Riscos Físicos, Químicos e Biológicos - Definições, Tipos, Categorias e Grupos

28/07/2023 Riscos físicos, químicos e biológicos: definições, tipos, categorias e grupos
Riscos físicos, químicos e biológicos:

definições, tipos, categorias e grupos
O risco, de uma forma geral, é uma ameaça ou perigo de determinada
ocorrência. Quando se diz que estamos correndo um risco, nada mais é do
que estarmos sujeito a passar por um episódio arriscado, ou seja, um
episódio em que pode acarretar em alguma consequência.
O risco é empregado em diversos contextos, como por exemplo: o

risco ambiental, o risco de acidente, o risco de morte, o risco de epidemia, o
risco biológico (ameaça à saúde humana), o risco financeiro entre outros.
Em administração, risco é a probabilidade de um evento acontecer

(pode ser aleatório, futuro e independente da vontade do homem), seja ele
uma ameaça, quando negativo, ou uma oportunidade, quando positivo.
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Risco é uma medida dos prejuízos

econômicos, danos ao meio ambiente ou
danos pessoais (mutilação, morte) tanto em
relação à probabilidade com que aconteça
quanto à magnitude com a qual ocorra.
Não existe risco zero na presença de um perigo, porém, existe a

possibilidade de minimizá-lo ou alterá-lo para níveis considerados aceitáveis e,
dessa forma, não apresentar consequências.
É de suma importância para a profissão de Técnico de Segurança do

Trabalho o entendimento e o domínio do que sejam os riscos ambientais,
como eles estão divididos e como fazer a identificação dos mesmos nos
locais de trabalho, nas organizações, além do controle e monitoramento.
Conceito de fator de risco ambiental:
Segundo a Norma Regulamentadora 9 (NR-9):

Consideram-se fatores de risco ou agentes ambientais os

agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de
trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à
saúde do trabalhador
Os riscos nos locais de trabalho estão relacionados às características da

organização, do processo de trabalho e seu ambiente. Cada tipo de atividade
vivencia situações particulares, além disso, é fundamental a identificação das
prioridades de cada momento.
Com isso temos:

Fator de risco: elemento com potencial inerente para causar

lesões ou doenças ocupacionais. Pode ser um agente físico,
químico e/ou biológico, quando da análise dos fatores de riscos
dentro dessa discussão. Há também fatores de riscos
ergonômicos e de acidentes, mas que não são o foco deste
conteúdo. “Fator de risco” e “perigo” são termos equivalentes na
legislação brasileira.
Consequências: lesões ou doenças ocupacionais que são

originadas na exposição sem controle a um fator de risco.
Risco ou risco ocupacional: combinação da severidade de uma

consequência associada ao fator de risco e da probabilidade de
ocorrência deste.
Os fatores de risco podem ser substâncias que estão presentes em

diversos ambientes de trabalho e, estando acima ou próximos (em
determinadas condições) dos limites de tolerância, podem ocasionar danos
à saúde dos trabalhadores. Para exemplificar, podemos pensar em alguns
ambientes de trabalho e alguns agentes relacionados aos mesmos, são
eles:
Trabalhadores rurais
Setor de siderurgia
Mergulhadores subaquáticos na prospecção de petróleo com

exposição a ambiente hiperbárico

De acordo com a Portaria N° 3.214/78 do Ministério do Trabalho, atual

Secretaria Especial de Previdência e Trabalho – SEPRT, ligada ao Ministério da
Economia, os fatores de riscos ambientais são classificados em cinco tipos. O
objeto de estudo desta unidade contemplará apenas três deles:fatores de riscos
biológicos, fatores de riscos físicos e fatores de riscos químicos.
Estes grupos subdividem-se de acordo com as consequências que podem

provocar, tanto pela função das características físico-químicas dos agentes
quanto pela sua ação sobre o organismo, entre outros aspectos.
Conhecer as características de
cada tipo de fator de risco é
fundamental para a elaboração e a
implementação dos programas
relacionados a Saúde e Segurança do
Trabalho.

