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TATIANA SOUTO MAIOR DE OLIVEIRA

Sistemas de
Informações
Gerenciais
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
TATIANA SOUTO MAIOR DE OLIVEIRA
AUTORIA
Tatiana Souto Maior de Oliveira
Olá! Meu nome é Tatiana Souto Maior de Oliveira. Sou doutora em
Administração com ênfase em tecnologia, possuo Mestrado em Gestão
Urbana pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e especializações
na área de Tecnologia da Comunicação e Informação. Atualmente sou
professora universitária, profissão que exerço há 15 anos, trabalhando com
pesquisa e consultoria na área de administração e atuando principalmente
no elo dos seguintes temas: informação, tecnologia e negócio.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
O que são sistemas de informação?.....................................................12

Conceito ................................................................................................................................................. 12

Por que os sistemas de informação são necessários?.................16

Componentes de um sistema de informação............................................................ 17

Componentes da informação..................................................................19

Tipos de sistemas de informação........................................................................................ 22

Sistemas de informação e estrutura organizacional..............................................33

Estrutura necessária para a implementação de sistemas de

informação.........................................................................................................................34

Gestão da tecnologia da informação e os tipos de sistemas de


informação...................................................................................................... 38

Papel da tecnologia da informação nas empresas................................................ 39

Benefícios da tecnologia nas empresas...................................................... 41


Sistemas de Informações Gerenciais 7

01
UNIDADE
8 Sistemas de Informações Gerenciais

INTRODUÇÃO
A tecnologia da informação está presente em nossa sociedade.
Isso é fácil de se perceber ao analisarmos o uso e até a dependência das
pessoas no uso de celulares, redes sociais e computadores. O mesmo
fato ocorre com as empresas onde a maioria dos processos acontece
por meio de sistemas tecnológicos. Você está achando exagero? Ouso
dizer que isso não é nada. Já ouviu falar de Big Data, Indústria 4.0, Internet
das Coisas? Com o crescimento do uso e do volume de dados que estão
sendo gerados todo dia, é provável que a tecnologia esteja cada vez mais
no nosso dia a dia.

A partir deste contexto, em que informação e tecnologia começam


a ter um papel fundamental em nossa sociedade, podemos entender a
importância do entendimento dessa área para todos os profissionais de
hoje e de amanhã.

Assim, nesta unidade estaremos nos aproximando da lógica por


trás da tecnologia da informação, a qual permitirá que nós, profissionais,
consigamos fazer um melhor uso dos recursos tecnológicos de nossas
empresas.

Agora é o momento! Vamos lá!


Sistemas de Informações Gerenciais 9

OBJETIVOS
Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Entender o que é e para que servem os sistemas de informação


nas empresas;

2. Discernir sobre a importância de se implantar, manter e gerenciar


sistemas de informação em uma empresa;

3. Entender, de forma crítica, o conceito de informação e seus


componentes;

4. Definir o conceito de gestão da tecnologia da informação e os


diferentes tipos de sistemas de informação.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
10 Sistemas de Informações Gerenciais

O que são sistemas de informação?

INTRODUÇÃO:

Em época de Indústria 4.0, e-social e outras ferramentas


baseadas em tecnologia, dominar os conceitos de sistemas
de informações é hoje uma competência essencial para
todo profissional. Assim, ao término deste capítulo você
será capaz de entender os conceitos de sistemas de
informação, seus componentes e importância, bem como
os principais sistemas existentes nas organizações.

Conceito
O primeiro passo para compreendermos a era da informação é
entendermos alguns conceitos que são essenciais para compreender o
funcionamento dos sistemas de informação. Vamos começar a analisar o
termo tecnologia, você já parou para pensar no que vem a ser tecnologia?

A maioria das pessoas associam o conceito de tecnologia com


cenários de filmes com efeitos especiais, mas na realidade o conceito de
tecnologia é simples, nada mais é do que uma técnica, uma forma de
se realizar algo. Desse modo, quando utilizamos alguma ferramenta para
abrir um refrigerante, um abridor de latas, estamos na realidade usando
tecnologia.

Quando relacionamos tecnologia com informação, o mesmo


acontece, podemos ter técnicas extremamente simples até as mais
rebuscadas. Segundo Cruz (2014, p. 6), tecnologia “é todo e qualquer
dispositivo que tenha capacidade para tratar e/ou processar dados e/
ou informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, quer esteja
aplicada no produto, quer esteja aplicada no processo”.

Vamos imaginar uma simples calculadora, onde inserimos uma série


de comandos numéricos que nos retorna um determinado resultado. A
calculadora em questão é uma tecnologia, da mesma forma que o ábaco
também era.
Sistemas de Informações Gerenciais 11

A grande questão aqui é desmistificar que a tecnologia é só algo


extremamente inovativo. Por isso, essa compreensão é importante, pois
serve para identificarmos a tecnologia correta para cada necessidade.
Essa simples reflexão permite otimizarmos recursos e termos projetos
tecnológicos mais efetivos.

REFLITA:

No caso da calculadora, será que todos na organização


necessitam de uma calculadora HP?

Entendido o conceito de tecnologia, vamos refletir sobre o


conceito de sistemas, mas o que vem a ser um sistema? Do ponto de
vista conceitual, um sistema “é um conjunto de partes interagentes e
interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com
determinado objetivo e efetuam determinada função” (OLIVEIRA, 2002, p.
35). Sendo assim, vamos analisar esse conceito a partir da figura 1.
Figura 1: Funcionamento de um sistema

SISTEMA
ENTRADAS SAÍDAS

SUBSISTEMA SUBSISTEMA

SUBSISTEMA SUBSISTEMA

FEEDBACK

Fonte: Gonçalves, 2017, p. 32.

O conceito de sistema é aplicado a todos os contextos possíveis e


foi definido na década de 1920 por Ludwig von Bertalanfy.
12 Sistemas de Informações Gerenciais

SAIBA MAIS:

A Teoria Geral dos Sistemas apareceu nos trabalhos do


biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, publicado entre
1950 e 1968, apresentando um modelo que pode analisar
os grupos sociais e o sistema geral, no qual a comunicação
é uma interação de elementos, com propósito, equilíbrio,
organização, regulação, diferenciação e complexidade.

Um sistema é definido como um conjunto de componentes inter-


relacionados que trabalham em conjunto para alcançar objetivos comuns,
aceitando dados de entrada (entrada) e produzindo resultados (saída) em
processos de transformação organizados.

Na figura 1 pudemos ver como funciona um sistema, tudo se inicia


a partir de uma entrada que alimenta o sistema e seus subsistemas. Os
subsistemas processam as entradas gerando resultados, ou seja, as saídas.

