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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3
2 FINALIDADE E OBJETIVOS 5
3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 6
4 EQUIPES DE MERGULHO 22
4.1 Especificação das equipes de mergulho 24
4.1.1 Equipe nível 1 24
4.1.2 Equipe nível 2 25
4.1.3 Equipe nível 3 26
4.1.3.1 Riscos associados à poluição e contaminação 27
4.1.4 Equipe nível 4 29
4.2. Aspectos gerais 31
5 CREDENCIAMENTO DE MERGULHO 32
5.1 Estrutura e Plano de Ensino 33
5.2 Coordenação e corpo docente 34
5.3 Condições para aprovação 35
6 QUALIFICAÇÃO, REQUALIFICAÇÃO E RECICLAGEM 35
6.1 Qualificação 35
6.2 Requalificação 36
6.3 Reciclagem 36
7 ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS 37
7.1 Acionamento da equipe de MSP 39
7.2 Preparação do equipamento 39
7.2.1 Equipamentos mínimos 41
7.4 Deslocamento 44
7.5 Análise da cena 45
7.6 Sistema de Comando de Operações 46
7.7 Ações de segurança 47
7.8 Disposição dos equipamentos e materiais 47
7.9 Plano de buscas 48
7.10 Execução de Buscas 50
7.11 Encerramento ou suspensão das Buscas Submersas 51
7.11.1 Encontro do objeto 53
7.11.2 Esgotamento do recurso de Ar 53
7.11.3 Em atenção aos limites impostos pelas TLSD 54
7.11.4 Alterações climáticas e ambientais que ofereçam risco 55
7.11.5 Exposição excessiva dos militares e esgotamento físico 56
7.11.6 Surgimento de riscos 57
7.11.7 Prescrições diversas 57
7.12 Finalização dos trabalhos no local 58
7.11 Atividades pós-operação 59
8 RESPONSABILIDADES DOS MEMBROS DA EQUIPE DE MERGULHO 60
8.1 Oficial de Mergulho da Unidade 60
8.1.1 Controle de treinamentos 61
8.1.2 Controle de equipamentos 62
8.1.3 Definição das equipes 62
8.1.4 Controle do livro de registro de mergulho 62
8.2 Supervisor da equipe de MSP 63
8.3. Mergulhadores 65
9 PLANO DE EMERGÊNCIA 65
9.1 Tipos de acidente de mergulho mais comuns 66
9.2 Ativação do plano 69
9.3 Responsável pela ativação 69
9.4 Desenvolvimento da ativação 69
9.5 Remoção do militar acidentado 71
9.6 Detalhamento das fases do plano e critérios para estruturação 71
9.6.1 Prevenção 71
9.6.2 Resposta 73
9.6.3 Alarme 75
9.6.4 Acionamento dos recursos 75
9.6.5 Transporte de emergência 75
9.6.6 Mobilização adicional de recursos 76
9.6.7 Confecção de relatório 76
9.6.8 Atribuições gerais 77
BIBLIOGRAFIA 78
ANEXO A - QUESTIONÁRIO OPERAÇÕES SUBMERSAS 80
ANEXO B - CHECKLIST 82
ANEXO C - TABELAS DE LIMITES SEM DESCOMPRESSÃO (TLSD) 83
ANEXO D - CADERNETA DE MERGULHO INDIVIDUAL 86
1 INTRODUÇÃO

Segundo o estabelecido pelas Constituições Federal e Estadual, ao Corpo de Bombeiros


Militar de Minas Gerais compete a execução de atividades de Defesa civil, bem como a
realização de ações de busca e salvamento.

Dentro dos serviços de competência do CBMMG, está a atividade de salvamento, e


incluso na atividade de salvamento, conforme a padronização do serviço operacional, está
prevista a atividade de Mergulho Autônomo, cujo foco se concentra na recuperação de
afogados, cadáveres e bens submersos. É necessário mencionar que o CBMMG é a única
instituição pública que realiza tal serviço, de forma gratuita e pública, no Estado de Minas
Gerais.

A atividade de mergulho é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),


como uma das atividades que apresentam mais perigos no mundo. As ações de Mergulho
Autônomo, que se estabelecem em um ambiente hiperbárico adverso à permanência
natural do ser humano, apresenta um risco considerável devido à possibilidade de
acidentes por efeitos diretos e indiretos da variação de pressão ambiental e por diversos
riscos ambientais associados.

Embora as ocorrências envolvendo operações submersas representem um percentual


relativamente pequeno se comparado aos demais tipos de atendimentos executados pelo
CBMMG, a atividade apresenta alta complexidade e diversos riscos, tendo em seu histórico
a maior taxa de letalidade envolvendo militares no desempenho de seu serviço,
demandando, portanto, um alto nível de regulamentação, preparo e atenção dos militares
envolvidos, ao que esta norma se propõe.

De acordo com Vital (1997), de 1957 até 1997, num período de 40 anos, foram registrados
14 óbitos em serviço, relacionados às operações submersas. Após esse período, até o
presente ano, foram registrados mais 3 óbitos em serviços da mesma natureza, de um total
de 55 óbitos de militares em serviço.
Considerando os dados contidos no Anuário Estatístico do CBMMG, para o ano de 2021,
das 416.222 ocorrências atendidas, apenas 217 envolvem o mergulho autônomo,
representando um volume percentual de apenas 0,05% de ocorrências. Neste contexto,
temos mais de 30% de todos os acidentes fatais envolvendo militares em serviço, ocorridos
em um universo extremamente restrito de atuação, configurando um dado alarmante.

De maneira geral, por operação submersa entende-se a execução de atividades de busca


e recuperação de cadáver, bens submersos e evidências criminais. Em Minas Gerais, estas
atividades são realizadas em diversos tipos de mananciais, tais como rios, lagoas, açudes,
represas e cachoeiras. Em cada situação os mergulhadores se deparam com ambientes
subaquáticos distintos no que tange a natureza de fundo, visibilidade, qualidade e
balneabilidade da água, número de vítimas, dentre outros. Por consequência, tais situações
demandam um preparo técnico por parte do mergulhador e aparato logístico apropriado.

Somados a estes fatores, os dispositivos contidos na NORMAM 15, norma editada pela
Marinha do Brasil, em que consideram-se condições perigosas executadas no mergulho
autônomo a movimentação de carga submersa, a visibilidade baixa, a realização de
mergulhos em águas poluídas e a existência de obstáculos submersos.

Do mesmo modo, a Norma Regulamentadora nº 15, que trata de operações


perigosas/insalubres, consideram-se insalubres as atividades que se desenvolvem em
condições hiperbáricas.

Ante ao exposto, tem-se o mergulho autônomo desenvolvido no CBMMG como atividade


de alto risco, sendo ainda desenvolvida sob condições potencialmente perigosas e
insalubres, sendo extremamente necessário regulamentação detalhada para a sua
execução.

Desta forma, considerando as peculiaridades das operações submersas, os riscos


associados à atuação e a necessidade de adequação aos avanços contínuos da atividade,
a presente Instrução Técnica visa a atualização das condutas, técnicas e materiais a serem
empregadas nas atividades de mergulho do CBMMG, a fim de potencializar a segurança e
promover maior eficiência no trabalho a ser realizado.

2 FINALIDADE E OBJETIVOS

A presente Instrução Técnica Operacional (ITO) tem por finalidade atualizar e disciplinar as
ações dos militares do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) em
atendimento às ocorrências envolvendo operações submersas de modo que sejam mais
efetivas e seguras para as guarnições. A presente ITO tem ainda como objetivo específico:

- Estabelecer como ocorrerá a atuação do CBMMG frente às ocorrências


de mergulho;

- Definir as atribuições dos membros da equipe de mergulho;

- Estabelecer critérios objetivos que nortearão o emprego de


equipamentos, militares e o tipo de mergulho a ser realizado;

- Estabelecer os níveis de mergulhadores e sua capacidade de


atendimento;

- Atualizar, padronizar e estabelecer procedimentos adequados para o


desenvolvimento das ações de operações submersas no CBMMG;

- Estabelecer normas de segurança nas operações Submersas, afetas ao


CBMMG;

- Aumentar a eficiência nos atendimentos dessa natureza.

3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Considerando a diversidade de conceitos aplicados à atividade de mergulho, bem como a


interdisciplinaridade relacionada à fisiologia e física aplicadas ao mergulho, dada a natureza
hiperbárica da atividade, faz-se necessário esclarecer conceitos e definições afetos à
atividade.

Acidente descompressivo

Acidente descompressivo contempla toda e qualquer enfermidade/patologia/trauma, a


curto ou longo prazo, tendo como causa os efeitos causados no organismo pelos gases
inspirados sob pressão, não eliminados adequadamente durante a variação de pressão,
podendo ser estes efeitos biofísicos ou bioquímicos.

Água contaminada/poluída

Qualquer porção de água que teve suas condições naturais e características físicas e
químicas alteradas em decorrência da presença de materiais, organismos causadores de
doenças ou substâncias que podem ocasionar problemas de saúde.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que aproximadamente 80% das doenças
no mundo sejam causadas pela ingestão de água imprópria para o consumo.

A água contaminada é caracterizada pela presença de organismos produtores de doenças


e/ou excessiva quantidade mineral e orgânica, além de compostos químicos tóxicos ou
radioativos, sendo, em sua maioria, locais impróprios para banho ou submersão sem que
sejam utilizados equipamentos de proteção adequados.

De acordo com as definições do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, águas
poluídas podem não ser contaminantes. A poluição decorre da modificação das
características físicas e químicas da água, como presença de resíduos, plástico,
detergentes, matéria orgânica, etc.

Portanto, a contaminação decorrerá da presença de organismos e substâncias patogênicas


e outros elementos não presentes normalmente, nocivos à saúde, que tornam a água
imprópria para a sua utilidade prevista ou uso pretendido. Sendo assim, a contaminação é
um tipo de poluição.
Apagamento

Acidente de mergulho caracterizado pela perda de consciência do mergulhador, decorrente


da hipercapnia e da baixa pressão parcial de oxigênio no organismo, sendo mais comum
no mergulho livre.

Apnéia

Suspensão voluntária dos movimentos respiratórios de inspiração ou expiração, com ou


sem retenção de ar nos pulmões.

Apoio de superfície / Guia de mergulho

Mergulhador possuidor de curso de qualificação, responsável por guiar as ações de busca


por meio do cabo guia, da embarcação ou na margem, definindo e direcionando o
desenvolvimento das ações de busca, sendo o contato imediato com o mergulhador
submerso, através do cabo guia ou mesa de comunicação, durante todo o mergulho.

Autonomia de Gás

Cálculo realizado para estimar o tempo médio de trabalho que poderá ser desempenhado
pelo mergulhador submerso, como fator subsidiário à segurança na operação de mergulho,
para além do controle de tempo de mergulho imposto pelas tabelas de limites sem
descompressão.

Para realização do cálculo, deve-se utilizar a seguinte fórmula:

A = Q/C
A: Autonomia
Q: Quantidade de ar disponível no cilindro (considerar o volume do cilindro e sua
pressão de trabalho)
C: Consumo (obtido pelo cálculo da TCS)
Deve-se considerar, para o cálculo de autonomia, os cilindros contendo 200 BAR de ar
comprimido, volume de ar com o qual os mergulhos, sob qualquer condição, devem ser
iniciados, devendo ainda prever a reserva de segurança de 50 BAR no cilindro, em que
seu uso (emergencial) não deve ser considerado para cálculo de autonomia em
hipótese alguma, conforme exemplo abaixo:

Bail Out

Cilindro de ar comprimido independente, do tipo S30 (capacidade de 4,3 litros)


preferencialmente, que compõe o sistema de fornecimento de gás do mergulhador de
equipe específica e tem por função única e exclusiva servir de reserva de gás respirável
para casos de emergência ou durante o procedimento de descontaminação, sendo fixado
através de suporte próprio ao cilindro principal e configurado com regulador independente
de primeiro estágio, conectado por mangueiras ao comutador de gás.

Barotrauma

Todo trauma ocasionado pela variação de pressão sem a devida equalização das pressões
dos espaços aéreos corporais, com a pressão ambiente, podendo ocasionar lesões sobre
tecidos e cavidades corpóreas.
Bússola submersível

Equipamento que tem por finalidade orientar a navegação subaquática, sendo


imprescindível que tenha visor fosforescente e disco de leitura banhado a óleo para maior
precisão, evitando o travamento do núcleo.

Cabo de fundo

São cordas ou cordins que vão da superfície até o fundo, tendo suas extremidades
amarradas a uma bóia na superfície da água e a uma poita no fundo do balneário. Serve
para auxiliar o mergulhador na descida e subida de forma controlada e segura.

É também ferramenta de apoio para comunicação com a superfície em alguns métodos de


busca.

Cabo guia

Cabo confeccionado em material, bitola e tamanho próprio, com objetivo de guiar o


mergulhador pelo fundo, que permite a comunicação entre mergulhadores e/ou superfície,
para executar os métodos de busca, fazendo a varredura de forma guiada.

Câmara de descompressão

Vaso resistente à pressão destinado a pressurizar o microambiente ocupado por


mergulhadores para fins de tratamento de acidentes descompressivos ou para realização
de descompressão na superfície.

Colete equilibrador

Equipamento empregado na atividade, que contém célula de inflagem e armazenamento


de ar, utilizada predominantemente no controle da flutuabilidade do mergulhador, por meio
de ação mecânica, contendo também espaços adequados para acondicionamento do
cilindro e acessórios diversos.
Computador de mergulho

Equipamento que faz a aferição instantânea de profundidade e tempo de um mergulho,


calculando e indicando, a partir destas variáveis, tempos adequados de subidas e paradas
descompressivas, evitando os riscos da doença descompressiva.

Comutador de Gás

Equipamento utilizado no conjunto de mangueiras das válvulas reguladoras que possibilita,


durante uma situação de emergência por falta de gás no cilindro principal ou durante o
procedimento de descontaminação, realizar a transferência do fluxo de gás respirável que
alimenta máscara, do cilindro principal para o cilindro de bail out sem que haja a
necessidade de retirada da MFF do rosto.

Condições perigosas

Riscos adicionais encontrados no ambiente subaquático, somados aos riscos do ambiente


hiperbárico, que potencializam a ocorrência e gravidade dos acidentes de mergulho:

- Uso e manuseio de explosivos e inflamáveis;


- Busca por armamentos;
- Trabalhos submersos de corte e solda;
- Correntezas superiores a 3,7 km/h ou 1,03 m/s;
- Presença de locais onde hajam aspirações, descargas submersas;
- Manobras que envolvem tracionamento e transporte de cargas ou trabalhos com
ferramentas que dificultem o controle do flutuabilidade do mergulhador;
- Mergulhos para buscas em veículos submersos;
- Presença de embarcações e veículos aquáticos alheios à operação;
- Trabalhos em ambientes confinados, dentro de cavernas e naufrágios;
- Trabalhos em águas com alto risco de contaminação.
Cilindro de mergulho

Ampolas de ar (vasos de pressão), compostos em sua maioria por ligas metálicas e de


alumínio, de capacidades diversificadas, sendo comumente utilizadas no CBMMG àquelas
de 80 pés cúbicos de capacidade (Cilindro tipo S80, equivalente a 11,2 litros de ar).

Sua pressão máxima admitida de trabalho é de 200 BAR, com função precípua de
armazenamento de ar sob pressão, ao qual se acoplam válvulas reguladoras de pressão.

Descompressão

Processo de controle do retorno à pressão atmosférica normal (considerada ao nível do


mar) após exposição física a ambientes hiperbáricos. Destina-se à eliminação de gases
inertes dissolvidos no organismo do mergulhador e é executada por meio do uso de tabelas
apropriadas.

Doença descompressiva (DD)

Acidente de mergulho decorrente de formação de bolhas de gás inerte nos tecidos do corpo
humano ou na corrente sanguínea, em quantidade capaz de produzir lesões de gravidade
variável. Em geral, é evitada pelo cumprimento de tabelas de limites sem descompressão,
que estabelecem um retorno gradual à superfície.

Embolia Traumática pelo Ar (ETA)

Efeito direto da variação de pressão que ocorre quando o mergulhador, tendo inspirado ar
comprimido em profundidade, retorna a superfície sem expiração adequada, causando
lesões importantes e de alto risco.

Esse efeito é provocado pela Lei de Boyle, quando a pressão externa diminui devido ao
processo de retorno à superfície, e o volume de ar retido no interior dos pulmões (ou outra
cavidade aérea) aumenta, sem que seja exalado. Como os tecidos e estruturas rígidas e
semi-rígidas têm sua dilatação, expansão, complacência ou elasticidade limitada, poderá
haver uma hiperdistensão das estruturas, que poderão se romper.
Equipamento autônomo de circuito aberto

Também denominado Unidade de SCUBA (sigla para Self Contained Underwater Breathing
Apparatus), é o equipamento básico utilizado nas operações ordinárias de mergulho do
CBMMG que garante ao mergulhador a autonomia respiratória enquanto submerso.

