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e Prática
Fabíola Maciel Saldão
Aula 04
Avaliação Teoria
e Prática
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
ANALICE OLIVEIRA FRAGOSO
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor
FABÍOLA MACIEL SALDÃO
Olá. Meu nome é Fabíola Maciel Saldão. Sou formada em Letras, com
Mestrado em Estudos Linguísticos pela UNIFESP - SP, com uma experiência
profissional sólida na área de educação básica pública sendo professora de
Línguas por mais de 12 anos. Atuei também como Coordenadora Pedagógica
coordenando projetos e ações voltadas para a formação de professores e
tenho experiência na produção de materiais didáticos para EAD e para cursos
de Línguas. Sou uma profissional apaixonada pelo o que faço e que acredita
no poder da educação para impactar o mundo. Por isso fui convidada pela
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho, irei
contribuir com reflexões sobre avaliação. Conte comigo!
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha
de aprendizagem toda vez que:
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimen- de se apresentar
to de uma nova um novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram
vações ou comple- que ser prioriza-
mentações para o das para você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado sobre o tema em
ou detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e sidade de chamar a
links para aprofun- atenção sobre algo
damento do seu a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoapren- volvimento de uma
dizagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Instrumentos de Avaliação................................................................... 10
Seminário – apresentação.................................................................................... 26
Relatório.................................................................................................................................32
Prova Prática................................................................................................34
04
UNIDADE
8 Avaliação Teoria e Prática
INTRODUÇÃO
Bem, estamos na última unidade da disciplina de Avaliação
Teoria e Prática. As unidades trouxeram para nós inúmeras reflexões
sobre a concepção de avaliação e visitamos sobre os posicionamentos
de diversos teóricos a respeito da temática avaliação.
Nesta unidade iremos estudar as possibilidades de instrumentos
de avaliação e a real aplicabilidade em sala de aula. Analisaremos
também as concepções destes instrumentos.
Assim sendo, a presente unidade apresenta uma perspectiva
sistemática das muitas fundamentações teóricas de autores que tecem
reflexões sobre a avaliação escolar em suas inúmeras dimensões
conceituais e na aplicabilidade real. Uma das primeiras observações que
devem ser feitas é a de entender que avaliação e instrumentos avaliativos
não são sinônimos, mas dois aspectos distintos que se complementam.
Avaliação Teoria e Prática 9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até
o término desta etapa de estudos:
Instrumentos de Avaliação
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO:
Prova Escrita/Exame
Dentre os vários instrumentos utilizados na avaliação, a prova é
o preferido infelizmente nas escola; por isso, é discutido em subitem
separado. Alguns educadores preocupam-se em encontrar o modelo
ideal de avaliação, relacionado geralmente à construção de provas
eficientes, inclusive, associando avaliação a provas/exames. Segundo
Ludke (1995), infelizmente o que se vê com freqüência é uma identificação
redutora do termo avaliação ao conceito de prova. “ ... Essa ênfase da
realidade da avaliação fez Luckes i (J 991) afirmar que a prática educativa
da maioria das escolas brasileiras está direcionada por uma ‘pedagogia
do exame’” (Camargo, 1996, p. 106). o exame ou a prova, em muitos
casos, passa a ser instrumento de dominação e controle do professor na
consecução de comportamento dos alunos e em relação à “absorção”
do conteúdo. Segundo Camargo (1997, s/p): “O exame escolar faz parte
do cotidiano escolar de tal sorte que o ensino se desenvolve sob sua
pressão e controle [ .. .]. As provas e os cálculos das notas e das médias
para a aprovação, as estatísticas dos resultados são atividades que
ganham importância nas escolas e que acontecem independentemente
do processo ensino-aprendizagem.”
Constata-se que a atenção dos alunos, professores, pais gestores
do ensino polarizam-se em torno da realização de provas/exames como
objetivo primeiro da vida escolar (Camargo, 1996).
Camargo (1997), em sua pesquisa, discute várias das
conseqüências negativas da experiência de alunos com a avaliação, em
que o papel principal que ve m cumprindo é a normalização da conduta
Avaliação Teoria e Prática 21
SAIBA MAIS:
A Revista Nova Escola possui uma reportagem muito
interessante sobre Avaliação em sala de aula, a qual traz
inúmeras reflexões sobre a prática docente e a avaliação.
Link: https://bit.ly/2QbL6XK.
Seminário – apresentação
Se olharmos para o processo ensino-aprendizagem como um todo
veremos que existe um conjunto de competências e habilidades que
são fundamentais e devem ser desenvolvidas pelo aluno no decorrer da
sua formação. Se o foco de análise é a prática avaliativa, pode-se dizer
que o professor ao usar como única prática de avaliação a prova, não
oferece elementos para que o aluno por meio de diferentes experiências
avaliativas adquira habilidades que lhe permitam um bom desempenho
frente aos diferentes desafios que se colocaram no universo profissional.
Sabe-se que nas diferentes áreas de atuação do mercado de trabalho
o profissional precisa dominar não só as habilidades básicas de sua
profissão, como também aquelas que servem como suporte estratégico
para o seu bom desempenho profissional. Entre elas pode-se apontar
o desenvolvimento de habilidades que lhe permitam organizar e
comunicar informações e conhecimentos por meio da linguagem falada.
