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Acidentes do Trabalho

Prof. Lucio Villarinho Rosa

Descrição

Conceituação e relevância das medidas de proteção para a prevenção


de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.

Propósito

Compreender a legislação relativa aos acidentes do trabalho e às


doenças ocupacionais, os conceitos e a importância na identificação
das medidas de proteção coletiva e medidas de proteção individual
aplicáveis à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, bem como
as ações necessárias para à implantação e ao funcionamento do
Serviço Especializado de Saúde e Medicina do Trabalho (SESMT) e da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Objetivos

Módulo 1

Acidentes típicos
Reconhecer a legislação e os conceitos básicos relacionados à
ocorrência de acidentes do trabalho, notadamente a dos acidentes
típicos.

Módulo 2

Doenças ocupacionais
Reconhecer os conceitos básicos relacionados às doenças
ocupacionais.

Módulo 3

Proteções coletivas e individuais


Identificar as principais medidas de proteção coletiva e individual,
pertinentes à eliminação, redução ou controle dos riscos de
acidentes e doenças ocupacionais.

Módulo 4

SESMT E CIPA
Reconhecer as características para implantação e ao funcionamento
do SESMT e da CIPA.

meeting_room
Introdução
Neste vídeo o especialista aborda os principais conceitos e
aspectos sobre acidentes do trabalho. Vamos lá!
1 - Acidentes típicos
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a legislação e os
conceitos básicos relacionados à ocorrência de acidentes do trabalho,
notadamente a dos acidentes típicos.

Vamos começar!
Neste vídeo, o especialista consolida a conceituação básica relacionada
à ocorrência de acidentes e doenças do trabalho.

Legislação aplicável
Nesse vídeo será apresentado o conceito de acidente típico de trabalho,
doença do trabalho e profissional, assim como das demais hipóteses de
acidentes de trabalho.

Segundo o art. 19 da Lei 8213/91, o acidente do trabalho é o que ocorre


pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador
doméstico, ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais
(trabalhador rural em regime de subsistência), provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Cabe
destacar que o acidente aqui definido é denominado de acidente típico.

O referido artigo ainda estabelece as seguintes responsabilidades para


as empresas:

Adotar e auditar o uso das medidas de proteção coletivas e


individuais pertinentes.

Cumprir a totalidade das normas de saúde, segurança e higiene do


trabalho.

Prestar informações detalhadas em relação aos riscos da operação


e em relação ao produto a ser manipulado.

Já o art. 20 da Lei 8213/91 estabelece que se consideram acidentes do


trabalho as seguintes entidades mórbidas:
Doença Doença do trabalho
profissional
Deve ser entendida
Deve ser entendida como aquela que é
como aquela produzida adquirida ou
ou desencadeada pelo desencadeada por
trabalho peculiar a uma close condições especiais em
determinada atividade e que o trabalho ocorre e
que esteja prevista na que esteja diretamente
relação do Ministério do relacionada com esse
Trabalho e da trabalho.
Previdência Social.

No entanto, segundo o art. 20 da Lei 8213/91, não são consideradas


como doenças do trabalho as doenças degenerativas, aquelas
associadas a um determinado grupo etário, tampouco as que não
tenham como efeito a incapacidade laboral nem as doenças endêmicas
adquiridas pelo trabalhador que habita a região em que elas se
desenvolvem.

Cabe destacar que, em caso excepcional, e constatando-se que a


doença não está incluída na relação preconizada (doença profissional e
doença do trabalho) mas resultou de condições especiais nas quais o
trabalho é executado e tem relação direta com esse trabalho, a
Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

Finalmente, a Lei nº 8213/91, em seu art. 21, apresenta as hipóteses de


acidente de trabalho que geram o mesmo efeito do acidente típico,
apesar de não ocorreram exatamente da mesma forma, ou seja,
equiparam-se também ao acidente do trabalho:

I – O acidente associado ao trabalho que, embora não tenha sido a


causa única, tenha contribuído de forma direta para o óbito do segurado,
para a diminuição da capacidade laborativa ou que tenha produzido
lesão que acarrete a atenção médica.

II – O acidente envolvendo o segurado, no ambiente e no horário de


trabalho, que seja consequência de:

a. Alguma agressão, sabotagem ou ato de terrorismo praticado por


terceiro ou colega de trabalho;

b. Ofensa física de caráter intencional, motivada por disputa


associada ao trabalho, mesmo de terceiro;

c. Imprudência, negligência ou imperícia de colega de trabalho ou


terceiro;

d. Ato de pessoa considerada privada do uso da razão;

e. Casos fortuitos, tais como desabamento, inundação, incêndio ou


decorrentes de força maior.

III – A doença originada por contaminação acidental do colaborador no


exercício de sua atividade.

IV – O acidente envolvendo o segurado, ainda que fora do ambiente


laboral e horário de trabalho:

a. Quando em execução de ordem ou na realização de serviço sob a


autoridade da empresa;

b. Quando prestando de forma espontânea qualquer serviço à


empresa de forma a lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c. Quando em viagem a serviço, incluindo aquela por motivo de


estudo, quando financiada pela empresa, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado;

d. Quando no trajeto da residência para o local de trabalho, ou vice-


versa, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado. Esta tipologia é denominada de acidente
de trajeto.

Neste ponto, cabe registrar que:

1º comentário

Mesmo nos períodos que são destinados à realização de


refeição ou descanso, ou quando de satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no ambiente de trabalho ou durante
o trabalho, o colaborador é considerado no exercício do
trabalho.

2º comentário

A lesão que, sendo resultante de acidente de outra origem,


associe-se ou se superponha às consequências do anterior,
não deve ser considerada agravação ou complicação de
acidente de trabalho.

Direitos dos trabalhadores


vítimas de acidentes do
trabalho
Neste vídeo, apresentamos os direitos dos trabalhadores acidentados a
partir da legislação previdenciária, assim como da fonte de custeio para
a cobertura de acidentes e doenças ocupacionais.

O acidente do trabalho deve ser comunicado à Previdência Social até o


primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de
imediato à autoridade competente, sob pena de multa. A comunicação
de acidente de trabalho (CAT) é um formulário em que devem ser
fornecidas informações sobre a empresa, o colaborador e o fato
ocorrido.

Atenção!
De acordo com o art. 22 da Lei n. 8213/1991, caso a empresa não
realize a comunicação, poderão realizá-la o acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical envolvida, o médico que o assistiu ou
qualquer autoridade pública. Nesses casos, não prevalecem o prazo
previsto no artigo.

São direitos do trabalhador acidentado, segurado pela previdência


social:

Aposentadoria por invalidez, caso o ocorrido tenha como


consequência uma incapacidade total e definitiva para qualquer
trabalho.

Auxílio-doença acidentário, caso ocorra uma incapacidade


temporária superior a 15 dias. Aqui, cabe esclarecer que, nos 15
primeiros dias após o acidente, a responsabilidade pela
remuneração é da empresa.

Auxílio-acidente, caso ocorram limitações definitivas para o


trabalho, mas não a incapacidade.

Pensão por morte aos dependentes do trabalhador vítima fatal de


acidente ou doença de trabalho.

Recolhimento do FGTS do trabalhador afastado, feito de forma


ininterrupta pela empresa.

Estabilidade de 12 meses, contados a partir do término do benefício


pago pelo INSS.

