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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A Evolução do Comportamento Animal

Felizardo De Lurdes Ezequias: 708182340

Curso: Licenciatura em Ensino de


Biologia
Disciplina: Biologia Comportamental
Ano de Frequência: 4º Ano
Turma: Única
1º Trabalho
Docente: dr. Horácio Vilancúlos

Chimoio, Junho, 2021


1.1.Critérios de avaliação (disciplinasteóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões
Nota
Pontuação Subtotal
do
máxima tutor
 Índice 0.5

 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do
2.0
problema)

Introdução  Descrição dos


objectivos 1.0
 Metodologia
adequada ao objecto do
2.0
trabalho
 Articulação e domínio
do discurso
Conteúdo académico (expressão
escrita cuidada,
coerência / coesão 3.0
Análise e textual)
discussão
 Revisão bibliográfica
nacional e
internacional
relevante na área de 2.0
estudo

 Exploração dosdados 2.5

 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho deletra,
Aspectos paragrafo, espaçamento
Formatação
gerais entre 1.0
linhas
Normas APA 6ª
Referências edição em  Rigor e coerência das
citaçõese citações/referências
Bibliográficas 2.0
bibliografia bibliográficas
1.2.Critérios de avaliação (disciplinas decalculo)

Padrões Classificação

Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
Categorias Indicadores
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
 Actividades 0.5

 Actividade1

 Actividade2

Actividades2
Conteúdo  Actividade3 17.51

 Actividade4

 Actividade5
 Paginação, tipo e
Aspecto Formatação tamanho de letra, 1.0
s paragrafo, espaçamento
gerais entrelinhas

1
A cotação pode ser distribuída de acordo com o peso da actividade
2. O número das actividades pode variar em função da disciplina
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
Índice
Conteúdo pág

.
I. Introdução..........................................................................................................................................1

1.1.Objectivo.........................................................................................................................................2

1.1.1.Objectivo geral.............................................................................................................................2

1.1.2. Objectivos específicos................................................................................................................2

1.2. Metodologias..................................................................................................................................2

2. Evolução do comportamento animal................................................................................................3

2.1. Evolução de características comportamentais............................................................................3

2.1.1. A Selecção Natural...................................................................................................................3

2.1.2. Variabilidade...............................................................................................................................4

2.1.3. Excesso de Descendentes............................................................................................................4

2.1.4. Hereditariedade...........................................................................................................................4

2.2. Ontogenia do comportamento.....................................................................................................5

2.2.1. Aprendizagem e Maturação.....................................................................................................5

2.2.1.1.Diferença: maturação e aprendizagem......................................................................................5

2.2.2.Imprinting sexual e reacção de seguimento.............................................................................6

2.3. Os Sentidos e as suas capacidades..............................................................................................6

2.3.1. Percepção...................................................................................................................................6

2.4.Fitness.............................................................................................................................................7

2.4.1. Causas gerais de fitness diferente entre indivíduos....................................................................7

2.4.2. As quatro classes de fitness.........................................................................................................8

2.5. Variação nos Traços Comportamentais Dentro da Espécie...........................................................9

2.5.1. Instinto........................................................................................................................................9

2.6. Evolução e adaptação do comportamento animal........................................................................10

2.8. Relações Gerais entre Comportamento e Ambiente....................................................................10

2.8.1. Relação organismo-ambiente....................................................................................................11

2.9. Vectores do comportamento........................................................................................................12


2.9.1. Comportamento de estado interno:...........................................................................................12

2.9.2. Comportamento de estado interno induzido.............................................................................13

2.9.2. Comportamento de estado interno integrado............................................................................13

2.9.2. Comportamento de estado interno livre....................................................................................13

2.6. Motivação e relacionamento recíproco entre motivações............................................................13

3. Conclusão........................................................................................................................................14

4. Referência Bibliográfica.................................................................................................................15
I. Introdução

O presente trabalho da cadeira de biologia comportamental tem como tema principal a


evolução do comportamento animal, onde visa estudar a ontogénese do comportamento;
evolução e adaptação do comportamento dos animais; comportamento e meio ambiente; e
comportamentos-sinais.

