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Cartografia e

Geoprocessamento
Unidade 4
Analise Espacial de Dados Geográfico
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JOHNY HENRIQUE MAGALHÃES CASADO
AUTORIA
Johny Henrique Magalhães Casado
Olá! Sou formado em Administração, Ciências Contábeis e Comércio
Exterior, com uma experiência técnico-profissional nas áreas comercial
e financeira, estando na Gestão Pública há mais de 15 anos. Passei por
empresas privadas na área de associativismo, também atuei em grandes
organizações do Sistema S brasileiro e, atualmente, me dedico à docência.
Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de
vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Espero que eu
possa transmitir um pouco dos meus conhecimentos a você por meio
deste material. Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar
seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
O que é a Ciência da Informação Geográfica...................................10

Conceituando a Ciência da Informação..........................................................................10

O que é a Ciência da Informação Geográfica.............................................................. 13

Sistemas de Informações Geográficas............................................................................. 15

Aprofundando o conceito de análise espacial................................19

Análise espacial dos dados geográficos......................................................................... 19

Banco de dados geográficos.................................................................................................. 20

O SIG e sua operacionalização..............................................................................................23

Interpretação das imagens como objeto de estudo.................... 28

Conceitos sobre os registros de imagens......................................................................28

Interpretação das imagens como objeto de estudo ............................................ 31

Registro de imagens via sensoriamento remoto............................34

Informações e dados sobre os registros de imagens...........................................34

As imagens de satélite de alta resolução ....................................................................37

Fotografia aérea................................................................................................................................ 39
Cartografia e Geoprocessamento 7

04
UNIDADE
8 Cartografia e Geoprocessamento

INTRODUÇÃO
Você sabia que a Ciência da Informação é essencial para o
aprofundamento de qualquer estudo? Aliás, o dito popular que cita a
informação como poder, é de fato corroborado pelo autor neste capítulo.
No contexto, o campo geográfico enquadra-se no propósito, uma vez que
a ciência da informação contribui e fomenta a pesquisa como um todo
e também o fenômeno da informação e suas variantes e formas. Para
se ter uma ciência consolidada, precisa-se de estudos, de pesquisa, de
levantamento de informações. É justamente neste sentido que diversos
bancos de dados foram criados com este tipo de informação, permitindo
não só aos geógrafos, mas a comunidade em geral o acesso aos
levantamentos. Prova disso, é a possibilidade de acompanhar em tempo
real o desmatamento na Amazônia via sistemas de sensoriamento remoto.
Outro ponto tem como pilar os registros de imagens, ou seja, não basta
ter informações paradas, é vital que uma interpretação seja realizada para
tomada de decisão.

Bons estudos!
Cartografia e Geoprocessamento 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Conceituar a Ciência da Informação Geográfica.

2. Expor dados sobre a Análise Espacial dos Dados Geográficos.

3. Demonstrar registros de imagens.

4. Compreender informações e dados sobre os registros de imagens.

“Fazer o que você gosta é liberdade. Gostar do que você faz é


felicidade.”

Frank Tyger, cartunista.


10 Cartografia e Geoprocessamento

O que é a Ciência da Informação


Geográfica

OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você será capaz de compreender


o que representa a informação como ciência e como seu
estudo apresenta diversos aspectos da vida e um uso, cada
vez mais, direcionado e aprimorado da informação. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá!

Conceituando a Ciência da Informação


Antes de compreender melhor o que vem a ser a Ciência da
Informação, vamos compreender o conceito de informação e seu
componente de origem: o dado.

Muitos usam diariamente as planilhas eletrônicas que passamos


com o tempo a denominar Excel, que na verdade é o nome dado
ao software de planilhas eletrônicas, desenvolvido e distribuído pela
Microsoft no mundo todo. Mas o que muitos não percebem é que estão
lidando com dados, organizados e tratados, mas simples dados, cujo
significado e utilidade são criados pelo usuário.

A análise dos dados gera a informação que pode ser utilizada na


pesquisa científica, no mundo corporativo, na escola e na faculdade, enfim,
o mundo só gira se a informação girar com ele. E com isso podemos dizer
que a Ciência da Informação entra para estudar e analisar todo o processo
ligado à informação, da captação dos dados até a sua disponibilidade.

Desta forma, temos que o ponto central da Ciência da Informação


(CI) está na sua contribuição e fomento à pesquisa como um todo e
também para o fenômeno da informação e suas variantes e formas. Busca
como ciência compreender a dinâmica da construção da informação,
bem como seu papel social e seu contexto (SILVA, 2016).
Cartografia e Geoprocessamento 11

Portanto, cabe a CI estudar e pesquisar o crescimento e a


dinâmica dos processos de análise, coleta, classificação, manipulação,
armazenamento, recuperação e disseminação da informação, e se
pensarmos em termos de como toda esta pesquisa demanda tecnologia,
temos que admitir que tal ciência é relativamente jovem, tem pouco mais
de 300 anos:
A Ciência da Informação não é um campo de estudo
tão recente como seu nome pode sugerir. Os primeiros
esboços do que hoje conhecemos como periódicos
datam do século XVII. É claro que os avanços científicos e
tecnológicos da humanidade foram alterando paradigmas,
sendo o ponto culminante – até o presente momento
- o advento da era digital no processo de difusão do
conhecimento (QUEIROZ; MOURA, 2015, p. 26)

Quando afirmamos que a CI é multidisciplinar, que em geral


significa algo que se relaciona com outros fatores, temos algo irrefutável,
principalmente pelo fato de que a atualidade coloca a humanidade em
seu momento de maior geração de informação da história.

Com tantas inovações tecnológicas, com a internet, a computação


em nuvem, temos um cenário atual no qual dados e informação são, cada
vez mais, valiosos, o que coloca a CI em evidência e eleva a importância
de termos Data Mining, a mineração de dados que usa algoritmos para
revelar informações úteis aos negócios.

Não apenas a tecnologia amplificou a necessidade e a relevância


da CI com os anos, a própria globalização impulsionou a necessidade
pelo desenvolvimento de melhores processos relacionados a dados e
informação.

A primeira vez que o termo Ciência da Informação foi cunhado, foi


em duas reuniões encabeçadas por Taylor e que ocorreram no Georgia
Institute of Technology, no Natural Science Foudantion, no estado da
Georgia, nos Estados Unidos, no ano de 1961 e no ano seguinte (BARRETO,
2007; QUEIROZ; MOURA 2015, p. 26).

A matéria de estudos da CI é o comportamento da informação,


e podemos dizer que também atua nos fatores que influenciam o fluxo
da informação, bem como no seu processamento. A tendência é que os
12 Cartografia e Geoprocessamento

estudos da CI englobem todo o escopo, tudo o que for relacionado à


informação, ampliado pela própria questão do comportamento, buscando
proporcionar maior valor a informação estudada, bem como melhorar seu
acesso.