Fatores de riscos físicos

Ao desenvolvermos o nosso trabalho gastamos uma certa quantidade
de energia para atingirmos o resultado. Quando as condições físicas do
ambiente estão dentro dos padrões aceitáveis, como o nível de ruído e a
temperatura, produzimos mais e com menor esforço. No entanto, quando
essas condições fogem muito dos nossos limites de tolerância, ficamos
incomodados e irritados, o que ocasiona, muitas vezes, o aparecimento de
queda de produção, cansaço, desconcentração e falta de motivação. O que
concluímos com tudo isso é que os fatores físicos do ambiente de trabalho
interferem diretamente tanto no desempenho do trabalhador como na sua
produção.
Os fatores de riscos físicos são gerados

pelos agentes que têm capacidade de alterar
as características físicas do meio ambiente de

trabalho, tais como calor, frio, umidade,

vibração, radiações, ruído e pressões que, de
acordo com as características do posto de
trabalho, podem causar danos à saúde do
trabalhador. Os seus limites de tolerância e os
seus conceitos são estabelecidos pela NR-15.
Os fatores de riscos físicos se caracterizam por:
Existir um meio de transmissão (o ar na sua grande maioria)

para propagar sua nocividade
Agir sobre pessoas independente de manterem contato direto

com a fonte do fator de risco
Em geral ocasiona lesões crônicas e mediatas
Os fatores de riscos físicos nos ambientes de trabalho são identificados por

meio dos agentes físicos: ruído, vibração, temperaturas extremas (calor e frio),
umidade, radiações (não ionizantes e ionizantes) e pressões anormais
Ruídos

O ruído é considerado um som capaz de

causar uma sensação desagradável e
indesejável para o trabalhador. Do ponto de
vista da higiene ocupacional, o ruído é o
fenômeno físico vibratório com características
sem definições de variações de pressão (ar)
em função da frequência. Ou seja, para uma
dada frequência podem existir, através do
tempo, variações de diferentes pressões.
Já para a física, ruído é a variação de

pressão sonora sob a forma de ondas
mecânicas, que representam variações dos
sistemas de materiais elásticos. Em resumo
podemos definir como som qualquer conjunto
de ondas mecânicas ou vibrações que
possam ser ouvidas.
É importante colocar que o ruído, de uma

maneira geral, é um dos maiores riscos
potenciais para a saúde dos trabalhadores,
tanto nas indústrias como em qualquer outra
atividade laboral. São três os tipos de ruído:
contínuo, intermitente e o de impacto ou
impulsivo.

Ruído contínuo
São os ruídos cuja variação de nível de

intensidade sonora é muito pequena em
função do tempo. São ruídos de bombas de
líquidos, engrenagens, motores elétricos,
entre outros. Um exemplo, são os ambientes
de trabalho que utilizem compressores de ar.
O ruído contínuo subdivide-se em puro ou
complexo. Puro é o ruído mais simples e
complexo é a combinação de um certo
número de ruídos puros.
Ruído intermitente
São os ruídos que apresentam grandes

variações de nível em função do tempo,
geralmente encontramos no interior das
empresas. São os ruídos mais comuns nos
sons diários. Exemplos: trabalhadores
expostos aos ruídos de máquinas e
equipamentos motorizados, atividades de
manutenção (trabalhos manuais, afiação de
ferramentas, soldagem), trabalhadores
expostos ao trânsito, entre outros.

