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Noções de Saúde e Segurança

no Trabalho
1. OBJETIVO

A incorporação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no âmbito das micro e pequenas
empresas contribui para a proteção contra os riscos presentes no ambiente de trabalho, prevenindo e
reduzindo acidentes e doenças e diminuindo consideravelmente os custos.
Além de diminuir os custos e prejuízos, torna a empresa mais competitiva, auxiliando na
sensibilização de todos para o desenvolvimento de uma consciência coletiva de respeito à integridade física
dos trabalhadores e melhoria continua dos ambientes de trabalho.
No caso das micro e pequenas empresas, a participação do próprio empreendedor e dos trabalhadores
na identificação dos riscos assume um papel de extrema importância para o êxito do programa de gestão.

2. CONCEITOS DE ACIDENTE DO TRABALHO

2.1 – Conceito Prevencionista de Acidente do Trabalho

Acidente de trabalho é qualquer acontecimento imprevisto que interrompa as atividades normais do


trabalho. Esses acontecimentos não são planejados e deles podem resultar danos físicos a alguém, ou a um
grupo de pessoas, e danos materiais e econômicos à empresa.
Do ponto de vista desde conceito, para ser qualificado como tal, um acidente não precisa causar
vitimas.

2.2 – Conceito Legal de Acidente do Trabalho

Conforme a Lei Nº. 8.213/91, art. 2º, Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a
perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.
Tal conceituação baseada no prejuízo físico sofrido no trabalho, tem por objetivo favorecer apenas os
mecanismos de compensação e indenização, e não destinados a prevenção.
Alem de definir acidente de trabalho, a lei ainda determina que o trabalhador que contraia doenças no
exercício de suas funções tenha os mesmos direitos concedidos ao funcionário acidentado no trabalho.

Por lei, são direitos do trabalhador, doente ou acidentado no trabalho, os seguintes benefícios:

I. Auxilio-doença;
II. Aposentadoria por invalidez;
III. Pensão por morte;
IV. Auxilio-acidente;
V. Assistência Médica;
VI. Reabilitação Profissional.

Esses benefícios e serviços são devidos ao empregado ou aos seus dependentes, sem necessidade de
período de carência, ou seja, independentemente do tempo de contrato.

3. A SEGURANÇA DO TRABALHO

Como não é possível saber quando os acidentes vão ocorrer e quais as suas conseqüências, é preciso
prevenir, ou seja, tomar medidas que evitem as possibilidades de que ocorram garantindo assim, a segurança
e a tranqüilidade do trabalhador.
Considerando que nenhum acidente acontece sem uma causa, logo o objetivo da Prevenção de
Acidentes é identificar para eliminar ou controlar essas causas.
Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e
psicológicas empregadas para prevenir acidentes ou conjunto de medidas empregadas para prevenir
acidentes.
A segurança do trabalho é tão importante, que é imposta por lei, ou seja, existe uma lei que obriga as
empresas a manterem um departamento encarregado das medidas necessárias á Segurança do Trabalho.
4. ASPECTOS LEGAIS DE ACIDENTE DO TRABALHO

Acidente típico é aquele decorrente no exercício da atividade profissional.


Em caso de afastamento, o dia do acidente de trabalho e os 15 dias subseqüentes são pagos pelo
empregador e o auxilio doença começa a ser pago pela Previdência Social a partir do 16º dia do afastamento.
E a partir da Lei Nº. 8.213/91 coube às empresas a responsabilidade legal de garantir, no retorno ao
trabalho após a licença, durante 12 meses o Salário do trabalhador acidentado.

Podemos considerar como acidente do trabalho:

I. O acidente que tenha contribuído diretamente para a morte do segurado, para a redução da perda da
capacidade para o trabalho ou produzido lesão corporal que exija atenção médica para a sua
recuperação.
II. O acidente sofrido pelo segurado no local de trabalho em conseqüência de ato de agressão,
sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros, ato de imperícia, desabamento, inundação, incêndio
e outros casos fortuitos.

5. FATORES DE RISCO E MEDIDAS DE CONTROLE

Risco é uma condição que apresenta potencial para causar danos. Esses danos podem ser entendidos
como lesões a pessoas, quebras de equipamentos ou estruturas, perda de material em processo ou redução da
capacidade de desempenho de uma função pré deteminada.
Os fatores de risco existente nos locais de trabalho podem comprometer a segurança das pessoas e a
produtividade da empresa.
No ambiente de trabalho estes fatores podem variar em função de sua natureza, concentração,
intensidade e tempo de exposição dos agentes nocivos, tais como:

I. Físico: ruído, vibração e calor.


II. Químicos: Vapores.
III. Biológicos: Vírus, fungos e bactérias.
IV. Ergonômico: Levantamento e transporte manual de peso, postura imprópria e meios inadequados de
produção e controle.

