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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: O papel da bioestatística no âmbito das ciências biológicas

Deolinda António Carlos -708207780

Beira, Abril, 2023

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: O papel da bioestatística no âmbito das ciências biológicas

Deolinda António Carlos -708207780

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia

Disciplina: Bioestatística

Ano de frequência: 4° Ano

Turma: B

Docente: Flávio Américo Fainda

Beira, Abril, 2023

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Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
✓ Índice 0.5
✓ Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais ✓ Discussão 0.5
✓ Conclusão 0.5
✓ Bibliografia 0.5
✓ Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
✓ Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
✓ Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
✓ Articulação e
domínio do discurso
académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e ✓ Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
✓ Exploração dos
2.5
dados
✓ Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
✓ Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA ✓ Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha de Feedback dos tutores:
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Índice
1.Introdução ................................................................................................................................ 6

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 7

1.2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 7

1.2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 7

1.3. Metodologia ......................................................................................................................... 7

2. O papel da bioestatística no âmbito das ciências biológicas .................................................. 8

2.1. História de Bioestatística ..................................................................................................... 8

2.2. A importância da bioestatística............................................................................................ 9

2.3. Bioestatística nas ciências da saúde .................................................................................. 11

3. Conclusão ............................................................................................................................. 12

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 13

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1.Introdução

O presente trabalho surge no âmbito do comprimento exigido pela Universidade Católica de


Moçambique para aquisição de alguns créditos académicos de modo a fazer a cadeira de
Bioestatística. Portanto, tem como objectivo geral explicar o papel da bioestatística no âmbito das
ciências biológicas.

A Bioestatística é o termo que designa as aplicações da Estatística em Ciências Biológicas e da


Saúde desde o planejamento, coleta, avaliação e interpretação dos dados, ou seja, é o ramo da
estatística responsável pela interpretação adequada dos dados científicos gerados na biologia,
saúde pública e outras ciências da saúde.

A Bioestatística é parte integrante do avanço do conhecimento em biologia, política de saúde,


medicina clínica, política de saúde pública, economia da saúde, genômica e outras disciplinas.
A Bioestatística é uma das áreas da Estatística que mais cresceu nas últimas décadas, muito
devido ao desenvolvimento e aprimoramento de técnicas estatísticas combinando com o avanço
computacional. Muito da credibilidade dos resultados desta área em franca evolução depende
da validação das pesquisas, o que vem tornando a Bioestatística como umas das área pioneiras
o princípio de gerar pesquisas científicas reprodutíveis seguindo o pressuposto da
disponibilidade dos códigos fontes e dados utilizados.

O trabalho apresenta-se estruturado em 4 partes onde temos: 1ª parte inclui introdução, a 2ª é


apresentado o desenvolvimento. A 3ª parte é apresenta a conclusão, finalmente a 4ª parte
apresenta as referências bibliográficas.

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1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo geral
❖ Explicar o papel da bioestatística no âmbito das ciências biológicas.

1.2.2. Objectivos específicos


❖ Descrever a história de Bioestatística;
❖ Explicar a importância da bioestatística.

1.3. Metodologia
A elaboração do presente trabalho baseia-se em uma revisão bibliográfica com base na literatura
técnica, nacional e internacional, na busca de informações em diversas páginas da Internet e na
experiência prática do autor.

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2. O papel da bioestatística no âmbito das ciências biológicas

2.1. História de Bioestatística

A estatística começou a ser utilizada no campo da medicina com o médico francês Pierre
Charles-Alexandre Louis (1787-1872). Ele usou diferentes técnicas matemáticas para realizar
seu trabalho. Mais tarde, ele aplicou seus conhecimentos no tratamento da tuberculose.

Gregor Mendel também obteve resultados importantes de seus estudos relacionados à genética.
Ele investigou os padrões de segregação genética em famílias de ervilhas e tirou conclusões
importantes ao desenvolver estatísticas a partir dos dados coletados. Por outro lado, Simon
Laplace publicou em 1812 um tratado sobre a teoria analítica das probabilidades. O autor
indicou que o uso dessa teoria ajudaria a resolver alguns problemas médicos.

Finalmente, deve ser feita menção a Ronald Fisher. Este autor realizou um trabalho sobre a
utilização de métodos estatísticos para o estudo da genética. Seus trabalhos incluem "Métodos
estatísticos para pesquisadores" (1925) e "A teoria genética da seleção natural" (1930).

