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Curso de Habilitação de

Sargentos

PLANEJAMENTO
OPERACIONAL

2ª Edição - 2021
Diretoria de Ensino Instrução e Pesquisa
2020
Espírito Santo. Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social. Polícia
Militar do Espírito Santo. Apostila de Planejamento Operacional: Polícia Militar do
Espírito Santo/Espírito Santo. 1. ed. - Vitória: PMES, 2020.

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Sumário
_Toc47522195
MÓDULO 1 5
1. INTRODUÇÃO 5
1.1. Da Finalidade e DA Aplicação 5
1.2. Da Polícia Militar 5
1.3. Das Atribuições dos Sargentos 5
1.4. Definição de Termos 6
MÓDULO 2 9
2. PLANEJAMENTO 9
2.1. O propósito do Planejamento 9
2.2. Aspectos do Planejamento 10
2.3. Tipos de planejamento 10
2.3.1. Diferenças entre os três tipos de planejamento 11
2.4. Ciclo PDCA 11
MÓDULO 3 14
3. DECISÃO 14
3.1. Etapas do Processo Decisório 14
3.1.1. Identificação do Problema 14
3.1.2. Análise do Problema 15
3.1.3. Formulação de Alternativas 15
3.1.4. Análise das Alternativas 15
3.1.5. Seleção de Alternativas (Decisão) 16
4. COORDENAÇÃO 16
5. CONTROLE 17
6. AVALIAÇÃO 17
MÓDULO 4 18
7. PLANEJAMENTO OPERACIONAL 18
7.1. Formulação de Ordem de Serviço 19
7.1.1. Nome da Operação 19
7.1.2. Situação 19
7.1.3. Missão 20
7.1.4. Objetivos 20
7.1.5. Execução 20
7.1.6. Atribuições 21
7.1.7. Prescrições Diversas 21

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7.2. Diretrizes de Operações 21
7.2.1. Diretriz de Operação nº 006/2020 - Operação Colheita 2020 21
7.2.2. Diretriz de Operação nº 010/2020 - Operação Fim de Semana 21
7.2.3. Diretriz de Operação nº 012/2020 - Operação Força e Presença 21
7.2.4. Diretriz de Operação nº 013/2020 - Operação Corpus Christi 2020 22
7.2.5. Diretriz de Operação nº 014/2020 - Operação Visibilidade III 22
7.3. Diretrizes de Serviço 22
7.3.1. Diretriz de Serviço nº 008/2017 - Procedimentos para o cumprimento de mandados de
prisão e recaptura de foragidos ou evadidos do sistema prisional. 22
7.3.2. Diretriz de Serviço Nº 020/2019 – Patrulha Maria da Penha 22
7.4. Modelos de Relatórios 22
7.4.1. Modelo de Relatório do CPU 23
7.4.2. Modelo de Relatório do Comandante de Operação 23

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MÓDULO 1

1. INTRODUÇÃO

A Constituição Federal, em seu artigo 144, parágrafo 5º, estabelece que às


Polícias Militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública, o que, além de exigir o planejamento de ações
predominantemente preventivas, requer, em algumas situações, medidas de
caráter repressivo imediato, de forma a restaurar a normalidade e a ordem
social eventualmente quebradas.
Ao iniciarmos o estudo acadêmico da disciplina Planejamento Operacional
devemos ficar atentos aos níveis de comandamento presentes na Polícia
Militar do Espírito Santo (PMES). A ascensão hierárquica impõe ao Militar
Estadual a obrigação de se adequar às peculiaridades da graduação
atingida.
Não é ignorada a dificuldade de adaptação às novas funções, pois em
muitos casos o policial passou a maior parte de sua vida desempenhando
um único papel, no caso em tela o de “EXECUTOR DE TAREFAS”, enquanto
soldados e cabos.
A promoção à graduação de sargento da PMES agrega uma série de novas
obrigações, que em alguns casos são esquecidas pelos profissionais que
continuam se comportando como executores.

1.1. Da Finalidade e DA Aplicação

O intuito precípuo da disciplina é dotar o sargento de informações teóricas a


fim de qualificá-lo a exercer as funções inerentes ao cargo.

1.2. Da Polícia Militar

A Polícia Militar é uma Instituição estadual, permanente e regular,


organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do
Chefe do Executivo do Estado do Espírito Santo, e destina-se à preservação
e manutenção da ordem pública.