5.1 Riscos Físicos


São considerados como risco físico o ruído, a vibração, a umidade, a radiação ionizante, a radiação
não ionizante e a temperatura extrema.

5.1.1 Ruído
Ruído é um som indesejável. No seres humanos ele pode ocasionar alteração em todos os
organismos, principalmente no aparelho auditivo.
O trabalhador pode muitas vezes estar exposto no ambiente de trabalho a ruídos de diferentes
intensidade e durações, podendo ocasionar vários tipos de alterações auditivas e a doenças como
hipertensão, taquicardia etc.

5.1.2 Vibração
Este risco pode ocorrer devido à movimentação das partes rolantes da maquina que está em operação
e á falta de manutenção preventiva adequada das maquinas e equipamentos. O acidente acontece através do
contato direto com a máquina, podendo atingir partes do corpo como as mãos e braços.

5.1.3 Calor
As condições de calor excessivo podem ser nocivos a saúde do trabalhador, causando mal estar,
cãibras, desidratação, distúrbios cardiovasculares e erupções da pele.
Uma das medidas de controle adotada pode ser o revezamento de pessoal no local de trabalho,
instalação e utilização de ventilação natural e artificial etc.
6. RISCOS QUÍMICOS

A utilização de produtos químicos em determinadas áreas de ocupação, dependendo do grau de


exposição do mesmo, pode acarretar posteriormente danos a integridade física e mental ao trabalhador.
Alguns agentes químicos possuem limites de tolerância e grau de insalubridade, a exemplo de
poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, substâncias, composto ou produtos químicos.

7. RISCOS BIOLÓGICOS

No ambiente de trabalho, os trabalhadores podem ter contato com agentes biológicos tais como:
vírus, fungos e bactérias. Esse contato pode ocorrer por vias cutâneas, oral ou respiratória.
Uma medida de controle é a higiene pessoal e ambiental.

8. RISCOS ERGONÔMICOS

Os fatores de risco relacionados à ergonomia são aqueles que interferem na relação harmônica entre
trabalho e ser humano.
Para evitar que estes fatores de risco comprometam a execução das atividades no ambiente laboral é
necessário adequar as condições de trabalho ao homem, através da adequação do ambiente nos aspectos
físico e psíquico.
Dentre os aspectos biomecânicos, os principais são: a postura inadequada, a repetição dos
movimentos e o manuseio de carga incorreto e excessivo.

9. DOENÇA PROFISSIONAL E DOENÇA DO TRABALHO

Além dos acidentes do trabalho, cujos efeitos ou conseqüências podem ser avaliadas logo após a sua
ocorrência, é importante para quem estuda sobre Prevenção de Acidentes conhecer Doenças Profissionais ou
Doenças do Trabalho, das quais só pode avaliar os efeitos ou conseqüências no decorrer de um prazo mais
longo.
Imagine as seguintes situações:

 Situação 1: Harry trabalhou num ambiente com ruído acima do normal durante cinco anos e sua
audição sofreu redução de mais de 60%, incapacitando-o para o trabalho, a não ser com a utilização
de aparelho próprio para surdos. (Doença do Trabalho)

 Situação 2: Hermione sofria de bronquite asmática e conseguiu emprego num supermercado, onde
sua função exigia que ela entrasse no frigorífico para apanhar mercadorias congeladas, Depois de 06
meses, Joselina foi obrigada a pedir licença do emprego para tratamento por agravamento de sua
saúde. (Doença Profissional)

I. Doença do Trabalho é um doença comum a sociedade, adquirida em função do exercício de


atividades profissionais nocivas á saúde.
II. Doença Profissional é a enfermidade adquirida somente durante o exercício de determinadas
atividades profissionais, previamente relacionadas em ato pelo Ministério do Trabalho.

