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teoria e 
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TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL

conteúdo  < Ética no Serviço Público


Regime Jurídico Único
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Noções de Informática
Conhecimentos Específicos: Seguridade
Social
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Instituto Nacional do Seguro Social

INSS
Técnico do Seguro Social

NV-008MR-21
Cód.: 7908428800307
 

Obra Produção Editorial


Carolina Gomes
INSS-Instituto Nacional do Josiane Inácio
Seguro Social Karolaine Assis

Técnico do Seguro Social Organização

Roberth Kairo
Saula Isabela Diniz
Autores

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO • Xico Kraemer Revisão de Conteúdo


Ana Cláudia Prado
REGIME JURÍDICO ÚNICO • Jonatas Albino e Nágila Vilela Fernanda Silva
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL •  Samara Kich Jaíne Martins
Maciel Rigoni
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO • Fernando Paternostro Nataly Ternero
Zantedeschi e Jonatas Albino
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares Análise de Conteúdo
e Giselli Neves Ana Beatriz Mamede
RACIOCÍNIO LÓGICO • Kairton Batista (Prof.º Kaká) Arthur de Carvalho

NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura, Hebert João Augusto Borges


Ferreira e Leonardo Vanconcelos
Diagramação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: SEGURIDADE SOCIAL • Ana Dayverson Ramon
Julia Kachan e Lilian Novakoski Higor Moreira
Lucas Gomes
Willian Lopes

Capa
Joel Ferreira dos Santos

Projeto Gráfico
Daniela Jardim & Rene Bueno

Edição:
Março/2021

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
www.novaconcursos.com.br
www .novaconcursos.com.br.. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato
Reticações”, no rodapé da página, e siga as orientações. sac@novaconcursos.com.br
 

APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento de seus estudos é determinante para
sua preparação de sucesso na busca pela tão almejada apro-
vação em um cargo público. Por isso, pensando no máximo
aproveitamento de seus estudos, esse livro foi organizado con-
siderando os itens relevantes do último edital para Técnico
para Técnico do
Seguro Social do Instituto Nacional de Seguridade Social –
Social – dida-
ticamente reunidos em um sumário planejado para otimizar o
seu tempo e o seu aprendizado.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes –  Importante e Dica


 – com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobra-
dos nas provas, além de Questões Comentadas das
Comentadas das principais
bancas para complementar seus estudos. E para treinar seus
conhecimentos, a seção  Hora de Praticar
Praticar,, trazendo exercícios
gabaritados da banca organizadora do último certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-
sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas
aulas que você encontra em nossos Cursos Online –
Online – o que será
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à Ética no Serviço Público - Código de Ética do Servidor Público do Poder Executivo
Federal: Decreto nº 6.029/200
6.029/20077
à Regime Jurídico Único - Lei n° 8.112/1990: Provimento
Provimento
à Noções de Direito Constitucional - Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Nacionalidade
à Noções de Direito Administrativo - Princípios da Administraçã
Administraçãoo e Agentes Públicos
à Língua Portuguesa - Pontuação
à Raciocínio Lógico - Tabelas Verdade; Diagrama de Venn
à Noções de Informática - Internet: Protocolos
à Conhecimentos Especícos - Direito Previdenciário: Seguridade Social, Conceito e
Princípios Constitucionais

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 VERSO DA APOSTIL
APOSTILA

 
SUMÁRIO

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO ......................................................................................11


CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO
FEDERAL
FED ERAL ...................
.........................................
...........................................
...........................................
...........................................
...........................................
....................................
..............11
11
DECRETO Nº 1.171/1994 E DECRETO Nº 6.029/2007 ...................................................................................11

REGIME JURÍDICO ÚNICO .............................................................................................19


LEI 8.112/1990 E ALTERAÇÕES, DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO .......................19

O SERVIDOR
SERVI DOR PÚBLICO
PÚ BLICO COMO AGENTE
AGE NTE DE DESENV
DESENVOL
OLVIMENTO
VIMENTO SOCIAL .......
............
..........
..........
..........
..........
........
...32
32

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO SERVIÇO PÚBLIC


PÚBLICOO ......
...........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
.........
.........
....... 32

NOÇÕES
NOÇ ÕES DE DIR
DIREITO
EITO CON
CONSTI
STITUC
TUCION
IONAL
AL .....
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
........3
...377
DIREITO
DIR EITOS
S E DEVERES
DEVERE S FUNDAMENTAI
FUNDA MENTAIS
S.....................
...........................................
...........................................
...........................................
...........................
..... 37
DIREITO À VIDA,
VI DA, À LIBERDA
LIBERDADE,
DE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA
SEG URANÇA E À PROPRIE
PROPRIEDADE
DADE ....
........
........
........
........
........
........
........
.......37
...37

DIREITOS
DIR EITOS SOCI
SOCIAIS
AIS ............
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.............46
.46

NACION
NAC IONALI
ALIDADE
DADE E CID
CIDADAN
ADANIA
IA ..........
......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
...............47
....47

DIREITOS
DIR EITOS POLÍ
POLÍTIC
TICOS
OS ..........
......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.....................49
.........49

ADMINIS
ADMI NISTRAÇ
TRAÇÃO
ÃO PÚBLICA
PÚBL ICA ...................
.........................................
...........................................
...........................................
...........................................
..........................
..... 50

NOÇÕES
NOÇ ÕES DE DIR
DIREITO
EITO ADM
ADMINI
INISTR
STRATIVO
ATIVO ......
...........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
..........
........6
...611
ESTADO, GOVE
GOVERNO
RNO E ADMI
ADMINIS
NISTRAÇ
TRAÇÃO
ÃO PÚB
PÚBLIC
LICA
A ....................
.........................................
...........................................
...............................
.........61
61
CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO ...............................................................................61

NATUREZA,
NATURE ZA, FINS E PRI
PRINCÍ
NCÍPIOS
PIOS ............................
.......................................
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.....................61
.........61

DIREITO
DIR EITO ADMI
ADMINIS
NISTRATIV
TRATIVO....................
O..........................................
...........................................
...........................................
...........................................
..........................
..... 61
CONCEITO
CON CEITO E FONT
FONTES
ES ..........
......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.....................61
.........61

PRINCÍ
PRI NCÍPIOS
PIOS ...........
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.............62
.62

ORGANI
ORG ANIZAÇÃ
ZAÇÃOO ADMINISTR
ADMINI STRATIVA
ATIVA DA UNI
UNIÃO
ÃO .....................
..........................................
...........................................
......................................
................65
65
ADMINIST
ADMI NISTRAÇÃO
RAÇÃO DIR
DIRETA
ETA E IND
INDIRE
IRETA
TA ...........
......................
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
...............65
....65

AGENTES
AGEN TES PÚBLI
PÚ BLICOS
COS .........................................
...............................................................
...........................................
...........................................
.....................................
...............71
71
ESPÉCIE
ESPÉ CIES
S E CLA
CLASSIF
SSIFICAÇ
ICAÇÃO
ÃO ............................
........................................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.............71
..71

PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS,


P RERROGATIVAS, CARGO,
C ARGO, EMPREGO
EMPREG O E FUNÇÃO PÚBLIC
PÚBLICAA .....
.........
........
........
........
........
........
........
......72
..72

REGIME
REG IME JURÍDI
JUR ÍDICO
CO ÚNICO
ÚNIC O ...................
........................................
...........................................
...........................................
...........................................
..............................
........80
80
PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, DIREITOS E VANTAGENS,
REGIME DISCIPL
DISCIPLINAR,
INAR, RESPONSABIL
RE SPONSABILIDADE
IDADE CIVIL,
C IVIL, CRIMINAL
CR IMINAL E ADMINISTRATIVA
ADMIN ISTRATIVA ........
............
........
........
........
........
........80
....80

PODERE
POD ERES
S ADMINIS
ADMI NISTRATIV
TRATIVOS
OS ...................
........................................
...........................................
...........................................
...........................................
........................ 80
PODER
PODE R HIE
HIERÁR
RÁRQUIC
QUICOO ...........
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
...................80
.......80

PODER
PODE R DIS
DISCIPL
CIPLINA
INARR ............
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.....................81
.........81

PODER
PODE R REG
REGULA
ULAMENTAR
MENTAR ............
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
.............81
.81

PODER
PODE R DE POL
POLÍCI
ÍCIA
A ...........
......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.............81
.81

USO E ABUS
ABUSOO DO PODE
PODERR .............................
.........................................
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
...................82
.......82

ATO ADMINIST
ADMIN ISTRATIVO...................................
RATIVO........................................................
...........................................
...........................................
........................................
...................82
82

VALIDADE, EFICÁCIA ATRIBUTOS, EXTINÇÃO, DESFAZIMENTO E SANATÓRIA .........................................82


CLASSIFICAÇÃO,
CLASSIF ICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORI
EX TERIORIZAÇÃO,
ZAÇÃO, VINCULAÇÃO E DISCRICIONA
DISCRI CIONARIEDADE
RIEDADE ..... .........
........
........
........
.....84
.84

SERVIÇO
SERV IÇOS
S PÚBLICO
PÚBL ICOS
S ...................
.........................................
...........................................
...........................................
...........................................
....................................
...............85
85
CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO,
CLASSIFI CAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE,
CONTR OLE, FORMA, MEIOS
MEIO S E REQUISITOS
REQUI SITOS ....
........
.......85
...85

DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZAÇÃO ............................................................................87

CONTROLE E RESPON
RESPONSABILI
SABILIZAÇÃO
ZAÇÃO DA ADMINI
ADMINISTRAÇÃO
STRAÇÃO .......
...........
.........
..........
.........
.........
..........
..........
..........
..........
.........
.......
...94
94
CONTROLE
CONT ROLE ADMI
ADMINIST
NISTRATIVO
RATIVO ..........
......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.................94
......94

CONTROLE
CONT ROLE JUDI
JUDICIA
CIALL ..........
......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.....................94
.........94

CONTROLE
CONT ROLE LEG
LEGISL
ISLATIVO
ATIVO ...........
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
.............95
.95

RESPONSA
RESP ONSABIL
BILIDAD
IDADEE CIV
CIVIL
IL DO ESTADO ..........................
................................................
...........................................
.........................................
....................97
97

LEI Nº 8.429/
8. 429/199
19922 .........................
...............................................
...........................................
...........................................
...........................................
..................................1
.............101
01

LEI N°9.78
N°9.784/19
4/1999
99 ........................................
..............................................................
...........................................
...........................................
..........................................10
....................1077

LÍNGUA PORTUGUESA.................................................................................................117
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ........................................................................117

TIPOLOGIA TEXTUAL ......................................................................................................................120

ORTOGRAF
ORTOG RAFIA
IA OFI
OFICIA
CIALL......................
...........................................
...........................................
...........................................
...........................................
...............................
.........126
126

ACENTUAÇÃO GRÁFICA .................................................................................................................127

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS ......................................................................................128


EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE ...............................................................................144

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO ............................................................................................145

PONTUAÇÃO.....................................................................................................................................149

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL .........................................................................................151


REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL ..................................................................................................152

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS .....................................................................................................153

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS ............................................................................156

RACIOCÍNIO LÓGICO .....................................................................................................185


CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO ...........................................................................185
PROPOSIÇÕES: VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES ...........................................................................185

SENTENÇA
SENT ENÇAS
S ABERTAS ..........
......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.................186
.....186

NÚMERO
NÚME RO DE
D E LINHA
LI NHAS
S DA TABELA
TABE LA VERD
VERDADE
ADE ..............................
..........................................
........................
.......................
.......................
.......................
...................187
........187

CONECTI
CON ECTIVOS
VOS ..........
......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
....................
.........188
188

PROPOSIÇÕES SIMPLES E PROPOSIÇÕES COMPOSTAS ..........................................................................190

TAUTOLOGIA
TAUTOLOG IA ...................
.........................................
...........................................
...........................................
...........................................
...........................................
...........................
.....190
190

OPERAÇÃO COM CONJUNTOS ......................................................................................................191

CÁLCULOS COM PORCENTAGENS ................................................................................................196

NOÇÕES DE INFORMÁTICA .......................................................................................201


CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET, CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO
DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS,
FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA..20
..201
1

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS,


PLANILHAS E APRESENT
APRESENTAÇÕES
AÇÕES UTILIZANDO-SE A SUÍTE DE ESCRITÓRIO LIBREOFFICE ...
... 216

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS 7 E 10.....


10..... 249

NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO


ELETRÔN
ELE TRÔNICO
ICO ...................
........................................
...........................................
...........................................
...........................................
............................................
...........................
.....279
279

NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO: VÍRUS, WORMS E DERIVADOS .................287

CONHE
CONHECIME
CIMENTOS
NTOS ESPECÍFI
ESP ECÍFICOS:
COS: SEGURIDAD
SEG URIDADE
E SOCIAL
SOC IAL .....
........
......
......
......
......
......
......
..... 309
SEGURIDADE SOCIAL ......................................................................................................................309
ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL.........................................................................................309
CONCEIT
CON CEITUAÇÃO
UAÇÃO ...........
......................
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
...............311
...311

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA .....................................................................................................316


CONTEÚDO, AUTONOMIA, FONTES E HIERARQUIA ....................................................................................316

APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS, INTEGRAÇÃO DA NORMA, VIGÊNCIA E


INTERPR
INTE RPRETAÇÃO
ETAÇÃO ............
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.............317
.317

ORGANIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ..................................................................................................319

REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL ....................................................................................322


BENEFIC
BEN EFICIÁR
IÁRIOS
IOS DO RGP
RGPSS..........................
......................................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
...................322
.......322

CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E ABRANGÊNCIA: EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO,


CONTRIBUINTE
CONTRIB UINTE INDIVI
INDIVIDUAL,
DUAL, TRABALHADOR
TRAB ALHADOR AVULSO E SEGURADO
SE GURADO ESPECIAL ...........
...............
........
........
........
........
........
.....322
.322

SEGURADO
SEGU RADO FACUL
FACULTATIVO
TATIVO ............
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.....................
.........328
328

DEPE NDENTES
DEPENDEN TES DO RGP
RGPSS ............
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
...........328
328
TRABALH
TRAB ALHADO
ADORES
RES EXCL
EXCLUÍDO
UÍDOS S DO RGP RGPS S...........
......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.....................
..........329
329

FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO DE SEGURADOS E DEPENDENTES


DEPENDENTES............
.......................
.......................
........................
.......................
.......................
..............329
..329

DISPOSIÇÕES
DISPOS IÇÕES GERAIS DO RGPS
RGP S PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCI
BEN EFÍCIOS
OS ....
.........
..........
..........
..........
..........
..........
.........33
....3322
MANUTENÇÃO,
MANUTENÇ ÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA QUALIDADE DE SEGURADO ........
............
........
........
........
........
........
........
.....332
.332

SALÁRIO
SAL ÁRIO DE BENE
BENEFÍCI
FÍCIO
O...............................
...........................................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.................336
.....336

RENDA
REN DA MENS
MENSAL
AL ...........
......................
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
...............338
...338

REAJUSTAMEN
REAJ USTAMENTO
TO DO
D O VALOR
VALO R DOS
DO S BENEFÍ
BE NEFÍCIO
CIOSS ..............
.........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
..................338
......338

EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO: CONCEITO PREVIDENCIÁRIO..................................339


PREVIDENCIÁRIO..................................339
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL.................................................................................339
RECEITAS
REC EITAS DA UNI
UNIÃO
ÃO ...........
.......................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
...................340
.......340

RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: DOS SEGURADOS, DAS EMPRESAS,


DO CLUBE DE FUTEBOL PROFISSIONAL, DO EMPREGADOR DOMÉSTICO, DO PRODUTOR RURAL ........340

SALÁRIO
SAL ÁRIO DE CONT
CONTRIB
RIBUIÇ
UIÇÃO
ÃO ...........
......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
........................
.................343
.....343

Conceito..........................................................................................................................................................343
Parcelas Integrantes e Parcelas não Integrantes .....................................................................................
........................................................................................
...343
343
Limites Mínimo e Máximo ....................................................................................................................
.............................................................................................................................
.........345
345

COMPETÊNCIA DO INSS E DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL ..........................................................345

INFRAÇÕES À LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ............................................................................346


RECURSO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS ............................................................................348
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO .........................................................................................................349
LEI Nº 8.212/1991 E ALTERAÇÕES ................................................................................................350
SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS ...........................................................................351

LEI Nº 8.213/1991 E ALTERAÇÕES ................................................................................................356


DECRETO Nº 3.048/99 E ALTERAÇÕES .........................................................................................360
LEI DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS) ............................................................................................379
INSTÂNCIA
INSTÂN CIAS
S DEL
DELIBE
IBERATIVAS
RATIVAS DO SUAS................
SUAS............................
........................
.......................
.......................
.......................
.......................
.......................
.................383
......383

DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS PROGRAMAS E DOS PROJETOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ....384
 

O código inicia suas disposições estabelecendo


as regrasdedeontológicas.
normas As regras
conduta de uma deontológicas
determinada são
prossão.
No caso do decreto 1.171/94, as regras de conduta se
aplicam aos servidores do poder executivo federal na
ÉTICA NO SERVIÇO administração direta e indireta.

PÚBLICO Órgão e entidades da


Administração Pública
Federal

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO


Código de Ética
SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER Prossional do
Administração Pública
EXECUTIVO FEDERAL Servidor Público Civil
Federal direta e indireta
do Poder Executivo
DECRETO Nº 1.171/1994 E DECRETO Nº 6.029/2007 Federal

O decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994 foi


sancionado pelo Presidente da República,
República , tendo Destinatários da medida
por base o disposto no art. 37 da constituição. E em
leis esparsas (8.112/90 e 8429/92).
Com a aprovação do Código de Ética Prossional
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, Terminado o texto da lei, vamos nos deter nas
cam denidos os órgãos e entidades da Administra-
Administra - regras deontológicas que fazem parte do anexo, assim
ção Pública Federal direta e indireta como destinatá- no capítulo I, seção I temos alguns incisos que mere-
rios da medida. O prazo para implementação foi de 60 cem o devido comentário e os demais são de leitura
obrigatória, são eles:
(sessenta) dias, inclusive a Constituição da respectiva
Comissão de Ética que será integrada por três servi-  I - A dignidade , o decoro , o zelo , a ecácia
ecácia   e a
dores ou empregados titulares de cargo efetivo ou consciência  dos princípios morais são primados
emprego permanente. maiores que devem nortear o servidor público,
p úblico, seja
no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que
CÓDIGO DE reetirá o exercício da vocação do próprio poder
ÉTICA estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes
serão direcionados para a preservação da honra e
SERVIDORES da tradição dos serviços públicos.
PÚBLICOS
FEDERAIS
“direta e indireta“ As palavras destacadas são de suma importância
para esta primeira parte e precisam ser sempre lem-
bradas. É interessante que você as decore!
Comissões formadas por 3
servidores ou empregados  II - O serv
servidor
idor público
público não poderá
poderá jamais
jamais desprez
desprezar
ar
“cargo efetivo ou emprego o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
permanente“ decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
O decreto é realmente muito curto, sendo assim, o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
caput , , e § 4°, da Constituição Federal.
Federal.
precisa ser lido várias vezes:
Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994
Nesse ponto estamos tratando do bem comum.
Art. 1° Fica
1° Fica aprovado o Código de Ética Prossio-
Prossio - Veja só: o servidor deverá decidir com base em diver-    O
nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo sos valores, todavia seu eixo principal de orientação é    C
   I
   L
 Federal,l, que com este baixa.
 Federa o bem comum.    B
    Ú
Art. 2° 
2°  Os órgãos e entidades da Administração    P
 
 Pública Federal direta e indireta implementarão,  III - A moralidade da Administra
Administração
ção Pública não    O
se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo    Ç
   I
em sessenta dias, as providências necessárias à ple-    V
na vigência do Código de Ética, inclusive mediante ser acrescida da ideia de que o m é sempre o bem    R
   E
a Constituição da respectiva Comissão de Ética, comum. O equilíbrio entre a legalidade e a nalida-
nalida-    S
 
integrada por três servidores ou empregados titu- de, na conduta do servidor público, é que poderá    O
   N
lares de cargo efetivo ou emprego permanente. consolidar a moralidade do ato administra
administrativo.
tivo.  
   A
 Parágrafo único. A constituição
constituição da Comissão
Comissão de
de Éti-    C
   I
Sempre que falamos de moralidade ou de moral    T
ca será comunicada à Secretaria da Administração     É
 Federall da Presidência da República, com a indica-
 Federa estamos nos referindo a normas de conduta ou con-
ção dos respectivos membros titulares e suplentes.  junto de normas e esse conjunto de valores, necessa-
Art. 3° Este
3°  Este decreto entra em vigor na data de sua riamente, depende do equilíbrio entre a legalidade e
 publicação. a nalidade. 11

Legalidade que paga seus tributos direta ou indiretamen


indiretamen--
te signica causar-lhe dano moral. Da
moral.  Da mesma
 forma, causar
 patrimônio dano adeteriorando-o,
dano
público, qualquer bem pertencente
perte
por ncente ao
descuido
Finalidade ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas
 IV-  A remuner
remuneração
ação do servidor público é cus-
a todos os homens de boa vontade que dedicaram
teada pelos tributos  pagos direta ou indireta-
sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
mente por todos, até por ele próprio, e por isso se esforços para construí-los.
exige, como contrapartida, que a moralidade
 X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à
administrativa se integre no Direito , como ele-
espera de solução que compete ao setor em que
mento indissociável de sua aplicação e de sua na-
na - exerça suas funções, permitindo a formação de
lidade, erigindo-se, como consequência, em fator de longas las, ou qualquer outra espécie de atraso na
legalidade.  prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
 principalmente grave
grave dano moral aos usuários
usuários dos
Essa informação despenca nas provas de concur- serviços públicos.
so. Fique atento!
Mais uma vez o Código de Ética demonstra seu
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público interesse pelo desempenho do serviço público. Desta
 perante a comu
 perante comunida
nidade
de deve ser ente
entendid
ndidoo como acr
acrés-
és- vez, apresentando condutas que demonstram falta de
cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode comprometimento.
ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve
deve ser tida como exercí-  XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
cio prossional e, portanto, se integra na vida ordens legais de seus superiores, velando atenta-
 particular de cada servidor público. Assim, os mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a
 fatos e atos vericados na conduta do dia-a - conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e
-dia em sua vida privada  poderão acrescer ou o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública.
 XII - Toda ausência injusticada do
injusticada do servidor de
Nesse ponto o código de ética arma que a vida seu local de trabalho é fator de desmoralização
privada do servidor é relevante para o desempenho do serviço público, o que quase sempre conduz à
de sua prossão. Note que os atos do prossional em desordem nas relações humanas.
sua vida privada podem afetar diretamente sua car-
reira no serviço público. Geralmente somos cobrados nesse ponto da maté-
ria e a expressão “injusticada” é retirada
re tirada da questão,
VII ões
 gaç - Salvo
 gações osiscasos
policiais
policia inde
ou inter segurança
teresse
esse nacional,
superior
superior investi-
do Estado
Estado e da por isso que atento!
 Adminis
 Adm inistra
tração
ção Públi
Pública,
ca, a ser
serem
em preser
preservado
vadoss em pro-
pro-
cesso previamente declarado sigiloso, nos termos da  XIII - O servidor que trabalha em harmonia com
lei, a publicidade de qualquer ato administrati- a estrutura organizacional, respeitando seus cole-
vo constitui requisito de ecácia e moralidade ,  gas e cada concidadão, colabora e de todos pode
ensejando sua omissão comprometimento ético con- receber colaboração, pois sua atividade pública
tra o bem comum, imputável a quem a negar. é a grande oportunidade para o crescimento e o
engrandecimento
engrandecime nto da Nação.
Dica DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO
Segundo Hely Lopes Meirelles: “Ato administrati-
vo é toda manifestação unilateral de vontade da Nesse ponto, o código de ética foca nos deveres do
Administração Pública que, agindo nessa quali- servidor. Novamente vamos separar algumas expres-
dade, tenha por m imediato adquirir, resguardar, sões que são essenciais para o estudo desse assunto.
transferir, modicar, extinguir e declarar direitos,
 XIV - São deveres fundamentai
fundamentaiss do servidor público:
ou impor obrigações aos administrados ou a si a) desempenhar, a tempo , as atribuições do cargo,
própria”.  função ou emprego
emprego público de que seja titular;
titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfei-
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servi- ção e rendimento , pondo m ou procurando
procurando prio-
prio-
dor não pode omiti-la ou falseá-la , ainda que ritariamente resolver situações procrastinatórias,
contrária aos interesses da própria pessoa interes-  principalmente diante
diante de las
las ou de qualquer outra
sada ou da Administr
Administração
ação Pública. Nenhum Estado espécie de atraso na prestação dos serviços pelo
 pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder cor- setor em que exerça suas atribuições, com o m de
ruptivo do hábito do erro, da opressão ou da men- evitar dano moral ao usuário;
tira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade c) ser  probo, reto, leal  e  justo , demonstrando
humana quanto mais a de uma Nação. toda a integridade do seu caráter,
caráter, escolhendo sem-
 pre, quando
quando estiver diante de
de duas opções, a melhor
O servidor tem o dever de dar voz à verdade. Ainda e a mais vantajosa para o bem comum;
que em prejuízo da administração ou do interessado. d) jamais retardar
retardar qualquer prestação
prestação de con-
tas, condição essencial da gestão dos bens,
 IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem- direitos e serviços da coletividade a seu cargo ;
 po dedicados ao serviço público caracteriza
caracterizam
m o
12 esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-
aperfeiçoando o processo de comunicação e conta- ção, poder ou autoridade com nalidade estranha
to com o público;
 f) ter consciência de que seu trabalho é regido por ao interesselegais
malidades público, mesmo
e não que observando
cometendo qualqueras for-
viola-
 princípios éticos que se materializam na adequada
adequada ção expressa à lei;
 prestação dos serviços
serviços públicos; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
 g) ser cortês , ter urbanidade , disponibilidade e classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
atenção, respeitando a capacidade e as limitações mulando o seu integral cumprimento.
individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa
 forma, de causar-lhes
causar-lhes dano moral;
moral;  XV - E vedado ao servidor público;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
nenhum temor de representar contra qual- tempo, posição e inuências, para obter qualquer
quer comprometimento indevido da estrutura  favorecimento, para
para si ou para outrem;
em que se funda o Poder Estatal; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
i) resistir a todas as pressões de superiores hierár- servidores ou de cidadãos que deles dependam;
quicos, de contratantes, interessados e outros que c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta- conivente com erro ou infração a este Código de Éti-
 gens indevidas em decorrência de ações imorais, ca ou ao Código de Ética de sua prossão;
ilegais ou aéticas e denunciá-las; d) usar de artifícios para procrastinar ou dicultar
o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
Podemos separar algumas expressões chave do que causando-lhe dano moral ou material;
vimos até agora e que, se você as memorizar, serão um e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cientí-
grande diferencial para seu estudo dessa matéria. São  cos ao seu alcance ou do seu conhecimento para p ara
elas: “a tempo”, “rapidez, perfeição e rendimento”, “ser atendimento do seu mister;
probo, reto, leal e justo”, e “ser cortês, ter urbanidade”.  f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
antipatias,
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
 j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas interram no trato com o público, com os jurisdi- jurisdi -
exigências especícas da defesa da vida e da cionados administrativos ou com colegas hierar-
segurança coletiva ;
quicamente superiores ou inferiores;
 g) pleitear
pleitear,, solicitar
solicitar,, provocar
provocar,, sugerir ou receber
A conduta de greve é mencionada e defendida pelo qualquer tipo de ajuda nanceira, graticação,
graticação, prê-
prê-
código de ética. E não poderia ser diferente, o direi- mio, comissão, doação ou vantagem de qualquer
to constitucional da greve deve ser exercido, porém espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
deve existir equilíbrio entre a busca de direitos e a  para o cumprimento da da sua missão ou para inuen
inuen--
manutenção de serviços de saúde e segurança. ciar outro servidor para o mesmo m;
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
deva encaminhar para providências;
que sua ausência provoca danos ao trabalho orde-
nado, reetindo negativamente em todo o sistema; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces-
site do atendimento em serviços públicos;
Novamente o servidor é impelido a demonstrar  j) desviar servidor público para atendimento
atendimento a inte-
rendimento e presença no local de trabalho. O exercí- resse particular;
cio desses valores termina por beneciar o rendimen-
rendimen - l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen-
to e o ambiente de trabalho e sua ordem. te autorizado, qualquer documento, livro ou bem
 pertencente ao patrimônio
patrimônio público;
m) comunicar imediatamente a seus superiores m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró-
 público, exigindo as providências cabíveis;
cabíveis;  prio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
terceiros;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra- n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua dele habitualmente;
organização e distribuição; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que
o) participar dos movimentos e estudos que se rela- atente contra a moral, a honestidade ou a dignida-
cionem com a melhoria do exercício de suas fun- de da pessoa humana;
ções, tendo por escopo a realização do bem comum;  p) exercer atividade prossional aética ou ligar o    O
   C
 p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade- seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.    I
   L
quadas ao exercício da função;    B
    Ú
q) manter-se atualizado com as instruções, as nor- DAS COMISSÕES DE ÉTICA    P
 
mas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão    O
   Ç
onde exerce suas funções;  XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-    I
   V
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as    R
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou fun- tração Pública Federal direta, indireta autárquica e    E
 fundacional, ou em qualquer
qualquer órgão ou entidade
entidade que    S
 
ção, tanto quanto possível, com critério, segurança e    O
rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. exerça atribuições delegadas pelo poder públi-    N
 
s) facilitar a scalização de todos atos ou serviços co, deverá ser criada uma Comissão de Ética,    A
   C
 por quem de direito;
direito; encarregada de orientar e aconselhar sobre a    I
   T
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas ética prossional do servidor, no tratamento     É

 funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se


abstendo-se de com as pessoas e com o patrimônio público,
 fazê-lo contrariamente
contrariamente aos legítimos interesses
interesses dos competindo-lhe conhecer concretamente de
usuários do serviço público e dos jurisdicionados imputação ou de procedimento susceptível de
administrativos; censura. 13

Dica ( ) O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens


ordens
legais de seus superiores, velando atentamente por
Comissão de ética - Comissões formadas por seu cumprimento, evitando conduta imprudente.
três
vo ouservidores
emprego ou empregados com “cargo efeti-
permanente” A sequência está correta em:

a) F, F, F.
 XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos
organismos encarregados da execução do quadro b) V, F, F.
de carreira dos servidores, os registros sobre sua c) F, V, V.
conduta ética, para o efeito de instruir e fundamen- d) V, V, V.
tar promoções e para todos os demais procedimen-
tos próprios da carreira do servidor público.  Aqui podemos resolver a questão com uma atenta
 XXII - A pena aplicável ao servidor público pela leitura ao anexo do decreto 1.170/94, assim:
Comissão de Ética é a de censura e sua fundamen-  A primeira armação é verdadeir
verdadeira,a, de acordo com
tação constará do respectivo parecer
parecer,, assinado por
p or
todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. o inciso IX, vejamos: A cortesia, a boa vontade, o
cuidado e o tempo dedicados ao serviço público
Censura é a única penalidade imposta pelo código caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal
de ética. uma pessoa que paga seus tributos direta ou indire-
tamente signica causar-lhe dano moral. Da mesma
 XXIV - Para ns de apuração
apuração do comprometimento  forma, causar dano a qualquer bem
b em pertencente ao
ético, entende-se por servidor público todo aquele  patrimônio público, deteriorando-o, por descuido
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
 jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribui- ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas
ção nanceira, desde que ligado direta ou indire-
indire - a todos os homens de boa vontade que dedicaram
tamente a qualquer órgão do poder estatal, como sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
as autarquias, as fundações públicas, as entidades esforços para construí-los.
 paraestatais,, as empresas públicas e as sociedades
 paraestatais  A segunda armação é falsa, conforme inciso XIV:
de economia mista, ou em qualquer setor onde pre- São deveres fundamentais do servidor público: n)
valeça o interesse do Estado. manter limpo e em perfeita ordem o local de tra-
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua
A denição de servidor público feita no decreto organização e distribuição;
1.171/94 só se aplica aos servidores do Poder Executi-
vo Federal na Administração Direta e Indireta. Isso
Indireta.  Isso se  A terceira armação também é falsa, pois o texto
deve ao fato de que o decreto é do Presidente da Repúbli- do decreto fala em “conduta negligente” e não “con-
ca. Caso fosse lei aprovada no Congresso Nacional, tería- duta imprudente”, assim: O servidor deve prestar
mos uma abrangência muito maior. Fique muito atento toda a sua atenção às ordens legais de seus supe-
ao fato
 judic de ou
 judiciário
iário quedoo decreto
legislati
legi nãonem
slativo,
vo, abrange oso servidores
mesmo
mesm os serv dos
servidore
idores riores, velando
e, assim, atentamente
evitando a condutapor seu cumprimento,
negligente. Resposta:
dos estados, municípios ou do Distrito Federal.  Letra B.

REFERÊNCIAS 2. (UFU – 2020) O Código de Ética do Servidor Público


(Decreto 1.171/94) estabelece deveres e vedações ao
Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994. Aprova o servidor público. Considerando-se esse decreto, é cor-
Código de Ética Prossional do Servidor Público Civil reto armar que:
do Poder Executivo Federal. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm a) as ações do servidor público,
público, quando este não se
encontra no exercício da função, não poderão ter
Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Bra- impactos no bom conceito de sua vida prossional.
sileiro. 44. ed. São Paulo: Editora Juspodivm, 2020. b) a comunicação do servidor a seus superiores,
superiores, de atos
e de fatos contrários ao interesse público, demandan-
do as providências cabíveis, deve ser feita quando for
  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS mais conveniente.
c) o exercício do poder ou da autoridade com
com nalidade
CONSULPLAN – 2020)  Considerando o
1. (INSTITUTO CONSULPLAN estranha ao interesse público, sem qualquer violação
Decreto nº 1.171, de 22 de junho 1994 e seus anexos, expressa à lei, é uma das prerrogativas do servidor
marque V para as armativas verdadeiras e F para as público.
falsas. d) a função pública deve exercício pros-
deve ser tida como exercício
sional, portanto se integra à vida particular de cada
( ) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi- servidor público.
cados ao serviço público caracterizam o esforço pela
disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga os seus 
seus   O inciso VI traz exatamente o teor da alternativa: a
tributos direta ou indiretamente signica causar-lhe  função pública deve ser tida como exercício pros-
pros-
dano moral. sional e, portanto, se integra na vida particular de
( ) Constitui direito do servidor público ter limpo e em cada servidor público. Assim, os fatos e atos veri-
veri-
perfeita ordem o local de trabalho, motivo pelo qual cados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
o serviço de limpeza deve ser instituído em todos os  poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito
14 órgãos da Administração. na vida funcional.
funcional. Resposta: Letra D.D.

DECRETO 6.029 DE 2007 Deverá ser protegida a honra e a imagem das pes-
soas investigadas, assim como a imagem do denun-
O decreto nº 6.029, de 1º de fevereiro de 2007, institui ciante deverá ser mantida em sigilo, se este for o seu
o sistema
Como de gestãodedaorganizar
forma ética do Poder Executivo Federal.
e padronizar os con- desejo, e os membros para
cia e imparcialidade da CEP deverão
apurar ter independên-
os fatos, com todas
selhos de Ética, foi instituído o Sistema de Gestão da as garantidas presentes no decreto 6.029/2007.
Ética do Poder Executivo Federal com a nalidade de Possui legitimidade para provocar a atuação da
promover atividades que dispõem sobre a conduta CEP qualquer cidadão (servidor ou não), pessoa jurídi-
ética no âmbito do Executivo Federal. As competên- ca de direito privado, associação ou entidade de classe,
cias do sistema são as seguintes: visando a apuração de infração ética imputada a agente
público, órgão ou setor especíco do ente estatal.
z  Integrar os órgãos, programas e ações relaciona-
das com a ética pública; Dica
z  Contribuir para a implementação de políticas
públicas tendo a transparência e o acesso à infor- Denição de agente público do Decreto 6.029/07
mação como instrumentos fundamentais para o Entende-se por agente público, todo aquele que,
exercício de gestão da ética pública; por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico,
z  Promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a preste serviços de natureza permanente, tem-
compatibilização e interação de normas, procedi- porária, excepcional ou eventual, ainda que sem
mentos técnicos e de gestão relativos à ética pública; retribuição nanceira, a órgão ou entidade da
z
  Articular ações comdevistas
var procedimentos a estabelecer
incentivo e efeti-
e incremento ao administração pública federal, direta e indireta.
desempenho institucional na gestão da ética públi- Da apuração dos atos
ca do Estado brasileiro.
O Decreto organiza procedimento de apuração dos
O sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo
Federal é composto por 3 grandes grupos: atos praticados em seu desacordo. Desta forma, privi
legia o contraditório e a ampla defesa. As apurações
poderão ser praticadas de ofício (sem provocação)
z  A Comissão de Ética Pública (CEP), instituída pelo ou por meio de denúncia. É importante frisar que o
Decreto de 26 de maio de 1999;
z  As Comissões de Ética de que trata o Decreto no
processo inicia com um prazo de defesa prévia, fato
1.171, de 22 de junho de 1994; importante, posto que, acusações com pouca funda-
z As demais Comissões de Ética e equivalentes nas
mentação poderão ser combatidas desde logo.
entidades e órgãos do Poder Executivo Federal. Nos termos do Decreto “o processo de apuração de
prática de ato em desrespeito ao preceituado no Códi-
Vamos dar especial destaque para a composição go de Conduta da Alta Administração Federal e no
das comissões, uma vez que tal assunto é muito cobra- Código de Ética Prossional do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal será instaurado, de ofício
do em concursos e deve ser, se possível, decorado: ou em razão de denúncia fundamentada, respeitando-
z  CEP: 7 integrantes brasileiros com idoneidade moral,
-se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla
reputação ilibada e notória experiência designados defesa”.
pelo Presidente. O mandato será de três anos, não As apurações serão feitas pela Comissão de Ética
coincidentes e com aceitação de uma recondução. Pública ou pelas demais Comissões de Ética. Em todos
os casos será noticado o investigado para manifes-
manifes -
O trabalho desenvolvido na CEP não enseja remu- tar-se, por escrito, no prazo de dez dias. Além disso,
neração, mas é considerado serviço público relevante. o investigado poderá produzir prova documental
necessária a sua defesa e as Comissões de Ética terão
A CEP apresenta diversas competências, todas lista- o poder de requisitar os documentos que entenderem
das no artigo 4º do decreto 6.029/07, dentre elas a mais necessários à instrução probatória e, também, promo-
importante é a seguinte: atuar como instância consul- ver diligências e solicitar parecer de especialista.
tiva do Presidente da República e Ministros de Estado Após a conclusão do processo poderão ser adota-
em matéria de ética pública. Ou seja, a CEP deverá ser das as seguintes medidas:
capaz de dirimir dúvidas na área da gestão da Ética
no Executivo Federal, por isso a Comissão possui um z  Encaminhamentoo de sugestão de exoneração de car-
Encaminhament    O
   C
departamento Jurídico para prestar assessoria. Além go ou função de conança à autoridade hierarqui
hierarqui-    I
disso, deverá apurar informações recebidas por meio camente superior ou devolução ao órgão de origem,-    L
   B
    Ú
de denúncias ou de ofício, quando presentes condutas conforme o caso;    P
 
quem em desacordo com suas normas. Por m, coor- coor - z  Encaminhamento, conforme o caso, para a Contro-    O
   Ç
denará, avaliará e supervisionará o Sistema de Gestão ladoria-Geral da União ou unidade especíca do    I
   V
da Ética Pública do Poder Executivo Federal Sistema de Correição do Poder Executivo Federal    R
   E
As instâncias superiores dos órgãos e entidades do de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de    S
 
Poder Executivo Federal, abrangendo a administração
a dministração 2005, para exame de eventuais transgressões dis- dis -    O
   N
 
direta e indireta deverão observar as normas éticas e ciplinares; e    A
de disciplina, constituir as próprias comissões de ética z  Recomendação de abertura de procedimento admi-    C
   I
   T
e atender com prioridade as solicitações da CEP.
CEP. nistrativo,, se a gravidade da conduta assim o exigir.
nistrativo     É
Considerando o alto impacto que as ações desen-
volvidas pela CEP podem causar nos servidores que Fica assegurado a todos os investigados, em respei-
re spei-
forem investigados, algumas medidas rígidas foram to ao contraditório e ampla defesa, o conhecimento do
adotadas para preservar os investigados. teor das acusações e o acesso aos autos (ainda que no 15

recinto das Comissões de Ética). Por m, ca garanti-


garanti- 3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No exercício do cargo, o
do o acesso a cópias integrais dos processos e de certi- servidor público, quando decide entre o honesto e o
dão do seu teor. desonesto, vincula sua decisão à
As comissões de ética têm por dever proferir deci-
são sobre os temas de sua competência, independen- a) ética.
temente de omissão do Código de Conduta da Alta b) impessoalidade.
Administração Pública. Eventuais omissões poderão
poderão c) conveniência.
ser supridas por uso da analogia ou dos princípios da d) eciência.
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e) legalidade.
e eciência.
4. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Julgue o seguinte item, a
respeito da ética no serviço público.
  O uso do cargo ou função pública para obter favore-
Importante! cimento, desde que não haja prejuízo a outrem, não
Art. 17 As Comissões de Ética, sempre que cons- constitui afronta à ética e à moral do serviço público.
tatarem a possível ocorrência de ilícitos penais,
civis, de improbidade administrativa ou de infra- ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
ção disciplinar, encaminharão cópia dos autos
às autoridades competentes para apuração de 5. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Julgue o seguinte item, a
tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua respeito da ética no serviço público.
  A ausência injusticada de um servidor público ao seu
competência. local de trabalho constitui fator de desmoralização do
serviço público
O texto do artigo 17 do Decreto é tremendamente
importante, justamente pelo fato de lembrar às Comissões ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
de Ética que, além de realizarem seu dever, deverão estar
atentas aos possíveis desdobramentos que poderão ocor- 6. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Com base no disposto na
rer em função das condutas praticadas. legislação administrativa, julgue o item a seguir.
Os trabalhos nas Comissões de Ética que são dispos-   A punição prevista para servidor por desvio de condu
tas nos incisos II e III do art. 2º do Decreto 6.029/07 são ta ética reconhecido por comissão de ética é a censu-
considerados relevantes e têm prioridade sobre as atri- ra ética.
buições próprias dos cargos dos seus membros, quando
estes não atuarem com exclusividade na Comissão. ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
Chegamos ao nal de mais um assunto com grande
chance de ser objeto de questões nas provas do CESPE. 7. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no Código de
Lembre-se: o Código de Conduta da Alta Administração Ética Prossional do Servidor Público Civil do Poder
Federal, o Código de Ética Prossional do Servidor Públi-
Públi- Executivo Federal, julgue o item a seguir.
  A criação de comissão de ética com a nalidade de
co Civil
do órgãodoouPoder Executivo
entidade Federal e ao
serão aplicados o Código deainda
servidor Ética orientar o servidor é facultativa às entidades que exer-
çam atribuições delegadas pelo poder público.
que essas autoridades e agentes públicos estejam em
gozo de licença. ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

8. (CESPE-CEBRASPE – 2018)  Julgue o item seguinte,


que versa sobre o disposto no Código de Ética Pros-
HORA DE PRATICAR! sional do Servidor Público e sobre gestão de pessoas
e de processos no serviço
s erviço público.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A
2019) A respeito de ética no ser-   Conforme o Decreto n.º 1.171/1994, é vedado ao servi-
viço público, julgue o item a seguir. dor público civil do Poder Executivo federal atrapalhar
  No estrito exercício de sua função, o servidor públi- ou impedir o exercício regular de direito por qualquer
co deve nortear-se por primados maiores — como a pessoa.
consciência dos princípios morais, o zelo e a ecácia
—; fora dessa função, porém, por estar diante de situa- ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
ção particular, não está obrigado a agir conforme tais
primados. 9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à ética
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO no serviço público, julgue o item seguinte, à luz do dis-
posto no Decreto n.º 1.171/1994 (Código de Ética Pro-
ssional do Serviço Público).
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de ética no ser-   Não descumpre o dever de respeito à hierarquia o ser-
viço público, julgue o item a seguir. vidor que denunciar pressões de superiores hierárqui-
  Servidor público que se apresenta habitualmente cos que visem obter vantagens indevidas.
embriagado no serviço ou até mesmo fora dele pode-
rá ser submetido à Comissão de Ética, a qual poderá ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
aplicar-lhe a pena de censura.
10. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à ética
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO no serviço público, julgue o item seguinte, à luz do dis-
posto no Decreto n.º 1.171/1994 (Código de Ética Pro-
ssional do Serviço Público).
16

  Uma das regras deontológicas que regem a conduta dos b) o presidente da comissão tem voto de qualidade
qualidade nas
servidores públicos federais
federais é o espírito de solidaried
solidariedade,
ade, deliberações da CEP.
conforme o qual se espera que o servidor seja compla- c) o mandato de seus integrantes é de três
três anos, sem
cente em caso de erro ou infração, pois a superação de direito à recondução.
falhas
mento representa
prossionaluma oportunidade
dos servidores para o engrandeci-
públicos. d) seus integrantes são designados pelo chefe da Casa
Civil da Presidência da República.
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO e) os mandatos de seus integrantes devem ser coincidentes.

11. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere a ética 9  GABARITO


no serviço público, julgue o próximo item, com base no
Decreto n.º 1.171/1994 — Código de Ética Prossional
do Serviço Público. 1 ERRADO
  Constitui dever fundamental do servidor público abs- 2 CERTO
ter-se de exercer sua função com nalidade estranha
ao interesse público, mesmo que observadas as for- 3 A
malidades legais.
4 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO CERTO
5
12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) À luz da Lei n.º 8.112/1990, 6 ERRADO
da
do Lei n.º 12.527/2011
Servidor Público Civile do
do Poder
CódigoExecutivo
de Ética Prossional
Federal, jul- 7 ERRADO
gue o item subsecutivo. 8 CERTO
  Em regra, a publicidade do ato administrativo consti-
tui requisito de ecácia e moralidade; por isso, a sua 9 CERTO
omissão enseja comprometimento ético contra o bem
comum, imputável a quem a negar. 10 ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO 11 CERTO
12 CERTO
13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Além da distinção entre
lícito e ilícito, a moralidade da administração pública 13 D
também abrange a ideia de que a nalidade dos seus
atos deve ser sempre o 14 C
15 B
a) justo.
b) equilíbrio.
c)
d) honesto.
bem comum.
e) ético.  ANOTAÇÕES
 ANOTAÇÕES
14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Tendo conhecimento de
conduta que esteja em desacordo com as normas éti-
cas pertinentes e seja
se ja praticada por servidor do órgão
da administração federal, uma comissão de ética a ser
instalada deverá

a) informar, imediatamente, o fato à autoridade máxima


máxima
do respectivo órgão.
b) aplicar a penalidade
penalidade prevista em lei logo após
após o devido
processo legal.
c) permitir vista dos
dos autos ao investigado mesmo antes
de ele ser noticado da existência do procedimento    O
   C
investigatório.    I
   L

d) pedir autorização
a outro à autoridade
órgão documentos máxima àpara
necessários requisitar
ap uração
apuração do
   B
    Ú
   P
 
fato violador
violador..    O
   Ç
   I
e) pedir autorização à autoridade máxima para apor aos    V
autos a chancela de “reservado” até emitir relatório de    R
   E
conclusão.    S
 
   O
   N
 
15. (CESPE-CEBRASPE– 2018) A Comissão de Ética    A
   C
Pública (CEP) integra o Sistema de Gestão da Ética    I
   T
do Poder Executivo Federal e, segundo o Decreto n.º     É
6.029/2007,

a) ela é a instância deliberativa


deliberativa do presidente
presidente da Repúbli-
Repúbli-
ca e dos ministros de Estado. 17

 ANOTAÇÕES
 ANOTAÇÕES
18

políticas públicas e atuam diretamente na direção


da implementação.

Suas competências constam diretamente na CF/88


e possuem prerrogativas especícas. Como exemplo,

REGIME JURÍDICO ÚNICO temos Deputado Federal, Ministro de Estado etc.


z  Agentes honorícos: não possuem vínculo e nor-
malmente atuam sem remuneração. Prestam ser-
viços especícos e temporários, como os mesários
LEI 8.112/1990 E ALTERAÇÕES, em eleições.
DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR z  Agentes delegados: são
delegados: são particulares que exercem
PÚBLICO atividades de interesse público em seu próprio
nome, estando sujeitos à scalização do Estado. Os
tabeliães são exemplos.
CONCEITO z  Agentes credenciados: têm por missão representar
a Administração Pública em um evento ou atividade
Dentre os vários conceitos de agente público, um especíca. Um exemplo é um atleta em atividade ou
dos mais completos e esclarecedores é o constante da aposentado que representa o país em evento da FIFA
Lei de Improbidade Administrativa (Lei
Administrativa (Lei nº 8.429/92).
8.429/92). ou outra organização de esporte.
Vejamos.

Art. 2° 
2°  Reputa-se agente público, para os efeitos
desta lei, todo aquele que exerce, ainda que tran-
sitoriamente ou sem remuneração, por eleição,   EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito à admi-
nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, nistração pública direta, à administração pública indireta
cargo, emprego ou função nas entidades menciona- e aos agentes públicos, julgue o item que se segue.
das no artigo anterior
anterior..   Ministros e secretários estaduais e municipais são
agentes políticos cujos vínculos funcionais não têm
Veja que, não por acaso, o conceito é o mais abran- natureza permanente, mas que, com base no seu
gente possível, visto que se trata de uma lei que tem poder político, traçam e implementam políticas públi-
o intuito de alcançar atos impróprios praticados por cas constitucionais e políticas públicas de governo.
pessoas que estejam agindo em nome da Administra-
ção Pública. ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
Espécies  Agentes políticos podem ser conceituados como
 participantes da cúpula da Administração Pública,
Conhecido o conceito de agente público da forma e os Ministros e Secretários de Estado certamente
mais ampla possível, passamos agora a dois tipos que  fazem parte de tal categoria, uma vez que estão
abaixo apenas dos chefes do Poder Executivo e são
são certamente os mais frequentes. responsáveis pela denição de políticas públicas.
 Resposta: Certo.
z  Servidores Públicos
2. (CESPE-CEBRASPE – 2016) No que concerne aos
  Possuem regime próprio (estatuto) predomi- agentes públicos, julgue o próximo item.
nantemente de direito público, devido às fun-   A denição de servidor público, em sentido amplo,
ções em que atuam. engloba os empregados públicos e servidores
  Ocupam cargos públicos efetivos (por meio de temporários.
concurso público).
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
z Empregados Públicos
O conceito de servidor público em sentido amplo
  Agentes públicos que têm seus vínculos basea- engloba servidor público em sentido estrito, emprega-
dos na CLT.
CLT. O vínculo é chamado de celetista ou dos públicos e servidores temporários. Lembre-se de
contratual. que a armação incompleta para a banca CESPE-CE -
 Há predominância do regime privado.  BRASPE
 BRAS PE não
não torna
torna err
errada
ada a questã
questão.
o. Respost
Resposta:a: Certo.
Certo.    O
   C
   I
   N
Os conceitos acima são estritos. Em sentido amplo, CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA     Ú
o termo “servidores públicos” engloba os dois grupos    O
   C
   I
colocados acima e também os servidores temporá- Vamos conhecer mais três conceitos importantes    D
no âmbito do estudo dos agentes públicos. Inicialmen-     Í
rios. Vamos agora conhecer outras espécies citadas    R
pela doutrina, mas menos frequentes que as duas te, vejamos o conceito de cargo público,
público, previsto no    U
   J
anteriores. artigo 3º da Lei nº 8.122/90.    E
   M
   I
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e    G
z  Agentes administrativos: 
administrativos:  são aqueles remune-    E
rados para exercer cargos, empregos e funções responsabilidades
responsabilidades previstas na estrutura organiza-    R
públicas. São basicamente os dois tipos que vimos cional que devem ser cometidas a um servidor.
acima em apenas um grupo.
z  Agentes políticos: 
políticos:  que fazem parte da cúpu- Seus ocupantes são chamados servidores públicos
la da Administração Pública. Eles denem as e seu provimento poderá se dar em caráter efetivo
efetivo   19

(em regra por meio de concurso público) ou comis-  A função pública é um conjunto de atribuições que
sionado   (ocupados provisoriamente por agentes
sionado  pode ser atribuído tanto a um servidor efetivo
efetivo quan-
nomeados e exonerados livremente pela autoridade to a um servidor temporário. Não há a vedação tra-
competente). zida pela questão. Há possibilidade de exercício de
Os empregos públicos são
públicos são ocupados por empregados  funções em caráter temporário, como vimos ante-
públicos, cujo vínculo tem por base a CLT, possuindo, riormente. Resposta: Errada.
portanto, natureza contratual e trabalhista. Em regra,
serão providos por meio de concurso público. Não LEI Nº 8.112/90
adquirem estabilidade, mas sua demissão deve se dar
mediante processo administrativo com ampla defesa e Compreendidos os conceitos iniciais anteriormen-
contraditório. te apresentados, estudaremos agora a Lei nº 8.112/90,
Por m, temos a função pública.
pública. Inicialmente, que é o estatuto dos servidores civis da União,
União, como
precisamos entender que todo cargo ou emprego está ca exposto já em seu artigo 1º.
associado a uma função. No entanto, nem toda função
está associado a um cargo ou emprego. O que estamos Art. 1º  Esta
Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Ser-
abordando aqui é, logicamente, a existência da função vidores Públicos Civis da União, das autarquias,
de maneira isolada. Elas poderão ser classicadas em inclusive as em regime especial, e das fundações
temporárias ou
temporárias  ou permanentes
permanentes..  públicas federais.
federais.
As funções temporárias
temporárias têm
 têm respaldo constitucional,
existindo por tempo determinado e com base em Vamos, então, conhecer os principais institutos e
excepcional interesse público. respectivos dispositivos constantes da lei.

CF/88 z  Provimento
Art. 37 [...]
37 [...]
 IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por É a ocupação do cargo público por uma pessoa. O
tempo determinado para atender a necessidade artigo 5º traz os requisitos:
temporária de excepcional interesse público;
Art. 5º  São requisitos básicos para investidura em
A Lei nº 8.745/93 trata do assunto, sendo a assistência cargo público:
a situações de calamidade pública uma dessas hipóteses.  I - a nacionalidade
nacionalidade brasileira;
brasileira;
Temos também as funções permanentes,
permanentes, que  II - o gozo dos direitos
direitos políticos;
 III - a quitação com as obrigações militares e
serão exercidas juntamente com cargos públicos. eleitorais;
Aqui, é preciso atenção
atenção.. Não estamos falando em fun-  IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
ção associada ao cargo público, e sim da possibilida- do cargo;
de de
de  de exercício simultâneo
simultâneo.. V - a idade mínima de dezoito anos;
Exemplo: Você passa em um concurso e ocupa um VI - aptidão física e mental.
cargo em determinado setor. Depois de um tempo,
assume a função
função de
 de chea. Essa função existe perma A investidura é o termo jurídico utilizado para
nentemente e não está associada ao cargo que você indicar o momento em que a pessoa toma posse do
ocupa, mas pode ser exercida juntamente com ele. cargo; o artigo 7º traz essa informação. Ele é impor-
tante e bastante cobrado em provas.
provas.
  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS  Art. 7º  A investidura em cargo público ocorrerá
com a posse.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Em relação aos serviços
públicos e ao disposto na Lei n.º 8.112/1990, julgue o Em seguida, no artigo 8º, temos as formas de “ocu-
item seguinte. par” o cargo público. A lei chama-as de formas de
  Os servidores contratados por tempo determinado provimento.. São elas:
provimento
para atender à necessidade temporária de excepcio -
nal interesse público e os empregados públicos clas-
sicam-se, em virtude da ausência de estabilidade, Nomeação
como servidores temporários.
Promoção
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO    o
   t
   n
 Empregados públicos não possuem vínculo tempo-    e Readaptação
   m
   i
rários. Não adquirem estabilidade, mas a demissão
deve ocorrer mediante processo administrativo com    v
   o
   r
ampla defesa e contraditório, devendo o ato admi-    P Reversão
   e
nistrativo ser motivado. Resposta: Errado.    d
   s
   a
2. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A respeito dos cargos e    m Aproveitamento
   r
funções públicas, julgue o item que se segue.    o
   F
  A função pública compreende o conjunto de atribui- Reintegração
ções conferidas aos servidores ocupantes de cargo
efetivo, razão por que não é exercida por servidores
temporários. Recondução
20 ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

Não se preocupe com o signicado de cada um dos


incisos, pois falaremos sobre eles mais à frente.   EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
z  Nomeação 1. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A respeito da Lei n.º
8.112/1990,, o item apresenta uma situação hipotética,
8.112/1990
A nomeação é o ato unilateral da administração seguida de uma assertiva a ser julgada.
para prover o cargo. Poderá se dar em caráter efetivo   Alice, aprovada em concurso público para o cargo
ou em comissão, conforme a natureza do vínculo (efe- de técnico administrativo de um TRE, precisa acom-
tivo ou comissionado). Vejamos o artigo 9º: panhar uma cirurgia de um ente familiar que ocorrerá
no mesmo dia em que foi marcada sua posse. Nessa
Art. 9º A
 A nomeação far-se-á:
far-se-á: situação, Alice poderá nomear, por procuração especí-
 I - em caráter
caráter efetivo, quando se tratar de cargo
cargo iso- ca, alguém que a represente no ato da posse.
lado de provimento efetivo ou de carreira;
 I - em comissão, inclusive na condição de interino, ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
 para cargos
cargos de conança vagos.
O §3º do artigo 13 da Lei 8.112/90 dá o respaldo
A nomeação
nomeação para
 para cargo de carreira ou cargo isola- legal para que o servidor possa tomar posse por
do de provimento efetivo depende
efetivo depende de prévia habili- meio de procuração especíca. Resposta: Certo.
tação em concurso público de
público de provas ou de provas e
títulos, obedecidos a ordem de classicação e o prazo z  Estágio Probatório e Estabilidade
de sua validade, conforme previsão do artigo 10.

Art. 10 A
 A nomeação para cargo de carreira
carreira ou car- res Vejamos os artigos 20por
a serem observados e 21, que nos
ocasião dotrazem
estágioos fato-
proba-
 go isolado de provimento
provimento efetivo depende
depende de prévia tório e o prazo para estabilidade.
habilitação em concurso público de provas ou de
 provas e títulos, obedecidos a ordem de classica-
classica- Art. 20 Ao
 Ao entrar
entrar em exercício, o servidor nomeado
ção e o prazo de sua validade.  para cargo de provimento efetivo cará sujeito a
estágio probatório por período de 24 (vinte e qua-
z  Concurso Público tro) meses, durante o qual a sua aptidão e capaci-
dade serão objeto de avaliação para o desempenho
O concurso será de provas ou provas e títulos e do cargo, observados os seguintes fatores:
poderá ser realizado em duas etapas, conforme dis-  I - assiduidade;
assiduidade;
posição da lei e regulamento ligado à carreira. Terá  II - disciplina;
validade de até 2 anos, podendo ser prorrogado uma  III - capacidade
capacidade de iniciativa;
iniciativa;
única vez, por igual período.  IV - produtividade;
produtividade;
V- responsabilidad
responsabilidade.e.
z  Posse e Exercício Art. 21  O servidor habilitado em concurso público
e empossado em cargo de provimento efetivo adqui-
  Posse:  tratada nos artigos 13 e 14, ocorrerá
Posse:  rirá estabilidade no serviço público ao completar 2
pela assinatura do respectivo termo,
termo, no qual (dois) anos de efetivo exercício.
deverão constar as atribuições, os deveres, as
responsabilidades e os direitos inerentes ao É importante ressaltar que o prazo de 24 meses se
cargo ocupado, que não poderão ser alterados encontra em discordância com o artigo 41 da Consti-
unilateralmente, por qualquer das partes, res- tuição Federal, que traz o prazo de 36 meses. Portanto,
salvados os atos de ofício previstos em lei. que atento para não se confundir.

A posse
posse ocorrerá
 ocorrerá no prazo de trinta dias contados
dias contados
da publicação do ato de provimento que,
provimento que, no caso do Importante
concurso, é a nomeação e poderá ocorrer mediante
procuração especíca.
Lei nº 8.112/90: O servidor estável só perderá o
cargo em virtude de:    O
   C
   I
z sentença judicial transitada em julgado; ou
  Exercício:   é o efetivo desempenho das atri-
Exercício:    N
z     Ú
buições do cargo público ou da função de con-
ança, sendo de quinze dias 
dias  o prazo para o  deseja
lhe processo administrativo
assegurada disciplinar no qual
ampla defesa.    O
   C
   I
CF/88: O servidor público estável só perderá o    D
    Í
servidor empossado em cargo público entrar    R
em exercício, contados da data da posse. cargo:    U
   J
z em virtude de sentença judicial transitada em    E
 julgado;    M
   I
O servidor será exonerado
exonerado do
 do cargo ou será tor-    G
nado sem efeito o ato de sua designação para função z mediante processo administrativo em que lhe    E
   R
de conança se não entrar em exercício no prazo. O seja assegurada ampla defesa;
início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exer- z mediante procedimento de avaliação periódi-
cício serão registrados no assentamento individual do ca de desempenho, na forma de lei complemen-
servidor. tar, assegurada ampla defesa. 21

z  Reintegração
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
Segundo o artigo 28, é a reinvestidura do servidor
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o próximo item,
relativo à administração de pessoal e a processos de estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
compras governamentais no âmbito do setor público. resultante de sua transformação, quando invalidada
  A produtividade é um dos fatores utilizados para a ava- a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
liação de desempenho de servidores nomeados para com ressarcimento de todas as vantagens.
cargos efetivos em período de estágio
est ágio probatório. Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
cará em disponibilidade. Encontrando-se provido o
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido
reconduzido a  aoo
cargo de origem, sem direito à indenização, aprovei-
Conforme consta no IV do artigo 20 da Lei nº tado em
tado  em outro cargo ou, ainda, posto em disponibili-
8.112/90, a produtividade compõe os fatores de ava- dade.. Entenderemos a recondução a seguir.
dade
liação de desempenho. Vale acrescentar que o perío-
do de estágio probatório é de 24 meses, período em z  Recondução
que ocorrerá essa avaliação. Resposta: Certo.
É o retorno do servidor estável ao cargo anterior-
z  Readaptação mente ocupado e decorrerá de inabilitação em
e m estágio
probatório relativo a outro cargo ou reintegração do
Segundo o artigo 24, é a investidura do servidor
em cargo de atribuições e responsabilidades compatí- anterior ocupante. Encontrando-se provido o cargo de
veis com a limitação que tenha sofrido em sua capaci- origem, o servidor será aproveitado em outro.

dade física incapaz


Se julgado ou mental vericada
para empúblico,
o serviço inspeçãoo médica.
readap-
tando será aposentado.
  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS
z  Reversão
1. (FGV – 2018) Maria foi aprovada em concurso para
De acordo com o artigo 25, é o retorno à atividade o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional
de servidor aposentado: Federal da 2ª Região, mas, após ter adquirido a esta-
bilidade, foi demitida sem a observância das normas
  Por invalidez
invalidez,, quando junta médica ocial decla-
decla- relativas ao processo administrativo disciplinar.
rar insubsistentes os motivos da aposentadoria;   Em razão disso, Maria ajuizou ação anulatória do ato
  No interesse da administração.
administração. demissional, na qual obteve êxito por meio de decisão
 jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno,
A segunda hipótese acima poderá ocorrer desde que: contudo, Alfredo, também regularmente aprovado em
concurso e estável, foi promovido e passou a ocupar o
z  Tenha sido solicitada a reversão; cargo que era de Maria.
z  A aposentadoria tenha sido voluntária;
z  O servidor era estável quando na atividade;   Sobre a hipótese apresentada, assinale a armativa
z  A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos correta.
anteriores à solicitação;
z  Haja cargo vago.
a) A invalidação
invalidação do ato demissional de Maria não poderá
poderá
importar na sua reintegração ao cargo anterior, consi-
Não poderá ser revertido o aposentado que já tiver derando que está ocupado por Alfredo.
completado 70 anos de idade. b) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, inde-
inde-
pendentemente da existência e necessidade do cargo
que ocupava, deverá ser posta em disponibilidade.
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO c) Maria deverá
deverá ser readaptada
readaptada em cargo superior
superior ao que
que
ocupava anteriormente, diante da ilicitude de seu ato
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposi- demissional.
ções da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir. d) Em decorrência da invalidade do ato demissional,
É vedado ao servidor público aposentado o retorno ao Maria deve ser reintegrada ao cargo que ocupava
serviço público a pedido, somente sendo possível a e Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de
reversão por insubsistência dos motivos da aposenta- origem.
doria por invalidez.
Uma vez invalidada a demissão por meio de decisão
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
 judicial transitada em julgado, teremos a aplicação
Tal assertiva contradiz o que dispõe o artigo 25 do instituto da reintegração, conforme expressa
sobre a reversão:“Art. 25. Reversão é o retorno à  previsão legal: “Art. 28 A reintegração é a reinves-
atividade de servidor aposentado: I - por invalidez, tidura do servidor estável no cargo anteriormente
quando junta médica ocial declarar insubsistentes ocupado, ou no cargo resultante de sua transforma-
os motivos da aposentadoria; ou II - no interesse ção, quando invalidada a sua demissão por decisão
da administração, desde que: a) tenha solicitado a administrativa ou judicial, com ressarcimento de
22 reversão.”  Resposta:
 Resposta: Errado todas as vantagens.” Resposta: Letra D.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base nas disposi- A exoneração de cargo em comissão e a dispensa
ções da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir. de função de conança dar-se-á a juízo da autoridade
  A readequação consiste no retorno do servidor estável competente e a pedido do próprio servidor.
ao cargo anteriormente ocupado. Atenção! Muitas
Atenção!  Muitas vezes, principalmente com base
em leitura de notícias ou noticiários televisivos, aca-
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO bamos interpretando o termo exoneração como uma
punição ou
punição  ou sanção. Veja que a lei não prevê a
prevê a exone-
O conceito
artigo trazido
29 da não29.
lei: “Art.
“Art. está conforme oéconstante
Recondução o retorno do
do ração
As dessa forma.
sanções estão previstas em outros dispositivos e
servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e serão oportunamente abordadas.
decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório
relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior
ocupante. Parágrafo único. Encontrando-se provi-
do o cargo de origem, o servidor será aproveitado
em outro, observado o disposto no art. 30.” Não há
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
readequação, porém temos a readaptação. Vejamos:
“Art. 24. Readaptação é a investidura
investidura do servidor 1. (FGV – 2016) Conforme prevê a Lei nº 8.112/90, que
em cargo de atribuições e responsabilidades com- institui o regime jurídico dos servidores públicos civis
 patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua da União, das autarquias e das fundações públicas
capacidade física ou mental vericada em inspeção federais, a vacância do cargo público decorrerá, dentre
médica.”  Resposta:
 Resposta: Errado. outros, de:

z  Disponibilidade e Aproveitamento a) exoneração, demissão e promoção;


b) falecimento, readaptação e nomeação;
nomeação;
Disponibilidade  é a situação em que o servidor
Disponibilidade  c) remoção, aposentadoria e reintegração;
reintegração;
ca afastado de suas atividades com remuneração d) permuta, reversão e disponibilidade;
disponibilidade;
proporcional ao tempo de serviço, aguardando o e) aproveitamento, recondução e transferência.
transferência.
retorno às atividades, que é o aproveitamento.
Na lei, temos o artigo 30 como principal disposição  Em conformidade com
c om o que descreve o artigo 33,
a esse respeito. a exoneração, demissão e promoção são as opções
que ocasionam a vacância do cargo público. Respos-
 Respos-
Art. 30  O retorno à atividade de servidor em dis- ta: Letra A.
 ponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO
compatíveis com o anteriormente ocupado.
Remoção (segundo o artigo 36) é o deslocamento
Remoção (segundo
z  Vacância do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mes-
mo quadro, com ou sem mudança de sede. São moda-
É a ocorrência de algum evento que torna vago o lidades de remoção:
cargo. A lei enumera esses eventos no seu artigo 33.
z  de ofício
ofício,, no interesse da Administração;
z
Exoneração z   aa pedido
pedido,
pedido,,,apara
pedido critério da Administração
outra Administração; ;
localidade, independente-
mente do interesse da
interesse da Administração:
Demissão   para acompanhar cônjuge ou ou companheiro
 companheiro,,
também servidor público civil ou militar, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Promoção Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslo-
de slo-
cado no interesse da Administração;
   a
   i
   c   por motivo de saúde 
saúde  do servidor, cônjuge,
   n Readaptação companheiro ou dependente que viva às suas
   â
   c expensas e conste do seu assentamento fun-
   a
   v cional, condicionada à comprovação por junta
Aposentadoria médica ocial;    O
  em virtude de processo seletivo 
seletivo  promovido,    C
   I
na hipótese em que o número de interessados    N
    Ú
Posse em outro cargo for superior ao número de vagas, de acordo    O
   C
inacumulável com normas preestabelecidas pelo órgão ou    I
   D
entidade em que aqueles estejam lotados.     Í
   R
   U
   J
Recondução Vejamos agora a redistribuição
redistribuição que,
 que, ao contrário    E
da remoção, impõe dentre seus preceitos a necessária    M
   I
existência de interesse público.    G
   E
A exoneração
exoneração de
 de cargo efetivo ocorrerá a pedido    R
do servidor, ou de ofício. Quando de ofício, será por Art. 37 Redistribuição
37 Redistribuição é o deslocamento de cargo
(1) não terem sido satisfeitas as condições do estágio de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbi-
probatório ou (2) quando o servidor, após tomar pos- to do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
se, não entrar em exercício no prazo estabelecido. entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação 23

do órgão central do SIPEC, observados os seguintes


 preceitos: Vencimentos
 I - interesse da administra
administração;
ção;
 II - equivalência
equivalência de vencimentos; Remuneração
 III - manutenção da essência das atribuições do
cargo;
 IV - vinculação entre os graus
graus de responsabilidad
responsabilidadee e Vantagens
complexidade das atividades;
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
habilitação prossional; O vencimento
vencimento do  do cargo efetivo, acrescido das van-
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e tagens de caráter permanente, é irredutível. Salvo por
as nalidades institucionais do órgão ou entidade. imposição legal ou
legal ou mandado judicial,
judicial, nenhum des-
conto incidirá sobre a remuneração ou provento.
Veja que, enquanto na remoção
remoção a a lei fala em deslo-
VANTAGENS
camento do servidor
servidor,, na redistribuição
redistribuição temos
 temos o des-
locamento do próprio cargo.
cargo. Em outros termos, no As vantagens estão previstas no artigo 49 e porme-
primeiro caso, temos a mudança do servidor sem que norizadas na sequência. Vejamos quais são:
ocorra qualquer alteração nos quadros dos servidores
envolvidos. No segundo caso, temos uma mudança da Art. 49  Além
Além do vencimento, poderão ser pagas ao
localização do cargo. servidor as seguintes vantagens:
 I - indenizações;
 II - graticações;
graticações;
 III - adicionais.
adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As graticaçõe
graticaçõess e os adicionais incorporam-se
incorporam-se
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca das regras apli- ao vencimento ou provento, nos casos e condições
cáveis aos servidores públicos do Poder Judiciário, e indicados em lei.
considerando o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990 e a Lei
n.º 11.416/2006, julgue o item a seguir. As indenizações
indenizações   são reposições de gastos que o
  A legislação que dispõe sobre o regime estatutário servidor realiza em razão do seu ofício. Elas podem
prevê a possibilidade de o servidor público, em deter- ser as seguintes:
minadas hipóteses, pedir remoção para outra localida-
z  Ajuda de custo:
custo: Destina-se a compensar as despe-
de, independentemente do interesse da administração
sas de instalação do servidor que, no interesse do
pública.
serviço, passar a ter exercício em nova sede, com
mudança de domicílio em caráter permanente,
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO vedado o duplo pagamento de indenização, a qual-
quer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro
 A questão aborda as hipóteses de remoção. Nesse que detenha também a condição de servidor, vier
caso, temos especicamente o que consta no inciso a ter exercício na mesma sede;
 III do artigo 36: “Art. 36 Remoção
Remoç ão é o deslocamen- z  Diária
Diária:: Destinada a repor gastos com pousada, ali-
to do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mentação e locomoção para afastamento em cará-
mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. III - a ter eventual e transitório a serviço.
 pedido, para outra localidade, independentemente z  Indenização de transporte:
transporte: Concedida ao servi-
do interesse da Administração”. Resposta: Certo. dor que realizar despesas com a utilização de meio
próprio de locomoção para a execução de serviços
VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO externos, por força das atribuições próprias do
cargo.
Vejamos o conceito de vencimento constante do
artigo 40 da lei:
Importante
Art. 40 Venc
Vencimento
imento é a retribuição pecuniária pelo As indenizações não se incorporam ao ven-
exercício de cargo público, com valor xado em lei. cimento ou provento para qualquer efeito, ao
contrário do que poderá ocorrer com as gratica-
ções e adicionais.
Vencimento 
Vencimento
remuneração do  éagente
uma parcela
público.básica
Ela é que compõe
xada em lei,a
não estando ligada a situações eventuais em que o
servidor possa se enquadrar. Ao nos aprofundarmos
no que pode integrar a remuneração, o conceito cará
mais claro.
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
Remuneração   é o vencimento do cargo efetivo,
Remuneração 1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Com base nas disposi-
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes ções da Lei n.º 8.112/1990, que trata do regime jurí-
estabelecidas em lei. Veremos mais à frente as espé- dico dos servidores públicos federais, julgue o item a
24 cies de vantagens. seguir.

  Além do vencimento, poderão ser pagos ao servidor Conforme comando do artigo 84, poderá ser con-
indenizações, graticações e adicionais, vantagens cedida licença por motivo de afastamento do cônju-
que serão incorporadas ao seu vencimento. ge ou
ge  ou companheiro
companheiro.. A concessão poderá ocorrer em
caso de deslocamento para outro ponto do território
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO nacional, para o exterior ou para o exercício de man-
dato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
Graticações e adicionais incorporarão sim os ven-ven - A concessão ocorrerá por prazo indeterminado e
indeterminado e
cimentos, entretanto, o erro está ao mencionar que sem remuneração.
remuneração.
as indenizações também seriam. Veja o que dispõe O estatuto também prevê a concessão de licença
a lei: “Art. 49 Além do vencimento, poderão ser para atividade política.
política. Aqui, temos dois parâmetros
 pagas ao servidor as seguintes vantagens: § 1º As diferentes, portanto, é necessário ter atenção.
indenizações não se incorporam ao vencimento ou A licença será sem remuneração 
remuneração  entre o período
 provento para qualquer efeito.” 
efeito.”   Resposta:
Resposta: Errado. que mediar entre a sua escolha
escolha   em convenção parti-
parti-
dária,, como candidato a cargo eletivo, e a véspera
dária véspera   do
FÉRIAS registro de
registro  de sua candidatura
candidatura perante
 perante à Justiça Eleitoral.
A partir do registro da candidatura e até o déci-
mo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará  jus  jus   à
O servidor fará jus a trinta dias de férias, que licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo,
podem ser acumuladas até o máximo de dois perío- somente pelo período de três meses. Após isso, tere-
dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as mos o afastamento para exercício de mandato eletivo
hipóteses em que haja legislação especíca (artigo 77). (veremos mais à frente).
Para o primeiro período aquisitivo 
aquisitivo  de férias,
serão exigidos 12 meses de
meses de exercício; as férias pode-
rão ser parceladas
parceladas   em até três etapas,
etapas, desde que Importante!
assim requeridas pelo servidor, e no interesse da
administração pública. Não confunda licença com afastamento!
É vedado
vedado levar
 levar à conta de férias qualquer falta ao
serviço. Temos também a licença para tratar de interesses
particulares.. Ela será discricionária (escolha da Admi-
particulares
LICENÇAS nistração Pública) e poderá perdurar por até 3 anos, não
podendo ser concedida a servidor em estágio probatório
A partir do artigo 81, fala-se sobre as licenças. e podendo ser revogada a qualquer tempo.
Abordaremos as mais cobradas em concursos aqui.
concursos aqui.
Antes, vejamos a lista de todas elas:

Art. 81 Conceder-se-á ao servidor licença:   EXERCÍCIO COMENT


COMENTADO
ADO
 I - por motivo de doença
doença em pessoa da família;
família;
 II - por motivo de afastamento do cônjuge ou 1. (CESPE-CEBRASPE – 2015) Acerca do regime jurídico
companheiro; dos servidores públicos civis da União, o próximo item
 III - para o serviço
serviço militar; apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
 IV - para atividade
atividade política;
política; assertiva a ser julgada.
V - para capacitação;   Caio, analista judiciário do TRE/GO, está em gozo de
VI - para tratar de interesses particulares; licença para tratar de interesses particulares. Nessa
VII - para desempenho de mandato classista. situação, a referida licença pode ser interrompida, a
qualquer tempo, se for de interesse do tribunal.
Primeiramente, temos a licença por motivo de
doença em pessoa da família.
doença em família. A lista do que o estatu- ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
to considera família é a seguinte: cônjuge ou compa-
nheiro, pais, lhos, padrasto ou madrasta e enteado  A licença para tratar interesses particulares é con-
ou dependente que viva a suas expensas e conste do cedida conforme discricionariedade da Adminis-
seu assentamento funcional. tração Pública, podendo ser revogada a qualquer
A licença poderá ser concedida da seguinte forma, tempo. Ou seja, o agente público responsável poderá
a cada período de 12 meses: concedê-la ou não, conforme o interesse do serviço.
   O
 Resposta: Certa.    C
   I
   N
    Ú
A cada 12 meses, a licença AFASTAMENTOS    O
poderá ser concedida    C
   I
   D
São três os afastamentos previstos no artigo 93 e
seguintes:     Í
   R
   U
   J
   E
z  Servir a outro órgão ou entidade;    M
   I
z  Exercício de mandato eletivo;    G
Até 60 dias Até 90 dias    E
z  Afastamento para estudo ou missão no exterior.    R
(consecutivos ou não) (consecutivos ou não)

Mantida a remuneração Sem remuneração ao O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
do servidor servidor outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos
Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios. A 25

cessão ocorrerá mediante Portaria publicada no Diá- e) não se aplica zeram jus a benefí -
aplica a servidores que já zeram
rio Ocial da União e, mediante autorização expres-
expres- cio semelhante, como é o caso de Claudio.
sa do Presidente da República, o servidor do Poder
Executivo poderá ter exercício em outro órgão da  A ausência não excederá a 4 anos, e nda a missão
Administração Federal direta que não tenha quadro ou estudo, somente decorrido igual período, será
próprio de pessoal, para m determinado e a prazo  permitida nova ausência, conforme regramento
certo. legal. “Art. 95 O servidor não poderá ausentar-se do
No caso da segunda hipótese, o artigo 94 repete os  País para estudo ou missão
missão ocial, sem autorização
comandos constitucionais para cumulação do cargo
com o mandato eletivo. do Presidente da República,
Poder Legislativo Presidente
e Presidente dos Órgãos
do Supremo Tri-
bunal Federal. § 1º A ausência não excederá a 4
Art. 94  Ao
Ao servidor investido em mandato eletivo (quatro) anos, e nda a missão ou estudo, somente
aplicam-se as seguintes disposições: decorrido igual período, será permitida nova ausên-
 I - tratando-se de
de mandato federal,
federal, estadual ou dis-
trital, cará afastado do cargo; cia.”  Resposta:
 Resposta: Letra C.
 II - investido no mandato de Prefeito, será afasta-
do do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua CONCESSÕES
remuneração;
 III - investido no
no mandato de vereador:
vereador: Vejamos as concessões previstas no estatuto. São
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá benesses que o estatuto traz ligadas a ocorrências na
as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remu- vida particular do servidor, e constam basicamente
neração do cargo eletivo; do artigo 97:
b) não havendo compatibilidade de horário, será
afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela Art. 97  Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor
sua remuneraçã
remuneração.o.
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor ausentar-se do serviço:
 I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
sangue;
contribuirá para a seguridade social como se em
exercício estivesse.  II - pelo período comprovadamen
comprovadamente te necessário
necessário para
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou alistamento ou recadastramento eleitoral, limita-
classista não poderá ser removido ou redistribuí- do, em qualquer caso, a 2 (dois)
( dois) dias;
do de ofício para localidade diversa daquela onde  III - por 8 (oito) dias consecutivos
consecutivos em razão
razão de:
exerce o mandato. a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
Por m, em relação ao último afastamento, o ser-
ser- madrasta ou padrasto, lhos, enteados, menor sob
vidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou  guarda ou tutela
tutela e irmãos.
missão ocial sem autorização do Presidente da Repú-
Repú -
blica, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
Presidente do Supremo Tribunal Federal.
A ausência não excederá a 4 anos, e nda a mis-
mis -   EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
são ou estudo, somente será permitida nova ausência
decorrido igual período. 1. (FGV – 2016) Consoante ao que dispõe a Lei nº 8.112/90,
O afastamento de servidor para servir em orga- sem qualquer prejuízo, poderá um servidor civil de funda-
nismo internacional de que o Brasil participe ou ção pública federal ausentar-se do serviço:
com o qual coopere dar-se-á com perda total da
remuneração. a) por 3 (três) dias, para
para alistamento ou recadastramento
recadastramento
eleitoral fora da sede onde está lotado;
b) por 15 (quinze) dias, em razão de falecimento de
parente até o segundo grau;
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO c) por 3 (três) dias, para
para manifestação sindical de greve;
d) por 5 (cinco) dias consecutivos, em razão de
1. (FCC – 2018) Claudio, servidor público do Tribunal Regio- casamento;
nal do Trabalho da 14ª Região, ausentou-se do País para e) por 1 (um) dia, para
para doação de sangue.
missão ocial no exterior. O mencionado afastamento
observou todos os trâmites legais e perdurou por quatro
anos, tendo Claudio regressado ao Brasil em 2012, assu-  A questão nos cobra uma das concessões do artigo
mindo suas atividades. Em 2014, Claudio pleiteou novo 97. Nesse caso, especicamente constante do inciso
afastamento para estudo no exterior. Nos termos da Lei  I. “Art. 97 Sem qualquer prejuízo,
prejuízo, poderá o servidor
no 8.112/1990, o afastamento pleiteado: ausentar-se do serviço: I - por 1 (um) dia, para doa-
ção de sangue”. Resposta: Letra E.
a) não será possível, pois somente decorrido
decorrido o período
de três anos contados do término do anterior afasta- DIREITO DE PETIÇÃO
mento é que se admite a nova ausência.
b) é possível. Vamos conhecer o direito de petição, que nada
c) não será possível, pois somente decorrido
decorrido o período mais é do que o direito de solicitar informações
informações   e
de quatro anos contados do término do anterior afas- esclarecimentos para
esclarecimentos para a defesa
defesa de
 de um direito.
tamento é que se admite a nova ausência.
d) não é cabível, pois
pois trata-se da mesma
mesma espécie de afas- Art. 104 
104  É assegurado ao servidor o direito de
tamento concedido anteriormente, sendo necessário o requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito
26 transcurso de dez anos para que o servidor tenha direito. ou interesse legítimo.

auto -
O requerimento (artigo 105) será dirigido à auto- b) à expedição de certidões requeridas para defesa
ridade competente para decidi-lo e ser encaminhado de direito ou esclarecimento de situações de inte-
por intermédio daquela a que estiver imediatamente resse pessoal;
subordinado o requerente. Cabe pedido de recon- c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
sideração   à autoridade que houver expedido o ato
sideração VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
ou proferido a primeira decisão, não podendo ser em razão do cargo ao conhecimento da autoridade
renovado. superior ou, quando houver suspeita de envolvi-
O pedido de reconsideração 
reconsideração  é uma forma do mento desta, ao conhecimento de outra autoridade
requerente argumentar à autoridade que proferiu a competente para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conserva-
decisão de
recorrer que ela
a outra decidiu incorretamente, antes de
autoridade. ção do patrimônio público;
O requerimento e o pedido de reconsideração VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
 IX - manter conduta compatível com a moralidade
deverão ser despachados no prazo de 5 dias e decidi-
decidi- administrativa;
dos dentro de 30 dias.  X - ser assíduo e pontual
pontual ao serviço;
O artigo 107 traz as possibilidades de recurso:  XI - tratar com urbanidade as pessoas;
pessoas;
 XII - representar contra ilegalidade, omissão
Art. 107 Caberá recurso: ou abuso de poder .
 I - do indeferimento
indeferimento do pedido de reconsideraç
reconsideração;
ão;  Parágrafo único. A representaçã
representaçãoo de que trata o
 II - das decisões sobre os recursos sucessivamente inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e
interpostos. apreciada pela autoridade superior àquela contra a
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imedia- qual é formulada, assegurando-se ao representan-
tamente superior à que tiver expedido o ato ou do ampla defesa.
 proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala
ascendente, às demais autoridades.
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da Não acredito na necessidade de decorar os disposi-
autoridade a que estiver imediatamente subordina- tivos. Veja que todos são bem lógicos; talvez o menos
do o requerente. lógico seja o destacado – o parágrafo único refere-se
exclusivamente a ele.
Pelo próprio signicado do termo, saberemos que Em seguida, temos as proibições
proibições,, previstas no
o pedido de reconsideração é endereçado à própria artigo 117. Aqui, já há uma preocupação maior, pois,
autoridade que proferiu a decisão. O recurso será à de acordo com a gravidade da proibição ferida, tere-
autoridade superior. mos uma punição mais grave. Deixaremos, desde já,
O prazo para interposição de pedido de reconside- a distribuição de acordo com a penalidade eventual-
ração ou de recurso é de 30 dias, a contar da publi- mente aplicável.
cação ou da ciência, pelo interessado, da decisão
recorrida. Proibições sujeitas à advertência
O direito de requerer prescreve:
z  Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
z  Em 5 anos, quanto aos atos de demissão e de cas-
cas - prévia autorização do chefe imediato;
sação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que z  Retirar, sem prévia anuência da autoridade
afetem interesse patrimonial e créditos resultan- competente, qualquer documento ou objeto da
tes das relações de trabalho; repartição;
z  Em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro z  Recusar fé a documentos públicos;

prazo for xado em lei. z  Opor resistência injusticada ao andamento de


documento e processo ou execução de serviço;
Dica z  Promover manifestação de apreço ou desapreço
no recinto da repartição;
Prescrição é a impossibilidade de perseguir z  Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
determinado direito. A sua ocorrência é uma das casos previstos em lei, o desempenho de atribui-
bases da segurança jurídica de um ordenamento. ção que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado;
REGIME DISCIPLINAR z  Coagir ou aliciar subordinados no sentido de lia-
lia-
rem-se a associação prossional ou sindical, ou a
Para a devida aplicação das penalidades, por meio partido político;
de um regime disciplinar, primeiramente é neces- z  Manter sob sua chea imediata, em cargo ou fun-
fun -    O
   C
   I
sário estabelecer as bases por meio dos deveres
deveres   e ção de conança, cônjuge, companheiro ou paren-
paren -    N
proibições..
proibições te até o segundo grau civil;     Ú
Vejamos, inicialmente, os deveres
deveres::    O
z  Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan-    C
   I
do solicitado.    D
    Í
Art. 116 São deveres do servidor:    R
 I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do Proibições sujeitas à suspensão    U
   J
cargo;    E
 II - ser leal às instituições
instituições a que servir;
servir;    M
   I
z  Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao    G
 III - observar as normas
normas legais e regulamentares;
regulamentares;    E
 IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando cargo que ocupa, exceto em situações de emergên-    R
manifestamente ilegais; cia e transitórias;
V - atender com presteza: z  Exercer quaisquer atividades que sejam incompa-
a) ao público em geral, prestando as informações tíveis com o exercício do cargo ou função e com o
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; horário de trabalho. 27

Proibições sujeitas à demissão No entanto, a literalidade do dispositivo é passível


de cobrança em provas, portanto, devemos estar aten-
z  Participar de gerência ou administração de socie- tos. Vejamos o dispositivo em questão:
dade privada, personicada ou não personicada;
z  Exercer o comércio, exceto na qualidade de acio- Art. 137 [...]
nista, cotista ou comanditário (tal proibição não se  Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço
aplica na participação nos conselhos de adminis-  público federal
federal o servidor que for demitido
demitido ou desti-
desti-
tração e scal de empresas ou entidades em que a tuído do cargo em comissão por infringência do art.
132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
União detenha, direta ou indiretamente, participa-
ção no capital social ou em sociedade cooperativa
constituída para prestar serviços a seus membros As hipóteses nele citadas são as seguintes:
nem no gozo de licença para o trato de interesses Art. 132  A demissão será aplicada nos seguintes
particulares, observada a legislação sobre conito casos:
de interesses);  I - crime contra a administração
administração pública;
z  Receber propina, comissão, presente ou vantagem  IV - improbidade administrati
administrativa;
va;
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
z  Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado  X - lesão aos cofres
cofres públicos e dilapidação
dilapidação do patri-
patri-
estrangeiro; mônio nacional;
z  Praticar usura sob qualquer de suas formas;  XI - corrupção.
z  Proceder de forma desidiosa;
z  Utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-
ção em serviços ou atividades particulares.
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
Proibições sujeitas à demissão que incompatibilizam
o ex-servidor para nova investidura em cargo público 1. (FCC – 2013) O Sr. Joaquim, servidor público federal
federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos  junto ao TRT da 15ª Região, atuou como intermediá-
rio junto à repartição
previdenciário de um pública
parentepara tratar degrau.
de segundo benefício
Nos
z  Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
de outrem, em detrimento da dignidade da função termos da Lei, essa conduta:
pública;
z  Atuar, como procurador ou intermediário, jun-
a) não congura infração.
to a repartições públicas, salvo quando se tratar b) está sujeita à pena de advertência.
de benefícios previdenciários ou assistenciais c) está sujeita à pena de suspensão.
d) está sujeita à pena de demissão.
de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
e) está sujeita à pena de exoneração.
exoneração.
companheiro.
 A própria lei traz a exceção à proibição. Portanto, a
Há casos em que a demissão ou a destituição de car- situação trazida pela questão não congura infra-
infra -
go em comissão, de acordo com os atos praticados, terá ção. “Art. 117 Ao servidor é proibido: XI - atuar,
outras consequências que visam resguardar o interesse como procurador ou intermediário, junto a repar-
público. Vejamos primeiramente
primeiramente o artigo 136: tições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
 previdenciários ou assistenciais de parentes até o
Art. 136  A
A demissão ou a destituição de cargo em segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.” Res-
comissão, nos casos
art. 132, implica dos incisos IV, VIII,
a indisponibilidade dosXbens
e XI edoo  posta: Letra A.
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
Penalidades
 penal cabível.
Agora vamos conhecer o artigo 127. Vejamos:
Observemos as hipóteses em relação às quais
haverá a indisponibilidade de bens e ressarcimento Art. 127 São penalidades disciplinare
disciplinares:
s:
ao erário, nos termos do artigo 136.  I - advertência;
 II - suspensão;
Art. 132  A demissão será aplicada nos seguintes  III - demissão;
casos:  IV - cassação de
de aposentadoria ou disponibilidade;
 IV - improbidade
improbidade administrativa;
administrativa; V - destituição de cargo em comissão;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; VI - destituição de função comissionada.
 X - lesão aos cofres
cofres públicos e dilapidação
dilapidação do patri-
patri-
mônio nacional; Na aplicação das penalidades, serão consideradas
 XI - corrupção. a natureza
natureza   e a gravidade da infração cometida,
infração cometida, os
danos que
danos  que dela provierem para o serviço público, as
Para facilitar sua memorização, perceba que as circunstâncias agravantes ou
agravantes ou atenuantes
atenuantes e e os ante-
hipóteses trazidas são aquelas em que há prejuízo já cedentes funcionais.
funcionais.
causado ou potencial aos cofres públicos. Anteriormente, vimos a correlação das proibições
O parágrafo único do artigo 137 traz a impossibili- com as respectivas penalidades. No entanto, ainda há
dade do retorno ao serviço público federal em deter- algumas informações importantes sobre isso.
minadas hipóteses. O dispositivo é questionado junto O dispositivo referente à advertência traz-nos uma
ao STF por, em tese, congurar pena perpétua, o que possibilidade ampla de aplicação ao seu nal. Portan-
Portan -
28 é vedado pela CF/88. to, devemos ter em mente que, para a advertência,

podemos ter hipóteses que não constam da Lei nº O estatuto traz, assim como a Constituição Federal,
8.112/90, que estudamos neste momento. vedação a cumulação de cargos. Acompanhe o dispos-
to no artigo 118:
Art. 129  A advertência será aplicada por escrito,
nos casos de violação de proibição constante do Art. 118 Ressalvados
118 Ressalvados os casos previstos na Cons-
art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância tituição, é vedada a acumulação remunerada de
de dever funcional previsto em lei, regulamentação cargos públicos.
ou norma interna, que não justique imposição de § 1º A proibição de acumular estende-se a cargos,
 penalidade mais
mais grave. empregos e funções em autarquias, fundações
 públicas, empresas públicas, sociedades de econo-
mia mista da União, do Distrito Federal, dos Esta-
Temos também
suspensão em caso adepossibilidade
reincidênciadeem
aplicação da
proibições dos, dos Territórios e dos Municípios.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, ca
sujeitas à advertência. condicionada à comprovação da compatibilidade
de horários.
Art. 130  A suspensão será aplicada em caso de § 3º Considera-se acumulação
acumulação proibida a percepção
reincidência das faltas punidas com advertência de vencimento de cargo ou emprego público efeti-
e de violação das demais proibições que não tipi- vo com proventos da inatividade, salvo quando os
 quem infração sujeita a penalidade de demissão, cargos de que decorram essas remunerações forem
não podendo exceder de 90 (noventa) dias. acumuláveis na atividade.