De acordo com Borko (1968, apud QUEIROZ; MOURA, 2015), a CI


busca otimizar a acessibilidade e usabilidade da informação e se preocupa
com os conhecimentos relacionados a sua origem, coleção, organização,
armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação,
e utilização da informação.

Toda esta estrutura multidisciplinar em volta da informação ganhou


um enorme incremento com a tecnologia, afinal, é preciso representar
a informação obtida, trabalhada de alguma forma, seja em meio físico,
impresso, por exemplo, ou no meio que hoje faz mais sentido: o digital.
Ganha a CI, com a evolução da informática, toda uma robustez em
sua codificação, concedendo-lhe melhor transmissão da informação,
melhores algoritmos de processamento e hardware, componentes
computacionais aprimorados.

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o artigo - A


importância do contexto na Ciência da Informação para
compreender melhor a história desta ciência, clicando aqui.

Desde o final da década de 1970 que a CI vem se preocupando


com as condições de acesso à informação e usabilidade pelas pessoas,
algo que ainda hoje causa movimentação e desenvolvimento tecnológico
científico e representa seu atual objeto de estudo (QUEIROZ; MOURA,
2015).

Com a evolução deste conceito de CI apresentado ao mundo por


Borko (1968), outro objetivo, outra ideia, passou a ser considerada como
sua conceituação e apresenta estruturas como repositórios de informação,
suas regularidades, teorias, toda sua história e metodologia, como sendo
o corpo da CI moderna.
Cartografia e Geoprocessamento 13

Fica evidente que esta nova concepção de CI posiciona-a ainda


mais como Ciência e na qual sua própria produção reforça tal conceito
por meio de suas revistas científicas, bancos de dados, da internet,
das academias que oferecem seu conhecimento, sem deixar de lado a
sociedade científica e os docentes.

Nesse sentido, Le Coadic (2004, apud SILVA, 2016) apresenta a CI


como sendo uma área que deve estudar o homem na sua comunidade
para que se possa compreender o aspecto social inerente a sua relação
com a informação. Assim, com apoio de outras disciplinas pode contribuir
para solucionar problemas informacionais, desenvolvendo pesquisas
muito mais densas e aprimoradas.

O que é a Ciência da Informação Geográfica


Após a década de 1950, a geografia passou a demandar mais
informação e os dados captados para este propósito passaram a exigir
maior profundidade e melhor correlação para serem eficientes. O
grande desafio que a geografia precisou superar foi a complexidade da
distribuição espacial destes dados na superfície terrestre em determinado
momento, a temporalidade.

Assim, a CI agregou e muito à geografia, pois, de acordo com Sales


(2017), provocou a criação de sistemas de informação geográficas que,
por sua vez, desenvolveram bancos de dados para que as informações
geográficas pudessem ser armazenadas.

Para a geografia, a estatística e seus métodos foram incorporados


a sua produção de informação, fato que se consolidou, após a década
de 1960, e com tais métodos a estatística ofereceu à geografia as tão
demandadas correlações dos fenômenos analisados e seu aspecto
espaço temporal. Neste sentido, de acordo com Sales (2017), a CI passou
a se tornar robusta e, com isso:
Surgem novas tecnologias, as quais são baseadas, por
exemplo, na tecnologia da informação e comunicação,
favorecendo o aprimoramento dos sistemas geocompu-
tacionais. A estatística para a Geografia entra com a im-
portância de sustentar, através de análises estatísticas, as
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hipóteses (ideias a serem confirmadas ou não) sobre os


fenômenos geográficos (SALES, 2017, p. 72).

Vale ressaltar que não existe ciência sem dados, sem a transformação
dos dados em informação, e com isso uma outra necessidade universal
é a do armazenamento, pois, onde existe dado, existe armazenamento e
para que os dados estejam sempre à disposição, é preciso uma estrutura
que os armazenem e os disponibilizem, quando necessário.

Desta forma, um exemplo que reafirma esta nova necessidade


geograficamente tecnológica pela informação engloba a situação na qual
é preciso analisar crimes em determinada cidade e o processo é feito
pela comparação de áreas com maior e menor incidência e tal análise
depende de que sejam feitos os registros das respectivas ocorrências
e que tal registro esteja disponível, armazenado em banco de dados de
forma segura e por tempo indeterminado (SALES, 2017).

Á medida que se estrutura a informação para o seu uso na geografia,


podemos perceber o quão amplo é seu escopo ao não se resumir em
sua produção e uso, pois existem outras etapas, por exemplo, a coleta
dos dados e suas diferentes técnicas e que, segundo Sales (2017),
envolvem questões que se relacionam com a escala espacial e temporal
da amostragem, na qual, em seguida, tais dados são processados
estatisticamente, ordenados e parâmetros básicos são calculados.

Tanto a CI quanto a estatística são agregadas à geografia e, dessa


forma, surge a disciplina denominada CIG, ou seja, Ciência da Informação
Geográfica, termo cunhado Michael Goodchild, em 1992, e que promove
desde a aquisição até a visualização dos dados geográficos para que
seja possível realizar a especialização de sua forma de armazenamento,
manipulação e uso de tal informação.

Também tendo por objetivo o estudo da informação e sua dinâmica,


agora temporal e espacial, a CIG apresenta um tripé constituído pelo
usuário, a computação e a sociedade. E de acordo com Sales (2017, p. 72),
temos que a soma de tais componentes “estrutura a base desta ciência
e possibilitam a sua implementação em fundamentos e atividades que
preencham os objetos de ações deste sistema em uso interdisciplinar e
mundial”.
Cartografia e Geoprocessamento 15

O fato de serem notados como basilares para a CIG, estes três


componentes apresentam importância vital ao processo de estudo da
informação, no qual o homem representa a fonte de aperfeiçoamento dos
processos, a exemplo da sua própria interação com o sistema.

Agora existe grande facilidade em se conceituar a importância do


computador nesta equação, pois apenas com sua presença o usuário
recebe a possibilidade de usufruir da informação gerada, manusear
e visualizar os resultados. Por fim, a perna social deste tripé se torna
relevante ao impactar nos caminhos que a pesquisa desta ciência deve
seguir.

Assim, como defende Sales (2017), existem outros proeminentes


nomes que a CIG apresenta, como a Geomática, Geoinformática, a Ciência
da Informação Espacial, a Engenharia da Geoinformação, embora tais
nomes sejam apenas diferentes formas de uso dos SIGs, apresentando
tecnologia similar.

Sistemas de Informações Geográficas


Para as empresas, existe o Sistema de Informação Gerencial, que
embora compartilhe a mesma sigla SIG, é bem distinto, pois no modelo
empresarial o objetivo é de fornecer ao gestor o subsídio para a tomada
de decisão em assuntos administrativos, financeiros, estratégicos.

Agora o SIG cujo G representa geográfica, é um sistema que


também promove apoio à tomada de decisão, mas faz isso permitindo
que o operador controle e faça o monitoramento de eventos. No SIG, os
eventos são reportados pela sua localização no tempo e espaço e também
operam nas áreas da Cartografia, do geoprocessamento, sensoriamento
remoto etc.
16 Cartografia e Geoprocessamento

VOCÊ SABIA?