A diferença entre o Acidente e a Doença do Trabalho é que o acidente acontece de forma rápida e
aguda, enquanto que a doença manifesta-se de maneira lenta e só pode ser constatada após determinado
espaço de tempo.
10. DANOS CAUSADOS AO TRABALHADOR

Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças decorrentes do trabalho
apresentam fatores extremamente negativos para o Setor, trabalhador acidentado e para a sociedade.
As estatísticas que registram os acidentes e doenças decorrentes do trabalho, revelam uma enorme
quantidade de trabalhadores prematuramente mortos ou incapacitadas para o trabalho e os que sobrevivem a
esses infortúnios são também atingidos por danos que se materializam em:

 Cirurgias e Remédios
 Próteses e assistência médica;
 Sofrimento físico e mental;
 Fisioterapia e assistência psicológica;
 Dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;
 Diminuição do poder aquisitivo;
 Desamparo à família;
 Desemprego;
 Depressão e traumas.

Estas estatísticas informam que os acidentes atingem, principalmente, pessoas na faixa etária dos 20
aos 30 anos, justamente quando estão em plena condição física.
É importante ressaltar que, apesar de todos os cálculos, o valor da vida humana não pode ser
calculado, sendo o mais importante no estudo, o conjunto de benefícios que a micro ou pequena empresa
consegue com a adoção de boas práticas de Saúde e Segurança no Trabalho, pois, além de prevenir acidentes
e doenças, reduz os custos, otimiza conceito e imagem junto à clientela e potencializa a sua competitividade.
Na verdade, todos os acidentes podem ser evitados se providências forem adotadas com antecedência
e de maneira compromissada e responsável.

Podemos considerar quatro tipos principais de acidentes:


1. Acidente pessoal;
2. Acidente material e pessoal;
3. Acidente com dano material;
4. Acidente com simples advertência de perigo.

11. CAUSAS DOS ACIDENTES

Tecnicamente existem duas causas de acidentes: atos inseguros e condições inseguras.


De acordo com a Norma Brasileira NB-18 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
existem vários aspectos que decorrem dessas causas, dentre eles podemos destacar:

I. Negligência: é a omissão voluntária do cuidado - falta de atenção. Exemplo: a realização de


limpeza numa máquina em funcionamento.

II. Imprudência: é a falta de observação das medidas de precauções e segurança, previsível,


necessárias no momento para evitar um mal - excesso de confiança. Exemplo: empilhar
caixas e volumes sem obedecer às recomendações de arrumação, trânsito, carga e descarga.

III. Imperícia: é a falta de aptidão, habilidade, experiência, ou de previsão no exercício de


determinada função. Exemplo: conduzir veículo, operar máquina ou equipamento sem
possuir habilitação, curso ou treinamento adequado e obrigatório.
12. ATO INSEGURO

Entende-se Ato Inseguro como sendo as causas de acidentes do trabalho que residem exclusivamente
no fator humano, isto e, aqueles que decorrem da execução de tarefas de uma forma contrária as normas de
segurança.
Exemplos bastante comuns de atos inseguros:
 Utilizar de maneira incorreta ou imprópria ferramentas ou máquinas manuais.
 Não obedecer a sinais ou instruções de segurança.
 Falta de treinamento.
 Falta de conscientização.

13. AS CAUSAS DO ATO INSEGURO

Os trabalhadores, depois de identificar quais os atos inseguros que ocorrem em sua seção, devem
perguntar por que eles ocorrem.
Seguem-se, para orientação, alguns fatores que podem levar os trabalhadores a praticar atos
inseguros:

 Inadaptação entre o Homem e a Função


Alguns trabalhadores cometem atos inseguros por não apresentarem as aptidões necessárias para o
exercício da função.
A seguir, apresentamos uma orientação sobre os atos inseguros, suas possíveis origens, formas mais
comuns e recomendações para evitarmos sua ocorrência.

I. A teimosia • Não insista em realizar determinadas operações para as quais não esteja
habilitado; e • Acate as instruções e observações de seus superiores; eles também pensam na
sua segurança.
II. O exibicionismo • é a satisfação de uma vaidade ou de um ato imprudente, quando
enfrentamos um risco sem necessidade.
III. A indisciplina • é sempre um ato de desobediência às instruções superiores, tanto no que se
refere à maneira de executar um trabalho, quanto sobre os cuidados necessários para se evitar
o acidente.
IV. A brincadeira • Não corra pelas seções e não brinque nos locais de trabalho; a brincadeira no
local de trabalho pode ter graves consequências.
V. A distração e o descuido • A pequena distração ou descuido, mesmo nos últimos minutos de
cada período de trabalho, poderá ser causa de um grave acidente.
VI. O nervosismo e a irritação • O nervosismo faz com que você perca o controle de seus atos e
palavras e contribui para que o acidente ocorra.