Temos outras hipóteses de demissão além daque- O dispositivo acima traz uma regra geral e a res-
las que conhecemos quando estudamos as proibições. pectiva abrangência. Chamo atenção para o parágrafo
Elas constam do artigo 132: terceiro, que se refere à vedação da cumulação tam-
bém na inatividade. A regra é simples: se inacumulá-
Art. 132  A demissão será aplicada nos seguintes vel em atividade, inacumulável na aposentadoria.
casos: Em seguida, temos a vedação também para os car-
 I - crime contra a administração
administração pública; gos em comissão, constante do artigo 119. Vejamos
 II - abandono de cargo; sua literalidade:
 III - inassiduidade
inassiduidade habitual;
habitual;
 IV - improbidade
improbidade administrativa;
administrativa; Art. 119  O servidor não poderá exercer mais de
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na um cargo em comissão, exceto no caso previsto no
repartição;  parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado
VI - insubordinação grave em serviço;  pela participação
participação em órgão de
de deliberação
deliberação coletiva.
coletiva.
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a par-  Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
ticular, salvo em legítima defesa própria ou de aplica à remuneração devida pela participação
outrem; em conselhos de administração e scal das empre-
empre-
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; sas públicas e sociedades de economia mista, suas
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer
 IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
empresas ou entidades em que a União, direta ou
razão do cargo; indiretamente, detenha participação no capital
 X - lesão aos cofres
cofres públicos e dilapidação
dilapidação do patri-
patri- social, observado o que, a respeito, dispuser legis-
mônio nacional; lação especíca.
 XI - corrupção;
 XII - acumulação ilegal dede cargos, empregos ou fun- O artigo 9º traz o exercício interino de outro car-
ções-públicas;
 XIII transgressão dos incisos IX
transgressão IX a XVI do art. 117. go de conança, caso em que deverá ser feita a opção
pela remuneração de um dos cargos.
Na sequência, o artigo 120 traz a possibilidade de
cumulação de um cargo efetivo com um cargo em
comissão, desde que haja compatibilidade de horários.
ho rários.
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
Art. 120  O servidor vinculado ao regime desta
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) João, servidor público res-  Lei, que acumular licitamente dois cargos efeti-
ponsável pelo setor nanceiro de uma autarquia federal, vos, quando investido em cargo de provimento em
sem observar as formalidad
formalidades
es legais necessárias, facili- comissão, cará afastado de ambos os cargos efeti-
efeti-
tou a incorpor
incorporação,
ação, ao patrimônio particular de entidade vos, salvo na hipótese em que houver compatibili-    O
dade de horário e local com o exercício de um deles,    C
   I
privada sem ns lucrativos, de valores a ela repassados    N
mediante a celebração de parceria. Nessa situação hipo- declarada pelas autoridades máximas dos órgãos     Ú
ou entidades envolvidos.    O
tética, conforme a legislação e a doutrina a respeito de    C
   I
improbidade administrativa e regime disciplinar do ser-    D
    Í
vidor público federal, a pena disciplinar máxima a que O estatuto traz um procedimento sumário para    R
o caso de acumulação ilegal de cargos. Ele consta do    U
João estará sujeito é a suspensão por noventa dias.    J
artigo 133 e é recorrente em provas. Vejamos a lite-    E
ralidade do dispositivo, que é de fácil entendimento:    M
   I
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO    G
   E
Art. 133 Detectada
133 Detectada a qualquer tempo a acumula-    R
Os casos de improbidade administrativa estão entre ção ilegal de cargos, empregos ou funções públicas,
as hipóteses sujeitas à demissão: “Art.
“Art. 132 A demis- a autoridade a que se refere o art. 143 noticará
são será aplicada nos seguintes casos: IV - improbi- o servidor, por intermédio de sua chea imediata,
dade administrativa”. 
administrativa”. Resposta:
 Resposta: Errado.  para apresentar opção no prazo improrrogável de 29

dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese z  Pelas autoridades administrativas de hierarquia
de omissão, adotará procedimento sumário para a imediatamente inferior àquelas mencionadas no
sua apuração e regularização imediata, cujo pro- inciso anterior, quando se tratar de suspensão
cesso administrativo disciplinar se desenvolverá superior a 30 dias;
nas seguintes fases: z  Pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-
 I - instauração,
instauração, com
com a publicação
publicação do ato que consti-
consti- ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos
tuir a comissão, a ser composta por dois servidores casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias;
estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a z  Pela autoridade que houver feito a nomeação, quan-
materialidadee da transgressão objeto da apuração;
materialidad do se tratar de destituição de cargo em comissão.
 II - instrução sumária, que compreende indiciação,
indiciação,
defesa e relatório;
Vejamos agora a sindicância
sindicância   e o processo admi-
 III - julgamento. nistrativo disciplinar.
disciplinar. Ambos podem resultar em
§ 7º O prazo para a conclusão do processo adminis-
trativo disciplinar submetido ao rito sumário não aplicação de penalidades; no entanto, temos algumas
excederá trinta dias, contados da data de publica- diferenças importantes.
ção do ato que constituir a comissão, admitida a A autoridade que tiver ciência de irregularidade
sua prorrogação por até quinze dias, quando as cir- no serviço público é obrigada a promover a sua apu-
cunstâncias o exigirem. ração imediata, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado
Será cassada
cassada a
 a aposentadoria ou a disponibilidade ampla defesa.
do inativo que houver praticado, na atividade, falta Da sindicância
sindicância poderá
 poderá resultar:
punível com a demissão.
Congura abandono de cargo 
cargo  a ausência inten- z  Arquivamento do processo;
cional do servidor ao serviço por mais de trinta dias z  Aplicação de penalidade de advertência ou sus-
consecutivos (artigo
consecutivos  (artigo 138). pensão de até 30 dias;
Entende-se por inassiduidade habitual a
habitual a falta ao z  Instauração de processo disciplinar.

serviço, sem causa justicada, por sessenta dias, inter-


inter-
poladamente, durante o período de doze meses (artigo Sempre que
Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar
139). adias,
imposição de penalidade
de demissão, cassaçãode
desuspensão por mais
aposentadoria de 30
ou dispo-
nibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será
Dica obrigatória a instauração de processo disciplinar.
A inassiduidade não é contada dentro no ano O processo disciplinar 
disciplinar  é o instrumento destina-
civil, e sim em um período de 12 meses. do a apurar responsabilidade de servidor por infra-
ção praticada no exercício de suas atribuições, ou que
O artigo 140 impõe o procedimento do artigo 133, tenha relação com as atribuições do cargo em que se
visto acima, aos casos de abandono de cargo ou inas- encontre investido e será conduzido por comissão
siduidade habitual: composta de três servidores estáveis designados pela
autoridade competente.
Art. 140 
140  Na apuração de abandono de cargo ou O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
inassiduidade habitual, também será adotado o fases::
fases
 procedimento sumário a que se refere o art. 133,
observando-se especialmente que: z  Instauração, com a publicação do ato que consti-
Instauração,
 I - a indicação
indicação da materialidade
materialidade dar-se-á: tuir a comissão;
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indica- z  Inquérito
Inquérito   administrativo
administrativo,, que compreende ins-
ção precisa do período de ausência intencional do trução, defesa e relatório;
servidor ao serviço superior a trinta dias; z   Julgamento.
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação
dos dias de falta ao serviço sem causa justicada, O prazo para a conclusão do processo disciplinar não
 por período igual ou superior a sessenta dias
dias inter- excederá 60 dias, contados da data de publicação do ato
 poladamente, durante
durante o período de doze meses; que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação
 II - após a apresentação da defesa a comissão ela- por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
borará relatório conclusivo quanto à inocência ou Feitas essas considerações gerais sobre o processo
à responsabilidade do servidor, em que resumirá as administrativo disciplinar, vamos a algumas informa-
 peças principais dos autos, indicará o respectivo ções pormenorizadas.
dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
Sobre o inquérito
inquérito,, a lei impõe que obedecerá ao
de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
serviço superior a trinta dias e remeterá o processo princípio do contraditório, assegurada ao acusado
à autoridade instauradora para julgamento. ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos
admitidos em direito. Frente ao texto acima, seguem
as normas legais:
As penalidades disciplinares serão aplicadas, con-
forme o artigo 141:
 Na  fasede
tomada dodepoimentos,
inquérit
inqu éritoo , aacareações,
comissão
comissão prom
promover
overáá a
investigações
z  Pelo Presidente da República, Presidentes das e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Fede- recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos,
rais e Procurador-Geral da República, quando se de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou  Apreciada a defesa, a comissão
comissão elaborará relatório
relatório
disponibilidade de servidor vinculado ao respecti- minucioso, onde resumirá as peças principais dos
30 vo Poder, órgão, ou entidade; autos e mencionará as provas em que se baseou

 para formar
formar a sua convicção. O relatório será
será sem- § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado
 pre conclusivo quanto à inocência ou à responsa- ao erário somente será liquidada na forma prevista
bilidade do servidor. no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a
O processo disciplinar, com o relatório da comis- execução do débito pela via judicial.
são, será remetido à autoridade que determinou a § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros,
sua instauração, para julgamento. responderá o servidor perante a Fazenda Pública,
 Na fase do julgamento , no prazo de 20 dias, con- em ação regressiva.
tados do recebimento do processo, a autoridade jul- § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
 gadora proferirá a sua decisão. Se a penalidade a sucessores e contra eles será executada, até o limite
ser aplicada exceder a alçada da autoridade instau- do valor da herança recebida.
radora do processo, este será encaminhado à auto-

ridade competente,
O julgamento queprazo
fora do decidirá
legalem igual
não prazo.
implica nuli- cia O
comparágrafo segundo,
o disposto acima,sexto
no parágrafo está do
emartigo
consonân-
37 da
dade do processo. Constituição Federal, trazendo a possibilidade de ação
O  processo disciplinar poderá ser revisto , a regressiva.
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se Relembrando: caso alguém sofra um dano causado
aduzirem fatos novos ou circunstân
circunstâncias
cias suscetíveis por agente público, deverá acionar o Estado, que, se
de justicar a inocência do punido ou a inadequa-
inadequa - for o caso, acionará o servidor para arcar com os cus-
ção da penalidade aplicada. tos, por meio de ação regressiva.
 A simples alegação de injustiça da penalidade não
A responsabilidade penal abrange os crimes e con-
constitui fundamento para a revisão, que requer
elementos novos, ainda não apreciados no proces- travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade,
so originário. conforme artigo 123. Ou seja, a ação ou omissão deve-
 A comissão revisora terá 60 dias para a conclusão rá ocorrer como servidor, não se confundindo com a
dos trabalhos. vida particular do servidor, em regra.
No mesmo sentido vai a lei ao se referir à respon-
sabilidade civil-administrativa, desta vez no seu arti-
go 124:

Art. 124  A responsabilidad


responsabilidadee civil-administr
civil-administrativa
ativa
1.
  EXERCÍCIO COMENT COMENTADO ADO
(VUNESP - 2018) Para o servidor inativo que, na ativi- resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
desempenho do cargo ou função.
dade, houver praticado falta punível com a demissão,
a Lei nº 8.112/90 – Regime Jurídico dos Servidores
Públicos Civis da União prevê: É importantíssimo ressaltar a independência entre
as esferas de responsabilidade e sua possibilidade de
a) pagamento dede indenização aos cofres públicos. cumulação, conforme constante do artigo 125:
b) suspensão dos seus vencimentos.
Art. 125  As
As sanções civis, penais e administrativas
administrativas
c) nenhuma penalidade.  poderão cumular-se,
cumular-se, sendo independentes
independentes entre si.
d) advertência por escrito.
e) a cassação da aposentadoria. Há, no entanto, uma exceção de inuência entre
as formas de responsabilização e o caso da absolvição
 A alternativa correta é a letra E, de acordo com o penal que negue o fato ou a autoria
a utoria por parte do servi-
comando do artigo 134. “Art. 134 Será cassada a dor. Vejamos, primeiramente, o dispositivo:
aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que
houver praticado, na atividade, falta punível com a
demissão.”  Resposta:
 Resposta: Letra E. Art. 126
vidor   A
será A afastada
responsabilidad
responsabilidade
no casoede
administrati
administrativa
absolviçãovacriminal
do ser-
que negue a existência do fato ou sua autoria.
O servidor poderá ser responsabilizado em dife-
rentes esferas de responsabilidade. A que vimos Veja que o dispositivo é bastante lógico, pois, se a
acima, com seus respectivos detalhes, é referente à  Justiça Penal, que tem um rito bastante rigoroso, con-
reponsabilidade administrativa
administrativa.. No entanto, o servi- cluir que o fato não existiu ou que outra pessoa foi a
dor poderá ser responsabilizado nas esferas adminis- responsável, como poderia o servidor ainda assim ser
trativa,, penal e cível
trativa  cível,, de maneira independente. responsabilizado?
Vejamos o comando do artigo 121, que traz essas Por m, temos um dispositivo que traz proteção    O
esferas de responsabilidade. ao servidor que eventualmente queira dar ciência de    C
   I
práticas ilícitas à autoridade superior, ainda que o    N
    Ú
Art. 121  O servidor responde civil, penal e admi- fato seja levado à autoridade diferente da que deveria    O
nistrativamente pelo exercício irregular de suas    C
   I
ser cienticada de acordo com a posição funcional no    D
atribuições. servidor:     Í
   R
   U
   J
A responsabilidade cível poderá decorrer de ação Art. 126-A  Nenhum
Nenhum servidor poderá ser responsa-    E
ou omissão
própria e poderá serPública
Administração apuradaoupor dano causado
a terceiros, à
confor- bilizado civil, penal ou administrativamente por    M
   I
   G
dar ciência à autoridade superior ou, quando hou-    E
me comando do artigo 122. ver suspeita de envolvimento desta, a outra auto-    R
ridade competente para apuração de informação
Art. 122 
122  A responsabilidade civil decorre de ato concernente à prática de crimes ou improbidade de
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que que tenha conhecimento, ainda que em decorrência
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. do exercício de cargo, emprego ou função pública. 31

Finalmente, no tange ao direito de punir da Admi- as organizações obtenham produtividade e qualidade


nistração Pública, o artigo 142 traz o prazo de prescri- em suas atividades, é preciso que os trabalhadores
ção para a ação disciplinar, que é a perda do direito estejam satisfeitos e motivados em seus cargos. Por
por parte do Estado de punir o servidor que cometeu isso, a competitividade das organizações necessaria-
a infração. mente depende da QVT.
A QVT é um conceito complexo e compreende
Art. 142 A A ação disciplinar
disciplinar prescreverá:
prescreverá: diversos fatores, conforme destacado por Chiavenato
 I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis (2014):
com demissão, cassação de aposentadoria ou dis-
 ponibilidade e destituição
destituição de cargo
cargo em comissão;
z  Satisfação com as atividades realizadas no cargo.
 II - em 2 (dois) anos, quanto
quanto à suspensão;
z  Possibilidade de crescer e se desenvolver na
 III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à
advertência. organização.
§ 1º O prazo
p razo de prescrição começa a correr da data z Ser reconhecido pelo trabalho realizado e as metas
em que o fato se tornou conhecido. atingidas.
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal z  Receber remuneração (incluindo salário, benefí-
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas cios e incentivos) adequada às atividades do cargo
também como crime. e ao desempenho obtido.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de z  Ter bons relacionamentos com as cheas e os cole-
cole -
 processo disciplinar
disciplinar interrompe a prescrição, até a gas de trabalho.
decisão nal proferida por autoridade competente.
z  Trabalhar em ambientes agradáveis sicamente e
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo
começará a correr a partir do dia em que cessar a psicologicamente.
interrupção. z  Ter liberdade na execução das atividades do
trabalho.
Em relação ao parágrafo primeiro, acima, a ques- z  Poder engajar-se nas atividades do trabalho e par-
tão em prova poderá trocar os termos, colocando ticipar ativamente nas decisões.
como termo inicial o momento da ocorrência do fato.
Portanto, atente-se a esse ponto. PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO
Em relação ao termo interrupção
interrupção   da prescrição TRABALHO
acima, ca o alerta para os que estão acostumados ao
termo no estudo do Direito. Aqui, ele está com sentido No intuito de oferecer maior bem-estar e satisfa-
diverso, não zerando o prazo em contagem mas, sim- ção aos trabalhadores, as organizações podem ado-
plesmente, parando sua contagem e retornando em tar alguns programas de QVT. Esses programas têm o
seguida, conforme parágrafos terceiro e quarto. objetivo de tornar a organização um local mais huma-
nizado. No entanto, antes de denir as melhores prá-
prá-
ticas de QVT, é preciso considerar os processos de GP,
a cultura da organização, seus objetivos, entre outros
O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE aspectos organizacionais. Esses programas podem
estar associados, por exemplo, à redução da rotativi-
DE DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E dade e do absenteísmo, ou melhoria na saúde e segu-
SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO rança dos trabalhadores.
SERVIÇO PÚBLICO Dentre os programas/modelos de QVT, destacam-se
os propostos por Walton (1973), Hackman e Oldham
De acordo com Limongi-França (2004), a qualidade (1975) e Nadler e Lawler (1983). Neste material é des-
des-
de
çasvida no trabalho
ocorridas (QVT)de
nas relações surge a partir
trabalho. das mudan-
O termo surgiu crito o modelo de Walton, composto por oito fatores,
mas os demais modelos podem ser visualizados no
por volta de 1970 e indica um cuidado com o bem-es- livro de Chiavenato (2014).
tar dos trabalhadores, o que não havia, por exem-
plo, na época do surgimento das teorias de Taylor e
Fayol. O desenvolvimento da QVT pode ser apresen- FATOR E S D E QV T D IM E N SÕ ES
tado por duas perspectivas. De um lado, temos uma Remuneração adequada
maior reivindicação dos trabalhadores em busca de 1. Compensação justa e ao salário.
boas condições e saúde no trabalho. Do outro lado, adequada Equidade interna e
há interesses por parte da organização que os traba- externa.
lhadores tenham maior qualidade de vida e, assim,
aumentem a produtividade e qualidade das tarefas Jornada de trabalho.
2. Condições de trabalho
desempenhadas. seguras e saudáveis Ambiente físico seguro e
Albuquerque e Limongi-França (1998, p. 42) de- de - saudável.
nem a qualidade de vida no trabalho como o “[...] 3. Oportunidades ime- Autonomia.
conjunto de ações de uma empresa que envolve diatas para desenvolver
diagnóstico e implantação de melhorias e inovações Signicado da tarefa.
gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do e usar humanas
as capacidades Variedade de habilidades.
ambiente de trabalho, visando propiciar condições
plenas de desenvolvimento humano para e durante a 4. Oportunidades futu- Possibilidade de carreira.
realização do trabalho”. ras para o crescimento Crescimento prossional.
Chiavenato (2014) destaca que falar em QVT signi- contínuo e a garantia de
emprego Segurança no emprego.
32 ca falar em respeito com os trabalhadores. Para que

FATO R ES DE QV T D IME NS ÕE S da capacidade para o trabalho”. Os acidentes podem


Relacionamentos inter- ocorrer em consequência de agressão física, sabota-
5. Integração social na pessoais e intergrupais. gem ou terrorismo; ofensa física intencional; ato de
organização imprudência, negligência ou imperícia; desabamento,
Senso comunitário. inundação e incêndio; no trajeto da residência para o
Respeito às leis e direitos trabalho e vice-versa.
trabalhistas. Os acidentes de trabalho podem ocorrer, de acor-
Privacidade pessoal. do com Chiavenato (2014), em função de condições
6. Constitucionalismo na
inseguras ou atos inseguros.
organização Liberdade de expressão. Condições inseguras incluem,
inseguras incluem, por exemplo, equi-
Normas e rotinas claras pamentos defeituosos, ventilação imprópria e tempe-
na organização. ratura elevada no ambiente de trabalho.
7. Trabalho e espaço total Equilíbrio entre trabalho e Atos inseguros envolvem,
inseguros envolvem, por exemplo, subir as esca-
na vida do indivíduo vida pessoal. das sem apoiar-se no corrimão, carregar caixas pesadas
de forma inadequada e não usar procedimentos seguros.
Imagem da empresa. Por último, o estresse “é um conjunto de reações
8. Relevância social do
trabalho Responsabilidade social físicas, químicas e mentais de uma pessoa decorrente
da instituição. de estímulos ou estressores que existem no ambiente”
(CHIAVENATO
(CHIAVE NATO,, 2014, p. 405). São duas as fontes princi-
princi-
Fonte: adaptado de Chiavenato (2014, p. 421-422). pais de estresse: ambientais e pessoais.
As causas ambientais de estresse estão fora do
PROMOÇÃO DE SAÚDE AO SERVIDOR controle do indivíduo. Por exemplo, se um indivíduo
trabalha em uma empresa que realiza atividades de
As organizações devem se preocupar, além da QVT,
QVT, demolição de materiais resistentes com britadeiras,
com a saúde dos trabalhadores. Um trabalhador sau- o ruído dessas máquinas podem gerar estresse. Um
dável é aquele que não possui doenças,
do enças, sejam elas físi- outro exemplo de causa ambiental de estresse é o
cas ou psicológicas. Ações preventivas para promover cliente. O vendedor não tem controle sobre um cliente
a saúde dos empregados garantem que os o s trabalhado- que acordou em um mal dia porque teve uma discus-
res tenham
acordo comum bom estado
Chiavenato físico,
(2014), mentaldoe social.
a saúde De
trabalha- são com a esposa e não conseguiu descansar durante
a noite e, ao acordar foi fazer compras.
dor pode ser prejudicada por doenças, acidentes ou As causas pessoais, por outro lado, são característi-
estresse emocional. cas individuais do trabalhador, como pessoas viciadas
As doenças que podem ser desenvolvidas em em trabalho, falta de paciência e condições precárias
função do trabalho incluem, entre outras: câncer de saúde. Considerando o exemplo do cliente mal-hu-
por radiação, lesão por esforço repetitivo, distúrbios morado, ainda que o vendedor não tenha controle
osteomusculares, dermatite, reumatismo, intoxica-
sobre o estado de espírito do cliente, se o vendedor
ção, surdez, síndrome de burnout
burnout e
 e síndrome do pâni-
co. As organizações podem prevenir essas doenças não tem paciência, o estresse tende a piorar. No caso
quando implementam o Programa de Controle Médi- do trabalhador da empresa com ruídos de britadeiras,
co e Saúde Ocupacional (PCMSO) que, segundo a Por- se ele for viciado em trabalho, isto é, se tiver o hábito
taria nº 24/1994, é um programa obrigatório. Assim, de trabalhar por longas jornadas, o estresse também
as organizações podem agir preventivamente ao rea- pode aumentar, pois terá que ouvir o barulho das
lizar exame médico pré-admissional, exames médicos máquinas por mais tempo.
periódicos, palestras etc. São responsabilidades das
organizações, de acordo com a Portaria: POLÍTICAS DE INCLUSÃO

z  Garantir a elaboração e efetiva implementação do Muito se fala sobre diversidade nas organizações:
PCMSO, bem como zelar pela sua ecácia; diversidade de gênero, de raça, de idade, de origem,
z  Custear, sem ônus para o empregado, todos os pro- deciência física etc. No entanto, ainda que esses gru-
gru-
cedimentos relacionados ao PCMSO; pos minoritários tenham alcançado, nos últimos anos,
z  Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especiali- maior representatividade nos ambientes de trabalho,
zados em Engenharia de Segurança e Medicina do a exclusão deles nos grupos de maior inuência ainda
Trabalho (SESMT), da empresa, um coordenador pode ser considerado um obstáculo a vencer.
A inclusão, de acordo com Mor Barak (2015) reme-
reme-    O
responsável pela execução do PCMSO;    C
   I
z  No caso de a empresa estar desobrigada de manter te ao sentimento de pertença do indivíduo no sistema    N
organizacional tanto nos processos formais (acesso à     Ú
médico do trabalho, de acordo com a NR-4, deverá    O
o empregador indicar médico do trabalho, empre- informação, por exemplo) quanto nos processos infor-    C
   I
gado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO; mais (como um happy
um happy hour após o trabalho).    D
    Í
Para que um indivíduo se sinta incluído em um    R
z  Inexistindo médico do trabalho na localidade, o    U
empregador poderá contratar médico de outra grupo de trabalho, duas necessidades devem ser aten-    J
   E
especialidade para coordenar o PCMSO. didas: pertencimento e singularidade. Isto signica    M
   I
   G
que o trabalhador
grupo, mas também deve não apenar
perceber sentir-se
que suas parte do
características    E
O acidente no trabalho, conforme art. 2º da Lei    R
nº 6.367/1976 “é aquele que ocorrer pelo exercício e particularidades são valorizadas. Sendo assim, tra-
do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão tar de políticas de inclusão indica criar ações para que
corporal ou perturbação funcional que cause a mor- os grupos minoritários sejam incluídos nas organiza-
te, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, ções formais e informais. 33

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte item de


  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS acordo com as disposições constitucionais e legais
acerca dos agentes públicos.
1. (CESPE-CEBRASPE –2004) No que se refere ao com-   A reversão constitui a reinvestidura do servidor estável
portamento organizacional, julgue os itens a seguir
seguir.. no cargo anteriormente ocupado, e ocorre quando é
  Não existe relação entre o desempenho e a motiva- invalidada a demissão do servidor por decisão judicial
ção do indivíduo e o estabelecimento de metas nas ou administrativa. Nesse caso, o servidor deve ser res-
organizações. sarcido de todas as vantagens que deixou de perceber
durante o período demissório.
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
O desempenho, a motivação e o estabelecimento de
metas pelo líder estão totalmente relacionados no
ambiente organizacional. Resposta: Errado. 4. público
(CESPE-CEBRASPE 2018)  A investidura em cargo
ocorrerá com–o(a)
2. (FCC – 2009) A abordagem da Qualidade de Vida no a) nomeação.
Trabalho envolve duas dimensões potencialmente b) posse.
antagônicas. São elas: c) exercício.
d) provimento.
a) A melhoria contínua dos processos e a necessidade e) classicação em todas as etapas do concurso público.
público.
de lazer dos trabalhadores.
b) A necessidade de aumentos
aumentos constantes de produti- 5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com a Lei n.º
vidade no trabalho e a luta dos trabalhadores pelas 8.112/1990, em caso de servidor público estável cuja
melhorias salariais. demissão tenha sido invalidada por decisão adminis-
c) O bem-estar e a satisfação dos funcionários no traba- trativa ou judicial, deverá ocorrer a
lho e a produtividade e a qualidade.
d) A preservação do meio ambiente e a expansão da pro- a) recondução.
dução industrial. b) reintegração.
e) O crescente uso de tecnologias poupadoras de de mão c) redistribuição.
de obra e a necessidade de elevar a qualicação dos d) readaptação.
trabalhadores.
e) reversão.
 De um lado, a QVT busca atender à reivindicação
6. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca de administração
dos trabalhadores a respeito de boas condições e
saúde no trabalho. Do outro lado, há interesses de cargos, carreiras e salários, julgue o item a seguir
seguir..
 por parte da organização de que os trabalhadores   Na administração pública, a remuneração abrange o
tenham maior qualidade de vida e, assim, aumen- ressarcimento por dispêndios havidos pelo servidor
tem a produtividade e qualidade das tarefas desem- em razão da execução de atividades
at ividades laborais.
 penhadas. Resposta: Letra
Letra C.
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

7. CESPE-CEBRASPE – 2018)  Acerca do regime jurídico


  HORA DE PRATICAR! dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
  Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  Se um servidor em dis- as seguintes vantagens: indenizações, graticações e
adicionais, incorporando-se as duas últimas ao venci-
ponibilidade
de natureza ereingressa
padrão de no serviço público,
vencimento em cargo
correspondentes mento ou provento, nas condições indicadas em lei.
ao que ocupava, então, nesse caso, ocorre o que se
denomina ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

a) redistribuição. 8. (CESPE-CEBRASPE– 2018)  Com base nas disposi-


b) aproveitamento. ções da Lei n.º 8.112/1990
8.112/1990,, julgue o item a seguir.
c) readaptação.   Nos casos de falecimento, exoneração, colocação de
d) recondução. imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisi-
e) remoção. ção de imóvel pelo servidor, o auxílio-moradia será
pago por ainda um mês.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018)  Acerca do acesso à
informação, dos servidores públicos e do processo ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
administrativo no âmbito federal, julgue o item que se
segue. 9. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na
  Se sofrer um acidente que o leve à incapacidade física, Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte.
o servidor público federal poderá ser readaptado em   O servidor em estágio probatório não poderá afastar-
cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis -se para servir em organismo internacional de que o
com as suas limitações, cando em disponibilidade Brasil participe ou com o qual coopere, ainda que com
até a vacância do cargo adequado. a perda total da remuneração.

34 ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
 

10. CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na facilitou a incorporação, ao patrimônio particular de


legislação administrativa, julgue o item a seguir. entidade privada sem ns lucrativos, de valores a ela
  Segundo a Lei n.º 8.112/1990
8.112/1990,, o servidor público que repassados mediante a celebração de parceria.
deseje candidatar-se a um cargo eletivo terá direito a   Nessa situação hipotética, conforme a legislação e a
licença, com remuneração, durante o período entre a doutrina a respeito de improbidade administrativa e
sua escolha em convenção partidária como candidato regime disciplinar do servidor público federal, a pena
e a véspera do registro de sua candidatura perante a disciplinar máxima a que João estará sujeito é a sus-
 justiça eleitoral. pensão por noventa dias.

( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

11. (CESPE-CEBRASPE – 2018)  Considerando o disposto 17. (CESPE-CEBRASPE – 2018)  Com base nas disposi-
no Decreto n.º 7.133/2010 e na Lei n.º 8.112/1990, além ções da Lei n.º 8.112/1990
8.112/1990,, julgue o item a seguir.
  da
De avaliação
acordo comde desempenho, julgue o item
a Lei n.º 8.112/1990
8.112/1990, a seguir.
, é dever do ser-   A ação disciplinar contra servidor que cometa ato ilí-
cito punível com suspensão prescreverá em dois anos
vidor atender o público em geral com presteza, for- contados da data em que o fato se tornou conhecido;
necendo as informações requeridas, salvo aquelas todavia, se tal ato ilícito também congurar crime,
protegidas por sigilo. então se aplicará o prazo prescricional da lei penal
para a ação disciplinar.
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
12. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na
Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca do regime jurídico
18. (CESPE-CEBRASPE
dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
  Apesar de as instâncias administrativa e penal serem   No caso de processo disciplinar
disciplinar,, a autoridade julgado-
independentes entre si, a eventual responsabilidade ra deverá proferir sua decisão a respeito da responsa-
administrativa do servidor será afastada se, na esfera bilidade de servidor no prazo de vinte dias, contados
criminal, ele for beneciado por absolvição que negue do recebimento do processo.
a existência do fato ou a sua autoria.

( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
19. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  Acerca da prescrição e
13. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no disposto na da decadência em direito da seguridade social, julgue
Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte. o item a seguir
se guir..
  Será cassada a aposentadoria voluntária do servi-   Em se tratando de servidor público federal sob o regi-
dor inativo que for condenado pela prática de ato de me da Lei n.º 8.112/1990, a pensão por morte do
improbidade administrativa à época em que ainda segurado que falecer, aposentado ou não, será devida
estava na atividade. a lho menor de dezesseis anos, a contar da data do
óbito, desde que requerida em até cento e oitenta dias
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO após o óbito.
14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que concerne a direi- ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
tos, deveres e responsabilidades dos servidores
ser vidores públi-
cos, julgue o próximo item. 20. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com a Lei n.º
  Nos termos da Lei n.º 8.112/1990
8.112/1990,, os deveres do ser-
8.112/1990, a perícia médica com nalidade adminis-
vidor público incluem representar contra ilegalidade,
omissão ou abuso de poder e promover manifestação trativa
ça parademandará
tratamentojunta médica ocial quando a licen-
de saúde
de apreço no recinto da repartição.
a) exceder o prazo
prazo de cento e vinte dias no período
período de
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
doze meses.
b) exceder noventa dias consecutivos.
15. (CESPE-CEBRASPE – 2018)  De acordo com o regi-
c) decorrer de causa que possa levar à interdição.
me jurídico dos servidores públicos civis da União, das
autarquias e das fundações públicas federais, caso seja d) ocorrer a pedido
pedido da chea
chea imediata, contra
contra a vontade    O
do servidor.    C
   I
vericado que, reincidentemente, determinado servidor    N
incumbia a outro atribuições estranhas ao cargo que e) ocorrer na vigência de processo administrativo     Ú
disciplinar.    O
este último ocupava, a penalidade prevista é de    C
   I
   D
    Í
a) suspensão. 9  GABARITO    R
   U
b) advertência.    J
   E
c) demissão.    M
   I
d) censura. 1 B    G
   E
e) destituição do cargo. 2 ERRADO    R

16. (CESPE-CEBRASPE – 2018) João, servidor público res- 3 ERRADO


ponsável pelo setor nanceiro de uma autarquia fede - 4 B
ral, sem observar as formalidades legais necessárias, 35
 

5 B
6 ERRADO
7 CERTO
8 CERTO
9 ERRADO
10 ERRADO
11 CERTO
12 CERTO

13 CERTO
14 ERRADO
15 A
16 ERRADO
17 CERTO
18 CERTO
19 CERTO
20 A

 ANOTAÇÕES
 ANOTAÇÕES

36

 
Subentende-se direito à saúde, na vedação à pena
de morte, proibição do aborto e, por m, direito às
condições mínimas necessárias para uma existência
digna, conforme também prevê o princípio da digni-

NOÇÕES DE DIREITO dade da pessoa humana, apresentado no art. 1º, inciso


III da CF/88.

CONSTITUCIONAL Dica
Note que, a constituição ao determinar o direito à
vida, possui dois aspectos, direito à integridade
DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS
FUNDA MENTAIS física e psíquica.

Importante mencionar que o STF já se posicionou


Os IIdireitos
título da CF/88,fundamentais estão
do art. 5º ao art. 17,localizados no
os quais estão sobre gravidez de feto anencéfalo,
anencéfalo, decidindo, em
classicados em cinco grupos: direitos individuais e  julgamento de grande repercussão, que não constitui
coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, crime a interrupção da gravidez nestes casos. Ainda, o
direitos políticos e direitos relacionados à existência,  julgamento somente autorizou a interrupção da gravi-
organização e participação em partidos políticos. dez de feto portador de anencefalia, não se estenden-
Também são classicados em três dimensões de do a nenhuma outra deciência.1 
direito, pois surgiram em épocas diferentes, tópico já
estudado neste material. Vamos relembrar: É importante ressaltar também que o STF decidiu
pela legitimidade da realização de pesquisas com
DIREITOS DIREITOS DIREITOS a utilização de células-tronco2  embrionárias, obti-
FUNDAMEN- FUNDAMEN- FUNDAMEN- das de embriões humanos produzidos por fertilização
TAIS DE 1º TAIS DE 2º TAIS DE 3º
DIMENSÃO DIMENSÃO DIMENSÃO in vitro e
vitro e não utilizados no respectivo procedimento,
atendidas as condições estipuladas no art. 5º 
5º  da Lei
Direitos civis e Direitos sociais, Fraternidade. 11.105/2005, que estabelece as normas de segurança
políticos. econômicos e e maneiras de scalização das atividades que envol-
envol-
culturais. vam organismos geneticamente modicados. Nesse
sentido, o STF considerou que as mencionadas pesqui-
DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS E sas não violam direito à vida, vejamos o dispositivo
COLETIVOS mencionado:

Conforme prevê o art. 5º da CF/88 todos são iguais  Lei 11.105 de 25 de março
março de 2005
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, Art. 5º É
5º É permitida, para
para ns de pesquisa e terapia,
terapia,
garantindo aos brasileiros direito à vida, à liberdade, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas
à igualdade, à segurança e à propriedade. de embriões humanos produzidos por fertilização
in vitro e não utilizados no respectivo procedimen-
DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À to, atendidas as seguintes condições:
SEGURANÇA E À PROPRIEDADE  I – sejam embriões inviáveis;
inviáveis; ou
 II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou
Direito à vida mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já
congelados na data da publicação desta Lei, depois
A Constituição protege a vida, extrauterina e de completarem 3 (três) anos, contados a partir da
intrauterina
Entretanto, o–art.
neste
128caso, com aPenal
do Código proibição
prevêdoa aborto.
autori- data dequalquer
§ 1º Em congelamento.
caso, é necessário o consentimento    L
   A
zação do aborto como exceção em duas hipóteses, são    N
dos genitores.    O
   I
eles: como único meio para salvar a vida da mulher e § 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que    C
no caso de gravidez resultante de estupro. realizem pesquisa ou terapia com células-tronco    U
   T
   I
embrionárias humanas deverão submeter seus    T
   S
Art. 128 
128  - Não se pune o aborto praticado por  projetos à apreciação e aprovação dos respectivos    N
médico: comitês de ética em pesquisa.    O
   C
 
§ 3º É vedada a comercialização do material    O
   T
Aborto necessário biológico a que se refere este artigo e sua prática    I
   E
implica o crime tipicado no art. 15 da Lei nº 9.434,    R
   I
 I - se não há outro meio de
de salvar
salvar a vida da gestante; de 4 de fevereiro de 1997.    D
   E
   D
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro    S
   E
    Õ
Importante!    Ç
 II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é    O
 precedido de consentimento
consentimento da
da gestante
gestante ou, quando As decisões do STF também são objeto de ques-    N

incapaz, de seu representant


representantee legal tionamento em provas.
1 ADPF 54/DF Min Marco Aurélio, julgado em 11.04.2012, DJe 24.04.2013.
2 ADI 3.510/DF,
3.510/DF, rel. Min. Carlos Brito, julgamento em 29.05.2008, DJe em 05.06.2008 37

Direito à liberdade Atualidade: Direito de ir e vir x Coronavírus


(Covid-19)
Trata-se de direito fundamental de primeira Aqui temos um tema muito comentado, o isola-
dimensão, ou seja, são os direitos fundamentais que mento, ou seja, a proibição das pessoas de abrirem
estão ligados ao valor liberdade, sendo eles: os direi- suas próprias empresas, proibição de permanecerem
tos civis e os direitos políticos. em praças, lugares públicos, isto é, seu direito de ir e
Legalidade,, previsto no art. 5º, II da CF, traz con-
Legalidade con- vir limitado, entenda:
sigo uma regra interessante: dene qual a única ação
que pode restringir a liberdade dentro do Brasil, ou
seja, todos têm liberdade de fazer ou deixar
de ixar de fazer o Somente grupo de risco deve
que convém a cada um, entretanto essa liberdade está Vertical car isolado em casa. (idosos
limitada na lei. e pessoas com problemas de
saúde)
 II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de Isolamento
 fazer alguma coisa
coisa senão em virtude
virtude de lei;
Toda população deve car
Liberdade de pensamento, previsto no inciso IV Horizontal isolada em casa e empresas
fechadas
da CF,
CF, determina a livre manifestação do pensamento,
porém, é importante se atentar à parte nal do inciso,
que veda o anonimato, por exemplo:
e xemplo: um indivíduo vai Se o direito à liberdade de locomoção é um direito
até uma manifestação nas ruas com panos no rosto e fundamental de ir e vir, pode-se proibir que a pessoas
comete atos ilícitos (como furto). se locomovam? Mas e a constituição?
No caso do covid-19, em 18 de março de 2020, foi
Questão muito cobrada em provas. aprovado pelo Congresso Nacional o decreto que colo-
ca o país em estado de calamidade pública, tendo em
Ainda sobre a liberdade de pensamento, é impor- vista a situação excepcional de emergência de saúde.
tante mencionar que no Brasil a denúncia anônima Para você entender melhor, vamos estudar por etapas.
eta pas.
é permitida.
permitida. Contudo, o poder público não pode ini-
ciar o procedimento formal tendo como base única Mas o que é calamidade pública?
uma denúncia anônima.
O dicionário Aurélio dene calamidade “desgra-
“desgra -
Dica ça pública; grande infortúnio; catástrofe”, ou seja,
O STF considerou desnecessária a utilização é um estado anormal resultante de um desastre de
natureza, pandemia ou até nanceiro, situações em
jornalismo e registro prossional
de diploma de jornalismo e que o Governo Federal deve intervir nos outros Entes
no Ministério do Trabalho como condição para o Federativos (entenda entes: Estados - DF e Municípios)
exercício da prossão de jornalista, pois tem na para auxiliar no combate a situação.
sua essência a manifestação do pensamento.³ Ainda, conforme o Governo Federal, o reconhe-
cimento do estado de calamidade pública é previsto
Liberdade de consciência e crença está
crença está localiza- para durar até 31 de dezembro de 2020, sendo que,
do no inciso VI, VII e VIII do art. 5º da CF. É importante é necessário “em virtude do monitoramento perma-
mencionar que o Brasil não tem religião ocial, sendo nente da pandemia Covid-19, da necessidade de ele-
considerado um Estado laico e tem como base o plu- vação dos gastos públicos para proteger a saúde e os
ralismo político. empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda
de arrecadação”4
Art. 5° [...]
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de Entenda a explicação sobre calamidade pública:
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote- 1º Decretado estado de Calamidade Pública,
Pública, atra-
ção aos locais de culto e a suas liturgias; vés de aprovação das duas casas: Senado Federal e
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de Câmara dos Deputados. Permite que o Executivo
Exe cutivo gaste
assistência religiosa nas entidades civis e militares
de internação coletiva; mais do que o previsto e desobedeça às metas scais
VIII - ninguém será privado de direitos por moti- para custear ações de combate à pandemia.
vo de crença religiosa ou de convicção losóca ou 2º O Governo Federal já pode determinar quais
 política, salvo se as invocar
invocar para eximir-se de obri- medidas de apoio serão tomadas. Com base na lei
 gação legal a todos imposta e recusar-se
recusar-se a cumprir complementar 101/2020.
 prestação alternativa,
alternativa, xada em lei; 3º Governo Federal poderá:
Liberar recursos; enviar defesa civil militar; enviar
Liberdade de locomoção,
locomoção, localizado no inciso XV kits emergenciais.
da CF, é um tópico muito importante e está ligado ao Estados podem:
direito de ir e vir,
vir, sendo que não é um direito abso- Parcelar dívidas; atrasar execução de gastos; não
luto, pois temos os casos de prisão previstos na lei, ou precisa fazer licitações.
seja, as diversas situações em que prisões são necessá- Agora que entendemos como funciona o estado
rias deixam claro que o direito a locomoção não é um de calamidade pública, vamos à análise do direito de
direito absoluto. locomoção que foi restringido.
3 STF RE/511961, Min. Gilmar Mendes, 17.06.2009.
4 Disponível em <https:/
<https://www.g
/www.gov.br/plan
ov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o
alto/pt-br/acompanhe-o-planalto/nota
-planalto/notas-ociais/2020/copy_of_
s-ociais/2020/copy_of_nota-a-imprensa>
nota-a-imprensa> Acesso em: 10 out
38 2020.

Primeiramente, é importante mencionar que decisão judicial. Bem como, ninguém pode ser obriga-
nenhum direito fundamental pode ser considerado do a associar-se ou permanecer associado. Por m, o
absoluto (quando dizemos isso, signica que esse texto constitucional autoriza desde que expressamen-
direito pode ser violado, desde que cumpra alguns te autorizado, a representação dos associados pelas
requisitos), e a proporcionalidade de cada situação
requisitos), entidades associativas.
deve ser observada.
O interesse da coletividade deve ser sempre Igualdade
observado e ter preferência em relação ao direito
do particular, com o objetivo de aplicar o denomina- Princípio da igualdade, previsto também no caput
do princípio da supremacia do interesse público do art. 5º da CF, é muito importante, e, deste princípio,
sobre o particular,
particular, que inclusive é um dos principais inúmeros outros decorrem diretamente, conforme
princípios do direito administrativo. veremos a seguir.
Aqui cabe mencionar também o art. 196 da CF, que
prevê o direito a saúde como sendo um dever do Esta- Igualdade na lei x igualdade perante a lei
do (no sentido de nação politicamente organizada, ou
seja, é um dever do País/Governo Federal). A igualdade
todos na lei 
da mesma forma lei ao
vincula o normas,
criar as legislador
já aa igual-
tratar
Art. 196.
196. A saúde é direito de todos e dever do Esta- dade perante a lei signica
lei signica que quem administra o
do, garantido mediante políticas sociais e econômi- Estado também deve observar o princípio da igual-
cas que visem à redução do risco de doença e de dade, por exemplo, o poder executivo ao adminis-
outros agravos e ao acesso universal e igualitário trar e o poder judiciário ao julgar. Importante frisar
às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação. que o princípio da igualdade também tem efeitos aos
particulares.
Ainda, cabe mencionar o princípio da proporcio-
nalidade, o qual tem como nalidade equilibrar os Igualdade formal x igualdade material
direitos individuais com os da sociedade, exatamente
como no caso que aqui estamos analisando. A igualdade formal, ou também chamada de
Ou seja, no caso em tela, pode-se proibir, confor- igualdade jurídica, signica que todos devem ser
me os requisitos demonstrados na situação atual para tratados da mesma forma. Já a igualdade material 
material 
provas: direito de ir e vir é um direito fundamen- signica tratar igual os iguais e os desiguais com desi-
desi -
tal, mas que atento: direito fundamental de ir e gualdade, na medida de suas desigualdades, ou seja, é
uma forma de proteção a certos grupos sociais, certos
vir nãodireito
desse é um direito
em faceabsoluto! No caso
do covid-19, da violação
foi observado o grupos de pessoas que foram discriminadas ao longo
princípio da proporcionalidade e o princípio da da história do Brasil. Isso ocorre por meio das chama-
supremacia do interesse público sobre o particular.
particular. das ações armativas, que
armativas, que visam, por meio da políti-
Lembrando que o desrespeito a qualquer medida ca pública, reduzir os prejuízos. Por exemplo, temos o
imposta congura como crime contra a saúde públi- públi- sistema de cotas para os afrodescendentes nas univer-
ca prevista no art. 268 do código penal, que pune cri- sidades públicas. Sobre o tema, o STF já se posicionou
minalmente a conduta de “infringir
“infringir determinação do pela constitucionalidade, e a decisão foi tomada no
 poder público, destinada a impedir introdução ou pro-  julgamento do Recurso Extraordinário (RE 597285),
 pagação de doença contagiosa”.
contagiosa”. com repercussão geral, em que um estudante questio-
A liberdade de reunião,
reunião, prevista no inciso XVI nava os critérios adotados pela UFRGS para reserva
do art. 5º da CF, deve ser pacíca e sem armas, bem de vagas.5
como não deve frustrar outra reunião anteriormente
convocada para aquele local, tendo preferência quem Igualdade nos concursos públicos
avisar primeiro, chamado o aviso prévio a autorida-
de competente, sendo diferente de autorização, pois a Tem como base o também chamado princípio da
reunião não
reunião  não depende de
depende de autorização. isonomia, o qual deve ser rigorosamente observado    L

Liberdade dedo
associação
associação     A
art. 5º da  CF.
temÉ previsão no men-
inci-- sob pena de nulidade da prova a ser realizada pelo    N
so XVII até o XXI importante men respectivo concurso público.    O
   I
cionar que todos esses incisos já foram cobrados em Entretanto, alguns concursos exigem, por exem-    C
   U
provas em geral. Cuidado com o texto constitucional, plo, idade, altura e etc. Note que todas as exigências    T
   I
como por exemplo: contidas no edital que façam distinção entre as pes-
pes-    T
   S
soas somente serão lícitas e constitucionais desde    N
   O
Art. 5º [...] que preencham dois requisitos:
requisitos:    C
 
 XVII - é  plena a liberdade de associação para ns    O
   T
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; a) Deve estar previsto em lei – igualdade formal;    I
   E
b) Deve sser
er necessário ao cargo.    R
   I
   D
A expressão utilizada como “plena” no dispositivo    E
é no mesmo sentido de ser considerada livre a Como por exemplo, 
exemplo,  concurso para contratação de    D
   S
liberdade de associação, desde que para ns lícitos. agente penitenciário para presídio feminino e o edi-    E
tal constar que é permitido somente mulheres para     Õ
   Ç
Por conseguinte, o texto constitucional prevê a investidura do cargo.    O
   N
possibilidade de criação de associações e cooperati- Exemplo muito comentado também é sobre a proi-
vas, independente de autorização. Ainda, só poderão bição de tatuagem contida nos editais de concurso
ser dissolvidas ou ter suspensas as atividades por público, sobre o tema o STF assim entendeu: “ Editais
5 RE 597285, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09.05.2012, DJe 21.05.2012. 39

de concurso público não podem estabelecer restrição Inviolabilidade domiciliar tem previsão no inciso
a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcio- XI do art. 5º da CF:
nais , em razão de conteúdo que viole valores constitu-
cionais”,
cionais ”, foi à tese de repercussão geral xada.6 Art. 5º [...]
 XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
Entenda: tatuagem que viole os princípios cons- nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de agrante delito ou
titucionais e os princípios do Estado brasileiros.
desastre , ou para prestar socorro, ou, durante o
Ex.: tatuagem de suástica nazista.
dia , por determinação judicial;
judicial;
União estável homoafetiva

Tema muito comentado e, em 2011, o STF se posi-


Importante!
cionou sobre o reconhecimento da união estável para Memorize que como dia entende-se o período
casais do mesmo sexo, decisão tomada sob o argu- das 6h às 18h.
mento que o artigo 3º, inciso IV, da CF veda qual-

equer
que,discriminação
nesse sentido,em virtude pode
ninguém de sexo,
ser raça, cor
diminuí- Note que existem exceções à inviolabilidade: a-a-
do ou discriminado em função de sua orientação grante delito, desastre, prestação de socorro e deter-
sexual.. “O sexo das pessoas, salvo disposição contrá-
sexual minação judicial. Convém lembrar também que, de
ria, não se presta para desigualação jurídica”, con-
con- acordo com o magistério jurisprudencial do STF, o
clui-se, portanto, que qualquer depreciação da união conceito de “casa” é amplo, abarcando qualquer com-
com-
estável homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV partimento habitado (casa, apartamento, trailer ou
do artigo 3º da CF.7 barraca); qualquer aposento ocupado de habitação
coletiva (hotel, apart-hotel ou pensão), bem como
Legalidade qualquer compartimento privado onde alguém exerça
prossão ou atividade, incluindo as pessoas jurídicas.
Princípio da legalidade está previsto no art. 5º, O STF,
STF, em relevante
re levante julgamento com repercussão
geral   (art. 102, § 3° da CF), rmou compreensão no
geral
inciso II da CF, e preceitua que “ninguém será obriga-
sentido de que pode ocorrer a inviolabilidade mes-
do a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
mo no período noturno 
noturno  – fundamentada e devi-
virtude de lei”. Note que, quando se fala em princípio damente   justicada,
damente justicada, se indicado que no interior na
da legalidade, se está falando no âmbito particular e casa se está praticando algum crime, ou seja, em esta-
não da administração pública.
No tocante aos particulares, o princípio da lega- do de agrante delito.
É importante frisar que, se o agente policial entrar
lidade quer dizer que apenas a lei tem legitimidade na residência e não constatar a ocorrência de crime
para criar obrigações de fazer, também chamadas de em agrante, não haverá ilicitude na conduta dos
obrigações positivas, e também as chamadas obriga- agentes policiais se forem apresentadas fundadas
ções de não fazer, chamadas obrigações negativas, e, razões que os levaram a invadir aquela casa, o que,
nos casos em que a lei não dispuser obrigação algu- sem dúvida, deve ser objeto de controle – mesmo que
ma, é dado ao particular fazer o que bem entender, posterior – por parte da própria polícia e, claro, pelo
ou seja, não havendo qualquer proibição disposta em Ministério Público (a quem compete exercer o con-
lei, o particular está livre para agir, vigorando nesse trole externo da atividade policial, nos termos do art.
ponto o princípio da autonomia da vontade. 129, VII, da CF) ou mesmo pelo Judiciário, ao analisar-
Referente ao poder público,
público, o conteúdo do prin- -se a legitimidade de eventual prova colhida durante
cípio da legalidade é outro: esse tem a ideia de que essa entrada à residência.
o Estado se sujeita às leis e, ao mesmo tempo de que
governar é atividade a qual a realização exige a edição Sobre a entrada forçada em domicílio, o STF assim
de leis, sendo que, o poder público não pode atuar, considerou:
nem contrário às leis, nem na ausência da lei. lei. A entrada forçada em domicílio sem mandado
 judicial só é lícita, mesmo em período noturno,
Inviolabilidade quando amparada em fundadas razões, devida- devida-
mente justicadas “a posteriori”, que indiquem
Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da que dentro da casa ocorre situação de agrante
honra e da imagem das pessoas tem previsão no art. delito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
5º, inciso X da CF
CF,, vejamos: civil e penal do agente ou da autoridade, e de nuli-
dade dos atos praticados.
 X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, Essa a orientação do Plenário, que reconheceu a
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o repercussão geral do tema e, por maioria, negou pro-
direito a indenização pelo dano material ou moral vimento ao recurso extraordinário em que se discutia,
decorrente de sua violação; à luz do art. 5º, XI,
XI , LV e LVI,
LVI, da Constituição, a legalida-
legalida -
de das provas obtidas mediante invasão de domicílio
Essa proteção se refere às pessoas físicas ou jurí- por autoridades policiais sem o devido mandado de
dicas, abrangendo inclusive a proteção necessária à busca e apreensão. O acórdão impugnado assentara
própria imagem frente aos meios de comunicação em o caráter permanente do delito de tráco de drogas
massa (televisão, jornais etc.). e mantivera condenação criminal fundada em busca
6 Recurso Extraordinário 898450 Tema de Repercussão Geral. STF.STF. Min. Luiz Fux, julgado em 17.08.2016.
40 7 STF. ADI 4277 e ADPF 132, rel. Min. Ayres Britto, julgado em 05.05.2011, DJe 06.05.2011.

domiciliar sem a apresentação de mandado de busca  Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à
e apreensão. A Corte asseverou que o texto constitu- interceptação do uxo de comunicações em siste-
siste-
cional trata da inviolabilidade domiciliar e de suas mas de informática e telemática.
exceções no art. 5º, XI (“a casa é asilo inviolável do
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con- O segundo requisito necessário exige que a produção
sentimento do morador, salvo em caso de agrante desse meio de prova seja dirigida para ns de investiga
investiga--
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, duran- ção criminal ou instrução processual penal, assim, não
te o dia, por determinação judicial”). Seriam estabele-
estabele - é possível a autorização da interceptação telefônica em
cidas, portanto, quatro exceções à inviolabilidade: a) processos civis, administrativos,
administrativos, disciplinares e etc.
agrante delito; b) desastre; c) prestação de socorro;  Já o últim
últimoo requi
requisito
sito refere-se a uma lei que deve
e d) determinação judicial. A interpretação adotada prever as hipóteses e a forma em que pode ocorrer a
pelo STF seria no sentido de que, se dentro da casa interceptação telefônica, obrigatoriamente no âmbito
estivesse ocorrendo um crime permanente, seria viá- de investigação criminal ou instrução processual penal.
vel o ingresso forçado pelas forças policiais, indepen- A regulamentação deste dispositivo veio com a Lei
dentemente de determinação judicial. Isso se daria 9.296/1996, que legitimou a interceptação das comu-
porque, por denição, nos crimes permanentes, haveha ve-- nicações como meio de prova, estendendo também
ria um interregno entre a consumação e o exaurimen- a sua regulamentação à interceptação de uxo de
to. Nesse interregno, o crime estaria em curso. Assim, comunicações em sistemas de informática e telemáti-
se dentro do local protegido o crime permanente esti- ca (combinação de meios eletrônicos de comunicação
vesse ocorrendo, o perpetrador estaria cometendo com informática, e-mail e outros).
o delito. Caracterizada a situação de agrante, seria
viável o ingresso forçado no domicílio. (RE 603616/RO, Direito de propriedade
rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5.11.2015 e DJe
13.11.2015) Está amparado junto ao caput e inciso XXII do art.
5º, bem como no inciso II do art. 170, ambos da CF.
A inviolabilidade das correspondências e comu-
nicações tem
nicações  tem  como previsão o inciso XII do art. 5º da Art. 5º, 
5º,  [...] XXII - é garantido o direito de
CF, vejamos.  propriedade;
Art. 170.
170. A ordem econômica, fundada na valoriza-
 XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
comunicações telegrácas,
telegrácas, de dados e das comuni-  por m assegurar a todos existência digna, con
con--
cações telefônicas, salvo, no último caso, por  forme os ditames da justiça social, observados os
ordem
estabelecer  , , nas
judicial
para nshipóteses e na forma
forma
de investigação que a ou
criminal lei seguintes princípios:
 II - propriedade privada;
privada;
instrução processual penal;
O direito de propriedade assegurado na constitui-
As correspondências são invioláveis, com exce- ção como direito constitucional abrange tanto os bens
ção nos casos de decretação de estado de defesa
corpóreos quanto os incorpóreos.
e de sítio (arts.
sítio (arts. 136 e seguintes da CF
CF).
). É importante
mencionar também que o STF já reconheceu a possi-
bilidade de interceptar carta de presidiário,
presidiário, pois a Dica
inviolabilidade de correspondência não pode ser usa- Bens corpóreos  são os bens possuidores de
da como defesa para atividades ilícitas. 8 existência física, são concretos e visíveis, como
Possibilidade de interceptação telefônica: inter- por exemplo, uma casa, um automóvel etc. Já
ceptação telefônica é a captação e gravação de conver-
sa telefônica, no momento em que ela se realiza, por
os bens incorpóreos, são bens abstratos que
terceira pessoa sem o conhecimento de qualquer um não possuem existência física, ou seja, não são
dos interlocutores, conforme prevê exceção do inciso concretos, mas possuem um valor econômico,    L
   A
XII do art. 5º da CF acima mencionado, que para ser como por exemplo, propriedade intelectual, direi-    N
lícita deve obedecer três requisitos: tos do autor e etc.    O
   I
   C
   U
   T
Em relação à propriedade de bens incorpóreos,    I
Ordem Judicial;    T
Para ns de investigação refere-se à especíca proteção constitucional a deno-
deno -    S
   N
Interceptação telefônica criminal; minada propriedade intelectual, a qual abrange os    O
   C
Hipóteses e formas que a direitos de autor e os direitos relativos à propriedade  
   O
lei estabelecer. industrial, como a proteção de marcas e patentes.    T
   I
   E
   R
   I
Ainda, a interceptação telefônica dependerá de Desapropriação    D
   E
ordem judicial, conforme art. 1º da Lei 9.926/96.    D
Como característica dos direitos fundamentais, o    S
   E
Art. 1º A
1º A interc
intercepta
eptação
ção de
de comunica
comunicações
ções telef
telefônic
ônicas,
as, direito de propriedade também não é um direito abso-     Õ
   Ç
de qualquer natureza, para prova em investigação luto. Apesar da exigência de que a propriedade aten-    O
   N
criminal e em instrução processual penal, observa- da uma função social, há outras hipóteses em que
rá o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz o interesse público pode justicar a imposição de
competente da ação principal, sob segredo de justiça. limitações..
limitações
8 STF. HC 70.814-5/SP,
70.814-5/SP, rel. Min. Celso de Mello, julgado em 24.06.1994. 41

Ao elaborar a Constituição, o legislador se preo- O direito de certidão tem previsão no inciso XXXIV,
cupou em atribuir tratamento especial à política de “b” do art. 5º da CF, e assegura a todos, independente
desenvolvimento urbano. Referente à desapropria- do pagamento de taxas, o seguinte:
ção de imóvel rural,
rural, somente é lícita a desapropria-
ção para ns de interesse social,
social , ou seja, imóvel  XXXIV - são a todos assegurados, independente-
rural que não estiver cumprindo sua função social mente do pagamento de taxas:
é desapropriado. 
desapropriado.  [...]
Nesse sentido, é importante vericar a importân-
importân- b) a obtenção de certidões em repartições públi-
cia do art. 5°, XXIV, que determina o poder geral de cas, para defesa de direitos e esclarecimento de
desapropriação por interesse social. Ora, desde que situações de interesse pessoal;
seja paga a indenização mencionada neste artigo,
qualquer imóvel poderá ser desapropriado por inte- Importante frisar aqui que, conforme entendi-
resse social para ns de reforma agrária. mento dos Tribunais, já se consolidou o entendimen-
to no sentido de que não se exige do administrado a
Defesa do consumidor demonstração da nalidade especíca do pedido.

Conforme prevê o art. 5º, inciso XXXII da CF “o esta-


esta - Direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito
do promoverá,
dor”. Tema tambémna forma da lei, a no
mencionado defesa do consumi-
art. 170, inciso V Assim prevê o inciso XXXVI do art. 5º da CF: “a
“ a lei
da CF,
CF, o qual estabeleceu como princípio fundamental
f undamental não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico per-
de nossa ordem econômica a “defesa do consumidor”.  feito e a coisa julgada”.
julgada”. Entenda:
Direito adquirido 
adquirido  é aquele direito que cumpriu
Art. 170.
170. A ordem econômica, fundada na valoriza- todos os requisitos previstos em lei, como por exem-
ção do trabalho humano e na livre iniciativa, tem plo, o homem que cumpriu todos os requisitos exi-
 por m assegurar a todos existência digna, con
con-- gidos para concessão da aposentadoria por idade,
 forme os ditames da justiça social, observados os conforme determina o art. 201, § 7º, I da CF, tem o
seguintes princípios: direito adquirido para requerer seu benefício.
[...]
V - defesa do consumidor; § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral
de previdência social, nos termos da lei, obedecidas
Ainda, assim que foi promulgada a Constituição as seguintes condições:
em 1988, o legislador se preocupou em estipular um  I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e
prazo de cento e vinte dias para que o legislador ela- 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, obser-
borasse o Código de Defesa do Consumidor, exigência vado tempo mínimo de contribuição;

estipulada
 posições por meio doTransitórias.
Constitucionais nº 48 da ADCT. ( Ato
 Ato das Dis-
São regras que esta- Ato jurídico perfeito é  o ato já realizado,
realizado, confor-
me a lei vigente ao tempo que se realizou, pois nes-
belecem a harmonia da transição do regime constitucional te caso já cumpriu todos os requisitos conforme a lei
anterior – 1969, para o novo regime - 1988). vigente na época, tornando-se, portanto, completo.
Entretanto, o prazo exigido não foi observado e o Coisa julgada ocorre
julgada ocorre no âmbito do processo judi-
Código de Defesa do Consumidor foi publicado ape- cial, decisão judicial a qual não cabe mais recurso, tor-
nas dois anos após a publicação da Constituição – Lei nando-a imutável e indiscutível.
8.078/1990.
Júri popular
Direito de informação
A nossa carta magna reconhece no seu inciso XXX-
Instrumento de natureza administrativa, derivado VIII a instituição do júri, que é visto como uma prerro-
do princípio da publicidade da atuação da administra- gativa democrática do cidadão, e que exige que o réu
ção pública, o qual tem como objetivo a atuação
atu ação trans- deve ser julgado pelos seus semelhantes. O tribunal
parente em decorrência da própria indisponibilidade é composto por um juiz togado e vinte cinco jurados
do interesse público, disciplinado nos incisos XXXIII que serão sorteados dentre os alistados.
e LXXII do art. 5º da CF e Lei 9507/1997 que regula o
direito de acesso a informações e disciplina o rito pro-  XXXVIII - é reconhecida
organização reconhecida
que lhe der aa instituição
ins
lei,tituição do júri, com
assegurados: com a
cessual do habeas data.
data. a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
 XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos c) a soberania dos veredictos;
 públicos informações de seu interesse parti- d) a competência para o julgamento dos crimes
 , ou de interesse coletivo ou geral, que serão
cular  dolosos contra a vida ;
 prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabi-
lidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres-
cindível à segurança da sociedade e do Estado; Destarte, a competência mencionada na alínea “d”
não é absoluta, pois não abrange os crimes pratica-
dos contra a vida perpetrados por detentores de foro
Direito de certidão
especial por prerrogativa de função, que deverão ser
 julgados por tribunais especícos conforme previsto
O Estado é obrigado a fornecer as informações na Constituição.
solicitadas, com exceção nas hipóteses de proteção Ainda, o foro especial por prerrogativa de fun-
por sigilo. Caso haja uma violação desse direito, que ção se refere ao órgão competente para julgar ações
é líquido e certo, o remédio constitucional cabível é o penais contra certas autoridades públicas, levando-se
mandado de segurança, tema também abordados no
42 título Garantias Constitucionais. em conta o cargo ou a função que elas ocupam, de

modo a proteger
por ligar-se a função
à função e nãoe àa pessoa,
coisa pública, ou seja,
essa forma de ans , o terrorismo
hediondos e os denidos
 , por eles respondendo
respond como crimes
endo os mandantes, os
determinar o órgão julgador competente não acompa- executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
nha a pessoa após o m do exercício do cargo.
Crimes hediondos 
hediondos  são aqueles que a legislação
Princípio da legalidade penal e da retroatividade da lei entende que geram maior reprovação por parte da
sociedade, assim merecem uma rigidez maior. Não
Princípio da legalidade penal, com previsão no são necessariamente crimes cometidos com alto grau
de violência ou crueldade, mas sim os crimes previs-
inciso XXXIX do art. 5º da CF, também chamado de tos expressamente no art. 1º da Lei 8.072/90.
princípio da reserva legal, refere-se à aplicação do O homicídio qualicado é o primeiro mencionado
princípio da legalidade, de forma mais especíca no na legislação, ou seja, quando praticado em circuns-
âmbito do direito penal. tância que revele perversidade – por exemplo, se o
Nesse sentido, crime será a conduta delituosa pre- crime é praticado por motivo fútil ou torpe.
vista exclusivamente em lei, da mesma forma que a Bem como, o homicídio praticado por grupo de
cominação da pena, a qual não é admissível à congu-
congu- extermínio também está no rol dos crimes hediondos,
ração de crime baseado nos costumes. mesmo que cometido por uma só pessoa do grupo.

 XXXIX - não
nem pena semháprévia
crimecominação
crime sem lei anterior
legal;que o dena,
dena,  XLIV - constitui crime inaançável e impre-
scritível  a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Princípio da retroatividade da lei tem previsão no  Democrático;
inciso XL do art. 5º da CF, o qual consiste em analisar
um fato passado à luz de um direito presente, esta- Prescrição é a perda do direito de punir do
belece que os fatos sejam apreciados com base na lei Estado pelo seu não exercício em determinado
em vigor no tempo do crime. Assim, a lei aplicável é a lapso de tempo.
lei do tempo do crime, ou seja, na regra geral, as nor-
mas penais não retroagem, salvo
salvo se
 se trouxerem algum Em 2015, duas leis incluíram, no rol de cri-
tipo de benefício para o réu.
réu. mes hediondos, o assassinato de policiais e o
feminicídio.
 XL - a lei penal não retroagirá
retroagirá,, salvo para bene-
bene - Em 2019 houve alterações 
alterações  na legislação penal e
ciar o réu; processual diante da aprovação da Lei nº 13.964, tam-
bém chamada de  Pacote Anticrime
Anticrime,, nessa oportuni-
Dica dade houve a inclusão de crimes no rol dos crimes
hediondos.
Cuidado,: aqui tem um exemplo de exceção da Veja quais foram os crimes incluídos:
exceção
Crimes praticados durante a vigência de lei tem-  II – roubo:
porária ou excepcional não podem ser bene - a) circunstanciado pela restrição de liberdade
ciados pela retroatividade da lei mais benéca. da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
Entenda: b) circunstanciado pelo emprego de arma de
Lei excepcional é a lei criada para regular fatos  fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
arma de fogo de uso proibido ou restrito  (art.
ocorridos dentro de uma situação irregular, a 157, § 2º-B);
i rre-
qual perde seus efeitos após ndar situação irre  III – extorsão qualicada pela restrição da liber-
gular que a motivou. dade da vítima , ocorrência de lesão corporal ou
Lei temporária  vigorou até extinguir o prazo de morte (art. 158, § 3º);
duração xado pelo legislador, por exemplo,  IX –  furto  qualicado pelo emprego de explo-
uma lei que xa a tabela de preços de artigos de sivo  ou de artefato análogo que cause perigo
consumo. comum (art. 155, § 4º-A).
   L
 III – o crime de comércio ilegal de armas de    A
 fogo , previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de    N
Crimes    O
   I

dezembro
 IV dede
– o crime 2003;
tráco internacional de arma de    C
   U
O legislador originário também se preocupou em  fogo, acessório ou munição,  previsto no art. 18
   T
   I
mencionar e observar crimes de tortura, tráco ilíci-
ilíci - da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
   T
   S
to de drogas, terrorismo e a ação de grupos armados V – o crime de organização criminosa , quando    N
   O
contra ordem constitucional. direcionado;    C
 
   O
   T
   I
 XLII - a  prática do racismo
racismo   constitui crime Fique atento com os artigos mencionados acima    E
inaançável e imprescritível, sujeito à  pena de e as novidades legislativas, são temas preferidos de
   R
   I
reclusão , nos termos da lei;    D
bancas examinadoras.    E
   D
Entenda. A pena de reclusão é a pena prevista    S
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS    E
para os casos mais graves, o qual o regime inicial será     Õ
   Ç
fechado, em prisão de segurança máxima.    O
É importante não confundir direitos fundamentais    N
com garantias fundamentais. Os direitos fundamen-
 XLIII - a lei considerar
consideraráá crimes inaançáveis 
inaançáveis  e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática
a  prática da tor - tais são vantagens, proteção em favor das pessoas,
tura , o tráco ilícito de entorpecentes e drogas como por exemplo o direito de informação. Já as
garantias fundamentais são instrumentos processuais 43

para defesa daqueles direitos, conhecidos como ações


ou remédios constitucionais, como por exemplo: Importante!
habeas data, habeas corpus,
corpus, Mandado de Segurança, A doutrina e jurisprudência admitem que cônju-
Mandado de Injunção e a Ação Popular, conforme ge, ascendente, descendente ou irmão podem
veremos a seguir.
impetrar habeas data em favor de terceiro, caso
Habeas corpus este esteja incapacitado ou ausente.

Tem como objetivo proteger o direito de ir e vir,


vir, ou
seja, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado Mandado de Segurança
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de loco-
moção, por ilegalidade ou abuso de poder, está funda- Agora passaremos a análise do mandado de segu-
mentado no art. 5º, LXVIII da CF e art. 647 a 667 do CPP
CPP,, rança, sendo que este pode ser individual ou coletivo,
Pode ser habeas corpus 
corpus  preventivo 
preventivo  para evitar vejamos:
uma futura violação à liberdade, ou habeas corpus corpus 
repressivo,, o qual busca o m de uma coação já
repressivo Mandado de Segurança Individual
cometida. Importante frisar também que não existe a
necessidade de um advogado para entrar com a ação. Previsto no art. 
art.  5º LXIX da CF e Lei 12.016/2009,
  Sujeito ativo (impetrante): qualquer pessoa. tem o objetivo de proteger direito líquido e certo 
certo 
(requerido no prazo de 120 dias do conhecimento da
  Vítima (paciente): qualquer pessoa, brasileiro ou lesão), devidamente comprovado com provas docu-
estrangeiro. mentais, não há prova testemunhal nem pericial. Tem
  Sujeito passivo (coator):
(coator):   autoridade ou agen-
te público que cometeu ilegalidade ou abuso de caráter subsidiário, ou seja, quando não for caso de
poder contra particular. habeas corpus e
corpus e nem habeas data.
Cabível quando existe abuso ou ilegalidade de
Habeas corpus também pode ser impetrado por autoridade pública. A súmula 625 do STF dispõe que,
estrangeiro (desde que na língua portuguesa) contra “Controvérsia sobre matéria de direito não impede con-
c on-
particular. cessão de mandado de segurança
segurança”,
”, ou seja, caso houver
Não cabe habeas corpus contra punição disciplinar dúvida a respeito de interpretação da lei não impede
militar, salvo se imposta pela autoridade competente. o deferimento do mandado de segurança.
Não cabe Mandado de segurança nos seguintes
Destacamos a seguir algumas Súmulas importan- casos:
tes do STF sobre o tema:
z Atos meramente informativos;
z
 pusSúmula
cujo objeto  Nãoresolver
 Não
395:seja se conhece
conhece de orecurso
sobre recursodas
ônus de habeas
custas, cor-
p or
por z Atos administrativo
Ato que transitaramque
em julgado;
comporte recurso com
não estar mais em causa à liberdade de locomoção. efeito suspensivo; e
Súmula 431: É nulo o julgamento
julgamento de recurso
recurso criminal,
criminal, z Ato judicial em fase recursal.
na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação
da pauta, salvo em habeas corpus. Cuidado!  Referente aos atos que transitaram em
Cuidado! 
Súmula 692:  Não se conhece de habeas corpus con-  julgado hoje, a jurisprudência entende por uma possí-
tra omissão de relator de extradição, se fundado em fato vel mitigação da súmula 268 do STF. Vejamos:
Vejamos:
ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, “No entanto, sendo a impetração do mandado
nem foi ele provocado
p rovocado a respeito. de segurança anterior ao trânsito em julgado da
Súmula 693:693:  Não cabe habeas corpus contra decisão decisão questionada,
questionada, mesmo que venha a acontecer,
condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em posteriormente, não poderá ser invocado o seu não
curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a cabimento   ou a sua perda de objeto, mas preenchi-
cabimento
única cominada. das as demais exigências jurídico-processuais, deverá
Súmula 694: 
694:  Não
Não cabe habeas corpus contra a impo- ter seu mérito apreciado”. (EDcl no MS 22.157/DF, Rel.
sição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente Ministro Herman Benjamin, Rel. p/ Acórdão Minis-
ou de função pública. tro Luis Felipe Salomão, julgado em 14.03.2019, DJe
ta aSúmula 695: Não
695: 
pena privativa Não
pr ivativa cabe habeas
cabe habeas corpus quando já extin-
de liberdade. 11.06.2019)
  Agente ativo
ativo:: Pessoa física ou jurídica. Agentes
Habeas data
políticos podem ser sujeitos ativo ou passivo.
  Agente passivo
passivo:: autoridade, pessoa física revesti-
Com previsão no art. 5º, LXXII da CF e Lei 9507/1997
que regula o direito de acesso às informações, e disci- da de poder público. União, Estados e DF ingres-
plina o rito processual do habeas data,
data, tem o objetivo sarão como litisconsortes necessários, por meio de
de acessar e reticar informações do impetrante que seus procuradores, no caso do município através
estão em um órgão público ou de caráter público9, de seu Prefeito.
como por exemplo: entidade privada de caráter públi-
pú bli-   Liminar: cabimento conforme art. 7º, III da Lei
Liminar:
co = SPC/SERASA. 12.016/2009, o juiz poderá determinar a suspensão
Note que, neste caso, precisa ser demonstrado do ato (que causou a violação do direito), desde
que foram solicitadas as informações em um pri- que exista motivo relevante, vejamos:
meiro momento, ou seja, precisa-se esgotar a via
administrativa. Art. 7o Ao
 Ao despachar
despachar a inicial, o juiz
juiz ordenará:
44 9 Caso a banca da sua prova for a FGV, esta entende que o habeas data é uma ação personalíssima.

 III - que
que se suspenda o ato que deu motivo ao pedi- Ação popular pode ter duas formas, a preventiva
do, quando houver
impugnado puder  fun
 fundame
damento
resultar anto relevante
relev
inecácia da  emedida,
ante do ato que
ato, eé ajuizada antes
repressiva, queda consumação
visa corrigir osdos
atosefeitos do
danosos
caso seja nalmente deferida, sendo facultado exigir consumados.
do impetrante caução, ança ou depósito, com o obje-
obje-
tivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.   Agente ativo: Qualquer cidadão brasileiro. Se este
abandonar ação, outro cidadão poderá assumir.
Mandado de Segurança Coletivo

Previsto no art. 5º, 


5º,  LXX da CF e no art. 21 da Lei Importante!
12.016/2009, tem o objetivo de proteger certo grupo de
pessoas (corporativo). Os requisitos e o prazo
prazo deca- O Ministério Público não pode propor, mas pode
dencial são os mesmos do Mandado de Segurança assumir andamento e dar execução a decisão
individual. da ação popular (legitimidade extraordinária ou
superveniente).
  Agente ativo:
ativo: Partido político com representação
no Congresso Nacional; ou organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente cons-   Agente passivo:
passivo:   administrador da entidade que
tituída
ano, eme defesa
em funcionamento
de seus membroshá pelo menos um
ou associados, lesionou.
deve demonstrar pertinência temática.  Lei 4.717/1965
  Agente passivo
passivo:: autoridade coatora. Art. 6º  A ação será proposta contra as pessoas
  Liminar: cabimento conforme art. 7º, III e art.
Liminar:  públicas ou privadas e as entidades referidas no
22§2º da Lei 12.016/2009. Basta representar os art. 1º,
1º,   contra as autoridades, funcionários ou
requisitos fumus
requisitos  fumus boni iuris
iuris (fumaça
 (fumaça do bom direi- administradores que houverem autorizado, apro-
to) e periculum
e periculum in mora (perigo na demora)
demora).. vado, raticado ou praticado o ato impugnado,
ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à
Súmulas importantes do STF sobre o tema: lesão, e contra os beneciários diretos do mesmo.
(grifo nosso)
Súmula 629 do STF: A impetração de mandado de
segurança coletivo por entidade de classe em favor Art. 1º Qualquer
1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear
dos associados independe da autorização destes. a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao
Súmula 630 do STF: A
STF: A entidade de classe tem legi-  patrimôn
 patrimônioio da
da União,
União, do Distri
Distrito
to Feder
Federal,
al, dos Esta
Estados,
dos, dos
timação para o mandado de segurança ainda quando  Municíp
 Mun icípios,
ios, de enti
entidad
dades
es autá
autárqui
rquicas,
cas, de soci
socieda
edades
des de
a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte economia mista (Constituição, art. 141, § 38) , de socisocie-
e-
da respectiva categoria. dades mútuas de seguro nas quais a União represente os
segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços
Mandado de Injunção sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja
criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou
Tem previsão no art. 5º, LXXI da CF e Lei 13.300/2016 concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio
(lei do MS), não tem lei especíca própria, devem ser ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimô-
observadas as normas da lei do Mandado de Seguran- nio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Muni-
ça, conforme prevê o art. 24, parágrafo único da lei cípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades
8.038/1990. subvencionadas pelos cofres públicos.
públicos.

Art. 24 [...]   Liminar:   Basta representar os requisitos “ fumus


Liminar: “ fumus
 Parágrafo único -
único - No mandado de injunção  e boni iuris”
iuris” e “ periculum in mora”.
mora”.
no habeas data, serão observadas, no que couber,
as normas do mandado de segurança , enquanto Súmula 101 do STF: O mandado de segurança não
não editada legislação especíca.    L
substitui a ação popular.    A
   N
Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não tem    O
  Aplicabilidade:: falta de uma norma regulamen-
Aplicabilidade legitimidade para propor ação popular.
   I
   C
tadora de direito, liberdade constitucional e das    U
prerrogativas inerentes a nacionalidade, sobera-    T
   I
   T
nia e cidadania. Buscar o exercício do direito para Dica    S
   N
uma pessoa ou certo grupo de pessoas. A Ação popular é isenta de custas judiciais e do    O
   C
  Exemplo: Conseguir se aposentar ou exercer o ônus de sucumbência.  
   O
direito de greve.    T
   I
   E
  Agente ativo: Qualquer pessoa. Sobre o tema, vejamos também art. 5º, §4º da Lei    R
   I
  Liminar: Mandado de Injunção não tem liminar.
Liminar: Mandado 4.717/1965:    D
   E
   D
Ação Popular Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é    S
   E
competente para conhecer da ação, processá-la e     Õ
   Ç
É um direito fundamental e individual de todo  julgá-la o juiz que, de acordo com a organização    O
cidadão, fundamentada no art. 5º, LXXIII e regulado  judiciária de cada
cada Estado, o for para as causas que    N
pela lei 4.717/1965, e tem como objetivo a proteção interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado
do patrimônio público (erário), histórico, cultural, do ou ao Município.
meio ambiente e da moralidade administrativa, como § 4º Na defesa do patrimônio público caberá à
é o caso das obras superfaturadas. suspensão liminar do ato lesivo impugnado. 45

Ainda, é possível requerer a condenação por per-  I - relação de emprego protegida contra despedida
das e danos dos responsáveis pela lesão. Sendo que arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
cabe a todos os cidadãos a scalização da vida públi-
públi - complementar,, que preverá indenização compensa-
complementar
ca, auxiliando o Estado na boa gestão da vida pública. tória, dentre outros direitos;
 II - seguro-desempreg
seguro-desemprego,o, em caso de desemprego
involuntário;
DIREITOS SOCIAIS
 III - fundo de garantia
garantia do tempo
tempo de serviço;
 IV - salário mínimo, xado em lei, nacionalmente
Os direitos sociais tem previsão no art. 6º ao 11º da unicado, capaz de atender a suas necessidades
Constituição, e também podem ser encontrados no título vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
VIII da Constituição Federal, que trata da ordem social. mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
São direitos que pertencem à segunda geração dos ne, transporte e previdência social, com reajustes
direitos fundamentais, ou seja, da dimensão que tra-  periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
ta dos direitos da democracia e informação, e alguns sendo vedada sua vinculação para qualquer m;
doutrinadores também os chamam de liberdades V - piso salarial proporcional à extensão e à com-
positivas, quando o Estado precisa deixar de ser omis-  plexidade do trabalho;
trabalho;
so com o objetivo de assegurar uma compensação VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
resultante da desigualdade entre as pessoas. convenção ou acordo coletivo;
Os direitos sociais exigem uma atuação do Estado VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
 para os que percebem
percebem remuneração
remuneração variável;
em face da desigualdade social e tem aplicabilidade VIII - décimo terceiro salário com base na remune-
imediata. Nesse sentido, com o objetivo de garantir a ração integral ou no valor da aposentadoria;
igualdade formal (ou também chamada de igualdade  IX - remuneraçã
remuneraçãoo do trabalho noturno superior à
 jurídica, conforme prevê na CF/88, signica que todos do diurno;
devem ser tratados da mesma forma).  X - proteção do salário na forma da lei, constituin-
Ainda, a Constituição dividiu os direitos sociais em do crime sua retenção dolosa;
três espécies:  XI - partic
participaç
ipação
ão nos
nos lucros,
lucros, ou resul
resultado
tados,
s, desvinc
desvincu-
u-
lada da remuneração, e, excepcionalmente, participa-
a) Direitos sociais destinados a toda sociedade; (Art. ção na gestão da empresa, conforme denido em lei;
6º da CF)  XII - salário-famíli
salário-famíliaa pago em razão do dependente
b) Direitos sociais
sociais para os trabalhadores;
trabalhadores; (Art.7°
(Art.7° da CF) do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
c) Direitos sociais coletivos dos trabalhadores. (Art.
(Art.  XIII - duração do trabalho normal não superior a
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
8º ao 11º da CF)  facultada a compensação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
Direitos sociais destinados a toda sociedade de trabalho;
 XIV - jornada de seis horas
horas para o trabalho
trabalho realiza-
realiza-
Art. 6º São direitos
alimentação, sociais
o trabalho, a educação,
a moradia, a saúde, a
o transporte, do em turnos
negociação ininterruptos de revezamento, salvo
coletiva;
o lazer, a segurança, a previdência social, a prote-  XV - repouso semanal remunerado, preferencial
preferencial--
ção à maternidade e à infância, a assistência aos mente aos domingos;
desamparados,, na forma desta Constituição.
desamparados  XVI - rem
remuner
uneraçã
açãoo do servi
serviço
ço extr
extraor
aordiná
dinário
rio supe
supe--
rior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
Direitos garantidos para toda sociedade brasileira,  XVII - gozo de férias anuais remuneradas
remuneradas com, pelo
com exceção, por exemplo, da previdência social, que menos, um terço a mais do que o salário normal;
neste caso só terá benefício quem for contribuinte e  XVIII - licença à gestante, sem prejuízo
prejuízo do emprego
preencher todos os requisitos legais exigidos. e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
 XIX - licenç
licença-pater
a-paternidad
nidade,
e, nos termos xado
xadoss em lei;
lei;
 XX - proteção do mercado de trabalho da mulher mulher,,
mediante incentivos especícos, nos termos da lei;
Importante!  XXI - aviso prévi
prévioo proporciona
proporcionall ao tempo
tempo de
de serviço,
serviço,
Direito à propriedade x direito à moradia sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
Na sua prova, cuidado! Direito de propriedade é  XXII - redução
redução dos
dos riscos inerentes
inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
um direito individual, conforme já estudado nes-  XXIII - adicional
adicional de remunera
remuneraçãoção para
para as ativida
atividades
des
te material,
social, já o direito
localizado no caputà moradia
do art. 6ºéda
umCF/88.
direito  penosas
 penosas, , insalubres
insalubres ou
 XXIV - aposentadoria;
aposentadori a; perigosas,
perigosas, na forma
forma da lei;
Direito à segurança, localizado no art. 5º (direi-  XXV - assistência gratuita aos lhos e dependentes
to individual) e art. 6º (direito social), entenda a desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
diferença: creches e pré-escolas;
Segurança mencionada no art. 5º da CF se s e refere  XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
coletivos de trabalho;
a segurança jurídica, já a segurança mencionada  XXVII - proteção em face da automação, na forma
no art. 6º da CF, refere-se ao direito à segurança da lei;
pública.  XXVIII
 XXVI II - segu
seguro
ro contr
contraa aciden
acidentes
tes de
de trabal
trabalho,
ho, a car
cargo
go
do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Direitos sociais para os trabalhadores  XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
relações de trabalho, com prazo prescricional de
Art. 7º São direitos dos trabalhadore
trabalhadoress urbanos e cinco anos para os trabalhador
trabalhadores es urbanos e rurais,
rurais , além de outros
outros que visem à melhoria de sua até o limite de dois anos após a extinção do contra-
46 condição social: to de trabalho;

 XXX - proibição de diferença de salários, de exercí- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
cio de funções e de critério de admissão por motivo negociações coletivas de trabalho;
de sexo, idade, cor ou estado civil; VII - o aposentado liado tem direito a votar e ser
 XXXI - proibição de qualquer discriminação no votado nas organizações sindicais;
tocante a salário e critérios de admissão do traba- VIII - é vedada a dispensa do empregado sindical-
lhador portador de deciência
deciência;; izado a partir do registro da candidatura a cargo
 XXXII
 XXX II - proi
proibiçã
biçãoo de
de disti
distinçã
nçãoo entre
entre tra
trabalh
balhoo manua
manual,l, de direção ou representação sindical e, se eleito,
técnico e intelectual ou entre os prossionais ainda que suplente, até um ano após o nal do man-
man-
respectivos; dato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
 XXXIII - proibição de de trabalho
trabalho noturno, perigoso ou  Parágrafo único. As disposições deste artigo apli-
insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba- cam-se à organização de sindicatos rurais e de
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição colônias de pescadores, atendidas as condições que
de aprendiz, a partir de quatorze anos; a lei estabelecer.
 XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador Art. 9º É
9º É assegurado
assegurado o direito de greve,
greve, competindo
com vínculo empregatício permanente e o trabalha- aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
dor avulso exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
 Parágrafo único. São assegurados à categoria dos dele defender.
trabalhadores domésticos os direitos previstos § 1º A lei denirá os serviços ou atividades
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, essenciais e disporá sobre o atendimento das
 XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV XXIV,, XXVI, XXX, XXXI e necessidades inadiáveis da comunidade.
 XXXIII e, atendidas
lei e observada as condições do
a simplicação estabelecidas em
cumprimento §às2ºpenas
Os abusos
da lei.cometidos sujeitam os responsáveis
das obrigações tributárias, principais e acessórias, Art. 10. 
10.  É assegurada a participação dos tra-
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiari balhadores e empregadores nos colegiados dos
dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV órgãos públicos em que seus interesses prossion-
prossion-
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência ais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
social. deliberação.
Art. 11. Nas
11. Nas empresas de mais de duzentos empre-
O mencionado dispositivo aborda os direitos dos  gados, é assegurada a eleição de um representante
trabalhadores de uma forma genérica, pois todos são destes com a nalidade exclusiva de promover-lhes
tratados de forma especica em legislação especial. o entendimento direto com os empregadores.
Cabe ressaltar aqui neste tópico que os examina-
dores das bancas gostam muito de perguntar datas e As garantias deste último grupo de direitos sociais
questões numéricas. Por exemplo, um tema sempre estão divididas em: direito de associação sindical,
muito cobrado em provas é sobre a prescrição traba- direito de greve e direito de representação.
lhista, ou seja, referente ao prazo máximo para entrar Direito de associação sindical tem relação com o
com a reclamação trabalhista após o termino do con- princípio da liberdade de associação. Direito de greve,
citado no art. 9º, não é o mesmo direito de greve asse-
trato de os
ou seja, trabalho para
créditos discutir osprescrevem
trabalhistas últimos cinco
nosanos,
últi- gurado ao servidor público no art. 37 da CF, ou seja, a
mos cinco anos. greve mencionada no art. 9º é autoaplicável (norma
de ecácia contida), não preciosa de lei para regula-
regula-
mentar o direito de greve. Já o direito de representa-
Prazo para entrar com reclamação trabalhista: 2 anos. ção, que atento com os números também, como por
Prescrição dos créditos: últimos 5 anos. exemplo, no art.
a rt. 11º da CF
CF..
DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DOS NACIONALIDADE E CIDADANIA
TRABALHADORES
Ligação que une um indivíduo a cada território.
Art. 8º É
8º É livre a associação
associação prossional
prossional ou sindical, Grande parte dos países determina o modo de aqui-
observado o seguinte: sição e perda da nacionalidade em suas respectivas
 I - a lei não poderá exigir autorização do Estado    L
 para a fundação de sindicato, ressalvado o regis- constituições.    A
   N
tro no órgão competente, vedadas ao Poder Públi- A nacionalidade é considerada pela CF/88 um    O
   I
co a interferência e a intervenção na organização direito fundamental, e tem previsão no título II da CF.    C
   U
sindical; O Brasil adota dois critérios para denir a aquisi-
aquisi-    T
   I

 II - é vedada
vedaem
sindical, da aqualquer
criação de
criação mairepresentativa
mais
grau, s de uma organização
organização
de cat- ção da nacionalidade brasileira:    T
   S
   N
z   jus solis: atribui nacionalidade ao território onde    O
egoria prossional ou econômica, na mesma base    C
 
territorial, que será denida pelos trabalhadores o indivíduo nasce.    O
   T
ou empregadores interessados, não podendo ser z   jus sanguinis: atribui a nacionalidade ao vínculo    I
   E
inferior à área de um Município; sanguíneo.    R
   I
 III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e inter-    D
esses coletivos ou individuais da categoria, inclu-    E
Brasileiro nato    D
sive em questões judiciais ou administrativas;    S
   E
 IV - a assembléia geral xará a contribuição que, Conforme prevê o art. 12, inciso I da CF, é conside-     Õ
em se tratando de categoria prossional, será des-des -    Ç
contada em folha, para custeio do sistema con-
rado brasileiro nato:    O
   N
 federativo da representação sindical respectiva,
independentementee da contribuição prevista em lei;
independentement z  Nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
V - ninguém será obrigado a liar-se ou a manter-se desde que estes não estejam a serviço de seu
 liado a sindicato;
sindicato; país..
país
47

Atenção:
Atenção:   No que diz respeito à necessidade de z  Nacionalidade extraordinária: para os demais
ambos os genitores estrangeiros estarem a serviço do estrangeiros, deve-se ter 15 anos de residência
país, entende-se que deve haver a vericação do fato do ininterrupta e ausência de condenação penal.
deslocamento desse Estado (país) ao Brasil ter ocorrido
em virtude de interesse do seu país. Ainda que um deles O Supremo Tribunal Federal entende que a natu-
não exerça função governamental, por exemplo: ralização extraordinária é ato declaratório do Brasil.
Pais argentinos, a serviço da Argentina – nesse caso Estrangeiro que provar os requisitos necessários,
o lho nascido no Brasil não será brasileiro nato 10. ou seja, possuir 15 anos de residência ininterrupta e
Pais argentinos a serviço do Uruguai – nesse caso o ausência de condenação penal, tem o direito subje-
lho nascido no Brasil será brasileiro nato, pois os pais tivo11 à naturalização. Negado este pedido, caberá
não estão a serviço de seu país (no exemplo Argentina). Mandado de Segurança.
Importante mencionar também a leitura do Esta-
z  Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, tuto do Estrangeiro, a Lei nº 6.815/1980.
desde que qualquer um deles esteja a serviço
do Brasil;
Brasil; Perda da nacionalidade

Neste caso o termo a “serviço da República Fede- Conforme art. 14 §4º da CF/88, tanto o brasilei-
ro nato, quanto o naturalizado, poderá perder a sua
rativa do Brasil” engloba a serviço da administração nacionalidade.
direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. Existem
para dois
decretar instrumentos
a perda que podem
da nacionalidade ser usados
brasileira:
z  Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe a) Sentença Judicial transitada em julgado:
julgado : esta
brasileira, desde que sejam registrados em repar- alcança apenas o brasileiro naturalizado que feriu
tição brasileira competente (embaixada ou con- con- o interesse nacional. Neste caso, o indivíduo que
sulado)   ou
sulado) ou   venham a 
a  residir no Brasil e
Brasil e optem, perdeu a nacionalidade poderá apenas readqui-
em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. ri-la por meio de uma ação, chamada de Ação
Rescisória.12
Atenção: O lho poderá optar pela nacionalidade
Atenção: O b) Alcança brasileiro nato e naturalizado que
brasileira observando três requisitos cumulativos
cumulativos:: adquire voluntariamente outra nacionalidade,
nacionalidade,
este ato engloba tanto a aceitação quanto o pedido
1. Idade mínima: 18 anos; da naturalização oferecida por outro país. Neste
caso, existem duas exceções, ou seja, existem dois
2. Residência no Brasil;
casos em que é permitida a dupla cidadania:
3. Obedecendo aos dois requisitos acima, deve- b.1) Reconhecimento da nacionalidade pela lei
-se optar a qualquer tempo pela nacionalidade estrangeira;
brasileira. b.2)  Imposição por outro país, como condição
b.2) 
de permanência em seu território ou para
A Constituição Federal em seu art. 12 §3º determi- exercício dos direitos civis. Exemplo: atletas/
na quais os cargos que são PRIVATIVOS para brasilei-  jogadores de futebol quando são “vendidos” e
ro nato, vejamos: representam times estrangeiros.

z zPresidentee Vice-Presidente da República; Dica


z zPresidente da Câmara dos Deputados;
Atualmente compete ao Ministro da Justiça
z zPresidente do Senado Federal;
z zMinistro do STF;
declarar a perda e a requisição da nacionalidade.
z zCarreira Diplomática;
Ainda, o art. 5º, inciso LI da CF, dispõe que nenhum
z zOcial das Forças Armadas;
brasileiro será extraditado,
extraditado, salvo o naturalizado,
naturalizado,
z zMinistro de Estado da Defesa.
em caso de crime comum, praticado antes da natura-
lização, ou se comprovado envolvimento em tráco
Naturalizados ilícito de entorpecentes e drogas ans, na forma
fo rma da lei.
Importante frisar que o brasileiro nato não
nato não pode
Neste caso, o indivíduo não tem vínculo, nem de ser extraditado. Se for o caso, deve ser entregue ao
solo, nem de sangue, com o Brasil, mas quer tornar- TPI-Tribunal Penal Internacional, sendo que, podem
-se brasileiro, simplesmente por vontade, ou seja, é o ser entregues ao TPI os brasileiros natos, naturaliza-
estrangeiro que optou pela nacionalidade brasileira dos e estrangeiros.
(art. 12, inciso II da CF). Ainda, o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Inter-
nacional, decreto lei nº 4388/2002, em seu art. 102, de-
de -
z Estrangeiros provenientes de países de língua ne a diferença entre a entrega e extradição, vejamos:
portuguesa   devem ter um ano de residência no
portuguesa
Brasil e idoneidade moral. a) Por “entrega”,
“entrega”, entende-se a entrega de uma pessoa
por um Estado ao Tribunal nos termos do presente
Ex.: Portugal, Angola, Cabo Verde e etc. Estatuto.
10 Observe nos exemplos como pode ser cobrada a matéria na prova.
11 O direito subjetivo se refere aos direitos que são efetivamente garantidos ao indivíduo pela lei.
48 12 Ação rescisória é um meio processual que tem o objetivo de desconstituir ou revogar acórdão ou sentença transitada em julgado.

b) Por “extradição”,
“extradição”, entende-se a entrega de uma pessoa DIREITOS POLÍTICOS
por um Estado a outro Estado, conforme previsto em
um tratado, em uma convenção ou no direito interno. Tem regras xadas pela constituição no Capítulo
IV referente à participação popular no processo polí-
Considerações referente à nacionalidade tico, Art. 14 e seguintes da Constituição.
Os direitos políticos conferidos à população brasi-
Extradição leira são o sufrágio universal, o voto direto e secreto
e a participação em plebiscitos, referendos ou inicia-
Entrega de um Estado (país) a outro Estado (país) tivas populares.
de pessoa acusada de delito ou já condenada.
condenada . Note
que, conforme a súmula 421 do STF, não há impedi- Dica
mento à extradição o fato de o extraditado ser casado
com brasileira ou ter lho brasileiro. Sufrágio universal é o direito de homens e mulhe-
Conforme prevê o art. 22, inciso XV da CF,
CF, compete res naturalizados ou nascidos em um país de
à União legislar sobre extradição. participar das eleições, ou seja:
A constituição brasileira também dispõe que Capacidade eleitoral ativa: direito de votar;
“nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natura- Capacidade eleitoral passiva: direito de ser
lizado, em caso de crime comum, praticado antes da votado.
naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráco ilícito de entorpecentes e drogas ans, na for-
for- Condições de elegibilidade
ma da lei.” Bem como, “não será concedida extradição
de estrangeiro por crime político ou de opinião” (art. Conforme art. 14, § 3º
3 º da CF,
CF, são condições de elegi-
5º, incisos LI e LII da CF). bilidade, na forma da lei:
Ainda, o art. 102, I, g da CF, dispõe que o Supremo
Tribunal Federal será o responsável por processar e Nacionalidade brasileira;
 julgar a extradição solicitada pelo Estado estrangeiro. Não ter direitos políticos cassados;
Não ter direitos políticos cassados;
Alistamento eleitoral;
ELEGIBILIDADE
Expulsão Domicilio eleitoral na circunscrição
correspondente;
Modo de tirar o estrangeiro do Brasil de modo Filiação partidária.
coativo, por infração ou ato que o torne inconve-
coativo,
niente à defesa e à conservação da ordem interna do A constituição também dene a idade mínima que
Estado. cada candidato, correspondente a seu cargo deve ter:
Neste caso, a União é responsável para legislar
sobre expulsão, art. 22, inciso XV da CF. Deputado
Não ocorrerá a expulsão em duas hipóteses: dife- Governador Federal
rente da extradição, a expulsão não será admitida Presidente
+ Vice + Vice Estadual e Vereador
quando o indivíduo tiver cônjuge brasileiro (desde dos Estados Distrital
Senador
que não esteja divorciado ou separado de fato) e o e DF Prefeito + Vice
casamento tiver sido celebrado há mais de cinco anos,
ano s, Juiz de Paz
ou que tenha lho brasileiro, desde que este esteja sob 35 anos 30 anos 21 anos 18 anos
sua guarda e dependência econômica.

