra- São consideradas atividades ou operações insalubres as que se
balho – denominado período aquisitivo – o empregado terá direito desenvolvem excesso de limites de tolerância para: ruído contínuo
a trinta dias corridos de férias, se não tiver faltado injustificadamen- ou intermitente, ruídos de impacto, exposição ao calor e ao frio,
te mais de cinco vezes ao serviço (caso isso ocorra, os dias das férias radiações, certos agentes químicos e biológicos, vibrações, umi-
serão diminuídos de acordo com o número de faltas). dade, etc. O exercício de trabalho em condições de insalubridade
Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo do empre- assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre
go e do salário, com a duração de cento e vinte dias. o salário base do empregado (súmula 228 do TST), ou previsão
O salário da trabalhadora em licença é chamado de salário-ma- mais benéfica em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalente a
ternidade, é pago pelo empregador e por ele descontado dos re- 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 20%
colhimentos habituais devidos à Previdência Social. A trabalhadora (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; 10% (dez por
pode sair de licença a partir do último mês de gestação, sendo que cento), para insalubridade de grau mínimo.
o período de licença é de 120 dias. A Constituição também garante O adicional de periculosidade é um valor devido ao emprega-
que, do momento em que se confirma a gravidez até cinco meses do exposto a atividades perigosas. São consideradas atividades ou
após o parto, a mulher não pode ser demitida. operações perigosas, aquelas que, por sua natureza ou métodos
de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição
Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fixados em permanente do trabalhador a inflamáveis, explosivos ou energia
lei. elétrica; e a roubos ou outras espécies de violência física nas ativi-
dades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. O valor do
O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade para es- adicional de periculosidade será o salário do empregado acrescido
tar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a mãe nos pro- de 30%, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
cessos pós-operatórios. participações nos lucros da empresa.
Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da mulher, O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem entendimento
mediante incentivos específicos, nos termos da lei. unânime sobre a possibilidade de cumulação destes adicionais.

Embora as mulheres sejam maioria na população de 10 anos Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria.
ou mais de idade, elas são minoria na população ocupada, mas A aposentadoria é um benefício garantido a todo trabalhador
estão em maioria entre os desocupados. Acrescenta-se ainda, que brasileiro que pode ser usufruído por aquele que tenha contribuído
elas são maioria também na população não economicamente ativa. ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) pelos prazos esti-
Além disso, ainda há relevante diferença salarial entre homens e pulados nas regras da Previdência Social e tenha atingido as idades
mulheres, sendo que os homens recebem mais porque os empre- mínimas previstas. Aliás, o direito à previdência social é considera-
gadores entendem que eles necessitam de um salário maior para do um direito social no próprio artigo 6º, CF.
manter a família. Tais disparidades colocam em evidência que o Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e dependen-
mercado de trabalho da mulher deve ser protegido de forma es- tes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e
pecial. pré-escolas.
Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias com mais
Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tempo de servi- de 16 anos tem a obrigação de oferecer um espaço físico para que
ço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei. as mães deixem o filho de 0 a 6 meses, enquanto elas trabalham.
Caso não ofereçam esse espaço aos bebês, a empresa é obrigada a
Nas relações de emprego, quando uma das partes deseja res- dar auxílio-creche a mulher para que ela pague uma creche para o
cindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por prazo indetermi- bebê de até 6 meses. O valor desse auxílio será determinado con-
nado, deverá, antecipadamente, notificar à outra parte, através do forme negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou con-
aviso prévio. O aviso prévio tem por finalidade evitar a surpresa na venção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias registradas
ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao empregador o não tem obrigação de conceder o benefício. É facultativo (ela pode
preenchimento do cargo vago e ao empregado uma nova colocação oferecer ou não). Existe a possibilidade de o benefício ser estendido
no mercado de trabalho, sendo que o aviso prévio pode ser traba- até os 6 anos de idade e incluir o trabalhador homem. A duração
lhado ou indenizado. do auxílio-creche e o valor envolvido variarão conforme negociação
coletiva na empresa.
Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao trabalho, Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e acordos
por meio de normas de saúde, higiene e segurança. coletivos de trabalho.
Neste dispositivo se funda o direito coletivo do trabalho, que
Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente do tra- encontra regulamentação constitucional nos artigo 8º a 11 da Cons-
balho salubre. Fiorillo destaca que o equilíbrio do meio ambiente tituição. Pelas convenções e acordos coletivos, entidades represen-
do trabalho está sedimentado na salubridade e na ausência de tativas da categoria dos trabalhadores entram em negociação com
agentes que possam comprometer a incolumidade físico-psíquica as empresas na defesa dos interesses da classe, assegurando o res-
dos trabalhadores. peito aos direitos sociais;