Adicionalmente, cabe destacar que a ocorrência de um acidente de


trabalho gera outras consequências para o empregador, dentre as quais
está a responsabilidade civil, caracterizada pelo dever de indenizar o
colaborador acidentado. Essa indenização pode compreender os danos
morais, materiais e estéticos porventura sofridos pelo trabalhador em
virtude do acidente de trabalho ou das situações a ele equiparáveis.

A fonte de custeio para a cobertura de acidentes e doenças do trabalho,


eventos advindos dos riscos ambientais do trabalho, assim como as
aposentadorias especiais, baseia-se na tarifação coletiva das empresas,
de acordo com a classificação das atividades preponderantes,
estabelecida conforme a subclasse da Classificação Nacional de
Atividades Econômicas (CNAE).

A tarifação coletiva, ou seguro de acidente do trabalho (SAT), está


prevista no art. 22 da Lei 8.212/1991. Muito embora seja designado
como seguro, trata-se de um tributo, que estabelece as taxas de 1%
(risco leve), 2% (risco médio) e 3% (risco grave), calculadas sobre o total
das remunerações pagas aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos, a depender dos riscos ambientais do trabalho.

Deve-se considerar ainda o fator acidentário de prevenção (FAP), criado


pelo Decreto 3.048/1999. Trata-se de um fator de multiplicação aplicado
à do SAT, que varia entre 0,5 e 2 pontos, de acordo com o desempenho
da empresa em relação à segurança, considerando a atividade exercida.
Ou seja, o não cumprimento das medidas pode aumentar com custos
diretos relacionados ao SAT pela majoração da alíquota.

Estatísticas de acidentes do
trabalho no Brasil
Neste vídeo, apresentamos as estatísticas de acidentes do trabalho, a
partir dos dados disponibilizados pela Organização Internacional do
Trabalho – OIT e pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho –
SmartLab.

Entidades de todo o mundo estão empenhadas em produzir quantidades


de dados relevantes para a adoção de políticas públicas. No entanto,
nem sempre esses dados suportam decisões de alta complexidade que
marcam a atualidade e que exigem intervenções, baseadas em
evidências.

Não há formulação, monitoramento e


avaliação de programas, projetos e políticas
públicas sem uma base de informações
atualizada e confiável.

Cabe ainda ressaltar a importância do acompanhamento das


estatísticas de acidentes do trabalho no Brasil e no mundo, na medida
em que, com a evolução tecnológica, novos agentes podem estar
atuando no sentido de prejudicar a saúde e a segurança dos
trabalhadores, previamente às pesquisas laboratoriais.

Logo da Organização internacional do trabalho (OIT).

São fontes de pesquisa reconhecidas a Organização internacional do


trabalho (OIT) e o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho
(SmartLab), fruto da iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) e
da OIT Brasil, que têm fortalecido a cooperação com organizações
governamentais, não governamentais e internacionais, que atuam na
promoção dessa agenda e precisam de informações para a tomada de
decisão sobre as ações que desenvolvem.

As estatísticas globais de acidentes do trabalho no Brasil, no período


2012/2021 são as seguintes (SmartLab, out/22):

Foram notificados 6.161.623 acidentes.

No mesmo período, 22.954 desses acidentes resultaram em morte.

Com a mesma forma de projeção temporal, calcula-se que 1 morte


ocorra a cada 3 horas 49 minutos e 15 segundos.
No período, apuraram-se 469.447.750 dias de trabalho perdidos.

Os gastos estimados consideraram valores de pagamentos pelo


INSS de benefícios de natureza acidentária de 2012 a 2020,
incluindo benefícios iniciados em anos anteriores, e chegam a R$
120.604.942.559,80 (R$ 1,00 gasto a cada 2ms).

As lesões mais frequentes, em 2012/2021, são as seguintes (SmartLab,


out/22):

1. Corte, Laceração, Ferida Contusa, Punctura – 989.489.

2. Fratura – 843.597.

3. Contusão, esmagamento – 705.904.

4. Lesão imediata (percebida de forma imediata), NIC (trabalhador


sofreu impacto) – 430.050.

5. Distensão, torção – 427.425.

A seguir, são apresentados os setores econômicos com maior número


de comunicações de acidentes, 2012/2021 (SmartLab, out/22):

1. Atividades de atendimento hospitalar – 547.934.

2. Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância


de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados –
197.714.

3. Administração pública em geral – 155.021.

4. Transporte rodoviário de carga – 135.182.

5. Construção de edifícios – 128.681.

O ranking atualizado de afastamentos acidentários por município, em


2012/2021, é (SmartLab, out/22):

1. São Paulo/SP – 134.726.

2. Rio de Janeiro/RJ – 43.546.

3. Manaus/AM – 25.750.

4. Salvador/BA – 24.949.

5. Brasília/DF – 22.886.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A fonte de custeio para a cobertura de acidentes e doenças do


trabalho baseia-se na tarifação coletiva das empresas, de acordo
com o

A CNAE.

B SAT.

C FAP.

D FGTS.

E CPF.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) é base


para a tarifação coletiva das empresas, cuja fonte de custeio serve
para cobrir custos com acidentes e doenças do trabalho.

Questão 2

De acordo com as estatísticas globais de acidentes do trabalho no


Brasil, no período entre 2012 e 2021 (SmartLab, out/22), quantos
óbitos, aproximadamente, ocorrem a cada 24 horas?
A 5 óbitos.

B 6 óbitos.

C 10 óbitos.

D 4 óbitos.

E 12 óbitos.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Segundo a Smartlab (2022), ocorre uma morte a cada 4 horas,


aproximadamente, resultando em cerca de 6 óbitos a cada 24
horas.

2 - Doenças ocupacionais
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos básicos
relacionados às doenças ocupacionais.
Vamos começar!
Neste vídeo, o especialista consolida os conhecimentos relacionados à
classificação das doenças segundo a sua relação com o trabalho, assim
como, àqueles relacionados ao NTEP.

Histórico
Neste vídeo, apresentamos os principais fatos históricos relacionados
às ações desenvolvidas para a identificação e o controle de doenças
ocupacionais.

A seguir, estão apresentados alguns dos principais fatos históricos


relacionados à identificação e ao controle das doenças profissionais e
do trabalho no mundo.

As primeiras referências de doenças do trabalho estão


relacionadas ao período denominado Egito Antigo, a
partir das péssimas condições de trabalho observadas
em minas de cobre e nas atividades desenvolvidas
pelos pedreiros.

Cabe ressaltar que o termo trabalho surgiu do termo latino tripaliu, que
era a denominação de um instrumento de tortura constituído por três
paus. Isso justifica o sentido negativo de castigo e sofrimento
observado até a Idade Média.
Seguem as principais referências históricas:

healing 460-375 a.C.


Hipócrates, o pai da medicina, identificou a
intoxicação por chumbo em mineiros.

healing 23-79 d.C.