É composto por um cilindro de mergulho, colete equilibrador e conjunto de mangueiras e


válvulas reguladoras.

Equipe de Mergulho de Segurança Pública

É formada por militares formados mergulhadores básicos, credenciados e/ou qualificados


para a realização da atividade, por meio dos diversos cursos e treinamentos ofertados pela
corporação ou instituições militares diversas, desde que devidamente reconhecidos pelo
CBMMG, sendo a equipe composta de acordo com o tipo e complexidade da operação a
ser desenvolvida.

Equipe mínima

Equipe composta por 3 mergulhadores, cuja característica das equipes será alterada de
acordo com a profundidade e complexidade das operações de mergulho, sendo dividida
em 4 níveis.

Esmagamento

Acidente de mergulho caracterizado pelo esmagamento total ou parcial do corpo de


mergulhador. É causado por desequilíbrio de pressão entre o interior e o exterior dos
equipamentos, gerando sucção sobre os tecidos.
Exposição excepcional

Mergulhos nos quais o tempo de fundo e/ou a profundidade ultrapassam os limites impostos
pela tabela de limites sem descompressão, implicando em riscos maiores para o
mergulhador.

Fonte alternativa de ar

Equipamento de segurança obrigatório na configuração do conjunto de válvulas


reguladoras, em qualquer configuração admitida no mergulho. É um regulador de segundo
estágio reserva para o uso do próprio mergulhador ou para ser cedido ao dupla em caso
de pane seca ou falha do equipamento. Deve possuir mangueira de cor diferenciada,
geralmente na cor amarela, e mais longa que a do segundo estágio principal (100cm), de
fácil acesso e soltura em caso de necessidade de uso.

Gancho de Recuperação

Equipamento fixado na ponta de um cabo para recuperação de objetos e/ou cadáveres de


forma indireta, que permite o arrasto do objeto buscado a partir da margem ou da
embarcação, e é utilizado nos casos em que a exposição direta do militar ao meio
subaquático oferece riscos à saúde ou a vida do militar, que superam a capacidade de
resposta com segurança adequada.

Em determinadas circunstâncias (águas poluídas, local de natureza desconhecida, com


presença de galhos ou outros objetos que possam aprisionar o mergulhador, e colocar a
vida ou a saúde do militar em risco) deve ser empregado o gancho considerando a
necessidade de prover segurança aos mergulhadores. Possíveis prejuízos posteriores à
integridade do cadáver são de possível e facilitada detecção, não ocasionando interferência
na atividade pericial e de necropsia.

Assim, estando o bombeiro militar agindo em seu estrito cumprimento do dever legal
associado ao estado de necessidade em função das situações adversas que o meio líquido
oferece em determinadas condições, o uso do gancho de recuperação é o meio mais
adequado.
Nos casos em que seja possível o emprego de métodos menos invasivos, somado à
inexistência de potencializado risco à saúde ou a vida do militar, estes deverão ser
empregados em detrimento do uso do gancho.

Por fim, o emprego do gancho de recuperação deve ser devidamente relatado no REDS,
fazendo constar no relatório em que parte do corpo o equipamento se prendeu.

Grupo de Repetição (GR)

Indicado por uma letra contida na tabela de limites sem descompressão, relaciona-se com
a quantidade de nitrogênio residual retido no organismo de um mergulhador após um dado
mergulho, que deve ser considerado para o mergulho repetitivo.

Harness de segurança

Suspensório confeccionado em correias de Nylon com medidas e composição


padronizados, que é utilizado pelo mergulhador de busca visando servir de ponto de
ancoragem para o guia de mergulho, como backup de segurança, em casos de
emergências que exijam o recolhimento do mergulhador de busca.

Hipercapnia

Aumento da pressão parcial de CO2 na corrente sanguínea, resultante da deficiência de


eliminação do gás por meio da expiração, ou até mesmo aumento de sua absorção em
decorrência de inspiração de mistura gasosa inadequada.

Intervalo de Superfície (IS)

Tempo que o mergulhador passa na superfície entre dois mergulhos, na execução de


mergulhos repetitivos.

Se inicia no momento em que o mergulhador chega na superfície e se encerra quando ele


entra em submersão, devendo ser esse tempo compreendido entre 10 minutos a 12 horas.
Caso o tempo seja inferior a 10 minutos, equivale ao mergulho único. Caso o IS exceda 12
horas, tratar-se-á de um novo mergulho, para o qual será adotado um novo planejamento.

Lift bag

Sacos infláveis que possuem a função de elevação de carga ou sinalização de localização


do objeto submerso. São equipadas com válvulas de alívio de sobrepressão, e devem ser
infladas com suprimento auxiliar de ar comprimido, que deve ser ancorado à carga no
momento da reflutuação.

Manômetro

Equipamento submersível que compõe o console acoplado ao conjunto de válvulas


reguladoras e que permite ao mergulhador verificar e manter o controle da quantidade de
ar contida no cilindro de mergulho. O referido instrumento deve ser alvo de monitoramento
constante durante um mergulho, permitindo o controle de disponibilidade de ar comprimido
durante a operação submersa, sendo fator determinante no desenvolvimento dos trabalhos
e nas tomadas de decisão por parte do mergulhador.

Máscara de mergulho semifacial

Equipamento que permite ao mergulhador a garantia da visibilidade submersa, sendo ainda


um equipamento de segurança para proteção dos olhos. A máscara semifacial abrange os
olhos e nariz, permitindo a equalização dos espaços vazios devido a variação das pressões
durante o mergulho.

Máscara de mergulho tipo full face

Máscara utilizada no mergulho autônomo que envolve toda a face do mergulhador,


permitindo que a respiração seja feita pela boca ou pelo nariz, garantindo ainda a segurança
do mergulhador nos casos de acidente que o torne inconsciente, ao passo que o
equipamento cria um compartimento para respiração e garante proteção para as vias
aéreas.
Pode ser dotada de fone e microfone, para comunicação subaquática, sendo que seu
emprego é definido por meio de Manual de Bombeiros específico para a atividade.

Mergulhador

Profissional com treinamento adequado, em seus diversos níveis, e legalmente habilitado


para utilização de equipamentos de mergulho, coordenação e execução de trabalhos de
busca submersa.

Mergulho de Segurança Pública

Atividade de competência exclusiva do bombeiro militar do CBMMG, nos limites do Estado


de Minas Gerais, com a finalidade de realizar a busca, recuperação, inspeção, vistoria e
manutenção em ocorrências de acidentes, fato crime ou situações distintas e
caracterizadas pelo interesse público.

O MSP poderá ser realizado quando houver o interesse privado, mediante o


correspondente pagamento de taxa de segurança pública (TSP), calculada de acordo com
o Regulamento de Taxas Estaduais vigente à época do fato gerador.

Nesse caso, a atividade será precedida de avaliação da Equipe de Mergulho (com função
de assessoria) e de autorização do Comandante da UEOP/fração até o nível mínimo de
Pelotão BM.

Mergulhador de Segurança Pública

Militar do CBMMG capacitado e legalmente habilitado em conformidade com esta Instrução,


nos diferentes níveis de intervenção, para utilização de equipamentos de mergulho
autônomo e realização das atividades de mergulho em todo o estado ou fora dele.
Narcose pelo Nitrogênio

Acidente de mergulho caracterizado pela redução da capacidade motora e sensorial


(semelhante à embriaguez alcoólica), decorrente da ação do nitrogênio no organismo em
decorrência do aumento de sua pressão parcial e absorção, atuando diretamente no
sistema nervoso.

Comumente, os sintomas são identificados a partir dos 30 (trinta) metros de profundidade,


podendo, entretanto, surgir a partir dos 18 (dezoito) metros.

Narguilê

Equipamento utilizado no mergulho dependente do tipo leve, consistindo numa válvula


reguladora de demanda afixada em um umbilical composto de mangueiras, pressurizada
diretamente da superfície por um compressor de ar comprimido.

Operações Submersas

É o conjunto de todas as atividades desenvolvidas com a finalidade planejar, coordenar e


executar o mergulho autônomo, sob a ótica do Mergulho de Segurança Pública (MSP). A
operação submersa abrange as etapas de avaliação, planejamento, preparação, execução,
desmobilização e documentação.

Parada de Descompressão

Profundidade específica na qual o mergulhador deverá permanecer por determinado


período de tempo para eliminar os gases inertes dos tecidos do seu organismo.

No CBMMG, após a execução de qualquer mergulho profundo, todo mergulhador deverá


permanecer por 3 minutos à profundidade de 5 metros, como medida adicional de
segurança, antes de chegar à superfície.relo
Profundímetro

Instrumento submersível graduado em metros ou pés, geralmente componente do console


acoplado ao conjunto de válvulas reguladoras. Normalmente tem a aparência de um relógio
de pulso. É empregado para medir e registrar a profundidade de um mergulho.

Rebreather

Equipamento autônomo de circuito fechado eletrônico, utilizado exclusivamente nas


atividades de mergulho técnico, em que gás exalado pelo mergulhador permanece no
sistema, e após filtragem e mistura, serve novamente de suprimento de ar, fazendo
prolongar o tempo do mergulho.

Redemoinho

Movimento circular, contínuo e intenso, de pequeno diâmetro que se processa em espiral


da superfície para o fundo, verificado em águas de um rio ou do mar.

Reflutuação

Procedimento realizado para trazer à superfície objetos de peso elevado que superem a
capacidade dos mergulhadores, sendo para tanto utilizado suprimento de ar alternativo,
que deve ser ancorado à carga para inflagem de equipamentos específicos. A depender da
carga do objeto e da acessibilidade do local, guindastes poderão ser utilizados, desde que
operados por pessoal capacitado.

Regras de Segurança

São procedimentos padronizados devidamente reconhecidos e demais procedimentos


diários que devem ser observados nas operações de mergulho, de forma a garantir sua
execução em perfeita segurança e preservar a integridade física dos mergulhadores.

Todos os parâmetros e procedimentos de segurança necessários em toda e qualquer


operação de mergulho serão definidos por esta ITO, e deverão estar expressos no
planejamento de mergulho, devendo ser de conhecimentos de todos os militares envolvidos
na operação.

Remanso

Cessação de movimento da água, com leve retorno devido a presença de anteparo natural,
após verificada correnteza. Água estagnada.

Roupa seca

Roupa própria para mergulho ou trabalho em águas contaminadas e/ou poluídas,


confeccionada em materiais diversos, que isola completamente o corpo do mergulhador da
água. Em geral pode ser inflada aumentando o isolamento térmico.

Tem, nas variações de sua composição, seu emprego com máscara full face ou capacete
tipo KMB, que garante isolamento integral do mergulhador com o meio, sendo empregado
nos casos em que as equipes de mergulho devem garantir o isolamento total em relação
ao meio aquático.

Roupa úmida

Roupa própria para mergulho, normalmente confeccionada em borracha ou EVA de alta


densidade (neoprene) e que permite que a água penetre no seu interior, restringindo,
contudo, sua circulação.

Stage

Cilindro de gás alternativo equipado com válvulas reguladores de 1º e 2º estágios,


preferencialmente no volume S80 (equivalente a 11,2 litros de ar), especialmente utilizado
no mergulho técnico para o prolongamento do tempo de mergulho, a considerar a
necessidade de descompressão planejada. O equipamento é montado de forma
complementar ao equipamento padrão, geralmente à frente e ao lado do corpo do
mergulhador (side mounted).
Subida de Emergência

Procedimento adotado durante um mergulho em decorrência, principalmente, de pane em


equipamento com perda do suprimento de gás (pane seca), em que o mergulhador,
equipado ou desequipado, deve realizar a subida realizando a expiração de forma
ininterrupta liberando o ar comprimido dos pulmões, a fim de evitar a síndrome da
hiperdistensão pulmonar, respeitando a velocidade máxima de 9 (nove) metros por minuto.

Durante todo o percurso de retorno, a válvula reguladora deve ser mantida na boca do
mergulhador.

Supervisor de mergulho

Mergulhador possuidor de treinamento específico em mergulho autônomo, com notada


experiência, cuja responsabilidade é definir métodos a serem empregados e planejamento
adequado, podendo acumular a função de Apoio de Superfície/Guia de Mergulho.

Tabela de Descompressão

Tabela empregada no retorno gradual à superfície, estabelecendo a velocidade de subida,


as profundidades e tempos de permanência nas paradas de descompressão, em função
da profundidade do mergulho e do tempo de fundo.

Tabela de Tempo de Fundo X Profundidade

Tabela que fornece o tempo máximo de fundo permitido em cada profundidade, respeitados
os limites não-descompressivos.

Tabela de Tempo de Nitrogênio Residual (TTNR)

Usada para determinação do tempo de Nitrogênio residual nos mergulhos repetitivos, que
apresenta valores pré-definidos a serem considerados no mergulho repetitivo, limitando o
tempo a variar de acordo com a profundidade. Fornece grupos de repetição para intervalos
de superfícies maiores que 10 (dez) minutos e menores que 12 (doze) horas.
TCS

Sigla para Taxa de Consumo na Superfície, é o cálculo utilizado para verificar a quantidade
de ar (em bar) consumidas pelo mergulhador individualmente, em determinado período de
tempo e em determinada profundidade, que fornecem, a partir do seu emprego em
planejamento específico, a autonomia de ar para cada mergulhador.

É um fator importante para o gerenciamento do tempo de mergulho por parte do guia de


mergulho, considerando a dificuldade de acesso, por parte do mergulhador em operação,
aos instrumentos de controle em mergulhos sem visibilidade.
Para realização do cálculo, deve-se utilizar a seguinte fórmula:

Exemplo:

Tempo de Fundo (TF)


É o tempo total decorrido desde que o mergulhador deixa a superfície até o instante em
que ele deixa o fundo, iniciando a subida e a descompressão. É medido em minutos,
devendo ser observado os valores limítrofes estipulado pela tabela de mergulho.

Tempo Total de Descompressão (TTD)

É o tempo gasto pelo mergulhador, desde que ele deixa o fundo até chegar à superfície,
momento em que, naturalmente, em decorrência da redução de pressão absoluta, ocorre a
descompressão dos gases.

Umbilical

Conjunto formado pela mangueira, cabo guia, linha de comunicação entre outras, se
houver, usados nos equipamentos de mergulho dependente.

Válvulas reguladoras

Conjunto de válvulas e mangueiras componentes da Unidade de Scuba, que possuem a


função de conduzir o ar até as vias respiratórias do mergulhador, reduzindo a pressão em
estágios específicos até a pressão atmosférica respirável.

Válvulas de primeiro estágio reduzem a pressão admitida pelo cilindro de mergulho à


pressão aproximada de 9,6 bar. Válvulas de segundo estágio reduzem a pressão de 9,6
bar, admitida nas mangueiras de baixa pressão, à pressão de ar respirável pelo
mergulhador.

4 EQUIPES DE MERGULHO

As ocorrências de mergulho, dada a variedade de ação e complexidade em decorrência


principalmente do local, da profundidade e dos objetivos, demandam utilização de
equipamentos específicos, bem como composição de guarnições específicas.
A equipe mínima a ser empregada no mergulho para profundidade real de até 08 metros é
de 3 (três) militares. Esta guarnição, que preenche as funções de supervisor de mergulho,
mergulhador de segurança e mergulhador de busca, em que o coordenador deverá ter no
mínimo, credenciamento na atividade, sendo os demais militares mergulhadores básicos,
no mínimo.

Em profundidade superior a 8 metros e inferior a 18 metros, as equipes serão compostas


por 04 (quatro) militares. Esta guarnição preenche as funções de supervisor de mergulho,
guia de mergulho, mergulhador de busca e mergulhador de segurança. Desta forma, o
supervisor de mergulho e os demais militares deverão ser, no mínimo, credenciados.

Para mergulhos superiores à 18 metros e limitados à profundidade não descompressiva


definida pela tabela de mergulho, será empregada equipe específica, onde todos os
militares deverão ser possuidores, no mínimo, de credenciamento em mergulho, além de
treinamento específico para o uso de roupa seca.

Mergulhos profundos e descompressivos, mergulhos em ambientes confinados e/ou com


existência de teto e mergulhos de alta complexidade serão realizados por militares
possuidores de curso de mergulho técnico, mediante acionamento de equipe do Comando
Especializado de Bombeiros, por meio da solicitação dos Comandos Operacionais de
Bombeiros.

Via de regra, as operações de mergulho deverão ser iniciadas às 8 horas da manhã e serão
executadas enquanto as condições de luminosidade natural permitirem, principalmente na
parte seca da operação, que poderá ser mantida ainda na disponibilidade de luminosidade
artificial.