Agora vamos detalhar cada um dos componentes de um sistema


conceitualmente.

• Entradas: são todos os recursos necessários para a realização


(processamento) de alguma tarefa, não se refere somente à
informação, mas a todo um conjunto de recursos. Segundo
Gonçalves (2017, p. 32), “por exemplo, para realizar a digitação de
informações para alimentar algum banco de dados, será preciso
um operador, uma máquina para digitação e coleta dos dados”.

• Processamento: essa etapa se refere a todas as atividades


necessárias para a geração dos resultados almejados pelo sistema.

Nesse item serão feitas as atividades de produção do bem


ou serviço, aqui, os recursos transformadores processaram
os recursos a serem transformados, dando vida ao produto.
Por exemplo, para fazer um relatório de dados, o recurso
transformador (digitador) utiliza o equipamento disponível
(computador) por intermédio da digitação dos dados coletados
(recursos a serem transformados). O término do trabalho é o
Sistemas de Informações Gerenciais 13

próprio relatório contendo os dados, ou seja, a informação


copilada. (GONÇALVES, 2017, p. 32)

• Saídas: as saídas são chamadas de outputs dos sistemas, ou seja,


são os resultados dos sistemas.

Também conhecida como output, aqui encontramos o produ-


to pronto, com os atributos demandados pelo seu consumi-
dor. No nosso exemplo será o relatório digitado com a maior
brevidade possível, as melhores qualidade e segurança possí-
veis, auxiliando a gestão para a tomada de decisão. (GONÇAL-
VES, 2017, p. 32)

Vamos agora imaginar o conceito de sistemas na área de produção


de uma empresa. As entradas seriam as matérias-primas, mão de obra,
água, energia; o processamento é a confecção do produto e a saída é o
próprio produto.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Compreendemos
os conceitos de sistemas de informações gerenciais,
analisando o que é tecnologia. Aprendemos como se dá
o funcionamento de um sistema e sobre a Teoria Geral dos
Sistemas.
14 Sistemas de Informações Gerenciais

Por que os sistemas de informação são


necessários?

INTRODUÇÃO:

Seguindo a lógica conceitual de sistemas, fica fácil entender


o conceito de sistema de informação. Neles as saídas são
as informações e as entradas se referem a tudo que é
necessário para a geração dessa informação, como dados,
computadores, sistemas de redes etc. E o processamento
seria a lógica do sistema, a programação que realiza as
combinações corretas para gerar a informação correta.
Sendo assim, neste capítulo, vamos conhecer os
componentes dos sistemas de informação.

Segundo Gonçalves (2017, p. 110),

Os sistemas de informação são os conjuntos organizados


de elementos, podendo ser pessoas, dados, atividades ou
recursos em geral. Esses elementos interagem entre si para
o processamento de informações para depois, de alguma
forma, divulgar essas informações processadas.

Ainda nesse sentido, segundo O’brien e Marakas (2013, p. 2),

Um sistema de informação (SI) pode ser qualquer combinação


organizada de pessoas, hardware, software, redes de comu-
nicação, recursos de dados e políticas e procedimentos que
armazenam, restauram, transformam e disseminam informa-
ções em uma organização.

De maneira simples, Kroenke (2012, p. 28) explica que “um sistema


é um grupo de componentes que interagem para alcançar o mesmo
objetivo e produzir informações”.
Sistemas de Informações Gerenciais 15

Componentes de um sistema de informação


Para que um sistema de informação funcione de forma correta, são
necessários alguns componentes básicos. Na figura 2 podemos ver esses
componentes.
Figura 2: Componentes dos sistemas de informação

Hardware Software Banco de dados

Peopleware Rede Processos

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.

Para melhor entendermos o funcionamento dos sistemas de


informação, vamos agora detalhar cada um dos componentes da figura 2.

• Hardware: trata-se de um equipamento necessário ao processa-


mento das informações, é fisicamente nele que ocorre o proces-
samento.

Segundo Gonçalves (2017, p. 38),

É o equipamento físico, o que você consegue tocar, é tangí-


vel, nele você tem a opção de realizar a entrada dos dados,
o processamento e a saída dos sistemas de informação, ele
tem necessariamente três partes, uma unidade de processa-
mento chamada de Unidade Central de Processamento (CPU),
dispositivos de entradas e saídas e os dispositivos de armaze-
namento (memórias e o disco rígido), eles variam de modelo,
tamanho e função, de acordo com a utilização dentro das or-
ganizações, porém mantendo sempre essas funções.
16 Sistemas de Informações Gerenciais

• Software: podemos entender que são o cérebro dos sistemas,


são eles que determinam como deve ser o processamento.
Trata-se do conjunto de regras que determinam como deve ser o
processamento

Segundo Gonçalves (2017, p. 38),

consiste em instruções detalhadas e pré-programadas que


controlam e coordenam os componentes (hardware). Também
pode ser definido como uma sequência de instruções escritas
para serem interpretadas por um computador, com o objetivo
de executar tarefas específicas.

• Processos: os processos são a base para o processamento, é o


que determina como deverá ser, eles são a base para o software.
Segundo Gonçalves (2017, p. 31), “podem ser definidos como a
maneira pela qual se realiza uma operação”.

• Peopleware: todo sistema de informação necessita de pessoas


para o seu funcionamento. Segundo Gonçalves (2017, p. 38), “são
pessoas que trabalham diretamente, ou indiretamente, com a área
de TI, ou mesmo com sistema de informação”.

• Netware (Rede): os sistemas necessitam do cruzamento de


diversos recursos, as redes permitem o estabelecimento dessas
conexões. Segundo Gonçalves (2017, p. 38), “aqui temos as ligações
e as interligações dos diversos equipamentos de computação,
realizando a transferência de dados de uma localização física para
outras. Esses equipamentos têm conexões de voz, dados, imagens,
sons e vídeos”.

• Banco de dados: o banco de dados é um software que tem a


capacidade de armazenar e cruzar dados, assim ele é peça
fundamental para a geração de informações. Segundo Gonçalves
(2017, p. 36) “é uma coleção de dados organizados para atender a
aplicações, tem a função de centralizar os dados organizando e
evitando duplicidades”.
Sistemas de Informações Gerenciais 17

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Conhecemos os
componentes dos sistemas de informações, bem como os
detalhes de cada um deles.

Componentes da informação

INTRODUÇÃO:

Como vimos no conceito de sistemas de informação, o


output desejado desses sistemas são informações, e o
inputs essenciais para a geração de informação são os
dados. Neste capítulo, vamos compreender a diferença
entre dado e informação. Vamos estudar quais são as
características das informações, bem com os tipos de
sistemas de informação e sua estrutura organizacional.
Estudaremos ainda a Indústria 4.0 e a Internet das coisas.

