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Processo

Decisório
Débora Mendonça Monteiro Machado

Unidade 2

Fundamentos
do Processo
Decisório
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autora
DÉBORA MENDONÇA MONTEIRO MACHADO
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
A AUTORA
DÉBORA MENDONÇA MONTEIRO MACHADO
Olá. Meu nome é Débora Mendonça Monteiro Machado. Sou formada
em Administração de Empresas e possuo especializações e pós-graduação
nesse campo de conhecimento, que agregaram em meu crescimento
pessoal e profissional. Tenho uma experiência técnico-profissional na área
Gerencial Administrativa e Financeira de mais de 10 anos, além de atuar
também na área educacional. Amo o que faço e adoro transmitir minha
experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por
isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito
estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha
de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do desen- houver necessida-
volvimento de uma de de se apresentar
nova competência; um novo conceito;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações es-
necessários obser- critas tiveram que ser
vações ou comple- priorizadas para você;
mentações para o
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e inda-
algo precisa ser gações lúdicas sobre
melhor explicado o tema em estudo, se
ou detalhado; forem necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamento atenção sobre algo
do seu conhecimento; a ser refletido ou
discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoaprendi- volvimento de uma
zagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Compreendendo os Fundamentos do Processo
Decisório........................................................................ 10

O papel da Informação no Processo Decisório ............... 10

Dados ou Informação?............................................ 13

A Tecnologia da Informação no Processo


Decisório ............................................................... 16

Tipologia e Níveis de Decisão........................................ 20

Estruturas Organizacionais e o processo decisório.......... 22

Ética no Processo Decisório.......................................... 29

Empowerment no Processo Decisório.......................... 35

A Importância do Empowerment..................................... 39
Processo Decisório 7

02
UNIDADE

FUNDAMENTOS DO PROCESSO DECISÓRIO


8 Processo Decisório

INTRODUÇÃO
Você sabia que o Processo Decisório necessita de eficiência,
eficácia e confiabilidade? Isso mesmo. A tomada de decisão requer
informações completas, fontes confiáveis, sendo que o uso dos recursos
tecnológicos auxilia nessa coleta de informações que contribuem na
tomada de decisões de uma empresa. Sua principal responsabilidade é
organizar; armazenar os dados, obter informações e gerar conhecimento.
Mesmo que um sistema de informação esteja bem estruturado, a peça
fundamental é um decisor qualificado e que tenha atitudes seguras e
estratégicas. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar
neste universo!
Processo Decisório 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade II Fundamentos do Processo
Decisório. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento dos seguintes
objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos:

1. Compreender como funciona o papel da Informação no


Processo Decisório;
2. Entender a tipologia e os Níveis de Decisão;
3. Aplicar a Ética no Processo Decisório;
4. Executar o Empowerment no Processo Decisório

Então? Preparado para adquirir conhecimento sobre um assunto


fascinante e inovador como esse? Vamos lá!
10 Processo Decisório

Compreendendo os Fundamentos do
Processo Decisório
INTRODUÇÃO:

Ao término deste material você será capaz de entender


como funciona a informação no processo decisório e sua
importância nas organizações. Isto será indispensável no
momento da tomada de decisão, seja pessoal ou profissional.
Entretanto, é necessário possuir ética nas decisões e por isso
observa-se uma crescente utilização do Empowerment. Ficou
curioso para entender como tudo isso funciona? Não fique de
fora dessas informações, venha comigo em mais essa jornada
rumo ao conhecimento.

O papel da Informação no Processo


Decisório
A Informação, teve suas discussões conceituais iniciais na França
revolucionária do final do Século XVIII, por meio dos folhetins que
esclareciam os fatos ocorridos naqueles tempos para a população.

Figura 1: Informação na época Medieval

Fonte: Pixabay
Processo Decisório 11

Nessa época, as bibliotecas geralmente estavam localizadas em


monastérios, grandes centros da Igreja ou nos castelos da nobreza, foram
as principais fontes de informação na era medieval e posteriormente,
centros de informação que catalogavam e registravam em uma lista
sequencial por assunto, em volume encadernado, tudo que fosse de
interesse principalmente da igreja.
Como não havia banco de dados, muitas dessas informações se
perdiam caso alguma tragédia acontecesse, como furtos ou incêndios, o
que tornava a coleta de informações e armazenamento incertos.
Nos dias de hoje, vivemos em uma era em que as tecnologias nos
permitem ter acesso direto às informações. Todos os dias temos muitas
informações instantaneamente, por dados que geram informações e
influenciam no processo de tomada de decisão, tais recursos permitem
que esses dados sejam processados e estruturados de maneira
estratégica para que possam ser aplicados na gestão de negócios.
Com o advindo dos computadores, foi possível produzir uma
quantidade maior de informação, sendo que o progresso dessa
tecnologia não está na quantidade e sim na qualidade da informação
produzida. Observa-se que o comportamento da empresa é diretamente
afetado, em termos de eficácia e eficiência, pela qualidade das decisões,
as quais, por sua vez, são influenciadas pela qualidade das informações
geradas, agindo como um processo integrado e sistêmico.

DEFINIÇÃO:

Informação é uma série de dados organizados, analisados


e processados, que geram hipóteses, sugerem soluções
a serem utilizadas em apoio ao processo de tomada de
decisão. Também é entendida como dados interpretados e
dotados de significados que auxiliam o processo de tomada
de decisão, que quando utilizada, proporciona a possibilidade
de se adquirir novos pontos de vista para a interpretação de
eventos ou situações, é um meio de se extrair e construir
conhecimentos (STAREC,2006; NONAKA & TAKEUCHI, 1997).
12 Processo Decisório

Para o processo de tomada de decisão, é preciso diferenciar as


informações 1) Operacionais: são as que têm por finalidade simplesmente
permitir que determinadas operações continuem acontecendo dentro
do ciclo operacional da empresa. Exemplo: informações sobre folha de
pagamento, emissão de notas fiscais. 2) Gerenciais: destinam-se aos
processos de tomada de decisão.
Outro fator importante para a tomada de decisão é a qualidade
das informações, que devem ser comparativas, confiáveis, geradas em
tempo hábil e no nível de detalhe adequado.
Relembrando que, a decisão nada mais é do que uma escolha
entre alternativas, que obedecem a critérios preestabelecidos, em que
é indiscutível a importância das informações em cada etapa desse
processo. Então, quanto maior o valor e a qualidade da informação,
maior a probabilidade de acerto na tomada de decisão.
Pode-se dizer que na atualidade econômica, cuja produtividade e
competitividade dependem da capacidade de gerar, processar e aplicar
a informação baseada em conhecimento, o uso da informação pode ser
uma importante fonte de vantagem competitiva quando gerenciada em
benefício da organização.
Nesse contexto, a informação segundo Alvarenga (et al, 2008)
assume três formas no contexto organizacional:
1. Informação como processo: trata-se da ação de informar; o
que alguém sabe muda quando esse alguém e informado;
2. Informação como conhecimento: informação reduzindo ou
aumentando a incerteza;
3. Informação como coisa: dados, documentos e livros como
sendo instrutivos e/ou informativos.

