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COORDENADORIA DE ENGENHARIA MECÂNICA

IGOR PERFEITO VIVO


BRUNO HENRIQUE MENON
JÚLIO CÉSAR BAPTISTA PINTO
LUCAS VILAS BOAS AMARANTE

DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE UM PÓRTICO ROLANTE E


ANÁLISE DAS TENSÕES E DEFORMAÇÕES ATRAVÉS DO MÉTODO
DOS ELEMENTOS FINITOS (FEA)

Sorocaba/SP
2017
Igor Perfeito Vivo
Bruno Henrique Menon
Júlio Cesar Baptista Pinto
Lucas Vilas Boas Amarante

DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE UM PÓRTICO ROLANTE E


ANÁLISE DAS TENSÕES E DEFORMAÇÕES ATRAVÉS DO MÉTODO
DOS ELEMENTOS FINITOS (FEA)

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade de Engenharia
de Sorocaba como exigência parcial para
obtenção do diploma de graduação em
Engenharia Mecânica

Orientadora: Prof.ª Dra. Daniela Grintaci


Vasconcelos Minchillo

Sorocaba/SP
2017
CDD 620.1
Igor Perfeito Vivo
Bruno Henrique Menon
Júlio Cesar Baptista Pinto
Lucas Vilas Boas Amarante

DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE UM PÓRTICO ROLANTE E


ANÁLISE DAS TENSÕES E DEFORMAÇÕES ATRAVÉS DO MÉTODO
DOS ELEMENTOS FINITOS (FEA)

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Faculdade de Engenharia
de Sorocaba como exigência parcial para
obtenção do diploma de graduação em
Engenharia Mecânica

Sorocaba _____ de ________________ de 2017

Banca Examinadora

_________________________________________________
Prof. Msc. Antonio Carlos Gomes Junior

_________________________________________________
Prof. Msc. Michel Sadalla Filho

_________________________________________________
Prof. Luis Oscar Béllio
i

DEDICATÓRIA

Aos nossos pais, por nos proporcionarem


a oportunidade da vida e todas as
condições necessárias para o
enriquecimento cultural.
Às nossas esposas e namoradas, pela
compreensão em nossos momentos de
ausência investidos neste trabalho e pelo
constante incentivo e motivação.
Aos nossos amigos, por tornarem nossas
vidas mais agradáveis
ii

AGRADECIMENTOS

À Profª. Dra Daniela Grintaci Vasconcelos Minchillo pela constante orientação,


confiança e paciência, nos proporcionando todas as condições para a realização deste
trabalho.
Ao Profº MSc Germano Gavarrão de Freitas pelo fundamental auxílio nas
simulações e aplicação da teoria de elementos finitos no uso do software de
simulação.
À Faculdade de Engenharia de Sorocaba por nos oferecer a estrutura
necessária à evolução pessoal e acadêmica de cada um dos autores na busca pelo
grau de Bacharel em Engenharia Mecânica.
À nossa família e entes próximos pelo amor, compreensão e sacrifícios
realizados que culminam neste momento de alegria.
Aos amigos da Faculdade de Engenharia de Sorocaba que tornaram o período
de realização do curso de Engenharia Mecânica o mais agradável possível,
oferecendo momentos que perdurarão em nossas memórias até o resto de nossos
dias.
Ao corpo docente da Faculdade de Engenharia de Sorocaba que além de
transmitir o conhecimento necessário para a nossa formação acadêmica,
proporcionou diversas experiências que serão carregadas para a vida.
iii

EPÍGRAFE

“O maior de todos os erros é não fazer


nada só porque se pode fazer pouco. Faça
o que lhe for possível. ”
Sydney Smith

“O maior bem do homem é uma mente


inquieta. ”
Isaac Asimov

“Se o conhecimento pode criar problemas,


não é através da ignorância que podemos
solucioná-los. ”
Isaac Asimov

“Para uma mente ampla, nada é pequeno.



Sir Arthur Conan Doyle
iv

RESUMO

Vivo, I. P. et al (2017): Dimensionamento Estrutural de um Pórtico Rolante e


Análise das Tensões e Deformações Através do Método dos Elementos Finitos (FEA).
Sorocaba 2017. Trabalho de Conclusão de Curso. Graduação em Engenharia
Mecânica, Faculdade de Engenharia de Sorocaba, 2017.

O presente trabalho consiste na análise do comportamento estrutural e


dimensionamento de um Pórtico Rolante, observando-se a distribuição das tensões e
deformações ao longo da estrutura, provenientes dos diversos carregamentos sob os
quais esta é submetida. Para este estudo, primeiramente foi realizado o
dimensionamento estrutural do pórtico rolante de maneira analítica, utilizando
elementos de barra na construção do pórtico tridimensional. Aplicados os diversos
carregamentos presentes para o caso apresentado, foram obtidas as características
mínimas necessárias para a construção da estrutura utilizando os conceitos de
resistência dos materiais. A seguir foram definidos os perfis de cada seção dos
diversos elementos que constituem a estrutura. Uma vez dimensionada a estrutura,
as tensões e deformações presentes foram calculadas e seus valores verificados
tendo como critério de cálculo a norma NBR 8400 (1984) [4]. Concluída a fase de
cálculos analíticos, foi feita a modelagem em 3D da estrutura em software CAD para
posterior exportação ao software CAE onde as condições de contorno do problema,
como carregamentos e restrições ao movimento foram aplicadas. Finalizado o
processamento do software CAE, que se utiliza do Método dos Elementos Finitos no
cálculo dos diversos deslocamentos da malha analisada, interpolam-se os valores de
tensões e deformações da estrutura presente. Finalmente adquiridos os valores de
tensões e deformações, há a comparação e ponderação entre ambos os métodos
analítico e de elementos finitos. Desta forma pode-se verificar que embora ambos os
métodos permitam a verificação das tensões máximas na estrutura, apenas o método
dos elementos finitos permite a visualização da distribuição das tensões ao longo da
estrutura, assim como os pontos de concentração de tensões.

Palavras-chave: Pórtico Rolante, Dimensionamento Estrutural, Método dos


Elementos Finitos, ABNT 8400.
v

ABSTRACT

Vivo, I. P. et al (2017): Structural Dimensioning of a Gantry Crane with Stresses


and Strains Analysis Through the Finite Element Method (FEM). Sorocaba 2017.
Course Conclusion Assignment. Mechanical Engineering Degree, Faculdade de
Engenharia de Sorocaba, 2017.

The present work consists in the analysis of the structural behavior and
dimensioning of a Gantry Crane, observing stresses and strains spectrum through the
structure, which are caused by the several loads applied to the structure. For this study,
the structural design of the gantry crane is first carried out in an analytical approach,
using bar elements in the construction of a three-dimensional gantry. Applied the
various loads present for the presented case, the minimum characteristics necessary
for the structure construction are obtained using strength of materials concepts. Next,
each profile section of the various elements constituting the structure are defined.
Once the structure is dimensioned, present tensions and deformations are calculated,
and their values verified having NBR 8400 (1984) [4] as calculation criterion. Once the
analytical approach phase is completed, the 3D modeling of the CAD software
structure is carried out for subsequent export to the CAE software, where the boundary
conditions of the problem, such as loads and restrictions to displacement will be
applied. Completed the CAE software processing, which uses the Finite Element
Method in the mathematical solution of the various displacements of the analyzed
mesh, values of stresses and deformations in the presented structure are interpolated.
Finally, acquired the values of stresses and strains, both analytical and finite element
method approaches are compared and weighed. In this way, it can be verified that
although both methods allow the verification of the maximum stresses in the structure,
only the finite element method allows the visualization of the stress distribution along
the structure, as well as the stress concentration points.

Keywords: Gantry Crane, Structural Dimensioning, Finite Element Method,


ABNT 8400.
vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Pórtico Univiga .......................................................................................... 4


Figura 2 – Pórtico Duplaviga ...................................................................................... 5
Figura 3 – Semi-Pórtico ............................................................................................. 5
Figura 4 – Pórtico Limpa-Grades ............................................................................... 6
Figura 5 – Esquema Geral do Pórtico ........................................................................ 7
Figura 6 – Esquema de Mecanismos do Carro Guincho ............................................ 8
Figura 7 – Componentes de um Mecanismo de Elevação Genérico .......................... 8
Figura 8 – Desenho de uma Caixa de Gancho........................................................... 9
Figura 9 – Esquema de Passagem do Cabo .............................................................. 9
Figura 10 – Esquema da Estrutura do Pórtico .......................................................... 11
Figura 11 – Seção Transversal de uma Viga Principal ............................................. 11
Figura 12 – Diafragmas Transversais na Viga Principal ........................................... 12
Figura 13 – Exemplo de Pórtico com Múltiplos Travamentos ................................... 13
Figura 14 – Conjunto da Translação ........................................................................ 14
Figura 15 – Trilho de um Caminho de Rolamento .................................................... 15
Figura 16 – Batente do Caminho de Rolamento....................................................... 16
Figura 17 – Enrolador de Cabos .............................................................................. 17
Figura 18 - Diagrama de estados de cargas (ou estados de tensões) ...................... 24
Figura 19 - Coeficiente que determina as reações transversais devidas ao rolamento
................................................................................................................................. 29
Figura 20 - Dimensões Gerais do Pórtico ................................................................. 34
Figura 21 - Dimensões Principais da Seção Transversal da Viga Principal .............. 38
Figura 22 – Diagrama de Corpo Livre do Carro Sobre a Viga Principal .................... 40
Figura 23 – Ligação Aba/Alma ................................................................................. 41
Figura 24 – Aproximação do Carro .......................................................................... 42
Figura 25 – Forças Atuantes Sobre a Viga principal ................................................ 43
Figura 26 – Forças Sobre o Trilho da Viga Principal ................................................ 47
Figura 27 – Diafragmas Intermediários .................................................................... 48
Figura 28 – Esquema da Extremidade da Viga Principal .......................................... 49
Figura 29 – Distância entre Diafragmas ................................................................... 50
Figura 30 – Cisalhamento Sobre a Alma da Viga ..................................................... 52
Figura 31 – Dimensões dos Diafragmas Verticais e Horizontais .............................. 56
vii

