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Educação Popular

Patricia Marreiro dos Santos


Suzy Cristina Rodrigues

Aula 03

Visão Prática da
Educação Popular
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autora
Patrícia Marreiro
Olá! O meu nome é Patricia Marreiro. Sou graduada em
Pedagogia pela Faculdade Joaquim Nabuco - Recife; Pós-graduada em
Metodologia do Ensino a Distância pelo Centro Universitário Maurício
de Nassau - UNINASSAU - Recife. Possuo uma vasta experiência no
Ensino a Distância, atuando desde 2012 na área, atuei como professora
conteudista e executora. Atualmente sou Professora - tutora no curso de
Pós-graduação a distância da UNINASSAU; cursos de Pós-graduação
na área de Educação; atuando principalmente nas disciplinas de
Metodologia Científica e TCC da IES. Sou apaixonada pelo conhecimento
e a educação. Adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que
estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou
agradecida e feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo, sempre! Bons estudos!

Suzy Cristina Rodrigues


Olá! O meu nome é Suzy Cristina Rodrigues e sou graduada em
Administração pela Universidade do Vale do Itajaí, pós-graduada em
Gestão Pública pelo Instituto Federal de Santa Catarina e em Gestão
Estratégica de Negócios pela Universidade Regional de Blumenau. Atuo
como Administradora Pública de carreira no Estado de Santa Catarina,
além de ser professora no Grupo Ser Educacional, no Centro Universitário
de Brasília e na IDTALEM Educacional do Brasil. Atuei como Professora
nos cursos Técnicos de Transação Imobiliária e Hospedagem, professora
- tutora no curso de Graduação EaD da UFSC. Possuo experiência
profissional na área de Administração com ênfase em áreas diversas,
além de ser palestrante cadastrada na Marketplace Base SA.
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de
aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimen- de se apresentar
to de uma nova um novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram
vações ou comple- que ser prioriza-
mentações para o das para você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e inda-
algo precisa ser gações lúdicas sobre
melhor explicado o tema em estudo,
ou detalhado; se forem necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e sidade de chamar a
links para aprofun- atenção sobre algo
damento do seu a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoapren- volvimento de uma
dizagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Projetos multidisciplinares envolvendo as concepções da
Educação Popular 10

Conceitos essenciais dos projetos multidisciplinares 10

Etapas, Objetivos dos Projetos Multidisciplinares 13

Fontes de recursos financeiros públicos para os projetos


multidisciplinares na educação popular 17

Fontes de recursos financeiros privados para os projetos


multidisciplinares na educação popular 19

Iniciativas de projetos multidisciplinares na educação


popular 22

Ampliando a percepção dos educadores acerca de: liberdade,


justiça, igualdade e felicidade 30

A avaliação na perspectiva da Educação Popular 34

Aspectos gerais da avaliação na educação popular 34

Princípios para buscar uma forma para avaliar melhor 36

Estudo de caso sobre Educação Popular 42


Educação Popular 7

03
UNIDADE

VISÃO PRÁTICA DA EDUCAÇÃO POPULAR


8 Educação Popular

INTRODUÇÃO
Nesta unidade abordaremos a visão prática da educação
popular. O nosso estudo começará com a introdução dos conceitos
sobre os projetos multidisciplinares envolvendo as concepções da
educação popular; como também as definições de planejamento, plano,
equipe, multidisciplinaridade, projeto multidisciplinar e indicadores;
compreenderemos as etapas, objetivos dos projetos multidisciplinares; o
que vem a ser a Interdisciplinaridade, transdisciplinariedade e pluridisci-
plinariedade. Logo a seguir apresentaremos algumas fontes de recursos
financeiros públicos e privados para os projetos multidisciplinares na
educação popular e seus exemplos. Conversaremos na sequência sobre
a ampliação a percepção dos educadores acerca de: liberdade, justiça,
igualdade e felicidade. Explicaremos após a avaliação de projetos
multidisciplinares nos segmentos da educação popular - conceito de
avaliação e princípios. Por fim, reconheceremos o estudo de caso na
educação popular como estratégia de pesquisa, compreendendo a
definição e classificação do método de pesquisa de estudo de caso.
Educação Popular 9

OBJETIVOS
Olá. Bem-vindo a nossa Unidade 3. O nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até
o término desta etapa de estudos:
1. Conhecer o conceito de projetos populares multidisciplinares;
2. Entender os princípios da liberdade, justiça, igualdade e
felicidade no trabalho do (a) educador (a) popular;
3. Explicar a avaliação de projetos multidisciplinares nos
segmentos da educação popular e;
4. Reconhecer o método de pesquisa do estudo de caso na
educação popular.
Vamos aprimorar nossos conhecimentos juntos?
10 Educação Popular

Projetos multidisciplinares envolvendo


as concepções da Educação Popular
Caro (a) aluno (a), iremos estudar neste tópico sobre a prática
pedagógica por meio do desenvolvimento de projetos multidisciplinares
na educação popular. Mergulhem nesse estudo interessante!

Conceitos essenciais dos projetos


multidisciplinares
Iniciaremos o nosso estudo conceituando planejamento educa-
cional, projetos, plano, equipe, multidisciplinariedade, indicadores
educacionais, os quais são fatores fundamentais para o entendimento do
conceito de projetos multidisciplinares na educação popular. O primeiro
conceito a ser entendido é o planejamento educacional. Atenção!

DEFINIÇÃO:
Segundo Coaracy ( 1972 apud SANT’ANNA et al., 1988,
p.14) o planejamento educacional consiste em um
processo contínuo que se preocupa com o para onde ir e
quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em
vista a situação presente e possibilidades futuras, para o
desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades
do desenvolvimento da sociedade, quanto as do indivíduo.

A Pedagogia Libertadora e o Planejamento Educacional


relacionam-se. Vamos conhecer o pensamento de Danilo Gandin a
respeito dessa relação: No planejamento, é fundamental a ideia de
transformação da realidade. Isto quer dizer que uma instituição (um
grupo) se transforma a si mesma tendo em vista influir na transformação
da realidade global. Quer dizer, também, que fez sentido falar em
planejamento acima e além da administração - como uma tarefa política,
no sentido de participar na organização na mudança das estruturas
sociais existentes. Quer dizer, finalmente, que planejar não é preencher
quadrinhos para dar status de organização séria a um setor qualquer da
atividade humana (GANDIN, 2000, p. 55).
Educação Popular 11

Seguimos com o próximo conceito projeto: Projeto é um design,


um esboço de algo que desejo atingir. Está sempre comprometido
com ações, mas é algo aberto e flexível ao novo. A todo o momento
você pode rever a descrição inicialmente prevista para poder levar a
avante sua execução e reformulá-la de acordo com as necessidades e
interesses dos sujeitos envolvidos, bem como da realidade enfrentada
(PRADO; ALMEIDA, 2009, p.61).
Prestem atenção a mais uma definição de projeto: Projeto é uma
ação desencadeada dentro de um período de tempo determinado,
geralmente para criar algo que não existia antes. Rotina é um conjunto
de ações que se repetem continuamente, cuja duração é indefinida
dentro da instituição (GANDIN, 2000, p. 28).

ACESSE:
Projeto de Intervenção voltado à Educação em Direitos
Humanos e Educação Para a Paz, com ênfase na questão
de gênero e violência, em colégios da rede pública de
ensino de ponta grossa. http://bit.ly/2seWGc

Seguimos com o conceito de plano. Plano compreende o


documento que descreve e formaliza o planejamento e o projeto de
uma ou mais temáticas da educação popular (RODRIGUES, 2019).
Vamos em frente compreendendo o conceito de equipe. Equipe
consiste em um time formado por multiprofissionais com a finalidade de
planejar, executar, monitorar e avaliar projeto (s) em determinada área da
educação popular (RODRIGUES, 2019).
Agora vamos compreender o conceito de multidisciplinaridade:A
multidisciplinaridade se caracteriza por uma ação simultânea
envolvendo diferentes disciplinas em torno de um tema comum. Nesse
caso, os conhecimentos disciplinares estão no mesmo nível hierárquico
e se apresentam de forma estanques, não existe nenhuma relação e
cooperação entre elas (PRADO; ALMEIDA, 2009, p.59).

ACESSE:
Para que você tenha mais informações, acesse Projeto
Educarte. http://bit.ly/2QL4goT
12 Educação Popular

Espero que goste, pois o intuito é esse, alimentar sua


bagagem de conhecimentos. Analisando os conceitos de projetos e
multidisciplinaridade e, relembrando o que estudamos nas unidades 1
e 2 – em especial o conceito e as área da educação popular elaboro o
meu conceito de projeto multidisciplinar na educação popular:
Delineia ideias, estruturadas por projetos, a respeito das temáticas
da educação popular (Direitos Humanos, idosos, crianças, adolescentes,
mulheres, pessoas com deficiência, população indígena, quilombola
e do campo, população LGBT - lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
transexuais ou transgêneros, trabalho e renda, saúde, educação,
assistência social e outras) aplicando a cultura da diversidade, junto a
equipes multiprofissionais (profissionais de diferentes formações), com a
troca de saberes, experiências e vivências (RODRIGUES, 2019).