Nas organizações a informação é disputada e acirrada, pois quem


as possuem, se destacam no mercado e obtêm a vantagem competitiva.
Vejamos um exemplo da importância da informação, na Bolsa de Valores
as pessoas que obtêm informação mais rápida e precisa, realizam
investimentos mais rentáveis, enquanto quem não possui não obtêm
retorno satisfatório.
Processo Decisório 13

REFLITA:

Como os avanços na tecnologia da informação afetam a


concorrência e as fontes de vantagem competitiva? Quais
estratégias uma empresa deve buscar para explorar a
tecnologia? Quais são as implicações das ações que os
concorrentes já podem ter tomado? Das muitas oportunidades
de investimento em tecnologia da informação, quais são as
mais urgentes?

Para responder a essas perguntas, os gestores devem primeiro


entender que a tecnologia da informação é mais do que apenas
computadores. A tecnologia da informação deve ser entendida como a
abrangência das informações que as organizações criam e usam, além
de uma ampla aplicação de tecnologias cada vez mais convergentes e
vinculadas que processam as informações.
Vamos pensar agora, sobre qual informação estamos discutindo?
E como ela pode influenciar na tomada de decisão?

Dados ou Informação?
Os dados representam parte de uma informação, o registro
que, quando interpretado ganha um significado. Somente a partir da
interpretação ele pode ser considerado uma informação.
O conhecimento é a experiência gerada pelo uso da informação
na tomada de decisão. Portanto, o conhecimento é o novo saber,
resultante de práticas individuais e organizacionais. É o conjunto de
dados e informações que viabilizam o processo de tomada de decisão
gerando novos conhecimentos.
É importante compreender que há diferença entre dados e
informação:
14 Processo Decisório

DEFINIÇÃO:

“Dados” representam um conjunto de códigos que constituem


uma informação. Não há nenhuma relevância se o dado
não for analisado, ou seja, não há informação. “Informação”
é quando esse dado selecionado é analisado e possui um
significado, sendo assim, importante na tomada de decisão.

Quando tais processos agregam valor e geram saber; significa


que, o dado selecionado e processado é uma informação, e essa
informação torna-se conhecimento. E ter conhecimento vai além de
dados e informações, é saber utilizá-los como ferramentas fundamentais
no processo decisório.

Figura 2: A transformação dos dados em Informação e a Informação em Conhecimento

Fonte: Pixabay

Em outras palavras, não basta coletar diversos dados e não


saber como agregar relevância a eles. Transformá-los em informação
é fundamental para que possam ser utilizados como ferramentas
nas decisões, visando extrair deles a maior vantagem possível para a
organização.
Essa crescente evolução da informação está afetando a
concorrência das organizações de três formas: 1º Altera as regras da
Processo Decisório 15

concorrência; 2º Cria vantagem competitiva; 3º Gera novos negócios,


muitas vezes de dentro das operações existentes na empresa (inovação).

EXPLICANDO MELHOR:

A revolução da informação nas organizações está alterando


a forma como todos os negócios são realizados no mundo,
ou seja, estamos muito além do que os antigos chamavam
de Era da Informação, nos dias de hoje, estamos vivendo a
Transformação Digital. Inicialmente, as empresas utilizavam
a tecnologia da informação principalmente para funções de
contabilidade e manutenção de registros. Nessas aplicações,
os computadores automatizaram funções administrativas
repetitivas, como processamento de pedidos. Hoje, a
tecnologia da informação está se espalhando por toda a
cadeia de valor e desempenhando funções de otimização e
controle, além de funções de auxílio a decisão.

A tecnologia da informação está gerando mais dados à medida


que uma empresa realiza suas atividades e permite coletar ou capturar
informações que não estavam disponíveis antes. Dessa forma, o número
de variáveis que uma empresa pode analisar ou controlar aumentou,
assim também está transformando o componente de processamento
físico das atividades.
Então a tecnologia da informação é utilizada para apoiar todo o
processo, garantindo acessibilidade, armazenamento e disseminação
das informações (STAREC, 2006, p. 79). O uso das várias ferramentas
disponibilizadas no mercado propõe facilitar o processo de criação e
compartilhamento do conhecimento e torna ágil o processo produtivo.
O que são dados? É parte de uma informação, conjunto de
caracteres, ou seja, o dado é um registro sem significado.
EXEMPLO:: Tenho um saldo bancário de R$ 500,00. Isso é um
dado!
É algo preciso e definido. Porém, esse saldo é baixo ou alto? O
que isso representa?
16 Processo Decisório

Verifica-se, então, que o dado por si só não nos traz a noção do


ambiente, não tem a base que permite relevá-lo ou mesmo tomar uma
decisão, por simples que seja. Embora confiável, preciso, medido e
expresso em unidades conhecidas e convencionadas, tudo isso não é
suficiente.
E a informação, o que seria? É a interpretação do dado, dando-lhe
um significado.
EXEMPLO: pode-se completar o dado “saldo bancário R$500,00”
dizendo que, para àquela determinada pessoa, analisando os aspectos
sociais e econômicos que ela se insere, saldo baixo na conta é sinal de
alerta financeiro para ela.
Porém, ao se retomar a pergunta: que providências devem ser
tomadas ou qual decisão tomar? A solução desse problema oferece
outro desafio: o de conhecer o funcionamento do sistema associado,
que permita não só saber do ambiente, mas como decidir se há algo a
fazer, se há a possibilidade de modificá-lo, ajustá-lo para outros valores
e condições, ou seja, que se conheça os processos que se desenvolvem
em cada situação, resultando em conhecimento.
No exemplo do “Saldo bancário R$ 500,00”, o que fazer então?
É possível aumentar esse saldo com economias? Existem outras
fontes de renda que posso agregar? Quais ações tomar em relação aos
saldos? Preciso renegociar as dívidas?
Para responder a essas perguntas, o que até então era informação
se transforma em conhecimento, pois se aprende com a informação.

A Tecnologia da Informação no Processo Decisório


As tecnologias são um recurso estratégico para as organizações
pois oferecem alternativas e possibilidades de disponibilizar informações
e gerar conhecimentos necessários à capacitação dos recursos humanos.
Isso significa, que no Processo Decisório ter informação é
fundamental, pois é a partir do conhecimento gerado nas informações
que temos os passos para resolução de um problema ou tomada
de decisão. Sendo assim, o setor da tecnologia da informação na
organização tem o papel de aumentar o desenvolvimento interno das
organizações, reestruturando os processos gerencias de dados.
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Estrategicamente, a tecnologia da informação proporciona


agilidade nos processos organizacionais. Com isso, no processo
decisório, o trabalho em equipe contribui para que a validação dos dados
coletados se torne rapidamente em informações, e o desenvolvimento
das tecnologias geram sistemas que contribuem para o crescimento e
integração dos setores.
Nesse contexto, você pode observar um conceito importante que
destaca o papel da tecnologia da informação, que é “cadeia de valor”.
Esse conceito divide as atividades de uma empresa nas atividades
tecnologicamente e economicamente distintas nas organizações. Isto é
“atividades de valor”.
É o valor que uma empresa cria e é medido pela quantia que os
compradores estão dispostos a pagar por um produto ou serviço. Uma
empresa é lucrativa se o valor que ela cria exceder o custo da realização
das atividades de valor.
As atividades de valor de uma empresa se enquadram em nove
categorias, sendo que as atividades principais são aquelas envolvidas na
criação física do produto, no marketing, na entrega aos compradores e
no suporte e manutenção após a venda.
Como qualquer outro recurso organizacional, a informação
precisa ser gerenciada para ajudar as organizações a melhorar sua
produtividade, competitividade e performance geral.
Essa gestão da informação envolve pessoas, equipamentos
e procedimentos e pode ser definida como as ações relacionadas à
obtenção da informação adequada, na forma correta, para a pessoa
certa, a um custo adequado, no tempo certo, em lugar apropriado para
tomar a decisão correta.
Para que esse processo ocorra são necessárias fases do ciclo
de vida da informação, pois representam os momentos pelos quais a
informação é submetida a analisada, seja pela ação direta de ativos
físicos, tecnológicos ou ainda de ativos humanos, caracterizados por:
1. Manuseio: momento em que a informação é criada, desenvolvida
e manipulada;
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2. Armazenamento: momento em que a informação é armazenada


