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PROPÓSITO
Contribuir para a aprendizagem de um conjunto de ferramentas que permitem a busca pela
melhoria da gestão dos riscos da segurança e saúde no trabalho (SST) relacionados a todas as
atividades da organização.
PREPARAÇÃO
As normas regulamentadoras do governo federal auxiliam no entendimento de muitos assuntos
que são apresentados neste conteúdo. Essas normas podem ser acessadas no portal da
Secretaria de Trabalho, do Ministério da Economia. Para tanto, busque por “Normas
Regulamentadoras – NRs – Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia”.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
Descrever as normas OHSAS 18001 e ISO 45001 e suas relações com os sistemas de gestão
de segurança e saúde no trabalho
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
CONTEXTO ATUAL DE EMPRESAS E OS SISTEMAS DE
GESTÃO DE SAÚDE E DE SEGURANÇA
MÓDULO 1
SISTEMAS DE GESTÃO
Com a crescente disputa entre as organizações de negócios espalhadas pelo mundo, fica
muito evidente a necessidade da busca incansável por técnicas, ferramentas e metodologias
que devem ser aplicadas aos sistemas de gestão.
Quando se busca uma explicação mais detalhada para esse cenário de procura, imediatamente
surge a justificativa de se pensar em tais sistemas considerando um conjunto de processos,
com todas as suas atividades e tarefas. Dessa maneira, o foco está na melhoria de processos
como algo a ser praticado constantemente pelos responsáveis ou gestores.
Imagem: Shutterstock.com
Não existe mais espaço em mercados altamente competitivos para uma empresa atuar com
pouca eficiência em decisões que envolvem a sua sobrevivência. Com frequência, isso envolve
vários aspectos, tais como:
Muitas organizações têm seus objetivos voltados para a maximização da qualidade de produtos
e serviços que são concebidos para prover a sociedade em geral. Evidentemente, essas
empresas jamais se desvinculam da busca incessante pela maximização da lucratividade.
Quando isso ocorre, pode-se dizer que vantagens competitivas são alcançadas, favorecendo a
permanência ou continuidade do negócio ao longo do tempo. Por outro lado, aspectos
relacionados à saúde e à segurança podem ter menos importância.
Com base na literatura, podemos entender que um sistema de gestão pode ser definido como
uma estrutura organizacional que tem responsabilidades, processos, procedimentos e recursos
que devem ser implementados a fim de apoiarem as gestões da qualidade, ambiental, da
segurança e saúde dentro do ambiente de trabalho.
Foto: Shutterstock.com
A SST ganha importância ainda mais acentuada quando se tem a consciência da sua relação
estreita com a prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais, bem como com a proteção
e promoção da saúde dos trabalhadores. Acrescenta-se a isso a finalidade de se proporcionar
melhorias tanto nas condições como no ambiente de trabalho. Sempre cabe salientar que a
saúde no trabalho compreende necessariamente a promoção e a manutenção de um grau de
saúde física e mental e de bem-estar psicossocial de trabalhadores que executem suas
funções rotineiramente.
ATENÇÃO
Para aquelas empresas que já têm sistemas em operação, o grande desafio está na
identificação de dificuldades relacionadas à gestão da SST. Essencialmente, quando se
estabelece ações nesse sentido, na verdade se pretende analisar os riscos inerentes à
realização de atividades relacionadas a cada um dos processos principais de negócios
estabelecidos nas empresas. O intuito reside na eliminação ou minimização da exposição a
determinado tipo de risco por parte dos trabalhadores, respeitando as recomendações
ergonômicas previstas em normas.
Foto: Shutterstock.com
Os estudos mais recentes na área de SST visam equilibrar da melhor maneira possível a
produtividade, a qualidade, a saúde, a segurança e o conforto dentro de um ambiente de
trabalho.
ESTÁGIO 1
O estágio inicial de gestão é o da inexistência, caracterizado, na maioria dos casos, pelo
trabalho informal em que existe a predominância de riscos elevados e não avaliados.
