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Introdução à EAD

Aprimorando a leitura para


a autoaprendizagem
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
GIOVANNA MAZZARRO VALENZA
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
AUTORIA
Giovana Valenza
Olá. Meu nome é Giovanna Valenza. Sou formada em Letras, com
experiência técnico-profissional na área de Produção de Texto e Língua
Portuguesa nos formatos Presencial e a Distância há mais de 10 anos. Faço
edição e revisão de textos para várias editoras e também sou autora de
materiais didáticos para EAD. Adoro dar aulas e escrever materiais, pois assim
posso compartilhar minha experiência e meu conhecimento com aqueles
que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz
em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

Thalyta Mabel Nobre Barbosa


Olá! Seja bem-vindo! Sou Thalyta Mabel. Graduada em Serviço Social e
Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), tendo como objeto de estudo o Serviço Social na Previdência Social.
Possuo experiência como docente, na graduação e na pós-graduação, tanto
em instituições públicas quanto privadas, principalmente nas disciplinas de
Política de Previdência Social e Social, Fundamentos Teórico-Metodológicos
do Serviço Social, Trabalho de Conclusão de Curso, Metodologia Científica,
Docência no Ensino Superior, Introdução à Educação a Distância, Introdução
ao Ensino Superior e Tecnologias Educacionais. Minha trajetória acadêmico-
profissional está ligada à área da Educação a Distância há aproximadamente
15 anos. Nessa larga trajetória, atuo como Designer Instrucional de materiais
didáticos para a EaD, desde a orientação pedagógica até o produto final,
em Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas e Privadas e de Educação
Corporativa, como autora e organizadora de e-books e demais materiais
didáticos, facilitadora de treinamento de professores/autores/conteudistas
quanto à escrita de conteúdo dos materiais didáticos a serem utilizados
na EaD nas IES e nas instituições de Educação Corporativa e também
como tutora. Para que possamos obter êxito nesta caminhada rumo ao
conhecimento acadêmico, recomendamos que você esteja atento aos
conceitos aqui apresentados. Vamos começar.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do
desenvolvimento houver necessidade
de uma nova de apresentar um
competência; novo conceito;
NOTA: IMPORTANTE:
quando necessárias as observações
observações ou escritas tiveram que
complementações ser priorizadas para
para o seu você;
conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a
bibliográficas necessidade de
e links para chamar a atenção
aprofundamento do sobre algo a ser
seu conhecimento; refletido ou discutido;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso acessar quando for preciso
um ou mais sites fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando uma
atividade de competência for
autoaprendizagem concluída e questões
for aplicada; forem explicadas;
SUMÁRIO
A leitura e seus estágios ...........................................................................12
Leitura: como definir?.................................................................................................................... 12

Estágios da leitura........................................................................................................................... 17

Reconhecimento ou pré-leitura......................................................................... 18

Leitura seletiva................................................................................................................ 18

Leitura interpretativa................................................................................................... 19

Leitura crítica ou reflexiva...................................................................................... 20

Utilizando os estágios de leitura nos estudos................................ 22


Decodificação e diferenciação............................................................................................... 22

Estágios da leitura nos estudos.............................................................................................23

Reconhecimento ou pré-leitura ...........................................................................................23

Leitura seletiva................................................................................................................26

Leitura interpretativa...................................................................................................26

Leitura crítica....................................................................................................................28

Análise de textos ......................................................................................... 30


Análise .................................................................................................................................................... 30

Análise textual................................................................................................................. 31

Análise temática............................................................................................................. 31

Análise interpretativa e crítica.............................................................................32

Uma nota sobre a leitura na educação a distância.................................................34

Elaboração de sínteses............................................................................. 36
Retenção e capacidade de síntese.................................................................................... 36

Etapas de elaboração de um resumo.......................................................... 38


Introdução à EAD 7

02
UNIDADE
8 Introdução à EAD

INTRODUÇÃO
Olá! Seja bem-vindo! Nesta unidade estudaremos temas importantes
sobre habilidades que auxiliarão em muito nos estudos. A leitura é o
primeiro passo para que o estudante consiga apreender o conteúdo, uma
vez que encontramos o conhecimento em livros, artigos, vídeos (sim,
podemos fazer uma leitura de imagens também!). Veremos que há várias
definições e características da leitura, e vários estágios dela também.
Porém, não basta ler, somente, é preciso compreender. E é por isso que
conversaremos sobre interpretação. Por fim, você aprenderá a elaborar
uma síntese, uma das maneiras de estudar que comprovadamente
contribui muito para a retenção do conteúdo. Ao longo desta unidade
letiva você vai mergulhar neste universo!
Introdução à EAD 9

OBJETIVOS
Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 2! Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Compreender o conceito de leitura e seus estágios.

2. Utilizar os estágios de leitura nos estudos.

3. Ser capaz de analisar textos.

4. Aprender a elaborar uma síntese.

Está preparado para melhorar suas práticas de estudo? Então, vamos lá!
10 Introdução à EAD

A leitura e seus estágios


OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de compreender


o conceito de leitura e os seus estágios. Isto será
fundamental para alunos em formação na modalidade
Educação a Distância. E então? Motivado para desenvolver
esta competência? Então vamos lá!

Leitura: como definir?


Segundo o último Censo do IBGE (2018), existem 11,3 milhões de
analfabetos no Brasil. Esse número vem diminuindo ao longo dos anos,
porém, outro termo ganhou bastante destaque: o analfabetismo funcional.
Você sabe a diferença entre analfabetismo e analfabetismo funcional?

Analfabetas são as pessoas que não conhecem o alfabeto ou


não sabem ler nem escrever; já os analfabetos funcionais são pessoas
que sabem ler e escrever, mas não são capazes de interpretar o texto
que leem, e essa parte da população corresponde a 30% dos brasileiros
que têm entre 15 e 64 anos (AÇÃO EDUCATIVA; INSTITUTO PAULO
MONTENEGRO, 2018).

SAIBA MAIS:

Veja gráficos dos resultados da pesquisa sobre


analfabetismo e analfabetismo funcional, Clique aqui.

Às pessoas que sabem ler e escrever dá-se o nome de alfabetizadas


e às pessoas que sabem ler, escrever e conseguem usar essas habilidades
nas demandas sociais são denominadas letradas. Mas o que significa
ler? Você já parou para pensar nisso? Uma busca rápida em qualquer
dicionário mostrará como definição de leitura o “ato de ler”, ou “o ato de
compreender o conteúdo de um texto escrito”. Porém, como acabamos
de ver, há muitas pessoas que não conseguem compreender aquilo que
leem. Sendo assim, podemos usar as duas definições para o ato da leitura?
Introdução à EAD 11

Figura 1 – A leitura é uma atividade exclusivamente humana

Fonte: freepik

A leitura é uma atividade exclusivamente humana, que nos


permite acesso a um infinito conhecimento. Está intimamente ligada ao
processo de aprendizagem. Por isso o tema é amplamente estudado por
várias perspectivas: do ponto de vista linguístico, é claro, mas também
psicológico, biológico, social, entre outros.

