Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NORMAS REGULAMENTADORAS:
Como visto anteriormente, através da Portaria nº3.217, de 8 de junho de 1978, seu artigo 1º,
aprovou as normas regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da CLT relativas à segurança e
medicina do trabalho.
As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de
observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Atualmente temos 37 Normas Regulamentadoras em vigor (importante frisar que a NR 27 –
Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho foi revogada completamente em maio de
2008, bem como a NR 2 – Inspeção Prévia, que foi revogada em 30 de julho de 2019, sendo seus
procedimentos vigentes até referida data).
A elaboração e a revisão das normas regulamentadoras são realizadas, atualmente, pelo
Ministério do Trabalho e Previdência, adotando o sistema tripartite paritário, indicado pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT), por meio de grupos e comissões compostas por
representantes do governo, de empregadores e de trabalhadores.
PREVENCIONISMO
Em 1700, Bernardino Ramazzini publicou uma obra De Morbis Artificum Diatriba (Doenças do
Trabalho) na qual descreve cinquenta profissões distintas, e relaciona as doenças que cada uma
dessas profissões causa no trabalhador. Com isso, Ramazzini introduziu um conceito de relação das
doenças com a ocupação exercida pela pessoa. Devido à importância da obra, Ramazzini ficou
conhecido como o “Pai da Medicina do Trabalho”.
Em 1931, Heinrich começou a lançar o conceito prevencionista, buscando não só prevenir
acidentes como também assegurar os riscos às lesões. Com essa preocupação, deu-se início a
procura da identificação de riscos, ou seja, analisando e avaliando os riscos inerentes a cada
atividade, procurando determinar as prováveis perdas, eliminando e controlando os riscos.
LEI DE HEINRICH
A segurança do Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas adotadas, visando
minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho das pessoas envolvidas.
Fazer um destaque com o que está no quadro
ATOS INSEGUROS E CONDIÇÕES INSEGURAS são os fatores que, combinados ou não, ocasionam os
acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. Dessa forma podemos concluir que prevenir acidentes
do trabalho, basicamente é:
• Corrigir condições inseguras existentes nos locais de trabalho,
• Não permitir que outras sejam criadas e,
• Evitar que as pessoas pratiquem atos inseguros.
Conforme pesquisa feita pela USP de Bauru - SP em 2018, os Atos inseguros são responsáveis por
86% dos acidentes de trabalho ocorridos no Brasil, seguido pelas Condições inseguras com 12% e por
elementos da natureza/situações especiais com 2%.
Ato inseguro é a maneira como as pessoas se expõem ao perigo de acidentar-se. Segue abaixo os
tipos de atos inseguros:
a) Consciente: as pessoas têm conhecimento de sua exposição ao perigo.
b) Inconsciente: as pessoas desconhecem o perigo a que se expõem.
c) Circunstancial: as pessoas podem conhecer ou não o perigo a que estão expostas, mas algo
mais forte as leva à prática da ação insegura.
Alguns exemplos de atos inseguros:
– Desconhecimento dos riscos;
– Excesso de confiança;
– Preparo insuficiente para o trabalho;
– Falta de aptidão ou desinteresse pelo trabalho;
– Ficar junto ou sob cargas suspensas;
– Colocar parte do corpo em lugar perigoso;
– Lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento;
– Improvisação ou mau emprego de ferramentas manuais;
– Retirada de dispositivos de segurança;
– Manipulação insegura de produtos químicos;
– Transportar ou empilhar inseguramente;
– Uso de roupas ou acessórios inadequados, etc.
(colocar imagens de atos inseguros aplicados na construção, como dos exemplos)
Condições Inseguras nos locais de trabalho são as que comprometem a segurança. São falhas,
defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivos de segurança, desorganização, etc, que põe
em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas e a própria segurança das instalações e dos
equipamentos.
Condições inseguras não são os perigos inerentes ao trabalho.
(destacar o que está no quadro)
Estes são caracterizados pelas agressividades próprias dos produtos, energia, equipamentos, etc,
empregados nas atividades do homem e que podem ser submetidos a algum tipo de controle.