Deportação Perda ou suspensão dos direitos políticos

Nesse caso se refere ao estrangeiro que ingressou A perda ou suspensão dos direitos políticos estão
ou permaneceu de forma irregular 
irregular  no território apresentadas no art. 15 da Constituição, vamos ao
   L
nacional, ou seja, é a devolução do estrangeiro por estudo do mencionado dispositivo.    A
   N
entrar no Brasil de forma irregular. Assim, não há Como o nome já diz, a suspensão é o cancelamento    O
   I
deportação de brasileiros no Brasil (art. 5º, inciso XV por um tempo determinado, já a perda, o cancelamen-    C
   U
da CF). to por prazo indeterminado. Vejamos em quais situa-    T
   I
ções podem ocorrer perda ou suspensão, analisando o    T
   S
 XV - é livre a locomoção no território nacional em art. 15 da CF/88.    N
   O
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-    C
 
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair Art. 15. É
15. É vedada a cassação de direitos políticos,    O
   T
com seus bens; cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:    I
   E
 I - cancelamento da naturalizaç
naturalização
ão por sentença    R
   I
transitada em julgado; PERDA.    D
Note que a deportação não tem relação com a prá-    E
 II - incapacidad
incapacidadee civil absoluta ; (grifo nosso)    D
tica do estrangeiro em território brasileiro, mas sim, SUSPENSÃO  
SUSPENSÃO    S
do não cumprimento dos requisitos legais para sua    E
 III - condenação criminal transitada em julgado,     Õ
entrada. enquanto durarem seus efeitos; SUSPENSÃO    Ç
   O
Bem como, não existe mais o instituto do banimen-  IV - rec
recusa
usa de cump
cumprir
rir obri
obrigaçã
gaçãoo a todo
todoss impo
imposta
sta    N
to, que era o envio compulsório de brasileiros para o ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
exterior. Observe também que há vedação constitu- PERDA.
cional de seu reestabelecimento no art. 5º, XLVII, d, V - improbidade administrativa, nos termos do art.
da CF.  37, § 4º. SUSPENSÃO 49

Dica 4. (FCC – 2019) Acerca do que dispõe a Constituição


Federal sobre nacionalidade,
Não existe a cassação dos direitos políticos.
a) são brasileiros
brasileiros natos os nascidos
nascidos na República
República Fede-
rativa do Brasil,
que estes ainda que
não estejam de paisdeestrangeiros,
a serviço seu país. desde
  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS b) a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos em
1. (CESPE – 2018) Servidores públicos de determinado lei complementar
complementar..
estado da Federação iniciaram movimento grevista, c) é privativo de brasileiro
brasileiro nato o cargo de membro
membro da
motivados pelo atraso no pagamento de seus venci- Câmara dos Deputados.
mentos, na tentativa de regularizar a situação salarial. d) será declarada a perda
perda da nacionalidade do brasilei-
brasilei-
Inconformado com a paralisação de atividades que ro que tiver cancelada sua naturalização, por decisão
administrativa, em virtude de atividade nociva ao inte-
 julgava essenciais, o gestor público expediu ato admi- resse nacional.
nistrativo determinando o desconto do salário dos e) é fator impeditivo
impeditivo de aquisição da nacionalidade bra-
servidores grevistas, bem como o processamento da sileira a condenação, por improbidade administrativa,
devida anotação funcional. de cidadão estrangeiro residente no Brasil por período
  Nessa situação hipotética, o instrumento processual superior a quinze anos ininterruptos.
de controle judicial que o sindicato dos servidores
deverá invocar para suspender o ato administrativo de Sim, são brasileiros natos os nascidos na República
R epública
desconto e anotação dos dias não trabalhados é o  Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
 Federativa
desde que estes não estejam a serviço de seu país.
a) mandado de injunção. Tome cuidado, sempre que a questão mencionar que q ue
b) recurso ordinário. os pais estão a serviço do seu país
p aís de origem: o lho
c) habeas corpus. nascido no Brasil não será brasileiro nato. Respos-
d) habeas data. ta: Letra A.
e) mandado de segurança.
5. (FGV – 2019) João, servidor público, preencheu todos
No caso em tela, houve uma violação de um direito os requisitos exigidos para o recebimento de determi-
 No caso em tela, houve uma violação de um direito nado benefício pecuniário, mas decidiu que iria reque-
líquido e certo previsto na constituição,
constituição, uma afron- rê-lo somente na semana seguinte. Ocorre que, no dia
ta a esse direito de greve dá causa ao Mandado de anterior àquele em que apresentaria o seu requerimen-
Segurança. Sobre o tema, o STF já se posicionou to, foi editada a Lei nº XX, que extinguiu o benefício.
sobre a ilegalidade do desconto, em virtude de greve   À luz da sistemática constitucional, a edição da Lei nº
motivada por ilicitude do poder público –
público – STF.
STF. RE n. XX:
693.456 - Tema 531. Resposta:
531. Resposta: Letra E.
a) impede que João receba o benefício;
2. (CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, relativo ao b) não impede que João receba o benefício, pois a lei
direito de nacionalidade. não pode prejudicar a coisa julgada;
  Os indivíduos que possuem multinacionalidade vincu- c) não impede que João receba o benefício, pois a lei
lam-se a dois requisitos de aquisição de nacionalidade não pode prejudicar o direito adquirido;
primária: o direito de sangue e o direito de solo. d) não impede que João receba o benefício, pois a lei
não pode prejudicar o ato jurídico perfeito;
( )CERTO ( )ERRAD
)ERRADOO
e) somente impedirá que João receba o benefício
caso não o requeira no dia imediato à promulga-
ção da lei.
O Brasil adota dois critérios para denir a aquisi-
aquisi-
ção da nacionalidade brasileira: direito de solo (na  João deve receber o benefício, pois a lei, na data em
sua prova também pode ser chamada de  jus solis ), que foi editada, já garantia seu direito adquirido. Cui-
que atribui nacionalidade
nacionalidade ao território onde o indi- dado para não confundir coisa julgada com direito
víduo nasce, e direito de sangue (também pode ser adquirido, sendo que na coisa julgada é conferida a
chamada de jus sanguinis), que atribui a naciona- sentença quando não cabem mais recursos e o direi-
lidade ao vínculo sanguíneo. Resposta: Certo. to adquirido se dá quando o indivíduo já preencheu
todos os requisitos exigidos por lei (no tempo em que
3. (CESPE – 2018) A respeito dos direitos e garantias fun- determinada lei era vigente) para se beneciar de
damentais, julgue o item que se segue, tendo como refe- determinado direito. Resposta: Letra C.
rência a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
  É vedado ao legislador editar lei em que se exija o
pagamento de custas processuais para a impetração
de habeas corpus. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
( )CERTO ( )ERRAD
)ERRADOO NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O habeas corpus não tem custas processuais, é gra- Segundo José Afonso da Silva (2017), adminis-
tuito e também não tem necessidade de advogado, tração pública é o conjunto de meios institucionais,
conforme prevê o art. 5º, inciso LXXVII da Constitui- nanceiros e humanos destinados à execução das
ção. Resposta: Certo. decisões políticas13.
50 13 SIL
SILVA,
VA, op.
op. cit, p. 665.

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu regras motivo são as razões de fato e de direito que levaram
motivo são
gerais e preceitos especícos no Título III, Capítulo a Administração Pública a praticar determinado ato,
VII. São normas que tratam da organização, diretrizes, por exemplo, é a infração de trânsito que deu origem
remuneração e atuação dos servidores, acesso aos car- a multa. A nalidade
nalidade deve
 deve objetivar alcançar sempre
gos públicos
regras etc. Assim,
e preceitos a seguir
especícos dapassaremos a estudar
Administração
Administração as
Pública. oque
interesse público (denido
a Administração em lei), éalcançar
Pública pretende o resultado
com
determinado ato, por exemplo, a desapropriação por
NATUREZA E ELEMENTOS utilidade pública. Por m, a forma
forma é é manifestação do
ato, por exemplo, publicar no Diário Ocial da União
O Título III, da Constituição Federal refere-se a nor- a nomeação do Servidor Público.
mas das orientações de atuação dos agentes administra-
tivos, empregos públicos, responsabilidade civil etc..., ou COMPETÊNCIA Atribuição legal para praticar o ato.
seja, trata-se da administração de bens e interesse públi-
co, assim, conclui-se que a administração pública tem OBJETO Resultado do ato, o que o ato decide.
natureza de “múnus público”. Por exemplo, os agentes MOTIVO Razões fáticas e jurídicas.
públicos são obrigados a velar pela estrita observância
dos princípios de legalidade, impessoalidade, morali- Resultado que o ato deseja (interesse
dade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são FINALIDADE
público).
afetos, caso contrário o agente estará cometendo ato de
improbidade administrativa
administrativa sujeito as sanções e penali- FORMA Manifestação do ato.
dades previstas na Lei nº 8429/1992.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Dica
Os poderes que a Administração Pública possui sãosã o
A palavra múnus tem origem no latim e signi- exercidos quando o Estado assume a sua função admi-
ca dever, obrigação etc. O múnus público é uma nistrativa. A função administrativa é exercida pelos
obrigação imposta por lei, em atendimento ao três poderes da República, de forma típica
típica pelo
 pelo exe-
poder público, que benecia a coletividade e não cutivo e de forma atípica
atípica pelo
 pelo legislativo e judiciário.
pode ser recusado, exceto nos casos previstos Ainda, a Administração Pública não pode renun-
em lei. Por exemplo: dever de votar, depor como ciar os poderes, sendo exercício obrigatório. Assim,
agora vamos falar sobre cada um dos poderes
pode res atribuí-
testemunha, atuar como mesário eleitoral, servi dos à Administração Pública.
ço militar, entre outros.14 Temos a princípio o poder vinculado 
vinculado  que é o
poder que a Administração Pública deve exercer nos
Toda vez que a administração pública pratica uma termos da lei.
ação que produz um efeito jurídico, chamamos de ato Quanto ao poder
ao poder discricionário,
discricionário, a Administração
administrativo que produz efeitos que podem criar, possui uma margem de escolha entre as opções exis-
modicar ou extinguir direitos. tentes na lei.
Os elementos
elementos   dos atos administrativos são com- Por sua vez, o poder normativo é aquele conferi-
petência, objeto
petência, objeto,, motivo
motivo,, nalidade
nalidade   e forma.
forma. Toda do ao Poder Executivo para editar normas, por exem-
vez que um ato é praticado deve se observar qual é a plo, conforme art. 84 da CF/88, inciso IV, vejamos:
competência da pessoa que o praticou, ou seja, a com-
petência é
petência  é a função atribuída a cada órgão ou autori- Art. 84.
84. Compete privativamente ao Presidente da
dade por lei, tem como característica ser irrenunciável,  República:
imprescritível, inderrogável e improrrogável.  IV - sancionar
sancionar,, promulgar e fazer publicar as leis,
bem como expedir decretos e regulamentos para
O art. 12 da Lei nº 9.784/1999 (Lei que regula o sua el execução;
processo administrativo no âmbito da administra-
ção pública), permite a delegação de competência, Por conseguinte, o poder disciplinar 
disciplinar  é o poder    L
   A
vejamos: que fundamenta a Administração Pública a aplicar    N
sanção disciplinar e apurar possíveis infrações dos    O
   I
   C
Art. 12. Um
12. Um órgão administrativo e seu titular pode- servidores públicos. Importante frisar que os parti-    U
   T
rão, se não houver impedimento legal, delegar par- culares contratados pela administração pública tam-    I
   T
te da sua competência a outros órgãos ou titulares, bém se sujeitam ao poder disciplinar, por exemplo,    S
   N
ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente estão sujeitos às penalidades impostas no art. 87 da    O
subordinados, quando for conveniente, em razão de Lei 8.666/1993.    C
 
circunstâncias de índole técnica, social, econômica,    O
   T
   I
 jurídic
 jurídicaa ou terr
territori
itorial.
al. Art. 87.
87. Pela inexecução total ou parcial do con-    E
   R
   I
trato a Administração poderá, garantida a prévia    D
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:    E
   D
aplica-se à delegação de competência dos órgãos cole-  I - advertência;    S
giados aos respectivos presidentes.  II - multa,
multa, na forma prevista
prevista no instrumento
instrumento convo-    E
    Õ
catório ou no contrato;    Ç
   O
O resultado do ato administrativo é o objeto
objeto,, ou  III - suspensão temporária de participação em lici-    N
seja, é aquilo que o ato decide, por exemplo, a puni- tação e impedimento de contratar com a Adminis-
ção decorrente de uma multa de trânsito. O elemento tração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
14 Disponível em <https:/
<https://www.tjdf
/www.tjdft.jus.br/institucional/impren
t.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direit
sa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/mun
o-facil/edicao-semanal/munus-publico.>
us-publico.> Acesso
em: 12 out 2020. 51

 IV - dec
declar
laraçã
açãoo de inid
inidonei
oneidad
dadee par
paraa lic
licitar
itar ou cont
contra-
ra-  Exemplo: São os também os chamados entes
entes políti-
tar com a Administração Pública enquanto perdura- cos com autonomia para se organizar e editar suas
rem os motivos determinantes da punição ou até que normas.
seja promovida a reabilitação perante a própria auto-  II - A  Administração Indireta , que compreende
 Administração
ridade que aplicou a penalidade, que será concedida as seguintes categorias de entidades, dotadas de
sempre
 pelo
 pelos queízos
o contratado
s prejuízos
preju antessressarcir
resultante
result a Administração
e após decorrido
decorrido o prazo
prazo  personalidade
Autarquias;; jurídica
a) Autarquias jurídica própria:
da sanção aplicada com base no inciso anterior. b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
O  poder hierárquico 
hierárquico  atribui a distribuição de d) fundações públicas.
competências no âmbito da Administração Pública,  Parágrafo único. As entidades compreendidas na
ou seja, é o escalonamento de competências e funções.  Administração
 Administr ação Indireta vinculam-se ao Ministério
 Já o poder de polícia é
polícia é quando o Estado coloca con- em cuja área de competência estiver enquadrada
dições (limites) ao exercício de direitos individuais, sua principal atividade.
para garantia da ordem pública, segurança pública,
interesse público e saúde pública. Por exemplo, a A Administração Pública direta é
direta é composta por
determinação pela autoridade competente de fecha- pessoas jurídicas de direito público regidas pelos
mento de um estabelecimento comercial por vender princípios da supremacia do interesse público sobre o
produtos com prazo de validade vencido. particular e da indisponibilidade do interesse público.
Ainda, tem autonomia política (para editar normas),
administrativa (organização) e nanceira (podem
Importante! realizar auditoria das próprias contas, além da lei de
Cuidado para não confundir poder de polícia com responsabilidade scal), sendo que os Entes da Admi-
Admi-
a prestação de serviço público que são ações nistração Pública direta não possuem hierarquia. O
positivas, fazeres do Estado. O art. 78 do Código texto constitucional no art. 18 dispõe da administra-
Tributário Nacional traz o conceito do poder de ção direta, vejamos:
polícia, observe: Art. 18.
18. A organização político-administrativa da
78. Considera-se poder de polícia atividade
Art. 78. Considera-se  República Federat
Federativa
iva do Brasil compreende a União,
da administração pública que, limitando ou dis- os Estados, o Distrito Federa
Federall e os Municípios, todos
ciplinando direito, interesse ou liberdade, regula autônomos, nos termos desta Constituição.
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, A banca examinadora ao formular uma questão
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina também pode se referir aos entes da Administração
da produção e do mercado, ao exercício de ativi- Direta pelos seguintes nomes:
dades econômicas dependentes de concessão
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade z Entes Federados;
pública ou ao respeito à propriedade e aos direi- z  Entes Políticos;
z  Pessoas Políticas;
tos individuais
Parágrafo ouConsidera-se
único. coletivos. regular o exercí- z  Administração Centralizada.

cio do poder de polícia quando desempenhado


pelo órgão competente nos limites da lei apli-  Já as entidades da Administração Pública indire-
indire-
cável, com observância do processo legal e, ta  são entidades criadas pela administração pública
ta 
tratando-se de atividade que a lei tenha como direta (por meio de lei, tendo uma nalidade espe-
espe -
cíca), que tem autonomia administrativa (para se
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
organizar), técnica (atribuições especicadas em lei)
e nanceira, ou seja, a Administração Pública indireta
ORGANIZAÇÃO é quando o serviço público é prestado pelo estado de
forma descentralizada.
“A organização no Estado Federal é complexa, Fazem parte da Administração Pública indireta as
porque a função administrativa é institucionalmente Autarquias, Fundações Públicas, Sociedade de Econo-
imputada a diversas entidades governamentais autô- mia Mista e Empresas Públicas:
nomas, que, no caso brasileiro estão expressamente
referidas no próprio art. 37, de onde decorre a exis- a) Autarquias Federais são
Federais são responsáveis pela sca-
sca -
tência de várias Administrações Públicas: a federal lização e regulamentação de atividades ligadas à
(da União), a de cada Estado (Administração estadual), telecomunicação,
ANATEL, ANEEL, ANP;energia elétrica e petróleo. Ex.:
a do Distrito Federal e a de cada Município (Adminis-
tração municipal ou local), cada qual submetida a um b) Fundações
Fundações   são entidades que executam ativida-
Poder político próprio, expresso por uma organização des sociais (pesquisa/saúde/ensino) sem ns lucra-
lucra-
governamental autônoma.” (SILVA, 2017, p. 665). tivos. Ex.: FUNASA, FUNAI etc.;
Conforme o art. 4º do
4º do Decreto-Lei 200/1967 a Admi- c) Empresas Públicas 
Públicas  são entidades em que 100%
nistração Pública no Brasil compreende em adminis- do capital é público, podendo ser tanto uma socie-
tração direta e
direta e administração
 administração indireta.
indireta. dade anônima como uma sociedade limitada. Ex.:
Correios e Caixa Econômica Federal;
Art. 4º A
4º A Administração Federal compreende: d) Sociedade de Economia Mista Mista  deve ser criada
 I - A  Administraçã
 Administração o Direta , que se constitui dos necessariamente sobre a forma de uma sociedade
serviços integrados na estrutura administrativa da anônima (S.A). Seu capital é formado por dinheiro
52  Presidência da República e dos
dos Ministérios. público e privado. Ex.: Banco do Brasil e Petrobras.

Dica No que tange ao princípio da publicidade,


publicidade, este exige
A administração direta exerce o chamado con- que a atuação do poder público seja transparente e com
acesso à informação a toda população, sendo que as infor-
trole nalístico ou supervisão ministerial sobre a mações devem ser claras e publicadas no Diário Ocial, ou
administração indireta. em canais ociais de publicidade (editais) conforme a lei
Ainda, a banca examinadora ao formular uma de acesso à informação, assim os cidadãos podem scali-
scali-
questão também pode se referir aos entes da zar os atos praticados pelos agentes públicos.
Administração Indireta com os seguintes nomes: No que concerne aos princípios, o princípio
o princípio da e-
e-
z Entidade Administrativa; ciência,, como o próprio nome já demonstra, refere-se
ciência refere -se
z Administração Pública Descentralizada; à atuação da administração pública com presteza e da
z  A Empresa Pública e Sociedade de Economia maneira mais eciente possível, por exemplo, a pres- pres -
Mista na prova também podem ser chamadas teza do agente público no atendimento em um hospi-
tal, objetivando garantir o atendimento mais rápido
de: Empresas Estatais. possível aos pacientes, garantindo a estes o acesso ao
médico e medicamentos de maneira eciente.
ADM. PÚBLICA ADM. PÚBLICA
DIRETA INDIRETA z Princípios implícitos
FORMAÇÃO Entes políticos Entidade administra-
União - Estados - DF tiva. Ainda, além dos princípios expressos no art. 37 da
- Municípios Autarquias-fundações Constituição, a Administração Pública também deve
públicas-sociedade de observar os da supremacia do interesse público,
economia mista – em-
presas públicas. princípio da razoabilidade, princípio da propor-
cionalidade, princípio da autotutela e princípio da
NATUREZA Pessoas
de direito jurídicas
público, Pessoas jurídicas
direito público de
e pri- segurança jurídica.
jurídica. Essas são as prerrogativas cha-
com autonomia vado, com autonomia madas de “princípios implícitos” que, apesar de não
política, adminis- administrativa, técnica estarem expressos na Constituição, também devem
trativa e nanceira. e nanceira. ser observados pela Administração Pública.
Entes políticos são Os princípios implícitos são
implícitos são obtidos por meio de
PJ de DP interno. uma construção lógica e doutrinária, ora, estão implí-
ESPECIFIDADES Não existe hie- Não tem subordinação citos no texto mesmo não aparecendo expressamente.
rarquia entre os entre elas. Por exemplo, o princípio da razoabilidade, não está
entes, esses têm escrito (expresso) na Constituição Federal, mas ele
autonomia. também pode ser observado a partir do que dispõe o
art. 5º, inciso LXXVIII da CF, vejamos:
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA  LXXVIII - a todo
 LXXVIII todos,
s, no âmbi
âmbito
to judi
judicia
ciall e admi
administ
nistrat
rativo,
ivo,
são assegurados a razoável duração do processo e os
Os princípios especícos da Administração Pública meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
estão fundamentados no caput do art. 37 da Constitui-
ção, são os chamados princípios constitucionais explí-
ex plí- Referente ao princípio da razoabilidade e pro-
citos da administração pública, vejamos: deve praticar os  oatos
porcionalidade agente públicoproporcional,
de forma quando vai para
agir
Art. 37.
37. A administração pública direta e indireta evitar os excessos, serve de limite para os atos discri-
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do cionários. Por exemplo, o art. 132, VII, da Lei nº Lei
 Distrito Federa
Federall e dos Municípios obedecerá aos 8.112/90, prevê a demissão do servidor público em
 princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- caso de ofensa física, em serviço, entretanto no caso
de, publicidade e eciência [...]. das carreiras policiais esse dispositivo deve ser anali-
sado com cautela, até pelo fato da necessidade do uso
Vamos à análise de cada um dos princípios expres- de força física em alguns casos, sendo que esta não é
sos no caput dispositivo em comento. uma regra e deve ser analisada junto ao caso concreto.
   L
 Já o princípio da supremacia do interesse público    A
No princípio da legalidade o
legalidade o agente público está se refere ao interesse público, devendo este sempre    N
restringido ao que a lei o autoriza a fazer (compe- sobressair ao interesse particular, ou seja, interesse    O
   I
tência de atuação), ou seja, deve atuar somente den- da sociedade prevalece sobre o interesse individual.
   C
   U
tro dos limites estabelecidos em lei, assim, quando o Por exemplo, como ocorreu no Brasil em março de    T
   I
agente pratica um ato que não está previsto em lei,    T
2020 com a pandemia (Covid-19) e a determinação    S
este pratica um ato inválido. Por exemplo, o agente pelo poder público para que ocorresse o isolamento    N
   O
público recebe vantagem econômica de qualquer (lockdown) horizontal, ou seja, a população teve seu    C
 

natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração direito fundamental de ir e vir restrito, diante da cala-    O
   T
ou a prática de jogos de azar.    I
midade pública decretada, note que, o interesse da    E
No princípio da impessoalidade (ou princípio da    R
coletividade deve ser sempre observado e ter prefe-    I
   D
nalidade) o agente público sempre deve prezar pela rência em relação ao direito do particular.    E
defesa do interesse público, ainda objetiva a isonomia No que tange ao princípio
princípio   da autotutela,
autotutela, esse se    D
   S
(tratar a todos sem privilégio) no exercício das fun- refere ao poder que a Administração Pública tem para    E
ções públicas. anular seus próprios atos, ou seja, não depende do     Õ
   Ç
 Já o princípio da moralidade está relacionado à poder judiciário para dar ecácia às suas práticas. Por    O
exemplo, a Previdência Social defere a concessão de    N
ideia de boa fé e probidade, sendo que o agente deve
atuar buscando o interesse público e evitar se valer do benefício previdenciário (por força de uma interpre-
cargo público e do poder incumbido para se promover tação errônea) a um determinado cidadão, entretanto
ou atender algum interesse individual. após identicar o erro à própria Previdência Social
pode cancelar esse benefício. 53

Por m, o Princípio da segurança jurídica 


jurídica  tem AGENTES PÚBLICOS
por objetivo proteger o cidadão, ou seja, é a garantia
de que o agente público irá desempenhar sua função PARTICULARES
AGENTE AGENTE
observando as diretrizes da Administração Pública. EM
POLÍTICO ADMINISTRATIVO
COLABORAÇÃO

z Servidores Públi- z Militares z Agentes


PRINCÍPIOS PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO DA cos (estatutário) z Emenda Constitu- Honorícos
z Empregados Pú- cional 18/1998 z Agente
EXPLÍCITOS IMPLÍCITOS blicos (celetista) Delegado
z Servidores z Agentes
Expressos art. 37 CF/88 Comissionados Credenciados
“L I M P E” z Servidores

z  Supremacia do Inte- Temporários


z  Legalidade; resse Público;
z  Impessoalidade; z  Razoabilidade; z Servidores públicos estatutários:
z  Moralidade; z  Proporcionalidade;
z  Publicidade; z  Autotutela; Estão sujeitos ao regime jurídico de direito públi-
z  Eciência. z  Segurança Jurídica. co, ingresso por meio de concurso público, titulares de
cargos efetivos. Ex.: Delegado e Analista.
O prazo de validade do concurso público será de
Dica até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período
O Agente público deve observar os princípios admi- (art. 37, III da CF). Bem como, durante
du rante o prazo impror-
rogável previsto no edital de convocação, o candidato
nistrativosimplícitos
princípios explícitosda
doAdministração
art. 37 da CF ePública,
tambémsen-
os aprovado em concurso público de provas ou de pro-
do que a não observância do mesmo resultará em vas e títulos será convocado com prioridade sobre
novos concursados para assumir cargo ou emprego.
responsabilização criminal, civil e administrativa. (Art. 37, IV da CF).
Ainda, conforme art. 37, VI da CF é assegurado ao ser-
SERVIDORES PÚBLICOS E MILITARES vidor público civil o direito à livre associação sindical.
O art. 41 da
41 da CF consagra estabilidade para os ser-
vidores públicos após três anos de efetivo exercício
Importante! (estágio probatório), desde que cumpram os seguin-
Nesse tópico de estudo é importante não con- tes requisitos: a) aprovação em concurso público;
fundir agente público, agente político e agente b) nomeação; c) avaliação especial de desempenho.
administrativo, pois a troca de uma simples pala- Vejamos o § 4º do mencionado dispositivo que deter-
vra pode mudar todo contexto e denição. mina a obrigatoriedade de comissão com a nalidade
de avaliação para estabilidade:
A utilização da expressão 
expressão   agente público
público é um § 4º Como condição para a aquisição da estabilida-
de, é obrigatória a avaliação especial de desempe-
termo
com o genérico, pois abrange
Estado, inclusive a todos
aqueles que que
têm tem
um vínculo nho por comissão instituída para essa nalidade.
temporário e não remunerado.
Agentes políticos 
políticos  são os detentores de manda- Após o estágio probatório o servidor público só
to eletivo, chamados também de agentes de primei- perderá o cargo em virtude de sentença transitada em
ro escalão, cargos previstos na CF/88, por exemplo:  julgado, mediante processo administrativo, assegura-
o Presidente da República, Senadores, Deputados, do a ampla defesa, ou mediante procedimento de ava-
Ministros do STJ, Membros do Ministério Público etc. liação periódica de desempenho, assegurada ampla
Bem como, os agentes administrativos 
administrativos  são aque- defesa. Sobre esse tema, é importante a observância
les que exercem uma atividade sujeita a hierarquia do art. 41, § 2º da CF, sobre eventual invalidade da
funcional, ocupantes dos cargos públicos, empregos demissão do servidor estável:
públicos e funções públicas na administração direta
ou indireta da Federação. O acesso ao cargo ocorrerá § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
a partir de nomeação, concurso público ou designa- servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ção, cabendo exercer atividade de forma remunerada ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
e prossional. de origem, sem direito a indenização, aproveitado
em outro cargo ou posto em disponibilidade com
 José Afonso da Silva (2017) preleciona que, confor- remuneraçãoo proporcional ao tempo de serviço.
remuneraçã
me a Constituição
se repartem Federal,
em dois os agentes
grupos: age ntes administrativos
servidores públicos e
militares. z Empregados públicos:
públicos: Os servidores investidos
em empregos têm regime jurídico de natureza
trabalhista, ou seja, são regidos pela CLT (Conso-
z Servidores públicos
lidação das Leis do Trabalho). O ingresso também
é por meio de concurso público, entretanto não
Os servidores públicos
públicos compreendem outras qua- adquirem a estabilidade do art. 41 da CF. Ex.: Ban-
tro categorias: 1) Servidores investidos em cargos (esta- cário da Caixa Econômica Federal.
tutário); 2) Servidores públicos investidos em empregos z Servidores comissionados:
comissionados: Os servidores investi-
(empregados públicos); 3) Servidores admitidos em fun- dos em funções públicas são os que ocupam car-
ções públicas (comissionados); 4) Servidores contrata- go em comissão e são livremente nomeados ou
54 dos por tempo determinado (temporários).
(temporários).

exonerados por autoridade competente (art. 37, V de formação dos ociais; enquanto o ingresso dos
da CF). Cabe ressaltar que os ocupantes de cargos servidores militares das polícias militares ocor-
comissionados têm caráter transitório, ou seja, não re somente por vontade própria do interessado,
gozam de estabilidade. que se submeterá a obrigatório concurso público.
z Servidores temporários:
temporários: Os servidores temporá- (MORAES, 2011, p. 413)
rios são contratados por tempo determinado em
Entenda:
situações
cem excepcionais
função de interessedepúblico,
pública remunerada caráter exer-
tem-
porário, o vínculo com a administração pública MILITARES NA CF/88
é contratual (contrato de direito público – não de
natureza trabalhista). Ex.: Professores, conforme POLÍCIA MILIT
MILITAR
AR FORÇAS ARMADAS
a Lei nº 8745/1993 que dispõe sobre a contratação Art. 42 da CF Art. 142 e 143 da CF
por tempo determinado para atender à necessida-
de temporária de excepcional interesse público. Ingresso: Ingresso:

 Já os particulares em colaboração são pessoas que z  Voluntário: median- z  Compulsório


transitoriamente prestam serviços para o Estado, te aprovação em  – recrutamento;
vejamos: concurso público; z  Voluntário – curso de
formação;
z Agentes Honorícos:
Honorícos: Solicitado para designar um
serviço especíco, em função de sua honra para Conforme art. 42 da
42 da CF, com base na hierarquia e
colaborar com o Estado, sem remuneração e sem disciplina, os militares dos Estados, Distrito Federal e
vínculo. Ex.: Mesários eleitorais e Jurado. Territórios são compostos por membros das Polícias
z Agente Delegado
Delegado: : É um serviço
particular autorizado
realizar um determinado público, remune-a Militares e Corpos de Bombeiros Militares. Ainda, o
mencionado dispositivo no § 1º dispõe que os milita-
rado pela atividade executada, sem vínculo com a res são alistáveis e elegíveis, devendo ser observadas
administração. Ex.: Leiloeiro. as regras do art. 14, § 8º da CF:
z Agentes Credenciados:
Credenciados: Representam o Estado
com um objetivo especíco, sendo remunerado § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
para executar a atividade determinada. Ex.: Pessoa seguintes condições:
competente para representar o Brasil em deter-  I - se contar
contar menos de dez anos de serviço, deverá
minado evento em função de seu conhecimento afastar-se da atividade ;
sobre tema especíco.  II - se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, pas-
MILITARES sará automaticamente, no ato da diplomação, para
a inatividade.
A Emenda Constitucional n. 18/1998 modicou o
texto constitucional, que antes consagrava os milita- Conforme nova redação atribuída pela Emenda
res como servidores públicos e dispôs dos militares Constitucional nº 109/2019, para ns de aposentado-
aposentado-
como um grupo separado, ou seja, formalmente dei- ria será assegurada a contagem recíproca do tempo
xaram de ser tratados pela Constituição como servi- de contribuição
Social entre
e os regimes o Regime
próprios de Geral de Previdência
previdência social, e
dores públicos.
destes entre si, observada a compensação nanceira,
Entretanto, na prática não houve mudanças e con- de acordo com os critérios estabelecidos em lei. Bem
tinuam sendo agentes públicos. Bem como, são remu- como, o tempo de serviço correspondente será conta-
nerados por subsídio, conforme art. 39, § 4º da CF. do para ns de disponibilidade (art. 40 § 9º da CF).
Ainda, terão contagem recíproca para ns de ina- ina -
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato tivação militar ou aposentadoria e a compensação
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários nanceira será devida entre as receitas de contribuição
 Estaduais e Municipais serão remunerad
remunerados
os exclu- referentes aos militares e as receitas de contribuição aos    L
   A
sivamente por subsídio xado em parcela única, demais regimes. Por exemplo, caso o militar tenha atua-    N
vedado o acréscimo de qualquer graticação, adi-
adi -    O
do nas forças armadas e posteriormente tomou posse    I
   C
cional, abono, prêmio, verba de representação ou em cargo público poderá averbar esse tempo que atuou    U
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- como militar para ns de aposentadoria civil.    T
   I
   T
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI. Por conseguinte, a Emenda Constitucional nº    S
   N
101/2019 também incluiu o § 3º ao art. 42 da CF para    O
A seção III do título III da Constituição que trata dos vedar a acumulação remunerada de cargos públicos    C
 
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territó- pelos militares, ou seja, determinou a aplicação do art.    O
   T
rios tem apenas um artigo (art. 42), pois as forças arma- 37, XVI da CF para os militares dos Estados, DF e Ter-    I
   E
ritórios, vejamos.    R
das são tratadas em capítulo diverso (art. 142), ou seja,    I
   D
após a EC 18/1998 a Constituição passou a tratar de for-    E
ma diversa os militares, dividindo em dois capítulos.  XVI - é vedada
vedada a acumulação remunerada de cargos
cargos    D
   S
Conforme considerações de Alexandre de Moraes:  públicos, exceto, quando houver compatibilidad
compatibilidadee    E
de horários, observado em qualquer caso o dispos-     Õ
   Ç
 A organização e o regime únicos dos servidores to no inciso XI:    O
a) a de dois cargos de professor;    N
 públicos militares já diferiam entre si, até porque
o ingresso nas Forças Armadas dá-se tanto pela via b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
compulsória do recrutamento ocial, quanto pela cientíco;
via voluntária do concurso de ingresso nos cursos c) a de dois cargos ou empregos privativos de pros-
pros-
sionais de saúde, com prossões regulamentadas; 55

Dica Neste caso, é necessário o particular demonstrar


a ocorrência entre o dano e o fato ocorrido, ou seja, a
Cuidado ao responder questão de prova: confor- ocorrência do nexo de causalidade, congurada esta-
esta -
me a Constituição Federal (EC nº18/19998), os rá à responsabilidade civil do Estado.
militares não são denominados como servidores Vejamos o exemplo a seguir:
públicos civis. Um determinado agente público no exercício de
suas funções colide com o veículo de um particular;
IMPROBIDADE ADMINISTRATIV
ADMINISTRATIVA A O particular moveoação
Posteriormente de indenização
estadoindenizaçã o contra
é condenado a opagar
Estado;o
Os atos de improbidade administrativa são os atos dano causado.
previsto na Lei nº 8429/1992 que violam os princípios O Estado verica o dolo do agente, que estava sob
constitucionais e legais da administraç
administração
ão pública, estan- efeito de álcool, então move ação de regresso para que
do sujeitos a sanções aplicáveis aos agentes públicos nos o causador ressarça ao Estado a indenização que foi
casos de enriquecimento ilícito no exercício de manda- paga ao particular;
to, cargo, emprego ou função na administração pública Obs.: Além das sanções administrativas que este
direta, indireta ou fundacional. Por exemplo, no caso de Agente está sujeito.
enriquecimento ilícito, o agente público poderá perder Seguindo este entendimento o Supremo Tribunal
os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Federal, em agosto de 2019, considerou que a pessoa
Os agentes públicos de qualquer nível ou hierar- prejudicada deve mover ação somente contra Estado
quia são obrigados a velar pela estrita observância e este contra o particular, não sendo possível o parti-
dos princípios de legalidade, impessoalidade, morali- cular mover a ação diretamente contra o Estado e o
dade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são Agente público. Vejamos:
afetos (art. 4º da Lei nº 8429/1992).
Vamos relembrar conforme estudamos no tópico RECURSO EXTRAORDINÁRIO – RESPONSABILIDA-
dos princípios administrativos: DE OBJETIVA DO ESTADO – ENQUADRAMENTO NO
PERMISSIVO CONSTITUCIONAL – AGRAVO PROVIDO. PROVIDO.
z Princípio da legalidade:
legalidade: o agente público deve atuar 1. O Tribunal de origem reformou o entendimento adota-
somente dentro dos limites estabelecidos em lei, por do na sentença, armando caber à vítima escolher quem
exemplo, o agente público recebe vantagem econô- demandará: o agente público responsável pelo ato lesivo
mica de qualquer natureza, direta ou indireta, para ou o Estado. Consignou inexistirem motivos razoáveis para
tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar;  proi
 proibir
bir o ac
acio
iona
name
mento
nto di
dire
reto
to do se
serv
rvid
idor
or cuj
cujos
os at
atos
os te
tenha
nham,
m,
z Princípio da impessoalidade:
impessoalidade: o agente público culposa ou dolosamente, prejudicado o indivíduo. Entendeu
sempre deve prezar pela defesa do interesse públi- estarem presentes os requisitos para responsabilização da
co, deve tratar a todos sem privilégio no exercício recorrida por danos materiais, tendo em vista a ilegalidade
das funções públicas; do ato de remoção do autor. (RE 1.027.633 SP, rel, Min. Mar-
z  Princípio da moralidade:
moralidade: o agente deve atuar co Aurélio, julgado em 14.08.2019, Dje em 06.12.2019)
buscando o interesse público e evitar se valer do
cargo público e do poder incumbido para se pro- PLANEJAMENTO, COORDENAÇÃO,
mover ou atender algum interesse individual; DESCENTRALIZAÇÃO,, DELEGAÇÃO DE
DESCENTRALIZAÇÃO
z  Princípio da publicidade:
publicidade: este exige que a atua- COMPETÊNCIA E CONTROLE
ção do poder público seja transparente e com aces-
so à informação a toda população, por exemplo, O planejamento, coordenação, descentralização,
as informações
Diário Ocial, oudevem ser claras
em canais e publicadas
ociais no-
de publicida-
publicida delegação de competência e controle, são princípios
fundamentais que as atividades da administração
de (editais) conforme a lei de acesso à informação, federal devem obediência, estão consagrados no texto
assim os cidadãos podem scalizar os atos pratica
pratica-- do Decreto-Lei nº 200/1967, decreto que estabeleceu a
dos pelos agentes públicos. reforma administrativa federal do regime militar.
z Princípio da eciência:
eciência: como o próprio nome já
demonstra, refere-se à atuação da administração Art. 6º  As atividades da Administr
Administração
ação Federa
Federall
pública com presteza e de maneira mais eciente obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:
possível, por exemplo, a presteza do agente públi-  I - Planejamento.
co no atendimento em um hospital, objetivando  II - Coordenação.
Coordenação.
garantir o atendimento mais rápido possível aos  III - Descentralização.
Descentralização.
pacientes, garantindo a estes o acesso ao médico
médico e  IV - Delegação de
de Competência.
medicamentos de maneira eciente. V - Controle.
Conforme art. 37, 
37,  § 4º da CF os atos de improbi- 1. Planejamento
dade importarão na suspensão dos direitos políticos,
perda da função pública, indisponibilidade dos bens e O planejamento visa a segurança nacional e o
o ressarcimento ao erário.no art. 37, § 6º prevê a res-
Ainda, a Constituição desenvolvimento econômico-social do Brasil que com-
preenderá a elaboração e atualização do plano geral
ponsabilidade civil objetiva 
objetiva  do Estado nos danos
causados por seus agentes públicos, ou seja, as pes- de governo, dos programas gerais, setoriais e regio-
soas jurídicas de direito público e as de direito priva- nais, de duração plurianual, do orçamento-programa
do prestadoras de serviços públicos respondem pelos anual e da programação nanceira de desembolso.
danos causados por seus agentes a terceiros. Ainda, conforme consagra o art. 15 do decreto-lei
Entretanto, é assegurado o direito de regresso 200/67, a ação administrativa do Poder Executivo obe-
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa, ou decerá a programas gerais, setoriais e regionais de
seja, caso seja comprovada o dolo ou a culpa do agen- duração plurianual, elaborados pelos órgãos de plane-
te público pode a Administração pública ajuizar ação  jamento, sob a orientação e a coordenação superiores
56 contra este agente que causou o dano. do Presidente da República.

Como exemplo, podemos citar o plano plurianual dos fatos, pessoas ou problemas a atender (art. 11
(PPA) modelo orçamentário de planejamento e gestão Decreto-lei 200/67), ou seja, um órgão administrati-
está previsto no art. 165 da Constituição, em que as vo poderá delegar parte de sua competência a outros
leis de iniciativa do poder executivo estabelecerão o órgãos, ainda que estes não sejam hierarquicamente
plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os subordinados.
orçamentos anuais. Ainda, o ato de delegação deverá indicar com pre-
O plano plurianual estabelece os programas de
duração continuada e despesas de capital da adminis- cisão a autoridade delegante, a autoridade delegada e
tração Pública, ou seja, é um planejamento de médio as atribuições
Exemplo: emobjeto
1996depor
delegação.
meio da Lei nº 9.277/1996,
prazo que estabelece de forma regionalizada as metas
e diretrizes da administração pública. a União delegou aos Estados a administração de rodo-
rodo -
Ainda, conforme consagra o art. 15, § 3º, a aprovação vias e exploração de trechos de rodovias, ou obras
dos planos e programas gerais, setoriais e regionais é rodoviárias federais.
da competência do Presidente da República, sendo que,
cada ano será elaborado um orçamento-programa, que
pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser Dica
realizada no exercício seguinte e que servirá de roteiro São indelegáveis atos normativos, decisões em
à execução coordenada do programa anual. recursos administrativos e matérias de compe-
tência exclusiva.
2. Coordenação

A coordenação tem como objetivo a organização da 5. Controle


administração pública, ou seja, objetiva evitar a dupli-
cidade de atuação pelos órgãos da administração. O controle deve ser feito pela chea por meio de
Diante disto, as atividades da Administração auditorias e também pelo sistema de controle interno.
Federal e, especialmente,
programas de governo, serãoa execução
objeto dedos planos e
permanente to, oConforme consagra
controle das
da o art.da
s atividades 13Administração
do mencionadoFederal
decre-
coordenação (art. 8º Decreto-lei 200/67). deverá ser exercido em todos os níveis e em todos os
Bem como, a coordenação será exercida em todos órgãos, compreendendo, particularmente, o contro-
os níveis da administração, com a realização sistemáti- le da execução dos programas e da observância das
ca de reuniões e com a participação
pa rticipação das cheas subor-
subor- normas que governam a atividade especíca do órgão
dinadas e a instituição e funcionamento de comissões
de coordenação em cada nível administrativo. controlado, o controle, pelos órgãos próprios de cada
Exemplo, O Ministério do Exército administra os sistema, da observância das normas gerais que regu-
negócios do Exército, o Ministério da Aeronáutica admi- lam o exercício das atividades auxiliares e o controle
nistra os negócios da Aeronáutica e o Ministério da da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos
Marinha administra os negócios da Marinha de Guerra. bens da União pelos órgãos próprios do sistema de
contabilidade e auditoria.
3. Descentralização Exemplo: o Tribunal de contas da União que tem
como função realizar inspeções e auditorias de natu-
A descentralização é a delegação de atividades, mas reza contábil, nanceira, orçamentária, operacional e
sem o Estado deixar de scalizar, atuando indiretamente. patrimonial, nas unidades administrativas dos Pode-
O decreto em estudo prevê que a descentralização res Legislativo, Executivo e Judiciário.
deve ser posta em prática em três planos principais
(art. 10), quais sejam:

a) dentro dos quadros da Administração Federal,


distinguindo-se claramente
claramente o nível de direção do de   EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS
execução;
b) da Administração Federal para a das unidades 1. (CESPE-CEBRASPE - 2019) De acordo com os princí-
 federadas, quando estejam devidamente aparelha- pios e valores que regem a administração pública, o    L
das e mediante convênio; servidor público.    A
   N
c) da Administração Federal para a órbita privada,    O
   I
mediante contratos ou concessões. a) deverá zelar pelo princípio
princípio da supremacia
supremacia do interesse
interesse    C
   U
público, que veda, ao servidor, o questionamento da    T
   I
Sendo que a aplicação dessa possibilidade está con- validade do ato a ser praticado.    T
   S
dicionada, em qualquer caso, aos ditames do interesse b) deverá impor a penalidade cabível àquele que deixar    N
público e às conveniências da segurança nacional. de observar a legislação aplicável a um caso concreto,
   O
   C
 
Exemplo: as Autarquias Federais que são res-    O
ponsáveis pela scalização e regulamentação de ati-ati - sendo irrelevante a comprovada boa-fé demonstrada    T
   I
pelo particular
par ticular..    E

evidades ligadas
petróleo. à telecomunicação,
(Ex.: ANATEL, energia
ANEEL, ANP) elétrica 
e Fundações
Fundações  c) deverá zelar pelos
pelos princípios que regem
regem a adminis-    R
   I
   D
que são entidades que executam atividades sociais tração pública e deles não poderá se afastar, sob    E
   D
(pesquisa/saúde/ensino) sem ns lucrativos (Ex.: pena de eventual responsabilização criminal, civil e    S
FUNASA, FUNAI etc.); administrativa.    E
    Õ
d) poderá afastar o comando da lei diante de uma    Ç
   O
4. Delegação de competência injustiça.    N
e) poderá deixar
deixar de entregar documentos sigilosos
sigilosos soli-
É um instrumento de descentralização adminis- citados pelas autoridades competentes que possam
trativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e comprometer a administração pública e o interesse
objetividade às decisões, situando-as na proximidade público. 57

O agente público deve observar os princípios admi- de origem, sem direito a indenização, aproveitado
nistrativos explícitos do art. 37 da CF e também os em outro cargo ou posto em disponibilidade com
 princípios implícitos da Administração
Administração Pública, sen- remuneração proporcional ao tempo de serviço.
do que a não observância do mesmo resultará em  Resposta: Letra D.
D.
responsabilização criminal, civil e administrativa.
 Resposta: Letra C. 4. (FGV - 2018)  A Constituição da República de 1988
estabelece que o servidor público estável só perderá
2. (FCC - 2020) De acordo com o artigo 37 da Constitui- o cargo nas hipóteses lá elencadas, dentre elas, em
ção Federal de 1988, os princípios da Administração virtude de:
pública da
a) sentença judicial recorrível, em que tenham sido asse-
a) moralidade e publicidade
publicidade devem ser obedecidas por gurados o contraditório e a ampla defesa;
uma autarquia estadual. b) procedimento de avaliação periódica de de desempenho,
b) legalidade e universalidade devem
devem ser obedecidas por na forma de lei complementar, assegurada a ampla
uma assembleia legislativa estadual. defesa;
c) eciência e competência devem ser obedecidas por c) sindicância sumária disciplinar
disciplinar,, em que tenham sido
empresas públicas estaduais.
assegurados o contraditório e a ampla defesa;
d) exclusividade e impessoalidade devem ser obe-
decidas por instituições sem ns lucrativos não
d) processo administrativo
administrativo de que tenha resultado con- con-
governamentais. denação por ato de improbidade administrativa aplica-
e) prudência e eciência devem
devem ser obedecidas pelos da pelo chefe do Poder Executivo;
órgãos da administração direta estadual. e) inquérito policial
policial do qual tenha resultado relatório
relatório nal
assinado pelo Delegado de Polícia apontando prática
Conforme art. 37 da CF/88 a Administração pública indi- de crime.
reta também deve obediência aos princípios da mora-
lidade e publicidade conforme caput do art. 37 da CF.  A alternativa (b) está em consonância com o art. 41,
 Resposta: Letra A. § 1º, III da CF: O servidor público somente perde-
rá o cargo diante de três hipóteses, em virtude de
3. (VUNESP - 2018) Nos termos da Constituição Federal, sentença judicial transitada em julgado, mediante
invalidada por sentença judicial a demissão do servi-  processo administrativo em que lhe seja assegu-
dor estável, rada ampla defesa ou mediante procedimento de
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
a) ele não será reintegrado
reintegrado e deverá aguardar decisão
decisão complementar,, assegurada ampla defesa.
complementar defesa. Resposta:
sobre as providências que serão adotadas em rela-  Letra B.
ção ao eventual ocupante da vaga, o qual necessitará
ser dispensado após a conclusão do devido processo 5. (CESPE-CEBRASPE - 2018) Considerando a jurispru-
administrativo, assegurando-se a ampla defesa e o dência do STF a respeito do direito de greve dos servi-
contraditório. dores públicos, julgue o item seguinte.
b) ele não será reintegrado
reintegrado e deverá aguardar decisão
decisão   Os servidores públicos, sejam eles civis ou militares,
sobre as providências que serão adotadas em relação possuem direito a greve.
ao eventual ocupante da vaga, o qual necessitará ser
exonerado, dispensando-se a instauração de processo
administrativo. ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
c) será ele reintegrado,
reintegrado, e o eventual ocupante
ocupante da vaga,
vaga, se  Aos militares é proibida a sindicalização e greve,
estável, reconduzido ao cargo de origem com direito conforme art. 142, §3º, IV da CF. Nesse sentido, o
à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto Supremo Tribunal Federal já se posicionou sobre
em disponibilidade com remuneração proporcional ao
o tema, vejamos: O exercício do direito de greve,
tempo de serviço. sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos
d) será ele reintegrado,
reintegrado, e o eventual ocupante
ocupante da vaga,
vaga, se
 policiais civis
c ivis e a todos os servidores públicos que
estável, reconduzido ao cargo de origem sem direito
à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
atuem diretamente na área de segurança pública”
em disponibilidade com remuneração proporcional ao (STF. ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de
tempo de serviço.  Moraes, j. 5-4-2017, P, DJE de 11-6-2018). Resposta:
e) será ele reintegrado,
reintegrado, e o eventual ocupante
ocupante da vaga,
vaga, se  Errado.
estável, não poderá ser reconduzido ao cargo de ori-
gem, devendo permanecer em situação de disponibili-
dade até o surgimento de novo cargo, assegurando-se
o direito à indenização.   HORA DE PRATICAR!
 Após o estágio probatório,
probatório, o servidor público só per- 1. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  Com relação à aplica -
derá o cargo em virtude de sentença que, transitada bilidade das normas constitucionais e aos direitos e
em julgado, mediante processo administrativo em garantias fundamentais, julgue o item a seguir
seguir..
que lhe seja assegurado ampla defesa ou mediante   Mais do que se prestarem à defesa do cidadão contra
 procedimento de avaliação periódica de desempe- os poderes estatais, os direitos fundamentais impõem
nho, assegurada ampla defesa. Ainda, conforme art. uma atuação positiva do Estado no sentido de concre-
 41, § 2º da CF, caso seja invalidada a decisão por tizar determinados direitos.
sentença judicial será ele reintegrado, e o eventual
58 ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

2. (CEBRASPE/CESPE – 2020) Os direitos fundamentais   São constitucionalmente assegurados ao preso o


são prerrogativas próprias dos cidadãos em função de direito à identicação dos agentes estatais respon-
sua especial condição de pessoa humana, e as garan- sáveis pela sua prisão e o direito de permanecer em
tias fundamentais são os instrumentos e mecanismos silêncio.
necessários para a proteção, a salvaguarda ou o exer-
cício desses direitos. Com relação a esse assunto, jul- ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
gue o item que se segue.
  Direitos individuais implícitos estão subentendidos
8. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito das garantias
nas regras de garantias fundamentais, sendo exem-
plos os desdobramentos do direito à vida. constitucionais relativas a processo administrativo
disciplinar,, julgue o item a seguir
disciplinar se guir..
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO   Conforme jurisprudência do ST STJ,
J, a instauração de pro-
cesso administrativo disciplinar com base unicamente
3. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  Acerca dos direitos e em denúncia anônima é viável, desde que tenha sido
garantias fundamentais e de seus princípios fundamen- realizado previamente procedimento investigatório.
tais, julgue o item que se segue.
  A revogação de norma que assegura direitos funda- ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
mentais sociais, sem a implementação de medidas
alternativas que tenham a capacidade de compensar 9. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  Acerca dos direitos e
eventuais perdas já sedimentadas, contraria o princí- garantias fundamentais e de seus princípios funda-
pio da proibição do retrocesso social. mentais, julgue o item que se segue.
  A previsão constitucional de que o preso deve ser
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO informado de seu direito de permanecer calado apli-
ca-se não apenas a este, mas também a qualquer pes-
4. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  Acerca dos direitos e
soa na condição de testemunha,
test emunha, indiciado ou réu.
das garantias
Federal fundamentais
de 1988, previstos
julgue o item seguir.na
a seguir . Constituição
  Os direitos individuais, por estarem ligados ao concei- ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
to de pessoa humana e de sua própria personalidade,
correspondem às chamadas liberdades negativas; os 10. (CESPE-CEBRASPE
(CESPE-CEBRASPE – 2019) 2 019) Acerca dos direitos e das
direitos sociais, por sua vez, constituem as chamadas garantias fundamentais, julgue o item subsequente.
liberdades positivas, de observância obrigatória em   Os direitos constitucionais da pessoa presa incluem o
um estado social de direito para a concretização de direito à identicação dos responsáveis pela prisão, o
um ideal de vida digna na sociedade. direito ao silêncio e o direito à assistência da família e
de advogado.
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
5. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que se refere à teoria
geral dos direitos fundamentais e aos direitos e deve- (CESPE-CEBRASPE – 2019) A Constituição Federal de
11. (CESPE-CEBRASPE
res individuais e coletivos, é correto armar que 1988 (CF) prevê que, em caso de guerra declarada, pode-
rá haver pena
a) o chamado direito de de resistência inclui-se entre
entre os
direitos fundamentais de segunda dimensão. a) de trabalhos forçados.
b) a igualdade formal é característica típica dos direitos
fundamentais de segunda dimensão. b) de banimento.
c) o direito de greve é classicado como direito funda- c) cruel.
mental de terceira dimensão. d) de morte.
d) a titularidade dos direitos fundamentais
fundamentais de terceira e) de caráter perpétuo.
dimensão é sempre individual.    L
   A
e) o direito à comunicação inclui-se direitos fun-
inclui-se entre os direitos 12. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  Considerando a jurispru-    N
   O
damentais de terceira dimensão. dência majoritária do STF e o enunciado de suas súmu-    I
   C
las, assinale a opção correta em relação ao mandado de    U
   T
6. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  À luz da Constituição segurança.    I
   T
Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito    S
   N
de direitos e garantias fundamentais e da defesa do a) Compete ao STF conhecer originariamente de mandado    O
   C
Estado e das instituições democráticas. de segurança interposto contra atos de outros tribunais.  
   O
  Em caso de iminente perigo público, autoridade públi- b) Eventual controvérsia sobre matéria de direito não    T
   I
ca competente poderá usar a propriedade particular,    E
impede a concessão de mandado de segurança.    R
   I
desde que assegure a consequente indenização, inde-    D
pendentemente da comprovação da existência de c) Compete ao STF conhecer originariamente do man-    E
dano, que, nesse caso, é presumido. dado interposto contra deliberação administrativa de    D
   S
tribunal do qual tenha participado a maioria ou totali-    E
    Õ
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO dade de seus membros.    Ç
   O
d) É inconstitucional a previsão,
previsão, por norma infraconsti-
infraconsti-    N
7. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  À luz da Constituição tucional, de prazo decadencial para a impetração de
Federal de 1988, julgue o item que se segue, a respeito mandado de segurança.
de direitos e garantias fundamentais e da defesa do e) É, em regra, cabível a condenação em honorários
Estado e das instituições democráticas. advocatícios nesse tipo de ação. 59

13. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  A respeito de mandado 18. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que concerne aos ser-
de injunção, assinale a opção correta. vidores públicos, julgue o item subsecutivo.
  Funções de conança e cargos em comissão des-
a) É cabível mandado de injunção
injunção para exigir do Poder
Poder tinam-se apenas às atribuições de direção, chea e
Legislativo a edição de regulamentação dos direitos assessoramento.
do nascituro.
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
b) Mandado de injunção é instrumento do sistema de con-
trole concreto e difuso da omissão inconstitucional. 19. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No que concerne aos ser-
c) dade
É cabível mandado
de lei de injunção
que regulamente para questionar
disposição a efetivi-
constitucional. vidores públicos, julgue o item subsecutivo.
  Servidor público investido em mandato de vice-prefei-
d) Mandado de injunção
injunção não é o meio
meio próprio para
para reque- to exercerá as funções e perceberá as vantagens de
rer a concessão de aposentadoria especial em função ambos os cargos, desde que haja compatibilidade de
do exercício de atividade insalubre. horários.
e) Sentença de mandado
mandado de injunção não tem o efeito
efeito de
estabelecer as condições em que se dará o exercício ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
do direito pleiteado.
20. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  Com relação a décit
14. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  Com relação à garantia público, reforma administrativa, reforma previdenciá-
constitucional de tratamento igualitário sem distinção ria, responsabilidade scal, regra de ouro e ordenação
de despesa, julgue o item a seguir.
de qualquer natureza, a CF estabelece que   Com a reforma administrativa ocorrida em 1998, os
servidores públicos passaram a adquirir a estabilidade
es tabilidade
a) homens e mulheres sejam iguais em direitos, ressalva-
ressalva- a partir da posse no cargo público.
das hipóteses de vulnerabilidade da mulher quanto às
obrigações. ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
b) votos de analfabetos são facultativos e, em razão
razão da
condição particular desse grupo, não têm o mesmo 9  GABARITO
caráter de sigilo dos votos dos demais cidadãos.
c) a igualdade perante a lei seja garantida
garantida aos estrangei-
ros residentes no Brasil, desde que naturalizados, e 1 CERTO
aos brasileiros. 2 CERTO
d) haja igualdade de direitos
direitos entre trabalhador com vín-
culo empregatício permanente e trabalhador avulso. 3 CERTO
e) sejam assegurados à categoria dos trabalhadores 4 CERTO
domésticos todos os direitos previstos para os traba-
lhadores urbanos e rurais. 5 E
6 ERRADO
15. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  Acerca de direitos e
garantias fundamentais, julgue o item a seguir. 7 CERTO
  Brasileiro naturalizado pode ocupar o cargo de presi- 8 CERTO
dente da Câmara dos Deputados. 9 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
10 CERTO
16. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  Com relação à perda da 11 D
nacionalidade de brasileiro, julgue o item que se segue.
  Brasileiro nato ou naturalizado residente em territó- 12 B
rio estrangeiro perderá a nacionalidade brasileira se 13 D
adquirir outra nacionalidade, exceto nas hipóteses
constitucionalmente estabelecidas. 14 D
15 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
16 CERTO
17. (CESPE-CEBRASPE – 2019)  Acerca dos direitos e 17 CERTO
das garantias fundamentais previstos na Constituição
Federal de 1988, julgue o item a seguir
seguir.. 18 CERTO
  Situação hipotética: Carlos requereu o registro de sua 19 ERRADO
candidatura para concorrer ao cargo de prefeito de muni-
cípio criado por desmembramento territorial de municí- 20 ERRADO
pio cujo Poder Executivo é cheado pelo seu irmão.
  Assertiva: Nesse caso, Carlos, por ser irmão do prefei-
to do município-mãe, é inelegível.

60 ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

interesse em não ter seu bem desapropriado, ou achar


o valor da indenização injusto, mas ele não pode ter
interesse em extinguir o instituto da expropriação
administrativa. Trata-se de um instituto que deve
existir, independentemente da sua vontade.
NOÇÕES DE DIREITO Mas se o Estado apenas tivesse prerrogativas, com
certeza ele agiria com abuso de autoridade. É por isso
ADMINISTRATIVO que ao Estado também lhe incumbe uma série de deve-
res, fundados pelo princípio da indisponibilidade
do interesse público.
público. Tal princípio pressupõe que o
Poder Público não é dono do interesse público, ele deve
manuseá-lo segundo o que a norma lhe impõe. É por
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO
ESTADO, isso que ele não pode se desfazer de patrimônio públi-
PÚBLICA co, contratar quem ele quiser, realizar gastos sem pres-
tar contas a seu superior, etc. Tais atos conguram em
CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E desvio de nalidade, uma vez que o objetivo principal
ORGANIZAÇÃO deles não é de interesse público, mas apenas do pró-
prio agente, ou de algum terceiro beneciário.
A origem de um Estado pode se dar de forma
natural, religiosa (Estado criado por Deus), pela for-
ça e domínio dos mais fortes sobre os mais fracos,
pelo agrupamento de famílias, de forma contratual, DIREITO ADMINISTRATIVO
de forma derivada: por união, quando dois estados
soberanos se unem formando um só novo estado ou CONCEITOS E FONTES
fracionamento, quando um estado se divide em dois
novos estados independentes, ou de forma atípica, a Administração vem do latim administrare
administrare,, que
exemplo do Vaticano
São elementos e de Israel.
constitutivos do Estado: a soberania, a signica direcionar ou gerenciar negócios, pessoas e
recursos, tendo sempre como objetivo alcançar metas
nalidade, o povo e o território. Assim,
território. Assim, Dalmo de Abreu especícas. A noção de gestão de negócios está intima-
intima -
Dallari (apud Lenza, 2019, p. 719) dene Estado como “a mente ligada com o ramo de Direito Administrativo.
ordem jurídica soberana, que tem por m o bem comum Com isso, é importante conhecer os fundamentos des-
de um povo situado em determinado território”. se ramo jurídico, os quais denominamos de “regime
Soberania é
Soberania  é o poder político supremo e indepen-  jurídico administrativo”.
dente que o Estado detém consistente na capacidade Podemos denir Direito Administrativo 
Administrativo  como o
para editar
para  editar e reger suas próprias normas e seu orde- conjunto de princípios e regras que regulam o exercí-
namento jurídico. cio da função administrativa exercida pelos órgãos e
A nalidade 
nalidade  consiste no objetivo maior do Esta- agentes estatais, bem como as relações jurídicas entre
do que é o bem comum, conjunto de condições para o eles e os demais cidadãos.
desenvolvimento integral da pessoa humana. Não devemos confundir Direito Administrativo
Povo   é o conjunto de indivíduos, em regra, com
Povo com a Ciência da Administração. Apesar da nomen-
um objetivo comum, ligados a um determinado terri- clatura ser parecida, são dois campos bastante distin-
tório pelo vínculo da nacionalidade. tos. A administração, como ciência propriamente dita,
Território é
Território  é o espaço físico dentro do qual o Esta-
do exerce seu poder e sua soberania. Onde o povo se não é ramode
estratégias jurídico.
controleConsiste nogovernamental.
da gestão estudo de técnicas
Suase
estabelece e se organiza com ânimo de permanência. regras não são independentes, estão subordinadas às
A Constituição de 1988 adotou a forma republica- normas de Direito Administrativo.
na de
na de governo, o sistema presidencialista de
presidencialista de gover-
no e a forma federativa de Estado.
Estado. Note tratar-se de
três denições distintas. Importante!    O
   V
   I
O Estado brasileiro adota o critério de separa-    T
ção dos poderes estatais em Legislativo, Executivo e Os concursos públicos não costumam exigir    A
   R
 Judiciário, de forma que possam atuar em e m harmonia. que o candidato tenha conhecimentos de técni-    T
   S
   I
Todos os três Poderes, entretanto, exercem suas fun- cas administrativas para responder questões de    N
ções típicas e atípicas.    I
direito administrativo,
administrativo, mas requerem que conhe    M
çam a Administração como entidade governa-    D
   A
NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS mental, com suas prerrogativas e prestando    O
serviços para a sociedade.    T
   I
Os princípios gerais de Direito Administrativo são    E
   R
   I
os princípios basilares desse ramo jurídico, sendo    D
   E
aplicáveis
consideradaante o fato
pessoa de a Administração
jurídica Pública ser
de direito público. gemAsaofontes do direito.
próprio Direito são os elementos
O Direito que dão tem
Administrativo ori-    D
   S
   E
O princípio da supremacia do interesse públi- algumas peculiaridades em relação a suas fontes que     Õ
co é o princípio que dá os poderes e prerrogativas à são importantes para nossos estudos.    Ç
   O
Administração Pública. A supremacia do interesse Primeiramente, devemos salientar que o Direi-    N
público sobre o privado é um aspecto fundamental to Administrativo não é ramo jurídico codicado.
para o exercício da função administrativa. Podemos Isso quer dizer que não existe na legislação brasilei-
citar como exemplo a desapropriação de um imóvel ra um “Código de Direito Administrativo”. A maté-maté -
pertencente a um particular: o particular pode ter ria encontra-se de um modo muito mais amplo. É 61

possível vericar normas administrativas presentes, direito. Por ser um ramo de direito público, o regime
por exemplo, na Constituição Federal de 1988, em seu administrativo apresenta alguns princípios especiais,
art. 37, que estabelece os membros da Administração que não se encontram na esfera privada.
Pública e seus princípios; na Lei nº 8.666/1993, que
dispõe sobre normas de licitações e contratos admi- PRINCÍPIOS
nistrativos; na Lei nº 8.987/1995, que regulamenta as
concessões e permissões de serviços públicos para Por motivos didáticos, costuma-se dividir as nor-
entidades privadas; entre outros. mas cogentes em regras e princípios. Regras são nor-
É costume dividir as fontes de Direito Administrati- mas cogentes que traduzem um comando direto, são
vo em fontes primárias e fontes secundárias. As fontes criadas pelo legislador (portanto, são positivadas)
primárias
de originarsão aquelas
normas de caráter
jurídicas por siprincipal, são capazes
só. Já as fontes secun- e são utilizadas para a solução de casos concretos e
especícos. Os princípios, por sua vez, delimitam os
dárias são derivadas das primeiras, por isso possuem valores fundamentais de um ramo do direito, pos-
caráter acessório. Elas ajudam na compreensão, inter- suem conteúdo muito mais abrangente. São conside-
pretação e aplicação das fontes de direito primárias. rados mais importantes, dado o seu caráter geral e
São fontes de Direito Administrativo:
Administrativo: abstrato. Os princípios são descobertos pela doutrina,
através da análise das regras, retirando os aspectos
z  Legislação em sentido amplo, seja na Constituição,
Legislação em concretos desta. O legislador, dessa forma, tem um
seja nas Leis esparsas, nos Princípios, em qualquer papel indireto na criação dos princípios.
veículo normativo. Apesar das diferenças mencionadas, é indiscutível
z  Doutrina
Doutrina,, todo o trabalho cientíco realizado por que os princípios e as regras são normas que apresen-
apre sen-
um renomado autor, seja uma obra, ou um parecer
pare cer tam força cogente máxima. Porém,
Poré m, como os princípios
 jurídico, com o objetivo de divulgar conhecimento; possuem valores fundamentais de um ramo jurídico,
z   Jurisprudência
 Jurisprudência,, o conjunto de diversos julgados são considerados hierarquicamente superiores. Vio-
num mesmo sentido; lar uma regra é um erro grave, mas violar um prin-
z  Costumes jurídicos,
jurídicos, tudo que for considerado cípio é erro gravíssimo: é cometer ofensa a todo um
uma conduta que se repete no tempo.
ordenamento de comandos.
Os princípios que regem a atividade da Adminis-
Importante frisar que, das fontes mencionadas, tração Pública são vastos, podendo estar explícitos em
em
apenas a Lei é fonte primária do Direito Administra- norma positivada, ou até mesmo implícitos, que não
tivo, sendo o único veículo habilitado para criar dire- aparecem por escrito, porém são denotados segundo
tamente obrigações de fazer e não fazer.
faze r. A doutrina, a a interpretação das normas jurídicas. Além disso, os
 jurisprudência, e os costumes jurídicos são considera- princípios administrativos podem ser gerais (ou basi-
das fontes secundárias. lares), constitucionais ou infraconstitucionais.
A jurisprudência pode, excepcionalmente, apre-
sentar força cogente igual às leis quando versar sobre
Princípios Constitucionais da Administração Pública
matéria disposta em Súmula Vinculante do Supremo
Tribunal Federal. Trata-se de decisão colegiada de
cumprimento obrigatório, conforme dispõe o art. 103- São os princípios previstos no Texto Constitucional,
A da CF/1988. mais especicamente no caput caput do
 do artigo 37. Segundo
No momento, estamos nos referindo ao Direi- o referido dispositivo: “A administração pública direta
to Administrativo, que é o ramo jurídico que regula e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
as relações entre a Administração Pública e os seus dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
 princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
cidadãos
ca é
ca ou “administrados”.
 é uma noção Administração
totalmente distinta, podendo terPúbli-
Públi
uma-  publicidade e eciência [...]”.
[...]”. Assim,
 Assim, esquematicamen-
acepção subjetiva e orgânica, ou objetiva e material, e te, temos os princípios constitucionais da:
que merece nossa maior atenção. Legalidade: fruto
Legalidade:  fruto da própria noção de Estado de
Na sua acepção subjetiva, orgânica e formal,
formal, Direito, as atividades do gestor público estão submis-
a Administração Pública confunde-se com a própria sas a forma da lei. A legalidade promove maior segu-
pessoa de seus agentes, órgãos e entidades públicas rança jurídica para os administrados, na medida em
que exercem a função administrativa, o que signi-
signi- que proíbe que a Administração Pública pratique atos
ca que somente algumas pessoas e entes podem ser abusivos. Ao contrário dos particulares, que podem
considerados como Administração Pública. É, por isso, fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, a Administra-
uma acepção que tende a restringir sua denição. ção só pode realizar o que lhe é expressamente auto-
 Já na sua acepção objetiva e material da palavra,
palavra,   rizado por lei.
podemos denir a administração pública (alguns dou-dou - Impessoalidade:   a atividade da Administração
Impessoalidade:
trinadores preferem colocar a palavra em letras minús- Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado
culas para distinguir melhor suas concepções), como a haver qualquer forma de tratamento diferenciado
atividade estatal de promover concretamente o interes- entre os administrados. Há uma forte relação entre a
se público. O caráter subjetivo da administração é irre- impessoalidade e a nalidade pública, pois quem age
levante, pois o que realmente importa não é a pessoa, e por interesse próprio não condiz com a nalidade do
sim a atividade que tal pessoa executa. É, por isso, uma interesse público.
acepção mais abrangente, pois qualquer pessoa que Moralidade: a
Moralidade:  a Administração impõe a seus agen-
venha a exercer uma função típica da Administração tes o dever de zelar por uma “boa-administração”,
será considerada uma pessoa que integra a mesma. buscando atuar com base nos valores da moral
O estudo do regime jurídico administrativo envol- comum, isso é, pela ética, decoro, boa-fé e lealdade. A
ve, de modo geral, uma análise pormenorizada dos moralidade não é somente um princípio, mas também
62 princípios fundamentais que regem esse ramo do requisito de validade dos atos administrativos.

Publicidade: a
Publicidade:  a publicação dos atos da Administra- A autotutela também tem previsão em duas súmu-
ção promove maior transparência e garante ecácia las do Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 346: “A
erga omnes.
omnes. Além disso, também diz respeito ao direi-  Administração Pública pode declarar a nulidade de
to fundamental que toda pessoa tem de obter acesso seus próprios atos”; e
atos”; e a Súmula nº 473: “A administra-
a informações de seu interesse pelos órgãos estatais, ção pode anular seus próprios atos, quando eivados de
salvo as hipóteses em que esse direito ponha em risco vícios que os tornam ilegais, porque deles não se origi-
a vida dos particulares ou o próprio Estado, ou ainda nam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniên-
que ponha em risco a vida íntima dos envolvidos. cia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
Eciência:   implementado pela reforma adminis-
Eciência: e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
trativa promovida pela Emenda Constitucional nº 19
de 1988, a eciência se traduz na tarefa da Adminis-
Adminis - Princípio da Motivação
tração de alcançar os seus resultados de uma forma
célere, promovendo melhor produtividade e rendi- Também pode constar em algumas questões como
mento, evitando gastos desnecessários no exercício “princípio da obrigatória motivação”. Trata-se de uma
de suas funções. A eciência fez com que a Adminis-
Adminis - técnica de controle dos atos administrativos, o qual
tração brasileira adquirisse caráter gerencial, tendo impõe à Administração o dever de indicar os pres-
maior preocupação na execução de serviços com per- supostos de fato e de direito que justicam a prática
feição ao invés de se preocupar com procedimentos daquele ato. A fundamentação da prática dos atos
e outras burocracias. A adoção da eciência, todavia, administrativos será sempre por escrito. Possui previ-
não permite à Administração agir fora da lei, ou seja, são no art. 50 da Lei nº 9.784/1999: “Os atos adminis-
não se sobrepõe ao princípio da legalidade. trativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos
Um método que facilita a memorização desses e dos fundamentos jurídicos, quando (...)”; 
(...)”;  e também
princípios é a palavra “limpe
“limpe”,
”, pois temos os princí-
princí- no art. 2º, par. único, VII, da mesma Lei: “Nos proces-
pios da: sos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de: VII - indicação dos pressupostos de fato e
Legalidade de direito que determinarem a decisão”. A
decisão”. A motivação é
Impessoalidade uma decorrência natural do princípio da legalidade,
Moralidade
Publicidade pois
mas aque
prática de umprevisto
não esteja ato administrativo
em lei, seriafundamentado,
algo ilógico.
Eciência Convém estabelecer a diferença entre motivo e
motivação. Motivo é o ato que autoriza a prática da
Princípios Infraconstitucionais medida administrativa, portanto, antecede o ato
administrativo. A motivação, por sua vez, é o funda-
Os princípios administrativos não se esgotam no mento escrito, de fato ou de direito, que justica a
âmbito constitucional. Existem outros princípios cuja prática da referida medida. Exemplo: na hipótese de
previsão não está disposta na Carta Magna, e sim na alguém sofrer uma multa por ultrapassar limite de
legislação infraconstitucional. É o caso do disposto no velocidade, a infração é o motivo (ultrapassagem do
caput do artigo 2º da Lei nº 9.784/1999: “A Administra- limite máximo de velocidade), já o documento de noti-
ção Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da cação da multa é a motivação. A multa seria, então, o
legalidade, nalidade, motivação, razoabilidade, pro-pro- ato administrativo em questão.
 porcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditó- Quanto ao momento correto para sua apresentação,
rio, segurança jurídica, interesse público e eciência”. entende-se que a motivação pode ocorrer simultaneamen-
te ou em um instante posterior a prática do ato (em respei-
 Princípio da Autotutela to ao princípio da eciência). A motivação intempestiva,
isso é, aquela dada em um momento demasiadamente
A autotutela diz respeito ao controle interno que a posterior, é causa de nulidade do ato administrativo.
Administração Pública exerce sobre os seus próprios
atos. Isso signica que, havendo algum ato adminis-
adminis-  Princípio da Finalidade
trativo ilícito ou que seja inconveniente e contrário    O
   V
   I
ao interesse público, não é necessária a intervenção Sua previsão encontra-se no art. 2º, par. único,    T
 judicial para que a própria Administração anule ou II, da Lei nº 9.784/1999: “Nos processos administrati-    A
   R
revogue esses atos. vos serão observados, entre outros, os critérios de: II    T
   S
   I
Não havendo necessidade de recorrer ao Poder - atendimento a ns de interesse geral, vedada a renún-
renún-    N
 Judiciário, quis o legislador que a Administração cia total ou parcial de poderes ou competências, salvo    I
   M
possa, dessa forma, promover maior celeridade na autorização em lei”. 
lei”.     D
   A
recomposição da ordem jurídica afetada pelo ato ilí- O princípio da nalidade muito se assemelha ao da    O
cito, e garantir maior proteção ao interesse público primazia do interesse público. O primeiro impõe que    T
   I
contra os atos inconvenientes. o Administrador sempre aja em prol de uma nalida-
nalida -    E
   R
   I
Segundo o disposto no art. 53 da Lei nº 9.784/1999: de especíca, prevista em lei. Já o princípio da supre -    D
“A Administração deve anular seus próprios atos, macia do interesse público diz respeito à sobreposição    E
   D
   S
quando
-los por eivados de conveniência
motivo de vício de legalidade, e pode revogá-
ou oportunidade, res- do interesse
privado. da coletividade
A nalidade dispostaem
emrelação aopor
lei pode, interesse
exem -
exem-    E
    Õ
 peitados os direitos adquiridos”. A
adquiridos”. A distinção feita pelo plo, ser justamente a proteção ao interesse público.    Ç
   O
legislador é bastante oportuna: ele enfatiza a nature- Com isso, ca bastante clara a ideia de que todo    N
za vinculada do ato anulatório e a discricionariedade ato, além de ser devidamente motivado, possui um
do ato revogatório. A Administração pode revogar os m especíco, com a devida previsão legal. O desvio
atos inconvenientes, mas tem o dever de anular os de nalidade, ou desvio de poder, são defeitos que tor-
tor -
atos ilegais. nam nulo o ato praticado pelo Poder Público. 63

 Princípio da Razoabilidade c) considerando os aspectos de sua organização, é uma


comunidade de homens xada sobre um território
Agir com razoabilidade é decorrência da própria com poder de mando, ação e coerção constituída de
noção de competência. Todo poder tem suas corres- Povo, Território e Governo.
pondentes limitações. O Estado deve realizar suas d) seus Poderes são constituídos pelo Legislativo, pelo Exe-
funções com coerência, equilíbrio e bom senso. Não cutivo e pelo Judiciário, independentes e harmônicos
basta apenas atender à nalidade prevista na lei, mas entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis
é de igual importância o como ela será atingida. É uma e) em seu sentido funcional, corresponde às pessoas jurí -
decorrência lógica do princípio da legalidade. dicas, aos órgãos e aos agentes públicos que execu-
Dessa forma, os atos imoderados, abusivos,
abu sivos, irracio- tam a atividade administrativa.
nais e incoerentes, são incompatíveis com o interesse
público, podendo ser anulados pelo Poder Judiciário  A questão
didato é bemquais
conheça simples,
sãopois
as ela exige que
acepções o can-
diferentes
ou pela própria entidade administrativa que prati-
cou tal medida. Em termos práticos, a razoabilidade de administração pública. São duas: na sua acep-
(ou falta dela) é mais aparente quando tenta coibir o ção subjetiva, orgânica e formal, a Administração
excesso pelo exercício do poder disciplinar ou poder  Pública confunde-se com a própria pessoa de seus
de polícia. Poder disciplinar traduz-se na prática de agentes, órgãos e entidades públicas que exercem a
atos de controle exercidos contra seus próprios agen-  função administrativa.
administrativa. Já na sua acepção objetiva e
tes, isso é, de destinação interna. Poder de polícia é o material da palavra, podemos denir a administra
administra--
conjunto de atos praticados pelo Estado que tem por ção pública (alguns doutrinadores preferem colo-
escopo limitar e condicionar o exercício de direitos car a palavra em letras minúsculas para distinguir
individuais e o direito à propriedade privada. melhor suas concepções) como a atividade estatal
de promover concretamente o interesse público. O
 Princípio da Proporcionalidade caráter subjetivo da administração é irrelevante,
 pois o que realmente
realmente importa não é a pessoa, e sim a
atividade que tal pessoa executa. Resposta: Letra B.
O princípio da proporcionalidade tem similitudes
com o princípio da razoabilidade. Há muitos autores,
2. (FCC – 2020) Considerando os princípios que regem a
inclusive, que preferem
uma nomenclatura só. De unir
fato, aosAdministração
dois princípios em
Públi- Administração Pública, de acordo com o princípio da:
I. Indisponibilidade do interesse público, os interesses
ca deve atentar-se a exageros no exercício de suas públicos não se encontram à livre disposição do Admi -
funções. A proporcionalidade é um aspecto da razoa- nistrador público.
bilidade voltado a controlar a justa medida na prática II. Supremacia do interesse público, a Administração
de atos administrativos. Busca evitar extremos, exage- Pública está sempre acima dos direitos e garantias
ros, pois podem ferir o interesse público. individuais.
Segundo o art. 2º, par. único, VI, da Lei nº III. Segurança jurídica, deve ser prestada a assistência jurí-
9.784/1999, deve o Administrador agir com “adequa- dica integral e gratuita aos que comprovem insuciên-
ção entre meios e ns, vedada a imposição de obriga-
obriga - cia de recursos.
ções, restrições e sanções em medida superior àquelas IV. Continuidade do serviço público, o serviço público,
estritamente necessárias ao atendimento do interesse atendendo a necessidades essenciais da coletividade,
 público”.   Na prática, a proporcionalidade também
 público”. como regra, não deve parar
parar..
encontra sua aplicação no exercício do poder discipli-
nar e do poder de polícia.   Está correto o que se arma APENAS em:
Esses não são os únicos princípios que regem as
relações da Administração Pública. Porém, escolhe-
mos trazer com mais detalhes os princípios que jul- a)
b) III eeII.III.
gamos ser mais característicos da Administração. Isso c) III e IV.
não quer dizer que outros princípios não possam ser d) I e IV.
estudados ou aplicados a esse ramo jurídico. A Admi- e) II e IV.
nistração também deve atender aos princípios da res-
ponsabilidade, ao princípio da segurança jurídica, ao  A frase II está errada, é verda
verdade
de que a Admini
Administra-
stra-
princípio do contraditório e ampla defesa, ao princí- ção Pública se encontra em uma posição superior em
pio da isonomia, o princípio da transparência, o prin- relação aos particulares. Todavia, isso não signica
cípio da boa-fé, entre outros. que ela esteja, também, acima dos direitos e garan-
tias individuais. A frase III está errada, pois a segu-
rança jurídica é uma garantia concedida a todos os
cidadãos e impede que a Administração Pública ata-
  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS que situações jurídicas já resolvidas anteriormente.
 A frase,
frase, na verdad
verdade,
e, trata
trata do benefício
benefício da
da assistência
assistência
1. (VUNESP – 2019) A respeito do conceito e da nature-  judiciária
 judiciá ria gratuita
gratuita.. Resposta:
Resposta: Letra
Letra D.
D.
za da Administração Pública, é correto armar que:
3. (VUNESP – 2020) Em Direito Administrativo, quando
a) no seu sentido orgânico, consiste na atividade adminis- se fala que nem tudo que é legal é honesto, estamos
trativa executada pelas entidades, órgãos e agentes nos referindo ao princípio constitucional
públicos que compõem a Administração.
b) sob o aspecto do gerenciamento de seus bens e inte- a) implícito da nalidade
nalidade administrativa.
resses públicos, a natureza da Administração é de b) implícito da motivação administrativa.
64 “múnus” público para quem o exerce.
e xerce. c) explícito da moralidade administrativa.

d) explícito do poder-dever do administrador público.  formas em que a população pode se engajar mais
e) explícito da publicidade. na vida pública, reunindo-se em assembleias, deba-
tendo questões orçamentárias, opinando sobre
 A letra A está errada, o princípio da nalid
nalidade
ade diz uma política a ser implementada, etc. O princípio
respeito aos atos administrativos, porque eles devem da transparência atua em conjunto com o princí-
sempre cumprir uma nalidade especíca, que é o  pio constitucional da publicidade, fazendo com que
q ue
interesse público. Todos os atos que acarretem em todos os atos administrativos sejam públicos, do
interesses pessoais, do administrador ou de direitos, conhecimento de todos e disponibilizados de forma
costuma-se dizer que possuem desvio de nalidade clara e de fácil compreensão. Ambos ajudam na s- s-
e devem ser anulados. A letra B está errada, pois o calização dos atos do ente público, pelos adminis-
 princípio da motivação
motivação também diz respei
respeito
to aos atos trados. A frase, assim, mostra-se correta, pois tudo
administrativos, mas a diferença é que este impõe
que os atos administrativos devem estar devidamen- isso contribui
nistração paraResposta:
pública. uma democratização
Certo. da admi-
te motivados, não existe ato administrativo sem uma
 fundamentação,
 fundame ntação, sem uma razão de ser ser.. A letra D
está errada, pois não existe um princípio explícito do
 poder-dever
 poder-de ver do adminis
administrado
tradorr público. A letra E está
errada, pois o princípio da publicidade traduz-se na ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIV
ADMINIS TRATIVA
A DA
exigência de que todos os atos administrativos sejam UNIÃO
 públicos. Isso garante
garante maior transparênc
transparência ia e scali-
scali-
zação por parte dos cidadãos. Resposta: Letra C. ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

4. (FCC – 2019) O direito administrativo disciplina a Administração Direta ou Centralizada,


Centralizada, é
 é a parte
função administrativa dos entes federados, órgãos, da Administração Pública que compreende: as pes-
agentes e atividades desenvolvidas pela Administra- soas jurídicas de direito público interno (União, Esta-
ção Pública. Entre seus princípios está a legalidade, ou dos, Municípios e Distrito Federal), somados a todos
seja, cabe à Administração Pública: os seus ministérios, ouvidorias, secretarias e outros
tantos órgãos despersonalizados.
a) Apresentar
bem como oresultados positivos
atendimento para o serviçopúblicas.
para
das necessidades público,
público,  Já a  Administração Indireta ou Descentraliza-
Descentraliza-
da é a expressão utilizada para designar o conjunto
b) Promover a qualicação de agentes públicos que de pessoas jurídicas autônomas criadas pelo próprio
apresentem comportamento de acordo com o interes- Estado para atingir determinada nalidade pública.
se público. Se as entidades são dotadas de personalidade jurídi-
c) Ser composta por agentes públicos que não usem a ca própria, elas têm patrimônio próprio, que não se
administração pública para a promoção pessoal. confunde com o patrimônio pessoal de seus agentes,
d) Ter credibilidade
credibilidade voltada para transparência
transparência na defesa e também têm responsabilidade pelos danos e prejuí-
de direitos para a oferta de informações nos órgãos zos causados por seus agentes públicos, podendo res-
públicos. ponder judicialmente pela prática desses atos.
e) Atuar de acordo
acordo com a lei e nalidades
nalidades expressas ou
implícitas previstas no Direito.
DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
INDIRETA: AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS
 A questão é bem fácil, ela exige que o candidato
conheça o princípio da legalidade, que é um dos PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
mais característicos desse ramo. O princípio da
legalidade se resume à vinculação das ações dos As entidades da Administração Indireta podem ter
administradores aos termos da Lei. Há pouca mar- personalidade
to Privado. Tal jurídica deéDireito
diferença bastantePúblico ou deno
relevante Direi-
que
 gem de liberdade para o servidor atuar
atuar,, uma vez que
se o zer, estará cometendo uma ilegalidade e pode diz respeito ao procedimento de criação dessas enti-
ser punido por isso. Resposta:
R esposta: Letra E. dades autônomas.    O
As pessoas jurídicas de direito público são criadas    V
   I
por lei (art. 37, XIX, da CF/1988) e a sua personalida-    T
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018)  Quanto às transforma-    A
de jurídica advém no momento em que tal legislação    R
ções contemporâneas do direito administrativo, julgue    T
entra em vigor no âmbito jurídico, não havendo neces-    S
   I
o item subsequente.
sidade de registro em cartório. As pessoas jurídicas de    N
   I
  A processualização do direito administrativo, a parti-
direito privado, todavia, são autorizadas pela lei (art.    M
cipação do cidadão na gestão pública e o princípio da    D
transparência são elementos que contribuem para a 37, XX, da CF/1988), ou seja, a legislação deve permitir    A
   O
democratização da administração pública. que ela exista, para que o Poder Executivo regulamen-    T
   I
te suas funções mediante a expedição de decretos. Sua    E
   R
   I
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO personalidade jurídica, dessa forma, está condiciona-    D
da ao seu registro em cartório.    E
   D
 A questão trata de
de alguns temas bem atuais. Proces-
Proces- São pessoas jurídicas de Direito Público, membros    S
da Administração Indireta: as autarquias, as funda-    E

sualização do direito administrativo signica a aten-


aten- ções públicas, agências reguladoras e associações     Õ
   Ç
ção aos princípios aplicáveis no processo judicial,    O
isto é, o respeito do contraditório e ampla defesa, o públicas. São pessoas jurídicas de Direito Privado: as    N
respeito ao trânsito em julgado, ao devido processo empresas públicas, as sociedades de economia mista,
legal, enm, é o respeito a todos esses pontos den-
den- as fundações governamentais com estrutura de pes-
tro do processo administrativo. A participação do soa jurídica de Direito Privado, as subsidiárias e os
cidadão na gestão pública diz respeito a diferentes consórcios públicos de Direito Privado. 65

Autarquias z  Administrativas: são as autarquias comuns, apre-


Administrativas: são
sentam regime jurídico ordinário. Exemplo:
Exemplo: Insti-
As autarquias são pessoas jurídicas de Direito tuto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Público interno, criadas por legislação própria, que z  Especiais: possuem
Especiais:  possuem maior autonomia em relação
tem por escopo exercer as funções típicas da Admi- as autarquias administrativas devido a presença
nistração Pública. As autarquias possuem um con- de certas características, como a presença de diri-
ceito denido em lei, mais especicamente no art. 5º, gentes com mandato xo. Podem se subdividir em:
inciso I, do Dec-Lei nº 200/1967: para os ns desta lei, a.1)   especiais stricto sensu  (Banco Central); e
a.1)
considera-se: a.2)  agências reguladoras (Anatel,
a.2) reguladoras (Anatel, Anvisa).
z  Corporativas:   são as corporações prossionais,
Corporativas:
“I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, que promovem o controle e a scalização de cate-cate -
com personalidade jurídica, patrimônio e receita gorias prossionais. Exemplos: CREA, CRO, CRM.
 próprios,
nistração para executar
Pública, atividadespara
atividades
que requeiram, típicas
típicas
seudamelhor
Admi- z  Fundacionais:   são as fundações públicas, entidades
Fundacionais:
que arrecadam patrimônio para o cumprimento de um
 funcionamento, gestão administrativa e nanceira objetivo especíco. Exemplos: Funai, Procon, Funasa.
descentralizada”.
z  Territoriais:   são as autarquias de controle da
Territoriais:
União, também denominadas territórios federais
Podemos fazer alguns comentários sobre o concei- (art. 33 da CF/1988). A atual Constituição aboliu os
to apresentado. Ao dizer que as autarquias são criadas territórios federais remanescentes.
“para executar atividades típicas da Administração z  Associativas:   são as autarquias criadas pelo
Associativas:
Pública”, o texto legal faz referência àquelas ativida-
ativida - resultado de uma celebração de consórcio públi-
des características do Poder Público, e que só podem co, também denominadas associações públicas.
públicas.
ser executadas pelo mesmo, em regra. São atividades Se o contrato de consórcio público envolver múl-
em que deve haver a prevalência do interesse públi- tiplos entes da Federação, tais autarquias podem
co sobre o privado e, por isso mesmo, as autarquias ser transfederativas. Exemplo: associação criada
gozam de diversas prerrogativas para executar tais entre União, Estados e Municípios para a constru-
tarefas. É por isso que as autarquias são pessoas jurí- ção de um teatro.
dicas de direito público.
público. Com isso, tais entidades são
proibidas de exercer qualquer atividade econômica,
opode
queserlhesdecretada
proporciona
sua uma grande
falência vantagem:
e também gozanão
de Importante!
imunidade tributária. Curioso é o caso da Ordem dos Advogados do
A sua criação depende de lei especíca.
especíca. Isso signi- Brasil. A OAB sempre foi considerada uma autar-
ca que a sua existência é condicionada apenas pelo quia de regime comum. Todavia, durante o jul-
trabalho realizado pelo legislador, não há outros atos gamento da ADI nº 3.026, o STF decidiu mudar
subsequentes que condicionam sua existência, como seu entendimento, ao decidir que que a OAB é
acontece com as pessoas jurídicas de direito privado. um serviço independente e de natureza especial
O regime de pessoal das autarquias é o estatu- e que, por isso mesmo, não pode sofrer contro-
tário.. Signica que a autarquia não pode contratar
tário le especíco das autarquias. Assim, a OAB seria
quem ela quiser, como se fosse um empregador: seus
funcionários devem ser servidores públicos, pre-
considerada uma entidade própria sui generis, e
viamente aprovados em prova de concurso público. não é mais uma autarquia.
Assim, todas as questões referentes ao regime laboral
desses servidores devem ser resolvidas, tendo como Fundações Públicas
base a Lei nº 8.112/1990, conhecido também como
Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União.
O patrimônio das autarquias consiste em bens de As fundações possuindo
autarquias, públicas são consideradas
diversas espécies
características
públicos,, que gozam da garantia de serem inalie-
públicos similares. Fundação pública é, nos termos do art. 5º,
náveis e impenhoráveis. Se o patrimônio é público, IV,, do Dec-Lei nº 200/1967:
IV
signica que ele é utilizado, de forma a atender uma
nalidade pública. Logo, não pode a autarquia abrir “[...] a entidade dotada de personalidade jurídica
mão desses bens, e nem dá-los em garantia. de direito privado, sem ns lucrativos, criada em
As autarquias somente podem celebrar contratos virtude de autorização legislativa, para o desenvol-
públicos,, isso é, são contratos típicos da Administra-
públicos vimento de atividades que não exijam execução por
ção Pública, que a colocam em posição
po sição mais vantajosa órgãos ou entidades de direito público, com auto-
em relação ao particular interessado. nomia administrativa, patrimônio próprio gerido
Pode-se armar que vigora o princípio da espe-  pelos respectivos órgãos de direção, e funciona-
cialidade no
cialidade  no regime das autarquias. Isso signica que mento custeado por recursos da União e de outras
cada entidade é criada para atender a uma nalidade  fontes”.
individual e especíca. Exemplicando: para tratar
de questões do regime de previdência social, temos o A Funai, Funasa, o IBGE, são alguns exemplos de
INSS, que é a única autarquia responsável pela con- fundações públicas.
cessão de benefícios previdenciários. É o próprio INSS Pelo conceito disposto na legislação, percebe-se
que responde em juízo, havendo uma ação previden- que o referido Decreto-Lei dispõe serem as funda-
ciária pleiteada por particular, e não a União/Estado. ções entidades com personalidade jurídica de Direito
Devido à multiplicidade de assuntos temos, consequen Privado. Tal conceituação não foi recepcionada pela
temente, uma multiplicidade de autarquias. A doutrina Constituição de 1988 que, em seu art. 37, XIX, decidiu
tende a classicar as autarquias nos seguintes grupos: não fazer tal distinção:
66

“[...] somente por lei especíca poderá ser criada  agências federais;
autarquia e autorizada a instituição de empresa  estaduais;
 pública, de sociedade de economia mista e de fun-  municipais;
dação, cabendo à lei complementar, neste último  distritais.
caso, denir as áreas de sua atuação”.
z  Quanto à atividade preponderante:
preponderante:
Dessa forma, concluímos que as fundações podem
ser tanto de Direito Público como de Direito Priva-  agências de serviço, que exercem as funções
do, dependendo do que a lei instituidora da funda- típicas;
ção delimitar quanto as suas competências. Todavia,  agências de polícia, que exercem scalização
importante frisar que, mesmo as fundações de regime das atividades econômicas;
 jurídico privado devem obediência às normas públi-  agências de fomento, que ajudam a desenvol-
cas, e não à legislação civil.
As fundações de direito privado, para sua criação,  ver o setor
agências deprivado;
uso de bens públicos.
precisam de autorização por lei.
lei. É diferente de uma
autarquia, que é criada por lei. Aqui, a fundação já z  Quanto à previsão constitucional:
constitucional:
existe, mas para atuar no mercado privado deve, além
de possuir autorização legislativa, obter registro
registro   em  agências com referência constitucional (a Ana-
cartório para adquirir sua personalidade jurídica, tel tem previsão no art. 21, XI, da CF/1988);
como se fosse uma empresa.  agências sem referência constitucional, são a
Por conseguinte, seu patrimônio consiste em bens grande maioria.
privados,, que não gozam das garantias de inalie-
privados
nabilidade e impenhorabilidade presente nos bens z  Quanto ao momento de sua criação:
criação:
públicos.
Importante, também, destacar que as fundações
privadas podem celebrar contratos privados,
privados, os ins-  agências de primeira geração (1996 a 1999) na
trumentos contratuais típicos da esfera privada como época das privatizações;
compra e venda, locação de imóvel etc.  de segunda geração, de 2000 a 2004;
 de terceira geração, que adveio com as agên-
Como o patrimônio se destaca do seu instituidor, o
cias pluripotenciárias (2005 em diante), exer-
exer-
controle desse
controle
especial,  desse referidocuradoria
denominado patrimônio
dasé feito por órgão
fundações. No cendo múltiplas funções simultaneamente.
caso das fundações de direito público, o controle scal
z  Associações públicas: a criação de consórcio 
consórcio 
é exercido pelo Ministério Público.

