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dos Jogos
PROFESSOR
Dr. Sidinei Silvério da Silva
FICHA CATALOGRÁFICA
Você já se percebeu como protagonista no contexto da Teoria dos Jogos? Pois é, você
caminha para a conclusão da sua graduação, então, é essencial à sua trajetória profis-
sional conhecer as ferramentas e estratégias disponíveis para o processo decisório, as
quais envolvem a lógica das interações humanas e corporativas.
Esta área do conhecimento socioaplicado interage com as outras áreas da matriz
curricular, cujos métodos e técnicas discutidos neste material adensarão as suas per-
cepções e as transformarão em refinamento técnico-profissional, para que você possa
atuar como protagonista no setor privado ou no setor público, buscando, de forma tão
incessante quanto perene, a eficiência no uso de recursos produtivos escassos, a fim
de potencializar resultados e criar valor.
Nessa direção, qual a importância da ciência das estratégias? Esta é uma questão
que será elucidada ao longo das unidades. Mas já se perguntou como cada conceito,
ensaio ou análise empírica acerca da Teoria dos Jogos foi concebido e evoluiu, ao longo
do tempo? Já se questionou como um autor (ou vários) analisam cada fenômeno ou
problema socioeconômico e corporativo?
Se colocar no lugar de gestores e analistas de questões táticas e estratégicas é parte
de um processo prático e imersivo de formação. É isso que faremos ao longo deste livro!
Nesse processo, em relação à Pesquisa Operacional (PO), conheceremos suas ori-
gens e definições bem como os seus principais métodos, os quais possuem aderência
com a lógica matemática, a simulação, a análise de redes, as Teorias das Filas e dos
Jogos. Perceba como, a partir destas temáticas, percorreremos um caminho cujo itine-
rário será de diálogo constante, em que os agentes econômicos atuarão em diferentes
estruturas de mercado e cujas características podem influenciar a determinação do
poder de mercado das firmas, no sentido de controlar a produção e formar preços,
possibilitando a captura do excedente do consumidor bem como a criação de valor.
Continuando o nosso trajeto como conformação de conhecimento no qual as suas
percepções e experiências pessoais permitirão o entendimento mais elucidativo dos
fundamentos da Teoria dos Jogos, analisaremos a taxonomia dos jogos econômicos,
em seguida, conheceremos o famoso Dilema dos Prisioneiros e as suas implicações ao
processo decisório corporativo. A partir deste clássico modelo, avançamos para os tipos
de jogos e estratégias, tendo a oportunidade de estudar o Equilíbrio de Nash bem como
as modelagens, por meio do uso das estratégias de Stackelberg, Maximin e Tit-for-Tat.
A nossa jornada encontrará o seu ápice ao abordarmos as políticas de preços, as
barreiras à entrada, o marketing e a inovação, pois, questões de meio ambiente e
sustentabilidade transformaram-se numa fundamental estratégia de negócio para as
corporações.
Vamos, juntos, caminhar e vencer os desafios propostos?
Forte abraço! Vida longa e próspera!
RECURSOS DE
IMERSÃO
REALIDADE AUMENTADA PENSANDO JUNTOS
Sempre que encontrar esse ícone, Ao longo do livro, você será convida-
esteja conectado à internet e inicie do(a) a refletir, questionar e trans-
o aplicativo Unicesumar Experien- formar. Aproveite este momento.
ce. Aproxime seu dispositivo móvel
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex- EXPLORANDO IDEIAS
plore as ferramentas do App para
saber das possibilidades de intera- Com este elemento, você terá a
ção de cada objeto. oportunidade de explorar termos
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
RODA DE CONVERSA
1
11 2
45
INTRODUÇÃO ESTRUTURAS
À PESQUISA DE MERCADO
OPERACIONAL
3
75 4 103
FUNDAMENTOS TIPOS DE
DA TEORIA DOS JOGOS E
JOGOS ESTRATÉGIAS
5
131
ABORDAGENS
PRÁTICAS DA
TEORIA DOS
JOGOS
1
Introdução
à Pesquisa
Operacional
Dr. Sidinei Silvério da Silva
Olá, estudante! Tudo certinho? Você já parou para pensar que, no mundo
pós-moderno e globalizado de hoje, o uso das técnicas de Pesquisa Opera-
cional (PO) é imprescindível para otimizar o uso de recursos, potencializar
resultados e possibilitar a sobrevivência dos negócios, em longo prazo?
Pois é, isso é uma realidade e tudo começou na Inglaterra, quando os
estudos de Pesquisa Operacional foram usados em um esforço de guerra
para alocar, eficientemente, recursos escassos, cujos esforços contribuí-
ram no uso de radares no combate aéreo.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as indústrias petrolíferas e
de aviação foram pioneiras no uso das técnicas de Pesquisa Operacional
que, posteriormente, foram adotadas, também, por outros segmentos eco-
nômicos. Nesse sentido, quais foram as motivações destas corporações
na adoção dessas técnicas? Quais são os métodos mais utilizados pela
Pesquisa Operacional na solução de problemas gerenciais? No âmbito das
Cadeias Globais de Valor (CGVs), como as empresas estão envolvidas no
processo de criação, distribuição e da captura de valor, desde a concepção
até a produção final do produto ou serviço, a partir das dimensões terri-
torial, organizacional, produtiva, internacional e local?
Muito bem, seja bem-vindo(a) ao mundo da Pesquisa Operacional!
Como mencionado, as técnicas de Pesquisa Operacional permitiram
que as indústrias do petróleo e aviação, de forma pioneira, buscassem
otimizar o uso dos recursos escassos e potencializassem a lucratividade,
possibilitando a sobrevivência do negócio, em longo prazo.
No Brasil, de acordo com Portazio e Bitencourt (2008), a Empresa Brasi-
leira de Aeronáutica (Embraer) — cujas origens remetem à década de 1940
— estava com dívidas acumuladas que totalizavam cerca de US$ 1 bilhão.
Todavia, após a privatização ocorrida no final de 1994, a Embraer transfor-
mou-se num player global, considerada a fênix brasileira, graças aos proces-
sos de inovação e crescimento pautados na diferenciação e diversificação de
produtos, corroborados com os métodos da Pesquisa Operacional.
Nesse contexto, para superar o endividamento, a Embraer adotou, ao
longo do processo de reestruturação, as ferramentas da Pesquisa Opera-
cional no seu processo decisório, conquistando a liderança na produção
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
14
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Origens e definições
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UNIDADE 1
NOVAS DESCOBERTAS
Segundo Bueno (2007), a modelagem pode ser considerada a etapa mais impor-
tante na construção de um sistema de apoio à decisão, porque os métodos de
otimização podem ser implementados, com precisão e maturidade, em diversas
aplicações, mas a modelagem de um problema real ainda exige a capacidade de
abstração humana e, por isso mesmo, é passível de erros. Um problema modelado,
indevidamente, jamais gerará resultados aplicados na realidade, razão pela qual
o porte do modelo deve ser adequado às suas finalidades.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
Figura 1 - Fases de um estudo aplicado à Pesquisa Operacional / Fonte: adaptada de Marins (2011).
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NOVAS DESCOBERTAS
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UNIDADE 1
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
Maximizar (Max)
Max Z 3 X1 2 X 2
■ Sujeito às seguintes restrições (S.a.)
■ Restrição de horas do Núcleo de Desenvolvimento Alfa:
2 X 1 X 2 2.
■ Restrição de horas do Núcleo de Desenvolvimento Beta:
X 1 2 X 2 2.
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3 X 1 3 X 2 4.
■ Restrição de não-negatividade:
X 1 ≥ 0 ; X 2 ≥ 0.
Descrição da Imagem: observa-se, na figura, um print da tela do Excel, indicando, na linha 2 e na coluna
C, a equação da função-objetivo. Ainda na coluna C, linhas 3 a 6, estão as inequações matemáticas das
restrições e condição de não-negatividade.
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: na figura, observa-se um print screen da tela do Excel, indicando, na linha 8 e na
coluna C, a construção da equação da função-objetivo; na coluna C, linhas 10 e 11, a construção das va-
riáveis de decisão e, na coluna G, linhas 14 a 18, a construção das inequações matemáticas das restrições
e condição de não-negatividade.