Caso as condições de luminosidade prejudiquem a manutenção dos procedimentos de


segurança, a operação deverá ser suspensa.
Independente do quantitativo de militares envolvidos na operação e da profundidade do
local, para cada mergulhador submerso em atividade, deverá haver um mergulhador de
segurança em condições de pronto empenho.

Considerando o histórico de afogamentos e operações submersas desempenhadas pelo


CBMMG nos últimos 5 anos e as características dos registros detalhados na figura 1, são
definidas equipes diversas de mergulho que deverão capacitadas a realizar a operação
submersa, tendo como parâmetros principais a profundidade e a balneabilidade de água.

Figura 1: Histórico de afogamentos

Amostragem de ocorrências S01 e S02 1054

Média de profundidade aferida 4,8638 mt

Detalhamento de
ocorrências Nº de ocorrências até 5mt de 780
envolvendo profundidade
afogamento e busca e
recuperação, Nº de ocorrências com profundidade 163
compreendidas entre compreendida entre 5mt e 8mt
2018 e 2022
Nº de ocorrências com profundidade 94
compreendida entre 8mt e 18mt

Nº de ocorrências com profundidade 17


superior a 18mt

Fonte: elaboração própria, adaptado do CINDS

4.1 Especificação das equipes de mergulho

4.1.1 Equipe nível 1

- Equipe destinada a realizar operações submersas em águas de adequada balneabilidade.


A função de mergulhador de busca e mergulhador de segurança poderá ser desenvolvida
por militares egressos dos cursos de formação, definidos como mergulhadores básicos, em
que as disciplinas de mergulho autônomo tenham se desenvolvido em carga horária mínima
de 60 horas-aula. Mergulhos em condições perigosas, definidos nesta ITO, não poderão
ser realizados pela equipe de nível 1, devendo ser executados pelas outras equipes.

- Estes mergulhadores estão aptos a realizar mergulhos limitados a 8 metros de


profundidade, executando a busca e o resgate e/ou recuperação de vítimas, buscas e
recuperação de bens e vestígios criminais, além de inspeções e vistorias em equipamentos,
considerando os assuntos abordados no curso, exames médicos válidos, respostas
fisiológicas e padrões de comportamento já aferidos no curso de formação, por meio de
atividades no tanque de mergulho e instruções em águas abertas, que emulam ambientes
de atendimento de ocorrência.

- O supervisor de mergulho deverá ser possuidor de credenciamento em mergulho. É o


militar com mais experiência na atividade, e que por sua vez, deverá colher as informações
na cena, analisar riscos e realizar o planejamento.

- O guia de mergulho (nesta equipe, função acumulada pelo supervisor de mergulho) é o


responsável por auxiliar o mergulhador a equipar, guiar o mergulhador por cabo guia,
monitorar tempo de ar e fazer as comunicações por cabo ou via fonia sub-aquática (full
face).

- Exame médico exigido: exame admissional no concurso público, somados ao


acompanhamento por meio do PSO ou queixa pontual do mergulhador.

4.1.2 Equipe nível 2

- Equipe destinada a realizar operações submersas em águas com adequada


balneabilidade. A função de mergulhador de busca e mergulhador de segurança deverá ser
desenvolvida por militares egressos de credenciamento em mergulho autônomo.
- Estes mergulhadores estão aptos a realizarem mergulhos em profundidade até 18 metros
de profundidade (limite do mergulho profundo), executando a busca e o resgate e/ou
recuperação de vítimas, buscas e recuperação de bens e vestígios criminais, além de
inspeções e vistorias em equipamentos, considerando os assuntos abordados no
credenciamento, exames médicos válidos e respostas fisiológicas e padrões de
comportamento já aferidos para mergulhos em profundidades superiores à 8 metros.

- Os mergulhos a serem desenvolvidos pela equipe de nível 2 são caracterizados pela


redução da visibilidade, além de acentuado aumento da pressão hidrostática a qual o
mergulhador está submetido. O supervisor e o guia de mergulho devem ser possuidores de
qualificação específica.

- Exame médico exigido: exame admissional no concurso público, somados ao


acompanhamento por meio do PSO ou queixa pontual do mergulhador. Outros exames
médicos poderão ser exigidos a critério médico, devendo ser realizados previamente ao
credenciamento.

4.1.3 Equipe nível 3

- Equipe destinada a realizar operações submersas em águas com balneabilidade


adequada em profundidades compreendidas entre 18 metros e a profundidade não
descompressiva definida pela tabela de mergulho, ou águas sem balneabilidade até o limite
da profundidade não descompressiva, para realização de buscas e resgate e/ou
recuperação de vítimas, buscas e recuperação de bens e vestígios criminais, além de
inspeções e vistorias em equipamentos.

- A função de mergulhador de busca e mergulhador de segurança deverá ser


desempenhada por militares com qualificação específica em mergulho autônomo, bem
como curso específico voltado ao emprego de roupa seca, traje adequado ao mergulho em
águas poluídas/contaminadas. O supervisor e o guia de mergulho devem ser possuidores
de qualificação específica.
- Para os casos em que a operação ocorrer em águas impróprias para banho, até 18 metros,
o mergulho poderá ser executado por militar credenciado, desde que possua treinamento
específico para o uso de roupa seca.

- Para mergulhos não descompressivos com profundidades maiores que 30 metros, deverá
ser realizada análise criteriosa de riscos, seguindo os pré-requisitos previstos em plano de
emergência.

- Os exames médicos necessários serão estabelecidos a critério médico, devendo ser


realizados previamente ao credenciamento, somados ao acompanhamento por meio do
PSO ou queixa pontual do mergulhador, sendo sugerido os seguintes:

Radiografia Panorâmica da Mandíbula;


Radiografia Periapical;
Audiometria;
Impedanciometria;
Telerradiografia do Tórax AP Perfil;
Eletrocardiograma Basal;
Eletroencefalograma;
Espirometria;
Urina: elementos anormais e sedimentoscopia;
Fezes: protozooscopia e ovohelmintoscopia;
Sangue: sorologia para lues, dosagem de glicose, hemograma completo;
Raio X dos seios da face.

4.1.3.1 Riscos associados à poluição e contaminação

Ainda que o afogamento ocorra em águas próprias para banho, na água doce, o próprio
cadáver, considerando o seu processo de decomposição, pode liberar substâncias
contaminantes no meio líquido.
Os agentes infecciosos que podem estar contidos e portanto ser transmitidos por
cadáveres, incluem Mycobacterium tuberculosis, hepatite B e C, vírus da Aids (HIV) e
demais agentes contaminantes.

Nos casos de afogamento em que o cadáver inicia seu processo de decomposição no meio
líquido, ocorre um processo denominado maceração. Trata-se de um fenômeno destrutivo
do cadáver caracterizado pelo amolecimento dos tecidos e órgãos, seguido de seu
desprendimento das estruturas do corpo, se fragmentando, mais evidenciado nas
extremidades dos membros superiores. O referido fenômeno pode ser potencializado ou
retardado, dependendo da temperatura da água, bem como presença de outros organismos
na água.

Nos casos em que o cadáver não for predado por animais da fauna aquática ou apresentar
lesões de arrasto severas, ou em decorrência do atrito e de sua movimentação, o processo
de maceração terá início entre 18 horas e 24 horas após o óbito, momento em que fluidos
corporais, com potencial contaminante, poderão ser liberados para o meio líquido,
considerando a abertura de uma via de contaminação pela derme.

Desse modo, nas ocorrências em que a operação é motivada por afogamentos e


considerando o potencial de contaminação, uma água própria para banho pode se tornar
imprópria quando a busca para recuperação de cadáveres ocorrer num período de
aproximadamente 20 horas após a notificação da ocorrência. Nestes casos, deverá ser
priorizado o mergulho com o uso de roupa seca e máscara tipo full face.

Ainda, para os casos em que presume-se o afogamento secundário, tendo como fator
precursor o ferimento causados por armas de fogo ou arma branca, em que o corpo
apresenta lesões ou perfurações cutâneas que caracterizam vias de infecção ou contato
com o meio com possibilidade de extravasamento de fluidos corporais para o meio, os
mergulhadores deverão priorizar o emprego da roupa seca e máscara tipo full face
para a execução das atividades submersas, considerando o potencial de contaminação.
Por fim, ocorrências que se desenvolvam em decorrência de uma grande descarga de
chuva após um longo período de seca, devem ter especial atenção no planejamento
considerando os riscos de contaminação. Isso deve-se ao fato de que uma chuva de grande
volume após um longo período de seca, vai carrear para os balneários, principalmente os
rios, grande quantidade de poluentes e contaminantes em suspensão na atmosfera ou que
foram depositados no solo ao longo do tempo, em um fenômeno denominado first flush
(primeiro escoamento).

A NBR 15227/2007 (ABNT, 2007), norma regulamentadora que define metodologias para
aproveitamento da água pluvial por edificações, recomenda inclusive descarte dos
primeiros 2 mm de precipitação, devido ao potencial contaminante desta primeira descarga.

Desse modo, um balneário tido como próprio para banho e que faz captação recorrente de
água pluvial, pode se tornar impróprio após uma forte precipitação, sendo necessário o
emprego de roupa seca para ocorrências desta natureza, após avaliados os riscos pelo
comandante da operação.

4.1.4 Equipe nível 4

- Equipe de mergulho técnico destinada a realizar operações submersas em águas com ou


sem balneabilidade, para a execução de buscas e resgate e/ou recuperação de vítimas,
buscas e recuperação de bens e vestígios criminais, além de inspeções e vistorias em
estruturas e equipamentos, em locais que, devido a profundidade, exigem a realização de
mergulhos profundos e descompressivos, com ou sem a utilização de misturas gasosas,
bem como operações de mergulho de alta complexidade e/ou com equipamentos técnicos
específicos. Ainda, é a equipe que deverá realizar mergulhos em ambientes confinados e
com existência de teto, como cavernas.

- Devido às especificidades do mergulho descompressivo, os riscos associados e o


emprego de equipamentos técnicos específicos, o emprego de equipe de mergulho técnico
ocorrerá sob acionamento do Comando Especializado de Bombeiros mediante solicitação
dos Comandos Operacionais de Bombeiros.

- A função de mergulhador de busca, mergulhador de segurança, guia de mergulho,


supervisor de mergulho e demais componentes da equipe será desempenhada por militares
com cursos de mergulho técnico específicos. A operação submersa, para estes casos,
ocorrerá mediante planejamento e aporte logístico específicos, a considerar a necessidade
de utilização de misturas gasosas e equipamentos diversificados voltados ao mergulho
técnico, sendo regulada por Procedimento Operacional Padrão - POP específico.

- Mergulhos que exijam a atuação de equipes de nível 4 deverão ser precedidos de análise
criteriosa de riscos e emprego de redundância, seguindo os pré-requisitos previstos em
plano de emergência.

- A composição do equipamento de mergulho para a equipe de nível 4 deve conter,


obrigatoriamente, redundância para os itens de segurança exigidos para a atividade,
garantindo assim a autossuficiência do mergulhador, a saber: redundância de suprimento
de ar; de iluminação artificial; de ferramentas cortantes; de máscaras semi-faciais; de
computadores de mergulho com aferição de gases.

- Os exames médicos necessários serão estabelecidos a critério médico, devendo ser


realizados previamente ao credenciamento, somados ao acompanhamento por meio do
PSO ou queixa pontual do mergulhador, sendo sugerido os seguintes:

Radiografia Panorâmica da Mandíbula;


Radiografia Periapical;
Audiometria;
Impedanciometria;
Telerradiografia do Tórax AP Perfil;
Eletrocardiograma Basal;
Eletroencefalograma;
Espirometria;
Urina: elementos anormais e sedimentoscopia;
Fezes: protozooscopia e ovohelmintoscopia;
Sangue: sorologia para lues, dosagem de glicose, hemograma completo;
Raio X dos seios da face.

Devido às especificidades do mergulho descompressivo, os riscos associados e o emprego


de equipamentos técnicos específicos, as equipes de mergulho Nível 4 serão acionadas
por intermédio do Comando Especializado de Bombeiros.

4.2. Aspectos gerais

Independente da equipe de mergulho a ser empregada na operação, toda e qualquer


composição de equipamento deve estar composta de fonte alternativa de suprimento de ar
que garanta redundância. À exceção da equipe de mergulho nível 4, em que a composição
dos equipamentos será definida com base nas normas relativas ao mergulho técnico, as
demais equipes deverão estruturar o equipamento de mergulho com fonte alternativa de ar
por meio da válvula reguladora de segundo estágio alternativa.

Exceção à equipe de nível 4, as operações que exijam os mergulhadores de níveis 1, 2 e


3, deverão considerar inicialmente a realização do mergulho solitário, desde que garantida
a efetividade absoluta dos meios de comunicação entre o mergulhador e a superfície, seja
via fonia, ou via cabo guia. Exceção feita ainda ao tipo de busca a ser empregada,
considerando os métodos que demandam a existência de 2 mergulhadores submersos
simultaneamente. Nestes casos, a operação deverá contar com um mergulhador de
segurança para cada mergulhador que se encontre submerso, além das demais funções
necessárias.

Todo mergulhador em trabalho submerso deverá possuir comunicação direta com o apoio
de superfície, seja por meio de cabo guia, ou por meio de fonia acoplada à máscara tipo
full face. Métodos de busca que impliquem na supressão do cabo guia, considerando o
risco adicional de enroscos, deverão empregar simultaneamente 2 mergulhadores
submersos, operando no mesmo cabo de fundo e portanto em contato ininterrupto entre
eles, e ainda, com possibilidade imediata de contato com a superfície, via cabo de fundo
acoplado à bóias sinalizadores utilizadas para comunicação.

Para toda operação submersa que seja realizada em locais de visibilidade reduzida, que
impossibilitem o mergulhador de situar sua localização no ambiente e de identificar
anteparos e obstáculos durante seus trabalhos, deverá ser empregado o capacete
adequado para a atividade de mergulho.

De forma geral, todas as Unidades deverão manter calendários de treinamento e o nível de


capacitação dos mergulhadores considerando as respectivas demandas operacionais, com
enfoque nas características e na natureza das ocorrências de mergulho em sua área
de articulação, principalmente nos balneários de maior incidência.

5 CREDENCIAMENTO DE MERGULHO

O credenciamento de mergulho é o treinamento que tem como objetivo habilitar o militar


para as atividades específicas de mergulho no âmbito do CBMMG, considerando a
potencialização de riscos ao passo em que é aumentada a profundidade de operação. É
realizado no âmbito das Unidades Operacionais, devendo ser registrado por publicação em
BI.

A atividade é complementar à carga horária dos Cursos de Formação em que a disciplina


tenha carga horária de no mínimo 60 horas, e seu conteúdo deve abranger teoria e prática,
possibilitando a execução segura e eficiente das atividades, capacitando os militares para
a realização de operações submersas específicas até 18 metros de profundidade, descritas
nas funções exercidas pela equipe de mergulho de nível 2.

Por meio do credenciamento, o mergulhador terá seu contato com o ambiente submerso
durante tempo prolongado, sendo submetido à níveis de estresse psicológico mais
acentuados, como simulação de pane em equipamentos tornando-o apto às atividades
cotidianas do mergulho, quer sejam ocorrências, treinamentos ou a manutenção e
conservação dos equipamentos.

As atividades serão desenvolvidas com a duração de 40 horas, abrangendo atividades em


ambiente controlado (piscinas e tanques) e em locais de águas abertas (rios, lagoas e
cachoeiras). A grade curricular e carga horária deverá ser composta por diversos temas,
tanto no âmbito teórico, como prático, conforme plano de ensino definido.

5.1 Estrutura e Plano de Ensino

Assunto Metodologia Carga-horária Conteúdo base

Legislação, instrução técnica operacional,


Legislação aplicada Teoria 1h
manuais de mergulho.

Explanação teórica da anatomia e fisiologia


Física e fisiologia aplicada ao Mergulho, hiperbarismo, aparelho
Teoria 1h
aplicadas ao Mergulho respiratório, alterações fisiológicas durante o
mergulho, hiperventilação.

Explanação teórica da segurança e acidentes


Acidentes e doenças no mergulho, conceituação, acidentes de
Teoria 1h
relacionadas ao Mergulho Mergulho, definição de Barotraumas, tipos de
Barotraumas, profilaxia.

Tabelas de Limites Sem Utilização correta da tabela de mergulho,


Teoria 1h
Descompressão ajuste para mergulhos em altitude.

Planejamento da operação de mergulho,


TLSD, TCS, método de busca, suprimento de
Planejamento de Mergulho Teoria/Prática 1h
gás, definição das equipes de mergulho,
segurança das operações.