Neste contexto pode-se abordar o uso da técnica de seminário
como procedimento avaliativo que possibilita ao aluno desenvolver
competências e habilidades no que se refere à pesquisa, à autonomia
na busca de conhecimento, ao trabalho em grupo, à comunicação e o
posicionamento crítico/reflexivo verbalizado do educando no decorrer
do processo de organização e resultado do trabalho proposto. Como
proposta de avaliação que possibilita o incentivo à aprendizagem de
diferentes competências e habilidades, poderíamos fazer referência
a vários procedimentos, contudo, como o objetivo deste trabalho em
específico é refletir sobre o seminário como prática avaliativa que
pode servir como meio de construção de saber, iremos nos ater ao
caminho que precisa ser percorrido por professor e aluno para que esse
procedimento avaliativo possa contribuir de forma significativa para
o aprendizado de ambos, visto que num processo como esse não só
o aluno deve ser avaliado, mas também o professor que deve colher
por meio da avaliação dados que tragam contribuições positivas a sua
atuação pedagógica, pois existe uma relação intrínseca entre o que se
propõe como procedimento avaliativo e o que se pretende alcançar
como objetivo de aprendizagem.
Avaliação Teoria e Prática 27
IMPORTANTE:
As referências teóricas disponíveis no meio acadêmico sempre
atribuem um valor significativo ao instrumento seminário no
âmbito do ensino superior, desconsiderando práticas iniciais
na educação básica.
Relatório
É um instrumento de avaliação caracterizado por produção
escrita, utiliza de um texto coerente a respeito da resolução de um
problema de forma individual ou coletivo, desta forma poderá ser
realizado não só em sala de aula, mas também em ambientes fora
dela. Oferece a oportunidade ao aluno de refletir sobre a solução do
problema de forma a justificar os caminhos percorridos, construindo
seu conhecimento. A elaboração de relatórios desenvolve capacidades
de raciocínio e comunicação, pesquisa, tenacidade, responsabilidade e
fornece ferramentas para construção e a inovação no desenvolvimento
das tarefas da área de Ciências da Natureza.
Os relatórios podem ser encontrados em diversas esferas da
atividade humana, como por exemplo nos campos acadêmico, científico,
escolar, profissional, político e burocrático. Devido a essa diversidade de
esferas, há vários gêneros de relatório. Beltrão & Beltrão (2005), em livro
sobre a correspondência empresarial, listam os seguintes: relatório de
gestão, de visita, de rotina, de pesquisa, de inquérito, parcial e científico.
Bonilla & Gianetti (2008) falam também dos relatórios acadêmico, escolar
e executivo. Passos & Santos (1998) acrescentam o relatório de viagem,
de estágio, de visita e administrativo. Existem também os relatórios de
despesas, de prestação de contas, relatório jurídico e essa lista pode
provavelmente se estender ainda mais. A própria definição de relatório
no dicionário Aurélio é bem ampla.
Este é definido primeiramente como uma “narração ou descrição
verbal ou escrita, ordenada e mais ou menos minuciosa, daquilo que
se viu, ouviu ou observou”, e também como “exposição das atividades
de uma administração ou duma sociedade; exposição e relação dos
principais fatos colhidos por comissão ou pessoa encarregada de
estudar determinado assunto”. A primeira definição remete aos relatórios
relacionados a eventos, como por exemplo, de visita e de viagem já a
segunda aos relatórios de prestação de contas, de gestão, administrativo
e a terceira aos relacionados a alguma experiência, atividade de pesquisa
ou projeto, como os relatórios acadêmico e científico.
Avaliação Teoria e Prática 33
REFLITA:
O Relatório científico acaba sendo um instrumento de
avaliação extremamente importante para as aulas de
Matemática e Ciências. Já parou para pensar que a Língua
Portuguesa perpassa todas as áreas de conhecimento? É
um desafio e tanto aos professores de exatas valorizarem a
produção escrita e a leitura após as atividades práticas.
Prova Prática
Segundo Morales (2003) as provas práticas visam avaliar todo tipo
de habilidade que o aluno manifesta através do que faz e não através do
escreve ou diz. Trata-se da avaliação dos objetivos educacionais dentro
do âmbito psicomotor ou procedimental. Lafourcad (1981) afirma que as
provas práticas são provas em que o individuo é solicitado a cumprir uma
determinada atividade real, para comprovar a eficácia de sua realização.
Neste tipo de prova o aluno é posto diante duma situação problema
que há de ser resolvida por uma realização material, um conhecimento de
elementos visuais. A comparação da destreza e as habilidades adquiridas
para efetuar uma determinada tarefa deve levar em consideração tanto
os processos (e sequência de movimentos necessários para executá-
las), com os produtos obtidos através de tais processos. Estes últimos
podem ser tangíveis (uma reação obtida em laboratório, investido em
economia doméstica.) e, consequentemente analisadas quantas vezes
sejam necessárias, sem que se altere sua apresentação; ou intangíveis
(uma canção executada ou cantada), fáceis de serem modificadas
numa segunda ou terceira manifestação e onde o processo e o produto
dificilmente podem ser analisados separadamente (dançar, nadar, jogar
futebol, basquetebol.). São consideradas característias das provas orais:
•• “Aproximação com trabalhos profissionais”. (MORALES, 2003, p. 71);
•• Sua validade é maior que a oferecida por aquelas provas em
que o aluno relata como se faz algo, embora não saibam fazer em
circunstâncias reais;
•• A informação fornecida por uma prova funcional é muitíssimo
mais amplo do que aquela fornecida pelo exame oral e escrita, a resposta
isolada, contrapõe-se o desenvolvimento de uma ação globalizante,
abrangendo uma grande diversidade de comportamentos apreendidos.
No entanto, se mal elaborada, pode-se avaliar uma informação
mais que a habilidade prática. Numa classe com muitos alunos, requer
mais tempo para que se analisem os procedimentos de cada aluno. Ao
elaborar uma prova prática, o docente deve:
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BIBLIOGRAFIA
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Aula: Relato de uma Experiência. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002.
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