ESTÁGIO 2
O estágio seguinte chamamos de “segurança reativa”, no qual predominam ações mais simples
e restritas em que se busca o cumprimento de requisitos legais mínimos atribuídos às causas
que motivaram acidentes. Além disso, procura-se também identificar a responsabilidade de
empregados por atos inseguros, entre outras ações cometidas por eles.
ESTÁGIO 3
Outro estágio é a “fase das exortações”, na qual é possível notar que a segurança deve ser
necessariamente atribuída ao nível gerencial de uma organização. Entretanto, esse estágio é
uma consequência de resultados não efetivos em relação à segurança e que podem, inclusive,
afetar a imagem institucional. Além disso, sofre influências das exigências de órgãos
fiscalizadores com poderes punitivos.
Geralmente, na “fase das exortações”, os funcionários são vistos como determinantes para que
haja a sensação de insegurança no ambiente laboral, uma vez que são constantemente
pressionados para alcançarem metas ou melhores indicadores de desempenho operacionais.
Nesse contexto, planos ou programas de segurança e saúde não existem na prática, pois as
políticas não são muito difundidas pelas organizações, muito embora sejam incluídos os
poucos esforços no planejamento para que as chefias imediatas e as equipes de trabalho
tenham ciência dos princípios considerados em tais políticas. É comum, nesse estágio, que as
estatísticas de segurança considerem mais os casos de acidentes de maior gravidade do que
aqueles de menor gravidade. As doenças ocupacionais, mesmo sendo muito importantes,
praticamente não são consideradas.
As empresas, uma vez decididas a reverter a imagem de que não se importam com seus
recursos humanos, têm conseguido inserir melhorias em seus sistemas de gestão. Muitos
gestores têm assumido compromissos com questões de saúde e segurança. Assim, surgem os
princípios do plano de gestão de segurança no trabalho, que consideram a aplicação de
ferramentas gerenciais.
ESTÁGIO 4
Esse estágio é caracterizado por um maior grau de envolvimento de gerências e um sistema de
gestão de segurança e saúde mais bem estruturado.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
A segurança sendo vista isoladamente, e não como parte integrante da gestão dos processos.
Imagem: Shutterstock.com
As gerências atribuindo responsabilidades para outras áreas ou para comissões criadas dentro
das empresas (engenharia de segurança, CIPA etc.).
Essa evolução ocorre em direção a um cenário no qual se pode identificar estas características:
ESTÁGIO 5
Nesse estágio, considerado de excelência, percebe-se claramente um sistema de gestão
integrado, podendo ser certificado e reconhecido externamente por meio de um processo de
certificação de saúde e segurança pela norma Occupational Health Safety Assessment Series
(OHSAS 18001); para o caso ambiental, pela norma a International Organization for
Standardization (ISO 14001); e, por fim, para o caso social, pela norma Social Accountability
(AS 8000). Veja a imagem a seguir.
INEXISTÊNCIA
Trabalho informal/formal
SEGURANÇA RELATIVAS
Subnotificação de acidentes
PROCESSO DE MUDANÇA
Planos de segurança
SEGURANÇA PRÓ-ATIVA
Neste conteúdo, aprofundaremos nossas discussões restritamente nas normas OHSAS 18001
e ISO 45001, no Módulo 2. Contudo, sabe-se que é perfeitamente possível que os
colaboradores escolham onde trabalhar e se aperfeiçoar sem perder sua saúde ou se expor a
situações de risco em suas ocupações profissionais. Adicionalmente, sendo objetos de
interesse por parte da organização, a saúde e a segurança podem contribuir diretamente para
que os trabalhadores internalizem o senso de realização profissional, conciliem seus objetivos
pessoais com os da própria organização e compreendam que o trabalho pode trazer melhorias
para a qualidade de vida de todos.
REALIDADE BRASILEIRA
Um SGSST tem como objetivo principal tornar um ambiente de trabalho mais seguro e
saudável por meio de uma estrutura que permita que uma organização localize, monitore e
controle os riscos que podem representar impactos, com menor ou maior severidade, à saúde
e à segurança dos recursos humanos durante atividade laboral.
CONTROLE DE RISCOS
O Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO) ajuda
empresas e outras organizações a avaliarem e aperfeiçoarem seus sistemas de controle
interno. Assim, o risco é a representação da possibilidade de que um evento ocorrerá e afetará
negativamente a realização dos objetivos.