Entretanto o interesse do homem pelo comportamento animal data de quando nossa


espécie ainda vivia em cavernas. Informações sobre os hábitos de predadores e presas e a
maneira de lidar com espécies que pudessem ser úteis eram extremamente importantes e
estavam ligadas à própria sobrevivência dos indivíduos.

O comportamento animal envolve todas as interacções do animal com o homem, com


outros animais e com o ambiente, podendo ser estudado como este comportamento iniciou,
por que iniciou, como se desenvolveu no animal, é inato ou adquirido. Muitos dos
comportamentos são adquiridos por meio da experiência, da visualização, podendo ter um
componente inato ao mesmo tempo. Estes comportamentos podem ter sido moldados pela
selecção natural, de forma a aumentar as chances de sobrevivência da espécie, para facilitar a
reprodução, para que o animal encontre de forma mais rápida o seu alimento.

Segundo Charles Darwin (1859), diz que a evolução é o resultado de vários processos
dentre os quais faz parte a selecção natural, pois, a selecção natural se refere a taxas de
reprodução e mortalidade: organismos melhor adequados a um ambiente sobrevivem e
produzem descendentes igualmente bem adaptados.

No que tange a estrutura, o presente trabalho no seu todo esta dividido em quatro
partes distintas cuja;

Na primeira parte: apresenta-se a introdução do tema em estudo, os objectivos (geral


e especifico) e as metodologias que auxiliaram para a materialização deste trabalho.

Na segunda parte: apresenta-se o fundamento teórico ou seja analise e discussão do


tema, na qual mostra-se os principias conceitos, informações referente ao tema em estudo.

Na terceira parte: apresenta-se a conclusão daquilo que foi desenvolvimento da


temática em forma de uma síntese ou resumo.

Na última parte: apresenta-se a referência bibliográfica ilustrando as obras literárias


consultadas para a materialização do trabalho.

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1.1.Objectivo

1.1.1.Objectivo geral

 Estudar a evolução do comportamento animal.

1.1.2. Objectivos específicos

 Identificar os processos evolutivo do comportamento;

 Descrever os processos de ontogénese do comportamento animal e tipos de fitness;

 Demonstrar o significado de comportamentos-sinais manifestados em diferentes


animais e as teorias da evolução e comportamento;

 Relacionar o comportamento animal com o meio ambiente.

1.2. Metodologias

A metodologia utilizada para a materialização deste trabalho constitui de pesquisas de


natureza bibliográfica, básica, exploratória e qualitativa onde foi necessário a busca de
informações com autores que já abordaram o assunto.

Cervo e Bervian (2006) afirmam que a pesquisa bibliográfica abrange toda


bibliografia publicada, sendo boletins, jornais, revistas, livros, teses e pesquisas. Entretanto é
necessário conhecer e analisar cada contribuição científica já existente sobre o assunto.

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2. Evolução do comportamento animal

O Termo evolução provém do Latim evolvere que significa transformação, algo que se
transforma. Também é usado no sentido de desenvolvimento. Evolução ocorre tanto no
mundo inanimado, como no mundo vivo. Nos seres vivos a evolução ocorre nos diferentes
níveis organizacionais dos sistemas biológicos, desde a célula até populações e ecossistemas.
Evolução significa mudanças no tempo, em que o termo mudança refere-se mais às estruturas
ou à complexidade.

Segundo Pires (2000), “O comportamento pode iniciar mudanças no nicho ecológico


e, assim, ser um factor chave na diversidade animal”. O comportamento subordina-se ao
processo de evolução natural. Ao se colocar esta posição toma-se em conta que o
comportamento representa pelo menos uma componente do genótipo de um indivíduo que
procura maximizar o seu sucesso e produtividade, neste contexto, os comportamentos que
evoluem naturalmente são aqueles que passaram de gerações para gerações.

