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Didática do

Ensino Superior
Lisiane Lucena Bezerra e Cristina Splenger
Azambuja

Unidade 2

Livro Didático
Digital
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoras
LISIANE LUCENA BEZERRA E CRISTINA
SPLENGER AZAMBUJA
AS AUTORAS
Lisiane Lucena Bezerra
Olá. Meu nome é Lisiane. Sou Licenciada em Ciências Agrárias,
Mestre em Fitotecnia e Doutora em Agronomia/Fitotecnia, com
experiência técnico-profissional na área de licenciatura de mais de 10
anos. Atualmente, leciono disciplinas na área de Educação em curso de
licenciatura, na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Sou apaixonado
pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que
estão iniciando em suas profissões.

Cristina Splenger Azambuja


Eu, meu nome é Cristina, possuo graduação em História -
Licenciatura Plena pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
(2003) e Mestrado em Ciências Humanas (Estudos Históricos Latino-
Americanos) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos (2006).
Pós-graduação - Latu senso. Pedagogia Empresarial - Feevale (2011),
Especialização em Educação a Distância, com ênfase na docência e na
tutoria em EAD - PUC RS/2011. Bolsista PIBIC (2000/2002), CNPQ (2011),
Projeto: Inserção de mestres e doutores na indústria para promoção da
Inovação. Professora de pós graduação em Gestão de Pessoas, Professora
tutora do CERFEaD, Instituto Federal de Santa Catarina, consultora externa
da FIERGS nos programas de Inovacão e Consultoria para Educação
de Qualidade, atuando na formação em gestão de equipes diretivas
de escolas no estado do Rio Grande do Sul e no programa Educação
para o mundo do trabalho. Coach pela Sociedade Latino-americana -
SLAC- pessoal e consultora na área de Gestão de Pessoas pela Chabrol
Consultoria e Treinamentos.

Por isso, fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar seu


elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda
vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de se apresentar um
de uma nova com- novo conceito;
petência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou
mento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Didática como ação pedagógica no ensino superior............................10

Didática e a ação pedagógica............................................................................................ 13

Elementos do processo didático................................................................. 20

O processo didático.................................................................................................................. 20

O processo de ensino............................................................................................... 21

O processo de aprendizagem............................................................................24

O ensino-aprendizagem.........................................................................................27

Professor–aluno e a relação entre eles.......................................................28

A didática e as tendências pedagógicas.................................................. 30

Tendências pedagógicas liberais.....................................................................................33

Tendência tradicional ...............................................................................................34

Tendência renovada progressista ...................................................................34

Tendência renovada não diretiva......................................................................35

Tendência tecnicista..................................................................................................35

Tendências pedagógicas progressistas..................................................................... 36

Tendência libertadora.............................................................................................................. 36

Tendência libertária....................................................................................................................37

Tendência crítico-social dos conteúdos.................................................................... 38

A didática e o trabalho dos professores no ensino superior............. 40

O trabalho docente.....................................................................................................................43
Didática do Ensino Superior 7

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02
UNIDADE

LIVRO DIDÁTICO DIGITAL


8 Didática do Ensino Superior

INTRODUÇÃO
Você conhece sobre a didática e o ensino, e como pode ser
utilizada como ação pedagógica no ensino superior? E os elementos que
compõem o processo didático? Então, a didática passou a ser considerada
por Comenius e é considerada uma disciplina teórica que tem por objetivo
o estudo da ação pedagógica na docência. O processo de ensino que
está intrinsecamente ligado a utilização da didática no ensino superior é
desenvolvido utilizando o ensino e instrução baseando-se tanto através
da assimilação de conhecimentos como no acúmulo de experiências. Os
principais elementos do processo didático são o ensino os conteúdos e
a aprendizagem que ser articulados da melhor forma para alcançar os
objetivos educacionais no ensino superior. As tendências pedagógicas
brasileiras são classificadas em liberais ou progressistas, termos que
denotam características que divergem entre si. E ainda, os docentes do
ensino superior em grande maioria ainda sentem grande dificuldade em
utilizar a didática por sua formação ser em campo diferente da didática,
tornando-se um obstáculo para desenvolvimento de um ensino de
qualidade
Didática do Ensino Superior 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais, até
o término desta etapa de estudos:

1. Entender a didática como atividade pedagógica no ensino


superior;

2. Averiguar os componentes do processo didático;

3. Analisar as tendências pedagógicas e a didática;

4. Identificar na didática a tarefa dos professores no ensino superior.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!
10 Didática do Ensino Superior

Didática como ação pedagógica no ensino


superior
INTRODUÇÃO:

Ao finalizar este capítulo você será capaz de entender


sobre a didática e sua ação pedagógica no ensino superior.
Isto será de fundamental importância para o exercício de
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!

O processo da educação que é realizado nas instituições ocorre


através do ensino e instrução, que baseia-se tanto na assimilação de
conhecimentos, como também no acúmulo de experiências de ações
anteriores no desenvolver histórico social a qual ele faz parte.

A pedagogia é um campo de conhecimento que investiga


a natureza das finalidades da educação numa determinada
sociedade, bem como os meios apropriados para a formação
dos indivíduos, tendo em vista prepará-los para as tarefas da
vida social. Uma vez que a prática educativa é o processo
pelo qual são assimilados conhecimentos e experiências
acumulados pela prática social da humanidade, cabe a
Pedagogia assegurá-lo, orientando-o para finalidades sociais e
políticas, e criando um conjunto de condições metodológicas e
organizativas para viabilizá-lo. (LIB NEO J. C., Prática educativa,
pedagógica e didática. In: Didática, 1994, p. 24)

É real que os desafios enormes que são expostos à prática da


docência no que se refere ao ensino superior estão relacionados às
possibilidades que envolvem a articulação de duas ações didáticas
envolvidas no contexto da sala de aula.
Didática do Ensino Superior 11

Figura 1- Duas ações didáticas

Fonte: O autor

De forma que não é frequente o profissional que apresenta domínio


sobre o conhecimento também apresentar boa capacidade para transpor
em uma situação que envolve a aprendizagem. Com isso, entende-se que
é difícil um professor conseguir realizar planejamento, gerenciamento e
avaliações sobre situações didáticas que se mostrem eficientes para que
a autonomia acadêmica se desenvolva, sem haver a compreensão dos
próprios conteúdos envolvidos na área em que atua, que por sua vez
serão utilizados para sua ação didática.

A prática de ensino juntamente a didática forma um espaço


multidimensional em que o professor deve ter a consciência de que uma
boa relação junto ao aluno é importante, resultando no favorecimento para
que se possa construir o conhecimento e adquirir os saberes expostos
pelo docente dentro do cotidiano educacional.

Com isso, se o docente tem a docência como a área em que atua,


além das peculiaridades referentes aos campos de conhecimentos
diferentes, a didática também faz parte do quadro de modo a ser conteúdo
próprio pertencente a prática pedagógica da universidade.

