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CÓD: SL-128JL-21

7908433208365

IF-RJ
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO

Assistente em Administração
EDITAL Nº 0030/2021
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e Interpretação textual, considerando a Norma Culta da Língua Portuguesa, quanto à tipologia textual, normas gramat-
icas e ortográficas, coesão e coerência textual, estrutura frasal, pontuação, acentuação e adequação, frente a textos atuais e clássicos
literários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3. Acentuação gráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4. Emprego da crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5. Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade. identificação de posicionamentos ou de perspectivas, a compreensão de
paráfrases, paródias e estilizações, entre outras possibilidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
6. Emprego das classes de palavras. Emprego/correlação de tempos e modos verbais. Valor semântico das preposições, conjunções,
locuções e advérbios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
7. Sintaxe da oração e do período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
8. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
9. Recursos e Variações Linguísticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
10. Pronomes e Regras Pronominais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
11. Orações Coordenadas e Subordinadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
12. Regras de Formação de Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
13. Concordância e Regência nominal e verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
14. Significação das palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
15. Normas para elaboração de Redações. Adequação da linguagem ao tipo de documento. Adequação do formato do texto ao gênero.
Práticas de linguagem: oralidade, leitura/escuta, produção (escrita e multissemiótica) e análise linguística/semiótica (que envolve con-
hecimentos linguísticos – sobre o sistema de escrita, o sistema da língua e a norma-padrão –, textuais, discursivos e sobre os modos
de organização e os elementos de outras semioses) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Ética
1. Ética no serviço público em todo o seu teor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Ética e Moral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3. Ética, Princípios e Valores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
4. Ética e Democracia – Exercício da Cidadania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
5. Ética e Função Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
6. Princípios do Direito Administrativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

Informática
1. Conceito de internet e intranet. Conceitos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados
a internet/intranet. Ferramentas e aplicativos de navegação, de correio eletrônico, de grupos de discussão, de busca, de pesquisa e
de redes sociais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Noções de sistema operacional (ambiente Linux e Windows). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3. Acesso à distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo e multimídia. . . . . . . . . 20
4. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e LibreOffice). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5. Redes de computadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
6. Conceitos de proteção e segurança. Noções de vírus, worms e pragas virtuais. Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispy-
ware etc.). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
7. Computação na nuvem (cloud computing). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
8. Conceitos de informação, dados, representação de dados, de conhecimentos, segurança e inteligência. Banco de dados. Base de da-
dos, documentação e prototipação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
9. Noções de aprendizado de informática – Software e Hardware. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
10. Redes de comunicação – Redes Sociais e Telecomunicações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
11. Planilhas – elaboração, fórmulas e conceitos ligados ao Excel. Apresentações – Formatos, Designs, Comandos e Conceitos ligados ao
Power Point. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

Conhecimentos Específicos
Assistente em Administração
1. Estado, Governo e Sociedade: conceito e evolução do Estado contemporâneo; aspectos fundamentais na formação do estado brasile-
iro; teorias das formas e dos sistemas de governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
ÍNDICE
2. Administração Estratégica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. Organização do Estado e da gestão. Departamentalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4. Descentralização; desconcentração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5. Os agentes públicos e a sua gestão, normas legais e constitucionais aplicáveis.erviço de atendimento ao cidadão . . . . . . . . . . . . . 43
6. Comunicação interna e externa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
7. Relacionamento interpessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
8. Trabalho em equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
9. Gestão de conflitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
10. Governança na gestão pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
11. Da administração Pública: conceito, princípios, finalidade, Administração Pública direta e indireta, entidades políticas e administrati-
vas, órgãos e agentes públicos, poderes e deveres do administrador públic . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
12. Ato Administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação, espécies, motivação e invalidação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
13. Procedimento Administrativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
14. Contrato administrativo: conceito, características, espécies, inexecução e extinção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
15. Licitação: conceito, finalidade, princípios, modalidades, dispensa e inexigibilidade, procedimento, anulação e revogação . . . . . . 104
16. Comunicações Oficiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
17. Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de raciocínio verbal. Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pes-
soas, lugares, objetos ou eventos fictícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
18. Noções de matemática financeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
19. Rotinas e Processos Administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147

Conteúdo Digital Complementar e Exclusivo


Legislação
1. Constituição da República Federativa do Brasil – Artigos 1º ao 15º . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Lei 8.112 de 11 de dezembro de 1990 - Dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
3. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4. Lei 8.090 de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5. Lei 13.185 de 6 de novembro de 2015 - Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
6. Resolução n.º 16 do Conselho Superior do IFRJ em 10 de agosto de 2011 - REGIMENTO GERAL DO INSTITUTO FEDERAL EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO – IFRJ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
7. Lei 8.027 de 12 de abril de 1990 – Código de Ética dos Servidores Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

Prezado Candidato, para estudar o conteúdo digital complementar e exclusivo,


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LÍNGUA PORTUGUESA
1. Compreensão e Interpretação textual, considerando a Norma Culta da Língua Portuguesa, quanto à tipologia textual, normas gramati-
cas e ortográficas, coesão e coerência textual, estrutura frasal, pontuação, acentuação e adequação, frente a textos atuais e clássicos
literários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3. Acentuação gráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4. Emprego da crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5. Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade. identificação de posicionamentos ou de perspectivas, a compreensão de
paráfrases, paródias e estilizações, entre outras possibilidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
6. Emprego das classes de palavras. Emprego/correlação de tempos e modos verbais. Valor semântico das preposições, conjunções,
locuções e advérbios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
7. Sintaxe da oração e do período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
8. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
9. Recursos e Variações Linguísticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
10. Pronomes e Regras Pronominais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
11. Orações Coordenadas e Subordinadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
12. Regras de Formação de Palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
13. Concordância e Regência nominal e verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
14. Significação das palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
15. Normas para elaboração de Redações. Adequação da linguagem ao tipo de documento. Adequação do formato do texto ao gênero.
Práticas de linguagem: oralidade, leitura/escuta, produção (escrita e multissemiótica) e análise linguística/semiótica (que envolve co-
nhecimentos linguísticos – sobre o sistema de escrita, o sistema da língua e a norma-padrão –, textuais, discursivos e sobre os modos
de organização e os elementos de outras semioses) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL, CONSI-


DERANDO A NORMA CULTA DA LÍNGUA PORTUGUE-
SA, QUANTO À TIPOLOGIA TEXTUAL, NORMAS GRA-
MATICAS E ORTOGRÁFICAS, COESÃO E COERÊNCIA
TEXTUAL, ESTRUTURA FRASAL, PONTUAÇÃO, ACEN-
TUAÇÃO E ADEQUAÇÃO, FRENTE A TEXTOS ATUAIS
E CLÁSSICOS LITERÁRIOS. ANALISAR RELAÇÕES DE
INTERTEXTUALIDADE E INTERDISCURSIVIDADE. IDEN-
TIFICAÇÃO DE POSICIONAMENTOS OU DE PERSPEC-
TIVAS. COMPREENSÃO DE PARÁFRASES, PARÓDIAS E
ESTILIZAÇÕES, ENTRE OUTRAS POSSIBILIDADES

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa verbal com a não-verbal.
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
Além de saber desses conceitos, é importante sabermos
facilite a interpretação de textos.
identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
damos a este processo é intertextualidade.
pode ser escrita ou oral.
Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar
a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao
subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao
crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma
apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido,
afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analítica
e, por fim, uma leitura interpretativa.
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. É muito importante que você:
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade,
estado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações
ortográficas, gramaticais e interpretativas;
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais
polêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

1
LÍNGUA PORTUGUESA
Dicas para interpretar um texto: Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
– Leia lentamente o texto todo. xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com o
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente infinitas
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. e saber reconhecer o tema de um texto é condição essencial para se
tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos estudos?
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

– Sublinhe as ideias mais importantes. CACHORROS


Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma es-
– Separe fatos de opiniões. pécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos seres
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa amizade come-
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e çou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas precisavam caçar
mutável). para se alimentar. Os cachorros perceberam que, se não atacassem os
– Retorne ao texto sempre que necessário. humanos, podiam ficar perto deles e comer a comida que sobrava. Já os
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os homens descobriram que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar
enunciados das questões. de rebanhos e a tomar conta da casa, além de serem ótimos companhei-
ros. Um colaborava com o outro e a parceria deu certo.
– Reescreva o conteúdo lido.
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
tópicos ou esquemas. sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
são uma distração, mas também um aprendizado. mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a As informações que se relacionam com o tema chamamos de subte-
compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula mas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, ou seja, todas
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora elas caminham no sentido de estabelecer uma unidade de sentido. Por-
nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além tanto, pense: sobre o que exatamente esse texto fala? Qual seu assunto,
de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. qual seu tema? Certamente você chegou à conclusão de que o texto fala
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso que você pensou, para-
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela béns! Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto!
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão
do texto. Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é cundarias/
a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se
as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões TEXTOS VARIADOS
apresentadas na prova.
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um Ironia
significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
nunca extrapole a visão dele.
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
novo sentido, gerando um efeito de humor.
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
Exemplo:
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.

2
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos:


ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia verbal NERO EM QUE SE INSCREVE
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig- Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
intenção são diferentes. pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Ironia de situação Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Busca de sentidos
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
morte. os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
apreensão do conteúdo exposto.
Ironia dramática (ou satírica) Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
textos literários quando a personagem tem a consciência de que citadas ou apresentando novos conceitos.
suas ações não serão bem-sucedidas ou que está entrando por um Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência. tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a Importância da interpretação
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Humor pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- específicos, aprimora a escrita.
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
rer algo fora do esperado numa situação. ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
acessadas como forma de gerar o riso. presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.

3
LÍNGUA PORTUGUESA
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. berdade para quem recebe a informação.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, Fato
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
Diferença entre compreensão e interpretação uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- Exemplo de fato:
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O A mãe foi viajar.
leitor tira conclusões subjetivas do texto.
Interpretação
Gêneros Discursivos É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou sas, previmos suas consequências.
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
dárias. ças sejam detectáveis.

Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Exemplos de interpretação:
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única tro país.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
encaminham-se diretamente para um desfecho. do que com a filha.

Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- Opinião


A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
que fazemos do fato.
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
curto.
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para anteriores:
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
como horas ou mesmo minutos. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
imagens. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a mos expressando nosso julgamento.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
vencer o leitor a concordar com ele. analisamos um texto dissertativo.

Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um Exemplo:


entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas com o sofrimento da filha.
de destaque sobre algum assunto de interesse.
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto.
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento
e o do leitor.

4
LÍNGUA PORTUGUESA
Parágrafo Língua escrita e língua falada
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
sentada na introdução. conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem Linguagem popular e linguagem culta
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo o diálogo é usado para representar a língua falada.
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
prova. Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma expressão dos esta dos emocionais etc.
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. A Linguagem Culta ou Padrão
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto- se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe- escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
ríodo, e o tópico que o antecede. mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
para a clareza do texto.
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér- Gíria
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro, arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
sem coerência. a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta- gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores. Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es- o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
mais direto.
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário
de pequenos grupos ou cair em desuso.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”,
“mina”, “tipo assim”.
Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
Linguagem vulgar
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
comida”.
linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
Linguagem regional
o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala-
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico,
e caem em desuso.
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos e genêros textuais Tipo textual expositivo
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma pode ser expositiva ou argumentativa.
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
exemplos e as principais características de cada um deles.
Características principais:
Tipo textual descritivo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma mar.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
um movimento etc. • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
Características principais: de ponto de vista.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- • Apresenta linguagem clara e imparcial.
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
caracterizadora. Exemplo:
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
meração. questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• A noção temporal é normalmente estática. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- terminado tema.
ção. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.

Exemplo: Tipo textual dissertativo-argumentativo


Era uma casa muito engraçada Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Não tinha teto, não tinha nada sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Ninguém podia entrar nela, não apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Porque na casa não tinha chão clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
Ninguém podia dormir na rede tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
Porque na casa não tinha parede (leitor ou ouvinte).
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali Características principais:
Mas era feita com muito esmero • Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento
Na rua dos bobos, número zero e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
(Vinícius de Moraes) gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, gestão/solução).
instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o • Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações
tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente
comportamentos, nas leis jurídicas. nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e
um caráter de verdade ao que está sendo dito.
Características principais: • Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali-
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver- zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas). • Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de-
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios.
pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Exemplo:
Exemplo: A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito- vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente
ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se administração política (tese), porque a força governamental certa-
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi- mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su- traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo
perior para formação de oficiais. dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula-
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar

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LÍNGUA PORTUGUESA
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Carta de opinião
cobrança efetiva (conclusão). Resenha
Artigo
Tipo textual narrativo Ensaio
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Monografia, dissertação de
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- mestrado e tese de doutorado
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). Narrativo Romance
Novela
Características principais: Crônica
• O tempo verbal predominante é o passado. Contos de Fada
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his- Fábula
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – Lendas
onisciente).
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
prosa, não em verso. ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
nitos e mudam de acordo com a demanda social.
Exemplo:
Solidão INTERTEXTUALIDADE
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
Nelson S. Oliveira ambos: forma e conteúdo.
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossur- Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
reais/4835684 forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri-
GÊNEROS TEXTUAIS ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música,
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos,
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um provérbios, charges, dentre outros.
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem Tipos de Intertextualidade
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são • Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen-
passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preser- te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego (pa-
vando características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela rodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhan-
que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos te) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante a outro”.
textuais que neles predominam. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis),
Descritivo Diário significa a “repetição de uma sentença”.
Relatos (viagens, históricos, etc.) • Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí-
Biografia e autobiografia ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha
Notícia alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter-
Currículo mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior)
Lista de compras e “graphé” (escrita).
Cardápio • Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção
Anúncios de classificados textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa
Injuntivo Receita culinária entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor.
Bula de remédio Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re-
Manual de instruções lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo
Regulamento “citação” (citare) significa convocar.
Textos prescritivos • Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
Expositivo Seminários termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Palestras • Outras formas de intertextualidade menos discutidas são
Conferências o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos ARGUMENTAÇÃO
Enciclopédia O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa-
Verbetes de dicionários ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente,

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LÍNGUA PORTUGUESA
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
propõe. outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo der bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
sos de linguagem. essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de zado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- Tipos de Argumento
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- mento. Exemplo:
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna Argumento de Autoridade
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
enunciador está propondo. um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. dadeira. Exemplo:
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- cimento. Nunca o inverso.
mento de premissas e conclusões. Alex José Periscinoto.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A é igual a B.
A é igual a C. A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor-
Então: C é igual a A. tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela,
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
que C é igual a A. acreditar que é verdade.
Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero. Argumento de Quantidade
A vaca é um ruminante. É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú-
Logo, a vaca é um mamífero. mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
também será verdadeira. largo uso do argumento de quantidade.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se Argumento do Consenso
mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau- É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se
sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como
confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o
da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de
banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con- que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu-
fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não

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LÍNGUA PORTUGUESA
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao tal por três dias.
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
carentes de qualquer base científica. tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
Argumento de Existência deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar texto tem sempre uma orientação argumentativa.
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
do que dois voando”. ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- outras, etc. Veja:
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser vam abraços afetuosos.”
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
vios, etc., ganhava credibilidade. e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
Argumento quase lógico que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. injustiça, corrupção).
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se o argumento.
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con-
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
indevidas. atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
Argumento do Atributo que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi- uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
outros à sua dependência política e econômica”.
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
que é mais grosseiro, etc.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi-
lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação,
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor tende
o assunto, etc).
a associar o produto anunciado com atributos da celebridade.
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani-
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
competência linguística. A utilização da variante culta e formal da festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men-
língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social- tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas
mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente,
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto,
dizer dá confiabilidade ao que se diz. sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali-
de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei- dades não se prometem, manifestam-se na ação.
ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade- A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico: que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
por bem determinar o internamento do governador pelo período a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar-
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001. gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che-

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LÍNGUA PORTUGUESA
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo - evidência;
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se - divisão ou análise;
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu - ordem ou dedução;
comportamento. - enumeração.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
mica e até o choro. contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos caracteriza a universalidade.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. o efeito. Exemplo:
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. Fulano é homem (premissa menor = particular)
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve- A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
ver as seguintes habilidades: dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma O calor dilata o ferro (particular)
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total- O calor dilata o bronze (particular)
mente contrária; O calor dilata o cobre (particular)
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os O ferro, o bronze, o cobre são metais
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta- Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
ria contra a argumentação proposta;
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos- Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido
ta.
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos,
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu-
gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata,
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem
sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé- argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de
todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do sofisma no seguinte diálogo:
simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes- - Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões - Lógico, concordo.
verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co- - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio - Claro que não!
de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana, - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos Exemplos de sofismas:
e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a Dedução
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro Todo professor tem um diploma (geral, universal)
regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma Fulano tem um diploma (particular)
série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
da verdade:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Indução nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
cular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
– conclusão falsa)
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são profes- sabiá, torradeira.
sores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou infun- Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
dadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise su- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
perficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, basea- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
dos nos sentimentos não ditados pela razão.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou
pesquisa. seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; (Garcia, 1973, p. 302304.)
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de- trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
de vista sobre ele.
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua-
das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma
o relógio estaria reconstruído.
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen-
meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
cia dos outros elementos dessa mesma espécie.
junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo- Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A
operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa-
relacionadas: lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
- o termo a ser definido;
A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias - o gênero ou espécie;
a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação - a diferença específica.
de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
lha dos elementos que farão parte do texto. O que distingue o termo definido de outros elementos da mes-
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in- ma espécie. Exemplo:
formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen- Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe- Elemento especie diferença
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as a ser definido específica
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos: É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
análise é decomposição e classificação é hierarquisação. por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par-
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme- tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me- forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan-

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LÍNGUA PORTUGUESA
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está assim, desse ponto de vista.
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
ou instalação”; elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
dida;d forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as que, melhor que, pior que.
diferenças). Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala- mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
vra e seus significados. bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem- corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda- caráter confirmatório que comprobatório.
mentação coerente e adequada. Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli-
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás- cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por
sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse
da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco- caso, incluem-se
nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes, - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu- mortal, aspira à imortalidade);
rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula-
reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis- dos e axiomas);
sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature-
são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão
expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro- discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que
cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que parece absurdo).
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão. Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação: cretos, estatísticos ou documentais.
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação. Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau-
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes- sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa- julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opi-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados niões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprova-
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de da, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por- expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
virtude de, em vista de, por motivo de. dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli- -argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar gumentação:
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta- Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;

12
LÍNGUA PORTUGUESA
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- banos;
dadeira; - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- mais a sociedade.
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
dade da afirmação; Conclusão
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/conse-
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- quências maléficas;
ridade que contrariam a afirmação apresentada; - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de- apresentados.
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados ção: é um dos possíveis.
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para con- um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são
traargumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a com-
é que gera o controle demográfico”. preensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para mobilizar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coeren-
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao te, além de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a Coerência
elaboração de um Plano de Redação. É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se-
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na
tecnológica linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder outra”).
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos- Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se
ta, justificar, criando um argumento básico; estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la elementos formativos de um texto.
(rever tipos de argumentação); A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po- elementos textuais.
dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e conse- A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
quência); de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
argumento básico; tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que imediato a coerência de um discurso.
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu- A coerência:
mento básico; - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se- - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às tual;
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
menos a seguinte: o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Introdução
- função social da ciência e da tecnologia; Coesão
- definições de ciência e tecnologia; É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
Desenvolvimento fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol- tem-se a coesão lexical.
vimento tecnológico; A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
condições de vida no mundo atual; gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica- nentes do texto.
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub- Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
desenvolvidos; que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
sado; apontar semelhanças e diferenças; advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A coesão: A Linguagem Popular ou Coloquial
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mos-
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial; tra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância;
componentes do texto; barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; ca-
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. cofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela
coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A lin-
A Linguagem Culta ou Padrão guagem popular está presente nas conversas familiares ou entre
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV e audi-
em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pes- tório, novelas, na expressão dos esta dos emocionais etc.
soas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela
obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na lin- Dúvidas mais comuns da norma culta
guagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais
artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas Perca ou perda
aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações Isto é uma perda de tempo ou uma perca de tempo? Tomara
científicas, noticiários de TV, programas culturais etc. que ele não perca o ônibus ou não perda o ônibus? Quais são as fra-
Ouvindo e lendo é que você aprenderá a falar e a escrever bem. ses corretas com perda e perca? Certo: Isto é uma perda de tempo.
Procure ler muito, ler bons autores, para redigir bem.
A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto fa- Embaixo ou em baixo
miliar, que é o primeiro círculo social para uma criança. A criança O gato está embaixo da mesa ou em baixo da mesa? Continua-
imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis rei falando em baixo tom de voz ou embaixo tom de voz? Quais
combinatórias da língua. Um falante ao entrar em contato com ou- são as frases corretas com embaixo e em baixo? Certo: O gato está
tras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a escola embaixo da cama
e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma.
Há pessoas que falam de forma diferente por pertencerem a outras Ver ou vir
cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo A dúvida no uso de ver e vir ocorre nas seguintes construções:
ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as Se eu ver ou se eu vir? Quando eu ver ou quando eu vir? Qual das
variedades linguísticas. frases com ver ou vir está correta? Se eu vir você lá fora, você vai
Certas palavras e construções que empregamos acabam de- ficar de castigo!
nunciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do
país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, Onde ou aonde
às vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies. O uso Os advérbios onde e aonde indicam lugar: Onde você está?
da língua também pode informar nossa timidez, sobre nossa capa- Aonde você vai? Qual é a diferença entre onde e aonde? Onde indi-
cidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa insegurança. ca permanência. É sinônimo de em que lugar. Onde, Em que lugar
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, Fica?
contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias te-
levisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: Como escrever o dinheiro por extenso?
a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou Os valores monetários, regra geral, devem ser escritos com al-
profissões. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade garismos: R$ 1,00 ou R$ 1 R$ 15,00 ou R$ 15 R$ 100,00 ou R$ 100
de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou R$ 1400,00 ou R$ 1400.
em nossa comunidade. O domínio da língua culta, somado ao do-
mínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados Obrigado ou obrigada
para nos comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos, já que Segundo a gramática tradicional e a norma culta, o homem ao
a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mes- agradecer deve dizer obrigado. A mulher ao agradecer deve dizer
ma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana. obrigada.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empre-
gá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que Mal ou mau
participamos. Como essas duas palavras são, maioritariamente, pronunciadas
A norma culta é responsável por representar as práticas lin- da mesma forma, são facilmente confundidas pelos falantes. Qual a
guísticas embasadas nos modelos de uso encontrados em textos diferença entre mal e mau? Mal é um advérbio, antônimo de bem.
formais. É o modelo que deve ser utilizado na escrita, sobretudo Mau é o adjetivo contrário de bom.
nos textos não literários, pois segue rigidamente as regras gramati-
cais. A norma culta conta com maior prestígio social e normalmente “Vir”, “Ver” e “Vier”
é associada ao nível cultural do falante: quanto maior a escolariza- A conjugação desses verbos pode causar confusão em algumas
ção, maior a adequação com a língua padrão. situações, como por exemplo no futuro do subjuntivo. O correto é,
Exemplo: por exemplo, “quando você o vir”, e não “quando você o ver”.
Venho solicitar a atenção de Vossa Excelência para que seja Já no caso do verbo “ir”, a conjugação correta deste tempo ver-
conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima bal é “quando eu vier”, e não “quando eu vir”.
da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao
movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças, “Ao invés de” ou “em vez de”
atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem “Ao invés de” significa “ao contrário” e deve ser usado apenas
se levar em conta que a mulher não poderá praticar este esporte para expressar oposição.
violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico de suas fun- Por exemplo: Ao invés de virar à direita, virei à esquerda.
ções orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Já “em vez de” tem um significado mais abrangente e é usado Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
principalmente como a expressão “no lugar de”. Mas ele também posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
pode ser usado para exprimir oposição. Por isso, os linguistas reco- tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
mendam usar “em vez de” caso esteja na dúvida.
– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
Por exemplo: Em vez de ir de ônibus para a escola, fui de bicicleta. e ôo(s).

“Para mim” ou “para eu”


Como era Como fica
Os dois podem estar certos, mas, se você vai continuar a frase
com um verbo, deve usar “para eu”. abençôo abençoo
Por exemplo: Mariana trouxe bolo para mim; Caio pediu para crêem creem
eu curtir as fotos dele.
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
“Tem” ou “têm” para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Tanto “tem” como “têm” fazem parte da conjugação do verbo
“ter” no presente. Mas o primeiro é usado no singular, e o segundo Atenção:
no plural. • Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
Por exemplo: Você tem medo de mudança; Eles têm medo de • Permanece o acento diferencial em pôr/por.
mudança. • Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
“Há muitos anos”, “muitos anos atrás” ou “há muitos anos reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
atrás” • É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
Usar “Há” e “atrás” na mesma frase é uma redundância, já que palavras forma/fôrma.
ambas indicam passado. O correto é usar um ou outro.
Por exemplo: A erosão da encosta começou há muito tempo; O Uso de hífen
romance começou muito tempo atrás. Regra básica:
Sim, isso quer dizer que a música Eu nasci há dez mil anos atrás, Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
de Raul Seixas, está incorreta. mem.

Outros casos
ORTOGRAFIA OFICIAL 1. Prefixo terminado em vogal:
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
ORTOGRAFIA OFICIAL semicírculo.
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- – Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
troduzidas as letras k, w e y. mo, antissocial, ultrassom.
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O – Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
PQRSTUVWXYZ das.
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, 2. Prefixo terminado em consoante:
gui, que, qui. – Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
-bibliotecário.
Regras de acentuação – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das persônico.
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima – Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
sílaba)
Observações:
Como era Como fica • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
alcatéia alcateia
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
apóia apoia • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
apóio apoio vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. rar, cooperação, cooptar, coocupante.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no mirante.
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. • Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
pontapé, paraquedas, paraquedista.
Como era Como fica • Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
baiúca baiuca usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
bocaiúva bocaiuva

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LÍNGUA PORTUGUESA
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti-
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
vamos passar para mais um ponto importante. Mas... há crase, sim!
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA – Expressões fixas
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons crase:
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von-
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às
Vejamos um por um: pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon-
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre didas, à medida que, à proporção que.
aberto. • NUNCA devemos usar crase:
Já cursei a Faculdade de História. – Antes de substantivos masculinos:
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a
fechado. pé.
Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este – Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou
caso afundo mais à frente). plural) usado em sentido generalizador:
Sou leal à mulher da minha vida. Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho-
As palavras podem ser: mem.
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
-já, ra-paz, u-ru-bu...) – Antes de artigo indefinido “uma”
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
sa-bo-ne-te, ré-gua...)
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima – Antes de pronomes
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…) Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.

As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico, A quem vocês se reportaram no Plenário?
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter, – Antes de verbos no infinitivo
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...) A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
dói, coronéis...)
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS. EMPREGO/
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) CORRELAÇÃO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS. VALOR
SEMÂNTICO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, LOCU-
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei- ÇÕES E ADVÉRBIOS
nar e fixar as regras.
CLASSES DE PALAVRAS

EMPREGO DA CRASE Substantivo


São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
demonstrativo. Classificação dos substantivos
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)

• Devemos usar crase: SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/


– Antes palavras femininas: apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
Iremos à festa amanhã sua estrutura. macaco/João/sabão
Mediante à situação. SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/
O Governo visa à resolução do problema. são formados por mais de um porta-voz/
radical em sua estrutura. pé-de-moleque
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/ – Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
são os que dão origem a mundo/ – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
outras palavras, ou seja, ela é população – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
a primeira. /formiga
Adjetivo
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/ É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substanti-
são formados por outros populacional/formigueiro vo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão
radicais da língua. composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um ad-
designa determinado ser /Brasil jetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da vespertino).
espécie. São sempre iniciados Liberdade
por letra maiúscula. Flexão do Adjetivos
• Gênero:
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/ – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
referem-se qualquer ser de cachorro/prima no: homem feliz, mulher feliz.
uma mesma espécie. – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 
própria. Esses seres podem /lobisomem
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê • Número:
reais ou imaginários. – Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/
res, japonês/ japoneses.
nomeiam ações, estados, bondade/
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
qualidades e sentimentos que confiança/
branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
não tem existência própria, ou lembrança/
seja, só existem em função de amor/
• Grau:
um ser. alegria
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito-
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/ rioso (do) que o seu.
referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/ – Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vito-
de seres da mesma espécie, buquê (de flores) rioso (do) que o seu.
mesmo quando empregado – Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
no singular e constituem um quanto o seu.
substantivo comum. – Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssi-
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS mo.
QUE NÃO ESTÃO AQUI! – Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito fa-
moso.
Flexão dos Substantivos – Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi- mais famoso de todos.
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou – Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é me-
uniformes nos famoso de todos.
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o Artigo
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina É uma palavra variável em gênero e número que antecede o
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em • Classificação e Flexão do Artigos
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros. – Artigos Definidos: o, a, os, as.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá- O menino carregava o brinquedo em suas costas.
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira As meninas brincavam com as bonecas.
macho/palmeira fêmea. – Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto Um menino carregava um brinquedo.
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a Umas meninas brincavam com umas bonecas.
testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto Numeral
para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente, É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou
o/a estudante, o/a colega. coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1). • Classificação dos Numerais
– Singular: anzol, tórax, próton, casa. – Cardinais: indicam número ou quantidade:
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas. Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau Quinto ano. Primeiro lugar.
diminutivo. – Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra. quantidade é multiplicada:

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LÍNGUA PORTUGUESA
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação Pronomes Indefinidos – Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa
quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, sujeito. Veja:
nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, mui- João pulou da cama atrasado
ta, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, – Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas
poucas, todo, toda, todos, todas, outro, ou- recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz
Variáveis tra, outros, outras, certo, certa, certos, cer- passiva analítica é formada por:
tas, vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros)
tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, +  verbo principal da ação conjugado no particípio  + preposição
quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, por/pelo/de + agente da passiva.
um, uma, uns, umas. A casa foi aspirada pelos rapazes
quem, alguém, ninguém, tudo, nada, ou-
Invariáveis A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva prono-
trem, algo, cada.
minal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plu-
utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas. ral) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.
Classificação Pronomes Interrogativos Advérbio
qual, quais, quanto, quantos, quan- É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro ad-
Variáveis vérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns-
ta, quantas.
tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
Invariáveis quem, que.
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, ama-
nhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem,
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anterior- brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-
mente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser -dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez
variáveis e invariáveis. em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém,
Classificação Pronomes Relativos perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja,
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapi-
Variáveis cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quan-
damente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
tas.
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
Invariáveis quem, que, onde. – Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente,
efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
Verbos – Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo al-
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos me- gum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
teorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo. – Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, as-
saz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco,
• Flexão verbal de todo, etc.
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas. – Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, por-
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na ventura, etc.
frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é
dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, Preposição
subjetividade) e imperativo (ordem, pedido). É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo com-
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato ex- plete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:
presso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: pre-
sente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito)
e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: pre-
sente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º
pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles ama-
ram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exer-
cem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infi-
nitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particí-
pio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação
com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO. ORAÇÕES COOR-
oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam DENADAS E SUBORDINADAS
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que li-
gam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos
determinante e o outro é determinado). estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo
da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita
• Conjunções Coordenativas coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar al-
gumas questões importantes:
Tipos Conjunções Coordenativas
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sen-
Aditivas e, mas ainda, mas também, nem... tido completo. 
contudo, entretanto, mas, não obstante, no en- Os jornais publicaram a notícia.
Adversativas Silêncio! 
tanto, porém, todavia...
já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, • Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma
Alternativas
quer… locução verbal.
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por Este filme causou grande impacto entre o público.
Conclusivas
conseguinte, por isso, portanto... A inflação deve continuar sob controle.
pois (antes do verbo), porquanto, porque,
Explicativas • Período Simples: formado por uma única oração.
que...
O clima se alterou muito nos últimos dias.
• Conjunções Subordinativas
• Período Composto: formado por mais de uma oração.
O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.
Tipos Conjunções Subordinativas
Causais Porque, pois, porquanto, como, etc. Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período.
Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
Embora, conquanto, ainda que, mes- • Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
Concessivas
mo que, posto que, etc. O problema da violência preocupa os cidadãos.
Se, caso, quando, conquanto que, • Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
Condicionais A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
salvo se, sem que, etc.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo
Conforme, como (no sentido de con- direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da pre-
Conformativas
forme), segundo, consoante, etc. posição.
Para que, a fim de que, porque (no A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Finais
sentido de que), que, etc. Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
À medida que, ao passo que, à • Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transi-
Proporcionais tivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de
proporção que, etc.
preposição. 
Quando, antes que, depois que, até Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
Temporais
que, logo que, etc. João gosta de beterraba.
Que, do que (usado depois de mais, • Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime
Comparativas determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica
menos, maior, menor, melhor, etc.
um verbo, adjetivo ou advérbio.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Consecutivas
modo que, De maneira que, etc. Vamos sair do mar.
Integrantes Que, se. • Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem prati-
ca a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Interjeição Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, • Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um subs-
apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações tantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação
das pessoas. de um verbo.
• Principais Interjeições Um casal de médicos eram os novos moradores do meu pré-
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum! dio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa no-
Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas mes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicio-
é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a nado.
função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para enten- A realização do torneio teve a aprovação de todos.
der o estudo da Sintaxe. • Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao su-
jeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao
objeto direto ou indireto da oração.

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LÍNGUA PORTUGUESA
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas


Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lan-
chamos.
Alternativas Manuela  ora  quer comer hambúrguer,  ora quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar,  ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto
Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de
Explicam um termo dito anteriormente. quinta, terão aula de reforço.
SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Assumem a função de advérbio de previsto.
Orações Subordinadas Adverbiais
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

PONTUAÇÃO

Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organi-
zar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da
sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns sinais
gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reticências [ ...
]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], travessão duplo
[ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).

Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo de
oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências.
Estaremos presentes na festa.

Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Você vai à festa?

Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa.
Ex: Que bela festa!

Reticências ( ... )
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com breve
espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.

22
LÍNGUA PORTUGUESA
Dois-pontos ( : ) Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. re por alguns motivos:
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. verbo e o adjunto.

Ponto e vírgula ( ; ) Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem


Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, é necessária:
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- Ontem, Maria foi à padaria.
ração (frequente em leis), etc. Maria, ontem, foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- À padaria, Maria foi ontem.
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
Travessão ( — ) sário:
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com • Separa termos de mesma função sintática, numa enumeração.
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir serem observadas na redação oficial.
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- • Separa aposto.
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
um diálogo, com ou sem aspas. • Separa vocativo.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. Brasileiros, é chegada a hora de votar.
• Separa termos repetidos.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] Aquele aluno era esforçado, esforçado.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados
efeito, digo.
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
ou seja, de fácil compreensão.
rem uma nova inserção.
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go- • Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
vernador) tos).
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
Aspas ( “ ” ) res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação • Separa orações coordenadas assindéticas.
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- ideias na cabeça...
da, para marcar o discurso direto e a citação breve.
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. • Isola o nome do lugar nas datas.
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
Vírgula
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
vírgula: mações comprovam, etc.
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
mos” o momento certo de fazer uso dela. nizar o problema.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?! RECURSOS E VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é É possível encontrar no Brasil diversas variações linguísticas,
menos importante e que pode ser colocada depois. como na linguagem regional. Elas reúnem as variantes da língua
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or- que foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia.
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo > Delas surgem as variações que envolvem vários aspectos histó-
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). ricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros.
Maria foi à padaria ontem. Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os
Sujeito Verbo Objeto Adjunto seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se
que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mes-
mo significado dentro de um mesmo contexto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- – o uso de pronomes do caso reto com outra função que não
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não irão
sintático e lexical. sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de ti)
e ele.
Variações Morfológicas – o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de
Ocorrem nas formas constituintes da palavra. As diferenças en- “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
tre as variantes não são tantas quanto as de natureza fônica, mas – a ausência da preposição adequada antes do pronome relati-
não são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar: vo em função de complemento verbal: são pessoas que (em vez de:
– uso de substantivos masculinos como femininos ou vice- de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que)
-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha (o eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.
champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal).
– a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e ad- Variações Léxicas
jetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os livro Conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do
indicado, as noite fria, os caso mais comum. léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e caracteri-
– o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o zam com nitidez uma variante em confronto com outra. São exem-
Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas eleições; Se plos possíveis de citar:
eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que – as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às
ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu. vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado a
– o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil
superlativo de adjetivos, recurso muito característico da linguagem chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Por-
jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssimo), tugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se diz pequeno
uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossan- almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de
te (em vez de possantíssimo). suéter, malha, camiseta.
– a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regula- – a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para
res: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se ele ver (vir) formar o grau superlativo dos adjetivos, características da lingua-
o recado, quando ele repor (repuser). gem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil;
– a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: Esse amigo é um carinha maior esforçado.
vareia (varia), negoceia (negocia).
Designações das Variantes Lexicais:
Variações Fônicas – Arcaísmo: palavras que já caíram de uso. Por exemplo, um
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pala- bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante usa-
vra. Entre esses casos, podemos citar: va-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supim-
– a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petró- pa.
polis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas típicas de – Neologismo: contrário do arcaísmo. São palavras recém-cria-
pessoas de baixa condição social. das, muitas das quais mal ou nem entraram para os dicionários. A
– A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das na computação tem vários exemplos, como escanear, deletar, prin-
regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande tar.
do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipira): – Estrangeirismo: emprego de palavras emprestadas de outra
quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol. língua, que ainda não foram aportuguesadas, preservando a forma
– deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo da
estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social. linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas
– a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem o corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto
oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô. (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo.
– o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me
alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica, As palavras de origem inglesas são várias: feeling (“sensibilida-
hoje frequentes na fala caipira. de”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações
– a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, ma- básicas).
relo (amarelo), margoso (amargoso), características na linguagem
– Jargão: vocabulário típico de um campo profissional como
oral coloquial.
a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. Furo é no-
tícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma
Variações Sintáticas
barriga.
Correlação entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe,
– Gíria: vocabulário especial de um grupo que não deseja ser
como no da morfologia, não são tantas as diferenças entre uma va-
entendido por outros grupos ou que pretende marcar sua identida-
riante e outra. Como exemplo, podemos citar:
de por meio da linguagem. Por exemplo, levar um lero (conversar).
– a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome
“que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” com – Preciosismo: é um léxico excessivamente erudito, muito raro:
o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família procrastinar (em vez de adiar); cinesíforo (em vez de motorista).
dele (em vez de cuja família eu já conhecia). – Vulgarismo: o contrário do preciosismo, por exemplo, de
– a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal,
se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com arruinou-se).
você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz
me irrita. Tipos de Variação
– ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles che- As variações mais importantes, são as seguintes:
gou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou naquela se- – Sociocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com
mana muitos alunos; Comentou-se os episódios. certa facilidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
– Geográfica: é, no Brasil, bastante grande. Ao conjunto das Mesóclise
características da pronúncia de uma determinada região dá-se o Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque
gaúcho etc. É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
– De Situação: são provocadas pelas alterações das circuns- futuro do pretérito que iniciam a oração.
tâncias em que se desenrola o ato de comunicação. Um modo de Dir-lhe-ei toda a verdade.
falar compatível com determinada situação é incompatível com Far-me-ias um favor?
outra
– Histórica: as línguas se alteram com o passar do tempo e com Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o senti- qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
do delas. Essas alterações recebem o nome de variações históricas. Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?

Colocação do pronome átono nas locuções verbais


PRONOMES E REGRAS PRONOMINAIS Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono- Exemplos:
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Devo-lhe dizer a verdade.
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou Devo dizer-lhe a verdade.
após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- do auxiliar ou depois do principal.
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, Exemplos:
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Não lhe devo dizer a verdade.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem Não devo dizer-lhe a verdade.
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
o pronome átono ficará depois do auxiliar.
dique a eufonia da frase.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Próclise
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
cientemente. do infinitivo.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Exemplos:
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Hei de dizer-lhe a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Observação
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Devo-lhe dizer tudo.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Estava-lhe dizendo tudo.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Havia-lhe dito tudo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in- REGRAS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
tentos são para nos prejudicarem.
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Ênclise As palavras são formadas por estruturas menores, com
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. significados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem
para a formação das palavras.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
indicativo: Trago-te flores. Estrutura das palavras
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade! As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- menores - os morfemas, também chamados de elementos mórficos: 
posição em: Saí, deixando-a aflita. – radical e raiz;
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com – vogal temática;
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: – tema;
Apressei-me a convidá-los. – desinências;
– afixos;
– vogais e consoantes de ligação.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Radical: Elemento que contém a base de significação do Aglutinação: Formação de palavra composta com alteração da
vocábulo. estrutura fonética das primitivas.
Exemplos Exemplos
VENDer, PARTir, ALUNo, MAR. em + boa + hora = embora
vossa + merce = você
Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos.
Derivação:
Dividem-se em: Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva.
Temos:
Nominais
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos. Prefixação: Formação de palavra derivada com acréscimo de
Exemplos um prefixo ao radical da primitiva.
pequenO, pequenA, alunO, aluna. Exemplos
pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas. CONter, INapto, DESleal.

Verbais Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo de um


Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos sufixo ao radical da primitiva.
Exemplos Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo) cafezAL, meninINHa, loucaMENTE.
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de
Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem. um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva ao mesmo tempo.
Exemplos Exemplos
1ª conjugação: – A – cantAr EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR.
2ª conjugação: – E – fazEr
3ª conjugação: – I – sumIr Derivação imprópria: Alteração da função de uma palavra
primitiva.
Observação Exemplo
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica Todos ficaram encantados com seu  andar: verbo usado com
oposição masculino/feminino. valor de substantivo.
Exemplos
livrO, dentE, paletó. Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura fonética
de uma palavra primitiva para a formação de uma derivada. Em
Tema: União do radical e a vogal temática. geral de um verbo para substantivo ou vice-versa.
Exemplos Exemplos
CANTAr, CORREr, CONSUMIr. combater – o combate
chorar – o choro
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se
interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia. Prefixos
Exemplos Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em:
chaLeira, cafeZal. vernáculos, latinos e gregos.

Afixos Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou


Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois do foram aportuguesados: a, além, ante, aquém, bem, des, em, entre,
radical de uma palavra para a formação de outra palavra. Dividem- mal, menos, sem, sob, sobre, soto.
se em: Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como: 
Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical. abordar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engarrafar, maldição,
Exemplos menosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc.
DISpor, EMpobrecer, DESorganizar.
Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina
Sufixo original:
Afixo que se coloca depois do radical. a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar.
Exemplos a, ad – aproximação, direção: amontoar.
contentaMENTO, reallDADE, enaltECER. ambi – dualidade: ambidestro.
Processos de formação das palavras bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário.
Composição: Formação de uma palavra nova por meio da centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado.
junção de dois ou mais vocábulos primitivos. Temos: circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante.
cis – aquem de: cisalpino, cisgangético.
Justaposição: Formação de palavra composta sem alteração na com, con, co – companhia, concomitância: combater,
estrutura fonética das primitivas. contemporâneo.
Exemplos contra – oposição, posição inferior: contradizer.
passa + tempo = passatempo de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento:
gira + sol = girassol decrescer, deportar.
des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar.

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LÍNGUA PORTUGUESA
dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária: pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
distrair, dimanar. Sufixos
entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha, Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial.
entrevista.
ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade, Nominais
privação, situação cessante: exportar, espalmar, ex-professor. Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, -ama.
extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordinário. Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão, -aço, -astro,
im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar, -az.
ingrato. Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista.
inter – no meio de: intervocálico, intercalado. Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório.
intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer. Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato.
justa – perto de: justapor. Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho, -aico.
multi – pluralidade: multiforme. Origem, procedência: -estre, -este, -esco.
ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo.
pene – quase: penúltimo, península. Verbais
per – movimento através de, acabamento de ação; ideia Comuns: -ar, -er, -ir.
pejorativa: percorrer. Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar.
post, pos – posteridade: postergar, pospor. Incoativos: -escer, -ejar, -itar.
pre – anterioridade: predizer, preclaro. Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar.
preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural.
pro – movimento para diante, a favor de, em vez de: prosseguir, Adverbial = há apenas um
procurador, pronome. MENTE: mecanicamente, felizmente etc.
re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, repetição:
regressar, revirar.
retro – movimento para trás: retroceder.
satis – bastante: satisdar. CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobraçar, sopé.
subter – por baixo: subterfúgio. Concordância Nominal
super, supra – posição superior, excesso: super-homem, Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos
superpovoado. concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor. referem.
tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro. Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto-
ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo. sa.
uni – um: unânime, unicelular.
Casos Especiais de Concordância Nominal
Grego: Os principais prefixos de origem grega são: • Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
a, an – privação, negação: ápode, anarquia. Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam
ana – inversão, parecença: anagrama, analogia. alerta.
anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, anfiteatro.
anti – oposição: antipatia, antagonista. • Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma-
apo – afastamento: apólogo, apogeu. ção de palavras compostas:
arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, arcanjo. Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.
caco – mau: cacofonia.
cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia. • Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
deca – dez: decâmetro. acordo com o substantivo a que se referem:
dia – através de, divisão: diáfano, diálogo. Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
en – sobre, dentro: encéfalo, energia. • Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
endo – para dentro: endocarpo. pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan-
epi – por cima: epiderme, epígrafe. do advérbios:
eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia. Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./
hecto – cem: hectômetro. Usou meia dúzia de ovos.
hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole. • Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia. Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
homo – semelhança, identidade: homônimo.
meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase. • É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o
míria – dez mil: miriâmetro. substantivo estiver determinado por artigo:
mono – um: monóculo, monoculista. É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo. Concordância Verbal
penta – cinco: pentágono. O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
peri – em volta de: perímetro. O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor-
poli – muitos: polígono, polimorfo. mes.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância ideológica ou silepse Proceder (realizar) a
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne-
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no Responder a
contexto. Visar ( ter como objetivo a
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. pretender)
Blumenau estava repleta de turistas.
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú- NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con- QUE NÃO ESTÃO AQUI!
texto.
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
sos. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
soa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po- Significação de palavras
líticos. As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
• Regência Nominal  dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan- significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar- que compõem este estudo.
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple-
mento é estabelecida por uma preposição. Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.
• Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).  Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi-
Isto pertence a todos. ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com
homem que é antônimo de mulher.
Regência de algumas palavras
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e
que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é mui-
Esta palavra combina com Esta preposição to importante para produções textuais, porque evita que você fi-
Acessível a que repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos
exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten-
Apto a, para
tamento e homem é sinônimo de macho/varão.
Atencioso com, para com
Coerente com Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa
Conforme a, com uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperôni-
Dúvida acerca de, de, em, sobre mo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, ca-
chorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais
Empenho de, em, por domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido
Fácil a, de, para, mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com
substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das
Junto a, de
palavras, beleza?!?!
Pendente de
Preferível a Outros conceitos que agem diretamente no sentido das pala-
vras são os seguintes:
Próximo a, de
Respeito a, com, de, para com, por Conotação e Denotação
Observe as frases:
Situado a, em, entre Amo pepino na salada.
Ajudar (a fazer algo) a Tenho um pepino para resolver.
Aludir (referir-se) a
As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa
Aspirar (desejar, pretender) a palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo,
Assistir (dar assistência) Não usa preposição não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja,
Deparar (encontrar) com a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionari-
Implicar (consequência) Não usa preposição zado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo cono-
Lembrar Não usa preposição
tativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do
Pagar (pagar a alguém) a contexto para ser entendida.
Precisar (necessitar) de Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e cono-
tativo começa com C de contexto.

28
LÍNGUA PORTUGUESA
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

NORMAS PARA ELABORAÇÃO DE REDAÇÕES. ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO. ADEQUAÇÃO


DO FORMATO DO TEXTO AO GÊNERO. PRÁTICAS DE LINGUAGEM: ORALIDADE, LEITURA/ESCUTA, PRODUÇÃO (ES-
CRITA E MULTISSEMIÓTICA) E ANÁLISE LINGUÍSTICA/SEMIÓTICA (QUE ENVOLVE CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS –
SOBRE O SISTEMA DE ESCRITA, O SISTEMA DA LÍNGUA E A NORMA-PADRÃO –, TEXTUAIS, DISCURSIVOS E SOBRE OS
MODOS DE ORGANIZAÇÃO E OS ELEMENTOS DE OUTRAS SEMIOSES)

O que é Redação Oficial1


Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Inte-
ressa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de
linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no
artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a
impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e
comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impos-
sibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado
de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e
concisão. Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas para sua elabo-
ração que remontam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de
10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. Essa prática foi
mantida no período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal)
aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o
que exige o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente unifor-
mes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso
de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para
comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século
de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
buscou fazer das características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação – ou
se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se chama burocra-
tês. Este é antes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm

29
LÍNGUA PORTUGUESA
e de formas arcaicas de construção de frases. A redação oficial não mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
é, portanto, necessariamente árida e infensa à evolução da língua. costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos
É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e má- que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc.
xima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, Para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa
de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transfor-
correspondência particular, etc. Apresentadas essas características mações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas
fundamentais da redação oficial, passemos à análise pormenoriza- de si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, com-
da de cada uma delas. preende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça.
Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de de-
A Impessoalidade terminado padrão de linguagem que incorpore expressões extre-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela mamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente.
a) alguém que comunique, Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que
b) algo a ser comunicado, e se faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo
c) alguém que receba essa comunicação. ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di- padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramáti-
visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto ca formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos
relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór- do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que
gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce- ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas re-
be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos gionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas,
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: por todos os cidadãos.
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che- Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade
fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex-
que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre-
nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e
setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir,
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua-
duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações
concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes- expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for-
soal; mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con-
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni- sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão
verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre
que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre-
qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem- indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo-
plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento
jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado,
isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros
a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis-
alcançada a necessária impessoalidade. mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.

A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais Formalidade e Padronização


A necessidade de empregar determinado nível de linguagem As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca- obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi-
ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida- gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati- imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata
vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da-
o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento);
se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária
qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo
dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma-
como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem nual, exige que se atente para todas as características da redação
sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza
uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema- datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a

30
LÍNGUA PORTUGUESA
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
normas específicas para cada tipo de expediente. a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego
dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação
Concisão e Clareza do signatário.
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máxi- Pronomes de Tratamento
mo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija
com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conheci- Breve História dos Pronomes de Tratamento
mento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem
revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos,
de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empre- palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis-
gar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de
não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um
reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia
secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de- eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência,
talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de
que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes
relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de-
clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em
já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes
claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida-
No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende des civis, militares e eclesiásticas.
estritamente das demais características da redação oficial. Para ela
concorrem: Concordância com os Pronomes de Tratamento
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)
que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal,
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en- nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra-
tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni-
restrita, como a gíria e o jargão; cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres- concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo
cindível uniformidade dos textos; sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên-
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís- cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos
ticos que nada lhe acrescentam. referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes-
soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
É pela correta observação dessas características que se redige so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero
com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e
texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in-
terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa-
e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu-
do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa
ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente,
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por
Emprego dos Pronomes de Tratamento
terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de-
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece
corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
a secular tradição. São de uso consagrado:
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos a) do Poder Executivo;
que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa- Presidente da República;
riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu- Vice-Presidente da República;
nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro- Ministros de Estado;
ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe-
“Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. deral;
Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
As comunicações oficiais Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se- cargos de natureza especial;
guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada Prefeitos Municipais.

31
LÍNGUA PORTUGUESA
b) do Poder Legislativo: uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor
Deputados Federais e Senadores; não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
Ministro do Tribunal de Contas da União; indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em
Deputados Estaduais e Distritais; comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese-
c) do Poder Judiciário: jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma
Ministros dos Tribunais Superiores; Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu-
Membros de Tribunais; nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
Juízes; vocativo:
Auditores da Justiça Militar.
Magnífico Reitor,
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos (...)
Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-
tivo: Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, hierarquia eclesiástica, são:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede- Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca-
ral. tivo correspondente é:
Santíssimo Padre,
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, (...)
seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador, Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co-
Senhor Juiz, municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
Senhor Ministro, Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Senhor Governador, Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
(...)
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se-
A Sua Excelência o Senhor nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores
Fulano de Tal religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos
Ministro de Estado da Justiça e demais religiosos.
70.064-900 – Brasília. DF
Fechos para Comunicações
A Sua Excelência o Senhor O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade
Senador Fulano de Tal óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos
Senado Federal para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por-
70.165-900 – Brasília. DF taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze
padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual
A Sua Excelência o Senhor estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to-
Fulano de Tal das as modalidades de comunicação oficial:
Juiz de Direito da 10a Vara Cível
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re-
Rua ABC, no 123
pública:
01.010-000 – São Paulo. SP
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in-
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
ferior:
digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dig-
Atenciosamente,
nidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
sendo desnecessária sua repetida evocação.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au-
para particulares. O vocativo adequado é: toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de-
Senhor Fulano de Tal, vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das
(...) Relações Exteriores.

No envelope, deve constar do endereçamento: Identificação do Signatário


Ao Senhor Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú-
Fulano de Tal blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e
Rua ABC, nº 123 o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina-
70.123 – Curitiba. PR tura. A forma da identificação deve ser a seguinte:

Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em- (espaço para assinatura)
prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem NOME
o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o Chefe da Secretária-geral da Presidência da República

32
LÍNGUA PORTUGUESA
(espaço para assinatura) dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento,
NOME a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do
Ministro de Estado da Justiça Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de
projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ”
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura – Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me- algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode-
nos a última frase anterior ao fecho. rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário,
não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
O Padrão Ofício encaminhamento.
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi-
nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, g) assinatura do autor da comunicação; e
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa-
cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme- tário).
lhanças.
Forma de diagramação
Partes do documento no Padrão Ofício Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes forma de apresentação:
partes: a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
o expede: b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po-
Exemplos: der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
da página;
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha- d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres-
mento à direita: sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda
Exemplo: e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem
13 espelho”);
Brasília, 15 de março de 1991. e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân-
cia da margem esquerda;
c) assunto: resumo do teor do documento f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni-
Exemplos: mo, 3,0 cm de largura;
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem).
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de
a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en- 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
dereço. comportar tal recurso, de uma linha em branco;
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
– Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,
documento;
na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
-me informar que”, empregue a forma direta;
e ilustrações;
– Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
– Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen- m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
tada a posição recomendada sobre o assunto. Rich Text nos documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro-
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. veitamento de trechos para casos análogos;
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
a estrutura é a seguinte: ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
– Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver produtividade ano 2002”
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos Aviso e Ofício
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as-
sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, — Definição e Finalidade
segundo a seguinte fórmula: Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica-
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca- mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe-
minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar- dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi- mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas

33
LÍNGUA PORTUGUESA
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de — Forma e Estrutura
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do
no caso do ofício, também com particulares. padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a
exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente
— Forma e Estrutura projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex-
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula. exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma
Exemplos: medida ou submeta projeto de ato normativo.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen-
Senhora Ministra te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República,
Senhor Chefe de Gabinete sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin- Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre-
tes informações do remetente: sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada
– Nome do órgão ou setor; ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam
– Endereço postal; também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá-
– telefone E endereço de correio eletrônico. rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente,
apontar:
Memorando a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da
medida ou do ato normativo proposto;
— Definição e Finalidade b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even-
administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica- tuais alternativas existentes para equacioná-lo;
mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou
de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.
caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição
determinado setor do serviço público. Sua característica principal é de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte
a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março
pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro- de 2002.
cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni- Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério
cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio ou órgão equivalente) nº de 200.
documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim- 1. Síntese do problema ou da situação que reclama providên-
plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, cias
e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
memorando. medida proposta
3. Alternativas existentes às medidas propostas
— Forma e Estrutura Mencionar:
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão - Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio- - Se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
nado pelo cargo que ocupa. - Outras possibilidades de resolução do problema.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche- 4. Custos
fe para Assuntos Jurídicos Mencionar:
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça-
Exposição de Motivos mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário,
— Definição e Finalidade especial ou suplementar;
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da - Valor a ser despendido em moeda corrente;
República ou ao Vice-Presidente para:
a) informá-lo de determinado assunto; 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente
b) propor alguma medida; ou se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo. tramitar em regime de urgência)
Mencionar:
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da - Se o problema configura calamidade pública;
República por um Ministro de Estado. - Por que é indispensável a vigência imediata;
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi- - Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os nham sido previstos;
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi- - Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já
nisterial. prevista.

6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi-


da proposta possa vir a tê-lo)

34
LÍNGUA PORTUGUESA
7. Alterações propostas pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens
8. Síntese do parecer do órgão jurídico mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se-
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro- guintes finalidades:
posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3. a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen-
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar- tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são
retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode
exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de
anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos,
alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da
resolver; República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro- que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan-
blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria-
do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio-
na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe- nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros
cutivo (v. 10.4.3.). do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos. Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi-
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do
na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo, regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está
o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co-
formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro- manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o
funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange
certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma-
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames
e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no
motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União.
providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da
o problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pes- exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição
soal (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem
reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, de encaminhamento ao Congresso.
exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), b) encaminhamento de medida provisória.
não é necessário o encaminhamento do formulário de anexo à ex- Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição,
posição de motivos. o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
Ressalte-se que: dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do
– A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada
não dispensa o encaminhamento do parecer completo; pela Coordenação de Documentação da Presidência da República.
– O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos c) indicação de autoridades.
pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação
comentários a serem ali incluídos. de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di-
a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, conci- plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci-
são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência
culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado,
a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da devidamente assinado, acompanha a mensagem.
República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata-
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em -se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
parte. autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O
Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
Mensagem ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada
Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
— Definição e Finalidade e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga
de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa- ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo
gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re- administrativo.

35
LÍNGUA PORTUGUESA
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante- — Forma e Estrutura
rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a As mensagens contêm:
abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon-
contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), talmente, no início da margem esquerda:
para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui- Mensagem no
ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo
tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci- do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
plinado no art. 215 do seu Regimento Interno. Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons- horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente
Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais da República, não traz identificação de seu signatário.
porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em
forma de livro. Telegrama
h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio- — Definição e Finalidade
nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce-
se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda
a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos, comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por
nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san- tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
ção. e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra-
i) comunicação de veto. ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam-
§ 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).
vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e
Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se — Forma e Estrutura
restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto) Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura
j) outras mensagens. dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência na Internet.
mensagens com:
– Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en- Fax
cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
– Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera- — Definição e Finalidade
ções e prestações interestaduais e de exportação O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for-
(Constituição, art. 155, § 2o, IV); ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen-
– Proposta de fixação de limites globais para o montante da volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa-
dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
– Pedido de autorização para operações financeiras externas conhecimento há premência, quando não há condições de envio do
(Constituição, art. 52, V); e outros. documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
Entre as mensagens menos comuns estão as de: segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário
– Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui- o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com
ção, art. 57, § 6o); o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida-
– Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da mente.
República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
– Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi- — Forma e Estrutura
lização nacional (Constituição, art. 84, XIX); Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura
– Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o
(Constituição, art. 84, XX); documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário
– Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor-
prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o); me exemplo a seguir:
– Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
tituição, art. 137); Correio Eletrônico
– Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio
ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); — Definição e finalidade
– Proposta de modificação de projetos de leis financeiras Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade,
(Constituição, art. 166, § 5o); transformou-se na principal forma de comunicação para transmis-
– Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem são de documentos.
despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re-
jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, — Forma e Estrutura
§ 8o); Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
– Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi- flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es-
cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí-

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LÍNGUA PORTUGUESA
vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e (D) oração coordenada sindética conclusiva.
Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio (E) oração coordenada sindética explicativa.
eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or-
ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente. 5. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI-
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe- NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser
rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al- um processo de observação cristalina para assumir um discurso de
gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de nada retratam as necessidades de populações distintas.”.
leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe- A oração grifada no trecho acima classifica-se como:
dido de confirmação de recebimento. (A) subordinada substantiva predicativa;
(B) subordinada adjetiva restritiva;
—Valor documental (C) subordinada substantiva subjetiva;
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de (D) subordinada substantiva objetiva direta;
correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser (E) subordinada adjetiva explicativa.
aceito como documento original, é necessário existir certificação di-
gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida 6. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No
em lei. trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como:
“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia,
mas nunca à custa de nossos filhos...”
EXERCÍCIOS (A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sin-
dética adversativa;
1. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração (B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética ex-
e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um plicativa;
(a): (C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver-
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças bial concessiva;
americanas, entre na fila.” (D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada
(A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e sindética adversativa;
subordinadas. (E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial con-
(B) Período, composto por três orações. cessiva.
(C) Oração, pois possui sentido completo.
(D) Período, pois é composto por frases e orações. 7. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No perío-
do “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um
2. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS – governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a
2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não história.”, a oração sublinhada é classificada como:
dormiu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segun- (A) coordenada assindética;
da oração. (B) subordinada substantiva completiva nominal;
(A) Oração coordenada assindética aditiva. (C) subordinada substantiva objetiva indireta;
(B) Oração coordenada sindética aditiva. (D) subordinada substantiva apositiva.
(C) Oração coordenada sindética adversativa.
(D) Oração coordenada sindética explicativa. 8. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberdades
(E) Oração coordenada sindética alternativa. ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a nossa
Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase aci-
3. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia a ma, na ordem dada, as expressões:
seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer (A) a que – de que;
exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas (B) de que – com que;
orações. (C) a cujas – de cujos;
(A) Oração coordenada assindética e oração coordenada (D) à que – em que;
adversativa. (E) em que – aos quais.
(B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva.
(C) Oração coordenada assindética e oração coordenada 9. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008)
aditiva. Assinale o trecho que apresenta erro de regência.
(D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu- (A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de
tiva. crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fe-
(E) Oração coordenada assindética e oração coordenada cha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a
adverbial consecutiva. maior taxa registrada na última década.
(B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que
4. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Anali- serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a
se sintaticamente a oração em destaque: conhecida Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen- (C) Não há dúvida de que os números são bons, num momento
sados” (Machado de Assis). em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal. que se revela queda no desemprego e até se anuncia a am-
(B) oração subordinada adverbial causal. pliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de
(C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida. novas fontes de petróleo.

37
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente, (C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin-
percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuí- tética (en + trist + ecer);
da a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação (D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi-
menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina. xal (des + entristecer);
(E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia, (E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti-
com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro ca (des + entristecer).
da América Latina, o organismo internacional está atribuindo
um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do 14. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
que o do Brasil. 2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra
formada por derivação:
10. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – (A) parassintética;
2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor- (B) prefixal;
reta. (C) sufixal;
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo. (D) imprópria;
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros. (E) regressiva.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que
35% deles fosse despejado em aterros. 15. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo. artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta (A) pronome;
de lixo. (B) adjetivo;
(C) advérbio;
11. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012) (D) substantivo;
Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações (E) preposição.
de concordância no texto abaixo.
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou 16. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação
um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucra- morfológica do pronome “alguém” (l. 44).
tividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favo- (A) Pronome demonstrativo.
ráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, de- (B) Pronome relativo.
flacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as (C) Pronome possessivo.
receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição (D) Pronome pessoal.
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Finan- (E) Pronome indefinido.
ciamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de
salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa 17. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital, lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF. nhados classificam-se, respectivamente, em
(A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
plural em “deflacionados”.
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
em “Elevaram-se”.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
regras de concordância com “economia”.
(D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de
18. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série
singular em “fez aumentar”.
em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras:
(E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância
com “relevantes”. (A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra-
-vermelho.
12. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) – (B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in-
2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo fra-assinado.
mesmo processo de formação é: (C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico.
(A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso; (D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
(B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer; trarregra.
(C) deslealdade, colunista, incrível; (E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra-
(D) anoitecer, festeiro, infeliz; -mencionado.
(E) reeducação, dignidade, enriquecer.
19. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL –
13. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL – 2003) Indique o item em que todas as palavras estão corretamente
2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso empregadas e grafadas.
cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação (A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po-
utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de
palavra primitiva foi formada respectivamente é: qualquer excesso e violência.
(A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté- (B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata-
tica (en + trist + ecer); mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem
(B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo
(en + triste + cer); isso, num modo de intervenção específico.

38
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o (E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento sistema.
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol-
ta que ambos possam suscitar. 25. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade
(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po- é a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o se fundamenta em intertextualidade é:
corpo dos supliciados. (A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um há muito tempo.”
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con- (B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua mete onde não é chamada.”
organização em delinqüência. (C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente
mesmo!”
20. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR (D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,
– 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é: tudo bem.”
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade (E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”
extraordinária de imitar vários estilos musicais.
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti- Leia o texto abaixo para responder a questão.
mentos pessoais por meio de sua música. A lama que ainda suja o Brasil
(C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
composições do músico na cultura ocidental.
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compositor A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um
termina em uma cena de reconciliação entre os personagens. dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei-
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração. um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
21. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alter- peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam-
nativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão. pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”. anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”. ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de
(C) “sérios”, “potência”, “após”. que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
(D) “Goiás”, “já”, “vários”. funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro,
(E) “solidária”, “área”, “após”. coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica,
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
22. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA- se tornou uma bomba relógio na região.”
TIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo ex- Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris-
clusivo de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se-
objetivo é a seguinte: gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos
(A) pôr. 16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições
(B) ilhéu. de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar
(C) sábio. órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
(D) também. Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015,
(E) lâmpada. do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco
23. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL regulatório da mineração, por sua vez, também concede priorida-
– 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen- de à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos ju-
te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase. diciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos. Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta. o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
(C) Pretendo viajar a Paraíba. FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+-
(D) Ele gosta de bife à cavalo. QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL

24. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração 26. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
“Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata- I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se fato.
a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser gênero textual editorial.
marcada com o acento, EXCETO em: III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
(A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema. que se trata de uma reportagem.
(B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
eleitorado pelo resultado final. se trata de um editorial.
(C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do siste-
ma. Analise as assertivas e responda:
(D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú- (A) Somente a I é correta.
vel. (B) Somente a II é incorreta.

39
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) Somente a III é correta A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
(D) A III e IV são corretas. agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
27. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
ainda suja o Brasil”: tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
no desenvolvimento do assunto. costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro- que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
blemas no uso de conjunções e preposições. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para
de palavras e da ordem sintática. dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
temática e bom uso dos recursos coesivos. alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha,
perguntou-lhe:
Analise as assertivas e responda: — Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da
(A) Somente a I é correta. baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que
(B) Somente a II é incorreta. vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
(C) Somente a III é correta. a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
(D) Somente a IV é correta. Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça
Leia o texto abaixo para responder as questões. grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda,
aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai go-
UM APÓLOGO zar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que
Machado de Assis. não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis-
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola- muita linha ordinária!
da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
— Deixe-me, senhora. 28. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona-
com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique
der na cabeça. a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. elementos dos textos:
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
que quem os cose sou eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
daço ao outro, dou feição aos babados…
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en- e mando...” (L.14-15)
fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
isto uma cor poética. E dizia a agulha: abaixo e acima.” (L.25-26)
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
e acima… Onde me espetam, fico.” (L.40-41)

40
LÍNGUA PORTUGUESA
29. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros 13 A
valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade,
pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que 14 D
os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi- 15 A
nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
(A) dimensão e pejoratividade; 16 E
(B) afetividade e intensidade; 17 B
(C) afetividade e dimensão;
18 D
(D) intensidade e dimensão;
(E) pejoratividade e afetividade. 19 B
20 C
30. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna- 21 A
tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi- 22 A
vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
(A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa 23 A
ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11) 24 D
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
25 E
Agulha não tem cabeça.” (L.06)
(C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um 26 C
pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13) 27 D
(D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
nária!” (L.43) 28 E
(E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?” 29 D
(L.25)
30 D
31. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo 31 D
metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente
de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre-
sente no texto:
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho; ANOTAÇÕES
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho, ______________________________________________________
cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole- ______________________________________________________
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do
sujeito. ______________________________________________________
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
______________________________________________________
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

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1 B ______________________________________________________
2 C
______________________________________________________
3 C
4 E ______________________________________________________

5 A ______________________________________________________
6 D
______________________________________________________
7 B
______________________________________________________
8 A
9 D ______________________________________________________
10 E ______________________________________________________
11 A
______________________________________________________
12 A
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41
LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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ÉTICA
1. Ética no serviço público em todo o seu teor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Ética e Moral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3. Ética, Princípios e Valores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
4. Ética e Democracia – Exercício da Cidadania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
5. Ética e Função Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
6. Princípios do Direito Administrativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
ÉTICA
vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO EM TODO O SEU TEOR possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou
daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não
Dimensões da qualidade nos deveres dos servidores públicos basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão
Os direitos e deveres dos servidores públicos estão descritos na seja ético, acima de tudo .
Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990. O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões
Entre os deveres (art. 116), há dois que se encaixamno paradig- éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou
ma do atendimentoe do relacionamento que tem como foco prin- seja, de caráter público, e sua relação com o público. A questão da
cipal o usuário. ética pública está diretamente relacionada aos princípios funda-
São eles: mentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito, de
- “atender com presteza ao público em geral, prestando as in- “Norma Fundamental”, uma norma hipotética com premissas ideo-
formações requeridas” e lógicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao
- “tratar com urbanidade as pessoas”. comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, podemos
invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da
Presteza e urbanidade nem sempre são fáceis de avaliar, uma boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e es-
vez que não têm o mesmo sentido para todas as pessoas, como senciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembran-
demonstram as situações descritas a seguir. do inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, “bem viver”.
• Serviços realizados em dois dias úteis, por exemplo, podem Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoali-
não corresponder às reais necessidades dos usuários quanto ao dade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público
e seus servidores devem primar pela questão da “impessoalidade”,
prazo.
deixando claro que o termo é sinônimo de “igualdade”, esta sim é a
• Um atendimento cortês não significa oferecer ao usuário
questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes,
aquilo que não se pode cumprir. Para minimizar as diferentes inter-
não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e
pretações para esses procedimentos, uma das opções é a utilização
expresso, “todos são iguais perante a lei”.
do bom senso:
E também a ideia de impessoalidade, supõe uma distinção
• Quanto à presteza, o estabelecimento de prazos para a en-
entre aquilo que é público e aquilo que é privada (no sentido do
trega dos serviços tanto para os usuários internos quanto para os
interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os in-
externos pode ajudar a resolver algumas questões. teresses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar
• Quanto à urbanidade, é conveniente que a organização inclua abertamente nos meios de comunicação, seja pelo rádio, televisão,
tal valor entre aqueles que devem ser potencializados nos setores jornais e revistas, que este é um dos principais problemas que cer-
em que os profissionais que ali atuam ainda não se conscientizaram cam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar acima
sobre a importância desse dever. de seus interesses.
Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de
Não é à toa que as organizações estão exigindo habilidades igualdade), sem falar de moralidade. Esta também é um dos prin-
intelectuais e comportamentais dos seus profissionais, além de cipais valores que define a conduta ética, não só dos servidores
apurada determinação estratégica. Entre outros requisitos, essas públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o or-
habilidades incluem: denamento jurídico podemos identificar que a falta de respeito ao
- atualização constante; padrão moral, implica, portanto, numa violação dos direitos do ci-
- soluções inovadoras em resposta à velocidade das mudanças; dadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons
- decisões criativas, diferenciadas e rápidas; costumes em uma sociedade.
- flexibilidade para mudar hábitos de trabalho; A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil
- liderança e aptidão para manter relações pessoais e profis- para se reproduzir, pois o comportamento de autoridades públicas
sionais; está longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre devido
- habilidade para lidar com os usuários internos e externos. a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e especial-
mente, por falta de mecanismos de controle e responsabilização
Encerramos esse tópico com o trecho de um texto de Andrés adequada dos atos antiéticos.
Sanz Mulas: A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade
“Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário nesta situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos
realizar as seguintes tarefas, entre outras: e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do
- Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra Pode Público.
a legitimidade social; Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá, de-
- Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e vido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce
quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo; sua cidadania. A cidadania Segundo Milton Santos “é como uma lei”,
- Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu isto é, ela existe, mas precisa ser descoberta, aprendida, utilizada e
conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va- reclamada e só evolui através de processos de luta. Essa evolução
lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acerta- surge quando o cidadão adquire esse status, ou seja, quando passa
damente em relação à meta eleita; a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garante um padrão de
- Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear os impulsos
se está imerso; sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a cidadania
- Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às deve se valer contra ele, e imperar através de cada pessoa. Porém
pessoas.” Milton Santos questiona se “há cidadão neste país”? Pois para ele
desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais e ao longo da
Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em cor- vida e também da sociedade, conceitos morais que vão sendo con-
rupção, extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos testados posteriormente com a formação de ideias de cada um, po-
ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na rém a maioria das pessoas não sabe se são ou não cidadãos.

1
ÉTICA
A educação seria o mais forte instrumento na formação de ci- de sua atividade profissional”, ou seja, a manutenção em segredo
dadão consciente para a construção de um futuro melhor. de toda e qualquer informação que tenha valor para a organização
No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e é responsabilidade do profissional que teve acesso à essa informa-
sem princípios éticos que convivem todos os dias com mandos e ção, podendo esse profissional que ferir esse sigilo responder até
desmandos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a mesmo criminalmente.
assimilar por este rol “cultural” de aproveitamento em beneficio
próprio. Uma pessoa é ética quando se orienta por princípios e convic-
ções.

ÉTICA E MORAL
ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES
São duas ciências de conhecimento que se diferenciam, no en-
tanto, tem muitas interligações entre elas. Princípios, Valores e Virtudes
A moral se baseia em regras que fornecem uma certa previ- Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados uni-
são sobre os atos humanos. A moral estabelece regras que devem versais que definem as regras pela qual uma sociedade civilizada
ser assumidas pelo homem, como uma maneira de garantia do seu deve se orientar.
bem viver. A moral garante uma identidade entre pessoas que po- Em qualquer lugar do mundo, princípios são incontestáveis,
dem até não se conhecer, mas utilizam uma mesma refêrencia de pois, quando adotados não oferecem resistência alguma. Enten-
Moral entre elas. de-se que a adoção desses princípios está em consonância com o
A Ética já é um estudo amplo do que é bem e do que é mal. pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração da consti-
O objetivo da ética é buscar justificativas para o cumprimento das tuição de um país quanto para acordos políticos entre as nações ou
regras propostas pela Moral. É diferente da Moral, pois não estabe- estatutos de condomínio.
lece regras. A reflexão sobre os atos humanos é que caracterizam o O princípios se aplicam em todas as esferas, pessoa, profissio-
ser humano ético. nal e social, eis alguns exemplos: amor, felicidade, liberdade, paz e
Ter Ética é fazer a coisa certa com base no motivo certo. plenitude são exemplos de princípios considerados universais.
Ter Ética é ter um comportamento que os outros julgam como Como cidadãos – pessoas e profissionais -, esses princípios fa-
correto. zem parte da nossa existência e durante uma vida estaremos lutan-
A noção de Ética é, portanto, muito ampla e inclui vários princí- do para torná-los inabaláveis. Temos direito a todos eles, contudo,
pios básicos e transversais que são: por razões diversas, eles não surgem de graça. A base dos nossos
1. O da Integridade – Devemos agir com base em princípios e princípios é construída no seio da família e, em muitos casos, eles
valores e não em função do que é mais fácil ou do que nos trás mais se perdem no meio do caminho.
benefícios De maneira geral, os princípios regem a nossa existência e são co-
2. O da Confiança/Credibilidade – Devemos agir com coerência muns a todos os povos, culturas, eras e religiões, queiramos ou não.
e consistência, quer na ação, quer na comunicação. Quem age diferente ou em desacordo com os princípios universais aca-
3. O da Responsabilidade – Devemos assumir a responsabilida- ba sendo punido pela sociedade e sofre todas as consequências.
de pelos nossos atos, o que implica, cumprir com todos os nossos Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos ou
deveres profissionais. mantidos por determinado indivíduo, classe ou sociedade, por-
4. O de Justiça – As nossas decisões devem ser suportadas, tanto, em geral, dependem basicamente da cultura relacionada com o
transparentes e objetivas, tratando da mesma forma, aquilo que é ambiente onde estamos inseridos. É comum existir certa confusão entre
igual ou semelhante. valores e princípios, todavia, os conceitos e as aplicações são diferentes.
5. O da Lealdade – Devemos agir com o mesmo espírito de leal- Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos e,
dade profissional e de transparência, que esperamos dos outros. acima de tudo, contestáveis. O que vale para você não vale neces-
6. O da Competência – Devemos apenas aceitar as funções sariamente para os demais colegas de trabalho. Sua aplicação pode
para as quais tenhamos os conhecimentos e a experiência que o ou não ser ética e depende muito do caráter ou da personalidade
exercício dessas funções requer. da pessoa que os adota.
7. O da Independência – Devemos assegurar, no exercício de Na prática, é muito mais simples ater-se aos valores do que
funções de interesse público, que as nossas opiniões, não são in- aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os valores com-
fluenciadas, por fatores alheios a esse interesse público. pletamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro, sucesso,
luxo e riqueza – estão na ordem do dia, infelizmente. Todos os dias
Abaixo, alguns Desafios Éticos com que nos defrontamos dia- somos convidados a negligenciar os princípios e adotar os valores
riamente: ditados pela sociedade.
1. Se não é proibido/ilegal, pode ser feito – É óbvio que, exis- Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do es-
tem escolhas, que embora, não estando especificamente referidas, pírito, as quais, por um esforço da vontade, inclinam à prática do
na lei ou nas normas, como proibidas, não devem ser tomadas. bem. Aristóteles afirmava que há duas espécies de virtudes: a inte-
2. Todos os outros fazem isso – Ao longo da história da humani- lectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e
dade, o homem esforçou-se sempre, para legitimar o seu compor- crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao
tamento, mesmo quando, utiliza técnicas eticamente reprováveis. passo que a virtude moral é adquirida com o resultado do hábito.
Segundo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge em
Nas organizações, é a ética no gerenciamento das informações nós por natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser
que vem causando grandes preocupações, devido às consequências alterado pela força do hábito, portanto, virtudes nada mais são do
que esse descuido pode gerar nas operações internas e externas. que hábitos profundamente arraigados que se originam do meio
Pelo Código de Ética do Administrador capítulo I, art. 1°, inc. II, um onde somos criados e condicionados através de exemplos e com-
dos deveres é: “manter sigilo sobre tudo o que souber em função portamentos semelhantes.

2
ÉTICA
Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por agonizava para deliberar sobre decisões de comum acordo). Dentro
exemplo, conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar desta concepção surge a democracia grega, onde somente 10% da
valores como a supremacia da raça ariana, a aniquilação da oposi- população determinava os destinos de toda a Cidade (eram excluí-
ção e a dominação pela força. dos os escravos, mulheres e artesãos).
No mundo corporativo não é diferente. Embora a convivência Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade
seja, por vezes, insuportável, deparamo-nos com profissionais que para melhorar suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é nunca
atropelam os princípios, como se isso fosse algo natural, um meio se esquecer das pessoas que mais necessitam. A cidadania deve ser
de sobrevivência, e adotam valores que nada tem a ver com duas divulgada através de instituições de ensino e meios de comunicação
grandes necessidades corporativas: a convivência pacífica e o espí- para o bem estar e desenvolvimento da nação. A cidadania consiste
rito de equipe. Nesse caso, virtude é uma palavra que não faz parte desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os muros, res-
do seu vocabulário e, apesar da falta de escrúpulo, leva tempo para peitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim como to-
destituí-los do poder. das às outras pessoas), não destruir telefones públicos, saber dizer
Valores e virtudes baseados em princípios universais são inego- obrigado, desculpe, por favor, e bom dia quando necessário... até
ciáveis e, assim como a ética e a lealdade, ou você tem, ou não tem. saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas necessitadas,
Entretanto, conceitos como liberdade, felicidade ou riqueza não o direito das crianças carentes e outros grandes problemas que en-
podem ser definidos com exatidão. Cada pessoa tem recordações, frentamos em nosso mundo.
experiências, imagens internas e sentimentos que dão um sentido “A revolta é o último dos direitos a que deve um povo livre bus-
especial e particular a esses conceitos. car, para garantir os interesses coletivos: mas é também o mais im-
O importante é que você não perca de vista esses conceitos perioso dos deveres impostos aos cidadãos.” (Juarez Távora - Militar
e tenha em mente que a sua contribuição, no universo pessoal e e político brasileiro)
profissional, depende da aplicação mais próxima possível do senso Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e
de justiça. E a justiça é uma virtude tão difícil, e tão negligenciada, sociais estabelecidos na constituição. Os direitos e deveres de um
que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-la, portanto, lute cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que ao cumprirmos
pelos princípios que os valores e as virtudes fluirão naturalmente. nossas obrigações permitimos que o outro exerça também seus
direitos. Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e
obrigações e lutar para que sejam colocados em prática. Exercer
a cidadania é estar em pleno gozo das disposições constitucionais.
ÉTICA E DEMOCRACIA – EXERCÍCIO DA CIDADANIA Preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos
da educação de um país.
Ética e democracia: exercício da cidadania A Constituição da República Federativa do Brasil foi promul-
A ética é construída por uma sociedade com base nos valores gada em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia Nacional Consti-
históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma tuinte, composta por 559 congressistas (deputados e senadores).
ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade A Constituição consolidou a democracia, após os anos da ditadura
e seus grupos. militar no Brasil.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos A cidadania está relacionada com a participação social, porque
de ética. remete para o envolvimento em atividades em associações cultu-
Cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e rais (como escolas) e esportivas.
deveres e participa ativamente de todas as questões da sociedade.
É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se Deveres do cidadão
de uma palavra usada todos os dias, com vários sentidos. Mas hoje - Votar para escolher os governantes;
significa, em essência, o direito de viver decentemente. - Cumprir as leis;
Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É - Educar e proteger seus semelhantes;
poder votar em quem quiser sem constrangimento. É poder pro- - Proteger a natureza;
cessar um médico que age de negligencia. É devolver um produto - Proteger o patrimônio público e social do País.
estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro,
índio, homossexual, mulher sem ser descriminado. De praticar uma Direitos do cidadão
religião sem se perseguido. - Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência so-
Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios cial, lazer, entre outros;
de cidadania: respeitar o sinal vermelho no transito, não jogar papel - O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas pre-
na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comporta- cisa assinar o que disse e escreveu;
mento está o respeito ao outro. - Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e na sua
No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da palavra ação na cidade;
civita, que em latim significa cidade, e que tem seu correlato grego - O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício ou
na palavra politikos – aquele que habita na cidade. profissão, mas a lei pode pedir estudo e diploma para isso;
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “ci- - Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e
dadania é a qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cida- tirar cópia, e esse direito passa para os seus herdeiros;
dão “o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado, - Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus
ou no desempenho de seus deveres para com este”. herdeiros;
Cidadania é a pertença passiva e ativa de indivíduos em um - Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade
estado - nação com certos direitos e obrigações universais em um para outra, ficar ou sair do país, obedecendo à lei feita para isso.
específico nível de igualdade (Janoski, 1998). No sentido atenien-
se do termo, cidadania é o direito da pessoa em participar das A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas
decisões nos destinos da Cidade através da Ekklesia (reunião dos que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta. Tradicio-
chamados de dentro para fora) na Ágora (praça pública, onde se nalmente ela é entendida como um estudo ou uma reflexão, cientí-

3
ÉTICA
fica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes - Publicidade - Publicidade é a divulgação oficial do ato para
ou sobre as ações humanas. Mas também chamamos de ética a conhecimento público e início de seus efeitos externos. (...) O prin-
própria vida, quando conforme aos costumes considerados corre- cípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de
tos. A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento
ser a própria realização de um tipo de comportamento. e controle pelos interessados diretos e pelo povo em geral, através
Enquanto uma reflexão científica, que tipo de ciência seria a dos meios constitucionais (...)
ética? Tratando de normas de comportamentos, deveria chamar-se - Eficiência – O princípio da eficiência exige que a atividade
uma ciência normativa. Tratando de costumes, pareceria uma ciên- administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimen-
cia descritiva. Ou seria uma ciência de tipo mais especulativo, que to funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa,
tratasse, por exemplo, da questão fundamental da liberdade? que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legali-
Que outra ciência estuda a liberdade humana, enquanto tal, e dade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satis-
em suas realizações práticas? Onde se situa o estudo que pergunta fatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus
se existe a liberdade? E como ele deveria ser definida teoricamente, membros. (...).”
a como deveria ser vivida, praticamente? Ora, ligado ao problema
da liberdade, aparece sempre o problema do bem e do mal, e o Função pública é a competência, atribuição ou encargo para o
problema da consciência moral e da lei, e vários outros problemas exercício de determinada função. Ressalta-se que essa função não
deste tipo. é livre, devendo, portanto, estar o seu exercício sujeito ao interesse
público, da coletividade ou da Administração. Segundo Maria Sylvia
Z. Di Pietro, função “é o conjunto de atribuições às quais não corres-
ponde um cargo ou emprego”.
ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA No exercício das mais diversas funções públicas, os servidores,
além das normatizações vigentes nos órgão e entidades públicas
E na Administração Pública, qual o papel da ética? que regulamentam e determinam a forma de agir dos agentes pú-
Uma vez que é através das atividades desenvolvidas pela Ad- blicos, devem respeitar os valores éticos e morais que a sociedade
ministração Pública que o Estado alcança seus fins, seus agentes impõe para o convívio em grupo. A não observação desses valores
públicos são os responsáveis pelas decisões governamentais e pela acarreta uma série de erros e problemas no atendimento ao públi-
execução dessas decisões. co e aos usuários do serviço, o que contribui de forma significativa
Para que tais atividades não desvirtuem as finalidades estatais para uma imagem negativa do órgão e do serviço.
a Administração Pública se submete às normas constitucionais e às Um dos fundamentos que precisa ser compreendido é o de que
leis especiais. Todo esse aparato de normas objetiva a um compor- o padrão ético dos servidores públicos no exercício de sua função
tamento ético e moral por parte de todos os agentes públicos que pública advém de sua natureza, ou seja, do caráter público e de sua
servem ao Estado. relação com o público.
O servidor deve estar atento a esse padrão não apenas no exer-
Princípios constitucionais que balizam a atividade administra- cício de suas funções, mas 24 horas por dia durante toda a sua vida.
tiva: O caráter público do seu serviço deve se incorporar à sua vida priva-
Devemos atentar para o fato de que a Administração deve pau- da, a fim de que os valores morais e a boa-fé, amparados constitu-
tar seus atos pelos princípios elencados na Constituição Federal, em cionalmente como princípios básicos e essenciais a uma vida equili-
seu art. 37 que prevê: “A administração pública direta e indireta de brada, se insiram e seja uma constante em seu relacionamento com
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e os colegas e com os usuários do serviço.
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Po-
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. der Executivo Federal estabelece no primeiro capítulo valores que
Quanto aos citados princípios constitucionais, o entendimento vão muito além da legalidade.
do doutrinador pátrio Hely Lopes Meirelles é o seguinte: II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento
“- Legalidade - A legalidade, como princípio da administração ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o
(CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e§ 4°,
sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade dis- da Constituição Federal.
ciplinar, civil e criminal, conforme o caso. (...) Cumprir as leis e ser ético em sua função pública. Se ele cum-
- Impessoalidade – O princípio da impessoalidade, (...), nada prir a lei e for antiético, será considerada uma conduta ilegal, ou
mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao admi- seja, para ser irrepreensível tem que ir além da legalidade.
nistrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim Os princípios constitucionais devem ser observados para que
legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa a função pública se integre de forma indissociável ao direito. Esses
ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal. Esse princípios são:
princípio também deve ser entendido para excluir a promoção pes- – Legalidade – todo ato administrativo deve seguir fielmente
soal de autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações os meandros da lei.
administrativas (...) – Impessoalidade – aqui é aplicado como sinônimo de igualda-
- Moralidade – A moralidade administrativa constitui, hoje em de: todos devem ser tratados de forma igualitária e respeitando o
dia, pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública que a lei prevê.
(...). Não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal conceito – – Moralidade – respeito ao padrão moral para não comprome-
da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como ter os bons costumes da sociedade.
“o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da – Publicidade – refere-se à transparência de todo ato público,
Administração” (...) salvo os casos previstos em lei.

4
ÉTICA
– Eficiência – ser o mais eficiente possível na utilização dos – A atuação pública deve estar guiada pelos princípios da igual-
meios que são postos a sua disposição para a execução do seu tra- dade e não discriminação. Ademais a atuação de acordo com o in-
balho. teresse público deve ser o “normal” sem que seja moral receber
retribuições diferentes da oficial que se recebe no organismo em
A GESTÃO PÚBLICA NA BUSCA DE UMA ATIVIDADE ADMINIS- que se trabalha;
TRATIVA ÉTICA – O funcionário deve atuar sempre como servidor público e
Com a vigência da Carta Constitucional de 1988, a Administra- não deve transmitir informação privilegiada ou confidencial. O fun-
ção Pública em nosso país passou a buscar uma gestão mais eficaz e cionário como qualquer outro profissional, deve guardar o sigilo de
moralmente comprometida com o bem comum, ou seja, uma ges- ofício;
tão ajustada aos princípios constitucionais insculpidos no artigo 37 – O interesse coletivo no Estado social e democrático de Direito
da Carta Magna. existe para ofertar aos cidadãos um conjunto de condições que tor-
Para isso a Administração Pública vem implementando políti- ne possível seu aperfeiçoamento integral e lhes permita um exer-
cas públicas com enfoque em uma gestão mais austera, com revisão cício efetivo de todos os seus direitos fundamentais. Para tanto, os
de métodos e estruturas burocráticas de governabilidade. funcionários devem ser conscientes de sua função promocional dos
Aliado a isto, temos presenciado uma nova gestão preocupada poderes públicos e atuar em consequência disto. (tradução livre).”
com a preparação dos agentes públicos para uma prestação de ser-
viços eficientes que atendam ao interesse público, o que engloba Por outro lado, a nova gestão pública procura colocar à dis-
uma postura governamental com tomada de decisões políticas res- posição do cidadão instrumentos eficientes para possibilitar uma
ponsáveis e práticas profissionais responsáveis por parte de todo o fiscalização dos serviços prestados e das decisões tomadas pelos
funcionalismo público. governantes. As ouvidorias instituídas nos Órgãos da Administração
Neste sentido, Cristina Seijo Suárez e Noel Añez Tellería, em ar- Pública direta e indireta, bem como junto aos Tribunais de Contas
tigo publicado pela URBE, descrevem os princípios da ética pública, e os sistemas de transparência pública que visam a prestar infor-
que, conforme afirmam, devem ser positivos e capazes de atrair ao mações aos cidadãos sobre a gestão pública são exemplos desses
serviço público, pessoas capazes de desempenhar uma gestão vol- instrumentos fiscalizatórios.
tada ao coletivo. São os seguintes os princípios apresentados pelas Tais instrumentos têm possibilitado aos Órgãos Públicos res-
autoras: ponsáveis pela fiscalização e tutela da ética na Administração
– Os processos seletivos para o ingresso na função pública de- apresentar resultados positivos no desempenho de suas funções,
vem estar ancorados no princípio do mérito e da capacidade, e não cobrando atitudes coadunadas com a moralidade pública por parte
só o ingresso como carreira no âmbito da função pública; dos agentes públicos. Ressaltando-se que, no sistema de controle
– A formação continuada que se deve proporcionar aos funcio- atual, a sociedade tem acesso às informações acerca da má gestão
nários públicos deve ser dirigida, entre outras coisas, para transmi- por parte de alguns agentes públicos ímprobos.
tir a ideia de que o trabalho a serviço do setor público deve realizar- Entretanto, para que o sistema funcione de forma eficaz é ne-
-se com perfeição, sobretudo porque se trata de trabalho realizado cessário despertar no cidadão uma consciência política alavancada
em benefícios de “outros”; pelo conhecimento de seus direitos e a busca da ampla democracia.
– A chamada gestão de pessoal e as relações humanas na Ad- Tal objetivo somente será possível através de uma profunda
ministração Pública devem estar presididas pelo bom propósito e mudança na educação, onde os princípios de democracia e as no-
uma educação esmerada. O clima e o ambiente laboral devem ser ções de ética e de cidadania sejam despertados desde a infância,
positivos e os funcionários devem se esforçar para viver no cotidia- antes mesmo de o cidadão estar apto a assumir qualquer função
no esse espírito de serviço para a coletividade que justifica a própria pública ou atingir a plenitude de seus direitos políticos.
existência da Administração Pública; Pode-se dizer que a atual Administração Pública está desper-
– A atitude de serviço e interesse visando ao coletivo deve ser tando para essa realidade, uma vez que tem investido fortemente
o elemento mais importante da cultura administrativa. A mentali- na preparação e aperfeiçoamento de seus agentes públicos para
dade e o talento se encontram na raiz de todas as considerações que os mesmos atuem dentro de princípios éticos e condizentes
sobre a ética pública e explicam por si mesmos, a importância do com o interesse social.
trabalho administrativo; Além, dos investimentos em aprimoramento dos agentes pú-
– Constitui um importante valor deontológico potencializar o blicos, a Administração Pública passou a instituir códigos de ética
orgulho são que provoca a identificação do funcionário com os fins para balizar a atuação de seus agentes. Dessa forma, a cobrança de
do organismo público no qual trabalha. Trata-se da lealdade ins- um comportamento condizente com a moralidade administrativa é
titucional, a qual constitui um elemento capital e uma obrigação mais eficaz e facilitada.
central para uma gestão pública que aspira à manutenção de com- Outra forma eficiente de moralizar a atividade administrativa
portamentos éticos; tem sido a aplicação da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº
– A formação em ética deve ser um ingrediente imprescindí- 8.429/92) e da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº
vel nos planos de formação dos funcionários públicos. Ademais se 101/00) pelo Poder Judiciário, onde o agente público que desvia sua
devem buscar fórmulas educativas que tornem possível que esta atividade dos princípios constitucionais a que está obrigado respon-
disciplina se incorpore nos programas docentes prévios ao acesso à de pelos seus atos, possibilitando à sociedade resgatar uma gestão
função pública. Embora, deva estar presente na formação contínua sem vícios e voltada ao seu objetivo maior que é o interesse social.
do funcionário. No ensino da ética pública deve-se ter presente que Assim sendo, pode-se dizer que a atual Administração Pública
os conhecimentos teóricos de nada servem se não se interiorizam está caminhando no rumo de quebrar velhos paradigmas consubs-
na práxis do servidor público; tanciados em uma burocracia viciosa eivada de corrupção e desvio
– O comportamento ético deve levar o funcionário público à de finalidade. Atualmente se está avançando para uma gestão pú-
busca das fórmulas mais eficientes e econômicas para levar a cabo blica comprometida com a ética e a eficiência.
sua tarefa;

5
ÉTICA
Para isso, deve-se levar em conta os ensinamentos de Andrés → Supremacia do Interesse Público: Também denominado
Sanz Mulas que em artigo publicado pela Escuela de Relaciones supremacia do interesse público sobre o privado, o supraprincípio
Laborales da Espanha, descreve algumas tarefas importantes que invoca a necessidade da sobreposição dos interesses da coletivida-
devem ser desenvolvidas para se possa atingir ética nas Adminis- de sobre os individuais. A defesa do interesse público confere ao
trações. Estado uma série de prerrogativas (‘‘vantagens’’ atribuídas pelo
“Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário Direito Público) que permite uma atuação desigual em relação ao
realizar as seguintes tarefas, entre outras: particular.
– Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra São exemplos de prerrogativas da Administração Pública: A
a legitimidade social; imprescritibilidade dos bens públicos, ou seja, a impossibilidade
– Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e de aquisição de bens da Administração Pública mediante ação de
quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo; usucapião; a possibilidade que a Administração Pública possui de
– Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu rescindir os contratos administrativos de forma unilateral, ou seja,
conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va- independente da expressão de vontade do particular contratado; a
lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acerta- possibilidade de requisitar os bens dos particulares mediante situa-
damente em relação à meta eleita; ção de iminente perigo para população, entre outros.
– Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que
se está imerso; → Indisponibilidade do Interesse Público: O supraprincípio da
– Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às indisponibilidade do interesse público tem como principal função
pessoas.” orientar a atuação dos agentes públicos, que, no exercício da fun-
ção administrativa, devem atuar em nome e em prol dos interesses
da Administração Pública. Indisponibilidade significa que os agentes
públicos não poderão renunciar poderes (que são também deveres)
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO e competências a eles atribuídos em prol da consecução do interes-
se público.
Alexandre Mazza (2017) define princípios como sendo regras Ademais, uma vez que o agente público goza das prerrogativas
condensadoras dos valores fundamentais de um sistema, cuja fun- de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a indis-
ção é informar e enformar o ordenamento jurídico e o modo de ponibilidade do interesse público, a fim de impedir que tais prerro-
atuação dos aplicadores e intérpretes do direito. De acordo com o gativas sejam desvirtuadas e utilizadas para a consecução de inte-
resses privados, impõe limitações à atuação dos agentes públicos.
administrativista, a função de informar deve-se ao fato de que os
São exemplos de limitações impostas aos agentes públicos: A
princípios possuem um núcleo valorativo essencial da ordem jurídi-
necessidade de aprovação em concurso público para o provimen-
ca, ao passo que a função de enformar é caracterizada pelos contor-
to dos cargos públicos e a necessidade do procedimento licitatório
nos que conferem a determinada seara jurídica.
para contratação de serviços e aquisição de bens para Administra-
Mazza (2017) atribui dupla funcionalidade aos princípios, quais
ção Pública.
sejam, a função hermenêutica e a função integrativa. No que toca
a função hermenêutica, os princípios são responsáveis por esclare-
• Princípios Administrativos Clássicos:
cer o conteúdo dos demais dispositivos legais, quando os mesmos O art. 37, caput da Constituição Federal disciplina que a Ad-
se mostrarem obscuros no ato de tutela dos casos concretos. Por ministração Pública direta e indireta, tanto no que diz respeito ao
meio da função integrativa, por sua vez, os princípios cumprem a desempenho do serviço público, quanto no que concerne ao exer-
tarefa de suprir eventuais lacunas legais observadas em matérias cício da função econômica, deverá obedecer aos princípios da Le-
específicas e/ou diante das particularidades que permeiam a apli- galidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, os
cação das normas aos casos concretos. famigerados princípios do LIMPE.
Legalidade: O princípio da legalidade, no Direito Administrati-
Os princípios possuem papel importantíssimo para o Direito vo, ramo do Direito Público, possui um significado diferente do que
Administrativo. Uma vez que trata-se de ramo jurídico não codifica- apresenta no Direito Privado. Para o Direito Privado, considera-se
do, os princípios, além de exercerem função hermenêutica e inte- legal toda e qualquer conduta do indivíduo que não esteja defesa
grativa, cumprem o papel de alinhavar os dispositivos legais espar- em lei, que não contrarie a lei. Para o Direito Administrativo, legali-
sos que compõe a seara do Direito Administrativo, conferindo-lhe dade significa subordinação à lei, assim, o administrador só poderá
coerência e unicidade. atuar no momento e da maneira que a lei permite. Nesse sentido,
Os princípios do Direito Administrativo podem ser expressos, havendo omissão legislativa (lacuna legal, ausência de previsão le-
ou seja, positivados, escritos na lei, ou implícitos, não positivados, gal) em determinada matéria, o administrador não poderá atuar,
não expressamente escritos na lei. Importa esclarecer que não estará diante de uma vedação.
existe hierarquia (grau de importância ou superioridade) entre os
princípios expressos e implícitos, de forma que os últimos não são Importante! O princípio da legalidade considera a lei em senti-
inferiores aos primeiros. Prova de tal afirmação, é o fato de que os do amplo, assim, compreende-se como lei qualquer espécie norma-
dois princípios (ou supraprincípios) que dão forma o Regime Jurídi- tiva prevista pelo art. 59 da Constituição Federal.
co Administrativo, são implícitos.
Impessoalidade: O princípio da impessoalidade deve ser anali-
• Regime Jurídico Administrativo: O Regime Jurídico Admi- sado sob duas óticas, são elas:
nistrativo é formado por todos os princípios e demais dispositivos a) Impessoalidade sob a ótica da atuação da Administração
legais que compõe o Direito Administrativo. Entretanto, é correta Pública em relação aos administrados: O administrado deve pautar
a afirmação de que as bases desse regime são lançadas por dois sua atuação na não discriminação e na não concessão de privilé-
princípios centrais, ou supraprincípios, são eles: Supremacia do In- gios aos indivíduos que o ato atingirá, o que significa que sua atua-
teresse Público e Indisponibilidade do Interesse Público. ção deverá estar calcada na neutralidade e na objetividade, não na
subjetividade.

