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Habilitação Profissional de
Técnico em Farmácia
Prevenção e Segurança
no Trabalho
MÓDULO I
Tatuí-SP
2018
1. SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
1.1 - INTRODUÇÃO
Desde seu aparecimento na Terra, o homem convive com o risco. E, por não ter controle
sobre os riscos, esteve sempre sujeito a todo tipo de acidente. Com o passar do tempo e o
desenvolvimento da tecnologia, ele conheceu a roda-d'água, os teares mecânicos, as máquinas a
vapor, a eletricidade, até chegar à era dos computadores. Foi um longo aprendizado.
Se, por um lado, os progressos científicos e tecnológicos facilitaram o processo de trabalho
em vários aspectos, por outro geraram novos riscos.
A proteção legal ao trabalhador contra acidentes e doenças inerentes ao trabalho, no plano
internacional, começou somente no século IXX. No Brasil, as primeiras leis surgiram no início do
século, XX como veremos a seguir.
No mundo
Em 1802, surge na Inglaterra a primeira lei de proteção ao trabalhador acidentado no
exercício de sua função. Em 1862, ocorre a regulamentação da Segurança e Higiene do Trabalho
na França; em 1865, na Alemanha; e, em 1921, nos Estados Unidos.
No Brasil
A proteção legal ao trabalhador contra acidentes e doenças do trabalho no Brasil é mais
recente e vem se desenvolvendo ao longo dos últimos cinquenta anos:
• Somente em 1919 surge a primeira Lei de Acidentes do Trabalho no Brasil, com o
Decreto Legislativo n° 3.724, de 15 de janeiro. Não é considerado acidente de trabalho a doença
profissional atípica (mesopatia). A lei exige reparação apenas em caso de "moléstia contraída
exclusivamente pelo exercício do trabalho, quando este for de natureza a só por si causá-la".
• Em 1934, surge a segunda Lei de Acidentes do Trabalho no Brasil, com o Decreto-Lei
º
n 24.637, de 10 de julho. É reconhecida como acidente do trabalho a doença profissional atípica
(mesopatia).
• Em 1943, o governo brasileiro apresenta á nação a CLT - Consolidação das Leis do
Trabalho.
• Em 1944, surge a terceira Lei de Acidentes do Trabalho no Brasil, com o Decreto-Lei n°
7.036, de 10 de novembro. Determina que as empresas com mais de 100 funcionários devem
constituir uma comissão interna para representa-los, a fim de estimular o interesse pelas questões
de prevenção de acidentes.
• Em 1967, surge a quarta Lei de Acidentes do Trabalho no Brasil, com o Decreto-Lei n°
293, de 28 de fevereiro. Teve curta duração, porque foi totalmente revogada pela Lei n° 5.316, de
14 de setembro do mesmo ano. Transferia o seguro de acidentes do trabalho do setor privado
para a esfera específica da Previdência Social.
• A Lei n. 5.316, de 14 de setembro de 1967, foi a quinta Lei de Acidentes do Trabalho no
Brasil. Restringe o conceito de doença do trabalho, excluindo as doenças degenerativas e as
inerentes a grupos etários.
1
O Capítulo V da CLT contém toda a legislação trabalhista relativa à Segurança e à
Medicina do Trabalho para os empregados em empresas públicas e privadas, regidas por esse
estatuto. Excluem-se os funcionários públicos estatutários.
As normas regulamentadoras (NRs) da CLT são muito abrangentes e remetem muitas
vezes a outras normas nacionais e internacionais, como, por exemplo, às da Associação Brasileira
de Normas Técnicas - ABNT (NR-17) e da American Conference of Governmental Industrial
Higienysts – ACGIH (NR-9).
2. PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Incidente: Evento que causou ou que teve o potencial de causar acidentes. Um incidente
que não origina danos à saúde, prejuízos ou outras perdas também é descrito como uma “quase
perda”.
Acidente: Evento não desejado que origina morte, danos à saúde, lesão, danos materiais
ou outras perdas.
