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ESP.

SAÚDE DO
TRABALHADOR
DISCIPLINA: ACIDENTES DE TRABALHO (ÊNFASE NA LEGISLAÇÃO VIGENTE)
Prof.ª Esp. Mariana Ribeiro
Enfermeira do Trabalho
ACIDENTES DE TRABALHO

“Acidente do trabalho é o que ocorre pelo


exercício do trabalho a serviço da empresa, com
o segurado empregado (inclusive o doméstico),
trabalhador avulso, médico residente, bem como
com o segurado especial (trabalhador rural), no
exercício de suas atividades, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a
morte, a perda ou redução, temporária ou
permanente da capacidade para o trabalho..”
MARCOS HISTORICOS

Partindo da atividade predatória, o homem evoluiu para a agricultura e o pastoreio,


alcançou a fase do artesanato e enfim, atingiu a era industrial.

Com a Revolução Industrial Inglesa na segunda metade do século XVIII (considerada


um marco para a evolução industrial mundial), houve a expansão do uso das máquinas à
vapor, tendo como consequência um aumento vertiginoso da atividade industrial.
A partir de então, condições totalmente inóspitas nos locais de trabalho atingiram os
trabalhadores. A exposição excessiva ao calor, a falta de ventilação e a umidade eram
encontradas em larga escala. As fábricas não ofereciam as condições mínimas de
trabalho ao ser humano, como ainda, em muitos países em desenvolvimento, não
oferecem.
MARCOS HISTORICOS
Com isso, foram surgindo os primeiros movimentos operários contra as péssimas
condições de trabalho e ambientes insalubres. Os trabalhadores passaram a se organizar
em sindicatos para melhor defenderem os seus interesses. Após muitas revoltas,
começaram então a surgir as primeiras leis de proteção ao trabalho, que inicialmente se
voltavam apenas para crianças e mulheres. É possível perceber, com isso, que a
motivação para todas as leis foram os trabalhadores que através da não aceitação do que
era imposto, lutaram para conseguir melhorias e qualidade de vida.
MARCOS HISTORICOS

As máquinas primitivas daquela época ofereciam todos os tipos de riscos aos operadores.
As consequências tornaram-se tão críticas que começaram os clamores, exigindo o mínimo
de condição humana, para o trabalho.
No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a nossa Revolução Industrial. Embora
tivéssemos a experiência de outros países, em menor escala, é bem verdade, atravessamos
os mesmos percalços de condições de trabalho, o que fez com que se falasse, em 1970, que
o Brasil era o campeão de acidentes do trabalho.
A partir de então, a preocupação com a segurança e com a saúde do trabalhador se fez
presente na legislação brasileira, no sentido de frear o crescente e vertiginoso aumento de
doenças relacionadas ao trabalho e aos acidentes.
FATOS QUE MARCARAM O DESENVOLVIMENTO
DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL:

1919 – criada a lei de Acidentes do Trabalho, tornando compulsório o seguro contra


o risco profissional; 1923 – criação da caixa de aposentadorias e pensões para os
empregados das empresas ferroviárias, marco da Previdência Social;
1930 – criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, atual MTPS;
1943 – criada a consolidação das leis do trabalho, CLT, que trata de segurança e
saúde do trabalho no título II, capítulo V do artigo 154 ao 201;
1966 – criação da fundação Jorge do Duprat Figueiredo de segurança e medicina do
trabalho – FUNDACENTRO, que atua em pesquisa científica e tecnológica
relacionada à segurança e saúde dos Trabalhadores;
1978 – criação das normas regulamentadoras.
MARCOS HISTORICOS

Nos últimos dez anos, foram notificadas mais de 23 mil mortes no mercado formal por
acidentes de trabalho no país. Roraima apresenta a maior incidência de mortalidade no
trabalho: 19 casos a cada 100 mil trabalhadores com carteira assinada. A média brasileira é
de 7 casos a cada 100 mil.

De 2000 a 2022, foram concedidas 28 mil pensões por morte por acidente do trabalho
(B93). No ano passado, foram apenas 363. Os dados são do Observatório de Segurança e
Saúde no Trabalho, que reúne informações do Ministério Público do Trabalho, Organização
Internacional do Trabalho e outros órgãos federais.
LEGISLAÇÃO VIGENTE
O ART. 21 DA LEI Nº 8.213/91 EQUIPARA AINDA A
ACIDENTE DE TRABALHO

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho,
ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;


b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de
trabalho;
LEGISLAÇÃO VIGENTE
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força
maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio
de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
LEGISLAÇÃO VIGENTE

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras


necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado
no exercício do trabalho.