Identificação e montagem do Equipamento


Equipamentos e
Prática 1h Autônomo de circuito aberto, lastreamento,
Equipagem
roupa úmida, manuseio e manutenção básica.

Navegação e Controle de flutuabilidade, orientação,


Prática 2h
deslocamento deslocamento livre ou cabeado.

Métodos de busca aplicáveis a seco, como


Métodos de busca a seco Prática 1h
instrução inicial, com ou sem visibilidade.

Métodos de busca aplicáveis aos balneários e


Métodos de busca em objetivos da busca, em conformidade com a
Prática 1h
piscina natureza de fundo e balneário, com ou sem
visibilidade.

Métodos de busca aplicáveis aos balneários e


Métodos de busca em objetivos da busca, em conformidade com a
Prática 8h
balneários natureza de fundo e balneário, com ou sem
visibilidade.
Aplicação adequada das leis da física para
Reflutuação de Objetos Teoria/Prática 4h
reflutuação de cadáver e objetos.

Realização de atividades de simulação a pane


em equipamentos, subida de emergência,
Solução de Pane em
Prática 4h supressão de fornecimento de gás, pane de
equipamentos
válvulas, perda de equipamentos, enroscos e
aprisionamentos.

Primeiros socorros ofertados ao mergulhador,


Resgate de mergulhador suporte básico de vida, oxigenoterapia,
Prática 4h
acidentado acionamento de plano de emergência,
contatos, deslocamento, destino e etc.

Emprego de embarcações nas operações de


Utilização de embarcações Prática 2h
mergulho.

Abordagem de assuntos relacionados à teoria


Prova teórica Teoria 2h
e prática.

Elaboração de planejamento, execução de


método de busca e recuperação de objetos.
(com reflutuação). Solução de pane em
Prova prática Prática 4h
equipamentos, circuitos submersos,
realização de tarefas submersas, ocorrência
simulada.

Mergulho até a profundidade de 18 metros,


dentro dos limites não descompressivos, para
Mergulho de qualificação Prática 2h
análise de comportamento e resposta
fisiológica.

5.2 Coordenação e corpo docente

O corpo docente para os treinamentos deverá ser composto por militares preferencialmente
da unidade, credenciados e/ou possuidores de curso de qualificação e que, sempre que
possível, tenham experiência de atuação na região e área de articulação da Unidade.
O responsável por coordenar os trabalhos será preferencialmente o Oficial de Mergulho
da UeOp, auxiliado por 01 (um) SubTen/Sgt, ambos possuidores de curso de qualificação
(CMaut ou MASA).

Para atividades em locais controlados como piscinas e tanques de mergulho (piscina e


tanque de mergulho), é considerado ideal, no mínimo, 01 (um) instrutor para cada 12 (doze)
alunos. Para atividades em ambientes externos, 01 (um) instrutor, no mínimo, para cada 6
(seis) alunos. As atividades deverão ser executadas preferencialmente no formato de
oficinas, ocorrendo o revezamento de acordo com o estipulado pelo plano de disciplina.
5.3 Condições para aprovação

Para ser considerado aprovado no credenciamento, o militar deverá atingir um percentual


mínimo de 70% de aproveitamento nas atividades avaliadas de forma quantitativa.

6 QUALIFICAÇÃO, REQUALIFICAÇÃO E RECICLAGEM

6.1 Qualificação

A qualificação é o treinamento complementar realizado em regime presencial e por


recolhimento de tropa, e seguindo pré-requisitos e critérios específicos de seleção por meio
de edital, com o objetivo de dotar militares de conhecimentos de prática operacional
específicos para o atendimento de ocorrências e multiplicação de conteúdos relativos às
operações submersas de mergulho autônomo.

A qualificação em mergulho autônomo, planejada e executada sob supervisão da Academia


de Bombeiros Militar, será realizada em conformidade com o previsto na Resolução nº 703,
de 23 de dezembro de 2016, que aprova a malha Curricular do Curso de Mergulho
Autônomo (CMAut), além de diretrizes específicas contidas em Instrução Técnica de Ensino
expedida pela Academia de Bombeiros Militar.

6.2 Requalificação

Requalificação é a atualização do mergulhador qualificado, visando a manutenção da


aptidão para execução da atividade de mergulho tanto na esfera operacional quanto nas
atividades de ensino.

A requalificação tem como objetivo atualizar, condicionar e preparar os mergulhadores de


cada unidade para as atividades de mergulho, inclusive ampliando o conhecimento de sua
região de atuação, sendo oportuno observar a capacidade de cada mergulhador para as
atividades, a fim de garantir que a aptidão para o serviço seja satisfatória.

A requalificação em mergulho autônomo, planejada e executada sob supervisão da


Academia de Bombeiros Militar, será realizada em conformidade com o previsto na
Resolução nº 517, de 09 de agosto de 2013, que aprova a malha Curricular do Curso de
Requalificação em Mergulho Autônomo e Salvamento Aquático, além de diretrizes
específicas contidas em Instrução Técnica de Ensino expedida pela Academia de
Bombeiros Militar.

É pré-requisito para a execução da requalificação, além dos critérios de seleção


especificados em edital, possuir curso de qualificação (CMAUT, MASA ou outros
reconhecidos pelo CBMMG).

6.3 Reciclagem

Anualmente, as Unidades Operacionais deverão planejar e executar treinamentos de


mergulho em águas abertas que emulam o ambiente nos quais as guarnições locais são
empenhadas, com intuito de manter o nível elevado de treinamento e proficiência da tropa
credenciada em mergulho autônomo, sem prejuízo aos treinamentos a serem realizados
em águas confinadas no interior das unidades.

Para tanto, deverão ser observados e ministrados os conteúdos e suas respectivas carga-
horárias já previstos na matriz curricular do credenciamento, descritos nesta instrução
técnica operacional, no intuito de manter atualização e a proficiência constante dos
mergulhadores da corporação.

Também, importante realizar o levantamento dos locais potenciais de atendimento de


ocorrências de afogamento e recuperação de cadáver, bem como a balneabilidade dos
locais, e riscos locais para as operações submersas.
7 ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS

As Operações Submersas no CBMMG serão desenvolvidas em conformidade com esta


Instrução Técnica Operacional.

Previamente a qualquer empenho para execução de operações submersas, as UEOp’s


deverão elaborar estudos com a finalidade conhecer a bacia hidrográfica de sua área, os
índices de balneabilidade de cada corpo d'água existente, os locais de maior risco de
afogamento e as taxas de afogamento de cada área de interesse operacional.

Os acionamentos para ocorrências relacionadas à afogamentos ocorrerão, em sua maioria,


para locais com profundidades máximas de 10 metros e estão muitas vezes relacionados
a açudes artificiais, cachoeiras e rios. Por este motivo, a decisão de empenho da equipe de
mergulho deve se basear em um estudo de situação por parte do CBU/Chefe de serviço no
momento da “Chamada”, tomando-se como referência, principalmente, o tempo de
deslocamento até o local da ocorrência.

A definição pelo tipo de operação a ser realizada (equipamentos e equipes empregadas)


se dará a partir da possibilidade de resgate da vítima com vida (quando o tempo de acesso
e resgate da vítima se limite à 60 minutos a partir do momento do afogamento) ou operação
submersa de recuperação de cadáver (para os casos em que o tempo de afogamento
ultrapasse 60 minutos.

A Equipe de Mergulho realizará uma criteriosa avaliação das condições no cenário


informado no acionamento e o encontrado, onde haja a necessidade de emprego do
Mergulho de Segurança Pública (MSP), decidindo ou não por executar a atividade e
interrompendo-a quando for reconhecida alguma nova condição insegura, surgida no
decorrer da operação.

A operação propriamente dita inicia-se no momento do conhecimento do fato gerador da


ocorrência, podendo ocorrer por meio de:
- chamada telefônica (193),

- solicitação direta nas diversas UEop/Frações do CBMMG, em todo o Estado;

- formalização via ofício ao Comandante da UEop/Fração, até o nível mínimo de Pelotão


BM.

Consideram-se 4 tipos básicos de atividades submersas desenvolvidas no CBMMG para


fins de padronização desta Instrução:

- resgate de vítimas de afogamento;

- busca e recuperação de cadáver, quando o afogamento se dá com mais de 1 hora de


submersão;

- busca e recuperação de bens e evidências criminais, como objetos, armamentos, veículos,


embarcações ou aeronaves;

- inspeção, vistoria e manutenção em equipamentos submersos.

Nos casos em que a busca for realizada com o objetivo de recuperação de bens, objetos,
embarcações, aeronaves, inspeção ou manutenção de equipamentos submersos, o
emprego das equipes do CBMMG deverá ser precedido de criteriosa análise preliminar de
risco, sendo ainda avaliada previamente a existência do interesse público ou privado na
realização do MSP, para que seja verificada a necessidade de cobrança de TSP.

Nenhum mergulho para resgate de bens materiais será realizado sem a autorização do
Comandante do BBM/Fração destacada responsável pela área.

7.1 Acionamento da equipe de MSP

O atendimento da ocorrência de mergulho, e por consequência o planejamento para o seu


atendimento, se iniciam aqui. O responsável pelo recebimento da chamada, identificando
que se trata especificamente de operações submersas, seja para busca e recuperação de
corpos ou de bens, deverá coletar o máximo de informações possíveis, relacionadas ao
tempo de afogamento, características do objeto submerso, natureza do balneário e
balneabilidade, presença de correnteza, profundidade, natureza de fundo, características
da vítima, acesso ao local, clima e temperatura da água, conforme questionário previsto no
ANEXO A desta ITO.

Todos os dados devem ser confirmados quando a guarnição estiver no local da ocorrência.

Nos casos em que o acionamento das guarnições BM se dê em período inferior a 1


(uma) hora da notificação do afogamento, considerando a possibilidade de encontro da
vítima ainda com vida, além do emprego das equipes de MSP, deverão ser empregados
equipamentos e ações de salvamento aquático e mergulho livre, com o emprego de
métodos de buscas mais céleres, bem como o acionamento de equipes de Suporte Básico
de Vida e Suporte Avançado de Vida, para atendimento à vítima.

7.2 Preparação do equipamento

Todos os equipamentos de mergulho empregados nas operações deverão ser submetidos,


rotineiramente, à testes e manutenções programadas, de acordo com as orientações no
manual do fabricante, ou conforme necessidade identificada após danificações ou avarias,
visando garantir o emprego de materiais apropriados, seguros, confiáveis e em perfeito
funcionamento.

Os procedimentos a seguir devem ser adotados no âmbito das UEOp, por militar
responsável:

- instruções de rotina referentes à manutenção e reparos;

- registros de manutenções dos equipamentos com a devida identificação do responsável;

- acondicionamento adequado, em sala apropriada, dos materiais e equipamentos de


mergulho, livre da concentração de umidade e com ventilação adequada;

- instalação dos compressores de ar em local adequado, com atmosfera livre de gases


produtos de combustão e demais contaminantes, preferencialmente, em locais que haja ar
condicionado.
O mergulhador escalado no serviço operacional deve revisar todo equipamento de
mergulho diariamente, deixando-o em condições de emprego imediato. Cuidados básicos
devem ser tomados, como:

- realização de inspeção visual e limpeza;

- inspeção e teste das nadadeiras, snorkel e máscara (verificar condições do visor);

- inspeção e teste dos reguladores (inspecionar o diafragma da válvula de 2º estágio,


bateria do computador de mergulho, se existente, integridade do profundímetro analógico
e manômetro);

- inspeção dos coletes equilibradores (inspecionar funcionamento das válvulas de alívio,


traquéia e presença ou não de vazamentos);

- inspeção dos neoprenes;

- inspeção dos cilindros de mergulho (inspecionar registro, a existência de rachaduras,


riscos e marcas no corpo do cilindro e pressurização. Se possível, realizar a limpeza
interna);

- disponibilidade de cintos de lastros;

- inspeção dos demais equipamentos como: lanternas (verificação da carga das baterias e
pilhas), bússolas, computadores de mergulho, pranchetas, lift-bags etc;

- acondicionamento dos equipamentos e materiais em ambiente ventilado e seco, longe de


graxas e óleos e onde não haja sua exposição prolongada à luz solar;

- hidratação das partes de silicone das máscaras, bocais das válvulas, respiradores e nos
calcanhares das nadadeiras, com gel hidratante específico;

- marcação do último abastecimento de ar no cilindro com no mínimo, posto/graduação,


nome do responsável pelo abastecimento e data;

- regulagem dos cintos de lastro, com lastreamento individual de cada mergulhador de


serviço;

No momento do empenho para a ocorrência, o equipamento de mergulho já deverá estar


separado, listado e revisado de forma prévia ao deslocamento, de forma que não haja
falhas ou falta de equipamentos.

Além dos equipamentos individuais do mergulhador, é importante analisar a necessidade


ainda do emprego dos seguintes equipamentos na operação:

- Embarcações com motor e TAC, gasolina e óleo tipo 2 tempos;

- Poitas, cordas, retinidas, boias de sinalização, sacos de cadáveres, carretilhas, sacos


elevatórios, fitas zebradas, dentre outros materiais e equipamentos que podem ser usados
na operação de mergulho.

Na maioria dos casos, a operação submersa ocorre em zona rural e distante de fontes de
recursos logísticos, por isso, os recursos pré-hospitalares e a garantia de uma primeira
resposta a um possível mergulhador acidentado são de extrema importância. Portanto, para
toda operação é importante a disponibilização de DEA em perfeito funcionamento, cilindro
portátil de O2, com máscara de não-reinalação oronasal, além da bolsa de resgate com
outros materiais básicos.

O militar de serviço deve relatar, de forma antecipada, ao seu Chefe Direto, qualquer
dificuldade encontrada para manter as condições mínimas de segurança em um local de
ocorrência, e este deverá repassar ao Escalão Superior para demais providências.

7.2.1 Equipamentos mínimos

Para as ocorrências que demandem a atuação das equipes de níveis 1 e 2, de forma


ordinária, os recursos logísticos empregados deverão estar adequados ao tipo de trabalho
que será realizado, sendo os requisitos mínimos:

- Cilindros de mergulho com teste hidrostático válido, de acordo com as normas da ABNT,
com volume mínimo de 11 litros, na proporção de 2 cilindros completamente cheios para
cada componente da equipe;
- Colete equilibrador para controle de flutuabilidade, próprio da atividade;

- Profundímetro;

- Faca apropriada para mergulho;

- Roupa úmida apropriada a temperatura identificada;

- Máscara semi-facial;

- Cinto de lastro com fivela de fácil soltura;

- Conjunto de mangueiras e válvulas reguladoras, contendo 2º estágio principal e


alternativo, manômetro submersível e mangueira de baixa pressão para inflagem de colete;

- Relógio submersível;

- Computador de mergulho;

- Corda/retinida para confecção de cabo guia, de espessura adequada à carga de ruptura


mínima de 150 kg e comprimento mínimo de 30 metros;

- Lanterna;

- Nadadeiras;

As equipes de níveis 3 e 4 realizam mergulhos sob condições específicas e com


características pré-definidas, que extrapolam o atendimento ordinário da Instituição, que
por sua vez compreendem a menor parcela de atendimentos de operações de mergulho.
Neste contexto, deverão empregar os equipamentos necessários para garantir a segurança
da operação e dos mergulhadores envolvidos. Os equipamentos específicos para cada
operação e método empregado são definidos no MABOM da atividade, contendo, além do
material básico empregado para as equipes de nível 1 e 2, ainda:

- Roupa seca com estanqueidade adequada;

- Máscara tipo full face ou capacete do tipo KMB, para os casos em que seja realizado o
mergulho dependente com garantia de estanqueidade completa e console para controle de
suprimento de ar comprimido / mesa de comunicação;

- Capacete adequado à atividade de mergulho;

- Bússola;
- Computador de mergulho;

- Para o mergulhador submerso, cilindro para suprimento de emergência (stage) e sistema


RIG para transporte, testado hidrostaticamente e com válvula reguladora de segundo
estágio independente;

- Harness de segurança;

- Comutador de gás;

- Bail Out

- Stage;

- Rebreather;

- Nadadeira do tipo aberta;

Para os casos em que seja necessária a realização do mergulho dependente, o supervisor


de mergulho deverá certificar que o mergulhador possua uma TCS inferior a 40
litros/minuto.

7.2.2 Caso ocorra inexistência de algum equipamento, considerada a avaliação do chefe


da guarnição, poderá ser realizada a operação, desde que preservada as condições de
segurança.

7.3 Preparação do mergulhador

Além da necessidade de manutenção de prontidão especificada na Instrução Técnica


Operacional 01, os mergulhadores escalados no serviço operacional devem se manter
aptos ao serviço, em adequadas condições físicas e psicológicas.

