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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

FERNANDO JOÃO JOSE

AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO:


PROCEDIMENTOS QUALITATIVO PARA AVALIAÇÃO DA
AMEAÇA E REGRAS PARA AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE
AMEAÇAS

BEIRA
2022
FERNANDO JOÃO JOSE

AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO:


PROCEDIMENTOS QUALITATIVO PARA AVALIAÇÃO DA
AMEAÇA E REGRAS PARA AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE
AMEAÇAS

Trabalho de Biologia de Conservação a ser


apresentada na Faculdade de Ciências e
Tecnologias, Departamento de Ciências
Naturais, no curso de Biologia com finalidade
de avaliação parcial.

Docente:
dr. António Cardoso

BEIRA
2022
Índice
1.0. Introdução...........................................................................................................................................1
2.0. Avaliação do estado de conservação: Procedimentos qualitativo para avaliação da ameaça e
Regras para avaliação quantitativa de ameaças......................................................................................2
2.1. Biodiversidade....................................................................................................................................2
2.1.1. Importância da conservação da diversidade num parque...........................................................2
2.1.2. Principais causas da perda da biodiversidade..............................................................................2
2.1.3. Impactos na perda da biodiversidade............................................................................................3
2.2. Áreas de Conservação.......................................................................................................................3
2.2.1. Os Parques Nacionais.....................................................................................................................4
2.2.2. Importância dos parques nacionais...............................................................................................5
2.2.3 Parque Nacional da Gorongosa......................................................................................................6
2.3. Impactos e conflitos na conservação da biodiversidade................................................................6
2.5. Conservação........................................................................................................................................7
2.5.1. Procedimentos qualitativo para avaliação da ameaça.................................................................8
2.5.1.1. Etapas da avaliação......................................................................................................................9
2.5.2. Regras para avaliação quantitativa de ameaças.........................................................................10
Conclusão.................................................................................................................................................12
Referencias bibliográficas......................................................................................................................13
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1.0. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Biologia de Conservação, faz uma abordagem minuciosa sobre
avaliação do estado de conservação, destacando os procedimentos qualitativo para avaliação da
ameaça e regras para avaliação quantitativa de ameaças. A conservação se refere aos estudos
direcionados à conservação de fauna e flora de um ambiente, podendo ser ao respeito de diversos
grupos ou direcionado à espécies individuais envolvendo seu nicho e habitat. Ela se baseia em
alguns pressupostos, incluindo que a diversidade biológica e a evolução são positivas, e que a
diversidade biológica tem valor por si só.

As populações residentes na maioria das áreas de conservação em Moçambique geralmente


enfrentam o problema sério de pobreza e baixo índice de desenvolvimento devido à falta de
oportunidades de emprego e fraco desenvolvimento económico nessas regiões. A biodiversidade
representa um pilar vital para o desenvolvimento de Moçambique e para o sustento da maioria da
população moçambicana (Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, 2015).

Esta biodiversidade é fundamental para a vida humana, que dela retiram alimentos, remédios,
cosméticos e produtos industriais para uso animal e populacional, com riscos de esgotamento. A
conservação dessa biodiversidade é fundamental para a manutenção ecológica da Terra
(Lewinsohon; Prado, 2003).
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2.0. Avaliação do estado de conservação: Procedimentos qualitativo para avaliação da


ameaça e Regras para avaliação quantitativa de ameaças

2.1. Biodiversidade

De acordo com Mwitu, Biodiversidade é a variedade de formas de vidas no planeta,


compreendendo os ecossistemas terrestres, marinhos e os complexos ecológicos do qual fazem
parte. A biodiversidade varia conforme as diferentes regiões do mundo.

De acordo com Lei no. 10/99, de 07 de Julho, artigo 1, Biodiversidade: corresponde a variedade
de organismos vivos, incluindo genótipos, espécies e seus agrupamentos, ecossistemas terrestres
e aquáticos e processos ecológicos existentes numa determinada região.

2.1.1. Importância da conservação da diversidade num parque

O ser humano está a provocar o desaparecimento de diversas espécies. Isso deve-se à prática
intensiva da construção, da agricultura, a crescente urbanização, a poluição, corte de árvores e
muitas outras actividades que põem as florestas e animais em perigo. Para Mwitu, Conscientes da
importância de se preservar a biodiversidade, nós como seres humanos temos o dever de proteger
as outras formas de vida que não tem condições de lutar por si.