1.3. Das Atribuições dos Sargentos

Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho,


aprovada pela Portaria n° 397, de 09 de outubro de 2002, um sargento tem
como atribuições comandar grupo, a guarda de quartel, assessorar o
comando, administrar as atividades da unidade, desenvolver processos e
procedimentos administrativos militares, participar na formação de policiais,

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supervisionar o policiamento ostensivo, atender ocorrências e prestar serviços


comunitários.

Título – DOS SUBTENTES E SARGENTOS DA POLÍCIA MILITAR


0211-05 - Subtenente da Polícia Militar
0211-10 - Sargento da Polícia Militar

Descrição Sumária
Comandam o grupo e a guarda do quartel. Assessoram o
comando, administram as atividades da unidade e participam na
formação de policiais. Supervisionam policiamento ostensivo e
organizam processos e procedimentos administrativo-militares.
Atendem a ocorrências e as apresentam à autoridade
competente. Prestam serviços comunitários.

O Art. 35 da Lei 3.196/78 define:


Art. 35 – Os subtenentes e os sargentos auxiliam e complementam as
atividades dos oficiais, quer no adestramento e no emprego de meios, quer
na instrução e na administração, podendo ser empregados na execução de
atividades de policiamento ostensivo peculiar à Polícia Militar.
Parágrafo Único – No exercício das atividades mencionadas neste artigo e
no comando de elementos subordinados, os subtenentes e sargentos
deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo e pela capacidade
profissional e técnica, incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa
e ininterrupta das ordens, das regras do serviço e das normas operativas
pelas praças que lhes estiverem diretamente subordinadas e a manutenção
da coesão e da moral das mesmas praças em todas as circunstâncias.

O Art. 11 do Código de Processo Penal Militar define que:


Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo
encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação
para aquele fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado
for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos.

Na mesma ótica temos a atribuição de encarregado de Sindicância


Correcional e Autoridade Processante previstas nos artigos 75 e 137, Lei
Complementar nº 962, de 30/12/2020 (CEDME), assim temos:

Art. 75. A Sindicância Correcional será instaurada por portaria delegatória


de autoridade competente, tendo como sindicante militar estadual mais
antigo que o sindicado, na graduação mínima de SARGENTO.

Art. 137. O Processo Administrativo Disciplinar Regular terá como


autoridade processante militar estadual superior hierárquico ao acusado,
sendo no mínimo um SARGENTO.

1.4. Definição de Termos

COMANDO - é o conjunto de ações desenvolvidas pelo comandante e seus


assessores, visando atingir os objetivos da organização.

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COMANDANTE - é o policial que planeja, organiza, dirige, coordena e


controla o emprego de suas forças e, como tal, é o único responsável pelas
decisões. Comandar é assumir o compromisso com o resultado de atividade
de varias pessoas que trabalham em conjunto. O Comandante tem a
responsabilidade direta sobre a realização dos objetivos da sua
organização.

EXECUTOR – é o policial responsável pela execução dos procedimentos


operacionais pré-existentes. Em geral o grupamento de executores é
constituído por cabos e soldados.

Quando falamos em comandamento, é impossível dissociá-lo de


planejamento, pois na realidade é o grande sustentáculo desse trabalho,
sendo imprescindível o conhecimento de sua conceituação e de seus
aspectos gerais.

Existe certa dificuldade em se conceituar planejamento, no que se refere a


estabelecer uma real amplitude e abrangência.
O planejamento não deve ser entendido como previsão, projeção,
predição, resolução de problemas ou plano, de forma isolada, pois:

a) Previsão: corresponde ao esforço para verificar quais serão os eventos


que poderão ocorrer, com base no registro de uma série de
atividades. Ex. Previsão de tempo, expectativa de público, tipo de
frequentadores do evento, etc.
b) Projeção: corresponde à situação de que o futuro tende a ser igual ao
passado, em sua estrutura básica. Projeta-se que um mau aluno será
um pífio profissional. Projeta-se também que uma cidade tranquila do
ponto de vista de segurança pública tende a permanecer nessa
situação, e que um bairro violento será sempre violento.
c) Predição: corresponde à situação de que o futuro tende a ser
diferente do passado, mas não se tem nenhum controle sobre o seu
processo e desenvolvimento.
d) Resolução de problemas: corresponde a aspectos imediatos que
procuram tão somente a correção de certas descontinuidades e
desajustes entre a organização e as forças externas que lhe sejam
potencialmente relevantes.
e) Plano: corresponde a um documento formal que se constitui na
consolidação das informações e atividades desenvolvidas no processo
de planejamento, é o limite da formalização do planejamento, uma
visão estática do planejamento.