SAIBA MAIS:
Vamos a mais informação preciosa, acesse:
Projeto de iniciação científica em Direitos de Cidadania no
Brasil - Direitos Fundamentais Constitucionais e Humanos.
http://bit.ly/2FHZphO
Projeto Popular para o Brasil. http://bit.ly/39YBCYM

Os indicadores são fontes de informações quantitativas


(numérica) com significado qualitativo com a finalidade de fundamentar
os planejamentos, os projetos, os programas e as políticas públicas.
Prosseguimos com o conceito de indicadores educacionais do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) –
faz parte da estrutura do Ministério da Educação (MEC). Vamos lá!
Eles atribuem valor estatístico à qualidade do ensino, atendo-se
não somente ao desempenho dos alunos, mas também ao contexto
econômico e social em que as escolas estão inseridas. Eles são úteis
principalmente para o monitoramento dos sistemas educacionais,
considerando o acesso, a permanência e a aprendizagem de todos os
alunos. Dessa forma, contribuem para a criação de políticas públicas
voltadas para a melhoria da qualidade da educação e dos serviços
oferecidos à sociedade pela escola (http://portal.inep.gov.br/indicadores-
educacionais).
Educação Popular 13

SAIBA MAIS:
Conheça as estatísticas sobre a educação escolar indígena
no Brasil. http://bit.ly/36LvEZd
Conheça breve perfil da educação escolar quilombola
(EEQ) no Brasil. http://bit.ly/2tczXOP
Conheça o panorama da educação do campo no Brasil.
http://bit.ly/30e13Ru

Etapas, Objetivos dos Projetos


Multidisciplinares
Organiza-se os projetos em etapas para proporcionar o seu
planejamento, execução e monitoramento, isto é, a fim de facilitar o
processo de gestão de projetos.
Conforme Gadin (2003) as partes de um projeto são essencialmente:
a. objetivo, com os “o quê” e “para quê” (tomados do plano)
muitas vezes aparecendo sob os títulos de objetivo e de finalidade;
b. justificativa (breve), se parecer necessário;
c. localização, dizendo onde serão desdobradas as atividades
do projeto;
d. cronograma, dizendo quando acontecerá cada atividade;
e. metodologia, descrição circunstanciada das atividades,
incluindo todas as orientações necessárias para que o projeto aconteça
no espírito que o gerou;
f. recursos humanos, indicação de pessoas com a respectiva
habilitação que serão necessárias para a execução do projeto;
g. recursos físicos e financeiros, dizendo o que será gasto e de
onde sairão os recursos;
h. critérios de eficiência, em que se descreva o resultado que
seria aceitável como consequência da execução do projeto.
Podem ser adicionadas mais etapas e/ou essas serem adaptadas,
conforme a necessidade e o interesse da equipe de projetos. Os projetos
multidisciplinares tomam forma de um documento organizado de acordo
com as partes do projeto.
14 Educação Popular

Os projetos multidisciplinares possuem como objetivo propor-


cionar a interdisciplinaridade, viabilizando a identificação de pontos em
comum existentes entre os conteúdos ministrados levando – os assim a
serem utilizados e entendidos no dia a dia.
Interdisciplinaridade. Representa um nível mais elevado de
interação entre as disciplinas, um nível hierárquico superior onde procede
a coordenação das ações disciplinares. Há, portanto, uma organização
e articulação voluntária coordenada das ações disciplinares orientadas
por um interesse comum. Isso significa que na interdisciplinaridade há
cooperação e diálogo entre os conhecimentos disciplinares (PRADO;
ALMEIDA, 2009, p.59).
Confira a iniciativa do Núcleo de Interdisciplinar de Pesquisa
e Extensão em Economia Solidária e Educação Popular (NUPLAR) da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

SAIBA MAIS:
Quero que você acesse estes links, é de suma importância
para o seu aprendizado. http://www.prac.ufpb.br/nuplar
Na obra Planejamento: Como Prática Educativa do professor
Danilo Gandin aborda as metodologias do planejamento e
planos na educação. http://bit.ly/2QIGiu8

Concebendo que os conteúdos ministrados tenham uma


aplicabilidade na vida cotidiana do discente, ou seja, que não sejam
apenas disciplinas isoladas, sem sentido ou decoradas simplesmente para
fazer um teste. Estas ligações podem simplificar o processo de ensino-
aprendizagem, uma vez que ajudam a construir o conhecimento de forma
mais agradável e participativa. A multidisciplinaridade tem como base o
princípio de que nenhuma fonte de conhecimento é por si completa, ou
seja, interagindo com outras fontes farão surgir novas compreensões da
realidade. Isto nos remete a mais um conceito. Prestem atenção!
A transdisciplinaridade não significa apenas que as disciplinas
colaboram entre si, mas significa também que existe um pensamento
organizador que ultrapassa as próprias disciplinas e a interdisciplinaridade
( (PRADO; ALMEIDA, 2009, p.60).
Educação Popular 15

Trabalhar com projetos pode representar uma excelente estratégia


para propiciar a criação do conhecimento coletivo, pois permite que o
estudante possa romper com sua inércia e passe a interagir de várias
formas diferentes durante toda a etapa de execução do projeto.
O ensino por meio de projetos, além de consolidar a aprendi-
zagem, contribui para a formação de hábitos e atitudes e para aquisição
de princípios que podem ser utilizados em situações alheias a vida
escola. Trabalhar em grupo faz com que o aluno tenha flexibilidade
no pensamento, auxiliará no desenvolvimento da autoconfiança
para que este possa entrar numa outra atividade proporcionando
também a aceitação do próximo, facilitando a divisão de trabalho e a
responsabilidade na comunicação entre os colegas.
Figura 2: O trabalho em grupo como estratégia nos projetos multidisciplinares

Fonte: pixabay

O conhecimento construído através dos Projetos Multidisciplinares


deve possibilitar a análise crítica de valores sociais, desenvolver o respeito
mútuo – uma vez que requer uma maior interação entre os alunos – e
fortalecer a aquisição de hábitos saudáveis, pois faz com que o aluno
se reconheça como elemento integrante do processo e permite maior
conscientização sobre os diversos aspectos relacionados às situações
cognitivas, afetivas e sociais ao permitir o uso de estratégias individuais
e grupais nas práticas e resoluções de problemas.
16 Educação Popular

SAIBA MAIS:
Realize a leitura sobre as Relações Pedagógicas na
Educação Infantil: um enfoque na afetividade. Assim,
poderão entender às às situações cognitivas, afetivas e
sociais. http://bit.ly/2sZGzQD

O que vem a ser a interação entre os alunos nos projetos multi-


disciplinares? A seguir verifique:
Na pluridisciplinaridade existe algum tipo de interação entre os
conhecimentos disciplinares, embora, eles estejam no mesmo nível
hierárquico. Há uma relação entre os domínios disciplinares indicando a
existência de alguma cooperação entre eles (PRADO; ALMEIDA, 2009, p.59).

SAIBA MAIS:
Leia o artigo (O planejamento participativo no contexto
da Comunicação Popular e Comunitária publicado pela
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação - Intercom). http://www.intercom.org.br/
papers/nacionais/2009/resumos/R4-2314-1.pdf

Para o desenvolvimento de um projeto multidisciplinar voltado


para a educação popular temos que ter em mente alguns aspectos
entre eles estão:
„ Respeitar a materialidade das origens;
„ Construir e consolidar uma matriz pedagógica articulada com
trabalho e cultura;
„ Realizar uma educação laica e politicamente responsável,
no tocante às questões de gênero, etnia e classe, com vistas às
emancipações humanas;
„ Reconhecer e readaptar a dinâmica e os espaços de ensino e
aprendizagem.
Resumindo é respeitar: o conhecimento; as vivências; o meio
sócio cultural; as histórias e as práticas e as suas realidades.
Educação Popular 17

Fontes de recursos financeiros públicos


para os projetos multidisciplinares na
educação popular
Para viabilizar os projetos multidisciplinares na educação popular
necessitamos de recursos financeiros. Nas esferas da administração
pública (federal, estadual, municipal) temos disponíveis Fundos Públicos
e Fundos Sociais para o financiamento das Políticas Sociais no Brasil.