Ruído de impacto
Apresenta intervalos superiores a um segundo

e picos de ruído de duração inferior a um
segundo. São os ruídos que provêm de
explosões e impactos, característicos de
prensas.
Vibração
Vibração é o movimento que aparece em
intervalos regulares, ou aleatórios, de uma peça de
uma máquina ou de um elemento estrutural, como
movimento repetitivo a partir de uma posição de
repouso. Enquanto nos outros agentes físicos o
trabalhador é sujeito passivo, no caso das
vibrações, deve haver, necessariamente, o contato
entre o trabalhador e o equipamento ou máquina
que transmita a vibração.
Precisamos entender que o corpo humano

possui uma vibração natural. Se uma frequência
externa coincide com a frequência natural do
sistema, ocorre a ressonância, que tem como
consequência a amplificação do movimento. A
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energia vibratória é absorvida pelo corpo. A vibração

é um agente agressivo presente em vários
ambientes de trabalho. As vibrações classificam-se
em localizadas e generalizadas:
Localizadas
Situam-se na faixa de 6,3 a 1250 Hz.

São aquelas recebidas por uma
determinada parte do corpo. São
transmitidas aos membros superiores; o
que encontramos na literatura com a
definição de VMB, ou seja, Vibrações de
Mãos e Braços. São habitualmente menos
aplicadas aos membros inferiores. Como
exemplos citamos o uso de ferramentas
manuais, portáteis ou não, tais como:
motoserras, serras, politrizes, furadeiras,
britadeiras e martelos pneumáticos,
utilizados nas indústrias de uma forma
geral.
Generalizadas
São as vibrações de baixa frequência

e alta amplitude, situam-se na faixa de 1 a
80 Hz, mais especificamente 1 a 20 Hz. São
aquelas recebidas por todo o corpo do
trabalhador; o que encontramos na
literatura com a definição de VCI, ou seja,
Vibrações de Corpo Inteiro. Como
exemplos de atividades que os
trabalhadores estão expostos às vibrações

de corpo inteiro, podemos citar:

plataformas industriais, veículos pesados,
tratores, retroescavadeiras, trabalho em
embarcações marítimas, fluviais e trens.
Colocando na prática é muito difícil evitar a

Vibração. Normalmente ela ocorre devido aos efeitos
dinâmicos de tolerâncias de fabricação, contatos, folgas,
atrito entre peças de uma máquina e, ainda, por causa
das forças desequilibradas de componentes rotativos e
de movimentos alternados. Para a eliminação da
vibração é fundamental que se estabeleça uma Gestão
bastante eficaz no Plano de Manutenção das máquinas,
veículos e ferramentas.
Temperaturas Extremas
Nos ambientes de trabalho serão consideradas
temperaturas extremas o calor e o frio emitidos
através de fontes artificiais, ou seja, através de
câmaras frigoríficas para o frio e para o calor,
através de fornos, caldeiras e
equipamentos/máquinas que irradiem calor.
Calor

Calor é a transferência de energia

térmica entre corpos com temperaturas
diferentes. A unidade mais utilizada para
o calor é caloria (cal). A exposição ao calor
vai depender de variáveis como a umidade
relativa do ar, a velocidade do ar, a
temperatura do ar, bem como do calor
radiante e do tipo de atividade exercida.
O calor é um agente físico

frequentemente presente em uma série de
atividades profissionais desenvolvidas nas
indústrias.
O próprio calor solar atinge, em

muitos casos, níveis elevados, que se não
forem cuidados preventivamente, poderá
constituir séria ameaça à saúde dos
trabalhadores de construção civil, rurais e
de atividades executadas a céu aberto.
Pois, ao trabalhar sob temperaturas

elevadas o organismo tenta manter sua
temperatura interna constante, a todo
custo. Para alcançar isto, o organismo
utiliza-se do sistema fisiológico de
controle da temperatura corpórea. A
análise deste sistema mostra que a
temperatura do organismo, em condições
normais, deve ser igual à temperatura
ideal, que oscila entre 36ºC e 37ºC. O
controlador deste mecanismo é o centro
termorregulador que responde à

temperatura do sangue que o irriga e aos

receptores cutâneos de temperatura. Para
manter a temperatura real igual a ideal, o
centro termorregulador altera os seguintes
fatores: vascularização cutânea, sudorese,
atividade muscular e níveis de hormônios.
Frio
O frio é um agente físico presente em

