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Universidade Licungo
Extensão da Beira
2021
Bernadete Chapo
Docente:
Msc. João Tavares Guerra
Universidade Licungo
Extensão da Beira
2021
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Índice
Introdução...................................................................................................................................4
2.0. Casamento Como Símbolo de Procriação............................................................................5
2.1. Conceitos Básicos................................................................................................................5
2.1.1. XiSena...............................................................................................................................5
2.2. Casamentos..........................................................................................................................6
2.2.1. Tipos de Casamentos........................................................................................................6
2.2.1.1. Casamento por comunhão de bens adquiridos...............................................................6
2.2.1.2. Casamento por comunhão geral.....................................................................................6
2.2.1.3. Casamento por regime de separação de bens.................................................................6
2.3. O Casamento: Macungudzo.................................................................................................7
2.3.1. Casamento como símbolo da procriação..........................................................................7
Conclusão..................................................................................................................................10
Referencias Bibliográficas........................................................................................................11
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Introdução
Neste presente trabalho de Antropologia Cultural, faz uma abordagem minuciosa sobre o
casamento como símbolo da procriação na etnia sena.
O casamento é a união voluntária e singular entre um homem e uma mulher, com o propósito
de constituir família, mediante comunhão plena de vida. O casamento é um evento ritual que
marca um acontecimento significativo na vida das pessoas.
Cultura é este conjunto complexo que inclui conhecimento, crença, arte, lei costumes e várias
outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade. (Levi-
Strauss).
2.1.1. XiSena
A Língua XiSena vulgarmente conhecida por Sena é uma das línguas bantus mais falada em
Moçambique (antiga colónia portuguesa em África, pais localizado na parte Austral de África
e faz fronteira com o África do Sul, Zimbabwe, Malawi, Tanzânia e Zâmbia). Das 11
províncias moçambicanas o XiSena é falado em 4 províncias nomeadamente Sofala,
Zambeze, Manica e Tete. A língua sena é falada no Centro do país contemplando cerca de
milhões de pessoas. Moçambique tem actualmente cerca de 22 milhões de habitantes.
Ocupam os senas toda área compreendida pelas terras marginais do rio Zambeze, desde
Tambara (Manica), circunscrição de Chemba (Sofala), ate ao delta do grande rio, concelho do
Chinde (Tete e Zambézia), com excepção de uma pequena faixa correspondente a área do
Posto Administrativo de Ancuaze, que é habitada por indígenas que se dizem pertencer ao
grupo dos Maganjas e que tem características muito distintas na indone e nos hábitos.
De uma maneira geral não são bons agricultores, mais são bons na pesca e na caça o que
fazem com prazer e entusiamos, também nos artífices, com verdadeiro talento madeira-
torneiros e os metais preciosos-ouriveis. E pacifico sendo pouco dando a crime de morte
violenta. Intuição do comercio pelo desloca através do canais interior dos rios (Marques
1960:14 apud Keesing, 1972)
2.2. Casamentos
Segundo a Lei da Família nº 10/2004, o casamento é a união voluntária e singular entre um
homem e uma mulher, com o propósito de constituir família, mediante comunhão plena de
vida. Martinez (2009), diz que o casamento é a união consensual por afinidade entre um
homem e uma mulher de famílias diferentes com objectivo de viver em plena comunhão de
vida.
De acordo com a Lei da Família de Moçambique, apenas são permitidos contrair matrimónio
àqueles que a data da celebração do acto, tenham igual ou maior de dezoito (18) anos de
idade. Apesar dos esforços envidados pelo Governo e por algumas organizações da sociedade
civil no desencorajamento da união entre menores de 18 anos, a sociedade moçambicana,
infelizmente continua, a assistir uniões entre adolescentes e jovens menores de 18 anos, como
veremos a frente. Sem diminuir o valor dos factores biológicos (união de sexos), devemos
insistir no seu carácter cultural, que implica relações sexuais e exige uma aprovação social.
Iniciando os primeiros passos, o noivo trata de arranjar o “m¢pepe ”- dinheiro para entregar
os pais da noiva como prova dos seus intentos. Os pais da noiva fazem o mesmo, os de noivo.
Feito isso, o noivo arranja uma galinha que mata e vai entregar a mulher que escolheu para
madrinha,- para que dela faça presente aos futuros sogros e que significa pedir serviço
-mulenga Tana” que consiste o noivo antes de casar, servir os sogros por alguns anos. Em
continuação das negociações arranja-se “saguate”- dativa mais substancial e valiosa o <<M
¢Tonilo>>- o dinheiro ou gado com significado de pedir a noiva em casamento.
No sul do vale de Zambeze predomina o”levatia” - o noivo constrói a sua própria palhota com
ajuda dos parentes, situado deste modo próximo da casa dos futuros sogros. Algum tempo
depois findo acto sexual o marido sai da palhota, a tia e outra mulheres vão verifica se
consumou o acto e a noiva estava ou não virgem. Apoderam-se do despojo e saem da palhota
em algazarra, mostrando o pano que ela era pura.