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CÉLULA C8
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, indicando, na linha 8 e na
coluna C, a fórmula da equação da função-objetivo, =3*C10+2*C11.
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UNIDADE 1
CÉLULA G14
Figura 5 - Entrada de dados no Excel: restrição de horas do Núcleo Alfa / Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, indicando, na linha 14 e na
coluna G, a fórmula da inequação da restrição de horas do Núcleo Alfa “=C14*C10+D14*C11”.
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UNICESUMAR
CÉLULA G15
Figura 6 - Entrada de dados no Excel: restrição de horas do Núcleo Beta / Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, indicando, na linha 15 e na
coluna G, a fórmula da inequação da restrição de horas do Núcleo Beta “=C15*C10+D15*C11”.
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UNIDADE 1
CÉLULA G16
Figura 7 - Entrada de dados no Excel: restrição de horas do Núcleo Zeta / Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, indicando, na linha 16 e na
coluna G, a fórmula da inequação da restrição de horas do Núcleo Zeta, =C16*C10+D16*C11.
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UNICESUMAR
CÉLULA G17
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, indicando, na linha 17 e na
coluna G, a fórmula da inequação da condição de não-negatividade para a variável quantidade de web-
sites “=C10”.
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UNIDADE 1
CÉLULA G18
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, indicando, na linha 18 e na
coluna G, a fórmula da inequação da condição de não-negatividade para a variável quantidade de mídias
sociais =C11.
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, demonstrando a ativação do
Suplemento Solver. Em “Opções do Excel”, no canto superior esquerdo, está, em destaque na cor verde,
a opção “Suplementos”, remetendo ao “Solver”, selecionado na cor azul. No canto inferior direito, vê-se a
indicação do botão “OK”, para finalizar a configuração.
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a
figura apresenta um print
screen da tela do Excel, de-
monstrando as opções de
suplementos disponíveis.
Em destaque, está o item
“Solver”, em fundo azul.
No canto superior direito,
encontra-se a indicação do
botão “OK”, para finalizar a
ativação do suplemento.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, com destaque para a aba
“Dados”. No canto superior direito, a palavra “Solver” aparece ativa, em fundo verde-claro.
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, com destaque para a célula
C8, a qual contém a fórmula da função-objetivo. Do lado direito da imagem, há uma caixa com parâme-
tros do Solver, vinculando a célula C8 em “Definir Objetivo”, que é maximizar o lucro. Assim, a mesma é
alterada para $C$8.
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel, com destaque para as células
C10 e C11, as quais contêm as variáveis de decisão do modelo. Do lado direito da imagem, há uma caixa
com parâmetros do Solver vinculando essas células em “Alterando Células Variáveis”, que aparecerão
com cifrão ($).
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel. Na parte inferior da imagem,
vê-se a representação da primeira inequação de restrição do modelo. Na parte superior, há uma caixa
com parâmetros do Solver. No campo “Referência de Célula” encontra-se vinculada a célula $G$14 e, em
“Restrição”, encontra-se vinculada a célula $I$14. Em “Referência de Célula” e “Restrição”, está a vinculação
de células do Excel.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel. Na parte inferior da imagem,
vê-se a representação da segunda inequação de restrição do modelo. Na parte superior, há uma caixa
com parâmetros do Solver, no campo “Referência de Célula”, encontra-se vinculada a célula $G$15 e, em
“Restrição”, encontra-se vinculada a célula $I$15. Em “Referência de Célula” e “Restrição”, está a vinculação
de células do Excel.
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel. Na parte inferior da imagem,
vê-se a representação da terceira inequação de restrição do modelo. Na parte superior, há uma caixa
com parâmetros do Solver. No campo “Referência de Célula”, encontra-se vinculada a célula $G$16 e, em
“Restrição”, encontra-se vinculada a célula $I$16. Em “Referência de Célula” e “Restrição”, está a vinculação
de células do Excel.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel. Na parte inferior da imagem,
vê-se a representação da primeira condição de não-negatividade do modelo. Na parte superior, há uma
caixa com parâmetros do Solver. No campo “Referência de Célula”, encontra-se vinculada a célula $G$17
e, em “Restrição”, encontra-se vinculada a célula $I$17. Em “Referência de Célula” e “Restrição”, está a
vinculação de células do Excel.
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel. Na parte inferior da imagem,
vê-se a representação da segunda condição de não-negatividade do modelo. Na parte superior, há uma
caixa com parâmetros do Solver. No campo “Referência de Célula”, encontra-se vinculada a célula $G$18
e, em “Restrição”, encontra-se vinculada a célula $I$18. Em “Referência de Célula” e “Restrição”, está a
vinculação de células do Excel.
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel com todos os parâmetros do
Suplemento Solver inseridos. De cima para baixo, vê-se $C$8 no campo “Definir Objetivos”, abaixo, na cé-
lula “Para”, a opção “Max” está selecionada. Na sequência, há o campo “Alterando Células Variáveis”, onde
consta $C$10;$C$11, abaixo, há o campo “Sujeito às Restrições”, onde estão as seguintes informações:
$G$14<=$I$14, $G$15<=$I$15, $G$16<=$I$16, $G$17>=$I$17, $G$18>=$I$18. No campo “Selecionar um
Método de” a opção destacada é “GRG Não Linear”. Por fim, está, em destaque, o botão “Resolver”, que
possibilitará ao sistema encontrar a solução ótima para o modelo.
O Excel oferecerá uma saída, conforme mostra a Figura 21, em que o usuário
pode manter a solução encontrada pelo Solver na planilha ou pode retornar aos
valores originais. O usuário tem a chance, ainda, de gerar um ou mais relatórios
de saída, automaticamente: relatório de respostas, relatório de sensibilidade e
relatório de limites.
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a figura apresenta um print screen da tela do Excel com os resultados obtidos
pelo Suplemento Solver. Do lado esquerdo da imagem, o lucro máximo está destacado na célula C10,
na qual a função-objetivo encontrou o valor de R$ 3,33 mil como solução ótima. Nas células C12 e C13,
as quantidades de websites (produto A) e mídias sociais (produto B), para atingir o lucro máximo, são
apresentadas. Ao lado direito da imagem, da célula G16 até a G20, vê-se o uso de recursos dos núcleos
Alfa, Beta e Zeta, necessários à obtenção do lucro máximo.
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UNIDADE 1
NOVAS DESCOBERTAS
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UNICESUMAR
certas, uma pitada de amor e voilá. Pois é, você consegue, até mesmo, sentir o
cheirinho do bolo. Mas qual a relação que se pode estabelecer entre o bolo de
chocolate e a Pesquisa Operacional? Simples: uma receita culinária é, muitas
vezes, considerada um algoritmo, pois, os pratos, preparados, sempre, da mesma
forma, geram, sempre, os mesmos resultados. De igual forma, as metodologias
de PO geram algoritmos, os quais são uma sequência de instruções que, para
determinada entrada, geram determinado resultado.
Agora, recorde comigo as fases da Pesquisa Operacional que permitem ao
gestor, por meio de modelos e algoritmos, tomar decisões:
1. Formulação do problema: qual metodologia usar? Quem tomará as de-
cisões? Quais os objetivos?
2. Definir os modelos matemáticos: de otimização ou de simulação.
3. Obter uma solução.
4. Testar o modelo e a solução encontrada.
5. Implementar a solução final, caso ela seja aprovada por quem decide.
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1. A Pesquisa Operacional (PO) proporciona aos profissionais com acesso ao escopo
um procedimento organizado e consistente que os auxiliarão na difícil tarefa de
gestão de recursos escassos, independentemente de serem recursos tecnológicos,
ambientais, humanos, materiais ou financeiros de uma organização. Diante desse
contexto, avalie as afirmações seguintes acerca dos conceitos-chave da técnica de
Programação Linear da Pesquisa Operacional.
I - Variáveis de decisão: são as variáveis utilizadas no modelo que podem ser con-
troladas pelo tomador de decisão.
II - Restrições: são as variáveis utilizadas no modelo que não podem ser controladas
e comandadas pelo tomador de decisão.