Em suma, perigos inerentes ao trabalho e condições inseguras são coisas distintas: os perigos
existem e raramente podem ser eliminados;
As condições inseguras ou risco podem deixar de existir com a aplicação de medidas corretas de
controle de risco;
(destacar o que está no quadro)
Atos e condições inseguras são fatores que, combinados ou não, provocam os acidentes do
trabalho. Logo, são as causas diretas dos acidentes. Deste modo, pode-se entender que prevenir
acidentes do trabalho, de forma simplista, é corrigir condições inseguras existentes nos locais de
trabalho, não permitir que outras sejam criadas e evitar a prática de atos inseguros por parte das
pessoas.
(imagem de duas setas opostas, uma “condições inseguras” e outra “riscos do trabalho, mostrando oposição)
Vamos destacar a diferença entre condição insegura e risco inerente ao trabalho:
Condição insegura perda do CONTROLE da situação de risco.
Exemplo:
• Corrente elétrica risco inerente
• Condições inseguras instalações mal feitas ou improvisadas.
Alguns exemplos de condições inseguras:
– Falta de proteção em máquinas e equipamentos;
– Proteções inadequadas ou defeituosas e deficiência em maquinaria ou ferramental;
– Falta de ordem e de limpeza;
– Passagens perigosas;
– Defeitos nas edificações;
– Ventilação inadequada, etc.
(colocar imagens de condições inseguras aplicadas na construção, como dos exemplos)
De acordo com artigo de Dayvson Carvalho publicado no Blog do Sienge em outubro de 2017,
temos quatro principais causas de acidentes na indústria da construção civil, listados a seguir:
1. Falta de atenção dos colaboradores
• Ao ouvir a opinião de 659 trabalhadores da construção no estado de São Paulo, o
estudo do Sintracon SP concluiu que a falta de atenção é a maior causa de acidentes
na construção civil, com surpreendentes 73,39%.
• A falta de uma cultura de prevenção de acidentes e negligenciamento da importância
dos itens de segurança de trabalho fazem parte desse cenário. Ao todo, 8,35% dos
trabalhadores entrevistados já sofreram algum tipo de acidente.
2. Não usar EPI – Equipamento de Proteção Individual
• Mesmo sendo distribuído gratuitamente na grande maioria das obras, ainda há
construtoras que não disponibilizam o EPI para seus colaboradores. E olha que elas são
obrigadas, de acordo com o artigo 166 da CLT.
• Mas a culpa não recai apenas nas empresas. Muitos trabalhadores optam por não o
utilizar, seja por desconforto, maus hábitos ou falta de consciência sobre sua
importância. E de acordo com a consolidação das leis do trabalho, o colaborador pode
ser desligado por justa causa se não estiver usando os EPIs no intuito de reduzir os
riscos de acidentes de trabalho na construção civil.
3. Falta de fiscalização no ambiente de trabalho evitando acidentes de trabalho na construção
civil
• A responsabilidade da empresa não termina ao entregar as EPIs. Ela precisa fiscalizar
rotineiramente se as pessoas estão usando corretamente, se têm alguma dúvida ou se
o equipamento está inapropriado.
• E pode gerar um grande problema financeiro para construtoras que negligenciaram a
fiscalização no canteiro de obras. Uma construtora foi condenada por não fiscalizar
corretamente o uso dos EPI’s. No acidente o operário teve três dedos amputados. Essa
decisão foi da 11ª Região (AM)
4. Equipamentos obsoletos
• Acidentes na construção civil que levam à amputação de partes do corpo não são
incomuns. E uma das principais causas é o fato de os colaboradores usarem máquinas
que os expõem à um maior risco.
• Por isso a NR 12, entre outras normas, foi implementada em 2010, determinando a
troca por equipamentos mais seguros. Mesmo tendo muitas empresas contrárias,
visando apenas o aspecto financeiro, a NR 12 contribuiu para reduzir o número de
acidentes de 4.272 em 2014 para 3.294 em 2015.
1. Reformulação da NR18/2020
A Norma Regulamentadora 18 foi publicada em sua primeira versão em 8 de junho de 1978,
sob o título “Obras de Construção, Demolição e Reparos”, desde então, o texto da NR-18 sofreu vinte e
quatro alterações pontuais e duas grandes reformulações, estas em 1995 e em 2020, que merecem
destaque.
As três primeiras alterações pontuais ocorreram antes da primeira reforma da norma,
realizada em 1995.
