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Avaliação Psicológica

e Psicodiagnóstico

Unidade 4
Fontes de informação
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JÉSSICA DE ASSIS SILVA
SHEILA MARIA PRADO SOMA
FÁBIO PEREIRA SOMA
AUTORIA
Jéssica de Assis Silva
Sou formada em Psicologia pela Universidade Federal do Pará,
com Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos
e Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo.
Adicionalmente, sou especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva
pela USP sendo docente em cursos de graduação e especialização
e gostaria de dividir um pouco dessa experiência com você! A Editora
Telesapiens e eu estamos empenhados em te acompanhar nessa jornada!
Conte conosco!

Sheila Maria Prado Soma


Sou Psicóloga há 22 anos, com mestrado e doutorado pela
Universidade Federal de São Carlos. Tenho experiência em Psicologia
Clínica e docência no ensino superior, pois trabalhei todo esse tempo
com a formação de profissionais nessa área e produção de conteúdos
e pesquisas. Psicologia é a minha paixão e, transmitir minha experiência
profissional e de vida àqueles que estão em formação é um dos focos do
meu trabalho. Por esse motivo fui convidada pela Editora Telesapiens a
integrar seu elenco de autores independentes.

Fábio Pereira Soma


Tenho formação em Filosofia, Pedagogia e sou Mestre em Filosofia
pela Unesp, com experiência técnico-profissional na área de educação de
mais de 12 anos. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha
experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões.
Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de
autores independentes.

Estamos muito felizes em ajudar você nesta fase de muito estudo e


trabalho. Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
A entrevista no processo de avaliação psicológica.........................10
O enquadre...........................................................................................................................................10

A entrevista psicológica............................................................................................................... 11

A primeira entrevista...................................................................................................................... 13

Habilidades do terapeuta na entrevista.......................................................................... 15

Entrevistas familiares..................................................................................................................... 18

Testes e observação na avaliação psicológica..................................20


O uso de testes em avaliação psicológica................................................................... 20

Problemas recorrentes no uso de testes psicológicos........................................ 22

A observação na avaliação psicológica...........................................................................27

Integração das informações e orientações e devolutiva..............29


Integração de informações.......................................................................................................29

A devolutiva..........................................................................................................................................34

A postura do avaliador em entrevistas devolutivas................................................35

Documentos decorrentes da avaliação psicológica.......................38


Elaboração de documentos decorrentes da avaliação psicológica......... 38

Legislação envolvendo a elaboração de documentos psicológicos........42

Estrutura dos principais documentos psicológicos................................................43

Declaração.........................................................................................................................43

Atestado Psicológico..................................................................................................44

Relatório Psicológico..................................................................................................44

Relatório Multiprofissional.......................................................................................45

Laudo Psicológico....................................................................................................... 46

Parecer Psicológico.................................................................................................... 46
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 7

04
UNIDADE
8 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

INTRODUÇÃO
Você sabia que na área de Avaliação Psicológica há a utilização
de diversas fontes de informação, bem como diferentes vias para
coletas de dados? E que o domínio técnico e o desenvolvimento
dessas habilidades é um diferencial para a sua prática profissional
e que permite chegar mais perto da realidade acerca do fenômeno
observado? Nessa unidade você terá a oportunidade de conhecer mais
de perto essa área, a começar pelo Capítulo 1, no qual há a ênfase
quanto a entrevista psicológica no campo de avaliação. Já no Capítulo
2 você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o uso de
testes psicológicos bem como sobre o uso da observação nesse campo
prático. Adicionalmente, o Capítulo 3 descreve sobre a integração de
informações em avaliação psicológica bem como um pouco mais
sobre a entrevista devolutiva e a postura profissional nessa etapa. Por
fim, um debate sobre os documentos oriundos da prática de avaliação
é fundamental para a finalização do processo de uma maneira não só
ética mas com qualificação técnica na prática profissional. Curioso para
aprender mais sobre essa área tão importante no campo da Psicologia?
Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Descrever o processo de entrevista na avaliação Psicológica.

2. Analisar os testes e as formas de observação na avaliação


psicológica.

3. Articular as informações colhidas nos testes e entrevistas.

4. Demonstrar os tipos de documentos produzidos decorrentes da


avaliação psicológica.
10 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

A entrevista no processo de avaliação


psicológica
OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você será capaz de entender como


funciona a entrevista no processo de Avaliação Psicológica.
Isto será fundamental para o exercício de sua profissão
e para amplitude de sua prática e domínio técnico nos
diversos campos de atuação em que ela é utilizada. E
então? Motivado para desenvolver esta competência e
ter um diferencial no mercado de trabalho? Vamos juntos
cumprir essa meta!

O enquadre
O enquadre normalmente compõe o primeiro contato com o cliente
e deve incluir a formulação do trabalho, na especificação de suas etapas,
seus objetivos, frequência, duração dos encontros, honorários, além de
ser imperativa a especificação dos papéis. O enquadre pode ser mais
estrito ou permissivo (ARZENO, 1995).
Figura 1 - Entrevista clínica

Fonte: Freepik
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 11

O enquadre é importante para a manutenção da constância das


variáveis ao longo da realização de entrevistas. É importante frisar também
que há casos em que é necessária a alteração do enquadre para que haja
uma conclusão mais clara do processo de avaliação, podendo-se alterar,
por exemplo, o número de entrevistas previsto.

A entrevista psicológica
A entrevista psicológica possui diversas modalidades e favorece
a coleta de dados de maneira aprofundada acerca dos mais variados
temas, permitindo investigar informações atreladas aos objetivos do
psicodiagnóstico (HUTZ et al. 2010).
Figura 2 - Entrevista

Fonte: Freepik

As entrevistas podem favorecer a compreensão de motivos,


latentes ou manifestos na consulta e podem ser uma das ferramentas
envolvidas na percepção de ansiedade e mesmo defesas do paciente. As
entrevistas têm ainda como função auxiliar na construção da história do
indivíduo (ARZENO, 1995).

Quando o paciente chega para atendimento normalmente há um


motivo para a avaliação e ao longo do processo, outras motivações são
levantadas e construídas também em função da relação estabelecida
entre o entrevistador e o avaliado. Nesse sentido, cabe a definição e
diferenciação entre motivos manifestos e latentes. Motivos manifestos são
12 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

aqueles próximos a consciência, normalmente apresentados ao início da


avaliação enquanto que motivos latentes costumam ser descobertos ao
longo do processo de avaliação, relacionados a conteúdos inconscientes
(ARZENO, 1995).

