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RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL

DO EMPREGADOR E PREPOSTOS

A
responsabilidade Civil e Criminal dos EMPREGADORES e de seus PREPOSTOS,
decorrente de infortúnio do trabalho já começa a ser uma realidade presente, mas apesar
disto, existe uma legião de mutilados, que oneram a Previdência Social, o que além de causar
preocupação social, PREOCUPA TAMBÉM PELAS CONDENAÇÕES QUE ACARRETARÃO, no
futuro próximo.

O Ministério Público, atua nos processos relativos a acidente e doença do trabalho, através
dos Promotores de Justiça, utilizando os dispositivos legais vigentes, para responsabilizar, Civil e
Criminalmente, o empregador e prepostos, causadores de incapacidades e mortes no trabalho.

RESPONSABILIDADE CIVIL  A indenização acidentária não exclui a do Direito Comum, em caso


de dolo ou culpa do empregador. Quando a Empresa não cumpre com as obrigações relativas à
Medicina e Segurança do Trabalho de seus empregados, tem o dever de indenizar por não
execução de sua obrigação. Configura o ilícito civil quando a conduta do empregador ou prepostos
revela negligência, imprudência, omissão de precauções, despreocupações e/ou menosprezo pela
segurança do empregado. Age com culpa o empregador ou o preposto que permite o trabalho em
máquinas sem proteção, defeituosas e/ou perigosas, ou ainda, que não realiza exames
Admissionais, Demissionais ou Periódicos. Para se ter culpa, basta, por exemplo, o não
cumprimento de qualquer Norma Regulamentadora (NR - da Portaria 3.214 de 08/06/1978, do
Ministério do Trabalho).

 "Art. 1521. São também responsáveis pela reparação civil:

            III - o patrão, amo ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do
trabalho que lhes competir, ou por ocasião dele (art. 1.522);

            Art. 1.522. A responsabilidade estabelecida no artigo antecedente, nº III, abrange as pessoas


jurídicas, que exercerem exploração industrial.

            Art. 1.523. Excetuadas as do art. 1.521, V, só serão responsáveis as pessoas enumeradas


nesse e no art. 1.522, provando-se que elas concorreram para o dano por culpa, ou negligência de
sua parte." (grifos nossos)
            Essa previsão legal afasta qualquer alegação de não responsabilidade do empregador pelos
atos dos seus prepostos, não havendo motivo para não se incluir também em relação a lesões
extrapatrimoniais.

            A redação do art. 1.523 demonstra que esta responsabilização independe do dolo específico
do empregador, satisfazendo-se com a culpa (" in vigilando", quando decorre da falta de atenção com
o procedimento de outrem, ou " in eligendo", decorrente da má escolha do preposto), que, inclusive,
engloba a negligência, explicitada no aludido dispositivo.

RESPONSABILIDADE CRIMINAL/PENAL  O artigo 132 do Código Penal prevê o crime de perigo,


ao dizer "Expor a vida ou saúde de outrem a perigo direto e iminente. Pena-Detenção de três meses
a um ano, se o fato não constituir crime mais grave." É o que ocorre, quando o empregador ou seus
prepostos, visando motivação econômica, permitem que a saúde, a integridade física ou a própria
vida de seus empregados, sejam expostas, ao adotar como rotina, práticas inseguras, ou não adotar
rotineiramente, práticas seguras, no ambiente de trabalho. Se por ventura o dano ocorrer,
responderá o agente por ação ou omissão, por homicídio ou lesões corporais, na forma dolosa ou
culposa. Devem ter cautela, portanto, os empregadores, diretores, gerentes, chefes, outros
prepostos e todos aqueles que têm trabalhadores sob sua responsabilidade, vítimas potenciais de
acidentes ou doenças, no tocante a rigorosa observância das normas de Medicina e Segurança do
Trabalho, impedindo a execução de atividades em que haja possibilidade de eventuais acidentes ou
doenças, com o intuito de demonstrarem que agiram com a cautela necessária e, ainda, que não se
omitiram.
ARTIGOS COM RESPONSABILIDADES CIVIS E
CRIMINAIS DOS EMPREGADORES E EMPREGADOS

            Art. 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

        I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; (Incluído pela Lei nº
6.514, de 22.12.1977)

        II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no


sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)

        III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; (Incluído
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

        IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. (Incluído pela Lei nº 6.514,
de 22.12.1977)

        Art. 158. Os níveis de iluminamento serão fixados de acordo com o gênero de trabalho
executado e levando em conta luminosidade exterior habitual na região.
        Art. 158. Cabe especialmente ao Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho:
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967)
        I - estabelecer normas referentes aos princípios constantes deste Capítulo; (Incluído pelo
Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967)
        II - orientar a fiscalização da legislação concernente à segurança e higiene do trabalho;
(Incluído pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967)
        III - conhecer, em segunda e última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das
decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho em matéria de segurança e higiene do
trabalho. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967)

        Art. 158 - Cabe aos empregados: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

        I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que


trata o item II do artigo anterior; (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

        Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. (Redação dada pela
Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

        Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: (Incluído pela Lei nº
6.514, de 22.12.1977)

        a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo
anterior;  (Incluída pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
        b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.  (Incluída pela Lei
nº 6.514, de 22.12.1977)

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