Na Biologia do Comportamento classificam-se em três níveis hierárquicos do conceito


desenvolvimento:

1. Actualgénese: referente ao comportamento actual do indivíduo.

2. Ontogénese: referente ao desenvolvimento das características comportamentais de


um indivíduo.

3. Filogénese: referente ao desenvolvimento do comportamento dos indivíduos de uma


espécie na sequência de gerações.

2.1. Evolução de características comportamentais

2.1.1. A Selecção Natural

Segundo Dellinger (2005) apud Darwin, “o fenómeno fundamental da evolução é a


existência de modificações hereditárias, surgindo ao acaso entre indivíduos de uma
população, sendo as favoráveis conservadas e as desfavoráveis eliminadas através do processo
da selecção natural”. Para que este processo funcione e leve a evolução é necessário estarem
satisfeitas certas condições, a saber:
1. Existe variação (fenotípica) em cada grupo de plantas e animais. Os indivíduos que
compõem uma população não são idênticos (em relação à anatomia, fisiologia e
comportamento).
2. Parte desta variação é hereditária

3
3. Descendentes são produzidos em excesso em relação aos recursos existentes.
4. Existe competição entre estes descendentes por esses recursos.
5. Os descendentes mais aptos sobreviverão. Isto é sinónimo ao mecanismo da Selecção
Natural.
6. Se as características que levaram à maior aptidão forem hereditárias, estas serão
passadas à geração seguinte. Isto é a Adaptação e, simultaneamente, Evolução.

2.1.2. Variabilidade

Os indivíduos de uma mesma espécie apresentam variações em seus caracteres, não


sendo, portanto, idênticos entre si.

Utilizando o exemplo da variabilidade do sucesso reprodutor entre machos de


iguanas marinhas (Dellinger 2005), “fecha-se o elo em relação a uma característica
comportamental que influencia obviamente a fitness. Mostra-se assim que existe variabilidade
entre indivíduos da mesma população em relação a características comportamentais”.

Segundo Dellinger (2005) “Todo comportamento é variável, e que é necessário medir


comportamento repetidas vezes para tirar conclusões”.

2.1.3. Excesso de Descendentes

“Todo organismo tem grande capacidade de reprodução, produzindo muitos


descendentes. Entretanto, apenas alguns dos descendentes chegam à idade adulta
(DELLINGER, 2005). Ainda para o actor,

O excesso de descendentes é brevemente discutido comparando os tamanhos


populacionais que espécies como o rato, o bacalhau, e o homem atingiriam no caso
de não haver mortalidade. Esclarece-se que indivíduos da mesma espécies têm
necessidades muito similares e que consequentemente entram em concorrência por
recursos e que alguns menos aptos (DELLINGER, 2005). .
2.1.4. Hereditariedade

 Transmissão de caracteres de pais para filhos. Os organismos com variações


vantajosas têm maiores chances de deixarem descendentes (CARTHY, 1923).

Com base nos trabalhos com as cobras de jardim Thamnophis na Califórnia (Arnold
1977) mostra-se que neonatos inexperientes oriundos de dois lugares distintos têm diferenças
de preferência alimentar e que o cruzamento entre os mesmos mostra a dominância de uma
preferência sobre a outra, provando que estas preferências são hereditárias.

Mostra-se que existe Selecção Natural. Para que exista Evolução deverá estar

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satisfeita a condição da hereditariedade. Se todos os indivíduos de uma população fossem
geneticamente iguais não haveria evolução e haveria uma distribuição fenotípica igual em
todas as gerações.

2.2. Ontogenia do comportamento

2.2.1. Aprendizagem e Maturação

A genética comportamental mostrou que características comportamentais são


hereditárias e que são expressas interactivamente com o meio ambiente. A dicotomia inato -
aprendido é uma falsa dicotomia, e sempre uma combinação dos dois efeitos ambiente e
genética.

No entanto, existem comportamentos que são executados de forma perfeita na sua 1ª


execução por um dado indivíduo. Assim, o imago da abelha carpinteira Manobia quadridens
consegue sair correctamente do seu casulo, o qual tem somente uma direcção de saída viável,
embora não tenha experiência anterior ou tempo para aprendizagem.