No século XVI, com a confirmação de que a Terra era


redonda, houve relevante desenvolvimento na Cartografia.
Outros fatores, como as grandes navegações, também
contribuíram significativamente para este desenvolvimento.
Interessado em conhecer mais sobre a evolução da
Cartografia? Então, clique aqui.

Com a evolução dos SIGs e o geoprocessamento, é possível


descrever a localização, as características e a forma das feições e dos
fenômenos sobre a superfície terrestre, sendo dos tipos físicos-bióticos-
sociais-químicos, conforme exemplos aplicados à Geografia, discutidos
por Carvalho e Carvalho (2012, apud SALES, 2017).

São exemplos de uso dos SIG: estudos ambientais e infraestrutura,


mas estão presentes em uma infinidade de outras aplicações
(PORATH, 2020). Até mesmo o marketing se faz valer de informações
georreferenciadas para que seja conhecida a distribuição no espaço e no
tempo dos possíveis clientes de uma empresa.

O geoprocessamento depende de um robusto SIG para ser


funcional, já o SIG, por sua vez, pode ser reconhecido como um pacote de
funcionalidades que ao ser agregado aos problemas geográficos, permite
resolver problemas espaciais. Segundo Câmara e Queiroz (2001 apud
PORATH, 2020), o SIG é conceituado da seguinte maneira:
O termo Sistemas de Informação Geográfica (SIGs)
é aplicado para sistemas que realizam o tratamento
computacional de dados geográficos e recuperam
informações não apenas com base nas suas características
alfanuméricas, mas, também, através da sua localização
espacial. Oferecem, ao administrador, (urbanista,
planejador, engenheiro) uma visão inédita do ambiente
de trabalho, em que todas as informações disponíveis a
respeito de determinado assunto estão ao seu alcance,
interrelacionadas com base no que é fundamentalmente
comum, ou seja, a localização geográfica. Para que isso
seja possível, a geometria e os atributos dos dados em
um SIG devem estar georreferenciados, isto é, localizados
Cartografia e Geoprocessamento 17

na superfície terrestre e representados em uma projeção


cartográfica (CÂMARA; QUEIROZ, 2001, p. 1 apud PORATH,
2020, p. 81).

O SIG administrativo tem conceituação bastante ampla, ao passo


que o seu irmão geográfico é muito mais estrutural e técnico, pois integra
e unifica bancos de dados que contêm as informações cartográficas, de
satélite e georreferenciamentos. Cabe ao SIG, congregar, via algoritmo,
as informações disponíveis em sua base de dados e oferecer meios de
consulta e visualização de tais informações.

Para Porath (2020), os SIG nascem à medida que os avanços


computacionais nas áreas de hardware e software e o desenvolvimento
de novos recursos, somado à produção de dados em larga escala, vão
sendo associados a projetos de Georreferência.

Como já defendido, seja o SIG administrativo ou o SIG , de geografia,


o lado comum está na ideia de que sua existência se conecta com a
funcionalidade do sistema em fomentar a tomada de decisão em diversos
caminhos que contribuem para que a informação neles armazenadas seja
convertida em conhecimento e que eventualmente se transforme em
sabedoria, conforme ilustra a figura a seguir:
Figura 1 - Diferença entre dados, informações, conhecimento, ideia e sabedoria

Fonte: Mobimais (2021)


18 Cartografia e Geoprocessamento

Com isso, historicamente os SIG criaram a impressão de que são a


melhor forma de se tratar situações geográficas e com isso é fomentado
o processo que transforma um simples dado em sabedoria.

IMPORTANTE:

Os Sistemas de Informação Gerencial são parte integrante


das estratégias empresariais, pois a comunicação e a
informação são de grande valor nas organizações. A
qualidade da decisão tomada pelo gerente vai depender
da qualidade e relevância das informações disponíveis. Para
tal, é muito importante investir em um SIG para oferecer
informações rápidas, precisas e principalmente úteis, que
irão garantir uma estruturação de gestão diferenciada, o
que resultará em vantagem competitiva sobre as demais
empresas.

RESUMINDO:

Que tal? Gostou deste capítulo? Espero que tenha aprendido


tudo que foi apresentado, e só para termos certeza de que
você realmente entendeu o tema deste capítulo, vamos a um
breve resumo? Você deve ter aprendido que o componente
principal da ciência da informação é o dado. Você aprendeu,
também neste capítulo, a análise da informação é utilizada
em diferentes meios, seja corporativo, ambiental, escolar.
Sabendo disso, a ciência da informação geográfica, com a
ajuda dos sistemas de informações geográficas, está neste
contexto, inclusive ajudando na resolução de incidentes e
crimes causados ao meio ambiente.
Cartografia e Geoprocessamento 19

Aprofundando o conceito de análise espacial

OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você será capaz de entender o


conceito e a terminologia da análise espacial em conjunto
com os bancos de dados geográficos disponíveis.
Contudo, o objetivo deste capítulo é fazer um aparato
histórico, descrevendo a análise espacial em consonância
com a expansão dos bancos de dados geográficos, em
suas diferentes características. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Vamos lá!

Análise espacial dos dados geográficos


Dentro dos SIG, Sistemas de Informação Geográfica, são tratados
dados da análise espacial, um conjunto de metodologias estatísticas que
ao serem aplicadas a dados, incorporam a eles sua dependência espacial,
que faz parte da primeira lei da geografia.

A primeira lei da geografia representa o fato de que se o fenômeno


é semelhante a outro, deve estar próximo, geograficamente, por exemplo:
a visualização da frequência de casos epidemiológicos em certa região
ou cidade. A distância a ser percorrida por uma pessoa com enfermidade
em busca de medicamento, também é um exemplo desta relação ente
espaço e tempo. Segundo Câmara et al. (2004, apud LEONARDI, 2020):
O objetivo da análise espacial é mensurar propriedades e
relacionamentos, levando em conta a localização espacial
do fenômeno em estudo de forma explicita, ou seja, a ideia
central da análise espacial é responder perguntas que
incorporam a variável espaço na análise (CÂMARA et al.,
2004 apud LEONARDI, 2020, p. 67).

Desta forma, podemos compreender que os dados geográficos


trabalhados pelos SIGs necessitam serem devidamente localizados no
espaço, tanto quanto precisam estabelecer suas relações com outros
dados. A Figura 2 apresenta o ciclo de inteligência dos dados dos SIGs.
20 Cartografia e Geoprocessamento

Figura 2 - Ciclo de inteligência geográfica

Modelar Espacializar
Inteligência
Geográfica

Integrar

Fonte: Cereda Junior (2017 apud LEONARDI, 2020).

