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ANDRÉ MARGARIDA
Olá! Que bom ter vocês aqui neste curso de Manejo de Impacto Reduzido, com
ênfase nas etapas e elaboração de planos de manejo. Eu sou a técnica instrutora
Sônia, e contarei com a colaboração do engenheiro florestal Iran, o operador César,
e o técnico em segurança do trabalho André. Apresentaremos mais adiante outros
profissionais envolvidos nas atividades de manejo.
É muito bom contar com um público tão diverso neste momento de aprendizado e
colaboração.
Sônia, precisamos ressaltar que a floresta tem um papel importante para manter o ar limpo,
regular os efeitos do aquecimento global com a captação do carbono da atmosfera, proteger
os rios, nascentes, os igarapés e os solos, oferecer proteção contra incêndios e abrigo e
alimentação para diversas espécies de animais.
Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) é o documento técnico básico que apresenta
as diretrizes e procedimentos para administração da floresta de acordo com os princípios
do manejo florestal sustentável (Resolução CONAMA nº 406/2009). O PMFS é o instrumento
básico de gestão da propriedade florestal e está alicerçado nos seguintes fundamentos
técnicos (Souza & Soares, 2013):
• Caracterização do meio físico e biológico;
• Determinação do estoque;
• Intensidade de exploração compatível com a capacidade de sítio;
• Promoção da regeneração natural da floresta;
• Adoção de sistema silvicultura adequado;
• Monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente;
• Garantia da viabilidade técnico-econômica e dos benefícios sociais;
• Garantia de medidas mitigadoras dos impactos ambientais.
Os recursos da floresta podem ser definidos como os bens ou produtos que a floresta
possui com determinado valor de uso.
Saiba Mais
Na Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei nº 11.284/2006), em seu artigo 3°, inciso
VI, manejo florestal é definido como a “administração da floresta para a obtenção
de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de
sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos
e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de
natureza florestal”.
Fonte: IFT
Saiba Mais
Essa diversidade de espécies também gera uma diversidade de produtos, como
frutos, óleos, resinas, sementes, cascas, cipós e outros, que são utilizados pelas
populações locais para alimentação, medicina, produção de utensílios domésticos
e ferramentas de trabalho, artesanato etc., e muitos desses produtos possuem
valor comercial para compor a renda familiar. Além disso os produtos florestais
também são consumidos pela fauna silvestre, para alimentação, estabelecimento
de ninhos e tocas.
CICLO DE CORTE
É o período, em anos, entre sucessivas colheitas de produtos florestais
madeireiros ou não-madeireiros numa mesma área (Resolução
CONAMA nº 406/2009). Período necessário para que a floresta se
recupere após a exploração florestal antes que seja possível uma
segunda exploração, ou seja, o tempo de pousio da floresta.
INTENSIDADE DE CORTE
É o volume comercial das árvores derrubadas para aproveitamento, estimado por meio
de equações volumétricas previstas no PMFS e com base nos dados do inventário florestal
a 100%, expresso em metros cúbicos por unidade de área (m³/ha) de efetiva exploração
florestal, calculada para cada unidade de trabalho (UT) (Resolução CONAMA nº 406/2009).
VISTORIA TÉCNICA
É a avaliação de campo para subsidiar a análise, acompanhar e controlar rotineiramente
as operações e atividades envolvidas na AMF, realizada pelo órgão ambiental competente
(Resolução CONAMA nº 406/2009).
AMF
Área de Manejo Florestal: conjunto de Unidades de Manejo Florestal que compõem o PMFS,
contíguas ou não, localizadas em um único Estado (Resolução CONAMA nº 406/2009).
Estas áreas, que podem ter mais de uma UMF, compõem o mesmo plano de manejo.
UPA
Unidade de Produção Anual: subdivisão da Área de Manejo Florestal, destinada a ser
explorada em um ano (Resolução CONAMA nº 406/2009).
UT
Unidade de Trabalho: subdivisão operacional da Unidade de Produção Anual (Resolução
CONAMA nº 406/2009).
DAP
É o diâmetro à altura do peito, medida de diâmetro de uma árvore medida a 1,30 m do
solo (Resolução CONAMA nº 406/2009).
DMC
É o diâmetro mínimo de corte de uma árvore a partir do qual é permitido seu corte em
um PMFS. O diâmetro mínimo em florestas da Amazônia é de 50 centímetros, medido na
altura do DAP (Resolução CONAMA nº 406/2009).
Importante
No manejo florestal com EIR isto não acontece. O ciclo de corte adotado implica
que uma área de manejo deve ter um tamanho suficiente para que cada unidade
produtiva (no jargão técnico, cada UPA) seja explorada em um dado ano de forma
que volte a ser explorada novamente apenas quando completado o ciclo de corte.
Isto permite que o processo de regeneração da floresta através da sucessão
florestal ocorra nas clareiras de exploração e que as espécies possam crescer e se
recuperar até a próxima intervenção na floresta. Também evita os danos causados
por sucessivas trilhas de arraste sem planejamento.
O ciclo de corte depende, desta forma, da capacidade de recuperação da floresta,
da intensidade em que for feita a exploração (ou seja, quantos metros cúbicos ou
quantas árvores serão extraídas em cada unidade de área florestal) e do grau de
danos que forem causados à floresta durante a exploração.
25 0,86 21,5
26 0,86 22,3
27 0,86 23,2
30 0,86 25,8
35 0,86 30
Acidente de trabalho
É aquele que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, a redução permanente ou temporária
de sua capacidade para o trabalho (Lei nº 8.213, de 1991).
Incidente de trabalho
É uma ocorrência não planejada com potencial de causar um acidente, mas que não afetou
nenhum dos envolvidos, a empresa ou a rotina de trabalho.
Muito citado na legislação e no cotidiano dos trabalhadores, o EPI é todo dispositivo de uso
individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho (NR 6), por exemplo, capacete. É obrigatório o fornecimento
de equipamentos de proteção individual (EPI) aos trabalhadores, gratuitamente.
Importante
Veja os EPIs e EPCs essenciais para o bom funcionamento do
plano de segurança no trabalho.
Para cada etapa do manejo florestal, um conjunto mínimo de
equipamentos deve ser disponibilizado aos trabalhadores.
Capacete simples X X X X X X X
Capacete
X
motosserrista
Protetor
auricular X X
(tipo concha)
Protetor auricular
X X X X
(plug)
Camisa manga
X X X X X X X X X X
longa
Luva de couro X
Calça
X
anti-corte
Bota
X X X X X X X X
antiderrapante
Viseira ou
X
protetor facial
Luvas de pano
pigmentada X X X X X X
Perneira de
X X X X
segurança
Colete de
sinalização X X X X X X X X
refletivo
Calça comum X X X X X X X X X
Avental em PVC X
Avental em PVC X X
Apito
Bainha para
X X X X
facão
O parataxônomo (mateiro) aprende sua profissão com seus pais ou na convivência dentro da floresta,
raramente, tem base científica para diferenciar os indivíduos, não utiliza regras nem condições para a
identificação das espécies, acarretando erros gravíssimos e trazendo prejuízos irreparáveis quando se
refere ao manejo florestal.
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/575230/parataxonomo-profissional-
indispensavel-no-processo-de-inventario-para-o-manejo-florestal. Acesso em 13/01/2020
Um parataxonomista é um adulto recrutado da população rural, com pouca educação formal, mas
boa centelha, morador e um membro integrante de sua comunidade de entorno.
https://www.acguanacaste.ac.cr/programa-de-parataxonomos
Acesso em 13/01/2020
Esta é a etapa operacional do manejo florestal, ou a colheita florestal. Faz parte das atividades
exploratórias: o corte direcional de árvores, planejamento de arraste, traçamento de árvores em
toras, arraste florestal, operação de pátio, romaneio e rastreabilidade. Para a realização dessas
atividades, é necessário um planejamento prévio para a redução de danos ambientais, dos custos
de produção e dos acidentes de trabalho durante a execução da colheita.
