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Metodologias

Ativas
Unidade 2
Aprendizagem baseada
em problemas e projetos
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
IZABEL ARAUJO NECKEL
AUTORIA
Izabel Araujo Neckel
A autora trabalha há mais de 25 anos com educação. Atua como
professora universitária na formação de professores, de gestores
educacionais, no planejamento estratégico de programas e projetos, atua
também como autora e fundadora de instituição social que se dedica a
processos educativos com crianças refugiadas. Graduada em História e
Teologia, com mestrado e doutorado em Educação pela Universidade
Estadual de Campinas. Além disso, tem se dedicado a desenvolver projetos
com foco em tecnologias educacionais e Internet of Things (IoT). Atuou
em projetos de cooperação internacional Brasil x Espanha, integrando
equipes multiculturais, pesquisando plataformas de ambientes virtuais de
aprendizagem e computer assisted language learning.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de se apresentar um
de uma nova novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando necessária as observações
observações ou escritas tiveram que
complementações ser priorizadas para
para o seu você;
conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a
bibliográficas necessidade de
e links para chamar a atenção
aprofundamento do sobre algo a ser
seu conhecimento; refletido ou discutido
sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso acessar quando for preciso
um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando uma
atividade de competência for
autoaprendizagem concluída e questões
for aplicada; forem explicadas;
SUMÁRIO
Aprendizagem baseada em problemas - PBL .................................10
Problem based learning (PBL). Por que utilizar essa metodologia?..........10

PBL: contando sua história ...................................................................................................... 14

Problem Based Learning (PBL) Fundamentos da Metodologia .....18


Os sete passos................................................................................................................................... 19

Composição de um grupo de PBL..................................................................................... 20

PBL - experiências de aplicação.......................................................................................... 22

Aprendizagem baseada em projetos - ABP.......................................31


Aprendizagem baseada em projetos (ABP) - Um pouco de sua
história .....................................................................................................................................................35

Contribuições da ABP - Reflexões.......................................................................................37

Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) Principais


fundamentos de projetos pedagógicos ........................................... 39
Etapas para a elaboração de um projeto...................................................................... 39

Buck Institute for Education (2008)................................................................. 39

Aprendizagem baseada em projetos - experiências ...........................................42


Metodologias Ativas 7

02
UNIDADE
8 Metodologias Ativas

INTRODUÇÃO
Olá! Seja bem-vindo à segunda unidade da disciplina de
Metodologias Ativas! Abordaremos a denominada Aprendizagem
Baseada em Problemas, em português, ou Problem Based Learning
(PBL), em inglês, que possibilita ao aluno inserir-se em um contexto de
interação com problemas de sua própria realidade propondo soluções
com base no conhecimento disponibilizado. Portanto, nesta unidade,
discutiremos sobre a metodologia PBL, que prioriza o desenvolvimento da
autonomia do aluno e do professor frente ao processo de aprendizagem.
Tal metodologia ativa proporciona ao estudante aulas mais dinâmicas que
despertam maior interesse e participação, partindo do envolvimento do
aluno na caminhada rumo ao saber. Ao longo desta unidade letiva você
vai mergulhar neste universo! Bons estudos!
Metodologias Ativas 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Aplicar a metodologia da aprendizagem baseada em problemas.

2. Compreender os fundamentos metodológicos da aprendizagem


baseada em problemas.

3. Aplicar a metodologia da aprendizagem baseada em projetos.

4. Compreender os fundamentos metodológicos da aprendizagem


baseada em projetos.

Nossos estudos serão dedicados a essas duas metodologias ativas


que têm uma característica colaborativa muito forte, com excelentes
resultados quando aplicadas em grupos. Acreditamos que serão muito
úteis em sua jornada acadêmica! Sucesso e bons estudos!
10 Metodologias Ativas

Aprendizagem baseada em problemas - PBL

INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de contextualizar


a importância da aplicação da aprendizagem baseada
em problemas nos processos de ensino e aprendizagem.
As experiências vivenciadas pelos estudantes serão
potencializadas e as competências serão construídas com
êxito. Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!

As transformações ocorridas na sociedade impactam na educação,


proporcionando um momento de diversidade e inovação frente ao
ensinar e aprender deste século. As múltiplas formas de aprendizagens,
presenciais ou a distância, proporcionam um cenário educacional que
exige a necessidade de se repensar metodologias para fazer frente aos
novos desafios. O modelo tradicional de ensino, no qual o professor é
posto como aquele que domina todo o conhecimento e tem como papel
“iluminar” a mente do aluno, está aquém das novas exigências. Com isso,
surge uma nova possibilidade, o papel do professor como orientador e
do aluno como protagonista na busca pelo conhecimento sistematizado.
Esta possibilidade pode ser materializada por meio das metodologias
ativas que prometem revolucionar o ensino, priorizando a construção
colaborativa de conhecimentos e a autonomia do aluno.

Problem based learning (PBL). Por que


utilizar essa metodologia?
Certamente, você observa que a educação tem mudado muito nos
últimos anos, especialmente com o advento das novas tecnologias.

REFLITA:

Qual impacto de tudo isso na sua forma de aprender e de


ensinar? Já parou para pensar nisso?
Metodologias Ativas 11

Sabemos que a maneira de aprender e de ensinar tem sido


impactada pelas transformações advindas das tecnologias de informação
e comunicação (TIC) ocorridas ao longo do novo tempo, facilitando o
acesso democrático às informações com mais rapidez e permitindo
conexões em redes mais ampliadas, com centralidade no aluno e tendo
o professor como mediador/facilitador. Além disso, a aprendizagem para
além do espaço físico da sala de aula, pois, conforme afirma Moran (2015,
p. 16), “com a Internet e a divulgação aberta de muitos cursos e materiais,
podemos aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e com muitas
pessoas diferentes”.

Com isso, podemos dizer que de fato as TICs influenciam a


educação. De maneira geral, segundo Coll e Monereo (2010), pode-se
considerar três fases no desenvolvimento das TICs e sua influência na
educação, a saber:

a. Fase da transmissão oral, sistema único de comunicação, que


depende de alguns requisitos – falantes fisicamente presentes no
mesmo tempo e espaço, ativando a memorização, a observação
e a capacidade de repetição. Tais habilidades estão presentes em
algumas modalidades educacionais que apresentam imitação,
transmissão e reprodução de informação como pautas de suas
metodologias.

b. Fase da origem do nascimento da escrita, como uma memória


externa na necessidade de registrar, transmitir e compartilhar
dados. Mesmo não exigindo a presença física, a comunicação
requeria certa proximidade devido às distâncias. Na educação o
reflexo se fez no ensino centrado em textos e livros didáticos e no
aparecimento do ensino a distância por correspondência.

c. Fase da chegada dos sistemas de comunicação analógica,


rompendo as barreiras espaciais e tornando realidade a troca de
informações em nível planetário. Como impacto na educação,
surgiram os primeiros computadores digitais no final da década
de 1940, que encontrariam no comportamentalismo e suas
máquinas de ensino analógico os primórdios do desenvolvimento
da educação assistida por computador.
12 Metodologias Ativas

Podemos obter uma percepção mais ampla sobre a associação


das modalidades educacionais às fases das TICs ao longo da sociedade
analisando as proposições apresentadas no Quadro 1, a seguir:
Quadro 1 – Associação das modalidades educacionais
às fases das tecnologias de comunicação e informação

Fonte: Coll e Monereo, 2010, p. 19 (Adaptado).