III - Função-objetivo: é uma representação simplificada do comportamento da rea-
lidade, expressa na forma de equações matemáticas. Serve para simular a rea-
lidade.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
2. Suponha que uma rede de supermercados a qual agrega pequenos e médios su-
permercadistas e visa a criar diferenciais competitivos aos membros, por meio do
gerenciamento da cadeia de suprimentos e da distribuição de produtos das empre-
sas associadas, deseja determinar o tempo médio que cada cliente gasta esperando
na fila do caixa de cada supermercado. Ao consultar um especialista em Pesquisa
Operacional, os gestores da rede de supermercados tomaram conhecimento de que
a técnica mais adequada para atender aos objetivos delineados é a:
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3. No mundo dos negócios, as organizações estão sempre buscando otimizar, seja o
tempo, seja a performance, sejam os recursos financeiros. Dito de outra forma: bus-
ca-se eliminar o desperdício de recursos. Assim, na Pesquisa Operacional, modelos
lineares são, muitas vezes, resolvidos mais rapidamente e com mais precisão, em
comparação aos modelos não-lineares. Por isso, na Programação Linear, após rodar
o modelo, qual item apresentará a solução ótima, ou seja, o melhor valor possível
para o problema em questão? Assinale a alternativa correta:
a) Os parâmetros do modelo.
b) As variáveis de decisão.
c) As restrições.
d) As condições de não-negatividade.
e) A função-objetivo.
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2
Estruturas
de Mercado
Dr. Sidinei Silvério da Silva
Olá, aluno(a)! Como você está? Já parou para observar que a maximização de
lucro e a geração de valor pelas corporações depende em muito do poder de
mercado e das estratégias utilizadas, tendo em vista as estruturas de mercado em
concorrência imperfeita (monopólio, competição monopolística e oligopólio),
nas quais essas corporações estão inseridas?
Pois é, as estratégias utilizadas pelas firmas em Teoria dos Jogos têm uma
relação direta com essas estruturas de mercado, gerando fontes de vantagens
competitivas, no contexto das Cadeias Globais de Valor (CGVs), como é o caso
da Toyota, a qual capaz de implantar um sistema de produção orientado à deman-
da e que eliminou o desperdício, com base na “autonomação” e no Just in Time.
Você sabia, inclusive, que o “Toyotismo” foi capaz de ajudar na recuperação da
economia japonesa, devastada após a Segunda Guerra Mundial?
Nesse sentido, como determinar o poder das firmas, dada a estrutura de mer-
cado de atuação? Quais as principais características das estruturas de mercado, no
sentido da quantidade de firmas vendedoras, dos tipos de produtos e da existência
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UNIDADE 2
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UNIDADE 2
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UNIDADE 2
Figura 1 - A “curva sorridente” de Stan Shih / Fonte: adaptada de Milberg e Winkler (2011).
Descrição da Imagem: a figura mostra a representação da “curva sorridente” de Stan Shih. A curva é assim
chamada por ter o formato de um sorriso (formato de U). No eixo horizontal do plano cartesiano, está a
variável “Tempo” da “Cadeia de Produção” e, no eixo vertical, o “Valor Adicionado”, onde está evidenciado
que, na parte superior do eixo, o Valor Adicionado é alto, enquanto na parte inferior, ele é baixo. A partir
do canto superior esquerdo da curva sorridente, em sequência, são destacadas as palavras “Pesquisa e De-
senvolvimento”, “Marca” e “Design”, em referência às “Firmas-líderes produtoras”. A partir do canto superior
direito da curva sorridente, em sequência, são destacadas as palavras “Serviços pós-vendas”, “Marketing”
e “Distribuição”, em referência às “Firmas-líderes vendedoras”. Na base da curva sorridente, é destacada
a palavra “Manufatura”, indicando que a produção do bem em si acrescenta o menor valor adicionado.
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UNIDADE 2
Nível de
Upgrading econômico Upgrading social
agregação
↑ Produtividade
↑ Valor Adicionado (VA)
↑ Lucro
↑ Intensidade do capital ↑ Salarial
↑ Exportações
Cadeia ↑ Nível de emprego
↑ Intensidade da qualificação
das funções (assembly/OEM/
ODM/OBM)
↑ Intensidade de qualificação
no emprego e nas exporta-
ções
Melhoria no processo, no
produto, na cadeia ou na
atividade produtiva
Alteração da composição no ↑ Salarial
Firma
trabalho ↑ Nível de emprego
↑ Intensidade da qualificação
das funções (assembly/OEM/
ODM/OBM)
Pois bem, podemos observar, pelo Quadro 1, que, com frequência, assume-se que
o upgrading econômico implica, automaticamente, num upgrading social, ou
seja, melhorias dos salários, do nível de emprego e das normas. No entanto vários
estudos identificaram a possibilidade de upgrading econômico com downgrade
social. Em quais regiões isso tem ocorrido? África, Ásia Ocidental, América do Sul
e economias em transição, caracterizadas pelas exportações de recursos naturais
e commodities (ZHANG; SCHIMANSKI, 2014).
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UNIDADE 2
NOVAS DESCOBERTAS
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UNIDADE 2
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UNIDADE 2
Concorrência monopolística
Elasticidade-preço da demanda
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UNIDADE 2
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UNIDADE 2
Em termos matemáticos:
■ Se EPD > 1 : a variação percentual na quantidade é maior do que a varia-
ção percentual no preço. Neste caso, dizemos que a demanda é elástica
em relação ao preço.
■ Se EPD < 1 : a variação percentual na quantidade é menor do que a varia-
ção percentual no preço. Neste caso, dizemos que a demanda é inelástica
em relação ao preço.
■ Se EPD = 1 : a variação percentual na quantidade é igual a variação per-
centual no preço. Neste caso, dizemos que a demanda é unitária em re-
lação ao preço.
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UNIDADE 2
120 0, 05 P 50 0, 05 P
0, 05 P 0, 05 P 50 120
0, 10 P 70
70
P R$$ 700
0, 1
NOVAS DESCOBERTAS
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UNIDADE 2
Oligopólio
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UNIDADE 2
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UNIDADE 2
Descrição da Imagem: a figura mostra, por meio de um gráfico, a representação dos excedentes do
consumidor e do produtor. No eixo horizontal do plano cartesiano, localiza-se a variável “Quantidade” e,
no eixo vertical, a variável “Preço”. A partir do canto inferior esquerdo, é traçada a curva de demanda e,
a partir do canto superior esquerdo, é traçada a curva de oferta. Na interseção entre estas duas curvas,
é destacado o ponto de equilíbrio. A área entre as duas curvas, localizada à esquerda do ponto de equi-
líbrio, encontra-se dividida em duas partes. A parte superior está destacada na cor amarela, enquanto a
inferior está em azul. Na área amarela, é destacada a palavra “Excedente do consumidor”, na área azul,
é destacada a palavra “Excedente do produtor”.
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UNIDADE 2
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Microeconomia
Autores: Robert S. Pindyck e Daniel L. Rubinfeld
Editora: Pearson Education do Brasil
Sinopse: o livro apresenta os principais conceitos, teorias e aplica-
ções da Microeconomia. Destaque para os tópicos relacionados a
estruturas de mercado e Teoria dos Jogos, os quais ajudam no processo de
tomada de decisão tanto no setor privado quanto no setor público.
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UNIDADE 2
61
UNIDADE 2
Q1
100
75
Curva de Reação
da Empresa 2 - Q’2(Q1)
50
Equilíbrio de
Cournot
25 Curva de Reação
da Empresa 1 - Q’1(Q2)
25 50 75 100 Q2
Descrição da Imagem: na figura, são apresentadas as curvas de reação das Empresas 1 e 2 e o ponto
de equilíbrio de Cournot. Ligando os valores de quantidade 50 no eixo vertical e 100 no eixo horizontal,
vê-se a curva de reação da Empresa 1, na cor laranja, mostrando o quanto ela produzirá em função do
nível de produção esperado da Empresa 2. Ligando os valores de quantidade 100 no eixo vertical e 75 no
eixo horizontal, obtém-se a curva de reação da Empresa 2, também na cor laranja, mostrando o quanto
ela produzirá em função do nível de produção esperado da Empresa 1. Na interseção das duas curvas de
reação, encontra-se o ponto de equilíbrio de Cournot, onde cada empresa estima, corretamente, quanto
a sua rival produzirá e, portanto, cada empresa maximiza o seu lucro.