O inventário contínuo é uma mensuração da floresta explorada que deve ser realizada permanen-
temente, pois seu objetivo, dentre outros, é o de monitorar o crescimento e a regeneração natural
da floresta
A equipe que irá trabalhar no Manejo Florestal deve ser treinada para a realização do manejo
florestal com exploração de impacto reduzido, visando sua atualização quanto às tecnologias
e legislações para realização do Manejo.
Apresentaremos aqui uma estrutura de equipe mínima necessária para o Manejo Florestal
que detenha à sua disposição máquinas pesadas para realização do trabalho.
Mas esta não é a única configuração para realização de um bom manejo. Para empreendi-
mentos florestais verticalizados, por exemplo, onde há o aproveitamento de resíduos flores-
tais, haverá outras funções operacionais, assim como em empreendimentos que trabalham
o manejo de baixa intensidade onde há pré-processamentos de toras na floresta ou coleta de
produtos florestais não-madeireiros. Nesses casos serão necessárias funções como: opera-
dor de serraria portátil, classificador, escalador de árvores etc.
As funções a serem desempenhadas em uma atividade florestal são diversas, contudo, um
trabalhador (manejador) florestal pode desempenhar mais de uma função na atividade de
manejo. Por isso o dimensionamento da equipe, ou número de trabalhadores, varia com o
tamanho do empreendimento e a função social do manejo florestal.
Por exemplo, no caso do manejo florestal comunitário, que tem como objetivo central a
geração de renda para as famílias detentoras do plano e infraestrutura comunitária, equipes
maiores são dimensionadas a fim do manejo proporcionar trabalho ao maior número de
famílias possível.
Serraria Portátil: é uma máquina de fácil transporte entre diferentes áreas, e que contém uma serra-circular
ou serra-fita capaz de fazer o “desdobro” ou “processamento” da madeira em tora. Com uso da serraria
portátil, evita-se o transporte de toras.
A escolha desse equipamento deve-se à: facilidade de transporte (a serraria é levada até a tora), facilidade
de montagem (monta-se a serraria em pouco tempo, considerando as condições do terreno), facilidade de
manuseio (não há necessidade de um longo treinamento para trabalhar com a máquina), segurança (a 11
probabilidade de acidentes é bem menor), redução do impacto ambiental (a tora não será arrastada, mas
sim, conduzida em forma de pranchas, o que também permite um menor custo na retirada dessa madeira).
Função Nº de funcionários
Eng. Florestal 1
Técnico Florestal 3
Técnico de Segurança 1
Operador de skidder 2
Operador de motoniveladora 1
Operador de carregadeira 2
Motosserrista 8
Motorista 7
Identificador botânico 2
Operários florestais 25
Romaneadores 2
Cozinheira 1
Ajudante de cozinheira 1
Almoxarife 1
Total 60
Romaneador: cargo ligado aos profissionais responsáveis pela coleta do comprimento, diâmetro e demais
informações de origem da tora. Com essas informações é possível fazer o romaneio e a mensuração do
volume (cubagem das toras).
Para a infraestrutura e equipamentos existem pelo menos quatro pontos importantes que
precisam ser observados para o manejo florestal:
· Equipamentos necessários para a implementação do manejo em si;
· Conhecimentos e técnicas de planejamento essenciais;
· Estrutura de vivência e de conforto mínimos para os trabalhadores;
· Equipamentos e requerimentos mínimos de saúde e segurança no trabalho
Por fim, é muito importante que o empreendimento florestal tenha metodologias para
o levantamento de informações sobre a área de manejo (características da área, como a
topografia, rios, solo etc.) e os profissionais envolvidos sejam capacitados na implementação
dessa metodologia.
O uso de GPS, para caracterização das áreas e realização de inventários florestais, somados
ao uso de programas de informações geográficas e imagens de satélite colaboram na
elaboração de mapas, operacionalização do manejo florestal contribuindo com uma maior
agilidade, precisão no levantamento de informações e menor custo operacional aumentando
a produtividade das equipes.
Olá!
No módulo 1, estudamos os principais conceitos atribuídos ao manejo florestal e como
a floresta pode fornecer produtos e serviços (uso múltiplo) com o uso de boas práticas
de manejo, com especial atenção aos impactos gerados na floresta, a segurança dos
trabalhadores e a geração de renda para pequenos, médios e grandes empreendimentos.
Neste módulo, veremos que as áreas destinadas ao manejo florestal precisam comprovar
viabilidade técnico-financeira, portanto, uma fase inicial e primordial é a realização do
macroplanejamento do manejo florestal.
Você sabia que o macroplanejamento é a primeira etapa, sendo realizada antes mesmo de
decidir realizar o manejo na área florestal pretendida? É isso mesmo!
As informações reunidas nesta fase são importantes para a elaboração do Plano de Manejo
Florestal Sustentável (PMFS), e, posteriormente, do Plano Operacional Anual (POA). Esta etapa
gera as informações necessárias para a tomada de decisão quanto à viabilidade econômica
do manejo florestal, além de subsidiar as demais atividades do empreendimento.
O macroplanejamento compreende:
É o levantamento de informações
detalhadas para um ano de exploração.
Para isso, deve ser realizada uma série de
atividades que antecedem a exploração
florestal, por esse motivo as etapas de
macro e microplanejamento são chamadas
de atividades pré-exploratórias.
A UT é uma unidade física que compõe uma determinada UPA. Geralmente, a soma das áreas
das UTs é o tamanho total da área da UPA. Mas se a UPA for pequena e os manejadores tiverem
capacidade operacional para explorar ela de uma vez, então a UPA poderá ter o mesmo
tamanho da UT.
Figura 4: Exemplo de delimitação da Unidade de Trabalho
Embora não seja uma regra, as UTs possuem uma área de 100 ha, o que equivale a um polígono
de 1000 m por 1000 m. A divisão da UPA em UTs delimitadas facilita, entre outras ações: a
realização do inventário 100%, o planejamento das estradas secundárias, o corte direcional,
o planejamento dos ramais de arraste, o dimensionamento de equipes e maquinários, a
organização do trabalho e a instalação de trilhas de orientação favorecendo positivamente a
execução do manejo florestal e obtenção dos dados de rendimento.
Este é o segundo inventário realizado na área, também chamado de censo florestal, para
espécies comerciais ou potencialmente comerciais. É um levantamento detalhado de todas
as árvores de interesse dentro da área de manejo quando são mensuradas árvores em
tamanhos propícios de corte (DAP maior ou igual a 50cm) e árvores remanescente com 10cm
abaixo do DMC, com objetivo de conhecer o estoque de espécies e indivíduos comerciais e
potencialmente comerciais para futura exploração.
Figura 7: Realização da atividade de inventário
1
É bastante importante a adoção de procedimentos técnico-científicos na identificação das espécies que comporão o
inventário. Tais procedimentos são previstos nos regulamentos de manejo florestal (Resolução CONAMA 406/2009). A
identificação incorreta das espécies constitui uma das falhas mais importantes que se nota nos dias de hoje nos PMFS sendo
executados, e podem trazer problemas graves para a indústria, que geralmente se baseia nas estimativas de produção do
inventário para fazer previsões de estoques e de produção.