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No entanto o que deve ser analisado é que o desconhecimento desses


pontos pode nos levar a dispor as nossas ações operacionais e
administrativas de forma equivocada e ineficiente, já que nos remete a uma
visão setorizada do que se está planejando, e não holística, visto não se
entender o planejamento como um processo.

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MÓDULO 2

2. PLANEJAMENTO

Pode ser conceituado como o processo desenvolvido para o alcance de


uma situação desejada de um modo mais eficiente, eficaz e de maneira
efetiva. Contudo, um conjunto de providências devem ser adotadas para a
situação, visando que o planejamento atinja seu objetivo, entretanto, a
instituição tem condições e meios de agir sobre as variáveis e fatores, de
modo que possa exercer alguma influência.

PORTARIA 926-R, de 08.10.2021 – PMES.

Tem por finalidade definir normas para a elaboração de atos administrativos


decisórios e de atos administrativos de correspondências da Polícia Militar do Estado
do Espírito Santo (PMES), visando a sua padronização e simplificação.

CAPÍTULO V
DO PLANEJAMENTO, PLANOS E SEUS DESDOBRAMENTOS
Art. 13. Planejamento é o processo pelo qual se determina antecipadamente quais
são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los,
definindo onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando e por quem.

O processo de planejar envolve, portanto, um modo de pensar, e para tal faz-


se necessária as seguintes indagações sobre: o que fazer, como, quando,
para quem, por que, por quem e aonde.

O QUE
FAZER?

ONDE? COMO?

PLANEJAR
POR
QUANDO?
QUEM?

POR PARA
QUE? QUEM?

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2.1. O propósito do Planejamento

Consiste no desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes


administrativas que proporcionem uma situação viável de avaliar as
implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos
institucionais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais
rápido, coerente, eficiente e eficaz.
Dentro desse raciocínio, pode-se concluir que o exercício sistemático do
planejamento tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório e,
consequentemente provocar o aumento da probabilidade de alcance dos
objetivos, desafios e metas estabelecidos.

2.2. Aspectos do Planejamento

a) Consequência - Não diz respeito a decisões futuras, mas às


implicações futuras de decisões presentes;
b) Abrangência - Não é um ato isolado. Portanto, deve ser visualizado
como um processo de ações inter-relacionadas e interdependentes
que visam ao alcance de objetivos previamente estabelecidos, os
quais devem ser viáveis com base na validade das hipóteses em que
se baseiam;
c) Processo - Maneira pela qual se realiza uma sequência de atos,
segundo determinada metodologia. O processo de planejamento é
muito mais importante do que o seu produto final que normalmente é
o plano.

Do ponto de vista pragmático essas questões são importantes para a vida


de um gestor de um grupo, pois direcionam as nossas ações de forma
coerente e profissional, baseadas em conteúdos técnicos e experiências
profissionais, as quais não devem ser desprezadas, embora não constituam
condições suficientes para determinar por si só a postura de uma instituição.

2.3. Tipos de planejamento

Na consideração dos grandes níveis hierárquicos, podem-se distinguir três


tipos de planejamento: Estratégico, Tático e Operacional.
De forma genérica, pode-se relacionar os tipos de planejamento aos níveis
de decisão numa pirâmide organizacional, conforme figura seguinte:

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De forma resumida, o planejamento estratégico relaciona-se com objetivos


de longo prazo e ações para alcançá-la afetam a empresa como um todo,
enquanto o planejamento tático relaciona-se com os objetivos de mais curto
prazo e com estratégias e ações que, geralmente, afetam somente parte da
empresa. Já o planejamento operacional refere-se à formalização do
processo.