2.1.2. Principais causas da perda da biodiversidade

A biodiversidade é responsável por garantir o equilíbrio dos ecossistemas do mundo e a espécie


humana depende da biodiversidade para sobreviver. Ironicamente a principal ameaça à
biodiversidade é justamente a acção humana. Os danos causados à biodiversidade num certo
lugar prejudicam não só as espécies que habitam nesse lugar mas toda a rede de relações entre as
espécies e o meio onde vivem. Por causa dos desmatamentos e das queimadas, por exemplo,
muitas espécies desaparecem antes de seres estudadas ou antes que alguma acção seja tomada
para tentar salvá-las.

Para Mwitu, as principais causas da perda da biodiversidade reside:


 No crescimento da população e o aumento do consumo dos recursos naturais afecta a
biodiversidade de duas maneiras: primeiro, criando uma pressão para converter habitats
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de vida selvagem em zonas urbanas e para a agricultura; segundo, produzindo resíduos


que poluem os habitats e matam a vida selvagem.
 Nas Políticas Inadequadas – Se não forem cuidadosamente formuladas, as políticas
governamentais visando encorajar alguns sectores, como por exemplo a agricultura,
podem ter como consequência a destruição da biodiversidade.
A principal causa da extinção dos animais não é apenas a caça mas também a destruição das suas
moradas, pois sem abrigo os animais têm de fugir para outro lugar e, provavelmente, para onde
não encontrarão os alimentos que precisam para sobreviver.

2.1.3. Impactos na perda da biodiversidade

A perda de habitat e destruição pode ocorrer naturalmente ou através de causas antropogénicas.


São exemplos as alterações climáticas, eventos catastróficos tais como explosões vulcânicas e as
interacções entre espécies invasivas e não invasivas. As mudanças naturais do clima têm sido a
causa de muitas perdas de habitat em grande escala.
Uma vez o habitat destruído, as espécies que não conseguirem adaptar-se deixarão de existir. Esta
destruição tem outros efeitos, como por exemplo a extinção de espécies que coexistem ou
dependem da existência de outras espécies, o que resulta no colapso de todo um ecossistema

2.2. Áreas de Conservação

As áreas de conservação de Moçambique são espaços naturais delimitados e geridos com


objectivos de observar seu património natural. Trata se dos representes, no contexto
moçambicano, no instituto das áreas protegidas. As áreas de conservação são chamadas pela
legislação Moçambicana de áreas de protecção ambiental, estando definidas pelo artigo 13 da Lei
20/97 de 1 de Outubro.

Ao lado da biodiversidade, a protecção de espaços naturais com forte valor estético continua a ser
um dos objectivos centrais das áreas protegidas. Os objectivos das áreas protegidas podem ser os
mais variados, mas têm como elemento central uma preocupação com a protecção da natureza
local. Materialmente, seus objectivos podem abranger desde elementos específicos da natureza
local, como a biodiversidade biológica, a paisagem ou o património cultural que frequentemente
se encontram presentes, ou um conjunto desses elementos. Da mesma forma, a foco específico
desses objectivos podem variar consideravelmente, prevendo desde uma protecção estrita e que
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restringe fortemente a presença humana, até abordagens inspiradas na ideia de desenvolvimento


sustentável ou de protecção integrada.

Para Serra (2005), apesar dessa diversidade de objectivos e considerações, as legislações dos
países e os documentos que regulamentam a gestão desses espaços tipicamente incluem um ou
mais dos seguintes objectivos:

 Preservação das espécies e da diversidade genética;


 Protecção de características naturais e culturais locais;
 Manutenção dos serviços ambientais (água, regulação do clima, diminuição da erosão,
dentre outros);
 Investigação científica;
 Turismo e recreação;
 Educação ambiental;
 Utilização sustentável dos recursos naturais.