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação, na forma Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre trabalho ma-
da lei. nual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.
Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo homem, Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são igualmente
que pode ser feita, notadamente, qualificando o profissional para relevantes e contribuem todos para a sociedade, não cabendo a
exercer trabalhos que não possam ser desempenhados por uma desvalorização de um trabalho apenas por se enquadrar numa ou
máquina (ex.: se criada uma máquina que substitui o trabalhador, outra categoria.
deve ser ele qualificado para que possa operá-la). Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno, perigoso ou
Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de trabalho, a car- insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores
go do empregador, sem excluir a indenização a que este está obri- de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de qua-
gado, quando incorrer em dolo ou culpa. torze anos.
Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tratar do Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabelecendo-se
assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a definição de uma idade mínima para trabalho e proibindo-se o trabalho em con-
doenças e acidentes do trabalho. Não se trata de legislação espe- dições desfavoráveis.
cífica sobre o tema, mas sim de uma norma que dispõe sobre as Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o trabalhador
modalidades de benefícios da previdência social. Referida Lei, em com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
seu artigo 19 da preceitua que acidente do trabalho é o que ocorre Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias empresas,
pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores de mão-de-obra,
trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que possuindo os mesmos direitos que um trabalhador com vínculo em-
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, pregatício permanente.
da capacidade para o trabalho. A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como PEC das
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contribuição com domésticas, deu nova redação ao parágrafo único do artigo 7º:
natureza de tributo que as empresas pagam para custear benefícios Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à categoria dos
do INSS oriundos de acidente de trabalho ou doença ocupacional, trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII,
cobrindo a aposentadoria especial. A alíquota normal é de um, dois VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
ou três por cento sobre a remuneração do empregado, mas as em- XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
presas que expõem os trabalhadores a agentes nocivos químicos, simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais
físicos e biológicos precisam pagar adicionais diferenciados. Assim, e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas atualmente o Minis- des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
tério da Previdência Social pode alterar a alíquota se a empresa in- a sua integração à previdência social.
vestir na segurança do trabalho.
1.2) Direito coletivo do trabalho
Neste sentido, nada impede que a empresa seja responsabi-
Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos dos traba-
lizada pelos acidentes de trabalho, indenizando o trabalhador. Na
lhadores, que são os exercidos pelos trabalhadores, coletivamente
atualidade entende-se que a possibilidade de cumulação do benefí-
ou no interesse de uma coletividade, quais sejam: associação pro-
cio previdenciário, assim compreendido como prestação garantida
fissional ou sindical, greve, substituição processual, participação e
pelo Estado ao trabalhador acidentado (responsabilidade objetiva)
representação classista .
com a indenização devida pelo empregador em caso de culpa (res-
A liberdade de associação profissional ou sindical tem escopo
ponsabilidade subjetiva), é pacífica, estando amplamente difundida no artigo 8º, CF:
na jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho; Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindical, obser-
Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resultantes das vado o seguinte:
relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação
os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao
extinção do contrato de trabalho. Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela jurisdicio- II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em
nal para assegurar direitos violados. Sendo assim, há um período de qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econô-
tempo que o empregado tem para requerer seu direito na Justiça mica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalha-
do Trabalho. A prescrição trabalhista é sempre de 2 (dois) anos a dores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à
partir do término do contrato de trabalho, atingindo as parcelas re- área de um Município;
lativas aos 5 (cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coleti-
a vigência do contrato de trabalho. vos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários, de exercí- administrativas;
cio de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratan-
cor ou estado civil. do de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio
Há uma tendência de se remunerar melhor homens brancos do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in-
na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo patente a diferença dependentemente da contribuição prevista em lei;
remuneratória para com pessoas de diferente etnia, faixa etária ou V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
sexo. Esta distinção atenta contra o princípio da igualdade e não é sindicato;
aceita pelo constituinte, sendo possível inclusive invocar a equipa- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
ração salarial judicialmente. coletivas de trabalho;
Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discriminação no to- VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
cante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de organizações sindicais;
deficiência. VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par-
A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas limitações, tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação
possui condições de ingressar no mercado de trabalho e não pode sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
ser preterida meramente por conta de sua deficiência. mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga- A Convenção Americana sobre Direitos Humanos aprofunda-se
nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas em meios para garantir que toda pessoa tenha uma nacionalidade
as condições que a lei estabelecer. desde o seu nascimento ao adotar o critério do jus solis, explicitan-
O direito de greve, por seu turno, está previsto no artigo 9º, CF: do que ao menos a pessoa terá a nacionalidade do território onde
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos tra- nasceu, quando não tiver direito a outra nacionalidade por previ-
balhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os sões legais diversas.
interesses que devam por meio dele defender. “Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa humana.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um indivíduo não pode
sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. ficar ao mero capricho de um governo, de um governante, de um
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas poder despótico, de decisões unilaterais, concebidas sem regras
da lei. prévias, sem o contraditório, a defesa, que são princípios funda-
A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre o exer- mentais de todo sistema jurídico que se pretenda democrático. A
cício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o questão não pode ser tratada com relativismos, uma vez que é mui-
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá ou-
to séria” .
tras providências. Enquanto não for disciplinado o direito de greve
Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e internacional
dos servidores públicos, esta é a legislação que se aplica, segundo
a previsão do direito de asilo, consistente no direito de buscar abri-
o STF.
go em outro país quando naquele do qual for nacional estiver so-
frendo alguma perseguição. Tal perseguição não pode ter motivos
O direito de participação é previsto no artigo 10, CF:
Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos trabalhadores e legítimos, como a prática de crimes comuns ou de atos atentatórios
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus in- aos princípios das Nações Unidas, o que subverteria a própria fina-
teresses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão lidade desta proteção. Em suma, o que se pretende com o direito
e deliberação. de asilo é evitar a consolidação de ameaças a direitos humanos de
Por fim, aborda-se o direito de representação classista no ar- uma pessoa por parte daqueles que deveriam protegê-los – isto é,
tigo 11, CF: os governantes e os entes sociais como um todo –, e não proteger
Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos empregados, pessoas que justamente cometeram tais violações.
é assegurada a eleição de um representante destes com a finalida-
de exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os em- 2.2) Naturalidade e naturalização
pregadores. O artigo 12 da Constituição Federal estabelece quem são os na-
cionais brasileiros, dividindo-os em duas categorias: natos e natura-
2) Nacionalidade lizados. Percebe-se que naturalidade é diferente de nacionalidade
O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que vem a ser – naturalidade é apenas o local de nascimento, nacionalidade é um
corolário dos direitos políticos, já que somente um nacional pode efetivo vínculo com o Estado.
adquirir direitos políticos. Uma pessoa pode ser considerada nacional brasileira tanto por
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um indiví- ter nascido no território brasileiro quanto por voluntariamente se
duo a determinado Estado, fazendo com que ele passe a integrar o naturalizar como brasileiro, como se percebe no teor do artigo 12,
povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos e obrigações. CF. O estrangeiro, num conceito tomado à base de exclusão, é todo
Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo não é a aquele que não é nacional brasileiro.
mesma coisa que população. População é o conjunto de pessoas
residentes no país – inclui o povo, os estrangeiros residentes no país a) Brasileiros natos
e os apátridas. Art. 12, CF. São brasileiros:
I - natos:
2.1) Nacionalidade como direito humano fundamental a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
Os direitos humanos internacionais são completamente con- pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
trários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o indivíduo que país;
não possui o vínculo da nacionalidade com nenhum Estado. Logo, a b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei-
nacionalidade é um direito da pessoa humana, o qual não pode ser ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
privado de forma arbitrária. Não há privação arbitrária quando res- tiva do Brasil;
peitados os critérios legais previstos no texto constitucional no que c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra-
tange à perda da nacionalidade. Em outras palavras, o constituinte sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
brasileiro não admite a figura do apátrida. petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
Contudo, é exatamente por ser um direito que a nacionalidade optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
não pode ser uma obrigação, garantindo-se à pessoa o direito de nacionalidade brasileira.
deixar de ser nacional de um país e passar a sê-lo de outro, mu- Tradicionalmente, são possíveis dois critérios para a atribuição
dando de nacionalidade, por um processo conhecido como natu- da nacionalidade primária – nacional nato –, notadamente: ius soli,
ralização. direito de solo, o nacional nascido em território do país indepen-
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu ar- dentemente da nacionalidade dos pais; e ius sanguinis, direito de
tigo 15: sangue, que não depende do local de nascimento mas sim da des-
I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade. cendência de um nacional do país (critério comum em países que
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, tiveram êxodo de imigrantes).
nem do direito de mudar de nacionalidade”. O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce no terri-
tório brasileiro – critério do ius soli, ainda que filho de pais estran-
geiros, desde que não sejam estrangeiros que estejam a serviço de

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
seu país ou de organismo internacional (o que geraria um conflito c) Tratamento diferenciado
de normas). Contudo, também é possível ser brasileiro nato ainda A regra é que todo nacional brasileiro, seja ele nato ou natura-
que não se tenha nascido no território brasileiro. lizado, deverá receber o mesmo tratamento. Neste sentido, o artigo
No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro nato também 12, § 2º, CF:
pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer dos pais estiver a serviço Artigo 12, §2º, CF. A lei não poderá estabelecer distinção en-
do Brasil, é considerado brasileiro nato, mesmo que nasça em outro tre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
país. Se qualquer dos pais não estiverem a serviço do Brasil e a pes- Constituição.
soa nascer no exterior é exigido que o nascido do exterior venha ao
território brasileiro e aqui resida ou que tenha sido registrado em Percebe-se que a Constituição simultaneamente estabelece a
repartição competente, caso em que poderá, aos 18 anos, mani- não distinção e se reserva ao direito de estabelecer as hipóteses
festar-se sobre desejar permanecer com a nacionalidade brasileira de distinção.
ou não. Algumas destas hipóteses de distinção já se encontram enume-
radas no parágrafo seguinte.
b) Brasileiros naturalizados Artigo 12, § 3º, CF. São privativos de brasileiro nato os cargos:
Art. 12, CF. São brasileiros: [...] I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - naturalizados: II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, III - de Presidente do Senado Federal;
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi- IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; V - da carreira diplomática;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na VI - de oficial das Forças Armadas;
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup- VII - de Ministro de Estado da Defesa.
tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira. A lógica do dispositivo é a de que qualquer pessoa no exer-
cício da presidência da República ou de cargo que possa levar a
A naturalização deve ser voluntária e expressa. esta posição provisoriamente deve ser natural do país (ausente o
O Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6.815/1980, rege a questão da Presidente da República, seu vice-presidente desempenha o cargo;
naturalização em mais detalhes, prevendo no artigo 112: ausente este assume o Presidente da Câmara; também este ausen-
te, em seguida, exerce o cargo o Presidente do Senado; e, por fim,
Art. 112, Lei nº 6.815/1980. São condições para a concessão da o Presidente do Supremo pode assumir a presidência na ausência
naturalização: dos anteriores – e como o Presidente do Supremo é escolhido num
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; critério de revezamento nenhum membro pode ser naturalizado);
II - ser registrado como permanente no Brasil; ou a de que o cargo ocupado possui forte impacto em termos de
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo míni- representação do país ou de segurança nacional.
mo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de natu- Outras exceções são: não aceitação, em regra, de brasileiro na-
ralização; turalizado como membro do Conselho da República (artigos 89 e
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condi- 90, CF); impossibilidade de ser proprietário de empresa jornalística,
ções do naturalizando; de radiodifusão sonora e imagens, salvo se já naturalizado há 10
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manu- anos (artigo 222, CF); possibilidade de extradição do brasileiro natu-
tenção própria e da família; ralizado que tenha praticado crime comum antes da naturalização
VI - bom procedimento; ou, depois dela, crime de tráfico de drogas (artigo 5º, LI, CF).
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no
Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena 2.3) Quase-nacionalidade: caso dos portugueses
mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) Nos termos do artigo 12, § 1º, CF:
ano; e Artigo 12, §1º, CF. Aos portugueses com residência permanen-
VIII - boa saúde. te no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previs-
Destaque vai para o requisito da residência contínua. Em regra, tos nesta Constituição.
o estrangeiro precisa residir no país por 4 anos contínuos, conforme
o inciso III do referido artigo 112. No entanto, por previsão constitu- É uma regra que só vale se os brasileiros receberem o mes-
cional do artigo 12, II, “a”, se o estrangeiro foi originário de país com mo tratamento, questão regulamentada pelo Tratado de Amizade,
língua portuguesa o prazo de residência contínua é reduzido para 1 Cooperação e Consulta entre a República Federativa do Brasil e a
ano. Daí se afirmar que o constituinte estabeleceu a naturalização República Portuguesa, assinado em 22 de abril de 2000 (Decreto nº
ordinária no artigo 12, II, “b” e a naturalização extraordinária no 3.927/2001).
artigo 12, II, “a”. As vantagens conferidas são: igualdade de direitos civis, não
Outra diferença sensível é que à naturalização ordinária se sendo considerado um estrangeiro; gozo de direitos políticos se re-
aplica o artigo 121 do Estatuto do Estrangeiro, segundo o qual “a sidir há 3 anos no país, autorizando-se o alistamento eleitoral. No
satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao estran- caso de exercício dos direitos políticos nestes moldes, os direitos
geiro direito à naturalização”. Logo, na naturalização ordinária não desta natureza ficam suspensos no outro país, ou seja, não exerce
há direito subjetivo à naturalização, mesmo que preenchidos todos simultaneamente direitos políticos nos dois países.
os requisitos. Trata-se de ato discricionário do Ministério da Justiça.
O mesmo não vale para a naturalização extraordinária, quando há 2.4) Perda da nacionalidade
direito subjetivo, cabendo inclusive a busca do Poder Judiciário para Artigo 12, § 4º, CF. Será declarada a perda da nacionalidade do
fazê-lo valer . brasileiro que:

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em líticos e/ou de opinião) antes da naturalização, ou, mesmo depois
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; da naturalização, em caso de envolvimento com o tráfico ilícito de
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: entorpecentes (artigo 5º, LI e LII, CF).
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- Aplicam-se os seguintes princípios à extradição:
trangeira; a) Princípio da Especialidade: Significa que o estrangeiro só
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao pode ser julgado pelo Estado requerente pelo crime objeto do pe-
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para dido de extradição. O importante é que o extraditado só seja sub-
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. metido às penas relativas aos crimes que foram objeto do pedido
de extradição.
A respeito do inciso I do §4º do artigo 12, a Lei nº 818, de 18 b) Princípio da Dupla Punibilidade: O fato praticado deve ser
de setembro de 1949 regula a aquisição, a perda e a reaquisição da punível no Estado requerente e no Brasil. Logo, além do fato ser
nacionalidade, e a perda dos direitos políticos. No processo deve típico em ambos os países, deve ser punível em ambos (se houve
ser respeitado o contraditório e a iniciativa de propositura é do Pro- prescrição em algum dos países, p. ex., não pode ocorrer a extra-
curador da República. dição).
No que tange ao inciso II do parágrafo em estudo, percebe-se c) Princípio da Retroatividade dos Tratados: O fato de um trata-
a aceitação da figura do polipátrida. Na alínea “a” aceita-se que a do de extradição entre dois países ter sido celebrado após a ocor-
pessoa tenha nacionalidade brasileira e outra se ao seu nascimento rência do crime não impede a extradição.
tiver adquirido simultaneamente a nacionalidade do Brasil e outro d) Princípio da Comutação da Pena (Direitos Humanos): Se o
país; na alínea “b” é reconhecida a mesma situação se a aquisição crime for apenado por qualquer das penas vedadas pelo artigo 5º,
da nacionalidade do outro país for uma exigência para continuar lá XLVII da CF, a extradição não será autorizada, salvo se houver a co-
permanecendo ou exercendo seus direitos civis, pois se assim não mutação da pena, transformação para uma pena aceita no Brasil.
o fosse o brasileiro seria forçado a optar por uma nacionalidade e, Por ser tema incidente, vale observar a disciplina da Lei nº
provavelmente, se ver privado da nacionalidade brasileira. 6.815/1980 a respeito da extradição e de seu procedimento:

2.5) Deportação, expulsão e entrega Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo
A deportação representa a devolução compulsória de um es- requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao
trangeiro que tenha entrado ou esteja de forma irregular no territó- Brasil a reciprocidade.
rio nacional, estando prevista na Lei nº 6.815/1980, em seus artigos
57 e 58. Neste caso, não houve prática de qualquer ato nocivo ao Art. 77. Não se concederá a extradição quando:
Brasil, havendo, pois, mera irregularidade de visto. I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalida-
A expulsão é a retirada “à força” do território brasileiro de um de verificar-se após o fato que motivar o pedido;
estrangeiro que tenha praticado atos tipificados no artigo 65 e seu II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no
parágrafo único, ambos da Lei nº 6.815/1980: Brasil ou no Estado requerente;
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o
Art. 65, Lei nº 6.815/1980. É passível de expulsão o estrangei- crime imputado ao extraditando;
ro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou
ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a inferior a 1 (um) ano;
economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conve- V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver
niência e aos interesses nacionais. sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro fundar o pedido;
que: VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência brasileira ou a do Estado requerente;
no Brasil; VII - o fato constituir crime político; e
b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requeren-
dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, te, perante Tribunal ou Juízo de exceção.
não sendo aconselhável a deportação; § 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato
estrangeiro. principal.
§ 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a
A entrega (ou surrender) consiste na submissão de um nacional apreciação do caráter da infração.
a um tribunal internacional do qual o próprio país faz parte. É o que § 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar
ocorreria, por exemplo, se o Brasil entregasse um brasileiro para crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer
julgamento pelo Tribunal Penal Internacional (competência reco- autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabota-
nhecida na própria Constituição no artigo 5º, §4º). gem, sequestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra
ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social.
2.6) Extradição
A extradição é ato diverso da deportação, da expulsão e da en- Art. 78. São condições para concessão da extradição:
trega. Extradição é um ato de cooperação internacional que con- I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente
siste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; e
mais crimes, ao país que a reclama. O Brasil, sob hipótese alguma, II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a
extraditará brasileiros natos mas quanto aos naturalizados assim prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade
permite caso tenham praticado crimes comuns (exceto crimes po- competente do Estado requerente, salvo o disposto no artigo 82.

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradição da Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pro-
mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá preferência o pedido daque- nunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre sua
le em cujo território a infração foi cometida. legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão.
§ 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferência, suces- Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o pedido
sivamente: será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.
I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final do
crime mais grave, segundo a lei brasileira; Supremo Tribunal Federal, não sendo admitidas a liberdade vigiada,
II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extra- a prisão domiciliar, nem a prisão albergue.
ditando, se a gravidade dos crimes for idêntica; e Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e hora
III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extra- para o interrogatório do extraditando e, conforme o caso, dar-lhe-á
ditando, se os pedidos forem simultâneos. curador ou advogado, se não o tiver, correndo do interrogatório o
§ 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o Go- prazo de dez dias para a defesa.
verno brasileiro. § 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada,
§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados defeito de forma dos documentos apresentados ou ilegalidade da
requerentes, prevalecerão suas normas no que disserem respeito à extradição.
preferência de que trata este artigo. § 2º Não estando o processo devidamente instruído, o Tri-
Art. 80.A extradição será requerida por via diplomática ou, bunal, a requerimento do Procurador-Geral da República, poderá
quando previsto em tratado, diretamente ao Ministério da Justiça, converter o julgamento em diligência para suprir a falta no prazo
devendo o pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certidão improrrogável de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o pedido
será julgado independentemente da diligência.
da sentença condenatória ou decisão penal proferida por juiz ou
§ 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data da
autoridade competente.
notificação que o Ministério das Relações Exteriores fizer à Missão
§ 1oO pedido deverá ser instruído com indicações precisas so-
Diplomática do Estado requerente.
bre o local, a data, a natureza e as circunstâncias do fato criminoso,
Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado atra-
a identidade do extraditando e, ainda, cópia dos textos legais sobre
vés do Ministério das Relações Exteriores à Missão Diplomática do
o crime, a competência, a pena e sua prescrição.
Estado requerente que, no prazo de sessenta dias da comunicação,
§ 2oO encaminhamento do pedido pelo Ministério da Justiça
deverá retirar o extraditando do território nacional.
ou por via diplomática confere autenticidade aos documentos.
Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extraditando do
§ 3oOs documentos indicados neste artigo serão acompanha-
território nacional no prazo do artigo anterior, será ele posto em
dos de versão feita oficialmente para o idioma português.
liberdade, sem prejuízo de responder a processo de expulsão, se o
motivo da extradição o recomendar.
Art. 81.O pedido, após exame da presença dos pressupostos for-
Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido ba-
mais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, será encami-
seado no mesmo fato.
nhado pelo Ministério da Justiça ao Supremo Tribunal Federal.
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou
Parágrafo único.Não preenchidos os pressupostos de que trata
tiver sido condenado, no Brasil, por crime punível com pena pri-
o caput, o pedido será arquivado mediante decisão fundamentada
vativa de liberdade, a extradição será executada somente depois
do Ministro de Estado da Justiça, sem prejuízo de renovação do pe-
da conclusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado,
dido, devidamente instruído, uma vez superado o óbice apontado.
entretanto, o disposto no artigo 67.
Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igualmente
Art. 82.O Estado interessado na extradição poderá, em caso de
adiada se a efetivação da medida puser em risco a sua vida por cau-
urgência e antes da formalização do pedido de extradição, ou con-
sa de enfermidade grave comprovada por laudo médico oficial.
juntamente com este, requerer a prisão cautelar do extraditando
Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ainda que
por via diplomática ou, quando previsto em tratado, ao Ministério
responda a processo ou esteja condenado por contravenção.
da Justiça, que, após exame da presença dos pressupostos formais
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado reque-
de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, representará
rente assuma o compromisso:
ao Supremo Tribunal Federal.(Redação dada pela Lei nº 12.878, de
I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos
2013)
anteriores ao pedido;
§ 1oO pedido de prisão cautelar noticiará o crime cometido e
II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta
deverá ser fundamentado, podendo ser apresentado por correio,
por força da extradição;
fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que assegure
III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal
a comunicação por escrito.(Redação dada pela Lei nº 12.878, de
ou de morte, ressalvados, quanto à última, os casos em que a lei
2013)
brasileira permitir a sua aplicação;
§ 2oO pedido de prisão cautelar poderá ser apresentado ao Mi-
IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do
nistério da Justiça por meio da Organização Internacional de Polícia
Brasil, a outro Estado que o reclame; e
Criminal (Interpol), devidamente instruído com a documentação
V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a pena.
comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Esta-
Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis brasi-
do estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 12.878, de 2013)
leiras e respeitado o direito de terceiro, será feita com os objetos e
§ 3oO Estado estrangeiro deverá, no prazo de 90 (noventa) dias
instrumentos do crime encontrados em seu poder.
contado da data em que tiver sido cientificado da prisão do extra-
ditando, formalizar o pedido de extradição. (Redação dada pela Lei Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos neste ar-
nº 12.878, de 2013) tigo poderão ser entregues independentemente da entrega do ex-
§ 4oCaso o pedido não seja formalizado no prazo previsto no § traditando.
3o, o extraditando deverá ser posto em liberdade, não se admitindo Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Estado re-
novo pedido de prisão cautelar pelo mesmo fato sem que a extra- querente, escapar à ação da Justiça e homiziar-se no Brasil, ou por
dição haja sido devidamente requerida. (Redação dada pela Lei nº ele transitar, será detido mediante pedido feito diretamente por via
12.878, de 2013) diplomática, e de novo entregue sem outras formalidades.