uma série de atividades profissionais
como as realizadas em trabalhos de
embalagem de carnes e demais alimentos
(frutas, sorvetes e pescados), câmaras
frigoríficas (câmaras frias) e operação
portuária (manuseio de cargas
congeladas).
Os trabalhadores expostos aos

ambientes extremamente frios correm
risco potencial às doenças ocupacionais.
Os efeitos causados no organismo do
trabalhador dependem da temperatura do
ar, da velocidade do ar e da variação do
calor radiante que influenciam no
equilíbrio térmico do corpo provocando
uma sequência de reações no organismo.

Umidade
A umidade é um agente físico presente em uma
série de atividades profissionais desenvolvidas em
ambientes de trabalho como lavanderias, lavagens,
frigoríficos, cozinhas, pesca e areais.
Radiações
As radiações são formas de energia transmitidas
por ondas eletromagnéticas. Classificam-se em dois
grupos: radiações ionizantes e radiações não
ionizantes.
As radiações ionizantes oferecem grande risco à

saúde dos trabalhadores expostos, como os
operadores de raios X e radioterapia. Essas radiações
são provenientes de materiais radiativos como os
raios alfa, beta e gama ou são produzidas
artificialmente em equipamentos como os raios X. Os
raios alfa e beta possuem menor poder de penetração
no organismo, oferecendo menor risco ao trabalhador
exposto. As mais encontradas são os raios gama, raio
X e beta.

As radiações não ionizantes são eletromagnéticas

e seus efeitos dependerão do comprimento de onda da
radiação, região do espectro em que se situam e
duração e intensidade da exposição. Exemplos: a
radiação infravermelha proveniente de solda
oxiacetilênica ou fornos, a radiação ultravioleta como a
gerada por operações em solda elétrica, os raios laser,
micro-ondas, entre outras.
Pressões Anormais
As pressões anormais dividem-se em
hiperbáricas e hipobáricas.
As pressões hiperbáricas acontecem quando o

trabalhador está sujeito a pressões maiores que a
pressão atmosférica. Podemos citar como exemplos
os trabalhos realizados em tubulações de ar
comprimido, máquinas de perfuração, trabalhos
executados por mergulhadores e caixões
pneumáticos.
Quando o trabalhador estiver exposto às

pressões hipobáricas estará sujeito a pressões
menores que a pressão atmosférica, ocorre quando o
funcionário está trabalhando em altitudes elevadas.

Fatores de riscos químicos

Os fatores de riscos químicos estão ligados às substâncias químicas que
oferecem perigo à vida dos trabalhadores, que podem estar trabalhando direta
ou indiretamente com elas. É a probabilidade que um determinado trabalhador
possa sofrer algum prejuízo na manipulação dos produtos químicos que
podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar a sua saúde.
De um modo geral, tudo é uma substância química. Dessa forma,

quando nos referirmos às substâncias químicas, estamos falando das nocivas,
as quais possam interferir no organismo do trabalhador de modo a oferecer
potenciais riscos a sua saúde.
Um exemplo bem corriqueiro de

atividade são os postos de gasolina, no qual os
trabalhadores (principalmente os frentistas)
estão permanentemente expostos aos efeitos
dos combustíveis, como: gasolina, álcool e gás
natural. Estas substâncias são nocivas à
saúde.

