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Segurança do trabalho: construção civil 

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1. Introdução à Segurança do trabalho no segmento construção civil


1. Histórico e conceitos da segurança do trabalho
A segurança do Trabalho é a sistematização de NORMAS destinadas a PREVINIR acidentes
partindo dos seguintes preceitos:
 ELIMINAR as condições inseguras do trabalho.
 PREPARAR o trabalhador para prevenção dos desastres ocupacionais.
 ESTABELECER melhores condições físicas e psíquicas no trabalho, e
consequentemente, melhores condições de eficiência e de produção.
Vamos observar um breve histórico da Segurança do trabalho no Brasil:
 1891: Decreto 1313, preocupação prevencionista através da lei que tratava da
proteção ao trabalho de menores;
 1919: É criada a lei 3724, a primeira lei brasileira sobre acidentes de trabalho;
 1943: Decreto-lei nº 5452 aprova a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), a base
jurídica para a prática da prevenção no Brasil;
 1944: Decreto-Lei 7036, em seu artigo 82, criou as CIPAs (Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes);
 1953: Decreto-Lei 34715, instituiu a Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho
(SPAT), a ser realizada na quarta semana de novembro de cada ano;
 1960: A portaria nº 319, regulamenta o uso dos equipamentos de proteção individual
(EPI);
 1966: É criada pela nº lei 5161, a “Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e
Medicina do Trabalho (atual Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Seg. e Med. do
Trab.), hoje mais conhecida como FUNDACENTRO;
 1974: Início dos cursos para formação dos profissionais de segurança, higiene e
medicina do trabalho;
 1978: São criadas as Normas Regulamentadoras (NRs), aprovadas pela portaria nº
3214 do MTE. Na ocasião foram criadas as 28 primeiras NRs;
 1991: A lei nº 8213/91 (Planos e Benefícios da Previdência Social) estabelece o
conceito legal de acidente de trabalho e de trajeto, nos artigos 19 a 21 e também
obriga as empresas a comunicarem os acidentes de trabalho às autoridades
competentes no artigo 22 (a lei passou por alterações);
 2001: Entra em vigor a Portaria nº 458, que proíbe, a partir de então, o trabalho
infantil no Brasil;
 2012: A presidenta do Brasil, através da lei nº 12645, institui o dia 10 de outubro como
o Dia Nacional de Segurança e Saúde nas Escolas;

NORMAS REGULAMENTADORAS:
Como visto anteriormente, através da Portaria nº3.217, de 8 de junho de 1978, seu artigo 1º,
aprovou as normas regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da CLT relativas à segurança e
medicina do trabalho.
As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de
observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Atualmente temos 37 Normas Regulamentadoras em vigor (importante frisar que a NR 27 –
Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho foi revogada completamente em maio de
2008, bem como a NR 2 – Inspeção Prévia, que foi revogada em 30 de julho de 2019, sendo seus
procedimentos vigentes até referida data).
A elaboração e a revisão das normas regulamentadoras são realizadas, atualmente, pelo
Ministério do Trabalho e Previdência, adotando o sistema tripartite paritário, indicado pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT), por meio de grupos e comissões compostas por
representantes do governo, de empregadores e de trabalhadores.

PREVENCIONISMO
Em 1700, Bernardino Ramazzini publicou uma obra De Morbis Artificum Diatriba (Doenças do
Trabalho) na qual descreve cinquenta profissões distintas, e relaciona as doenças que cada uma
dessas profissões causa no trabalhador. Com isso, Ramazzini introduziu um conceito de relação das
doenças com a ocupação exercida pela pessoa. Devido à importância da obra, Ramazzini ficou
conhecido como o “Pai da Medicina do Trabalho”.
Em 1931, Heinrich começou a lançar o conceito prevencionista, buscando não só prevenir
acidentes como também assegurar os riscos às lesões. Com essa preocupação, deu-se início a
procura da identificação de riscos, ou seja, analisando e avaliando os riscos inerentes a cada
atividade, procurando determinar as prováveis perdas, eliminando e controlando os riscos.

LEI DE HEINRICH

Em um ambiente de trabalho, para cada acidente que provoca um ferimento grave, há 29


acidentes que causam ferimentos ligeiros e 300 acidentes que não causam lesões.
Colocar ilustração da pirâmide de Heinrich

A segurança do Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas adotadas, visando
minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho das pessoas envolvidas.
Fazer um destaque com o que está no quadro

2. Causas dos acidentes de trabalho


O QUE É ACIDENTE DE TRABALHO?
De acordo com a Lei 8213 de 24/07/1991, Lei de planos e benefícios da Previdência
Social:
• “Art 19: Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho"
• §1° Não são consideradas como doença do trabalho:
a. a doença degenerativa;
b. a inerente a grupo etário;
c. a que não produza incapacidade laborativa;
d. a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em
que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de
exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
• §2° Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação
prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o
trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve
considerá-la acidente do trabalho.
• Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta lei:
• I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
• II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
consequência de:
• ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;
• ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada com o trabalho;
• ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
• ato de pessoa privada do uso da razão;
• desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior;
• III - A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de
sua atividade;
• IV - O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:
• na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da
empresa;
• na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
• em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por
esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
• no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado;
• §1° Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de
outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.
• §2° Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,
resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências
do anterior.
Portanto, quanto ao tipo, de acordo com a ótica legal e previdenciária, podem ser classificados
(somente) como:
– Acidente Típico: É aquele sofrido no desempenho de suas tarefas habituais, no
ambiente de trabalho ou fora dele, quando estiver a serviço do empregador;
– Acidente de Trajeto: São todos os acidentes que ocorrem no trajeto da residência para
o trabalho, e do trabalho para a residência;
– Medida Provisória 905/2019, publicada em 12 de novembro de 2019:Revoga
o art. 21, inciso IV, letra “d”, da Lei nº 8.213/91, que equipara o acidente de
trajeto sofrido pelo empregado ao acidente do trabalho típico. Com a decisão
o acidente de trajeto não será mais considerado como do trabalho e,
portanto, enquanto a MP tiver validade as empresas não precisarão emitir
CAT.
– Doenças Ocupacionais: São doenças causadas pelo tipo de trabalho ou pelas condições
do ambiente de trabalho.
Vimos que o acidente de trabalho não é um acidente qualquer, este precisa ocorrer “no
desempenho de suas tarefas habituais, no ambiente de trabalho ou fora dele” ou, no caso da doença de
trabalho, aquelas “causadas pelo tipo de trabalho ou pelas condições do ambiente de trabalho”, para
tanto, como determinar se tal acidente ou tal doença é realmente “de trabalho”? Fazendo o NEXO
CAUSAL!
O que é o NEXO CAUSAL?
É a relação doença/acidente com o ambiente, ou seja, é quando se avalia a relação da
doença/acidente do trabalhador com o seu ambiente de trabalho:
• O acidente e a lesão;
• A doença e o trabalho;
• A causa mortis e o acidente;

ACIDENTES DE TRABALHO E INCIDENTES


De acordo com a NBR 14280 - Cadastro de acidente do trabalho - Procedimento e classificação,
temos as seguintes definições:
• ACIDENTE SEM LESÃO: Incidente ou quase acidente. É o acidente que não causa lesão pessoal.
Segundo a ficha técnica do OSHA e do Conselho Nacional de Segurança, o quase acidente “é
uma ocorrência imprevista que não resultou em ferimentos, doença ou dano – mas tinha o
potencial para fazê-lo”
• Exemplo: se uma ferramenta pesada despenca de uma prateleira e quase acerta a
cabeça de um funcionário; ou alguém tropeça em um azulejo quebrado no banheiro,
mas não chega a cair.
• AGENTE DO ACIDENTE: objeto, substância ou ambiente que, sendo inerente à condição
ambiente de insegurança tenha provocado o acidente
• Exemplo: um dos muitos materiais com características agressivas, uma
ferramenta, a ponta de uma máquina, etc.
• FONTE DA LESÃO: objeto, substância, energia ou movimento do corpo que diretamente
provocou a lesão.
• INCAPACIDADE PERMANETE TOTAL: Perda total da capacidade de trabalho, em caráter
permanente, sem morte.
• NOTA - Causam essa incapacidade as lesões que, não provocando a morte,
impossibilitam o acidentado, permanentemente, de trabalhar ou da qual decorre a
perda total do uso ou a perda propriamente dita, entre outras, as de:
a) ambos os olhos;
b)um olho e uma das mãos ou um olho e um pé;
c) ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé.
• INCAPACIDADE PERMANETE PARCIAL: Redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter
permanente que, não provocando morte ou incapacidade permanente total, é causa de perda
de qualquer membro ou parte do corpo, perda total do uso desse membro ou parte do corpo,
ou qualquer redução permanente de função orgânica.
• o indivíduo pode se recuperar da lesão ou doença ocupacional, mas ficará
com sequelas que reduzirão sua capacidade de trabalho
• INCAPACIDADE TEMPORÁRIA TOTAL: Perda total da capacidade de trabalho de que resulte um
ou mais dias perdidos, excetuadas a morte, a incapacidade permanente parcial e a
incapacidade permanente total.
• O profissional se torna incapaz de desempenhar qualquer tipo de atividade
laboral.

CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO


As causas de acidentes do trabalho são os antecedentes, próximos ou remotos, que fazem o
acidente acontecer. Mas é bom perceber que as causas só são caracterizadas no ato da ocorrência,
antes, são apenas riscos ou perigos de acidentes.
Relembrando a Teoria de Heinrich: Como muitos acidentes têm causas de raiz comum, abordando
os acidentes mais comuns que não causam lesões podemos prevenir incidentes causadores de
acidentes. Segundo essa teoria, tudo começa com o homem que, por hereditariedade ou influência do
meio social, poderá ser portador de caracteres negativos de personalidade, de caráter, de educação etc.
(fazer um fluxograma colocando: causas dos acidentes de trabalho, duas setas, uma para atos inseguros, outra para condições
inseguras)

ATOS INSEGUROS E CONDIÇÕES INSEGURAS são os fatores que, combinados ou não, ocasionam os
acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. Dessa forma podemos concluir que prevenir acidentes
do trabalho, basicamente é:
• Corrigir condições inseguras existentes nos locais de trabalho,
• Não permitir que outras sejam criadas e,
• Evitar que as pessoas pratiquem atos inseguros.
Conforme pesquisa feita pela USP de Bauru - SP em 2018, os Atos inseguros são responsáveis por
86% dos acidentes de trabalho ocorridos no Brasil, seguido pelas Condições inseguras com 12% e por
elementos da natureza/situações especiais com 2%.
Ato inseguro é a maneira como as pessoas se expõem ao perigo de acidentar-se. Segue abaixo os
tipos de atos inseguros:
a) Consciente: as pessoas têm conhecimento de sua exposição ao perigo.
b) Inconsciente: as pessoas desconhecem o perigo a que se expõem.
c) Circunstancial: as pessoas podem conhecer ou não o perigo a que estão expostas, mas algo
mais forte as leva à prática da ação insegura.
Alguns exemplos de atos inseguros:
– Desconhecimento dos riscos;
– Excesso de confiança;
– Preparo insuficiente para o trabalho;
– Falta de aptidão ou desinteresse pelo trabalho;
– Ficar junto ou sob cargas suspensas;
– Colocar parte do corpo em lugar perigoso;
– Lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento;
– Improvisação ou mau emprego de ferramentas manuais;
– Retirada de dispositivos de segurança;
– Manipulação insegura de produtos químicos;
– Transportar ou empilhar inseguramente;
– Uso de roupas ou acessórios inadequados, etc.
(colocar imagens de atos inseguros aplicados na construção, como dos exemplos)
Condições Inseguras nos locais de trabalho são as que comprometem a segurança. São falhas,
defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivos de segurança, desorganização, etc, que põe
em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas e a própria segurança das instalações e dos
equipamentos.
Condições inseguras não são os perigos inerentes ao trabalho.
(destacar o que está no quadro)
Estes são caracterizados pelas agressividades próprias dos produtos, energia, equipamentos, etc,
empregados nas atividades do homem e que podem ser submetidos a algum tipo de controle.
Em suma, perigos inerentes ao trabalho e condições inseguras são coisas distintas: os perigos
existem e raramente podem ser eliminados;
As condições inseguras ou risco podem deixar de existir com a aplicação de medidas corretas de
controle de risco;
(destacar o que está no quadro)
Atos e condições inseguras são fatores que, combinados ou não, provocam os acidentes do
trabalho. Logo, são as causas diretas dos acidentes. Deste modo, pode-se entender que prevenir
acidentes do trabalho, de forma simplista, é corrigir condições inseguras existentes nos locais de
trabalho, não permitir que outras sejam criadas e evitar a prática de atos inseguros por parte das
pessoas.
(imagem de duas setas opostas, uma “condições inseguras” e outra “riscos do trabalho, mostrando oposição)
Vamos destacar a diferença entre condição insegura e risco inerente ao trabalho:
Condição insegura perda do CONTROLE da situação de risco.
Exemplo:
• Corrente elétrica risco inerente
• Condições inseguras instalações mal feitas ou improvisadas.
Alguns exemplos de condições inseguras:
– Falta de proteção em máquinas e equipamentos;
– Proteções inadequadas ou defeituosas e deficiência em maquinaria ou ferramental;
– Falta de ordem e de limpeza;
– Passagens perigosas;
– Defeitos nas edificações;
– Ventilação inadequada, etc.
(colocar imagens de condições inseguras aplicadas na construção, como dos exemplos)
De acordo com artigo de Dayvson Carvalho publicado no Blog do Sienge em outubro de 2017,
temos quatro principais causas de acidentes na indústria da construção civil, listados a seguir:
1. Falta de atenção dos colaboradores
• Ao ouvir a opinião de 659 trabalhadores da construção no estado de São Paulo, o
estudo do Sintracon SP concluiu que a falta de atenção é a maior causa de acidentes
na construção civil, com surpreendentes 73,39%.
• A falta de uma cultura de prevenção de acidentes e negligenciamento da importância
dos itens de segurança de trabalho fazem parte desse cenário. Ao todo, 8,35% dos
trabalhadores entrevistados já sofreram algum tipo de acidente.
2. Não usar EPI – Equipamento de Proteção Individual
• Mesmo sendo distribuído gratuitamente na grande maioria das obras, ainda há
construtoras que não disponibilizam o EPI para seus colaboradores. E olha que elas são
obrigadas, de acordo com o artigo 166 da CLT.
• Mas a culpa não recai apenas nas empresas. Muitos trabalhadores optam por não o
utilizar, seja por desconforto, maus hábitos ou falta de consciência sobre sua
importância. E de acordo com a consolidação das leis do trabalho, o colaborador pode
ser desligado por justa causa se não estiver usando os EPIs no intuito de reduzir os
riscos de acidentes de trabalho na construção civil.
3. Falta de fiscalização no ambiente de trabalho evitando acidentes de trabalho na construção
civil
• A responsabilidade da empresa não termina ao entregar as EPIs. Ela precisa fiscalizar
rotineiramente se as pessoas estão usando corretamente, se têm alguma dúvida ou se
o equipamento está inapropriado.
• E pode gerar um grande problema financeiro para construtoras que negligenciaram a
fiscalização no canteiro de obras. Uma construtora foi condenada por não fiscalizar
corretamente o uso dos EPI’s. No acidente o operário teve três dedos amputados. Essa
decisão foi da 11ª Região (AM)
4. Equipamentos obsoletos
• Acidentes na construção civil que levam à amputação de partes do corpo não são
incomuns. E uma das principais causas é o fato de os colaboradores usarem máquinas
que os expõem à um maior risco.
• Por isso a NR 12, entre outras normas, foi implementada em 2010, determinando a
troca por equipamentos mais seguros. Mesmo tendo muitas empresas contrárias,
visando apenas o aspecto financeiro, a NR 12 contribuiu para reduzir o número de
acidentes de 4.272 em 2014 para 3.294 em 2015.

3. Riscos Ocupacionais na construção civil (agente físico, biológico, ergonômico,


químico, mecânico)
Para começarmos a falar de Riscos Ocupacionais, primeiramente precisamos conhecer alguns
conceitos e definições:
RISCO x PERIGO:
• PERIGO: Condição ou um conjunto de circunstâncias que tem o potencial de causar ou
contribuir para uma lesão ou morte.
• RISCO: é a probabilidade de um evento acontecer, seja ele uma ameaça, quando negativo, ou
oportunidade, quando positivo. É o resultado obtido pela efetividade do perigo.
Sendo assim devemos trabalhar os perigos. esses devem ser atenuados, prevenidos,
ponderados, mensurados e corrigidos, são eles que ocasionam os riscos.

