APOSTILA 2

FUNDAMENTOS DA
SAÚDE E SEGURANÇA
DO
TRABALHO

CURSO: TÉCNICO DE
SEGURANÇA DO
TRABALHO

Série: 1º T
Prof. Maurício
 ACIDENTE DO TRABALHO

DEFINIÇÃO DE ACIDENTE:

Para se entender o que é o acidente do trabalho é necessário compreender,

primeiramente o que é acidente.
De forma geral, o acidente é toda ocorrência não desejada que modifica
ou interrompe o andamento normal de qualquer tipo de atividade. Assim,
ele não deve ser entendido apenas em função de causar um ferimento ou
um acontecimento desastroso.
Portanto, o acidente pode ocorrer em qualquer lugar: em casa, na rua, na
prática de esportes, numa viagem e principalmente, no trabalho ou em
função de deste.

CONCEITUAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO:

- CONCEITO LEGAL
- CONCEITO PREVENCIONISTA

CONCEITO LEGAL

ACIDENTE DO TRABALHO
(Lei Nº 8213 define o Artigo 19 de 24 de julho de 1991)

“Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço

da empresa ou pelo exercício do trabalho dos assegurados referidos no
inciso VII do artigo 11 a desta Lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.

Obs: O Segurado Especial do artigo 11 inciso VII são pessoas físicas

em condições que se enquadram neste artigo.
Exemplo: produtor (proprietário, usufrutuário, meeiro, assentado,
parceiro, etc.), agropecuária, seringueiro, extrativista, pescador artesanal,

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cônjuge que trabalha em grupo familiar, aposentado que estiver
exercendo a função, dirigente sindical, etc...

O que a lei 8213 no artigo 19 (Lei previdenciária) quer dizer:

a) Exercício do trabalho a serviço da empresa:

Para que uma lesão ou moléstia seja considerada acidente do trabalho é
necessário que o resultado danoso tenha origem no trabalho
desempenhado e em função do serviço.

b) Lesão corporal:
Deve ser entendido qualquer dano anatômico; por exemplo, uma fratura,
um machucado, a perda de um membro.

c) Perturbação funcional:
Deve ser entendido o prejuízo ao funcionamento de qualquer órgão ou
sentido, como uma perturbação mental devida a uma pancada, o prejuízo
ao funcionamento de um órgão (pulmões etc), pela aspiração ou ingestão
de elemento nocivo usado no trabalho.

Consideram-se acidente do trabalho:

DOENÇAS PROFISSIONAIS E DO TRABALHO (Artigo 20 da Lei

8.213/91)

- DOENÇA PROFISSIONAL
Assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Exemplo: saturnismo (intoxicação provocada em quem trabalha com

chumbo) e silicose (pneumoconiose provocada em quem trabalha com
sílica) são doenças tipicamente profissionais.

- DOENÇA DO TRABALHO
Assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, constante e da relação mencionada no inciso I.

Exemplo: A surdez como doença do trabalho tendo em conta o serviço

executado em local extremamente ruidoso.

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* De outra parte, não são consideradas como doença profissional ou do
trabalho as doenças degenerativas, as inerentes a grupo etário e as que
não acarretam incapacidade para o trabalho.

Equiparam-se também ao acidente do trabalho:

CARACTERIZAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO (Artigo 21

da Lei 8.213/91)

a) Acidente típico
b) Acidente de trajeto
c) Ato de terceiros
d) Força maior
e) Acidente fora do local e horário de trabalho
f) Causas de incapacidade “Associadas” ao acidente de trabalho

a) Acidente Típico: ocorre no local e durante o trabalho, considerado

como um acontecimento súbito, violento e ocasional que provoca no
trabalhador uma incapacidade para a prestação de serviço.

b) Acidente de Trajeto: Fica caracterizado acidente de trabalho quando

este ocorre no percurso da residência para o local de trabalho ou deste
para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo
de propriedade do segurado de ida ou volta do trabalho.
Quando o trabalhador efetua suas refeições nos períodos destinados a
refeição ou descanso, bem como em intervalos destinados à satisfação
de necessidades fisiológicas no local de trabalho ou durante este.
Deixa de caracterizar –se o acidente quando o empregado tenha, por
interesse próprio, interrompido ou alterado o percurso normal para o
trabalho ou a volta do mesmo (formulário de trajeto Previdência)

c) Atos de Terceiros: Podem ser de dois tipos: ato doloso e ato culposo
Será considerado ato culposo quando a pessoa que deu ensejo ao mesmo
não tinha a intenção de que o fato acontecesse. Foi um ato de
imprudência (falta de precaução), negligência (omissão, displicência) e
imperícia (falta de preparo)
Já o ato doloso é consciente, e a pessoa que o pratica age de má fé para a
obtenção de um resultado criminoso.
A legislação estendeu o conceito de acidente ao ato doloso, do tipo que
atinge o trabalhador, proveniente da relação de emprego (sabotagem ou
ofensa física levada a cabo por companheiro de serviço ou terceiro,
resultante de disputa originada na prestação de serviço), não incluindo os
atos não originados de disputa relativa ao trabalho.