2.3.1. Diferenças entre os três tipos de planejamento

a) Planejamento Estratégico - é o processo administrativo que proporciona


sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida
pela Instituição, visando otimizar o grau de interação com o ambiente,
atuando de forma inovadora e diferenciada.
b) Planejamento Tático - tem por objetivo aperfeiçoar determinada área de
resultado e não a Corporação como um todo. Portanto, trabalha em
decomposição dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no
planejamento estratégico.
c) Planejamento Operacional - pode ser considerado como a formalização,
principalmente através de documentos escritos, das metodologias de
desenvolvimento e implantação estabelecidas.

PLANEJAMENTO Estratégico Tático Operacional


Longo Médio Curto
Prazo Ex: Reestruturação do Ex: Aquisição de
Ex: Cerco Tático
efetivo da PMES Viaturas para o BME
Amplitude Ampla Média Restrita

Riscos Extremo Considerável Pequeno

Atividades Meio e Fim Meio e Fim Fim

Flexibilidade Maior Menor Insipiente

2.4. Ciclo PDCA

O Ciclo PDCA é uma ferramenta de gestão muito utilizada pelas empresas


do mundo todo. Este sistema tem como foco principal a melhoria contínua.
Seu objetivo principal é tornar os processos da gestão de uma empresa mais
ágeis, claros e objetivos. Pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa.
Visa melhorar os resultados através de um sistema de gestão do negócio.

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O Ciclo PDCA tem como estágio inicial o planejamento da ação, em


seguida tudo o que foi planejado é executado, gerando, posteriormente, a
necessidade de checagem constante destas ações implementadas. Com
base nesta análise e comparação das ações com aquilo que foi planejado,
o gestor começa então a implantar medidas para correção das falhas que
surgiram no processo ou produto.
Veremos agora cada uma destas etapas isoladamente, confira:
 P = Plan (planejamento) - Nesta etapa, o gestor deve estabelecer
metas e/ou identificar os elementos causadores do problema que
impede o alcance das metas esperadas. É preciso analisar os fatores
que influenciam este problema, bem como identificar as suas possíveis
causas. Ao final, o gestor precisa definir um plano de ação eficiente.
 D = Do (fazer, execução) - Aqui é preciso realizar todas as atividades
que foram previstas e planejadas dentro do plano de ação.
 C = Check (checagem, verificação) - Após planejar e por em prática,
o gestor precisa monitorar e avaliar constantemente os resultados
obtidos com a execução das atividades, avaliar processos e
resultados, confrontando-os com o planejado, objetivos,
especificações e estado desejado, consolidando as informações,
eventualmente confeccionando relatórios. Atualizar ou implantar a
gestão à vista.
 A = Act (ação) - Nesta etapa é preciso tomar as providências
estipuladas nas avaliações e relatórios sobre os processos. Se
necessário, o gestor deve traçar novos planos de ação para melhoria
da qualidade do procedimento, visando sempre à correção máxima
de falhas e o aprimoramento dos processos da empresa.
É importante lembrar que o PDCA é verdadeiramente um ciclo, e por isso
deve “girar” constantemente. Ele não tem um fim obrigatório definido. Com
as ações corretivas ao final do primeiro ciclo é possível (e desejável) que seja

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criado um novo planejamento para a melhoria de determinado


procedimento, iniciando assim todo o processo do Ciclo PDCA novamente.

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MÓDULO 3

3. DECISÃO

O processo de planejamento se desenvolve com o intuito de respaldar a


tomada da decisão mais acertada. Quando analisamos as variáveis
presentes em uma operação ou um evento estamos na verdade colhendo
informações e conjecturando para direcionar o responsável pela decisão
final ao caminho menos dispendioso de executar a missão.
As decisões podem ser:
a) Individuais - São aquelas independentes de interferências externas,
em que o indivíduo com base em suas próprias convicções busca o
equilíbrio.
b) De pequenos Grupos - São aquelas tomadas após o diálogo entre
determinado grupo, diante de uma influência persuasiva, porém
dentro de parâmetros previamente estipulados pelos próprios
componentes do grupo.
c) De grupos maiores ou de maior influência - Aqui aparecem as
decisões que envolvem inúmeras variáveis que vão afetar uma
parcela considerável da população ou toda ela. São aquelas
tomadas pelos órgãos públicos ou empresas de qualquer natureza,
com reflexos na própria vida do homem, melhorando ou piorando o
seu nível.