O inventário pode ser feito usando como base uma malha de trilhas abertas de forma
sistemática na floresta para a orientação dos trabalhadores que coletarão os dados ou,
com os avanços atuais em tecnologias de georreferenciamento, com o apoio de aparelhos
GPS. O principal produto do inventário é a produção de um mapa contendo a localização de
todas as árvores comerciais e remanescentes que poderá ser usado para o planejamento da
exploração. O inventário 100% é importante por fornecer informações para:
A tomada de decisão;
i. O planejamento da colheita e das atividades de pós-colheita;
ii. O microzoneamento e mapeamento da UT;
iii. A negociação para comercialização dos produtos da colheita.
Figura 9: Procedimento de censo 100%
Em geral, é recomendável fazer esta intervenção na floresta antes que a exploração seja
executada para melhorar as condições de exploração ou de coleta. Por exemplo, em áreas
com muitos cipós, é recomendado o corte destas plantas presas às árvores selecionadas
para o corte e de suas vizinhas evitando que, no momento da derruba da árvore, os cipós não
prendam as árvores umas às outras, causando a queda desnecessária de árvores e situações
de risco para os trabalhadores de campo. O corte de cipós pode ser realizado durante o
inventário 100%, visando a otimização da equipe e a redução de custos.
Essa atividade tem como objetivo organizar e analisar as informações coletadas durante o
Inventário Florestal. Os dados das medições do inventário 100% e do inventário contínuo
podem ser trabalhados de forma mais prática utilizando ferramentas básicas de informática,
como planilhas eletrônicas e gerenciadores de banco de dados. O processamento permite
gerar informações para tomar decisões sobre a UT. No processamento de dados é possível
extrair um conjunto de informações que passam por vários critérios exigidos pela legislação
ambiental.
A utilização de mapas é uma prática crucial para o sucesso do manejo florestal, permitindo
maior precisão na execução das práticas de campo. O mapa pode tanto ser gerado em
computadores por meio de programas de informações geográficas (SIG) ou manualmente, no
caso da exploração realizada em áreas menores por pequenos produtores ou por comunidades
tradicionais.
Os mapas que compõem o processo de licenciamento da área para o manejo só são aceitos em
formatos digitais com informações geométricas (SIG), enquanto mapas para uso operacional
podem ser tanto de construção digital quanto manual.
Vamos detalhar agora os mapas para orientação das operações florestais.
Croqui da área da UT, feito durante a delimitação e inventário da UT. Sugere-se utilizar
escala de 1:5000, facilitando levantamento em campo com papel milimetrado, em que cada
centímetro no papel equivale a 50 m na floresta. A função do croqui é fazer um primeiro
esboço das condições topográficas, hidrográficas e espaciais dentro da UT (grotas, canais
de drenagens, aglomerações de rochas, áreas cipoálicas etc.). Nessa fase, o croqui pode ser
substituído pela coleta de informações via GPS, georreferenciando as condições do terreno
para posterior inserção em mapas operacionais.
Figura 14: Croqui em papel milimetrado feito durante microzoneamento da UT
Mapa remanescente, contendo a localização das árvores que possuem potencial para manejo
no próximo ciclo de corte. Sugere-se utilizar escala de 1:1000.
Mapa pós-exploratório, indicando a situação da UT depois de explorada. As informações que
esse mapa pode trazer são: árvores selecionadas para corte não abatidas, árvores efetivamente
extraídas, estradas, pátios, localização dos ramais de arraste, áreas que possuem tratamentos
silviculturais pós-colheita etc. Sugere-se utilizar escala de 1:1000.
Para quase todos os mapas operacionais, sugere-se utilizar a escala 1:1000 por facilitar sua
elaboração e sua operacionalização em campo. Entretanto, para a elaboração e apresentação
de mapas florestais exigidos no PMFS e POA, deve-se seguir procedimentos e parâmetros
determinados pelos órgãos licenciadores da atividade2.
2
Consultar a IN MMA 05/2006, além das Portarias e Instruções Normativas específicas das OEMAs em cada estado. Um caso
especial se refere aos procedimentos para o Plano de Manejo Florestal Sustentável que contemple a exploração do mogno
(Swietenia macrophylla K.). Neste caso, consultar a Instrução Normativa IBAMA 07, de 22/08/2003.
Esta atividade é realizada por uma equipe técnica que discute, baseada nas informações
do macroplanejamento e em mapas, onde serão instaladas as infraestruturas para a
exploração florestal, com especial atenção aos obstáculos, evitando-os durante o processo
de planejamento e construção das infraestruturas.
Esta atividade é muito importante para diminuir o tempo de trabalho gasto pelas máquinas
pesadas, uma vez que o tamanho e a quantidade de pátios são dimensionados conforme as
necessidades pontuais do empreendimento. Para uma melhor compactação das estradas
e pátios e para uma melhor trafegabilidade durante a exploração, recomenda-se que as
infraestruturas sejam construídas ao menos um ano antes da exploração.
Olá!
Vamos conhecer agora as infraestruturas permitidas e quais são as suas funções dentro do
manejo florestal.
Estradas permanentes: são planejadas e construídas para viabilizar a exploração presente e
futura.
Figura 19: Estrada permanente
Ramais de arraste: são vias menores, temporárias, que ligam os pátios aos locais de derruba
das árvores.
Figura 21: Ramal de arraste principal e secundário
As infraestruturas são importantes, pois dão as condições físicas para realização das ativi-
dades do manejo florestal, por isso devem ser bem planejadas e instaladas, respeitando as
condições edafoclimáticas.
O planejamento criterioso das estradas e pátios diminui os danos causados à floresta durante
a construção delas, promovendo um menor número de árvores comerciais e remanescentes
danificadas em relação à área construída, além de uma menor abertura de dossel durante a
instalação.
No sistema de Exploração de Impacto Reduzido (EIR) as estradas e pátios são planejados e
construídos de modo a tornarem-se infraestruturas permanentes na floresta, ou seja, serão
reutilizados em futuros ciclos de corte.
Com um bom planejamento, o operador da máquina não perde tempo com dúvidas e decisões
sobre desvios e obstáculos na abertura da estrada e localização dos pátios, pois essa decisão
já foi tomada e devidamente sinalizada em campo, diminuindo erros e o tempo operacional.
A soma de todos esses elementos promove a redução dos custos operacionais da construção
devido ao menor consumo de combustível, maior aproveitamento do tempo operacional e
menor desgaste do equipamento.
É bom notar que essa infraestrutura inicial para o manejo pode chegar a responder por 40%
dos custos da operação no primeiro ano, e o custo por hora das máquinas utilizadas é alto.
Dai a importância de um planejamento prévio bem feito.
http://cmq.esalq.usp.br/Philodendros/doku.
php?id=equipamentos:clinometros:clinometros_analogicos. Acesso em 13/01/2020
• Estrada de acesso: permite o acesso às UPAs trafegáveis o ano inteiro ou parte dele.
Possuem entre 5-7m de largura de leito carroçável e zona de ventilação abaixo de 2m
nas laterais da estrada e, quando possível, canaletas laterais e tangenciais (bigodes).
O sistema de extração (animal, tratores, cabos ou outro método) é que vai determinar o
tipo de estrada. Por exemplo, em áreas de manejo de baixa intensidade, a abertura de uma
estrada secundária ou de acesso é suficiente para atender a necessidade do empreendimento.
O planejamento das estradas deve considerar, também: drenagem e tipos de estradas
(velocidade média, periocidade de uso, padrões, tipo de revestimento).