Considerando todas essas transformações, ponderamos que


o velho hábito do professor falando o tempo todo e o aluno apenas
“prestando atenção” parece não funcionar mais tão bem quanto antes. Um
professor chamado Paulo Freire (1996) caracterizou esse tipo de ensino
tradicional, no qual o professor fala e o aluno só escuta (ou finge escutar),
como educação bancária.

Na educação bancária, o professor deposita seu conhecimento


na cabeça do aluno comparada a uma caixa registradora e, ao final, o
aluno devolve o depósito realizado por meio do instrumento de avaliação,
ficando com sua caixa registradora vazia, ou seja, sem assimilação do
conhecimento. A educação bancária não prepara o estudante para a
resolução de problemas concretos, fazendo com que o aprendizado
tenha características meramente de reprodução.
Metodologias Ativas 13

Portanto, os tempos atuais exigem uma educação que dê respostas


aos problemas concretos da sociedade, de maneira tal que promova a
formação de “estudantes, professores, profissionais e pesquisadores
com práticas cada vez mais abertas, inclusivas e colaborativas que
sejam apoiadas em princípios, metodologias e tecnologias acessíveis e
transparentes” (OKADA; RODRIGUES, 2018, p. 42). Isto posto, tendo em
vista a preocupação de estimular no aluno habilidades e competências
necessárias a este novo tempo em uma sociedade tão permeada de
tecnologias, apresentamos a metodologia PBL.

DEFINIÇÃO:

Sanches (2016) apresenta a PBL como uma das principais


tendências e inovações em nível mundial no campo das
metodologias de ensino e, segundo ele, embora não seja
novidade, ainda é pouco utilizada pelas escolas de um
modo geral – principalmente no Brasil. Quer seja por falta
de um conhecimento mais profundo da metodologia, quer
seja por insegurança na aplicação de um método muito
diferente do tradicional.

REFLITA:

Por que usar a metodologia PBL? Qual a vantagem para


estudantes, professores e instituições?

Diante de tudo que expomos, utilizamos o PBL porque se dispõe a


apresentar uma metodologia ativa com uma nova abordagem buscando
superar o ensino tradicional bancário. De grande valia aos estudantes por
ser uma metodologia na qual a autonomia é estimulada na caminhada
pela busca do conhecimento, por meio de aulas mais dinâmicas nas
quais são desafiados à resolução de problemas concretos, trabalho em
grupo, pesquisa, liderança e principalmente protagonismo no aprender a
aprender. A autonomia do aluno está relacionada a uma postura ativa do
mesmo em relação a sua própria aprendizagem, o aprender a aprender.

De grande valia também aos professores com a possibilidade


de repensar seu fazer docente, bem como às instituições de ensino
14 Metodologias Ativas

que oportunizam um diferencial na formação de seus alunos e no seu


relacionamento com a sociedade no enfrentamento dos desafios
contemporâneos.

REFLITA:

Mas afinal, quando surgiu essa metodologia? Qual sua


história e seu contexto? Quais as primeiras experiências de
aplicação na educação?

Vamos tentar entender um pouco mais tudo isso?

PBL: contando sua história


Para entender esta metodologia, primeiramente vamos falar sobre
metodologias ativas, pois é neste contexto que está inserida a metodologia
problem based learning.

Diversos autores como Sobral e Campos (2011), Bastos (2006),


Berbel (2011), entre outros, têm apresentado discussões a respeito das
metodologias ativas.

DEFINIÇÃO:

Para Sobral e Campos (2011, p. 209): “metodologia ativa


(MA) é uma concepção educativa que estimula processos
de ensino-aprendizagem crítico-reflexivos, nos quais o
educando participa e se compromete com seu aprendizado”.

Como acontece a aprendizagem nas metodologias ativas?

Além do comprometimento do estudante com seu próprio


aprendizado, Bastos (2006) argumenta que o processo de aprendizagem
acontece por meio de análise, estudos, pesquisas e decisões individuais
ou coletivas em que o professor atua como um facilitador ou orientador
para que o estudante faça pesquisas, reflita e decida por ele mesmo.

Nas metodologias ativas as análises dos estudantes acontecem


por meio de experiências em diferentes contextos com objetivo de
Metodologias Ativas 15

apresentar possíveis soluções. Conforme pondera Berbel (2011, p. 29), “as


Metodologias Ativas baseiam-se em formas de desenvolver o processo
de aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às
condições de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades
essenciais da prática social, em diferentes contextos”.

Para Berbel (2011), a aprendizagem baseada em problemas


está inserida nas metodologias ativas por considerar a aplicação
de conhecimentos na solução de problemas concretos. Tem como
fundamento a ideia de que a aprendizagem significativa se dá com base
na solução de problemas.

RESUMINDO:

Aprendizagem significativa é contrária à transferência de


conhecimento sem efetividade. Nessse sentido, Freire
(1996) declara que a aprendizagem se dá de forma mais
efetiva se o processo possibilita a produção ou a construção
do conhecimento e, em PBL, podemos considerar que
o conhecimento apreendido se faz significativo na busca
pela solução de problemas concretos. Supera-se a ideia do
ensino como apenas uma transferência de conhecimento.

Os tempos atuais exigem cada vez mais o desenvolvimento de


outras habilidades e competências no enfrentamento dos desafios
apresentados. Concordamos com Berbel (2011) que a complexidade
crescente dos diversos setores da vida no âmbito mundial, nacional e
local tem demandado cada vez mais o desenvolvimento de capacidades
humanas de pensar, sentir e agir de modo cada vez mais amplo e
profundo, comprometido com as questões do entorno em que se vive.
Portanto, a metodologia PBL se faz muito necessária.

REFLITA:

Mas, afinal, como se deu o surgimento do PBL?


16 Metodologias Ativas

A metodologia de aprendizagem baseada em problemas, conhecida


também pela sua sigla em inglês problem based learning (PBL), começou
a ser desenvolvida nas universidades McMaster (Canadá) e Maastrich
(Holanda).

De acordo com Borges et al. (2014), essa metodologia foi introduzida


inicialmente no ensino de Ciências da Saúde na McMaster University,
Canadá, em 1969, e desde então várias outras escolas, especialmente os
cursos de Medicina, passaram a utilizá-la na estrutura curricular, de forma
plena ou como um currículo paralelo ou em parte da grade curricular.

Entre as escolas de Medicina que se apoiam na metodologia, estão:


Maastrich University (Holanda), Southern Illinois School of Medicine (EUA),
Faculté de Medicine – Université de Sherbrooke (Canadá) e Harvard
Medical School (EUA), entre outras.