De acordo com a imagem, a espacialização representa a fase da


coleta, do armazenamento e disponibilidade dos dados. Já a integração
representa a procura dos dados e a modelagem apresenta as respostas
sobre o que foi analisado. Neste sentido, Leonardi (2020, p. 69) afirma
que “o ciclo de inteligência geográfica faz parte de toda e qualquer
análise espacial. É o processo de transformação de dados espaciais em
informação, conhecimento e inteligência”.

VOCÊ SABIA?

No antigo Egito, a estatística já era utilizada pelos Faraós que


determinavam os registros estatísticos de suas colheitas
e muitos outras antigas civilizações já se utilizavam da
estatística para levantar dados e melhorar a gestão de seus
governos. Quer saber mais sobre as origens da estatística?
Então, clique aqui.

Banco de dados geográficos


O termo banco de dados é extremamente polarizado no mundo
da informática, assim como no mundo corporativo, o que significa que
está contemplado com cursos de nível superior e constante pesquisa,
desenvolvimento e surgimento de novas tecnologias.

De acordo com Leonardi (2020), os SIGs dependem grandemente


dos bancos de dados, algo essencial ao estudo do geoprocessamento,
que produz grande quantidade de informações espaciais, vetores e
matrizes. A justificativa da importância do banco de dados para os SIG está
Cartografia e Geoprocessamento 21

no crescente aumento no volume de dados produzidos, em parte pelo


próprio trabalho feito pelo geoprocessamento de dados cartográficos.

Com isso, o SIG apresenta o SGBD, ou seja, o Sistema de


Gerenciamento de Banco de Dados. “O uso do SGBD permite, ainda,
realizar, com facilidade, a interligação do banco de dados já existente
com o sistema de geoprocessamento” (CÂMARA; ORTIZ, 1998, p. 6 apud
LEONARDI, 2020, p. 88).

SAIBA MAIS:

Você sabia que boas práticas de projetos de dados têm suas


origens em uma época que nem mesmo os computadores
existiam? Estas práticas foram criadas para gerenciar os
dados em bibliotecas, registros policiais, fichas de paciente
etc. Gostaria de conhecer a história dos bancos de dados ?
Então, clique aqui.

Sem a informática, os bancos de dados seriam estritamente físicos,


nada muito prático com o volume de informações que temos hoje, mas
estes bancos são eletrônicos e agilmente gerenciáveis, inclusive em
estrutura remota, via Internet.

Mesclando geografia, espaço e banco de dados temos que ele


precisa ser relacional, ou seja, dados e tabelas vão se relacionar via
campos-chave. De acordo com Leonardi (2020), os bancos de dados
geográficos não podem ser admitidos como convencionais, pois este tipo
de banco:
É capaz de associar, às informações alfanuméricas,
feições geométricas (espaciais). Mas por que não utilizar
formatos de dados vetoriais, como o Shapefile, ou
matriciais, como o GeoTIF? A resposta é:nem sempre o
melhor caminho é o armazenamento de dados em um
banco de dados geográficos. Por exemplo, os formatos
Shapefile e GeoTIF são aceitos por quase todos os
softwares SIG, e são considerados formatos portáteis e de
fácil compartilhamento (LEONARDI, 2020, p. 123).
22 Cartografia e Geoprocessamento

No caso do Shapefile, sua limitação de armazenamento o fez ser


considerado um problema, pois a evolução tecnológica e o crescimento do
volume de dados a serem armazenados, somados a outras características
limitantes forçaram a migração para outros sistemas. Tal limitação pode
ser percebida pelo que conceitua Leonardi (2020):
Em um banco de dados geográficos, todos os dados
ficam centralizados em um único banco. Em um exemplo
hipotético, a prefeitura de um município poderia centralizar
a gestão das informações geográficas em um SGBD
multiusuário, assim, os órgãos de jurisdições municipais,
como as secretarias de infraestrutura e meio ambiente,
poderiam ter acesso à base de dados e realizar edições
sem o risco da sobreposição de versões, garantindo a
integridade dos dados (LEONARDI, 2020, p. 124).
.Quadro 1 – Exemplos de formatos de bancos de dados geográficos
Cartografia e Geoprocessamento 23

Fonte: Adaptado de Leonardi (2020)

O que distingue um banco de dados geográficos de outro qualquer


está no fato que ele apresenta melhorias e aprimoramentos que o ajuda
a estar apto a armazenar dados espaciais, e também o fato de que está
preparado para manipular grandes volumes desses dados, convertendo-
os em informações.

O SIG e sua operacionalização


Sobre os SIGs é importante ressaltar que a letra S representa o
termo sistema e não software. Embora seja um software, faz parte de um
sistema composto por outros componentes, como: software, hardware,
dados, pessoas e metodologia. Este é mais um caso no qual o somatório
dos componentes forma um todo muito maior e mais complexo.
24 Cartografia e Geoprocessamento

Figura 3 - componentes de um SIG

Fonte: Leonardi (2020)

O componente cujo avanço permite novas e mais poderosas


aplicações é o hardware, que de acordo com Leonardi (2020, p. 84) “se
refere ao equipamento técnico necessário para executar um SIG, com
eficiência, na entrada, processamento, armazenamento e saída dos
dados”.

Grosso modo, o hardware representa tanto componentes quanto os


equipamentos, e que vão desde a entrada dos dados, com aparelhos como
scanners, teclados, mouse etc. Nesta perspectiva, o armazenamento do
banco de dados é feito de algumas formas com o uso de unidades de
disco rígido ou até os relativamente recentes SSDs, ou Solid State Drives,
unidades de armazenamento que não têm partes móveis.

No universo da geografia, os dispositivos de saída são muito


importantes por permitir a visualização do trabalho que foi realizado
na composição do mapa em dispositivos como impressoras e plotters
(impressora que permite impressão de grandes formatos).
Cartografia e Geoprocessamento 25

Figura 4 - Componentes de um SIG: hardware

Fonte: Leonardi (2020)

Inevitavelmente e de acordo com Leonardi (2020, p. 84), “o software


é o componente mais conhecido de um SIG, pois por meio das suas
funcionalidades, é possível armazenar, analisar e visualizar informações
geográficas em forma de mapas e relatórios.

ACESSE:

Você sabia que o software SIG mais popular é livre, ou


seja, gratuito? Para saber mais sobre esta funcionalidade,
acesse aqui.

Os softwares dependem do hardware para estarem ativos e


explorarem os recursos necessários às análises espaciais, por exemplo.
Neste sentido, os componentes mais comuns de um SIG são:

• Ferramentas para entrada e manipulação de informações geográficas.

• Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (DBMS).

• Ferramentas que suportam consulta (query), análise e visualização


geográfica.

• Interface Gráfica do Usuário (GUI) para fácil acesso às ferramentas


(LEONARDI, 2020, p. 84).
26 Cartografia e Geoprocessamento

Figura 5 - Componentes de um SIG: software + dado.

Fonte: Barbosa (2019 apud LEONARDI, 2020).