De acordo com (CAMILLONI, 2008), “ A didática é uma disciplina


teórica que se ocupa a estudar a ação pedagógica”.
12 Didática do Ensino Superior

As discussões sobre didática no Brasil têm ocorrido com altos


e baixos, de modo cíclico. A história brasileira recente assim
o indica. O advento do escolanovismo a partir da década de
30 foi interrompido bruscamente pelo tecnicismo – teoria
pedagógica instrumentalista – característico da ditadura militar
e pela repressão dos debates divergentes. Vale observar que,
apesar disso, o escolanovismo também já se apresentava com
viés tecnicista. Com a anistia, as discussões foram retomadas
no sentido de uma didática de base dialética, conectada com a
realidade social ou com a situação sócio-histórica. Na década
de 90, as políticas educacionais neoliberais entram em cena,
assim como o imperativo de garantir o acesso universal à
educação, recuperando novamente certo tecnicismo, agora
literalmente conectado às novas tecnologias disponíveis. Essa
oscilação pendular humanismo-tecnicismo parece persistir
até o presente (...) (ZASLAVSKY, 2017, p. 73).

De forma concisa a conceituação da ação pedagógica é tida como


unidirecional e não através da interação. Ela não se assemelha a ação
docente, mas sim a articulação efetiva no que se refere a ação docente
ligada a ação discente, para que o entendimento seja obtido. Já a didática
tem o foco direcionado para a reflexão, que possibilita a orientação
referente ao entendimento em situação de assimetria que passa a existir
entre o professor e os alunos (ZASLAVSKY, 2017).

É perceptível no ensino superior, a existência de um distanciamento


entre os docentes no que se refere a práticas inovadoras na pedagogia,
persistindo no conservadorismo e autoritarismo, com isso fica evidente
uma resistência, de certa forma natural, que métodos ultrapassados
sejam abandonados, que por sua vez tem o papel em que o ensino
aprendizagem tinha como base o processo em que as informações eram
acumuladas. Nesse contexto, o ensino aprendizagem é resumido na
simplificação referente ao ato de transmissão do saber por meio de aulas
que tem o professor como centro.

Com o passar do tempo na realização do ensino aprendizagem, o


docente se responsabiliza por uma pedagogia no momento em que ele
Didática do Ensino Superior 13

privilegia e seleciona procedimentos específicos para que seus objetivos


relacionados aos alunos sejam alcançados.

No momento em que o professor tem como objetivo a criação


de condições que venham a possibilitar ao aluno a aprendizagem
de conhecimento, a condução da disciplina passa a ser um desafio
pedagógico. Nesse cenário, para ter êxito no desenvolvimento do
processo de ensino-aprendizagem, o docente, além de ter conhecimento
relacionado ao conteúdo específico, também apresenta a necessidade de
ter em seu poder o conhecimento pedagógico, habilitando-o a trabalhar
o conteúdo, favorecendo assim a aprendizagem do discente. Em outras
palavras, o docente tem a necessidade de criar estratégias no intuito de
transformação da matéria em condicionantes.
Figura 2- Alguns condicionantes para transformação da matéria

Fonte: As autoras

Didática e a ação pedagógica


O exercício da docência é um grande desafio, pois exige do
profissional que a executa, características determinadas que são
específicas e que não podem, em nenhuma condição, ter negligência
sobre elas. Também há um envolvimento indispensável de um conjunto
de capacidades técnicas, que por sua vez são substanciais para que a
função de docente seja exercida, e que por sua vez devem ser:

•• Adquiridas;

•• Aperfeiçoadas;

•• Recriadas;

•• Atualizadas.
14 Didática do Ensino Superior

O ramo da pedagogia ou docência, tem a necessidade de que


conhecimentos disciplinar, profissional e investigativo seja dominado
no que se refere ao desenvolvimento do ensino-aprendizagem que
por sua vez envolvem trabalhos de sujeitos cognoscentes sobre objeto
cognoscível.
Figura 3 – Trabalhos que envolvem sujeitos

Fonte: As autoras

Esses trabalhos são efetuados em contextos estabelecidos, com o


objetivo acerca da formação humana.

EXPLICANDO MELHOR:

É exclusividade da Didática, a responsabilidade das


fundamentações e teorizações sobre os procedimentos
e conceitos ligados a relação existente entre docentes e
discentes no que envolve o conhecimento em determinadas
situações como o ensinar e aprender. Com isso, no que se
refere a campo de produção de conhecimento relacionados
ao ensino, a Didática ocasiona saberes que por sua vez são
fundamentais tanto para a formação quanto para a prática
da profissão docente, motivo pelo qual a Didática é tida
como uma disciplina adotada nos cursos de licenciatura,
tendo a responsabilidade de formação de docentes, se
manifestando no ato do ensinamento (CRUZ, 2017).

Para a prática da ação pedagógica há uma exigência complexa e


variada relacionada a articulação de várias formalizações, como:
Didática do Ensino Superior 15

•• Científico-didática;

•• Pedagógicas;

•• Teórico-científicas.

Existe a reivindicação desses conhecimentos, pois, na atividade da


docência implica em vários fatores, a exemplo de:

•• Articulação de saberes diferentes na sua atuação de


ensino;

•• A maneira que o docente Analisa e compreende as


práticas educativas utilizadas por ele;

•• Sua atitude ao se deparar com o desconhecido ou


inesperado.

Ainda segundo o estudo realizado por (CRUZ, 2017).

Ora, sendo a didática o domínio de conhecimento sobre o


processo ensino-aprendizagem e sendo o ensino a ação que
especifica a função docente, os saberes que o professor possui,
mobiliza, transforma e recria, a partir de nova compreensão,
para ensinar e fazer o aluno aprender é a didática em si.
Nesse sentido, esse campo, mais do que aquilo que faz o
professor para ensinar, representa também a própria base
de fundamentos acerca do que ele reflete, analisa, compara,
escolhe, decide, propõe, implementa, avalia e registra para
ensinar, constituindo-se, portanto, em síntese da sua base
de conhecimento profissional e expressão objetiva de seu
raciocínio pedagógico (CRUZ, 2017, p. 677).

SAIBA MAIS:

Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos


o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento
o artigo: ”Didática e docência no ensino superior (CRUZ,
2017)”. Acessível pelo link: https://bit.ly/3a6BGq3 Acesso
em: (16/jul/2020).
16 Didática do Ensino Superior

Com isso, o estudo sobre a ação pedagógica no que se refere a


relação entre teoria e prática dentro da sala de aula com os discentes
do ensino superior é observada com extrema importância para investigar
duas questões consideradas fundamentais:

1. Se algum tipo de atividade proporcionou a aproximação


para novas vivências, como a realização de teatro, danças,
construção de maquetes e brincadeiras, de forma que
favoreceram a constituição de novos olhares relacionados
a sociedade como também cultural, de forma que suas
futuras práticas pedagógicas puderam ser redirecionadas.

2. Se os alunos mostraram mudanças qualitativas diante da


proposta das atividades, no que se refere a organização,
planejamento e reflexão teórica além da organização
no decorrer das atividades, onde seu modo de pensar e
agir foram influenciados e modificados, falando de outro
modo, se a promoção dessas atividades teve resultados
de humanização a nível de transformação pessoal dos
alunos, sobre o curso e seu propósito social.

É de fundamental importância a formação inicial de docentes, no


que se refere ao desenvolvimento das ações pedagógicas humanizadoras,
pois através dessa formação o campo educacional tem possibilidade de
ser transformado.

Com isso, o espaço prático referente a aprendizagem ligado à


docência não pode se limitar exclusivamente ao estágio docente, ele
precisa estar:

•• Necessita estar em sala de aula;

•• Estar mediando a relação entre teoria e prática para


possibilitar a problematização de situações;

•• Na organização e planejamento de atividades.