Etimologicamente, a palavra vem do verbo em latim lego, cuja


primeira acepção é “juntar, reunir”. Ele também significa “ler”, pois essa
ação é juntar e reunir as palavras, as sentenças e as partes de um texto.

O educador Paulo Freire dedicou uma obra inteira ao assunto, “A


importância do ato de ler”, em que afirma que “A leitura do mundo precede
a leitura da palavra” (FREIRE, 1988). Nesse sentido, todos nós temos a
capacidade de ler, já que estamos, a todo o momento, lendo a realidade
que nos cerca, isto é, lendo o mundo.

A definição apresentada no texto dos Parâmetros Curriculares


Nacionais (2001, p. 53) é a seguinte:
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho
ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus
objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o
autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do
gênero, do portador, do sistema de escrita etc.
12 Introdução à EAD

Vilson Leffa (1996, p. 11), pesquisador da UFRGS, define leitura como


o “processo de interação entre o leitor e um determinado segmento da
realidade, que é usado para representar um outro segmento”. Ao estudar
o tema, o autor nos lembra das duas definições restritas de leitura, as
quais são antagônicas:
[...] (a) ler é extrair significado do texto e (b) ler é atribuir
significado ao texto. O antagonismo está nos sentidos
opostos dos verbos extrair e atribuir. No primeiro, a direção
é do texto para o leitor. No segundo, é do leitor para o
texto. Ao se usar o verbo extrair, dá-se mais importância
ao texto. Usando o verbo atribuir, põe-se a ênfase no leitor.
(LEFFA, 1996, p. 11)

Leffa segue explicando que a melhor definição, por vários motivos,


é a segunda: ler é atribuir significado ao texto. O autor explica:
A qualidade do ato da leitura não é medida pela qualidade
intrínseca do texto, mas pela qualidade da reação do leitor.
A riqueza da leitura não está necessariamente nas grandes
obras clássicas, mas na experiência do leitor ao processar
o texto. O significado não está na mensagem do texto, mas
na série de acontecimentos que o texto desencadeia na
mente do leitor. (LEFFA, 1996, p. 14)

Vamos concordar com o autor ao optar por essa definição, já que


acreditamos que a leitura depende mais do leitor do que do texto em si e
da forma como o primeiro interage com o segundo. Isso vai ao encontro
dos resultados que trazem as pesquisas no que se refere à taxa de
analfabetismo funcional. Significa que aqueles que não compreendem o
que está escrito não estão conseguindo interagir com o texto.

E como podemos realizar a leitura de modo a interagir com o texto


e alcançar a sua compreensão total? Para Leffa (1996, p. 25):
Para compreender um texto devemos relacionar os dados
fragmentados do texto com a visão que já construímos
do mundo. Todo texto pressupõe essa visão do mundo
e deixa lacunas a serem preenchidas pelo leitor. Sem o
preenchimento dessas lacunas a compreensão não é
possível.
Introdução à EAD 13

Para Andrade (2016, p. 1-2), tal definição é, hoje, muito mais complexa:
Sabe-se que o conceito de leitura foi aperfeiçoado nas
últimas décadas. Nos dias atuais, a leitura não se constitui
um processo de decodificação do texto, nem somente
a compreensão e interpretação do signo linguístico. Na
verdade, a leitura possui uma dimensão mais ampla do
que apenas atribuir significado às palavras e frases. Pereira,
Souza e Kirchof (2012) afirmam que o ato de ler transcende
à simples decodificação, compreensão e interpretação
do signo linguístico, porquanto pressupõe o ato de dar
sentido ao texto, o que estará sempre na dependência
da vivência histórica do sujeito, do seu modo de pensar e
olhar o mundo.

O que observamos no comentário de Andrade (2016) é, novamente,


que o foco está no leitor, o sujeito que olha para o texto. Podemos
aproximar essa afirmação do que queremos dos nossos alunos, tanto no
ensino presencial como no ensino a distância. A habilidade de leitura é algo
trabalhado na escola desde os primeiros anos. E assim deve ser em todos
os níveis de ensino, já que os textos vão ganhando mais complexidade
ao longo da vida escolar. Ora, se lemos e estudamos por meio da leitura
durante a nossa vida toda, por que então existem tantas pessoas que não
conseguem compreender um texto? Segundo Silva (2011, p. 25):
Ler é básico para o progresso na aprendizagem de
qualquer assunto. A formação de um leitor competente,
segundo os PCN (2001, p. 54), “só pode constituir-se
mediante uma prática constante de leitura de textos de
fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em
torno da diversidade de textos que circulam socialmente”.

Tal questionamento é objeto de estudo de muitos pesquisadores.


Eles tentam entender o que está errado na educação básica/fundamental,
por que motivo os alunos estão chegando muito fracos ao ensino superior,
no que diz respeito à leitura, e o que pode ser feito para que a prática se
torne hábito na população brasileira, assim como já acontece em outros
países.

Antes de seguirmos, é importante fazermos uma observação:


quando falamos de leitura, estamos nos referindo à leitura de objetos das
mais variadas espécies. Podemos ler um texto, um filme, uma obra de
14 Introdução à EAD

arte, até mesmo uma expressão facial, já que, como apontou Freire, a
leitura do mundo vem antes da leitura da palavra. Nesse sentido, estamos
lendo (e interpretando) todas as coisas a todo o momento.

Nesta unidade, porém, vamos nos deter à leitura de um texto


escrito, que constitui a maior fonte de pesquisa para os estudantes. Ainda
que existam materiais em outros formatos, vamos nos concentrar no texto
escrito por se tratar de objeto de fundamental importância e que ainda
causa muita dificuldade de interpretação por parte dos alunos.

REFLITA:

Com certeza você já teve dificuldade de ler e compreender


um texto, não é mesmo? Muitas vezes, parece que estamos
lendo um texto escrito em outra língua, tão distante nos
parece do que costumamos ler no dia a dia. Por que será
que isso acontece?

Problemas de compreensão de texto começam a aparecer já


na infância, assim que começamos a “juntar as palavras”, e nunca mais
deixam de existir. De tempos em tempos nos deparamos com algo
difícil de compreender, seja no nosso dia a dia, como leitores de jornais
e revistas, seja no contexto acadêmico, como leitores de ciência. Mas
ninguém pode negar que a leitura é essencial para a nossa vida escolar,
nos mais diversos níveis. Observe o que afirmam Lakatos e Marconi (2018,
p. 1) a respeito da importância da leitura para os estudos:
[A leitura] favorece a obtenção de informações já
existentes, poupando o trabalho da pesquisa de campo ou
experimental. Ela propicia a ampliação do conhecimento,
abre horizontes na mente, aumenta o vocabulário,
permitindo melhor entendimento do conteúdo das obras.
[...] Dois são os seus objetivos fundamentais: serve como
meio eficaz para aprofundamento dos estudos e para a
aquisição de cultura geral.