O risco pode ser compreendido por meio de três componentes principais: evento (aleatório,
futuro e independente da vontade humana), probabilidade e impacto. O risco é uma condição
ou evento o incerto. A probabilidade é a chance de o evento de risco acontecer. Finalmente, o
impacto está relacionado ao resultado para a empresa. Logo, o risco é a possibilidade de
ocorrência de um evento que pode causar impactos a uma empresa.
O processo fundamental de aprendizagem sobre a redução dos riscos está na origem dos
princípios mais sofisticados que regem a atual SST. Pode-se considerar que um SGSST pode
ser definido como parte integrante do sistema de gestão maior de uma organização, de modo
que seja utilizado para desenvolver e implantar sua política e gerenciar seus riscos de SST.
RISCO OCUPACIONAL
A chance de um trabalhador sofrer algum dano ou lesão enquanto exerce sua profissão é o que
chamamos de risco ocupacional, o qual está relacionado a acidentes ou doenças ocupacionais
que frequentemente podem acometer um colaborador.
Foto: Shutterstock.com
Com relação aos riscos ocupacionais, podemos afirmar que estão associados ao ambiente de
trabalho, tais como: desprendimento de gases e vapores, falta de iluminação adequada, níveis
de sonoridade acima do permitido, entre outros. O Ministério do Trabalho (MT) classifica os
riscos ocupacionais considerando sua natureza:
física;
química;
biológica;
ergonômica ou acidental.
comportamentais;
ambientais (físicos, químicos, biológicos ou ergonômicos).
VOCÊ SABIA
Para áreas de segurança no trabalho, existem algumas normas dedicadas aos riscos, como as
normas OHSAS 18001:2007 e a BS8800, que tratam de elementos do sistema de gestão SST.
Existem processos que dão suporte para que seja realizada uma gestão de risco pelas
empresas. A seguir, apresentamos alguns exemplos desses processos:
IDENTIFICAÇÃO DO RISCO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Uma exigência dos fornecedores de matérias-primas, que têm limitado suas produções para
empresas que estão obsoletas em termos de gestão.
C) Pressão de autoridades regulatórias para fiscalizar sistemas de gestão que não atendem
corretamente a seus clientes.
D) Falta de uma política de gestão dentro da empresa que exija uma formação mais eficiente
de gestores operacionais.
E) No passado, as empresas não tinham recursos para investir em técnicas para a realização
de tarefas.
E) geralmente não é possível de ser alcançado, pois requer treinamentos complexos para
todos os recursos humanos presentes na empresa.
GABARITO
1. Seguindo uma tendência de mercado, cada vez mais têm sido aplicadas ferramentas
em sistemas gerenciais com a finalidade de alcançar indicadores operacionais que se
refletem em resultados otimizados para as empresas. Analisando esse contexto, assinale
o motivo que justifica essa postura das empresas.
No estágio conhecido como “fase das exortações”, considera-se que a segurança deve ser
necessariamente atribuída ao nível gerencial de uma organização e sofre influências por
exigências de órgãos fiscalizadores com poderes punitivos.
MÓDULO 2
Descrever as normas OHSAS 18001 e ISO 45001 e suas relações com os sistemas de
gestão de segurança e saúde no trabalho
AS NORMAS OHSAS 18001 E ISO 45001 E SUAS
RELAÇÕES COM OS SISTEMAS DE GESTÃO DE
SAÚDE E DE SEGURANÇA NO TRABALHO
A implantação de um SGSST pode gerar diversos benefícios para a empresa e para seus
trabalhadores. Isso se nota nos seguintes casos:
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
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1998
No ano de 1998, a norma OHSAS 18001 foi criada por um grupo de organismos certificadores
e de entidades nacionais de normalização.
1999
A publicação da primeira versão oficial da OHSAS 18001 foi em 1999, pela British Standards
Institution (BSI). OHSAS é a sigla para Occupational Health and Safety Assessments Series,
cuja tradução é Serviços de Avaliação de Segurança e Saúde Ocupacional. Essa norma é
considerada a primeira voltada para a certificação dos SGSST.