Importante
Estradas principais que serão utilizadas para o transporte de madeira no
período chuvoso devem ser revestidas e bem drenadas. No processo de
abertura das estradas deve ser retirado todo e qualquer material orgânico
do leito carroçável, tais como raízes superficiais, cipós, galhos e pequenos
tocos. Esse material é de fácil decomposição e podem originar buracos na
estrada.
Em estradas:
• Planejar para evitar zonas problemáticas, com altos riscos naturais, como deslizamentos
de terras e inundações;
• Evitar relevos com declividade maiores que 60%;
• Evitar estradas com aclives (subidas) superiores a 12 a 15% de declividade;
• Evitar zonas úmidas e terrenos saturados (favorecem o surgimento de atoleiros);
• Minimizar os desvios (manter estradas retas sempre que possível);
• Áreas planas são um problema para drenagem (investir em abaulamento e canaletas de
escoamento da água da chuva);
• Compactar áreas de aterros ou áreas de depósitos de resíduos (essas áreas precisam de
pelo menos uma estação chuvosa para compactação natural);
• Envolver os usuários (vizinhos) no planejamento e escolha do desenho da estrada;
• Minimizar a largura da estrada e área atingida pela abertura;
• Instalar drenagens transversais (bigodes) e canaletas laterais;
• Evitar a alteração de padrões naturais de drenagem;
• Minimizar a conectividade entre estradas e rios;
• Incluir passagem para animais.
Figura 29: Manutenção de estradas
Em bueiros:
• Manter um alinhamento adequado entre estrada e o canal de drenagem;
• Bueiros nivelados com o leito do canal de drenagem;
• Colocar proteção (muros de arrimo) na entrada e saída dos bueiros;
• Evitar uso de bueiros em canais com água permanente.
Pátios de estocagem são áreas abertas destinadas ao armazenamento das toras arrastadas
da floresta. Devem estar localizados próximos às estradas secundárias e/ou primárias. Esta
localização tem como finalidade facilitar o transporte regular das toras até a indústria ou local
de utilização (FFT, 1999).
Durante o planejamento dos pátios, é necessário dimensionar o tamanho, escolher os locais
propícios para sua instalação, distribuí-los nas estradas secundárias em função da volumetria
a ser extraída por hectare manejado e demarcar a área para sua construção.
Parte do planejamento dos pátios de estocagem é realizada no escritório, onde se faz o
dimensionamento e pré-localização dos pátios no mapa base ou no mapa pré-exploratório da
UPA, e depois, em campo, são definidas a localização e a sinalização dos pátios para posterior
construção.
De posse do mapa em que foram plotados os pátios, a equipe de planejamento localiza a
área indicada no mapa e aplicam os critérios observados para a escolha do local ideal para
a construção do pátio. Com uso de fitas de sinalização a equipe de planejamento sinaliza o
perímetro do pátio, que normalmente segue as dimensões 20m x 25m.
Em casos excepcionais, em função das condições topográficas do terreno, os pátios serão
planejados em divisores de água do terreno, e não seguirão o padrão de escolha da densidade
de árvores.
Importante
Deve-se definir o local de construção dos pátios, segundo os seguintes
critérios: local plano, baixa densidade de árvores de grande porte e local de
clareira natural e/ou com alta concentração de cipós.
O pátio deve ser construído das extremidades (perímetro) para o centro, em movimentos
circulares e com a lâmina do trator suspensa para quebrar todo o material verde sem misturá-
lo ao material de solo. Em seguida, fará o rebaixamento do material lenhoso triturando com a
esteira e peso da máquina, todo o material verde tombado.
As técnicas de corte de árvores foram aperfeiçoadas ao longo dos anos para as espécies
amazônicas. Na EIR, os principais objetivos referentes ao corte são:
Saiba Mais
Árvore engatada (viúva e macaco): “macaco” é uma expressão utilizada para
indicar quando uma árvore é derrubada, mas se mantém apoiada ou enganchada
em outra árvore de pé, oferecendo grandes riscos aos trabalhadores da floresta.
Enquanto que, “Viúva” é uma expressão popular dada àqueles galhos verdes ou
secos que ficam dependurados em árvores ou cipós, seja por evento natural ou
humano, com eminência de caírem sobre os trabalhadores ao se desprenderem;
levando-os a mortalidade e por consequência deixando esposas Viúvas.
Caso a árvore não apresente nenhum dano ou defeito aparente, a equipe prossegue a
verificação observando somente o teste de oco. Se for detectada qualquer anormalidade
durante essa operação (terra, cupins, serragem podre etc.), ou se o sabre penetrar rapidamente
para dentro do tronco, essa árvore é imediatamente descartada do corte.
1. Inclinação do fuste.
A primeira avaliação de queda natural feita pelo
motosserrista é da inclinação do fuste ou tronco.
2. Distribuição da galhada.
A distribuição dos galhos também é uma avaliação
que determina a direção de queda natural. Para
ter um resultado satisfatório a avaliação deve ser
feita com bastante atenção.
5. Cipó dependurado.
A presença de cipós é outro importante indicador
para avaliar a queda natural. Se a presença de
cipós dependurados na árvore formarem ângulo
aberto com o tronco, isso indica forte inclinação
do fuste.
A localização do corte direcional (boca) no fuste da árvore indica a direção para onde o operador
almeja tombar a árvore. A definição da direção do corte direcional está associada a fatores
como: inclinação do fuste, proporção da distribuição de galhos da copa, pontos acessíveis
no pé do tronco para realizar o corte, propósito de desviar a árvore objeto do corte de outras
árvores remanescentes, local apropriado para lançar o fuste e copa da árvore a ser derrubada e
direcionamento do fuste para o pátio que facilite a operação de arraste.
a) O corte de abate inicia a uma altura de 10 a 15cm acima do corte 0º, formando o 1º filete
de ruptura
Figura 44: Corte de abate
O filete de abate ou segurança é ou são aqueles que se formam no 2/3 restante do tronco,
excetuando-se o corte direcional e os dois filetes de ruptura ou dobradiça. Numa árvore fina e
cilíndrica, geralmente há somente um filete de abate ou segurança, em árvores cilíndricas grossas
ou em árvores com várias sapopemas pode originar 2 ou mais filetes de abate ou de segurança.
9º passo: Sinalizar no mapa de corte/arraste, com uma seta ou qualquer outra sinalização, a
direção de queda da árvore.
Figura 48: Sinalização do direcionamento de queda da árvore no mapa de corte/arraste
Filete de Segurança
Parte não cortada do tronco que fica entre a linha de abate e o entalhe direcional.
Árvore Normal
Árvores com fuste bem formado (reto), desprovido de sapopemas (catanas), copa bem
formada, sem ou com pouca inclinação de queda natural, favorável ao arraste.
Rebote do Motosserra
O rebote é um movimento brusco da motosserra para trás, fazendo com que a máquina venha
ao encontro do operador, podendo causar acidentes leves, graves e ou até mesmo fatais. O
rebote ocorre quando o ângulo de ataque com o sabre da motosserra forma um ângulo de 90º,
nesse caso somente um dente da corrente ataca na madeira sem poder de corte.
Árvore engatada (viúva e macaco): “macaco” é uma expressão utilizada para indicar quando
uma árvore é derrubada, mas se mantém apoiada ou enganchada em outra árvore de pé,
oferecendo grandes riscos aos trabalhadores da floresta.
Importante
Nos casos em que a comunidade ou empresa faz
o aproveitamento de resíduos, esses são poste-
riormente colhidos para a produção de lenha,
carvão ou energia.
Saiba mais
Bitola: medida-padrão na construção ou na indústria; forma fixa ou dimensão
convencionada de certos materiais. Na indústria madeireira se refere aos comprimentos
com que as toras devem sair da floresta. Cada comprimento se adequará à produção de
determinado subproduto da tora (tábuas, ripas, lâminas, caibros etc.). Normalmente
são submúltiplos de um determinado comprimento mínimo utilizado na serraria ou na
laminadora.