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d) Força Maior: Inundações, incêndios, vendavais, ou qualquer outro
motivo de força maior podem provocar lesões caracterizando o acidente
de trabalho, desde que ocorrido o fato no local e horário de trabalho.

e) Acidente fora do local e horário de trabalho:

Será considerado acidente de trabalho aquele sofrido pelo trabalhador
mesmo fora do local e horário de trabalho, quando ocorra no
cumprimento de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da
empresa, ou ainda, quando seja espontaneamente prestando um serviço
para evitar prejuízo propiciando proveito, exemplo viagem a serviço da
empresa, independente de qual seja o meio de condução.

f) Causas de incapacidade “associadas” ao acidente do trabalho:

Seria o caso de um acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha
sido a causa única, mas por condições pessoais do segurado contribuiu
diretamente para a morte do mesmo, para a redução ou perda de sua
capacidade para o trabalho ou produzindo lesões que exijam atenção
médica para a sua recuperação.

CONCEITO PREVENCIONISTA

ACIDENTE DO TRABALHO
O acidente do trabalho no conceito legal só é caracterizado quando dele
decorre uma lesão física, perturbação funcional ou doença, levando á
morte, perda total ou parcial, permanente ou temporária da capacidade
para o trabalho.

Os prevencionistas, em especial o SESMT, não devem se ater somente ao

conceito legal, mas procurar conhecer o acidente do trabalho em toda a
sua extensão e principalmente em suas possibilidades de prevenção.

Os acidentes que não causam ferimentos pessoais devem ser considerados

acidentes do trabalho do ponto de vista técnico-prevencionista, visando
evitar os danos físicos que possam por eles serem provocados. Assim, o
conceito prevencionista caracteriza o acidente de trabalho como” toda
ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho,
da qual possa resultar danos físicos e/ou funcionais, ou morte do
trabalhador e/ou danos materiais e econômicos”.

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Nessa definição, o acidente não fica condicionando à lesão física. Sob o
aspecto prevencionista, todo acidente deve ser considerado importante,
pois não é possível prever se ele provocará ou não lesões no trabalhador.

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE DO TRABALHO

CAUSAS

Os acidentes do trabalho são decorrentes de uma multiplicidade de

causas.
Analisar as causas o mais cedo possível ajudará a controlar seus efeitos
negativos e com isso preservará a saúde, segurança das pessoas e os
danos materiais, onde deverão ser analisados os fatores humanos,
ambientais e materiais a saber:

- fatores ambientais de riscos desencadeados em períodos diversos,

gerando condições perigosas, insalubres e penosas;
- critério de saúde e segurança adotados pelas pessoas e pela empresa;
- os maus hábitos com relação à proteção pessoal diante dos riscos;
- o desconhecimento de determinadas operações;
- o valor dado a própria vida;
- o excesso de alto confiança ou irresponsabilidade;
- a organização e a pressão para produzir;
- o imediatismo e ausência de treinamento adequado.

Essa multiplicidade de causas pode ser representada por uma sequência

de fatores chaves para a análise dos riscos, através das causas de
acidentes, e não apenas pelos dois aspectos mais vulgarizados na análise
dos riscos (o ato inseguro e condições inseguras), que não apontava os
fatores das causas do acidente.

Ambiente insalubre  maus hábitos ritmo de trabalho 

excesso de auto-cofiança  falta de treinamento  fatores
individuais  fatores situacionais  desconhecimento 
acidente lesão.

Seja do ponto de vista legal ou prevencionista, deve-se tomar todas as

medidas preventivas possíveis, desde o planejamento e construção da
empresa até a preparação e treinamento especializado do profissional,
para que ele fique menos exposto ao acidente, ou, no caso de riscos
inerentes à função, desenvolver condições de controle.

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Dessa forma, um acidente provocado pela ação adversa do meio ambiente
pode ser controlado por medidas e comportamentos prevencionistas.

Muitas vezes é identificado apenas o fato mais próximo ao acidente e não

o responsável determinante do acontecimento.
Por exemplo:
um trabalhador que tenha passado a noite em claro por problema de
doença em casa, durante o seu trabalho tem que operar uma máquina
defeituosa.

Os comportamentos inadequados são resultados, com freqüência dos

diversos riscos ambientais existentes (problemas mecânicos, produtos
tóxicos, falta de treinamento, pressão na produção etc.)

