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CONCElTO E A TEORIA DE IDEOLOGIA

O conceito e a teoria de ideologia são complexos e ambíguos. O termo "ideologia" tem uma história
longa e complicada e é usado de maneira variada na análise social e política, bem como na comunicação
cotidiana. A ambiguidade surge em parte devido à multiplicidade de significados que o termo adquiriu
ao longo de sua história.

Quando usamos "ideologia" hoje em dia, ou quando ouvimos outros usarem, não estamos sempre
certos se está sendo usado de forma descritiva (para descrever um conjunto de ideias políticas, por
exemplo) ou de forma prescritiva (para avaliar esse conjunto de ideias). Essa ambiguidade é evidente no
uso cotidiano do termo, pois muitos não se autodenominam "ideólogos", preferindo identificar-se com
termos políticos específicos, como conservadores, socialistas, liberais, democratas, feministas,
ecologistas, etc.

Na teoria social e política contemporânea, houve duas respostas comuns à ambiguidade do conceito de
ideologia. Uma delas foi tentar neutralizar o conceito, retirando-lhe seu sentido negativo. Isso levou à
concepção neutra da ideologia, que a vê como sistemas de pensamento, sistemas de crenças ou
sistemas simbólicos que se referem à ação social ou política. Sob essa concepção, não se faz distinção
entre tipos de ação ou projetos motivados pela ideologia; ela está presente em qualquer programa
político e é uma característica de qualquer movimento político organizado. Sob essa perspectiva, os
analistas buscam delinear e descrever os principais sistemas de pensamento ou crenças que orientam a
ação social e política, sem emitir julgamentos negativos sobre esses sistemas.

A segunda resposta à herança ambígua do conceito de ideologia foi a de abandoná-lo, argumentando


que ele se tornou muito controverso e complicado devido ao seu uso variado e abusivo ao longo da
história. Alguns intelectuais alegaram que o conceito não é mais adequado para análise social e política,
especialmente devido à sua associação com o marxismo. No entanto, o autor considera essa resposta
superficial, pois sugere abandonar a questão em vez de aprofundar a análise da herança conceitual da
ideologia.

A posição defendida pelo autor é diferente dessas duas respostas comuns. Ele argumenta que o
conceito de ideologia ainda é útil e importante na análise social e política, mas não deve ser facilmente
despojado de seu sentido crítico. Em vez disso, o autor propõe uma reformulação do conceito de
ideologia, focando nas relações entre sentido (significado) e poder. Ele argumenta que a ideologia pode
ser vista como a maneira como o sentido é usado para estabelecer e sustentar relações de poder
assimétricas, que ele chama de "relações de dominação".

A reformulação do conceito de ideologia envolve investigar como o sentido é construído e usado por
meio de formas simbólicas em contextos específicos para manter relações de poder assimétricas. Isso
requer uma análise das formas simbólicas e de como são empregadas e articuladas nos contextos
sociais. Essa abordagem leva a uma compreensão mais ampla da ideologia, relacionando-a a questões
conceituais e metodológicas mais gerais relacionadas à ação, interação, poder, estrutura social,
reprodução social e mudança social.
A segunda resposta à herança ambígua do conceito de ideologia foi a de abandoná-lo, argumentando
que ele se tornou muito controverso e complicado devido ao seu uso variado e abusivo ao longo da
história. Alguns intelectuais alegaram que o conceito não é mais adequado para análise social e política,
especialmente devido à sua associação com o marxismo. No entanto, o autor considera essa resposta
superficial, pois sugere abandonar a questão em vez de aprofundar a análise da herança conceitual da
ideologia.

A posição defendida pelo autor é diferente dessas duas respostas comuns. Ele argumenta que o
conceito de ideologia ainda é útil e importante na análise social e política, mas não deve ser facilmente
despojado de seu sentido crítico. Em vez disso, o autor propõe uma reformulação do conceito de
ideologia, focando nas relações entre sentido (significado) e poder. Ele argumenta que a ideologia pode
ser vista como a maneira como o sentido é usado para estabelecer e sustentar relações de poder
assimétricas, que ele chama de "relações de dominação".