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2.2 - CONCEITOS DE ACIDENTES DO TRABALHO
Legal
Prevencionista
No conceito prevencionista serão classificados, como acidentes aqueles fatos que podem
prejudicar, interromper uma atividade produtiva, um trabalho, trazendo ou não prejuízos humanos
e/ou materiais. Portanto, mesmo ocorrências que não resultem em lesões ou danos materiais
devem ser encaradas como acidentes que exigem uma investigação do pessoal técnico, para
evitar a repetição do fato.
Numa empresa, os acidentes acontecem tendo como causas mais comuns ato inseguros
e/ou condições inseguras. Os atos inseguros são praticados por trabalhadores que desrespeitam
regras de segurança, que não as conhecem devidamente ou, ainda, que têm um comportamento
contrário à prevenção.
As condições inseguras são deficiências como: defeitos de instalações ou de
equipamentos, falta de proteção em máquinas, má iluminação, excesso de calor ou frio, umidade,
gases, vapores e poeiras nocivos e muitas outras condições insatisfatórias do próprio ambiente de
trabalho.
Na sua grande maioria, os acidentes são provocados por atos inseguros, por condições
inseguras ou pelos dois fatores em conjunto. E são causas que podem ser previstas e, portanto,
evitadas. Para tanto, é preciso estar alerta, é preciso saber descobrir, localizar e identificar as
causas possíveis de acidentes. Esc. Técnica “Dr. Gualter Nunes”
Outros casos que caracterizam o acidente do trabalho são, também, os infortúnios que
ocorrem em horário de trabalho e que resultam de atos de sabotagem ou terrorismo praticados
por estranhos ou mesmo por companheiros. O mesmo se dá com lesões físicas intencionais,
provocadas por terceiros, se decorrentes de disputa relacionada ao trabalho. Atos de prudência ou
negligência de terceiros e de companheiros, atos de pessoas privadas do uso da razão,
desabamento, inundação ou incêndio, casos decorrentes de causa imprevista ou força maior, tudo
isso se enquadra no conceito de acidente do trabalho.
Esse conceito, todavia, é mais amplo, incluindo infortúnios fora do local e fora do horário
de atividade do empregado. São exemplos os acidentes ocorridos: na prestação espontânea de
qualquer serviço à empresa; em viagem a serviço, seja qual for o meio de locomoção utilizado, e
mesmo sendo veículo do próprio empregado; no percurso da residência para o trabalho ou vice-
versa; nos períodos de refeição ou descanso dos empregados, que permanecem, ou não, no local
de trabalho.
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ou à prática do ato inseguro), ato inseguro (ação ou omissão que, contrariando preceito de
segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência do acidente) e condição ambiente de
insegurança (condição ambiente do meio que causou o acidente ou contribuiu para sua
ocorrência). Constatar o ato inseguro no Brasil foi sempre um meio de se achar um culpado.
Todo acidente tem causas imediatas, causas básicas e principalmente causas gerenciais.
Afinal segurança não é prioridade (porque ela não acaba), ela faz parte do negócio da empresa.
As condições imediatas são o ato inseguro e as condições inseguras. O ato está relacionado com
a violação de um procedimento seguro (ex.: não usar protetor auricular em ambiente ruidoso, ou
ficar sob cargas suspensas, ou dirigir perigosamente, ou inutilizar dispositivos de segurança, etc.).
Atos inseguros
São comportamentos tidos pelo trabalhador que podem levá-lo a sofrer um acidente. Os
fatores que levam os indivíduos a praticá-los são múltiplos, sendo que os principais podem ser
assim resumidos:
a) equipamentos de segurança
- Recusa de usar equipamentos de proteção individual;
- Inutilização de equipamentos de segurança.
b) uso de ferramentas
- Emprego impróprio de ferramentas;
- Emprego de ferramentas com defeito.
c) maquinária
- Ajuste, lubrificação e limpeza de máquinas em movimento;
- Permanência junto a pontos perigosos das máquinas;
- Operação de máquinas em velocidade excessiva;
- Operação de máquinas sem que o trabalhador esteja habilitado ou
sem que tenha permissão para tal.
d) roupas
- Uso de roupas que exponham a riscos.