Figura 32 – Flambagem na Alma Superior ............................................................... 57


Figura 33 – Flambagem na Alma Inferior ................................................................. 61
Figura 34 .................................................................................................................. 64
Figura 35 – Esquema da Extremidade da Viga Principal .......................................... 65
Figura 36 – Seção Transversal da Viga Principal ..................................................... 65
Figura 37 – Diafragma Horizontal............................................................................. 66
Figura 38 – Esquema da Seção Transversal da Perna Rígida ................................. 66
Figura 39- Diagrama de Reação Máxima nas Pernas .............................................. 68
Figura 40 – Diagrama de Momento Fletor 1 ............................................................. 69
Figura 41 - Diagrama de Momento Fletor 2 .............................................................. 70
Figura 42 - Diagrama de Momento Fletor 3 .............................................................. 70
Figura 43 – Dimensões da Seção Transversal das Pernas Elásticas ....................... 73
Figura 44 - Diagrama de Momento Fletor 4 .............................................................. 75
Figura 45 - Diagrama de Momento Fletor 5 .............................................................. 76
Figura 46 - Diagrama de Momento Fletor 6 .............................................................. 76
Figura 47 – Seção Transversal da Viga de Ligação Superior ................................... 79
Figura 48 – Seção Transversal da Viga de Ligação Inferior ..................................... 79
Figura 49 – Elementos Unidimensionais .................................................................. 81
Figura 50 - Elemento bidimensional ......................................................................... 82
Figura 51 - Elementos bidimensionais curvados ...................................................... 82
Figura 52 - Elementos Axi-simétricos ....................................................................... 83
Figura 53 - a) Elemento tetraédrico (b) Prisma retangular (c) Elemento hexaédrico
arbritário (d) Elemento tridimensional quadrático ..................................................... 84
Figura 54 - As barras de treliça transmitem apenas forças axiais ............................ 85
Figura 55 - Corpo Tridimensional ............................................................................. 85
Figura 56 - Equilíbrio do elemento de volume dV ..................................................... 86
Figura 57 – Superfícies de um elemento de volume ................................................ 87
Figura 58 – Elemento de superfície deformado ........................................................ 88
Figura 59 – Plano de tensão .................................................................................... 90
Figura 60 – Plano de deformação ............................................................................ 90
Figura 61 – Distribuição dos nós .............................................................................. 93
Figura 62 – Elementos do Pórtico ............................................................................ 94
Figura 63 – Elementos do Pórtico ............................................................................ 94
viii

Figura 64 – Estimativa de Deformação Transversal por Cisalhamento .................... 95


Figura 65 - Elemento de Barra BEAM188 ................................................................ 96
Figura 66 – Condições de Contorno ......................................................................... 96
Figura 67 – Elementos da Malha.............................................................................. 97
Figura 68 – Carregamentos Caso I .......................................................................... 99
Figura 69 – Tensões Principais ................................................................................ 99
Figura 70 – Tensões de Cisalhamento ................................................................... 100
Figura 71 – Tensões Combinadas de Von Mises ................................................... 101
Figura 72 – Deslocamentos no Eixo Y ................................................................... 101
Figura 73 – Carregamentos Caso III – Ensaio Dinâmico ........................................ 102
Figura 74 – Tensões Principais .............................................................................. 103
Figura 75 – Tensões de Cisalhamento ................................................................... 104
Figura 76 – Tensões Combinadas de Von Mises ................................................... 105
Figura 77– Carregamentos Caso III - Ensaio Estático ............................................ 106
Figura 78 – Tensões Principais .............................................................................. 106
Figura 79 – Tensões de Cisalhamento ................................................................... 107
Figura 80 – Tensões Combinadas de Von Mises ................................................... 108
Figura 81 – Carregamentos Caso III – Frenagem .................................................. 109
Figura 82 – Tensões Principais .............................................................................. 110
Figura 83 – Tensões de Cisalhamento ................................................................... 111
Figura 84 – Tensões Combinadas de Von Mises ................................................... 111
ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classes de Utilização ............................................................................. 23


Tabela 2 - Estados de Carga ................................................................................... 25
Tabela 3 - Classificação da estrutura dos equipamentos (ou elementos da estrutura)
em grupos ................................................................................................................ 25
Tabela 4 - Valores do coeficiente dinâmico ψ .......................................................... 27
Tabela 5 - Tempos de Aceleração e Acelerações .................................................... 28
Tabela 6 - Valores do coeficiente de majoração para equipamentos industriais ..... 32
Tabela 7 - Tensões admissíveis à tração (ou compressão) simples......................... 33
x

LISTA DE SÍMBOLOS

Notação Unidade Descrição


ac [m/s²] Aceleração da ponte
ar [mm] Distância entre rodas do carro
av [mm] Vão do carro
b [mm] Largura útil do boleto de um trilho
b1 [mm] Distância entre a linha de centro da carga e a roda mais
próxima, ou máxima aproximação do gancho em relação
às laterais
b2 [mm] Distância entre a linha de centro do gancho ao ponto de
apoio ou aproximação do gancho, lado oposto
c1 [Adim] Coeficiente aplicado à pressão limite em uma roda, sendo
função da rotação da mesma
c2 [Adim] Coeficiente aplicado à pressão limite em uma roda, sendo
função do grupo a que pertence o mecanismo
Dep [mm] Diâmetro de enrolamento das polias móveis e fixas
Depc [mm] Diâmetro de enrolamento da polia equalizadora
Det [mm] Diâmetro de enrolamento do tambor
Dr [mm] Diâmetro da roda
Drc [mm] Diâmetro da roda do carro
Drp [mm] Diâmetro da roda da ponte
F’ [N] Peso próprio total do sistema de levantamento
F’’ [N] Peso próprio estimado da estrutura do carro
F’’’ [N] Peso próprio estimado do sistema de translação do carro
F3 [N] Peso próprio devido à cabine de comando
fac [mm] Flecha total nas vigas principais
fc [mm] Flecha devido ao carro e carga
fc1 [mm] Flecha devido ao carro e carga, considerando-se a viga
selecionada
fc2 [mm] Flecha devido ao próprio peso da viga, considerando-se
a viga selecionada
xi

Notação Unidade Descrição


fc3 [mm] Flecha devido à cabine de comando, considerando-se a
viga
selecionada
Fcmáx [N] Carga máxima estimada na roda do carro
Fcmín [N] Carga mínima estimada na roda do carro
fct [mm] Flecha total na viga principal, estimativa
Fp [N] Peso próprio total da ponte exceto carro e carga
Fpc [N] Peso próprio total a ser transladado da ponte, incluindo o
carro
Fpmáx [N] Carga máxima estimada na roda da ponte
Fpmin [N] Carga mínima estimada na roda da ponte
fr [Hz] Frequência - 60 Hz
Frc [daN] Carga média nas rodas do carro
F'rc [daN] Carga média estimada na roda do carro
Frp [daN] Carga média estimada na roda da ponte
Ft [N] Peso próprio do sistema de translação (1 conjunto)
Ftc [N] Peso próprio estimativo total do carro, exceto carga útil
Ftc1 [N] Peso próprio do carro exceto acessórios e carga útil
Ftcc [N] Peso próprio total estimativo do carro mais carga útil
g1 [m/s2] Aceleração da gravidade
H1 [Adim] Coeficiente que incide sobre o diâmetro de enrolamento
dos cabos sobre polias e tambores e é função do grupo
a que pertence o mecanismo
H2 [Adim] Coeficiente que incide sobre o diâmetro do enrolamento
dos cabos sobre polias e tambores e é função do sistema
de cabeamento
hl [mm] Altura de elevação ou curso útil do bloco do gancho
Ix [mm4] Momento de inércia para a viga da ponte devido ao carro
e carga
Ixl [mm4] Momento de inércia das vigas laterais do carro (x)
Iyl [mm4] Momento de inércia da travessa do carro (y)
xii