2007
A atualização da OHSAS 18001, publicada em 2007, especifica que o SGSST é uma parte do
sistema de gestão geral da organização, tendo como objetivo o gerenciamento de riscos de
saúde e segurança do trabalho. Assim, tal norma tem como finalidade a proteção e a
segurança dos colaboradores de uma organização, contribuindo para os aspectos ergonômicos
do trabalho.
Durante muito tempo, a norma OHSAS 18001:2007 serviu de referência para compor os
sistemas de gestão das empresas, pois não havia uma norma ISO com esse escopo. Contudo,
diversas organizações no Brasil ainda têm uma visão restrita no que diz respeito à saúde
ocupacional, segurança e medicina do trabalho, restringindo suas atividades simplesmente à
coleta de dados estatísticos, às ações reativas a acidentes de trabalho e a sinistros e às
respostas em virtude de causas trabalhistas.
IMPLANTAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE
SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E
SAÚDE NO TRABALHO
Ainda com relação ao SGSST, podemos identificar o quanto o sistema é essencial para
qualquer organização, independentemente de seu tamanho. Esse sistema pode proporcionar
um ambiente favorável para um conjunto de ferramentas que podem ser aplicadas com o
propósito de melhorar indicadores que serão definidos por um departamento ou área
específica. Exemplificando um desses indicadores, tem-se a eficiência da gestão dos riscos da
SST, que está diretamente relacionada com todas as atividades que integram os muitos tipos
de processos existentes dentro das empresas.
Pelo lado financeiro, tanto a implantação como a implementação de SGSST podem minimizar
os vários tipos de custos dentro das organizações, como os custos diretos causados pelos
acidentes. Além disso, possibilita também a redução na alíquota dos riscos de acidentes do
trabalho (RAT), proporcionando anualmente uma economia da ordem de milhões, conforme o
porte da empresa.
O SST permite trabalhar uma imagem mais positiva da empresa perante seus clientes internos
e externos, fornecedores e quaisquer outros parceiros, proporcionando a continuidade ou
sobrevivência dos negócios.
ATENÇÃO
Uma vez decidida a implantação de um SGSST, cabe mencionar que um grande trabalho
coletivo será necessário para se alcançar o objetivo do sistema. Mesmo após sua
implementação e durante a manutenção adequada do SGSST, é importante que se tenha o
comprometimento de todos, independentemente dos cargos ou funções.
É comum que sejam envolvidos em uma mesma equipe de trabalho tanto profissionais da área
de recursos humanos (RH) como os gestores da organização. A equipe de trabalho formada vai
atuar para que seja feita a implantação das técnicas de segurança do trabalho. Além disso, vai
se dedicar ao planejamento e à execução de estratégias elaboradas.
A área de RH, por ter a vantagem de conhecer todos os profissionais que ingressam na
empresa, dará mais atenção aos riscos que podem estar associados à realização das
respectivas atividades. De acordo com a Norma Regulamentadora no 4 (NR-4), está definido
quem são os profissionais responsáveis e quais são as obrigações dos serviços especializados
em engenharia de segurança e em medicina do trabalho. São cinco as especialidades:
Enfermeiro do trabalho.
Médico do trabalho.
Cabe salientar a atenção que deve ser dada aos recursos humanos antes, durante e depois de
cada tarefa realizada. Como resultado, pretende-se alcançar o bem-estar, a proteção e a
qualidade de vida dos colaboradores.
Foto: Shutterstock.com
Segurança e saúde no trabalho e a proteção do trabalhador.
A implementação de um SGSST, com base em requisitos da OHSAS 18001:2007, permite que
a empresa tenha seu sistema reconhecido por uma entidade exterior, à semelhança do que
acontece com outros sistemas de gestão. Isso também é positivo para a imagem da empresa
perante os clientes. Além disso, pode resultar em vantagens competitivas quando se tratar de
uma diferenciação no que se refere à concorrência, uma vez que se estabelece uma relação de
comprometimento com a legislação.
