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Higiene, Segurança do

Trabalho, Legislação e
Normas
Introdução
• As atividades laborativas surgiram com o homem,
porém as relações entre essas atividades e as doenças
delas derivadas permaneceram praticamente
ignoradas até cerca de 300 anos atrás.

• Somente em 1700 é que se teve o início da


mentalidade prevencionista quando o médico italiano
Bernardino Ramazzini divulgou, através de um livro,
uma série de doenças relacionadas à cerca de 50
profissões. Pela repercussão causada pela obra, o
médico é chamado de o “Pai da Medicina do Trabalho”
Introdução
• Na década de 70 o Brasil buscou de forma
desorganizada um desenvolvimento econômico e
industrial acelerado, tendo sido a nível mundial um
dos países com maior número de acidentes no
trabalho. Ao final dos anos 70 o governo, para mudar
essa imagem, através da Portaria 3214/78, aprovou
normas relativas à segurança no trabalho (SESMT –
Serviço Especializado em Segurança e Medicina do
Trabalho, CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, EPI – Equipamento de Proteção Individual,
caracterização da insalubridade, normas para o
trabalho com eletricidade, explosivos, da construção
civil etc.)
Introdução
• Hoje em dia, devido à grande competição das
indústrias, estas estão mais atentas para a segurança
do trabalhador considerando-a como um fator de
qualidade e produtividade.

• Para que se tenha segurança no trabalho é preciso que


se tenha sempre em mente a palavra prevenção, isto
é, que se adote uma conduta prevencionista no
trabalho, pois é através da atitude de prevenção dos
acidentes que o trabalho será melhor efetuado e com
maior segurança
Conceituação de acidente do
trabalho
• Conceituação prevencionista: acidente do trabalho é
toda ocorrência não programada que interfira no
andamento normal do trabalho, da qual resulte perda
de tempo ou danos materiais e/ou lesão ao
trabalhador ou as três consequências simultâneas.

• A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe


sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e
dá outras providências, apresenta os conceitos legais
de acidente do trabalho, doença profissional e os
casos que se equiparam a acidente do trabalho.
Conceituação de acidente do
trabalho
• Conceituação legal: Art. 19. Acidente do trabalho é
aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos
segurados especiais, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a
redução da capacidade para o trabalho permanente ou
temporária
Conceituação de acidente do
trabalho
• Art. 20. Considera-se acidente do trabalho, nos termos
do Art. 19, as seguintes entidades mórbidas:
I - Doenças Profissionais – entendida como aquela
produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
peculiar a determinada atividade e constante da relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social;
II - Doenças do Trabalho – entendida como aquela
adquirida ou desencadeada em função das condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relaciona diretamente, desde que constante na relação
mencionada no inciso I.
Conceituação de acidente do
trabalho
§ 1° Não são considerados como doenças do trabalho:
a) doenças degenerativas;
b) as inerentes a grupo etário;
c) as que não produzam incapacidade laborativa;
d) as doenças endêmicas adquiridas por segurados
habitantes da região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que resultou de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho
Conceituação de acidente do
trabalho
• Art. 21. Equipara-se também ao acidente do trabalho:
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido
a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do
segurado, para a perda ou redução da sua capacidade de
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para
sua recuperação;
Conceituação de acidente do
trabalho
II – o acidente sofrido ainda que fora do local e horário
de trabalho em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por
terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo
de disputa relacionada com o trabalho;
c) ato de imprudência, negligência ou imperícia de terceiro ou
de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos
decorrentes de força maior.
Conceituação de acidente do
trabalho
III – a doença proveniente da contaminação acidental do
empregado no exercício de sua atividade.

IV - o acidente sofrido ainda que fora do local e horário


de trabalho:
a) na execução de ordem ou ainda na realização de
serviços sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à
empresa para evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
Conceituação de acidente do
trabalho
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo
quando financiada por esta, dentro de seus planos para
melhor capacitação de mão de obra, independente do meio
de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou


deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do segurado.
Conceituação de acidente do
trabalho
§ 1° Nos períodos destinados a refeição ou descanso ou
por ocasião da satisfação de outras necessidades
fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o
empregado é considerado no livre exercício do trabalho.

§ 2° Não é considerada agravação ou complicação de


acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente
de outra origem, se associe ou se superponha às
consequências da anterior.
Conceituação de acidente do
trabalho
• Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do
trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia
útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte,
de imediato, à autoridade competente, sob pena de
multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo
do salário-de-contribuição, sucessivamente
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela
Previdência Social.
Conceituação de acidente do
trabalho
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo
receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes,
bem como o sindicato a que corresponda a sua
categoria.

§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa,


podem formalizá-la o próprio acidentado, seus
dependentes, a entidade sindical competente, o
médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública,
não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste
artigo.
Conceituação de acidente do
trabalho
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a
empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento
do disposto neste artigo.