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser permitido, ção. Embora os dois partam do Congresso Nacional, o plebiscito é
pelo Ministro da Justiça, o trânsito, no território nacional, de pes- convocado, ao passo que o referendo é autorizado (art. 49, XV, CF),
soas extraditadas por Estados estrangeiros, bem assim o da respec- ambos por meio de decreto legislativo. O que os assemelha é que
tiva guarda, mediante apresentação de documentos comprobató- os dois são “formas de consulta ao povo para que delibere sobre
rios de concessão da medida. matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legis-
lativa ou administrativa” .
2.7) Idioma e símbolos Na iniciativa popular confere-se à população o poder de apre-
Art. 13, CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da República sentar projeto de lei à Câmara dos Deputados, mediante assinatura
Federativa do Brasil. de 1% do eleitorado nacional, distribuído por 5 Estados no mínimo,
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. Em com-
o hino, as armas e o selo nacionais. plemento, prevê o artigo 61, §2°, CF:
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter Art. 61, § 2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida pela
símbolos próprios. apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito
Idioma é a língua falada pela população, que confere caráter por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído
diferenciado em relação à população do resto do mundo. Sendo pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por
assim, é manifestação social e cultural de uma nação. cento dos eleitores de cada um deles.
Os símbolos, por sua vez, representam a imagem da nação e
permitem o seu reconhecimento nacional e internacionalmente. 3.3) Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do voto
Por esta intrínseca relação com a nacionalidade, a previsão é O alistamento eleitoral e o voto para os maiores de dezoito
feito dentro do capítulo do texto constitucional que aborda o tema. anos são, em regra, obrigatórios. Há facultatividade para os anal-
fabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e
3) Direitos políticos menores de dezoito anos.
Como mencionado, a nacionalidade é corolário dos direitos Artigo 14, § 1º, CF. O alistamento eleitoral e o voto são:
políticos, já que somente um nacional pode adquirir direitos políti- I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
cos. No entanto, nem todo nacional é titular de direitos políticos. Os II - facultativos para:
nacionais que são titulares de direitos políticos são denominados a) os analfabetos;
cidadãos. Significa afirmar que nem todo nacional brasileiro é um b) os maiores de setenta anos;
cidadão brasileiro, mas somente aquele que for titular do direito de c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
sufrágio universal.
No mais, esta obrigatoriedade se aplica aos nacionais brasilei-
3.1) Sufrágio universal ros, já que, nos termos do artigo 14, §2º, CF:
A primeira parte do artigo 14, CF, prevê que “a soberania popu- Artigo 14, §2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores os es-
lar será exercida pelo sufrágio universal [...]”. trangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os
Sufrágio universal é a soma de duas capacidades eleitorais, a conscritos.
capacidade ativa – votar e exercer a democracia direta – e a capa- Quanto aos conscritos, são aqueles que estão prestando servi-
cidade passiva – ser eleito como representante no modelo da de- ço militar obrigatório, pois são necessárias tropas disponíveis para
mocracia indireta. Ou ainda, sufrágio universal é o direito de todos os dias da eleição.
cidadãos de votar e ser votado. O voto, que é o ato pelo qual se
exercita o sufrágio, deverá ser direto e secreto. 3.4) Elegibilidade
Para ter capacidade passiva é necessário ter a ativa, mas não O artigo 14, §§ 3º e 4º, CF, descrevem as condições de elegibi-
apenas isso, há requisitos adicionais. Sendo assim, nem toda pessoa lidade, ou seja, os requisitos que devem ser preenchidos para que
que tem capacidade ativa tem também capacidade passiva, embora uma pessoa seja eleita, no exercício de sua capacidade passiva do
toda pessoa que tenha capacidade passiva tenha necessariamente sufrágio universal.
a ativa. Artigo 14, § 3º, CF. São condições de elegibilidade, na forma
da lei:
3.2) Democracia direta e indireta I - a nacionalidade brasileira;
Art. 14, CF. A soberania popular será exercida pelo sufrágio uni- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
versal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, III - o alistamento eleitoral;
nos termos da lei, mediante: IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
I - plebiscito; V - a filiação partidária;
II - referendo; VI - a idade mínima de:
III - iniciativa popular a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Re-
A democracia brasileira adota a modalidade semidireta, porque pública e Senador;
possibilita a participação popular direta no poder por intermédio b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e
de processos como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. do Distrito Federal;
Como são hipóteses restritas, pode-se afirmar que a democracia in- c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual
direta é predominantemente adotada no Brasil, por meio do sufrá- ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
gio universal e do voto direto e secreto com igual valor para todos. d) dezoito anos para Vereador.
Quanto ao voto direto e secreto, trata-se do instrumento para o
exercício da capacidade ativa do sufrágio universal. Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os analfa-
Por seu turno, o que diferencia o plebiscito do referendo é o betos.
momento da consulta à população: no plebiscito, primeiro se con- Dos incisos I a III denotam-se requisitos correlatos à naciona-
sulta a população e depois se toma a decisão política; no referendo, lidade e à titularidade de direitos políticos. Logo, para ser eleito é
primeiro se toma a decisão política e depois se consulta a popula- preciso ser cidadão.

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa se alista como de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
eleitor e, em regra, é no município onde reside, mas pode não o os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
ser caso analisados aspectos como o vínculo de afeto com o local se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
(ex.: Presidente Dilma vota em Porto Alegre – RS, embora resida São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, cônjuge
em Brasília – DF). Sendo assim, para se candidatar a cargo no mu- e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por
nicípio, deve ter domicílio eleitoral nele; para se candidatar a cargo adoção, dos Chefes do Executivo ou de quem os tenha substituído
no estado, deve ter domicílio eleitoral em um de seus municípios; ao final do mandato, a não ser que seja já titular de mandato eletivo
para se candidatar a cargo nacional, deve ter domicílio eleitoral em e candidato à reeleição.
uma das unidades federadas do país. Aceita-se a transferência do Artigo 14, §8º, CF. O militar alistável é elegível, atendidas as
domicílio eleitoral ao menos 1 ano antes das eleições. seguintes condições:
A filiação partidária implica no lançamento da candidatura por I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
um partido político, não se aceitando a filiação avulsa. da atividade;
Finalmente, o §3º do artigo 14, CF, coloca o requisito etário, II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
com faixa etária mínima para o desempenho de cada uma das fun- autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
ções, a qual deve ser auferida na data da posse. da diplomação, para a inatividade.