Dessa forma, (LIB NEO J. C., 2014) relata em seu trabalho que:

Podemos, numa breve síntese, concluir que a questão sobre


o “campo do didático” se resolve, em primeira instância, pelo
Didática do Ensino Superior 17

papel do ensino em criar as condições para assegurar a relação


do aluno com um saber (mediação, compartilhamento de
significados), levando a uma mudança qualitativa nas relações
com esse saber promovendo, assim, o desenvolvimento
humano. A atividade de ensino que visa a organização das
formas de relação com um saber é permeada pela atividade
social coletiva e pela atividade de aprendizagem individual.
Além disso, essas atividades se dão em contextos de práticas
socioculturais, as quais atuam nas formas de aprendizagem
e nos processos de subjetivação (LIB NEO J. C., 2014, p. 137).

Ainda de acordo com o autor, a didática é tida como uma disciplina


pedagógica, isso quer dizer que ela é considerada uma vertente da
pedagogia juntamente com outras disciplinas que fazem parte da
pedagogia.

Figura 4- Outras disciplinas consideradas vertentes da pedagogia

Fonte: As autoras

Assim, constrói-se entre as disciplinas relacionadas a fundamentação


teórica e as práticas de ensino uma ponte, onde é promovido uma reflexão
envolvendo teoria no que se refere ao ensino-aprendizagem ocasionada
pela teoria pedagógica como também outras ciências educacionais.
18 Didática do Ensino Superior

Dessa forma, a didática agrega características pertencentes ao processo


de ensino aprendizagem além de sua relação com as peculiaridades
epistemológicas das matérias de ensino de forma individual.

Já as didáticas específicas, interligada com a didática básica,


objetiva estudar as particularidades do processo de ensino referente a
cada disciplina envolvendo os conteúdos, objetivos além dos métodos.

Já ação pedagógica, refere-se a fracionamentos das disciplinas


anteriores que por sua vez são necessários, em outras palavras, elas
abrangem tanto o processo quanto o resultado da formação docente
resultante dessas disciplinas além do currículo em sua totalidade. São
apresentadas como momentos de experiências onde os futuros docentes
constituem um contato mais literal no que se refere ao campo profissional
do trabalho, significando dizer que existe um estreitamento direcionado a
realidade escolar em suas diversas faces buscando a reflexão envolvendo
essa mesma realidade resultando no enriquecimento intrinsecamente
ligado a dimensão prática da teoria.

A ação pedagógica deve ter sua organização desenvolvida em


concordância tanto com a didática como também com as didáticas
específicas, pois juntas elas constituem uma unidade. Além disso, é
interessante que as demais disciplinas do currículo em sua totalidade
tenham articulação junto às práticas de ensino.

VOCÊ SABIA?

Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos


o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento o
artigo: ” Didática e a prática de ensino e a abordagem da
diversidade sociocultural na escola”. (LIB NEO J. C., 2014)
Acessível pelo link: https://bit.ly/3ij0C09 Acesso em: (19/
jul/2020).
Didática do Ensino Superior 19

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido sobre a didática e seu papel no ensino superior,
como também a sua relação com a ação pedagógica
para a formação de profissionais, e o que elas de forma
conjunta com as demais disciplinas que fazem parte do
currículo realizam sobre os alunos, e a sua influência sobre
a formação dos futuros profissionais docentes quando
trabalhadas de forma eficiente.
20 Didática do Ensino Superior

Elementos do processo didático

NOTA:

Ao finalizar este capítulo você será capaz de averiguar os


componentes do processo didático e seus elementos.
Isto será de fundamental importância para o exercício de
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!

O processo didático
O processo didático, tem como centro a fundamental relação que
existe entre o ensino e a aprendizagem, que são desenvolvidas sob
orientação para haver confronto ativo do aluno para com a matéria, de
forma que haja mediação docente.

A principal função do docente é a validação da unidade didática que


deve existir entre ensino e a aprendizagem, como resultado do processo
de ensino. O ensino e a aprendizagem representam duas particularidades
pertencentes a um mesmo processo. O docente realiza planejamento
além de dirigir, e controlar o processo de ensino, com o objetivo de
estímulo como também suscitar a atividade própria dos discentes no que
se refere a aprendizagem.

O processo didático se caracteriza na reciprocidade da ação que


existe entre três componentes.

Figura 5- Componentes do processo didático

Fonte: As autoras
Didática do Ensino Superior 21

No que se refere aos conteúdos, são correspondentes as disciplinas


ou matérias onde os conhecimentos são sistematizados constituindo a
base para que os objetivos se concretizem.

Já a atividade docente no que se refere a seleção, organização e


explicação dos conteúdos são considerados ensino, além de considerar
a organização das atividades discentes para o estudo, incluindo os
objetivos, formas de organização, métodos e meios que mais se adequam
para o papel da aprendizagem do discente.

Enquanto que a aprendizagem representa a atividade do discente


relacionada a assimilação de habilidades e conhecimentos.

Esses componentes atuam referenciados a objetivos que explicitam


exigências pedagógicas e sociopolíticas determinadas, e também
baseando-se em um conjunto de condições referentes a uma situação
didática real.

O processo de ensino
O processo de ensino é de fundamental importância para que os
discentes possam conseguir o progresso intelectual. Ele tem abrangência
para que os conhecimentos tenham assimilação pelos alunos, porém
outras tarefas estão inclusas.

Para que a assimilação ativa seja assegurada, o docente deve


adiantar algumas ações como:

•• Passar previamente os objetivos do ensino;

•• Fazer a explicação da matéria;

•• Estimular os alunos a exporem conhecimentos a qual já


mostram domínio;

•• Incentivar os alunos para que o desejo de conhecer uma


nova matéria apareça.
22 Didática do Ensino Superior

A matéria deve ser transformada em desenvolvimentos


compreensivos e significativos, deve-se saber fazer a detecção do nível
relacionado a capacidade cognoscitiva dos discentes, como também
conhecer o emprego de métodos que apresentam maior eficácia para
ensinar.

Com isso, podemos dizer que o ensino é uma adequada


combinação que existe entre a condução referente ao processo de ensino
realizada pelo professor e como atividade voltada para a autonomia e a
independência do aluno através da assimilação ativa. Ou seja, o processo
de ensino é considerado uma atividade que consiste na mediação em
que são dotadas as condições como também os meios para que os
discentes tornem-se sujeitos ativos com competência para assimilar
conhecimentos.

O ensino consiste na resposta planejada às exigências naturais


do processo de aprendizagem. Daí que mais importante é o
professor acompanhar a aprendizagem do aluno do que se
concentrar demasiadamente no assunto a ser ensinado, ou
mesmo nas técnicas didáticas como tais. O ensino é visto
como resultante de uma relação pessoal do professor com
o aluno. O segredo do bom ensino é o entusiasmo pessoal
do professor, que vem do seu amor a ciência e aos alunos.
Esse entusiasmo pode e deve ser canalizado, mediante
planejamento e metodologia adequados, sobretudo para
o estímulo ao entusiasmo dos alunos pela realização, por
iniciativa própria, dos esforços intelectuais e morais que a
aprendizagem exige (SANTOS S. C., 2001, p. 70).

Dessa forma, a aprendizagem que os discentes passam a adquirir


no decorrer de sua formação, através do estudo das disciplinas, têm como
consequência principal conquista, o progressivo melhoramento das suas
funções intelectuais e os saberes.