Normalmente quando falamos em acidentes e riscos do trabalho, o que nos

vem à cabeça são o fator de risco de acidente e o fator de risco físico. Porém, os
problemas em que há fatores de riscos químicos são muito mais perigosos e
nocivos. Por exemplo, um acidente com combustível ou ácido oferecem riscos
muito mais graves que qualquer ambiente com insalubridade em função dos
agentes físicos de vibração ou ruído.
Os erros gerados em ambientes que trabalhem com esses fatores de

riscos são muito mais preocupantes e graves que os erros que possam ocorrer
por conta dos fatores de riscos físicos. Uma pequena falha em uma indústria
química pode liberar vapores ou substâncias tóxicas que podem levar a morte
de diversos trabalhadores, ou dependendo da gravidade da ocorrência, colocar
em risco a comunidade local junto dessa indústria. Uma substância oferece risco
ou não dependendo da dose que é aplicada. Abaixo citaremos as diversas
atividades e substâncias que representam fatores de riscos químicos:
Substâncias inflamáveis: gasolina, querosene
Substâncias explosivas: pólvora
Substâncias corrosivas: ácidos e bases fortes
Substâncias irritantes: vapores irritantes liberados por alguns

ácidos, com o ácido acético
Os fatores de riscos químicos são encontrados na forma líquida, sólida e

gasosa, e os agentes encontrados nos locais de trabalho se dividem em dois
grupos: aerodispersoides (poeiras, fumos, névoas e neblinas) e gases e
vapores.

Aerodispersoides
Os exemplos de aerodispersoides, são: poeiras, fumos, névoas e
neblinas.
Quanto maior o peso específico dos aerodispersoides, menor será o

tempo de permanência dos mesmos suspensos no ar. Maior será a chance
dos aerodispersoides serem inalados e de produzirem intoxicações nos
trabalhadores em função do tempo em que os mesmos permanecerem
suspensos no ar.
As partículas mais perigosas para o organismo dos trabalhadores são

os inferiores a 10 microns (fração respirável), visíveis através de
microscópio.
Clique nos títulos para expandir o conteúdo.
Poeiras
São partículas sólidas geradas mecanicamente por ruptura

de partículas maiores. As poeiras são classificadas em minerais,
vegetais e alcalinas.
Fumos
São partículas sólidas geradas termicamente. O processo de

geração inicia com aquecimento, liquefação, vaporização e
retorno à fase sólida de uma substância. Fumos são tipicamente
encontrados em processos de solda.
Névoas

São partículas líquidas geradas pela ruptura mecânica de

líquidos. O processo de pintura à pistola, que resulta em uma
névoa, é um exemplo.
Neblinas
São partículas líquidas formadas pela condensação de

vapores de substâncias que são líquidas em Condições Normais
de Temperatura e Pressão (CNTP), como o orvalho, neblinas
ácidas e alcalinas.
Gases e vapores
Gases
Não apresentam volumes e formas próprios e tendem a se

estender sem limites. São exemplos o GLP (gás liquefeito de
petróleo), o hidrogênio, o butano, entre outros.
Vapores
São dispersões de moléculas no ar que podem passar ao

estado líquido para formar líquidos ou sólidos em condições
normais de temperatura e pressão (CNTP). São exemplos a
gasolina, a nafta, entre outros.
Alguns fatores devem ser levados em consideração para avaliar o potencial

tóxico das substâncias químicas, como:

Concentração: quanto maior a concentração, mais rapidamente

seus efeitos nocivos serão manifestados no organismo.
Índice respiratório: quantidade de ar inalado pelo trabalhador

durante a jornada de trabalho.
Sensibilidade individual: nível de resistência varia de indivíduo

para indivíduo.
Toxicidade: potencial tóxico da substância no organismo.
Tempo de exposição: tempo que o organismo fica exposto ao

contaminante.
Fatores de riscos biológicos

Os fatores de riscos biológicos são introduzidos nos processos de trabalho
pela utilização de seres vivos (em geral micro-organismos, visíveis apenas ao
microscópio, tais como vírus, bactérias, fungos, protozoários, entre outros
potencialmente nocivos ao ser humano) como parte integrante do processo
produtivo. Esse tipo de fator de risco pode ser decorrente também de
deficiências na higienização do ambiente de trabalho. Tal problema pode
viabilizar a presença de animais transmissores de doenças (ratos, mosquitos)
nos locais de trabalho, como em uma obra de construção civil.
Os fatores de riscos biológicos nos ambientes de trabalho são identificados

por meio dos agentes biológicos: fungos, bactérias, vírus e protozoários.