A reformulação do conceito de ideologia envolve investigar como o sentido é construído e usado por
meio de formas simbólicas em contextos específicos para manter relações de poder assimétricas. Isso
requer uma análise das formas simbólicas e de como são empregadas e articuladas nos contextos
sociais. Essa abordagem leva a uma compreensão mais ampla da ideologia, relacionando-a a questões
conceituais e metodológicas mais gerais relacionadas à ação, interação, poder, estrutura social,
reprodução social e mudança social.

A MIDIACAO DA CULTURA MODERNA

Neste trecho, o autor começa abordando o conceito de cultura e sua relação com a mediação da cultura
moderna. Ele argumenta que o conceito de cultura, apesar de sua história longa e complicada, continua
sendo importante e valioso, desde que seja convenientemente reformulado. O autor propõe uma
concepção estrutural da cultura, enfatizando o caráter simbólico da vida social, ou seja, os padrões de
significado incorporados às formas simbólicas compartilhadas na interação social.

No entanto, o autor ressalta que essa ênfase no caráter simbólico da cultura deve ser complementada
pela compreensão de que as formas simbólicas estão inseridas em contextos sociais estruturados que
envolvem relações de poder, conflitos e desigualdades. Ele sugere uma abordagem que considere as
formas simbólicas como fenômenos contextualizados, produzidos e recebidos por pessoas situadas em
contextos sociais específicos.

O autor também destaca a importância dos processos de valoração das formas simbólicas, incluindo o
valor simbólico atribuído por indivíduos e o valor econômico associado a essas formas, especialmente
em sociedades modernas. Ele menciona a valorização econômica das formas simbólicas no mercado de
arte como exemplo desse processo.

Além disso, o autor discute a transmissão cultural das formas simbólicas, enfatizando três aspectos
desse processo: o uso de um meio mecânico para a produção e transmissão das formas simbólicas, o
papel das instituições na promoção dessas formas e a importância do contexto social em que ocorre a
transmissão cultural.
O autor discute como a cultura moderna é mediada pela comunicação de massa ao longo do tempo. Ele
enfatiza três aspectos cruciais da transmissão cultural: o uso de meios mecânicos e instituições para
produzir e transmitir formas simbólicas, a separação espacial e temporal dessas formas simbólicas dos
contextos originais e a valorização das formas simbólicas, tanto em termos simbólicos quanto
econômicos.

O autor descreve o desenvolvimento da comunicação de massa desde o século XV até os dias atuais,
destacando a relação entre a expansão das organizações comerciais e a ascensão dos meios de
comunicação. Ele também aborda tendências recentes, como a concentração de empresas de mídia, a
globalização das atividades de mídia e a influência das novas tecnologias de comunicação.

O autor discute as características do novo regime de transmissão cultural que surgiu com a chegada da
comunicação de massa. Ele destaca que a comunicação de massa envolve a troca de formas simbólicas,
mas difere fundamentalmente das interações face a face, pois geralmente implica um fluxo
unidirecional de mensagens do produtor para o receptor, com pouca possibilidade de intervenção por
parte dos receptores. Isso cria uma assimetria no processo comunicativo.

O autor introduz o conceito de "impacto interativo dos meios técnicos", que se refere às maneiras como
os meios técnicos de comunicação de massa transformam a natureza das interações sociais nas
sociedades modernas. Ele destaca como esses meios permitem que as pessoas ajam e interajam mesmo
que não compartilhem um espaço físico comum, criando uma forma de "quase-interação mediada".
Essa interação mediada é influenciada pela separação entre produção e recepção de formas simbólicas,
que é característica da comunicação de massa.

Além disso, o autor argumenta que a comunicação de massa proporciona uma visibilidade global a
eventos e pessoas, permitindo que acontecimentos em locais distantes sejam testemunhados por
audiências em todo o mundo. Isso pode ter um impacto significativo na política e na sociedade, pois os
políticos podem se comunicar com uma audiência ampla e dispersa, ao mesmo tempo em que podem
ser expostos a escândalos ou críticas em uma escala global.