RISCOS OCUPACIONAIS AMBIENTAIS


De acordo com a NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) “consideram-se
riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que,
em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar
danos à saúde do trabalhador.”
Os Riscos Físicos representam diversas formas de energia que possam estar presentes em um
ambiente de trabalho, em quantidades consideradas superior àquela que o organismo é capaz de
suportar, podendo conduzir a uma doença do trabalho ou profissional. São considerados riscos físicos:
• Ruído;
• Temperaturas extremas (frio e calor);
• Radiação não ionizante;
• Radiação ionizante;
• Umidade;
• Vibrações;
• Pressões anormais.
Os Riscos Químicos é a exposição a substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo por via respiratória, digestiva ou cutânea, causando danos à saúde dos trabalhadores. Os
riscos químicos se dividem em poeiras, névoas e neblinas, gases e vapores e fumos.
Os Riscos Biológicos são as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros
capazes de causar doenças nos trabalhadores a eles expostos.
Riscos Ergonômicos são os resultantes da má adequação do homem ao ambiente ou posto de
trabalho e que podem ocasionar não só distúrbios psicológicos ou fisiológicos no empregado, mas
também redução na produtividade e na segurança do trabalho. São exemplos de riscos ergonômicos:
• Esforço físico intenso;
• Levantamento e transporte manual de peso;
• Exigência de postura inadequada
• Controle rígido de produtividade;
• Imposição de ritmos de trabalho excessivos;
• Trabalho em turno e noturno
• Jornada prolongada;
• Monotonia e repetitividade.
Os Riscos Mecânicos são entendidos como as condições de construção, as instalações físicas,
máquinas e ferramentas que podem contribuir ou acarretar em acidentes do trabalho. São considerados
riscos mecânicos:
• Arranjo físico inadequado;
• Instalações elétricas deficientes;
• Ferramentas defeituosas ou perigosas;
• Equipamentos sem proteção;
• Probabilidades de incêndio;
• Explosões ou quedas, etc.
Conhecendo quais são os tipos de riscos presentes nos ambientes de trabalho, podemos
elencar os acidentes de trabalho mais comuns na indústria da construção civil, de acordo com Dayvson
Carvalho, no blog do Sienge, cuja pesquisa foi realizada em outubro de 2017:
• Quedas em altura: A queda de pessoas é o principal causador de acidentes graves e fatais em
diversos ramos e atividades na construção civil. As mais diversas situações, onde há essa
exposição dos trabalhadores, devem ser avaliadas de forma a compreender seus riscos,
buscando eliminá-los se possível, ou então minimizá-los da forma mais adequada. Vamos
destacar os seguintes elementos imediatos, dentro do grupo “quedas”:
• Queda durante a realização de serviços em telhado (22,5%);
• Queda em ou de andaime suspenso mecânico ou de andaime simplesmente apoiado
(16,9%);
• Queda de periferia de edificação (7%);
• Queda de equipamento de guindar ou transportar pessoa ou material (5,6%);
• Outras quedas de um nível a outro (9,9%).
• Cortes e Lacerações
• Serras e canivetes são alguns dos itens afiados que causam acidentes sérios. Em geral
acontecem, mais uma vez, pela falta de uso das EPIs. Afinal uma luva de proteção
aumenta o tempo de resposta, numa situação onde a mão entra em contato com uma
serrilha, por exemplo.
• A falta de treinamentos, explicando as potenciais consequências de manipular de
forma incorreta equipamentos afiados, também contribuem para o número de
acidentes na construção civil desse tipo não diminuir.
• Choques Elétricos
• A eletricidade sempre foi presente na construção civil, assim como seus riscos. É
preciso ter capacitação técnica para realizar qualquer trabalho com eletricidade.
• Os riscos elétricos podem ser provenientes de fios de eletricidade expostos, para
prevenção deste acidente é necessário que o ambiente elétrico esteja devidamente
protegido e que os trabalhadores estejam equipados e conscientes das medidas de
segurança.
• Soterramento
• Para evitar acidentes com soterramentos é necessário fazer averiguações do terreno
onde a obra irá acontecer.
• Os trabalhadores precisam estar devidamente treinados e preparados para qualquer
evento que venha acontecer, a fiscalização deve ser constante e falhas devem ser
corrigidas imediatamente.
• Exposição aos sons altos
• A falta de protetores intra-articulares expõe a audição a barulhos nocivos, que podem
afetar negativamente a vida do operário por toda a sua vida. De acordo com
especialistas, e com a NR 15 – Atividades e operações Insalubres, não é aconselhado
ouvir sons acima de 85 decibéis de forma contínua por 8 horas.
• E cuide: não é aconselhado ficar exposto por mais de duas horas, em ambientes com
sons acima de 95 decibéis.
• Esse tipo de acidentes na construção civil, podem causar perda de audição, zumbidos,
transtornos de atenção e até mesmo, a depressão. Lembre-se disso quando esquecer
de usar os abafadores de sons.

2. Segurança do trabalho na construção civil
Antes de falarmos da NR 18 e de suas versões, precisamos entender melhor a indústria da
construção civil. De acordo com a tipificação constante na Portaria nº 787, de 27 de novembro de
2018 do Governo Federal (colocar link) ela se classifica como uma Norma Setorial, e seus Anexos I e
III classificam-se como Tipo 1 e o Anexo IV como Tipo 2.
O que podemos nos perguntar é o seguinte, porque a indústria da construção civil tem uma
Norma Regulamentadora específica para o seu segmento?
Primeiramente saibamos que a atividade Construção se divide em duas atividades básicas:
• Construção de edificações: abrange as obras habitacionais, comerciais, industriais, de
serviços e outras.
• Construção pesada: agrupa grandes obras como construções de rodovias, ferrovias,
usinas, geração e transmissão de energia, saneamento, sistemas de comunicação,
infraestrutura e as chamadas obras de arte especiais (pontes, viadutos, túneis,
passarelas).
A indústria da construção civil é um setor de extrema representatividade na economia do
Brasil e tem grande influência na geração de emprego e renda, portanto o desempenho desta atividade
provoca reflexos diretos no crescimento do país.
No Brasil, a construção civil é responsável por uma significativa parcela do Produto Interno
Bruto (PIB) e por um representativo contingente de empregos, gerados direta ou indiretamente, no país.
• Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor do PIB
em 2019 foi de aproximadamente R$ 7,257 trilhões, sendo a indústria da construção
civil responsável por mais de 6% deste valor.
• De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de
janeiro a agosto de 2019, houve a criação de 593 mil empregos com carteira assinada.
A construção civil foi a indústria que mais contribuiu, com 96,5 mil empregos, 16%
das vagas totais.
Com esses dados já conseguimos compreender os motivos para se ter uma norma específica do
da indústria da construção civil, agora apresentaremos mais elementos para reforçar a necessidade da
nossa NR 18:
• A indústria da construção civil está no pódio dos acidentes de trabalho no país, sendo
primeiro em incapacidade permanente, o segundo em mortes (perde apenas para o
transporte terrestre) e o quinto em afastamentos com mais de 15 dias.
• O mais recente Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT) aponta que em
2017 ocorreram 549.405 acidentes de trabalho em todo o país.
• Na construção civil, foram 30.025, equivalente a 5,46% de todos os casos.
• O número de afastamentos do emprego por mais de 15 dias por conta das
atividades profissionais no Brasil foi de 142.782. No setor, o número chegou a
11.894 na construção – 8,3% do total.
Para trabalharmos da melhor forma no nosso componente, serão apresentados alguns termos
que constam no Anexo I da NR 1 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos:
1. Canteiro de obra: área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio
e execução à construção, demolição ou reforma de uma obra.
• Empregado: a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.
• Trabalhador: pessoa física inserida em uma relação de trabalho, inclusive de natureza
administrativa, como os empregados e outros sem vínculo de emprego.
• Empregador: a empresa individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
• Equiparam-se ao empregador as organizações, os profissionais liberais, as instituições
de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos,
que admitam trabalhadores como empregados.
• Organização: pessoa ou grupo de pessoas com suas próprias funções com responsabilidades,
autoridades e relações para alcançar seus objetivos.
• Inclui, mas não é limitado a empregador, a tomador de serviços, a empresa, a
empreendedor individual, produtor rural, companhia, corporação, firma, autoridade,
parceria, organização de caridade ou instituição, ou parte ou combinação desses, seja
incorporada ou não, pública ou privada.
• Estabelecimento: local privado ou público, edificado ou não, móvel ou imóvel, próprio ou de
terceiros, onde a empresa ou a organização exerce suas atividades em caráter temporário ou
permanente.
• Frente de trabalho: área de trabalho móvel e temporária
• Local de trabalho: área onde são executados os trabalhos.
• Obra: todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação,
manutenção ou reforma.
• Setor de serviço: a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo
estabelecimento.
• Local de trabalho: área onde são executados os trabalhos.
• Obra: todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação,
manutenção ou reforma.
• Setor de serviço: a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo
estabelecimento.

1. Reformulação da NR18/2020
A Norma Regulamentadora 18 foi publicada em sua primeira versão em 8 de junho de 1978,
sob o título “Obras de Construção, Demolição e Reparos”, desde então, o texto da NR-18 sofreu vinte e
quatro alterações pontuais e duas grandes reformulações, estas em 1995 e em 2020, que merecem
destaque.
 As três primeiras alterações pontuais ocorreram antes da primeira reforma da norma,
realizada em 1995.
 Essas alterações foram realizadas a partir de texto elaborado e publicado sem
realização de consulta pública ou de consulta tripartite, o que só veio a ocorrer a
partir de 1994.
Passados dez anos dessas primeiras alterações, com o avanço da tecnologia e das relações de
trabalho e em virtude de dados estatísticos alarmantes de acidentes de trabalho e adoecimento no
setor da construção, a então Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) iniciou, em 10 de
junho de 1994, um processo amplo de revisão da norma com a criação de um Grupo Técnico de
Trabalho, formado por representantes da Fundacentro e da extinta Secretária de Segurança e Saúde do
Trabalho do Ministério do Trabalho, com a missão de promover a reformulação da NR-18.
Sua última versão foi publicada no ano de 2020 sob o título Condições de Segurança e Saúde
no Trabalho na Indústria da Construção com início de vigência em 03 de janeiro de 2022 conforme
Portaria SEPRT 8.873, de 23/07/2021.
É muito importante observarmos a vigência da norma. Vejam que o TEXTO VIGENTE é a versão
2018, ou seja, toda obra iniciada antes da publicação do NOVO TEXTO 2020 estará submetida a alguns
itens da norma 2018, como por exemplo, execução do PCMAT, e terá um ano para se adequar a demais
itens, como por exemplo, áreas de vivência.