Estes agentes podem causar danos à

saúde trabalhador, pois podem transmitir
doenças. Os profissionais de saúde humana e
animal certamente são os que mais estão
expostos aos agentes biológicos, porém,
existem outras tantas atividades em que esses
riscos estão presentes, como: indústria de
carnes e pescados, abatedouros, frigoríficos,
atividades envolvendo resíduos, esgoto e
saneamento, agricultura e pecuária, e pesca.
As tabelas a seguir exemplificam e resumem os tipos de fatores de riscos

ambientais, os agentes ambientais e os setores de trabalho onde eles possam
estar presentes.
Na tabela 01, relacionamos os agentes de riscos físicos, químicos e

biológicos.
Agente Agente Agente

físico químico biológico
Ruído Poeiras Vírus
Vibração Fumos Bactérias
Calor Neblinas Fungos
Frio Névoas Protozoários

Umidade Gases
Radiações
Vapores
Ionizantes
Radiações Não
Ionizantes
Pressões
anormais
Tabela 01 – Riscos ambientais e seus agentes.
Na tabela 02 relacionamos os agentes físicos e os setores de trabalho

relativos aos agentes.
Para o agente físico temperatura extrema calor, relacionamos como setor

de trabalho fornos, caldeiras e outras fontes de calor, como: siderúrgicas e
fundições. Exemplificamos como setor de trabalho câmaras frias para os
agentes físicos umidade e temperatura extrema frio. Para o agente físico ruído,
relacionamos os setores de trabalho que exponham os trabalhadores aos ruídos
de máquinas e equipamentos barulhentos. E no agente físico pressão anormal,
citamos como setor de trabalho as plataformas de mergulho na indústria
petroquímica. Já no agente físico vibração, relacionamos as atividades
realizadas em ônibus, tratores e com máquinas pneumáticas. Para o agente
físico radiações ionizantes, relacionamos os trabalhadores da área da saúde

que trabalhem com raio X ou que lidem com material radioativo e os

trabalhadores que trabalhem em indústrias nucleares. Como exemplo de
trabalhadores expostos as radiações não ionizantes, relacionamos os que
trabalham nas estações de rádio transmissão.
Agentes físicos Setores de trabalho
Trabalho junto a fornos,

Temperaturas
caldeiras e
extremas:
outras fontes de calor, como:
calor, frio
siderúrgicas e fundições.
Umidade
Trabalho em câmaras frias.
Trabalhos com máquinas e

Ruído
equipamentos barulhentos.
Plataformas de mergulho
Pressões anormais (indústria
petroquímica).
Máquinas pneumáticas,
Vibrações
ônibus e tratores.
Indústrias nucleares,
trabalhadores da
Radiações Ionizantes área de saúde (raio X) ou que
lidam
com material radioativo
Radiações Não
Estações de rádio transmissão
Ionizantes
Tabela 02 – Agentes físicos existentes em alguns Setores de Trabalho.

Para os agentes químicos como substâncias, compostos ou produtos que

possam penetrar no organismo nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas,
gases ou vapores, citamos alguns exemplos de setores de trabalho, como: na
indústria química, petroquímica e de petróleo encontraremos solventes
orgânicos como o benzeno; na indústria de cloro com tecnologia de amálgama
encontraremos o mercúrio; em uma fábrica de baterias encontraremos o
chumbo; em minas de amianto e setor de fibrocimento encontraremos o amianto
e no jateamento de areia no setor metalúrgico e naval, encontraremos a sílica.
Agentes
Setores de trabalho
químicos
Indústria química,
petroquímica e
Substâncias, de petróleo (solventes
compostos orgânicos
ou produtos que como o benzeno)
possam Indústria de cloro com
penetrar no organismo tecnologia
nas formas de poeiras, de amálgama (mercúrio)
fumos, névoas, Fábrica de baterias (chumbo)
neblinas, Minas de amianto e setor de
gases ou vapores. fibrocimento (amianto)
Jateamento de areia no setor
metalúrgico e naval (sílica)
Tabela 03 – Agentes químicos existentes em alguns setores de trabalho.