z Agências reguladoras: características e classicação A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-


pios são os entes responsáveis pela regulamentação dos
O surgimento das agências reguladoras possui for- consórcios públicos 
públicos  e dos convênios de cooperação,
tes relações com a época das privatizações na segunda autorizando a gestão associada de serviços públicos,
metade dos anos 1990. Neste contexto, as agências regu- bem como a transferência total ou parcial de encargos,
ladoras foram introduzidas, sobretudo pelas ECs n os 8 e serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos
serviços transferidos (art. 241 da CF/1988).
9, ambas de 1995, para atuar como órgãos reguladores,
scalizadores e controladores da iniciativa privada, que Essas pessoas jurídicas autônomas, criadas pelos
passaram a desenvolver as tarefas originalmente atri- entes federados, e que tem por objeto medidas de
buídas ao Estado. Alguns exemplos de agências regula- mútua cooperação, denominam-se consórcio públi-
doras: Aneel, Anatel, Ancine, ANP, entre outros. cos.. Os consórcios públicos são disciplinados pela Lei
cos
As agências reguladoras também são autarquias nº 11.107/2005. Uma das características mais distintas
dos consórcios é a possibilidade de eles possuírem
sob
quiasum regimeemespecial,
comuns diferenciando-se das autar-
dois aspectos: natureza de Direito Público ou de Direito Privado.
Consórcios de Direito Privado 
Privado  obedecem às
normas da legislação civil. Possuem regime celetista,    O
  Estabilidade: os dirigentes das agências regula-
Estabilidade: os    V
   I
embora não possam ter ns lucrativos. Por isso, não    T
doras não podem ser exonerados por qualquer integram a Administração Pública. Já os consórcios de    A
motivo, ao contrário das autarquias, em que seus    R
direito público são as associações públicas propria-    T
dirigentes atuam em cargos de comissão. Assim,    S
   I
mente ditas, podendo ser inclusive transfederativas se    N
os dirigentes das agências têm maior proteção integrarem todas as esferas das pessoas consorciadas    I
contra o desligamento forçado, promovendo    M
(federal, estadual, municipal).    D
maior estabilidade no exercício de seu cargo;    A
 Mandato Fixo: os
Fixo: os dirigentes não possuem car-    O
Empresas do Estado: as Empresas Públicas e    T
   I
go vitalício. Mas a existência de mandato xo    E
Sociedades de Economia Mista    R
   I
garante também maior estabilidade no seu car-    D
go, visto que ele tem prazo determinado para se    E
encerrar. A duração dos mandatos pode variar Passemos a analisar o grupo de pessoas jurídicas    D
denominado de Empresas do Estado (ou empresas    S
dependendo de cada agência, podendo ser de 3    E
anos como na Anvisa, 4 anos como na Aneel, ou estatais). São as pessoas jurídicas de Direito Privado     Õ
   Ç
até 5 anos como na Anatel. pertencentes    O
duas espécies:à as
Administração Indireta
empresas públicas e comportam
e as sociedades    N

As agências reguladoras podem ser classicadas: de economia mista.


z  Quanto à sua origem:
origem:   67

Muitas das características apresentadas pelas fun- (o Dec-Lei nº 200/1967 dispõe que seu capital deve advir
dações privadas aplicam-se às empresas estatais, isso totalmente “da União”, mas admite-se também o capi-capi -
é, sua criação depende de autorização legislativa além tal de origem estadual e municipal), as sociedades de
do registro em cartório; seu patrimônio constitui em economia mista admitem a presença do capital de ori-
bens privados; sua atividade principal consiste em gem privada, mas pelo menos 50% mais uma de suas
exercer uma atividade econômica; e a aptidão para ações com direito a voto devem pertencer ao Estado.
celebrar contratos privados. Além disso, outra diferença relevante é em relação
As empresas públicas e as sociedades de economia à forma de sua organização: as sociedades de econo-
mista apresentam características em comum: mia mista devem obrigatoriamente ter a estrutura de
sociedade anônima, trata-se de disposição legal do
z  Atuação na prestação de serviços públicos ou próprio Dec-Lei nº 200/1967. As empresas públicas,
no desenvolvimento de atividade econômica:econômica: por sua vez, não sofrem essa imposição, podendo ado-
as empresas exploradoras de atividade econômica tar a estrutura que desejar.
geralmente recebem menor controle pela Admi-
nistração, embora também apresentem certas des- DAS ENTIDADES DE COLABORAÇÃO E SEU REGIME
vantagens, como não ter imunidade a impostos, e JURÍDICO
seus bens não tem natureza pública, podendo ser
penhorados. Por m, convém explanar sobre algumas pessoas
z  Sofrem controle pelo Tribunal de Contas da  jurídicas que, apesar de não integrarem a Administra-
União:: também podendo sofrer controle pelo
União ção Pública, seja Direta ou Indireta, ainda assim são a
Poder Judiciário, no que couber. elas aplicáveis as normas gerais de Direito Adminis-
z  Contratação de bens e serviços mediante prévia trativo. Essas são as entidades paraestatais.
licitação:: a licitação é processo utilizado a m de
licitação As entidades paraestatais são entidades privadas
promover uma competição justa com as empre- que realizam atividades de interesse coletivo, sem
sas privadas do mesmo setor. Tal imposição não ns lucrativos que recebem incentivos de entidades
é exigida para as empresas públicas e sociedades públicas. Tais empresas privadas cujos objetivos são
de economia mista exploradoras de atividade a execução de serviços de relevante interesse público
econômica. são denominadas entidades do Terceiro Setor. Tradi-
z  Obrigatoriedade de realização de concurso cionalmente considera-se “entidade paraestatal” sinô-
sinô-
público:: trata-se de uma forma de avaliar os
público nimo de entidades da Administração Indireta.
melhores funcionários dentro de um grupo seleto As entidades paraestatais, por serem regidas pelo
de candidatos. direito privado, não têm os privilégios concedidos
z  Contratação de pessoal pelo regime celetista:celetista: constitucionalmente às entidades de direito público.
seus membros são denominados empregados públi- Essas entidades paraestatais podem se apresentar sob
cos, salvo as hipóteses de contratação para cargo as seguintes formas:
comissionado. Todas as controvérsias envolvendo o
regime laboral dos empregados públicos deve ser Organização Social
resolvida com base na CLT. Apesar disso, a vedação
de acumular dois cargos públicos também se esten- A organização social (OS) não
(OS) não é uma pessoa jurí-
de aos empregos públicos. dica especial, mas uma qualicação especial outor-
outor -
z Impossibilidade de decretar sua falência:falência: no gada pelo governo federal a entidades da iniciativa
caso das estatais prestadoras de serviços públicos, privada, sem ns lucrativos, cuja outorga autoriza a
nos termos do art. 2º, I, da Lei nº 11.101/2005. fruição de vantagens peculiares, como isenções s-
s-
cais, destinação de recursos orçamentários, repasse
As empresas públicas 
públicas  são pessoas jurídicas de de bens públicos, bem como empréstimo temporário
Direito Privado, cuja criação depende de autorização de servidores governamentais.
legal. Sua constitutivos
seus atos personalidadeemé concedida peloaregistro
cartório, com de
totalidade A Lei nº 9.637/1998
qualicação é aartigo
das OS, e seu lei que
1º éregulamenta essa
bastante claro ao
de seu capital público e regime organizacional livre delimitar a área de atuação de tais entidades privadas:
(art. 5º, II, do Dec-Lei nº 200/1967), podendo ser orga-
orga - de modo geral, a OS será concedida a empresas cujas
nizadas como sociedade anônima, ou de responsabili- principais atividades sejam dirigidas ao ensino, à
dade limitada, ou ainda sociedade por comandita de pesquisa cientíca, ao desenvolvimento tecnológi-
tecnológi -
ações. São empresas públicas: o Banco Nacional de co, à proteção e preservação do meio ambiente, à
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Cai- cultura e à saúde.
saúde. Desempenham, portanto, ativida-
xa Econômica Federal (CEF) e a Empresa Brasileira de des de interesse público, mas que não se caracterizam
Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). como serviços públicos stricto sensu,
sensu, razão pela qual é
As sociedades de economia mista têm
mista têm seu concei- incorreto armar que as organizações sociais são con-con -
to legal previsto no art. 5º, III, do Dec-Lei nº 200/1967. cessionárias ou permissionárias.
São pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação O artigo 2º da referida Lei dispõe sobre os requi-
também depende de autorização legal e registro em sitos para a outorga da qualicação como OS: São
cartório, possui a maioria de seu capital público e requisitos especícos para que as entidades privadas
devem ser obrigatoriamente organizadas como socie- referidas no artigo anterior habilitem-se à qualica-
qualica -
dades anônimas. São sociedades de economia mista: ção como organização social:
Petrobrás, Bancoalgumas
Percebemos do Brasil, Eletrobrás.
diferenças entre as empresas z Comprovar o registro de seu ato constitutivo,
públicas e as sociedades de economia mista. A primeira incluindo a sua natureza social, seus objetivos,
diz respeito ao capital constitutivo: enquanto que nas suas nalidades devem ser não lucrativas, a com-
com-
68 empresas públicas, todo o seu capital deve ser público posição dos membros de sua diretoria, etc; e
 

z  Haver aprovação, quanto à conveniência e opor-  XI - pr


prom
omoç
oção
ão da ét
étic
ica,
a, da pa
paz,
z, da ci
cida
dada
dani
nia,
a, dosdi
dire
reit
itos
os
tunidade de sua qualicação como organização humanos, da democracia e de outros valores universais;
univer sais;
social, do Ministro ou titular de órgão supervisor  XII - estud
estudos
os e pesqui
pesquisas,
sas, dese
desenvol
nvolvime
vimento
nto de tecn
tecnolo-
olo-
ou regulador da área de atividade corresponden-  gias alte
alternat
rnativas
ivas,, produçã
produçãoo e divulga
divulgação
ção de
de informa
informa--
te ao seu objeto social e do Ministro de Estado ções e conhecimentos técnicos e cientícos que digam
da Administração Federal e Reforma do Estado. respeito às atividades mencionadas neste artigo.
Importante ressaltar que a concessão de tal qua-  XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento,
desenvolvimento, a
licação é ato discricionário,
discricionário, cando a cargo do disponibilização e a implementação de tecnologias
agente responsável (Ministro de Estado), conside- voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer
rando critérios de conveniência e oportunidade, meio de transporte.
conceder ou não tal qualicação.
Como já mencionamos, o instrumento que regula
O instrumento de formalização da parceria entre a essa relação do Poder Público com a OSCIP é o termo
Administração e a organização social é o contrato de de parceria,
parceria, que discriminará direitos, responsabili-
gestão,, cuja aprovação deve ser submetida ao Minis-
gestão dades e obrigações das partes signatárias, prevendo
tro de Estado ou outra autoridade supervisora da área
especialmente metas a serem alcançadas, prazo de
de atuação da entidade.
As organizações sociais representam uma espécie duração, direitos e obrigações das partes e formas de
de parceria entre a Administração e a iniciativa priva- scalização. Além disso, outra diferença marcante
da, exercendo atividades que, antes da Emenda 19/98, entre a OSCIP da OS é que sua concessão é ato vincu-
eram desempenhadas por entidades públicas. Por lado (art. 1º, § 2º, Lei nº 9.790/1999), podendo-se falar
isso, seu surgimento no Direito Brasileiro está rela- em um “direito adquirido” da empresa privada em
cionado com um processo de privatização lato sensu obter a qualicação de OSCIP. O requerimento deve
realizado por meio da abertura de atividades públicas ser encaminhado ao Ministro da Justiça, na forma do
à iniciativa privada. artigo 5º da referida Lei.
Esquematicamente, podemos estabelecer as prin-
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público cipais diferenças entre a OS e a OSCIP:
As Organizações da Sociedade Civil de Interesse PRINCIPAIS
Público (OSCIPs)
to privado, sãolucrativos,
sem ns também pessoas
instituíjurídicas
instituídas de direi-
das por iniciativa DISTINÇÕES OS OS CIP
dos particulares e qualicadas pelo Estado, para desem-
desem- Lei nº
penhar serviços não exclusivos do Estado, com scaliza-
scaliza- Quanto à Lei nº 9.790/1999
ção pelo Poder Público, formalizando a parceria com a legislação 9.637/1998 + Decreto nº
Administração
Administ ração Pública por meio de termo de parceria. 3.100/1999
A lei que disciplina as OSCIPs é a Lei nº 9.790/1999,
sendo regulamentada pelo Decreto nº 3.100/1999. Seu Atividades Atividades não
de interesse exclusivas do
artigo 3º dá uma noção mais ampla e geral sobre as enti-
público ante- Estado, mas
dades que podem ser qualicadas como OSCIPs, in verbis: Quanto ao exercí-
riormente de- de relevante
cio de funções
sempenhadas interesse pú-
Art. 3º A
 
qualicação instituída
qualicação instituída por esta Lei, obser-
obser- pelo Estado blico (mais
vado em qualquer caso, o princípio da universaliza-
ção dos serviços, no respectivo âmbito de atuação
(mais restrito) abrangente)
das Organizações, somente será conferida às pes- Quanto ao Instru-
soas jurídicas de direito privado, sem ns lucrati-
lucrati - Contrato de Termo de
mento que forma-
vos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma Gestão Parceria
liza a relação
das seguintes nalidades:
 I - promoção da assistência social;
social; Ato discricio-    O
 II - promoção da cultura, defesa e conservação do Quanto à vin- Ato vinculado;    V
nário; con-    I
 patrimônio histórico e artístico; culação da disposição    T
veniência e    A
 III - promoção gratuita da educação,
educação, observando-se qualicação legal    R
oportunidade    T
a forma complementar de participação
p articipação das organi-    S
   I
zações de que trata esta Lei; Quanto ao    N
   I
Ministro de Ministro da
 IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a ente público    M
Estado Justiça    D
 forma complementar
complementar de
de participação
participação das
das organiza-
organiza- outorgante    A
ções de que trata esta Lei;    O
Quanto à possibi- Há direito ad-    T
   I
V - promoção da segurança alimentar e nutricional; Não há tal    E
VI - defesa, preservação e conservação do meio lidade de direito quirido sobre a    R
possibilidade    I
ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; adquirido outorga    D
   E
VII - promoção do voluntariado;    D
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e    S
   E
social e combate à pobreza;     Õ
   Ç
 IX - experimentação,
experimentação, não lucrativa,
lucrativa, de novos
novos mode-
  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS    O
   N
los sócio-produtivos
 produção, e de sistemas
comércio, emprego
comércio, alternativos de
e crédito;
crédito;
 X - promoção de direitos estabelecidos, construção 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Determinado governa-
de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de dor pretende que sejam criadas uma nova autarquia e
interesse suplementar; uma nova empresa pública em seu estado.
est ado. 69

 
  Nessa situação, serão necessárias   No que concerne aos princípios do Direito Administrativo:

a) duas leis especícas: uma para a criação da autarquia a) todos os itens relacionam-se
relacionam-se corretamente a princí-
e outra para a criação da empresa pública. pios do Direito Administrativo, quais sejam, princípios
b) uma lei especíca para
para a criação da autarquia e outra
outra da tutela, autotutela e presunção de legitimidade,
para a autorização da instituição da empresa pública. respectivamente.
c) uma lei especíca para a criação da empresa pública e b) nenhum deles está relacionado a princípios do Direito
outra para a autorização da instituição da autarquia. Administrativo.
d) autorizações legais na norma geralgeral acerca da nova c) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente
organização da administração pública estadual, não a princípios do Direito Administrativo, quais sejam,
havendo necessidade de a criação de nenhuma das princípios da tutela e da autotutela, respectivamente,
entidades ser feita por lei. estando o item III incorreto.
e) duas leis especícas: uma para autorização da cria-
para a autorização d) apenas o item II relaciona-se corretamente a princípio
princípio
ção da empresa pública e outra para a autorização da do Direito Administrativo, qual seja, o princípio da tute-
criação da autarquia. la, estando os itens I e III incorretos.
e) apenas os itens I e II relacionam-se corretamente
corretamente a
 A questão é bastan
bastantete simples, pois exige que o can- princípios do Direito Administrativo, quais sejam, prin-
didato conheça uma diferença básica entre os entes cípios da especialidade e da tutela, respectivamente,
descentralizados da administração pública. As pes- estando o item III incorreto.
soas jurídicas de direito público, como as autarquias,
são criadas por lei. As pessoas jurídicas de direi-  A frase
frase I diz respeito
respeito ao poder
poder de tutela (scal
(scalização
ização))
to privado, como empresas públicas e sociedades
de economia mista, já existem dentro da realidade que todo ente federativo integrante da Administração
social. Precisam, porém, de autorização legislativa  Direta possui emem relação
relação às entidades
entidades descent
descentraliz
raliza-
a-
 para exerce
exercerem
rem suas
suas funções.
funções. Resposta:
Resposta: Letra B. das da Administração Indireta. A frase II correspon-
de ao poder de autotutela, uma vez que pode realizar
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos órgãos públi- atos, sempre em prol do interesse público, sem a
cos e dos institutos da centralização e da descentrali- necessidade de prévia manifestação do Poder Judi-
zação administrativa, assinale a opção correta. ciário. A frase III diz respeito ao princípio da presun-
ção de legitimidade dos atos administrativos, uma
a) Os entes criados por
por descentralização permanecem vez que a Administração Pública não pode agir como
hierarquicamente subordinados aos órgãos dos quais
foram descentralizados. bem entender,
legalidade, bemdeve sempre
como deverespeitar o princípio
fundamentar todos da
os
b) A administração centralizada atua por meio de órgãos seus atos. Tal vinculação reveste os atos administra-
públicos, que são unidades dotadas de personalidade tivos de presunção juris tantum, o que signica que
 jurídica e que expressam a vontade do Estado admite prova em contrário. Resposta: Letra A.
c) A descentralização
descentralização administrativa
administrativa caracteriza-se
caracteriza-se pela
retirada de atribuições da esfera do interesse público 4.  (CONTEMAX – 2019) Complete a lacuna com a alter-
e sua transferência para o domínio privado. nativa CORRETA:
d) A criação e a extinção de órgãos públicos devem   “A _____________é a entidade da administração públi-
observar a exigência de lei ou decreto especíco. ca indireta considerada um serviço autônomo, criado
e) A descentralização política ocorre quando o ente
descentralizado exerce atribuições próprias que não por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e recei-
decorrem do ente central. ta própria para executar atividades típicas da Admi-
nistração Pública, que requeiram para seu melhor
 A le
letr
traa A es
está
tá er
erra
rada
da,, po
pois
is os en
ente
tess cr
cria
iado
doss po
porr de
descscen
entr
tra-a- funcionamento, gestão administrativa e nanceira
lização não estão subordinados ao ente criador, uma vez descentralizada”.
que eles possuem autonomia para exercer suas funções
 porr con
 po contata pr
próp
ópri
riaa e re
resp
spon
onde
derr pel
pelaa prá
práti
tica
ca de at
atosos da
dano
no-- a) Empresa pública.
sos. A letra B está errada, pois os órgãos públicos são entes b) Autarquia.
despersonalizados,
despersona lizados, não podendo atuar por conta própria, c) Sociedade de economia mista.
 poss
 po ssui
uind
ndoo certa
certa subo
subordrdin
inaç
ação
ão hier
hierárárqu
quic
icaa ao Esta
Estadodo.. A d) Fundação.
letra C está errada, pois descentralização é o fenômeno e) Consórcio público.
em que há delegação de competências de um ente público
 para
 pa ra ou
outr
troo ent
entee dis
disti
tint
nto,
o, co
comm per
perso
sonanali
lida
dadede ju
jurí
rídi
dica
ca pr
pró-ó-  As letra
letrass A e C estão erradas, porque as empres
empresas
as
 pria
 pr ia.. A le
letr
traa D es
está
tá er
erra
rada
da,, po
pois
is a ex
exig
igên
ênci
ciaa de le
leii ou de
decr
cre-e-  públicas e socieda
sociedades
des de economia mista não são
to especíco vale apenas para os entes descentralizados, criadas por lei, mas, para o seu devido funcionamen-
não para os órgãos públicos. Resposta: Letra E. to, precisam ser autorizadas por lei. Além disso, tais
 pessoas podem exerce
exercerr alguma
alguma ativida
atividade
de econômica,
econômica,
3. (FCC – 2016) Considere:
o que não caracteriza como atividade típica
típic a da admi-
nistração. A letra D está errada, pois uma fundação
I. Determinado Estado da Federação ativida-
Federação scaliza a ativida
de de autarquia estadual, com o objetivo de garantir a não é um serviço autônomo, mas a união do patri-
observância de suas nalidades institucionais. mônio de diversos entes distintos para atender a uma
II. A Administração pública
pública pode, através dos meios  nalidade
 nalid ade especí
especíca,
ca, de relev
relevante
ante inter
interesse
esse público. A
legais cabíveis, impedir quaisquer atos que ponham letra E está errada, pois consórcio público caracteri-
em risco a conservação de seus bens. za-se pela união voluntária, entre dois ou mais entes
III. Os atos da Administração pública revestem-se de da federação, sem ns lucrativos, com o intuito de
presunção relativa, sendo o efeito de tal presunção a  prestarr serviço
 presta serviçoss e desenv
desenvolver
olver ações conjunta
conjuntass que
70 inversão do ônus da prova.  promovam
 promova m benefícios
benefícios públicos.
públicos. Resposta
Resposta:: Letra
Letra B. 

5. (FCC – 2020) Acerca das fundações instituídas e man-  Impossível dizer que não há relações de hierarquia
tidas pelo Poder Público, a Constituição Federal de e subordinação na organização administrativa. É
1988 dispõe: o caso dos órgãos públicos. Já os entes das Admi-
nistração Indireta possuem, sim, personalidade
a) Aplica-se a imunidade
imunidade tributária, no que se refere ao  jurídica própria, seus
seus bens e patrimônio não se con-
patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas  fundem com os membros federativos. Porém, sofrem
sofrem
nalidades essenciais ou às delas decorrentes. controle de scalização pelo Poder Público que lhe
b) Somente por lei especíca criada autar-
especíca poderá ser criada concedeu suas competências. Resposta: Letra B.
quia e fundação, e autorizada a instituição de empresa
pública e de sociedade de economia mista, cabendo à
lei complementar, neste último caso, denir as áreas
de sua atuação.
c) A proibição de acumulação
acumulação remunerada de cargos, AGENTES PÚBLICOS
empregos e funções públicas aplica-se apenas às fun-
dações de direito público e não às de direito privado. ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO
d) O afastamento eleitoral
eleitoral previsto no art. 38 da Consti-
tuição Federal de 1988 não se aplica aos servidores Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello,
públicos da administração fundacional, apenas aos são agentes públicos as pessoas que exercem uma
que atuam na administração direta e autárquica. função pública, ainda que em caráter temporário ou
e) Compete ao Tribunal
Tribunal de Contas julgar as contas dos sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla
administradores e demais responsáveis por dinheiros, e genérica, uma vez que engloba todos aqueles que,
bens e valores públicos da administração direta e indi- dentro da organização da Administração Pública,
reta, excluídas as fundações, que possuem conselho exercem determinada função pública.
scal para esse m. Assim, podemos dizer que agente público é gênero,
o qual comporta diversas espécies, como os agentes
 A letra B está errada, a Constituição dispõe que as políticos, os agentes militares, os servidores públi-
 fundações não são criadas, mas autorizadas por cos estatutários, os empregados públicos, os agentes
lei (art. 37, XIX). A letra C está errada, a proibição honorícos, entre outros. Por isso, vamos especicar
de acumular estende-se a empregos e funções e cada um deles com maiores detalhes.
abrange autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, Agentes políticos
e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
 pelo poder38público.
do artigo A letra
deixa claro que oD afastamento
está errada,eleitoral
o caput Os agentes políticos possuem como característica
aplica-se ao servidor público da administração dire- principal o fato de exercerem uma função pública de
ta, autárquica e fundacional. A letra E está errada, alta direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante
a Constituição no inciso II do artigo 71, não exclui eleições, e atuam em mandatos xos, os quais têm o
as fundações do julgamento de contas exercido pelo poder de extinguir a relação destes com o Estado de
Tribunal de Contas da União. Resposta: Letra A. modo automático pelo simples decurso do tempo.
Percebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o
6. (FUNDATEC – 2019) As sociedades de economia mis- Estado não é prossional, mas estatutária ou institu-
institu-
ta somente podem ser constituídas na forma de: cional. São agentes políticos os parlamentares, o Pre-
sidente da República, os prefeitos, os governadores,
a) Sociedade anônima. bem como seus respectivos vices, ministros de Estado
b) Sociedade limitada. e secretários.
c) Sociedade por
por ações ou sociedade limitada.
d) Alguma das espécies previstas
previstas para as sociedades Agentes Militares
empresárias.
e) Sociedade simples. Os agentes militares constituem uma categoria a

 A questã
questãoo exigia
exigia um conhe
conheci
cimen
mento
to especí
especíc
coo que dife
dife- parte dos demais
instituições agentes
militares políticos,
possuem uma
fortes vez que
bases as
funda-    O
   V
   I
rencia as empresas públicas das sociedades de economia mentadas na hierarquia e na disciplina. Apesar de    T
mista. Quanto à sua forma, as sociedades de economia    A
também apresentarem vinculação estatutária, seu    R
mista só podem ser constituídas na forma de socieda- regime jurídico é disciplinado por legislação especial,    T
   S
   I
de anônima, enquanto as empresas públicas podem se e não aquela aplicável aos servidores civis. São agen-    N
   I
constituir na forma que preferirem. Resposta: Letra A. tes militares os membros das Polícias Militares e dos    M
Corpos de Bombeiros militares dos Estados, Distrito    D
   A
7. (FCC – 2017) A organização administrativa brasileira Federal e Territórios, bem como os demais militares    O
tem como característica a: ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica. Algumas    T
   I
   E
características que merecem destaque são: a proibi-    R
   I
a) não previsão
previsão de estruturas descentralizadas.
descentralizadas. ção de sindicalização dos militares, a proibição do    D
b) personicação de entes integrantes da Administração
Administração    E
direito de greve, e a proibição à liação partidária.    D
indireta.    S
c) ausência de relações dede hierarquia.
hierarquia.    E
Servidores Públicos     Õ
d) ausência de mecanismos de coordenação e de contro-    Ç
   O
le nalístico.    N
e) inexistência de entidades submetidas a certas regras
regras De modo geral, podemos dizer que a Constituição
de direito privado. Federal de estatais:
os agentes 1988 apresenta
o regimedois tipos de regimes
estatutário para
ou de cargos
públicos, e o regime celetista ou de empregos públicos.
71

Os servidores públicos são contratados pelo regi- LEI Nº 8.112, DE 1990 E LEGISLAÇÃO
LE GISLAÇÃO PERTINENTE
me estatutário, enquanto os empregados públicos são
contratados pelo regime celetista, que muito se asse- O regime dos servidores públicos possui ampla pre-
melha às regras contidas na CL
CLT
T. visão normativa. Além do renomado artigo 37 da Cons-
tituição Federal, no âmbito infraconstitucional temos a
Atente-se a esse conceito: Servidor público 
público  é o Lei n° 8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos
agente contratado pela Administração Pública, direta Federais), isso é, a legislação que institui o regime jurí-
ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecio- dico dos servidores públicos da União, autarquias, fun-
nado mediante concurso público, para ocupar cargos dações, agências reguladoras e associações, todas em
públicos, possuindo vinculação com o Estado de natu- âmbito federal. Bastante exigida em concursos públi-
reza estatutária e não-contratual. cos, convém salientar as principais características a
O regime dos cargos públicos é disciplinado pela respeito do regime dos servidores públicos:
Lei Federal n° 8.112/1990, também conhecida como
Estatuto do Servidor Público. PODERES, DEVERES, PRERROGATIVAS, CARGO,
Frente a isso, um ponto relevante a ser ressaltado EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA

desse
m doregime
períodoé de
o alcance da estabilidade
estágio probatório. mediante
Tal alcance pero-
per- Para todos os efeitos legais, o servidor público está
mite que o servidor não seja desligado de suas funções, intrinsicamente ligado à noção de cargo público. Con-
salvo pelas hipóteses previstas em lei, como a sentença forme dispõe o art. 3° do Estatuto dos Servidores, cargo
 judicial transi
transitada
tada em julgado, processo administ
administrativo
rativo  público é o conjunto de atribuições
atribuições e responsabilidades
responsabilidades
disciplinar, ou a não aprovação em avaliação periódica  previstas
 previs tas na estrutu
estrutura
ra organ
organizaciona
izacionall que devem ser
de desempenho (art. 41, § 1°, da CF/1988). cometidas a um servidor. Os
servidor. Os cargos públicos, acessíveis
Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que a todos os brasileiros, são criados por lei, com denomi-
são vitalícios
vitalícios,, que se apresentam de forma mais van- nação própria e vencimento pago pelos cofres públicos,
tajosa, uma vez que o estágio probatório possui um para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
tempo menor (2 anos, sendo de 3 anos para os car- A criação, transformação, e extinção de cargos,
gos não-vitalícios), bem como o desligamento ocorrer empregos ou funções públicas depende sempre de uma
lei instituidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo
apenas mediante sentença condenatória transitada um cargo ou função vago, a sua extinção pode se dar
em julgado. São vitalícios os cargos de: Magistratura, mediante expedição de decreto pelo Poder Executivo.
do Tribunal de Contas, e os cargos dos membros do Para ocupar um cargo público, é necessário haver
Ministério Público. o seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato
Além da estabilidade, é também assegurado aos administrativo constitutivo e hábil para a investidu-
servidores estatutários
vejamos aqui alguns direitos trabalhistas,
os mais importantes: ra do servidor
requisitos para no respectivo cargo.
a investidura
investidura em Compúblico,
 em cargo relação dis-
aos
põe o art. 5° da Lei n° 8.112/1990:
Art. 39 (...) São requisitos básicos para investidura em cargo
§ 3°, da CF/1988 :  a) salário mínimo, b) remune- público:
ração de trabalho noturno superior ao diurno, c)
repouso semanal remunerado, d) férias remunera-  I - a nacionalidade
nacionalidade brasileira;
brasileira;
das, e) licença à gestante etc.  II - o gozo dos direitos
direitos políticos;
 III - a quitação com as obrigações militares e
Empregado Público eleitorais;
 IV - o nível de
de escolaridade exigido para o exercício
De modo diferente da contratação dos servidores, os do cargo;
empregados públicos são contratados mediante regime V - a idade mínima de dezoito anos;
celetista, isso é, com aplicação das regras previstas na VI - aptidão física e mental.
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de
uma vinculação contratual. A contratação de emprega- Há diversas formas de provimento
provimento   dos cargos
dos públicos se dá, em regra, pelas pessoas jurídicas de públicos, podendo ser classicados em dois grupos:
direito privado integrantes da Administração Indireta z  Quanto à durabilidade: O provimento pode ser de
(empresas públicas, sociedades de economia mista, con-
sórcios etc.). Além disso, o ingresso de tais pessoas tam- caráter efetivo,
efetivo, capaz de garantir estabilidade e até
bém depende da sua aprovação em concurso público. mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou em comis-
são,, quando o referido cargo não goza de estabilida-
são
O regime dos empregados públicos é menos prote- de, podendo o servidor ser destituído ad nutum,
nutum, isso
tivo do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato
fa to de é, de forma unilateral, sem a anuência do servidor.
que os empregados públicos não gozam da estabilida- z  Quanto à preexistência de vínculo: temos
vínculo: temos o provi-
de que os servidores possuem. Ao serem empossados, mento originário
originário,, que não depende de vinculação
os empregados passam por um período de experiên-  jurídica anterior com o Estado
Estado (nomeação
(nomeação);); ou
ou deri-
 deri-
cia de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os vado,, se o referido servidor já possuía algum víncu-
vado
empregados públicos podem ser dispensados. lo com o Estado (promoção, remoção, readaptação).
A diferença dos empregados públicos para com os
demais consiste no fato de que a sua demissão será sem- O art. 8° da Lei n° 8.112/1990 dispõe sobre as for-
pre motivada, após regular processo administrativo, mas de provimento em cargos públicos:
mediante contraditório e a ampla defesa. Importante
lembrar que, para a Adminis
Administração
tração Pública, a motivação z  Nomeação: trata-se da única forma de provimen-
de seus atos, bem como o tratamento impessoal e a na-na - to originário, uma vez que não exige uma relação
lidade pública, são princípios norteadores de sua atua-  jurídica prévia do servidor para com o Estado. A
ção. Uma demissão imotivada de um empregado público nomeação depende sempre de prévia habilitação
72 seria absolutamente inadmissível nessas condições. em concurso público de provas, ou de provas e

títulos. Além
títulos. Além disso, a nomeação poderá ser promo- foi injusta. Assim, a decisão judicial (pode ser a admi-
vida não somente em caráter efetivo, como tam- nistrativa também) determinou a invalidação de sua
bém para os cargos de conança ou em comissão demissão. Com isso, ele pode ser reintegrado e voltar
(incisos I e II, do art. 9° e 10, da Lei n° 8.112/1990) a trabalhar para a sua repartição pública.
z  Promoção
Promoção:: é uma forma de provimento derivado,  Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual
eventual ocu-
haja vista que ela benecia somente os servidores  pante será reconduzido ao
ao cargo de origem, sem direito
direito
que já ingressaram em cargos públicos em caráter à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ain-
efetivo. Os demais requisitos para o ingresso e o da, posto em disponibilidade (art.
disponibilidade (art. 28, § 2°, idem).
desenvolvimento do servidor na carreira, mediante Como estamos buscando salientar, a Administração
 promoção, serão estabelecidos pela lei que xar as não pode car criando cargos públicos a esmo, ele tem
diretrizes do sistema de carreira na Administração um número certo de cargos e de servidores públicos
 Pública Federal e seus regulamentos (art.
regulamentos (art. 10, pará- ocupantes desses cargos. Logo, o cargo pertence origi-
grafo único, da Lei n° 8.112/1990). nalmente a Carlos. Assim, se por exemplo, durante o
z  Readaptação: é, também, uma forma de provimen- período que esteve fora o servidor, Márcio estava ocu-
to derivado, pois trata-se de hipótese de atribuição pando seu cargo, ele deverá ser ou reconduzido para o
ao servidor para um cargo com funções e respon- seu cargo de origem, ou se isso não for possível (porque
sabilidades
ção distintas
que tenha sofridoeem
compatíveis com afísica
sua capacidade limita-
ou esse cargo foiem
aproveitado extinto
outrodurante esse período), ele pode ser
cargo similar.
mental, vericada em inspeção médica. Assim, por Não havendo outro cargo similar, Márcio será pos-
exemplo, um motorista de ônibus que sofre aciden- to em disponibilidade
te e acaba perdendo algum membro essencial para
dirigir poderá ser readaptado para executar uma z Recondução:  por m, a recondução é a forma
Recondução: 
função similar, mas não idêntica à anterior. Na de provimento derivado consistente no retorno
hipótese do servidor readaptando se mostrar com- do servidor público estável ao cargo anteriormen-
pletamente inválido para exercer qualquer cargo, te ocupado, e decorrerá de inabilitação em estágio
ele será compulsoriamente aposentado.  probatório relativo a outro cargo, ou ainda pela
z  Reversão: outra forma de provimento derivado,
reintegração do anterior ocupante (art.
ocupante (art. 29, I e II, da
em que temos o retorno à atividade de um servi-
dor aposentado por invalidez, ou por puro e sim- Lei n° 8.112/1990). Uma situação excepcional é a
ples interesse da Administração, desde que da extinção do cargo durante o período de estágio
probatório. Nessas condições, segundo a Súmula
a) tenha solicitado a reversão; n° 22 do STF,
STF, inexiste direito à recondução, e o ser-
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; vidor será exonerado.
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos É o caso do
reintegração doservidor
servidorMárcio, já recondução
Carlos. A mencionadotem
durante
priori-a
anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago (art. 25 do Estatuto dos Servido- dade em relação a pôr o servidor em disponibilidade. Pôr
res Públicos). o servidor em disponibilidade é considerada uma última
medida, pois o correto é a Administração fazer com que
A reversão far-se-á para o mesmo cargo ou para o todos os servidores que contratou trabalhem para ela,
cargo resultante de sua transformação. Em termos de ela deve evitar de ter um quadro cheio de servidores que
remuneração, o servidor que retornar à atividade por recebem remuneração e outros benefícios, mas que cam
interesse da Administração perceberá a remuneração “parados” porque não possuem um cargo para ocupar.
do cargo que voltar a exercer, em substituição da apo- Mas a Lei n° 8.112/1990 também faz menção das
sentadoria que recebia (art. 25, § 4°, idem). hipóteses de vacância
vacância,, isso é, são casos em que temos
a extinção do cargo público:
z  Aproveitamento: mais uma forma de provimen-
to derivado consistente no retorno de servidor em Art. 33. 
33.  São formas de vacância dos cargos
disponibilidade, sendo seu regresso obrigatório para  públicos:
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com  I – exoneração;
os do anteriormente ocupados 
ocupados  (art. 30 da Lei n°  II - demissão;    O
8.112/1990). Será tornado sem efeito o aproveita-  III - promoção;
 IV (REVOGADO);    V
   I
   T
mento e cassada a disponibilidade se o servidor não    A
entrar em exercício no prazo legal, salvo comprova- V (REVOGADO);    R
   T
VI - readaptação;    S
   I
da doença por junta médica ocial (art. 32, idem). VII - aposentadoria;    N
   I
z  Reintegração:
Reintegração:   é a forma de provimento derivado VIII - posse em outro cargo inacumulável;    M
que ocorre pela
ocorre pela reinves
reinvestidur
tiduraa do servidor
servidor estável
estável no
no  IX - falecimento.
falecimento.    D
cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultan-    A
   O
te de sua transformação, na hipótese de sua demissão Observe que algumas das hipóteses de vacância são    T
   I
ser invalidada por decisão judicial ou administrati-    E
as mesmas das hipóteses de provimento. Isso ocorre    R
   I
va, tendo direito também ao ressarcimento de todas porque, como mencionamos, o provimento derivado    D
as vantagens (art.
vantagens (art. 28, caput
caput,, Lei n° 8.112/1990). dos cargos públicos pressupõe uma relação jurídica    E
   D
anterior entre o servidor e a Administração Pública.    S
Supondo que, em uma situação anterior, o servi- Nessas hipóteses (readaptação, promoção), o Poder    E
    Õ
dor Carlos foi demitido por um motivo injusto. Esse Público necessita extinguir um cargo público (uma    Ç
   O
motivo injusto pode advir de qualquer evento, como relação jurídica anterior) para criar um cargo novo.    N
ter sido erroneamente acusado de ter praticado Dessas hipóteses, a que merece maiores esclare-
uma transgressão (falaremos das transgressões em cimentos é a exoneração
exoneração.. Nas linhas do artigo 35, a
momento posterior). Carlos, então, resolveu ingressar exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servi-
em juízo e conseguiu comprovar que a sua demissão dor, ou de ofício. Quando
ofício. Quando de ofício, a exoneração será 73

realizada quando não satisfeitas as condições do está- Geralmente essas prerrogativas mais exclusivas são
 gio probatório;
probatório; ou ainda quando, tendo
tendo tomado posse, o aplicáveis para os cargos militares e para os cargos de
servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. natureza política.
A substituição
substituição   encontra-se disposta no artigo 38 No momento, é importante focar nas prerrogativas
do Estatuto. Segundo o caput
caput desse
 desse dispositivo, os ser- que se aplicam para todos os servidores públicos, que
vidores investidos em cargo ou função de direção ou ocupam cargos públicos em geral. A primeira grande
chea e os ocupantes de cargo de Natureza Especial prerrogativa diz respeito à estabilidade.
terão substitutos indicados no regimento interno ou, no
terão substitutos indicados no regimento interno ou, no A estabilidade
estabilidade é
 é a condição que o servidor público
caso de omissão, previamente designados pelo dirigen- atinge após completar alguns requisitos. O seu princi-
te máximo do órgão ou entidade. pal efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor
A substituição é uma troca de um servidor por outro, público não pode ser demitido por razões de conve-
aplicável somente para os cargos de comissão ou função niência ou oportunidade pela Administração. Ela não
de direção e chea, bem como cargos de Natureza Espe-
Espe- pode demitir o servidor estável “porque não quer
cial. O servidor substituto indicado assume, automatica- mais” trabalhar com ele.
mente, o exercício do cargo, nos casos de afastamentos, Segundo o artigo 21 do Estatuto dos Servidores
impedimentos legais ou regulamentares do titular, bem Públicos Civis da União, uma vez que o servidor seja
como na hipótese de vacância do cargo. habilitado em concurso
de provimento público eestabilidade
efetivo adquirirá empossadono emserviço
cargo
Um direito muito importante do servidor substitu-
to é que ele pode optar, entre o cargo que ocupava  público
 públi co ao compl
completar
etar 2 (do
(dois)
is) ano
anoss de
de efet
efetivo
ivo exe
exercício.
rcício
antes e o cargo que passa a ocupar pela substituição, Interessante observar que a Constituição Federal
pela remuneração mais vantajosa (art. 38, § 2°). Seria de 1988 também prevê a prerrogativa de estabilida-
de em seu artigo 41. Todavia, os requisitos são distin-
injusto o substituto ganhar menos do que recebia tos: para o Texto Constitucional, o servidor público só
antes da substituição. adquire estabilidade após completar 3 (três) 
(três) anos de
efetivo exercício.
exercício.
Acumulação de cargo, emprego, e função pública Isso não signica que, uma vez o servidor estando
estável no seu cargo, ele pode fazer o que quiser e não
Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções sofrerá nenhuma punição. A estabilidade não lhe dá
públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídi- “carta branca” para agir como bem entender. Por isso
co brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de car-car- o conteúdo do artigo 22 da Lei n° 8.112/1990: O servidor
gos e empregos públicos.
públicos. Tal proibição se estende, estável só perderá o cargo em virtude de sentença judi-
inclusive, para as entidades da Administração Indi- cial transitada em julgado ou de processo administrati-
reta. O caput
caput do
 do art. 118 da Lei n° 8.112/1990 dispõe vo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
no mesmo sentido: Ressalvados
sentido:  Ressalvados os casos previstos na O Texto Constitucional vai um pouco além: ele pre-
Constituição, é vedada a acumulação remunerada de vê
dorao todo, quatro
estável. modalidades de demissão de servi-
São elas:
cargos públicos.
públicos. Apesar do referido texto legal dispor
sobre agentes públicos no âmbito federal, entendemos
que também possa ser aplicado aos agentes públicos z Por sentença judicial transitada em julgado:
julgado : é
dos Estados, Municípios, e Distrito Federal. a forma mais demorada para se demitir um servi-
dor, considerando todo o aspecto burocrático exis-
Pela leitura do dispositivo, vemos que a própria tente no processo judicial. O trânsito em julgado da
Constituição Federal dispõe de um rol de casos excep- sentença somente ocorre quando esgotados todos
cionais em que é permitida a acumulação dessas fun- os recursos cabíveis.
ções. Há entendimento praticamente unânime de que z Mediante processo administrativo em que lhe
se trata de um rol taxativo, ou seja, são válidas apenas seja assegurada ampla defesa. As regras referentes
aquelas hipóteses de acumulação de cargos. ao Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD)
Assim, as hipóteses de acumulação de cargos cons- serão vistas mais adiante.
titucionalmente autorizadas são: z Mediante procedimento de avaliação periódica
de desempenho,
desempenho, na forma de lei complementar,
z  Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a); assegurada ampla defesa: quem não for aprovado
z  Um cargo de professor com outro técnico ou cien- na avaliação periódica de desempenho, pode ser
exonerado de seu cargo público, independentemen-
z  tíco cargos
Dois (art. 37,ou
XVI, b);
empregos privativos de prossio-
prossio- te de ter completado o período de efetivo exercício.
nais na área da saúde (art. 37, XVI, c); z Por excesso de gasto com pessoal:
pessoal : as hipóte-
z  Um cargo de vereador com outro cargo, emprego
ses 1 a 3 estão previstas nos incisos do artigo 41.
ou função pública (art. 38, III); Todavia, essa última hipótese encontra-se disposta
no inciso II, do §3º, do artigo 169 da CF/1988. Sob
z  Um cargo de magistrado e outro de magistério (art.
o aspecto orçamentário e nanceiro, não pode a
95, par. único, I); Administração Pública realizar gastos superiores
z  Um cargo de membro do Ministério Público e outro
àqueles previstos em seu orçamento anual. Com
de magistério (art. 128, § 5°, II, d). isso, havendo a necessidade, é possível, sim, que
um servidor estável seja exonerado de seu car-
Das prerrogativas, dos Direitos, vantagens e go, apenas por motivos de “balancear” as contas
autorizações dos servidores públicos públicas.

Prerrogativa é qualquer situação de vantagem Outra prerrogativa que merece maior destaque é
obtida pela natureza de um cargo ou de uma função. a vitaliciedade
vitaliciedade.. É um instituto bastante parecido com
No caso dos agentes públicos, existem algumas prer- a estabilidade, mas não pode ser confundida com a
rogativas que são comuns para todo e qualquer car- mesma. A vitaliciedade não é adquirida por qualquer
go público,
mais e existem
restritas, algumas
exclusivas prerrogativas
apenas para algunsque são
cargos. servidor: ela é somente concedida para alguns cargos
públicos especiais.
74

São considerados cargos vitalícios,


vitalícios, segundo a pró-  Ajuda de custo por falecimento: 
falecimento:  devido à
pria Constituição Federal:
Federal: os cargos de Magistratura família do servidor que vier a falecer na nova
(art. 95, I), os membros do Ministério Público (art. 128, sede, sendo devido para custear o transporte
§ 5°, a), e os cargos ocupados pelos membros do Tribu- para a localidade de origem;
nal de Contas da União ou TCU (art. 73, § 3°).  Diárias por deslocamento: devida
deslocamento: devida ao servidor
A vitaliciedade é um instituto ainda mais forte do que que se afastar, por motivos de serviço, da sede
a estabilidade. Uma vez que a pessoa ocupe um desses em caráter transitório, para outro local dentro ou
cargos vitalícios, ela somente pode ser exonerada
e xonerada median- fora do país, receberá tal indenização como for-
te sentença judicial transitada em julgado. Essa é a única ma de ajuda no custeio do processo de mudança;
hipótese de exoneração, motivo pelo qual ela garante
  Auxílio-moradia: trata-se de ressarcimento
uma prerrogativa maior do que apenas a estabilidade.
Das hipóteses de exoneração, apesar de ser um das despesas comprovadamente realizadas
aspecto relativo ao Regime de Previdência, é também pelo servidor com aluguel de moradia ou com
considerada como uma forma de exoneração a apo- hospedagem realizado por algum hotel, depen-
sentadoria compulsória, isso é, a concessão do referido dendo do preenchimento de alguns requisitos,
benefício previdenciário quando o servidor estável ou como não ter um imóvel funcional disponível
vitalício completar 75 (setenta e cinco) anos de idade. para uso, seu cônjuge não ser ocupante de
A diferença
sória, é que,
o servidor node
para caso da aposentadoria
trabalhar, compul-
mas continua rece- imóvel
soa quefuncional,
resida comouo servidor
que nenhuma
recebaoutra pes-
a mesma
bendo uma “remuneração”, chamada de provento. indenização etc.
A Lei n° 8.112/1990, em seus artigos 40 e 41, elen-   Graticações, Adicionais e Retribuições: O
ca diversos direitos e graticações 
graticações  aos servidores art. 61 do Estatuto dos Servidores Públicos tam-
públicos, os quais são de grande importância conhe- bém prevê o pagamento das seguintes grati- grati -
cer. Vejamos os principais direitos: cações: I - retribuição pelo exercício de função
de direção, chea e assessoramento; II - grati-
grati -
z  Vencimentos: vencimentos está para o servidor cação natalina; IV - adicional pelo exercício de
assim como o salário está para o empregado. 
empregado. Con- atividades insalubres, perigosas ou penosas; V
siste na retribuição pecuniária pelo exercício do - adicional pela prestação de serviço extraordi-
cargo público, cujo valor é previamente xado nário; VI - adicional noturno; VII - adicional de
em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, em férias; VIII - outros, relativos ao local ou à natu-
regra, irredutíveis. reza do trabalho; IX - graticação por encargo
z Remuneração: é mais abrangente. É o vencimen- de curso ou concurso.
to do cargo, somado a todas as outras vantagens
pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor O servidor, em relação às férias
férias,, fará jus a trin-
pago ao servidor público, independentemente de ta dias de
podem serlicença para cada
acumuladas, até o12máximo
meses dedeserviço, que
dois perío-
sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigen-
te (art. 
(art. 39, § 3°, da CF/1988). dos, no caso de necessidade do serviço (art. 77, Lei n°
8.112/1990). Poderão ser parceladas em até três perío-
O artigo 39 da Constituição Federal apresenta dos, desde que assim requeridas pelo servidor, e no
algumas regras gerais sobre o regime dos servi- interesse da administração pública, na forma do § 3°
dores públicos. Dentre as regras constitucionais, do mesmo dispositivo legal.
o §1° do referido dispositivo prevê que a  xação As licenças são uma espécie de afastamento com
dos padrões de vencimento e dos demais com- algumas características próprias. 
próprias.  Estão dispostas nos
 ponentes do sistema remuneratório observará artigos 81 e seguintes da Lei dos Servidores Públicos
três aspectos: a natureza, o grau de responsabili- Federais. Conceder-se-á licença ao servidor:
dade e a complexidade dos cargos componentes de
cada carreira; os requisitos para a investidura; e  I - por motivo de doença
doença em pessoa da família;
família;
também as peculiaridades dos cargos.  II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
companheiro;
z  Regime de subsídios: trata-se de uma forma espe-  III - para o serviço
serviço militar;    O
cial de remuneração, feita em uma única parcela.  IV - para atividade
atividade política;
política;    V
   I
   T
O regimefoi
CF/1988, deintroduzido
subsídios, previsto no art. 39,de§ coibir
com a nalidade 4°, da V
VI- -para
paracapacitação;
tratar de interesses particulares;
particulares;    A
   R
   T
os “supersalários” comumente existentes no regi- regi- VII - para desempenho de mandato classista.    S
   I
me de servidores públicos brasileiros. Importante    N
   I
ressaltar que recebem por subsídios somente os Apesar de haver previsão para concessão de licen-    M
   D
Chefes do Poder Executivo, parlamentares, magis- ça por prêmio em virtude de assiduidade, tal hipóte-    A
trados, ministros de Estado, secretários estaduais, se acabou sendo revogada pela Lei n° 9.527/1997. As    O
   T
membros do Ministério Público e da Advocacia licenças, como se depreende, são hipóteses de desli-    I
   E
Pública, entre outros. gamento temporário do servidor com o seu respectivo
re spectivo    R
   I
   D
z Indenizações: as indenizações 
indenizações  são valores pagos cargo, havendo uma expectativa para o seu retorno.    E
aos servidores, mas que não integram seus ven- As licenças poderão ser concedidas com ou sem remu-    D
   S
cimentos. O Estatuto prevê algumas hipóteses de neração, a depender de cada situação.    E
Os afastamentos
afastamentos,, que não se confundem com as     Õ
recebimento de indenizações:    Ç
licenças, são hipóteses em que há um desligamento    O
   N
 Ajuda de custo por mudança, devida como permanente do servidor com o seu cargo, e, em regra,
forma de compensar as despesas de instalação o seu prazo para retorno é bem maior, o que torna
de servidor que tiver exercício em nova sede, menos provável a sua chance de retorno. Além disso,
ocorrendo mudança de seu domicílio; quem tem interesse no afastamento do servidor são 75

ambos o servidor
Estão previstos e aartigos
nos própria93Administração
e seguintes daPública.
Lei n° bémMas o Regime
possui de Previdência
dispositivos previstosdosem
Servidores tam-
seu Estatuto.
8.666/1990. São quatro hipóteses: Segundo o artigo 184 da Lei n° 8.112/1990, o Plano
de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a
 I – para servir a outro órgão ou entidade;
entidade; que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreen-
 II – para exercício
exercício de mandato
mandato eletivo; de um conjunto de benefícios e ações que atendam às
 III – para estudos
estudos ou missões no exterior; seguintes nalidades:
 IV – para participação em programa de pós-gra-
duação stricto sensu dentro do País.  I - garantir meios de subsistência nos eventos de
doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, ina-
Para compreender melhor a diferença entre licen- tividade, falecimento e reclusão;
ças e afastamentos, segue uma tabela explicativa.  II - prot
proteçã
eçãoo à mate
maternid
rnidade,
ade, à adoç
adoção
ão e à pate
paternid
rnidade
ade;;
 III - assistência à saúde.
L ICE NÇA A FAS TAM ENTO
De modo geral, pode-se dizer que ao servidor é
Finalidade é de interes- Finalidade é de interesse garantido os seguintes benefícios previdenciários:
se exclusivo do agente do agente e da Adminis-
público. tração Pública. z  Aposentadoria: possui previsão tanto na Consti-
tuição Federal quanto na Lei n° 8.112/1990. O Regi-
Ex: doença do cônjuge/ Ex: realização de espe- me Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS)
membro da família; para cialização; realização de também sofreu alterações na chamada “reforma
exercer atividade política; missão no exterior; para da previdência”, promulgada pela Emenda Cons- Cons-
para tratar de interesses servir a outro órgão/ titucional n° 103/2019. Com isso, temos dois textos
particulares. entidade. normativos que, até o presente momento, dispõem
Possui prazos mais cur- Possui prazos mais lon- sobre a aposentadoria.
tos (dias, semanas). gos (meses, anos).
À luz da Constituição Federal 
Federal (art. 40), o
40), o servidor
será aposentado:
Importante! z  Por incapacidade permanente para
permanente para o trabalho, no
Uma questão que costuma cair com bastante fre- cargo em que estiver investido, quando insuscetível
quência nas provas de concurso público é sobre a de readaptação. O Texto Constitucional explicita que
remuneração de servidor afastado para exercício será obrigatória a realização de avaliações periódi-
cas para vericação da continuidade das condições
de mandato
A regra geraleletivo
é que, (artigo 94, Leium
para exercer n° mandato
8.112/1990).
ele- que ensejaram a concessão da aposentadoria, na for-
tivo, o servidor deve se afastar do cargo e deixar ma de lei do respectivo ente federativo.
z  Compulsoriamente,
Compulsoriamente, com  com proventos proporcionais
de receber a remuneração do mesmo. Porém,
tratando-se de exercício de mandato de Prefeito,  ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
o servidor afastar poderá optar, dentre as duas idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade,
remunerações, por aquela que lhe for mais vanta- na forma de lei complementar n° 152/2015. Essa
 josa (valores maiores, mais benefícios etc.). Lei complementar dispõe sobre a aposentadoria
compulsória com proventos proporcionais, sendo
aplicável aos servidores ocupantes de cargos públi-
Outro aspecto importante: no caso de mandato de cos da União, Estados, Municípios, Distrito Federal
Vereador, o servidor poderá exercer os dois car- e suas autarquias e fundações; aos membros do
gos e receber ambas as remunerações, desde que Poder Judiciário; aos membros do Ministério Públi-
comprovada a compatibilidade de horários horários  (atua co; e aos membros da Defensoria Pública.
como Vereador de dia e como agente público de noite, z Voluntariamente
Voluntariamente,, no âmbito da União, aos 62
e vice-versa). Sendo incompatível o horário dos dois (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
cargos, o Vereador pode optar pela remuneração mais (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no
vantajosa, igual ao Prefeito. Isso é assim porque, mui- âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
tas vezes, a remuneração dos Prefeitos e Vereadores cípios, na idade mínima estabelecida mediante
de pequenos Municípios costuma ser menor do que emenda às respectivas Constituições e Leis Orgâ-
a remuneração do cargo público anterior, e ele pode nicas, observados o tempo de contribuição e os
facilmente se locomover de um ambiente de trabalho demais requisitos estabelecidos em lei comple-
para outro nesse Municípios de porte menor. mentar do respectivo ente federativo.
Do Regime Previdenciário (RPPS) Com base na Lei n°
n° 8.666/1990 (art. 186), ao
186), ao servi-
dor federal poderá ser concedido aposentadoria:
Servidor público não é empregado. Por isso, não se
aplica a ele o Regime Geral de Previdência, conhecido z Aposentadoria por invalidez permanente;
invalidez permanente; sendo os
também como RGPS. Os servidores possui um regime proventos integrais quando decorrente de acidente
próprio denominado Regime Próprio de Previdência
dos Servidores (ou RPPS). em serviço, moléstia prossional ou doença grave,
Esse regime tem suas políticas elaboradas e executa- contagiosa ou incurável, especicada em lei, e propor-
propor-
das pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazen- cionais nos demais casos;
z  Aposentadoria
Aposentadoria   compulsória
compulsória,, aos setenta anos de
da. Neste Regime, é compulsório para o servidor público
do ente federativo que o tenha instituído, com teto e subte- idade, com proventos proporcionais ao tempo de ser-
76 tos denidos pela Emenda Constitucional n° 41/2003. viço; ou ainda

z  Aposentadoria voluntária,
voluntária, de acordo com os ou companheira que comprove união estável
seguintes critérios de idade e de contribuições: aos como entidade familiar; ou ainda ao lho de qual-
qual-
35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos quer condição, ou seja, todos os entes equipara-
30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; aos dos a lho (enteado, menor tutelado), desde que
30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções preencha as seguintes condições: a) seja menor de
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se 21 (vinte e um) anos; b) seja inválido; c) tenha de-
de-
professora, com proventos integrais; aos 30 (trinta) ciência grave; ou ainda d) tenha deciência inte-
inte -
anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cin-
cin- lectual ou mental.
co) se mulher, com proventos proporcionais a esse z Auxílio-reclusão (art. 229): outro
229): outro benefício tam-
tempo; aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se bém devido aos dependentes do servidor, cujo
homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com pro- valor poderá ser:
ventos proporcionais ao tempo de serviço.
 I - dois terços da remuneraçã
remuneração,
o, quando afastado
Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional  por motivo de prisão, em agrante ou preventiva,
n° 103/2019, as regras para a aposentadoria voluntá- determinada pela autoridade competente, enquan
ria dos agentes públicos sofreram algumas alterações. to perdurar a prisão;
As chances de uma questão sobre essas novas regras  II - metade da remuneração, durante o afastamen-
to, em virtude de condenação, por sentença deni-
deni-
caírem em uma
é importante seprova no momento
prevenir. Existem são pequenas,
também regrasmas
de tiva, a pena que não determine a perda de cargo.
transição mais especícas, as quais devem ser conhe-
conhe- Dos Deveres e Responsabilidades dos Servidores
cidas pelo candidato, ao menos um pouco. Por isso, Públicos
uma leitura da emenda constitucional 103/2019, na
íntegra, é altamente recomendada. Apesar da grande quantidade de direitos e vantagens,
o Estatuto dos Servidores Públicos também atribui aos
z  Auxílio-natalidade (art. 196): o auxílio-natalida- mesmos diversos deveres, com base no regime disciplinar
de é 
é devido à servidora por motivo de nascimento o qual, se não for atendido, enseja a instauração de pro-
de lho, em quantia equivalente ao menor ven- ven - cesso disciplinar para a apuração de infrações funcionais.
cimento do serviço público, inclusive no caso de Nos termos do artigo 116 da Lei n° 8.112/1990:
natimorto.
z  Salário-Família (art. 197): o salário-família 
salário-família  é Art. 116 
116  São deveres
deveres do servidor:
devido ao servidor segundo o número de depen-  I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
dentes econômicos deste. Para todos os efeitos, são cargo
considerados dependentes econômicos, na forma  II - ser leal às instituições
instituições a que servir;
servir;
do artigo 197, parágrafo único:  III - observar as normas legais e regulamentares;
regulamentares;
 IV - cumprir as ilegais;
manifestamente ordens superiores, exceto quando
 I - o cônjuge ou companheiro e os lhos, inclusive
os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se V - atender com presteza;
estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inváli- a) ao público em geral, prestando as informações
do, de qualquer idade; requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
 II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, median- b) à expedição de certidões requeridas para defesa
te autorização judicial, viver na companhia e às de direito ou esclarecimento de situações de inte-
expensas do servidor, ou do inativo; resse pessoal;
 III - a mãe e o pai
pai sem economia própria.
própria.   c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
z Licença para tratamento de saúde (art. 202), 202), em razão do cargo ao conhecimento da autoridade
superior ou, quando houver suspeita de envolvi-
essa licença dependente de perícia médica, sem mento desta, ao conhecimento de outra autoridade
prejuízo da remuneração a que zer jus. O servi-
servi - competente para apuração;
dor precisa comprovar que realmente está doente VII - zelar pela economia do material e a conserva-
e não pode trabalhar. ção do patrimônio público;    O
z Licença à gestante, à adotante e licença-pater-
licença-pater - VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;    V
   I
nidade (art. 207):
207): a licença à gestante/adotante/  IX - manter conduta compatível com a moralidade    T
   A
paternidade será sem
rior a 120 dias, concedida porda
prejuízo prazo não supe-
remuneração. administrativa;
 X - ser assíduo e pontual
pontual ao serviço;    R
   T
   S
   I
Todavia, a servidora gestante poderá prorrogar  XI - tratar com urbanidade as pessoas;
pessoas;    N
   I
esse prazo, desde que o requeira até o nal do pri-
pri -  XII - representar contra ilegalidade, omissão ou    M
   D
meiro mês após o parto, e terá duração de sessenta abuso de poder.    A
dias. Trata-se de uma inovação trazida pelo Decre-
Decre -    O
   T
   I
to n° 6.690/2008 Ao mesmo tempo, o artigo 117 da mesma Lei    E
z  Licença por acidente em serviço (art. 211):211) : o impõe aos servidores públicos diversas proibições
proibições..    R
   I
Trata-se de uma matéria que exige grande capacidade    D
Estatuto considera como acidente em serviço o    E
dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se de memorização, ainda que não necessite de um alon-    D
relacione, mediata ou imediatamente, com as atri- gamento muito detalhado.    S
   E
buições do cargo exercido.
exercido.     Õ
   Ç
z  Pensão por morte (art. 215): esse é um dos raros
Art. 117 Ao
117 Ao servidor é proibido:    O
 I - ausentar-se
ausentar-se do serviço durante
durante o expediente, sem    N
benefícios que não é devido ao servidor (por
motivos óbvios), mas a seus dependentes, incluin-  prévia autorização
autorização do chefe imediato;
imediato;
 II - retirar
retirar,, sem prévia anuênc
anuência
ia da autorida
autoridadede com-
do nesse grupo o cônjuge, o cônjuge divorciado ou  petente,
 pete nte, qual
qualquer
quer docu
document
mentoo ou
ou objet
objetoo da
da repa
repartiç
rtição;
ão;
separado judicialmente ou de fato; o companheiro  III - recusar fé a documentos públicos;
públicos; 77

injusticada ao andamento
 IV - opor resistência injusticada andamento de administrativo, sendo assegurado ao acusado direito
documento
V - promover e processo ou execução
manifestação deou
de apreço serviço;
desapreço ao contraditório e à ampla defesa, sendo obrigatória,
inclusive, a presença do advogado em todas as fases
no recinto da repartição; do referido processo (Súmula n° 343 do STJ).
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora Todavia, tal entendimento vem sofrendo alte-
dos casos previstos em lei, o desempenho de atri- rações, pois o STF já reconheceu em Súmula Vincu-
buição que seja de sua responsabilidade ou de seu lante n° 5 entendimento de que a falta de defesa
subordinado; técnica no processo administrativo disciplinar não é
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de inconstitucional.
 liarem-se a associação
associação prossional
prossional ou sindical,
sindical, ou Em relação às penalidades administrativas apli-
administrativas apli-
a partido político; cáveis aos servidores públicos, a Lei n° 8.112/1990
VIII - manter sob sua chea imediata, em cargo (art. 127) prevê aplicação das seguintes sanções:
ou função de conança, cônjuge, companheiro ou
 parente até o segundo
segundo grau civil;
civil;
z  Advertência:  é a sanção mais branda, aplicável
Advertência: 
 IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
ou de outrem, em detrimento da dignidade da fun- por escrito para o servidor que cometer atos como:
ção pública; ausentar-se do serviço injusticadamente; recusar
fé a documento público; retirar qualquer docu-
 X - participar de gerência ou administraç
administração ão de
sociedade privada, personicada ou não personi- personi - mento da repartição sem a devida autorização;
cada, exercer o comércio, exceto na qualidade de manter sob osua cheagrau;
cônjuge,
acionista, cotista ou comanditário; parente até segundo entrecompanheiro
outros. ou
 XI - atua
atuar,
r, como proc
procura
urador
dor ou inte
intermed
rmediári
iário,
o, junt
juntoo a z Suspensão:
Suspensão: aplicável
 aplicável somente quando o servidor
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí- é reincidente nas faltas puníveis por advertên-
cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o cia, desde que não tipiquem infrações sujeitas a
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; demissão do cargo. A suspensão não poderá ser
 XII - rec
receber
eber prop
propina
ina,, comi
comissão
ssão,, pres
presente
ente ou van
vantage
tagemm aplicada por prazo maior a noventa dias.
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
z  Demissão: trata-se da penalidade mais grave atri-
 XIII - aceitar
aceitar comissão, emprego ou pensão pensão de esta-
do estrangeiro; buída ao servidor público, uma vez que tem o con-
 XIV - praticar
praticar usura sob qualquer de suas formas; dão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será
 XV - proceder de de forma desidiosa; aplicada nos casos em que o servidor: cometer
 XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da crime contra a administração pública; abandonar
repartição em serviços ou atividades particulares;
particulares; seu cargo; improbidade administrativa; praticar
 XVII - cometer a outro servidor atribuições estra- conduta escandalosa na repartição; ofender sica-
sica-
nhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de mente, em serviço, outro servidor; revelar segre-
emergência e transitórias; do o qual obteve devido a sua função; corrupção;
receber propina, comissão, ou outra vantagem de
 XVIII - exercer
incompatíveis quaisquer
com atividades
o exercício que
do cargo ou sejame
função qualquer espécie em razão de suas atribuições;
com o horário de trabalho; etc. Muitas dessas hipóteses impedem que o infra-
 XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais tor retorne ao serviço público federal, por isso tra-
quando solicitado. ta-se de uma das penalidades mais gravosas.
z  Cassação de Aposentadoria ou da Disponibi-
Disponibi -
Por m, em relação à responsabilidade
responsabilidade   dos ser- lidade: o servidor inativo que houver praticado
vidores públicos, o art. 121 da Lei n° 8.112/1990 é bas- falta punível com a demissão, terá a sua aposenta-
tante claro ao dispor que “O “ O servidor responde civil, doria, ou sua disponibilidade cassada.
 penal e administrativamente pelo exercício irregular z  Destituição de Cargo em Comissão ou Função
de suas atribuições”.
atribuições”. Vemos, então, que uma única Comissionada: caso o servidor ocupante de car-
conduta praticada pelo referido servidor pode ense- go não efetivo cometa uma das faltas passíveis da
 jar em responsabilização em três esferas distintas. A pena de suspensão e demissão, poderá perder o
responsabilidade civil 
civil  do servidor público decorre seu cargo de conança ou função comissionada.
da prática de atos comissivos ou omissivos, que sejam
capazes de causar danos materiais ao erário (patrimô- Por m, é importante ressaltar que ao servidor é
nio público), ou a terceiros. conferido direito de petição,
petição, na forma do artigo 104 e
A responsabilidade
fundamento na apuraçãopenal 
penal   do conduta
de uma servidor criminal,
tem seu seguintes da Lei n° 8.666/1990, para requerer direitos e
interesses próprios em face do Poder Público. O reque-
isso é, a hipótese em que o servidor público possa pra- rimento será dirigido à autoridade competente para
ticar um ilícito penal, ou crime. A responsabilidade decidi-lo e na sequência encaminhado por intermé-
penal é, denitivamente, a mais grave e perigosa, umau ma dio daquela a qual o servidor estiver imediatamente
vez que ela pode repercutir nas demais esferas, tanto subordinado. Deve ser respeitado o princípio do con-
pela condenação do servidor condenado, como pela traditório e da ampla defesa, dando espaço para que
sua absolvição pela falta de provas materiais ou pela tanto o servidor público como o Estado possam impug-
negação de sua autoria, sendo essas últimas hipóteses nar todos os pontos do requerimento, apresentar sua
apenas exceções. defesa técnica escrita, e interpor recursos (art. 107, Lei
A responsabilidade administrativa, por outro n° 8.666/1990) das decisões que lhe prejudicarem.
lado, consiste na instauração de processo discipli- O direito de requerer decai: em 5 (cinco) anos,
nar (art.
nar  (art. 116 e seguintes, Lei n° 8.112/1990), pelo qual quanto aos atos de demissão e de cassação de apo-
haverá a vericação da conduta delituosa do agen- agen- sentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interes-
te, bem como a aplicação da pena mais adequada. se patrimonial e créditos resultantes das relações de
Imprescindível reforçar que a aplicação de qualquer trabalho; ou em 120 (cento e vinte) dias, nos demais
78 pena ao servidor público pressupõe um processo casos, salvo quando outro prazo for xado em lei.

Do Processo Administrativo Disciplinar: conceito, O inquérito administrativo é a fase em que temos a


princípios, fases e modalidades apuração da responsabilidade disciplinar do servidor
público. Ela compreende a fase instrutória (colheita
O processo administrativo é o instrumento desti- de provas), a citação e apresentação da defesa do ser-
nado a apurar as responsabilidades do servidor por vidor que está sendo acusado, além da produção de
infração praticada no exercício de suas atribuições ou
relacionada ao cargo que ocupa. O processo pode ocor- um documento chamado relatório.
rer em procedimento ordinário ou em sindicância. Importante o conteúdo do artigo 156, ao dispor
A sindicância
sindicância   é denida como uma averiguação que:
sumária promovida no intuito de obter informações
ou esclarecimentos necessários à determinação do Art. 156 
156  É assegurado ao servidor o direito de
verdadeiro signicado dos fatos denunciados. Compa-
Compa - acompanhar o processo pessoalmente ou por inter-
rando com o processo penal, pode-se armar que a médio de procurador, arrolar e reinquirir testemu-
sindicância é como se fosse a “fase investigativa”, pois nhas, produzir provas e contraprovas e formular
o m dela não resulta em uma sentença ou decisão: quesitos, quando se tratar de prova pericial.
ela serve primordialmente para apurar o que ocorreu,
e se é necessário instaurar o processo posteriormente. Esse artigo 156 trata de um conteúdo muito impor-
impor-
Segundo o artigo 145, da sindicância poderá resul- tante, por ser a respeito do direito de defesa do servi-
tar: I - arquivamento do processo; II - aplicação de dor público. Não é porque não estamos num processo
 penalidade de de advertência ou suspensão de até 30 (trin-  judicial (comnão
ciário) que a gura
devem de ser
um aplicados
membro do os Poder Judi--
Judi
princípios
ta) dias; III - instauração de processo disciplinar.
Como forma de impedir que o servidor venha mais básicos e fundamentais do mesmo. É cabível no
interferir de forma negativa durante a investigação processo administrativo o respeito ao contraditório e
ampla defesa, a disparidade de armas, o direito de ter
da apuração de sua conduta, estabelece o artigo 147 o
ciência e conhecimento do processo, o direito de ser
afastamento preventivo do mesmo:
representado por autoridade competente etc.
A seguir temos alguns meios de prova que são
Como medida cautelar e a m de que o servidor
 público não venha a inuir na apuração da irre
irre-- admitidos no processo administrativo. São muito
 gularidade ao mesmo atribuída, a autoridade ins- parecidos, praticamente os mesmos meios de prova
tauradora do processo administrativo-disciplinar, admitidos em processo judicial.
vericando a existência de veementes indícios de As testemunhas
testemunhas   estão dispostas no artigo 157, e  
responsabilidades, poderá ordenar o seu afasta- serão intimadas a depor mediante mandado expedido
mento do exercício do cargo.  pelo presidente da comissão, devendo a segunda via,
com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.
Uma vez encerrada a sindicância e, constatado uma Quem chama as testemunhas para colher seus respec-
conduta irregular, temos o início do processo admi- tivos depoimentos, e quem faz toda a colheita de todos
nistrativo disciplinar (PAD), ou ordinário. Segundo o os meios de prova, é a Comissão e não a autoridade
artigo 148, o  processo administrativo ordinário
ordinário   é  julgadora. Esta somente vai atuar no PAD quando
o instrumento destinado a apurar responsabilidade do todo o trabalho da Comissão tiver encerrado.
servidor público pela infração praticada no exercício de Se a testemunha for servidor público, a expedição
suas atribuições ou que tenha relação com as atribui- do mandado tem que ser  ser  imediatamente comunicada
ções do cargo em que se encontre investido. ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do
Segundo o artigo 149, o processo será conduzido dia e hora marcados para inquirição. (art. 157, parágra-
parágra-
 por Comissão
Comissão   composta de três servidores estáveis fo único). O servidor não pode se ausentar de seu servi-
designados pela autoridade competente,
competente, observado o ço sem apresentar uma justicativa válida para tanto.
disposto no § 3° do art. 143, que indicará, dentre eles, Concluída a inquirição das testemunhas, a comis-
o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo são promoverá o interrogatório do acusado, observa-
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de dos os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 
indiciado.  No caso de mais de um acusado, cada um deles será
ouvido separadamente e, sempre que divergirem em    O
Não temos a gura de um Juiz de Direito no proces-
proces -    V
   I
so administrativo, e sim uma “autoridade julgadora”. suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será    T
promovida a acareação entre eles.    A
A Comissão não faz parte da autoridade julgadora, ela    R
A citação
citação do
 do indiciado está disposta no artigo 161.    T
ca    S
   I
todasencarregada de realizar
as provas colhidas umosrelatório
e todos contendo
fatos devidamente Tipicada a infração disciplinar, será  formula
 formulada
da a    N
   I
investigados. indiciação do servidor, com a especicação dos fatos    M
Ao todo, são três as fases do processo adminis- a ele imputados e das respectivas provas.
provas.  O indiciado    D
   A
trativo disciplinar (art.
disciplinar (art. 151): será citado por mandado expedido pelo presidente da    O
comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de    T
   I
   E
 I - instauraçã
instauração,
o, com a publicação do ato que cons-
10 (dez) dias, sendo assegurado dar vista do processo    R
   I
tituir a comissão; na repartição, isso é, olhar página por página, parágra-    D
fo por parágrafo, tudo o que já foi produzido no PAD.    E
 II - inquérito administrativo, que compreende ins-    D
trução, defesa e relatório; Considerar-se-á revel o indiciado que, regular-    S
   E
 III - julgamento. mente citado, não apresentar defesa no prazo legal.     Õ
A revelia será declarada, por termo, nos autos do pro-    Ç
Art. 155. Na
155. Na fase do inquérito, a comissão promo-    O
verá a tomada de depoimentos, acareações, investi- cesso e devolverá o prazo para a defesa.    N
 gações e diligências cabíveis, objetivando a coleta Uma vez apuradas todas as provas, a Comissão ela-
de prova, recorrendo, quando necessário, a técni- borará um relatório de tudo que foi constado no pro-
cos e peritos, de modo a permitir a completa eluci- cesso. Não é ainda uma decisão, pois o relatório será
dação dos fatos. encaminhado para a autoridade julgadora. 79

do julgamento
A fase do julgamento tem
 tem início com o recebimento
do relatório da Comissão, e terá prazo máximo de 20 PODERES ADMINISTRATIVOS
dias (art. 167) para decidir se acata o relatório ou não. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
O artigo 168, caput
caput   e Parágrafo Único, dispõe, de
modo geral, que a autoridade julgadora não está subor-
dinada ao que foi dito no relatório da Comissão. A Administração Pública tem vários objetivos a
cumprir, sempre buscando o interesse público, sob
O julgamento acatará o relatório da comissão, sal- diversas formas diferentes. Para o alcance desses
vo quando contrário às provas dos autos. Quando objetivos, lançará mão de instrumentos. Os atos
ato s admi-
o relatório da comissão contrariar as provas dos nistrativos são, sem dúvida, um desses instrumentos.
autos, a autoridade julgadora poderá, motivada- No assunto de hoje veremos uma outra forma
mente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la de entender como a Administração Pública causa
ou isentar o servidor de responsabilidade. mudanças no mundo real. Os poderes administrativos
instrumentos dotados
instrumentos  dotados de prerrogativas,
prerrogativas, para
 para que a
Art. 172 
172  O servidor que responder a processo Administração Pública possa executar determinadas
disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou tarefas. Não são absolutos, pois encontram limitações
aposentado voluntariamente, após a conclusão nos direitos dos particulares. Por outro lado, são mar-
do processo e o cumprimento da penalidade, aca- cados pela irrenunciabilidade
irrenunciabilidade e e pela obrigatorieda-
de de exercício.
exercício.
so aplicada.
 parágrafo Ocorrida
únic o, incisoa Iexoneração
único, do art. 34, odeato
que trata
será cono-
con- Uma vez que eles são de exercício obrigatório, a
doutrina vê esse poder como um poder-dever. Pois,
vertido em demissão, se for o caso.
ao mesmo tempo em que há neles possibilidades de
A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão  imposição perante o particular, há também a impo-
do procedimento administrativo de que resultou sanção sição ao agente público competente do seu exercício
disciplinar, quando se aduzam fatos ou circunstâncias para que seja alcançado o interesse público.
que possam justicar a inocência do requerente, men- men - Passemos agora a conhecer os diferentes poderes
cionados ou não no procedimento original (art.
original  (art. 174). administrativos.
A revisão é uma de defesa utilizada pelo acusado
ou seu representante, para que a autoridade possa PODER HIERÁRQUICO
realizar um novo julgamento do PAD, porque apare-
ceu um fato ou circunstância nova que comprovem a Por meio do poder hierárquico, a Administração
inocência do requerente. Pública se organiza, atribuindo as competências e
A revisão de que trata este artigo poderá ser requeri- responsabilidades a seus órgãos e agentes da melhor
da em caso de falecimento, ausência ou desaparecimen- maneira possível.
to do servidor público, por qualquer pessoa da família; Esse poder se manifesta não só na possibilidade de
ou ainda em caso de incapacidade mental do servidor organização, como permitindo
ção das estruturas, também pora meio da hierarquiza-
imposição de diretri-
público, pelo respectivo curador (art. 174, §§ 1° e 2°).
No processo revisional, o ônus da prova recaire cai sem- zes, ordens e revisão de trabalhos dentro da cadeia de
pre ao requerente, correndo em apenso ao processo subordinação.
original (arts. 175 e 178). Devemos, no entanto, nos lembrar que esse poder
A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para não será absoluto, devendo o agente público que even-
a conclusão dos trabalhos de revisão. O prazo para tualmente receber ordem ilegal se recusar a cumpri-la.
 julgamento será de 20 (vinte) dias, contados
contado s do rece- No estatuto dos servidores civis federais temos, espe-
bimento do processo, no curso do qual a autoridade cicamente no artigo 116, a previsão da desnecessidade
 julgadora poderá determinar diligências (art. 181, do cumprimento de ordem manifestamente ilegal.
parágrafo único).
Lembrando que, se da revisão do processo resultar  Lei nº 8.112/90.
a inocência do servidor, ele tem direito de ser reinte- Art. 116.
116.  São deveres do servidor:
grado ao cargo que antigamente ocupava.  IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
A revisão do processo não admite a reformatio in manifestamente ilegais;
 pejus
 pejus,, o que signica que não poderá resultar
re sultar agravamen-
agravamen-
to da penalidade já aplicada (art. 182, parágrafo único). Os superiores
delegar hierárquicos
determinadas têm aos
atribuições a possibilidade de
subordinados,
quando assim julgar conveniente.
Nesse contexto, temos algumas atribuições que
não podem ser delegadas. São elas as seguintes:
REGIME JURÍDICO ÚNICO
z  Atribuição de um Poder político para outro (salvo
PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, quando previsto na CF/88);
REDISTRIBUIÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, DIREITOS z  Atribuições previstas em lei como exclusivas;
E VANTAGENS, REGIME DISCIPLINAR, z  Atribuições de natureza política.
RESPONSABILIDADE CIVIL, CRIMINAL E
ADMINISTRATIVA Especicamente na esfera federal, com base na Lei
nº 9.784/99, temos algumas outras limitações para a
Os referidos tópicos foram abordados em “Pode- possibilidade de delegação. Vejamos.
res, deveres, prerrogativas, cargo, emprego e função
80 pública”. z  Atos de caráter normativo;

z  Decisão de recurso administrativo; Por m, teremos os regulamentos autorizados,


autorizados,
z  Matéria de competência exclusiva. que são atos normativos expedidos com base em auto-
rização concedida pelo Poder Legislativo. Esse fenô-
Poderá ocorrer também a avocação, que é trazer meno é conhecido como deslegalização.
deslegalização.   Nele a lei
para si atribuições do subordinado, sempre em cará- autoriza que um tema que originariamente deveria
ter temporário. ser tratado por meio de uma lei seja denido por
po r meio
de um decreto.
PODER DISCIPLINAR Aqui temos um ato normativo secundário que
poderá inovar por expressa previsão legal. Normal-
O poder disciplinar é a possibilidade que tem a mente acontece em matérias excessivamente técnicas.
Administração Pública de aplicar sanções àqueles que Há na doutrina uma interpretação segundo a qual
a ela estejam vinculados,
vinculados, ainda
 ainda que temporariamen- o poder regulamentar é exercido apenas pelos Chefes
te. Aqui temos um ponto que merece atenção. Para de Poder Executivo. Enquanto que o poder norma-
que tenhamos a manifestação do poder disciplinar é tivo seria exercido pelas outras autoridades. Nesse
necessário que haja um vínculo. entendimento, o poder normativo é um conceito mais
Tal vínculo poderá ser contratual (particular que amplo, que engloba o conceito de poder regulamentar.
regula mentar.
presta serviços à Administração Pública) ou funcional
(servidor público). Em que pese a natureza diferentes PODER DE POLÍCIA
desses vínculos, há um vínculo especíco.
Por outro lado, aquele que sofre sanção por come- Poder de polícia pode ser entendido como a capa-
ter alguma irregularidade, por exemplo, no âmbito da cidade que tem o Estado de restringir liberdades indi-
legislação de trânsito, não será sancionado com base viduais, uso de bens, fruição de direitos em prol da
coletividade.
no poder disciplinar, mas baseado no poder de polícia
(que conheceremos em breve). Temosaquium poderessencialmente
poder essencialmentediscricionário. 
discricionário. 
Por meio do seu exercício temos a possibilidade da
PODER REGULAMENTAR imposição do pagamento de taxas (espécie de tributo)
por expressa previsão do Código Tributário Nacional.
Código Tributário Nacional
O poder regulamentar é aquele por meio do qual
as autoridades do Poder Executivo expedem regula-
Art. 78. 
78.  Considera-se poder de polícia atividade
mentos para o cumprimento das leis. da administração pública que, limitando ou dis-
Esse poder regulamentar tem como objetivo dar ciplinando direito, interesse ou liberdade, regula
maior concretude às normas constantes das leis,
le is, ema- a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
nando diretrizes especícas e detalhadas para seu de interesse público concernente à segurança, à
melhor cumprimento. higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
É importante ter em mente que não há, em regra, a  produção e do mercado, ao exercício de atividades
possibilidade de inovação, mas apenas de pormenoriza- econômicas dependentes de concessão ou autoriza-
ção e detalhamento dos comandos constantes das leis. ção do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
Nesse contexto, é importante conhecermos três respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
tipos de regulamentos trazidos pela doutrina. coletivos.
O regulamento executivo 
executivo  (também chamados de
decretos regulamentares), que terá como nalidade o A doutrina classica o poder de polícia em amplo e
cumprimento das leis, sendo atos normativos secundá- restrito. Isso porque, para que haja qualquer restrição
r estrição
rios. Em que pese o dispositivo constitucional abaixo se a um direito individual é necessário que antes haja a
referir apenas ao Presidente da República, sua aplicação previsão legal. Ou seja, o poder de polícia nasce em
deve ser estendida a todos os Chefes de Poder Executivo. uma restrição trazida pela lei.

Art. 84.
84. Compete privativamente ao Presidente da z  Poder de polícia em sentido amplo:
amplo: atos normati-    O
 República (...) vos do Poder Legislativo e Executivo;    V
   I
z  Poder de polícia em sentido estrito:
estrito: atos do    T
 IV - sancionar
sancionar,, promulgar e fazer publicar as leis,    A
Poder Executivo que impliquem em limitações aos    R
bem como expedir decretos e regulamentos para    T
sua el execução; administrados.    S
   I
   N
   I
Muita atenção para a diferença que será apresen-    M
O regulamento autônomo 
autônomo  terá a capacidade de    D
tada agora! Não se pode de forma alguma confundir a    A
inovar na ordem jurídica por expressa previsão cons-    O
titucional, sendo atos normativos primários. Ou seja, atuação da polícia judiciária com o poder de polícia da    T
   I
Administração Pública.    E
ele não regulamenta uma lei, pois traz normas verda-    R
   I
deiramente novas. A polícia judiciária é aquela que atua junto ao    D
Poder Judiciário para a elucidação de crimes e contra-    E
   D
Art. 84.
84. Compete privativamente ao Presidente da venções penais. No âmbito estadual será a Polícia
Po lícia Civil    S
e no âmbito federal a Polícia Federal.    E
 República:(...)     Õ
 Já o poder de polícia da administração se mani-    Ç
VI – dispor
dispor,, mediante decreto, sobre:    O
a) organização e funcionamento da administração festará na prevenção e repressão de ilícitos, pelo    N
 federal, quando não implicar aumento de despesa menos inicialmente, de natureza administrativa. Por
nem criação ou extinção de órgãos públicos; exemplo, se você tem um restaurante, deve obedecer
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando à regulamentação da vigilância sanitária, sujeito a
vagos; sanções. 81

O poder de polícia atuará de três formas distintas: z  Ato administrativo:


administrativo: manifestação unilateral da
preventiva (atos normativos), repressiva (apreensões, Administração Pública com objetivo de atingir o
multas) e scalizadora (vistorias). interesse público por meio de efeitos jurídicos.
O poder de polícia possui três atributos. Vejamos
cada um deles. Devemos ter em mente que esse conceito deve ser
Primeiramente, temos a discricionariedade
discricionariedade.. É da entendido como a atuação da Administração Públi-
própria essência do poder de polícia, estando a atua- ca, em regra, por meio de seu poder de império, se
ção da Administração Pública associada à conveniên- impondo perante o particular.
cia e oportunidade. Por outro lado, o termo atos da administração 
administração 
Temos também a autoexecutoriedade, que permite será entendido quando a Administração Pública atua
à Administração Pública decidir e praticar seus atos desprovida de seu poder de império, portanto em
sem submeter-se a outro Poder. igualdade com o particular.
Aqui, assim como vimos por ocasião do estudo dos Não confunda atos administrativos com atos da
atos administrativos, teremos duas possibilidades: administração. Os atos administrativos são predomi-
nantemente regidos pelo direito público, enquanto os
z  Previsão expressa em lei; atos da administração, predominantemente regidos
z  Situação de urgência que requer imediata intervenção.
pelo direito privado.

A autoexecutoriedade é desdobrada por alguns VALIDADE, EFICÁCIA, ATRIBUTOS, EXTINÇÃO,


autores em outros dois atributos: DESFAZIMENTO E SANATÓRIA
z  Exigibilidade: capacidade de impor ao adminis-
Exigibilidade: São cinco os requisitos ou elementos do ato admi-
trado suas próprias decisões, sem a necessidade de nistrativo: competência, nalidade, forma, motivo
autorização de outro Poder; e objeto. Quando temos a ausência ou algum tipo de
vício sobre um deles, poderemos ter até mesmo a nuli-
z  Executoriedade: executar as ações próprias,
Executoriedade:
inclusive, com uso de força física. dade total do ato. Vejamos cada um deles.

Por m, temos a coercibilidade, que é a capacidade Competência


que tem a Administração Pública de impor sua vontade ao
administrado, independentemente da sua concordância. É o conjunto de atribuições de determinado agente
público, entidade ou órgão. Para que haja o respeito a
USO E ABUSO DO PODER esse requisito, é necessário que autoridade que prati-
ca o ato esteja respaldada por atos normativos, ainda
O abuso de poder mostra quando, de alguma for- que infralegais.
ma, o agente competente desrespeita os limites que a A competência é irrenunciável, intransferível
lei impõe a sua atuação. etempo).
imprescritível
imprescritível (não
 (não
No entanto, sepermite
a lei extinguea com o decurso
delegação do
e a avo-
Temos duas espécies. Vejamos quais são.
cação. Esta sempre ocorrerá no contexto hierárquico
entre os órgãos envolvidos, o que não se impõe ao ins-
z  Excesso de poder (ou desvio de competência):
competência):
tituto da delegação, que poderá ocorrer entre órgãos
o agente competente extrapola os limites de sua
sem subordinação hierárquica.
competência, congurando vício do elemento
Vejamos agora alguns vícios que podem recair
competência;
sobre o requisito competência.
z  Desvio de nalidade: 
nalidade:  o agente atua conforme a
Inicialmente temos o usurpador de função.
função. Nesse
lei, mas busca m diverso do previsto, conguran-
conguran-
caso uma pessoa se passa por agente público, exer-
do vício do elemento nalidade.
cendo suas atribuições sem ter qualquer ligação com
a Administração Pública. Aqui não há possibilidade
Dica de convalidação do ato (conserto, correção), pois ele
Relembrando o que aprendemos quando do é inexistente. Tal conduta é crime previsto do artigo
estudo dos atos administrativos, é possível a 328 do Código Penal. Exemplo: pessoa se nge de s- s -
convalidação (correção) do vício que recai sobre cal para extorquir e aplica multa.
Em seguida, temos o excesso de poder,
poder, que ocorre
orecai
elemento
sobre ocompetência. No entanto,
elemento nalidade o vício que
é insanável.
quando a autoridade competente pratica um ato até
previsto no ordenamento jurídico, mas fora de suas
atribuições. Tal ato é passível de convalidação, des-
de que seja realizada pela autoridade que teria com-
petência para praticar o ato inicialmente. Exemplo:
ATO ADMINISTRATIVO superior hierárquico aplica pena de suspensão de 20
dias, quando a lei permitiria apenas 15.
CONCEITO Finalmente temos a função de fato. Esse
fato. Esse é o caso
em que o agente fora irregularmente investido pela
Podemos entender ato administrativo como uma Administração Pública nas funções que esteja exercen-
manifestação unilateral relevante para o mundo jurídi- do. Nesse caso os atos praticados deverão ser convali-
co. Por meio deles, a Administração Pública irá procurar dados desde que haja boa-fé dos terceiros envolvidos.
os efeitos jurídicos ligados aos diversos interesses públi- Exemplo: servidor empossado em cargo público sem
82 cos que estará buscando, de acordo com cada situação. ter a escolaridade mínima prevista em edital.

Finalidade Eles são como o corpo e a imagem. Para que o ato pos-
sa ser praticado, você deve ter tanto a ocorrência na
O ato administrativo sempre terá como nalida
nalida-- realidade como a sua previsão abstrata em lei.
de atingir o interesse público. No entanto, de acordo
de atingir Temos agora uma informação com a qual você
com o contexto aplicável, teremos uma nalidade deve ter muito cuidado: não confunda motivo com
especíca àquele ato praticado. Diante disso temos motivação. O motivo fora devidamente abordado aci-
dois conceitos: nalidade geral (mediata) e nalidade ma. A motivação é a exposição dos motivos que o res-
especíca (imediata). paldam quando for praticado o ato.
Vejamos agora o que traz a Lei nº 9.784/99 sobre a
z Finalidade geral (mediata): satisfação do interesse motivação de atos administrativos.
público.
z  Finalidade especíca (imediata): 
(imediata):  alcance do resul- Art. 50.
50. Os atos administrativos deverão ser moti-
tado especíco esperado para o ato. vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
 jurídicos, quando:
O vício que recai sobre nalidade não poderá ser  I - neguem, limitem
limitem ou afetem direitos ou interesses;
interesses;
convalidado. Aqui temos duas hipóteses, que vão seguir  II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
a linha dos conceitos de nalidade colocados acima. sanções;
A nalidade geral poderá ser ferida quando o  III - decidam processos administrativos de concur-
agente público pratica o ato em interesse próprio. so ou seleção pública;
Vejamos um exemplo. Caso um superior promova a  IV - dispensem ou declarem a inexigibilidad
inexigibilidadee de
remoção de um servidor com base em divergências  processo licitatório;
licitatório;
políticas, o ato foi praticado com o objetivo
obje tivo de atender V - decidam recursos administrativos;
a um interesse particular, não ao interesse público, VI - decorram de reexame de ofício;
portanto será viciado. VII - deixem de aplicar jurisprudência rmada
 Já a nalidade especíca, utilizando uma hipótese sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
parecida, será ferida quando a remoção de um servi-  propostas e relatórios
relatórios ociais;
dor para um município diferente ocorrer com a na- na- VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
lidade de punir o servidor por determinada conduta convalidaçãoo de ato administrativo.
convalidaçã
irregular. Nesse caso, ainda que haja motivo para que
o servidor seja punido, a remoção não é prevista como Há a possibilidade da motivação de um ato admi-
punição, mas como instrumento de gestão de pessoal. nistrativo por meio da referência a outro ato ou
processo. É o que a doutrina chama de motivação
Forma aliunde, que signica “a outro lugar”.
Finalmente, importante que você saiba da Teoria
A forma
forma é é o modo pelo qual é exteriorizado o ato dos Motivos Determinantes,
Determinantes, bastante cobrada em
administrativo. Nesse contexto, importante trazermos provas. Segundo ela, se os motivos apontados no ato
o artigo 22, da Lei nº 9.784/99, Lei do Processo Admi- administrativo forem inválidos, também o será o ato
nistrativo Federal.
Lei nº 9.784/99 administrativo praticado.
Objeto
Art. 22. Os atos do processo administrativo não
dependem de forma determinada senão quando a Por m, temos o objeto
objeto do
 do ato administrativo, que
lei expressamente a exigir. será o próprio conteúdo do ato, seu efeito jurídico, a
alteração que ele causa.
Dica O vício no elemento objeto é insanável.
O motivo e o objeto são os elementos que cons-
No dispositivo podemos perceber o princípio da tituem o mérito administrativo, que é a margem de
informalidade, que não deve ser utilizada para escolha e valoração por parte do agente competente.
impedir ou retardar a prática dos atos pelos inte-    O
ressados no processo administrativo. ATRIBUTOS    V
   I
   T
   A
Motivo    R
Os atos administrativos possuem características    T
fundamentais para que possam atingir os ns a que    S
   I
Agora vamos ao atributo motivo
motivo,, que corresponde aos    N
   I
se propõem. Vejamos cada um dos atributos.
fundamentos de fato e de direito que respaldam a execu- Os atos administrativos gozam de presunção de    M
   D
ção do ato administrativo. Vamos entender melhor isso. veracidade e de legitimidade.
legitimidade. Em termos simples,    A
Aqui temos duas denições passíveis de serem    O
signica que as informações trazidas pelos atos admi-
admi-    T
   I
cobradas em prova. nistrativos deverão ser tidas como verdadeira (vera-    E
   R
   I
cidade) e conforme a lei (legitimidade) até que haja    D
z  Motivo de direito: a previsão em lei de hipótese prova em contrário.    E
   D
que irá permitir a execução do ato. Ou seja, uma vez praticado o ato administrativo    S
   E
z  Motivo de fato: a ocorrência da hipótese prevista ocorre a inversão do ônus da prova, cabendo ao parti-     Õ
em lei no mundo real. cular provar eventual impropriedade que ele contenha.    Ç
   O
A presunção relativa, que estudamos neste momen-    N
Para o melhor entendimento, é interessante um to, é também conhecida como presunção juris tantum.
exercício de imaginação. Imagine-se diante do espe- Em sentido oposto, a presunção absoluta, não aplicável
lho. A sua imagem é uma projeção abstrata, enquanto neste tema, é também conhecida como presunção jure
você é real. Assim são os motivos de fato e de direito. et de jure. 83

Temos também a imperatividade


imperatividade,, que é o poder Quanto aos efeitos produtivos
da Administração Pública de impor ao particular seusse us
atos administrativos. É decorrente do poder extrover- Os atos podem ser internos e externos.
so do Estado, que permitirá a imposição de deveres e
z
obrigações ao particular.   estrutura
Atos internos: produzem efeitos
da administração apenas dentro da
pública.
Importante ressaltar que esse é um atributo que nem z  Atos externos: impactam os administrados.
sempre estará presente nos atos administrativos, pois se
mostrará apenas quando impuser condições ao particular. Destacamos que, uma vez que os atos externos
A autoexecutoriedade
autoexecutoriedade é  é a característica dos atos recairão sobre o cidadão, deverão ser necessariamen-
administrativos que confere à Administração Pública te publicados, o que não se aplica aos atos internos.
a capacidade de executar diretamente seus atos inde-
pendentemente de recorrer a qualquer outro Poder. Quanto à manifestação de vontade
De forma similar à imperatividade, nem sempre
estará presente nos atos administrativos. Os atos podem ser simples, complexos ou compostos.
composto s.
A autoexecutoriedade poderá se fazer presente em
duas hipóteses: z  Atos simples: há uma única manifestação de von-
tade, ainda que de um órgão que seja composto
por mais de um agente público.
z  Casos expressamente previstos em lei;
z  Urgência da situação apresentada / grande possibi- z  Atos complexos: manifestação de mais de uma

lidade de dano. vontade para que haja a produção de efeitos. Só se


aperfeiçoa com a manifestação de todos os agentes
a gentes
Finalmente temos o atributo da tipicidade
tipicidade.. Ele competentes.
impõe que os atos administrativos praticados devem z  Atos compostos: manifestação de uma única von-
ser previamente denidos em lei, não cabendo ao tade. No entanto, há necessidade de manifestação
agente competente para a prática criar atos que não posterior para que haja produção de efeitos. Tal
sejam previamente constantes da lei. manifestação de vontade é denida pela doutrina
Nesse contexto, o avaliador poderá usar o termo como instrumental.
ato inominado para
inominado para se referir a atos administrativos
sem prévia previsão em lei. Quanto ao objeto

CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO,


CLASSIFICAÇÃO, EX TERIORIZAÇÃO, Os atos poderão ser de império, de gestão ou de
VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE expediente.