Essas alterações foram realizadas a partir de texto elaborado e publicado sem
realização de consulta pública ou de consulta tripartite, o que só veio a ocorrer a
partir de 1994.
Passados dez anos dessas primeiras alterações, com o avanço da tecnologia e das relações de
trabalho e em virtude de dados estatísticos alarmantes de acidentes de trabalho e adoecimento no
setor da construção, a então Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) iniciou, em 10 de
junho de 1994, um processo amplo de revisão da norma com a criação de um Grupo Técnico de
Trabalho, formado por representantes da Fundacentro e da extinta Secretária de Segurança e Saúde do
Trabalho do Ministério do Trabalho, com a missão de promover a reformulação da NR-18.
Sua última versão foi publicada no ano de 2020 sob o título Condições de Segurança e Saúde
no Trabalho na Indústria da Construção com início de vigência em 03 de janeiro de 2022 conforme
Portaria SEPRT 8.873, de 23/07/2021.
É muito importante observarmos a vigência da norma. Vejam que o TEXTO VIGENTE é a versão
2018, ou seja, toda obra iniciada antes da publicação do NOVO TEXTO 2020 estará submetida a alguns
itens da norma 2018, como por exemplo, execução do PCMAT, e terá um ano para se adequar a demais
itens, como por exemplo, áreas de vivência.
2. A NR18/2020
A NR 18 tem por objetivo principal o estabelecimento de procedimentos que garantam a
segurança dos trabalhadores da indústria da construção, em todas as fases do processo construtivo.
Esses procedimentos se referem a diretrizes de ordem administrativa, planejamento e de organização, e
visam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas
condições e no meio ambiente de trabalho.
São atividades da indústria da construção:
1. Aquelas elencadas no Quadro I da NR4, Grupo F:
ETAPAS DA OBRA
O item 18.7 – Etapas da Obra é de suma importância e vai determinar quais são os
procedimentos adotados para proteger a integridade física e saúde do trabalhador ao decorrer de uma
obra. Essa organização da norma facilita o planejamento e aplicação de diretrizes a serem seguidas no
que se refere a segurança do trabalho.
O primeiro subitem refere-se a DEMOLIÇÕES e o principal ponto é sobre a elaboração e
implementação de um Plano de Demolição, sob responsabilidade de profissional lealmente habilitado,
contemplando os riscos ocupacionais potencialmente existentes em todas as etapas da demolição e as
medidas de prevenção a serem adotadas para preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores.
Partimos então para a etapa de ESCAVAÇÕES, FUNDAÇÕES E DESMONTE DE ROCHAS, onde
devemos destacar os subitens que tratam sobre os locais onde são realizadas as atividades de
escavação, fundação e desmonte de rochas, enfatizando que quando houver riscos, devem ter
sinalização de advertência, inclusive noturna, e barreira de isolamento em todo o seu perímetro, de
modo a impedir a entrada de veículos e pessoas não autorizadas. Outro ponto de suma importância é
que toda escavação com profundidade superior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros)
somente pode ser iniciada com a liberação e autorização do profissional legalmente habilitado,
atendendo o disposto nas normas técnicas nacionais vigentes, bem como devem ser protegidas com
taludes ou escoramentos definidos em projeto elaborado por profissional legalmente habilitado e
devem dispor de escadas ou rampas colocadas próximas aos postos de trabalho, a fim de permitir, em
caso de emergência, a saída rápida dos trabalhadores. Já para escavações com profundidade igual ou
inferior a 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros), deve-se avaliar no local a existência de riscos
ocupacionais e, se necessário, adotar as medidas de prevenção. Para evitar danos há propriedades as
escavações do canteiro de obras próximas de edificações devem ser monitoradas e o resultado
documentado. Devemos nos atentar quando existir, na proximidade da escavação, cabos elétricos,
tubulações de água, esgoto, gás e outros, devem ser tomadas medidas preventivas de modo a eliminar o
risco de acidentes durante a execução da escavação.
O item 18.7.3 trata de CARPINTARIA E ARMAÇÃO uma etapa fundamental em qualquer obra, e
que acompanha a construção por períodos extensos. As áreas de trabalho dos serviços de carpintaria e
onde são realizadas as atividades de corte, dobragem e armação de vergalhões de aço devem:
a) ter piso resistente, nivelado e antiderrapante;
b) possuir cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra intempéries e queda de
materiais;
c) possuir lâmpadas para iluminação protegidas contra impactos provenientes da
projeção de partículas;
d) ter coletados e removidos, diariamente, os resíduos das atividades.