As pessoas, Peopleware, são parte integrante e relevante dos SIG,


e em sua maioria estão incumbidas de manter o SIG em operação e se
dividem em pessoal de desenvolvimento ou usuários.

Dados são a fonte do trabalho, da análise a ser feita para a geografia,


no SIG, e neste sentido, para Leonardi (2020):
Os dados (data) podem ser considerados os componentes
mais importantes de um SIG, inclusive, muitas vezes,
associados como sendo o combustível. Os dados, em um
SIG, podem ser traduzidos como a mescla da informação
gráfica (georreferenciada) com a tabular (alfanumérica),
por isso, a utilização do termo base de dados espacial,
georreferenciada ou, ainda, geográfica (LEONARDI, 2020,
p. 85).

Por fim, temos os métodos dos SIG que estão incumbidos de


seu funcionamento harmônico, que fazem a ponte entre todos os seus
componentes, o que significa que é preciso definir os procedimentos que
serão usados para a gestão do banco de dados, coleta, armazenagem,
processamento, análise e exibição do resultado.

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto, leia o artigo O que


são os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e quais
suas aplicações clicando aqui.
Cartografia e Geoprocessamento 27

RESUMINDO:

Bem, espero que tenha gostado do que lhe mostramos.


Gostou? Aprendeu mesmo tudo que foi apresentado?
Mesmo que esteja confortável com o que já aprendeu,
só para termos certeza de que você realmente entendeu,
transformou em conhecimento o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve
ter aprendido que a análise espacial é um conjunto
de metodologias que expressa ou se depara com os
sistemas de informações gerenciais que, por sua vez, com
a coleta de dados, informações e imagens, propiciam o
aprofundamento de estudos no campo geográfico. Por fim,
foram abordados os componentes do SIG.
28 Cartografia e Geoprocessamento

Interpretação das imagens como objeto


de estudo

OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você saberá discernir sobre a


análise espacial, cuja premissa é mensurar propriedade e
relacionamentos, levando em consideração a localização
espacial do fenômeno. Interessante que os estudos sobre
as análises espaciais não são concentrados apenas na
Cartografia, podem ser inseridos em outros contextos como
mapeamento de regiões para estudos epidemiológicos,
entre outros exemplos que serão demonstrados a seguir.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Vamos lá!

Conceitos sobre os registros de imagens


A ciência geográfica avançou, consideravelmente, nos últimos
anos. Saudoso o tempo em que os dados, informações e imagens eram
capturados de maneira “arcaica” e manual, exigindo do pesquisador forte
engajamento no objeto pesquisado. Não se quer aqui levantar hipótese
que o empenho e dedicação da pesquisa diminuiu, pelo contrário, a
tecnologia fomentou ainda mais o desejo de adentrar em campos desta
ciência não muito explorados.

Os registros de imagens aproximaram-se do campo geográfico;


ler uma imagem significa interpretar o espaço geográfico, seja a leitura
realizada por representações e signos visuais que acompanham a
humanidade durante sua trajetória. Expondo o conceito de análise de
imagem chega-se à conclusão que:
Ao vermos uma imagem e estruturarmos em conceitos
geográficos, estamos praticando uma analogia de espaço
real e perceptivo. Material ou imaterial, visual ou não, natural
ou fabricada, uma imagem é antes de qualquer coisa algo
que se assemelha a outra coisa (JOLY, 1996, p. 38).
Cartografia e Geoprocessamento 29

Ao pesquisar sobre a origem da palavra “imagem” chega-se a


um campo de diversidades de opiniões, algumas convergentes outras
divergentes. Na etimologia, a palavra imagem tem algumas denominações
entre as civilizações. Para esclarecer estas, elenca-se, primeiramente, o
conceito exposto no dicionário:
Imagem sf. Representação de um objeto pelo desenho,
pintura, escultura etc. Reprodução mental de uma
sensação na ausência da causa que a produziu. Reflexo
de um objeto no espelho ou na água. Figura, comparação,
semelhança | XIII, ymagen, XIII, omagen XIII, imagêe
XIV etc. Do lat. Imago-ginis. ImaginAÇÃO XIV. Do lat.
Imaginatto-õnis. ImaginANTE 1881. ImaginAR. Emaginar
XIV, enmaginar XIV etc. Do lat. Imaginãre. ImaginÁRIO XVI.
Do lat. Imaginãrius. ImaginATIVA. sf. Arte de fazer imagens
XVI. Do lat. Imaginõsus. Imagismo XX. Do ing. imagism, de
image. ‘Imagem’. Deriv, do fr. Image e, este, do lat. Imago-
ginis. Imagista XX. Do ing. Imagisit. Imago XX. (CUNHA,
2007, p. 425).

Observa-se a lateralidade do termo em si, tendo em seu cerne a


formação de uma imagem mental, sendo criado (imago) ou representado,
copiado (imitari). Esta capacidade de formar uma imagem mental de algo
ou de copiar, fazer semelhante, contempla um ideal peculiar à geografia
(RIBEIRO, 2013).

Retorna-se ao campo epistemológico da geografia, alertando que


a imagem sempre esteve presente na análise geográfica. Por exemplo,
na geografia moderna de Karl Ritter e Humboldt, o embasamento se deu
nas relações espaciais, entendendo à questão natural como objeto da
geografia, sendo assim, a imagem empoderou-se de alguns métodos de
análise (RIBEIRO, 2013).

Portanto, vislumbrando o termo imagem em aspectos geográficos,


chega-se à conclusão que o termo imagem é muito usado com
significações diferentes, não contendo vinculação e definição simples e
objetiva. A mesma autora pondera que:
De fato, o que há de comum, em primeiro lugar, entre
um desenho infantil, um filme, uma pintura mural
ou impressionista, grafites, cartazes, uma imagem
mental, um logotipo, “falar por imagens” etc.? O que
30 Cartografia e Geoprocessamento

mais impressionante é que, apesar da diversidade de


significações da palavra, consigamos compreendê-las.
Compreendemos que indica algo que, embora nem
sempre remeta ao visível, toma alguns traços emprestados
do visual e, de qualquer modo, depende da produção de
um sujeito: imaginária ou concreta, a imagem passa por
alguém que a produz ou reconhece (JOLY, 1996, p. 13).

Abre-se um parêntese neste momento para uma breve analogia


entre fotografia e imagem no campo da geografia. Primeiro, a ciência
geográfica já aponta a inserção deste tema em seus estudos. Segundo
Douglas Santos (2007), a geografia é uma linguagem articulada não só
por palavras, mas por imagens, sendo as palavras uma espécie de leitura
espacial e as imagens um alfabeto de linhas, cores e texturas.

Stephen Shore apresenta elementos que estruturam a linguagem


fotográfica e o forte vínculo entre imagens e fotografias, considerando
que a fotografia seleciona uma imagem “diante de casas, ruas, pessoas,
árvores e objetos de uma cultura, um fotógrafo impõe uma ordem à cena –
simplifica a desorganização ao lhe dar uma estrutura” (SHORE, 2014, p. 37).