Qualquer queixa ou limitação física ou psicológica deve ser manifestada pelo militar no
momento de assunção do serviço, sob pena de comprometimento da segurança da
operação e risco à saúde e à vida, propriamente dito. Os exames médicos dos
mergulhadores deverão ser mantidos atualizados, bem como o militar escalado para o
serviço, com possibilidade de empenho em operações submersas, deverá estar apto nos
exames médicos requeridos para o nível de mergulho a ser desempenhado, incluídos
aqueles exigidos por meio do Programa de Saúde Ocupacional do CBMMG.

Do mesmo modo, o treinamento deverá ocorrer rotineiramente por acompanhamento dos


comandantes do serviço operacional e/ou Oficial de Mergulho da Unidade, durante o
serviço operacional ou fora dele, mediante elaboração de ordem de serviço, nos casos em
que forem realizados mergulhos em águas abertas.

A educação continuada é desenvolvida por meio dos cursos/reciclagens de mergulho


complementares realizados pelos militares, seja dentro ou fora da Corporação, que tenham
relação com a atividade de segurança pública.

7.4 Deslocamento

Ainda que, as operações de mergulho autônomo demandem a busca e recuperação de


vítima submersa a mais de 60 minutos, sem possibilidade de resgate da vítima com vida
em decorrência do tempo de imersão de submersão ou mesmo para recuperação de
evidências criminais e bens, o deslocamento deverá ser de forma ágil e com segurança,
em código 2 de acordo com a ITO 01.

Durante o deslocamento o Chefe de Guarnição da Equipe de Mergulho deve, sempre que


possível, atualizar os dados já levantados sobre a ocorrência no intuito de estabelecer o
planejamento adequado, seja via contato com solicitante, com o Centro de Operações ou
pela SOU da Unidade. Durante o deslocamento a equipe deve planejar e discutir ações
adequadas à serem desenvolvidas na ocorrência com base nas informações obtidas até o
momento.
7.5 Análise da cena

No local da ocorrência, a primeira medida a ser tomada pela equipe de mergulho ao chegar
no local do afogamento é a realização de uma análise pormenorizada de todos os fatores
que vão influenciar no atendimento da ocorrência.

Deve-se levar em consideração os fatores ambientais, comportamentais e sociais


encontrados na cena, principalmente se o objetivo da busca estiver relacionado à
recuperação de cadáver.

O Comandante da Guarnição deve identificar possíveis distúrbios de comportamento que


possam resultar em risco à integridade dos membros da equipe. Se o local for inseguro,
torne-o seguro por meio de solicitação de apoio a outros órgãos, se necessário.

Avalie as características e condições do local do mergulho que afetarão no planejamento


da operação:

- O tipo de corpo d’água onde serão realizados os mergulhos (rio, lago, lagoa, açude,
represa, cachoeira, etc);

- Velocidade da correnteza. Não mergulhe em cursos d’água com velocidade superior a 2


(dois) nós;

- A possibilidade ou não de navegação com embarcação;

- A balneabilidade das águas, conforme relatório da Agência Nacional das Águas (ANA)
levantado pelo COB local ou concessionária de abastecimento de água regional/local. Em
águas contaminadas mergulhe sempre com isolamento corporal completo garantido pela
roupa seca e full face;

- Despejo de resíduos industriais ou humanos à montante do local de mergulho;

- Tipo de leito do corpo d'água, se pedregoso, arenoso ou lamacento, ou natureza de fundo


que potencialize enroscos e aprisionamentos;

- Existência de remanso, como locais de maior probabilidade de encontro de corpos/objetos


flutuantes;
- Quando o local se tratar de mananciais artificiais (represas e açudes), levante as
características do local antes de sua inundação (se área livre de pastagem, presença de
cercas de arame, vegetação, inclinação do terreno, etc);

- Evite mergulhar próximo a paredes de pedras, principalmente aquelas formadas por ação
antrópica, pois algumas pedras podem estar soltas e cair sobre os mergulhadores;

- Na possibilidade de existência de locais com “teto”, mergulhe sempre guiado por cabos
de fundo, ancorados ao cabo guia e uso de capacete

- A incidência de fenômenos naturais como “cabeça d’água” geram riscos repentinos que,
em muitos casos, superam a capacidade de resposta da guarnição BM. Procure
informações sobre eventos pluviométricos à montante que possam causar o fenômeno
onde será realizado o mergulho;

- Se local de difícil acesso que envolva um maior número de recursos humanos,


equipamentos e empenho de aeronaves;

- Necessidade de apoio policial para realizar a segurança do local e da viatura que ficará
sem a presença de BM’s próximos;

- Levantamento da distância para o recurso hospitalar, para o caso de um atendimento de


emergência ao mergulhador;

- Previsão meteorológica. Em caso de previsão ou chuva forte que alterem a profundidade


do local ou potencialize a correnteza, não mergulhe;

- Profundidade do local, que pode ser identificada por meio do uso de poita e cordas;

- Número e condições fisiológicas dos mergulhadores disponíveis.

7.6 Sistema de Comando de Operações

Para os casos em que o comandante da operação vislumbre a necessidade de atuação


conjunta interagências no atendimento da ocorrência, ou tal se desenvolva naturalmente a
considerar a natureza e complexidade da ocorrência, os protocolos de atendimento
segundo a doutrina de Sistema de Comando de Operações deverão ser adotados,
seguindo regulamentação específica.
7.7 Ações de segurança

A equipe deve isolar a área, de forma a garantir a segurança dos mergulhadores,


integridade dos materiais e equipamentos disponibilizados, bem como prevenção de
riscos e novos acidentes. O isolamento deve impedir que pessoas estranhas à operação
possam de alguma forma comprometer a segurança, prejudicar a preservação da área e a
atuação das autoridades envolvidas. A atividade submersa e a presença de mergulhadores
na água, em qualquer operação, deverá ser sinalizada e balizada com dispositivos
flutuantes adequados.

O chefe da guarnição, caso necessário, deverá solicitar apoio dos órgãos de segurança,
como a PMMG e Guarda Municipal, para atuarem no isolamento. O cumprimento de todas
as determinações e definições contidas nesta instrução, para cada ação,
comportamento e operação, dentro de sua especificidade, configuram o mais
imprescindível aspecto de segurança a ser seguido pelos mergulhadores do
CBMMG, com vistas a garantir a segurança do mergulhador em todos os casos.

7.8 Disposição dos equipamentos e materiais

Após o isolamento do local e definição das zonas de operação, como zona quente, zona
morna e zona fria, deve-se estabelecer o palco da operação de mergulho.

Todos os materiais e equipamentos que possam ser usados na ocorrência devem ser
colocados e bem organizados na zona morna, em local acessível aos mergulhadores e
adequado de maneira que facilite a sua utilização e conferência pós operação.
Preferencialmente, deve-se usar uma lona para evitar o contato direto do material com o
solo. Os equipamentos devem ficar protegidos de terra, areia e ao abrigo de luz solar.

Os materiais e equipamentos devem ficar na área destinada apenas à equipe de mergulho,


distante das outras pessoas no local. Podem ser utilizadas cordas, cones e fitas zebradas
para garantir o efetivo isolamento. Devem ainda ficar próximos à área de busca, de forma
que a equipe tenha fácil acesso.
Toda a equipe deve atentar pela organização do material durante toda a operação. Sempre
que utilizar o material retornar com ele ao local de origem estabelecido no palco de
ferramentas. O material coletivo deve ser colocado em lonas diferentes dos materiais
definidos como individuais, para que não ocorram trocas que prejudiquem a segurança do
mergulhador.

Para os casos em que o mergulho ocorra em águas impróprias para banho, deverá ser
estabelecido o corredor de descontaminação, conforme MABOM - Mergulho Autônomo,
que especifica o emprego adequado da roupa seca.

7.9 Plano de buscas

A definição do plano de busca será realizada de acordo com as diversas variáveis que
serão levantadas pela equipe de mergulho no local, com base no levantamento inicial de
informações e metodologia básica para atendimento à ocorrências de Mergulho de
Segurança Pública, preconizadas pela International Association of Nitrox & Technical
Divers - I.A.N.T.D.

Inicialmente, deve-se coletar informações com as testemunhas oculares idôneas presentes


no local por meio de entrevistas. É importante que na sinalização do último ponto de
avistamento a testemunha seja conduzida ao local exato onde estava quando avistou a
vítima/objeto pela última vez. Ainda, o levantamento de informações pode ocorrer junto à
família, com o devido cuidado e profissionalismo na abordagem, considerando o estado
emocional das testemunhas presentes, ou ainda junto a órgãos que já se encontravam no
local.

Realizadas as entrevistas necessárias, e mediante as características obtidas relativas ao


local tais como profundidade e perfil de fundo, extensão da área de busca, natureza de
fundo, balneabilidade, entre outros, serão definidos os critérios de segurança a ser
adotados no local, principalmente no que se refere a execução das buscas e riscos
existentes no ambiente submerso, no intuito de definir e empregar os equipamentos
adequados a realidade da operação.

Ainda, a provisão de segurança no local do mergulho deverá constar de sinalização com


bóias de identificação, no local do mergulho, isolando o trânsito de embarcações num raio
de 100 metros, exceção àquelas envolvidas na operação.

Garantida a segurança dos militares e demais envolvidos na operação, devem ser definidas
as técnicas e táticas a serem empregadas para alcance do objetivo. Neste momento serão
definidos os equipamentos empregados, levantamento de todas as possibilidades e
métodos de busca mais adequado ao local, considerando as diversas opções de busca e
métodos possíveis de emprego. Neste momento, deverá ser preenchido o checklist de
mergulho, definido no ANEXO B desta ITO, de forma a pormenorizar detalhes de
equipagem e ações a serem desenvolvidas, em atenção aos critérios de segurança já
estabelecidos.

Finalizado o Checklist, serão realizadas as buscas propriamente ditas. O Checklist de


mergulho contemplará o planejamento pormenorizado da ocorrência, que tem sua
confecção iniciada desde o acionamento das guarnições até o momento imediatamente
anterior à entrada na água para a realização da busca, que está definido no MABOM -
Mergulho Autônomo.

De modo geral, o planejamento deverá constar, obrigatoriamente, das seguintes


informações e procedimentos previstos:

- definição dos objetivos;

- condições meteorológicas preexistentes;

- identificação da profundidade real e profundidade ajustada ao mergulho em altitude,


devendo ser adequados os valores de profundidade, para fins de cálculo, conforme tabela
contida no ANEXO C, considerando a altitude média identificada no Estado;
- identificação da equipe empenhada;

- cálculos de autonomia do mergulhador e tempo de fundo para mergulhos não


descompressivos;

- capacidade e volume de gás contido nos cilindros de pressão;

- consumo e autonomia de gás dos mergulhadores envolvidos na operação, por meio do


cálculo de Taxa de Consumo na Superfície - TCS;

- cálculos de contingência para os casos de exposição excepcional, quando devem ser


definidos a reserva de emergência, tempo necessário às paradas de segurança e tempo
adequado de subida;

- método de busca empregado na operação;

- procedimentos de sinalização e segurança a serem adotados.

7.10 Execução de Buscas

Os métodos de busca empregados para alcance dos objetivos operacionais em uma


ocorrência de mergulho autônomo deverão respeitar um criterioso rol de definições para os
empregos de métodos específicos em cada caso, devendo ser executados conforme
MABOM - Mergulho Autônomo.

- Balneários com natureza de fundo conhecida e verificada, características lacustres, sem


correntes, águas confinadas, de fundo arenoso, sem possibilidades de enrosco, sem
galhadas, sem reentrâncias rochosas, as buscas deverão se limitar à 72 horas,
considerando a improbabilidade de aprisionamento do corpo no fundo do balneário,
enroscado ou preso à alguma estrutura submersa, ou até mesmo ter sido movido em
decorrência de correntezas, o que não é verificada neste tipo de balneário.

- Balneários de água corrente, natureza de fundo desconhecida, com existência de galhos,


cercas, reentrâncias rochosas ou valas, deverão ser submetidos a criteriosa análise de risco
e emprego das guarnições, considerando a impossibilidade de se manter, o cadáver, por
um longo período de tempo submerso no mesmo local onde foi seu último ponto de
avistamento. Considerando ainda a natureza de fundo, a flutuação espontânea decorrente
do estado de decomposição avançado poderá não ocorrer, devendo então o coordenador
decidir pelo prolongamento do tempo de busca, por mais 24 horas, além do emprego de
roupa seca, considerando a possibilidade de contaminação pelo cadáver.

Todas as ações, seja a interrupção da busca ou prolongamento desta, devem ser


devidamente motivadas e justificadas no registro da ocorrência.

Finalizadas as buscas submersas, as guarnições poderão desenvolver as buscas


superficiais, com uso de embarcação, guarnições a pé margeando o balneário, entre outras.

7.11 Encerramento ou suspensão das Buscas Submersas

Decidir pelo encerramento ou suspensão de uma operação, principalmente nos casos em


que o objetivo não foi alcançado quando se trata de ocorrências de recuperação de
cadáver, devido à pressão popular e de familiares pela recuperação e resposta imediata,
deve ser uma decisão tomada com base em criteriosa análise e respaldo em critérios
técnicos.

O processo de decomposição produz gases no interior do organismo, que por sua vez
induzem a flutuabilidade positiva do cadáver. Este processo ocorre a partir de 24 horas
em até 72 horas após a notificação da ocorrência/óbito, podendo variar quanto à
temperatura da água e profundidade onde o corpo se encontra. Em locais em que a
temperatura do balneário é acentuadamente baixa, o processo de decomposição, formação
de gases e por consequência a reflutuação, pode se prolongar por até 5 dias.

Quanto maior a profundidade, considerando a pressão hidrostática exercida pela coluna


d’água, menor será o volume de gases produzidos pelo processo de decomposição, que
se desenvolve de forma mais lenta. Ainda, quanto maior a temperatura da água, mas
acelerado se dá o processo de decomposição e de formação de gases, considerando a
influência da temperatura nos processos bioquímicos e biofísicos.
Sendo assim, nas operações realizadas pelo CBMMG, considerando a profundidade média
das ocorrências notificadas no Estado, bem como a temperatura média das águas em
Minas Gerais, que é em torno de 23º C, variando de 20º a 25º C, somados à certificação
de que a natureza de fundo não configura possibilidade de enrosco/aprisionamento, as
buscas submersas no local indicado do afogamento serão limitadas à 72 horas.
Posteriormente, caso existam evidências, as buscas submersas e/ou superficiais poderão
ser realizadas conforme avaliação e planejamento do Chefe da Guarnição.

Em casos específicos, considerando a baixa temperatura e a influência da pressão


hidrostática em locais mais profundos, as buscas em locais com profundidade superior aos
20 metros poderão se estender até 96 horas. Do mesmo modo, buscas submersas em
locais que ultrapassem os 30 metros, deverão se estender por 5 dias, a partir da data de
notificação do afogamento.

Após esse período, a busca será encerrada no local sinalizado para o afogamento, devendo
a guarnição considerar a possibilidade de reflutuação espontânea do corpo em princípio,
ou movimentação em relação ao último ponto de avistamento. Assim, as buscas devem ter
sua continuidade por via terrestre, às margens do balneário, ou traçada estratégia de busca
submersa diversa, de modo a percorrer outras áreas que não tenham sido objeto de busca,
para evitar retrabalho, a depender da natureza do balneário, presença de correnteza, etc.

Nos demais casos, riscos já pré-existentes da atividade são amplamente potencializados


quando se exerce a atividade sob pressão e estresse desnecessários, contra-relógio, com
recursos escassos e militares com condições físicas comprometidas.

Assim, são definidas diversas situações em que a operação submersa deverá ser suspensa
ou encerrada, de acordo com a avaliação do supervisor de mergulho, principalmente para
atender aos critérios de segurança.
7.11.1 Encontro do objeto

Considerando a natureza do serviço desenvolvido no mergulho de segurança pública, que


tem por objetivo maior a recuperação de objetos, localização e recuperação de cadáveres,
nos casos de sucesso na operação, isto é, com o encontro do objeto buscado, bem como
sua recuperação/remoção do fundo e devida devolução ao solicitante/órgão interessado, a
operação se encerrará.

Todos os registros da atividade em REDS, além da caderneta de mergulho individualizada


de cada integrante da equipe executor da atividade.

7.11.2 Esgotamento do recurso de Ar

De acordo com o planejamento da operação, que engloba aspectos como a profundidade


local, conhecimento prévio da localização do objetivo da busca, recursos logísticos
necessários para a operação, onde se inclui o ar comprimido, este recurso será
dimensionado para que atenda a necessidade da guarnição e esta consiga realizar a busca
indicada para a operação.

Toda operação deverá contar com recursos sobressalentes. Nos casos em que a operação
envolve 4 mergulhadores, deverão ser considerados 4 cilindros de suprimento de ar, com
1 cilindro reserva para cada mergulhador que se encontrar submerso.