62
UNIDADE 2
Preço de A RB - Curva de
Reação de B
Ra - Curva de
Reação de A
N
Início
L
K M Preço de B
Descrição da Imagem: na figura, são apresentadas as curvas de reação das Empresas A (azul) e B (verde),
considerando que, no eixo vertical, está o preço de A e, no eixo horizontal, o preço de B. A situação inicial
está destacada no ponto M, onde a Empresa B é a primeira a entrar no mercado, então, nesta condição,
ela tem o poder de estabelecer o preço, como se fosse monopolista, estabelecendo nível de preço LM. Na
esperança de superar a Empresa B, a Empresa A entra no mercado, estabelecendo o preço ao nível LN,
menor do que LM. Pelo fato de os produtos serem homogêneos, a Empresa A conquistará o mercado.
Como reação, a Empresa B, admitindo o nível de preço LN, estabelecido pela Empresa A, inalterável, es-
tabelecerá outro nível de preços LK, inferior a LN, conseguindo atrair o mercado. Como consequência do
processo de redução de preços, a origem dos eixos no plano cartesiano abrigará o equilíbrio do modelo,
cujo preço iguala-se ao custo marginal.
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UNIDADE 2
Q2
Função de Reação da Firma 2
Função de Reação da Firma 1
Equilíbrio de Cournot
Equilíbrio de Stackelberg
Q1
Descrição da Imagem: na figura, são apresentadas as curvas de reação das Empresas 1 e 2 e os pontos de
equilíbrio de Cournot e Stackelberg. Da esquerda para a direita, a imagem demonstra a função de reação
da Empresa 1 (curva mais alta) e a função de reação da Empresa 2 (curva mais baixa). Ainda da direita para
a esquerda, o primeiro círculo amarelo representa o Equilíbrio de Cournot, que ocorre quando as duas
curvas de reação se interceptam. O segundo círculo amarelo representa o Equilíbrio de Stackelberg, que
ocorre quando uma curva de reação é tangenciada pela curva de isolucro da outra firma.
64
UNIDADE 2
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UNIDADE 2
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UNIDADE 2
Medidas de concentração
■ j = determinada indústria.
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UNIDADE 2
k
Este indicador varia entre: ≤ CRk ≤ 1 , ou seja, de baixa para máxima concen-
n
tração. A fins de ilustração, analise a Figura 6, a seguir.
25,6%
24,0%
20,4% 20,3%
22,0%
Descrição da Imagem: a figura apresenta, por meio de um gráfico de linhas, a evolução do market
share das operadoras de celular Vivo, Claro, Tim e Oi, entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2022. A Vivo
é representada pela linha verde e oscilou de 32,9% (2019) a 33,0% (2022). A Claro, representada pela
linha vermelha, oscilou de 25,6% (2019) a 27,8% (2022). A Tim é representada pela linha azul e oscilou de
24,0% (2019) a 20,3% (2022). Finalmente, a Oi, a qual é representada pela linha amarela, oscilou de 16,2%
(2019) a 16,4% (2022).
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UNIDADE 2
35% e 50%, apresenta baixa concentração; se for menor do que 35%, o mercado
demonstra ausência de concentração.
Na análise de concentração, outro índice muito difundido é o Índice Herfin-
dahl-Hirschman (HHI ou H) que mede a estrutura de mercado utilizando o qua-
drado da quota de mercado de todas as empresas da indústria, conforme segue:
n
H ( Si ) 2
i
1
Esse Índice HHI ou H assume valores no intervalo ≤ H ≤ 1 , quando o cál-
n
culo é realizado com a quota de mercado em número decimal, ou no interva-
1
lo ≤ H ≤ 10.000 , quando o cálculo é realizado com a quota de mercado em
n
percentagem.
Importante frisar que o índice Herfindahl-Hirschman atribui maior peso
às grandes empresas e, muitas vezes, não é possível conseguir informação sobre
todas que atuam em determinado mercado.
A seguir, conforme dados da Tabela 1, apresentamos os valores críticos do
Índice H, com base nos Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, de acordo com a lei das fusões horizontais, as autoridades
devem analisar qualquer fusão nos casos em que a mesma promova uma variação
do H superior a 100.
69
UNIDADE 2
70
UNIDADE 2
71
1. O poder de mercado de uma firma, dada a estrutura de oligopólio, pode ser enten-
dido como a habilidade ou capacidade dessa firma de aumentar os preços acima do
nível competitivo, que é o preço cobrado sob concorrência perfeita. Esta característica
oligopolista tem forte influência sobre o comportamento estratégico das empresas
na captura do excedente do consumidor. Nesse sentido, conceitue e caracterize a
rigidez de preços na determinação de preços oligopolistas.
72
3. Na concorrência imperfeita, as empresas têm o poder de influenciar a formação dos
preços de venda de bens e serviços. Quanto mais inelástica for a elasticidade-preço
da demanda, maior é esse poder. Nesse sentido, a respeito do oligopólio, avalie as
seguintes afirmações.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
73
3
Fundamentos da
Teoria dos Jogos
Dr. Sidinei Silvério da Silva
Olá, aluno(a)! Tudo joinha? Já parou para pensar que, quando nos referimos a
jogos, estamos fazendo menção da aplicação da lógica matemática no processo
de tomada de decisões não, apenas, nos jogos, mas, por extensão, na economia,
na política e na guerra?
Pois é, parece existir uma característica importante presente, ao mesmo tempo,
em uma partida de xadrez, em um encontro internacional de líderes e nas decisões
de empresários, que é a interação estratégica entre indivíduos e organizações.
Você sabia que, quando um conjunto de indivíduos, empresas e partidos po-
líticos estiverem envolvidos em uma situação de interdependência recíproca,
pode-se dizer que eles se encontram em um jogo?
Nesse sentido, como a Teoria dos Jogos ajuda a entender o processo de decisão
de agentes que interagem entre si, em diversas situações cotidianas? Como essa
pode ajudar a desenvolver a capacidade de raciocinar, estrategicamente, explorando
as possibilidades de interação dos agentes? Quais são as principais características
dos jogos? O que é o Dilema dos Prisioneiros e as suas implicações para o processo
decisório de firmas que atuam nas estruturas de concorrência imperfeita? Como
superar a armadilha do dilema social gerada pelo Dilema dos Prisioneiros?
É isso, caro(a) estudante! Venha comigo conhecer o fascinante mundo da
Teoria dos Jogos!
O interesse por jogos, enquanto aplicação da lógica matemática no processo
decisório, foi potencializado a partir da analogia entre as competições nos jogos
e na economia, desenvolvida por Johannes von Neumann e Oskar Morgenstern
no livro Teoria dos Jogos e do Comportamento Econômico de 1944.
Desde então, as corporações passaram a utilizar o arsenal da Teoria dos Jogos
bem como a identificar possíveis estratégias de atuação, visando a otimizar o uso
dos recursos produtivos escassos e a potencializar resultados. Isso é possível por-
que um jogo pode ser pensando em termos de jogadores, estratégias empregadas e
ganhos (ou perdas). Por exemplo, ações destinadas a reduzir o preço de bens e ser-
viços visando a aumentar as vendas, seleção de outros fornecedores mais eficientes,
lançamento de novos produtos ou implementação de campanhas de marketing.
Olha só, já vimos que cada jogador (empresa, exército, país, indivíduo, time de
futebol, associação, equipe de natação, candidato a governador etc.) procura, sem-
pre, identificar as possíveis estratégias de atuação e usar a que lhe gerará o maior
benefício, ao mesmo tempo em que considera as estratégias dos outros jogadores.
76
UNICESUMAR
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UNIDADE 3
78
UNICESUMAR
Para uma melhor compreensão da natureza dos jogos, precisamos fazer um breve
retrospecto da Teoria dos Jogos, retrocedendo ao século XVIII.