Necessitamos ter atenção em alguns subitens dessa etapa, são eles:
• 18.7.3.2 A área de movimentação de vergalhões de aço deve ser isolada para evitar a
circulação de pessoas não envolvidas na atividade.
• 18.7.3.3 Os feixes de vergalhões de aço que forem deslocados por equipamentos de
guindar devem ser amarrados de modo a evitar escorregamento.
• 18.7.3.4 As armações de pilares, vigas e outras estruturas devem ser apoiadas e
escoradas para evitar tombamento e desmoronamento.
• 18.7.3.5 É obrigatória a colocação de pranchas de material resistente firmemente
apoiadas sobre as armações, para a circulação de trabalhadores.
• 18.7.3.6 As extremidades de vergalhões que ofereçam risco para os trabalhadores
devem ser protegidas.
Seguindo o andamento da obra, chegamos no subitem ESTRUTURAS DE CONCRETO, que são as
vigas, fundações, lajes e pilares, entre outros. Para execução dessas estruturas, são utilizadas
montagens provisórias chamadas formas (de vários tipos e materiais, por exemplo, madeira, metal ou
mistas) que receberão o concreto e as armações de aço. O projeto das fôrmas e dos escoramentos,
indicando a sequência de retirada das escoras, deve ser elaborado por profissional legalmente
habilitado. Na montagem das fôrmas e na desforma, são obrigatórios o isolamento e a sinalização da
área no entorno da atividade, além de serem previstas as medidas de prevenção de forma a impedir a
queda livre das peças. Um subitem importantíssimo fala que a operação de concretagem deve ser
supervisionada por trabalhador capacitado, devendo ser observadas as seguintes medidas:
a) inspecionar os equipamentos e os sistemas de alimentação de energia antes e durante
a execução dos serviços;
b) inspecionar as peças e máquinas do sistema transportador de concreto antes e
durante a execução dos serviços;
c) inspecionar o escoramento e a resistência das fôrmas antes e durante a execução dos
serviços;
d) isolar e sinalizar o local onde se executa a concretagem, sendo permitido o acesso
somente à equipe responsável;
e) dotar as caçambas transportadoras de concreto de dispositivos de segurança que
impeçam o seu descarregamento acidental.
No Brasil não é muito como o uso de ESTRUTURAS METÁLICAS como método construtivo, porém
essas estruturas são amplamente usadas, por exemplo, em telhados, sendo assim temos um destaque
na NR 18 para as mesmas. Precisamos destacar alguns subitens:
• 18.7.5.1 Toda montagem, manutenção e desmontagem de estrutura metálica deve
estar sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado.
• 18.7.5.2 Na montagem de estruturas metálicas, o SPIQ e os meios de acessos dos
trabalhadores à estrutura devem estar previstos no PGR da obra.
• 18.7.5.3 Nas operações de montagem, desmontagem e manutenção das estruturas
metálicas, o trabalhador deve ter recipiente e/ou suporte adequado para depositar
materiais e/ou ferramentas.
Uma atividade executada nos canteiros de obra e frentes de trabalho, que concentra vários
riscos são os TRABALHOS A QUENTE, que para fins desta NR, são as atividades de soldagem, goivagem,
esmerilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição, tais como aquecimento, centelha
ou chama. Devido ao fato anteriormente mencionado, deve ser elaborada análise de risco específica
para trabalhos a quente quando: houver materiais combustíveis ou inflamáveis no entorno ou for
realizado em área sem prévio isolamento e não destinada para este fim. Um aspecto significativo no que
se refere a trabalhos a quente é que, quando definido na análise de risco, deve haver um trabalhador
observador para exercer a vigilância da atividade de trabalho a quente até a conclusão do serviço. Este
trabalhador observador deve ser capacitado em prevenção e combate a incêndio. Nos locais onde se
realizam trabalhos a quente, deve ser efetuada inspeção preliminar, de modo a assegurar que o local de
trabalho e áreas adjacentes: estejam limpos, secos e isentos de agentes combustíveis, inflamáveis,
tóxicos e contaminantes e sejam liberados após constatação da ausência de atividades incompatíveis
com o trabalho a quente.