Salienta-se que, conforme citado anteriormente, a previsão do recurso deve considerar


sempre que, em deslocamentos longitudinais, seja na vertical, seja na horizontal para locais
em que se realize um mergulho com teto, toda quantidade ar consumido no percurso de
ida, será consumida em igual ou maior volume no percurso de volta. Desse modo, o
planejamento da atividade e da utilização do recurso devem considerar estas variáveis.
Também, o uso de ar comprimido, considerando os riscos da doença descompressiva,
deverão ocorrer seguindo os pressupostos das Tabelas de Limites Sem Descompressão,
no que tange ao tempo de fundo utilizando ar comprimido.

Por fim, de acordo com a NORMAN 15 (BRASIL, 2018), considerando as profundidades


admissíveis para mergulhos com Ar Comprimido, e de acordo com uso adequado das
Tabelas de limites Sem Descompressão, o tempo máximo submerso diário, incluindo a
descompressão, é de quatro horas para cada mergulhador.

7.11.3 Em atenção aos limites impostos pelas TLSD

Conforme supracitado, e considerando a necessidade de suprimir os riscos da doença


descompressiva ocasionada pela absorção do nitrogênio contido no ar comprimido em
excesso, as referidas tabelas limitam as atividades em profundidades variadas associadas
à tempos de fundo permitidos para cada caso, incluindo a absorção de nitrogênio residual
que deve ser considerada para os casos de mergulhos repetitivos.

Nos casos em que o objetivo da busca não tenha sido encontrado na profundidade de
busca, e que o tempo de fundo tenha sido limitado na referida profundidade no decorrer da
atividade, bem como nos casos em que a profundidade tiver valor maior que extrapole o
limite de segurança para utilização do gás comprimido, a operação deverá ser encerrada.

Para tanto, os limites de tempo e profundidade do mergulho autônomo não


descompressivo, deverão ser considerados conforme especificado nas tabelas de limites
sem descompressão, descrita no ANEXO C desta ITO.

7.11.4 Alterações climáticas e ambientais que ofereçam risco

Um planejamento de mergulho adequado priorizará o início da operação nas horas iniciais


do dia, considerando maior disponibilidade de luz natural, devido principalmente às
características dos locais em que o CBMMG desempenha suas atividades,
predominantemente sem visibilidade.

Essa mesma característica de visibilidade encontrada nas águas, para os casos de


restrição acentuada, pode também não sofrer interferência no ambiente subaquático,
quando houver ausência de luz natural. A determinação da suspensão da operação de
mergulho em decorrência da ausência de luz natural e do período noturno, será definida
por fatores externos.

Nos casos em que a ocorrência seja iniciada em períodos com baixa luminosidade, a
depender do local e dos recursos disponíveis, a visibilidade da operação que ocorre
também na superfície, considerando a função dos mergulhadores de segurança, do guia
de mergulho, será comprometida.

Nos casos em que a visão seja o mecanismo de controle e recurso determinante para uma
comunicação adequada, além do acompanhamento ininterrupto do mergulhador submerso,
deslocamento das bolhas, comunicação via cabo, entre outros, e o recurso passe a ser
comprometido pela baixa luminosidade local, a operação deverá ser suspensa, para a
garantia da segurança dos mergulhadores.

Ainda, caso não seja possível, no período noturno, manter o controle e a suspensão do
trânsito de veículos aquáticos no local das buscas, considerando a dificuldade para que
estes possam verificar e identificar a presença de mergulhadores no local por meio das
bóias de sinalização, o mergulho deverá ser suspenso.

Ainda, deve se considerar a possibilidade do surgimento de condições climáticas


desfavoráveis, como chuvas excessivas e cabeças d’água, que podem alterar
características da correnteza, natureza de fundo e profundidade local, além do carreamento
de diversos objetos, como galhadas, que colocam os mergulhadores em risco de enrosco,
lesões e traumas, bem como causam prejuízo potencial ao bom funcionamento dos
equipamentos de mergulho.
Nestes casos, sob risco de acidentes, a operação deverá ser suspensa após análise do
comandante da operação, até que sejam estabelecidas condições de segurança.

Por fim, é necessário uma análise do bioma local e qual o tipo de vida subaquática coexiste
no local da busca (ex; jacaré; piranha), para que precauções sejam tomadas, garantindo a
segurança dos mergulhadores.

7.11.5 Exposição excessiva dos militares seguida de esgotamento físico

São raros os casos em que os militares envolvidos na operação sofrerão desgaste físico
que impeça a continuidade da atividade, antes que outros fatores, como o cumprimento das
TLSD, induzam o encerramento ou suspensão da atividade.

Entretanto, em casos de mergulhos realizados contra correnteza, mergulhos em que a


preparação prévia, como o deslocamento ao local da operação (a considerar a
característica dos balneários no Estado) seja desgastante, ou que incorrem em desgaste
físico excessivo com situações de stress elevado, somados aos casos em que o
mergulhador já tenha iniciado a operação com alguma indisposição física, a atividade
deverá ser encerrada na garantia de maior segurança aos envolvidos, casos estes em que
o militar/guarnição deverão ser substituídos, passando por devida avaliação médica, para
que outras guarnições deem continuidade à operação.

7.11.6 Surgimento de riscos que demandam revisão do planejamento

A maioria das operações de mergulho realizadas pelo CBMMG ocorrem em locais nos quais
as guarnições não têm conhecimento prévio das características do balneário, sua natureza
de fundo, etc.

Nestes casos, o conhecimento do local e seus riscos se dará apenas com a progressão da
atividade na busca pelo objetivo da operação.
Em alguns casos, os riscos encontrados poderão extrapolar a capacidade logística e de
resposta por parte da guarnição, principalmente no caso de acidentes. Descargas
repentinas de materiais poluentes/tóxicos, existência de tubulações submersas danificadas
que apresentem alta vazão, imperceptíveis na superfície; existência de equipamentos
energizados no local, como bombas de sucção, entre outros, que em todos os casos tem
seu risco potencializado devido a baixa visibilidade local, demandam a suspensão da
atividade para que uma revisão do planejamento seja realizada.

Desse modo, para os exemplos citados, a tubulação que apresente alta vazão poderá ser
isolada, os equipamentos energizados deverão ser devidamente desenergizados pelos
responsáveis, para que a atividade tenha sua continuidade de forma segura.

7.11.7 Prescrições diversas

Não só após a finalização das buscas, mas ao término de qualquer operação de mergulho
em que tenha havido a submersão de militares, o registro da atividade deverá ser realizado
no REDS, bem como em registro individual do mergulhador.

Respeitados os limites não descompressivos para cada profundidade e a autonomia


dos mergulhadores a partir de seu consumo, de forma suplementar, o tempo máximo
submerso diário por mergulhador, será de até 240 minutos.

Uma mesma ocorrência, que se prolongue por mais de um dia e enseje em substituição de
equipes, deverá constar em um único REDS, no intuito de manter a fidedignidade das
estatísticas. Para tanto, todos os recursos humanos e materiais empregados na operação
deverão constar no registro a ser controlado no posto de comando, para os casos em que
tenha sido acionado o SCO, ou por atribuição de responsabilidade do comandante da
operação definido para cada dia de operação.

Em todos os casos, iniciado o mergulho, caso seja necessário sua interrupção, esta se dará
após criteriosa análise do comandante da operação/supervisor de mergulho. Quando
ocorrer interrupção dos trabalhos de mergulho por razões de segurança, esta deverá ser
comunicada imediatamente ao comando a que estiver subordinado a guarnição, que
determinará os procedimentos a serem adotados, no que couber.

As buscas superficiais serão limitadas em até 8 dias após a notificação do afogamento,


considerando as possibilidades de reflutuação espontânea, movimentação do objeto
buscado em relação ao último ponto de avistamento, entre outros. Após esse período, as
guarnições devem reconsiderar o planejamento da operação e a possibilidade de
acionamentos posteriores relativos ao encontro de cadáver.

7.12 Finalização dos trabalhos no local

Para os casos em que tenha sido feito o encontro e recuperação do cadáver, a retirada da
água deve observar os preceitos de humanidade, profissionalismo e, acima de tudo,
cuidado e sensibilidade, principalmente na presença de familiares no local.

Os membros da GUBM devem evitar reações de euforia e satisfação pelo sucesso da


localização do corpo, que possam ser mal interpretados pelos civis presentes no local.

O corpo submerso, ao ser encontrado deve ser marcado com uso de equipamentos
(decomarker, carretilha, lift bag, marcadores de superfície), mantendo-o no local onde foi
encontrado, devendo permanecer submerso até a chegada da perícia, para evitar a
exposição desnecessária. Caso a GUBM opte por reflutuar o corpo e retirá-lo do local
encontrado, este deverá ser amarrado, removido para um local seguro e preservado até a
chegada da perícia técnica.

A guarnição deve, sempre que possível, prezar pela preservação do local e do objeto
encontrado. Caso seja vislumbrado a necessidade de preservação de vestígios e locais de
crime, conforme preconizado por ITO específica, os objetos devem ser acondicionados,
ainda dentro da água, em recipientes ou invólucros que preservem suas características
originárias, até que sejam repassados para a perícia, com a devida atenção aos
procedimentos regulamentares referentes à Cadeia de Custódia.
Tão logo as guarnições tenham atingido o objetivo das buscas, os serviços de perícia e
remoção por parte dos órgãos competentes deverão ser acionados. O serviço de remoção
deve ser acionado e deve-se preservar a integridade do corpo e sua imagem, não
permitindo que sejam feitas imagens visuais por populares próximos, por meio de câmeras
fotográficas ou qualquer outro tipo de equipamento.

7.11 Atividades pós-operação

Ao término do atendimento e finalização das atividades BM no local, a operação deverá ser


desmobilizada. Após a saída da água e desequipagem do Mergulhador de fundo e do
Mergulhador de emergência, os materiais e equipamentos utilizados na Operação devem
ser dispostos no “palco de ferramentas” para conferência, para que só então sejam
guardados e devidamente acondicionados na viatura.

De posse das informações coletadas no local da ocorrência, bem como o que foi executado
pela guarnição, o REDS deve ser confeccionado contendo, no mínimo, as seguintes
informações:

- O que a guarnição identificou no local;

- O que foi repassado pelas testemunhas;

- O que foi feito pela guarnição (detalhar objetivo da busca, método de busca utilizado,
mergulhadores empenhados, profundidade atingida, fatores adversos;

- Qual apoio a GUBM recebeu no local.

Na UEOp, a viatura deverá ser desequipada, os equipamentos manutenidos, com atenção


às válvulas e coletes, e acondicionados em local adequado.
8 RESPONSABILIDADES DOS MEMBROS DA EQUIPE DE MERGULHO

8.1 Oficial de Mergulho da Unidade

A função de Oficial de Mergulho da Unidade (UEOp) é um encargo inerente ao Oficial


Subalterno e Intermediário, com curso de qualificação na atividade, seja ele obtido no
CBMMG outra Instituição Militar. O militar deverá ter suas qualificações em mergulho
publicadas em B.I. para exercer a função de Oficial de Mergulho da UEOp. Dentre suas
diversas atribuições e responsabilidades, compete:

- Orientar os Comandantes de Companhia e Pelotão, descentralizados e destacados, sobre


a necessidade de atualização da carta hidrográfica da área de atuação, identificando os
riscos e balneários de maior concentração de banhistas, bem como sobre a balneabilidade
de cada local;

- Estimular o acompanhamento do registro de ocorrências de afogamento na área de


articulação de toda a UEOp, com estatísticas e informações detalhadas, a fim de que seja
possível traçar o perfil do afogado na região e realizar uma gestão do risco de afogamento,
propondo ações de prevenção e mitigação;

- Assessorar o responsável pelo Almoxarifado da UEOp na elaboração e a atualização


periódica da carta de materiais de mergulho da Unidade/Frações;

- Identificar carências e propor melhorias de equipamentos e materiais de mergulho da


Unidade/frações;
- Controlar a manutenção dos equipamentos e materiais de mergulho da Unidade/Frações;

- Relacionar e manter atualizada a lista dos mergulhadores de sua área, segundo a


qualificação individual de mergulho;

- Assessorar o Comando da UEOp no sentido de buscar melhorias para a atividade de


mergulho;
- Propor cursos, credenciamentos, reciclagem, capacitação e qualificação em atividade de
mergulho, no âmbito de competência de sua UEOp;

- Fiscalizar o preenchimento adequado dos Registros de Ocorrência e do livro de registro


de mergulho dos mergulhadores;
- Controlar os acidentes de mergulho de sua área de atuação;

- Elaborar e divulgar entre os mergulhadores da Unidade/frações o Plano de Emergência


para acidente de mergulho.

8.1.1 Controle de treinamentos

Os treinamentos diários são de responsabilidade UEOp/Fração, até o nível de PA BM. O


registro deverá ser feito nos anúncios já existentes, bem como lançado no relatório de
serviço.

Entretanto, cabe ao Oficial de Mergulho da UEOp coordenar, promover e controlar cursos,


credenciamentos, reciclagem, workshops e outras atividades correlatas ao mergulho
autônomo de segurança pública, seja com participação apenas do público interno, quanto
externo.

O controle deve permanecer em pasta digital na seção responsável pelo treinamento da


UEOp, contendo todas as informações atinentes ao mergulho, incluindo registro fotográfico,
para que haja uma continuidade do trabalho ao longo do tempo.

8.1.2 Controle de equipamentos

O controle de equipamentos de mergulho é de responsabilidade do Almoxarifado da


Unidade, até o nível de Cia Ind., que deverá controlar inclusive os materiais das frações
subordinadas (descentralizadas e destacadas), devendo buscar continuamente a melhoria
dos equipamentos e materiais de mergulho de sua carga patrimonial. O Oficial de Mergulho
da UEOp poderá ainda assessorar quanto à aquisição de novos materiais.
8.1.3 Definição das equipes

A definição dos militares que irão compor a equipe de mergulho para o atendimento de
pronta-resposta, conforme item 4 desta ITO, é de responsabilidade de cada CBU/Chefe de
Serviço, observando-se as configurações de cada equipe.

O Oficial de Mergulho da Unidade poderá ser consultado para a escolha da equipe que
venha ser necessária no atendimento de situações complexas como a recuperação de
aeronaves, embarcações ou veículos submersos ou que envolvam um planejamento de
mergulho mais elaborado, com uso de diversas técnicas, recursos e militares, não se
tratando de uma ocorrência habitual de recuperação e/ou resgate.

Nesse caso, sua função será de assessor técnico do Comandante de Unidade, devido ao
seu conhecimento na área, cabendo-lhe o julgamento técnico, para a tomada de decisão
da autoridade competente.

8.1.4 Controle do livro de registro de mergulho

O Oficial de Mergulho da Unidade deverá estimular e instruir os mergulhadores da área de


sua Unidade, para que os livros de registro de mergulho pessoais sejam devidamente
preenchidos a cada atividade executada, seja ela de instrução ou de atendimento
operacional.

8.2 Supervisor da equipe de MSP

O Chefe da equipe de MSP é o responsável pela condução de toda a ocorrência e deve


primar, acima de tudo, pela segurança de sua equipe. A primeira ação adotada na cena da
ocorrência é assumir o comando e controle da situação.
Se possível, estabeleça um perímetro de segurança devidamente sinalizado com fitas
zebradas ou qualquer outro meio de fortuna encontrado no local. Em alguns casos,
barreiras físicas artificiais (cercas de arame e muros, estradas) ou naturais (vegetação,
taludes) podem ser usados como referências para o estabelecimento do perímetro de
segurança para a equipe que está na operação.

Deve-se envidar esforços para retirar todo o pessoal flutuante no local que possa ser um
fator de risco para a equipe, equipamentos e viaturas. A Polícia Militar deve ser acionada
em apoio sempre que necessário.

Busque identificar os familiares e informá-los dos procedimentos a serem adotados pelo


CBMMG durante toda a operação. Seja transparente e passe confiança no trabalho do
CBMMG.

Peça-os para aguardarem em local distante da cena para que o impacto emocional não
venha afetar as atividades da operação, nos casos em que forem realizadas buscas de
vítimas de afogamento, por exemplo. Seja direto, objetivo e claro nas informações. Tenha
empatia e profissionalismo quando for repassá-las aos familiares.

Busque preservar a dignidade do corpo e da família. As imagens devem ser registradas


exclusivamente para fins de divulgação das ações na sala de imprensa do CBMMG e para
fins de instrução interna. Não permita que curiosos, a imprensa ou servidores públicos civis
e militares façam imagens do corpo encontrado.