Lembre-se de que o estado psicológico e físico de uma pessoa, seja por cansaço excessivo ou por
brigas em casa, desgostos, ressacas ou outros motivos, podem levar mais facilmente a distrações,
nervosismo ou irritação e, portanto, à realização de atos inseguros e acidentes.

14. AS CONDIÇÕES INSEGURAS

Condições Inseguras são aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a
dignidade física e ou mental do trabalhador, devido à possibilidade do mesmo acidentar-se.
Tais condições manifestam-se como deficiências técnicas, podendo apresentar-se:

I. Na construção e instalações onde se localiza a empresa: áreas insuficientes, piso fraco e irregular,
excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e de limpeza, instalações elétricas impróprias ou com
defeitos, falta de sinalização.
II. Na proteção do Trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e calçados
impróprios, equipamento de proteção com defeito, etc.
15. MEIOS GERAIS DE PROTEÇÃO DE ACIDENTES NO AMBIENTE DE TRABALHO

Você sabe que existem possibilidades de prevenir acidentes do trabalho, mas para isso, algumas
medidas são imprescindíveis e são especificas da área de segurança das empresas.
No ambiente de trabalho as medidas de segurança visam proteger as pessoas por intermédio de uma
das seguintes alternativas: Eliminando o Risco, Isolando o Risco e Sinalizando o Risco.

I. Eliminar o Risco é torná-lo definitivamente inexistente. Isso sempre é possível, mas algumas
medidas preventivas podem ser tomadas.
Como por exemplo: a substituição de um produto tóxico por um não tóxico; a reparação imediata
de defeitos no piso e nas escadas, etc.

II. Isolar o Risco é colocá-lo distante de pessoas ou isolado de tal forma, que o trabalhador não
corra perigo. Embora muito aplicada esta medida não deve substituir a anterior, pois é necessário,
sempre que possível, eliminar um risco e não apenas isola-lo.
Um risco pode ser isolado com a utilização de protetores, grades, correntes, cordas, corrimão,
chaves, cadeados, etc.

III. Sinalizar o Risco significa chamar a atenção das pessoas com a finalidade de evitar que
aconteçam acidentes. É o recurso que se utiliza quando não há possibilidade de aplicar os
anteriores.
Como por exemplo: colocação de avisos e/ou sinais que alertem a todos para os riscos e perigos.

16. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Para prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho, a ciência e a tecnologia colocam à


nossa disposição uma série de medidas e equipamentos de proteção, coletiva e individual.

16.1 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

É toda medida ou dispositivo, sinal, imagem, som, instrumento ou equipamento destinado à proteção
de uma ou mais pessoas expostos a risco durante a realização de um trabalho.

Exemplos:
a. Limpeza e organização dos locais de trabalho;
b. Extintores e sistema de exaustão colocado em um ambiente de trabalho onde há poluição;
c. Colocação de aterramento elétrico nas máquinas e equipamentos;
d. Proteção nas escadas através de corrimão, rodapé e pastilha antiderrapante;
e. Instalação de avisos, alarmes e sensores nas máquinas, nos equipamentos e elevadores;

16.2 Equipamento de Proteção Individual (EPI)

EPI é todo dispositivo de uso individual, destinados a ser utilizado por uma pessoa contra possíveis
riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade.
Devemos utilizá-lo quando não for possível eliminar o risco por outras medidas ou equipamentos de
proteção coletiva, para complementar a proteção coletiva, em trabalhos eventuais ou emergenciais e em
exposição de curto período.
A escolha do EPI deve ser feita por pessoal especializado, conhecedor não só do equipamento, como
também das condições em que o trabalho é executado.
Os equipamentos de proteção individual são classificados de conformidade com a parte do em
corpo que deve ser protegida.

 Proteção de cabeça
Para o crânio, usam se diversos tipos de capacetes ou chapéus, e para o rosto utilizam-se protetores
faciais.
Utilizado para proteção da cabeça do empregado em trabalho a céu aberto e em local confinado,
impactos provenientes de queda ou projeção de objetos, queimaduras, choque elétrico e irradiação solar.

 Proteção dos olhos


Utilizado para proteção dos olhos contra impactos mecânicos, partículas volantes e raios
ultravioletas.

 Proteção auditiva
Utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que apresentem ruídos excessivos.

 Proteção respiratória
Utilizado para proteção respiratória em atividades e locais que apresentem tal necessidade como
manuseio de materiais de pintura como tintas, solventes, produtos químicos e combustíveis.

 Proteção para membros superiores


Luva de proteção em raspa: Utilizada para proteção das mãos e braços do empregado contra agentes
abrasivos e escoriantes.