6
ÉTICA
Sobre o assunto, Matheus Carvalho (2017) cita o exemplo do Em âmbito administrativo, a ampla defesa, conforme assevera
concurso público para provimento de cargos públicos. Ao nomear Matheus Carvalho (2017), compreende tanto o direito à defesa pré-
indivíduos para ocupação dos cargos em questão, o administrador via, direito de o particular se manifestar antes da decisão adminis-
estará vinculado a lista de aprovados no certame, não podendo se- trativa, a fim de formar o convencimento do administrador, quanto
lecionar qualquer outro sujeito. à defesa técnica, faculdade (possibilidade) que o particular possui
b) Impessoalidade do administrador em relação a sua própria de constituir procurador (advogado).
atuação: A compreensão desse tópico exige a leitura do parágrafo Importante! O processo administrativo admite o duplo grau
primeiro do art. 37 da CF/88. Vejamos: ‘‘A publicidade dos atos, pro- de jurisdição, ou seja, a possibilidade de interpor recursos em face
gramas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá sentença desfavorável.
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem Inafastabilidade do Poder Judiciário (art. 5, inciso XXXV da
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’ CF/88): Insatisfeito com decisão proferida em âmbito administrati-
Do dispositivo legal supratranscrito é possível inferir que o uso vo, o particular poderá recorrer ao judiciário. Diz-se que a decisão
da máquina pública para fins de promoção pessoal de autoridades administrativa não forma Coisa Julgada Material, ou seja, não afasta
e agentes públicos constitui violação ao princípio da impessoalida- a apreciação da matéria pelo judiciário, pois, caso o fizesse, consisti-
de. Quando o agente público atua, no exercício da função adminis- ria em violação ao princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário.
trativa, o faz em nome da Administração Pública, e não em nome Ocorre que, de acordo com o princípio ora em análise, qual-
próprio. quer indivíduo que sofra lesão ou ameaça a direito, poderá, sem
Assim, se o Prefeito João do município J, durante a inauguração ressalva, recorrer ao Poder Judiciário.
de uma praça com espaço recreativo voltado para crianças, contrata Autotutela: De acordo com a súmula 473 do STF, por meio da
um carro de som para transmitir a mensagem: ‘‘ A nova praça é um autotutela, a Administração Pública pode rever os atos que pratica.
presente do Prefeito João para a criançada do município J’’, estará A autotutela pode ser provocada pelo particular interessado, por
violando o princípio da impessoalidade. meio do direito de petição, mas também pode ser exercida de ofí-
cio, ou seja, é possível que a Administração Pública reveja os atos
Moralidade: Bom trato com a máquina pública. Atuação admi- que pratica sem que seja necessária qualquer provocação.
nistrativa pautada nos princípios da ética, honestidade, probidade
e boa fé. A moralidade na Administração Pública está intimamente Motivação: É dever da Administração Pública justificar, motivar
ligada a não corrupção, não se confundindo com o conceito de mo- os atos que pratica. Isso ocorre devido ao fato de que a sociedade
ralidade na vida privada. é a real titular do interesse público e, nessa qualidade, tem o direi-
to de conhecer as questões que levaram a Administração Pública a
Publicidade: A publicidade é um mecanismo de controle dos praticar determinado ato em determinado momento. Existem ex-
atos administrativos por parte da sociedade, está associada à pres- ceções ao dever de motivar, exemplo, a nomeação e exoneração de
tação de informação da atuação pública aos administrados. A regra servidores que ocupam cargos em comissão, conforme disciplina o
é que a atuação administrativa seja pública, viabilizando, assim, o art. 40,§13 da CF/88.
controle da sociedade. Entretanto, o princípio em questão não é O princípio da motivação é tratado pelos seguintes dispositivos
absoluto, admitindo exceções previstas em lei. Dessa forma, em legais:
situações em que devam ser preservadas a segurança nacional, Art. 50 da lei 9.784/99 ‘‘ Os atos administrativos deverão ser
relevante interesse coletivo e intimidade, honra e vida privada, o motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.’’
princípio da publicidade será afastado. 50, §1° da lei 9.784/99‘‘A motivação deve ser explícita, clara e
Ademais, cumpre advertir que a publicidade é requisito de efi- congruente, podendo consistir em declaração de concordância com
cácia dos atos administrativos que se voltam para a sociedade, de fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
forma que os mesmos não poderão produzir efeitos enquanto não propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.’’
publicados. Ex: Proibição de levar animais e andar de bicicleta em O parágrafo primeiro do artigo cinquenta, de acordo com Ma-
praça (bem público) recentemente inaugurada só será eficaz me- theus Carvalho (2017) diz respeito à motivação aliunde, que como
diante placa com o aviso. o próprio dispositivo legal denuncia, ocorre quando o administra-
dor recorre a motivação de atos anteriormente praticados para jus-
Eficiência (Inserido pela Emenda Constitucional 19/98): De tificar o ato que expedirá.
acordo com esse princípio, a Administração Pública deve atingir
os melhores resultados possíveis com o mínimo de gastos, ou seja, Continuidade (Lei 8987/95): De acordo com o princípio da con-
produzir mais utilizando menos. Com a eficiência, deseja-se rapi- tinuidade, a atividade administrativa deve ser contínua e não pode
dez, qualidade, presteza e menos desperdício de recursos possível. sofrer interrupções. A respeito deste princípio, Matheus Carvalho
O princípio da eficiência inspirou, por exemplo, a avaliação pe- (2017) traz alguns questionamentos, vejamos:
riódica de desempenho do servidor público.
→ Se a atividade administrativa deve ser contínua e ininterrup-
• Demais princípios que desempenham papel fundamental ta, o servidor público não possui direito de greve?
no Direito Administrativo ( CARVALHO, 2017) Depende. Servidores militares não possuem direito de greve,
Ampla Defesa e Contraditório (art. 5, LV da CF/88): São os tampouco de sindicalização. Em se tratando dos servidores civis, o
princípios responsáveis por enunciar o direito do particular adquirir direito de greve existe e deve ser exercido nos termos e condições
conhecimento sobre o que se passa em processos nos quais com- da lei específica cabível. Tal lei específica, entretanto, nunca foi edi-
ponha um dos polos (autor ou réu), bem como, de se manifestar tada, de forma que STF decidiu que, diante da omissão, os servido-
acerca dos fatos que lhe são imputados. Contraditório e Ampla res públicos civis poderão fazer greve nos moldes da Lei Geral de
Defesa, portanto, são princípios que se complementam, devendo Greve.
ser observados tanto em processos judiciais, quanto em processos
administrativos.

7
ÉTICA
→ É possível que o particular contratado pela Administração (D) Thomas Hobbes desenvolveu a teoria da atributividade, se-
Pública se valha da exceção de contrato não cumprido? gundo a qual direito e moral estão inter-relacionados, tendo
Primeiramente, se faz necessário esclarecer que exceção de ambos origem no direito natural.
contrato não cumprido é o direito que a parte possui de não cum- (E) Max Scheler preconizava uma espécie de moral pura, condi-
prir com suas obrigações contratuais caso a outra parte também ção para a existência de um comportamento que, guiado pelo
não tenha cumprido com as dela. direito e pela ética, não muda segundo as circunstâncias

Dessa forma, suponhamos que a Administração Pública deixa 2. Considerando as noções de ética e de moral, bem como os
de fazer os pagamentos ao particular contratado, este poderá dei- princípios e valores que conduzem nossa sociedade, julgue os itens
xar de prestar o serviço pactuado? seguintes.
Sim, entretanto só poderá fazê-lo após 90 dias de inadimplên- I- Um indivíduo em situação de miséria que encontrar, caída na
cia, trata-se de garantia conferida pelo princípio da continuidade rua, uma carteira e decidir utilizar o cartão de crédito nela guardado
disciplinada pelo art. 78, XV da Lei 8.666/93. para adquirir medicamentos ao seu filho terá agido de acordo com
as normas éticas, mas não com os princípios morais.
→A interrupção de um serviço público em razão do inadimple- II- Os valores morais variam ao longo do tempo.
mento do usuário fere o princípio da continuidade? III- O campo da filosofia dedicado a estudar os valores e prin-
De acordo com o art. 6, § 3º da Lei 8987/95, a interrupção de cípios que orientam a conduta dos seres humanos em sociedade é
serviço público em virtude do inadimplemento do usuário não fere denominado ética.
o princípio da continuidade desde que haja prévio aviso ou seja
configurada situação de emergência, contanto, ainda, que seja pre- Assinale a opção correta.
servado o interesse coletivo. (A) Apenas os itens I e II estão certos.
(B) Apenas os itens I e III estão certos.
Razoabilidade e Proporcionalidade: A atividade da Administra- (C) Apenas os itens II e III estão certos.
ção Pública deve obedecer a padrões plausíveis, aceitáveis para a (D)Todos os itens estão certos.
sociedade. Diz-se então, que a atuação administrativa deve ser ra-
zoável. No que diz respeito à proporcionalidade, deve-se pensar em 3. Acerca da ética, princípios e valores no serviço público, assi-
adequação entre a finalidade pretendida e os meios utilizados para nale a alternativa correta.
o alcance dessa finalidade, por exemplo, não é razoável e propor- “Note-se que a quase totalidade das sociedades ocidentais
cional que um servidor público que se ausenta de suas atividades tem a dignidade humana como princípio ético, muito embora seus
por apenas um dia seja punido com a sanção de exoneração. códigos morais (suas práticas habituais) sejam tão diferentes, por
que diferentes são os valores por elas eleitos, embora todos eles
Isonomia: O princípio da isonomia consiste no tratamento tenham a dignidade humana como alicerce” (MULLER, 2018)
igual aos indivíduos que se encontram na mesma situação e no tra- (A) Os valores possuem uma perspectiva ética, orientando o ser
tamento diferenciado aos indivíduos que se encontram em situação humano a direcionar suas ações para o bem
de desigualdade. Exemplo: Tratamento diferenciado (‘‘vantagens’’) (B) Os princípios são objetos da escolha moral; ou seja, a quali-
conferido às microempresas e empresas de pequeno porte no pro- dade de algo preferível ou estimável
cedimento de licitação, a fim de que possam competir de forma
(C) A probidade administrativa é escolha moral que deve ser
mais justa junto às empresas detentoras de maior poder econômi-
feita por todo servidor público
co.
(D) A moralidade administrativa faz parte dos valores morais
que regem o comportamento dos servidores públicos, condu-
Segurança Jurídica: Disciplinado pelo art. 2º, parágrafo único,
zindo seu comportamento profissional para o bem comum
XIII da Lei 9784/99 ‘‘ Nos processos administrativos será observada
a interpretação da norma administrativa da forma que melhor ga-
4. Acerca de ética, princípios e valores no serviço público, ana-
ranta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplica-
ção retroativa de nova interpretação.’’. Do dispositivo legal é possí- lise as afirmativas abaixo.
vel extrair o fato de que não é possível aplicação retroativa de nova I. O princípio é um fundamento ético.
interpretação da norma em âmbito administrativo, visto que tal me- II. O valor é uma escolha moral.
dida, ao ferir legítimas expectativas de direito dos administrados, III. Os princípios são por nós assimilados ao longo de nossa
constituiria lesão ao princípio da Segurança Jurídica. vida, seja por nossas vivências, seja pelos ensinamentos que rece-
bemos. São objetos de escolha moral, a qual torna algo preferível
ou estimável.

EXERCÍCIOS Assinale a alternativa correta.


(A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
1. Considerando os conceitos de direito e de moral, assinale a (B) Apenas a afirmativa III está correta
opção correta à luz da filosofia do direito. (C) As afirmativas I, II e III estão corretas
(A) Kant desenvolveu a teoria do mínimo ético, segundo a qual (D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
o direito representa todo o conteúdo moral obrigatório para
que a sociedade possa sobreviver minimamente. 5. Sobre a ética, democracia e exercício da cidadania, analise as
(B) Hans Kelsen formulou a teoria da bilateralidade atributiva, afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
asseverando que a moral não se distingue do direito, mas o ( ) Exercício da cidadania é o gozo de direitos e desempenho de
complementa por meio da bilateralidade ou intersubjetividade. deveres pelo cidadão.
(C) Christian Thomasius propôs a distinção entre o direito e a ( ) A democracia constitui forma de governo pautada pelo res-
moral, sob a inspiração pufendorfiana, com base na ideia de peito à singularidade, pela defesa da transparência e pela garantia
coação. da perpetuação do exercício do poder.

8
ÉTICA
( ) O exercício da cidadania deve pautar-se por contornos éti- (D) A gestão de ética no serviço público deve abordar o exercí-
cos, de modo que o exercício da cidadania deve materializar-se na cio das seguintes funções: normalização; educação; monitora-
escolha da melhor conduta, tendo em vista o bem comum, resul- mento; e aplicação de sistemas de consequências em caso de
tando em uma ação moral como expressão do bem. atividades antiéticas.
( ) Democracia é o regime político em que a soberania é exer- (E)Todo servidor deve ter estabelecido o conceito do que é
cida pelo povo. ético ou antiético, motivo que leva a instituição de códigos de
ética de servidores públicos a ser desnecessária.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo. 10. Sobre a ética no setor público, assinale a alternativa cor-
(A) V, V, F, V reta.
(B) V, V, V, F (A) Princípio da diligência se refere a agir com zelo e escrúpulo
(C) F, F, V, F em todas funções
(D) V, F, V, V (B) O princípio da conduta ilibada é o de agir da melhor manei-
ra esperada em sua profissão e fora dela, com técnica, justiça
6. Com relação à ética, à democracia e ao exercício da cidada- e discrição
nia, assinale a alternativa correta. (C) O princípio da correção profissional diz respeito a não acu-
(A) O exercício da cidadania, como uso de direitos e desempe- mular funções incompatíveis
nho de deveres, deve pautar-se por contornos éticos. (D) O princípio da lealdade e da verdade orienta a guardar se-
(B) O exercício da cidadania tem em vista o bem individual, sem gredo sobre as informações que acessa no exercício da profis-
observar a conduta coletiva. são
(C) A cidadania é exercida no campo individual.
(D) As atribuições cívico-políticas do cidadão independem da
forma de governo adotada pelo Estado. GABARITO
(E) A democracia, a transparência e a divergência de ideias não
podem estar associadas.
1 C
7. Acerca da ética e função pública, assinale a alternativa in-
correta. 2 C
(A) É dever do servidor atender com presteza ao público em 3 C
geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as pro-
tegidas por sigilo 4 A
(B) É dever do servidor exercer com zelo e dedicação as atribui- 5 D
ções do cargo
6 A
(C) É dever do servidor participar de gerência ou administração
de sociedade privada, personificada ou não personificada 7 C
(D) É dever do servidor cumprir as ordens superiores, exceto 8 D
quando manifestamente ilegais
9 D
8. Acerca da ética e função pública, assinale a alternativa in- 10 A
correta.
(A) É dever do servidor público exercer com zelo e dedicação as
atribuições do cargo
(B) É dever do servidor levar as irregularidades de que tiver
ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade su-
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
conhecimento de outra autoridade competente para apuração
(C) O descumprimento dos deveres funcionais do servidor, des-
critos no art. 116 da Lei 8.112/1990, ensejará a aplicação da
pena de advertência (art. 129), sendo que a reincidência impli-
cará na pena de suspensão (art. 130)
(D) É direito do servidor promover manifestação de apreço ou
desapreço no recinto da repartição

9. Quanto à ética no Setor Público, assinale a alternativa cor-


reta.
(A) É desnecessário estabelecer um padrão de comportamento
a ser observado pelos servidores, uma vez que o agir ético deve
se basear nas decisões e nos conceitos individuais dos servido-
res públicos.
(B) A promoção da ética no serviço público prescinde da atua-
ção permanente de Conselhos ou Comissões de Ética.
(C) A ética, por tratar-se de elemento subjetivo, torna desne-
cessário fornecer aos servidores públicos diretrizes que afir-
mem o que deve e o que não deve ser feito.

9
ÉTICA

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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10
INFORMÁTICA
1. Conceito de internet e intranet. Conceitos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados
a internet/intranet. Ferramentas e aplicativos de navegação, de correio eletrônico, de grupos de discussão, de busca, de pesquisa e
de redes sociais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Noções de sistema operacional (ambiente Linux e Windows). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3. Acesso à distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo e multimídia. . . . . . . . . 20
4. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e LibreOffice). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5. Redes de computadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
6. Conceitos de proteção e segurança. Noções de vírus, worms e pragas virtuais. Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antis-
pyware etc.). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
7. Computação na nuvem (cloud computing). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
8. Conceitos de informação, dados, representação de dados, de conhecimentos, segurança e inteligência. Banco de dados. Base de da-
dos, documentação e prototipação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
9. Noções de aprendizado de informática – Software e Hardware. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
10. Redes de comunicação – Redes Sociais e Telecomunicações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
11. Planilhas – elaboração, fórmulas e conceitos ligados ao Excel. Apresentações – Formatos, Designs, Comandos e Conceitos ligados ao
Power Point. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
INFORMÁTICA
• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que
CONCEITO DE INTERNET E INTRANET. CONCEITOS E a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
MODOS DE UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS, FERRAMEN- mos o conceito.
TAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS ASSOCIADOS A
INTERNET/INTRANET. FERRAMENTAS E APLICATIVOS
DE NAVEGAÇÃO, DE CORREIO ELETRÔNICO, DE GRUPOS
DE DISCUSSÃO, DE BUSCA, DE PESQUISA E DE REDES
SOCIAIS

Tipos de rede de computadores


• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido.
Exemplos: casa, escritório, etc.

Navegação e navegadores da Internet

• Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co-
municam.

• Procedimentos de Internet e intranet


Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa-
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down-
load), etc.
• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem-
plo.

• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns


dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

1
INFORMÁTICA
Internet Explorer 11

• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifi-
cado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://www.
gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre ou-
tras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

2
INFORMÁTICA
À primeira vista notamos uma grande área disponível para vi-
Sincronização com a conta FireFox (Vamos
sualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica 8
detalhar adiante)
automaticamente desativada, possibilitando uma maior área de
exibição. 9 Mostra menu de contexto com várias opções

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página – Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos pági- internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados
na visitada anteriormente; como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc.,
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado
2. Barra de Endereços com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa-
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página dor público sempre desative a sincronização para manter seus da-
procurada; dos seguros após o uso.

3. Ícones para manipulação do endereço da URL Google Chrome


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da
situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi-


biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa-
das por concorrentes.
Vejamos:

• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
de nosso estudo: (+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

5 Barra de Endereços
1 Botão Voltar uma página
6 Ver históricos e favoritos
2 Botão avançar uma página
Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,
7
Menu e outros) 3 Botão atualizar a página

3
INFORMÁTICA
• Pesquisar palavras
4 Barra de Endereço. Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
5 Adicionar Favoritos o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.
6 Usuário Atual
Exibe um menu de contexto que iremos relatar • Salvando Textos e Imagens da Internet
7 Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
seguir.
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.
O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe- • Downloads
mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes-
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio- te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o
nalidades. progresso e os downloads concluídos.

• Favoritos
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
pronto.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.

• Sincronização
Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
rão disponíveis na sua conta Google.
• Histórico Por exemplo:
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao – Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- disponíveis.
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do – Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba,
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do
dia a dia se preferir. usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

4
INFORMÁTICA
Safari

O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras funções implementadas.


Vejamos:

• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bastante comuns.

5
INFORMÁTICA
Vejamos algumas de suas funcionalidades: • Pesquisar palavras
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em
• Lista de Leitura e Favoritos busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o
No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para pos- atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po-
terior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endere- demos digitar parte do que procuramos, e será localizado.
ços. Para adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e • Salvando Textos e Imagens da Internet
pronto. Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.
pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para remo-
vê-lo, basta clicar em excluir. • Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.

Correio Eletrônico
• Histórico e Favoritos O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.

Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-


nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
cal.
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o
e-mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
nome do usuário;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos;
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria
das vezes, a empresa;

Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail.


com.br / @editora.com.br
– Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas;
– Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
não enviadas;

6
INFORMÁTICA
– E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os • Anexação de arquivos
e-mails que foram enviados;
– Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
nou de redigir;
– Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.

Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:


– Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá-
rio do e-mail;
– CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos;
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da
mensagem; Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane-
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem; xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens, o texto.
programas, música, textos e outros);
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem. • Boas práticas para anexar arquivos à mensagem
– E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
• Uso do correio eletrônico que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail; – Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra- e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria- Computação de nuvem (Cloud Computing)
ção de contas estão no tópico acima;
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente • Conceito de Nuvem (Cloud)
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera
Mail, Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas-
tante parecidas.

• Preparo e envio de mensagens

A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi-


ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de-
mandas de usuários e empresas.

• Boas práticas para criação de mensagens


– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado;
– A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao
extremo dando muitas voltas;
– Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto
de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados.

7
INFORMÁTICA
A internet é a base da computação em nuvem, os servidores remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usuários
e às empresas.
A computação em nuvem permite que os consumidores aluguem uma infraestrutura física de um data center (provedor de serviços
em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus arquivos,
aplicações, etc., a partir de qualquer computador conectado no mundo.
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em um local chamado Data Center dentro do provedor.
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses produtos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem,
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas de
TI, Telecomunicações.

• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage)

A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é simples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser acessados
em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas que tiverem acesso.
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, OneDrive.
As informações são mantidas em grandes Data Centers das empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos responsáveis
por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem seus dados e
recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos de
praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nuvem que
podem ser contratados.

OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.

8
INFORMÁTICA
Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail
5 Enviar Alt+S Botão enviar
6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho
7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa
8 Responder Ctrl+R Barra superior do painel da mensagem
9 Encaminhar Ctrl+F Barra superior do painel da mensagem
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R Barra superior do painel da mensagem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
17 Mostrar campo cco (cópia oculta) ALT +S + B Menu opções CCO

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
va@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;

Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

9
INFORMÁTICA
Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está
apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las con-
forme a necessidade.

Adicionar conta de e-mail


Siga os passos de acordo com as imagens:

Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.

Encaminhar e responder e-mails


A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de e-mail, Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a
referida no item “Endereços de e-mail”. e-mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os botões
indicados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros de texto,
Criar nova mensagem de e-mail para a indicação de endereços e digitação do corpo do e-mail de
resposta ou encaminhamento.

Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para digita-


ção do texto e colocar o destinatário, podemos preencher também
os campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta), porém esta
outra pessoa não estará visível aos outros destinatários.

10
INFORMÁTICA
Adicionar, abrir ou salvar anexos
A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no corpo
do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão corresponden-
te, segundo a figura abaixo:

Adicionar assinatura de e-mail à mensagem


Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida a Imprimir uma mensagem de e-mail
nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em cada Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos pos-
mensagem. sibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora ligada ao
computador. Um recurso que se assemelha aos apresentados pelo
pacote Office e seus aplicativos.

11
INFORMÁTICA

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL (AMBIENTE LINUX E


WINDOWS)

WINDOWS 7

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.
Área de trabalho do Windows 7

No caso da figura acima, temos quatro pastas e quatro arqui-


vos.

Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos, Área de transferência
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc. A área de transferência é muito importante e funciona em se-
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina- gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
da pasta ou arquivo propriamente dito. tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.

12
INFORMÁTICA
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”, • Backup e Restore
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na Interação com o conjunto de aplicativos
área de transferência. Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.
Manipulação de arquivos e pastas
A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e Facilidades
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

O Windows possui um recurso muito interessante que é o Cap-


turador de Tela , simplesmente podemos, com o mouse, recortar a
parte desejada e colar em outro lugar.

Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.

Uso dos menus

Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.

Programas e aplicativos
• Media Player
• Media Center
• Limpeza de disco
• Desfragmentador de disco
• Os jogos do Windows.
• Ferramenta de captura

13
INFORMÁTICA
• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-
portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
pia de segurança.

WINDOWS 8

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-


tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.

14
INFORMÁTICA
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas. Área de trabalho do Windows 8

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos. Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
Arquivos e atalhos gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização, tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos. – Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado. estamos copiando dados para esta área intermediária.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos, – Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc. estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina- área de transferência.
da pasta ou arquivo propriamente dito. Manipulação de arquivos e pastas
A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

Uso dos menus

15
INFORMÁTICA
Programas e aplicativos Jogos
Temos também jogos anexados ao Windows 8.

Transferência
O recurso de transferência fácil do Windows 8 é muito impor-
tante, pois pode ajudar na escolha de seus arquivos para serem sal-
Interação com o conjunto de aplicativos vos, tendo assim uma cópia de segurança.
Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.

Facilidades

O Windows possui um recurso muito interessante que é o Cap-


turador de Tela, simplesmente podemos, com o mouse, recortar a
parte desejada e colar em outro lugar.

Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.

A lista de aplicativos é bem intuitiva, talvez somente o Skydrive


mereça uma definição:
• Skydrive é o armazenamento em nuvem da Microsoft, hoje
portanto a Microsoft usa o termo OneDrive para referenciar o ar-
mazenamento na nuvem (As informações podem ficar gravadas na
internet).

WINDOWS 10

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

16
INFORMÁTICA
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.

Manipulação de arquivos e pastas


A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos.

Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

Uso dos menus

Área de trabalho

Programas e aplicativos e interação com o usuário


Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.
– Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo
para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma
excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar
bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar
CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center.

Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.

17
INFORMÁTICA
• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-
portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
pia de segurança.

– Ferramentas do sistema Inicialização e finalização


• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.

Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no Win-


dows, porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-


tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

LINUX
O Linux não é um ambiente gráfico como o Windows, mas po-
demos carregar um pacote para torná-lo gráfico assumindo assim
uma interface semelhante ao Windows. Neste caso vamos carregar
o pacote Gnome no Linux. Além disso estaremos também usando a
distribuição Linux Ubuntu para demonstração, pois sabemos que o
Linux possui várias distribuições para uso.

Vamos olhar abaixo o

Linux Ubuntu em modo texto:

18
INFORMÁTICA
Linux Ubuntu em modo gráfico (Área de trabalho): No caso do Linux temos que criar um lançador que funciona
como um atalho, isto é, ele vai chamar o item indicado.

Conceito de pastas e diretórios Perceba que usamos um comando para criar um lançador, mas
Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas- nosso objetivo aqui não é detalhar comandos, então a forma mais
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze- rápida de pesquisa de aplicativos, pastas e arquivos é através do
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos botão:
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).

Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

Desta forma já vamos direto ao item desejado

Área de transferência
Perceba que usando a interface gráfica funciona da mesma for-
ma que o Windows.
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos. tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
Arquivos e atalhos estamos copiando dados para esta área intermediária.
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização, – Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos. estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado. área de transferência.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc. Manipulação de arquivos e pastas
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina- No caso da interface gráfica as funcionalidades são semelhan-
da pasta ou arquivo propriamente dito. tes ao Windows como foi dito no tópico acima. Entretanto, pode-
mos usar linha de comando, pois já vimos que o Linux originalmen-
te não foi concebido com interface gráfica.

19
INFORMÁTICA
Na figura acima utilizamos o comando ls e são listadas as pastas
na cor azul e os arquivos na cor branca.

Uso dos menus


Como estamos vendo, para se ter acesso aos itens do Linux são
necessários diversos comandos. Porém, se utilizarmos uma inter-
face gráfica a ação fica mais intuitiva, visto que podemos utilizar o
mouse como no Windows. Estamos utilizando para fins de aprendi-
zado a interface gráfica “GNOME”, mas existem diversas disponíveis
para serem utilizadas.

O acesso remoto geralmente é feito usando uma VPN (virtual


private network). A VPN cria uma rede virtual privada (Túnel) per-
mitindo este acesso utilizando a infraestrutura da Internet. A segu-
Programas e aplicativos rança dos dados é implementada pelo protocolo (normas que esta-
Dependendo da distribuição Linux escolhida, esta já vem com belecem a comunicação) SSL (Secure Sockets Layer).
alguns aplicativos embutidos, por isso que cada distribuição tem
um público alvo. O Linux em si é puro, mas podemos destacar duas Transferência de informações e arquivos
bem comuns: A comunicação entre computadores permite o envio de arqui-
• Firefox (Navegador para internet); vos (Upload) e o recebimento de arquivos (Download).
• Pacote LibreOffice (Pacote de aplicativos semelhante ao Mi- O FTP (File Transfer Protocol), também é utilizado para este
crosoft Office). fim. O FTP depende de uma configuração do administrador para
liberação para um determinado usuário. Geralmente é utilizado por
usuários técnicos que desejam acessar computadores, transferir ar-
ACESSO À DISTÂNCIA A COMPUTADORES, TRANSFERÊN- quivos, etc.
CIA DE INFORMAÇÃO E ARQUIVOS, APLICATIVOS DE
ÁUDIO, VÍDEO E MULTIMÍDIA

O acesso remoto (à distância) conecta computadores que não


estão interligados fisicamente, permitindo assim o intercâmbio de
dados.
O usuário pode utilizar o próprio Windows ou instalar progra-
mas clientes tais como VNC, Team Viewer, LogMelm e outros. É
possível utilizar o Linux, Mac-OS e até o smartphone para acesso
remoto.
Desta forma é possível utilizar um computador que está num
outro local como se estivesse lá presencialmente.

20
INFORMÁTICA
• Iniciando um novo documento
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AM-
BIENTES MICROSOFT OFFICE E LIBREOFFICE)

Microsoft Office

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.
uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – GUIA PÁGINA TECLA DE
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum:
Justificar (arruma a direito
Word e a esquerda de acordo Ctrl + J
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele com a margem
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades. Alinhamento à direita Ctrl + G

• Área de trabalho do Word Centralizar o texto Ctrl + E


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo
com a necessidade. Alinhamento à esquerda Ctrl + Q

• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)


Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho

Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-altas


e baixas

21
INFORMÁTICA

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos:
– Podemos também ter o intervalo A1..B3

• Outros Recursos interessantes:

GUIA ÍCONE FUNÇÃO


- Mudar
Forma
Página - Mudar cor
inicial de Fundo
- Mudar cor
do texto – Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
- Inserir
uma planilha.
Tabelas
Inserir
- Inserir
• Formatação células
Imagens

Verificação e
Revisão correção ortográ-
fica

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente. • Fórmulas básicas

• Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es- SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
pecíficas do aplicativo. MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 ) DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

22
INFORMÁTICA
• Fórmulas de comum interesse Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
MÉDIA (em um intervalo de a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
=MEDIA(célula X:célulaY) trabalho com o programa.
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários


no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
apresentado anteriormente.
Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-
ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro


slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, uma posição para outra utilizando o mouse.
o Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
no que diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópi- no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
co referente ao Word, itens de formatação básica de texto como: para passagem entre elementos das apresentações.
alinhamentos, tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e
recursos gerais.

23
INFORMÁTICA
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- • Atualizações no Word
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando – No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- • Atualizações no Excel
vando a experiência dos usuários a outro nível. – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
Office 2013 veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar questão do compartilhamento dos arquivos.
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque • Atualizações no PowerPoint
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
tos com telas simples funciona normalmente. riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem, além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- tão do compartilhamento dos arquivos;
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smar- – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
tfones diversos. 3D na apresentação.

• Atualizações no Word Office 2019


– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
– As imagens podem ser editadas dentro do documento; 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; • Atualizações no Word
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
editar PDF(s). desenvolvimento de documentos;

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;

24
INFORMÁTICA
• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.


Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
• Atualizações no Excel Word, Excel e PowerPoint.
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de Observações importantes:
algum mapa que deseja construir. – Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre atu-
alizados.

LIBREOFFICE OU BROFFICE

25
INFORMÁTICA
LibreOffice é uma suíte de aplicativos voltados para atividades GUIA PÁGINA
de escritório semelhantes aos do Microsoft Office (Word, Excel, ALINHAMENTO TECLA DE ATALHO
INCIAL
PowerPoint ...). Vamos verificar então os aplicativos do LibreOffice:
Writer, Calc e o Impress). Alinhamento a
Control + L
O LibreOffice está disponível para Windows, Unix, Solaris, Linux esquerda
e Mac OS X, mas é amplamente utilizado por usuários não Win-
Centralizar o texto Control + E
dows, visto a sua concorrência com o OFFICE.
Abaixo detalharemos seus aplicativos:
Alinhamento a direita Control + R
LibreOffice Writer
Justificar (isto é
O Writer é um editor de texto semelhante ao Word embutido
arruma os dois lados,
na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir cartas, livros, aposti-
direita e esquerda Control + J
las e comunicações em geral.
de acordo com as
Vamos então detalhar as principais funcionalidades.
margens.
Área de trabalho do Writer
Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Nesta área podemos digitar nosso texto e formatá-lo de acordo
com a necessidade. Suas configurações são bastante semelhantes
às do conhecido Word, e é nessa área de trabalho que criaremos
nossos documentos.

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho da letra

Aumenta / diminui tamanho

Itálico

Sublinhado
Iniciando um novo documento
Taxado

Sobrescrito

Subescrito

Marcadores e listas numeradas


Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

OU

Nesse caso podemos utilizar marcadores ou a lista numerada


na barra de ferramentas, escolhendo um ou outro, segundo a nossa
necessidade e estilo que ser aplicado no documento.
Conhecendo a Barra de Ferramentas

Alinhamentos
Ao digitar um texto frequentemente temos que alinhá-lo para
atender as necessidades do documento em que estamos trabalha-
mos, vamos tratar um pouco disso a seguir: Outros Recursos interessantes:

ÍCONE FUNÇÃO
Mudar cor de Fundo
Mudar cor do texto

26
INFORMÁTICA
Inserir Tabelas Outros Recursos interessantes
Inserir Imagens
Inserir Gráficos ÍCONE FUNÇÃO
Inserir Caixa de Texto
Ordenar
Verificação e correção ortográfica Ordenar em ordem
crescente
Auto Filtro
Salvar Inserir Caixa de Texto
Inserir imagem
LibreOffice Calc Inserir gráfico
O Calc é um editor de planilhas semelhante ao Excel embutido
Verificação e correção
na suíte LibreOffice, e com ele podemos redigir tabelas para cálcu-
ortográfica
los, gráficos e estabelecer planilhas para os mais diversos fins.

Área de trabalho do CALC Salvar


Nesta área podemos digitar nossos dados e formatá-los de
acordo com a necessidade, utilizando ferramentas bastante seme-
lhantes às já conhecidas do Office. Cálculos automáticos
Além das organizações básicas de planilha, o Calc permite a
criação de tabelas para cálculos automáticos e análise de dados e
gráficos totais.
São exemplos de planilhas CALC.
— Planilha para cálculos financeiros.
— Planilha de vendas
— Planilha de custos

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente. Mas como funciona uma planilha de cálculo? Veja:

Vamos à algumas funcionalidades


— Formatação de letras (Tipos e Tamanho)

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho da letra

Aumenta / diminui
tamanho

Itálico

Cor da Fonte

Cor Plano de Fundo

27
INFORMÁTICA
A unidade central de uma planilha eletrônica é a célula que — Apresentação para uma palestra.
nada mais é que o cruzamento entre a linha e a coluna. Neste exem-
plo coluna A, linha 2 ( Célula A2 ) A apresentação é uma excelente forma de abordagem de um
Podemos também ter o intervalo A1..B3 tema, pois podemos resumir e ressaltar os principais assuntos abor-
dados de forma explicativa. As ferramentas que veremos a seguir
facilitam o processo de trabalho com a aplicação. Confira:
Área de trabalho
Ao clicarmos para entrar no LibreOffice Impress vamos nos de-
parar com a tela abaixo. Nesta tela podemos selecionar um modelo
para iniciar a apresentação. O modelo é uma opção interessante
visto que já possui uma formatação prévia facilitando o início e de-
senvolvimento do trabalho.

Para inserirmos dados basta posicionarmos o cursor na célula e


digitarmos, a partir daí iniciamos a criação da planilha.

Formatação células

Neste momento já podemos aproveitar a área interna para es-


crever conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas, ou
até mesmo excluí-las.
No exemplo a seguir perceba que já escrevi um título na caixa
superior e um texto na caixa inferior, também movi com o mouse os
quadrados delimitados para adequá-los melhor.

Formatação dos textos:

Fórmulas básicas
— SOMA
A função SOMA faz uma soma de um intervalo de células. Por
exemplo, para somar números de B2 até B6 temos
=SOMA(B2;B6)

— MÉDIA
A função média faz uma média de um intervalo de células. Por
exemplo, para calcular a média de B2 até B6 temos
=MÉDIA(B2;B6)

LibreOffice impress
O IMPRESS é o editor de apresentações semelhante ao Power-
Point na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir apresentações
para diversas finalidades.
São exemplos de apresentações IMPRESS.
— Apresentação para uma reunião;
— Apresentação para uma aula;

28
INFORMÁTICA
Itens demarcados na figura acima:
— Texto: Largura, altura, espaçamento, efeitos.
— Caractere: Letra, estilo, tamanho.
— Parágrafo: Antes, depois, alinhamento.
— Marcadores e numerações: Organização dos elementos e
tópicos.

Outros Recursos interessantes:

ÍCONE FUNÇÃO
Inserir Tabelas
Inserir Imagens
Inserir Gráficos
Inserir Caixa de Texto
Verificação e correção
ortográfica

Salvar

Percebemos agora que temos uma apresentação com dois sli-


Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo obtendo vários no
des padronizados, bastando agora alterá-los com os textos corre-
mesmo formato, e podemos apenas alterar o texto e imagens para
tos. Além de copiar podemos movê-los de uma posição para outra,
criar os próximos.
trocando a ordem dos slides ou mesmo excluindo quando se fizer
necessário.

Transições
Um recurso amplamente utilizado é o de inserir as transições,
que é a maneira como os itens dos slides vão surgir na apresenta-
ção. No canto direito, conforme indicado a seguir, podemos selecio-
nar a transição desejada:

A partir daí estamos com a apresentação pronta, bastando cli-


car em F5 para exibirmos o trabalho em tela cheia, também aces-
sível no menu “Apresentação”, conforme indicado na figura abaixo.

29
INFORMÁTICA

Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares


– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro-
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança
da informação, ainda que sem intenção
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne-
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio.
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser
explorada por uma ameaça.
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con-
teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto,
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran-
ça da informação.

Tipos de ataques
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles3:
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque
REDES DE COMPUTADORES passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses-
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera-
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado ção, fraude, reprodução, bloqueio).
em tópicos anteriores. – Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole-
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema,
infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da
CONCEITOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA. NOÇÕES DE máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep-
VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS. APLICATIVOS PARA tação, monitoramento, análise de pacotes).
SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI-SPYWARE
ETC.) Política de Segurança da Informação
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO da organização através de regras de alto nível que representam os
Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com
de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti-
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi- co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter
zação1. a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma cor- para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo:
poração, sendo também fundamentais para as atividades do negó- • Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos
cio. recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata- de formação e periodicidade de troca.
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, • Política de backup: define as regras sobre a realização de có-
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro- pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten-
blemas. ção e frequência de execução.
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares2: • Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí- mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
vel somente a pessoas autorizadas. • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, a terceiros.
de modo permanente a elas.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, Mecanismos de segurança
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio. ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto- o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. Ele pode ser aplicado de duas formas:
– Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
nal da área trabalha no dia a dia. mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re-
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria,
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada
uma delas.
1 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/ 3 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca-da-
2 https://bit.ly/2E5beRr -informacao/

30
INFORMÁTICA
– Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um antivírus,
firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos de en-
criptação, que transformam as informações em códigos que terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a certificação
e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.

Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por profissional habilitado conforme o plano de segurança da informação da
empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.

Criptografia
É uma maneira de codificar uma informação para que somente o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de uma
chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a informação4.
Tem duas maneiras de criptografar informações:
• Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma sequ-
ência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensagem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto o emissor
quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a chave secreta para poder ler a mensagem.
• Criptografia assimétrica (chave pública):tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pessoa
que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.

Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da infor-
mação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação. A
chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.5

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser6.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
4 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
5 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%C3%A3o%20
de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
6 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/

31
INFORMÁTICA
– Manter um backup para caso de pane ou ataque. Ou seja, não é preciso instalar aplicativos no seu computador
– Evite sites duvidosos. para tudo, pois pode acessar diferentes serviços on-line para fazer o
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver que precisa, já que os dados não se encontram em um computador
anexos (link). específico, mas sim em uma rede.
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades. Uma vez devidamente conectado ao serviço on-line, é possível
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja desfrutar suas ferramentas e salvar todo o trabalho que for feito
necessário, fornecer somente em sites seguros. para acessá-lo depois de qualquer lugar — é justamente por isso
– Cuidado com informações em redes sociais. que o seu computador estará nas nuvens, pois você poderá acessar
– Instalar um anti-spyware. os aplicativos a partir de qualquer computador que tenha acesso à
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos an- internet.
teriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado. Basta pensar que, a partir de uma conexão com a internet, você
pode acessar um servidor capaz de executar o aplicativo desejado,
NOÇÕES DE VÍRUS, ANTIVÍRUS que pode ser desde um processador de textos até mesmo um jogo
ou um pesado editor de vídeos. Enquanto os servidores executam
Noções de vírus, worms e pragas virtuais (Malwares) um programa ou acessam uma determinada informação, o seu
– Malwares (Pragas): São programas mal intencionados, isto é, computador precisa apenas do monitor e dos periféricos para que
programas maliciosos que servem pra danificar seu sistema e dimi- você interaja.
nuir o desempenho do computador;
– Vírus: São programas maliciosos que, para serem iniciados, é Vantagens:
necessária uma ação (por exemplo um click por parte do usuário); – Não necessidade de ter uma máquina potente, uma vez que
– Worms: São programas que diminuem o desempenho do tudo é executado em servidores remotos.
sistema, isto é, eles exploram a vulnerabilidade do computador se – Possibilidade de acessar dados, arquivos e aplicativos a partir
instalam e se replicam, não precisam de clique do mouse por parte de qualquer lugar, bastando uma conexão com a internet para tal
do usuário ou ação automática do sistema. — ou seja, não é necessário manter conteúdos importantes em um
único computador.
Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware
etc.) Desvantagens:
– Gera desconfiança, principalmente no que se refere à segu-
• Antivírus rança. Afinal, a proposta é manter informações importantes em
O antivírus é um software que encontra arquivos e programas um ambiente virtual, e não são todas as pessoas que se sentem à
maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce um pa- vontade com isso.– Como há a necessidade de acessar servidores
pel fundamental protegendo o computador. O antivírus evita que remotos, é primordial que a conexão com a internet seja estável e
o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou até mesmo rápida, principalmente quando se trata de streaming e jogos.
de uma ação inesperada em que o usuário aciona um executável
que contém um vírus. Ele pode executar algumas medidas como Exemplos de computação em nuvem
quarentena, remoção definitiva e reparos.
O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos po- Dropbox
tencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e toma as O Dropbox é um serviço de hospedagem de arquivos em nu-
medidas de segurança. vem que pode ser usado de forma gratuita, desde que respeitado o
limite de 2 GB de conteúdo. Assim, o usuário poderá guardar com
• Firewall segurança suas fotos, documentos, vídeos, e outros formatos, libe-
Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele deter- rando espaço no PC ou smartphone.
mina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou corporativa,
bloqueando entradas indesejáveis e protegendo assim o compu-
tador. Pode ter regras simples ou complexas, dependendo da im-
plementação, isso pode ser limitado a combinações simples de IP /
porta ou fazer verificações completas.

• Antispyware
Spyware é um software espião, que rouba as informações, em
contrário, o antispyware protege o computador funcionando como
o antivírus em todos os sentidos, conforme relatado acima. Muitos
antivírus inclusive já englobam tais funções em sua especificação.

COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD COMPUTING) Além de servir como ferramenta de backup, o Dropbox tam-
bém é uma forma eficiente de ter os arquivos importantes sempre
Quando se fala em computação nas nuvens, fala-se na possi- acessíveis. Deste modo, o usuário consegue abrir suas mídias e do-
bilidade de acessar arquivos e executar diferentes tarefas pela in- cumentos onde quer que esteja, desde que tenha acesso à Internet.
ternet7.

7 https://www.tecmundo.com.br/computacao-em-nuvem/738-o-que-e-com-
putacao-em-nuvens-.htm

32
INFORMÁTICA
OneDrive Google Drive
O OneDrive, que já foi chamado de SkyDrive, é o serviço de ar- Apesar de não disponibilizar gratuitamente o aumento da ca-
mazenamento na nuvem da Microsoft e oferece inicialmente 15 GB pacidade de armazenamento, o Google Drive fornece para os usuá-
de espaço para os usuários8. Mas é possível conseguir ainda mais rios mais espaço do que os concorrentes ao lado do OneDrive. São
espaço gratuitamente indicando amigos e aproveitando diversas 15 GB de espaço para fazer upload de arquivos, documentos, ima-
promoções que a empresa lança regularmente. gens, etc.
Para conseguir espaço ainda maior, o aplicativo oferece planos
pagos com capacidades variadas também.

Uma funcionalidade interessante do Google Drive é o seu ser-


viço de pesquisa e busca de arquivos que promete até mesmo re-
conhecer objetos dentro de imagens e textos escaneados. Mesmo
Para quem gosta de editar documentos como Word, Excel e que o arquivo seja um bloco de notas ou um texto e você queira
PowerPoint diretamente do gerenciador de arquivos do serviço, encontrar algo que esteja dentro dele, é possível utilizar a busca
o OneDrive disponibiliza esse recurso na nuvem para que seja dis- para procurar palavras e expressões.
pensada a necessidade de realizar o download para só então poder Além disso, o serviço do Google disponibiliza que sejam feitas
modificar o conteúdo do arquivo. edições de documentos diretamente do browser, sem precisar fazer
o download do documento e abri-lo em outro aplicativo.
iCloud
O iCloud, serviço de armazenamento da Apple, possuía em um Tipos de implantação de nuvem
passado recente a ideia principal de sincronizar contatos, e-mails, Primeiramente, é preciso determinar o tipo de implantação de
dados e informações de dispositivos iOS. No entanto, recentemente nuvem, ou a arquitetura de computação em nuvem, na qual os ser-
a empresa também adotou para o iCloud a estratégia de utilizá-lo viços cloud contratados serão implementados pela sua gestão de
como um serviço de armazenamento na nuvem para usuários iOS. TI9.
De início, o usuário recebe 5 GB de espaço de maneira gratuita. Há três diferentes maneiras de implantar serviços de nuvem:
Existem planos pagos para maior capacidade de armazena- – Nuvem pública: pertence a um provedor de serviços cloud
mento também. terceirizado pelo qual é administrada. Esse provedor fornece recur-
sos de computação em nuvem, como servidores e armazenamento
via web, ou seja, todo o hardware, software e infraestruturas de su-
porte utilizados são de propriedade e gerenciamento do provedor
de nuvem contratado pela organização.
– Nuvem privada: se refere aos recursos de computação em
nuvem usados exclusivamente por uma única empresa, podendo
estar localizada fisicamente no datacenter local da empresa, ou
seja, uma nuvem privada é aquela em que os serviços e a infra-
estrutura de computação em nuvem utilizados pela empresa são
mantidos em uma rede privada.
No entanto, a grande vantagem do iCloud é que ele possui um – Nuvem híbrida: trata-se da combinação entre a nuvem públi-
sistema muito bem integrado aos seus aparelhos, como o iPhone. ca e a privada, que estão ligadas por uma tecnologia que permite o
A ferramenta “buscar meu iPhone”, por exemplo, possibilita que compartilhamento de dados e aplicativos entre elas. O uso de nu-
o usuário encontre e bloqueie o aparelho remotamente, além de vens híbridas na computação em nuvem ajuda também a otimizar
poder contar com os contatos e outras informações do dispositivo a infraestrutura, segurança e conformidade existentes dentro da
caso você o tenha perdido. empresa.

Tipos de serviços de nuvem


A maioria dos serviços de computação em nuvem se enquadra
em quatro categorias amplas:
– IaaS (infraestrutura como serviço);
– PaaS (plataforma como serviço);
– Sem servidor;
– SaaS (software como serviço).

Esses serviços podem ser chamados algumas vezes de pilha


da computação em nuvem por um se basear teoricamente sobre
o outro.
8 https://canaltech.com.br/computacao-na-nuvem/comparativo-os-principais-
-servicos-de-armazenamento-na-nuvem-22996/ 9 https://ecoit.com.br/computacao-em-nuvem/

33
INFORMÁTICA
IaaS (infraestrutura como serviço)
A IaaS é a categoria mais básica de computação em nuvem. Com ela, você aluga a infraestrutura de TI de um provedor de serviços
cloud, pagando somente pelo seu uso.
A contratação dos serviços de computação em nuvem IaaS (infraestrutura como serviço) envolve a aquisição de servidores e máquinas
virtuais, armazenamento (VMs), redes e sistemas operacionais.

PaaS (plataforma como serviço)


PaaS refere-se aos serviços de computação em nuvem que fornecem um ambiente sob demanda para desenvolvimento, teste, forne-
cimento e gerenciamento de aplicativos de software.
A plataforma como serviço foi criada para facilitar aos desenvolvedores a criação de aplicativos móveis ou web, tornando-a muito
mais rápida.
Além de acabar com a preocupação quanto à configuração ou ao gerenciamento de infraestrutura subjacente de servidores, armaze-
namento, rede e bancos de dados necessários para desenvolvimento.

Computação sem servidor


A computação sem servidor, assim como a PaaS, concentra-se na criação de aplicativos, sem perder tempo com o gerenciamento
contínuo dos servidores e da infraestrutura necessários para isso.
O provedor em nuvem cuida de toda a configuração, planejamento de capacidade e gerenciamento de servidores para você e sua
equipe.
As arquiteturas sem servidor são altamente escalonáveis e controladas por eventos: utilizando recursos apenas quando ocorre uma
função ou um evento que desencadeia tal necessidade.

SaaS (software como serviço)


O SaaS é um método para a distribuição de aplicativos de software pela Internet sob demanda e, normalmente, baseado em assina-
turas.
Com o SaaS, os provedores de computação em nuvem hospedam e gerenciam o aplicativo de software e a infraestrutura subjacente.
Além de realizarem manutenções, como atualizações de software e aplicação de patch de segurança.
Com o software como serviço, os usuários da sua equipe podem conectar o aplicativo pela Internet, normalmente com um navegador
da web em seu telefone, tablet ou PC.

CONCEITOS DE INFORMAÇÃO, DADOS, REPRESENTAÇÃO DE DADOS, DE CONHECIMENTOS, SEGURANÇA E INTELIGÊNCIA.


BANCO DE DADOS. BASE DE DADOS, DOCUMENTAÇÃO E PROTOTIPAÇÃO

Banco de Dados ou Base de Dados é a organização de um determinado assunto, isto é, a separação das entidades e seus relaciona-
mentos. Dentro deste conceito temos os SGBD (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados), que permitem o controle total do Banco
(Segurança, armazenamento, gestão, etc.)
Vejamos um exemplo do banco de dados NorthWind, que foi disponibilizado pela Microsoft para fins de estudo. Este banco de dados
trata de uma loja comercial.
De acordo com a análise do banco, foram separadas as tabelas (entidades) abaixo:

Essas entidades são chamadas “tabelas” (Categorias, Clientes, Produtos, Pedidos, etc.)
Perceba que este banco de dados é focado na gestão de vendas, portanto através de ferramentas de análise podemos extrair infor-
mações operacionais e gerenciais.

34
INFORMÁTICA
Vejamos um exemplo da tabela de produtos:

Perceba que dentro desta tabela temos várias colunas (campos), isso nos indica que podemos aplicar a mesma analogia do EXCEL para
montagem das tabelas de um banco de dados.

Diagrama MER
O diagrama MER (Modelo entidade relacionamento) nada mais é que a relação entre as entidades. Por exemplo: Percebemos que N
produtos podem pertencer a 1 categoria, segundo a figura do modelo “MER” abaixo:

Exemplo:

COMPUTADOR INFORMÁTICA
Mouse Informática
Teclado Dell Informática

Neste contexto foi feita uma análise funcional e administrativa para a construção deste modelo (MER).

Dados estruturados e não estruturados


Vimos acima que a diagramação “ER” depende dos dados estruturados. Por exemplo: A tabela de produtos foi definida de acordo com
a documentação prévia.
• No caso dos bancos de dados estruturados, temos a tabela e suas colunas definidas conforme a documentação.
• Agora, no caso do banco de dados não estruturados, existe uma certa flexibilidade, visto que não sabemos o teor dos dados, pois
eles são obtidos de fontes distintas.

Atualmente é muito comum empresas que coletam dados da internet de vários entes. Elas trabalham com banco de dados não estru-
turados (MONGODB, CASSANDRA), desta forma dados de fontes diversas são armazenados.

35
INFORMÁTICA
Banco de dados relacionais No Caso na figura acima, temos um índice pelo nome do pro-
Bancos de dados Relacionais são bancos de dados estruturados duto.
conforme planejamento prévio. O banco de dados relacional é pro- A finalidade de um índice é agilizar a busca da informação.
jetado seguindo o modelo conceitual estabelecido. Igualmente um índice de um livro; desta forma ele busca rapida-
Desta forma percebemos que teremos a tabela produto, a ta- mente uma informação específica.
bela categoria e seu relacionamento. Estas tabelas terão colunas, No caso das regras, temos uma regra (Constraint) quanto a co-
índices e regras para a sua implementação. luna “Preço Unitário”, a mesma tem que ser maior ou igual a zero,
Através do diagrama “DER” (diagrama de entidade relaciona- conforme a figura abaixo:
mento), podemos visualizar o relacionamento entre as tabelas:

Podemos nos referir as regras como “Constraint” ou “Restri-


cões”.
Chaves e relacionamentos
Como vimos acima, existe um relacionamento entre a tabela SQL
“produto” e a tabela “categoria”, isto se dá por meio de uma “Pri- SQL é uma linguagem de Consulta de Dados com a qual pode-
mary Key” (PK) e uma Foreign key (FK) segundo a figura acima. mos selecionar, deletar e apagar registros e executar outras funções
• Primary Key (FK) é chamada chave primária. no BD. É um padrão, que todos os bancos de dados utilizam, com
• Foreign Key (PK) é chamada chave estrangeira algumas particularidades próprias relacionadas ao banco de dados
Esta Primary key (PK) deverá ser única para a linha (Registro). em questão.
Ela é um identificador único e não pode ser nula. O SELECT é um dos principais comandos que são utilizados em
SQL, pois com ele é possível selecionar e fazer consultas no banco
CPF NOME de dados. Desta forma podemos pesquisar, por exemplo, todos os
alunos cadastrados, através do comando abaixo:
90980980808080 José SELECT * FROM alunos;
90897979799999 João Ao ser executado, o comando acima irá retornar todos os alu-
nos cadastrados no banco de dados.
Além disso uma tabela pode conter mais regras e outros índi-
ces, vamos olhar as figuras abaixo: Linguagem de Definição de dados
Existe também dentro da SQL os comandos DDL, que são res-
ponsáveis pela criação de objetos de definição de dados.
DDL ou Data Definition Language (Linguagem de Definição de
dados) são os comandos que permitem ao usuário a criação de ob-
jetos e elementos associados.

Cria o Banco de Dados


CREATE DATABASE Escola
Escola
ALTER TABLE Alunos ADD nome
Altera a Tabela Alunos
INT AFTER telefone
Apaga o banco de dados
DROP DATABASE Escola
Escola
DROP TABLE Alunos Apaga a tabela Alunos

Linguagem de Manipulação de Dados


A linguagem DML, é responsável pela manipulação dos dados
em si, por exemplo, temos uma tabela Alunos, responsável por
manter todos os cadastros dos alunos.

36
INFORMÁTICA
Vejamos os comandos abaixo: ORACLE
SQL é a linguagem padrão ANSI para trabalhar com bancos de
• INSERT dados relacionais. Desta forma ela é um padrão aceito pela indús-
INSERT INTO aluno (id, nome, idade) VALUES (1, Jose da Silva, tria e trabalha com vários bancos de dados tais como: Oracle, MYS-
30); QL, Microsoft SQL Server, SQLITE, POSTGRESQL, e IBM DB2.
O comando acima irá criar o aluno Jose, com idade de 30 anos
e ID 1. De acordo com a tabela abaixo, apresentamos as principais
funções das instruções SQL.
• O UPDATE é utilizado para atualizar os dados de uma ou mais
tabelas. INSTRUÇÃO SQL FUNÇÃO
UPDATE aluno SET nome = Jose das Neves’ WHERE id = 1;
Ao executar o comando acima, estaremos alterando o nome do SELECT Recuperação de dados.
usuário que possui o ID 1 para “Jose das Neves”. INSERT UPDATE DELETE Manipulação de dados.

• DELETE, como seu próprio significado já diz, utilizaremos para CREATE ALTER DROP RENAME Definição de objetos.
excluir os dados de uma ou mais tabela em nosso banco de dados. TRUNCATE
DELETE FROM usuario WHERE id = 1 COMMIT ROLLBACK Controle de transações.
Desta forma, ao executar o comando acima, estaremos excluin- SAVEPOINT
do o aluno que possui o ID 1 do nosso banco de dados.
GRANT REVOKE Controle de acesso.
MY-SQL
MYSQL é um sistema de gerenciamento de banco de dados re- A Linguagem SQL é uma linguagem declarativa, daí a ORACLE
lacional (SGBD) que utiliza a linguagem padrão SQL para a manipu- criou a PLSQL que é uma linguagem mais robusta que na verdade é
lação de seus dados. É um banco de dados multiplaforma que roda uma extensão da linguagem padrão SQL. Sendo assim a PLSQL é um
em Windows, Linux e Mac. padrão exclusivo da ORACLE.

Vantagens do MySQL
• Open source; Diferenças entre as Linguagens SQL e PL/SQL
• Gratuito;
• É um BD multiplataforma roda em Windows, Linux e Mac; SQL PL/SQL
• Possui uma comunidade ativa e extensa; É uma linguagem imperativa.
• Pode usar nos mais variados tipos de aplicação; É uma linguagem declarativa.
Possibilita a criação de
• Facilidade de aprendizado e programação. Não é possível criar programas
programas completos,
inteiros em SQL, por falta de
devido as instruções de
Tipos de dados no MySQL instruções de controle de fluxo.
controle de fluxo, etc.
• Dados Strings: char, varchar, text, entre outros;
• Dados numéricos: bit, smallint, int, float, entre outros; Por ser uma linguagem padrão
Linguagem própria. Exclusiva
• Dados data: datetime, date, time, year, entre outros. ANSI Pode ser usada em
apenas pela Oracle.
qualquer SGBD relacional.
Sabemos que o SQL é a linguagem padrão para os bancos de
dados, desta forma podemos usar os comandos abaixo para traba-
lhar com o banco de dados.
NOÇÕES DE APRENDIZADO DE INFORMÁTICA – SOFTWA-
RE E HARDWARE
CREATE DATABASE Empresa; Criando o banco de dados
Empresa
Hardware
USE Empresa; Colocando o banco de dados Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os
Empresa em uso dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o compu-
CREATE TABLE Funcionario (id Criando a tabela Funcionario tador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígi-
INT, nome VARCHAR (255), do, monitor, scanner, etc.
PRIMARY KEY(id));
Software
INSERT INTO Funcionario (id, Inserindo um registro de uma Software, na verdade, são os programas usados para fazer ta-
nome) VALUES (1, ‘Maria’); pessoa na tabela Funcionario refas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software
SELECT * FROM funcionario; Mostrando todos os são programadas em uma linguagem de computador, traduzidas
Funcionarios cadastrados em linguagem de máquina e executadas por computador.
O software pode ser categorizado em dois tipos:
UPDATE usuario SET nome = Atualizando o nome do – Software de sistema operacional
‘Jose Silva’ WHERE ID =1; Funcionario para Jose Silva – Software de aplicativos em geral
cujo ID=1.
DELETE FROM funcionario Apagando o Funcionario cujo
WHERE id =3; ID=3

37
INFORMÁTICA
• Software de sistema operacional
O software de sistema é o responsável pelo funcionamento REDES DE COMUNICAÇÃO – REDES SOCIAIS E TELECO-
do computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos MUNICAÇÕES
de software do sistema incluem sistemas operacionais como Win-
dows, Linux, Unix , Solaris etc. Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da inter-
net, por pessoas e organizações que se conectam a partir de inte-
• Software de aplicação resses ou valores comuns10. Muitos confundem com mídias sociais,
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para porém as mídias são apenas mais uma forma de criar redes sociais,
execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicati- inclusive na internet.
vos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc.
O propósito principal das redes sociais é o de conectar pessoas.
Para não esquecer: Você preenche seu perfil em canais de mídias sociais e interage com
as pessoas com base nos detalhes que elas leem sobre você. Po-
HARDWARE É a parte física do computador de-se dizer que redes sociais são uma categoria das mídias sociais.
Mídia social, por sua vez, é um termo amplo, que abrange
São os programas no computador (de diferentes mídias, como vídeos, blogs e as já mencionadas redes
SOFTWARE
funcionamento e tarefas) sociais. Para entender o conceito, pode-se olhar para o que com-
preendíamos como mídia antes da existência da internet: rádio, TV,
Periféricos jornais, revistas. Quando a mídia se tornou disponível na internet,
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados ela deixou de ser estática, passando a oferecer a possibilidade de
no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionali- interagir com outras pessoas.
dades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou No coração das mídias sociais estão os relacionamentos, que
aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo são comuns nas redes sociais — talvez por isso a confusão. Mídias
melhorar o desempenho do computador, tais como design, qualida- sociais são lugares em que se pode transmitir informações para ou-
de de som, alto falantes, etc. tras pessoas.
Estas redes podem ser de relacionamento, como o Facebook,
Tipos: profissionais, como o Linkedin ou mesmo de assuntos específicos
como o Youtube que compartilha vídeos.
PERIFÉRICOS As principais são: Facebook, WhatsApp, Youtube, Instagram,
Utilizados para a entrada de dados; Twitter, Linkedin, Pinterest, Snapchat, Skype e agora mais recente-
DE ENTRADA
mente, o Tik Tok.
PERIFÉRICOS Utilizados para saída/visualização de da-
DE SAÍDA dos Facebook
Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pessoais
• Periféricos de entrada mais comuns. de seus membros.
– O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item
essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonômicos
para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular;
– Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados
para uso no computador;
– O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele
podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso do com-
putador.
O Facebook é uma rede social versátil e abrangente, que reúne
• Periféricos de saída populares mais comuns muitas funcionalidades no mesmo lugar. Serve tanto para gerar ne-
– Monitores, que mostra dados e informações ao usuário; gócios quanto para conhecer pessoas, relacionar-se com amigos e
– Impressoras, que permite a impressão de dados para mate- família, informar-se, dentre outros11.
rial físico;
– Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador; WhatsApp
– Fones de ouvido. É uma rede para mensagens instantânea. Faz também ligações
telefônicas através da internet gratuitamente.
Sistema Operacional
O software de sistema operacional é o responsável pelo funcio-
namento do computador. É a plataforma de execução do usuário.
Exemplos de software do sistema incluem sistemas operacionais
como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.

• Aplicativos e Ferramentas
São softwares utilizados pelos usuários para execução de tare-
fas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Ac- A maioria das pessoas que têm um smartphone também o têm
cess, além de ferramentas construídas para fins específicos. instalado. Por aqui, aliás, o aplicativo ganhou até o apelido de “zap
zap”.
10 https://resultadosdigitais.com.br/especiais/tudo-sobre-redes-sociais/
11 https://bit.ly/32MhiJ0

38
INFORMÁTICA
Para muitos brasileiros, o WhatsApp é “a internet”. Algumas Nos últimos anos, a rede social acabou voltando a ser mais uti-
operadoras permitem o uso ilimitado do aplicativo, sem debitar do lizada por causa de seu uso por políticos, que divulgam informações
consumo do pacote de dados. Por isso, muita gente se informa atra- em primeira mão por ali.
vés dele.
LinkedIn
YouTube Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede quer
Rede que pertence ao Google e é especializada em vídeos. manter contatos para ter ganhos profissionais no futuro, como um
emprego por exemplo.

O YouTube é a principal rede social de vídeos on-line da atuali-


dade, com mais de 1 bilhão de usuários ativos e mais de 1 bilhão de
horas de vídeos visualizados diariamente. A maior rede social voltada para profissionais tem se tornado
cada vez mais parecida com outros sites do mesmo tipo, como o
Instagram Facebook.
Rede para compartilhamento de fotos e vídeos. A diferença é que o foco são contatos profissionais, ou seja: no
lugar de amigos, temos conexões, e em vez de páginas, temos com-
panhias. Outro grande diferencial são as comunidades, que reúnem
interessados em algum tema, profissão ou mercado específicos.
É usado por muitas empresas para recrutamento de profissio-
nais, para troca de experiências profissionais em comunidades e
outras atividades relacionadas ao mundo corporativo

Pinterest
O Instagram foi uma das primeiras redes sociais exclusivas para Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas tam-
acesso por meio do celular. E, embora hoje seja possível visualizar bém compartilha vídeos.
publicações no desktop, seu formato continua sendo voltado para
dispositivos móveis.
É possível postar fotos com proporções diferentes, além de ou-
tros formatos, como vídeos, stories e mais.
Os stories são os principais pontos de inovação do aplicativo.
Já são diversos formatos de post por ali, como perguntas, enquetes,
vídeos em sequência e o uso de GIFs.
Em 2018, foi lançado o IGTV. E em 2019 o Instagram Cenas, O Pinterest é uma rede social de fotos que traz o conceito de
uma espécie de imitação do TikTok: o usuário pode produzir vídeos “mural de referências”. Lá você cria pastas para guardar suas inspi-
de 15 segundos, adicionando música ou áudios retirados de outro rações e também pode fazer upload de imagens assim como colocar
clipezinho. Há ainda efeitos de corte, legendas e sobreposição para links para URLs externas.
transições mais limpas – lembrando que esta é mais uma das fun- Os temas mais populares são:
cionalidades que atuam dentro dos stories. – Moda;
– Maquiagem;
Twitter – Casamento;
Rede social que funciona como um microblog onde você pode – Gastronomia;
seguir ou ser seguido, ou seja, você pode ver em tempo real as atu- – Arquitetura;
alizações que seus contatos fazem e eles as suas. – Faça você mesmo;
– Gadgets;
– Viagem e design.
Seu público é majoritariamente feminino em todo o mundo.

O Twitter atingiu seu auge em meados de 2009 e de lá para cá


está em declínio, mas isso não quer dizer todos os públicos pararam
de usar a rede social.
A rede social é usada principalmente como segunda tela em
que os usuários comentam e debatem o que estão assistindo na
TV, postando comentários sobre noticiários, reality shows, jogos de
futebol e outros programas.

39
INFORMÁTICA
Snapchat Além de vídeos simples, é possível usar o TikTok para postar
Rede para mensagens baseado em imagens. duetos com cantores famosos, criar GIFs, slideshow animado e sin-
cronizar o áudio de suas dublagens preferidas para que pareça que
é você mesmo falando.
O TikTok cresceu graças ao seu apelo para a viralização. Os usu-
ários fazem desafios, reproduzem coreografias, imitam pessoas fa-
mosas, fazem sátiras que instigam o usuário a querer participar da
brincadeira — o que atrai muito o público jovem.

O Snapchat é um aplicativo de compartilhamento de fotos, ví- PLANILHAS – ELABORAÇÃO, FÓRMULAS E CONCEITOS


deos e texto para mobile. Foi considerado o símbolo da pós-moder- LIGADOS AO EXCEL. APRESENTAÇÕES – FORMATOS, DE-
nidade pela sua proposta de conteúdos efêmeros conhecidos como SIGNS, COMANDOS E CONCEITOS LIGADOS AO POWER
snaps, que desaparecem algumas horas após a publicação. POINT
A rede lançou o conceito de “stories”, despertando o interesse
de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que diversas vezes tentou Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
adquirir a empresa, mas não obteve sucesso. Assim, o CEO lançou em tópicos anteriores.
a funcionalidade nas redes que já haviam sido absorvidas, criando
os concorrentes WhatsApp Status, Facebook Stories e Instagram
Stories.
Apesar de não ser uma rede social de nicho, tem um público EXERCÍCIOS
bem específico, formado por jovens hiperconectados.

Skype 1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como


O Skype é um software da Microsoft com funções de videocon- principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as
ferência, chat, transferência de arquivos e ligações de voz. O serviço versões em papel para o formato digital, é denominado
também opera na modalidade de VoIP, em que é possível efetuar (A) joystick.
uma chamada para um telefone comum, fixo ou celular, por um (B) plotter.
aparelho conectado à internet (C) scanner.
(D) webcam.
(E) pendrive.

2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um


novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou
O Skype é uma versão renovada e mais tecnológica do extinto baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna-
MSN Messenger. tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou
Contudo, o usuário também pode contratar mais opções de adicionada para resolver o problema constatado por João.
uso – de forma pré-paga ou por meio de uma assinatura – para (A) Placa de som
realizar chamadas para telefones fixos e chamadas com vídeo em (B) Placa de fax modem
grupo ou até mesmo enviar SMS. (C) Placa usb
É possível, no caso, obter um número de telefone por meio pró- (D) Placa de captura
prio do Skype, seja ele local ou de outra região/país, e fazer ligações (E) Placa de vídeo
a taxas reduzidas.
Tudo isso torna o Skype uma ferramenta válida para o mundo 3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe-
corporativo, sendo muito utilizado por empresas de diversos nichos riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída
e tamanhos. e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta
um exemplo de periférico somente de entrada.
Tik Tok (A) Monitor
O TikTok, aplicativo de vídeos e dublagens disponível para iOS (B) Impressora
e Android, possui recursos que podem tornar criações de seus usu- (C) Caixa de som
ários mais divertidas e, além disso, aumentar seu número de segui- (D) Headphone
dores12. (E) Mouse

4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado-


res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi-
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende-
reço válido na Internet é:
(A) http:@site.com.br
(B) HTML:site.estado.gov
(C) html://www.mundo.com
(D) https://meusite.org.br
(E) www.#social.*site.com
12 https://canaltech.com.br/redes-sociais/tiktok-dicas-e-truques/

40
INFORMÁTICA
5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe-
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso cuta?
presencial, chamamos esse serviço de: (A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
(A) Computação On-Line. (B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
(B) Computação na nuvem. (C) Capturar uma janela inteira
(C) Computação em Tempo Real. (D) Capturar uma seção retangular da tela.
(D) Computação em Block Time. (E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
(E) Computação Visual uma caneta eletrônica

6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos 13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- assinale a alternativa INCORRETA:
tos associados à Internet, julgue o próximo item. (A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter- pela Microsoft.
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o (B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
Youtube (http://www.youtube.com). pre visível ao usuário.
( ) Certo (C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
( ) Errado 7 dentro do Windows 8.
(D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a Kapersky.
execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar (E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
danos ao computador do usuário. res x86 e 64 bits.
( ) Certo
( ) Errado 14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi-
tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as
8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên- ( ) Certo
cia de vírus. ( ) Errado
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
adotado no exemplo acima. 15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo de
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
ao administrador de rede. (A) init 0.
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo (B) init 6.
de vírus. (C) exit
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo. (D) ls.
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni- (E) cd.
toramento.
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a 16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou
analisá-lo posteriormente. minúsculas
( ) Certo
9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows ( ) Errado
7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver-
são para processadores de 64 bits. 17. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
( ) Certo (A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
( ) Errado nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do meros e letras.
Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é (B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
uma versão oficial do Microsoft Windows e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
(A) Windows 7 (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
(B) Windows 10 útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
(C) Windows 8.1 que o Excel.
(D) Windows 9 (D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
(E) Windows Server 2012 gens de correio eletrônico.
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do e recebimento de páginas web.
Windows:
(A) Windows Gold.
(B) Windows 8.
(C) Windows 7.
(D) Windows XP.

41
INFORMÁTICA
18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen-
ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági-
ANOTAÇÕES
na Inicial” do Word 2010.
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento. ______________________________________________________
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
do documento. ______________________________________________________
(C) Definir o alinhamento do texto.
(D) Inserir uma tabela no texto ______________________________________________________

19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint ______________________________________________________


2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
______________________________________________________
cativo.
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?. ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
( ) Certo
( ) Errado ______________________________________________________

20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so- ______________________________________________________


noros à apresentação em elaboração.
( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

1 C ______________________________________________________

2 E ______________________________________________________
3 E
______________________________________________________
4 D
______________________________________________________
5 B
6 ERRADO ______________________________________________________
7 CERTO ______________________________________________________
8 C
_____________________________________________________
9 CERTO
10 D _____________________________________________________

11 A ______________________________________________________
12 B ______________________________________________________
13 D
______________________________________________________
14 CERTO
15 D ______________________________________________________
16 CERTO ______________________________________________________
17 A
______________________________________________________
18 D
______________________________________________________
19 CERTO
20 CERTO ______________________________________________________

______________________________________________________

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
1. Estado, Governo e Sociedade: conceito e evolução do Estado contemporâneo; aspectos fundamentais na formação do estado brasi-
leiro; teorias das formas e dos sistemas de governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Administração Estratégica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. Organização do Estado e da gestão. Departamentalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4. Descentralização; desconcentração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5. Os agentes públicos e a sua gestão, normas legais e constitucionais aplicáveis.erviço de atendimento ao cidadão . . . . . . . . . . . . . 43
6. Comunicação interna e externa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
7. Relacionamento interpessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
8. Trabalho em equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
9. Gestão de conflitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
10. Governança na gestão pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
11. Da administração Pública: conceito, princípios, finalidade, Administração Pública direta e indireta, entidades políticas e administrati-
vas, órgãos e agentes públicos, poderes e deveres do administrador públic . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
12. Ato Administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação, espécies, motivação e invalidação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
13. Procedimento Administrativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
14. Contrato administrativo: conceito, características, espécies, inexecução e extinção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
15. Licitação: conceito, finalidade, princípios, modalidades, dispensa e inexigibilidade, procedimento, anulação e revogação . . . . . . 104
16. Comunicações Oficiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
17. Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de raciocínio verbal. Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pesso-
as, lugares, objetos ou eventos fictícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
18. Noções de matemática financeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
19. Rotinas e Processos Administrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Pode ser conceituado em dois sentidos:
ESTADO, GOVERNO E SOCIEDADE: CONCEITO E EVO- a) sentido formal, orgânico ou subjetivo: o conjunto de ór-
LUÇÃO DO ESTADO CONTEMPORÂNEO; ASPECTOS gãos/entidades administrativas e agentes estatais, que estejam no
FUNDAMENTAIS NA FORMAÇÃO DO ESTADO BRA- exercício da função administrativa, independentemente do poder a
SILEIRO; TEORIAS DAS FORMAS E DOS SISTEMAS DE que pertençam, tais como Poder Executivo, Judiciário ou Legislativo
GOVERNO ou a qualquer outro organismo estatal.
Em outras palavras, a expressão Administração Pública confun-
Estado de-se com os sujeitos que integram a estrutura administrativa do
O Estado soberano, traz como regra, um governo, indispensá- Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa.
vel por ser o elemento condutor política do Estado, o povo que irá Assim, num sentido subjetivo, Administração Pública representa o
representar o componente humano e o território que é o espaço conjunto de órgãos, agentes e entidades que desempenham a fun-
físico que ele ocupa.  ção administrativa. 

São Características do Estado: b) sentido material ou objetivo: conjunto das atividades ad-
- Soberania:.No âmbito interno refere-se à capacidade de auto- ministrativas realizadas pelo Estado, que vai em direção à defesa
determinação e, no âmbito externo, é o privilégio de receber trata- concreta do interesse público.
mento igualitário perante os outros países.  Em outras palavras, a Administração Pública confunde-se com
- Sociedade: é o conjunto de pessoas que compartilham pro- a própria função (atividade) administrativa desempenhada pelo Es-
pósitos, preocupações e costumes, e que interagem entre si consti- tado. O conceito de Administração Pública está relacionado com o
tuindo uma comunidade.  objeto da Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce
- Território é a base espacial do poder jurisdicional do Estado a Administração, mas sim com o que faz a Administração Pública.
onde este exerce o poder coercitivo estatal sobre os indivíduos hu-
manos, sendo materialmente composto pela terra firme, incluindo A doutrina moderna considera quatro tarefas precípuas da Ad-
o subsolo e as águas internas (rios, lagos e mares internos), pelo ministração Pública, que são:
mar territorial, pela plataforma continental e pelo espaço aéreo.  1 - a prestação de serviços públicos,
- Povo é a população do Estado, considerada pelo aspecto pu- 2 - o exercício do poder de polícia,
ramente jurídico. É o conjunto de indivíduos sujeitos às mesmas 3 - a regulação das atividades de interesse público e
leis. São os cidadãos de um mesmo Estado, detentores de direitos 4 - o controle da atuação do Estado.
e deveres. 
- Nação é um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela Em linhas gerais, podemos entender a atividade administrativa
origem comum, pelos interesses comuns, e principalmente, por como sendo aquela voltada para o bem toda a coletividade, desen-
ideais e princípios comuns. volvida pelo Estado com a finalidade de privilegiar e administrar a
coisa pública e as necessidades da coletividade.
Governo  Por sua vez, a função administrativa é considerada um múnus
A palavra governo tem dois sentidos, coletivo e singular. público, que configura uma obrigação ou dever para o administra-
- Coletivo: conjunto de órgãos que orientam a vida política do dor público que não será livre para atuar, já que deve obediência ao
Estado. direito posto, para buscar o interesse coletivo.
- Singular: como poder executivo, órgão que exerce a função
mais ativa na direção dos negócios públicos. É um conjunto par- Separação dos Poderes
ticular de pessoas que, em qualquer tempo, ocupam posições de O Estado brasileiro adotou a tripartição de poderes, assim são
autoridade dentro de um Estado, que tem o objetivo de estabelecer seus poderes o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, conforme se
as regras de uma sociedade política e exercer autoridade. infere da leitura do art. 2º da Constituição Federal: “São Poderes da
União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Execu-
Importante destacar o conceito de governo dado por Alexandre tivo e o Judiciário.”.
Mazza: “... é a cúpula diretiva do Estado, responsável pela condução a) Poder Executivo: No exercício de suas funções típicas, pratica
dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja composição atos de chefia do Estado, de Governo e atos de administração, ou
pode ser modificada mediante eleições.” seja, administra e executa o ordenamento jurídico vigente. É uma
O governo é a instância máxima de administração executiva, administração direita, pois não precisa ser provocada. Excepcional-
geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma mente, no exercício de função atípica, tem o poder de legislar, por
nação. É formado por dirigentes executivos do Estado e ministros.  exemplo, via medida provisória.
Os conceitos de Estado e Governo não podem ser confundidos, b) Poder legislativo: No exercício de suas funções típicas, é de
já que o Estado é um povo situado em determinado território, com- sua competência legislar de forma geral e abstrata, ou seja, legislar
posto pelos elementos: povo, território e governo. para todos. Tem o poder de inovar o ordenamento jurídico. Em fun-
O governo, por sua vez, é o elemento gestor do Estado. Pode-se ção atípica, pode administrar internamente seus problemas.
dizer que o governo é a cúpula diretiva do Estado que se organiza c) Poder judiciário: No exercício de suas funções típicas, tem o
sob uma ordem jurídica por ele posta, a qual consiste no complexo poder jurisdicional, ou seja, poder de julgar as lides, no caso concre-
de regras de direito baseadas e fundadas na Constituição Federal. to. Sua atuação depende de provocação, pois é inerte.

Administração pública Como vimos, o governo é o órgão responsável por conduzir os


É a forma como o Estado governa, ou seja, como executa as interesses de uma sociedade. Em outras palavras, é o poder diretivo
suas atividades voltadas para o atendimento para o bem estar de do Estado.
seu povo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
FONTES os administrados, sem discriminação nem favoritismo, constituindo
A Administração Pública adota substancialmente as mesmas assim um desdobramento do princípio geral da igualdade, art. 5.º,
fontes adotadas no ramo jurídico do Direito Administrativo: Lei, caput, CF.
Doutrina, Jurisprudência e Costumes. - Moralidade: A atividade da Administração Pública deve obe-
Além das fontes mencionadas, adotadas em comum com o decer não só à lei, mas também à moral. Como a moral reside no
Direito Administrativo, a Administração Pública ainda utiliza-se das campo do subjetivismo, a Administração Pública possui mecanis-
seguintes fontes para o exercício das atividades administrativas: mos que determinam a moral administrativa, ou seja, prescreve
- Regulamentos São atos normativos posteriores aos decretos, condutas que são moralmente aceitas na esfera do Poder Público.
que visam especificar as disposições de lei, assim como seus man- - Publicidade: É o dever atribuído à Administração, de dar total
damentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de transparência a todos os atos que praticar, ou seja, como regra ge-
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto- ral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso.
-executáveis independem de regulamentos para produzir efeitos. A regra do princípio que veda o sigilo comporta algumas ex-
- Instruções normativas Possuem previsão expressa na Consti- ceções, como quando os atos e atividades estiverem relacionados
tuição Federal, em seu artigo 87, inciso II. São atos administrativos com a segurança nacional ou quando o conteúdo da informação for
privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os superiores resguardado por sigilo (art. 37, § 3.º, II, da CF/88).
expedem normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de - Eficiência: A Emenda Constitucional nº 19 trouxe para o tex-
atuação de seus subordinados com relação a determinado serviço, to constitucional o princípio da eficiência, que obrigou a Adminis-
assemelhando-se às circulares e às ordens de serviço.  tração Pública a aperfeiçoar os serviços e as atividades que presta,
- Regimentos  São atos administrativos internos que emanam buscando otimização de resultados e visando atender o interesse
do poder hierárquico do Executivo ou da capacidade de auto-orga- público com maior eficiência. 
nização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta ma-
neira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. Princípios Implícitos
- Estatutos É o conjunto de normas jurídicas, através de acordo Os demais são os denominados princípios reconhecidos (ou
entre os sócios e os fundadores, regulamentando o funcionamento implícitos), estes variam de acordo com cada jurista/doutrinador.
de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em especial os Destaca-se os seguintes princípios elaborados pela doutrina
colegiados. administrativa, dentre outros:
- Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Parti-
PRINCÍPIOS cular: Sempre que houver necessidade de satisfazer um interesse
Os princípios jurídicos orientam a interpretação e a aplicação público, em detrimento de um interesse particular, prevalece o
de outras normas. São as diretrizes do ordenamento jurídico, guias interesse público. São as prerrogativas conferidas à Administração
de interpretação, às quais a administração pública fica subordinada. Pública, porque esta atua por conta dos interesses públicos.
Possuem um alto grau de generalidade e abstração, bem como um No entanto, sempre que esses direitos forem utilizados para
profundo conteúdo axiológico e valorativo. finalidade diversa do interesse público, o administrador será res-
Os princípios da Administração Pública são regras que surgem ponsabilizado e surgirá o abuso de poder.
como parâmetros e diretrizes norteadoras para a interpretação das - Indisponibilidade do Interesse Público: Os bens e interesses
demais normas jurídicas. públicos são indisponíveis, ou seja, não pertencem à Administra-
Com função principal de garantir oferecer coerência e harmo- ção ou a seus agentes, cabendo aos mesmos somente sua gestão
nia para o ordenamento jurídico e determinam a conduta dos agen- em prol da coletividade. Veda ao administrador quaisquer atos que
tes públicos no exercício de suas atribuições. impliquem renúncia de direitos da Administração ou que, injustifi-
Encontram-se de maneira explícita/expressas no texto consti- cadamente, onerem a sociedade.
tucional ou implícitas na ordem jurídica. Os primeiros são, por una- - Autotutela: é o princípio que autoriza que a Administração
nimidade, os chamados princípios expressos (ou explícitos), estão Pública revise os seus atos e conserte os seus erros.
previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal. - Segurança Jurídica: O ordenamento jurídico vigente garante
que a Administração deve interpretar a norma administrativa da
Princípios Expressos forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
São os princípios expressos da Administração Pública os que dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
estão inseridos no artigo 37 “caput” da Constituição Federal: legali- - Razoabilidade e da Proporcionalidade: São tidos como prin-
dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. cípios gerais de Direito, aplicáveis a praticamente todos os ramos
- Legalidade: O princípio da legalidade representa uma garantia da ciência jurídica. No âmbito do Direito Administrativo encontram
para os administrados, pois qualquer ato da Administração Pública aplicação especialmente no que concerne à prática de atos adminis-
somente terá validade se respaldado em lei. Representa um limite trativos que impliquem restrição ou condicionamento a direitos dos
para a atuação do Estado, visando à proteção do administrado em administrados ou imposição de sanções administrativas.
relação ao abuso de poder. - Probidade Administrativa: A conduta do administrador públi-
O princípio apresenta um perfil diverso no campo do Direito co deve ser honesta, pautada na boa conduta e na boa-fé.
Público e no campo do Direito Privado. No Direito Privado, tendo - Continuidade do Serviço Público: Via de regra os serviços pú-
em vista o interesse privado, as partes poderão fazer tudo o que a blicos por serem prestados no interesse da coletividade devem ser
lei não proíbe; no Direito Público, diferentemente, existe uma rela- adequados e seu funcionamento não deve sofrer interrupções.
ção de subordinação perante a lei, ou seja, só se pode fazer o que a
lei expressamente autorizar. Ressaltamos que não há hierarquia entre os princípios (expres-
sos ou não), visto que tais diretrizes devem ser aplicadas de forma
- Impessoalidade: a Administração Pública não poderá atuar harmoniosa. Assim, a aplicação de um princípio não exclui a aplica-
discriminando pessoas de forma gratuita, a Administração Pública ção de outro e nem um princípio se sobrepõe ao outros.
deve permanecer numa posição de neutralidade em relação às pes- Nos termos do que estabelece o artigo 37 da Constituição Fe-
soas privadas. A atividade administrativa deve ser destinada a todos deral, os princípios da Administração abrangem a Administração

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Pública direta e indireta de quaisquer dos Poderes da União, dos Formalização da estratégia
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, vinculando todos os Nesta dimensão a estratégia organizacional deve estar forma-
órgãos, entidades e agentes públicos de todas as esferas estatais ao lizada através de documentos. A evidência da existência de estra-
cumprimento das premissas principiológicas. tégia formalizada na organização é: a missão da organização, visão
de futuro, valores organizacionais, objectivos/metas estratégicos
e políticas da organização (de meio ambiente, da qualidade, entre
outras).
ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Implementação da estratégia
Planejamento estratégico Pretende-se verificar a implementação da estratégia ao longo
Estratégia Organizacional, de uma forma simplificada, pode ser da estrutura da organização.
conceituada como o caminho para a consecução dos objetivos or- Porter (1996) argumenta que a essência da estratégia perma-
ganizacionais e pode ser aplicada indistintamente a todos os níveis nece em escolher atividades a serem feitas de uma maneira dife-
hierárquicos. rente.
Estratégia Organizacional é a seleção dos meios empregados
para realizar objetivos. Indicadores de Gestão

Estratégia é um vocábulo de origem grega (estrategós), que Indicador de desempenho institucional


significa a “arte do General”, conotação puramente militar, porque, - Enquanto os objetivos estratégicos são de dimensão mais
no passado, a incumbência de fazer a guerra era responsabilidade abrangente, as metas de desempenho são ações concretas e objeti-
direta dos chefes militares, os generais, os homens da estratégia. vas, necessárias ao atingimento desses objetivos, e que vão consti-
Na antiguidade, a estratégia era restrita ao campo de batalha. tuir, em última análise, o insumo básico da avaliação e mensuração
Segundo Souza e Silva (2001), o conceito de estratégia tem mais de do desempenho institucional.
2500 anos, conforme registros deixados por textos gregos e chine- O princípio fundamental da avaliação não é apenas medir se
ses. É dessa época o livro “A Arte da Guerra”, escrito pelo general determinado resultado foi alcançado, mas proporcionar informa-
chinês Sun Tzu, primeiro tratado sobre o assunto. ções suficientes para desencadear um processo que permita identi-
A partir dos anos 50/60, o conceito de estratégica passou a ser ficar as oportunidades de melhoria de forma contínua.
disseminado para os enfoques da administração empresarial e da Para tanto, é necessário a existência de uma ferramenta, que
administração pública. permita avaliar se os resultados foram alcançados e identificar as
Mostro neste item, uma síntese do Planejamento Estratégico causas dos desvios ocorridos, de foram a mensurar o desempenho
do TCU, dando ênfase ao exemplo da aplicação prática das estraté- da organização.
gias organizacionais: Sistema de Acompanhamento e Avaliação - O sistema de acom-
panhamento e avaliação do cumprimento das metas, responsável
VISÃO: Ser instituição de excelência no controle e contribuir pela construção do indicador de gestão, foi desenvolvido a partir da
para o aperfeiçoamento da administração pública. postura realística de que, por motivos fortuitos ou de força maior,
algumas das metas pudessem não ser plenamente atingidas.
MISSÃO: Assegurar a efetiva e regular gestão dos recursos pú- O modelo adotado baseia-se no pressuposto de que o conjunto
blicos, em benefício da sociedade. de objetivos e suas metas associadas apresentam distintos graus de
complexidade, de importância ou de dificuldade, o que justifica o
VALORES: uso de uma escala de pesos, que leve em consideração tais aspec-
• Ética. tos.
• Efetividade.
• Independência. Ponderação das Metas e Objetivos
• Justiça. A cada meta corresponde um peso, considerando-se uma esca-
• Profissionalismo. la de zero a dez, conforme a sua relevância no conjunto de metas
ajustadas de comum acordo entre as partes, cujo somatório resul-
Objetivos Estratégicos: tará no valor máximo de pontos que será atingido caso todas as me-
• Cumprir com tempestividade e qualidade as competên- tas sejam cumpridas integralmente. Do peso atribuído a cada meta
cias do TCU. será calculada a participação de cada objetivo no conjunto total de
• Fortalecer o relacionamento com a sociedade, órgãos pú- objetivos fixados. Portanto, cada objetivo terá uma participação re-
blicos, Congresso Nacional e a mídia. lativa, atribuída de modo a refletir a sua relevância estratégica, e
• Combater a corrupção, o desvio e a fraude na gestão dos resultará da análise conjunta das partes contratantes. A partir do
recursos públicos federais. peso atribuído a cada meta será calculada a sua participação relati-
• Contribuir para a melhoria da prestação dos serviços pú- va dentro mesmo objetivo.
blicos.
• Aprimorar política interna da gestão de pessoas. Mapa Estratégico
O Mapa Estratégico faz parte da metodologia BSC - Balanced
A estratégia organizacional pode ser analisada sob três diferen- Scorecard. A aplicação do método através de suas ferramentas é
tes perspectivas ou, dimensões para avaliação: formalização da es- essencial na consolidação das estratégias.
tratégia, enfoque estratégico e implementação da estratégia. O mapa também representa uma síntese compreensível do pla-
nejamento estratégico que é indispensável na transição entre a fase
Enfoque estratégico de planejamento para a fase de execução dos projetos estratégicos.
Visa a identificar a existência dos três atributos relacionados Na prática, a gestão estratégica tem como foco otimizar o uso
com a estratégia na organização, independentemente desta estar dos recursos da empresa em função do plano. Os projetos estraté-
ou não formalizada. gicos tem como foco criar novas competências que serão funda-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
mentais para o futuro da empresa. Ambos, gestão e projetos estra- Durante a fase de execução, empresas falham por muitos mo-
tégicos, devem estar absolutamente alinhados com as estratégias tivos - mas principalmente pelos três listados abaixo, que são negli-
definidas pelos diretores e ratificadas pelos acionistas. gência de gestores que não merecem ocupar seus cargos.
O formato e a organização das informações no Mapa oferecem 1. Falta de visão e paixão
uma visão integrada, combinando 3 elementos fundamentais para 2. Falta de planejamento
uma gestão harmoniosa e previsível: 3. Falta de disciplina
1. Foco. Cada área da empresa compreende suas responsabili-
dades e as expectativas. Uma estratégia só terá algum valor quando suas táticas, re-
2. Sinergia. Cada área compreende sua importância dentro do lacionadas a conceitos bem articulados, criarem uma marcha de
planejamento estratégico global da empresa. Compreende também execução disciplinada e previsível. A execução é a única forma de
o impacto ao falhar durante o processo de execução. materializar as estratégias. 1
3. Controle. Além das expectativas, as métricas devem ser bem
definidas. A melhor forma de reforçar a execução é atrelar a remu- Planejamento Estratégico
neração variável e o bônus ao desempenho individual e em equipe. O planejamento estratégico pode ser definido como o proces-
so de criação e implementação de decisões sobre o futuro de uma
O Mapa Estratégico integra as estratégias da empresa sincroni- organização (KERZNER, 2002). Outro conceito atualmente em uso
zando quatro perspectivas ilustradas em uma única fotografia que é o gerenciamento de projetos. Hoje, é necessária uma estratégia
contém as estratégias gerais da empresa e como cada área deverá gerencial que utiliza as unidades operacionais para conduzir o tra-
contribuir, de forma sincronizada, para o sucesso do resultado final balho, checar a eficiência e manter informado o alto nível gerencial.
determinado pelo Ebitda, que significa o retorno combinado com A metodologia de gerenciamento de projetos pode fazer tudo
os acionistas. isto e é a maneira escolhida por muitas empresas para gerenciar
seus aspectos críticos dos negócios (CLELAND; IRELAND, 2000). King
Perspectiva 1 - Financeira (1978) diz que os projetos podem unificar as estratégias e disse-
Identifica as diversas fontes de receita da empresa sejam re- miná-las pelas áreas da corporação. Um gerenciamento de proje-
ceitas provenientes de vendas novas para novos clientes ou vendas tos de sucesso requer o preenchimento da lacuna entre a visão da
recorrentes. empresa e seus projetos (DINSMORE, 1998). Esta é a maneira pela
Equilibra os custos relativos aos produtos ou serviços determi- qual as estruturas de projetos, tais como a funcional, a projetizada
nando a margem de contribuição exigida para pagar as despesas e e a matricial e o PMO (Project Management Office), estrutura que
ainda gerar o lucro esperado pelos acionistas. O resultado do equi- aplica os conceitos de gerenciamento de projetos dentro de uma
líbrio entre receitas, custos e despesas formam o orçamento que empresa, podem ajudar a gerar resultados planejados na estraté-
rege a empresa ao longo do ano fiscal. O orçamento também defi- gia da mesma, através do gerenciamento de projetos. Os modelos
ne a estratégia investimentos e de financiamento do capital de giro e as configurações de estruturas organizacionais devem ser anali-
necessário para a empresa operar conforme seu ciclo operacional. sados pensando-se nas configurações gerais e de manufatura da
estratégia de uma organização e sua posição na matriz volume-va-
Perspectiva 2 - Clientes riedade (PORTER, 1979); (SLACK et al., 1996). As empresas devem
Trata da relevância da Marca influenciada pelo nível de satisfa- procurar se organizar de uma melhor maneira para gerenciar seus
ção do cliente. projetos, fazendo o alinhamento entre as características temporais
A satisfação do cliente e a Marca dependem do resultado da dos mesmos e decidindo como elas irão se estruturar para executar
combinação entre três elementos: seus projetos. A seleção da correta estrutura pelas empresas será
1. Oferta compreensível e relevante de produtos e serviços, estratégica no sucesso dos projetos gerenciados por elas. Quando
2. Relacionamento com clientes, estes projetos são gerenciados por grandes empresas, o risco dos
3. Excelência operacional. Com o resultado positivo dessa com- mesmos não se tornarem um sucesso, por uma deficiente estrutura
binação, a empresa ganha de seus clientes a permissão para ofere- organizacional, é muito alto. E o impacto financeiro, devido a uma
cer e apresentar novos produtos e serviços. deficiente estrutura organizacional, também é muito alto, sendo
proporcional ao tamanho do projeto. Para esta dissertação, a opção
Perspectiva 3 - Processos Internos metodológica adotada foi a análise de múltiplos estudos de casos,
Detalha a responsabilidade e expectativa de cada área funcio- selecionando três empresas dos seguintes segmentos: cosméticos,
nal. Detalha também as relações entre as áreas para que a gestão eletro-eletrônico e aeroespacial. Os principais elementos investi-
funcione de forma harmoniosa. As métricas estabelecidas na pers- gados no estudo de campo foram: categorização das empresas, o
pectiva dos processo internos devem formar a base para política de papel estratégico das atividades de gerenciamento de projetos, a
remuneração por meritocracia. estrutura de gerenciamento de projetos existente e os investimen-
tos em atividades relacionadas ao gerenciamento de projetos. Após
Perspectiva 4 - Organização a condução das entrevistas, foi feita uma análise relacionando as
Responsável pela formação da cultura organizacional através funções adotadas na prática pelas empresas estudadas, com as fun-
do reforço da prática dos valores da empresa. ções que, teoricamente, seriam as mais apropriadas para as em-
Nessa perspectiva a empresa também trata do capital huma- presas de cada segmento de negócios, quando da implantação de
no individualmente e também o capital organizacional, através da estratégias através de uma estrutura organizacional.
gestão integrada de processos e rotinas na busca por excelência
operacional. Gestão estratégica de pessoas
Outro aspecto que deve ser tratado nessa perspectiva é o capi- Já há algum tempo, a sociedade tem vivido uma transição de-
tal da informação, que inclui as informações da empresa integradas nominada “Era da Informação e Conhecimento”, no qual as pessoas
através de um software de gestão - ERP, e também inclui a inteligên- precisam ser consideradas parte essencial desse processo para que
cia competitiva, que é um conjunto de indicadores monitorados de as organizações obtenham êxito em suas operações. No âmbito em-
forma sistemática que auxilia na tomada de decisões.
1 Fonte: www.brandme.com.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
presarial são fundamentais que todos os colaboradores engajados  Motivar e Reconhecer os esforços de todos os envolvidos;
nos processos assimilem a missão e os objetivos da organização,  As lideranças precisam transmitir suas ideias e saber exer-
como elementos norteadores na formulação e planejamento de cer suas influências;
estratégias. Por outro lado, os gerentes devem desenvolver uma  Transformar Grupos em Equipes;
atuação que possibilite a ênfase nos focos de aprendizagem da or-  Pensar, Agir e Solucionar problemas;
ganização.  Gerar Ambiente Sinérgico;
Nessa 3ª fase da globalização em que vivemos, é viável que as  Ter nos conflitos gerados uma oportunidade de fonte de
organizações que almejam crescimento e melhoria contínua invis- aprendizagem;
tam em treinamento e qualificação e requalificação de seu pessoal  Saber gerenciar o estresse;
gerando assim uma significativa vantagem competitiva num merca-  Saber delegar;
do aonde as inovações tecnológicas chegam já com data prevista de  Desenvolver Culturas;
saída para novos critérios. Todavia, as empresas que entenderem  Preparar as Pessoas para a Avaliação de Desempenho;
essa interdependência alcançarão gradualmente soluções compen-  Elaborar Planos Individuais de Capacitação por Compe-
satórias em seus trâmites e processos. tências;
Conduzir pessoas numa organização significa disponibilizar o  Fornecer Opinião sobre as competências individuais;
capital (materiais, equipamentos, fatores de produção, treinamen-  Identificar segundo o perfil traçado pela empresa, as pes-
to), para que todos os envolvidos no processo (funcionários e par- soas que estão acima, na média ou aquém das expectativas;
ceiros) sintam sua importância para a organização e se renovem dia  Agregar Pessoas (Valorizar o Capital Intelectual);
após dia no alcance de suas competências profissionais e pessoais  Desenvolver Pessoas (Integrar e Motivar os Colaborado-
em busca de suas eficiências e eficácias. res);
O desempenho das pessoas no processo de tomada de decisão  Adotar Administração Horizontal (Faz com que as lideran-
nas instituições quando entendido o que é eficiência (defeito zero ças estejam em maior proximidade dos liderados, privilegiando o
e qualidade total) e eficácia (alcance das metas empresariais) faz acesso a informação e reduzindo os níveis organizacionais);
com que as empresas entrem no eixo da maturidade mercadológica  Aplicar Benchmarking para obtenção de vantagem com-
(posição no qual o produto ou serviço da empresa já é conhecido petitiva;
pelos clientes, mas que pode trazer eventuais problemas caso não  Desenvolver políticas de parcerias;
se identifique a necessidade de constantes melhorias nos processos  Manter e Recompensar pessoas;
que serão sentidos pela clientela).  Monitorar as atividades realizadas diariamente;
Justifica-se assim a importância da gestão de pessoas, a espi-  Criar um Canal de Reclamações e Sugestões visando atra-
nha dorsal, a viga, a estrutura desse todo. vés de críticas construtivas agregarem valores à organização;
Segundo Davel e Vergara (2001, p.31),  Divulgar na Intranet da empresa ou divulgar internamente
As pessoas não fazem somente parte da vida produtiva das or- o desempenho mensal das equipes de trabalho em comparação a
ganizações. Elas constituem o princípio essencial de sua dinâmica, evolução alcançada com relação às metas estipuladas pela organi-
conferem vitalidade às atividades e processos, inovam, criam, re- zação.
criam contextos e situações que podem levar a organização a po-
sicionarem-se de maneira competitiva, cooperativa e diferenciada Para Maslow (2000, p.1),
com os clientes, outras organizações e no ambiente de negócios em A relação com o trabalho para algumas pessoas é vital, alguns
geral. indivíduos chegam a assimilar o trabalho como sua identidade. Daí
Segundo Barçante e Castro (1995, p. 20), o porquê muitos profissionais vislumbram o seu trabalho ou profis-
Ao ouvir a voz do cliente interno, ou seja, dos funcionários, a são à sua imagem e semelhança.
empresa estará tratando-o como um aliado e não só como um mero Nota-se que embora haja disciplina em todos os critérios acima
cumpridor de ordens, estará vendo que dele dependem os seus re- descritos, poderá se transformar numa campanha de incentivo de
sultados. muito sucesso, pois envolve todas as pessoas na organização (esse é
Mas para obter bons resultados, a empresa precisa abrir mão o marco zero), ou seja, o ponto de partida. O Funcionário se vendo
de alguns paradigmas e criar um cenário onde o colaborador possa como parte importante tende a ser mais comprometido, colabora-
por em prática toda uma experiência profissional já vivenciada ou tivo e participativo tendo como veículo a motivação.
praticada em outras ocasiões. O que nem sempre se sucede tor- Na atualidade, aumento salarial, planos de carreira e promo-
nando um profissional “cumpridor de tarefas” ao invés de um pro- ções poderá não render o efeito desejado pela corporação caso os
fissional “construtor de cenários e estratégias de desenvolvimento”. funcionários não se sintam peças-chaves e nem são motivados e
As virtudes e os infortúnios das empresas estão relacionados estimulados a aderir tais objetivos, tais como:
diretamente a maneira como as lideranças atuam no sentido de ca-  Desafios e Inovação fazem com que as pessoas tenham
pacitar, estimular e principalmente motivar as pessoas a adquirirem capacidade de assumir riscos e saber lidar com eles;
cada vez mais habilidades e atitudes vencedoras para que toda a  Pessoas responsáveis por determinado projeto ou tarefa,
proposta de negócios atinja grandes resultados e com isso tudo que encontram energia para renovação de seus agentes motivacionais;
ficou determinado pelas organizações sejam cumpridos. A Gestão  As pessoas precisam ter liberdade para agirem e não se-
Estratégica de Pessoas nas organizações é um elo entre metas or- rem inseridas numa rigidez mental, pois pode tornar o funcionário
ganizacionais e individuais permitindo a colaboração e participação improdutivo, presos a velhos e inúteis paradigmas;
eficaz de todas as pessoas envolvidas. Para isso as etapas Planejar,  As pessoas precisam de um clima organizacional propício
Organizar, Dirigir e Controlar deve ser bem trabalhado pelas lideran- e agradável para ter um agente empreendedor “motivação” sempre
ças e gerencias da empresa conduzindo todos num único objetivo. em alta;
É primordial nas organizações estabelecerem alguns critérios  A Gestão de Pessoas proporciona aos funcionários com-
para que a gestão de pessoas tenha importância significativa, tais prometidos a esse processo uma automotivação de suas próprias
como: marcas, tendo como entusiasmo e objetivo a superação do seu pró-
prio eu profissional;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
 As pessoas necessitam ser reconhecidas por seus méritos. do a habilidade dos administradores de visualizar no mercado as
As lideranças precisam aprender a elogiar em público e fazer críticas melhores práticas administrativas das empresas consideradas exce-
construtivas em particular. Tal fator traz as pessoas para o lado da lentes (benchmarks) em certos aspectos.
empresa tornando-as aliadas; A meta é definir objetivos de gestão e legitimá-los por meio
 Quando as pessoas têm uma razão justificada para a reali- de comparações externas. A comparação costuma ser um saudá-
zação de algo, é porque ela entendeu em que parte do todo empre- vel método didático, pois desperta para as ações que as empresas
sarial elas estão imersas. excelentes estão desenvolvendo e que servem de lição. A base do
benchmarking é não fechar-se em si mesma, no caso da empresa,
Gestão Estratégica de Pessoas como Diferencial Competitivo mas sim observar e avaliar constantemente o mundo exterior.
Nessa abordagem, faz-se necessário a compreensão e o enten- Segundo Chiavenato, o benchmarking exige três objetivos que
dimento sobre Planejamento Estratégico e conseguintemente o pa- a organização precisa definir:
pel potencial das pessoas. • Conhecer suas operações e avaliar seus pontos fortes e fracos.
Para Kotler (1992, p.63) Planejamento Estratégico é definido Deve documentar os passos e práticas de processos de trabalho, de-
como o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequa- finir medidas de desempenho e diagnosticar suas fragilidades.
ção razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudan- • Localizar e conhecer os concorrentes ou organizações líderes
ças e oportunidades de mercado. do mercado, para poder definir as habilidades, conhecendo seus
Contudo, cria-se a missão e visão da empresa que definida e pontos fortes e fracos e compará-los com seus próprios pontos for-
compreendida por todos os envolvidos, a Gestão Estratégica de tes e fracos.
Pessoas começa a dominar o planejamento estratégico das organi- • Incorporar o melhor do melhor adotando os pontos fortes
zações, tomando conta dos processos e se adequando a realidade dos concorrentes e, se possível, excedendo-os e ultrapassando-os.
da empresa. A principal barreira à adoção dessa ferramenta é convencer os ad-
Mintzberg (2000) conceitua vantagem competitiva como recur- ministradores de que seus desempenhos podem ser melhorados.
sos estratégicos impossíveis de serem copiados, tais como: Preço, Isso requer uma paciente abordagem e apresentação de evidências
Qualidade, Modelo de Gestão, Tecnologia, etc. de melhores métodos utilizados por outras organizações.
Sendo assim, Como a Gestão Estratégica de Pessoas poderá
atuar como um diferencial competitivo fazendo a organização se BRAINSTORMING
tornar notável? O brainstorming, desenvolvido em 1930 por Alex F. Osborn,
O nível estratégico da empresa, representado pela alta cúpula, busca, a partir da criatividade de um grupo, a geração de ideias para
tem a função de trilhar e direcionar os reais interesses da empresa, um determinado fim.
cabendo aos mesmos repassar o plano de ação ao nível operacional A técnica propõe que um grupo de pessoas (de duas até dez
ou funcional da organização. pessoas) se reúna e se utilize das diferenças em seus pensamentos
Nesse processo, o Setor de Recursos Humanos da empresa é e ideias para que possa chegar a um denominador comum eficaz e
considerado um fator chave, pois está diretamente ligado ao mais com qualidade.
alto nível hierárquico da organização podendo interagir de forma É preferível que as pessoas que se envolvam nesse método se-
abrangente, repassando informações acerca de funcionários atuan- jam de setores e competências diferentes e nenhuma ideia é des-
do como uma consultoria ao corpo estratégico, podendo influenciar cartada ou julgada como errada ou absurda. O ambiente deve ser
positivamente no monitoramento de todas as atividades desempe- encorajador e sem críticas para os participantes ficarem a vontade
nhadas na empresa. e deve ser incentivado o trabalho em grupo. Pegar carona nas ideias
Mascarenhas (2008) define Gestão Estratégica de Pessoas dos outros deve ser incentivado.
como,
Toda e qualquer mobilização, orientação, direcionamento e As quatro principais regras do brainstorming são:
administração do fator humano ao elaborar uma estratégia para a • Críticas são rejeitadas, pois a crítica pode inibir a participação
organização envolvendo o setor de Recursos Humanos e garantindo das pessoas;
que todos na organização tenham percepção das estratégias e ca- • Criatividade é bem-vinda. Vale qualquer ideia que lhe venha a
minhem junto à empresa. mente, sem preconceitos e sem medo que isso irá prejudicar. Uma
Percebe-se que uma atitude em relação ao posicionamento de ideia esdrúxula pode desencadear ideias inovadoras;
pessoal, transforma, estabelece, direciona e muda o cotidiano de • Quantidade é necessária. Quanto mais ideias forem geradas,
uma organização. maior é a chance de se encontrar uma boa ideia;
As empresas precisam se habituar a visualizar “eu individual” e • Combinação e aperfeiçoamento são necessários.
não apenas o fator social, como se todos os indivíduos fossem um
O brainstorming pode ser feito de duas formas: estruturado ou
único sistema com poucas variáveis diferenciais. Lidar com pessoas
não estruturado.
é uma tarefa moderna e arrojada, onde a necessidade não é enca-
• No brainstorming ESTRUTURADO - os participantes lançam
rada com um para todos, mas sim um para um.
ideias seguindo uma sequência inicialmente estabelecida. Quando
chega a sua vez, você lança a sua ideia. A vantagem desta forma é
FERRAMENTAS de Gestão da qualidade
que propicia oportunidades iguais a todos os participantes, gerando
maior envolvimento.
BENCHMARKING
• No brainstorming NÃO ESTRUTURADO - as ideias são lança-
O benchmarking, introduzido em 1970 na empresa Xerox, é ca-
das aleatoriamente, sem uma sequencia inicialmente definida. Isso
racterizado como um processo contínuo e sistemático de pesquisa cria um ambiente mais informal, porém com risco dos mais falantes
para avaliar produtos, serviços, processos de trabalho de ouras em- dominarem a cena.
presas, a fim de identificar quais são as melhores práticas adotadas
por elas. A partir dessa análise, a instituição verifica seus próprios
processos e realiza o aprimoramento organizacional, desenvolven-

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
BRAINWRITING O Diagrama de Ishikawa é uma das ferramentas mais eficazes e
É uma variação do brainstorming, em que as ideias são escritas, mais utilizadas nas ações de melhoria e controle de qualidade nas
trazendo ordem e calma ao processo. Evita efeitos negativos de reu- organizações, permitindo agrupar e visualizar as várias causas que
niões, como a influência da opinião de coordenadores e chefes, ou estão na origem qualquer problema ou de um resultado que se pre-
a dificuldade em verbalizar rapidamente as ideias. tende melhorar.