Muitos outros exemplos podem ser dados. Porém, o que convém salientar é que são
causas evitáveis, dependendo, das atividades que a CIPA pode desenvolver na área educativa e
da conscientização, tanto do empregado quanto do empregador.
Condições inseguras
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Por trás do ato inseguro existem muitas variáveis,
como: deficiências, defeitos, irregularidades
técnicas na empresa que constituem riscos para a
integridade física do trabalhador, para a sua saúde
e para os bens materiais da empresa.
Assim, as condições inseguras podem estar
relacionadas com:
b) maquinaria
- Localização imprópria das máquinas;
- Máquinas com defeitos.
c) matéria-prima
- Com defeito ou de má qualidade;
- Fora de especificação.
d) proteção do trabalhador
- Proteção insuficiente ou totalmente ausente;
- Roupas não apropriadas;
- Calçado impróprio ou falta de calçado;
- Equipamento de proteção com defeito.
e) produção
- Velocidade excessiva;
- Má distribuição.
f) horários de trabalho
- Esforços repetidos e prolongados (LER ou DORT);
- Má distribuição de horários e tarefas.
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As causas básicas têm em geral origem
administrativa.
Nessa abordagem consideramos como
causas básicas aquelas que, uma vez
corrigidas, previnem por um longo período
um acidente similar.
Mecânicas
Físicas
Químicas
Biológicas
Psicológicas
Sociais
Morais
Efeitos
Minimizar - Negativos
PREVENÇÃO
Favorecer - Positivos
Treinamento
O treinamento deve desenvolver questões como:
• Conhecimento por meio de práticas seguras, ou seja, quando alguém estiver
aprendendo uma tarefa, deve saber reconhecer os riscos e perigos existentes;
• Habilidade para evitar acidentes.
Para que o treinamento seja eficaz, e fundamental estabelecer normas de procedimento
por escrito, permitir que o trabalhador tenha acesso a todas as informações (por exemplo, danos à
saúde que um determinado produto pode causar) e, principalmente, manter reciclagens
periódicas. Esc. Técnica “Dr. Gualter Nunes”.
Motivação
Para que o trabalho seja bem realizado, é preciso conjugar motivação e habilidade.
Enquanto a habilidade depende muito da capacitação do profissional, a motivação e a base da
sua decisão de realizar um trabalho. Quando uma pessoa está motivada, quer e pode realizar
uma tarefa, seu desempenho é eficiente e sua atenção/concentração é redobrada. Pouca ou
nenhuma motivação toma o desempenho suscetível a erros, potencializando a ocorrência de
acidentes. Por isso, é importante que o trabalhador seja elogiado pelo seu desempenho e receba
recompensas que o ajudem a manter sua auto-estima. Uma estrutura organizacional que valorize
repreensões, advertências, ameaças e suspensões é um terreno fértil para a, ocorrência de
acidentes.
Entre as ferramentas da motivação, podemos citar: prêmios, promoções, bolsas de estudo,
incentivo a sugestões (idéias), convocação do maior número possível de trabalhadores para
eventos relacionados com segurança e saúde, concursos para trabalhadores e seus familiares,
visita à empresa, de familiares dos empregados, etc.
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A motivação, portanto, está relacionada com a atitude e a habilidade do funcionário.
Tópicos Comentário
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Controle
O controle é o gerenciador do programa, o tratamento do risco. Trata-se, na verdade, de
uma verificação sistemática, objetiva e periódica dos ambientes de trabalho, o que permite
fortalecer as diretrizes da atuação em prol da, segurança e da saúde ocupacional.
3. INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
f) Inspeções oficiais: são realizadas por agentes dos órgãos oficiais e das empresas de
seguro.