Esses acidentes não causam repercussões apenas de ordem jurídica. Nos acidentes menos
graves, em que o empregado tenha que se ausentar por período inferior a quinze dias, o
empregador deixa de contar com a mão de obra temporariamente afastada em decorrência do
acidente e tem que arcar com os custos econômicos da relação de empregado. O acidente
repercutirá ao empregador também no cálculo do Fator Acidentário de Prevenção - FAP da
empresa, nos termos do art. 10 da Lei nº 10.666/2003.
DECRETO-LEI Nº 7.036 DE 10 DE NOVEMBRO DE 1944

Art. 1º Considera-se acidente do trabalho, para os fins da presente lei, todo aquele
que se verifique pelo exercício do trabalho, provocando, direta ou indiretamente,
lesão corporal, perturbação funcional, ou doença, que determine a morte, a perda
total ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Art. 2º Como doenças, para os efeitos desta lei, entendem-se, além das chamadas
profissionais, – inerentes ou peculiares a determinados ramos de atividades –, as
resultantes das condições especiais ou excepcionais em que o trabalho for
realizado.
DECRETO-LEI Nº 7.036 DE 10 DE NOVEMBRO DE 1944

Parágrafo único. A relação das doenças chamadas profissionais, será organizada e publicada
pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, e revista trienalmente.

Art. 3º Considera-se caracterizado o acidente, ainda quando não seja ele a causa única e
exclusiva da morte ou da perda ou redução da capacidade do empregado, bastando que
entre o evento e a morte ou incapacidade haja uma relação de causa e efeito.

Art. 4º Não se consideram agravações ou complicações de um acidente do trabalho, que


haja determinado lesões então já consolidadas, quaisquer outras lesões corporais ou
doenças, que às primitivas se associem ou se superponham, em virtude de um novo
acidente
DECRETO-LEI Nº 7.036 DE 10 DE NOVEMBRO DE 1944

Art. 5º Incluem-se entre os acidentes do trabalho por que responde o empregador, de


conformidade com o disposto nos artigos anteriores, todos os sofridos pelo empregado no
local e durante o trabalho, em consequência de:

a) atos de sabotagem ou terrorismo levados a efeito por terceiros, inclusive companheiros


de trabalho;
b) ofensas físicas intencionais, causadas por companheiros de trabalho do empregado, ou
não, em virtude de disputas relacionadas com o trabalho;
c) qualquer ato de imprudência, de negligência ou brincadeiras de terceiros, inclusive
companheiros de trabalho;
d) atos de terceiros privados do uso da razão;
e) desabamentos, inundações ou incêndios, respeitado o disposto na letra b do art. 7º.
DECRETO-LEI Nº 7.036 DE 10 DE NOVEMBRO DE 1944

Art. 6º Ficam igualmente abrangidos por esta lei, considerados como produzidos pelo
exercício do trabalho ou em consequência dele, embora ocorridos fora do local e do
horário do trabalho, os acidentes sofridos pelo empregado :

a) na execução de ordens ou realização de serviços sob a autoridade do empregador;


b) pela prestação espontânea de qualquer serviço ao empregador com o fim de lhe evitar
prejuízos ou de lhe proporcionar proveito econômico;
c) em viagem a serviço do empregador, seja qual for o meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de sua propriedade.
Parágrafo único. No período de tempo destinado às refeições, ao descanso ou na
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local ou durante o trabalho, é o
empregado considerado, para os efeitos desta lei, como a serviço do empregador.
DECRETO-LEI Nº 7.036 DE 10 DE NOVEMBRO DE 1944
Art. 7º Não é acidente do trabalho :

a) o que resultar de dolo do próprio acidentado, compreendida neste a desobediência a


ordens expressas do empregador;
b) o que provier de força maior, salvo o caso de ação de fenômenos naturais determinados
ou agravada pelas instalações do estabelecimento ou pela natureza do serviço;
c) o que acorrer na ida do empregado para o local de sua ocupação ou na volta dali, salvo se
houver condução especial fornecida pelo empregador, ou se a locomoção do empregado se
fizer necessariamente por vias e meios que ofereçam reais perigos, a que não esteja sujeito o
público em geral.
Parágrafo único. Também não são amparadas por esta lei as doenças endêmicas adquiridas
por empregados habitantes das regiões em que elas se desenvolvem, exceto quando ficar
comprovado que a doença resultou de uma exposição ou contato direto que a natureza do
trabalho houver determinado.
ACIDENTE DE TRAJETO
O QUE É UM ACIDENTE DE TRAJETO?