 Luva de proteção
Luvas de borracha: Utilizadas para proteção das mãos e punhos do empregado em manuseio de
combustíveis e contra agentes químicos e biológicos.

Luvas de algodão: Utilizadas contra riscos mecânicos, protegem as mãos contra produtos abrasivos,
escoriantes, resistentes à cortes ou contém rebarbas, onde se necessite boa aderência.

 Proteção para membros inferiores


Perneiras de segurança confeccionadas em raspa de couro para proteção da perna contra agentes
abrasivos e escoriantes.

 Calçado de proteção
Calçado de proteção tipo botina de couro: Utilizado para proteção dos pés contra torção, escoriações
e derrapagens.

 Proteção do tronco
Avental de proteção: Confeccionado em raspa de couro com ajuste no pescoço e cintura. Para
proteção do usuário contra agentes cortantes ou escoriantes, para uso em soldagem e processos similares.

O uso de EPI exige responsabilidades, tanto da Chefia quando dos trabalhadores.

Cabe a Chefia adquirir o tipo adequado à atividade do empregado, fornecer EPI aprovado com o
Certificado de Aprovação, orientar o trabalhador sobre o seu uso, tornando-o obrigatório, substituí-lo
quando danificado ou extraviado.

Cabe ao empregado usá-lo apenas para a finalidade a que se destina, responsabilizar-se por sua
guarda e conservação e comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.
17. O TRABALHO DO PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS - PNE

A Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Legislação Brasileira vigente asseguram ás


pessoas portadoras de necessidades especiais o direito à participação em atividades econômicas.
A Lei Nº. 7.853, de 24 de outubro de 1999, regulamentada pelo decreto Nº. 3.298, de 20 de
dezembro de 1999, dispõe sobre o trabalho da pessoa portadora de necessidade especial e sua integridade
social.
De acordo com a Lei mencionada, podemos enquadrar as deficiências nas seguintes categorias:

I. Deficiência Física
II. Deficiência Auditiva
III. Deficiência Visual
IV. Deficiência Mental
V. Deficiência Múltipla

A Legislação obriga as empresas que possuem 100 ou mais funcionários a contratar beneficiários da
Previdência Social reabilitados por portadores de deficiência habilitados, preenchendo de 2 a 5% do total de
seus cargos.

18. CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) foi criada oficialmente pelo Decreto lei Nº.
7.036, de 10 de novembro de 1944, sem titulo definido.
A obrigação para a instalação das comissões nas fábricas só entrou em vigor em 19 de junho de
1945, por instrução da Portaria Nº. 229 do então Departamento Nacional do Trabalho.
Sua criação foi resultado de uma recomendação da OIT aos governos e as indústrias para adoção de
comitês de segurança.
A CIPA tem como objetivo geral prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, preservando
a vida e a promoção da saúde do trabalhador.

A CIPA pode ser conceituada através de sua própria sigla, descrita a seguir:

 Comissão – é um grupo de pessoas encarregadas de tratar determinados assuntos.


 Interna – limite da atuação da comissão, restrita a própria empresa.
 Prevenção – é um conjunto de medidas antecipadas que visa evitar danos materiais ou pessoais.
 Acidentes – é um acontecimento casual e imprevisto.

A CIPA deve ser composta por representantes da empresa e dos empregados, os representantes
dos empregados deverá ser designado pelos próprios empregados, tanto os titulares como os suplentes e
deverão ser eleitos por eleição secreta.

O mandato tem a duração de 01 ano, sendo permitida a reeleição. Caberá ao empregador indicar
alguém da diretoria para o cargo de Presidente da CIPA e o Vice-Presidente será eleito dentre os
representantes dos empregados.
Outro aspecto que deve ser considerado com relação ao CIPA é que todos os seus membros, titulares
e suplentes, inclusive o secretário e seu substituto, deverão participar de curso de prevenção de acidentes,
que deverá ser promovido pela empresa, cuja carga horária mínima é de 20 horas, distribuídas em até 08
horas diárias durante o horário normal de trabalho.

REFERÊNCIAS:
Manual de Equipamentos de Proteção da Comissão Tripartite permanente de Negociação do Setor Elétrico do Estado de São
Paulo; Manual de Prevenção de acidentes do Trabalho para Membros da CIPA – FIRJAM / SENAI Rio de Janeiro, 2016; Cartilha
de Prevenção de Prevenção e Doenças no Trablaho, SESI - SEBRAE -Janeiro /2017.

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