SAIBA MAIS:
Fundo Público e o financiamento das Políticas Sociais no
Brasil. http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/
index

Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014. Estabelece o regime jurídico das


parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade
civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades
de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou
de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos
em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de
cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de colaboração
e de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as Leis nºs
8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999.
Fundo Social - Criado pela Lei 12.351, de 2010, o fundo é
formado por recursos recebidos pelo governo a partir da exploração do
petróleo da camada pré-sal. Atualmente, os recursos são destinados
exclusivamente à educação pública, com prioridade para a educação
básica, e à saúde (http://mds.gov.br/).
Mas, como conseguir recursos para os projetos?
Então, na área social temos o Fundo Nacional de Assistência
Social (FNAS); Fundo Nacional do Idoso (FNI); Fundo de Apoio à Pessoa
com Deficiência (FAPD); Fundo Nacional para a Criança e ao Adolescente
(FNCA). Também nessas esferas públicas está disponível o Fundo
Nacional de Saúde (FNS), o qual pode ser utilizado para o financiamento
18 Educação Popular

de projetos na área de saúde e o Fundo Nacional de Desenvolvimento


da Educação (FNDE) destinado a projetos e programas e políticas
educacionais do Ministérios da Educação (MEC). Acesse o Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. https://www.mdh.gov.br/
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) é mantida pelo
Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS):
O FNAS, instituído pela Lei nº. 8.742, de 7 de dezembro de
1993, tem por objetivo proporcionar recursos e meios para financiar o
benefício de prestação continuada e apoiar os serviços, programas e
projetos de assistência social. Cabe ao Ministério da Cidadania, como
órgão responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência
Social, gerir o Fundo Nacional de Assistência Social, sob orientação e
controle do CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social (http://bit.
ly/36MBd9J). Você pode acompanhar a execução do FNAS no Portal
Transparência do Governo Federal: http://mds.gov.br/
Meu caro(a), você sabia que o Banco Nacional de Desenvolvimento
Social (BNDS) dispõe de um Fundo Social voltado a projetos em áreas
sociais? Confira!
Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Social.
Constituído com uma parcela dos lucros anuais do BNDES, o Fundo
Social apoia investimentos de caráter social, nas áreas de inclusão
produtiva, serviços urbanos, saúde, educação, desportos, justiça, meio
ambiente e outras vinculadas ao desenvolvimento regional e social. Nos
últimos anos, o BNDES Fundo Social tem direcionado grande parte dos
investimentos em projetos de inclusão produtiva, tendo como público-
alvo agricultores familiares e seus empreendimentos, observados os
termos da Lei nº 11.326 de 2006, com ênfase em mulheres, jovens,
produtores que adotem sistemas agroecológicos e povos e comunidades
tradicionais (http://bit.ly/2FKilfC).
E com relação o Apoio aos Projetos Sociais? A Fundação
Banco do Brasil apoia projetos sociais voltados ao desenvolvimento
sustentável, à inclusão sócioprodutiva e à reaplicação de tecnologia
social. São realizados investimentos não reembolsáveis em parceria com
instituições sem fins lucrativos com mais de dois anos de existência por
meio da celebração de convênios ou contratos. O processo se inicia com
a apresentação de proposta em função de editais de chamadas públicas
Educação Popular 19

ou ações específicas da Fundação BB em parceria com as agências


do Banco do Brasil. As ações específicas da Fundação BB em parceria
com as agências do Banco do Brasil, especialmente as chamadas para
Projetos de Inclusão Socioprodutiva (PIS) e Voluntariado BB FBB, devem
ser acessadas junto às agências BB locais (http://bit.ly/3a0bRr9). Acesse
os Os editais públicos podem ser acessados na página. http://bit.ly/36JJN9f

Fontes de recursos financeiros privados


para os projetos multidisciplinares na
educação popular
Já na esfera privada os fundos, para a promoção dos projetos,
são implantados por ações da Sociedade Civil Organizada, na maioria
das vezes, através das Organizações Sociais (OS) e em parceria com
empresas adeptas a Projetos e Programas de Responsabilidade Social,
bem como por doações de pessoas (mantenedores/pessoa física) e
organizações (pessoa jurídica).
A maior parte dos financiamentos de projetos sociais, inclusive os
da educação popular, são subsidiados pelos fundos mantidos por OS.
Responsabilidade Social acontece quando as organizações,
de forma voluntária, adotam posturas, comportamentos e ações que
promovam o bem-estar social dos seus funcionários e da comunidade
aonde está localizada.
Com o intuito de auxiliar a captação de recursos para as OS
nasceu a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR).
A ABCR - Associação Brasileira de Captadores de Recursos é uma
organização sem fins lucrativos composta por captadores e mobilizadores
de recursos e que tem como principal objetivo estabelecer uma ampla
rede nacional, fortalecendo os laços entre os profissionais que atuam
na área e propiciando condições para o intercâmbio técnico, a troca de
experiências e o desenvolvimento comum da profissão. Criada em 1999,
a ABCR tem como missão promover, desenvolver e qualificar a atividade
de captação de recursos, vista hoje como um dos grandes desafios do
Terceiro Setor. Entre suas principais metas, destacam-se a de trabalhar
para assegurar a credibilidade e representatividade da profissão e a
20 Educação Popular

de apoiar, indiretamente, organizações sociais na importante tarefa de


construir uma sociedade mais justa (https://captadores.org.br/quem-
somos/) Iniciativas da ABCR. https://captadores.org.br/iniciativas/
Avançamos apresentando alguns fundos geridos por OS.
Internacionalmente o Fundo de Democracia das Nações Unidas
(UNDEF) disponibiliza recursos financeiros para o aporte de projetos de
promoção à democracia e aos Direitos Humanos.

IMPORTANTE:
Fundo de Democracia das Nações Unidas (UNDEF)
convida organizações da sociedade civil brasileira a
solicitar financiamento para projetos de promoção e apoio
à democracia [ ] Os projetos têm duração de dois anos e
recaem sob uma ou mais das oito áreas do edital: igualdade
de gênero; ativismo comunitário; Estado de Direito e
direitos humanos; ferramentas para o conhecimento;
empoderamento da juventude; mídia e liberdade de
informação; e fortalecimento da interação da sociedade
civil com o governo; e processos eleitorais (https://
nacoesunidas.org/fundo-da-onu-para-democracia-
oferece-financiamento-a-organizacoes-da-sociedade-
civil-2/). Acesse o Fundo de Democracia das Nações
Unidas (UNDEF). https://www.un.org/democracyfund/

Outro fundo de cunho mundial é o Fundo das Nações Unidas para


a Infância (UNICEF), com a missão de assegurar que cada criança e cada
adolescente tenha seus direitos humanos integralmente cumpridos,
respeitados e protegidos.
Criado em 1946 para ajudar a reconstruir os países mais afetados
pela Segunda Guerra Mundial, o UNICEF passou a atuar em outras
nações quatro anos depois. Hoje, está presente em 191 países. [...]
Portanto, o UNICEF cumpre seu papel com responsabilidade, garantindo
a transparência de suas ações e desenvolvendo seu programa baseado
em pesquisas e dados atualizados, que permitem conhecer a realidade
das crianças e dos adolescentes no País. O UNICEF tem ainda como
prioridade promover a participação cidadã de adolescentes em suas
famílias, comunidades e nos espaços e políticas que lhes dizem respeito,
Educação Popular 21

bem como ajudar no enfrentamento da discriminação racial e étnica. O


UNICEF mobiliza recursos e experiências de diferentes atores sociais para
ajudar a garantir os direitos das crianças e adolescentes. A organização
realiza, por exemplo, parcerias estratégicas com o setor corporativo,
contribuindo para colocar a causa da infância e da adolescência no
“DNA” das empresas. (https://nacoesunidas.org/agencia/unicef/).
Visando a promoção dos Direitos Humanos no Brasil foi instituído o
Fundo Brasil de Direitos Humanos voltado às Organizações da Sociedade
Civil (OS) e a Justiça Social. Sendo o seu público-alvo e protagonistas:
mulheres, pequenos(as) agricultores(as), comunidades tradicionais,
povos indígenas, quilombolas, população carcerária, vítimas de violência
e grupos impactados por empreendimentos urbanos e grandes obras
de infraestrutura.
A Missão do Fundo Brasil é promover o respeito aos direitos
humanos no Brasil, construindo mecanismos inovadores e sustentáveis
que canalizem recursos para fortalecer organizações da sociedade civil
e para desenvolver a filantropia de justiça social (http://bit.ly/2QJBfJZ).

SAIBA MAIS:
Vídeo Institucional do Fundo Brasil de Direitos Humanos.
http://bit.ly/2tMvCBZ
Instituidores. http://bit.ly/2FD484p

No eixo da Justiça Social foi criado o Fundo de Impacto para


Justiça Social por meio de uma iniciativa do Instituto Comunitário Grande
Florianópolis (ICOM) e outras entidades.
O Fundo de Impacto para Justiça Social, um fundo coletivo criado
em 2018 em parceria com o Impact Hub Floripa e a Semente Negócios,
é uma rede de pessoas e empresas que se mobilizam para garantir
os direitos humanos e reduzir as iniquidades sociais (https://www.
fundobrasil.org.br/quem-somos/instituidores/).
22 Educação Popular

Iniciativas de projetos multidisciplinares


na educação popular
Seguimos com alguns exemplos de iniciativas de projetos
multidisciplinares na educação popular pelas Organizações Sociais (OS).
Fiquem atentos!
Conhecemos na unidade 2 o conceito e a classificação das
Organizações Sociais (OS) – na forma de Institutos, Associações, Fun-
dações, Organizações não Governamentais, Organizações da Socie-
dade Civil de Interesse Público. Lembraram que as OS realizam trabalhos
e ações nas áreas de atuação do Estado como Direitos Humanos, saúde,
educação, assistência social, meio ambiente, tecnologia, inovação,
habitação, trabalho e renda e outras. Essas OS auxiliam na implantação
e implementação de projetos, programas, planos e políticas públicas
nessas áreas.
Também estudamos, nas unidades 1 e 2, os Direitos Humanos -
direitos universais aos seres humanos e ao exercício da cidadania.
As Organizações das Nações Unidas (ONU) - órgão internacional
composta por países reunidos voluntariamente para atuarem pela
Paz Mundial e desenvolvimento mundial. A ONU efetua campanhas
(projetos) em temáticas e causas em Direitos Humanos. Acesse: https://
nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf
Já imaginou viver em um mundo livre de estigma e discriminação,
onde todos possam usufruir dos mesmos direitos e oportunidades?
Por isso, o UNAIDS e seus 11 copatrocinadores da família da ONU
trabalham o ano todo para promover a iniciativa #ZeroDiscriminação.
O objetivo é combater qualquer tipo de estigma e discriminação tendo
como resposta a promoção da tolerância, da compaixão e paz. O
processo de transformação rumo a sociedades e comunidades livres de
preconceitos pode ser conquistado pelo respeito à diversidade e pela
defesa dos direitos humanos (https://nacoesunidas.org/campanha/
zerodiscriminacao/).
Em maio de 2013, o Ministério da Justiça e o Escritório de Ligação e
Parceria do UNODC no Brasil lançaram a versão brasileira da Campanha
Coração Azul contra o tráfico de pessoas. Com o slogan “Liberdade não
se compra. Dignidade não se vende. Denuncie o tráfico de pessoas”, a
Educação Popular 23

campanha busca mobilizar a sociedade brasileira contra esse crime.