O acidente de trajeto acontece quando o funcionário da empresa é vítima de um acidente


no percurso da residência para o local de trabalho, ou do local de trabalho para a
residência. A situação é tida como um imprevisto durante o caminho de ida ou volta do
trabalho.

Este acidente de trajeto abarca qualquer meio de locomoção utilizado pelo funcionário:
seja transporte público, carro próprio ou da empresa, ou mesmo carro compartilhado.
Todas as formas que o trabalhador usar para se deslocar ou voltar do trabalho são
válidas.

Por isso, se o trabalhador torcer o pé ou bater o carro ao ir ou voltar do trabalho, poderá


ser considerado acidente de trajeto de acordo com a Lei 8.213/91.
ACIDENTE DE TRABALHO X ACIDENTE DE TRAJETO

1. Acidente de trajeto e o acidente de trabalho são iguais perante a lei


e garantem os mesmos direitos.
2. O trabalhador que bater o carro acidentalmente ao ir para o
trabalho terá a mesma proteção que aquele que sofrer um acidente
dentro do ambiente da empresa.

Porém, em termos de diferenças práticas e não legais, a principal delas se refere ao


local do ocorrido. No acidente de trajeto, o colaborador está fora do ambiente da
empresa. Já no acidente de trabalho, ele está dentro do estabelecimento.
ACIDENTE DE TRABALHO X ACIDENTE DE TRAJETO
Mas isso não quer dizer que outro destino, fora a residência do empregado, deixe
de garantir esse direto. Se faz parte da rotina dessa pessoa sair do trabalho para a
escola, também será considerado acidente de trajeto. O importante é que seja o
trajeto habitual.

O que a lei não aceita são os desvios da rota. Vamos dizer que entre o trabalho e a
residência o empregado foi a um restaurante, ao cinema ou um passeio no
shopping.
A Justiça costuma analisar esses casos entendendo o tempo gasto pelo
empregado no deslocamento. Se o trajeto costuma ser feito em 40 minutos, por
exemplo, irá avaliar se esse mesmo período se deu no acidente que o trabalhador
está alegando como acidente de trajeto.
ACIDENTE DE TRABALHO X ACIDENTE DE TRAJETO

A Justiça costuma analisar esses casos entendendo o tempo gasto pelo


empregado no deslocamento. Se o trajeto costuma ser feito em 40
minutos, por exemplo, irá avaliar se esse mesmo período se deu no
acidente que o trabalhador está alegando como acidente de trajeto.

OBSERVAÇAO
A lei não faz essa distinção. Não importa o modo de
locomoção: o trabalhador pode estar de carro, ônibus,
moto, bicicleta ou até mesmo pé.
ACIDENTE DE TRABALHO X ACIDENTE DE TRAJETO

Medida Provisória nº 905 revogada

Entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril de 2020 vigorou a medida provisória


905, que pretendia instalar o contrato verde e amarelo. Foi um período em que o
brasileiro perdeu inúmeros direitos.

Entre eles, que o trabalhador e segurado do INSS vítima de acidente de trajeto


pudesse contar com a mesma proteção trabalhista e previdenciária de quem sofreu
um acidente de trabalho, em caso de uma incapacidade temporária ou permanente,
ou mesmo que falecesse.
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 905 REVOGADA

Durante o tempo em que a MP ficou valendo, o acidente de trajeto foi excluído do


rol dos acidentes de trabalho, suprimindo direitos como a estabilidade de um ano no
emprego, aposentadoria por invalidez acidentária e depósito do FGTS pelo
empregador pelo período em que ficasse afastado pelo INSS, entre outros.