Pelo outro lado, vários comportamentos necessitam de ser aperfeiçoados durante a


vida de um indivíduo. Existem para isso, no entanto, duas possibilidade, a aprendizagem, ou
seja a acumulação de experiências em interacção com o meio ambiente, e o desenvolvimento,
ou seja a infra-estrutura muscular e nervosa amadurecer e tornar-se mais precisa na execução.

2.2.1.1.Diferença: maturação e aprendizagem

As experiências clássicas na separação destas duas componentes foram


efectuadas por Jack Hailman com pintos de galinha (DELLINGER 2005 apud
HESS e HAILMA 1956).

Aprendizagem significa adquirir experiência, por exemplo através da


repetição do comportamento. Os pintos de Hailman melhoravam a precisão do
seu comportamento com o avanço da idade. De seguida, Hailman equipou os
pintos com óculos prismáticos que desviavam a visão para um lado, e os pintos
acertavam lateralmente.

Se tratasse de aprendizagem, o efeito de óculos seria compensado. Como


tal não aconteceu trata-se de maturação. No entanto 12 h de exercício
aumentaram a precisão muito, ou seja aprendizagem está também envolvida. É
necessário considerar os estados ontogenéticos para separar efeitos considerados
inatos de outros e assim compreender quais os factores que influenciam o

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comportamento adulto.

2.2.2.Imprinting sexual e reacção de seguimento

Muitos animais, em especial aves nidífugas, vinculam-se pouco após a


eclosão/nascimento ao primeiro objecto a que se expõem. Exemplos são patos, porcos da
índia, e muitos outros. Muitos seguem mesmo objectos dissimilares dos que naturalmente
encontrariam, como um ser humano ou um pato mecânico.

A grande maioria de objectos pode provocar a reacção de seguimento em neonato. No


entanto, a resposta do neonato somente acontece durante um período sensível (DEL-CLARO,
2003).

Imprinting sexual, a aprendizagem do tipo do futuro parceiro sexual durante uma fase
sensível na juventude é aprendido no mandarim, uma ave, em duas fases:

1ª Fase: pouco depois de aprender a voar  aprende a reconhecer parceiros

2ª Fase: consolidação durante o ritual de acasalamento ou excitação sexual (caixa de


ninho).

A aprendizagem é mais rápida em relação a parceiros da própria espécie própria


espécie. É também reversível durante a fase de consolidação.

Para Dellinger, (2005) “O pardal de capa branca" Zonotrichia leucophrys da


Califórnia é utilizado como exemplo da aprendizagem selectiva do canto através de chantre,
facto que leva à persistência de dialectos de canto localizados”.

2.3. Os Sentidos e as suas capacidades

2.3.1. Percepção

No contexto do comportamento animal, é o facto de os animais viverem no


seu próprio ambiente de estímulos. Esse ambiente pode ser muito diverso do
nosso. Por exemplo, aves podem visualizar luz UV, e algumas cobras podem ver
infravermelhos através de órgãos de fossa, que se encontram lateralmente em cada
lado da maxila superior e assim localizar animais endotérmicos imóveis no escuro.

Segundo Del-claro, (2003) “Morcegos-de-ferradura têm uma capacidade de


audição bastante superior ao homem. Enquanto este houve no domínio de 20 Hz
até 16 kHz, os morcegos ouvem ultra-som até aproximadamente 80 kHz”. Eles
orientam-se através dos ecos recebidos, efectuam portanto eco-localização. A

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capacidade é de tal forma apurada, que podem voar r através de uma rede de nylon
de 0.1mm de diâmetro e 14cm de malha sem lhe tocar

A curva auditiva do morcego-de-ferradura mostra um domínio de maior


sensibilidade entre 72 e 77 kHz. Os morcegos têm ainda um cérebro altamente
especializado para a análise destas frequências. Os sentidos dos seres humanos têm
capacidades muito diferentes. Em humanos este tipo de curvas podem ser obtidas
através de métodos psicofísicos. No entanto é necessário ter em mente, que a
reacção dos neurónio nem sempre igual ao que o animal sente.