Diante disso, (LIB NEO J. C., 1994) relata em seu livro que o ensino
apresenta três funções consideradas inseparáveis.
Didática do Ensino Superior 23

Figura 6 – Funções do ensino

Fonte: As autoras

Ainda segundo o autor, a atividade do ensino está ligada de forma


mais ampla a vida social, que pode ser chamada de prática social. De forma
ampla, o ensino atua como mediador entre o indivíduo e a sociedade.

Essa função de mediação tem o significado de explicitar os objetivos


da formação acadêmica mediante as exigências relacionadas ao contexto
social, cultural e político de uma sociedade que tem marcas devido aos
antagonismos de interesses pertencentes aos grupos sociais, quanto
ao entendimento de que ao se dominar habilidades e conhecimentos
torna-se instrumento auxiliar para que as condições ligadas a origem
social possam ser superadas, seja através da luta em coletividade para
que a sociedade possa ser transformada, ou através da melhoria de sua
condição de vida.

•• Os mecanismos de gestão;

•• A organização do ambiente;

•• As fontes de conhecimentos utilizadas;

•• O material didático;

•• O propósito unitário do grupo docente, entre outros.

Além do que foi exposto, outros elementos situacionais ligados ao


processo de ensino- aprendizagem condicionam a atividade do ensino,
como:
24 Didática do Ensino Superior

SAIBA MAIS:

Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos


o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento
do capítulo de livro: “O processo do ensino na escola. In:
Didática” (LIB NEO J. C., 1994) Acessível pelo link:https://
https://bit.ly/2EXdMBz Acesso em (18/jul/2020).

O processo de aprendizagem
Para que o processo de ensino seja conduzido faz-se necessário
uma clara e segura compreensão no que se refere a aprendizagem,
consistindo em:

•• A forma como que as pessoas aprendem;

•• A influência de condições externas e internas sobre ele.

De forma geral, uma aprendizagem pode ser adquirida de qualquer


atividade praticada pelo ser humano no ambiente em que vive. Ou seja,
desde o nascimento é iniciada a aprendizagem, e esse processo perdura
por toda a vida.

O processo de aprendizagem pode se classificar em dois aspectos.


Figura 7- Aspectos do processo de aprendizagem

Fonte: As autoras

Aprendizagem casual

Na aprendizagem casual destaca-se a espontaneidade, surgindo


de forma natural a partir da interação que ocorre entre as pessoas como
também com o ambiente a qual fazem parte. Significando dizer que ela
ocorre pela observação de acontecimentos e objetos, pela convivência
Didática do Ensino Superior 25

em sociedade, através de acesso a meios de comunicação, conversas,


leituras, entre outros. Com isso, ocorre um acúmulo de experiências,
conhecimentos são adquiridos, convicções e atitudes são formadas.

Aprendizagem organizada

Enquanto que a aprendizagem organizada é direcionada


especificamente a aprender determinadas habilidades, conhecimentos e
normas para conviver socialmente. Mesmo esse tipo de aprendizagem
podendo ser realizada em diversos lugares, as condições específicas
para que o conhecimento e habilidades sejam transmitidos e assimilados
é realizado em ambiente escolar. Com isso, a organização intencional,
sistemática e planejada das condições e finalidades da aprendizagem é
tida como função particular do ensino.

Dessa forma, para o autor (LIB NEO J. C., 1994):

Isso significa que podemos aprender conhecimentos


sistematizados(fatos, conceitos, princípios, métodos de
conhecimento etc.); habilidades e hábitos intelectuais e sensório
motores (observar um fato e extrair conclusões, destacar
propriedades e relações das coisas, dominar procedimentos
para resolver exercícios, escrever e ler, uso adequado dos
sentidos, manipulação de objetos e instrumentos, etc.); atitudes
e valores (por exemplo, perseverança e responsabilidade
no estudo, modo científico de resolver problemas humanos,
senso crítico frente aos objetivos de estudo e a realidade,
espírito de camaradagem e solidariedade, convicções, valores
humanos e sociais, interesse pelo conhecimento, modos de
convivência social etc.) (LIB NEO J. C., 1994, p. 83).

Os resultados estão inclusos tanto nos objetivos, quanto nos


conteúdos de ensino. São estabelecidos no processo de ensino, os
objetivos, os métodos e os conteúdos, porém a assimilação dos mesmos
é resultado da atividade mental dos discentes.
26 Didática do Ensino Superior

A aprendizagem e o processo de assimilação ativa

De acordo com (LIB NEO J. C., 1994), entende-se por assimilação


ativa ou também apropriação de habilidades e conhecimentos ocorrendo
através do processo de algumas características.

Figura 8- Características para que ocorra assimilação ativa

Fonte: As autoras

Essas características são desenvolvidas através dos meios


motivacionais, atitudinais e intelectuais do próprio discente, baseando-se
na orientação e direcionamento do professor.

Ele é visto como um dos principais conceitos relacionados a teoria


instrucional como também do ensino. Esse processo nos possibilita
o entendimento que o ato de aprender é o mesmo que o ato de
conhecimento em que fazemos a assimilação de relações do mundo,
fatos e fenômenos, da sociedade e da natureza, por meio do estudo.

Dessa forma, pode-se fomentar que a aprendizagem constitui-se


como uma relação cognitiva existente entre o sujeito e os objetos que
fornecem o conhecimento. Havendo assim uma ação do sujeito no que se
refere aos objetos de conhecimento para que possa ocorrer assimilação;
concomitantemente o sujeito tem influência das propriedades do
objeto, de forma que suas estruturas mentais podem ser modificadas e
enriquecidas.
Didática do Ensino Superior 27

É através desse processo que os conhecimentos como também as


formas de atuação pelo qual amplificamos a compreensão da realidade
para possibilitar uma transformação, visando os interesses sociais e
humanos.

Em síntese, temos nas situações didáticas fatores externos


e internos mutuamente relacionados. O professor propõe
objetivos e conteúdos, tendo em conta características dos
alunos e da sua prática de vida. Os alunos, por sua vez,
dispõem em seu organismo físico-psicológico de meios
internos de assimilação ativa, meios esses que constituem
o conjunto de suas capacidades cognoscitivas, tais como:
percepção, motivação, compreensão, memória, atenção,
atitudes, conhecimentos já disponíveis (LIB NEO J. C., 1994, p.
84).

Ainda segundo o autor, pode-se concluir que nenhum discente


apresenta capacidades cognoscitivas prontas e acabadas desde seu
nascimento. Essas capacidades se desenvolvem durante a vida, em
especial, no desenvolvimento do processo de ensino, de forma que podem
ser adquiridas no processo onde os conhecimentos são assimilados.

O ensino-aprendizagem
Resumidamente falando pode-se dizer que a relação que está entre
o ensino e a aprendizagem não é uma ação mecânica, não representa
uma transmissão simplificada onde o professor ensina para um discente
que apenas aprende. E sim, uma relação com reciprocidade onde são
destaques o papel que o professor tem de dirigente, e a atividade dos
discentes.

Dessa forma, podemos compreender que o ensino tem alguns


objetivos.
28 Didática do Ensino Superior

Figura 9- Objetivos do ensino

Fonte: As autoras

O ensino, como já visto anteriormente, apresenta um caráter com


iminência pedagógica, isso quer dizer que seu caráter tem o papel de
direcionar de maneira definida para o processo que é realizado na
instituição de ensino.

Professor–aluno e a relação entre eles


O processo educativo vai ser orientado pela interação existente
entre o docente e o discente. De acordo com que essa interação se
comporte, a aprendizagem adquirida pelo aluno pode ser menos ou mais
favorecida como também ter uma orientação que o possibilite seguir para
diferentes direções.