MATRIZ GUT 5W2H


A Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) é uma forma A ferramenta 5W2H é uma forma rápida de verificação de exe-
de priorização baseado em medidas ou observações subjetivas. As cução de tarefas a serem distribuídas aos colaboradores da em-
letras têm o seguinte significado: presa. Funciona como um mapeamento das atividades e pode ser
• G (gravidade) – impacto do problema sobre os processos, usada de várias formas: para organizar tarefas, escrever um texto,
pessoas, resultados. Refere-se ao custo por deixar de tomar uma enviar um email ou escrever um. A grande vantagem é criar um
ação que poderia solucionar o problema; mecanismo de comunicação eficaz uma vez que, se preenchidas as
• U (urgência) - relaciona-se com o tempo disponível ou o ne- questões, teremos tudo o que é preciso para em termos de dados.
cessário para resolver o problema; A sigla 5W2H representa:
• T (tendência) – refere-se ao rumo ou propensão que o proble- - O QUÊ será feito (what)
ma assumirá se nada for feito para eliminar o problema. - QUANDO será feito (when)
- QUEM fará (who)
A filosofia do GUT é atribuir notas de 1 a 5 para cada uma das - ONDE será feito (where)
variáveis G, U e T dos problemas listados e tomar o produto como o - POR QUÊ será feito (why)
peso relativo do problema. - COMO será feito (how)
O método deve ser desenvolvido em grupo, sendo as notas - QUANTO custará (how much)
atribuídas por consenso. Consenso é a concordância obtida pela
argumentação lógica. Uma vez obtidas as notas, os problemas são PROGRAMA 5S
organizados em ordem decrescente. O Programa 5S, originário no Japão, é considerado um pré-re-
quisito para qualquer programa de Gestão da Qualidade Total. O
PRINCÍPIO DE PARETO 5S foca o ambiente de trabalho da organização a fim de simplificar
O diagrama de Pareto é uma técnica de priorização das in- o ambiente de trabalho e reduzir o desperdício. Como resultado,
formações, dando uma ordem hierárquica de importância. Esta ocorre melhoria no aspecto de qualidade e segurança. O ambiente
técnica permite estabelecer dois grupos de causas para a maioria se torna limpo, organizado, evitando a perda de tempo e o desper-
dos processos. Uma grande quantidade de causas (ordem de 80%) dício de material.
contribui muito pouco (ordem de 20%) para os efeitos observados. Assim, o resultado da implantação dessa ferramenta será o me-
Uma pequena quantidade de causas (ordem de 20%) contribui de nor desperdício, melhor qualidade e ganhos expressivos na admi-
forma preponderante (ordem de 80%) para os efeitos observados. nistração do tempo.
O primeiro grupo é denominado “maiorias triviais” e o segundo A sigla 5S refere-se na realidade a 5 letras iniciais de palavras
grupo de “minorias essenciais”. japonesas:
Esta técnica utiliza uma abordagem de classificação para enu- • Seiri - Descartar
merar as causas de acordo com suas contribuições para atingir um • Seiton - Organizar
dado efeito. A causa mais recorrente é vista do lado esquerdo do • Seiso - Limpar
diagrama e as causas menos recorrentes são mostradas em ordem • Seiketsu - Saudável e seguro
decrescente do lado direito. Em geral, a melhoria inicia-se a partir • Shitsuke – Autodisciplina
da causa mais recorrente, indo para as outras em ordem decrescen-
te e assim por diante. REENGENHARIA
A reengenharia pode ser considerada uma reação às mudanças
DIAGRAMA DE ISHIKAWA ambientais velozes e intensas e à total inabilidade das organizações
Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica utilizada pela em ajustar-se a essas mudanças. Significa fazer uma nova engenha-
administração para o gerenciamento e o controle da qualidade em ria da estrutura organizacional.
diversos processos, e também é conhecido como Diagrama de Cau- Representa uma reconstrução e não simplesmente uma refor-
sa e Efeito ou Diagrama Espinha de peixe. ma parcial da empresa. Não se trata de fazer reparos rápidos ou
Na sua estrutura, os problemas são classificados em seis tipos mudanças cosméticas na engenharia atual, mas de fazer um dese-
diferentes: nho organizacional totalmente novo e diferente.
• Método, A reengenharia se baseia nos processos empresariais e consi-
• Matéria prima, dera que eles devem fundamentar o formato organizacional. Não
• Mão de obra, se pretende melhorar os processos já existentes, mas a sua total
• Máquinas, substituição por processos inteiramente novos. Nem se pretende
• Medição automatizar os processos já existentes. Não se confunde com a me-
• Meio ambiente. lhoria contínua, pois a reengenharia pretende criar um processo
inteiramente novo e baseado na tecnologia da informação e não o
Esse sistema permite estruturar hierarquicamente as causas aperfeiçoamento gradativo e lento do processo atual.
potenciais de um determinado problema ou também uma oportu- Segundo Chiavenato, a reengenharia se fundamenta em quatro
nidade de melhoria, assim como seus efeitos sobre a qualidade dos palavras chave:
produtos. • Fundamental – busca reduzir a organização ao essencial e
fundamental.

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
• Radical – impõe uma renovação radical, desconsiderando as mica. Reconhecer que ações de aprimoramento deve envolver to-
estruturas e os procedimentos atuais para inventar novas maneiras dos os níveis organizacionais, todas as unidades administrativas de
de fazer o trabalho. modo a obter um comprometimento estratégico.
• Drástica – destrói o antigo e busca sua substituição por algo Sob o ponto de vista formal, uma organização empresarial con-
inteiramente novo. siste em um conjunto de encargos funcionais e hierárquicos, orien-
• Processos – orienta o foco para os processos e não mais para tados para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços. A
as tarefas ou serviços, nem para pessoas ou para a estrutura orga- estrutura orgânico deste conjunto de encargos está condicionada à
nizacional. natureza do ramo de atividade, aos meios de trabalho, às circuns-
tâncias sócioeconômicas da comunidade e à maneira de conceber
EXCELÊNCIA NA GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS a atividade empresarial. As principais características da organização
Um dos fatores que mais provoca perda de produtividade nos formal são:
serviços públicos é o excesso de burocracia, que além de não impe- • 1. Divisão do Trabalho;
dir corrupções e fraudes, tem inibido o desempenho das empresas, • 2. Especialização;
motivado a sonegação fiscal e incentivado a informalidade. • 3. Hierarquia;
Um dos maiores entraves para a melhoria dos serviços públi- • 4. Distribuição da autoridade e da responsabilidade;
cos no Brasil era a maneira secundária com que a administração • 5. Racionalismo.
pública encarava a necessidade da formação de quadros e de uma
profissionalização muito mais intensa. Enquanto o Brasil não fizesse 1. Divisão do Trabalho
a reforma administrativa para modernizar a administração pública. O objetivo imediato e fundamental de todo e qualquer tipo de
Baseado nos princípios constitucionais que regem a administra- organização é a produção. Para ser eficiente, a produção deve ba-
ção pública (legalidade, impessoalidade, publicidade, moralidade e sear-se na divisão do trabalho, que nada mais é do que a maneira
eficiência), é dever do servidor prezar pela prestação de serviços de pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma
qualidade. Para a excelência pode ser atingida por meio de avalia- série de pequenas tarefas. O procedimento de dividir o trabalho co-
ção de desempenho e produtividade. Esse modelo foi implantado meçou a ser praticado mais intensamente com o advento da Revo-
pelo governo de São Paulo e pode ser usado como ferramenta na lução Industrial, provocando uma mudança radical no conceito de
busca da excelência do serviço público. produção, principalmente no fabrico maciço de grandes quantida-
Agregar valor na gestão pública significa investir em projetos des através do uso da máquina, substituindo o artesanato, e o uso
que aumentem a produtividade oferecendo à população um dos do trabalho especializado na linha de montagem. O importante era
mais valiosos bens da atualidade - a praticidade. Os ganhos em pro- que cada pessoa pudesse produzir o máximo de unidades dentro de
dutividade passam por uma revisão de cada detalhe dos processos um padrão aceitável, objetivo que somente poderia ser atingido au-
operacionais, objetivando a redução de etapas, inovação em cada tomatizando a atividade humana ao repetir a mesma tarefa várias
uma delas, minimizando tempo e, melhor ainda, a eliminação de vezes. Essa divisão do trabalho foi iniciada ao nível dos operários
normas de procedimento. com a Administração Científica no começo deste século.
Os prestadores de serviços devem ter consciência que usam a
mais valiosa das matérias-primas - o tempo - a única que não tem 2. Especialização
reposição. A excelência dos serviços públicos, especialmente em A especialização do trabalho proposta pela Administração
educação e saúde, é a melhor das estratégias para reduzir a desi- Científica constitui uma maneira de aumentar a eficiência e de di-
gualdade social. minuir os custos de produção. Simplificando as tarefas, atribuindo a
A chave da eficácia também pode ser encontrada na redução cada posto de trabalho tarefas simples e repetitivas que requeiram
das atividades-meios e na eliminação das formalidades que não pouca experiência do executor e escassos conhecimentos prévios,
agregam valores às atividades-fins. O maior desafio da classe políti- reduzem-se os períodos de aprendizagem, facilitando substituições
ca e dos gestores públicos é transformar uma instituição mecânica, de uns indivíduos por outros, permitindo melhorias de métodos de
em orgânica. Gestão transparente, interativa e que coloque o cida- incentivos no trabalho e, consequentemente, aumentando o rendi-
dão em primeiro lugar - é um modelo exemplar. Os profissionais de mento de produção.
Recursos Humanos, dos órgãos públicos, têm a gratificante missão
de dinamizar os programas de capacitação funcional, focando a ex- 3. Hierarquia
celência organizacional. Uma das consequências do princípio da divisão do trabalho é
Enquanto as organizações privadas são custeadas pela comer- a diversificação funcional dentro da organização. Porém, uma plu-
cialização de produtos e serviços, as organizações públicas são cria- ralidade de funções desarticuladas entre si não forma uma organi-
das por lei e custeadas pelos impostos e taxas pagas pelos cidadãos, zação eficiente. Como decorrência das funções especializadas, sur-
ai se incluem todos os órgãos e suas diversas unidades organizacio- ge inevitavelmente a de comando, para dirigir e controlar todas as
nais, em todos os poderes e níveis de governo. Espera-se que elas atividades para que sejam cumpridas harmoniosamente. Portanto,
sejam bem administradas e possam cumprir as suas finalidades, a organização precisa, além de uma estrutura de funções, de uma
pois representam os interesses da coletividades e exercem ações estrutura hierárquica, cuja missão é dirigir as operações dos níveis
que lhes estão subordinados. Em toda organização formal existe
decorrentes das funções do Estado. Num mundo globalizado am-
uma hierarquia. Esta divide a organização em camadas ou escalas
pliam-se as exigências de uma administração de qualidade e refina-
ou níveis de autoridade, tendo os superiores autoridade sobre os
da, no sentido do uso de técnicas e metodologias que contribuam
inferiores. À medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta a
para a implantação do desenvolvimento social baseado em resulta- autoridade do ocupante do cargo.
dos efetivos.
A busca da excelência organizacional deve nortear a adminis- 4. Distribuição da Autoridade e da Responsabilidade
tração pública, por meio do desempenho aprimorado das funções A hierarquia na organização formal representa a autoridade e
administrativas. Pensar no aprimoramento dessas funções é pensar a responsabilidade em cada nível da estrutura. Por toda a organiza-
no conjunto das organizações do Setor Público e de forma sistê- ção, existem pessoas cumprindo ordens de outras situadas em ní-

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
veis mais elevados, o que denota suas posições relativas, bem como operações mais eficientes e econômicas. As funções são homogê-
o grau de autoridade em relação às demais. A autoridade é, pois, o neas na medida em que o seu conteúdo apresente semelhanças
fundamento da responsabilidade, dentro da organização formal, ela entre si. O desenho departamental é mais conhecido como depar-
deve ser delimitada explicitamente. De um modo geral, a generali- tamentalização ou divisionalização. A departamentalização é uma
dade do direito de comandar diminui à medida que se vai do alto característica típica das grandes empresas e está relacionada com o
para baixo na estrutura hierárquica. tamanho da empresa e com a natureza de suas operações. Quando
Fayol dizia que a “autoridade” é o direito de dar ordens e o po- a empresa cresce, as suas atividades não podem ser supervisiona-
der de exigir obediência, conceituando-a, ao mesmo tempo, como das diretamente pelo proprietário ou pelo diretor. Essa tarefa de
poder formal e poder legitimado. Assim, como a condição básica supervisão pode ser facilitada atribuindo-se a diferentes departa-
para a tarefa administrativa, a autoridade investe o administrador mentos a responsabilidade pelas diferentes fases ou aspectos dessa
do direito reconhecido de dirigir subordinados, para que desempe- atividade.
nhem atividades dirigidas pra a obtenção dos objetivos da empresa.
A autoridade formal é sempre um poder, uma faculdade, concedi- O desenho departamental ou departamentalização apresenta
dos pela organização ao indivíduo que nela ocupe uma posição de- uma variedade de tipos.Os principais tipos de departamentalização
terminada em relação aos outros. são:
a)funcional;
5. Racionalismo da Organização Formal b)por produtos e serviços;
Uma das características básicas da organização formal é o ra- c)por base territorial;
cionalismo. Uma organização é substancialmente um conjunto de d) por clientela:
encargos funcionais e hierárquicos a cujas prescrições e normas de e) por processo;
comportamento todos os seus membros se devem sujeitar. O prin- f) por projeto;
cípio básico desta forma de conceber uma organização é que, den- g) matricial.
tro de limites toleráveis, os seus membros se comportarão racional-
mente, isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamento A gestão privada prioriza o econômico-mercantil e desenvolve
prescritas para cada um deles. Dito de outra forma, a formulação
seus instrumentos e processos de gestão sempre dando prioridade
orgânica de um conjunto lógico de encargos funcionais e hierárqui-
às finalidades de ordem econômica, sobretudo mercadológica. A
cos está baseada no princípio de que os homens vão funcionar efe-
gestão pública tem como atribuição a gestão de necessidades do
tivamente de acordo com tal sistema racional.
social, principalmente por meio das chamadas políticas públicas e
De qualquer forma, via de regra, toda organização se estrutura
políticas sociais.
a fim de atingir os seus objetivos, procurando com a sua estrutura
Gestão pública refere-se às funções de gerência pública dos ne-
organizacional a minimização de esforços e a maximização do rendi-
gócios do governo.
mento. Em outras palavras, o maior lucro, pelo menor custo, dentro
De uma maneira sucinta, pode-se classificar o agir do adminis-
de um certo padrão de qualidade. A organização, portanto, não é
trador público em três níveis distintos:
um fim, mas um meio de permitir à empresa atingir adequadamen-
a) atos de governo, que situam-se na órbita política;
te determinados objetivos.
b) atos de administração, atividade neutra, vinculada à lei; e
c) atos de gestão, que compreendem os seguintes parâmetro
DEPARTAMENTALIZAÇÃO
básicos:
Quando uma empresa é pequena e constituída de poucas pes-
I - tradução da missão;
soas, nenhum arranjo formal para definir e agrupar as suas ativi-
II - realização de planejamento e controle;
dades é necessário. As pequenas empresas não requerem diferen-
III - administração de recursos humanos, materiais, tecnológi-
ciação ou especialização para distinguir o trabalho de uma pessoa
cos e financeiros;
ou unidade dos demais. Mas, à medida que as empresas se tornam
IV - inserção de cada unidade organizacional no foco da orga-
maiores e envolvem atividades mais diversificadas, elas são força-
nização; e
das a dividir as principais tarefas empresariais e transformá-las em
V - tomada de decisão diante de conflitos internos e externos.
responsabilidades departamentais ou divisionais.
Departamento designa uma área, divisão ou um segmento dis-
Portanto, fica clara a importância da gestão pública na realiza-
tinto de uma empresa sobre o qual um administrador (seja diretor,
ção do interesse público, porque é ela que vai viabilizar o controle
gerente, chefe, supervisor etc) tem autoridade para o desempenho
da eficiência do Estado na realização do bem comum estabelecido
de atividades específicas. Assim, um departamento ou divisão é
politicamente e normatizado administrativamente.
empregado com um significado genérico e aproximativo: pode ser
No que tange a gestão por resultados, temos que a sociedade
um órgão de produção, uma divisão de vendas, a seção de contabili-
demanda – de modo insistente – a necessidade de promover um
dade, a unidade de pesquisa e desenvolvimento ou o setor de com-
crescimento constante da produtividade no ambiente público, exi-
pras. Em algumas empresas, a terminologia departamental é levada
gindo a redução da pressão fiscal e o incremento, ao mesmo tempo,
a sério e indica relações hierárquicas bem definidas: um superinten-
da produção de bens públicos. O resultado se transforma, assim,
dente cuida de uma divisão; um gerente de um departamento; um
em um instrumento-chave para a valorização da ação pública; e a
chefe de uma seção; um supervisor de um setor. Em outras empre-
gestão para resultados e do resultado surge como instrumento e
sas, a terminologia é simplesmente casual e pouco ordenada. Daí a
objetivo da melhoria e modernização da administração pública.
dificuldade de uma terminologia universal.
As especificidades nacionais, a natureza abrangente do concei-
O desenho departamental decorre da diferenciação de ativida-
to gestão para resultados – derivada da própria lógica integrado-
des dentro da empresa. À medida que ocorre a especialização com
ra do processo de gestão – e a enorme quantidade de produção
o trabalho e o aparecimento de funções especializadas, a empresa
teórica, conceitual, operacional e experimental existente sobre o
passa a necessitar de coordenação dessas diferentes atividades,
tema, convidam e obrigam à mais absoluta humildade em qualquer
agrupando-as em unidades maiores. Daí o princípio da homogenei-
tentativa de aproximação ao tema.
dade: as funções devem ser atribuídas a unidades organizacionais
na base da homogeneidade de conteúdo, no sentido de alcançar

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
O Estado tem passado a desempenhar um papel-chave como o governo federal dos Estados Unidos da América começou a usar
produtor de valor público, e como tal tem priorizado a criação de algumas de suas propostas no gerenciamento de diferentes órgãos
condições para o desenvolvimento e o bem-estar social, além da públicos. Somente durante o governo do presidente Nixon é que se
produção de serviços e da oferta de infra-estrutura. começou a implantar no conjunto da administração pública o que
Esta mudança na função do Estado tem transformado várias passou a ser conhecida como a Nova Gestão Pública.
frentes da administração pública, pela exigência cada vez mais con- Esta moderna filosofia sugere a passagem de uma gestão buro-
tundente dos cidadãos que exercem também o papel de usuários crática a uma de tipo gerencial.
dos serviços. Na base destas novas ideias se encontrava uma preocupação
A crise fiscal do modelo anterior, uma vez esgotado o período generalizada sobre as mudanças que o entorno exigia e sobre a im-
de esplendor do Estado do Bem-Estar, tem trazido novos proble- periosa necessidade de repensar o papel do Estado; de melhorar a
mas. Dentre eles, destaca-se a crescente necessidade de atender eficiência, a eficácia e a qualidade dos serviços públicos; de otimizar
uma demanda irrefreável de bens públicos de boa qualidade, típica o desempenho dos servidores públicos e das organizações em que
do Estado de Bem-Estar, porém hoje acompanhada da exigência de trabalhavam.
diminuir a pressão fiscal – inclusive naqueles casos em que ainda Vários estudiosos e especialistas em gestão pública alertaram
persiste um modelo de estado anterior ao de bem-estar. Esta substi- para os benefícios que o enfoque da GpR poderia trazer para este
tuição de missão trouxe muitos desafios ao Estado, entre os quais a novo cenário. De acordo com Emery, a GpR acarreta três tipos de
redefinição dos conceitos de administração, gestão pública e valor considerações para a administração do setor público:
público. • Constitucionais: a maioria das constituições regula o uso
Além disso, essas transformações têm afetado profundamente dos fundos públicos por parte das autoridades em cumprimento de
as práticas dos dirigentes públicos (políticos e gerentes) e a teoria mandato.
na qual fundamentavam suas ações. • Políticas: as autoridades devem responder pelas suas
Da mesma forma, esta mudança afetou o sistema de controle ações e pelo conteúdo dos seus programas eleitorais, por respeito
da ação do Estado; está-se migrando da exigência de rigor nos pro- ao princípio da responsabilidade do cargo.
cedimentos para a exigência de resultados – inerente a um Estado • Cidadãs: por obediência ao princípio de delegação de-
que se apresenta como provedor de serviços, capacitador de de- mocrática, os cidadãos confiam nas autoridades eleitas, delegan-
senvolvimento e fornecedor de bem-estar. Desta troca de missão se do-lhes a gestão dos fundos públicos – produto da coleta de seus
deriva uma variação na posição do cidadão perante o Estado. impostos.
O cidadão comum se preocupa em assegurar-se uma correta
e burocrática (homogênea, idêntica e não discricionária) aplicação Apesar de existirem muitos documentos que tratem da GpR,
da lei e da norma. O cidadão-usuário se interessa por conseguir o não existe uma definição única para ela. A maioria dos textos usa
melhor retorno fiscal – enquanto bens coletivos. este termo como uma noção “guarda-chuvas”, por assim dizer. Na
Vê-se, pois, que o Estado deve deslocar sua atenção, antes co- literatura em língua espanhola é comum achar um uso indistinto de
locada no procedimento como produto principal de sua atividade, conceitos: controle de gestão, gestão do desempenho, gestão por
agora voltada para o de serviços e bem-estar. A gestão por resul- resultados, gestão por objetivos, avaliação do desempenho, avalia-
tados é um dos lemas que melhor representa o novo desafio. Isto ção de resultados, sem uma clara diferenciação.
não significa que não interessa o modo de fazer as coisas, apenas Trata-se, portanto, de um conceito muito amplo quanto ao seu
exprime que agora é muito mais relevante o quê se faz pelo bem da uso, interpretação e definição. A heterogeneidade da expressão e
comunidade. do conceito também se observa na sua aplicação operacional: os
Nestes últimos tempos, a Gestão Pública – como disciplina – países põem em prática a GpR segundo suas próprias perspectivas.
tem abordado estes desafios novos com o auxílio da lógica geren- Um estudo para identificar o significado que lhe atribuem os
cial, isto é, pela racionalidade econômica que procura conseguir gestores públicos de diferentes nações demonstrou que frequen-
eficácia e eficiência. Esta lógica compartilha, mais ou menos expli- temente eles empregam os mesmo termos com sentido diferente.
citamente, três propósitos fundamentais: É assim como o conceito “resultados” varia notavelmente entre as
• Assegurar a constante otimização do uso dos recursos pú- distintas instituições públicas. Isto não ocorre na empresa privada,
blicos na produção e distribuição de bens públicos como resposta onde os indicadores-chave do êxito se conhecem nitidamente: ren-
às exigências de mais serviços e menos impostos, mais eficácia e tabilidade, benefícios, quotas de mercado etc. Muitos autores des-
mais eficiência, mais equidade e mais qualidade. tacam a dificuldade de determinar e avaliar os resultados da ação
• Assegurar que o processo de produção de bens e serviços estatal como uma das características que diferenciam a gestão do
públicos (incluindo a concessão, a distribuição e a melhoria da pro- setor público do privado.
dutividade) seja transparente, equitativo e controlável. Pode-se observar que a GpR possui as seguintes dimensões:
• Promover e desenvolver mecanismos internos que me- • É um marco conceitual de gestão organizacional, pública
lhorem o desempenho dos dirigentes e servidores públicos, e, com ou privada, em que o fator resultado se converte na referência-cha-
isso, fomentar a efetividade dos organismos governamentais, visan- ve quando aplicado a todo o processo de gestão.
do a concretização dos objetivos anteriores. • É um marco de assunção de responsabilidade de gestão,
por causa da vinculação dos dirigentes ao resultado obtido.
Estes objetivos, presentes nas atuais demandas cidadãs e aos • É um marco de referência capaz de integrar os diversos
quais se orienta a Gestão por Resultados (GpR), são, conjuntamen- componentes do processo de gestão, pois se propõe interconectá-
te com a democracia, o principal pilar de legitimidade do Estado
-los para otimizar o seu funcionamento.
atual. Desta forma, a Nova Gestão Pública fornece os elementos
• Finalmente, e especialmente na esfera pública, a GpR se
necessários à melhoria da capacidade de gerenciamento da admi-
apresenta como uma proposta de cultura organizadora, diretora,
nistração pública bem como à elevação do grau de governabilidade
de gestão, mediante a qual se põe ênfase nos resultados e não nos
do sistema político.
processos e procedimentos.
O conceito e a prática da GpR no setor público têm um grau de
desenvolvimento e consolidação relativamente baixo. Inicialmente,
a GpR se utilizou principalmente no setor privado, mesmo quando

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Todas estas dimensões situam a GpR como uma ferramenta compreende diversos aspectos relacionados à adaptação da orga-
cultural, conceitual e operacional, que se orienta a priorizar o resul- nização frente às mudanças constantes no ambiente tanto externo
tado em todas as ações, e que é capaz de otimizar o desempenho quanto interno.
governamental. Assim, se trata de um exercício de direção dos orga- O surgimento de uma economia informacional global deve-se
nismos públicos que procura conhecer e atuar sobre todos aqueles a transformações profundas ocorridas no ambiente econômico nos
aspectos que afetem ou modelem os resultados da organização. últimos anos, mais especificamente na organização da produção
A GpR tem, portanto, uma dimensão de controle organizacio- e na configuração dos mercados ao redor do mundo. Apoiadas na
nal que convém esclarecer, pois o conceito de controle no setor pú- tecnologia da informação, estas mudanças eram uma resposta das
blico possui conotações particulares derivadas, fundamentalmente, organizações ao acelerado ritmo dos acontecimentos.
do sistema de auditoria externa que domina nesse Estado. A fer- Desenvolver a gestão de agentes sociais em redes, ao mesmo
ramenta GpR não faz parte dessa concepção de controle, mas de tempo que possibilita articular vários saberes e habilidades em
outro universo: o de gestão e direção estratégico/operacional, por- torno de uma atividade de forma dinâmica, estimula a iniciativa,
que permite e facilita aos gerentes da administração pública melhor a flexibilidade e a participação dos integrantes, direcionados ao in-
conhecimento, maior capacidade de análise, desenho de alternati- cremento da conectividade. Isso faz com que as parcerias sejam o
vas e tomada de decisões para que sejam alcançados os melhores instrumento principal de geração de informação e conhecimento
resultados possíveis, afinados com os objetivos pré-fixados. destinados ao serviço que visam prestar.
É importante assinalar esta diferença porque, muito embora a A constituição de uma teia de relações em torno de objetivos
GpR seja uma boa base para uma melhor prestação de contas (e delimitados e fortemente compartilhados, articulada para a concre-
uma maior transparência), sua função principal não é a de servir tização de atividades diversas e mutáveis, amplia o campo de ação
como instrumento de controle da atuação dos gerentes públicos, das organizações não governamentais, gerando oportunidades e
mas a de proporcionar a eles um meio de monitoramento e regula- aumentando seu potencial competitivo.
ção que lhes garanta o exercício de suas Participar de uma rede organizacional envolve, portanto, algo
mais do que apenas trocar informações a respeito dos trabalhos
A Gestão por Resultados (GpR) está caracterizada por: que um grupo de organizações realiza isoladamente. Estar em rede
• Uma estratégia na qual se definam os resultados espera- significa comprometer-se a realizar conjuntamente ações concre-
dos por um organismo público no que se refere à mudança social e tas, compartilhando valores e atuando de forma flexível, transpon-
à produção de bens e serviços; do, assim, fronteiras geográficas, hierárquicas, sociais ou políticas.
• Uma cultura e um conjunto de ferramentas de gestão Redes são sistemas organizacionais capazes de reunir indiví-
orientado à melhoria da eficácia, da eficiência, da produtividade e duos e instituições, de forma democrática e participativa, em torno
da efetividade no uso dos recursos do Estado para uma melhora de causas afins. Estruturas flexíveis e estabelecidas horizontalmen-
dos resultados no desempenho das organizações públicas e de seus te, as dinâmicas de trabalho das redes supõem atuações colaborati-
funcionários; vas e se sustentam pela vontade e afinidade de seus integrantes, ca-
• Sistemas de informação que permitam monitorar a ação racterizando-se como um significativo recurso organizacional para a
pública, informar à sociedade e identificar o serviço realizado, ava- estruturação social.
liando-o; A palavra rede é bem antiga e vem do latim retis, significando o
• Promoção da qualidade dos serviços prestados aos cida- entrelaçamento de fios com aberturas regulares que formam uma
dãos, mediante um processo de melhoramento contínuo; espécie de tecido. A partir da noção de entrelaçamento, malha e
estrutura reticulada, a palavra rede foi ganhando novos significados
• Sistemas de contratação de funcionários de gerência pú-
ao longo dos tempos, passando a ser empregada em diferentes si-
blica, visando aprofundar a responsabilidade, o compromisso e a
tuações.
capacidade de ação dos mesmos;
Uma estrutura em rede significa que seus integrantes se ligam
• Sistemas de informação que favoreçam a tomada de deci-
horizontalmente a todos os demais, diretamente ou através dos
sões dos que participam destes processos.
que os cercam. O conjunto resultante é como uma malha de múl-
tiplos fios, que pode se espalhar indefinidamente para todos os la-
Por conseguinte, com base nestes elementos, sugere-se a se-
dos, sem que nenhum dos seus nós possa ser considerado principal
guinte definição para a GpR: ou representante dos demais. Pode-se dizer que no trabalho em
A Gestão para Resultados é um marco conceitual cuja função rede não há um “chefe”, o que há é uma equipe trabalhando com
é a de facilitar às organizações públicas a direção efetiva e integra- uma vontade coletiva de realizar determinado objetivo.
da de seu processo de criação de valor público, a fim de otimizá-lo, Dessa forma, as redes apresentam-se como uma solução viável
assegurando a máxima eficácia, eficiência e efetividade de desem- e desejável aos cidadãos ativos e conscientes das necessidades de
penho, além da consecução dos objetivos de governo e a melhora transformações do mundo, reduzindo o nível de incertezas causado
contínua de suas instituições. pelas constantes e abruptas mudanças no mercado. As organiza-
ções, sejam empresariais ou não, estão constantemente em busca
Dentre as principais transformações na direção das empresas de estruturas capazes de enfrentar ambientes de maior complexi-
e nas práticas gerenciais em geral, destaca-se o desenvolvimento dade. Uma das respostas a esta busca por estruturas e estratégias
de organizações articuladas em redes, com a finalidade de agregar alternativas de trabalho é o surgimento de uma forma de atuação
valor à sua cadeia produtiva. que articula organizações e pessoas em um padrão de rede.
As novas formas organizacionais vêm sendo visualizadas basi- No mundo empresarial, identificar o profissional de desempe-
camente de duas maneiras: como representação de uma lógica de nho superior, aquele que traz resultados significativos para a em-
ação diferente da instrumental, que é típica do modelo modernista presa e que não deveria ser “perdido” para o mercado é ainda um
de organização, e como simples aperfeiçoamento da abordagem desafio para os gestores, para a área de Recursos Humanos e para
contingencial da administração. o próprio profissional que, na maioria das vezes, não sabe se seu
É importante salientar que os traços que compõem as novas desempenho está de acordo com as expectativas, qual é o seu valor
formas organizacionais trazem à tona a condição implícita da fle- para a empresa e onde poderá chegar caso permaneça nesta em-
xibilidade na gestão das organizações. No entanto a flexibilidade presa ou vá para outra qualquer.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Uma das práticas mais úteis para ajudar a encarar este desafio No Plano Plurianual (PPA) de 2000-2003, denominado “Avança
tem sido o processo de gestão do desempenho. Brasil”, ocorreram mudanças de impacto no planejamento, no or-
Trata-se de um processo mais recente, no âmbito da gestão çamento e na gestão pública. Conforme Garces e Silveira (2002), a
de pessoas, que vem evoluindo muito nas organizações, passando decisão foi transformar o plano em instrumento de gestão.
de um mero processo de avaliação para um processo de gestão da A reestruturação das funções finalísticas do governo tem por
aprendizagem, do autodesenvolvimento, da gestão da própria car- base legal o Decreto 2.829/1998, o qual possui alguns artigos co-
reira, das aspirações profissionais, além da contratação de resulta- piados a seguir:
dos quantitativos do negócio. Art. 1. Para elaboração e execução do Plano Plurianual 2000-
Antes praticava-se a avaliação de desempenho focando-se es- 2003 e dos Orçamentos da União, a partir do exercício financeiro
sencialmente números, metas e objetivos, identificando-se ao final do ano de 2000, toda ação finalística do Governo Federal deverá
de um período os resultados obtidos pela empresa, área ou unida- ser estruturada em Programas orientados para a consecução dos
de de trabalho e dos indivíduos que tinham seus objetivos cascatea- objetivos estratégicos definidos para o período do Plano.
dos dos objetivos e metas mais amplos da empresa. Parágrafo único. Entende-se por ação finalística aquela que
Hoje, na era do planejamento e dos mapas estratégicos, as or- proporciona bem ou serviço para atendimento direto a demandas
ganizações, além de traçarem seus planos de negócio e resultados da sociedade.
esperados, também definem as expectativas de seus clientes, as [...]
competências essenciais da organização, traços de cultura e valores Art. 5. Será realizada avaliação anual da consecução dos objeti-
e diferenciais dos produtos e de serviços que não podem ser tradu- vos estratégicos do Governo Federal e do resultado dos Programas,
zidos apenas em números e que demandam uma avaliação compor- para subsidiar a elaboração da lei de diretrizes orçamentárias de
tamental, por parte dos gestores, tornando o processo mais subje- cada exercício.
tivo e cheio de significados específicos para o sucesso do negócio. Art. 6. A avaliação física e financeira dos Programas e dos proje-
A partir das definições de metas e objetivos do negócio, da cla- tos e atividades que os constituem é inerente às responsabilidades
rificação dos valores e competências requeridas para a organização da unidade responsável e tem por finalidade:
e para o cargo e dos profissionais expressarem suas aspirações e I - aferir o seu resultado, tendo como referência os objetivos e
registrarem seu histórico profissional e de aprendizagem, um banco as metas fixadas;
de dados pode ser elaborado e com a ajuda da tecnologia, pode ser II - subsidiar o processo de alocação de recursos públicos, a
acompanhado pela empresa gerando um verdadeiro mapa de talentos política de gastos públicos e a coordenação das ações de governo;
e potenciais, onde os critérios do desempenho superior ficam mais cla- III - evitar a dispersão e o desperdício de recursos públicos.
ros e transparentes para todos os envolvidos no processo.
Em outras palavras a gestão do desempenho tem sido uma Garces e Silveira (2002) explicam que o Decreto 2.829/1998 de-
importante ferramenta de competitividade e de identidade orga- termina que o “programa” seja a forma básica de integração entre
nizacional. Ela permite que colaboradores, gestores e a área de Re- plano e orçamentos, fixa os princípios de gerenciamento dos pro-
cursos Humanos, construam ciclos virtuosos de comprometimento, gramas e do plano, cria a figura do gerente de programa, fixa suas
na medida em que articulam os interesses da empresa, da área e principais responsabilidades e cria a obrigação de avaliação anual
do indivíduo, atingindo um elevado nível de qualidade e excelência de desempenho de todos os programas e do plano.
gerencial. Na Gestão Pública por resultados no Brasil, o PPA é organizado
em diversos programas que são orientados para o alcance de um
1. Experiência Na Administração Pública Brasileira objetivo. Este objetivo é concretizado em resultados.
No Brasil, a gestão por resultados é reflexo da recente aborda- De acordo com Garces e Silveira (2002, p. 56), entende-se por
gem gerencial, a qual contrapõe a abordagem burocrática. resultado “a solução de um problema ou o atendimento de deman-
Na visão burocrática de gestão pública não há preocupação da da sociedade - mensurados pela evolução de indicadores no
com o cidadão e nem com os resultados alcançados pela Adminis- período de execução do programa, possibilitando, assim, avaliação
tração. Porém, há sim uma preocupação da Administração com ela objetiva da atuação do governo”.
mesma, com os meios, mas não com os fins.
2. Modelos De Gestão Por Resultados
Patrimonialismo, burocracia e gerencialismo Paludo (2013) aponta quatro modelos de gestão a orientar as
Um exemplo da administração burocrática na prática está ex- ações em direção aos resultados:
presso no artigo 212 da Constituição Federal de 1988: a alocação de (i) sistema orçamentário orientado para resultados;
recursos para escolas do ensino básico, na qual é utilizado o número (ii) administração por objetivos;
de alunos matriculados para realizar a distribuição dos recursos. Se (iii) gestão pela qualidade e
fosse utilizada a administração gerencial, a alocação dos recursos (iv) contrato de gestão.
deveria possuir, pelo menos em parte, uma relação com o desem-
penho, ou seja, com a qualidade da formação dos alunos proporcio- 2.1. Orçamento Orientado Para Resultados
nada pelo estabelecimento (Paludo, 2013). O orçamento por resultados abandona as práticas incrementais
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoi- em prol de uma visão voltada para a eficiência na alocação de recur-
to, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por sos, transformando o orçamento num instrumento vigoroso, capaz
cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida de promover a sinergia e obter melhores resultados organizacionais
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimen- (Paludo, 2013).
to do ensino. O núcleo conceitual do Orçamento por Resultados se assen-
[...] ta sobre a idéia básica de que a informação sobre o desempenho
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contri- de órgãos, agências e programas deve ser desenvolvida, integrada
buição social do salário-educação serão distribuídas proporcional- ao processo orçamentário e – principalmente – utilizada como ele-
mente ao número de alunos matriculados na educação básica nas mento relevante do processo de tomada de decisão (Faria, 2010).
respectivas redes públicas de ensino.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Paludo (2013) afirma que o orçamento por resultados melhora a aceitação dos governos, reforça a confiança nas instituições estabele-
cidas e contribui tanto para o desenvolvimento socioeconômico da nação quanto para eficiência, eficácia e efetividade da gestão pública.

2.2. Administração Por Objetivos (APO)


A administração por objetivos foi desenvolvida ainda na década de 1950 por Peter Drucker e foi muito utilizada por algumas décadas,
apesar de seu uso ter sido reduzido nos últimos anos.
Conforme Drucker (1986), na administração por objetivos (APO) cada membro da organização contribui com algo diferente, mas todos
devem contribuir para um objetivo comum. Seus esforços devem puxar todos na mesma direção, e suas contribuições devem ajustar-se
conjuntamente para produzir um todo, sem lacunas, sem atritos e sem duplicação desnecessária de esforços.
O desempenho que se espera do gestor deve ser direcionado para as metas de desempenho da empresa. Seus resultados são medidos
por sua contribuição para o sucesso do empreendimento.
O gestor deve saber e entender quais demandas e metas de negócios são esperadas dele em termos de desempenho, e o seu superior
deve saber que contribuição deve exigir e esperar. Se esses requisitos não forem cumpridos significa que os gestores são mal direcionados
e seus esforços são desperdiçados (Drucker, 1986, p. 296).
Drucker (1986) ainda explica que uma organização deve realizar esforços para tornar sua gestão focada em objetivos. O autor explica
que uma organização, por sua natureza, contém quatro fatores que podem desviá-la dos objetivos:
(i) a especialização do trabalho da maioria dos gestores;
(ii) a estrutura hierárquica; as diferenças na visão de trabalho e a consequente
(iii) isolação dos diversos níveis da organização; e finalmente,
(iv) a estrutura de remuneração dos gestores.

Superar estes obstáculos requer mais do que intenções, sermões e exortações; requer que as políticas e a estrutura da organização
sejam ajustadas. A administração por objetivos deve ser propositadamente organizada e incorporada no cotidiano de todo o grupo de
gestores da organização.
A administração por objetivos (APO) é um sistema de administração que vincula objetivos e metas organizacionais com o desempe-
nho individual, em todos os setores. O planejamento organizacional precede a definição dos objetivos e da estratégia, com a finalidade de
incorporar a racionalidade na atuação administrativa (Paludo, 2013).

Paludo (2013) explica que a APO teve seu uso reduzido a partir da década de 1990. Seguem algumas das críticas que provocaram seu
desuso:
-a APO é rígida quanto ao que se pretende alcançar, o que pode ser prejudicial para as organizações atuais, as quais estão constante-
mente diante de mudanças e da necessidade de inovação;
-pressupõe confiança entre os membros da organização e a elaboração dos objetivos e metas contribui pouco para aumentar esta
confiança;
-pode ocorrer uma restrição no desempenho dos indivíduos caso o estímulo para continuar perseguindo melhores resultados seja
reduzido após o alcance das metas ou objetivos.

2.3. Gestão Pela Qualidade: Avaliação De Desempenho / Resultados


Não existe gestão por resultados sem avaliação de desempenho. Esta avaliação deve contemplar os níveis institucional, administrati-
vo-gerencial e técnico-operacional.
Avaliar desempenho implica atribuir um juízo de valor sobre o conjunto de comportamentos necessários ao bom exercício do cargo
manifestados por indivíduos e equipes.

O conceito de desempenho é expresso no diagrama abaixo:

Na gestão pública brasileira, a avaliação de desempenho contém os seguinte objetivos (expressos na Lei 11.784/2008):
Art. 140. Fica instituído sistemática para avaliação de desempenho dos servidores de cargos de provimento efetivo e dos ocupantes
dos cargos de provimento em comissão da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, com os seguintes objetivos:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
I - promover a melhoria da qualificação dos serviços públicos; e Os passos são os seguintes:
II - subsidiar a política de gestão de pessoas, principalmente • Plan (planejamento): estabelecer uma meta ou identifi-
quanto à capacitação, desenvolvimento no cargo ou na carreira, re- car o problema (um problema tem o sentido daquilo que impede
muneração e movimentação de pessoal. o alcance dos resultados esperados, ou seja, o alcance da meta);
analisar o fenômeno (analisar os dados relacionados ao problema);
Qualidade na Gestão Pública no Brasil analisar o processo (descobrir as causas fundamentais dos proble-
mas) e elaborar um plano de ação.
Contrato De Gestão • Do (execução): realizar, executar as atividades conforme
Este contrato se refere à edição, pelo Executivo, de medidas de o plano de ação.
organização administrativa específicas, visando assegurar a autono- • Check (verificação): monitorar e avaliar periodicamente
mia de gestão e a disponibilidade de recursos para o cumprimento os resultados, avaliar processos e resultados, confrontando-os com
das metas do contrato de gestão, que terá duração mínima de um o planejado, objetivos, especificações e estado desejado, consoli-
ano. dando as informações, eventualmente confeccionando relatórios.
O contrato de gestão contempla a dispensa de certos controles Atualizar ou implantar a gestão à vista.
e o compromisso de repasse regular de recursos em troca do cum- • Act (ação): Agir de acordo com o avaliado e de acordo com
primento de metas e de sanções, que incluem penas aos dirigentes os relatórios, eventualmente determinar e confeccionar novos pla-
que, injustificadamente, descumprirem os contratos. nos de ação, de forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficácia,
Paludo (2013) explica que o contrato de gestão se aproxima da aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas.
administração por objetivos. Nele as instituições firmam compro-
misso para o alcance de objetivos e recebem um orçamento glboal Fundamentos de Excelência Gerencial
para custear a realização das atividades. Os fundamentos da excelência são conceitos que definem o en-
tendimento contemporâneo de uma gestão de excelência na admi-
CLICLO PDCA nistração pública e que, orientados pelos princípios constitucionais,
compõem a estrutura de sustentação do Modelo de Excelência em
Gestão Pública e estão classificados como:

1) Pensamento sistêmico
Entendimento das relações de interdependência entre os di-
versos componentes de uma organização, bem como entre a orga-
nização e o ambiente externo, com foco na sociedade.
Esse conceito é colocado em prática quando se considera que
as organizações são constituídas por uma complexa combinação de
recursos humanos e organizacionais, cujo desempenho pode afe-
tar, positiva ou negativamente, a organização em seu conjunto. As
organizações públicas são vistas como sistemas vivos, integrantes
de ecossistemas complexos que devem interagir com o meio e se
adaptar. Assim, é importante que o seu sistema de gestão seja di-
nâmico e capaz de contemplar a organização como um todo para
rever e consolidar os seus objetivos e suas estratégias, observando
o alinhamento e a interconexão dos seus componentes, ou seja, a
consistência entre os seus objetivos, planos, processos, ações e as
respectivas mensurações.
Como sistemas vivos, as organizações precisam aprender a va-
lorizar as redes formais com cidadãos-usuários, interessados e par-
ceiros, bem como as redes que emergem informalmente, entre as
O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, é um ciclo pessoas que as integram, e destas com pessoas de outras organiza-
de desenvolvimento que tem foco na melhoria contínua. ções e entidades. Dessa forma, o pensamento sistêmico pressupõe
O PDCA foi idealizado por Shewhart e divulgado por Deming, que as pessoas da organização entendam o seu papel no todo (as
quem efetivamente o aplicou. Inicialmente deu-se o uso para esta- inter-relações entre os elementos que compõem a organização – a
tística e métodos de amostragem. O ciclo de Deming tem por prin- dimensão interna e a dimensão externa).
cípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução
da gestão, como por exemplo na gestão da qualidade, dividindo-a 2) Aprendizado organizacional
em quatro principais passos. Busca contínua e alcance de novos patamares de conhecimen-
O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sis- to, individuais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avalia-
tema de gestão e pode ser utilizado em qualquer empresa de forma ção e compartilhamento de informações e experiências.
a garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área de Esse conceito é colocado em prática na medida em que a or-
atuação da empresa. ganização busca de maneira estruturada, específica e proativa, o
O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou con- conhecimento compartilhado, incentiva a experimentação, utiliza o
junto de ações planejadas são executadas, checa-se se o que foi erro como instrumento pedagógico, dissemina suas melhores prá-
feito estava de acordo com o planejado, constantemente e repeti- ticas, desenvolve soluções e implementa refinamentos e inovações
damente (ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou ao de forma sustentável, coloca em prática o aprendizado organizacio-
menos mitigar defeitos no produto ou na execução. nal. Preservar o conhecimento que a organização tem de si própria,
de sua gestão e de seus processos é fator básico para a sua evolu-
ção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
3) Cultura da inovação por processos e informações implica postura próativa relacionada à
Promoção de um ambiente favorável à criatividade, à experi- noção de antecipação e resposta rápida às mudanças do ambiente
mentação e à implementação de novas ideias que possam gerar um – percepção dos sinais do ambiente e antecipação – com vistas a
diferencial para a atuação da organização. evitar problemas e/ou aproveitar oportunidades. A resposta rápida
Esse conceito é colocado em prática ao buscar e desenvolver agrega valor à prestação dos serviços públicos e aos resultados do
continuamente ideias originais e incorporá-las aos processos, pro- exercício do poder de Estado.
dutos, serviços e relacionamentos, associado ao rompimento das
barreiras do serviço público antiquado e burocrático de forma a oti- 6) Visão de futuro
mizar o uso dos recursos públicos e produzir resultados eficientes Indica o rumo de uma organização e a constância de propósitos
para a sociedade. que a mantém nesse rumo. Está diretamente relacionada à capaci-
dade de estabelecer um estado futuro desejado que dê coerência
4) Liderança e constância de propósitos ao processo decisório e que permita à organização antecipar-se às
A liderança é o elemento promotor da gestão, responsável pela necessidades e expectativas dos cidadãos e da sociedade. Inclui,
orientação, estímulo e comprometimento para o alcance e melho- também, a compreensão dos fatores externos que afetam a organi-
ria dos resultados organizacionais e deve atuar de forma aberta, zação com o objetivo de gerenciar seu impacto na sociedade.
democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando o de- Por meio da formulação das estratégias a organização se pre-
senvolvimento da cultura da excelência, a promoção de relações de para para colocar em prática sua Visão de Futuro. O alcance dessa
qualidade e a proteção do interesse público. É exercida pela alta visão é o resultado da implementação dessas estratégias sistemati-
administração, entendida como o mais alto nível gerencial e asses- camente monitoradas, levando em consideração as tendências do
soria da organização. ambiente externo, as necessidades e expectativas das partes inte-
Esse conceito é colocado em prática por meio da participação ressadas, os desenvolvimentos tecnológicos, os requisitos legais, as
pessoal, ativa e continuada da alta administração que é fundamen- mudanças estratégicas dos concorrentes e as necessidades da so-
tal para dar unidade de propósitos à organização. Seu papel inclui a ciedade, no sentido de readequá-las e redirecioná-las, quando for
criação de um ambiente propício à inovação e ao aperfeiçoamento o caso. Assim uma organização com Visão de Futuro pensa, planeja
constantes, à gestão do conhecimento, ao aprendizado organizacio- e aprende estrategicamente, obtendo resultados de alto desempe-
nal, ao desenvolvimento da capacidade da organização de se ante- nho e sustentáveis.
cipar e se adaptar com agilidade às mudanças no seu ecossistema
e de estabelecer conexões estratégicas. A alta administração deve 7) Geração de valor
atuar como mentora, precisa ter visão sistêmica e abrangente, ul- Alcance de resultados consistentes, assegurando o aumento de
trapassando as fronteiras da organização e as restrições de curto valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes
prazo, mantendo comportamento ético e habilidade de negociação, interessadas.
liderando pelo exemplo. A sua ação da liderança deve conduzir ao Esse conceito é colocado em prática considerando que gerar
cumprimento da missão e alcance da visão de futuro da organiza- valor para todas as partes interessadas visa aprimorar relações de
ção. qualidade e assegurar o desenvolvimento da organização. Ao agir
desta forma a organização enfatiza o acompanhamento dos resul-
5) Orientação por processos e informações tados em relação às suas finalidades e às suas metas, a comparação
Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e pro- destes com referenciais pertinentes e o monitoramento da satis-
cessos da organização que agreguem valor para as partes interessa- fação de todas as partes interessadas, obtendo sucesso de forma
das, sendo que a tomada de decisões e a execução de ações devem sustentada e adicionando valor para todas elas. A geração de valor
ter como base a medição e análise do desempenho, levando-se em depende cada vez mais dos ativos intangíveis, que atualmente re-
consideração as informações disponíveis. presentam a maior parte do valor das organizações públicas. Isto
Esse conceito é colocado em prática por meio da compreensão implica visão estratégica das lideranças para possibilitar à sociedade
do processo como um conjunto de atividades inter-relacionadas ou a percepção da utilidade e da credibilidade da própria organização.
interativas que transformam insumos (entradas) em produtos/ser-
viços (saídas) com alto valor agregado. Os fatos e dados gerados em 8) Comprometimento com as pessoas
cada um desses processos, bem como os obtidos externamente à Estabelecimento de relações com as pessoas, criando condi-
organização, se transformam em informações que subsidiam a to- ções de melhoria da qualidade nas relações de trabalho, para que
mada de decisão e alimentam a produção de conhecimentos. elas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu de-
Esses conhecimentos dão à organização pública alta capacida- sempenho por meio do comprometimento, de oportunidade para
de para agir e poder para inovar. A tomada de decisões e a execução desenvolver competências e de empreender, com incentivo e reco-
de ações devem estar suportadas por medição e análise do desem- nhecimento.
penho, levando-se em consideração as informações disponíveis, A prática desse conceito pressupõe dar autonomia para atingir
além de incluir os riscos identificados. As informações e dados de- metas e alcançar resultados, assumir riscos, criar oportunidade de
finem tendências, projeções e causas e efeitos e devem, portanto, aprendizado e desenvolvimento de competência e reconhecendo o
subsidiar o planejamento, a avaliação, a tomada de decisões e a bom desempenho, criando práticas flexíveis e produtivas para atrair
implementação de melhorias. A excelência em gestão pressupõe: e reter talentos, propiciando um clima organizacional participativo
obtenção e tratamento sistemáticos de dados e informações de e agradável. Criar um ambiente flexível e estimulante à geração do
qualidade, alinhados às suas necessidades; sistemas de informa- conhecimento, disseminando os valores e as crenças da organiza-
ções estruturados e adequados; e obtenção e uso sistemáticos de ção e assegurando um fluxo aberto e contínuo de informações é
informações comparativas. A orientação por processos permite pla- fundamental para que as pessoas se motivem e atuem com auto-
nejar e executar melhor as atividades pela definição adequada de nomia.
responsabilidades, uso dos recursos de modo mais eficiente, rea-
lização de prevenção e solução de problemas, eliminação de ati-
vidades redundantes, aumentando a produtividade. A orientação

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
9) Foco no cidadão e na sociedade ventivas para eliminar ou minimizar esses impactos em todo o ci-
Direcionamento das ações públicas para atender, regular e con- clo de vida das instalações, produtos e serviços. Adicionalmente,
tinuamente, as necessidades dos cidadãos e da sociedade, na con- deve preservar os ecossistemas naturais, conservar os recursos
dição de sujeitos de direitos, beneficiários dos serviços públicos e não-renováveis e racionalizar o uso dos recursos renováveis. Além
destinatários da ação decorrente do poder de Estado exercido pelas do atendimento e superação dos requisitos legais e regulamentares
organizações públicas. associados aos seus bens, serviços, processos e instalações. O exer-
Esse conceito é colocado em prática considerando que os ci- cício da cidadania pressupõe o apoio a ações de interesse social e
dadãos usuários, atuais e potenciais, e a sociedade são sujeitos de pode incluir: a educação e a assistência comunitária; a promoção da
direitos e as organizações públicas têm obrigação de atender, com cultura, do esporte e do lazer; e a participação no desenvolvimento
qualidade e presteza, às suas necessidades e às suas demandas, de nacional, regional ou setorial.
forma regular e contínua. Nesse sentido, a organização tem que ali-
nhar as suas ações e os seus resultados às necessidades e às expec- 12) Controle social
tativas dos cidadãos e da sociedade e antecipar suas necessidades Atuação que se define pela participação das partes interessa-
futuras o que implica estabelecer um compromisso com a socie- das no planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades
dade no sentido de fazer o melhor no cumprimento da sua missão da Administração Pública e na execução das políticas e dos progra-
institucional considerando o interesse público. A administração pú- mas públicos.
blica tem o dever de garantir o direito dos cidadãos de acesso dos Para promover a prática desse conceito a alta administração
serviços públicos de maneira contínua (princípio da Continuidade das organizações públicas tem que estimular a sociedade a exercer
do Serviço Público), com o objetivo de não prejudicar o atendimen- ativamente o seu papel de guardiã de seus direitos e de seus bens
to à população, particularmente no que se refere aos serviços es- comuns. A transparência e a participação social são os requisitos
senciais. fundamentais para a efetivação do controle social. Assim, a gestão
pública de excelência pressupõe viabilizar as condições necessárias
10) Desenvolvimento de parcerias para que o controle social possa ser exercido pela sociedade. Nesse
Desenvolvimento de atividades conjuntamente com outras sentido, a administração pública deve garantir visibilidade de seus
organizações com objetivos específicos comuns, buscando o pleno atos e ações e implementar mecanismos de participação social.
uso das suas competências complementares para desenvolver si- Propiciar transparência significa democratizar o acesso às in-
nergias. formações sobre o funcionamento da organização, o que implica:
Na prática as organizações modernas reconhecem que no mun- disponibilizar informações sobre as ações públicas em condições de
do de hoje - de mudanças constantes e aumento da demanda - o serem entendidas, interpretadas e de possibilitarem efetivamente
sucesso pode depender das parcerias que elas desenvolvem. Essas o controle social (informações claras, detalhadas, completas e com
organizações procuram desenvolver maior interação, relaciona- dados desagregados); tornar acessíveis aos cidadãos as informações
mento e atividades compartilhadas com outras organizações, de sobre o funcionamento da administração pública. Participação social
modo a permitir a entrega de valor agregado a suas partes interes- é ação democrática dos cidadãos nas decisões e ações que definem os
sadas por meio da otimização das suas competências essenciais. Es- destinos da sociedade. Colocá-la em prática implica aprender a lidar e
sas parcerias podem ser com clientes, fornecedores, organizações interagir com as mobilizações e movimentos sociais.
de cunho social, ou mesmo com competidores e são baseadas em
benefícios mútuos claramente identificados. O trabalho conjunto 13) Gestão participativa
dos parceiros, apoiado nas competências, no conhecimento e nos Estilo de gestão que determina uma atitude gerencial da alta
recursos comuns, assim como o relacionamento baseado em con- administração que busque o máximo de cooperação das pessoas,
fiança mútua, respeito e abertura facilitam o alcance dos objetivos.
reconhecendo a capacidade e o potencial diferenciado de cada um
As parcerias são usualmente estabelecidas para atingir um objetivo
e harmonizando os interesses individuais e coletivos, a fim de con-
estratégico ou entrega de um produto ou serviço, sendo formaliza-
seguir a sinergia das equipes de trabalho.
das por um determinado período e envolvem a negociação e o claro
Na prática uma gestão participativa é implementada dando-se
entendimento das funções de cada parte, bem como dos benefícios
às pessoas autonomia para o alcance de metas e cobrando a coo-
decorrentes.
peração, o compartilhamento de informações e a confiança para
delegar. Como resposta, as pessoas tomam posse dos desafios e
11) Responsabilidade social
Atuação voltada para assegurar às pessoas a condição de cida- dos processos de trabalho dos quais participam, tomam decisões,
dania com garantia de acesso aos bens e serviços essenciais, e ao criam, inovam e geram um clima organizacional saudável.
mesmo tempo tendo também como um dos princípios gerenciais Em suma, temos aqui uma natureza gerencial da administra-
a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais, po- ção que busca pela qualidade na prestação do serviço ao público
tencializando a capacidade das gerações futuras de atender suas de forma imperativa, sendo o cidadão o foco sempre, proporcio-
próprias necessidades. nando a ele atendimento de excelência, que coloque os serviços e
A prática pressupõe o reconhecimento da sociedade como as rotinas de maneira transparente, participativa e que permita o
parte integrante do ecossistema da organização, com necessidades controle social.
e expectativas que precisam ser identificadas, compreendidas e
atendidas. Trata-se do exercício constante da consciência moral e Essa excelência é inclusive tema de legislação e também de al-
cívica da organização, advinda da ampla compreensão de seu pa- guns programas, por exemplo:
pel no desenvolvimento da sociedade. O respeito à individualidade, • Decreto nº 3.507/2000 (padrões de qualidade do atendi-
ao sentimento coletivo e à liberdade de associação, assim como a mento prestado aos cidadãos);
adoção de políticas não-discriminatórias e de proteção das mino- • Decreto nº 5.378/2005 (GESPÚBLICA e seu Comitê Ges-
rias são regras básicas nas relações da organização com as pessoas. tor);
A organização deve buscar o desenvolvimento sustentável, • Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP);
identificar os impactos na sociedade que possam decorrer de suas • Programa da Qualidade e Participação na Administração
instalações, processos, produtos e serviços e executar ações pre- Pública (PQPAP);

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
• Programa da Qualidade no Serviço Público (PQSP); por muito tempo foi abandonado no debate sobre reforma admi-
• GesPública: Sistema Nacional de Avaliação da Satisfação nistrativa. Osborne e Gaebler propõem dez princípios básicos para
do Usuário dos Serviços Públicos reinventar o governo, listados a seguir:
• Instrumento Padrão de Pesquisa de Satisfação (IPPS). 1. Competição entre os prestadores de serviço;
2. Poder aos cidadãos, transferindo o controle das atividades à
EMPREENDEDORISMO GOVERNAMENTAL E NOVAS LIDERAN- comunidade;
ÇAS NO SETOR PÚBLICO 3. Medir a atuação das agências governamentais através dos
A obra de David Osborne e Ted Gaebler, “Reinventando o go- resultados;
verno”, é um dos marcos na literatura internacional sobre a nova 4. Orientar-se por objetivos, e não por regras e regulamentos;
administração pública, notadamente com relação aos seus reflexos 5. Redefinir os usuários como clientes;
na administração pública norte-americana. 6. Atuar na prevenção dos problemas mais do que no trata-
Os autores propõem um modelo que incorpora conceitos que mento;
estiveram separados no desenvolvimento do modelo gerencial in- 7. Priorizar o investimento na produção de recursos, e não em
glês, tais como a implantação de uma administração por objetivos seu gasto;
— ou por missões —, a mensuração do desempenho das agências 8. Descentralização da autoridade;
através dos resultados, a busca da qualidade total como método 9. Preferir os mecanismos de mercado às soluções burocráticas;
administrativo, a ênfase no cliente, a transferência do poder aos 10. Catalisar a ação dos setores público, privado e voluntário.
cidadãos, e tentar garantir a equidade.
Osborne e Gaebler propõem uma redefinição da atividade go- Não se trata aqui de comentar ponto por ponto a lista exposta
vernamental. “Nosso problema fundamental é o fato de termos o acima, mas de discutir, rapidamente, algumas das ideias do “Rein-
tipo inadequado de governo. Não necessitamos de mais ou menos ventando o governo”. A primeira refere-se ao conceito de governo
governo: precisamos de melhor governo. Para sermos mais preci- catalisador, que “navega em vez de remar”. O intuito desse con-
sos, precisamos de uma melhor atividade governamental”. A ativi- ceito não é tornar o Estado mínimo, mas redirecionar a atividade
dade governamental é entendida como algo com uma natureza es- governamental. Inclusive, os autores renegam o conceitual privatis-
pecífica, que não pode ser reduzida ao padrão de atuação do setor ta, típico do neoliberalismo. “A privatização é uma resposta, não a
privado. resposta”, afirmam Osborne e Gaebler.
Entre as grandes diferenças, a motivação principal dos coman- O sentido do governo catalisador é reformular as relações
dantes do setor público é a reeleição, enquanto os empresários têm Estado/mercado e governo/sociedade. Neste sentido, o governo
como fim último a busca do lucro; os recursos do governo provêm empreendedor, catalisador, se aproxima das ideias de Pollitt, que
do contribuinte — que exigem a realização de determinados gastos conceitualiza a relação pública entre cidadãos e governo como uma
—, e na iniciativa privada os recursos são originados das compras parceria e não como uma dependência.
efetuadas pelos clientes; as decisões governamentais são tomadas Indo para outra discussão do Reinventando o governo, encon-
democraticamente e o empresário decide sozinho ou no máximo tramos um referencia interligada ao anterior, qual seja, o tratamen-
com os acionistas da empresa — a portas fechadas; por fim, o obje- to da população como cliente e como cidadão. Cliente dos serviços
tivo de ambos é diverso, isto é, o governo procura fazer “o bem” e a públicos, que deseja a melhor qualidade possível dos equipamentos
empresa “fazer dinheiro”. sociais. E cidadão que quer e tem como dever participar das deci-
Estas diferenças implicam, necessariamente, em procurar no- sões da comunidade, e por isso a descentralização da autoridade é
vos caminhos para o setor público, tornando-o sim mais empreen- um objetivo fundamental para alcançar esse grau de accountability.
dedor, mas não transformando-o em uma empresa. No que tange à gestão da burocracia, propõe-se a orientação
Ao contrário também da epidemia generalizada contra a buro- administrativa por missões. A partir dela, o governo pode ser mais
cracia que vigorou nos EUA no começo da década de 80 o “Reinven- flexível, como também torna-se mais fácil a avaliação de cada agên-
tando o governo” não coloca a culpa dos problemas governamen- cia, comparando-se o objetivo inicialmente formulado com o resul-
tais em seus funcionários; o problema não está nas pessoas, mas no tado efetivamente alcançado.
sistema. É a reforma das instituições e dos incentivos que tornará a A orientação por missões, portanto, é um mecanismo que con-
burocracia apta a responder novas demandas. grega os ideais do Consumerism (flexibilidade) com os da corrente
gerencial mais preocupada com a avaliação de resultados.
A reforma do sistema significa, ao mesmo tempo, a introdução
Entretanto, a discussão em torno da avaliação de resultados na
de métodos voltados para a produção qualitativa de serviços públi-
obra de Osborne e Gaebler toma um rumo diferenciado daquele
cos com a prioridade dada aos clientes e cidadãos como razões úl-
proposto pelo gerencialismo puro. Para os dois autores, a avaliação
timas do setor público, o que quer dizer não só que eles devem ser
da eficiência não pode ser dissociada da avaliação da efetividade.
bem atendidos, mas que devem ser também chamados a participar Pois, se a eficiência mede o custo do que foi produzido, a efe-
do governo, definindo os destinos de suas comunidades. tividade mede a qualidade dos resultados. Desta maneira, “quando
A maioria dos exemplos do livro de Osborne e Gaebler mos- medimos a eficiência, podemos saber quanto nos custa alcançar
tra que a melhor resposta para tornar melhor um serviço público é uma produção determinada; ao medir a efetividade, sabemos se
chamar a comunidade a participar de sua gestão, seja fiscalizando, nosso investimento valeu a pena. Nada mais tolo do que fazer com
seja trabalhando voluntariamente na prestação de serviços— cons- eficiência o que não deveria continuar a ser feito”. Osborne e Gae-
tituindo-se numa resposta adequada tanto para a questão da efi- bler tentam definir a relação entre eficiência e efetividade a partir
ciência como para o problema da transparência. Portanto, a moder- dos objetivos do governo. E concluem: “Não há dúvida de que o
nização do setor público deve caminhar lado a lado com o aumento público quer um governo mais eficiente, mas ele deseja ainda mais
da accountability. um governo efetivo”.
Mas a reinvenção do governo deve ser realizada ainda ga- A reforma do Estado, tal qual preconizada por Bresser Perei-
rantindo o princípio da equidade. Desta maneira, a introdução de ra, preconizava a valorização do bom desempenho, envolvendo a
mecanismos gerenciais, tais como são propostos no livro, não é in- maior autonomia do dirigente público, cobrando-lhe, no entanto, o
compatível com a busca de justiça redistributiva, um conceito que preço da responsabilização.

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Após o fim do MARE e das reformas mais profundas na Ad- Nesse contexto, a comunicação com a sociedade assume um
ministração Pública brasileira, a comunidade administrativa organi- papel de melhoria constante dos programas e de transformação da
zou-se em tomo da Gestão, aproveitando o PPA, o programa Avança gestão. Nossa experiência tem mostrado que a interação com o pú-
Brasil, do segundo mandato de FHC. blico-alvo do programa é um dos principais fatores de motivação
A grande inovação do PPA era a introdução da gestão por pro- dos gerentes e uma referência concreta para sua ação integradora
gramas, com a integração de planejamento, orçamento e gestão. da organização.
Não parece haver dúvidas quanto ao progresso que representou a
adoção do conceito de programa não só como forma de integrar o AS NOVAS LIDERANÇAS DO SETOR PÚBLICO
PPA e os orçamentos anuais, mas em termos. De transparência da Dentro do novo paradigma de gestão disposto, destaca-se a
alocação dos recursos públicos e de compromisso da gestão com necessidade do surgimento de novas lideranças no setor público.
resultados. Esses novos dirigentes, que muitas vezes serão os gerentes de pro-
Essa nova situação pôs na linha de frente do setor público a gramas do próprio PPA, deverão ter a capacidade de lidar com di-
figura do gerente de programa, como urna nova liderança do setor versos temas que estão hoje na agenda do Governo. Por exemplo:
público, que deve ser capaz de levar adiante a gestão por progra- 1. Entender a Gestão Pública Contemporânea: a Nova Gestão
mas, que e orientada por resultados. Ariel Garces, em trabalho de Pública, suas variantes e dilemas. O Brasil e suas opções. Entender
reconhecido mérito na comunidade de administração pública, dis- como se relacionam Patrimonialismo, clientelismo e Weberianismo
correu sobre essa situação. na administração pública atual.
A introdução da gestão por programas no ambiente atual da 2. Entender e manejar os processos de Regulação: ser capaz
administração pública engendra urna tensão entre as práticas exis- de entender a Reforma do Estado, privatização e regulação e a As-
tentes e os novos valores e atitudes empreendedoras, característi- censão do Estado Regulador. Quais são as figuras que surgem com
cas da administração orientada para resultados. A estratégia é a de o novo Estado, os Arranjos Institucionais, o Marco Regulatório e as
manejar essa tensão, de tal modo que sua intensidade não seja um Políticas regulatórias. O papel do TCU no Controle da Regulação.
obstáculo, mas, ao contrário, exerça um efeito indutor do processo 3. Recursos Humanos: aqui os desafios são relativos (também)
de mudança. Para tanto, e necessário superar progressivamente um ao Clientelismo e Patrimonialismo na ocupação de cargos. Buro-
certo número de óbices, na medida em que avança a implemen- cracias Weberianas - Críticas a burocracia tradicional. A questão do
tação do novo modelo integrado de planejamento, orçamento e mérito e do desempenho, com a ascensão do gerencialismo. Novas
gestão. formas de contratação de servidores: a flexibilização.
Ariel Garces ainda lembra que essa forma de penar, por pro- 4. Descentralização: as oportunidades aqui estão em conhecer e
gramas, significa, em outros termos, implementar uma reforma de implementar formas de descentralização (política, espacial, mercado
Estado, que combine, simultaneamente, os princípios da Reforma e administrativa). Quais são os tipos de descentralização aplicáveis a
do Aparelho de Estado, de 1995, fortemente voltada para o aumen- cada caso: desconcentração, devolução, delegação. O federalismo. Co-
nhecer as vantagens, mas também os riscos da descentralização.
to da produtividade e qualidade, a partir de uma transformação
5. Processos participativos de gestão pública: conselhos de ges-
das organizações, e as mudanças introduzidas pelo ciclo de gestão
tão, orçamento participativo, parceria entre governo e sociedade.
do gasto, que traduz a preocupação, essencial ao Estado moderno,
6. Público e Privado: Governança e Accountability, Relações
com os impactos na sociedade.
entre os diversos entes federativos. Parcerias e Consórcios e sua
Assim, o dirigente público deve ajustar a sua organização públi-
implementação. Políticas Sociais (Quase Mercados) Compradores,
ca à gestão por programas. Para tanto, é fundamental, em primeiro
Provedores e Financiadores Eficiência e Equidade - As novas formas
lugar, que os objetivos dos programas espelhem com precisão, em
de organização da prestação dos serviços públicos- Politícas Sociais
cada ministério, os problemas ou as oportunidades que devem ser e Gestão de Redes.
enfrentados, para viabilizar uma situação futura desejada, compatí- 7. Contratualização: a gestão de contratos hoje é fundamental
vel com uma orientação estratégica que integre e mobilize a equipe na AP, por dois motivos:
do ministério. Essa orientação, por sua vez, deve refletir os compro- - A complexidade e;
missos do governo. - A cobrança por resultados.
Também é fundamental o fortalecimento e a integração das - A Contratualização e Planejamento Governamental e
funções de planejamento, orçamento e gestão. Em uma perspec- - os Contratos de Gestão.
tiva de gestão por resultados, e recomendável que se de ênfase ao
planejamento e à gestão estratégica, à elaboração e execução orça- 8. Gestão de Desempenho e Governo Eletrônico: a gestão ba-
mentária e financeira orientada pelos resultados dos programas, a seada em regras versus a gestão orientada para resultados: Burocra-
um processo contínuo de evolução organizacional, que tenha por cia X NGP. A Gestão de mudanças e gestão de resultados. - Cultura
objetivo incorporar a gestão por programas às estruturas formais e de resultados e transformação organizacional, com a implantação
aos processos decisórios da organização. de avaliações de desempenho. Transparência - Inovações tecnoló-
Dar consequência à avaliação de desempenho no processo alo- gicas e organização governamental. O Atendimento ao Cidadão e
cativo e na gestão pública. Assim, a avaliação de desempenho vol- Tecnologias de informação e comunicação.
ta-se para o aperfeiçoamento contínuo do novo modelo de gestão. 9. Insumos, produtos e resultados - Auditoria de desempenho.
Assume um papel de transformação da gestão. Desempenho e conformidade - Controle orientado para resultados
Em relação à comunicação com a sociedade, Ariel Garces afir- e Políticas Públicas.
ma que a gestão orientada para resultados cria percepções de ga- 10. Prospecção e Tendências - Hibridismos - Valor público - Ges-
nhos e perdas. Perdem as estruturas da organização, cujo poder é tão e Desenvolvimento - Dilemas de Coordenação Executiva - Ac-
aparentemente ameaçado pela transparência que decorre da ges- countability.
tão por programas. Ganham os segmentos da sociedade beneficiá-
rios dos programas e os gestores de alto nível da administração pú- Há tempo o empreendedorismo, que tem como foco uma pos-
blica, que são avaliados em função dos resultados percebidos pela tura na gestão de inovação, busca por alternativas, e principalmen-
sociedade em geral. te excelência em resultados se faz presente na Administração Publi-
ca, isso percebe-se através de alguma iniciativas

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Parcerias com o setor privado e com as (ONGs); buíram como consultores para o aperfeiçoamento da qualidade na
 Avaliação de desempenho individual e de resultados orga- produção industrial japonesa. A partir de William Edwards Deming,
nizacionais, atrelados a indicadores de qualidade e produtividade; a qualidade se alastra no mundo, abrindo espaço para abordagens
 Autonomia às agências governamentais, horizontalizando de planejamento, da produção com erro-zero e do controle da qua-
a estrutura; lidade. Taichiro Ohno, engenheiro-chefe da Toyota, empreendeu
 Descentralização política: poder de decisão próximo ao esse novo modo de produção aproveitando o máximo da capaci-
cidadão, melhoria da qualidade e da accountability; dade produtiva do indivíduo e introduzindo outras formas de apro-
 Estabelecimento do conceito de planejamento estratégi- priação do indivíduo pela produção capitalista. Surge o toyotismo:
co; […] Seu primeiro passo foi agrupar os trabalhadores em equi-
 Flexibilização das regras que regem a burocracia pública; pes, com um líder de equipe no lugar do supervisor. Cada equipe
 Profissionalização do servidor público, através de políticas era responsável por um conjunto de etapas de montagem e uma
de motivação, de desenvolvimento pessoal e revalorização a ques- parte da linha, e se pedia que trabalhassem em grupo, executando
tão da ética no serviço público; o melhor possível as operações necessárias. O líder da equipe, além
 Desenvolvimento das habilidades gerenciais dos funcioná- de coordená-la, realizava tarefas de montagem; particularmente,
rios; substituía trabalhadores eventualmente faltantes – conceitos esses
 Competição administrada; inéditos nas fábricas de produção em massa. (WOMACK, 1992, p.
 Princípio da subsidiariedade, como base do conceito de 47).
descentralização. A atitude administrativa de maior utilização possível das ap-
 Ênfase e orientação da ação do Estado para o cidadão- tidões de todos os empregados fez Ohno atribuir aos indivíduos
-cliente; novas funções relacionadas com o controle de qualidade. Era re-
 Controle social com mecanismo de prestação de contas e servado um horário em que, regularmente, a equipe sugeria aos
avaliação de desempenho; administradores um conjunto de medidas para melhorar os proces-
 Vê o cidadão como contribuinte de impostos e como clien- sos de trabalho, surgindo, assim, o Círculo de Controle da Qualidade
te de se seus serviços; (CCQ).
 Resultados são considerados bons não porque os proces- O estabelecimento desse círculo envolvia estudos e aprimo-
sos administrativos estão sob controle e são seguros (APB), mas ramento do conhecimento dos trabalhadores na solução de pro-
porque as necessidades do cidadão-cliente estão sendo atendidas blemas a serem enfrentados nos processos de trabalho e também
(interesse público – diferenças do significado; os problemas enfrentados pela própria empresa, inflacionando o
 Confiança, descentralização das decisões e de funções. acúmulo de responsabilidades do trabalhador e criando uma via
de apropriação de aptidões e capacidades antes não exploradas
Não se trata de descartar a administração racional-legal, mas pela empresa. A participação nesses círculos servia como critério
de manter as características que ainda se mantém válidas para ga- de promoção e seleção dos trabalhadores para possíveis cargos na
rantir efetividade à administração e trazer novas ações e ferramen- gerência. A adesão não era voluntária pelos indivíduos no CCQ e,
tas que aprimorem essa administração, permitindo que ela fique também, não era voluntária a decisão pelas equipes de utilizar essa
mais atualizada, mais atenta às mudanças comportamentais da técnica gerencial no enfrentamento dos problemas.
sociedade e também às mudanças que o próprio mercado privado Aquela ideia de uma carga de subjetividade que toca no reco-
sobre e que de certa forma afeta a gestão pública. nhecimento, valorização e integração do indivíduo pela organiza-
ção, sendo ela a responsável e detentora das condições de modifi-
Portanto, cabe às novas lideranças (líderes públicos) estarem se car, influenciar e aprimorar as coisas, as relações e os processos de
inserindo nesse modelo e desenvolver ações políticas baseadas em trabalho permite uma abordagem epistemológica desse modelo de
objetivos e comportamentos que: gestão da qualidade considerando suas relações com o indivíduo
que participa, fazendo uma reflexão dos pensamentos de Drucker
 Melhorem a eficiência, eficácia e efetividade na produção (da escola neoclássica da administração) e de Edgar Schein (da psi-
de bens e serviços públicos, cologia organizacional).
 Minimizem esforços, custos, maximizando e buscando no-
vas fontes de receitas, através de aplicações financeiras; As organizações e o indivíduo participante
 Criem uma gestão baseada na avaliação pela sociedade, Se as organizações aplicam mudanças nos tipos de gestão, na
mensuração do desempenho e dos resultados; atitude administrativa e na compreensão de um novo perfil de in-
 Sejam inovador, pró-ativo; criativo; que corram riscos cal- divíduo trabalhador amplamente manifestadas pelo neoclassicismo
culados, que sejam mobilizadores de ação conjunta voluntária pri- da escola científica da administração é porque o indivíduo continua
vada e pública, que sejam intraempreendedores. sendo uma base fundamental para o desenvolvimento das organi-
zações.
Gestão da qualidade Para Peter Drucker a história do êxito das organizações é a his-
A gestão da qualidade nas organizações como um processo tória do êxito da gerência. Os novos pressupostos gerenciais esta-
participativo entre dirigentes das organizações e trabalhadores tem belecem: um novo perfil de trabalhador nas organizações, colocan-
relação com alguns acontecimentos posteriores à 2a Guerra, no do em aplicação o que aprende durante uma educação sistemática
Japão. A reconstrução do Japão pelos aliados pavimentou as con- e não apenas a sua habilidade manual ou seus músculos; um admi-
dições para o desenvolvimento de uma nova atitude administrati- nistrador com a função de tornar produtivos os recursos humanos,
va flexível à maior participação dos indivíduos que trabalham nas fazendo com que as pessoas trabalhem em conjunto, unindo as ha-
organizações. bilidades e conhecimentos de cada indivíduo para um fim comum;
Tornava-se necessário um novo projeto que assegurasse a re- uma atitude administrativa constante e crescente de utilização das
construção do país. A reorganização social do mundo do trabalho aptidões de todos os empregados (DRUCKER, 1971, 1970, 1964).
foi o caminho escolhido para atender às exigências da sociedade
japonesa. Os grandes especialistas americanos de qualidade contri-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A junção desse novo perfil de trabalhador, de administrador e de administrativa de uso dessas capacidades para os interesses da
dessa atitude administrativa vai estabelecendo uma nova relação organização. Serão abordados três aspectos da gestão da qualida-
do indivíduo com a organização que trabalha. A organização espera de como afirmação de um contrato psicológico com o indivíduo-
mais do trabalhador: suas aptidões, habilidades e sua subjetividade -trabalhador que subvertem sua individualidade com aquela ideia
– a realização de suas aspirações e reconhecimento pelo trabalho. de harmonia ou de igualdades de expectativas entre organização/
A oportunidade de participar mais, de trazer com isso uma mu- indivíduo: a cultura da qualidade e os vínculos que se estabelecem
dança positiva para a organização, de obter reconhecimento e reali- entre indivíduo e organização; o discurso da qualidade como prática
zação é de alguém que deseja e necessita pertencer e estar integra- organizacional; autorrealização do indivíduo, trabalho e o modelo
do, que sente a possibilidade de realizar-se e de sentir-se valorizado da qualidade.
e amado: um indivíduo. Todavia, é preciso compreender que esse
desejo de participar, essa necessidade de pertencer aponta para A CULTURA DA QUALIDADE E OS VÍNCULOS QUE SE ESTABELE-
uma individualidade que não é parte da organização, não pertence CEM ENTRE INDIVÍDUO E ORGANIZAÇÃO
a ela. Há um universo de compreensões, sentimentos e expectati- Uma leitura da psicologia das organizações acerca da cultura da
vas do indivíduo distintos dos da organização. qualidade aponta para uma crítica à institucionalização da ação do
É um movimento de necessidades e desejos do indivíduo e as indivíduo, visando garantir aquela harmonia organização/indivíduo.
necessidades e desejos da organização. A perspectiva da organiza- A socialização é vista como uma aprendizagem de papéis a serem
ção e de seus dirigentes e a dos indivíduos que nela trabalham. desempenhados no sistema em vigor.
O conceito de contrato psicológico apresentado por Edgar Deming (1990, p. 263) destaca que o desenvolvimento das
Shein (1982, p. 18) estabelece quais as relações que permeiam esse pessoas numa cultura de qualidade é responsabilidade privativa
movimento: “A idéia de um contrato psicológico denota que há um da organização : “[…] o recrutamento, o treinamento, a chefia e o
conjunto não explícito de expectativas atuando em todos os mo- apoio aos operários da produção do sistema de produção. Quem
mentos entre todos os membros de uma organização e os diversos poderia ser responsável por essas atividades se não a administração
dirigentes e outras pessoas dessa organização.” A organização e de produção?” Cada indivíduo deve saber o que se espera dele no
seus dirigentes cuidam dos interesses institucionais, estabelecen- desempenho de um papel e também o que ele pode e deve esperar
do objetivos, diretrizes e tomando decisões que afetam os indiví- dos outros indivíduos. Quanto mais o indivíduo se adapta ao siste-
duos que ali trabalham. As expectativas do indivíduo têm relação ma tanto mais melhora seu desempenho, adquirindo, assim, uma
com aspectos objetivos, como salários ou vencimentos, horas de identidade nessa organização.
trabalho, benefícios, etc. e aspectos subjetivos, ligados ao íntimo É um projeto de controle e previsão do comportamento huma-
do indivíduo que envolvem o senso de dignidade e valor da pessoa. no com propósitos de adaptá-lo ao meio, àquilo que está fora dele,
Nas expectativas da organização o comprometimento do indivíduo além dele (FIGUEIREDO, 1989, p. 100-103). Fora dele e além dele é
deve ser primeiramente com a organização em detrimento de sua a organização. Faria e Oliveira (2007, p. 199) destacam que “[...] as
individualidade. novas tecnologias industriais revelaram-se ambiciosas estratégias
A organização também tem certas expectativas implícitas mais de dominação da alma humana e a organização foi reduzida a um
sutis, por exemplo, de que o empregado melhorará a imagem da sistema politico-econômico, sociocultural e simbólico-imaginário
organização, será leal, manterá os segredos da organização e tudo destinado a institucionalizar a relação de submissão.” A organização
fará em prol dela [isto é, sempre terá elevado nível de motivação e ganha uma identidade e proclama aos indivíduos, por intermédio
disposição de se sacrificar pela organização]. (SCHEIN, 1982, p. 19). da gestão da qualidade, um autoconceito de missão (razão de sua
Na disposição do indivíduo participante, o modelo de gestão existência, o seu fim último, o seu papel na sociedade – quem é a
da qualidade elogia essa atitude que interessa à produtividade e organização), visão de futuro (o que a organização quer ser quando
lucro das organizações capitalistas e subverte as diferentes expec- crescer – quem será a organização) e valores (os princípios e nor-
tativas do contrato psicológico, apresentando as expectativas do in- mas da organização). Não significam apenas conceitos sobre a or-
divíduo como sendo as suas expectativas em relação ao indivíduo. ganização, mas um autoconceito da organização pela organização.
Entretanto, os conceitos amplamente estimulados e valorizados da A gestão da qualidade declara o alinhamento da missão de vida do
excelência, do “fazer certo o que é certo desde a primeira vez”, o indivíduo com a missão da organização, um sobrepor da visão indi-
“erro zero” ou “zero-defeito”, a obrigação de ser forte, a certeza vidual de tempo e futuro com a visão de tempo e futuro da orga-
do êxito sempre, o adaptar-se sempre, a necessidade de um desa- nização e a aceitação dos valores da organização como sendo seus
fio como estímulo e motivo sempre, a constância de propósitos, a valores individuais.
internalização da cultura organizacional são valores do modelo de A discordância do indivíduo nesse processo é estranhada pela
gestão da qualidade total que estabelecem um controle social, um organização; compreende uma atitude inadequada que poderá desfi-
instituto que assegura a harmonia entre as expectativas do indiví- gurar a imagem que a organização tem do indivíduo, porque este “eu”
duo e aquelas da organização. O indivíduo participante digere esses tem uma identidade própria estranha a uma cultura onde os papéis
ideais, ajusta-se a essa lógica, sujeita-se a padrões de comporta- estão definidos. Não há espaço para o “eu próprio”, mas apenas para
mento que o levam a renunciar sua autonomia. É a desconstrução o “eu adaptável” à organização. Para evitar conflitos, o indivíduo sub-
de sua individualidade. mete-se a compreensões “prontas” da realidade e passa a estabelecer
padrões de conduta que aliviem as tensões de uma contradição entre
Gestão da qualidade nas organizações e a desconstrução da o “eu próprio” e o “autoconceito” da organização.
individualidade
Os modos de gestão das organizações capitalistas têm como
O discurso da qualidade como prática organizacional
característica e fundamento uma abordagem funcionalista. Os mo-
No decorrer do século XX, a progressiva atenção dedicada à
delos de Taylor, Ford, Fayol, Deming, Ohno sempre primaram pelas
linguagem nas ciências humanas e sociais favoreceu uma nova con-
operações – a tarefa é o movimento do indivíduo e nela se concen-
cepção de realidade, da natureza do conhecimento e da concepção
tra seu comportamento.
de linguagem. A linguagem passa a ser instrumento para criar acon-
A história das organizações tem ideais de um novo indivíduo,
tecimentos. É centrada nas relações do cotidiano. É uma forma de
de um administrador com a função de unir, dispor, estimular, in-
duzir, propor, maximizar as capacidades humanas e de uma atitu- ação no mundo. É uma prática discursiva.

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A linguagem é possibilidade de configurar a realidade na me- ro. Essa conduta liberal da sociedade capitalista lançou a base para
dida em que é uma prática que provoca efeitos. Tem como função uma autorrealização do indivíduo. O interesse individual é apresen-
empreender e executar ações e não somente descrever o mundo. tado como a mola propulsora dos sistemas baseados na livre ini-
Assim, a linguagem é compreendida como ação (MELLO et al., 2007, ciativa. Defende que os indivíduos, por procurarem seus próprios
p. 26-32). interesses, agem por fim em benefício da própria sociedade. Assim,
A gestão da qualidade utiliza o discurso nas organizações como as condições políticas de legitimação da acumulação pela via do in-
prática de construção do novo. Esse discurso é encontrado na forma dividualismo e da livre iniciativa são consumadas. A individualidade
escrita (manuais da qualidade, a difusão da missão, visão e valo- foi reduzida a um mero instrumento produtivo.
res da organização em documentos oficiais, expositores e locais de Se os vínculos que se estabelecem entre indivíduo e a organi-
convivência), falada (oficinas, encontros, seminários e reuniões) e zação na cultura da qualidade e suas práticas discursivas subvertem
nas imagens veiculadas internamente na organização (símbolos da a individualidade, uma posição passiva do indivíduo diante das for-
qualidade, fotos de personalidades ilustres apresentadas na organi- mas de dominação sociais pode indicar o triunfo de uma revolução
zação como apoiadores da qualidade, etc.). contra si mesmo. Essa subversão apresenta-se de forma sutil, mas
É um discurso que flui como convocação ao indivíduo, sendo sempre de forma intencional pela organização e, geralmente, não
a gestão da qualidade o meio de produção e reprodução da práti- percebida pelo indivíduo.
ca discursiva. É, portanto, um discurso ideológico da organização O mais importante é a atitude do indivíduo consigo. O redu-
que conclama os indivíduos a construírem uma realidade essencia- cionismo de que todas as necessidades pessoais serão satisfeitas a
lizante do perfeito, da qualidade total, da única e verdadeira gestão. partir e somente pelo trabalho podem abrir um caminho de aceita-
Contudo, o discurso da qualidade total esconde sua forma de um ção de modelos de gestão das organizações sem a necessária crítica
sistema de produção que se apropria do indivíduo com a roupagem e autonomia frente a eles.
de participativo e descentralizado. As ideias de Maslow sobre as necessidades humanas (fisiológi-
O oxigênio que se respira no discurso da qualidade é o da or- cas, segurança, sociais, de estima e autorrealização) e as de Drucker
ganização perfeita a priori. Os objetivos de aplicação do modelo sobre a organização como viabilizadora das condições ideais para a
(BRASIL, 2008/2009) estão expostos nos seus manuais: avaliar a satisfação dessas necessidades pode tornar mais severo o controle
qualidade do sistema de gestão da organização e promover o aper- do comportamento do indivíduo pela organização:
feiçoamento e o aprendizado contínuo a partir das práticas de ges- O administrador precisa, de fato, supor com a Teoria Y (Mas-
tão. low), que existe no mínimo um número considerável de pessoas na
Esse avaliar é a avaliação da aplicação do método, do modelo. força de trabalho que busca realização. [...] O administrador precisa
Mas de forma alguma será a avaliação crítica do método, do mode- ainda aceitar como sua tarefa tornar o trabalhador e suas ativida-
lo. Os critérios de avaliação estão previamente definidos: liderança; des plenas de realização. (DRUCKER, 1981, p. 321).
planejamento ou estratégias e planos; foco no cliente ou cidadãos; O humanismo na gestão das organizações apontou para várias
sociedade; informação e conhecimento; pessoas; processos e resul- frentes de mudança nas condições de trabalho. A escola compor-
tados institucionais. tamental da administração e a humanista da psicologia receberam
O Modelo de Gestão da qualidade traz a “explicação ideal” do valiosas contribuições dos estudos de Maslow. Entretanto, as impli-
que significa Gestão Excelente. É a construção de uma versão de cações de uma gestão com foco na autorrealização dos indivíduos
determinada realidade. A concepção da linguagem como “amo do que trabalham em uma organização têm outras variáveis:
sujeito” tem força maior em um projeto assim. As pessoas e seus Na teoria da auto-realização, o contrato envolve a troca de
grupos recebem o modelo de gestão como algo universalmente tes- oportunidade de obter recompensas intrínsecas (satisfação pela
tado e aprovado, como uma realidade ideal que existia em outro realização e uso das capacidades próprias) pelo desempenho de
lugar e não se sabia disso, como algo que a partir dali vai ressig- alta qualidade e pela criatividade. Isso, por definição, cria um envol-
nificar todas as coisas e como se o passado vivido da organização vimento moral, e não um envolvimento calculista, e, dessa maneira,
tivesse sido uma grande alucinação. Esse discurso é uma prática libera um maior potencial de dedicação aos objetivos da organi-
que transforma o autoconceito. Uma realidade ideal conquistada zação e um maior esforço criador desses objetivos [...] de modo
coletivamente e importante para todos é uma versão negociada e dependente e submisso. (SCHEIN, 1982, p. 55, grifo nosso).
construída da organização e tem efeitos no indivíduo. A base da gestão pela qualidade é ser uma gestão participati-
Se a questão da prática discursiva da gestão da qualidade não va que convida o indivíduo a usar de suas habilidades, seu pensa-
revela “a sua outra face”, há no discurso outra intenção. Há um jogo mento planejador e de sua subjetividade por outro caminho: o da
em curso. Foucault (2007, p. 20) analisa assim a situação: “[…] se o cooperação “voluntária”. As concepções mais aceitas e investigadas
discurso verdadeiro não é mais, com efeito, desde os gregos, aquele sobre o comprometimento dos indivíduos na organização tem sido
que responde ao desejo ou aquele que exerce o poder, na vontade consideradas (afetiva, calculativa e normativa) em outros estudos
de verdade, na vontade de dizer esse discurso verdadeiro, o que (GOMIDE JÚNIOR; SIQUEIRA, 2004). Esse comprometimento reú-
está em jogo, senão o desejo e o poder?” A prática discursiva da ne atitudes individuais com base afetiva (sentimentos e afetos) e
gestão da qualidade serve aos interesses de um poder constituído, base cognitiva (crenças sobre o papel social dos envolvidos em uma
de um que domina sobre os demais na organização e que tem o relação de troca econômica e social). A organização espera que o
desejo de que os indivíduos apoiem seus objetivos na e pela or- indivíduo tenha o desejo de participar e compreenda a importância
ganização. O discurso da qualidade reúne alguns instrumentos de de sua participação.
controle da organização sobre o indivíduo, desconstruindo sua in- Entretanto, as pesquisas sobre comprometimento organizacio-
dividualidade. nal descrevem as bases psicológicas que sustentam o comprome-
timento dos indivíduos relacionando-o com estados psicológicos
Autorrealização do indivíduo, trabalho e o modelo da quali- de desejo, obrigação ou necessidade de permanecer, de participar,
dade de pertencer à organização, conforme o Quadro 1 (FEITOSA, 2008;
A teoria liberal destaca uma sociedade com oportunidades DEMO, 2003; REGO, 2003).2
iguais de ascensão, felicidade e prosperidade parecendo estar pre-
2Fonte: www.repositorio.ufc.br - Por Gustavo Pucci Schaumann/Antônio Caubi
sente uma autonomia do indivíduo como construtor de seu futu-
Ribeiro Tupinambá

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Participa na implementação
Categorias Caracterização Estado psicológico
porque
Grau em que o indivíduo se sente
Afetiva emocionalmente ligado à organização e ... sente que quer participar Desejo
identificado e envolvido com ela.
Grau em que o indivíduo possui um sentido de ... sente que tem o dever de
Normativa Obrigação
obrigação (ou dever moral) de participar. participar
Grau em que o indivíduo participa devido ao
reconhecimento dos custos associados com sua
... sente que tem necessidade de
Calculativa não participação. Esse reconhecimento pode Necessidade
participar
advir do sentimento de perda de recompensas
econômicas ou sociais.

Benefícios da gestão da qualidade às empresas


Gerir a qualidade é administrar os processos organizacionais a partir de padrões pré-estabelecidos, corrigindo e implementando me-
lhorias continuamente.
A atual conjuntura dos mercados, de distintos segmentos, impõe às empresas um padrão de qualidade e capacidade de prover resul-
tados para se destacar em meio a alta competitividade existente, e ser bem sucedida.
A preocupação com a gestão da qualidade é algo que vem evoluindo junto às histórias das organizações, estando mais direcionada
aos produtos e processos inicialmente, e depois voltando sua atenção também aos desejos dos consumidores e às questões internas da
empresa. Dado os diversos aspectos a serem observados para o controle da gestão, foi criado o conceito de um sistema de gestão da
qualidade, ou SGQ, que abrange todas essas questões, planifica e executa as ações necessárias à consecução dos padrões de qualidade.