2.2.1. Os Parques Nacionais

De acordo com a Lei no. 10/99, De 07 de Julho, artigo 11, os parques nacionais são zonas de
protecção total delimitadas, destinadas à propagação, protecção, conservação e maneio da
vegetação e de animais bravios, bem como à protecção de locais, paisagens ou formações
geológicas de particular valor científico, cultural ou estético no interesse e para recreação pública,
representativos do património nacional.

Para Mwitu (p.8), “um Parque Nacional é uma reserva de terra natural, semi-natural ou
desenvolvida, declarada pelo Estado. A União Internacional para Conservação da Natureza
(IUCN) é uma das organizações internacionais que ajudam a proteger os Parques Nacionais. Ela
define as áreas protegidas como “uma porção de terra ou mar especialmente dedicada à protecção
da diversidade biológica, recursos naturais e culturais a ela associados”

Os Parques Nacionais são lugares caracterizados pela coexistência de espécies vegetais e animais,
sítios geomorfológicos e habitats de interesse científico, educativo e recreativo especial ou que
contenham uma paisagem natural de grande beleza. Nestes lugares, as autoridades competentes
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tomam medidas para evitar a exploração dos recursos de tal forma que possa pôr em perigo a sua
longevidade.

2.2.2. Importância dos parques nacionais

Segundo Mwitu (p.12), Os Parques Nacionais são áreas geográficas necessárias por constituírem
habitat natural e seguro para plantas nativas e animais. Para além disso, com a sua vegetação os
parques ajudam a purificar o ar e a água, são fontes para aprendizagem sobre o ambiente, ao
mesmo tempo bons lugares para lazer.

Na óptica de Serra (2005), os parques servem igualmente para a preservação de bancos genéticos,
de fauna e de flora, de modo a permitir pesquisas que levem à utilização racional dos recursos
pelo homem, monitoria das alterações ambientais ocorridas, permitindo o estabelecimento de
regras para o uso ou reabilitação de recursos naturais degradados.

De acordo com a Lei no. 10/99, De 07 de Julho, artigo 11, Salvo por razões científicas ou por
necessidades de maneio, nos parques nacionais, são estritamente interditas as seguintes
actividades:

a) Caça dentro dos limites do parque;


b) Exploração florestal, agrícola, mineira ou pecuária;
c) Pesquisa ou prospecção, sondagem ou construção de aterros;
d) Todos os trabalhos tendentes a modificar o aspecto do terreno ou de características da
vegetação, bem como a provocar a poluição das águas e, dum modo geral, todo o acto
que, pela sua natureza, possa causar perturbações à flora e à fauna;
e) Toda a introdução de espécies zoológicas ou botânicas, quer indígenas, quer importadas,
selvagens ou domésticas.

Para Mwitu (p.12), duma forma geral os parques nacionais desempenham uma diversidade de
funções que compreendem:
 Para os seres vivos: Muitas plantas e animais, a chamada biodiversidade, só conseguem
viver em determinadas áreas. Os Parques Nacionais servem para proteger algumas dessas
áreas.
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 Para um ambiente saudável: Todos nós precisamos de ar puro, água potável e


alimentação saudável. Sem estes elementos todos morreremos. As folhas das árvores
limpam o ar que respiramos. As suas raízes seguram o solo, evitando a erosão e ajudando
a limpar a água subterrânea. Os parques nacionais possuem muitas plantas que ajudam a
manter um ambiente saudável.
 Para o nosso lazer e saúde: Os parques nacionais são lugares para as pessoas relaxarem
e desfrutarem da beleza da natureza. Muitas pessoas divertem-se com caminhadas, por
acampar ou fazer piqueniques, praticar jogos, pintar, tirar fotografias, apreciar a paisagem
e apanhar ar fresco.
 Para aprendizagem: Os parques nacionais são bons lugares para aprendermos sobre
plantas e animais nativos e a forma como eles dependem uns dos outros. Sendo lugares
históricos e com legados de aborígenes, os parques ajudam-nos a compreender como é
que as pessoas viviam no passado. Servem também para actividades de educação
ambiental formal, não formal, turísticas ou de informação.
 Para reserva de espécies: Os parques servem igualmente para a preservação de bancos
genéticos, de fauna e de flora, de modo a permitir pesquisas que levem à utilização
racional dos recursos pelo homem, monitoria das alterações ambientais ocorridas,
permitindo o estabelecimento de regras para o uso ou reabilitação de recursos naturais
degradados;