em um banco de dados compartilhado ou em uma anotação de papel
guardada em um arquivo físico.
3. Transporte: momento em que a informação é transportada, ao
serem encaminhadas informações por correio eletrônico, ao ser postado
um documento ou falar ao telefone;
4. Descarte: momento em que a informação é descartada, ao
depositar na lixeira material impresso, ao eliminar um arquivo eletrônico
do computador de mesa.

Compreender o ciclo de vida da informação é parte das ações


que envolvem a gestão do conhecimento, e que tem como objetivo
organizacional favorecer ou criar condições para que a organização
possa sempre utilizar a melhor informação e conhecimento disponíveis.
O objetivo da gestão da informação é maximizar a utilidade e a
contribuição dos recursos e capacidades de informação da organização
para alcançar os objetivos organizacionais (STAREC, 2006).
Segundo Alvarenga (2008), os benefícios da gestão da informação
para as organizações do conhecimento são:
•• Torná-las capazes de se adaptarem às mudanças do
ambiente no momento adequado e de maneira eficaz, hábeis na oferta
de respostas rápidas em ambientes dinâmicos, mutáveis e imprevisíveis.
•• Empenham-se na aprendizagem constante, e tal aprendizagem
inclui não somente o “aprender a aprender”, mas também o “aprender a
desaprender”.
•• Mobilizam o conhecimento e a experiência de seus membros
para gerar inovação e criatividade, e focalizam seu conhecimento em
ações racionais e divisíveis.

Na perspectiva da tecnologia da informação, a gestão dos


recursos informacionais é vista como uma expansão do sistema de
informação gerencial, em que a informação é frequentemente igualada
à tecnologia da informação.
Nessas práticas da gestão do conhecimento está a valorização
do uso estratégico das informações pelas organizações, e a tecnologia
Processo Decisório 19

da informação visa favorecer ou criar condições para que a organização


possa sempre utilizar a melhor informação e conhecimento disponíveis.

RESUMINDO:

A informação e seus respectivos sistemas desempenham


funções fundamentais e estratégicas nas organizações, pois
são consideradas recurso estratégico organizacional. Cada
vez mais as organizações terão a necessidade de informação,
tanto do mercado, quanto a respeito dos planos e intenções
de consumidores e dos competidores. A informação também
propicia à empresa um profundo conhecimento de si mesma
e de sua estrutura de negócios, facilitando o planejamento, a
organização, a gestão e o controle dos processos.

Por fim, vale a pena ressaltar que seja a informação interna ou


externa, é preciso que seja tratada corretamente dentro da organização
para que sua função no processo decisório se cumpra. Davenport e
Prusack (1998) sugerem que este tratamento ocorra da seguinte forma:
1. identificar qual tipo de informação é útil e necessária ao processo
decisório;
2. identificar, obter, classificar e organizar as informações
requeridas;
3. transmitir a informação de forma eficiente e eficaz;
4. utilizar a informação efetivamente no processo decisório.

Isto é o que constitui o gerenciamento da informação.


Compreendida como insumo mais importante para a tomada de decisão,
a informação deve ser tratada como um ativo estratégico em qualquer
tipo de organização. Com informação, criam-se novos produtos,
melhoram-se processos, ganham-se novos mercados, tomam-se
melhores decisões. E lembre-se diante dos diversos modelos de tomada
de decisão, o único elemento comum é a informação.
E então? Aprendeu? Agora, vamos entender sobre os tipos e os
níveis de Decisão. Venha comigo!
20 Processo Decisório

Tipologia e Níveis de Decisão


Como vimos na Unidade 1, a tomada de decisão é um processo
baseado em escolhas entre várias alternativas baseadas em fatos. Já o
processo decisório é a capacidade de decidir com informações precisas
ou não, utilizando o conhecimento próprio e em equipe.
Os modelos de decisão são compostos por um número variável de
etapas, geralmente variando de primeiro passo de “definir um problema”
até o último passo de “selecionar um curso de ação”.
Essas etapas de decisões podem ser caracterizadas por alguns
passos e definições: a) Alternativas: uma organização possui vários cursos
de ação para selecionar; b) Consequências: uma organização entende as
consequências associadas com os diferentes cursos de ação; c) Regras:
uma organização possui regras para decidir sobre um único curso de
ação baseada nas consequências e preferências de todos envolvidos.
Essas considerações sobre tomada de decisão são semelhantes
para um indivíduo ou uma organização, uma vez que investiga possíveis
alternativas e consequências durante o processo de tomada de decisão.
A tomada de decisão possui alguns tipos, o que também é chamado
de Modelo de Decisão organizacional que são Normativo, Descritivo,
Criativo, Baseado em Evidências e Racional.
A tomada de decisão normativa é baseada em modelos
matemáticos que permitem avaliar decisões com alguns padrões
(BARON, 2004). Modelos normativos de tomada de decisão são avaliadas
por sua precisão teórica, definida como a capacidade de fornecer
idealizações aceitáveis. Esse modelo de tomada de decisão, possui as
seguintes etapas para decisão: 1) Identificar a estrutura do problema de
decisão; 2) Avaliar possíveis impactos de cada alternativa; 3) Determinar
preferências de tomada de decisão; e 4) Avaliar e comparar alternativas.
O modelo Descritivo também pode ser associado à modelagem
matemática, que se concentra em como e por que as pessoas pensam
e agem. Uma definição comum de descrição desse modelo é uma
abstração que afirma descrever o comportamento de um indivíduo, é
utilizado na organização em ambientes dinâmicos e incertos para avaliar
a situação e auxiliar na tomada de decisão.
Processo Decisório 21

No modelo Criativo o foco dos indivíduos ou grupos é gerar


novas ideias e é desenvolvido em etapas:
1. Reconhecimento do Problema - o tomador de decisão que
reconhece a necessidade do problema;
2. Imersão - o tomador de decisão pensa conscientemente sobre
o problema e reúne a informação;
3. Incubação - o tomador de decisão deixa de lado o problema e
deixa o cérebro trabalhar no problema subconscientemente;
4. Iluminação - a solução do problema se torna aparente para o
tomador de decisão (também conhecido como momento “eureca ou
insight”;
5. Verificação e aplicação da decisão, verificando
conscientemente a viabilidade da solução.