Sistema de gestão da qualidade


Este instrumento de gestão visa propiciar à organização o controle de todos os seus processos, de forma que um padrão de excelência
seja concebido e que as ações dos colaboradores no desempenho de suas atividades não saiam do pré-estabelecido, evitando a queda da
qualidade dos produtos ou serviços, possibilitando uma melhoria contínua e um subsídio de informações à tomada de decisão.
Uma ótima referência de padrões de excelências de qualidade que as empresas buscam alcançar é a NBR ISO 9001. Tal normativa
orienta as empresas a estabelecer seus processos de forma bem definida, podendo acompanhá-los de perto e aprimorá-los constante-
mente. Através dos indicadores de cada processo, e também dos objetivos, informações preciosas à tomada de decisões são geradas e vão
auxiliar os gestores nas ações corretivas, preventivas e de melhorias.
A definição das responsabilidades nos processos, dos indicadores e sua forma de acompanhamento permite à empresa um salto na
sua produtividade: produtos concebidos com o menor custo e no menor tempo possível, evitando-se o retrabalho e alcançando algo de
qualidade que promova a satisfação do cliente.
O sistema de gestão da qualidade aliado à gestão de pessoas vai garantir que a implementação da norma abranja todos os níveis
hierárquicos da empresa, de forma que todos adiram ao novo padrão de qualidade e se comprometam com a melhoria contínua no de-
sempenho. É essencial, também, que a alta administração e os líderes desempenhem o papel de difundir os valores, estimular a mudança
e assegurar o cumprimento dos novos padrões de forma satisfatória e permanente na empresa.

Benefícios de um sistema de gestão da qualidade às empresas


– Maior rentabilidade;
– Maior satisfação dos clientes;
– Maior competitividade da organização;
– Diminuição do retrabalho – menos custos e mais celeridade;
– Maior auto estima e motivação da equipe.
– Incrementos no desenvolvimento de competências e compartilhamento de conhecimentos inerentes às atividades da organização,
visto que são implementadas as melhores práticas de gestão.3

Qualidade de vida no trabalho - QVT


Quando falamos em organizações, estamos falando em um conjunto composto por indivíduos que buscam desempenhar suas funções
e ter em contrapartida, atendidas suas necessidades, expectativas e desejos.
Na sociedade atual em que vivemos, uma dessas necessidades mais discutidas no momento é o nível de qualidade de vida no âmbito
profissional, ou seja, não é apenas o retorno financeiro que busca o profissional atual. Ele busca um ambiente saudável, que lhe propor-
cione um bem estar no aspecto físico, intelectual, emocional, espiritual e social.
Sim, esse contexto todo atendido proporciona uma qualidade de vida e saúde aos profissionais que traz retorno não somente a eles,
mas principalmente às organizações, isso porque, quando esse conceito é levando em consideração, problemas como falta de autoestima,
baixa motivação, queda de produtividade, ausências, alta rotatividade, e tantas outras posturas que geram um quadro de negatividade
podem ser melhor administrados gerando retornos diretos e indiretos.
Em razão disso, as organizações estão investindo em práticas de boa conduta, de saúde física, mental e emocional, em prevenção, em
campanhas de consciência individual e coletiva, ou seja, estimulando hábitos e estilos de vida que proporcionem maior bem estar entre to-
dos, aumentando assim a qualidade e a produtividade oferecida pelo profissional, mas também gerando mais satisfação percebida por esse.

3Fonte: www.ibccoaching.com.br – Por José Roberto Marques

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Abaixo relacionamos alguns benefícios percebidos rapidamen- produtividade e execução de suas funções, precisam investir em
te quando o conceito de qualidade de vida no ambiente profissional seus funcionários, proporcionando aos mesmos, maior satisfação
recebe maior atenção das organizações: e motivação para a realização de suas atividades de trabalho (AN-
- Aumento de produtividade. DRADE, 2012).
- Profissionais mais presentes, atentos e motivados. Diante do exposto, observa-se que a motivação é fator essen-
- Melhora nas relações interpessoais cial para que o colaborador tenha melhor desempenho e compro-
- Diminuição em ocorrências de enfermidades metimento com suas atividades laborais.
- Baixa na rotatividade de profissionais Assim, a organização que enfatiza a motivação de seus colabo-
- Aumento na disposição radores apresenta, por conseguinte, maior produtividade e, além
- Melhora no clima organizacional disso, propicia também ambientes de trabalho mais agradáveis e
- Aumento no nível de satisfação melhor qualidade de vida para seus funcionários (ANDRADE, 2012).
- Diminuição no nível de stress Pelo que foi mencionado anteriormente, o presente estudo
- Baixa no nível de acidentes de trabalho tem por objetivo buscar e identificar na literatura científica, artigos
- Melhora na imagem da organização relacionados à qualidade de vida nas organizações e à motivação
- Aumento na capacidade de desempenho dos colaboradores, visando discorrer sobre os fatores que intera-
gem na motivação dos mesmos e sua associação com a qualidade
O aumento da competitividade entre as empresas, ocasionado de vida dos funcionários.
por inúmeros fatos ocorridos nos últimos anos no cenário mundial,
dentre eles a própria globalização, tem obrigado as empresas a bus- Qualidade de Vida nas Organizações
car formas para se tornarem mais competitivas. Portanto os inves- O principal objetivo da implementação de programas que vi-
timentos em tecnologia, marketing e qualificação profissional são sam oferecer maior qualidade de vida é a reestruturação do setor
cada vez mais importantes, sendo que as máquinas, equipamentos produtivo, que possa estabelecer estratégias a fim de atender as
e tecnologia têm grande importância no sucesso das empresas. Por necessidades humanas básicas dos trabalhadores e também, maio-
outro lado, as pessoas que trabalham nas organizações são respon- res eficácia e produtividade.
sáveis por conduzir e produzir estes resultados. Com base nisso, as Verifica-se que ainda não há uma definição precisa e consen-
empresas começam a perceber as pessoas como seu recurso mais sual, na literatura científica sobre a qualidade de vida no trabalho
valioso, é o que alguns autores denominam de capital humano ou (QVT), uma vez que a implementação desse tema em nosso país e
intelectual (ODEBRECH e PEDROSO, 2010). em nossas instituições ainda é principiante.
Dentro das organizações, as pessoas são consideradas recur- Muitos pesquisadores defendem que a qualidade de vida no
sos, isto é, como portadores de habilidades e conhecimentos, que trabalho pode ser entendida com uma estratégia, cuja “meta princi-
auxiliam no processo produtivo e crescimento empresarial, porém, pal de tal abordagem volta-se para a conciliação dos interesses dos
é de extrema importância não esquecer de que essas pessoas são indivíduos e das organizações, ou seja, ao mesmo tempo em que
humanas, formadas de personalidade, expectativas, objetivos pes- melhora a satisfação do trabalhador, melhora a produtividade da
soais, e possuem necessidades (ANDRADE, 2012). empresa” (FERNANDES, 1996).
Para um melhor desenvolvimento das organizações, é preciso De acordo com Werther e Davis (1983), para que uma insti-
que os gestores preocupem-se com as condições de trabalho que tuição melhore a qualidade de vida no trabalho de seus colabora-
oferecem aos seus funcionários, visando proporcionar fatores que dores, é necessário reunir esforços para tentar estabelecer cargos
contribuam positivamente nas condições e qualidade de vida dos mais satisfatórios e produtivos. Para tanto, precisa-se da implemen-
trabalhadores (BORTOLOZO e SANTANA, 2011). tação de diferentes técnicas que visem à reformulação dos cargos
Para garantir a qualidade de vida no trabalho, a organização e funções de uma organização, contado também com participação
precisa preocupar-se não apenas com o ambiente físico da organi- dos trabalhadores envolvidos nesse processo.
zação, mas também com os aspectos psicológicos e físicos de seus Conforme salienta Vieira e Hanashiro (1990), a qualidade de
funcionários. vida no trabalho tem por objetivo melhorar as condições de tra-
Alcançar a qualidade de vida é a verdadeira vontade do ser hu- balho e também todas as demais funções, em qualquer que seja a
mano, que busca tudo que possa proporcionar maior bem estar e o natureza ou mesmo, nível hierárquico.
equilíbrio físico, psíquico e social, ou uma regra para se obter uma Além disso, a QVT atua também nas variáveis ambientais, com-
vida mais satisfatória (SUMARIVA e OURIQUES, 2010). De acordo portamentais e organizacionais a fim de possibilitar humanização
com Chiavenato (1999), a qualidade de vida tem se tornado um do setor produtivo e, logicamente, obter resultados mais satisfató-
fator de grande importância nas organizações e está diretamente rios, seja para o colaborador, seja para a instituição empregadora.
relacionada à maximização do potencial humano, e isto depende de Assim, espera-se também da QVT, a diminuição do conflito entre o
tão bem as pessoas se sentem trabalhando na organização. trabalhador e o capitalismo (organização).
Nesse sentido, uma organização que se preocupa e tem ações A literatura cientifica traz alguns modelos estruturais referen-
voltadas à qualidade de vida de seus funcionários passará confiança tes à abordagem da qualidade de vida no trabalho. Tais modelos
aos mesmos, pois são organizações que se preocupam com o bem atuam como indicadores da satisfação dos colaboradores com a si-
estar, satisfação, segurança, saúde e a motivação de seus funcioná- tuação de trabalho bem como abordam também a satisfação dos
rios (BORTOLOZO e SANTANA, 2011). mesmos com suas atividades laborais.
Verifica-se também que no atual cenário empresarial e indus- Dentre os vários modelos difundidos na literatura, o mais con-
trial, a motivação exerce papel fundamental e primordial para a tundente e abrangente é o que foi proposto por Watson (1973).
realização das atividades laborais dentro das organizações, uma vez Para este autor, uma organização é humanizada quando ela atribui
que afeta diretamente a qualidade de vida e o comportamento do responsabilidades e autonomia aos seus colaboradores, cujo nível
colaborador. Colaborando com essa afirmação, Chiavenato (1999) varia de acordo com o cargo, bem como tem enfoque no desen-
afirma que o funcionário, quando motivado, tem maior disposição volvimento pessoal do indivíduo, proporcionando, assim, melhor
e capacidade para desempenhar suas atividades laborais. Assim, desempenho dentro da instituição.
as organizações, para obterem de seus colaboradores uma melhor

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Na prática, os critérios do modelo de Walton podem ser defini- Motivação dos Colaboradores nas Organizações
dos da seguinte forma (CHIAVENATO, 1999): A motivação humana tem sido apontada como um dos maio-
1 - Compensação justa e adequada: mensura a adequação en- res desafios e preocupações das organizações modernas. Este tema
tre a remuneração do colaborador com suas atividades laborais; tem, inclusive, despertado o interesse depesquisadores, os quais
avalia e compara, também, a remuneração entre os vários cargos e tentam explicar e entender o sentido dessa força que faz com que
funções dentro da empresa; compara a remuneração do funcioná- as pessoas agem e atinjam seus objetivos.
rio com outros profissionais no mercado de trabalho. Conforme explica Maximiano (2000), o termo motivação pode
2 - Condições de trabalho: avalia a jornada laboral e o ambiente ser interpretado como “processo pelo qual um conjunto de razões
de trabalho, com vista a determinar que não sejam perigosos ou ou motivos explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum
que tragam malefícios à saúde do colaborador. tipo de ação ou comportamento humano”. Nesse sentido, a motiva-
3 - Uso e desenvolvimento de capacidades: refere-se à possi- ção pode ser entendida como uma razão que leva as pessoas à uma
bilidade do funcionário fazer uso, na prática, de todo seu conheci- determinada ação ou comportamento.
mento e destreza. Nesse contexto, para que os colaboradores possam realizar
4 - Oportunidade de crescimento e segurança: verifica se a or- suas atividades, de modo a obter satisfação e motivação, é ne-
ganização oferece oportunidade e possibilidade para crescimento e cessário que as organizações ofereçam um ambiente de trabalho
desenvolvimento pessoal e profissional. confortável e seguro. Além destes fatores, evidencia-se também
5 - Integração social na organização: refere-se à presença de a importância de que sejam realizadas, no ambiente de trabalho,
respeito, ambiente harmônico, apoio mútuo e ausência de precon- atividades de socialização e interação, uma vez que estes elemen-
ceitos e diferenças hierárquicas na instituição. tos mostram-se de fundamental importância para a satisfação dos
6 - Constitucionalismo: verifica se a instituição possui normas e colaboradores com a organização e, consequentemente, maior pro-
regras e se a mesma segue a legislação trabalhista. dutividade (BORTOLOZO, 2011).
7 - O trabalho e espaço total de vida: verifica se há equilíbrio De acordo com Miranda (2009), sobre a motivação nas organi-
entre a vida laboral e a vida pessoal. zações, atuam alguns sistemas motivacionais. Tais sistemas podem
8 - Relevância social da vida no trabalho: objetiva verificar o ser entendidos como todos e quaisquer incentivos ou recompen-
desempenho da empresa na sociedade e responsabilidade social. sas que o colaborador recebe para conseguir atingir um determi-
nado objetivo laboral. Podem ser citados, para exemplificar esses
Qualidade de Vida e Motivação no Trabalho incentivos, programas de estímulo, remuneração de acordo com os
É sabido que a maior parte da vida das pessoas se passa dentro resultados, autogestão nos grupos de trabalho, enriquecimento do
das instituições de trabalho. Desse modo, é notória e inegável a im- trabalho, dentre outros.
portância que o trabalho exerce sobre a vida das pessoas. Há, con- Ressalta-se também que é através da motivação, associada à
tudo, uma nítida contradição em relação à atividade laboral: muitas educação formal e à capacitação, que o profissional pode utilizar
pessoas o têm como um fardo, como algo difícil, que só é realizado todo seu potencial, realizar todos seus objetivos e ideais, além de
por uma necessidade financeira. Para outros, o trabalho é interpre- tornar-se evidência e um profissional de sucesso.
tado com meio para crescimento pessoal, como sentido para a vida,
definidor de responsabilidade e identidade pessoal. Fatores Motivacionais
Para muitos, a própria rotina e alienação que o trabalho pro- A literatura científica evidencia que alguns fatores podem in-
move, acabam por caracterizá-lo como um simples meio de sobre- terferir diretamente na motivação dos colaboradores de uma orga-
vivência. nização, seja de maneira positiva ou negativamente. Dentre entre
Nessa interpretação sobre o trabalho, é desprezado e desconsi- diversos fatores, pode-se elencar a remuneração e os benefícios
derado as expectativas, os sentimentos, a motivação e a qualidade sociais, as condições físicas e psicológicas do trabalho e a questão
de vida dos colaboradores nas organizações, o que acaba refletindo da segurança no ambiente de trabalho.
negativamente em sua autoestima e no seu desempenho na insti-
tuição empregadora (MIRANDA, 2009). Remuneração e Benefícios Sociais
Desse modo, ressalta-se a importância de se abordar a quali- A remuneração e os benefícios sociais despontam como sendo
dade de vida nas organizações, cujo propósito principal consiste na uma das principais funções da organização. Conforme salienta Mar-
satisfação pessoal do indivíduo na execução de suas tarefas dentro ras (2002), estes itens sempre mereceram uma atenção especial
das organizações (MAXIMIANO, 2000). dos gestores da empresa que, com o passar dos tempos, ganhou
Verifica-se nos dias atuais, uma grande diferença, nas institui- ainda mais relevância, exigindo ainda mais da administração.
ções e organizações, entre o avanço e o progresso técnico-científico É importante ressaltar ainda que salário e remuneração são
e as questões sociais e aquelas relacionadas à qualidade de vida. A coisas distintas. De acordo com Gonçalves (2008) apud Andrade
qualidade de vida nas organizações, bem como a motivação e satis- (2012), a remuneração refere-se ao quantitativo referente à soma
fação do colaborador com sua atividade laboral são estratégias que do salário devido pelo empregador aos valores que o empregado
devem ser utilizadas pelas organizações a fim de se obter maiores recebe de terceiros, em detrimento do contrato de trabalho. Como
níveis de produtividade, levando-se sempre em consideração que o exemplo desse valor que o colaborador recebe de terceiros, pode-
fator mais importante empregado no setor produtivo é o humano -se citar a gorjeta.
(MARRAS, 2002). Desse modo, salário é o valor fixo, pré determinado, recebido
Com base na afirmação anterior e de acordo com o que é des- pelo serviço prestado, e a remuneração constitui-se do salário e dos
crito na literatura científica, a motivação é algo que necessita estar demais benefícios e incentivos recebidos, seja por parte da empre-
continuamente sendo estimulada numa organização, de modo que sa, ou por parte dos clientes (ANDRADE, 2012).
o colaborador possa aplicar e desenvolver todo seu potencial. Para É importante salientar ainda que, a fim de atender esta ne-
tanto, é necessário que a organização propicie meios adequados cessidade de complementar o salário, existem os benefícios, con-
para que o seu colaborar sinta e esteja sempre motivado, a fim de ceituado por Marras (2005) apud Andrade (2012) como planos ou
se obter um ambiente de trabalho saudável, humano, produtivo e programas que a organização oferece aos seus colaboradores a fim
eficaz (MIRANDA, 2009). de complementar sua renda fixa, ou seja, seu salário.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Como já salientado anteriormente, estes itens atuam como es- Nota-se então o quão importante é proporcionar a segurança
tímulos para que o colaborador se sinta satisfeito e motivado com no trabalho, tendo em vista que os colaboradores, estando segu-
suas atividades profissionais, ao passo que, quanto mais satisfeito, ros que a empresa está se preocupando com sua saúde e com sua
desempenhará com mais afinco e eficácia suas atividades dentro da vida, irão sentir-se mais valorizados e motivados para trabalharem
organização. e produzirem.
Com base em tudo que foi levantado e elucidado neste traba-
Condições físicas e psicológicas do trabalho lho, torna-se evidente a importância e relevância da qualidade de
É sabido que, numa organização, os funcionários estão expos- vida no trabalho, seja para a melhoria da qualidade de vida pessoal,
tos a uma série de fatores e condições de riscos ou insalubridades. seja melhoria do convício social, seja maior satisfação e motivação
Dentre esses fatores, pode-se citar a própria questão estrutural, o do trabalhador com a instituição e, consequentemente, melhora na
manuseio e operação dos recursos mecânicos e também os fatores produtividade das empresas.
psicológicos que podem interferir diretamente na saúde e na fun- Pode-se constatar também que a motivação do colaborador
cionalidade dos colaboradores. Dessa forma, para que o colabora- com sua instituição empregadora estão diretamente atreladas a
dor consiga uma maior produtividade, é necessário que a empresa fatores como salário, benefícios e remuneração; condições físicas
ofereça condições ambientais mínimas para que os funcionários se e psicológicas do trabalho e também, a um ambiente de trabalho
sintam capazes. Assim, a organização precisa estar atenta a tais fa- seguro. Ressalta-se ainda que a motivação dos colaboradores esteja
tores, os quais podem interferir e refletir diretamente no bem estar associada à qualidade de vida nas organizações.
dos funcionários, na sua satisfação e na produtividade da organiza- Dessa forma, abordar qualidade de vida nas empresas, hoje
ção (FERNADES, 1996 apud ANDRADE, 2012). em dia, é mais que um benefício para o trabalhador/colaborador, é
Neste contexto, fala-se muito em humanização do ambiente de uma necessidade de vital importância para que o maior patrimônio
trabalho, o qual precisa ser bom, alegre, descontraído e desafiador, da instituição, o trabalhador, tenha condições para desempenhar
a fim de se ofertar um mínimo de qualidade de vida. com eficácia, suas tarifas, de modo que todos saiam ganhando, em-
No que se refere às questões físicopsicológicas do trabalho, pregador e colaborador.4
ressalta-se as condições reais oferecidas ao colaborador para o de-
sempenho de suas funções, no tocante à jornada de trabalho e am-
biente saudável (ANDRADE, 2012).
Contudo, é sabido que, muito mais que motivacional, a abor- ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA GESTÃO.DEPARTA-
dagem dessa questão juntos às organizações é de fundamental MENTALIZAÇÃO
importância para a manutenção e preservação de uma boa saúde
aos funcionários, a fim de assegurar uma prática profissional livre Existem vários modelos de organização, Organização Empre-
de malefícios e que traga benefícios para sua sobrevivência e bem sarial, Organização Máquina, Organização Política entre outras. As
estar. organizações possuem seus níveis de influência. O nível estratégico
é representado pelos gestores e o nível tático, representado pelos
Segurança no trabalho gerentes. Eles são importantes para manter tudo sob controle. O
Muito se discute hoje em dia acerca da questão da segurança gerente tem uma visão global, ele coordena, define, formula, esta-
do trabalhador e de seu ambiente laboral. Assim, ressalta-se que belece uma autoridade de forma construtiva, competente, enérgica
uma organização ideal para se trabalhar é aquela que busca aplicar, e única.
captar e manter na organização, todos os recursos humanos corre- As Organizações formais possuem uma estrutura hierárquica
tamente. Para que esse objetivo seja atingido, ou seja, para que a com suas regras e seus padrões. Os Organogramas com sua estru-
empresa consiga manter o recurso humano, é necessário abordar tura bem dimensionada podem facilitar a autonomia interna, agi-
diversas questões e fatores, como a saúde, a higiene e a segurança lizando o processo de desenvolvimento de produtos e serviços. O
no trabalho (ANDRADE, 2012). mundo empresarial cada vez mais competitivo e os clientes a cada
A segurança no trabalho refere-se à área responsável pela dia mais exigentes levam as organizações a pensar na sua estrutura,
segurança industrial, higiene e medicina do trabalho, frente aos para se adequar ao que o mercado procura. Com os órgãos bem
funcionários da organização, atuando profilaticamente, vidando a dispostos nessa representação gráfica, fica mais bem objetivada a
prevenção de acidentes e agravos à saúde, e atuando também na hierarquia bem como o entrosamento entre os cargos.
correção de acidentes de trabalho. As organizações fazem uso do organograma que melhor repre-
Desse modo, é necessário que as organizações possuam políti- senta a realidade da empresa, vale lembrar que o modelo piramidal
cas de prevenção a acidentes de trabalho, estimulem e orientem a ficou obsoleto, hoje o que vale é a contribuição, são muitas pessoas
utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva, além empenhadas no desenvolvimento da empresa, todos contribuem
de contar também com serviços de segurança no trabalho, visando com ideias na tomada de decisão.
à melhoria para as causas de higiene e segurança no trabalho (RI- Com vistas às diversidades de informações, é preciso estar
BEIRO, 2005). Além disso, é fundamental que a organização possibi- atento para sua relevância, nas organizações as informações são
lite condições mínimas de trabalho, proteção e higiene, de modo a importantes, mesmo em tomada de decisões. É necessário avaliar a
garantir e assegurar os mesmos contra qualquer incidente e even- qualidade da informação e saber aplicar em momentos oportunos.
tualidade, de modo que eles possam executar suas atividades com Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que
confiança e evitar problemas futuros. se definir qual informação e como ela vai ser mantida no sistema,
De acordo com Marras (2004) apud Andrade (2012), a preven- deve haver um estudo no organograma da empresa verificando as-
ção de acidentes de trabalho tem por objetivo conscientizar o cola- sim quais os dados e quais os campos vão ser necessários para essa
borador e oferecer proteção à sua vida e de seus companheiros de implantação. Cada empresa tem suas características e suas neces-
trabalho, através de estratégias e ações seguras, bem como refle- sidades, e o sistema de informação se adéqua a organização e aos
xões das condições insalubres que, eventualmente, possam provo- seus propósitos.
car acidentes e agravos à saúde.
4Fonte: www.unifia.edu.br – Texto adaptado de Jéssica Faria de Carvalho/ Érica
Preto Tamaio Martins/ Laureny Lúcio/ Pedro José Papandréa

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Para as organizações as pessoas são as mais importantes, por isso tantos estudos a fim de sanar interrogações a respeito da comple-
xidade do ser humano.
Para que todos esses conceitos e objetivos sejam desenvolvidos de fato, precisamos nos ater à questão dos níveis de hierarquia e às
competências gerenciais, ao que isso representa na teoria, na prática e no comportamento individual de cada profissional envolvido na
administração.

NÍVEIS HIERÁRQUICOS
Existem basicamente três níveis hierárquicos dentro de uma organização, que são divididos em:

Nível Estratégico (ou Nível Institucional) – Elabora as estratégias, faz o planejamento estratégico da empresa normalmente esse
posto é assumido por presidentes e alta direção da empresa, os representantes deste nível devem possuir principalmente habilidades
conceituais.
Nível Tático (ou Nível Intermediário) – Este nível é desempenhado pelos Gerentes é um nível departamental, e seus integrantes ne-
cessitam em especial de habilidades humanas para motivar e liderar os integrantes do nível operacional.

Nível Operacional – Estes são os supervisores que necessitam de habilidades técnicas por trabalharem de forma mais ligada à produ-
ção.
É de suma importância que os níveis hierárquicos estejam bem definidos dentro da organização para que cada um saiba o seu lugar e
suas competências. Administrar é interpretar os objetivos da organização e transformá-los em ação por meio de planejamento, organiza-
ção, controle e direção de todos os níveis organizacionais.

A seguir vocês poderão ver dois demonstrativos que discriminam as características de atuação de cada um dos níveis citados.

NÍVEIS
CARACTERÍSTICAS
ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
Abrangência Instituição Unidade, Departamento Setor, Equipe
Área Presidência, Alto Comitê Diretoria, Gerência Coordenação, Líder Técnico
Perfil Visão, Liderança Experiência, Eficácia Técnica, Iniciativa
Horizonte Longo Prazo Médio Prazo Curto Prazo
Foco Destino Caminho Passos
Diretrizes Visão, Objetivo Planos de ação, projetos Processos, atividades
Conteúdo Abrangente, Genérico Amplo, mas sintético Específico, Analítico
Executar, manter, Controlar,
Ações Determinar, Definir, orientar Projetar, Gerenciar
analisar
Software Painel de Controle Planilha Aplicações específicas
Marcio D’Ávila

Idalberto Chiavenato

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Fatores como a crescente competitividade entre as organiza- Atitude (Querer Fazer)
ções provocam significativas mudanças no mercado, o que faz com Ter atitude e ações é fazer acontecer.
que as competências gerenciais se tornem grandes diferenciais. São competências que permitem as pessoas interpretarem e
A gestão por competência se propõe a integrar e orientar esfor- julgarem a realidade e a si próprias. Na área gerencial veja algumas
ços, principalmente no que ser refere à gestão de pessoas, visando atitudes que se destacam:
desenvolver e sustentar competências consideradas fundamentais » Saber ouvir;
aos objetivos organizacionais. » Automotivação;
As empresas buscam ideias de mudanças comportamentais, » Autocontrole;
atitudes, valores e crenças que façam a diferença na postura dos » Dar e receber feedback;
profissionais. » Resolução de problemas;
» Determinação;
Competências gerenciais: “Um conjunto de conhecimentos, ha- » Pro-atividade;
bilidades e atitudes que algumas pessoas, grupos ou organizações » Honestidade e ética nos negócios, etc.
dominam melhor do que outras, o que as faz se destacar em deter-
minado contexto”. Conhecimento (Saber Fazer)
Claude Lévy-Leboyer O conhecimento é essencial para a realização dos processos da
organização. De acordo com o nível de conhecimento de um ge-
A) As Principais Habilidades Gerenciais são: rente, existe o essencial, aquele que todo profissional deve saber,
- Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a ca- como dominar os procedimentos, conceitos, informações necessá-
pacidade de planejar e organizar suas próprias atividades e as do rios ao funcionamento da empresa. E, aquele mais específico, em
seu grupo, estabelecendo metas mensuráveis e cumprindo-as com que é necessário analisar os indivíduos e o contexto de trabalho.
eficácia.
- Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a Habilidades (Saber como Fazer)
conclusões lógicas com base nas evidências disponíveis. Quando utilizamos o conhecimento da melhor forma, ele se
- Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se expressar ver- torna uma habilidade. O conceito de habilidade é variado. De acor-
balmente com bons resultados em situações individuais e grupais, do com alguns autores, para que um administrador possa conquis-
apresentando suas ideias e fatos de forma clara e convincente. tar uma posição de destaque, bem como saber administrar, define-
- Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de saber ex- -se a existência das seguintes habilidades:
pressar suas ideias clara e objetivamente por escrito. » Técnicas - funções especializadas e ligadas ao trabalho ope-
- Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade de organizar racional;
e apresentar suas ideias de modo a induzir seus ouvintes a aceitá-las. » Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter visão da
- Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de captar infor- empresa como um todo;
mações relevantes, a partir das comunicações orais de seus colabo- » Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo um líder efi-
radores e superiores. caz e eficiente.
- Motivação: Importância do trabalho na satisfação pessoal e
desejo de realização no trabalho. Tipos de Organização
- Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa impressão, Podemos classificar as estruturas organizacionais em tradicio-
captar atenção e respeito, adquirir confiança e conseguir reconhe- nais e contemporâneas.
cimento pessoal. Dentre as tradicionais temos as Organizações Linear, Funcional
- Energia: É a capacidade gerencial de atingir um alto nível de e Linha Staff conforme veremos abaixo.
atividade (Garra).
- Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o grupo a acei- Organização Linear
tar ideias e a trabalhar atingindo um objetivo específico. A denominação “linear” indica que entre o superior e os subor-
dinados existem linhas diretas e únicas de autoridade e de respon-
Para alguns autores, podemos resumir as habilidades necessá- sabilidade.
rias para o desenvolvimento eficiente e eficaz na administração em:
1. Conhecimento – Estar a par das informações necessárias Características da organização linear
para poder desempenhar com eficácia as suas funções. - Autoridade linear ou única - autoridade única e absoluta do
2. Habilidade – Estas podem ser divididas em: superior sobre seus subordinados (decorrente do princípio da uni-
 Técnicas (Funções especializadas) dade de comando).
 Administrativas (compreender os objetivos organizacio- - Linhas formais de comunicação - as comunicações entre os
nais) órgãos ou cargos são efetuadas unicamente através das linhas exis-
 Conceituais (compreender a totalidade) tentes no organograma.
 Humanas (Relações Humanas), Políticas (Negociação). - Centralização das decisões - só existe uma autoridade máxima
que centraliza todas as decisões e o controle da organização.
3. Atitude e Comportamento – Sair do imaginário e colocar em - Aspecto piramidal - à medida que se sobe na escala hierárqui-
prática, fazer acontecer. Maneira de agir, ponto de referência para a ca diminui o número de cargos ou órgãos.
compreensão da realidade.
Vantagens da Organização Linear
As três dimensões da competência - Estrutura simples e de fácil compreensão.
As competências são formadas por três dimensões: atitude, co- - Nítida e clara delimitação das responsabilidades dos órgãos
nhecimento e habilidade. ou cargos.
Cada dimensão é independente, mas ambas estão interligadas. - Facilidade de implantação.
Tommas Durant afirma ainda que o desenvolvimento das compe- - Estabilidade, permitindo uma tranquila manutenção do fun-
tências está na aprendizagem individual e coletiva. cionamento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Desvantagens da Organização Linear Vantagens da Organização Linha-Staff
- Mais adequado para pequenas empresas. - Assegura assessoria especializada e inovadora, mantendo o
- Estabilidade pode levar à rigidez e à inflexibilidade da orga- princípio da autoridade única. Os serviços prestados não precisam
nização. ser aceitos como estão recomendados.
- Pode tornar-se autocrática. - Atividade conjunta e coordenada dos órgãos de linha e órgãos
- Ênfase exagerada na função de chefia e comando. de staff.
- Chefe torna-se um generalista, não pode se especializar.
- Congestionamento das linhas formais de comunicação na me- Desvantagens da Organização Linha-Staff
dida em que a empresa cresce. - Possibilidade de conflitos entre a assessoria e os demais ór-
- Comunicações demoradas e sujeitas a intermediários e a dis- gãos e vice-versa.
torções. - Dificuldade na obtenção e manutenção do equilíbrio dinâmi-
co entre linha e staff.
Organização Funcional
Tipo de estrutura organizacional que aplica o princípio funcio- Já no conceito de estruturas contemporâneas temos as estru-
nal ou princípio da especialização das funções para cada tarefa. turas matriciais e as estruturas com base em projetos.
Princípio funcional separa, distingue e especializa: é o germe
do staff. Estrutura com Base em Projetos
Este tipo de estrutura advém de desenvolvimento de projeto
Características da Organização Funcional com um grupo de atividades com tempo de duração pré-definido e
- Autoridade funcional ou dividida. Nenhum superior tem auto- profissional contratados especificamente para cada projeto.
ridade total sobre os subordinados, mas autoridade parcial e relati- Este tipo de estrutura deve ser utilizado quando: existem mui-
va, decorrente de sua especialidade. tas pessoas/organizações interdependentes, planos sujeitos a mu-
- Linhas diretas de comunicação. Comunicação efetuada direta- danças, dificuldade de prognósticos, exigência do cliente e estrutu-
mente, sem necessidade de intermediação. ra organizacional rígida.
- Descentralização das decisões. Não é a hierarquia, mas a es- Para montar uma estrutura com base em projetos, a empresa
pecialidade quem promove as decisões. precisa: definir as funções do projeto, montar a estrutura organiza-
- Ênfase na especialização. As responsabilidades são delimita- cional (organograma do projeto), definir as atribuições das funções
das de acordo com as especializações. (responsabilidades e autoridades) e alocar pessoal. As principais
características são:
Vantagens da Organização Funcional - Unidimensional, onde cada unidade da organização está vol-
- Proporciona o máximo de especialização nos órgãos ou car- tada para o desenvolvimento de um único projeto e chefiada por
gos. um único gerente;
- Permite a melhor supervisão técnica possível. - A base da estrutura é o projeto;
- Desenvolve comunicações diretas, rápidas e com menos dis- - Objetivos e prazos bem definidos;
torções. - Prazo relativamente curto, sendo, portanto de natureza tem-
- Separa as funções de planejamento e controle da função exe- porária;
cução. - Depende de inovação de produto, que se torna obsoleto em
pouco tempo;
Organização Linha-Staff - Departamentalização interna é funcional.
- Resultado da combinação dos tipos de organização linear e
funcional, buscando-se incrementar as vantagens e reduzir as des- As principais vantagens:
vantagens dos dois tipos de organização. - Unidade de direção voltada para o objetivo único, que é o
- Na organização linha-staff existem órgão de execução (linha) projeto;
e de apoio (staff). - Identificação com o projeto;
- É o tipo de organização mais empregado atualmente. - Comunicação informal como fonte importante de integração;
- Gerente controla todos os recursos para desenvolvimento do
Principais Funções do Staff projeto.
- Serviços: atividades especializadas como: compras, pessoal,
pesquisa, informática, propaganda, contabilidade, etc. As principais Desvantagens:
- Consultoria e assessoria: assistência jurídica, organização e - Não é bem aceita pela organização permanente em razão de
métodos etc. se caráter temporário.
- Monitoramento: acompanhar e avaliar determinada atividade - Meios duplicados: cada projeto tem sua própria estrutura;
ou processo. - Ineficácia na utilização de recursos;
- Planejamento e controle: planejamento e controle orçamen- - Insegurança no emprego, já que possui caráter temporário;
tário, controle de qualidade etc. - Pessoal alocado em determinado projeto pode perder lugar
na estrutura permanente.
Características da Organização Linha-Staff
- Fusão da estrutura linear com a estrutura funcional, com pre- Estrutura Matricial
domínio da primeira. É um tipo de estrutura mista, uma excelente alternativa para
- Coexistência entre as linhas formais de comunicação com as organizações que desenvolvem projetos, mas também adotam as
linhas diretas de comunicação. estruturas: divisional, funcional, staff etc. é indicado para empresas
- Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de que desenvolvem vários projetos, mas que se utilizam de diversas
apoio (assessores). tecnologias. As principais características são:
- Hierarquia versus especialização.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
- Multidimensional, pois se utiliza de características de estrutu- e passa a ser os resultados alcançados; os gerentes passam a ficar
ras permanentes, por função, produtos e projetos; mais próximo das operações e das pessoas e passam a ser educado-
- Permanente, sendo temporários apenas os grupos de cada res dotados de habilidades interpessoais.
projeto;
- Adaptativa e flexível: quanto mais complexa a ambiência orga- - Benchmarking – é um processo contínuo de avaliar produtos,
nizacional, mais complexa deve ser a estrutura da empresa; serviços e práticas dos concorrentes mais fortes e daquelas empre-
- Combina a estrutura hierárquica vertical tradicional com uma sas que são reconhecidas como líderes empresariais. Isso permite
estrutura superposta, horizontal, de coordenadores de projetos/ comparações entre empresas para identificar o “melhor do melhor”
produtos. e alcançar um nível de superioridade ou vantagem competitiva.
- Equipes de alto desempenho – as organizações estão migran-
As principais vantagens: do velozmente para o trabalho em equipe, visando obter a partici-
- Equilíbrio de objetivos pela atenção dispensada tanto às áreas pação das pessoas na busca de respostas rápidas às mudanças no
funcionais quanto às coordenações de projetos; ambiente de negócios.
- Visão dos objetivos dos projetos por meio das coordenações - Gestão de projetos – todas as organizações desempenham al-
de projetos; gum tipo de trabalho e este envolve operações e projetos. O fim de um
- Desenvolvimentos de um forte e coeso trabalho de equipe e projeto é alcançado quando os objetivos do projeto são atingidos ou
metas de projetos quando fica claro que seus objetivos não podem ser atingidos.
- Elimina mão de obra ociosa;
- Elimina extensas cadeias hierárquicas; As tendências organizacionais no mundo moderno se caracte-
- Conhecimento especializado pode estar disponível para to- rizam por:
dos os projetos igualmente, podendo ser transferido de um projeto - Cadeias de comando mais curtas (enxugar níveis hierárqui-
para outro; cos).
- Utilização de Mao de obra pode ser flexível. - Menos unidade de comando (a subordinação ao chefe está
sendo substituída pelo relacionamento horizontal em direção ao
As principais desvantagens: cliente).
- Subutilização de recursos disponíveis; - Maior responsabilidade e autonomia às pessoas.
- Insucesso na obtenção de coordenação de funções, no esta- - Ênfase nas equipes de trabalho.
belecimento de padrões de eficiência e de uniformidades de prática - Organizações estruturadas sobre unidades autônomas e au-
entre os especialistas que não são controlados por um único chefe; tossuficientes, com metas e resultados a alcançar.
- Insegurança entre os membros dos projetos; - Infoestrutura (permite uma organização integrada sem neces-
- Indivíduo de posição intermediária possui dois chefes: che- sariamente estar concentrada em um único local).
fe do seu departamento funcional e coordenador do projeto onde - Preocupação maior com o alcance dos objetivos e metas do
está alocado; que com o comportamento variado das pessoas.
- Conflito entre gerentes funcionais e coordenadores de proje- - Foco no negócio básico e essencial (enxugamento e terceiriza-
tos quanto à autoridade. ção visando reorientar a organização para aquilo que ela foi criada).
- As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão de obra para
Tendências e Práticas Organizacionais serem fornecedoras de conhecimentos capazes de agregar valor ao
Visando oferecer soluções práticas e que atendam às emer- negócio.
gências impostas pelas mudanças e transformações, ao final da era
neoclássica surgiram algumas técnicas de intervenção: Estruturas Organizacionais
- Melhoria contínua – os processos de mudança devem come- De acordo com Chiavenato a estrutura garante a totalidade de
çar pequenos e sempre de baixo para cima, ou seja, da base para um sistema e permite sua integridade, assim são as organizações,
a cúpula. A filosofia da melhoria contínua deriva do Kaizen (palavra diversos órgãos agrupados hierarquicamente, os sistemas de res-
japonesa). As melhorias não precisam ser grandes, mas devem ser ponsabilidade, sistemas de autoridade e os sistemas de comunica-
contínuas e constantes. ções são componentes estruturais.
- Qualidade total – qualidade é o atendimento das exigências Existem vários modelos de organização, Organização Empre-
do cliente. O tema central da qualidade total está nas pessoas que a sarial, Organização Máquina, Organização Política entre outras. As
produzem sendo os funcionários e não os gerentes os responsáveis organizações possuem seus níveis de influência. O nível estratégico
pelo elevado padrão de qualidade. Para isso devem-se proporcionar é representado pelos gestores e o nível tático, representado pelos
aos funcionários habilidades e a autoridade para tomar decisões gerentes. Eles são importantes para manter tudo sobcontrole. O
que tradicionalmente eram dadas aos gerentes. O gerenciamento gerente tem uma visão global, ele coordena, define, formula, esta-
da qualidade total trouxe técnicas conhecidas, tais como o enxuga- belece uma autoridade de forma construtiva, competente, enérgica
mento, a terceirização e a redução do tempo do ciclo de produção. e única. Fayol nomeia 16 diferentes atribuições dos gerentes. Os ge-
- Reengenharia – para reduzir a enorme distância entre a ve- rentes são responsáveis pelo elo entre o nível operacional, onde os
locidade das mudanças ambientais e a permanência das organiza- colaboradores desenvolvem os produtos e serviços da organização.
ções tratou-se de aplicar um remédio forte e amargo. Reengenharia As Organizações formais possuem uma estrutura hierárquica
significa fazer uma nova engenharia da estrutura organizacional, com suas regras e seus padrões. Os Organogramas com sua estru-
ou seja, é uma reconstrução e não apenas uma reforma total ou tura bem dimensionada podem facilitar a autonomia interna, agi-
parcial da empresa. A reengenharia não se confunde com a melho- lizando o processo de desenvolvimento de produtos e serviços. O
ria contínua, pois pretende criar um processo inteiramente novo e mundo empresarial cada vez mais competitivo e os clientes a cada
não o aperfeiçoamento gradativo e lento do processo atual. A reen- dia mais exigentes levam as organizações a pensar na sua estrutura,
genharia trás consequência para a organização: os departamentos para se adequar ao que o mercado procura. Com os órgãos bem
tendem a desaparecer; estrutura organizacional horizontalizada; dispostos nessa representação gráfica, fica mais bem objetivada a
atividades baseadas em equipe; a avaliação deixa de ser a atividade hierarquia bem como o entrosamento entre os cargos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
As organizações fazem uso do organograma que melhor repre- tem sido tratado como ativo não mais como recurso. Dar estímulos
senta a realidade da empresa, vale lembrar que o modelo piramidal como os benefícios contribuem para a permanência do funcionário
ficou obsoleto, hoje o que vale é a contribuição, são muitas pessoas na organização. São inúmeras vantagens tanto para o empregado
empenhadas no desenvolvimento da empresa, todos contribuem quanto para o empregador. Reduzindo insatisfações e aumentando
com ideias na tomada de decisão. a produção, gerando assim resultados satisfatórios.
Com vistas às diversidades de informações, é preciso estar
atento para sua relevância, nas organizações as informações são Benefícios de uma estrutura adequada.
importantes, mesmo em tomada de decisões. É necessário avaliar a - Identificação das tarefas necessárias;
qualidade da informação e saber aplicar em momentos oportunos. - Organização das funções e responsabilidades;
Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que - Informações, recursos, e feedback aos empregados;
se definir qual informação e como ela vai ser mantida no sistema, - Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;
deve haver um estudo no organograma da empresa verificando as- - Condições motivadoras.
sim quais os dados e quais os campos vão ser necessários para essa
implantação. Cada empresa tem suas características e suas neces- Estrutura:
sidades, e o sistema de informação se adéqua a organização e aos Toda empresa possui um dos dois tipos de estrutura: Formal e
seus propósitos. informal.
Para as organizações as pessoas são as mais importantes, por
isso tantos estudos a fim de sanar interrogações a respeito da com- Formal: Deliberadamente planejada e formalmente represen-
plexidade do ser humano. Maslow diz que em primeiro na base da tada, em alguns aspectos pelo seu organograma.
pirâmide vem às necessidades fisiológicas, como: fome, sede sono, - Ênfase a posições em termos de autoridades e responsabili-
sexo, depois ele nomeia segurança como o segundo item mais im- dades.
portante, estabilidade no trabalho, por exemplo, logo depois ne- - É estável.
cessidades afetivo-sociais, como pertencer a um grupo, ter amigos, - Está sujeita a controle.
família; necessidades de status e estima, aqui podemos dar como - Está na estrutura.
exemplo a necessidade das pessoas em ter reconhecimento, por - Líder formal.
seu trabalho por seu empenho, no topo Maslow colocou as neces- - É representada pelo organograma da empresa e seus aspec-
sidades de autorrealização, em que o indivíduo procura tornar-se tos básicos.
aquilo que ele pode ser explorando suas possibilidades. - Reconhecida juridicamente de fato e de direito.
O raciocínio de Viktor Frankl “vontade de sentido” também é - É estruturada e organizada.
coerente, ele nos atenta para o fato de que nem sempre a pirâmide
de Maslow ocorre em todas as escalas de uma forma sequencial, Informal: Surge da interação social das pessoas, o que significa que
de acordo com ele, o que nos move é aquilo que faz com que nossa se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se reúnem. Repre-
vida tenha sentido, nossas necessidades aparecem de forma alea- senta relações que usualmente não aparecem no organograma.
tória, são nossas motivações que nos levam a agir. Os colaboradores São relacionamentos não documentados e não reconhecidos
são estimulados, fazendo o que gostam, as pessoas alocam mais oficialmente entre os membros de uma organização que surgem
tempo nas atividades em que estão motivados. Sendo assim um inevitavelmente em decorrência das necessidades pessoais e gru-
funcionário trabalhando em uma determinada tarefa, pode sentir pais dos empregados.
autorrealização sem necessariamente ter passado por todas as es- - Está nas pessoas.
calas da pirâmide. Mas o que é realização para um, não é realização - Sempre existirão.
para todas as pessoas. O ser humano é insaciável, quando realiza
- A autoridade flui na maioria das vezes na horizontal.
algo que desejou intensamente, logo cobiçara outras coisas.
- É instável.
O comportamento das pessoas nas organizações afeta dire-
- Não está sujeita a controle.
tamente na imagem, no sucesso ou insucesso da mesma, o com-
- Está sujeita aos sentimentos.
portamento dos colaboradores refletem seu desempenho. Há uma
- Líder informal.
necessidade das pessoas de ter incentivos para que o trabalho flua,
- Desenvolve sistemas e canais de comunicação.
a motivação é intrínseca, mas os estímulos são imprescindíveis para
que a motivação pelo trabalho continue gerando resultados para a
empresa. Vantagens da estrutura informal
Os lideres são importantes no processo de sobrevivência no - Proporciona maior rapidez no processo.
mercado, Lacombe descreveu que o líder tem condição de exer- - Complementa e estrutura formal.
cer, função, tarefa ou responsabilidade quando é responsável pelo - Reduz a carga de comunicação dos chefes.
grupo. Um líder precisa ser motivado, competente, conseguir con- - Motiva e integra as pessoas na empresa.
quistar e conhecer as pessoas, ter habilidades e intercalar objetivos
pessoais e organizacionais. O estilo do líder Democrático contribui Desvantagens
na condução das organizações, ele delega não só tarefas, mas pode- - Desconhecimento das chefias.
res, isso é importante para estimular os mais diversos profissionais - Dificuldade de controle.
dentro da organização. - Possibilidade de atritos entre pessoas
No processo de centralização a tomada de decisões é unilate- - Fatores que condicionam o aparecimento da estrutura infor-
ral, deixando os colaboradores travados, sem poder de opinião. Já mal.
no processo de descentralização existe maior estimulo por parte - Interesses comuns
dos funcionários, podendo opinar eles se sentem parte ativa da - Interação provocada pela própria estrutura formal.
empresa. - Defeitos na estrutura formal.
Existem benefícios assegurados por leis e benefícios espontâ- - Flutuação do pessoal dentro da empresa.
neos. Um bom plano de benefícios motivam os colaboradores. O - Períodos de lazer.
funcionário hoje com todo seu conhecimento adquirido na empresa - Disputa do poder.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Fatores que condicionam o aparecimento da estrutura informal
- Interesses comuns
- Interação provocada pela própria estrutura formal.
- Defeitos na estrutura formal.
- Flutuação do pessoal dentro da empresa.
- Períodos de lazer.
- Disputa do poder.

A estrutura informal será bem utilizada quando:


- Os objetivos da empresa forem idênticos aos objetivos dos indivíduos.
- Existir habilidade das pessoas em lidar com a estrutura informal.

Estrutura Funcional

São estruturas divididas por departamentos pelos critérios funcionais no primeiro nível. Segundo Fayol as funções principais do pri-
meiro nível são: produção, comercialização, finanças e administração.
As estruturas funcionais são agrupadas na mesma unidade, pessoas que realizam atividades dentro de uma mesma área técnica ou
de conhecimento, como por exemplo a área financeira, a área de produção, a área comercial, a área de recursos humanos, entre outras.
A necessidade de especialização por áreas técnicas e a existência de pouca variedade de produtos constituem as principais razões para a
criação deste tipo de estrutura. Trata-se do desenho que agrupa pessoas com base em suas habilidades e conhecimento ou na utilização
de recursos similares, para aumentar a efetividade da organização no alcance de seu principal objetivo, fornecer aos clientes produtos
de qualidade a preços razoáveis. As diferentes funções surgem em resposta ao aumento de complexidade das tarefas e à medida que as
funções aumentam e se especializam, as habilidades melhoram e as competências surgem, dando vantagem competitiva à organização.
A estrutura funcional é a primeira a se desenvolver porque fornece às pessoas a oportunidade de aprenderem umas com as outras.
Reunidas em um mesmo grupo funcional, elas podem aprender as melhores técnicas para realização de suas tarefas; as mais habilidosas
podem treinar os novos empregados e serem promovidas a supervisores ou gerentes. Assim vão aumentando as habilidades e o conheci-
mento da organização.
As organizações são inicialmente organizadas por função para facilitar o gerenciamento do aumento de especialização e divisão do tra-
balho, mas à medida que elas continuam a crescer e se diferenciar, os problemas de controle vão surgindo. Com o aumento das habilidades
da organização para produzir melhores produtos e serviços, os clientes também aumentam suas demandas que por sua vez pressionam
ainda mais a capacidade de produzir mais e mais rapidamente. Os custos crescem e a pressão para se manter na liderança dos concorren-
tes causa ainda mais exigência por produtos de mais qualidade. Os tipos de clientes atraídos pela empresa podem mudar com o aumento
da oferta de produtos e serviços, e pode ser difícil identificar e atender as necessidades de novos clientes numa estrutura funcional.
O desafio para as organizações é de como controlar o aumento de complexidade das atividades à medida que elas crescem e se dife-
renciam.
Quando as funções se desenvolvem e criam suas hierarquias próprias, elas se distanciam umas das outras, ocasionando problemas
de comunicação.
O crescimento e aumento da quantidade e complexidade de funções, produtos e serviços requerem informações para medir as con-
tribuições dos grupos funcionais; sem elas a organização pode não estar fazendo o melhor uso de seus recursos. Pode também requerer
o estabelecimento em regiões geográficas diversas, e com mais de uma localização, é preciso um sistema de informação para balancear
a necessidade entre centralização e descentralização de autoridade. Se a alta gerência gastar muito tempo para solucionar problemas de
coordenação do dia-a-dia, os problemas estratégicos de longo prazo ficam sem tratamento.
O redesenho da estrutura permitindo maior integração entre funções pode auxiliar os gerentes a resolver problemas de controle as-
sociados à estrutura funcional. O termo reengenharia tem sido usado para se referir ao processo de redesenhar como as tarefas são agru-
padas em papéis e funções, visando aumentar a efetividade da organização. A reengenharia envolve repensar e redesenhar radicalmente
os processos de negócios para se ter melhorias dramáticas em medidas de desempenho (custo, qualidade, serviço e velocidade). O foco
de atenção está nos processos de negócio, que envolvem atividades entre funções. A habilidade dos grupos para trabalharem através das
funções é o fator principal para garantir o fornecimento de produtos e serviços com qualidade e custo baixo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
“As estruturas funcionais foram criadas com uma visão voltada VERTICALIZAÇÃO E HORIZONTALIZAÇÃO
para a sua realidade interna, ou seja, para si própria”. Esse tipo de Verticalização ou integração vertical é quando a empresa co-
pensamento dominou e ainda domina a maioria das empresas que meça a atuar em mais um estágio produtivo, exemplo, ela deixa de
conhecemos. Nesse estágio as funções são todas divididas por eta- comprar para produzir, isto é, a substituição de transações de mer-
pas, onde são fragmentados processos de trabalho. Trata-se de um cado por transações internas.
trabalho individual e voltado a tarefas. Esse tipo de estruturação Horizontalização ou integração horizontal, neste caso a empre-
tem sido padrão nas empresas. O agrupamento funcional dos gru- sa usa seus recursos para produzir outros produtos/serviços que
pos de trabalho, porém tem sido questionado a partir de iniciativas não é o seu principal, por exemplo, a empresa usa seu parque de
competitivas como: qualidade total, redução do tempo de ciclo e máquinas para produzir produtos que não são insumos dos existen-
aplicação da tecnologia da informação, que tem conduzido a orga- tes e nem usar os existentes como insumos.
nização funcional a mudanças fundamentais.
SINTOMAS QUE INDICAM A EXAUSTÃO DO MODELO FUNCIO-
Vantagens Das Estruturas Funcionais NAL
A sua grande vantagem é, além da especialização técnica, o 1. Centralização excessiva no topo, quando a empresa deixa de
fato de permitir uma eficiente utilização dos recursos em cada área ser pequena e passa a ser de médio ou grande porte, a comunica-
técnica. Outra vantagem dessa estrutura é que pessoas agrupadas ção entre o responsável da função e o principal executivo torna-se
por suas habilidades comuns podem supervisionar umas as outras. mais distante, pelo fato que deste principal executivo estar com ex-
Trabalhando juntas por um longo período, elas também desenvol- cesso de trabalho, isto ocasiona demora nas decisões e perde-se a
vem normas e valores, que as tornam membros mais efetivos de agilidade e flexibilidade no que pode gerar muitos problemas como
uma equipe comprometida com as atividades da empresa e que irá a tomadas de decisões erradas.
ocorrer a concentração de recursos onde vão resultar um elevado 2. Excesso de especialização, por existir apenas profissionais to-
grau de especialização e de controle das atividades. Esta especiali- talmente dedicados as suas funções, perde-se a visão sistêmica da
zação permite um avanço na aprendizagem e na redução de custos empresa. Estes responsáveis são voltados exclusivamente em obter
operacionais com o passar do tempo. A promoção na carreira tende a otimização de suas funções e não tem a visão ampla de todas as
a ser mais fácil, pois, existe a possibilidade de desenvolvimento de funções o que causa, se necessário, a falta de substituição do exe-
competências profissionais em tarefas mais específicas. cutivo principal.
A organização funcional tenta tirar vantagem do conhecimento 3. Dificuldade de coordenação, quanto maior a diversidade dos
dos funcionários, agrupando todos aqueles que possuem o mes- produtos e serviços oferecidos pela empresa, maior é a dificuldade
mo perfil e mesma formação técnica juntos em unidades altamente de coordenar, existem instrumentos para auxiliar a coordenação,
especializadas e produtivas. O plano de carreira neste tipo de or- como , comitês, grupos de trabalhos, reuniões, etc. Quando a em-
ganização é claro e como esses funcionários só possuem um chefe presa utiliza de forma excessiva estes instrumentos, eles próprios
não há conflitos de autoridade. Isso faz da organização funcional podem-se tornar novos problemas, quando isto acontece esta es-
uma excelente executora de operações, ou seja, trabalho contínuo, trutura organizacional não é mais adequada.
repetitivo e produtivo. 4. Pirâmide alta: excesso de níveis, quanto maior a empresa
maior são os níveis da estrutura. O excesso de níveis torna-se cada
As Desvantagens das Estruturas Funcionais vez mais distante a comunicação ou sentimento do executivo prin-
A coordenação das diversas funções é feita no topo, e tende cipal com os responsáveis pelas funções.
a atrasar as decisões que envolvem coordenação entre funções a 5. Amplitude de supervisão alta: dificuldade de avaliação de
ponto de prejudicar a empresa. pessoas e resultados, com esta amplitude de supervisões grandes,
A estrutura funcional não facilita a visão sistêmica da empresa, torna-se mais importante gerir e controlar os níveis do que os pró-
isto é, cada administrador de sua função não esta preparado para prios resultados das funções e das pessoas.
assumir a função principal, pois é totalmente focado a sua função,
para que este quadro mude são necessárias medidas de inclusão Nos casos citados poderá haver situações que estes sintomas
à função principal como: treinamentos especializados, rodízios de não são tão graves, mas no caso de haver estes sintomas acredita-
funções, assessoria ao principal executivo, etc,. mos que a estrutura funcional não seja a melhor opção.
Na estrutura funcional não é possível comparar o desempenho
de uma função com a outra, por serem de naturezas distintas. Des- Elaboração da estrutura organizacional
ta maneira a estrutura funcional dificulta o controle, a não ser por É o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, co-
comparações de outros períodos e com descontos para as peculia- municações e decisões das unidades organizacionais de uma em-
ridades. presa.
No caso de empresas pequenas estas desvantagens não costu- - Não é estática.
mam ser um problema grave, pelo fato de que cada responsável de - É representada graficamente pelo organograma.
cada função estarem mais próximos uns dos outros e até mesmo - É dinâmica.
com o principal executivo. - Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos institu-
cionais.
Quando usar a Estrutura Funcional - (Delinear = Criar, aprimorar).
Geralmente ao iniciar, uma empresa simples adota o modelo - Deve ser planejada.
de estrutura funcional, e à medida que vai diversificando seus pro-
dutos ou serviços ela irá analisar os sinais que indicam a mudança O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos:
para outro tipo de estrutura, sinais como: a empresa deixa de ser - Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser de-
pequena, o grau da diversidade e alguns sintomas de exaustão do sempenhadas.
modelo de estrutura funcional. - Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempe-
nhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou grupos.
- Proporcionar aos empregados de todos os níveis:

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
-- Informação. Níveis de abrangência da estrutura organizacional.
-- Recursos para o trabalho. Três níveis podem ser considerados quando do desenvolvi-
-- Medidas de desempenho compatíveis com objetivos e me- mento e implantação da estrutura organizacional:
tas. - Nível da empresa,
-- Motivação. - Nível da UEN – Unidade Estratégica de Negócio
- Nível da Corporação.
Tipos de estrutura organizacional
- Funcional. Condicionantes da estrutura organizacional.
- Clientes. - Fator humano
- Produtos. A empresa funciona por meio de pessoas, a eficiência depende
- Territorial. da qualidade intrínseca e do valor e da integração dos homens que
- Por projetos. ela organiza.
- Matricial. Ao desenvolver uma estrutura organizacional deve-se levar em
consideração o comportamento e o conhecimento das pessoas que
Desenvolvimento, implantação e avaliação de estrutura orga- irão desempenhar funções.
nizacional Não podemos esquecer da MOTIVAÇÃO.

No desenvolvimento considerar: - Fator ambiente externo


- Seus componentes. Avaliação das mudanças e suas influências.
- Condicionantes.
- Níveis de influência. - Fator sistema de objetivos e estratégias
- Níveis de abrangência. Quando os objetivos e estratégias estão bem definidos e claros,
é mais fácil organizar. Sabe-se o que se espera de cada um.
Implantação / Ajustes
- Participação dos funcionários - Fator tecnologia
- Motivar Conhecimentos
Equipamentos
Avaliar
- Quanto ao alcance dos objetivos Implantação da estrutura organizacional
- Influencia dos aspectos formais e informais Três aspectos devem ser considerados:
- A mudança na estrutura organizacional.
Componentes da estrutura organizacional - O processo de implantação; e
Sistema de responsabilidade, constituído por: - As resistências que podem ocorrer.
- Departamentalização;
- Linha e assessoria; e Avaliação da estrutura organizacional
- Especialização do trabalho. • Levantamento
• Análise
Sistema de autoridade, constituído por: • Avaliação
- Amplitude administrativa ou de controle; • Políticas de avaliação de estruturas.
- Níveis hierárquicos;
- Delegação; Departamentalização
- Centralização/descentralização. É uma divisão do trabalho por especialização dentro da estru-
tura organizacional da empresa.
Sistema de comunicações (Resultado da interação das unida- Departamentalização é o agrupamento, de acordo com um cri-
des organizacionais), constituída por: tério específico de homogeneidade, das atividades e corresponden-
- O que, te recursos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em
- Como, unidades organizacionais.
- Quando, Existem diversas maneiras básicas pelas quais as organizações
- De quem, decidem sobre a configuração organizacional que será usada para
- Para quem. agrupar as várias atividades. O processo organizacional de deter-
minar como as atividades devem ser agrupadas chama-se Depar-
Condicionantes da estrutura organizacional. tamentalização.
São Quatro:
- Objetivos e estratégias, Formas de Departamentalizar:
- Ambiente, - Função
- Tecnologia, - Produto ou serviço
- Recursos humanos. - Território
- Cliente
Níveis de influência da estrutura organizacional. - Processo
São três: - Projeto
- Nível estratégico, - Matricial
- Nível tático, - Mista
- Nível operacional.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Deve-se notar, no entanto, que a maioria das organizações usa - Pode criar uma situação em que os gerentes de produtos se
uma abordagem da contingência à Departamentalização: isto é, a tornam muito poderosos, o que pode desestabilizar a estrutura da
maioria usará mais de uma destas abordagens usadas em algumas empresa.
das maiores organizações. A maioria usa a abordagem funcional na
cúpula e outras nos níveis mais baixos. Departamentalização Territorial: Algumas vezes mencionadas
como regional, de área ou geográfica. É o agrupamento de ativida-
Departamentalização por Funções: A Departamentalização des de acordo com os lugares onde estão localizadas as operações.
funcional agrupa funções comuns ou atividades semelhantes para Uma empresa de grande porte pode agrupar suas atividades de
formar uma unidade organizacional. Assim todos os indivíduos que vendas em áreas do Brasil como a região Nordeste, região Sudes-
executam funções semelhantes ficam reunidos, todo o pessoal de te, e região Sul. Muitas vezes as filiais de bancos são estabelecidas
vendas, todo o pessoal de contabilidade, todo o pessoal de secreta- desta maneira.
ria, todas as enfermeiras, e assim por diante.
A Departamentalização funcional pode ocorrer em qualquer As vantagens e desvantagens da Departamentalização territo-
nível e é normalmente encontrada muito próximo à cúpula. rial são semelhantes às dadas para a Departamentalização de pro-
duto. Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as necessida-
Vantagens: As vantagens principais da abordagem funcional des singulares de sua área, mas exige coordenação e controle da
são: administração de cúpula em cada região.
• Mantém o poder e o prestígio das funções principais
• Cria eficiência através dos princípios da especialização. Departamentalização por Cliente: A Departamentalização de
• Centraliza a perícia da organização. cliente consiste em agrupar as atividades de tal modo que elas
• Permite maior rigor no controle das funções pela alta admi- focalizem um determinado uso do produto ou serviço. A Departa-
nistração. mentalização de cliente é usada principalmente no grupamento de
• Segurança na execução de tarefas e relacionamento de co- atividade de vendas ou serviços.
legas.
• Aconselhada para empresas que tenham poucas linhas de A principal vantagem:
produtos. - A adaptabilidade uma determinada clientela.

Desvantagens: Existem também muitas desvantagens na abor- Desvantagens:


dagem funcional. Entre elas podemos dizer: - Dificuldade de coordenação.
• A responsabilidade pelo desempenho total está somente na - Subutilização de recursos e concorrência entre os gerentes
cúpula. para concessões especiais em benefício de seus próprios clientes.
• Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita
• O treinamento de gerentes para assumir a posição no topo Departamentalização por Processo ou Equipamento: É o agru-
é limitado. pamento de atividades que se centralizam nos processos de pro-
• A coordenação entre as funções se torna complexa e mais dução ou equipamento. É encontrada com mais frequência em
difícil quanto à organização em tamanho e amplitude. produção. As atividades de uma fábrica podem ser grupadas em
• Muita especialização do trabalho. perfuração, esmerilamento, soldagem, montagem e acabamento,
cada qual em seu departamento.
Departamentalização de Produto: É feito de acordo com as ati-
vidades inerentes a cada um dos produtos ou serviços da empresa. Vantagens:
Exemplos de Departamentalização de produto: - Maior especialização de recursos alocados.
1- Lojas de departamentos - Possibilidade de comunicação mais rápida de informações
2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford, Mercury técnicas.
e Lincoln Continental.
3- Um hospital pode estar agrupado por serviços prestados, Desvantagens:
como cirurgia, obstetrícia, assistência coronariana. - Possibilidade de perda da visão global do andamento do pro-
cesso.
Vantagens: Algumas das vantagens da Departamentalização de - Flexibilidade restrita para ajustes no processo.
produtos são:
- Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de produtos ou Departamentalização por Projeto: Aqui as pessoas recebem
serviços. atribuições temporárias, uma vez que o projeto tem data de inicio
- A coordenação de funções ao nível da divisão de produto tor- e término. Terminado o projeto as pessoas são deslocadas para ou-
na-se melhor. tras atividades. Por exemplo: uma firma contábil poderia designar
- Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quanto ao lucro. um sócio (como administrador de projeto), um contador sênior, e
- Facilita a coordenação de resultados. três contadores juniores para uma auditoria que está sendo feita
- Propicia a alocação de capital especializado para cada grupo para um cliente. Uma empresa manufatureira, um especialista em
de produto. produção, um engenheiro mecânico e um químico poderiam ser
- Propicia condições favoráveis para a inovação e criatividade. indicados para, sob a chefia de um administrador de projeto, com-
pletar o projeto de controle de poluição. Em cada um destes casos,
Desvantagens: o administrador de projeto seria designado para chefiar a equipe,
- Exige mais pessoal e recursos de material, podendo daí resul- com plena autoridade sobre seus membros para a atividade espe-
tar duplicação desnecessária de recursos e equipamento. cífica do projeto.
- Pode propiciar o aumento dos custos pelas duplicidades de
atividade nos vários grupos de produtos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Departamentalização de Matriz: A Departamentalização de Comportamento organizacional refere-se a comportamentos
matriz é semelhante à de projeto, com uma exceção principal. No relacionados a cargos, trabalho, absenteísmo, rotatividade no em-
caso da Departamentalização de matriz, o administrador de projeto prego, produtividade, desempenho humano e gerenciamento.
não tem autoridade de linha sobre os membros da equipe. Em lu- Também inclui motivação, liderança, poder, comunicação inter-
gar disso, a organização do administrador de projeto é sobreposta pessoal, estrutura e processos de grupo, aprendizagem, desenvol-
aos vários departamentos funcionais, dando a impressão de uma vimento e percepção de atitude, processo de mudanças, conflitos.
matriz. As organizações possuem aspectos formais, as pessoas, porém,
A organização de matriz proporciona uma hierarquia que res- são complexas, pouco previsíveis, e seus comportamentos são in-
ponde rapidamente às mudanças em tecnologia. Por isso, é tipica- fluenciados por uma infinidade de variáveis.
mente encontrada em organização de orientação técnica, também É este o objeto de estudo do comportamento organizacional: a
é usada por empresas com projetos de construção complexos dinâmica da organização e suas influências sobre o comportamento
Vantagens: humano.
- Permitem comunicação aberta e coordenação de atividades Daí o processo de reciprocidade: a organização espera que as
entre os especialistas funcionais relevantes. pessoas realizem suas tarefas e oferece-lhes incentivos e recom-
- Capacita a organização a responder rapidamente à mudança. pensas, enquanto as pessoas oferecem suas atividades e trabalho
- São abordagens orientadas para a tecnologia. esperando obter certas satisfações pessoais.
As relações entre indivíduo e organização podem ser com-
Desvantagens: preendidas como uma troca.
- Pode haver choques resultantes das prioridades. Os objetivos individuais e organizacionais são particulares e de-
correntes de tal relação.
Departamentalização Mista - É o tipo mais frequente, cada par- Existe, nesse caso, uma relação de troca, e a gestão de pessoas
te da empresa deve ter a estrutura que mais se adapte à sua reali- é parte fundamental nesta troca. São as políticas de gestão de pes-
dade organizacional. soas que irão garantir que, para ambas as partes, as relações sejam
satisfatórias.
A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALIZAR
Para evitar problemas na hora de decidir como departamenta- Entre os Níveis de Estudos dos Comportamentos Organizacio-
lizar, pode-se seguir certos princípios: nais, destacamos:
- Princípio do maior uso – o departamento que faz maior uso de Nível Individual – Estuda as expectativas, motivações, as habili-
uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição. dades e competências que cada colaborador demonstra individual-
- Principio do maior interesse – o departamento que tem maior mente através de seu trabalho.
interesse pela atividade deve supervisiona-la. Nível Grupal – Estuda a formação das equipes, grupos, as fun-
- Principio da separação e do controle – As atividades do con- ções desempenhadas por estes, a comunicação e interação uns com
trole devem estar separadas das atividades controladas. os outros, além da influência e o poder do líder neste contexto.
- Principio da supressão da concorrência – Eliminar a concor-
rência entre departamentos, agrupando atividades correlatas no
mesmo departamento.
DESCENTRALIZAÇÃO; DESCONCENTRAÇÃO
Outro critério básico para departamentalização está baseado
na diferenciação e na integração, os princípios são: NOÇÕES GERAIS
Para que a Administração Pública possa executar suas ativida-
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as atividades dife- des administrativas de forma eficiente com o objetivo de atender
rentes devem ficar em departamentos separados. A diferenciação os interesses coletivos é necessária a implementação de tecnicas
ocorre quando: organizacionais que permitam aos administradores públicos decidi-
- O fator humano é diferente, rem, respeitados os meios legias, a forma adequada de repartição
- A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes, de competencias internas e escalonamento de pessoas para melhor
- Os ambientes externos são diferentes, atender os assuntos relativos ao interesse público.
- Os objetivos e as estratégias são diferentes. Celso Antonio Bandeira de Mello, em sua obra Curso de Direito
Administrativo assim afirma: “...o Estado como outras pessoas de
Integração – Quanto mais atividades trabalham integradas,
Direito Público que crie, pelos múltiplos cometimentos que lhe as-
maior razão para ficarem no mesmo departamento.
sistem, têm de repartir, no interior deles mesmos, os encargos de
sua alçada entre diferentes unidades, representativas, cada qual,
Comportamento Organizacional “é um campo de estudo que
de uma parcela de atribuições para decidir os assuntos que lhe são
investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm so-
afetos...”
bre o comportamento dentro das organizações com o propósito de
aplicar este conhecimento em prol do aprimoramento da eficácia
de uma organização.” A Organização Administrativa é a parte do Direito Administra-
Visa trazer maior entendimento sobre as lacunas empresariais tivo que normatiza os órgãos e pessoas jurídicas que a compõem,
para o desenvolvimento contínuo e assertivo de soluções, afim de: além da estrutura interna da Administração Pública.
reter talentos, evitar o turnover e promover engajamento e harmo- Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n.
nia entre os stakeholders. 200/67 que “dispõe sobre a organização da Administração Pública
Entender o comportamento organizacional é fundamental na Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”.
dinâmica de manutenção e melhoria da gestão de pessoas, pois O certo é que, durante o exercício de suas atribuições, o Esta-
baliza o trabalho dos líderes e confere a estes a possibilidade de do pode desenvolver as atividades administrativas que lhe compete
prever, e especialmente evitar problemas individuais ou coletivos por sua própria estrutura ou então prestá-la por meio de outros
entre os colaboradores. sujeitos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A Organização Administrativa estabelece as normas justamen- - Para fazer frente à uma situação de relevante interesse cole-
te para regular a prestação dos encargos administrativos do Estado tivo;
bem como a forma de execução dessas atividades, utilizando-se de - Para fazer frente à uma situação de segurança nacional.
técnicas administrativas previstas em lei.
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA explora atividade econômica. Quando estiver atuando na atividade
Em âmbito federal o Decreto-Lei 200/67 regula a estrutura ad- econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade
ministrativa dividindo, para tanto, em Administração Direta e Admi- com os particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88,
nistração Indireta. inclusive quanto à livre concorrência.

Administração Direta DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO


A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públi- No decorrer das atividades estatais, a Administração Pública
cos vinculados diretamente ao chefe da esfera governamental que pode executar suas ações por meios próprios, utilizando-se da es-
a integram. trutura administrativa do Estado de forma centralizada, ou então
DECRETO-LEI 200/67 transferir o exercício de certos encargos a outras pessoas, como en-
Art. 4° A Administração Federal compreende: tidades concebidas para este fim de maneira descentralizada.
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integra- Assim, como técnica administrativa de organização da execu-
dos na estrutura administrativa da Presidência da República e dos ção das atividades administrativas, o exercício do serviço público
Ministérios. poderá ser por:
Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo
Por característica não possuem personalidade jurídica própria, feita pela Administração direta do Estado, ou seja, utilizando-se do
patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são reali- conjunto orgânico estatal para atingir as demandas da sociedade.
zadas diretamente por meio do orçamento da referida esfera. (ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.).
Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como o pres-
Assim, é responsável pela gestão dos serviços públicos executa- tador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a exe-
dos pelas pessoas políticas por meio de um conjunto de órgãos que cução da atividade.
estão integrados na sua estrutura.
Outra característica marcante da Administração Direta é que Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que
não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direi- não se confundem com a Administração direta do Estado. Esses ter-
tos e assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa ceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública (são
política (União, Estado, Distrito Federal e Municípios). sujeitos de direito distinto e autônomo).
A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou Se os sujeitos que executarão a atividade estatal estiverem vin-
seja, não pode ingressar como autor ou réu em relação processual. culadas a estrutura centra da Administração Pública, poderão ser
Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de econo-
que pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de al- mia mista (Administração indireta do Estado). Se estiverem fora da
guma vantagem pecuniária. Ele não irá propor a demanda em face Administração, serão particulares e poderão ser concessionários,
da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa polí- permissionários ou autorizados.
tica dotada de personalidade jurídica com capacidade postulatória Assim, descentralizar é repassar a execução de das atividades
para compor a demanda judicial. administrativas de uma pessoa para outra, não havendo hierarquia.
Pode-se concluir que é a forma de atuação indireta do Estado por
Administração Indireta meio de sujeitos distintos da figura estatal
São integrantes da Administração indireta as fundações, as au- Desconcentração: Mera técnica administrativa que o Estado
tarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. utiliza para a distribuição interna de competências ou encargos de
sua alçada, para decidir de forma desconcentrada os assuntos que
DECRETO-LEI 200/67 lhe são competentes, dada a multiplicidade de demandas e interes-
Art. 4° A Administração Federal compreende: ses coletivos.
[...] Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes ca- política ou uma entidade da administração indireta distribui com-
tegorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: petências no âmbito de sua própria estrutura a fim de tornar mais
a) Autarquias; ágil e eficiente a prestação dos serviços.
b) Empresas Públicas; Desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa
c) Sociedades de Economia Mista. jurídica, pois ocorre no âmbito da mesma entidade administrativa.
d) fundações públicas. Surge relação de hierarquia de subordinação entre os órgãos
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administra- dela resultantes. No âmbito das entidades desconcentradas temos
ção Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência controle hierárquico, o qual compreende os poderes de comando,
estiver enquadrada sua principal atividade. fiscalização, revisão, punição, solução de conflitos de competência,
delegação e avocação.
Essas quatro pessoas ou entidades administrativas são criadas
para a execução de atividades de forma descentralizada, seja para Diferença entre Descentralização e Desconcentração
a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades As duas figuras técnicas de organização administrativa do Esta-
econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade do não podem ser confundidas tendo em vista que possuem con-
e eficiência da prestação do serviço público. Têm característica de ceitos completamente distintos.
autonomia na parte administrativa e financeira A Descentralização pressupõe, por sua natureza, a existência
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a títu- de pessoas jurídicas diversas sendo:
lo de exceção em duas situações previstas na CF/88, no seu art. 173:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
a) o ente público que originariamente tem a titularidade sobre Atualmente, no entanto, não é exigida lei para tratar da orga-
a execução de certa atividade, e; nização e do funcionamento dos órgãos públicos, já que tal matéria
b) pessoas/entidades administrativas ou particulares as quais pode ser estabelecida por meio de decreto do Chefe do Executivo.
foi atribuído o desempenho da atividade em questão. De forma excepcional, a criação de órgãos públicos poderá ser
instrumentalizada por ato administrativo, tal como ocorre na insti-
Importante ressaltar que dessa relação de descentralização não tuição de órgãos no Poder Legislativo, na forma dos arts. 51, IV, e
há que se falar em vínculo hierárquico entre a Administração Cen- 52, XIII, da Constituição Federal.
tral e a pessoa descentralizada, mantendo, no entanto, o controle Neste contexto, vemos que os órgãos são centros de compe-
sobre a execução das atividades que estão sendo desempenhadas. tência instituídos para praticar atos e implementar políticas por in-
termédio de seus agentes, cuja conduta é imputada à pessoa jurídi-
Por sua vez, a desconcentração está sempre referida a uma úni- ca. Esse é o conceito administrativo de órgão. É sempre um centro
ca pessoa, pois a distribuição de competência se dará internamen- de competência, que decorre de um processo de desconcentração
te, mantendo a particularidade da hierarquia. dentro da Administração Pública.

CRIAÇÃO, EXTINÇÃO E CAPACIDADE PROCESSUAL DOS ÓR- Capacidade Processual dos Órgãos Públicos
GÃOS PÚBLICOS Como visto, órgão público pode ser definido como uma unida-
de que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o
Conceito integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado.
Órgãos Públicos, de acordo com a definição do jurista adminis- Na realidade, o órgão não se confunde com a pessoa jurídica,
trativo Celso Antônio Bandeira de Mello “são unidade abstratas que embora seja uma de suas partes integrantes; a pessoa jurídica é o
sintetizam os vários círculos de atribuição do Estado.” todo, enquanto os órgãos são parcelas integrantes do todo.
Por serem caracterizados pela abstração, não tem nem vonta- O órgão também não se confunde com a pessoa física, o agente
de e nem ação próprias, sendo os órgão públicos não passando de público, porque congrega funções que este vai exercer. Conforme
mera repartição de atribuições, assim entendidos como uma uni- estabelece o artigo 1º, § 2º, inciso I, da Lei nº 9.784/99, que disci-
dade que congrega atribuições exercidas por seres que o integram plina o processo administrativo no âmbito da Administração Públi-
com o objetivo de expressar a vontade do Estado. ca Federal, órgão é “a unidade de atuação integrante da estrutura
Desta forma, para que sejam empoderados de dinamismo e da Administração direta e da estrutura da Administração indireta”.
ação os órgãos públicos necessitam da atuação de seres físicos, su- Isto equivale a dizer que o órgão não tem personalidade jurídica
jeitos que ocupam espaço de competência no interior dos órgãos própria, já que integra a estrutura da Administração Direta, ao con-
para declararem a vontade estatal, denominados agentes públicos. trário da entidade, que constitui “unidade de atuação dotada de
personalidade jurídica” (inciso II do mesmo dispositivo); é o caso
Criação e extinção das entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações,
A criação e a extinção dos órgãos públicos ocorre por meio de empresas públicas e sociedades de economia mista).
lei, conforme se extrai da leitura conjugada dos arts. 48, XI, e 84, Nas palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello, os órgãos:
VI, a, da Constituição Federal, com alteração pela EC n.º 32/2001.6 “nada mais significam que círculos de atribuições, os feixes indivi-
Em regra, a iniciativa para o projeto de lei de criação dos órgãos duais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade
públicos é do Chefe do Executivo, na forma do art. 61, § 1.º, II da estatal e expressados através dos agentes neles providos”.
Constituição Federal. Embora os órgãos não tenham personalidade jurídica, eles
podem ser dotados de capacidade processual. A doutrina e a ju-
“Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe risprudência têm reconhecido essa capacidade a determinados ór-
a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do gãos públicos, para defesa de suas prerrogativas.
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Re- Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “embora despersonaliza-
pública, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao dos, os órgãos mantêm relações funcionais entre si e com terceiros,
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos das quais resultam efeitos jurídicos internos e externos, na forma
previstos nesta Constituição. legal ou regulamentar. E, a despeito de não terem personalidade
jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que,
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo
leis que: por mandado de segurança”.
[...] Por sua vez, José dos Santos Carvalho Filho, depois de lem-
brar que a regra geral é a de que o órgão não pode ter capacida-
II - disponham sobre: de processual, acrescenta que “de algum tempo para cá, todavia,
[...] tem evoluído a ideia de conferir capacidade a órgãos públicos para
certos tipos de litígio. Um desses casos é o da impetração de man-
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração dado de segurança por órgãos públicos de natureza constitucional,
pública, observado o disposto no art. 84, VI; quando se trata da defesa de sua competência, violada por ato de
outro órgão”. Admitindo a possibilidade do órgão figurar como par-
Entretanto, em alguns casos, a iniciativa legislativa é atribuída, te processual.
pelo texto constitucional, a outros agentes públicos, como ocorre, Desta feita é inafastável a conclusão de que órgãos públicos
por exemplo, em relação aos órgãos do Poder Judiciário (art. 96, II, possuem personalidade judiciária. Mais do que isso, é lícito dizer
c e d, da Constituição Federal) e do Ministério Público (127, § 2.º), que os órgãos possuem capacidade processual (isto é, legitimidade
cuja iniciativa pertence aos representantes daquelas instituições. para estar em juízo), inclusive mediante procuradoria própria,
Trata-se do princípio da reserva legal aplicável às técnicas de Ainda por meio de construção jurisprudencial, acompanhando
organização administrativa (desconcentração para órgãos públicos a evolução jurídica neste aspecto tem reconhecido capacidade pro-
e descentralização para pessoas físicas ou jurídicas). cessual a órgãos públicos, como Câmaras Municipais, Assembleias

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Legislativas, Tribunal de Contas. Mas a competência é reconhecida a) São alienáveis
apenas para defesa das prerrogativas do órgão e não para atuação b) impenhoráveis;
em nome da pessoa jurídica em que se integram. c) imprescritíveis
d) não oneráveis.
PESSOAS ADMINISTRATIVAS
Pessoal: em conformidade com o que estabelece o artigo 39
Pessoas Políticas da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas
(União, Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de insti-
Autarquias tuir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único para todos
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas os servidores da administração direta, das autarquias e das funda-
por lei para a prestação de serviços públicos e executar as ativida- ções públicas.
des típicas da Administração Pública, contando com capital exclusi-
vamente público. Controle Judicial: as autarquias, por serem dotadas de persona-
O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as autarquias: lidade jurídica de direito público, podem praticar atos administrati-
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: vos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último,
controlados pelo judiciário, por vias comuns adotadas na legislação
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com perso-
processual, tal como ocorre com os atos jurídicos normais pratica-
nalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar ati-
dos por particulares.
vidades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descen-
Foro dos litígios judiciais: a fixação da competência varia de
tralizada.
acordo com o nível federativo da autarquia, por exemplo, os litígios
comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés, as-
As autarquias são regidas integralmente por regras de direito
sistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na
público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e
Justiça Federal, o mesmo foro apropriado para processar e julgar
contando com capital oriundo da Administração Direta (ex.: IN-
mandados de segurança contra agentes autárquicos.
CRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em
que encontramos como partes ou intervenientes terão seu curso na
Características: Temos como principais características das au-
Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições
tarquias:
da lei estadual de divisão e organização judiciárias.
- Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime poderá
016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº 200/67 e no artigo 37, XIX,
ser estatutário ou trabalhista. Sendo estatutário, o litígio será de natu-
da Constituição;
reza comum, as eventuais demandas deverão ser processadas e jul-
- Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obri-
gadas nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de contrato
gações próprios, distintos daqueles pertencentes ao ente que a ins-
de trabalho firmado entre a autarquia e o servidor, a natureza será de
tituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito públi-
litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser resolvido na Justiça do
co, quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios,
Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou municipal.
sujeições;
Responsabilidade civil: prevê a Constituição Federal que as pes-
- Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o
soas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus
próprio direito, mas apenas a capacidade de se auto administrar a
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da
pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio
responsabilidade objetiva do Estado, aquela que independe da in-
próprio é necessária, sem a qual a capacidade de autoadministra-
vestigação sobre a culpa na conduta do agente.
ção não existiria.
Prerrogativas autárquicas: as autarquias possuem algumas
Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio
prerrogativas de direito público, sendo elas:
próprios.
- Imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda
- Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre
a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços
as formas de descentralização administrativa por serviços ou fun-
das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais
cional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade
especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para
para as autarquias tem natureza condicionada.
as quais foram instituídas; e
- Impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode
- Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a au-
ser usado o instrumento coercitivo da penhora como garantia do
tarquia não se desvie de seus fins institucionais.
credor.
- Liberdade Financeira: as autarquias possuem verbas próprias
- Imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como
(surgem como resultado dos serviços que presta) e verbas orça-
bens públicos, não podem ser eles adquiridos por terceiros através
mentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade
de usucapião.
para manejar as verbas que recebem como acharem conveniente,
- Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros
dentro dos limites da lei que as criou.
contra autarquias prescrevem em 5 anos.
- Liberdade Administrativa: as autarquias têm liberdade para
- Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são
desenvolver os seus serviços como acharem mais conveniente
inscritos como dívida ativa e podem ser cobrados pelo processo es-
(comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei
pecial das execuções fiscais.
que as criou.
Contratos: os contratos celebrados pelas autarquias são de
Patrimônio: as autarquias são constituídas por bens públicos,
caráter administrativo e possuem as cláusulas exorbitantes, que
conforme dispõe o artigo 98, Código Civil e têm as seguintes carac-
garantem à administração prerrogativas que o contratado comum
terísticas:
não tem, assim, dependem de prévia licitação, exceto nos casos de

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
dispensa ou inexigibilidade e precisam respeitar os trâmites da lei Como já estudado, a empresa pública será prestadora de ser-
8.666/1993, além da lei 10.520/2002, que institui a modalidade lici- viços públicos ou exploradora de atividade econômica. A CF/88
tatória do pregão para os entes públicos. somente admite a empresa pública para exploração de atividade
Isto acontece pelo fato de que por terem qualidade de pessoas econômica em duas situações (art. 173 da CF/88):
jurídicas de direito público, as entidades autárquicas relacionam-se - Fazer frente a uma situação de segurança nacional;
com os particulares com grau de supremacia, gozando de todas as - Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo:
prerrogativas estatais.
A empresa pública deve obedecer aos princípios da ordem
Empresas Públicas econômica, visto que concorre com a iniciativa privada. Quando o
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, e Estado explora, portanto, atividade econômica por intermédio de
tem sua criação por meio de autorização legal, isso significa dizer uma empresa pública, não poderão ser conferidas a ela vantagens
que não são criadas por lei, mas dependem de autorização legis- e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre
lativa. concorrência).
O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as empresas públicas: Cabe ressaltar que as Empresas Públicas são fiscalizadas pelo
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: Ministério Público, a fim de saber se está sendo cumprido o acor-
[...] dado.

II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurí- Sociedades de Economia Mista


dica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de
da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica Direito Privado, integrante da Administração Pública Indireta, sua
que o Governo seja levado a exercer por fôrça de contingência ou criação autorizada por lei, criadas para a prestação de serviços pú-
de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das blicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com
formas admitidas em direito. capital misto e constituídas somente sob a forma empresarial de
S/A (Sociedade Anônima).
As empresas públicas têm seu próprio patrimônio e seu capital O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as empresas públicas:
é integralmente detido pela União, Estados, Municípios ou pelo Dis-
trito Federal, podendo contar com a participação de outras pessoas Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
jurídicas de direito público, ou também pelas entidades da admi- [...]
nistração indireta de qualquer das três esferas de governo, porém,
a maioria do capital deve ser de propriedade da União, Estados, III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de perso-
Municípios ou do Distrito Federal. nalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração
de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a
Foro Competente
entidade da Administração Indireta.
A Justiça Federal julga as empresas públicas federais, enquanto
a Justiça Estadual julga as empresas públicas estaduais, distritais e
As sociedades de economia mista são:
municipais.
- Pessoas jurídicas de Direito Privado.
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de ser-
Objetivo
viços públicos.
É a exploração de atividade econômica de produção ou comer- - Empresas de capital misto.
cialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a ativida- - Constituídas sob forma empresarial de S/A.
de econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou
preste serviço público. Veja alguns exemplos de sociedade mista:
a). Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil.
Regime Jurídico b) Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô,
Se a empresa pública é prestadora de serviços públicos, por entre outras
consequência está submetida a regime jurídico público. Se a empre-
sa pública é exploradora de atividade econômica, estará submetida Características
a regime jurídico privado igual ao da iniciativa privada. As sociedades de economia mista têm as seguintes caracterís-
As empresas públicas, independentemente da personalidade ticas:
jurídica, têm as seguintes características: - Liberdade financeira;
- Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são - Liberdade administrativa;
contempladas com verbas orçamentárias; - Dirigentes próprios;
- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e de- - Patrimônio próprio.
mitir pessoas, devendo seguir as regras da CF/88. Para contratar,
deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver moti- Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de
vação. economia mista e a Administração Direta, independentemente da
função dessas sociedades. No entanto, é possível o controle de le-
Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas pú- galidade. Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades
blicas e a Administração Direta, independentemente de sua fun- não estão subordinadas à Administração Direta, mas sim à lei que
ção. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e as autorizou.
finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão As sociedades de economia mista integram a Administração
vinculadas àquela. Só é possível, portanto, controle de legalidade Indireta e todas as pessoas que a integram precisam de lei para au-
finalístico. torizar sua criação, sendo que elas serão legalizadas por meio do
registro de seus estatutos.

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das so- As fundações governamentais têm patrimônio público. Se ex-
ciedades de economia mista, ou seja, independentemente das ati- tinta, o patrimônio vai para a Administração indireta, submetendo-
vidades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das -se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As par-
sociedades de economia mista. ticulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem
A Sociedade de economia mista, quando explora atividade eco- à ação popular e mandado de segurança, sendo estas fundações
nômica, submete-se ao mesmo regime jurídico das empresas pri- fiscalizadas pelo Ministério Público.
vadas, inclusive as comerciais. Logo, a sociedade mista que explora
atividade econômica submete-se ao regime falimentar. Sociedade DELEGAÇÃO SOCIAL
de economia mista prestadora de serviço público não se submete
ao regime falimentar, visto que não está sob regime de livre con- Organizações sociais
corrência. Criada pela Lei n. 9.637/98, organização social é uma qualifica-
ção especial outorgada pelo governo federal a entidades da inicia-
Fundações e Outras Entidades Privadas Delegatárias. tiva privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio vantagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos
personalizado, destacado pelo seu instituidor para atingir uma fina- orçamentários, repasse de bens públicos, bem como empréstimo
lidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público temporário de servidores governamentais.
quanto de direito privado. São criadas por meio de por lei específica As áreas de atuação das organizações sociais são ensino, pes-
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de quisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preserva-
sua atuação. ção do meio ambiente, cultura e saúde. Desempenham, portanto,
Decreto-lei 200/67 assim definiu as Fundações Públicas. atividades de interesse público, mas que não se caracterizam como
serviços públicos stricto sensu, razão pela qual é incorreto afirmar
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: que as organizações sociais são concessionárias ou permissionárias.
[... Nos termos do art. 2º da Lei n. 9.637/98, a outorga da qualifica-
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade ju- ção constitui decisão discricionária, pois, além da entidade preen-
rídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de cher os requisitos exigidos na lei, o inciso II do referido dispositi-
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que vo condiciona a atribuição do título a “haver aprovação, quanto à
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização
com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recur- área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro
sos da União e de outras fontes. de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado”. Assim,
as entidades que preencherem os requisitos legais possuem sim-
Apesar da legislação estabelecer que as fundações públicas são ples expectativa de direito à obtenção da qualificação, nunca direito
dotadas de personalidade jurídica de direito privado, a doutrina ad- adquirido.
ministrativa admite a adoção de regime jurídico de direito público Evidentemente, o caráter discricionário dessa decisão, permi-
a algumas fundações. tindo outorgar a qualificação a uma entidade e negar a outro que
As fundações que integram a Administração indireta, quando igualmente atendeu aos requisitos legais, viola o princípio da iso-
forem dotadas de personalidade de direito público, serão regidas nomia, devendo-se considerar inconstitucional o art. 2º, II, da Lei
integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas n. 9.637/98.
de personalidade de direito privado, serão regidas por regras de di- Na verdade, as organizações sociais representam uma espécie
reito público e direito privado, dada sua relevância para o interesse de parceria entre a Administração e a iniciativa privada, exercen-
coletivo. do atividades que, antes da Emenda 19/98, eram desempenhadas
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Adminis- por entidades públicas. Por isso, seu surgimento no Direito Brasi-
tração direta, que é o instituidor para definir a finalidade pública. leiro está relacionado com um processo de privatização lato sensu
Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geo- realizado por meio da abertura de atividades públicas à iniciativa
gráfico Estatístico); Universidade de Brasília; Fundação CASA; FU- privada.
NAI; Fundação Padre Anchieta (TV Cultura), entre outras. O instrumento de formalização da parceria entre a Administra-
ção e a organização social é o contrato de gestão, cuja aprovação
Características: deve ser submetida ao Ministro de Estado ou outra autoridade su-
- Liberdade financeira; pervisora da área de atuação da entidade.
- Liberdade administrativa; O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabi-
- Dirigentes próprios; lidades e obrigações do Poder Público e da organização social, de-
- Patrimônio próprio: vendo obrigatoriamente observar os seguintes preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organi-
As fundações governamentais, sejam de personalidade de di- zação social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respec-
reito público, sejam de direito privado, integram a Administração tivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios
Pública. Importante esclarecer que não existe hierarquia ou subor- objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, median-
dinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é te indicadores de qualidade e produtividade;
um controle de legalidade, um controle finalístico. II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com re-
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Admi- muneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas
nistração direta, tanto na área tributária (ex.: imunidade prevista no pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercí-
art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro). cio de suas funções;
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a III - os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área
terceiros. A responsabilidade da Administração é de caráter subsi- de atuação da entidade devem definir as demais cláusulas dos con-
diário, independente de sua personalidade. tratos de gestão de que sejam signatários.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A fiscalização do contrato de gestão será exercida pelo órgão ou Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações
entidade supervisora da área de atuação correspondente à ativida- da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
de fomentada, devendo a organização social apresentar, ao término qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
de cada exercício, relatório de cumprimento das metas fixadas no I - as sociedades comerciais;
contrato de gestão. II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação
Se descumpridas as metas previstas no contrato de gestão, o de categoria profissional;
Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
como organização social, desde que precedida de processo admi- de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
nistrativo com garantia de contraditório e ampla defesa. IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
Por fim, convém relembrar que o art. 24, XXIV, da Lei n. fundações;
8.666/93 prevê hipótese de dispensa de licitação para a celebração V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
de contratos de prestação de serviços com a s organizações sociais, bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
atividades contempladas no contrato de gestão. Excessivamente de e assemelhados;
abrangente, o art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93, tem a sua consti- VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
tucionalidade questionada perante o Supremo Tribunal Federal na mantenedoras;
ADIn 1.923/98. Recentemente, foi indeferida a medida cautelar que VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra-
suspendia a eficácia da norma, de modo que o dispositivo voltou a tuito e suas mantenedoras;
ser aplicável. IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público XI - as fundações públicas;
As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, popu- XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito
larmente denominadas OSCIP é um título fornecido pelo Ministério privado criadas por órgão público ou por fundações públicas;
da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar a viabilidade de parce- XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de
rias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art.
(federal, estadual e municipal). 192 da Constituição Federal.
OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em
certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cum- qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res-
primento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi-
normas de transparência administrativas. Em contrapartida, podem da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
celebrar com o poder público os chamados termos de parceria, que objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
são uma alternativa interessante aos convênios para ter maior agili- I - promoção da assistência social;
dade e razoabilidade em prestar contas. II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio
Uma ONG (Organização Não-Governamental), essencialmente histórico e artístico;
é uma OSCIP, no sentido representativo da sociedade, OSCIP é uma III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma com-
qualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil. plementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
A lei que regula as OSCIPs é a nº 9.790/1999. Esta lei traz a IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com-
possibilidade das pessoas jurídicas (grupos de pessoas ou profissio- plementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
nais) de direito privado sem fins lucrativos serem qualificadas, pelo V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e pro-
Público - OSCIPs e poderem com ele relacionar-se por meio de par- moção do desenvolvimento sustentável;
ceria, desde que os seus objetivos sociais e as normas estatutárias VII - promoção do voluntariado;
atendam os requisitos da lei. VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e com-
Um grupo privado recebe a qualificação de OSCIP depois que o bate à pobreza;
estatuto da instituição, que se pretende formar, tenha sido analisa- IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-
do e aprovado pelo Ministério da Justiça. Para tanto, é necessário -produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, em-
que o estatuto atenda a certos pré-requisitos que estão descritos prego e crédito;
nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº 9.790/1999. Vejamos: X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos di-
reitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem manos, da democracia e de outros valores universais;
fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos re- técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
quisitos instituídos por esta Lei. neste artigo.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibi-
a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus lização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doa- pessoas, por qualquer meio de transporte.
dores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, divi- Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às ati-
dendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, vidades nele previstas configura-se mediante a execução direta de
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doa-
integralmente na consecução do respectivo objeto social. ção de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela presta-
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vincu- ção de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem
lado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei. fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qua- Entidades de utilidade pública
lificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Pú- Figuram ainda como entidades privadas de utilidade pública:
blico, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por esta-
tutos cujas normas expressamente disponham sobre: Serviços sociais autônomos
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, São pessoas jurídicas de direito privado, criados por intermé-
moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência; dio de autorização legislativa. Tratam-se de entes paraestatais de
II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias cooperação com o Poder Público, possuindo administração e patri-
e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de mônio próprios.
benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação Para ficar mais fácil de compreender, basta pensar no sistema
no respectivo processo decisório; “S”, cujo o qual resulta do fato destas entidades ligarem-se à es-
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dota- trutura sindical e terem sua denominação iniciada com a letra “S”
do de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho – SERVIÇO.
financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, Integram o Sistema “S:” SESI, SESC, SENAC, SEST, SENAI, SENAR
emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; e SEBRAE.
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o Estas entidades visam ministrar assistência ou ensino a algu-
respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídi- mas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos.
ca qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o São mantidas por dotações orçamentárias e até mesmo por contri-
mesmo objeto social da extinta; buições parafiscais.
V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a Ainda que sejam oficializadas pelo Estado, não são partes inte-
qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial grantes da Administração direta ou indireta, porém trabalham ao
disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em lado do Estado, seja cooperando com os diversos setores as ativida-
que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa des e serviços que lhes são repassados.
jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que te-
nha o mesmo objeto social; Entidades de Apoio
VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os diri- As entidades de apoio fazem parte do Terceiro Setor e são pes-
gentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva soas jurídicas de direito privado, criados por servidores públicos
e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado, pos-
em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região suindo vínculo jurídico com a Administração direta e indireta.
correspondente a sua área de atuação; Atualmente são prestadas no Brasil através dos serviços de lim-
VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela peza, conservação, concursos vestibulares, assistência técnica de
entidade, que determinarão, no mínimo: equipamentos, administração em restaurantes e hospitais univer-
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade sitários.
e das Normas Brasileiras de Contabilidade; O bom motivo da criação das entidades de apoio é a eficiência
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerra- na utilização desses entes. Através delas, convênios são firmados
mento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demons- com a Administração Pública, de modo muito semelhante com a
trações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas celebração de um contrato
de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para
exame de qualquer cidadão; Associações Públicas
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos Tratam-se de pessoas jurídicas de direito público, criadas por
independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos meio da celebração de um consórcio público com entidades fede-
objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento; rativas.
d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem Quando as entidades federativas fazem um consórcio público,
pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interes- elas terão a faculdade de decidir se essa nova pessoa criada será de
se Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. direito privado ou de direito público. Caso se trate de direito públi-
70 da Constituição Federal. co, caracterizar-se-á como Associação Pública. No caso de direito
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores pú- privado, não se tem um nome específico.
blicos na composição de conselho ou diretoria de Organização da A finalidade da associação pública é estabelecer finalidades
Sociedade Civil de Interesse Público. de interesse comum entre as entidades federativas, estabelecendo
uma meta a ser atingida.
Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e le- Faz parte da administração indireta de todas as entidades fede-
gal mais próximo do que modernamente se entende por ONG, es- rativas consorciadas.
pecialmente porque são marcadas por uma extrema transparência
administrativa. Contudo ser uma OSCIP é uma opção institucional, Conselhos Profissionais
não uma obrigação. Trata-se de entidades que são destinadas ao controle e fiscali-
Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se zação de algumas profissões regulamentadas. Eis que tem-se uma
relacionar com esse tipo de instituição, porque divide com a socie- grande controvérsia, quanto à sua natureza jurídica.
dade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos públicos em O STF considera que como se trata de função típica do Estado,
parcerias. o controle e fiscalização do exercício de atividades profissionais não
A OSCIP, portanto, é uma organização da sociedade civil que, poderia ser delegado a entidades privadas, em decorrência disso,
em parceria com o poder público, utilizará também recursos públi- chegou-se ao entendimento que os conselhos profissionais pos-
cos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo adminis- suem natureza autárquica.
trativo e de prestação de contas. Assim, não estamos diante de entes de colaboraçao, mas sim
de pessoas jurídicas de direito público.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Fazendo-se um comparativo, a Constituição Federal não admite b) Servidores Públicos: são as pessoas que executam serviços
que esses conselhos tenham personalidade jurídica de direito pri- ao Estado e também às entidades da Administração Pública direta e
vado, gozando de prerrogativas que são conferidas ao Estado. Os indireta (sentido amplo). Os servidores têm vínculo empregatício e
conselhos profissionais com natureza autárquica é uma forma de sua remuneração é paga pelos cofres públicos.
descentralizar a atividade administrativa que não pode mais ser de- Também chamados de servidores estatais engloba todos aque-
legada a associações profissionais de caráter privado. les que mantêm com o Estado relação de trabalho de natureza pro-
fissional, de caráter não eventual e sob o vínculo de dependência.
Servidores públicos podem ser:
- estatutários: são os ocupantes de CARGOS PÚBLICOS e estão
OS AGENTES PÚBLICOS E A SUA GESTÃO, NORMAS sob o regime estatutário. Quando nomeados, ingressam numa si-
LEGAIS E CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS tuação jurídica previamente definida, à qual se submetem com o
ato da posse. Assim, não tem como modificar as normas vigentes
CONCEITO por meio de contrato entre o servidor e a Administração, mesmo
Em seu conceito mais amplo Agente Público é a pessoa física que com a concordância de ambos, por se tratar de normas de or-
que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública dem pública. Não há contrato de trabalho entre os estatutários e a
Direta ou Indireta, também são aqueles que exercem função públi- Administração, tendo em vista sua natureza não contratual mas sim
ca, seja qual for a modalidade (mesário, jurado, servidor público, regida por um estatuto jurídico condicionada ao termo de posse. 
etc.).  - empregados públicos: são ocupantes de empregos públicos
A Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92) conceitua contratados sob o regime da CLT, com vínculo contratual, precisam
Agente Público: de aprovação em concurso público ou processo seletivo e sua de-
“Artigo 2° - Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, missão precisa ser motivada;
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu- - temporários ou em regime especial: são os contratados por
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qual- tempo determinado, com base no artigo 37, IX, CF. Não ocupam
quer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre- cargos ou empregos públicos e não exige aprovação em concurso
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”. público, mas a Administração Pública deve respeitar os princípios
constitucionais da impessoalidade e da moralidade, realizando um
Para o jurista administrativo Celso Antonio Bandeira de Mello processo seletivo simplificado.
“...esta expressão – agentes públicos – é a mais ampla que se pode
conceber para designar genérica e indistintamente os sujeitos que Para que tenha a contratação de temporários, se faz necessária
servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua von- a existência de lei regulamentadora, com a previsão dos casos de
tade ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou episodica- contratação, o prazo da contratação, a necessidade temporária e a
mente. Quem quer que desempenhe funções estatais, enquanto as motivação do interesse público.
exercita, é um agente público.” - cargos comissionados: são os de livre nomeação e exonera-
ção, tem caráter provisório e se destina às atribuições de direção,
A denominação “agente público” é tratada como gênero das chefia e assessoramento. Os efetivos também podem ser comissio-
diversas espécies que vinculam o indivíduo ao estado a partir da nados. Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão
sua natureza jurídica. As espécies do agente público podem ser di- aplica-se o regime geral de previdência social previsto na Constitui-
vididas como do qual são espécies os agentes políticos, servidores ção Federal, artigo 40, § 13.
públicos (servidores estatais, empregado público, temporários e co-
missionados), particulares em colaboração, agentes militares e os c) Agentes militares: são as pessoas físicas que prestam serviços à
agentes de fato. Forças Armadas (Marinha, Aeronáutica, Exército - art. 142, caput, e §
3º, CF, Polícias Militares, Corpo de Bombeiros - art. 42, CF).
ESPÉCIES (CLASSIFICAÇÃO) Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças
Agentes públicos abrangem todas as demais categorias, sendo militares possuem vinculação estatutária, e não contratual, mas o
que alguns deles fazem parte da estrutura administrativa do Estado, regime jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da
seja em sua estrutura direta ou então na organização indireta. aplicável aos servidores civis.
Outros, no entanto, não compõe os quadros internos da admi- Possui vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, me-
nistração Pública, isto é, são alheios ao aparelho estatal, permane- diante remuneração paga pelos cofres públicos.
cendo externamente.
d) Particulares em colaboração / honoríficos: são prestadores
Vamos analisar cada uma dessas categorias:
de serviços ao Estado sem vinculação permanente de emprego e
a) Agentes políticos: agentes políticos exercem uma função
sem remuneração. Essa categoria de agentes públicos pode ser
pública de alta direção do Estado. São os que ocupam lugar de co-
prestada de diversas formas, segundo entendimento de Celso An-
mando e chefia de cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e
tônio Bandeira de Mello, se dá por:
Judiciário). São titulares dos cargos estruturais à organização polí-
- requisitados de serviço: como mesários e convocados para o
tica do País.
serviço militar (conscritos);
Ingressam em regra, por meio de eleições, desempenhando
mandatos fixos e quando termina o mandato a relação com o Esta- - gestores de negócios públicos: são particulares que assumem
do também termina automaticamente. espontaneamente uma tarefa pública, em situações emergenciais,
A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governa- quando o Estado não está presente para proteger o interesse pú-
mental não é profissional, mas institucional e estatutária. blico.
Os agentes políticos serão remunerados exclusivamente por - contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exem-
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer plo, de jurista famoso contratado para emitir um parecer;
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou - concessionários e permissionários: exercem função pública
outra espécie remuneratória. por delegação estatal;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
- delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares Provimento
de cartórios. Segundo Hely Lopes Meirelles, é o ato pelo qual se efetua o
preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular.
e) Agentes de fato: é o particular que sem vínculo formal e le- Configura-se no ato de designação de um sujeito para titularizar
gítimo com o Estado exerce função pública, acreditando estar de cargo público Podendo ser:
boa-fé e com o objetivo de atender o interesse público. Neste caso, a) originário ou inicial: quando o agente não possui vinculação
não há investidura prévia nos cargos, empregos e funções públicas.  anterior com a Administração Pública;
Agente de fato putativo: é aquele que desempenha atividade b) derivado: pressupõe a existência de um vínculo com a Ad-
pública com a presunção de que tem legitimidade, mas há alguma ministração. 
ILEGALIDADE em sua INVESTIDURA. É aquele servidor que toma
posse sem cumprir algum requisito do cargo. Posse: é o ato pelo qual uma pessoa assume, de maneira efe-
Agentes de fato necessário: são os que atuam em situações de tiva, o exercício das funções para que foi nomeada, designada ou
calamidade pública ou emergência.  eleita, ou seja, é sua investidura no cargo público. O ato da posse
determina a concordância e a vontade do sujeito em entrar no exer-
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA cício, além de cumprir a exigência regulamentar. 
Cargo, emprego e função pública são tipos de vínculos de tra-
balho na Administração Pública ocupadas por servidores públicos. Exercício: é o momento em que o servidor dá início ao desem-
A Constituição Federal, em vários dispositivos, emprega os vocábu- penho de suas atribuições de trabalho. A data do efetivo exercício
los cargo, emprego e função para designar realidades diversas, po- é considerada como o marco inicial para a produção de todos os
rém que existem paralelamente na Administração.  efeitos jurídicos da vida funcional do servidor público e ainda para
o início do período do estágio probatório, da contagem do tempo
Cargo público: unidade de atribuições e competências funcio- de contribuição para aposentadoria, período aquisitivo para a per-
nais. É o lugar dentro da organização funcional da Administração cepção de férias e outras vantagens remuneratórias.
Direta de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por São formas de provimento: nomeação, promoção, readapta-
servidor público, submetidos ao regime estatuário. ção, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução.
Possui funções específicas e remuneração fixada em lei ou di- a) Nomeação: é o único caso de provimento originário, já que o
ploma a ela equivalente. Todo cargo tem uma função, porém, nem servidor dependerá da aprovação prévia em concurso público e não
toda função pressupõe a existência de um cargo. possuirá relação anterior com o Estado;
Para Celso Antônio Bandeira de Mello são as mais simples e b) Promoção: é forma de provimento derivado (neste caso o agen-
indivisíveis unidades de competência a serem titularizadas por um te público já se encontra ocupando o cargo) onde o servidor passará a
agente. São criados por lei, previstos em número certo e com de- exercer um cargo mais elevado dentro da carreira exercida.
nominação própria. c) Readaptação: espécie de transferência efetuada com a finali-
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição dade de prover o servidor em outro cargo compatível com eventual
para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res- limitação de capacidade física ou mental, condicionada a inspeção
pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de médica.
cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi- d) Reversão: trata-se do reingresso de servidor aposentado de
ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração. seu ofício por não subsistirem mais as razões que lhe determinarão
a aposentadoria por invalidez.
Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho per- e) Aproveitamento: relaciona-se com a retomada do servidor
manentes a serem preenchidos por pessoas contratadas para de- posto em disponibilidade (ato pelo qual se transfere o servidor à
sempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista (CLT) de natureza inatividade remunerada de servidor estável em razão de extinção
contratual e somente podem ser criados por lei.  do cargo ocupado ou destinado a reintegração de servidor), seja
no mesmo cargo anteriormente ocupado ou em cargo equivalente
Função pública: é a atividade em si mesma, é a atribuição, as quanto as atribuições e vencimentos.
tarefas desenvolvidas pelos servidores. São espécies: f) Reintegração: retorno de servidor ilegalmente desligado de
a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi- seu cargo. O reconhecimento do direito a reintegração pode decor-
dores ocupantes de cargo efetivo, e destinadas ás atribuições de rer de decisão proferida na esfera administrativa ou judicial.
chefia, direção e assessoramento; g) Recondução: retorno de servidor estável ao cargo que an-
b) Funções exercidas por contratados por tempo determinado teriormente ocupava, seja por não ter sido habilitado no estágio
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse probatório relativo a outro cardo para o qual tenha sido nomeado
público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada ou por ter sido desalojado do cargo em razão de reintegração do
ente federado. servidor que ocupava o cargo anteriormente.