Implementada pelo UNODC em outros 10 países, ela tem como símbolo
o Coração Azul, que representa a tristeza das vítimas deste tipo de
crime e lembra a insensibilidade daqueles que compram e vendem
seres humanos. O uso da cor azul também demonstra o compromisso
da ONU com o combate ao tráfico de pessoas. A cantora Ivete Sangalo é
a Embaixadora Nacional da Boa Vontade para Prevenção e Combate ao
Tráfico de Pessoas da Campanha Coração Azul (https://nacoesunidas.
org/campanha/coracao-azul/). Acesse: https://www.undp.org/content/
dam/brazil/docs/publicacoes/documentos-tematicos-ods-07-2017.pdf
Pessoal vejamos as iniciativas na área da Educação da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
no mundo e no Brasil (UNESCO), também realiza projetos e ações
nas áreas de Ciências Naturais, Ciências Humanas e Sociais, Cultura,
Comunicação e Informação. Instituída com o objetivo de garantir a paz
por meio da cooperação intelectual entre as nações, acompanhando
o desenvolvimento mundial e auxiliando os Estados-Membros – hoje
são 193 (cento e noventa e três) Países – na busca de soluções para os
problemas que desafiam nossas sociedades.
EDUCAÇÃO. No setor de Educação, a principal diretriz da UNESCO
é auxiliar os países membros a atingir as metas de Educação para Todos,
promovendo o acesso e a qualidade da educação em todos os níveis
e modalidades, incluindo a educação de jovens e adultos. Para isso, a
Organização desenvolve ações direcionadas ao fortalecimento das
capacidades nacionais, além de prover acompanhamento técnico e apoio
à implementação de políticas nacionais de educação, tendo sempre
como foco a relevância da educação como valor estratégico para o
desenvolvimento social e econômico dos países. (http://bit.ly/2NxmurZ)
Presente em todos os continentes do mundo a Seicho-no-ie do Brasil
– uma Organização Social fundada no Japão, com forte atuação no Brasil
por meio do seu departamento de Educadores desenvolve diversos projetos
promovendo a “Educação da Vida” - Projetos na Escola – pesquisas, palestras,
reuniões de estudos, seminários e oficinas nas escolas das redes pública e
privada; Projeto Maracajaú Sustentável – alternativas para a comunidade
enfrentar os seus problemas: desemprego, violência, fome, drogas e outros
e o Projeto Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA).
24 Educação Popular

Educando a vida com autonomia. Fevereiro de 2013 começou bem no


CEIMAR - Centro de Educação Integrada de Maracajaú. Foi iniciado o projeto
“Educando a vida com autonomia”, com a participação de trinta educadores.
O objetivo foi possibilitar a melhoria da qualidade do ensino, conciliando
a necessidade de se dar mais atenção aos educandos que permanecem
em tempo integral na escola, com observações sobre como acontece a
construção da própria imagem pelo educando e o reconhecimento da
autonomia por esses educandos. Desenvolvido pela equipe do CEIMAR, o
projeto tem duração prevista para dois anos. Ou enquanto necessitarmos
educadores e educandos de aprofundamento para executar um roteiro
com autonomia, explica a coordenadora pedagógica, Sandra Cristina. O
tema do projeto, Liberdade e autoridade (autonomia), surgiu de pesquisa
de campo na própria escola e de estudos de Howard Gardner, Paulo
Freire, Lauro de Oliveira Lima, Maria Montessori e Elvira de Souza, em
especial. Ele é direcionado para o Fundamental I e II (do 4º ao 9º ano).
Segundo a coordenadora Sandra Cristina da Silva, a equipe estudou as
inteligências de Howard Gardner, o livro Liberdade e Autoridade, de Paulo
Freire, e temas correlatos baseados nos autores Lauro de Oliveira Lima e
Maria Montessori, principalmente. Estes estudos foram muito úteis para
trabalhar a questão da autonomia. Posteriormente, um estágio da equipe no
Projeto Âncora favoreceu o andamento com os roteiros de estudo e tutorias
em sala de aula. “Estamos desenvolvendo um projeto semelhante desde
2011, com todas as salas de aula, fazendo mudanças de professores com
a intenção de melhorar os alunos com déficit de leitura e escrita, lembra a
coordenadora. O projeto de autonomia, contudo, prossegue demonstrando
para os alunos que eles têm capacidade infinita e várias inteligências para
serem trabalhadas e valorizadas, conclui (http://bit.ly/2QIHU7a). Exposição
do Projeto MOVA. https://www.youtube.com/watch?v=J_jSvzqvCLU
Outra iniciativa relevante e interessante nos projetos interdisci-
plinares na educação popular chama-se Social Good Brasil que une
tecnologias e competências humanas para o bem comum.
O SGB existe para potencializar as competências humanas e as
tecnologias exponenciais para que mais pessoas e organizações ajam
para resolver problemas da sociedade, contribuindo para os Objetivos de
Desenvolvimento Social (ODS). Utilizamos as tecnologias e a ciência de
Educação Popular 25

dados para inspirar, conectar e colocar as pessoas para inovar e agir com
esse propósito. Fazemos isso por meio de eventos e capacitações para
protagonistas sociais, empreendedores e organizações impulsionarem
o impacto social de suas ações, negócios e projetos para uma escala
exponencial http://socialgoodbrasil.web7677.kinghost.net/. Para auxiliar
e seus estudos, acesse este endereço, https://www.youtube.com/
watch?time_continue=68&v=kur0BWhHitompanas e
O Instituto Latino-Americano de Empreendedorismo, Inovação
e Desenvolvimento Sustentável (Instituto Êxito) tem a finalidade de
construir e disseminar a cultura e o conhecimento no empreendedorismo,
sendo o seu público-alvo estudantes de instituições públicas de ensino
e jovens em situação de vulnerabilidade social – onde a ação de
empreender servirá como alternativa de fonte de renda a esse público e
suas famílias em especial. Também o Instituto aceita ideias de negócios
sobre as temáticas da educação popular dos cidadãos interessados em
empreender. Á proposta do seu método de trabalho é interdisciplinar,
integrado, construtivo e participativo, dentro de um enfoque qualitativo
e quantitativo em formato de rede.
Este Instituto oferece programas de desenvolvimento pessoal
e profissional para um público que deseja empreender. O objetivo
primacial do Êxito é despertar o empreendedor que existe dentro de cada
jovem, com atenção, sobretudo, para os jovens carentes e estudantes
de instituições de ensino públicas, de nível médio (escolas públicas) e
universitário (https://abmes.org.br/noticias/detalhe/3318).
A Fundação Itaú estabeleceu programas na área da educação
em duas frentes de atuação. Desde 1993, desenvolvemos diversos
programas comprometidos com a melhoria da educação pública
brasileira. https://www.itausocial.org.br/programas/
As famílias necessitam satisfazer a sua necessidade de moradia,
ter um lar onde possam estar seguras e conviver com os familiares
traz conforte a todos os integrantes da família e auxilia na organização
familiar para o trabalho, estudos, convivência na comunidade e
sociedade, etc. Para compreendermos essa situação apresento o
trabalho das Organizações Sociais Habitat para a Humanidade e Teto
Brasil protagonistas em projetos na área de habitação.
26 Educação Popular

1. Habitat Brasil. Missão: incentivar as pessoas a construírem


juntas casas, comunidades e esperança, procurando assim transformar
o amor de Deus em ação.
2. Visão: Um mundo onde toda pessoa tenha um lugar digno
para viver.
3. Princípios: Demonstrar o amor de Jesus Cristo. Foco na
moradia. Advogar por moradias adequadas. Promover a dignidade e a
esperança. Apoiar o desenvolvimento sustentável e transformador.