3.1. Etapas do Processo Decisório

IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

ANÁLISE DO PROBLEMA

FORMULAÇÃO DE ALTERNATIVAS

ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS

SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS (DECISÃO)

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3.1.1. Identificação do Problema

Apesar de parecer que o mais complexo é obter a solução coerente para o


problema, o consenso é que o mais importante é definir com precisão QUAL
O PROBLEMA A SER RESOLVIDO.
Senão imaginemos que, para a definição do número mínimo de policiais
necessários para executar o policiamento num estádio de futebol, foi
apresentado como principal problema a ser vencido, a distância muito
pequena entre uma torcida e outra. Desta forma, a solução contemplada
foi a formação de duas linhas de policiais para que as torcidas fossem
mantidas separadas uma da outra.
Durante o jogo foi observado que quase não existiam expectadores. Depois
de um levantamento rápido, foi possível asseverar que a referida partida foi
marcada num dia de semana e num horário de jogo da seleção brasileira.
Apesar da solução para a proximidade entre as torcidas ter sido eficiente,
como o problema indicado não existia, foi utilizado um número excessivo de
policiais para aquele evento.

3.1.2. Análise do Problema

A análise do problema sucede a definição correta do problema. Este é o


momento de reunir todas as informações e percepção da situação. O
problema que aflora como uma síntese será desconstituída em todos os seus
elementos.
A análise preliminar para a definição correta do problema auxilia a listar o rol
de causas prováveis e caminhar para a causa mais determinante.
Basicamente deveremos responder a seguinte pergunta: QUAIS AS POSSÍVEIS
CAUSAS DO PROBLEMA?

3.1.3. Formulação de Alternativas

Definido corretamente o problema e da percepção fática da situação (suas


causas e efeitos conhecidos), deve-se buscar as alternativas viáveis para a
solução do problema a ser resolvido.
As alternativas apresentadas devem ser racionais, lógicas e criativas.
Devendo o responsável buscar informações em situações anteriores, na
experiência de todos os envolvidos, em documentos, entre outros.

A decisão tomada emana de uma série de possíveis escolhas advindas da


formulação de uma série de alternativas viáveis. Ressaltando-se que a
decisão tida como a mais acertada será aquela que atingir o objetivo
esperado, com o aproveitamento das oportunidades apresentadas e com o
menor dispêndio de recursos.

3.1.4. Análise das Alternativas


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Depois de concebidas diversas alternativas deverão ser observadas as


consequências de cada uma delas, de maneira a se estimar as vantagens e
as desvantagens apresentadas.

3.1.5. Seleção de Alternativas (Decisão)

Assim que transpostas todas as etapas do processo decisório a solução tida


como a mais viável deverá ser escolhida. A tomada de decisão se
concretiza quando fazemos a escolha dentre as várias alternativas ou
diversas opções formuladas no curso de ação, e assim decidimos o que
fazer.
No entanto, na tomada da decisão, o comandante deverá observar cinco
parâmetros antes de se pronunciar, assim temos:
a) O risco - O Comandante deverá ter em mente que cada uma das alternativas
apresenta riscos e vantagens. No entanto, ele deverá externar sua decisão,
pois a ausência de uma decisão nos leva a uma operação desordenada e
acéfala.
b) O momento – Deve-se ter em mente qual a brevidade exigida para a tomada
de decisão tem que ser percebida, pois em alguns casos o tempo é exíguo e
a cobrança enorme. A escolha do momento e como atuar já foi motivo de
muitas abordagens por parte de diversos autores, todavia a mais celebre é a
de Maquiavel, que nos ensina que as ações que possam causar algum tipo
de resistência indesejada, devem ser feitas de imediato.
c) Os esforços – A escolha da alternativa menos dispendiosa é imprescindível,
pois o ideal é a busca da eficiência com o menor esforço.
d) A disponibilidade de Recursos – O pragmatismo e o realismo do gestor
devem conduzi-lo a uma decisão que contemple a disponibilidade logística e
de pessoal, pois um plano superdimensionado pode ser classificado como
não factível.
e) A versatilidade – As decisões devem ser de fácil adequação, pois podem
ocorrer mudanças imprevistas no cenário estudado.

4. COORDENAÇÃO

Coordenação, segundo Henri Fayol, “tem por fim ligar, unir e harmonizar
todos os atos e esforços.” A coordenação deve estar presente em todas as
fases da administração, isto é, quando se planeja, organiza, dirige e controla
uma organização.