O comportamento tomado pelo docente dentro da sala de aula


ganha destaque, pois é considerado um fator de grande importância
para ocorrer o processo de aprendizagem e que por outro lado a relação
existente entre aluno e professor pode ter uma atuação de delimitação
entre a aprendizagem e a facilitação.

Diante disso, observa-se que o processo didático contribui de


modo fundamental e preciso na ajuda e resolução de contradições que
estão entre o ensino e a aprendizagem, como também identificar as
dificuldades enfrentadas pelos discentes para que eles possam progredir
intelectualmente.

SAIBA MAIS:

Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos


o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento
do artigo: ” O processo de ensino-aprendizagem e a relação
professor-aluno: aplicação dos “sete princípios para a boa
prática na educação do ensino superior””. (SANTOS S. C.,
2001) Acessível pelo link: https://bit.ly/3ij88YV Acesso em:
(20/jul/2020).
Didática do Ensino Superior 29

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
sobre os elementos que fazem parte do processo didático,
como o detalhamento desses elementos, como os
conteúdos, a aprendizagem e o ensino, como também a
relação existente entre o ensino-aprendizagem, podemos
observar como cada um dos elementos atuam no processo
didático, além da importância da interação entre professor-
aluno e o fundamental papel do professor no ambiente
educacional.
30 Didática do Ensino Superior

A didática e as tendências pedagógicas


INTRODUÇÃO:

Ao finalizar este capítulo você será capaz de analisar


as tendências pedagógicas e a didática. Isto será de
fundamental importância para o exercício de sua profissão.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!

A educação pode ser entendida a partir da ação de seus diversos


agentes e, por consequência, pode exprimir a concepção que se tem a
seu respeito. Dessa forma, torna-se fundamental compreender como o
docente pode construir suas práticas de educação e Ensino Superior,
isto é, como planejar ações pedagógicas a partir de uma tendência
contemporânea.

Ainda que a didática tenha a preocupação com a forma de ensinar,


considerando os métodos e as técnicas de ensino, é importante pensar
a respeito de seu fundamento, considerando suas raízes e os fatores que
interferem na sua aplicação.

Assim, (PRANDI, 2009) indaga sobre qual a tendência do processo


didático pedagógico no ensino superior na atualidade.

Pressupõe-se que o trabalho docente constitui o exercício


profissional do professor e este é o seu primeiro compromisso
com a sociedade, haja vista que sua principal tarefa é preparar
os acadêmicos para se tornarem cidadãos ativos e participantes
na família, no trabalho, nas associações de classe, na vida
cultural e política. É uma atividade fundamentalmente social,
porque contribui para a formação cultural e científica do povo,
tarefa indispensável para outras conquistas democráticas.
O desafio é educar as pessoas, proporcionando-lhes um
desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico,
de modo que adquiram condições para enfrentar as exigências
do mundo contemporâneo. (PRANDI, 2009, p. 138).
Didática do Ensino Superior 31

Diante da concepção pedagógica de cada instituição é que são


definidos os objetivos, os conteúdos, as estratégias e as metodologias de
ensino-aprendizagem, além da avaliação.

Portanto, é necessário determinar as tendências pedagógicas, uma


vez que as mesmas orientam o trabalho do educador ajudando a buscar
resposta para as seguintes indagações:

Figura 10- Indagações para determinar as tendências pedagógicas

Fonte: A autora

A busca pela qualidade do ensino tem sido uma inquietação


constante e a avaliação realizada no intuito de mensurar o desempenho
dos estudantes faz com que as instituições, principalmente de ensino
superior, procurem adaptar seus currículos, seus métodos de ensino e
seus recursos pedagógicos.

No entanto, diante de tal situação compete um estudo das


tendências pedagógicas e suas características. Assim, as tendências
pedagógicas podem ser ditas como resultantes das ações e pensamentos
lançados nas instituições.

Para (FERREIRA L. S., 2006) entende-se por tendência

toda e qualquer orientação de cunho filosófico e pedagógico


que determina padrões e ações educativas, ainda que esteja
desprovida de uma reflexão e de uma intencionalidade mais
concreta. Uma tendência pedagógica é, na verdade, uma
inclinação por pensamentos e comportamentos pedagógicos
lidos na história da educação ou mesmo em outras práticas
pedagógicas hodiernas. (FERREIRA L. S., 2006, p. 2).
32 Didática do Ensino Superior

É preciso deixar claro as categorias que orientam a prática ou


estudo em educação, pois determinar estas categorias remete o autor
a categorizações e apegos por certas linhas de pensamento. São estas
linhas que definirão os rumos a serem seguidos, representando assim a
forma como se pensa a educação.

Conforme (FERREIRA L. S., 2006), partindo-se do pressuposto que


toda a ação educativa provoca essencialmente uma intencionalidade,
pois é uma ação política, é necessário para, a partir daí, movimentar-se, e
isso só acontece após ter-se o entendimento destas racionalidades.

Vale lembrar que esse processo importante destacar que este


processo só acontece no coletivo, referenda-se e consubstancia-se no
grupo de professores, momento e espaço propício para a necessária
reflexão e para a distinção entre as diferentes possibilidades orientadoras
do fazer educativo.

Vale destacar que, enquanto sujeito histórico, cultural, o


professor se faz a partir das ideias e dos valores predominantes
em cada época. Assim, o professor parece caminhar muito
vagarosamente e com dificuldade para incorporar as
mudanças sociais. Atualmente, o que tem se observado nas
instituições de ensino, sobretudo superior, é a tendência de o
professor manter-se cativo aos conhecimentos que construiu
durante toda sua “vida de aluno” e incluindo-se aí o período do
curso de formação. (PRANDI, 2009, p. 140)

A classificação e descrição das tendências pedagógicas brasileiras


podem servir como ponto de partida para uma análise mais crítica do
trabalho docente que possibilitará ao professor refletir sobre sua postura
em sala de aula e ajudá-lo a compreender sobre como o conhecimento
teórico concernente à sua prática, poderá nortear e redirecionar sua
função educativa.

Conforme (LIB NEO J. C., 1990) as tendências pedagógicas


brasileiras podem ser classificadas em Liberais ou Progressistas, termos
que denotam características que divergem entre si.
Didática do Ensino Superior 33

Figura 11- Tendências pedagógicas brasileiras

Fonte: As autoras

O que se pode afirmar que essas duas vertentes têm em comum é o


fato de que tanto a corrente liberal como a progressista, semelhantemente,
sofreram forte influência de acontecimentos e eventos históricos, políticos
e socioculturais que ocorreram no Brasil e no mundo.

Tendências pedagógicas liberais


As tendências liberais visam a reprodução dos modelos sociais
atentando para as necessidades do mercado capitalista, com a finalidade
de formar trabalhadores que ocupem as vagas pré-definidas pelo
mercado. Essas se apoiam em quatro outras tendências, sendo elas:

•• Tradicional, centrada no externo;

•• Renovada progressista, ou seja, renovação por métodos


ativos de aprendizagem;

•• Renovada não diretiva, que traz a ideia da autonomia e


livre-iniciativa do educando no processo educativo.