Para conduzir e executar a atividade de corte, é necessário que a equipe tenha disponível os
seguintes materiais e equipamentos.
Material/Equipamento Motosserrista Ajudante
GPS x
Sabre e corrente/reserva x
Calibrador de corrente x
Martelo pequeno x
Martelo de 2 ou 2/1/2 kg x
Cunha padrão x
kit primeiros-socorros x
Mapa de corte/arraste x
Trena métrica de 20 ou 30 m x
Saiba mais
A execução do manejo madeireiro somente deverá ser realizada após o estudo
da floresta (atividades pré-exploratórias) e definidas as técnicas de exploração
(planejamento). A execução da exploração deve ser dimensionada e compatível com
o tipo de floresta a ser manejada e após licenciamento pelos órgãos competentes.
Para garantir bom gerenciamento de campo, é necessário que o responsável
entenda e aplique as ferramentas gerenciais (administrativas) e operacionais:
Vimos que é preciso atender alguns critérios para o corte direcional, dentre eles, havia
aquele estritamente ligado ao arraste (derrubar na direção apropriada para favorecer o
arraste de toras).
Confira agora o processo de arraste de toras, atividade que responde por uma importante
parcela dos custos operacionais do manejo. E, para minimizar os efeitos negativos da
operação sobre o rendimento financeiro, é preciso que a atividade de corte, que antecede o
planejamento de arraste e arraste, tenha ocorrido de forma satisfatória.
Figura 51: Mapa de corte/arraste após realização do corte direcional
Após o corte direcional das árvores, elas são traçadas e arrastadas até pátios de estocagem ao
longo das estradas secundárias, onde serão posteriormente embarcadas em caminhões para
o transporte até a indústria. Os caminhos utilizados pelos maquinários que fazem o arraste
das toras até os pátios, chamados de trilhas de arraste ou ramais de arraste, são planejados
para otimizar a operação.
O planejamento de arraste consiste na definição e na demarcação, através de sinalização
padronizada, do caminho a ser percorrido pelo trator durante a operação de arraste das toras,
entre o local no qual as árvores foram derrubadas até o pátio de estocagem. Neste momento,
são definidos os ramais principais, secundários e até terciários, que são distribuídos na região
de influência do pátio de estocagem.
Depois do planejamento, é realizado o arraste das toras propriamente dito. Nessa atividade,
são utilizadas técnicas adequadas de arraste da tora que evitam danos ao solo e às árvores
que ficaram remanescente na floresta.
A estrutura padrão dos ramais deve assemelhar-se à forma de uma espinha de peixe.
Mesmo no caso do uso de tratores de pneus equipados com pinças, o uso do guincho (com
um cabo principal preso para arrastar a tora da clareira até o trator) deve ser considerado em
algumas situações especiais, como obstáculos que dificultem a operação com a garra (pinças)
e situações nas quais a entrada da máquina possa provocar a destruição de um sub-bosque
de remanescentes comerciais.
Os ramais não devem ser planejados para posições nas quais fiquem tangentes a declives,
assim como no mesmo sentido de encostas. Nesses casos o planejamento deverá indicar o
guinchamento das toras, a partir de um local seguro para o posicionamento da máquina.
O limite para as tangentes em declive são de 10 a 15º para o Skidder e de até 25º para
o trator de esteiras.
Uma vez definidos os critérios para o planejamento, pode-se iniciar o planejamento dos
ramais de arraste. Esse planejamento é realizado em duas etapas:
i - A primeira ocorre no escritório ou acampamento florestal
É realizada sobre o mapa de corte/arraste. Nesta etapa, os ramais são pré-planejados
de acordo com a distribuição dos pátios e das árvores derrubadas. Também é definida
a convenção de sinais que serão utilizados no campo e representados graficamente no
mapa.
ii - A segunda etapa ocorre no campo.
Nesta fase, o pré-planejamento no mapa de corte/arraste poderá sofrer modificações
em função dos obstáculos que a floresta oferece.
A etapa de campo pode ser realizada da seguinte maneira:
i. O planejamento no campo deve ser iniciado a partir das árvores mais distantes do
pátio até as árvores mais próximas. Isto evitará o esquecimento de árvores e diminuirá
a fadiga da equipe na medida que se aproximarão do pátio no final do dia.
ii. Ao chegar junto à árvore a ser arrastada, a equipe de planejamento deve definir e
sinalizar o local onde o trator deve parar, guinchar, ou prender a tora com a garra.
A definição deste local está em função do sítio e do posicionamento da tora em relação
ao seu toco.
iii. Definido o local de parada do trator, deve-se iniciar a orientação da trilha com uso do
facão e fazer a sinalização do ramal de arraste principal, seguindo em direção ao
pátio.
iv. Um dos membros da equipe, por meio do mapa, localizará as árvores que estiverem
com direcionamento de queda favorável à sua saída pelo ramal principal. Esse
procedimento se repete, também, para a abertura e sinalização de uma trilha secundária
que, ao final, se ligará ao ramal principal.
v. O início de cada ramal deve ser sinalizado com um piquete ou vareta com fitas
padronizadas. A sinalização com fitas deve ser feita ao longo do trajeto em intervalo de
3-5 m de distância entre elas.
vi. Por fim, repassar para o mapa as informações do número de traçamento das árvores
e indicação dos obstáculos ao arraste..
Fitas plásticas para a sinalização dos ramais, toras e obstáculos, com pelo menos duas cores
distintas, facões, trena métrica, equipamento de proteção individual (EPI) e a primeira versão
do mapa de corte e arraste.
Figura 58: Montagem de fotos de equipamentos
Quanto à equipe mínima e qualificação, a atividade pode ser realizada por uma dupla, sendo
um coordenador e um ajudante.
É importante destacar que o planejamento requer boa visão periférica, sentido de orientação
na floresta, conhecimento de operação da máquina e bom senso. Um bom planejamento
depende de treinamento e de prática de campo para o aperfeiçoamento da equipe.
• Um coordenador, pode ser um técnico florestal ou uma pessoa treinada que coordene a
equipe e saiba se localizar na floresta com o auxílio do mapa de corte/arraste.
• Um ajudante, trabalhador rural, que auxilie o coordenador na localização das árvores
a serem arrastadas, abra pequenas picadas, sinaliza o ramal de arraste e traçar as
galhadas e toras que possam estar obstruindo os ramais.
São tipos de arraste que utilizam sistemas e tecnologias baseadas em máquinas pesadas.
Caracteriza-se por altas produtividades e empreendimento em escalas. Na Amazônia,
existem o arraste sem elevação de uma das extremidades das toras por cabeamento ou garra
(convencional), arraste com elevação por cabeamento e guinchamento das toras (trator
agrícola), arraste com tratores equipados com pinça (grape) e operação de pré-arraste e
arraste (Sistema Celos). Vamos agora detalhar um pouco mais alguns deles.
• Arraste com tratores equipados com pinça (grape) é uma opção exclusiva de tratores
skidder ou track skidder equipados com este item. O uso da pinça permite ótimas
condições operacionais e de produtividade. Na maior parte das florestas tem de ser
utilizado em conjunto com o uso do guincho.
• Arraste com elevação por cabeamento e guinchamento das toras é feito pelas mesmas
máquinas do item anterior ou tratores agrícolas adaptados com guincho. O maquinário
se movimenta para dentro da floresta e guincha a tora ao seu encontro; ponto a partir
do qual uma das extremidades da tora é elevada para o transporte até o pátio.