Por ter se estabelecido como uma metodologia de aprendizagem


que apresenta resultados exitosos, tem sido implementada como base
em programas curriculares de cursos de graduação ao redor do mundo,
especialmente na área de Saúde, como visto anteriormente.

NOTA:

Aqui no Brasil a metodologia tem sido aplicada em diversas


instituições, tendo iniciado nos cursos da área da saúde
e engenharia. Tem-se conhecimento de que as primeiras
experiências foram na Faculdade de Medicina de Marília
(SP) e na Universidade Estadual de Londrina – UEL (PR).
Porém, muitos outros cursos têm buscado a metodologia
PBL como opção para inovação no ensino. De acordo com
Borges et al. (2014), 19% dos cursos de Medicina declararam
usar essa metodologia.

Segundo exposto no site Escola Web, no Brasil o PBL passou a ser


discutido há pouco mais de duas décadas. Alguns de seus conceitos já
permeavam os Parâmetros Curriculares Nacionais publicados em 1997 e
foram utilizados para nortear exames oficiais como o ENEM.
Metodologias Ativas 17

REFLITA:

Você já pensou em como ficou a aplicação PBL com o


advento das TICs?

As TICs servem de suporte para a implementação da metodologia


junto aos estudantes, tal relação entre TIC e PBL passou a ser mais efetiva
especialmente a partir dos anos 1990 (FARIAS; SPANHOL; SOUZA, 2017).

Podemos dizer que a tecnologia se apresenta como uma facilitadora


das possibilidades pretendidas pela metodologia, porém por si só não
garante êxito ou inovação no processo.

Existem fundamentos preciosos que precisam ser levados em


consideração na aplicação da PBL e é sobre isso que discutiremos a
seguir. Preparado para ampliar um pouco mais seu conhecimento sobre
PBL?

RESUMINDO:

E então? Gostou do que mostramos? Os motivos que


justificam e incentivam o uso da aprendizagem baseada
em problemas estão em sintonia com as novas demandas
da sala de aula do século XXI, que não comporta mais
um ensino conteudista e passivo por parte dos alunos.
Aprendemos também que a metodologia nasceu nos
cursos de medicina e que a tecnologia se apresenta como
uma grande aliada na aplicação dessa metodologia ativa.
Ainda temos muito mais conhecimentos para compartilhar!
Contamos com seu comprometimento e participação.
Vamos seguir!
18 Metodologias Ativas

Problem Based Learning (PBL)


Fundamentos da Metodologia
INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de identificar


os fundamentos da metodologia da aprendizagem
baseada em problemas. Isso será fundamental para que
sua formação em Metodologias Ativas seja completa. Para
falarmos sobre o passo a passo da metodologia, faz-se
necessário salientar que o PBL (problem based learning) é
uma metodologia na qual os estudantes lançam mão de
conhecimentos sistematizados na busca pela solução de
problemas categorizados. Os problemas são elaborados
com vistas a abarcar os conhecimentos essenciais
propostos no currículo escolar. Desta maneira, o estudante
coletivamente inicia sua jornada inspirado por um ensino
que se propõe a ser inovador em sua abordagem. Vamos
adiante!

Para Farias, Espanhol e Souza (2017), o foco do aprendizado é buscar


a solução do problema, prioritariamente em grupo, seguindo um passo a
passo mais rígido e clássico, valorizando as competências de trabalho em
grupo. Os princípios do PBL têm como inspiração, segundo Berbel (1998,
p. 152)
os princípios da escola ativa, do método científico, de um
ensino integrado e integrador dos conteúdos, dos ciclos
de estudo e das diferentes áreas envolvidas, em que os
alunos aprendem a aprender e se preparam para resolver
problemas relativos à sua futura profissão.

Um dos fundamentos da metodologia está centrado na


aprendizagem em grupo, sugerindo-se pequenos grupos, pois o trabalho
em grupo é entendido como um facilitador na aquisição de conhecimentos,
de habilidades de comunicação, empatia, interação, partilha, convivência
com a diversidade, dentre outros aspectos.
Metodologias Ativas 19

REFLITA:

Quais os fundamentos para uma aplicação PBL em


diferentes níveis educacionais?

A metodologia PBL contribui para o desenvolvimento de


competências relevantes no estudante, que estão na possibilidade de
ampliar os seus conhecimentos na resolução de problemas, na motivação
para o aprendizado, na autonomia no aprender a aprender, bem como no
trabalhar em equipe.

A proposta curricular se organiza ao redor de cenários de


problemas, e não de disciplinas, propondo uma integração interdisciplinar,
na promoção de conexões entre as diferentes áreas do conhecimento.
Cabe aos estudantes se engajarem na situação apresentada, buscando
informações e dados como suporte e, ao mesmo tempo, desenvolvendo
habilidades e competências na trajetória empreendida.

A aprendizagem em grupo facilita a aquisição de conhecimentos e


habilidades de comunicação, trabalho em grupo, responsabilidade pela
própria aprendizagem, compartilhamento de informações e respeito pelo
outro (BORGES et al., 2014).

REFLITA:

Quais os passos de um grupo para análise e discussão de


problemas na metodologia PBL?

O ponto de partida encontra-se no problema apresentado aos


estudantes, formulado pelos professores das diferentes disciplinas, o qual
será analisado e discutido em pequenos grupos, com o auxílio de um
tutor/docente.

Os sete passos
De acordo com Borges et al. (2014) e Berbel (2011), podemos resumir
em sete passos as atividades de um grupo de PBL, sendo:
20 Metodologias Ativas

1. Leitura do problema, identificação e esclarecimento de termos


desconhecidos contidos na descrição do problema.

2. Identificação dos problemas propostos. Qual é o problema ou


quais são eles? Não tente, por enquanto, explicar o porquê dos
problemas.

3. Formulação de hipóteses (brainstorming). Os alunos se utilizam


nesta fase dos conhecimentos de que dispõem sobre o
assunto. A primeira sessão tutorial visa trazer para discussão
os conhecimentos prévios do grupo. Todos possuem, de certa
maneira, conhecimentos prévios, e alguns se lembram de
coisas que os outros esqueceram. Trabalhar em grupo é muito
importante, principalmente saber respeitar a opinião dos outros e
fazer da discussão mais uma oportunidade de aprender.

4. Resumo das hipóteses do problema apresentado.

5. Formulação dos objetivos de aprendizagem. Trata-se da


identificação do que o aluno deverá estudar para aprofundar
os conhecimentos incompletos formulados nas hipóteses
explicativas. O ideal é ser objetivo, isto é, formular os objetivos com
base nos problemas, sem tentar estudar tudo sobre o assunto,
pois o tempo não será suficiente. O grupo deve decidir o que é
importante estudar.

6. Estudo individual dos objetivos de aprendizagem. Buscar


informações em mais de uma fonte e ter como um dos objetivos
trocar essas informações, de fontes diversificadas, na discussão
em grupo. O estudo ou busca de informações são essencialmente
individuais.