De fato, a leitura é uma atividade complexa. Na sequência, você


verá que, muitas vezes, não é na primeira leitura que chegamos a
uma compreensão total. Existem alguns estágios para chegar a uma
Introdução à EAD 15

compreensão completa de um texto escrito, de modo que se possa


refletir sobre ele.

Estágios da leitura
Os estágios da leitura dizem respeito ao nível de compreensão que
uma pessoa tem ao ler um texto, desde seu primeiro contato com ele até
a fase em que é capaz de realizar uma leitura crítica a respeito do que foi
abordado.
Figura 2 – Os estágios da leitura dizem respeito ao nível
de compreensão que uma pessoa tem ao ler um texto

Fonte: freepik

A informatividade de um texto é medida pelo grau de intimidade


que o leitor tem com determinado assunto. Quanto mais uma pessoa sabe
sobre um tema, menos informativo, para ela, vai ser um texto sobre esse
tema, e vice-versa. Por exemplo: se você é fã de super-heróis, um texto
que explica as características dos super-heróis vai ser menos informativo
para você do que para uma pessoa que nunca se interessou por eles.
Logo, não podemos dizer que um texto é bastante informativo ou não,
pois isso vai depender mais do que o leitor sabe sobre o assunto do que
do conteúdo do texto.

Vamos conhecer, a partir de agora, os quatro estágios:


Reconhecimento ou pré-leitura; Leitura seletiva; Leitura interpretativa;
Leitura crítica (ou reflexiva) e suas características.
16 Introdução à EAD

Reconhecimento ou pré-leitura
Aa leitura superficial do texto serve para se ter uma ideia do que
ele trata, seu conteúdo e sua organização. No caso de textos de jornal,
por exemplo, trechos são destacados para fazer com que o leitor observe
quais são as principais partes. O título e o subtítulo (se houver) são
extremamente importantes, pois chamam a atenção para o tema principal
que será abordado.

Nesse estágio, o leitor pode responder à pergunta: de que trata


o texto? Assim, ele tem uma visão global do assunto, porém, não se
aprofundará em subtemas ou informações mais específicas.

É muito comum hoje, nas redes sociais, nos depararmos com títulos
de textos. E muitas vezes ficamos só no título, não lemos o texto, nem
sequer clicamos no link para acessar mais informações sobre o assunto.
Está aí uma boa maneira de confirmar de que modo fazemos essa leitura
de reconhecimento.

Faça o teste. Quando estiver em uma rede social e se deparar


com uma notícia, pare para refletir: o título me chamou a atenção? Estou
interessado em saber mais sobre isso?

Leitura seletiva
Neste segundo estágio de leitura a pessoa realiza uma leitura mais
atenta do texto, inspecionando-o. Ela presta atenção nas sentenças e
compreende o contexto envolvido na sua produção.

Aqui, o leitor ainda não faz uma leitura minuciosa, mas inicia
esse processo, separa aquilo que é essencial e deixa de lado o que é
desnecessário.

Vamos continuar com o exemplo de uma notícia que você encontrou


ao navegar em sua rede social. Você se interessou pelo assunto e quer
saber mais: se tiver acesso ao texto completo da notícia, de que forma
você vai lê-lo? Vai passar o olho para “pescar” algumas informações
relevantes ou vai ler atentamente? É bem provável que você dê uma
Introdução à EAD 17

“sondada”, uma passada de olho nesse momento. Isso vai fazer com que
se interesse ou não por uma leitura mais minuciosa.

Leitura interpretativa
Na leitura interpretativa, o leitor consegue identificar as informações
que estão sendo colocadas no texto, bem como o que o autor quer
dizer. O leitor analisa as partes do texto – introdução, desenvolvimento,
conclusão – e estabelece uma correlação entre elas.

Aqui, a leitura é minuciosa e não se perde nada. Se há alguma


palavra que o leitor não conhece, ele vai procurar o significado, e se
algo passou despercebido durante a leitura, o leitor vai voltar atrás para
entender melhor a mensagem.
Figura 3 – O terceiro estágio da leitura compreende a fase interpretativa

Fonte: freepik

Neste estágio, o leitor é capaz de entender a intenção do autor ao


escrever aquele texto e de relacionar seu posicionamento com outros
textos que já leu. É importante dizer que, neste caso, o aproveitamento do
texto dependerá da bagagem que o leitor já tem acerca do assunto. Se
houver alguma referência ou uma informação implícita (um pressuposto),
o leitor experiente será capaz de localizá-la.
18 Introdução à EAD

Continuando com o exemplo do texto encontrado na rede social, o


leitor, após se interessar pelo o tema e fazer uma leitura seletiva, mergulha
de fato em todas as suas partes, e percebe alguns fatores, por exemplo:
como foi construído, por quê, em que contexto. Assim, o leitor é capaz de
falar sobre o assunto e explicá-lo a outras pessoas.

Leitura crítica ou reflexiva


Neste estágio podemos dizer que há uma compreensão maior
do texto por parte do leitor, pois ele reflete de maneira crítica sobre o
conteúdo. Ele compara as informações apresentadas e as julga de modo
a tomar uma posição. Nesta fase, portanto, o leitor vai além da mensagem
do texto, fazendo juízo de valor a respeito daquilo que leu.

Neste nível, que é o último, o leitor já é capaz de responder


criticamente ao texto que leu, pois compreende todas as suas nuances
– o tema tratado, as partes do texto, de que modo foi construído, a
intenção do autor, o contexto em que foi escrito, como se relaciona com
o mundo e com outras produções sobre o mesmo tema, etc. – e, além
disso, consegue julgar o texto e atribuir a ele um valor com base no que
já leu sobre o assunto: é um texto mais completo? Cai em contradição? É
coerente e apresenta concisão? A opinião do autor é bem fundamentada?
Está de acordo com a minha? Vai de encontro com a de outros autores?

No exemplo que utilizamos, finalizado este estágio de leitura – e


somente após isso –, o leitor pode escrever sobre o assunto, fazer uma
crítica (positiva ou negativa) a respeito do texto, pois tem total intimidade
e compreensão daquilo que leu e é capaz de opinar sobre.

REFLITA:

Com base em sua experiência com o uso de redes sociais


e observando o comportamento dos outros, você acredita
que as pessoas realizam uma leitura crítica dos textos antes
de compartilhá-los ou de comentá-los?