Dettogni (2018) destaca que a entrevista pode ocorrer em diversos


períodos ao longo do processo de avaliação psicológica, sendo usualmente
empregada no início e no final de tal processo. Todavia, em alguns casos,
uma vez que o profissional julgue necessário, a entrevista pode ocorrer
também durante o processo de avaliação, em outros momentos.

VOCÊ SABIA?

Segundo Garcia-Santos (2014), a entrevista psicológica é a


técnica mais utilizada no campo de avaliação e trata-se da
mais completa forma de coleta de dados em avaliação.

Para Dettogni (2018) a entrevista pode elucidar questões envolvendo


aspectos pessoais, relacionais ou contextuais e pode ser aplicada nos
mais variados contextos profissionais, a depender da finalidade de sua
aplicação, conforme apontado na Figura 3.
Figura 3 - Exemplos de contextos de aplicação para
entrevistas psicológicas em avaliação segundo Dettogni

Clínico Organizacional

Orientação de
Escolar
carreiras

Forence

Fonte: Adaptado de Dettogni (2018).

Dettogni (2018) enfatiza o fato de que apesar de todos os profissionais


de psicologia estarem aptos no desenvolvimento de um processo
envolvendo a avaliação psicológica, há exceções quanto a profissionais
que não tem o preparo técnico e teórico para a condução de entrevistas.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 13

A entrevista é ocasião para o estabelecimento de uma relação


profissional e pode ser decisiva para a formulação de hipóteses iniciais,
bem como, sobre a inclusão ou estabelecimento de outras ferramentas
ou baterias de avaliação ao longo da prática. Adicionalmente, tem a tarefa
inicial de apresentar tanto o profissional quanto o cliente (DETTOGNI,
2018).

SAIBA MAIS:

O artigo Entrevista psicológica: uma perspectiva do


contexto hospitalar, de Dallagnol et al., debate sobre as
relações e particularidades desse local e da população
envolvida nessa avaliação. Os autores enfatizam não só
a singularidade da entrevista nesse campo de atuação,
mas também sua importância quanto uma oportunidade
de aproximação do indivíduo avaliado, além de receber
destaque por seu caráter tanto investigativo como
interventivo. Nesse sentido, os autores enfatizam além do
auxílio a prática profissional, a entrevista como uma forma
de contribuir para a qualificação dessa atuação.

A primeira entrevista
Arzeno (1995) aponta a primeira entrevista como uma ocasião em
que se pode observar como seria o vínculo entre terapeuta e cliente
caso houvesse seguimento em uma modalidade clínica de tratamento.
A autora destaca ainda que a entrevista não é infalível, assim a entrevista
projetiva, por exemplo, não é suficiente para sustentar um diagnóstico,
embora necessária.

Em alguns casos pode haver a necessidade de realizar mais de


uma entrevista nas etapas iniciais do psicodiagnóstico. Um exemplo dessa
prática seria aquela que envolve a avaliação de uma criança e, nesses casos,
a entrevista com os pais e com a criança dificilmente abarcaria o período
usual de uma sessão de 50 minutos (ARZENO, 1995). Adicionalmente,
Arzeno (1995) exemplifica que, em alguns casos, a segunda entrevista pode
favorecer a diminuição da ansiedade (ARZENO, 1995).
14 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Figura 4 - Entrevista

Fonte: Freepik

SAIBA MAIS:

O livro Psicologia Clínica Comportamental: a inserção da


entrevista com adultos e crianças, de Silvares e Gongora
(2006) é uma excelente leitura para os interessados na
prática da entrevista. Trata-se de um livro que aborda a
entrevista em seus mais variados aspectos, contemplando
desde as habilidades do terapeuta a prática envolvendo
diversos públicos e em diferentes etapas, desde a entrevista
inicial ao fornecimento de feedbacks.
SILVARES, E.F.M; GONGORA, M. A. N. Psicologia Clínica
Comportamental: a inserção da entrevista com adultos e
crianças. São Paulo: Editora Edicon, 2006.
Figura 5 - Entrevista psicológica

Fonte: Freepik
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 15

Para Arzeno (1995), se a etapa de entrevista inicial foi cumprida, o


profissional deve ter em suas mãos:

1. Um panorama acerca do conflito central e derivados.

2. História de vida do paciente e a situação desencadeadora da


busca pela avaliação.

3. Hipóteses iniciais e motivos do conflito.

4. A elaboração de estratégias para ser utilizado, bem como as


ferramentas diagnósticas que possam ampliar ou mesmo retificar
as hipóteses inicialmente formuladas.

Habilidades do terapeuta na entrevista


Ao profissional cabe auxiliar no processo de avaliação. Quanto
à postura em uma entrevista, não é recomendável a interrupção ou
mudança brusca de atividades no momento em que o cliente relata algo
relevante, mas também o silêncio prolongado por vezes pode gerar uma
situação desconfortável no momento da avaliação (ARZENO, 1995). Ainda
que a postura nas entrevistas iniciais sejam mais diretivas (DETTOGNI,
2018).
Figura 6 - Entrevista clínica

Fonte: Freepik

Há pessoas, por exemplo, que tem dificuldades em seguir um


processo de avaliação ou mesmo apenas a entrevista, quando as
perguntas são de estilo livre e abertas, pois preferem o modelo protocolar.
Cabe ao profissional atentar-se à relação e ao público para a escolha da
técnica adequada de entrevista (ARZENO, 1995).
16 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Além das habilidades técnicas do entrevistador, outros quesitos são


importantes e devem ser levados em conta na realização de entrevistas
psicológicas, tais como o lugar e a duração dessas entrevistas. Quando
em uma instituição, muitas vezes cabe ao profissional seguir aquilo que
é limitado pela mesma, a exemplo, o número de entrevistas a serem
realizadas ou mesmo a sua duração.

Para que a prática da entrevista seja desempenhada de forma


correta, o profissional deve estar em constante atualização e reconhecer
também as necessidades de passar por um treinamento e formação para
aprimorar o seu exercer profissional, seja quanto á ética, seja quanto à
técnica (TAVARES, 2000).

Dettogni (2018) destaca além dos aportes técnicos para a prática


da entrevista, as habilidades interpessoais do entrevistador como um
diferencial para essa prática, uma vez que para além da técnica, há um
contexto em que se exige o contato social.
Figura 7 - Entrevista psicológica

Fonte: Freepik

Tavares (2012) destaca como posturas do profissional na realização


de entrevistas psicológicas:

1. Estar presente e disponível durante todo o processo.

2. Manter uma postura de escuta livre de julgamentos.


Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 17

3. Fornecer auxílio no estabelecimento da relação terapêutica.

4. Favorecer a expressão do paciente/solicitante quanto aos motivos


de busca pela avaliação.