Mas qual diferença entre dado e informação? A diferença é simples,


um dado sozinho não serve de nada, já um conjunto de dados se
transforma em informação. Vamos ver essa diferença conceitualmente.

Segundo Gonçalves (2017, p. 18), dados

São um conjunto de valores ou ocorrências em um estado


bruto, ou seja, podem ser inúmeros e não relacionados entre
si, portanto precisam de tratamento para que virem uma
informação e, então, descrevam as características de um
evento aleatório.

Ainda de acordo com Gonçalves (2017, p. 18), informação


18 Sistemas de Informações Gerenciais

Pode ser definida como um conjunto de dados organizados,


que nos trazem uma mensagem sobre um evento ou fenômeno.
Ela vai ser a base do conhecimento, pois acaba por trazer as
possibilidades necessárias para a solução de problemas ou
tomada de decisões. Outra definição indica que a informação
é um fenômeno que confere significado ou sentido às coisas,
já que, por meio de códigos e de conjuntos de dados, forma
os modelos do pensamento humano, convertendo os dados
em contexto significativo e útil.

EXEMPLIFICANDO: Imagine que você precisa realizar o paga-


mento dos funcionários de uma empresa e, para isso, saber o total a ser
pago para fazer o planejamento financeiro. Nesse contexto, precisamos
dos seguintes dados:

• Nome do empregado.

• Número de horas trabalhadas.

• Valor da hora trabalha.

• Função de cada funcionário.

Esses dados isolados, do ponto de vista empresarial, não servem


para nada, mas quando cruzados nos dá exatamente o que precisamos
para o devido planejamento, a informação do montante necessária para
o pagamento.

Ainda no em relação às informações, é importante analisarmos


algumas características que devem ser consideradas e preservadas.
Essas características são:
Sistemas de Informações Gerenciais 19

Figura 3: Características das informações

Tempo Conteúdo Forma


Prontidão Precisão Clareza
Aceitação Relevância Detalhe
Frequência Integridade Ordem
Período Concisão Apresentação
Amplitude Mídia
Desempenho

Fonte: O’brien e Marakas, 2013, p. 376.

Agora, vamos detalhar cada uma delas, pois elas são realmente
importantes para a eficácia do sistema, pois se essas características não
forem atendidas, os sistemas não atingirão os objetivos almejados. Vamos
analisar as dimensões isoladamente.

Dimensão: tempo

• Prontidão: fornecida quando necessária.

• Atualização: atualizada quando fornecida.

• Frequência: número de vezes necessárias.

• Período: fornecida em períodos desejados.

Dimensão: conteúdo

• Precisão: isenta de erros.

• Relevância: atender às necessidades do receptor.

• Integridade: fornecida de forma completa.

• Concisão: apenas a informação necessária.

• Amplitude: alcance e foco de acordo com a demanda.

• Desempenho: mensuração de atividades concluídas, progresso


realizado.

Dimensão: forma
20 Sistemas de Informações Gerenciais

• Clareza: fácil de compreender.

• Detalhe: no grau de detalhe desejado.

• Ordem: na sequência desejada.

• Apresentação: narrativa, numérica, gráfica etc.

• Mídia: impressa, eletrônica, vídeo etc.

Vale ressaltar que a informação obtida a partir do cruzamento


de informações já não é mais suficiente, as empresas precisam de
conhecimento.

Segundo Gonçalves, (2017, p. 19),

Pode ser considerado como um conjunto de informações ar-


mazenadas por intermédio da experiência ou da aprendizagem
(a posteriori) ou através da introspecção (a priori). No sentido
mais lato do termo, trata-se da posse de múltiplos dados in-
ter-relacionados que, por si só, têm um menor valor qualitativo.

Quando fazemos cenários financeiros ou de previsão de vendas


com base histórica, estamos cruzando uma série de informações distintas,
que nos gera como resultado um conhecimento específico. Na figura 4
podemos ver o relacionamento entre dados, informação e conhecimento.
Figura 4: Relacionamento entre dados, informação e conhecimento

Dados Informação Conhecimento

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.

A partir do cruzamento de dados geramos informações e a partir do


cruzamento de informações geramos conhecimento.

Tipos de sistemas de informação


Em uma organização, é possível a existência de sistemas de infor-
mação diferentes conforme os outputs desejados. Na figura 3 podemos
ver uma série de tipos de sistemas conforme o tipo de informação que
cada sistema fornece.
Sistemas de Informações Gerenciais 21

Figura 5: Classificações gerenciais e operacionais dos sistemas de informação

Sistemas de
processamento
especializado

Sistemas de
processamento 1
de transações

Sistemas de
Apoio de Sistemas
controle de 2 7
operações de especializados
processos
negócios
Sistemas de Sistemas de Sistemas
suporte às colaboração 3 de gestão do 8
operações empresarial conhecimento
Sistemas de
Informações Sistemas de Sistemas de
Sistemas
informação 9
de suporte informações 4
gerenciais estratégicos
gerencial
Suporte à Sistemas
tomada de Sistemas de funcionais de 10
5
decisões apoio à decisão negócios

Sistemas de
informação 6
executiva

Sistemas de
processamento
especializado

1. Processamento de transações de negócios 7. Apoio especializado para a tomada de decisão

2. Controle de processos industriais 8. Gerenciar conhecimento organizacional

3. Colaboração de equipe de trabalho 9. Apoiar a vantagem competitiva

4. Relatórios pré-especificados para gerentes 10. Apoiar as funções básicas do negócio

5. Apoio interativo à decisão

6. Informações adaptadas para executivos

Fonte: O’brien e Marakas, 2013, p. 39.


22 Sistemas de Informações Gerenciais

Na figura 5, vemos duas grande divisões entre os sistemas: os


sistemas de suporte às operações e os sistemas de suporte gerencial,
vamos começar analisando esses dois tipos.

Os sistemas de suporte às operações são sistemas que apoiam as


empresas em suas atividades operacionais cotidianas, como um sistema
de gestão de custos, que permite o registro diário dos gastos e das
despesas de uma empresa, ou um sistema de atendimento ao cliente,
que permite o cadastramento das reclamações dos clientes. Segundo
O’brien e Marakas (2013, p. 39),

Esses sistemas de suporte às operações produzem uma


variedade de resultados de informação para uso interno e
externo. Entretanto, sua ênfase não recai nos produtos de
informação que possam a ser mais bem usados pelos gerentes.
Geralmente é necessário o processamento adicional pelos
sistemas de informação gerencial. O papel dos sistemas de
apoio operacional de uma empresa é processar eficientemente
as transações de negócios, controlar os processos industriais,
apoiar as comunicações e a colaboração e atualizar bancos de
dados corporativos.