Retomando os quatro níveis de leitura, podemos estabelecer um


quadro que sintetiza o que acontece em cada um deles.
Introdução à EAD 19

Quadro 1 - Estágios da leitura

Estágio Definição Questão

Reconhecimento
Leitura superficial Qual é o tema?
ou pré-leitura

Quais são as principais informações


Seletiva Inspeção
que o texto traz?

Qual é o posicionamento do autor


Interpretativa Leitura minuciosa
sobre o tema?

Crítica ou Julgamento do Concordo ou discordo do


reflexiva conteúdo posicionamento do autor e por quê?

Fonte: Lakatos e Marconi, 2019 (Adaptado).

É fundamental que você, aluno, que está em formação profissional


e que está realizando essa formação em um curso na modalidade a
distância, atente-se para as informações que foram apresentadas até
aqui. Faça da leitura sua aliada no processo da aprendizagem.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir o que vimos. Você deve ter aprendido as
definições de leitura e teve a oportunidade de conhecer
seus quatro estágios ou níveis: reconhecimento, leitura
seletiva, leitura interpretativa e leitura crítica. É muito
importante que você faça com que a leitura se torne um
hábito, pois dessa forma conseguirá passar por esses
estágios de modo a compreender e julgar qualquer texto.
20 Introdução à EAD

Utilizando os estágios de leitura nos


estudos
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de identificar


e utilizar esses estágios de leitura em seus momentos de
estudo. Isto será fundamental para você em seu processo
de formação profissional. Está motivado para desenvolver
esta competência? Então vamos lá. Avante!

Decodificação e diferenciação
Como vimos no capítulo anterior, uma primeira definição de leitura
seria a de extrair significado do texto. Seria como decodificar os símbolos
que ali estão colocados. Porém, já vimos que essa não é a melhor maneira
de conceituar o ato de ler. Estamos entendendo a leitura como uma
atividade além da decodificação. Ela depende do sujeito leitor e da sua
experiência, constituindo-se um processo interacional. Ao ler, estamos
estabelecendo uma relação com o texto que será diferente para cada
leitor, pois depende da bagagem que ele tem, do que ele espera do texto,
de como ele o recebe.

Vamos imaginar que você está assistindo a um filme pela primeira


vez. A primeira leitura que faz dele é mais superficial, você pode não
entender algumas partes, outras podem até passar despercebidas; você
está focado no enredo, numa primeira camada da história, que é a mais
explícita e que a maioria dos espectadores vai compreender. Na segunda
vez que assiste a esse filme, como já conhece o enredo, presta atenção
em aspectos menos evidentes e descobre alguns efeitos de sentido,
detalhes que passaram despercebidos da primeira vez. Além disso, os
espectadores de uma época podem assistir a esse filme de maneira
diferente daquela que pessoas de décadas anteriores o assistiram.

O que podemos comprovar com isso? Que o sentido ou a


compreensão de uma obra (seja ela um filme, um texto) não está na forma
Introdução à EAD 21

como foi elaborada, e sim na relação estabelecida entre ela e seu leitor. E
quanto mais experiente for o leitor, melhor será a interação entre ele e o
objeto que está lendo. Afinal, nossas leituras constituem nosso repertório.

Sendo assim, que tal nos aprofundarmos nos estágios da leitura e


utilizá-los em nossos momentos de estudo? Parece complicado, mas a
prática fará com que a leitura se torne algo cada vez mais confortável.

Estágios da leitura nos estudos


Para ilustrar como isso acontece em um ambiente escolar ou
acadêmico, vamos tomar como exemplo um aluno que esteja pesquisando
o tema “novas tecnologias na Educação a Distância”, passando pelos
quatro estágios de leitura. Vamos lá!

Reconhecimento ou pré-leitura
Como vimos, há um estágio anterior ao que consideramos, de
fato, uma leitura. É aquele momento em que nos deparamos com uma
manchete de jornal, a capa de um livro, mas ainda não sabemos mais
detalhes sobre o texto dentro dele. Chama-se pré-leitura ou leitura de
reconhecimento.

Utilizamos esse nível de leitura quando procuramos referências


sobre um tema que estamos estudando: fazemos uma seleção de
documentos relevantes a respeito de determinado assunto com base
em uma leitura pré-seletiva, observando a capa de um livro, o sumário,
o título de um artigo, o texto de introdução ou conclusão, por exemplo.

No caso do aluno, seria o ponto de partida, isto é, a procura por


materiais que tratem do tema “novas tecnologias na Educação a Distância”.
Uma rápida busca na internet vai gerar alguns primeiros resultados. É
importante você saber que na unidade seguinte veremos as técnicas a
serem utilizadas no momento da busca na internet pelos buscadores.
Então, recomendamos que você associe os conhecimentos adquiridos
nas duas unidades para ter proveito em seus estudos.
22 Introdução à EAD

Voltamos ao que estávamos comentando anteriormente, que era a


busca por materiais na internet. Vejamos o que o resultado nos apresentou.
Quadro 2 - Exemplos de resultados

1. EAD e as novas tecnologias

O atual sucesso da modalidade de Ensino a Distância (EaD) só se faz possível devido à


constante evolução das Tecnologias de Informação e de Comunicação.

2. Conheça as tecnologias usadas no Ensino a Distância (EaD)

São milhares de novos cursos superiores autorizados pelo MEC todo ano e essa
modalidade de ensino tem tornado possível o sonho do diploma para muitas...

3. Nove tecnologias para EaD essenciais nos cursos a distância

As novas tecnologias agora incluem fóruns de discussão, e-mail, gravações de áudio


e vídeo, biblioteca virtual, etc. www.epdonline.com.br › noticias › EaD-a-tecnologia-a-
favor-da-educ...

4. EaD: a tecnologia a favor da educação | EPD On-line

O ensino a distância (EaD) é uma modalidade que usa a tecnologia... e realizar um curso
que possibilite a conquista de novos caminhos.

5. As novas tecnologias a serviço da educação a distância

Nos anos 1996, a nova LDB, Lei nº 9.394/96 contemplou novos avanços à EaD,
estabelecendo a regulamentação da modalidade de Educação a Distância ...

6. Educação a distância e as novas tecnologias

Consulta a “material já elaborado, constituído principalmente de [...] artigos... Seguindo


esse raciocínio, a EaD é fruto de tecnologias que possibilitaram o seu...

7. Seminário discute uso da tecnologia na EaD – MEC

A tecnologia tem sido uma importante ferramenta para a melhoria da... Em educação a
distância e em novas tecnologias de aprendizagem.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Com essa lista de resultados, o aluno fará uma pré-leitura para


descartar os textos que não são relevantes para o seu trabalho. Por
exemplo: textos sem autoria ou de sites não acadêmicos. Ele vai preferir
livros e artigos científicos sobre o tema, pois estes podem servir como
referenciais teóricos.

Vamos imaginar que o aluno tenha escolhido o artigo que aparece no


sexto resultado dessa lista: “Educação a distância e as novas tecnologias”.