2.2.3 Parque Nacional da Gorongosa

Segundo o https://www.anac.gov.mz/parques-e-reservas/, O PNG, esta localizado na província de


Sofala, em 2008, foi estabelecida uma parceria público-privada de vinte anos para a gestão
conjunta do Parque, entre o Governo e a Fundação Carr, com o fim de assegurar a conservação da
biodiversidade e incentivar o ecoturismo na Gorongosa. A biodiversidade única desta área,
incluindo savanas densas, acácias e carismáticas espécies de carnívoros, herbívoros e centenas de
espécies de aves, atrai anualmente turistas que apreciam verdadeiramente estar em contacto com
a natureza.

2.3. Impactos e conflitos na conservação da biodiversidade


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A educação ambiental tem como uma das suas principais funções o desvelamento da
complexidade da realidade em que vivemos, especialmente das questões ambientais. Dessa
forma, ao planejarmos actividades educativas sobre a conservação da biodiversidade, é preciso
considerar os diversos aspectos envolvidos nesse tema: biológicos, ecológicos, políticos,
culturais, económicos, sociais... Muitas vezes essas dimensões são conflituantes entre si. Segundo
Carvalho (2001), a construção de um novo posicionamento ético para a conservação da
biodiversidade passa por situações polémicas e de conflitos. Sendo assim, os impactos e conflitos
fazem parte da realidade e precisam ser trabalhados nas acções de educação ambiental.

Nesse sentido, é importante expor os diferentes olhares, as diferentes crenças, interesses e


opiniões sobre uma determinada situação. Além disso, também se deve apresentar e analisar junto
com os(as) participantes as funções, responsabilidades, potencialidades e limites de cada
segmento na sociedade, ou seja, órgãos municipais, estaduais e federais; universidade, escola,
igreja, comunidade, indivíduos. Perceber que existem diferentes visões, embates e possibilidades
de solução a respeito de um tema propicia a reflexão e a compreensão de que as questões
ambientais são complexas e, portanto, exigem o diálogo entre diferentes pessoas e instituições
para serem superadas.

Quando se trabalha diante de uma situação concreta, real e local, a acção educativa passa a ter
mais sentido e ainda traz possibilidades de transformações. Um diálogo aberto entre
educadores(as) e educandos(as) sobre todos os desafios e caminhos possíveis é a maneira mais
efectiva de buscar soluções para uma situação polémica. A transparência no processo educativo é
fundamental para que isso ocorra. Isso quer dizer que os problemas e conflitos diante de uma
determinada situação não devem ser silenciados. Ao mesmo tempo, é preciso cuidar para que
caminhos possíveis sejam indicados, semeando a esperança na busca de soluções, mesmo diante
de um problema difícil de ser resolvido.

A relação entre os seres humanos e os outros elementos da natureza têm sido bastante conflituosa
e impactante. A grande maioria dos impactos geram efeitos negativos, tanto para os próprios
seres humanos, quanto para as outras formas de vida que ocupam o planeta Terra. A principal
causa da perda da biodiversidade é a perda de habitats ocasionada por desmatamentos e poluição.

2.5. Conservação
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Para Carvalho (1969), pode-se compreender, do termo "conservação", a manutenção dos recursos
que constituem a terra, bem como os seres vivos que a compõem, dentre eles, o homem. Difere-se
da preservação (que exclui o fator humano para que seja possível a manutenção supracitada),
considerando que o homem, principal responsável pela degradação do meio ambiente, é parte
dele.

Segundo Franco (2013), em ecologia, a conservação se refere aos estudos direcionados à


conservação de fauna e flora de um ambiente, podendo ser ao respeito de diversos grupos ou
direcionado à espécies individuais envolvendo seu nicho e habitat. Ela se baseia em alguns
pressupostos, incluindo que a diversidade biológica e a evolução são positivas, e que a
diversidade biológica tem valor por si só.

Para Alho (2012), a diversidade biológica, mesmo sem que haja ação antrópica, não se mantém
inalterada ao longo do tempo, ela muda e se adapta de acordo com as variações do ambiente que
a compõe. No entanto, as ações antrópicas podem agravar alguns problemas ambientais, como a
alteração e perda de habitats, exploração predatória de recursos, introdução de espécies exóticas
em diferentes ecossistemas, aumento de patógenos e tóxicos ambientais e as mudanças
climáticas.