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g) Inspeções especiais: destinam-se a fazer controles técnicos que exigem profissionais
especializados e aparelhos de teste, de medição. Exemplo: medição do ruído ambiental, pesquisa
de germes que podem provocar doenças.
Existem alguns passos que devem ser seguidos para o desenvolvimento dessa atividade:
a) Observação: primeiro passo, observar cuidadosamente os atos das pessoas em seu
trabalho, condições dos equipamentos e dos ambientes da empresa. Atos inseguros podem não
ocorrer durante uma inspeção de segurança, mas, muitas vezes acontecem em poucos segundos.
Por este motivo, é interessante que junto com a observação seja feito um levantamento com os
empregados, sobre seus atos no trabalho.
4.2 - TERMINOLOGIA
Para fazer um estudo dos riscos existentes nos ambientes de trabalho, precisamos, estar
familiarizados com os termos utilizados e conhecer o seu significado.
Em geral os termos mais usados são:
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• Dano – Diz respeito à gravidade da lesão ou à perda física, funcional ou econômica,
que podem resultar da perda de controle sobre determinado risco.
O que acabamos de expor pode ser colocado de forma objetiva pelo exemplo:
Trabalho em uma indústria metalúrgica, cujo ambiente em geral é muito ruidoso. Se não
houver controle das fontes de ruído, ou se não for providenciado o uso de protetores auriculares,
depois de algum tempo os funcionários expostos a essas fontes poderão perder a audição.
Neste caso, temos:
- Risco – ambiente ruidoso;
- Perigo – estar na área de risco sem equipamento de proteção (exposição ao risco);
- Dano – perda de audição.
Praticamente não existe atividade que não exponha a uma situação de risco. Veja:
Em casa – Quem é que já não caiu da cama, deu uma martelada no dedo, escorregou no
piso molhado do banheiro, levou choque trocando uma lâmpada ou tirou um bife da cutícula?
Na rua – Quem é que já não foi arremessado para frente no ônibus, por causa de uma
freada brusca, ou quase foi atropelado? Quem já não presenciou um acidente de transito, caiu da
bicicleta ou foi empurrado para dentro do vagão do metrô?
Na empresa – Como em casa ou na rua, o risco também está presente nos ambientes de
trabalho. Com uma diferença: hoje já dispomos de meios para diagnosticar e prevenir os riscos
nas empresas, o que permite criar condições de trabalho mais seguras.
Agentes físicos – (temperaturas altas ou baixas, vibrações e ruídos fortes, pressões muito
baixas ou altas);
A repetição de um acidente comum, apesar de este já ter sido investigado, pode revelar
possíveis falhas nas medidas de prevenção, por alguma razão a ser determinada, não estão
impedindo essa repetição. O estudo de um acidente raro pode revelar a existência de causas
ainda não conhecidas, que permaneciam ocultas e que não haviam sido notadas pelos
encarregados da Segurança.
Esses dados que se referem à empresa, aos dados pessoais do funcionário, à sua
ocupação, à tarefa desenvolvida, ao departamento e à seção em que trabalha, permitem que se
faça um estudo da ocorrência e freqüência de acidentes em certos departamentos.
A descrição do acidente, deve ser feita com todos os pormenores possíveis, devendo ser
mencionada a parte do corpo atingida e as informações do encarregado. Descrições de como se
desenvolveram os fatos relacionados ao acidente e as causas que lhe deu origem. Dados
importantes sobre as causas do acidente, as possíveis responsabilidades e propor medidas
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preventivas a quem deva toma-las, para evitar que continuem presentes os riscos ou que eles se
renovem.
5. FATORES DE RISCOS
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g) Armazenamento inadequado: quando existe material pesado armazenado numa
estrutura que não está preparada para receber tanto peso.
i) EPI inadequado
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• Sistema de proteção antiqueda.