(colocar essa figura, que foi extraída do site do governo)


PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
• A ideia de modificar a NR 18 foi de otimizar seu texto, ficando a nova versão com cerca de 40%
do tamanho original. Passando de 847 itens para 363.
• A norma trouxe mais liberdade e responsabilidades para especialistas que atuam nas áreas de
segurança e saúde do trabalho, já que o novo texto define quais são as responsabilidades dos
engenheiros (profissionais legalmente habilitados) e dos técnicos (qualificados). Por exemplo, o
profissional qualificado em segurança do trabalho poderá elaborar o PGR em obras com no
máximo 10 trabalhadores e até 7 metros de altura. Para obras com configuração diferente,
continua sendo exclusividade de profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho.
• Outro destaque que o novo texto traz para a construção é a introdução do Programa de
Gerenciamento de Riscos (PGR), cuja estrutura é praticamente a mesma do PCMAT e do PPRA,
mas exige a aplicação da NR 01, em substituição ao Programa de Condições e Meio Ambiente
de Trabalho na Indústria de Construção (PCMAT). O PGR é obrigatório para qualquer tipo de
obra, com qualquer número de trabalhadores.
• Foi criado um anexo específico para capacitação profissional podendo ser aplicado por EAD e
haver aproveitamento de assuntos (NR 01).
• Criado dentro do anexo I, o quadro 1 com os quesitos de carga horária e periodicidade dos
treinamentos e capacitações. A carga horária varia de 4 a 120 horas e exige prática.
• Criada a figura do Trabalhador Observador para trabalhos a quente. 
• Definição de vários tipos de verificações diárias do sistema de suspensão do andaime
suspensos.
• A adoção de medidas deverá levar em conta a hierarquia da NR 01, a vestimenta de trabalho
será de acordo com a NR 24 e o levantamento manual de cargas deverá ser de acordo com a
NR 17. 
• Normatiza o uso de Gruas de pequeno porte e estabelece maior detalhamento, tal como
necessidade de elaboração de plano de carga na utilização dos diferentes tipos de
equipamentos de guindar.
• Torna mais abrangente o Termo Plataforma de Trabalho em Altura (PTA), que passará a ser
denominada Plataforma Elevatória Móvel de Trabalho (PEMT), com exigências alinhadas à
norma técnica nacional vigente – ABNT NBR 16776
• As bandejas deixarão de ser obrigatórias e só devem ser instaladas caso propostas por
profissionais legalmente habilitado. Caberá a este profissional a definição das medidas de
proteção contra queda de altura
• Proíbe o uso de containers marítimos, originalmente utilizados para transporte de cargas, para
utilização em área de vivência (alojamento, vestiário, escritório de obra, etc) podendo ser
utilizado apenas para depósito de materiais.
• Normaliza o uso de banheiro químico em frentes de trabalho.
De maneira geral, conforme o Ministério do Trabalho e Previdência declarou, o objetivo dessa
revisão de 2020 foi construir uma norma mais enxuta e que não especificasse “como fazer”, detalhando
o passo a passo, mas, sim, um texto que permitisse mais liberdade aos profissionais legalmente
habilitados e qualificados que atuam no segmento, porém, em contrapartida, atribuindo-lhes maiores
responsabilidades.
O texto aprovado visa dar mais liberdade aos profissionais gestores de Segurança e Saúde no
Trabalho (SST), que terão que se adequar aos novos processos construtivos, aos equipamentos mais
modernos e aos avanços tecnológicos, e visa contribuir decisivamente para a melhoria das condições de
segurança nos canteiros de obras. Além disso, buscou-se adequara NR-18 às situações previstas nas
normas técnicas nacionais vigentes.
Estima-se que pelo menos 2 milhões de trabalhadores formais e 400,5 mil empreendimentos do
setor devem ser diretamente beneficiados pelas mudanças introduzidas pelo novo texto.

2. A NR18/2020
A NR 18 tem por objetivo principal o estabelecimento de procedimentos que garantam a
segurança dos trabalhadores da indústria da construção, em todas as fases do processo construtivo.
Esses procedimentos se referem a diretrizes de ordem administrativa, planejamento e de organização, e
visam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas
condições e no meio ambiente de trabalho.
São atividades da indústria da construção:
1. Aquelas elencadas no Quadro I da NR4, Grupo F:

(colocar essa figura, que foi extraída da NR 4)


2. Além daquelas apresentadas no quadro da NR 4, também são consideradas atividades e
serviços da indústria da construção:
• Demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer
número de pavimentos ou tipo de construção, e também manutenção de obras de
urbanização e paisagismo.
COMUNICAÇÃO PRÉVIA
A NR 18 determina que, antes do início das atividades de uma obra, devem ser comunicadas à
Comunicação Prévia de Obras em sistema informatizado da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho - SIT,
antes do início das atividades, de acordo com a legislação vigente, as seguintes informações:
a) endereço correto da obra;
b) endereço correto e qualificação (CEI, CNPJ ou CPF) do contratante,
empregador ou condomínio;
c) tipo de obra;
d) datas previstas do início e conclusão da obra;
e) número máximo previsto de trabalhadores na obra.
O objetivo da comunicação prévia é subsidiar o planejamento das ações de fiscalização
relativas à indústria da construção. A não comunicação das informações citadas, antes do início da
obra, sujeita à empresa à autuação.