REGIME JURÍDICO Vacância


Regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de nor- A vacância é a situação jurídica atribuída a um cargo que está
mas e princípios referentes a direitos, deveres e demais regras ju- sem ocupante. Vários fatos levam à vacância, entre os quais:
rídicas normas que regem a vida funcional do servidor. A lei que - o servidor pediu o desligamento (exoneração a pedido);
reúne estas regras é denominada de Estatuto e o regime jurídico - o servidor foi desligado do cargo em comissão ou não iniciou
passa a ser chamado de regime jurídico Estatutário. exercício (exoneração ex officio);
No âmbito de cada pessoa política - União, Estados, Distrito Fe- - o servidor foi punido com a perda do cargo (demissão);
deral e Municípios - há um Estatuto. A Lei nº 8.112 de 11/12/1990 - o servidor passou a exercer outro cargo ante limitações em
(por exemplo) estabeleceu que o regime jurídico Estatutário é o sua capacidade física ou mental (readaptação);
aplicável aos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e - aposentadoria ou falecimento do servidor;
fundações públicas federais, ocupantes de cargos públicos. - acesso ou promoção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Para Di Pietro5, vacância é o ato administrativo pelo qual o ser- O servidor aprovado em concurso público de cargo regido pela
vidor é destituído do cargo, emprego ou função. lei 8112/90 e consequentemente nomeado passará por um período
Decorre de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção e de avaliação, terá o novo servidor que comprovar no estágio proba-
falecimento. O artigo 33 da Lei 8.112/90 prevê ainda a readaptação tório que tem aptidão para exercer as atividades daquele cargo para
e a posse em outro cargo inacumulável. Mas a ascensão e a trans- o qual foi nomeado em tais fatores:
formação deixaram de existir por força da Lei 9.527/97. a) Assiduidade; 
A exoneração não é penalidade; ela se dá a pedido ou ex offi- b) Disciplina;
cio, neste caso quando se tratar de cargo em comissão ou função c) Capacidade de iniciativa;
de confiança; no caso de cargo efetivo, quando não satisfeitas as d) Produtividade;
exigências do estágio probatório ou quando, tendo tomado posse, e) Responsabilidade.
o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.
Já a demissão constitui penalidade decorrente da prática de ilí- Atualmente o prazo mencionado de 3 anos de efetivo exercício
cito administrativo; tem por efeito desligar o servidor dos quadros para o servidor público (de forma geral), adquirir estabilidade é o
do funcionalismo. que está previsto na Constituição, que foi alterado após a Emenda
A promoção é, ao mesmo tempo, ato de provimento no cargo nº 19/98.
superior e vacância no cargo inferior. Muito embora, a Lei nº 8.112/90, no artigo 20 cite o prazo de 2
A readaptação, segundo artigo 24 da 8.112/90, “é a investidura anos, para que o servidor adquira estabilidade devemos considerar
do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatí- que o correto é o texto inserido na Constituição Federal, repita-se 3
veis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou anos de efetivo exercício.
mental verificada em inspeção médica”. Como não houve uma revogação expressa de tais normas elas
permanecem nos textos legais, mesmo que na prática não são apli-
Efetividade, estabilidade e vitaliciedade cadas, pois ferem a CF (existe uma revogação tácita dessas normas). 
Efetividade: cargos efetivos são aqueles que se revestem de ca-
ráter de permanência, constituindo a maioria absoluta dos cargos - Requisitos para adquirir estabilidade:
integrantes dos diversos quadros funcionais. a) estágio probatório de três anos;
Com efeito, se o cargo não é vitalício ou em comissão, terá que b) nomeação em caráter efetivo;
ser necessariamente efetivo. Embora em menor escala que nos c) aprovação em avaliação especial de desempenho.
cargos vitalícios, os cargos efetivos também proporcionam segu-
rança a seus titulares; a perda do cargo, segundo art. 41, §1º da Vitaliciedade: Cargos vitalícios são aqueles que oferecem a
Constituição Federal, só poderá ocorrer, quando estáveis, se houver maior garantia de permanência a seus ocupantes. Somente através
sentença judicial ou processo administrativo em que se lhes faculte de processo judicial, como regra, podem os titulares perder seus
ampla defesa, e agora também em virtude de avaliação negativa de cargos (art. 95, I, CF). Desse modo, torna-se inviável a extinção do
desempenho durante o período de estágio probatório. vínculo por exclusivo processo administrativo (salvo no período ini-
cial de dois anos até a aquisição da prerrogativa). A vitaliciedade
Estabilidade: confere ao servidor público a efetiva permanên- configura-se como verdadeira prerrogativa para os titulares dos
cia no serviço após três anos de estágio probatório, após os quais cargos dessa natureza e se justifica pela circunstância de que é ne-
só perderá o cargo se caracterizada uma das hipóteses previstas no cessária para tornar independente a atuação desses agentes, sem
artigo 41, § 1º, ou artigo 169, ambos da CF. que sejam sujeitos a pressões eventuais impostas por determina-
dos grupos de pessoas.
Hipóteses:  Existem três cargos públicos vitalícios no Brasil:
a) em razão de sentença judicial com trânsito em julgado (art. - Magistrados (Art. 95, I, CF);
41, §1º, I, da CF); - Membros do Ministério Público (Art. 128, § 5º, I, “a”, CF);
b) por meio de processo administrativo em que lhe seja assegu- - Membros dos Tribunais de Contas (Art. 73, §3º).
rada a ampla defesa (art. 41, § 1º, II, da CF);
c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempe- Por se tratar de prerrogativa constitucional, em função da qual
nho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa (art. cabe ao Constituinte aferir a natureza do cargo e da função para
41, § 1º, III, da CF); atribuí-la, não podem Constituições Estaduais e Leis Orgânicas mu-
d) em virtude de excesso de despesas com o pessoal ativo e nicipais, nem mesmo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com
inativo, desde que as medidas previstas no art. 169, § 3º, da CF, não a garantia da vitaliciedade. Consequentemente, apenas Emenda à
surtam os efeitos esperados (art. 169, § 4º, da CF). Constituição Federal poderá fazê-lo.

A estabilidade é a prerrogativa atribuída ao servidor que preen- Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun-
cher os requisitos estabelecidos na Constituição Federal que lhe ga- ções públicas
rante a permanência no serviço.  Com efeito, as várias competências previstas na Constituição
O servidor estável, que tiver seu cargo extinto, não estará fora para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res-
da Administração Pública, porque a norma constitucional lhe garan- pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de
te estabilidade no serviço e não no cargo. Nesta hipótese o servidor cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi-
é colocado em disponibilidade remunerada, seguindo o disposto no ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração.
art. 41, § 3.º, da Constituição sendo sua remuneração calculada de Criar um cargo é oficializá-lo, atribuindo a ele denominação
forma proporcional ao tempo de serviço. própria, número certo, funções determinadas, etc. Somente se cria
um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas com-
petências podem criar um cargo por meio da lei. No caso dos cargos
públicos da União, o vencimento é pago pelos cofres públicos, para
5 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018 provimento em caráter efetivo ou em comissão.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A transformação ocorre quando há modificação ou alteração Constitui vedação legal o duplo pagamento de indenização, a
na natureza do cargo de forma que, ao mesmo tempo em que o qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que dete-
cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há nha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma
o aproveitamento de todos os servidores quando o novo cargo tiver sede.
o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior. Diárias: essa prerrogativa está regulamentada no art. 58 da Lei
A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser nº 8.112/90. É devida ao servidor que se afastar da sede em caráter
efetuada por meio de lei. eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
No entanto, o art. 84, VI, “b” da Constituição Federal revela para o exterior. São destinadas a indenizar as parcelas de despesas
exceção a norma geral ao atribuir competência para o Presidente extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana.
da República para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de Gratificações e Adicionais: são tratados no art. 61 da Lei nº
funções ou cargos públicos quando vagos. 8.112/90 que as discrimina, a saber:
- retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
Desvio de função sessoramento,
O servidor público deve exercer suas atividades funcionais res- - gratificação natalina,
peitando as competências e atribuições previstas para o cargo que - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou
ocupa. Cumpre ressaltar que a lei que cria o cargo estabelece quais penosas,
são os limites das atribuições e competências do cargo. - adicional pela prestação de serviço extraordinário,
No entanto, não raro identificar o servidor exercendo atribuiçoes - adicional noturno,
diversas daquelas previstas em lei para o cargo atualmente ocupado. - adicional de férias,
Por definição, o desvio de função do servidor público ocorre - outros (relativos ao local ou à natureza do trabalho),
quando este desempenha função diversa daquela correspondente - gratificação por encargo de curso ou concurso.
ao cargo por ele legalmente investido mediante aprovação em con-
curso público. Férias: é um direito que o servidor alcança após cumprir o pe-
Quando constatada a ocorrência de desvio de função, o servi- ríodo aquisitivo (12 meses). Consiste em um período de 30 dias de
dor que teve suas atribuições desviadas faz jus a indenização relati- descanso que podem ser cumuladas até o máximo de dois perío-
vas as diferenças salarias decorrentes do desvio. dos, bem como podem ser parceladas em até três etapas.
Este é o entendimento já consolidado pelo Superior Tribunal de Licenças: de acordo com o art. 81 da referida lei a licença é con-
Justiça que editou Sumula a respeito. cedida por motivo de doença em pessoa da família, de afastamento
Súmula nº 378 STJ do cônjuge ou companheiro, para o serviço militar, para a atividade
“Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferen- política, para capacitação, para tratar de interesses particulares e
ças salariais decorrentes”. para desempenho de mandato classista.
Concessões: existem quando é permitido ao servidor se ausen-
Importante esclarecer que em caso de desvio de função, o ser- tar sem ter que arcar com quaisquer prejuízos.
vidor público que teve as atribuições do cargo para o qual foi inves- O art. 97 da Lei nº 8.112/90 elenca as hipóteses de concessão,
tido desviadas não tem direito ao reenquadramento funcional. Isso vejamos:
porque inafastável o princípio da imprescindibilidade de concurso - por um dia para doação de sangue,
público para o preenchimento de cargos pela administração públi- - pelo período comprovadamente necessário para alistamen-
ca, No entanto, tem direito a receber os vencimentos correspon- to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso a dois
dentes à função desempenhada. dias,
- por oito dias consecutivos em razão de casamento, falecimen-
REMUNERAÇÃO to de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, en-
Vencimento: é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo teados, menor sob guarda ou tutela ou irmãos.
público, com valor fixado em lei.
Direito de Petição: o direito de petição existe para a defesa do
Remuneração: é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das direito ou interesse legítimo. É instrumento utilizado pelo servidor
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. O acrés- e dirigido à autoridade competente que deve decidir.
cimo de vantagens permanentes ao vencimento do cargo efetivo é
irredutível. RESPONSABILIDADE
Constitui vedação legal o pagamento de remuneração inferior Ao exercer funções públicas, os servidores públicos não estão
ao salário mínimo
desobrigados de se responsabilizar por seus atos, tanto atos públi-
IMPORTANTE: tanto o vencimento com a remuneração e o pro-
cos quanto atos administrativos, além dos atos políticos, dependen-
vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto
do de sua função, cargo ou emprego.
nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
Esta responsabilidade é algo indispensável na atividade admi-
nistrativa, ou seja, enquanto houver exercício irregular de direito ou
DIREITOS E DEVERES
de poder a responsabilidade deve estar presente.
Os direitos e vantagens dos servidores públicos, quais sejam:
Quanto o Estado repara o dano, em homenagem à responsabilida-
vencimento, indenizações, gratificações, diárias, adicionais, férias,
licenças, concessões e direito de petição.  de objetiva do Estado, fica com direito de regresso contra o responsá-
Indenizações: de acordo com o art. 51 da Lei nº 8.112/90 as in- vel que efetivamente causou o dano, isto é, com o direito de recuperar
denizações são constituídas pela ajuda de custo, diárias, transporte o valor da indenização junto ao agente que causador do dano. 
e auxílio moradia. Efetivamente, o direito de regresso, em sede de responsabilida-
Ajuda de custo: A ajuda de custo destina-se a compensar as de estatal, configura-se na pretensão do Estado em buscar do seu
despesas de instalação do servidor que, no atendimento do inte- agente, responsável pelo dano, a recomposição do erário, uma vez
resse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, desde que desfalcado do montante destinado ao pagamento da indenização
acarrete mudança de domicílio em caráter permanente. à vítima.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Nesse aspecto, o direito de regresso é o direito assegurado ao PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra o O Regime Disciplinar é o conjunto de deveres, proibições, que
agente responsável pelo dano, quando tenha este agido com culpa geram responsabilidades aos agentes públicos. Descumprido este
ou dolo. rol, se apura os ilícitos administrativos, onde gera as sanções dis-
Neste contexto, o agente público poderá ser responsabilizado ciplinares.
nos âmbitos civil, penal e administrativo. Com o intuito de responsabilizar quem comete faltas adminis-
trativas, atribui-se à Administração o Poder Disciplinar do Estado,
a) Responsabilidade Civil: A responsabilidade civil decorre de que assegura a responsabilização dos agentes públicos quando co-
ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em pre- mentem ações que contrariam seus deveres e proibições relacio-
juízo ao erário ou a terceiros. nados às atribuições do cargo, função ou emprego de que estão
Neste caso, responsabilidade civil se refere à responsabilidade investidos. Por consequência dos descumprimentos legais, há a
patrimonial, que faz referência aos Atos Ilícitos e que traz consigo a aplicação de sanções disciplinares, conforme dispõe a legislação.
regra geral da responsabilidade civil, que é de reparar o dano cau-
sado a outrem. Dos Deveres
A Administração Pública, confirmada a responsabilidade de Via de regra, os estatutos listam condutas e proibições a serem
seus agentes, como preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto observadas pelos servidores, configurando, umas e outras, os seus
Maior, é “assegurado o direito de regresso contra o responsável nos deveres como dois lados da mesma moeda. Por exemplo: a proibi-
casos de dolo ou culpa”, descontará nos vencimentos do servidor ção de proceder de forma desidiosa equivale ao dever de exercer
público, respeitando os limites mensais, a quantia exata para o res- com zelo as atribuições do cargo. Por isso, podem ser englobados
sarcimento do dano. sob a rubrica “deveres” os que os estatutos assim intitulam e os que
b) Responsabilidade Administrativa: A responsabilidade admi- os estatutos arrolam como proibições.
nistrativa é apurada em processo administrativo, assegurando-se - Dever de Agir: Devem os administradores agirem em benefí-
ao servidor o contraditório e a ampla defesa. cio da coletividade.
Uma vez constatada a prática do ilícito administrativo, ficará - Dever de Probidade: O agente público deve agir de forma
o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que honesta e em conformidade com os princípios da legalidade e da
poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposen- moralidade.
tadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou - Dever de Prestar Contas: Todo administrador deve prestar
destituição de função comissionada. contas do dinheiro público.
A penalidade deve sempre ser motivada pela autoridade com- - Dever de Eficiência: Deve elaborar suas funções perfeição e
petente para sua aplicação, sob pena de nulidade. rendimento funcional. 
Se durante a apuração da responsabilidade administrativa a - Dever de Urbanidade: Deve o servidor ser cordial com os de-
autoridade competente verificar que o ilícito administrativo tam- mais colegas de trabalho e com o público em geral.
bém está capitulado como ilícito penal, deve encaminhar cópia do - Dever de Assiduidade: O servidor deve comparecer em seu
processo administrativo ao Ministério Público, que irá mover ação serviço, a fim de cumprir seu horário conforme determinado.
penal contra o servidor   
c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do servi- Das Proibições
dor é a que resulta de uma conduta tipificada por lei como infração De acordo com o estatuto federal, aplicável aos Servidores Pú-
penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções blicos Civis da União, das autarquias e fundações públicas federais,
imputadas ao servidor, nessa qualidade. ocupantes de cargos público, seu artigo 117 traz um rol de proibi-
Os crimes funcionais estão definidos no Código Penal, artigos ções sendo elas:
312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au-
prevaricação etc. Outros estão previstos em leis especiais federais. torização do chefe imediato;
A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo Cri- - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qual-
minal. Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma quer documento ou objeto da repartição;
sanção penal, que pode ser privativa de liberdade (reclusão ou de- - recusar fé a documentos públicos;
tenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens - opor resistência injustificada ao andamento de documento e
e valores, prestação de serviço à comunidade ou a entidades públi- processo ou execução de serviço;
cas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana) - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
ou multa (Código Penal, art. 32). da repartição;
Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previs-
da responsabilidade penal do servidor, só terá reflexo na responsa- tos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabi-
bilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo lidade ou de seu subordinado;
patrimonial (ilícito civil).  - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a as-
sociação profissional ou sindical, ou a partido político;
Nos termos do que estabelece o artigo 125 da Lei 8.112/90, as - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de con-
sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo fiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
independentes entre si. - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem,
A responsabilidade administrativa do servidor será afastada em detrimento da dignidade da função pública;
se, no processo criminal, o servidor for absolvido por ter sido de- - participar de gerência ou administração de sociedade privada,
clarada a inexistência do fato ou, quando o fato realmente existiu, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na
não tenha sido imputada sua autoria ao servidor. Notem que, se o qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
servidor for absolvido por falta ou insuficiência de provas, a respon-
sabilidade administrativa não será afastada.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A essa vedação existe duas exceções, já que o servidor poderá: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro-
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de em- vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
presas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta- de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
constituída para prestar serviços a seus membros;  comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
forma do art. 91 (8.112), observada a legislação sobre conflito de anos, prorrogável uma vez, por igual período;
interesses. IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
- atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições pú- cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
blicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assisten- vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
ciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
- receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual- V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
quer espécie, em razão de suas atribuições; dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
- aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per-
- praticar usura sob qualquer de suas formas; centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui-
- proceder de forma desidiosa; ções de direção, chefia e assessoramento;  
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em servi- VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
ços ou atividades particulares; ciação sindical;
- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; definidos em lei específica;
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
- recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.  sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
Infrações e Sanções Administrativas/Penalidades terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
Os servidores públicos de cada âmbito - União, Estados, Distrito interesse público;
Federal e Municípios - têm um Estatuto próprio. Quanto aos agen- X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
tes públicos Federais rege a Lei nº 8.112/1990, já o regimento dos trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
demais depende de cada Estado/Município. lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
Devido ao princípio da Legalidade, todos os agentes devem fa- gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
zer aquilo que está restrito em lei, e caso algum deles descumpram de índices; 
a legislação, ocorre uma infração administrativa, pelo poder discipli- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
nar, os agentes infratores estão sujeitos a penalidades, que podem ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
ser: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
de função comissionada. mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen-
Para uma aplicação de penalidade justa deve ser considerada sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente
a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
atenuantes e os antecedentes funcionais. Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
É necessário que cada penalidade imposta mencione o funda- nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
mento legal e a causa da sanção disciplinar. Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe-
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
A Constituição Federal, em capítulo específico determina as cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
diretrizes a serem adotadas pela Administração Pública no trata- Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
mento de normas específicas aos ocupantes de cargos e empregos aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defen-
públicos da Administração Direta ou Indireta. sores Públicos; 
Vejamos os dispositivos constitucionais relativos ao tema. XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
CAPÍTULO VII tivo;
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
SEÇÃO I serviço público;
DISPOSIÇÕES GERAIS XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer acréscimos ulteriores;
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora- pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
como aos estrangeiros, na forma da lei;  qualquer caso o disposto no inciso XI: 

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
a) a de dois cargos de professor;  § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
saúde, com profissões regulamentadas; dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de I - o prazo de duração do contrato; 
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
ou indiretamente, pelo poder público; tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- III - a remuneração do pessoal. 
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo- cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último geral. 
caso, definir as áreas de sua atuação; § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- exoneração. 
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera-
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- caráter indenizatório previstas em lei. 
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
obrigações. mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona- Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, tésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.  § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea-
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida-
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa-
des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto-
desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos
ridades ou servidores públicos.
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori-
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
gem.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
da lei.
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:  inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom-
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser-
dos serviços;  vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
e XXXIII;    social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.  Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus- e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo- guintes disposições:
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada- I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra- II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera-
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. ção;
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva- III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
do prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu- IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
possibilite o acesso a informações privilegiadas.  os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ- § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de nº 103, de 2019)
2019) I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
SEÇÃO II em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
DOS SERVIDORES PÚBLICOS verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
planos de carreira para os servidores da administração pública di- de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
reta, das autarquias e das fundações públicas.         (Vide ADIN nº e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
2.135-4) III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
 Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e,
instituirão conselho de política de administração e remuneração de no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e
deres.         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requi-
1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) sitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo.
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
nentes do sistema remuneratório observará:  § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
cargos componentes de cada carreira;   ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
II - os requisitos para a investidura;   Social, obser vado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
III - as peculiaridades dos cargos.  Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria se-
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores rão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisi- dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
de convênios ou contratos entre os entes federados.   para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so-
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis- cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respec-
admissão quando a natureza do cargo o exigir.   tivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e inter-
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni- disciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res-
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia-
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. dos para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peniten-
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- ciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que
cípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu- tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art.
neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda
disposto no art. 37, XI. Constitucional nº 103, de 2019)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferen-
empregos públicos. ciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio-
cípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenien- lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada
tes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo- § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei comple-
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
mentar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda
rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo
Constitucional nº 103, de 2019)
em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emen-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
da Constitucional nº 103, de 2019)
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên-
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitu-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) cional nº 103, de 2019)

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar no de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua con-
da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- tribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria
nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a 2019)
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora des-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) se regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes,
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
estabelecidos em lei. e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape-
disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres- nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão
pondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os bene-
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta- desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for por-
gem de tempo de contribuição fictício. tador de doença incapacitante (Incluído pela Emenda Constitucio-
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos nal nº 47, de 2005) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103,
proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu- de 2019) (Vigência) (Vide Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi- § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ-
dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que
social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi- já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de
dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons- responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos,
tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
exoneração, e de cargo eletivo.
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em re-
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
gime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e
tucional nº 103, de 2019)
critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Reda-
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins- V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
de previdência complementar para servidores públicos ocupantes sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re- qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e 2019)
das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluí-
o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
103, de 2019) VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § servados os princípios relacionados com governança, controle inter-
14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui- no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por de 2019)
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen-
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis- nº 103, de 2019)
posto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver in- IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela
gressado no serviço público até a data da publicação do ato de ins- Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
tituição do correspondente regime de previdência complementar. X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cál- de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
culo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
na forma da lei. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado- vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
rias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que concurso público.
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do rada ampla defesa;
respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abo-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor institucionais, destinadas a dar proteção e independência ao servi-
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es- dor para prestar a manifestação do Estado quando no exercício do
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, Poder de Polícia.
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
muneração proporcional ao tempo de serviço. REGIME CONSTITUCIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor- Concurso público
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em Via de regra, para que ocorra a legal investidura em cargou ou
outro cargo. emprego público é necessária prévia aprovação em concurso de
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga- prova ou de provas e títulos, levando em consideração a natureza e
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída a complexidade do cargo ou emprego.Quanto as normas constitu-
para essa finalidade. cionais acerca da obrigatoriedade de concurso para o preenchimen-
to de cargos públicos
EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA POR SERVIDORES CELETISTA A jurisprudência é pacífica quanto a necessidade de aprovação
A Polícia Administrativa é manifestada por meio de atos norma- previa em concurso público para ocupar cargo na estrutura admi-
tivos e de alcance geral, bem como de atos concretos e específicos. nistrativa.
Além disso, outra característica marcante dos atos expedidos Súmula Vinculante 43 É inconstitucional toda modalidade de
por força da Polícia Administrativa são os atos revestidos de contro- provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia apro-
le e fiscalização. vação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo
A atividade administrativa que envolve atos fiscalizadores e de que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
controle , os quais a Administração Pública pretende a prevenção
de atos lesivos ao bem estar social ou saúde pública não podem ser Exceção: As nomeação efetuadas pela Administração Pública
proferidos por servidores com regime contratual – CLT. para preenchimento de cargo em comissão declarado em lei de li-
Esta é a grande polêmica envolvendo a prática de atos admi- vre nomeação e exoneração dispensa a realização e aprovação em
nistrativos revestidos de Poder de Polícia quando praticados por concurso público.
servidores celetistas. O concurso público terá prazo de validade de até dois anos,
Conforme ressaltado pela melhor doutrina, Celso António Ban- podendo ser prorrogável uma única vez por igual período. Em ho-
deira de Mello afirma que “o regime normal dos servidores públicos menagem ao princípio constitucional da impessoalidade, durante o
teria mesmo de ser o estatutário, pois este (ao contrário do regime prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele que
trabalhista) é o concebido para atender a peculiaridades de um vín- for aprovado será convocado com prioridade sobre novos concursa-
culo no qual não estão em causa tão-só interesses empregatícios, dos para assumir cargo ou emprego.
mas onde avultam interesses públicos são os próprios instrumentos
de atuacão do Estado”. Direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas.
A jurisprudência já se manifestou neste sentido no julgamento A Constituição Federal estabelece o Princípio da Ampla Aces-
da cautelar da ADin no 2.310, o Supremo examinou a lei que trata sibilidade aos cargos, funções e empregos públicos aos brasileiros
dos agentes públicos de agências reguladoras (Lei no 9.985/2000), que preencham os requisitos estabelecidos em lei específica, bem
e ali se posicionou contrário à contratação de servidores em regime como aos estrangeiros, na forma da lei.
Tal princípio que garante a ampla acessibilidade tem por objeti-
celetista para a execução de atos revestidos com o Poder de Polícia
vo proporcionar iguais oportunidades de disputar, por meio de con-
no ato de fiscalização. De acordo com o ministro Marco Aurélio, re-
curso público, o preenchimento em cargos ou empregos públicos
lator:
na Administração Direta ou Indireta.
“...prescindir, no caso, da ocupação de cargos públicos, com os
direitos e garantias a eles inerentes, é adotar flexibilidade incompa-
Requisito de inscrição e requisitos de cargos
tível com a natureza dos serviços a serem prestados, igualizando os
Nas regras gerais constantes nos editais de concursos públicos
servidores das agências a prestadores de serviços subalternos, dos
é vedada a inclusão de cláusulas discriminatórias entre brasileiros
quais não se exige, até mesmo, escolaridade maior, como são ser-
natos e naturalizados, salvo para preenchimento de cargos específi-
ventes, artífices, mecanógrafos, entre outros. Atente-se para as es- cos mencionados no artigo 12, § 3º da Constituição Federal.
pécies. Está-se diante de atividade na qual o poder de fiscalização,
o poder de polícia fazem- se com envergadura ímpar, exigindo, por Artigo 12.
isso mesmo, que aquele que a desempenhe sinta-se seguro, atue [...]
sem receios outros, e isso pressupõe a ocupação de cargo público § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
(…). Em suma, não se coaduna com os objetivos precípuos das agên- I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
cias reguladoras, verdadeiras autarquias, embora de caráter espe- II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
cial, a flexibilidade inerente aos empregos públicos, impondo-se a III - de Presidente do Senado Federal;
adoção da regra que é revelada pelo regime de cargo público, tal IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
como ocorre em relação a outras atividades fiscalizadoras — fiscais V - da carreira diplomática;
do trabalho, de renda, servidores do Banco Central, dos Tribunais VI - de oficial das Forças Armadas.
de Contas etc.” VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Portanto, muito embora não tenha previsão legal, o entendi- Ademais, em decorrência do mandamento constitucional do
mento construído pela doutrina e jurisprudência entende que o artigo 7º, XXX, em princípio não seria admissível restrições de con-
emprego público, de natureza contratual (CLT) é incompatível com crrencia em concurso público por motivos de idade ou sexo para
a atividade a ser desenvolvida quando se exige a incidência de ato a regular admissão em cargos e empregos públicos, no entanto, o
com poder de polícia. O cargo público, sim, é cercado de garantias mencionado artigo constitucional prevê a possibilidade de se insti-

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
tuírem requisitos específicos e diferenciados de admissão quando feridos pelos examinadores ou ainda a ausência de impessoalidade
a natureza do cargo assim exigir. Exemplo: Teste de Aptidão Física dedicada nas provas com privilégios exorbitantes a determinados
– TAF - permite exigência sequência de exercícios fisicos diferencia- candidatos, com a exclusão arbitrária de outros.
dos entre homens e mulheres. Nos Estados de Direito, em que vige o princípio da legalidade,
Quanto aos requisitos específicos para investidura em cargos não há espaço para arbitrariedades estatais, ao impor a Ordem Jurí-
públicos, a Lei 8.112/90, em seu artigo 5º assim determina: dica, não ficando de toda sorte excluída da apreciação judicial toda
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo pú- lesão ou ameaça a direito, inclusive quanto ao possível reexame
blico: judicial de atos praticados durante os concursos públicos ou pro-
I - a nacionalidade brasileira; cessos de seleção.
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; Da investidura do servidor público
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; A investidura em cargo público, mesmo nos casos em que o
V - a idade mínima de dezoito anos; cargo não é vitalício ou em comissão, terá que ser necessariamente
VI - aptidão física e mental. efetivo.
Embora em menor escala que nos cargos vitalícios, os cargos
Ainda em homenagem ao Princípio da Acessibilidade aos car- efetivos também proporcionam segurança a seus titulares; a perda
gos e empregos públicos, o texto constitucional determina que a do cargo, segundo art. 41, §1º da Constituição Federal, só poderá
lei deverá reservar percentual do total das vagas a serem preen- ocorrer, quando estáveis, se houver sentença judicial ou processo
chidas por concurso público de cargos e empregos públicos para administrativo em que se lhes faculte ampla defesa, e agora tam-
as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua bém em virtude de avaliação negativa de desempenho durante o
admissão. período de estágio probatório.
Isso lhe garante que, uma vez legalmente investido em cargo
Invalidação do concurso. público passa a ser representante do Estado nas manifestações
Conforme mencionado, os concursos públicos devem ser rea- proferidas durante o exercício do cargo, e assim, passa a gozar de
lizados previamente para o preenchimento de cargos e empregos prerrogativas especiais (típicas de direito público) com o objetivo de
públicos, devendo para tanto dispensar tratamento impessoal e satisfazer as demandas coletivas.
igualitário entre os interessados, sendo certo que a ausência desse
tratamento causaria fraude a ordem constitucional de realização de Estágio experimental, estágio probatório e Estabilidade
concurso público. O instituto da Estabilidade corresponde à proteção ao ocupan-
Neste contexto, são inválidas as disposições constantes em edi- te do cargo, garantindo, não de forma absoluta, a permanência no
tais ou normas de admissão em cargos e empregos públicos que Serviço Público, o que permite a execução regular de suas ativida-
desvirtuam as finalidades da realização do concurso público. des, visando exclusivamente o alcance do interesse coletivo.
Caso se identifique qualquer norma ou cláusula constante em No entanto, para se conquistar a estabilidade prevista constitu-
edital que inviabilize ou dificulte a ampla participação daqueles que cionalmente é necessário superar a etapa de estágio experimental
preencham os requisitos mínimos ou então que direcione, de qual- ou também chamada de estágio probatório, que pressupõe a reali-
quer forma, com o objetivo de beneficiar ou prejudicar alguem em zação de avaliação de desempenho e transpor o período de 3 (três)
concurso público poderá acarretar na invalidação de todo o certa- anos de efetivo desempenho da função.
me. A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de
Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise sistemática do
O direito à revisão judicial de provas e exames seletivos à luz desempenho do profissional em função das atividades que realiza,
dos tribunais pátrios das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu poten-
O controle judicial dos atos administrativos é preceito básico cial de desenvolvimento.
do Estado de Direito com status de garantia constitucional, nos ter-
mos do que estabelece o artigo 5º, XXXV da Constituição Federal
de 1988.
SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO
Art. 5º
[...]
Ser um comunicador habilidoso é essencial para ser um bom
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
administrador e líder de equipe. Mas a comunicação também deve
ou ameaça a direito;
ser administrada em toda a organização. A cada minuto de cada dia,
incontáveis bits de informação são transmitidos em uma organiza-
Esta, inclusive, se configura em função típica do Poder Judi-
ção. Serão discutidas as comunicações de cima para baixo, de baixo
ciário, exercer o controle legal dos atos editados pela ente estatal,
como forma de controle externo da Administração Pública. para cima, horizontal e informal nas organizações.
Neste contexto, ainda é complexa a discussão sobre a legiti-
midade do Poder Judiciário exercer revisão judicial de questões e Comunicação de Cima Para Baixo
resultados em provas de concurso público. A comunicação de cima para baixo refere-se ao fluxo de infor-
É crescente a demanda de candidatos que buscam na tutela do mação que parte dos níveis mais altos da hierarquia da organização,
Poder Judiciário a revisão de resultados de concursos públicos, atri- chegando aos mais baixos. Entre os exemplos estão um gerente pas-
buindo as bancas organizadoras, entre outros argumentos, a carên- sando umas atribuições a sua secretária, um supervisor fazendo um
cia de razoabilidade, proporcionalidade, isonomia e transparência anúncio a seus subordinados e o presidente de uma empresa dando
durante a realização do certame. uma palestra para sua equipe de administração. Os funcionários de-
A jurisprudência dos nossos Tribunais tem-se orientado no sen- vem receber a informação de que precisam para desempenhar suas
tido de que só são passíveis de reexame judicial as questões cuja funções e se tornar (e permanecer) membros leais da organização.
impugnação se funda na ilegalidade da avaliação ou dos graus con-

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Muitas vezes, os funcionários ficam sem a informação adequa- sempenho daquele indivíduo. Nessa situação, a avaliação se torna
da. Um problema é a sobrecarga de informação: os funcionários uma simples questão de determinar se, e com que eficiência, uma
são bombardeados com tanta informação que não conseguem ab- pessoa atingiu ou não aquelas metas.
sorver tudo. Grande parte da informação não é muito importante, Os gerentes costumam suor que se selecionarem boas pessoas
mas seu volume faz com que muitos pontos relevantes se percam. e as direcionarem naquilo que é esperado, as coisas serão bem fei-
Quanto menor o número de níveis de autoridade através dos tas. Eles têm razão. As coisas serão feitas, mas se serão bem feitas e
quais as comunicações devem passar, tanto menor será a perda ou quanto tempo levará para fazê-las são fatores incertos. A avaliação
distorção da informação. permite que se determine até que ponto uma coisa foi bem feita e
se foi realizada no tempo certo. De certa forma, a avaliação é como
Administração da comunicação de cima para baixo um guarda de trânsito. Você pode colocar todas as placas indica-
Os administradores podem fazer muitas coisas para melhorar a doras de limite de velocidade do mundo: não serão respeitadas a
comunicação de cima para baixo. Em primeiro lugar, a administra- não ser que as pessoas saibam que as infrações serão descobertas
ção deve desenvolver procedimentos e políticas de comunicação. e multadas.
Em segundo lugar, a informação deve estar disponível àqueles que Isso parece lógico, mas é surpreendente quantos gerentes
dela necessitam. Em terceiro lugar, a informação deve ser comu- adiam continuamente a avaliação enquanto se concentram em
nicada de forma adequada e eficiente. As linhas de comunicação atribuições urgentes mas, em última análise, menos importantes.
devem ser tão diretas, breves e pessoais quanto possível. A infor- Quando a avaliação é adiada, os prazos também são prorrogados,
mação deve ser clara, consistente e pontual - nem muito precoce porque funcionários começam a sentir que pontualidade e qualida-
nem (o que é um problema mais comum) muito atrasada. de não são importantes. Quando o desempenho cai, mais respon-
sabilidades são deslocadas para o gerente - que, assim, tem ainda
Comunicação de Baixo Para Cima menos tempo para direcionar e avaliar funcionários.
A comunicação de baixo para cima vai dos níveis mais baixos
da hierarquia para os mais altos. POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordia-
Os administradores devem facilitar a comunicação de baixo lidade)
para cima.
Mas os administradores devem também motivar as pessoas a A FUGA DOS CLIENTES
fornecer informações valiosas. As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo-
gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento.
Comunicação Horizontal Numa escala decrescente de importância, podemos observar
Muita informação precisa ser partilhada entre pessoas do mes- os seguintes percentuais:
mo nível hierárquico. Essa comunicação horizontal pode ocorrer  68% dos clientes fogem das empresas por problemas de
entre pessoas da mesma equipe de trabalho. Outro tipo de comuni- postura no atendimento;
cação importante deve ocorrer entre pessoas de departamentos di-  14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
ferentes. Por exemplo, um agente de compras discute um problema  9% fogem pelo preço;
com um engenheiro de produção, ou uma força-tarefa de chefes de  9% fogem por competição, mudança de endereço, morte.
departamento se reúne para discutir uma preocupação particular.
Especialmente em ambientes complexos, nos quais as decisões A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas
de uma unidade afetam a outra, a informação deve ser partilhada organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem
horizontalmente. uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser-
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em
Comunicação Formal e Informal satisfazer plenamente o cliente.
As comunicações organizacionais diferem em sua formalidade. Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra-
As comunicações formais são oficiais, episódios de transmissão de tam profissionais com características básicas para atender o públi-
informação sancionados pela organização. Podem mover-se de bai- co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam
xo para cima, de cima para baixo ou horizontalmente, muitas vezes um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo
envolvendo papel. com as características individuais e o bom senso de cada um.
A comunicação informal é menos oficial. A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes
A função de controle está relacionada com as demais funções faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não
do processo administrativo: o planejamento, a organização e a di- sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a
reção repercutem nas atividades de controle da ação empresarial. tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupação.
Muitas vezes se torna necessário modificar o planejamento, a orga- Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que perpas-
nização ou a direção, para que os sistemas de controle possam ser sam pela condição individual e por condições sistêmicas.
mais eficazes. Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:
A avaliação intimida. É comum os gerentes estarem ocupados 1. Falta de uma política clara de serviços;
demais para se manterem a par daquilo que as pessoas estão fa- 2. Indefinição do conceito de serviços;
zendo e com qual grau de eficiência. É quando gerentes não sabem 3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi-
o que seu pessoal está fazendo, não podem avaliar corretamente. mento;
Como resultado, sentem-se incapazes de substanciar suas impres- 4. Falta de um padrão de atendimento;
sões e comentários sobre desempenho - por isso evitam a tarefa. 5. Inexistência do follow up;
Mas quando a seleção e o direcionamento são feitos correta- 6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
mente, a avaliação se torna um processo lógico de fácil implemen-
tação. Se você sabe o que seu pessoal deveria fazer e atribui tare- Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação
fas, responsabilidades e objetivos com prazos a cada funcionário de pessoas com características opostas ao necessário para atender
especificamente, então você terá critérios com os quais medir o de- ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
Observando estas duas condições principais que causam a vin-
culação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os as-
a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os serviços e pectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua totali-
a postura de atendimento. dade e nossa condição emocional.
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e,
como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio. Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de servi- POSTURA. São eles:
ços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados 01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por um
os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponível
o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan- para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POSTURA
to, depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos positivos
com as condições sistêmicas. nos clientes, como por exemplo:
a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dispensa- aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhimento;
do às pessoas, está mais relacionado com o funcionário em si, com b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado
as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está transmite ao cliente a humildade do atendente;
ligado às condições individuais. c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas e segurança;
das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten- d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade
dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento, e calorosidade.
como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes
dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de- 02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que se
pendência recíproca para terem peso. caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos e o
Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se que expressamos no nosso corpo.
necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento. Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e confor-
táveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos senti-
Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento: mentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compreen- livres do stress, das doenças, dos medos.
der e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele seja 03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as-
bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo um pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu-
ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função
para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante- social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos
nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessida- sobre o observador e quem a expressa.
des. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto ou Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento
serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em relação inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or-
às necessidades dos clientes e atendê-las. ganismo e o seu meio ambiente.
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades
dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para O olhar
entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do
uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente. olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais
Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito.
profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so-
em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o
felicidade do outro. real sentido dos olhos.
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍRITO Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de acolhi-
POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos, para mento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de von-
ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe que tade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza e
é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia do desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissabor
trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada pelo atendimento.
do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho
consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes
nos nossos olhos ? A resposta é simples:
a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar
para o cliente.
de ajudar o próximo.
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto,
Os requisitos para contratação deste profissional
pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos
o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender
são essenciais ao atendente. São eles:
as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito.
 Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
 Gostar de lidar com gente.
 Ser extrovertido. Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir:
 Ter humildade. 01. Interesse quando:
 Cultivar um estado de espírito positivo.  Brilha;
 Satisfazer as necessidades do cliente.  Tem atenção;
 Cuidar da aparência.  Vem acompanhado de aceno de cabeça.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
02. Desinteresse quando: Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio-
 É apático; nal do atendimento.
 É imóvel, rígido;
 Não tem expressão. O sorriso
O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni-
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar versal.
nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar. Imagine que você tem um exame de saúde muito importante
para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
A aproximação - raio de ação. nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante,
RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in-
deste ser cliente ou não. terpretado como um ato de apaziguamento.
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das
de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta- pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava-
mente. liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes.
Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná- O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu-
rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente
interação, a tornam mais eficaz. informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma,
Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver- podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais di-
bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno versas emoções no outro.
de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e
certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer Ir ao encontro do cliente
os seus anseios. Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso no
atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a importân-
Alguns exemplos são: cia dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o aten-
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de dente faz tudo o que é possível para atender as suas necessidades,
limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao en-
para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”. contro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com
2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento ele.
do pagamento;
03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o A primeira impressão
carro entrando no posto e faz uma sudação... Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI-
RA IMPRESSÃO É A QUE FICA.
A INVASÃO Você concorda com ela?
Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA- No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre-
SÃO DE TERRITÓRIO. sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial,
Vamos entender melhor isso. se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar.
Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ- É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien-
RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus
não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin- desejos satisfeitos.
cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen-
como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma te os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as
distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação. empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta,
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na visitas, mas nem sempre são eficazes.
privacidade, o que normalmente traz consequências negativas. A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien-
Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri- tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca-
queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes
estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase se clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re-
encostando nele; dar um tapinha nas costas... forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho.
Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva- Quando as organizações atentam para essa importância, elas
sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam passam a aplicar instrumentos de medição.
mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida-
grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu- de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem
des e situações mais comuns:
a opinião aberta sobre o assunto.
 Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as
bem;
informações reais.
 Seguir o cliente por toda a loja;
A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da-
 O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente
dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto
passageiro;
adquiridos da empresa.
 O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos
sem ser solicitado;
 O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beiji- Apresentação pessoal
nhos e tapinhas nas costas; Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o
 O funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas
sem avisar. mal cuidadas... ?

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta- Saber escutar
to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se
confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá- você respondeu que não, você errou.
rio, também, ter uma boa apresentação pessoal. Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro
sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com- comunicação.
pleto. São eles: O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa
01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o
higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça; cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar-
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação.
cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as- São elas:
seadas, barba feita; * os nossos PRECONCEITOS;
03. Roupas limpas e conservadas; * as DISTRAÇÕES;
04. Sapatos limpos; * os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo * as ANTIPATIAS.
cliente.
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro,
questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência fazendo uma leitura completa da situação.
pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “ Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recepti-
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante vidade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e uma boca, o que
para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente nos sugere que é preciso escutar mais do que falar.
e o atendente. Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa-
lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira-
Cumprimento caloroso mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios
O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir- e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos
meza ? conseguir atende-las.
Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al- A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos
guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar de fato, os sen-
mão. timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso
O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente.
energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com
Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já
o contato.
falamos antes.
Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca
a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal
estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres- Agilidade
peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão, Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a quali-
mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons- dade do serviço prestado.
tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res-
compromisso com o contato. peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente
É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado em relação à utilização adequada do seu tempo.
ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos, Quando há agilidade, podemos destacar:
totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal.  o atendimento personalizado;
Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de cum-  a atenção ao assunto;
primentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática.  o saber escutar o cliente;
 cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante
Tom de voz todo o seu percurso na empresa.
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de
intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as pala- O calor no atendimento
vras, são mais importantes do que as próprias palavras. O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran-
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados
conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi- sobre postura.
ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para
com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor-
do cliente. tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente
pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração.
calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a
do cliente será de compreensão. sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica,
atendente como um bumerangue.
estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter
O EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações de
um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando...
atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou não, do clien-
As palavras são símbolos com significados próprios. A forma
como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso, te em relação ao atendente. Com este efeito, as atitudes batem e
cada palavra tem a sua vibração especial. voltam, ou seja, se você atende bem, o cliente se sente bem e trata

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
o atendente com respeito. Se este atende mal, o cliente reage de PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A ESTE
forma negativa e hostil. O cliente não está na esteira da linha de ATENDENTE?
produção, merecendo ser tratado com diferenciação e apreço. * o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER...
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que * o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA FAZ PELO
façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é SENHOR...
SERVIR AO PRÓXIMO. * o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re- * AÍ VEM ELE DE NOVO...
tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o
atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a libera-
embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim, ção do lado bom da pessoa que atende o cliente.
o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo
FELIZ. vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões
(pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendi-
As gafes no atendimento mento ), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou sim-
Depois de conhecermos a postura correta de atendimento, plesmente não volta mais.
também é importante sabermos quais são as formas erradas, para Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical
jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um verdadei- no pensamento e postura do atendente.
ro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas partes,
que são: Impressões finais do cliente
Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o
Postura inadequada cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequente-
A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura física mente, sobre a empresa.
ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença do Duas são as formas de impressões finais mais comuns do clien-
cliente. te:
Em relação à postura física, podemos destacar como inadequa- 1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pes-
do, o atendente: soal) e/ou telefônico com o atendente;
* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu 2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos conhe-
birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele inte- cê-las com mais detalhes.
raja no raio de ação);
* mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento; Momentos da verdade
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer epi-
devem ser feitas no banheiro); sódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que ofere- organização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço.
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do
cem lanches ou têm cantina);
cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é
* gritar para pedir alguma coisa;
o momento que separa o grande profissional dos demais.
* se coçar na frente do cliente;
Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento).
verdade, considerando-o único e fundamental para definir a satis-
fação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATEN-
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:
DIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é composto de
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por
elementos básicos do processo de interação, que são:
exemplo;
* receber presentes do cliente em troca de um bom serviço; A ) a pessoa
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. En-
na frente do cliente; tão, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, o que está na frente e precisa de atenção.
parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente; No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamen-
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do clien- te com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades.
te; Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e,
* usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais; portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.
* reclamar na frente do cliente;
* lamentar; B ) a hora
* colocar problemas salariais; A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente,
* “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente. pois somente nele podemos atuar.
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o fu-
LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OUTROS E turo não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como
NÃO SE SERVIR DOS OUTROS. fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora
são os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisamos
Usar chavões fazer isto da melhor forma.
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de
fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos C ) a tarefa
aqui, os mais comuns: Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante
diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais impor-
tante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, atendendo
as suas necessidades.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver- E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na
dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcioná- capacidade de interpretar os canais não verbais de comunicação
rios de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham do outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais...
poder de decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao
aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma
da Verdade. atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é impos-
sível ser empático.
Teleimagem Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do egoís-
empresa e dele mesmo. mo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino mundo.
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humanida-
mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e , con- de, impedindo-a de ser feliz.
sequentemente, sobre a empresa ( que é representada por este Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian-
atendente).
do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente enca-
achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar
minhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa é
para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que
comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é negativa,
vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no aten- podemos ajudar.
dimento telefônico, o único meio de interação com o cliente, é atra- Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos
vés da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos
usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do cliente. e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis-
Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos...
atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM. Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabemos
repartir, não sabemos doar.
São eles: Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só
01. O tom de voz: é através dele que transmitimos interesse e lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os
atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passamos nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har-
ao cliente, a ideia de desatenção e desinteresse. monização com o outro e passam por cima de tudo.
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM
atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir- O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO
-se assistido, valorizado, respeitado, importante. LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECES-
SIDADES.
02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o atenden-
te passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica expressamente Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois
PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzinho, chuchu, as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos
mulherzinha, queridinha, colega... lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Só
se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“. Isto é
03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a impressão de empatia.
educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de transferir a li-
gação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; passar a ligação PERCEPÇÃO
para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que não ouviu PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender e cap-
o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a tar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no processo
atenção com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes de atendimento ao público. Para percebermos melhor, precisamos
sem atender; dar risadas no telefone. passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, mais
próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso
Aspectos psicológicos do atendente mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas an-
Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento. tipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar
Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento. as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o que o
Vamos a eles. cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em
uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos,
Empatia usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada na
O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que sig- cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que imedia-
nifica entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade de tamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois não era permi-
nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre entender tido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, retirou de
as suas necessidades, os seus anseios, os seus sentimentos. Dessa um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu
forma, é uma aptidão pessoal fundamental na relação atendente - quero comprar aquele carro ali”.
cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o
dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro a que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações.
partir de nossas referências e valores.
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é muito
A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar-
mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é harmôni-
mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais
co e com ele percebemos a essência dos fatos e situações.
isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a
outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen-
PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na qual
tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros.
vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interessa. Esta

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que convém. Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa condição * atender pessoalmente e interromper com o telefone
física-psíquica emocional. Como é isso? Vamos entender: * atender o telefone e interromper com o contato direto
a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a * sair para tomar café ou lanchar
sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso * conversar com o colega do lado sobre o final de semana, fé-
percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar; rias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente.
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um cheiro
agradável de comida; Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exibi-
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte mais cionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O cliente
amena da repreensão e reprimir a mais severa. deve ser poupado dele.

Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo Os desafios do profissional de atendimento
de defesa. Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Algumas si-
tuações exigem um alto grau de maturidade do atendente e é nes-
O ESTADO INTERIOR tes momentos que este profissional tem a grande oportunidade de
O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a condi- mostrar o seu real valor. Aqui estão duas destas situações.
ção interna, o estado de espírito diante das situações.
A atitude de quem atende o público está diretamente relacio- Encantando o cliente
nada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um Fazer apenas o que está definido pela empresa como sendo o
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as suas seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as necessidades do
atitudes serão mais positivas frente ao cliente. cliente, mas talvez não ultrapasse o normal.
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que faz a
sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as ati- grande diferença no atendimento.
tudes frente ao cliente.
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne- Atuação extra
gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente que se
advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão: caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não estabelecidas
* Atitudes preconceituosas; nos procedimentos de trabalho. É produzir um serviço acima da ex-
* Atitudes de exclusão e repulsa; pectativa do cliente.
* Atitudes de fechamento;
* Atitudes de rejeição. Autonomia
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encantamento
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade, do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da empresa. Mas,
para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os nem sempre a realidade é esta. Colocamos aqui porque o consumi-
clientes e as situações. dor brasileiro ainda se encanta ao encontrar numa loja, um balco-
nista que pode resolver as suas queixas sem se dirigir ao gerente.
O ENVOLVIMENTO A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao processo de
A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e tomada de decisão. Onde existir uma situação na qual o funcionário
voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o precise decidir, deve haver autonomia.
verdadeiro sentido de atender. No atendimento ao público, é fundamental haver autonomia
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado, do pessoal de linha de frente e é uma das condições básicas para o
que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um ser- sucesso deste tipo de trabalho.
viço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende de Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo de po-
fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o aten- der para atuar de acordo com a situação e esse poder deve ser con-
dente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com quistado. O poder aos funcionários serve para agilizar o negócio.
clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o Às vezes, a falta de autonomia se relaciona com fraca liderança do
trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta deliderança, o chefe.
nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma intera-
ção fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não permite Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, desbu-
captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz em insatis- rocratização, respeito, compromisso, organização.
fação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por parte Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro , não
do atendente. Quando este divide a atenção no atendimento entre precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes: “Esse as-
o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente sente-se desres- sunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure outro setor...”
peitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra que a
é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre. empresa está totalmente voltada para o cliente, pois todo o sistema
Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade funciona para atendê-lo integralmente, e essa postura é vital, visto
de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tem- que a imagem transmitida pelo atendente é a imagem que será ge-
po, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento. rada no cliente em relação à organização, dessa forma, ao atender,
Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade- o atendente precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa
quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di- uma marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas atitudes
vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quando devem estar em conformidade com a proposta de visão que essa
normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste caso, o organização possui, focando sempre em um atendimento efetiva-
ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando proble- mente eficaz e de qualidade.
mas desta espécie.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Quando se fala em comunicação interna organizacional, auto- parecida à original. Assim, determinadas letras, ou combinações de
maticamente relaciona ao profissional de Relações Públicas, pois letras, podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,
ele é o responsável pelo relacionamento da empresa com os seus simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise memorizar
diversos públicos (internos, externos e misto). as exceções e então usá-las regularmente ao conversar. Em chinês,
As organizações têm passado por diversas mudanças buscan- a pronúncia correta exige a memorização de milhares de caracteres.
do a modernização e a sobrevivência no mundo dos negócios. Os Em alguns idiomas, o significado de uma palavra muda de acordo
maiores objetivos dessas transformações são: tornar a empresa com a entonação. Se a pessoa não der a devida atenção a esse as-
competitiva, flexível, capaz de responder as exigências do mercado, pecto do idioma, poderá transmitir ideias erradas.
reduzindo custos operacionais e apresentando produtos competiti- Se as palavras de um idioma forem compostas de sílabas, é im-
vos e de qualidade. portante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas que usam esse
A reestruturação das organizações gerou um público interno tipo de estrutura têm regras bem definidas sobre a posição da sí-
de novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais conscientes, laba tônica (aquela que soa mais forte). As palavras que fogem a
responsáveis, inseridos e atentos às cobranças das empresas em essas regras geralmente recebem um acento gráfico, o que torna
todos os setores. relativamente fácil pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se
Diante desse novo modelo organizacional, é que se propõe houver muitas exceções às regras, o problema fica mais complica-
como atribuição do profissional de Relações Públicas ser o inter- do. Nesse caso, exige bastante memorização para se pronunciar
mediador, o administrador dos relacionamentos institucionais e de corretamente as palavras.
negócios da empresa com os seus públicos. Sendo assim, fica claro Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante atenção
que esse profissional tem seu campo de ação na política de relacio- aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo de determina-
namento da organização. das letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç.
A comunicação interna, portanto, deve ser entendida como Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas armadilhas.
um feixe de propostas bem encadeadas, abrangentes, coisa signi- A precisão exagerada pode dar a impressão de afetação e até de
ficativamente maior que um simples programa de comunicação esnobismo. O mesmo acontece com as pronúncias em desuso. Tais
impressa. Para que se desenvolva em toda sua plenitude, as empre- coisas apenas chamam atenção para o orador. Por outro lado, é
sas estão a exigir profissionais de comunicação sistêmicos, abertos, bom evitar o outro extremo e relaxar tanto no uso da linguagem
treinados, com visões integradas e em permanente estado de alerta quanto na pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já fo-
para as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente. ram discutidas no estudo “Articulação clara”.
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos Rela- Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir de um
ções Públicas: estratégica, política, institucional, mercadológica, país para outro — até mesmo de uma região para outra no mesmo
social, comunitária, cultural, etc.; atuando sempre para cumprir os país. Um estrangeiro talvez fale o idioma local com sotaque. Os di-
objetivos da organização e definir suas políticas gerais de relacio- cionários às vezes admitem mais de uma pronúncia para determi-
namento. nada palavra. Especialmente se a pessoa não teve muito acesso à
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações Públi- instrução escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene-
ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o idioma lo-
cas, destaca-se como principal objetivo liderar o processo de comu-
cal e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová queremos
nicação total da empresa, tanto no nível do entendimento, como no
falar de uma maneira que dignifique a mensagem que pregamos e
nível de persuasão nos negócios.
que seja prontamente entendida pelas pessoas da localidade.
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se está bem
Pronúncia correta das palavras
familiarizado. Normalmente, a pronúncia não constitui problema
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve:
numa conversa, mas ao ler em voz alta você poderá se deparar com
- Usar os sons corretos para vocalizar as palavras;
palavras que não usa no cotidiano.
- Enfatizar a sílaba certa;
- Dar a devida atenção aos sinais diacríticos Maneiras de aprimorar
Muitas pessoas que têm problemas de pronúncia não se dão
Por que é importante? conta disso.
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem que prega- Em primeiro lugar, quando for designado a ler em público, con-
mos. Permite que os ouvintes se concentrem no teor da mensagem sulte num dicionário as palavras que não conhece. Se não tiver prá-
sem ser distraídos por erros de pronúncia. tica em usar o dicionário, procure em suas páginas iniciais, ou finais,
a explicação sobre as abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos
Fatores a considerar usados ou, se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los.
Não há um conjunto de regras de pronúncia que se aplique a Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, de-
todos os idiomas. Muitos idiomas utilizam um alfabeto. Além do pendendo do contexto. Alguns dicionários indicam a pronúncia de
alfabeto latino, há também os alfabetos árabe, cirílico, grego e he- letras que têm sons variáveis bem como a sílaba tônica. Antes de
braico. No idioma chinês, a escrita não é feita por meio de um al- fechar o dicionário, repita a palavra várias vezes em voz alta.
fabeto, mas por meio de caracteres que podem ser compostos de Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler para al-
vários elementos. guém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe que corrija seus
Esses caracteres geralmente representam uma palavra ou par- erros.
te de uma palavra. Embora os idiomas japonês e coreano usem ca- Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar atenção
racteres chineses, estes podem ser pronunciados de maneiras bem aos bons oradores.
diferentes e nem sempre ter o mesmo significado.
Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige que se Pronúncia de números telefonicos
use o som correto para cada letra ou combinação de letras. Quando O número de telefone deve ser pronunciado algarismo por al-
o idioma segue regras coerentes, como é o caso do espanhol, do garismo.
grego e do zulu, a tarefa não é tão difícil. Contudo, as palavras es- Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo.
trangeiras incorporadas ao idioma às vezes mantêm uma pronúncia

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres em tres • assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que
algarismos, com exceção de uma sequencia de quatro numeros jun- atende ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja,
tos, onde damos uma pausa a cada dois algarismos. comprometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o número rápida. Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediata-
“11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado como “onze”. mente saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”.Se
Veja abaixo os exemplos não for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o atendente
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, zero – deverá apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer
zero, tres o número do telefone direto de alguém capaz de resolver o proble-
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres, tres – ma rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa responsável
quatro, tres procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de que alguém
031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze – nove, confirmará a recepção do pedido ou chamada;
oito • Não negar informações: nenhuma informação deve ser
negada, mas há que se identificar o interlocutor antes de a fornecer,
Exceções para confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é adequa-
110 -cento e dez da a seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois entraremos
111 – cento e onze em contato com o senhor
211 – duzentos e onze • Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tem-
118 – cento e dezoito po, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar
511 – quinhentos e onze que o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando fee-
0001 – mil ao contrario dback, mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;
• Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra
Atendimento telefônico que o atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada;
Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor • Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catas-
se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utili- trófica: as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as
zação de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, boas;
que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível • Manter o cliente informado: como, nessa forma de comu-
para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens se- nicação, não se estabele o contato visual, é necessário que o aten-
jam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos pos- dente, se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante
sam receber bom atendimento ao telefone. alguns segundos, peça licença para interromper o diálogo e, depois,
Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para peça desculpa pela demora. Essa atitude é importante porque pou-
o atendimento telefônico: cos segundos podem parecer uma eternidade para quem está do
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. outro lado da linha;
É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a • Ter as informações à mão: um atendente deve conservar
ligação em seguida; a informação importante perto de si e ter sempre à mão as infor-
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de mações mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a
se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços; rapidez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o • Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga:
atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas; quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição
“boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são vai retornar a chamada.
atitudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome • Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitudes
no atendimento telefônico:
do cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é im-
• Receptividade - demonstrar paciência e disposição para
portante para a empresa ou instituição. O atendente deve também
servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos
esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que
usuários como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da
ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
mesma forma é necessário evitar que interlocutor espere por res-
mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.
postas;
• Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, di-
No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal
zer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, ano-
para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que tar a mensagem do interlocutor);
o atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas demandas • Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pro-
de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua nunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões
portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores importan- como “meu bem”, “meu querido, entre outras);
tes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fundamental • Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evi-
que o atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro- tar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desvian-
misso e credibilidade. do-se do tema da conversa, bem como evitar comer ou beber en-
Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir, pro- quanto se fala);
cedimentos para a excelência no atendimento telefônico: • Comportamento ético na conversação – o que envolve
• Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gos- também evitar promessas que não poderão ser cumpridas.
ta de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atendente
da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por Atendimento e tratamento
outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de
o interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o interlo- uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo
cutor se sinta importante; com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma,
uma relação entre o atendente, a organização e o cliente.

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada 2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamente
por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a: prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo que
• competência – recursos humanos capacitados e recursos tec- atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de aparelhos
nológicos adequados; eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário manter a linha
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele- “limpa” para que a comunicação seja eficiente, evitando desvios.
cidos previamente; 3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que seja
• credibilidade – honestidade no serviço proposto; minimamente compreensível, evitando desconforto para o cliente
• segurança – sigilo das informações pessoais; que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o atendente
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de fale mais alto.
contato; 4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você não co-
• comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser- meta o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procure encontrar
viços. o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma que o cliente
entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser transmitida com
Fatores críticos de sucesso ao telefone: clareza e objetividade.
 A voz / respiração / ritmo do discurso 5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coesão
 A escolha das palavras para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis erros
 A educação de interpretação por parte do cliente.
6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um cliente sem
Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro lado educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o aten-
da linha não pode ver as suas expressões faciais e gestos, mas você tamente, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo, pois
transmite através da voz o sentimento que está alimentando ao assim, você estará mantendo sua imagem intacta, haja vista, que
conversar com ela. As emoções positivas ou negativas, podem ser esses “dinossauros” não precisam ser atacados, pois, eles se matam
reveladas, tais como: sozinhos.
• Interesse ou desinteresse, 7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para
• Confiança ou desconfiança, que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima
• Alerta ou cansaço, confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com criati-
• Calma ou agressividade, vidade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes.
• Alegria ou tristeza, 8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o cliente
• Descontração ou embaraço, para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, pois, o
• Entusiasmo ou desânimo. cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone.
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é atender
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras por o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um ato que de-
minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por minuto monstra afabilidade e empenho em tentar entregar para o cliente
aproximadamente, tornando o discurso mais claro. a máxima eficiência.
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem e 10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o nome
pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a julgar da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda, das tra-
que não existe entusiasmo da sua parte. dicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso, quando
for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agradecendo e
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao reafirmando o que foi acordado.
cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpa- 11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que não
tia. Está relacionada a: está presente na sua empresa no momento da ligação, jamais peça
• Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando a ele para ligar mais tarde, pois, essa é uma função do atendente,
prontamente a solicitação do usuário; ou seja, a de retornar a ligação quando essa pessoa estiver de volta
• Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cor- à organização.
dialidade; 12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organização é um
• Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-previstas. dos princípios para um bom atendimento telefônico, haja vista, que
é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos principais que
foram abordados.
A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista,
13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não tem
que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com-
responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demonstra
preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúmeras
desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da
variáveis que transformam a comunicação humana em um desafio
empresa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar
constante para todos nós.
uma ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esqueci-
E essa complexidade aumenta quando não há uma comunica-
mentos.
ção visual, como na comunicação por telefone, onde a voz é o único
14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender o te-
instrumento capaz de transmitir a mensagem de um emissor para um
lefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de quem
receptor. Sendo assim, inúmeras empresas cometem erros primários
realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com os proble-
no atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil consecução.
mas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de voz desinteres-
Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico, de
sado, melancólico e enfadado contribuem para a desmotivação do
modo a atingirmos a excelência, confira:
cliente, sendo assim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa
1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem for-
para que a outra parte se sinta acolhida.
mal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito e se-
15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atentamente,
riedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois assim fa-
sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positivamente para
zendo, você estará gerando uma imagem positiva de si mesmo por
a identificação dos problemas existentes e consequentemente para
conta do profissionalismo demonstrado.
as possíveis soluções que os mesmos exigem.

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou ligar para transferida várias vezes não favorece a imagem da empresa. Nesse
alguma empresa e teve que esperar um longo período de tempo caso, anote a situação e diga que irá retornar com as informações
para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo extremamente solicitadas.
inconveniente e constrangedor. Por esse motivo, busque não delon- - Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a transferência,
gar as conversas e evite conversas pessoais, objetivando manter, na diga à pessoaque chamou: “O ramal está ocupado. Posso anotar
medida do possível, sua linha sempre disponível para que o cliente o recado e retornar a ligação.” É importante que você não deixe
não tenha que esperar muito tempo para ser atendido. uma linha ocupadacom uma pessoa que estáapenas esperando a
Buscar a excelência constantemente na comunicação huma- liberação de um ramal. Isso pode congestionar as linhas do equipa-
na é um ato fundamental para todos nós, haja vista, que estamos mento, gerando perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em
nos comunicando o tempo todo com outras pessoas. Infelizmente falar com o ramal ocupado, você deve interromper a outra ligaçãoe
algumas pessoas não levam esse importante ato a sério, compro- dizer: “Desculpe-me interrompersua ligação, mas há uma chamada
metendo assim, a capacidade humana de transmitir uma simples urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este ramal. O (a) senhor (a) pode
mensagem para outra pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos atender?” Se a pessoa puder atender , complete a ligação, se não,
para não repetirmos esses erros e consequentemente aumentar- diga que a outra ligação ainda está em andamento e reafirme sua
mos nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante. possibilidade em auxiliar.

Resoluções de situações conflitantes ou problemas quanto ao Lembre-se:


atendimento de ligações ou transferências Você deve ser natural, mas não deve esquecer de certas for-
O agente de comunicação é o cartão de visita da empresa.. Por malidades como, por exemplo, dizer sempre “por favor” , “Queira
isso é muito importante prestar atenção a todos os detalhes do seu desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a comunicação e induz
trabalho. Geralmente você é a primeira pessoa a manter contato a outra pessoa a ter com você o mesmo tipo de tratamento.
com o público. Sua maneira de falar e agir vai contribuir muito para A conversa: existemexpressões que nunca devem ser usadas,
a imagem que irão formar sobre sua empresa. Não esqueça: a pri- tais como girias, meias palavras, e palavras com conotação de inti-
meira impressão é a que fica. midade. A conversa deve ser sempre mantida em nível profissional.
Alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina do
seu trabalho: Equipamento básico
- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural possí- Além da sala, existem outras coisas necessárias para assegurar
vel. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo. o bom andamento do seu trabalho:
- Calma:Ás vezes pode não ser fácil mas é muito importante que - Listas telefônicas atualizadas.
você mantenha a calma e a paciência . A pessoa que esta chamando - Relação dos ramais por nomes de funcionários (em ordem al-
merece ser atendida com toda a delicadeza. Não deveser apressada fabética).
ou interrompida. Mesmo que ela seja um pouco grosseira, você não - Relação dos númerosde telefones mais chamados.
deve responder no mesmo tom. Pelo contrário, procure acalmá-la. - Tabela de tarifas telefônicas.
- Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece atenção - Lápis e caneta
especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser sempre simpá- - Bloco para anotações
tica e demonstrar interesse em ajudar. - Livro de registro de defeitos.
- Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de detalhe-
simportantes sobre o assunto que será tratado. Esses detalhes são O que você precisa saber:
confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Você O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu mate-
deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra de sigilo nas rial de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso você deve
ligações telefônicas é consideradauma falta grave, sujeita às pena- saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipamento que você
lidades legais. usa é chamado de CPCT - Central Privada de Comunicação Telefôni-
ca, que permite você fazer ligações internas (de ramal para ramal) e
O que dizer e como dizer externas. Atualmente existem dois tipos: PABX e KS.
Aqui seguem algumas sugestões de como atender as chama- - PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sistema,
das externas: todas as ligaçõesinternas e a maioria das ligações para fora da em-
- Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome da presa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as ligações que en-
sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite. tram, passam pela telefonista.
- Essa chamada externa vai solicitar um ramalou pessoa. Você - KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entrada, de
deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que enten- saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista
deucorretamente. Em seguida diga: “ Um momento, por favor,” e
transfira a ligação. Informações básicas adicionais
- Ramal: são os terminais de onde saem e entram as ligações
Ao transferir as ligações, forneça as informações que já possui; telefônicas. Eles se dividem em:
faça uso do seu vocabulário profissional; fale somente o necessário * Ramais privilegiados: são os ramais de onde se podem fazer
e evite assuntos pessoais. ligações para fora sem passar pela telefonista
Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar ao seu * Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessário o auxi-
interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir a ligação, man- lio da telefonista para ligar para fora.
tenha-o ciente dos passos desse atendimento. * Ramais restritos: só fazem ligações internas.
Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar dela. -Linha - Tronco: linha telefônica que ligaa CPCT à central Tele-
Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-se à disposi- fônica Pública.
ção dele, e se acontecer de não ser possível, transfira-o para quem - Número-Chave ou Piloto: Número que acessa automatica-
realmente possa atendê-lo e resolver sua solicitação. Transferir o mente as linhas que estãoem busca automática, devendo ser o úni-
cliente de um setor para outro, quando essa ligação já tiver sido co número divulgado ao público.

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligaçõesentre ramais e 5ª – Discussão com o Cliente
linhas-tronco. Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você sem-
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a realiza- pre perde!
ção de ligações interurbanas. Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou “dis-
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano fran- cutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta -, de forma
queado, cuja cobrança das ligaçõesé feita no telefone chamado. que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional do Clien-
- DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas externas vão te, quando esta for negativa. Exemplos:
diretopara o ramal desejado, sem passar pela telefonista . Isto só é
possível em algumas CPCTs do tipo PABX. O Cliente está... Reaja de forma oposta
- Pulso : Critério de medição de uma chamada por tempo, dis-
tância e horário. Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
- Consultores: empregados da Telems que dãoorientaçãoàs Irritado Mantenha a calma.
empresas quanto ao melhor funcionamento dos sistemas de tele-
comunicações. Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço e dar Diga-lhe que é possível resol-
assistência às CPCTs. Ameaçando ver o problema sem a neces-
- Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas nos horá- sidade de uma ação extrema.
rios fora do expediente para determinados ramais. Só é possível em
Diga-lhe que o compreende,
CPCTs do tipo PBX e PABX.
que gostaria que ele lhe des-
Ofendendo
se uma oportunidade para
Em casos onde você se depara com uma situação que repre-
ajudá-lo.
sente conflito ou problema, é necessário adequar a sua reação à
cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
6ª – Equilíbrio Emocional
1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer? Em uma época em que manter um excelente relacionamento
 Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a raiva. com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto coeficien-
 Acima de tudo, mantenha-se calmo. te de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os
 Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em um profissionais, particularmente os que trabalham diretamente no
estado de nervosismo. atendimento a Clientes.
 Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está muito
nervoso (a), tente acalmar-se”. Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que:
 Use frases adequadas ao momento. Frases que ajudam  For paciente e compreensivo com o Cliente.
acalmar o Cliente, deixando claro que você está ali para ajudá-lo  Tiver uma crescente capacidade de separar as questões
pessoais dos problemas da empresa.
2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer?  Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas,
 O tratamento deverá ser sempre positivo, independente- sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie de “para-
mente das circunstâncias. -raios”.
 Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a enten-  Não fizer pré julgamentos dos clientes.
der que você não é o alvo.  Entender que cada cliente é diferente do outro.
 Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando para  Entender que para você o problema apresentado pelo
não parecer ironia. Quando você toma a iniciativa e age positiva- cliente é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o proble-
mente, coloca uma pressão psicológica no Cliente, para que ele rea- ma é único, é o problema dele.
ja de modo positivo.  Entender que seu trabalho é este: atender o melhor pos-
sível.
3ª – Diante de erros ou problemas causados pela empresa  Entender que você e a empresa dependem do cliente, não
 ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido possível. ele de vocês.
 Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que estiver ao  Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o
seu alcance para que o problema seja resolvido. futuro da relação do cliente com a empresa.
 CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai cor-
rigir. Ligações: Urbanas, Interurbanas - classes de chamadas e ta-
 Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema. rifas.
 EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
 Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFIQUE, mas Código da operadora ou prestadora:
com muita prudência. O Cliente não se interessa por “justificativas”. “Código da Operadora”, como é mais conhecido o Código de
Este é um problema da empresa. Seleção de Prestadora (CSP), são dois dígitos que indicam por qual
operadora serão realizadas as chamadas não-locais: interurbanas,
4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer? interestaduais ou internacionais. As chamadas locais não precisam
 Concentre-se para entender o que realmente o Cliente indicar o código da operadora, somente as chamadas interurbanas,
quer ou, exatamente, o que ele não está entendendo e o porquê. interestaduais e internacionais.
 Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até Dezenas de operadoras oferecem este serviço, e as determi-
que o Cliente entenda. nações de tarifas são determinadas de cada uma. O ideal é utilizar
 Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o gerente, a operadora indicada pelo seu plano na contratação, pois é a que
o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do possível, que o oferece as tarifas mais baratas.
Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
DDD – Discagem Direta à Distância Exemplo:
O DDD é um sistema que permite a discagem interurbana atra- Ligações à cobrar de longa distância: 9 + 0 + código da operado-
vés da inserção de prefixos regionais. É válido dentro do Brasil. O ra + código de área + nº do telefone.
Brasil possui atualmente 66 códigos DDD. No Rio Grande do Sul, Ligações locais: 9090 + número do telefone.6
são quatro: 51, 53, 54 e 55, e cada um deles engloba um número
determinado de municípios. É assim em todo o Brasil. Podem ser DDD
aplicadas taxas diferenciadas, na telefonia fixa e móvel, para liga- A discagem direta a distância (DDD) é o sistema adotado para
ções entre diferentes DDD’s. É importante observar isso na hora da discagem interurbana automática através da inserção de prefixos
sua contratação, avaliando a sua necessidade de ligações longa-dis- regionais e posteriormente de operadoras de longa distância e que
tância nacionais. se tornou possível graças à automação dos sistemas de telefonia.
No Brasil começou a ser implantada em 1969, mas começou a ser
DDI – Discagem Direta Internacional implantada em grande escala nas centrais telefônicas brasileiras a
DDI significa Discagem Direta Internacional. É um sistema de partir da década de 70. No início dos anos 90 o sistema estava pra-
ligação telefônica automática entre chamadas internacionais. Cada ticamente instalado em todas as cidades brasileiras.
país possui um código que deve ser acrescentado à discagem para Atualmente existem dezenas de operadoras que oferecem o
que a ligação seja completada.O código do Brasil é 55. serviço no Brasil e no mundo:
Se você for passar o seu telefone para alguém de fora do país,
deverá incluir o DDI (55) e o DDD (da sua região). Operadoras no Brasil
Fique atento aos planos de sua operadora e da prestadora para -Algar Telecom – 12
ligações de longa distância (DDD o DDI), visando aproveitar os me- - Oi (Nos seguintes estados: AC, DF, GO, MT, MS, PR, RO, RS, SC
lhores preços. e TO) – 14
Exemplo: - Vivo – 15
A ordem é: 00 + código da operadora + código do país + código - Aerotech – 17
da cidade + n° do telefone. - Embratel (Claro) – 21
Uma ligação para Dallas (Código de área: 214), Texas – Estados - Oi (Nos seguintes estados: AL, AM, AP, BA, CE, ES, MA, MG, PA,
Unidos (Código do país: 1). PB, PE, PI, RN, RJ, RR e SE) – 31
Então ficaria assim: 00+21+1+214+5408730. - Convergia – 32
Caso se tenha um parente, amigo ou alguém que se mantenha - TIM – 41
um contato constante, as operadoras vão disponibilizando pacotes - Sercomtel – 43
promocionais que diminuem os custos. - Nextel - 99

Fazendo ligações interurbanas DDI


Aprendendo a fazer as ligações internacionais, as ligações na-
cionais são bem mais fáceis. A Discagem Direta à Distância – DDD, Critérios:
é a ligação entre os Estados do Brasil, de qualquer cidade de um Para se efetuar ligações internacionais, você deve entender pri-
estado para qualquer outra cidade em outro estado. meiramente o funcionamento do sistema. O número é composto
Exemplo: de:
A ordem é: 0 + código da operadora + código de área + nº do - prefixo internacional DDI (00 sempre)
telefone. - + prefixo da prestadora, se houver (21 - Embratel; 41 - TIM;
Numa ligação de qualquer cidade de Pernambuco para Fortale- 51 Telefonica)
za no Ceará (código de área 85). - + código do país (veja lista abaixo dos principais países)
Então ficaria assim: 0 + 21 + 85 + 32241520. - + código da cidade
- + número do telefone desejado
Fazendo ligações locais
Os Estados possuem mais de um código de área e devido a isso Exemplo:
é necessário que a ligação seja feita como interurbana, pois houve Se você deseja ligar para o telefone 1234.5678, em Nova Ior-
uma mudança do código de área. Já as ligações locais são as mais que, você deverá discar:
comuns e ele ocorre quando você liga para um telefone que está na Prefixo internacional (00) + operadora (21, se for Embratel) + 1
sua cidade. (código do país, no caso Estados Unidos) + 212 (código da cidade,
no caso Nova Iorque) + 1234.5678 (telefone desejado). O núme-
Exemplo de ligação local: ro, completo, ficou assim: 0021121212345678. Alguns países não
Número do telefone – somente isso: 9999-2888. têm códigos específicos para as cidades. Nesse caso utilize apenas
Quando é dentro do mesmo Estado mas mudam os códigos de o 00+Operadora+Código do País+Telefone (suprima o código da ci-
área entre as cidades se faz assim: 0 + código da operadora + código dade).
de área + número do telefone. Existem alguns países que possuem telefones alfanuméricos
0 + 21 + 14 + 33715505 (composto de letras e números). Assim, apresentamos abaixo a ta-
São Paulo é um grande exemplo, pois pelo tamanho e popula- bela para conversão:
ção do estado, possui vários DDD´s, entre eles: 11, 13, 14, 15, entre Canadá e Estados Unidos ==> ABC (2); DEF (3); GHI (4); JKL (5);
outros. MNO (6); PRS (7); TUV (8) e WXY (9).
Exemplo: O telefone AFJ-1234, onde o A (2), o F (3) e o J (5),
Fazendo ligações a cobrar você deve discar 235-1234, precedido dos critérios quanto ao códi-
Para fazer ligações a cobrar, apenas se coloca o número 9 (nove) go internacional, da prestdora, do país e da área.
na frente de todos os dígitos, no caso de ligações a longa distância. E
6 Fonte: www.coladaweb.com/www.todamateria.com.br/www.prestus.com.br/
nas locais coloca-se 9090 na frente dos números do telefone.
www.blog.triway.net.br/www.luis.blog.br

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
França e Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e Lista telefônica eletrônica
País de Gales) ==> ABC (2); DEF (3); GHI (4); JKL (5); MN (6); PRS (7); Listas telefônicas eletrônicas são disponibilizadas para sua ins-
TUV (8); WXY (9) e O, Q (0). talação e utilização em mais variadas e diversas plataformas como
Exemplo: O telefone ANQ-1234, você deve discar 260-1234.7 computadores, tablets ou celulares, necessitando-se ou não de
uma fonte de Internet para realizar uma procura. As buscar são fei-
Lista telefônica tas através de uma pesquisa que faz a filtragem em um banco de
Lista telefônica ou lista telefónica é uma publicação destinada dados contendo informações e principalmente o contato do núme-
à divulgação de informações sobre assinantes do serviço de telefo- ro de telefone fornecido para uma determinada empresa, indústria,
nia. Há basicamente quatro seções nas listas telefônicas: seção de profissional liberal, repartição pública e residências.
assinantes; seção de classificados; seção de endereços e seção de Nas mais atuais são usados aplicativos para Android, IOS e Win-
compras e serviços. dowsPhone, como o da LTB Lista Telefônica Brasil, Lista Mais, Guia
A primeira lista telefônica do mundo foi publicada em 21 de Fácil, Telelistas ou Verfone, o qual possui cadastros telefônicos da
fevereiro de 1878 em New Haven, estado de Connecticut, nos Esta- maior parte do país.
dos Unidos. Ela possuía apenas 50 nomes de empresas e casas de Um exemplo comum é o CD-ROM de instalação para o compu-
negócios que tinham um telefone. tador da Lista Telefônica VerFone.
A história das listas telefônicas no Brasil faz parte, naturalmen-
te da história da telefonia no país. No dia 13 de outubro de 1880, Listas telefônicas brasileiras
constituiu-se nos Estados Unidos a Telephone Company of Brazil, O Brasil possui inúmeras empresas publicadoras de listas te-
instalada em janeiro de 1881 à Rua da Quitanda, com a finalida- lefônicas, sendo algumas: Guiatel, LTB Lista Telefônica Brasil, Lista
de de estabelecer um serviço telefônico completo no Brasil. Nesta Mais, Superlista, VerFone, Guia Fácil, Telelistas, MinhaBoituva, Lista
mesma ocasião, a companhia publicou aquela que seria a primeira telefônica, EPIL, Guia Mais, Ache Certo, Lista BR, Lista Metropolita-
lista telefônica, cujo original está na Biblioteca Nacional e que o Mu- na e Listel, Lista Total, TeleNumeros, Onde Comprar, entre outras.
seu das Telecomunicações tem microfilmada.
Em 1883, ano que ficou pronta a primeira linha interurbana li- Secretária eletrônica
gando o Rio de Janeiro a Petrópolis, o Rio já tinha 5.000 assinantes Uma secretária eletrônica ou atendedor de chamadas (ou ainda
distribuídos em cinco estações. Com tal número de assinantes, uma atendedor automático) é um dispositivo para responder automati-
lista telefônica bem feita passava a ser essencial para o bom funcio-
camente chamadas telefônicas e gravar mensagens deixadas por
namento do serviço telefônico, facilitando ao usuário encontrar o
pessoas que ligam para um determinado número, quando a pessoa
número de telefone de outros usuários.
chamada não pode atender o telefone. Diferentemente do correio
Naturalmente, com tal estabilidade, maior atenção foi dada
pela operadora ao aperfeiçoamento das listas para facilitar o tráfe- de voz, o qual é um sistema centralizado ou intercomunicante que
go eletrônico. O enriquecimento do conteúdo das mesmas, com a realiza uma função similar, uma secretária eletrônica é instalada na
inclusão de anúncios, além de facilitar a consulta, fornece informa- propriedade do cliente, ao lado ou incorporada ao telefone dele.
ções sobre os estabelecimentos, os produtos e os serviços ofereci- Enquanto as primeiras secretárias eletrônicas usavam tecno-
dos, proporcionando uma dimensão adicional à utilidade da lista. logia de fita magnética, equipamentos mais modernos usam me-
No Brasil é função da ABL - Associação Brasileira de Listas Tele- mórias solid state. Fitas magnéticas ainda são utilizadas em muitos
fônicas representar a categoria econômica das editoras de listas te- dispositivos de baixo custo. Nos dias de hoje, todavia, secretárias
lefônicas perante os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, em eletrônicas que usam fitas não podem ser mais encontradas com
todo território nacional, sem fins lucrativos. Segundo as normas da facilidade nas lojas.
ABL, para ser considerada editora de listas telefônicas a pessoa jurí- A maioria das secretárias eletrônicas modernas possuem um
dica deve executar, por si ou por terceiros, a produção, editoração, sistema para saudação. O proprietário pode gravar sua própria
comercialização de inserções e anúncios para publicação nas listas mensagem que será reproduzida para quem ligar, ou utilizar-se da
telefônicas e ou guias informativos e distribuição dos exemplares. mensagem-padrão instalada de fábrica (normalmente bilíngüe,
sendo o inglês o segundo idioma) caso não queira gravar uma. Em
Versão online geral, secretárias eletrônicas podem ser programadas para atender
As Listas Telefônicas On-line são versões on-line das tradicionais uma ligação após certo número de toques. Isto é útil se o proprie-
listas impressas produzidas por editoras especializadas em todo o tário estiver aguardando uma determinada chamada e não desejar
mundo. As funcionalidades das listas on-line são semelhantes às atender a todos os que ligam.8
tradicionais, incluem listagens alfabéticas de empresas que podem
ser pesquisas por nome da empresa, tipo de atividade, produto ou
serviço. Diferentemente das listas impressas limitadas por espaço
físico, as versões on-line permitem através de um único meio (Inter- COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA
net) obter informações sobre centenas de milhares de empresas ao
redor do mundo, bem como obter informações adicionais sobre o Um bom atendimento vai muito além de ser bem-educado e
perfil das empresas e seus produtos e serviços. Uma das vantagens
entendendo isso, percebe-se que ser honesto e tratar bem os clien-
das versões on-line é que elas são atualizadas diariamente, permi-
tes não é um diferencial, é o requisito mínimo para um bom serviço
tindo maior precisão das listagens já que informações podem ser
de atendimento, portanto, atender o cliente com qualidade signifi-
alteradas a qualquer momento.
Por exemplo: Se um visitante on-line procura um restaurante ca superar as expectativas dele.
francês em uma determinada cidade, ele obtêm um mapa intera- Atender é servir, e é de grande importância que os colabora-
tivo da região. Se este restaurante pagou para a editora colocar in- dores do setor de atendimento comprem essa ideia. A equipe de
formações adicionais sobre seus serviços, o visitante pode também atendimento ao cliente deve ser uma unidade transformadora
saber outras informações, como se são aceitos cartões “American dentro da empresa, onde os problemas e dúvidas são convertidos
Express” ou se o restaurante serve “Bouillabaise”. em satisfação e fidelização. Deve estar claro para a equipe que seu

7Fonte: www.pt.wikipedia.org/www.portalbrasil.net 8Fonte: www.pt.wikipedia.org

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
objetivo é superar o constante desafio de resolver os problemas ça com o atendimento interno, deve-se oferecer um atendimento
dos clientes, e que o melhor está sempre no futuro, porque sempre profissional ao se passar uma informação ao outro setor da em-
existirá uma maneira ainda melhor de atender aos seus clientes. presa deve-se transmitir de forma completa, pois sabemos atender
O atendimento precisa ter simpatia e empatia, ou seja, o aten- bem nossos clientes internos teremos um serviço ágil, se o funcio-
dente deve ser afetado pelo que a outra pessoa está sentindo e nário for ao trabalho de bom humor e motivado, melhorando o cli-
colocar-se no lugar do outro para melhor atendê-lo, conhecê-lo e ma de trabalho no setor onde ele atua, poderá transmitir uma boa
servi-lo. imagem ao atender os consumidores.
Outro fator importante é que o atendente seja seguro, claro, Se não houver qualidade no atendimento interno, dificilmente
objetivo, transparente e principalmente não transmita incerteza. haverá qualidade para o cliente externo, pois uma empresa é cons-
Nem sempre falar mais significa passar mais informação, o aten- tituída de ciclos de serviços. O serviço que o cliente externo recebe
dimento é o reflexo de sua empresa, e caso não haja segurança na é o reflexo dos ciclos de serviços praticados internamente, se algum
mensagem passada, a imagem da sua equipe acaba sendo prejudi- ato do ciclo de serviços falharem o sistema todo também será afeta-
cada. do, e com isso, prejudicará a venda final. (COLUNISTA, 2013, p.s/n)
Um bom atendimento é pautado pelo tratamento profissional Todo profissional deve considerar o colega de trabalho como
empreendido ao cliente. No entanto, não pode-se confundir profis- um cliente. Lembre-se que, quem promove um profissional não é
sionalismo com “robotismo”. A linguagem empregada deve ser ade- somente o gerente ou a diretoria, mas os colegas de trabalho que
quada ao cliente, com um vocabulário simples e claro. Não utilize ficam satisfeitos com o atendimento recebido por ele. Os clientes
palavras difíceis ou termos técnicos para pessoas com menor grau internos são todos aqueles que fazem parte do nosso dia a dia den-
de conhecimento sobre o assunto em questão. tro do ambiente de trabalho como o diretor da empresa, o gerente,
a recepcionista dentre outros, ou seja, o cliente interno pode ser
Atendimento ao público interno e externo, pessoalmente ou aquele ao qual prestamos serviços com produtos e mão de obra
através do telefone dentro da própria instituição. Todos os clientes são importantes
Acompanhamos hoje, o crescimento do consumismo e da tec- dentro ou fora de uma corporação independentemente se ele é ex-
nologia e a exigência do consumidor por qualidade, tanto do produ- terno ou interno, por isso, cabe à empresa tratá-lo da melhor forma
to como do atendimento. Com a diversidade de marcas e a disputa possível e criar métodos de qualidade que faça com que o mesmo
acirrada por clientes as organizações investem em qualidade de esteja por dentro das atividades empresariais, seja na compra de
atendimento, na estrutura da empresa e em treinamento de fun- produtos ou prestações de serviços.
cionários, capacitando-os para que estes possam contribuir com a Por tanto oferecer um atendimento aos seus clientes internos
evolução da instituição no mercado de trabalho. pelo profissionalismo e cortesia, sempre comprometidos com a
Algumas empresas de grande e pequeno porte apostam no qualidade das tarefas é essencial. Ter paciência, trabalhar em equi-
atendimento como diferencial entre suas concorrentes. Usam ain- pe, e falar de forma clara, trará facilidade na conquista de clientes
da, os princípios do setor de recursos humanos (RH) para auxiliar externos, pois qualidade no serviço e atendimento interno são res-
na preparação e qualificação de seus funcionários dando a eles, a ponsabilidades de todos.
oportunidade de se capacitar e de crescer na organização. O RH
acredita que se houver preparação de seus colaborados, tanto in- Qualidade no atendimento externo
ternos como externos haverá um bom retorno. Segundo Battestin Atualmente, o mundo tem passado por diversas mudanças na
(2013), “investir em programas de capacitação resulta na melhor economia e na sociedade e no crescimento populacional. E aparte
entrega dos colaboradores e provê aos funcionários preparação de então veio mudando o mercado, tornando-o assim mais com-
profissional que supra as necessidades estratégicas da organização, petitivo.
fortalecendo a marca, sedimentando a Missão, alcançando a Visão.” Diante deste desenvolvimento, as empresas resolveram inves-
O atendimento interno é importante e se torna eficaz por sua tir em qualidade de atendimento aos clientes. Fazendo com que a
excelência em qualidade ao atender seus colaboradores, estes por qualidade dos produtos e serviços se torne capazes de satisfazer as
sua vez, se sentem parte da empresa, sentem-se peça fundamental necessidades dos clientes.
para o bom andamento dos exercícios da organização ao qual fa- A forma como se atende um cliente dirá se voltará ou não a
zem parte. São estes que vão fazer o marketing da empresa crescer empresa, sendo assim, os empreendedores buscam por funcioná-
ou não, mas para que isto aconteça é preciso ter um setor de RH rios que saibam lidar com as pessoas de maneira satisfatória e que
bem preparado e com ótimo atendimento aos funcionários, para mantenha foco continuo no cliente e torná-lo fiel a organização. As
saber conversar e deixar o colaborador à vontade para discutir suas empresas buscam qualidade no atendimento ao cliente externo,
opiniões e fazer seus questionamentos. Caso contrário, se não hou- oferecendo assim um bom atendimento, produtos de qualidade
ver uma relação boa entre o RH e colaborador haverá influência
que atraiam e chamem atenção para conquistar um público alvo.
na forma que ele irá atender o cliente externo, que provavelmente
Nos dias de hoje há muita competitividade de mercado, com isso
não será positivo, pois a sua motivação estará abalada por falta de
as empresas investem em profissionais capacitados para melhor se
qualidade de atendimento interno.
destacar no mercado, trazendo assim mais vantagens para a em-
Com o crescimento do consumismo e a existência de várias
presa.
marcas, o cliente externo procura não somente por qualidade do
Com a competitividade no mercado de trabalho as empresas
produto e bom preço, há uma grande procura por bom atendimen-
resolveram fazer um programa de treinamento para os funcioná-
to, pois é este atendimento que indicará se o cliente dará preferên-
cia ou não. Entretanto se sabe também que, além disso, o cliente rios, trazendo assim mais aprendizado e aperfeiçoamento, com isso
quer alguém que possa tirar suas dúvidas e auxiliar numa boa com- trazendo assim mais competitividade de mercado para as empresas
pra. e melhorias na qualidade de atendimento ao cliente tanto interno
como o externo.
Qualidade no atendimento interno - Atenção
Para uma empresa se destacar, nos dias atuais, a qualidade no - Ser tratado como individuo
atendimento é fundamental, é uma obrigação de qualquer empresa - Solução
oferecer serviços de qualidade. O atendimento de qualidade come- - Agilidade no atendimento

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
- Compromisso Exemplo prático:
- Precisão No nosso software de controle financeiro, recebíamos muitos
- Conhecer o produto ou serviço da empresa atendimentos sobre como controlar melhor o fluxo de caixa. Além
de ajudar a aprimorar o software, entender o cliente também nos
O cliente é a pessoa mais importante para os negócios da em- inspirou a escrever o post 5 passos para controlar o Fluxo de Caixa
presa, sendo assim a maneira que o profissional faz o atendimento da sua empresa.
é que vai cativar ou não, fazendo com que esse cliente se torne fiel
e ativo para empresa. 2. Sinta prazer em servir
Atender é servir. Por isso é importante que sua empresa con-
Atendimento através do telefone trate pessoas que sintam prazer em servir e que se sintam motiva-
O atendimento telefônico requer mais concentração do que das pelo desafio constante de resolver os problemas dos clientes.
uma conversa ao vivo, por isso: A equipe de atendimento ao cliente deve ser uma unidade trans-
- Seja cordial. Pergunte o nome da pessoa: “Quem quer falar, formadora dentro da empresa, onde os problemas e dúvidas são
por favor?”. Nunca diga: “Quem fala?”, “Quem é?”, “Quem gosta- transformados em satisfação e fidelização. Nenhum cliente compra
ria?”. um produto para ter problemas ou para passar horas a fio com o
- Procure ter à mão tudo o que você precisa, como caneta, pa- serviço de atendimento! Não existe algo mais frustrante que inves-
pel e relação de ramais. tir dinheiro em um produto ou serviço e, na verdade, ter comprado
- Anote todos os recados e encaminhe-os à pessoa que precisa um problema. Quando um cliente se sente servido, naturalmente
recebê-los. se sente motivado a falar bem da sua marca.
- Ao falar pelo telefone, esqueça seus problemas pessoais. Sua
voz deve soar calma e agradável. 3. Não rime seu atendimento com antipatia
- Peça para a pessoa repetir ou falar um pouco mais alto caso Seu atendimento precisa ter simpatia e empatia, mas nunca
necessário. antipatia. Conceituar os diferentes tipos de envolvimento que po-
- O telefone da instituição deve ser usado apenas para assuntos dem acontecer entre atendente e cliente pode ajudar sua equipe a
de cunho profissional e não pessoal. entender melhor que tipo de atendimento ela tem oferecido: Sim-
- Evite deixar a pessoa esperando na linha. patia: ser afetado pelo que a outra pessoa está sentindo. Empatia:
- Não atenda ao telefone olhando o computador, pois essa ati- se colocar no lugar do outro para melhor atendê-lo, conhecê-lo ou
tude prejudica o bom atendimento. servi-lo. Antipatia: ter aversão ao outro, ignorando-o ou repelindo-
- Se necessário, explique novamente, de outra maneira, até -o.
que a pessoa entenda a mensagem.
- Se outro ramal tocar na mesma sala e o responsável não esti- 4. Mantenha a comunicação S.C.O.T.
ver presente, atenda. Informe que a pessoa procurada não está em S.C.O.T. significa Segurança, Clareza, Objetividade e Transpa-
sua mesa no momento e pergunte quem está ligando e se deseja rência. No momento do atendimento é fundamental expor as in-
deixar um contato/recado. Anote e repasse ao colega. formações de forma clara e direta. Perceba se sua locução foi bem
- Ao receber recado de que alguém lhe procurou durante uma compreendida. É importante que a informação seja transmitida de
ausência, não deixe de retornar a ligação. forma que não confunda o cliente. Nem sempre falar mais significa
passar mais informação. O cliente não espera buscar ajuda com al-
Recebimento, orientação e encaminhamento das pessoas ao guém cheio de dúvidas e incertezas. Nem sempre temos a resposta,
setor específico mas enrolar ou inventar uma solução não é o caminho. Se precisar,
Um bom atendimento ao cliente vai muito além de ser bem-e- peça um tempo para retornar depois com a resposta. O atendimen-
ducado. Assim como ser honesto, tratar bem os clientes não é um to é o reflexo de sua empresa, e caso não haja segurança na men-
diferencial, mas sim uma obrigação de qualquer pessoa que quer sagem passada, a imagem da sua equipe acaba sendo prejudicada.
fazer de sua empresa um sucesso. E não se engane: a captação de
novos clientes tem tudo a ver com o bom atendimento que sua em- 5. Não abandone seu cliente
presa presta hoje. Acompanhe o cliente até que o problema seja resolvido. A pa-
Muitas vezes, entendemos tudo sobre o produto ou serviço lavra cliente teve sua origem na Roma antiga, e representava um
que oferecemos, sobre suas vantagens e benefícios, mas nos senti- plebeu que se encontrava sobre a proteção de um patrício (nobre).
mos travados na hora de solucionar um problema, enfrentar obje- Assim como naquela época, sua empresa deve proteger o cliente
ções ou até mesmo estruturar um processo para um atendimento de ter ainda mais problemas. Pode ser que sua empresa não per-
incrível. ca clientes por causa dos concorrentes, mas sim por causa do mal
Pensando nisso, reunimos aqui os 6 princípios do bom aten- atendimento prestado a eles.
dimento ao cliente. Depois, sugiro fortemente que você também
confira nosso outro post com 7 dicas avançadas sobre Atendimento Dica:
ao Cliente. Manter um contato contínuo com o cliente ajuda até a melho-
rar no recebimento de suas contas.
1. Entenda seu cliente
Não há como atendermos um cliente se não soubermos o que 6. Fale a língua do bom atendimento
ele busca. Por isso, é importante que, em cada atendimento, sua Um bom atendimento é pautado pelo tratamento profissional
equipe esteja consciente das motivações que levaram o cliente a empreendido ao cliente. No entanto, não confunda profissionalis-
entrar em contato. Faça perguntas, investigue, se coloque no lugar mo com “robotismo”. Fuja das respostas padrões e dos processos
do cliente. Isto ajudará a resolver os problemas com mais rapidez e engessados, tão comuns nessa área. A linguagem empregada deve
eficiência. Realize pesquisas periódicas que ajudem a revelar o que ser adequada ao cliente, com um vocabulário simples e claro. Não
leva seu cliente a buscar sua empresa. utilize palavras difíceis ou termos técnicos para pessoas com menor
grau de conhecimento sobre o assunto em questão. Na pronúncia

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
não mutile as palavras, pois isto pode gerar dúvidas com relação ceito simplista de grupo, ou seja, apenas um agrupamento de indi-
ao entendimento. Evite as expressões que transmitam incerteza, o víduos que dividem o mesmo espaço físico, mas que possuem obje-
tratamento íntimo, os diminutivos, os gerúndios, as expressões re- tivos e metas diferentes, bem como não buscam o aprimoramento
gionais e as gírias.9 e crescimento dos outros.10
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos
desenvolver relações interpessoais.
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser
alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional
Personalidade e relacionamento de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respeito,
Os tipos de personalidade podem contribuir ou não para o de- amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem, os
sempenho das equipes. Cada personalidade possui características sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados ini-
definidas com seus respectivos focos de atenção, que, todavia, se cialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão
interagem, definindo indivíduos com certas características mais sa- as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos
lientes e que incorporam características de um outro estilo. de simpatia e atração provocarão aumento de interação e coopera-
Vistos de maneira objetiva, nenhum dos tipos de personalida- ção, repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior
de é bom ou mau, certo ou errado. Cada um é uma combinação produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e
distinta de força e fraqueza, beleza e feiura. Nenhum padrão é me- rejeição tenderão à diminuição das interações, ao afastamento nas
lhor ou o melhor, pior ou o pior. Às vezes, determinada pessoa pode atividades, com provável queda de produtividade.
achar que o seu padrão é o melhor, outra vezes, que é o pior. Mas Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona
é possível, num momento, encontrar força em um padrão e, num diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio-
outro, encontrar uma fraqueza. nais competentes individualmente podem render muito abaixo de
O que se observa é que as pessoas acabam ficando perplexas sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho.
umas com as outras quando começam a perceber os segredos que Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma
as outras pessoas ocultam das suas personalidades. base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe-
Na análise das personalidades, nada é estanque e tudo pode se cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos,
ajustar, desde que se esteja disposto a fazê-lo. Nunca um protetor, crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças
por exemplo, carrega somente as características da sua tipologia. de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação
Uma pessoa com o centro emocional predominante não será ne- compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório
cessariamente uma boa artista. Talvez brilhe mais como administra- novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são
dora, quem sabe? Todos os tipos são interligados e se movimentam encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento
fazendo contrapontos e complementos. entre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subor-
Cada tipo de personalidade é formado por três aspectos: o pre- dinados. Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do ou-
dominante, que vigora na maior parte do tempo, quando as coisas tro, se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se uma
transcorrem normalmente e que é chamado de seu tipo; o aspecto modalidade de relacionamento diferente daquela em que não há
que vigora quando se é colocado em ação, gerando situações de es-
respeito pela opinião do outro, quando ideias e sentimentos não
tresse; e o terceiro, que surge nos momentos em que não se sente
são ouvidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. A
em plena segurança.
maneira de lidar com diferenças individuais criam certo clima entre
Exemplificando, ao ver-se numa situação de estresse, o obser-
as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, prin-
vador (em geral, quieto e retraído) torna-se repentinamente extro-
cipalmente nos processos de comunicação, no relacionamento in-
vertido e amistoso, características típicas do epicurista, num esfor-
terpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade.
ço de reduzir o estresse. Sentindo-se em segurança, o observador
Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es-
tende a se tornar o patrão, direcionando os outros e controlando o
pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente
espaço pessoal.
Todos têm virtudes e aspectos negativos. Então, vivem-se os ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta
aspectos mais positivos de cada tipo. Essas qualidades pode se so- ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, baseado
mar a outras de outro tipo, promovendo integração. naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os
Se o tipo empreendedor se integra com o sonhador, ele pode valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
passar a ter autoestima apurada e a saber levar a vida sem dramas. Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis ou
Ficará mais otimista, espontâneo e criativo também. Não se prende desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refletem
a fazer coisas que não satisfazem seus desejos e os dos outros. Se como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. Quando
o tipo individualista integra-se com o empreendedor, provavelmen- digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha atitude em
te ele poderá ser capaz de agir no presente e com objetividade, relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valores,
aceitando a realidade e vivendo suas emoções como são, sem ten- mas ambos estão inter-relacionados e envolve três componentes:
tar ampliá-las. Já se o sonhador integrar-se com o observador, sua cognitivo, afetivo e comportamental.
capacidade de introspecção será imensa e saberá como ninguém A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava-
apreciar o silêncio e a reflexão. liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude. Ela
Para o sucesso das equipes, se faz necessário que os seus inte- estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu
grantes utilizem-se de empatia, coloquem-se no lugar dos outros, componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere
estejam receptivos ao processo de integração e, dessa forma, per- ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto
mitam-se amoldar. Se não houver esse tipo de abertura, em que de João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento
cada um dos elementos ceda, a equipe será composta de pessoas pode provocar resultados no comportamento. O componente com-
que competem entre si, o que traz o retrocesso da equipe ao con- portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar
9Fonte: www.blogdaqualidade.com.br/www.webartigos.com/www.udesc.br 10 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
de determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. En- O empowerment permite aos funcionários da empresa toma-
tão, para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de rem decisões com base em informações fornecidas pelos gestores,
João por causa dos meus sentimentos em relação a ele. aumentando sua participação e responsabilidade nas atividades
Encarar a atitude como composta por três componentes – cog- da empresa. Geralmente é utilizado em organizações com cultura
nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender participativa, que utilizam equipes de trabalho autodirigidas e que
sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor- compartilham o poder com todos os seus funcionários.
tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis. O empowerment está diretamente ligado ao conceito de lide-
rança e, também, cultura organizacional. Uma vez que não se pode
Eficácia no relacionamento interpessoal criar uma cultura de delegação de poder aos funcionários em uma
A competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente empresa engessada e burocrática, sem uma estrutura de hábitos
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma e pensamentos preparada para isso. A empresa que pretende se
adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da situa- utilizar de uma prática como o empowerment não pode ter uma
ção. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente cultura de tomada de decisões centralizada, por exemplo.
com relações interpessoais de acordo com três critérios:
Percepçãoacurada da situação interpessoal, de suas variáveis O empowerment possui quatro bases principais, que são:
relevantes e respectiva interrelação. • Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e res-
Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo ponsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa dar
que não haja regressões. importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e autonomia
Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas de ação.
continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, • Motivação – proporcionar motivação às pessoas para incen-
como quando começaram a resolver seus problemas. tivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom desempe-
Dois componentes da competência interpessoal assumem im- nho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas partici-
portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O pem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance das metas.
processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada • Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de
da situação interpessoal. capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento,
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. na organização.
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres- • Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso signi-
sões de uma outra na esperança de compreendê-la. fica orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos hori-
zontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.
A empatia nas empresas
Alguns gestores pensam que o ato de delegar a tomada de
Qual a relação entre empatia e produtividade? decisão para um funcionário é sinônimo de perda de controle ou
“O conceito de empatia está relacionado á capacidade de ouvir liderança. Este é um ponto que merece uma discussão maior, uma
o outro de tal forma a compreender o mundo a partir de seu ponto vez que abrange diversos aspectos, mas o mais importante de se
de vista. Não pressupõe concordância ou discordância, mas o en- destacar é que o empowerment valoriza os funcionários e melhora
tendimento da forma de pensar, sentir e agir do interlocutor. No a condução dos processos internos à empresa.
momento em que isso ocorre de forma coletiva, a organização dialoga
e conhece saltos de produtividade e de satisfação das pessoas”. Vantagens do empowerment
“A empatia é primordial para o desenvolvimento das organizações Com mencionado anteriormente, a adoção do empowerment
pois, ela é que define no comportamento individual a preocupação de por parte das empresas traz diversos benefícios para elas, como por
cada indivíduo no equilíbrio comportamental de todos os envolvidos exemplo: o aumento da motivação e da satisfação dos funcionários,
no processo, pois, empatia pressupõe o respeito ao outro.” aumentando assim a taxa de retenção dos talentos da empresa, o
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou seja, um compartilhamento das responsabilidades e tarefas, maior agilidade
tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem os va- e flexibilidade no processo de tomada de decisão, etc. Além, claro,
lores, deficiências e virtudes do outro. No contexto das relações de estimular o aparecimento de novos líderes dentro das empresas.
humanas, pode-se afirmar que o sucesso dos relacionamentos in- Por este motivo, é cada vez maior o número de gestores que
terpessoais depende do grau de compreensão entre os indivíduos. preparam suas organizações para a prática do empowerment, trei-
Quando há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor nando e doutrinando seus funcionários para que possam receber
e conseguem resolver conflitos de modo saudável. tais responsabilidades de forma correta.
Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a uma re-
Empoderamento lação que envolve poder e responsabilidade, como duas faces de
Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, é uma uma mesma moeda. Para promovê-lo, não basta transferir verbal-
ação que permite melhorar a qualidade e a produtividade dos co- mente poder às pessoas; elas precisam ter reais condições de agir
laboradores, fazendo com que o resultado do serviço prestado seja no pleno exercício da sua responsabilidade, desenvolvendo o que
satisfatoriamente melhor. Estas melhorias acontecem através de chamamos de “ownership“, ou seja, agirem como intraempreen-
delegação de autoridade e de responsabilidade, fomentando a co- dedores e como se fossem “proprietárias” do negócio, pensando
laboração sistêmica entre diferentes níveis hierárquicos e a propa- como empresários.
gação de confiança entre os liderados e os líderes.
Ele simboliza a estratégia da organização e de seus gestores de Aplicação do empowerment
delegar a tomada de decisão para seus colaboradores, promovendo Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do empower-
a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo de tomada de deci- ment é necessário:
são da empresa.