Já os sistemas que dão suporte gerencial, são sistemas que


fornecem informações de cunho gerencial e estratégias para as empresas.
Nesse caso, podemos pensar em um sistemas de controladoria que
permite uma análise dos gastos gerais da empresa ou um sistemas que
mede a satisfação dos cliente com base nas reclamações dos clientes.

Segundo O’brien e Marakas (2013, p. 40), esses sistemas “se


concentram em fornecer informações e dar suporte para a tomada de
decisão eficaz por parte da gerência”.

Agora, vamos analisar rapidamente cada um dos sistemas que


aparecem na figura 5, correlacionando-os com o nosso dia a dia, ou seja,
operacionais.
Sistemas de Informações Gerenciais 23

Sistemas de processamento de transações

Os sistemas de processamento de transações existem praticamente


em todas as empresas, são eles que efetuam na maioria das atividades
rotineiras e controlam essas atividades. Segundo Gonçalves (2017,
p. 110), esses sistemas “têm a função de supervisionar as atividades
elementares e todas as transações da organização, realizando o registro
das informações necessárias para o bom funcionamento da organização”.
Um bom exemplo desses sistemas são

Os sistemas de ponto de venda (PDV) de muitas lojas de varejo


usam terminais de registro de caixas eletrônicos, para capturar
e transmitir eletronicamente dados comerciais por meio
de links de telecomunicação com centros de computação
regionais para processamento imediato (tempo real) ou à noite
(lote). (O’BRIEN; MARAKAS, 2013, p. 40)

Sistemas de controle de processo

Segundo O’brien e Marakas (2013, p. 39), “os sistemas de controle


de processo monitoram e controlam processos físicos”. São sistemas
que possibilitam o acompanhamento de alguns processos por meio de
sensores, permitindo um controle remoto, como é o caso do fornecimento
de energia.

Atualmente, estamos vivendo uma grande mudança quando


falamos de sistemas de controle de processos, com a possibilidade de
integrarmos máquinas e equipamentos a sistemas de informações que
prometem, e já vem acontecendo, um upgrade no nosso cenário atual.
Estamos falando do advento da Internet das Coisas e da Indústria 4.0.
24 Sistemas de Informações Gerenciais

Figura 6: Internet das coisas e Indústria 4.0

Fonte: Pixabay

A Internet das Coisas, de maneira simples, está relacionada à


possibilidade de máquinas e equipamentos poderem acessar e se
conectar por meio de redes, principalmente a internet, e realizarem desde
consultas até input de dados. Segundo Santos (2018, p. 21),

A frase “internet of things” é amplamente creditada a Kevin


Ashton [...], ele indicou que cunhou o termo em 1999, enquanto
na Procter & Gamble, mas não decolou até 2009 com um artigo
no RFID Journal. Em nível muito básico, “Internet das Coisas”
significa dispositivos que podem detectar aspectos do mundo
real – como temperatura, iluminação, presença ou ausência de
pessoas ou objetos, etc. – e relatar dados do mundo real, ou
agir sobre isso. Em vez de a maioria dos dados ser produzida
e consumida pelas pessoas (texto, áudio, vídeo), mais e mais
informações seriam produzidas e consumidas pelas máquinas,
comunicando-se entre si para (esperançosamente) melhorar a
qualidade de nossas vidas.

Com esses dois conceitos, teremos uma total mudança de


paradigma na gestão das operações organizacionais, e a base de tudo
isso são os sistemas de processamento de transações e os sistemas de
controle de projetos.
Sistemas de Informações Gerenciais 25

O é a Indústria 4.0?

Foi na edição de 2011 da Feira de Hannover que o conceito da


Indústria 4.0 começou a ser revelado ao público em geral. A iniciativa,
fortemente patrocinada e incentivada pelo governo alemão em associação
com empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa do
país, propõe uma importante  mudança de paradigma em relação à
maneira como as fábricas operam nos dias de hoje.

Nessa visão de futuro, ocorre uma  completa descentralização do


controle dos processos produtivos e uma proliferação de dispositivos
inteligentes interconectados, ao longo de toda a cadeia de produção e
logística. O impacto esperado na produtividade da indústria é comparável
ao que foi proporcionado pela internet em diversos outros campos, como
no comércio eletrônico, nas comunicações pessoais e nas transações
bancárias.

Tornar a Indústria 4.0 uma realidade implicará a adoção gradual de


um conjunto de tecnologias emergentes de TI e automação industrial,
na formação de um sistema de produção físico-cibernético, com intensa
digitalização de informações e comunicação direta entre sistemas,
máquinas, produtos e pessoas; ou seja, a tão famosa Internet das Coisas
(IoT).  Esse processo promete gerar ambientes de manufatura altamente
flexíveis e autoajustáveis à demanda crescente por produtos cada vez
mais customizados. É importante frisar que boa parte dessas novas
tecnologias já está disponível, mas que a transição para a Indústria 4.0
não ocorrerá de forma repentina, e sim gradual, com uma velocidade de
implantação que dependerá de fatores econômicos e estratégicos e da
capacitação tecnológica da indústria presente em cada país.

SAIBA MAIS:

Quer saber mais ainda? Acesse o vídeo “Papo de


especialistas” do SEBRAE, sobre Indústria 4.0, disponível no
link: https://youtu.be/JFsYo8Q1dSQ.
26 Sistemas de Informações Gerenciais

Aplicação da Internet das Coisas em nosso dia a dia. É possível que,


pelo menos atualmente, você não tenha muito interesse em ter uma casa
amplamente conectada. Sob esse ponto de vista, a Internet das Coisas
pode não parecer lá muito relevante, mas é um erro pensar que o conceito
serve apenas para o lar: há aplicações não ligadas ao ambiente doméstico
em que o conceito pode trazer ganho de produtividade ou diminuir
custos de produção, só para dar alguns exemplos. Vamos a outros mais
detalhados conforme publicado no site infowester por Emerson Alecrim:

• Hospitais e clínicas - pacientes podem utilizar dispositivos


conectados que medem batimentos cardíacos ou pressão
sanguínea, por exemplo, e os dados coletados serem enviados
em tempo real para o sistema que controla os exames.

• Agropecuária - sensores espalhados em plantações podem dar


informações bastante precisas sobre temperatura, umidade do
solo, probabilidade de chuvas, velocidade do vento e outras
informações essenciais para o bom rendimento do plantio. De
igual forma, sensores conectados aos animais conseguem ajudar
no controle do gado: um chip colocado na orelha do boi pode
fazer o rastreamento do animal, informar seu histórico de vacinas
e assim por diante.