Plínio descreveu o primeiro equipamento de
proteção individual (EPI), ou seja, uma máscara de
proteção construída a partir da membrana da
bexiga de carneiro, utilizada para minimizar a
contaminação por enxofre, zinco e chumbo.

healing 1494-1555
George Bauer, em seu livro De Re Metallica,
descreve os problemas associados à atividade de
extração mineral, em especial uma doença
denominada asma dos mineiros, que sabemos hoje
se tratar da silicose.

healing 1633-1714
Bernardo Ramazzini, o pai da medicina do trabalho,
em seu trabalho De Morbis Artificum Diatriba
(doenças do trabalho), descreve as doenças
relacionadas a cerca de cinquenta profissões.

healing Século XVIII

é l ló d
No século XVIII, com o avanço tecnológico dos
meios de produção relacionados à revolução
industrial, ocorrida na Europa Ocidental a partir da
Inglaterra, foi observado o crescimento sistemático
das doenças e mortes entre os trabalhadores,
notadamente mulheres e crianças, devido às
precárias condições de trabalho com jornadas
exaustivas de até 16 horas por dia.

healing 1802
Factories Act, Lei da Moral e Saúde dos Aprendizes,
trouxeram uma série de obrigações para os
proprietários das fábricas como, por exemplo, a
proibição do trabalho para menores de 9 anos, os
ambientes ventilados e limpos duas vezes por ano
(retirada do limo).

healing 1830
Contratação do primeiro médico para o que hoje
conhecemos como serviço de medicina do trabalho
(dr. Robert Baker) em uma fábrica têxtil, na
Inglaterra.

healing 1833
Labour of Children, in Factories Act, que tem como
principais obrigações para os proprietários das
fábricas, como trabalho noturno proibido para
menores de 21 anos, duas horas de aula por dia
para as crianças entre 9 e 13 anos e introdução das
rotinas com inspeções laborais.
healing 1844
Factories Law, que tem como principais obrigações
para os proprietários das fábricas: implantação de
requisitos específicos de proteção para o trabalho
de mulheres; obrigatória a comunicação e
investigação de acidentes com óbitos e a proteção
obrigatória de máquinas.

healing 1913
Criação do National Safety Council (Conselho
Nacional de Segurança), que objetiva a promoção
da saúde e da segurança ocupacional, nos Estados
Unidos da América.

healing 1914
Fundação do National Institute of Occupational
Safety and Health (NIOSH), que é responsável pela
pesquisa e padronização de metodologias de
avaliação das exposições laborais, nos Estados
Unidos da América.

healing 1919
Fundação da Organização Internacional do Trabalho
(OIT).

healing 1930
Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio, atual MTPS.
healing 1938
Fundação, nos Estados Unidos, da American
Conference of Governmental Industrial Hygienists
(ACGIH), que realiza pesquisas e padronização dos
limites de exposição dos agentes ambientais do
trabalho.

healing 1943
Criação da consolidação das leis do trabalho (CLT),
que trata de dos aspectos relacionados à
segurança e à saúde do trabalho.

healing 1966
Criação, no Brasil, da Fundacentro (Fundação Jorge
Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho), que desenvolve estudos e pesquisas dos
problemas associados à segurança, higiene e
medicina do trabalho.

healing 1977
Promulgada a alteração do Capítulo V do Título II da
CLT, objetivando estabelecer as novas normas
regulamentadoras de saúde e segurança do
trabalho (NR).

healing 1978

d d é d b lh
Emitida a Portaria 3.214, do Ministério do Trabalho,
que aprova as Normas Regulamentadoras (NR).

Doenças ocupacionais
Neste vídeo apresentamos a classificação das doenças ocupacionais e
do NTEP.

O Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde (Brasília/DF –


Brasil 2001) utiliza a classificação das doenças segundo a sua relação
com trabalho, proposta por Schilling, em 1984:

Grupo I
Envolve as doenças profissionais legalmente reconhecidas e, ainda, as
intoxicações agudas de origem ocupacional, por exemplo: acidentes de
trabalho, pneumoconioses e doenças profissionais reconhecidas.

Grupo II
Aqui, temos o nexo causal de natureza epidemiológica, por exemplo:
doença coronariana, câncer e doenças osteomusculares.

Grupo III
Aqui, temos o trabalho como provocador de um distúrbio latente, ou
agravador de doença já estabelecida ou preexistente, por exemplo:
asma-bronquite crônica, dermatite de contato e doenças mentais.

Os grupos II e III de Schilling são constituídos por doenças causadas por


vários fatores de risco, sendo o trabalho apenas mais um nessas
etiologias múltiplas. O nexo causal é epidemiológico, pela observação
da maior frequência da patologia em determinados grupos
ocupacionais, quando comparado com a população em geral.

O Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999, da Subchefia para Assuntos


Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, aprova o
regulamento da Previdência Social e, em seu anexo II, estabelece os
agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do
trabalho, conforme previsto no art. 20 da Lei 8.213, de 1991. Veja mais
detalhes dos tipos de listas a seguir:

Lista A expand_more

Correlaciona os agentes etiológicos ou fatores de risco de


natureza ocupacional com doenças relacionadas com esses
agentes, codificadas segundo o CID-10.

Lista B expand_more

Correlaciona as doenças com os agentes etiológicos ou fatores


de risco de natureza ocupacional.

Lista C expand_more

Incluída pelo Decreto 6.597 de 2009, e indica intervalos do


Código Internacional de Doenças CID-10 em que se reconhece
Nexo Técnico Epidemiológico entre a entidade mórbida e as
classes da Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE) indicadas.

O nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP) foi regulamentado


pelo Decreto 6.042/2007 e faz uma relação ou nexo entre as atividades
econômicas (Classificação Nacional de Atividades Econômicas, CNAE)
e os agravos descritos no Código Internacional de Doenças – CID-10.
Essa relação foi elaborada observando-se os CID-10 mais incidentes por
atividade econômica.

Mesmo que a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) não tenha


sido emitida pela empresa que encaminhou o funcionário para o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), para auxílio-doença, o perito
médico pode conceder um benefício acidentário com base no NTEP.
Caso o empregador não concorde com a concessão do
benefício em espécie acidentária, poderá interpor
recurso com efeito suspensivo à Junta de Recursos da
Previdência Social.

Aqui, cabe ressaltar que o Sistema Nacional de Agravos de Notificação


(SINAN) é alimentado sobretudo por notificações de casos de doenças
e agravos da lista nacional de doenças de notificação compulsória
(Portaria MS nº 4/2017) que incluem todos os trabalhadores atendidos
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no período considerado. O total
inclui os seguintes casos, monitorados com ênfase pela Vigilância em
Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde:

Acidente de trabalho grave;

Acidente por animais peçonhentos;

Câncer relacionado ao trabalho;

Dermatoses ocupacionais;

Acidente de trabalho com exposição a material biológico;

Intoxicação relacionada ao trabalho;

LER/DORT, perda auditiva induzida por Ruído (PAIR) relacionada ao


trabalho;

Pneumoconioses relacionadas ao trabalho;

Transtornos mentais relacionados ao trabalho.

video_library
Doenças frequentes no
ambiente de trabalho
Neste vídeo, apresentamos o ranking atual de doenças profissionais,
observado a partir das estatísticas do SmartLab, assim como dos
agentes de risco envolvidos.
As doenças ocupacionais são grandes preocupações das empresas de
todos os portes no país. Segundo dados do Observatório de Segurança
e Saúde no Trabalho (SmartLab), o Brasil registrou cerca de 6,2 milhões
de ocorrências e 23 mil mortes de trabalhadores entre 2012 e 2021,
incluindo acidentes e afastamentos causados por doenças.