3.5) Inelegibilidade São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, os mili-


Atender às condições de elegibilidade é necessário para poder tares que não podem se alistar ou os que podem, mas não preen-
ser eleito, mas não basta. Além disso, é preciso não se enquadrar chem as condições do §8º do artigo 14, CF, ou seja, se não se afastar
em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade. da atividade caso trabalhe há menos de 10 anos, se não for agre-
A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. Na absoluta, gado pela autoridade superior (suspenso do exercício das funções
são atingidos todos os cargos; nas relativas, são atingidos determi- por sua autoridade sem prejuízo de remuneração) caso trabalhe há
nados cargos. mais de 10 anos (sendo que a eleição passa à condição de inativo).
Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os analfa- Artigo 14, §9º, CF. Lei complementar estabelecerá outros casos
betos. de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
O artigo 14, §4º, CF traz duas hipóteses de inelegibilidade, que probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
são absolutas, atingem todos os cargos. Para ser elegível é preciso considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legiti-
ser alfabetizado (os analfabetos têm a faculdade de votar, mas não midade das eleições contra a influência do poder econômico ou o
podem ser votados) e é preciso possuir a capacidade eleitoral ativa abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
– poder votar (inalistáveis são aqueles que não podem tirar o título direta ou indireta.
de eleitor, portanto, não podem votar, notadamente: os estrangei- O rol constitucional de inelegibilidades dos parágrafos do artigo
ros e os conscritos durante o serviço militar obrigatório). 14 não é taxativo, pois lei complementar pode estabelecer outros
Artigo 14, §5º, CF. O Presidente da República, os Governadores casos, tanto de inelegibilidades absolutas como de inelegibilidades
de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver suce- relativas. Neste sentido, a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio
dido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos de 1990, estabelece casos de inelegibilidade, prazos de cessação,
para um único período subsequente. e determina outras providências. Esta lei foi alterada por aquela
Descreve-se no dispositivo uma hipótese de inelegibilidade re- que ficou conhecida como Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar
lativa. Se um Chefe do Poder Executivo de qualquer das esferas for nº 135, de 04 de junho de 2010, principalmente em seu artigo 1º,
substituído por seu vice no curso do mandato, este vice somente que segue.
poderá ser eleito para um período subsequente. Art. 1º, Lei Complementar nº 64/1990. São inelegíveis:
Ex.: Governador renuncia ao mandato no início do seu último I - para qualquer cargo:
ano de governo para concorrer ao Senado Federal e é substituído a) os inalistáveis e os analfabetos;
pelo seu vice-governador. Se este se candidatar e for eleito, não b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legis-
poderá ao final deste mandato se reeleger. Isto é, se o mandato o lativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais, que ha-
candidato renuncia no início de 2010 o seu mandato de 2007-2010, jam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto
assumindo o vice em 2010, poderá este se candidatar para o man- nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos
dato 2011-2014, mas caso seja eleito não poderá se reeleger para equivalentes sobre perda de mandato das Constituições Estaduais e
o mandato 2015-2018 no mesmo cargo. Foi o que aconteceu com Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as eleições
o ex-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, que assumiu que se realizarem durante o período remanescente do mandato
em 2010 no lugar de Aécio Neves o governo do Estado de Minas para o qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao término
Gerais e foi eleito governador entre 2011 e 2014, mas não pode se da legislatura;
candidatar à reeleição, concorrendo por isso a uma vaga no Senado d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada pro-
Federal. cedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou
Artigo 14, §6º, CF. Para concorrerem a outros cargos, o Presi- proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso
dente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Fe- do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem
deral e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem
seis meses antes do pleito.
nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, os che-
nº 135, de 2010)
fes do Executivo que não renunciarem aos seus mandatos até seis
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julga-
meses antes do pleito eleitoral, antes das eleições. Ex.: Se a eleição
do ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação
aconteceu em 05/10/2014, necessário que tivesse renunciado até
até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da
04/04/2014.
pena, pelos crimes: (Redação dada pela Lei Complementar nº 135,
Artigo 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de jurisdição do
de 2010)
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segun-
do grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pú- período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos
blica e o patrimônio público; (Incluído pela Lei Complementar nº 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura; (Incluído pela
135, de 2010) Lei Complementar nº 135, de 2010)
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o merca- l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos,
do de capitais e os previstos na lei que regula a falência; (Incluído em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que im-
3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído pela Lei porte lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde
Complementar nº 135, de 2010) a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liber- de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena; (Incluído pela Lei
dade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) Complementar nº 135, de 2010)
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver conde- m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por deci-
nação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função são sancionatória do órgão profissional competente, em decorrên-
pública; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) cia de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; (Incluí- se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;
do pela Lei Complementar nº 135, de 2010) (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado
terrorismo e hediondos; ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfei-
8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluído pela to ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para
Lei Complementar nº 135, de 2010) evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos
9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei Com- após a decisão que reconhecer a fraude; (Incluído pela Lei Comple-
plementar nº 135, de 2010) mentar nº 135, de 2010)
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando; o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos,
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado
incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação dada pela Lei pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de
Complementar nº 135, de 2010) 2010)
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsá-
ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que veis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada
configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral,
irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspen- pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o pro-
sa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se rea- cedimento previsto no art. 22; (Incluído pela Lei Complementar nº
lizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da 135, de 2010)
decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constitui- q) os magistrados e os membros do Ministério Público que
ção Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória,
mandatários que houverem agido nessa condição; (Redação dada que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo
h) os detentores de cargo na administração pública direta, in- administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Incluído pela
direta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo Lei Complementar nº 135, de 2010)
abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial cole- a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de
giado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diploma- seus cargos e funções:
dos, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguin- 1. os Ministros de Estado:
tes; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e militar,
i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou da Presidência da República;
seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de 3. o chefe do órgão de assessoramento de informações da Pre-
liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) sidência da República;
meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de dire- 4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
ção, administração ou representação, enquanto não forem exone- 5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da Repúbli-
rados de qualquer responsabilidade; ca;
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado 6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da Ae-
ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção ronáutica;
eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou 7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos 8. os Magistrados;
agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação 9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autarquias,
do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações pú-
eleição; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) blicas e as mantidas pelo poder público;
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do 10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Terri-
Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, tórios;
das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras 11. os Interventores Federais;
Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimen- 12. os Secretários de Estado;
to de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de 13. os Prefeitos Municipais;
processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da 14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Estados e
Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei do Distrito Federal;
Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o 15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Secretá- 3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assistên-
rios Nacionais, os Secretários Federais dos Ministérios e as pessoas cia aos Municípios;
que ocupem cargos equivalentes; 4. os secretários da administração municipal ou membros de
b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores à elei- órgãos congêneres;
ção, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em qualquer dos IV - para Prefeito e Vice-Prefeito:
poderes da União, cargo ou função, de nomeação pelo Presidente a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os ine-
da República, sujeito à aprovação prévia do Senado Federal; legíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,
c) (Vetado); Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, obser-
d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem com- vado o prazo de 4 (quatro) meses para a desincompatibilização;
petência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no lançamento, b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em
arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e contribuições de exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito,
caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para aplicar multas re- sem prejuízo dos vencimentos integrais;
lacionadas com essas atividades; c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no
e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham exercido Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito;
cargo ou função de direção, administração ou representação nas V - para o Senado Federal:
empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da Lei n° 4.137, de 10 de a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente
setembro de 1962, quando, pelo âmbito e natureza de suas ativida- da República especificados na alínea a do inciso II deste artigo e, no
des, possam tais empresas influir na economia nacional; tocante às demais alíneas, quando se tratar de repartição pública,
f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de em- associação ou empresa que opere no território do Estado, observa-
presas que atuem no Brasil, nas condições monopolísticas previstas dos os mesmos prazos;
no parágrafo único do art. 5° da lei citada na alínea anterior, não b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para os
apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito, cargos de Governador e Vice-Governador, nas mesmas condições
a prova de que fizeram cessar o abuso apurado, do poder econômi- estabelecidas, observados os mesmos prazos;
co, ou de que transferiram, por força regular, o controle de referidas VI - para a Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa e Câ-
empresas ou grupo de empresas; mara Legislativa, no que lhes for aplicável, por identidade de situa-
g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao ções, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas condições
pleito, ocupado cargo ou função de direção, administração ou re- estabelecidas, observados os mesmos prazos;
presentação em entidades representativas de classe, mantidas, to- VII - para a Câmara Municipal:
tal ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder Público a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os
ou com recursos arrecadados e repassados pela Previdência Social; inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos Deputados,
h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das funções, observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincompatibilização;
tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou Superintendente b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de Prefeito
de sociedades com objetivos exclusivos de operações financeiras e e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses para a desin-
façam publicamente apelo à poupança e ao crédito, inclusive atra- compatibilização .
vés de cooperativas e da empresa ou estabelecimentos que gozem, § 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da República,
sob qualquer forma, de vantagens asseguradas pelo poder público, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem
salvo se decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas uni- renunciar aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do pleito.
formes; § 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito po-
i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, hajam derão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus manda-
exercido cargo ou função de direção, administração ou representa- tos respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao
ção em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha contrato de pleito, não tenham sucedido ou substituído o titular.
execução de obras, de prestação de serviços ou de fornecimento de § 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o côn-
bens com órgão do Poder Público ou sob seu controle, salvo no caso juge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou
de contrato que obedeça a cláusulas uniformes; por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado
j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham afas- ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
tado das suas funções até 6 (seis) meses anteriores ao pleito; substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se
I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
ou entidades da Administração direta ou indireta da União, dos Es- § 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste ar-
tados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, inclu- tigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em lei
sive das fundações mantidas pelo Poder Público, não se afastarem
como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal
até 3 (três) meses anteriores ao pleito, garantido o direito à percep-
privada. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
ção dos seus vencimentos integrais;
§ 5º A renúncia para atender à desincompatibilização com vis-
III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
tas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção de mandato não
Federal;
gerará a inelegibilidade prevista na alínea k, a menos que a Justiça
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente
Eleitoral reconheça fraude ao disposto nesta Lei Complementar. (In-
da República especificados na alínea a do inciso II deste artigo e, no
cluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010).
tocante às demais alíneas, quando se tratar de repartição pública,
associação ou empresas que operem no território do Estado ou do
Distrito Federal, observados os mesmos prazos; 3.6) Impugnação de mandato
b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de Encerrando a disciplina, o artigo 14, CF, aborda a impugnação
seus cargos ou funções: de mandato.
1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do Es- Artigo 14, § 10, CF. O mandato eletivo poderá ser impugnado
tado ou do Distrito Federal; ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplo-
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona Aé- mação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
rea; corrupção ou fraude.