• Fábricas - a Internet das Coisas pode ajudar a medir em tempo real


a produtividade de máquinas ou indicar quais setores da planta
precisam de mais equipamentos ou suprimentos.

• Lojas - prateleiras inteligentes podem informar em tempo real


quando determinado item está começando a faltar, qual produto
está tendo menos saída (exigindo medidas como reposicionamento
ou criação de promoções) ou em quais horários determinados
itens vendem mais (ajudando na elaboração de estratégias de
vendas).

Sistemas de Colaboração Empresarial

Esses sistemas estão relacionados com o processo de


comunicação interna e externa das organizações. Eles permitem não
somente a comunicação, mas realmente a colaboração entre membros
Sistemas de Informações Gerenciais 27

da empresa e seus possíveis parceiros. Até recentemente o que víamos


nas organizações eram sistemas como e-mail, chat e videoconferência,
hoje temos todo um aparato que permite a comunicação, e as empresas
começam a utilizar cada vez mais esses canais em seu dia a dia, são
reuniões, entrevistas, treinamentos, todos eles por meio desses sistemas.
Você já utilizou esses sistemas para realizar suas reuniões? Dentre os
principais, podemos destacar: o Google Hangout Meet, Skype e o próprio
WhatsApp.

Dentre os sistemas de apoio à decisão podemos destacar:

Sistema de Informação Gerencial (SIG)

Segundo Gonçalves (2017, p. 110),

Os sistemas de informações gerenciais são utilizados para


desenvolver relatórios sobre desempenho, permitindo
a monitoração e o controle empresarial com foco no
crescimento sustentável. Suporta o trabalho que lida com
dados e informações formadoras de conhecimento, também
atuam no controle e na integração dos processos.

No mesmo sentido, Kroenke (2012, p. 29) afirma que os SIGs


consistem no desenvolvimento e uso de Sistemas de Informação que
ajudam as empresas a alcançarem suas metas e seus objetivos. Essa
definição contém três elementos-chave: desenvolvimento e uso, sistemas
de informação e metas e objetivos de negócios.

Sistemas de Apoio à Decisão (SAD)

Esses sistemas têm como característica básica fornecer informação


relevante para o setor gerencial e estratégico da organização que permite
que eles tomem uma decisão estratégica. Segundo Gonçalves (2017, p.
110),

Eles são utilizados para auxiliar a gestão da empresa na tomada


de decisões estratégicas ou operacionais, ele utiliza as mais
diversas fontes de informações (obtidas pelo SPT, sistema de
processamento de transações e SIG), além de informações
externas para a análise e resolução de problemas.
28 Sistemas de Informações Gerenciais

Sistemas de Informação Executiva (SIE)

Esses sistemas são utilizados para o auxílio à gerência com a


exposição de gráficos e dados com uma linguagem de fácil entendimento.
Ele se vale de dados externos e internos (SIG, sistema de informação
gerencial e SAD, sistema de apoio à decisão), condensando esses
dados e mostrando ao profissional que tomará a decisão os dados mais
importantes.

Diferentemente dos sistemas de apoio à decisão e do SIG, esses


sistemas têm como característica fundamental o formato em que é
entregue essas informações, normalmente em dashboard (como se fosse
um painel gráfico com informações consolidadas), personalizado para
cada executivo.

Por exemplo, um executivo de vendas receberia um relatório


sobre o andamento de suas vendas no trimestre, bem como a previsão
de vendas para o próximo trimestre com base nos leads cadastradas. Da
mesma maneira um executivo da área financeira receberia um resumo da
situação financeira da empresa, todos os dias ao ligar o seu computador,
de maneira intuitiva e prática para a tomada de decisão.
Figura 7: Exemplo de dashboard

Fonte: Freepik
Sistemas de Informações Gerenciais 29

Segundo O’brien e Marakas (2013, p. 40),

Os sistemas de informação executiva (executive information


systems – EIS) fornecem aos executivos e gerentes informações
fundamentais a partir de uma ampla variedade de fontes
internas e externas em exibições em tela de fácil utilização.
Por exemplo: os altos executivos podem usar terminais com
tela sensível ao toque para examinar instantaneamente
textos e gráficos destacando áreas-chave do desempenho
organizacional e competitivo

Ainda pensando em sistema de suporte à decisão, se pensarmos


em sistemas que fornecem não só informações ao usuário, mas
sobretudo conhecimento, podemos destacar o último nível de
sistemas apresentado na figura 5. Esses sistemas estão relacionados ao
fornecimento de inteligência organizacional, tema que iremos detalhar
na unidade 4, entretanto, aproveitaremos para descrevê-lo brevemente
neste momento. Estamos falando dos sistemas especialistas, sistemas de
gestão do conheciemento, sistemas de informação estratégico e sistemas
funcionais de negócio.

Sistemas especialistas

São aqueles que baseados no conhecimento, fornecem conselho


especializado. Segundo Kroenke (2012, p. 206), os sistemas especialistas
sintetizam o conhecimento humano específico em forma de regras “se/então”.

Sistemas de gestão do conhecimento

São sistemas que fornecem suporte aos negócios para integrar


novos conhecimentos e auxiliar a organização a controlar o fluxo de
papéis, dentre os principais sistemas podemos destacar: KWA (Sistemas
de Conhecimento do Trabalho - Knowledge Work Systems); OAS (Sistemas
de Automação de Escritório - Office Automation Systems); Data Warehouse
(organizar dados corporativos); Data Mining (Mineração de dados) e o
workflow é definido como uma coleção de tarefas organizadas.
30 Sistemas de Informações Gerenciais

Sistemas de informação estratégico

São sistemas que fornecem informações de cunho estratégico


para o alto escalão das empresas, esses sistemas normalmente realizam
um cruzamento de todas as informações da empresa e as cuzam com
as variáveis pré-definidas do planejamento estratégico da organização.
Nesses sistemas é possível se trabalhar também com dados externos
que permitem a realização de análise contextuais. Um bom exemplo de
sistema de informação estratégico seriam os Balanced Scorecard, que
utilizam uma série de indicadores operacionais e gerenciais para a análise
da situação da organização.

Sistemas Funcionais de Negócio

São sistemas específicos em determinadas áreas funcionais. Esses


sistemas abordam normalmente a especificidade informacional de cada
uma das áreas, por exemplo, a área de recursos humanos que tem
sistemas especializados em trâmites trabalhistas e operacionais da área e
integrações com os sistemas governamentais como o e-social. A grande
características é que são sistemas que cujas informações, principalmente
as operacionais, têm detalhes específicos. Outro exemplo é a área de
contabilidade, que tem normalmente sistemas especializados para
realizar os processo contábeis, como é o caso do sistema cordilheira.