• Os treinamentos são uma medida de controle muito importante para que os
trabalhadores se conscientizem de como os agentes a que estão expostos podem causar danos à
sua saúde. Também permitem que eles aprendam como se proteger contra a ação nociva desses
agentes. Para que o treinamento possa ser bem aproveitado, ele deve ser teórico e prático.
Para cada elemento dos grupos de agentes de risco ambientais, podem ser levantados
efeitos e danos específicos à saúde do trabalhador.
Riscos físicos
Quando falamos de riscos físicos, estamos nos referindo a energia. Pode provocar um
quadro específico de problemas de saúde nos trabalhadores, como veremos:
• Ruído – Nós estamos acostumados a conviver com níveis de ruído elevados. Porém,
se ficarmos expostos a fontes de ruído em nosso ambiente de trabalho, não só teremos
dificuldade para nos concentrarmos em nossa atividade, como poderemos sofrer danos
irreversíveis em nossa saúde: aumento do ritmo cardíaco, constrição (fechamento) dos vasos
sanguíneos periféricos, aceleração do ritmo respiratório, diminuição da atividade dos órgãos da
digestão, cansaço, irritação, insônia, dor de cabeça, redução da audição (surdez temporária,
surdez definitiva e trauma acústico), aumento da pressão arterial e redução da atividade cerebral,
com a conseqüente diminuição da atenção. Por isso, é muito importante identificar as fontes mais
ruidosas de cada setor, como: compressores de ar, motosserras, prensas, motores elétricos, etc.
O ruído é um dos problemas mais graves que temos no Brasil em termos de saúde ocupacional.
• Calor e frio - Para que o ser humano sinta-se termicamente confortável, ele depende
de três fatores: das condições ambientais, de uma atividade física e de um tipo de vestimenta
adequado à temperatura. O calor excessivo provoca uma sensação de exaustão, aumento da
pulsação, cansaço, pele seca, desidratação, cãibras, fadiga térmica, prostração térmica e choque
térmico. Exemplo: pessoas que operam fornos, caldeiras, etc. O frio excessivo provoca:
vasoconstrição periférica, queda da freqüência de pulso, tremor incontrolável, hipotermia
evoluindo para a sonolência e coma, diminuição da atenção. São exemplos de exposição ao frio:
trabalhos em câmaras frigoríficas ou em depósitos onde a temperatura necessariamente deva
ficar controlada em graus muito baixos.
• Pressões anormais – São aquelas que estão abaixo ou acima da pressão atmosférica.
Problemas relacionados com ambientes de alta pressão: pode ocorrer ruptura do tímpano,
irritação dos pulmões, dores abdominais, dor de dente, exolftalmia (saliência exagerada do globo
ocular), obstrução dos vasos sanguíneos, embolia traumática pelo ar, intoxicação por oxigênio e
gás carbônico, e doença descompressiva. Trabalhos de mergulho, de mineração subterrânea e
em caixões pneumáticos deixam as pessoas expostas a esse tipo de problema.
• Umidade – A umidade influi na troca térmica entre o corpo humano e o ambiente, pelo
mecanismo da evaporação. Suas maiores conseqüências são as doenças do aparelho
respiratório. O trabalho com lavagem de veículos, bem como ambientes com umidade relativa do
ar superior a 75%, expõe os trabalhadores à ação da umidade.
Raios cósmicos
Alta
Raios gama
freqüência
Raios X
Ultravioleta
Visível
Média
freqüência Infravermelha
Microondas
Radar F.M. T.V.
Baixa
Ondas de rádio
freqüência
Muito
Campos elétricos
baixa
(Alta tensão)
freqüência
Riscos químicos
Os contaminantes químicos são substâncias constituídas por matéria que pode estar
presente no ar, na forma de moléculas individuais (gases ou vapores) ou de grupos de moléculas
unidas (aerodispersóides ou névoas). As vias de entrada desses contaminantes no organismo
humano são: a via respiratória, a via dérmica ou cutânea (pele), a via digestiva e a via parenteral
(através de feridas). Esc. “Dr. Gualter Nunes”
Os principais tipos causadores de problemas de saúde são: os gases, os vapores, a névoa
e os aerodispersóides (poeiras e fumos metálicos). A exposição a agentes químicos precisa de
um acompanhamento continuado.