Notação Unidade Descrição


Ixs [mm4] Momento de inércia estimativo para seleção da viga da
ponte (x)
Ixt [mm4] Momento de inércia da travessa do carro (x)
Ixv [mm4] Momento de inércia da viga selecionada (x)
Iyt [mm4] Momento de inércia das vigas laterais do carro (y)
lp [mm] Vão da ponte rolante
lt [mm] Comprimento do tambor
MFt [N.mm] Momento devido ao peso próprio do sistema de
translação da ponte
MFtc1 [N.mm] Momento devido ao peso próprio do carro exceto
acessórios e carga útil
MG1 [N.mm] Momento devido à carga distribuída
MG2 [N.mm] Momento devido às cargas concentradas
MGT [N.mm] Momento total devido aos pesos próprios e cargas
distribuídas
MH [N.mm] Momento horizontal
ML [N.mm] Momento devido a carga de serviço
Mx [Adim] Coeficiente de majoração aplicável no cálculo das
estruturas
nc [Adim] Número total de cabos de sustentação da carga
np [Adim] Número de polias em rotação a contar da compensadora,
para um sistema gêmeo de cabeamento
nrc [Adim] Número de rodas do carro
nt [rad/s] Rotação do eixo do tambor
P [KW] Potência
qv [N/mm] Carga distribuída na viga
r [Adim] Fator de carga relativo
SL [N] Solicitação devida à carga de serviço
t [s] Tempo
T [s] Tempo total do ciclo
ta [s] Tempo de aceleração
tf [s] Tempo de frenagem
xiii

Notação Unidade Descrição


v [m/s] Velocidade de translação
vL [m/s] Velocidade de elevação de carga
vtc [m/s] Velocidade de translação do carro
vtp [m/s] Velocidade de translação da ponte
W [KN] Força peso total a ser transladada
W' [Kg] Massa total transladada
Wt [N/KN] Resistência específica ao deslocamento
Wu Wu Carga útil içada
W x/y [mm3] Módulo de resistência
x [mm] Distância da linha de centro do trilho da ponte até a
seção da viga onde corre o momento máximo
ε [Adim] Deformação (%)
β [Adim] Coeficiente que leva em consideração a inércia das
massas girantes reduzidas ao eixo do motor
φ [Adim] Coeficiente dinâmico a ser aplicado à solicitação
devida à velocidade de levantamento
η1 [Adim] Rendimento mecânico do sistema de redução entre
o motor e o tambor
η2 [Adim] Rendimento mecânico do mancal de apoio do
tambor
σa1 [MPa] Tensão admissível a tração ou compressão no caso
I de solicitação
ηc [Adim] Rendimento mecânico do sistema de cabeamento
σe [MPa] Tensão limite de escoamento
σI [MPa] Tensão atuante no caso I de solicitação
σmáx [MPa] Tensão máxima
ηmect [Adim] Rendimento mecânico do sistema de translação
εo [Adim] Coeficiente função do tipo de equipamento
ηp [Adim] Rendimento mecânico do mancal da polia
SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ........................................................................................................... I

AGRADECIMENTOS................................................................................................. II

EPÍGRAFE ............................................................................................................... III

RESUMO ................................................................................................................. IV

ABSTRACT .............................................................................................................. V

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ VI

LISTA DE TABELAS ............................................................................................... IX

LISTA DE SÍMBOLOS .............................................................................................. X

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1

2. PÓRTICOS ROLANTES........................................................................................ 4

2.1 Tipos e Aplicações .................................................................................. 4


2.2 Funções Básicas ..................................................................................... 6
2.3 Carro Guincho.......................................................................................... 7
2.3.1 Tambor e Mecanismo de Elevação ......................................................... 8
2.3.2 Gancho, Caixa de Roldanas, Roldanas de Compensação e Cabo de Aço
................................................................................................................................... 9
2.3.3 Mecanismo de Direção ......................................................................... 10
2.3.4 Estrutura do Carro ................................................................................ 10
2.4 Estrutura do Pórtico .............................................................................. 10
2.4.1 Vigas Principais e de Fechamento ........................................................ 11
2.4.2 Pernas Rígidas e Flexíveis ................................................................... 12
2.4.3 Travamentos ......................................................................................... 13
2.5 Translação .............................................................................................. 13
2.6 Miscelâneas ........................................................................................... 14
2.6.1 Caminhos de Rolamento dos Movimentos de Direção e Translação do
Pórtico...................................................................................................................... 14
2.6.2 Batentes e Para-choques ..................................................................... 15
2.6.3 Alimentação Elétrica ............................................................................. 16

3. BASES DE CÁLCULO UTILIZADAS (NBR 8400) .............................................. 18

4. CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA DE ACORDO COM A NBR 8400 .............. 23

4.1 Classe de Utilização .............................................................................. 23


4.2 Estado de Carga .................................................................................... 24
4.3 Classificação das Estruturas em Grupos ............................................ 25
4.4 Solicitações ............................................................................................ 26
4.4.1 Solicitações Principais .......................................................................... 26
4.4.2 Solicitações Devidas aos Movimentos Verticais.................................... 27
4.4.3 Solicitações Devidas aos Movimentos Horizontais ............................... 27
4.4.4 Solicitações Devidas aos Efeitos Climáticos ......................................... 30
4.5 Casos de Solicitações ........................................................................... 30
4.5.1 – Caso I – Equipamento em serviço normal sem vento ........................ 31
4.5.2 – Caso II – Equipamento em serviço normal com vento limite de serviço
................................................................................................................................. 31
4.5.3 - Caso III - Equipamento submetido a solicitações excepcionais .......... 31
4.6 Escolha do Coeficiente de Majoração ...................................................... 32
4.7 Método de Cálculo ................................................................................. 32
4.7.1 Verificação em relação ao limite de escoamento dos elementos de
estrutura sem junções .............................................................................................. 32

5. DIMENSIONAMENTO ANALÍTICO DO PÓRTICO ROLANTE............................ 34

5.1 Dimensões do Pórtico ........................................................................... 34


5.2 Dados de Entrada .................................................................................. 34
5.3 Reações na Roda do Carro ................................................................... 35
5.4 Tensões Admissíveis ............................................................................ 35
5.1.1 Caso de solicitação I ............................................................................. 36
5.1.2 Caso de solicitação III ........................................................................... 36
5.5 Pré Dimensionamento da Viga Principal .............................................. 36
5.6 Dimensionamento da Viga Principal .................................................... 37
5.6.1 Características geométricas da Viga Principal ...................................... 38
5.6.2 Verificação da Viga Principal - Caso de Solicitação I ............................ 40
5.6.3 Verificação da solda aba / alma da Viga Principal – Caso de Solicitação I
................................................................................................................................. 41
5.6.4 Verificação da Viga Principal – Fadiga .................................................. 41
5.6.5 Verificação de proporção da Viga Principal ........................................... 42
5.6.6 Verificação da Viga Principal - Caso de Solicitação III: Impacto contra o
batente ..................................................................................................................... 43
5.6.7 Verificação da solda aba / alma– Caso de Solicitação III: Impacto contra
o batente .................................................................................................................. 44
5.6.8 Verificação da Viga Principal - Caso de Solicitação III: Ensaio Dinâmico
................................................................................................................................. 44
5.6.9 Verificação da solda aba / alma – Caso de Solicitação III: Ensaio Dinâmico
................................................................................................................................. 45
5.6.10 Verificação da Viga Principal - Caso de Solicitação III: Ensaio Estático
................................................................................................................................. 45
5.6.11 Verificação da solda aba / alma – Caso de Solicitação III: Ensaio Estático
................................................................................................................................. 46
5.6.12 Verificação da Flecha da Viga Principal .............................................. 46
5.6.13 Tensão de compressão máxima nos diafragmas da Viga Principal..... 47
5.6.14 Tensão de flexão máxima dos diafragmas intermediários ................... 48
5.6.15 Verificando distâncias entre os diafragmas intermediários e principais
................................................................................................................................. 49
5.6.16 Verificação da flambagem na alma da viga sem reforço ..................... 50
5.6.17 Flambagem localizada na alma da viga com 1 reforço........................ 56
5.6.18 Cálculo do reforço da alma ................................................................. 64
5.6.19 Resumo da construção da Viga Principal............................................ 65
5.7 Dimensionamento das Pernas Rígidas ................................................ 66
5.7.1 Características geométricas da Perna Rígida ....................................... 66
5.7.2 Reação máxima nas Pernas ................................................................. 68
5.7.3 Verificação da Perna Rígida ................................................................. 69
5.7.4 Flambagem da Perna Rígida ................................................................ 71
5.8 Dimensionamento das Pernas Elásticas.............................................. 72
5.8.1 Características geométricas da Perna Elástica ..................................... 72
5.8.2Verificação da Perna Elástica ................................................................ 75
5.8.3 Flambagem da Perna Elástica .............................................................. 77
5.9 Perfil da Viga de Ligação Superior ....................................................... 79
5.10 Perfil da Viga de Ligação Inferior ....................................................... 79

6. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (FEA) .................................................... 80

6.1 Conceitos Básicos ................................................................................. 80


6.1.1 Contexto Histórico ................................................................................ 80
6.1.2 Idealização de Sistemas ....................................................................... 80
6.2. Tipos de Elementos .............................................................................. 81
6.2.1 Elementos Unidimensionais .................................................................. 81
6.2.2 Elementos bidimensionais .................................................................... 81
6.2.3. Elementos Axi-simétricos ..................................................................... 83
6.2.4. Elementos Tridimensionais .................................................................. 83
6.2.5 Elementos de Barra .............................................................................. 84
6.3. Cálculo de Tensões .............................................................................. 85
6.3.3 Condições de Contorno ........................................................................ 87
6.3.4 Relações Tensão-Deslocamento .......................................................... 88
6.3.5 Relações Tensão-deformação .............................................................. 88
6.3.5 Casos Especiais ................................................................................... 89

7. VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES E DEFORMAÇÕES POR FEA ......................... 92

7.1 Pré Análise ............................................................................................. 92


7.1.1 Cálculos Analíticos (tendências) ....................................................... 92
7.1.2 Geometria (Modelo) ............................................................................ 93
7.1.3 Condições de Contorno ..................................................................... 96
7.2 Malha ...................................................................................................... 97
7.3 Resultados Numéricos: Caso I - Serviço Normal Sem Vento ............. 98
7.3.1 Carregamentos ..................................................................................... 98
7.3.2 Tensões Principais ............................................................................... 99
7.3.3 Tensões de Cisalhamento .................................................................. 100
7.3.4 Tensão de Von Mises ......................................................................... 100
7.3.5 Deslocamentos ................................................................................... 101
7.4 Resultados Numéricos: Caso III – Ensaio Dinâmico ......................... 102
7.4.1 Carregamentos ................................................................................... 102
7.4.2 Tensões Principais ............................................................................. 103
7.4.3 Tensões de Cisalhamento .................................................................. 103
7.4.4 Tensão de Von Mises ......................................................................... 104
7.5 Resultados Numéricos: Caso III – Ensaio Estático ........................... 105
7.5.1 Carregamentos ................................................................................... 105
7.5.2 Tensões Principais ............................................................................. 106
7.5.3 Tensões de Cisalhamento .................................................................. 107
7.5.4 Tensão de Von Mises ......................................................................... 107
7.6 Resultados Numéricos: Caso III – Frenagem .................................... 108
7.6.1 Carregamentos ................................................................................... 108
7.6.2 Tensões Principais ............................................................................. 109
7.6.3 Tensões de Cisalhamento .................................................................. 110
7.6.4 Tensão de Von Mises ......................................................................... 111

8. CONCLUSÃO .................................................................................................... 113

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 115

APÊNDICE A: PROGRAMA: CASO I - ANSYS APDL ......................................... 117

APÊNDICE B: PROGRAMA: CASO III ENSAIO DINÂMICO - ANSYS APDL ...... 122

APÊNDICE C: PROGRAMA: CASO III ENSAIO ESTÁTICO - ANSYS APDL ...... 127

APÊNDICE D: PROGRAMA: CASO III FRENAGEM - ANSYS APDL .................. 132


1

1. INTRODUÇÃO

Tendo visto o acirramento da competição entre empresas que desenvolvem


produtos em um mesmo ramo, qualidade e confiabilidade se mostram, cada vez mais,
fortes aliados na fidelização e prospecção de clientes. O design inteligente, onde o
produto é projetado utilizando-se apenas da quantidade necessária de material
considerando-se a aplicação dada, além de combater o desperdício, torna os produtos
mais baratos e eficientes.
Frequentemente, para resolver problemas de alta complexidade, engenheiros
e projetistas lançam mão de métodos que simplificam os cálculos analíticos ou de
regras construtivas adotadas pela empresa na elaboração do design de seus
produtos. Tais práticas podem levar a um produto superdimensionado, que resultará
no desperdício de matéria prima ou em um produto subdimensionado, que
apresentará casos de trincas ou outras falhas quando exposto aos vários ciclos de
operação. Visando resolver tais problemas sem eliminar ou reduzir a complexibilidade
inerente a tais situações, foram desenvolvidos diversos métodos de simulação
computacional para Engenharia. Um desses métodos, amplamente utilizado para
análise de problemas estruturais, é o Método dos Elementos Finitos, ou FEA (Finite
Element Analysis). O FEA permite a simulação computacional numérica de
geometrias que possuam quaisquer complexibilidades, sem necessitar de nenhuma
simplificação uma vez que a contabilidade é feita pelo computador, reduzindo
drasticamente as possibilidades de erros de cálculo.
Os pontos de concentração de tensões, seja em peças ou estruturas, tendem
a surgir em locais de descontinuidade geométrica, sejam estes furos, quinas, dobras
etc. A frequência de tais descontinuidades, consequentemente, está associada com
o grau de complexidade da geometria analisada. Geometrias complexas, como a
estrutura de um pórtico rolante, podem apresentar diversos pontos de concentração
de tensões, que põem em risco a estabilidade estrutural do equipamento.
De modo a eliminar ou minimizar os riscos provenientes de zonas onde haja
concentrações de tensões em Pórticos Rolantes, o presente estudo tem como objetivo
analisar o gradiente de tensões na estrutura do equipamento, ressaltando os
principais pontos de ocorrência de tensões concentradas e analisando soluções para
a dissipação destas, como ferramenta para futuros projetos.
2

Além de proporcionar uma visão global dos pontos críticos expostos à fadiga
na estrutura analisada, este estudo tem como motivação promover a segurança física
dos indivíduos que trabalham direta ou indiretamente com tais equipamentos,
promovendo conhecimento para que falhas críticas oriundas da fadiga dos materiais
sejam evitadas.
Para atingir tais objetivos, o presente trabalho inicia com a apresentação do
domínio de estudo no Capítulo 2, ou seja, são apresentados o conceito de máquina
de elevação e transporte, alguns tipos e aplicações destes equipamentos, suas
funções básicas e por fim os mecanismos básicos que compõem um pórtico são
discutidos e apresentados. Este capítulo visa proporcionar ao leitor uma visão geral
do equipamento para a melhor compreensão de assuntos tratados posteriormente.
A seguir, no Capítulo 3, são apresentadas as bases de cálculo propostas na
NBR 8400 (1984) [4] para este tipo de equipamento. Neste capitulo serão resumidas
todas as seções abordadas na norma e que servem de referência a verificação de
valores de tensão e deformação calculados.
O início da análise estrutural ocorre no Capítulo 4, com a definição dos
carregamentos estáticos e dinâmicos existentes na estrutura, de acordo com a norma
NBR 8400 (1984) [4]. Os carregamentos são divididos em dois planos de análise,
sendo estes os cartesianos horizontal e vertical, que definem todos os carregamentos
existentes para o caso. Dentro destes planos, as cargas são divididas em principais,
verticais, horizontais e oriundas de vento de serviço subdividindo a análise de modo
a facilitar a compreensão da influência dos diversos carregamentos na estrutura.
Seguido da discretização das cargas no equipamento, no Capítulo 5, ocorre a
simplificação da estrutura em elementos de barras para o cálculo analítico das
características mínimas necessárias à estabilidade estrutural. Utilizando conceitos de
resistência dos materiais expostos por BEER [1] e TIMOSHENKO [2] a estrutura,
dividida em diversos elementos de barra, tem as cargas anteriormente definidas
aplicadas sobre si e calculados os diagramas de esforços. Obtidos os diagramas dos
esforços presentes em toda a estrutura, são selecionadas as seções de cada
elemento, dando forma a estrutura do Pórtico Rolante. Uma vez dimensionada, a
estrutura tem as tensões submetidas a verificações de acordo com os critérios de
cálculo presentes na norma NBR 8400 (1984) [4].
3

No Capítulo 6, o leitor é introduzido aos conceitos de elementos finitos, assim


como a uma breve revisão de resistência dos materiais passando à definição das
equações que regem o Método dos Elementos Finitos, o equacionamento matricial de
um problema qualquer e apresentando alguns dos tipos de elementos utilizados em
análises. Finalizando o capítulo, é apresentado o conceito de elemento de barra e
discutido a formulação do cálculo das tensões mistas ou tensões de von Mises.
Após a verificação da estrutura, esta é modelada em 3D através de software
CAD e exportada para o software CAE onde o Método dos Elementos Finitos será
aplicado utilizando-se das condições de contorno definidas no Capítulo 7. Tal software
utiliza-se dos inputs oferecidos para a solução de cálculos matriciais que compõem o
problema numérico apresentado. Resolvidos os cálculos matriciais dos diversos
deslocamentos na estrutura, tais valores são transformados em tensões e
deformações para a análise proposta. Os casos críticos onde há concentração de
tensões são analisados a partir dos dados obtidos através da FEA. Para a checagem
de tendências da simulação, serão utilizados os valores de tensões e deformações
encontrados a partir do método analítico.
O presente trabalho inicia sua fundamentação teórica fornecendo ao leitor uma
visão geral sobre o equipamento e os mecanismos que o compõem, passeia sobre
cada um dos critérios de cálculo apresentados na NBR 8400 (1984) [4], define os tipos
e quantifica os carregamentos existentes para o posterior dimensionamento analítico.
Então, são apresentados os conceitos em que se baseia o método dos elementos
finitos como explicado por LIU [5], para que se possa compreender melhor a
simulação e os processos que a precedem. A seguir, o modelo é analisado seguindo
passos pré-definidos e as soluções para os casos onde se apresentam potenciais
falhas críticas são apresentadas. Por fim, se dá uma discussão dos valores agregados
pela simulação estrutural em protótipos computacionais e de sua importância para a
evolução dos processos de projeto de produto na Engenharia.
4

2. PÓRTICOS ROLANTES

Pórticos Rolantes são equipamentos classificados como máquinas de elevação


e transporte que, como define o próprio nome, têm como função elevar diversos tipos
de cargas para posterior transporte dentro de uma área pré-definida. Neste capítulo
são apresentados os tipos mais comuns de pórticos rolantes assim como seus locais
de utilização e respectivas funções. A seguir o equipamento é dividido em partes, ou
grupos, onde são indicados os elementos que formam cada grupo e explicado seus
funcionamentos.