ETAPAS DA OBRA
O item 18.7 – Etapas da Obra é de suma importância e vai determinar quais são os
procedimentos adotados para proteger a integridade física e saúde do trabalhador ao decorrer de uma
obra. Essa organização da norma facilita o planejamento e aplicação de diretrizes a serem seguidas no
que se refere a segurança do trabalho.
O primeiro subitem refere-se a DEMOLIÇÕES e o principal ponto é sobre a elaboração e
implementação de um Plano de Demolição, sob responsabilidade de profissional lealmente habilitado,
contemplando os riscos ocupacionais potencialmente existentes em todas as etapas da demolição e as
medidas de prevenção a serem adotadas para preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores.
Partimos então para a etapa de ESCAVAÇÕES, FUNDAÇÕES E DESMONTE DE ROCHAS, onde
devemos destacar os subitens que tratam sobre os locais onde são realizadas as atividades de
escavação, fundação e desmonte de rochas, enfatizando que quando houver riscos, devem ter
sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira de isolamento em todo o seu perímetro, de
modo a impedir a entrada de veículos e pessoas não autorizadas. Outro ponto de suma importância é
que toda escavação com profundidade superior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros)
somente pode ser iniciada com a liberação e autorização do profissional legalmente habilitado,
atendendo o disposto nas normas técnicas nacionais vigentes, bem como devem ser protegidas com
taludes ou escoramentos definidos em projeto elaborado por profissional legalmente habilitado e
devem dispor de escadas ou rampas colocadas próximas aos postos de trabalho, a fim de permitir, em
caso de emergência, a saída rápida dos trabalhadores. Já para escavações com profundidade igual ou
inferior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros), deve-se avaliar no local a existência de riscos
ocupacionais e, se necessário, adotar as medidas de prevenção. Para evitar danos há propriedades as
escavações do canteiro de obras próximas de edificações devem ser monitoradas e o resultado
documentado. Devemos nos atentar quando existir, na proximidade da escavação, cabos elétricos,
tubulações de água, esgoto, gás e outros, devem ser tomadas medidas preventivas de modo a eliminar o
risco de acidentes durante a execução da escavação.
O item 18.7.3 trata de CARPINTARIA E ARMAÇÃO uma etapa fundamental em qualquer obra, e
que acompanha a construção por períodos extensos. As áreas de trabalho dos serviços de carpintaria e
onde são realizadas as atividades de corte, dobragem e armação de vergalhões de aço devem:
a) ter piso resistente, nivelado e antiderrapante;
b) possuir cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra intempéries e queda de
materiais;
c) possuir lâmpadas para iluminação protegidas contra impactos provenientes da
projeção de partículas;
d) ter coletados e removidos, diariamente, os resíduos das atividades.
Necessitamos ter atenção em alguns subitens dessa etapa, são eles:
• 18.7.3.2 A área de movimentação de vergalhões de aço deve ser isolada para evitar a
circulação de pessoas não envolvidas na atividade.
• 18.7.3.3 Os feixes de vergalhões de aço que forem deslocados por equipamentos de
guindar devem ser amarrados de modo a evitar escorregamento.
• 18.7.3.4 As armações de pilares, vigas e outras estruturas devem ser apoiadas e
escoradas para evitar tombamento e desmoronamento.
• 18.7.3.5 É obrigatória a colocação de pranchas de material resistente firmemente
apoiadas sobre as armações, para a circulação de trabalhadores.
• 18.7.3.6 As extremidades de vergalhões que ofereçam risco para os trabalhadores
devem ser protegidas.
Seguindo o andamento da obra, chegamos no subitem ESTRUTURAS DE CONCRETO, que são as
vigas, fundações, lajes e pilares, entre outros. Para execução dessas estruturas, são utilizadas
montagens provisórias chamadas formas (de vários tipos e materiais, por exemplo, madeira, metal ou
mistas) que receberão o concreto e as armações de aço. O projeto das fôrmas e dos escoramentos,
indicando a sequência de retirada das escoras, deve ser elaborado por profissional legalmente
habilitado. Na montagem das fôrmas e na desforma, são obrigatórios o isolamento e a sinalização da
área no entorno da atividade, além de serem previstas as medidas de prevenção de forma a impedir a
queda livre das peças. Um subitem importantíssimo fala que a operação de concretagem deve ser
supervisionada por trabalhador capacitado, devendo ser observadas as seguintes medidas:
a) inspecionar os equipamentos e os sistemas de alimentação de energia antes e durante
a execução dos serviços;
b) inspecionar as peças e máquinas do sistema transportador de concreto antes e
durante a execução dos serviços;
c) inspecionar o escoramento e a resistência das fôrmas antes e durante a execução dos
serviços;
d) isolar e sinalizar o local onde se executa a concretagem, sendo permitido o acesso
somente à equipe responsável;
e) dotar as caçambas transportadoras de concreto de dispositivos de segurança que
impeçam o seu descarregamento acidental.
No Brasil não é muito como o uso de ESTRUTURAS METÁLICAS como método construtivo, porém
essas estruturas são amplamente usadas, por exemplo, em telhados, sendo assim temos um destaque
na NR 18 para as mesmas. Precisamos destacar alguns subitens:
• 18.7.5.1 Toda montagem, manutenção e desmontagem de estrutura metálica deve
estar sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado.
• 18.7.5.2 Na montagem de estruturas metálicas, o SPIQ e os meios de acessos dos
trabalhadores à estrutura devem estar previstos no PGR da obra.
• 18.7.5.3 Nas operações de montagem, desmontagem e manutenção das estruturas
metálicas, o trabalhador deve ter recipiente e/ou suporte adequado para depositar
materiais e/ou ferramentas.
Uma atividade executada nos canteiros de obra e frentes de trabalho, que concentra vários
riscos são os TRABALHOS A QUENTE, que para fins desta NR, são as atividades de soldagem, goivagem,
esmerilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição, tais como aquecimento, centelha
ou chama. Devido ao fato anteriormente mencionado, deve ser elaborada análise de risco específica
para trabalhos a quente quando: houver materiais combustíveis ou inflamáveis no entorno ou for
realizado em área sem prévio isolamento e não destinada para este fim. Um aspecto significativo no que
se refere a trabalhos a quente é que, quando definido na análise de risco, deve haver um trabalhador
observador para exercer a vigilância da atividade de trabalho a quente até a conclusão do serviço. Este
trabalhador observador deve ser capacitado em prevenção e combate a incêndio. Nos locais onde se
realizam trabalhos a quente, deve ser efetuada inspeção preliminar, de modo a assegurar que o local de
trabalho e áreas adjacentes: estejam limpos, secos e isentos de agentes combustíveis, inflamáveis,
tóxicos e contaminantes e sejam liberados após constatação da ausência de atividades incompatíveis
com o trabalho a quente.
A norma é taxativa quando se refere as medidas de prevenção contra incêndio que devem ser
tomadas nos locais onde se realizam trabalhos a quente:
a) eliminar ou manter sob controle possíveis riscos de incêndios;
b) instalar proteção contra o fogo, respingos, calor, fagulhas ou borras, de modo a evitar
o contato com materiais combustíveis ou inflamáveis, bem como evitar a interferência
em atividades paralelas ou na circulação de pessoas;
c) manter sistema de combate a incêndio desobstruído e próximo à área de trabalho;
d) inspecionar, ao término do trabalho, o local e as áreas adjacentes, a fim de evitar
princípios de incêndio.
Os serviços de IMPERMEABILIZAÇÃO também estão constantes nas etapas da obra, poderiam
estar incorporados no subitem de Trabalhos a Quente, porém, encontramos esses serviços com seu
próprio subitem. Os serviços de aquecimento, transporte e aplicação de impermeabilizante em
edificações devem atender às normas técnicas nacionais vigentes. A armazenagem dos produtos
utilizados nas operações de impermeabilização, inclusive os cilindros de gás, deve ser realizada em local
isolado, sinalizado, ventilado, protegido contra risco de incêndio e distinto do local de instalação dos
equipamentos de aquecimento.
Passamos então para a etapa de TELHADOS E COBERTURAS, concluindo o item de Etapas da
Obra. No serviço em telhados e coberturas que excedam 2 m (dois metros) de altura com risco de queda
de pessoas, aplica-se o disposto na NR-35. O acesso ao SPIQ (Sistema de Proteção Individual Contra
Quedas) instalado sobre telhados e coberturas deve ser projetado de forma que não ofereça risco de
quedas. É proibida a realização de trabalho ou atividades em telhados ou coberturas:
• sobre superfícies instáveis ou que não possuam resistência estrutural;
• sobre superfícies escorregadias;
• sob chuva, ventos fortes ou condições climáticas adversas;
• sobre fornos ou qualquer outro equipamento do qual haja emanação de gases
provenientes de processos industriais, devendo o equipamento ser previamente
desligado ou serem adotadas medidas de prevenção no caso da impossibilidade do
desligamento;
• com a concentração de cargas em um mesmo ponto sobre telhado ou cobertura,
exceto se autorizada por profissional legalmente habilitado.

SOLUÇÕES ALTERNATIVAS ÀS MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA:


A nova norma realoca a disposição desse item, anteriormente abordado em Disposições Gerais,
valorizando a adoção de técnicas de trabalho e o uso de equipamentos, tecnologias e outros dispositivos
que propiciem avanço tecnológico em segurança, higiene e saúde dos trabalhadores nos processos
construtivos.

3. Áreas de vivência
As áreas de vivência são áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de
alimentação, higiene, descanso, lazer, convivência e ambulatória, devendo ficar fisicamente separadas
das áreas laborais.
As áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer, aos trabalhadores, condições
mínimas de segurança, de conforto e de privacidade e devem ser mantidas em perfeito estado de
conservação, higiene e limpeza, contemplando as seguintes instalações:
• instalação sanitária;
• vestiário;
• local para refeição;
• alojamento, quando houver trabalhador alojado.
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
As instalações sanitárias devem ser compostas por quatro itens básicos: Lavatório; Bacia
sanitária sifonada, dotada de assento com tampo; Mictório; Chuveiro com água quente.
Dimensionamento: A quantidade de lavatórios, vasos sanitários, mictórios e chuveiros
dependerá da quantidade de trabalhadores do canteiro de obras ou frente de trabalho. A NR 18
determina a seguinte regra para o dimensionamento das instalações sanitárias:
• LAVATÓRIO
• VASO SANITÁRIO • Um conjunto a cada VINTE
• MICTÓRIO trabalhadores ou fração

• CHUVEIRO • Uma unidade a cada DEZ


(Com água quente) trabalhadores ou fração

DESLOCAMENTO MÁXIMO A PARTIR DO 150 metros


POSTO DE TRABALHO
(fazer uma arte com essas informações)
VESTIÁRIOS
Todo canteiro de obra deve possuir vestiário para troca de roupa dos trabalhadores que não
residem no local. A localização do vestiário deve ser próxima aos alojamentos e/ou à entrada da obra,
sem ligação direta com o local destinado às refeições.
LOCAL PARA REFEIÇÃO
O Local para refeição dos trabalhadores, observadas as condições mínimas de conforto e higiene, e
com a devida proteção contra as intempéries.
FORNECIMENTO DE ÁGUA NOS CANTEIROS
É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores por meio de
bebedouros de jato inclinado ou equipamento similar que garanta as mesmas condições, na proporção
de um para cada grupo de 25 trabalhadores ou fração. Na impossibilidade de instalação de bebedouro
dentro desses limites, as empresas devem garantir, nos postos de trabalho, suprimento de água potável,
filtrada e fresca fornecida em recipientes portáteis hermeticamente fechados, confeccionados em
material apropriado, sendo proibido o uso de copos coletivos.
O fornecimento de água potável deve ser garantido de forma que, do posto de trabalho ao
bebedouro ou ao dispositivo equivalente, não haja deslocamento superior a 100 m (cem metros) no
plano horizontal e 15 m (quinze metros) no plano vertical.
Pontos importantes modificados na nova versão da norma abrangem os seguintes subitens:
• 18.5.7 Nas frentes de trabalho, devem ser disponibilizados:
a) instalação sanitária, composta de bacia sanitária sifonada, dotada de assento
com tampo, e lavatório para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou
fração, podendo ser utilizado banheiro com tratamento químico dotado de
mecanismo de descarga ou de isolamento dos dejetos, com respiro e
ventilação, de material para lavagem e enxugo das mãos, sendo proibido o
uso de toalhas coletivas, e garantida a higienização diária dos módulos;
b) local para refeição dos trabalhadores, observadas as condições mínimas de
conforto e higiene, e com a devida proteção contra as intempéries.
• 18.5.7.1 O atendimento ao disposto neste item poderá ocorrer mediante convênio
formal com estabelecimentos nas proximidades do local de trabalho, desde que
preservadas a segurança, higiene e conforto, e garantido o transporte de todos os
trabalhadores até o referido local, quando o caso exigir.