O SGSST se espelha na política de SST, que é geralmente definida por uma área responsável
pelo planejamento estratégico. Portanto, um pensamento coerente seria conhecer como deve
ser implementado um sistema com essa finalidade. Todavia, antes de se conhecer alguns dos
passos para a implementação de um SGSST, é importante saber que este deve ter como base
uma política da SST estabelecida pela organização e que todos a conheçam. Sobre essa
política, é totalmente razoável que os seguintes aspectos sejam contemplados:
planejamento de processos, atividades e tarefas que vão estar presentes nas áreas;
POLÍTICA
Após o levantamento da situação inicial, é importante trabalhar na elaboração de uma política
de SST, considerando, entre outros pontos, a necessidade de monitorar e controlar as
condições de trabalho. De nada adianta uma política bem-concebida se não houver a aceitação
e o comprometimento dos recursos humanos.
PLANEJAMENTO
Depois que a política for concebida e posta em prática, cabe realizar um planejamento que
contemple os seguintes pontos:
Objetivos – saber quais são os objetivos da organização e como podem ser alcançados
por meio da adoção de um SGSST de maneira possam ser conciliados com a política
definida.
Plano de ação – é fundamental que seja elaborado um plano de ação que defina o que
será feito, por que, onde, por quem, quando, como e por qual custo. A ferramenta
gerencial 5W2H pode contribuir para isso. A 5W2H realiza um checklist (verificação)
administrativo de atividades, prazos e responsabilidades que devem ser desenvolvidos
com clareza e eficiência pelos stakeholders (partes interessadas que devem estar de
acordo com as práticas de gestão).
Após a elaboração do plano de ação, cabe definir as estratégias táticas e operacionais que vão
servir de suporte para a política. Nesse momento, serão identificados aqueles colaboradores
que apresentam um conjunto de habilidades para resolver tarefas específicas. Serão alocados
recursos para as ações previstas no plano de ação e para a organização dos fluxos de dados e
informações que serão gerados em cada ação prevista no plano de ação.
IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO
Nesta etapa, tudo precisa ser posto em prática. Esse é o momento de executar as ações que
permitirão alcançar os níveis de melhoria desejados em cada ambiente de trabalho
selecionado. Os esforços são direcionados para identificar pontos críticos que possam oferecer
algum tipo de perigo ao trabalhador, bem como controlar possíveis eventos de riscos que
possam ser manifestados. Deve-se pensar também em planos de contingência que preparem a
empresa para o enfrentamento de situações de crises potenciais que possam provocar algum
tipo de impacto. Tudo isso pensando na proteção dos trabalhadores e preservando recursos
considerados vitais para o negócio.
MELHORIA CONTÍNUA
Tomando por base a filosofia de melhoria contínua conhecida como Kaizen, que foi uma
combinação da teoria administrativa de Jules Henri Fayol (1841–1925) (Teoria Clássica da
Administração) e das contribuições de melhoria em processos de William Edwards Deming
(1900-1993) (melhoria contínua – ciclo PDCA), pode-se aplicar diversas práticas que incidem
sobre a melhoria contínua dos processos nas áreas de gestão e saúde.
A norma ISO 45001:2018 está substituindo a norma OHSAS 18000:2007, padrão anteriormente
usado. Todavia, o ritmo dessa mudança tem sido muito lento até os dias atuais.
DIFERENÇAS ENTRE AS NORMAS OHSAS
18001:2007 E ISO 45001:2018
Quando se trata de uma análise entre as normas OSHAS 18001 (BSI, 2007) e a ISO 45001
(ISO, 2018), é comum evidenciar algumas diferenças, tais como: maior participação dos
trabalhadores, sobretudo quando se trata de assuntos relacionados a saúde e absenteísmo e
atualização a respeito de documentação gerada dentro das áreas da empresa. Acrescenta-se
ainda que a ISO 45001:2018 foca a interação entre a empresa e todo o seu ambiente de
negócio, enquanto a OHSAS 18001:2007 busca gerenciar os perigos ocupacionais que podem
atingir a saúde e a segurança dos colaboradores.
A norma ISO 45001:2018 tem uma visão mais orientada para os processos e suas melhorias,
atentando-se mais aos eventos de riscos e oportunidades em SSO, como também sobre outros
riscos e oportunidades associados ao sistema de gerenciamento SSO. A OHSAS 18001:2007
dá mais ênfase aos procedimentos e atua exclusivamente com riscos SSO. A ISO 45001:2018
contempla requisitos das partes interessadas, mas o mesmo não ocorre na OHSAS
18001:2007.