2.1 TIPOS E APLICAÇÕES

Os tipos e aplicações de pórticos rolantes variam conforme a carga


transportada, as condições do local de instalação e o serviço a ser realizado. A seguir
são apresentados apenas alguns dos tipos de pórticos rolantes comumente
encontrados.
Na figura 1, pode-se observar um pórtico rolante do tipo univiga, que é assim
denominado por possuir apenas uma viga principal.
Figura 1 – Pórtico Univiga

Fonte: <https://www.logismarket.ind.br/grupo-ventowag/portico-univiga/2743036245-
4587269684-p.html> (Acesso em 1 de maio de 2017)

Este tipo de equipamento tem ampla gama de utilização, podendo transportar


cargas com variadas formas geométricas uma vez que pode utilizar-se de dispositivos
de içamento acoplados ao gancho de içamento, que são desenvolvidos conforme a
necessidade. Os pórticos Univiga podem ser utilizados para a movimentação de
5

chapas de aço, bobinas de arame, barras de aço, partes de equipamentos etc. Sua
capacidade de içamento é inferior à do pórtico Duplaviga (figura 2), uma vez que este
possui a estrutura reforçada por duas vigas principais, praticamente duplicando a
capacidade em relação a uma única viga. Ambos os pórticos possuem aplicações
similares, embora os pórticos com Duplaviga são amplamente utilizados na
movimentação de partes e equipamentos pesados, contêineres etc.
Figura 2 – Pórtico Duplaviga

Fonte: < http://www.ventowag.com.br/portico-rolante-dupla-viga-linha-stone-scd2b.php>


(Acesso em 01 de maio de 2017)

Como citado anteriormente, restrições do local de trabalho podem levar a


geometrias diferentes do equipamento. Uma destas soluções comumente utilizadas
são os semi-pórticos (figura 3).
Figura 3 – Semi-Pórtico

Fonte: < http://thuanphat-co.com/product/underhung-crane-single-girder/ >


(Acesso em 01 de maio de 2017)
6

Este tipo de equipamento é utilizado em casos onde a movimentação no


sentido translacional de uma das pernas interfere com algum elemento presente no
layout fabril, em casos onde o vão necessário para o equipamento é menor que o vão
do galpão onde é montado, o que elimina a necessidade de se construir estruturas
metálicas para suportar uma ponte rolante, aproveitando a estrutura do local de
abrigo.
Figura 4 – Pórtico Limpa-Grades

Fonte: < http://www.denge.com.br/ui/galeria_equip_diversos.asp >


(Acesso em 1 de maio de 2017)

Concluindo os tipos de pórticos rolantes apresentados neste trabalho, seguem


os pórticos rolantes Limpa-Grades. Este pórtico tem em vista duas funções pré-
definidas: remover detritos (resíduos orgânicos, galhos, lixo urbano etc.) que obstruem
grades de proteção de comportas localizadas nas tomadas d’água de usinas
hidroelétricas, e a de auxiliar em eventuais manutenções destas comportas. A retirada
dos detritos na tomada d’agua possibilita um livre fluxo para as turbinas de geração
elétrica, aumentando a eficiência da usina comparada àquelas que não possuem tal
equipamento.

2.2 FUNÇÕES BÁSICAS

Uma máquina de elevação e transporte tem como objetivos básicos elevar e


movimentar uma carga qualquer dentro de um perímetro pré-determinado e, em
seguida, depositá-lo em um local desejado. Para cumprir tais objetivos, um pórtico
rolante possui basicamente três eixos de movimentação, sendo estes a elevação (ou
içamento) da carga, a translação do pórtico, caracterizada pela movimentação ao
longo dos trilhos fixados no pátio de trabalho e, por fim, a direção, que é a
7

movimentação do carro guincho que se dá no sentido transversal em relação à


translação, ou seja, ao longo das vigas principais.
A figura 6 abaixo exemplifica os movimentos de deslocamento do pórtico em
relação aos caminhos de rolamento de translação e direção além de indicar os
principais elementos construtivos de um pórtico rolante, sendo estes sua estrutura, a
translação e o carro guincho.
Figura 5 – Esquema Geral do Pórtico

Fonte: Elaborado pelo autor

2.3 CARRO GUINCHO

Instituições regulamentadoras normativas ao redor do mundo, estabelecem


rotinas e práticas a serem utilizadas de modo que um determinado trabalho ou produto
seja executado conforme normas. Desta forma, diversas normas como a OSHA,
ABNT e ISO estabelecem limites seguros para o manuseio e deslocamento de corpos.
“Todo equipamento manipulador de material possui taxas de capacidade que
determinam o máximo peso que o equipamento pode manusear com segurança e as
condições sob o trabalho dessa carga” (OSHA, 2002, p.3).
Sendo assim, faz-se necessário a utilização de equipamentos para o translado
seguro e movimentação a fim de não haver riscos físicos e materiais para a operação
a ser executada. Do leque de equipamentos de possível utilização, encontram-se
entre os mais comuns guindastes com acionamento hidráulico ou elétrico. O carro
guincho propriamente dito, é o conjunto onde se encontra, portanto, o acionamento
8

de elevação para a carga de manuseio, constituído por: tambor e mecanismo de


elevação, gancho, caixa de roldanas, cabo de aço, mecanismo de direção.
Figura 6 – Esquema de Mecanismos do Carro Guincho

Fonte: < http://www.cranehoistlifting.co.nz/vx_hoists.shtml >


(Acesso em 1 de maio de 2017)

2.3.1 Tambor e Mecanismo de Elevação

Construído geralmente em forma de conjunto soldado, o tambor é o elemento


onde se enrola o cabo de aço que elevará a massa a ser deslocada. Portanto, suas
dimensões são regradas pelas necessidades de deslocamento e capacidade de peso
máximo.
Figura 7 – Componentes de um Mecanismo de Elevação Genérico

Fonte: Elaborada pelo autor


9

A fim de ser executada a operação de elevação e transporte de carga, o tambor


é acionado por uma fonte de potência sendo geralmente um ou mais motores
elétricos. Sendo necessário muitas vezes uma adequação na relação torque por
velocidade, portanto, um redutor de velocidade é adicionado a cadeia cinemática do
sistema. Por questões de segurança, faz-se a necessidade de componentes para a
frenagem mecânica do sistema em caso de falhas.

2.3.2 Gancho, Caixa de Roldanas, Roldanas de Compensação e Cabo de Aço

Para interface com a carga e suportar os esforços por inteiro, um sistema de


gancho se faz necessário de modo a transmitir tais esforços para a caixa de roldanas.
Esta, por sua vez, pode ter diferentes arranjos e quantidades de roldanas, todo esse
arranjo de roldanas, visa melhor distribuir as elevadas solicitações da carga ao longo
dos componentes do carro guincho por um sistema de cabeamento por cabo de aço.
É inviável e inseguro concentrar as cargas em um único ponto da estrutura e do
tambor.
Figura 8 – Desenho de uma Caixa de Gancho

Fonte: < http://www.gosan.net/cat_in_051.html visto 02/05/2017 >


(Acesso em 2 de maio de 2017)

Figura 9 – Esquema de Passagem do Cabo

Fonte: Elaborada pelo autor


10

2.3.3 Mecanismo de Direção

O que difere o carro guincho de um simples guindaste é o fato do mecanismo


possuir mais um grau de liberdade, podendo assim movimentar-se longitudinalmente
ao longo de um eixo. Desta forma, faz-se necessário também um mecanismo que
forneça a energia necessária para movimentar a estrutura do carro, a carga e os
mecanismos de elevação.
Assim como o acionamento de elevação, em grande número é empregado o
uso de motores elétricos e redutores mecânicos para desempenhar essa função.
Nesse arranjo convencional, o carro guincho movimenta-se por rodas apoiadas em
trilhos ao longo da estrutura do pórtico. Todos os componentes desse sistema devem
estar devidamente dimensionados a fim de suportar as cargas estáticas do material
suspenso e também sua movimentação.

2.3.4 Estrutura do Carro

Tendo descrito brevemente os acionamentos de elevação, translação e sistema


de cabeamento. Faz-se necessário um sistema estrutural que uma todos os demais
componentes. Essa estrutura é a estrutura do carro guincho propriamente dita, e é
construída geralmente como um conjunto soldado, utilizando a geometria de vigas
abertas ou fechadas para a amarração estrutural.
Desta forma, obtém-se um interessante custo benefício ponderando
quantidade de matéria-prima, complexidade dos cálculos e distribuição dos esforços.