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Artigo 14, § 11, CF. A ação de impugnação de mandato tramita- Os incisos do artigo 17 da Constituição indicam os preceitos a
rá em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se serem observados na liberdade partidária: caráter nacional, ou seja,
temerária ou de manifesta má-fé. terem por objetivo o desempenho de atividade política no âmbito
interno do país; proibição de recebimento de recursos financeiros
3.7) Perda e suspensão de direitos políticos de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes,
Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda logo, o Poder Público não pode financiar campanhas eleitorais;
ou suspensão só se dará nos casos de: prestação de contas à Justiça Eleitoral, notadamente para resguar-
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em dar a mencionada vedação; e funcionamento parlamentar de acor-
julgado; do com a lei. Ainda, a lei veda a utilização de organização paramili-
II - incapacidade civil absoluta; tar por parte dos partidos políticos (artigo 17, §4º, CF).
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du- O respeito a estes ditames permite o exercício do partidarismo
rarem seus efeitos; de forma autônoma em termos estruturais e organizacionais, con-
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação forme o §1º do artigo 17, CF:
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; Art. 17, §1º, CF. § 1º É assegurada aos partidos políticos auto-
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. nomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e pro-
O inciso I refere-se ao cancelamento da naturalização, o que visórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar
faz com que a pessoa deixe de ser nacional e, portanto, deixe de ser os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições
titular de direitos políticos. majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais,
O inciso II trata da incapacidade civil absoluta, ou seja, da inter- sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbi-
dição da pessoa para a prática de atos da vida civil, entre os quais to nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos
obviamente se enquadra o sufrágio universal. estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
O inciso III refere-se a um dos possíveis efeitos da condenação Os estatutos que tecem esta regulamentação devem ser regis-
criminal, que é a suspensão de direitos políticos. trados no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, §2º, CF).
Quanto ao financiamento das campanhas e o acesso à mídia,
O inciso IV trata da recusa em cumprir a obrigação militar ou a
preveem os §§3º e 5º do artigo 17 da CF:
prestação substitutiva imposta em caso de escusa moral ou religiosa.
Art. 17, §3º, CF. Somente terão direito a recursos do fundo par-
O inciso V se refere à ação de improbidade administrativa, que
tidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os
tramita para apurar a prática dos atos de improbidade administra-
partidos políticos que alternativamente:
tiva, na qual uma das penas aplicáveis é a suspensão dos direitos
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no
políticos.
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo
Os direitos políticos somente são perdidos em dois casos, quais
menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2%
sejam cancelamento de naturalização por sentença transitada em
(dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
julgado (o indivíduo naturalizado volta à condição de estrangeiro) e
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais dis-
perda da nacionalidade brasileira em virtude da aquisição de outra
tribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
(brasileiro se naturaliza em outro país e assim deixa de ser consi-
Art. 17, §5º, CF. Ao eleito por partido que não preencher os
derado um cidadão brasileiro, perdendo direitos políticos). Nos de-
requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato
mais casos, há suspensão. Nota-se que não há perda de direitos
e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que
políticos pela prática de atos atentatórios contra a Administração
os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de
Pública por parte do servidor, mas apenas suspensão.
distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito
A cassação de direitos políticos, consistente na retirada dos di-
ao tempo de rádio e de televisão.
reitos políticos por ato unilateral do poder público, sem observância
dos princípios elencados no artigo 5º, LV, CF (ampla defesa e contra-
ditório), é um procedimento que só existe nos governos ditatoriais O Título V da Carta Constitucional consagra as normas per-
e que é absolutamente vedado pelo texto constitucional. tinentes à defesa do Estado e das instituições democráticas, pre-
vendo medidas excepcionais para manter ou restabelecer a ordem
3.8) Anterioridade anual da lei eleitoral constitucional em momentos de anormalidade da vida política do
Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vi- Estado, é o chamado sistema constitucional das crises, composto
gor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocor- pelo estado de defesa (Artigo 136, da CF) e pelo estado de sítio (Ar-
ra até um ano da data de sua vigência. tigos 137 a 139, da CF).
É necessário que a lei eleitoral entre em vigor pelo menos 1 Ademais, prevê o Texto Maior o perfil constitucional das insti-
ano antes da próxima eleição, sob pena de não se aplicar a ela, mas tuições responsáveis pela defesa do Estado, quais sejam, as Forças
somente ao próximo pleito. Armadas (Artigos 142 e 143, da CF) e os órgãos de segurança públi-
O pluripartidarismo é uma das facetas do pluralismo político ca (Artigo 144, da CF).
e encontra respaldo enquanto direito fundamental, já que regula- Com efeito, os estados de defesa e de sítio são momentos de
mentado no Título II, “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, ca- crise constitucional de legalidade extraordinária, em que são per-
pítulo V, “Dos Partidos Políticos”. mitidas a suspensão ou a diminuição do alcance de certos direitos
O caput do artigo 17 da Constituição prevê: fundamentais, mitigando a proteção dos cidadãos em face da ação
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de opressora do Estado.
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime de-
mocrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa Sistema Constitucional das Crises
humana [...].
Consolida-se, assim a liberdade partidária, não estabelecen- Estado de Defesa Estado de Sítio
do a Constituição um limite de números de partidos políticos que
possam ser constituídos, permitindo também que sejam extintos,
fundidos e incorporados.