O fato de se tratar de um artigo já é um ponto positivo para que


o texto faça parte da sua lista de referências utilizadas no trabalho, pois
contém um autor e foi publicado em alguma revista científica, o que, por si
Introdução à EAD 23

só, lhe confere credibilidade. Além disso, o título confirma que vai abordar
o assunto que é tema da pesquisa do aluno.

Neste estágio, o aluno pode ler o título, o resumo do artigo, a


introdução, mas não mais que isso – do contrário, já estaria na fase
posterior de leitura. Observe que, ao ler o resumo, o aluno é capaz de
saber que se trata de material relevante para a sua pesquisa:
RESUMO

As inovações tecnológicas transformaram nossa relação


num ambiente constante de troca de informações, que
caracteriza a sociedade moderna e os indivíduos das
gerações “Z” e Millennials, surgidos no contexto da
internet e das redes sociais. A irreversibilidade desta
realidade se confirma no surgimento dos softwares de
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e na evolução
tecnológica por qual passa a Educação a Distância (EaD).
A metodologia deste estudo é uma pesquisa de caráter
qualitativo e cunho bibliográfico, no objetivo de analisar a
evolução tecnológica dessa ferramenta, suas aplicações
e características – positivas e negativas – apontando
desafios e tendências. Os resultados indicaram que a
evolução tecnológica e modernização da EaD se deram
graças ao desenvolvimento das TICs, identificando-se
duas fortes tendências para o futuro: o mobile learning e
a gamification. No Brasil, o atraso tecnológico – falta de
acesso à internet (inclusão digital) – e social – qualificação
de profissionais – são consequência da falta de políticas
públicas que contemplem a Educação e os desafios da EaD
no país. Portanto, novas linhas de pesquisa relacionadas a
essa discussão teórica podem ser feitas e espera-se que
este trabalho tenha contribuído para instigar a pesquisa
acadêmica na Educação, visando uma sociedade com
melhores expectativas para o futuro. (MENDES; ZAFINO,
EZEQUIEL, 2018, p. 1)

Conseguiu compreender a importância de se analisar bem os


resultados de uma pesquisa realizada na internet, como também de
verificar a autenticidade, a credibilidade e a confiabilidade dos resultados?
Veja o quanto é importante você saber desse assunto para que, a partir
de então, tenha proveito nas elaborações dos seus trabalhos acadêmicos.
24 Introdução à EAD

TESTANDO:

Recomendamos a você que realize uma busca na internet


seguindo os passos que apresentamos e em seguida
analise seu material. É importante se autoavaliar sobre o
seguinte: será que até agora eu estava realizando as buscas
da maneira correta? O que posso fazer para melhorar
minhas buscas e obter bons resultados?

Leitura seletiva
Chega o momento de realizar uma leitura de sondagem, identificar
os subtemas tratados, “passar o olho” para verificar se esse texto
corresponde às expectativas do leitor quanto ao conteúdo abordado.

Em trabalhos acadêmicos, os subtítulos são muito importantes. Se


estiverem nítidos no artigo, é possível perceber a hierarquia dos assuntos
tratados e ter uma ideia de como foi construído o texto.

No caso do artigo em análise, alguns subtemas se destacam e já


é possível confirmar que o texto será útil para a pesquisa. Uma leitura
rápida garante que o tema das tecnologias aparece constantemente, com
definições, exemplos, etc. Nesta fase devemos garimpar o que temos em
mãos. Uma vez verificada a relevância do trabalho, chega-se à decisão
de ler o texto de maneira mais minuciosa. É quando se passa para o outro
estágio. Vamos lá!

Leitura interpretativa
Neste estágio, o pesquisador observa e relaciona o que está
escrito no texto com aquilo que busca solucionar. Também compara o
posicionamento do autor de acordo com teorias de outros pesquisadores,
localizando-o em determinada escola de pensamento.

Trata-se de uma leitura mais atenta, em que se pode destacar


os trechos que servirão para corroborar a opinião do estudante em seu
trabalho. Por exemplo: se o aluno está pensando em trazer o uso dos
aplicativos de smartphones como uma nova tecnologia que auxiliará o
EaD, nesse artigo poderá utilizar os seguintes trechos:
Introdução à EAD 25

O desenvolvimento recente de tecnologias móveis,


como smartphones e tablets, vem permitindo o uso de
informações fornecidas e compartilhadas por aplicativos
(OLIVEIRA FILHO, 2012) e se tornando cada vez mais
popular como nova forma de acesso à informação e ao
ensino/aprendizado, pois são dinâmicos e contam com
a vantagem da mobilidade – tecnologia acessível em
qualquer local (QUEIROZ et al, 2014) e que demanda
menor investimento em infraestrutura. Para acessar um
AVA é necessário o uso de um computador, enquanto
que no conceito do Mobile Learning (Aprendizado Móvel),
qualquer dispositivo com acesso a rede sem fio (wireless)
é uma ferramenta de estudo. (MENDES; ZAQUINO;
EZEQUIEL, 2018, p. 8)

O uso de aplicativos na Educação a Distância pode


promover o ensino e auxiliar o aluno na construção e
socialização do saber (QUEIROZ et al, 2014), sendo que
as redes sociais têm ganhado destaque como a primeira
ou mais recorrente forma de interação da maior parte
das pessoas (OLIVEIRA FILHO, 2012). Chats e fóruns e/ou
redes com estrutura semelhante ao LinkedIn, pautadas
na interatividade (BISSOLOTTI; NOGUEIRA; PEREIRA,
2014), trazem como conceito o Flipped Classroom. A ideia
surgiu nas escolas do ensino médio americanas, com
Jonathan Bergman e Aaron Sams, para atender a alunos
que precisavam se ausentar e, quando regressavam,
discutiam dúvidas e davam contribuições em momentos
de reflexão. A iniciativa se estendeu a todos os alunos,
sendo conhecida como blendedlearning: inversão lógica
das aulas – os alunos decidem o conteúdo teórico das
disciplinas, apresentam conceitos, autores e diferentes
proposições a respeito do tema de estudo (SCHNEIDER et
al, 2013), com apoio do professor, que funciona como um
facilitador para o processo de aprendizagem. (MENDES;
ZAQUINO; EZEQUIEL, 2018, p. 9)

Com a leitura interpretativa, o aluno já está munido das informações


de que precisava para continuar seu trabalho. Na próxima etapa, fará uma
leitura que lhe permitirá criticar as ideias apresentadas pelo autor no que
se refere ao tema estudado.
26 Introdução à EAD

Leitura crítica
Por fim, o aluno chega à etapa mais complexa dos estágios da
leitura, em que é capaz de refletir sobre o texto e fazer juízo de valor. Neste
momento, o leitor procura trechos com os quais concorde ou discorde, se
for o caso. Em seu trabalho, poderá utilizá-los para enriquecer sua linha
de raciocínio.