A norma é taxativa quando se refere as medidas de prevenção contra incêndio que devem ser
tomadas nos locais onde se realizam trabalhos a quente:
a) eliminar ou manter sob controle possíveis riscos de incêndios;
b) instalar proteção contra o fogo, respingos, calor, fagulhas ou borras, de modo a evitar
o contato com materiais combustíveis ou inflamáveis, bem como evitar a interferência
em atividades paralelas ou na circulação de pessoas;
c) manter sistema de combate a incêndio desobstruído e próximo à área de trabalho;
d) inspecionar, ao término do trabalho, o local e as áreas adjacentes, a fim de evitar
princípios de incêndio.
Os serviços de IMPERMEABILIZAÇÃO também estão constantes nas etapas da obra, poderiam
estar incorporados no subitem de Trabalhos a Quente, porém, encontramos esses serviços com seu
próprio subitem. Os serviços de aquecimento, transporte e aplicação de impermeabilizante em
edificações devem atender às normas técnicas nacionais vigentes. A armazenagem dos produtos
utilizados nas operações de impermeabilização, inclusive os cilindros de gás, deve ser realizada em local
isolado, sinalizado, ventilado, protegido contra risco de incêndio e distinto do local de instalação dos
equipamentos de aquecimento.
Passamos então para a etapa de TELHADOS E COBERTURAS, concluindo o item de Etapas da
Obra. No serviço em telhados e coberturas que excedam 2 m (dois metros) de altura com risco de queda
de pessoas, aplica-se o disposto na NR-35. O acesso ao SPIQ (Sistema de Proteção Individual Contra
Quedas) instalado sobre telhados e coberturas deve ser projetado de forma que não ofereça risco de
quedas. É proibida a realização de trabalho ou atividades em telhados ou coberturas:
• sobre superfícies instáveis ou que não possuam resistência estrutural;
• sobre superfícies escorregadias;
• sob chuva, ventos fortes ou condições climáticas adversas;
• sobre fornos ou qualquer outro equipamento do qual haja emanação de gases
provenientes de processos industriais, devendo o equipamento ser previamente
desligado ou serem adotadas medidas de prevenção no caso da impossibilidade do
desligamento;
• com a concentração de cargas em um mesmo ponto sobre telhado ou cobertura,
exceto se autorizada por profissional legalmente habilitado.
3. Áreas de vivência
As áreas de vivência são áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de
alimentação, higiene, descanso, lazer, convivência e ambulatória, devendo ficar fisicamente separadas
das áreas laborais.
As áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer, aos trabalhadores, condições
mínimas de segurança, de conforto e de privacidade e devem ser mantidas em perfeito estado de
conservação, higiene e limpeza, contemplando as seguintes instalações:
• instalação sanitária;
• vestiário;
• local para refeição;
• alojamento, quando houver trabalhador alojado.
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
As instalações sanitárias devem ser compostas por quatro itens básicos: Lavatório; Bacia
sanitária sifonada, dotada de assento com tampo; Mictório; Chuveiro com água quente.
Dimensionamento: A quantidade de lavatórios, vasos sanitários, mictórios e chuveiros
dependerá da quantidade de trabalhadores do canteiro de obras ou frente de trabalho. A NR 18
determina a seguinte regra para o dimensionamento das instalações sanitárias:
• LAVATÓRIO
• VASO SANITÁRIO • Um conjunto a cada VINTE
• MICTÓRIO trabalhadores ou fração
• DOCUMENTAÇÃO:
O PGR deve conter, no mínimo, os seguintes documentos:
• INVENTÁRIO DE RISCOS: local onde o elaborador do PGR listará todos os riscos e
perigos presentes no ambiente de trabalho.
• PLANO DE AÇÃO: local onde o elaborador listará as medidas de controle para
minimizar, controlar, eliminar os riscos que existem no ambiente de trabalho que
foram identificados no Inventário de Riscos
A organização deve manter o PGR a disposição dos empregados e também dos Auditores Fiscais
do Trabalho.
Vamos detalhar o Inventário de riscos ocupacionais: Inventário de riscos é o levantamento
metódico de todos os perigos e riscos de um ambiente de trabalho. Para melhor eficácia, recomenda-se que
seja feito por setor, unidade ou área industrial. Recomenda-se também que não seja feito por apenas um
único profissional, mas por equipe multidisciplinar.