2.4 ESTRUTURA DO PÓRTICO

Em termos de massa, pode-se afirmar que a maior porção de massa


envolvida na construção de um pórtico rolante é a sua estrutura, que é o objeto de
análise do presente estudo. Ela é composta de diversos itens que possuem diferentes
comportamentos, porém com um único objetivo: absorver as tensões oriundas dos
carregamentos com uma rigidez determinada pela norma NBR 8400 (1984) [4]. A
seguir, tais elementos terão suas funções e carregamentos descritos.
11

Figura 10 – Esquema da Estrutura do Pórtico

Fonte: Elaborado pelo autor

2.4.1 Vigas Principais e de Fechamento

As vigas principais, montadas sob as pernas do pórtico, são responsáveis


diretas por suportar tanto o peso próprio do carro guincho como as forças oriundas da
carga içada, recebendo as reações das rodas do carro diretamente em um trilho
instalado de maneira excêntrica a seu eixo de simetria. Desta forma, considerando a
viga principal como um elemento de barra bi apoiado é possível observar as reações
de momento fletor e força cortante, ambas geradas pelos carregamentos pontuais
advindos das reações das rodas. Porém, devido às cargas excêntricas observadas na
seção transversal da viga devido à posição do trilho na mesma (figura 10), nota-se
que há o cisalhamento desta seção causado pela torção do elemento.
Figura 11 – Seção Transversal de uma Viga Principal

Fonte: Elaborado pelo autor


12

Via de regra, as seções escolhidas para a construção de vigas principais de pontes e


pórticos rolantes possuem formato retangular oco, mais comumente chamadas vigas caixas
(figura 11). Seções diferentes das redondas, por não apresentarem axisimetria, quando
submetidas à torção, dão origem a fenômenos de empenamento e distorção da seção
transversal, o que pode comprometer a estabilidade estrutural dos elementos. Para se
combater tais fenômenos e distribuir as tensões de maneira uniforme ao redor da seção
transversal, adota-se o uso de diafragmas transversais ao longo das vigas principais (figura
12). Assim é possível estabelecer uma rigidez adequada e manter as tensões dentro das
faixas admitidas sem comprometer a estrutura.
As vigas de fechamento também possuem perfil de caixa embora não sejam
reforçadas com os diafragmas transversais. A função deste elemento estrutural é combater
os esforços laterais transmitidos pelas rodas aos trilhos, mantendo constante o vão entre
vigas principais.
Figura 12 – Diafragmas Transversais na Viga Principal

Fonte: Elaborada pelo autor

2.4.2 Pernas Rígidas e Flexíveis

Suportando as vigas principais e de fechamento, as pernas de um pórtico rolante


geralmente são divididas em pernas rígidas e flexíveis, sendo elas duas de cada tipo. Um
par de pernas de mesmo tipo deve ser montado na direção de um dos trilhos, ou seja, para
cada lado do vão da translação será montado um tipo diferente de perna (figura 10).
As pernas são divididas desta forma de modo que somente as rígidas absorvam o
esforço de momento gerado pelos carregamentos no carro guincho e que as flexíveis
respondam apenas à compressão gerada. Este artifício será discutido posteriormente no
presente estudo.
13

A construção das pernas também conta com seções de vigas caixas. No caso das
flexíveis, diafragmas transversais são distribuídos ao longo de seu eixo principal para
combater a flambagem causada pelas forças de compressão. Para as pernas rígidas, como
tendem a ser menos esbeltas que as flexíveis, são menos suscetíveis à flambagem, embora
uma verificação seja necessária para livrar-se do uso dos diafragmas.

2.4.3 Travamentos

Há casos em que reforçar demais tanto as pernas rígidas quanto as flexíveis pode
não ser o suficiente para se atingir o critério de rigidez em uma estrutura. Ou tais reforços
podem se tornar impraticáveis devido ao tamanho requerido. Nestas situações utilizam-se
estruturas adicionais que têm como objetivo auxiliar as pernas na absorção das tensões
(figura 13).
Figura 13 – Exemplo de Pórtico com Múltiplos Travamentos

Fonte: < http://whyqatar.me/article-desc-235_cranking-up-the-crane-


industry#.WRCQ0eXyvIU >
(Acesso em 01 de maio de 2017)

2.5 TRANSLAÇÃO

Para dar movimento ao equipamento, logo abaixo às pernas é montado o


conjunto da translação do pórtico rolante. Motores acoplados a redutores e sistemas
de freio são responsáveis pela movimentação do pórtico inteiro sob um par de trilhos,
chamado caminho de rolamento da translação. Para os casos onde o completo curso
de translação é atingido, este grupo é equipado com para-choques hidráulicos ou de
14

borracha, de modo a evitar maiores danos à estrutura causados na dissipação da


energia no momento do choque (Figura 14).
Figura 14 – Conjunto da Translação

Fonte: < http://www.directindustry.de/prod/terex-cranes-france-material-handling/product-7651-


1561706.html > (Acesso em 01 de maio de 2017)
2.6 MISCELÂNEAS

2.6.1 Caminhos de Rolamento dos Movimentos de Direção e Translação do Pórtico

Os trilhos que constituirão o caminho de rolamento do pórtico rolante são


embutidos no concreto. Eles são dimensionados segundo a teoria de Hertz
relativamente à pressão de contato roda e trilho e segundo a teoria de viga sobre base
elástica relativamente ao conjunto trilho, placas de apoio e viga de concreto. Esses
cálculos verificam os pontos intermediários e as extremidades dos trilhos, nas juntas
de dilatação.
Constituem o caminho de rolamento: trilhos, placas de apoio, castanhas de
fixação, porcas, hastes roscadas, talas de junção, cordoalhas, batentes, com as
respectivas hastes roscadas e porcas, e todos acessórios necessários à sua
implantação.
A união de dois elementos de trilhos consecutivos é feita por meio de talas de
junção, cujo sistema de fixação permite o deslocamento decorrente de dilatações. As
extremidades dos elementos a serem unidos são cortadas diagonalmente a 45°
(quarenta e cinco graus) em relação a seu eixo longitudinal. As peças de fixação dos
trilhos ao concreto são projetadas de maneira a permitir folga longitudinal, com o
objetivo de não submeter os trilhos a esforços decorrentes das diferenças de dilatação
entre o concreto e o trilho. Próximo às juntas de dilatação, os trilhos serão cortados
diagonalmente a 45º (quarenta e cinco graus) em relação a seu eixo longitudinal,
15

ficando apoiados em chapas e perfis convenientemente dimensionados. Os suportes


das peças de fixação dos trilhos ou chapas de apoio dos mesmos possuem hastes
roscadas para permitir um perfeito alinhamento do caminho de rolamento.
Os tipos e dimensões dos trilhos serão definidos conforme as normas ASTM
A759 [14] ou ASTM A1 [15] (figura 15).
Figura 15 – Trilho de um Caminho de Rolamento

Fonte: < http://teixeiraduarte.com.br/construcao/empreitada-de-execucao-de-caminho-de-


rolamentos-no-porto-de-jurong-es/ > (Acesso em 2 de maio de 2017)

2.6.2 Batentes e Para-choques

Coxins amortecedores de borracha localizados nas extremidades das vigas


cabeceiras do carro e do pórtico limitam o movimento de direção e translação
respectivamente.
Ao chegar no final do curso da direção o coxim amortecedor do carro se choca
ao batente metálico localizado na Viga Principal, os posicionamentos destes batentes
metálicos definem o curso do movimento horizontal do carro guincho.
Da mesma maneira quando o pórtico chega no fim de seu curso o coxim
amortecedor se choca ao batente metálico localizado na extremidade do caminho de
rolamento. O batente metálico que limita o movimento de translação é fixado no
concreto através de chumbadores químicos.
É importante salientar que em conformidade com a norma NBR8400 (1984) [4]
os batentes metálicos e amortecedores são calculados para absorverem a energia
cinética do equipamento (sem carga de serviço) a uma fração de 70% da velocidade
16

nominal. Os batentes serão constituídos de chapas soldadas e perfis estruturais e irão


sofrer os impactos sem sofrerem deformações permanentes.
Dispositivos elétricos de fins de curso são empregados no equipamento afim
de impor a redução de velocidade quando o mesmo se aproxima dos batentes
metálicos, este tipo de recurso é aceitável e favorável à segurança.
Os esforços resultantes na estrutura do carro e do pórtico são calculados em
função da desaceleração imposta pelo batente ao equipamento (figura 16).
Figura 16 – Batente do Caminho de Rolamento

Fonte: < http://www.industrispar.se/sv/produkter/stoppbockar/stoppbock-hyd/ >


(Acesso em 02 de maio de 2017)

2.6.3 Alimentação Elétrica

O Pórtico Rolante será alimentado por meio de enrolador de cabos com tomada
de alimentação no meio do percurso do caminho de rolamento.
Faz parte do mecanismo de alimentação o cabo de alimentação (jibóia), os
terminais a serem montados na extremidade do cabo, assim como a caixa terminal
com as respectivas barras para ligação dos cabos.
O dimensionamento do cabo irá levar em consideração as condições mais
desfavoráveis de operação do Pórtico Rolante.
O enrolador de cabos será adequado para instalação em ambiente aberto e
projetado de modo a serem satisfeitas as condições de operação, de segurança e
manutenção.
O cabo flexível é instalado em um tambor motorizado, que tem a função de
enrolar e desenrolar o cabo sempre tenso, automaticamente, à medida que se efetue
o movimento de translação do Pórtico Rolante.
17

A Alimentação do Carro Guincho é efetuada por meio de cabos flexíveis,


suspensos em trole, localizada em lugar de fácil acesso para fins de verificação ou
manutenção (figura 17).
Os troles com a cortina de cabos se deslocam livremente ao longo da viga
principal através de um perfil metálico.
Figura 17 – Enrolador de Cabos

Fonte: <https://auxema-
stemmann.com/portafolio.php?language=es&id_producto=2&id_foto=177>
(Acesso em 2 de maio de 2017)
18