5. Favorecer o esclarecimento de questões levantadas ao longo do


processo de avaliação.

6. Confrontar de maneira cuidadosa as esquivas e contradições


observadas no relato e comportamento do paciente.

7. Ser tolerante frente a episódios de ansiedade.

8. Ser capaz de detectar as defesas e a estruturação do cliente.

9. Dominar as técnicas de avaliação.

Na literatura, também é apontada a necessidade de que o


entrevistador deve possuir quanto à manutenção de seu controle
emocional (DETTOGNI, 2018). Morrinson (2010) destaca ainda a
necessidade do profissional estudar sobre a realização, finalidades e
contextos de aplicação de entrevistas, além de destacar a necessidade de
treino e prática desse profissional para a realização de um bom trabalho.
Figura 8 - Entrevista psicológica

Fonte: Freepik
18 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

IMPORTANTE:

Tavares (2000) enfatiza o fato de que o entrevistador tem a


tarefa de colocar a entrevista clínica num lugar profissional,
diferenciando-a de uma conversa. Cabe ao entrevistador
essa responsabilidade e, uma vez responsável, esse
profissional tem também o dever ético de promover o bem-
estar do indivíduo em processo de avaliação.

Entrevistas familiares
A entrevista é a ocasião para a coleta de informações acerca do
avaliado, bem como, deve promover a motivação e o estabelecimento de
vínculo entre o profissional e o sujeito avaliado. Além disso, a entrevista é
também oportunidade para a construção de um clima favorável a todo o
processo psicodiagnóstico (DETTOGNI, 2018).

As entrevistas familiares são relevantes de maneira a auxiliar em


encaminhamentos: se é melhor optar por um tratamento individual ou
familiar (ARZENO, 1995).

Na maioria dos casos em que envolvem entrevistas com


vinculares, o papel do profissional é inicialmente o de observador e não
o de participante. Assim, somente após a coleta de informações há a
oportunidade de se ter uma postura mais interventiva (ARZENO, 1995).
Figura 9 - Entrevista Familiar

Fonte: Freepik
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 19

Em muitos casos cabe ao profissional coletar dados cronológicos


sobre a história do cliente, mas, em se tratando de situações que
envolvam mais informantes, como a avaliação psicológica infantil, coletar
e comparar as diferentes versões sobre o fenômeno observado, pode ser
um ponto interessante permitido pela realização de entrevistas (ARZENO,
1995).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo,


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que o enquadre
é uma das primeiras formas de estabelecimento de contato
com o avaliado e que pode impactar diretamente na
entrevista, uma vez que se bem estabelecido, pode auxiliar
na manutenção da constância das variáveis avaliadas.
A entrevista pode ser realizada em diversos momentos
e atender a diversos públicos e contextos durante o
período de avaliação. Pode-se trabalhar desde os motivos
manifestos, aos motivos latentes na busca pela avaliação. É
válido frisar que a entrevista deve estar atrelada a finalidade
da avaliação bem como aos seus objetivos. Ao profissional
cabe desenvolver habilidades teóricas, técnicas e éticas,
visto que é responsável pela característica profissional e
pelo bem-estar do avaliado.
20 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Testes e observação na avaliação psicológica


OBJETIVO:

Ao final deste capítulo, você será capaz de entender como


é realizado o uso de testes em avaliação psicológica,
bem como o seu lugar nesse campo de atuação. Isto
será fundamental para entender um pouco mais sobre
essa ferramenta tão utilizada e exclusiva dos psicólogos.
Adicionalmente, os problemas no uso de testes serão
destacados e o uso da observação também será
contemplado como uma das ferramentas fundamentais
envolvendo a prática. E então? Motivado para levar uma
prática compreendendo a diversidade de ferramentas na
área de Avaliação Psicológica? Vamos juntos conhecer
um pouco mais desses aspectos fundamentais para uma
formação completa nesse campo!

O uso de testes em avaliação psicológica


Figura 10 - Profissional refletindo sobre testes aplicados

Fonte: Freepik

O uso de testes em processos de avaliação psicológica permitem


não só a identificação, mas também é responsável pela descrição
e qualificação e/ou mensuração de algum constructo psicológico
(BANDEIRA; ANDRADE, 2021).

Segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2018) os testes


implicam em procedimentos sistemáticos de observação e descrição
comportamentais.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 21

VOCÊ SABIA?

O Satepsi estabelece os critérios para a utilização e discute


a qualidade dos instrumentos e o papel das ferramentas
ao longo do processo de avaliação. Para maiores detalhes,
Clique aqui.

Bandeira e Andrade (2021) destacam que há diferenças entre países


tanto quanto ao controle quanto as diretrizes de uso de testes. Há países
em que o uso é restrito ao profissional de Psicologia, há países em que há
um uso extensivo àqueles que possuem algum tipo de registro ou ligados
a comercialização de testes e há países que não apresentam quaisquer
sistematizações quanto ao seu uso.

É importante citar que, no Brasil, há testes de uso privativo e de


uso não privativo do psicólogo. Nesse caso, cabe também elucidar que
o não privativo ainda assim pode ser usado pelo profissional de psicologia
(BANDEIRA; ANDRADE, 2021). No Brasil a prática de uso de testes é exclusiva
do psicólogo em quatro oportunidades, descritas na Figura 11 a seguir:
Figura 11 - Práticas de uso de testes exclusiva do
psicólogo segundo apontado por Bandeira e Andrade

Orientação e seleção
Diagnóstico
profissional

Solução de
Orientação
problemas de
psicopedagógica
ajustamento

Fonte: Adaptado de Bandeira e Andrade (2021).

As diretrizes da International Test Comission (ITC, apud BANDEIRA;


ANDRADE, 2021) destacam a necessidade de que o profissional envolvido
nesse campo, apresente conhecimentos psicológicos e psicométricos
bem fundamentados, além de ser uma exigência que esse profissional
compreenda toda a amplitude do processo de avaliação.

Tal comissão também estabelece como conhecimentos necessários


ao profissional em uso de testes na avaliação psicológica (ITC, apud
BANDEIRA; ANDRADE, 2021):
22 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

a. Ter domínio sobre quando se deve ou não fazer uso do teste.

b. Saber integrar os resultados de testes com as demais técnicas de


avaliação utilizadas.

c. Ter conhecimento quanto às normas que regem a atividade


profissional bem como a postura legal e ética e os desdobramentos
sobre o uso de testes.

d. Ter conhecimentos sobre o código de conduta e boa prática no


uso de testes, no tratamento de dados e avaliação dos resultados
obtidos.

e. Possuir um conhecimento que trabalhe também sobre o contexto


cultural, social e político na aplicação do teste e os desdobramentos
disso na sua interpretação e utilização.