Outras funções deverão ser executadas pelo supervisor da equipe de MSP:

- Na condição de militar mais antigo da guarnição, deverá assumir a função de comandante


da operação, e nos casos em que a equipe estiver em sua menor composição, assumir
ainda, a função de guia de mergulho;

- Zelar pelo fiel cumprimento de todos as diretrizes e comportamentos de segurança


definidos nesta instrução, em todas as fases da operação;
- Não permitir o início do mergulho se for constatado descumprimento de qualquer diretriz
presente nesta instrução;

- Cuidar para que nenhuma atividade externa que ofereça riscos aos mergulhadores ocorra
no entorno da operação, antes e durante o mergulho propriamente dito;

- Estabelecer o Posto de Comando, as instalações e as áreas do SCO (Zonas Quente,


Morna e Fria), conforme o grau de complexidade da ocorrência;

- Conhecer as condições físicas e psicológicas dos integrantes da equipe;


- Cuidar para que nenhum mergulhador realize a busca quando do conhecimento de algum
problema de saúde ou estado de insegurança para realizar o mergulho;
- Realizar o planejamento de mergulho e os cálculos com auxílio dos demais integrantes
da equipe de MSP;

- Revisar o plano de emergência para o local, atribuindo as responsabilidades a cada MSP

em caso de acidente;

- Definir os procedimentos e métodos de busca a serem realizados;

- Fazer com que os integrantes realizem a dupla checagem dos equipamentos antes de
iniciar a entrada na água;

- Ter o controle do mergulhador de segurança equipado na superfície;

- Permitir que apenas militares devidamente treinados realizem os mergulhos adequados a


sua capacidade de operação;

- Manter-se sempre alerta para o surgimento dos fatores que ensejam a interrupção da
operação, na garantia da segurança da equipe de mergulho;

- Solicitar apoio de outros órgãos se necessário;

- Solicitar recursos adicionais (perícia, funerária, guincho, etc) quando necessário, incluindo
o contato prévio com o operador da câmara hiperbárica para os casos em que o recurso
deve ser previsto;

- Realizar as comunicações com o comandante de área;

- Providenciar o preenchimento das cadernetas de mergulho;

- Supervisionar o recolhimento dos equipamentos e sua higienização no encerramento da


operação;
- Elaborar o REDS e documentações adicionais, conforme o caso. O chefe da equipe
deverá cuidar para que as informações relativas ao tempo de fundo, profundidade, e as
mesmas informações correlatas a um mergulho repetitivo, sejam obrigatoriamente
registrados no histórico do REDS, para fins de controle.

8.3. Mergulhadores

Considerando o planejamento prévio e a definição de busca, os mergulhadores de busca e


de segurança deverão cumprir as determinações do supervisor de mergulho e aquelas
previstas no planejamento, elencadas no MABOM - Mergulho Autônomo, relacionadas aos
métodos de busca e outras atribuições definidas, devendo ainda:

- Manter atualizada a Caderneta de Mergulho Individual, conforme modelo previsto no


ANEXO D;

- Informar a comandante da operação qualquer incapacidade ou situação adversa que


comprometa a segurança individual e da equipe de mergulho;

- Cumprir com todas as regras de segurança do mergulho;

- Manter a conservação e o cuidado de todo o equipamento de mergulho a que tem


acesso, antes, durante e depois de qualquer operação;

9 PLANO DE EMERGÊNCIA

Considerando os riscos inerentes à atividade de mergulho, toda operação deve ser


antecedida de minuciosa previsão de riscos, estabelecimento de contingências e estudo de
aplicação de planos emergenciais para atendimento e resposta adequados no caso de
acidentes.

Os já citados riscos diversos relacionados à atividade de mergulho, principalmente no que


se refere às leis da física e ao ambiente hiperbárico, possuem diversos níveis de gravidade.
9.1 Tipos de acidente de mergulho mais comuns

Conforme já detalhado nesta instrução, os mergulhadores, devido ao risco inerente à


atividade, estão sujeitos a acidentes provenientes dos efeitos da pressão, sejam estes
diretos ou indiretos; provenientes do ambiente aquático (afogamento, natureza de fundo);
e provenientes da variação de temperatura.

Os efeitos diretos ou primários são aqueles que resultam da ação mecânica da pressão
sobre as células e espaços corporais.

Os efeitos indiretos ou secundários são assim chamados, devido às alterações fisiológicas,


produzidas em decorrência das pressões parciais dos gases absorvidos pelo organismo.
Podemos resumir na sequência abaixo:

- Diretos (causam lesões ou traumas devido à falta da equalização das pressões dos
espaços aéreos corporais):

Barotrauma do ouvido médio;

Barotrauma do ouvido externo;

Barotrauma dos seios faciais;

Barotrauma dos pulmões;

Barotrauma total;

Barotrauma facial ou de máscara;

Barotrauma da roupa;

Barotrauma dental e Embolia Traumática pelo ar.

- Indiretos (afetam diretamente o Sistema Nervoso, causando acentuada incapacidade


motora e sensorial):

- Bioquímicos:

Narcose pelo nitrogênio;


Intoxicação pelo oxigênio;

Intoxicação pelo gás carbônico;

Intoxicação por outros gases;

Apagamento.

- Biofísico:

Doença descompressiva.

Conforme definido no Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar (ITO 23), os acidentes aqui


definidos poderão apresentar pontualmente, como consequência, os seguintes sintomas,
que devem ser observados a curto e longo prazo, para a adequada tomada de decisão:

- dor;
- perda da capacidade auditiva, que pode ser parcial ou total;
- zumbido;
- sangramento pelo conduto auditivo;
- surdez temporária ou permanente;
- vertigem, desorientação espacial, náuseas e vômitos;
- equimoses faciais;
- sangramento pelo nariz;
- hemorragias do globo ocular e nas conjuntivas;
- deslocamento da retina e hemorragia intraocular.
- dor intensa sobre o seio da face afetado
- dor torácica crescente ou sensação de aperto ao respirar ou tossir;
- dispneia;
- enfisema mediastinal;
- enfisema subcutâneo;
- edema agudo de pulmão com lesão local;
- tosse com produção muco sanguinolenta;
- pneumotórax;
- redução dos sons respiratórios;
- fadiga
- mal-estar;
- confusão mental;
- dores articulares, nas costas ou abdominais;
- erupções cutâneas, coceira, manchas vermelhas ou azuladas na pele;
- dormências;
- formigamento;
- paralisia;
- perda do controle da bexiga ou do intestino;
- tosse severa, boca espumante;
- dispneia;
- convulsões;
- cegueira parcial ou total;
- parada cardiorrespiratória (PCR).

Esta Instrução Técnica Operacional estabelece o Plano de Emergência, que contém os


procedimentos a serem adotados pelos pelos envolvidos na operação de mergulho na
resposta relacionada a um acidente de mergulho envolvendo os acidentes típicos.

Para que o referido plano seja efetivo, de acordo com a NORMAN 15, é necessário que
fatores como treinamento adequado para conhecimento das ações e das ferramentas de
estabelecimento de SCO no local de atendimento da ocorrência, conhecimento de pontos
de apoio real e potencial locais, adequado aparato logístico de suporte básico de vida e da
própria atividade sejam sejam atendidos.

A ativação do plano se dará mediante o desencadeamento de ações definidas a seguir.

9.2 Ativação do plano

O referido plano será ativado quando houver constatação de qualquer fato que caracterize
um acidente de mergulho, de qualquer natureza, principalmente pela manifestação de
sinais e sintomas típicos. Para tanto, é necessário que o tipo de acidente seja devidamente
identificado, o que influenciará na tomada de decisão e etapas sequenciais do Plano de
Emergência.

Ressalta-se que, a depender do tipo de acidente, os efeitos e sintomas podem surgir


posteriormente ao mergulho ou ao término da operação, a exemplo da doença
descompressiva, em que casos de surgimentos de sintomas foram identificados após 24
horas, para os quais o este plano de emergência se mantém inalterado e deverá ser
ativado.

9.3 Responsável pela ativação

O Plano de Emergência será ativado:

- Pelo coordenador da operação;

- Pelo supervisor de mergulho (conforme denominação desta ITO);

- Pelo próprio militar acidentado, para os casos em que a manifestação dos sintomas
ocorrer em momento posterior à operação.

9.4 Desenvolvimento da ativação

Decidindo-se pela ativação do Plano, os seguintes procedimentos serão adotados:

- O militar responsável pela ativação do plano, após realização do resgate e avaliação dos
sinais vitais do mergulhador acidentado, deverá proceder com a adoção dos primeiros
socorros previstos na ITO 23 (P603).

- Em seguida, deverá realizar o primeiro contato com o Centro de Operações de Bombeiros


(COBOM), via tridígito 193, registrando o horário e localização/coordenada do ocorrido,
com o detalhamento do estado de saúde do militar acidentado, antevendo assim a
priorização de contatos e acionamento dos pontos de apoio real, que deverão ser realizados
pelo COBOM.
De imediato, o COBOM deverá realizar o contato com o Batalhão de Operações Aéreas
para verificar a possibilidade de remoção do militar por meio de transporte aeromédico. No
caso de identificação tardia pelo próprio militar acidentado, este deverá, do mesmo modo,
realizar contato com o COBOM, via tridígito 193.

- O militar responsável deverá alimentar o COBOM com as seguintes Informações:

- Nome e idade do mergulhador acidentado;

- Tipo de acidente;

- Características do mergulho realizado;

- Sinais e sintomas apresentados;

- Resposta da vítima aos primeiros socorros e estado atual.

- Caberá ao COBOM o contato telefônico IMEDIATO com o Hospital de Referência, que


contemple serviço de medicina hiperbárica, para os casos que o acidente for relativo à
doença descompressiva. Entretanto, o levantamento e conhecimento prévio do ponto de
apoio real deverá ser realizado pelo militar constante no item 1.2, como parte do
planejamento da operação de mergulho.

- Empenhos em mergulhos profundos deverão ser precedidos de contato com o hospital


MATERDEI, para acionamento e funcionamento sobre aviso da câmara hiperbárica.

9.5 Remoção do militar acidentado

A remoção do militar e devido encaminhamento para atendimento intra-hospitalar, bem


como o método de remoção, serão definidos após decisão conjunta entre o militar
responsável descrito no item 9.2 e o COBOM após consulta de praxe a regulação médica,
juntamente com o Hospital de Referência que dispõe de serviço de Medicina Hiperbárica.
9.6 Detalhamento das fases do plano e critérios para estruturação

Para estruturação do presente Plano de Emergência, a preparação e a resposta a acidentes


de mergulho dos diversos tipos serão desenvolvidas em distintas fases, que deverão ser
pensadas desde o pré-acidente, a prevenção propriamente dita e na resposta, que é a
identificação do acidente e ações desencadeadas, bem como mobilização dos envolvidos

9.6.1 Prevenção

Inicialmente, os cursos de formação e habilitação de modo geral, nos quais a disciplina de


Mergulho Autônomo integra a malha curricular, e principalmente nos credenciamentos e
cursos de qualificação em Mergulho Autônomo, que visam formar exclusivamente os
mergulhadores e multiplicadores da atividade na instituição, deverão ser realizados de
maneira a contemplar em sua ementa os assuntos relativos à fisiologia e física aplicadas
ao mergulho, bem como os acidentes comuns à atividade, dando conhecimento amplo do
assunto aos militares.

Como base teórica das instruções, esta Instrução Técnica Operacional deverá ser utilizada.
Do mesmo modo, deverá ser observada nas outras ações preventivas, principalmente no
planejamento de operações, suprimindo assim os riscos de acidentes de maneira efetiva.

Aliado a isso, deverá ser feita uma Análise Preliminar de Risco. Trata-se de uma avaliação
prévia de riscos decorrentes da atividade, considerando as características e dos perigos
relativos à natureza do trabalho e do local onde será realizado, antes do início de cada
operação de mergulho. Por meio dessa análise, de modo preventivo, riscos poderão ser
identificados e suprimidos, para que a operação transcorra com maior segurança.

A referida análise deve considerar a possibilidade de existência dos seguintes fatores na


operação, de modo a conhecê-los, e previamente suprimir os riscos:
- Limitação da vazão e volume do suprimento de mistura respiratória pelos equipamentos
autônomos;

- Suprimento de mistura respiratória para o mergulho;

- Contaminação ou composição inadequada da mistura respiratória;

- Emprego de tempos limites de exposição nos mergulhos dependentes utilizando ar


comprimido ou MRA;

- Mergulhos próximos a aspirações ou descargas submersas;

- Visibilidade no local;

- Correntes submarinas;

- Mergulhos junto a veículos de operação remota;

- Emprego de equipamentos elétricos;

- Emprego de equipamentos para jateamento com água a alta pressão;

- Emprego de equipamentos de reflutuação;

- Emprego de ferramentas de corte/solda;

- Mergulhos a partir de navios em posicionamento dinâmico;

- Enrosco e aprisionamento;

- Evacuação hiperbárica;

- Tratamento de acidentados em CH;

- Proximidade de emissões de sonar ou de pesquisas sísmicas;

- Deslocamentos aéreos após o mergulho;

- Temperatura da água e da água utilizada para aquecimento do mergulhador;

- Limites para exposição do mergulhador;

- Familiarização da equipe com a atividade a ser executada;

Uma vez conhecidas estas características do mergulho, os riscos associados também


serão conhecidos, de modo que a operação possa se desenvolver com maior segurança.
9.6.2 Resposta

A resposta imediata nos casos de acidente deverá contemplar os primeiros socorros ao


militar acidentado. Salienta-se que em caso de Mal Descompressivo, seja a Doença
Descompressiva ou a Síndrome da Hiperdistensão Pulmonar, existem riscos de
agravamento da doença associados à fatores do próprio mergulho, como pressão elevada,
tempo elevado de submersão, mistura gasosa imprópria, entre outros. Ainda, fatores que
podem surgir de acordo com o ambiente, como redução aguda de pressão, no caso de
remoção por transporte aeromédico em alguns casos.

Sendo assim, os primeiros socorros devem ser realizados com atenção à diversos fatores
e variáveis ocasionadas pela atividade. Após avaliação do estado da vítima seguindo a ITO
23, e para o caso de identificação de sinais/sintomas como dores articulares, fadiga,
coceira, e erupção da pele, os seguintes procedimentos deverão ser adotados:

- De imediato, providencie o transporte para ambiente intra-hospitalar;

- Administre O2 a 100% através de máscara de não-reinalação com fluxo de 15 l/min. NÃO


suspenda a administração de O2 mesmo que o paciente apresente melhora no quadro
clínico;

- Previna a hipotermia: retire a roupa de exposição do mergulhador, enxugue-o e cubra-o


com manta aluminizada;

- Proteja o paciente contra variações de temperatura;

- Coloque o paciente na posição de decúbito dorsal e NÃO permita que o paciente se


levante ou sente-se, sob risco de piora dos sinais/sintomas;

- Monitore e avalie constantemente quanto ao aparecimento de sinais/sintomas


neurológicos;

- Faça o registro de todos os dados possíveis do perfil de mergulho (tempo de fundo,


profundidade máxima alcançada, pressão do cilindro, mistura respiratória, etc.) e envie
junto com o transporte para a orientação do médico hiperbárico;
Caso o acidentado esteja a mais de uma hora e/ou cinquenta quilômetros de distância do
Hospital de referência, deverá ser dada prioridade para o transporte aéreo. No caso da
presença de sintomas neurológicos, como dificuldades para ver e falar, dispnéia,
diminuição ou perda de consciência, dormência nos membros, paralisia, convulsões ou
tosse severa, associados com dores articulares, ALÉM dos procedimentos de primeiros
socorros listados acima, os seguintes procedimentos deverão ser realizados:

- Realize a análise primária do paciente na sequência ABC (A = Abrir vias aéreas; B =


Ventilação; C = Circulação);

- Aplique RCP se necessário. Em caso de PCR, proceder RCP utilizando dispositivo bolsa-
válvula-máscara, dotado de reservatório com fonte de oxigênio, fluxo de 15l/min;

- Mantenha vias aéreas pérvias, com fornecimento de O2 a 100%;

- Realize um exame neurológico de campo em no máximo cinco minutos, anote as


informações e monitore a evolução do paciente;

- No caso de convulsões não contenha o paciente, apenas ampare sua cabeça e evite com
que se lesione por choques mecânicos;

- Se o transporte de emergência for por via aérea (helicóptero), oriente o piloto para a
OBRIGATORIDADE de voar na menor altitude possível, com máxima de 300 m. Em caso
de aviões, a cabine deve estar pressurizada a 1 ATA (pressão do nível do mar).

Pacientes conscientes devem ser orientados a não se sentarem durante os primeiros


socorros ou o transporte salvo em caso de recomendação médica. Durante o tempo em
que a busca pelo Centro de medicina hiperbárica é feita, é importante que o paciente seja
mantido respirando oxigênio com concentração inspirada tão próxima quanto possível a
100%.