A história da Teoria dos Jogos, de acordo com Osborne (2003), remonta aos
trabalhos precursores do Barão Waldegrave de Chewton (1713). Ele propôs a
primeira discussão conhecida sobre essa teoria, ao propor uma solução estra-
tégica para um jogo de cartas. Osborne (2003) cita, também, o livro Recherches
sur les Principes Mathématiques de la Théorie des Richesses (1838), publicado
pelo matemático francês Antoine Augustin Cournot (1801-1877) que elaborou
elementos importantes do método formalizado e aplicado, mais tarde, na solução
de um jogo. Trata-se do famoso Modelo de Duopólio que, hoje, leva o seu nome
(Modelo de Cournot).
79
UNIDADE 3
Convém destacar que, além de jogos de soma-zero, a Teoria dos Jogos e do Compor-
tamento Econômico de Neumann também definiu a representação de jogos em forma
extensiva. Nessa representação, são identificadas as decisões de cada jogador em cada
estágio, quando o jogo se desenvolve em etapas sucessivas. O matemático discutiu,
também, a cooperação e a formação de coalizões entre os jogadores (FIANI, 2015).
80
UNICESUMAR
Segundo Fiani (2015, p. 36), apesar destes avanços, era preciso encontrar ferra-
mentas teóricas que permitissem analisar uma variedade maior de modelos de
interação estratégica, as quais seriam elaboradas, a partir de 1950, por John F.
Nash Jr., John C. Harsanyi e Reinhard Selten, descoberta que faria os três serem
premiados com o Nobel de Economia, em 1994. A contribuição de John Nash foi
fundamental para o desenvolvimento da Teoria dos Jogos, pois, a partir de sua
noção de equilíbrio, tornou-se possível estudar uma classe de jogos muito mais
ampla do que os de soma-zero.
81
UNIDADE 3
O Equilíbrio de Nash é aquele que resulta no fato de cada jogador adotar a estraté-
gia considerada a melhor resposta às estratégias adotadas pelos demais jogadores.
Avançando, nos deparamos com a contribuição do economista alemão Rei-
nhard Selten (1930-2016). Em 1965, este estudioso refinou, ainda mais, o Equilí-
brio de Nash, ao introduzir o conceito de solução de equilíbrio perfeito de subjogo.
Em 1967, o economista húngaro John Harsanyi (1920-2000) apresentou o
desenvolvimento de uma análise inovadora de jogos em informação incompleta,
conhecidos como jogos bayesianos. A análise está relacionada ao fato de que,
muitas vezes, alguns jogadores dispõem de informação privilegiada em relação
aos demais sobre algum elemento importante do jogo.
Em um dos momentos críticos da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a
União Soviética, Thomas Schelling publicou The Strategy of Conflict, obra que
apresentou, em 1960,“um grande número de intuições importantes pela aplicação
da teoria dos jogos não apenas aos problemas das grandes potências, mas também
a todas as situações de cooperação ou conflito” (FIANI, 2015, p. 38).
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UNIDADE 3
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NOVAS DESCOBERTAS
Decisões e jogadas
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UNIDADE 3
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NOVAS DESCOBERTAS
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UNIDADE 3
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UNIDADE 3
Dilemas Sociais
Fala, futuro(a) analista de negócios! Na nossa roda de con-
versa desta unidade, apresentaremos seis dilemas sociais
os quais, a exemplo do Dilema dos Prisioneiros, mesmo
que a cooperação pudesse gerar melhor resultado aos par-
ticipantes do jogo, surge, quase sempre, um Equilíbrio de
Nash atraindo-os para a Armadilha do Dilema Social. Assim,
que tal conhecer os dilemas da Tragédia dos Comuns, do
Free Rider, do Covarde, do Voluntário, da Batalha dos Sexos
e da Caça ao Veado? Existem maneiras de superar os dile-
mas sociais? Quer saber? Então, não perca esse podcast!
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UNICESUMAR
Modelagem de um jogo
Pois bem, o que é um jogo? Pode ser entendido como uma situação na qual os
participantes realizam decisões estratégicas, tendo em vista que uns levam em
conta as decisões dos outros. A formalização de um jogo é representada pelo con-
junto de jogadores, pelo conjunto de ações de cada jogador e pelas preferências
sobre esse conjunto de ações individuais.
No caso da estratégia, ela é compreendida como um plano de ações contin-
gentes ou regra do jogo; a estratégia ótima, por sua vez, é aquela que maximiza o
payoff esperado do jogador.
De acordo com Sandroni (1999), o Dilema dos Prisioneiros está relacionado
com a Teoria dos Jogos e a Teoria da Decisão e se refere ao caso em que criminosos
são submetidos a um interrogatório em separado. Cada criminoso sabe que, se
ninguém confessar sobre a participação própria e dos demais no crime, ele será
libertado ou, no máximo, terá uma pena muito leve. Mas, se um deles confessar e
os demais não o fizerem, esse terá a chance de ser libertado, enquanto os outros
sofrerão penas pesadas. Se todos confessarem, todos receberão penas, embora
menos severas do que se, apenas, um confessar. O incentivo, neste caso, para o in-
divíduo racional, é confessar e deixar os demais sofrerem as consequências, porém,
se todos forem racionais e agirem dessa forma, o resultado será pior a todos do
que seria se todos pudessem combinar um acordo prévio para ninguém confessar.
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UNIDADE 3
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NOVAS DESCOBERTAS
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UNIDADE 3
O que são payoffs? Segundo Varian (2006), são valores associados a um resultado
possível. Nesse sentido, a Matriz de Payoff é uma matriz de resultados.
Como já evidenciado, no Dilema dos Prisioneiros, para indivíduos racionais,
trair (confessar) é sempre a melhor opção, conforme demonstrado na Figura 1.
Figura 1 - Matriz de Payoff do Dilema dos Prisioneiros / Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 88).
Descrição da Imagem: a figura é uma ilustração na qual são apresentadas as possibilidades de resultados
para os Prisioneiros A e B. O Prisioneiro A está localizado no canto inferior do lado esquerdo da imagem e o
Prisioneiro B está localizado no canto superior do lado direito da imagem. Fazendo a leitura a partir do lado
direito do Prisioneiro A e do lado inferior do Prisioneiro B, há uma tabela 2x2 cuja primeira coluna está inti-
tulada como “Confessa”, enquanto a segunda coluna está intitulada como “Não Confessa”. As linhas também
estão intituladas, sendo a primeira “Confessa” e a segunda “Não Confessa”. A análise do Prisioneiro A é feita
na horizontal (linhas), a do Prisioneiro B é feita na vertical (colunas). Na primeira linha e na primeira coluna,
ambos confessariam o crime, assim, ficariam cinco anos na prisão. Na primeira linha e na segunda coluna, o
Prisioneiro A confessaria, mas o Prisioneiro B não, assim, A ficaria um ano preso, enquanto B, ficaria dez anos
preso. Na segunda linha e na primeira coluna, o Prisioneiro A não confessaria, porém, o Prisioneiro B confes-
saria, assim, A ficaria dez anos preso, enquanto B cumpriria pena de um ano. Na segunda linha e na segunda
coluna, ambos os prisioneiros não confessariam o crime e ficariam dois anos na prisão. Na primeira coluna
e na primeira linha, ambos confessariam o crime e cumpririam pena de cinco anos. Na primeira coluna e na
segunda linha, o Prisioneiro B confessaria, mas o Prisioneiro A não confessaria, desse modo, B ficaria um ano
preso e A ficaria dez anos. Na segunda coluna e na primeira linha, o Prisioneiro B não confessaria, entretanto,
o Prisioneiro A confessaria, então, B cumpriria pena de dez anos e A, pena de um ano. Na segunda coluna e
na segunda linha, ambos os prisioneiros não confessariam o crime, portanto, ficariam dois anos na prisão.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 3
Descrição da Imagem: a figura é uma ilustração na qual são apresentadas as possibilidades de resultados
para os Postos Verde e Amarelo, cujas alternativas são manter ou reduzir o preço dos combustíveis. O Pos-
to Verde está localizado no canto inferior do lado esquerdo da imagem e o Posto Amarelo está localizado
no canto superior do lado direito da imagem. Fazendo a leitura a partir do lado direito do Posto Verde e
do lado inferior do Posto Amarelo, há uma tabela 2x2 cuja primeira coluna está intitulada como “Manter
Preço” e a segunda coluna está intitulada como “Reduzir Preço”. As linhas também estão intituladas, a
primeira chama-se “Manter Preço”, a segunda é identificada como “Reduzir Preço”. A análise do Posto
Verde é feita na horizontal (linhas), enquanto a do Posto Amarelo é feita na vertical (colunas). Na primeira
linha e na primeira coluna, ambos os postos manteriam o preço, vendendo R$ 60 mil cada. Na primeira
linha e na segunda coluna, o Posto Verde manteria o preço, mas o Posto Amarelo reduziria o preço, assim,
o Posto Verde venderia R$ 40 mil e o Posto Amarelo, R$ 70 mil. Na segunda linha e na primeira coluna,
o Posto Verde reduziria o preço, enquanto o Posto Amarelo, manteria, assim, o Posto Verde venderia R$
70 mil e o posto Amarelo, R$ 40 mil. Na segunda linha e na segunda coluna, ambos os postos reduziriam
o preço e receberiam R$ 50 mil em vendas. Na primeira coluna e na primeira linha, ambos manteriam o
preço e venderiam R$ 60 mil cada. Na primeira coluna e na segunda linha, o Posto Amarelo manteria o
preço, porém, o Posto Verde, reduziria o preço, assim, o Amarelo venderia R$ 40 mil e o Verde, R$ 70 mil.