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
1. Um profundo compartilhamento das informações com to- As novas exigências
dos os envolvidos. A informação é o objeto que destrói a incerteza. Aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho já
Ela é fundamental para a correta tomada de decisões. A Informação devem ter escutado de professores, pais ou pessoas mais experien-
deve circular, de maneira clara, transparente e adaptada à condição tes que “a concorrência está cada vez mais acirrada” e que “é pre-
e necessidade de cada equipe em particular. Algumas informações ciso se preparar”, e os recém-chegados ao mundo corporativo já
gerais para o bom entendimento do negócio e do cenário devem podem ter constatado esse fato. Mas o que isso significa na prática?
ser compartilhadas com todas as pessoas, outras mais restritas e Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à es-
sigilosas, apenas com as pessoas-chave. colha do curso superior e ao desempenho na faculdade, mas não
2. A abertura para uma real autonomia dando às pessoas não é de todo verdade: isso é o primeiro passo, mas não garante uma
somente as informações, mas o apoio e a liberdade necessária para vaga no mercado. Dia após dia, surgem novas tecnologias e formas
agirem. É preciso confiar nestes profissionais e incentivá-los a lide- de se executar melhor uma tarefa e, com elas, relações de trabalho
rar os processos em que estão envolvidos, e sob os quais assumi- que exigem uma nova postura profissional — a de desenvolver as
ram responsabilidades. Uma cultura punitiva impede a autonomia; “habilidades” necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na
erros devem ser corrigidos, não punidos. A autonomia deve guiar- verdade, algumas dessas habilidades só ganharam destaque recen-
-se pela visão, missão e valores da empresa, assim como por seus temente, enquanto outras apenas mudaram de foco, atualizando-
objetivos e metas, dentro do contexto dos sistemas e processos em -se. Vejamos algumas delas:
vigor na organização.  Seja parceiro da educação. Uma boa postura profissio-
3. Redução dos níveis hierárquicos e da burocracia que tor- nal exige uma boa educação, ou seja, respeitar os demais, saber
nam as empresas lentas e rígidas. Através da prática de empower- se comportar em público, honrar os compromissos e prezar pela
ment, equipes auto-gerenciadas podem atingir alta performance e organização no ambiente de trabalho.
buscar a excelência em níveis muito superiores aos de empresas  Mantenha sempre uma boa aparência. Não é necessário
centralizadoras. estar sempre elegante, pois uma boa aparência significa saber usar
Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua adapta- a roupa certa no lugar certo. Devemos saber nos vestir de acordo
ção mais fácil e menos traumática. Gerando um ambiente apropria- com que o local de trabalho nos solicita, sabendo sempre o que é
do para o aprendizado dos funcionários a fim de torná-los tomado- certo e o que é errado para cada ambiente.
res de decisão dentro da empresa.11  Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente uma ques-
tão de bom senso, mas também uma questão de comprometimen-
Eficácia no comportamento interpessoal. to profissional. Desenvolver as tarefas que lhe são atribuídas é um
A postura profissional é o comportamento adequado dentro ponto positivo que acaba também sendo avaliado por gestores do
das organizações, na qual busca seguir os valores da empresa para colaborador.
um resultado positivo.  Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e
cumpra os horários planejados, mantendo sempre a pontualidade
A importância da qualidade
para os compromissos marcados.
As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contí-
 Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é neces-
nuas aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao
sário ter estima por todos os colegas de trabalho, mas respeitá-lo
fenômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupa-
é uma obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas em
ção com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores.
demais situações cotidianas. Por isso, respeitar as diferenças e os
Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu
limites no relacionamento com os outros é fundamental.
perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajustando
às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar os no-  Aceitar opiniões. É importante saber escutar, opinar e
vos desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos aceitar opiniões diferentes, pois essa atitude acaba levando as pes-
clientes, as empresas precisam de profissionais competentes e que soas a também entenderem o seu ponto de vista, sem que este seja
realizem suas atividades com qualidade. imposto ao demais.
Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem cor-  Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação constan-
porativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia, te em melhorar, dificilmente se terá problemas com relação a pos-
significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou tura profissional, pois essa preocupação constante em melhorar é
seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma po- um ponto que leva a melhoria contínua nas carreiras profissionais.
sitiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agregam  Espera-se que todo profissional tenha um preparo básico,
valor ao seu trabalho. mas o novo profissional deve demonstrar também esforço e inte-
Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o resse incansáveis para aprender.
profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas  É necessário ter um ânimo permanente, disposição para
a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O o trabalho e para correr atrás do que se quer.
grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber  O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e
se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se boa administração do seu tempo e das suas tarefas.
disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compa-  Muitas organizações começam a mostrar interesse em in-
tível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se vestir na capacitação de seus funcionários, mas, para isso, é preciso
fazer entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir). uma sólida relação de confiança mútua.
Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâmi-  A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, nenhu-
co, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que representa ma relação profissional pode dar certo.
qualidade para uma empresa não necessariamente o é para outra.
Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional, procure en- Há, ainda, outras características que certamente podem contar
tender quais são as competências valorizadas naquele ambiente de pontos positivos na hora da contratação ou mesmo na convivência
trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para realizar suas tarefas diária no ambiente de trabalho: uma boa rede de contatos; per-
com qualidade. sistência (uma vez que a vontade, por si só, às vezes não basta);
cuidado com a aparência; assiduidade e pontualidade.
11 Texto adaptado de Gustavo Periard

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A Conexão Profissional, na terceira edição da série Desafios DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA
para se tornar um bom profissional, trata de mais um dos desafios Chamamos de competência a integração e a coordenação de
dos recém-chegados ao mundo corporativo: a atenção aos proces- um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (C.H.A.) que
sos e às rotinas nas organizações. na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada.
Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros passos
a serem dados é procurar compreender a rotina da organização. C – conhecimento - SABER
Ter uma visão global das atividades que a organização desenvolve é H – habilidade – SABER FAZER
indispensável para um bom desempenho e, principalmente, para a A - atitude - QUERER FAZER
conquista da autonomia. Para tanto, é fundamental atenção contí-
nua aos processos. Com isso, você pode compreender o seu papel A COMPETÊNCIA TÉCNICA envolve o C.H.A em áreas técnicas
na equipe e na organização, além de entender como os setores in- específicas.
teragem e qual a função e inter-relação de cada um, considerando
o conjunto. A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas relações
Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite otimizar interpessoais.
e sistematizar suas atividades. Além disso, você pode administrar
melhor o seu tempo, identificar e solucionar eventuais problemas INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
com mais agilidade, bem como propor alternativas para aprimorar a Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil.
qualidade do trabalho, sempre com o foco nos resultados. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora
Sem a compreensão dos processos, é menos provável perceber certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil.
o seu papel na organização. Resultado: mais desperdício, menos Aristóteles
produtividade. Evite sempre trabalhar no “piloto automático”. Isso
pode acarretar retrabalho, gasto desnecessário de energia e recur- Como trabalhar bem com os outros?Como entender os outros
sos, não-cumprimento de prazos, burocratização e baixa competiti- e fazer-se entender?
vidade. Em síntese: prejuízo para você e para a empresa. A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a vida emocio-
nal. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se nos recifes das
Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é cada vez
paixões e dos impulsos desenfreados, pessoas com alto nível de QI
mais importante possuir uma visão global do ambiente de trabalho.
pode ser pilotos incompetentes de sua vida particular.
Conhecer a rotina da organização e manter atenção aos processos
A aptidão emocional é uma capacidade que determina até
só trazem ganhos para ambas as partes: para o profissional, maior
onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões que tenhamos,
competitividade e possibilidade de agilizar soluções e, para a em-
incluindo o intelecto bruto.
presa, equipes mais integradas e que falam a mesma língua. Para o
Inteligência emocional: É a habilidade de lidar eficazmente
conjunto, melhores resultados.12
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
adequada as necessidades de cada uma e as exigências da situação,
A competência interpessoal é habilidade de lidar eficazmente observando as emoções e reações evidenciadas no comportamento
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma do outro e no seu próprio comportamento.
adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da situa- Inteligência intrapessoal: É a habilidade de lidar com o seu próprio
ção. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente comportamento. Exige autoconhecimento, controle emocional, auto-
com relações interpessoais de acordo com três critérios: motivação e saber reconhecer os sentimentos quando eles ocorrem.
 Percepção acurada da situação interpessoal, de suas va- Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar eficazmente
riáveis relevantes e respectiva inter-relação. com outras pessoas de forma adequada.
 Habilidade de resolver realmente os problemas de tal
modo que não haja regressões. ELEMENTOS BÁSICOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
 Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvi- • Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar autocon-
das continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, fiança, conhecer pontos positivos e negativos.
como quando começaram a resolver seus problemas. • Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as próprias
emoções e impulsos.
Dois componentes da competência interpessoal assumem im- • Automotivação: Capacidade de gerenciar as próprias emo-
portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O ções com vistas a uma meta a ser alcançada. Persistir diante de fra-
processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada cassos e dificuldades.
da situação interpessoal. • Reconhecer emoções nos outros: Empatia.
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- • Habilidade em relacionamentos interpessoais: aptidão social
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. Fatores positivos do relacionamento
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres- Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num soma-
sões de uma outra na esperança de compreendê-la. tório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento
Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas pelas organiza- interno e externo. Assim, desde que cumpridos ou atendidos re-
ções, que reinventam sua dinâmica produtiva, desenvolvendo no- quisitos básicos de valorização do outro, estaremos falando de um
vas formas de trabalho e de resolução de conflitos. Surgem novos bom relacionamento. Os níveis de relacionamento aqui devem ser
paradigmas de relações das organizações com fornecedores, clien- elevados, tendo em vista sempre o direito de cada indivíduo de re-
tes e colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas no am- ceber com qualidade a supressão de suas necessidades.
biente de trabalho tem sido foco da atenção dos gestores, para que O relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tratam
sejam desenvolvidas habilidades e atitudes necessárias ao manejo e se comunicam. Quando os indivíduos se comunicam bem, e o gos-
inteligente das relações interpessoais. tam de fazer, se diz que há um bom relacionamento entre as partes.
Quando se tratam mal, e pelo menos um deles não gosta de entrar
em contato com os outros, é um mau relacionamento.
12 Por Rozilane Mendonça

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Fatores que interferem no trabalho em equipe Pode ser de natureza sensorial ou psicológica.
- Estrelismo; No primeiro caso a pessoa se caracteriza por estar atento ao
- Ausência de comunicação e de liderança; que acontece a sua volta.
- Posturas autoritárias; No segundo a característica é de pessoa de mente aberta e sem
- Incapacidade de ouvir; preconceitos à novas ideias.
- Falta de treinamento e de objetivos; A curiosidade é inerente do comportamento receptivo.
- Não saber “quem é quem” na equipe.
Comportamento Defensivo
Fatores positivos do relacionamento O servidor não tem comportamento receptivo quando:
• parecem saber de tudo;
Comunicabilidade • nunca têm dúvidas;
• habilidade de expor as ideias; • que têm resposta para qualquer pergunta;
• clareza na comunicação verbal; • sempre têm certeza das coisas;
• é a qualidade do ato comunicativo otimizado, no qual a men- • que não admitem ser contestados;
sagem é transferida integral, correta, rápida e economicamente e • têm todas as informações;
sem “ruídos”. • acham que estão sempre certos;
• tendem a colocar os outros na defensiva.
Objetividade • age como o “dono da verdade” - transmite a ideia de que
• relacionada com a clareza na informação prestada ao usuário. todos os outros são “ignorantes” e não têm nada de útil ou interes-
• é importante ser claro e direto nas informações prestadas, sante a dizer.
sem rodeios, dispensando informações desnecessárias à situação. • quando afirma suas verdades e não admite contestação -
transmite a mensagem de que vê a si mesmo como professor, con-
Eficiência siderando todos os outros como aprendizes.
• A Administração Pública deve atender o cidadão com agilida- • faz os ouvintes experimentarem sentimentos de inferiorida-
de, com adequada organização interna e ótimo aproveitamento dos de, o que produz um comportamento defensivo.
recursos disponíveis.
Habilidades necessárias ao bom relacionamento no trabalho
Presteza • Habilidade de comunicar ideias de forma clara e precisa em
• Manifestação do interesse em atender às necessidades do situações individuais e de grupo.
usuário. • Habilidade de ouvir e compreender o que os outros dizem.
• Habilidade de aceitar críticas sem fortes reações emocionais
Interesse defensivas (tornando-se hostil ou “fechando-se”)
• É importante mostrar-se interessado pelo problema/situação • Habilidade de dar feedback aos outros de modo útil e cons-
do cidadão-usuário. trutivo.
• Mostrar empenho para lhe apresentar as soluções. • Habilidade de percepção e consciência de necessidades, sen-
• O interesse na prestação do serviço está diretamente relacio- timentos e reações dos outros.
nado à presteza, à eficiência e à empatia. • Habilidade de reconhecer, diagnosticar e lidar com conflitos e
hostilidade dos outros.
Não apenas nas relações humanas assim como nas relações de • Habilidade de modificar o meu ponto de vista e comporta-
trabalho, colocar-se no lugar do outro (empatia) garante maior sen- mento no grupo em função do feedback dos outros e dos objetivos
sibilidade e interesse ao usuário do serviço público. a alcançar.
• Tendência a procurar relacionamento mais próximo com as
Tolerância pessoas, dar e receber afeto no seu grupo de trabalho.
• É a tendência em admitir que modos de pensar, agir e sentir
são diferentes de pessoa para pessoa. Órgão, servidor e opinião pública
• É tolerante aquele que admite as diferenças e respeita à di- A opinião pública tem uma visão estereotipada do funcionário
versidade. público. Nesta visão, são realçados os aspectos negativos: menor
empenho no trabalho, descaso na prestação de serviços e acomo-
Discrição dação nas rotinas do emprego etc.
• Ser discreto é ter sensatez, ser reservado, recatado e des- Esta é uma visão muito antiga.
cente. Desmistificar um estereótipo social é sabidamente uma tarefa
• Não devemos confundir com o princípio da publicidade. Os de paciência e que demanda tempo. É necessária uma estratégia,
atos administrativos devem seguir o princípio da publicidade que permanente e progressiva de esclarecimento da sociedade civil, a
significa manter a total transparência na prática dos atos da Admi-
fim de mostrar o porquê da existência do servidor público e sua
nistração Pública.
necessidade. O porquê de sua necessária e constante valorização.
• Ser discreto nas relações de trabalho e nas relações com o
A Constituição de 1988 estabelece que a única maneira de pro-
cidadão-usuário é preservar a privacidade e a individualidade, não
vimento de cargos públicos efetivo é através de concurso. Atual-
invadir a privacidade, não espalhar detalhes da vida pessoal nem
mente, a maior parte do funcionalismo público de cargos efetivos é
tampouco detalhes de assuntos que correm em segredo de justiça.
formada por servidores concursados, aprovados em certames que
exigem muito preparo.
Comportamento receptivo e defensivo
Mas,uma boa parte dos cargos comissionados, a maioria car-
Comportamento Receptivo gos de gestão, são ocupados por servidores nomeados segundo cri-
Significa perceber e aceitar possibilidades que a maioria das térios de interresses políticos. Isso gera um quadro onde o servidor
pessoas ignora ou rejeita prematuramente. tem uma boa formação, mas os chefes são amadores.

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Além disso,há uma gama de outros funcionários selecionados O Estado, portanto, fala por meio de seus servidores. Ao aten-
pelo critério “quemindica”, contratados temporariamente, ou ter- der o cidadão, ele é um braço do Estado em posição estratégica de
ceirizados, ou para Consultoria e cujos contratos são renovados inúme- porta-voz dos serviços disponíveis e “tradutor” de normas e pro-
ras vezes equivalendo na prática a quase um cargo permanente. Infe- cedimentos, incumbido de adequar o conteúdo e a linguagem a cada
lizmente há ainda esses que caem de paraquedas no serviço público. demanda e a cada interlocutor. Além disso, também está em situação
Entretanto, o que se percebe é que a cena da repartição cheia privilegiada para captar as impressões, críticas, desejos e necessidades
de máquinas de datilografia e cadeiras com paletós sobre elas re- do público, na medida em que o contato direto cotidiano com os ci-
pousando, hoje é tão pitoresca quanto rara. dadãos oferece subsídios para identificar fragilidades no atendimento,
É claro que exames rigorosos para admissão de novos servido- nos processos, na divulgação dos serviços e na própria política.
res aumentam a qualidade do funcionalismo , mas não é só isso. É Lipsky (1980) destaca que esses atores têm informações que
preciso estruturar carreiras no serviço público com cursos obrigató- podem indicar caminhos para aprimorar as políticas e promover a ges-
rios e específicos para o setor público. tão democrática dos programas. O valor estratégico da mediação que
Os cidadãos estão cada vez mais conscientes de que o serviço os servidores fazem entre o Estado e a sociedade, não só como execu-
público que lhe é prestado não é gratuito: é muito caro. Pagam- tores, mas também definidores dessa relação, chama a atenção para a
-se tributos de várias espécies, numa complexa configuração fiscal análise do seu papel na grande rede social interligada ao Estado.
(cumulatividade, bi-tributação, efeito cascata, guerra fiscal, etc...) O que alimenta o funcionamento de uma organização é o que o
que precisam arcar, inclusive, com os custos da burocracia excessiva funcionário sabe. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Nessa perspectiva,
e da provisão para fraudes. ele é percebido não como cumpridor de planos, mas um negocia-
A sociedade está ciente de que o serviço público deve ser efi- dor, capaz de incentivar o diálogo, coletivizar ideias, formular alter-
ciente e de que o servidor público está ali para servir a sociedade. nativas e articular a ação conjunta.
O emprego público deve explorar as habilidades que fizeram o A complexidade dos problemas sociais requer retroalimenta-
candidato ser empossado. A remuneração, a depender da carreira, ção e aprendizagem constantes, decodificação das informações re-
deve ser mantida em níveis competitivos ao da esfera privada. Mas, cebidas, flexibilização de regras e disseminação de conhecimento.
nada disso visa a efemeridade do “status” que alguns servidores Sob essa perspectiva, os servidores se revelam duplamente agen-
públicos apreciam. Tudo visa o fim público, objetiva a satisfação das tes de comunicação pública: como agentes melhor posicionados
necessidades coletivas. para contribuir com informações e conhecimento para aprimorar
Uma nova política de recursos humanos é necessária. Deverá os serviços públicos (levando informação do cidadão para o Estado
ser permanente e estar em constante aperfeiçoamento, produzin- e deste para o cidadão) e também como agentes encarregados de
do, na ponta, servidores mais críticos, competentes, inovadores e efetivar as políticas públicas.
cientes de sua missão pública. Essa é a única forma de se resgatar, A comunicação dirigida face a face pode viabilizar soluções
perante a sociedade, a dignidade da função, e se ganhar do público, cotidianas para os cidadãos que solicitam atenção e esperam por
o reconhecimento devido. informações corretas. Além disso, Argenti (2006) afirma que a cre-
Perante a sociedade, maus servidores não têm direitos - nem dibilidade adquirida por meio do relacionamento com grupos espe-
de grevar, porque são dispensáveis. Bons servidores, ao contrário, cíficos tende a surtir mais efeito que campanhas e anúncios corpo-
competentes e atenciosos, tornam-se mais fortes e reconhecidos, rativos massivos.
porque imprescindíveis. Não adianta simplesmente lutar pelo salá- As organizações públicas, e especificamente as administra-
rio sem ter postura e ética na hora de servir.13 ções municipais, que desejam atingir resultados na implantação
das práticas de comunicação com seus cidadãos precisam utilizar
O servidor na interação entre o Estado e a sociedade com eficiência o contato direto com estes, gerando interatividade e
Ao trazer para o debate a importância de priorizar os servido- contribuindo para a constituição de imagem favorável. (GERZSON;
res públicos nos processos de comunicação e relacionamento, par- MULLER, 2009, p. 65).
te-se do pressuposto de que é no dia a dia, no atendimento face a Woodrow Wilson, um dos inspiradores do paradigma clássico
face que o Estado mais é chamado a se posicionar. da administração pública, já em 1887, demonstrava a importância
E é nessa circunstância de interação direta entre os represen- de aproximá-la da sociedade. Ele defendia a eliminação do anoni-
tantes do governo e aqueles que compõem a sociedade, que a ima- mato burocrático e a discricionariedade como formas de aumentar
gem construída nos demais meios de comunicação se confirma ou a responsabilidade e criticava a desconfiança ilimitada nos adminis-
é atirada por terra. tradores e nas instituições públicas.
A maioria das críticas ao governo é recebida pela equipe de tra- Considerando tais questões, abordar a comunicação pública
balho antes de chegar às autoridades eleitas. E quem mais exerce esse sob o prisma da relação individual entre servidor e cidadão é uma
papel de “para-raios” é o servidor que trabalha em contato direto com tentativa de compreender as estratégias e os mecanismos envolvi-
o cidadão. Seja nos setores destinados exclusivamente ao atendimento dos na comunicação formal e informal e o modo como os servidores
de reclamações e solicitações, seja na portaria, na rua, na obra, nas lidam com os interesses e as demandas dos cidadãos.
escolas, nas unidades de saúde ou nos setores administrativos. Inde- Chamar a atenção para o papel dos servidores na adequação
pendentemente de seu perfil e função, ele é reiteradamente indagado das políticas governamentais é considerar que ações públicas não
pelo cidadão sobre os serviços oferecidos pela administração pública, são isentas. Elas trazem a marca dos interesses e das percepções de
bem como sobre as formas de acesso e os prazos de execução. seus executores, o que pode causar distorções entre as necessida-
Atendentes, motoristas, recepcionistas, dirigentes, telefonis- des dos cidadãos e o que o Estado lhes oferece. (SKOCPOL, 1985).
tas, técnicos, terceirizados, representam uma instituição aos olhos Busca-se, portanto, destacar a necessidade de considerar que o Es-
do público externo. tado se submete não só a interesses localizados na sociedade, mas
Tudo e todos comunicam. Cada integrante de uma organização também aos interesses de seus próprios membros.
é um agente responsável por ajudar o cidadão a saber da existência Segundo Rhodes (1986), implícito à concepção de redes está o
de informações, ter acesso fácil e compreensão, delas se apropriar e argumento de que a implementação é um elemento-chave no pro-
ter a possibilidade de dialogar e participar em busca da transforma- cesso político, pois os objetivos iniciais podem ser substancialmen-
ção de sua própria realidade. (DUARTE, Jorge, 2007, p. 68). te transformados quando levados à prática.
13 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Porém, a concepção tradicional da administração pública pres- (street level bureaucracy) considera que os escalões mais baixos são
supõe que as políticas são implementadas tal como foram planeja- essenciais para o funcionamento efetivo e prega que a aproxima-
das, desconsiderando o contexto e as especificidades de quem as ção ajuda a definir a relação entre Estado e sociedade. (FERRAREZI,
implementa e de quem as recebe. Focar as redes numa perspectiva 2007).
micro possibilita perceber in loco como, de fato, a implementação Dasso Junior (2002) destaca que o papel a ser desempenhado
das políticas é efetivada. pelos servidores diante da necessidade de flexibilizar procedimen-
O distanciamento hierárquico e a falta de interação entre os tos burocráticos incongruentes com a realidade dos atendimentos
formuladores (agentes políticos) e implementadores (agentes ad- passa por reconstruir a capacidade analítica do Estado. É preciso
ministrativos) podem gerar distorções em ambos os processos, re- “dotar a administração pública de capacidade para dar respostas
fletidas na distância entre a política planejada e a política que chega às demandas sociais, definidas através de processos participativos”.
ao cidadão. A implementação dos programas criados nos níveis hie- (DASSO JUNIOR, 2002, p. 13). Para isso, o autor defende a flexibili-
rárquicos superiores pode diferir do que foi proposto, por diversos zação e redução da estrutura hierárquica, bem como a inclusão dos
motivos: a falta de entendimento, a não explicitação dos objetivos, servidores na formulação e gestão das políticas.
os interesses políticos de quem implementa a ação, a (re)significa- “O instrumento fundamental de ação do servidor é a informa-
ção em função da vivência e percepção do servidor, ou mesmo a ção, o que requer capacidade de captar, transferir, disseminar e uti-
adaptação consciente às condições de trabalho ou às condições es- lizá-la de forma proativa e interativa.” (JUNQUEIRA; INOJOSA, 1992,
pecíficas dos cidadãos atendidos. p. 29). Mas, para alterar o formato instrumental de comunicação, é
Dentre os fatores que podem levar a essa desconexão está o preciso vencer resistências e posições arraigadas. A construção de
fato de que os trabalhadores que estão em suas atividades diárias relacionamentos requer a superação de barreiras como a resistên-
em contato direto com os cidadãos possuem suas próprias referên- cia de gestores e servidores historicamente acostumados com es-
cias; eles agem em respeito a elas (...). É relevante o fato de as po- truturas hierarquizadas e com um processo verticalizado e marcado
líticas públicas serem executadas no nível da rua, por funcionários pela apropriação e pelo controle da informação.
muitas vezes desconhecedores das políticas conforme o desenho Ao se analisar o Estado após o processo de redemocratização
original, desmotivados, sobrecarregados, trabalhando sob situação do Brasil, é possível verificar que a incapacidade de os governos
de estresse devido ao alto grau de incerteza inerente à diversida- centrais darem respostas a demandas sociais cada vez mais com-
de das necessidades dos clientes e aos parcos recursos disponíveis, plexas, diversas e conflitantes, cujos atores reivindicam atenção di-
quer para o pagamento dos salários, quer para a execução mesmo ferenciada, resulta na descentralização administrativa.
das políticas. (SCHMIDT, 2006, p. 17-18). Embora tal medida, baseada no modelo da nova gestão públi-
Hogwood e Gunn (1993) listam diversas precondições para a ca, busque proporcionar mais flexibilidade e autonomia para apro-
adequada implementação das políticas públicas. Dentre outros fa- ximar as estruturas de decisão dos cidadãos, a tendência dos gover-
tores, eles apontam o acordo sobre os objetivos, a perfeita comuni- nos em implementar políticas autorreferentes persiste. Verifica-se
cação e coordenação e a obediência aos superiores. Considera-se, uma proliferação de decisões “por um pequeno círculo que se loca-
no entanto, que tais aspectos dificilmente serão totalmente atendi- liza em instâncias enclausuradas na alta burocracia governamental”.
dos porque os indivíduos tendem a resistir a serem tratados como (DINIZ, 1998, p. 34).
meios. Eles interagem como seres integrais, trazendo suas próprias Assim, o desenho institucional trazido pela nova administração
perspectivas. pública aumentou o isolamento dos decisores. (DINIZ, 2000). Via de
Mesmo que a formalidade burocrática vise a padronizar proce- regra, eles trabalham em gabinetes distantes dos pontos de atendi-
dimentos, os servidores têm uma certa liberdade de decisão. Sua mento e não mantêm contato frequente com os cidadãos atingidos
adaptação às normas pode ser feita de modo a desvirtuar comple- por suas decisões. Por outro lado, a maioria daqueles que mantêm
tamente os objetivos, ampliando ainda mais as cobranças relativas contato cotidiano com os cidadãos no processo de implementação
aos procedimentos burocráticos irrelevantes ou promovendo uma e disponibilização das políticas, nos balcões de atendimento, repre-
adaptação favorável ao cidadão, explicando os trâmites de forma sentando o governo em reuniões com os diferentes grupos asso-
simplificada, apontando alternativas ou mesmo flexibilizando as ciativos da sociedade civil, ou executando políticas de educação,
normas para melhor atender cada cidadão. saúde, habitação, infraestrutura e assistência social, exerce suas
Assim, as prioridades outorgadas pelos planejadores também funções longe dos níveis hierárquicos estratégicos. Não raro, seu
são influenciadas pelo poder político de instâncias do próprio po- papel é considerado inexpressivo no modelo top-down de imple-
der público. Destaca-se, então, a importância de focar a tríade go- mentação de políticas.
verno-servidor-cidadão na comunicação pública. Entende-se, neste A participação no gerenciamento pode criar motivação para o
caso, que o governo é o agente do primeiro escalão, responsável trabalho e mais independência além, é claro, de proporcionar mui-
por grandes decisões e por formatar e planejar a implantação das tos benefícios para a instituição, que poderá entender melhor as
políticas públicas. Por outro lado, considera-se que tanto a política demandas do cidadão, ao mesmo tempo em que o beneficia com
quanto a comunicação pública direcionadas ao cidadão só se efeti- um atendimento mais adequado.
vam na ação, e o servidor que as implementa pode alterar o curso Resolver problemas, seguidas vezes partindo do zero e utilizar
delas. esforços em duplicata são, segundo Davenport e Prusak (1998), prá-
Do ponto de vista comportamental, muito do que se sabe so- ticas comuns nas quais o conhecimento14 de soluções já criadas
bre as estratégias de interação entre os servidores e os cidadãos não é compartilhado. Os autores destacam que há um saber oculto,
deve-se às pesquisas empíricas desenvolvidas por Lipsky (1980). O em estado latente no processo de trabalho e na mente dos traba-
autor afirma que os servidores públicos desenvolvem um conjunto lhadores, que pode ser conhecido e socializado. A transferência de
de estratégias que são postas em ação de acordo com o tipo de conhecimento nas organizações também ocorre nas conversas in-
demanda existente. formais e contatos pessoais. O desafio é transformar o conhecimen-
Chamado de “burocrata no nível da rua”, por Michael Lipsky to latente em linguagem comunicativa, de modo a incorporá-lo ao
(1980), o servidor focado nesse estudo trata-se de um prestador de processo de trabalho e ao patrimônio da instituição.
serviços públicos, diretamente atuante na oferta desses serviços e Tal como destacam tais autores, se a realidade política de uma
com contato pessoal com os usuários. A burocracia de nível de rua organização permite que se multipliquem enclausuradores do co-

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
nhecimento, o intercâmbio será mínimo. Eles defendem que, ao Assim, a análise da comunicação organizacional, sob o prisma
invés de as informações serem represadas nos altos escalões ou das relações em rede, possibilita responder questões como: com
mesmo em nível gerencial, elas tenham fluxo entre os níveis hie- quem cada indivíduo busca informação sobre determinado assun-
rárquicos e cheguem à ponta, aos funcionários que representam to; quais deles se conhecem ou quem tem acesso a quem; com que
diretamente a organização nos atendimentos cotidianos. Assim, a frequência trocam informações; se os colegas sabem com quem
informação constituiria não sórecurso estratégico para o planeja- buscar cada tipo de informação; se utilizam tais fontes; que tipo de
mento, controle e tomada de decisão, mas também para embasar relação estabelecem. Mais que responder tais questões, a análise
as ações cotidianas. demonstra como cada aspecto influencia a estrutura de relações
do grupo.
Análise de redes sociais na comunicação organizacional A rede considera a dinâmica dos objetos empíricos das ciências
A abundância de fluxos e demandas informacionais requer sociais e, portanto, é mutável. Ela possibilita
reconhecer aorganização como ator social com influências multi- indicar mudanças e permanências nos modos de comunicação
direcionais. Nessa perspectiva, a rede não é apenas uma cadeia e transferência de informações, nas formas de sociabilidade, apren-
de vínculos, mas também uma maneira de analisar e entender os dizagem, autorias, escritas e acesso aos patrimônios culturais e de
processos de comunicação no contexto das organizações de uma saberes das sociedades mundializadas. (MARTELETO, 2010, p. 28).
forma dinâmica e próxima da prática cotidiana, considerando-se as Com isso, as redes constituem um meio de aprimorar a comu-
relações que as constituem. nicação, respeitando a autonomia e as diferenças individuais, onde
Ao estabelecer vínculos internos e externos entre diferentes cada um constitui uma unidade em si, único em forma e posição.
conjuntos de ação, a análise das redes de comunicação possibilita Ao considerar a capacidade e os recursos informacionais de cada
estabelecer nexos explicativos entre as relações dinâmicas do sis- membro e sua competência em compartilhá-los, a rede possibilita
tema do “nós” da comunidade de comunicação com o ecossistema melhor promover articulações tanto na concepção quanto na exe-
externo do “eles” possibilitando, inclusive identificar suas dialéticas cução de suas funções.
na definição cognitiva de um campo de ação comum. (HANSEN, A comunicação no contexto das organizações como processo
2006, p. 2-3). relacional entre seus membros e destes com redes externas não é
Dentro das organizações, pode-se utilizar a metodologia de restrita às relações hierárquicas e aos meios formais. Mais que as
rede para identificar relações de cooperação e conflito, bem como estratégias utilizadas pelos meios de comunicação institucional e
para avaliar a influência da hierarquia e de interesses individuais mais ainda que os aspectos estritamente hierárquicos, analisar a
nas relações, as interações dentro dos setores e transetoriais, as comunicação nesse contexto requer uma abordagem a partir dos
competências e as relações de poder. No aspecto das redes exter- vínculos, construídos intencionalmente ou não e que estão em
nas, cabe considerar o atendimento, a captação de informações constante interação e transformação.
que possibilitem adequar às demandas e as relações estabelecidas
com outras organizações. A comunicação não é algo estanque. Ela existe a partir de uma
Se por um lado, a análise de redes sociais trabalha com os mes- rede de relações que produz múltiplos sentidos. Nessa concepção, a
mos instrumentos de captação de dados utilizados pelas ciências proposta é abordar acomunicação organizacional como um proces-
sociais: questionários, entrevista, análise documental; por outro, so social capaz de reconfigurar-se e reconfigurar continuamente a
ela oferece novas possibilidades na análise de tais dados. organização. Ao mesmo tempo em que ela constitui a realidade da
A análise de redes sociais tem uma dimensão propriamente so- organização, ela modifica estruturas e comportamentos.
cial e comunicacional, que permite traçar os elos, as interações e as Embora a análise de redes possibilite mapear o fluxo informal
motivações dos atores em função do convívio (concreto ou virtual) e de informações, percebe-se que os atores mais centrais são os líde-
dos interesses e dos objetivos compartilhados. (MARTELETO, 2010, res formais. Gerentes e coordenadores possuem grande influência
p.39) sobre o fluxo de informação. A unilateralidade das relações aponta
Nessa rede cujos nós são conectados pela relação que estabe- uma reduzida permeabilidade da rede ao cidadão. Os atendentes,
lecem,percebe-se que não só emissor e receptor se ajustam e se cuja função é manter contato direto com o cidadão, em geral, es-
influenciam na interação como também recebem outras influências tão à margem. Atores periféricos, eles interagem com o ambiente
diretas e indiretas. A análise de redes sociais possibilita mapear e externo e captam novos elementos que poderiam possibilitar a ino-
analisar não apenas a mútua afetação, mas múltiplas afetações de- vação dentro da rede. No entanto, sua tímida participação no envio
correntes das interações intraorganizacionais e sociais mais amplas. de informações para os demais faz com que grande parte dessas
No enfoque da rede, ter prestígio significa ser um ator que re- informações se percam.
cebe mais informações do que envia. (WASSERMAN; FAUST, 1999, Considerando o servidor como ator com grande potencial não
p. 173). Sendo assim, a partir da análise das ligações é possível só para a definição e implementação de políticas públicas, como
identificar indivíduos mais bem posicionados em relação ao fluxo também para a participação individual do cidadão, o mapeamento
relacional e que, em razão desta posição, possuem maior poder de da rede e a análise das relações indicam a necessidade de incentivar
influenciar a comunicação entre os indivíduos com os quais se re- o aumento da densidade das relações e a reciprocidade dos laços.
lacionam. O histórico de reformas administrativas e a influência dos di-
A análise de rede aponta o poder de influência dos atores com versos modelos de gestão pública emergem. A rede está inserida
base em diferentes aspectos posicionais. Ela identifica não só os no centro da aposta de uma administração gerencialista focada em
líderes de opinião, caracterizados como aqueles que mais influen- metas e resultados. No entanto, a reprodução do organograma nas
ciam as atividades, os relacionamentos e as informações na rede, relações informais é um indicativo da influência do padrão burocrá-
mas também os membros pelos quais passam os fluxos mais in- tico de administrar.
tensos, aqueles que mais intermedeiam contatos ou aqueles cujo Desconsiderar a ponte entre a rede intraorganizacional e a rede
potencial pode ser melhor explorado; além das conexões diretas extraorganizacional do órgão como elemento estratégico de acesso
e indiretas, o grau de reciprocidade; a interação dentro e entre os ao cidadão por meio da interação pessoal é criar uma barreira. É
subgrupos e a coesão das relações. De forma análoga, também é por meio da interação entre as redes que elas se renovam. A troca
possível identificar aqueles que constituem barreiras, comprome- de informações é que as torna dinâmicas e possibilita inovações.
tendo o processo comunicacional.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
As empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis e rea-
TRABALHO EM EQUIPE gem melhor às mudanças do que os departamentos tradicionais ou
outras formas de agrupamentos permanentes. As equipes têm ca-
Processos de relação entre indivíduos e grupos pacidade para se estruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu foco
e se dissolver rapidamente. Outras características importantes é
Atração que as equipes são uma forma eficaz de facilitar a participação dos
A psicologia social procura compreender o que está na base trabalhadores nos processos decisórios aumentar a motivação dos
destes processos que explicam a atração interpessoal (não é atração funcionários.
erótica). É um tema importante porque, compreender-se a atração
interpessoal, é compreender também o funcionamento dos grupos Diferença entre Grupo e Equipe
sociais: como se originam, desenvolvem, evoluem e rompem as re- Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido como
lações interpessoais no interior dos grupos. dois ou mais indivíduos, em interação e interdependência, que se
Podemos definir atração interpessoal como a avaliação cogniti- juntam para atingir um objetivo. Um grupo de trabalho é aquele
va e efetiva que fazemos dos outros e que nos leva a procurar a sua que interage basicamente para compartilhar informações e tomar
companhia. Manifesta-se pela preferência que temos por determi- decisões para ajudar cada membro em seu desempenho na sua
nadas pessoas que nos levam a gostar de estar com elas, a partilhar área de responsabilidade.
confortavelmente a sua presença. Os grupos de trabalho não têm necessidade nem oportunidade
Fatores que influenciam a atração (além da história pessoal): de se engajar em um trabalho coletivo que requeira esforço conjun-
1. Proximidade – a proximidade geográfica é um fator pode- to. Assim, seu desempenho é apenas a somatória das contribuições
roso na medida em que são as pessoas mais próximas aquelas por individuais de seus membros. Não existe uma sinergia positiva que
quem poderemos sentir-nos mais atraídas (também são aquelas possa criar um nível geral de desempenho maior do que a soma das
com quem poderemos ter mais conflitos) contribuições individuais.
2. Familiaridade – relaciona-se também com a proximidade; a Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por meio
atração relativamente a uma pessoa pode aumentar se estivermos do esforço coordenado. Os esforços individuais resultam em um ní-
frequentemente com ela. São as pessoas com quem lidamos com vel de desempenho maior do que a soma daquelas contribuições
mais frequência que nos são mais acessíveis. individuais. O quadro abaixo ressalta as diferenças entre grupos de
3. Atração física – as pessoas fisicamente mais bonitas (segun- trabalho e equipes de trabalho.
do os padrões culturais) causam melhores impressões iniciais, o
que incentiva a atração por essa pessoa. Transformando indivíduos em membros de equipe
4. Semelhanças interpessoais – sentimo-nos atraídos por pes- - partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e de todos
soas que têm sentimentos, comportamentos, atitudes, opiniões, os processos do grupo;
interesses e valores semelhantes aos nossos - respeitam as individualidades e sabem ouvir;
5. Qualidades positivas - gostamos mais de pessoas que apre- - comunicam-se ativamente;
sentam características que consideramos agradáveis do que com - desenvolvem respostas coordenadas em benefícios dos pro-
características que consideramos desagradáveis. pósitos definidos;
6. Complementaridade – Há autores que consideram que, em- - constroem respeito, confiança mútua e afetividade nas rela-
bora, numa primeira fase, as semelhanças interindividuais sejam ções;
um fator de aproximação, no desenvolvimento de uma relação, as - participam do estabelecimento de objetivos comuns;
pessoas são atraídas por características que elas não possuem; são - desenvolvem a cooperação e a integração entre os membros.
as assimetrias das características que tornam o outro atraente, na
medida em que se complementam. Fatores que interferem no trabalho em equipe
7. Reciprocidade – gostamos de pessoas que nos apreciam, que - Estrelismo;
gostam de nós: simpatizamos mais com quem simpatiza conosco. - Ausência de comunicação e de liderança;
- Posturas autoritárias;
Existem muitos fatores que influenciam a atração interpessoal, - Incapacidade de ouvir;
existem outros fatores que se interligam com os anteriores e entre - Falta de treinamento e de objetivos;
si: - Não saber “quem é quem” na equipe.
- Respeito – quando valorizamos a competência, capacidade
ou talento do outro São características das equipes eficazes:
- Aceitação – pela compreensão e disponibilidade demonstra- - Comprometimento dos membros com um propósito comum
da pelo outro e significativo;
- Estima – a simpática da outra pessoa aumenta a atração que - O estabelecimento de metas específicas para a equipe que
sinto por ela. conduzam os indivíduos a um melhor desempenho e também ener-
- Gratidão – pelo bem que o outro propicia.14 gizam as equipes. Metas específicas ajudam a tornar a comunicação
mais clara. Ajudam também a equipe a manter seu foco sobre o
Trabalho em equipe obtenção de resultados;
Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de trabalho - Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo;
nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências suge- - Grande habilidade para ouvir;
rem que as equipes são capazes de melhorar o desempenho dos - Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo com o
indivíduos quando a tarefa requer múltiplas habilidades, julgamen- grau de maturidade da equipe; de acordo com a contingência;
tos e experiências. Quando as organizações se reestruturaram para - Questões comportamentais são discutidas abertamente, prin-
competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes cipalmente as que podem comprometer a imagem da equipe ou
como forma de utilizar melhor os talentos dos seus funcionários. organização
- O nível de confiança entre os membros é elevado;
14Fonte: www.notapositiva.com - Texto adaptado de Claudia Fernandes

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
- Demonstram confiança em seus líderes, tornando a equipe Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até agora rea-
disposta a aceitar e a se comprometer com as metas e as decisões lizam seu trabalho face a face. As equipes virtuais usam a tecnologia
do líder; da informática para reunir seus membros, fisicamente dispersos, e
- Flexibilidade permitindo que os membros da equipe possam permitir que eles atinjam um objetivo comum. Elas permitem que
completar as tarefas uns dos outros. as pessoas colaborem on-line utilizando meios de comunicação
como redes internas e externas, videoconferências ou correio ele-
Isso deixa a equipe menos dependente de um único membro; trônico – quando estão separadas apenas por uma parede ou em
- Conflitos são analisados e resolvidos; outro continente. São criadas para durar alguns dias para a solução
- Há uma preocupação / ação contínua em busca do autode- de um problema ou mesmo alguns meses para conclusão de um
senvolvimento. projeto. Não são muito adequadas para tarefas rotineiras e cíclicas.

O desempenho de uma equipe não é apenas a somatória das Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos
capacidades individuais de seus membros. desenvolver relações interpessoais.
Contudo, estas capacidades determinam parâmetros do que os Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades
membros podem fazer e de quão eficientes eles serão dentro da são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser
equipe. Para funcionar eficazmente, uma equipe precisa de três ti- alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional
pos diferentes de capacidades. Primeiro, ela precisa de pessoas com de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respeito,
conhecimentos técnicos. Segundo, pessoas com habilidades para amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem, os
solução de problemas e tomada de decisões que sejam capazes de sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados ini-
identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas alternativas cialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão
e fazer escolhas competentes. Finalmente, as equipes precisam de as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos
pessoas que saibam ouvir, deem feedback, solucionem conflitos e de simpatia e atração provocarão aumento de interação e coopera-
possuam outras habilidades interpessoais. ção, repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior
produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e
rejeição tenderão à diminuição das interações, ao afastamento nas
Tipos de Equipe
atividades, com provável queda de produtividade.
As equipes podem realizar uma grande variedade de coisas.
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona
Elas podem fazer produtos, prestar serviços, negociar acordos,
diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio-
coordenar projetos, oferecer aconselhamentos ou tomar decisões.
nais competentes individualmente podem render muito abaixo de
Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de equipe, os
sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho.
membros trocam ideias ou oferecem sugestões sobre os processos
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma
e métodos de trabalho que podem ser melhorados. Raramente, en-
base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe-
tretanto, estas equipes têm autoridade para implementar unilate- cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos,
ralmente suas sugestões. crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças
Equipes de trabalho auto gerenciadas: São equipes autôno- de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação
mas, que podem não apenas solucionar os problemas, mas tam- compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório
bém implementar as soluções e assumir total responsabilidade pe- novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são
los resultados. São grupos de funcionários que realizam trabalhos encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento
muito relacionados ou interdependentes e assuem muitas das res- entre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subor-
ponsabilidades que antes eram de seus antigos supervisores. dinados. Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do ou-
Normalmente, isso inclui o planejamento e o cronograma de tro, se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se uma
trabalho, a delegação de tarefas aos membros, o controle coletivo modalidade de relacionamento diferente daquela em que não há
sobre o ritmo de trabalho, a tomada de decisões operacionais e a respeito pela opinião do outro, quando ideias e sentimentos não
implementação de ações para solucionar problemas. As equipes de são ouvidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. A
trabalho totalmente auto gerenciadas até escolhem seus membros maneira de lidar com diferenças individuais criam certo clima entre
e avaliam o desempenho uns dos outros. as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, prin-
Consequentemente, as posições de supervisão perdem a sua cipalmente nos processos de comunicação, no relacionamento in-
importância e até podem ser eliminadas. terpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade.
Equipes multifuncionais: São equipes formadas por funcio- Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es-
nários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente
empresa, que se juntam para cumprir uma tarefa. As equipes de- ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta
sempenham várias funções (multifunções), ao mesmo tempo, ou ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, baseado
seja, não há especificação para cada membro. O sentido de equipe naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os
é exatamente esse, os membros compensam entre si as competên- valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
cias e as carências, num aprendizado contínuo.
As equipes multifuncionais representam uma forma eficaz de Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis
permitir que pessoas de diferentes áreas de uma empresa (ou até ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refle-
de diferentes empresas) possam trocar informações, desenvolver tem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. Quan-
novas ideias e solucionar problemas, bem como coordenar projetos do digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha atitude
complexos. Evidentemente, não é fácil administrar essas equipes. em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valo-
Seus primeiros estágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas res, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três componen-
aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, costumam tes: cognitivo, afetivo e comportamental.
ser muito trabalhosos e demorados. Demora algum tempo até que A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava-
se desenvolva a confiança e o espírito de equipe, especialmente en- liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude. Ela
tre pessoas com diferentes históricos, experiências e perspectivas. estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere 2-Objetivos comuns – As metas dizem respeito à equipe, e
ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto todos reconhecem e assumem a responsabilidade por seu cumpri-
de João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento mento.
pode provocar resultados no comportamento. O componente com- 3- Papéis diferenciados – Cada membro do time deve dar sua
portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar contribuição individual à equipe.
de determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. En- 4- Autonomia – A liberdade para realizar o trabalho é uma mar-
tão, para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de ca registrada das equipes.
João por causa dos meus sentimentos em relação a ele. 5-Dependência dos recursos externos – Os membros da equi-
Encarar a atitude como composta por três componentes – cog- pe sabem que dependem de outras equipes ou indivíduos para con-
nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender seguir informações, recursos e apoio. Enfim, eles valorizam tudo o
sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor- que possa ajudá-los a cumprir seus objetivos.
tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis.15 6 -Responsabilidade coletiva – Recompensas e feedbacks são
uma constante, principalmente para o time como um todo.17
TRABALHO EM EQUIPE - A COMPETÊNCIA COMPORTAMEN-
TAL MAIS VALORIZADA
O trabalho em equipe nos revela algo belo que é chegar aon- GESTÃO DE CONFLITOS
de sozinhos não chegaríamos. Consiste ainda em mostrar para nós
mesmos que precisamos cocriar e estabelecer conexão uns com os
outros. Estar inserido em grupo em busca de um resultado é um re- Conflito
lacionamento que assemelha a um conjunto de engrenagens inter- A área de Recursos Humanos deve estar totalmente alinhada à
ligadas: os atritos são naturais, mas o importante é que a máquina cultura da empresa, pois a compreensão dos vínculos construídos
continue funcionando. dentro do ambiente de trabalho é a etapa inicial para o desafio de
Segundo pesquisa da consultoria Manpowergroup, realizada gerir as pessoas. Para Soledade (2007), é através do entendimento
no Brasil e noutros 40 países, com cerca de 60 mil empresas, de dos elementos constituintes da cultura que é possível compreender
diferentes segmentos, para 17% dos entrevistados a Colaboração e os mecanismos de interação entre os colaboradores e as tarefas
que executam. Dentre os fatores críticos de sucesso, salienta-se o
o Trabalho em grupo é a competência comportamental mais rele-
desenvolvimento de lideranças capazes de alinhar as expectativas
vante em um profissional, e também a mais rara de se encontrar no
do grupo com os objetivos da empresa, criando as condições de
mercado atualmente.
reciprocidade essenciais para atingir um desempenho que atenda
Portanto, saber trabalhar em equipe é essencial para a sua car-
às pressões internas e externas da organização. As lideranças
reira! E apesar de estarmos expostos a isso por toda a nossa vida,
devem ser legitimadas tanto pelo enfoque do empregado quanto
em várias empresas esse tipo trabalho é prejudicado por colabora-
pelo da empresa, para que possam efetivamente atuar como elos
dores que não preferem trabalhar individualmente a unir suas for-
entre estes dois polos, buscando atuar de maneira conciliatória na
ças e atuar em grupo. resolução dos conflitos surgidos.
Para te ajudar a desenvolver esta competência, apresento duas A Administração de Conflitos consiste exatamente na escolha
dicas importantes para quem trabalha em equipe: e implementação das estratégias mais adequadas para se lidar com
Use o bom senso – Procure sempre o bom senso em tudo. Pen- cada tipo de situação. Lidar com o conflito consiste em trabalhar
se bem antes de falar e esteja pronto a ouvir o outro. E sempre com grupos e tentar romper alguns estereótipos vigentes na orga-
que for emitir alguma opinião, feedback que possa envolver alguma nização. Criar tarefas a serem executadas em conjunto por grupos
crítica aos seus companheiros de equipe escolha bem as palavras, diferentes é uma forma de garantir que seu cumprimento seja
seja assertivo para não ferir ninguém. reconhecido pelo trabalho dos grupos.
Compartilhe a responsabilidade – O trabalho em equipe, às ve- Mediador: mobiliza as partes em conflito para um acordo. Aju-
zes, sofre de um fenômeno chamado “Preguiça Social”. A “Preguiça da as partes envolvidas a discutir e resolver as situações de conflito.
Social” é quando membros do grupo não se esforçam ao máximo, Facilitador do processo.
pois têm a sensação de não “ser tão responsável pelo resultado”.
Evite este comportamento, pois a partir do momento que você está Etapas da gestão de conflitos
trabalhando em grupo, não importa que o erro não seja diretamen- 1. Identificar o problema: Saber se as pessoas envolvidas estão
te seu, se alguém falhar a culpa também é sua. Então, assuma a conscientes do problema e dispostas a buscar a solução;
responsabilidade, seja leal aos seus colegas e honre o sentimento 2. Analisar e escolher a melhor solução: Transformar o negativo
de grupo.16 em positivo, diversidade de ideias, respeito às características indivi-
duais, conciliar os opostos.
Muitas pessoas dizem que trabalhar em equipe é mais diver- 3. Colocar em prática;
tido e fácil do que trabalhar individualmente, pois contribui muito 4. Avaliar os resultados;
para melhorar o desempenho de todos. Um exemplo de trabalho 5. Manutenção;
em equipe é o das formigas e gafanhotos, que se dividem para pe-
gar alimentos e se um não faz a sua parte, todo o resto fica compro- Para solucionar um conflito é necessário:
metido, dando um modelo de união e força. Saber comunicar;
Segundo Paula Caproni, os times de alta performance têm seis Saber ouvir;
características básicas: Saber perguntar.
1-Limites precisos – Todos sabem quem pertence ou não ao Estilos de Administração de Conflitos
time. Da mesma maneira, a equipe é reconhecida pelos outros Competição: busca satisfação dos interesses, tenta convencer a
como uma unidade organizacional. outra parte, leva a outra parte a aceitar a culpa.
Colaboração: contempla os interesses das partes envolvidas,
15Texto adaptado de Marcel Rodrigues busca resultado benéfico para ambas.
16Fonte: www.coachingconsultores.com.br – Texto adaptado de Jose Roberto
Marques 17Texto adaptado de Ana Carolina Novaes

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Evitação: evita todo e qualquer envolvimento com o conflito. Administração de Conflitos
Acomodação: tende a apaziguar a situação, chegando a colocar Os conflitos surgem por razões tipo competição entre as pes-
as necessidades e interesses da outra parte acima dos seus. soas, por recursos disponíveis, mas escassos; pela divergência de
Compromisso: uma das partes do conflito desiste de alguns alvos entre as partes; e pelas tentativas de autonomia ou libertação
pontos ou itens, levando a distribuir os resultados entre ambas as de uma pessoa em relação a outra, assim como podem ser atendi-
partes. dos como fontes de conflito: direitos não atendidos ou não conquis-
tados; mudanças externas acompanhadas por tensões, ansiedades
Dicas para uma boa Administração de Conflitos e medo; luta pelo poder; necessidade de status, desejo de êxito
1. Procure soluções, não culpados; econômico; exploração de terceiros (manipulação); necessidades
2. Analise a situação; individuais não atendidas; expectativas não atendidas; carências de
3. Mantenha um clima de respeito; informação, tempo e tecnologia; escassez de recursos; marcadas
4. Aperfeiçoe a habilidade de ouvir e falar; diferenças culturais e individuais; divergência e metas; tentativa de
5. Seja construtivo ao fazer uma crítica; autonomia; emoções não expressas/inadequadas; obrigatoriedade
6. Procure a solução Ganha-ganha; de consenso; meio-ambiente adverso e preconceitos.
7. Aja sempre no sentido de eliminar os conflitos; No dia a dia das organizações e até mesmo de nossas vidas
8. Evite preconceitos; pessoal vivemos o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes
9. Mantenha a calma; as pessoas não atravessam nosso caminho, dificultando ou mesmo
10. Quando estiver errado, reconheça; impedindo o atingimento de nossos objetivos? Assim, o conflito
11. Não varra os problemas para debaixo do tapete. não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, dis-
putas ou ataques físicos, mas como um processo que começa na
O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas nossa percepção e terminam com a adoção de uma ação adequada
e as organizações como fonte geradora de mudanças, pois das e positiva, os conflitos surgem e nosso dever é estarem situados
tensões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas quanto às causas dos mesmos normalmente estes se dão, por
é que nascem as oportunidades de crescimento mútuo. muitos aspectos, logo abaixo estaremos citando alguns:
De acordo com Chiavenato (2009, p.361), conflito e coopera- • Pela experiência de frustração de uma ou ambas as partes,
ção constituem elementos integrantes da vida das organizações. ou seja, a incapacidade de atingir uma ou mais metas ou realizar os
Ambos têm recebido atenção por parte das recentes teorias da seus desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal,
organização, considerando-se hoje cooperação e conflito como técnica ou comportamental.
dois aspectos de atividade social ou, melhor dizendo, dois lados • Diferenças de personalidades, que são invocadas como ex-
de uma mesma moeda. Ambos estão inseparavelmente ligados na plicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no
prática. Tanto que a resolução do conflito é muito mais entendida ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamento diário através
como uma fase de esquema conflito-cooperação do que como uma de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida;
resolução final do conflito. • Metas diferentes, pois é comum estabelecermos ou rece-
Assim, “o conflito é um processo que se inicia quando uma bermos metas a serem atingidas e que podem ser diferentes dos
parte – seja indivíduo, o grupo ou a organização – percebe que de outras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à
a outra parte – seja o indivíduo, o grupo ou a organização – frus- geração de tensões em busca de seu alcance;
trou ou pretende frustrar um interesse seu” (CHIAVENATO, 2009, • Diferenças em termos de informações e percepções, costu-
p.362). Segundo este autor, os conflitos surgem a partir de três meiramente tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos
condições inerentes à vida organizacional: diferenciação de ativi- nossos conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto
dades; recursos compartilhados; atividades interdependentes. E ocorre também com o outro lado com quem temos de conversar ou
são decorrentes de duas condições desencadeantes: percepção apresentar nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma forma
da incompatibilidade de objetivos; percepção da oportunidade de diferente de ver as coisas.
interferência. “Como consequência, a parte afetada se engaja em
A seguir, é possível acompanhar a evolução dos conflitos e suas
um comportamento de conflito” (CHIAVENATO, 2009, p.363).
características:
De acordo com Chiavenato, “a maneira pela qual um conflito
Nível 1 – Discussão: é o estágio inicial do conflito; caracteriza-se
é resolvido influencia os resultados – construtivos ou destrutivos –
normalmente por ser racional, aberta e objetiva;
que ele produz e, portanto, os futuros episódios de conflito” (2009,
Nível 2 – Debate: neste estágio, as pessoas fazem generaliza-
p.365). Segundo o autor, o conflito pode ser resolvido de três ma-
ções e buscam demonstrar alguns padrões de comportamento. O
neiras (sendo que nas duas primeiras tende-se a uma continuidade
grau de objetividade existente no nível 1 começa a diminuir;
do conflito):
Nível 3 – Façanhas: as partes envolvidas no conflito começam
1. Resolução ganhar/perder – uma das partes vence o conflito a mostrar grande falta de confiança no caminho ou alternativa
e frustra a outra; escolhidos pela outra parte envolvida;
2. Resolução perder/perder – cada parte desiste de seus obje- Nível 4 – Imagens fixas: são estabelecidas imagens preconce-
tivos e ambas perdem; bidas com relação à outra parte, fruto de experiências anteriores
3. Resolução ganhar/ganhar – as partes identificam soluções ou de preconceitos que trazemos, fazendo com que as pessoas
que permitem a ambas atingirem seus objetivos. assumam posições fixas e rígidas;
O pensamento administrativo tem-se preocupado profunda- Nível 5 – Loss of face (ficar com a cara no chão.): trata-se da
mente com os problemas de obter cooperação e de sanar conflitos. postura de “continuo neste conflito custe o que custar e lutarei até
O conflito não é nem casual nem acidental, mas é inerente à vida o fim”, o que acaba por gerar dificuldades para que uma das partes
organizacional ou, em outros termos, é inerente ao uso do poder. envolvidas se retire;
O texto a seguir, oriundo de curso da Polícia Militar de Per- Nível 6 – Estratégias: neste nível começam a surgir ameaças e
nambuco, apresenta os principais aspectos do gerenciamento de a punições ficam mais evidentes. O processo de comunicação, uma
conflitos. das peças fundamentais para a solução de conflitos, fica cada vez
mais restrito;

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Nível 7 – Falta de humanidade: no nível anterior evidenciam-se • Quando favorecem a percepção estereotipada a respeito dos
as ameaças e punições. Neste, aparecem com muita frequência os envolvidos, como ocorre frequentemente em organizações. Se por
primeiros comportamentos destrutivos e as pessoas passam a se um lado existem os estereótipos genéricos referentes às categorias
sentir cada vez mais desprovidas de sentimentos; profissionais, dentro de cada organização, além dos tipos que
Nível 8 – Ataque de nervos: nesta fase, a necessidade de se fazem parte de sua cultura individual, como seus heróis, mitos,
auto-preservar e se proteger passam a ser a única preocupação. A tipos ideais, começam a surgirem seus “perdedores”, “ganhadores”,
principal motivação é a preparação para atacar e ser atacado; “culpados” e “inimigos”.
Nível 9 – Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de No entanto temos potenciais de efeitos benéficos dos conflitos,
fato e não há alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados a saber:
envolvidos ou a derrota de um deles. • São bons elementos de socialização, pois oferecem aos novos
participantes de um grupo a sensação de envolvimento com alguma
Um conflito, como já se viu, frequentemente pode surgir de causa;
uma pequena diferença de opiniões, podendo se agravar e atingir • Ajudam a equilibrar as relações de poder dentro da orga-
um nível de hostilidade que chamamos de conflito destrutivo, para nização, pois qualquer episódio de conflito pode haver diferente
lidar com estes é importante conhecê-los, saber qual é sua amplitu- ganhador (independentemente das percepções anteriores);
de e como estamos preparados para trabalhar com eles; • Propiciam a formação de alianças com o objetivo de ganhar
Existem inúmeros tipos de conflitos e sua identificação pode num conflito específico, mas também de garantir mais poder.
auxiliar a detectar a estratégia mais adequada e talvez possamos a
partir destas informações, saber como superá-los ou utilizá-lo como Mas para que a administração de conflitos possa ocorrer com
um auxilio de crescimento na organização: sucesso, é necessário que ambas as partes saibam se comunicar,
• Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte ouvir, e perguntar, pois sem diálogo, não há comunicação nem
dos elementos envolvidos, uma clara consciência de sua existência. solução possível para os problemas, a maioria dos erros, omissões,
Eventualmente nem precisam ser trabalhados. irritações, atrasos e conflitos são causados por uma comunicação
• Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem, inadequada.
racionalmente, a existência do conflito, embora não haja ainda Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser con-
manifestações abertas do mesmo; siderados úteis pelo papel que desempenham na vida das pessoas,
• Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as partes, e em portanto é possível constatar que nenhuma organização está livre
que há emoção e forma consciente; de conflitos, pois praticamente toda a empresa sofre e se beneficia
• Conflito manifesto: trata-se de conflito que já atingiu ambas com eles.
as partes, já é percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica Os conflitos são responsáveis por sérias ameaças à estabilidade
da organização. da organização, mas também podem agir de maneira construtiva
• Os conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas estimulando o potencial de inovação.
e podem ocorrer por vários motivos: diferenças de idade, sexo, O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas
valores, crenças, por falta de recursos materiais, financeiros, e por e as organizações como fonte geradora de mudanças, pois das
diferenças de papeis, podemos dividir este tipo de conflitos em tensões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas
dois: é que nascem oportunidades de crescimento mútuo.
• Hierárquicos: colocam em jogo as relações com a autoridade A administração moderna deve encarar o conflito como uma
existente. Ocorre quando a pessoa é responsável por algum grupo, força constante dentro da organização e procurar administrá-la
não encontrando apoio junto aos seus subordinados e vice-versa. para que estes atuem de maneira construtiva através das técnicas
Neste caso, as dificuldades encontradas no dia-a-dia deixam a da administração de conflitos.
maior parte das pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão
a ser tomada. Avaliação de desempenho dos recursos humanos
• Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, A avaliação de desempenho consiste em uma sistemática
agir, falar e tomar decisões. As “rixas pessoais” fazem com que as apreciação da eficácia do trabalho de uma pessoa, em relação aos
pessoas não se entendam e, portanto, não se falem. Em geral esses objetivos propostos pela organização. Por isso é de fundamental
conflitos surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca importância, que os objetivos da organização estejam sempre bem
abordadas entre os interessados. O resultado é um confronto tácito definidos e explicitados, pois quando estes objetivos não estão bem
que reduz em muito a eficiência das relações. claros, pode ocorrer desvios nos resultados. Além de apreciar a efi-
• Todos os conflitos podem ser resolvidos, mas nem todos os cácia do trabalho, a avaliação de desempenho deverá também me-
conflitos irão ser resolvidos”. A afirmação paradoxal é de George dir os potenciais de desenvolvimento das pessoas, que geralmente
Kohlrieser, psicólogo especializado em comportamento organiza- se encontram latentes temporariamente, que devem ser identifica-
cional. Desta forma, ele quer demonstrar que não há limites para dos, desenvolvidos e aproveitados. Existem dois tipos principais de
quem está disposto a se esforçar para atingir seus objetivos. avaliações dos recursos humanos de uma organização, e denomi-
nam-se informais e formais.
Consequências do conflito. A avaliação informal de recursos humanos consiste basicamen-
Podemos identificar em algumas situações, vários aspectos do te no processo contínuo de oferecer aos subordinados, informa-
conflito que podem ser considerados como negativos e aparecem ções sobre como estão realizando o trabalho para a organização,
com frequência dentro das organizações. devendo ocorrer cotidianamente e em um clima de naturalidade e
• Quando desviam a atenção dos reais objetivos, colocando informalidade, geralmente seus resultados são de correção de um
em perspectiva os objetivos dos grupos envolvidos no conflito e desempenho indesejável.
mobilizando os recursos e os esforços para a sua solução; A avaliação formal de recursos humanos consiste basicamente
• Quando tornam a vida uma eterna derrota para os grupos na aplicação de métodos pré-estabelecidos de acordo com os obje-
de “perdedores habituais”, interferindo na sua percepção e na tivos da organização, destinado a classificar o desempenho atual do
socialização daqueles que entram na organização; indivíduo, identificar aqueles que merecem promoções ou aumen-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
tos salariais, como também identificar as necessidades de treina- servadas as três dimensões envolvidas no conceito de governabili-
mento adicional. Este tipo de avaliação geralmente ocorre semes- dade apresentadas por Diniz (1995): capacidade do governo para
tralmente ou anualmente. identificar problemas críticos e formular políticas adequadas ao seu
Existem muitos tipos de métodos de avaliação de desempenho, enfrentamento; capacidade governamental de mobilizar os meios e
pois eles são criados visando atender os objetivos de cada orga- recursos necessários à execução dessas políticas, bem como à sua
nização, e muitas vezes são utilizados mais de um tipo, para que implementação; e capacidade liderança do Estado sem a qual as
a avaliação se torne mais completa, por isso vejamos quatro tipos decisões tornam-se inócuas, ficam claros dois aspectos: a) gover-
principais que são mais utilizados pelas organizações: A avaliação nabilidade está situada no plano do Estado; b) representa um con-
dos subordinados pelo superior, é um dos tipos mais utilizados pe- junto de atributos essencial ao exercício do governo, sem os quais
las organizações; nenhum poder será exercido;
Um grupo de superiores avaliando os subordinados, é realizado b) Já a governança tem um caráter mais amplo. Pode englobar
por um comitê de administradores, onde cada um preenche formu- dimensões presentes na governabilidade, mas vai além. Veja-se,
lários de avaliação em separado, valendo a pena salientar que as por exemplo, a definição de Melo (apud Santos, 1997): “refere-
tendências de injustiças se tornam diluídas, apesar de demandar -se ao modus operandi das políticas governamentais – que inclui,
mais tempo; Um grupo de subordinados avalia um colega, este mé- dentre outras, questões ligadas ao formato político institucional do
todo é menos utilizado, pois se destina principalmente para medir a processo decisório, à definição do mix apropriado de financiamento
capacidade de liderança de um indivíduo; Os subordinados avaliam de políticas e ao alcance geral dos programas”. Como bem salienta
os superiores, este método tem importância peculiar, pois propicia Santos (1997) “o conceito (de governança) não se restringe, contu-
avaliar os administradores, propicia se efetuar a correção de algu- do, aos aspectos gerenciais e administrativos do Estado, tampouco
mas falhas e consequentemente a melhoria de desempenho dos ao funcionamento eficaz do aparelho de Estado”. Dessa forma, a
avaliados. É necessário que os avaliadores não se tornem juízes, e governança refere-se a “padrões de articulação e cooperação entre
por conseguinte atribuam julgamento nos processos de avaliação atores sociais e políticos e arranjos institucionais que coordenam e
de desempenho, pois isto constitui uma distorção. Os objetivos regulam transações dentro e através das fronteiras do sistema eco-
da avaliação devem ser em busca da comparação do desempenho nômico”, incluindo-se aí “não apenas os mecanismos tradicionais
atual e a busca do desempenho proposto ou ideal para a organiza- de agregação e articulação de interesses, tais como os partidos po-
líticos e grupos de pressão, como também redes sociais informais
ção.
(de fornecedores, famílias, gerentes), hierarquias e associações de
diversos tipos” (Santos, 1997). Ou seja, enquanto a governabilidade
tem uma dimensão essencialmente estatal, vinculada ao sistema
GOVERNANÇA NA GESTÃO PÚBLICA político-institucional, a governança opera num plano mais amplo,
englobando a sociedade como um todo.

O Sistema de Intermediação é uma das características da go-


vernabilidade e se refere a grupos que se associam em redes com a
intenção de manifestar suas preferencias frente à atividade estatal.
Temos como formas de sistemas de intermediação:
Clientelismo – podemos considera-lo como uma relação entre
classes sociais diferentes, onde percebe-se uma dependência entre
as partes e uma relação de lealdade e necessidade. Outra coisa que
percebemos nessa forma de intermediação é que esta apresenta
muito mais um aspecto politico, do que cultural ou social, envol-
vendo lealdades pessoais e troca de vantagens através da estrutura
pública que controlam.

Corporativismo – trata-se de um sistema representativo de in-


teresses econômicos e profissionais nos âmbitos políticos, organiza-
Governar significa “deter uma posição de força a partir da qual dos através de entidades singulares, compulsórias, que seguem or-
seja possível desempenhar uma função imediatamente associada denação hierárquica, não competitivas entre si, e à elas é concedido
ao poder de decidir e implementar decisões ou, ainda, de coman- monopólio de representação dentro de sua categoria ou segmento,
dar e mandar nas pessoas”. sem nenhum tipo de participação no processo decisório da gestão
Já as expressões governabilidade e governança são muito mais publica, sendo na verdade muito mais uma forma de controle do
qualificativas, ou seja, representam atribuições e qualidades (no próprio Estado. Ex.: Câmaras Setoriais.
caso da governabilidade) ou qualidades e meios/processos (no caso
da governança). Não é simples fazer distinções precisas entre os Neocorporativismo: forma de intermediação de interesses
dois conceitos – governabilidade e governança, mas pode-se assim entre sociedade e Estado. Como característica destacável temos a
delimitar os campos: existência de corporações de interesse privado na intermediação
a) A governabilidade refere-se mais à dimensão estatal do exer- publica, surgido dentro da sociedade e indo para o cenário estatal
cício do poder. Diz respeito às “condições sistêmicasinstitucionais através de negociações diretas com a gestão publica. Nesse siste-
sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as características ma, o que temos é a criação de um canal participativo dessas corpo-
do sistema político, a forma de governo, as relações entre os Po- rações na tomada de decisão publica, atuando como parceiros, que
deres, o sistema de intermediação de interesses” (Santos, 1997). como contrapartida, poderá oferecer apoio para criação e execução
Ainda segundo Luciano Martins, o termo governabilidade refere- de politicas governamentais.
-se à arquitetura institucional, distinto, portanto de governança, O termo accountability refere-se a ideia de responsabilização,
basicamente ligada à performance dos atores e sua capacidade no refere-se ao controle e à fiscalização dos agentes públicos. Porém
exercício da autoridade política (apud Santos, 1997, p. 342). Se ob- ainda não possuímos um consenso em relação ao seu conceito. Al-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
guns autores defendem a noção menos abrangente do termo, que Vale destacar que Accountability não é apenas uma questão
não compreende em seus limites as relações informais de fiscali- de desenvolvimento organizacional ou de reforma administrativa.
zação e controle, não considerando assim como agentes de accou- Entende-se que a simples criação de mecanismos de controle buro-
ntability, a imprensa e organizações da sociedade civil que comu- crático não se tem mostrado suficiente para tornar efetiva a respon-
mente se incumbem de monitorar e denunciar abusos e condutas sabilidade dos servidores públicos.
sem ética de agentes públicos no exercício do poder. Outros autores Neste sentido, a accountability deve ser compreendida como
admitam um rol de relações bem mais abrangente, estipulando que uma questão de democracia, pois quanto mais avançado o estágio
tais relações devem necessariamente incluir a capacidade de san- democrático, maior o interesse pela accountability. E a accounta-
ção aos agentes públicos. bility tende a acompanhar o avanço de valores democráticos, tais
como igualdade, dignidade humana, participação, representativida-
Neste sentido, destaca-se que: de. A inevitável necessidade o desenvolvimento de estruturas buro-
A melhor participação cidadã na democracia, em resumo, não cráticas para o atendimento das responsabilidades do Estado traz
é a que se manifesta sempre e em todas as partes, porém a que se consigo a necessidade de proteção dos direitos do cidadão contra
mantém alerta; a que se manifesta quando é necessário impedir os os usos (e abusos) do poder pelo governo como um todo, ou qual-
desvios daqueles que têm a responsabilidade de governo, ou assu- quer indivíduo investido em função pública.
mir demandas justas que não são atendidas com a devida profundi- Destaca-se que na medida em que as organizações públicas au-
dade. Porém é preciso que os espectadores não percam de vista o mentam seu tamanho, a complexidade e penetração na vida do ci-
espetáculo. Neles (nos espectadores) reside a chave da participação dadão comum, cresce também a necessidade de salvaguardar este
democrática. último dos riscos da concentração de poder nas mãos dos servido-
res públicos, quando esses muitas vezes não são representantes ati-
Em que se pese, accountability implica não apenas responsa- vos dos cidadãos. Neste sentido, a inexistência de controle efetivo e
bilização do governante ou burocrata, mas também a capacidade de penalidades aplicáveis ao serviço público, em caso de falhas na
de o agente fiscalizador demandar justificação do governante ou execução de diretrizes legítimas enfraquece o ideal democrático do
burocrata por seus atos ou omissões. Entende-se que accountabi- governo pelo povo, pois expõe os cidadãos aos riscos potenciais da
lity significa manter indivíduos e organizações passíveis de serem burocracia.
responsabilizadas pelo seu desempenho, sendo portanto um con-
junto de abordagens, mecanismos e práticas usados pelos atores Accountability e a administração pública atual
interessados em garantir um nível e um tipo desejados de desem- Na história da democracia brasileira, destacam-se os períodos
penho dos serviços públicos. alternados de autoritarismo e de populismo. Cada um, explica a
distância entre governo e a sociedade civil, já que ambos dispen-
Accountability e democracia participativa sam as instituições. Enquanto o governo ditatorial, apoiado pela
Em primeira instância, entende-se que o desenvolvimento de tecnocracia, toma a si a tarefa de definir bem-estar social, o gover-
uma cultura política e da consciência popular são os primeiros pas- no populista tenta estabelecer uma relação direta entre a liderança
sos para uma democracia verdadeiramente participativa e para a personalista e os segmentos populares não organizados. O autorita-
accountability do serviço público. A medida que a democracia vai rismo apoiado pela tecnocracia acredita que a participação popular
amadurecendo, o cidadão, individualmente passa do papel de con- é prejudicial à obtenção de um rápido crescimento econômico, a
sumidor de serviços públicos e objeto de decisões públicas a um distribuição de rendas e riqueza vai sendo protelada até o país atin-
papel ativo de sujeito. A mudança do papel passivo para o de ativo gir determinado nível de acumulação. Entretanto, antes que esse
guardião de seus direitos individuais constitui um avanço pessoal, nível seja atingido, as desigualdades acumulam-se em tal proporção
mas, para alcançar resultados, há outro pré-requisito: o sentimento que a tendência é a massa insatisfeita expandir.
de comunidade. A cidadania organizada pode influenciar não ape- Neste contexto, a sociedade atual está marcada por intensas
nas o processo de identificação de necessidades e canalização de transformações nas relações sociais, políticas, econômicas, pelo
demandas, como também cobrar melhor desempenho do serviço acelerado desenvolvimento tecnológico e eletrônico. É a mudança
público. Destaca-se aqui o caminho ideal para a accountability. da era industrial para a digital e o predomínio da cultura dos es-
paços plurais e virtuais. Assiste-se um ‘descortinar’ dos chamados
A sociedade atual precisa atingir um certo nível de organização de novos direitos dentro de uma nova percepção de realidade. São as
seus interesses públicos e privados, antes de torna-se capaz de exercer necessidades, os conflitos e os novos problemas de caráter social
controle sobre o Estado. A extensão, qualidade e força dos controles e ambiental, colocados pela sociedade atual que permitem surgir
são consequências do fortalecimento da malha institucional da socie- ‘novas’ formas de direitos como um verdadeiro desafio.
dade civil na avaliação das políticas públicas, fazendo recomendações Observa-se nas últimas décadas deste século, a criação de leis
a partir dessa avaliação. O desenvolvimento da consciência popular é e orientação para políticas públicas que envolvem a administração
condição essencial para uma democracia participativa.
pública atual. Num primeiro momento essas discussões aparecem
A atual realidade exige um novo padrão de deliberação que
na área dos direitos humanos e políticos, ao final do regime militar.
considere o cidadão como o foco da ação pública. O processo ins-
Posteriormente, tem-se os direitos sociais, no período de transição
titucional de diferenciação e de complementaridade de funções
para a democracia, especialmente na fase da elaboração da Cons-
entre Estado, mercado e sociedade civil organizada é um processo
tituição de 1988 e ao final dos anos 90 e início deste novo milênio,
essencialmente político, que tem reflexo nas competências cons-
os direitos culturais, ligados ao tema da justiça e da equidade social.
titucionais, nos grandes objetivos de governos legitimados pelas
A nova cidadania inclui o processo de invenção e criação de
urnas e nas demandas identificadas pelo sistema político e pela bu-
rocracia governamental. novos direitos, que surgem de lutas e práticas reais. Destaca-se o
Neste contexto, nas sociedades democráticas mais modernas direito aos povos indígenas, direitos à diversidade cultural, a toda
aceita-se como natural e espera-se que os governos e o serviço coletividade, a proteção a cultura , o direito à autonomia sobre o
público sejam responsáveis perante os cidadãos. Acredita-se que o próprio corpo, o direito à proteção do meio ambiente, o direito à
fortalecimento da accountability e o aperfeiçoamento das práticas moradia, a construção da cidadania de baixo para cima, a adapta-
administrativas caminham juntos. ção dos próprios movimentos sociais à nova democracia, a formu-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
lação de um projeto para uma nova sociabilidade, que permitem Percebe-se que os novos direitos estão diretamente relaciona-
construção da experiência democrático-participativa, no interior da dos com as necessidades humanas essenciais de cada época. Estão
própria sociedade. em permanente redefinição e criação dentro do seu contexto histó-
Para BOBBIO, o desenvolvimento e a mudança social são os rico, abrindo espaço para múltipla gama de direitos emergenciais.
fatores condicionantes para o ‘nascimento’, a ampliação e a univer- Essas necessidades são diversas como: qualidade de vida, bem-es-
salização dos ‘novos’ direitos. Ocorre uma espécie de multiplicação tar, materialidade social, políticas, religiosas, psicológicas, biológicas
histórica dos ‘novos’ direitos. Entende-se que a cidadania é enten- e culturais. São as ‘situações de carência’ que constituem a razão mo-
dida como os direitos que decorrem da relação de participação que tivadora para a possibilidade dos novos direitos. Contudo, compreen-
se estabelece entre Estado e todos os integrantes da Sociedade Ci- der o que são hoje os ‘novos’ direitos é fundamental parao exercício
vil, da qual aquele é instrumento, seja numa perspectiva individual, da cidadania. No tocante aos aspectos políticos, a sociedade brasileira
seja coletiva. amadureceu sua opção pela via democrática. Destaca-se os conceitos
No tocante a forte presença do tema dos direitos e da justiça como transparência, participação e controle social estão cada vez mais
social na agenda da sociedade civil e política brasileira, nas últimas presentes nos debates, visto como um desafio.
décadas do século XX, verifica-se que os direitos apareceram como
demanda e reivindicação em diferentes formas: direitos civis, so-
ciais, políticos, econômicos, humanos, culturais etc. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITO, PRINCÍ-
No que se refere aos direitos civis, estão relacionados com as PIOS, FINALIDADE, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA
liberdades individuais, considerados fundamentais para a ação dos E INDIRETA, ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATI-
indivíduos circunscritos ao direito à vida, à liberdade, à propriedade VAS, ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS, PODERES E DE-
e à igualdade perante a lei. Os direitos políticos são os relativos ao VERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO
direito de votar e ser votado e o direito de participação em organi-
zações, de se organizar por afinidade de interesses e opinião. Já os
direitos sociais, tidos como modernos são os direitos trabalhistas, Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
greves, direitos a um salário que assegure uma dada renda real, à em tópicos anteriores.
educação pública universal, laica e gratuita, à saúde, à habitação, á
previdência, á assistência etc. A maioria destes direitos deveria ser
assegurada por um Estado de Bem-Estar Social. ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, REQUISITOS, ATRI-
Para GOHN, na sociedade civil destacou-se o ‘direito à diferen- BUTOS, CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES, MOTIVAÇÃO E IN-
ça” das chamadas minorias. É certo que em vários contextos histó- VALIDAÇÃO
ricos eram e são a maioria da população, tais como as mulheres,
negros, índios etc. Os novos direitos vem assegurar, garantir os di-
reitos dessas minorias. CONCEITO
Em que se pese essas demandas e reivindicações geraram vá- Ato Administrativo, em linhas gerais, é toda manifestação lícita
rios movimentos sociais assim como deram origem a inúmeras Or- e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe faça às
ganizações Não-Governamentais – ONGS. Essa movimentação per- vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir,
mite unir cultura e constrói uma nova cultura política na sociedade, transferir, modificar ou extinguir direitos e obrigações.
a partir da redefinição de valores, símbolos e significados, num jogo Para Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilateral de
de interação e reciprocidade entre o instituído e o instituinte. Hoje, vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, te-
a Constituição da República Federativa do Brasil consagra entre os nha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, ex-
direitos e garantias fundamentais direitos e deveres individuais e tinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados
coletivos, disciplinando entre eles uma gama de direitos e deveres ou a si própria”.
que se inserem nas relações sociais e não somente nas relações Para Maria Sylvia Zanella di Pietro ato administrativo é a “de-
diante do Estado. claração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
Já para COMPARATO para abordar a questão dos novos direitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
de maneira completa, deve-se entender a importância histórica dos direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
Direitos Humanos. Da mesma forma para Cesar Luiz Pasold, a ques- Conforme se verifica dos conceitos elaborados por juristas
tão estratégica hoje é encontrar o modo mais seguro para garantir
administrativos, esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde
os direitos humanos, entre os quais estão incluindo os chamados
serão definidas prerrogativas, que digam respeito à supremacia do
‘Novos Direitos’. Isto implica, o conhecimento de suas origens, na-
interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade
tureza e evolução, além do estudo de seus aspectos fundamentais,
do interesse público.
éticos e dos mecanismos efetivos de sua defesa e aplicação.
Os atos administrativos podem ser delegados, assim os parti-
Como bem observa WOLKMER, para entender os chamados
culares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos
‘novos’ direitos, deve-se percorrer a trajetória da moderna concep-
referidos atos.
ção dos direitos do homem. Também estão relacionados aos ‘direi-
tos humanos’ ou ‘fundamentais’, sendo os direitos humanos uma Dessa forma, os atos administrativos podem ser praticados pelo
esfera mais global, válidos para todos os homens em todos os luga- Estado ou por alguém que esteja em nome dele. Logo, pode-se con-
res e os direitos fundamentais consagrados na constituição do país. cluir que os atos administrativos não são definidos pela condição
Interessa-nos observar que os ‘novos direitos’ estão ligados aos da pessoa que os realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
direitos que decorrem da ‘relação de cidadania’ e abrem caminhos
para a ‘participação cidadã’ na gestão de um Estado mais democrá- REQUISITOS
tico e participativo. Estão relacionados com as políticas públicas e a São as condições necessárias para a existência válida do ato.
administração pública. Eles envolvem o Estado e a Sociedade com o Os requisitos dos atos administrativos são cinco:
exercício da cidadania. Portanto, esses ‘novos’ direitos emergiram - Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz. Tra-
no final do século XX e projetam grandes e desafiadoras discussões ta-se de requisito vinculado, ou seja, para que um ato seja válido
nos primórdios do novo milênio. deve-se verificar se foi praticado por agente competente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado A presunção de legitimidade não pressupõe no entanto que Ios
todo aquele que atue em nome do Estado, podendo ser de qual- atos administrativos não possam ser combatidos ou questionados,
quer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo deter- no entanto, o ônus da prova é de quem alega.
minado ou vínculo de natureza permanente. O atributo de presunção de legitimidade confere maior cele-
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário ridade à atuação administrativa, já que depois da prática do ato,
que não exista impedimento e suspeição para o exercício da ativi- estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse vá-
dade.  lido, até que se declare sua ilegalidade por decisão administrativa
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não ou judicial.
sendo possível um agente que contenha competência ilimitada,
tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios b) Imperatividade: É a prerrogativa que os atos administrativos
de legitimação para a prática de atos. possuem de gerar unilateralmente obrigações aos administrados,
- Finalidade: O ato administrativo deve ser editado pela Admi- independente da concordância destes. É o atributo que a Adminis-
nistração Pública em atendimento a uma finalidade maior, que é a tração possui para impor determinado comportamento a terceiros.
pública; se o ato praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso c) Exigibilidade ou Coercibilidade: É a prerrogativa que pos-
de poder. suem os atos administrativos de serem exigidos quanto ao seu cum-
Em outras palavras, o ato administrativo deve ter como fina- primento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade,
lidade o atendimento do interesse coletivo e do atendimento das em regra, nascem no mesmo momento. 
demandas da sociedade. Caso não seja cumprida a obrigação imposta pelo administrati-
vo, o poder público, se valerá dos meios indiretos de coação, reali-
- Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exte- zando, de modo indireto o ato desrespeitado.
riorização e demais procedimentos prévios que forem exigidos com
a expedição do ato administrativo. d) Autoexecutoriedade: É o poder de serem executados mate-
Via de regra, os atos devem ser escritos, permitindo de ma- rialmente pela própria administração, independentemente de re-
neira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que curso ao Poder Judiciário.
não sejam produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são A autoexecutoriedade é atributo de alguns atos administrati-
os casos dos semáforos, por exemplo. vos, ou seja, não existe em todos os atos. Poderá ocorrer quando
A forma não configura a essência do ato, mas apenas o ins- a lei expressamente prever ou quando estiver tacitamente prevista
trumento necessário para que a conduta administrativa atinja seus em lei sendo exigido para tanto situação de urgência; e inexistência
objetivos. O ato deve atender forma específica, justamente porque de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um pro-
cesso administrativo prévio, que se caracterize por uma série de CLASSIFICAÇÃO
atos concatenados, com um propósito certo. Os atos administrativos podem ser objeto de várias classifica-
ções, conforme o critério em função do qual seja agrupados. Men-
- Motivo: O motivo será válido, sem irregularidades na prática cionaremos os agrupamentos de classificação mais comuns entre
do ato administrativo, exigindo-se que o fato narrado no ato prati- os doutrinadores administrativos.
cado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na
conduta estatal. Quanto à composição da vontade produtora do ato:
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das Simples: depende da manifestação jurídica de um único órgão,
razões que levaram à prática do ato. mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portan-
to, a vontade para manifestação do ato deve ser unitária, obtida
- Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa rece- através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um
ber com sua expedição. Todo e qualquer ato administrativo tem por agente em órgãos singulares.
objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídi- Complexo: resulta da manifestação conjugada de vontades de
cas referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da órgãos diferentes. É necessária a manifestação de vontade de dois
Administração Pública. ou mais órgãos para formar um único ato.
Entende-se por objeto, aquilo que o ato dispõe, o efeito causa- Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um
do pelo ato administrativo, em decorrência de sua prática. Trata-se edita o ato principal e o outro será acessório. Como se nota, é com-
do objeto como a disposição da conduta estatal, aquilo que fica de- posto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão pú-
cidido pela prática do ato. blico, em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato
deve contar com o que ocorrer com o primeiro.
ATRIBUTOS
Atributos são qualidades, prerrogativas ou poderes especiais Quanto a formação do ato:
que revestem os atos administrativos para que eles alcancem os Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das
fins almejados pelo Estado. partes. Exemplo: licença
Existem por conta dos interesses que a Administração repre- Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes.
senta, são as qualidades que permitem diferenciar os atos adminis- Exemplo: contrato administrativo;
trativos dos outros atos jurídicos. Decorrem do princípio da supre- Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes.
macia do interesse público sobre o privado. Exemplo: convênios.
São atributos dos atos administrativos:
a) Presunção de Legitimidade/Legitimidade: É a presunção Quanto aos destinatários do ato:
de que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo e
que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação determinado, impondo a norma abstrata ao caso concreto. Nesse
dos serviços públicos. momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é
geral restringindo seu âmbito de atuação. 