Nesse modelo três fatores são considerados na avaliação: a)


fluência: definido como o número de ideias que um indivíduo é capaz de
gerar; b) flexibilidade: definido como quão diferentes as ideias são umas
das outras; c) originalidade: definido como quão único um indivíduo e as
ideias são (ERDOGAN et al., 2010).
A tomada de decisão baseada em evidências representa um
processo quando um indivíduo ou grupo conscientemente usa os
melhores dados e evidências disponíveis ao tomar decisões. Esse modelo
é caracterizado pela coleta de evidências internas e externas sobre o
problema identificado. Esta informação é reunida e posteriormente
integrada às informações das partes interessadas, implicações sobre a
possível decisão são considerados e, finalmente, ocorre a tomada uma
decisão (KREITNER et al., 2012).
No modelo racional a decisão é representada quando um
tomador de decisão está escolhendo entre alternativas de uma forma
alinhada com as suas preferências. Além disso, essa tomada de decisão
envolve alternativas não analisadas e preferências associadas, refletindo
a conveniência e os critérios de racionalidade, como a conveniência
máxima de uma alternativa selecionada em relação a um ranking de
preferências. Uma tomada de decisão racional tem oito etapas.
22 Processo Decisório

Estruturas Organizacionais e o processo


decisório
Além dos modelos de tomada de decisão, as estruturas
organizacionais afetam o processo decisório, para entender o impacto
das estruturas organizacionais no processo de tomada de decisão,
veremos quatro estruturas organizacionais: funcional, divisional, matricial
e plana. No entanto, a organização também pode ter uma estrutura
híbrida (mistura de 2 ou mais estruturas).
As estruturas organizacionais funcionais são organizadas pelo
alinhamento das pessoas com habilidades semelhantes em uma área
funcional, e dentro dessas áreas funcionais tarefas semelhantes são
executadas. Algumas vantagens da organização funcional incluem
eficiência no uso de recursos organizacionais dentro e entre áreas
funcionais, e atribuição consistente de tarefas apropriadas com base em
conhecimentos especializados. Algumas desvantagens da organização
funcional incluem “resolução de problemas” somente dentro da sua
cadeia de gerenciamento, sem estender horizontalmente a outras áreas
funcionais (LOMBARDI, et al., 2006).
As estruturas organizacionais de divisão são configuradas quando a
organização presta serviços similares, apoia clientes semelhantes, opera
nos mesmos processos e está localizada na mesma área geográfica.
As vantagens incluem comunicação eficaz entre departamentos de
divisão, flexibilidade com mudanças (por exemplo, remover ou adicionar
uma divisão) e responsabilidade definida por entrega de serviços ou
produtos. Algumas desvantagens da organização divisional incluem
redução em eficiência organizacional e aumento de custos devido à
duplicação de recursos (por exemplo, uma organização de divisão com
base geográfica pode precisar de um funcionário especializado em cada
filial espalhadas por outras regiões), bem como tarefas de funcionários
em várias divisões e competição interna entre as divisões por recursos e
atenção (LOMBARDI, et al., 2006).
As estruturas organizacionais matriz são organizadas por equipes
multifuncionais, que integram recursos funcionais com ênfase divisional.
Processo Decisório 23

As vantagens da organização matricial incluem maior cooperação


interfuncional em toda a organização, responsabilidade de desempenho
aprimorada por meio dos gerentes de projeto da organização, e a
possibilidade de gerenciamento estratégico aprimorado por gerentes
de nível superior que possam se concentrar em metas organizacionais
estratégicas.
As desvantagens da organização matricial incluem o conflito de
multi-supervisor, onde supervisores funcionais e gerentes de projeto
disputam recursos de pessoal e colaboradores que lutam com a
priorização de tarefas, devido a contribuições de vários supervisores.
Estruturas organizacionais planas são construídas por um ou
poucos níveis de gestão, resultando em um gerente com um grande
número de colaboradores sob sua supervisão. Algumas vantagens da
organização plana incluem uma possível alta motivação dos funcionários
devido à percepção de que um colaborador influencia diretamente a
organização, é mais fácil a implementação do plano de gerenciamento
devido a menos níveis de gerenciamento e mais adaptável devido à
menor cadeia gerencial e menos burocracia.
Referente as desvantagens incluem menos orientação de
líderes, devido ao menor número de gerentes que orientam e instruem
os colaboradores. Possíveis problemas com a tomada de decisão
surgem se a organização confia na construção de consenso entre seus
funcionários para tomar uma decisão ou precisa tomar uma decisão
com consequências a longo prazo, dificultando a sua tomada em tempo
oportuno e decisivo.
As decisões estratégicas podem ser estruturadas tendo um
impacto na direção de uma organização, e por um longo período para
obter uma vantagem potencial em um ambiente em mudança, por
meio do gerenciamento de recursos e competências para satisfazer as
expectativas de todos envolvidos.
Com base nisso, as decisões podem definir objetivos que afetem
toda a empresa, porém podem ser decisões relacionadas às atividades
do dia a dia, ou ainda de forma gerencial podem ser classificadas em
três categorias: operacionais, táticas e estratégicas.
24 Processo Decisório

1. Nível Operacional é onde ocorre a sustentação para os demais


níveis, pois são as atividades e projetos executados e a tomada de
decisão é um processo que assegura que as atividades operacionais
sejam desenvolvidas. Esse nível está diretamente ligado a operação;
2. Nível Tático está relacionado ao controle e na formulação
de novas regras no processo decisório que serão aplicadas pelo nível
operacional. Neste nível, são utilizadas as informações coletadas para
determinar um conhecimento sobre as ações e facilitar a análise das
possibilidades de decisões no curso do processo;
3. Nível Estratégico são utilizados os recursos políticos, definições
de objetivos e critérios gerais, o propósito aqui é desenvolver estratégias
para que a organização atinja seus objetivos. Não uniformidade neste
ciclo, as atividades podem ser irregulares, ainda que sejam pensadas
em planejamentos anuais ou pré-estabelecidas.

Figura 3: Níveis para tomada de Decisão

Fonte: Adaptado pela autora


Processo Decisório 25

No nível operacional decisões tem cunho para ações imediatas


e de curto prazo, sendo que seu alcance na organização é setorial. No
nível tático as decisões são de característica médio prazo e possuem na
organização um alcance departamental. Já no nível estratégico temos
as decisões de maior alcance e impacto dentro de uma organização,
nesse nível as decisões atingem toda a organização e geralmente são
de longo prazo.
As decisões estratégicas podem ser divididas em vários atributos,
incluindo:
1. Direção organizacional de longo prazo: o impacto da decisão
será medido em um período;
2. Escopo organizacional: qual é o foco da organização?
3. Vantagem organizacional: que vantagem potencial a organização
possui sobre tipos semelhantes de organizações?
4. Ajuste estratégico no ambiente: a organização fornece produtos
ou serviços, que atendam claramente às necessidades identificadas do
“mercado”?;
5. Recursos e competências organizacionais: uma organização
pode alavancar seus recursos e competências para proporcionar uma
vantagem ou produzir novas oportunidades?;
6. Valores e expectativas dos líderes organizacionais: os líderes
guiam a direção da organização por meio da determinação das questões
fundamentais que a organização foca.
Figura 4:: Brainstorming

Fonte: Pixabay
26 Processo Decisório

Além dos atributos da decisão estratégica, as decisões


estratégicas envolvem o desenvolvimento de uma base de conhecimento
para ajudar os tomadores de decisão da organização a ver ameaças e
oportunidades mais cedo e com mais precisão. Além disso, as decisões
estratégicas devem permitir o estímulo de conflito para melhorar a
qualidade do “brainstorming” (ideias sobre determinado assunto) sem
sacrificar um tempo significativo. Geralmente, as decisões estratégicas
também devem ser elaboradas com um ritmo disciplinado para permitir
a conclusão da decisão para evitar conflitos e improdutividade.
As decisões táticas são impactadas pelos resultados da
estratégia da organização. E possuem algumas características como: a)
escala de tempo de médio prazo e b) escopo organizacional.
Além disso, a “gerência intermediária”, como um chefe de unidade
organizacional, tomam decisões também que também impactam,
pois devem envolver as necessidades e atividades de uma unidade
organizacional (por exemplo, uma divisão dentro de uma organização
maior) e como essa unidade organizacional suporta os objetivos
estratégicos mais amplos de toda a organização. As decisões táticas
suportam três fins funcionais, sendo:
1. Auxiliar a unidade organizacional no suporte de todas metas e
orientações estratégicas da organização;
2. Define as principais prioridades da unidade organizacional e
estabelece os objetivos da unidade organizacional; e
3. Estabelece objetivos específicos com resultados mensuráveis
para satisfazer os objetivos desta unidade organizacional.

