Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SAÚDE DO
TRABALHADOR
DISCIPLINA: ACIDENTES DE TRABALHO (ÊNFASE NA LEGISLAÇÃO VIGENTE)
Prof.ª Esp. Mariana Ribeiro
Enfermeira do Trabalho
ACIDENTES DE TRABALHO
As máquinas primitivas daquela época ofereciam todos os tipos de riscos aos operadores.
As consequências tornaram-se tão críticas que começaram os clamores, exigindo o mínimo
de condição humana, para o trabalho.
No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a nossa Revolução Industrial. Embora
tivéssemos a experiência de outros países, em menor escala, é bem verdade, atravessamos
os mesmos percalços de condições de trabalho, o que fez com que se falasse, em 1970, que
o Brasil era o campeão de acidentes do trabalho.
A partir de então, a preocupação com a segurança e com a saúde do trabalhador se fez
presente na legislação brasileira, no sentido de frear o crescente e vertiginoso aumento de
doenças relacionadas ao trabalho e aos acidentes.
FATOS QUE MARCARAM O DESENVOLVIMENTO
DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL:
Nos últimos dez anos, foram notificadas mais de 23 mil mortes no mercado formal por
acidentes de trabalho no país. Roraima apresenta a maior incidência de mortalidade no
trabalho: 19 casos a cada 100 mil trabalhadores com carteira assinada. A média brasileira é
de 7 casos a cada 100 mil.
De 2000 a 2022, foram concedidas 28 mil pensões por morte por acidente do trabalho
(B93). No ano passado, foram apenas 363. Os dados são do Observatório de Segurança e
Saúde no Trabalho, que reúne informações do Ministério Público do Trabalho, Organização
Internacional do Trabalho e outros órgãos federais.
LEGISLAÇÃO VIGENTE
O ART. 21 DA LEI Nº 8.213/91 EQUIPARA AINDA A
ACIDENTE DE TRABALHO
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho,
ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
Esses acidentes não causam repercussões apenas de ordem jurídica. Nos acidentes menos
graves, em que o empregado tenha que se ausentar por período inferior a quinze dias, o
empregador deixa de contar com a mão de obra temporariamente afastada em decorrência do
acidente e tem que arcar com os custos econômicos da relação de empregado. O acidente
repercutirá ao empregador também no cálculo do Fator Acidentário de Prevenção - FAP da
empresa, nos termos do art. 10 da Lei nº 10.666/2003.
DECRETO-LEI Nº 7.036 DE 10 DE NOVEMBRO DE 1944
Art. 1º Considera-se acidente do trabalho, para os fins da presente lei, todo aquele
que se verifique pelo exercício do trabalho, provocando, direta ou indiretamente,
lesão corporal, perturbação funcional, ou doença, que determine a morte, a perda
total ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Art. 2º Como doenças, para os efeitos desta lei, entendem-se, além das chamadas
profissionais, – inerentes ou peculiares a determinados ramos de atividades –, as
resultantes das condições especiais ou excepcionais em que o trabalho for
realizado.
DECRETO-LEI Nº 7.036 DE 10 DE NOVEMBRO DE 1944
Parágrafo único. A relação das doenças chamadas profissionais, será organizada e publicada
pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, e revista trienalmente.
Art. 3º Considera-se caracterizado o acidente, ainda quando não seja ele a causa única e
exclusiva da morte ou da perda ou redução da capacidade do empregado, bastando que
entre o evento e a morte ou incapacidade haja uma relação de causa e efeito.
Art. 6º Ficam igualmente abrangidos por esta lei, considerados como produzidos pelo
exercício do trabalho ou em consequência dele, embora ocorridos fora do local e do
horário do trabalho, os acidentes sofridos pelo empregado :
Este acidente de trajeto abarca qualquer meio de locomoção utilizado pelo funcionário:
seja transporte público, carro próprio ou da empresa, ou mesmo carro compartilhado.
Todas as formas que o trabalhador usar para se deslocar ou voltar do trabalho são
válidas.
O que a lei não aceita são os desvios da rota. Vamos dizer que entre o trabalho e a
residência o empregado foi a um restaurante, ao cinema ou um passeio no
shopping.
A Justiça costuma analisar esses casos entendendo o tempo gasto pelo
empregado no deslocamento. Se o trajeto costuma ser feito em 40 minutos, por
exemplo, irá avaliar se esse mesmo período se deu no acidente que o trabalhador
está alegando como acidente de trajeto.
ACIDENTE DE TRABALHO X ACIDENTE DE TRAJETO
OBSERVAÇAO
A lei não faz essa distinção. Não importa o modo de
locomoção: o trabalhador pode estar de carro, ônibus,
moto, bicicleta ou até mesmo pé.