§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe


poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência
Social, das multas previstas neste artigo.
Conceituação de acidente do
trabalho
Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de
doença profissional ou do trabalho, a data do início da
incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia
em que for realizado o diagnóstico, valendo para este
efeito o que ocorrer primeiro.
Conceituação de acidente do
trabalho
• Quanto às consequências de um acidente do trabalho,
podemos observar que este poderá afetar aquilo que é de
mais valioso para nós, a saúde.

• Devemos ter em mente que com boa saúde teremos


liberdade para fazermos o que quisermos. Com saúde
podemos trabalhar, nos sustentar, constituir família, obter
um crescimento pessoal e profissional. Além disso,
devemos pensar que um acidente causado por nós, poderá
afetar a saúde de nossos colegas de trabalho e interferir na
vida de suas famílias. Assim, devemos evitar até os
pequenos acidentes, pois estes ocasionam perda de tempo,
o que afetará a produtividade do trabalho.
Causa dos acidentes de trabalho
• As causas dos acidentes podem ser divididas basicamente em
causas humanas (relacionadas com o trabalhador) e causas
ambientais (relacionadas com o ambiente de trabalho).

• Podemos eliminar ou diminuir as causas dos acidentes


através da análise de um acidente do trabalho e através de uma
prévia análise do ambiente de trabalho e de seus trabalhadores.

• Após essas análises, deve-se procurar eliminar ou atenuar os


fatores de risco para diminuir-se a probabilidade de ocorrência
de acidentes.
Causas humanas
• Chamamos de fator pessoal de insegurança ao
comportamento humano, devido a uma deficiência ou
alteração psíquica ou física, que leva a pessoa a provocar o
ato inseguro que poderá causar o acidente.
Causas humanas
São fatores pessoais de insegurança:
. Fator mental (nervosismo, violência, insatisfação com o
trabalho etc.);
. Fator físico (audição, visão, doença etc.);
. Fator técnico (falta de conhecimento, de experiência, de
habilidade etc.);
. Fator fisiológico (rodízios de turnos de trabalho, hora-extra
etc.);
. Fator social (jogos de azar, embriaguês, relações com a
família, relação com o patrão e/ou com os próprios colegas
etc.).
Causas humanas
• Para que os fatores vistos anteriormente não venham
prejudicar nossas atividades no trabalho, abaixo estão
relacionadas algumas sugestões de condutas a serem
desenvolvidas no trabalho:

- Procurar esquecer os problemas de casa e vice-versa.


- Procurar ajuda para a solução dos problemas (colegas, chefe).
- Informar sempre a suas condições físicas e emocionais.
- Procurar sempre estar em harmonia com os colegas de trabalho.
- Se não tiver certeza de sua competência para realização de uma
tarefa, procurar orientação.
- Conhecer seu material de trabalho.
Causas humanas
• Ato inseguro é uma consequência de fatores pessoais
de insegurança, pois significa violar um procedimento
aceito como seguro, expondo assim, as pessoas a riscos de
acidentes. O ato inseguro não é só uma violação de uma
norma escrita, mas, também, de inúmeras não escritas que
a maioria de nós conhece e observa por uma questão de
instinto de conservação.

• Os atos inseguros podem ser caracterizados


basicamente pela existência de três comportamentos:
imprudência, imperícia e negligência.
Causas humanas
• Imprudência: agir sem cautela, sem sensatez, não tomar
as devidas precauções. Consiste em enfrentar o perigo,
arriscar-se para ganhar tempo ou para evitar o esforço de
tomar as devidas precauções. é realizar uma ação sem as
devidas precauções, agindo de forma precipitada, sem
considerar os riscos.

• Muitas vezes, a pessoa que pratica um ato de


imprudência, está agindo de má fé. Uma vez que o
indivíduo tem o conhecimento devido, entretanto,
comete o erro, ele assume o risco ao praticar essa
determinada ação.
Causas humanas
• Alguns exemplos de imprudência são:
• Dar marcha ré no carro sem olhar para trás;

• Dirigir bêbado;

• Ultrapassar o veículo à frente pelo acostamento;

• Motorista que ultrapassa o farol vermelho, mesmo tendo


recebido o devido treinamento da autoescola;
Causas humanas
• Tocar ou se aproximar de locais que possui condutores
energizados;

• Não utilizar equipamentos de proteção individual, os EPI,


apesar de receber treinamento regular e advertências;

• O motorista treinado que circula pelas áreas internas e


externas da indústria acima da velocidade máxima
estabelecida.
Causas humanas
• Imperícia: falta de habilidade ou de competência técnica
para realização de uma tarefa.