Vimos nas aulas anteriores as atividades que compõem a fase de exploração do manejo
florestal. Agora abordaremos especificamente as operações de pátio.
Estas atividades ocorrem concomitantemente à operação de arraste de toras, operação onde
a máquina arrasta a tora da floresta até o pátio de estocagem. Uma vez no pátio, são iniciadas
então as chamadas atividades de operação de pátio. Esse é o momento em que as toras são
remarcadas com nova numeração de identificação, que será utilizada na rastreabilidade da
matéria-prima.
A rastreabilidade da tora garante ao comprador que a madeira foi extraída conforme o
planejamento autorizado pelo órgão licenciador, garantindo assim que a origem do produto
possa ser mapeada desde a exploração, colaborando com a formação da cadeia de custódia.
A cadeia de custódia é o caminho percorrido pelos produtos desde a floresta até o ponto onde
o produto é vendido para transformação ou para o consumidor final.
Classificaremos os tipos de traçamento em três grupos, uma vez que as técnicas recomendadas
variam de acordo com a posição do tronco e grau de dificuldade na operação:
(i) troncos ou toras apoiadas no solo;
(ii) troncos ou toras apoiadas nas duas extremidades; e
(iii) troncos suspensos em uma das extremidades.
7.4.1. Romaneio
Número Plaqueta COC Número Plaqueta COC Número Plaqueta COC APP RF AC
Nº ÁRV. NOME VULGAR ÔCO, FINO, NÚMERO DE
SIM NÃO Diâm. Diâm. Diâm. Diâm. Diâm. Diâm.
(Inventário) (inventário) F3, OUTROS TORAS Diâm.1 Diâm.2 Comprimento Diâm.1 Diâm.2 Comprimento Diâm.1 Diâm.2 Comprimento
Oco 1 Oco 2 Oco 1 Oco 2 Oco 1 Oco 2 Volume
AO2778 A02024
1191 Macaranduba X 2
62,50 58,00 15,00 10,00 13,90 58,00 56,00 10,00 8,00 6,60
A determinação do volume da tora (cubagem) não é fácil porque a tora é irregular nas seções
transversais e no perfil. A determinação do volume é feita por meio de medições que envolvem
o diâmetro e o comprimento da tora, e assumindo alguns pressupostos sobre a forma. O único
processo preciso de medir o volume da tora é por deslocamento de água (STERNADT, 2001),
mas isso seria muito dispendioso de fazer na floresta e, portanto, é realizado por meio de
equações matemáticas.
Confira o exemplo da equação matemática.
Ln V = -8,3315 + 2,3004Ln(d)
Em que,
V é o volume comercial da árvore;
d é o diâmetro mensurado à altura do peito.
V= Si=1n (A+a)L,
Onde:
V= volume do tronco;
A= área transversal da seção de maior diâmetro;
a= área transversal de menor diâmetro;
L= comprimento da seção;
n= número de seções.
A= p.d2/4,
Onde: p= 3,1416; e d= diâmetro da seção.
Uma vez coletadas as informações de comprimento e diâmetro da tora, faz-se o registro das
informações em ficha de romaneio, é realização a pintura ou marcação as informações de
comprimento e diâmetro e inserida a plaqueta de rastreabilidade em uma das extremidades
da tora.
Para uma medição com maior precisão, o romaneador deverá considerar os seguintes passos:
• Medir o diâmetro das duas extremidades da tora com a trena ou suta em formato de
cruz; coleta do diâmetro maior e menor em ângulo de 90 graus (medidas centralizadas);
• Para toras ocas, proceder a medição dos diâmetros do oco em ambas ou em somente
uma das extremidades em que ele apareça. Havendo somente uma extremidade ocada,
o valor obtido será o valor de referência para calcular o volume do oco.
É importante que as toras fiquem bem ordenadas nas pilhas para maximizar o espaço do pátio,
ou seja, permitir que as máquinas (Skidder e Carregadeira) continuem se movimentando no
interior do pátio. É fundamental distribuir as toras em razão do tamanho delas e dar preferência
para colocar as toras mais compridas e pesadas na base da pilha. O formato (trapezoidal) e a
altura de cada pilha deve obedecer às questões de segurança, e principalmente a capacidade
de levante da carregadeira, que em geral limita-se a 4 metros de altura e até 4 toneladas.
As toras longas devem ser colocadas em uma pilha e toras curtas em outra pilha. Essa divisão
facilitará a composição de cargas nos caminhões, uma vez que as toras longas podem formar
as primeiras camadas da carga e as menores a complementarão, colocando-as na carroceria
do caminhão sobre as toras longas.
Figura 70: Empilhamento de toras no pátio de estocagem
Você sabia que fueiros são os caminhões que transportam toras de madeira que precisarão
se adaptar à nova legislação, que exige uma amarração padrão da carga no caminhão? |Mas
também será necessária a instalação de mecanismos de proteção que impeçam que o material
deslize na carroceria. As mudanças fazem parte da Resolução 196 do Conselho Nacional de
Trânsito (Contran), em vigor desde janeiro de 2007.
O armazenamento inadequado das toras resulta em dois tipos de perda do volume de toras,
que são os danos causados por insetos e a rachadura da tora.
Veja alguns exemplos de espécies susceptíveis ao ataque de insetos (Ex. besouros).
Michoropholis melinoniana (Currupixá) e a Astronium lecointei (Muiracatiara).
Essas espécies valiosas e são geralmente serradas para o mercado de exportação.
Figuras 71: Toras provenientes de manejo
Fique atento!
Não se deve extrapolar a altura da carga dos caminhões, ou seja, as toras não devem extrapolar
a altura dos fueiros.
7.10. Equipe
É isto mesmo, Sônia. Para tanto, é preciso adotar um alto nível de planejamento na etapa
pré-exploratória e selecionar melhores técnicas e práticas durante a execução da etapa
exploratória. Dentre as práticas existentes, há também aquelas que compreendem
atividades da etapa pós-exploratória, realizadas dentro de empreendimentos florestais
manejados, que visam a conservação florestal, um povoamento remanescente mais
valioso e a manutenção da floresta para futuros ciclos de produção.
O crescimento das árvores de valor comercial depende do nível de competição por nutrientes,
água e luz com as árvores vizinhas sem valor comercial. Assim, os tratamentos silviculturais são
aplicados para reduzir ou eliminar essa competição, favorecendo o crescimento das árvores
reservadas para as futuras colheitas. Estes tratos aumentam significativamente o crescimento
das árvores em uma floresta tropical, podendo duplicar o crescimento em relação a floresta
explorada e não tratada (Silva, 2001).
Aplicar tratamentos silviculturais aumenta as garantias de retorno do homem à floresta em
condições de produção madeireira e de equilíbrio biológico, além de permitir avaliar a maior
ou menor eficiência do manejo que está sendo conduzido numa determinada área.
Nesse tipo de tratamento pode ser utilizado qualquer tamanho de clareira, mas por questões
práticas, dá-se preferência pelas pequenas clareiras, deixando as maiores para outros tipos
de tratamentos silviculturais, a exemplo dos plantios em clareiras. Recomenda-se escolher
clareiras próximas às infraestruturas existentes, tais como, estradas e ramais.
Outro tipo de tratamento que traz bons resultados é o corte de cipó seletivo das espécies
comerciais de futuro corte (DAP > 40cm). Esse tipo de tratamento é recomendado caso a
floresta manejada apresente grande incidência destes vegetais, e tem como objetivo principal
favorecer o desenvolvimento das árvores, bem como liberá-las do entrelaçamento com
as copas de outras árvores, tendo em vista o corte futuro desses indivíduos favorecidos e a
segurança operacional das equipes de exploração.