Problemas recorrentes no uso de testes


psicológicos
Figura 12 - Aplicação de teste psicológico

Fonte: Freepik

Em períodos iniciais, no estabelecimento da prática de avaliação


psicológica, essa foi bastante questionada, sobretudo no que se concerne
a rotulação recorrente dos indivíduos avaliados, bem como as dificuldades
em conferir cientificidade aos métodos e procedimentos utilizados na
avaliação (NORONHA, 2002).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 23

Cabe o destaque a avaliação psicológica no sentido de ser um campo


prático que auxilia os demais campos e fornece diretrizes ao profissional
quanto a ações que envolvam tomadas de decisão (WINTER; DAVID, 1996
apud NORONHA, 2002). Dessa forma, é necessário aprimorar a qualidade
das ferramentas utilizadas no processo de avaliação (NORONHA, 2002).
Apesar disso, há ainda muitas questões quanto à concordância quanto às
técnicas empregadas, o tempo de duração de uma avaliação ou mesmo
as disparidades quanto às atitudes do avaliador em função da diversidade
teórica envolvida (NORONHA, 2002).

Por muito tempo, a prática de avaliação sofreu por um período de


descrédito no país em função de que os testes não eram compatíveis
com a realidade brasileira (NORONHA, 2002).
Figura 13 - Aplicação de testes

Fonte: Freepik

Outros problemas comuns apontados na literatura são a


complexidade dos pressupostos teóricos envolvidos e também a própria
habilidade do profissional em compreender e estabelecer relações a partir
dos dados coletados. Adicionalmente, a postura do profissional em ser
negligente quanto à qualidade psicométrica dos instrumentos utilizados
em avaliação também é apontada como uma questão a ser considerada
(NORONHA, 2002).

Almeida et al. (1998) listam uma série de problemas que ocorrem na


prática de avaliação e no uso de testes psicológicos:
24 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

1. Utilizar xerox dos materiais pertinentes aos testes.

2. Inadequação quanto à aplicação do teste e sua situação de


aplicação.

3. Desatualização do teste empregado e do profissional quanto a


aplicação e constructo avaliado.

4. Avaliação incorreta.

5. A não utilização de materiais padronizados em avaliação.

6. A falta de clareza quanto às limitações do instrumento utilizado


na avaliação.

7. A aplicação de testes realizada por pessoas alheias a prática, ou


seja, pessoas leigas.

8. Aplicação de testes sem que sejam realizadas adaptações


culturais acerca do instrumento.

9. A aplicação de instrumentos sem que haja o seu devido


arquivamento ou mesmo, sem que haja um seguimento quanto
aos estudos realizados.

10.Interpretações generalistas, ou seja, que extrapolam o que o


instrumento de fato avalia.

Houve um estudo realizado por Noronha (2002) que avaliava os


problemas mais graves e mais frequentes quanto ao uso de testes na
prática de avaliação psicológica. Quanto aos problemas mais graves,
o autor aponta para os instrumentos no que se concerne ao seu uso,
normas, características e uso, que poderiam ser solucionados caso
houvesse uma maior preocupação e comprometimento quanto a sua
adaptação, validade e fidedignidade, por exemplo. Já para os problemas
mais frequentes, Noronha (2002) destaca para além dos instrumentos, a
formação profissional, o que poderia ser sanado na medida em que se
discute sobre formação profissional, o preconceito e preparação no uso de
testes, os objetivos de seu uso e o investimento relativo a sua divulgação.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 25

Figura 14 - Profissional apresentando imagens de teste

Fonte: Freepik

SAIBA MAIS:

No estudo de Noronha et al. (2004), Parâmetros


psicométricos: uma análise de testes psicológicos
comercializados no Brasil, os autores discutem acerca
de parâmetros psicométricos de testes psicológicos
comercializados no Brasil. Dos 146 instrumentos avaliados,
apenas 28,8% apresentavam estudos que de fato
envolviam sua validade, precisão e mesmo padronização
no seu uso. Tal estudo sugere a necessidade de se
debruçar sobre esse campo e discutir o uso de testes
de maneira a aprimorar a prática e desenvolver a área de
Avaliação Psicológica no país.
26 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Figura 15 - Psicóloga atuando em avaliação psicológica infantil

Fonte: Freepik

Oakland (1996) destaca os testes como fontes importantes de


informação e uso, sobretudo em países em que há uma preocupação
maior quanto ao sistema educacional e dispõe de maiores recursos
e tecnologias se comparado a países em que há dificuldades nessas
questões. Nesse sentido, cabe enfatizar que por ser uma prática exclusiva
do psicólogo, dificuldades e falhas nessa prática podem implicar num
impacto negativo sobre a categoria na comunidade.
Figura 16 - Profissional em avaliação psicológica de casal

Fonte: Freepik
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 27

Noronha (2002) aponta para a necessidade de uma visão crítica


não só quanto ao instrumento utilizado em avaliação, mas com relação
à própria conduta profissional. Dessa forma, a formação profissional
e pesquisa promoveriam também uma melhor compreensão quanto
ao entendimento do uso de testes e sua utilização. Um debate sobre a
criação de instrumentos e mesmo orientações quanto à atualização de
instrumentos já existentes auxiliaram também em boas práticas no campo
de avaliação.

A observação na avaliação psicológica


A observação do comportamento é uma das ferramentas que
também merece destaque no processo de avaliação, podendo ser
utilizada ao longo de todo o processo e, juntamente com outras
ferramentas, é considerada pelo Conselho Federal de Psicologia como
prática fundamental, conforme destacado no Quadro 1.
Tabela 1 – Fontes de informação fundamentais e complementares segundo o CFP

Fontes fundamentais Fontes Complementares

Técnicas e instrumentos não psicológicos


Testes; entrevistas; anamnese; protocolos;
subsidiados pela literatura científica e
registro de observação
documentos técnicos.

Fonte: Adaptado de CFP (2018).