Uma das formas de comprovação do atendimento aos requisitos da norma ISO 45001:2018 é
por meio de um processo de certificação acreditado, que pode ser executado por empresas
independentes, imparciais e competentes para realizarem essa atividade.
O fato é que a norma ISO 45001:2018 destaca, entre seus requisitos, que é preciso que a alta
administração realize um trabalho de planejamento estratégico que esclareça o verdadeiro
contexto da organização. Isso inclui não somente a compreensão de necessidades e
expectativas de todos os colaboradores, mas também daqueles que interagem de alguma
maneira com o SGSST.
Fonte: Autor/Shutterstock
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) A norma OHSAS 18001 tem como finalidade somente proteger os colaboradores de uma
organização para que tenham um ambiente de trabalho seguro, porém aspectos de saúde não
são contemplados pela norma.
GABARITO
2. A migração para a norma OHSAS:2007 já vem sendo realizada pelas empresas. Muito
embora considere um escopo parecido em relação à OHSAS 18001, a ISO 45001:2018
tem características distintas. Assinale a única alternativa que contém uma afirmação
correta referente às normas.
Houve a necessidade da transição da OHSAS 18001:2007 para a ISO 45001:2018, por parte
das empresas, para que pudessem se manter atualizadas aos requisitos de segurança, higiene
e saúde no trabalho.
MÓDULO 3
CONCEITO DE AUDITORIA
O termo “auditoria” tem origem latina (audire). Inicialmente, foi empregado na Inglaterra para
rotular a tecnologia contábil da revisão (auditing), que hoje tem um sentido mais abrangente.
Pode-se definir a auditoria interna como uma série de elementos, entre os quais estão os
exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente
estruturados para a avaliação da integridade e da adequação, entre outros indicadores de
processos. Uma auditoria considera também os sistemas de informação e controle interno
integrados ao ambiente e de gerenciamento de riscos que assistem a administração da
organização auditada no alcance de seus objetivos.
A ABNT NBR ISO 19011:2018 apresenta diretrizes que podem ser flexíveis e devem ser
atendidas por colaboradores que atuam em diferentes níveis hierárquicos dentro de uma
mesma organização, seja qual for o seu tamanho ou porte. A norma NBR ISO 19011:2018 pode
ser utilizada na estruturação e manutenção de qualquer sistema de gestão (saúde e segurança,
qualidade, ambiental, entre outros).
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Outra informação valiosa a respeito dessa norma está relacionada à inclusão, em seu escopo,
do conceito de risco, introduzido como base para as auditorias de sistemas de gestão.
Adicionalmente, a norma considera requisitos para a auditoria o gerenciamento de programa de
auditoria (responsabilidade, objetivos, coordenação e disponibilização de recursos), as
atividades de auditoria e um conjunto de habilidades que um auditor e a equipe auditora de
devem ter.
Por outro lado, tendo como referência a norma ISO 45001:2018, um SGSST deve ser pensado
necessariamente pela alta direção (liderança) de uma empresa, que, além de estabelecer as
medidas a serem seguidas por todos, exige firmemente o comprometimento em relação ao
atendimento das normas.
IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA
Muitas empresas querem medir seu desempenho em relação ao atendimento aos requisitos
das normas monitoradas aplicadas em seus sistemas de gestão. A realização de auditorias é
uma maneira de realizar essas medidas.
A auditoria faz uma avaliação criteriosa, cujo objetivo é a verificação e análise de atividades
para saber se estão em conformidade com seu planejamento e se foram implementadas de
maneira efetiva, tendo como referência as normas a que estão submetidas. Uma auditoria de
gestão tem como fundamento principal dar autenticidade à eficiência dos trabalhos realizados
por uma empresa. A auditoria atua para encontrar situações que representem problemas no
presente ou no futuro.
A ISO 19011:2018 fornece diretrizes para usuários em todos os níveis de organizações, sejam
pequenas, médias ou grandes, que venham a realizar auditorias de primeira, segunda ou
terceira parte para sistemas de gestão. Além das diretrizes para auditoria, essa norma
estabelece requisitos para a competência e a avaliação de um auditor e de uma equipe de
auditora.