Deve contemplar, no mínimo, as seguintes informações:
a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho;
b) caracterização das atividades;
c) descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde dos
trabalhadores, com a identificação das fontes ou circunstâncias, descrição de
riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos grupos de trabalhadores
sujeitos a esses riscos, e descrição de medidas de prevenção implementadas;
d) dados da análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes
físicos, químicos e biológicos e os resultados da avaliação de ergonomia nos
termos da NR-17.
e) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do plano
de ação; e
f) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão.
O PGR, além de contemplar as exigências previstas na NR-01, deve conter os seguintes
documentos:
a) projeto da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente de trabalho, em
conformidade com o item 18.5 desta NR, elaborado por profissional legalmente
habilitado;
b) projeto elétrico das instalações temporárias, elaborado por profissional legalmente
habilitado;
c) projetos dos sistemas de proteção coletiva elaborados por profissional legalmente
habilitado;
d) projetos dos Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas (SPIQ), quando aplicável,
elaborados por profissional legalmente habilitado;
e) relação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e suas respectivas
especificações técnicas, de acordo com os riscos ocupacionais existentes.
2. CIPA (NR5)
A CIPA é uma comissão que tem por objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes
do trabalho. Ela é composta por empregados que se dividem em dois grupos: representantes do
empregador e representantes dos próprios empregados, em quantidade paritária, ou seja, a
quantidade de membros da representação dos empregados e a do empregador é a mesma.
Os representantes dos empregados são por eles eleitos, e os representantes do empregador
são por ele indicados. A eleição dos representantes dos empregados é feita por meio de voto secreto;
devem participar apenas os empregados interessados, independentemente de filiação sindical, ou seja,
participam da eleição apenas os empregados que assim o desejarem.
Não é exigido que os membros da CIPA tenham qualquer qualificação na área de Segurança e
Medicina do Trabalho, ao contrário do que é requisitado para os membros do SESMT. Os membros da
comissão devem receber treinamento com conteúdo programático específico
A CIPA deve ser constituída por estabelecimento. A obrigatoriedade de constituição dessa
comissão depende da quantidade de empregados no estabelecimento e também do enquadramento da
atividade econômica da empresa em determinado grupo, de acordo com os Quadros I, II e III da NR 5.
Temos aqui a primeira diferença entre CIPA e SESMT no que se refere ao critério de
dimensionamento: no caso do SESMT, um dos parâmetros utilizados é o grau de risco do
estabelecimento; no caso da CIPA deve ser considerado o enquadramento da atividade econômica da
empresa (e não o grau de risco).
Critérios de constituição do SESMT Critérios de constituição da CIPA
Grau de risco da atividade principal Enquadramento da atividade econômica da empresa em um dos grupos da CNAE
REFERÊNCIAS:
Consolidação das Leis do Trabalho - Decreto-Lei nº5.452, de 1º de maio de 1943 / supervisão editorial
Jais Lot Vieira – 5. ed. – São Paulo: Edipro, 2020.
Maria Queiroga Camisassa. Segurança e Saúde no Trabalho NRs 1 a 37 Comentadas e Descomplicadas –
6. Ed – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.
MIRANDA, Willian Freitas. APR nas NR: Um estudo sobre imposição da Análise Preliminar de Riscos pelas
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho – 1. ed. Jaboatão dos Guararapes: Edição do
autor, 2017.
MONTEIRO, Antônio Lopes; BERTAGNI, Roberto. Acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. 5. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2008.
Santos Junior, Joubert Rodrigues dos – Gestão e Indicadores em segurança do trabalho: uma abordagem
prática – 1. ed. – São Paulo: Érica: 2019.
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs
https://www.abnt.org.br/normalizacao
https://certificacaoiso.com.br/iso-45001/
https://www.gov.br/fundacentro/pt-br
https://www.sienge.com.br/blog/acidentes-na-construcao-civil/
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/52490706/do1-2018-11-
29-portaria-n-787-de-27-de-novembro-de-2018-52490318
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-
2021.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-05.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-04.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-
2020.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-
18_historico_reformulacao_nr_18.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-18.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-18-atualizada-
2020.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-
07_atualizada_2020.pdf