ACESSE:
Habitat para a Humanidade - Um Lar.t http://bit.ly/2uHt1tt

TETO é uma organização que atua em 19 países da América


Latina, que busca superar a pobreza em que vivem milhões de pessoas
nas comunidades precárias, por meio do engajamento comunitário e da
mobilização de jovens voluntários e voluntárias http://bit.ly/36NjPSn
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) operacionaliza o
Projeto OAB Cidadã com a função de aproximar os (as) Advogados (as)
da população com o objetivo de orientá-la quanto aos seus direitos
garantidos pela Constituição Federal.
A OAB Cidadã traz para perto da comunidade Advogados
plenamente capacitados a informar, orientar, auxiliar e esclarecer
dúvidas sobre os mais variados temas que afetam diretamente a vida
das pessoas. Garante também através de parceria, uma série de serviços
que fortalecem o exercício pleno de cidadania http://www.oab-sc.org.
br/oab-cidadal
O Instituto Paulo Freire (IPF) é mantenedor da Casa da Cidadania
Planetária (CCP) cujo propósito é o desenvolvimento de projetos,
programas e a colaboração aos fóruns de discussão e mobilização
social no âmbito local, regional, nacional e internacional. Visando
essencialmente a cooperação no exercício da cidadania planetária, ativa
e crítica, nos diversos ambientes educacionais, na contexto da cultura
de sustentabilidade.
Educação Popular 27

Meu caro(a), o conceito de cidadania planetária tem a ver com


a consciência, cada vez mais necessária de que, assim como nós, este
planeta, como organismo vivo, tem uma história. Nossa história faz parte
dele. Não estamos no mundo; viemos do mundo. A Terra somos nós e
tudo o que nela vive em harmonia dinâmica, compartilhando o mesmo
espaço e o mesmo destino. Educar para a cidadania planetária implica
uma reorientação de nossa visão de mundo da educação como espaço
de inserção do indivíduo não numa comunidade local, mas numa
comunidade que é local e global ao mesmo tempo.
O Programa Município que Educa (MqE) é uma iniciativa do
Instituto Paulo Freire (IPF) que busca contribuir para o desenvolvimento
das municipalidades por meio da gestão municipal compartilhada,
colaborativa, com ênfase na dimensão educativa de todas as ações
locais. https://www.paulofreire.org/
O Programa de Educação para a Cidadania Planetária (PECP)
reconhece a Terra como um organismo vivo do qual os seres humanos
são parte, portanto reconhece que a sobrevivência do Planeta
depende um processo educacional permanente voltado à formação
de uma comunidade global com consciência de pertencimento
e interdependência, capaz de reconhecer o que é melhor em
termos individuais (pessoais) e coletivos (públicos) e de zelar pela
sustentabilidade do ambiente em que vive (https://www.paulofreire.
org/casa-da-c-planetaria).
O Programa de Mobilização Social é responsável pela integração
das diversas ações do Instituto Paulo Freire (IPF) no tocante à participação
e articulação nos fóruns de discussão e movimentos sociais locais,
regionais e planetários. Para tanto, busca contribuir para o fortalecimento
dos movimentos de mobilização social que o IPF faz parte, com ênfase
na área de educação para a cidadania planetária, ampliando o diálogo
entre a pedagogia freiriana e as temáticas de cada um desses espaços
democráticos de discussão
Agora, vamos saber sobre atuação do Instituto Ser Educacional, o
qual faz parte da estrutura do Grupo Ser Educacional.
Instituto Ser Educacional. Instituto sem fins lucrativos. Desenvolve
projetos sociais de demanda espontânea e induzida nas mais variadas
28 Educação Popular

áreas de atuação das instituições. Promove, apoia e estimula ações de


Responsabilidade Social voltadas à comunidade e aos stakeholders do
Grupo Ser Educacional.

ACESSE:
http://social.uninassau.edu.br/
http://bit.ly/2tLVCgF

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente


- CONANDA institui as Escolas de Conselhos visando a efetivação dos
direitos desses cidadãos. Conheça!
As Escolas de Conselhos apresentam-se com relevantes
estratégias para consolidação de núcleos de referência para formação
continuada de conselheiros dos direitos e conselheiros tutelares e
proporcionam a tais atores as condições necessárias para superarem,
progressivamente a carência de preparo para o exercício de suas
funções de forma a assegurar uma atuação qualificada dos atores na
promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes (http://bit.
ly/2FEzSWz). Para você aprender mais, acesse - Escola de Conselho de
Pernambuco (PE). https://www.escoladeconselhospe.com.br/site/

VOCÊ SABIA?
Você sabia que para promover os direitos das mulheres o
Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA) criou
a Universidade Livre Feminista: É um projeto feminista,
construído de forma coletiva e colaborativa, cujo objetivo
é congregar, catalisar e fomentar ações educativas,
culturais, artísticas; de produção de conhecimento e
compartilhamento de saberes acadêmicos, populares
e ancestrais, numa perspectiva contracultural feminista,
antirracista e anticapitalista. Através da Universidade Livre
pretendemos promover a reflexão e a troca de ideias,
vivências e experiências entre mulheres de diferentes
identidades e campos de atuação (político, artístico,
cultural, acadêmico, comunitário), assim como com outros
grupos e indivíduos (http://bit.ly/35O3JGF).
Educação Popular 29

Apoiando os direitos dos idosos a Fundação Britânica, desde 1947,


uma iniciativa da British Society (Sociedade Britânica) e o Consulado-
Geral Britânico de São Paulo trabalha com os projetos Cuidar e Multiplicar
em benefício da população idosa do Brasil:
Ciente de que o envelhecimento é um processo inerente à vida
e de que se trata de uma realidade que envolve mudanças biológicas,
psicológicas, econômicas, sociais e culturais, a Fundação Britânica
de Beneficência atua na promoção da dignidade e do bem-estar da
parcela da população com 60 anos de idade ou mais que, por algum
motivo, teve sua autonomia e seus vínculos de proteção e de cuidado
comprometidos pelo tempo. O trabalho da Fundação, que se divide em
alguns Programas cuidadosamente desenvolvidos por nossa equipe,
tem gerado alto impacto e feito a diferença na vida de inúmeros idosos
que precisaram, precisam e ainda precisarão de assistência ao longo de
suas vidas (https://fundacaobritanica.org.br/#home-quem-somos).

ACESSE:
Cartilha Direito das Pessoas Idosas do Ministério da Mulher,
da Família e dos Direitos Humanos. http://bit.ly/35GmBYp
Cartilha para orientar sobre Direitos da Pessoa Idosa e
prevenir violência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul. http://bit.ly/37XVTvG

Agora conheceremos o trabalho da Organização Social Educação


e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (EDUCAFRO) voltada à
população afrodescendente.
O objetivo geral da EDUCAFRO é reunir pessoas voluntárias,
solidárias e beneficiárias desta causa, que lutam pela inclusão de
negros, em especial, e pobres em geral, nas universidades públicas,
prioritariamente, ou em uma universidade particular com bolsa de
estudos, com a finalidade de possibilitar empoderamento e mobilidade
social para população pobre e afro-brasileira. A Educafro tem a missão
de promover a inclusão da população negra (em especial) e pobre (em
geral), nas universidades públicas e particulares com bolsa de estudos,
através do serviço de seus voluntários/as nos núcleos de pré-vestibular
comunitários e setores da sua Sede Nacional, em forma de mutirão. No
30 Educação Popular

conjunto de suas atividades, a Educafro luta para que o Estado cumpra


suas obrigações, através de políticas públicas e ações afirmativas na
educação, voltadas para negros e pobres, promoção da diversidade
étnica no mercado de trabalho, defesa dos direitos humanos, combate
ao racismo e a todas as formas de discriminação. http://bit.ly/2uIhcTX.
Acesse: https://www.educafro.org.br/site/
A Companhia de Bebidas das Américas - Ambev seleciona
organizações da sociedade civil para receberem apoio na gestão. Não
há recurso financeiro previsto neste edital, mas uma série de aulas e
mentorias em temas como gestão de pessoas, orçamento, projetos,
desdobramento de metas e também captação de recursos. O foco são
ONGs que trabalham com desenvolvimento, capacitação, educação e
geração de oportunidades para crianças e jovens de comunidades de
vulnerabilidade social. Dentre as selecionadas, somente a que tiver
melhor avaliação final receberá da Ambev um aporte financeiro ao final
do programa https://www.filantropia.ong/conteudo.php?id=10267

Ampliando a percepção dos educadores


acerca de: liberdade, justiça, igualdade e
felicidade.
Aluno(a), o nosso estudo deste tópico, necessariamente,
precisamos iniciar pelos Princípios Fundamentais e os Objetivos
Fundamentais dispostos na Constituição da República Federativa do
Brasil (CF) de 1988:
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado
a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,
a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Educação Popular 31

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 3 º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa
do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual-
dades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Observaram que os princípios de Liberdade, Justiça, Igualdade
e Felicidade perpassam pelos Princípios Fundamentais e os Objetivos
Fundamentais da CF/88?
Assim, para refletir sobre esse tema devemos levar em consideração
que o educador (a) é alguém que tem condições de realizar um movimento
de ação pedagógica que defenda que o trabalho educativo pode e deve
ser pautado nos princípios da liberdade, justiça, igualdade e felicidade.
Nesse sentido podemos afirmar que os professores são privilegiados
por poderem contribuir tão diretamente na construção dessa educação
libertadora que tanto buscamos ao longo dos anos.
O (a) educador (a) tem o poder sobre o processo educativo por
ele ter em sua formação docente e, principalmente, em sua vida, as
experiências necessárias para articular conhecimentos científicos com
a realidade. Tem na reflexão de sua própria história e na identificação
de que é sujeito dela, ferramentas fundamentais para tomar parte deste
papel transformador da educação brasileira.