O livro Ensinando a observar, de Danna e Matos, promove uma


discussão acerca da importância da observação do comportamento sob
a perspectiva da Análise do Comportamento. Em textos curtos e simples
e com exercícios práticos, o livro convida o estudante ao ingresso nesse
campo e na construção de protocolos de observação, aplicando variadas
técnicas de registro de comportamento.
28 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

RESUMINDO:

E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo,


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que o uso
de testes permite não só a identificação acerca de alguma
questão levantada no campo de avaliação, mas também
é uma forma de viabilizar a descrição e mensuração de
constructos psicológicos. Há uma regulamentação a ser
seguida no uso de testes, o que no Brasil é validado pelo
Satepsi, vinculado ao Sistema Conselhos que estabelece
as diretrizes para o uso de testes psicológicos no Brasil. É
válido frisar que há testes que são exclusivos do uso do
psicólogo e testes que não são de uso privativo, ainda
sim podendo ser utilizados em uma avaliação de maneira
complementar, desde que haja dados referentes a
padronização, validação na literatura. É importante destacar
também que há diferenças entre os diversos países, tendo
a prática de uso de testes ora exclusiva do psicólogo, ora
expandida a outros profissionais ligados a comercialização
de testes, ora sem regulamentação para o seu uso. Cabe
a reflexão também sobre a importância da formação do
profissional quanto ao uso de testes e capacitação para
que esse esteja preparado para a sua prática e atento a sua
postura de maneira a evitar erros tão graves e frequentes
nesse campo. Importante destacar que a observação é
fonte fundamental de informação em avaliação psicológica,
juntamente com os testes e entrevistas, diferenciando-se
de outras fontes complementares de informação.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 29

Integração das informações e orientações


e devolutiva
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de compreender


os principais pontos pertinentes as etapas de integração de
informações e devolutiva em uma Avaliação Psicológica.
E então? Engajado para aprender os principais pontos e
diferenciar os tipos de documentos que permeiam essa
prática? Conte conosco para conhecer um pouco mais e
se capacitar quanto a essa habilidade tão importante para
a sua prática!

Integração de informações
Krug et al. (2016), em consonância com o que é estabelecido pelo
Conselho Federal de Psicologia, identificam o processo de avaliação
psicológica como sendo um processo longo e de grande amplitude,que
abarque a integração de informações oriundas de diversas fontes, a
exemplo de testes, entrevistas e observações.

O processo de avaliação psicológica difere de testagem psicológica,


uma vez que, nesse caso, a ênfase de fonte de informação são os
resultados de aplicação de testes (KRUG et al. 2016).
Figura 17 - Profissional analisando documentos

Fonte: Freepik
30 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Segundo Segabinazi (2016), o veto em 2013 no processo de aprovação


da exclusividade médica na realização de diagnósticos envolvendo
transtornos mentais, prática prevista como parte do projeto do chamado
“Ato médico”, favoreceu a preocupação com relação à avaliação.
Figura 18 - Teste psicológico

Fonte: Freepik

É importante a compreensão de que há inúmeras possibilidades


quanto a modelos e métodos, cujo objetivo seja de integração de
informações oriundas do processo de avaliação psicológica. Em alguns
casos, o próprio contexto de avaliação favorece essas diferenças
(SEGABINAZI, 2016).

Haase et al. (2008 apud SEGABINAZI, 2016) apontam pelo menos


duas perspectivas de análise em avaliação, conforme o Quadro 2.
Tabela 2- Perspectivas em avaliação segundo Haase et al.

Perspectiva ideográfica Perspectiva nomotética

Há a formulação de hipóteses e testagem Há a comparação de resultados


dessas a partir de dados clínicos da avaliação com as normativas da
coletados. população estudada.

Fonte: Adaptado de Haase et al. (2008 apud SEGABINAZI, 2016).

Geralmente é realizada a descrição da demanda, onde são


avaliadas e selecionadas as linhas de investigação mais adequadas ao
caso. É realizado um levantamento do histórico do paciente, podendo ser
esse levantamento, o ponto de partida para uma integração (SEGABINAZI,
2016).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 31

Ao realizar a descrição da demanda, tanto fatores pessoais quanto


familiares e de motivações ao tratamento devem ser enfatizados. Para
viabilizar esse dado, técnicas de observação são aplicadas de maneira
criteriosa e devem ser explicitadas após a coleta de dados sobre a
problemática e as razões e expectativas com relação à problemática
apresentada, bem como ao tratamento (SEGABINAZI, 2016).

Cunha (2003) aponta as possibilidades de levantamento de história


clínica também nesse momento, de maneira a realizar uma reconstrução
do início do surgimento dos sintomas e comportamentos, bem como a
sua evolução, podendo-se usar fontes subsidiárias de informação.

Cunha (2003) exemplifica fontes subsidiárias de informação


elementos, como álbum do bebê, gravações, entrevistas, etc.
Figura 19 - Pessoa acessando fonte subsidiária de informação

Fonte: Freepik

Além da descrição da demanda, são explicitados os pormenores


dos procedimentos adotados e a base científica de maneira a corroborar
o que foi realizado, sugestões e intervenções. Há a necessidade de
especificação, tanto dos referenciais teóricos, como dos referenciais
técnicos adotados (SEGABINAZI, 2016).

Normalmente, há discussões sobre a importância ou necessidade


de se incluir um diagnóstico na avaliação e articulação dos dados
encontrados a partir dessa prática. Sobre esse fator, Segabinazi (2016)
ressalta que essa inclusão deve ser feita caso seja necessário para o
atendimento da demanda apresentada.
32 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

A literatura aponta que o momento da devolução seria um momento


essencial para serem englobados todos os momentos da avaliação, as
decisões e mesmo os direcionamentos a serem adotados (SEGABINAZI,
2016).
Figura 20 - Pessoa em avaliação

Fonte: Freepik

Anteriormente nos processos de avaliação, havia uma preocupação


maior com relação à terapêutica individual, em definições de doença e
busca pela cura, o que num contexto histórico favorecia o isolamento e
estigmatização da pessoa avaliada. O ritmo da avaliação, também era
adotado exclusivamente pelo avaliador e é baseado na investigação de
dados e fornecimento de conclusões (SEGABINAZI, 2016).

Numa posição distinta dessa supracitada, um novo procedimento


de trabalho foi adotado, cumprindo com os objetivos de um entendimento
amplo do indivíduo, de variáveis relevantes e fatos apresentados. Sendo
assim, alguns elementos tornam-se importantes para a avaliação,
conforme sugerido por SEGABINAZI (2016):

1. História de vida do indivíduo.

2. Descrição comportamental do individuo.

3. Dinâmica familiar envolvida.

4. Fatores culturais relevantes no caso.

5. Quando pertinente, as variáveis institucionais, a depender do


contexto de avaliação.