O responsável pelas ações na verdade deve ser um exímio coordenador,


uma vez que precisa ter a visão das partes e do todo, além de habilidoso
observador e gerenciador de vontades, conflitos e interesses.

5. CONTROLE

Controle é o processo administrativo que consiste em verificar se tudo está


sendo feito de acordo com o que foi planejado, ou seja, se e as ordens
dadas estão sendo cumpridas, bem como assinalar as faltas e os erros, a fim
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de repará-los e evitar sua repetição desnecessária.
Um controle eficiente facilita mudanças (planos ou ordens), possibilita a
observação rápida e a correção dos erros identificados.
Apesar de alguns autores discordarem, as peculiaridades das instituições
militares trazem como ações paritárias a coordenação e a fiscalização. Na
verdade, se considerarmos que a fiscalização é a observação do
desenvolvimento das ações e a coordenação é a harmonização entre elas,
a coordenação e a fiscalização se confundirão quando observarmos o nível
hierárquico do policial que estiver fiscalizando. Isto é, se o fiscal for o
comandante ele também será o coordenador.

6. AVALIAÇÃO

A avaliação é a última etapa do planejamento de uma operação. Ao final


de cada evento o comandante deverá produzir um relatório onde
relacionará de maneira sucinta o transcorrer do serviço, apontando os
pontos positivos e os negativos vilumbrados na operação.
Ressalta-se que o relatório é um instrumento importantíssimo para a
confecção de novo planejamento no futuro.

ESQUEMA DE DESENVOLVIMENTO DE UMA OPERAÇÃO

MISSÃO
• Análise
Relatórios
anteriores *
AVALIAÇÃO
• Definição do
Problema • Produção de
FORMULAÇÃO EXECUÇÃO Relatório *
• Informações DE DECISÃO COORDENAÇÃO
sobre o ALTERNATIVAS
evento SUPERVISÃO
• Logística
disponível
• Efetivo
disponível

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MÓDULO 4

7. PLANEJAMENTO OPERACIONAL

Após a construção do conhecimento necessário para a elaboração de um


planejamento, passaremos a destacar a atuação dos sargentos no campo
operacional diante das peculiaridades do serviço policial militar, onde assim
destacamos:
a) Comandante de Célula Interativa: função de extrema relevância
sendo que os sargentos detêm responsabilidades em determinada
extensão territorial na articulação e comandamento das ações
inerentes ao policiamento interativo. Destaca-se o processo de
interação comunitária para aproximação da PMES com a
comunidade local, fazendo-se necessário o planejamento da melhor
estratégia de comando para a consecução dos objetivos delineados.
Assim o graduado terá interferência direta na distribuição do
policiamento; coordenação de operações direcionadas para melhor
atender a demanda local; análise dos indicadores de criminalidade;
fomentar a realização de reuniões interativas com a comunidade;
reuniões com os comandados para transmissão de ordens a serem
cumpridas; supervisão da célula interativa sob sua responsabilidade,
enfim as inúmeras atribuições dos sargentos na atividade destacada.
b) Comandante de Destacamento Policial Militar (DPM): Os
destacamentos possuem grande pertinência no que se refere a uma
referência para a comunidade, e além das atribuições de
comandante de célula interativa, caso haja, o comandante de DPM é
o responsável pelo efetivo alocado para o serviço operacional,
atendimento das demandas locais de policiamento, carga da PMES
destinada ao destacamento, enfim torna-se um facilitador na
execução de atividades de policiamento, subsidiando o comandante
imediato.
c) Comandante de Equipe (FORÇA TÁTICA, CIMEsp, CIOC, CASA MILITAR,
ENTRE OUTROS): As equipes de policiamento das mais variadas
unidades da PMES em sua maioria possuem sargentos como
comandante direto, onde normalmente são responsáveis por toda a
dinâmica do policiamento a ser exercido, coordenando pequenas
operações, local de patrulhamento, vistorias a serem realizadas,
abordagens a determinados locais/ pessoas, identificação dos locais
de maior incidência de determinados delitos, avaliação da melhor
estratégia de policiamento e ação a ser adotada diante da
peculiaridade de cada região/ situação, enfim gozam de autonomia
e liderança devendo adotar sempre uma conduta profissional ética
perante seus comandados.
d) Comandante de Policiamento da Unidade (CPU): os sargentos têm

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assumido em algumas unidades da capital e interior o encargo de


CPU, que requer uma gama de conhecimentos e atitudes diante das
vertentes do serviço operacional, além da fiscalização e
planejamento da melhor dinâmica a ser adotada para a execução
das atividades operacionais da OME.
e) Comandante de Guarnição: Apesar de menor expressividade, os
sargentos também são destacados como chefes de guarnições
operacionais, onde assim devem contribuir para a coordenação das
atividades auxiliando o CPU e utilizando-se das premissas hierárquicas
para melhor aplicabilidade dos recursos disponibilizados.