ACESSE:
Leandro Karnal, Liberdade e Felicidade https://www.
youtube.com/watch?v=xGqvyZ4jwYA
Não há Liberdade sem Disciplina. https://www.youtube.
com/watch?v=-CGmi35bLr0

Através das várias disciplinas e dos níveis educativos o (a) educador


(a) constrói-se a educação brasileira, pelo fato desses também terem
sido alunos (as), vivenciaram as relações educativas desta realidade.
32 Educação Popular

Deste modo, estas vivências o possibilitaram perceber sua posição


real, além da formação técnica indispensável para o trabalho docente.
Fiquem atentos!
Para falarmos sobre esse tema não podemos esquecer os princípios
da Revolução Francesa que nos mostra como a liberdade, fraternidade e
igualdade são tão importantes para a formação de uma sociedade livre e
pensante capaz de modificar toda a estrutura educacional com projetos
que levem os alunos a um senso crítico e democrático.

ACESSE:
Revolução Francesa (1789 - 1799) http://bit.ly/309ScAz
O Bem do Aluno e a Justiça como Dimensões Éticas da
Docência: Concepções de Professores. http://bit.ly/388jdqX

Paremos para refletir, o educador precisa se lembrar que a


liberdade consagra os pilares de um Estado Democrático de Direito assim
não há justiça sem a liberdade em suas diferentes formas, Liberdade de
expressão, de opinião de ir e vir. A liberdade em sua forma mais completa
é que vai permitir aos cidadãos e aos educadores exercerem sua função
com responsabilidade e com excelência.
No ambiente escolar, o qual é formado por diversas pessoas
como: alunos, professores, supervisores, diretores, cozinheiros,
zeladores, pais, agentes de segurança, entre outros, cada um tem um
papel importante, principalmente, como gente, em permitir que todos
os envolvidos possam exercer a liberdade de ser, esta que insistimos ser
o princípio para a educação. Acesse: Fundamentos para uma Educação na
Diversidade. http://bit.ly/36GKYGy
O conceito de aprendizagem está relacionado ao processo de
aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, também
enfoca uma mudança de comportamento, que se obtém por meio
das experiências construídas por fatores emocionais, relacionais,
neurológicos e ambientais. Sendo assim, o aprender seria o resultado
dessa interação entre as estruturas mentais e ambientais.
Educação Popular 33

Assim chegamos ao ponto alto do nosso pensamento. Sabemos


que são muitos os desafios impostos à nossa profissão. Eles são de
natureza política e pedagógica e passam pela precarização da carreira
e das condições de trabalho que, muitas vezes, não são favoráveis
nem ideais. Diante de todos os obstáculos e dificuldades, questiono: é
possível combinar o ensino e felicidade?
Eu acredito que sim e você? É claro que, muitas vezes, os
profissionais são responsabilizados pelo fracasso da escola ou vistos
como vítimas das condições em que desenvolvem seu trabalho. E
em meio ao mar revolto da iniciação profissional, ambiguidades e
contradições do emprego, ainda é possível perceber os tons de ânimo,
alegria daqueles que iniciam no magistério atualmente.
Por fim podemos afirmar que ser educador(a) é ensinar e educar,
mas também aprender com seus alunos e constantemente renovar
suas aprendizagens. É passar horas planejando, revendo, estudando,
para preparar apenas alguns minutos de aula. Ser professor é sentir-se
realizado e feliz com as conquistas dos seus alunos. É sentir orgulho na
construção do caráter de todos eles. É dar tudo todos os dias, pedindo
apenas em retorno o sucesso daqueles que arduamente prepara para
o futuro. É indicar caminhos e deixar que seus alunos optem pelos que
mais lhes convêm.
Por isso que devemos ampliar nossos pensamentos em temas
como a liberdade, igualdade, justiça e a felicidade por são esses os
pilares para se formar um bom profissional da educação pois é essa
consciência que o fará com que o professor busque conhecer melhor
a realidade do aluno, se colocando no lugar dele, repensando sobre
a sua realidade que muitas vezes é tão diferente do educador. Esse
sentimento de igualdade pode fazer com que os nossos olhos se abram
para enxergarmos a melhor forma de trabalhar o conteúdo que temos
que transferir com mais eficiência e sabedoria.
34 Educação Popular

A avaliação na perspectiva da Educação


Popular
Aspectos gerais da avaliação na educação
popular
Na atualidade um tema que está sendo muito discutido é a
avaliação educacional que consiste em maneiras para auxiliar o (a)
educador (a) no processo de ensino-aprendizagem. Nesse processo, o
desenvolvimento do educando é tido como fator mais importante.
No passado a avaliação era vista como uma vilã, que servia em
muitos casos apenas para dar nota ao aluno, que eram utilizadas para
definir quem seria aprovado ou reprovado. Porém, sabemos hoje que
a prática avaliativa não tem mais essa finalidade, hoje visa o benefício
do aluno, do professor e todos os envolvidos no processo de ensino
aprendizagem.
O que vem a ser a avaliação na perspectiva da educação popular?
Avaliação é um processo abrangente da existência humana,
que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar
avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada
de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. É a forma de
acompanhar o desenvolvimento dos educandos e ajudá-los com suas
eventuais dificuldades (VASCONCELLOS, 1995, P.43).
Como a educação popular busca a efetivação dos direitos dos
cidadãos e acontece nas comunidades; nas formas de organização da
sociedade civil - Movimentos Sociais, Conselhos de Direitos, Conselhos
Comunitários, Redes de Mobilização Social; Organizações Sociais,
e outras maneiras estudadas nas unidades 1 e 2; o seu método de
avalição é diferenciada, ou seja, não utiliza as modalidades de avaliação
tradicional das instituições de ensino tradicionais.
Na educação popular a avaliação adota uma natureza formativa,
dessa maneira intenta uma postura dialética - engloba a avaliação
como um dos aspectos do processo de aprendizagem. O seu propósito
principal é levantar as deficiências dos (as) educandos (as) e cuidar das
suas dificuldades até o seu completo aprendizado.
Educação Popular 35

A avaliação na educação popular compõe-se de aspectos


qualitativos e quantitativos. Os fatores qualitativos - expressados pela
conscientização do gozo dos seus direitos como cidadão, o exercício
da cidadania e a participação e contribuição na sociedade. Por sua vez,
os fatores quantitativos são representados por números (índices; taxas;
percentuais; indicadores - cujo conceito foi apresentado na unidade 1
deste e-book).
No processo de ensino – aprendizagem, o bom desenvolvimento
do aluno é tido como fato prioritário. E para que isso aconteça o (a)
educador (a) precisa ter uma prática pedagógica reflexiva pois somente
assim ele conseguirá diagnosticar deficiências na aprendizagem.
Para que isso de fato aconteça o (a) educador (a) precisa conhecer e
compreender o estágio que cada um dos seus/suas educandos (as)
está para que ele possa trabalhar fazendo – os avançar no que se refere
os conhecimentos necessários.
Com base em tais conhecimentos podemos pensar em mudanças
de paradigmas para uma nova cultura escolar. O mesmo acontece com
o processo avaliativo em seu desenvolvimento e aperfeiçoamento ao
longo do processo de aprendizagem. Dessa maneira o (a) educador (a)
passa a ter responsabilidade direta na qualidade desse processo pois o
resultado dele comprova o sucesso dos (as) educandos (as).
Apesar de parecer óbvio, se quisermos avaliar nossos alunos
de forma processual é preciso faze-lo todos os dias, em todos os
momentos em que for possível exemplo: quando o aluno solicita a nossa
ajuda para resolver alguma questão; durante a correção de exercícios;
através das dificuldades em realizar as tarefas de casa. Para realizarmos
uma avaliação de fato todas as situações precisam ser avaliadas tendo a
mesma importância. O que vai fazer a grande diferença no que se refere
aos instrumentos utilizados no processo avaliativo é o tratamento dado
aos resultados obtidos.
Na educação popular esse processo de avaliar o aluno no decorrer
do dia-a-dia é muito importante pois será através dessa verificação de
aprendizagem que o educador irá tomar decisões sobre o processo
de ensino-aprendizagem e encaminhamentos dos resultados obtidos
durante a verificação. Dessa forma o professor poderá ajudar o aluno que
36 Educação Popular

não aprendeu até que ele aprenda avaliando seus avanços. O erro passa
a ter menos importância para o acompanhamento do processo pois será
um indicador significativo das condições concretas do aluno avaliado.
Primeiro ponto para mudarmos a forma de avaliação não só na
educação popular como na educação de forma geral é entendermos
que existe uma diferença entre avaliação e nota, a avaliação é um
processo que precisa de uma reflexão crítica sobre a prática, podendo
desta forma verificar os avanços e dificuldades e o que se fazer para
superar esses obstáculos. A nota seja na forma de número ou conceitos
é uma exigência do sistema educacional. Assim avaliar é algo bem mais
complexo que apenas atribuir notas sobre um teste ou prova que se faz,
ela deve ser inserida ao processo de aprendizagem do aluno. Partindo
dessa análise podemos afirmar que a avaliação é um momento reflexivo
sobre teoria e prática no processo ensino-aprendizagem. Ao avaliar o
aluno o professor estará constatando as condições de aprendizagem
dos alunos, para depois definir os meios que ajudaram os alunos a
aprenderem melhor. Acesse: Avaliação da Aprendizagem Escolar e o
Pensamento de Paulo Freire: algumas aproximações http://bit.ly/2uB0hlT