7. Rediscussão do problema frente aos novos conhecimentos


adquiridos. Integração das informações e da resolução do caso.

Composição de um grupo de PBL


Todo grupo formado pelos estudantes para resolução de problemas
deverá ser composto de: um coordenador e um secretário, escolhido entre
Metodologias Ativas 21

os pares e os demais membros do grupo, que contarão com o auxílio de


um tutor/docente. A função do tutor/docente e do coordenador é manter
o foco da discussão e dos objetivos de aprendizagem.

No quadro 2 abaixo seguem as funções que devem ser


desempenhadas por cada uma das partes.
Quadro 2 – Descrição dos papéis dos participantes do grupo

Fonte: Borges et al., 2014, p. 303 (Adaptado).

A metodologia PBL tem suscitado muitas discussões, especialmente


entre aqueles que têm participado do processo de implantação nas
instituições de ensino, estudantes e docentes, mas segundo Borges et
al. (2014), o impacto da metodologia na formação dos estudantes poderá
ser constatado com a evolução profissional do egresso, especialmente as
características ligadas à autonomia, ao autodidatismo, entre outras.

PBL consiste na aprendizagem baseada em resolução de problemas.


A centralidade do ensino está no aluno e em atividades de grupo. Os
22 Metodologias Ativas

estudantes, para solucionar problemas, recorrem aos conhecimentos


prévios, discutem, estudam, adquirem e integram os novos conhecimentos.
Essa integração, aliada à aplicação prática, facilita a aquisição do
conhecimento. Vamos, agora, estudar experiências práticas de aplicação
do PBL em diferentes segmentos educativos? Continue conosco!

PBL - experiências de aplicação


Agora que você já se familiarizou com os fundamentos da
metodologia, vamos explicitar como é possível sua aplicação em diferentes
níveis educacionais. Para tanto, vamos apresentar alguns modelos de PBL
em diferentes formatos, que podem ser replicáveis ou inspirativos para
sua turma, depende apenas da realidade na qual você está inserido.

NOTA:

Uma das principais tarefas é o problema bem formulado,


cabe ao professor formular bons problemas, considerando
a realidade dos alunos e o programa curricular.

O papel do docente/tutor é primordial para a eficácia do trabalho


em grupo.

EXPERIÊNCIA 1. ENSINO SUPERIOR

Este modelo de PBL aplicado em conteúdos da Ciência dos


Alimentos no formato de ABP encontra-se Aqui.
Figura 2 – Jovens estudantes discutindo em grupo um problema

Fonte: Freepik
Metodologias Ativas 23

• Disciplina: Introdução à Ciência dos Alimentos

• Série: 3º Ano

• Curso(s): Dietética, Administração de Serviço de Alimentação e


Economia Doméstica

• Objetivo geral: introduzir discentes no estudo das propriedades


dos alimentos e das mudanças que acontecem durante a
preparação.

• Objetivos específicos: Conhecimento

1. Discutir a inter-relação entre propriedades da matéria-prima de


alimentos.

2. Estabelecer os efeitos característicos de química e mecânica


e tratamentos pelo calor na composição, pela estrutura e pelas
propriedades físicas dos alimentos.

3. Descrever vários métodos de preservação e processamento de


alimentos.

4. Discutir mudanças que acontecem nos alimentos durante a


preparação.

• Habilidades

1. Demonstrar habilidade para preparar alimento saboroso.

2. Conduzir testes de qualidade na preparação de alimentos.

3. Demonstrar habilidades para preparação de alimentos básicos,


uso apropriado de equipamentos, administração de tempo e
manipulação de alimento seguro.

• Atitudes e valores

1. Registrar cuidadosamente todos os dados requeridos aos


relatórios de laboratório e demonstrar utilização desses dados na
decisão de fabricação.

2. Demonstrar comportamento ético e profissional na sala de aula e


nas situações de laboratório.
24 Metodologias Ativas

3. Interagir com outros estudantes ajudar na aprendizagem do


assunto por meio de troca de ideias com os semelhantes em
situações de aprendizagem cooperativa.

• Tempo para solução: Sete dias

• Composição do grupo: 4 elementos

• PROBLEMA (Texto)

• Título – “Água”

Problema 1. Você abriu um restaurante recentemente em uma


pequena cidade no centro da Flórida. Uma dupla de empregados do
restaurante informa que estão tendo problemas com o chá, que está
turvo. Você também nota que alguns dos cartões de comentário de cliente
declararam que os legumes estão com a cor e consistência alteradas. Qual
é o problema e como você o resolverá? – O grupo de desenvolvimento de
produto alimentício decide que seria adequado reunir alguns dados sobre
a atividade de água do produto que o grupo está testando. Como o grupo
irá colecionar os dados com eficácia e precisão?

Problema 2. Como o gerente de uma operação de serviço de


alimentação, você nota que seus empregados começaram a colocar arroz
seco nos saleiros. Argumente várias razões para justificar por que você
continuará ou descontinuará essa prática.

• Suposto conhecimento prévio

1. Métodos de conservação de alimentos

• Docente/Tutor

1. Autosselecionar grupos de 4 elementos.

2. Definir as funções dos membros.

3. Minipreleção para introduzir o tópico do problema, mas sem


nenhuma direção para a solução do problema.

4. Apresentar os problemas aos estudantes.

5. Instrução para relatar o processo, incluindo lista de referência.


Metodologias Ativas 25

• Abrangência interdisciplinar (Disciplinas)

1. Princípios de Conservação de Alimentos

2. Administração

• Fonte/Referência: incluir

EXPERIÊNCIA 2. ENSINO FUNDAMENTAL II E ENSINO MÉDIO


Figura 3 – Estudantes adolescentes trabalhando reunidos em grupo na sala de aula

Fonte: Freepik

• Disciplina: Educação ambiental

• Série: Primeiras séries de escola pública

• Curso(s): Ensino Fundamental II e Ensino Médio

• Objetivo geral: Levar os estudantes a reflexão sobre problemas de


centros urbanos que impactam no futuro das gerações no planeta.

• Objetivos específicos: Conhecimento

1. Discutir a inter-relação entre o lixo urbano e ocupação do espaço.

2. Levantar os efeitos da falta de conscientização com relação ao


lixo urbano.

3. Discutir a relação entre a destruição provocada pelas chuvas e o


desmatamento desenfreado.
26 Metodologias Ativas

• Habilidades

1. Demonstrar habilidade para promover campanha de


conscientização.

2. Descrever os principais impactos do descuido com a preservação


do meio ambiente.

3. Demonstrar habilidades para organizar campanha de


conscientização sobre desmatamento.

• Atitudes e valores

1. Registrar cuidadosamente todos os dados levantados sobre lixo


urbano e desmatamento.

2. Demonstrar comportamento ético e profissional na sala de aula e


nas situações de pesquisa prática.

3. Interagir com outros estudantes e ajudar na aprendizagem do


assunto por meio de troca de ideias em situações de aprendizagem
cooperativa.