O que é o e-social?

O e-social é uma iniciativa do governo federal por meio da ação


conjunta da Caixa Econômica Federal, do Instituto Nacional do Seguro
Social, do Ministério da Previdência, do Ministério do Trabalho e da Receita
Federal do Brasil, com o intuito de facilitar o processo de transmissão
de informações relativas à relação trabalhista entre empregador e
empregado.

O e-social é lei e foi instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro


de 2007, e é regulado pelo Ato Declaratório nº 5, de 17 de julho de 2013.

O e-social concentra todas as informações relativas às obrigações


trabalhistas, garantindo o controle dos direitos dos trabalhadores. Assim,
a finalidade principal do e-social pode ser entendida como acabar
Sistemas de Informações Gerenciais 31

com as divergências nos registros relacionados aos empregados e nos


números de identificação fiscal — como CPF e NIS (NIT/PIS/PASEP) —,
impossibilitando a ocorrência de informações incorretas nos registros de
admissões e demissões.

A partir da eliminação das divergências de informações é possível:

• Assegurar que os direitos previdenciários e trabalhistas sejam


garantidos para todos os trabalhadores.

• Simplificar o cumprimento das obrigações trabalhistas e previden-


ciárias.

• Melhorar a qualidade das informações sobre o trabalho, a segu-


rança social e as relações fiscais.

• Diminuir a sonegação.

• Possibilitar o cruzamento das informações, facilitando a fiscalização.

Sistemas de informação e estrutura


organizacional
Atualmente os sistemas de informação permeiam toda a organiza-
ção, e todos os níveis organizacionais demandam de informações para
que suas operações sejam realizadas. Na figura a seguir podemos ver o
relacionamento entre os diferentes níveis organizacionais.
Figura 8: Sistemas de informação e níveis organizacionais

Operacional Tático/gerencial Estratégicos


Sistemas de Sistemas de Sistemas de
processamento informações apoio à decisão
de transações gerenciais
Informações
Informações para Informações que amparam
o dia a dia da que amparam a decisões
organização continuidade das estratégicas
operações

Fonte: Elaborado pela a autora, 2021.


32 Sistemas de Informações Gerenciais

Dessa maneira, temos as seguintes premissas:

• Os sistemas de apoio à decisão subsidiam o nível estratégico para


a tomada de decisão e apoio ao planejamento estratégico da
organização. Um exemplo desses sistemas é um sistema que crie
cenários a partir de variáveis financeiras, como juros e taxa de dólar
com base nos dados organizacionais, permitindo que um diretor
financeiro tome algumas decisões estratégicas. Outro exemplo
seria um sistema que permita um comparativo de investimentos
em projetos que dê a sinalização de qual seria o melhor projeto
com base em variáveis pré-determinadas pelo usuário do sistema.

• Os sistemas de informação gerencial têm como função alimentar


o gerenciamento das organizações, fornecendo informações
aos gerentes e supervisores de áreas, por exemplo, na área de
produção podemos citar os sistemas de PCP (planejamento de
controle de produção), que realizam todo o planejamento da
produção cruzando dados oriundos da área de vendas.

• Os sistemas operacionais têm como função atender às demandas


operacionais, isto é, fornecer informações que permitam a
operacionalização diária da empresa. Por exemplo, um sistema de
call center que gera lista de pessoas a serem contactadas para
que os atendentes possam realizar o contato.

Dessa forma, as informações fornecidas pelos diferentes tipos de


sistemas têm muito valor para cada um dos níveis organizacionais.

Estrutura necessária para a implementação de


sistemas de informação
Quando pensamos em sistemas de informação, é normal
imaginarmos que para implementá-los precisamos resolver questões
técnicas, como disponibilidade de hardware, infraestrutura de rede e
outros itens técnicos, mas na realidade são necessários mais do que
questões técnicas. Segundo O’brien e Marakas (2013) são necessários
desenvolvimento e ajuste de conhecimentos de diversas áreas da
organização no momento de se implementar um projeto de sistemas
Sistemas de Informações Gerenciais 33

de informações. Essas áreas podem ser vistas na figura a seguir. Vamos


analisar rapidamente cada uma dessas áreas.
Figura 9: Sistemas de informação e aplicações organizacionais

Aplicações de negócios

Tecnologias da informação

Sistemas de
Processos de desenvolvimento
Informação

Conceitos fundamentais

Desafios gerenciais

Fonte: O’brien e Marakas, 2013, p. 5-6 (Adaptado).

• Conceitos fundamentais: antes de mais nada, para o pleno


desenvolvimento de sistemas de informação é necessário
compreendermos conceitos fundamentais que permitem
a compreensão do contexto em que esses sistemas serão
implementados. Trata-se de conhecimentos organizacionais,
técnicos, negociais, comportamentais e sobre estruturas
organizacionais.

• Tecnologias da informação: apesar de termos deixado claro que


sistemas de informação não envolvem somente questões técnicas,
é importante destacar que os conceitos da área de tecnologia
da informação são muito importantes e devem ser analisados e
estruturados organizacionalmente.

• Aplicações de negócios: podemos dizer que os sistemas de


informações têm como principal função aumentar a vantagem
competitiva das organizações e isso se dá a partir do conhecimento
dos processos organizacionais. O conhecimento dos processos
organizacionais permite que a empresa e equipe tenha uma
dimensão das aplicações que podem ser necessárias, bem como
a viabilidade delas.
34 Sistemas de Informações Gerenciais

• Processos de desenvolvimento: outro ponto importante para o


entendimento dos sistemas de informação é o próprio processo
de desenvolvimento que, segundo O’brien e Marakas (2013, p.
5-6), se refere a “como os profissionais de negócios e especialistas
de informação planejam, desenvolvem e implementam sistemas
de informação para encontrar oportunidades de negócios”.

• Desafios gerenciais: no momento de se pensar em sistemas de


informação, há que se considerar também os desafios gerenciais
como questões éticas, de segurança, entre outros. Na opinião de
O’brien e Marakas (2013, p. 5-6) devem ser considerados “os desafios
de gerenciamento eficaz e ético da tecnologia da informação nos
âmbitos de usuário final, na empresa e nos negócios globais”.

A partir desse breve relato dos pontos que devem ser estudados
no momento da implementação de um sistema de informação, podemos
perceber que esses projetos devem ter um caráter multidisciplinar, e não
ter como ponto de avaliação somente as questões técnicas. Por isso,
existe uma série de variáveis que deve ser considerada.