3. Gerenciamento de riscos na construção civil


1. NR18 e PGR
Já falamos anteriormente que a partir das modificações da NR 18, foi estabelecido que as
construtoras deverão elaborar e implementar um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), no
lugar do PCMAT e PPRA, de forma que cada obra possua o seu PGR.
Ainda na NR 18 encontramos diretrizes acerca do PGR, como a obrigatoriedade de sua elaboração e
implementação nos canteiros de obras, contemplando os riscos ocupacionais e suas respectivas medidas
de prevenção. Fica definido que o PGR deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado em
segurança do trabalho (Engenheiro de Segurança do Trabalho) e implementado sob responsabilidade
da organização. Se for o caso, em canteiros de obras com até 7 m (sete metros) de altura e com, no
máximo, 10 (dez) trabalhadores, o PGR pode ser elaborado por profissional qualificado em segurança
do trabalho, ou seja, um Técnico em Segurança do Trabalho e implementado sob responsabilidade da
organização.
Para compreendermos melhor o Programa de Gerenciamento de Riscos, vamos apresentar alguns
termos e definições Do Anexo I da NR 1:
• Prevenção: o conjunto das disposições ou medidas tomadas ou previstas em todas as
fases da atividade da organização, visando evitar, eliminar, minimizar ou controlar os
riscos ocupacionais.
• Risco ocupacional: Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo
à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da
atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde.
• Perigo ou fator de risco ocupacional/ Perigo ou fonte de risco ocupacional:
Fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que
isoladamente ou em combinação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem
a lesões ou agravos à saúde.
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS DA NR 1
O PGR pode ser atendido por sistemas de gestão, desde que estes cumpram as exigências
previstas nesta NR e em dispositivos legais de segurança e saúde no trabalho. Quando trata de sistemas
de gestão, o GRO se refere a sistemas como as normas ISSO (em se tratando de saúde e segurança no
trabalho (SST), especificamente temos a ISO 45001), sendo assim, empresas certificadas em ISO 45001
já atendem todas as exigências previstas no GRO.
Mas afinal, o que preconiza o PGR? Primeiramente ele fala que a organização deve:
a) evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no trabalho;
b) identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
c) avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco;
d) classificar os riscos ocupacionais para determinar a necessidade de adoção de
medidas de prevenção;
e) implementar medidas de prevenção, de acordo com a classificação de risco e na
ordem de prioridade estabelecida na alínea "g" do subitem 1.4.1; e
f) acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.
Antes negligenciado pelos antigos programas, quando muito sendo avaliado em poucos postos
de trabalho ou setores de serviço, o risco ergonômico é diretamente citado no item 1.5.3.2.1, onde diz
que a organização deve considerar as condições de trabalho, nos termos da NR-17 Ergonomia.
É fundamental que as conclusões no inventário de riscos não sejam conhecidas somente pela
gestão da organização e pela área de SST, mas que seja de conhecimento dos funcionários, então, a
organização deve criar mecanismos para ouvir os trabalhadores. Um desses mecanismos pode ser a
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), mas não precisa se restringir a isso. Sendo assim, a
organização deve ouvir e retornar, ou seja, através de algum mecanismo de comunicação interna, dizer
aos trabalhadores os riscos e as medidas de prevenção.
Uma das grandes diferenças entre o PGR e os antigos programas, como o PPRA e o PCMAT, é o
conceito de “Melhoria Contínua”. O item 1.5.3.4 fala que a organização deve adotar as medidas
necessárias para melhorar o desempenho em SST. E isso nos leva ao ciclo PDCA: Plan (planejar), Do
(executar, fazer ou implementar), Check (verificar, monitorar ou avaliar) e Act (agir, ou corrigir). Nesse
item podemos ver mais uma vez como o GRO é influenciado por elementos que encontramos nas
normas ISO, em especial a 45001 e a 31000. Embora não use essa terminologia de forma explícita, o
GRO vai trazer em toda sua metodologia elementos do PDCA.
Assim como o antigo PPRA da NR 9, o PGR tem algumas etapas, vamos a elas:
• PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS : O
processo de identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais deve considerar o
disposto nas Normas Regulamentadoras e demais exigências legais de segurança e saúde no
trabalho (não estabelece os critérios para identificar os perigos e avaliar os riscos. Tais critérios
estarão presentes em outras normas regulamentadoras).
• LEVANTAMENTO PRELIMINAR DOS PERIGOS: O levantamento preliminar de perigos deve ser
realizado:
a) antes do início do funcionamento do estabelecimento ou novas instalações;
b) para as atividades existentes; e
c) nas mudanças e introdução de novos processos ou atividades de trabalho
Quando na fase de levantamento preliminar de perigos o risco não puder ser evitado, a
organização deve implementar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos
ocupacionais. A critério da organização, a etapa de levantamento preliminar de perigos pode
estar contemplada na etapa de identificação de perigos.
• IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS: Na etapa de identificação dos perigos, não pode faltar, além da
descrição do perigo, também as possíveis lesões ou agravos à saúde, as fontes ou
circunstâncias geradoras do perigo e a citação nominal do grupo de trabalhadores sujeitos aos
riscos. É importante abordar os perigos externos previsíveis relacionados ao trabalho que
possam afetar a saúde e segurança no trabalho. A etapa de identificação de perigos deve
incluir:
a) descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
b) identificação das fontes ou circunstâncias; e
c) indicação do grupo de trabalhadores sujeitos aos riscos.
• AVALIAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS: A organização deve avaliar os riscos ocupacionais
relativos aos perigos identificados em seu(s) estabelecimento(s), de forma a manter
informações para adoção de medidas de prevenção. Para cada risco deve ser indicado o nível
de risco ocupacional, determinado pela combinação da severidade das possíveis lesões ou
agravo à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência, essa gradação da
severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta a magnitude da consequência e
o número de trabalhadores possivelmente afetados. A organização deve selecionar as
ferramentas e técnicas de avaliação de riscos que sejam adequadas ao risco ou circunstância
em avaliação. É de livre escolha da organização as ferramentas e técnicas a serem usadas para
realizar a avaliação de riscos (por exemplo: FMEA (Failure Mode and Effective Analysis), Análise
Preliminar de Riscos (APR), What If, os 5 porquês, Árvore de Causas, Check List, etc).
A avaliação de riscos deve constituir um processo contínuo e ser revista a cada dois anos ou quando
da ocorrência das seguintes situações:
a) após implementação das medidas de prevenção, para avaliação de riscos residuais;
b) após inovações e modificações nas tecnologias, ambientes, processos, condições,
procedimentos e organização do trabalho que impliquem em novos riscos ou modifiquem
os riscos existentes;
c) quando identificadas inadequações, insuficiências ou ineficácias das medidas de
prevenção;
d) na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho;
e) quando houver mudança nos requisitos legais aplicáveis.
No caso de organizações que possuírem certificações em sistema de gestão de SST, o prazo poderá
ser de até três anos.
• CONTROLE DOS RISCOS:
• Medidas de prevenção: A organização deve adotar medidas de prevenção para
eliminar, reduzir ou controlar os riscos sempre que:
a) exigências previstas em Normas Regulamentadoras e nos dispositivos legais
determinarem;
b) a classificação dos riscos ocupacionais assim determinar, conforme subitem
1.5.4.4.5;
c) houver evidências de associação, por meio do controle médico da saúde,
entre as lesões e os agravos à saúde dos trabalhadores com os riscos e as
situações de trabalho identificados.
• Quando comprovada pela organização a inviabilidade técnica da adoção de medidas
de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em
fase de estudo, planejamento ou implantação ou, ainda, em caráter complementar
ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se a seguinte
hierarquia:
a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

(fazer uma arte semelhante a essa figura)