• Tempo para solução: nove dias

• Composição do grupo: 4 elementos

• PROBLEMA (Texto)

• Título – “Destruição”

Problema 1. Como morador do bairro, você tem notado que


o lixo urbano e o descuido com o meio ambiente têm aumentado
gradativamente. O que fazer com a quantidade de lixo urbano produzido
pela sociedade atual?

Problema 2. As chuvas torrenciais provocam grande destruição nas


cidades. Como cidadão consciente da ocupação desordenada de espaços,
bem como com as queimadas criminosas de áreas de preservação,
argumente como a água das chuvas afeta as áreas desmatadas.

• Suposto conhecimento prévio


Metodologias Ativas 27

Identificação de lixo urbano e áreas de desmatamento na


comunidade.

Docente/Tutor

1. Autosselecionar grupos de 5 elementos.

2. Definir as funções dos membros.

3. Minipreleção para introduzir o tópico do problema, mas sem


nenhuma direção para a solução do problema.

4. Apresentar os problemas aos estudantes.

5. Instrução para relatar o processo, incluindo lista de referência.

Abrangência interdisciplinar (Disciplinas)

1. Princípios de conservação do meio ambiente

2. Ciências e meio ambiente (água, solo e diferentes formas de


poluição)

3. Organização e liderança

Fonte/Referência: incluir

EXPERIÊNCIA 3. EDUCAÇÃO INFANTIL E/OU ENSINO FUNDAMENTAL I


Figura 4 – Crianças reunidas trabalhando em grupo

Fonte: Freepik
28 Metodologias Ativas

• Disciplina: Introdução a alimentos saudáveis

• Série: iniciais

• Curso(s): educação infantil e ensino fundamental I

• Objetivo geral: Introduzir as crianças no estudo dos alimentos


saudáveis

• Objetivos específicos: Conhecimento

1. Discutir a inter-relação entre propriedades dos alimentos e vida


saudável.

2. Estabelecer os efeitos característicos da ingestão de alimentos


saudáveis.

3. Descrever vários métodos de preservação e processamento de


alimentos.

• Habilidades

1. Demonstrar habilidade para reconhecer alimento saudável.

2. Mostrar habilidade em identificar as cores dos alimentos e sua


relação com a saúde.

• Atitudes e valores

1. Registrar com desenhos os dados requeridos na identificação de


alimentos naturais.

2. Demonstrar comportamento ético na aceitação da diversidade de


alimentação.

3. Interagir com outros estudantes e ajudar na aprendizagem do


assunto por meio de troca de ideias em situações de aprendizagem
cooperativa.

• Tempo para solução: 7 dias

• Composição do grupo: 4 elementos

• PROBLEMA (Texto)

• Título – “Com água na boca”


Metodologias Ativas 29

Problema 1. Doces, bolachas, frutas e verduras enchem a nossa


boca de água quando estamos com fome. Quais alimentos me ajudam a
crescer e ficar forte?

• Suposto conhecimento prévio

As frutas mais populares.

• Docente/Tutor

1. Autosselecionar grupos de 4 elementos.

2. Definir as funções dos membros.

3. Minipreleção para introduzir o tópico do problema, mas sem


nenhuma direção para a solução do problema.

4. Apresentar os problemas aos estudantes.

5. Instrução para relatar o processo, incluindo lista de referência.

• Abrangência interdisciplinar (Disciplinas)

1. Princípios de Alimentos Saudáveis

2. Diversidade

• Fonte / Referência: incluir

NOTA:

Para o sucesso do PBL, prepare-se mais e mais discutindo


com seus colegas os conceitos aqui apresentados e
ampliando seu conhecimento por meio de pesquisa
individual e em grupo. Exercite o PBL desde já!
30 Metodologias Ativas

RESUMINDO:

Neste capítulo encerramos nossos estudos sobre


a Metodologia Ativa de aprendizagem baseada em
problemas conhecendo os 7 passos de um grupo de PBL
e como ele deve ser composto, com suas respectivas
funções e atribuições. Para finalizar, apresentamos
exemplos de aplicações para diversos níveis de ensino,
com a finalidade de unir a teoria à aplicação prática da
metodologia. Sigamos nossos estudos, que tratarão no
próximo capítulo da aprendizagem baseada em projetos!
Vamos adiante!
Metodologias Ativas 31

Aprendizagem baseada em projetos - ABP

INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de contextualizar


a importância da aplicação da Aprendizagem Baseada
em Projetos (ABP), ou Project Based Learning (PBL). Para
isso, apresentamos a metodologia como facilitadora do
desenvolvimento da autonomia do aluno e do professor
frente ao processo de aprendizagem, vindo a contribuir
para ampliar habilidades, competências e aprendizado
colaborativo. Vamos adiante!

O modelo tradicional de ensino, no qual o professor assume o


papel de detentor absoluto do conhecimento, está aquém das novas
exigências. A imagem do professor como transmissor de conteúdo e
protagonista principal do processo educativo, bem como a imagem do
aluno receptor passivo, há muito ficaram distante. Os alunos mudaram,
pois representam as primeiras gerações que cresceram com as novas
tecnologias, processando informações de maneira diferente das
gerações anteriores. Diante da diversidade apresentada pela internet,
eles se comunicam conectados, colaboram e compartilham informações,
interagindo individualmente e em grupo.

Com isso, convivemos com uma nova possibilidade, o papel do


professor como orientador e do aluno como protagonista na busca pelo
conhecimento sistematizado. Esta possibilidade pode ser materializada
por meio da aprendizagem baseada em projetos, que prioriza a construção
colaborativa de conhecimentos, a autonomia do aluno e o processo
investigativo de questões complexas, de forma interdisciplinar e em rede.

Para Bender (2014), ABP é uma opção de ensino para o século XXI,
considerando as tecnologias de ensino em constante transformação.

O ponto de partida se dá a partir de problemas reais que envolvem a


comunidade na qual os alunos estão inseridos, ou seja, com base em sua
realidade. Por isso, uma grande contribuição da aprendizagem baseada
em projetos está em sua dimensão social.
32 Metodologias Ativas

A ABP promove discussão entre todos os envolvidos no processo


de aprendizagem, com protagonismo e autonomia de professores e
estudantes.

Na ABP, os projetos são organizados em atividades investigativas


mediante tarefas complexas, ideias ou temas propostos que desafiem os
estudantes.

A aprendizagem baseada em projetos tem como base a


interdisciplinaridade, ou seja, a integração de diferentes áreas do
conhecimento.

Outro fator relevante na ABP é o estímulo ao desenvolvimento de


habilidades e competências exigidas no contexto atual, como trabalho
em grupo/equipe, empatia, convívio com diferentes olhares, relação da
teoria com a prática por meio da apresentação de soluções a problemas
concretos, criatividade, espirito investigativo, protagonismo frente a
diferentes saberes, entre outros.