Riscos biológicos
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Contaminantes Biológicos
Riscos ergonômicos
Inadequado Adequado
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• Exigência de posturas inadequadas – fator de risco encontrado em atividades de
escritório (pessoas precisam ficar sentadas muito tempo), atividades realizadas em oficinas de
automóveis, atividades que requeiram que a mão do trabalhador fique acima da sua cabeça.
Inadequado Adequado
Inadequado Adequado
Isso melhora postura e reduz o esforço na coluna. A medida for se cansando, trocará o pé
de apoio. Muitos já fazem isso por puro instinto, sem se dar conta de como esse exercício é
importante para a sua saúde.
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Descanso físico Descanso mental
• Monotonia – Atividades que se repetem dia após dia, sem alterar o ritmo do trabalho.
Quando a atividade entra no automático, o risco de acidentes é maior.
Esses fatores estão relacionados com a saúde mental. Além de contribuir para o
aparecimento de doenças inespecificas, influem negativamente nas relações familiares e sociais
do trabalhador (principalmente o trabalho noturno).
7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
7.1 - INTRODUÇÃO
Como já visto, existem riscos, conhecidos como condições inseguras, que podem
ocasionar danos à saúde ou à integridade física do trabalhador. Estes devem ser neutralizados ou
eliminados por meio da utilização de equipamentos de proteção.
Proteção individual: protegem apenas a pessoa que utiliza o equipamento. Sempre que
possível, deve ser dada ênfase às medidas de proteção coletiva, pois sua implantação e mais
simples, oferece melhor controle de manutenção e assegura a todos os funcionários efetiva
proteção, sem causar desconforto, o que pode ocorrer quando se utiliza um equipamento de
proteção individual. Todos os equipamentos devem ser mantidos em boas condições e devem ser
reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência.
São as mais importantes, porque com elas todo um grupo homogêneo de trabalhadores
exposto a um mesmo agente ambiental, fica protegido.
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As proteções em furadeiras, serras, prensas; sistemas de isolamento de operações
ruidosas, os exaustores de gases e vapores, as guardas ou barreiras de proteção, os dispositivos
de proteção em escadas, corredores, guindastes e esteiras transportadoras são exemplos de
proteções coletivas.
De acordo com a NR-6, “considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação
nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador”.
O EPI não evita acidentes, pois o agente continua presente. Seu uso possibilita apenas
reduzir a probabilidade de dano. Os EPIs servem para minimizar as conseqüências.
Os Equipamentos de Proteção Individual, identificados pela sigla EPI, são empregados,
rotineiramente ou em casos excepcionais. Esc. “Dr. Gualter Nunes”
Deve ser escolhido de acordo com a necessidade de uso no trabalho e a parte do corpo
que precisa ser protegida. Em função dos riscos específicos, são desenvolvidos vários modelos e
EPIs com formato e materiais distintos. Segue-se uma relação de alguns EPIs e sua utilidade:
• Proteção para Cabeça e Crânio: capacete de segurança, capuz de segurança e
bonés de forneiros.
• Proteção para Olhos: óculos contra impactos, óculos contra poeiras e neblinas, óculos
para soldadores e óculos contra gases e vapores.
• Proteção para Vias Respiratórias: respirador.
• Proteção para Face: máscara de solda e protetor com visor plástico.
• Proteção para os ouvidos: concha, plug ou de inserção.
• Proteção para Pernas e Pés: sapatos de segurança.
• Proteção para o Tronco: jaqueta e aventais.
• Proteção para mãos e braços: luvas, mangas e dedais.
• Proteção para pernas e pés: perneiras longas e botas de borracha ou P.V.C.
• Proteção em geral: cintos de segurança e pomadas protetoras.