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Gerais: são os atos que têm por destinatário final uma catego- Externos: Destinados a produzir efeitos sobre terceiros, e, por-
ria de sujeitos não especificados. Os atos gerais tem a finalidade tanto, necessitam de publicidade para que produzam adequada-
de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica que mente seus efeitos. 
abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange
todas as pessoas que se encontram na mesma situação, por tratar- Quanto à validade do ato:
-se de imposição geral e abstrata para determinada relação. Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competên-
cia, finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto
Quanto à posição jurídica da Administração:  para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
Atos de império: Atos onde o poder público age de forma impe- Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito
rativa sobre os administrados, impondo-lhes obrigações. São atos que não pode ser corrigido. Não produz qualquer efeito entre as
praticados sob as prerrogativas de autoridade estatal. Ex. Interdição partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos,
de estabelecimento comercial. ele deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa,
Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem seja judicial, declarando sua nulidade, que terá efeito retroativo, ex
as prerrogativas do Estado (ausente o poder de comando estatal), tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os
sendo que a Administração irá atuar em situação de igualdade com direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato
o particular. Nesses casos, a atividade será regulada pelo direito pri- nulo. 
vado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser
tenham relação com a supremacia do interesse público. sanados, convalidados. Ressalte-se que, se mantido o defeito, o
Exemplo:  a alienação de um imóvel público inservível ou alu- ato será nulo; se corrigido, poderá ser “salvo” e passar a ser válido.
guel de imóvel para instalar uma Secretaria Municipal. Atente-se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles
expressamente previstos em lei.
Quanto à natureza das situações jurídicas que o ato cria:  Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato admi-
Atos-regra: Criam situações gerais, abstratas e impessoais.Tra- nistrativo, mas falta a manifestação de vontade da Administração
çam regras gerais (regulamentos). Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente
Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impos-
determinado. Criam situações particulares e geram efeitos indivi- sível. 
duais.
Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condi- Quanto à exequibilidade: 
ção se cumpra. Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação,
estando apto a produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde
Quanto ao grau de liberdade da Administração para a prática com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se
do ato: às etapas de sua formação.
Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portan-
em lei, não existindo possibilidade de apreciação por parte do ad- to, não está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a
ministrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao ad- homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
ministrador apenas a verificação da existência de todos os elemen- Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou
tos expressos em lei para a prática do ato. termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas
Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o mo- aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confun-
tivo e sobre o objeto do ato, devendo pautar suas escolhas de acor- de com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o
do com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionarie- casamento. Termo é evento futuro e certo, como uma data espe-
dade é sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo cífica.
com o princípio da finalidade pública. O poder judiciário não pode Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada
avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a mais havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a
legalidade, os motivos e o conteúdo ou objeto do ato. concessão de licença para doar sangue.

Quanto aos efeitos:  ESPÉCIES


Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários. a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando ge-
Pode ser outorgado um novo direito, como permissão de uso de ral do Executivo visando o cumprimento de uma lei. Podem apre-
bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um perío- sentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto
do de suspensão. geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção
Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já (decreto de nomeação de um servidor).
existente, seja de fato ou de direito. Não cria, transfere ou extingue Os atos normativos se subdividem em:
a situação existente, apenas a reconhece. - Regulamentos: São atos normativos posteriores aos decretos,
Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extin- que visam especificar as disposições de lei, assim como seus man-
ta, não retirando direitos ou obrigações. A alteração do horário de damentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato. regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-
Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato -executáveis independem de regulamentos para produzir efeitos.
que põe termo a um direito ou dever existente. Cite-se a demissão 1. Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execu-
do servidor público. ção da lei, é um ato administrativo que não tem o foto de inovar o
ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto
Quanto à situação de terceiros:  legal. Os regulamentos executivos são atos normativos que comple-
Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno mentam os dispositivos legais, sem que ivovem a ordem jurídica,
da Administração Pública, não atingindo terceiros, como as circula- com a criação de direitos e obrigações. 
res e pareceres.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
2. Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e vi- - Aprovação - análise pela própria administração de atividades
sam inovar o ordenamento jurídico, determinando normas sobre prestadas por seus órgãos;
matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem - Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato pra-
ser considerados atos expedidos como substitutos da lei e não fa- ticado pela própria Administração como maneira de exequibilidade;
cilitadores de sua aplicação, já que são editados sem contemplar - Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato
qualquer previsão anterior. praticado pelos seus órgãos como meio de lhe dar eficácia;
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não - Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cum-
de serem expedidos regulamentos autônomos, em decorrência do primento de certa obrigação até então conferida por lei.
princípio da legalidade. - Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extin-
- Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Cons- gue de forma unilateral um direito próprio, liberando definitiva-
tituição Federal, em seu artigo 87, inciso II. São atos administrativos mente a pessoa obrigada perante a Administração Pública.
privativos dos Ministros de Estado.
- Regimentos – São atos administrativos internos que emanam d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administra-
do poder hierárquico do Executivo ou da capacidade de auto-orga- ção se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião
nização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta ma- sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e
neira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao
- Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimen- motivo e ao conteúdo.
tos e regulamentos, expedidos pelas autoridades do executivo. - Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública com-
- Deliberações – São atos normativos ou decisórios que ema- prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por
nam de órgãos colegiados provenientes de acordo com os regula- meio dos órgãos competentes;
mentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos - Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autentica-
para seus beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Ad- das de atos ou fatos existentes em processos, livros ou documentos
ministração. que estejam na repartição pública;
- Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a
b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcio- assuntos submetidos à sua consideração.
namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção impos-
chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos ta pela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações
particulares. administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de parti-
São eles:
culares perante a Administração.
- Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierár-
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as dis-
quico em desempenhar determinada função;
posições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou servi-
- Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determi-
ços.
nados funcionários ou agentes;
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação
- Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Mi-
externa e interna. Quando for interna, compete à Administração
nistério;
punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que
- Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos
contenham defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos,
aos seus subalternos que determinam a realização de atos especiais
ou gerais; fazendo com que se respeite as normas administrativas. 
- Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos res-
ponsáveis por obras ou serviços públicos; EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO.
- Provimentos – atos administrativos intermos, com determina- Os atos administrativos são produzidos e editados com a fina-
ções e instruções em que a Corregedoria ou os Tribunais expedem lidade de produzir efeitos jurídicos. Cumprida a finalidade a qual
para regularização ou uniformização dos serviços; fundamenta a edição do ato o mesmo deve ser extinto.
- Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Adminis- Outras vezes, fatos ou atos posteriores interferem diretamente
tração a terceiros; no ato e geram sua suspensão ou elimina definitivamente seus efei-
- Despachos administrativos – são decisões tomadas pela auto- tos, causando sua extinção.
ridade executiva (ou legislativa e judiciária, quando no exercício da Ademais, diversas são as causas que determinam a extinção
função administrativa) em requerimentos e processos administrati- dos atos adminsitrativos ou de seus efeitos, vejamos:
vos sujeitos à sua administração.
Cassação: Ocorre a extinção do ato administrativo quando o
c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declara- administrado deixa de preencher condição necessária para perma-
ção de vontade da Administração apta a concretizar determinado nência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição
negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas con- indispensável para manutenção do ato administrativo. 
dições impostas ou consentidas pelo Poder Público.
- Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a Anulação ou invalidação (desfazimento): É a retirada, o desfa-
Administração concede ao Administrado a faculdade de realizar de- zimento do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, ou
terminada atividade.  seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração
- Autorização – ato discricionário e precário em que a Adminis- ou pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc. 
tração confere ao administrado a faculdade de exercer determinada A anulação pode acontecer por via judicial ou por via admi-
atividade.  nistrativa. Ocorrerá por via judicial quando alguém solicita ao Ju-
- Permissão - ato discricionário e precário em que a Administra- diciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando
ção confere ao administrado a faculdade de promover certa ativida- a própria Administração expede um ato anulando o antecedente,
de nas situações determinadas por ela; utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja, a Administração

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA
inconvenientes. Quando a anulação é feita por via administrativa, A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos
pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros. potestativos, que “são poderes que a lei confere a determinadas
De acordo com entendimento consolidado pelo Supremo Tri- pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre situa-
bunal Federal, a anulação de um ato não pode prejudicar terceiro ções jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou seja,
de boa-fé. quando a lei ou a vontade fixam determinado prazo para serem
Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF: exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito material.
- SÚMULA 346: A administração pública pode declarar a nulida- O instituto da decadência tem a finalidade de garantir a segu-
de dos seus próprios atos. rança jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem
- SÚMULA 473: A administração pode anular seus próprios pública, não podendo ser renunciada. Entretanto, se o prazo deca-
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles dencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência convenção entre as partes, pode ser renunciado, que correspon-
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, derá a uma revogação da condição para o exercício de um direito
em todos os casos, a apreciação judicial. dentro de determinado tempo.
Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se
Revogação: É a retirada do ato administrativo em decorrência como de decadência administrativa os prazos estabelecidos por
da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Adminis-
públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo tração. E isso porque a prescrição, como instituto jurídico, pressu-
com a lei. A revogação somente poderá ser feita por via adminis- põe a existência de uma ação judicial apta à defesa de um direito.
trativa. Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o
Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu administrado pode interpor recursos administrativos ou pode a Ad-
o interesse na manutenção deste, ainda que não exista vício que o ministração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre a conduta
tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito adminis- de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou
trativo, por set um ato legal, todos os atos já foram produzidos de outras obrigações com os administrados, refere-se a esses prazos
forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir, contudo denominando-os de prescricionais. 
mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc). Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso
Não há limite temporal para a revogação de atos administrati- do prazo, impedindo a prática de um ato pela própria Administra-
vos, não se configurando a decadência, no prazo quinquenal, tendo ção. 
em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado
a qualquer tempo.
Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
razões de conveniência e oportunidade. 

Convalidação ou Sanatória: É o ato administrativo que, com Processo administrativo


efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a torná- O Processo Administrativo Disciplinar tem como objetivo apu-
-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que rar possíveis infrações disciplinares e, conforme o caso, aplicar a
sana um vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde penalidade cabível.
o momento em que foi praticado. Alguns autores, ao se referir à As regras disciplinares são de competência de cada ente fede-
convalidação, utilizam a expressão sanatória.  rativo, que irão regular os devidos procedimentos disciplinares de
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majori- seus respectivos servidores públicos.
tária), constitutiva, secundária, e eficácia ex tunc. Na esfera federal, temos o nosso estudo baseado na Lei
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, 8.112/90, sendo o estatuto dos servidores públicos. Vale destacar,
sustentando que os atos administrativos somente podem ser nu- que as regras estatutárias não podem desrespeitar os princípios e
los. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos as regras constitucionais.
anuláveis. Dentro da Lei 8.112/90 existem três modalidades de Processo
Existem três formas de convalidação: Administrativo Disciplinar, logo nas três hipóteses, por se tratar de
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade processo administrativo disciplinar é possível à existência de uma
que praticou o ato; penalidade ao final. São modalidades do PAD:
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior I. Processo Administrativo Disciplinar Simplificado/ Sindicância
àquela que praticou o ato; (Art. 145 da Lei 8.112/90): possui como objetivo a apuração das
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou condutas que em tese são de menor potencial ofensivo, pressupõe
seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem por autoridade então que os tipos de penalidade a serem aplicadas aqui possuem
superior. natureza leve.
Caso ao dar início a esta modalidade de PAD e, verifica-se a não
Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação existência do fato, o PAD é arquivado, uma vez que está ausente de
será discricionária, ou seja, a Administração convalidará ou não o provas/ elementos probatórios.
ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base Por outro lado, caso o PAD simplificado seja confirmado, apli-
o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a ca-se uma advertência, ou então, uma suspensão de até 30 dias ao
convalidação deverá ser obrigatória, visto que, se houver como sa- servidor público.
nar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto, Assim, a punição para condutas do servidor público de natu-
que existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra reza leve é de advertência ou suspensão de até 30 dias. Nota-se
alternativa senão anular o ato. que caso conclua-se, diante da apuração do PAD simplificado, que a
infração é gravíssima, finaliza-se o PAD simplificado e instaura-se o
PAD propriamente dito.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Ex. Ocorre uma denuncia de um servidor, que está vendendo Vale ressaltar que o afastamento temporário não é uma puni-
pão de mel dentro da administração pública, as pessoas sabem que ção, tendo em vista que ainda não houve PAD. Sendo assim, neste
este servidor não sabe cozinhar. A autoridade recebe a informação. afastamento é razoável que o servidor público continue recebendo
Sabe-se que essa conduta não é gravíssima, assim abre-se um PAD a sua remuneração. O prazo de afastamento temporário do servidor
simplificado para apurar a situação, mas com a informação de que público é de no máximo 60 dias, prorrogáveis, desde que justificá-
a pessoa não sabe cozinhar, ao abrir o PAD simplificado ele não se vel, por mais 60 dias (Art. 147 da Lei 8.112/90).
confirma, assim arquiva-se. No caso de confirmação, por exemplo, Caso passe o período total de 120 dias (60 + 60 prorrogáveis), e
não era pão de mel, mas cocada, aqui não se arquiva o processo, a Autoridade necessite de mais tempo para a investigação, não tem
mas aplica-se uma advertência. como aumentar o prazo e o servidor continuar afastado, assim o
Obs. Cuidado com o termo sindicância, na doutrina do Direito servidor retorna para o seu cargo e o PAD continua.
Administrativo em Geral (Processo Administrativo – Lei 9.784/99), O Ato Administrativo que instaura o PAD indica o nome de três
existe o termo sindicância, no sentido investigativo-inquisitório e servidores públicos para compor uma Comissão Processante. Ou
acusatória- punitivo. Assim, dentro do Processo Administrativo Ge- seja, uma autoridade instaura o PAD, sendo somente os Ministros
ral, existem duas modalidades de sindicância. que possuem competência para tanto, entretanto não são os Minis-
O PAD simplificado possui uma sindicância punitiva/acusatória, tros que tocam o Processo Administrativo Disciplinar, mas sim uma
uma vez que ao final ela apresenta uma penalidade. Esta distinção Comissão Processante.
ocorre, pois, caso esteja-se diante de uma sindicância investigati- Dentro do ato de instauração o Ministro já indica os servido-
va/ inquisitória, não é necessário fornecer a ninguém o direito de res públicos, sendo a regra geral que a Comissão Processante seja
ampla defesa e contraditório, uma vez que não se está acusando composta por três Servidores Estáveis (estabilidade é um requisito
ninguém, mas apenas investigando. – Artigo 149 da Lei 8.112/90). Um desses três Servidores será Presi-
Não existe muitas regras sobre o processo administrativo dis- dente da Comissão, este tem que ter o cargo superior ou similar ao
ciplinar simplificado, de modo que, de maneira geral, utiliza-se o do servidor púbico acusado.
procedimento do propriamente dito como margem. A regra geral prevê a estabilidade, pois esta funciona como
O prazo para a conclusão de um PAD simplificado é de 30 dias, uma garantia do servidor público que compõe a comissão, de modo
ou seja, após o início da sindicância tem-se 30 dias para encerrar, a garantir que este não pode ser retirado/ perder o cargo a não ser
podendo ser prorrogados por mais 30 dias. nas hipóteses do artigo 41 da CF, ou seja, não sofro o risco de ser
ameaça a ser mandada embora. (Obs. Não pode estar este Servidor
II. Processo Administrativo Disciplinar Propriamente Dito: utili- Público somente no cargo de comissão, uma vez que cargos em co-
zado nos casos de infrações gravíssimas. Este processo administra- missão não possuem a estabilidade).
tivo disciplinar possui três fases, sendo elas:
* Primeira Fase: Compreende a instauração do processo. Para a Obs. É muito comum na jurisprudência quando se anula um pro-
instauração do processo é necessário que o Administrador Público cesso administrativo, anula-se a comissão processante em um sentido
tome conhecimento de uma conduta indisciplinar, assim, é preciso geral. Assim qual é o ato que a autoridade competente tem que fa-
conhecer a conduta, para depois instaurar um PAD. zer? Instaurar um novo PAD, com a nomeação de novas pessoas para
*Diante de uma denuncia anônima é preciso instaurar o PAD? A compor a comissão processante, uma vez que a anterior foi desfeita,
Lei 8.112/90 de a entender que a denuncia anônima está vedada de pois não garantiu a ampla defesa e o contraditório. Caso anteriormente
maneira geral para evitar o chamado denuncismo. Uma vez que, a tenha ocorrido alguma nulidade que tenha gerado o desfazimento da
Lei fala que a denúncia deve ser clara, demonstrando seu endereço, comissão processante, pode esta mesma comissão ser escolhida nova-
nome, ou seja, você tem que ser responsável pela sua denúncia – mente. Assim, a Comissão Processante só não pode ser a mesma caso
assumir a responsabilidade. Ocorre que, nessa situação, ao exigir esta não garanta o contraditório e a ampla defesa.
que a denúncia seja sempre clara, pode estar evitando que certas
denúncias cheguem à Administração Pública. Assim, conclui-se que
A Suspensão e Advertência podem ser aplicadas no PAD, no
a denúncia anônima não deve ser desconsiderada de fato, sendo
momento em que o Servidor Público é suspenso ou advertido, começa
necessário analisar a presença de elementos concretos na denúncia
a correr um prazo para o cancelamento desse registro de penalidades
anônima.
na sua ficha de servidor público. De modo que, após 3 (para o caso de
De modo que, ao receber a denúncia anônima a Autoridade
advertência) ou 5 (para a suspensão) anos o servidor cometa outro ilí-
competente não pode abrir um PAD de prontidão. Mas, caso a Au-
cito/ não sofra nenhuma outra sanção, ele não será considerado como
toridade verifique elementos concretos nesta denúncia anônima,
instaura-se um PAD de sindicância investigatório, se neste proces- reincidente. Assim, aqui não se cancela os efeitos da suspensão e da
so for confirmado os elementos instaura-se um PAD propriamente advertência, mas o Registro de Penalidades em sua ficha.
dito, para apurar a fundo as infrações e aplicar as penalidades ne- Prazo de Prescrição do PAD: o Servidor Público no exercício da
cessárias. sua atividade, pratica uma conduta em que a penalidade típica é
O PAD Propriamente Dito pode ser instaurado de prontidão demissão, assim, o poder público / administração pública, tem o
caso verifique-se uma conduta gravíssima, de uma denúncia clara prazo de 5 anos, a partir do conhecimento do fato da conduta pela
(pessoa assumi a responsabilidade), desta forma percebe-se que a autoridade competente para abrir um PAD, sob pena de prescrição.
sindicância não é pré-requisito para a instauração do PAD, desde Caso a conduta leve a suspensão do servidor, a Administração
que a denúncia seja clara. Pública tem dois anos, a partir do conhecimento da conduta, para
Um dos elementos da Portaria que instaura o PAD é o afasta- abrir o PAD sob pena de prescrição.
mento preventivo da servidor público (Ato Administrativo – Porta- Por outro lado, caso a conduta leve a advertência ao servidor,
ria). Esse afastamento ocorre, pois muitas vezes, os demais servi- a Administração Pública tem 180 dias, a partir do conhecimento da
dores não se sentem confortáveis em testemunharem algo com o conduta, para abrir o PAD, sob pena de prescrição.
acusado ainda ocupando o cargo, pois ele poderia utilizar sua in- Vale ressaltar, que nos três casos acima (demissão, suspen-
fluência – por exemplo, se vocês testemunharem acontecerá algo. são e advertência), caso a Autoridade competente, tome conheci-
Assim, o afastamento é utilizado como um acautelamento do Admi- mento da conduta e não instaure o PAD ela sofre as sanções da Lei
nistrador Público em relação ao processo administrativo disciplinar. 8.112/90, ou seja, assume a responsabilidade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Ademais, importante ressaltar que no momento em que o PAD CAPÍTULO I
é aberto, o prazo prescricional do mesmo se interrompe até a de- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
cisão da autoridade competente (Art. 142, § 3º da Lei 8.112/90).
Entretanto existem discussões acerca da razoabilidade desse tempo Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo ad-
de decisão da autoridade competente, de modo que a previsão le- ministrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta,
gal diverge da jurisprudencial. visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e
A lei entende que a Autoridade tem o tempo necessário para ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
se chegar a uma decisão, já a jurisprudência, entende que, uma vez § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos
interrompido o prazo prescricional do PAD, após 140 dias, diante Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho
da ausência de uma decisão pela autoridade competente, o pra- de função administrativa.
zo prescricional volta a correr. Isto é, uma vez instaurado o PAD, a § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
autoridade competente tem 140 dias para concluí-lo, uma vez que I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad-
o PAD normalmente deve durar 60 dias, prorrogáveis por mais 60, ministração direta e da estrutura da Administração indireta;
após isso a autoridade competente tem 20 dias para julgá-lo – to- II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade
talizando 140 dias. jurídica;
* Segunda Fase: esta se subdivide em: III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder
- Inquérito Administrativo: é tocado pela Comissão Processan- de decisão.
te, composta por três servidores públicos que possuem estabilida- Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
de. princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, pro-
- Instrução do Processo: nesta fase mantem-se a regra funda- porcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, seguran-
mental inserida no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal. Em ça jurídica, interesse público e eficiência.
que, toda fase de Processo Administrativo Disciplinar será acom- Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observa-
panhada pelo Servidor acusado, uma vez que, caso não tenha este dos, entre outros, os critérios de:
acompanhamento não existirá a possibilidade do contraditório e I - atuação conforme a lei e o Direito;
nem da ampla defesa. II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia to-
Outro princípio que rege esta fase é o Princípio da Oficialidade, tal ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
no sentido de que a Comissão Processante ao tocar o inquérito ad- III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada
ministrativo age de ofício, não sendo necessário que a Autoridade a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
Administrativa de comandos para a Comissão Processante. IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
Nesta fase também é necessário buscar a verdade material/ boa-fé;
real, ou seja, a verdade mais próxima do que realmente aconteceu, V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
nesse sentido, pode se falar que o PAD é muito parecido com o pro- hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
cesso penal. VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri-
Durante a Instrução do Processo serão tomadas todas as me- gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita-
didas necessárias como, por exemplo: oitiva de testemunhas, pe- mente necessárias ao atendimento do interesse público;
rícias, acareações, sempre com a possibilidade de o servidor pú- VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter-
blico causado intervir no procedimento, ou seja, apresentar seus minarem a decisão;
próprios laudos, testemunhas. VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos
Nota-se que caso ocorra à violação ao contraditório e a ampla direitos dos administrados;
defesa, o PAD deverá ser arquivado. IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade-
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi-
Obs. É possível emprestar provas produzidas em processos ju- nistrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de ale-
dicias em andamento? Sim, desde que esta prova emprestada seja
gações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos
lícita.
processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
Obs. É necessário que se dê a possibilidade de participação de
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas
advogado, não podendo ser vedada a sua participação no PAD.
as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem pre-
Esta situação do Advogado gerou a Súmula Vinculante nº 5 do
juízo da atuação dos interessados;
STF, que prevê que a falta de defesa técnica, ou seja, de advoga-
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que me-
do em um PAD não ofende a Constituição Federal. Entretanto o STJ lhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
acredita que é necessária a presença do advogado no PAD. O que aplicação retroativa de nova interpretação.
vale, neste caso, é a posição do STF na Súmula Vinculante nº 5.
- Defesa CAPÍTULO II
- Relatório DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
* Terceira Fase: Julgamento Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad-
ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999 deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de
suas obrigações;
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em
Pública Federal. que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter có-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- pias de documentos neles contidos e conhecer as decisões profe-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ridas;

91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
III - formular alegações e apresentar documentos antes da deci- Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
são, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
quando obrigatória a representação, por força de lei. mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
CAPÍTULO III Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I - a edição de atos de caráter normativo;
I - expor os fatos conforme a verdade; II - a decisão de recursos administrativos;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
III - não agir de modo temerário; Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo- cados no meio oficial.
rar para o esclarecimento dos fatos. § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
CAPÍTULO IV jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
DO INÍCIO DO PROCESSO de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela au-
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a toridade delegante.
pedido de interessado. § 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar expli-
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em citamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
conter os seguintes dados: relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
II - identificação do interessado ou de quem o represente; Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publi-
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co- camente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a
municações; unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo
fundamentos; administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. grau hierárquico para decidir.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada
de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o in- CAPÍTULO VII
teressado quanto ao suprimento de eventuais falhas. DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar
modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o ser-
pretensões equivalentes. vidor ou autoridade que:
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula- II - tenha participado ou venha a participar como perito, teste-
dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. munha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao
cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
CAPÍTULO V III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o inte-
DOS INTERESSADOS ressado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen-
Art. 9o São legitimados como interessados no processo admi- to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se
nistrativo: de atuar.
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi-
direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de re- mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
presentação; Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos inte-
ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; ressados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
III - as organizações e associações representativas, no tocante a e afins até o terceiro grau.
direitos e interesses coletivos; Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quan- objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
to a direitos ou interesses difusos.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os CAPÍTULO VIII
maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato nor- DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
mativo próprio.
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de
CAPÍTULO VI forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
DA COMPETÊNCIA § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em
vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos autoridade responsável.
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente
delegação e avocação legalmente admitidos. será exigido quando houver dúvida de autenticidade.

92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos au-
ser feita pelo órgão administrativo. tos os dados necessários à decisão do processo.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencial- § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados
mente e rubricadas. devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no ho- Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas
rário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. obtidas por meios ilícitos.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de
atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do pro- interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
cedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para
autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele a parte interessada.
participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo mo- § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação
tivo de força maior. pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de ale-
até o dobro, mediante comprovada justificação. gações escritas.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencial- § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si,
mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for a condição de interessado do processo, mas confere o direito de
o local de realização. obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
comum a todas as alegações substancialmente iguais.
CAPÍTULO IX Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú-
blica para debates sobre a matéria do processo.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria
administrativo determinará a intimação do interessado para ciência relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de
de decisão ou a efetivação de diligências. administrados, diretamente ou por meio de organizações e associa-
§ 1o A intimação deverá conter: ções legalmente reconhecidas.
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade ad- Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de ou-
ministrativa; tros meios de participação de administrados deverão ser apresen-
II - finalidade da intimação; tados com a indicação do procedimento adotado.
III - data, hora e local em que deve comparecer; Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiên-
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se cia de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser reali-
representar; zada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou repre-
V - informação da continuidade do processo independente- sentantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a
mente do seu comparecimento; ser juntada aos autos.
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale-
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a
instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
úteis quanto à data de comparecimento.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por
registrados em documentos existentes na própria Administração
via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio
responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o ór-
que assegure a certeza da ciência do interessado.
gão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos
documentos ou das respectivas cópias.
ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da
meio de publicação oficial.
tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili-
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su- objeto do processo.
pre sua falta ou irregularidade. § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reco- motivação do relatório e da decisão.
nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun-
administrado. damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garanti- ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
do direito de ampla defesa ao interessado. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão
que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo,
sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos forma e condições de atendimento.
de outra natureza, de seu interesse. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o ór-
gão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a
CAPÍTULO X omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
DA INSTRUÇÃO Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao
interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respec-
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se tiva apresentação implicará arquivamento do processo.
de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces- Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência
so, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionan-
probatórias. do-se data, hora e local de realização.

93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quin- ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das
ze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos inte-
prazo. ressados.
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emiti- § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis-
do no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo
apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. escrito.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser
emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e CAPÍTULO XIII
ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCES-
de quem se omitiu no atendimento. SO
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser
previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res- desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-
ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór- nunciar a direitos disponíveis.
gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de atinge somente quem a tenha formulado.
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
legalmente fixado. não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública considerar que o interesse público assim o exige.
poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o proces-
prévia manifestação do interessado. so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob- impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que
o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote- CAPÍTULO XIV
gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emi-
tir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quan-
conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de deci- do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
são, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autori- conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
dade competente. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos adminis-
trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
CAPÍTULO XI decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
DO DEVER DE DECIDIR salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de de-
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir cadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou recla- § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
mações, em matéria de sua competência. dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad- dade do ato.
ministração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorro-
gação por igual período expressamente motivada. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão
ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresen-
CAPÍTULO XII tarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Ad-
DA MOTIVAÇÃO ministração.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com CAPÍTULO XV


indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção razões de legalidade e de mérito.
pública; § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão,
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici- a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará
tatório; à autoridade superior.
V - decidam recursos administrativos; § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administra-
VI - decorram de reexame de ofício; tivo independe de caução.
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão § 3oSe o recorrente alegar que a decisão administrativa contra-
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; ria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida- da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de
ção de ato administrativo. encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabili-
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, po- dade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela
dendo consistir em declaração de concordância com fundamentos Lei nº 11.417, de 2006).Vigência
de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três
neste caso, serão parte integrante do ato. instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro- CAPÍTULO XVI
cesso; DOS PRAZOS
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente
afetados pela decisão recorrida; Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cienti-
III - as organizações e associações representativas, no tocante a ficação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluin-
direitos e interesses coletivos; do-se o do vencimento.
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
difusos. guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o pra- ou este for encerrado antes da hora normal.
zo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis- data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àque-
trativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir le do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
do recebimento dos autos pelo órgão competente. Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado,
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser os prazos processuais não se suspendem.
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no CAPÍTULO XVII
qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree- DAS SANÇÕES
xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade compe-
efeito suspensivo. tente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fa-
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou zer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida
ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar CAPÍTULO XVIII
efeito suspensivo ao recurso. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a
de cinco dias úteis, apresentem alegações. reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: os preceitos desta Lei.
I - fora do prazo; Art. 69-A.Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão
II - perante órgão incompetente; ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como
III - por quem não seja legitimado; parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
IV - após exaurida a esfera administrativa. I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;(In-
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a auto- cluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
ridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administra- pela Lei nº 12.008, de 2009).
ção de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
administrativa. IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá con- neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan-
firmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a deci- te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anqui-
são recorrida, se a matéria for de sua competência. losante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação,
decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientifi- síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave,
cado para que formule suas alegações antes da decisão. com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
Art. 64-A.Se o recorrente alegar violação de enunciado da sú- doença tenha sido contraída após o início do processo.(Incluído
mula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explici- pela Lei nº 12.008, de 2009).
tará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, con- § 1oA pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando
forme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Vigência prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra-
Art. 64-B.Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação tiva competente, que determinará as providências a serem cumpri-
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á das. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julga- § 2oDeferida a prioridade, os autos receberão identificação pró-
mento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões admi- pria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela
nistrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização Lei nº 12.008, de 2009).
pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.(Incluído pela Lei § 3o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
nº 11.417, de 2006). Vigência § 4o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem san- Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí-
veis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
agravamento da sanção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação
CONTRATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, CARACTE- segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo:
RÍSTICAS, ESPÉCIES, INEXECUÇÃO E EXTINÇÃO a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13
do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada
No desempenho da função administrativa, o Poder Público súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não
empraza diversas relações jurídicas com pessoas físicas e jurídicas, parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é
públicas e privadas. A partir do momento em que tais relações se um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo
constituem por intermédio da manifestação bilateral da vontade a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política.
das partes, afirmamos que foi celebrado um contrato da Adminis-
Princípio da publicidade
tração.
Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos
Denota-se que os contratos da Administração podem ser nas
do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art.
formas:
2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a
Contratos Administrativos: são aqueles comandados pelas
transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com
normas de Direito Público.
o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin-
Contratos de Direito Privado firmados pela Administração: do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos
são aqueles comandados por normas de Direito Privado. praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a
atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos
Princípios Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di-
reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais,
Princípio da legalidade com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, recebe um conceito como lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ-
um produto do Liberalismo, que propagava evidente superioridade ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo-
do Poder Legislativo por intermédio da qual a legalidade veio a ser tivação dos atos administrativos.
bipartida em importantes desdobramentos:
1) Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os Princípio da eficiência
atos da Administração; Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998,
2) Reserva de lei: a apreciação de certas matérias deve ser for- com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela
malizada pela legislação, deletando o uso de outros atos de caráter Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio-
normativo. nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das
finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo:
Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como o duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita-
principal conceito para a configuração do regime jurídico-adminis- mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004),
trativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública só bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art.
poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos executivos, 37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998).
agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo com o Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que
princípio em análise, todo ato que não possuir base em fundamen- garantem sua eficiência:
tos legais é ilícito. a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna
eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio-
Princípio da impessoalidade rar a situação de outrem.
Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas
duas interpretações possíveis: de forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número
a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Públi- de pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”).
ca deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico
aos particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados
a discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma
CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata- econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação
mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do
posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as-
material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei pectos.
8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para
portadores de deficiência. Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna
públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no di-
feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais reito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial
toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da
educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art. Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu cará-
37, § 1. °, da CRFB: “dela não podendo constar nomes, símbolos ter procedimental (procedural due process of law: direito ao contra-
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais) para,
ou servidores públicos”. por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due process of
law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos contra
Princípio da moralidade abusos do Estado).
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua- Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo
aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da
ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia-
constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons-
pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao

96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade
direitos fundamentais dispostos na legislação pátria. pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que
O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular.
teorias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não
no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho- impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente
mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser
do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber, prestado sempre na medida em que a necessidade da população
na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne-
que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor- cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado
cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne-
de Direito. cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem-
Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di- plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou-
ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro-
tros.
porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi-
lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma
Princípio da autotutela
paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade,
Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re-
vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos
excessos cometidos pelo Poder Público. ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de
O princípio da proporcionalidade é subdividido em três sub- legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência
princípios: e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas
a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será 346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999.
adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades,
pretendido. bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela
b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal
do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan- e revogação de ato inconveniente ou inoportuno.
çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que
o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda- esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante
mentais. à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti-
c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma culares de modo geral.
típica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual Princípios da consensualidade e da participação
a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica- Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor-
da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato
que será efetivado. de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer
a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios
Princípio da supremacia do interesse público sobre o interes- contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a
se privado (princípio da finalidade pública) atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões
É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional, mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a
tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os
categorias: comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos.
a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o
necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a
justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi- assumir um importante papel no condizente ao processo de iden-
dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a
exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre tutela da Administração Pública.
outros. Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida-
b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró- de e da participação, a administração termina por voltar-se para a
prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações
ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple- da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para
mentado através de atividades administrativas instrumentais que resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou
são necessárias ao atendimento do interesse público primário. entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o
Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in-
público e ao patrimônio público. teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola-
boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do
Princípio da continuidade consenso e da participação.
Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma-
tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos
ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con-
satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação. selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa
Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú- ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final
blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o
do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do
serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen- interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação
tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atua-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
ção coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de 1) Comutativo: trata-se dos contratos de prestações certas e
interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA determinadas. Possui prestação e contraprestação já estabelecidas
NETO, 2006, p. 337-338). e equivalentes. Nesta espécie de contrato, as partes, além de rece-
Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio- berem da outra prestação proporcional à sua, podem apreciar ime-
neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico- diatamente, verificando previamente essa equivalência. Ressalta-se
-políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos que o contrato comutativo se encontra em discordância do contrato
seus institutos participativos e consensuais. aleatório que é aquele contrato por meio do qual, as partes se ar-
riscam a uma contraprestação que por ora se encontra desconheci-
Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da da ou desproporcional, dizendo respeito a fatos futuros. Exemplo:
boa-fé contrato de seguro, posto que uma das partes não sabe se terá que
Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da cumprir alguma obrigação, e se tiver, nem sabe qual poderá ser.
boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si. Com referência a esse tipo de contrato, aduz o art. 4 do Decre-
O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti- to-Lei n.7.568/2011:
dos: Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse com
a) objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de chama-
conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido, mento público a ser realizado pelo órgão ou entidade concedente,
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB); visando à seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz
b) subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas rela- o objeto do ajuste. (Redação dada pelo Decreto n. 7.568, de 2011)
cionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais. 2) Oneroso: por ter natureza bilateral, comporta vantagens para
ambos os contraentes, tendo em vista que estes sofrem um sacrifício
Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções: patrimonial equivalente a um proveito almejado. Existe um benefício
a) objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos recebido que corresponde a um sacrifício, por meio do qual, as partes
particulares; gozam de benefícios e deveres. Ocorre de forma contrária do contrato
b) subjetiva: está ligada a relação com o caráter psicológico gratuito, como a doação, posto que neste, só uma das partes possui
daquele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteri- obrigação, que é entregar o bem, já a outra, não tem.
zação da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do 3) Formal: é dotado de condições específicas previstas na legis-
particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela lação para que tenha validade. A formalização do contrato encon-
atuação do Estado. tra-se paramentada no art. 60 Lei 8.666/1993. Denota-se, por opor-
Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi- tuno, que o contrato administrativo é celebrado pela forma escrita,
ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização nos ditames art. 60, parágrafo único.
abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi-
nam por surpreender os seus receptores. Características
Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí- A doutrina não é unânime quanto às características dos contra-
dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com tos administrativos. Ainda assim, de modo geral, podemos aduzir
supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí- que são as seguintes:
cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da A) Presença da Administração Pública – nos contratos admi-
CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei- nistrativos, a Administração Pública atua na relação contratual na
to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988. posição de Poder Público, por esta razão, é dotada de um rol de
Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o prerrogativas que acabam por a colocar em posição de hierarquia
princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei diante do particular, sendo que tais prerrogativas se materializam
9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti- nas cláusulas exorbitantes;
ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos: B) Finalidade pública – do mesmo modo que nos contratos de
a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar direito privado, nos contratos administrativos sempre deverá estar
no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos:
presente a incessante busca da satisfação do interesse público, sob
confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente;
pena de incorrer em desvio de poder;
confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi-
C) Procedimento legal – são estabelecidos por meio de lei
ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de
procedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos contratos
que as suas expectativas são razoáveis;
administrativos, que contém, dentre outras medidas, autorização le-
b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi-
gislativa, justificativa de preço, motivação, autorização pela autoridade
nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien-
competente, indicação de recursos orçamentários e licitação;
tam o cidadão a adotar determinada conduta;
c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa- D) Bilateralidade – independentemente de serem de direito
ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio privado ou de direito público, os contratos são formados a partir de
jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável; manifestações bilaterais de vontades da Administração contratante
d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con- e do particular contratado;
fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to- E) Consensualidade – são o resultado de um acordo de vonta-
lerância da Administração); e des plenas e livres, e não de ato impositivo;
e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga- F) Formalidade – não basta que haja a vontade das partes para
ções no caso. que o contrato administrativo se aperfeiçoe, sendo necessário o
cumprimento de determinações previstas na Lei 8.666/1993;
Elementos H) Onerosidade – o contrato possui valor econômico conven-
Aduz-se que sobre esta matéria, a lei nada menciona a respei- cionado;
to, porém, a doutrina tratou de a conceituar e estabelecer alguns I) Comutatividade – os contratos exigem equidade das presta-
paradigmas. Refere-se à classificação que a doutrina faz do contrato ções do contratante e do contratado, sendo que estas devem ser
administrativo. Desta forma, o contrato administrativo é: previamente definidas e conhecidas;

98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
J) Caráter sinalagmático – constituído de obrigações recíprocas • Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me-
tanto para a Administração contratante como para o contratado; tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro-
K) Natureza de contrato de adesão – as cláusulas dos contratos gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha
administrativos devem ser fixadas de forma unilateral pela Admi- sido previsto no ato convocatório;
nistração. • À prestação de serviços a serem executados de forma contí-
Registra-se que deve constar no edital da licitação, a minuta nua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces-
do contrato que será celebrado. Desta maneira, os licitantes ao sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais
fazerem suas propostas, estão acatando os termos contratuais es- vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Reda-
tabelecidos pela Administração. Ainda que o contrato não esteja ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998);
precedido de licitação, a doutrina aduz que é sempre a adminis- • Ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de
tração quem estabelece as cláusulas contratuais, pelo fato de estar informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
vinculada às normas e também ao princípio da indisponibilidade do (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
interesse público; De acordo com a Carta Magna, toda programação de longo pra-
L) Caráter intuitu personae – por que os contratos administrati- zo
vos são firmados tomando em conta as características pessoais do do Governo tem o dever de estar contida do plano plurianual.
contratado. Por esta razão, de modo geral, é proibida a subcontra- Desta maneira, estando o contrato contemplado nessa programa-
tação total ou parcial do objeto contratado, a associação do contra- ção a longo prazo – PPA –, sua duração será estendida enquanto
tado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem existir a previsão nessa lei específica.
como a fusão, cisão ou incorporação, cuja desobediência é motivo Em relação aos serviços contínuos na Administração Pública,
para rescisão contratual (art. 78, VI, Lei 8.666/1993). Entretanto, a denota-se que são aqueles que exigem uma permanência do servi-
regra anterior é amparada pelo art. 72 da mesma lei, que determina ço. Sendo uma espécie de serviço que é mais coerente manter por
a possibilidade de subcontratação de partes de obra, serviço ou for- um período maior ao invés de ficar renovando e trocando todos os
necimento, até o limite admitido pela Administração. Aduz-se que a anos. Por isso, em razão da Lei n. 12.349/2010, foi acrescentado
possibilidade de subcontratação é abominada pela doutrina, tendo mais um dispositivo que determina que o contrato pode ter dura-
ção superior a um ano, que é a regra geral
em vista vez que permite que uma empresa que não participou por
meios legais da licitação de forma indireta, acabe contratando com
Alteração
o Poder Público, o que ofende o princípio da licitação previsto no
Em consonância com o art. 65 da Lei 8.666/1993, Lei de Lici-
art. 37, XXI, da Constituição Federal.
tações, a Administração Pública possui o poder de fazer alterações
durante a execução de seus contratos de maneira unilateral, inde-
Formalização
pendentemente da vontade do ente contratado.
Em regra, os contratos administrativos são precedidos da reali-
Infere-se aqui, que o contrato administrativo possui o condão
zação de licitação, ressalvado nas hipóteses por meio das quais a lei de ser alterado unilateralmente ou por meio de acordo. Além dis-
estabelece a dispensa ou inexigibilidade deste procedimento. Além so, ressalte-se que as alterações unilaterais podem ser de ordem
disso, a minuta do futuro contrato a ser firmado pela Administração qualitativa ou quantitativa. Vejamos o dispositivo legal acerca do
com o licitante vencedor, constitui anexo do edital de licitação, dele assunto:
sendo parte integrante (art. 40, § 2º, III). Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera-
Os contratos administrativos são em regra, formais e escritos. dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
Registre-se que o instrumento de contrato, á ato obrigatório I - unilateralmente pela Administração:
nas situações de concorrência ou de tomadas tomada de preços, a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-
bem como ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
licitação, nas quais os valores contratados estejam elencados nos b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
limites daquelas duas modalidades licitatórias. corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
Aduz-se que nos demais casos, o termo de contrato será facul- nos limites permitidos por esta Lei;
tativo, fato que enseja à Administração adotar o instrumento con- II - por acordo das partes:
tratual ou, ainda, vir a optar por substituí-lo por outro instrumento a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
hábil a documentar a avença, conforme quadro a seguir (art. 62, § b) quando necessária a modificação do regime de execução da
2º): obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
Todo contrato administrativo tem natureza de contrato de ade- verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori-
são, pois todas as cláusulas contratuais são fixadas pela Adminis- ginários;
tração. Contrato de adesão é aquele em que todas as cláusulas são c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
fixadas por apenas uma das partes, no caso do contrato administra- por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
tivo, a Administração. inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra-
Prazo prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
Tendo em vista que os contratos administrativos devem ter d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
prazo determinado, sua vigência deve ficar adjunta à vigência dos mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-
respectivos créditos orçamentários. Assim sendo, em regra, os con- tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
tratos terão duração de um ano, levando em conta que esse é o objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
prazo de vigência dos créditos orçamentários que são passados aos cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
órgãos e às entidades. Nos ditames da Lei 4.320/1964, o crédito previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
orçamentário tem duração de um ano, vindo a coincidir com o ano impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
civil. maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
Entretanto, o art. 57 da Lei 8.666/1993 determina outras situa- mica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº
ções que não seguem ao disposto na regra acima. Vejamos: 8.883, de 1994)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Desta maneira, percebe-se que o contrato administrativo per- IV) para contratação de empresas relacionadas à pesquisa e de-
mite de forma regulamentada, que haja alteração em suas cláu- senvolvimento tecnológico, conforme previsto nos arts. 3º, 4º, 5º e
sulas durante sua execução. Registre-se que contrato não é um 20 da Lei 10.973/2004.
documento rígido e inflexível, tendo em vista que o mesmo pode Denota-se que esses contratos terão vigência por até 120 me-
sofrer alterações para que venha a se adequar às modificações que ses, por interesse da Administração (art. 57, V, dispositivo incluído
forem preciso durante a execução contratual. Além disso, a lei fixa pela Lei 12.349, de 2010).
percentuais por meio dos quais a Administração pode promover É importante registrar que em se tratando de casos de contra-
alterações no objeto do contrato, restando o contratado obrigado tos celebrados com dispensa de licitação por motivos de emergên-
a acatar as modificações realizadas, desde que dentro dos percen- cia ou calamidade pública, a duração do contrato deverá se esten-
tuais fixados pela legislação. der apenas pelo período necessário ao afastamento da urgência,
tendo prazo máximo de 180 dias, contados da ocorrência da emer-
Revisão gência ou calamidade, vedada a sua prorrogação (art. 24, IV).
A princípio, denota-se que as causas que justificam a inexecu- Embora a lei determine a proibição da prorrogação de contrato
ção contratual possuem o condão de gerar apenas a interrupção com fundamento na dispensa de licitação por emergência ou cala-
momentânea da execução contratual, bem como a total impos- midade pública, ressalta-se que o TCU veio a consolidar entendi-
sibilidade de sua conclusão com a consequente rescisão. Em tais mento de que pode haver exceções a essa regra em algumas hipó-
situações, pelo ato de as situações não decorrem de culpa do con- teses restritas, advindas de fato superveniente, e também, desde
tratado, este poderá vir a paralisar a execução de forma que não que a duração do contrato se estenda por período de tempo razoá-
seja considerado descumpridor. Assegurado pela CFB/1988, em seu vel e suficiente para enfrentar a situação emergencial (AC- 1941-
art. 37, XXI, o equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual 39/07-P).
consiste na manutenção das condições de pagamento estabeleci- Em análise ao art. 57, § 3º, da Lei 8.666/1993, percebe-se que
das quando do início do contrato, de forma que a relação se mante- este proíbe a existência de contrato administrativo com prazo de
nha estável entre as obrigações do contratado e haja correta e justa vigência indeterminado. No entanto, tal regra não é aplicada ao
retribuição da Administração pelo fornecimento do bem, execução contrato de concessão de direito real de uso de terrenos públicos
de obra ou prestação de serviço. para finalidades específicas de regularização fundiária de interes-
Havendo qualquer razão que cause a alteração do contrato sem se social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra,
que o contratado tenha culpa, tal razão terá que ser restabelecida. aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comuni-
Registra-se que essa garantia é de cunho constitucional. Nesse sen- dades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modali-
tido, caso o contrato seja atingido por acontecimentos posteriores dades de interesse social em áreas urbanas, que poderá ser firmado
à sua celebração, vindo a onerar o contratado, o equilíbrio econô- por tempo certo ou indeterminado (Decreto-lei 271/1967, art. 7º,
mico-financeiro inicial deverá, nos termos legais que lhe assiste, ser com redação dada pela Lei 11.481/2007).
restabelecido por intermédio da recomposição contratual. Desta Afirma-se que a princípio, as partes devem se prestar ao fiel
maneira, a inexecução sem culpa do contratado virá a acarretar a cumprimento dos prazos previstos nos contratos. Entretanto, exis-
revisão contratual, caso tenha havido alteração do equilíbrio eco- tem situações nas quais não é possível o cumprimento da avença no
nômico-financeiro prazo originalmente previsto. Ocorrendo isso, a lei admite a prorro-
gação dos prazos contratuais, desde que tal fato seja justificado e
Prorrogação autorizado de forma antecedente pela autoridade competente para
Via regra geral, os contratos administrativos regidos pela Lei celebrar o contrato, o que é aceito pela norma nos casos em que
8.666/1993 possuem duração determinada e vinculada à vigência houver (art. 57, § 1º):
dos respectivos créditos orçamentários. No entanto, há exceções a A) alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
essa regra nas seguintes situações: B) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra-
a) Quando o contrato se referir à execução dos projetos cujos nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-
produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano ções de execução do contrato;
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse C) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo
da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato con- de trabalho por ordem e no interesse da Administração; aumento
vocatório (art. 57, I); das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites per-
b) Quando o contrato for relativo à prestação de serviços a se- mitidos por essa Lei;
rem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração D) impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
prorrogada por iguais e sucessivos períodos visando à obtenção de terceiro reconhecido pela Administração em documento contem-
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada porâneo à sua ocorrência; omissão ou atraso de providências a car-
a 60 meses (art. 57, II); go da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de
c) No caso do aluguel de equipamentos e da utilização de pro- que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na exe-
gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo cução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos
de até 48 meses após o início da vigência do contrato (art. 57, IV); responsáveis.
d) Nos contratos celebrados com dispensa de licitação pelos
seguintes motivos: Renovação
I) possibilidade de comprometimento da segurança nacional; Cuida-se a renovação do contrato da inovação no todo ou em
II) para as compras de material de uso das forças armadas, parte do ajuste, desse que mantido seu objeto inicial. A finalidade
exceto materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver da renovação contratual é a manutenção da continuidade do servi-
necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de ço público, tendo em vista a admissão da recontratação direta do
apoio logístico naval, aéreo e terrestre; atual contratado, isso, desde que as circunstâncias a justifiquem e
III) para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou pres- permitam seu enquadramento numa das hipóteses dispostas por
tados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade lei de dispensa ou inexigibilidade de licitação, como acontece por
tecnológica e defesa nacional; exemplo, quando o contrato original é extinto, vindo a faltar ínfima

100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
parte da obra, serviço ou fornecimento para concluída, ou quando Pondera-se que a inexecução pode ocorrer de forma parcial ou
durante a execução, surge a necessidade de reparação ou amplia- total, posto que ocorrendo a inexecução parcial de uma das partes,
ção não prevista, mas que pode ser feita pelo pessoal e equipamen- não é observado um prazo disposto em cláusula específica em ha-
tos que já se encontram em atividade. vendo a inexecução total, se o contratado não veio a executar o ob-
Via regra geral, a renovação é realizada por meio de nova lici- jeto do contrato. Infere-se que qualquer dessas situações são passí-
tação, com a devida observância de todas as formalidades legais. veis de propiciar responsabilidade para o inadimplente, resultando
Ocorrendo isso, a lei impõe vedações ao estabelecimento no edital em sanções contratuais e legais proporcionais à falta cometida pela
de cláusulas que venham a favorecer o atual contratado em prejuí- parte inadimplente, vindo tais sanções a variar desde as multas, a
zo dos demais concorrentes, com exceção das que prevejam sua revisão ou a rescisão do contrato.
indenização por equipamentos ou benfeitorias que serão utilizados Registre-se que a inexecução do contrato pode ser o resul-
pelo futuro contratado. tado de um ato ou omissão da parte contratada, tendo tal parte
agido com negligência, imprudência e imperícia. Podem também
Reajuste contratual ter acontecido causas justificadoras por meio das quais o contra-
Reajuste contratual é uma das formas de reequilíbrio econô- tante tenha dado causa ao descumprimento das cláusulas contra-
mico-financeiro dos contratos. É caracterizado por fazer parte de tuais, vindo a agir sem culpa, podendo se desvencilhar de qualquer
uma fórmula prevista no contrato que é utilizada para proteger os responsabilidade assumida, tendo em vista que o comportamento
contratados dos efeitos inflacionários. ocorreu de forma alheia à vontade da parte.
Infere-se que a Lei 8.666/1993, no art. 55, III, prevê o reajus- Por fim, ressalte-se que a inexecução total ou parcial do contra-
te como cláusula estritamente necessária em todo contrato a que to enseja à Administração Pública o poder de aplicar as sanções de
estabeleça o preço e as condições de pagamento, os critérios, data- natureza administrativa dispostas no art. 87:
-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Adminis-
atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga- tração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as
ções e a do efetivo pagamento. seguintes sanções:
I – advertência;
Execução e inexecução II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
Por determinação legal a execução do contrato será acompa- no contrato;
nhada e também fiscalizada por um representante advindo da Ad- III – suspensão temporária de participação em licitação e impe-
ministração designado, sendo permitida a contratação de terceiros dimento de contratar com a Administração, por prazo não superior
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações relativas a essa atribui- a 2 (dois) anos;
ção. IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com
Deverá ser anotado em registro próprio todas as ocorrências a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi-
pertinentes à execução do contrato, determinando o que for pre- nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante
ciso à regularização das faltas bem como dos defeitos observados. a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida
Ressalta-se, que tanto as decisões como as providências que ultra- sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
passarem a competência do representante deverão ser requeridas resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base
a seus superiores em tempo suficiente para a adoção das medidas no inciso anterior.
que se mostrarem pertinentes.
Em relação ao contratado, deverá manter preposto, admitido Cláusulas exorbitantes
pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo De todas as características, essa é a mais importante. As Cláu-
na execução contratual. O contratado possui como obrigação o de- sulas exorbitantes conferem uma série de poderes para a Adminis-
ver de reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas tração em detrimento do contratado. Mesmo que de forma implíci-
custas, no total ou em parte, o objeto do contrato no qual forem ta, se encontram presentes em todos os contratos administrativos.
encontrados vícios, defeitos ou incorreções advindas da execução São também chamadas de cláusulas leoninas, porque só dão
ou de materiais empregados. esses poderes para a Administração Pública, consideradas como
Além do exposto a respeito do contratado, este também é res- exorbitantes porque saem fora dos padrões de normalidade, vindo
ponsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a a conferir poderes apenas a uma das partes.
terceiros, advindos de sua culpa ou dolo na execução contratual, O contratado não pode se valer das cláusulas exorbitantes ou
não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou leoninas em contrato de direito privado, tendo em vista a ilegali-
o acompanhamento por meio do órgão interessado. O contratado dade de tal ato, posto que é ilegal nesses tipos de contratos, além
também se encontra responsável pelos encargos trabalhistas, previ- disso, as partes envolvidas devem ter os mesmos direitos e obriga-
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. ções. Havendo qualquer tipo de cláusula em contrato privado que
atribua direito somente a uma das partes, esta cláusula será ilegal
Em se tratando da inexecução do contrato, percebe-se que a e leonina.
mesma está prevista no art. 77 da Lei de licitações 8.666/93. Veja- São exemplos de cláusulas exorbitantes: a viabilidade de alte-
mos: ração unilateral do contrato por intermédio da Administração, sua
Art. 77 - A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão unilateral, a fiscalização do contrato, a possibilidade de
rescisão com as consequências contratuais e as previstas em lei ou aplicação de penalidades por inexecução e a ocupação, na hipótese
regulamento. de rescisão contratual.

Observação importante: Cumpre Ressaltar que a Administra- Anulação


ção Pública responde solidariamente com o contratado pelos encar- Apenas a Administração Pública detém o poder de executar a
gos previdenciários resultantes da execução do contrato anulação unilateral. Isso significa que caso o contratado ou outro
interessado desejem fazer a anulação contratual, terão que recorrer
às esferas judiciais para conseguir a anulação. A anulação do contra-

101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
to é advinda de ilegalidade constatada na sua execução ou, ainda, Em relação à extinção ordinária, denota-se que esta não com-
na fase de licitação, posto que os vícios gerados no procedimento porta maiores detalhamentos, sendo que as partes, ao cumprir suas
licitatório causam a anulação do contrato. obrigações, a consequência natural a ocorrer é a extinção do víncu-
Nos parâmetros do art. 59 da Lei de Licitações, é demonstrado lo obrigacional, sem maiores necessidades de manifestação por via
que a nulidade não possui o condão de exonerar a Administração administrativa ou judicial.
do dever de indenização ao contratado pelo que este houver feito Já a extinção extraordinária do contrato por meio da anulação,
até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos causados considera-se que a lei prevê consequências diferentes para o caso
comprovados, desde que não lhe seja imputável, vindo a promover de haver ou não haver culpa do contratado no fato que deu causa à
a responsabilização de quem deu motivo ao ocorrido. Assim sendo, rescisão contratual. Existindo culpa do contratado pela rescisão do
caso ocorra anulação, o contratado deverá auferir ganhos pelo que contrato, as consequências são as seguintes (art. 80, I a IV):
já executou, pois, caso contrário, seria considerado enriquecimen- 1) assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local
to ilícito da Administração Pública. Porém, caso seja o contratado em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
que tenha dado causa à nulidade, infere-se que este não terá esse 2) ocupação e utilização provisória do local, instalações, equi-
mesmo direito. pamentos, material e pessoal empregados na execução do contra-
to, necessários à sua continuidade, que deverá ser precedida de
Observação importante: A anulação possui efeito ex tunc, ou autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secre-
seja, retroativo (voltado para o sentido passado), posto que a lei tário Estadual ou Municipal, conforme o caso (art. 80, § 3º);
dispõe que ela acaba por desconstituir os efeitos produzidos e im- 3) execução da garantia contratual, para ressarcimento da Ad-
pede que se produzam novos efeitos. ministração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
4) retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
Revogação dos prejuízos causados à Administração.
A questão da possibilidade de desfazimento do processo de
licitação e do contrato administrativo por meio da própria Adminis- Em síntese, temos:
tração Pública é matéria que não engloba discussões doutrinárias e
jurisprudenciais. Inclusive, o controle interno dos atos administra- EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
tivos se encontra baseado no princípio da autotutela, que se trata
do poder - dever da Administração Pública de revogar e anular seus ORDINÁRIA EXTRAORDINÁRIA
próprios atos, desde que haja justificação pertinente, com vistas a I –Pelo cumprimento do objeto;
preservar o interesse público, bem como sejam respeitados o devi- I – Pela anulação;
II – Pelo advento do termo final do
do processo legal e os direitos e interesses legítimos dos destinatá- II – Pela rescisão.
contrato.
rios, conforme determina a Súmula 473 do STF. Vejamos:
Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus próprios Equilíbrio Econômico-financeiro
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles Em alusão ao tratamento do equilíbrio econômico - contratual,
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência a Constituição Federal de 1.988 em seu art. 37, inciso XXI dispõe o
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, seguinte:
em todos os casos, a apreciação judicial. Art. 37: A administração pública direta e indireta, de qualquer
Conforme determinação do art. 49 da Lei Federal 8.666/93, dos poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos
assim preceitua quanto ao desfazimento dos processos licitatórios: princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e também, ao seguinte:
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedi- XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
mento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse serviços, compras e alienações serão contratados mediante proces-
público decorrente de fato superveniente devidamente compro- so de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos
vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa-
anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação téc-
Para efeitos de rescisão unilateral do contrato administrativo, nica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das
por motivos de interesse público, a discricionariedade administra- obrigações.
tiva exige que a questão do interesse público deve ser justificada Denota-se que os mencionados dispositivos determinam que
em fatos de grande relevância, o que torna insuficiente a simples as condições efetivas da proposta devem ser mantidas, não tendo
alegação do interesse público, se restarem ausentes a comprovação como argumentar de maneira contrária no que diz respeito à le-
das lesões advindas da manutenção do contrato e das circunstân- galidade da modificação do valor contratual original, com o obje-
cias extraordinárias, bem como dos danos irreparáveis ou de difícil tivo de equilibrar o que foi devidamente avençado e pactuado no
reparação. momento da assinatura, bem como ao que foi disposto a pagar a
contratante ao contratado.
Extinção e Consequências Isso não quer dizer que toda alteração deveria ser feita para
A extinção do contrato administrativo diz respeito ao término adicionar valor ao contrato original, tendo em vista que também
da obrigação vinculada existente entre a Administração e o contra- pode ser para diminuir, isso, desde que se comprove por vias ade-
tado, podendo ocorrer de duas maneiras, sendo elas: quadas que o valor do serviço ou produto contratado se encontra
A) de maneira ordinária, pelo cumprimento do objeto (ex.: na acima do valor proposto inicialmente, ocasionado por deflação ou
finalização da construção de instituição pública) ou pelo aconteci- queda de valores nos insumos, produtos ou serviços, ou até mesmo
mento do termo final já previsto no contrato (ex.: a data final de um em decorrência de uma desvalorização cambial. Além disso, o Po-
contrato de fornecimento de forma contínua); der Público não tem a obrigação de pagar além do que se propôs,
B) de maneira extraordinária, pela anulação ou pela rescisão nem valor menor ao acordado inicialmente, devendo sempre haver
contratual. equilíbrio em relação aos pactos contratuais.

102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Os artigos 57, 58 3 65 da Lei 8666/93, aliados aos artigos 9 1e respeito ao direito do contratado, uma vez que é admitido que a
10 da Lei Federal nº 8987/95, conforme descrição, se completam administração, desde que seja motivos de interesse público se ne-
em relação a esse tema e, se referindo ao princípio da legalidade, gue a equilibrar um contrato que esteja resultando em prejuízos ao
existe a necessidade de se apreciar os contratos sujeitos aos entes contratado, desde que o fato do prejuízo se encaixe em uma das
públicos. Vejamos: hipóteses dispostas no art. 57, Lei no. 8666/93. Proposta que não
Art. 57: A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará pode ser executada, não é passível de equilíbrio.
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto Ante o exposto, acrescenta-se ainda que a Lei 8666/93 destaca
quanto aos relativos: o equilíbrio no art. 65, I e II. Vejamos:
§ 1º. Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e Art. 65: Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico- I - unilateralmente pela Administração:
-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devida- a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-
mente autuados em processo: ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições nos limites permitidos por esta Lei;
de execução do contrato; II - por acordo das partes:
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit- a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; b) quando necessária a modificação do regime de execução da
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contra- obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
to, nos limites permitidos por esta Lei; verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori-
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de ginários;
terceiro reconhecido pela Administração em documento contempo- c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
râneo à sua ocorrência; por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administra- inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
ção, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, dire- ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra-
tamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da Adminis-
Como se observa, existe previsão explicita na Lei no. 8666/93, tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
art. 57, § 1º., I, II, III, IV, V, VI, de que o contrato deve ser equilibrado objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
sempre que houver uma das condições dos incisos I a VI, de forma cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
que o legislador previu quais as hipóteses que se encaixam para o previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
equilíbrio. Entretanto, não apresenta de forma clara, cabendo ao impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força
administrador agir com legalidade e bom senso nos casos concretos maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
específicos. No entanto, a aludida previsão não se restringe somen- mica extraordinária e extracontratual.
te ao art. 57, § 1º, incisos I, II, III, IV, V e VI da Lei no. 8666/93, tendo
previsão ainda no art. 58 do mesmo diploma legal. Vejamos: Verifica-se que o art. 65 determina que, de início, deve haver
Art. 58: O regime jurídico dos contratos administrativos ins- o restabelecimento do que foi pactuado no contrato avençado,
tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a devendo ser dotados de equilíbrio os encargos, bem como a retri-
prerrogativa de: buição da administração para que haja justa remuneração, sendo
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às mantidas as condições originais do termo contratual. Em se tratan-
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra- do, especificamente da concessão de serviço público, a Lei 8.987/95
tado; dispõe no art. 9º a revisão de tarifa como uma forma de equilíbrio
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no in- financeiro. Vejamos:
ciso I do art. 79 desta Lei; Art. 9º: A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo
III – fiscalizar-lhes a execução; preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas re-
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial gras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. § 2º.
do ajuste; Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. § 3º. Ressal-
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do vados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi- de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó- proposta, quando comprovado seu impacto, implicara a revisão da
tese de rescisão do contrato Administrativo. tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. § 4º. Em haven-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con- do alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio
tratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con- econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo,
cordância do contratado. concomitantemente à alteração.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômi- Art. 10º. Sempre que forem atendidas as condições do contra-
co-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante- to, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.
nha o equilíbrio contratual.
Atentos às fundamentações legais, observamos que parte na
Assim, o legislador ao repetir no art. 58 da Lei 8666/93 o direi- inicial da Constituição Federal, verifica-se que na Administração Pú-
to ao equilíbrio contratual, fica bastante clara a preocupação em blica é possível haver o equilíbrio econômico-financeiro, entretan-
manter a igualdade entre as partes. Note que o parágrafo 2º prevê to, há diversas dúvidas a respeito da utilização do ajuste contratual,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
principalmente pela ausência de conhecimento da legislação, o que
acaba por causar problemas de ordem econômica, tanto em relação LICITAÇÃO: CONCEITO, FINALIDADE, PRINCÍPIOS, MO-
ao contratado quanto ao contratante. Registre-se, por fim, que o DALIDADES, DISPENSA E INEXIGIBILIDADE, PROCEDI-
pacto contratual deve ser mantido durante o período completo de MENTO, ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO
execução, e o equilíbrio financeiro acaba por se tornar a ferramenta
mais adequada para proporcionar essa condição. Princípios
Diante do cenário atual, pondera-se que ocorreram diversas
Convênios e terceirização mudanças na Lei de Licitações. Porém, como estamos em fase
Os convênios podem ser definidos como os ajustes entre o de transição em relação às duas leis, posto que nos dois primei-
Poder Público e entidades públicas ou privadas, nos quais estejam ros anos, as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na
estabelecidos a previsão de colaboração mútua, com o fito de reali- aplicação para processos que começaram na Lei anterior, deverão
zação de objetivos de interesse comum. continuar a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que
Não obstante, o convênio possua em comum com o contrato começarem após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos
o fato de ser um acordo de vontades, com este não se confunde. com a aplicação da nova Lei.
Denota-se que pelo convênio, os interesses dos signatários são Aprovada recentemente, a Nova Lei de Licitações sob o nº.
comuns, ao passo que nos contratos, os interesses são opostos e 14.133/2.021, passou por significativas mudanças, entretanto, no
contraditórios. que tange aos princípios, manteve o mesmo rol do art. 3º da Lei nº.
Em decorrência de tal diferença de interesses, é que se alude 8.666/1.993, porém, dispondo sobre o assunto, no Capítulo II, art.
que nos contratos existem partes e nos convênios existem partíci- 5º, da seguinte forma:
pes. Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade,
De acordo com o art. 116 da Lei 8.666/1993, a celebração de da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa,
convênio, acordo ou ajuste por meio dos órgãos ou entidades da da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
Administração Pública depende de antecedente aprovação de com- segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do
petente plano de trabalho a ser proposto pela organização interes- julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
sada, que deverá conter as seguintes informações: competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi-
A) identificação do objeto a ser executado; cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as
B) metas a serem atingidas; disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1.942, (Lei
C) etapas ou fases de execução; de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
D) plano de aplicação dos recursos financeiros;
E) cronograma de desembolso; O objetivo da Lei de Licitações é regular a seleção da proposta
F) previsão de início e fim da execução do objeto e, bem assim, que for mais vantajosa para a Administração Pública. No condizente
da conclusão das etapas ou fases programadas; à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, entende-se
que este possui como foco, determinar que a licitação seja destina-
Em relação à terceirização na esfera da Administração Pública, da com o objetivo de garantir a observância do princípio constitu-
depreende-se que é exigida do administrador muito cuidado, posto cional da isonomia.
que, embora haja contrariamento ao art. 71 da Lei 8.666/93, a dívi- Denota-se que a quantidade de princípios previstos na lei não
da trabalhista das empresas terceirizadas acabam por recair sobre é exaustiva, aceitando-se quando for necessário, a aplicação de ou-
o órgão tomador dos serviços, que é o que chamamos de respon- tros princípios que tenham relação com aqueles dispostos de forma
sabilidade subsidiária. Assim sendo, o administrador público deverá expressa no texto legal.
exigir garantias, bem como passar a acompanhar o cumprimento Verificamos, por oportuno, que a redação original do caput do
das obrigações trabalhistas advindos da empresa prestadora de ser- art. 3º da Lei 8.666/1993 não continha o princípio da promoção do
viços, com fito especial quando do encerramento do contrato. desenvolvimento nacional sustentável e que tal menção expressa,
Registre-se que a responsabilidade subsidiária pela tomadora apenas foi inserida com a edição da Lei 12.349/2010, contexto no
dos serviços é o que entende a Justiça do trabalho, com base no qual foi criada a “margem de preferência”, facilitando a concessão
Enunciado nº 331, item IV editado pelo Tribunal Superior do Traba- de vantagens competitivas para empresas produtoras de bens e
lho – TST, que aduz: serviços nacionais.
“O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos Princípio da legalidade
serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da A legalidade, que na sua visão moderna é chamado também de
administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das juridicidade, é um princípio que pode ser aplicado à toda atividade
empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que de ordem administrativa, vindo a incluir o procedimento licitatório.
haja participado da relação processual e constem também do título A lei serve para ser usada como limite de base à atuação do gestor
executivo judicial.” público, representando, desta forma, uma garantia aos administra-
Com fulcro no Enunciado retro citado, denota-se que incon- dos contra as condutas abusivas do Estado.
táveis são as decisões condenatórias à Administração Pública, em No âmbito das licitações, pondera-se que o princípio da lega-
relação ao pagamento de obrigações trabalhistas que cabem de for- lidade é fundamental, posto que todas as fases do procedimento
ma original à empresa prestadora de serviços, onerando o erário, licitatório se encontram estabelecidas na legislação. Considera-se
vindo a contrariar o que se espera da Terceirização que é a redução que todos os entes que participarem do certame, têm direito pú-
de custos à Administração Pública. blico subjetivo de fiel observância do procedimento paramentado
na legislação por meio do art. 4° da Lei 8.666/1993, podendo, caso
venham a se sentir prejudicados pela ausência de observância de
alguma regra, impugnar a ação ou omissão na esfera administrativa
ou judicial.

104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Diga-se de passagem, não apenas os participantes, mas qual- Princípio da eficiência do interesse público
quer cidadão, pode por direito, impugnar edital de licitação em de- Trata-se de um dos princípios norteadores da administração
corrência de irregularidade na aplicação da lei, vir a representar ao pública acoplado aos da legalidade, finalidade, motivação, razoabili-
Ministério Público, aos Tribunais de Contas ou aos órgãos de con- dade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
trole interno em face de irregularidades em licitações públicas, nos da segurança jurídica e do interesse público.
termos dos arts. 41, § 1º, 101 e 113, § 1º da Lei 8666/1993. Assim sendo, não basta que o Estado atue sobre o manto da
legalidade, posto que quando se refere serviço público, é essencial
Princípio da impessoalidade que o agente público atue de forma mais eficaz, bem como que
Com ligação umbilical ao princípio da isonomia, o princípio da haja melhor organização e estruturação advinda da administração
impessoalidade demonstra, em primeiro lugar, que a Administra- pública.
ção deve adotar o mesmo tratamento a todos os administrados que Vale ressaltar que o princípio da eficiência deve estar subme-
estejam em uma mesma situação jurídica, sem a prerrogativa de tido ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a
quaisquer privilégios ou perseguições. Por outro ângulo, ligado ao atuação administrativa agindo de forma contrária ao ordenamento
princípio do julgamento objetivo, registra-se que todas as decisões jurídico, posto que por mais eficiente que seja, ambos os princípios
administrativas tomadas no contexto de uma licitação, deverão ob- devem atuar de forma acoplada e não sobreposta.
servar os critérios objetivos estabelecidos de forma prévia no edital Por ser o objeto da licitação a escolha da proposta mais vanta-
do certame. Desta forma, ainda que determinado licitante venha a josa, o administrador deverá se encontrar eivado de honestidade ao
apresentar uma vantagem relevante para a consecução do objeto cuidar da Administração Pública.
do contrato, afirma-se que esta não poderá ser levada em consi-
deração, caso não haja regra editalícia ou legal que a preveja como Princípio da Probidade Administrativa
passível de fazer interferências no julgamento das propostas. A Lei de Licitações trata dos princípios da moralidade e da pro-
bidade administrativa como formas distintas uma da outra. Os dois
Princípios da moralidade e da probidade administrativa princípios passam a noção de que a licitação deve ser configurada
A Lei 8.666/1993, Lei de Licitações, considera que os princípios pela honestidade, boa-fé e ética, tanto por parte da Administração
da moralidade e da probidade administrativa possuem realidades Pública, como por parte dos licitantes. Desta forma, para que um
distintas. Na realidade, os dois princípios passam a informação de comportamento tenha validade, é necessário que seja legal e esteja
que a licitação deve ser pautada pela honestidade, boa-fé e ética, em conformidade com a ética e os bons costumes.
isso, tanto por parte da Administração como por parte dos entes Existe divergência quanto à distinção entre esses dois princí-
pios. Alguns doutrinadores usam as duas expressões com o mesmo
licitantes. Sendo assim, para que um comportamento seja conside-
significado, ao passo que outros procuram diferenciar os conceitos.
rado válido, é imprescindível que, além de ser legalizado, esteja nos
O correto é que, enquanto a moralidade se constitui num conceito
ditames da lei e de acordo com a ética e os bons costumes. Exis-
vago, a probidade administrativa, ou melhor dizendo, a improbida-
tem desentendimentos doutrinários acerca da distinção entre esses
de administrativa se encontra eivada de contornos definidos na Lei
dois princípios. Alguns autores empregam as duas expressões com
8.429/1992.
o mesmo significado, ao passo que outros procuram diferenciar
os conceitos. O que perdura, é que, ao passo que a moralidade é
Princípio da igualdade
constituída em um conceito vago e sem definição legal, a probidade Conhecido como princípio da isonomia, decorre do fato de que
administrativa, ou melhor dizendo, a improbidade administrativa a Administração Pública deve tratar, de forma igual, todos os licitan-
possui contornos paramentados na Lei 8.429/1992. tes que estiverem na mesma situação jurídica. O princípio da igual-
dade garante a oportunidade de participar do certame de licitação,
Princípio da Publicidade todos os que tem condições de adimplir o futuro contrato e proíbe,
Possui a Administração Pública o dever de realizar seus atos pu- ainda a feitura de discriminações injustificadas no julgamento das
blicamente de forma a garantir aos administrados o conhecimento propostas.
do que os administradores estão realizando, e também de manei- Aplicando o princípio da igualdade, o art. 3º, I, da Lei
ra a possibilitar o controle social da conduta administrativa. Em se 8.666/1993, veda de forma expressa aos agentes públicos admitir,
tratando especificamente de licitação, determina o art. 3º, § 3º, da prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação por meio de edital
Lei 8.666/1993 que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e ou convite, as cláusulas que comprometam, restrinjam ou frustrem
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao o seu caráter de competição, inclusive nos casos de sociedades coo-
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”. perativas, e estabeleçam preferências ou diferenças em decorrên-
Advindo do mesmo princípio, qualquer cidadão tem o direito cia da naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes ou de
de acompanhar o desenvolvimento da licitação, desde que não in- “qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
terfira de modo a atrapalhar ou impedir a realização dos trabalhos específico objeto do contrato”, com ressalva ao disposto nos §§ 5º a
(Lei 8.666/1993, art. 4º, in fine). 12 do mesmo artigo, e no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991.
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que “a publici- Ante o exposto, conclui-se que, mesmo que a circunstância
dade é tanto maior, quanto maior for a competição propiciada pela restrinja o caráter de competição do certame, se for pertinente ou
modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na concorrên- relevante para o objeto do contrato, poderá ser incluída no instru-
cia, em que o interesse maior da Administração é o de atrair maior mento de convocação do certame.
número de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o O princípio da isonomia não impõe somente tratamento igua-
valor do contrato dispensa maior divulgação. “ litário aos assemelhados, mas também a diferenciação dos desi-
Todo ato da Administração deve ser publicado de forma a for- guais, na medida de suas desigualdades.
necer ao cidadão, informações acerca do que se passa com as ver-
bas públicas e sua aplicação em prol do bem comum e também por Princípio do Planejamento
obediência ao princípio da publicidade. A princípio, infere-se que o princípio do planejamento se en-
contra dotado de conteúdo jurídico, sendo que é seu dever fixar o
dever legal do planejamento como um todo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Registra-se que a partir deste princípio, é possível compreender a observância da legalidade estatal. Desta forma, é necessário que
que a Administração Pública tem o dever de planejar toda a licitação e haja motivo para que os atos administrativos licitatórios tenham
também toda a contratação pública de forma adequada e satisfatória. sido realizados, sempre levando em conta as razões de direito que
Assim, o planejamento exigido, é o que se mostre de forma eficaz e efi- levaram o agente público a proceder daquele modo.
ciente, bem como que se encaixe a todos os outros princípios previstos
na CFB/1.988 e na jurisdição pátria como um todo. Princípio da vinculação ao edital
Desta forma, na ausência de justificativa para realizar o pla- Trata-se do corolário do princípio da legalidade e da objetivi-
nejamento adequado da licitação e do contrato, ressalta-se que a dade das determinações de habilidades, que possui o condão de
ausência, bem como a insuficiência dele poderá vir a motivar a res- impor tanto à Administração, quanto ao licitante, a imposição de
ponsabilidade do agente público. que este venha a cumprir as normas contidas no edital de maneira
objetiva, porém, sempre zelando pelo princípio da competitividade.
Princípio da transparência Denota-se que todos os requisitos do ato convocatório devem
O princípio da transparência pode ser encontrado dentro da estar em conformidade com as leis e a Constituição, tendo em vista
aplicação de outros princípios, como os princípios da publicidade, que se trata de ato concretizador e de hierarquia inferior a essas
imparcialidade, eficiência, dentre outros. entidades.
Boa parte da doutrina afirma o princípio da transparência não é Nos ditames do art. 3º da Lei nº 8.666/93, a licitação destina-se
um princípio independente, o incorporando ao princípio da publici- a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a
dade, posto ser o seu entendimento que uma das inúmeras funções seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a pro-
do princípio da publicidade é o dever de manter intacta a trans- moção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada
parência dos atos das entidades públicas. Entretanto, o princípio e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da le-
da transparência pode ser diferenciado do princípio da publicida- galidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publi-
de pelo fato de que por intermédio da publicidade, existe o dever cidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
das entidades públicas consistente na obrigação de divulgar os seus convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
atos, uma vez que nem sempre a divulgação de informações é feita O princípio da vinculação ao instrumento convocatório princí-
de forma transparente. pio se destaca por impor à Administração a não acatar qualquer
O Superior Tribunal de Justiça entende que o “direito à infor- proposta que não se encaixe nas exigências do ato convocatório,
mação, abrigado expressamente pelo art. 5°, XIV, da Constituição sendo que tais exigências deverão possuir total relação com o obje-
Federal, é uma das formas de expressão concreta do Princípio da to da licitação, com a lei e com a Constituição Federal.
Transparência, sendo também corolário do Princípio da Boa-fé Ob-
jetiva e do Princípio da Confiança […].” (STJ. RESP 200301612085, Princípio do julgamento objetivo
Herman Benjamin – Segunda Turma, DJE DATA:19/03/2009). O objetivo desse princípio é a lisura do processo licitatório. De
acordo com o princípio do julgamento objetivo, o processo licitató-
Princípio da eficácia rio deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório,
Por meio desse princípio, deverá o agente público agir de for- para o julgamento das propostas apresentadas, devendo seguir de
ma eficaz e organizada promovendo uma melhor estruturação por forma fiel ao disposto no edital quando for julgar as propostas.
parte da Administração Pública, mantendo a atuação do Estado Esse princípio possui o condão de impedir quaisquer interpre-
dentro da legalidade. tações subjetivas do edital que possam favorecer um concorrente e,
Vale ressaltar que o princípio da eficácia deve estar submetido por consequência, vir a prejudicar de forma desleal a outros.
ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação
administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficien- Princípio da razoabilidade
te que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de Trata-se de um princípio de grande importância para o contro-
maneira conjunta e não sobrepostas. le da atividade administrativa dentro do processo licitatório, posto
que se incumbe de impor ao administrador, a atuação dentro dos
Princípio da segregação de funções requisitos aceitáveis sob o ponto de vista racional, uma vez que ao
Trata-se de uma norma de controle interno com o fito de evitar trabalhar na interdição de decisões ou práticas discrepantes do mí-
falhas ou fraudes no processo de licitação, vindo a descentralizar o nimo plausível, prova mais uma vez ser um veículo de suma im-
poder e criando independência para as funções de execução opera- portância do respeito à legalidade, na medida em que é a lei que
cional, custódia física, bem como de contabilização determina os parâmetros por intermédio dos quais é construída a
Assim sendo, cada setor ou servidor incumbido de determina- razão administrativa como um todo.
da tarefa, fará a sua parte no condizente ao desempenho de fun- Pondera-se que o princípio da razoabilidade se encontra aco-
ções, evitando que nenhum empregado ou seção administrativa plado ao princípio da proporcionalidade, além de manter relação
venha a participar ou controlar todas as fases relativas à execução e com o princípio da finalidade, uma vez que, caso não seja atendida
controle da despesa pública, vindo assim, a possibilitar a realização a razoabilidade, a finalidade também irá ficar ferida.
de uma verificação cruzada.
O princípio da segregação de funções, advém do Princípio da Princípio da competitividade
moralidade administrativa e se encontra previsto no art. 37, caput, O princípio da competição se encontra relacionado à competiti-
da CFB/1.988 e o da moralidade, no Capítulo VII, seção VIII, item vidade e às cláusulas que são responsáveis por garantir a igualdade
3, inciso IV, da IN nº 001/2001 da Secretaria Federal de Controle de condições para todos os concorrentes licitatórios. Esse princípio
Interno do Ministério da Fazenda. se encontra ligado ao princípio da livre concorrência nos termos do
inciso IV do art. 170 da Constituição Federal Brasileira. Desta manei-
Princípio da motivação ra, devido ao fato da lei recalcar o abuso do poder econômico que
O princípio da motivação predispõe que a administração no pretenda eliminar a concorrência, a lei e os demais atos normativos
processo licitatório possui o dever de justificar os seus atos, vindo pertinentes não poderão agir com o fulcro de limitar a competitivi-
a apresentar os motivos que a levou a decidir sobre os fatos, com dade na licitação.

106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Assim, havendo cláusula que possa favorecer, excluir ou infrin- D) avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação
gir a impessoalidade exigida do gestor público, denota-se que esta urbanística;
poderá recair sobre a questão da restrição de competição no pro- E) proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e
cesso licitatório. imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi-
reto causado pelas obras contratadas;
Obs. importante: De acordo com o Tribunal de Contas, não é F) acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou com
aceitável a discriminação arbitrária no processo de seleção do con- mobilidade reduzida.
tratante, posto que é indispensável o tratamento uniforme para si-
tuações uniformes, uma vez que a licitação se encontra destinada Princípios correlatos
a garantir não apenas a seleção da proposta mais vantajosa para a Além dos princípios anteriores determinados pela Lei
Administração Pública, como também a observância do princípio 8.666/1993, a doutrina revela a existência de outros princípios que
constitucional da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumário). também são atinentes aos procedimentos licitatórios, dentre os
quais se destacamos:
Princípio da proporcionalidade
O princípio da proporcionalidade, conhecido como princípio Princípio da obrigatoriedade
da razoabilidade, possui como objetivo evitar que as peculiaridades Consagrado no art. 37, XXI, da CF, esse princípio está disposto
determinadas pela Constituição Federal Brasileira sejam feridas ou no art. 2º do Estatuto das Licitações. A determinação geral é que
suprimidas por ato legislativo, administrativo ou judicial que possa as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e
exceder os limites por ela determinados e avance, sem permissão locações da Administração Pública, quando forem contratadas por
no âmbito dos direitos fundamentais. terceiros, sejam precedidas da realização de certame licitatório,
com exceção somente dos casos previstos pela legislação vigente.
Princípio da celeridade
Devidamente consagrado pela Lei nº 10.520/2.002 e conside- Princípio do formalismo
rado um dos direcionadores de licitações na modalidade pregão, o Por meio desse princípio, a licitação se desenvolve de acordo
princípio da celeridade trabalha na busca da simplificação de pro- com o procedimento formal previsto na legislação. Assim sendo, o
cedimentos, formalidades desnecessárias, bem como de intransi- art. 4º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993 determina que “o pro-
gências excessivas, tendo em vista que as decisões, sempre que for cedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrati-
possível, deverão ser aplicadas no momento da sessão. vo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração
Pública”.
Princípio da economicidade
Sendo o fim da licitação a escolha da proposta que seja mais Princípio do sigilo das propostas
vantajosa para a Administração Pública, pondera-se que é neces- Até a abertura dos envelopes licitatórios em ato público ante-
sário que o administrador esteja dotado de honestidade ao cuidar cipadamente designado, o conteúdo das propostas apresentadas
coisa pública. O princípio da economicidade encontra-se relaciona- pelos licitantes deve ser mantido em sigilo nos termos do art. 43,
do ao princípio da moralidade e da eficiência. § 1º, da Lei 8.666/1993. Deixando claro que violar o sigilo de pro-
Sobre o assunto, no que condiz ao princípio da economicidade, postas apresentadas em procedimento licitatório, ou oportunizar
entende o jurista Marçal Justen Filho, que “… Não basta honestida- a terceiro a oportunidade de devassá-lo, além de prejudicar os de-
de e boas intenções para validação de atos administrativos. A eco- mais licitantes, constitui crime tipificado no art. 94 do Estatuto das
nomicidade impõe adoção da solução mais conveniente e eficiente Licitações, vindo a sujeitar os infratores à pena de detenção, de 2
sob o ponto de vista da gestão dos recursos públicos”. (Justen Filho, (dois) a 3 (três) anos, e multa;
1998, p.66).
Princípio da adjudicação compulsória ao vencedor
Princípio da licitação sustentável Significa que a Administração não pode, ao concluir o procedi-
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “o princípio da susten- mento, atribuir o objeto da licitação a outro agente ou ente que não
tabilidade da licitação ou da licitação sustentável liga-se à ideia de seja o vencedor. Esse princípio, também impede que seja aberta
que é possível, por meio do procedimento licitatório, incentivar a nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior.
preservação do meio ambiente”. Registra-se que a adjudicação é um ato declaratório que ga-
Esse princípio passou a constar de maneira expressa do contido rante ao vencedor que, vindo a Administração a celebrar um con-
na Lei 8.666/1993 depois que o seu art. 3º sofreu alteração pela Lei trato, o fará com o agente ou ente a quem foi adjudicado o objeto.
12.349/2010, que incluiu entre os objetivos da licitação a promoção Entretanto, mesmo que o objeto licitado tenha sido adjudicado, é
do desenvolvimento nacional sustentável. possível que não aconteça a celebração do contrato, posto que a
Da mesma maneira, a Lei 12.462/2011, que institui o Regime licitação pode vir a ser revogada de forma lícita por motivos de in-
Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), dispõe o desenvolvi- teresse público, ou anulada, caso seja constatada alguma irregula-
mento nacional sustentável como forma de princípio a ser obser- ridade Insanável.
vado nas licitações e contratações regidas por seu diploma legal.
Assim, prevê a mencionada Lei que as contratações realizadas com Princípio da competitividade
fito no Regime Jurídico Diferenciado de Contratações Públicas de- É advindo do princípio da isonomia. Em outras palavras, ha-
vem respeitar, em especial, as normas relativas ao art. 4º, § 1º: vendo restrição à competição, de maneira a privilegiar determi-
A) disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só- nado licitante, consequentemente ocorrerá violação ao princípio
lidos gerados pelas obras contratadas; da isonomia. Por esse motivo, como manifestação do princípio da
B) mitigação por condicionantes e compensação ambiental, competitividade, tem-se a regra de que é proibido aos agentes pú-
que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental; blicos “admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
c) utilização de produtos, equipamentos e serviços que, comprova- cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
damente, reduzam o consumo de energia e recursos naturais; o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coope-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
rativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da natu- ção com seguimento em procedimentos mais flexíveis e adequados
ralidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra a sua natureza jurídica. Assim sendo, a Lei 8.666/1993 acabou por
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto não mais ser aplicada às estatais e às suas subsidiárias.
do contrato”, com exceção do disposto nos §§ 5º a 12 deste art. e Entretanto, com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações de
no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991” . nº. 14.133/2.021, advinda do Projeto de Lei nº 4.253/2020, obser-
Convém mencionar que José dos Santos Carvalho Filho, enten- va-se que ocorreu um impacto bastante concreto para as estatais
de que o dispositivo legal mencionado anteriormente é tido como naquilo que se refere ao que a Lei nº 13.303/16 expressa ao reme-
manifestação do princípio da indistinção. ter à aplicação das Leis nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02.
Nesse sentido, denota-se em relação ao assunto acima que são
Princípio da vedação à oferta de vantagens imprevistas pontos de destaque com a aprovação da Nova Lei de Licitações de
É um corolário do princípio do julgamento objetivo. No referen- nº. 14.133/2.021:
te ao julgamento das propostas, a comissão de licitação não poderá, 1) O pregão, sendo que esta modalidade não será mais regula-
por exemplo, considerar qualquer oferta de vantagem que não es- da pela Lei nº 10.520/02, que consta de forma expressa no art. 32,
teja prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos sub- IV, da Lei nº 13.303/16;
sidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas 2) As normas de direito penal que deverão ser aplicadas na
ofertas dos demais licitantes, nos ditames do art. 44, parag. 2°da seara dos processos de contratação, que, por sua vez, deixarão de
Lei 8.666/1993. ser regulados pelos arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/93; e
3) Os critérios de desempate de propostas, sendo que a Lei
Competência Legislativa nº 13.303/16 dispõe de forma expressa, dentre os critérios de de-
A União é munida de competência privativa para legislar sobre sempate contidos no art. 55, inc. III, a adoção da previsão que se
normas gerais de licitações, em todas as modalidades, para a admi- encontra inserida no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, que por sua
nistração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito vez, passará a ter outro tratamento pela Nova Lei de Licitações.
Federal e dos Municípios, conforme determinação do art. 22, XXVII,
da CFB/1988. Dispensa e inexigibilidade
Desse modo, denota-se que de modo geral, as normas edita- Verificar-se-á a inexigibilidade de licitação sempre que houver
das pela União são de observância obrigatória por todos os entes inviabilidade de competição. Com a entrada em vigor da Nova Lei
federados, competindo a estes, editar normas específicas que são de Licitações, Lei nº. 14.133/2.021 no art. 74, I, II e III, foi disposto
aplicáveis somente às suas próprias licitações, de modo a comple- as hipóteses por meio das quais a competição é inviável e que, por-
mentar a disciplina prevista na norma geral sem contrariá-la. tanto, nesses casos, a licitação é inexigível. Vejamos:
Nessa linha, a título de exemplo, a competência para legislar Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,
supletivamente não permite: a) a criação de novas modalidades li- em especial nos casos de:
citatórias ou de novas hipóteses de dispensa de licitação; b) o esta- I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
belecimento de novos tipos de licitação (critérios de julgamento das contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor,
propostas); c) a redução dos prazos de publicidade ou de recursos. empresa ou representante comercial exclusivos;
É importante registrar que a EC 19/1998, em alteração ao art. II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente
173, § 1º, da Constituição Federal, anteviu que deverá ser editada ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
lei com o fulcro de disciplinar o estatuto jurídico da empresa pú- crítica especializada ou pela opinião pública;
blica, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
bens ou de prestação de serviços, sendo que esse estatuto deverá empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
dispor a respeito de licitação e contratação de obras, serviços, com- serviços de publicidade e divulgação:
pras e alienações, desde que observados os princípios da adminis- a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje-
tração pública. tos executivos;
A mencionada modificação constitucional, teve como objeti- b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
vo possibilitar a criação de normas mais flexíveis sobre licitação e c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
contratos e com maior adequação condizente à natureza jurídica ou tributárias;
das entidades exploradoras de atividades econômicas, que traba- d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
lham sob sistema jurídico predominantemente de direito privado. viços;
O Maior obstáculo, é o fato de que essas instituições na maioria das e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
vezes entram em concorrência com a iniciativa privada e precisam f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
ter uma agilidade que pode, na maioria das situações, ser prejudi- g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
cada pela necessidade de submissão aos procedimentos burocráti- h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en-
cos da administração direta, autárquica e fundacional. saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento
Em observância e cumprimento à determinação da Constitui- de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
ção Federal, foi promulgada a Lei 13.303/2016, Lei das Estatais, que serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso;
criou regras e normas específicas paras as licitações que são dirigi- IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
das por qualquer empresa pública e sociedade de economia mista credenciamento;
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ponde- V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins-
ra-se que tais regras forma mantidas pela nova Lei de Licitações, Lei talações e de localização tornem necessária sua escolha.
nº: 14.133/2.021 em seu art. 1º, inciso I.
De acordo com as regras e normas da Lei 13.303/2016, tais em- Em entendimento ao inc. I, afirma-se que o fornecedor exclu-
presas públicas e sociedades de economia mista não estão dispen- sivo, vedada a preferência de marca, deverá a comprovar a exclu-
sadas do dever de licitar. Mas estão somente adimplindo tal obriga- sividade por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro do

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o seu art. 33, foram criados novos tipos de licitação designados para
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, a compra de bens e serviços. Sendo eles: menor preço, maior des-
ainda, pelas entidades equivalentes. conto, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior
Em relação ao inc. II do referido diploma legal, verifica-se a dis- lance (leilão), maior retorno econômico.
pensabilidade da exigência de licitação para a contratação de profis- Vejamos:
sionais da seara artística de forma direta ou através de empresário,
levando em conta que este deverá ser reconhecido publicamente. Menor preço
Por fim, o inc. III, aduz sobre a contratação de serviços técnicos Trata-se do principal objetivo da Administração Pública que é
especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas o de comprar pelo menor preço possível. É o critério padrão bási-
de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de co e o mais utilizado em qualquer espécie de licitação, inclusive o
publicidade e divulgação. pregão. Desta forma, vence, aquele que apresentar o preço menor
entre os participantes do certame, desde que a empresa licitante
Ressalta-se que além das mencionadas hipóteses previstas de atenda a todos os requisitos estipulados no edital.
forma exemplificativa na legislação, sempre que for impossível a Nesta espécie de licitação, vencerá a proposta que oferecer e
competição, o procedimento de inexigibilidade de licitação deverá comprovar maiores vantagens para a Administração Pública, ape-
ser adotado. nas em questões de valores, o que, na maioria das vezes, termina
Vale destacar com grande importância, ainda, em relação ao por prejudicar a população, tendo em vista que ao analisar apenas
inc. III da Nova Lei de Licitações, que nem todo serviço técnico espe- a questão de menor preço, nem sempre irá conseguir contratar um
cializado está apto a ensejar a inexigibilidade de licitação, fato que trabalho de qualidade.
se verificará apenas se ao mesmo tempo, tal serviço for de natureza
singular e o seu prestador for dotado de notória especialização. O Maior desconto
serviço de natureza singular é reconhecido pela sua complexidade, Pondera-se que caso a licitação seja julgada pelo critério de
relevância ou pelos interesses públicos que estiverem em jogo, vin- maior desconto, o preço com o valor estimado ou o máximo aceitá-
do demandar a contratação de prestador com a devida e notória vel, deverá constar expressamente do edital. Isso acontece, por que
nessas situações específicas, a publicação do valor de referência da
especialização.
Administração Pública é extremamente essencial para que os pro-
Por sua vez, a legislação considera como sendo de notória
ponentes venham a oferecer seus descontos.
especialização, aquele profissional ou empresa que o conceito no
Denota-se que o texto de lei determina que a administração li-
âmbito de sua especialidade, advindo de desempenho feito ante-
citante forneça o orçamento original da contratação, mesmo que tal
riormente como estudos, experiências, publicações, organização,
orçamento tenha sido declarado sigiloso, a qualquer instante tanto
equipe técnica, ou de outros atributos e requisitos pertinentes com
para os órgãos de controle interno quanto externo. Esse fato é de
suas atividades, que permitam demonstrar e comprovar que o seu
grande importância para a administração Pública, tendo em vista
trabalho é essencial e o mais adequado à plena satisfação do objeto
que a depender do mercado, a divulgação do orçamento original no
do contrato.
instante de ocorrência da licitação acarretará o efeito âncora, fazen-
Vale mencionar que em situações práticas, a contratação de
do com que os valores das propostas sejam elevados ao patamar
serviços especializados por inexigibilidade de licitação tem criado
mais aproximado possível no que diz respeito ao valor máximo que
várias controvérsias, principalmente quando se refere à contrata-
a Administração admite.
ção de serviços de advocacia e também de contabilidade.
Conforme já estudado, a licitação é tida como dispensada
Melhor técnica ou conteúdo artístico
quando, mesmo a competição sendo viável, o certame deixou de
Nesse tipo de licitação, a escolha da empresa vencedora leva
ser realizado pelo fato da própria lei o dispensar. Tem natureza dife-
em consideração a proposta que oferecer mais vantagem em ques-
rente da ausência de exigibilidade da licitação dispensável porque
tão de fatores de ordem técnica e artística. Denota-se que esta es-
nesta, o gestor tem a possibilidade de decidir por realizar ou não o
pécie de licitação deve ser aplicada com exclusividade para serviços
procedimento.
de cunho intelectual, como ocorre na elaboração de projetos, por
A licitação dispensada está acoplada às hipóteses de alienação
exemplo incluindo-se nesse rol, tanto os básicos como os executi-
de bens móveis ou imóveis da Administração Pública. Em grande
vos como: cálculos, gerenciamento, supervisão, fiscalização e ou-
parte das vezes, quando, ao pretender a Administração alienar bens
tros pertinentes à matéria.
de sua propriedade, sejam estes móveis ou imóveis, deverá proce-
der à realização de licitação. No entanto, em algumas situações, em
Técnica e preço
razão das peculiaridades do caso especifico, a lei acaba por dispen-
Depreende-se que esta espécie de licitação é de cunho obriga-
sar o procedimento, o que é verificado, por exemplo, na hipótese da
tório quando da contratação de bens e serviços na área tecnológica
doação de um bem para outro órgão ou entidade da Administração
como de informática e áreas afins, e também nas modalidade de
Pública de qualquer esfera de governo. Ocorre que nesse caso, a
concorrência, segundo a nova lei de Licitações. Nesse caso espe-
Administração já determinou previamente para qual órgão ou en-
cífico, o licitante demonstra e apresenta a sua proposta e a docu-
tidade irá doar o bem. Assim sendo, não existe a necessidade de
mentação usando três envelopes distintos, sendo eles: o primeiro
realização do certame licitatório.
para a habilitação, o segundo para o deslinde da proposta técnica e
o terceiro, com o preço, que deverão ser avaliados nessa respectiva
Critérios de Julgamento
ordem.
Os novos critérios de julgamento tratam-se das referências
que são utilizadas para a avaliação das propostas de licitação. Regis-
Maior lance (leilão)
tra-se que as espécies de licitação encontram-se dotadas de carac-
Nos ditames da nova Lei de Licitações, esse critério se encon-
terísticas e exigências diversas, sendo que as espécies de licitação
tra restrito à modalidade de leilão, disciplina que estudaremos nos
tendem sempre a variam de acordo com seus prazos e ritos espe-
próximos tópicos.
cíficos como um todo. Com a aprovação da Lei 14.133/2.021 em

109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Maior retorno econômico Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas
Registra-se que esse tema se trata de uma das maiores novida- em edital, que indicará:
des advindas da Nova Lei de Licitações, pelo fato desse requisito ser I - a qualificação exigida dos participantes;
um tipo de licitação de uso para licitações cujo objeto e fulcro sejam II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;
uma espécie de contrato de eficiência. III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser
Assim dispõe o inc. LIII do Art. 6º da Nova Lei de Licitações: concedida ao vencedor.
LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de
de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter-
de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao
na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra- projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e
tado com base em percentual da economia gerada; oportunidade das autoridades competentes.
Desta forma, depreende-se que a pretensão da Administração
não se trata somente da obra, do serviço ou do bem propriamente Leilão
dito, mas sim do resultado econômico que tenha mais vantagens Disposto no art. 31 da Nova Lei de Licitações, o leilão poderá
advindas dessas prestações, razão pela qual, a melhor proposta de ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela auto-
ajuste trata-se daquela que oferece maior retorno econômico à ma- ridade competente da Administração, sendo que seu regulamento
quina pública. deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais.
Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro
Modalidades oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante credencia-
De antemão, infere-se que com o advento da nova Lei de Li- mento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de jul-
citações de nº. 14.133/2.021, foram excluídas do diploma legal da gamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas,
Lei 8.666/1.993 as seguintes modalidades de licitação: tomada de utilizados como parâmetro máximo, os percentuais definidos na lei
preços, convite e RDC – Lei 12.462/2.011. Desta forma, de acordo que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a
com a Nova Lei de Licitações, são modalidades de licitação: concor- serem leiloados
rência, concurso, leilão, pregão e diálogo competitivo. O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de
Lembrando que conforme afirmado no início desse estudo, habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase
pelo fato do ordenamento jurídico administrativo estar em fase de de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo
transição em relação às duas leis, posto que nos dois primeiros anos licitante vencedor, na forma definida no edital.
as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na aplicação
para processos que começaram na Lei anterior, deverão continuar Quaisquer interessados podem participar do leilão. Denota-se
a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que começarem que o bem será vendido para o licitante que fizer a oferta de maior
após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos com a aplica- lance, o qual deverá obrigatoriamente ser igual ou superior ao valor
ção da nova Lei. de avaliação do bem.
A realização do leilão poderá ser por meio de leiloeiro oficial ou
por servidor indicado pela Administração, procedendo-se conforme
Concorrência
os ditames da legislação pertinente.
Com fundamento no art. 29 da Lei 14.133/2.021, concorrência
é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na
Destaca-se ainda, que algumas entidades financeiras da Admi-
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requi-
nistração indireta executam contratos de mútuo que são garantidos
sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de
por penhor e que, restando-se vencido o contrato, se a dívida não
seu objeto.
for liquidada, promover-se-á o leilão do bem empenhado que deve-
Em termos práticos, trata-se a concorrência de modalidade
rá seguir as regras pertinentes à Lei de licitações.
licitatória conveniente para contratações de grande aspecto. Isso
ocorre, por que a Lei de Licitações e Contratos dispôs uma espécie Pregão
de hierarquia quando a definição da modalidade de licitação acon- Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata-
tece em razão do valor do contrato. Ocorre que quanto maiores -se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço,
forem os valores envolvidos, mais altos e maiores serão o nível de designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns.
publicidade bem como os prazos estipulados para a realização do Existem duas maneiras de ocorrência dos pregões, sendo estas nas
procedimento. Em alguns casos, não obstante, é permitido uso da formas eletrônica e presencial.
modalidade de maior publicidade no lugar das de menor publicida- Pondera-se que a Lei geral que rege os pregões é a Lei
de, jamais o contrário. 10.520/02. No entanto, em âmbito federal, o pregão presencial é
Nesta linha de pensamento, a regra passa a exigir o uso da con- fundamentado e regulamentado pelo Decreto3.555/00, já o pregão
corrência para valores elevados, vindo a permitir que seja realizada eletrônico, por meio do Decreto 5.450/05.
a tomada de preços ou concorrência para montantes de cunho in- Os referidos decretos, em razão da natureza institucional de
termediário e convite (ou tomada de preços ou concorrência), para processamento dos pregões, são estabelecidos por meio de regras
contratos de valores mais reduzidos. Os gestores, na prática, ge- diferentes que serão adotadas pelo Poder Público.
ralmente optam por utilizar a modalidade licitatória que seja mais Em âmbito federal, a modalidade pregão é obrigatória para
simplificada dentro do possível, de maneira a evitar a submissão a contratação de serviços e bens comuns. No entanto, o Decreto
prazos mais extensos de publicidade do certame. 5.459/05 determina que a forma eletrônica é, via de regra, prefe-
rencial.
Concurso Ressalta-se que aqueles que estiverem interessados em partici-
Disposto no art. 30 da Nova Lei de Licitações, esta modalidade par do pregão presencial, deverão comparecer em hora e local nos
de licitação pode ser utilizada para a escolha de trabalho técnico, quais deverá ocorrer a Sessão Pública, onde será feito o credencia-
científico ou artístico. Vejamos o que dispõe a Nova Lei de Licita- mento, devendo ainda, apresentar os envelopes de proposta, bem
ções: como os documentos pertinentes.