A modelação bioestatística constitui uma parte importante de numerosas teorias biológicas


modernas. Os estudos genéticos, desde o seu início, utilizaram conceitos estatísticos para
compreender os resultados experimentais observados. Alguns cientistas da genética
contribuíram mesmo com avanços estatísticos com o desenvolvimento de métodos e
ferramentas. Francis Galton tentou expandir as descobertas de Mendel com dados humanos e
propôs um modelo diferente com fracções da hereditariedade provenientes de cada antepassado,
compondo uma série infinita. Ele chamou a isto a teoria da "Lei da Hereditariedade Ancestral".
As suas ideias foram fortemente contestadas por William Bateson, que seguiu as conclusões de
Mendel, segundo as quais a herança genética provinha exclusivamente dos pais, metade de cada
um deles. Isto levou a um debate vigoroso entre os biometristas, que apoiaram as ideias de
Galton, como Raphael Weldon, Arthur Dukinfield Darbishire e Karl Pearson, e Mendelianos,
que apoiaram as ideias de Bateson (e de Mendel), como Charles Davenport e Wilhelm
Johannsen. Mais tarde, os biometristas não puderam reproduzir as conclusões de Galton em
diferentes experiências, e as ideias de Mendel prevaleceram. A resolução destas diferenças
permitiu também definir o conceito de genética da população e reuniu a genética e a evolução.
As três figuras principais no estabelecimento da genética populacional e esta síntese basearam-
se todas em estatísticas e desenvolveram a sua utilização em biologia.

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❖ Ronald Fisher desenvolveu vários métodos estatísticos básicos em apoio ao seu trabalho de
estudo das experiências de culturas na Rothamsted Research, incluindo nos seus livros
Statistical Methods for Research Workers (1925) end The Genetical Theory of Natural Selection
(1930). Deu muitas contribuições para a genética e estatística. Algumas delas incluem a
ANOVA, conceitos de valor-p, o teste exacto de Fisher e a equação de Fisher para a dinâmica
populacional. Ele é creditado pela frase "A selecção natural é um mecanismo para gerar um
grau excessivamente elevado de improbabilidade".
❖ Sewall G. Wright desenvolveu estatísticas F e métodos de cálculo das mesmas e definiu o
coeficiente de consanguinidade.
❖ O livro de J. B. S. Haldane The Causes of Evolution, restabeleceu a seleção natural como o
principal mecanismo da evolução, explicando-a em termos das consequências matemáticas da
genética Mendeliana. Também desenvolveu a teoria da sopa primordial.

Estes e outros bioestatísticos, biólogos matemáticos e geneticistas estatisticamente inclinados


ajudaram a reunir a biologia evolutiva e a genética num todo consistente e coerente que poderia
começar a ser modelado quantitativamente.

Segundo Lopes (2007), apesar da importância fundamental e da necessidade frequente de


raciocínio estatístico, pode ter existido uma tendência entre os biólogos para desconfiar ou
depreciar resultados que não são qualitativamente aparentes. Uma anedota descreve Thomas
Hunt Morgan a proibir a calculadora Friden do seu departamento na Caltech, dizendo "Bem, eu
sou como um tipo que prospecta ouro ao longo das margens do rio Sacramento em 1849. Com
um pouco de inteligência, posso descer e apanhar grandes pepitas de ouro. E enquanto puder
fazer isso, não vou deixar que nenhuma pessoa do meu departamento desperdice recursos
escassos na mineração de placar".

2.2. A importância da bioestatística

Os avanços nesta disciplina vieram de mãos dadas com a matemática e a estatística. Pierre
Charles-Alexandre Louis (1787-181) foi o primeiro a aplicar métodos matemáticos à medicina.
Por outro lado, Pierre Simon Laplace, astrônomo e matemático francês, desenvolveu o cálculo
de probabilidade essencial para as ciências da saúde.

Além disso, as aplicações são muito diversas. Por exemplo, a criação de novos medicamentos,
para o estudo dos quais se utiliza a amostragem e o teste de hipóteses. Em outra ordem, no
estudo dos genes, onde a tecnologia tornou possível processar grandes volumes de dados. Em

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suma, os avanços que conhecemos hoje nessas ciências não teriam sido possíveis sem a
bioestatística.

Para Rodrigues (2003), a bioestatística pode ser aplicada, por exemplo, em pesquisas sobre o
tratamento de pacientes com duas terapias para justificar qual delas é melhor do que outra. Os
bioestatísticos participam e colaboram estreitamente de forma interdisciplinar com
profissionais da área biomédica quando esses necessitam da aplicação da teoria estatística na
condução de experimentos, ensaios clínicos ou estudos de algoritmos computacionais na área
da saúde.

