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RISCOS

Associados ao Trabalho

CLASSIFICAÇÃO E TIPOS
Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de
acordo com a Portaria No. 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de
1978.

Esta Portaria contem uma série de normas regulamentadoras que


consolidam a legislação trabalhista, relativas à segurança e medicina do
trabalho.

Encontramos a classificação dos riscos na sua Norma Regulamentadora


No. 5 (NR-5).
Durante muito tempo acreditou-se
que o problema dos acidentes e
doenças relacionados ao trabalho
era assunto para engenheiros de
segurança, médicos, gerentes e
outros especialistas.

Pensava-se que só eles tinham conhecimento para analisar os riscos


e propor soluções.
Nessa visão, os trabalhadores seriam meros e passivos
coadjuvantes, apenas para fornecer informações ou se
submeter aos exames e responder perguntas.

A análise dos riscos nos locais de trabalho deve contar com a vivência, o
conhecimento e a participação dos trabalhadores, já que são eles que
realizam o trabalho cotidiano e sofrem seus efeitos.

Portanto, são eles os mais indicados para identificar, eliminar e controlar os


riscos.
IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS

Para evidenciar as condições de segurança do trabalho e desgaste do


trabalhador, tomamos o processo de trabalho como categoria de análise, e a
organização do trabalho e as características das tecnologias empregadas no
processo produtivo, como os indicadores complementares.

Assim, feita a seleção das fontes de informações, procede-se uma análise do


conjunto das condições de trabalho quanto aos ATOS INSEGUROS E CONDIÇÕES
INSEGURAS.
ATOS INSEGUROS: são aqueles relativos à ação do indivíduo como trabalhador
no ambiente de trabalho, que resultam em risco de acidentes, e;

CONDIÇÕES INSEGURAS: relativos a situações de eminentes riscos no ambiente de


trabalho, geradores de insalubridade e ou periculosidade e de acidentes mais
comuns.
Exemplos de Atos Inadequados
Fonte: VOTORANTM METAIS
RISCOS AMBIENTAIS

Os ambientes de trabalho podem conter, dependendo da atividade que neles


é desenvolvida, um ou mais fatores ou agentes que, dentro de certas
condições irão causar danos à saúde do trabalhador, denominando-os de
RISCOS AMBIENTAIS.

Os riscos ambientais exigem a tomada de certos cuidados e de medidas


corretivas nos ambientes, pretendendo-se evitar o aparecimento das
chamadas doenças do trabalho.
No momento, diversos são os fatores que contribuem para o número de casos
de doenças decorrentes de riscos ocupacionais à saúde.

A origem ocupacional de inúmeras doenças escapa, com freqüência, a sua


identificação, seja por dificuldade de caracterizar sua etiologia ou pela
inexperiência dos profissionais que com elas se depararam.

Etiologia é um ramo de estudo destinado a


pesquisar a origem e a causa de um determinado
fenômeno.
Certos tipos de danos à saúde, provocados pelas exposições a materiais
tóxicos ou pelas condições físicas, não se manifestam, senão depois de meses
ou anos de exposições ou mesmo após a exposição já ter sido descontinuada.

Novos riscos em potencial são continuamente introduzidos,através do uso de


novas substâncias, novos usos para antigos materiais, novas combinações de
produtos químicos e mudanças de processos industriais, mascarando
condições que poderiam ser mais evidentes.
Quando os fatores ocupacionais se manifestam clinicamente, são na maioria
das vezes rotulados como doenças sistêmicas.

Os riscos estão presentes nos locais de trabalho e em todas as demais


atividades humanas, comprometendo a segurança e a saúde das pessoas e a
produtividade da empresa.

Esses riscos podem afetar o trabalhador a curto, médio e longo prazos,


provocando acidentes com lesões imediatas e/ou doenças chamadas
profissionais ou do trabalho, que se equiparam a acidentes do trabalho.
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e mecânicos existentes nos ambientes de trabalho e capazes de
causar danos à saúde do trabalhador em função de sua natureza,
concentração ou intensidade e tempo de exposição.

A seguir é apresentado um organograma dos riscos ambientais.


RISCOS QUÍMICOS

São representados por um grande número de substâncias que podem


contaminar o ambiente de trabalho.

Os agentes químicos que podem causar doenças profissionais são encontrados


nas formas gasosa, líquida e sólida e, quando absorvidos pelo organismo,
produzem, na grande maioria dos casos, reações chamadas de venenosas ou
tóxicas.
RISCOS FÍSICOS

São representados por fatores do ambiente de trabalho que podem causar


danos à saúde.

Os riscos profissionais provocados por agentes físicos, são representados por


fatores ambientais de trabalho, tais como iluminação, vibração, radiação,
ruído, calor e frio, etc., que, de acordo com as características do Posto de
Trabalho, podem causar danos à saúde.
RISCOS BIOLÓGICOS

São representados por uma variedade de microorganismos com os quais o


trabalhador pode entrar em contato, segundo o seu tipo de atividade, e que
podem causar doenças.