Vejamos um exemplo. Suponha que o aluno seja contra o uso de


jogos na EaD. Pela experiência dele pesquisando esses recursos, acredita
serem os jogos educativos ferramentas não tão atrativas como os jogos
comuns. Ao encontrar o seguinte trecho no artigo, poderá fazer uso dele
para discordar:
A massificação de conteúdo tem sido uma das
preocupações ao se introduzir elementos computacionais e
da web no ensino/aprendizado. Seu efeito potencializador
na construção do conhecimento, interpretação e
compreensão de contextos e na formação do senso crítico
e reflexivo, têm levado a trabalhar EaD numa lógica de
jogos e Alves (apud OLIVEIRA FILHO, 2012) esclarece que
o papel e a responsabilidade da escola é atentar para as
necessidades e demandas modernas. Os jogos como
ferramentas de aprendizagem são lúdicos, excitantes
e transformam o esforço em algo que traz satisfação
(OLIVEIRA FILHO, 2012). Neste contexto a gamificação
(gamification) tem sido incorporada à dinâmica e às
formas de EaD, com elementos, mecanismos e técnicas
(NAVARRO, 2013) para reduzir a baixa autoestima, o
desestímulo nos espaços de interação grupal (QUEIROZ
et al, 2014) e trabalhar a motivação síncrona para maior
sinergia (FARIAS, 2013). Por tornar as atividades menos
cansativas, engajar as pessoas para resolver problemas e
encorajar a aprendizagem (KAPP, 2012), estimular a traçar
e conquistar metas, e obter feedback de seu resultado
(NAVARRO, 2013), tem sido benéfico na Educação a
ação de aprender com o jogo para desenvolver várias
dimensões humanas (OLIVEIRA FILHO, 2012).

Percebeu como este último estágio da leitura é bem mais


complexo? O leitor, além de decodificar, selecionar, interpretar, agora é
capaz de avaliá-lo, de se posicionar contra, caso seja pertinente ao seu
Introdução à EAD 27

trabalho. Neste momento o leitor já é capaz de transformar em autor, pois


além de ler, está produzindo conteúdo com base nisso.

Entendidos os estágios ou níveis de leitura?

Ao ler os próximos textos, faça o teste. Escolha um texto para fazer


uma leitura passando pelos seus quatro níveis e depois comente sua
experiência com seus colegas.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Neste capítulo você aprendeu como utilizar os
quatro níveis de leitura no processo de aprendizagem.
Usamos um artigo como exemplo para que os estágios
ficassem ainda mais claros.
28 Introdução à EAD

Análise de textos
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de analisar textos


que aparecerão nos seus estudos, de modo que tenha
um bom desempenho durante sua trajetória acadêmica.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!

Análise
O ato de ler é uma atividade muito maior do que apenas decodificar
os símbolos e juntar palavras. Se formos analisar a origem da palavra
texto, veremos que vem do latim textum, cujo significado é “tecido”. Nesse
sentido, o texto como conhecemos hoje nada mais é do que a costura de
enunciados linguísticos. Não se trata apenas de um amontoado de palavras
e frases soltas, sem conexão entre elas, assim como um amontoado
de fios não faz um tecido, é preciso que eles sejam costurados. Assim
também é complexa a atividade de ler, pois exige o reconhecimento de
todos esses mecanismos textuais.

Nos capítulos anteriores, estudamos a compreensão do texto


em uma abordagem centrada em seus estágios. Neste capítulo, vamos
conhecer outra perspectiva do ato de ler: a análise de textos. Essa
abordagem é muito comum em manuais de metodologia científica
e focam nos textos que os alunos vão encontrar na sua vida escolar e
acadêmica, observando, além do conteúdo, a estrutura textual. Tem
como objetivo preparar o aluno para a leitura crítica dos textos, de modo
que consiga produzir conteúdo a partir disso.

Conforme explicam Lakatos e Marconi (2019, p. 14):


Analisar significa estudar, decompor, dissecar, dividir,
interpretar. A análise de texto refere-se ao processo de
conhecimento de determinada realidade e implica o
exame dos elementos; portanto, implica decompor um
todo em suas partes, a fim de: (a) poder efetuar um estudo
mais completo, encontrando o elemento-chave do autor;
Introdução à EAD 29

(b) determinar as relações que prevalecem nas partes


constitutivas, compreendendo a maneira pela qual estão
organizadas; (c) estruturar as ideias de maneira hierárquica.

Ela pode, segundo as mesmas autoras (2019), ser dividida em três


partes:

• Análise dos elementos – levantamento dos elementos básicos do


texto com o objetivo de compreendê-lo.

• Análise das relações – identificação das principais relações e


conexões entre os elementos que constituem o texto.

• Análise da estrutura – verificação das partes que compõem o todo


para entender as relações existentes entre elas.

Podemos classificar em três as espécies de análise de texto: textual,


temática, interpretativa. Observe a seguir as características de cada uma.

Análise textual
A análise textual tem por finalidade aproximar-se do texto. É uma
primeira leitura, de modo a identificar de que ele trata. É o momento de
ler o texto do início ao fim, sem a preocupação de interpretá-lo. Pode-
se sublinhar as palavras desconhecidas para voltar nelas depois. Agora é
hora de identificar o tema principal.

Análise temática
Na etapa seguinte, a da análise temática, o leitor compreende
melhor o texto, distingue as ideias principais e secundárias e a relação
entre elas. É o momento de esquematizar a linha de raciocínio do autor e
fazer anotações no texto.

Deve-se observar a estrutura do texto, suas partes (introdução,


desenvolvimento e conclusão), a argumentação utilizada pelo autor,
entre outros aspectos importantes para um entendimento total do que
foi elaborado.
30 Introdução à EAD

O leitor, neste momento, apreende o texto. Observe que ainda não


é o momento de discuti-lo, mas sim de compreendê-lo profundamente
para, a partir daí, ir para a próxima etapa.
Figura 4 – Análise temática é o momento de esquematizar a linha de raciocínio do autor

Fonte: freepik

Análise interpretativa e crítica


Na análise interpretativa, o leitor é capaz de associar o pensamento
do autor com o que já conhece sobre o assunto. Isso lhe permite fazer
uma crítica do texto, observar se é coerente, se os argumentos são válidos
e pertinentes, se há originalidade nas ideias.

É o momento de avaliar o texto, relacioná-lo com outros sobre o


mesmo tema – caso o aluno já tenha lido bastante sobre o assunto, será
capaz, inclusive, de inserir o texto em determinada escola de pensamento
ou corrente filosófica, por exemplo. Também é preciso ler o que está
nas entrelinhas, identificar não só o que está explícito, mas o que está
subentendido.
Introdução à EAD 31

SAIBA MAIS:

Pesquise por textos que diferenciem e exemplifiquem


informações explícitas e implícitas (também chamadas de
“pressupostos”).