Para conduzir experimentos de biologia usamos a bioestatística, que é a aplicação dos métodos
estatísticos á solução de problemas biológicos. Bio envolve Biologia, estudo dos seres vivos. E
estatística que fornece métodos que auxiliam o processo de tomada de decisão na presença de
incerteza. A bioestatística é a aplicação de estatística ao campo biológico e médico, sendo
essencial ao planejamento, coleta, avaliação e interpretação de todos os dados obtidos em
pesquisa em tais campos. O uso da estatística na Biologia é essencial como por exemplo: o
crescimento de uma população, variáveis da amostra, a medição da temperatura de um animal em
vários momentos do dia, o monitoramento de outras variáveis

Bioestatística é a aplicação de estatísticas para uma ampla gama de tópicos em biologia.


Abrange o desenho de experimentos biológicos, especialmente em medicina, farmácia,
agricultura e pesca; a coleta, sumarização e análise de dados desses experimentos; e a
interpretação e inferência dos resultados, também é usada rotineiramente para conduzir
experimentos de biologia. Os dados são coletados e analisados antes, durante e depois de um
experimento de biologia, com a intenção de chegar a alguma forma de conclusão lógica sobre
o que pode não ser exatamente um resultado empírico. Por outro lado, um experimento de
bioestatística pode ser inteiramente matemático; por exemplo, a medição da temperatura de um
animal em vários momentos do dia, e o rastreamento subsequente de outras variáveis envolvidas
nessas medidas de temperatura, podem ser expressos em termos totalmente numéricos.

Medições e outros usos da bioestatística nem sempre envolvem coisas tão mundanas. A
bioestatística é comumente usada em esforços de larga escala, como o teste de drogas e a
construção de modelos ambientais. Especialmente no caso de ensaios para novos fármacos, a
bioestatística é fortemente confiada para rastrear e interpretar dados e fazer recomendações com
base nessas interpretações.

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2.3. Bioestatística nas ciências da saúde

❖ Medicina: Neste caso temos, por exemplo, técnicas de amostragem que permitem trabalhar com
um pequeno grupo de pessoas, com a redução de custos que isso acarreta. Além disso, o teste
de hipótese é inestimável no desenvolvimento de drogas ou testes de diagnóstico, entre outros.
❖ Biologia: No estudo dos seres vivos, sejam ou não microscópicos, permite fazer agrupamentos
ou calcular parâmetros como médias ou variâncias. Além disso, o processamento de dados
permitiu uma classificação e análise aprofundadas. No campo da genética, sem estatísticas, o
progresso que conhecemos hoje teria sido impossível.
❖ Saúde pública: Neste caso, como nos anteriores, ser capaz de analisar e agrupar dados é
essencial para a tomada de decisões. Além disso, o uso de alguns indicadores tem permitido
comparações dentro de cada território e em diferentes países.

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3. Conclusão

Conclui-se que a Bioestatística é de suma importância para a Biologia, pois toda a pesquisa
científica se baseia nos princípios estatísticos. Estudando ecologia percebemos como os
fundamentos de matemática e estatística são extremamente importantes, bem como a necessidade
de integração entre os conteúdos bases e os conteúdos específicos do curso, e aspectos da
interdisciplinaridade.
Acredita-se que o estudo da estatística deve ser feito desde o ensino fundamental e não apenas
no curso superior como tem acontecido comumente, para que o pensamento estatístico esteja
apresentado desde o inicio da escolarização e o aluno possa adquirir uma habilidade de
interpretar os dados estatísticos de forma habitual e gradual. Dessa forma, o educando receberá
uma educação que o fará perceber que a estatística não é apenas relevante, mas fundamental no
nosso cotidiano para o entendimento da realidade que nos cerca.

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Referências Bibliográficas

LOPES, Paulo Afonso Lopes. (2007). Entendendo a importância da estatística sem ser
gênio, matemático ou bruxo.
PEARSON, Karl .(1895). «X. Contributions to the mathematical theory of evolution.—II.
Skew variation in homogeneous material». Phil. Trans. R. Soc. Lond. A (em inglês). 186: 343–
414. Bibcode:1895RSPTA.186..343P. ISSN 0264-3820. doi:10.1098/rsta.1895.0010

RODRIGUES, C. F. S; LIMA, F.J. C; BARBOSA, F. T. (2003). Importância do uso


adequado da estatística básica nas pesquisas clínicas. Recuperado a 26 de Março de 2023
em: <http://www.scielo.br/pdf/rba/v67n6/pt_0034-7094-rba-67-06-0619.pdf>. Acesso em
18/06/2019.

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