A seguir, estão listadas algumas das doenças ocupacionais mais


frequentes, a partir de documentos de afastamentos médicos no Brasil:

DORT (distúrbios osteomusculares relacionados ao


trabalho) e LER (lesões por esforços repetitivos) expand_more

Formam um conjunto de doenças que afetam músculos,


tendões, nervos e vasos dos membros superiores (dedos, mãos,
punhos, antebraços, braços, ombro, pescoço e coluna vertebral)
e articulações inferiores (joelhos e tornozelos etc.).

Asma expand_more

É definida, de forma sucinta, como o estreitamento dos


brônquios (canais que levam ar aos pulmões), dificultando a
passagem do ar e provocando contrações ou broncoespasmos.
É agravada pelo ambiente que contém partículas suspensas no
chão da fábrica e nos canteiros de obras.

Dermatose ocupacional expand_more

Trata-se de qualquer alteração na pele ou em seus anexos, que


esteja relacionada direta ou indiretamente com a atividade
profissional desempenhada ou ambiente de trabalho, podendo
ser causada por variações de temperatura, exposição a
microrganismos e contato com agentes químicos.
Antracose pulmonar expand_more

É um tipo de pneumoconiose, caracterizada por lesões no


pulmão causadas pela inalação constante de pequenas
partículas de carvão ou de poeira, que acabam por se alojar ao
longo do sistema respiratório, principalmente nos pulmões.

Perda de audição expand_more

Mais comum de acontecer por consequência do envelhecimento,


mas também devido a ruídos excessivos no ambiente de
trabalho.

Intoxicações por agrotóxicos (AT-AGR) expand_more

Correspondem a envenenamento intencional ou não intencional,


decorrente da ingestão, inalação ou absorção dérmica de
substâncias químicas, que tenha ocorrido durante a realização
de atividade de trabalho.

Varizes expand_more

São sinais caracterizados por veias com dilatação anormal,


tortuosa e congestionada, ocasionadas pela hipertensão venosa
prolongada e periférica e insuficiência venosa crônica (IVC).
Comumente evidenciadas nos membros inferiores, por causa da
postura estática no trabalho e da contração contínua que
fadigam os músculos.

Doenças da coluna expand_more

As mais frequentes são lombalgia, artrose e hérnia de disco, que


afetam principalmente adultos e podem estar relacionadas ao
trabalho, por conta da má postura e do sedentarismo.
Psicossociais expand_more

São doenças que levam às desordens de natureza física e


mental que afetam a vida laboral e pessoal dos colaboradores,
causando desmotivação, depressão e ansiedade.

Com esse número absurdo e custo elevado, tanto para as empresas


como para o país, cada vez mais os cuidados preventivos nas áreas de
produção e de transformação se manifestam. Desse modo, é preciso
atentar para o grau de sofrimento que essas doenças causam, não só
no trabalhador como na célula familiar, interrompendo e criando
obstáculos nas rotinas diárias das famílias.

Agir preventivamente requer fundamento, e não basta somente a


palavra, ela tem de estar contextualizada e evidenciada para qualquer
necessidade que surja no futuro. Nessa esteira da saúde e da segurança
do trabalho nunca é demais exagerar nas medidas preventivas
suportadas pela engenharia e medicina do trabalho e, ainda, de outras
áreas de conhecimento.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Leia o texto atentamente e assinale a afirmativa correta.

O Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999, estabelece os agentes


patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho,
conforme previsto no art. 20 da Lei 8.213, de 1991. Em que lista,
nesse Decreto, estão correlacionadas as doenças com os agentes
etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional?

A Lista B.

B Lista A.
C Lista C.

D Lista D.

E Lista E.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A Lista B correlaciona as doenças com os agentes etiológicos ou


fatores de risco de natureza ocupacional.

Questão 2

Leia o texto atentamente e assinale a afirmativa correta.

O Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde (Brasília/DF


– Brasil 2001) utiliza a classificação das doenças segundo a sua
relação com trabalho, proposta por Schilling em 1984. Em que
classificação estão reunidas as doenças profissionais legalmente
reconhecidas e as intoxicações agudas de origem ocupacional?

A Grupo I – Trabalho como causa necessária.

B Grupo II – Trabalho como causa necessária.

Grupo III – Trabalho como fator contributivo, mas


C
não necessário.

Grupo I – Trabalho como fator contributivo, mas não


D
necessário.

Grupo II – Trabalho como fator contributivo, mas


E
não necessário.
Parabéns! A alternativa A está correta.

Grupo I – Trabalho como causa necessária: as doenças


profissionais legalmente reconhecidas e as intoxicações agudas de
origem ocupacional.

3 - Proteções coletivas e individuais


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as principais medidas
de proteção coletiva e individual pertinentes à eliminação, redução ou
controle dos riscos de acidentes e doenças ocupacionais.

Vamos começar!
Neste vídeo, o especialista consolida os conhecimentos relacionados ao
processo para eliminar os perigos e reduzir os riscos à saúde e à
segurança do trabalho.
Proteção coletiva
Apresentação da hierarquia de controles e da ordem de efetividade das
medidas de controle, assim como das principais medidas de proteção
coletiva.

Segundo a NR-01 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos


Ocupacionais, a organização deve adotar medidas de prevenção para
eliminar, reduzir ou controlar os riscos sempre que:

warning
1º critério
Houver previsão nas NR ou nos demais dispositivos legais.

warning
2º critério
Os riscos ocupacionais, uma vez classificados, sejam significativos.

warning
3º critério
Houver associação entre as lesões e os agravos à saúde dos
trabalhadores com os riscos e as situações do ambiente laboral.

A organização deve estabelecer, implementar e manter um processo


para eliminar os perigos de risco e reduzir os riscos de saúde e
segurança do trabalho (SST), adotando a hierarquia de controles a
seguir:

Eliminação do perigo.
Substituição do processo por processos, operações, materiais e
equipamentos menos perigosos.

Adoção de controles de engenharia e reorganização do trabalho.

Adoção de controles administrativos, incluindo treinamento.

Uso de equipamento de proteção individual (EPI).

Ainda segundo a NR-01, quando comprovada pela organização a


inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, ou
quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de
estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter
complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas,
obedecendo a seguinte hierarquia:

Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho.

Utilização de equipamento de proteção individual (EPI),


caracterizada como uma medida de proteção individual.

Cabe ainda ressaltar a seguinte ordem de efetividade entre as diversas


medidas de proteção:

check_circle_outline
1ª medida
Eliminação do perigo.

check_circle_outline
2ª medida
Substituição do perigo.

check_circle_outline
3ª medida
Isolamento das pessoas do perigo.

check_circle_outline
4ª medida
Alteração da forma de trabalho.

check_circle_outline
5ª medida
Proteção do colaborador com o EPI.

Cabe observar que a implantação de medidas de prevenção deverá ser


acompanhada de comunicação aos colaboradores quanto aos novos
procedimentos, assim como em relação às limitações dessas medidas.

Toda e qualquer medida de prevenção, assim como os


ajustes eventualmente necessários devem ser
registrados.

Da mesma forma, o desempenho obtido pela medida de prevenção deve


ser observado, segundo o seguinte roteiro:

Verificar o nível de execução do planejamento;

Inspecionar os locais e equipamentos;

Monitorar as condições laborais e possíveis exposições


ocupacionais, quando aplicável.

As medidas de prevenção devem ser corrigidas quando os dados


obtidos no acompanhamento indicarem ineficácia em seu desempenho.