No dia seguinte, os noivos vão banhar-se devendo a madrinha dar banho o noivo e padrinho à
noiva ou vice- versa. Esta cerimónia chama-se kussambiça. Do momento que engravidarem
não deixa a mulher de manter relações sexuais que só já em estado avançado da gravidez o
deixa de fazer. (Marques (1960, pp, 17)
Por outro lado, fazem parte do rol das proibições, a violação ao juramento (amar na riqueza e
na pobreza; na saúde e na doença; na alegria e na tristeza). De igual modo, o casamento
proíbe a traição sexual dos cônjuges, etc.
O ritual do casamento passou por diversas transformações ao longo dos séculos e tem sido
moldado por determinações económicas, sociais, culturais, de classe e de género. Conforme
Araújo (2002), o casamento corresponde a um negócio de família, um contrato cujo principal
papel era servir de base a alianças entre famílias cuja importância se sobrepunha ao amor e à
sexualidade. Nesse sentido, os pais eram responsáveis por providenciar o casamento dos
filhos.
Para Rook (1985, 2007), o casamento representa um rito de passagem que marca uma
transição importante de status social e estimula um acordo de grande envolvimento
psicológico e ansiedade. Na visão de McCracken (2007), na forma de um rito de passagem
clássico, o ritual é usado para mover alguém de uma categoria cultural de pessoa para outra,
onde abre mão de um conjunto de propriedades culturais, como, por exemplo, as de uma
criança, e assume outras, como as de um adulto.
O facto da procriação sempre esteve, do ponto de vista legal e cultural, ligado à ideia de
família. É na família que os filhos nascem, e é com o nascimento dos filhos que as famílias se
perpetuam. Assim se estabelecem as relações jurídicas mais fundamentais para o ser humano.
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Daí, por conseguinte, a dissociação entre o acto de procriar e o laço matrimonial. Tal ruptura
de valores tem fundamental importância para o tratamento da questão do direito à procriação,
na medida em que desloca o foco da questão dos interesses referentes ao casamento para os
interesses titularizados pelas pessoas envolvidas. A união matrimonial passa a ser um mero
instrumento para a consecução das finalidades humanas, e não um fim em si mesma.
Doravante, pois, o direito de família deve repousar as suas atenções nos personagens da
família – mãe, pai e filhos, mesmo que ainda não nascidos, e não no seu mero figurino. Por
conseguinte, mesmo caminho deve trilhar o direito à procriação.
O casamento na etnia sena, é vista como chave da procriação da família, uma vez a mulher
casada gerar filhos para o noivo, como símbolo de perpetuar a espécie humana concretamente
a família do noivo. Por isso que se uma mulher casa e não gera filhos surge confusão na
família do homem com a noiva, porque o grande objectivo do casamento é gerar filhos.
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Conclusão
Findo o trabalho de Antropologia, foi o fruto de grande aquisição de conhecimento científico
sobre o casamento como símbolo de procriação, onde concluímos que a antropologia é
comummente definida como o estudo do homem e de seus trabalhos. A Língua XiSena
vulgarmente conhecida por Sena é uma das línguas bantus mais falada em Moçambique
(antiga colónia portuguesa em África, pais localizado na parte Austral de África e faz
fronteira com o África do Sul, Zimbabwe, Malawi, Tanzânia e Zâmbia).
O casamento é a união consensual por afinidade entre um homem e uma mulher de famílias
diferentes com objectivo de viver em plena comunhão de vida. O casamento tradicional do
povo sena realiza-se da seguinte maneira: Chegado o tempo de escolher mulher para casar, o “
sena”, dirige-se a um amigo, o vulgo “ Nhacuvunzira” e encarrega-o de procurar a rapariga
escolhida e de a informar sobre as suas pretensões. A escolha recai numa rapariga que seja da
sua raça mas de família diferente-Mututo. Estes factos são ainda reminiscências do totemismo
e a escolha endoganismo.
Falando no casamento como símbolo da procriação na etnia sena, ela tem como objectivo de
procriação, isto é, manutenção da espécie humana com reconhecimento social. O facto da
procriação sempre esteve, do ponto de vista legal e cultural, ligado à ideia de família. É na
família que os filhos nascem, e é com o nascimento dos filhos que as famílias se perpetuam.
Assim se estabelecem as relações jurídicas mais fundamentais para o ser humano.
O casamento na etnia sena, é vista como chave da procriação da família, uma vez a mulher
casada gerar filhos para o noivo, como símbolo de perpetuar a espécie humana concretamente
a família do noivo. Por isso que se uma mulher casa e não gera filhos surge confusão na
família do homem com a noiva, porque o grande objectivo do casamento é gerar filhos.
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Referencias Bibliográficas
Casey, J. (1989). História da Família. Lisboa: Teorema.
De Mello, G. L. (2005). Antropologia Cultural, Vozes Petrólis.
Keesing, Felix (1972). Antropologia Cultura. Vol. 1
Kottak, C. PH. (1997). Antropología Cultural. Espejo para la humanidad. Madrid:
McGraw Hill.
Lei da Família nº 10/2004
Levi-Strauss, C. Las estructuras elementales del parentesco. Barcelona: Planeta-
Agostini.
Martinez, F.L. (2001). Antroplogia Cultural. (3ª Edicao). Matola.
Segalen, M. Sociologia da família. Lisboa: Terramar.