Assim, após a identificação dos indivíduos favorecidos, todos os cipós presos às árvores devem
ser cortados, isso vale tanto para cipós que estão presos na árvore demarcada como também
os cipós presos em outras árvores vizinhas. Este tratamento poderá ser aplicado durante a
etapa pré-exploratória e logo após a fase exploratória, e acompanhado ao longo do ciclo de
corte do plano de manejo florestal.
O corte dos cipós deve ser realizado a uma altura de aproximadamente 1 metro acima do solo,
feito em duas seções do cipó, evitando, assim, o contato direto de sua parte superior com o
solo para que não ocorra seu enraizamento.
No plantio em linha são plantadas espécies arbóreas de valor comercial em linhas abertas
no sub-bosque da floresta com o intuito de enriquecê-la. Neste tipo de tratamento deve-se
considerar que a falta de iluminação direta (sombreamento demasiado) e a incidência de
cipós tornam o tratamento menos recomendado.
O método é simples e consiste na abertura de linhas retas ou sinuosas no interior do sub-
bosque com 1 a 2 metros de largura, e quando possível no sentido leste-oeste, para aumentar a
possibilidade de incidência solar sobre as mudas plantadas. No início do tratamento e durante
alguns anos é preciso fazer a limpeza nos plantios para liberar as plantas da competição com
os cipós.
Plantios em clareiras de copas são largamente utilizados em áreas de manejo por apresentarem
características favoráveis à implantação desses plantios. Em geral, são clareiras com abertura
de dossel suficiente para comportar várias plantas (acima de 200m2), possuem alta incidência
de luminosidade e, em geral, estão próximas às estradas e aos pátios.
A preparação das clareiras para os plantios consiste apenas no rebaixamento das copas,
realizada com o auxílio de motosserras e abertura de covas ou lanço de sementes em meios
aos resíduos da exploração (nesse sistema não há limpeza da clareira). A manutenção dos
plantios (limpezas) é feita pelo menos duas vezes por ano até o terceiro ano e depois uma
limpeza anual, até o quinto ano, quando deixará de ser realizada.
Em um determinado período do ciclo será feito desbaste para diminuir a competição entre
indivíduos. Depois, apenas eliminação dos cipós que estejam entrelaçados nas plantas. A
aplicação de adubação química deve ser avaliada pelo manejador, tendo os custos adicionais
como balizador.
Em geral, a execução do desbaste ocorre por meio de anelamento. Mas, nas fases iniciais,
pode ser realizado por meio do corte dos indivíduos que apresentem os seguintes quesitos
necessários:
• Eliminar árvores não desejáveis, sem valor comercial, com qualidade de fuste e copa
inferior;
• Eliminar árvores que ocorram com maior abundância e frequência na área, e que estejam
inibindo ou retardando o desenvolvimento de árvores desejáveis, tanto comerciais
como as de importância para manutenção do equilíbrio da flora e fauna da região;
• Diminuir a competição por nutrientes e aumentar a penetração de luz na floresta,
facilitando o desenvolvimento das desejáveis; e
• Diminuir a dispersão de sementes das espécies não desejáveis e, consequentemente,
sua regeneração natural na área.
Para executar a anelagem, é preciso retirar um anel completo da casca da árvore, que
de acordo com a espécie poderá variar em largura e espessura. Em função das espécies
ocorrentes na área e devido à necessidade deste trato silvicultural, poderá ser utilizado até
três modalidades de anelamento: anelagem simples, anelagem com entalhes e anelagem
profunda. Para manter o crescimento mais elevado ao longo do tempo é necessário repetir os
tratamentos assim que aumente a competição entre as plantas.
Metodologia: Seleção em duas etapas, escritório e campo, e adoção dos critérios de seleção.
As etapas exigem atividades no escritório e no campo.
• No escritório: consultar a lista do inventario 100% e fazer seleção por árvores
remanescentes em função da espécie, DAP e qualidade de fuste.
• No campo: confirmar a seleção da favorecida realizada no escritório e selecionar as
competidoras.
Figura 79: Desbaste seletivo
Saiba mais
Vamos ver uma demonstração que representa a seleção de árvore compe-
tidora para anelamento tendo a soma de diâmetro como parâmetro. Este
quadro permite determinar a distância mínima entre as árvores Favorecidas
e as árvores Competidoras, para evitar que a árvore competidora não seja
anelada.
Soma de DAP (cm) Distância Mínima (m)
20 -39 3
40 – 59 5
60 – 79 7
80 – 99 8
> 100 9
A Exploração Seletiva Planejada com EIR, por si só, caracteriza um tratamento silvicultural,
pois os resultados da exploração com a abertura de diversas clareiras de diferentes tamanhos
possibilitam uma entrada maior de luz e chuvas de sementes no sub-bosque da floresta,
favorecendo a germinação e o desenvolvimento de diversas plântulas que encontravamse
estagnadas pelo sombreamento natural da floresta.
Essa entrada de luz resulta em ganhos de incremento da floresta com a aceleração dos
mecanismos de crescimento dos indivíduos.
Os tratamentos silviculturais trazem diversos benefícios, alguns já mencionados, mas
destacamos os principais:
• Recuperação da floresta via plantios;
• Aumento da produtividade e estoque da floresta;
• Valorização da floresta;
• Trabalhadores atuando na floresta na entre safra; e
• Melhora significativa do aspecto da floresta remanescente ao longo dos anos.
O empreendimento deve garantir a proteção de suas áreas por meio da adoção de medidas
para prevenir a ocorrência de incêndios, invasões, aparecimento de doenças, pragas,
introdução de plantas colonizadoras, caça e pesca ilegal e exploração madeireira ilegal na
unidade de manejo.
É fundamental que o empreendimento busque, também, alternativas para reduzir o uso de
químicos, inclusive nos viveiros, por meio da implementação do manejo integrado de pragas,
com ênfase em prevenção e métodos de controle biológico.
Deve ser realizada inspeção da floresta, de acordo com a escala e intensidade do
empreendimento, principalmente em longos períodos de seca, quando incêndios florestais
podem ocorrer. E, periodicamente, para inibir a entrada de caçadores e extratores ilegais de
madeira.
Indicativo de verificadores
São indicativos da existência de preocupações quanto à proteção florestal, a existência
dos seguintes pontos na propriedade: Plano de educação dos funcionários, plano de
prevenção contrafogo em época de queimadas e a existência de aceiros onde necessário,
agentes ambientais, ausência de lixo ao longo das infraestruturas e na floresta, local para
acondicionamento de resíduos de óleo, plano de emergência em caso de acidentes, placas de
advertência contra pesca e caça da fauna local, guaritas e torres de vigilância e grupamento
de ronda ostensiva.
A avaliação de desperdício é aplicada até dois anos após a exploração, avaliando as atividades
de corte, planejamento de arraste, traçamento e arraste, adotando uma amostragem de até
10% da área explorada. Antes de ir ao campo e iniciar a coleta dos dados, deve-se identificar os
fatores e as principais causas que provocam o desperdício de madeira durante a exploração.
Também deve-se definir as variáveis a serem observadas e mensuradas para poder identificar
as causas e quantificar o desperdício. Há dois fatores característicos de desperdícios, os de
origem natural e os de origem operacional. Na avaliação de desperdício o foco será somente
o desperdício de origem operacional.
Esta avaliação consiste em mensurar a qualidade geral da árvore remanescente, definida aqui
como árvores comerciais ou potencialmente comerciais entre 40 e 50 cm de diâmetro à altura
do peito (DAP), após a exploração. É feita por meio de três avaliações, sendo a primeira dos
danos na copa das árvores provocados pela exploração, a segunda pelos danos causados ao
fuste, e a terceira uma avaliação do estado geral de saúde da árvore.