A forma de organização e composição dos dois termos (imagem


e fotografia) expõe os referenciais das palavras. Portanto, em síntese a
geografia é considerada como todo conhecimento artístico ou científico
que permite a compreensão de outros saberes, bem como identifica
a relação entre a forma espacial de fenômenos, sendo passível de
denominação, descrição e expressão (SANTOS, 2007).

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o artigo


Imagens na Geografia: importância da dimensão visual no
pensamento geográfico, de Paulo Cesar da Costa Gomes
e Vincent Berdoulay, clicando aqui. Percebe-se que o
despertar da ciência para este método de análise, iniciou a
partir do final da década de 1990.
Cartografia e Geoprocessamento 31

Esses estudos são movidos pela aspiração de saber de que modo


as imagens interferem na construção do conhecimento, voltado ao campo
geográfico (DA COSTA GOMES; BERDOULAY, 2018).

As imagens são compreendidas como elementos ilustrativos que


contêm conteúdo geográfico, contudo nesta perspectiva interpretativista,
as imagens são independentes dos conteúdos geográficos. De forma
recente, permite-se inferir que as imagens, inclusive ganharam muito
espaço na pesquisa geográfica, sendo a maneira mais utilizada nos
estudos desta ciência (DA COSTA GOMES; BERDOULAY, 2018).

Não existe apenas uma forma de se trabalhar com as imagens.


Neste contexto que será exposto a seguir, compreende-se a construção
do pensamento geográfico, tendo como alvo o raciocínio por meio de
imagens expostas.

Interpretação das imagens como objeto de


estudo
O sufixo grafia tem o sentido de gravar, de inscrever, ou seja, tem
como foco a extração de conteúdo que, por sua vez, apresenta uma
codificação. Nessa seara, a informação geográfica assemelha-se à
informação gráfica. Esta informação é constituída pelo conteúdo mental
(interpretação) que deve ser transferido (RIBEIRO, 2013). Assim sendo, os
produtos gráficos, as imagens são formas de organizar o pensamento
(OLSSON, 2007).

Ao examinar a história do pensamento geográfico, percebe-se que


a esfera dominante é a forma de compreensão das imagens. Quando
examinamos a história do pensamento geográfico, percebemos que,
embora não sendo dominante, esta forma de compreender pelas imagens
resulta em grande interesse pelos pesquisadores. São várias as soluções
gráficas apresentadas como mapas, desenhos, gravuras, esquemas,
blocos-diagramas, fotografias, filmes etc. que acompanham o trabalho
dos geógrafos. Todas as soluções citadas são relacionadas a algumas
ferramentas tecnológicas que permitem questões como o sensoriamento
32 Cartografia e Geoprocessamento

remoto e o monitoramento dos sistemas de informações geográficas


(RIBEIRO, 2013).

Além dessa perspectiva, os geógrafos sentiram-se atraídos por


representações mentais como fontes de informação. Portanto, a Geografia
Interpretativa ganhou importância ao mostrar sensibilidade, bem como a
percepção, formação e recepção de imagens que demonstram paisagens
e lugares que, por trás de belas imagens, retratam importantes objetos de
pesquisa (ORTEGA, 2010).

Neste contexto, concentraremos nossa atenção em imagens que


são propriamente icônicas para não diluir o conceito de imagem na
ideia mais geral de uma representação imaterial. Por isso, restringimos,
arbitrariamente, o conceito de imagem aos conteúdos veiculados a partir
de uma expressão gráfica sobre um suporte visual e material. Assim, a
Figura 6 expressa esse conceito:
Figura 6 - Arte das ruas

Fonte: Pixabay

A imagem demonstra a arte que provém das ruas, ou seja, o grafite. Tal
representação foi inserida no contexto para mostrar as várias significações
que podem ser expressas a partir da análise da imagem. Você ao ver esta
imagem pensa no sentimento de solidão do personagem ou sua saída de
uma caixa, na qual encontrava-se preso? Enfim, a representação, neste
caso, pode e ser discutida, debatida e ser subjetiva.
Cartografia e Geoprocessamento 33

Segundo Ribeiro (2013), a imagem é concebida como aquilo que o


olho vê. É exatamente a questão subjetiva que permite a cada observador
determinar escolhas, critérios e condições a cada imagem apresentada
(GOMES, 2013). Tais escolhas e critérios criam as imagens que permitem
a observação e o pensamento diferente sobre certas coisas. Isso justifica
a razão pela qual não concebemos as imagens como um fenômeno
confinado a uma dimensão puramente mental. Em todo estudo
interpretativo, pode haver algum tipo de materialidade como: papel, tela,
áudio, filmes, pixels etc. (RIBEIRO, 2013).

Ressalta-se que independente da materialidade expostas, o


importante é atentar para o fato de que, ao falarmos de imagem, devemos
remeter aos artefatos visuais (no primeiro momento), assim consegue-se
compreender e perceber de uma forma mais dinâmica a compreensão de
mundo (GOMES, 2013).

As imagens estão por aí, cabe a nós apreciá-las, questioná-las,


compreender seus signos, compará-la com outras interpretações, buscar
formas de analogia com nossos anseios de interpretações. Amparar-se
nas imagens em um viés geográfico pode nos levar:

A uma busca por uma verificação do que vivenciamos espacialmente,


no entanto, será que estamos preparados para essa análise? Quanto
mais cedo tentar decodificar os métodos de análise das imagens, mas
preparados estaremos para compreender e aplicar suas habilidades
em um âmbito geográfico. A análise de uma imagem não é, e não será
ocasionada por uma metodologia fixa, exata ou cartesiana, é necessário
um processo de estudo em devir, dinâmico e maleável as características
de nossos objetivos. Mas termos um norte para conseguirmos alcançar
este processo de análise, pode nos fornecer um grande subsídio para
futuros métodos de análise (RIBEIRO, 2013, p. 29).

Uma menção importante é descrever que as imagens não são os


elementos que se representam, não têm as ligações químicas nem tão
pouco os fenômenos físicos aos quais estão presentes no real elemento.
“De fato, nem sempre é inútil lembrar que as imagens não são as coisas
que representam, elas se servem das coisas para falar de outra coisa”
(JOLY, 1996, p. 84).
34 Cartografia e Geoprocessamento

Registro de imagens via sensoriamento


remoto

OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você saberá discernir sobre as


diferentes formas de registrar imagens no contexto da
geografia. As formas mais habituais são: a) fotografia
aérea; e b) imagens de satélites de alta resolução. Nesta
competência, serão abordadas as diferenças entre essas
duas formas, bem como a análise e intepretação das
imagens, visando a tomada de decisão. E então? Motivado
para desenvolver esta competência? Vamos lá!

Informações e dados sobre os registros de


imagens
Podemos conceituar o sensoriamento remoto como a obtenção de
informações de algo que está localizado na Terra, na superfície terrestre,
mas tal processo ocorre sem qualquer contato entre o sensor e o objeto.
Uma outra definição pode ser observada a seguir.