2.4.Fitness

Refere-se ao conjunto de tudo que coloca o indivíduo capaz e bem sucedido na luta
pela existência sob determinadas condições da selecção natural. DARWIN, empregou o termo
fitness para significar tudo o que o indivíduo faz para o seu sucesso na luta pela existência
(DELLINGER, 2005).

2.4.1. Causas gerais de fitness diferente entre indivíduos

• Probabilidades diferentes de sobrevivência.

• Diferença na taxa reprodutiva (fertilidade).

• Capacidades diferentes de encontrar parceiro sexual (selecção sexual).

• Chances diferentes de gâmetas chegarem à fecundação.

• Duração diferenciada de gerações.

A selecção determina, que mutações se impõem, que outras desaparecem. A selecção


causada por influências ambientais age sobre o indivíduo no seu todo, isto é, sobre o fenótipo
e não sobre o genótipo. Disto resulta que apenas os genes expressivos é que se expõem à
selecção. No caso em que diferentes genes participam na formação de uma característica,
então, os respectivos genes serão atingidos pela selecção em igual medida.

Assim sendo, um gene apenas tem valor selectivo no conjunto do genoma; a pressão
de selecção dependerá da forma como um determinado gene encontra-se combinado.

A selecção não funciona de modo determinístico, mas sim probabilístico, isto é,


determinados tipos de genes têm maior chances de contribuir no gene da geração futura do
que os outros indivíduos pouco beneficiados numa população são afastados (colocados no
segundo plano) e, finalmente, acabam desaparecendo (a chamada pressão da selecção).

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A selecção expressa-se no diferente sucesso reprodutivo dos indivíduos de uma
população. Ela actua, de certo modo, como um filtro que multiplica determinados genes. Este
processo possibilita, uma cada vez maior, adaptação da população as condições ambientais
(selecção transformadora).

2.4.2. As quatro classes de fitness

De acordo com Pires (2000, p.315), fitness é definido como valor selectivo, ou seja, o
que resulta de uma selecção natural, mesmo tendo em conta que evolução não significa
selecção natural, mas que selecção natural é um mecanismo para evolução.

Na biologia evolutiva, fitness é o sucesso reprodutivo de um indivíduo nas gerações


seguintes (fitness individual). Esta medida é expressão da capacidade total de vida do
indivíduo sob condições de selecção natural.

O conceito fitness não se calcula mais para o indivíduo, mas sim também para
unidades replicáveis (replicadores) subordinadas à selecção. Além disso, desde a fundação da
Genética de Populações o fitness não é mais visto no sentido lato de Darwin, mas de modo
limitado à taxa de reprodução (fitness reprodutivo). Componentes fundamentais do fitness:

• A capacidade de sobrevivência,

• A duração da capacidade reprodutiva e

• A fertilidade do indivíduo.

De acordo com Pires (2000, p.315), fitness pode ser classificado em função das classes
de ambiente que ele propõe: Fitness individual; Fitness reprodutivo; Fitness biossocial e
Fitness ecológico.

Fitness individual: é a oportunidade de sobrevivência decorrente das propriedades


funcionais e constitucionais do indivíduo. Em outras palavras:
• Os indivíduos lutam para evitar lesões e doenças. Para tal eles servem-se de
comportamentos especiais de conforto e de defesa;
• Os indivíduos lutam também pela optimização da transformação de energia no
metabolismo;
• Assim como, eles procuram estabelecer uma optimização das características
constitucionais no decurso da ontogénese.

Fitness ecológico: É a adaptações do indivíduo no ecossistema, do que resulta, ou no


sentido de:

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• Optimização de comportamentos determinados pelas exigências do metabolismo;

• Defesa ante predadores (mesmo que ela ocorra por intermédio de outros parceiros da
espécie);

• Utilização de outros indivíduos como sistemas de informação para aviso sobre


predadores, como é o caso do altruísmo.