Precisamos aprofundar nossos conhecimentos acerca da Hierarquia das Medidas de Controle e
Prevenção. Quando o prevencionista precisa agir sobre um risco, primeiro devemos buscar eliminar o
risco "na raiz". Por exemplo, se uma máquina gera ruído elevado, é possível substituí-la por outra
melhor? Se não, é possível isolá-la? Esses são exemplos de tentativas de eliminar o risco na fonte. Se
nada disso for possível, então será possível implementar algum projeto acústico que evite que o ruído se
espalhe ou seja direcionado para outro local sem trabalhadores? Esse seria um exemplo de
equipamento de proteção coletiva (EPC) (TRAJETÓRIA). Se não for possível, podemos fazer um rodízio
nos trabalhadores que atuam naquela área de forma a diminuir o tempo de exposição ao ruído? Isso é
uma medida administrativa. Só depois de tentarmos todas essas alternativas é que devemos buscar o
equipamento de proteção individual (EPI).
Outra questão relevante é que não basta implantar as medidas de prevenção. É necessário
informar aos trabalhadores. O treinamento é o procedimento mais indicado. Nos treinamentos
presenciais ministrados nas dependências das organizações, os instrutores poderão ensinar aos
trabalhadores como é o procedimento de segurança correto para cada uma das funções pertinentes, e
como as medidas de prevenção devem ser corretamente usadas.
• Planos de Ação: De posse da priorização dos riscos, chegou a hora de fazer os planos
de ação. Para cada risco é necessário informar se as medidas de prevenção serão
introduzidas, aprimoradas e mantidas. Para cada medida deve ser informado o
cronograma e também como será feito o monitoramento para ver se elas estão
trazendo os benefícios esperados.
• Implementação e Acompanhamento das Medidas de Prevenção: Não basta escrever
no papel que implantou as medidas, deve-se registrar. Fotos de antes e depois,
registros de treinamentos e projetos são exemplos de registros que podem ser
gerados. Não basta somente registrar, é necessário acompanhar para ver se os
resultados esperados estão ocorrendo. Deve-se monitorar a execução dos planos de
ação, inspecionar os locais ou equipamentos e monitorar as condições ambientais, se
aplicável. Após fazer esse acompanhamento, caso seja percebido que não trazem o
resultado esperado, as medidas devem ser revistas.
• Acompanhamento da Saúde Ocupacional dos Trabalhadores: A organização deve
desenvolver ações em saúde ocupacional dos trabalhadores integradas às demais
medidas de prevenção em SST, de acordo com os riscos gerados pelo trabalho. O
controle da saúde dos empregados deve ser um processo preventivo planejado,
sistemático e continuado, de acordo com a classificação de riscos ocupacionais e nos
termos da NR 7.
• Análise de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho: A organização deve
analisar os acidentes e as doenças relacionadas ao trabalho. As análises de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho devem ser documentadas e:
a) considerar as situações geradoras dos eventos, levando em conta as
atividades efetivamente desenvolvidas, ambiente de trabalho, materiais e
organização da produção e do trabalho;
b) identificar os fatores relacionados com o evento; e
c) fornecer evidências para subsidiar e revisar as medidas de prevenção
existentes.
• PREPARAÇÃO PARA EMERGÊNCIAS:
A organização deve estar preparada para emergências tanto de caráter individual quanto de
grande magnitude, devendo estabelecer, implementar e manter procedimentos de respostas aos
cenários de emergências, de acordo com os riscos, as características e as circunstâncias das atividades.
Os procedimentos de respostas aos cenários de emergências devem prever:
a) os meios e recursos necessários para os primeiros socorros, encaminhamento
de acidentados e abandono; e
b) as medidas necessárias para os cenários de emergências de grande
magnitude, quando aplicável.

• DOCUMENTAÇÃO:
O PGR deve conter, no mínimo, os seguintes documentos:
• INVENTÁRIO DE RISCOS: local onde o elaborador do PGR listará todos os riscos e
perigos presentes no ambiente de trabalho.
• PLANO DE AÇÃO: local onde o elaborador listará as medidas de controle para
minimizar, controlar, eliminar os riscos que existem no ambiente de trabalho que
foram identificados no Inventário de Riscos
A organização deve manter o PGR a disposição dos empregados e também dos Auditores Fiscais
do Trabalho.
Vamos detalhar o Inventário de riscos ocupacionais: Inventário de riscos é o levantamento
metódico de todos os perigos e riscos de um ambiente de trabalho. Para melhor eficácia, recomenda-se que
seja feito por setor, unidade ou área industrial. Recomenda-se também que não seja feito por apenas um
único profissional, mas por equipe multidisciplinar.
Deve contemplar, no mínimo, as seguintes informações:
a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho;
b) caracterização das atividades;
c) descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde dos
trabalhadores, com a identificação das fontes ou circunstâncias, descrição de
riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos grupos de trabalhadores
sujeitos a esses riscos, e descrição de medidas de prevenção implementadas;
d) dados da análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes
físicos, químicos e biológicos e os resultados da avaliação de ergonomia nos
termos da NR-17.
e) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do plano
de ação; e
f) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão.
O PGR, além de contemplar as exigências previstas na NR-01, deve conter os seguintes
documentos:
a) projeto da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente de trabalho, em
conformidade com o item 18.5 desta NR, elaborado por profissional legalmente
habilitado;
b) projeto elétrico das instalações temporárias, elaborado por profissional legalmente
habilitado;
c) projetos dos sistemas de proteção coletiva elaborados por profissional legalmente
habilitado;
d) projetos dos Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas (SPIQ), quando aplicável,
elaborados por profissional legalmente habilitado;
e) relação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e suas respectivas
especificações técnicas, de acordo com os riscos ocupacionais existentes.

2. PCMSO nas atividades de construção civil (NR18)


PCMSO é um programa de atenção à saúde do trabalhador, possui caráter prevencionista e
tem com objetivo principal a promoção e preservação da saúde dos empregados e deve ser elaborado
em função dos riscos aos quais eles estarão submetidos durante sua atividade laboral.
No caso de empresas da construção civil, basta que a construtora tenha um único PCMSO que
inclua todas as atividades e todos os riscos existentes em todas as obras executadas pela empresa,
incluindo, claro, o setor administrativo. Dessa forma, não é necessário elaborar um PCMSO para cada
obra mas é importante que em cada uma delas haja uma cópia do programa, à disposição da
fiscalização.
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos seguintes exames
médicos: Admissional, periódico, mudança de função, retorno ao trabalho e demissional. É obrigatória a
realização da avaliação clínica em cada um desses exames, a qual deve incluir anamnese ocupacional,
exame físico e mental.
Para cada exame médico realizado (admissional, periódico, mudança de função, retorno ao
trabalho, demissional), o médico deverá emitir um Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). O ASO é um
documento administrativo e deve ser emitido em duas vias, sendo que a primeira via deve ficar
arquivada no local de trabalho do trabalhador (incluindo frente de trabalho ou canteiro de obras) e à
disposição da fiscalização do trabalho. A segunda via deve ser entregue ao trabalhador, mediante recibo
na primeira via. O atestado deve ser assinado pelo médico que realizou os exames.
Exemplos de riscos ocupacionais presentes no canteiro de obras que devem constar no PCMSO:
– Agentes Químicos: poeiras, produtos de alvenaria, tintas, solventes,
impermeabilizantes, etc.
– Ações: monitorar a exposição, monitorar função hepática e renal, para
aerodispersóides deve ser feito RX do tórax e espirometria, dermatoses
ocupacionais, silicose.
– Agentes Físicos: ruídos, vibração, radiação não-ionizante (luz do sol, solda a arco).
– Ações: Ruídos: audiometria; Vibrações: efeitos cardiovasculares,
osteomusculares, na audição; Radiações não ionizantes: avaliação de olhos,
pele; Atenção ao calor, frio e umidade em excesso.
– Agentes Biológicos: escavações, obras de saneamento (tétano, ascaridíase,
leptospirose, leishmaniose, hepatite)
– Ações: vacinação
– Riscos Ergonômicos: posturas, esforço físico intenso, repetitividade, trabalhos em
turno e noturno, organização do trabalho (tarefas, produtividade).
– Ações: acompanhar desenvolvimento e evolução de prováveis LERs e DORTs,
acompanhamento psicológico em casos de Burnout e depressão.