2.5.1. Procedimentos qualitativo para avaliação da ameaça

Para Medeiros (2012), o processo de avaliação do estado de conservação das espécies adota
metodologia criada pela UICN e as espécies avaliadas deverão ser enquadradas nas seguintes
categorias de risco de extinção: Extinta (EX); Extinta na Natureza (EW); Regionalmente Extinta
(RE); Criticamente em Perigo (CR); Em Perigo (EN); Vulnerável (VU); Quase Ameaçada (NT);
Menos Preocupante (LC); Dados Insuficientes (DD); Não Aplicável (NA).

1) Por convenção, a notação das categorias traz o nome em português e a sigla original em
inglês, entre parênteses.
2) A categoria "Regionalmente Extinta (RE)" se refere às espécies extintas em Território
Brasileiro e que ainda existem em outras regiões.
3) São consideradas "não aplicável (NA)" as espécies que não possuem uma população
selvagem no país ou que não estejam dentro da sua distribuição natural, ou que ocorra em
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números muito baixos no país, ou ainda que os indivíduos registrados sejam apenas
errantes na região.
4) São consideradas "Não Avaliada (NE)" as espécies que não foram avaliadas seguindo os
critérios e categorias UICN.
5) Serão consideradas aptas a integrar a Lista Nacional Oficial das Espécies da Fauna
Brasileira Ameaçadas de Extinção as espécies categorizadas nos Incisos de I a VI deste
artigo.

Para Medeiros (2012), para a determinação da categoria de risco de extinção de uma espécie são
analisadas e combinadas as seguintes informações, observando os critérios da metodologia
UICN:

1) Tamanho da população e informações sobre fragmentação, flutuações ou declínio passado


e/ou projetado;
2) Extensão da distribuição geográfica, da área de ocupação e informações sobre
fragmentação, declínio ou flutuações;
3) Ameaças que afetam a espécie; e
4) Medidas de conservação já existentes.

2.5.1.1. Etapas da avaliação

Para Medeiros (2012), a proposta de avaliação do grupo taxonómico apresentada pelo Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação e aprovada pela Coordenação-Geral de Manejo para
Conservação obedecerá às seguintes etapas sequenciais, devidamente documentadas:

 Reunião inicial: reunião entre Coordenação de Avaliação do Estado de Conservação da


Biodiversidade - COABio, Coordenador de Táxon e Ponto Focal para o planejamento das
ações, estabelecimento do cronograma e divisão de tarefas referentes à avaliação do grupo
taxonómico;
 Compilação: coleta e organização de informações de todas as espécies do grupo,
individualizados em formulários específicos, e elaboração dos mapas de distribuição
geográfica de cada espécie;
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 Consulta: submissão aos especialistas das informações compiladas para revisão e


validação e divulgação de texto e formulário na página do Instituto Chico Mendes com
chamada à comunidade científica para colaboração;
 Reunião preparatória: reunião entre a Coordenação de Avaliação do Estado de
Conservação da Biodiversidade - COABio, Coordenador de Táxon e Ponto Focal para
definição de data, local, participantes, dinâmica e logística da Oficina;
 Oficina de Avaliação do Estado de Conservação do Grupo Taxonômico: reunião com a
participação da Coordenação de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade -
COABio, Coordenador de Táxon, Ponto Focal e especialistas da comunidade científica
para avaliação do risco de extinção individual de cada espécie seguindo os critérios e
categorias UICN;
 Edição: revisão das informações e mapas de distribuição geográfica após as atualizações
pelos especialistas durante a Oficina;
 Validação: submissão das informações e categorias de cada espécie definida na Oficina à
revisão por dois membros da comunidade científica com experiência na aplicação de
critérios e categorias UICN, para verificação da coerência entre a categoria indicada e a
informação registrada;
 Publicação: divulgação do resultado em documento oficial editado pelo ICMBio.