Fitness reprodutivo: Define o conjunto de estratégias e sistemas sociais que visam


maximizar o sucesso reprodutivo do indivíduo, assim os indivíduos estão preocupados em:

• Assegurar a procura, o encontro, a escolha de parceiro sexual;

• Assegurar melhores manobras e tácticas na competição por parceiro sexual;

• Produção de descendentes em número e relação óptimas entre machos e fêmeas;

• Assegurar o desenvolvimento óptimo da prolo (incluindo mecanismos de cuidados


coma-prolo).

Fitness biossocial: Corresponde ao conjunto de adaptações do indivíduo na população


ou num sistema biossocial. Ele inclui o fitness reprodutivo, daí a razão de sua consideração
colectiva (reprodutivo e biossocial). Para se assegurar a evolução biológica os sistemas
biológicos tiveram que ser capaz de:

• Autoprodução;

• Reparação de defeitos;

• Estabilidade e solidez contra perturbações;

• Compensação de desgastes;

• Produção de informações (negentropia, auto-instrução).

2.5. Variação nos Traços Comportamentais Dentro da Espécie

2.5.1. Instinto

Comportamentos que aparecem em forma completamente funcional na primeira vez


que eles são executados. Supõe-se que eles sejam determinados geneticamente. .Muitos
animais, em especial aves nidífugas, vinculam-se pouco após a eclosão/nascimento ao
primeiro objecto a que se expõem.

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2.6. Evolução e adaptação do comportamento animal

Para a evolução adaptativa dos comportamentos e do seu motor existiram bases


genéticas. Na Etogenética existe três vias adaptativas possíveis:

• Uso do fundo comportamental existente e sua adaptação a determinadas condições


ambientais através de modificações no genótipo e/ou no fenótipo;

• Uso da capacidade locomotora para a procura de condições ambientais favoráveis de


acordo com as exigências ambientais actuais;

• Modificação do ambiente ou de determinadas características deste, através de uma


acção activa sobre o ambiente.
2.7. Comportamento-sinal

Determinado comportamento consuma tório pode transformar-se num comportamento,


o chamado comportamentos-sinais, modificando-se inclusivamente o seu significado. O
comportamento consumatório é, por exemplo, a alimentação-boca-a-boca de primatas e, o
comportamento-sinal dele derivado é o beijo (DANIEL, p.13).

As motivações sobre as quais os dois tipos de comportamento assentam diferem


bastante. No primeiro caso, o animal é motivado à alimentação boca-a-boca no contexto
social de cuidados-com-a-prole. No segundo caso, o comportamento assenta sobre outra
motivação que é a de cortejamento da fêmea (em casos mais elementares para a cópula). Este
processo, pelo qual comportamentos consumatórios evoluem para comportamentos-sinais
chama-se ritualização.

2.8. Relações Gerais entre Comportamento e Ambiente

Dentro de um ambiente, apenas o ambiente eficiente (ambiente directo) é que vai


influenciar o organismo. O ambiente total existe independente da presença dos sujeitos
concretos (organismos), enquanto isto, o ambiente directo influencia-se reciprocamente com o
organismo e os factores actuantes são mais ou menos conhecidos: trata-se do ambiente do
indivíduo.

Assim, uma mosca e um sapo possuem ambientes diferentes, mesmo que habitem o
mesmo biótipo. Dizendo isto por outras palavras, pode-se afirmar que os diferentes ambientes
resultam das diferenças na percepção dos organismos relativamente aos factores que actuam
sobre os mesmos. Uma cobra, por exemplo, consegue detectar gradientes de temperatura
extremamente baixos do que o sapo, o que lhe permite capturar o sapo como presa. Uma vez

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que o sapo está desprovido desta capacidade sensorial, ele não possui o mesmo ambiente da
cobra, isto é, os dois organismos ocupam nichos ecológicos diferentes.