Decisões táticas permitem que a unidade organizacional defina


suas necessidades (com base na orientação estratégica) em uma escala
de tempo médio (exemplo: 2-4 anos), garantindo que as atividades
anuais estejam alinhadas com as metas e eventos futuros.
As decisões operacionais são impactadas pelos resultados
da estratégia organizacional, pois são geralmente estruturadas por
decisões que se concentram em ações e que possuem procedimentos
que podem ser seguidos e são definidos previamente. As decisões
operacionais podem ser divididas em várias características, incluindo:
Processo Decisório 27

1. Direção da organização a curto prazo: o impacto da decisão


será uma escala de tempo curta, como atividades diárias;
2. Recursos organizacionais: impacto em pequena escala nos
recursos organizacionais afetados por esse tipo de decisão; e
3. Escopo organizacional estabelecido: as atividades associadas a
esse tipo de decisão serão repetitivas e geralmente terão estabelecido
objetivos baseados nas decisões estratégicas e táticas organizacionais.
Para ficar mais claro essas decisões, vejamos alguns exemplos:
Decisões estratégicas: Devemos nos fundir com outra empresa?
Devemos buscar uma nova linha de produtos? Devemos reestruturar a
organização?
Decisões táticas: O que devemos fazer para ajudar a facilitar os
colaboradores dos dois grupos que trabalham juntos? Como devemos
comercializar a nova linha de produtos? Quem devemos contratar ou
“deixar ir” se quisermos reestruturar a organização?
Decisões Operacionais: Quantas vezes devo me comunicar com
os novos membros da equipe? O que devo dizer aos clientes sobre o
nosso novo produto? Como equilibrar minhas demandas entre projetos?
Então, voltando a Figura da Pirâmide, pode-se analisar a ideia
de hierarquia de decisão, onde os elementos que estão em posições
superiores são os responsáveis pelas decisões mais estratégicas e os da
base pela execução, conforme exemplos acima. Com relação a esses
níveis de decisão, existem algumas características próprias de cada.
Observe a Tabela abaixo.

Tabela 1: Comparativa dos Níveis de Decisão

Operacional Tático Estratégico

Curto prazo Médio prazo

Analista, técnicos Gerentes, Diretores


Coordenadores e
Supervisores
Setor Departamento Organização

Executam as ações Decidem “como fazer” Decidem “O que fazer”

Fonte: Elaborada pela autora (2020)


28 Processo Decisório

Em cada um desses níveis há responsabilidades e características


próprias e a necessidade de colaboração de todos para que a
organização alcance seus objetivos. Existe também uma hierarquia entre
os três níveis que podemos representar pela pirâmide organizacional, a
qual abrange a importância das decisões dentro de uma organização.

RESUMINDO:

A Estrutura da Organização funcional é organizada pelo


alinhamento de pessoas com habilidades similares em uma
área, tarefas semelhantes estão sendo realizadas.

A Estrutura Divisional é organizada por pessoas que fornecem


serviços similares, que apoiam clientes semelhantes, que
operam com mesmos processos e que estão localizados na
mesma área geográfica.

A Estrutura Matrix é organizada por equipes multifuncionais,


que integram capacidades.

A Plana é organizada por uma gerência com grande número


de colaboradores sob sua supervisão.
Processo Decisório 29

Ética no Processo Decisório


A ética é um sistema de princípios morais que afetam a forma
como as pessoas tomam decisões. A preocupação é com o que seja
bom para os indivíduos e a sociedade, por isso também é descrita como
filosofia moral.

Figura 5: Ética: a escolha entre o certo e errado

Fonte: Pixabay

O termo ética é derivado da palavra grega “ethos”, que pode


significar costume, hábito, caráter ou disposição. A ética abrange
os seguintes dilemas: a) como viver uma boa vida; b) direitos e
responsabilidades; c) o que é certo e errado; d) decisões morais - o que
é bom e ruim?
Veja que nossos conceitos de ética foram derivados de religiões,
filosofias e culturas e assim se difunde com debates sobre direitos
humanos, conduta profissional, etc.
A Ética foi definida como a ciência que estuda o comportamento
moral dos homens na sociedade (PASSOS, 2012, p.23). Entretanto, cada
sociedade possui sua cultura e instituem uma moral, isto é, os valores
são direcionados ao bem e ao mal, o que pode ou não; o que é certo
30 Processo Decisório

e errado; ao permitido e ao proibido. O que em uma sociedade pode


ser totalmente permitido e visto como uma decisão boa, em outras
sociedades pode ser condenado por ser muito ruim ou proibido.
Os valores morais, que desde crianças as famílias ensinam
conforme sua cultura. Nas organizações não é diferente, pois a ética
influencia o processo decisório no dia a dia.
E nas organizações observa-se que as decisões rápidas nem
sempre acontecem a partir de dados concretos e fundamentados, em
grande parte a tomada de decisão é baseada nos princípios, valores,
experiência, percepção e intuição.
As decisões éticas consistem em analisar as possíveis
consequências, deveres, obrigações, princípios e a integridade,
evitando que pessoas sejam prejudicadas, e que as decisões sejam
úteis, imparciais, honestas e justas.

REFLITA:

Você trabalha em uma empresa que está enfrentando alguns


problemas financeiros, em certa ocasião deve decidir se paga
um fornecedor ou utiliza o dinheiro para efetuar o pagamento
dos empregados. O que você faria nessa situação?