Classicação z  Atos de império: possuem em si o poder extrover-


so de Estado, impondo ao particular a vontade da
São várias as classicações dos atos administrati-
administrati- Administração Pública.
vos. Destacaremos aqui algumas que estão entre as z  Atos de gestão: praticados com intuito de gerir o
mais cobradas em concursos públicos. patrimônio público.
z  Atos de expediente: são atos de mera rotina interna
Quantos aos destinatários das repartições, sem conteúdo decisório relevante.
Os atos podem ser gerais ou individuais. Também quanto ao objeto, teremos
objeto, teremos outra classi-
classi-
cação. Poderão ser constitutivos, extintivos, modica-
modica-
z  Atos gerais: os destinatários são indeterminados. tivos ou declaratórios.
z  Atos individuais: seus destinatários são determinados.
z  Atos constitutivos: criam uma nova situação jurí-
A classicação não leva em conta o número de des-
des- dica para os seus destinatários.
tinatários, mas se eles são determinados ou não. z  Atos extintivos: extinguem um direito ou relação
 jurídica.
Quanto ao grau de liberdade z  Atos modicativos: modicam situações pré-exis-
pré-exis-
tentes sem extinguir direitos ou obrigações.
Os atos podem ser discricionários ou vinculados. z  Atos declaratórios: declaram a existência ou situa-

z  Atos discricionários: possuem margem de valora- ção jurídica.


ção e escolha para o agente público que o pratica,
conhecida como mérito administrativo. Espécies
z  Atos vinculados: há pouca ou nenhuma margem
de escolha na prática dos atos administrativos. Vejamos agora algumas espécies importantes de
atos administrativos.
Lembrando os elementos dos atos administrati-
vos (competência, nalidade, forma, motivo e objeto), z  Atos normativos: trazem comandos gerais e abs-
destacamos que a diferença nessa classicação que tratos baseados em leis ou mesmo em outras nor-
acabamos de colocar recai apenas sobre dois deles: mas que nelas tenham se baseado.
motivo e objeto. Ou seja, todos os demais termos são z  Atos ordinatórios: têm como destinatários os servi-
vinculados, enquanto estes dois que citamos são dis- dores públicos, tendo como nalidade o bom anda-
anda -
84 cricionários, se assim for o ato. mento do serviço.

z  Atos negociais: são atos em que o particular bus- Com o passar do tempo, surge uma nova corren-
ca a anuência (concordância) da Administração te doutrinária, que busca delimitar um pouco essa
Pública para a prática de determinada atividade. abrangência da noção de serviço público. Essa cor-
z  Atos punitivos: impõe penalidade aos administra- rente é defendida pela grande maioria dos autores
dos ou aos servidores.
da atualidade,
Antônio como
Bandeira Hely Lopes
de Mello. Serviço Meirelles
público estricto
Celso
sensu, então, seria todo aquele prestado pela Admi-
nistração ou por seus delegados, sob regime de direito
SERVIÇOS PÚBLICOS público, e fruível individualmente por cada um dos
destinatários, para satisfazer necessidades essenciais
CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E ou secundárias da coletividade, ou simples conve-
CONTROLE, FORMA, MEIOS E REQUISITOS niências do Estado.
A grande diferença dessa nova noção de servi-
Conceito, Princípios e Elementos ço público diz respeito a sua abrangência. Somen-
te abrange as atividades da Administração Pública,
A atuação do Estado pode ser dividida em dois não se incluindo as funções legislativa e judiciária.
setores: o setor do domínio público e o setor dos servi- Também não deve ser considerado serviço público
ços públicos. O domínio econômico tem natureza emi- a exploração de atividade econômica, porque nesses
nentemente privada, é o campo de atuação primordial casos o Estado age em regime privado; bem como as
dos particulares e possui regulamentação nos artigos atividades de fomento, porque trata-se de um subsídio
170 e seguintes da Constituição Federal. Não é o ponto que se dá ao particular para que exerça certas ativida-
de enfoque, mas é importante ressaltar que o Estado des com interesse coletivo.
pode atuar no domínio econômico, seja como agente Outro traço característico dessa nova corrente
normativo e regulador, seja na exploração direta de sobre serviço público é a restrição da matéria para
atividades econômicas. apenas os serviços que possam ser fruídos singular-
O setor dos serviços públicos, por outro lado, é o mente por cada particular (uti
(uti singuli).
singuli). Tais serviços
campo de atuação predominante do Estado. Este é são custeados pelos próprios usuários, mediante o
encarregado de, dentre outras funções, o exercício da pagamento de taxas.
função administrativa, que é a atividade concreta e Assim, para o serviço público stricto sensu,
sensu, pode-
imediata desenvolvida sob regime de direito público, mos elencar, dentre todos os conceitos, alguns ele-
para a consecução dos interesses coletivos. Dentre as mentos identicadores que estão presentes em todas
funções administrativas, temos a prestação de servi-
as denições. São eles:
ços públicos em sentido estrito.
Considerando o que foi exposto, cumpre esclare-
z  Elemento Subjetivo: 
Subjetivo:  A titularidade do serviço
cer o que vem a ser serviço público e o que o diferen-
público é exclusiva do Estado.
cia das atividades de fomento, do exercício do poder
z  Elemento Objetivo: 
Objetivo:  A atividade caracterizada
de polícia e da intervenção no domínio econômico.
como serviço público (geralmente atendem a um
Conceito de serviço público, elementos constitutivos interesse público).
z  Elemento Formal: Qual
Formal: Qual o regime em que o serviço
A matéria dos serviços públicos está contida, é prestado. A maioria dos casos, trata-se do regime
de modo geral, na Constituição Federal e na Lei nº de Direito Público.
8.987/1995, que disciplina o regime de concessão e
permissão dos serviços públicos. O fenômeno conhecido como a “crise do serviço
O serviço público em sentido amplo (
amplo (lato
lato sensu)
sensu) público” se deu com o advento do Estado Regulador,
tem sua origem com a denominada Escola do Serviço na primeira metade do século XX. Ele traz a ideia de
Público, uma corrente doutrinária do século XX. Na um Estado que procura regular as atividades consi-
época, a doutrina começava a analisar com detalhes deradas serviços públicos. Se antes a execução dessas
   O
aquilo que cou decidido no caso Agnes Blanco, na tarefa era exclusiva do regime público, atualmente    V
   I
a execução desses serviços pode ser feita sob regime    T
França. Esse foi o caso primordial para decretar, de    A
modo geral, que ao Estado era vedado a utilização do privado. O Estado carece de recursos para cuidar de    R
   T
Código Civil para a apuração de sua responsabilidade, tantos setores, simultaneamente.    S
   I
Por isso, houve a necessidade de delegar tais servi-    N
   I
quando causava danos na execução de serviços com
ços, mediante concessão ou permissão, como também    M
fundamento de direito público. Para Roger Bennard,    D
serviço público seria “a atividade ou organização a criação de pessoas jurídicas próprias para controlar    A
   O
que abrange todas as funções de Estado”. A noção de tais atividades. Há assim, uma mitigação dos elemen-    T
   I
serviço público muito se confunde com a de Direito tos identicadores do serviço público. Atualmente,    E
   R
   I
Público. admite-se que a execução dos serviços públicos seja    D
A Escola do Serviço Público também inuencia os realizada por particulares (elemento subjetivo). Há    E
   D
autores brasileiros. Para José Cretella Junior, serviço uma delegação da execução do serviço, o qual poderá    S
ocorrer mediante concessão ou permissão do serviço    E
público é “toda atividade que o Estado exerce, direta ou     Õ
indiretamente, para satisfação das necessidades públi- público, nos termos da Lei nº 8.987/1995.    Ç
   O
cas, mediante procedimento típico de direito público”. 
público”.  Também temos certas atividades que, embora    N
Podemos observar o caráter amplo e abrangente do sejam consideradas de serviço público, há serviços
instituto, ao considerar também como serviço público que satisfazem interesses particulares (elemento
as atividades legislativa e judiciária, que possuem um objetivo), como no caso do serviço de distribuição de
rol difuso de destinatários (uti
(uti universe).
universe). alimentos em prisões. 85

Por m, o regime do serviço público pode ser de ser o menor possível para, também, remunerar o
Direito Privado (elemento formal), seguindo as nor- prestador do serviço, com uma pequena margem
mas da CLT para o regime de contratação de funcio- de lucro. Com o objetivo de reduzir ao máximo
nários, e os bens podem ser alienados ou penhorados, o valor da tarifa cobrada, a legislação brasileira
pois não estão afetados a uma utilidade pública. prevê alguns mecanismos especiais, que se apre-
Assim,
público estápode-se concluir que
intrinsecamente a noção
ligada dede
a forma serviço
atua- sentam como fontes alternativas de remunera-
ção do prestador do serviço público. É o caso, por
ção do Estado. Uma das principais diculdades de exemplo, de espaços publicitários utilizados nos
buscar um conceito de serviço público reside justa- arredores de uma rodovia. A menor tarifa é tam-
mente nesse fato: a depender do modelo de Estado,
sua forma de atuação poderá ser mais liberal ou mais bém critério essencial para avaliação de proposta
intervencionista. Dessa forma, o conceito de serviço numa licitação do tipo concorrência pública.
público também poderá ser mais ou menos abrangen-
te para cada País. Da classicação dos serviços públicos
 José dos Santos Carvalho Filho é o autor jurista que
apresenta muito bem essa diculdade, ao denir ser- ser - Os serviços públicos podem ser dos mais variados
viço público como “toda atividade prestada pelo Esta- tipos. É uma tarefa difícil de estabelecer uma classi-
classi-
do ou por seus delegados, basicamente sob regime de cação dos serviços públicos. O professor Hely Lopes
direito público, com vistas à satisfação de necessidades Meirelles1  apresenta uma boa classicação para os
essenciais e secundárias da coletividade”. serviços públicos, que podem ser agrupados com base
nos seguintes critérios:
Os princípios aplicáveis aos servidores públicos
z  Quanto à essencialidade
Por estar submetido a um regime especial, que
pode ser total ou parcialmente de direito público,   Serviços públicos propriamente ditos: ditos:  tam-
os princípios de direito administrativo, previstos no bém são denominados de serviços essenciais,
caput do
caput  do art. 37 da CF/1988, são aplicáveis à prestação são aqueles imprescindíveis à sobrevivência da
dos serviços públicos. Porém, há ainda alguns princí- sociedade. Por isso, tais serviços  não admitem
pios especícos aos serviços públicos, que devem ser delegação ou outorga. É o caso, por exemplo, do
melhor analisados. São eles: poder de polícia, da saúde, da defesa nacional
etc. Observe que não são somente as funções
z  Princípio da continuidade do serviço público: é ligadas ao Poder de Império que caracterizam
o princípio que diz respeito a obrigação do Estado um serviço público essencial propriamente
de prestar o serviço público, que não pode parar, dito. O uso do poder de império é relevante
dada a sua relevante nalidade pública. É dizer para o critério da adequação.
que o Estado tem um poder-dever (obrigatorieda-   Serviços de utilidade pública: são serviços
de) de prestar tal atividade. O serviço deve ser inin- úteis, mas não são considerados essenciais.
terrupto, porém, o art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/1995 Por isso, eles podem ser prestados pelo Estado,
admite que, privadas,
a entidades nos casos não
de serviços concessionados
se caracteriza desconti- ou por terceiros, mediante remuneração paga
pelos usuários e sob constante scalização. É
nuidade do serviço a paralização quando motiva- o caso dos serviços de transporte coletivo, de
da por razões de ordem técnica ou de segurança telefonia etc.
das instalações; e por inadimplemento do usuário,
considerado o interesse da coletividade. A juris-
z Quanto à adequação:
prudência apresenta diversos julgados que aca-
bam contestando referido legal, sobretudo no que
  Serviços próprios do Estado: são
Estado: são os serviços
diz respeito aos serviços de fornecimento de água
e de energia elétrica. característicos do Estado brasileiro. Constituem
z Princípio da mutabilidade do regime jurídico: 
jurídico:  aqueles serviços que se relacionam intimamen-
o interesse público não é estanque, mas variável te com as atribuições do Poder Público, isso é,
ao longo do tempo. A instauração de serviço públi- que possuem alguma relação com o poder de
co mediante certo regime jurídico não gera um império, que é único do Estado. O Estado exer-
“direito adquirido” ao mesmo, o que signica que ce tais serviços em relação de supremacia,
o Poder Público pode alterar um estatuto ou con- sobrepondo a sua vontade a dos particulares.
trato administrativo para promover maior ade- É o caso dos serviços de segurança, saúde, do
quação na prestação do referido serviço. poder de polícia etc.
z  Princípio da isonomia dos usuários: trata-se  Serviços impróprios do Estado: são, como o
de uma decorrência direta do princípio constitu- nome sugere, aqueles serviços que o Estado, ao
cional da impessoalidade. O serviço público deve exercê-lo, não necessita do seu poder de império
atender a todos, geralmente de forma individuali- para se sobrepor. São os que não afetam substan-
zada, sem discriminações e privilégios. cialmente as necessidades da comunidade, mas
z  Princípio da modicidade das tarifas: As tarifas satisfazem interesses comuns de seus membros,
não devem ser exorbitantes, pois o serviço deve e, por isso, a Administração os presta remunera-
ser aproveitado pelo maior número de usuários damente por seus órgãos ou entidades descentra-
possível, independentemente de sua classe eco- lizadas, ou até mesmo para particulares mediante
nômica. O valor a ser exigido dos usuários deve regime de concessão e permissão.
86 1 MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administravo Brasileiro. 44ª Edição. Editora Malheiros. 2020

z  Quanto à nalidade:  I - zelar pela guarda da Constituição,


Constituição, das leis e das
instituições democráticas
democráticas e conservar o patrimônio
  Serviços administrativos: são os serviços  público;
que a Administração executa para atender às  II - cuidar da saúde e assistência pública, da prote-
suas necessidades internas ou preparar outros ção e garantia das pessoas portadoras de deciên-
deciên -
serviços que serão prestados ao público. São, cia; e
assim, os serviços característicos da Adminis-  III - proteger
proteger os documentos, as
as obras e outros bens
de valor histórico, artístico e cultural, os monu-
tração Pública. Um exemplo diferente e que mentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
não mencionamos até agora é o caso do servi- arqueológicos; entre outros.
ço da imprensa ocial, que tem como função
divulgar todos os atos prestados pelo Poder Compete aos Municípios
Municípios,, na forma do art. 30 da
Público, promovendo maior transparência e CF/1988, a prestação de serviços públicos de interesse
scalização de seus atos. local, incluindo o serviço de transporte coletivo; bem
  Serviços industriais: são os serviços que pro- como prestar serviços de atendimento à saúde da
duzem renda para quem os presta, mediante a população, em cooperação com os demais entes fede-
remuneração da utilidade usada ou consumida. rativos. Evidente que aos Municípios também se apli-
Essa remuneração se denomina tarifa ou preço cam as competências comuns previstas no artigo 23.
público e será xada pelo Poder Público, quer Ao Distrito Federal compete,
Federal compete, além das competên-
quando o serviço é prestado por seus órgãos ou cias comuns, a prestação de todos os serviços estaduais
entidades, quer quando por concessionários, e municipais, uma vez que tal ente possui as mesmas
permissionários ou autorizatários. Os serviços competências legislativas dos Estados e Municípios.
de energia elétrica, água, telefonia, são serviços Por m, em relação aos particulares
particulares,, os mes-
dessa modalidade. mos poderão prestar os serviços notariais e de regis-
tro, na forma do artigo 236 da CF/1988. Tais serviços
z Quanto aos destinatários: envolvem a organização técnica e administrativa
destinados a garantir a publicidade, autenticidade, a
  Serviços gerais ou uti universi:  já menc
menciona-
iona- segurança e a ecácia dos atos jurídicos, nos termos
mos um pouco sobre essa classicação. São os do art. 1º da Lei nº 8.985/1994. Os serviços de notas e
serviços públicos que não possuem usuários ou registros é regulamentado pela referida lei.
destinatários especícos e são remunerados por
tributos. Os serviços de iluminação pública e cal- Dica
çamento são remunerados por essa
e ssa maneira.
  Serviços individuais ou uti singuli:  são os
As parcerias público-privadas (PPPs) são con-
que possuem de antemão usuários conhecidos tratos administrativos de concessão, podendo
e predeterminados, e o Estado já sabe, antes, apresentar-se na modalidade de concessão
quais são os beneciados pela prestação do patrocinada ou concessão administrativa, na
referido serviço. Por isso, esses serviços são forma do caput  do
 do art. 2º da Lei nº 11079/2004.
remunerados por tarifa. É o caso do serviço É uma hipótese que apresenta-se muito mais

de água eetc.
telefonia esgoto, de iluminação domiciliar, de viável
ele e atraente
recebe para o particular,pecuniária
uma contraprestação uma vez que
do
ente público, o que diminui o valor a ser cobrado
Da competência para prestar serviços públicos como taxa para os usuários do serviço.

A atual Constituição Federal de 1988 atribuiu DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO,


diversos serviços públicos aos entes da Federação. AUTORIZAÇÃO
Em relação a União
União,, os serviços públicos federais
Formas de prestação 
prestação  do serviços públicos diz
estão inclusos nos incisos X a XII do art. 21 da CF/1988.
respeito ao titular do referido serviço público. Como    O
São, de modo geral: a) serviço postal e o correio aéreo foi visto em competências, são várias as entidades    V
   I
nacional; b) os serviços de telecomunicações; c) os ser- que podem prestar serviços públicos. Essas formas de    T
   A
viços de radiodifusão sonora e de sons e imagens; d) prestação variam para cada tipo de serviço:    R
   T
os serviços e instalações de energia elétrica e o apro-    S
   I
veitamento energético dos cursos de água, em arti- z  Serviços centralizados: são os serviços presta-    N
   I
culação com os Estados onde se situam os potenciais dos diretamente pelo Poder Público, em seu pró-    M
   D
hidroenergéticos; e) serviços de navegação aérea, prio nome e sob sua exclusiva responsabilidade. A    A
   O
aeroespacial e a infraestrutura    T
viços de transporte ferroviárioaeroportuária;
e aquaviário f)entre
ser- União, os Estados, os Municípios e o Distrito Fede-
ral são os titulares desses serviços.
   I
   E
   R
   I
portos brasileiros e fronteiras nacionais; etc. z  Serviços desconcentrados: são os serviços públi-
   D
Aos Estados
Estados,, por outro lado, a Constituição mencio- cos prestados pelo Estado, mas não por ele pró-    E
   D
na que compete a eles explorar diretamente, ou median- prio, e sim por seus órgãos, mantendo para si    S
te concessão, os serviços locais de gás canalizado (art. 25, apenas a responsabilidade pela execução. Exem-    E
    Õ
§ 2º, CF/1988). Isso não signica que os Estados somente plos: o Ministério da Saúde, o Ministério da Eco-    Ç
   O
podem explorar serviços locais de gás canalizado, uma nomia, as Secretarias de Justiça, as Ouvidorias,    N
vez que existem as competências comuns a todos os as Auditorias, todas essas pessoas que não são o
entes da Federação, atribuídas de forma remanescente. Estado, mas que “fazem parte” dele e não possuem
Alguns exemplos de competências comuns estão dispos- personalidade jurídica própria, realizam serviços
tos no artigo 23 da CF/1988, como: desconcentrados. 87

z  Serviços descentralizados: são os serviços públi-  I - o regime das empresas


empresas concessionárias
concessionárias e permis-
cos que não são prestados pelo Estado, e sim por sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
terceiros, com personalidade jurídica própria, seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
podendo arcar com os riscos do negócio por con- condições de caducidade, scalização e rescisão da
ta própria. Exemplos: o Procon, o Cadin, o INSS, concessão ou permissão;
o Detran etc. Aqui a titularidade do serviço não é
mais
isso, adoresponsabilidade
Estado, e sim dessa entidade
pela terceira.
execução Com
do servi- Lei nº 8.987/1995
ço público recai primeiramente sobre o terceiro, Art. 2º Para
2º Para os ns do disposto nesta Lei, considera-se:
considera- se:
mas é possível que o Estado se responsabilize tam- (...)
bém, mas somente de forma subsidiária (se o ente  II - concessão de serviço
serviço público:
público: a delegação de sua
demonstrar não haver patrimônio suciente para  prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
ns de indenização).  jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e
As formas de execução,
execução, que não se confundem risco e por prazo determinado;
com as formas de prestação, são apenas duas: execu-
ção direta e execução indireta. Dessa forma, podemos concluir que a prestação do
A execução direta 
direta  ocorre sempre que o Poder serviço público pode ocorrer diretamente pela Admi-
Público emprega meios próprios para a sua prestação. nistração Pública, ou indiretamente, mediante dele-
Aqui engloba tanto a Administração Direta como a gação do serviço a concessionários e permissionários
Administração Indireta, isso é, a execução por intermé- que, por expressa determinação legal, necessita de
dio de pessoas jurídicas de direito público ou de direito prévio procedimento de licitação.
privado que foram instituídas para tal m. Relembran-
Relembran-
do que são pessoas jurídicas de direito público inte- A concessão
nistrativo de serviço
bilateral
bilateral,, o quepúblico é contrato
signica admi-
que depende,
grantes da Administração Indireta: as autarquias e as para a sua formação, além dos requisitos essenciais a
fundações públicas. E são pessoas de direito privado todo negócio jurídico dispostos no art. 104 do Código
integrantes da Administração Indireta: as empresas Civil (agente capaz, objeto lícito, forma prescrita ou
públicas e as sociedades de economia mista. não defesa em lei), a convergência de vontades distin-
A execução indireta,
indireta, por sua vez, ocorre sempre tas. Temos de um lado o poder concedente, que tem
que o Poder Público concede a pessoas jurídicas ou pes- por objetivo a execução do serviço público em prol
soas físicas estranhas à entidade estatal a possibilidade da coletividade; e do outro, a entidade concessionária
de virem a executar os serviços, mediante o regime de que deve executar o serviço, com o objetivo de lucrar
concessão e permissão. A execução indireta caracteri- mediante a arrecadação de tarifas dos usuários bene-
za-se pelo fato de que tais serviços são prestados pela ciados com aquele serviço. O contrato deve ser obri-
esfera privada, isso é, são empresas que não possuem gatoriamente por escrito 
escrito  e rege-se pelas regras de
qualquer tipo de vínculo com a Administração Pública Direito Administrativo.
(Direta ou Indireta), não fazem parte da mesma. Ao mencionar a transferência para pessoa jurí-
dica privada,
privada, quis o legislador que a delegação do
serviço não pudesse, em regra, ser feita a pessoas
Da delegação dos serviços públicos
físicas, mas somente à empresa ou a um consórcio
Como vimos, os serviços públicos podem ser exe- de empresas.
sociedade É o caso, por
de economia exemplo,
mista, da Sabesp,
na prestação que é
do serviço
cutados diretamente pelo Poder Público, ou indireta- de abastecimento de água no Estado de São Paulo.
mente por terceiros, que podem ser pessoas jurídicas Essa modalidade de contrato tem por objeto a pres-
de direito público ou de direito privado. Aqui há uma tação de serviço público.
público. A delegação ocorre apenas
delegação da competência administrativa. Resta sobre a execução do serviço, nunca sobre sua titulari-
saber quais são as principais formas de delegação dade, que continua sendo do poder concedente.
dos serviços públicos, são três: concessão, permissão Apesar da execução do serviço público não ser fei-
e autorização ta pelo poder concedente, a legislação (art. 29 da Lei
O termo “concessão” é empregado para designar a nº 8.987/1995) prevê outras obrigações para o Estado.
atividade da Administração Pública de delegar ao par- São deveres do poder concedente:
concedente:
ticular a prestação de um serviço, ou a execução de
obra pública, ou ainda o uso de bem público.  I - Regu
Regulame
lamentar
ntar e sc
scaliz
alizar
ar a exec
execução
ução do servi
serviço
ço
Concessão de serviço público é o contrato pelo concedido. A scalização é uma forma de exercício
qual a Administração promove a prestação indire- de controle da execução do serviço público, pois por
mais que o Estado não esteja realizando a execução
ta de um serviço, delegando-o a particulares. Exem- do serviço per si, nada impede que ele possa scalizar
plos: a construção de linha ferroviária ou metrô para se a execução está ocorrendo de forma correta. Ele
transporte de passageiros, transmissão áudio sonora  pode mand
mandar ar um agente
agente vincu
vinculado
lado à Adm
Adminis
inistra
tração,
ção,
(rádio) ou por imagens e sons (televisão), etc. Possui ou um terceiro contratado justamente para esse m.
previsão legal na Lei nº 8.987/1995 (Lei de Concessões  II - Int
Interv
ervir
ir na exe
execu
cuçã
çãoo do
do serv
serviçiço,
o, nos
nos ca
caso
soss prev
previs
istos
tos
dos Serviços Públicos), bem como previsão constitu- em lei. A intervenção advém do próprio ato de scaliza-scaliza-
cional no art. 175 da CF/1988: ção: se a execução do serviço não se mostrar adequada
ou estiver conforme o que foi explícito no contrato, o
Constituição Federal
Federal de 1988  poder
 pod er co
conc
nced
eden
ente
te pod
podee requ
requis
isita
itarr a pa
para
rali
lisa
saçã
çãoo da
da exe-
exe-
Art. 175. Incumbe
175. Incumbe ao poder público, na forma da cução, por exemplo.
lei, diretamente ou sob regime de concessão ou per-  III - Apli
Aplicar
car as pena
penalid
lidades
ades prevista
previstass na lei e/ou no
missão, sempre através de licitação, a prestação de contrato. As penalidades pela inexecução do ser-
serviços públicos. viço público estão previstas no artigo 87 da Lei
88  Parágrafo único. A lei disporá
disporá sobre: nº 8.666/1993, podendo variar de uma simples

advertência, multa, ou até mesmo uma declaração de V - Captar, aplicar e gerir os recursos nanceiros neces-
neces-
inidoneidade para licitar ou contratar com a Admi- sários à prestação do serviço. Todos os encargos do
nistração Pública enquanto perdurarem os motivos serviço público cam a cargo do concessionário. Logo,
determinantes da punição ou até que seja promovida  fazz part
 fa partee dess
dessaa lógi
lógica
ca que ele de
deve
ve ter pod
poder
er de
de dec
decis
isão
ão
a reabilitação. sobre os recursos econômicos e nanceiros relaciona-
relaciona-
 IV - Pos
Possib
sibil
ilit
itar
ar rea
reajus
juste
tess e a rev
revis
isão
ão das
das tari
tarifa
fass cobr
cobra-
a- dos com a prestação do serviço público.
das. A revisão é uma ferramenta que pode ser utilizada
tanto na fase de estipulação do contrato, como na fase Por m, o art. 35 da Lei nº 8.987/1995 dispõe sobre
de execução do serviço público. Se restar comprovado as modalidades de extinção da concessão do serviço
que a tarifa de um serviço público se tornou demasiada- público. São seis ao todo:
mente alta, é possível realizar alguns ajustes. Contudo,
esses ajustes geralmente são muito pequenos, e geral-
z  Advento do termo contratual: trata-se
contratual: trata-se da extin-
mente costumam ser para elevar o preço da tarifa, e não
 para
 pa ra di
dimi
minu
nuí-
í-la
la.. ção do contrato pelo encerramento de seu prazo
V - Atender as reclamações e outras queixas advindas de vigência. É a extinção natural do contrato, haja
dos usuários, zelando pela boa qualidade do serviço. vista que nosso direito não admite contrato de con-
 Nãoo faria
 Nã faria muito
muito sentido
sentido os usuár
usuários
ios manda
mandarerem
m suas cessão por prazo indeterminado.
reclamações pela má qualidade do serviço prestado z  Encampação ou resgate: 
resgate:  nos termos do art. 37
 paraa justame
 par justamente
nte a conces
concessio
sionár
nária
ia que está
está executa
executan-
n- da Lei nº 8.987/1995, é “a retomada do serviço
do o referido serviço. Tais reclamações são recebidas  pelo poder concedente durante o prazo da conces-
 peloo superi
 pel superior
or na
na linha
linha hie
hierá
rárqu
rquica
ica,, para
para que
que ele
ele poss
possaa são, por motivo de interesse público, mediante lei
tomar as medidas cabíveis. autorizativa especíca e após prévio pagamento da
VI - Declarar os bens necessários à execução do servi- indenização (...)”. Aqui,
(...)”. Aqui, não ocorreu nenhum tipo
ço de necessidade ou utilidade pública. Pode ocorrer de infração de algum termo do contrato, o conces-
que a concessionária, para equilibrar o seu patrimô-
nio, pretenda promover a alienação de um ou mais sionário simplesmente
contrato (é muito comum abandonou
algumas adessas
execução do
empre-
bens. Porém, o poder concedente pode atribuir alguns sas “desaparecerem” no meio da prestação do ser-ser -
limites, declarando esses bens como de necessidade,
ou de utilidade pública. Dessa forma, esses bens tor- viço). Por isso, não é possível aplicar sanções ao
nam-se inalienáveis, e também impenhoráveis, o que contratado.
signica que a concessionária não pode se dispor z  Caducidade:
Caducidade:   é a modalidade em que a execução
deles livremente. do serviço não é realizada, no todo ou em parte,
ou pelo descumprimento de encargos atribuídos à
Por outro lado, incumbe à concessionária do ser- concessionária. A caducidade deve ser declarada,
viço público as seguintes tarefas: (art. 31 da Lei nº havendo a ocorrência de um dos eventos descritos
8.987/1995): no § 1º do art. 38 da Lei nº 8.987/1995, tais como:
a concessionária paralisar o serviço, descumprir
 I - Prestar o serviço de maneira
maneira adequada,
adequada, utilizan- cláusula contratual, não cumprir com as penalida-
do-se de técnicas especícas de seu conhecimento, des impostas, etc.
nos casos previstos na lei ou no contrato. Essa é a z Rescisão por culpa do poder concedente: 
concedente:  Caso
tarefa primordial, óbvio, pois a concessionária é a o poder concedente descumpra com alguma regra
responsável pela execução do serviço público. estabelecida no instrumento contratual, a conces-
 II - Prestar contas da gestão do serviço ao poder sionária tem direito a ingressar em juízo, objeti-
concedente e aos usuários. É formada uma relação vando à indenização dos danos decorrentes da
de hierarquia entre o poder concedente e o conces- extinção contratual. A indenização, neste caso,
sionário. Por isso, este deve prestar contas de seus abrange somente os danos emergentes (o que efe-
atos ao seu superior
superior,, devendo informar se a gestão tivamente perdeu), e não os lucros cessantes (o
do serviço público está ocorrendo corretamente, se que ele poderia ter ganhado).
não há nenhuma falha ou defeito, etc.
z  Anulação:
Anulação:   é a modalidade de extinção em que
 III - Cumprir e fazer cumprir as normas do serviço
e as cláusulas contratuais, havendo possibilidade consta vício de legalidade no contrato. O contrato
de pedir indenização pela inexecução do contrato. perde sua ecácia desde a sua concepção (ex
( ex tunc),
tunc),    O
   V
   I
 É tarefa do concessionário exigir que tudo aquilo o que signica que a concessionária não faz jus à    T
avençado no contrato se torne realidade. Assim, se indenização, exceto quanto a parte já executada    A
   R
o poder concedente se recusar a lhe outorgar algo do contrato.    T
   S
   I
estabelecido em contrato, ou se o valor da remu- z Decretação de falência: como
falência: como a concessão é con-
   N
   I
neração não for igual a aquele avençado, poderá o trato personalíssimo, ou seja, as partes contra-
   M
concessionário pedir a rescisão do contrato, com tantes têm grande relevância para a execução do    D
 pagamento de indenização
indenização pelo Poder Público.    A
serviço, havendo o desaparecimento da empresa    O
 IV - Promov
Promover er desapro
desapropriaçõe
priaçõess e constru
construir
ir servidõe
servidõess concessionária mediante falência, ou o falecimen-    T
   I
administrativas, mediante autorização do poder to de empresário individual, o vínculo contratual    E
   R
   I
concedente. Essas são formas de intervenção do também desaparece.    D
 Estado na propriedad
propriedadee privada. Pode
Pode ocorrer que o    E
concessionário, para a melhor execução de um ser-    D
viço, precise ocupar um espaço de propriedade de
A permissão
permissão   é outra forma da Administração    S
   E
um particular, seja para ns de desapropriação, ou Pública de delegar a execução de serviço público para     Õ
os particulares, também possui previsão no art. 175    Ç
uma outra forma de intervenção mais branda, como    O
construir uma servidão. Todas essas hipóteses são da CF/1988 e na Lei nº 8.987/1995. A permissão é uni-    N
 possíveis,
 possíve is, desde que mediante
mediante prévia
prévia autorização,
autorização, e lateral, discricionária, precária e intuitu personae 
também desde que haja uma indenização do parti- (personalíssima),, promove a delegação do serviço
(personalíssima)
cular, que teve sua propriedade privada obstruída. público mediante prévia licitação para um particular
denominado permissionário. 89

Questão controvertida é a natureza jurídica da Importante destacar as diferenças entre permis-


permissão. Após a Constituição de 1988, o direito são e a concessão de serviço público, que podem ser
brasileiro passou a tratar a permissão como se fosse determinadas com base nos seguintes requisitos:
um contrato de adesão, como se depreende da leitura
do inciso I do parágrafo único do artigo 175 da Carta z  Quanto à natureza jurídica: 
jurídica:  a permissão é uni-
Magna: lateral, enquanto a concessão é contrato bilateral.
z  Quanto aos beneciários: qualquer
beneciários: qualquer pessoa pode
“I - o regime das
missionárias empresas
de serviços concessionárias
públicos, o carátereespe-
per- ser permissionária, mas somente as pessoas jurídi-
cial de seu contrato e de sua prorrogação, bem
cas (empresas) podem ser concessionárias.
z  Quanto ao aporte de capital: 
capital:  a concessão exige
como as condições de caducidade, scalização e
rescisão da concessão ou permissão”. maior aporte de capital, a permissão admite inves-
timentos de pequeno ou médio porte.
Todavia, contrato de adesão é remetente aos con- z  Quanto à licitação: 
licitação:  a concessão deve ser prece-
tratos de Direito Privado, principalmente nas relações dida de licitação na modalidade de concorrência.
de consumo. Tal modalidade de contrato é elaborado Não há essa exigência para a permissão.
unilateralmente pelo fornecedor, obrigando a parte z  Quanto à forma da outorga: 
outorga:  a concessão se dá
aderente apenas a manifestar o seu aceite. Trata-se mediante promulgação de lei especíca. A permis-
permis-
de uma característica presente também nos contra- são necessita apenas de autorização legislativa.
tos administrativos: as regras enclausuradas no con-
trato administrativo são unilateralmente elaboradas A autorização
autorização,, por sua vez, é um ato administrativo
pelo poder concedente, antes mesmo do processo de por meio do qual a administração pública possibilita ao
licitação. particular a realização de alguma atividade de predomi-
A confusão se estende ainda mais no âmbito legis- nante interesse deste, ou a utilização de um bem público.
lativo, como
ao dispor queocorre no artigo 40 da Lei nº 8.987/1995,
a permissão. Assim como a permissão, a autorização é um ato
unilateral, discricionário, precário e independente
de licitação. Todavia, se difere da permissão ante o
“será formalizada mediante contrato de adesão, fato de que o interesse da autorização é predominan-
que observará os termos desta Lei, das demais nor-
mas pertinentes e do edital de licitação, inclusive temente privado. Um exemplo disso é a autorização
quanto à precariedade e à revogabilidade unilate- para o porte de arma: apenas o particular tem interes-
ral do contrato pelo poder concedente”. se de ter em sua posse arma de fogo.
Parte da doutrina entende que é incabível a uti-
Esse dispositivo não faz o menor sentido, uma vez lização de autorização para a prestação de serviços
que dispõe que a permissão é uma espécie de “contra- públicos, por força do artigo 175 da CF/1988: “Incumbe
to precário”. ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
Não parece correto admitir que a permissão seja regime de concessão ou permissão, sempre através de
uma espécie de contrato regulado por normas de licitação, a prestação de serviços públicos”.
Direito Privado, com princípios completamente distin-
tos dos princípios administrativos. Todavia, há diver- PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DO USUÁRIO
sos autores que admitem tal possibilidade, inclusive DOS SERVIÇOS PÚBLICOS (LEI Nº 13.460/2017)
odapróprio Supremo Tribunal
ADI nº 1.491/1998 0. A açãoFederal, no julgamento
de inconstitucionalida- A prestação de serviços públicos não pode alcan-
de foi ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista çar sua nalidade se ela não servir para o seu público
(PDT) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT) contra alvo, que são os seus próprios usuários. Assim, como
dispositivos da Lei 9.295/1996, que dispõe sobre os uma forma de promover maior excelência e qualidade
serviços de telecomunicações e sua organização. O na prestação dos serviços públicos, deve ser assegura-
relator à época, ministro Carlos Velloso, votou pelo do aos usuários a defesa de seus direitos, bem como
deferimento da liminar para suspender os efeitos do § permitir que eles tenham sua participação garantida.
2° do artigo 8°. Esse dispositivo determina que. Nesse sentido, a Lei Federal nº 13.460, de 26 de
 junho de 2017, é a lei que dispõe sobre a participa-
“as entidades que, na data de vigência desta Lei, ção, a proteção e defesa dos direitos do usuário dos
estejam explorando o Serviço de Transporte de serviços públicos da administração pública. É impor-
Sinais de Telecomunicações por Satélite, median- tante analisar os principais dispositivos dessa lei, bem
te o uso de satélites que ocupem posições orbitais como as alterações mais recentes, introduzidas pela
noticadas pelo Brasil, têm assegurado o direito à Lei nº 14.015/2020.
concessão desta exploração”. Preliminarmente, cumpre ressaltar que os dispo-
sitivos apresentados pela referida Lei se aplicam à
O fundamento
referidos Partidos da ADI é que,
Políticos, no entendimento
tal dispositivo dos
viola a exi- administração pública
Estados, do Distrito diretae dos
Federal e indireta da União,
Municípios, dos
nos ter-
gência constitucional de licitação prévia à realização mos do inciso I do § 3º do art. 37 da Constituição Fede-
da concessão ou permissão de serviços públicos e ao ral. Porém, não são somente as pessoas jurídicas de
princípio da livre concorrência e defesa do consumi- direito público: o § 3º do artigo 1º dispõe também que
dor. É um tanto surpreendente armar que a permis-permis- o regime dessa lei é aplicável, subsidiariamente, nos
são de serviço público deve seguir normas e regras de serviços públicos prestados por particulares.
Direito do Consumidor (ramo de Direito Privado). O artigo 2º da Lei Federal nº 13.460 traz alguns
Por isso, para todos os efeitos, vamos nos alinhar conceitos iniciais 
iniciais  que são importantes para o
com a posição da maioria das bancas costuma e de- de-
nir a permissão como um contrato de adesão. entendimento da matéria. Para os efeitos dessa Lei,
90 considera-se:

 I - usuário
usuário - - pessoa física ou jurídica que se bene-
bene -  XIV - util
utiliza
ização
ção de lin
lingua
guagem
gem sim
simple
pless e com
compre
preens
ensíve
ível,l,
cia ou utiliza, efetiva ou potencialmente, de serviço evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos; e
 público;  XV - vedaç
vedaçãoão da exigênc
exigência
ia de nova prova sobre fato já
 II - serviço público -
público - atividade administrativa ou comprovado em documentação válida apresentada.
de prestação direta ou indireta de bens ou serviços  XVI - comunicação prévia ao consumidor de que
à população, exercida por órgão ou entidade da o serviço será desligado em virtude de inadimple-
administração
administraç ão pública; mento, bem como do dia a partir do qual será rea-
 III - administração pública 
pública  - órgão ou entidade lizado o desligamento, necessariamente durante
integrante
dos Poderes dada
administração pública de
União, dos Estados, doqualquer
Distrito horário comercial.
 Federall e dos Municípios, a Advocacia Pública e a
 Federa É o artigo 6º, todavia, que apresenta os direitos
 Defensoria Pública;
Pública; dos usuários 
usuários  do serviço público. São uma série de
 IV - agente público -
público - quem exerce cargo, empre- prerrogativas que devem ser respeitadas pelo Estado
 go ou função pública, de natureza civil ou militar
militar,, ou daquele cujo serviço público foi outorgado. Assim,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração; e são direitos básicos dos usuários, in verbis:
V - manifestações - reclamações, denúncias, suges-
tões, elogios e demais pronunciamentos de usuários  I - participação no acompanhamento da prestação
que tenham como objeto a prestação de serviços e na avaliação dos serviços;
 públicos
 públ icos e a cond
conduta
uta de agen
agentes
tes públ
públicos
icos na pres
prestaçã
taçãoo  II - obte
obtençã
nçãoo e uti
utiliz
lizaçã
açãoo dos ser
serviç
viços
os com lib
liberd
erdade
ade de
e scalização de tais serviços. escolha entre os meios oferecidos e sem discriminação;
 III - acesso e obtenção de informações relativas à
Com periodicidade mínima anual, cada Poder e sua pessoa constantes de registros ou bancos de
esfera de Governo publicará quadro geral dos servi- dados, observado o disposto no inciso X do caput do
ços públicos prestados, que especicará os órgãos ou art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de
entidades responsáveis por sua realização e a autori- 18 de novembro de 2011 ;
dade administrativa a quem estão subordinados ou  IV - proteção
proteção de suas informações
informações pessoais, nos ter-
vinculados (art. 3°) mos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;
V - atuação integrada e sistêmica na expedição de
Dos direitos básicos e deveres dos usuários atestados, certidões e documentos comprobatórios
de regularidade; e
O artigo 5º dispõe que o usuário de serviço público VI - obtenção de informações precisas e de fácil
tem direito à adequada prestação dos serviços. Para acesso nos locais de prestação do serviço, assim
que isso ocorra, é imputado aos prestadores do serviço como sua disponibilização na internet, especial-
público uma série de deveres e diretrizes
diretrizes que
 que devem mente sobre:
ser seguidas para garantir essa prestação do serviço a) horário de funcionamento das unidades
público com excelência. Essas diretrizes são, in verbis:
verbis: administrativas;
b) serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua
 I - urbanidade, respeito, acessibilidade
acessibilidade e cortesia no localização exata e a indicação do setor responsá-
atendimento aos usuários; vel pelo atendimento ao público;
 II - presunção de
de boa-fé do usuário; c) acesso ao agente público ou ao órgão encarrega-
 III - atendimento por ordem de chegada, ressal- do de receber manifestações;
vados casos de urgência e aqueles em que hou- d) situação da tramitação dos processos adminis-
ver possibilidade de agendamento, asseguradas trativos em que gure como interessado; e
e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação
as prioridades
aos legais às às
idosos, às gestantes, pessoas come deciência,
lactantes às pessoas dos serviços, contendo informações para a com-
acompanhadas por crianças de colo;  preensão exata da da extensão do serviço prestado.
 IV - adequação entre
entre meios e ns, vedada a imposi-
imposi- VII - comunicação prévia da suspensão da presta-
ção de exigências, obrigações, restrições e sanções ção de serviço.
não previstas na legislação;
V - igualdade no tratamento aos usuários, vedado
qualquer tipo de discriminação; Importante!
VI - cumprimento de prazos e normas procedimentais;    O
Pela leitura dos direitos básicos do usuário, per-    V
   I
VII - denição, publicidade e observância de horá-
horá -    T
rios e normas compatíveis com o bom atendimento cebe-se que o serviço público pode ser suspen-    A
ao usuário;    R
so quando o usuário deixa de pagar a respectiva    T
VIII - adoção de medidas visando a proteção à saú-    S
   I
tarifa. O que a lei protege é a comunicação prévia    N
de e a segurança dos usuários; dessa suspensão. Todavia, é vedada a suspen-    I
 IX - autenticação
autenticação de documentos
documentos pelo próprio agen-    M
te público, à vista dos originais apresentados pelo são da prestação de serviço em virtude de ina-    D
   A
usuário, vedada a exigência de reconhecimento de dimplemento por parte do usuário que se inicie    O
na sexta-feira, no sábado ou no domingo, bem    T
   I
 rma, salvo em caso
caso de dúvida de
de autenticidade;
autenticidade;    E
como em feriado ou no dia anterior a feriado.    R
 X - manutenção
sinalizadas, de instalações
acessíveis e adequadas salubres, seguras,
ao serviço e ao Esse é uma exceção introduzida recentemente    I
   D
atendimento;    E
pela Lei nº 14.015/2020.    D
 XI - eli
elimi
mina
naçã
çãoo de for
forma
mali
lida
dade
dess e de exi
exigê
gênc
ncia
iass cu
cujo
jo cu
cus-
s-    S
   E
to econômico ou social seja superior ao risco envolvido;     Õ
 XII - observân
observância
cia dos
dos códigos
códigos de ética ou de conduta
conduta O artigo 7º trata da Carta de Serviços ao Usuário,    Ç
   O
aplicáveis às várias categorias de agentes públicos; que tem por objetivo informar o usuário sobre os ser-    N
 XIII - aplicação de soluções tecnológicas
tecnológicas que visem viços prestados pelo órgão ou entidade, as formas de
a simplicar processos e procedimentos de atendi- atendi- acesso a esses serviços e seus compromissos e padrões
mento ao usuário e a propiciar melhores condições de qualidade de atendimento ao público (art. 7º, § 1º).
 para o compartilhamento
compartilhamento das informações;
informações;
91

A Carta de Serviços ao Usuário deverá trazer infor- integralmente publicado no sítio do órgão ou entida-
mações claras e precisas em relação a cada um dos de, incluindo o ranking das entidades
entidade s com maior inci-
serviços prestados, apresentando, no mínimo, infor- dência de reclamação dos usuários.
mações relacionadas a:

 I - serviços oferecidos;
oferecidos;
 II - requisitos, documentos, formas e informações
necessárias para acessar o serviço; EXERCÍCIOS COMENT
COME NTADOS
ADOS
 III
 IV - princ
pprevisão
rincipai
ipais
previsãosdoetapas
etapas para
prazopara processa
proc
máximo essament
mento
para o do
do servi
serviço;
a prestação ço;
do 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca de atos adminis-
serviço; trativos, serviços públicos e intervenção do Estado na
V - forma de prestação do serviço; e propriedade, julgue o item seguinte.
VI - locais e formas para o usuário apresentar even-   Cada Poder e cada esfera de governo devem estabe-
tual manifestação sobre a prestação do serviço lecer regulamento especíco dispondo sobre a ava -
(art. 7º, § 2º). liação da efetividade e dos níveis de satisfação dos
usuários dos serviços públicos por eles prestados,
Por m, o artigo 8º apresenta os deveres dos usuá-
rios, quando usufruem do serviço público. Assim, são
rios, devendo a quantidade de manifestações dos usuários
obrigações dos usuários: ser um dos parâmetros considerado nessa avaliação.

 I - utilizar adequadamente os serviços, procedendo


procedendo ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
com urbanidade e boa-fé;
 II - prestar as informações pertinentes ao serviço  A Lei n. 13.460/2017, que estabelece normas básicas
 prestado quando
quando solicitadas;  para participação, proteção
proteção e defesa dos direitos
direitos do
 III - col
colabo
abora
rarr para
para a ad
adequ
equada
ada pre
presta
staçã
çãoo do
do serv
serviço
iço;; e usuário dos serviços públicos e que se aplica à admi-
 IV - preservar as condições dos bens públicos por
meio dos quais lhe são prestados os serviços de que nistração
 Distrito direta e indireta
Federal da União,
dos municípios, dos estados,
dispõe, do
no inciso
trata esta Lei.
 IV do art. 23, que a quantidade de manifestações
manifestações dos
Manifestação dos usuários usuários é um dos aspectos a ser considerado
c onsiderado pelos
órgãos e pelas entidades públicas na avaliação de
A Lei nº 13.460/2017 permite que, para garantir seus seus serviços prestados. Resposta: Certo.
direitos, o usuário possa apresentar manifestações peran-
te a administração pública acerca da prestação de servi- 2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito do regime
ços públicos. A manifestação será dirigida à ouvidoria do de concessão e permissão da prestação de serviços
órgão ou entidade responsável e conterá a identicação do públicos, julgue o item subsecutivo.
requerente (art. 9º e 10).   A transferência de concessão ou de controle societá-
A manifestação poderá ser feita por meio eletrônico, ou rio da concessionária sem a prévia anuência do poder
correspondência convencional, ou verbalmente, hipótese
em que deverá ser reduzida a termo. Nesse caso, poderá a concedente implicará a caducidade da concessão.
administração pública ou sua ouvidoria requerer meio de
certicação da identidade do usuário (art. 10, parágrafos). ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
Os procedimentos administrativos relativos à aná-
lise das manifestações
eciência observarão
e da celeridade, visando a os
suaprincípios da-
efetiva reso-
reso  A questão exige do candidato conhecimento quanto
as possibilidades de extinção da concessão do ser-
lução, que compreende: viço público. Uma delas é a caducidade, prevista no
artigo 27 da Lei nº 8.987/1995: “A transferência de
 I - recepção da manifestação no canal de atendi-
mento adequado; concessão ou do controle societário da concessioná-
 II - emissão de comprovante de recebimento da ria sem prévia anuência do poder concedente impli-
manifestação; cará a caducidade da concessão”. Resposta:
 Resposta: Certo.
 IIII - an
 II anál
ális
isee e ob
obte
tenç
nção
ão de in
info
form
rmaç
açõe ões,
s, qu
quan
ando
do nenece
cess
ssár
ário
io;;
 IV - dedeci
cisã
sãoo ad
admi
mininist
stra
rati
tiva
va n
nal
al;; e V - ci
ciên
ênci
ciaa ao us
usuá
uári
rio.
o. 3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se
segue, relativo a serviços públicos e aos direitos dos
Por m, o artigo 23 dispõe sobre a avaliação dos usuários desses serviços.
serviços públicos, que deverá ser feita com base nos   São exigências para apresentar manifestações à ouvi-
seguintes aspectos: doria de órgãos públicos a utilização de meio eletrôni-
 I - satisfação do usuário com o serviço
serviço prestado; co e a indicação dos motivos determinantes.
 II - qualidade
qualidade do atendimento prestado
prestado ao usuário;
usuário;
 III - cumprimento dos compromissos e prazos de- de- ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
nidos para a prestação dos serviços;
 IV - quantidade
quantidade de manifestações
manifestações de usuários; e  Não é exigido
exigido que a manife
manifestaç
stação
ão seja feita
feita por meio
meio
V - medidas adotadas pela administraçã
administraçãoo pública para eletrônico. A Lei nº 13.460/2017 dispõe que a manifes-
melhoria e aperfeiçoamento da prestação do serviço. tação poderá ser feita por meio eletrônico, ou corres-
 pondênci
 pond ênciaa conven
convenciona
cional,l, ou
ou verbal
verbalment
mente,
e, hipóte
hipótese
se em
em
A avaliação será realizada por pesquisa de satis- que deverá ser reduzida a termo. Além disso,
disso , são veda-
fação feita, no mínimo, a cada um ano, ou por qual- das quaisquer exigências relativas aos motivos deter-
quer outro meio que garanta signicância estatística
aos resultados. O resultado da avaliação deverá ser minantes da apresentação de manifestações perante a
92 ouvidoria (art. 10, § 2º, idem). Resposta: Errado.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se atualidade, que exige que a Administração Pública
segue, relativo a serviços públicos e aos direitos dos utilize-se, sempre, da tecnologia mais moderna para
usuários desses serviços. a prestação de um serviço de qualidade para seus
  De acordo com o ST STJ,
J, o princípio da continuidade do usuários (não há mais espaço para os “servidores
serviço público autoriza que o poder público promova de máquina de escrever”). A segunda frase apre-
a retomada imediata da prestação do serviço no caso senta as palavras “tarifas baixas” e “cobradas dos
de extinção de contrato de concessão por decurso do usuários”, o que é uma clara alusão ao princípio da
prazo de vigência ou por declaração de nulidade, des- modicidade das tarifas. Resposta: Letra B
de que tal poder realize previamente o pagamento de
indenizações devidas. 7. (FGV – 2018) Serviço público é toda atividade executa-
da de forma direta ou indireta pelo Estado e usufruída
( ) CERTO (  ) ERRADO pelos cidadãos, gozando de prerrogativas decorrentes
da supremacia do interesse público. Dentre os princí-
O Superior Tribunal de Justiça rmou o entendi-
entendi- pios especícos do serviço público, o ordenamento
mento de que, havendo a extinção de concessão de  jurídico estabeleceu o da:
serviço público por decurso do prazo, cabe ao ente
concedente a retomada imediata da prestação do a) modicidade das tarifas, segundo o qual o serviço públi-
serviço público até a realização de nova licitação, co deve ser prestado aos hipossucientes de forma
 para garantir a continuidade do serviço público, gratuita e universal;
não se condicionando o termo nal do contrato ao b) pessoalidade, segundo o qual o serviço público deve
 pagamento prévio de eventual indenização (REsp ser prestado em benefício a um círculo social previa-
mente denido em lei;
1390911/SC). Resposta: Errado. c) continuidade, segundo o qual o serviço público, em
regra, não deve sofrer interrupções e deve ser presta-
5. (VUNESP – 2018) Dentre os princípios regedores dos do de forma permanente;
serviços públicos, encontra-se o princípio pelo qual os d) isonomia formal, segundo o qual o preço público cobra-
serviços públicos
amplitude possível,devem ser prestados
vale dizer, com ao maior
deve beneciar do
sivo,para
de prestação do serviço
acordo com deve tercontributiva
a capacidade valor progres-
do
número possível de indivíduos. Trata-se do princípio da: usuário;
e) onerosidade, segundo o qual o serviço público é remu-
a) continuidade. nerado mediante tarifa e, em caso de inadimplemento
b) modicidade. do usuário, pode ser suspenso independentemente de
c) totalidade. aviso prévio.
d) generalidade.
e) universalidade.  A letra A está errada, a modicidade das tarifas sig-
nica que as tarifas cobradas pelo serviço público
 A letra
letra A está err
errada
ada,, o princíp
princípio
io da conti
continui
nuidad
dadee sig-
sig- devem ser baixas e módicas. A letra B está errada,
nica que o serviço público não pode parar, salvo em não existe princípio da pessoalidade, pois os servi-
algumas hipóteses legalmente previstas. A letra B está ços públicos devem atender ao número máximo de
errada, o princípio da modicidade tem relação com usuários possível, sem a possibilidade de discrimi-
as tarifas a ser cobrada aos usuários. O preço dessas nação entre os usuários. A letra D está errada, pois
tarifas deve ser módicos. As letras C e E estão erradas a isonomia não tem relação com as tarifas cobra-
quanto ao nome, apesar de totalidade e universalidade das aos usuários. A letra E está errada na sua parte
 nal, pois é vedada a suspensão do serviço público
serem
corretosinônimos, noécaso
do princípio dos serviços
generalidade. públicos,Letra
Resposta: o nome
D. sem o devido aviso prévio. Resposta: Letra C.

8. (VUNESP – 2020) A delegação, a título precário,


6. (FGV – 2019)  O serviço público está submetido ao mediante licitação, da prestação de serviços
ser viços públicos,
regime de direito público, com aplicação de regras feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica
especícas trazidas pela Lei nº 8.987/95. Assim, o que demonstre capacidade para seu desempenho, por
serviço público deve ser prestado: sua conta e risco.    O
   V
   I
1) com a modernidade das técnicas, do equipamento
equipamento e   É correto armar que o texto do enunciado trata da    T
das instalações e sua conservação; e    A
   R
2) mediante tarifas mais baixas possíveis cobradas
cobradas dos a) concessão de serviço
ser viço público.    T
   S
   I
usuários, a m de manter a prestação do serviço à b) licitação de serviço público.    N
maior parte possível da coletividade.    I
c) autorização de serviço público.    M
  As duas características acima descritas traduzem, d) regulamentação de serviço público.    D
   A
respectivamente, os princípios do serviço público da: e) permissão de serviço público.    O
   T
   I
a) modicidade e continuidade;    E
 No enunciado da questão há algumas
algumas palavras-cha-    R
   I
b) atualidade e modicidade; ve para identicar a forma de delegação do servi-
servi -    D
c) economicidade e continuidade; ço público que a questão pede. Essas palavras são:    E
   D
d) universalidade e eciência; “título precário”, “mediante licitação”, “pessoa físi-    S
ca” e “por sua conta e risco”. Se é a título precário,    E
e) generalidade e competitividade.     Õ
signica que pode ser revogada a qualquer tem- tem -    Ç
   O
 A questão é bastante simples, analisando cada
cada uma  po. Se a concessão é realizada mediante licitação,    N
das frases podemos destacar algumas palavras-cha- signica que o ente que recebeu a delegação o fez
ve para identicar os princípios. No caso da frase mediante contrato administrativo (e não ato). Além
1, as palavras “modernidade de técnicas” e “equi- disso, tal ente desempenha as funções do serviço
 pamentos”, claramente trata-se do princípio da  público por sua 93

CONTROLE JUDICIAL
CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA
ADMINISTRAÇÃO Esse é o controle exercido pelo Poder Judiciário sobre
os atos praticados pelos demais poderes e de seus pró-
prios atos quando do exercício da função administrativa.
A Administração Pública estará sujeita a vários meca- Importante lembrar que no Brasil aplica-se o prin-
nismos que irão vericar a regularidade da sua atuação. cípio da inafastabilidade de jurisdição, segundo o qual
Por vezes, mecanismos internos, assim como externos, nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito poderá
sujeitam-se a controles exercidos por outros Poderes. ser afastada a apreciação do Poder Judiciário.
Essa possibilidade de um Poder limitar o outro Nesse contexto, importante lembrar que, em
você poderá encontrar referida como sistema de freios âmbito administrativo, teremos a ocorrência do con-
e contrapesos ou checks and balances.
balances. Nada mais é do tencioso administrativo nesses termos. Tribunais
administrativos especializados apreciarão a matéria
que a limitação mútua de um Poder para com outro, de sua competência, o que não afasta a competência
de forma que o poder que emana do povo seja exerci- do Poder Judiciário de apreciar novamente a matéria.
do de forma equilibrada pelos representantes eleitos. No entanto, como já vimos anteriormente, essa
análise, em regra, não poderá adentrar ao mérito
CONTROLE ADMINISTRATIVO administrativo dos atos analisados, devendo se ater
aos aspectos vinculados.
O controle administrativo é o controle exercido Ainda, segundo o princípio da inércia que norteia
pela própria Administração Pública sobre seus atos. a atuação do Poder Judiciário, deverá ser sempre pro-
Uma importantíssima característica do controle inter- vocado por um dos interessados na sua manifestação.
no é a amplitude, pois recairá tanto sobre os aspectos
de legalidade como sobre os aspectos de mérito. Dica
Vejamos o artigo 70 da CF/88, que faz menção direta à O Poder Judiciário só poderá se manifestar sobre a
existência do sistema de controle interno de cada Poder. execução de políticas públicas diante de situações
Art. 70 
70  A scalização contábil, nanceira, orça-
orça - extremas, quandona
sido feito. Deverá, o análise,
mínimolevar
aceitável não otenha
em conta prin-
mentária, operacional e patrimonial da União e cípio da reserva do possível, para que seja denido
das entidades da administração direta e indireta, o mínimo aceitável na situação apresentada.
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, Veremos agora algumas ações por meio das quais
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante poderá ser provocado o Poder Judiciário para mani-
controle externo, e pelo sistema de controle inter- festação. As situações e que ensejam seus usos são
no de cada Poder. diferentes. Vejamos os pontos mais importantes.
Tal informação deve ser desde já trabalhada em Mandado de segurança
comparação ao controle externo exercido sobre outros
poderes sobre a Administração Pública. Nesses casos, O mandado de segurança tem seus pormenores
além de eles acontecerem nas hipóteses constitucio- constantes da Lei nº 12.016/09. Segundo a própria
nalmente previstas, em regra, deverão recair apenas Constituição Federal servirá para proteger direito
sobre os aspectos de legalidade do ato praticado. líquido e certo, não amparado por habeas corpus 
corpus  ou
A CF/88 fala mais uma vez sobre o controle interno habeas data.
data. Outra condicionante é a ilegalidade ser
no seu artigo 74. praticadanopor
 jurídica autoridade
exercício pública ou do
de atribuições agente dePúblico
Poder pessoa
Art. 74 Os
74 Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- (como concessionárias de serviço público).
rio manterão, de forma integrada, sistema de con- O conceito de autoridade aqui deverá ser inter-
pretado em sentido amplo, incluindo tanto servidores
trole interno com a nalidade de: públicos, como agentes particulares de delegatários
 I - avaliar o cumprimento das metas previstas no de serviços públicos.
 plano plurianual, a execução dos programas de O mandado de segurança poderá ser tanto repres-
 governo e dos orçamentos da União; sivo, preventivo. Ou seja, pode ser anterior a uma
 II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, lesão ao direito.
quanto à ecácia e eciência, da gestão orçamentá-
orçamentá-
ria, nanceira e patrimonial nos órgãos e entidades Temos situações em que não será cabível o manda-
da administração federal, bem como da aplicação de do de segurança. Vejamos.
recursos públicos por entidades de direito privado;
z  Contra ato do qual seja cabível recurso administrativo
 III - exer
exercer
cer o control
controlee das
das operaç
operações
ões de
de crédit
crédito,
o, avais
avais
e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; com efeito suspensivo, sem necessidade de caução;
z  Contra decisão judicial transitada em julgado;
 IV - apoiar o controle externo no exercício de sua z  Contra lei em tese;

missão institucional. z  Para assegurar liberdade de locomoção (aqui será


cabível o habeas corpus).
corpus).
Temos também a possibilidade de reexame da
matéria por meio da interposição de recursos pelos Mandado de injunção
eventuais interessados. Em regra, esses recursos serão
analisados dentro da estrutura do próprio Poder, sen- Será cabível como remédio jurídico para garantir
do então classicados como recursos próprios. Quan-
Quan - ao cidadão exercício de direito que dependa de norma
do a análise do recurso se der em outro Poder, será ainda não existente. Vejamos a literalidade do texto
94 classicado como recurso impróprio. constitucional para um melhor entendimento.

Art. 5º Todos
5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção  II - autorizar o Presidente da República a declarar
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-  guerra , a celebrar a paz , a  permitir  que
 que forças 
ros e aos estrangeiros residentes
residentes no País a inviola- estrangeiras transitem pelo território nacional 
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, ou nele permaneçam temporariamente, ressalva-
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: dos os casos previstos em lei complementar;
 LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem-  III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente 
 pre que a falta de norma regulamenta
regulamentadora
dora torne da República a se ausentarem do País, quando a
inviável o exercício dos direitos e liberdades consti- ausência exceder a quinze dias ;
tucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali-  IV - aprovar o estado de defesa  e a intervenção
dade, à soberania e à cidadania
cidadania;;  federal, autorizar o estado de sítio , ou suspen-
der qualquer
V - sustar os uma
atosdessas medidas;
normativos  do Poder Executi-
Executi-
O mandado de injunção é regulamentado pela Lei
vo que exorbitem do poder regulamentar 
regulamentar  ou ou dos
nº 13.300/2016. Vejamos seu artigo 2º. limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
Art. 2º Conceder-se-á
2º Conceder-se-á mandado de injunção sem- VII - xar idêntico subsídio para os Deputados
 pre que a falta total ou parcial de norma regula-  Federaiss e os Senadores;
 Federai
mentadora torne inviável o exercício dos direitos e VIII - xar os subsídios do Presidente e do Vice-Pre-
Vice-Pre-
liberdades constitucionais
constitucionais e das prerrogativas ine- sidente da República e dos Ministros de Estado;
rentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.  IX -  julgar anualmente as contas prestadas
 pelo Presidente da República e apreciar os rela-
Habeas data tórios sobre a execução dos planos de governo;
 X - scalizar e controlar, diretamente,
diretamente, ou por qual-
qual-
Este remédio constitucional tem como nalidade quer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
garantir o direito à informação. Ele consta expressa- incluídos os da administração indireta;
mente do artigo 5º da Constituição Federal. Vejamos a  XI - zelar pela preservação de sua competência
literalidade do dispositivo. legislativa em face da atribuição normativa dos
outros Poderes;
Art. 5º Todos
5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção  XII - apreciar os atos de concessão e renovação de
concessão de emissoras de rádio e televisão;
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-  XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal
ros e aos estrangeiros residentes
residentes no País a inviola- de Contas da União;
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,  XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo
E xecutivo refe-
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: rentes a atividades nucleares;
 LXXII - conceder-se-á
conceder-se-á habeas data:  XV - autorizar referendo
referendo e convocar
convocar plebiscito;
a) para assegurar o conhecimento de informações  XVI - autorizar
autorizar,, em terras
terras indígenas,
indígenas, a exploração
exploração e
relativas à pessoa do impetrante, constantes de o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa
registros ou bancos de dados de entidades governa- e lavra de riquezas minerais;
mentais ou de caráter público;  XVII - aprovar
aprovar,, previamente,
previamente, a alienação
alienação ou conces-
b) para a reticação de dados, quando não se prera são de terras públicas com área superior a dois mil
 fazê-l
 fazê-loo por pro
proces
cesso
so sig
sigilo
iloso,
so, jud
judici
icial
al ou ad
admin
minist
istra
rativ
tivo;
o; e quinhentos hectares.

O habeas data será
data será cabível para obtenção de infor- Vejamos agora as atribuições que competem pri-
mações pessoais. vativamente ao Senado Federal,
vativamente ao Federal, art. 52 da CF/88.

CONTROLE LEGISLATIVO  Isidente


-  processar e julgar onos
da República Presiden
Presidente
crimestede
e oresponsa-
Vice-Pre-
O controle legislativo é o controle realizado pelo bilidade, bem como os Ministros de Estado e
Poder Legislativo sobre os demais poderes. O contro- os Comandantes da Marinha, do Exército e da
le poderá ser político ou nanceiro, de acordo com a  Aeronáutica nos crimes da mesma natureza cone-
 Aeronáutica
 xos com aqueles;
hipótese constitucionalmente prevista.  II -  processar e julgar os Ministros do S upremo
upremo    O
Em regra, o aspecto nanceiro será aquele scali-
scali -    V
   I
T ribunal F 
ribunal  F ederal,
ederal, os membros do Conselho Nacio-    T
zado com o auxílio do TCU (ou Tribunal de Contas de nal de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério    A
   R
outra esfera, se for o caso), conforme previsto no arti-  Público, o Procurador-Geral
Procurador-Geral da República e o Advo-
Advo-    T
go 70 da Constituição Federal (leia novamente, agora    S
   I
 gado-Geral da União
União nos crimes de responsabilida-
responsabilida-    N
nesse contexto). de; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº    I
   M
Temos aqui uma importante exceção no funcio-  45, de 2004)    D
namento do controle legislativo. Veja que os termos  III - aprovar previamente , por voto secreto ,    A
após arguição pública, a escolha de:    O
“legitimidade, economicidade” constantes do disposi-disposi-    T
   I
tivo que você acabou de ler permitirão uma análise a)  Magistrados , nos casos estabelecidos nesta    E
   R
   I
que poderá, conforme o caso, adentrar em aspectos Constituição;
   D
do mérito administrativo. Portanto, que atento com b) Ministros do T ribunal
ribunal de C ontas
ontas da U nião
nião indi-    E
   D
termos extremos nos enunciados das questões quan- cados pelo Presidente
c) Governador  da República;
 de Território
 de  ;    S
   E
do estiverem abordando a presente temática. d) Presidente e diretores do banco central ; ;     Õ
Vejamos as competências exclusivas
exclusivas   do Congressos    Ç
e) P rocurador-
rocurador- Geral da República;    O
Nacional trazidas
Nacional  trazidas pelo artigo 49, da Constituição Federal.  f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
determinar;    N
 IV - aprovar previamente, por voto secreto, após
 I - resolver denitivamente sobre
denitivamente sobre tratados, acor- arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
dos ou atos internacionais que acarretem encargos missão diplomática de caráter permanente;
ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 95

V - autorizar operações externas de natureza nan-


nan- As CPIs podem realizar diligências, convocar e tomar
ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distri- depoimentos, requisitar informações e documentos de
to Federal, dos Territórios e dos Municípios; órgãos, requisitar auditorias e inspeções do TCU.
VI - xar, por proposta do Presidente da República, Segundo jurisprudência do STF, é vedado às CPIs
limites globais para o montante da dívida consoli- fazer buscas e apreensões domiciliares, determinar
dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e interceptações telefônicas, dar ordem de prisão (exce-
dos Municípios; to em agrante).
VII - dispor sobre limites globais e condições para
as operações de crédito externo e interno da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, Tribunais de Contas
de suas autarquias e demais entidades controladas
controladas
 pelo Poder Público federal;
federal; Como dito anteriormente, o Tribunal de Contas irá
VIII - dispor sobre limites e condições para a con- auxiliar o Poder Legislativo no exercício de suas atribui-
cessão de garantia da União em operações de crédi- ções constitucionais. Importante frisar que não estão a
to externo e interno; ele subordinados, nem fazem parte de sua estrutura.
 IX - estabelecer limites globais e condições para o Ainda, em que pese o nome “tribunal”, suas
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Dis- decisões não fazem coisa julgada como as do Poder
trito Federal e dos Municípios;  Judiciário. Em consequência, aquele que se julgar
 X - suspender a execução, no todo ou em parte, prejudicado poderá recorrer ao Poder Judiciário para
de lei declarada inconstitucional por decisão apreciação da matéria.
denitiva do Supremo Tribunal Feder Federalal ; ; Conforme artigo 71, da CF/88, o controle externo, a
 XI - aprovar,
aprovar, por maioria absoluta
absoluta e por voto secre- cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxí-
to, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
 República antes dodo término de seu mandato;
mandato; lio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
 XII - elaborar seu
seu regimento interno;
interno;
 XIII - dispor sobre sua organização, funcionamen-  I - apreciar as contas prestadas anualmente
to, polícia, criação, transformação ou extinção dos  pelo Presidente República , mediante parecer
Presidente da República
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a ini-  prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias 

ciativa de lei para xação da respectiva remunera-


remunera- a contar
 II -  julgde
ar seu
 julgar as recebimento;
contas
contas dos admi
administ
nistrad
radore
oress e
ção, observados os parâmetros estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentária
orçamentárias;
s; demais responsáveis por dinheiros, bens e valo -
 XIV - eleger membros do Conselho da República, res públicos da administração direta e indireta ,
nos termos do art. 89, VII. incluídas as fundações e sociedades instituídas e man-
 XV - avaliar periodicamente a funcionalida
funcionalidade
de do tidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles
Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e que derem causa a perda, extravio ou outra irregula-
seus componentes, e o desempenho das administra- ridade de que resulte prejuízo ao erário público;
ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito  III - apreciar
apreciar,, para ns de registro, a legalidade
 Federall e dos Municípios.
 Federa Municípios. dos atos de admissão de pessoal ,  , a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluí-
Finalmente, vejamos as atribuições que competem das as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
privativamente à Câmara dos Deputados.  Público, excetuadas as nomeações para cargo de
 provimento em comissão, bem como a das conces-
sões de aposentadorias, reformas e pensões, ressal-
 I - autorizar  , por dois terços de seus membros , a ins-
tauração de processo contra o Presidente e o Vice-
vadas as melhorias posteriores que não alterem o
 fundamento legal
legal do ato concessório;
-Presidente da República e os Mi  Mini
nistros de Estado;
stros
 IV - realizar
realizar,, por iniciativa própria, da Câmara
 II
te -da República, quando não apresentadas ao
 proceder à tomada de contas do Presiden- dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
Congresso Nacional dentro de sessenta dias  dias   técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
após a abertura da sessão legislativa; natureza contábil, nanceira, orçamentária, opera-
opera-
 III - elaborar seu regimento interno; cional e patrimonial,
p atrimonial, nas unidades administrativas
 IV - dispor sobre sua organização, funcionamento,
funcionamento, dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e
 polícia, criação, transformação ou extinção dos demais entidades referidas no inciso II;
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a ini- V - scalizar as contas nacionais das empresas
ciativa de lei para xação da respectiva remunera-
remunera- supranacionais de cujo capital social a União par-
ção, observados os parâmetros estabelecidos na lei ticipe, de forma direta ou indireta, nos termos do
de diretrizes orçamentária
orçamentárias;
s; tratado constitutivo;
V - eleger membros do Conselho da República, nos VI - scalizar a aplicação de quaisquer recursos
termos do art. 89, VII. repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Esta-
Importa saber que quando a Constituição Federal do, ao Distrito Federal ou a Município;
VII -  prestar as informações solicitadas pelo
se refere ao “Congresso Nacional”, devemos entender Congresso Nacional , , por qualquer de suas Casas,
Senado e Câmara reunidos em sessão conjunta para ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
deliberação. a scalização contábil, nanceira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de
Comissão Parlamentar de Inquérito auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis , em caso de ilega-
ilega-
São comissões que podem ser criadas pela Câmara ou lidade de despesa ou irregularidade de contas, as
pelo Senado, em conjunto ou separadamente, mediante
mediante sanções previstas em lei , que estabelecerá, entre
1/3 dos seus membros, com poderes de investigação, outras cominações, multa proporcional ao dano
96 para apuração de fato determinado e por prazo certo.
certo. causado ao erário;

 IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade Teoria da Responsabilidade Subjetiva
adote as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, se vericada ilegalidade;
ilegalidade; Para facilitar o entendimento, é importante que se
 X - sustar
sustar,, se não atendido, a execução do ato reita sobre a sua noção “normal” de culpa. Aquela em
impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos que será apurada a sua culpa, por exemplo,
ex emplo, em um pre-
 Deputados e ao Senado
Senado Federal;
Federal;  juízo causado ao vizinho.
vizinho. Isso é o que o Direito chama
 XI - representar ao Poder competente sobre irregu-
irregu- de responsabilidade subjetiva. É aquela em que a con-
laridades ou abusos apurados. duta do sujeito é analisada para que se conclua sobre a
sua responsabilidade ou não. É a culpa trazida no Códi-
go Civil para situações gerais, digamos assim.
Reforçando, temos aqui a teoria responsabilidade
Importante!
Cuidado com o termo! As contas do Presidente
subjetiva,
civil queNela
comum. também
será pode ser chamada
importantíssimo de culpa
o elemento
subjetivo da conduta do agente público.
da República são apreciadas pelo TCU, enquan- Diante disso, para que se congure a culpa do Esta-
Esta-
to as dos demais administradores de dinheiro e do, deveremos estar diante dos seguintes requisitos.
bens públicos são julgadas.
z  Dano: material, estético ou moral;
Dano: material,
z  Conduta ocial: agir
ocial: agir de pessoa enquadrada como
agente público;
z  Nexo causal: 
causal:  relação de causa e consequência
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO entre a conduta e o dano ocorrido;
z  Dolo ou culpa: presença
culpa: presença o elemento subjetivo.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO DIREITO
BRASILEIRO Teoria da Culpa Administrativa

Essa teoria também pode ser referenciada como


Neste ponto estudaremos a responsabilização do culpa do serviço, teoria do acidente administrativo,
Estado e seus agentes quando da sua atuação. Inicial- ou culpa anônima do serviço público.
mente
poderá devemos raciocinar
ser contratual que a responsabilidade
ou aquiliana. Contratual será Segundo ela, para que se congure a responsabili-
responsabili-
dade do Estado, basta que se comprove o mau funcio-
aquela que surge no bojo de uma relação contratual, namento do serviço público prestado.
o que pode acontecer em inúmeros contextos diferen- Veja que a evolução aqui recai sobre a desneces-
tes. Já a aquiliana será a responsabilidade extracon- sidade de apuração do aspecto subjetivo da conduta
tratual, aquela a que o Estado está sujeito quando da do agente, bastando vericar o proceder da própria
sua atuação no dia a dia, sem qualquer necessidade de Administração Pública.
existência de contrato para que ela se efetive.
Estudaremos a responsabilidade extracontratual Teoria do Risco Administrativo
do Estado, conhecendo um pouco de sua evolução
até o ponto em que se encontra hoje no ordenamento
 jurídico brasileiro. Perceba que a evolução das teorias Segundo a teoria do risco administrativo, a Admi-
entrega uma tentativa de proteger o indivíduo cada nistração Pública deverá ser responsabilizada sempre
vez mais da atuação do Estado. que sua conduta comissiva ou omissiva ensejar pre-
Antes de adentrarmos aos detalhes, importante  juízos aos administrados. Tal responsabilização se
que você tenha em mente que o conceito de agente dará independentemente de dolo ou culpa.
público aqui será o mais amplo possível, engloban- Ou seja, aqui temos o primeiro momento em que
do tanto os servidores públicos, como particulares surge uma responsabilidade civil ao Estado de natu-
que estejam atuando em nome da Administração reza objetiva, pois não será analisado o aspecto subje-
Pública, ainda que por meio de concessionários ou tivo da conduta que causou o dano.
delegatários. Por outro lado, temos o surgimento, neste momen-
to, de causas atenuantes ou até mesmo excludentes
Teoria da Irresponsabilidade    O
da responsabilidade. Diante do caso concreto, o juiz    V
   I
analisa a própria conduta do prejudicado, assim como    T
   A
Adentrando à evolução da teoria, temos inicial- de outros envolvidos eventualmente, atenuando ou    R
mente a teoria da irresponsabilidade. Ela tem suas    T
excluindo a culpa do Estado no caso, de acordo com as    S
   I
origens no absolutismo, em que os reis
re is não teriam, em condutas dos envolvidos.    N
   I
tese, a capacidade de errar (“king
(“ king can do no wrong” ).).    M
Como os monarcas se confundiam com o próprio
pró prio Esta- Teoria do Risco Integral    D
   A
do, não haveria possiblidade de culpa.    O
   T
   I
Teoria dos atos de império x atos de gestão Entendida a teoria anterior, ca fácil entender    E
esta. Aqui os ditames são os mesmos, com exceção da    R
   I
   D
existência de excludentes e atenuantes da responsa-
Nesse momento já temos uma primeira diferencia-    E
bilidade do Estado. Em outros termos, para que reste    D
ção que permitirá a responsabilização do Estado por    S
parte dos seus atos. Os atos de império continuam não comprovada a responsabilidade do Estado se impõem    E
    Õ
sendo passíveis de responsabilização. São aqueles em os seguintes fatores:    Ç
   O
que o Estado atua em posição de superioridade em    N
relação ao administrado. z  Dano: material, estético ou moral;
Dano: material,
 Já no caso dos atos de gestão, o Estado estaria z  Conduta ocial: agir
ocial: agir de pessoa enquadrada como
atuando em igualdade de condições com o adminis- agente público;
trado, sendo possível a responsabilização aqui.
97

z  Nexo causal: 
causal:  relação de causa e consequência A excludente irá se mostrar de maneira ainda mais
entre a conduta e o dano ocorrido. fácil: ocorrerá quando o cidadão prejudicado, ou um
terceiro, tiver culpa exclusiva no evento danoso, de
RESPONSABILIDADE POR ATO COMISSIVO E forma que a Administração Pública não causou qual-
OMISSIVO DO ESTADO quer dano. Exemplo: cidadão avança o sinal e colide
com viatura ocial que estava respeitando todas as
Responsabilidade por ato comissivo do Estado regras de trânsito aplicáveis.

Depois de conhecer a evolução dos modelos de res- Dica


ponsabilidade do Estado, vamos conhecer como o tema
se encontra hoje no país. Temos a predominância da Veja esse entendimento do STF no caso de aci-
teoria do risco administrativo, ou seja, em regra, a res- dente
Súmulaem187,
transporte de passageiros. contratual
STF. A responsabilidade
ponsabilidade civil do Estado Brasileiro será apurada
de forma objetiva, sendo possível a aplicação de causas do transportador, pelo acidente com o passagei-
atenuantes e excludentes diante do caso concreto. ro, não é elidida por culpa de terceiro, contra o
Como vimos anteriormente, os danos podem ser qual tem ação regressiva.
material, moral ou estético, havendo, segundo juris-
prudência do STJ a possibilidade de cumulação. Outra situação que ensejará a exclusão da culpa
A principal norma sobre o tema se encontra no da Administração Pública será a ocorrência de fatos
texto constitucional. Vejamos. imprevisíveis e extraordinários, que são o caso for-
tuito e a força maior. Em termos simples, devemos
Art. 37 (...)
37 (...) entendê-los da seguinte maneira:
§ 6º As  pessoas jurídicas de direito público  e
as de direito  privado prestadoras de serviços z  Força maior: eventos
maior: eventos da natureza causam prejuí-
responderão pelos danos que seus agen-
 públicos responderão zo sem qualquer participação humana. Exemplo:
tes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu- furacão.
rado o direito de regresso contra o responsável z  Caso fortuito: 
fortuito:  situação extraordinária causada
nos casos de dolo ou culpa. por conduta humana. Exemplo: guerra.
Como dito anteriormente, as pessoas de direito Responsabilidade por omissão do Estado
privado responderão quando estiverem atuando em
nome da Administração Pública, conforme vimos no A discussão da responsabilidade civil do Estado
dispositivo acima. no caso de atos omissivos é um pouco mais complexa,
Importante ressaltar que em consonância com a dependendo do tema especíco e do direcionamen-
direcionamen-
 jurisprudência
 jurisprud ência pátria,
pátria, não haverá distinçã
distinçãoo no caso de to jurisprudencial. Por isso conheceremos o tema de
o terceiro prejudicado ser usuário ou não da prestadora
prestado ra maneira geral, adentrando aos casos especícos mais
de serviço eventualmente envolvida em um incidente. importantes e cobrados em provas.
Ao m do dispositivo temos a possibilidade da ação Como regra geral, aqui será aplicada a teoria da
regressiva. Essa ação regressiva não inuencia de for-
for - culpa administrativa. Então teremos o seguinte, com-
ma alguma na reponsabilidade do Estado perante o pilando com o que vimos no item anterior.
prejudicado. Será apenas um instrumento do Estado
para se ressarcir dos prejuízos causados pelos seus
z  Responsabilidade por atos comissivos:
comissivos: respon-
agentes.
De acordo com a jurisprudência do STF,STF, não é pos- sabilidade objetiva / teoria do risco administrativo;
z  Responsabilidade por atos omissivos:
omissivos: responsa-
sível ao prejudicado propor a ação contra o Estado e
agente público simultaneamente. A responsabilida- bilidade subjetiva / teoria da culpa administrativa.
de deve recair sobre o Estado, que irá, se for o caso,
cobrar o agente público com meio de ação regressiva. Portanto, já sabemos neste momento que para a
Importante diferenciar que aqui, nesse momento, a comprovação da culpa do Estado por ato omissivo
responsabilidade será subjetiva (culpa civil comum). será necessária a comprovação do elemento subjetivo:
Devemos lembrar dos requisitos
requisitos   necessários à dolo ou culpa. No caso do Brasil, é necessário apenas
apena s a
caracterização da responsabilidade civil do Estado. comprovação da falta no serviço prestado. Diante dis-
so, vamos abordar três exemplos para que possamos
z  Dano: material, estético ou moral;
Dano: material, melhor entender esse ponto especíco do estudo.
z  Conduta ocial: agir
ocial: agir de pessoa enquadrada como
z  Atos omissivos: em
omissivos: em regra ensejam a responsabili-
agente público;
z  Nexo causal: 
causal:  relação de causa e consequência dade subjetiva do Estado;
z  Fenômenos da natureza:
natureza: responde a Administra-
entre a conduta e o dano ocorrido.
ção Pública no caso de não ter cuidado devidamen-
Temos também as excludentes e atenuantes,
atenuantes, já te do sistema de esgoto, ou por outras omissões que
abordadas anteriormente, mas que carecem de um venham a agravar as consequências do fenômeno
em questão;
detalhamento ainda.
A causa atenuante se dará quando existir culpa z  Atos de multidão:
multidão: surge a culpa da Administração
concorrente da Administração Pública com o prejudi- Pública quando a atuação diante da multidão seja
cado. Ou seja, o agente público de fato causou dano, ineciente, dando causa a dano maior do que
qu e ocor-
ocor-
no entanto, o particular também teve parcela de cul- reria se a atuação da Administração Pública fosse
pa. Exemplo: viatura ocial avança sinal e colide com apropriada.
98
cidadão que também avança sinal de trânsito.