O leitor finalmente adota uma posição pessoal sobre aquilo que leu,
e se torna preparado para elaborar seu próprio texto crítico.

Lakatos e Marconi (2019, p. 14) propõem um esquema para


diferenciar os três tipos de análise:
Análise textual:

Leitura rápida de todo texto para obter uma visão global,


assinalando palavras desconhecidas e dúvidas.

Encontrar o significado das palavras e dirimir dúvidas.

Formar um esquema, visando à estrutura redacional.

Análise temática:

Releitura para apreender o conteúdo.

Nova leitura para separar ideias centrais das secundárias.

Verificar a correlação entre elas, seu modo e forma.

Procurar respostas para as questões: sobre o que versa


este texto? O que influi para lhe dar uma unidade global?

Reconhecer o processo de raciocínio do autor.

Redigir um esquema que revele o pensamento lógico do


autor.

Análise interpretativa e crítica:

Correlacionar as ideias do autor com outras sobre o


mesmo tema.

Realizar uma crítica fundamentada em argumentos


válidos, lógicos e convincentes.

Fazer um resumo para discussão.

Esquematizar as espécies de análise textual é um exemplo do que


pode ser feito na primeira etapa da leitura.
32 Introdução à EAD

Na realidade, as etapas para ler um texto se parecem muito e você


pode decidir qual vai seguir durante seus anos de estudo – quem sabe
testar essas e outras. Não há problema, pois todos esses processos de
leitura têm o objetivo em comum de transformar o leitor em alguém crítico
sobre qualquer assunto, de modo que também seja capaz de produzir
ciência.

SAIBA MAIS:

Leia este artigo sobre leitura, níveis de leitura, espécies de


análise de texto, Clique aqui.

Uma nota sobre a leitura na educação a


distância
O aluno da Educação a Distância estará em constante contato
com os mais diversos tipos de texto: o material didático, elaborado
em linguagem dialógica, às vezes até mesmo redundante, para que a
compreensão seja garantida; os enunciados das atividades, que procuram
explicar de maneira detalhada o que deve ser feito, sem espaço para
dúvidas; as postagens no fórum de discussão, escritas pelos colegas de
curso, que podem trazer uma linguagem menos formal; as orientações
de tutores e professores; os avisos da coordenação de curso; o manual de
utilização do ambiente virtual de aprendizagem e o manual de formatação
de trabalhos acadêmicos, dentre outros.

Espera-se que o aluno consiga apreender o que é oferecido a ele e


também que seja capaz de pesquisar em outras fontes a fim de aumentar
seu conhecimento.

Então, aproveite a oportunidade para também fazer uma


autoavaliação de como está sua leitura. Um checklist simples pode ajudá-
lo. Ao final de cada unidade, responda:
Introdução à EAD 33

Quadro 3 – Checklist de aproveitamento da unidade

Checklist – Aproveitamento da unidade

• Consegui realizar a leitura dos textos base de forma eficiente.

• Acessei o material complementar indicado na unidade (Saiba Mais, Acesse...).

• Procurei me aprofundar nos conteúdos buscando outros materiais que não estavam

indicados (outros textos, vídeos, podcasts).

• Realizei os exercícios com atenção e comprometimento.

• Fiz anotações ou um resumo do conteúdo da unidade.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Todas essas ações vão ajudar na retenção do conteúdo, tema do


próximo capítulo.

SAIBA MAIS:

Leia e realize os exercícios desta aula sobre leitura, Clique


aqui.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Neste capítulo


você aprendeu a analisar um texto sob outra perspectiva,
diferente da abordada nos capítulos anteriores. Conferiu o
que é uma análise textual e conheceu três espécies dela:
textual, temática e interpretativa.
34 Introdução à EAD

Elaboração de sínteses
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de elaborar uma


síntese de modo a auxiliar na retenção dos conteúdos. E
então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!

Retenção e capacidade de síntese


Até aqui trabalhamos aspectos relacionados à leitura, seus estágios
e como proceder em cada etapa. Porém, um questionamento pode ser
feito: passar por esses estágios garante a retenção do conteúdo?

A retenção do conteúdo diz respeito ao armazenamento daquilo


que foi lido, com o objetivo de aplicar esse conhecimento à realidade. É
preciso dizer, também, que reter o conteúdo não é a mesma coisa que
decorá-lo.

REFLITA:

Lembra-se de seus tempos de escola, quando tentava


decorar o conteúdo e, na hora da prova, dava aquele
branco? Ou ainda, quando você conseguia decorar o
conteúdo para a prova, mas depois dela esquecia tudo?
Você lembra algumas fórmulas matemáticas que utilizava
na escola, mas que hoje não sabe nem para que servem?
E as músicas que os professores ensinavam para decorar
alguns nomes da Biologia, como as funções das partes
da célula?

Para alcançar a retenção existem técnicas, tais como: recitar o texto;


copiar partes dele; utilizar sinais gráficos como setas, marcação de cores,
grifos para destacar as partes mais importantes; associação de ideias;
leitura dinâmica; entre outros. Uma busca na internet resultará em vários
textos sobre essas técnicas. Mas, cuidado! Nem tudo é comprovado
cientificamente.
Introdução à EAD 35

Escolhemos uma dentre essas técnicas, considerada efetiva


para a retenção de conteúdos e muito utilizada no contexto científico: a
elaboração de síntese ou resumo. Resumir significa abreviar, sintetizar,
condensar, reduzir, restringir. Certamente você já leu um resumo de filme
ou de livro, pois isso faz parte do nosso dia a dia.

No contexto acadêmico, procuramos resumos de artigos ou livros


que possam nos auxiliar em nossos estudos. O resumo acadêmico é,
inclusive, uma parte obrigatória das produções científicas, pois é por meio
dele que os estudantes podem ter rápido acesso aos temas para verificar
se o artigo é relevante para seu trabalho. O objetivo do resumo é fazer
uma redução do texto original, mantendo as ideias principais do texto e
descartando o que é secundário. Segundo Platão e Fiorin (2007, p. 420),
o resumo é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos
contidos no texto. Resumir um texto significa reduzi-
lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três
elementos: cada uma das partes essenciais do texto; a
progressão em que elas se sucedem; a correlação que o
texto estabelece em cada uma dessas partes.

Na opinião dos autores, “quem resume deve exprimir, em estilo


objetivo, os elementos essenciais do texto. Por isso não cabem, em um
resumo, comentários ou julgamentos ao que está sendo condensado”
(PLATÃO; FIORIN, 2007, p. 420).
Figura 5 – O resumo é a condensação fiel das ideias do texto

Fonte: freepik

Mas resumir não significa recortar partes do texto original e reproduzi-


las ipsis litteris no seu novo texto. Platão e Fiorin (2007, p. 420) lembram
36 Introdução à EAD

que “a colagem de fragmentos do texto original não é um resumo. Resumir


é apresentar com as próprias palavras os pontos relevantes de um texto”.