Figura 6

Fonte: Pixabay
Processo Decisório 31

A primeira resposta, que rapidamente vem à nossa mente, seria


efetuar o pagamento dos empregados, mas se você parar para analisar a
situação pode ter outra percepção, como, se o fornecedor não for pago,
em consequência a empresa não receberá mais matéria-prima, logo não
conseguirá produzir e em breve poderá encerrar suas atividades e ainda
terá que dispensar seus empregados. E agora qual seria sua decisão?
Quais critérios utilizar para essa decisão?
Nessa situação apresenta-se também o que chamamos de
Moral, ou seja, a diferença entre o bem e o mal, e como já vimos na ética
também pode variar com o tempo, e/ou de sociedade para sociedade.
Vejamos um exemplo que engloba as diferenças. Suponhamos que
Antonio pediu emprestado o livro de um amigo. Como o amigo não
pediu a devolução do livro, Antonio decidiu ficar para si.
Você acha que Antonio agiu certo ou errado com seu amigo?
Cada pessoa ou grupo tem noção de certo e errado. Umas se
fundamentam na religião, outras nas leis e etc. Temos, então, várias
“morais”, em que cada uma se fundamenta em noções diferentes para
dizer o que é certo e o errado. Temos então o caráter relativo da moral.
Nesse ponto vale explicar as diferenças entre amoral, imoral,
antiético e aético. a) Amoral – é aquela pessoa que não tem conhecimento
das normas morais, não tem as condições subjetivas necessárias para
agir segundo os preceitos morais; b) Imoral – é aquele que age contra
a moral, mesmo sabendo quais as regras morais da sociedade em que
faz parte; c) Antiético – é alguém que age contrariando a ética que um
grupo compartilha e aceita; d) Aético – pessoa incapaz de escolher,
decidir e julgar, tais como: crianças ou pessoa com deficiência mental.
Como podemos perceber, são conceitos muito próximos e que
para compreendê-los precisamos ter bem definido que a Moral está
relacionada com a prática, com a ação em si, com os costumes, valores,
tradições e hábitos. Já a Ética é a reflexão que se faz acerca da Moral e
que tende a formular conceitos universais, válidos em qualquer lugar,
independente da Moral.
Então, pode-se dizer, que a moral é o conjunto de regras que
regulam as relações entre as pessoas de uma sociedade, na busca
pelo bem comum, felicidade e justiça. Estas regras são adquiridas pela
32 Processo Decisório

educação, tradição e cotidiano, e orientam cada indivíduo nas suas


ações e julgamentos sobre o que é certo ou errado, bom ou mau, moral
ou imoral.
A tomada de decisão é assim, temos que utilizar os princípios
da ética com a convicção de que “fizemos o que tem de ser feito,
aconteça o que acontecer”, pois é nossa obrigação. Ou ainda de acordo
com a responsabilidade, onde “cumprimos o que tem de ser feito, mas
analisamos as consequências possíveis”.
Pensando na aplicação da ética na tomada de decisão Dubrin
(2006) elaborou um passo-a-passo para que a melhor escolha seja
realizada:
1. Coletar os fatos;
2. Definir as questões éticas envolvida;
3. Identificar as partes afetadas;
4. Identificar as consequências;
5. Identificar as obrigações;
6. Considerar seu caráter e integridade;
7. Pensar criativamente sobre ações a serem tomada, buscando
alternativas;
8. Verificar sua intuição. E pensar em como você se sentiria se
tivesse tomado uma ou outra decisão.

Nenhuma organização sobrevive por muito tempo com práticas


antiéticas, para evitar muitas utilizam o código de ética que possui a
função de orientar e guiar o comportamento de seus gestores, líderes e
todos os colaboradores.
Então, o código de ética é um direcionador de tomada das decisões
e determina a conduta comportamental diante de colaboradores,
clientes, fornecedores e órgãos governamentais.
O Código de ética, também sustenta algumas situações mais
específicas da organização, como avaliação de ações e consequências
para as quais não existem regras detalhadas. Assim, os gestores devem
utilizar sua intuição e valores para determinar quais tipos de ação são
apropriados de forma ética.
Processo Decisório 33

Com os pontos destacados nessa unidade de estudo, verifica-


se a vital importância da ética nas organizações, pois está diretamente
relacionada à lucratividade no curto e no longo prazo; além da
continuidade da organização no mercado.
Veja, se uma organização possui reputação ruim (hoje pode ser
verificado em diversos sites na internet), você provavelmente não irá
adquirir o produto ou serviço dessa organização, pois terá receio de
acontecer a mesma situação com você, e assim outras pessoas, então
será que essa empresa sobreviverá no mercado?
Dessa forma, as organizações possuem cada vez mais um
incentivo para serem éticas e para manter uma imagem positiva, estão
cada vez mais se preocupando com o tratamento dos colaboradores,
clientes e fornecedores, respeitando o ambiente e as práticas justas de
mercado em termos de preço e tratamento ao consumidor.
Assim, o desenvolvimento de uma capacidade de tomada de
decisão, de alta qualidade, dentro de uma empresa tem o potencial de
servir de base para vantagem competitiva. Essas ações éticas, também
desencadeiam a identificação de oportunidades no mercado associadas
às questões demandadas em resposta aos desejos dos consumidores,
as expectativas das partes interessadas. Muitas empresas aproveitam
para aprimorar ou criar produtos e serviços que se destaquem no
mercado.
De forma resumida, a tomada de decisão ética refere-se ao
processo de avaliar e escolher entre alternativas, esse processo
envolve: a) Compromisso, ou seja, o desejo de realizar a coisa certa,
independentemente do custo; b) A consciência de agir de forma
consistente e aplicar convicções morais ao comportamento diário; c)
Capacidade de coletar e avaliar informações, desenvolver alternativas e
prever possíveis consequências e riscos.
Escolhas éticas requerem a capacidade de fazer distinções
entre opções alternativas. Nas decisões de forma ética tem algumas
sugestões para que as melhores decisões sejam tomadas:
1. Pare e pense: Impede decisões precipitadas, prepara um
pensamento mais ponderado;
34 Processo Decisório

2. Esclarecer objetivos: Antes de escolher, esclareça seus objetivos


de curto e longo prazo;
3. Determine fatos: Verifique se você possui informações
adequadas para apoiar uma escolha inteligente;
4. Desenvolva opções: depois de saber o que deseja
alcançar e julgar os fatos relevantes, faça uma lista de ações que você
pode executar para atingir seus objetivos.
5. Considere as consequências: filtre suas escolhas para
determinar se alguma de suas opções violará quaisquer valores éticos
essenciais e elimine quaisquer opções antiéticas
6. Escolha: Tome uma decisão.
7. Siga a Regra de Ouro: trate os outros da maneira que
você deseja ser tratado e cumpra suas promessas.
8. Monitorar e modificar: Os tomadores de decisão éticos
monitoram os efeitos de suas escolhas. Se eles não estão produzindo
os resultados pretendidos ou estão causando resultados indesejados,
reavaliam a situação e tomam novas decisões.

Com as decisões éticas as organizações geram e sustentam


confiança; demonstram respeito, responsabilidade, justiça e promovem
o bem para a sociedade. Na organização a chave para tomar decisões
éticas e lucrativas é pensar nas escolhas em termos de sua capacidade
de atingir nossos objetivos, isso significa que é necessário entender a
diferença entre objetivos imediatos, de médio prazo e longo prazo.
Processo Decisório 35