Conforme O’brien e Marakas (2013, p. 5-6),

Neste ponto, você deve ser capaz de perceber que o êxito de


um sistema de informação não deveria ser medido apenas por
sua eficiência em termos de minimização de custos, tempo
e uso de recursos da informação, mas também pela eficácia
da tecnologia da informação em dar suporte a estratégias
de negócio de uma organização, tornando possíveis os
seus processos, aprimorando suas estruturas e sua cultura
organizacionais, e aumentando o valor do cliente e do negócio
da empresa.
Sistemas de Informações Gerenciais 35

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Estudamos aqui o que
é informação, dado e conhecimento e como eles se
relacionam. Vimos os tipos de sistemas de informação,
sua estrutura organizacional e como ela se aplica na
organização. Além disso, compreendemos o que é a
Indústria 4.0 e Internet das Coisas, analisando um exemplo
de dashboard.
36 Sistemas de Informações Gerenciais

Gestão da tecnologia da informação e os


tipos de sistemas de informação

INTRODUÇÃO:

O modo de gerir os investimentos deve partir de modelos


de negócios diferenciados, normalmente baseados em
tecnologia, já que os antigos modelos não funcionam mais.
Para entendermos como a tecnologia da informação deve
ser gerida, é importante retomarmos o processo evolutivo
da tecnologia nas organizações, assim, neste capítulo,
discutiremos primeiramente sobre o papel da tecnologia
nas organizações, na sequência, veremos o processo de
gestão e planejamento de tecnologia da informação e
finalmente analisaremos o perfil profissional necessário
para gerir a tecnologia no novo contexto organizacional.

Da mesma forma que a tecnologia vem evoluindo tecnicamente,


a forma como ela atua nas organizações também vem sendo alterada.
Assim, paralelo ao fato de que a tecnologia tem se espalhado por todos
os segmentos de mercado e por todas as áreas das empresas, a forma
como ela vem sendo abordada pelas organizações vem sendo mudando.

O grande impacto da mudança se reflete na migração do uso da


tecnologia da informação (TI) inicialmente somente para fins operacionais
e agora para fins estratégicos. Essa alteração não ocorreu somente
quanto ao tipo de tecnologia a ser utilizada, mas sobretudo com relação
aos investimentos que hoje são muito mais altos que antigamente.

De acordo com IDG (2016),

Os gastos globais com TI devem crescer 2,9% em 2017 em


relação a 2016, totalizando US$ 3,4 trilhões, após uma
pequena retração prevista para este ano, segundo estimativa
feita pelo Gartner Group. Segundo o instituto de pesquisa, a
área de software e serviços de TI são o principal responsável
pela expansão dos investimentos.
Sistemas de Informações Gerenciais 37

Papel da tecnologia da informação nas


empresas
A tecnologia da informação entra nas organizações na década
de 50 com o advento dos computadores e, com eles, os sistemas de
informação que começam a ser utilizados pontual e operacionalmente
até chegar ao cenário de hoje, onde praticamente todas as organizações
dependem da tecnologia.

O desenvolvimento, o crescimento e a função da tecnologia da


informação nas organizações mudou à medida que os sistemas de
informação foram evoluindo. Podemos perceber que inicialmente os
sistemas de informação tinham um caráter extremamente operacional,
ou seja, suas funcionalidades estavam concentradas em automatizar
atividades que antes eram realizadas pelas pessoas, sem a realização
de críticas ou melhorias. Podemos verificar esse cenário nos sistemas
de processamentos eletrônicos de dados e os de informação gerencial.

Com os sistemas de apoio à decisão, sistemas de informações


executivas e estratégicas e sistemas inteligentes, começamos a perceber
que estes começam a exercer uma função estratégica, já que começam
a deixar de simplesmente trabalhar e fornecer dados e informações e
começam a dar a seus usuários – as empresas – conhecimento.

De acordo com Laudon e Laudon (2004, p. 16),

Enquanto os primeiros sistemas produziam, em grande parte,


mudanças técnicas que afetavam poucas pessoas da empresa,
os atuais vêm provocando mudanças administrativas (que têm
tal informação sobre quem, quando e com que frequência)
e mudanças institucionais ‘centrais’ (que produtos e serviços
produzidos, sob que condições e por quem).

Fazendo um paralelo com a estrutura organizacional das empresas,


a área de tecnologia da informação como função organizacional
inicialmente estava posicionada na estrutura organizacional como uma
das atividades do setor de administração, em alguns casos ela estava
dentro do setor de manutenção da empresa, como podemos ver na
38 Sistemas de Informações Gerenciais

figura a seguir. Ou seja, era simplesmente uma atividade administrativa e


operacional sem grande importância para a organização.
Figura 10: Estrutura organizacional I

Diretoria

RH Produção ADM

Informática

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.

Com o desenvolvimento dos sistemas de informação mais


inteligentes, o setor de informática assume uma função organizacional
dissociada da área operacional que era fortemente ligada ao hardware e
software e passa a estar correlacionada à informação, assumindo dessa
forma uma posição de staff dentro das organizações como podemos ver
na figura a seguir.
Figura 11: Estrutura organizacional II

Diretoria

Tecnologia da
Informação

RH Finanças Produção

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


Sistemas de Informações Gerenciais 39

Ao assumir a função de staff, a área de tecnologia da informação tem


agora uma função estratégica, já que a informação é hoje um dos maiores
recursos que a organização tem e muitas vezes ela pode determinar a
sobrevivência da empresa. Desse modo, percebemos que a forma como a
empresa gerenciava e investia na tecnologia da informação anteriormente
concentrada na área técnica, não podia ser continuada, portanto, urge a
necessidade de uma postura diferenciada que permita que a empresa possa
aproveitar os benefícios que a tecnologia da informação pode oferecer.

Benefícios da tecnologia nas empresas


Eficiência operacional e redução de custos 

Desde o início do uso da tecnologia da informação nas empresas,


ela sempre teve como objetivo a redução dos custos, principalmente
pela otimização de recursos. Inicialmente, com a informatização dos
processos, a TI gerou benefícios de tempo, já que com os sistemas de
informação os processos acontecem de maneira muito mais rápida,
ou seja, melhoria nos processos. Na sequência, a automatização gerou
uma diminuição da necessidade de mão de obra, o que representou a
primeira redução de custos.

A automatização de processos, principalmente na área de


produção, possibilita a redução do consumo de matéria-prima, visto que
os sistemas de informação associados à robótica consegue uma precisão
que gera otimização de recursos materiais e redução de tempo.

Outro exemplo de tecnologia da informação que proporciona uma


redução de custos são as tecnologias de VoIP (Voice Over Internet), que
possibilitam o uso das redes para a realização de ligações, sobretudo
internacionais, facilitando os contatos comerciais internacionais das
empresas.