110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Referente ao pregão eletrônico, deverão os interessados fazer para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste
cadastro no sistema de compras a ser usado pelo ente licitante, vin- parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão conter os ele-
do, por conseguinte, cadastrar a sua proposta. mentos necessários para a realização do projeto.
A classificação a respeito das formas de pregão está também
eivada de diferenças. Infere-se que no pregão presencial, o pregoei- Habilitação, Julgamento e recursos
ro deverá fazer a seleção de todas as propostas de até 10% acima
da melhor proposta e as classificar para a fase de lances. Havendo Habilitação
ausência de propostas que venham a atingir esses 10%, restarão Com determinação expressa no Capítulo VI da Nova Lei de Lici-
selecionadas, por conseguinte, as três melhores propostas. tações, art. 62, denota-se que a habilitação se mostra como a fase
Diversamente do que ocorre no pregão eletrônico, levando em da licitação por meio da qual se verifica o conjunto de informações
conta que todos os participantes são classificados e tem o direito de e documentos necessários e suficientes para demonstrar a capaci-
participar da fase na qual ocorrem os lances por meio do sistema, dade do licitante de realizar o objeto da licitação.
dentro dos parâmetros pertinentes ao horário indicado no edital ou Registra-se no dispositivo legal, que os critérios inseridos foram
carta convite. renovados pela Nova Lei, como por exemplo, a previsão em lei de
Inicia-se a fase de lances do pregão presencial com o lance da aceitação de balanço de abertura.
licitação que possui a maior proposta, vindo a seguir, por conse- No que condiz à habilitação econômico-financeira, com supe-
guinte, a lista decrescente até alcançar ao menor valor. dâneo legal no art. 68 da Nova Lei, observa-se que possui utilidade
É importante destacar que no pregão eletrônico, os lances são para demonstrar que o licitante se encontra dotado de capacidade
lançados no sistema na medida em que os participantes vão ofer- para sintetizar com suas possíveis obrigações futuras, devendo a
tando, devendo ser sempre de menor valor ao último lance que por mesma ser comprovada de forma objetiva, por intermédio de coefi-
este foi ofertado. Assim, lances são lançados e registrados no siste- cientes e índices econômicos que deverão estar previstos no edital
ma, até que esta fase venha a se encerrar. e devidamente justificados no processo de licitação.
Desde o início da Sessão, no pregão presencial o pregoeiro de- De acordo com a Nova lei, os documentos exigidos para a ha-
verá se informar de antemão, quem são os participantes, tendo em bilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito de falência ex-
vista que estes se identificam no momento do em que fazem o cre- pedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por último, exige-se
denciamento. o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios sociais, salvo das
No pregão eletrônico, até que chegue a fase de habilitação, empresas que foram constituídas no lapso de menos de dois anos.
o pregoeiro não possui a informação sobre quem são os licitantes Registra-se que base legal no art. 66 da referida Lei, habilita-
participantes, para evitar conluio. ção jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer
A intenção de recorrer no pregão presencial, deverá por parâ- direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada
metros legais, ser manifestada e eivada com as motivações ao final por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e,
da Sessão. quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser
No pregão eletrônico, havendo a intenção de recorrer, deverá contratada.
de imediato a parte interessada se manifestar, devendo ser regis- Já o art. 67, dispõe de forma clara a respeito da documentação
trado no campo do sistema de compras pertinente, no qual deverá exigida para a qualificação técnico-profissional e técnico-operacio-
conter as exposições com a motivação da interposição. nal. Vejamos:
Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis-
Diálogo competitivo sional e técnico-operacional será restrita a:
Com supedâneo no art. 32 da Nova Lei de Licitações, modali- I - apresentação de profissional, devidamente registrado no
dade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Admi- conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
nistração: atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser-
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata- viço de características semelhantes, para fins de contratação;
II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse-
ções em que a Administração:
lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
capacidade operacional na execução de serviços similares de com-
a) inovação tecnológica ou técnica;
plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade
como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
art. 88 desta Lei;
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas
III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare-
com precisão suficiente pela Administração;
lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc-
alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta- nica que se responsabilizará pelos trabalhos;
que para os seguintes aspectos: IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe-
a) a solução técnica mais adequada; cial, quando for o caso;
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi- V - registro ou inscrição na entidade profissional competente,
nida; quando for o caso;
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato. VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas
as informações e das condições locais para o cumprimento das obri-
Obs. Importante: § 1º, inc. VIII , Lei 14.133/2021- a Adminis- gações objeto da licitação.
tração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos
autos do processo licitatório os registros e as gravações da fase de Julgamento
diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de edital con- Sob a vigência do nº. 14.133/2.021, a Nova Lei de Licitações
tendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades trouxe em seu art. 33, a nova forma de julgamento, sendo que de
e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta agora em diante, as propostas deverão ser julgadas de acordo sob
mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, os seguintes critérios:

111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
1. Menor preço; Registra-se que o referido sistema é útil tanto a um, quanto a
2. Maior desconto; mais órgãos pertencentes à Administração.
3. Melhor técnica ou conteúdo artístico; De modo geral, o registro de preços é usado para compras cor-
4. Técnica e preço; riqueiras de bens ou serviços específicos, em se tratando daqueles
5. Maior lance, no caso de leilão; que não se sabe a quantidade que será preciso adquirir, bem como
6. Maior retorno econômico. quando tais compras estiverem sob a condição de entregas parcela-
das. O objetivo destas ações é evitar que se formem estoques, uma
Observa-se que os títulos por si só já dão a noção a respeito do vez que estes geram alto custo de manutenção, além do risco de
seu funcionamento, bem como já foram estudados anteriormente tais bens vir a perecer ou deteriorar.
nesta obra. Entretanto, é possível afirmar que a maior novidade, Por fim, vejamos os dispositivos legais contidos na Nova lei de
trata-se do critério de maior retorno econômico, que é uma espécie Lictações que regem o sistema de registro de preços:
de licitação usada somente para certames cujo objeto seja contrato Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará
de eficiência de forma geral. as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre:
Nesta espécie de contrato, busca-se o resultado econômico I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a
que proporcione a maior vantagem advinda de uma obra, serviço quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida;
ou bem, motivo pelo qual, a melhor proposta deverá ser aquela que II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou,
trouxer um maior retorno econômico. no caso de serviços, de unidades de medida;
III - a possibilidade de prever preços diferentes:
Recursos a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife-
Com base legal no art. 71 da nova Lei de Licitações, não ocor- rentes;
rendo inversão de fases na licitação, pondera-se que os recursos em b) em razão da forma e do local de acondicionamento;
face dos atos de julgamento ou habilitação, deverão ser apresenta- c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do
dos no término da fase de habilitação, tendo em vista que tal ato lote;
deverá acontecer em apenas uma etapa. d) por outros motivos justificados no processo;
Caso os licitantes desejem recorrer a despeito dos atos do jul- IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em
gamento da proposta e da habilitação, denota-se que deverão se quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se
manifestar de imediato o seu desejo de recorrer, logo após o térmi- nos limites dela;
no de cada sessão, sob pena de preclusão V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor
Havendo a inversão das fases com a habilitação de forma pre- preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no
cedente à apresentação das propostas, bem como o julgamento, mercado;
afirma-se que os recursos terão que ser apresentados em dois in- VI - as condições para alteração de preços registrados;
tervalos de tempo, após a fase de habilitação e após o julgamento VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi-
das propostas. ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante
vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com
Adjudicação e homologação a ordem de classificação;
O Direito Civil Brasileiro conceitua a adjudicação como sendo VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais
o ato por meio do qual se declara, cede ou transfere a propriedade de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de
de uma pessoa para outra. Já o Direito Processual Civil a conceitua validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de
como uma forma de pagamento feito ao exequente ou a terceira ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto
pessoa, por meio da transferência dos bens sobre os quais incide no edital;
a execução. IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços
Ressalta-se que os procedimentos legais de adjudicação têm e suas consequências
início com o fim da fase de classificação das propostas. Adilson § 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de
Dallari (1992:106), doutrinariamente separando as fases de classi- itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia-
ficação e adjudicação, ensina que esta não é de cunho obrigatório, bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a
embora não seja livre. sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de
Podemos conceituar a homologação como o ato que perfaz o preços unitários máximos deverá ser indicado no edital.
encerramento da licitação, abrindo espaço para a contratação. Ho- § 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados
mologação é a aprovação determinada por autoridade judicial ou os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei,
administrativa a determinados atos particulares com o fulcro de a contratação posterior de item específico constante de grupo de
produzir os efeitos jurídicos que lhes são pertinentes. itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua
Considera-se que a homologação do processo de licitação re- vantagem para o órgão ou entidade.
presenta a aceitação da proposta. De acordo com Sílvio Rodrigues § 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a
(1979:69), a aceitação consiste na “formulação da vontade concor- unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido,
dante e envolve adesão integral à proposta recebida.” apenas nas seguintes situações:
Registre-se por fim, que a homologação vincula tanto a Admi- I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou
nistração como o licitante, para buscar o aperfeiçoamento do con- entidade não tiver registro de demandas anteriores;
trato. II - no caso de alimento perecível;
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento
Registro de preços de bens.
Registro de preços é a modalidade de licitação que se encontra § 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória
apropriada para possibilitar diversas contratações que sejam conco- a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação
mitantes ou sucessivas, sem que haja a realização de procedimento de outro órgão ou entidade na ata.
de licitação de forma específica para cada uma destas contratações.

112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para força de lei, deverá sempre evidenciar as razões pelas quais foram
a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de fundamentadas a conclusão pela revogação do certame, bem como
engenharia, observadas as seguintes condições: os motivos de não prosseguir com o processo licitatório.
I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re- Breves considerações adicionais acerca das mudanças no pro-
gulamento; cesso de licitação após a aprovação da Lei 14.133/2.021
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle; • Com a aprovação da Nova Lei, nos ditames do §2º do art. 17,
IV - atualização periódica dos preços registrados; será utilizada como regra geral, a forma eletrônica de contratação
V - definição do período de validade do registro de preços; para todos os procedimentos licitatórios.
VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que acei- • Como exceção, caso seja preciso que a forma de contratação
tar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vence- seja feita presencialmente, o órgão deverá expor os motivos de fato
dor na sequência de classificação da licitação e inclusão do licitante e de direito no processo administrativo, porém, ficará incumbido da
que mantiver sua proposta original. obrigação de gravar a sessão em áudio e também em vídeo.
§ 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu- • O foco da Nova Lei, é buscar o incentivo para o uso do siste-
lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen- ma virtual nos certames, vindo, assim, a dar mais competitividade,
sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de segurança e isonomia para as licitações de forma geral.
serviços por mais de um órgão ou entidade. • A Nova Lei de Licitações criou o PNCP (Portal Nacional de
Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro- Contratações Públicas), que irá servir como um portal obrigatório.
misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri- • Todos os órgãos terão obrigação de divulgar suas licitações,
gará a Administração a contratar, facultada a realização de licita- sejam eles federais, estaduais ou municipais.
ção específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente • Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as de-
motivada. mandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finali-
1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que dades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo.
comprovado o preço vantajoso. • Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação
preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis- de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de va-
posições nela contidas. lor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
• São atos da Administração Pública antes de formalizar ou
Revogação e anulação da licitação prorrogar contratos administrativos: verificar a regularidade fiscal
De antemão, em relação à revogação e a anulação do proce- do contratado; consultar o Cadastro Nacional de Empresas idôneas
dimento licitatório, aplica-se o mesmo raciocínio, posto que caso e suspensas (CEIS) e punidas (CNEP).
tenha havido vício no procedimento, busca-se por vias legais o a • A Nova Lei de Licitações inseriu vários crimes do Código Pe-
possibilidade de corrigi-lo. Em se tratando de caso de vício que não nal, no que se refere às licitações, dentre eles, o art. 337-H do Có-
se possa sanar, ou haja a impossibilidade de saná-lo, a anulação se digo Penal de 1.940:
impõe. Entretanto, caso não exista qualquer espécie de vício no cer- Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo-
tame, mas, a contratação tenha sido deixada de ser considerada de dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor
interesse público, impõe-se a aplicação da revogação. do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a
Nos ditames do art. 62 da Lei nº 13.303/2016, após o início da Administração Pública sem autorização em lei, no edital da licitação
fase de apresentação de lances ou propostas, “a revogação ou a ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatu-
anulação da licitação somente será efetivada depois de se conceder ra com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade:
aos licitantes que manifestem interesse em contestar o respectivo Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao contraditó-
rio e à ampla defesa”. Perturbação de processo licitatório
Já na seara da lei nº 8.666/93, ressalta-se que a norma tratou • Os valores fixados na Lei, serão anualmente corrigidos pelo
de limitar a indicar, por meio do art. 49, §3º, que em caso de des- IPCA-E, nos termos do art. 182: O Poder Executivo federal atua-
fazimento do processo licitatório, ficará assegurado o contraditório lizará, a cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao
e a ampla defesa. Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a subs-
Por fim, registra-se que em se tratando da obrigatoriedade da tituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no
aprovação de espaço aos licitantes interessados no exercício do di- PNCP.
reito ao contraditório e à ampla defesa, de forma anterior ao ato
de decisório de revogação e anulação, criou-se de forma tradicio-
nal diversos debates tanto na doutrina quanto na jurisprudência COMUNICAÇÕES OFICIAIS
nacional. Um exemplo da informação acima, trata-se dos diversos
julgados que ressalvam a aplicação contida no art. 49, §3º da Lei
8.666/1.993 nas situações de revogação de licitação antes de sua A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re-
homologação. Pondera-se que esse entendimento afirma que o pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças
contraditório e a ampla defesa apenas seriam exigíveis quando o quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado
procedimento de licitação tiver sido concluído. em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos
Obs. Importante: Ainda que em situações por meio das quais é à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando
considerado dispensável dar a oportunidade aos licitantes do con- se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas.
traditório e a ampla defesa, a obrigação da administração em mo- O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re-
tivar o ato revogatório não será afastada, uma vez que devendo se gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres-
ater aos princípios da transparência e da motivação, o gestor por sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa

113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público a) alguém que comunique: o serviço público.
entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do
diferenciado. órgão que comunica.
c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti-
A redação oficial é tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu-
A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações ofi- tivo ou dos outros Poderes.
ciais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e pre-
cisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade, Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a fina-
formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua por- lidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação
tuguesa. comunicativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabele-
cem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento
SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS dos órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em
sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O
• Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou mesmo ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua
agramatical é a de informar com clareza e objetividade.
§ Parágrafo
Atributos da redação oficial:
adj. adv. Adjunto adverbial
• clareza e precisão;
arc. Arcaico • objetividade;
art.; arts. Artigo; artigos • concisão;
• coesão e coerência;
cf. Confronte • impessoalidade;
CN Congresso Nacional • formalidade e padronização; e
Cp. Compare • uso da norma padrão da língua portuguesa.

EM Exposição de Motivos
CLAREZA PRECISÃO
f.v. Forma verbal
Para a obtenção de clareza, sugere-se: O atributo da precisão
fem. Feminino a) utilizar palavras e expressões simples, complementa a clareza
ind. Indicativo em seu sentido comum, salvo quando o e caracteriza-se por:
ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira texto versar sobre assunto técnico, hipóte- a) articulação da lin-
se em que se utilizará nomenclatura pró- guagem comum ou
masc. Masculino pria da área; técnica para a perfeita
obj. dir. Objeto direto b) usar frases curtas, bem estruturadas; compreensão da ideia
apresentar as orações na ordem direta e veiculada no texto;
obj. ind. Objeto indireto
evitar intercalações excessivas. Em certas b) manifestação do
p. Página ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere- pensamento ou da
p. us. Pouco usado -se a adoção da ordem inversa da oração; ideia com as mesmas
c) buscar a uniformidade do tempo ver- palavras, evitando o
pess. Pessoa bal em todo o texto; emprego de sinonímia
pl. Plural d) não utilizar regionalismos e neologismos; com propósito mera-
pref. Prefixo e) pontuar adequadamente o texto; mente estilístico; e
f) explicitar o significado da sigla na pri- c) escolha de expres-
pres. Presente meira referência a ela; e são ou palavra que não
Res. Resolução do Congresso Nacional g) utilizar palavras e expressões em outro confira duplo sentido
idioma apenas quando indispensáveis, em ao texto.
RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
razão de serem designações ou expressões
RISF Regimento Interno do Senado Federal de uso já consagrado ou de não terem exata
s. Substantivo tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico.
s.f. Substantivo feminino Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se
s.m. Substantivo masculino deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso,
SEI! Sistema Eletrônico de Informações é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia prin-
cipal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor ao
sing. Singular contato mais direto com o assunto e com as informações, sem sub-
tb. Também terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que
a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto
v. Ver ou verbo
rude e grosseiro.
v.g. verbi gratia Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de infor-
var. pop. Variante popular mações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve
eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de

114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expe-
inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já dientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela for-
foi dito. ma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá-
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atri- -los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam
butos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elemen- o que chamamos de padrão ofício.
tos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência Consistem em partes do documento no padrão ofício:
quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os • Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página
parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. do documento, centralizado na área determinada pela formatação.
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo
texto são: da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundá-
• Referência (termos que se relacionam a outros necessários à rios, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espa-
sua interpretação); çamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como
• Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio
ou no lugar de uma oração); eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé
• Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto); do documento, centralizados.
• Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, perío-
dos ou parágrafos). • Identificação do expediente:
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço pú- a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com
blico e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. todas as letras maiúsculas;
Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não de- b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”,
vem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal. padronizada como Nº;
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, c) informações do documento: número, ano (com quatro dí-
isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as gitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor
comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais para a maior hierarquia, separados por barra (/);
documentos impressos. Recomendações: d) alinhamento: à margem esquerda da página.
• A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra
a sua simplicidade; • Local e data:
• O uso do padrão culto não significa empregar a língua de a) composição: local e data do documento;
modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o
literário; documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da uni-
• A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na reda- dade da federação depois do nome da cidade;
ção de um bom texto. c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do
mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se
O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião. e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data;
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem
Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino direita da página.
e para o plural.
• Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento
São formas de tratamento vedadas: que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar :
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo; a) vocativo;
II - Vossa Senhoria; b) nome: nome do destinatário do expediente;
III - Vossa Magnificência; c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
IV - doutor; d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente,
V - ilustre ou ilustríssimo; dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/
VI - digno ou digníssimo; e logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão,
VII - respeitável. informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede-
ração, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e
Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos prono- unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou
mes de tratamento, mediante invocação de normas especiais refe- pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obriga-
rentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo tória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da
modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo cidade/unidade da federação;
ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja erro e) alinhamento: à margem esquerda da página.
na forma de tratamento empregada.
O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes pú- • Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata
blicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte
do agente público. Poderão constar o pronome de tratamento e o maneira:
nome do destinatário nas hipóteses de: a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o
I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da ad- conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
ministração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do
II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utili-
específico. zar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;

115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o títu- • Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assi-
lo, deve ser destacado em negrito; nadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
e) alinhamento: à margem esquerda da página. a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em le-
tras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do
• Texto: signatário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigi-
NOS CASOS EM QUE QUANDO FOREM USADOS do apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
NÃO SEJA USADO PARA PARA ENCAMINHAMENTO palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
ENCAMINHAMENTO DE DOCUMENTOS, A c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centra-
DE DOCUMENTOS, O ESTRUTURA É MODIFICADA: lizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar
EXPEDIENTE DEVE CONTER a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa
A SEGUINTE ESTRUTURA: página ao menos a última frase anterior ao fecho.

a) introdução: em que é a) introdução: deve iniciar com • Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigató-
apresentado o objetivo da referência ao expediente que ria apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
comunicação. Evite o uso das solicitou o encaminhamento. centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
formas: Tenho a honra de, Se a remessa do documento a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm
Tenho o prazer de, Cumpre-me não tiver sido solicitada, deve da margem inferior; e
informar que. Prefira empregar iniciar com a informação do b) fonte: Calibri ou Carlito.
a forma direta: Informo, motivo da comunicação, que
Solicito, Comunico; é encaminhar, indicando a Quanto a formatação e apresentação, os documentos do pa-
b) desenvolvimento: em que o seguir os dados completos drão ofício devem obedecer à seguinte forma:
assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
contiver mais de uma ideia (tipo, data, origem ou b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
sobre o assunto, elas devem signatário e assunto de que se c) margem lateral direita: 1,5 cm;
ser tratadas em parágrafos trata) e a razão pela qual está d) margens superior e inferior: 2 cm;
distintos, o que confere maior sendo encaminhado; e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da mar-
clareza à exposição; e b) desenvolvimento: se o autor gem superior do papel;
c) conclusão: em que é da comunicação desejar fazer f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
afirmada a posição sobre o algum comentário a respeito g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode
assunto. do documento que encaminha, ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens es-
poderá acrescentar parágrafos querda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares
de desenvolvimento. Caso (margem espelho);
contrário, não há parágrafos h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em pa-
de desenvolvimento em pel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para
expediente usado para gráficos e ilustrações;
encaminhamento de i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o
documentos. negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado,
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padroniza-
deve ser formatado da seguinte maneira: ção do documento;
a) alinhamento: justificado; j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafa-
b) espaçamento entre linhas: simples; das em itálico;
c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos
cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve
tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser
numeram o vocativo e o fecho; lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no servi-
d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos; ço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos
10 pontos. arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu-
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, mento + número do documento + ano do documento (com 4 dígi-
pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings. tos) + palavras-chaves do conteúdo.

• Fechos para comunicações: O fecho das comunicações ofi-


ciais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar
o destinatário.
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, in-
clusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia infe-
rior ou demais casos: Atenciosamente,

116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons-
tarão na epígrafe.

Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o


órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos
órgãos que receberão o expediente.

Exposição de motivos (EM)


É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-
Presidente para:
a) propor alguma medida;
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informa-lo de determinado assunto.

A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República


por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en-
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape-
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina
dentro de um mesmo ano civil.
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica-
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso,
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio-
nal ou ao Poder Judiciário.
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re-
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge-
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatá-
rio são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome
do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurí-
dico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover-
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que
seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi-
nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
Nacional têm as seguintes finalidades:
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional,
de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os
que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or-
çamentos anuais e créditos adicionais.
b) Encaminhamento de medida provisória.
c) Indicação de autoridades.
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
algumas possíveis variações: te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en- e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de
via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na concessão de emissoras de rádio e TV.
epígrafe será apenas do órgão remetente. f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epí- i) Comunicação de veto.
grafe.

117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação de intervenção federal.

As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco;
b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de pará-
grafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados pelo
Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas também na administração públi-
ca. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endereço eletrônico
ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica. Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim
como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como endereço eletrônico utiliza-
do pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como sistema de transmissão de
mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na
administração pública.
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para que
possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo os parâ-
metros de integridade, autenticidade e validade jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; contudo,
caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido
pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda os parâmetros
da ICP-Brasil.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensagem
comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá receber
a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio
eletrônico.
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”,
seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.

Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser
utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas vezes,
uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular seria apenas
um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato normativo. Assim,
toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção ortográfica.

HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO


Emprega-se itálico em:
a) títulos de publicações
O hífen é um sinal usado para:
As aspas têm os seguintes (livros, revistas, jornais,
a) ligar os elementos de
empregos: periódicos etc.) ou títulos de
palavras compostas: vice-
a) antes e depois de uma congressos, conferências,
ministro;
citação textual direta, quando slogans, lemas sem o uso de Usa-se o negrito para realce
b) para unir pronomes átonos
esta tem até três linhas, sem aspas (com inicial maiúscula de palavras e trechos. Deve-se
a verbos: agradeceu-lhe; e
utilizar itálico; em todas as palavras, exceto evitar o uso de sublinhado para
c) para, no final de uma
b) quando necessário, para nas de ligação); realçar palavras e trechos em
linha, indicar a separação
diferenciar títulos, termos b) palavras e as expressões comunicações oficiais.
das sílabas de uma palavra
técnicos, expressões fixas, em latim ou em outras
em duas partes (a chamada
definições, exemplificações e línguas estrangeiras não
translineação): com-/parar,
assemelhados. incorporadas ao uso comum
gover-/no.
na língua portuguesa ou não
aportuguesadas.

118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos
USO DE SIGLAS E
PARÊNTESES E TRAVESSÃO regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que
ACRÔNIMOS
lhes completam o sentido.
Os parênteses são empregados Para padronizar o uso de Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as se-
para intercalar, em um texto, siglas e acrônimos nos atos guintes finalidades:
explicações, indicações, normativos, serão adotados a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na lei-
comentários, observações, os conceitos sugeridos tura;
como por exemplo, indicar pelo Manual de Elaboração b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o au-
uma data, uma referência de Textos da Consultoria tor, devem merecer destaque; e
bibliográfica, uma sigla. Legislativa do Senado Federal c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades.
O travessão, que é (1999), em que:
representado graficamente a) sigla: constitui-se do A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido
por um hífen prolongado (–), resultado das somas das entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora-
substitui parênteses, vírgulas, iniciais de um título; e ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es-
dois-pontos. b) acrônimo: constitui-se truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também
do resultado da soma de usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer.
algumas sílabas ou partes dos Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações,
vocábulos de um título. marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re-
sumo ou uma consequência do que se afirmou.
Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome,
si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta.
o pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto,
elementos que compõem uma oração: admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente
restrito aos discursos e às peças de retórica.
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir-
cunstâncias:
O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enun- a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver
ciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige.
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver
mas não ser complemento. próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re-
dige.
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a frag-
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es-
mentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas
tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem.
vezes dificulta a compreensão.
d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente;
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação,
e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado;
omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita,
f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa-
pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível iden-
do mais longínquo, ou histórico.
tificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto,
termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer ainda será mencionado;
dar a uma frase. h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto;
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio-
um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, nada no texto.
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos
de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases
de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe
mais de um antecedente na terceira pessoa. são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa-
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi-
palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que depen- xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em
dem. Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a que se apresenta.
gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto
e pessoa (nos verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e con- oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina-
cordância verbal. da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões
ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao
CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de-
vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.
O verbo concorda com seu Adjetivos (nomes ou Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo
sujeito em pessoa e número. pronomes), artigos e numerais utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias
concordam em gênero e ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para
número com os substantivos as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o
de que dependem. sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite
em deixar o texto como está.
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordi- É importante lembrar que o idioma está em constante muta-
nação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de depen- ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da
dência que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas
rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes palavras e de formas de dizer.

119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, • Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis,
nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula- sejam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete
res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi- apreender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido).
tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de
uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar. Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro-
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu- cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo
rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria- legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a
ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez tomada da decisão legislativa.
do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es-
inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve- sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden-
locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma-
o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu- nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos
guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de
da Língua Portuguesa. controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa.
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega- A análise da situação questionada deve contemplar as causas
dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou
desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in- contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter
corporação acrítica do estrangeirismo. influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen-
• A homonímia é a designação geral para os casos em que pa- tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter-
lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos). leis antigas, mudanças de concepção etc.
• Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve-
nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) -se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro-
e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere,
(pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte-
verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que
sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente. efetivamente pretende.
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada
em que são empregados. e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam
• Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por
palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro- escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem
núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de
contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou
descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri-
as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras
gir) e ratificar (confirmar).
vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e
simplesmente, a preservação do status quo.
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa
Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma
de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de
imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati-
justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social
va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas
harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos
existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas
objetivos da norma jurídica são expressos nas funções:
I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com- para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador,
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis-
vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais); lativa.
II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização, Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-
de definição e de distribuição de competências; -se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí- vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná-
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado; lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b)
IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios
condutas por meio de modelos; de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju- mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De-
rídica e no plano social. vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais
Requisitos da elaboração normativa: efeitos colaterais negativos.
• Clareza e determinação da norma; O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en-
• Princípio da reserva legal; tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor-
• Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece- mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração
didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências
situação ou destinada a atingir determinado objetivo); produzidas pelo novo ato normativo.
• Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi- É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um
nistrativo; espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia
• Princípio da proporcionalidade; interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção
• Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli- no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa
na suficientemente concreta); uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às
• Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi- exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem
sa julgada; uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do

120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri-
interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló- gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re-
gica) e sistemática externa (estrutura da lei). vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a
Regras básicas a serem observadas para a sistematização do instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar
texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação: determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas,
a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi-
em um mesmo contexto ou agrupamento; cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta
b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
cronológica, se possível; Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre-
c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le-
que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e
d) institutos diversos devem ser tratados separadamente. dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo
com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
• O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos
ao ato normativo que está sendo alterado. de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro-
• Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de
não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti- modo expresso ou implícito, na lei.
lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não • Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po-
alteração do trecho do artigo. dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi- propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de
pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina- nacionalidade, etc.).
do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo • Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são
de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou, atos normativos subordinados ou secundários.
muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade. • Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização
Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos e funcionamento da administração pública federal, quando não im-
após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re- plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado
sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori-
ser considerado inválido com efeitos retroativos. dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe-
corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha tência.
lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori-
dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
a mera alteração da norma. propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de-
A correção de erro material que não afete a substância do ato legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais,
singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de- das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções.
nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno- A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati-
minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve- va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a
niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer
por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons-
de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias,
nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário. privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa
Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos- reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu-
tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de- lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o
corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda- Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio-
ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual,
essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual).
sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui-
co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é
de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati-
com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que vas.
a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra
alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda.
entrada em vigor de seu decreto. Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen- de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular
tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis- também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por
lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto; meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos
a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato. Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen-
A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra, tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal- servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa
mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con-
e que tenha estrita pertinência temática.
têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati-
vo de efeitos concretos).

121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro-
jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com COMPREENSÃO E ELABORAÇÃO DA LÓGICA DAS SI-
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem TUAÇÕES POR MEIO DE RACIOCÍNIO VERBAL. ESTRU-
indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles TURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PES-
provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo- SOAS, LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIO
situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que
não guardem compatibilidade com o plano plurianual. RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble-
do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje- mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura
qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von- consiste nos seguintes conteúdos:
tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a - Operação com conjuntos.
formação da lei. - Cálculos com porcentagens.
O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san- - Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé-
ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei. tricos e matriciais.
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção: - Geometria básica.
a) inconstitucionalidade; ou - Álgebra básica e sistemas lineares.
b) contrariedade ao interesse público. - Calendários.
- Numeração.
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15 - Razões Especiais.
dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica- - Análise Combinatória e Probabilidade.
do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi- - Progressões Aritmética e Geométrica.
ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser
superado por deliberação do Congresso Nacional. RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de
eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da Argumentação.
República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor-
rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL
Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre- O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem
sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
Senado Federal, em prazo idêntico. O mais importante é praticar o máximo de questões que envol-
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é vam os conteúdos:
chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis- - Lógica sequencial
posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um - Calendários
lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri-
gatoriedade (45 dias). RACIOCÍNIO VERBAL
Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo:
a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple- conclusões lógicas.
mentares. Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-
b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli- vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
Permanentes. conhecimento por meio da linguagem.
c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
urgência a certas proposições. ções, selecionando uma das possíveis respostas:
d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca- A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-
sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação formações ou opiniões contidas no trecho)
instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação. B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-
e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le- formações ou opiniões contidas no trecho)
gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex. verdadeira ou falsa sem mais informações)
para leis financeiras e delegadas.
f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento, ESTRUTURAS LÓGICAS
englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições.
destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có- Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
digos. atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos.
Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposição
é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.

125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Conectivo “ou” (v)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente do
valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia. Propriedades
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. • Reflexiva:
(C) uma contradição. – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(D) uma contingência. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(E) uma disjunção.
• Transitiva:
Resolução: – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Montando a tabela teremos que: Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
P ~p ~p ^p – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R

V F F Regras de Inferência
V F F • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
F V F
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
F V F sições verdadeiras já existentes.

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...). • Silogismo Disjuntivo

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.

Exemplo:

• Modus Ponens

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:

- Somente uma contradição implica uma contradição:

132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
• Modus Tollens Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
Tautologias e Implicação Lógica ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

• Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.

Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.

• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”


Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
Princípio da inconsistência entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica mo que dizer “nenhum B é A”.
p ^ ~p ⇒ q Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- grama (A ∩ B = ø):
sição q.

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren- • Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
ou falsa. posição:

133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Em síntese:

Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A”


tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- Exemplos:
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo (DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” mação anterior é:
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
representações possíveis: dos.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao mos a alternativa B.
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que Algum B não é A. que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
• Negação das Proposições Categóricas Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as são pardos NÃO miam alto.
seguintes convenções de equivalência: Resposta: C
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular. (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, (A) Todos os não psicólogos são professores.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, (B) Nenhum professor é psicólogo.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, (C) Nenhum psicólogo é professor.
uma proposição de natureza afirmativa. (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.

Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
• Equivalência entre as proposições Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões. TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.

Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação NENHUM
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual E
AéB
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco. Existe pelo menos um elemento que
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. pertence a A, então não pertence a B, e
(C) Todo número natural é diferente de cinco. vice-versa.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.

Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To- Existe pelo menos um elemento co-
dos e Nenhum, que também são universais. mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
tes formas:
ALGUM
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

135
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

- Algum teatro é casa de cultura


ALGUM
O
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a aten-


ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
Segundo as afirmativas temos:
Exemplo: (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de menos um dos cinemas é considerado teatro.
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos: (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
- Todo cinema é uma casa de cultura mo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
afirma isso

- Existem teatros que não são cinemas

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

136
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-
do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:

Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença


Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató- comum.
ria do seu conjunto de premissas. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-


TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência necessá-
ria das premissas? Claro que sim! Observemos que o conjunto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do conjunto dos
animais. Resultado: este é um argumento válido!

Argumentos Inválidos
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das
premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.

Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam de
chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo artifício,
que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.

Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argumen-
to é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, AL-
GUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.

138
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.

139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- Resolução:
ções simples? A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
2º método. A = Chove
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- B = Maria vai ao cinema
ção simples ou uma conjunção? C = Cláudio fica em casa
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar D = Faz frio
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos E = Fernando está estudando
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: F = É noite
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta Lembramos a tabela verdade da condicional:
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa,
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am- utilizando isso temos:
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar estava estudando. // B → ~E
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o Iniciando temos:
argumento é ou NÃO VÁLIDO. 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
= V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
Resolução pelo 4º Método tem que ser F.
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
mos: // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- vai ao cinema tem que ser V.
deiro! 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
verdadeiras! Teremos: sai de casa tem que ser F.
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: ser V ou F.
r é verdadeiro. 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- Resposta: Errado
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
Exemplos: então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
seguintes proposições sejam verdadeiras. bruxa.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Quando Fernando está estudando, não chove. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
• Durante a noite, faz frio. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
item subsecutivo. Resolução:
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é
( ) Certo bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão
( ) Errado o valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)
→V

140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

141
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria
Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N

142
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

Resolução:
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

143
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
− Paulo não viajou para Goiânia; ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
mem.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Luiz N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Arnaldo N N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Mariana N N S N
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
Paulo N N (x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
− Luiz não viajou para Fortaleza. de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Aplicando temos:


x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Luiz N N N ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
Arnaldo N N + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Mariana N N S N
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
Paulo N N gar, logo, é uma proposição lógica.

Agora, completando o restante: • Quantificador existencial (∃)


Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En- O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Exemplo:
Paulo N N N S “Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
é:
Resposta: B

Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.

QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA


O quantificador existencial tem a função de elemento comum.
Tipos de quantificadores A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃
• Quantificador universal (∀) (x)) (A (x) ∧ B).
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
será verdadeira?
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
Exemplo: a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
Todo homem é mortal. julgar, logo, é uma proposição lógica.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal. ATENÇÃO:
Na representação do diagrama lógico, seria: – A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B”
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.

Forma simbólica dos quantificadores


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).

144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). ATENÇÃO: Devemos sempre relacionar a taxa e o tempo na
mesma unidade para efetuarmos os cálculos.
Exemplos:
Todo cavalo é um animal. Logo, Usamos a seguinte fórmula:
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo.
(D) Nenhum animal é cavalo.

Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
sões:
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal.
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça Em juros simples:
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma – O capital cresce linearmente com o tempo;
de conclusão). – O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
Resposta: B – A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
– Devemos expressar a taxa i na forma decimal.
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- – Montante (M) ou FV (valor futuro) é a soma do capital com
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. os juros, ou seja:
M=C+J
Resolução: M = C.(1+i.t)
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) Exemplo:
tal que x + y = x. (PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) Qual é o capital que,
– 1º passo: observar os quantificadores. investido no sistema de juros simples e à taxa mensal de 2,5 %, pro-
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos duzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses?
os valores de x devem satisfazer a propriedade. (A) R$ 1.650,00
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne- (B) R$ 2.225,00
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade. (C) R$ 3.250,00
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos (D) R$ 3.460,00
x e y. (E) R$ 3.500,00
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais. Resolução:
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x). Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j =
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x? 3900 – C ( I )
Existe sim! y = 0. Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples:
X + 0 = X.
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
reto.
Resposta: CERTO

NOÇÕES DE MATEMÁTICA FINANCEIRA 390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C


– 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
Juros simples (ou capitalização simples) 120.C = 390000
Os juros são determinados tomando como base de cálculo o C = 390000 / 120
capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que C = R$ 3250,00
empresta) no final da operação. Devemos ter em mente: Resposta: C
– Os juros são representados pela letra J*.
– O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de ca- Juros compostos (capitalização composta)
pital e é representado pela letra C (capital) ou P(principal) ou VP ou A taxa de juros incide sobre o capital de cada período. Também
PV (valor presente) *. conhecido como “juros sobre juros”.
– O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela
letra t ou n.*
– A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um ca-
pital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada
para calcular juros.
*Varia de acordo com a bibliografia estudada.

145
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Usamos a seguinte fórmula:

O (1+i)t ou (1+i)n é chamado de fator de acumulação de capital.

ATENÇÃO: as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (t), tem de ser necessariamente iguais.

O crescimento do principal (capital) em:


– juros simples é LINEAR, CONSTANTE;
– juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO e, portanto tem um crescimento muito mais “rápido”;

Observe no gráfico que:


– O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de juros simples como para juros compostos;
– Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros simples;
– Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros compostos.

Exemplo:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CAIPIMES) Um capital foi aplicado por um período de 3 anos, com taxa
de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que essa aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente:
(A) 30% do capital aplicado.
(B) 31,20% do capital aplicado.
(C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado.

Resolução:

Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos:


j = 1,331.C – C = 0,331 . C
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10%
Resposta: D

146
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Juros Compostos utilizando Logaritmos
Algumas questões que envolvem juros compostos, precisam de conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisamos
achar o tempo/prazo. Normalmente as questões informam os valores do logaritmo, então não é necessário decorar os valores da tabela.

Exemplo:
(FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano, compostos anualmente. Utilizando para cálculos a aproximação de ,
pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria resgatada no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século

Resolução:
A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i = 10% = 0,1:
1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t

(agora para calcular t temos que usar logaritmo nos dois lados da equação para pode utilizar a propriedade
, o expoente m passa multiplicando)

t.0,04 = 3

Resposta: E

ROTINAS E PROCESSOS ADMINISTRATIVOS

O Que São Rotinas Administrativas?


Uma rotina administrativa é formada com base em vários processos que se realizam de maneira sistemática e que necessitam de
conhecimentos técnicos específicos além de domínio tecnológico. Por sua vez o conceito de processo se refere a um grupo de procedi-
mentos que possuem entrada, processamento e obtenção de resultados.
Num contexto prático as rotinas administrativas são realizadas por colaboradores que tem como função chegar a resultados satis-
fatórios de acordo com a sua qualificação técnica. Para ser um gestor dessas rotinas é necessário que o indivíduo esteja qualificado para
assumir tal papel, da mesma forma que seus auxiliares também devem estar tecnicamente qualificados.

Funções de Gestores de Rotinas Administrativas


Os profissionais que são colocados numa posição gerencial desses processos têm como responsabilidade elaborar o planejamento,
fiscalizar a execução e mensurar os resultados obtidos por meio desse método. Estar nesse cargo de gerenciamento faz com que o indiví-
duo tenha grande relevância na companhia em que atua ao mesmo tem em que precisa ter um amplo conhecimento das atividades que
lidera.

Rotinas Administrativas x Rotinas Gerenciais


No contexto corporativo é fundamental que seja feita a devida distinção entre as rotinas administrativas e as gerenciais, sendo que
ambas têm grande impacto para a consolidação da companhia. De forma geral as atividades de gerenciamento dão origem as atividades
administrativas sendo as últimas o apoio das primeiras.
O papel das rotinas gerenciais é o de traçar estratégias para que sejam observadas melhores oportunidades e utilização mais cons-
ciente de recursos. A partir do entendimento do que a empresa pretende conquistar é possível dispor de rotinas administrativas para
colocar em prática o planejado. Trata-se de uma forma de ter acesso e organizar informação tanto de metas quanto de recursos para
chegar a uma maneira inteligente de levar a companhia um passo adiante.

147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
A Técnica Por Trás das Rotinas Administrativas equipamentos de informática e outros, como os de comunicação
Agora que já ficou claro o que são rotinas administrativas vou áudio visual, permitindo a qualidade dos mesmos e a adequação de
explicar um pouco melhor da técnica por trás da execução das mes- transporte, instalação e configuração. Além disso trabalha com os
mas. O primeiro ponto a observar é que toda organização, inde- pedidos de manutenção, instalação e configuração de equipamen-
pendente do seu segmento de atuação, tem algumas funções bá- tos obedecendo programação e avaliação dos serviços.
sicas que são: a comercial, a pessoal e a financeira. Para gerir essa A Seção de Suporte tem como objetivo gerenciar, administrar
grande estrutura é necessário contar com técnicas que permitam e operar os equipamentos de uso comum aos usuários, bem como
melhor alocação de informações. prestar suporte aos usuários nos serviços oferecidos e auxiliar na
implantação e execução da política de operação e zelo.
Organogramas
No que concerne a rotinas administrativas uma técnica bastan- Manutenção:
te interessante é a de construção de organogramas em que é pos- A Função de Manutenção tem por objetivo prover a manuten-
sível identificar os departamentos da companhia além de ter um ção e assistência técnica dos equipamentos
esquema visual dos diferentes níveis hierárquicos. Esta função ainda tem como objetivo a manutenção preventiva
e corretiva dos equipamentos, promovendo uma vida útil por mais
Sistema de Hierarquia tempo aos mesmos através das aplicações devidas conforme carac-
Para que o sistema de rotinas administrativas seja melhor or- terísticas de cada equipamento
ganizado é interessante que esteja bem distribuídas as funções que Os equipamentos têm sofrido ao longo dos tempos evoluções
competem a cada nível hierárquico. Basicamente hierarquia é um importantes:
esquema em que estão separados ramos com diferentes poderes e - Os equipamentos são cada vez mais automatizados. Tornam-
funções dentro da corporação. -se mais compactos, mais complexos e são utilizados de forma mais
intensa.
Regulamentos Internos - Os equipamentos são mais “caros” (investimentos mais eleva-
Visando estabelecer uma lógica sequencial de realização de dos) com períodos de amortização mais pequenos.
atividades internas é interessante que a organização trabalhe com - A exigência imposta por novos métodos de gestão da pro-
a criação e difusão de regulamentos internos. A função desses re- dução, o “Just-in-Time” exige a eliminação total dos problemas e
gulamentos é estabelecer regras que permitem que os procedi- avarias das máquinas.
mentos sejam realizados sempre da mesma maneira. Pode parecer
negativa a ideia de ter uma rotina, contudo, para alguns departa- A tendência do mundo atual é das pessoas passarem mais tem-
mentos de empresas não há nada mais eficaz. po em seu ambiente de trabalho do que no aconchego do seu lar.
Por mais que o ambiente de trabalho se torne quase como uma se-
Relatórios Internos gunda “casa”, o funcionário não deve confundir como deve se com-
Para manter a observação da pertinência das rotinas adminis- portar ou utilizar os equipamentos da empresa, tudo deve seguir
trativas, podem ser utilizados relatórios internos em que estejam uma linha profissional. O computador utilizado no serviço deve ser
expostos eventuais problemas ocasionados pelo método sistemá- usado exclusivamente para o auxílio e para o desempenho de suas
tico e possíveis melhorias. Quando se trata do estabelecimento e tarefas durante a carga horária de trabalho. Portanto, a empresa
cumprimento de rotinas relevantes para o bom andamento de uma pode monitorar os passos do funcionário, desde que o mesmo es-
empresa a documentação é bastante pertinente. teja ciente disso. A ocorrência mais comum é o monitoramento do
histórico de navegação, tendo unicamente o objetivo de garantir a
Identifique a Qualidade das Rotinas Administrativas da Sua produtividade e impedir a contaminação por vírus ou o extravio de
Companhia documentação e informações confidenciais. Com a crescente utili-
Para ter certeza de que esse método está sendo eficiente e zação da internet em práticas ilícitas, as empresas estão dispensan-
vem cumprindo as suas funções é necessário ficar atento a qualida- do um cuidado maior para que esse tipo de prática não ocorra em
de com que essas rotinas vêm sendo realizadas. Manter métodos suas dependências.
de avaliação de resultados e satisfação das pessoas envolvidas é Utilizar os equipamentos da empresa para fins pessoais como
uma maneira de ter acesso a essa informação. Lembre-se sempre gravar músicas, filmes, fotos pessoais, etc., podem ser visto com
de que métodos sistemáticos visam tornar a rotina de trabalho desconfiança pelas empresas, pois podem contaminar o equipa-
mais simples e não engessá-la. mento com qualquer tipo de vírus ou fazer com que a máquina se
Quando o estabelecimento de rotinas apenas contribui para torne mais lenta por causa do excesso de arquivos.
que os indivíduos fiquem estagnados em suas funções sem se abrir
para novas possibilidades criativas se tem a percepção de que não Vale lembrar que, em caso de mau uso dos equipamentos, a
está havendo a eficiência pensada. Rotina não deve ser entendida empresa está amparada pela lei (artigo 462, parágrafo 1º da CLT)
como uma palavra que conceitua algo ruim ou que impede a sua para efetuar descontos nos salários “em caso de dano causado
companhia de se expandir, deve ser relacionada a organização que pelo empregado, desde que esta possibilidade tenha sido acordada
torna o trabalho burocrático mais fácil e rápido de executar. (termo de responsabilidade pela integridade dos bens da empresa
assinado no ato da contratação) ou na ocorrência de dolo de sua
Fonte: http://marcusmarques.com.br/empresas/o-que-sao-rotinas-ad- parte”.18
ministrativas/
Os principais materiais existentes num escritório
Equipamentos • Computadores: são utilizados para finalidades diversas, sen-
Diante da necessidade de organizar, gerenciar, os recursos de do estas, por exemplo, contabilidade, envio de e-mails, apresenta-
suporte e manutenção utilizados pelos usuários, surgiu o Departa- ções e outras.
mento de Suporte e Manutenção, que tem como objetivo atender
às necessidades no que diz respeito ao correto uso e manuseiode
18Fonte: www.brasilescola.uol.com.br

148
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Atualmente, tamanhos e modelos são vários, o que deverá ser Alguns objetos como canetas, blocos de anotações, furadores,
dimensionado de acordo com o propósito do escritório. grampeadores, carimbos, clips e tesouras são muito úteis e devem
• Impressoras e máquinas de retalhar de papel (fragmenta- estar sempre acessíveis na rotina diária do escritório. São pequenos
doras): impressoras são completamente vitais para a impressão no tamanho, mas tornam-se importantes, principalmente, em tare-
de documentos importantes, e uma máquina retalhamento é um fas simples e que requerem rapidez.
equipamento de destruição de informações classificadas.
• Calculadoras: serve para fazer cálculos mais rápidos. Pen drive
• Máquina de fax: serve para o envio mais rápido e mais fácil O pen drive é um dispositivo portátil que armazena arquivos de
de um documento importante. A realidade da digitalização, vale computador. Com uma quantidade razoável de espaço para guar-
lembrar, ainda não se faz presente em boa parte dos escritórios. dar documentos em formato digital, os pen drives têm se tornado
• Gavetas e mesas: para guardar documentos e relatórios e, essenciais na rotina do profissional da secretaria.
desse modo, auxiliar na organização do escritório. Devem também Com ele, é possível transferir arquivos para outros computa-
ser dimensionadas de acordo com propósito do escritório, sem, dores, além de guardar modelos de cartas e demais documentos
portanto, perturbar seu bom funcionamento. necessários na rotina secretarial.
• Cadeiras: devem ser confortáveis e resistentes, o que irá as-
segurar um confortável cenário de trabalho e contribuirá para me- Computador
lhor produtividade. O computador é uma ferramenta essencial para melhorar o de-
• Telefones: importante para a comunicação dentro e fora do sempenho do profissional num escritório. Ligado em rede e conec-
escritório. tado à internet, alcança outros setores do local de trabalho e outras
• Material de escrita e papel: o papel físico ainda é uma forma- empresas através de sites e e-mails.
lidade presente nos escritórios. Para usufruir ao máximo dos recursos do computador, é neces-
sário que a secretária ou secretário tenha, ao menos, conhecimen-
Telefone tos básicos na área de informática
Essencial, é um dos aliados mais importantes da comunicação
entre o profissional do secretariado e seus contatos para coleta e Impressoras
envio de informações. São utilizadas em conjunto com o computador e servem para
Ele deve ficar sobre a mesa, ao alcance fácil. E, no caso de ser imprimir diversos documentos. O profissional deverá, também, sa-
uma central PABX, o profissional deve ter acesso à lista com os ra- ber manusear essa ferramenta.
Geralmente, estão conectadas ao computador e ficam pró-
mais dos outros setores para transmitir e atender várias ligações.
ximas deste. No caso de ser utilizada em rede, é necessário que,
O profissional deve, portanto, se informar primeiramente so-
imediatamente após enviar a solicitação de impressão pelo compu-
bre o funcionamento adequado do aparelho para, assim, evitar sua
tador, o funcionário vá até o local de saída do documento que foi
má ou subutilização.
impresso. Há opções de impressões em preto e branco e coloridas.
Fax
Equipamentos para eventos
Funciona também como telefone, mas com uma vantagem: re-
Além de conhecer os equipamentos usados em sua rotina diá-
cebe e envia dados escritos. Ainda é utilizado em algumas empre- ria, o funcionário precisa dominar o funcionamento de alguns equi-
sas para recebimento de cópias de diversos documentos, cotações pamentos usados em eventos como congressos, reuniões, apresen-
e comprovantes. tações e etc.
O aparelho deve ser recarregado com bobinas de papel especí- Tais equipamentos tornam as apresentações e reuniões mais
fico. Para haver a transmissão de documentos via fax, é necessário objetivas, atrativas e organizadas. Veja a seguir alguns equipamen-
que seja liberado, por parte do destinatário, um sinal eletrônico. tos usados nestes eventos:
Portanto, o funcionário deve conhecer também o funcionamento
deste equipamento. Flip chart
O flip chart (ou cavalete) é utilizado em apresentações meno-
Fotocopiadoras ou xerox res. Corresponde a um grande bloco de papel, colocado em frente
Servem para fazer cópias de documentos. É importante que ao público, onde o apresentador, com um pincel atômico, expõe
o funcionário domine seu funcionamento, sabendo, por exemplo, suas ideias.
como substituir tintas ou tonners e recarregar as folhas de papel.
Alguns modelos de fotocopiadoras possuem portas USB e traba- Notebook
lham em rede, funcionando também como impressora. Trata-se de um computador portátil e recarregável por bateria.
Deverá estar em local propício, prático e de livre acesso, para Sendo assim, é mais leve e compacto. Pode ser transportado e uti-
que não atrapalhe a rotina. lizado em diferentes lugares com facilidade.
Geralmente, contém tela de LCD (cristal líquido), acoplando
Calculadoras teclado, mouse (touchpad), unidade de disco rígido, portas para
São importantes por realizar operações matemáticas de forma conectividade USB e de rede, saída para VGA, HDMI, portabilidade
rápida. No caso da secretária ou secretário, que fica muitas vezes para fax/modem e gravadores de CD/DVD. Em várias atividades, é
responsável pelo pagamento e recebimento de contas, é indispen- utilizado como substituto do computador convencional.
sável ter uma calculadora sempre àmão.
Retroprojetor
Agenda É, com certeza, o recurso mais moderno para se utilizar em
A agenda representa o trabalho da escritório, é a organização apresentações. Geralmente, trabalha em conjunto com o notebook
evidenciada em páginas. É responsável por lembrar eventos, provi- ou computador, refletindo em uma tela o projeto criado pelo usuá-
dências, pagamentos e tudo mais que o funcionário não daria conta rio. Essa apresentação pode conter vídeos, imagens, sons, textos e
de lembrar se não houvesse o registro. tudo o mais que seja necessário demonstrar no evento.

149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
Aparelho de DVD
Desde seu lançamento, os aparelhos de DVD se aprimoraram EXERCÍCIOS
em substituir com sucesso os videocassetes. A tecnologia trouxe
uma melhor sincronização entre áudio e vídeo, além de oferecer 1. (Prefeitura de Jataí/GO - Auditor de Controladoria - Quadrix
uma variedade de recursos para atender as mais atuais e diversas /2019) A cúpula diretiva investida de poder político para a condu-
necessidades, como conexão HDMI, entrada USB, leitura de arqui- ção dos interesses nacionais consiste
vos de música e imagem. (A) no Estado.
Portanto, ele pode também ser utilizado numa reunião, ou (B) na Administração Pública.
apresentação para demonstração de arquivos de vídeo, som ou (C) no Poder Executivo.
imagem. (D) no governo.
(E) nos agentes políticos.
Microfones
O uso de microfones é essencial na maioria das apresentações, 2. (CRO-GO - Assistente Administrativo – Quadrix/2019) No que
principalmente se o público for grande. É importante garantir o se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item.
bom funcionamento do equipamento, no mínimo, um dia antes da A noção de Estado de direito baseia‐se na regra de que, ao
apresentação. Caso haja algum problema, providencie a solução o mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar‐se a ele.
mais rápido possível. ( ) CERTO
( ) ERRADO
Programas e sistemas do computador
Além dos equipamentos, o funcionário muitas vezes precisa 3. (CRO-GO - CRO-GO - Fiscal Regional - Quadrix – 2019) No que
utilizar sistemas de computador específicos para seu atendimento se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item.
e agendamento. Ele deve, portanto, ser capacitado no programa Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário exercem suas res-
usado em sua empresa e, sempre que tiver dúvidas, entrar em con- pectivas funções com absoluta exclusividade.
tato com o responsável pelo suporte do sistema usado. ( ) CERTO
Como exemplo, há os programas administrativos de agenda- ( ) ERRADO
mento e controle financeiro, que muitas vezes, o próprio funcio-
nário precisa utilizar para agendar compromissos, consultas de pa- 4. (CRF-PR - Analista de RH – Quadrix/2019) A supremacia do
cientes, programar pagamentos e recebimentos relacionados à sua interesse público sobre o privado, também chamada simplesmente
atividade e etc. de princípio do interesse público ou da finalidade pública, princípio
Como visto, é importante que o funcionário tenha acesso a di- implícito na atual ordem jurídica, significa que os interesses da co-
ferentes tipos de equipamentos e conheça o funcionamento dos letividade são mais importantes que os interesses individuais, razão
sistemas usados em seu computador para otimizar seu trabalho e pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos,
seu apoio ao executivo da empresa.19 recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. Ale-
xandre Mazza. Manual de direito administrativo. 8.ª ed. São Paulo:
A tendência do mundo atual é das pessoas passarem mais tem- Saraiva Educação, 2018.
po em seu ambiente de trabalho do que no aconchego do seu lar. Com relação a esse princípio, assinale a alternativa correta.
Por mais que o ambiente de trabalho se torne quase como uma se- (A) Apesar da supremacia presente, não possibilita que a Admi-
gunda “casa”, o funcionário não deve confundir como deve se com- nistração Pública convoque particulares para a execução com-
portar ou utilizar os equipamentos da empresa, tudo deve seguir pulsória de atividades públicas.
uma linha profissional. O computador utilizado no serviço deve ser (B) Só existe a supremacia do interesse público primário sobre
usado exclusivamente para o auxílio e para o desempenho de suas o interesse privado. O interesse patrimonial do Estado como
tarefas durante a carga horária de trabalho. Portanto, a empresa pessoa jurídica, conhecido como interesse público secundário,
pode monitorar os passos do funcionário, desde que o mesmo es- não tem supremacia sobre o interesse do particular.
teja ciente disso. A ocorrência mais comum é o monitoramento do (C) Não permite a requisição de veículo particular, pela polícia,
histórico de navegação, tendo unicamente o objetivo de garantir a para perseguir criminoso. Referida atitude não é prevista no di-
produtividade e impedir a contaminação por vírus ou o extravio de reito brasileiro.
documentação e informações confidenciais. Com a crescente utili- (D) Não permite que a Administração Pública transforme com-
zação da internet em práticas ilícitas, as empresas estão dispensan- pulsoriamente propriedade privada em pública.
do um cuidado maior para que esse tipo de prática não ocorra em (E) Estará presente em todos os atos de gestão da Administra-
suas dependências. ção Pública.
Utilizar os equipamentos da empresa para fins pessoais como
gravar músicas, filmes, fotos pessoais, etc., podem ser visto com 5. (TRT /8ª Região - Analista Judiciário – CESPE/2016). A respei-
desconfiança pelas empresas, pois podem contaminar o equipa- to dos elementos do Estado, assinale a opção correta.
mento com qualquer tipo de vírus ou fazer com que a máquina se (A) Povo, território e governo soberano são elementos indisso-
torne mais lenta por causa do excesso de arquivos. ciáveis do Estado.
Vale lembrar que, em caso de mau uso dos equipamentos, a (B) O Estado é um ente despersonalizado.
empresa está amparada pela lei (artigo 462, parágrafo 1º da CLT) (C) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judi-
para efetuar descontos nos salários “em caso de dano causado ciário e o Poder Executivo.
pelo empregado, desde que esta possibilidade tenha sido acordada (D) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencia-
(termo de responsabilidade pela integridade dos bens da empresa lista ou parlamentarista.
assinado no ato da contratação) ou na ocorrência de dolo de sua (E) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são
parte”. elementos do Estado brasileiro.

19Fonte: www.grancursosonline.com.br

150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
6. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). No 12. (AL-AP - Analista Legislativo - FCC – 2020) A organização
sistema de governo brasileiro, os chefes do Poder Executivo (presi- administrativa pode implicar desconcentração e descentralização.
dente da República, governadores e prefeitos) exercem, ao mesmo A criação de empresas estatais
tempo, as funções administrativa (Administração Pública) e política (A) depende da edição de lei instituidora dos entes, da qual
(governo). No entanto, são funções distintas, com conceitos e ob- também deverão constar as competências próprias atribuídas
jetivos bem definidos. Acerca de Administração Pública e governo, a essas pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica de
assinale a alternativa correta. direito privado ou de direito público.
(A) Administração Pública e governo são considerados sinôni- (B) difere da instituição de autarquias e fundações, pessoas
mos, visto que ambos têm como objetivo imediato a busca da jurídicas que expressam a desconcentração da Administração
satisfação do interesse coletivo. pública.
(B) As ações de Administração Pública têm como objetivo a (C) indica a desconcentração da organização administrativa,
satisfação do interesse público e são voltadas à execução das que se caracteriza pela criação de pessoas jurídicas com com-
políticas públicas. petências próprias.
(C) Administração Pública é a atividade responsável pela fixa- (D) é expressão da descentralização administrativa, que implica
ção dos objetivos do Estado, ou seja, nada mais é que o Estado a criação de pessoas jurídicas com atribuições previstas em lei
desempenhando sua função política. e em seus atos constitutivos.
(D) Governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídi- (E) e de outras pessoas jurídicas com personalidade jurídica de
cas de que o Estado dispõe para colocar em prática as políticas direito público configura forma híbrida de organização admi-
públicas. nistrativa.
(E) A Administração pratica tanto atos de governo (políticos)
como atos de execução das políticas públicas. 13. (FITO – Advogado - VUNESP – 2020) De acordo com o orde-
namento jurídico brasileiro, uma fundação pública
7. (UFAL - Auxiliar em Administração – COPEVE-UFAL). O termo (A) poderá celebrar parcerias com organizações da sociedade
Administração Pública, em sentido estrito e objetivo, equivale civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de
(A) às funções típicas dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju- finalidades de interesse público e recíproco, mediante a exe-
diciário. cução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos
(B) à noção de governo. em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração,
(C) ao conceito de Estado. em termos de fomento ou em acordos de cooperação.
(D) ao conceito de função administrativa. (B) poderá consorciar-se com outras fundações públicas que in-
(E) ao Poder Executivo. tegrem a Administração indireta de outros entes da federação,
para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a
8. (CESPE – INSS - Perito Médico Previdenciário – CESPE). Acer- realização de objetivos de interesse comum, passando a cons-
ca do direito administrativo, julgue os itens a seguir. tituir consórcio público com personalidade jurídica de direito
Povo, território e governo soberano são elementos do Estado. público.
() CERTO (C) criada por lei, poderá representar a Administração direta
() ERRADO na celebração de acordos de cooperação técnica com outros
órgãos ou entidades integrantes da Administração indireta dos
9. (JARU-PREVI - RO - Assistente Administrativo – IBADE/2019) demais entes federados, com a finalidade de expandir o alcan-
Com base nos três poderes do estado e nas suas funções, afirma-se ce das finalidades de interesse público que justificaram sua
que ao: criação.
(A) legislativo: cabe a ele criar leis em cada uma das três esferas (D) cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa cien-
e fiscalizar e controlar os atos do poder executivo. tífica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preserva-
(B) executivo: estabelece normas que regem a sociedade. ção do meio ambiente, à cultura e à saúde, serão qualificadas
(C) judiciário: responsável pela regulação da administração dos como organizações da sociedade civil de interesse público,
interesses públicos. podendo celebrar contrato de gestão com dispensa de chama-
(D) legislativo: poder exercido pelos secretários do Estado. mento público, com o poder público.
(E) executivo: sua principal tarefa é a de controle de constitu- (E) que tenha sido constituída e esteja em funcionamento regu-
cionalidade. lar há, no mínimo, três anos, poderá qualificar-se como organi-
zação da sociedade civil de interesse público com fundamento
10. (CONRERP 2ª Região - Assistente Administrativo - Qua- no princípio da universalização dos serviços de interesse públi-
drix/2019) Quanto à Administração Pública, julgue o item. co que autorizaram sua criação.
À Administração Pública é facultado fazer tudo o que a lei não
proíbe. 14. (AL-AP - Assistente Legislativo - FCC – 2020) A amplitude
( ) CERTO da Administração pública considera dois grupos de instituições, que
( ) ERRADO são classificados em Administração direta e indireta. Considera-se
Administração Direta,
11. (MPE-CE - Técnico Ministerial - CESPE – 2020) No que diz (A) as Fundações públicas.
respeito à administração pública direta, à administração pública in- (B) as Autarquias.
direta e aos agentes públicos, julgue o item que se segue. (C) as Empresas públicas.
A administração pública indireta é composta por órgãos e agen-
(D) as Sociedades de Economia mista.
tes públicos que, no âmbito federal, constituem serviços integrados
(E) a Casa Civil.
na estrutura administrativa da presidência da República e dos mi-
nistérios.
( ) CERTO
( ) ERRADO

151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
15. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) (C) permanece sujeita aos princípios e regras que regem a Ad-
Assinale a alternativa que apresenta corretamente um conceito de ministração pública, tais como a impenhorabilidade de seus
Desconcentração Administrativa. bens, exigência de autorização legislativa para alienação de
(A) Distribuição de competências de uma para outra pessoa, bens imóveis e realização de concurso público para admissão
física ou jurídica de servidores, com exceção de comissionados.
(B) Distribuição interna de competências, ou seja, uma distri- (D) permanecerá obrigada à regra geral de licitação para firmar
buição de competências dentro da mesma pessoa jurídica contratos administrativos, com exceção das hipóteses de alie-
(C) Distribuição de competências de uma pessoa jurídica inte- nação de bens imóveis, porque geram receita como resultado.
grante da Administração Pública para uma pessoa física (E) ficará equiparada, em direitos e obrigações, às empresas
(D) Distribuição de competências de uma pessoa física inte- estatais não dependentes, que podem adquirir bens e serviços
grante da Administração Pública para uma pessoa jurídica sem prévia realização de licitação, mas têm patrimônio sujeito
à penhorabilidade e prescritibilidade.
16. (TRF - 1ª REGIÃO - Estagiário – Direito - COPESE – UFPI/2019)
Considere o seguinte conceito. 19. (Prefeitura de Aracruz - ES – Contador - IBADE – 2019) Os
“Pessoa jurídica de direito privado composta por capital exclu- órgãos públicos representam compartimentos internos da pessoa
sivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou pública, podendo ser criados ou extintos por meio de lei. Já a es-
exploração de atividades econômicas, sob qualquer modalidade truturação e as atribuições dos órgãos podem ser processadas por:
empresarial.” (A) lei, apenas.
MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, (B) lei em tese do Chefe do Judiciário.
2016. (C) decreto do Chefe do Executivo.
(D) resolução legislativa.
Esse conceito aplica-se à: (E) ofício da Presidência da República.
(A) Empresa pública.
(B) Autarquia. 20. (IF Baiano - Assistente em Administração - IF-BA – 2019)
(C) Agência executiva. No que se refere à organização administrativa do Estado, assinale a
(D) Sociedade de economia mista. afirmativa incorreta.
(A) Compreende-se como Administração Pública Direta ou Cen-
17. (Prefeitura de Porto Alegre /RS - Auditor Fiscal da Receita tralizada aquela constituída a partir de um conjunto de órgãos
Municipal – FUNDATEC/2019) Acerca da administração pública in- públicos despersonalizados, através dos quais o Estado desem-
direta e do regime jurídico das empresas públicas e sociedades de penha diretamente a atividade administrativa.
economia mista, analise as seguintes assertivas: (B) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
I. Empresa pública é a entidade com criação autorizada por lei autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente deti- economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
do pelo poder público, dotada de personalidade jurídica de direito neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
público. (C) Compreende-se como Administração Pública Indireta ou
II. A criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade Descentralizada aquela constituída a partir de um conjunto de
de economia mista independe de autorização legislativa. entidades dotadas de personalidade jurídica própria, algumas
III. Sociedade de economia mista é a entidade com criação au- de direito público, outras de direito privado, responsáveis pelo
torizada por lei sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com exercício, em caráter especializado e descentralizado, de certa
direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao e determinada atividade administrativa.
Distrito Federal, aos Municípios ou à entidade da administração in- (D) As empresas públicas e as sociedades de economia mista
direta, dotada de personalidade jurídica de direito privado. fazem parte da Administração Pública Direta.
(E) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, cria-
Quais estão corretas? das por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
(A) Apenas III. próprios, para executar atividades típicas da Administração Pú-
(B) Apenas I e II. blica.
(C) Apenas I e III.
(D) Apenas II e III. 21. (Prefeitura de São Roque - SP – Advogado - VUNESP – 2020)
A respeito dos servidores públicos estatutários, assinale a alterna-
18. (SPPREV - Analista em Gestão Previdenciária - FCC – 2019) tiva correta.
As autarquias são pessoas jurídicas integrantes da Administração (A) O regime jurídico dos servidores estatutários não pode ser
pública indireta, que podem ter receitas próprias e receber recur- alterado de forma prejudicial aos agentes públicos que estejam
sos orçamentários e financeiros do erário público. No caso de uma no exercício da função pública.
autarquia auferir receitas próprias em montante suficiente para su- (B) Os ocupantes de empregos públicos não dispõem de estabi-
portar todas as despesas e investimentos do ente, lidade no serviço público.
(A) fica excepcionada a aplicação do regime jurídico de direito (C) A estabilidade garante ao agente público a permanência no
público durante o período em que perdurar a condição de pes- serviço público, de modo que o vínculo somente poderá ser
soa jurídica não dependente. desconstituído por decisão judicial com trânsito em julgado.
(B) poderá realizar contratações efetivas sem a necessidade de (D) É constitucional lei que propicie ao servidor investir-se em
prévio concurso público, diante da não incidência da regra para cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investi-
os entes da Administração pública indireta que não sejam de- do, sem prévia aprovação em concurso público.
pendentes. (E) O candidato aprovado em concurso público dentro do nú-
mero de vagas previstos no edital possui expectativa de direito
à nomeação.

152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
22. (AL-AP - Assistente Legislativo - FCC – 2020) Ricardo Reis, 26. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020)
servidor público, foi acusado, em processo disciplinar, de haver Acerca do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União
subtraído da repartição um aparelho de ar condicionado, falta que (Lei nº 8.112/1990), analise as afirmativas abaixo e dê valores Ver-
ensejaria sua demissão a bem do serviço público. Em processo cri- dadeiro (V) ou Falso (F).
minal instaurado concomitantemente, o juiz absolveu Ricardo, con- ( ) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são cria-
cluindo que Bernardo Soares, pessoa totalmente estranha à reparti- dos por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos co-
ção, era o verdadeiro responsável pelo furto. Constatou-se, todavia, fres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
que Ricardo Reis havia se ausentado da repartição sem acionar os ( ) Os requisitos básicos para investidura em cargo público es-
alarmes antifurto, providência de sua exclusiva responsabilidade. tão contidos no artigo 5º e portanto, as atribuições do cargo não po-
Tal comportamento não gerou punição na esfera criminal, por se dem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.
tratar de conduta criminalmente atípica. ( ) O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença
Diante do relato hipotético, conclui-se que Ricardo Reis judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disci-
(A) será absolvido da conduta que lhe foi inicialmente imputa- plinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
da, mas ainda poderá ser punido pela conduta omissiva, pois, ( ) A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção mé-
embora considerada criminalmente atípica, pode configurar dica oficial. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto
falta disciplinar residual. física e mentalmente para o exercício do cargo.
(B) deve pedir a inclusão de Bernardo Soares no processo dis-
ciplinar, na qualidade de corréu, de maneira a diminuir sua res- Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
ponsabilidade no incidente. cima para baixo.
(C) não sofrerá punições em âmbito administrativo, visto que a (A) F, V, V, F
decisão criminal é vinculante na esfera administrativa. (B) V, V, F, F
(D) pode ser demitido pela subtração do equipamento, visto (C) F, V, F, V
que as conclusões da decisão proferida na esfera criminal não (D) V, F, V, V
vinculam a Administração.
(E) será indenizado pela injusta submissão a processo discipli- 27. (UFRJ – Administrador - CESGRANRIO – 2019) O servidor
nar, o que é suficiente para configurar dano moral. público W foi demitido do serviço público, após processo adminis-
trativo disciplinar. Inconformado, ele propôs ação judicial, buscan-
23. (CREFONO-5° Região - Assistente Administrativo - Quadrix do o retorno ao serviço público, tendo obtido decisão favorável,
– 2020) Acerca da Administração Pública e dos servidores públicos, após dez anos de duração do processo.
julgue o item conforme o texto constitucional. Nos termos da Lei no 8.112/1990, quando invalidada a demis-
O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readap- são por decisão judicial, ocorre a denominada
tado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades (A) reinclusão
sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capa- (B) reintegração
cidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, des- (C) recondução
de que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para (D) revisão
o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. (E) repristinação
( ) CERTO
( ) ERRADO 28. (CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo - Quadrix
– 2020) Texto associado.
24. (CREFONO-5° Região - Assistente Administrativo - Quadrix Considera‐se como agente público aquele que, mesmo que por
– 2020) Acerca da Administração Pública e dos servidores públicos, período determinado e sem remuneração, exerce mandato, cargo,
julgue o item conforme o texto constitucional. emprego ou função pública.
A investidura em cargo ou emprego público independe de apro-
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Direito administrativo descom-
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
plicado. 16.ª ed. 2008. p. 122.
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, exceto para nomeações para cargo em
Com relação aos agentes públicos, julgue o item.
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Agentes políticos têm sua competência extraída da Constitui-
( ) CERTO
ção Federal e normalmente são investidos em seus cargos por elei-
( ) ERRADO
ção, nomeação ou designação.
25. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) ( ) CERTO
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercí- ( ) ERRADO
cio irregular de suas atribuições. Analise o texto abaixo e assinale
a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas. 29. CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo - Quadrix –
“A responsabilidade _____ abrange os crimes e contravenções 2020) Com relação aos agentes públicos, julgue o item.
imputadas ao servidor, nessa qualidade.” “A responsabilidade _____ Agentes administrativos consistem naqueles agentes públicos
decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resul- que exercem funções de alta direção e orientação da Administração
te em prejuízo ao erário ou a terceiros.” A responsabilidade _____ Pública e, por isso, possuem prerrogativas pessoais para garantir li-
do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue berdade para suas tomadas de decisão.
a existência do fato ou sua autoria.” “As sanções civis, penais e ad- ( ) CERTO
ministrativas poderão cumular-se, sendo _____ entre si.” ( ) ERRADO
(A) penal / civil / administrativa / independentes
(B) civil / administrativa / penal / independentes
(C) penal / administrativa / civil / dependentes
(D) penal / civil / administrativa / dependentes

153
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
30. (CREFONO - 1ª Região - Agente Fiscal - Quadrix – 2020) Jul- 34. (IF Baiano - Contador IF-BA -2019) A respeito dos poderes
gue o item no que se refere à Administração Pública. administrativos da Administração Pública, assinale a alternativa cor-
Os requisitos para acesso a cargos públicos mediante concurso reta.
devem estar claramente estabelecidos na lei e(ou) no edital. (A) O Poder Normativo ou regulamentar se traduz no poder
( ) CERTO conferido à Administração Pública de expedir atos administra-
( ) ERRADO tivos gerais e abstratos, com efeitos erga omnes, podendo, in-
clusive, inovar no ordenamento jurídico, criando e extinguindo
31. (Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários VU- direitos e obrigações a todos os cidadãos.
NESP – 2020) É o de que dispõe a Administração para distribuir e (B) O Poder Hierárquico é característica que integra a estrutura
escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de das pessoas jurídicas da Administração Pública, sejam os entes
seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os ser- da Administração Direta ou Indireta. Trata-se de atribuição con-
vidores de seu quadro de pessoal. Dele decorrem algumas prerro- cedida ao administrador para organizar, distribuir e escalonar
gativas: delegar e avocar atribuições, dar ordens, fiscalizar e rever as funções de seus órgãos.
atividades de órgãos inferiores. (C) O Poder Disciplinar é a atribuição de aplicar sanções àque-
É correto afirmar que o texto do enunciado se refere ao poder les que estejam sujeitos à disciplina do ente estatal. Podem ser
(A) disciplinar. aplicadas sanções aos particulares, mesmo não possuindo vín-
(B) hierárquico. culo.
(C) de delegação. (D) O Poder de Polícia, segundo doutrina majoritária, não é ad-
(D) regulamentar. mitido no ordenamento jurídico brasileiro, por ferir o Estado
(E) de polícia. Democrático de Direito.
(E) O Poder Discricionário se verifica quando a lei cria um ato
32. (MPE-CE - Técnico Ministerial - CESPE – 2020) Cada um do administrativo estabelecendo todos os elementos de forma ob-
item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma jetiva, sem que a autoridade pública possa valorar acerca da
assertiva a ser julgada, acerca dos poderes administrativos. conduta exigida legalmente.
O corpo de bombeiros de determinada cidade, em busca da
garantia de máximo benefício da coletividade, interditou uma esco- 35. (SEAP-GO - Agente de Segurança Prisional - IADES/2019)
la privada, por falta de condições adequadas para a evacuação em C. L. V., agente de segurança prisional, estava realizando sua ronda
caso de incêndio. Nesse caso, a atuação do corpo de bombeiros de- habitual durante o respectivo turno, quando observou que dois de-
corre imediatamente do poder disciplinar, ainda que o proprietário tentos – R. M. V. e J. O. M. – estavam em vias de fato no momento
da escola tenha direito ao prédio e a exercer o seu trabalho. do “banho de sol”. Ao tentar separá-los, utilizou-se de força des-
( ) CERTO proporcional, amarrando os dois detentos com uma corda, a qual
( ) ERRADO causou lesões contusas em ambos os detentos. Essa situação hipo-
tética representa caso de
33. (SPPREV - Técnico em Gestão Previdenciária - FCC – 2019) (A) desvio de poder.
Um agente público, em regular diligência de fiscalização a es- (B) desvio de finalidade.
tabelecimentos de ensino, constatou potencial irregularidade no (C) estrito cumprimento do dever legal.
procedimento de matrícula de determinado nível de escolaridade (D) excesso de poder.
e determinou a interdição do estabelecimento. Considerando os (E) abuso de direito.
fatos descritos, uma das possíveis conclusões para a atuação do
agente público é 36. (CFESS - Assistente Técnico Administrativo - CONSUL-
(A) atuação com excesso de poder disciplinar, pois este somen- PLAN/2017) Quando a Administração Pública aplica penalidade de
te incide na esfera hierárquica do quadro de servidores de ór- cassação da carteira de motorista ao particular que descumpre as
gão da Administração direta ou pessoa jurídica integrante da regras de direção de veículos configura-se o exercício do poder
Administração indireta. (A) de polícia.
(B) a regularidade da conduta, considerando o princípio da su- (B) disciplinar.
premacia do interesse público, cabendo ao responsável pelo (C) ordinatório.
estabelecimento regularizar o procedimento apontado e, após, (D) regulamentar
pleitear a reabertura da unidade de ensino.
(C) a viabilidade jurídica da conduta, considerando que será 37. (PC/SE - Delegado de Polícia – CESPE/2018) Acerca do po-
oportunizado contraditório e ampla defesa ao responsável pela der de polícia — poder conferido à administração pública para im-
escola, com possibilidade de reposição das aulas no caso de por limites ao exercício de direitos e de atividades individuais em
procedência de suas alegações. função do interesse público —, julgue o próximo item.
(D) ter agido com abuso de poder no exercício do poder de po- O poder de polícia é indelegável.
lícia inerente à sua atuação, não se mostrando razoável a me- ( ) CERTO
dida adotada, que prejudicou o cronograma de aulas de todos ( ) ERRADO
os alunos da instituição.
(E) que o poder regulamentar confere ao representante da Ad- 38. (PC/AC - Escrivão de Polícia Civil - IBADE/2017) Consideran-
ministração pública o poder de baixar atos normativos dotados do os Poderes e Deveres da Administração Pública e dos administra-
de autoexecutoriedade, protegendo o direito à educação em dores públicos, é correta a seguinte afirmação:
detrimento do direito individual dos alunos. (A) O dever-poder normativo viabiliza que o Chefe do Poder
Executivo expeça regulamentos para a fiel execução de leis.
(B) O dever-poder de polícia, também denominado de dever-
-poder disciplinar ou dever-poder da supremacia da admi-
nistração perante os súditos, é a atividade da administração

154
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou li- sibilidade de ser revogado pela própria Administração e pelo
berdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão Poder Judiciário, quando sua manutenção deixar de ser conve-
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à or- niente e oportuna.
dem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao (D) imperatividade, uma vez que será executado, quando ne-
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão cessário e possível, ainda que sem o consentimento do seu des-
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao tinatário, havendo a possibilidade de ser revogado pelo Poder
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Judiciário, em razão de sua eventual ilegalidade.
(C) Verificado que um agente público integrante da estrutura (E) presunção de legitimidade, de legalidade e veracidade, por-
organizacional da Administração Pública praticou uma infração que se presume legal a atividade administrativa, por conta da
funcional, o dever-poder de polícia autoriza que seu superior inteira submissão ao princípio da legalidade, havendo a possi-
hierárquico aplique as sanções previstas para aquele agente. bilidade de ser revogado pelo Poder Judiciário, em razão de sua
(D) O dever-poder de polícia pressupõe uma prévia relação en- eventual ilegalidade.
tre a Administração Pública e o administrado. Esta é a razão
pela qual este dever-poder possui por fundamento a suprema- 42. (EBSERH - Assistente Administrativo - VUNESP/2020) O re-
cia especial. vestimento exteriorizador do ato administrativo normal é a escrita,
(E) A possibilidade do chefe de um órgão público emitir ordens embora existam atos consubstanciados em ordens verbais e até
e punir servidores que desrespeitem o ordenamento jurídico mesmo em sinais convencionais. Esse requisito do ato é denomi-
não possui arrimo no dever-poder de polícia, mas sim no de- nado
ver-poder normativo. (A) objeto.
(B) motivo.
39. (MPE/RN -Técnico do Ministério Público Estadual - COM- (C) forma.
PERVE/2017) Os poderes inerentes à Administração Pública são (D) mérito.
necessários para que ela sobreponha a vontade da lei à vontade (E) finalidade.
individual, o interesse público ao privado. Nessa perspectiva,
(A) no exercício do poder disciplinar, são apuradas infrações 43. (CRN - 2° Região - Assistente Administrativo - Quadrix –
e aplicadas penalidades aos servidores públicos sempre por 2020) Atos administrativos são atos jurídicos que constituem ma-
meio de procedimento em que sejam asseguradas a ampla de- nifestações unilaterais de vontade. A respeito dos atos administra-
fesa e o contraditório. tivos, julgue o item.
(B) no exercício do poder normativo, são editados decretos re- A Administração pode anular seus próprios atos quando eiva-
gulamentares estabelecendo normas ultra legem, inovando na dos de vícios que os tornem ilegais ou revogá‐los, por motivo de
ordem jurídica para criar direitos e obrigações. conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
(C) o poder de polícia, apesar de possuir o atributo da coerci- ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
bilidade, carece do atributo da autoexecutoriedade, de modo ( ) CERTO
que a Administração Pública deve sempre recorrer ao judiciário ( ) ERRADO
para executar suas decisões.
(D) o poder conferido à Administração Pública é uma faculdade 44. (MPE-CE - Promotor de Justiça de Entrância Inicial – CES-
que a Constituição e a lei colocam à disposição do administra- PE/2020) Com o fim de assegurar a adequação na prestação do ser-
dor, que o exercerá de acordo com sua livre convicção. viço e o fiel cumprimento das normas previstas em contrato de con-
cessão de serviço público, o poder público concedente, mesmo sem
40. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUN- autorização judicial, interveio na concessão por meio de resolução
CAB/2016) No tocante aos poderes administrativos pode-se afirmar que previu a designação de interventor, o prazo da intervenção e os
que a delegação e avocação decorrem do poder: objetivos e limites da medida interventiva.
(A) hierárquico. Nessa situação hipotética, o ato administrativo de intervenção
(B) discricionário. encontra-se eivado de vício quanto
(C) disciplinar. (A) ao objeto.
(D) regulamentar. (B) ao motivo.
(E) de polícia. (C) à finalidade.
(D) à competência.
41. (Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários - VU- (E) à forma.
NESP/2020) É correto afirmar que o ato administrativo do Analista
de Benefícios Previdenciários é dotado de 45. (TJ-PA - Auxiliar Judiciário - CESPE – 2020) A propriedade da
(A) autoexecutoriedade, ante a inevitabilidade de sua execu- administração de, por meios próprios, pôr em execução suas deci-
ção, porquanto reúne sempre poder de coercibilidade para sões decorre do atributo denominado
aqueles a que se destina, havendo a possibilidade de ser revo- (A) exigibilidade.
gado pela própria Administração e pelo Poder Judiciário, quan- (B) autoexecutoriedade.
do sua manutenção deixar de ser conveniente e oportuna. (C) vinculação.
(B) imperatividade, ante a inevitabilidade de sua execução, por- (D) discricionariedade.
quanto reúne sempre poder de coercibilidade para aqueles a (E) E medidas preventivas.
que se destina, havendo a possibilidade de ser revogado pela
própria Administração quando sua manutenção deixar de ser
conveniente e oportuna.
(C) presunção de legitimidade, de legalidade e veracidade, por-
que se presume legal a atividade administrativa, por conta da
inteira submissão ao princípio da legalidade, havendo a pos-

155
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
46. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração – FA- (C) Aprovação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Ad-
DESP/2020) Um ato administrativo é o ato jurídico praticado, segun- ministração Pública reconhece a legalidade de um ato jurídico.
do o Direito Administrativo, pelas pessoas administrativas, ou a Ad- (D) Tanto os atos vinculados como os atos discricionários po-
ministração Pública, por intermédio de seus agentes, no exercício dem ser objeto de controle pelo Poder Judiciário.
de suas competências funcionais, capaz de produzir efeitos com fim (E) Os provimentos são exclusivos dos órgãos colegiados, ser-
público. Os atos administrativos podem ser invalidados pela própria vindo especificamente para demonstrar sua organização e seu
Administração Pública ou pelo Poder Judiciário. O ato administrati- funcionamento.
vo pode vir a ser invalidado, quando o agente público
(A) foi empossado recentemente em cargo que lhe atribuiu a 50. (CONFERE - Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CIDA-
competência para o ato administrativo. DES/2016). A anulação do ato administrativo:
(B) praticou ato administrativo de modo a melhorar o ambiente (A) Pode ser decretada à revelia pelo administrador público.
organizacional de que faz parte, sem que, seja considerado um (B) Pode ser decretada somente pelo poder judiciário, desde
ato com fim público. que exista base legal para isso.
(C) praticou ato administrativo motivado por fatores apresenta- (C) Pode ser decretada tanto pelo poder judiciário como pela
dos por terceiros que correspondem à realidade e foram apre- administração pública competente.
sentados formalmente. (D) Não pode ser decretada em hipótese alguma, pois o ato
(D) praticou ato administrativo formalmente, para contraste administrativo tem força de lei.
com a lei e aferido, pela própria Administração ou pelo Judiciá-
rio, que foi considerado estranho às vontades do gestor máxi- 51.(TRE-PA - Técnico Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) O
mo da instituição pública. controle administrativo pode ser conceituado como “o conjunto de
instrumentos definidos pelo ordenamento jurídico a fim de permitir
47. (SPPREV - Técnico em Gestão Previdenciária – FCC/2019) A a fiscalização da atuação estatal por órgãos e entidades da própria
edição de um ato administrativo de natureza vinculada acarreta ou Administração Pública, dos Poderes Legislativos e Judiciário, assim
pressupõe, para a Administração pública, o dever como pelo povo”. Nesse sentido, analise as afirmativas abaixo e dê
(A) de ter observado o preenchimento dos requisitos legais valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
para a edição, tendo em vista que nos atos vinculados a legis- ( ) O Brasil adota o sistema de jurisdição única quanto ao con-
lação indica os elementos constitutivos do direito à prática do trole da Administração Pública, razão pela qual não é possível a pro-
ato. vocação do Poder Judiciário para análise de controvérsias antes do
(B) subjetivo de emissão do mesmo, este que, em razão da na- esgotamento das instâncias administrativas.
tureza, não admite anulação ou revogação. ( ) O controle administrativo decorre do poder de autotutela
(C) de observar as opções legalmente disponíveis para decisão conferido à Administração Pública que deve efetivar a fiscalização
do administrador, que deverá fundamentá-la em razão de con- e revisão de seus atos, mediante provocação ou de ofício, com a
veniência e interesse público. finalidade de verificar os aspectos de ilegalidade ou inconveniência
(D) do administrado destinatário do ato exercer o direito que do ato.
lhe fora concedido, tendo em vista que os atos administrativos ( ) O controle legislativo, realizado no âmbito do parlamento e
são vinculantes para os particulares, que não têm opção de não dos órgãos auxiliares do Poder Legislativo, inclui o controle político
realizar o objeto ou finalidade do mesmo. sobre o próprio exercício da função administrativa e o controle fi-
(E) de submeter o ato ao controle externo do Tribunal de Con- nanceiro sobre a gestão dos gastos públicos dos três poderes.
tas competente e do Poder Judiciário, sob o prisma da legalida- ( ) A ação popular é considerada pela doutrina como remédio
de, conveniência e oportunidade. constitucional que pode ser utilizado por pessoas físicas ou jurídicas
para provocar o controle judicial, visando a anulação de ato lesivo
48. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Sobre a ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
revogação dos atos administrativos, assinale a alternativa INCOR- moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio his-
RETA. tórico e cultural.
(A) Nem todos os atos administrativos podem ser revogados.
(B) A revogação de ato administrativo é realizada, ordinaria- Assinale a alternativa que representa a sequência correta de
mente, pelo Poder Judiciário, cabendo-lhe ainda examinar os cima para baixo:
aspectos de validade do ato revogador. (A) V, F, V, F
(C) Considerando que a revogação atinge um ato que foi pra- (B) V, V, V, F
ticado em conformidade com a lei, seus efeitos são ex nunc. (C) F, V, V, F
(D) Pode a Administração Pública se arrepender da revogação (D) F, F, F, V
de determinado ato.
(E) O fundamento jurídico da revogação reside no poder discri- 52. (TJ-PA - Oficial de Justiça Avaliador - CESPE – 2020) Acerca
cionário da Administração Pública do controle da administração pública, julgue os itens a seguir.
I Em nenhuma hipótese é possível a revogação, pelo Poder Ju-
49. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Assinale diciário, de atos praticados pelo Poder Executivo.
a alternativa CORRETA sobre os atos administrativos. II A reclamação para anulação de ato administrativo em des-
(A) Atos individuais, também chamados de normativos, são conformidade com súmula vinculante é uma modalidade de contro-
aqueles que se voltam para a regulação de situações jurídicas le externo da atividade administrativa.
concretas, com destinatários individualizados, como instruções III Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de con-
normativas e regulamentos. trole externo não prevista constitucionalmente.
(B) Em razão do formalismo que o caracteriza, o ato administra-
tivo deve sempre ser escrito, sendo juridicamente insubsisten- Assinale a opção correta.
tes comandos administrativos verbais. (A) Apenas o item I está certo.

156
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
(B) Apenas o item II está certo. (C) A Constituição Federal de 1988 admite ação de regresso do
(C) Apenas os itens I e III estão certos. Estado em face do agente público que, nessa qualidade, causar
(D) Apenas os itens II e III estão certos. danos a terceiros, cujo direito ao ressarcimento será aferido
(E) Todos os itens estão certos. por meio da responsabilidade objetiva do agressor
(D) As empresas públicas e sociedades de economia mista, en-
53. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração - FADESP quanto exploradoras de atividade econômica, estão submeti-
– 2020) O controle da administração pública é realizado por meio das aos ditames da responsabilidade objetiva prevista no artigo
de um conjunto de mecanismos que permitem a vigilância, a orien- 37, parágrafo 6º, da CF/88, uma vez que gozam das prerrogati-
tação e a correção da atuação administrativa. Esse controle pode vas e sujeições inerentes ao regime jurídico administrativo
ser classificado como interno ou externo. É considerado um tipo de
controle interno 58. (TJ-PA - Analista Judiciário - Área Administração – CES-
(A) análises do Tribunal de Contas da União – TCU. PE/2020) Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a op-
(B) apuração de irregularidades em Comissão Parlamentar de ção correta.
Inquérito – CPI. (A) É vedado ao Estado realizar pagamento administrativo de
(C) controle administrativo por autotutela. dano causado a terceiro, devendo aguardar eventual conde-
(D) controle judicial mediante provocação. nação em ação judicial para proceder ao pagamento mediante
precatório.
54. (DPE-AM - Assistente Técnico de Defensoria - FCC - 2019) (B) O Estado não deve indenizar prejuízos oriundos de altera-
Determinado órgão da Administração Estadual está sofrendo um ção de política econômico-tributária caso não se tenha com-
processo de tomada de contas especial pelo Tribunal de Contas do prometido previamente por meio de planejamento específico.
Estado. Nesse caso, a tomada de contas é uma manifestação de (C) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso
controle público gera direito a indenização caso se comprove cabalmen-
(A) prévio. te erro da administração pública.
(B) interno. (D) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito pri-
(C) jurisdicional. vado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a
(D) político. terceiros usuários, mas subsidiária para não usuários.
(E) externo. (E) O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos emprega-
dos de empresa terceirizada não gera responsabilidade solidá-
55. (TCE-RO - Auditor de Controle Externo - CESPE – 2019) A ria do poder público, mas tão somente subsidiária.
competência para o julgamento das contas do chefe do Executivo
é do: 59. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração – FA-
(A) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer vincu- DESP/2020) A responsabilidade civil do Estado é decorrente de ação
lativo emitido pelo tribunal de contas. ou omissão estatal lícita ou ilícita que cause dano a alguém. São
(B) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio considerados excludentes de responsabilização civil do Estado
e vinculativo do tribunal de contas. (A) força maior e caso fortuito.
(C) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer prévio (B) culpa exclusiva da vítima e danos exclusivamente morais.
e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas. (C) dano não intencional e culpa exclusiva de terceiros.
(D) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio (D) força maior e culpa de agentes públicos terceirizados.
e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas.
(E) Tribunal de Contas da União (TCU), exclusivamente. 60. (Prefeitura de Contagem - MG - Procurador Municipal –
FUNDEP/ 2019) Analise a situação a seguir.
56. (MPE-CE - Técnico Ministerial – CESPE/2020) Acerca da res-
Dirigindo a serviço um veículo oficial, um motorista servidor
ponsabilidade civil do Estado e de improbidade administrativa, jul-
público municipal colide em um carro particular, ocasionando estra-
gue o item seguinte.
gos em ambos os carros, sem que haja vítimas.
A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público
Nessa situação hipotética, analisando a responsabilidade civil
pelos atos causados por seus agentes é objetiva, enquanto a res-
do estado em relação ao particular, é correto afirmar:
ponsabilidade civil dos agentes públicos é subjetiva.
(A) Não se aplica a responsabilidade objetiva prevista no art.
( ) CERTO
( ) ERRADO 37, §6º, da Constituição da República, pois o dano não foi cau-
sado por um ato administrativo, mas sim por um fato.
57. (TRE-PA - Técnico Judiciário – Administrativa – IBFC/2020) (B) A responsabilidade é subjetiva e recai sobre o servidor pú-
A responsabilidade civil do Estado brasileiro pelos danos causados blico motorista, que agiu com imprudência e imperícia no de-
a terceiros encontra-se disciplinada no artigo 37, parágrafo 6º, da sempenho da função.
Constituição Federal de 1988 (CF/88). Sobre o tema, assinale a al- (C) O município responde de maneira objetiva pelo prejuízo de-
ternativa correta. corrente da colisão, sofrido pelo particular podendo cobrar do
(A) Segundo a teoria do risco integral, o ente público deve ser servidor o valor desembolsado em ação de regresso.
responsabilizado objetivamente pelos danos que seus agentes (D) Aplica-se a teoria do risco administrativo, pois o servidor
causarem a terceiros, sendo, contudo, admitida a exclusão da condutor do veículo estava dirigindo a serviço e não pode ser
responsabilidade em determinadas situações, tais como culpa responsabilizado pelo exercício de suas funções.
exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior, h aja vista ser
o Estado garantidor universal de seus subordinados
(B) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito pú-
blico e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviços públicos não depende da comprovação de elementos
subjetivos ou da ilicitude do ato

157
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
61. (METRÔ-SP - Analista Desenvolvimento Gestão Júnior - FCC
– 2019) Considere a seguinte situação. GABARITO
Em uma determinada metrópole, há duas linhas de trem me-
tropolitano: uma é operada por uma empresa privada, mediante 1 D
regime contratual de concessão, e o sistema de condução dos trens
é totalmente automatizado, sem maquinistas ou operadores ma- 2 CERTO
nuais; na outra linha, gerida por empresa estatal, os trens são con- 3 ERRADO
duzidos por maquinistas.
Em caso de ocorrência de acidentes envolvendo usuários em 4 B
cada uma dessas linhas, é correto concluir que será aplicado o regi- 5 A
me de responsabilidade
6 B
(A) subjetivo, em ambas as situações.
(B) objetivo, em ambas as situações. 7 D
(C) subjetivo na linha gerida pela concessionária e objetivo na 8 CERTO
linha gerida pela empresa estatal.
(D) objetivo na linha gerida pela concessionária e subjetivo na 9 A
linha gerida pela empresa estatal. 10 ERRADO
(E) integral, em ambas as situações.
11 ERRADO
62. (IF Baiano – Contador - IF-BA/2019) Em relação à responsa- 12 D
bilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta.
13 A
(A) A responsabilidade civil do Estado prevista no art. 37, §6º
da CF/88 é subjetiva. 14 E
(B) A teoria do risco administrativo não admite excludente da 15 B
responsabilidade.
(C) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco integral. 16 A
(D) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco adminis- 17 A
trativo.
(E) Não se admite a responsabilidade por omissão do Estado, 18 C
segundo a doutrina majoritária e a jurisprudência consolidada 19 C
dos Tribunais Superiores. 20 D
63. (CRO-GO - Fiscal Regional - Quadrix – 2019) Com relação à 21 B
responsabilidade civil do Estado, julgue o item. 22 A
Para a teoria da responsabilidade objetiva, a responsabilização
do Estado prescinde da demonstração de culpa quanto ao fato da- 23 CERTO
noso, bastando que esteja presente a relação causal entre o fato e 24 ERRADO
o dano.
25 A
( ) CERTO
( ) ERRADO 26 D
27 B
64. (CRO-GO - Assistente Administrativo - Quadrix – 2019) Com
relação à responsabilidade civil do Estado, julgue o item. 28 CERTO
É objetiva a responsabilidade das fundações públicas de natu- 29 ERRADO
reza autárquica.
( ) CERTO 30 ERRADO
( ) ERRADO 31 B
32 ERRADO
65 (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário – Administrativa - FCC
– 2019) Julio exerce cargo público efetivo de motorista em uma 33 D
autarquia federal e, durante o exercício funcional, envolveu-se em 34 B
acidente que causou danos patrimoniais a terceiros. Nesse caso, no
tocante ao regime de responsabilidade civil, o referido servidor 35 D
(A) responderá de forma objetiva e solidária com a autarquia. 36 A
(B) não responderá em hipótese alguma, pois se trata de hipó-
tese de responsabilidade integral da União. 37 ERRADO
(C) responderá de forma subjetiva apenas se incluído no polo 38 A
passivo da ação pelo terceiro afetado. 39 A
(D) responderá de forma objetiva e subsidiária em relação à
autarquia. 40 A
(E) responderá de forma subjetiva e por meio de ação regres- 41 B
siva.
42 C
43 CERTO

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
44 E ANOTAÇÕES
45 B
46 B ______________________________________________________
47 A ______________________________________________________
48 B
______________________________________________________
49 D
50 C ______________________________________________________
51 C ______________________________________________________
52 E
______________________________________________________
53 C
______________________________________________________
54 E
55 C ______________________________________________________
56 CERTO ______________________________________________________
57 B
______________________________________________________
58 B
59 A ______________________________________________________

60 C ______________________________________________________
61 B
______________________________________________________
62 D
______________________________________________________
63 CERTO
64 CERTO ______________________________________________________
65 E ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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