Empowerment no Processo Decisório


O “Empowerment”, é o processo de conceder poder, liberdade
e a informação para auxiliar no processo decisório e com isso ter
participação ativa na organização (CHIAVENATO, 2005).
Empowerment ou também conhecido como Empoderamento, é
um conceito que está relacionado ao exercício da liderança, por parte
dos colaboradores, dentro das organizações, simboliza a estratégia
organizacional e a capacidade de seus gestores em delegar a tomada
de decisão, promovendo a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo
decisório.
Antes de começar a explicação das características do
Empowerment, temos que definir Liderança e Líder, pois os aspectos
estão intimamente relacionados. Assim, liderança é a capacidade de
influenciar um conjunto de pessoas para alcançar metas e objetivos.
O líder tem como dever conduzir sua equipe de forma que
exista a cooperação e a comunicação, a qual deve ser constantemente
estimulada no âmbito organizacional, garantindo o crescimento
profissional da equipe.
A busca por conhecimento em gestão de pessoas cresce entre os
líderes, pois amplia o amadurecimento profissional deste gestor e auxilia
no trato com a equipe. Isso porque é por meio das pessoas que o líder
consegue mostrar resultados para seus superiores.
Quanto mais conhecimento sobre pessoas, maior é a
possibilidade de influência sobre elas. A base de todo e qualquer tipo
de relacionamento é a confiança e ela se torna essencial também no
relacionamento entre líderes e liderados.
No entanto, estabelecer a confiança entre essas partes não é
tarefa das mais fáceis para um líder. Você deve estar se perguntando:
mas, o que vem a ser confiança? Segundo Robbins (2005, p. 276), “a
confiança é uma expectativa positiva de que a outra pessoa não irá agir
de maneira oportunista – seja por palavras, ações ou decisões”.
É preciso tempo para que a confiança seja construída e estabelecida
entre as partes. Na maioria das vezes, torna-se difícil confiar em alguém
de forma imediata, principalmente, quando não sabemos nada sobre
a pessoa. À medida que conhecemos a pessoa, o relacionamento vai
36 Processo Decisório

se fortalecendo e a confiança passa a ser estabelecida, gerando um


relacionamento mais amistoso, com respeito e credibilidade. Para manter
a sinergia, a confiança é um atributo essencial associado à liderança.
Quando esta confiança é perdida, o desempenho do grupo
pode sofrer efeitos adversos e graves, perde-se em primeiro lugar a
capacidade do líder de gerar credibilidade.
O Empowerment então é baseado em quatro aspectos principais:
Poder, Motivação, Desenvolvimento e Liderança. O primeiro é o
mais importante, pois fornecer poder significa atribuir importância
ao colaborador dentro da organização, estabelecendo assim uma
confiança recíproca. Manter colaboradores motivados, prestigiar o bom
desempenho das tarefas, apreciar e comemorar o alcance das metas,
faz com que ele trabalhe com mais dedicação e proatividade.
Capacitar os colaboradores de uma instituição visando a
qualificação profissional e a oportunidade de adquirir conhecimento,
se torna imprescindível, visto que auxilia no desenvolvimento indireto
da empresa. Orientar as pessoas, estabelecer metas e objetivos, dá
oportunidade de ter uma liderança efetiva para que se possa considerar
e direcionar o desempenho de cada colaborador. Em outras palavras, o
Empoderamento como chamamos no Brasil é formado por:
•• Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e
responsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa dar
importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e autonomia de
ação.
•• Motivação – proporcionar motivação às pessoas para incentivá-
las continuamente. Isso significa reconhecer o bom desempenho,
recompensar os resultados, permitir que as pessoas participem dos
resultados de seu trabalho e festejem o alcance das metas.
•• Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de
capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa
treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento,
ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos na
organização.
Processo Decisório 37

•• Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso


significa orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos
horizontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.

A autoridade pode ocorrer do emporwerment, estimulando a


participação das pessoas, enquanto os gerentes mantêm a autoridade
final pelas decisões. Em outras palavras, o empowerment significa dar às
pessoas da linha de frente – aqueles que estão em contato direto com
o cliente da organização – um poder quase total para tomar decisões e
exercer a iniciativa e a imaginação. (CHIAVENATO, 2005 p.301)

Figura 7: Líder e Liderado no processo de Empowerment (troca de conhecimentos

Fonte: Pixabay

O poder é um processo natural no relacionamento entre líderes


e liderados, pois é a capacidade que uma pessoa tem de influenciar
o comportamento da outra para atingir objetivos. Quanto maior for
a dependência gerada, maior é o poder existente nesta relação, por
exemplo, uma pessoa só terá poder sobre você se ela controlar algo
que você deseja.
Os líderes fazem uso do poder como meio de facilitar e atingir
os objetivos. O empowerment é desenvolvido por meio da delegação
de poderes em busca do melhor aproveitamento do capital humano,
utilizando-se também da gestão estratégica, sendo que seu uso é
38 Processo Decisório

imprescindível, visto que, auxilia na exclusão do vício da centralização


de decisões dentro da organização.
Para promover o empowerment, não basta transferir verbalmente
poder às pessoas; elas precisam ter reais condições de agir no pleno
exercício da sua responsabilidade, desenvolvendo o que chamamos de
“ownership”, ou seja, agirem como intra-empreendedores e como se
fossem “proprietários” do negócio, pensando como empresários.” . Para
a implantação do empoderamento nas organizações é necessário:
1. Compartilhamento das informações com todos os envolvidos:
Quanto maior a quantidade de informação menor será a incerteza.
A Informação deve ser clara, transparente e adaptada à condição e
necessidade de cada equipe em particular.
2. Fornecer Autonomia: dando às pessoas não somente as
informações, mas o apoio e a liberdade necessária para agirem. É
preciso confiar nestes profissionais e incentivá-los a liderar os processos
em que estão envolvidos, e sob os quais assumiram responsabilidades.
3. Redução da burocracia e dos níveis hierárquicos tornando as
equipes capazes de atingir alta performance e buscar a excelência em
níveis mais altos
Incorporar o empowerment dentro de uma instituição é
demonstrar seu amadurecimento organizacional, fornecendo autonomia
aos seus colaboradores, ajudando-os a se sentirem parte do sucesso,
e consequentemente elevando a autoestima, fazendo com que eles
se sintam valorizados e motivados devido a confiança depositada por
seus superiores, e, com isso, se torna mais fácil obter a lucratividade na
organização.
Figura 8: Desenvolvimento da Equipe

Fonte: Pixabay
Processo Decisório 39

A Importância do Empowerment
Vivemos na Era da transformação digital, onde as informações
são cada vez mais aprimoradas para formação do conhecimento. Assim,
as organizações começam a descentralizar o poder de decisão para
incluir seus colaboradores nas tomadas de decisões.
Observa-se que as organizações, cada vez mais, confiam mais
poder de decisão aos colaboradores, permitindo que eles se sintam
mais responsáveis pelo sucesso da empresa, tendo um maior vínculo
motivacional.
Administrar uma organização dentro dessa realidade exige
conhecimentos, habilidades, competências, visão estratégica e,
principalmente, métodos que possibilitem o suporte ao processo de
tomada de decisão (RADUNZ, 2002). Em muitas economias ocidentais,
estão surgindo novos mercados caracterizado por clientes cada vez mais
exigentes, em um ambiente competitivo mais volátil e menos previsível.
Nesse ambiente de alta competição, as organizações precisam ser
ágeis e flexíveis e, para tanto, precisam conceder mais autonomia a seus
funcionários, propiciando uma gestão participativa para a minimização
de problemas e maximização de resultados, esse processo é chamado
de empowerment ou empoderamento.
Então, o Empowerment é uma ferramenta que está em alta no
mercado de trabalho, trata-se do processo de transferir tarefas. Delegar
é basicamente motivar e incentivar os colaboradores, estimulando-
os a se envolver mais com as atividades da empresa, tendo como
objetivo, promover uma qualificação na mão-de-obra e uma redução de
sobrecarga de serviço por parte do superior.
Um dos principais pontos é a aceitação por parte do colaborador e
a confiança nas capacidades por parte do seu superior, são componentes
que devem ser levados em consideração para que eles exerçam as
atividades com eficiência.
A capacitação do colaborador também é algo fundamental para
que o processo de delegação tenha o retorno esperado, mas ocorrem
erros corriqueiros quando as tarefas são repassadas – Você vai fazer
– mas não dizer como devem ser feitos. Para isso foi desenvolvido os
Ciclos do Empowerment, conforme Figura abaixo.
40 Processo Decisório