REQUISITOS E CAUSAS EXCLUDENTES E pois as galerias pluviais de seu bairro não eram
ATENUANTES DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO sucientes para escoar toda a água, caracterizan-
do-se em falta no serviço público. Segundo voto do
Dentro do âmbito da teoria objetiva da responsa- relator, porém, não havia qualquer prova que dena
bilidade estatal, existem duas vertentes distintas. A a ocorrência de qualquer falta de serviço que pos-
primeira, denominada risco integral,
integral, dispõe que o sa ser atribuída ao Município e que tenha sido cau-
Estado possui o dever de indenizar todo e qualquer sa concorrente para o evento.
dano causado pela prática de seus atos, não admitindo
nenhuma excludente. Trata-se de uma variação radi- Todo aquele que se sentir prejudicado por con-
cal, em que a Administração se transforma em um duta comissiva ou omissiva de agente público pode
indenizador universal. Não é adotado em nenhum pleitear, pela via administrativa ou judicial, a devi-
país, sendo adotado no Brasil somente como exce-
ção em alguns casos especícos,
especícos , como nos acidentes da reparação
trativa, basta pelos
que odanos causados.
prejudicado Na via oadminis-
formule pedido
de trabalho, na indenização coberta pelo seguro obri- a autoridade competente, que instaurará processo
gatório para automóveis (DPVAT)
(DPVAT) etc. administrativo para apurar a responsabilidade e o
A segunda vertente, denominada teoria do ris- pagamento de indenização.
co administrativo,
administrativo, é a adotada como regra geral no Porém, é preferível que a vítima utilize a via judi-
direito brasileiro. Tal teoria reconhece algumas exclu- cial, hipótese mais comum haja vista o direito de peti-
dentes da responsabilidade do Estado. Excludentes ção, que se caracteriza no dever do Poder Judiciário
são circunstâncias que, como o próprio nome diz, de atender todas as demandas feitas pelos cidadãos.
afastam o dever de indenizar durante a sua ocorrên- O direito à indenização da vítima se instrumentaliza
cia. São, ao todo, três modalidades: pela ação indenizatória. A ação indenizatória,
indenizatória, dessa
forma, é aquela proposta pela vítima contra a pessoa
z  Culpa exclusiva da vítima: são
vítima: são hipóteses em que o  jurídica que o agente público causador do dano per-
prejuízo é consequência da intenção deliberada da tence. Conforme dispõe o art. 206, § 3º, V, do Código
própria vítima. O prejudicado, ao utilizar o referido Civil, o prazo prescricional para a propositura de ação
serviço público, acaba sofrendo danos por uma ação indenizatória é de três anos, contados da ocorrência
tomada por ela mesma, não havendo qualquer rela- do evento danoso.
ção com as condutas do Poder Público. É o caso, por
exemplo, de pessoa que se joga na frente de viatura Lembrando
de de direito detambém que
regresso
regresso, sempre
, por parte há
do aente
possibilida-
público,
policial para ser atropelada. Não se confunde com a contra o agente que, de fato, praticou a conduta dano-
culpa concorrente, que se traduz no dano causado sa. Óbvio, quando a culpa recair totalmente sobre um
pela conduta recíproca do Estado e da própria víti- agente ou um pequeno grupo de agentes públicos, o
ma. Neste caso, há uma análise pericial para deter- Estado não pode ser o único a arcar com os prejuí-
minar os diferentes graus de culpa de cada agente, zos da reparação, ele possui direito de regresso. Ain-
ensejando reparação. da que os agentes não indenizem a vítima, sobre eles
z  Força maior: é
maior: é o evento imprevisível e involuntá- podem recair a ação regressiva com essa nalidade
rio que rompe o nexo de casualidade entre o ato especíca. Signica dizer que os agentes públicos só
da Administração e o prejuízo sofrido pela vítima. podem responder de forma subjetiva, devendo inde-
Geralmente são causados pela força da natureza. nizar o Poder Público pela prática de seus atos.
É o caso, por exemplo, do desabamento de terras
que arruínam as casas de um bairro, devido
de vido às for- RESPONSABILIDADE DO ESTADO SEGUNDO
tes chuvas. Não se confunde com o caso fortuito, REITERADAS DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNAL
em que o dano decorre de ato humano, ou da pró- FEDERAL (STF)
pria Administração, como o desabamento de uma
estrada. O caso
sabilidade fortuito
somente se talenseja o dever
evento de respon-
for causado pelo É bem comum que algumas questões exijam do
candidato conhecimentos sobre a jurisprudência de
agente público. determinada matéria. De fato, a teoria da responsa-
z  Culpa de terceiro: é a hipótese em que o prejuí-
bilidade extracontratual do Estado abrange diversas    O
zo é atribuído a pessoa estranha aos quadros da casuísticas que podem gerar algumas dúvidas, sobre    V
   I
Administração Pública. Dessa forma, não há como    T
as quais a doutrina faz pouca menção.    A
o Estado ser imputado responsável por atos pra-    R
Observe as seguintes ementas relacionadas com a    T
ticados por pessoas que não fazem parte de sua referida matéria, todas extraídas do STF:    S
   I
composição.    N
   I
   M
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPER-    D
Dica    A
CUSSÃO GERAL. 
GERAL.  RESPONSABILIDADE CIVIL DO    O
ESTADO POR MORTE DE DETENTO. DETENTO. ARTIGOS 5º,    T
   I
Curioso é o caso dos danos causados pelas    E
enchentes, sobretudo em cidades onde o escoa- XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A    R
   I
responsabilidade civil estatal, segundo a Constituição    D
mento das águas é precário, como ocorre em algu-    E
Federal de 1988, em seu artigo 37, § 6º, subsume-se à    D
mas regiões da cidade de São Paulo. Como regra teoria do risco administrativo, tanto para as condutas    S
geral, o Estado não se responsabiliza por prejuízos estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto    E
    Õ
causados pelas enchentes. A 3º Câmara de Direi- rejeitada a teoria do risco integral. 2. A omissão do    Ç
   O
to Público do TJ/SP negou provimento à AC nº Estado reclama nexo de causalidade em relação ao    N
0170440220058260602 interposta por três pro- dano sofrido pela vítima nos casos em que o Poder
prietários de imóveis afetados pelas fortes chuvas Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade
do início do ano de 2012, que pleiteavam pedido de de agir para impedir o resultado danoso. 3. É dever
indenização pelos danos causados pelas chuvas, do Estado e direito subjetivo do preso que a execução 99

da pena se dê de forma humanizada,


h umanizada, garantindo-se os de Justiça do Estado de São Paulo concluiu, pautado na
direitos fundamentais do detento, e o de ter preserva- doutrina da teoria do risco administrativo
administrativo e com base na
da a sua incolumidade física e moral (artigo 5º, inciso legislação local, que não poderia ser atribuída ao Muni-
XLIX, da Constituição Federal). 4. O dever constitucio- cípio de São Paulo a responsabilidade civil
civil pela explosão
nal de proteção ao detento somente se considera vio- ocorrida em loja de fogos de artifício. Entendeu-se que
lado quando possível a atuação estatal no sentido de não houve omissão estatal na scalização da atividade,
garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto uma vez que os proprietários do comércio desenvol-
inafastável para a conguração da responsabilidade viam a atividade de forma clandestina, pois ausente a
civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, § 6º, da autorização estatal para comercialização de fogos de
Constituição Federal. 5. Ad
5.  Ad   impossibilia nemo tenetur, artifício. 4. Fixada a seguinte tese de Repercussão Geral:
por isso que nos casos em que não é possível ao Esta- “Para que que caracterizada a responsabilidade civil
do agir para evitar a morte do detento (que ocorreria do Estado por danos decorrentes do comércio de fogos
mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se de artifício, é necessário que exista a violação de um
o nexo de causalidade, afastando-se a responsabili- dever jurídico especíco de agir, que ocorrerá quando
dade do Poder Público, sob pena de adotar-se contra for concedida a licença para funcionamento sem as cau-
legem e
legem  e a opinio doctorum a
doctorum a teoria do risco integral, ao telas legais ou quando for de conhecimento do poder
arrepio do texto constitucional. 6. A morte do detento público eventuais irregularidades praticadas pelo parti-
pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicí- cular”. 5. Recurso extraordinário desprovido.
dio, suicídio, acidente ou morte natural, sendo que
nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais (RE 136861, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão:
que adote as precauções exigíveis. 7. A responsabili- ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 11/03/2020,
dade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-201
que o Poder Público comprova causa impeditiva da DIVULG 12-08-2020 PUBLIC 13-08-2020)
sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo
de causalidade da sua omissão com o resultado dano- Fogos de artifício são produtos altamente perigosos
so. 8. Repercussão geral constitucional que assenta a e que podem causar danos a diversas vítimas, seja ela
tese de que: em caso de inobservância do seu dever o adquirente do produto, ou ainda terceiros. Observe
especíco de proteção previsto no artigo 5º, XLIX, da que, no caso mencionado, a vítima adquiriu fogos de
Constituição Federal, o Estado é responsável pela mor- artifícios de forma clandestina dos proprietários do
te do detento. 9. In
9. In casu,
casu, o tribunal a quo assentou que comércio. Não houve, assim, a aquisição de licença
inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem para a venda desses produtos. Sendo assim, rmou-
rmou-
outra causa capaz de romper o nexo de causalidade -se entendimento de que só caberá responsabilida-
da sua omissão com o óbito ocorrido, restando escor- de civil do Estado quando restar comprovado que
reita a decisão impositiva de responsabilidade civil houve a violação de um dever jurídico especíco
estatal. 10. Recurso extraordinário DESPROVIDO. de agir,
agir, como no caso de concessão de licença para
pessoa incapaz ou sem os cuidados especícos. Assim,
(RE 841526, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em é hipótese de responsabilidade subjetiva.
30/03/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-159 DIVULGAÇÃO 29-07-2016 PUBLICAÇÃO 01-08- CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO EST ESTA-
A-
2016)
DO. ART.
ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDI-
CAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO
Um tema que costuma cair bastante em questões PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO
de prova diz respeito à morte do preso. Segundo enten- DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO.
COLETIVO. RESPON-
dimento do STF,
STF, o Estado tem
te m o dever de garantir que SABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS
a pessoa do detento cumpra sua pena com dignidade, NÃO-USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO
DESPROVIDO..
respeitados os seus direitos humanos fundamentais.
Assim, quando um detento morre dentro da prisão,  I- A responsabilidade
responsabilidade civil das pessoas jurídicas de
demonstra-se uma omissão do Estado de atuar em direito privado prestadoras de serviço público é
garantir seus direitos.
dio é possível Até mesmo em
a responsabilização casos
civil de suicí- 
do Estado. 
Estado. objetiva
suários dorelativamente a terceiros
serviço, segundo usuários
decorre do art. e37,
não-u-
§ 6º,
da Constituição Federa
Federal.l.
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPER-  II- A inequívoca presença do nexo de causalidad
causalidadee
CUSSÃO GERAL RECONHECIDA. DIREITO CONSTITU- entre o ato administrativo e o dano causado ao
CIONAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE terceiro não-usuário do serviço público, é condição
CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO. ART. 37, § 6º, DA CONS- CON S- suciente para estabelecer a responsabilidade obje-obje-
TITUIÇÃO FEDERAL. FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO tiva da pessoa jurídica de direito privado.
DE FOGOS DE ARTIFÍCIO. TEORIA
ARTIFÍCIO. TEORIA DO RISCO ADMINIS-  III- Recurso extraordinário desprovido.
TRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. NECESSIDA-
DE DE VIOLAÇÃO DO DEVER JURÍDICO ESPECÍFICO DE (RE 591874, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI
LEWANDOWSKI,, Tribunal Pleno,
 julgado em 26/08/2009, REPERCUSSÃO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-237
DJe-237
AGIR. 1. A Constituição Federal, no art. 37, § 6º, consagra DIVULG 17-12-2009 PUBLIC 18-12-2009 EMENT VOL-02387-10 PP-
a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de 01820 RTJ VOL-00222-01 PP-00500)
direito público e das pessoas de direito privado presta-
doras de serviços públicos. Aplicação da teoria do risco Outro caso que é bastante comum e costuma cair
administrativo.
administrat ivo. Precedentes da CORTE. 2. Para a caracte- em questões de prova diz respeito ao serviço públi-
rização da responsabilidade civil estatal, há a necessida- co de transporte coletivo. Indaga-se como recairia a
de da observância de requisitos mínimos para aplicação
da responsabilidade objetiva, quais sejam: a) existência responsabilidade do Estado
motorista de ônibus quando,
atropela por exemplo,
um civil andando um
na
de um dano; b) ação ou omissão administrativa;
administrativa; c) ocor- rua, que é considerado um terceiro não-usuário do
rência de nexo causal entre o dano e a ação ou omis- serviço. Segundo o entendimento do STF, as pessoas
são administrativa; e d) ausência de causa excludente  jurídicas concessionários do serviço de transporte
da responsabilidade estatal. 3. Na hipótese, o Tribunal possuem responsabilidade civil objetiva quando
100

o dano for causado contra terceiros, sejam eles Segundo o art. 2º da Lei n° 8.429/92 reputa-se agen-
usuários do serviço ou não.
não. A presença do nexo de te público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
casualidade é bastante evidente. exerce, ainda que transitoriamente ou sem remune-
ração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
LEI Nº 8.429/1992 mencionadas no artigo anterior.
O disposto nesta lei é aplicável, no que couber,
A lei de improbidade administrativa dispõe sobre àquele que, mesmo não sendo agente público,
público, indu-
as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos za ou concorra para a prática do ato de improbida-
de enriquecimento ilícito no
ilícito no exercício de mandato, de ou dele se benecie sob qualquer forma direta
cargo, emprego ou função na administração pública ou indireta. Estamos falando do particular! Esta- Esta-
direta, indireta
cias. Sendo ouofundacional
assim, grande focoedesta
dá outras providên-
atividade legis- mos
públicafalando da ou
induza pessoa que não
concorra sendo
para funcionária  
a improbidade. 
improbidade.
lativa é seguir os valores empregados de forma ilícita. Desta forma, os agentes públicos de qualquer nível
O administrador emprega esforços no controle das ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita obser-
verbas e no seu uso. É uma lei que visa, objetivamen- vância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
te, “moralizar” o serviço público. moralidade e publicidade no trato dos assuntos que
O estudo de leis esparsas precisa passar pela leitu- lhe são afetos.
ra do texto da lei, desta forma, vamos conciliar a lei-   O Art. 6º dene que no caso de enriquecimento
tura da lei com os esquemas para melhorar o seu ilícito perderá o agente público ou terceiro beneciá-
beneciá -
entendimento sobre
entendimento  sobre o conteúdo da lei 8429/92. rio os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio,
No Art.1º os atos de improbidade praticados por nesse caso, haverá no mínimo
mínimo uma “devolução” dos
qualquer agente público, servidor ou não, contra valores ilicitamente acrescidos.
a administração direta, indireta ou fundacional de Quando o ato de improbidade causa lesão ao
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- patrimônio público ou enseja enriquecimento ilícito,
trito Federal, dos Municípios, de Território, de empre- cabe a autoridade administrativa responsável pelo
sa incorporada ao patrimônio público ou de entidade inquérito representar
representar   ao Ministério Público, para a
para cuja criação ou custeio o erário haja concorri- indisponibilidade dos bens do indiciado. Essa indis-
do ou concorra com mais de cinquenta por cento do ponibilidade a que se refere o caput deste artigo
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na for- recairá sobre bens que assegurem o integral res-
ma desta lei. sarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patri-
Se liga na informação importante que a lei apresenta: monial resultante do enriquecimento ilícito.
O art. 8° aponta para os casos de sucessão em que o
valor ilícito torna-se parte de uma herança.
Agente público, servidor ou não.
“o sucessor daquele que causar lesão ao patrimô-
nio público ou se enriquecer ilicitamente está sujei-
to às cominações desta lei até o limite do valor da
herança”.
Adm Direta, Ind. Erário concorrido
e Fund Veja, a responsabilidade ca limitada ao valor da
com + de 50%
herança, tudo isso para que se respeite a intranscen-
De qualquer dos dência (a pena não pode passar da pessoa do infrator).
poderes da União, Os atos de improbidade administrativa se separam
dos estados do DF e em:
dos Municípios
z  Atos que importam enriquecimento ilícito
z  Atos que importam prejuízo ao erário    O
   V
   I
No parágrafo único desde artigo, está disposto, z Atos de Improbidade Administrativa decorrentes
     T
também, que: estão sujeitos às penalidades desta lei de concessão ou aplicação indevida de benefício    A
   R
os atos de improbidade praticados contra o patrimô- nanceiro ou tributário    T
   S
   I
nio de entidade que receba subvenção, benefício ou z  Atos que atentam contra os princípios da adminis-    N
   I
incentivo, scal ou creditício, de órgão público bem tração pública    M
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário    D
haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta    A
   O
por cento do patrimônio ou da receita anual, limitan- TOP    T
   I
do-se, nestes casos, a sanção patrimonial à reper-
reper -    E
   R
   I
cussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres    D
públicos. 4    E
   D
   S
   E
Dica     Õ
   Ç
   O
Também estão sujeitos às penalidades desta    N
lei os atos de improbidade praticados contra o 1. ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
patrimônio – quando a subvenção for menor que 2. PREJUÍZO AO ERÁRIO
50% - nestes casos, a sanção patrimonial limita- 3. CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA
-se à repercussão do ilícito. 4. PRINCÍPIOS DA ADM. PÚB. 101
 

É necessário separar cada uma das espécies de Rol exemplicativo 


exemplicativo  – sempre que tivermos situa-
atos para que o conteúdo tome uma dimensão mais ções que não puderem ser limitadas e citadas integral-
simples. Vejam só: mente, criaremos um rol exemplicativo de situações.
Enriquecimento ilícito é acréscimo de patrimônio Essa técnica de redação traz assertividade para a lei,
e só pode ocorrer de forma dolosa. evitando que o legislador diga menos do que pretendia.
Prejuízo ao erário é decorrência de um ato que Ou seja, sempre que encontrar um rol exemplicativo
diminuiu o patrimônio público, por exemplo, a des- em alguma redação use-o como vetor de interpretação.
truição de um equipamento público. Nestes casos, o
dano deve ser integralmente ressarcido, mesmo que As condutas previstas na lei (rol exemplicativo
o ato seja culposo. presente no art. 9°, incisos I ao XII) são
XII)  são as seguintes:
Concessão ou aplicação indevida de benefício tri-
butário ou creditício é um freio para os governantes z  receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
que desejam conquistar novas empresas para suas
administrações. móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
Atos de improbidade que atentam contra os princí- econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
pios da administração pública são a modalidade mais percentagem, graticação ou presente de quem
branda de atos de improbidade. Um bom exemplo tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
seria: atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
rente das atribuições do agente público;
Dos Atos de Improbidade Administrativa que z  perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
Importam Enriquecimento Ilícito para facilitar a aquisição, permuta ou locação de
bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços
Constituem ato de improbidade administrativa pelas entidades referidas no art. 1° por preço supe-
importando enriquecimento ilícito obter qualquer rior ao valor de mercado;
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do z  perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
exercício de cargo, mandato, função, emprego ou ati- para facilitar a alienação, permuta ou locação de
vidade nas entidades mencionadas no art. 1° da lei de bem público ou o fornecimento de serviço por ente
improbidade. Quais sejam: estatal por preço inferior ao valor de mercado;
z  utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
Art. 1º
1º Os atos de improbidade praticados por máquinas, equipamentos ou material de qualquer
qualquer agente público, servidor ou não, contra
a administração direta, indireta ou fundacional de natureza,
quer de propriedade
das entidades ou à disposição
mencionadas de qual-
no art. 1° desta lei,
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
 Distrito Federa
Federal,l, dos Municípios, de Território, de bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
empresa incorporada ao patrimônio público ou de gados ou terceiros contratados por essas entidades;
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja z  receber vantagem econômica de qualquer natureza,
concorrido ou concorra com mais de cinquenta direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prá-
 por cento do patrimônio ou da receita
receita anual, serão
serão tica de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráco, de
 punidos na forma desta lei. contrabando, de usura ou de qualquer outra ativida-
de ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
Dica z  receber vantagem econômica de qualquer nature-
za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa
Pessoal, quando a lei fala sobre enriquecimento sobre medição ou avaliação em obras públicas ou
ilícito, a referência que deve fazer parte do racio- qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso,
cínio do aluno é a seguinte: enriquecer importa, medida, qualidade ou característica de mercado-
sempre, em aumento
aumento de patrimônio
patrimônio e, dessa
dessa rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
forma, deve acontecer de forma dolosa, ou seja, mencionadas no art. 1º desta lei;
precisa de vontade e consciência do enriqueci- z  adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
mento ilícito. mandato, cargo, emprego ou função pública, bens
de qualquer natureza cujo valor seja despropor-
Nesse ponto parece muito importante esclarecer cional à evolução do patrimônio ou à renda do
o signicado de alguns termos que serão importantes agente público;
no decorrer do estudo. Para compreendermos melhor z  aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
a lei de improbidade é necessário saber com alguma consultoria ou assessoramento para pessoa física
profundidade alguns pontos: ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser
Dolo   – o dolo é a ação realizada com vontade e
Dolo atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
consciência, voltada a um m. rente das atribuições do agente público, durante a
Culpa   – sem maiores aprofundamentos, quando
Culpa atividade;
realizamos alguma conduta de forma culposa não
z  perceber vantagem econômica para intermediar a
temos a presença da vontade e da consciência, ou seja,
os atos de enriquecimento ilícito, não poderão ser liberação ou aplicação de verba pública de qual-
culposos. Entendeu? Esse é um detalhe absolutamente quer natureza;
relevante e pode rapidamente decidir uma questão. E z  receber vantagem econômica de qualquer natu-
uma questão pode decidir uma prova inteira. reza, direta ou indiretamente, para omitir ato
Trânsito em julgado –
julgado – As decisões transitam em de ofício, providência ou declaração a que esteja
 julgado e ocorrido
se sujeitam a novasesse evento ou
mudanças sãorecursos.
denitivas e não
O trânsi- z  obrigado;
incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimô-
to em julgado poderá ocorrer após o esgotamento de nio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
todas as instâncias judiciais ou quando publicada a acervo patrimonial das entidades mencionadas no
102 decisão as partes não impuserem recurso. art. 1° desta lei;
 

z  usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas z  Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
ou valores integrantes do acervo patrimonial das despersonalizado, ainda que de ns educativos
entidades mencionadas no art. 1° desta lei. ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam no art. 1º desta lei, sem observância das formalida-
Prejuízo ao Erário - (art. 10 da lei 8429/92) des legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
z  Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou loca-
Os atos de improbidade que causam prejuízo ção de bem integrante do patrimônio de qualquer
ao erário são longamente listados no Art.10 da lei das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ain-
8429/92 - constituindo ato de improbidade adminis- da a prestação de serviço por parte delas, por pre-
trativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou ço inferior ao de mercado;
z  Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou loca-
omissão (cuidado com as omissões – “não fazer”),
fazer”),
dolosa ou culposa (lembre-se que as condutas cul- ção de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado;
posas são divididas
negligência),
negligência) em imperícia,
, que enseje imprudência
perda patrimonial, e
desvio,
z  Realizar operação nanceira sem observância das
normas legais e regulamentares ou aceitar garan-
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos tia insuciente ou inidônea;
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º z  Conceder benefício administrativo ou scal sem
desta lei. Fique atento aos termos que a lei apresenta: a observância das formalidades legais ou regula-
mentares aplicáveis à espécie;
z  perda patrimonial z  Frustrar a licitude de processo licitatório ou de
z  desvio processo seletivo para celebração de parcerias
z  apropriação com entidades sem ns lucrativos, ou dispensá-los
z  malbaratamento indevidamente
z  dilapidação dos bens ou haveres z  Ordenar ou permitir a realização de despesas não
autorizadas em lei ou regulamento;
Quando tratamos de atos que causam prejuízo ao z  Agir negligentemente na arrecadação de tributo
erário temos que car bastante atentos, pois, neste ou renda, bem como no que diz respeito à conser-
caso a lei se apresenta com outra formatação. A pri- vação do patrimônio público;
meira situação que deve ser anotada é que diferente- z  Liberar verba pública sem a estrita observância
mente
podemos dosresponder
atos que geram enriquecimento
por uma ilícito,
ação praticada a qui
aqui
de forma das para
ma normas pertinentes
a sua aplicaçãoou inuir de qualquer for-
irregular; for-
culposa. Ou seja, em alguma das modalidades de cul- z  Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro
pa incorremos e criamos um prejuízo para o erário. se enriqueça ilicitamente;
Por exemplo, quando um policial bate uma viatura ele z  Permitir que se utilize, em obra ou serviço particu-
age de forma culposa, ocorre um acidente de trânsito, lar, veículos, máquinas, equipamentos ou material
porém esse acidente trouxe prejuízo ao erário e deve- de qualquer natureza, de propriedade ou à dispo-
rá ser indenizado. Dessa forma, ca claro que um ato sição de qualquer das entidades mencionadas no
que gera prejuízo ao erário poderá ocorrer também art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor
de forma culposa. público, empregados ou terceiros contratados por
essas entidades.
z  Celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
Dica por objeto a prestação de serviços públicos por
Os atos culposos poderão ocorrer de três for- meio da gestão associada sem observar as formali-
f ormali-
mas, imprudência, imperícia e negligência. Não dades previstas na lei; celebrar contrato de rateio
é necessário, para a prova de improbidade admi- de consórcio público sem suciente e prévia dota-
dota -
ção orçamentária, ou sem observar as formalida-
nistrativa, aprofundar os conceitos de imprudên-
cia, imperícia e negligência. z  des previstas
Facilitar na lei.
ou concorrer, por qualquer forma, para    O
a incorporação, ao patrimônio particular de pes-    V
   I
Novamente a lei nos apresenta uma listagem de    T
soa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou    A
atos (art.
(art. 10, incisos I ao XXI)
XXI) que, se praticados, valores públicos transferidos pela administração    R
   T
serão considerados como atos de improbidade capa- pública a entidades privadas mediante celebração    S
   I
zes de causar prejuízo ao erário.
erário. O termo erário, ou de parcerias, sem a observância das formalidades    N
   I
erário público é o conjunto do patrimônio do Estado, legais ou regulamentares aplicáveis à espécie    M
   D
sejam valores, sejam bens. z  Permitir ou concorrer para que pessoa física ou    A
 jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou    O
   T
   I
z  Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a valores públicos transferidos pela administração    E
   R
   I
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa pública a entidade privada mediante celebração    D
física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valo- de parcerias, sem a observância das formalidades    E
   D
res integrantes do acervo patrimonial das entida- legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;    S
des mencionadas no art. 1º desta lei; z  Celebrar parcerias da administração pública com    E
    Õ
z  Permitir ou concorrer para que pessoa física ou entidades privadas sem a observância das formali-    Ç
   O
 jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou dades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie    N
valores integrantes do acervo patrimonial das z  Agir negligentemente na celebração, scalização e
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem análise das prestações de contas de parcerias r-
r -
a observância das formalidades legais ou regula- madas pela administração pública com entidades
mentares aplicáveis à espécie; privadas; 103

 
z  Liberar recursos de parcerias rmadas pela adminis
adminis-- E notadamente às seguintes condutas (art. 11, inci-
tração pública com entidades privadas sem a estrita sos I ao X):
observância das normas pertinentes ou inuir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular.  I - Praticar
Praticar ato visando m proibido em em lei ou regu
regu-
lamento ou diverso daquele previsto, na regra de
A leitura do texto da lei é inevitável e a verdade é competência;
que tendo conhecimento da “letra da lei” o candidato  II - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
indevidamente,
 já estaria apto a responder diversas questões. Sendo ato de ofício;
assim, deve existir um equilíbrio entre doutrina e  III - Revelar fato ou circunstância de que tem ciên-
cia em razão das atribuições e que deva permane-
posições de tribunais ou questões e o estudo da lei. cer em segredo;
Lembre-se que a prova cobrará em muito maior grau  IV - Negar publicidade
publicidade aos atos ociais;
ociais;
o conhecimento da lei. V - Frustrar a licitude de concurso público;
VI - Deixar de prestar contas quando esteja obriga-
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes do a fazê-lo;
de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício VII - Revelar ou permitir que chegue ao conheci-
Financeiro ou Tributário - (art. 10-A da lei 8.429/92) mento de terceiro, antes da respectiva divulgação
ocial, teor de medida política ou econômica capaz
Finalmente alcançamos o art. 10-A. O Art. 10-A é de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
o mais novo dos artigos da lei e acaba sendo menos VIII - Descumprir as normas relativas à celebração,
cobrado nas provas, porém devemos lembrar que  scalização e aprovação de de contas de parcerias
parcerias r-
r-
uma das formas de cobrança desse ponto é a conces- madas pela administração pública com entidades
são de vantagens tributárias para a implementação de  privadas.
empresas, sejam o seguinte exemplo:  IX - Deixar de cumprir a exigência de requisitos de
acessibilidade previstos na legislação.
Dois municípios desejam atrair um polo de tecno-  X - Transferir
Transferir recurso
recurso a entidade
entidade privada,
privada, em razão
razão
logia, para isso começam uma guerra scal e acabam da prestação de serviços na área de saúde sem a
oferecendo vantagens indevidas para as empresas  prévia celebração de contrato, convênio ou instru-
que comporiam esse conglomerado. mento congênere, nos termos do parágrafo único
Muito bem, dito isso, passamos a tratar dos atos
a tos de do art. 24 da lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
improbidade administrativa decorrentes de conces-
são ou aplicação indevida de benefício nanceiro
Dica
ou tributário; Pessoal, atualmente o STJ tem aceitado a impo-
  Benefício nanceiro
nanceiro   – desembolsos efetivos. sição de cautelares de indisponibilidade de bens
Exemplo – subvenções sociais (uma ajuda para a não só para os atos de enriquecimento ilícito ou
manutenção de instituições públicas ou privadas, de prejuízo ao erário, mas também para os atos
normalmente ligadas à arte, cultura ou assistência que atentem contra os princípios da administra-
 – sem ns lucrativos). ção pública.
  Benefício tributário
tributário –
 – são vantagens tributárias.
Por exemplo, diminuição das alíquotas de ISSQN. Das Penas (art. 12 da lei 8.429/92)
Os atos de improbidade administrativa consistem Apresenta uma grande quantidade de condutas
em qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar separadas nos 4 tópicos que destacamos anteriormen-
ou manter benefício nanceiro ou tributário contrá-
contrá- te e é necessário tratar, nalmente, das sanções. A lei
rio ao que dispõem o caput e o parágrafo 1º do art. 8429/94, independentemente das sanções penais, civis
8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de e administrativas previstas na legislação especíca,
2003. responsabilizará o autor do ato de improbidade às
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isola-
Dos Atos de Improbidade Administrativa que da ou cumulativamente, tudo de acordo com a gravi-
Atentam Contra os Princípios da Administração dade do fato:
Pública (art. 11 da lei 8.429/92)
1 - Na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores
A administração pública precisa defender seus acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
patrimônio, ressarci-
princípios e valores, por isso, a necessidade
ne cessidade de, através mento integral do dano,
dano, quando houver,
houver, perda da
dos servidores, normatizar condutas que devem ser função pública,
pública, suspensão dos direitos políticos de
evitadas. Nesse sentido, constituem atos de improbi- oito a dez anos, pagamento de multa civil de até
dade administrativa que atentam contra os princípios três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proi-
da administração pública qualquer ação ou omissão bição de contratar com o Poder Público ou receber
que viole os deveres de honestidade, imparciali- benefícios ou incentivos scais ou creditícios, dire-
dire-
dade, legalidade, e lealdade às instituições. Fique ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
atento ao comando geral dos atos de improbidade pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
que atentam contra os princípios da Administração prazo de dez anos;
Pública: 2 - Na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do
dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilici-
z  Honestidade; tamente ao patrimônio,
z  Imparcialidade; tância, perda da funçãosepública,
concorrer esta circuns-
suspensão dos
z  Legalidade; direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento
104 z  Lealdade às instituições. de multa civil de até duas vezes o valor do dano

e proibição de contratar com o Poder Público ou a prestar falsa. O declarante, a seu critério, poderá
receber benefícios ou incentivos scais ou cre-
cre- entregar cópia da declaração anual de bens apresen-
ditícios, direta ou indiretamente, ainda que por tada à Delegacia da Receita Federal na conformidade
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de
majoritário, pelo prazo de cinco anos; qualquer natureza, com as necessárias atualizações,
3 - Na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do como forma de manter suas declarações atualizadas.
dano, se houver, perda da função pública, sus-
pensão dos direitos políticos de três a cinco anos, Do Procedimento Administrativo e do Processo
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor Judicial - (arts. 14 a 22 da lei 8.429/92)
da remuneração percebida pelo agente e proibi-
ção de contratar com o Poder Público ou receber Fique atento, qualquer pessoa tem o poder de repre-
benefícios ou incentivos scais ou creditícios, dire-
dire- sentar à autoridade administrativa competente para
ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de que seja instaurada investigação destinada a apurar a
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prática de ato de improbidade. Essa representação, que
prazo de três anos. será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá os
4 - Na hipótese prevista no art. 10-A, perda da fun- dados de qualicação do representante, as informações
ção pública, suspensão dos direitos políticos de 5 sobre o fato e sua autoria e a apontará as provas de que
(cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) tenha conhecimento. A autoridade administrativa pode-
rá rejeitar a representação, em despacho fundamen-
vezes o valor do benefício nanceiro ou tributário tado, se a representação não apresentar os requisitos
concedido. mínimos elencados pela lei.
Vamos resumir estas informações com o seguinte Art. 14, §
14, § 1º - A representação, que será escrita ou
quadro: reduzida a termo e assinada, conterá a qualica-
qualica-
ção do representante, as informações sobre o fato e
SUSPENSÃO sua autoria e a indicação das provas de que tenha
PROIBIÇÃO DE
MODALIDADES DOS DIREITOS MULTA
CONTRATAR
conhecimento.
POLÍTICOS
Todavia, a rejeição não impede a representação ao
ao
Até 3x o Ministério Público!
Enriquecimento
8 a 10 anos valor do 10 anos
ilícito
dano Realizada a representação e atendidos os seus
requisitos, a autoridade determinará a imediata
Até 2x o
Prejuízo ao 5 a 8 anos valor do 5 anos apuração
será dos fatos.
processada No caso
na forma de 8.112/90
da lei servidores federais
e tratando-
erário
dano
-se de servidor militar, de acordo com os respectivos
Atentar contra Até 100x a regulamentos disciplinares. Estabelecida a comissão
os princípios da 3a5 remunera- 3 anos processante, está dará conhecimento ao Ministério
Adm. Púb. ção Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da exis-
Concessão Até 3x o
tência de procedimento administrativo para apurar a
de benefício 5a8 valor do prática de ato de improbidade. O Ministério Público
indevido dano ou Tribunal ou Conselho de Contas poderão, a reque-
rimento, designar representante para que acompa-
nhe o procedimento administrativo.
Declaração de Bens (art. 13 da lei 8.429/92) Havendo indícios de responsabilidade fundados,
a comissão representará ao MP ou à procuradoria do
Atenção, sempre a posse e o exercício de agen- órgão para que requeira ao juízo competente a decre-
te público cam condicionados à apresentação de tação do sequestro dos bens do agente ou de terceiro
declaração dos bens e valores que
valores  que compõem o seu que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano
patrimônio privado, a m de ser arquivada no serviço ao patrimônio público.
de pessoal competente. Isso servirá
servirá para analisar a
evolução
ração patrimonial do
compreenderá agente móveis,
imóveis, público. semoventes
Essa decla- Indícios Representação Pedido de    O
   V
fundados de MP ou sequestro    I
(animais como bovinos ou equinos), dinheiro, títu- responsabilidade Procuradoria dos bens - tudo    T
   A
los, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores de forma cautelar.    R
   T
patrimoniais, localizado no País ou no exterior,
exterior, e,    S
   I
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patri-    N
   I
moniais do cônjuge ou companheiro, dos lhos e de    M
outras pessoas que vivam sob a dependência econô- em 30 dias deve    D
ser proposta a    A
mica do declarante, excluídos apenas os objetos e ação.    O
utensílios de uso doméstico.    T
   I
   E
Muitas instituições, sobretudo federais, aceitam que    R
   I
seja utilizada cópia do imposto de renda do servidor. Dica    D
Dessa maneira se alcança o acompanhamento do desen-    E
   D
volvimento patrimonial do servidor de forma simples. O Ministério Público, se não intervir no processo    S
como parte, atuará obrigatoriamente, como s-    E
A declaração de bens será anualmente atualizada     Õ
(e analisada) e na data em que o agente público dei- cal da lei, sob pena de nulidade.    Ç
   O
xar o exercício do mandato, cargo, emprego ou fun-    N
ção. Será punido com a pena de demissão, a bem do É possível, quando necessário, que o pedido
serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabí- inclua a investigação, o exame e o bloqueio de bens,
veis, o agente público que se recusar a prestar decla- contas bancárias e aplicações nanceiras do indi-
indi -
ração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que ciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados 105

internacionais. A ação principal, que terá o rito ordi- No que se refere as disposições penais, constitui
nário, será proposta pelo Ministério Público ou pela crime a representação por ato de improbidade con-
pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da tra agente público ou terceiro beneciário, quando
efetivação da medida cautelar. Tais ações admitem a o autor da denúncia o sabe inocente.
inocente . Nesse ponto,
celebração de acordo de não persecução cível, nos a pena imposta é de detenção de seis a dez meses e
termos da Lei de Improbidade Administrativa. multa. Além da sanção penal, o denunciante está
Fiquem atentos ao uso das medidas cautelares! sujeito a indenizar o
indenizar o denunciado pelos danos mate-
Elas são adotadas para evitar um prejuízo irrecupe- riais, morais ou à imagem que houver provocado.
rável ou de difícil recuperação, por isso, sempre será Outro ponto das disposições penais que deve ser
necessário que estejam presentes para sua decretação reforçado é o seguinte:
dois elementos:

1. Fumus Boni Iuris 


Iuris   – fumaça do bom direito
Dica
 – Comprovado.
 – Comprovado. A perda da função pública e a suspensão dos
2.  Periculum In Mora
Mora  –
 – risco da demora – Presumido. direitos políticos só se efetivarão com o com a
decisão nal irrecorrível – trânsito em julgado –
A Fazenda Pública, em determinados casos promo- da sentença condenatória.
verá as ações necessárias à complementação do res- Não esqueçam que jamais os direitos políti-
sarcimento ao erário. A propositura da ação enseja a cos serão perdidos, podendo, somente, ser
prevenção da jurisdição do juízo para
juízo  para as ações pos-
teriormente promovidas, desde que, possuam a mes- suspensos.
ma causa de pedir ou o mesmo objeto.
A ação deve ser instruída com documentos ou Como medida cautelar a autoridade judicial ou
 justicações que contenham indícios sucientes administrativa poderá determinar o afastamento 
afastamento 
da existência do ato de improbidade ou com razões do agente público do exercício do cargo, emprego
fundamentadas da impossibilidade de apresentação ou função. Esse afastamento se dará sem prejuízo da
de qualquer dessas provas, observada a legislação remuneração e somente ocorrerá quando a medida
vigente. se zer necessária à instrução processual. (Art. 20,
parág. único
único da lei 8429/92).


As medidas cautelares são adotadas para evitar
   O
    Ã
 O 

um prejuízo irrecuperável ou de difícil recuperação,
   Ç  O 
 S 
   A
 
Documento ou Ou, com razões I  

por isso, sua
tes para sempre será necessário
decretação que estejam presen-
dois elementos:
   A
   D  U 
 
   A
 justifcação que fundamentadas da R 

   R contenham indícios impossibilidade de  D 
1.  Fumus Boni Iuris
Iuris    – indícios de ocorrência
   U
   T sufcientes da exis- apresentação de A   – Comprovado.
 – Comprovado.
   I  A 
   S tência do ato de qualquer dessas  Ç 
2.  Periculum In Mora
Mora  –
 – risco da demora – Presumido.
   O
   P improbidade. provas à
   O  O 
   R A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
   P

1 - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio públi-


Caso a inicial esteja em devida forma, o juiz man- co, salvo quanto à pena de ressarcimento;
dará autuá-la e ordenará a noticação do requerido, 2 - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
para, por rescrito, oferecer manifestação. A manifes- controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
tação poderá ser instruída com documentos e justi-
justi- Contas.
cações, tudo no prazo de 15 dias.
Após o recebimento da manifestação, o juiz, em 30
Para apurar qualquer ilícito previsto na lei de
dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se
convencido da inexistência do ato de improbidade, improbidade
requerimento administrativa, o MP, de ofício,
de autoridade administrativa, ououain-a
da improcedência da ação ou da inadequação da
via eleita. da, mediante representação poderá requisitar a
Recebida a petição inicial, o réu será citado para instauração de inquérito policial ou procedimento
apresentar a contestação. Ainda da decisão que rece- administrativo.
ber a petição inicial, cabe agravo de instrumento. Com a mudança ocorrida no Código de processo
Sempre que havendo a possibilidade de solução con- Penal a partir da nova redação do art. 339 do CP (Cri-
sensual, poderão as partes pedir ao juiz a interrupção me de Denunciação Caluniosa), a ação por improbida-
do prazo para a contestação. Essa interrupção será de administrativa cou mais abrangente:
por prazo não superior a 90 dias. Todavia, em qual- Antes: as
Antes:  as condutas falsamente imputadas podiam
quer fase do processo, reconhecida a inadequação da gerar denunciação caluniosa, desde que, tivessem
ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem como base um crime ou contravenção.
 julgamento do mérito. Agora: a
Agora:  a ação de improbidade administrativa cou
Atente ao seguinte: a sentença que julga proce- mais abrangente. Podemos ter denunciação caluniosa
dente a ação civil de reparação do dano ou decreta dialogando com crime, contravenção, ação de impro-
a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o bidade, ação civil ou ato improbo.
pagamento
em favor daoupessoa
a reversão dosprejudicada
jurídica bens, conforme
pelo oilícito.
caso, Atenção!tácita
revogação Essasdomudanças
art. 19 da apontam para uma
lei de improbidade
106 (Art. 18 da lei 8429/92). administrativa.

19 Constitui crime a representação por ato de


Art. 19 Constitui b) As disposições da lei em questão não são aplicáveis
improbidade contra agente público ou terceiro bene- àquele que não for agente público.
 ciário,
 ciário, quando o autor
autor da denún
denúncia
cia o sabe
sabe inocent
inocente.
e. c) Quando o ato de improbidade
improbidade causar lesão
lesão ao patri-
 Pena: detenção
detenção de seis a dez meses
meses e multa. mônio público, caberá à autoridade administrativa res-
 Parágrafo único. Além da sanção penal, o denun- ponsável pelo inquérito representar à Polícia Federal,
ciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
d) Atos de improbidade administrativa são aqueles prati-
danos materiais, morais ou à imagem que houver d) Atos de improbidade administrativa são aqueles prati
 provocado. cados exclusivamente por servidores públicos.
e) A autoridade judicial
judicial ou administrativa competente
competente
Da Prescrição - (art. 23 da lei 8.429/92) poderá determinar o afastamento do agente público
do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuí-
As ações destinadas a levar a efeitos as sanções zo da remuneração, quando a medida se zer neces-
previstas nesta lei podem ser propostas: sária à instrução processual.

z  Até cinco anos após o término do exercício de  Da leitura do art. 20 concluímos
concluímos que a perda
perda da fun-
mandato, de cargo em comissão ou de função de ção pública e a suspensão dos direitos políticos só
conança; se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
condenatória.
z  Dentro do prazo prescricional previsto em lei
 Parágrafo único. A autoridade judicial ou adminis-
especíca para faltas disciplinares puníveis com trativa competente poderá determinar o afastamen-
afastamen -
demissão a bem do serviço público, nos casos de to do agente público do exercício do cargo, emprego
exercício de cargo efetivo ou emprego. ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a
z  Até cinco anos da data da apresentação à adminis- medida se zer necessária à instrução processual.
tração pública da prestação de contas nal pelas  Resposta: Letra E.
entidades referidas no parágrafo único do art. 1 o
desta Lei. 3. (OBJETIVA – 2020) Considerando-se a Lei nº
8.429/1992 - Lei de Improbidade Administrativa, sobre
Fonte a declaração dos bens e valores que compõem o patri-
mônio privado do agente público, analisar os itens
Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992. Disponível abaixo:
em: <http://www.planalto.gov.br/> Acesso em: 10
de nov. 2020. I. A declaração
declaração de bens
bens será anualmente atualizada
atualizada e
na data em que o agente público deixar o exercício do
mandato, cargo, emprego ou função.
II. Será punido
punido com a pena de demissão,
demissão, a bem do ser-
viço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis,
  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS o agente público que se recusar a prestar declaração
dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a pres-
1. (INSTITUTO CONSULPLAN – 2020) Nos termos da Lei tar falsa.
de Improbidade Administrativa, é correto armar que:
a) Os itens I e II estão corretos.
a) O ato de improbidade administrativa de enriquecimen- b) Somente o item I está correto.
to ilícito prevê pena de perda dos direitos políticos. c) Somente o item II está correto
b) A ação de improbidade
improbidade movida
movida contra o servidor públi- d) Os itens I e II estão incorretos.
co que causou prejuízo ao erário prescreve em três
anos. Cuida-se de assertiva que reproduz a literalidade do
beneciado de ato de impro-
c) O particular que tenha se beneciado art. 13, §2º, da Lei 8.429/92, abaixo transcrito:
“Art. 13 (...)
bidade poderá sofrer as sanções previstas na Lei nº § 2º A declaração de bens será anualmente atualiza-
8.429/92. da e na data em que o agente público deixar o exer-
d) A ausência de dano ao erário impede a aplicação cício do mandato, cargo, emprego ou função.»    O
   V
de penalidades pela prática de ato de improbidade
administrativa.  Logo, emnão
to legal, se tratando de simples
há equívocos siamples
seremreprodução
indicados.do tex-    I
   T
   A
 II. Será punido com a pena de demissão, a bem do    R
   T
 Inteligência do art. 3º, da Lei n. 8.429/92: Art. 3° As serviço público, sem prejuízo de outras sanções    S
   I
disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, cabíveis, o agente público que se recusar a prestar    N
   I
àquele que, mesmo não sendo agente público, indu- declaração dos bens, dentro do prazo determinado,    M
   D
za ou concorra para a prática do ato de improbida- ou que a prestar falsa. Resposta: Letra A.    A
   O
de ou dele se benecie sob qualquer forma direta ou    T
   I
indireta. Resposta: Letra C.    E
   R
   I
   D
2. (IDECAN – 2020) De acordo com as disposições da LEI N°9.784/1999    E
   D
Lei 8.429/92, que trata dos atos de improbidade admi-    S
   E
nistrativa, assinale a alternativa correta. A necessidade de se instaurar um processo, isso é,     Õ
uma sequência de atos para o exercício da jurisdição,    Ç
   O
a) Quando o ato de improbidade ensejar enriquecimento tem seu fundamento no princípio constitucional do    N
ilícito, caberá à autoridade administrativa representar devido processo legal. O devido processo legal pode
ao Tribunal de Contas, para a scalização das con- ser compreendido como o “escudo da humanidade”
tas e decretação da indisponibilidade dos bens do contra a prática de atos abusivos por parte do Esta-
indiciado. do. Seu fundamento legal está previsto no art. 5º, LIV, 107

da Constituição Federal, o qual assegura que ninguém Os preceitos desta Lei se aplicam também aos
será privado da liberdade ou de seus bens sem o devi- Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Públi-
do processo legal. co, à Defensoria Pública, e ao Tribunal de Contas da
A obrigatoriedade do devido processo legal não se União, quando no desempenho de função administra-
aplica somente à seara judicial, mas também vincula tiva (art. 1º, § 1º).
a Administração Pública e o Poder Legislativo, pois no
moderno Estado de Direito, a validade das decisões Dos princípios do processo administrativo e os atos
praticadas por órgãos e agentes governamentais está do processo administrativo
condicionada ao cumprimento de um rito procedi
mental previamente estabelecido. Por isso, é de gran- O caput
caput   do art. 2º da Lei nº 9.784/1999 elenca os
de importância o estudo do processo administrativo, princípios pelos quais a Administração Pública tem o
que visa dar maior transparência e garantia do exer- dever de obedecer e que regem o processo adminis-
cício de uma boa Administração para os particulares. trativo. São eles:

Dica a) Legalidade: é o dever de atuação conforme a


lei e o direito positivado, fruto da própria noção de
Processo ou procedimento
de não serem administrativo?
a mesma coisa, Apesar
ambos possuem  Estado de Direito.
Direito.  tem por objetivo vedar a pro-
b) Impessoalidade:
uma forte relação intrínseca. “Processo”
“Processo” é o termo moção pessoal de agentes e autoridades
utilizado para designar a relação jurídica estabele- c) Moralidade:  a atuação dos agentes públicos
deve seguir os padrões de lealdade, decoro e boa-fé.
cida entre as partes e, por isso, denomina-se pro- d) Publicidade: é o dever de publicar os atos admi-
cesso administrativo o vínculo estabelecido entre o nistrativos de relevante interesse para a população,
Poder Público e o particular para a tomada de uma  gerando maior transparência.
transparência.
decisão. “Procedimento”, por sua vez, refere-se a e) Eciência: 
Eciência:  envolvem as ideias de prossiona-
prossiona -
uma sequência ordenada de atos que culminam na lismo e boa gestão, gerando resultados positivos e
tomada da decisão. Procedimento é o meio pelo cortando ao máximo os custos,
qual se atende aos ns do processo.  f)) Razoabilidade e propor
 f cionalidade:  exige
proporcionalidade:
uma linha lógica e adequação entre o m almejado
A LEI FEDERAL Nº 9.784/1999 e o meio utilizado para tal m, abstendo-se de pra-
pra-
ticar exageros.
 g) Obrigatória motivação: as decisões tomadas
Com o objetivo de regulamentar a disciplina
constitucional do processo administrativo, a Lei nº  pelas autoridades devem conter pressupostos de
9.784/1999, denominada “Lei do Processo Adminis-  fato e de direito
direito que justiquem as
as mesmas.
trativo”, dispõe sobre normas básicas sobre o refe- refe- h) Duração
ca que razoável
o processo do processo: 
processo:
administrativo deva  não signie-
signi-
ser célere
rido processo no âmbito da Administração Federal
direta e indireta, visando a proteção dos direitos dos rápido, mas ele também não pode ser demasiada-
administrados e ao melhor cumprimento dos ns da mente longo. Existem processos na esfera judicial
Administração Pública. Trata-se de lei federal, aplicá- que perduram por mais de cinco anos!
i) Segurança jurídica: exige que a interpretação
vel somente no âmbito da União, com incidência no
Poder Executivo, e também nos Poderes Legislativo das normas administrativas seja sempre a que
e Judiciário, no exercício de suas funções atípicas. melhor atenda aos interesses dos administrados,
Entretanto, o STJ pacicou entendimento de que a sendo vedada sua aplicação retroativa, pois isso
referida Lei de Processo Administrativo pode ser apli-  feriria o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e
cável, subsidiariamente, às demais entidades federais a coisa julgada.
que não possuam lei própria versando sobre o tema.  j) Contraditório
Contraditório e ampla
ampla defesa: para
defesa: para cada ato e
Com base nessas considerações, passemos a desta- cada alegação feita no processo em questão, é asse-
car alguns pontos importantes da referida legislação.  gurado o direito de manifestação da parte contrá-
De início, o art. 1º, § 2º, da Lei nº 9.784/1999, procura ria, principalmente nos processos em que resultem
delimitar três importantes conceitos. Órgão é a unida- em sanções e nas situações de litígio.
k) Supremacia e indisponibilidade do interes-
de de atuação integrante da estrutura da Administra-
se público: são os princípios únicos e basilares de
ção diretaéeada
Entidade estrutura
unidade da Administração
de atuação indireta.
dotada de personali-  Direito Administr
Administrativo,
ativo, que fundamentam o fato
dade jurídica. Temos também autoridade
autoridade,, que é o ser- desse ramo jurídico ser de Direito Público. O inte-
vidor ou agente público dotado de poder de decisão. resse público deve, sempre, se sobrepor aos inte-
Preliminarmente, o artigo 1º atribui a principal resses particulares, o que garante à Administração
nalidade da referida Lei. “Esta Lei estabelece normas  Pública uma série de prerrogativas para perseguir
básicas sobre o processo administrativo, seus atos e esse m. Por outro lado, o interesse público é indis-
indis-
procedimentos, no âmbito da Administração Públi-  ponível, não pode o agente público praticar atos
ca Direta e Indireta da União, inclusive das pessoas com desvios de nalidade
 jurídicas controladas
contro ladas ou mantidas pelo Poder Execu-
tivo, visando, em especial, à proteção dos direitos dos Além da obediência desses princípios, o processo
administrados, atendimento do interesse público e administrativo também deve observar, alguns critérios
melhor cumprimento dos ns da Administração”. previstos nos incisos do parágrafo único do artigo 2º:
Pela leitura do caput do artigo 1º, percebe-se que
a referida Lei Federal estabelece normas básicas 
básicas   I - atuação conforme
conforme a lei e o Direito;
Direito;
sobre o processo administrativo, com a nalidade  II - atendimento a ns de interesse geral, vedada a
de proteger os direitos dos administrados, promo- renúncia total ou parcial de poderes ou competên-
ver melhor atendimento do interesse público, e o cias, salvo autorização em lei;

108
melhor cumprimento dos ns da Administração
Administração..  II
 III
I - obj
vedadaobjeti
etivi
vida
dade
de nopessoal
a promoção atendime
atend iment
dento
o do intere
inte
agentes ouresse
sse públi
público
co,,
autoridades;

 IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, Do início do processo:


impedimento instauração, legitimidade,
e suspeição
decoro e boa-fé;
V - divulgação ocial dos atos administrativos, ressal-
ressal -
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; A Administração Pública apresenta uma dinamici-
VI - adequação entre meios e ns, vedada a imposi
imposi-- dade muito maior do que o Judiciário, uma vez que
ção de obrigações, restrições e sanções em medida pode agir de ofício, isso é, sem a provocação do inte-
superior àquelas estritamente necessárias ao aten- ressado (art. 5º).
dimento do interesse público; É possível, evidentemente, que o processo admi-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito nistrativo possa ser instaurado a requerimento, hipó-
que determinarem a decisão; tese em que deve ser formulado por escrito e conter
VIII - observância das formalidades essenciais à os seguintes dados:
 garantia dos
dos direitos dos administrados;
administrados;
 IX - adoção
adoção de formas simples, sucientes para
para pro-
pro-  I - órgão
órgão ou auto
autorida
ridade
de adm
adminis
inistra
trativa
tiva a que se diri
dirige;
ge;
 piciar adequado grau de certeza, segurança e res-  II - ide
identi
ntific
ficaçã
açãoo do int
intere
eressa
ssado
do ou de quequemmo
 peito aos direitos
direitos dos administrados;
administrados; represente;
 X - garantia
garantia dos direitos
direitos à comunicação,
comunicação, à apresen-
apresen-  III - domicílio do requerente ou local para recebi-
tação de alegações nais, à produção de provas e mento de comunicações;
à interposição de recursos, nos processos de que  IV - formulação
formulação do pedido,
pedido, com exposição dos fatos
 possam resultar sanções
sanções e nas situações
situações de litígio; e de seus fundamentos;
 XI - proibição
proibição de cobrança de despesas processuais, V - data e assinatura do requerente
requerente ou de seu repre-
ressalvadas as previstas em lei; sentante (art. 6º).
 XII - impulsão, de ofício, do processo administrati-
vo, sem prejuízo da atuação dos interessados; Quando os pedidos de uma pluralidade de inte-
 XIII - interp
interpreta
retação
ção da norma
norma admini
administra
strativa
tiva da
da for- ressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
ma que melhor garanta o atendimento do m público poderão ser formulados em um único requerimento
a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova ou reunidos por decisão motivada da autoridade
auto ridade com-
interpretação. petente, salvo preceito legal em contrário (art. 8º).
Quanto à legitimidade para a instauração do
Dos direitos e deveres dos administrados processo, o artigo 9º elenca um rol taxativo de
interessados:
Apesar de não haver uma expressa menção, para
os efeitos da Lei, considera-se como “administrado”  I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
todo aquele que não possui vínculo com a Administra- titulares de direitos ou interesses individuais ou no
ção Pública, é o cidadão particular, sujeito de direitos exercício do direito de representação;
e deveres exercidos pela Administração.  II - aqueles que, sem terem iniciado
iniciado o processo, têm
têm
Mesmo não estabelecendo uma denição de admi- admi - direitos
decisão aouser
interesses
adotada;que possam ser afetados pela
nistrado, a Lei Federal busca proteger alguns direitos
 III - as organizações e associações
associações representativas,
representativas,
do administrado.
administrado. Os seus direitos estão dispostos no no tocante a direitos e interesses coletivos;
artigo 3º, in verbis:
verbis:  IV - as pessoas ou as associações legalmente consti-
tuídas quanto a direitos ou interesses difusos.
Art. 3° O administrado tem os seguintes direitos perante
a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam Ainda sobre as pessoas dentro do processo admi-
assegurados: nistrativo, a referida Lei estabelece algumas hipóteses
 I - ser tratado
tratado com respeito pelas autoridades e ser- de suspeição e de impedimento.
vidores, que deverão facilitar o exercício de seus Impedimento   é uma qualidade que uma pessoa
Impedimento
direitos e o cumprimento de suas obrigações; tem que, como o próprio nome diz, impede essa pessoa
 II - ter ciência da tramitaçã
tramitaçãoo dos processos admi- de participar do processo administrativo. As causas de
nistrativos em que tenha a condição de interessa- impedimento estão dispostas no artigo 18, in vebis:
do, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
 III - formular alegações e apresentar documentos Art. 18 É
18 É impedido de atuar em processo adminis-
trativo o servidor ou autoridade que:    O
antes da decisão, os quais serão objeto de conside-    V
   I
 I - tenha interesse
interesse direto ou indireto
indireto na matéria;
matéria;    T
ração
 IV pelo órgão
- fazer-se competente;
assistir
assistir,
, facultativamente,
facultativamente, por advoga-  II - tenha participado ou venha a participar como    A
   R
 perito, testemunha ou representante, ou se tais    T
do, salvo quando obrigatória a representação, por    S
   I
 força de lei.
lei. situações ocorrem quanto ao cônjuge, companhei-    N
ro ou parente e ans até o terceiro grau;    I
   M
 III - esteja litigando judicial ou administrati
administrativa-
va-    D
Como se depreende da leitura do dispositivo, esse mente com o interessado ou respectivo cônjuge ou    A
não é um rol taxativo de direitos. A lei de processo    O
companheiro.    T
   I
administrativo não precisa prever todos os direitos do    E
administrado para garantir sua proteção.    R
   I
A autoridade ou servidor que incorrer em impedi-    D
Por outro lado, o artigo 4º aponta os deveres do mento deve comunicar o fato à autoridade competen-    E
administrado   perante o processo administrativo.
administrado    D
te, abstendo-se de atuar. A omissão em comunicar tal    S
Sem prejuízo de outros deveres previstos em ato nor- impedimento é considerada uma falta grave.    E
    Õ
mativo, o artigo apresenta cinco deveres: I - expor os Mas a Lei do Processo Administrativo também pre-    Ç
fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade,    O
vê algumas hipóteses de suspeição
suspeição.. São hipóteses em    N
urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário; que a pessoa não está obrigada, mas é recomendável
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e que ela não participe do processo administrativo. As
colaborar para o esclarecimento dos fatos. causas de suspeição estão previstas no artigo 20, in
verbis::
verbis 109

Art. 20 Pode
20 Podeque
ou servidor sertenha
arguida a suspeição
amizade íntimade
ouautoridade
inimizade Sobre
tacar a comunicação
o conteúdo do artigodos atos
atos,
27, in , é importante
verbis
verbis:: des-
notória com algum dos interessados ou com os res-
 pectivos cônjuges, companheiros, parentes e ans Art. 27 O
27 O desatendimento da intimação não impor-
até o terceiro grau. ta o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a
renúncia a direito pelo administrad
administrado.
o.
Interessante observar que o próprio servidor ou  Parágrafo único. No prosseguimento do proces-
autoridade julgadora do processo pode se autodecla- so, será garantido direito de ampla defesa ao
rar suspeita. interessado.
Qual seria a diferença de julgamento de impedi-
mento e uma suspeição? A resposta é bem simples: o O parágrafo único desse dispositivo trata de um
impedimento são ordens legais, o que signica que assunto bem simples: é assegurado no processo admi-
o seu julgamento está vinculado à palavra da lei. Já nistrativo o contraditório e a ampla defesa, igual a o
o julgamento da suspeição, como não há um manda-
que acontece no processo judicial.
mento para se declarar a suspeição (é recomendado Porém, o caput
caput do
 do referido artigo traz uma novi-
que tais pessoas não participem do processo), há uma dade: a falta de defesa técnica, pelo desatendimento
certa margem de liberdade no julgamento da suspei- da intimação, não torna o réu revel. Isso porque a
ção, o que evidencia uma maior discricionariedade.
revelia não existe no processo administrativo.
administrativo . Os
efeitos da revelia (no processo judicial) importam no
Da competência, da forma, do tempo e do lugar
reconhecimento da verdade de todos os fatos alegados
ale gados
e que não foram contestados pela outra parte.
Nos termos do artigo 20, a competência
competência é
 é irrenun-
ciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que
foi atribuída como própria, salvo os casos de delega- Da instrução: produção de provas, testemunhas,
ção e avocação legalmente admitidos. depoimento, citação
A delegação é o fenômeno pelo qual uma autori-
dade distribui suas competências para uma entidade A fase de instrução é
instrução é a etapa do processo admi-
ou órgãos distintos, podendo estar na mesma linha nistrativo em que temos a produção de provas. As
hierárquica ou não. Salvo impedimento legal, a com- atividades de instrução destinadas a averiguar e com-
petência poderá ser parcialmente delegada a outros provar os dados necessários à tomada de decisão se
órgãos ou titulares, mesmo sem subordinação hierár- realizam de ofício, sem prejuízo do direito dos interes-
quica, em razão de fatores técnicos, sociais, econômi- sados de propor atuações probatórias. A atuação do
cos, jurídicos ou territoriais. interessado, quando exigida ou necessária na fase de
O artigo 22 apresenta, contudo, algumas maté- instrução, deve ser realizada de modo menos oneroso
rias que não podem ser objeto de delegação, sendo para ele (art. 29).
indelegáveis::
indelegáveis
Os ou
física atos
porde instrução
meio podem
eletrônico. ocorrer
Nessa últimade forma
hipótese,
 I - a edição de
de atos de caráter
caráter normativo; tais atos serão documentados nos autos do respectivo
 II - a decisão de recursos administrativos;
administrativos; processo.
 III - as matérias
matérias de competência exclusiva do órgão,
órgão, É absolutamente vedada a obtenção de provas por
entidade ou autoridade; meios ilícitos. Exemplo: a conssão de um servidor
 IV - as atribuições recebidas por delegação, sal- policial sobre apuração de uma transgressão discipli-
vo autorização expressa e na forma por ela nar, mediante tortura.
determinada. Quando a matéria do processo envolver assunto de
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante
A avocação, por sua vez, traduz-se na absorção de despacho motivado, abrir período de consulta pública
competências, hipótese em que o órgão ou o titular para manifestação de terceiros, antes da decisão nal,
chama para si atribuições de competência de órgão se não houver prejuízo para a parte interessada e ao
hierarquicamente inferior. É uma hipótese excepcio- ecaz andamento do processo (art. 31).
nal e temporária no processo administrativo, confor- A consulta pública 
pública  é um instrumento de comu-
me dispõe o artigo 24. nicação entre a administração e a sociedade, pois
Em relação a forma
forma,, a lei citada não atribui
nenhum requisito solene para o processo adminis- os cidadãos podem apresentar sugestões, críticas
e comentários acerca do objeto do processo, ainda
trativo, apenas exige
ser produzidos que osem
por escrito, atos processuais
vernáculo, comdeverão
data e que não sejam a parte diretamente interessada. Não
local de sua realização e assinatura da autoridade res- é obrigatória (discricionariedade), ou seja, somen-
ponsável (art. 22, § 1º). Os atos são realizados em dias te será utilizada quando for conveniente e oportuno
úteis, no horário de funcionamento da repartição na para a Administração e para o processo em questão.
qual tramita o processo. Quando for necessária a prestação de informações
Sobre o tempo
tempo,, dispõe o artigo 24 que, inexistindo ou a apresentação de provas pelos interessados ou
disposição legal especíca, os atos do órgão ou autori-
autori - terceiros, serão expedidas intimações
intimações para
 para esse m,
dade responsável pelo processo e dos administrados mencionando-se data, prazo, forma e condições de
que dele participem devem ser praticados no prazo de atendimento (art. 39). Essas intimações são indispen-
cinco dias úteis, salvo motivo de força maior. sáveis para que os interessados e terceiros tenham
Sobre o lugar
lugar,, os atos do processo devem reali- conhecimento do processo que está correndo.
zar-se por meio eletrônico ou físico, neste último caso O artigo 42 dispõe sobre os pareceres
pareceres,, que podem
preferencialmente na sede do órgão (art. 25). Os atos ser obrigatórios ou facultativos, conforme sejam ou
praticados em processos eletrônicos não dispensam o não exigidos por lei. Os pareceres obrigatórios são
comparecimento do interessado quando necessário, vinculantes ou não vinculantes, quando suas conclu-
devendo observar as regras procedimentais do órgão sões devam ou não ser necessariamente observadas
ou entidade aos quais se destina. nas decisões proferidas por autoridade competente.
110

Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um O artigo 52, por sua vez, dispõe sobre outra hipó-
hipó-
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no pra- tese de extinção do processo administrativo: quan-
zo máximo de quinze dias úteis, salvo norma especial do exaurida a sua nalidade ou o objeto da decisão
ou comprovada necessidade de maior prazo. Se um se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido superveniente.
no prazo xado, o processo não terá seguimento até a
respectiva apresentação, responsabilizando-se quem Da anulação, revogação e convalidação
der causa ao atraso. Se um parecer obrigatório e não
vinculante deixar de ser emitido no prazo xado, o O artigo 53 prevê o que a doutrina denomina de
processo poderá ter prosseguimento e ser decidido autotutela administrativa. A Administração deve anu-
com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade lar seus próprios atos, quando eivados de vício de
de quem se omitiu no atendimento (art. 42, §§ 1º e 2º). legalidade, e pode revogá-los, por motivo de conve-
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito niência ou oportunidade, em qualquer caso respeita-
de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo dos os direitos adquiridos, sem precisar de auxílio ou
se outro prazo for legalmente xado (art. 44). intervenção do processo judiciário.
Quando um ato é considerado ilegal, signica que
Do dever de decidir: motivação e desistência houve um julgamento quanto à legalidade do ato. A
palavra da lei é o que importa: se o ato foi praticado
Segundo o caput do artigo 48, a Administração fora dos limites legais, deve ser anulado. É esse o ins-
tem o dever de expressamente se pronunciar e emitir tituto da vinculação. Porém, quando um ato é consi-
decisão sobre todos os assuntos da sua competência derado inconveniente e inoportuno (mas ainda assim
que lhes sejam apresentados, nos processos adminis- legal e legítimo), aqui o administrador tem a escolha
e scolha de
trativos e sobre solicitações, petições, representações manter o ato, ou de extingui-lo mediante a revogação.
ou reclamações. Lembre-se que o dever de decidir Há um julgamento com base na discricionariedade.
da Administração tem por fundamento justamente o O direito da Administração de anular os atos admi-
direito de petição do administrado. nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
O artigo 50, por sua vez, dispõe sobre a motiva- destinatários decai em cinco anos, contados da data
ção das decisões do
decisões do processo administrativo. Os atos em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
administrativos deverão ser motivados, com indica- No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
ção dos fatos, dos fundamentos jurídicos e atos proba- de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
tórios, especialmente quando: pagamento (art. 54, § 1º).
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem
 I - neguem, limitem ou afetem
afetem direitos
direitos ou interesses; lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
 II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
sanções; atos que apresentarem
convalidados pela
convalidados defeitos
 pela própria sanáveis poderão
Administração (art. 56).ser
 III - decidam processos administrativos de concur-
so ou seleção pública;
 IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de Dica
 processo licitatório;
licitatório; Para saber quais atos podem ser sanáveis, é
V - decidam recursos administrativos;
administrativos; importante relembrar quais são os elementos
VI - decorram de reexame de ofício; dos atos administrativos: competência, obje-
VII - deixem de aplicar jurisprudência rmada
sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, to, forma, motivo e nalidade. Os atos podem
 propostas e relatórios
relatórios ociais; ser convalidados, se o seu vício recair sobre a
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou competência ou a forma do ato administrati-
convalidaçãoo de ato administrativo.
convalidaçã vo. Contudo, se o vício recair no motivo, objeto
e a nalidade, por serem vícios insanáveis, não
A motivação deve ser explícita, clara e congruen- podem ser convalidados.    O
te, podendo consistir em declaração de concordância    V
   I
com fundamentos de anteriores pareceres, informa- Dos recursos administrativos    T
   A
   R
ções, decisões oudopropostas,
parte integrante que, de
ato. Na solução neste caso,
vários serão
assuntos Todas as decisões adotadas em processo adminis-    T
   S
   I
da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecâni- trativo são passíveis de recurso, caso em que haverá    N
   I
co que reproduza os fundamentos das decisões, desde um reexame quanto às questões de legalidade (vincu-    M
   D
que não prejudique direito ou garantia dos interessa- lação) e de mérito (discricionariedade) dos atos admi-    A
nistrativos objeto do litígio.    O
dos (art. 50, §§ 1º e 2º).    T
   I
O artigo 51 apresenta a desistência
desistência,, que é uma O recurso será dirigido à autoridade superior por    E
   R
das formas de extinção do processo administrativo. intermédio da autoridade que proferiu o ato recorri-    I
   D
O interessado poderá, mediante manifestação escrita, do, e esta poderá reconsiderar sua decisão no prazo    E
   D
desistir total ou parcialmente do pedido formulado de cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo    S
ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. Quando subir, devidamente informados (art. 56, § 1º). Salvo    E
    Õ
múltiplos os interessados, a desistência de um não exigência legal, a interposição de recurso independe    Ç
   O
afeta o prosseguimento do processo para os demais de caução.    N
(art. 51, § 1º). A desistência ou renúncia do interessa-
interessa- Existem três instâncias administrativas pelas quais
do, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento os recursos podem tramitar (art. 57).
do processo, se a Administração considerar que o inte- Os legitimados para interpor recurso estão previs-
resse público assim o exige. tos no artigo 58. São eles: 111

 I - os titulares de direitos e interesses que forem atos pela autoridade hierarquicamente superior
 parte no processo;
 II - aqueles cujos direitos
direitos ou interesses
interesses forem
forem indire-
indire- àquela queVale
inerentes. praticou o ato
ressaltar queéouma de suas
recurso tarefas
hierárquico
tamente afetados pela decisão recorrida; independe de caução ou qualquer tipo de garantia
 III - as organizações e associações
associações representativas,
representativas, em dinheiro, conforme dispõe a Súmula Vinculan-
no tocante a direitos e interesses coletivos; te nº 21 do STF.
 IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos z  Recurso hierárquico impróprio: 
Recurso impróprio:  é aquele diri-
ou interesses difusos. gido a autoridade que não ocupa posição de hie-
rarquia em relação ao ente que praticou o ato. É
O recurso é interposto por meio de requerimento o caso, por exemplo, de recurso interposto para o
no qual o recorrente deverá expor os fundamentos
f undamentos do ente federativo membro da Administração Direta,
pedido de reexame, podendo juntar os documentos sobre alguma entidade da Administração Indireta.
que julgar convenientes. Esse tipo de recurso deve possuir previsão legal,
Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo, uma vez que os poderes inerentes à tutela não se
salvo havendo relevante fundamento e justo receio presumem.
de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorren-
te da execução. Nesses casos, a autoridade recorrida Atenção para o conteúdo do artigo 65: “O órgão
poderá decretar a suspensão do prazo recursal (art.
competente para decidir o recurso poderá conrmar,
61, parágrafo único).
Interposto o recurso, o órgão competente para dele modicar, anular ou se
a decisão recorrida, revogar, totalfor
a matéria oude
parcialmente,
sua compe-
conhecer deverá intimar os demais interessados para tência. Se da aplicação do disposto neste artigo puder
que, no prazo de dez dias úteis, apresentem alegações. decorrer gravame à situação do recorrente, este deve-
O recurso não será conhecido quando interposto: rá ser cienticado para que, no prazo de dezde z dias úteis,
formule suas alegações antes da decisão”.
 I - fora do prazo;
prazo; O referido dispositivo trata do que a doutrina deno-
 II - perante órgão
órgão incompetente;
 III - por quem não seja legitimado; mina da “proibição da reformatio in pejus”. De modo
 IV - após exaurida
exaurida a esfera
esfera administrativa
administrativa (art.
(art. 63). geral, a decisão proferida no recurso administrativo
não pode resultar em gravame, ou em prejuízo para o
Os prazos contam-se em dias úteis e começam a administrado. Exemplo: se o servidor foi punido com
correr a partir da data da cienticação ocial,
o cial, excluin-
excluin- pena de suspensão por 10 dias e decide recorrer da
do-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do decisão, a autoridade julgadora do recurso não pode
vencimento. simplesmente decidir que a pena foi muito branda, e
O órgão competente para decidir o recurso poderá aumentá-la para 20 dias. Caso essa possibilidade ocor-
conrmar, modicar, anular ou revogar, total ou par- par - ra (o que não deveria), o recorrente precisa de um
prazo para fazer suas alegações e se defender dessa
cialmente, a decisão
competência. recorrida, do
Se da aplicação se adisposto
matérianeste
for dearti-
sua reforma prejudicial da decisão.
go puder decorrer gravame à situação do recorrente,
este deverá ser cienticado para que formule suas
alegações antes da decisão (art. 64, parágrafo único).
Uma vez vistos os aspectos gerais dos recursos EXERCÍCIOS COMENT
COME NTADOS
ADOS
administrativos, é importante, também, conhecer
cada um deles em espécie
espécie:: 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de improbida-
de administrativa, processo administrativo e organiza-
z  Representação: é uma denúncia formal de irregu- ção administrativa, julgue o item seguinte.
laridade, feita por qualquer indivíduo, com previsão
no art. 37, § 3º, III, da CF/1988, e que gera à Adminis-   Caso o administrado não atenda a intimação em pro-
tração o dever-poder de apurar a irregularidade, se cesso administrativo, incidirá o ônus de reconheci-
houver. Trata-se, por isso, de ato vinculado. mento da verdade dos fatos alegados.
z  Reclamação administrativa: É o ato pelo qual
Reclamação
o administrado, particular ou servidor público, ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
deduz uma pretensão perante a administração
pública,
direito ouvisando obterdeoum
a correção reconhecimento de um
ato que lhe cause ou  A
 porquestão
questão fazoref
expressã
expressão referê
erência
ncia
previsã
previsão dao
o do ainst
institut
o art. ituto
rt. 27 o da
da Leirev
revelia
nºelia.
. Poré
Porém,
9.784/199
9.784 m,
/1999,
9,
na iminência de causar lesão. A interposição da o desatendimento da intimação não importa o reco-
reclamação não impede a apreciação do pleito nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
pelo Judiciário, mas a reclamação interposta den- direito pelo administrado. Assim, esses efeitos da reve-
tro do prazo de 1 ano, contado da ocorrência do lia, comuns na esfera do processo civil, não se aplicam
ato, suspende a prescrição quinquenal deste. no processo administrativo. Resposta: Errado.
z  Pedido
 Pedido de reconsideração: 
reconsideração:  é uma solicitação
feita à autoridade que expediu o ato, para que o 2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Antônia, de sessenta
modique ou o invalide, nos moldes do requeren-
requeren - anos de idade, requereu a certo órgão público a emis-
te. A reconsideração não suspende a prescrição do são de documento de caráter pessoal. Em razão da
 Judiciário. negativa do pedido, Antônia interpôs recurso admi-
z  Recurso
 Recurso hierárquico próprio: 
próprio:  é aquele endere- nistrativo dirigido a Carlos, autoridade competente do
çado a autoridade superior à que praticou o ato referido órgão para julgar o recurso. No entanto, por
recorrido. Pode ser interposto sem a necessida- ser amigo íntimo de Antônia, Carlos delegou sua atri-
de de previsão legal, uma vez que a revisão dos buição julgadora para Marcos, com o qual não possui
112 qualquer relação de subordinação
s ubordinação hierárquica.

  A partir da situação hipotética precedente, julgue o  possibili


 possib ilidad
dadee do candid
candidato
ato ter
ter de memoriz
memorizar
ar a nume-
nume-
item a seguir, considerando as disposições da Lei de ração correta da legislação sobre processo adminis-
Processo Administrativo (Lei nº 9.784/1999
9.784/1999).
). trativo. No âmbito federal, o processo administrativo é
disciplinado pela Lei nº 9.784/1999. Resposta: Letra D.
  Caso tenha sido interposto fora do prazo legal, o
recurso de Antônia não deverá ser conhecido, o que 5. (UFPB – 2019) São legitimados(as) como interessa-
não impede que a administração reveja de ofício o dos no processo administrativo:
ato ilegal, desde que não tenha ocorrido preclusão
administrativa. a) pessoas físicas ou jurídicas que iniciem no proces-
so administrativo sem a titularidade de direitos ou
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO interesses individuais ou no exercício do direito de
representação.
 Atenção com a ques
 Atenção questão:
tão: a del
delegaç
egaçãoão de deci
decisão
são em b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direi-
recurso é vedada. Porém, tal fato não possui relação tos ou interesses que não possam ser afetados pela
com a frase mencionada. Em matéria de recursos decisão a ser adotada.
administrativos, o recurso interposto fora do prazo c) as organizações e associações representativas, no
não será conhecido (art. 63, I, Lei nº 9.784/1999). Toda- tocante a direitos e interesses individuais e coletivos.
via, considerando o poder de autotutela da Adminis- d) as pessoas ou as associações legalmente constituídas
tração Pública, nada impede que ela mesma, de ofício, quanto a direitos ou interesses difusos.
reconheça a ilegalidade daquele ato e conceda a Antô- e) as associações, no que se refere a direitos ou interes-
nia o documento requerido.
requerido. Resposta: Certo. ses individuais.
3. (INSTITUTO AOCP – 2020) Nos processos administra-  A letra A está errada, pois são legitimados as pes-p es-
tivos, serão observados, entre outros, os critérios de: soas físicas ou jurídicas que iniciem o processo
administrativo e possuem a titularidade de direitos
a) atuação conforme a lei e o Direito; observância das ou interesses individuais ou no exercício do direito
formalidades essenciais à garantia dos direitos dos de representação. A letra B está errada, é legitima-
administrados. do do processo administrativo aqueles que, mesmo
b) cobrança de despesas processuais; impulsão, somente sem terem iniciado o processo, têm direitos ou inte-
quando provocado, do processo administrativo, sem resses que podem, sim, ser afetados pela decisão a
prejuízo da atuação dos interessados. ser adotada. A letra C está errada, as organizações
c) divulgação ocial dos atos administrativos, sem ressal - e associações representativas somente defendem
vas; impessoalidade administrativa quando constata- direitos e interesses coletivos. A letra E está errada,
da conveniência.  pois, novamente, as associações somente defendem
d) atuação quando e conforme conveniência administrati- direitos ou interesses coletivos no processo admi-
va; celeridadeda
e) interpretação e objetividade.
norma administrativa da forma que nistrativo. Resposta: Letra D.
melhor garanta o atendimento do m público a que 6. (INSTITUTO AOCP – 2019) A Lei Federal nº 9.784/1999
se dirige, podendo aplicar de forma retroativa de nova estabelece normas básicas sobre o processo admi-
interpretação. nistrativo no âmbito da Administração Federal direta
e indireta, visando, em especial, à proteção dos direi -
 A letra B está errada, pois no processo administra- tos dos administrados e ao melhor cumprimento dos
tivo é vedada a cobrança de despesas processuais. ns da Administração. Sobre esse diploma normativo,
 Além disso o processo administrativo pode ser assinale a alternativa correta relacionada ao tema
movido de ofício. A letra C está errada, pois no pro- “processo administrativo
administrativo”.
”.
cesso administrativo, há alguns atos considerados
sigilosos pela Constituição Federal, que não podem a) O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
ser divulgados para o público geral. A letra D está desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou,
errada, a atuação dentro do processo administrati- ainda, renunciar a direitos disponíveis.    O
vo deve ser quando e conforme a lei e o Direito. A
Direito. A    V
   I
b) A competência é irrenunciável, indelegável e invocável,    T
letra E está errada na sua parte nal, pois é vedada e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atri-    A
a aplicação/interpretação de norma administrativa    R
buída como própria.    T
   S
de forma
e não retroativa,
ex tunc. elasLetra
Resposta: possuem
A. ecácia ex nunc, c) Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servi-    I
   N
   I
dor que tenha amizade íntima ou inimizade notória    M
somente com algum dos interessados ou com os res-    D
4. (INSTITUTO AOCP – 2020) Qual é a lei que regula o    A
pectivos cônjuges e companheiros.    O
processo administrativo no âmbito da Administração d) Concluída a instrução de processo administrativo, a    T
   I
Pública Federal? Administração tem o prazo de até 30 (trinta) dias para    E
   R
   I
decidir, excluída a hipótese de prorrogação ainda que    D
a) Lei n° 7.784/88. expressamente motivada.    E
   D
b) Lei n° 8.974/89.    S
c) Lei n° 9.784/99.    E
 A letra B está errada, a competência é irrenunciá-     Õ
d) Lei n° 9.503/97. vel, sim, mas ela pode ser delegada ou avocado, nas    Ç
   O
e) Lei n° 9.605/99. hipóteses legalmente previstas. Os órgãos adminis-    N
trativos podem delegar parte da sua competência
 Péssimaa questão
 Péssim questão,, que não agrega
agrega em nada
nada o conheci-
conheci- a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
mento do candidato. O único motivo pelo qual coloca- lhe sejam hierarquicamente subordinados. A letra
mos a questão nesse material é para alertar sobre a C está errada, a arguição de suspeição estende-se 113

companheiros, paren-
 para os respectivos cônjuges, companheiros, O tema do prazo para anular os atos ilegais é dis-
tes e ans até o terceiro grau do servidor ou autori-
autori- ciplinado pelo artigo 54 da Lei nº 9.784/1999. Esse
dade. Adeletra
 prazo D está
decisão por errada,
mais 30édias,
possível
desdeprorrogar
desde o
que expres-  prazo é decadencial,
do do direito de anularuma veze que
o ato, não estamos
do prazofalan-
para
samente motivada. Resposta: Letra A. ingressar em juízo (prazo prescricional). Segundo
o dispositivo, o prazo para anular os atos ilegais é
7. (INSTITUTO AOCP – 2019) O devido processo legal de 5 (cinco) anos, contados da data da prática do
é uma garantia fundamental positivada no art. 5º da ato ilegal. Todavia, o processo administrativo não
Constituição Federal. No âmbito dos funcionários  faz coisa julgada, nada impede que a Administra-
públicos, tem-se a Lei nº 9.784/99, que dispõe sobre o ção possa ingressar em juízo para que o Poder Judi-
tema. Com base no exposto, nos processos adminis- ciário possa exercer controle de legalidade sobre o
trativos, será observado(a) referido ato (forma de controle externo). O ato com
vício de legalidade, pela natureza do vício, não pode
a) o atendimento a ns de interesse privado, vedada a ser convalidado, sendo para todos os efeitos, consi-
renúncia total de poderes ou competências, salvo derado ato nulo. Resposta: Letra B.
autorização em lei.
b) a manutenção de sigilo absoluto dos atos administrati-
vos, mesmo sob ordem judicial, por se tratar de coisa

c) apública.
proibição de cobrança de despesas processuais, res-   HORA DE PRATICAR!
salvadas as previstas em lei. 1. (CESPE -CEBRASPE – 2020) O ato administrativo vin-
d) a interpretação da norma administrativa da forma que culado tem como característica
melhor garanta o atendimento do investigado, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação. a) a discricionariedade
discricionariedade do administrador
administrador..
b) a escolha da forma a ser constituído, conforme
conforme critério
 A letra A está errada, o processo administrativo do administrador.
deve atender aos ns de interesse público, e não pri
pri-- c) a avaliação da sua ecácia, a critério subjetivo do
vado. A letra B está errada, a regra nos processos administrador.
administrativos é a publicidade dos atos proces- d) a estrita observância da lei.
suais, exceto nos casos em que a Constituição Fede- e) a possibilidade de anulação apenas pela administração
administração..
ral determine que os atos sigilosos, e que não podem
ser divulgados. A letra D está errada, a interpreta- 2. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O atributo ou caracterís-
ção da norma administrativa deve melhor garantir tica do ato administrativo que assegura que o ato é
o atendimento do m público a que se dirige (e não verdadeiro, mesmo que eivado de vícios ou defeitos,
do investigado). Resposta: Letra C. até que se prove o contrário, denomina- se
8. (INSTITUTO AOCP – 2019) No que se refere aos a) nalidade.
atos da Administração Pública, de acordo com a Lei b) exequibilidade.
n°9.784/99, o prazo a ser observado para anular os c) autoexecutoriedade.
atos ilegais dos quais decorram efeitos favoráveis d) coercibilidade.
para os destinatários: e) presunção de legitimidade.

a) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos 3. (CESPE - CEBRASPE – 2020) A propriedade da admi-
para a anulação, contados da data do conhecimento nistração de, por meios próprios, pôr em execução
da ilegalidade do ato praticado. Passado o referido suas decisões decorre do atributo denominado
prazo, o ato será convalidado.
b) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos a) exigibilidade.
para a anulação, contados da data da prática do ato b) autoexecutoriedade.
tido por ilegal. Passado o referido prazo, a Administra- c) vinculação.
ção Pública apenas pode anular o ato judicialmente, já d) discricionariedade.
que o ato nulo não admite convalidação. e) medidas preventivas.
c) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos
para a anulação, contados da data do processo judi- 4. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  O item apresenta uma
cial para a anulação, já que o ato nulo não admite situação hipotética seguida de uma assertiva a ser jul-
convalidação. gada, acerca de atos administrativos.
d) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos   Em um único ato administrativo, foram concedidas
para a anulação, contados da data em que foram prati- férias e licença a um servidor público da Secretaria de
cados os atos. Passado o referido prazo, a Administra- Estado de Economia do Distrito Federal. Na semana
ção Pública perde o direito de anular o ato, ocorrendo a seguinte, publicou-se outro ato, que raticava as férias
coisa julgada administrativa, salvo comprovada má-fé. desse servidor e retirava-lhe a licença concedida, por
e) é decadencial, tendo a Administração Pública 5 anos para ter sido constatado que ele não fazia jus à licença.
a anulação, contados da data de conhecimento da ile- Nessa situação, realizou-se-a convalidação do ato
galidade do ato praticado. Passado o referido prazo, o administrativo, por meio de reforma.
ato somente pode ser anulado via judicial, e a inércia da
114 Administração ensejará a convalidação do ato nulo. ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

5. (CESPE-CEBRASPE – 2020) O item a seguir apresenta 11. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  No que diz respeito à
uma situação hipotética seguida de uma assertiva a administração pública direta, à administração pública
ser julgada, acerca dos poderes administrativos. indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se
  Um tenente da Marinha do Brasil determinou que um segue.
grupo de soldados realizasse a limpeza de um navio,   Ministros e secretários estaduais e municipais são
sob pena de sanção se descumprida a ordem. Nesse agentes políticos cujos vínculos funcionais não têm
caso, o poder a ser exercido pelo tenente, em caso de natureza permanente, mas que, com base no seu
descumprimento de sua ordem, é disciplinar e deriva poder político, traçam e implementam políticas públi-
do poder hierárquico. cas constitucionais e políticas públicas de governo.
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
6. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  No que diz respeito à 12. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de provimento e
administração pública direta, à administração pública vacância de cargo, emprego ou função pública, julgue
indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se
o item seguinte.
segue.
  A partir da promulgação da Constituição Federal de
  A administração pública indireta é composta por
órgãos e agentes públicos que, no âmbito federal, 1988, o provimento de função pública ocorre somente
constituem serviços integrados na estrutura adminis- mediante aprovação em concurso público de provas e
trativa da presidência da República e dos ministérios. títulos.
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

13. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  No que diz respeito à


7. (CESPE-CEBRASPE – 2020) As agências que atuam
na provisão dos bens públicos e na proteção do inte- administração pública direta, à administração pública
resse público, estabelecendo parâmetros para saúde, indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se
segurança e meio ambiente, bem como os mecanis- segue.
mos de oferta dos bens mencionados, executam o   Cargos, empregos e funções públicas devem ser exer-
modelo de regulação cidos por brasileiros que preencham as condições
estabelecidas em lei, contudo, na forma da lei, há pos-
a) social. sibilidade de acesso para os estrangeiros.
b) gerencial.
c) nanceiro. ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
d) econômico.
e) administrativo. 14. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  Acerca da prescrição e
da decadência em direito da seguridade social, julgue
8. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  Acerca da responsabili- o item a seguir
se guir..
dade civil do Estado, julgue o item a seguir.   Em se tratando de servidor público federal sob o regi-
  O Estado é civilmente responsável por dano causado a me da Lei n.º 8.112/1990, a pensão por morte do
particular em decorrência de má conservação de rodo- segurado que falecer, aposentado ou não, será devida
via que se encontra sob responsabilidade pública. a lho menor de dezesseis anos, a contar da data do
óbito, desde que requerida em até cento e oitenta dias
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO após o óbito.
9. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que diz respeito às ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
concessões e permissões de prestação de serviço
público, julgue o item a seguir.    O
15. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de provimento e    V
   I
  O instrumento adequado para concessão ou delega-    T
vacância de cargo, emprego ou função pública, julgue    A
ção de atividade pública, como o serviço de táxi, é a    R
o item seguinte.    T
autorização a pessoa física ou jurídica que demonstre    S
capacidade para seu desempenho, por sua conta e ris-   No provimento por reintegração, o servidor, quando    I
   N
co, mediante licitação, sob pena de infringência aos invalidada sua demissão por decisão administrativa    I
   M
princípios da moralidade e igualdade. ou judicial, retorna ao cargo anteriormente ocupado,    D
   A
com ressarcimento de todas as vantagens.    O
   T
   I
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO    E
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO    R
   I
   D
10. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o item a seguir, a    E
respeito de governabilidade e governança e mudanças 16. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Julgue o item, relativo à    D
   S
institucionais no âmbito do Estado. administração de pessoal e a processos de compras    E
    Õ
  A existência de consórcios intermunicipais de saúde governamentais no âmbito do setor público.    Ç
   O
se estrutura como um processo vertical de coopera-   A produtividade é um dos fatores utilizados para a ava-    N
ção, uma vez que envolve instituições que estão no liação de desempenho de servidores nomeados para
mesmo plano ou nível organizacional. cargos efetivos em período de estágio probatório.

( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO 115

17. (CESPE-CEBRASPE – 2020) No que se refere a ação


de improbidade administrativa, julgue o item a seguir
se guir.. 13 CERTO
  O presidente da República sujeita-se às mesmas san- 14 CERTO
ções aplicáveis aos agentes públicos previstas na Lei
de Improbidade Administrativa. 15 CERTO
16 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
17 ERRADO
18. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Acerca de atos de impro-
bidade administrativa, julgue o item que se segue. 18 ERRADO
  O fato de um servidor público utilizar veículo da admi- 19 E
nistração pública para ns particulares em seu horário
de almoço não congura prática de ato de improbida- 20 ERRADO
de administrativa, desde que seu superior hierárqui-
co autorize tal uso, embora possa ser considerada
antiética.

( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO
 ANOTAÇÕES
 ANOTAÇÕES
19. (CESPE-CEBRASPE – 2020)  O processo administra-
tivo pode ser iniciado e impulsionado sem qualquer
provocação de particular. Além disso, adota formas
simples, sucientes para propiciar adequado grau
de certeza, segurança e respeito aos direitos dos
administrados. Esses critérios, previstos na Lei n.º
9.784/1999, reetem observância, respectivamente,
aos princípios

a) da eciência
eciência e da nalidade.
nalidade.
b) da verdade material e da segurança jurídica.
jurídica.
c) do interesse público e da verdade formal.
formal.
d) da nalidade e da instrumentalidade
instrumentalidade das formas.
formas.
e) da ocialidade
ocialidade e do informalismo
informalismo procedimental.
procedimental.

20. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Considerando as normas


de direito administrativo, as disposições normativas
relativas ao pregão e a Lei federal n.º 9.784/1999, acer-
ca de processo administrativo, julgue o item seguinte.
  É impedido de atuar em processo administrativo o ser-
vidor que tenha amizade íntima com algum dos inte-
ressados no processo.

( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO

9  GABARITO

1 D
2 E
3 B

4 CERTO
5 CERTO
6 ERRADO
7 A
8 CERTO
9 ERRADO
10 ERRADO
11 CERTO
12 ERRADO
116

Todos esses assuntos completam o estudo basilar


de semântica com foco em provas e concursos, sempre
de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a
estudar com anco e dedicação, sem esquecer de pra-
pra-

LÍNGUA PORTUGUESA ticar seus conhecimentos realizando os exercícios de


cada tópico, bem como, a seleção de exercícios nais,
selecionados especialmente para que este material
cumpra o propósito de alcançar sua aprovação.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO


TEXTOS A inferência é uma relação de sentido conhecida
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre
INTRODUÇÃO
interpretação de texto.
A interpretação e a compreensão textual são
aspectos essenciais a serem dominados por aqueles Como já mencionamos, interpretar é buscar ideias,
candidatos que buscam a aprovação em seleções e pistas do autor do texto, nas linhas apresentadas.
concursos públicos. Assunto que abrange questões
especícas e de conteúdo geral nas provas, conhecer Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo
subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
e dominar
assunto estratégias
pode que facilitem
ser o grande a apreensão
diferencial desse
entre o quase A primeira e mais importantes delas é identicar a
e a aprovação. Além disso, seja a compreensão ou a orientação do pensamento do autor do texto, que ca
interpretação textual, ambas guardam uma relação de perceptível quando identicamos como o raciocínio
proximidade com um assunto nem sempre explorado dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir da
pelos cursos de português: a semântica, que incide análise de dados, informações com fontes conáveis ou
suas relações de estudo sobre as relações de sentido se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das
que a forma linguística pode assumir. consequências, a m de se identicar as causas.
Portanto, neste material você encontrará recursos Por isso, é preciso compreender como podemos
para solidicar seus conhecimentos em interpreta-
interpreta - interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
ção e compreensão textual, associando a essas temá- Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
ticas as relações semânticas que permeiam o sentido que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
de todo amontoado de palavras, tendo em vista que, neste material, selecionamos as estratégias mais eca-eca-
qualquer aglomeração textual é, atualmente, consi- zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
derada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
precisa ser reconhecido por quem o lê. A partir disso, selecionamos estratégias de leitura que
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma
breve diferença entre os termos compreensão
compreensão   e  foquem
forma, é nas formas de identicar
inferênciacomo
fundamental identicar
fundamental sobreocorre
um texto. Dessa
o processo
interpretação textual.
interpretação  textual. de inferência, que se dá por dedução ou por indução.
indução.
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo
Para entender melhor, veja esse exemplo:
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste
material, ainda que existam relações de sinonímia
entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor O marido da minha chefe parou de beber.
por um termo ao invés de outro reete um sentido
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a Observe que é possível inferir várias informações. A
interpretação   realiza ligações com o texto a partir
interpretação primeira é que a chefe do enunciador é casada (infor-
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. mação comprovada pela expressão “marido”), a segun-
segun-
 Já a compreensão
compreensão busca
 busca a análise de algo exposto da é que o enunciador está trabalhando (informação
no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou comprovada pela expressão “minha chefe”) e a terceira
uma expressão, e apresenta mais relações semânticas é que o marido da chefe do enunciador bebia (expres-
e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos são comprovada pela expressão “parou de beber”). Note
linguísticos essencialmente relacionados à signica-
signica - que há pistas contextuais do próprio texto que induzem
ção das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação o leitor a interpretar essas informações.
comSabendo
a semântica.
disso, é importante separarmos os con- Tratando-sesejam
de inferência, de interpretação
por deduçãotextual, os processos
ou por indução, par-    A
   S
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou com- tem de uma certeza prévia para a concepção de uma    E
   U
 preensivo.. Neste material, você encontrará um forte
 preensivo interpretação, construída pelas pistas oferecidas no    G
   U
conteúdo que relaciona semântica e interpretação, texto junto da articulação com as informações acessa-    T
   R
contendo questões sobre os assuntos: inferência; das pelo leitor do texto.    O
guras de linguagem; vícios
linguagem; vícios de linguagem; e intertex- A seguir, apresentamos um uxograma que repre-
repre -    P
 
   A
tualidade. No que se refere aos estudos que focam na senta como ocorre a relação desses processos:    U
   G
compreensão e semântica, os principais tópicos são:    N
    Í
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e    L
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas DEDUÇÃO → CERTEZA →  INTERPRETAR 
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin- INFERÊNCIA
guísticas e suas consequências para o sentido. INDUÇÃO → INTERPRETAR →  CERTEZA
117

A partir desse esquema exclusivo, conseguimos Dica


visualizar melhor como o processo de interpretação
ocorre. Agora, iremos detalhar esse processo, reco- Em questões de concurso, as bancas costumam
nhecendo as estratégias que compõem cada maneira procurar nos enunciados implícitos do texto aspec-
de inferir informações de um texto. Por isso, vamos tos para abordar em suas provas.
apresentar nos tópicos seguintes como usar estra-
tégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como No momento de ler um texto, o leitor articula seus
articular a isso o nosso conhecimento de mundo na conhecimentos a partir de uma informação que jul-
interpretação de textos. ga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre
o processo de interpretação por dedução. Conforme,
A INDUÇÃO Kleiman (2016, p. 47):

As estratégias de interpretação que observam  Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto temas, e ao Testá-las ele estará depreendendo o
oferece e, posteriormente, reconhece alguma certeza tema; ele estará também postulando uma possí-
na interpretação. Dessa forma, é fundamental buscar vel estrutura textual; na predição ele estará ati-
uma ordem de eventos ou processos ocorridos no tex- vando seu conhecimento prévio, e na testagem
to e que variam conforme o tipo textual. ele estará enriquecendo, renando, checando esse
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos conhecimento.
identicar uma organização cronológica e espacial no
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, Fique atento a essa informação, pois é uma das
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode-
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação primeiras estratégias
pretação textual: de leitura
formular para uma
hipóteses, a boa inter-
partir da
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- macroestrutura textual, ou seja, antes da leitura ini-
mentação, esse encadeamento de ideias ca marcado cial, o leitor deve buscar identicar o gênero textual
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma
ideia/ponto de vista. ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
No processamento interpretativo indutivo, as entre outras informações que podem vir como “aces-
ideias são organizadas a partir de uma especicação sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
para uma generalização, Vejamos um exemplo: leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
 Eu não sou literato,
literato, detesto
detesto com toda a paixão essa pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
espécie de animal. O que observei neles, no tempo um objetivo mais denido.
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- O processo de interpretação por estratégias
te para não os amar, nem os imitar. São em geral de dedução envolve a articulação de três tipos de
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de conhecimento:
 fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos
detalhados e impotentes para generalizar , cur- 1. Conhecimento Linguístico;
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, 2. Conhecimento Textual;
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- 3. Conhecimento de Mundo.
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza.
O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
(BARRETO, 2010, p.21)
assunto mais abrangente, será abordado mais adiante,
Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
O trecho em destaque na citação do escritor Lima
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías 1. Conhecimento Linguístico
Caminha” (1917), identica bem como o pensamento
indutivo compõe a interpretação e decodicação de
Esse é o conhecimento basilar para compreensão
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté-
e decodicação do texto, envolve o reconhecimento
gias usadas para identicar essa forma de interpretar,
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
ção cronológica de um texto. uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
nhecimento das regras de uma língua.
É importante salientar que as regras de reconhe-
A propriedade vocabular leva cimento sobre o funcionamento da língua não são,
o cérebro a aproximar as pa- necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
PROCURE SINÔNIMOS lavras que têm maior asso- que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
ciação com o tema do texto. tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência
Os conectivos (conjunções, -a, que a ordem de escrita respeita o sistema SUJEITO-
preposições, pronomes) -VERBO-OBJETO (SVO) etc.
ATENÇÃO AOS
são marcadores claros de Ângela Kleiman (2016) arma que o conhecimen-
conhecimen-
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e to linguístico é aquele que “abrange desde o conhe-
localizadores
localizadores textuais. cimento sobre como pronunciar português, passando
pelo conhecimento de vocabulário e regras da língua,
A DEDUÇÃO chegando até o conhecimento sobre o uso da língua”
(2016, p. 15).
A leitura de um texto envolve a análise de diversos Um exemplo em que a interpretação textual é pre-
aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de  judicada pelo conhecimento linguístico é o texto a
118 maneira implícita no enunciado. seguir:

disse ele, “um ovo e não uma mesa tipicam cor-


cor -
retamente esse planeta inexplorado.” Então as
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
 provas, abrindo
abrindo caminho, às vezes através de
de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24).
Agora tente responder as seguintes perguntas
sobre o texto:

  Quem é o herói de que trata o texto?


  Quem são as três irmãs?
  Qual é o planeta inexplorado?

Certamente, você não conseguiu responder nenhu-


ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des-
se texto, sua compreensão sobre essas perguntar será
afetada. O texto se chama “A descoberta da América
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e bus-
bus -
que responder às questões; Certamente você não terá
mais as mesmas diculdades.
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao vol-
tar seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo
do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento
prévio que é essencial na interpretação de questões.
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI.
https://bit.ly/3kCyWoI. Acessado em: 22/09/2020.

Como é possível notar, o texto é uma peça publici-


tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores
procientes nessa língua serão capazes de decodicar   EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS
e entender o que está escrito, assim, o conhecimento
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas 1. (FGV – 2019)  “Quando se julga por indução e sem o
são algumas estratégias de interpretação em que necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-
podemos usar métodos dedutivos. -se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”. Indu-
ção é um processo lógico que parte do particular para
o geral, como ocorre no seguinte raciocínio:
2. Conhecimento Textual
a) Todos os dias o metrô está cheio;cheio; hoje deve estar
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- também;
mento linguístico e se desenvolve pela experiência b) Após as chuvas,
chuvas, as ruas cam alagadas; hoje deve ter
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de chovido durante toda a noite;
textos,
cimento,melhor se dá
o leitor a sua compreensão.
desenvolve Nesseporque
sua habilidade conhe- c) A torcida do
do Corinthians está presente
presente em todos os
 jogos; domingo não deve
deve ser diferente;
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que d) O estacionamento do restaurante está cheio de carros;
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê o lucro desse restaurante deve ser alto;
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma e) Os carros brasileiros
brasileiros ainda mostram deciências;
deciências; o
reportagem como se lê um poema. meu automóvel enguiçou ontem.
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de  Indução é um processo lógico que parte do particu-
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. lar para o geral. Se houver alguma dúvida na reso-
lução, é só ir por
p or exclusão das alternativas
3. Conhecimento de Mundo a) Todos os dias.../ hoje...
b) as ruas/ toda a noite
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental c) em todos os jogos/ domingo...
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre d) Resposta certa
importante o candidato a cargos públicos manter um e) Os carros.../ meu automóvel...Resposta: Letra D.
tempo disponível para ampliar sua biblioteca e bus-
car fontes de informações dedignas, para, dessa for-for - 2. (CESPE – 2014) Julgue
 Julgue o item, relativo à dedução
de dução e
ma, aumentar seu conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso indução.
A conclusão de um argumento dedutivo é uma    A
   S
   E
conhecimento de mundo que é relevante para a com- consequência necessária da verdade da conjunção    U
   G
preensão textual é ativado, por isso, é natural ao nosso das premissas, o que signica que, sendo verda-
verda-    U
   T
cérebro associar informações, a m de compreender deiras as premissas, é impossível a conclusão ser    R
o novo texto que está em processo de interpretação. falsa.    O
   P
 
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-    A
cício para atestarmos a importância da ativação do ( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO    U
   G
conhecimento de mundo em um processo de interpre-    N
    Í
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: Pois o pensamento dedutivo parte do conheci-    L

mento geral, visando ao conhecimento particular,


Como gemas para nanciá-lo, nosso herói desaou assim, para a lógica dedutiva as premissas verda-
valentemente todos os risos desdenhosos que tenta- deiras não podem gerar enunciados falsos. Respos-
falsos. Respos-
ram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” ta: Certo. 119

Adaptada) Na temática da Lógica, leia


3. (UFPE – 2018 - Adaptada) A partir desse esquema, podemos identicar que a
o texto a seguir sobre os tipos de inferência: orientação gramatical mantida pelas frases apresen-
  A dedução e a indução são conhecidas com o nome tam marcas linguísticas, assinalando o tipo textual
de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir predominante que o texto deve manter, organizado
de outra já conhecida. Sobre a indução e a dedução, pelas marcas do gênero textual a qual o texto pertence.
entende-se como inferências mediatas. TIPO TEXTUAL
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosoa. São Paulo: Ática, 1996, p. 68.)
Adaptado. Classica-se conforme as marcas linguísticas
apresentadas no texto. Também é chamado de
  A autora acima enfatiza a singularidade dos tipos de sequência textual.
inferência no âmbito da razão discursiva. Sobre isso,
observe a seguinte inferência: GÊNERO TEXTUAL
  Sócrates é homem e mortal Classica-se conforme a função do texto, atri-
Platão é homem e mortal buída socialmente.
Aristóteles é homem e mortal
Logo, todos os homens são mortais.
Uma última informação muito importante sobre
A inferência expressa o raciocínio: tipos textuais que devemos considerar é que nenhum
texto é composto apenas
apenas   por um tipo textual, o que
a) Dialético. ocorre é a existência de predominância de algumas
b) Disjuntivo. sequências em detrimento de outras, de acordo com
c) Indutivo. o texto. Dito isso, vamos seguir nossos estudos apren-
d) Conjuntivo. dendo a diferenciar cada classe de tipos textuais, reco-
e) Argumentativo. nhecendo suas principais características e marcas
linguísticas.
 Porque parte de premissas
premissas particulares
particulares para outras
outras
mais genéricas. Resposta: Letra C. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS
PRINCIPAIS
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Narrativo
TIPOLOGIA TEXTUAL Os textos compostos predominantemente por se-
quências narrativas cumprem o objetivo de contar
CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS
uma história, narrar um fato, por isso precisam man-
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
Tipos ou sequências textuais são unidades que de algumas estratégias, como a organização dos fatos
estruturam o texto. Para Bronckart (1999 apud
a partir de marcadores temporais, espaciais, inclusão
CAVALCANTE, 2013), “são
tivamente autônomas, unidades estruturais,
organizadas em frases”.rela-
Os de um momento de tensão, chamado de clímax, e um
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
tipos textuais marcam uma forma de organização da Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati-
estrutura do texto que se molda a depender do gênero vo pode ser caracterizado por sete aspectos, são eles:
discursivo e da necessidade comunicativa. Por exem-
plo, há gêneros que apresentam a predominância de 1. Situação inicial –
inicial – envolve a “quebra” de um equi-
equi-
narrações – contos, fábulas, romances, história em líbrio, o qual demanda uma situação conituosa;
quadrinhos etc –, outros predominam a argumenta- 2. Complicação
Complicação   – desenvolvimento da tensão apre-
ção – redação do Enem
Enem,, teses, dissertações, artigo de sentada inicialmente;
opinião etc. 3. Ações
Ações   (para o clímax) – Acontecimentos que
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais, ampliam a tensão;
inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos 4. Resolução
Resolução –  – Momento de solução da tensão;
essa gura que demonstra como podemos identi- identi - 5. Situação nal –
nal – Retorno da situação equilibrada;
car os tipos textuais e suas principais características, 6. Avaliação
Avaliação –  – Apresentação de uma “opinião” sobre
tendo em vista que, cada sequência textual apresen- a resolução;
ta características próprias que, conforme menciona- 7. Moral
Moral – – Apresentação de valores morais que a histó-
mos, pouco ou nada sofrem em alterações, mantendo ria possa ter apresentado.
uma estrutura linguística quase rígida que nos per-
mite classicar os tipos textuais em 5 categorias Esses sete passos podem ser encontrados no seguin-
(Narrativo; Descritivo; Expositivo; Instrucional; te exemplo, a canção “Era um garoto que como eu...”
Argumentativo).
Argumentativo ). Vamos ler e identicar essas características, bem
como aprender a identicar outros pontos do tipo tex-
tex-
GÊNERO TEXTUAL tual narrativo.