No sentido da prevenção, isso é, do prever (ver antecipadamente), deve –

se lembrar os seguintes aspectos:

- Os fatos não ocorrem ao acaso; eles sempre fazem parte de um

contexto e surgem a partir de processos a ele relacionados.

- Todas as pessoas em condições normais, possuem instintivamente o

desejo de manter a sua integridade física e psíquica e, portanto, não
desejam se acidentar.

- Há situações de risco e que predispõem à ocorrência de um acidente.

Estas devem ser neutralizadas.

- A prevenção de acidentes necessita da colaboração de todos para o

benefício de cada um dentro e fora da empresa.

CONSEQÜÊNCIAS DOS ACIDENTES

Danos:

- Humanos (ferimentos e doenças)

- Materiais
- Econômicos

Danos para o trabalhador:

- Sofrimento físico
- Incapacidade para o trabalho

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- Desamparo à família
Obs: Além disso, enquanto o trabalhador está afastado do trabalho devido
a um acidente, não recebe horas extras, prêmios, etc.

Danos para a empresa:

- Dificuldades com as autoridades

- Má fama para a empresa
- Gastos com primeiros socorros, hospital e transporte do acidentado
- Tempo perdido por outros empregados ao socorrerem o acidentado ou
ao pararem de trabalhar para comentar o fato
- Atraso na entrega de pedidos, obras, peças etc. e consequente multa
- Descontentamento dos clientes
- Danificação ou perda de equipamentos, ferramentas e materiais em
geral.

Danos para o país e a sociedade:

- Gastos hospitalares e com tratamentos de segurados

- Grande número de segurados dependendo de pensões
- Má fama para a sociedade e o país gerando descrédito

Vimos que o acidente é causado por uma multiplicidade de causas.

No entanto ele pode ser evitado através da prevenção de acidentes, isto é,
corrigindo - se a multiplicidade de causas citada.
Evitar acidentes do trabalho é poupar vidas e/ou prejuízos.

ASPECTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS DO ACIDENTE DO

TRABALHO

Aspectos Sociais:

- Os acidentes do trabalho oferecem sério obstáculo ao desenvolvimento

social por debilitar o trabalhador
- Os acidentes geram pobreza (pensões baixas)
- A pobreza também gera acidentes (desinformação, desnutrição)
- Perda de mão - de - obra especializada
- Conscientização dos trabalhadores através de campanhas

Aspectos Econômicos:

- Os acidentes do trabalho geram queda de produção devido a perda de

mão de obra qualificada

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- Gastos com a assistência médica (hospital, cirurgia, prótese, etc.)
- Os acidentes levam a diminuição do padrão econômico dos
acidentados
- Gastos com salários
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

REABILITAÇÂO SIGNIFICA:
- Restabelecimento funcional
- Reacondicionamento do paciente à vida cotidiana e ao trabalho
profissional

FATORES IMPORTANTES PARA REABILITAÇÃO

- É muito importante a proteção social e econômica do acidentado que

se tornou incapacitado temporariamente ou permanentemente para o
trabalho.
- Compreende a reeducação (para o próprio trabalho) e a readaptação
profissional (para outro tipo de trabalho), onde serão treinados.
- Depende também da conduta médica adotada, que deverá concentrar-se
em técnicas adequadas que evitem o maior grau possível de estados de
incapacidade para o trabalho.

PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

(Lei 8213 artigo 18 - item III - subitem C)

- A reabilitação profissional é um serviço da Previdência Social, prestado

pelo INSS, de caráter obrigatório.
- Com o objetivo de proporcionar os meios de reeducação ou readaptação
profissional para o retorno ao mercado de trabalho dos segurados
incapacitados por doença ou acidente.
- O segurado encaminhado ao Programa de Reabilitação Profissional,
após avaliação médico pericial, está obrigado, a submeter-se ao programa
prescrito e custeado pela Previdência Social.
- Concluído o processo de reabilitação profissional, o INSS emite
certificado indicando a atividade para a qual o trabalhador foi capacitado
profissionalmente.

-O INSS poderá fornecer ao segurado os recursos materiais necessários à

reabilitação profissional, incluindo:
* próteses (substitui: braço, perna, osso, dente, etc.) e órteses (auxilia:
muleta, cadeira de rodas, palmilha ortopédica, etc.),
* taxas de inscrição e mensalidades de cursos profissionalizantes,

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* implementos profissionais (materiais indispensáveis ao
desenvolvimento da formação / treinamento profissional),
*instrumentos de trabalho (materiais imprescindíveis ao exercício de
atividade laborativa),
* transporte e alimentação.

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Portaria MTP n.º 423, de 07 de outubro de 2021 08/10/21
Desenhos de Segurança do Trabalho para simular vistoria do
ambiente de trabalho

Detectar e Caracterizar os Riscos no ambiente e nas atividades:

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