O sensoriamento remoto é o conjunto de técnicas e procedimentos


tecnológicos que visa à representação e coleta de dados da superfície
terrestre sem a necessidade de um contato direto. Assim sendo, toda
a informação é obtida por meio de sensores e instrumentos em geral.
Tal processo vincula-se ao tratamento, armazenamento e análise de tais
dados para que se conheça melhor os fenômenos que se apresentam na
superfície (PENA, 2021).

O resultado deste sensoriamento são imagens geralmente captadas


por sensores óticos como os que equipam os satélites em órbita ao redor
de nosso planeta azul. Estes satélites captam a energia eletromagnética
que o planeta reflete, gerando imagens usadas em mapeamento,
atualização da cartografia, dados meteorológicos e até pesquisa de
impacto ambiental.
Cartografia e Geoprocessamento 35

O sensoriamento é considerado uma técnica vital no


desenvolvimento das sociedades, pois este tipo de ferramenta permite
a revelação de muitos dados geográficos existentes em espaços
naturais e sociais, como a distribuição das áreas florestais, o avanço do
desmatamento, o crescimento das áreas urbanas etc. (PENA, 2021).

No contexto dos registros de imagens, o sensoriamento e a


fotografia estão em plena consonância. Os registros aéreos, realizados
com a utilização de pombos ou balões, passaram a captar imagens de
superfícies que ajudaram no aprofundamento de estudos e na produção
de mapas. Além disso, os registros propiciaram o reconhecimento de
territórios não explorados.
Figura 7 - Áreas de aplicação
36 Cartografia e Geoprocessamento

IMPORTANTE:

Entre os satélites mais importantes e utilizados por nós para


a observação e registro de informações da superfície estão
o Landsat e o CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos
Terrestres). O primeiro foi lançado pela Agência Espacial
Norte-Americana (NASA), em 1972, tendo outras versões
mais modernas construídas, posteriormente, de modo que
a mais recente é a Landsat 7. Já o CBERS é resultado de uma
parceria entre o Brasil e a China, cujo primeiro lançamento
ocorreu, em 1999, enquanto o mais recente, o CBERS 3, foi
lançado em 2011.

Visto esta questão é factível observar que o reconhecimento de


territórios via captação de imagens foi muito utilizado na elaboração
de táticas e estratégias de guerras. E por falar em guerra, foi durante a
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que:
Esse sistema começou a aperfeiçoar-se por meio da
utilização de aviões então recentemente inventados. O
conjunto de técnicas de registro da superfície por meio da
fotografia foi chamado de aerofotogrametria, que, além do
registro da imagem, consistia também no tratamento dessa
e de suas adaptações para a produção de visualizações de
áreas inteiras. Esse procedimento é até hoje amplamente
realizado (PENA, 2021, on-line).
Figura 8 - Captação de imagens por sensoriamento remoto

Fonte: DPI INPE (2021)


Cartografia e Geoprocessamento 37

Os satélites são muito utilizados na técnica de captação de imagens.


Com eles, tornou-se possível registrar pequenas escalas de referências
de áreas amplas, possibilitando a confecção de diferentes versões de
mapas de localização e temáticos (PENA, 2021).

Assim, é possível obter informações e registrar cartogramas sobre


formas de relevo, topografia, ocupação humana, entre outros. Há também
a funcionalidade meteorológica, em que a movimentação das massas de
ar é captada de modo a auxiliar na previsão do tempo, que também conta
com outros muitos instrumentos.

ACESSE:

Assista ao vídeo sobre o Instituto Nacional de Pesquisas


Espaciais (INPE) e seu trabalho com o sensoriamento
remoto clicando aqui.

As imagens de satélite de alta resolução


As imagens de satélite estão disseminadas em conteúdos variados
na internet. Tornou-se fácil acessar o Google Earth e observar paisagens,
locais, territórios, disponibilizados aos usuários da ferramenta. Neste
programa, é possível observar imagens com alta resolução espacial.
Na ausência de recursos financeiros para adquirir fotografias aéreas ou
imagens de satélite, podemos trabalhar com as existentes no Google
Earth. Como o próprio nome diz, “a principal característica da imagem de
alta resolução é a sua resolução espacial, que permite a identificação de
objetos de tamanho reduzido” (PANIZZA; FONSECA, 2011, p. 34).

As referências de escalas são de suma importância para se ter uma


imagem de alta resolução. Observe que em uma imagem de 0,5 metro
de resolução espacial do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, é possível
observar: casas, prédios ruas, vias públicas, piscinas, lagos, quarteirões
etc.
38 Cartografia e Geoprocessamento

Figura 9 - Parque do Ibirapuera

Fonte: Panizza e Fonseca (2011).

A cada imagem, sendo de alta resolução ou não, é preciso interpretar


de forma visual as fotografias aéreas. As técnicas de interpretação visual
podem ser usadas, tanto nas fotografias aéreas, quanto nas imagens de
satélite. Elas se aplicam na:
Arqueologia (identificação de sítios arqueológicos), na
hidrologia (identificação da alteração na cor e no volume
da água dos rios, reservatórios e outros; mapeamento
de superfícies líquidas; correlação de medidas pontuais
com propriedades espectrais da água; etc.), na geologia
(mapeamento geológico; pesquisa mineral), na agricultura
(identificação e levantamento de solos; mapeamento e
monitoramento de culturas; etc.) e também na geografia
(identificação e monitoramento da cobertura e do uso da
terra, de processos geomorfológicos, dos recursos naturais,
da expansão urbana, etc.) (NOVO, 1995, p. 266-293).

As etapas da interpretação visual de imagens, da determinação, a


interpretação dos objetos e fenômenos demandam o uso do raciocínio
lógico e de elementos de análise bem definidos. É justamente sobre uma
das técnicas de captação de imagens que explanaremos a seguir.
Cartografia e Geoprocessamento 39

Fotografia aérea
Os relatos anteriores mostraram como a captação de imagens,
principalmente via fotografia aérea, contribuiu para o desenvolvimento
da Cartografia, e da interpretação e exploração de territórios ainda
não visitados. Contudo, as fotografias aéreas apresentam alguns
inconvenientes que hoje estão superados nas imagens de satélite.

A aquisição das fotografias aéreas demanda extremo feeling em


relação à preparação do voo, condições meteorológicas, velocidade do
avião, a estabilidade da aeronave, entre outras questões. Para fotografar
uma área, o avião voa em determinada direção (linha de voo), retornando,
em seguida, ou seja, faz o movimento da volta que deve traçar uma linha
paralela, em uma sequência que deve recobrir 30% da área (PANIZZA;
FONSECA, 2011).

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o tema,


clicando aqui. Outra questão é que dois objetos distintos
podem ter diferenças espectrais desprezíveis na zona
multiespectral, ou seja, em várias bandas espectrais. A
poluição pode distorcer a radiação nas chamadas ‘’janelas
atmosféricas’’ - intervalo do espectro que não é absorvido.
Assim, é importante ressaltar que a escolha correta dos
canais a serem observados pode contornar a maioria
destes problemas.