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Particularmente, as áreas de SST dentro das empresas recebem a auditoria com base na
norma ISO 45001:2018 ou na OHSAS 18001:2007, sendo realizadas checagens muito
minuciosas em relação às adequações conforme a norma utilizada como referência.
Normalmente, a realização de uma auditoria dentro de determinada empresa pode servir de
motivo para que seja iniciada uma auditoria de certificação. Quando essa empresa não tem
certificação, podem ser empregados os procedimentos da norma que foi usada para manter o
ciclo de melhoria contínua.
A auditoria em segurança do trabalho é fundamental para toda empresa que deseja atuar de
acordo com a legislação. Essencialmente, a empresa quer saber se as exigências inerentes
aos processos gerenciais e operacionais estão sendo cumpridas. Isso é realizado por meio de
preceitos definidos por normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), pelas
Normas Regulamentadoras (NR), por normas de segurança e saúde no trabalho (SST), entre
outras referências.
A auditoria permite identificar os fatores não conformes presentes em operações que podem
aumentar as chances de ocorrência de doenças ocupacionais, de incidentes ou acidentes de
trabalho. Dessa maneira, é feito um relatório de não conformidade com informações que serão
entregues ao auditado (empresa).
INTEGRIDADE
APRESENTAÇÃO JUSTA
DEVIDO ATENDIMENTO PROFISSIONAL
CONFIDENCIALIDADE
INDEPENDÊNCIA
ABORDAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS
MENTALIDADE DE RISCO
INTEGRIDADE
Um auditor tem a obrigação de relatar com veracidade e precisão o que observa na realidade,
e suas conclusões devem ser com base na verdade. Sua comunicação deve ser clara e justa,
relatando os fatos e apontamentos da auditoria com precisão e transparência.
Um auditor deve ser cauteloso nas tarefas que realiza, além de ser competente naquilo que
observa, de maneira que os clientes e partes interessadas não percam a confiança nele.
CONFIDENCIALIDADE
Um auditor deve ser prudente no uso e na proteção das informações que levantadas quando
está trabalhando em sistemas de gestão. Cabe destacar que os dados e processos
examinados na auditoria são confidenciais.
INDEPENDÊNCIA
É muito importante que a imparcialidade seja uma constante durante a auditoria, bem como a
objetividade diante das conclusões de auditoria. Um auditor jamais deve ser tendencioso,
devendo evitar conflito de interesse.
O auditor deve, portanto, preocupar-se com quaisquer atividades da empresa que possam ser
úteis à gestão. Assim, seu trabalho deve ser feito com a finalidade de atingir seus objetivos e,
por conseguinte, deve desempenhar as seguintes atividades:
PROCESSO DE AUDITORIA
O processo de auditoria é composto por cinco etapas, nas quais são examinadas a
regularidade e a eficiência da gestão administrativa. O foco está sobre a melhoria dos
processos e controles internos da empresa. Um correto planejamento feito pelo auditor pode
ser fundamental para alcançar êxito. A seguir, são apresentadas as cinco etapas do processo
de auditoria:
PROGRAMA DE AUDITORIA
É o objetivo final do planejamento, que busca a definição dos meios mais econômicos e
eficientes para se atingir os objetivos da auditoria. A programação dos trabalhos deverá ser
consolidada em documento que contenha os seguintes itens: objeto, objetivos, escopo,
avaliação dos riscos envolvidos, procedimentos de auditoria a serem executados, recursos a
serem utilizados, símbolos padronizados para auxiliar na verificação das etapas e metas e,
finalmente, o cronograma detalhado.
EXECUÇÃO
É a etapa de aplicação do programa de auditoria.
RELATÓRIO E CONCLUSÃO
É o documento que contém a conclusão do trabalho de auditoria, descrevendo os erros, entre
outros pontos que foram verificados no decorrer da revisão dos procedimentos.