3. BASES DE CÁLCULO UTILIZADAS (NBR 8400)

A norma NBR 8400 (1984) [4] é uma diretriz de cálculo de equipamento para
levantamento e movimentação de cargas, que orienta de forma clara e objetiva,
fixando as diretrizes inerentes para os cálculos referentes a dimensionamentos de
diversos tipos de máquina de elevação e transporte. Em seus capítulos são
explanados vários aspectos importantes para compreensão dos termos técnicos,
nomenclaturas, definições, símbolos literais, cálculos das estruturas, cálculos dos
mecanismos, comparações entre grupos estruturais, mecanismos e ainda traz alguns
exemplos de aplicações e dimensionamentos de cada um dos capítulos inseridos em
seus anexos. Sendo a principal referência nos cálculos das estruturas do pórtico
rolante para este trabalho.
Dentre os diversos tipos de equipamentos que podem ser dimensionados
através desta norma, os mais usuais são: talha monovia, ponte rolante, pórtico rolante,
semipórtico rolante, guindaste, porém com relação a este último não se aplica aos
montados sobre pneus ou lagartas.
No capítulo um, que tem como título Objetivo, é uma visão geral sobre as
finalidades da norma. Nele estão registradas “as diretrizes básicas para o cálculo das
partes estruturais e componentes mecânicos dos equipamentos de levantamento e
movimentação de cargas” NBR 8400 (1984, pág. 1) [4].
No capítulo dois que tem o título de Documentos Complementares, são
denotados documentos adicionais para uso em conjunto com a norma NBR8400
(1984) [4]. São normas que devem ser consultadas durante o projeto. Normas que
fazem tipificações de chapas de aço de alta e baixa liga, aços estruturais, aços de alta
resistência, especificações da qualidade dos aços, aços de alta e baixa resistência a
tração e testes de impacto para aços.
No capítulo três tem o título Definições, é descrito os significados e
aplicabilidade de todas as nomenclaturas que são empregados na norma NBR8400
(1984) [4]. Por exemplo, é neste capítulo que traz o significado literal da expressão
“Translação - Deslocamento horizontal de todo o equipamento”.
No capítulo quatro que tem como título Símbolos Literais, é detalhado toda a
simbologia empregue nesta norma, como por exemplo: “C - Classe de partida dos
motores”; “σa - Tensão admissível à tração ou compressão”.
19

No capítulo cinco que tem como título Estruturas, estão retratados os critérios
de como devem ser calculados as estruturas e seus elementos. A norma NBR8400
(1984) [4] divide em dois critérios, classe de utilização e estado de carga, o primeiro
é subdividido em classes A, B, C e D, que leva em conta a frequência de utilização do
número de levantamento do equipamento, o segundo é subdivido em estado 0,1, 2 e
3 que leva em conta a proporção em que o equipamento levanta a carga máxima. A
necessidade desta classificação da se na determinação do coeficiente de majoração,
que caracteriza o dimensionamento da estrutura. O coeficiente de majoração é um
coeficiente multiplicador atribuído para elevar os valores das solicitações e assim
cobrir as incertezas das suposições dos cálculos. Outro ponto neste capítulo são os
cálculos devido as solicitações, a norma NBR 8400 (1984) [4] também aborda este
tópico fazendo divisões caracterizando em: Solicitações principais sobre a estrutura
do equipamento presumido imóvel que denota, devido ao peso próprio e aos de
cargas de serviço; solicitações devido a movimentos verticais, devido ao içamento
relativamente brusco de carga de serviço durante o levantamento e o de choques
verticais sobre o caminho de rolamento; solicitações devidas aos movimentos
horizontais, são levados em considerações aos efeitos das acelerações e frenagem
imprimidas nos elementos móveis, as reações horizontais e transversais provocadas
pelas translação dos rolamentos e aos efeitos de choque contra batentes ou para-
choques; Solicitações aos efeitos climáticos, é pressuposto da ação do vento e
variação de temperatura; Solicitações diversas, são solicitações concernente aos
passadiços, cabinas e plataformas. Casos de solicitações deduz as condições dos
ventos onde o equipamento será instalado, dependendo desta condição será definido
os cálculos dos esforços solicitantes, são elas, “Caso 1” equipamento normal sem
vento, “Caso 2” equipamento em serviço normal com vento limite de serviço e “Caso
3” equipamento submetido a solicitações excepcionais. Para a escolha do valor da
majoração a norma NBR 8400 (1984) [4] leva em conta o grupo qual o equipamento
foi classificado e se é um equipamento industrial ou siderúrgico. Para o método de
cálculo são considerados três casos de solicitações nos diferentes elementos da
estrutura determinando a existência de um coeficiente de segurança em vínculo com
as tensões críticas e assim considerando em três causas possíveis de falhas:
Elementos submetidos ao limite de escoamento, que observa os elementos estruturais
sem junções, elementos de junções rebitadas, elementos de junções aparafusadas,
20

junções de elementos com parafusos de alta resistências com aperto controlado,


tensões nos elementos aparafusados sujeitos a solicitação em tração e junções
soldadas; Elementos submetidos à cargas críticas de flambagem, determinam à
flambagem localizada e as submetidas a construções a altas flexões; Elementos
submetidos ao limite de fadiga, nesta causa de falha é verificado número convencional
de ciclos e diagrama de tensões, material utilizado e efeito de falhas, determinação
das e relação das tensões máximas e mínimas. Sendo feito também a verificação dos
elementos obtidos à fadiga. A norma ainda resguarda nos cálculos e verificações em
relação a estabilidade ao tombamento, segurança contra arrastamento pelo vento,
contra flecha. Concernente a qualidade dos aços, a norma recomenda que devem ser
especificadas e indicadas, a fim de garantir um processo de fabricação em paridade
com o que foi projetado o equipamento. Por fim antes da colocação em serviço o
equipamento é sujeito a ensaios estáticos e dinâmicos.
No capítulo 6 que tem por título Mecanismos, são definidos os conceitos de
como devem ser classificados, calculados e metodizados os mecanismos, através das
solicitações de cargas de trabalho dos e seus elementos. O método de classificação
é análogo ao método da classificação da estrutura, são divididos em classe de
funcionamento e classe de solicitação, onde o primeiro é identificado em uma das
classes V0,25, V0,5, V1, V2, V3, V4 e V5. O segundo caracteriza, a proporção com
que mecanismo é submetido à sua solicitação máxima, sendo subdivide em estado 1,
2 e 3. A partir da seleção das classes de funcionamento e dos estados de solicitações
classificam-se os mecanismos em seis grupos, 1Bm, 1Am, 2m, 3m, 4m e 5m. Esses
grupos iram ser utilizados como fatores nas tensões admissíveis para os cálculos.
Para isso também é englobado dois tipos de solicitações, a serem considerados nos
cálculos, as originadas por torques dos motores e freios e as que não dependem de
ação dos motores e freios, mas que exercem reações sobre as peças mecânicas e
não equilibradas por um torque. Outro item do cálculo do mecanismo que é
semelhante ao da estrutura são os casos de solicitações que também são divididos
em: “ Caso 1” serviço normal sem vento; “Caso 2” serviço normal com vento; “Caso
3” solicitações excepcionais. Para as aplicações das considerações dos cálculos
originadas pelo torque dos motores e freios eles realizam deslocamento unicamente
verticais, deslocamento unicamente horizontais e movimentos combinados. No
subtópico método de cálculo são feitos pressupostos de modo que atendam uma
21

segurança suficiente as suas possíveis falhas usando fatores de ponderação


conforme o grupo de mecanismo selecionado, fazendo verificação à tensão de
ruptura, verificação à flambagem, verificação à fadiga e verificação ao desgaste.
Apesar da norma especificar as condições gerais para os elementos mecânicos, são
oferecidas as especificações direta de alguns componentes como: rolamentos, cabos
de aço, polias, tambores, rodas e engrenagens. Por fim no tópico seis também
menciona em um dos subtópicos o cálculo para especificação de motores elétricos,
abordando vários tipos e critérios para seleção.
No capítulo 7 intitulado como Compatibilidade entre grupos de estruturas de
mecanismo, exprime a harmonização entre esses grupos. Essa combinação é feita
para um mesmo equipamento, apenas em função da classe de utilização e da classe
de funcionamento confrontando umas as outra através de formulas, tabelas e fatores.
No anexo A é dado um exemplo de classificação de um equipamento e seus
mecanismos, este exemplo harmoniza as diretrizes que estão contidas nos capítulos
5, 6 e 7, demonstrando através de tabelas equações abreviaturas.
No anexo B, são feitos cálculos das solicitações devidas às acelerações dos
movimentos horizontais, onde são calculados massa equivalente, aceleração e
desaceleração média, duração média da aceleração e desaceleração, força de
inércia, período de oscilação, coeficiente µ, coeficiente β e o coeficiente ψh.
No anexo C, são feitos cálculos dando exemplos de junções por meio de
parafusos de alta resistência com aperto controlado.
No anexo D, são exemplificadas tensões nas junções soldadas demonstrando
algumas indicações gerais do assunto.
No anexo E, fornece indicações gerais sobre as verificações dos elementos
estruturais submetido à flambagem.
No anexo F, tem a finalidade de conceder exemplos de verificação dos
elementos de estrutura submetidos à fadiga localizada.
No anexo G, são explanados os elementos submetidos à fadiga.
No anexo H, são determinadas as tensões admissíveis nos elementos de
mecanismos submetidos a fadiga.
No anexo I, são feitas considerações sobre determinação dos diâmetros
mínimos de enrolamento dos cabos.
22

Com tudo isso fica evidente que a norma NBR 8400 (1984) [4] traz a essência
de vários conceitos para o dimensionamento de um equipamento de máquina de
elevação e movimentação de cargas. Os cálculos do pórtico rolante a que se refere
este trabalho serão baseado nos tópicos e anexos desta norma.
23

4. CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA DE ACORDO COM A NBR

8400

Uma vez apresentado todo o conteúdo da NBR 8400 (1984) [4], o presente
capítulo tem como objetivo analisar os diferentes aspectos da norma aplicáveis ao
dimensionamento estrutural do pórtico rolante deste trabalho. Portanto, serão
discutidas as exigências presentes no item 5, referentes às estruturas, da norma
acima citada.
Conforme mencionado na NBR 8400 (1984, p. 5) [4] “ As estruturas dos
equipamentos serão classificadas em diversos grupos, conforme o serviço que irão
executar, a fim de serem determinadas as solicitações que deverão ser levadas em
consideração no projeto”. Para tanto, é necessário determinar dois fatores: a classe
de utilização e o estado de carga.