6. Dinâmica social atrelada ao indivíduo avaliado.


Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 33

Com a adoção dessa nova perspectiva de avaliação, agora um


modelo compreensivo e integrador, há espaço para a elaboração de
uma avaliação colaborativa. A adoção desse modelo não elimina, todavia
reconhece as limitações do processo avaliativo (SEGABINAZI, 2016).
Figura 21 - Atividade de supervisão

Fonte: Freepik

No texto O psicodiagnóstico compreensivo dos transtornos de


ansiedade em pacientes cardiopatas, Saes et al. (2001) exemplificam a
adoção do psicodiagnóstico compreensivo, envolvendo transtornos de
ansiedade em pacientes cardiopatas sob o viés psicanalítico, destacando
a importância desse modelo psicodiagnóstico no campo de avaliação.

Ao profissional de avaliação psicológica, há a necessidade de


atualização constante, tanto no viés teórico e técnico, como prático.
Segabinazi (2016) sugere a participação dos profissionais em grupos de
pesquisa, o engajamento em capacitações, especializações ou mesmo
a atualização a partir da leitura em revistas científicas pertinentes na área.

Muitas vezes, durante a coleta de dados e integração das


informações podem aparecer contradições a ser também motivo de
preocupação por parte do profissional, no sentido de que este passa a
buscar convergência ou divergência nesses elementos. A supervisão
de um profissional experiente pode ser de grande auxilio na elucidação
de questões como essa, bem como, nos encaminhamentos devidos
(SEGABINAZI, 2016).
34 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

A devolutiva
A entrevista de devolução pode ser realizada de uma única vez ou
podem ser realizadas mais entrevistas. Arzeno (1995) destaca que em
alguns casos pode haver dificuldades de assimilação de informações por
parte do avaliado, por exemplo, o que poderia ser um dos motivos por
dividir o processo de devolutiva em mais entrevistas.
Figura 22 - Entrevista devolutiva.

Fonte: Freepik

Em casos que envolvam a família, a entrevista pode ser também


realizada em dois momentos, uma com o avaliado e outra com os
familiares. No caso em que a demanda é familiar, tal entrevista pode ser
realizada diretamente com a família (ARZENO, 1995).

É válido destacar que o realizar da entrevista devolutiva não implica


em esgotar os conhecimentos sobre o indivíduo, casal ou mesmo família
entrevistada, na verdade a entrevista favorece a aproximação do avaliador
ao sintoma (ARZENO, 1995).

Os cuidados ao realizar a entrevista devolutiva implicam no fato de


que esta pode alterar a vida do indivíduo avaliado em diversos aspectos,
o que reforça o caráter técnico e ético dessa ferramenta de avaliação. É
importante, pois, que essa entrevista esteja alinhada com os objetivos da
avaliação. Em linhas gerais, a Figura 24 mostra as possibilidades dentro de
uma prática de devolutiva:
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 35

Figura 23 - Exemplos de decisões a partir de uma entrevista devolutiva

Encaminhamentos

Recomendações

Orientações

Diagnósticos

Fonte: Adaptado de Dettogni (2018).

A postura do avaliador em entrevistas


devolutivas
É interessante que a entrevista de devolução de informações
seja realizada pelo profissional que fez a avaliação, lembrando-se este
de manter uma postura imparcial diante do que precisa ser avaliado e
encaminhado (ARZENO, 1995).

Arzeno (1995) aponta que diferentemente das entrevistas iniciais,


no processo de devolução o papel do avaliador é mais ativo, visto que
é realizada uma formulação do que deve ser transmitido ao avaliado/
solicitante de maneira fundamentada.

Quanto à postura do avaliador em entrevistas devolutivas deve-


se evitar realizar apenas uma transmissão de conclusões acerca do
processo. É importante, nesse período viabilizar um espaço para que
sejam expressas e avaliadas também as reações dos avaliados e mesmo
do solicitante. Também é objetivo da devolutiva a validação ou não das
formulações realizadas.

Pellini e Sá Leme (apud DETTOGNI, 2018) salientam que a


entrevista devolutiva deve abarcar desde uma análise dos condicionantes
históricos até o momento atual e os desdobramentos da avaliação devem
contemplar a atuação diretamente com o indivíduo, bem como sob esses
condicionantes.
36 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Arzeno (1995) aponta que em alguns casos pode acontecer de fatos


não mencionados anteriormente virem à tona na entrevista de devolução,
o que viabiliza e torna-se uma oportunidade para a mudança de hipóteses
acerca da avaliação e mesmo uma oportunidade de aumentar o grau de
confiabilidade da avaliação: trata-se de uma oportunidade de realizar não
só uma verificação como também, em alguns casos, uma retificação das
hipóteses levantadas.

Para Tavares (2012) a característica avaliativa permanece no


momento em que a devolutiva abarca também a possibilidade do
entrevistado expor as suas percepções sobre as conclusões, seus
sentimentos e pensamentos nessa situação. Cabe ao profissional auxiliar
o indivíduo na absorção das decisões realizadas bem como auxiliar na
elaboração das possíveis fantasias criadas a partir da devolução.
Figura 24 - Entrevista

Fonte: Freepik

No texto Relato de uma entrevista de devolução com a criança no


psicodiagnóstico, Monteiro (2010) exemplifica uma entrevista devolutiva
de um caso de avaliação psicológica infantil. Trata-se de um caso de uma
criança de 7 anos, detalhando a avaliação e integração de dados bem
como a construção e realização da entrevista devolutiva.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 37

RESUMINDO:

E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo,


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que
a integração de informações oriundas da avaliação
psicológica é realizada de diversas fontes, diferentemente
do que ocorre com a testagem psicológica, que a reflexão
seria apenas sobre uma fonte de informação: os resultados
obtidos a partir do uso de testes. Há pelo menos duas
perspectivas de leitura dos e interpretação dos dados: a
ideográfica e a nomotética. Atualmente há um movimento
para a compreensão global do indivíduo e um processo
colaborativo na organização e devolução dos dados. O
modelo compreensivo é fundamental para o auxílio na
tomada de decisão e mesmo um melhor direcionamento
do caso. A entrevista devolutiva é essencial uma vez que
é uma oportunidade também do indivíduo avaliado ter
um espaço de fala e de expressão sobre as conclusões e
observações do avaliador no processo. A partir da reflexão
sobre os diversos elementos (dinâmica pessoal, familiar,
cultural, social, por exemplo) e na exposição dos pontos
relevantes obtidos a partir da avaliação, o indivíduo pode
auxiliar na confirmação de hipóteses ou mesmo na reflexão
sobre um novo direcionamento da avaliação. Na avaliação
psicológica reflete-se sobre a importância da formação e
atualização profissional, bem como, quando necessário,
demandar de um profissional mais experiente auxílio no
andamento do caso em uma atividade de supervisão.
38 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Documentos decorrentes da avaliação


psicológica
OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender


como devem ser elaborados documentos oriundos
da avaliação psicológica, seus tipos, bem como, seus
principais fatores a serem considerados e as dificuldades
nessa prática. Isto será fundamental para a completude
do seu trabalho de avaliação e importante para o objeto
a ser avaliado. E então? Encorajado a compreender e
capacitar-se para uma finalização adequada do processo
desse trabalho? Vamos juntos conhecer um pouco mais da
devolutiva do trabalho nessa área!