Para os demais casos, como afogamentos, barotraumas por efeitos diretos, hipotermia,
entre outros, os procedimentos adotados deverão seguir protocolos previstos na ITO 23.
9.6.3 Alarme

Nos casos em que haja suspeita ou confirmação de acidente de mergulho do tipo Mal
Descompressivo, o acionamento imediato do COBOM deverá ser realizado, considerando
a necessidade de uso da medicina hiperbárica e aparato logístico suplementar.

9.6.4 Acionamento dos recursos

O acionamento da câmara hiperbárica e dos demais recursos de resposta será realizado


exclusivamente pela COBOM e Plantão de Assessoria de Assistência à Saúde, após a
triagem e a confirmação das informações recebidas pelo militar responsável ou do militar
acidentado (manifestação tardia), através de contato telefônico direto com o Hospital de
referência e com outras agências.

9.6.5 Transporte de emergência

A logística para o transporte de emergência será feita a depender de cada caso, em decisão
conjunta entre o militar responsável descrito no item 9.3, juntamente da equipe em campo,
e também a equipe de regulação médica (AAS), para que seja realizado o contato com o
hospital de Medicina Hiperbárica.

Pacientes com mal descompressivo devem ser prontamente encaminhados para


atendimento intra hospitalar, com o acompanhamento do militar responsável, onde
profissionais habilitados irão atender de forma definitiva o paciente. É obrigação do militar
responsável acompanhar o paciente até que ele seja entregue ao médico responsável no
Hospital de referência.

De acordo com a NORMAN (BRASIL, 2018), o transporte de pacientes com problemas


descompressivos deve ocorrer observando-se alguns cuidados, a saber:
- manter os pés em posição mais elevada do que a cabeça;

- respirar oxigênio puro, quando disponível;

- manter constante vigilância quanto à evolução dos sintomas;

- aplicar métodos de ressuscitação, se necessário;

- manter o paciente aquecido;

- comunicar à equipe da Câmara Hiperbárica que o paciente está a caminho;

- quando usando aeronave sem pressurização (helicópteros, por exemplo) para o


transporte do paciente, o voo deverá ser realizado na mais baixa altitude possível;

- no transporte de paciente usando aeronave pressurizada manter a pressão interna o mais


próximo possível da pressão atmosférica.

9.6.6 Mobilização adicional de recursos

Em caso de necessidade de recursos adicionais em qualquer fase do Plano caberá ao


COBOM, juntamente com a Assessoria de Assistência à Saúde a realização dos referidos
contatos.

9.6.7 Confecção de relatório

Caberá ao militar responsável pela operação, juntamente com as guarnições envolvidas,


de transporte, a compilação dos dados para confecção de relatório circunstanciado, além
do REDS.

9.6.8 Atribuições gerais

São responsabilidades gerais das agências envolvidas no Plano de Emergência para


atendimento de acidente de mergulho:
- Manter um plano de chamada atualizado do pessoal de sua Unidade com
responsabilidade na implementação do plano;

- Desenvolver e manter atualizados os procedimentos operacionais padrão, necessários à


realização das tarefas atribuídas à Unidade na implementação do Plano;

- Preparar e implementar os convênios e termos de cooperação necessários à participação


da sua Unidade na implementação do Plano;

- Identificar e suprir as necessidades de comunicação para a realização das tarefas


atribuídas a respectiva Unidade implementação do Plano;

- Identificar fontes de equipamento e recursos adicionais para a realização das tarefas


atribuídas a sua Unidade na implementação do Plano;

- Prover meios para a garantia da continuidade das operações da sua Unidade, incluindo o
revezamento dos responsáveis por posições-chave.

Todo o registro do acidente e ações de resposta previstas neste plano deverão ser
registradas no REDS (Registro de Evento de Defesa Social) para fins de registro, amparo
e salvaguarda de direitos do militar acidentado.
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Comando do Corpo de Bombeiros.


Manual de Operações de Mergulho. 1ª ed. vol. 27. São Paulo: PMESP/CCB, 2006, 224
p.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ. Comando do corpo de bombeiros. 3ª Seção


do Estado-Maior. Nota de Instrução nº 004: regula os procedimentos para a realização
de mergulho de segurança pública. Curitiba: PMPR/CCBM, 2016, 36 p.

VENÂNCIO, R. C. P. IANTD - INTERNATIONAL ASSOCIATION OF NITROX &


TECHNICAL DIVERS. The TAO of Public Safety Diving Student Manual. Version 21.1.0.
2020.
ANEXO A - QUESTIONÁRIO OPERAÇÕES SUBMERSAS

DADOS DO SOLICITANTE

NOME:___________________________________________________________________________
_____

TELEFONE:_______________________

RELATO DO OCORRIDO:

_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_______________

DATA ____/____/_______ HORARIO DO FATO: ______:_________

DADOS DA(S) VITIMA(S)

NOME:___________________________________________________________________________
_____

IDADE: _______ PESO (APROXIMADO): ________

CARACTERÍSTICAS:________________________________________________________________
____

VESTIMENTA______________________________________________________________________
____

DADOS DO(S) BEM(NS)

O QUE ESTÁ SENDO PROCURADO:_______________________________________ PESO:


________

CARACTERÍSTICAS:________________________________________________________________
____

DADOS DO LOCAL

LOCALIZAÇÃO:
_______________________________________________________________________

REFERENCIAS:____________________________________________________________________
___
COORDENADAS
______________________________________________________________________

OBS: CASO POSSÍVEL, PEDIR O SOLICITANTE PARA ENCAMINHAR LOCALIZAÇÃO POR UM


CELULAR, O QUE PODE SER FEITO ATRAVÉS DE APLICATIVOS DISPONÍVEIS. ENCAMINHAR
PARA ALGUM APARELHO TELEFÔNICO DA GUARNIÇÃO.

NATUREZA DO CURSO D’ÁGUA: ( ) REPRESA ( ) LAGOA ( ) RIO ( ) CACHOEIRA

OUTROS:_________________________________________________________________________
_____

PROFUNDIDADE ESTIMADA: ____________ PROFUNDIDADE REAL: _____________

EXTENSÃO (LARGURA) DO CURSO D’ÁGUA LOCAL: _______ METROS

LOCAL É POLUÍDO: ( ) SIM ( ) NÃO

FONTES POLUIDORAS: ( ) ESGOTOS ( ) AFLUENTES TÓXICOS ( ) PRODUTOS TÓXICOS

TIPOS DE
POLUENTES:_________________________________________________________________

FONTE DE ELETRICIDADE: SIM ( ) NÃO ( ) QUAL:


_________________________________________

FUNDO: ( ) BARRO ( ) PEDRAS ( ) GALHOS ( ) ANZOL


OUTROS:____________________________

SISTEMA DE VAZÃO D’ÁGUA: ( ) NATURAL ( ) DIQUES ( ) COMPORTAS

CONDIÇÕES DA ÁGUA: TEMPERATURA APROXIMADA ___ GRAUS C.

VISIBILIDADE: ( ) VÊ O FUNDO OU PARTE ( ) ÁGUA TURVA ( ) SEM VISIBILIDADE

LOCAL FREQUENTADO POR PESCADORES: ( ) SIM ( ) NÃO

TRÁFEGO DE EMBARCAÇÕES: ( ) SIM ( ) NÃO

OPERAÇÕES DE DRAGAS: ( ) SIM ( ) NÃO

POSSIBILIDADES DE CHUVAS FORTES: ( ) SIM ( ) NÃO

CONDIÇÕES DAS MARGENS: ( ) BARRANCO ( ) VEGETAÇÃO ( ) ATOLEIRO ( ) AREIA/TERRA

FACILIDADE DE ACESSO DE VIATURA: ( ) SIM ( ) NÃO

OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO ACESSO PARA VIATURA:


________________________________

SINAL DE TELEFONE NO LOCAL: ( ) SIM ( ) NÃO

OUTRAS OBSERVAÇÕES:

_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_______________
ANEXO B - CHECKLIST

EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS BÁSICOS


OBRIGATÓRIOS RECOMENDADOS
ROUPA ÚMIDA LANTERNA
LUVA DE NEOPRENE COMPUTADOR DE MERGULHO
BOTA DE NEOPRENE PRANCHETA/SLATE
NADADEIRA (ABERTA/FECHADA) FACA TIPO Z-KNIFE
2 MÁSCARAS SEMI-FACIAL
1 CINTO DE LASTRO
6 PASTILHAS DE LASTRO
CILINDRO DE MERGULHO S80
COLETE EQUILIBRADOR
CONJUNTO DE VÁLVULAS REGULADORAS
FACA DE MERGULHO
PROFUNDÍMETRO/RELÓGIO
SUBMERSÍVEL

EQUIPAMENTOS COLETIVOS - LOGÍSTICA BÁSICA DE OPERAÇÃO


OBRIGATÓRIOS
MÁSCARA TIPO FULL FACE (COM 1 CORDA DE FLUTUABILIDADE POSITIVA
ACESSÓRIOS) (9mm/60m)
CONJUNTO DE VÁLVULAS REGULADORAS 2 CORDAS DE FLUTUABILIDADE
PARA MÁSCARA FULL FACE NEGATIVA (9mm/18m)
MESA/ESTAÇÃO DE COMUNICAÇÃO COMUTADOR DE GÁS (CONJUNTO DE
SUBAQUÁTICA MANGUEIRAS)
HARNESS DE SEGURANÇA 2 SACOS DE ARREMESSO
BÓIAS CIRCULARES ANEL DE FITA
5 POITAS MOSQUETÃO DE AÇO
LIFT-BAG GANCHO DE RECUPERAÇÃO
4 CABOS SOLTEIROS DUPLA DE CILINDROS
LONA DE EXPOSIÇÃO REBREATHER
BOLSA DE APH CILINDRO DE OXIGÊNIO

EQUIPAMENTOS COLETIVOS - LOGÍSTICA COMPLEMENTAR DE


OPERAÇÃO
SONAR CARRETILHA
SONDA (PROFUNDÍMETRO) IMA
ENROLADOR DE CABO (4mm/30 m) RIG PARA STAGE
MOSQUETÃO DE SOLTURA RÁPIDA LONGE DE SEGURANÇA
BINÓCULO HT’S
CONES SACO CADAVÉRICO

LOGÍSTICA PARA EMBARCAÇÃO


BARCO/BOTE (TAMPÃO) ÓLEO 2T / MISTURADOR
MOTOR DE POPA/REMOS FITA CATRACA/ CORDA 20m
TANQUE DE COMBUSTÍVEL (TAC) C/
CABO SOLTEIRO
GASOLINA
ANEXO C - TABELAS DE LIMITES SEM DESCOMPRESSÃO (TLSD)
TABELA DE AJUSTE DE PROFUNDIDADE/ALTITUDE

PROF. REAL PROFUNDIDADE CORRIGIDA CONFORME ALTITUDE EM METROS


EM METROS
304,8 609,6 914,4 1219,2 1524 1828,8 2133,6 2438,4 2743,2 3048
3,0m 3,0m 4,6m 4,6m 4,6m 4,6m 4,6m 4,6m 4,6m 4,6m 4,6m
4,6m 4,6m 6,1m 6,1m 6,1m 6,1m 6,1m 6,1m 7,6m 7,6m 7,6m
6,1m 6,1m 7,6m 7,6m 7,6m 7,6m 7,6m 9,2m 9,2m 9,2m 9,2m
7,6m 7,6m 9,2m 9,2m 9,2m 10,7m 10,7m 10,7m 10,7m 10,7m 12,2m
9,2m 9,2m 10,7m 10,7m 10,7m 12,2m 12,2m 12,2m 13,7m 13,7m 13,7m
10,7m 10,7m 12,2m 12,2m 13,7m 13,7m 13,7m 15,2m 15,2m 15,2m 18,3m
12,2m 12,2m 13,7m 13,7m 15,2m 15,2m 15,2m 16,8m 16,8m 18,3m 18,3m
13,7m 13,7m 15,2m 16,8m 16,8m 16,8m 18,3m 18,3m 21,3m 21,3m 21,3m
15,2m 15,2m 16,8m 18,3m 18,3m 21,3m 21,3m 21,3m 21,3m 21,3m 24,4m
16,8m 16,8m 18,3m 21,3m 21,3m 21,3m 21,3m 24,4m 24,4m 24,4m 24,4m
18,3m 18,3m 21,3m 21,3m 21,3m 24,4m 24,4m 24,4m 27,4m 27,4m 27,4m
19,8m 19,8m 21,3m 24,4m 24,4m 24,4m 27,4m 27,4m 27,4m 30,5m 30,5m
21,3m 21,3m 24,4m 24,4m 27,4m 27,4m 27,4m 30,5m 30,5m 30,5m 33,5m
22,9m 22,9m 27,4m 27,4m 27,4m 30,5m 30,5m 30,5m 33,5m 33,5m 33,5m
24,4m 24,4m 27,4m 27,4m 30,5m 30,5m 30,5m 35,1m 35,1m 36,6m 36,6m
25,9m 25,9m 30,5m 30,5m 30,5m 33,5m 33,5m 36,6m 36,6m 36,6m 39,6m
27,4m 27,4m 30,5m 33,5m 33,5m 33,5m 36,6m 36,6m 39,6m 39,6m 42,7m
29,0m 29,0m 33,5m 33,5m 33,5m 36,6m 36,6m 39,6m 39,6m 42,7m 42,7m
30,5m 30,5m 33,5m 36,6m 36,6m 39,6m 39,6m 39,6m 42,7m 42,7m 45,7m
35,1m 35,1m 36,6m 36,6m 39,6m 39,6m 42,7m 42,7m 45,7m 45,7m 48,8m
33,5m 33,5m 36,6m 39,6m 39,6m 42,7m 42,7m 45,7m 45,7m 48,8m 48,8m
35,1m 35,1m 39,6m 39,6m 42,7m 42,7m 45,7m 45,7m 48,8m 51,8m 51,8m
36,6m 36,6m 39,6m 42,7m 42,7m 45,7m 45,7m 48,8m 51,8m 51,8m 57,3m
38,1m 38,1m 42,7m 42,7m 45,7m 48,8m 48,8m 51,8m 51,8m 57,3m 57,9m
39,6m 39,6m 42,7m 45,7m 48,8m 48,8m 51,8m 51,8m 57,3m 57,9m 57,9m
41,2m 41,2m 45,7m 48,8m 48,8m 51,8m 51,8m 57,3m 57,9m 57,9m 61,0m
42,7m 42,7m 48,8m 48,8m 51,8m 51,8m 57,3m 57,9m 57,9m 61,0m 64,0m
44,2m 44,2m 48,8m 51,8m 51,8m 57,3m 57,9m 57,9m 61,0m 64,0m
45,7m 48,8m 51,8m 51,8m 57,3m 57,9m 57,9m 61,0m 64,0m
47,3m 51,8m 51,8m 57,3m 57,3m 57,9m 61,0m 64,0m
48,8m 51,8m 57,3m 57,3m 57,9m 61,0m 61,0m
50,3m 57,3m 57,3m 57,9m 61,0m 61,0m
51,8m 57,3m 57,9m 57,9m 61,0m
53,4m 57,9m 57,9m 61,0m
57,3m 57,9m 61,0m 64,0m
56,4m 61,0m 61,0m
57,9m 61,0m
TABELA PARA GRUPOS REPETITIVOS – ADAPTAÇÃO À ALTITUDE

Altitude (m) Grupo Repetitivo de entrada


300 A
600 B
900 B
1200 C
1500 D
1800 E
2100 E
2400 F
2700 G
3000 H

*Para mergulhos realizados após deslocamento via terrestre em que haja uma redução de
altitude (redução da pressão atmosférica), deverá ser observada tabela específica de
acúmulo de nitrogênio residual ocasionado durante o deslocamento para operação,
conforme tabela acima.
ANEXO D - CADERNETA DE MERGULHO INDIVIDUAL

LIVRO DE CONTROLE DE MERGULHO


MERGULHO _______
Ocorrência nº.: O.S.: Outros:
Data: ___/___/___ Local: Cidade:
Latitude GPS: Longitude GPS:
MERGULHADORES
1º Mergulhador: Roupa: Lastro:
2º Mergulhador: Roupa: Lastro:
PLANO DE MERGULHO
1º Mergulho 2º Mergulho

Prof. máxima: Volume do cilindro: Prof. máxima: Volume do cilindro:


Tempo de fundo: Pressão inicial: Tempo de fundo: Pressão inicial:
Parada de seg.: Pressão final: Parada de seg.: Pressão final:
Hora de início: Consumo lit/min: Hora de início: Consumo lit/min:
Hora final: Altitude: Hora final: Altitude:

__________________________________________
SUPERVISOR

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