Para os agentes biológicos, micro-organismos patogênicos (bactérias,

fungos, vírus e protozoários), relacionamos os setores de trabalho: hospitais,
laboratórios de pesquisa em saúde pública e análises clínicas. E, para os
agentes biológicos presença de vetores (mosquitos, ratos), relacionamos como
local de trabalho os canteiros de obras.
Agentes biológicos Setores de trabalho
Micro-organismos Trabalhadores em
patogênicos (bactérias, hospitais, laboratórios de
fungos, vírus e pesquisa em saúde pública e
protozoários) análises clínicas.
Tabela 04 – Agentes biológicos existentes em alguns setores de trabalho.
Resumindo
Você conheceu algumas atividades que podem colocar em risco a
segurança e saúde do trabalhador, uma vez, que identificamos no ambiente
de trabalho um agente físico ou, até mesmo, a combinação de vários deles.
As Normas Técnicas são constantemente revisadas e as novas Normas

e Portarias são criadas e aperfeiçoadas ao longo do tempo. Dessa forma, é
fundamental que, você, futuro Técnico em Segurança do Trabalho busque

atualização na sua área, seja através de participação em seminários,

palestras ou até mesmo em cursos referentes a este tema.

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Riscos físicos, químicos e biológicos:

O risco é empregado em diversos contextos, como por exemplo: o

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Risco é uma medida dos prejuízos

Não existe risco zero na presença de um perigo, porém, existe a

É de suma importância para a profissão de Técnico de Segurança do

Conceito de fator de risco ambiental:

Segundo a Norma Regulamentadora 9 (NR-9):

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Consideram-se fatores de risco ou agentes ambientais os

Os riscos nos locais de trabalho estão relacionados às características da

Com isso temos:

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Fator de risco: elemento com potencial inerente para causar

Consequências: lesões ou doenças ocupacionais que são

Risco ou risco ocupacional: combinação da severidade de uma

Os fatores de risco podem ser substâncias que estão presentes em

Mergulhadores subaquáticos na prospecção de petróleo com

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De acordo com a Portaria N° 3.214/78 do Ministério do Trabalho, atual

Estes grupos subdividem-se de acordo com as consequências que podem

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Fatores de riscos físicos

Os fatores de riscos físicos são gerados

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trabalho, tais como calor, frio, umidade,

Os fatores de riscos físicos se caracterizam por:

Existir um meio de transmissão (o ar na sua grande maioria)

Agir sobre pessoas independente de manterem contato direto

Em geral ocasiona lesões crônicas e mediatas

Os fatores de riscos físicos nos ambientes de trabalho são identificados por

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O ruído é considerado um som capaz de

Já para a física, ruído é a variação de

É importante colocar que o ruído, de uma

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São os ruídos cuja variação de nível de

São os ruídos que apresentam grandes

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Apresenta intervalos superiores a um segundo

Precisamos entender que o corpo humano

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energia vibratória é absorvida pelo corpo. A vibração

Situam-se na faixa de 6,3 a 1250 Hz.

São as vibrações de baixa frequência

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de corpo inteiro, podemos citar:

Colocando na prática é muito difícil evitar a

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Calor é a transferência de energia

O calor é um agente físico

O próprio calor solar atinge, em

Pois, ao trabalhar sob temperaturas

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temperatura do sangue que o irriga e aos

O frio é um agente físico presente em

Os trabalhadores expostos aos

https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9149224-dt-content-rid-220647102_1/institution/Senac RS/_cursos_tecnicos/TST/UC02/conteu… 14/27

As radiações ionizantes oferecem grande risco à

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As radiações não ionizantes são eletromagnéticas