Elaboração de documentos decorrentes da


avaliação psicológica
É importante frisar que o paciente durante o processo de avaliação
psicológica tem direito a documentos (declaração) que justifiquem faltas
no trabalho (SEGABINAZI, 2016). Em alguns casos podem ser solicitados
encaminhamentos a algumas instituições, como na escola, no formato
de atestado. Em todo caso, é sempre importante o fornecimento de
informações quanto à necessidade da manutenção do sigilo nesses casos
(SEGABINAZI, 2016).
Figura 25 - Entrega de documentos

Fonte: Freepik
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 39

O processo de psicodiagnóstico exige preparos técnicos e é


composto por diversas etapas que consistem desde uma entrevista inicial,
até a coleta e integração de dados e construção da entrevista devolutiva e
mesmo a elaboração de documentos psicológicos (MÔNEGO, 2016).

É recomendável para registros de documentos no formato digital,


ou com informações por escrito ou arquivadas, que essas tenham o
consentimento do avaliado, de maneira a resguardar e reafirmar a postura
também ética nesse processo (MÔNEGO, 2016).

A atenção quanto aos documentos psicológicos oriundos de


avaliação psicológica merecem atenção desde o momento do enquadre
e ajuste de honorários, visto que o valor do serviço prestado deve ser
compatível também com o conhecimento técnico empregado, horas
despendidas na produção desse documento (MÔNEGO, 2016).

SAIBA MAIS:

Preto e Fajardo (2015) realizaram uma revisão de literatura


a respeito do Laudo Psicológico no Brasil, fazendo uma
reflexão a respeito de sua estruturação e conteúdo. Acesse
o documento aqui.

Há cuidados a serem explicitados ao cliente em relação à devolução


de resultados provenientes de um processo de psicodiagnóstico de
maneira presencial. Todavia, tais cuidados também devem ser observados
nas devoluções por escrito. Para que isso seja realizado de maneira
adequada, o profissional deve atentar-se para aseleção do conteúdo,
prezando pelo respeito ao sigilo e privacidade do avaliando (MÔNEGO,
2016). Albortoz (2016) enfatiza que qualquer comunicação realizada,
seja em formato presencial ou escrito deve ser pautada nos princípios
éticos que norteiam a prática profissional. É extremamente importante a
manutenção da confidencialidade da comunicação e sobre a quem se
destina.

Todos os documentos pertinentes do psicodiagnóstico devem ser


produzidos em duas vias, para que uma das versões possa constar nos
arquivos do profissional (ALBORTOZ, 2016).
40 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

É válido lembrar que o indivíduo deve estar ciente acerca do


conteúdo elaborado e que este deve estar em consonância com as
demandas e em concordância com o envio a instituição/ solicitante. É
importante que para todo o material escrito compartilhado haja a garantia
de uso responsável do solicitante (ALBORTOZ, 2016).

Rovinski e Lago (2016) apontam que a elaboração de documentos


escritos é uma forma de devolução, fora a entrevista, dos resultados
encontrados no processo de avaliação. Normalmente deve conter uma
síntese de dados envolvendo a descrição da situação, histórico da queixa
e intervenção, e serve como um auxílio na tomada de decisão profissional.

Os cuidados na elaboração de documentos também devem receber


destaque uma vez que esses documentos podem exercer uma influência
a longo prazo sob a vida do cliente (ROVINSKI; LAGO, 2016).

A devolução engloba além do oferecimento de resultados quanto a


aplicação de testes, mas envolve a discussão de uma linha de raciocínio
compatível a demanda apresentada. O documento pode servir também
no auxílio na compreensão e resolução de problemas envolvidos na
queixa inicial (ROVINSKI; LAGO, 2016).
Figura 26 - Análise de documentos.

Fonte: Freepik

Diferentes campos disciplinares podem solicitar a elaboração de


um documento e, independente do campo, é importante que a escrita
seja de fácil compreensão (ROVINSKI; LAGO, 2016).
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 41

Um relatório não compreendido pelo solicitante é um documento


sem valor, então outro ponto de atenção é que a escrita, além de seguir
diretrizes técnicas e éticas, precisa ter clareza.

Há documentos que devem ser elaborados com a ciência de que


tratam-se de um campo interdisciplinar e que há uma variedade de
contextos que produzem também uma variedade quanto a modelos de
devolução. É válido salientar que, independente do contexto avaliativo e
mesmo a particularidade da escrita do profissional, há aspectos comuns
que devem ser garantidos para a garantia de qualidade do documento
produzido (ROVINSKI; LAGO, 2016).

Muitos avaliadores iniciantes têm dificuldades quanto à


apresentação dos documentos escritos: é comum que esses avaliadores
realizem descrições fragmentadas, sem de fato realizar a integração das
informações disponíveis (ROVINSKI; LAGO, 2016).
Figura 27 - Pessoa avaliando documentos.

Fonte: Freepik

Groth-Marnot (2003 apud ROVINSKI; LAGO, 2016) apontam a


necessidade de que a elaboração de documentos abarque o foco no
caso e descrição do comportamento envolvido, a forma de tratamento no
contexto da avaliação, como pode ser realizado o tratamento de maneira
que seja aliada a demanda e que contenha uma linguagem acessível ao
solicitante e avaliado.
42 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Legislação envolvendo a elaboração de


documentos psicológicos
É importante destacar que no Brasil, mudanças frequentes nas
legislações envolvendo a elaboração de documentos são reflexo da
dificuldade apresentada por inúmeros profissionais sobre a definição e
caracterização dos tipos de documentos existentes e as demandas nos
diversos contextos de atuação.

SAIBA MAIS:

Muitos processos éticos são relativos a erros na elaboração


de documentos psicológicos. No texto Análise dos
processos éticos publicados no Jornal do Conselho Federal
de Psicologia, Zaia et al. (2018) analisam os processos éticos
publicados no jornal do Conselho Federal de Psicologia,
sendo muitos dos casos relatados oriundos da prática de
avaliação psicológica. Clique aqui.