Esta mensuração tem o objetivo de avaliar o impacto do uso de máquinas pesadas no solo da
floresta. Quanto melhor e mais planejada for a área manejada, é esperado que haja menores
impactos em relação à área total aberta por máquinas pesadas (estradas secundárias, pátios
de estocagem, bueiros, pontes etc.), mas também que haja menor área de solo mineral
exposto nas infraestruturas construídas para serem temporárias, como os ramais de arraste.
Na avaliação, mede-se a área total das infraestruturas estabelecidas para a exploração
(comprimento e largura). Pode-se utilizar tanto trenas métricas e bússolas, como aparelhos
de GPS para determinar o traçado das infraestruturas e posterior plotagem em mapas de
registros.
A intensidade com a qual a largura das infraestruturas será medida (ou seja, a cada quantos
metros será realizada uma medição de largura de estradas ou ramais de arraste) depende da
escala do empreendimento e da área na qual o impacto da exploração será avaliado. Essas
etapas devem ser realizadas anualmente. Para fins práticos, recomenda-se que a distância
não seja menor do que 30 metros ou maior do que 100 m.
Se houver a possibilidade, é importante também, uma medição da compactação do solo de
forma sistemática ao longo das infraestruturas temporárias (ramais de arraste). Entretanto,
como a maioria dos empreendimentos florestais da Amazônia (pequeno e médio porte) podem
não ter acesso a tais recursos, sugere-se uma mensuração para captar o nível de proteção do
solo durante o arraste, medindo-se a quantidade de solo exposto ao longo dos ramais.
A coleta de dados deve ser realizada até dois anos após a exploração florestal, tanto para
a avaliação de danos sobre as árvores remanescentes quanto para impactos ao solo.
Também é importante a definição das espécies e árvores de maior interesse para a avaliação,
principalmente, das espécies comerciais e potencialmente comerciais, bem como das árvores
remanescentes com a melhor qualidade de fuste e fitossanidade, identificados durante o
inventário pré-exploratório.
1. Depois de definir os tipos de danos a serem avaliados, deve-se obter uma lista de árvores
remanescentes comerciais e/ou potencialmente comercias baseado nas informações
do inventário florestal da área a ser monitorada.
2. Definir as espécies a serem avaliadas, baseado na lista das árvores comerciais e
potencialmente comerciais presentes na área.
3. Selecionar as árvores que serão avaliadas com DAP estabelecido para árvores
remanescentes; com qualidade de fuste 1 e 2, além, das porta-sementes.
Os danos no fuste e na copa são classificados segundo categorias de avaliação. Para o fuste
tem-se 6 categorias (Sem danos, Dano leve, Dano médio na casca, Dano médio na casca e
câmbio da árvore, dano severo no câmbio da árvore e dano irreversível). Enquanto na Copa há
4 categorias de danos (Sem danos, Danos leves, Danos médios, Danos severos).
De acordo com o tipo de dano presente no fuste e na copa, deve ser observado na árvore a
existência de algum tipo de recuperação (cicatrização) do dano e, rebrota da copa. A este fato,
é atribuído o estado de saúde da árvore. Está classificado em quatro categorias:
1. Árvore sadia, árvore sem nenhum tipo de dano, quer seja no fuste ou na copa.
2. Árvore em recuperação, árvore danificada apresentando cicatrização do dano e/ou
recomposição da copa.
3. Árvore sem sinal de recuperação, árvore sem nenhum sinal de recuperação ou
cicatrização de seus danos, tanto no fuste quanto na copa.
4. Árvore morrendo, árvore em estado de degeneração, com necroses ou podridões no
fuste e, queda de galhos e folhas.
Olá!
No módulo 4 vimos as infraestruturas do manejo florestal, o planeja-
mento e a construção. Neste módulo iremos estudar a manutenção des-
sas infraestruturas.
A manutenção das estradas tem como vantagem principal a diminuição do tempo de transporte
de pessoal, material e matéria-prima. Estradas bem mantidas facilitam o escoamento de água
da chuva e evitam atoleiros, garantindo continuidade do trabalho; diminuem o número de
acidentes e resultam em vantagem logísticas que aumentam a eficiência das operações e, em
geral, ajudam a reduzir os custos do manejo.
Vamos conhecer agora as recomendações para estradas florestais.
- Minimize a largura da estrada e área atingida;
- Evite áreas problemáticas;
- Desenhe drenagem transversais sobre as estradas;
- Evite a alteração de padrões naturais de drenagem (evite aterros);
- Controle a drenagem e o fluxo da água na superfície e nas valetas;
- Minimize a conectividade entre estradas e rios;
- Evite a proliferação de ervas daninhas;
- Mantenha a estrada estruturalmente integral;
- Estabilize taludes;
- Estabilize pontos de erosão;
- Controle o uso de estradas ou fechar quando possível;
- Inclua passagem para animais sob e sobre a estrada;
- Tenha pessoal com o conhecimento e treinamento necessários para construir, gerenciar
e manter seu sistema de estradas; e
- Construa o cronograma de manutenção minuciosa e padronizada.
Diretamente relacionadas ao trânsito nas estradas, as pontes e bueiros também necessitam ser
mantidos em bom estado de conservação, o que implica em maior segurança nas operações
e não permite atrasos para a sua transposição pelas máquinas e caminhões. Na proximidade
de pontes e bueiros, deve ser mantida sinalização indicando a presença delas ao longo das
vias, assim como nas curvas acentuadas ou demais trechos que requerem mais atenção do
motorista.
Dessa forma, o bom estado de conservação das placas de sinalização deve ser observado,
juntamente com a limpeza de vegetação que possa encobrir a visualização da sinalização.
Figuras 83 e 84: Pontes e bueiros
Para as atividades de manutenção, o empreendimento pode optar por manter uma equipe
ao longo do ano e específica para essa atividade ou definir um cronograma de intervenções
nas diferentes infraestruturas e redirecionar profissionais alocado em diferentes setores
para atuar ocasionalmente nos períodos definidos pelo cronograma de manutenção. Os
profissionais necessários para atuar são: Engenheiro ou Técnico responsável, operador de
motoniveladora/trator de esteira/rolo compactador/Pá Carregadeira/Retroescavadeira,
operador de motosserra, motorista de caçamba e veículo de apoio e ajudantes.
Para as “Áreas de Empréstimo”, deve-se atentar para necessidade de licenciamento ambiental
nessas áreas de coleta de material, de acordo com as Leis Estaduais e Federais vigentes. O
ideal é preparar um plano operacional de uso da área de empréstimos, procurando trabalhar
no mesmo local em diferentes fases do manejo florestal, e concentrar-se no mesmo local de
extração de material. Preparar um plano de recuperação para toda área de empréstimo, após
o esgotamento do material, e procurar, se possível, executar a recuperação simultânea aos
demais trabalhos, para aproveitar a equipe envolvida.
Os aceiros limpos não devem ser implantados em situações de relevo acidentado e/ou vento
forte, pois constituem canais de injeção de oxigénio, é difícil e onerosa a sua limpeza, os
incêndios conseguem transpô-los facilmente e apresentam riscos de erosão muito elevados,
para além da perturbação da paisagem que causam. Todos estes fatores são agravados
com o aumento do declive. Nestas situações, é aconselhável a implantação de aceiros com
vegetação uma vez que este tipo de faixas pode ter uma largura maior que os outros aceiros e
ser implantado numa rede mais densa.
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