O autor também discute a importância do pluralismo regulado como um princípio institucional para lidar
com os desafios trazidos pelo desenvolvimento da comunicação de massa. Ele enfatiza a necessidade de
evitar a concentração excessiva de recursos nas indústrias de mídia e a separação das instituições de
mídia do controle estatal direto. Isso permite a existência de uma pluralidade de instituições de mídia
independentes em diferentes esferas da comunicação de massa.

Por fim, o autor destaca que a análise da ideologia nas sociedades modernas deve considerar o papel
dos meios de comunicação de massa. Esses meios se tornaram fundamentais na transmissão da
ideologia devido à sua capacidade de mobilizar o sentido por meio das formas simbólicas. No entanto, a
análise da ideologia mediada pelos meios deve ser realizada de forma sistemática, considerando o
contexto e a interpretação das mensagens específicas da mídia.

Metodologia da interpretação

O trecho que você compartilhou é um fragmento de um texto acadêmico que discute a metodologia da
interpretação em pesquisa socio-histórica, com foco na análise da ideologia no contexto da
comunicação de massa. O autor argumenta a favor de uma abordagem hermenêutica de profundidade e
enfatiza a importância de considerar os aspectos da produção, construção e recepção de mensagens
mediadas pelos meios de comunicação.

Aqui estão algumas das principais ideias e conceitos apresentados no trecho:

1. Hermenêutica de Profundidade: O autor defende a aplicação da hermenêutica de profundidade


como uma abordagem metodológica para a análise cultural, incluindo a análise da ideologia.
Essa abordagem envolve três fases ou procedimentos: análise socio-histórica, análise formal ou
discursiva e interpretação. Ela busca compreender as formas simbólicas em contextos
estruturados e enfatiza a importância de relacionar essas fases no processo de interpretação.

2. Análise da Ideologia: O autor argumenta que a análise da ideologia é uma forma específica de
hermenêutica de profundidade. Ela se concentra em revelar o caráter ideológico das formas
simbólicas e procura entender como o sentido mobilizado por essas formas serve para
estabelecer e sustentar relações de dominação na sociedade.

3. Enfoque Triplice: O autor destaca a importância de adotar um "enfoque triplice" para a análise
da comunicação de massa. Isso envolve a consideração dos três aspectos da comunicação de
massa: produção/transmissão, construção de mensagens comunicativas e recepção/apropriação
das mensagens pelos receptores. Essa abordagem reconhece que esses aspectos estão
interligados no processo de comunicação de massa.

4. Apropriação Cotidiana: O autor argumenta que a recepção e a apropriação das mensagens da


mídia não são processos passivos, mas sim ativos. As pessoas estão constantemente envolvidas
em esforços para entender, interpretar e compartilhar as mensagens da mídia no contexto de
suas vidas cotidianas. Isso implica uma contínua autoformação e autocompreensão.

5. Potencial Crítico: A interpretação da ideologia tem um potencial crítico, pois pode desafiar a
compreensão cotidiana das pessoas e estimular uma reflexão crítica sobre as relações de poder
e dominação na sociedade. Ela também pode provocar debates e desacordos sobre a
interpretação das mensagens da mídia e seu papel nas relações sociais.

6. Justificação na Pesquisa: O autor reconhece que a pesquisa socio-histórica não pode fornecer
certezas, mas argumenta que é importante estabelecer condições para julgamentos razoáveis
sobre a plausibilidade de interpretações e a legitimidade de instituições. Isso envolve uma
prática de julgamento que não é infalível, mas busca esclarecer as condições sob as quais juízos
racionais podem ser feitos.

No geral, o trecho explora conceitos e abordagens metodológicas relevantes para a análise da ideologia
no contexto da comunicação de massa e destaca a importância da interpretação crítica nesse processo.

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