A organização deve desenvolver ações em saúde ocupacional dos


trabalhadores integradas às demais medidas de prevenção em SST, de
acordo com os riscos gerados pelo trabalho.

Atenção!
A organização deve analisar os acidentes e as doenças relacionadas ao
trabalho.

Todas as análises de acidentes e doenças ocupacionais devem ser


registradas, tomando por base os seguintes aspectos:

search 1º aspecto

d fi õ d d
Identificar as situações geradoras dos eventos,
considerando as atividades realmente
desenvolvidas, o ambiente de laboral, os materiais e
a organização da produção e do trabalho.

search 2º aspecto
Identificar outros os fatores relacionados.

search 3º aspecto
Apresentar evidências para sustentar e revisar as
medidas de prevenção já existentes.

As medidas de prevenção devem ser corrigidas quando os dados


obtidos no acompanhamento indicarem ineficácia em seu desempenho.

A seguir, estão listadas algumas das principais medidas de proteção


coletiva:

Sinalização de segurança.

Sistema de ventilação local exaustora.

Sistema de ventilação geral diluidora.

Sistema de iluminação de emergência.

Isolação das partes vivas.

Sistema de seccionamento automático de alimentação.

Bloqueio do religamento automático.

Proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos.

Proteção individual
Neste vídeo, apresentamos a legislação pertinente aos EPI, assim como
dos seus principais agrupamentos.

Considera-se equipamento de proteção individual (EPI) o dispositivo ou


produto de uso individual, utilizado pelo trabalhador, concebido e
fabricado para oferecer proteção contra os riscos ocupacionais
existentes no ambiente de trabalho.

Todo o EPI deve possuir o certificado de aprovação CA,


expedido pelo órgão de âmbito nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho , para
que possa ser comercializado.

Em relação ao EPI, cabe observar que a organização deve:

Adquirir somente o EPI com o respectivo CA.

Capacitar e orientar o colaborador.

Colocar à disposição ao colaborador, de forma gratuita, o EPI


adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento.

Manter o registro de fornecimento em livros ou sistema eletrônico.

Auditar a utilização do EPI.

Realizar a higienização e manutenção periódica, de acordo com as


recomendações do fabricante.

Substituir o EPI sempre que necessário.

Comunicar ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de


segurança e saúde no trabalho qualquer irregularidade observada.

A organização deve, ainda, selecionar os EPI, considerando:

1º critério

A atividade exercida.
2º critério

As medidas de prevenção em função dos perigos identificados


e dos riscos ocupacionais avaliados.

3º critério

A eficácia necessária para o controle da exposição ao risco.

4º critério

As exigências estabelecidas em normas regulamentadoras e


nos dispositivos legais.

5º critério

A adequação do equipamento ao empregado e o conforto


oferecido, segundo avaliação do conjunto de empregados.

6º critério

A compatibilidade, em casos que exijam a utilização


simultânea de vários EPI, de maneira a assegurar as
respectivas eficácias para proteção contra os riscos existentes.

A seleção do EPI deve ser realizada pela organização com a


participação do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho (SESMT), quando houver, após ouvidos os
empregados usuários e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA) ou nomeado.

Quanto ao EPI, cabe ao trabalhador:

Utilizar aquele fornecido pela empresa.


Utilizar apenas quando aplicável ao risco.

Realizar a limpeza, guarda e conservação.

Comunicar o extravio, dano ou qualquer outra anormalidade que o


torne impróprio para uso.

Cumprir as recomendações de uso.

A seguir, estão listadas algumas das principais famílias (agrupamentos)


de EPI:

Proteção da cabeça.

Proteção dos olhos e face.

Proteção auditiva.

Proteção respiratória.

Proteção do tronco.

Proteção dos membros superiores.

Proteção dos membros inferiores.

Proteção do corpo inteiro.

Proteção contra quedas por diferença de nível.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Leia o texto atentamente e assinale a afirmativa correta.

Ocupa o topo na hierarquia de controles, entre as diversas medidas


de proteção.

A Eliminar o perigo.

B Substituir o perigo.
C Isolar as pessoas do perigo.

D Alterar a forma de trabalho.

E Proteger o colaborador com o EPI.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A eliminação do perigo ocupa o topo na hierarquia de controles,


entre as diversas medidas de proteção.

Questão 2

Leia o texto atentamente e assinale a afirmativa correta.

Estabelece as recomendações que a organização deve adotar em


relação às medidas de prevenção objetivando eliminar, reduzir ou
controlar os riscos.

A NR-01.

B NR-9.

C NR-7.

D NR-5.

E NR-6.

Parabéns! A alternativa A está correta.

NR-01 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos


Ocupacionais, estabelece as recomendações que a organização
deve adotar no tocante às medidas de prevenção objetivando
eliminar, reduzir ou controlar os riscos.

4 - SESMT E CIPA
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as características
para implantação e funcionamento do SESMT e da CIPA.

Vamos começar!
Neste vídeo, o especialista consolida os conhecimentos necessários
relacionados às previsões legais inerentes ao SESMT e a CIPA.

Serviços especializados em
segurança e em medicina do
trabalho – SESMT
Neste vídeo, apresentamos a constituição padrão e as atribuições do
SESMT.

Todas as empresas, públicas e privadas, que possuam empregados


regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) devem
implementar e manter em funcionamento o SESMT (Serviços
Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho).

Atenção!
Esse tema é totalmente definido e especificado pela NR-04 – Serviços
Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho, que
apresenta os parâmetros e os requisitos para constituição e
manutenção do SESMT, com a finalidade de promover a saúde e
proteger a integridade do trabalhador.

Tal finalidade se destaca no campo de aplicação, estabelecendo que as


organizações e os órgãos públicos da administração direta e indireta,
bem como os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do
Ministério Público que possuam empregados regidos pela CLT, Decreto-
Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 – devem constituir e manter os
SESMT no local de trabalho.

Ainda conforme determina NR-04, para a composição do SESMT os


profissionais serão das seguintes especialidades:

engineering
CBO 0-28.40
Engenheiro de segurança do trabalho.

engineering
CBO 0-39.45
Técnico de segurança do trabalho.

medical_services
CBO – 0-61.22
Médico do trabalho.

medical_services
CBO – 0-71.40
Enfermeiro do trabalho.

medical_services
CBO 3222.30
Auxiliar de enfermagem do trabalho.

Os profissionais integrantes do SESMT devem possuir formação e


registro profissional em conformidade com o disposto na
regulamentação da profissão e nos instrumentos normativos emitidos
pelo respectivo conselho profissional, quando existente. Cabe destacar
que o SESMT deve ser coordenado por um dos profissionais integrantes
deste serviço.

As competências preconizadas para o SESMT são:

Elaborar ou participar da elaboração do inventário de riscos.

Acompanhar a implementação do plano de ação do programa de


gerenciamento de riscos (PGR).

Implementar medidas de prevenção de acordo com a classificação


de risco do PGR e na ordem de prioridade estabelecida na Norma
Regulamentadora nº 01 (NR-01) – Disposições Gerais e
Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.

Elaborar plano de trabalho e monitorar metas, indicadores e


resultados de segurança e saúde no trabalho.

Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao


cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades
executadas pela organização.

Manter permanente interação com a Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes (CIPA), quando existente.