Figura 12- Tendência pedagógica liberal

Fonte: As autoras
34 Didática do Ensino Superior

Tendência tradicional
Na Pedagogia Tradicional conforme (LIB NEO J. C., 1990, p. 64), “a
Didática é uma disciplina normativa, um conjunto de princípios e regras
que regulam o ensino. A atividade de ensinar é centrada no professor
que expõe e interpreta a matéria.” Essa tendência é centrada no externo,
a escola tem como papel o preparo intelectual e moral dos alunos e o
mesmo assumir seu papel na sociedade. Os conteúdos são repassados
aos alunos como verdades absolutas, uma vez que o conhecimento e os
valores sociais são acumulados ao longo do tempo. O método utilizado
é através da lógica e sequência da matéria. Na relação professor-aluno
prevalece a autoridade do professor que estabelece atitude receptiva do
aluno. Para Libâneo (1990), em decorrência desse modelo educativo, o
processo de ensino-aprendizagem desenvolvia-se de forma passiva e
mecânica.

Tendência renovada progressista


A escola tem como papel se adaptar às necessidades individuais ao
meio social. Os conteúdos são postos através das experiências vivenciadas
pelos alunos diante as situações problemas. Os métodos são através de
experiências, pesquisas e método de solução de problemas. Na relação
professor-aluno, o professor auxilia o aluno no seu livre desenvolvimento.
A aprendizagem é fundamentada através da motivação e estímulos de
problemas.

Essa tendência pretendia preparar o aluno para a vida,


buscando o aprendizado por meio de descobertas, colocando
o educando no centro do processo de ensino-aprendizagem.
Essa vertente defende o conceito da cultura como
desenvolvimento das habilidades individuais, preconizando
uma educação que enfoque a autoeducação (o educando
como sujeito do conhecimento). (OLIVEIRA, 2017, p. 18).
Didática do Ensino Superior 35

Tendência renovada não diretiva


Nessa tendência a escola tem como papel a formação de atitudes.
Os conteúdos são baseados na busca do conhecimento pelos próprios
alunos. O método é baseado na facilitação da aprendizagem. Na relação
professor-aluno tem-se a educação centralizada no aluno e o professor é
quem garantirá um relacionamento de respeito.

Conforme (OLIVEIRA, 2017) nessa tendência,

cujo enfoque centra-se mais ainda na figura do educando,


preocupando-se mais com seus aspectos psicológicos do
que intelectuais. Permeada por objetivos voltados para a
autorrealização e para as relações interpessoais, com suas
bases nas teorias do psicólogo norte-americano Carl Rogers
(1973), para quem a descoberta por si mesmo seria o aspecto
mais relevante do processo de ensino-aprendizagem.
(OLIVEIRA, 2017, p. 19).

Tendência tecnicista
Essa tendência modela o comportamento humano por meio de
técnicas específicas. Os conteúdos são informações sistemáticas com
uma sequência lógica e psicológica. Os métodos são as técnicas e os
procedimentos de informações, tanto para a transmissão, como para a
recepção. A relação professor-aluno é objetiva através da transmissão de
informação pelo professor, e fixação de informações pelo aluno. Nessa
tendência, a aprendizagem baseia-se no desempenho.

Para Luckesi (2005) e Aranha (1996) apud (OLIVEIRA, 2017), nesse


modelo de ensino o professor atua como uma espécie de “ponte” entre
o aluno e a ciência, assumindo uma postura de mero transmissor de
conhecimento e cumpridor de ordens técnicas.
36 Didática do Ensino Superior

Tendências pedagógicas progressistas


A Pedagogia Progressista se manifesta em três tendências:

•• Libertadora, mais conhecida como pedagogia de Paulo


Freire;

•• Libertária, que reúne os defensores da autogestão


pedagógica;

•• Crítico-Social dos Conteúdos que, diferentemente das


anteriores, acentua a primazia dos conteúdos no seu
confronto com as realidades sociais.
Figura 13 – Tendência pedagógica progressista

Fonte: A autora

Tendência libertadora
Essa tendência apresenta características que se opõem ao modelo
liberal de ensino e incentiva a participação ativa do educando no contexto
político-social no qual está inserido. De acordo com Aranha (1996) apud
(OLIVEIRA, 2017) e baseada na obra do educador Paulo Freire,

a tendência progressista libertadora ganhou forma na década


de 60 através do desenvolvimento de um processo de
alfabetização com jovens e adultos que freire desenvolveu a
partir do contexto social desses alunos, oriundos da periferia
do recife. Aranha (1996) apud (OLIVEIRA, 2017, p. 26).
Didática do Ensino Superior 37

Ainda, essa tendência não atua em escolas, no entanto tende a


levar os professores e os alunos a atingirem uma condição de consciência
da realidade na qual vivem, buscando uma transformação social. Nessa
tendência, os conteúdos são temas geradores.

Assim, pretendia ter aplicabilidade de seus princípios nas


escolas públicas oficiais. Caberia a escola, nesse caso, o papel
de transformadora da realidade social local, dos conteúdos na
forma de temas geradores, que são elencados do contexto
social e do cotidiano dos alunos (LIB NEO, 1994) apud
(TARTARI, 2013, p. 38).

O método é através de grupos de discussão. A relação professor-


aluno é de igual para igual, horizontalmente. A aprendizagem é através da
resolução da situação problema.

Tendência libertária
Nessa tendência, a escola tem o papel de transformação da
personalidade num sentido libertário e autogestionário. Com relação aos
conteúdos, as matérias são colocadas, mas não exigidas. O método é
através da vivência grupal na forma de autogestão. A relação professor-
aluno é não diretiva, onde o professor é orientador e os alunos são livres.
A aprendizagem acontece de forma informal e a através de formações
coletivas.

Ainda, pode-se destacar que nessa tendência a escola tornou-


se responsável por formar grupos de discussões com temática
político-sociais, tais como: assembleias associações, eleições
e outros movimentos sociais semelhantes, onde o educando
poderá utilizar o conhecimento desenvolvido na instituição
escolar para manutenção destes movimentos sociais. (Aranha,
1996) apud (OLIVEIRA, 2017, p. 23).
38 Didática do Ensino Superior

Tendência crítico-social dos conteúdos


A tendência crítico-social dos conteúdos preocupa-se com uma
educação voltada para a transformação social e formação de consciência
do educando. Surgiu no Brasil no final da década de 70 e início dos anos
80, tendo como principal expoente o educador Dermeval Saviani.

No cenário educacional brasileiro alguns dos principais autores


que dissertam sobre essa tendência são: Dermerval Saviani,
José Carlos Libâneo, Maria Lúcia de Arruda Aranha, entre outros
que defendem a ideia de que trabalhar com desenvolvimento
dos conteúdos escolares é algo imprescindível para a
formação plena do indivíduo, todavia, esses conteúdos não
devem ser apresentados de forma aleatória e tradicional,
devem ser vivos, significativos e associados as realidades
sociais. (OLIVEIRA, 2017, p. 34).

Nessa tendência, a escola tem como papel a difusão dos


conteúdos. Os conteúdos são culturais universais, agrupados pela
humanidade diante da realidade social. O método surge de uma relação
gerida da experiência do aluno afrontada com o saber sistematizado. Na
relação professor-aluno, tem-se o papel do aluno como participador e
do professor como mediador entre o saber e o aluno. A aprendizagem é
baseada nas estruturas cognitivas já estruturadas nos alunos.