Na segunda coluna e na primeira linha, o Posto Amarelo reduziria o preço, mas o Posto Verde manteria,
assim, o Amarelo venderia R$ 70 mil e o Verde, R$ 40 mil. Na segunda coluna e na segunda linha, ambos
os postos reduziriam o preço e receberiam R$ 50 mil em vendas.
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UNICESUMAR
Caro(a) estudante, pela Teoria da Escolha Racional, você conseguiu perceber que
um jogador racional aplica a lógica às premissas dadas e, assim, chega às suas
conclusões, considerando, apenas, premissas justificadas a partir de argumentos
racionais. Além disso, ele usa evidências empíricas, com imparcialidade, ao julgar
afirmações sobre fatos concretos.
Seguindo essa direção, pelo Dilema dos Prisioneiros, a cooperação é deixada de
lado, mesmo produzindo melhor resultado, pois a solução cooperativa não é um
Equilíbrio de Nash, ou seja, não é uma escolha racional.
97
UNIDADE 3
98
1. A Teoria dos Jogos como ferramenta de gestão possibilita a análise dos
desdobramentos dentro do contexto organizacional, visando à tomada de decisão,
de forma estratégica, para maximizar os ganhos corporativos, pois ela permite, pre-
viamente, que o melhor resultado seja conhecido pelos jogadores, diante das es-
tratégias praticadas. Nesse sentido, considerando o interesse por jogos, avalie as
seguintes afirmações acerca das principais vantagens do estudo dessa teoria.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
99
2. A Teoria da Escolha Racional caracteriza um jogador racional que considera, no pro-
cesso decisório, somente, premissas justificadas a partir de argumentos racionais.
Nessa dinâmica, o acesso à informação determina o sucesso ou o fracasso corpo-
rativo, por meio do uso das estratégias em Teoria dos Jogos. Isso posto, avalie as
seguintes afirmações:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
100
4
Tipos de Jogos
e Estratégias
Dr. Sidinei Silvério da Silva
Olá, aluno(a)! Tudo certo? Já parou para pensar que a Teoria dos Jogos potencia-
liza o pensamento estratégico das corporações, por meio dos modelos de decisão
que visam a antecipar a ação do oponente quando, simultânea ou sequencialmen-
te, o oponente está fazendo o mesmo?
Pois é, as estratégias utilizadas pelas firmas determinarão o sucesso ou o fra-
casso em todas as áreas de gestão. Mas você sabia que um dos primeiros usos
do conceito de “estratégia” foi realizado há mais de 3 mil anos, pelo estrategista
chinês Sun Tzu (2002), ao afirmar que ninguém consegue ver a estratégia a partir
da qual grandes vitórias são obtidas?
Nesse sentido, como determinar a ação das firmas, dados os tipos de jogos e as es-
tratégias disponíveis para auxiliar no processo decisório? Quais as principais caracterís-
ticas dos jogos simultâneos, sequenciais e repetitivos? O que são estratégias dominadas
e dominantes e o Equilíbrio de Nash? Como compreender a sistemática bem como as
possibilidades de uso para as Estratégias de Stackelberg, Maximin e Tit-for-Tat?
É isso, caro(a) aluno(a). Partiu conhecer a ciência das estratégias!
O interesse por jogos enquanto aplicação da lógica matemática no processo
decisório tem sido potencializado em todos os segmentos econômicos. Nessa
direção, podemos ilustrar a corrida implementada pelas indústrias farmacêuticas
na escolha de técnicas, como a tecnologia do vírus atenuado ou do RNA men-
104
UNIDADE 4
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UNIDADE 4
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UNIDADE 4
107
UNIDADE 4
Por outro lado, talvez, quando uma empresa tome decisões, ela não conheça as
escolhas da outra. Neste caso, para tomar uma decisão, é preciso adivinhar a
escolha da outra empresa. Isso é um jogo simultâneo. Mais uma vez, há duas
possibilidades: as empresas poderiam escolher, simultaneamente, tanto os preços
quanto as quantidades.
108
UNIDADE 4
Estratégias
109
UNIDADE 4
“
Uma estratégia é dita Estritamente Dominada quando há uma
outra estratégia que gera sempre um melhor resultado indepen-
dentemente da estratégia escolhida pelo outro jogador. Por outro
lado, uma estratégia é dita Fracamente Dominada quando há uma
outra estratégia que gera sempre um resultado melhor ou igual in-
dependentemente da estratégia escolhida pelo outro jogador.
110
UNIDADE 4
Figura 1 - Matriz de Payoff do jogo da propaganda / Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 410).
111
UNIDADE 4
Pela Matriz de Payoff para o jogo da propaganda modificado, a Alfa não tem
uma estratégia dominante, pois a sua decisão depende das ações da Beta, para
quem a decisão ótima é fazer propaganda. No entanto o que a Alfa deveria fazer?
Depende da decisão de Beta.
Em suma, sob as estratégias dominantes, imperam os seguintes raciocínios:
“Estou fazendo o melhor que posso, independentemente do que você esteja fa-
112
UNIDADE 4
Equilíbrio de Nash
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UNIDADE 4
NOVAS DESCOBERTAS
114
UNIDADE 4
Com base em Pindyck e Rubinfeld (2010), suponha que duas importantes emis-
soras de TV aberta estão concorrendo entre si para obter índices de audiência nos
horários entre 20h e 21h e entre 21h e 22h em determinada noite na semana. Cada
uma delas, preparando-se para a disputa, conta com dois programas, visando a
preencher esses horários. Elas poderão veicular o seu programa “principal” no
primeiro horário (20-21h) ou no segundo (21-22h). As possíveis combinações
de decisões levam aos seguintes resultados em termos de “pontos de audiência”:
115
UNIDADE 4
Em relação ao Equilíbrio de Nash desse jogo, supondo que ambas as emissoras tomem,
simultaneamente, as suas decisões, qual combinação representa o Equilíbrio de Nash?
Apple x Samsung
Fala, caro(a) estudante! Na nossa roda de conversa desta
unidade, apresentaremos um jogo sequencial envolvendo a
fabricante norte-americana de equipamentos eletrônicos e
softwares, Apple, fundada em 1976, por Steve Jobs e Steve
Wozniak, e a fabricante sul-coreana de diversos equipamen-
tos na área da tecnologia da informação, Samsung, fundada
em 1969, por Lee Byung-chul.
Quer conhecer as características desse jogo sequencial e os re-
sultados projetados, tendo em vista o desenvolvimento de novos
produtos por estas companhias? Então, não perca este podcast!