Promover a realização de atividades de orientação, informação e


conscientização dos trabalhadores para a prevenção de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho.

Propor, imediatamente, a interrupção das atividades e a adoção de


medidas corretivas e/ou de controle quando constatar condições
ou situações de trabalho que estejam associadas a grave e
iminente risco para a segurança ou a saúde dos trabalhadores.

Conduzir ou acompanhar as investigações dos acidentes e das


doenças relacionadas ao trabalho, em conformidade com o previsto
no PGR.

Compartilhar informações relevantes para a prevenção de


acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho com outros
SESMT de uma mesma organização, assim como a CIPA, quando
por esta solicitado.

Acompanhar e participar nas ações do Programa de Controle


Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), nos termos da Norma
Regulamentadora nº 07 (NR-07).

Dimensionamento e
tipologias do SESMT
Neste, vídeo apresentamos as tipologias e critérios de
dimensionamento do SESMT.

O dimensionamento do SESMT vincula-se ao número de empregados da


organização e ao maior grau de risco entre a atividade econômica
principal e a atividade econômica preponderante no estabelecimento,
considerando que:

1. A atividade econômica principal é a constante no Cadastro


Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ.

2. A atividade econômica preponderante é aquela que ocupa o maior


número de trabalhadores.
3. Em atividades econômicas distintas com o mesmo número de
trabalhadores, deve ser considerada como preponderante aquela
com maior grau de risco.

O SESMT deve ser constituído nas modalidades individual, regionalizado


ou estadual, dependendo dos seguintes critérios:

Individual expand_more

A organização deve constituir SESMT individual, quando possuir


estabelecimento enquadrado na Tabela 1 de dimensionamento,
apresentada a seguir.

Regionalizado expand_more

A organização deve constituir SESMT regionalizado, quando


possuir estabelecimento que se enquadre na Tabela 1, a seguir, e
outro(s) estabelecimento(s) que não se enquadre(m), devendo o
primeiro estender a assistência em segurança e saúde aos
demais e considerar o somatório de trabalhadores atendidos no
seu dimensionamento. Havendo mais de um estabelecimento
que se enquadre na Tabela 1, a empresa pode constituir mais de
um SESMT regionalizado.

Estadual expand_more

A organização deve constituir SESMT estadual, quando o


somatório de trabalhadores de todos os estabelecimentos da
mesma unidade da federação alcance os limites previstos na
Tabela 1, desde que nenhum estabelecimento, individualmente,
se enquadre.

Uma ou mais organizações de mesma atividade econômica, localizadas


em um mesmo município ou em municípios limítrofes, ainda que em
diferentes unidades da federação, cujos estabelecimentos se
enquadrem na Tabela 1, podem constituir SESMT compartilhado,
organizado pelas próprias interessadas ou na forma definida em acordo
ou convenção coletiva de trabalho.
O SESMT compartilhado pode ser estendido a organizações cujos
estabelecimentos não se enquadrem na Tabela 1 devendo considerar, no
dimensionamento, o somatório dos trabalhadores assistidos. Os
trabalhadores assistidos pelo SESMT compartilhado não integram a
base de cálculo para dimensionamento de outras modalidades de
SESMT. Clique aqui para fazer o download da tabela.

Nesse ponto, cabe esclarecer que:

1ª recomendação

Na contratação de empresa prestadora de serviços a terceiros,


o SESMT da contratante deve ser dimensionado considerando
o número total de empregados da contratante e trabalhadores
das contratadas, quando o trabalho for realizado de forma não
eventual nas dependências da contratante ou local
previamente convencionado em contrato. Considera-se
trabalho eventual aquele decorrente de evento futuro e incerto.
Excluem-se do dimensionamento do SESMT da contratante os
trabalhadores oriundos de empresas contratadas atendidos
pelos SESMT dessas empresas.

2ª recomendação

Para estabelecimentos graus de risco 1 e 2 de microempresas


(ME) e empresas de pequeno porte (EPP), deve ser
considerado o somatório da metade do número de
trabalhadores desses estabelecimentos.

3ª recomendação

Os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de


mil trabalhadores e situados na mesma unidade da federação
não são considerados como estabelecimentos, mas como
integrantes da empresa de engenharia principal responsável, a
quem cabe organizar os SESMT.

Segue um exemplo de dimensionamento:


Exemplo
Vamos imaginar o seguinte: fomos contratados para auxiliar uma
empresa de cultivo de uva, na região Sul do Brasil, com 1500
colaboradores. O que faremos?

Em primeiro lugar, vamos utilizar o Anexo I da NR-04 para encontrar as


primeiras informações necessárias.

Qual será o CNAE – Código Nacional de Atividades


Econômicas?

Qual o Grau de Risco dessa atividade?

Agora analise a próxima imagem.

Identificação do código CNAE, denominação e grau de risco.

Reparem que, na coluna da esquerda, está identificado o CNAE – Código


Nacional de Atividades Econômicas –; na coluna central, a denominação
e, na coluna da direita, o Grau de risco. Temos, portanto, como respostas
às perguntas anteriores, o seguinte:

Qual será o CNAE – Código Nacional de Atividades


Econômicas?
Resposta: CNAE 01.32-6.
Qual será o Grau de Risco desta atividade?
Resposta: Grau de risco 3.

De posse dessas informações e com a quantidade de colaboradores


(1500), vamos agora consultar o Anexo II, da NR-04.

O Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho


(SESMT) dimensionado ficaria assim:

04 técnicos de segurança do trabalho;

01 engenheiro de segurança do trabalho;

01 auxiliar ou técnico de enfermagem do trabalho (o empregador


pode optar pela contratação de um enfermeiro do trabalho, em
tempo parcial);

01 médico do trabalho.

A comissão interna de
prevenção de acidentes –
CIPA
Neste vídeo, apresentamos a constituição padrão e as principais
atribuições da CIPA.
De acordo com a NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), essa comissão é formada por uma equipe que tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho,
de modo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com a
preservação da vida e promoção da saúde do trabalhador.

A referida NR tem como campo de aplicação as organizações e os


órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como os órgãos
dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que
devem constituir e manter a CIPA.

A CIPA é composta por membros eleitos pelos trabalhadores e também


indicados pelo empregador, conforme a quantidade de colaboradores e
a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da
organização.

Entre as diversas atribuições da CIPA, podemos destacar:

1ª atribuição expand_more

Acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação


de riscos, bem como a adoção de medidas de prevenção
implementadas pela organização.

2ª atribuição expand_more
Registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, por meio do
mapa de risco ou de outra técnica ou ferramenta apropriada à
sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do
Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT), onde houver.

3ª atribuição expand_more

Verificar os ambientes e as condições de trabalho visando


identificar situações que possam trazer riscos para a segurança
e saúde dos trabalhadores.

4ª atribuição expand_more

Elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação


preventiva em segurança e saúde no trabalho.

5ª atribuição expand_more

Participar no desenvolvimento e na implementação de


programas relacionados à segurança e saúde no trabalho.

6ª atribuição expand_more

Acompanhar a análise dos acidentes e das doenças


relacionadas ao trabalho e propor, quando for o caso, medidas
para a solução dos problemas identificados.

7ª atribuição expand_more

Requisitar à organização as informações sobre questões


relacionadas à segurança e saúde dos trabalhadores, incluindo
as Comunicações de Acidente de Trabalho (CAT) emitidas pela
organização, resguardados o sigilo médico e as informações
pessoais.