SAIBA MAIS:

Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos


o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento
o artigo: Tendências Pedagógicas e Didática no Ensino
Superior: Um Estudo de Caso no Curso de Pedagogia da
Faculdade Salesiana Dom Bosco de Manaus. (REBÊLO
& SILVA, 2016) Acessível pelo link: https://bit.ly/3a4AKSS
Acesso em: (18/jul/2020).]
Didática do Ensino Superior 39

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido sobre as tendências liberais e a progressistas.
As tendências liberais são apoiadas pelas tendências:
tradicional, renovada progressista, renovada não diretiva, e
tecnicista. As tendências progressistas se manifestam em
três tendências: libertadora, libertária e crítico-social dos
conteúdos que, diferentemente das anteriores, acentua a
primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades
sociais.
40 Didática do Ensino Superior

A didática e o trabalho dos professores


no ensino superior
INTRODUÇÃO:

Ao finalizar este capítulo você será capaz de identificar


na didática a tarefa dos professores no ensino superior.
Isto será de fundamental importância para o exercício de
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!

A didática no ensino superior

A preparação docente no ensino superior tem como função colocá-


lo consciente sobre a complexidade e problemática relacionadas ao
ensinar como também de:

•• Formar profissionais;

•• Formar no ensino superior;

•• Formar professores;

•• Formar pesquisadores.

Com isso surge um questionamento.

•• Qual a função da didática na Educação?

Diante dessa pergunta, para a autora com (Barbosa, 2011):

O papel da didática na formação de professores não está,


para muitos, adequadamente definido, o que gera indefinição
de seu próprio conteúdo. Alguns estudiosos têm a sensação
de que, ao tentar superar uma visão meramente instrumental
da didática, esta se limita a suplementar conhecimentos de
filosofia, sociologia, psicologia, passando a ser “invadida”
por diferentes campos do conhecimento e perdendo
especificidade própria. Outros consideram que a didática
deve ser entendida como um elemento articulado dos
Didática do Ensino Superior 41

conhecimentos produzidos pelas disciplinas de Fundamentos


da Educação e Prática Pedagógica (Barbosa, 2011, p. 12).

Ainda segundo a autora a didática apresenta o objetivo de “como


fazer” referindo-se a prática pedagógica, que por sua vez só possui sentido
no momento em que se articula a “por que fazer” e “para que fazer”.

Dessa forma, o ensino da didática no ensino superior, tem seu


princípio baseado em uma visão total sobre o processo de ensino-
aprendizagem, como também apresentando um cenário multidimensional
referente a prática pedagógica, que por sua vez devem ter compreensão
e serem trabalhadas de forma articulada.
Figura 14- Dimensões da didática sobre a Prática pedagógica

Fonte: A autora

Seguindo essa linha, as competências política e técnica do docente


se interpenetram e se exigem de forma mútua, não sendo possível ocorrer
dissociação entre elas, assim a área técnica que faz parte da prática
pedagógica tem necessidade de ser pensada baseando-se no projeto
político-social a qual tem função de orientação.

Com isso, é necessário o reconhecimento do papel relevante que


a didática ocupa como disciplina, de forma a promover situações reais
relacionadas ao ensino-aprendizagem, não podendo ser diminuída se
42 Didática do Ensino Superior

limitando a função de planejar o ensino ou desenvolver técnicas para


ensinar dentro do ambiente educativo.

Ela não apresenta uma função normativa, instrumental ou prescritiva,


além disso, ela se apresenta como uma disciplina e um estudo que tem
como proposta a criação de condições para o ensino-aprendizagem
estando incluída nos contextos com especificidades sociais, existindo
a compreensão sobre o ensino de que ele é uma prática social, com
capacidade de promoção e inclusão social como também a emancipação
política e humana dos indivíduos.

E a importância da disciplina Didática. Ao estudar o ensino


como fenômeno complexo e prática social, a didática busca
compreender o ensino em situação, suas funções sociais,
suas implicações mais amplas; realizar ação autorreflexiva
como componente do fenômeno que estuda, (porque é parte
integrante da trama do ensinar); assim, a didática, como parte
do evento ensino, ajuda a criar respostas novas assumindo
ao mesmo tempo um caráter explicativo, compreensivo e
projetivo, sobre a natureza do ensino, seus problemas e suas
causas, suas consequências, suas possibilidades e seus
limites na construção do humano (PIMENTA, 2012, p. 59).

Ainda segundo a autora, os docentes são profissionais que tem


sua formação para mediar de modo crítico-reflexivo no que se refere ao
aluno-conhecimento por meio de seu trabalho específico que por sua vez
é o ensino em determinada situação.

SAIBA MAIS:

Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos


o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento
no artigo: ” O protagonismo da didática nos cursos de
licenciatura: a didática como campo disciplinar” (PIMENTA,
2012). Acessível pelo link: https://bit.ly/2DJUE9P Acesso
em: (22/jul/2020)
Didática do Ensino Superior 43

Deve ser destacado que a questão ligada a didática no intuito de


fundamentação das práticas da docência no ensino superior é preocupante
há muito tempo, pelo fato de que os docentes, em grande quantidade, não
tiveram sua formação na docência, são profissionais de áreas diferentes
que, tornaram-se professores devido a especialidade na área em que
se formaram. Eles adquiriram os saberes da área, e que em sua grande
maioria tem os saberes que foram adquiridos pela experiência, porém,
em sua maioria, não tem disposição dos conhecimentos pedagógicos ou
didáticos.

Ela nos chama a realizar uma reflexão ligada a nossa atitude


mediante a realidade. A meditar sobre o que significa o ato de ensinar,
de forma concreta, dadas as circunstâncias. Ela nos direciona a refletir
sobre aquele que vai receber nossos ensinamentos, de forma ativa ou
passivamente, porém é esse sujeito, o discente, que tem como dever
referenciar as práticas a serem adotadas pelo docente como também
a linha de teoria que iremos fazer seleção, o artifício que deveremos
realizar ou não nas práticas. O discente está diante de nós e a Didática
nos traz o conhecimento de observar esse sujeito e refletir sobre as suas
necessidades e fazer uma organização do ensino partindo-se dessa
observação.

O trabalho docente
O trabalho docente na universidade é um tema de grande
importância em diversos países. No Brasil, a formação docente para o
Ensino Superior não apresenta regulação sob uma forma específica de
curso como ocorre para a Educação Básica. De forma geral, no país, a Lei
de Diretrizes e Bases aceita que o profissional tenha sua preparação nos
cursos de pós-graduação.

Grande parte dos docentes compreende o trabalho de docência


como “aplicar” a matéria definida pelo programa, e de forma geral em
adesão ao livro didático. Assim pode-se entender que grande parte
dos docentes no Ensino Superior não tem sua formação direcionada
à docência, e por isso, entendem que a formação didática não tem
44 Didática do Ensino Superior

importância para a realização de sua atividade profissional, com isso o


ensino limita-se a dominar conteúdos, e em grande parte dos casos, os
modelos de professores a qual foram alunos na época de estudantes são
reproduzidos.

Figura 15- Professor universitário em sala de aula

Fonte: Pixabay

Ao observar minuciosamente a prática, revela-se que a ausência de


conhecimentos provindos do ramo das ciências sociais e humanas, tem
exposto o docente do ensino superior a dificuldades frequentes ligadas
ao desenvolvimento e compreensão de sua profissão, que por sua vez
exige do profissional o domínio de habilidades e saberes diferentes.

Esses docentes têm em si vivências como também uma trajetória


referente a sua especialização na área específica de conhecimento,
porém o que podemos perceber nas instituições do ensino superior
é o desconhecimento no campo científico relacionado ao processo de
ensino-aprendizagem, e esse fato proporcionará dificuldades na sua
forma de interpretar os fenômenos que existem no decorrer de todo o
processo a qual lhes competem ao entrar em sala de aula.