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UNIDADE 4
117
UNIDADE 4
A partir dos resultados da Matriz de Payoff apresentada, nesse jogo, temos quan-
tos Equilíbrios de Nash? Como um Equilíbrio de Nash existe quando nenhuma
das partes tem incentivo para mudar a sua estratégia, dada a estratégia da outra
parte, temos dois Equilíbrios de Nash, que são as combinações (Desenvolver,
Atualizar) e (Não Desenvolver, Não Atualizar).
118
UNIDADE 4
119
UNIDADE 4
Figura 5 - Matriz de Payoff do jogo com o uso das Estratégias Maximin e de Stackelberg
Fonte: adaptada de Pindyck e Rubinfeld (2010).
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UNIDADE 4
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UNIDADE 4
122
UNIDADE 4
“As duas companhias procuram maximizar os lucros, mas, a Empresa A está mais
avançada nas atividades de planejamento e, portanto, é capaz de se mover primei-
ro” (PINDYCK; RUBINFELD, 2010, p. 421). Qual é o resultado mais provável?
Se a Empresa A puder ser a primeira a se mover, escolherá Alta Qualidade,
porque ela sabe que, posteriormente, a Empresa B, de maneira racional, escolherá
Baixa Qualidade. Esta, por sua vez, proporciona um payoff mais elevado, relativa-
mente, a B (70 contra 60). Isso dá para a Empresa A um payoff de 100.
NOVAS DESCOBERTAS
123
UNIDADE 4
Estratégia Tit-for-Tat
Um jogador “seguindo uma estratégia ‘tit-for-tat’ cooperará desde que seu oponente
também esteja cooperando e mudará para uma estratégia não-cooperativa se seu
oponente mudar de estratégia” (PINDYCK; RUBINFELD, 2010, p. 417). Quando
os jogadores supõem que eles estarão repetindo a sua interação, infinitamente,
os ganhos em longo prazo provenientes da cooperação mais do que compensa-
rão quaisquer possíveis ganhos em curto prazo derivados da não cooperação. “A
estratégia ‘tit-for-tat’ é racional porque encoraja a cooperação em jogos repetidos
infinitamente” (PINDYCK; RUBINFELD, 2010, p. 417).
124
UNIDADE 4
Neste caso, não “seria ótima, dado que, em jogos finitos cada jogador anteci-
pa as ações do rival em cada período” (PINDYCK; RUBINFELD, 2010, p. 417).
Considere o décimo (e último) período, então, “tendo em vista que as ações nes-
se período não afetam decisões subsequentes, não há incentivo para cooperar”
(PINDYCK; RUBINFELD, 2010, p. 417).
NOVAS DESCOBERTAS
Caro(a) estudante, pelo estudo das estratégias em Teoria dos Jogos, você pôde
perceber que um jogador racional aplica a lógica às premissas dadas para chegar
às suas conclusões, como no uso da Estratégia Tit-for-Tat. Assim, observando esta
estratégia negocial, consideraremos as mudanças climáticas que têm sido discu-
tidas de forma mais frequente a cada ano, a partir do fenômeno do aquecimento
global, cujas discussões mais constantes se iniciaram em 1950.
No período recente, estudos constataram que as emissões de gases por ativi-
dades antropogênicas estão provocando o aumento na temperatura global, com
consequências econômicas e sociais. As emissões de dióxido de carbono (CO2)
em excesso, segundo Giese, Conto e Rocha (2017), representam uma séria amea-
ça ao futuro da humanidade, correndo o risco de, inclusive, haver cidades onde,
futuramente, será difícil para a população respirar.
125
UNIDADE 4
126
1. Tendo em vista a dinâmica do processo decisório em concorrência imperfeita, as
empresas buscam escolher o caminho mais adequado, em determinada circunstân-
cia, sejam decisões operacionais, sejam de financiamento, sejam de investimento.
Nesse sentido, qual é o jogo sucessivo de concorrência pelas quantidades, em que
há vantagem de ser o primeiro a se mover? Assinale a alternativa correta:
a) Modelo de Conluio.
b) Modelo de Cournot.
c) Modelo de Hotelling.
d) Modelo de Preço-Limite
e) Modelo de Stackelberg.
a) Um.
b) Dois.
c) Três.
d) Quatro.
e) Nenhum.
127
3. De acordo com Fiani (2015), suponha dois países, aos quais chamaremos de A e B,
ambos exportam produtos agropecuários um para o outro. Tanto o País A quanto
o País B têm, apenas, duas opções para tributar as suas importações: ou adotam
tarifas baixas ou tarifas elevadas. A forma estratégica na figura, a seguir, ilustra as
recompensas de cada país de acordo com as tarifas escolhidas, recompensas estas
que podem ser entendidas como os ganhos ou as perdas dos produtores de A e B,
em milhares de dólares:
128
4. Leia o trecho, a seguir:
“Possivelmente o exemplo mais conhecido na teoria dos jogos é o dilema dos pri-
sioneiros. Ele foi formulado por Albert W. Tucker em 1950, em um seminário para
psicólogos na Universidade de Stanford, para ilustrar a dificuldade de se analisar
certos tipos de jogos”.
SARTINI, B. A. et al. Uma Introdução a Teoria dos Jogos. In: BIENAL DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE MATEMÁTICA, 2., 2004, Salvador. Anais [...]. Salvador: SBM, 2004. p.
6. Disponível em: https://www.ime.usp.br/~rvicente/IntroTeoriaDosJogos.pdf. Acesso
em: 10 ago. 2022.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
129
5
Abordagens
Práticas da Teoria
dos Jogos
Dr. Sidinei Silvério da Silva
Olá, estudante, tudo bem? Vamos para mais uma unidade do nosso livro?
Já parou para pensar nas possibilidades de abordagens práticas da Teoria dos Jogos?
Pois é, as estratégias utilizadas pelas firmas podem gerar barreiras à entrada de
novas empresas no segmento de atuação e potencialidades, empresas as quais têm
a possibilidade de abordar determinadas temáticas, por exemplo, a incorporação
de questões ambientais, sociais e de governança como critérios na análise, assim,
há avanço em relação às tradicionais métricas econômico-financeiras.
Você sabia que a adoção dos princípios do Environmental, Social and Gover-
nance (ESG) na análise de empresas possibilita a discussão de questões que, além
de serem fatores cruciais para o bem da sociedade, a manutenção do planeta e a
construção de um mundo melhor, afetam, diretamente, os resultados das empresas?
A sigla ESG (em português, Ambiental, Social e Governança) foi utilizada pela
primeira vez no relatório Who Cares Wins (“Quem se Importa, Ganha”), feito pela
Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005. Na prática, este conceito defende
que a lucratividade de um negócio está relacionada, de forma direta, à construção
de uma operação sustentável ambiental e socialmente. De acordo com levanta-
mento realizado pela Bloomberg, o mercado global de ativos ESG — que, hoje,
corresponde a US$ 30 trilhões — deve bater a casa dos US$ 53 trilhões até 2025.
Outro aspecto relevante no uso prático do arcabouço da Teoria dos Jogos en-
volve a questão da política de preços da Petrobrás promovida pelo ex-presidente
Michel Temer e mantida pelo atual presidente Jair Bolsonaro, visando a aumentar
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UNICESUMAR
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UNIDADE 5
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UNICESUMAR
Política de preços
Em Teoria dos Jogos, uma política de preços trata-se de uma estratégia compe-
titiva que norteia a sobrevivência do negócio em longo prazo, ao possibilitar o
estabelecimento de um preço adequado à estrutura de custos da corporação e
ao seu público-alvo.
135
UNIDADE 5
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UNICESUMAR
Um ponto relevante a ser destacado é que não existe obrigatoriedade, por parte
dos varejistas, de seguir a determinação de preço sugerido pelo fabricante, todavia
é comum que as marcas negociem com os pontos de venda. O ideal, sob o ponto
de vista da companhia que produz os itens, é o distribuidor não revender por
um preço abaixo do sugerido, afinal, um dos objetivos da precificação é atribuir
o valor que o consumidor dará por e para aquele produto, então, quando um
varejista cobra menos, ele está, teoricamente, desvalorizando a marca.