Tal metodologia promove a autonomia dos envolvidos no processo


e faz com que o aluno tenha um papel ativo rumo ao aprendizado, postura
pesquisadora e crítica que são habilidades exigidas no século XXI.

Na era da conectividade e do compartilhamento, os estudantes


se interconectam para resolução de problemas e compartilhamento de
informações, com vistas a superação de dificuldades e execução de
tarefas escolares. A colaboração que mobiliza os alunos em rede passa a
ser uma característica geradora nesse ambiente de aprendizagem.

Nesse sentido, diante dessa oferta de meios e recursos, Coll e


Monereo (2010, p. 31) afirmam que em médio prazo parece inevitável
que o professor incorpore outros papéis, abandonando paulatinamente
o de transmissor de informação, substituindo-o por “seletor e gestor dos
recursos disponíveis, tutor e consultor no esclarecimento de dúvidas,
orientador e guia na realização de projetos e mediador de debates e
discussões”.
Metodologias Ativas 33

Portanto, o ambiente da ABP apresenta uma resposta aos


principais conhecimentos e habilidades exigidos no século XXI, conforme
observamos na figura 5.
Figura 5 – Elementos essenciais para aprendizagem baseada em projetos

Fonte: https://bit.ly/3yDwl5j. (Acesso em 26/06/2020)

De acordo com o relatório Horizon Report, edição 2017, do New


Media Consortium (NMC), que edita o levantamento anual em parceria
com o Consortium for School Networking (CoSN) desde 2012, a educação
básica precisa refletir mudanças sociais para que estudantes estejam
preparados para o mundo real, sendo este preparo considerado como
um dos principais desafios para o século XXI.
34 Metodologias Ativas

Figura 6 – NMC

Fonte: https://bit.ly/2TjZXVa (Acesso em 27/06/2020)

Encare os desafios dos estudantes no século XXI:

1. Ser colaborativo

2. Compartilhar conhecimento

3. Ampliar autonomia

4. Apresentar soluções para a vida real – links teoria e prática.

Portanto, estimular e aprofundar metodologias que estimulem


a busca por soluções para problemas reais, de forma colaborativa
e compartilhada, com criatividade e inovação, justifica a prática da
aprendizagem baseada em projetos.

IMPORTANTE:

O relatório Horizon Report é produzido colaborativamente


por especialistas, liderado pelo New Media Consortium
(NMC) e, em sua 14ª edição (2017), descreve os resultados
anuais da pesquisa em andamento, que se propõe a
identificar e descrever as tecnologias emergentes que
possam ter um impacto na aprendizagem, no ensino e na
pesquisa.

Enfim, podemos constatar que o relatório NMC, Horizon Report-2017,


expressa necessidades de uma sociedade que vislumbra na educação
um caminho para superar os desafios por meio de inovação, criatividade,
metodologias inovadoras e novas tecnologias. Para tanto, é urgente o
repensar em metodologias, currículos e gestão do conhecimento, bem
como em suas estruturas para inovar e avançar.
Metodologias Ativas 35

A ABP se apresenta como um caminho possível na busca por


soluções criativas e inovadoras.

A forma colaborativa e compartilhada está no cerne da


metodologia da ABP, pois acredita-se que por meio da colaboração e do
compartilhamento consegue-se construir projetos significativos em um
ambiente de reflexão crítica sobre problemas concretos.

Conviver e compartilhar são ações que impactam positivamente


o mundo? Se sua resposta é afirmativa, você não está sozinho nessa. O
educador Paulo Freire (1996), defensor da educação contextualizada e
crítica, defende que as pessoas se educam em comunhão, por meio da
convivência no mundo uns com os outros.

A ABP tem esta direção, do conviver, do compartilhar e do


aprendizado colaborativo entre os diferentes atores participantes, na
busca pela aquisição do conhecimento sistematizado.

Além disso, apresenta possibilidades para que professores, alunos


e a comunidade escolar como um todo reflitam sobre os desafios da
sociedade na qual estão inseridos e contribuam para o surgimento de
espaços educativos compartilhados e colaborativos, que promovam o
acesso democrático a direitos e maior participação nas decisões nesta
sociedade contemporânea.

SAIBA MAIS:

Quer saber mais sobre relatório Horizon Report? Clique


aqui. “NMC Horizon Report: 2017 Higher Education Edition”.

Mas, afinal, como surgiu a ABP? Quais foram seus idealizadores?


Vamos saber um pouco mais sobre tudo isso? Fique conosco!

Aprendizagem baseada em projetos (ABP)


- Um pouco de sua história
O filósofo e educador John Dewey foi um dos principais
representantes da pedagogia de projetos e um dos precursores da ideia
36 Metodologias Ativas

de se trabalhar com projetos como recurso pedagógico no início do século


XX. Para esse educador, o conhecimento tem na ação e nas experiências
práticas sua fonte de aquisição, pois é obtido por meio do encontro do ser
humano com o mundo que o cerca.

Se considerarmos o impacto das tecnologias na sociedade atual,


podemos dizer que a ABP é uma metodologia que consegue acomodar as
mudanças advindas deste contexto, servindo de ponte para que os atuais
estudantes desenvolvam habilidades para lidar com essas inovações que
exigem deles um protagonismo de resposta (BENDER, 2014).

NOTA:

A ABP está inserida no contexto de metodologias ativas,


sistematizada por Venturelli (1997), que têm como base
o aprender a aprender, bem como a prática das teorias
aprendidas em um processo colaborativo entre os pares.
Além disso, são centradas nos estudantes, que são vistos
como protagonistas de processo de aprendizagem.

A perspectiva colaborativa é um dos alicerces da metodologia ABP,


pois as atividades desenvolvidas pelos grupos, construídas nos projetos,
caminham nessa direção. Entendemos como colaborativo o ambiente
educativo no qual pessoas interagem, por meio de discussão, reflexão e
tomada de decisão. Para além disso, a colaboração também contribui para
difusão de experiências e pesquisas de outros grupos, oportunizando o
trabalho em redes de colaboração e o compartilhamento de informações.

Além de Dewey, temos outros pesquisadores de relevância desta


metodologia, como Kilpatrick (aluno, colega e sucessor de John Dewey),
que apoiado nas ideias do colega defende que o trabalho com projetos
é uma atividade intencional, que possibilita incorporar habilidades que
serão desenvolvidas ao longo do processo, bem como ideias a serem
materializadas na prática, entre outros aspectos. Tanto John Dewey quanto
William Kilpatrick são considerados os precursores da aprendizagem
baseada em projetos.
Metodologias Ativas 37

Contribuições da ABP - Reflexões


Uma das contribuições que se apregoa acerca da metodologia
é defendida por Hernández (2000), quando expõe que os projetos
constituem um espaço que permite a aproximação dos alunos com sua
realidade, aprendendo a dialogar criticamente para além dos muros da
escola. Afirma, também, que podem contribuir para o desenvolvimento
de habilidades e competências relacionadas: à formulação e resolução
de problemas, à integração entre diferentes saberes e conhecimentos, à
síntese de ideias e à tomada de decisões, entre outros aspectos.