ACIDENTE DE TRABALHO X ACIDENTE DE TRAJETO
Como não foi convertida em lei pelo Congresso Nacional, a medida perdeu seu
efeito a partir de 21 de abril de 2020.
COMUNICAR EMPREGADOR SOBRE O ACIDENTE DE TRAJETO
Diferente do acidente de trabalho, que acontece no espaço físico da empresa, não há como
o patrão saber da ocorrência de um acidente de percurso sem a comunicação expressa do
empregado.
Além disso, o colaborador também deve fazer a sua parte, prestando atenção nas
informações de segurança, utilizando os equipamentos corretamente e evitando atitudes que
podem levar à acidentes.
DOENÇA OCUPACIONAL
Dependendo das características e dos riscos identificados de determinadas atividades
laborais, caso o indivíduo apresente alguma doença proveniente destas atividades, elas
serão classificadas como Doença Ocupacional equiparada a Acidente do Trabalho, e
deverá ser emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho.
DOENÇA OCUPACIONAL
• DORSALGIAS: refere-se a dores nas costas que podem ser causadas por posturas
inadequadas, levantamento de peso incorreto ou falta de ergonomia no ambiente de
trabalho;
DOENÇA OCUPACIONAL
LER/DORT (Lesões por esforços repetitivos/Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho): ocorrem devido a movimentos repetitivos e
esforços contínuos no trabalho, afetando principalmente músculos, tendões e
articulações;
DOENÇA OCUPACIONAL
Transtornos das articulações: são problemas relacionados às articulações, como
bursites, tendinites e artrites, que podem ser causados por atividades laborais específicas;
DOENÇA OCUPACIONAL
Varizes nos membros inferiores: condição em que as veias das pernas se dilatam e
se tornam visíveis devido à pressão e esforço prolongados durante o trabalho;
DOENÇA OCUPACIONAL
Transtornos mentais: incluem condições como depressão, ansiedade e estresse,
que podem ser desencadeados pelas demandas e pressões do trabalho;
DOENÇA OCUPACIONAL
Inclusive os dados dessa análise servirão de base para o mapa de riscos que é um
documento visual obrigatório. Nele, estão enumerados todos os perigos da planta,
bem como as suas respectivas intensidades. O desenvolvimento do documento é
feito pela CIPA. Lembrando que esse mapa também deve conter ações preventivas e
corretivas para evitar circunstâncias que representem ameaça.
RESPONSABILIDADES DA GESTÃO DA SEGURANÇA
DO TRABALHO
• Implementação de medidas preventivas
Desenvolvimento e implementação de medidas para eliminar ou reduzir os riscos
ocupacionais identificados. É importante para isso adotar equipamentos de proteção,
fazer alterações nos processos de trabalho, treinar os funcionários, entre outras ações.
Os principais são:
Cumprimento de normas
Outro benefício identificado é que ela assegura a conformidade com normas e
regulamentações locais, nacionais e internacionais, evitando penalidades legais e
multas.
BENEFÍCIOS DE FAZER A GESTÃO DA SEGURANÇA
DO TRABALHO
Aumento da produtividade
Ambientes de trabalho seguros proporcionam um aumento na produtividade, pois os
trabalhadores se sentem mais seguros, confiantes e motivados para desempenhar suas
tarefas.
Cabe ainda ressaltar o impacto na qualidade do trabalho, uma vez que os funcionários
estão mais focados em suas tarefas, reduzindo erros e melhorando a eficiência. Ou seja,
isso reflete diretamente no desempenho das funções.
Redução de custos
A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais resulta em redução de custos
associados a tratamentos médicos, compensações por acidentes de trabalho, seguros e
custos legais.
RISCOS
DIREITOS TRABALHISTAS
Estabilidade no emprego
Essa estabilidade no emprego é garantida até que o funcionário possa retornar ao
trabalho. Ou seja, ao retornar, seu contrato de trabalho estará garantido por, no mínimo,
12 meses.
Afastamento remunerado
Normalmente, o período de afastamento para que o colaborador se recupere é de 15
dias. No entanto, mesmo caso este tempo precise ser estendido, o profissional não
será prejudicado em sua remuneração.
Estes são os principais direitos que sua empresa deve garantir a seus colaboradores que
forem acidentados. Além de seguir uma determinação legal, o seu cumprimento ajudará o
funcionário a se recuperar para que consiga voltar à trabalhar normalmente.
EPI
O Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos capazes de
ameaçar a sua segurança e a sua saúde.
O uso deste tipo de equipamento só deverá ser feito quando não for possível tomar
medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a
atividade, ou seja, quando as medidas de proteção coletiva não forem viáveis,
eficientes e suficientes para a atenuação dos riscos e não oferecerem completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do
trabalho.
QUAL A IMPORTÂNCIA DO EPI?