A auditoria interna do SST é vista como uma ferramenta importante às organizações porque
fornece um exame de fatos consumados e pode contribuir para a otimização de procedimentos
atuais e futuros. Logo, a auditoria é considerada fundamental para um sistema, que completa o
ciclo de controle e constitui a necessária retroalimentação do sistema, de modo a permitir que a
organização mantenha e desenvolva suas capacidades para a prevenção de riscos.
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O foco da auditoria será sobre procedimentos, processos e recursos que serão auditados para
saber se estão adequados e se garantem a proteção da segurança e da saúde dos
trabalhadores, como também a prevenção de incidentes e acidentes de trabalho. As
conclusões da auditoria devem determinar se o SGSST implementado está efetivo e ajustado à
política de SST da organização e à promoção da ampla participação dos trabalhadores. É
preciso analisar se a organização está cumprindo as regulamentações e leis nacionais. No
relatório de auditoria, deve constar tudo o que foi apontado quanto a ocorrências verificadas
para que sejam providenciados os ajustes necessários.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
C) Pode ser realizada por colaboradores sem experiência e treinamento no tema auditado.
GABARITO
1. Em 2018, surge a norma ISO 19011:2018, que, entre outros propósitos, pode ser
considerada uma das ferramentas mais importantes para que a liderança de uma
empresa acompanhe e melhore o desempenho de seu sistema de gestão. A respeito
dessa norma, é correto afirmar que:
A ABNT NBR ISSO 19011:2018 apresenta diretrizes que são flexíveis, podendo ser utilizadas
por colaboradores em diferentes níveis hierárquicos dentro da empresa.
2. Muitos dizem que, talvez, um dos problemas mais graves das empresas atualmente
seja a falta de transparência, que pode trazer inúmeras consequências para as
transações empresariais e inviabilizar novos negócios e a competitividade frente ao
mercado. Entretanto, para garantir essa transparência nos negócios e aumentar a
credibilidade perante terceiros, é fundamental que uma empresa realize auditorias.
Aponte a alternativa que torna evidente a importância de se fazer uma auditoria.
O papel de um auditor é realizar a auditoria, durante a qual é feita uma análise criteriosa de
tudo o que envolve a atividade produtiva. Essas atividades devem estar em conformidade com
as normas e a legislação vigente.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como estudamos ao longo de cada módulo, toda empresa, independentemente de seu porte,
de sua cultura ou de seus objetivos estratégicos, deveria considerar a concepção de um
sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho. Todos os tipos de recursos existentes,
principalmente relacionados a capitais humanos, devem ser colocados como prioridade dentro
de qualquer negócio. Aliás, é bastante inteligente pensar nesse sentido, pois a situação ideal é
aquela em que todos, após o cumprimento de sua jornada de trabalho, possam retornar para
casa assim como chegaram a seus postos de trabalho.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, N. M. C. Proposta de sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho,
baseado na OHSAS 18001, para empresas construtoras de edificações verticais. Tese
(Doutorado em Engenharia de Produção) — Departamento de Engenharia de Produção,
Universidade Federal do Pernambuco, João Pessoa, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 19011: diretrizes para
auditoria de sistemas de gestão. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
CERQUEIRA, J. P. de. Sistemas de gestão integrados: ISO 9001, OHSAS 18001, SA 8000:
conceitos e aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010. 536 p.
LEITE, M.; FREIRE, M.; SILVA, S.; JESUS, F. W.; LEITE, M. Modelo de sistema de gestão de
segurança do trabalho como ferramenta para gerenciamento dos perigos críticos e
riscos ambientais em empresas construtoras. Enciclopédia Biosfera, v. 10, n. 18, 2014.
Consultado na internet em: 03 out. 2021.
EXPLORE+
Para aprimorar os seus conhecimentos no assunto estudado:
Leia o guia Guidelines um ocupacional safety and health management systems, ILO-
OSH 2001, Geneva, International Labour Office, 2001, e entenda como foram moldados
os princípios de segurança e saúde ocupacional internacionalmente acordados e como
fornecem um instrumento único e poderoso para o desenvolvimento de uma cultura de
segurança sustentável dentro e fora das empresas, beneficiando trabalhadores,
organizações, sistemas de segurança e saúde e meio ambiente.
CONTEUDISTA
Fernando Medina