No Brasil, a caracterização das metodologias ativas, na qual estão


incluídas a ABP tem um forte componente social. As possibilidades de
aplicação na educação das metodologias ativas foram iniciadas na década
de 1990, quando começaram a compor experimentos nas escolas de
Medicina e Enfermagem, sendo pioneiras as escolas de Marília, Botucatu
e Londrina, conforme aponta Venturelli (1997). As ideias que compõem a
metodologia de projetos chegaram ao Brasil na década de 1930, ideias de
Dewey traduzidas por Anísio Teixeira (BEHRENS; JOSE, 2001).

Outras vantagens obtidas pelos praticantes da ABP consistem em:

1. A escola ficar mais atraente para o aluno.

2. Melhorar a aprendizagem.

3. Construir habilidades para a vida.

4. Ajudar a alcançar metas do currículo.

5. Oferecer oportunidades para os alunos usarem a tecnologia.

6. Tornar o ensino mais agradável e gratificante.

7. Conectar os alunos com a comunidade e o mundo.


Fonte: https://bit.ly/3fiXeUw

Como organizar um projeto pedagógico na ABP? Quais são seus


fundamentos? Vamos conversar mais sobre isso?
38 Metodologias Ativas

RESUMINDO:

Chegamos ao final de nosso primeiro capítulo sobre a


metodologia ativa de aprendizagem baseada em projetos.
Estudamos que a ABP tem como base a interdisciplinaridade,
ou seja, a integração de diferentes áreas do conhecimento
desenvolve habilidades e competências exigidas no
contexto atual, como trabalho em grupo/equipe, empatia,
convívio com diferentes olhares, relação da teoria com a
prática por meio da apresentação de soluções a problemas
concretos. Vimos também que a ABP apresenta uma
proposta aos conhecimentos e à habilidade requeridos
no século XXI. Por fim, conhecemos as vantagens obtidas
com a implementação da ABP, que terá sempre como
missão desenvolver projetos de forma colaborativa,
partindo de uma mediação pedagógica articulada com as
competências requeridas. Vamos adiante, pois temos ainda
muita coisa interessante para conhecer!
Metodologias Ativas 39

Aprendizagem Baseada em Projetos


(ABP) Principais fundamentos de
projetos pedagógicos
INTRODUÇÃO:

Em nosso último capítulo de estudos da segunda unidade


de Metodologias Ativas, estudaremos as diferentes etapas
de elaboração de um projeto pedagógico na ABP, bem
como a diversidade de propostas neste âmbito, encerrando
com a partilha de experiências onde poderemos aplicar na
prática os conhecimentos adquiridos. Contamos com sua
dedicação. Sigamos juntos!

Para Campos (2011), um projeto se constitui em um esforço


temporário empreendido para criar um produto ou resultado exclusivo.

Além disso, o projeto deve ter prazos definidos, indicando início


e término, uma gestão adequada para promover seu desenvolvimento,
considerando a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e
técnicas, com vistas a atender aos requisitos propostos em sua elaboração.

Um projeto, para ser bem-sucedido, deve considerar a participação


de todos os envolvidos em sua elaboração. As palavras colaboração e
compartilhamento são molas propulsoras da ABP.

Etapas para a elaboração de um projeto


O que se tem são algumas indicações para a composição de um
projeto. Apresentaremos algumas ideias recorrentes a partir de agora.

Buck Institute for Education (2008)


O Buck Institute for Education, desde a década de 1990, realiza
estudos sobre a ABP, sendo um dos centros de referência da temática.
Apresenta como proposta o desenvolvimento de projeto por meio de seis
passos, conforme expomos:
40 Metodologias Ativas

• Primeiro – desenvolver a ideia do projeto.

• Segundo – decidir o escopo do projeto.

• Terceiro passo – selecionar os padrões de qualidade, deixando


claro quais são eles.

• Quarto passo – incorporar resultados simultâneos.

• Quinto passo – trabalhar a partir de critérios de formulação.

• Sexto passo – criar um ambiente ideal de aprendizagem, com


base na colaboração.

Nesta estrutura o docente atua como mediador, articulador e/ou


facilitador do processo, oportunizando ao estudante seu protagonismo.
No entanto, cabe ao professor a gestão e a articulação do processo
de elaboração, bem como avaliar as etapas e apresentar os feedbacks
necessários. Um projeto educacional apresenta quatro fases de
elaboração propostas pelo idealizador:

a. Intenção.

b. Planejamento.

c. Execução.

d. Julgamento.

SAIBA MAIS:

William Heard Kilpatrick, matemático e físico dos EUA (1871-


1965), discípulo de Dewey, destacou-se principalmente
pelo seu trabalho no “Método de Projetos”. Para Kilpatrick,
não basta a atenção, é necessário também a intenção,
pois esta torna o educando agente que prepara e executa.
(Fonte: https://bit.ly/3wACehY)

Cada fase proposta é concebida por meio da identificação de uma


situação real sendo que, ao final, apresenta-se um produto, uma resolução
ou um serviço como resultado do projeto.
Metodologias Ativas 41

Projetos podem ser definidos como tarefas, ideias complexas ou


situações-problemas que envolvem os alunos.

Outro modelo de estrutura para elaboração de projeto em um


enfoque da ABP encontra-se divulgado no site Porvir, link de interesse
https://bit.ly/3oPbVli, com os seguintes critérios e etapas:

a. Criação e planejamento – defina um problema central, formule uma


questão orientadora, planeje atividades a serem desenvolvidas,
elabore um cronograma.

b. Desenvolvimento – incentive os alunos, envolva a turma durante


o processo, mantenha o diálogo, estimule os alunos a fazerem
perguntas.

c. Monitoramento e avaliação – acompanhe e registre o


desenvolvimento dos alunos, observe a motivação e o interesse
pelas atividades, veja se as atividades contribuem para a
construção do conhecimento, avalie a necessidade de se fazer
ajustes no projeto.

d. Encerramento – reflita com os alunos sobre as aprendizagens


adquiridas, avalie se os objetivos foram atingidos, divulgue os
resultados obtidos.

Todas as etapas do projeto devem ser marcadas pela autonomia do


professor e do aluno em compartilhar e colaborar uns com os outros. O
docente, como gestor do processo, deve estimular e orientar os alunos ao
longo de toda a jornada, promovendo a busca pelo protagonismo de seus
estudantes e o aprender a aprender.

Além disso, é importante a avaliação que pode ser realizada durante


todas as fases, considerando a participação do aluno, o comportamento
individual e a interação do grupo, a qualidade da participação, a qualidade
do trabalho final proposto e de sua apresentação final (BENDER, 2014).

Há uma diversidade de formas de elaboração de projetos, como


você deve ter notado. Vamos conhecer alguns modelos de projetos de
ABP que foram executados?
42 Metodologias Ativas

Aprendizagem baseada em projetos -


experiências
A aprendizagem baseada em projetos pode ser aplicada em todos
os segmentos educacionais. No entanto, sabemos que temos muitos
desafios a serem superados para a efetiva ampliação da metodologia nas
escolas, de maneira geral, especialmente pela necessidade de formação
constante.