Como não foi convertida em lei pelo Congresso Nacional, a medida perdeu seu
efeito a partir de 21 de abril de 2020.
COMUNICAR EMPREGADOR SOBRE O ACIDENTE DE TRAJETO

Diferente do acidente de trabalho, que acontece no espaço físico da empresa, não há como
o patrão saber da ocorrência de um acidente de percurso sem a comunicação expressa do
empregado.

O empregado deve comunicar a empresa no prazo de um dia, de preferência por escrito,


em e-mail ou pelo WhatsApp. Em caso de morte, a família deve fazer essa comunicação
imediata.
COMUNICAR EMPREGADOR SOBRE O ACIDENTE DE TRAJETO

E por que urgência?


A empresa tem um prazo para emitir a CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho
e informar o INSS. Esse prazo é de até o primeiro dia útil seguinte, no caso de
acidente, ou imediatamente, se o empregado falecer.

A comunicação imediata é a prova de que o trabalhador sofreu esse acidente no


deslocamento entre o trabalho e casa, evitando que futuramente a empresa conteste
esse fato, pois à época foi levado ao conhecimento dos seus superiores.
ACIDENTES TÍPICOS
Os acidentes típicos são aqueles que ocorrem no próprio local de trabalho e podem
ter diversas causas.
ACIDENTES TÍPICOS

Então, para prevenção dos acidentes típicos, é importante investir em treinamentos de


segurança, manter uma cultura de conscientização entre os funcionários, promover a
utilização correta dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e realizar inspeções
regulares do local de trabalho para identificar e corrigir potenciais riscos.

Além disso, o colaborador também deve fazer a sua parte, prestando atenção nas
informações de segurança, utilizando os equipamentos corretamente e evitando atitudes que
podem levar à acidentes.
DOENÇA OCUPACIONAL
Dependendo das características e dos riscos identificados de determinadas atividades
laborais, caso o indivíduo apresente alguma doença proveniente destas atividades, elas
serão classificadas como Doença Ocupacional equiparada a Acidente do Trabalho, e
deverá ser emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho.
DOENÇA OCUPACIONAL
• DORSALGIAS: refere-se a dores nas costas que podem ser causadas por posturas
inadequadas, levantamento de peso incorreto ou falta de ergonomia no ambiente de
trabalho;
DOENÇA OCUPACIONAL
LER/DORT (Lesões por esforços repetitivos/Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho): ocorrem devido a movimentos repetitivos e
esforços contínuos no trabalho, afetando principalmente músculos, tendões e
articulações;
DOENÇA OCUPACIONAL
Transtornos das articulações: são problemas relacionados às articulações, como
bursites, tendinites e artrites, que podem ser causados por atividades laborais específicas;
DOENÇA OCUPACIONAL
Varizes nos membros inferiores: condição em que as veias das pernas se dilatam e
se tornam visíveis devido à pressão e esforço prolongados durante o trabalho;
DOENÇA OCUPACIONAL
Transtornos mentais: incluem condições como depressão, ansiedade e estresse,
que podem ser desencadeados pelas demandas e pressões do trabalho;
DOENÇA OCUPACIONAL

Transtornos auditivos: incluem perda auditiva relacionada à exposição


contínua a ruídos intensos no ambiente de trabalho.
ACIDENTES AGRAVANTES
Acidentes agravantes são aqueles em que um trabalhador já possuía uma
condição de alguma doença já diagnosticada anteriormente, e o fato ocorrido no
local de trabalho e exercendo sua função agrava a doença pré-existente.
ACIDENTES AGRAVANTES

Trabalhador com problemas respiratórios pré-existentes que sofre exposição a


substâncias químicas tóxicas no ambiente de trabalho, resultando em uma
deterioração significativa da função pulmonar.
ACIDENTES AGRAVANTES
Um colaborador com histórico de lesões nas costas que sofre uma queda em uma
superfície escorregadia no local de trabalho, causando uma lesão nas costas mais
grave ou até mesmo a incapacidade permanente.
ACIDENTES AGRAVANTES
Um empregado com uma condição cardíaca prévia que sofre um episódio de
estresse extremo no trabalho, resultando em um agravamento do problema cardíaco
e a necessidade de tratamento médico urgente.
ACIDENTES AGRAVANTES
Trabalhadores com doenças musculoesqueléticas crônicas, como artrite
ou tendinite, que sofrem um acidente de trabalho envolvendo movimentos
bruscos ou impactos repetitivos, resultando em um aumento significativo
da dor e da limitação de movimentos.
ACIDENTES AGRAVANTES