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
Estado de Defesa Estado de Sítio
Consiste na instauração de uma legalidade extraordinária, por Consiste na instauração de uma legalidade extraordinária, por
tempo certo, em locais restritos e determinados, mediante decreto tempo determinado (que poderá ser no território nacional inteiro),
do Presidente da República, ouvidos o Conselho da República e o objetivando preservar ou restaurar a normalidade constitucional,
Conselho de Defesa Nacional, para preservar a ordem pública ou perturbada por motivo de comoção grave de repercussão nacional
a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institu- ou por situação de beligerância com Estado estrangeiro (Artigo 49,
cional ou atingidas por calamidades de grandes proporções da na- II c/c Artigo 84, XIX, da CF).
tureza. É mais grave que o estado de defesa, no sentido em que as me-
Vejamos o dispositivo constitucional que o representa: didas tomadas contra os direitos individuais serão mais restritivas,
conforme faz ver o Artigo 139, da CF.
TÍTULO V Vejamos os dispositivos constitucionais correspondentes:
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
SEÇÃO II
CAPÍTULO I DO ESTADO DE SÍTIO
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho
SEÇÃO I da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congres-
DO ESTADO DE DEFESA so Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos
de:
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de
da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o es-
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais res- tado de defesa;
tritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão ar-
por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por ca- mada estrangeira.
lamidades de grandes proporções na natureza. Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autori-
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o zação para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará
tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacio-
indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigo- nal decidir por maioria absoluta.
rarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de: Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração,
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucio-
b) sigilo de correspondência; nais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; República designará o executor das medidas específicas e as áreas
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na abrangidas.
hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser
e custos decorrentes. decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez,
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo
a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
persistirem as razões que justificaram a sua decretação. § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio du-
§ 3º Na vigência do estado de defesa: rante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo exe- imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional
cutor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso re- § 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento
querer exame de corpo de delito à autoridade policial; até o término das medidas coercitivas.
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela au-
toridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com funda-
autuação; mento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser seguintes medidas:
superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; I - obrigação de permanência em localidade determinada;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condena-
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presi- dos por crimes comuns;
dente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao
com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade
por maioria absoluta. de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convoca- IV - suspensão da liberdade de reunião;
do, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. V - busca e apreensão em domicílio;
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando VII - requisição de bens.
enquanto vigorar o estado de defesa. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difu-
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de de- são de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Ca-
fesa. sas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
SEÇÃO III III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em
DISPOSIÇÕES GERAIS cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ain-
da que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes par- art. 37, inciso XVI, alínea “c”, ficará agregado ao respectivo quadro
tidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser pro-
para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao movido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço ape-
estado de defesa e ao estado de sítio. nas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo
depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, ces- para a reserva, nos termos da lei;
sarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado a partidos políticos;
de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado in-
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, digno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal
com especificação e justificação das providências adotadas, com militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal es-
relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. pecial, em tempo de guerra;
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena
Forças Armadas e Segurança Pública privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada
em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso ante-
Forças Armadas rior;
Constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII,
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art.
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da pátria, à ga- 37, inciso XVI, alínea “c”;
rantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer des- IX - (Revogado)
tes, da lei e da ordem. X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites
de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do mi-
Segurança Pública litar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as
Dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exer- prerrogativas e outras situações especiais dos militares, considera-
cida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das das as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpri-
pessoas e do patrimônio. das por força de compromissos internacionais e de guerra.
Os órgãos de segurança pública são: polícia federal, polícia ro-
doviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
militares e corpos de bombeiros militares e polícias penais federal, § 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir servi-
estaduais e distrital. ço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem
imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de
Segue abaixo os Artigos da CF, correspondentes aos referidos crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximi-
temas: rem de atividades de caráter essencialmente militar.
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço mili-
CAPÍTULO II tar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos
DAS FORÇAS ARMADAS que a lei lhes atribuir.
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo CAPÍTULO III
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes DA SEGURANÇA PÚBLICA
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem seguintes órgãos:
adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Ar- I - polícia federal;
madas.
II - polícia rodoviária federal;
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições discipli-
III - polícia ferroviária federal;
nares militares.
IV - polícias civis;
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados milita-
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
res, aplicando-se lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada
seguintes disposições:
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas ine-
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanen-
rentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas
em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sen- te, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, des-
do-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os tina-se a:
demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou em- em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
prego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in-
art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será transferido para a reserva, nos frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
termos da lei; nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazen- EXERCÍCIOS
dária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de compe-
tência; 1. [...] não se pode deduzir que todos os direitos fundamentais
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de possam ser aplicados e protegidos da mesma forma, embora todos
fronteiras; eles estejam sob a guarda de um regime jurídico reforçado, conferi-
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária do pelo legislador constituinte. (HACHEM, Daniel Wunder. Manda-
da União. do de Injunção e Direitos Fundamentais, 2012.)
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organiza- Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
do e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na (A)É compatível com a posição do autor inferir-se que, não obs-
forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. tante o reconhecimento do princípio da aplicabilidade imediata
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organi- das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais,
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, há peculiaridades nas consequências jurídicas extraíveis de
na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. cada direito fundamental, haja vista existirem distintos níveis
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car- de proteção.
reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções (B)É compatível com a posição do autor a recusa ao reconhe-
de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as mi- cimento do princípio da aplicabilidade imediata das normas
litares. definidoras de direitos e garantias fundamentais no sistema
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser- constitucional brasileiro.
vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além (C) O autor se refere particularmente à distinção existente
das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades entre direitos fundamentais políticos e direitos fundamentais
de defesa civil. sociais, haja vista a mais ampla proteção constitucional aos pri-
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador meiros, que não estão limitados ao mínimo existencial.
do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a se- (D) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
gurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Emenda reitos fundamentais que consistem em cláusulas pétreas e os
Constitucional nº 104, de 2019) direitos fundamentais que não estão protegidos por essa cláu-
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, sula, sendo que a maior proteção dada aos primeiros os torna
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente imunes à incidência da reserva do possível.
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos (E) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Re- reitos fundamentais que estão expressos na Constituição de
dação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) 1988 e aqueles que estão implícitos, decorrendo dos princípios
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór- por ela adotados, haja vista o expresso regime diferenciado de
gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a proteção estabelecido em nível constitucional para esses dois
eficiência de suas atividades. grupos de direitos.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des-
tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme 2. De acordo com a Constituição Federal de 1988, é certo di-
dispuser a lei. zer que quando a propriedade rural atende, simultaneamente, se-
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos gundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos se-
órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do guintes requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização
art. 39. adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem ambiente; observância das disposições que regulam as relações de
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários
públicas: e dos trabalhadores, está cumprida a:
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân- (A)Função econômica.
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao (B) . Reforma agrária.
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (C) Desapropriação.
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos (D) Função social.
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. 3. Assinale a única alternativa que não contemple um direito
social previsto na Constituição Federal.
Referências Bibliográficas: (A)direito ao lazer
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- (B) . direito à previdência social
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. (C) direito à alimentação
(D)direito à ampla defesa
(E) direito à educação

4. Segundo as disposições do Art. 12 da Constituição Federal, é


privativo de brasileiro nato o cargo de:
(A)Ministro do Supremo Tribunal Federal.
(B)Ministro de Estado da Justiça e da Segurança Pública.
(C) Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
(D) Deputado Federal.
(E) Senador da República.

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
5. Com base nas disposições constitucionais sobre os direitos e III. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir: presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
I. Os cargos de Vice-Presidente da República e Senador são pri- depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
vativos de brasileiro nato.
II. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Assinale a alternativa correta.
III. Os partidos políticos não estão subordinados a nenhum tipo (A)As afirmativas I, II e III estão corretas
de governo, mas podem receber recursos financeiros de entidades (B)Apenas as afirmativas I e II estão corretas
nacionais ou estrangeiras. (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
Assinale
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 8. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
(C) se somente a afirmativa III estiver correta incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. órgãos, EXCETO:
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (A) Polícia Federal.
(B) Polícia Rodoviária Federal.
6. Doutrinariamente, o conceito e a classificação das constituições (C) Defesa Civil.
podem variar de acordo com o sentido e o critério adotados para sua (D) Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
definição. A respeito dessa temática, leia as afirmativas abaixo:
I. Para o sociólogo Ferdinand Lassalle, “Constituição” seria a 9. De acordo com as disposições constitucionais acerca da Or-
somatória dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade, en- dem Social, assinale a afirmativa incorreta.
quanto reflexo do embate das forças econômicas, sociais, políticas e (A)A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata-
religiosas de um Estado. Nesse sentido, por ser uma norma jurídica, mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
ainda que não efetiva, uma Constituição legítima é aquela escrita progresso da ciência, tecnologia e inovação.
em uma “folha de papel”. (B)A educação básica pública terá como fonte adicional de fi-
II. O alemão Carl Schmitt define “Constituição” como sendo nanciamento a contribuição social do salário-educação, reco-
uma decisão política fundamental, cuja finalidade precípua é orga- lhida pelas empresas na forma da lei.
nizar e estruturar os elementos essenciais do Estado. Trata-se do (C) A União, os Estados e o Distrito Federal estão obrigados a
sentido político delineado na teoria decisionista ou voluntarista, em vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públi-
que a Constituição é um produto da vontade do titular do Poder cas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
Constituinte. (D) Incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental
III. Embasada em uma concepção jurídica, “Constituição” é em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
uma norma pura, a despeito de fundamentações oriundas de ou- preservação do meio ambiente.
tras disciplinas. Através do sentido jurídico-positivo, Hans Kelsen (E) Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensi-
define a Constituição como norma positiva suprema, dentro de um no fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
sistema escalonado e hierarquizado de normas, em que aquela ser- responsáveis, pela frequência à escola.
ve de fundamento de validade para todas as demais.
IV. “Constituição-dirigente ou registro” é aquela que traça di- 10. A Constituição Brasileira instituiu um modelo de proteção
retrizes objetivando nortear a ação estatal, mediante a previsão de social aos brasileiros que inclui a assistência social como um direi-
normas programáticas. Marcante em nações socialistas, visa reger o to de seguridade social reclamável juridicamente e traduzível em
ordenamento jurídico de um Estado durante certo período de tem- proteção social não contributiva devida ao cidadão (BRASIL, 2013).
po nela estabelecido, cujo decurso implicará a elaboração de uma Sobre a assistência social como direito à seguridade social é COR-
nova Constituição ou adaptação de seu texto. RETO afirmar que:
(A) A confguração da assistência social como política pública
V. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é lhe atribui um campo específico de ação, no caso, a proteção
classificada, pela doutrina majoritária, como sendo de ordem de- social não contributiva como direito de cidadania, aos que dela
mocrática, nominativa, analítica, material e super-rígida. necessitar, os pobres.
(B)A política de assistência social, como política de seguridade
Assinale a alternativa correta. social, é responsável pela provisão de direitos sociais.
(A)Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas (C) Na condição de prática, a política de assistência social pode
(B) . Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas ter múltiplas expressões, ser realizada em direções e abrangên-
(C)Apenas as afirmativas II, III e V estão corretas cias diferentes, desenvolver experiências, fazer uma ou outra
(D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas atenção.
(D)A atenção prestada não se refere ao escopo de um indivíduo
7. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, ou uma família, mas deve ter presente que sua responsabilida-
auxiliado pelos Ministros de Estado. No que se refere às disposi- de exige que se organize para que a ela tenham acesso todos
ções constitucionais sobre o Poder Executivo, analise as afirmativas
aqueles que estão na mesma situação.
abaixo:
(E) Atenções prestadas de modo focalizadas a grupos de pobres
I. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições
e miseráveis, de forma subalternizadora, constituindo um pro-
que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presi-
cesso de assistencialização das políticas sociais.
dente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
II. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presiden-
te, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente cha-
mados ao exercício da Presidência o Presidente do Supremo Tribu-
nal Federal, da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal.