Estabelecidos os conceitos essenciais para o planejamento operacional no


âmbito da PMES passaremos a elaboração de um planejamento voltado ao
serviço operacional nas suas mais diversas situações tal como ocorre em um
policiamento para evento esportivo, festa religiosa, carnaval, festa de
réveillon, policiamento de natal, em feriados, datas festivas, festa
comunitária, entre tantos outros em que o emprego da força pública de
segurança se faz necessário para levar tranquilidade e segurança as pessoas
e ao patrimônio público e privado, preservando a ordem e assegurando a
todos os cidadãos o direito de ir e vir.

7.1. Formulação de Ordem de Serviço

7.1.1. Nome da Operação

O nome da operação deverá ser especificado de acordo com o evento em


si, podendo ser algo perene (Ex.: Uma festa que aconteça todos os anos) ou
pontual.

7.1.2. Situação

Esta parte da OS será subdividida em 05 itens, da seguinte maneira:


a) Informações Gerais → Neste tópico o comandante fará referência às
informações gerais acerca do evento na forma de parágrafos. É
importante que neste ponto sejam encontradas informações como:
de onde veio a demanda (determinação superior, desdobramento de
algum plano, etc.).
b) Elementos Adversos → Deverão ser relacionados todos os elementos
que podem ser classificados como complicadores para a eficiente
execução da operação (Clima, peculiaridades do terreno, presença
de grupos adversários, etc.).
c) Elementos favoráveis → Serão listados os elementos que podem
facilitar a execução do policiamento (Outras Instituições presentes,
horário, etc.).

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d) Logística Disponível → Neste tópico serão descritos os meios disponíveis


para a execução da Operação (Veículos, equipamentos de
segurança, armamento, etc.).
e) Efetivo Disponível → Quando iniciado o planejamento o comandante
deverá dispor da informação acerca da quantidade de policiais que
estão disponíveis para o atendimento da missão (Escala ordinária e
Extra).

7.1.3. Missão

Este tópico será subdividido em 03, da seguinte maneira:


a) Geral → Informação panorâmica do objetivo da Operação. Ex.:
Realizar o policiamento ostensivo na festa do Distrito de Córrego da
Agulha.
b) Particular → Caso o policiamento tenha alguma peculiaridade, ela
deverá ser informado neste item. Ex.: O policiamento dispensará
especial atenção à depredação do patrimônio público do local.
c) Eventual → Relatar o que pode ser eventualmente coibido com o
planejamento da Operação.

7.1.4. Objetivos

Poderão ser relacionados quantos objetivos forem necessários. Ressaltando


que para cada objetivo listado será necessário atentar para uma ação no
item EXECUÇÃO. Ex.: Reprimir o tráfico e o consumo de drogas na área do
evento e no entorno; Evitar que pessoas embriagadas assumam a direção
de veículos automotores.

7.1.5. Execução

O campo execução, dividido em 07 itens, descreverá os critérios para a


execução da operação.
a) Comando e Coordenação → Nome e QTI do
comandante/coordenador da operação.
b) Data/Hora → Neste ponto deverá ser informado a data e o horário do
início e do término do evento.
c) Efetivo empregado → Número do efetivo empregado e a separação
pelo processo de policiamento. Ex.: 06 ME em PO a pé, 02 ME em
Bikepatrulha e 02 ME em policiamento com motocicletas.
d) Chamada → Indicar o local a data e a hora da chamada do efetivo
e) Uniforme → Na forma do RUIPMES informar o uniforme que cada
policial deverá estar trajando na apresentação e na execução do
serviço.

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f) Armamento e Equipamento → Na forma que dispuser a Unidade ou


Subunidade descrever o armamento e o equipamento necessário
para a operação.
g) Comunicação → Definir os meios a serem utilizados para a
comunicação entre os integrantes do efetivo.