Princípios para buscar uma forma para


avaliar melhor
Na avaliação da educação popular o (a) educador (a) devem
estar atentos a todos os acontecimentos diários do processo de ensino-
aprendizagem, realizando atividades inovadoras.
Mas, como o educador (a) posiciona-se diante dessas situações?
Apresentando algumas opções que para Vasconcellos (1995) são
chamadas de princípios:
1. Primeiro princípio: é preciso abrir mão do uso autoritário da
avaliação
Quando a avaliação é considerada como mera verificação da
aprendizagem de nossos alunos, o que importa é utiliza-la como poder
de controle, especialmente daqueles alunos que são considerados
difíceis, ou seja, sem nota não conseguiremos mantê-los sob controle.
Assim não podemos desviar o objetivo principal da avaliação que é
Educação Popular 37

saber o que ele aprende é não o castiga-lo. Tendo clara essa função
da avaliação passaremos a nos empenhar para que aconteça a
transformação real, através de novas práticas e atitudes. Lembrando
a vocês que não conseguiremos mudar totalmente e muito menos de
uma vez, mas plantaremos a semente da inovação que garantirá que
essa mudança irá ocorrer com o tempo.
Por fim, temos que lembrar que a avaliação não é apenas do
aluno, mas também do currículo, do material didático, das condições de
trabalho, da escola, do professor no geral da sociedade e na educação
popular isso é muito mais importante porque ela se dá em outra
perspectiva e realidade.
2. Segundo princípio: é preciso alterar a metodologia de trabalho
em sala de aula
A avaliação não é o único problema que enfrentamos. Uma nova
prática avaliativa requer, necessariamente, novas práticas metodológicas.
Isso significa que não basta mudar a forma de avaliar se não mudarmos
as formas de organização de nossas aulas.
Na educação popular o educador precisa colocar esse princípio
em prática de uma forma mais direta pois a essência dessa educação
é explorar o universo do aluno, ou seja, a avaliação precisa partir do
ponto de onde os alunos estão e não de onde deveriam estar. Assim a
avalição não tem que se importar com o que foi dado, mas sim com o
que foi assimilado. Esse princípio representa uma significativa mudança
metodológica. O conteúdo deve ser mais significativo e a metodologia
mais participativa, para diminuir a necessidade de recorrer a nota como
instrumento de opressão. Se nós como educadores conseguirmos
dar aulas mais criativas e mais interessantes, os nossos alunos se
interessarão mais pelas aulas. VASCONCELLOS diz “Não se pode
conceber uma avaliação reflexiva, crítica, emancipatória, num processo
de ensino passivo, repetitivo, alienante” (VASCONCELLOS, 1995, p. 55).
Podemos concluir desse princípio que uma prática metodológica
mais colaborativa nos ajudará a criar uma sólida aprendizagem que
privilegia a problematização, o debate, a pesquisa, a experimentação
e tantas outras práticas mais participativas que ajudarão o professor a
avaliar o aluno. Essa avaliação poderá ser através de exercícios, de aulas
38 Educação Popular

dadas pelos alunos, de seminários e etc.. Essas avaliações revelaram


ao professor o percurso que o aluno estará fazendo até chegar na
construção do conhecimento.
3. Terceiro princípio: redimensionar o uso da avaliação
Na educação popular o processo de redimensionar o uso da
avaliação é essencial já que está educação tem uma forma diferente
de ensinar o conteúdo aos alunos, aí eu pergunto “De que adiantaria
modificar a forma de dar aulas se a forma de avaliar fosse tradicional?”.
Essa é uma pergunta que deve ser feita todos os dias pelos docentes da
educação popular e da educação tradicional para podermos repensar
como vamos modificar a realidade.
Nesse sentido, não há como deixar de criticar a prova como
instrumento meramente verificativo. Apesar de ser muitíssimo utilizada
nas práticas atuais, em se tratando de avaliação processual, esse
instrumento não cumpre um papel significativo. Aplicar a prova, nos
moldes tradicionais, provoca uma ruptura com o processo de ensino-
aprendizagem da educação popular, porque ela favorece a ênfase à
nota, que acaba servindo apenas para classificar o aluno e não para
diagnosticar a realidade avaliada.
Não é fácil implementar mudanças, mas precisamos mudar
a forma de avaliar nossos alunos. Devemos ser mais criativos para
diversificarmos a forma como avaliamos o conhecimento. Por exemplo
podemos fazer avaliações em dupla ou em grupos, elaborando questões
interdisciplinares ou deixando que os alunos elaborem questões ou
propostas de trabalho.
Por fim, podemos introduzir novas práticas de reflexão sobre a
experiência de avaliação e precisamos discutir com os alunos o que eles
acham do método avaliativo adotado. Se quisermos avaliar e não apenas
verificar conhecimentos mecanicamente memorizados, temos que
avaliar tudo o que acontece em sala de aula durante todo o processo
de aprendizagem, ou seja, sempre que for preciso devemos avaliar para
ajudar o aluno, não apenas para atribuir-lhe uma nota.
Educação Popular 39

4. Quarto princípio: temos que redimensionar o conteúdo da


avaliação
Como escolher o que devemos cobrar em uma avaliação? Será
que o que perguntamos em uma prova é realmente o que o aluno precisa
saber? As respostas para essas questões devem ser encontradas nos
objetivos do ensino. Freitas (1995) defende que a avaliação não pode
estar desvinculada dos objetivos. O que pretendemos com o conteúdo
que passamos aos nossos alunos? Tendo essa resposta, teremos a
resposta para as duas primeiras perguntas. Para uma prática avaliativa
transformadora temos, necessariamente, que deixar de fazer avaliação
de cunho meramente decorativo.
O enunciado de uma questão não pode ser mais importante do que a
própria capacidade de resolução de um problema. Para mudar, precisamos
fugir do uso de questionários que só enfatizam a memorização, podemos
fazer a avaliação observando as atitudes, os valores, os interesses, os
esforços dos alunos, a participação, o comportamento, o relacionamento,
a criatividade, a iniciativa, etc. A educação popular pede essa avaliação
mais sócio – afetiva para saber como esse aspecto influência positiva ou
negativamente no desenvolvimento cognitivo dos mesmos.
5. Quinto princípio: é extremamente necessário alterar a nossa
postura diante dos resultados
Esse princípio deve ser considerado como um dos mais
importantes para que realmente ocorra uma mudança em nossa prática
meramente verificativa. Se não pararmos de agir com a intenção de
apenas quantificar o que nossos alunos sabem e depois publicarmos
os resultados, de nada vai adiantar tentarmos implementar qualquer um
dos princípios anteriormente apresentados.
Como educadores precisamos entender que o erro nos revela
que o aluno precisa de ajuda. Através do erro é que vamos saber
como ajudar o discente ou em que ele precisa de nossa ajuda. Se não
pudermos fazer nada pelo os que não aprenderam, então qual será o
nosso papel? Será que somos capazes de ensinar somente alunos que
não tem dificuldade?
Na educação popular a dificuldade de aprendizagem também
se torna um desafio para o professor que precisa se reinventar a todo
40 Educação Popular

momento observando com cuidado cada indivíduo. Isso faz com que a
avaliação seja individual de acordo com os problemas de cada aluno.
Nesse sentido o professo precisa ter uma atitude urgente para implementar
ferramentas que o auxiliem no diagnóstico da aprendizagem uma delas
é a avaliação sócio – afetiva citada anteriormente, outro exemplo é o uso
do conselho que funciona como uma forma coletiva de conhecer o aluno
e obter maiores informações sobre o mesmo, além disso o conselho
propicia a tomada de decisões descentralizadas. O educador poderá
dividir a reponsabilidade em aprovar ou reprovar o aluno de acordo com
outras visões e de acordo com a realidade apresentada no dia a dia.
6. Sexto princípio: criar uma nova mentalidade junto aos alunos,
aos professores e à comunidade acadêmica
Dificilmente conseguiremos grandes mudanças se não trabalharmos
na conscientização dos educadores. Essa é a forma de ampliar o grupo
de adesão às novas concepções de avaliação e consequentemente de
educação. Só muda quem adquire consciência e desejo de mudança.
Para finalizar vemos que as sugestões apresentadas podem não
representar nada se não conseguirmos mexer com nossas concepções e
se não mudarmos a situação avaliada. De qualquer modo, novas práticas
avaliativas fazem-se necessárias, mesmo que sejam pequenas e que
aconteçam, inicialmente, apenas no interior de uma sala de aula. Temos que
começar de alguma forma, mas precisamos agir para mudar as concepções
e as práticas avaliativas, mas isso não quer dizer que deixaremos de avaliar.
Ao contrário, é ser mais exigente e avaliar muito mais. Além disso, não
podemos mais avaliar apenas o aluno, pois todo o sistema faz parte do
processo, inclusive o nosso trabalho como professores também precisa ser
avaliado constantemente para obtermos o sucesso que almejamos.