A aula deve ser estruturada com reflexão sobre o entendimento


que buscamos realizar no nosso estudo, no que se refere ao processo
de ensino como: trabalho conjunto e ativo entre os docentes e discentes
Didática do Ensino Superior 45

tendo o professor como orientador, objetivando com isso que os alunos


assimilem de forma sólida e consciente os hábitos, conhecimentos e
habilidades, através desse mesmo processo, para que suas capacidades
intelectuais se desenvolvam.

As aulas são estruturadas utilizando algumas etapas relacionadas


aos momentos do processo de ensino.

Figura 16- Etapas para estruturação de uma aula

Fonte: A autora

O trabalho da docência é uma atividade com planejamento


consciente e intencional buscando o alcance dos objetivos referentes a
aprendizagem, por esse motivo há a necessidade de ser:

•• Ordenado;

•• Estruturado.

Enquanto que a Didática, que é a disciplina responsável por estudar


o ensino e suas instruções, fica com a função de extração em variados
campos no que se refere ao conhecimento humano, conhecimento e
habilidades essas que tem o papel de construção do saber.

A forma como é estruturado o trabalho da docência tem uma


estreita ligação com a metodologia específica referente as matérias, no
entanto não há identificação com ela.

Considero que as práticas docentes universitárias precisam se


utilizar dos fundamentos de métodos ativos, na perspectiva
de uma didática crítica, mesmo sabendo que tais métodos,
por exigirem a participação efetiva dos alunos no processo de
46 Didática do Ensino Superior

ensino-aprendizagem, podem criar novas contradições nas


aulas, na medida em que não se deva abrir mão da qualidade
do processo de ensino, que deve se pautar pelo rigor do
conhecimento; pela capacidade de lidar com problemas
complexos; pela capacidade de raciocinar criticamente, de
argumentar frente a problemas postos, além de atitudes de
autoconfiança; autodisciplina; capacidade de agir na urgência
etc. Reitero que se deve fugir da prática sem a ciência, o que
seria um mero empirismo, o que não é a perspectiva do ensino
na universidade. Realço também a necessidade de formar
jovens capazes de pensar com autonomia e produzir ideias
próprias, com rigor e criatividade (FRANCO M. A., 2013, p. 163).

De forma geral, para (LIB NEO J. C., 1994) o trabalho docente tem
sua estruturação intrinsecamente ligada com as metodologias específicas
das matérias, no entanto não há identificação com ela. Dependendo de
vários fatores pode se indicar que existem cinco momentos referentes à
metodologia do ensino que se articulam entre si.
Figura 17 - Momentos da metodologia do ensino

Fonte: A autora

Orientação dos objetivos do ensino- aprendizagem no início

Nesse momento inicial, o docente busca promover o incentivo nos


discentes para estudarem a matéria, expondo para eles os objetivos que
devem seguir e os resultados que se pretende obter. Os alunos que são
estimulados a ter a vontade de ter domínio sobre um conhecimento novo,
alcançando assim novos progressos.
Didática do Ensino Superior 47

Transmissão/assimilação de nova matéria

Em segundo momento, quando a atividade mental e a atenção dos


alunos são provocadas, torna-se a ocasião ideal para que os discentes
se familiarizem com o conteúdo que vai ser estudado por eles. Essa fase
tem por objetivo a formação de ideias claras pelos alunos, referente ao
assunto, de forma que seja juntado por eles os elementos necessários
para a compreensão.

Nesse momento, é de grande importância haver uma ligação


permanente com os conhecimentos que os alunos já trazem, de forma
que as experiências de sua vida se aproximam dos conteúdos pois, é
através do exercício do pensamento, sob a orientação do docente, que os
discentes progridem a respeito de formação de conceitos como também
suas capacidades cognoscitivas se desenvolvem.

Aprimoramento e consolidação dos conhecimentos hábitos e


habilidades

A assimilação dos conhecimentos já vai acontecendo durante o


processo onde a matéria é percebida e compreendida. Porém, para se
tornarem instrumentos que auxiliam a atividade mental e o pensamento
independente, faz-se necessário seu aprimoramento e consolidação. Que
por sua vez é principalmente obtido através dos exercícios e quando as
matérias são recordadas, onde os conhecimentos e as habilidades são
aplicados e assim os objetivos estabelecidos no ensino são alcançados.

Aplicação dos conhecimentos, habilidades e hábitos

A aplicação dessas três ações realizada através das revisões,


exercícios atividades realizadas em casa como também outras atividades
práticas não são suficientes para evidenciar que os conteúdos foram
assimilados de forma sólida. A confirmação do processo de ensino ocorre
quando os discentes de modo independente, tem a possibilidade de
utilização desses conhecimentos em diferente situação que foi trabalhada
anteriormente.

A Verificação e avaliação das habilidades e conhecimentos

A avaliação e verificação dos resultados provenientes da


aprendizagem são realizados no decorrer de todo o processo de ensino,
tanto na etapa inicial de orientação, ou quando a matéria nova é tratada,
como também quando os conteúdos são consolidados e aplicados,
48 Didática do Ensino Superior

o docente de forma contínua colhe informações e avalia os alunos e o


progresso mental deles.

O docente no ensino superior deve ter sob o seu controle de


maneira sistemática, a práxis dos objetivos ligados à aprendizagem no
decorrer do processo de ensino.

SAIBA MAIS:

Você quer se aprofundar mais nesse tema? Recomendamos


o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento
no artigo: “Didática: uma esperança para as dificuldades
pedagógicas do ensino superior?” (FRANCO M. A., 2013).
Acessível pelo link: https://bit.ly/2XG7DAh Acesso em: (22/
jul/2020).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
sobre a Didática como instrumento utilizado no trabalho
docente no ensino superior, sobre as características gerais
da maioria dos docentes no nível superior no que se refere
a falta de utilização da Didática resultante de sua formação
específica. Observamos também o objetivo da Didática
frente ao melhoramento da desenvoltura dos professores
de ensino superior para maior assimilação de conteúdos
pelo discente. Vimos também as etapas fundamentais para
o desenvolvimento de uma metodologia de ensino que se
articulam entre si buscando fornecer aos alunos o melhor
caminho para o desenvolvimento intelectual.
Didática do Ensino Superior 49

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, D. P., ALMEIDA, R. P., & CAETANO, M. M. (2009).
Considerações sobre as literaturas africanas de expressão
portuguesa. São Gonçalo, RJ. Acesso em 08 de mai de 2020, disponível
em https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/
viewFile/6289/4492

ALMEIDA, D. P., ALMEIDA, R. P., & CAETANO, M. M. (2009).


Considerações sobre as literaturas Africanas de expressão portuguesa.
SOLETRAS, 50-61. Acesso em 09 de abr de 2020, disponível em https://
www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/view/6289/4492

Barbosa, J. R. (2011). Didático do Ensino Superior. Curitiba:


IESDE. Acesso em 22 de jul de 2020, disponível em http://arquivostp.
s3.amazonaws.com/qcursos/livro/LIVRO_didatica_do_ensino_superior.
pdf

BARROS, M. N., & GONÇALVES, T. V. (2004). A escola como


espaço de formação continuada de professores: o caso da Escola
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Didática do Ensino Superior

Lisiane Lucena Bezerra e Cristina Splenger


Azambuja

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