8ª atribuição expand_more

Propor ao SESMT, quando houver, ou à organização a análise das


condições ou situações de trabalho nas quais considere haver
risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores e,
se for o caso, a interrupção das atividades até a adoção das
medidas corretivas e de controle.

9ª atribuição expand_more

Promover anualmente, em conjunto com o SESMT (onde houver),


a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
(SIPAT), conforme programação definida pela CIPA.

A CIPA será constituída por estabelecimento e composta de


representantes da organização e dos empregados, de acordo com o
quadro a seguir, ressalvadas as disposições para setores econômicos
específicos.

Quadro I – Dimensionamento da CIPA.

Os representantes da organização na CIPA, titulares e suplentes, serão


por ela designados, já os representantes dos empregados, titulares e
suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem,
independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados
interessados.

A organização designará, entre seus representantes, o presidente da


CIPA, e os representantes eleitos dos empregados escolherão, entre os
titulares, o vice-presidente.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,
permitida uma reeleição. Os membros da CIPA, eleitos e designados,
serão empossados no primeiro dia útil após o término do mandato
anterior.

Em relação ao integrante eleito da CIPA, é vedado à organização:

report
1ª regra
A alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o
exercício de suas atribuições.

report
2ª regra
A transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência,
ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da
CLT.

Cabe destacar que é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do


empregado eleito para cargo de direção da CIPA, desde o registro de sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato.

Logo de SESMT.

Quando o estabelecimento não se enquadrar no disposto no Quadro I e


não for atendido por SESMT, nos termos da Norma Regulamentadora nº
4 (NR-4), a organização nomeará um representante da organização entre
seus empregados para auxiliar na execução das ações de prevenção em
segurança e saúde no trabalho, podendo ser adotados mecanismos de
participação dos empregados, por meio de negociação coletiva.

No caso de atendimento pelo SESMT, este deverá desempenhar as


atribuições da CIPA. Cabe ressaltar que o microempreendedor individual
(MEI) está dispensado de nomear o representante.

Segue um exemplo de dimensionamento:

Exemplo
Fomos contratados para auxiliar uma empresa de cultivo de uva, na
região Sul do Brasil, CNAE 01.32-6, Grau de risco 3, com 1500
colaboradores. O que faremos?

De posse dessas informações, vamos agora consultar o Quadro I, da


NR-05, apresentado anteriormente.

Quadro I – Dimensionamento da CIPA.

Como resultado, teremos 8 efetivos e 6 suplentes, representando os


empregados, e 8 efetivos e 6 suplentes, representando a organização.

O processo eleitoral da CIPA


Neste vídeo, será apresentamos principais aspectos inerentes ao
processo eleitoral para a constituição da CIPA.
Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos
representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de sessenta
dias antes do término do mandato em curso. A organização deve
comunicar com antecedência ao sindicato da categoria preponderante,
podendo ser por meio eletrônico, com confirmação de entrega, sobre o
início do processo eleitoral.

O presidente e o vice-presidente da CIPA constituirão, entre seus


membros, a comissão eleitoral, que será a responsável pela organização
e pelo acompanhamento do processo eleitoral. Nos estabelecimentos
em que não houver CIPA, a comissão eleitoral será constituída pela
organização.

O processo eleitoral deve observar as seguintes condições:

1º condição expand_more

Publicação e divulgação de edital de convocação da eleição e


abertura de prazos para inscrição de candidatos, em locais de
fácil acesso e visualização, podendo ser em meio físico ou
eletrônico.

2º condição expand_more

Inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para


inscrição será de quinze dias corridos.

3º condição expand_more

Liberdade de inscrição para todos os empregados do


estabelecimento, independentemente de setores ou locais de
trabalho, com fornecimento de comprovante em meio físico ou
eletrônico.

4º condição expand_more

Garantia de emprego até a eleição para todos os empregados


inscritos.

5º condição expand_more

Publicação e divulgação da relação dos empregados inscritos,


em locais de fácil acesso e visualização, podendo ser em meio
físico ou eletrônico.

6º condição expand_more

Realização da eleição no prazo mínimo de trinta dias antes do


término do mandato da CIPA, quando houver.

7º condição expand_more

Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os


horários de turnos e em horário que possibilite a participação da
maioria dos empregados do estabelecimento.

8º condição expand_more

Voto secreto.

9º condição expand_more

Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com


acompanhamento de representante da organização e dos
empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral,
facultado o acompanhamento dos candidatos.

10º condição expand_more

Organização da eleição por meio de processo que garanta tanto


a segurança do sistema como a confidencialidade e a precisão
do registro dos votos.

Na hipótese de haver participação inferior a cinquenta por cento dos


empregados na votação, não haverá a apuração dos votos, e a comissão
eleitoral deverá prorrogar o período de votação para o dia subsequente,
computando-se os votos já registrados no dia anterior, a qual será
considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço dos
empregados.

Constatada, no segundo dia de votação, a participação inferior a um


terço dos empregados, não haverá a apuração dos votos e a comissão
eleitoral deverá prorrogar o período de votação para o dia subsequente,
computando-se os votos já registrados nos dias anteriores, a qual será
considerada válida com a participação de qualquer número de
empregados.

Compete à autoridade máxima regional em matéria de inspeção do


trabalho, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a
sua correção ou proceder à anulação, quando for o caso. Quando a
anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a
complementação do processo eleitoral.

Assumirão a condição de membros titulares e suplentes os candidatos


mais votados. Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior
tempo de serviço no estabelecimento. Os candidatos votados e não
eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem
decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de
vacância de suplentes.
A organização de prestação de serviços deve constituir CIPA
centralizada quando o número total de seus empregados na unidade da
Federação se enquadrar no disposto no Quadro I. Quando a organização
contratada para prestação de serviços a terceiros exercer suas
atividades em estabelecimento de contratante enquadrado em grau de
riscos 3 ou 4 e o número total de seus empregados no estabelecimento
da contratante se enquadrar no disposto no Quadro I, deve constituir
CIPA própria neste estabelecimento, considerando o grau de risco da
contratante.

A organização contratada está dispensada da constituição de CIPA


própria em caso de prestação de serviços a terceiros com até centro e
oitenta (180) dias de duração. O número total de empregados da
organização contratada para prestação de serviços, para efeito de
dimensionamento da CIPA centralizada, deve desconsiderar os
empregados alcançados por CIPA própria.

A organização contratada para prestação de serviços, quando


desobrigada de constituir CIPA própria, deve nomear um representante
da organização, se possuir 5 (cinco) ou mais empregados no
estabelecimento da contratante. A nomeação de representante da
organização em estabelecimento onde há empregado membro de CIPA
centralizada é dispensada.

A contratante adotará medidas para que as contratadas, sua CIPA, os


representantes nomeados das organizações e os demais trabalhadores
lotados naquele estabelecimento recebam informações sobre os riscos
presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de
prevenção, em conformidade com o Programa de Gerenciamento de
Riscos.

Atenção!
Toda a documentação referente à CIPA deve ser mantida no
estabelecimento à disposição da inspeção do trabalho pelo prazo
mínimo de cinco anos.

Na hipótese de haver alteração do grau de risco do estabelecimento, o


redimensionamento da CIPA deve ser efetivado na próxima eleição.