Dito isso, existe uma forma de saber se a política de preços está sendo res-
peitada? Sim, por meio do monitoramento. O uso de ferramentas tecnológicas
permite conferir estas informações, em tempo real.
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Jobs
Ano: 2013
Sinopse: Este filme é estrelado por Ashton Kutcher e trata-se do pri-
meiro filme inspirado na biografia do criador do iPod. Aliás, o longa-
-metragem narra a história de Steve Jobs só até este ponto, ou seja, vai da
década de 1970 até 1984. A opção dos diretores foi mostrar que Jobs não era,
exatamente, o gênio técnico por trás das criações, mas sim o responsável por
transformar as ideias “malucas” dos nerds em oportunidades comerciais.
137
UNIDADE 5
Barreiras à entrada
138
UNICESUMAR
“
Em relação às fontes do poder de monopólio, por exemplo, temos que
o poder de monopólio de uma empresa depende da facilidade com
que outras empresas são capazes de entrar na indústria. Existem várias
formas de barreiras à entrada, tais como os direitos de exclusividade
(por exemplo, patentes, direitos autorais e licenças) e as economias de
escala – que são as formas mais comuns. Os direitos de exclusividade
são direitos legais de propriedade para a produção ou distribuição de
um bem ou serviço. As economias positivas de escala podem conduzir
a “monopólios naturais”, pois possibilitam ao maior produtor cobrar
preços mais baixos e, assim, expulsar os concorrentes do mercado. Na
produção de alumínio, por exemplo, há indícios da existência de eco-
nomias de escala na conversão da bauxita em alumina.
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UNIDADE 5
NOVAS DESCOBERTAS
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UNICESUMAR
Marketing e inovação
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UNIDADE 5
NOVAS DESCOBERTAS
Nesse contexto, é importante destacar que inovação e marketing são conceitos dis-
tintos, pois, enquanto “inovar” quer dizer criar ou adotar algo novo, “marketing” está
relacionado ao plano pelo qual as ações de uma corporação são definidas e geridas.
142
UNICESUMAR
O que, realmente, significa inovar? Segundo Fiuza (2020, on-line), como des-
tacado no Manual de Oslo — conjunto de diretrizes sobre inovação tecnológica,
lançado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Eco-
nômico) em 1990 — existem quatro tipos de inovação:
■ De produto.
■ De processos.
■ De marketing.
■ Organizacional.
Por fim, quem pretende inovar precisa se abrir à tecnologia, participar de eventos,
estudar os concorrentes, além de investir em uma cultura de inovação, mas isso
não significa copiar, deliberadamente, o que os outros estão fazendo. Adquirir
conhecimentos e analisar tendências é uma maneira de entender as mudanças
do mercado, obtendo, assim, novos insights. Entretanto a inovação só acontece
quando a sua empresa é capaz de entregar algo, realmente, único, algo que faça
os seus concorrentes quererem copiá-la, não o contrário.
A partir destas possibilidades de inovação, parece que a busca por novas
tecnologias pelas firmas líderes-produtoras ou pelas firmas líderes-vendedoras
está potencializando as estratégias em Teoria dos Jogos, ao possibilitar análises
de tendências e comportamento tanto de consumidores quanto de concorrentes,
para que novos insights entreguem produtos, assim como experiências únicas.
143
UNIDADE 5
Em linhas gerais, parece que, em longo prazo, haverá restrições impostas ao cres-
cimento econômico por questões ambientais. Essa abordagem remonta à preo-
cupação com o debate entre tecnologia e meio ambiente que envolveu cientistas
de várias origens acadêmicas e orientações teóricas entre o final dos anos 1960
e início dos anos 1970, com destaque às contribuições da equipe de Donella
Meadows (MIT) e do grupo liderado por Amílcar Herrera (Grupo de Bariloche).
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NOVAS DESCOBERTAS
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UNIDADE 5
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UNICESUMAR
Figura 1 - A economia como um subsistema aberto do ecossistema / Fonte: Daly (1996, p. 183).
Descrição da Imagem: a figura mostra dois círculos representando o planeta Terra. No primeiro círculo da
imagem, localizada no canto superior, está a palavra “Energia Solar” e, a partir dela, sai uma seta indicativa
para a palavra “Ecossistema”. Embaixo, há um quadrado pequeno na cor preta e a palavra “Economia”
indicando um mundo vazio, com uma seta apontado para a direita, em direção à palavra “Calor”. No
segundo círculo da imagem, localizada no canto inferior, está a palavra “Energia Solar” e, a partir dela,
sai uma seta indicativa para a palavra “Ecossistema”. Embaixo, há um quadrado grande na cor preta e
a palavra “Economia” indicando um mundo cheio, com uma seta apontado para a direita, em direção à
palavra “Calor”. Em ambos os círculos, há a indicação de uso de energia e material com emissão de calor.
147
UNIDADE 5
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UNICESUMAR
Segundo Altvater (1992), interessa aos países centrais manter os países periféricos
pobres para que estes últimos não utilizem os recursos naturais. Assim, as nações
centrais precisam impedir a industrialização dos subdesenvolvidos, uma vez que os
recursos naturais são considerados bens oligárquicos, ou seja, não são para todos.
Mesmo com crescimento econômico zero, supõe-se que os países centrais
continuarão demandando recursos naturais. A generalização do padrão de con-
sumo euro-americano-japonês, aparentemente, não pode ser feita, devido aos
limites de capacidade do planeta. Nesse sentido, os recursos naturais são uma
riqueza oligárquica, sendo necessário aumentar a eficiência ecológica para mi-
nimizar a pressão sobre o meio ambiente.
149
UNIDADE 5
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UNICESUMAR
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UNIDADE 5
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1. Na Teoria dos Jogos, existem várias possibilidades de interações estratégicas con-
siderando as estruturas de mercado e o poder dos players no controle da oferta e
da demanda. Assim, sobre as estruturas de mercado que designam a classificação
do mercado de acordo com as suas características, avalie as seguintes afirmações.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
153
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
154
UNIDADE 1
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UNIDADE 1
1. A. Variáveis de decisão são as variáveis utilizadas no modelo que podem ser contro-
ladas pelo tomador de decisão. A solução do problema é encontrada por quando são
testados diversos valores das variáveis de decisão.As restrições, por sua vez, são regras
que dizem o que podemos (ou não) fazer e/ou quais são as limitações dos recursos
ou das atividades associadas ao modelo. A função-objetivo é uma função matemática
que representa o principal objetivo do tomador de decisão (minimizar ou maximizar).
UNIDADE 2
160
equipamentos elétricos, aviação e computadores. No oligopólio, de forma geral, os
preços são administrados e os produtos podem ser ou não diferenciados. O impor-
tante é que apenas algumas empresas sejam responsáveis pela maior parte ou por
toda a produção.
UNIDADE 3
2. D. Em Teoria dos Jogos, diz-se que um jogo tem informação perfeita se todos os
participantes conhecem todas as jogadas efetuadas. No entanto as evidências empí-
ricas indicam que a informação perfeita, praticamente, não existe. O que existe é a
informação imperfeita, podendo ser incompleta, ambígua ou assimétrica.
3. Zermelo demonstrou que o jogo de xadrez sempre tinha uma solução, ou seja, a par-
tir de qualquer posição das peças no tabuleiro, um dos jogadores tem sempre uma
estratégia vitoriosa, não importando o que o outro jogador faça.
161
UNIDADE 4
1. E. No Modelo de Stackelberg, existe uma empresa líder que decide em primeiro lugar,
e uma empresa seguidora que toma a sua decisão tendo, como um dado, a decisão
da primeira. Assim, a “vantagem de ser o primeiro” pode ocorrer em um jogo onde o
primeiro jogador a se mover recebe o payoff mais elevado (PINDYCK; RUBINFELD, 2010).
2. B. Os dois Equilíbrios de Nash existentes nesse jogo são as combinações (Luta Livre,
Luta Livre) e (Ópera, Ópera).
3. B. O Equilíbrio de Nash existente nesse jogo é a combinação (País A tarifa alta, País
B tarifa alta).
UNIDADE 5
162