2.5.2. Regras para avaliação quantitativa de ameaças

Para Medeiros (2012), a avaliação do estado de conservação das espécies é um diagnóstico que
identifica e localiza as principais ameaças às espécies, as áreas importantes para a sua
manutenção e a compatibilidade com actividades antrópicas, além de subsidiar a construção de
cenários de risco para as espécies, a actualização da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Brasileira Ameaçadas de Extinção e a elaboração de Planos de Ação Nacionais - PAN, para
aquelas espécies avaliadas como ameaçadas.

Para Medeiros (2012), o processo de avaliação do estado de conservação das espécies deve
considerar as seguintes diretrizes:

1) Avaliação de grupos taxonómicos como um processo regular e contínuo;


2) Aplicação de critérios e categorias da União Internacional para a Conservação da
Natureza - UICN para avaliação do risco de extinção das espécies;
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3) Para os animais vertebrados, avaliação de todo o grupo taxonómico, identificando, além


das espécies com risco de extinção, também as espécies não ameaçadas e aquelas sem
informações atuais suficientes que permitam a avaliação;
4) Os animais invertebrados serão seletivamente escolhidos, considerando sua importância
ecológica, econômica e social;
5) Formação de uma rede permanente de especialistas por meio de parcerias com a UICN,
instituições de pesquisa, sociedades científicas e organizações não governamentais de
reconhecida actuação em conservação da biodiversidade, garantindo que as avaliações e
recomendações de conservação sejam baseadas nos melhores dados e informações
disponíveis;
6) Qualificação e capacitação contínuas da equipe envolvida;
7) Documentação de todas as etapas do processo.
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Conclusão

Biodiversidade é a variedade de formas de vidas no planeta, compreendendo os ecossistemas


terrestres, marinhos e os complexos ecológicos do qual fazem parte. A biodiversidade varia
conforme as diferentes regiões do mundo.

As áreas de conservação de Moçambique são espaços naturais delimitados e geridos com


objectivos de observar seu património natural. Trata se dos representes, no contexto
moçambicano, no instituto das áreas protegidas. As áreas de conservação são chamadas pela
legislação Moçambicana de áreas de protecção ambiental, estando definidas pelo artigo 13 da Lei
20/97 de 1 de Outubro.
A conservação se refere aos estudos direcionados à conservação de fauna e flora de um ambiente,
podendo ser ao respeito de diversos grupos ou direcionado à espécies individuais envolvendo seu
nicho e habitat. Ela se baseia em alguns pressupostos, incluindo que a diversidade biológica e a
evolução são positivas, e que a diversidade biológica tem valor por si só.

A avaliação do estado de conservação das espécies é um diagnóstico que identifica e localiza as


principais ameaças às espécies, as áreas importantes para a sua manutenção e a compatibilidade
com actividades antrópicas, além de subsidiar a construção de cenários de risco para as espécies,
a actualização da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção
e a elaboração de Planos de Ação Nacionais - PAN, para aquelas espécies avaliadas como
ameaçadas.
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Referencias bibliográficas

1. Alho, C. J. L. (2012). Importância da biodiversidade para a saúde humana: uma


perspectiva ecológica. Dossiê Sustentabilidade. Scielo. Estud. av. vol.26 no.74. São
Paulo.
2. Carvalho, J. C. de M. (1969). A Conservação da Natureza e Recursos Naturais no
Mundo e no Brasil, In: Simpósio sobre Conservação da Natureza e Restauração do
Ambiente Natural, publicado no Suplemento dos Anais da Academia Brasileira de
Ciências, vol. 41, Rio de Janeiro, 30/09/1969, p. 7.
3. Franco, J. L. A. (2013). The concept of biodiversity and the history of conservation
biology: from wilderness preservation to biodiversity conservation. Universidade de
Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil. 2013.
4. Lei no. 10/99, De 07 de Julho, Aprovada pela Assembleia da República, aos 14 de Maio
de 1999. Maputo.
5. Medeiros, S. C. (2012). Avaliação do Estado de Conservação das Espécies da Fauna
Brasileira. Brasil.
6. Mwitu, J. (S/d). Manual de Educação Ambiental para as áreas de conservação
Aplicado ao Parque Nacional do Limpopo.
Site:
1. https://www.anac.gov.mz/parques-e-reservas/, acesso em 10 de Novembro de 2022.

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