Áreas de lazer - O trabalho, o lazer e o sono são etapas seqüenciais nas atividades
humanas. O período dedicado ao lazer tem um papel relaxante, para aliviar as tensões do
trabalho e facilitar o sono. É importante que a empresa tenha uma área de lazer para os
funcionários, onde, após cada refeição (almoço e/ou jantar), por exemplo, assistir à televisão jogar
dominó ou qualquer outro jogo da sua preferência. Isso permitirá que eles aliviem as tensões do
período de trabalho já concluído.
8.1 - DEFINIÇÃO
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Como os elementos essenciais do fogo são três, podem ser representados
como os lados de um triângulo, se forem ligados.
Triângulo do fogo
8.2 – FOGO
O calor é uma espécie de energia e por isso se transmite, isto é, passa de um corpo a
outro, de uma substância a outra.
Essa passagem do calor pode ocorrer de três maneiras diferentes: condução, convecção e
radiação.
• Condução
É o caso de uma barra metálica aquecida por uma chama
numa das extremidades. Passado algum tempo, a outra extremidade
também estará quente. Houve transmissão por condução, o calor
passou pela barra. Os metais são bons condutores de calor, tem boa
condutividade. O ar é péssimo condutor de calor.
• Convecção
Acontece com gases e com líquidos. Nessas substâncias, as
partes quentes tendem a subir e as partes frias tendem a descer. É por
isso que, em construções altas, às vezes, o fogo (incêndio) se propaga,
passa de um andar para o de cima, por convecção.
• Radiação
É a transmissão do calor por meio de ondas. Todo corpo quente emite
radiações que vão atingir os corpos frios. O calor do sol é transmitido por esse
processo. Exemplo: radiações de calor que são sentidas quando há aproximação
de um forno quente.
A melhor medida para prevenir incêndios é evitar que se forme o triângulo do fogo. Existem
algumas maneiras básicas de combater o fogo:
• Armazenamento de material
Manter sempre, se possível, a substância inflamável longe de fonte de calor e de oxigênio.
Possuir um depósito fechado e ventilado para armazenamento de inflamáveis e, o mais longe
possível da área de trabalho. Proibir que se fume nas áreas onde existam combustíveis ou
inflamáveis. Uma ponta de cigarro aceso poderá causar incêndio de graves proporções.
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• Manutenção adequada
Além da preocupação com o combustível e o oxigênio, é preciso saber como se pode
evitar a presença do terceiro elemento essencial do fogo: o calor. Várias medidas são
fundamentais:
- Instalações elétricas apropriadas: fios expostos ou descascados devem ser evitados,
pois podem ocasionar curtos-circuitos.
- Instalações elétricas bem projetadas: a carga excessiva em circuitos elétricos pode e
deve ser evitada.
- Manutenção de equipamentos: os equipamentos devem sofrer manutenção e
lubrificação constante, para evitar aquecimento por atrito em partes móveis, criando a perigosa
fonte de calor.
- Ordem e limpeza: as decorações, os móveis, os equipamentos de escritório devem
merecer muita atenção, porque pode estar sendo aumentado o volume de material combustível
representado por móveis, carpetes, cortinas e forros falsos.
- Instalação de pára-raios: os incêndios causados pelos raios são muito comuns.
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Tipos de equipamento para combate a incêndio
• Extintores: é preciso conhecer muito bem cada tipo de extintor, pois, para cada classe
de incêndio há um agente extintor mais indicado.
Extintor de Espuma
Pressão Injetada
Pressão Permanente
com controle de
vazio
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A importância do Fator Humano
• Brigada contra incêndio: seus integrantes têm como função prioritária eliminar
princípios de incêndios, bem como verificar condições inseguras, riscos de incêndio e explosão.
Deve haver um sistema de controle que proporcione rápida comunicação e correspondente
tomada de providências.