VoIP, ou Voz sobre Protocolo de Internet, é uma tecnologia que


permite a transmissão de voz por IP (Protocolos de Internet), ou seja,
transforma sinais de áudio analógicos, como em uma chamada, em
dados digitais que podem ser transferidos pela internet. (Disponível em:
https://glo.bo/2PVnBpz. Acesso em: 6 abr. 2021)
40 Sistemas de Informações Gerenciais

Esses benefícios refletem diretamente na eficiência e lucratividade


das organizações, já que com uma diminuição de custos existe uma grande
probabilidade de aumento de margens e participação do mercado e isso
é proporcionado pela tecnologia da informação (LAUDON; LAUDON,
2014).

Comunicação 

Com o avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação


(TICs) e o advento da internet, smartphones e outras tecnologias
modernas, o processo de comunicação interna e externa das empresas
foi radicalmente alterado. Hoje, com o amparo da TI, as empresas
conseguem a velocidade comunicacional necessária ao andamento dos
negócios.

Na comunicação interna, a possibilidade de acessos remotos e


de processos colaborativos proporciona às empresas a agilidade que
é necessária para que as organizações se mantenham no mercado.
Um exemplo simples é o uso de sistemas de mensagens instantâneas
e videoconferência. Muitas empresas multinacionais utilizam esses
sistemas para trocar mensagens entre filiais, resolvendo pendências e
agilizando processos.

Na comunicação interna por meio da internet e da criação de


intranets ou portais, é possível a transmissão e o compartilhamento de
informações necessárias com os colaboradores, onde quer que estejam.

Ainda pensando em comunicação, segundo Laudon e Laudon


(2014, p. 6) “os gerentes usam costumeiramente a colaboração on-line
e tecnologias sociais para tomar melhores decisões e de maneira mais
rápida”.

Tomada de decisões

O avanço tecnológico dos sitemas de informação e banco de


dados possibilitou por meio do cruzamento de informações a sinalização
de tendências servindo como apoio para uma tomada de decisão mais
assertiva. Na opinião de Laudon e Laudon (2014, p. 362), “uma das
Sistemas de Informações Gerenciais 41

principais contribuições dos sistemas de informação é a melhoria na


tomada de decisão, tanto para os indivíduos quanto para grupos”.

A importância do embasamento informacional para a tomada de


decisão é determinante para o direcionamento organizacional, já que
uma decisão bem feita pode mudar o rumo da empresa.

Competitividade 

De acordo com Porter (1989), as principais estratégias competitivas


são baseadas no custo e na diferenciação. Com relação ao custo,
a partir do momento que a TI aumenta a eficiência organizacional e
consequentemente otimiza os custos, ela potencializa a competitividade
das empresas. Se analisarmos a redução de custos com materiais na
produção, o custo do produto fica menor e, dessa maneira, é possível
uma melhor barganha comercial, aumentando a participação de mercado
sem comprometer margem.

A TI fornece informações que conduzem as diferenciações, como é


o caso das soluções de Customer Relationship Mangament (CRM), que a
partir do delineamento do perfil do cliente direciona as ações da empresa
conforme as expectativas dos clientes. Na área de produção, soluções
tecnológicas aprimoram a produção gerando também diferenciação ao
produto, isso sem falar no processo de inovação tecnológica.

Novos modelos de negócios

As TICs abrem inúmeras possibilidades que sem ela não seriam


possíveis. “Novos negócios e setores aparecem enquanto os antigos
desaparecem, e empresas bem sucedidas são aquelas que aprendem a
usar as novas tecnologias” (LAUDON; LAUDON, 2014, p. 4).

De acordo com Osterwalder e Pigneur (2011, p. 14), “um modelo


de negócios descreve a lógica de como uma organização cria,
entrega e captura valor”. Com o uso das TICs, começam a sugir várias
empresas baseadas totalmente na internet, apoiando a possibilidade de
customização e personalizações. Um bom exemplo são as plataformas
negociais, como o da Blank Label (www.blanklabel.com) que é uma
empresa on-line que vende camisas totalmente personalizadas, e o Get
42 Sistemas de Informações Gerenciais

Around (www.getaround.com) que é um ambiente virtual onde as pessoas


simplesmente compartilham seus carros.

Relacionamento com cliente e fornecedores

O grande benefício da TI para o relacionamento com o


público externo concentra-se na possibilidade de uma integração
interorganizacional que permite uma agilidade nos processos. A partir
dessa integração é possível personalizar as ações com os parceiros
como forma de melhorar o relacionamento e atender seus interesses.

Alguns fabricantes já possuem sistemas de informação que


automatizam a entrada de pedidos com os grandes atacadistas. Dessa
forma, ambos atacadistas e fabricante conseguem criar estratégias
conjuntas, o que perante ao mercado é sem dúvida uma estratégia
competitiva.

Com clientes, principalmente os grandes, é possível estabelecer


um elo que se bem explorado pode concretizar e manter clientes. Nesse
caso, a tecnologia possibilita também a integração produtiva diferenciada
baseada no just in time (JIT), que é mais difícil de ser rompida.

O conceito do JIT é bastante simples: produzir e entregar os


produtos a tempo (just in time) de serem vendidos. Peças a tempo de
serem montadas e materiais a tempo de serem transformados em peças.
A ideia dos japoneses é produzir pequenas quantidades para corresponder
à procura, enquanto que os ocidentais produzem grandes quantidades
de produtos variados para o caso serem necessários.  (Disponível em:
https://bit.ly/3en2fe8. Acesso em: 6 abr. 2021.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você real-
mente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Aprendemos o papel da tecnolo-
gia da informação nas empresas. Vimos o processo de ges-
tão e planejamento da tecnologia e compreendemos os
benefícios dos sistemas de informações nas organizações.
Sistemas de Informações Gerenciais 43

REFERÊNCIAS
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Disponível em: https://www.infowester.com/iot.php. Acesso em: 6 abr.
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informação e as organizações do século XXI & Introdução ao BPM &
BPMS Introdução ao CMM-I. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

GONÇALVES, G. R. B. Sistemas de informação [recurso eletrônico]


/ Glauber. Porto Alegre: SAGAH, 2017.

KROENKE, D. Sistemas de informaçaões gerenciais. São Paulo:


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LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informações gerenciais:


administrando a empresa digital. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de Informações gerenciais:


administrando a empresa digital. São Paulo: Pearson Education do
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OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas de informação gerenciais: estratégias,


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OSTEWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business Model Generation –


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inovadores, inovadores e revolucionários. Rio de Janeiro: Alta Books,
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PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de


indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

SANTOS, S. Introdução à IoT: Desvendando a Internet das Coisas.


SS Trader Editora, 2018.
TATIANA SOUTO MAIOR DE OLIVEIRA
Sistemas de
Informações
Gerenciais

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