Esses agentes biológicos são visíveis apenas ao microscópio, sendo capazes de


produzir doenças, deterioração de alimentos e mau cheiro.
RISCOS ERGONÔMICOS

Os agentes ergonômicos causadores de doenças caracterizam-se por atitudes


e hábitos profissionais prejudiciais a saúde, os quais podem refletir no
esqueleto e órgão do corpo humano.

A adoção desses comportamentos no Posto de Trabalho pode criar


deformações físicas, atitudes viciosas, modificações na estrutura óssea,
relativos a má postura e inter-relação entre o homem e a máquina ou
equipamento.
RISCOS DE ACIDENTES

Os agentes mecânicos são responsáveis por uma série de lesões nos


trabalhadores, como cortes, fraturas, escoriações, queimaduras, etc.

Máquinas desprotegidas, pisos defeituosos ou escorregadios, os


empilhamentos precários ou fora de prumo são exemplos desse risco.
Os quadros a seguir apresentam
um resumo dos riscos ambientais
na atividade de mineração.
IDENTIFICAÇÃO DO RISCO

Para identificação do risco, deve-se constatar a eficiência ou não de elementos


da operação, de produtores, de condições do ambiente, que sejam ou que
possam vir a ser, nocivos ao trabalhador.

LIMITE DE TOLERÂNCIA

Limite de tolerância é a intensidade máxima de exposição a determinado risco


que não causa dano à saúde do trabalhador.
De um modo geral, para que determinado risco seja prejudicial à saúde do
trabalhador, não basta que ele esteja presente no local de trabalho.

Por exemplo, em relação a uma substância química tóxica, o grau de risco está
relacionado com a intensidade do contato.

Se for um produto absorvido através dos pulmões, vai depender da sua


concentração no ar respirado pelo trabalhador exposto; quanto maior a
concentração, maior o risco. Entretanto, abaixo de determinada concentração,
a substância pode não oferecer riscos a saúde.
Aliás, qualquer elemento da natureza, dependendo da quantidade ingerida ou
absorvida, pode ser prejudicial ao organismo humano.

Até a água, se for ingerida em quantidade excessiva, pode fazer mal a uma
pessoa (não se referindo a afogamento).

Um outro risco é o ruído intenso, o qual pode causar surdez, mas, abaixo de
certa intensidade, ele não é prejudicial para a audição.

Um aspecto importante do limite de tolerância é que ele depende do tempo


de exposição.
Para isto, é necessário levar em conta a duração do contato diário e dos anos
de trabalho a que o indivíduo ficará exposto ao risco.

Desta maneira, o limite de tolerância deve estabelecer um limite de exposição


a determinado risco que não traga prejuízo à saúde do trabalhador durante
toda a sua vida de trabalho.

A NR 15 define limite de tolerância como sendo “a concentração ou intensidade


máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao
agente (insalubre), que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a
sua vida laboral”.
Os limites de tolerância não devem ser vistos como números absolutos, por
várias razões:

▪Existe uma tendência histórica, especialmente em relação aos produtos


químicos tóxicos, de se reduzirem os limites de tolerância à medida que se vão
aprofundando as pesquisas sobre seus efeitos nocivos, em particular sobre as
conseqüências da exposição a longo prazo;

▪Os limites de tolerância para um mesmo risco variam de país para país,
dependendo dos critérios que são utilizados e de fatores políticos, econômicos e
sindicais;
▪ A resistência dos indivíduos é variável, de modo que pessoas mais sensíveis
podem ser afetadas por determinado risco mesmo que o limite de tolerância
seja respeitado; e

▪ O limite de tolerância é estabelecido para um risco isolado, mas, nos ambientes


de trabalho, podem existir riscos que interagem uns com os outros e têm os
seus efeitos prejudiciais multiplicados.
Em resumo, os limites de tolerância devem ser entendidos não como o ideal,
mas, apenas, como o máximo aceitável.

Quanto à exposição aos riscos, deve-se buscar reduzi-la a um mínimo possível.


PROGRAMA DE COMPORTAMENTO SEGURO

Procurando sanar as causas que


geram os acidentes do trabalho,
diversos estudos foram feitos a
respeito do assunto.

Dentre eles, tem-se um estudo de uma organização americana conhecida


como Pirâmide de BIRD. Segundo estudos da Insurance Company of North
América, 96% dos acidentes têm como causa os comportamentos inseguros.
Acima a Pirâmide de BIRD, estudada para um total de 3 x 109 homens/horas
trabalhadas, que mostra que para cada acidente com lesão grave tem-se dez
ocorrências com lesão leve, trinta danos à propriedade, seiscentos quase
acidentes e trinta mil desvios comportamentais.

Essa estatística identifica o alto índice de desvios que são os geradores dos
acidentes do trabalho e ressalta a importância de se trabalhar a questão
comportamental na busca pela redução nos níveis de acidentes.
Comportamento seguro é toda ação que está dentro de um padrão de
segurança no exercício de uma atividade, onde todos devem estar conscientes
e determinados a cumprir todas as normas de segurança, por mais simples
que sejam.

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