Os recobrimentos garantem a superposição das fotografias aéreas,


permitindo ao usuário obter a visão estereoscópica. O interesse da visão
estereoscópica está na capacidade de enxergar em três dimensões, ou
seja, de perceber a profundidade. Seu princípio é simples e baseia-se
na visão binocular. Portanto, cada olho observa um mesmo objeto, ou
seja, o mesmo aparece em duas fotografias de forma sucessiva, contudo
como o avião faz o percurso de ida e volta, automaticamente os registros
apresentam ângulos diferentes. Sendo assim:
40 Cartografia e Geoprocessamento

Figura 10 - Visão estereoscópica

Fonte: Adaptado de Panizza e Fonseca (2011).

As imagens geradas pelo olho esquerdo e pelo olho direito são


processadas pelo cérebro nos dando uma noção de profundidade. Para tanto:
Necessitamos de um instrumento chamado estereoscópio.
Trata-se de uma armação de metal suportando um
par de lentes que direcionam uma das imagens do par
estereoscópico para o olho direito e a outra para o olho
esquerdo, permitindo visualizar a imagem de forma
tridimensional (SISCOUTTO et al., 2004, p. 8).

Tal tipo de análise pode identificar formas de relevo. A Figura 11 é um


bom exemplo para treinarmos nossa capacidade de interpretação visual:
Figura 11- Interpretação visual

Fonte: Panizza e Fonseca (2011).


Cartografia e Geoprocessamento 41

Contamos com os ensinamentos de Panizza e Fonseca (2011) para


vislumbrar os dados constantes da fotografia anterior:
Na parte superior da fotografia observamos as informações
marginais, tais como: altitude, hora, data, coordenadas
geográficas, escala, número da faixa e da fotografia
etc. O número da faixa e da fotografia são essenciais na
constituição do foto-índice, que tem por função localizar
geograficamente a sequência das fotografias. Ainda nesta
fotografia aérea, identificamos várias formas de tamanhos
e tonalidades distintas que apresentam texturas diferentes:
ora lisa, ora rugosa. Os tons de verde indicam diferentes
tipos de cobertura vegetal, e os tons de bege representam
áreas de solo exposto. Também observamos estruturas
paralelas, quadriculadas e reticuladas que representam
as estradas e os limites entre parcelas agrícolas (PANIZZA;
FONSECA, 2011, p. 38).

Com a análise apurada descrita, encerramos nossa unidade com a


reflexão que, atualmente, as fotografias aéreas tradicionais estão sendo
trocadas pelas imagens digitais, tiradas por satélites de alta resolução,
conforme já abordamos.

A constante evolução da tecnologia permitiu que não somente


grandes corporações estivessem à frente da captação de imagens. Uma
tecnologia acessível, que permitiu a inserção por pequenas empresas e
estudiosos da área, foi o drone ou conhecidos por Veículos Aéreos Não
Tripulados (VANTs). Inclusive o Ministério da Defesa promulgou, em 11 de
junho de 2004, a Portaria Normativa n. 606 específica a respeito de VANTs:
É uma plataforma aérea de baixo custo operacional que
pode ser operada por controle remoto ou executar perfis
de voo de forma autônoma podendo ser utilizada para: a)
transportar cargas úteis convencionais, como sensores
diversos e equipamentos de comunicação; b) servir como
alvo aéreo; e c) levar designador de alvo e cargas letais,
sendo nesse caso empregado com fins bélicos.

Um grande impulso que foi dado para que os drones prosperassem


de uma maneira rápida foi o custo relativamente mais baixo do que um
monitoramento via satélite. Em geral, grande parte dos países estão
reformulando suas legislações para atender às inovações tecnológicas,
42 Cartografia e Geoprocessamento

as quais permitem a captação de imagens com agilidade, dinamismo e


com a precisão desejada (DELAMURA, 2015).

A captação de imagens há dez anos era realizada praticamente por


balões, helicópteros e aviões. Contudo, principalmente, o helicóptero que
tem uma versatilidade e controle maior, tem um custo elevado, tornando
esta prática praticamente inviável. É justamente para preencher tal
lacuna que os VANTs trouxeram praticidade, agilidade e independência
ao pesquisador, fotógrafo, geógrafo. Enfim, é a tecnologia a serviço da
geografia.

A Figura 12 demonstra a qualidade da captação de imagens por um


drone.
Figura 12 - Captação de imagens por drones

Fonte: DPI INPE (2021)

Conforme Gonçalves et al. (2015), a utilização do drone para


captação de imagens tem algumas vantagens como:

• Disponibilidade – a maior das vantagens. Numa época em que


tempo é dinheiro, é um sonho conseguir tudo imediatamente.
Imagine como é difícil pagar por helicópteros, perguntar aos
pilotos sobre a disponibilidade e verificar a disponibilidade de
espaço aéreo para concluir um trabalho. Não há dúvida de que
essa é uma dor de cabeça que nenhum de nós deseja, não é?
Cartografia e Geoprocessamento 43

• Custo-benefício – em comparação com outras práticas que


discutimos , os drones são muito baratos. Os preços dos drones
variam muito, os mais avançados chegam a custar R$ 9.000,00,
mas existem outros drones que são mais simples e têm capacidade
de voar em baixa altitude que podem chegar a R$ 700. Lembre-se
de que comprar o mais barato nem sempre é uma boa escolha, e
o drone correto para cada projeto será diferente.

• Praticidade – a praticidade dos VANTs é muito clara. Eles são de


fácil deslocamento, podendo serem transportados por carro, avião
e ônibus. A facilidade de manobrá-los em espaços pequenos e
confinados com segurança, tanto para o transporte da câmera
(para aqueles que não têm câmeras embutidas), quanto para as
pessoas envolvidas é outro item importante.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que foi apresentado? Transformou tudo


em conhecimento? Então, só para termos certeza de que
você realmente entendeu o que lhe foi transmitido neste
capítulo, vamos resumir brevemente tudo o que vimos. Você
viu que o sensoriamento remoto deve ser compreendido
como um conjunto de técnicas e procedimentos
tecnológicos que visa à representação e coleta de dados
da superfície terrestre sem a necessidade de um contato
direto. Neste contexto, duas formas diferentes de captação
de imagens foram expostas, sendo a captação por
satélites de alta resolução, e a fotografia área. Aprendeu-
se, que entre os dois tópicos expostos, a fotografia aérea
está em defasagem por exigir uma série de cuidados que
muitas vezes fogem da alçada do fotógrafo pesquisador,
um exemplo é a condição climática. Apresentou-se a
abordagem da captação de imagens via satélite de alta
resolução. Tal técnica influencia diretamente a Cartografia,
principalmente na produção de mapas temáticos.
44 Cartografia e Geoprocessamento

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