Quadro 3 – Resoluções do CFP importantes para a compreensão


acerca da elaboração de documentos psicológicos

Resolução nº Principais tópicos

Estabelecimento do Manual de Elaboração de Documentos


30/2001
Psicológicos decorrentes da Avaliação (CFP, 2001).

Necessidade de uma produção que seja qualificada linguagem


17/2002 profissional, clara e concisa.

Reconhecimento do processo dinâmico de avaliação.

Manual de Elaboração de Documentos escritos, sobretudo aqueles


07/2003
frutos de avaliação psicológica.

Inclusão de orientações acerca do Relatório Multiprofissional.

Destinos de envio de devolutivas


06/2019 Estrutura própria de cada documento.

Ênfase na responsabilidade do profissional ao elaborar os


documentos de maneira ética e técnica.

Adaptado de CFP (2021).


Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 43

ACESSE:

Acesso as normas para a elaboração de documentos


psicológicos aqui.

Estrutura dos principais documentos


psicológicos
Declaração
Segundo a Resolução nº 06/2019 do CFP, a declaração segue a
seguinte estrutura:

• Título.

• Identificação do usuário.

• Finalidade.

• Informações sobre local, dias, horários.

• Encerramento: local, data e carimbo com assinatura profissional.


Figura 28 – Pessoa analisando documentos

Fonte: Freepik
44 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Atestado Psicológico
Segundo a Resolução 06/2019 do CFP, o atestado deve seguir a
estrutura abaixo:

• Título.

• Identificação.

• Solicitante.

• Finalidade.

• Descrição das condições emocionais/psicológicas, fruto do raciocínio


psicológico ou avaliação; optativa a classificação diagnóstica.

• Encerramento: local, data e carimbo com assinatura do profissional


e rubrica em todas as páginas.

• Facultativo: inclusão de destaque sobre a não utilização do


documento para outros fins.

Relatório Psicológico
Segundo a Resolução nº 06/2019 do CFP, esse documento deve
ser estruturado da seguinte forma:

• Identificação.

• Descrição da demanda.

• Procedimento.

• Análise.

• Conclusão.

• Encerramento incluindo, local, data e carimbo com assinatura do


profissional e rubrica em todas as páginas.

• Facultativo: inclusão de destaque sobre a não utilização do


documento para outros fins.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 45

SAIBA MAIS:

No texto Análise do relatório de avaliação psicológica


da clientela de classe especial para deficiente mental,
Marconi e Graminha (1992) discutem a respeito do relatório
psicológico de clientela envolvendo classes especiais,
verificando os desdobramentos dos dados obtidos por
esses documentos.

Relatório Multiprofissional
Segundo a Resolução 06/2019, o relatório multiprofissional deve
ser confeccionado da seguinte forma, mantendo o sigilo de questões
privativas do profissional de Psicologia:

• Identificação.

• Descrição da demanda.

• Procedimentos.

• Análises.

• Conclusão.

• Encerramento.
Figura 29 - Elaboração de documentos

Fonte: Freepik
46 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

Laudo Psicológico
Segundo a Resolução nº06/2019 do CFP, sua estrutura é:

• Identificação.

• Descrição da demanda.

• Procedimento.

• Análise.

• Conclusão.

• Referências.

• Encerrar incluindo, local, data e carimbo com assinatura do


profissional e rubrica em todas as páginas.

SAIBA MAIS:

O estudo Laudo psicológico: operacionalização e avaliação


dos indicadores de qualidade, de Silva e Alchieri (2011), aborda
a elaboração de laudos no trânsito em dois momentos:
aquisição da carteira nacional de habilitação e renovação.
Foram avaliados critérios de qualidade e identificadas
questões envolvendo a integração das informações.

Parecer Psicológico
Segundo a Resolução 06/2019, o parecer psicológico tem a
seguinte estrutura:

• Identificação.

• Descrição da demanda.

• Análise.

• Conclusão.

• Referências.

• Encerrar incluindo, local, data e carimbo com assinatura do


profissional e rubrica em todas as páginas.
Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico 47

RESUMINDO:

E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo,


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que a
elaboração de documentos psicológicos é uma prática
importante para o profissional da área de avaliação
psicológica, pois é uma forma de devolutiva. Sendo assim,
deve compor uma integração dos resultados provenientes
da avaliação de forma clara, em respeito a demanda
apresentada e destacando os procedimentos adotados e
possíveis direcionamentos. Há uma legislação a respeito da
elaboração de documentos e essa legislação foi modificada
ao longo do tempo de maneira a fornecer diretrizes para a
atuação profissional. Hoje cada documento deve enfatizar
a sua finalidade e tem uma estrutura específica e algumas
normas podem ser alteradas tanto pelo contexto no qual
ocorre a avaliação como pelo próprio estilo do avaliador.
Independente do contexto, a garantia de confiabilidade
e qualidade do material apresentado permanece. A ética
deve estar presente ao longo de todo o processo.
48 Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico

REFERÊNCIAS
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In: HUTZ, C. S. et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016.

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Porto Alegre: Artmed, 1995.

BANDEIRA, D. R.; ANDRADE, J. M. O uso de testes psicológicos:


formação, avaliação e critérios de restrição. Psicologia: ciência e profissão,
v. 41, n. 1, p. 1-12, 2021.

BRASIL. Conselho Federal de Psicologia. Resolução nº 009, de


25 de abril de 2018. Estabelece diretrizes para a realização de Avaliação
Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do p sicólogo,
regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI
e revoga as Resoluções n° 002/2003, nº 006/2004 e n° 005/2012 e
Notas Técnicas n° 01/2017 e 02/2017. Brasília: CFP. 2018. Disponível em:
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DETTOGNI, F. A importância da entrevista no processo de avaliação


psicológica. Revista Especialize On-line IPOG, Goiânia, v. 1, n. 15, jul., 2018.

GARCIA-SANTOS, S. A entrevista em avaliação psicológica. Revista


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HUTZ, C. S. et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016.

MORRISON, J. Entrevista Inicial em saúde mental. 3. ed. Porto


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ROVINSKI, S. L. R.; LAGO, V. M. Elaboração de documentos


decorrentes da Avaliação Psicológica. In: HUTZ, C. S. et al. Psicodiagnóstico.
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TAVARES, M. A entrevista clínica. In: CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico


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TAVARES, M. Considerações Preliminares à condução de uma


avaliação psicológica. Avaliação Psicológica, Itatiba, v. 11, n. 3, p. 321-334,
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