Uma outra classificação do ambiente do organismo toca os chamados ambiente actual


e ambiente latente, uma classificação baseada na modalidade de tempo. No primeiro caso,
trata-se do ambiente que influi sobre o organismo num dado momento ou período de
tempo.Contrariamente a este, o latente pode actuar em tempo indeterminado (casual), isto
quer dizer que o facto de que os próprios organismos sujeitam-se a mudanças internas de
tempos em tempos, facto que faz com que eles mesmos alterem o espectro ambiental que
actua sobre eles: um filhote no ninho sujeita-se à outros factores diferentes dos adulto com
capacidade de voar; Do mesmo modo, o girino subordina-se à outras condições ambientais do
que a rã adulta.

Entretanto isto justifica igualmente a evolução ontogenética do comportamento, em


que muitas vezes chega-se à pressão total dos comportamentos observados na fase juvenil.
Tratando-se, de facto, de comportamentos inatos, o organismo demonstra-os certamente na
fase juvenil, mas executa-os de modo incerto e incipiente.

Tentativas de classificação do ambiente foram várias ao longo do desenvolvimento da


Ecologia. DEL-CLARO (2003) diferenciam entre:

• Ambiente mínimo: factores ambientais indispensáveis à vida;

• Ambiente psicológico (ambiente perceptível): aquela parte do

• Ambiente fisiológico: constituído por todos factores que agem sobre processos
fisiológicos;

• Ambiente ecológico: complexo de todas influências ambientais directa ou


indirectamente mensuráveis, geralmente caracterizado pelo biótopo e sua biocenose;

• Ambiente cósmico: relaciona-se com as influências cósmicas sobre o organismo.

2.8.1. Relação organismo-ambiente

Segundo Del-Claro (2003;59), “para que a relação organismo-ambiente exista, é


preciso que o organismo tenha capacidade de ligar-se com ele”. Existem basicamente duas
formas de relacionamento do organismo com o seu ambiente:

Relação material-energética, que também pode chamar-se ligação não informativa,


já que ela segue suas regras e princípios que são independentes dos exterorreceptores, mas

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com um controle por eles. O outro termo usual é conexão, que refere-se à trocas materiais e
energéticas e informação está para o fluxo recíproco de informações entre o organismo e o
ambiente.

Relação informativa, uma ligação que se desenrola sobre os exterorreceptores e é


parte integrante do processo de troca de informações.

Em Biologia do Comportamento segundo Daniel (s.d; p.05) é importante estabelecer


diferenciação dos ambientes que, do ponto de vista do comportamento, são relevantes:

Ambiente não informativo: influências ambientais materiais (conectivas) como


pressuposto para a troca energético-material do organismo;

Ambiente informativo: influências ambientais informativas como pressuposto para a


troca de informações e para a estrutura interactiva organismo-ambiente a ela relacionada.

2.9. Vectores do comportamento

Para Daniel (s.d; p.06), o comportamento como um processo de troca de informações


distingue-se três momentos Diferentes:

• A entrada ou recepção de estímulos;

• O processamento de estímulos, e
• A resposta ou reacção do organismo aos estímulos que recai sobre o ambiente, este
ambiente pode ser o próprio corpo do organismo. Isto é válido mesmo que se trate do
chamado comportamento motivado.
Ainda para Daniel (s.d; p.06)

Também são empregues designações tais como vector de entrada ou comportamento


de entrada e vector de saída ou comportamento de saída. O nível de processamento
de informações constitui o que se chama de vector do estado interno ou
comportamento de estado interno do organismo.
2.9.1. Comportamento de estado interno:

Resulta da interacção de formas de estado interno (status) com funções corpóreas


vegetativas e autónomas. Fazem parte deste vector as motivações, as emoções, o nível de
activação, cuja dinâmica é determinada pelo sistema nervoso e pelo sistema hormonal.
Também pertencem ao vector do estado interno capacidades cognitivas e de pensamento, que
no Homem alcançaram uma nova qualidade através do domínio de pelo menos uma língua
(materna).