9.1 - DEFINIÇÃO
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9.2 - COMPOSIÇÃO/ORGANIZAÇÃO
9.3 - ATRIBUIÇÕES
Presidente
O presidente da CIPA deve coordenar todas as atribuições citadas anteriormente. Ele deve
presidir as reuniões e é responsável pela convocação dos cipeiros, pode determinar tarefas aos
membros da comissão, isoladamente ou em grupos de trabalho e deve promover o bom
relacionamento da CIPA com o departamento de segurança e com os demais setores da
empresa.
Vice-Presidente
O vice-presidente, por sua vez, deve executar as atribuições que lhe forem delegadas e
substituir o presidente em suas faltas ocasionais.
Secretário
Ao secretário da CIPA cabe elaborar as atas de eleições, da posse e das reuniões e
manter o arquivo e o fluxo de correspondência atualizada.
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Membros
Os demais membros da CIPA devem participar das reuniões, investigar e analisar os
acidentes ocorridos, sugerindo medidas preventivas e realizar inspeções nos locais de trabalho,
tem também a obrigação de promover a divulgação de princípios e normas de segurança junto
aos demais trabalhadores e atuar como porta-vozes dos problemas de segurança comunicados
pelos empregados.
9.5 - OBJETIVOS
9.6 - CONSTITUIÇÃO
Uma das principais atribuições das CIPAs é promover anualmente a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT.
A maioria das empresas opta pela realização das SIPATs no segundo semestre pelo fato
de se possuir um maior número de informações sobre as condições de segurança, com por
exemplo as estatísticas de acidentes do ano anterior.
Pelo menos 30 dias antes da realização da Semana, uma comissão deve ser criada para
elaborar a programação a ser realizada.
O primeiro objetivo de uma Semana de prevenção de acidentes é fazer com que a maioria,
senão todos os elementos que dela participam, receba as mensagens e as coloquem em prática.
Para isso, é necessário um levantamento de necessidades e características das pessoas que
participarão da SIPAT.
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A motivação e o interesse dos participantes das sipats
Algumas atividades poderão colaborar para a motivação e o interesse dos participantes
das campanhas de segurança. Para tanto, é importante que se saiba o que significa motivo e
como se pode motivar esses participantes.
Motivo é tudo aquilo que inicia um comportamento. Um tipo de motivo usado para produzir
comportamentos motivados são os incentivos. Os incentivos são estímulos externos que levam à
ação.
O objetivo das Campanhas de prevenção de Acidentes é obter um comportamento
motivado para esse assunto.
Somente assim as mensagens transmitidas serão aproveitadas pelos participantes.
Três características são atribuídas ao comportamento motivado: direção, vontade ou
desejo e excitação. Explicando com mais detalhes: se o indivíduo encontra-se motivado para
certa tarefa ou certo assunto, ele apresentará um estado de prontidão e abertura para assimilar
tudo o que diz respeito àquele assunto (excitação); apresentará vontade de participar em
atividades tanto quanto de entender o que se passa naquela área; seu pensamento focalizará,
durante um certo tempo, aquele assunto específico (direção).
Conferências
Algumas sugestões para esses brindes são: chaveiros, camisas, flâmulas, adesivos,
camisetas, etc.
Certificados
No final da SIPAT, deverá ser conferido aos participantes um certificado, que será
entregue, se possível, após algumas palavras sobre a Prevenção de Acidentes.
O ponto fundamental, porém, como já foi mencionado, é motivar os indivíduos para que
assimilem a maior quantidade possível dos conhecimentos transmitidos.
Com a certeza de que os atos inseguros têm um papel nas causas do acidente do
trabalho, pode-se concluir que uma campanha de prevenção de acidentes, quando bem
elaborada, tenderá a aumentar o conhecimento do trabalhador quanto aos riscos envolvidos na
sua vida profissional. Conhecendo mais, terá maiores condições de evitar tais riscos e, ao mesmo
tempo, de alertar os colegas que estiverem expostos a riscos de acidentes.
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10. REFERÊNCIAS
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