Colaborador com histórico de problemas de audição que é exposto a ruídos


excessivos no ambiente de trabalho, levando a uma perda auditiva mais grave ou ao
agravamento da perda auditiva existente.
ACIDENTES DE TRAJETO
Acidentes de trajeto são aqueles que ocorrem no percurso habitual do trabalhador
entre sua residência e o local de trabalho. Entretanto, mesmo deslocamentos durante
o expediente (como reuniões externas) também são considerados acidentes de
trajeto.
Embora não estejam diretamente ligados às atividades laborais em si, são
considerados acidentes de trabalho, pois ocorrem durante o deslocamento do
colaborador para exercer suas funções. Eles incluem os acidentes de trânsito, as
quedas em transporte público, acidentes em calçadas e vias públicas, entre outros.
ACIDENTE SOFRIDO PELO TRABALHADOR NO AMBIENTE DE TRABALHO

• Agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros ou companheiro de trabalho;


• Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, motivado por disputa relacionada ao
trabalho;
• Imprudência, negligência ou imperícia de terceiros ou de companheiro de trabalho;
• Desabamento, inundação, incêndio e outros casos eventuais decorrentes de força maior;
e
• Doença derivada de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade.
GESTÃO E SEGURANÇA

O que é a gestão da segurança do trabalho?

A gestão de segurança do trabalho é um conjunto de ações voltadas para a melhoria do


ambiente organizacional, tendo como foco prevenção de acidentes, doenças ocupacionais
e outros riscos relacionados ao ambiente de trabalho.

Consequentemente, isso traz para os profissionais mais segurança de que a sua


integridade física e emocional serão preservadas, permitindo o desempenho das suas
atribuições sem grandes problemas ou mesmo preocupações.
GESTÃO E SEGURANÇA

No Brasil, a responsabilidade sobre essa gestão é do Serviço Especializado em


Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), órgão obrigatório a todas
as empresas e disciplinado pela norma regulamentadora NR 4. Cabe ao SESMT
observar perigos e riscos, fazer inspeções, conscientizar os colaboradores e contribuir
para elaboração de programas voltados à segurança ocupacional.
RESPONSABILIDADES DA GESTÃO DA SEGURANÇA DO
TRABALHO
Identificação de riscos
Avaliação e identificação dos potenciais perigos e riscos no ambiente de trabalho.
Aqui vale destacar a necessidade de fazer a análise e manutenção de equipamentos,
processos de trabalho, substâncias químicas, entre outros.

Inclusive os dados dessa análise servirão de base para o mapa de riscos que é um
documento visual obrigatório. Nele, estão enumerados todos os perigos da planta,
bem como as suas respectivas intensidades. O desenvolvimento do documento é
feito pela CIPA. Lembrando que esse mapa também deve conter ações preventivas e
corretivas para evitar circunstâncias que representem ameaça.
RESPONSABILIDADES DA GESTÃO DA SEGURANÇA
DO TRABALHO
• Implementação de medidas preventivas
Desenvolvimento e implementação de medidas para eliminar ou reduzir os riscos
ocupacionais identificados. É importante para isso adotar equipamentos de proteção,
fazer alterações nos processos de trabalho, treinar os funcionários, entre outras ações.

A distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e das fichas de EPI é


mais uma atribuição do setor de segurança. Equipamentos como máscaras, luvas,
capacete, protetor auricular e outros visam a proteção, seja parcial ou total, contra
riscos do ambiente de trabalho.
PROGRAMAS OBRIGATÓRIOS

As empresas também precisam estar atentas às Normas Regulamentadoras e aos


programas obrigatórios de prevenção de riscos que fazem parte da lei. A
obrigatoriedade do programa só acontece quando existe a necessidade de aprendizado
dos trabalhadores sobre algum risco de segurança.

Os principais são:

• Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO);


• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);
• Programa de Gerenciamento de Risco (PGR).
BENEFÍCIOS DE FAZER A GESTÃO DA SEGURANÇA DO
TRABALHO

Proteção da saúde dos trabalhadores


A gestão de segurança do trabalho visa identificar e controlar os riscos no ambiente de
trabalho, reduzindo a incidência de lesões, doenças ocupacionais e outros problemas de
saúde relacionados ao trabalho.