Era um garoto que como eu


1. Situação inicial:
Amava os Beatles e os Rolling Stones
FRASES TEXTO predomínio de
TIPO TEXTUAL Girava o mundo sempre a cantar
equilíbrio;
120 As coisas lindas da América

Não era belo, mas mesmo assim Narrador personagem: Verbos exionados em 1ª pes-
Havia uma garota am
Cantava Help and Ticket to Ride
soa. O narrador participa dos fatos.
Oh Lady Jane, Yesterday Narrador observador: Verbos exionados em 3ª pes-
2. Complicação:
Cantava viva à liberdade
Mas uma carta sem esperar
início da tensão soa. O narrador tem propriedade dos fatos contados,
Da sua guitarra, o separou porém não participa das ações.
Fora chamado na América
Stop! Com Rolling Stones Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em
3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e
Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã 3. Clímax; não participa das ações, porém o uxo de consciência
consciência
Lutar com vietcongs do narrador pode ser exposto, levando o texto para a
Era um garoto que como eu 1ª pessoa.
Amava os Beatles e os Rolling Stones 4. Resolução;
Girava o mundo, mas acabou
Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas
Fazendo a guerra no Vietnã predominantemente narrativas, são eles: notícia, diá-
Cabelos longos não usa mais rio, conto, fábula, entre outros. É importante rear-
rear -
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá mar que o fato de esses gêneros serem essencialmente
6. Situação nal; narrativos, não signica que não possam apresentar
A mesma nota,
7. Avaliação; outras sequências em sua composição.
ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
Só gente morta caindo ao chão classicação correta, é sempre essencial prestar aten-
aten-
Ao seu país não voltará ção nas marcas que predominam no texto.
Pois está morto no Vietnã Após demarcarmos as principais características do
Stop! Com Rolling Stones tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
Stop! Com Beatles songs
8. Moral.
cas mais importantes da sequência textual classica-
classica -
Stop! Com Beatles songs da como descritiva.
No peito, um coração não há
Mas duas medalhas sim Descritivo
Fonte: google.com/letrasdemusica.
google.com/letrasdemusica. Acessado em: 05/09/2020.
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas
nominais que dominam o texto. Os gêneros que utili-
Essas sete marcas que denem o tipo textual nar-
nar- zam esse tipo textual, geralmente, utilizam a sequên-
rativo podem ser resumidas em marcas de organiza- cia descritiva como suporte para um propósito maior.
ção linguística que são caracterizadas por: Presença São exemplos de textos cujo tipo textual predominan-
de marcadores temporais e espaciais;
espaciais; verbos
verbos,, pre- te é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio,
dominantemente, utilizados no passado;
passado; presença classicados, lista de compras etc. Veja um trecho da
de narrador e personagens. Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas impres-
sões a respeito de alguns aspectos do território que
viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500.
Importante!
Os gêneros textuais que são, predominantemen-  Ali veríeis
veríeis galantes,
galantes, pintados
pintados de preto e vermelho,
vermelho, e
quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas,
te, narrativos, apresentam outras tipologias tex- que, certo, assim pareciam bem. Também andavam
tuais em sua composição, tendo em vista que entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que
nenhum texto é composto exclusivamente por assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava
uma sequência textual. Por isso, devemos sem- uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a náde-
pre identicar as marcas linguísticas que são pre -  ga, toda
toda tingida
tingida daquel
daquelaa tintura
tintura preta; e todo
todo o resto
resto
dominantes em um texto, a m de classicá-lo. da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos
com as curvas assim tintas, e também os colos dos
 pés; e suas
suas vergonhas
vergonhas tão nuas,
nuas, e com tanta
tanta inocên-
inocên-
Para sua compreensão, também é preciso saber o cia assim descobertas, que não havia nisso desver-
que são marcadores temporais e espaciais.  gonha nenhum
nenhuma. a.
São formas linguísticas como advérbios, pronomes, (https://www.t
(https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-
odamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha)
caminha)
locuções etc. utilizados para demarcar um espaço físi-
co ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos, Note que apesar da presença pontual da sequência
esses elementos são essenciais para marcar o equilíbrio narrativa, há predominância da descrição do cenário    A
   S

etexto.
a tensão da história, além de garantirem    E
Exemplos de marcadores temporais ae coesão do
espaciais: etivos
dos personagens,
(galantes, preto,evidenciada
vermelho,pela presença
nuas, tingida,dedesco-
adje-    U
   G
   U
Atualmente, naquele dia, nesse momento, aqui, ali, bertas etc). A carta de pero Vaz constitui uma espécie    T
   R
então... de relato descritivo para manter a comunicação entre    O
Um outro indicador do texto narrativo é a pre- a Corte Portuguesa e os navegadores. Todavia, con-    P
 
   A
sença do narrador da história. Por isso, é importante siderando as emergências comunicativas do mundo    U
   G
aprendermos a identicar os principais tipos de nar-
nar- moderno, a carta tornou-se um gênero menos usual e,    N
    Í
rador de um texto: aos poucos, substituído por outros gêneros como, por    L
exemplo, o e-mail.
e-mail.  
Narrador: também conhecido como foco narrativo é o A sequência descritiva também pode se apresentar
responsável por contar os fatos que compõem o texto. de forma esquemática em alguns gêneros, como pode-
mos ver no cardápio abaixo: 121

 
Fonte: https:/
https://g1.globo.com/sp/soro
/g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/
caba-jundiai/noticia/2020/07/12/lha-de-dono-de-c
2020/07/12/lha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-
antina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-o-
cardapio-e-ajudar-o-
pai-a-vender-na-web.ghtml

Note que há presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos que buscam levar o leitor a imaginar o
objeto descrito. O gênero acima apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc) com uso de
adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc). Ele está organizado de forma
esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira que facilita a leitura (o pedido, no
caso) do cliente.

122

Organização do texto descritivo: Assim como os tipos textuais apresentados ante-


riormente, os textos expositivos também apresentam
uma estrutura que mistura elementos tipológicos de
outras sequências textuais, tendo em vista que, para
INTRODUÇÃO: DESENVOLVIMENTOS: apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti-
Apresentação do Apresentação vos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
objeto/da detalhada do objeto/ É importante destacar que os textos expositivos
situação descritos. da situação. podem, muitas vezes,
argumentativos, uma serem
vez que confundidos com textos
existem textos argu-
mentativos que são classicados como expositivos,
pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma
argumentação.
Outra importante diferença entre a sequência
CONCLUSÃO: expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma
Encerramento dos opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem
fatos/ da situação para a argumentação, uma vez que o fato exposto
é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento
descrita, busca-se sobre uma questão não é posto em debate.
debate .
uma retomada
com o início.
Importante!
 Expositivo
Apresenta-se um conceito e expõem-se as
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias características desse conceito sem espaço para
a m de deixar claro o tema principal do texto. Nes-
Nes- opiniões.
se tipo textual, é muito comum a presença de dados,
informações cientícas, citações diretas e indiretas,
que servem para embasar o assunto do qual o texto Marcas linguísticas do texto expositivo:
trata. Para lustrar essa explicação, veja o exemplo a
z  Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
seguir:
sença de verbos de estado;
z  Presença de adjetivos, locuções e substantivos que
organizam a informação;
z  Desenvolve-se mediante uso de recursos
enumerativos;
z  Presença de guras de linguagem como Metáfora
e Comparação;
z  Pode apresentar um pensamento contrativo ao
nal do texto.

Os textos expositivos são comuns em gêneros cien-


tícos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi-
curiosi -
dade nos leitores, como o exemplo a seguir:
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO-
NARAM O MUNDO
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43

Hedy Lamarr - conexão wireless

Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy”


(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer-
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên-
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini-
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde,
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o    A
   S
Wi-Fi e o Bluetooth.    E
   U
   G
   U
Fonte: https:/
https://www.bo
/www.boavontade.com/pt/
avontade.com/pt/ecologia/infogra
ecologia/infograco-dados-
co-dados- Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj
https://glo.bo/2Jgh4Cj Acessado em: 07/09/2020. Adaptado.    T
mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua/2016    R
   O
Instrucional ou Injuntivo    P
 
O infográco acima apresenta as informações per-
per-    A
   U
tinentes sobre o panorama mundial da situação da O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracteri-    G
água no ano de 2016. O gênero foi construído com o zado por estabelecer um “propósito autônomo” (CAVAL-
(CAVAL-    N
    Í
   L
objetivo de deixar o leitor informado a respeito do CANTE, 2013, p.73) que busca convencer o leitor a
tema “tratado, e para isso,” o autor dispõe, além da realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante
linguagem clara e objetiva, de recursos visuais para em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na inter-
atingir esse objetivo. net, horóscopos e também nos manuais de instrução. 123

A principal marca linguística dessa tipologia é a A seguir, apresentamos um quadro sintético com
presença de verbos conjugados no modo imperati- algumas estruturas linguísticas que funcionam como
vo   e também em sua forma innitiva
vo innitiva.. Isso se deve operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e a leitura de textos argumentativos:
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.
Para que possamos identicar corretamente essa OPERADORES ARGUMENTATIVOS
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- É incontestável que...
ro textuala seguir:
exemplo que apresente esse tipo de texto, como o Tal atitude é louvável, repudiável, notável...
É mister, é fundamental, é essencial...
Como faço para criar uma conta do Instagram?
Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo: Essas estruturas utilizadas adequadamente no
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) texto argumentativo expõem a opinião do autor, aju-
ou Google Play Store (Android). dando na defesa de seu ponto de vista e construindo a
2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone estrutura argumentativa desse tipo textual.
para abri-lo.
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de
telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira Importante!
seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi- O tipo textual argumentativo não pode ser
rá um código de conrmação), toque em Avançar. Tam- confundido com o gênero textual dissertativo-
bém é possível tocar em Entrar com o Facebook  para
 para se -argumentativo. Esse gênero é composto por
cadastrar com sua conta do Facebook. sequências argumentativas, mas também há
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
a apresentação, dissertação de ideias, a m de
lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha
as informações do perl e toque em Avançar.  Se você alcançar
Nacional adopersuasão do ouvinte/leitor.
Ensino Médioouvinte/leitor
– Enem é um. Ocertame
Exame
se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na
conta do Facebook, caso tenha saído dela. que cobra esse gênero em sua prova de redação.

Fonte: https:/
https://www.fac
/www.facebook.com/help/ins
ebook.com/help/instagram/.
tagram/. Acessado em:
07/09/2020. Agora que já conhecemos os cinco principais tipos
textuais, vamos exercitar nossos conhecimentos com
No exemplo acima, podemos destacar a presença de as seguintes questões de concurso:
verbos conjugados no modo imperativo, como: baixe,
toque, crie, 
crie, além de muitos verbos no innitivo, como:
instalar, cadastrar, avançar.
avançar. Outra característica dos
textos injuntivos é a enumeração de passos a serem   EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS
cumpridos para a realização correta da tarefa ensinada
e também a m de tornar a leitura mais didática. 1. (COMPERVE – 2017)  A questão refere-se ao texto
É  importante lembrar que a principal marca abaixo.
linguística dessa tipologia é a presença de verbos
conjugados no modo imperativo e em sua forma in
forma in--
nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar   Há vida fora da Terra?
persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio-   1º Em 15 de agosto de 1977, um radiotelescópio do
nadas pelo gênero.
Instituto Seti (“Busca por Inteligência Extraterrestre”,
na sigla em inglês), nos EUA, captou uma mensagem
Argumentativo
estranha. Foi um sinal de rádio que durou apenas 72
O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais segundos, só que muito mais intenso que os ruídos
complexo e, por vezes, pode apresentar um maior comuns vindos do Cosmo. Ao analisar as impressões
grau de diculdade na identicação, bem como em em papel feitas pelo aparelho, o cientista Jerry Ehman
sua análise. O texto argumentativo tem por objetivo
objetivo   tomou um susto. O sistema captara um sinal 30 vezes
a defesa de um ponto de vista,
vista, portanto, envolve a mais forte que o normal. Seria alguma civilização ten-
defesa de uma tese e a apresentação de argumen-
argumen- tando fazer contato? Ehman cou tão impressionado
tos que visam sustentar essa tese. que circulou os dados do computador e escreveu ao
Um exemplo típico desse tipo de texto argumentati- lado: “Wow!”. O caso cou conhecido como Wow sig-
vo são as redações do Enem
Enem.. Nesse tipo de texto, a intro- nal   (sinal “uau”!), e até hoje é o episódio mais mar -
nal
dução apresenta o ponto de vista (tese) a ser defendido cante na busca por inteligência extraterrestre. O Seti
pelo autor de maneira contextualizada. No segundo e outras instituições tentaram detectar o sinal várias
e terceiro parágrafos, o autor pode utilizar estratégias vezes depois, mas ele nunca foi encontrado.
argumentativas para sustentar
como dados estatísticos, o seu exemplicações,
denições, ponto de vista,   2º Mesmo assim, hoje, muitos cientistas acreditam
que o contato com extraterrestres é mera questão
alusões históricas e losócas, referências a outras
áreas do conhecimento etc. Na conclusão, o autor con- de tempo. “Numa escala de 1 (pouco provável) a 10
clui raticando seu ponto de vista e apresenta possíveis (muito provável), eu diria que nossa chance de fazer
soluções para o problema em questão. contato com ETs em meados deste século é 8”, acre -
Outro aspecto importante dos textos argumentati- dita o físico Michio Kaku, da City College de Nova York.
vos é que eles são compostos por estruturas linguísti- Esse otimismo tem justicativa. “Pelo menos 25% das
cas conhecidas como operadores argumentativos, que estrelas têm planetas. E, dessas estrelas, pelo menos
organizam as orações subordinadas, estruturas mais a metade tem planetas semelhantes à Terra”, explica
124
comuns nesse tipo textual. o físico Marcelo Gleiser. Isso signica que, na nossa

galáxia, podem existir até 10 bilhões de planetas pare-  No primeiro


p rimeiro parágrafo, há a narração de uma his-
cidos com o nosso. Uma quantidade imensa. Ou seja: tória sobre um contato de possíveis extraterrestres
pela lei das probabilidades, é muito possível que haja com a Terra, para contar essa história, o autor
civilizações alienígenas. O satélite Kepler, da Nasa, já utilizou muitos verbos no passado, predominando
catalogou 2740 planetas parecidos com a Terra, onde trechos como este: “o cientista Jerry Ehman tomou
água líquida e vida talvez possam existir. Um dos mais um susto”. Já o segundo parágrafo, apresenta a pre-
“próximos” é o Kepler 42d, a 126 anos -luz do Sol (um dominância de informações que visam a explicar o
ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros).  fenômeno narrado anteriormente, o que ca claro
  3º Kakuessa
çadas, acredita que,não
distância paraseria
civilizações muito–avan-
um problema pois  por trechos
 Pelo assim:
menos 25% das“Esse
“Esse otimismo
estrelas tem justicativa.
justicativ
têm planetas. dessaa.s
E, dessas
elas poderiam manipular o espaço-tempo e utilizar estrelas, pelo menos a metade tem planetas seme-
portais no Cosmos, como nos lmes de cção cientí - lhantes à Terra, explica o físico Marcelo Gleiser”.
ca. Ok, mas então por que até hoje esse pessoal não  Resposta: Letra B.
veio aqui? “Se são mesmo tão avançados, talvez não
estejam interessados em nós”, opina Kaku. “É como a 2. (FUNDEP – 2019)
gente ir a um formigueiro e dizer às formigas: ‘Levem-
-nos a seu líder!’.” Para outros cientistas, contudo, a   Circuito Fechado
existência de civilizações avançadas é mera especula- Ricardo Ramos
ção. E explicar por que elas não colonizaram a Terra já
é querer dar uma de psicólogo de aliens.   Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova,
  4º Tudo bem que existem bilhões de terras por aí. E creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel,
que a probabilidade de existir vida lá fora é muito gran- espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água
de. Mas não signica que seja vida inteligente. “Você quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, cami-
pode ter um planeta cheio de vida, mas formada por sa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó.
amebas e outros seres unicelulares”, acredita Glei- Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço.
ser. Anal, com a Terra foi assim. A vida aqui existe Relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos, jornal.
há cerca de 3,5 bilhões de anos. Mas durante quase Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guar-
todo esse tempo (3 bilhões de anos), só havia seres danapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e
unicelulares: as cianobactérias, também chamadas de poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo
algas verdes e azuis. com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas,
  5º Além disso, não basta o tempo passar para que as caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros,
formas de vida se tornem complexas e inteligentes. A papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigar-
função essencial da vida é se adaptar bem ao ambiente ro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas,
onde ela está. A vida só muda – na esteira de alguma vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis.
mutação genética – se uma mudança ambiental exigir Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de
que ela mude. Assim, se o ambiente não mudar e a vida anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta,
estiver bem adaptada, as mutações genéticas que, em projetos de lmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo,
geral, aparecem ao longo de gerações não vão fazer dife- quadronegro, giz, papel. Mictório, pia. Água. Táxi, mesa,
rença. Tudo depende da história de cada planeta. Se o toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guarda-
asteroide que matou os dinossauros há 65 milhões de napo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova
anos não tivesse caído aqui na Terra, e os dinossauros de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis,
papéis, telefone,
não tivessem sido extintos, não estaríamos aqui. revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno,
  6º “Não temos nenhuma prova ou argumento forte externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, reló-
sobre a existência de vida inteligente fora da Terra”, gio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefo-
diz Gleiser. “Existe vida? Certamente. Mas como não ne, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara,
xícara, jornal,
entendemos bem como a evolução varia de planeta cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros,
para planeta, é muito difícil prever ou responder se caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revis-
existe ou não vida inteligente fora daqui , completa. ta. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos,
“Se existe, a vida inteligente fora da Terra é muito rara.” guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro.
Decepcionante. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo.
  7º Mas antes de lamentar a solidão da humanidade Abotoaduras,
Abotoadu ras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pija-
no Cosmos, saiba que ela pode ser uma boa notícia. ma, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
Porque, se aliens
aliens inteligentes
 inteligentes realmente existirem, não Disponível em: <https:/
<https://tinyurl.com/y4e7n4u7>.
/tinyurl.com/y4e7n4u7>.
serão necessariamente bondosos. “Se eles algum dia
nos visitarem, acho que o resultado será o mesmo que Acesso em: 17 jul. 2019.
quando Cristóvão Colombo chegou à América. Não foi    A
bom para os índios nativos”, armou, certa vez, o físi -    S
  A respeito da tipologia desse texto, é correto armar    E
co Stephen Hawking. que ele é:    U
   G
   U
Disponível em:> http:/
http://super.abril.com.br/
/super.abril.com.br/ciencia/ha-vida-fora-da-
terra-2/>. Acesso em:ciencia/ha-vida-fora-da-
7 jul. 2017. [Adaptado]    T
a) dissertativo-argumentativo.    R
   O
b) dissertativo-expositivo.    P
 
  No primeiro e no segundo parágrafos, predominam, c) descritivo.    A
   U
respectivamente: d) narrativo.    G
   N
    Í
   L
a) Narração e descrição. O texto descritivo é caracterizado pela forte presen-
b) Narração e explicação. ça de adjetivos, conforme o texto em debate. Respos-
c) Explicação e descrição. ta: Letra C.
d) Explicação e injunção.
125

3. (UFPR – 2017) O texto a seguir é referência para a   Sentou pra descansar como se fosse sábado
questão. Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
  Desmarcar o encontro com o contatinho, cancelar Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
uma reunião de negócios ou sair mais cedo de um ani-   Dançou e gargalhou como se ouvisse música
versário: suspender compromissos leva à sensação   E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
de liberdade.   E utuou no ar como se fosse um pássaro
  Amy Banks, neurobiologista, terapeuta especializada E se acabou no chão feito um pacote ácido
em relacionamentos e autora do livro Wired to Con- Agonizou no meio do passeio público
nect  (sem
  (sem edição no Brasil), arma que a explicação   Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego [...]
para isso é simples. Algumas pessoas possuem a pro-
gramação tão cheia que eliminar uma atividade é uma (“Construção” – Chico Buarque)
forma de conseguir uma folga para si.
  A pesquisadora arma que as pessoas subestimam   Quanto à relação entre o gênero desse texto e sua
o quanto conseguem dar conta das coisas. Por isso, tipologia, assinale a alternativa correta.
cancelar um compromisso é prazeroso, já que o tem-
po livre é realmente necessário. a) Trata-se de um poema que qualica um evento, por-
  Além disso, a satisfação pode estar relacionada com o tanto, é um texto de tipo descritivo.
que você pensa da outra pessoa. As relações em que b) O texto é uma
uma crônica que apresenta um fato fato do coti-
não existem sentimentos mútuos e encontrar essas diano, o que qualica a tipologia como dissertativa
pessoas pode ser estressante. Então, sentimos alívio expositiva.
ao cancelar o compromisso. c) “Construção
“Construção”” é um conto, que brevemente
brevemente analisa uma
uma
(Disponível em: <http:/
<http://revistagalileu.globo
/revistagalileu.globo.com/Sociedade/
.com/Sociedade/ história em um contexto social, portanto, a tipologia é
noticia/2017/11/voce-se-sente-bem-ao-cancelar-um-compromisso
noticia/2017/11/voce-se-sente-bem-ao-can celar-um-compromisso-- dissertativa argumentativa.
ciencia-explica.html>.Acesso em: 08/09/2020. d) Quanto ao gênero,
gênero, trata-se de uma letra de música
música que
narra um evento ocorrido com um personagem, sendo,s endo,
  Sobre o texto acima, considere as seguintes armativas:
então, do tipo textual narrativo. 
1. Trata-se de
de um texto narrativo, porque
porque conta como se Temos um trecho narrativo em que há um espaço e
desenvolveu determinada pesquisa. um tempo, é contado algo, um acontecimento, um
2. Os termos usados para se referir
referir a Amy Banks durante
durante  fato. Resposta: Letra D.
todo o texto foram: neurobiologista, terapeuta, pesqui-
sadora e autora. 5. (FADESP – 2019) O trecho “O que aconteceu de verda-
3. Segundo a autora da da pesquisa, as pessoas acham de foi um pouco mais complicado: a onda que povoou
que não têm capacidade de cumprir todos os seus a América se dividiu dentro do próprio continente. Onde
compromissos, razão pela qual se sentem bem ao hoje estão os EUA, um grupo que cou conhecido como
cancelá-los. ‘Cultura Clóvis’ prosperou e avançou em direção ao sul.
4. Os parênteses foram
foram utilizados para inserir opinião do Quando chegou por aqui, deu origem a populações
autor. como a de Lagoa Santa (MG) – à qual pertence Luzia.
Luzia, então, é ‘neta’ de Clóvis”. é:
a) Somente as armativas 1 e 3 são verdadeiras.
verdadeiras.
b) Somente as armativas 2 e 3 são verdadeiras.
verdadeiras. a) argumentativo.
c) Somente as armativas 1 e 4 são verdadeiras.
verdadeiras. b) descritivo.
d)
e) Somente as armativas
As armativas 1, 2, 3 e 42,são
3 everdadeiras.
4 são verdadeiras.
verdadeir
verdadeiras. as. c) narrativo.
d) dissertativo
 Armação 1- Falsa, o texto não apresenta
apresenta elementos
elementos Temos um trecho narrativo, em que há um espaço
linguísticos que fundamentam a tipologia narrativa. e um tempo, é contado algo, um acontecimento, um
 Armação 2 – Verdadeira, durante o texto, o autor  fato. Havendo uma apresentação e um desfecho, o
utilizou recursos de sinonímia para manter a coe- qual demonstra que Luzia é “neta” de Clóvis. Res-
são e o tópico frasal do texto, diversicando o voca  posta: Letra C.
bulário sem deixar o texto repetitivo.
 Armação 3 – Ver Verdadeira,
dadeira, realmente o texto ar
ar--
ma que as pessoas sentem prazer em desmarcar
compromissos.
 Armação 4 – Falsa, os parênteses
parênteses foram utilizados
utilizados ORTOGRAFIA OFICIAL
 fora do texto para identicar a referência
referência de onde o
texto foi retirado. Resposta: Letra B. A ortograa é o ramo que estuda a forma corre-
corre-
ta da escrita das palavras. Veja, por meio de algumas
4. (FUNDEP – 2019) Leia o texto a seguir
seguir.. regras, como acabar com suas dúvidas e escrever
corretamente.
  Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última Emprego do X e do CH
E cada lho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido O “X” é utilizado:
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas z  Após os ditongos (encontro de duas vogais).
Tijolo com tijolo num desenho mágico   Ex.: peixe, faixa, caixa, ameixa, queixo, baixo,
Seus olhos embotados de cimento e lágrima encaixe, paixão, rouxa, frouxo.
126 z  Exceção: recauchutar (e seus derivados) e caucho.

z  Após as sílabas “en” e “me”. Bom, existem palavras que podem ser escritas tan-
  Ex.: enxada, enxame, enxaqueca, enxergar, enxugar, to de uma forma, como de outra. Veja:
mexerica, mexilhão, mexer, mexicano, enxovalho. Catorze/ quatorze; cociente / quociente; cotidiano /
quotidiano; cotizar / quotizar.
Algumas palavras formadas por prexação (pre-
(pre - Palavras que só podem ser escritas de uma forma:
xo “en” + radical) são escritas com “ch” (enchente, Cinquenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona.
encharcar, etc.).
Emprego do K, W e Y
z  Exceção: mecha (de cabelo);
z
  vras
Em palavras
inglesas de origem indígena e africana e pala-
aportuguesadas. Símbolos e siglas
  Ex.: xampu, xerife, xará, xingar, xavante.
z  Kg – quilograma;
Kg –
z  Outras palavras escritas com “X”: bexiga, laxativo,
z  Km –
Km  – quilômetro;
caxumba, xenofobia, xícara, xarope, lixo, capixa-
z  k – potássio.
ba, xereta, faxina, maxixe, bruxa, relaxar, roxo,
graxa, puxar, rixa.
Nomes próprios e seus derivados originados de
Algumas palavras com “CH”: chicória,
“CH”: chicória, cha, chi-
chi- língua estrangeira.
marrão, churrasco, chinelo, chicote, cachimbo, fanto-
che, penacho, broche, salsicha, apetrecho, bochecha, z  Kelly
elly,, Darwin, Wilson,
W ilson, darwinismo.
brecha, pechincha, inchar, echa, chute, deboche,
mochila, pichar, lincha, fechar, fachada, comichão, Palavras estrangeiras não adaptadas para o
chuchu, charque, cochicho. português:

z  Há ainda algumas palavras homófonas, que podem z  Feedback, hardware, hobby


hobby..
ser escritas das duas formas, porém têm signica-
signica-
dos diferentes. Veja algumas: Emprego do G e do J

  Brocha (pequeno prego); O “G” é utilizado em:


  Broxa (pincel para caiação de paredes); Palavras terminadas em “–gio”:
  Chá (planta para preparo de bebida);
  Xá (título do antigo soberano do Irã); z  Estágio, relógio, refúgio, presságio.
  Chalé (casa campestre de estilo suíço);
  Xale (cobertura para os ombros); Substantivos terminados em “-em”:
  Chácara (propriedade rural);
  Xácara (narrativa popular em versos); z  ferrugem, carruagem, passagem, viagem.
  Cheque (ordem de pagamento);
  Xeque (jogada do xadrez). O “J” é utilizado:
Em palavras de origem indígena.
Emprego do C, Ç, S e SS
z  Pajé, canjica, jerimum.
Por possuírem o mesmo som, o uso de C, Ç, S e SS
costuma causar bastante confusão. Porém, existem Em palavras de origem africana.
algumas
usar cadaregrinhas que nos
uma das letras. ajudam a saber quando
Veja: z   Jiló, jagunço, jabá.

a) O “C” só é usado com valor


valor de “s” com as vogais “e” e “i”
  Ex.: acé
cém,
m, áci
ácido,
do, ace
aceso,
so, maci
macio.o. Importante!
  Com as vogais “o” e “u”, usa-se Ç.
  Ex.: aço
çougue,
ugue, açú
açúcar,
car, caçu
caçula.
la. z  A conjugação do verbo “viajar”, no Presente
b) Em início de palavras, o Ç e o SS nãonão são
 são usados. do Subjuntivo, escreve-se com j: Que eles (as)
  O “S” inicia palavras quando seguido de qualquer viajem;
uma das vogais. z Verbos no innitivo escritos com “G” antes de
  Ex.: sa
sapato,
pato, se
segurança,
gurança, so
solteiro,
lteiro, su
 sucesso.
cesso. “e” ou “i” têm o “G” substituído por “J” em algu-
  O “C” inicia palavras (possuindo o mesmo som de mas exões, para manter o mesmo som.
“S”) apenas com as vogais “e” e “i”. Aigir – aija, aijo;
  Ex.: cecenoura,
noura, ce
cela,
la, ci
 cigarro,
garro, ci
 cinema.
nema. Agir – ajam, ajo;    A
c) O “S” tem sempre som de /z/ quando está entre    S
Eleger – elejam, elejo.    E
vogais. Sendo assim, palavras compostas deriva-    U
   G
das de uma palavra com “S” no início passam a ser    U
   T
escritas com “SS”, mantendo o som de /s/.    R
  Ex.: sala – antessala / sol – girassol / seguir    O
   P
 
 – prosseguir.    A
d) “SS” é utilizado somente entre vogais. ACENTUAÇÃO GRÁFICA    U
   G
  Ex.: passagem, pessoa, posse, possível.    N
    Í
NOTAÇÕES LÉXICAS: ACENTOS GRÁFICOS OU
NOTAÇÕES    L
Emprego do C e QU DIACRÍTICOS E OUTROS SINAIS

É comum encontrarmos algumas palavras que nos Os acentos grácos da língua portuguesa são o
colocam na dúvida: usar C ou QU? agudo (´), grave/crase (`), circunexo (^). 127

lín-
Vale ressaltar que a trema ( ¨ ) teve seu uso na lín-   a(s): sofá, sofás;
gua portuguesa abolido após o Novo Acordo Ortográ-
Ortográ -   e(s): jacaré, vocês;
co, então, muito cuidado para não se confundir e nem   o(s): paletó, avôs;
se esquecer desse detalhe.   em, ens: armazém, armazéns.
Estes sinais podem indicar a sílaba tônica das
palavras, isto é, a sílaba mais forte pronunciada com
maior intensidade. Veja:
 Es pí rito,
rito, sim pá
 pática,
tica, vovô. EMPREGO DAS CLASSES DE
PALAVRAS
z  O acento agudo (´) nos indica uma sílaba tônica
com som mais aberto, como na palavra simpática,
que vimos acima. Outro exemplo: sá sábio.
bio. INTRODUÇÃO
z  O circunexo (^),
(^), ao contrário, indica sílaba tôni-
ca mais fechada. Veja algumas palavras: cân câncer,
cer, A palavra morfologia
morfologia   refere-se ao estudo das
bambolê
bambo lê,, lâm
 lâmpada.
pada. formas, por isso, o termo é usado pelos linguistas e
z  A crase (`),
(`), marcada pelo acento grave, de manei- também pelos médicos, que estudam as formas dos
ra geral, é utilizada para fazer a junção de duas órgãos e suas funções.
vogais “a”, quando em uma frase a preposição é Analogamente, para compreender bem as funções
contraída com o artigo. Veremos com mais profun- de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão,
didade sua aplicação mais à frente. precisamos conhecer como essa forma se classica
e como se organiza. Por isso, em língua portuguesa,
Além dos acentos grácos, existem alguns outros estudamos as formas das palavras na morfologia, que
sinais muito utilizados na língua portuguesa, como os organiza as classes das palavras em dez categorias.
chamados de notações léxicas. São eles: A seguir, iremos estudar detalhadamente cada uma
delas e
delas  e também acrescentamos um “bônus” para seus
z  Til (~):
(~): é utilizado para deixar explícita a nasalidade estudos: as palavras denotativas, atualmente,
denotativas, atualmente, muito
da vogal. Exemplo: cão, bastão, dragão, avião, gavião. cobradas por bancas exigentes, como FCC e Cebraspe/
z  Cedilha (ç). CESPE.

Regras de Acentuação ARTIGOS

Há na língua portuguesa algumas regras de acen- Os artigos devem concordar em gênero e número
tuação das palavras segundo a sua classicação quan-
quan - com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
to à tonicidade, e é importante conhecê-las para não minantes dos substantivos.
cometer enganos na hora da escrita. São elas: Essa classe está dividida em artigos denidos e arti-
arti -
gos indenidos: os primeiros funcionam como deter-
deter-
z  Proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica): minantes objetivos, individualizando a palavra, já os
z  São sempre acentuadas gracamente. segundos funcionam como determinantes imprecisos.
Ex.: trágico, árvore, mármore.
z  Paroxítonas (penúltima sílaba tônica): São acen- z Artigos denidos: o, os; a, as.
tuadas quando terminam em: z  Artigos indenidos: um, uns; uma, umas.


  “L”:
“L ”: fácil,
“N”: pólen,portátil;
hífen; sãoOsasartigos podemcontrações.
chamadas ser combinados às preposições:
Algumas contrações
  “R”: cadáver, poliéster; comuns na língua são: em + a = na; a + o = ao; a + a =
  “PS”: bíceps; à; de + a = da.
  “X”: tórax; Toda palavra determinada por um artigo torna-se
 “US”: vírus; um substantivo
substantivo!! Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc.
  “I, IS”: júri, lápis;
  “OM”, “ONS”: iândom, íons;
  “UM”, “UNS”: álbum, álbuns;
 
 
“Ã(S)”,
“Ã( S)”, “ÃO(S)”: órfã, órfãs, órfão,
Ditongo oral: jóquei, túneis.
órfão , órfãos;   EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
1. (SCT – 2020) Marque a alternativa cujo período apre-
senta apenas artigos indenidos:
Importante!
Existem algumas observações/exceções
observações/exceções a serem a) Uma das vantagens de de ser garçonete é que acabo
acabo
feitas a respeito da acentuação das paroxítonas: conhecendo todas as pessoas.
b) A garota prefere lutar por ele, pois o considera
considera uma
a) Os prexos
acentuados (Ex.:terminados
semi, super, em “i” e “r” não são
hiper); boa pessoa.
b) Paroxítonas terminadas em ditongos crescen- c) A família está em festa com a chegada
chegada do bebê.
bebê.
tes (ea, oa, eo, ua, ia, eu, ie, uo, io) recebem acento. d) Poderia me passar a colher,
colher, por favor?
favor?
Ex.: mágoas, tênue, férias, ingênuo. e) Mariana é uma
uma mulher com
com um coração
coração de ouro.
ouro.

Os artigos indenidos são “um/uma” e suas exões


z  Oxítonas : São acentuadas as oxítonas terminadas de plural. A única opção que apresenta somente
128 em: artigos indenidos é a Resposta: Letra E.

NUMERAIS   Os numerais entre parênteses foram grafados correta-


mente, conforme apresentados em destaque, em:
Palavra que se relaciona diretamente ao substanti-
vo, inferindo ideia de quantidade ou posição. a) 1 e 2, apenas.
Os numerais podem ser: b) 2 e 3, apenas.
c) 1 e 3, apenas.
z  Cardinais:  indicam quantidade em si. Ex.: dois
Cardinais:  dois   d) 1, 2, e 3.
potes de sorvete; zero
zero coisas
 coisas a comprar; ambos
ambos os os
meninos eram bons em português. Todas as frases colocam adequadamente os nume-
rais nas frases, por extenso, e entre parênteses. Res-
z  Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma
série. Ex.: foi o segundo
segundo colocado
 colocado do concurso; che-  posta: Letra D.
gou em último/penúltimo/antepenúltimo
último/penúltimo/antepenúltimo lugar.  lugar. SUBSTANTIVOS
z  Multiplicativos: indicam o aumento proporcio-
nal de uma quantidade. Ex.: Ele ganha o triplotriplo no
 no Os substantivos classicam os seres em geral. Uma
novo emprego. característica básica dessa classe é admitir um deter-
z  Fracionários: indicam a diminuição proporcio- minante, artigo, pronome etc. Os substantivos exio-
exio-
nal de uma quantidade. Ex.: Tomou um terço  terço  nam-se em gênero, número e grau.
de vinho; o copo estava meio meio   cheio; ele recebeu
metade do
metade  do pagamento. Tipos de substantivos

Um numeral ou um artigo? A classicação dos substantivos admite nove tipos


diferentes de substantivos, São eles:
A forma um
um pode
 pode assumir na língua a função de
artigo indenido ou de numeral cardinal, então
então como
 como z  Simples: Formados a partir de um único radical.
Simples: Formados
podemos reconhecer cada função? É preciso observar Ex.: vento, escola.
z  Composto:
Composto:   Formados pelo processo de justaposi-
o contexto em uso, vejamos:
z  ção. Ex.: couve-or,
Primitivo:
Primitivo aguardente.
: Possibilitam a formação de um novo
z  Durante a votação, houve um um   deputado que se substantivo. Ex.: pedra, dente.
posicionou contra o projeto. z  Derivado
Derivado:: Formados a partir dos primitivos. Ex.:
z  Durante a votação, apenas um deputado
um deputado se posi- pedreiro, dentista.
cionou contra o projeto. z  Concreto
Concreto:: Designam seres com independência
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
Na primeira frase, podemos substituir o termo um pendente da sua conotação espiritual ou real. Ex.:
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e Deus, fada, carro.
o sentido será mantido, pois o que se pretende defen- z  Abstrato:
Abstrato:   Indica estado, sentimento, ação, quali-
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou dade. Ex.: coragem, Liberalismo.
contra o projeto é um deputado e não uma deputada, z  Comum
Comum:: Designam todos os seres de uma espécie.
por exemplo. Ex.: homem, cidade.
z  Próprio
Próprio:: Designam determinados seres e lugares.
 Já na segunda oração, a alteração do gênero não
Ex.: Maria, Fortaleza.
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se z  Coletivo
Coletivo:: Usados no singular, designam um con-
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM  junto de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca,
deputado, marcando a quantidade. manada.
Outra forma de notarmos a diferença é carmos
atentos com a aparição das expressões adverbiais, o É importante destacar que a classicação de um
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral. substantivo depende do contexto em que ele está
e stá inse-
Sobre o numeral milhão/milhares, é importante des- rido. Vejamos:
tacar que sua forma é masculina, logo, o artigo que o  Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio).
precede será sempre no masculino. O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/
comum).
z  Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
Errado:
z  Correto:: Os milhares de vacina chegaram hoje.
Correto Flexão de gênero

Os gêneros do substantivo são masculinos


masculinos e
 e femi-
Dica! ninos.. Porém, alguns admitem apenas uma forma
ninos    A
A forma 14 por extenso apresenta duas formas para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni-    S
   E
aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze. formes. Os
formes.  Os substantivos uniformes podem ser:    U
   G
   U
   T
z  Comuns-de-dois-gêneros:  designam seres huma-
Comuns-de-dois-gêneros:     R
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o    O
   P
 
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente
/ a cliente; o líder / a líder.
   A
   U
   G
z  Epicenos:
Epicenos: designam
 designam animais ou plantas que apre-    N
    Í
1. (CONSESP – 2018) Analise os itens a seguir: sentam distinção entre masculino e feminino; a    L

diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho macho  


I. A quadragésima quinta
quinta Feira
Feira do
do Livro foi um sucesso (45ª). ou fêmea
fêmea.. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça
II. Pela milésima vez ele acenou positivamente
positivamente (1000ª).
(1000ª). macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;
III. Há uma década que
que não o vejo (10 anos). girafa macho / girafa fêmea. 129

z  Sobrecomuns: designam seres de forma geral e


Sobrecomuns: z  Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães.
Ermitão:
não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gêne- z  Ancião
Ancião:: anciãos, anciões, anciães.
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: z  Vilão
Vilão:: vilãos, vilões, vilães.
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
Os substantivos biformes
biformes,, como o nome indi- que terminam em -ão -ão o
 o acréscimo do -s
-s.. Ex.: órgão /
ca, designam os substantivos que apresentam duas órgãos; órfão / órfãos.
formas para os gêneros masculino ou feminino. Ex.:
professor/professora.
Destacamos que alguns substantivos, apresentam Plural dos substantivos compostos

formas
mas diferentes
diferentes no nas terminações
masculino para designar for-
e no feminino: Os substantivos compostos são aqueles formados
por justaposição e o plural dessas formas obedece às
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré. seguintes regras:

Outros substantivos modicam o radical para z  Variam os dois elementos:


designar formas diferentes no masculino e no femini-
no, estes são chamados de substantivos heteroformes: Substantivo + substantivo:
Ex.: mestre-sala / mestres-salas;
Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora. Substantivo + adjetivo:
Ex.: guarda-noturno / guardas - noturnos;
Gênero e signicação Adjetivo + substantivo:
Ex.: boas-vindas;
É importante salientar que alguns substantivos Numeral + substantivo:
uniformes podem aparecer com marcação de gênero Ex.: terça-feira / terças - feiras.
diferente, ocasionando uma modicação no sentido,
veja, por exemplo:
z
  Varia apenas um elemento:
z  A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
z  O testemunho: relato de experiência, associado a Substantivo + preposição + substantivo:
religiões. Ex.: canas-de-açúcar.
Substantivo + substantivo (com função adjetiva):
Algumas formas substantivas mantêm o radical e Ex.: navios-escola.
a pequena alteração o gênero interfere no signicado: Palavra invariável + palavra invariável:
Ex.: abaixo-assinados.
z  O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo; Verbo + substantivo:
z  O moral: ânimo / a moral: costumes sociais; Ex.: guarda-roupas.
z  O rádio: aparelho / a rádio: estação
esta ção de transmissão. Redução + substantivo:
Ex.: bel-prazeres.
Além disso, algumas palavras na língua apresen-
tam diculdade quanto a identicação do gênero, pois Destacamos, ainda, que os substantivos compostos
são usadas em contextos informais com gêneros dife-
rentes, é o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a formados por verbo + advérbio e verbo + substan-
gênese; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formi- tivo plural cam invariáveis. 
invariáveis.  Ex.: Os bota-fora; os
cida; o telefonema; o trema. saca-rolha.
Algumas formas que não apresentam, necessaria-
mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no Variação de grau
masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox. A exão de grau dos adjetivos exprime a variação
de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma
Flexão de número diminuição.
Os substantivos exionam-se em gênero, de manei- manei- z  Grau  aumentativo: quando o acréscimo de su-
Grau  su-
ra geral, pelo acréscimo do morfema -s -s:: Casa / casas
casas. xos aos substantivos indicar um grau aumentativo.
Porém, podem apresentar outras terminações: males males,, Ex.: bocarra,
bocarra, homenz
homenzarrão,
arrão, gat
gatalhão,
alhão, cabeç
cabeçorra,
orra,
reais
reais,, animais
animais,, projéteis
projéteis etc.
 etc. Geralmente, devemos acres- fogaréu,
fog aréu, boqueir
 boqueirão,
ão, poet
poetastro.
astro.
centar -es
-es ao
 ao singular das formas terminadas em R ou Z,
z  Grau
Grau   diminutivo: quando o acréscimo de su- su-
como: or / ores; paz / pazes. Porém, há exceções, como
mal/males. xos aos substantivos indicar um grau diminutivo.
 Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL Ex.: fontinha
fontinha,, lobacho
lobacho,, casebre
casebre,, vilarejo
vilarejo,, saleta
saleta,,
fazem plural trocando-se o L nal por -is -is.. Ex.: coral pequenina
pequen ina,, papelucho
papelucho..
/ corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Mas também
há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas O emprego do grau aumentativo ou diminutivo
aceitas meles
meles e
 e méis
méis.. dos substantivos pode alterar o sentido das palavras,
Geralmente, as palavras terminadas em -ão -ão fazem
 fazem podendo assumir um valor:
plural com o acréscimo do -s-s ou
 ou pelo acréscimo de -es -es..
Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs- Afetivo: lhinha;
130 tantivos que admitem até três formas de plural: Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.

O novo Acordo Ortográco e o uso de maiúsculas Elas são formadas por preposição + substantivo,
referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
O novo acordo ortográco estabelece novas regras tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
para o uso de substantivos próprio, exigindo o uso da A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas
inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com com valores diferentes ao lado da forma adjetiva,
letra maiúscula as inicias das palavras que designam: importantes para seu estudo:

z  Nomes de instituições.
instituições. Ex.: Embaixada do Brasil; z  Voo de águia / aquilino;
Ministério das Relações Exteriores; Gabinete da z  Poder de aluno / discente;
Vice-presidência. z  Cor de chumbo / plúmbeo;
z  Bodas de cobre / cúprico;
z  Títulos de obras.
obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Cubas. Caso a obra apresente em seu título um z  Sangue deintestino
baço / esplênico;
z  Nervo do / celíaco ou entérico;
nome próprio, este também deverá ser escrito com
z  Noite de inverno / hibernal ou invernal.
inicial maiúscula.
z  Nomenclatura legislativa especicada deve ser
É importante destacar que mais do que “decorar”
escrita com inicial maiúscula. Ex.:
maiúscula. Ex.: Lei de Diretri- formas adjetivas e suas respectivas locuções, é funda-
zes e Bases da Educação (LDB). mental reconhecer as principais características de uma
z  Períodos e eventos históricos.
históricos. Ex.: Revolta da locução adjetiva: caracterizar o substantivo e apresen-
Vacina; Guerra Fria. tar valor de posse
posse.. Ex.: Viu o crime pela abertura da
porta; A abertura de conta pode
conta pode ser realizada on-line.
Quando a locução adjetiva é composta pela pre-
Importante! posição “de”, ela pode ser confundida com a locução
adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importan-
Em palavras com hífen, podemos optar pelo uso te perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
de maiúsculas ou minúsculas, portanto, são acei- posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para
tas as formas: Vice-Presidente; Vice-presidente e ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
vice-presidente, porém é preciso manter a mes- porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
ma forma em todo o texto. Já nomes próprios zando o substantivo
 Já na “abertura”.
segunda frase, a locução
lo cução destacada é adver-
compostos por hífen devem ser escritos com as
iniciais maiúsculas: Grã-Bretanha, Timor-Leste. bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
“con -
ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
demonstrando seu caráter adverbial.
As locuções adjetivas também desempenham fun-
ção de adjetivo e modicam substantivos, pronomes,
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO numerais, oração substantiva. Ex.: amor de mãe, café
com açúcar.
1. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: Organiza-se o sen-  Já as locuções adverbiais desempenham função
de advérbio. Modicam advérbios, verbos, adjetivos,
tido, nos versos 1 e 3, por meio de sequências verbais, orações adjetivas com esses valores. Ex.: morreu de
das quais se destaca o uso recorrente do substantivo fome; agiu com rapidez.
“seco”” devidamente exionado.
“seco
  Terra seca árvore seca Adjetivo de relação
  E a bomba de gasolina
  Casa seca paiol seco No estudo dos adjetivos, é fundamental estudar
  E a bomba de gasolina orelação”,
aspecto muito
morfológico
cobradodesignado comode“adjetivo
por bancas de
concursos,
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO sobretudo a FGV.
Para identicar um adjetivo de relação, observe as
seguintes características:
 A palavra “seco” no contexto mencionado não é
substantivo, funciona como adjetivo, portanto, está z  Seu valor é objetivo
objetivo,, não podendo, portanto, apre-
incorreta. Resposta: Errado. sentar meios de subjetividade. Ex.: Menino bonito 
bonito 
- o adjetivo é subjetivo, pois a beleza do menino
ADJETIVOS depende dos olhos de quem o descreve.
z  Posição posterior ao substantivo:
substantivo: os adjetivos de
Os adjetivos associam-se aos substantivos garan- relação sempre são posicionados após o substanti-    A
   S
tindo a estes um signicado mais preciso. Os adjetivos vo. Ex.: casa paterna.    E
   U
podem indicar: z  Derivado do substantivo:
substantivo: derivam-se do substan-    G
   U
tivo por derivação prexal ou suxal.    T
   R
z  Qualidade:: professor chato.
Qualidade z  Não admitem variação de grau:grau: os graus compa-    O
rativo e superlativo não são admitidos.    P
z  Estado: aluno triste.
Estado: aluno  
   A
z  Aspecto, aparência: estrada
aparência: estrada esburacada.    U
   G
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-    N
    Í
Locuções adjetivas te americano
americano   (não é subjetivo; posicionado após o    L
substantivo; derivado de substantivo; não existe a
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor forma variada em grau “americaníssimo”); platafor-
platafor-
dos adjetivos, indicando as mesmas características ma petrolífera; economia mundial;
mundial;   vinho francês;
deles. roteiro carnavalesco. 131

Variação de grau z  Compostos:  são formados a partir da união de


Compostos: 
dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-bra-
O adjetivo pode variar em dois graus: Compara- sileiro, amarelo-ouro etc.
tivo  ou Superlativo
tivo  Superlativo.. Cada um deles apresenta suas
respectivas categorias. O plural dos adjetivos simples é realizado da mes-
ma forma que o plural dos substantivos.
z Grau comparativo: exprime a característica de
um ser, comparando-o com outro da mesma classe Plural dos adjetivos compostos
nos seguintes sentidos:
O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
  Igualdade:   igual a, como, tanto quanto, tão
Igualdade: tes regras:

 quanto;
Superioridade:
Superioridade: mais
 mais do que; z  Invariável: adjetivos compostos por azul-mari-
  Inferioridade:
Inferioridade: menos
 menos do que. nho, azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas
Ex.: Somos tão
tão   complexos quanto
quanto   simplórios de cor + de + substantivo,
substantivo, como em cor-de-rosa,
(comparativo de igualdade); cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tape-
  O amor é mais
mais   suciente do que 
que  o dinheiro tes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.
(comparativo de superioridade); z  Varia o último elemento: 1º elemento é palavra
  Homens são menos
menos   engajados do que mulhe-
que mulhe- invariável, como em mal-educados, recém-forma-
res (comparativo de inferioridade). dos; adjetivo + adjetivo,
adjetivo, como em lençóis verde-
-claros, cabelos castanho-escuros.
z  Grau superlativo: em relação ao grau superlati-
vo, é importante considerar que o valor semântico Adjetivos pátrios
desse grau apresenta variações, podendo indicar:
Os adjetivos pátrios também são conhecidos como
  Característica de um ser elevada ao último gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalida-
grau:: Superlativo Absoluto, que pode ser analí-
grau de dos seres.
tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso- O suxo -ense
-ense,, geralmente, designa a origem de
ciação de prexo ou suxo ao adjetivo); um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: ama-
  Característica de um ser relacionada com zonense, uminense, cearense.
outros indivíduos da mesma classe: Superla-
classe:  Superla- Uma outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz
tivo Relativo, que pode ser de superioridade (O respeito ao adjetivo brasileiro, formado com o suxo
mais) ou de inferioridade (O menos) -eiro,, costumeiramente usado para designar prossões.
-eiro
  Ex.: O candidato é muito
muito humilde
 humilde (Superlativo O gentílico que designa nossa nacionalidade teve
absoluto analítico). origem com as pessoas que comercializavam o pau-
  O candidato é humílimo
humílimo (Superlativo
 (Superlativo absoluto -brasil, esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”,
sintético). termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.
  O candidato é o mais
mais humilde
 humilde dos concorren-
tes? (Superlativo relativo de superioridade).
  O candidato é o menos preparado entre os con-   EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
inferioridade). 1. (FGV – 2017) Há, em língua portuguesa, um grupo de
adjetivos chamados “adjetivos de relação”, que pos-
suem marcas diferentes de outros adjetivos, como a
Importante! de
quenão poder ser
se refere, nemempregado antes
receber grau do substantivo
superlativo. Assinalea
Ao compararmos duas qualidades de um mes-
mo ser, devemos empregar a forma analítica  a opção que indica o adjetivo do texto que não está
incluído nessa categoria:
(mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
Ex.: A modelo é mais alta que magra. a) Herói nacional.
Porém, se uma mesma característica se referir a b) Guerra mundial.
seres diferentes, empregamos a forma sintética  c) Diferença social.
(melhor, pior,
pior, menor etc.). d) Povo cordial.
Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria. e) Traço cultural.

Como vimos, uma outra característica dos adjeti-


Formação dos adjetivos
vos de relação é a objetividade, Esses adjetivos não
denotam questões subjetivas, tal qual o adjetivo
Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
simples ou compostos. “cordial”, na letra D, a única sem adjetivo de rela-
ção. Resposta: Letra D
z Primitivos: são os adjetivos que não derivam de ADVÉRBIOS
  Primitivos: 
Primitivos:   são e,osa adjetivos
outras palavras queé não
partir deles, derivam
possível de
formar ADVÉRBIOS
novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.
z  Derivados:
Derivados: são
 são formados a partir dos adjetivos pri- Advérbios são palavras invariáveis que modicam
mitivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc. um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em
z  Simples
Simples:: Os adjetivos simples apresentam um alguns casos, os advérbios também podem modicar
132 único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc. uma frase inteira, indicando circunstância.

Os grandes cientistas da gramática da língua por- Com essa dica, esperamos que você seja capaz
tuguesa apresentam uma lista exaustiva com as fun- de diferenciar essas locuções em questões, ademais,
ções dos advérbios, porém, decorar as funções dos buscamos desenvolver seu aprendizado para que não
advérbios, além de desgastante, pode não ter o resul- seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas
tado esperado na resolução de questões de concurso. de locuções adverbiais, Lembrem-se: o sentido está no
Dessa forma, sugerimos que você que atento às texto.
principais funções designadas por um advérbio e, a
partir delas, consiga interpretar a função exercida
exer cida nos Advérbios interrogativos
enunciados das questões que tratem dessa classe de
palavras. Os advérbios interrogativos são, muitas vezes,
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algu- confundidos com pronomes interrogativos. Para evi-

mas funções basilares exercidas pelo advérbio: tar essa confusão,


interrogativos devemosuma
introduzem saber que os advérbios
pergunta, exprimin-
z  Dúvida
Dúvida:: Talvez, caso, porventura, quiçá etc. do ideia de tempo, modo ou causa.
z  Intensidade
Intensidade:: Bastante, bem, mais, pouco etc. Exs.:
z  Lugar
Lugar:: Ali, aqui, atrás, lá etc. Como foi
Como  foi a prova?
z  Tempo
Tempo:: Jamais, nunca, agora etc. Quando será
Quando  será a prova?
z  Modo
Modo:: Assim, depressa, devagar etc. Onde será
Onde  será realizada a prova?
Por que a
que a prova não foi realizada?
Novamente, chamamos sua atenção para a função
que o advérbio deve exercer na oração. Como disse- De maneira geral as palavras como, onde, quando
e por que são
que são advérbios interrogativos pois não subs-
mos, essas palavras modicam um verbo, um adjetivo tituem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia
ou um outro advérbio, por isso, para identicar com de modo, lugar, tempo e causa.
mais propriedade a função denotada pelos advérbios,
é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê? Grau do advérbio
As respostas sempre irão indicar circunstâncias
adverbiais expressas por advérbios, locuções adver- Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser
biais ou orações adverbiais.
Vejamos como podemos identicar a classicação/ exionados
Vejamos nos
as graus comparativo
principais e superlativo.
mudanças sofridas pelos
função adequada dos advérbios: advérbios quando exionados em grau:

z  O homem morreu... de fome (causa


(causa);); com sua família
GRAU COMPARATIVO
(companhia
companhia); ); em casa (lugar
(lugar);
); envergonhado (modo
(modo).
).
z  A criança comeu... demais (intensidade
( intensidade);); ontem Norm
Normal
al Supe
Superi
rior
orid
idad
ade
e Infe
Inferi
rior
orid
idad
ade
e Igua
Iguald
ldad
ade
e
(tempo
tempo)); com garfo e faca (instrumento);
(instrumento); às cla-
Melhor
ras (modo
(modo).). Bem - Tão bem
(mais bem*)
Locuções adverbiais Pior (mais
Mal - Tão mal
mal*)
As locuções adverbiais, como já mostramos ante- Muito Mais - -
riormente, são bem semelhantes às locuções adjeti-
vas. É importante saber que as locuções adverbiais Pouco menos - -
apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso.
colapso. Obs.: As formas mais bem e mais mal são aceitas
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução quando acompanham o particípio verbal.
adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se
invertermos a ordem e inserirmos um verbo na voz
GRAU SUPERLATIVO
passiva, a frase manterá seu sentido, Vejamos:
Colapso foi ameaçado: 
ameaçado:  essa frase
frase faz sentido e Normal
  Absoluto Absoluto
  Relativo
apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução Sintético Analítico
destacada anteriormente é adverbial. Bem Otimamente Muito bem Inferioridade
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locu- Mal Pessimamente Muito mal Superioridade
ções como esta: “Característica da nação”,
nação”, o termo
destacado não terá o mesmo valor passivo, pois não Superioridade: o    A
Muito Muitíssimo -    S
aceitará a inserção de um verbo com essa função: mais    E
   U
Nação foi característica*: 
característica*:  essa frase quebra a Superioridade: o    G
estrutura gramatical da língua portuguesa, que não Pouco Pouquíssimo -    U
menos    T
   R
admite voz passiva em termos com função de posse,    O
caso das locuções adjetiva, tornando tal estrutura    P
Advérbios e adjetivos  
   A
agramatical,, por isso, inserimos um asterisco (*) para
agramatical    U
   G
indicar essa característica. O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras    N
    Í
variável, porém, quando se refere a um verbo, ele ca    L
invariável, confundindo-se com o advérbio.
Dica
Nesses casos, para ter certeza qual a classe da pala-
Locuções adverbiais apresentam valor passivo. vra, basta tentar colocá-a no feminino ou no plural,
Locuções adjetivas apresentam valor de posse. caso a palavra aceite uma dessas exões será adjetivo. 133

Ex.: A cerveja que desce redondo


redondo// As cervejas que PRONOMES
descem redondo
redondo..
Nesse caso, trata-se de um advérbio. Pronomes são palavras que representam ou acom-
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função
Palavras denotativas dos pronomes é substituir ou determinar uma pala-
vra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de pos-
São termos que apresentam semelhança aos se, indenição, quantidade, localização no tempo, no
advérbios, em alguns casos são até classicados como espaço e no meio textual, entre tantas outras funções.
tal, mas não exercem função modicadora de verbo, Destacamos, ainda, que os pronomes exercem papel
adjetivo ou advérbio. importante na análise sintática e também na interpreta-
ção textual, pois colaboram para a complementação de
Sobre as palavras denotativas é fundamental que
sentido de termos essenciais da oração, além de estrutu-
você saiba identicar o sentido a elas atribuído, pois, rar a organização textual, contribuindo para a coesão e
geralmente, é isso que as bancas de concurso cobram. também para a coerência de um texto.
z  Eis:
Eis: sentido
 sentido de designação; Pronomes pessoais
z  Isto é, por exemplo, ou 
ou seja
seja:: sentido de explicação;
z  Ou melhor, aliás, ou antes:
antes: sentido de raticação; Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis-
z  Somente, só, salvo, exceto:
exceto: sentido de exclusão; curso; algumas informações relevantes sobre esses
z  Além disso, inclusive:
inclusive: sentido de inclusão. pronomes são:
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas
expletivas ou de realce, geralmente formadas pela PRONOMES PRONOMES
forma ser + que (é que). A principal característica des-
des- PESSOAS DO CASO DO CASO
sas palavras é que podem ser retiradas sem causar RETO OBLÍQUO
prejuízo sintático ou semântico na frase. Ex.: Eu é que 
que 
faço as regras / Eu faço as regras. 1º pessoa do Me, mim,
EU
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, singular comigo
não, é porque etc.
porque etc. 2º pessoa do
TU Te, ti, contigo
singular
Algumas observações interessantes
3º pessoa do Se, si, consigo,
ELE/ELA
O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado singular o, a, lhe
após o verbo ou complemento verbal, caso venha des-
locado, em geral, separamos por vírgulas. 1ª pessoa do
NÓS Nos, conosco.
Em uma sequência de advérbios terminados com plural
o suxo – mente
mente,, apenas o último elemento recebe a 2º pessoa do
terminação destacada. VÓS Vos, convosco
plural
3º pessoa do Se, si, consigo,
ELES/ELAS
plural os, as, lhes
  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS
Os pronomes pessoais do caso reto costumam
1. (SCT – 2020)  Assinale a opção em que as palavras substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele
Ele é
 é bonito.
denotativas não foram bem classicadas:  Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio-
nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi
a) A palavra
palavra SE, por exemplo,  pode ter muitas funções
(explicação). com o namorado; Maura saiu comigo comigo..
b) Todos saíram exceto  o vigia (exclusão). z  Os pronomes que estarão relacionados ao objeto
c) O pároco, isto é, o vigário da nossa paróquia, esteve direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor-
aqui (de adição). mei-o sobre todas as questões.
d) Mesmo eu não sabia de nada (exclusão). z  Já os que se relacionam com o objetoobje to indireto são:
e) Ele também participou da homenagem (inclusão).
Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados
por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo
 A expressão “isto é” designa
designa explicação, portanto, o
item incorreto é a corresponde a alternativa c. Res- a ele).
 posta: Letra C.
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais
2. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: O antônimo de são pronomes substantivos, além disso, é importante
“bem-estar” se constrói com o adjetivo mau. saber que EU e TU não podem ser regidos por prepo-
sição e que os pronomes ELE(s), ELA (s), NÓS e VÓS
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função
que exercem.
O contrário
do-se apenasde “bem-estar”
a forma é “mal-estar”,
adverbial da palavra.admitin-
Respos- comOsforça
pronomes oblíquos
e precedidos tônicos são Costumam
de preposição. pronunciados
ter
ta: Errado função de complemento:

z  1ª pessoa:
pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco
134 (plural).

z  2ª pessoa:
pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco O plural de algumas abreviaturas é feito com letras
(plural). dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
z  3ª pessoa:
pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s) Porém, na maioria das abreviaturas terminadas
com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o
Importante lembrar que não devemos usar prono- acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas.
mes do caso reto como objeto ou complemento ver-
bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso
Cunha destaca que é possível usar os pronomes do Importante!
caso reto como complemento verbal, desde que ante-
cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
“numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon-
Encon - tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presi-
trei apenas ela na festa. dente da República nunca deve ser abreviado.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reci-
reci -
procidade, devemos
cos. Ex.: Entre mim eusar os pronomes
ele não oblíquos tôni-
há segredos. Pronomes indenidos

Pronomes de tratamento Os pronomes indenidos indicam quantidade de


maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
Os pronomes de tratamento são formas que expres- pessoa do discurso. Os pronomes indenidos podem
variar e podem ser invariáveis, vejamos:
sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento
z  Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas;
apresentam algumas peculiaridades importantes:
Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo,
Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras;
z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a
Vossa: Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tan-
2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a tos, Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas;
esse pronome devem ser exionados na 3ª pessoa Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc.
do singular. Ex: Vossa excelência deve conhecer a z  Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem;
Constituição. Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que.
z  Sua
Sua:: designa a pessoa de quem se fala (relativo a
3ª sspessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do As palavras certo
certo   e bastante
bastante   serão pronomes
Supremo
à noite. Tribunal, fará um pronunciamento hoje indenidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer-
to   modelo de carro (Pronome indenido) / Busco o
to
Como mencionamos anteriormente, os pronomes modelo de carro certo (adjetivo).
de tratamento estabelecem uma hierarquia social na A palavra bastante
bastante é,
 é, geralmente, confundida com
linguagem, ou seja, a partir das formas usadas, pode- advérbio ou adjetivo, por isso que atento:
mos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder
instituídos pelos falantes. z  Bastante (advérbio): será
será invariável e equivalen-
Por isso, é ecaz reconhecer que alguns pronomes te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas.
de tratamento só devem ser utilizados em contextos z  Bastante (adjetivo): será variável e equivalente
cujos interlocutores sejam reconhecidos socialmen- ao termo “suciente”. Ex.: A comida e a bebida não
nã o
te por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre foram bastantes para a festa.
outras. Dessa forma, apresentamos o seguinte quadro z  Bastante (Pronome indenido): “Bastantes ban-
relacionando alguns pronomes de tratamento com as cos aumentaram os juros”
funções sociais que designam:
Pronomes demonstrativos
z  Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu-
ques e seus respectivos femininos. Os pronomes
apontam elementos demonstrativos indicam
a que se referem a posição
as pessoas do dis-e
z  Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais.
z  Vossa Excelência (V.
(V. Exa.): Autoridades do governo curso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por
e das Forças Armadas membros do alto escalão. eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual.
z  Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus
respectivos femininos. z 1ª pessoa:
pessoa: Este, Estes / Esta, Estas.
z  Vossa Reverendíssima (V (V.Rev.m
.Rev.ma):
a): Sacerdotes.
Sa cerdotes. z 2ª pessoa: Esse,
pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas.
z  3ª pessoa: Aquele,
pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas.
z  Vossa Senhoria (V.
(V. Sa.): Funcionários públicos gra-
z  Invariáveis:: isto, isso, aquilo.
Invariáveis
duados, ociais até o posto de coronel, tratamento
   A
cerimonioso a comerciantes importantes.    S
z  Vossa Santidade (V. S.): Papa. Usamos este, esta, isto para
isto para indicar:    E
   U
z  Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):    G
Bispos. z  Referência ao espaço físico, indicando a proximi-    U
   T
dade de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é    R
   O
É importante mencionar que o quadro faz referên- minha; Entreguei-lhe isto
isto como
 como prova.    P
 
z  Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana    A
cia a pronomes de tratamento e suas respectivas desig-    U
começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última    G
nações sociais conforme indica o Manual de Redação prestação da casa.    N
    Í
ocial da Presidência z  Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana    L
designações devem ser da República,
seguidas portanto,
com atenção, essas
quando e Carla no shopping,
shopping, esta procurava
esta procurava um presente
o gênero textual abordado for um gênero ocial. para o marido (o pronome refere-se ao último ter-
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata- mo mencionado).
mento, é importante destacar: 135
 

Usamos esse, essa, isso para


isso para indicar: Os pronomes relativos referem-se a um substantivo
ou a um pronome substantivo, mencionado anterior-
z  Referência ao espaço físico, indicando o afasta- mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio-
mento de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata
sua gravata nado anteriormente) chamamos de antecedente.
combinou muito com você. São pronomes relativos:
z  Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.:
Não me fale mais nisso; A população não cona z  Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quan-
Variáveis:
nesses políticos.
nesses  políticos. tos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, quantas.
z  Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa
Nessa semana,
 semana, z  Invariáveis
Invariáveis:: Que, quem, onde, como.
eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo. z  Emprego do pronome relativo que que:: pode ser asso-
z  Referência a algo já mencionado no texto/ na fala. ciado a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: Encontrei
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter o homem que que desapareceu;
 desapareceu; O cachorro que que esta-
falado sobre isso
isso;; Sinto uma energia negativa nes- va doente morreu; A caneta que que emprestei
 emprestei nunca
sa sua expressão.
sua expressão.
recebi de volta.
Usamos aquele, aquela, aquilo para
aquilo para indicar: Em alguns casos, há a omissão do antecedente do
relativo que. Ex.: Não teve que dizer (não teve nada
z  Referência ao espaço físico, indicando afastamen- que dizer).
to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete,
quem é aquele
aquele ali
 ali perto da porta?
z  Emprego do relativo quem
quem:: seu antecedente deve
z  Referência a um tempo muito remoto, um passado
muito distante. Ex.: Naquele
Naquele tempo,
 tempo, podíamos dor- ser uma pessoa ou objeto personicado. Ex.: Fomos
mir com as portas abertas; Bons tempos aqueles
aqueles!! nós quem zemos o bolo.
z  Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não
O pronome relativo quem pode fazer referência a algo
conheço aquela
aquela mulher.
 mulher. subentendido: Quem
Quem cala
 cala consente (aquele que cala).
z  Emprego do relativo quanto
quanto:: seu antecedente
z  Referência ao espaço textual, indicando o primeiro
termo de uma relação expositiva.
expo sitiva. Ex.: Saí para lan- deve ser um pronome indenido ou demonstra-
demonstra -
char com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá, tivo, pode sofrer exões. Ex.: Esqueci-me de tudo
aquela,, refrigerante.
aquela quanto foi
quanto  foi me ensinado; Perdi tudo quanto
quanto pou-
 pou-
pei a vida inteira.
z  Emprego do relativo cujocujo:: deve ser empregado
Dica
O pronome “mesmo”  não pode ser usado em
para indicar posse e aparecer relacionando dois
termos que devem ser um possuidor e uma coisa
função demonstrativa referencial, veja: possuída. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua
O candidato fez a prova, porém o mesmo esque- portuguesa (o relativo cuja está ligando aula (pos-
ceu de preencher o gabarito. ERRADO. suidor) a matéria (coisa possuída).
O candidato fez a prova, porém esqueceu de
preencher o gabarito. CORRETO. O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
ro com
ro  com a coisa possuída.
 Jamais devemos
 Jamais  devemos inserir um artigo após o pronome
cujo: Cujo o, cuja a
Não podemos substituir
podemos substituir cujo por outro pronome
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO relativo;
O pronome relativo cujo pode ser preposiciona-
1. (FCC – 2018) “Tratando do estado de solidão ou da do. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de soli- Para encontrar o possuidor faça-se a seguinte per-
dão  uma contrapartida da necessidade de convívio,
gunta: “de
“de quem/do que?”
que?” Ex.: Vi o lme cujo diretor
assim como vê na necessidade de convívio uma aber-
ganhou o Óscar (diretor do que? Do lme.); Vi o rapaz
  tura para encontrar
Evitam-se satisfação
as viciosas nodo
repetições estado
textode solidão
acima .”
subs- cujas pernas você se referiu (pernas de quem? Do rapaz.)
tituindo-se os elementos grifados, na ordem dada, por:
z  Emprego do pronome relativo onde onde:: empregado
a) naquele – desta – nesta – naquele. para indicar locais físicos. Ex.: Conheci a cidade
b) nisso – daquilo – naquela – deste. onde meu pai nasceu.
c) este – do outro – na primeira – no último.
último.   Em alguns casos, pode ser preposicionado, assumin-
d) nisto – disso – naquela – desse. do as formas aonde e donde. Ex.: Irei aonde você for.
e) na primeira – do segundo
segundo – numa
numa – noutra.
noutra.   O relativo onde pode ser empregado sem antece-
dente. Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
 Devemos lembrar das regras de proximidade e dis- z  Emprego de o qual:
qual: o pronome relativo o qual e
tância que organizam o uso dos pronomes demons- suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
trativos. Resposta: Letra A do em substituição a outros pronomes relativos,
sobretudo o que, a m de evitar fenômenos lin- lin-
Pronomes relativos guísticos, como queísmo
queísmo.. Ex.: O Brasil tem um pas-
sado do qual (que) ninguém se lembra.
Uma das classes de pronomes mais complexas, os O pronome o qual pode
qual pode auxiliar na compreensão
pronomes relativos
língua, reetida emtêm funçãode
assuntos muito importante
grande na
relevância textual, desfazendo estruturas ambíguas.
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,
é essencial conhecer adequadamente a função desses
136 elementos a m de saber utilizá-los corretamente.
 

Pronomes interrogativos z  Ênclise: pronome posicionado após o verbo.


São utilizados para introduzir uma pergunta ao Casos que atraem o pronome para ênclise
ênclise::
texto e se apresentam de formas variáveis (Que?
Quais? Quanto? Quantos) e invariáveis (Que? Quem?).   Início de frase ou período. Ex.:
Ex.:  Sinto-me mui-
Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? to honrada com esse título.
Quantos anos tem seu pai?   Imperativo armativo. Ex.:
Ex.:  Sente-se, por favor.
O ponto de exclamação só é usado nas interrogati-   Advérbio virgulado.
virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
vas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção quanto sou importante.
interrogativa, indicada por um verbo como: pergun-
tar, indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela. Dica
Os pronomes interrogativos que e quem
 quem são
 são pro-
nomes substantivos. Casos proibidos: Início de frase: Me dá esse
caderno! (errado) / Dá-me esse caderno! (certo).
Pronomes possessivos Depois
brou dede
nadaponto e vírgula:
(errado) Falou
/ Falou pouco;
pouco; se lem-
lembrou-se
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do de nada (correto).
discurso e indicam posse: Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
1ª pessoa; Meu, minha, meus, minhas.
SINGULAR 2ª pessoa; Teu, tua, teus, tuas. VERBOS
3ª pessoa. Seu, sua, seus, suas.
Certamente, a classe de palavras mais complexa e
1ª pessoa; Nosso, nossa, nossos, nossas. importante dentre as palavras da língua portuguesa é
PLURAL 2ª pessoa; Vosso, vossa, vossos, vossas o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações
3ª pessoa. Seu, sua, seus, suas. e os agentes desses atos, além de ser uma importante
classe sempre abordada nos editais de concursos; por
Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, isso, que atento às nossas dicas.
a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo Os verbos são palavras variáveis que se exionam
a uma coisa. Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ain- em número, pessoa, modo e tempo, além da designa-
da que o pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um
relação do pronome é com o objeto da posse. fato. As exões
que podem ser: verbais são marcadas
número-pessoal, por desinências
indicando se o verbo
Outras funções dos pronomes possessivos:
está no singular ou plural, bem como em qual pessoa
z  Delimitam o substantivo a que se referem; verbal foi exionado (1ª, 2ª ou 3ª); modo-temporal,
z  Concordam com o substantivo que vem depois dele; que indica em qual modo e tempo verbais a ação
z  Não concordam com o referente; foi realizada. Iremos apresentar estas desinências a
z  O pronome possessivo que acompanha o substan- seguir. Antes, porém, de abordarmos as desinências
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal. modo-temporais, precisamos explicar o que são o
modo e o tempo verbais:
Colocação pronominal
Modos
Estudo da posição dos pronomes na oração.
Indica a atitude da ação/sujeito frente a uma rela-
z  Próclise:: pronome posicionado antes do verbo.
Próclise ção enunciada pelo verbo.

Casos que atraem o pronome para próclise


próclise:: z  Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de
Indicativo: o
certeza.. Ex.: Estudei
certeza Estudei muito
 muito para ser aprovado.
  Palavras negativas:
negativas: nunca, jamais, não. Ex.: z  Subjuntivo:
Subjuntivo:    o modo subjuntivo exprime atitude
Não me submeto a essas condições. de dúvida, desejo ou possibilidade. Ex.: Se eu estu-
  Pronomes indenidos, demonstrativos, rela- rela- dasse,, seria aprovado.
dasse
z  Imperativo:
Imperativo:   o modo imperativo designa ordem,
tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
  Conjunções subordinativas.
Conjunções  subordinativas. Ex.: Embora se apre- convite, conselho, súplica ou pedido. Ex.: Estuda
Estuda!!
sente como um rico investidor, ele nada tem. Assim, serás aprovado.
  Gerúndio, precedido da preposição em. Ex Ex:: E
 Em
m
se tratando de futebol, Maradona foi um ídolo. Temposs
   A
  Innitivo pessoal preposicionado. Ex Ex.:
.:    S
Na esperança de sermos ouvidos, muito lhe O tempo designa o recorte temporal em que a ação    E
   U
agradecemos. verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar    G
   U
 Orações interrogativas, exclamativas, opta- opta- o tempo dessa ação no Passado, Presente ou Futuro.    T

tivas (exprimem desejo). Ex Ex.:


.: Como te iludes! Porém, existem ramicações especícas.    R
   O
   P
 
z  Presente:  pode expressar não apenas um fato
Presente:     A
z  Mesóclise:: pronome posicionado no meio do verbo.
Mesóclise    U
atual, como também uma ação habitual. Ex.:    G
   N
Estudo todos
Estudo  todos os dias no mesmo horário.     Í
Casos que atraem o pronome para mesóclise
mesóclise::    L

Os pronomes devem car no meio dos verbos que Uma ação passada.
Ex.:  Vargas
Ex.: assume o
assume  o cargo e instala
instala uma
 uma ditadura.
estejam conjugados no futuro, caso não haja nenhum Uma ação futura.
futura.
motivo para uso da próclise. Ex.: “Dar-te-ei meus bei- Ex.: Amanhã, estudo
estudo mais!
 mais! (equivalente a estudarei)
 jos agora...” 137

z  Pretérito perfeito: ação
perfeito: ação realizada plenamente no Flexões modo-temporais – tempos compostos
passado. Ex.: Estudei até ser aprovado. (subjuntivo)
Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode
z  Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa. (presente o subjuntivo) + Verbo principal particí-
particí-
Ex.: Estudava
Estudava todos
 todos os dias. pio. Ex.: (que eu) Tenha estudado.
Pretérito mais-que-perfeito: ação
mais-que-perfeito: ação anterior à ou- z  Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
tra mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já trans- liar: TER (pretérito imperfeito do subjuntivo) +
bordara da
bordara  da banheira. verbo principal no particípio. Ex.: (se eu) Tivesse
z  Futuro (do presente): indica um fato que deve ser estudado
realizado em um momento vindouro. Ex.: Estuda- z  Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro sim-

rei bastante ano que vem. ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (quando eu) tiver estudado.
z  Futuro do pretérito: expressa um fato posterior
em relação a outro fato já passado. Ex.: Estudaria
Estudaria   Formas nominais do verbo e locuções verbais
muito, se tivesse me planejado.
As formas nominais do verbo são as formas in-
in-
A partir dessas informações, podemos também iden- nitiva, particípio e gerúndio que eles assumem em
ticar os verbos conjugados nos tempos simples e nos determinados contextos. São chamadas nominais pois
tempos compostos. Os tempos verbais simples são for- funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
madas por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro; já os tempos compostos são z  Gerúndio: é marcado pela terminação -NDO
Gerúndio: - NDO,, seu
formados por dois verbos, um auxiliar e um principal, valor indica duração de uma ação e, por vezes,
nesse caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer exões. pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
  Ex.: Olhando
Olhando   para seu povo, o presidente se
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais compadeceu.
dos tempos simples e compostos, respectivamente:
respectivamente: z  Particípio
Particípio:: é marcado pelas terminações -ADO -ADO,, 
Flexões modo-temporais – tempos simples -IDO,,  -DO
-IDO -DO,,  -TO
-TO,,  -GO
-GO,,  -SO
-SO,, corresponde nominal-
mente ao adjetivo, pode exionar-se, em alguns
MODO MODO casos, em número e gênero.
TEMPO   Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
INDICATIVO  SUBJUNTIVO
z  Innitivo
Innitivo:: forma verbal
-e(1ªconjugação) do verbo, ou o estado, ou,que indica
ainda, a própria
o fenômeno
fenô ação
meno desig-
Presente * e -a ( 2ª e 3ª nado. Pode ser pessoal
pessoal ou
 ou impessoal
impessoal..
conjugações)
Pretérito -ra(3ª pessoa do   Pessoal: o innitivo pessoal é passível de con-
Pessoal: con -
*  jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
perfeito plural)
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:
-va (1ª conjuga-
Pretérito Comer eu; Comermos nós; É para aprenderem
ção) -ia (2ª e 3ª -sse
imperfeito que ele ensina.
conjugações)
 Impessoal
  Impessoal:: não é passível de exão. É o nome
Pretérito do verbo, servindo para indicar apenas a con-
 mais-que-per- -ra *  jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª
feito conjugação; Partir - 3ª conjugação.
Futuro -rá e -re -r
O innitivo impessoal forma locuções verbais ou
Futuro do orações reduzidas.
-ria *
pretérito
  Locuções verbais:
verbais: sequência de dois ou mais ver-
* Nem todas as formas verbais apresentam desi- bos que funcionam como um verbo. Ex.: Ter de
nências modo-temporais. + verbo principal no innitivo: Ter de trabalhar
para pagar as contas; Haver de + verbo principal
Flexões modo-temporais – tempos compostos no innitivo: Havemos de encontrar uma solução.
(indicativo)
Dica
z  Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
(presente do indicativo) + verbo principal particí-
particí - Não confunda locuções verbais com tempos
pio. Ex.: Tenho estudado. compostos. O particípio formador de tempo
composto na voz ativa não se exiona: O homem
z  Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
teria realizado sua missão.
liar: TER (pretérito imperfeito do indicativo) + ver-
ver -
bo principal no particípio. Ex.: Tinha passado. Classicação dos verbos
z  Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro do
indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.: Os verbos são classicados quanto a sua forma de con-con -
Terei saído.  jugaç
 jugação
ão e pode
podem
m ser
ser divi
dividid
didos
os em:
em: regu
regular
lares
es,, irreg
irregula
ulares
res,,
z  Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: TER anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reexi- reexi-
(futuro do pretérito simples) + verbo principal no vos, impessoais e os auxiliares, além das formas nominais.
138 particípio. Ex.: Teria estudado. Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:

z  Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis z  Abundantes: São formas verbais abundantes os
de compreender, pois apresentam regularidade no verbos que apresentam mais de uma forma de
uso das desinências, ou seja, as terminações ver- particípio aceitas pela norma culta gramatical.
bais. Da mesma forma, os verbos regulares man- Geralmente, apresentam uma forma de particípio
têm o paradigma morfológico com o radical, que regular e outra irregular; falaremos disso poste-
permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar. riormente, quando trataremos das formas nomi-
nais do verbo. Vejamos alguns verbos abundantes:
PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
Eu canto Cantei INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Tu cantas Cantaste
Acender Acendido Aceso
Ele/ você canta Cantou
Aigir Aigido Aito
Nós cantamos Cantamos
Vós cantais Cantastes Corrigir Corrigido Correto
Eles/ vocês cantam Cantaram Encher Enchido Cheio

z  Irregulares: os verbos irregulares apresentam Fixar Fixado Fixo


alteração no radical e nas desinências verbais, por
isso recebem esse nome, pois sua conjugação ocor- z  Defectivos: São verbos que não apresentam algu-
re irregularmente, seguindo um paradigma pró- mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando
prio para cada grupo verbal. Perceba como ocorre um defeito na conjugação, por isso o nome. São
uma sutil diferença na conjugação do verbo ESTAR defectivos os verbos colorir, precaver, reaver.
que utilizamos como exemplo, isso é importante Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa
para não confundir os verbos irregulares com os do singular do presente do indicativo. Bem como:
verbos anômalos. Ex.: Verbo estar. Aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder,
fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colo-
PRETÉRITO PERFEITO rir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
PRESENTE INDICATIVO   Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
INDICATIVO
nos temporais também apresentam essa caracte-
Eu estou Estive rística, como latir, bramir, chover.
z  Pronominais: Esses verbos apresentam um pro-
Tu estás Esteves nome oblíquo átono integrando sua forma verbal,
Ele/ você está Esteve é importante lembrar que esses pronomes não
apresentam função sintática. Predominantemen-
Nós estamos Estivemos te, os verbos pronominas apresentam transitivida-
de indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
Vós estais Estiveste
Eles/ vocês estão Estiveram PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
z  Anômalos: esses verbos apresentam profundas
alterações no radical e nas desinências verbais, Eu me sento Sentei-me
consideradas anomalias morfológicas, por isso,
recebem essa classicação. Um exemplo bem Tu te sentas Sentaste-te
usual de verbos dessa categoria é o verbo SER. Na Ele/ você se senta Sentou-se
língua portuguesa, apenas dois verbos são classi-
classi -
cados dessa forma, os verbos SER e IR, vejamos a Nós nos sentamos Sentamo-nos
conjugação o verbo SER: Vós vos sentais Sentastes-vos
PRETÉRITO PERFEITO Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
Eu sou Fui z  Reexivos: São os verbos que apresentam pro-
nome oblíquo átono reexivo, funcionando sinta-
sinta-
Tu és Foste ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses    A
verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao    S
   E
Ele/ você é Foi mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal; Nós nos cum-    U
   G
Nós somos Fomos primentamos friamente.    U
   T
z  Impessoais: São verbos que designam fenômenos    R
Vós sois Fostes da natureza,
natureza, como chover, trovejar, nevar etc.    O
   P
 
   A
Eles/ vocês são Foram O verbo haver com sentido de existir ou marcando    U
   G
tempo decorrido também será impessoal. Ex.: Havia    N
    Í
As bancas adoram usar essa classicação para con- con- muitos candidatos e poucas vagas; Há dois anos, fui    L

fundir os candidatos. Os verbos SER e I


 IR
R são irregulares, aprovado em concurso público.
porém, apresentam uma forma especíca de irregulari-
irregulari- Os verbos ser
ser   e estar
estar   também são verbos impes-
dade, que ocasiona uma anomalia em sua conjugação, soais, quando designam fenômeno climático ou tempo.
por isso, são classicados como anômalos. Ex.: Está muito quente!; Era tarde quando chegamos. 139

O verbo ser
ser   para indicar hora, distância ou data z  Passiva: O sujeito é paciente, sofre a ação verbal.
Passiva:
concorda com esses elementos. Ex.: Os bandidos foram detidos pelo
detidos pelo policial – pas-
O verbo fazer
fazer também
 também poderá ser impessoal, quan- siva analítica; Detiveram-se
Detiveram-se os
 os criminosos – pas-
do indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz siva sintética.
anos que estudo para concursos; Aqui faz muito calor. z  Reexiva
Reexiva:: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sin- tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação ver
taticamente, classicamos como sujeito inexistente. bal. Ex.: Os bandidos se entregaram à
entregaram à polícia.
z  Recíproca
Recíproca:: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
Dica  
Dica tempo, porém percebemos que há uma ação com-
partilhada entre dois indivíduos. Ex.: Os bandidos
O verbo SER será impessoal quando o espaço sin- se olharam antes
olharam antes do julgamento.
tático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido:
“Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo A voz passiva é realizada a partir da troca de
FAZER, podendo ser impessoal também, o verbo funções entre sujeito e objeto da voz ativa, falamos
melhor desse processo no capítulo funções do SESE em
 em
IR: “vai uns bons anos que não vejo Mariana”
vai uns verbos transitivos direto.
z  Verbos Auxiliares: Os verbos auxiliares são paraSóa podemos transformar
voz passiva se o verbouma frase da voz
for transitivo ativa
direto ou
empregados nas formas compostas dos verbos e transitivo direto e indireto, logo, só há voz passiva
também nas locuções verbais. Os principais verbos com a presença do objeto direto.
auxiliares dos tempos compostos são ter
ter e
 e haver. A voz reexiva indica uma ação praticada e rece-
rece -
bida pelo sujeito ao mesmo tempo, essa relação pode
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a ser alcançada com apenas um indivíduo que pratica e
concordância verbal, porém, o verbo principal deter- sofre a ação. Ex.: O menino se agrediu.
agrediu.
mina a regência estabelecida na oração. Ou a ação pode ser compartilhada entre dois ou mais
Apresentam forte carga semântica que indica indivíduos que praticam e sofrem a ação. Ex.: Apesar do
modo e aspecto da oração; tratamos mais desse assun- ódio mútuo, os candidatos se cumprimentaram.
cumprimentaram.
to no tópico verbos auxiliares no
auxiliares no nal da gramática. No último caso, a voz reexiva é também chamada
de recíproca, por isso, que atento.
São importantes na formação da voz passiva
analítica.

z  Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos


Importante!
três formas nominais dos verbos: Não confunda os verbos pronominais com as
vozes verbais.como
sentimentos, Os verbos pronominais
arrepender-se, que indicam
queixar-se, dig-
  Gerúndio: terminação -NDO. Apresenta valor
Gerúndio:
durativo da ação e equivale a um advérbio ou nar-se, entre outros acompanham um pronome
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando. que faz parte integrante do seu signicado, dife-
rentemente, das vozes verbais que acompanham o
  Particípio: terminações: -ADO, -IDO, -DO, -TO,
Particípio: pronome SE com função sintática própria.
-GO, -SO. Apresenta valor adjetivo e pode ser
classicado em particípio regular e irregular,
sendo as formas regulares nalizadas em -ADO Outras funções do “SE”
e -IDO.
Como vimos, o SE pode funcionar como item essen-
A norma culta gramatical recomenda o uso do par- cial na voz passiva; além dessa função, esse elemento
ticípio regular
regular com
 com os verbos ter e haver, já com os também acumula outras atribuições. Vejamos:
verbos ser e estar, recomenda-se o uso do particípio
z  Partícula apassivadora: como será abordado poste-
irregular.. Ex.: Os policiais haviam expulsado os ban-
irregular
didos / Os tracantes foram expulsos pelos policiais. riormente, a voz passiva sintética é feita com verbos
transitivos direto (TD) ou transitivos direto indireto
(TDI). Nessa voz, incluímos o SE junto ao verbo, por
  Innitivo: marca as conjugações verbais.
Innitivo: isso o elemento SE é designado partícula apassiva-
  AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (AmAR, dora, nesse contexto. Ex.: Busca-se a felicidade (voz
PasseAR); passiva sintética) – SE (partícula apassivadora)
  ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (ComER, O SE exercerá essa função apenas: Com verbos
pÔR); cuja transitividade seja TD ou TDI; Verbos concor-
  IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Par- dam com o sujeito; Com a voz passiva sintética.
tIR, SaIR); Lembramos que na voz passiva nunca haverá
  O verbo PÔR corresponde à segunda conjuga- objeto direto (OD), pois ele se transforma eme m sujei-
ção, pois origina-se do verbo poer
poer,, o mesmo to paciente.
acontece com verbos que deste derivam. z  Índice de indeterminaç
indeterminação ão do sujeito: o SE
SE funcio-
 funcio-
nará nessa condição quando não for possível identi-
Vozes verbais car o sujeito explícito ou subentendido. Além disso,
não podemos confundir essa função do SE com a de
apassivador, já que para ser índice de indetermina-
As vozes verbais denem o papel do sujeito na ção do sujeito a oração precisa estar na voz ativa.
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação Outra importante característica do SE como índi-
verbal ou se ele recebe a ação verbal. ce de indeterminação do sujeito ocorre em verbos
z  Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação ver-
Ativa: transitivos indiretos,
de ligação. Além verbos
disso, intransitivos
o verbo ou verbos
sempre deverá estar
140 bal. Ex.: O policial deteve
deteve os
 os bandidos. na 3ª pessoa do singular. Ex.: Acredita-se em Deus.

z  Pronome reexivo: na função de pronome ree- ree- Conjugação de alguns verbos


xivo, a partícula SE indicará reexão ou recipro-
recipro -
cidade, auxiliando a construção dessas vozes Vamos agora conhecer algumas conjugações de
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin- verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
cipais características são: sujeito recebe e pratica to de questões em concursos.
a ação; funcionará, sintaticamente, como objeto Fazem paradigma com o verbo aderir
aderir,, mantendo
direto ou indireto; o sujeito da frase poderá estar as mesmas desinências desse verbo, as formas
explícito ou implícito. Ex.: Ele se via no espelho /
Deu-se um presente de aniversário.
z  Parte integrante do verbo: nesses casos, o SE será PRESENTE - INDICATIVO
parte integrante dos verbos pronominais, acompa-
nhando-o em todas as suas exões. Quando o SE Eu Adiro
exerce essa função, jamais terá uma função sin- Tu Aderes
tática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar
explícito ou implícito. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da Ele/Você Adere
mãe, quando olhou a lha.
z Partícula de realce: será partícula de realce o SE Nós Aderimos
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo no Vós Aderis
sentido e na compreensão global do texto. A partícu-
la de realce não exerce função sintática, pois é desne- Eles/Vocês Aderem
cessária. Ex.: Vão-se os anéis, cam-se os dedos.
z  Conjunção: o SE será conjunção condicional, quan-
do sugerir a ideia de condição. A conjunção SE exer-
ce função de conjunção integrante, apenas ligando PRESENTE - INDICATIVO
as orações e poderá ser substituída pela conjunção Eu Ponho
caso. Ex.: Se ele estudar, irá ser aprovado.
Tu Pões
Conjugação de verbos derivados Ele/Você Põe
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- Nós Pomos
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com- Vós Pondes
preensão dessas conjugações verbais. Eles/Vocês Põem
O verbo criar
criar é
 é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
São conjugados da mesma forma os verbos: dispor,
que terminam
ção são, em -IAR
-IAR.. Os verbos
predominantemente, com essa termina-
regulares. interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, en-
trepor, supor.
PRESENTE - INDICATIVO
Eu Crio   EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
Tu Crias 1. (FCC – 2018) “Uma tendência que já coroava as edi-
ções anteriores do prêmio
prêmio”.
”.
Ele/Você Cria   O verbo exionado nos mesmos tempo e modo do que
Nós Criamos se encontra acima está sublinhado em:

Vós Criais a) Por meio do qual denia uma suposta obra de arte.


b) O novo prêmio atenderia o mercado.
Eles/Vocês Criam c) Ou o que o contraria.
d) O leitor elegerá títulos apenas entre os nalistas.
Os verbos terminados em -EAR-EAR,, por sua vez, geral- e) Ele contempla os títulos com mais chance.
mente, são irregulares e apresentam alguma modica-
modica-
ção no radical ou nas desinências. Assim como o verbo Coroava, assim como denia, está conjugado no pre-pre-
passear,, são derivados dessa terminação os verbos:
passear térito imperfeito do indicativo. Resposta: Letra A.

PRESENTE - INDICATIVO PREPOSIÇÕES

Eu Passeio Conceito    A


   S
   E
Tu Passeias    U
São palavras invariáveis que ligam orações ou    G
   U
Ele/Você Passeia outras palavras. As preposições apresentam funções    T
   R
importantes tanto no aspecto semântico quanto no    O
Nós Passeamos aspecto sintático, pois complementam o sentido de    P
 
   A
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado    U
Vós Passeais sem a presença da preposição, modicando a transiti-
transiti-    G
   N
    Í
Eles/Vocês Passeiam vidade verbal e colaborando para o preenchimento de    L
sentido de palavras deverbais1.
1 Palavras deverbais são substantivos
substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: A lmagem, O pagamento, A falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são
s ão acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 141

As preposições essenciais são: A, ANTE, ATÉ, APÓS, z  Preposição + pronomes pessoais:


COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PER, Em + ele, ela, eles, elas:
elas: nele, nela, neles, nelas.
nelas.
PERANTE, POR, SEM, SOB, TRÁS. De + ele, ela, eles, elas: dele, dela, deles, delas.
Existem, ainda, as preposições acidentais
acidentais,, assim
z  Preposição + pronome relativo:
chamadas, pois pertencem a outras classes grama-
ticais, mas, ocasionalmente, funcionam como pre- A + onde: aonde.
posições. Eis algumas: afora, conforme (quando z  Preposição + pronomes indenido:
equivaler a “de acordo com”), 
com”),  consoante, durante, De + outro, outras:
outras: doutro, doutros, doutra, doutras.
doutras.
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
(quando equivaler a “por causa de”). Algumas relações semânticas estabelecidas por
preposições
Locuções prepositivas
É importante ressaltar que as preposições podem
São grupos de palavras que equivalem a uma pre- apresentar valor relacional
relacional   ou podem atribuir um
posição. Ex.: Falei sobre o tema da prova; Falei acerca valor nocional
nocional.. As preposições que apresentam um
do tema
do  tema da prova. valor relacional cumprem uma relação sintática 
sintática 
A locução prepositiva na segunda frase substitui
perfeitamente a preposição sobre. As locuções pre- com verbosdeverbais,
chamados ou substantivos, que,jáem
conforme alguns casos,ante-
mencionamos são
positivas sempre terminam em uma preposição, e há riormente. Essa mesma relação sintática pode ocorrer
apenas uma exceção: a locução prepositiva com sen- com adjetivos e advérbios, os quais também apresen-
tido concessivo “não obstante”. A seguir, elencamos tarão função deverbal.
alguns exemplos de locuções prepositivas: Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito pela regência do verbo concordar).
de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; Tenho medo da da   queda (preposição exigida pelo
graças a; junto de; perto de; por entre; por trás de; quan- complemento nominal).
to a; a m de; a respeito de; por meio de; em virtude de. Estou desconado do do funcionário
 funcionário (preposição exi-
gida pelo adjetivo).
Fui favorável à  eleição (preposição exigida pelo
Importante! advérbio).
Algumas locuções prepositivas apresentam Em todos esses casos, a preposição mantém uma
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
semelhanças morfológicas, mas signicados sendo, portanto, obrigatória sua presença na sentença.
completamente diferentes, como: De modo oposto, as preposições cujo valor nocio-
A opinião dos diretores vai ao encontro do plane- nal é preponderante apresentam uma modicação
 jamento inicial. / As decisões do público foram no sentido da palavra a qual se liga. Elas não são
encontro à proposta do programa.
de encontro à componentes obrigatórios na construção da senten-
Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru- ça, divergindo das preposições de valor relacional.
tas. / Ao invés de chegar molhado, chegou cedo. As preposições de valor nocional estabelecem uma
Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acessa- noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo
do em: 19/11/2020. etc. Vejamos algumas:

Combinações e contrações VALOR NOCIONAL DAS


SENTIDO
PREPOSIÇÕES
As preposições podem ser contraídas com outras Posse Carro de Marcelo.
classes de palavras, veja:
O cachorro está sob a
z  Preposição + artigo: Lugar
mesa.
A + a, as, o, os:
os: à, às, ao, aos.
De + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: da, das, do, Votar em branco, chegar
Modo
dos,, dum, duns, duma, dumas.
dos dumas. aos gritos.
Por + a, as, o, os: pela, pelas, pelo, pelos. Causa Preso por estupro.
Em + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: na, nas, no,
nos, num, nuns, numa, numas. numas . Assunto Falar sobre política.
z  Preposição + pronome demonstrativo:
A + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: àque- Descende de família 
Origem
le, àqueles, àquela, àquelas, àquilo.
àquilo. simples.
Em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,
essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aqui- Olhe para frente! Iremos
Destino
lo: neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nes- a Paris.
sa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, na-
queles, naquelas, naquilo.
naquilo.
De + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, es-
es-
sas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:   EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO
deste, desta, destes, destas, disto, desse, dessa,
desses, dessas, disso, daquele, daquela, daque- 1. (FCC – 2018) Observe as seguintes passagens:
les, daquelas, daquilo.
daquilo.
z
142   Preposição + advérbio:
De + aqui, ali, além: daqui, dali, dalém.
dalém. I. Para
mentoomoderno.
comitê, Brasília
Brasília era um marco do desenvolvi-
desenvolvi-

II. Mas, para


sava de ganhar o título de patrimônio mundial,
leis... mundial, preci-
preci- z  Conclusiva: Logo,destarte,
por conseguinte, portanto, então,
pois por isso,
(deslocado na assim,
frase).
III. Criadas por Lucio
Lucio Costa para organizar
organizar o sítio urbano...
urbano... Ex.: Estava despreparado, por isso,
isso, não fui aprovado.
IV..
IV Para muitos, o Plano Piloto lembra
lembra um avião.