• A imperícia acontece quando uma pessoa assume que


tem conhecimento ou habilidade sobre determinada
ação, sem realmente dominá-la, ou ao menos, ter o
conhecimento mínimo sobre essa ação. Executando
assim, essa tarefa, com erro ou engano, podendo causar
acidentes graves.
Causas humanas
• Alguns exemplos de imperícia são:
• Empregado que não foi devidamente preparado para
realizar a tarefa que lhe foi designada;

• Empregado que não conhece os detalhes técnicos referente


as máquinas ou equipamentos que irá manusear;

• Um engenheiro mecânico que assume o compromisso de


fazer a inspeção de um elevador, mas na verdade ele não
recebeu o treinamento adequado para o modelo em
questão;

• Quando uma pessoa conserta um carro sem ter


conhecimentos adequados em mecânica.
Causas humanas
• Alguns exemplos de imperícia são:
• Empregado que não foi devidamente preparado para realizar a
tarefa que lhe foi designada;
• Empregado que não conhece os detalhes técnicos referente as
máquinas ou equipamentos que irá manusear;
• Um engenheiro mecânico que assume o compromisso de fazer a
inspeção de um elevador, mas na verdade ele não recebeu o
treinamento adequado para o modelo em questão;
• Quando uma pessoa conserta um carro sem ter conhecimentos
adequados em mecânica.
Causas humanas
• Negligência: desleixo, displicência e relaxamento ao não
observar a maneira correta de realizar uma tarefa.
Exemplo: por displicência, não cumprir o regulamento de
segurança. É a falta de cuidado através da omissão
voluntária. É não se importar com a prevenção de danos
que pode ocorrer caso algum fato ocorra.

• A negligência acontece quando uma pessoa é


responsável por uma determinada situação, é
responsável por evitar que algum acidente ocorra, por
exemplo, mas não presta atenção podendo ocasionar um
acidente, muitas vezes graves.
Causas humanas
• Exemplos de atos de negligência que ocorrem de
forma constante:
• Sair de carro sabendo que os freios estão desgastados,
causando um acidente, muitas vezes com morte;

• O derramamento de óleo que ocorre nos oceanos causado


pela falta de conservação da plataforma de petróleo;

• O empregado ou empregador que não cumpre as normas


de prevenção de segurança e saúde do trabalho;
Causas humanas
• Permitir que o empregado trabalhe sem utilizar os EPIs
adequados para exercer aquela atividade;

• Deixar de alertar sobre determinada situação de risco ou


não cobrar cuidados necessários de segurança para evitar
possíveis acidentes;

• É saber que um equipamento da empresa está com


problemas e não tomar as devidas providências para que
nenhum acidente aconteça.
Causas humanas
• É importante salientar que os atos inseguros são os
maiores causadores de acidentes, pois os trabalhadores,
muitas vezes, acham-se inatingíveis e, assim, não
possuem a mentalidade prevencionista.

• Desta forma, colocam em risco a própria vida, e o que é


mais grave, colocam também em risco a vida dos colegas
de trabalho.
Causas ambientais
• As causas ambientais são aquelas relacionadas com o
ambiente de trabalho. São caracterizadas pela existência
de uma condição insegura. A condição insegura é
inerente a empresa, ou seja, é a condição física ou
mecânica perigosa, existente no local, na máquina, no
equipamento ou na instalação, que permite ou ocasiona
o acidente.
Causas ambientais
• A condição insegura pode ser analisada através da
identificação do agente causador de acidentes, ou seja,
de tudo aquilo que contribua diretamente para a
ocorrência do acidente. Portanto, ao identificarmos os
agentes, estaremos identificando uma condição insegura
e assim poderemos tomar as medidas de prevenção
necessárias.
Causas ambientais
• São exemplos de condições inseguras:
• falta de ordem e limpeza no local de trabalho (óleo no chão,
caixas mal empilhadas);

• máquinas e equipamentos desprotegidos e defeituosos;

• instalações elétricas em mau estado;

• ruídos e/ou calor em excesso;

• iluminação ou ventilação insuficiente;


Causas ambientais
• existência de gases, vapores, poeiras ou névoas na
atmosfera;

• falta de sinalização ou avisos de segurança;

• deficiência de equipamentos, ferramentas ou materiais;

• pisos, escadas, passagens e coberturas com defeito;

• armazenamento e manuseio inseguro de materiais;


Causas ambientais
• falta de manutenção de máquinas, equipamentos e
ferramentas;

• horários excessivos de trabalho;

• equipamento de proteção individual insuficiente ou


danificado;

• matéria-prima inadequada;
Causas ambientais
• Exemplo de condutas que devem ser adotadas para
evitar situações de condições inseguras:
• Informar sempre a existência de máquinas com problemas
e ferramentas danificadas ao responsável pelo setor,
mesmo que estas máquinas e equipamentos não façam
parte de seu trabalho. Analisar as condições do local de
trabalho.

• Usar sempre o EPI.

• Conhecer seu equipamento e material de trabalho bem


como os riscos que estes podem oferecer para sua saúde

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