Cumprimento de normas
Outro benefício identificado é que ela assegura a conformidade com normas e
regulamentações locais, nacionais e internacionais, evitando penalidades legais e
multas.
BENEFÍCIOS DE FAZER A GESTÃO DA SEGURANÇA
DO TRABALHO
Aumento da produtividade
Ambientes de trabalho seguros proporcionam um aumento na produtividade, pois os
trabalhadores se sentem mais seguros, confiantes e motivados para desempenhar suas
tarefas.
Cabe ainda ressaltar o impacto na qualidade do trabalho, uma vez que os funcionários
estão mais focados em suas tarefas, reduzindo erros e melhorando a eficiência. Ou seja,
isso reflete diretamente no desempenho das funções.

Redução de custos
A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais resulta em redução de custos
associados a tratamentos médicos, compensações por acidentes de trabalho, seguros e
custos legais.
RISCOS
DIREITOS TRABALHISTAS
Estabilidade no emprego
Essa estabilidade no emprego é garantida até que o funcionário possa retornar ao
trabalho. Ou seja, ao retornar, seu contrato de trabalho estará garantido por, no mínimo,
12 meses.
Afastamento remunerado
Normalmente, o período de afastamento para que o colaborador se recupere é de 15
dias. No entanto, mesmo caso este tempo precise ser estendido, o profissional não
será prejudicado em sua remuneração.

O INSS fornecerá um auxílio financeiro, também conhecimento como auxílio por


incapacidade temporária, durante todo o período necessário para que o profissional
se recupere e possa voltar a desempenhar suas tarefas.
DIREITOS TRABALHISTAS
Recolhimento FGTS
Independente do tempo de afastamento, todo colaborador acidentado também
tem direito ao recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS).
Aposentadoria por invalidez
Alguns acidentes de trabalho mais graves podem causar a incapacidade do colaborador
de retornar a desempenhar suas funções normalmente. Nesses casos, ele terá direito à
aposentadoria por invalidez junto ao INSS.

Agora, caso a perícia confirme um diagnóstico de invalidez parcial, o funcionário pode


receber a chamada aposentadoria especial.
DIREITOS TRABALHISTAS

Pensão por morte


Por fim, em casos de acidentes que levam ao óbito do colaborador, seus dependentes
possuem o direito de receber uma pensão pela perda.

Estes são os principais direitos que sua empresa deve garantir a seus colaboradores que
forem acidentados. Além de seguir uma determinação legal, o seu cumprimento ajudará o
funcionário a se recuperar para que consiga voltar à trabalhar normalmente.
EPI
O Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos capazes de
ameaçar a sua segurança e a sua saúde.

O uso deste tipo de equipamento só deverá ser feito quando não for possível tomar
medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a
atividade, ou seja, quando as medidas de proteção coletiva não forem viáveis,
eficientes e suficientes para a atenuação dos riscos e não oferecerem completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do
trabalho.
QUAL A IMPORTÂNCIA DO EPI?

Como o principal objetivo do EPI é prevenir acidentes e doenças, podemos


considerar que sua importância está em manter o ambiente de trabalho seguro e
saudável.

1. Prevenir doenças e acidentes que podem causar danos permanentes à integridade do


trabalhador;
2. Conter o tempo de afastamento por licença médica;
3. Reduzir os gastos com primeiros socorros, afastamento e até indenizações;
4. Manter um ambiente salubre atrativo para o mercado de trabalho;
5. Aumentar a disponibilidade de mão de obra;
6. Elevar a produtividade com o bom desempenho dos colaboradores.
TIPOS DE EPI
Os EPIs podem ser diferenciados por segmentos (um EPI da área de enfermagem é
diferente de um EPI para construção civil, já que lidam com riscos diferentes) e
também por finalidade
1. Proteção da cabeça: capacete;
2. Proteção ocular: óculos;
3. Proteção auditiva: protetor auricular;
4. Proteção respiratória: máscara;
5. Proteção facial: face shield;
6. Proteção do tronco: traje de segurança;
7. Proteção de mãos e braços: luvas e braçadeiras;
8. Proteção de pés e pernas: calçados e perneiras;
9. Proteção contra quedas: cinturão de segurança e mosquetão.
Obrigado e até a
próxima aula!

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