Segundo PIRES (2000, p.273), no contexto actual da realização de um

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comportamento, uma das funções mais importantes do vector do estado interno é certamente a
transformação da mensagem. À esta transformação que a mensagem passa liga-se também a
avaliação da sua importância. Este significado e importância dependem muito do estado
interno e de muitos outros factores: isto tem de ocorrer antes que o vector de saída, que é o de
acção, seja activado, apenas para asseverar a importância desta avaliação.

2.9.2. Comportamento de estado interno induzido

As informações que chegam provenientes do vector de entrada induzem a um


determinado estado interno que, depois, é traduzido em comportamentos de saída. Numa
formulação mais simples: o comportamento externo é ditado tão-somente pelo vector de
entrada. presença de um predador libera fuga em qualquer presa. Mas a apetência para
predação pode associar-se a vários outros factores, o que nos leva a não incluir este
comportamento dentro desta categoria de comportamento de estado interno.

2.9.2. Comportamento de estado interno integrado

Na determinação do comportamento de saída participam de igual modo o vector de


entrada e o estado interno do organismo.

2.9.2. Comportamento de estado interno livre

Sozinho o estado interno do organismo determina o comportamento de saída. Fazem


parte desta categoria todos comportamentos espontâneos, de motivação interna, como a
agressão.

2.6. Motivação e relacionamento recíproco entre motivações

Segundo PIRES (2000, p.277), a motivação é também designada por prontidão de


acção ou predisposição para o comportamento e realiza-se na base de um padrão específico
para cada espécie. Os critérios essenciais para caracterizar uma motivação são vários, dentre
estes, destacam-se:

1. Flutuações na prontidão de acção;

2. Espontaneidade do comportamento;

3. Organização temporal;

4. Qualidade específica do padrão motor, que resulta da combinação entre a base


genética e a experiência individual durante a ontogénese e actual génese.

13
3. Conclusão

O Comportamento pode ser entendido como tudo aquilo que um animal é capaz de
fazer. Mas para que essa definição fique ainda mais completa, temos que lembrar que os
animais podem exibir comportamentos nos quais deixam de realizar actividades que
envolvem movimentações ou deslocamentos.

Mesmo quando um animal aparentemente não está fazendo nada, esse não fazer nada,
também representa um tipo de comportamento e tem sua função, assim sendo, pode-se
entender comportamento como sendo o conjunto de todos os actos que um animal realiza ou
deixa de realizar.

Concluiu-se que o estudo evolutivo do comportamento não se reduz aos mecanismos


do comportamento mas, sobretudo, estuda sua função adaptativa e seu desenvolvimento
filogenético. Existem duas diferentes teorias sobre as forças de selecção que podem
influenciar a evolução das espécies.

Charles Darwin propôs que a mudança evolutiva ocorrerá pela selecção natural
actuando no nível dos indivíduos se os indivíduos geneticamente diferentes tiverem números
diferentes de proles sobreviventes. Evoluções não salientam apenas o valor de
sobrevivência da estrutura e da função actuais de um organismo; eles
tentam reconstruir estágios anteriores, que também devem ter tido valor
de sobrevivência.

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4. Referência Bibliográfica

CARTHY, John Dennis. Comportamento Animal Tema de Biologia.   2ͣ ed. Vol 14, Editora
Pedagógica: São Paulo, 1980.

CERVO, Amado L, BERVIAN, Pedro A. Motivação nas Organizações. 5 ed. Pearson: São
Paulo, 2006.

DANIEL, Nuro Fernando. Evolução de comportamento. Biologia. Universidade Estadual


de Campinas (Unicamp). s.l. s.d.

DEL-CLARO, Kleber. As distintas faces do Comportamento Animal.1ª edição, Editora


Prezoto: Lisboa, 2003;

DELLINGER, Frank Thomas Ussner. Relatório-programa, conteúdos e métodos de ensino


teórico e prático da disciplina de etologia. Universidade de Madeira: Madeira, 2005.

PIRES CRISTIANO. Introdução ao comportamento animal. Em prelo.s.l. 2000.

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