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
11. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op- (B)Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgado-
ção CORRETA. res, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de
(A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da
regra, são ex nunc. competência do tribunal pleno, provendo-se metade das va-
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re- gas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
gulamentar deve ser realizado pela via difusa. pleno.
(C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de (C) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal
Inconstitucionalidade. do qual se afastou, antes de decorridos 02 (dois) anos do afas-
(D) Após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionali- tamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
dade é admissível a desistência. (D) As custas e emolumentos serão destinados, preferencial-
(E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto mente, ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas
formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada da Justiça.
à Constituição. (E)O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
membros com mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução.
12. Sobre a aplicabilidade das normas constitucionais, examine
as assertivas seguintes: 15. O Ministério Público da União compreende:
I – Para Hans Kelsen, eficácia é a possibilidade de a norma jurí- (A)o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
dica, a um só tempo, ser aplicada e não obedecida, obedecida e não lho e o Ministério Público Militar.
aplicada. Para se considerar um preceito como eficaz deve existir a (B) o Ministério Público Estadual, o Ministério Público do Traba-
possibilidade de uma conduta em desarmonia com a norma. Uma lho e o Ministério Público Militar.
norma que preceituasse um certo evento que de antemão se sabe (C) o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
que necessariamente se tem de verificar, sempre e em toda parte, lho e o Ministério Público do Distrito Federal.
por força de uma lei natural, será tão absurda como uma norma que (D)o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
preceituasse um certo fato que de antemão se sabe que de forma lho e o Ministério Público Militar, do Distrito Federal e territó-
alguma se poderá verificar, igualmente por força de uma lei natural. rios.
II – O fenômeno relativo à desconstitucionalização, ou seja, a (E) o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
retirada de temas do sistema constitucional e a sua inserção em lho e o Ministério Público Militar e territórios.
sede de legislação ordinária, pode ser observado no Brasil.
III – A norma constitucional com eficácia relativa restringível 16. Com base nas disposições constitucionais sobre a Advoca-
tem aplicabilidade direta e imediata, podendo, todavia, ter a am- cia Pública e a Defensoria Pública, analise os itens abaixo:
plitude reduzida em razão de sobrevir texto legislativo ordinário ou I. Aos advogados públicos são assegurados a inamovibilidade,
mesmo sentença judicial que encurte o espectro normativo, como a independência funcional e a estabilidade após três anos de efeti-
é, por exemplo, o direito individual à inviolabilidade do domicílio, vo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos
desde que é possível, por determinação judicial, que se lhe promo- próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
va restrição. II. A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral
da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre
Assinale a alternativa CORRETA: cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e
(A)Apenas as assertivas I e II estão corretas. reputação ilibada.
(B)Apenas as assertivas I e III estão corretas. III. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à
(C) Apenas as assertivas II e III estão corretas. função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, dentre outras atri-
(D) Todas as assertivas estão corretas. buições, a orientação jurídica aos necessitados.
13. Sobre o Poder Legislativo da União, assinale a alternativa Assinale:
INCORRETA.
(A)se apenas a afirmativa I estiver correta.
(A)A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta.
povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada estado, em
(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
cada território e no Distrito Federal.
(D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(B) O Senado Federal compõe-se de representantes dos esta-
dos e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majori-
17. A respeito do controle de constitucionalidade preventivo
tário.
no direito brasileiro, é correto afirmar que
(C) Cada estado, território e o Distrito Federal elegerão três se-
nadores, com mandato de oito anos. (A)é exercido pelo Legislativo ao sustar os atos normativos do
(D) O número total de deputados, bem como a representação Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
por estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei limites de delegação legislativa.
complementar, proporcionalmente à população, procedendo- (B)é praticado, por exemplo, quando o Senado suspende a exe-
-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para cução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
que nenhuma das unidades da Federação tenha menos de oito por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
ou mais de setenta deputados. (C) não cabe ao Poder Judiciário exercer esse tipo de controle,
Poder este que tem competência apenas para exercer o con-
14. Referente ao Poder Judiciário, assinale a alternativa correta. trole repressivo.
(A)O ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por (D) as comissões parlamentares têm competência para exer-
interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria cer esse tipo de controle ao examinar os projetos de lei a elas
do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, as- submetidos.
segurada ampla defesa.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SOLDADO COMBATENTE (QPMP-C)
(E) o veto presidencial, que é uma forma de controle preven- 22. A Constituição Federal de 1988 traz uma nova concepção
tivo de constitucionalidade, é sujeito à apreciação e anulação para a Assistência Social brasileira. Incluída no âmbito da Segurida-
pelo Poder Judiciário. de Social e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS), como política social pública, a assistência social inicia seu
18. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op- trânsito para um campo novo: o campo dos direitos, da universali-
ção CORRETA. zação dos acessos e da responsabilidade estatal. Entre as diretrizes
(A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da traçadas para a Assistência Social encontra-se:
norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em (A) participação da população, por meio de organizações repre-
regra, são ex nunc. sentativas, na formulação das políticas e no controle das ações
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re- em todos os níveis.
gulamentar deve ser realizado pela via difusa. (B) centralização político-administrativa, cabendo a coordena-
(C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de ção e as normas gerais à esfera municipal com a participação
Inconstitucionalidade. de outras entidades.
(D)Após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionali- (C)primazia da responsabilidade da sociedade civil na condu-
dade é admissível a desistência. ção da Política de Assistência Social em cada esfera de governo.
(E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto (D) centralidade nas pessoas em situação de risco para con-
formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada cepção e implementação dos benefícios, serviços, programas
à Constituição. e projetos.
(E) gestão dos recursos financeiros pela Câmara Municipal lo-
19. A luz da Constituição Federal de 1988, é CORRETO afirmar cal, a quem cabe definir as prioridades para a distribuição.
que é um princípio da República Federativa do Brasil, em que irá
reger-se em suas relações internacionais.
(A) Soberania.
(B)Garantir o desenvolvimento nacional. GABARITO
(C) A dignidade da pessoa humana.
(D) Auto determinação dos povos. 1 A
20. Leia as afirmativas a seguir: 2 D
I. De acordo com o artigo 20 da Constituição da República Fe- 3 D
derativa do Brasil de 1988, são bens da União as terras devolutas
dispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções 4 A
militares, das vias internacionais de comunicação e à degradação 5 B
ambiental, definidas em lei.
6 D
II. A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 7º, a idade
inicial e as condições em que é permitido trabalhar no Brasil. O dis- 7 D
positivo constitucional estabelece a proibição de trabalho noturno, 8 C
perigoso ou insalubre aos menores de dezesseis anos e de qual-
quer trabalho aos menores de quatorze anos, salvo na condição de 9 C
aprendiz, a partir de doze anos. 10 D

Marque a alternativa CORRETA: 11 E


(A) . As duas afirmativas são verdadeiras. 12 B
(B)A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
13 C
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
(D)As duas afirmativas são falsas. 14 B
15 D
21. De acordo com as disposições constitucionais acerca da Or-
dem Social, assinale a afirmativa incorreta. 16 D
(A)A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata- 17 D
mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
progresso da ciência, tecnologia e inovação. 18 E
(B) A educação básica pública terá como fonte adicional de fi- 19 D
nanciamento a contribuição social do salário-educação, reco- 20 D
lhida pelas empresas na forma da lei.
(C) A União, os Estados e o Distrito Federal estão obrigados a 21 C
vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públi- 22 A
cas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
(D) Incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental
em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente.
(E) Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensi-
no fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
responsáveis, pela frequência à escola.

68

Você também pode gostar