1. Serviços de prevenção de acidentes


1. SESMT (NR4)
A NR 4 regulamenta as regras de constituição dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, chamados SESMT, cujo objetivo é promover a saúde e proteger
a integridade dos trabalhadores nos locais de trabalho. Como o próprio nome diz, esse é um serviço
especializado, o que significa que seus membros devem ser especialistas, ou seja, qualificados para
atuarem em atividades relacionadas à segurança e saúde do trabalho.
O item 4.1 estabelece que as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da
administração direta e indireta e dos Poderes Legislativo e Judiciário, que tenham em seus quadros
empregados celetistas, estarão obrigados a constituir o SESMT, de acordo com os critérios constantes
no Quadro II.
A obrigatoriedade de constituição do SESMT dependerá do enquadramento da empresa nos
critérios dispostos no item 4.2, conforme apresentado a seguir:
• O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao
número total de empregados do estabelecimento, [...], observadas as exceções
previstas nesta NR.
• Então, nem todas as empresas e órgãos públicos que mantenham em seus quadros
empregados celetistas estarão obrigados a constituir o SESMT. Essa obrigatoriedade
somente se concretizará caso a quantidade total de empregados do estabelecimento
e o grau de risco da respectiva atividade econômica principal se enquadrarem nos
critérios apresentados nos Quadros I e II.
As regras de dimensionamento de SESMT não alcançam algumas situações que comumente
ocorrem na prática, por exemplo, como dimensionar o SESMT se alguns estabelecimentos da empresa
se enquadrarem nos critérios do Quadro II e outros, não? É possível que alguns empregados não sejam
alcançados pelos serviços do SESMT? E no caso de existirem contratada: prestando serviço na empresa?
Os empregados dessas contratadas também serão abrangidos pelo SESMT da contratante? Tais
situações são bem comuns na construção civil.
Para tentar solucionar algumas dessas situações, a própria norma prevê a criação dos seguintes
tipos de SESMT:
1. SESMT Centralizado: atende a empregados de uma mesma empresa, porém de
estabelecimentos diferentes.
2. SESMT Comum: atende a empregados de diversas empresas.
3. SESMT Sazonal: atende a empregados de empresas cujos empregados exercem
atividades em regime sazonal.
É frequente encontrarmos esses tipos de SESMT em empresas do segmento, porem a norma
tem um item que trata especificamente de SESMT em canteiros de obras, item 4.2.1 subitens:
• Canteiros de obras e frentes de trabalho com menos de 1.000 empregados devem
observar o disposto no item 4.2.1 para constituição do SESMT.
• Não se deve entender o SESMT descrito nesse item como de tipo centralizado, uma
vez que a quantidade de técnicos de segurança do trabalho e técnicos de
enfermagem do trabalho deve ser dimensionada por canteiro de obra ou frente de
trabalho, e não de forma centralizada
Sendo assim, os canteiros de obra e frentes de trabalho devem estar situados no mesmo Estado
ou DF. A regra de dimensionamento sera a seguinte:
• Para fins de dimensionamento do SESMT, os canteiros de obra e frentes de trabalho
com menos de 1.000 empregados não são considerados estabelecimentos, mas sim
integrantes da empresa de engenharia principal que será responsável por organizar o
SESMT que nesse caso poderá ser centralizado. No entanto, essa centralização
abrange somente o médico do trabalho, engenheiro de segurança e enfermeiro do
trabalho (profissionais de nível superior).
• No caso dos demais profissionais, ou seja, o técnico de segurança e o auxiliar ou
técnico em enfermagem, o dimensionamento deve seguir as regras do Quadro II e
será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho.
• Agora, caso os canteiros de obras ou frentes de trabalho tenham 1.000 ou mais
empregados, eles deverão ser considerados como estabelecimentos independentes
e deverão constituir o SESMT individualmente.
Precisamos falar das atribuições dos membros do SESMT, que são muitas. Uma das atribuições
dos membros do SESMT é aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do
trabalho ao ambiente de trabalho, incluindo as máquinas e os equipamentos nele presentes, de modo
a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador. Quando esgotados todos os meios
conhecidos para a eliminação do risco no ambiente de trabalho e esse persistir, mesmo reduzido, os
membros do SESMT devem recomendar ao empregador o Equipamento de Proteção Individual (EPI) a
ser usado pelos empregados, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a
intensidade ou a característica do agente assim o exijam.
Os membros desse serviço também são responsáveis tecnicamente pela orientação quanto ao
cumprimento das normas regulamentadoras, aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou
seus estabelecimentos. A norma também determina que o SESMT deve manter permanente
relacionamento com a CIPA. Isso significa que não existe nenhuma relação de hierarquia entre esses
órgãos, o relacionamento entre eles é de colaboração.
O SESMT também é responsável pela análise e registro de todos os acidentes que ocorrerem
na empresa. As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são essencialmente prevencionistas,
não sendo vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Tais atividades não têm,
em momento algum, caráter assistencialista. A norma ressalta que também é responsabilidade do
SESMT a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que
visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer
outro tipo de acidente.

2. CIPA (NR5)
A CIPA é uma comissão que tem por objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes
do trabalho. Ela é composta por empregados que se dividem em dois grupos: representantes do
empregador e representantes dos próprios empregados, em quantidade paritária, ou seja, a
quantidade de membros da representação dos empregados e a do empregador é a mesma.
Os representantes dos empregados são por eles eleitos, e os representantes do empregador
são por ele indicados. A eleição dos representantes dos empregados é feita por meio de voto secreto;
devem participar apenas os empregados interessados, independentemente de filiação sindical, ou seja,
participam da eleição apenas os empregados que assim o desejarem.
Não é exigido que os membros da CIPA tenham qualquer qualificação na área de Segurança e
Medicina do Trabalho, ao contrário do que é requisitado para os membros do SESMT. Os membros da
comissão devem receber treinamento com conteúdo programático específico
A CIPA deve ser constituída por estabelecimento. A obrigatoriedade de constituição dessa
comissão depende da quantidade de empregados no estabelecimento e também do enquadramento da
atividade econômica da empresa em determinado grupo, de acordo com os Quadros I, II e III da NR 5.
Temos aqui a primeira diferença entre CIPA e SESMT no que se refere ao critério de
dimensionamento: no caso do SESMT, um dos parâmetros utilizados é o grau de risco do
estabelecimento; no caso da CIPA deve ser considerado o enquadramento da atividade econômica da
empresa (e não o grau de risco).
Critérios de constituição do SESMT Critérios de constituição da CIPA

Quantidade de empregados do estabelecimento Quantidade de empregados do estabelecimento

Grau de risco da atividade principal Enquadramento da atividade econômica da empresa em um dos grupos da CNAE

(fazer uma arte semelhante a esse quadro)


Estabelecimentos que possuam 19 ou menos empregados, independentemente do
enquadramento da atividade econômica, estarão desobrigados de constituir essa comissão. Quando o
canteiro de obras não se enquadrar no dimensionamento previsto no Quadro I da NR 5, a organização
responsável pela obra deverá nomear entre seus empregados do local, no mínimo, um representante
para cumprir os objetivos da NR 5. A organização responsável pela obra está dispensada de constituir
CIPA por frente de trabalho.
Uma das principais atribuições da CIPA é identificar os riscos do processo de trabalho.
Existe uma grande diferença entre a atividade de identificação e quantificação dos riscos. A realização
de avaliações quantitativas (quantificação) dos diversos agentes nocivos presentes no ambiente ou no
processo de trabalho não é atribuição da CIPA, mas tão somente sua identificação.
A CIPA também deve elaborar o mapa de riscos. Essas atividades devem ser realizadas com a
participação do maior número de trabalhadores e contar com a assessoria do SESMT, onde houver.
Os membros da comissão também devem elaborar plano de trabalho que possibilite ação
preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho. Esse plano de trabalho é um
cronograma com ações a serem executadas e metas a serem alcançadas durante a gestão vigente.
O item 5.17 determina que o empregador deve proporcionar aos membros da CIPA os meios
necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das
tarefas constantes do plano de trabalho.
A CIPA deve realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho com
o objetivo de identificar riscos que possam causar acidentes ou lesões de qualquer tipo ou severidade
aos empregados, por exemplo, piso escorregadio, máquinas desprotegidas, realização de trabalho em
altura sem a devida proteção coletiva e/ou individual.
A CIPA também deverá requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação
de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos
trabalhadores. Outra importante atribuição dos componentes da CIPA é a participação, com o SESMT,
onde houver ou com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e a
proposição de medidas de solução dos problemas identificados.
Para cada membro eleito como representante dos empregados, deverá haver um
representante do empregador, por ele indicado, de forma a sempre manter a paridade entre as duas
representações.
No caso dos membros eleitos, as vagas serão ocupadas considerando a ordem decrescente dos
votos recebidos, conforme o quantitativo indicado no Quadro I. Em caso de empate, assumirá aquele
que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. Já os
membros designados pelo empregador, na mesma proporção dos eleitos, podem ser reiteradamente
indicados para participar da comissão a cada nova gestão.
A nova redação da norma, que entrará em vigor em janeiro de 2022 fala que havendo no
canteiro de obras ou na frente de trabalho organização prestadora de serviços a terceiros, essa deve
nomear, no mínimo, um representante da NR 5, quando possuir cinco ou mais empregados próprios no
local.
Para obras com até 180 (cento e oitenta) dias de duração, a organização responsável pela obra
deverá nomear, no mínimo, um representante da NR-05, aplicando-se o disposto no subitem 3.1.2
quando existir frente de trabalho. Para obras com até 180 (cento e oitenta) dias de duração, havendo no
canteiro de obras ou na frente de trabalho organização prestadora de serviços a terceiros, essa deverá
nomear, no mínimo, um representante da NR-05, quando possuir cinco ou mais empregados próprios
no local. A CIPA do canteiro de obras será considerada encerrada, para todos os efeitos, quando as
atividades da obra forem finalizadas.

REFERÊNCIAS:

Consolidação das Leis do Trabalho - Decreto-Lei nº5.452, de 1º de maio de 1943 / supervisão editorial
Jais Lot Vieira – 5. ed. – São Paulo: Edipro, 2020.
Maria Queiroga Camisassa. Segurança e Saúde no Trabalho NRs 1 a 37 Comentadas e Descomplicadas –
6. Ed – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.

MIRANDA, Willian Freitas. APR nas NR: Um estudo sobre imposição da Análise Preliminar de Riscos pelas
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho – 1. ed. Jaboatão dos Guararapes: Edição do
autor, 2017.

MONTEIRO, Antônio Lopes; BERTAGNI, Roberto. Acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. 5. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2008.

Ramazzini, Bernardino. As doenças dos trabalhadores [texto] / Bernardino Ramazzini; tradução de


Raimundo Estrêla. – 4. ed. – São Paulo: Fundacentro, 2016. Tradução de: De Morbis artificum diatriba.

Santos Junior, Joubert Rodrigues dos – Gestão e Indicadores em segurança do trabalho: uma abordagem
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