  Considerando-se o contexto, o vocábulo PARA expri- Importante!


me ideia de nalidade em:
 As conjunções E, NEM não devem ser emprega-
a) I e III, apenas. das juntas (E NEM), tendo em vista que ambas
b) I, II e IV,
IV, apenas. indicam a mesma relação aditiva o uso concomi-
c) III e IV
IV,, apenas. tante acarreta em redundância.
d) II e III, apenas.
e) I, II, III e IV
IV.. Conjunções subordinativas
 A preposição PARA indicará nalidade quando Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
 puder ser substituída pela locução “a m de”, como dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
ocorre nos itens II e III, congurando como certa a apresentadas em um texto, porém, diferentemente
 Resposta: Letra D. daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
CONJUNÇÕES para terem o sentido apreendido.
Assim como as preposições, as conjunções também z  Causal: Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
Causal:
são invariáveis e também auxiliam na organização visto que, uma vez que, como (equivale a porque)
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora- etc. Ex.: Como
Como não
 não era vaidosa, nunca fez dieta.
ções. Por manterem relação direta com a organização z  Consecutiva:: Que (depois de tal, tanto, tão), de
Consecutiva
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser: modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.:
coordenativas ou subordinativas. Estudei tanto que quei
que quei com dor de cabeça.
z  Comparativa:: Como, que nem, que (depois de
Comparativa
Conjunções coordenativas mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria
como um
como  um touro.
As conjunções coordenativas são aquelas que z  Conformativa:: Conforme, como, segundo, de
Conformativa
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não acordo com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu con-
fazem parte de uma outra ou, em alguns casos, essas forme o
forme  o planejado.
z  Concessiva:: Embora, conquanto, ainda que, mes-
Concessiva
conjunções ligam núcleos de um mesmo termo da ora-
ção. As conjunções coordenadas podem ser: mo que,aem
aceitar que conquanto
crítica, pese, posto  não
conquanto nãoque etc. Ex.:gostado.
tivesse Teve que
z  Condicional:: Se, caso, desde que, contanto que,
Condicional
z  Aditivas: E, nem, bem como, não só, mas também, a menos que, somente se etc. Ex.: Se Se   eu quisesse
não apenas, como ainda, senão (após não só). Ex.: falar com você, teria respondido sua mensagem.
Não z os exercícios nem
nem revisei.
 revisei. O gato era o pre- z  Proporcional:: À proporção que, à medida que,
Proporcional
ferido, não só da lha, senão
senão de de toda família. quanto mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.:
z  Adversativa: Mas, porém, contudo, todavia, entre- Quanto mais 
mais  estudo, mais
mais   chances tenho de ser
tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). Ex.: aprovado.
Não tenho um lho, mas
mas dois.
 dois. A culpa não foi a popu- z  Final:: Final, para que, a m de que etc. Ex.: A pro -
Final
lação, senão
senão dos
 dos vereadores (equivale a “mas sim”). fessora dá exemplos para que você
que você aprenda!
z  Temporal:: Quando, enquanto, assim que, até que,
Temporal
 Importante : a conjunção E pode apresentar
Importante: mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando
Quando   viajei
valor adversativo, mormente quando é antece- para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal Mal che-
 che-
dido por vírgula: Estava querendo dormir, e o guei à cidade, fui assaltado.
barulho não deixava.
Os valores semânticos das conjunções não se
z  Alternativas:
Alternativas: 
ora...ora, já...ja.  Ou,
Ex.: ou...ou,
Estude ou quer...quer,
ou vá seja...seja,
 vá para a festa. Seja  
Seja prendem
O valor dasàs conjunções
formas morfológicas
é construído desses elementos.
contextualmen-
por bem, seja
seja por
 por mal, vou convencê-la. te, por isso, é fundamental estar atento aos sentidos
estabelecidos no texto. Ex.: Se
Se Mariana
 Mariana gosta de você,
 Importante : a palavra senão
Importante: senão   pode funcionar por que você não a procura? (SE ( SE   = causal = já que);
como conjunção alternativa: Saia agora, senão Por que car preso na cidade, quando
quando existe
 existe tanto ar    A
   S
chamarei os guardas! (podemos trocá-la por ou
ou).
). puro no campo. (QUANDO
(QUANDO =  = causal = já que).    E
   U
   G
z  Explicativas: Que, porque, pois, (se vier no início Conjunções integrantes    U
   T
   R
da oração), porquanto. Estude, porque
porque a  a caneta é    O
mais leve que a enxada! As conjunções integrantes fazem parte das orações    P
 
subordinadas e, na realidade, elas apenas integram
integram      A
   U
uma oração principal à outra, subordinada. Existem    G
  Importante: Pois
Importante: Pois com
 com sentido explicativo ini- apenas dois tipos de conjunções integrantes: QUE e SE.    N
    Í
cia uma oração e justica outra. Ex.: Volte, pois
pois      L
sinto saudades. z  Quando é possível substituir o QUE pelo pronome
ISSO, estamos diante de uma conjunção integrante.
Pois conclusivo ca após o verbo, deslocado entre vír-
Pois conclusivo vír- Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = ISSO.
gulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, pois
pois,, a subir. 143

z  Sempre haverá conjunção integrante em orações Antes de concluirmos, é importante ressaltar o


substantivas e, consequentemente, em períodos papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
compostos. Ex.: Perguntei sese   ele estava em casa. que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
Perguntei = ISSO.
ISSO. Ora bolas! Valha-me Deus!
z  Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que
o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o
Brasil é um país desigual (certo). EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE
CRASE
  EXERCÍCIO COMENT
COMENTADO
ADO A crase ( ` ), marcada pelo acento grave, costuma
trazer bastante confusão em seu uso (ou não) duran-
1. (CEBRASPE/CESPE – 2018) O uso da conjunção “embo- te a escrita de um texto, pois muitos não sabem exa-
ra” pela conjunção “conquanto” prejudicaria o sentido ori - tamente quando seu uso é obrigatório e quando não
ginal do texto: é. Por isso, veja algumas dicas e entenda melhor sua
aplicação:
Ela é utilizada para fazer a junção de duas vogais
( ) CERTO ( ) ERRAD
ERRADOO “a”, quando em uma frase a preposição é contraída
 Nem precisamos ler o texto mencionado pela ques- com o artigo. Ex.:
tão para sabermos que o item está correto, pois
conquanto, assim como embora, é uma conjunção Rero-me às que amam.
concessiva. Resposta: Certo a + a
preposição artigo
INTERJEIÇÕES
Para esclarecer se deve ou não utilizar a crase, siga
As interjeições também fazem parte do grupo de esta dica:
palavras invariáveis, tal como as preposições e as con- “Troque a palavra feminina por outra que seja
 junções. Sua função é expressar estado de espírito e masculina.
emoções, por isso apresenta forte conotação semânti- Se no masculino aparecer obrigatoriamente ao ou
ca, ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler aos,, no feminino haverá crase.
aos
a uma frase, como será melhor exposto no capítulo Se no masculino for facultativo a ou ao(s)
ao(s),, a cra-
sobre frase, oração e período. Ex.: Tchau! se poderá ser usada ou não” (Gramática Pela Prática,
As interjeições, como mencionamos, indicam rela-
ções de sentido diversas; a seguir, apresentamos um 2015).
quadro com os sentimentos e sensações mais expres-
Casos convencionados
sos pelo uso de interjeições:
1 - Em locuções:
VA LOR S EM ÂNTI C O I N T E R J E I Ç ÃO
z  Prepositivas com palavras femininas:
femininas:  sempre ter-
Advertência Cuidado! Devagar! Calma! minam em preposições – à cata de, à moda de, à cus-
Alívio Arre! Ufa! Ah! ta de, à força de, à procura de, à guisa de, à beira de.
z  Conjuntivas com palavras femininas: quase todas
Alegria/satisfação Eba! Oba! Viva! terminadas em queque – – à medi
medida
da que, à propo
proporção
rção que.
z  Adverbiais com palavras femininas: 
femininas:  às vezes,
Desejo Oh! Tomara! Oxalá! às claras, às ocultas, às pressas, à toa, às fartas, às
Repulsa Irra! Fora! Abaixo! escondidas, à noite, à tarde, à vista, à esquerda, à
direita, às terças-feiras.
Dor/tristeza Ai! Ui! Que pena!
2 - Em lugares:
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau! Se venho de
de Paris,
 Paris, vou a Paris. – preposição, sem
crase;
Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh! Se venho da Bahia, vou à Bahia. – preposição +
artigo = crase.
É salutar lembrar que o sentido exato de cada
interjeição só poderá ser apreendido diante do con- Dica
texto, por isso, em questões que abordem essa classe Faça uso desse macete:
de palavras, o candidato deve manter a calma e reler “Se vou a e venho da”, crase há;
o trecho em que a interjeição aparece, a m de se cer - “Se venho a e venho de”, crase para quê?
ticar do sentido expresso no texto.
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
3 - Com distância:
va que expresse sentimento ou emoção pode funcio-
nar como uma interjeição. Lembrem-se dos palavrões,
z  Determinada (se utiliza crase): Foi
crase): Foi lançado à dis-
por exemplo, que são interjeições por excelência,
mas, dependendo do contexto, podem ter seu sentido tância de 60 metros;
144 alterado.

z  Não denida (não se utiliza crase): 


crase):  O disco foi k) Antes de lugares que não admitem o artigo “a”:
lançado a distância.   Fui a Brasília, a Belém, a Recife, a Paris e a Roma.
4 - Com horas: Casos facultativos

z  Hora exata/relógio: Existem três casos em que o uso da crase é faculta-


  A aula começa
começa  às oito horas. tivo, isso é, opcional. São eles:
  Cheguei à uma hora da tarde.
a) Depois da preposição “até”:
z  Hora aproximada (não se utiliza crase):   Ex.: Eu irei até a faculdade esta noite. / Eu irei até à
  Vou lanchar daqui a uma hora. faculdade esta noite.
  Ficarei contigo até as 20h. / Ficarei contigo até às
5 - Com pronome relativos: 20h.
b) Antes de nomes próprios femininos:
z  Se utiliza à qual, às quais quando se opõem a ao   Ex.: Respeite a Maria! / Respeite à Maria!
qual, aos quais.   Ele disse a Ana que não viria. / Ele disse à Ana que
  Eis o rapaz ao qual me referi.
referi. não viria.
  Eis a moça
moça  à qual me referi.  c) Antes dos pronomes possessivos:
  Eis as moças às quais me referi.   Ex.: Não iremos a sua festa. / Não iremos à sua
festa.
Casos proibitivos   Voltaremos a essa cidade sempre! / Voltaremos à
essa cidade sempre!
Para facilitar um pouco mais, existem ainda alguns
casos em que a crase não
não deve
 deve ser utilizada. São eles: Casos especiais

a) Antes de substantivos
substantivos masculinos: Em expressões formadas por palavras femininas
Andar a pé; Dinheiro a rodo. locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas inicia-
  Exceções – quando se subentende: à moda de, à das por “a”
por “a” e
 e formadas por palavras femininas, levam
maneira de, faculdade, universidade, empresa, crase.
companhia. À beira de, à tarde, à meia-noite, às vezes, à moda
  Ex.: O motor do carro estragou, e voltamos a pé.
pé. de etc.
b) Antes de verbo: Quando se utilizam as palavras “casa” e “terra”,
  Condições a combinar; aprender a ler; com sentido de “lar” e “chão rme”, respectivamente,
  Ex.: Ainda temos muitos negócios a tratar. não se utiliza a crase
Ex.: O pai voltou a casa.
c) que
Antes doadmitem
não artigo indenido “uma”
o artigo “a” e dos pronomes
(pronomes pessoais, Os marinheiros chegaram a terra.
indenidos, demonstrativos, relativos):
  a mim, a ela, a si; a nenhuma parte; a cada uma; a
qualquer hora; a ninguém; a nada;
Importante!
  Ex.: Não me submeto a uma exigência dessas. Separamos aqui 5 macetes/regrinhas que resu-
d) Antes de numerais: mem o uso da crase e que podem servir de gran-
de 12 a 20; de ajuda para você. Dê uma olhada!
  de 1990 a 2008. 1) A crase deve ser empregada somente  com
  Você é do tipo que vai de 8 a 80 num instante. palavras femininas;
  Exceto para horários. 2) Utilize-a sempre em expressões que indiquem
  Ex.: O avião sairá àsàs 18h.
 18h. horas (exceto se vier precedido da preposição
e) Entre substantivos idênticos: “até);
  cara a cara; gota a gota; de parte a parte. 3) A crase não é utilizada antes de palavras mas-
  Ao sair, quei cara a cara com
cara com a modelo. culinas (exceto com o uso da expressão
expressã o “à moda
f ) Quando se refere a palavras no plural:
plural: de”);
  a obras; a pessoas ilustres; a conclusões favoráveis. 4) Deve ser usada sempre antes de locuções
  Após duas horas de reunião, chegamos a conclu-
sões favoráveis. adverbiais femininas, com ideia de tempo, modo
e lugar;
g) Depois de preposições 5) Atente-se aos casos em que o uso da crase é
  após as aulas; ante a evidência; conforme a oca- opcional!    A
sião; contra a maré; desde a véspera; durante a    S
   E
palestra; entre as palmeiras; mediante a força;    U
para a paz; perante a sociedade; sob a jurisprudên-    G
   U
cia; sobre a questão do acordo; segundo a lei.    T
   R
  Não nos falamos desde o último
o último encontro. SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO    O
   P
h) Antes da palavra “casa”, quando se refere ao pró-
pró-  
   A
prio lar: INTRODUÇÃO    U
   G
  Voltara a casa, pois esquecera o convite.    N
    Í
i) Antes da palavra “terra”, quando se opõe a bordo:    L
  Assim que desembarcaram, desceram a terra. Sintaxe é o ramo da gramática que se encarrega
de estudar a disposição das palavras nas frases e das
 j) Quando antes do feminino, subentende-se o artigo
frases no discurso/texto, e a relação que estas frases
indenido “uma”:
estabelecem entre si.
  Encontrava-se presa a terrível melancolia. 145

É então, essencial para tornar a mensagem trans- Demos um prêmio ao vencedor.


mitida com sentido completo e compreensível.
Verbo etransitivo
direto indireto ob
objet
jetoo direto
direto ob
objet
jetoo indir
indireto
eto
PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO
O RAÇÃO Note a presença
de preposição
Só para relembrar, período é uma das unidades
sintáticas da gramática normativa, sendo um enun-
z  Objeto indireto: 
indireto:  complementa a signicação de
ciado com sentido completo, formado por uma ou
mais orações. um verbo transitivo indireto, com a necessidade
Período simples: é
simples: é o período formado por apenas de se utilizar preposição.
uma oração, ou seja, um enunciado que possui apenas
um único verbo. A garota gosta de chocolate amargo.
Ex.:  Os dias de verão são
Ex.: são muito
 muito quentes. – um ver- objeto indireto
bo = uma oração. verbo transitivo
direto
É importante também ressaltar quais são os  os   ter-
mos essenciais, integrantes e acessórios que com- Note a presença
de preposição
põem uma oração.

Termos essenciais z  Complemento nominal: é


nominal: é o termo da oração que
está ligado ao sujeito, ao objeto direto, objeto indi-
Os termos essenciais da oração são: sujeito e reto, predicativo, vocativo, aposto, adjunto adno-
predicado. minal ou agente da passiva (veremos mais adiante
sobre eles).
Ana comprou uma sandália.   Ex.: A mulher tinha necessidade de medicamentos.
  Nome (substantivo): necessidade.
Sujeito Predicado   Complemento nominal: de medicamentos.
  Ex.: Sua postura é prejudicial à saúde.
O que é o sujeito? Aquele que pratica a ação. Veja   Nome (adjetivo): prejudicial.
quais são os principais tipos de sujeito:   Complemento nominal: à saúde.
  Ex.: Decidiu favoravelmente ao criminoso.
z  Determinado simples: apenas um núcleo.   Nome (advérbio): favoravelmente.
Ex.: Meu sobrinho nasceu
sobrinho nasceu ontem.   Complemento nominal: ao criminoso.
z  Determinado composto: com mais de um núcleo.
  Ex.: Minha mãe e eu viemos
eu  viemos discutindo pelo cami- Em geral, o complemento nominal é um substanti-
nho todo. vo ou outra palavra que exerça o papel de substantivo
z  Determinado implícito: é possível identicar o
sujeito, porém ele não aparece na frase. dentro da oração. Veja o exemplo:
  Ex.: Fui resgatar o animal da chuva. (sujeito implí- Andar a pé lhe
lhe era
 era prazeroso.
cito: eu).
z  Indeterminado: não é possível determinar o
sujeito. Lhe – pronome que, nesta oração, adquire função
  Ex.: É essencial lutar contra o racismo. de substantivo – complemento nominal.
z  Inexistente: quando não há sujeito; em geral, são
fenômenos da natureza. z  Agente da passiva: 
passiva:  é o complemento, com pre-
  Ex.: Ontem choveu demais! posição, que representa o ser/ coisa que pratica a
ação expressa na voz passiva.
E predicado? O que é? É o termo que indica o que o   Ex.: A criança foi ensinada pelos pais.
sujeito faz, o que lhe acontece, e é formado, obrigato-   Sujeito: A criança;
riamente, por um verbo ou locução verbal.   Agente da passiva: pelos pais.
Ex.: João caiu da escada.
Bia, Larissa e Flávia são minhas primas. Termos acessórios

Termos integrantes Os termos acessórios da oração são: adjunto adno-


minal, adjunto adverbial e aposto.
Estudaremos agora os termos integrantes da ora-
ção, são eles: o objeto direto, objeto indireto, com- z  Adjunto adnominal: também se refere ao substan-
plemento nominal e agente da passiva. tivo da oração, porém caracterizando-o. Ele pode
ser um artigo, um numeral, pronome adjetivo, um
z  Objeto direto: complementa
direto: complementa a signicação de um adjetivo ou locução adjetiva.
verbo transitivo direto (conra nas seções anterio-
anterio -   Ex.: A criança adormeceu. (artigo);
res) sem precisar de preposições.   As duas crianças
duas crianças adormeceram. (numeral);
  As crianças
crianças bonitas
 bonitas adormeceram.
 adormeceram. (adjetivo);
A doceira fez um bolo.   Aquelas
Aquelas  crianças adormeceram. (pronome adjetivo);
  Aquelas crianças adormeceram muito cedo.
cedo. (locu-
Verbo transitivo objeto direto ção adjetiva).
direto
z  Adjunto adverbial: é todo termo que aparece na
oração, como advérbios e locuções adverbiais,
Pode complementar também um verbo transitivo expressando tempo, modo, lugar, causa, arma-
arma -
146 direto e indireto. ção, negação, dúvida, instrumento e etc.

  Ex.: Moro em
em Minas
 Minas Gerais. -> Lugar;   Ex.: Iríamos ao clube hoje, porém
porém está
 está chovendo
  Voltei tarde
tarde.. -> Tempo; muito. / Compramos uma bola 
bola   de basquete, mas
mas  
  Ele escreve bem
bem.. -> Modo; não sabemos jogar.
  Come com
com o o garfo. -> Instrumento; z  Alternativas:   ou, nem... nem..., ou... ou..., seja...
Alternativas:
  Falavam sobre
sobre a
 a novela. -> Assunto; seja..., etc.
  Morreu de de pneumonia.
 pneumonia. -> Causa; Ex.: Fica de graça e não escolhe nem nem   uma coisa
  Se organizou para
para a
 a festa. -> Finalidade. nem outra!
nem  outra! / Ou
Ou você
 você come ou ou você
 você joga.
z  Aposto: é o termo da oração que se liga a outro ter- z  Conclusivas:
Conclusivas: por por isso, logo, portanto, assim, então.
mo com a função de identicá-lo
identicá -lo ou explicá-lo. Ex.: Comi muito bacalhau, por isso estou passando
  Ex.: Clara, a moça mais linda da cidade, cidade , esteve mal.
por aqui hoje. z  Explicativas:
Explicativas: porque,
 porque, pois, isto é, ou seja.
Levaram tudo: roupas, acessórios, móveis, eletrô- Ex.:  É vegetariano, ou seja , não come carne. /
nicos ... Vamos comemorar, pois pois   nossa lha foi aprovada
no exame.
Vocativo
Orações Subordinadas
Indica o nome a quem se dirige a oração. Através
dele, o falante chama a pessoa pelo nome, podendo Uma oração subordinada é aquela que dá sentido,
estar no início ou no nal da frase. completaVeja
período. a oração principal, dando sentido para o
o exemplo:
Ex.: Carol
Carol,, preste atenção!
Não vá agora, Pedro
Pedro!!  A menina gosta |
gosta | de ter toda atenção para si.

PERÍODO COMPOSTO Oração principal: A


principal: A menina gosta
[de quê?]
Um período composto é aquele formado por mais
de uma oração. O número de verbos indica o número Oração subordinada: de ter toda atenção para si.
de orações do período.
Ex.: Pedro pegou
pegou a
 a chave, abriu
abriu o
 o portão e foi cor- Orações Reduzidas
rendo ao
rendo  ao encontro do amigo – Período composto, com
3 orações. São orações que não se introduzem por conjun-
ções e possuem verbos nas formas nominais (inniti-
(inniti-
Orações Coordenadas vo, gerúndio e particípio).

z
istoOrações coordenadas
é, que não sãorelação
estabelecem orações independentes,
sintática entre si.   Orações reduzidas no innitivo:
Veja: Podem aparecer no innitivo pessoal, sofrendo e-
e-
xão de número e pessoa, podendo ser iniciadas por
O professor preparou
preparou   a aula, aplicou
aplicou as
 as ativida- preposição, ou não.
des e avaliou
avaliou os
 os alunos.
Oração subordinada substantiva subjetiva
Perceba que todas as orações possuem sentido por
si só, sem dependerem uma da outra e sem estabele- Reduzida: É essencial comparecer no evento.
cerem uma ligação entre si, não precisando de uma Desenvolvida: É essencial que você compareça no
conjunção. Aí você pode se perguntar: mas o “e” não é evento.
conjunção? Sim, porém nesse caso ele atua como con-
 junção coordenativa
coordenativa,, utilizada para ligar palavras Oração subordinada substantiva objetiva
ou orações que tenham a mesma função gramatical, direta
como é o caso do exemplo acima.
Existem ainda dois tipos de orações coordenadas, Reduzida: Os alunos não sabiam ser dia de prova.
Desenvolvida: Os alunos não sabiam que era dia
as assindéticas e as sindéticas.
de prova.
  Assindéticas: orações sem conjunção coordenati-
Assindéticas: Oração subordinada substantiva objetiva
va, ligadas por uma pausa, que geralmente se dá indireta    A
   S
pelo uso da vírgula.    E
   U
Reduzida: O médico insistiu em fazermos uma dieta.    G
   U
Ex.: Ele viu, gostou, comprou. Desenvolvida: O médico insistiu em que nós zés-
zés-    T
   R
semos uma dieta.    O
  Sindéticas:: são orações ligadas por uma conjun-
Sindéticas    P
 
   A
ção coordenativa, e são classicadas em 5 tipos: Oração subordinada substantiva completiva    U
   G
nominal    N
    Í
z  Aditivas: e, nem, mas também.
Aditivas: e,    L
Ex.: Não quero feijão nem
nem batata
 batata.. / Eu e meu amigo Reduzida: Eu tenho esperança de conseguirem o
fomos à praia ontem. emprego.
z  Adversativas:
Adversativas:   porém, mas, contudo, todavia, Desenvolvida: Eu tenho esperança de que consi-
entretanto. gam o emprego. 147

Oração subordinada substantiva predicativa z  Orações reduzidas de gerúndio:

Reduzida: O melhor é ser sempre feliz! No gerúndio, os verbos terminam em -ando -ando  (1ª con-
Desenvolvida: O melhor é que eu seja sempre feliz!  jugação),
 jugação),  -endo
-endo  (2ª conjugação) e -indo
-indo (3ª
 (3ª conjugação).
Oração subordinada substantiva apositiva Oração subordinada adverbial causal
Reduzida: Apenas quero uma coisa: encontrar o Reduzida: Não sendo honesta, só arrumou confusão.
meu próprio caminho. Desenvolvida: Como não foi honesta, só arrumou
Desenvolvida: Apenas quero uma coisa: que eu confusão.
encontre o meu próprio caminho.
Oração subordinada adverbial condicional
Oração subordinada adverbial causal
Reduzida: Precisando de ajuda, fale comigo.
Reduzida: Por ser sempre assim, já ninguém dá Desenvolvida: Caso precise de ajuda, fale comigo.
atenção!
Desenvolvida: Porque é sempre assim, já ninguém Oração subordinada adverbial concessiva
dá atenção!
Reduzida: Respeitando o combinado, outros acor-
Oração subordinada adverbial condicional
dosDesenvolvida:
serão necessários.
Ainda que respeitem o combinado,
Reduzida: Sem arrumarem o quarto, não iremos outros acordos serão necessários.
ao cinema.
Desenvolvida: Caso não arrumem o quarto, não Oração subordinada adverbial temporal
iremos ao cinema.
Reduzida: Chegando à entrada do prédio, ele
Oração subordinada adverbial concessiva ligou-me.
Desenvolvida: Quando chegou à entrada do pré-
Reduzida: Sem saber nada sobre você, eu acredito dio, ele ligou-me.
na sua honestidade.
Desenvolvida: Embora eu não saiba nada sobre Oração subordinada adjetiva
você, eu acredito na sua honestidade.

Oração subordinada adverbial temporal Reduzida: Vi cinco atletas da seleção correndo no


calçadão.
Desenvolvida: Vi cinco atletas da seleção que cor-
Reduzida: Ao entrar em casa, vi que tinha sido riam no calçadão.
assaltada.
Desenvolvida: Quando entrei em casa, vi que tinha
z  Orações reduzidas de particípio:
sido assaltada.

Oração subordinada adverbial nal No particípio regular, os verbos terminam em -ado


-ado  
(1ª conjugação) e -ida
-ida (2ª
 (2ª e 3ª conjugação).
conjugação). No particí-
Reduzida: Para poder descansar, decidi ceder e pio irregular, terminam em -to -to ou
 ou -do
-do..
esquecer o assunto.
Desenvolvida: Para que eu pudesse descansar, Oração subordinada adverbial causal
decidi ceder e esquecer o assunto.
Reduzida: Arrependido, tentou resolver a situação.
Oração subordinada adverbial consecutiva Desenvolvida: Uma vez que se arrependeu, tentou
resolver a situação.
Reduzida: Ela comeu tanto, ao ponto de vomitar
tudo. Oração subordinada adverbial condicional
Desenvolvida: Ela comeu tanto, ao ponto que
vomitou tudo. Reduzida: Cumprida a sua promessa, poderá fazer
como entender.
Oração subordinada adjetiva Desenvolvida: Desde que cumpra a sua promessa,
poderá fazer como entender.
Reduzida: A patinadora, a rodopiar no meio do
palco, era a minha lha. Oração subordinada adverbial concessiva
Desenvolvida: A patinadora, que rodopiava no
meio do palco, era a minha lha. Reduzida: Resolvido este problema, outras dicul-
dicul-
dades virão.
REFERÊNCIA Desenvolvida: Mesmo que resolvam este proble-
ma, outras diculdades virão.
Norma Culta. Disponível em: <https://www.nor-
maculta.com.br/oracoes=-reduzidas
maculta.com.br/ oracoes=-reduzidas/#:~:text-
/#:~:text- Oração subordinada adverbial temporal
Ora%C3%A7%C3%B5es%20reduzidas%20
s%C3%A3o%20aquelas%20que,no%20indicati- Reduzida: Chegada à casa, o telefone tocou.
vo%20ou%20no%20subjuntivo.>. Acesso em 31 de Desenvolvida: Assim que cheguei à casa, o telefone
148 ago de 2020. tocou.

Oração subordinada adjetiva Ex.: Fernanda comprovou que


que a
 a marca mais bara-
ta possuía pouquíssima qualidade.
Reduzida: Já foi usado o material comprado por 2. Substantiva objetiva indireta:
indireta:   complementam,
mim. exercendo
Ex.: a função
O menino de objeto indireto.
tinha necessitava de que lhe
que lhe dessem
Desenvolvida: Já foi usado o material que eu
comprei. o remédio todos os dias.
3. Substantivas predicativas:
predicativas:   são o predicativo do
sujeito da oração principal. Ex.: O problema era que 
que 
Períodos Mistos não tinha mais desejo algum.
4. Substantivas apositivas:
apositivas:   têm a função de aposto
Tem-se um período misto quando, em um período,
período , de algum substantivo da primeira oração.
aparecem orações que se relacionam, seja por coorde-   Ex.: Uma só coisa é necessária: respeitar as esco-
nação, seja por subordinação. Ex.: lhas e opiniões do outro.
outro.
5. Substantivas subjetivas:
subjetivas:   são as orações subordi-
O atleta entrou na piscina e pediu que todos saíssem nadas que exercem a função de sujeito.
sujeito .
  Ex.:  Foi necessário que ele sofresse.
Ex.: sofresse.
oração coordenada oração oração subordinada 6. Substantivas completivas nominais:
nominais: são
 são o comple-
assindética coordenada subjuntiva objetiva mento nominal da primeira oração.
sindética direta   Ex.: Seu problema é a fraqueza de ser muito
aditiva inconstante diante das diculdades.
diculdades.

Período composto por coordenação z  Adjetivas: São as orações que se encaixam na ora-


Adjetivas: São
ção principal como adjunto adnominal. Podem ser
A coordenação entre as orações é uma das formas divididas em:
em que se dá o período composto. Vamos entender
melhor.   Restritivas: restringem o signicado de seu
Os períodos podem ser compostos por coorde antecedente e não são separadas por vírgula.
nação  ou por subordinação
nação  subordinação   (veremos no próximo   Ex.:  O penteado que z ontem cou
Ex.: ontem cou lindo.
tópico).  Explicativas: acrescentam uma qualidade ao
Um período composto por coordenação
coordenação   trata antecedente e são separadas da oração princi-
de orações independentes, com sentido completo, pal por vírgula.
porém, que não estabelecem relação sintática, como   Ex.: Os jogadores de futebol, que são inician-
 já vimos anteriormente
anterio rmente ao tratar das orações coorde- tes,, não recebem salários.
tes
nadas. Porém, você pode se questionar: por que razão z  Adverbiais:  Como os próprios advérbios, são as
Adverbiais: 
se juntaria duas orações que não dependem uma da orações subordinadas que expressam causa, con-
outra? A resposta é: intenção do autor. sequência, tempo, condição, nalidade, compara-
compara -
Os períodos compostos por coordenação atuam ção e etc.
 juntando, somandomais
a tornar o período difepreciso
diferentes
rentes informações,
infor
e de mações, de modo
acordo com a sua Ex.:
Ex.: 
  Logo
fusões. / Àque ela apareceu,
medida apareceu , começaram
que o tempo passavaas
passava, con-
, ele se
intenção/propósito. afastava mais.
Veja abaixo:
Ex.: Os sócios discutiram
discutiram   o plano econômico,
votaram o
votaram  o orçamento e encerraram
encerraram  a reunião.
Perceba: o assunto é o mesmo, porém com infor- PONTUAÇÃO
mações diferentes, que agregam sentido e completude
ao período. Uso da vírgula
Período composto por subordinação A vírgula (,) é
(,) é utilizada para:
O período composto por subordinação
subordinação   necessi- a) Isolar o vocativo na oração.
ta de, ao menos, uma oração principal e uma oração Ex.: Catarina, busque seu irmão!
subordinada. b) Separar palavras com a mesma função na oração.
A oração subordinada, como já visto anteriormen- Ex.: Ele gritou, chorou, esperneou, berrou e depois
te, tem a função de completar o sentido da oração
principal, por isso exerce uma função sintática dentro c) dormiu.
Isolar o aposto na oração.
do período. Ex.: A Joana, lha do senhor José, cou doente.    A
   S
As orações subordinadas são divididas em seis tipos: d) Separar nomes dos locais e datas.    E
   U
Ex.: Alfenas, 04 de maio de 2020.    G
   U
z  Substantivas: exercem funções de substantivo,    T
   R
objeto e predicativo; em geral, iniciam-se com as Uso do ponto e vírgula (;)    O
conjunções “se” e “que”.    P
 
   A
Ex.: É possível que
que esteja
 esteja enganada. 
enganada.  É utilizado para:    U
   G
   N
    Í
As orações subordinadas substantivas também são z  Separar itens em enumeração    L
divididas em grupos:   Ex.: Art. 1º A locação de imóvel
imóvel urbano regula-se
pelo disposto nesta Lei.
1. Substantivas objetivas diretas:
diretas:   complementam,   Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código
exercendo a função de objeto direto. Civil e pelas leis especiais: 149

a) as locações: Uso das reticências (…)

  1. de imóveis de propriedade da União, dos Usadas quando um texto ou trecho dele é suspenso,
interrompido ou para deixar a ideia de continuidade.
Estados dospúblicas
fundações Municípios,
 ; de suas autarquias e Ex.: Essa vista me traz uma paz, um bem-estar,
  2. de vagas autônomas de garagem ou de espa- uma tranquilidade... / Eu até achei a comida boa, mas
ços para estacionamento de veículos; o ambiente...
  3. de espaços destinados à publicidade.
Uso do ponto de exclamação (!)
z  Separar orações muito extensas ou que já possuam
vírgula Utilizado para:
  Ex.: “Às vezes, também a gente tem o consolo de
saber que alguma coisa que se disse por acaso a) Frases que expressam sentimentos, emoção e
intensidade. Ex.: Que alegria você aqui! / Não pen-
ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou
se nisso! / Que absurdo!
com a sua vida ;  sonhar um pouco, a sentir uma b) Depois de vocativos
vocativos ao nal da frase e de interjei
interjei--
vontade de fazer coisa boa.” (Rubem Braga) ções. Ex.: Ai! Que susto levei. (interjeição) / Longe
daqui, menina! (vocativo).
z  Substituindo a vírgula
  Ex.: Amanhã terei duas provas ; porém ainda não Uso das aspas (“)
consegui estudar nada.
São utilizadas ao fazer uma citação e ao se apro-
Uso dos dois-pontos (:) priar de gírias ou expressões estrangeiras.
Ex.: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo
Quando: mostra um início rme. Ainda na edição, os 25 anos
do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Opor-
a) Vai se iniciar uma fala ou fazer citação. tunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09). /
  Ex.: Ela disse: hoje não posso, tenho compromisso. Ele está muito “zen” hoje.
b) Inicia-se uma enumeração.
  Ex.: Tenho apenas duas coisas para lhe dizer: não Uso dos colchetes ( [ ] )
estou de acordo e não mudo de ideia neste caso.
Possui a mesma função que os parênteses, porém é
Uso do travessão (–) utilizado em textos didáticos, cientícos e lológicos.
Veja alguns de seus empregos:
Utilizado para indicar fala e mudança de interlo-
cutor dentro de um diálogo, ou para desempenhar o z  Para intercalar palavras ou símbolos não perten-
papel de vírgula ao separar orações intercaladas. centes ao texto.
Ex.:   Ex.: 
Ex.: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holan-
dês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras
z Quais ideias você tem para revelar? de papiamento que você, com certeza, vai usar:
z  Não sei se serão bem-vindas.   1- Bo ta bon? [Você está bem?]
z  Não importa, o fato é que assim você estará contri-   2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]
buindo para a elaboração deste projeto. z  Para inserir comentários e observações em textos
z Não seja tão estúpido, – disse a professora – vou  já publicados.
chamar sua mãe!   Ex.: Machado de Assis escreveu muitas cartas a
Sílvio Dinarte. [pseudônimo
Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay,
Uso dos parênteses ( ) autor de “Inocência”]
z  Para indicar omissões de partes na transcrição de

Utiliza-se os parênteses quando se quer explicar um texto.


  Ex.: “ É homem de sessenta anos feitos  feitos  [...]
[...]  corpo
melhor o que foi falado ou para indicar algo relacio-
antes cheio que magro, 
magro, ameno e risonho” (Macha-
(Macha-
nado ao texto. do de Assis)
Ex.: Hoje cresce em grande nível os problemas de z  Em denições do dicionário, para fazer referência
saúde da população (o que pode ser explicado
ex plicado pelo rit- à etimologia da palavra.
mo de vida da atualidade).   Ex.: 
Ex.:  amor- (ô).
(ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que
predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de
Uso do ponto (.) alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio
artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio)
É usado no nal da frase, e indica pausa total.
Ex.: Não tenho nada a declarar. Uso do asterisco (*)
Uso do ponto de interrogação (?) Pode ser utilizado:
Em substituições de nomes próprios não
Em geral, utilizado ao nal de perguntas. mencionados.
Ex.: Quer sair comigo esta noite? Ex.: O jornal ***
jornal *** não quis se pronunciar.
Em alguns casos, pode expressar espanto, por O Dr. *
Dr. * não se comportou de forma ética.
exemplo: “Como assim? 
assim? Não acredito que mentiu para Em remissões a notas ou explicações contidas em
150 mim!” pé de páginas ou ao nal de capítulos.

Ex.: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapata- Porque:


ria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o
morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos a) Conjunção causal;
à conclusão de que este axo está ligado a estabeleci-
estabeleci - b) Conjunção explicativa;
mento comercial.
atividades, Embruxaria,
como em: alguns contextos pode indicar
gritaria, patifaria, etc. c) Pergunta
d) Conjunçãocom
nal (correspondente
resposta implícita. ao para que);
implícita. que);
* É o morfema que não possui signicação autôno-
autôno -   Ex.: Os servidores zeram cursos de aperfeiçoa
aperfeiçoa--
ma e sempre aparece ligado a outras palavras. mento porque
porque a  a chea os obrigou.
  Você está feliz porque ele chegou.
Uso do parágrafo (§)   Os jovens são os melhores empreendedores, até
porque   aceitam riscos que os mais velhos não
porque
Este símbolo equivale a dois “S” entrelaçados, sig- sig- assumiriam.
nicando Signum sectionis (sinal
sectionis (sinal de seção/corte). 
seção/corte).  Seu
uso é comum nos códigos de leis. Agora cou mais fácil, não é? Se ainda estiver com
Ex.: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais diculdades, dê uma olhada nessa tabela.
a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Usado em respostas, para dar explicações.
PORQUE
Ex.: Não fui à praia porque estava doente.
Uso da barra (/)
Usado para fazer perguntas, no início da
Embora não exista muitas regras denidas a res-
res- frase.
POR QUE
peito de com
sempre, seu função
uso, a barra inclinada
de separar aparece,
elementos quequase
apre- Ex.: Por que não visitou sua irmã mais
cedo?
sentam alternativas. Usado para dar motivo, a razão de alguma
Ex.: A prova deve ser respondida à caneta azul/ coisa, porém como substantivo.
preta. (azul ou preta), PORQUÊ
Ex.: Acho justo me dizer o porquê de estar
Pode ser utilizada ainda da seguinte forma: e/ou agindo assim.
Nesse caso, ela está sendo usada para separar as
duas conjunções (e e ou). Veja; Usado ao nal de perguntas, podendo ser
Ex.: Os alunos serão avaliados por trabalhos e/ou seguido por ponto nal ou interrogação.
Ex.: Não me avisou do ocorrido antes por
provas. POR QUÊ
Sendo assim, entende-se que a avaliação pode ser quê?
feita pelo conjunto (trabalhos e provas) ou de forma Ele terminou comigo e não me disse por
separada, individual (trabalhos ou provas). quê.

USO DOS “PORQUÊS”

Saber quando se deve usar o “porquê” ou “por quê, CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
“porque” ou “por
que costuma que”muita
“pegar” é umagente.
dúvida frequente
Quando devoeutili-
algo-
utili CONCORDÂNCIA NOMINAL
zar cada um deles?
Diz respeito à concordância do sujeito com adjeti-
Por que: vos, por exemplo, ou com outras classes de palavras.
Veja o exemplo:
a) Quando se subentende como motivo, podendo
ocorrer em perguntas diretas ou indiretas. Amanhã compraremos roupas bonitas e baratas
  Ex.: Por que não
que não são tomadas as devidas providências? naquela loja.
b) Quando pode ser substituída pelo pronome pelo
qual e por suas exões. Aqui, os adjetivos “bonitas” e “baratas” concordam
  Ex.: Desconhecemos o motivo por que (pelo qual) em gênero e número com o substantivo “roupas”.
ele não compareceu.
PLURAL DE COMPOSTOS
Por quê:
Plural de substantivos compostos
Quando se subentende também como motivo e
está seguido de pausas, que são marcadas por : ; . / ! Se o substantivo composto é escrito sem hífen,    A
… - .
- . para utilizá-lo no plural, basta acrescentar a letra “s”.    S
   E
Ex.: Acentua-se o conito na fronteira, resta saber Agora, se ele for escrito com hífen, deve seguir algu-    U
   G
por quê.
quê. mas regrinhas.    U
Houve nova desvalorização da moeda por quê? quê?    T
São elas:    R
Não sabia por quê,
quê, mas estava conante.    O
   P
 
a) Substantivo + substantivo que especica o primeiro.    A
Porquê:   Ex.: decreto-lei, decretos-lei.    U
   G
b) Palavras unidas por preposição.    N
    Í
Utilizado quando corresponder a um substantivo.    L
Ex.: água-de-colônia, águas-de-colônia.
Ex.: Explique-nos o porquê
porquê dessa
 dessa atitude precipitada. c) Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo.
Porquês interessantes
Porquês  interessantes nos esperam. Ex.: arranha-céu, arranha-céus, alto-falante,
alto-falantes.
151

d) Palavras repetidas ou onomatopaicas. Tanto esse verbo quanto os seus correspondentes


Ex.: tico-tico, tico-ticos. regem complementos que são introduzidos pela pre-
e) Palavra variável
variável + palavra variável. posição a.
Ex.: quinta-feira, quintas-feiras. Veja mais exemplos abaixo:
Plural de adjetivos compostos
SUBSTANTIVOS
Nos adjetivos compostos, somente o último termo Devoção a, para,
Medo de Bacharel em
sofrerá exão de número. Veja: com, por
Dúvida acerca de,
Obediência a Admiração a, por
SIN GUL AR PLURAL em, sobre
Ojeriza a, por Doutor em Atentado a, contra
Anglo-germânico Anglo-germânicos
Capacidade de,
Castanho-escuro Castanho-escuros Proeminência sobre Impaciência com
para
Luso-brasileiro Luso-brasileiros Respeito a, com, Aversão a, para,
Horror a
Médico-dentário Médico-dentários para com, por por

Importante! ADJETIVO
Descontente co
com
m Idêntico a Insensível a
Assim como toda regra, o plural de compostos Desejoso de Impróprio para Liberal com
tem suas exceções. São elas: Diferente de Indeciso em Natural de
a) Os adjetivos azul-marinho e azul-celeste são
invariáveis. Contemporâneo
Semelhante a Relacionado com
(Uma blusa azul-marinho. / Duas blusas a, de
azul-marinho) Sensível a Contíguo a Relativo a
b) Em surdo-mudo, os dois radicais assumem Satisfeito com,
Sito em Contrário a
plural. de, em, por
(Garoto surdo-mudo. / Garotos surdos-mudos) Suspeito de Essencial a, para Hábil em
c) Os que fazem referência a cores também Vazio de Fácil de Habituado a
são invariáveis quando o último elemento é um Capaz de, para Fanático por Favorável a
substantivo. Compatível com Acessível a Generoso com
(O carro é amarelo-canário. / Os carros são Acostumado a, Grato a, por
amarelo-canário) Entendido em
com
Equivalente a Agradável a Necessário a
CONCORDÂNCIA VERBAL Escasso de Alheio a, de Nocivo a
Paralelo a Ansioso de, para, Prestes a
Diz respeito à concordância entre sujeito e verbo por
em gênero, pessoa e número. Por exemplo, se o meu Passível de Apto a, para Propício a
sujeito é a 3ª pessoa do plural masculino (eles), o verbo Preferível a Ávido de Próximo a
precisa estar conjugado dessa mesma maneira. Veja: Análogo a Benéfco a Prejudicial a

Eles viajarão juntos
viajarão juntos na próxima semana.
S ujeito
ujeito “eles”, verbo “viajarão”. ADVÉRBIOS
Eu irei embora pela manhã. Perto de
“Eu” – 1ª pessoa do singular;
“irei” – verbo conjugado na 1ª pessoa do singular. Longe de
Nós buscamos compreender a todos.
“Nós” – 1ª pessoa do plural; REGÊNCIA VERBAL
“buscamos” – verbo conjugado na 3ª pessoa do
plural. Ocupa-se da relação entre os verbos e os termos
que o complementam e se seguem dentro da oração.
Os verbos são os termos regentes, e os objetos
(direto e indireto) e adjuntos adverbiais, os termos
REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL regidos.
Ex.: Ele mora em outra cidade.
REGÊNCIA NOMINAL Mora – termo regente / verbo transitivo indireto;
Em outra cidade – termo regido.
É o nome que se dá a toda relação estabelecida
entre um nome (substantivo, advérbio ou adjetivo) e Ex.: Eles irão ao passeio.
os termos regidos por esse nome, sendo sempre inter- Irão – termo regente / verbo transitivo indireto;
mediada por uma preposição. Ao passeio – termo regido.
Veja o exemplo do verbo obedecer: Ex.: Chegamos ao local indicado no mapa.
Obedecer a algo/ a alguém. Chegamos – Termo regente;
152 É obediente a algo/ a alguém. Ao local indicado no mapa – termo regido.

Dica
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS O emprego dos sinônimos é um importante recur-
DENOTAÇÃO so para a coesão textual, uma vez que essa estra-
tégia revela, além do domínio do vocabulário do
falante, a capacidade que ele tem de realizar reto-
O sentido literal
o signicado denotativo da linguagem
da palavra compreende
independente do seu madas coesivas, o que contribuiu para melhor ui-
dez na leitura do texto.
contexto de uso. Preocupa-se com o signicado mais
objetivo e literal associado ao signicado que aparece ANTONÍMIA
nos dicionários. A denotação tem como nalidade dar
ênfase à informação que se quer passar para o recep- São palavras ou expressões que, empregadas em
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por um determinado contexto, têm signicados opostos.
isso, é muito utilizada em textos informativos, como As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá- gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci-
ticos, entre outros. dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
chamas)
O coração é um músculo que bombeia sangue para
o corpo. (coração: parte do corpo)

CONOTAÇÃO

O sentido conotativo compreende o signicado


gurado e depende do contexto em que está inserido.
A conotação põe em evidência os recursos estilísticos
dos quais a língua dispõe para expressar diferen-
tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e
poética. A conotação tem como nalidade dar ênfase
à expressividade da mensagem de maneira que ela
possa provocar sentimentos ou diferentes sensações
no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe-
sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios
publicitários e outros.
Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
Você mora no meu coração. Fonte: https://bit.ly/3kETkpl.
https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020.

O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS


PALAVRAS A relação de sentido estabelecida na tirinha é
construída a partir dos sentidos opostos das palavras
Quando dentro
expressões escolhemos
de umdeterminadas palavras ou
conjunto de possibilidades “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes-
se contexto. nes-
de uso, estamos levando em conta o contexto que
inuencia e permite o estabelecimento de diferentes HOMONÍMIA
relações de sentido. Essas relações podem se dar por
meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní- Homônimos são palavras que têm a mesma pro-
mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia. núncia ou graa, porém apresentam signicados dife-dife -
rentes. É importante estar atento a essas palavras e a
seus dois signicados. A seguir, listamos alguns
a lguns homô-
homô-
nimos importantes:
Importante!
Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres- acender (colocar fogo) ascender (subir)
sões de um idioma. acento (sinal gráco) assento (local onde se senta)
Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões acerto (ato de acertar) asserto (armação)
que cada falante seleciona do léxico para se
comunicar. aprreç
ap eçar
ar (a
(aju
just
star
ar o pr
preç
eço)
o) aprres
ap essa
sarr (t
(tor
orna
narr ráp
rápiido
do))
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
   A

SINONÍMIA bucho (estômago) buxo (arbusto)    S


   E
   U
caça
caçarr (pe
(pers
rseg
egui
uirr ani
anima
mais
is)) cass
cassar
ar (t
(tor
orna
narr sem
sem efe
efeit
ito)
o)    G
   U
São palavras ou expressões que, empregados em cegar (deixar cego) segar (cortar, ce
ceifar)    T
   R
um determinado contexto, têm signicados seme-seme- sela (forma do verbo selar;    O
lhantes. É importante entender que a identidade dos cela (pequeno quarto)    P
 
arreio)    A
sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos cen
enso
so (r
(rec
ecen
ense
seam
amen
entto) sennso (e
se (ent
nten
endi
dime
mennto
to,, ju
juíz
ízo)
o)    U
   G
uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,    N
céptico (descrente) séptico (que causa infecção)     Í
o que pode não acontecer em outras situações. O    L
uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, 
“bradar”,   por cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti- cerrar (fechar) serrar (cortar)
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
cervo (veado) servo (criado)
de suas signicações é diferente. 153

chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã) Cumprimento/comprimento


xeque (lance no jogo de z  O  comprimento do tecido que eu comprei é de
cheque (ordem de pagamento)
xadrez)
3,50 metros. (tamanho, grandeza)
círio (vela) sírio (natural da Síria) z  Dê meus cumprimentos
meus cumprimentos a seu avô. (saudação)
citto (fo
ci (forrma do ve
verb
rboo cit
citar
ar)) sitto (si
si (sittua
uado
do))
concertar
concertar (ajust
(ajustar
ar,, combin
combinar)
ar) consertar
consertar (rep
(reparar
arar,, corri
corrigir)
gir) Delatar/dilatar
conc
concer
erto
to (s
(ses
essã
sãoo mus
music
ical
al)) cons
conser
erto
to (r
(rep
epar
aro)
o)
z  Um dos alunos da turma delatou
turma delatou o colega que chu-
coser (costurar) cozer (cozinhar) tou a porta e partiu o vidro. (denunciar)
exotérico (que se expõe em z  Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando
acabar  dilatando  
esotérico (secreto) seu estômago. (alargar, estender)
público)
espectador (aquele que expectador (aquele que tem
assiste) esperança, que espera) Dirigente/diligente
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
z  O  dirigente da empresa não quis prestar decla-
espiar (observar) expiar (pagar pena) rações sobre o funcionamento da mesma. (pessoa
espirar (s
(soprar, ex
exalar) expirar (t
(terminar) que dirige, gere)
estático (imóvel) extático (a
(admirado) z  Minha funcionária é é  diligente na realização de
suas funções. (expedito, aplicado)
esterno (o
(osso do
do pe
peito) externo (e
(exterior)
extrato (o que se extrai de Discriminar/descriminar
estrato (camada)
algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar) z  Ela se sentiu discriminada
sentiu discriminada por não poder entrar
incertoo (não
incert (não certo,
certo, impre
impreciso)
ciso) insertoo (inseri
insert (inserido,
do, intro
introduzid
duzido)
o) naquele clube. (diferenciar, segregar)
z  Em muitos países se discute sobre 
sobre   descriminar o
inccip
in ipie
iennte (p
(prrin
inccip
ipia
iannte
te)) insi
insipi
pien
entte (ig
igno
norran
antte) uso de algumas drogas. (descriminalizar, inocentar)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço
ruço (p
(par
arda
dace
cent
nto,
o, gr
gris
isal
alho
ho)) russo
russo (n
(nat
atur
ural
al da
da Rússi
Rússia)
a) REFERÊNCIA
tacha (prego pequeno) taxa (imp
mpoosto, tributo)
Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-par
tachar (atribuir defeito a) taxar (xar taxa) onimas/.
onim as/. Acessado em 17/10/2020.

Fonte: https:/
https://www.so
/www.soportugues.com.br/secoes/
portugues.com.br/secoes/seman/seman6.
seman/seman6. POLISSEMIA (PLURISSIGNIFICAÇÃO)
php. Acessado em: 17/10/2020.
Multiplicidade de sentidos encontradas em algu-
PARÔNIMOS
mas palavras, dependendo do contexto. As palavras
polissêmicas guardam uma relação de sentido entre
Parônimos são palavras que apresentam sentido si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis-
diferente e forma semelhante,
mos nos exemplos a seguir: conforme demonstra- semia é encontrada no exemplo a seguir:

Absorver/absolver

z  Tentaremos absorver
Tentaremos  absorver toda esta água com espon-
 jas. (sorver)
z  Após conssão, o padre absolveu
padre absolveu todos os éis de
seus pecados. (inocentar)
Fonte: https://bit.ly/3jynvgs.
https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020.
Aferir/auferir
HIPÔNIMO E HIPERÔNIMO
z  Realizaremos uma prova para aferir
para aferir seus conheci-
mentos. (avaliar, cotejar) Relação estabelecida entre termos que guardam
z  O empresário consegue sempre auferir
sempre auferir lucros em relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra-
seus investimentos. (obter) dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimo –
carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...
Cavaleiro/cavalheiro
EFEITOS DE SENTIDO DECORRENTES DO USO DE
z  Todos os 
os  cavaleiros que integravam a cavalaria RECURSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM GÊNEROS
do rei participaram na batalha. (homem que anda DIFERENTES: GRÁFICOS E INFOGRÁFICOS
de cavalo)
z  Meu marido é um verdadeiro cavalheiro
verdadeiro cavalheiro,, abre sempre A representação de sentido por meio de tabelas
as portas para eu passar. (homem educado e cortês) e grácos está sempre presente em nosso cotidiano,
principalmente nos meios de comunicação, ainda
mais com as redes sociais. Isso está ligado a facilidade
com que podemos analisar e interpretar as informa-
ções que estão organizadas de forma clara e objetiva
154
e, além disso, não exigir o uso de cálculos complexos

para a sua análise. A análise de grácos auxilia na resolução de questões não apenas de português, por isso,
requer atenção.

Gráco: componentes de um gráco
Gráco: componentes
Título: na
Título:  na maioria dos casos possuem um título que indica a que informação ele se refere.
Fonte:   a maioria dos grácos contém uma fonte, ou seja, de onde as informações foram, com o ano de
Fonte:
publicação.
Números: o
Números:  o mais importante, pois é deles que precisamos para comparar as informações dadas pelos grácos.
Usados para representar quantidade ou tempo (mês, ano, período).
Legendas: ajuda
Legendas:  ajuda na leitura das informações apresentadas. Na maioria dos casos, o uso de cores destaca dife-
rentes informações.
CIDADES MAIS POPULOSAS DO BRASIL
   S
   E
   T
   N 100%
   A 90%
   T
   I
   B 80%
   A 70%
   H 60%
   E
   D 50%
   S 40%
   O 30%
   R
   E 20%
   M
    Ú 10%
   N 0%
Franceses Alemães Inglêses Espanhóis Outros Total
CIDADES
Fonte: googleimages.com. Acesso em: 10/01/2021.

Infográcos

Os infográcos são uma forma moderna de apresentar o sentido.


Essa palavra une os termos info (informação) e gráco (desenho, imagem, representação visual), ou seja, um
desenho ou imagem que, com o apoio de um texto, informa sobre um assunto que não seria muito bem compreen-
dido somente com um texto, auxiliando a compreensão do leitor.
Para interpretar os dados informativos em um infográco, é preciso boa leitura e esta requer atenção aos
detalhes. As representações neste formato aliam ao texto uma série de atrativos visuais, cabendo ao leitor ser
extremamente observador. Ter atenção ao título, ao tema e a fonte das informações é vital para uma boa análise
e interpretação.
   A
   S
   E
   U
   G
   U
   T
   R
   O
   P
 
   A
   U
   G
   N
    Í
   L

Fonte: https:/
https://mundoeducacao.uo
/mundoeducacao.uol.com.br/doencas/cov
l.com.br/doencas/covid-19.htm.
id-19.htm. 155

a) denotação e conotação.
  EXERCÍCIOS COMENT
COMENTADOS
ADOS b) norma culta e norma popular
popular..
c) língua padrão e língua
língua viciosa.
1. (FUNDATEC – 2019) Assinale a alternativa na qual não  d) sinonímia e antonímia.
haja o emprego de linguagem gurada: e) homonímia e polissemia.

a) “ela estava por dentro de tudo”.


tudo”.  A placa alerta aos fumantes sobre o risco de incên-
b) “logo se viu nadando
nadando em oportunidades”. dio, provocado por bitucas de cigarro, ou seja,
c) “a fez embarcar ‘numa viagem bonita e misteriosa’”.
”. utiliza-se do sentido denotativo e conotativo  da
d) “ganhava uma quantia
quantia realmente impressionante de expressão “segure as pontas”, causando o efeito
dinheiro”. “curioso” na placa. Resposta: Letra A.
e) “O mercado
mercado cou
cou saturado
saturado”.
”.
REFERÊNCIAS
 A linguagem gurada é também chamada lingua lingua--
 gem conotativa, e a única
única alternativa em que encon-
encon- ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras:
palavras: coesão e
tramos o oposto, ou seja, linguagem denotativa, é coerência. São Paulo: parábola, 2005.
na alternativa D. Resposta: Letra D.
CAVALCANTE,
CAVAL CANTE, Mônica Magalhães. Os sentidos do
2. (FUMARC – 2018) As palavras estão utilizadas em texto.. São Paulo: contexto, 2013.
texto
sentido conotativo em:
KLEIMAN, Angela. Texto e leitor:
leitor: aspectos cogniti-
a) “Não lhe encostei a faca
faca no peito cobrando
cobrando algo.”
algo.” vos da leitura. 16.ed. Campinas: Pontes, 2016.
b) “Parecia pronto para morrer,
morrer, já que sempre estivera
pronto para amar.”
c) “Se eu fosse rei ou prefeito
prefeito teria mandado erguer-lhe KOCH
Maria .,Ler
Ingedore Grunfed :Villaça;
e compreender:
compreender EL IAS,
os sentidos Vanda
do texto. 3.
uma estátua.
estát ua.”” ed . São Paulo: Contexto, 2015.
d) “Sim, porque sobre o amor há várias frases
frases inquietan-
tes por aí...
aí...””
SACCONI, L.A. Nossa Gramática Completa Sac-
coni – Teoria e Prática.
Prática. 30ª. ed. São Paulo: Nova
“Não lhe encostei a faca no peito cobrando algo.”
Geração, 2010.
- temos um sentido gurado, “faca no peito” dá sen-
sen-
tido de cobrança. Resposta: Letra A.
SCHLITTLER, J.M.M. Recursos de Estilo em Reda-
FORTALEZA-CE – 2016) Conside-
3. (PREFEITURA DE FORTALEZA-CE ção Prossional.
Prossional. Campinas/SP: Servanda, 2008.
rando-se o conteúdo semântico dos trechos “o dia
nasce da noite escura” (linha 02) e “a esperança de
encontrar as saídas e soluções fáceis” (linha 05), as
palavras destacadas em cada trecho estabelecem, REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS
respectivamente, entre si a relação de: OFICIAIS
a) sinonímia e antonímia. MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA
b) sinonímia e paronímia. REPÚBLICA
c) antonímia e sinonímia.
d) antonímia e paronímia.
Veremos o manual de redação da presidência da
república da 3° edição, revista, atualizada e ampliada. 
ampliada. 
 As palavras “dia”, “noite”, “saídas” e “soluções”
Sabe-se da importância de se trabalhar o conteúdo de
apresentam, respectivamente, uma relação de opo-
Redação Ocial, já que o tema está presente em mui -
sição (antonímia) e uma relação de semelhança
(sinonímia). Resposta: Letra C. tos dos editais de concursos federais. A fonte de pes-
quisa básica é a 3ª edição de 29 de dezembro de 2018
revista, atualizada e ampliada do Manual
do  Manual de Redação
4. (FUNRIO – 2014) 
Ocial da Presidência da República (MRPR).

RETROSPECTIVA HISTÓRICA

Em 11 de janeiro de 1991, o Presidente da Repú-


blica autorizou a criação de uma comissão, presidida
pelo Ministro
Ferreira do para
Mendes, Supremo
rever,Tribunal
atualizar,Federal Gilmare
uniformizar
simplicar as normas de redação de atos e comuni-
comuni -
cações ociais. Depois de 9 meses, foi apresentada a
primeira edição do Manual
do Manual de Redação Ocial da Pre-Pre-
sidência da República.
Esse Manual foi dividido em duas partes: a primei-
ra, elaborada pelo diplomata Nestor Forster Jr., tratava
das comunicações ociais, sistematizava seus aspectos
essenciais, padronizava a diagramação dos expedien-
Para se compreender a mensagem, é preciso reconhe- tes, exibia modelos, simplicava os fechos que vinham
156 cer que a placa retratada combina de maneira curiosa: sendo utilizados desde 1937, suprimia arcaísmos e

apresentava uma súmula gramatical aplicada à reda- Nessa conjuntura, a partir de modicações fáticas
ção ocial; a segunda parte, a cargo do Ministro Gil-
Gil- e legislativas, bem como de maior scalização estatal,
mar Mendes, ocupava-se da elaboração e redação dos instaurou-se um novo método de se fazer administra-
atos normativos no âmbito do Executivo, da conceitua- ção pública no Brasil. Pretende-se, pois, que a terceira
ção e exemplicação desses atos e do procedimento edição do Manual de Redação da Presidência Repúbli-
legislativo. ca possa reetir as evoluções ocorridas nas últimas
Depois de 10 anos do lançamento da 1ª edição, foi duas décadas, repetindo o legado de êxito deixado
necessário
nicação usadas
fazernauma
administração
adequação das
aos avanços
formas de
dacomu-
infor- pelas edições anteriores
ra administrativa na construção
prossional de uma
e obediente cultu-
às normas
mática. Outras alterações decorreram da necessidade da Constituição da República.
de adaptação do texto à evolução legislativa na matéria Gilmar Ferreira Mendes
e às alterações constitucionais ocorridas no período.
Segundo o apresentador dessa nova edição, Pedro
z  Panorama da comunicação ocial
Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da Repú-
blica do Governo de Fernando Henrique Cardoso, A nalidade da língua é comunicar, quer pela fala,
esperava-se que esta nova edição do Manual contri- quer pela escrita. Para que haja comunicação, são
buísse, tal qual a primeira, para a consolidação de necessários:
uma cultura administrativa de prossionalização
dos servidores públicos e de respeito aos princípios  Alguém que comunique;
constitucionais da legalidade, impessoalidade, mora-  Algo a ser comunicado;
lidade, publicidade e eciência, com a consequente  Alguém que receba essa comunicação.
melhoria dos serviços prestados à sociedade.
Nesta 3ª edição, você perceberá muitas mudanças No caso da redação ocial, quem comunica é
signicativas, tanto na formatação dos documentos sempre o serviço público (este/esta
público (este/esta ou aquele/aquela
ociais, quanto na formulação dos aspectos da lingua-
lingua- Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Servi-
gemE eo das
quenormas
é Redaçãoestruturais
Ocial na concepção dos organi-
organi- ço, Seção); o que se comunica é sempre algum assun-
to relativo às atribuições do órgão que comunica; e o
zadores desse trabalho? Veja a resposta que foi dada destinatário dessa comunicação 
comunicação  é o público
público,, uma
por eles a essa pergunta: instituição privada ou outro órgão ou entidade públi-
“Em uma frase, pode-se dizer que redação ocial ca, do Poder Executivo ou dos outros Poderes. Além
é a maneira pela qual o Poder Público redige atos
normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do disso, deve-se considerar a intenção do emissor 
emissor  e
ponto de vista do Poder Executivo.” a nalidade do documento,
documento, para que o texto esteja
Agora, para nós que lidamos com o conteúdo para adequado à situação comunicativa.
concursos públicos, quais são as principais características A necessidade de empregar determinado nível de
normativas cobradas nas provas de concursos públicos? linguagem nos atos e nos expedientes ociais decor-
Percebam que os três motivos principais da preo- re,, de um lado, do próprio caráter público desses
re
cupação da elaboração do Manual e de suas revisões atos e comunicações;
comunicações; de outro, de sua nalidade.
nalidade.
são a modernização, a atualização e a eciência. A Os atos ociais,
ociais, aqui entendidos como atos de cará-
passagem do tempo por si só já pediria essas revisões, ter normativo, ou estabelecem regras para a condu-
haja vista a consequente evolução da linguagem e da ta dos cidadãos,
cidadãos, ou regulam o funcionamento dos
sociedade por que passamos. órgãos e entidades públicos,
públicos, o que só é alcançado
É justamente esse o ponto que originou a partici- se, em sua elaboração, for empregada a linguagem
pação dessevai
para quem assunto nosno
trabalhar concursos públicos.
setor público, Anal,
é realmente adequada. O mesmo se dá com os expedientes
expediente s ociais,
cuja nalidade precípua é a de informar com clareza
importante saber comunicar-se com habilidade e usar e objetividade.
objetividade.
os meios adequados para isso, se o que se propõe é um
serviço eciente para a sociedade.
Por isso, ao estudar redação ocial, lembrem-se z O que é redação ocial ?
de que vocês têm de saber as características da lin- Em uma frase, pode-se dizer que redação ocial é
guagem da redação ocial, a formatação e a estrutura a maneira pela qual o Poder Público redige comunica-
das redações, especialmente a do padrão ofício, quem ções ociais e atos normativos. Neste Manual, interes-
interes-
envia determinadas correspondências, quem as rece- sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público.
be e qual é a nalidade de cada uma delas. A redação ocial não é necessariamente árida e
Nosso objetivo é tornar esse assunto em um ponto contrária à evolução da língua. É que sua nalidade
bem simples e objetivo a ser estudado. básica – comunicar com objetividade e máxima cla-
reza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
z Notas do Prefácio de Gilmar Mendes língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
texto jornalístico, da correspondência particular etc.    A
   S
Prefácio Apresentadas essas características fundamentais    E
   U
É com grande entusiasmo que recebo a incumbên-    G
cia de prefaciar a terceira edição do Manual de Reda- da cada
redação    U
de umocial,
de seuspassemos
atributos.à análise pormenorizada    T
ção da Presidência da República, vinte e sete anos A redação ocial deve caracterizar-se por:    R
   O
após presidir a Comissão encarregada da primeira    P
 
edição desta obra.  Clareza e precisão;    A
   U
(...)    G
A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada  Objetividade;    N
    Í
pelas alterações tecnológicas e legislativas da época.  Concisão;    L

(...)  Coesão e coerência;


A partir de 2003, foram publicadas sessenta emen-  Impessoalidade;
das constitucionais, sobre os mais diversos assuntos.  Formalidade e padronização; e
(...)  Uso da norma padrão da língua portuguesa. 157

CLAREZA E PRECISÃO A revisão


revisão atenta
 atenta exige tempo. A pressa
pressa com
 com que são
elaboradas certas comunicações quase sempre compro-
z Clareza mete sua clareza.
clareza. “Não há assuntos urgentes, há assun-
A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex- tos atrasados”, diz a máxima. Evite, pois, o atraso, com
to ocial. Pode-se denir como claro aquele texto que sua indesejável repercussão no texto redigido.
possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se A clareza e a precisão 
precisão  não são atributos que se
concebe que um documento ocial ou um ato nor- nor - atinjam por si sós: elas dependem estritamente das
mativo de qualquer natureza seja redigido de forma demais características da redação ocial,
ocial, apresen-
obscura, que diculte ou impossibilite sua compreen-
compreen - tadas a seguir.
são. A transparência é requisito do próprio Estado
de Direito: é inaceitável que um texto ocial ou um OBJETIVIDADE
ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O
  Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se
princípio constitucional da publicidade não se esgota deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para
na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à conseguir isso, é fundamental que o redator saiba
necessidade de que o texto seja claro. de antemão qual é a ideia principal e quais são as
Para a obtenção de clareza, sugere-se: secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que
 Utilizar palavras e expressões simples, em seu existe em todo texto de alguma complexidade: as
sentido comum, salvo quando o texto versar fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem
sobre assunto técnico, hipótese em que se utili- esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exempli-
exempli -
zará nomenclatura própria da área; cá-las; mas existem também ideias secundárias que
 Usar frases curtas, bem estruturadas; apresen- não acrescentam informação alguma ao texto, nem
tar as orações na ordem direta e evitar inter- têm maior relação com as fundamentais, podendo,
calações excessivas. Em certas ocasiões, para por isso, ser dispensadas, o que também proporciona-
rá mais objetividade ao texto.
evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da A objetividade conduz o leitor ao contato mais
ordem inversa da oração; direto com o assunto e com as informações, sem sub-
 Buscar a uniformidade do tempo verbal em terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É erra-
todo o texto; do supor que a objetividade suprime a delicadeza de
 Não utilizar regionalismos e neologismos; expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
 Pontuar adequadamente o texto;
 Explicitar o signicado da sigla na primeira CONCISÃO
referência a ela; e
 Utilizar palavras e expressões em outro idioma A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
apenas quando indispensáveis, em razão de terística do texto ocial. Conciso é o texto que consegue
serem designações ou expressões de uso já con- transmitir o máximo de informações com o mínimo de
sagrado ou de não terem exata tradução. Nesse palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como
caso, grafe-as em itálico, conforme orientações economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar
do subitem 10.2 deste Manual. passagens substanciais do texto com o único objetivo
de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de
excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que
z  Precisão nada acrescentem ao que já foi dito.
O atributo da precisão complementa a clareza e Detalhes
deve irrelevantes são
evitar caracterizações dispensáveis:
e comentários o texto
supéruos,
caracteriza-se por: adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordina-
ção excessiva. A seguir, um exemplo de período mal
 Articulação da linguagem comum ou técnica construído, prolixo:
para a perfeita compreensão da ideia veiculada
no texto; “Apurado, com impressionante agilidade e precisão,
 Manifestação do pensamento ou da ideia com as naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à
mesmas palavras, evitando o emprego de sinoní-  população
 populaç ão acrian
acriana, a, veric
vericou-se
ou-se que a esmagado-
mia com propósito meramente estilístico; e ra e ampla maioria da população daquele distante
estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejei-
 Escolha de expressão ou palavra que não con-
con - ção da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008.
ra duplo sentido ao texto.  Não satisfeita
satisfeita,, inconformada e indignada , com a
nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maio-
É indispensável, também, a releitura de todo o tex- ria da população do Acre demonstrou que a ela seria
to redigido. A ocorrência, em textos ociais, de trechos melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco
obscuros provém principalmente da falta da releitu- horas a menos que em Greenwich.” 
ra,, o que tornaria possível sua correção. Na revisão
ra
de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessá-
compreensão por seu destinatário. O que nos parece rios, abusou-se no emprego de adjetivos (impressio-
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio nante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada),
que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrên- o que lhe confere carga afetiva injusticável, sobre-
sobre -
cia de nossa experiência prossional, muitas vezes, tudo em texto ocial, que deve primar pela impes-
impes -
faz com que os tomemos como de conhecimento
conhe cimento geral, soalidade. Eliminados os excessos, o período ganha
o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, concisão, harmonia e unidade:
esclareça, precise os termos técnicos, o signicado das
siglas e das abreviações e os conceitos especícos que
158 não possam ser dispensados.

“Apurado o resultado da consulta à população ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre,
acreana, vericou-se que a maioria da população o interesse público; o segundo , a abst
abstraç
ração
ão da pess
pessoa-
oa-
se manifestou pela rejeição da alteração realizada lidade dos atos administrativos, pois,
administrativos, pois, apesar de a ação
 pela Lei nº11.662/2008. Não satisfeita com a nova administrativa
administrati va ser exercida por intermédio de seus ser-
hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria vidores, é resultado tão-somente da vontade estatal.
da população do Acre demonstrou que a ela seria A redação ocial é elaborada sempre em nome do
melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco serviço público e sempre em atendimento ao interes-
horas menos que em Greenwich.” 
se geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos obje-
COESÃO E COERÊNCIA tos dos expedientes ociais não devem ser tratados de
outra forma que não a estritamente impessoal.
É indispensável que o texto tenha coesão e coerên- Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal 
impessoal 
cia. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a har-
cia. que deve ser dado aos assuntos que constam das
monia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o comunicações ociais decorre
decorre::
texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se
verica que as palavras, as frases e os parágrafos estão  Da ausência de impressões individuais de quem
entrelaçados,, dando continuidade uns aos outros.
entrelaçados comunica:: embora se trate, por exemplo, de um
comunica
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a expediente assinado por Chefe de determinada
coerência de um texto são: referência, substituição, Seção, a comunicação é sempre feita em nome do
elipse e uso de conjunção. serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável
padronização, que permite que as comunicações
z Referência elaboradas em diferentes setores da administra-
ção pública guardem entre si certa uniformidade;
Diz respeito aos termos que se relacionam a outros
outro s  Da impessoalidade de quem recebe a comuni-
necessários a sua interpretação. Esse mecanismo cação:: ela pode ser dirigida a um cidadão, sem-
cação
pode dar-se por retomada de um termo, relação com
o que é precedente no texto,
tex to, ou por antecipação de um pre concebido
privada, como
a outro público,
órgão ou a uma
ou a outra instituição
entidade públi-
termo cuja interpretação dependa do que se segue. ca. Em todos os casos, temos um destinatário con-
Exemplos: cebido de forma homogênea e impessoal; e
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrup-  Do caráter impessoal do próprio assunto tra-
ção. Ele aguardou a decisão do Plenário. tado:: se o universo temático das comunicações
tado
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assi- ociais se restringe a questões que dizem res- res -
natura e de identicação no documento. peito ao interesse público, é natural não caber
qualquer tom particular ou pessoal.
z Substituição

É a colocação de um item lexical no lugar de Não há


Não  há lugar na redação ocial para impressões
outro(s) ou no lugar de uma oração. pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
pessoais,
Exemplos: carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jor-
O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder nal, ou mesmo de um texto literário. A redação ocial
Executivo federal propôs reduzir as alíquotas. deve ser isenta da interferência da individualidade de
O ofício está pronto. O documento trata da exone- quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade
ração do servidor. e a formalidade de que nos valemos para elaborar os
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em expedientes ociais contribuem, ainda, para que seja
seguida, os prefeitos zeram o mesmo. alcançada a necessária impessoalidade.
z Elipse FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO
Consiste na omissão de um termo recuperável pelo As comunicações administrativas devem
administrativas devem ser sem-
contexto. pre formais
formais,, isto é, obedecer a certas regras de forma
Exemplo: (BRASIL, 2015). Isso é válido tanto para as
a s comunicações
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-mail
e-mail,, o docu-
os particulares. (Na segunda oração, houve a omissão
do verbo “regulamenta”). mento gerado no SEI! — O Sistema Eletrônico de Infor-
mações é uma ferramenta de gestão de documentos —,
o documento em html etc.), quanto para os eventuais
Dica documentos impressos.
Outra estratégia para proporcionar coesão e coe- É imperativa, ainda, certa formalidade de trata-    A
   S
rência ao texto é utilizar conjunção para estabele- mento. Não se trata somente do correto emprego deste    E
   U
cer ligação entre orações, períodos ou parágrafos. ou daquele pronome de tratamento para uma autori-    G
   U

Exemplo:
O Embaixador compareceu à reunião, pois iden- daderespeito
diz de certo nível, maisnodopróprio
à civilidade que isso: a formalidade
enfoque dado ao    T
   R
   O
ticou o interesse de seu Governo pelo assunto. assunto do qual cuida a comunicação.    P
 
   A
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à    U
   G
IMPESSOALIDADE necessária uniformidade das comunicações. Ora, se    N
    Í
a administração pública federal é una, é natural que as    L
A impessoalidade decorre de princípio constitucio- comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O esta-
nal (Constituição, art. 37), e seu signicado remete a dois belecimento desse padrão, uma das metas deste Manual,
aspectos: o primeiro é
primeiro é a obrigatoriedade de que a admi- exige que se atente para todas as características da redação
nistração pública proceda de modo a não privilegiar ocial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. 159

A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes z Emprego dos pronomes de tratamento
para o texto denitivo, nas exceções em que se zer
necessária a impressão, e a correta diagramação do Modernamente, então, temos:
texto são indispensáveis para a padronização. Consul-
te o Capítulo II, “As comunicações ociais”, a respeito   Você (s): 
(s):  para tratamento informal;
de normas especícas para cada tipo de expediente.   Senhor (e exões): 
exões):  para tratamento cerimo-
Em razão de seu caráter público e de sua nalidade, nioso formal.
os atos normativos e os expedientes ociais requerem
o uso do padrão culto do idioma, que acata os precei- Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de
tos da gramática formal e emprega um léxico compar- tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
tilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do maneira indireta, para
indireta, para referenciar atributos da pes-
padrão culto é, portanto, imprescindível na redação soa à qual se dirige. Na redação ocial, é necessário
ocial por estar denido como padrão para tal ativi-
ativi - atenção para o uso dos pronomes de tratamento em
dade, sendo importante evitar as diferenças lexicais, três momentos distintos: no endereçamento, no voca-
morfológicas ou sintáticas, regionais, os modismos tivo e no corpo do texto. No vocativo
vocativo,, o autor dirige-se
vocabulares e as particularidades linguísticas. ao destinatário no início do documento. No corpo do
Recomendações: A
Recomendações:  A língua culta é contra a pobre- texto,, pode-se empregar os pronomes de tratamento
texto
za de expressão e não contra a sua simplicidade; em sua forma abreviada ou por extenso. O endereça
endereça--
O uso do padrão culto não signica empregar a lín-
lín- mento é
mento  é o texto utilizado no envelope que contém a
gua de modo rebuscado ou utilizar guras de lingua-
lingua - correspondência ocial.
gem próprias do estilo literário; A seguir, alguns exemplos de utilização de prono-
A consulta ao dicionário e à gramática é imperati- mes de tratamento no texto ocial.
va na redação de um bom texto.
Pode-se concluir que não existe propriamente um AUTORIDADE Presidente da República
padrão ocial de linguagem, o que há é o uso da norma
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
padrão preferência
haverá nos atos e nas comunicações
pelo ociais. expressões,
uso de determinadas É claro que
Excelentíssimo Senhor Presi-
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas VOCATIVO
dente da República,
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
consagre a utilização de uma forma de linguagem buro- TRATAMENTO
crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser NO CORPO DO Vossa Excelência
evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. TEXTO

AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS ABREVIATURA Não se usa

A redação das comunicações ociais deve, antes Presidente do Congresso


AUTORIDADE
de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, Nacional
“Aspectos
“Asp ectos gerais da redação ocial”. Além disso, há carac
carac--
terísticas especícas de cada tipo de expediente, que ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de pas- Excelentíssimo Senhor Presi-
sarmos a sua análise, vejamos outros aspectos comuns a VOCATIVO
quase todas as modalidades de comunicação ocial. dente do Congresso Nacional,

z Pronomes de tratamento TRATAMENTO


TRATAMENTO
CORPO NO
DO TEXTO Vossa Excelência

De acordo com a forma como queremos ou deve- ABREVIATURA Não se usa


mos tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou
informal, empregamos determinados pronomes cha- Presidente do Supremo Tribunal
mados de tratamento. Assim, originalmente, usamos: AUTORIDADE
Federal
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
 Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal;
  Tu: para
Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal;
  Você (s): para
(s): para tratamento cerimonioso formal. Excelentíssimo Senhor Pre-
VOCATIVO sidente do Supremo Tribunal
Muitos de vocês devem ter estranhado essa coloca- Federal,
ção, mas é a verdade. Só estranhamos, porque usamos
o “você” para qualquer pessoa, independentemente de TRATAMENTO NO
TRATAMENTO Vossa Excelência
haver com ela intimidade ou não. Mas isso não quer CORPO DO TEXTO
dizer nada, anal por que a língua teria os dois prono-
prono- ABREVIATURA Não se usa
mes? Porque há um motivo: o que mostramos acima.
doisEssa
pronomes
informação
acima
nossão
ajuda
de a2ªentender
pessoa, entretanto,
por que os AUTORIDADE Vice-Presidente da República
quando usamos o “você”, o verbo e os demais prono-
prono - ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
mes que a ele se referem cam na 3ª pessoa; ao con-
con - Senhor Vice-Presidente da
trário do que ocorre com o “tu”, cujas concordâncias VOCATIVO
são em 2ª pessoa. Anal, se existe um distanciamento República,
entre as pessoas revelado pelo “você”, as concordân-
concordân - TRATAMENTO NO
TRATAMENTO Vossa Excelência
cias devem realmente ser em 3ª pessoa. CORPO DO TEXTO

160
ABREVIATURA V. Exa.
Exa .

AUTORIDADE Ministro de Estado TRATAMENTO NO


TRATAMENTO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ABREVIATURA V. Exa.
Exa .
VOCATIVO Senhor Ministro,
Ministro do Tribunal de Contas
TRATAMENTO NO
TRATAMENTO Vossa Excelência AUTORIDADE
da União
CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ABREVIATURA V. Exa.
VOCATIVO SenhorContas
Ministro
dado Tribunal de
União,
Secretário-Executivo de Minis-
AUTORIDADE tério e demais ocupantes TRATAMENTO
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
de cargos de natureza especial CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor ABREVIATURA V. Exa.
Exa .
VOCATIVO Senhor Secretário-Executivo,
Ministro dos Tribunais
TRATAMENTO NO
TRATAMENTO Vossa Excelência AUTORIDADE
Superiores
CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ABREVIATURA V. Exa.
VOCATIVO Senhor Ministro,
AUTORIDADE Embaixador TRATAMENTO NO
TRATAMENTO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
ABREVIATURA V. Exa.
Exa .
VOCATIVO Senhor Embaixador
Embaixador,,
TRATAMENTO
TRATAMENTO NO Vossa Excelência A profusão de normas estabelecendo hipóteses de
CORPO DO TEXTO tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência”
para categorias especícas tornou inviável arrolar
ABREVIATURA V. Exa. todas as hipóteses, por isso, trouxemos apenas alguns
exemplos mais recorrentes.
Ocial-General das Forças
AUTORIDADE Concordância com os pronomes de tratamento
Armadas
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor Os pronomes de tratamento apresentam certas
peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nomi-
VOCATIVO Senhor + Posto, nal e pronominal. Embora se reram à segunda pes- pes-
TRATAMENTO
TRATAMENTO NO Vossa Excelência soa gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a
CORPO DO TEXTO concordância para a terceira pessoa.
pessoa.
Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria
ABREVIATURA V. Exa. são utilizados para se comunicar diretamente com o
receptor. Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor.
AUTORIDADE Outros postos militares Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos
a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
ENDEREÇAMENTO Ao Senhor pessoa. Ex.: Vossa
Ex.: Vossa Senhoria designará seu
seu substituto.
 substituto. (E
não “Vossa Senhoria designará vosso
vosso substituto.”)
 substituto.”)
VOCATIVO Senhor + Posto,  Já quanto aos adjetivos referidos a esses prono-
TRATAMENTO NO
TRATAMENTO Vossa Excelência mes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo
CORPO DO TEXTO da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que
compõe a locução. Ex.: Se o interlocutor for homem, o
ABREVIATURA V. Exa. correto é: Vossa Excelência está atarefado.
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer
referência a alguma autoridade (indiretamente). Ex.:
AUTORIDADE Senador da República A Sua Excelência o
Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor Civil (por exemplo, no endereçamento do expediente).    A
   S
   E
VOCATIVO Senhor Senador, z  Signatário    U
   G
   U
TRATAMENTO
TRATAMENTO NO Vossa Excelência  Cargos interino e substituto: na identicação    T
   R
CORPO DO TEXTO do signatário, depois do nome do cargo, é pos-    O
   P
 
ABREVIATURA V. Exa. sível utilizar os termos interino
interino   e substituto
substituto,,    A
conforme situações a seguir: interino
interino é é aquele    U
   G
nomeado para ocupar transitoriamente cargo    N
    Í
AUTORIDADE Deputado Federal público durante a vacância; substituto
substituto é  é aque-    L

le designado para exercer as atribuições de


ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor cargo público vago ou no caso de afastamen-
VOCATIVO Senhor Deputado, to e impedimentos legais ou regulamentares
161

do titular. Esses termos devem ser utilizados As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas
depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgu- por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor ou
la e em minúsculo. 
minúsculo.  Senhora seguido do cargo respectivo.
Exemplos:
Exemplos: Diretor-Geral interino ;
Exemplos: Diretor-Geral
Secretário-Executivo substituto. Senhora Beneciária
Senhora  Beneciária;;
Senhor Contribuinte.
  Signatárias do sexo feminino

Na identicação do signatário, o cargo ocupado Na hipótese de comunicação com particular,


particular,
por pessoa do sexo feminino deve ser exionado no pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora 
Senhora   e a
gênero feminino. forma utilizada pela instituição para referir-se ao
Exemplos: Ministra de Estado; interlocutor:: beneciário
interlocutor beneciário,, usuário
usuário,, contribuinte
contribuinte,,
Secretária-Executiva interina; eleitor etc.
eleitor etc.
Técnica Administrativa; Exemplos:
Coordenadora Administrativa.
Senhora Senadora;
  Graa de cargos compostos: escrevem-se com Senhor Juiz;
hífen. Senhora Ministra.
Exemplos:
Cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-ge-
diretor-ge- Ainda, quando o destinatário for um particular, no
ral, relator-geral, ouvidor-geral; vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido
Postos e gradações da diplomacia: primeiro-secre- do nome do particular ou
particular ou pode-se utilizar o vocativo
tário, segundo-secretário; “Prezado
Prezado Senhor”
 Senhor” ou “Prezada
“Prezada Senhora”.
 Senhora”.
Postos da hierarquia militar: tenente-coronel, Exemplos:
capitão-tenente;
Senhora [Nome];
Prezado Senhor.
Prezado  Senhor.
Importante!
Nomes compostos com elemento de ligação Em comunicações ociais, está abolido
abolido   o uso de
preposicionado cam sem hífen: 
hífen:   general de Digníssimo (DD)
Digníssimo  (DD) e de Ilustríssimo
Ilustríssimo (Ilmo.).
 (Ilmo.).
exército, general de brigada, tenente-brigadeiro Evite-se o uso de “doutor”
“doutor” indiscriminadamente. O
do ar, capitão de mar e guerra. tratamento por meio de Senhor confere a formalidade
desejada.
Cargos que denotam hierarquia dentro de uma z  O padrão ofício
empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-
-chefe, sócio-gerente, diretor-executivo; Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos
Cargos formados por numerais: primeiro-minis- de expedientes que se diferenciavam antes pela nali
 nali--
tro, primeira-dama; dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran-
Cargos formados com os prexos “ex” ou “vice”:
ex-diretor, vice-coordenador. do. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar

O novo Acordo Ortográco tornou opcional o uso nomenclatura e diagramação


chamamos de padrão ofício. únicas, que sigam o que
de iniciais maiúsculas em palavras usadas reveren-
cialmente, por exemplo para cargos e títulos (exem- A distinção básica anterior entre os três era:
plo: o Presidente francês ou o presidente francês).
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso  Aviso: era expedido exclusivamente por Minis-
Aviso:
da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a esco- tros de Estado, para autoridades de mesma
lha para a graa de todos os elementos hifenizados: hierarquia;
pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presiden-
“vice-presiden-  Ofício:: era expedido para e pelas demais auto-
Ofício
te”, mas não “Vice-presidente”. ridades; e
 Memorando:: era expedido entre unidades
Memorando
z  Vocativo administrativas de um mesmo órgão.
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas Nesta nova edição, cou abolida aquela distinção e
comunicações ociais, o vocativo será sempre seguido passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
de vírgula. A seguir, será apresentada a estrutura do padrão
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, uti-
liza-se a expressão Excelentíssim
Excelentíssimoo Senhor ou Excelentís- ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento
sima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula. aparece no documento ocial.
Exemplos:
z  Partes do documento no padrão ofício
Excelentíssimo Senhor Presidente da República;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso  Cabeçalho: o cabeçalho é utilizado apenas na
Nacional; primeira página do documento, centraliza-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tri- do na área determinada pela formatação (ver
162 bunal Federal. subitem “5.2 Formatação e apresentação”).

No cabeçalho, deverão constar os seguintes Os dados do órgão, tais como endereço, telefone,
elementos: endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrô-
nico ocial da instituição, podem ser informados no
 Brasão de Armas da República:
República : no topo da rodapé do documento, centralizados.
página. Não há necessidade de ser aplicado em
z  Identicação do expediente
cores. O uso de marca da instituição deve ser
evitado na correspondência ocial para não se Os documentos ociais devem ser identicados da
sobrepor ao Brasão de Armas da República. seguinte maneira:

  Nome do documento:
documento: tipo de expediente por
extenso, com todas as letras maiúsculas;
 Indicação de numeração:
numeração: abreviatura da
palavra “número”, padronizada como No;
 Informações do documento:
documento: número, ano
(com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que
expede o documento, da menor para a maior
hierarquia, separados por barra (/); e
 Alinhamento:: à margem esquerda da página.
Alinhamento

Exemplo: Ofício Nº 652/2018/SAA/SE/MT

z  Local e data do documento

Na graa de datas em um documento, o conteúdo


deve constar da seguinte forma:

da O desenho pode
República ocialser
atualizado do no
localizado Brasão
sítiodeeletrôni-
Armas  Composição: local e data do documento;
Composição:
 Informação de local:
local: nome da cidade onde foi
co da Presidência da República, na seção Símbolos expedido o documento, seguido de vírgula. Não
Nacionais. Disponível em: http://www2.planalto.gov. se deve utilizar a sigla da unidade da federação
fede ração
br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/  depois do nome da cidade;
brasao/brasao-da-republica.jpg/view  Dia do mês:
mês: em numeração ordinal se for o
No caso de documento a ser impresso, exclusiva- primeiro dia do mês e em numeração cardinal
mente quando o signatário for o Presidente da Repú- para os demais dias do mês. Não se deve uti-
lizar zero à esquerda do número que indica o
blica, Ministro de Estado ou a autoridade máxima de dia do mês;
autarquia, será utilizado timbre em relevo branco,  Nome do mês:mês: deve ser escrito com inicial
nos termos do disposto no Decreto no 80.739, de 14 de minúscula;
novembro de 1977.  Pontuação:: coloca-se ponto-nal depois da data; e
Pontuação
 Alinhamento:: o texto da data deve ser alinha-
Alinhamento
 Nome do órgão principal;
principal; do à margem direita da página.
 Nomes dos órgãos secundários,
secundários, quando neces-
sários, da maior para a menor hierarquia; e Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.
 Espaçamento:: entrelinhas simples (1,0).
Espaçamento
z  Endereçamento
Exemplo:
O endereçamento é a parte do documento que
informa quem receberá o expediente.
Nele deverão constar os seguintes elementos:

 Vocativo: na forma de tratamento adequada


Vocativo:
para quem receberá o expediente (ver subitem
“4.1 Pronomes de tratamento”);    A
 Nome:: nome do destinatário do expediente;
Nome    S
   E
Cargo: cargo do destinatário do expediente;
Cargo:    
   G
 Endereço:: endereço postal de quem receberá o
Endereço    U
   T
expediente, dividido em duas linhas:    R
   O
   P
Primeira linha:
linha: informação de localidade/logra-  
   A
douro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo    U
   G
órgão, informação do setor;    N
    Í
   L
Segunda linha:
linha: CEP e cidade/
cidade /unidade da fede-
[Nome do órgão] ração, separados por espaço simples. Na separação
entre cidade e unidade da federação pode ser substi-
[Secretaria/Diretoria] tuída a barra pelo ponto ou pelo travessão.
travessão. No caso
[Departamento/Setor/Entidade] 163

de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a infor- Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado;
Desenvolvimento:
mação do CEP, podendo car apenas a informação da se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto,
cidade/unidade da federação; e elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que
confere maior clareza à exposição; e
 Alinhamento:: à margem esquerda da página.
Alinhamento Conclusão:: em que é armada a posição sobre o
Conclusão
assunto.
O pronome de tratamento no endereçamento das
comunicações dirigidas às autoridades tratadas por  Quando forem usados para encaminhamento
Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Exce- de documentos,
documentos, a estrutura é modicada:
lência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”.
Quando o tratamento destinado ao receptor for Introdução:: deve iniciar com referência ao expe-
Introdução
Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa
“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar
utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A com a informação do motivo da comunicação, que é
Sua Senhoria a Senhora”. encaminhar,, indicando a seguir os dados completos
encaminhar
Exemplos: do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
A Sua Excelência o Senhor signatário e assunto de que se trata) e a razão pela
[Nome] qual está sendo encaminhado; e
Ministro de Estado da Justiça Exemplos:
Esplanada dos Ministérios Bloco T Em resposta ao Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de
70064-900 Brasília/DF 2018, encaminho cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de
2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que
À Senhora trata da requisição do servidor Fulano de Tal.
[Nome] Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia
Diretora de Gestão de Pessoas do Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de 2018, do Presiden-
SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I te da Confederação Nacional da Indústria, a respeito
70070-030 Brasília. DF de projeto de modernização de técnicas agrícolas na

z  Assunto região Nordeste.


Desenvolvimento:
Desenvolvimento : se o autor da comunicação
desejar fazer algum comentário a respeito do docu-
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o mento que encaminha, poderá acrescentar pará-
documento, de forma sucinta. grafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há
Ele deve ser grafado da seguinte maneira: parágrafos de desenvolvimento em expediente usado
para encaminhamento de documentos.
 Título: a palavra “Assunto” deve anteceder a frase
Título: a
que dene o conteúdo do documento, seguida de  Tanto na estrutura I quanto
I quanto na estrutura II,
II, o tex-
dois-pontos; to do documento deve ser formatado da seguinte
 Descrição do assunto: a
assunto: a frase que descreve o maneira:
conteúdo do documento deve ser escrita com
inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos Alinhamento: justicado;
Alinhamento:
e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras; Espaçamento entre linhas:
linhas: simples;
 Destaque:: todo o texto referente ao assun-
Destaque Parágrafos::
Parágrafos
to, inclusive o título, deve ser destacado em Espaçamento entre parágrafos:
parágrafos: de 6 pontos após
negrito;;
negrito cada parágrafo;
 Pontuação:: coloca-se ponto-nal depois do
Pontuação Recuo de parágrafo:
parágrafo: 2,5 cm de distância da mar-
mar -
assunto; e gem esquerda;
 Alinhamento:: à margem esquerda da página.
Alinhamento Numeração dos parágrafos:
parágrafos: apenas quando o
documento tiver três ou mais parágrafos, desde o pri-
Exemplos: meiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho;
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão
 julho/2018. Dica
Assunto: Aquisição de computadores.
Houve alteração das fontes e símbolos de Times
z  Texto do documento New Roman para Calibri ou Carlito.

O texto do documento ocial deve seguir a seguin-


seguin- z  Fechos para comunicações
te padronização de estrutura:
O fecho das comunicações ociais objetiva, além da
 Nos casos em que não seja usado para enca- nalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o destina
destina--

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