Sendo assim, o resumo será um novo texto, escrito com as palavras


do autor, que é você.

Etapas de elaboração de um resumo


Segundo Cereja e Cochar (2009, p. 55), “para produzir um resumo, é
necessário trabalhar com um processo mental chamado sumarização. Esse
processo consiste em eliminar informações secundárias, que são aquelas
que explicam, exemplificam ou reforçam informações já dadas”. Os autores
lembram ainda que “é necessário utilizar conectivos ou elementos de
coesão” para “amarrar” o texto. É importante lembrar também que o texto
do resumo deverá fazer sentido para quem não leu o texto original.
Figura 6 – O texto do resumo deve ser redigido
com as próprias palavras de quem o escreve

Fonte: freepik

O grau de dificuldade para resumir um texto, segundo Platão &


Fiorin (2007), vai depender da complexidade do texto a ser resumido
(dependendo do quão elaborado ele é) e da competência do leitor (do
entendimento que ele teve do texto). Observe a seguir as etapas indicadas
pelos autores para elaborar um bom resumo:
1. Ler o texto ininterruptamente, do começo ao fim. Já
vimos que um texto não é um aglomerado de frases: sem
ter noção do conjunto, é mais difícil entender o significado
preciso de cada uma das partes. Essa primeira leitura deve
Introdução à EAD 37

ser feita com a preocupação de responder genericamente


à seguinte pergunta: do que trata o texto?

2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta,


com interrupções, com o lápis na mão, para compreender
melhor o significado de palavras difíceis (se preciso,
recorra ao dicionário) e para captar o sentido de frases
mais complexas (longas, com inversões, com elementos
ocultos). Nessa leitura, deve-se ter a preocupação,
sobretudo, de compreender bem o sentido das palavras
relacionais, responsáveis pelo estabelecimento das
conexões (assim, isto, isso, aquilo, aqui, lá, daí, seu, sua,
ele, ela etc.).

3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação


do texto em blocos de ideias que tenham alguma
unidade de significação. Ao resumir um texto pequeno,
pode-se adotar como primeiro critério de segmentação
a divisão em parágrafos. Pode ser que se encontre uma
segmentação mais ajustada que a dos parágrafos, mas
como início de trabalho, o parágrafo pode ser um bom
indicador. Quando se trata de um texto maior (o capítulo de
um livro, por exemplo), é conveniente adotar um critério de
segmentação mais funcional, o que vai depender de cada
texto (as oposições entre os personagens, as oposições de
espaço, de tempo). Em seguida, com palavras abstratas
e mais abrangentes, tenta-se resumir a ideia ou as ideias
centrais de cada fragmento.

4. Dar a redação final com suas palavras, procurando não só


condensar os segmentos, mas encadeá-lo na progressão
em que se sucedem no texto e estabelecer as relações
entre eles. (PLATÃO & FIORIN, 2007, p. 421)

O resumo acadêmico vem sucedido por palavras-chave que


ajudam os estudantes na busca por temas que lhes interessem. Leia
como exemplo o resumo do artigo “Leitura e EaD: diferentes suportes,
diferentes modos de ler”, de Quadros e Dias (2017, p. 1):
Os modos de ler vêm se transformando no decorrer
da história nas diferentes sociedades. Isso porque há
mudanças no contexto, nas necessidades do ser humano,
nos objetivos da leitura, nos suportes, na sociedade. O fato é
que, ainda que haja profundas transformações nos suportes
de leitura e nos modos de ler, o ser humano sempre leu
algo e, para tanto, necessitou de determinadas habilidades
38 Introdução à EAD

leitoras. Isso porque a leitura é uma necessidade. Frente


ao universo digital, encontra-se a realidade do estudante
do ensino a distância. E como espaço de formação de
leitores inserido na sociedade, a EaD também apresenta
desafios nos modos de ler. O estudante dessa modalidade
precisa ler textos, ícones, hipertextos, hiperlinks e demais
itens que compõem o ambiente virtual de aprendizagem
disponíveis no computador, tablet, celular, e estes são
os suportes de leitura. Cabe destacar que os leitores
dessa modalidade de ensino, também necessitam de
habilidades leitoras para ser leitores eficientes. Frente a
essa reflexão, o presente artigo tem como objetivo tecer
olhares sobre o contexto atual da leitura e o modo de ler
do estudante da modalidade ensino a distância, visto que,
este tem acesso a um ambiente virtual de aprendizagem.
O estudante da EaD tem, enquanto leitor, o desafio de
ler em um suporte digital, que proporciona a navegação
por hipertextos, hiperlinks e hipermídias, bem como
uma experiência de leitura que traz o entrelace entre a
palavra, a imagem e o som. Esse aluno, para ter acesso
pleno à leitura em suporte virtual, deverá desenvolver
certas habilidades leitoras, conforme afirmam teóricos
como Manguel, Santaella, Murray, Coscarelli e Marcuschi.
E é sobre o contexto da educação a distância, a relação
entre leitura e os estudantes de EaD e habilidades leitoras
que versará o presente artigo. Palavras-chave: Leitura.
Educação a Distância. Habilidades leitoras.

Se o pesquisador estiver estudando a importância da leitura para os


alunos de EaD, este artigo certamente será relevante para o seu trabalho.

SAIBA MAIS:

Aproveite para ler o artigo completo, Clique aqui.

RESUMINDO:

Por falar em resumir, neste capítulo definimos o que é


retenção e vimos que uma das técnicas utilizadas para reter
o conteúdo estudado é elaborar um resumo dele. Bons
estudos!
Introdução à EAD 39

REFERÊNCIAS
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de Alfabetismo Funcional (Inaf): estudo especial sobre alfabetismo e
mundo do trabalho. São Paulo: Ação Educativa; IPM, 2018. Disponível em:

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CEREJA, W.; COCHAR, T. Texto & interação: uma proposta de


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FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação.


17. ed. São Paulo: Ática, 2007.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se


completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988.

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LEFFA, V. J. Aspectos da leitura. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto,


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LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia


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LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico.


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MENDES, R. R.; ZAFINO, T. M.; EZEQUIEL, V. C. Educação a distância


e as novas tecnologias. In: SIMPÓSIO TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO
A DISTÂNCIA NO ENSINO SUPERIOR. Anais [...]. 2018. Disponível em:
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40 Introdução à EAD

QUADROS, D.; DIAS, F. B. Leitura e EaD: diferentes suportes,


diferentes modos de ler. In: XIII EDUCERE FORMAÇÃO DE PROFESSORES:
CONTEXTOS, SENTIDOS E PRÁTICAS. Anais [...]. 2017. Disponível em:
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