CIPA – Funcionamento e
capacitação
Neste vídeo, apresentamos os principais aspectos inerentes ao
processo eleitoral para a constituição da CIPA.

A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário


preestabelecido. A critério da CIPA, nas microempresas (ME) e
empresas de pequeno porte (EPP) graus de risco 1 e 2, as reuniões
poderão ser bimestrais.

As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas na organização,


preferencialmente de forma presencial, podendo a participação ocorrer
de forma remota. A data e o horário das reuniões serão acordadas entre
os seus membros, observando os turnos e as jornadas de trabalho.

As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes. As atas das


reuniões devem ser disponibilizadas a todos os integrantes da CIPA,
podendo ser por meio eletrônico. As deliberações e os
encaminhamentos das reuniões da CIPA devem ser disponibilizadas a
todos os empregados em quadro de aviso ou por meio eletrônico.

As reuniões extraordinárias devem ser realizadas quando:

Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal.

Houver solicitação de uma das representações.

Cabe destacar que, para cada reunião ordinária ou


extraordinária, os membros da CIPA designarão o
secretário responsável por redigir a ata.
O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente,
quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. A
vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida
por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta
na ata de eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de
reunião.

No caso de afastamento definitivo do presidente, a organização indicará


o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da
CIPA.

No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros


titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto,
entre seus titulares, em dois dias úteis. O mandato do membro eleito em
processo eleitoral extraordinário deve ser compatibilizado com o
mandato dos demais membros da Comissão. O treinamento de membro
eleito em processo extraordinário deve ser realizado no prazo máximo
de trinta dias, contado a partir da data da posse.

Atenção!
As decisões da CIPA serão, preferencialmente, por consenso. Não
havendo consenso, a CIPA deve regular o procedimento de votação e o
pedido de reconsideração da decisão.

O treinamento de CIPA oferecido pela organização em primeiro mandato


será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data
da posse. O treinamento realizado há menos de dois anos contados da
conclusão do curso pode ser aproveitado na mesma organização. O
treinamento deve contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

Estudo do ambiente, das condições de trabalho bem como dos


riscos originados do processo produtivo.

Noções sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho


decorrentes das condições de trabalho e da exposição aos riscos
existentes no estabelecimento e suas medidas de prevenção.

Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças


relacionadas ao trabalho.

Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de prevenção


dos riscos.

Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à


segurança e saúde no trabalho.

Noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados


nos processos de trabalho.
Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício
das atribuições da Comissão.

O treinamento deve ter carga horária mínima de:

Grau de risco 1
Oito horas de treinamento.

Grau de risco 2
Doze horas de treinamento.

Grau de risco 3
Dezesseis horas de treinamento.

Grau de risco 4
Vinte horas de treinamento.

A carga horária do treinamento deve ser distribuída em, no máximo, oito


horas diárias.

Para a modalidade presencial, deve ser observada a seguinte carga


horária mínima do treinamento:

Grau de risco 2
Quatro horas de treinamento.

Grau de risco 3 e 4
Oito horas de treinamento.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Leia o texto atentamente e assinale a afirmativa correta.

Você foi contratado para auxiliar uma empresa de cultivo de fumo,


na Região Sudeste do Brasil, com 1050 colaboradores. Determine,
na composição do SESMT, o número de técnicos de segurança
necessários.

A 4 técnicos de segurança do trabalho.

B 3 técnicos de segurança do trabalho.

C 5 técnicos de segurança do trabalho.

D 6 técnicos de segurança do trabalho.

E 2 técnicos de segurança do trabalho.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Em primeiro lugar, vamos utilizar o Anexo I da NR-04 para encontrar


as primeiras informações necessárias: CNAE 01.14-8, grau de risco
3. Vamos, agora, consultar o Anexo II, da NR-04, introduzindo o
número de colaboradores 1050 e o grau de rico 3. Temos, então, a
indicação de 4 técnicos de segurança do trabalho.

Questão 2

Leia o texto atentamente e assinale a afirmativa correta.

Você foi contratado para auxiliar uma empresa de cultivo de fumo,


na região Sudeste do Brasil, de CNAE 01.14-8, grau de risco 3, com
1050 colaboradores. Determine na composição da CIPA.

A 8 efetivos e 6 suplentes.

B 5 efetivos e 4 suplentes.
C 6 efetivos e 5 suplentes.

D 9 efetivos e 7 suplentes.

E 10 efetivos e 8 suplentes.

Parabéns! A alternativa A está correta.

De posse das informações de grau de risco e número de


colaboradores, vamos consultar o Quadro I, da NR-05. Como
resultado, teremos 8 efetivos e 6 suplentes, representando os
empregados, e 8 efetivos e 6 suplentes, representando a
organização.

Considerações finais
Como vimos, acidentes e doenças ocupacionais vitimizam milhares de
colaboradores anualmente, sem contar com o custo gerado para toda a
sociedade. A redução de acidentes, de sequelados e de mortos entre a
população trabalhadora deve ser um esforço de todos.

Objetivando o atingimento de melhores resultados sociais e


econômicos, as empresas e os trabalhadores são chamados a atuar, de
forma coordenada, no gerenciamento de riscos ocupacionais. Esses
objetivos são alcançados, entre outras providências, pelo controle dos
agentes de riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de
acidentes porventura presentes nos ambientes laborais. Tal ação deve
ser coordenada pelo conjunto de especialistas do SESMT, com a
participação ativa dos colaboradores da CIPA.

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Podcast
Neste podcast, o especialista irá explanar sobre os objetivos da
prevenção de acidentes e doenças do trabalho e, ainda, sobre o conjunto
de ações necessárias para o alcance desses objetivos

Explore +
Para saber mais sobre acidentes e doenças ocupacionais, acesse os
portais do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab) e
da International Labour Organization (ILO).

Referências
AGRÍCOLA, G. De re metallica. Tradução de H. Hoover e L. H. Hoover.
Nova York: Dover Publications, 1950.

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em: 18 mai. 2022.

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Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à segurança e
medicina do trabalho e dá outras providências. Consultado na internet
em: 18 mai. 2022.

BRASIL. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de


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BRASIL. Ministério da Saúde do Brasil. Organização Pan-Americana da


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n. 4: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho. Brasília: Ministério do Trabalho e Previdência,
2022.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora


n. 5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Brasília: Ministério
do Trabalho e Previdência, 2021.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora


n. 6: Equipamento de Proteção Individual. Brasília: Ministério do
Trabalho e Previdência, 2022.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora


n. 7: Programa de Controle de Medicina e Saúde Ocupacional. Brasília:
Ministério do Trabalho e Previdência, 2021.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora


n. 9: Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes
Físicos, Químicos e Biológicos. Brasília: Ministério do Trabalho e
Previdência, 2021.

GONÇALVES, E. A.; GONÇALVES, I. C.; GONÇALVES, D. C. Manual de


segurança e saúde no trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 2018.

INTERNATIONAL LABOR OFFICE (ILO). Encyclopaedia of occupational


health and safety. 4. ed. Genève: ILO, 1998.

RAMAZZINI, B. A doença dos trabalhadores. Tradução de R. Estrêla. São


Paulo: Fundacentro, 1999.

SCHILLING, R. More effective prevention in occupational health


practice? J. Soc. Occup. Med. Grã-Bretanha, v. 34, p. 71 -79, 1984.

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