Neste espaço apresentaremos alguns projetos que foram


executados e que servem de inspiração para professores, gestores e
coordenadores que queiram implantar a ABP.

REFLITA:

O que é importante na ABP? Uma das principais


tarefas é o estímulo a um ambiente colaborativo e de
compartilhamento de ideias e experiências, considerando
a realidade dos alunos e o programa curricular.

É importante não perder de vista que o papel do professor como


gestor é relevante para a eficácia do trabalho em grupo.

EXPERIÊNCIA 1. ENSINO SUPERIOR

O relato dessa experiência de ABP encontra-se registrado em


Campos et al. (2016) e aborda uma aplicação de ABP no curso superior
de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, na disciplina
Projeto de Desenvolvimento.

Para fins didáticos, apresentaremos resumidamente os seguintes


critérios de projeto:

a. Criação e planejamento – problema central, questão orientadora,


atividades a serem desenvolvidas, cronograma.

b. Desenvolvimento – incentive os alunos, envolva a turma durante o


processo, mantenha o diálogo, estimule os alunos a fazer perguntas.
Metodologias Ativas 43

c. Monitoramento e avaliação – acompanhe e registre o


desenvolvimento dos alunos, observe a motivação e o interesse
pelas atividades, veja se contribuem para a construção do
conhecimento, avalie a necessidade de se fazer ajustes no projeto.

d. Encerramento – reflita com os alunos sobre as aprendizagens


adquiridas, avalie se os objetivos foram atingidos, divulgue os
resultados obtidos.

Dessa forma, acompanhe conosco.

a. Criação e planejamento – simulação de participação em um


projeto de desenvolvimento de software, considerando as
melhores práticas existentes no mercado.

b. Desenvolvimento – o docente se utiliza de metodologia colaborativa


na qual a turma de estudantes, vinculadas ao docente, é dividida
em times de trabalho que se revezam em ciclos, de quatro a cinco
pessoas, ao longo do semestre trabalhando em um problema, até
a apresentação de um produto que represente a solução.

A primeira ação é levantar o perfil dos alunos e seus conhecimentos


referentes à tarefa proposta, por meio de uma ferramenta computacional.
Tal ação é proposital, pois o docente formou times com base na
diversidade de conhecimentos e habilidades. Os estudantes participam
da escolha a respeito da temática do projeto, das metodologias e das
tecnologias a serem aplicadas. Para tanto, realiza-se o processo de
brainstorm, em que todos os integrantes são convidados a compartilhar
ideias para potenciais projetos. Incentiva-se o pensamento em projetos
com diferenciais concretos e aplicação de mercado, sendo definido pela
matriz “Esforço X Impacto” para a escolha do projeto.

c. Monitoramento e avaliação – cada membro do time tem suas


responsabilidades individuais refletidas na sua avaliação. O
docente conduz todo o processo por meio de metas, avaliações
e feedbacks. A gestão dos projetos fica sob a responsabilidade
do docente, que gera e/ou utiliza recursos educacionais diversos
para dar suporte a essa gestão.

d. Encerramento – foram desenvolvidos 68 projetos, dos quais 43 em


plataforma web, nove webapps (aplicativos híbridos), dois projetos
44 Metodologias Ativas

desktop utilizando a tecnologia Arduino, 12 mobile (sistemas


operacionais Android e iOS) e dois jogos digitais.

Destes, 12 projetos tornaram-se Trabalhos de Conclusão de


Curso e quatro resultaram em produtos que tiveram continuidade de
desenvolvimento após a disciplina.

Os alunos foram responsáveis pelas escolhas técnicas, aprimorando


seu senso analítico e crítico em relação à resolução de problemas e às
ferramentas necessárias. Houve relatos de alunos a respeito da aplicação
de algumas técnicas nas empresas em que trabalham ou de ingresso em
uma vaga trabalho por conta de aprendizados adquiridos especialmente
nesta disciplina, por causa da metodologia ABP.

EXPERIÊNCIA 2. ENSINO FUNDAMENTAL I, ENSINO FUNDAMENTAL


II E ENSINO MÉDIO

Esta é uma simulação de projeto e pode ser aplicada em segmentos


educacionais diversificados, considerando a realidade de cada público.

a. Criação e planejamento: realização de uma feira de alimentos


orgânicos.

b. Desenvolvimento: o professor faz um levantamento junto aos


alunos para determinar quantos têm conhecimento ou experiência
com alimentos orgânicos ou mesmo na unidade familiar.

O professor divide os alunos em grupos para pensar nas primeiras


ações do objetivo proposto; os alunos definem todas as etapas com
a mediação do professor; cada etapa é registrada pelos grupos e
apresentada oralmente.

Para determinar as porções e as quantidades de alimentos a


serem comprados e preparados, é preciso saber multiplicar e dividir, e os
estudantes deverão aprender essas operações não pela determinação do
professor, mas sim para a realização do projeto, o que confere sentido à
aprendizagem.

c. Monitoramento e avaliação – o professor acompanha cada


atividade dos grupos, fazendo anotações e mediações para o
andamento do processo.
Metodologias Ativas 45

d. Encerramento – organizada a feira de alimentos orgânicos pelos


grupos de trabalho o docente faz uma roda de conversa para
levantar os benefícios e os pontos a serem melhorados para a
próxima edição. Foram registradas as atividades por meio de
fotografias e uma exposição de fotos das atividades, com relatos
dos alunos que se envolveram em todo processo.

EXPERIÊNCIA 3. EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL I

Esta experiência trata-se de uma experiência ocorrida na Espanha,


junto às crianças de diferentes segmentos: ensino infantil, primário e
secundário, de um colégio espanhol.

O projeto tem a seguinte situação-problema: “um extraterrestre,


em forma de pequeno robô, chega ao colégio. A partir daí, que podemos
fazer?”

Com a gestão do professor, os estudantes decidiram criar uma


narrativa desse robô usando textos, música, contando uma história e
trabalhando a robótica. As áreas de conhecimento envolvidas foram:
Literatura, Música, Física e Química.

O grande desafio da ABP é no âmbito da formação de professores


e, especialmente, professores que relatem suas experiências para servir
como inspiração a outros docentes na metodologia ABP.

RESUMINDO:

Chegamos ao final dos estudos sobre a Aprendizagem


Baseada em Projetos. Ao longo de nossa trilha de
aprendizagem fundamentamos a estrutura dos projetos
pedagógicos, conhecendo as etapas para elaboração e os
pontos de atenção que devem ser observados ao longo do
desenvolvimento. Por fim, apresentamos alguns exemplos
de aplicação, para inspirar você a aplicar essa Metodologias
Ativa tão rica de possibilidades e que certamente contribuirá
muito para potencializar as experiências de aprendizagem
de seus alunos. Desejamos a você muito sucesso!
46 Metodologias Ativas

REFERÊNCIAS
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