7.1.6. Atribuições

Definir as atribuições dos componentes, bem como a distribuição do efetivo


no terreno. Em geral as atribuições são relacionadas em documentos que
seguem anexos à Ordem de Serviço. (Ex: Escala de serviço, croqui e outros
relacionados)

7.1.7. Prescrições Diversas

Este tópico é importantíssimo na confecção da Ordem de Serviço, pois nele


deverão ser elencadas todas as informações importantes e peculiares à
operação.

7.2. Diretrizes de Operações

Neste tópico apresentaremos algumas das diretrizes de operação do ano de


2020, fruto do planejamento das ações da PMES.

7.2.1. Diretriz de Operação nº 006/2020 - Operação Colheita 2020

A presente diretriz foi publicada em 17/04/2020 e regula a atuação da


Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) no que tange ao planejamento e
execução da Operação Colheita 2020, com abrangência em todo o Estado
do Espírito Santo (ES), conforme peculiaridade de cada Comando Regional.

7.2.2. Diretriz de Operação nº 010/2020 - Operação Fim de Semana

A diretriz em epígrafe teve como escopo balizar o emprego da Polícia Militar


do Espírito Santo (PMES) na Operação Fim de Semana, no período entre 18h
de sexta-feira (08/05) até às 23:59h de domingo (10/05), visando a
intensificação das ações e operações policiais militares.

7.2.3. Diretriz de Operação nº 012/2020 - Operação Força e Presença

Tal documento foi construído com o propósito de regular a execução da


Operação Força e Presença, que visa intensificar operações de saturação,
abordagens e presença em áreas de interesse, no que concerne à
segurança pública, no Estado do Espírito Santo, bem como sistematizar um

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modelo de controle dessas ações.

7.2.4. Diretriz de Operação nº 013/2020 - Operação Corpus Christi 2020

A diretriz em voga, por sua vez, estabelece parâmetros objetivando a


intensificação das operações policiais no período de 10 a 15.06.2020,
contemplando o feriado de CORPUS CHRISTI.

7.2.5. Diretriz de Operação nº 014/2020 - Operação Visibilidade III

Já tal diretriz determinou as regras da execução da 3ª versão da Operação


Visibilidade, realizada no dia 26 de junho de 2020 (sexta-feira), das 13h00 às
19h00h, nas principais áreas comerciais e vias de circulação de pessoas e
veículos do Estado, com emprego do efetivo administrativo das Unidades
Operacionais (UOp) e integração com os demais órgãos de segurança do
Estado (Polícia Civil e Guardas municipais).

7.3. Diretrizes de Serviço

Por sua vez, a diretriz de serviço, como já expresso no nome, visa estabelecer
balizas para atividades no âmbito da instituição, como podemos ver nos
documentos a seguir.

7.3.1. Diretriz de Serviço nº 008/2017 - Procedimentos para o cumprimento


de mandados de prisão e recaptura de foragidos ou evadidos do sistema
prisional.

Esta diretriz foi publicada no ano de 2017 visando regular e aperfeiçoar o


emprego da atividade de inteligência e operacional da PMES em ações e
operações cujo objeto é o cumprimento de mandados de prisão e a
recaptura de foragidos ou evadidos do sistema prisional.

7.3.2. Diretriz de Serviço Nº 020/2019 – Patrulha Maria da Penha

O documento em destaque foi publicado com o fito de readequar os


parâmetros de estruturação e funcionamento da Patrulha Maria da Penha
no âmbito dos Batalhões e Companhias Independentes da PMES,
redefinindo critérios para a sua organização, composição, subordinação,
instrução e emprego.

7.4. Modelos de Relatórios

A seguir será feita a exposição de modelos de relatório existentes na


instituição.

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7.4.1. Modelo de Relatório do CPU

Em regra, após o cumprimento da escala de serviço na função de CPU, as


atividades, ocorrências e alterações relevantes são transcritas em um
documento único a ser enviado ao escalão superior.

7.4.2. Modelo de Relatório do Comandante de Operação

Após o encerramento de uma operação, caberá ao seu comandante a


confecção de um relatório, constando as informações quanto a execução
do que fora planejado, tendo o documento, em especial, a importância
para ajustes dos erros e de manter os registros para planos futuros.

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