ACESSE:
Educação popular em saúde: avaliação de uma prática com
usuários diabéticos insulinodependentes sugestões em
conjunto para solucioná-las. http://bit.ly/2tQ8vGu
Avaliação da Educação Indígena no Plano Nacional de
Educação - 2006. http://bit.ly/3a0eOYL
Educação Popular 41

A partir dos princípios apresentados, temos alguns instrumentos


que podem nos auxiliar ao longo do processo de avaliação formativa da
aprendizagem de nossos alunos. São eles:
„ Painel Integrado: Essa atividade permite ao aluno, por
meio da pesquisa, ter um conhecimento mais aprofundado sobre um
assunto e uma visão geral sobre temas correlatos. Permite ao professor
acompanhar o desenvolvimento do aluno e sua capacidade de
compreensão por meio do estudo individual, num primeiro momento, e
coletivo no segundo momento.
„ Prova escrita dissertativa: O objetivo dessa atividade é verificar
o desenvolvimento das habilidades intelectuais (raciocínio lógico,
organização das ideias, clareza de expressão, originalidade, capacidade
de fazer relações entre fatos, ideias e coisas, capacidade de aplicação
de conhecimentos, etc.) A prova escrita dissertativa corresponde a um
conjunto de questões ou temas, que exigem respostas com as palavras
dos próprios alunos.
„ Observação como instrumento de investigação: A observação
visa a investigar, informalmente, as características individuais e
grupais dos alunos, tendo em vista identificar fatores que influenciam
a aprendizagem e o estudo das matérias e, na medida do possível,
modificá-los. Através da observação é possível desenvolver a capacidade
de percepção dos comportamentos manifestos ou não dos alunos.
„ Diário reflexivo: Esse instrumento tem como objetivo registrar
diariamente o conteúdo estudado, através de conceitos básicos
trabalhados em sala de aula, na percepção do aluno. Ao final de um
conteúdo trabalhado, o aluno é convidado a escrever sobre o conceito
básico da aula dada. O professor recolhe e faz observações na aula
seguinte a partir do que o aluno conseguiu registrar da aula.
„ Auto-avaliação: Visa à autocrítica e à co-responsabilidade
em relação ao desenvolvimento intelectual do aluno. A auto-avaliação
colabora para promover a socialização e o amadurecimento do mesmo.
„ Portfólio: Seu objetivo é encorajar a reflexão e o estabelecimento
de objetivos. O aluno tem a oportunidade de relatar suas experiências
durante o processo de aprendizagem e refletir sobre elas. O portfólio é
uma coleção de itens que revela, conforme o tempo passa, os diferentes
42 Educação Popular

aspectos do desenvolvimento do aluno. Através do portfólio o aluno


consegue perceber sua evolução acadêmica.
„ Conselho de turma: Por fim, ousamos propor que a avaliação
aconteça de forma coletiva. Que haja momentos para que professores
e alunos possam discutir os problemas de aprendizagem e propor as
soluções.

Estudo de caso sobre Educação Popular


Pessoal vamos estudar a estratégia de pesquisa do estudo de
caso. Fiquem ligados!
Na unidade 2 do e-book. Conhecimento científico significa a infor-
mação e o saber resultantes da busca constante de saber das coisas e
de estudos (RODRIGUES, 2019).
Este procedimento metodológico está inserido no conhecimento
científico e, é amplamente utilizado no ensino superior. Prosseguimos
com duas definições de estudo de caso.

[ ] uma estratégia de pesquisa orientada para a compreensão


das dinâmicas que emergem de contextos singulares
(EISENHARDT, 1989, p. 534).
[ ] se concentra no conhecimento experimental do caso -
inserção e vivência pelo pesquisador no contexto pesquisado
e coloca atenção nos seus diversos contextos, como o social
e o político (STAKE, 2006, p. 444).

Vamos assistir o vídeo do Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER)


sobre O Estudo de Caso como Prática Pedagógica para compreendermos
melhor o seu conceito. Prestem atenção! Acesse: https://www.youtube.
com/watch?v=UVZiMbOBSag
A metodologia de estudo de caso apresenta características
elencadas por Yin (2005), que podemos sintetizar:
„ possui significado e é completo, ou seja, um estudo de
relevância com o alcance do resultado final e sem prejuízo do tempo ou
ausência de recursos;
Educação Popular 43

„ considera as perspectivas alternativas: as evidências a partir


das perspectivas diferentes;
„ conter evidências satisfatórias, quer dizer as evidências
consistentes contribuem para uma ótima conclusão;
„ elaboração instigante, isto é, com clareza, atrativa aos leitores
do início ao fim.
Stake (2006) classifica o estudo de caso em três categorias:
„ Intrínseco: provoca um interesse verdadeiro no referido caso,
levando em conta a sua particularidade e especificidade. A sua escolha
não se deve pelo fato de que ele possa representar outros casos, nem
para o fim de uma generalização ou para a construção de uma teoria.
„ Instrumental: serve essencialmente para a generalização ou
para o aprofundamento de um problema particular. Ele possibilita a
geração de insights e ajuda a refinar uma teoria.
„ Múltiplo ou coletivo: consiste na aglomeração de diversos
estudos de caso de tipo instrumental, que são similares em natureza e
descrição.
Vejamos na prática a aplicação da técnica de estudo de caso.
Fiquem atentos! Acesse: https://diversa.org.br/estudos-de-caso/o-caso-
da-escola-donicia-maria-da-costa-florianopolis-santa-catarina-brasil/
Quando sabemos que essa estratégia de pesquisa está sendo
aplicada? Ao estudar um (a) educador (a) estuda com os seus (as) alunos
(as) certa obra, independente da área do conhecimento e/ou profissional,
está realizando um estudo de caso. Em grande parte das vezes estuda-
se casos reais: em direitos humanos, da população de rua, prisional e
campo, saúde, assistência social, educação, crianças e adolescentes,
mulheres, idosos, povos indígenas e quilombolas e outros. Porém há
situações em que o estudo de caso é construído por meio da imaginação
pelos alunos (as) e educadores (as). Tanto no estudo de caso reais ou de
situações construídas são pesquisados os recursos humanos e materiais
a serem utilizados e as suas possíveis soluções.
Conforme a complexidade do caso estudado aplica-se as
técnicas relacionadas as metodologias de estudo por pesquisa e/ou de
experimentação. Essas técnicas são usadas afim de analisar e formular
estratégias e táticas.
44 Educação Popular

É imprescindível a definição dos casos que serão estudados,


possibilitando de maneira cíclica aos educandos (as) disporem de suas
aptidões e novas competências.
„ casos típicos: aqueles que podem servir de modelo para
variações dentro de uma determinada linha de ação. Na hotelaria,
por exemplo, escolher uma pousada ou um hotel que exemplifique a
categoria em que está incluído;
„ casos extremos: aqueles que representam as pontas da linha
que atravessa o setor profissional – da simplicidade à complexidade; do
recato ao exibicionismo; da modéstia ao luxo. Pode-se, assim, formar
uma visão do espectro de manifestações coberto por cada área; casos
anômalos: aqueles que se desviam da normalidade, ou seja, os que
não se comportam dentro das normas estabelecidas para cada área
segundo o senso comum. Não significa que sejam ruins, talvez apenas
inconvenientes. O que não quer dizer que não possam, em determinadas
circunstâncias, ser convenientes e renovadores. É para isso que os
estudamos. Para saber as razões e maneiras do seu desvio e o que pode
nos ensinar (SANZ 2003, p. 128).

SAIBA MAIS:
Aluno (a) para enriquecer o seu conhecimento façam
a leitura do artigo Educação popular: metodologia de
pesquisa como processo educativo.
https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/
view/1310
Educação Popular 45

BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa
do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
DEMO, Pedro. Participação é conquista. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
______, Pedro, Metodologia para quem quer aprender, São Paulo:
Atlas, 2008.
Disponível em: http://bit.ly/2Tep4GJ. Acesso em: 17 jun 2019.
EISENHARDT, K. Building theories from case study research. The
Academicy of Management Review, v. 14, n. 4, p. 532-550, 1989.
GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na
educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos
cultural, social, político, religioso e governamental. 22. ed. Petrópolis:
Vozes, 2013.
______, Danilo. Planejamento como prática educativa. 11. ed. São
Paulo: Loyola, 2000.
PRADO, Maria Elisabete Brisola Britto; ALMEIDA, Maria Elizabeth
Bianconcini de (Org.). Elaboração de Projetos: guia do cursista. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação à Distância, 2009.
SANZ, Luiz Alberto. Procedimentos metodológicos: fazendo
caminhos. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2003.
SANT ANNA, Flavia Maria. et al. Planejamento de ensino e avaliação.
11. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1986
STAKE, R. Multiple Case Study Analysis. Nova Iorque: Guilford
Press, 2006.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética-
-libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 1995.
YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 3 ed.
São Paulo: Bookman, 2005.

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