Figura 9: Ciclos do Empowerment

Fonte: Adaptado pela autora

Referente ao processo de implantação do empowerment, Quinn


e Spreitzer (1999) desenvolveram os ciclos baseados nos problemas
do Empowerment: a) autonomia e responsabilidade possuem limites; b)
Empowerment requer habilidades - a maturidade e a responsabilidade
das pessoas.
Para a implantação os líderes devem criar ambientes de
aprendizagem positivos, proporcionando aos colaboradores uma
riqueza e um conjunto diversificado de ferramentas de aprendizado e
incentivá-los repetidamente a reexaminar seu trabalho nos processos.
Para que isso ocorra é necessário que os gestores e líderes
desenvolvam o PDCA (Plan, Do, Check, Action) afim de estabelecer
melhorias nos processos e facilitar o aprendizado contínuo, criatividade
e qualidade. O ciclo PDCA é utilizado como um modelo de solução de
problemas. De acordo com essa estrutura, as melhorias começarem
com um bom plano (P), e atividades necessárias para alcançar o plano
são implementados (isto é, feito, D), os resultados são verificados (C)
para entender as causas dos resultados, e ações (A) são tomadas para
melhorar os processos
Processo Decisório 41

O ciclo PDCA é também considerado como um modelo de


processo de solução de problemas e consiste em:
1. definição de problema;
2. análise de problemas;
3. geração e seleção de soluções;
4. teste e avaliação de soluções; e
5. desenvolvimento de novas rotinas

O ciclo PDCA consiste de forma resumida em: 1. Planejar:


corresponde à fase de planejamento; 2. Fazer: corresponde a fazer ou
trabalhar no produto que foi projetado; 3. Checagem: é a verificação das
etapas anteriores; 4. Ação: são as medidas tomadas.
O aprendizado em equipe é um processo contínuo de reflexão
e ação, caracterizado por fazer perguntas, buscar feedback e discutir
erros, e isso melhora o desempenho da equipe buscando adquirir,
compartilhar e combinar conhecimentos relevantes às atividades
desempenhadas.
A reflexão é necessária para o aprendizado em equipe e no local
de trabalho, pois permite que os colaboradores tenham um estilo de
comunicação no qual os membros são incentivados a se engajar cada
vez mais em suas atividades.

REFLITA:

Por que empresas de sucesso às vezes tomam decisões


erradas? Por que algumas empresas são melhores que
outras na tomada de decisões? As empresas são igualmente
eficazes nas decisões estratégicas e operacionais? A tomada
de decisão bem-sucedida em uma área da empresa carrega
tal decisão para outras funções e divisões? A tomada de
decisão está se tornando mais difícil? Em caso afirmativo, o
que as empresas podem fazer?

De acordo com essas tendências de mercado, é de se surpreender


que muitos gerentes estejam incertos sobre quem deve estar envolvido
nas decisões e sobre a autoridade própria, pois, as regras são geralmente
42 Processo Decisório

“controles” que descrevem a revisão em vários níveis e etapas de


aprovação para decisões.
O grande problema é que as empresas tratam a tomada de
decisão como um processo totalmente racional quando, de fato,
qualquer esforço para melhorar o processo deve começar construindo
uma compreensão mais profunda de como os gestores realizam os
julgamentos e tomam decisões.
A capacidade de decidir diante de fatos inadequados e incertos é
a essência de um bom gestor. Muitos utilizam a intuição, para detectar
problemas latentes e se mover rapidamente para encontrar soluções
quando reconhecem padrões familiares. Com isso, muitas empresas
assumem que a boa tomada de decisão ocorre a partir da experiência e
confiança no processo.
O mais importante é que todos os gestores entendam o conceito
e a aplicação, pois descentralizar reponsabilidades nem sempre é uma
tarefa fácil, principalmente para gestores que gostam de controlar tudo
e participar de todas as escolhas da equipe, por menores que pareçam
ser. É um trabalho que envolverá dedicação e aprendizado de todas as
partes.
Porém, existem algumas desvantagens na aplicação que estão
relacionadas ao estresse, à tensão e aos erros que ocorrem quando
um colaborador recebe autonomia sem estar devidamente capacitado
e preparado para tomar decisões estratégicas, por esse motivo as
organizações devem estar atentas para colaboradores “empoderados”,
sem competência técnica e clareza organizacional, pois é o suficiente
para gerar o caos organizacional e trazer muitos prejuízos, por isso essa
estratégia deve ser bem planejada.
É fundamental entender que o empowerment não é simplesmente
delegar tarefas entre os colaboradores. O objetivo vai muito mais
além, e exige que cada colaborador possua responsabilidades e
comprometimento com seus projetos, além do cuidado com cada ação
realizada na empresa, com liberdade para novas ideias e autonomia
para tomar decisões, desde que esteja disposto a encarar os resultados.
Assim, cada organização terá percepções distintas, porém alguns
benefícios são comuns como:
Processo Decisório 43

1. Motivação dos profissionais: uma organização que promove


desafios aos colaboradores faz com que se sintam valorizados, tendo
boa chance de se manter motivado em suas ações;
2. Envolvimento de todos os colaboradores: atualmente
utilizado como estratégia organizacional, independentemente do nível
hierárquico, amplia as ideias e visões;
3. Aumento da produtividade: descentralizar as atividades
garante agilidade no processo.

De forma geral, o Empowerment trata a questão da cultura


organizacional e do envolvimento dos gestores. É muito importante o
entendimento dos benefícios organizacionais decorrentes da prática
de relação de poder, que trata da agilidade na tomada de decisões,
identificação de novas oportunidades, resposta eficiente e rápida aos
problemas, níveis mais elevados de autoestima no ambiente de trabalho
e aumento na produtividade devido a motivação.

VOCÊ SABIA?

A Starbucks traz a essência do empowerment em todo o seu


modelo de negócio. A empresa capacita seus colaboradores,
para que “vistam a camisa da empresa”. Como? Investindo em
capacitação.

A empresa possui um “Laboratório de Liderança”, para incentivar


o desenvolvimento das competências de liderança entre todos os
colaboradores, independente da sua hierarquia na organização. O
fundador na marca Starbucks, Howard Schultz, enfatiza que essas ações
fornecem aos colaboradores razões para se dedicar e acreditar em seu
trabalho, pois ao sentir que são parte de uma missão maior na empresa,
eles pessoalmente se engajam para elevar a experiência do cliente.
44 Processo Decisório

RESUMINDO:

Nesta unidade vimos que a tomada de decisão requer


informações completas, fontes confiáveis, sendo que o uso
dos recursos tecnológicos auxilia nessa coleta de informações,
que contribuem na tomada de decisões de uma empresa.

Vimos ainda que a sua principal responsabilidade é


organizar; armazenar os dados, obter informações e gerar
conhecimento. Mesmo que um sistema de informação esteja
bem estruturado, a peça fundamental é um decisor que seja
qualificado e que tenha atitudes seguras e estratégicas.
Processo Decisório 45

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