4.1 CLASSE DE UTILIZAÇÃO

A NBR 8400 (1984, p.5) [4] define como classe de utilização “a frequência de
utilização dos equipamentos”, porém devido à movimentação do pórtico não ter uma
sequência rígida pré-estabelecida, ou seja, ela varia conforme a disposição de cada
carga dentro do layout fabril, a norma afirma que “convencionou-se classificá-la em
função da utilização do movimento de levantamento”.
São estabelecidas quatro classes de utilização como disposto na Tabela 1,
sendo estas classificadas de acordo com o número teórico do total de ciclos de
levantamento que devem ser executados pelo pórtico durante sua vida útil. O ciclo
tem início no momento de içamento da carga e termina no instante em que o
equipamento está pronto para iniciar o próximo levantamento.
Tabela 1 – Classes de Utilização
24

Fonte: NBR 8400 (1984) [4]


Para a determinação do número convencional de ciclos, pode-se utilizar a
equação abaixo:
𝒕𝒕𝒖𝒓𝒏𝒐
𝑵ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒊𝒄𝒍𝒐𝒔 = ( ) ∗ 𝑫𝒊𝒂𝒔 𝒅𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒐 ∗ 𝑽𝒊𝒅𝒂 ú𝒕𝒊𝒍 𝒓𝒆𝒒𝒖𝒆𝒓𝒊𝒅𝒂 [𝑪𝒊𝒄𝒍𝒐𝒔] Equação1
𝒕𝒄𝒊𝒄𝒍𝒐

4.2 ESTADO DE CARGA

A NBR 8400 (1984, p.6) [4] estabelece que “o estado de carga caracteriza em
que proporção o equipamento levanta a carga máxima, ou somente uma carga
reduzida ao longo de sua vida útil”.
Para determinar qual a fração de utilização, primeiramente deve-se conhecer a
classe de utilização do equipamento. Tendo este dado, observa-se o gráfico
correspondente na figura 18, onde a razão entre a força máxima de utilização Fmax e
a força de trabalho F é relacionada com os ciclos de utilização neste estado.
Relacionando a fração mínima da carga máxima F/Fmax, com a quantidade de
ciclos a que é exposta, obtém-se um dos quatro valores disponíveis de P através da
aproximação nos gráficos apresentados na figura 18.
Figura 18 - Diagrama de estados de cargas (ou estados de tensões)
25

Fonte: NBR 8400 (1984) [4]


Conhecendo-se o valor de P utiliza-se a tabela 2 para a obtenção do estado de
carga da estrutura do equipamento.
Tabela 2 - Estados de Carga

Fonte: NBR 8400 (1984) [4]

4.3 CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS EM GRUPOS

Uma vez obtida a classe de utilização e o estado de carga do pórtico, o


equipamento tem sua estrutura classificada em um dos seis grupos conforme disposto
na tabela 3. Para encontrar o grupo são cruzados os valores de estado de carga e
classe de utilização.
Tabela 3 - Classificação da estrutura dos equipamentos (ou elementos da estrutura)
em grupos

Fonte: NBR 8400 (1984) [4]


26

4.4 SOLICITAÇÕES

Para dar início aos cálculos analíticos, é necessário conhecer as solicitações


atuantes na estrutura do pórtico. Todos os carregamentos no equipamento são
organizados pela NBR 8400 (1984) [4] em quatro grupos, sendo diferenciados pelo
plano de atuação ou natureza. A seguir, os grupos são conceituados e, quando
aplicável, os carregamentos calculados.

4.4.1 Solicitações Principais

As solicitações principais definidas pela NBR 8400 (1984) [4] são:


• As devidas aos pesos próprios dos elementos, SG;
• As devidas à carga de serviço, SL;
Todos os elementos com massa considerável, devem ter seus pesos próprios
incluídos nos cálculos de solicitações. Os pesos devem ser determinados através do
conhecimento da geometria e densidade do material de construção, ou estimados, e
posicionados nos respectivos centros de massa de cada elemento para serem
contabilizados no diagrama de corpo livre da estrutura. Na elaboração dos diagramas
de momento fletor, cortante e torsor, as cargas provenientes dos pesos próprios de
elementos alongados, como vigas e colunas, devem ser consideradas como
distribuídas, ao passo de que, para elementos de geometria complexa, cuja
determinação da distribuição de massa não é prática, considera-se a carga como
pontual em seu centro de massa.
Neste trabalho, as únicas cargas de serviço existentes são aquelas oriundas
do içamento da carga desejada. Estas forças são transmitidas pelo corpo içado
através do cabeamento, que envolve o jogo de roldanas móveis e fixas apresentado
na seção 2.3.2, até o tambor de içamento, que as “descarrega” em seus mancais de
apoio na estrutura do carro. Os carregamentos percorrem a estrutura do carro guincho
atingindo a estrutura do pórtico pelo contato entre as rodas do carro guincho e os
trilhos posicionados nas vigas principais.
Para os elementos que se deslocam durante a operação do pórtico, para a
realização dos cálculos, deve-se considerar sua posição mais desfavorável ao longo
do trecho de deslocamento, ou seja, aquela que terá como resultado os maiores
esforços possíveis. Um exemplo de elemento que se desloca durante a operação do
equipamento é o carro guincho. Para a determinação das cargas do carro guincho,
27

deve-se calcular os esforços causados, posicionando-o em diversas distâncias ao


longo da viga principal, de modo a observar o comportamento dos esforços e obter-
se o posicionamento mais desfavorável do elemento em relação à estrutura.

4.4.2 Solicitações Devidas aos Movimentos Verticais

Este tipo de solicitação tem como origens o içamento brusco da carga de


trabalho e os choques verticais que surgem no movimento sobre o caminho de
rolamento. A NBR 8400 (1984, p.8) [4] define que “nas solicitações devidas ao
levantamento da carga de serviço, levam-se em conta as oscilações provocadas pelo
levantamento brusco da carga”, para tanto multiplica-se as solicitações devidas à
carga de serviço por um fator chamado coeficiente dinâmico (ψ). O coeficiente
dinâmico pode ser obtido através da tabela 4, onde é relacionado com a faixa de
velocidade de elevação da carga, em m/s.
Tabela 4 - Valores do coeficiente dinâmico ψ

Fonte: NBR 8400 (1984) [4]

4.4.3 Solicitações Devidas aos Movimentos Horizontais

A NBR 8400 (1981, p.9) [4] define as solicitações devidas aos movimentos
horizontais como:
• Os efeitos da inercia devidos às acelerações ou desacelerações dos
movimentos de direção e translação, calculáveis em função dos valores
destas acelerações ou desacelerações;
• Os efeitos de forças centrífugas;
• As reações horizontais transversais provocadas pela translação direta;
• Os efeitos de choque;
28

4.4.3.1 Efeitos Horizontais Devidos às Acelerações ou Desacelerações

Os efeitos horizontais surgem a partir da aceleração ou desaceleração aplicada


à massa de um elemento móvel no equipamento no momento de partida ou frenagem
do mesmo, efeito da inércia destas. Desta forma, é realizado o cálculo das solicitações
oriundas das diversas massas sendo aceleradas ou desaceleradas durante o uso do
equipamento. “No caso de movimento de direção e translação, este cálculo efetua-se
considerando um esforço horizontal aplicado à banda de rodagem das rodas motoras,
paralelamente ao caminho de rolamento” NBR 8400 (1984, p.9) [4]. Estes esforços
são calculados em função do tempo de aceleração ou desaceleração, de acordo com
os dados de projeto para a utilização do equipamento.
A tabela 5 oferece valores de velocidades a serem atingidas assim como como
os tempos de aceleração divididos em três grupos: velocidade lenta e média,
velocidade média e alta e equipamentos de alta velocidade com fortes acelerações.
Esta tabela serve como parâmetro de utilização de velocidades e acelerações
recomendadas para cada tipo de equipamento.
Tabela 5 - Tempos de Aceleração e Acelerações

Fonte: ABNT 8400 [4]


A NBR 8400 (1984) [4] recomenda que “o esforço horizontal a considerar deve
ser no mínimo de 1/30 da carga sobre as rodas motoras e no máximo 1/4 desta carga”.
29

4.4.3.2 Efeitos da Força Centrífuga

Como o equipamento não tem sua estrutura rotacionada e consequentemente


sujeita à aceleração ou desaceleração, embora possua outros elementos rotativos em
sua construção, os efeitos da força centrífuga no dimensionamento estrutural do
pórtico rolante são desprezíveis.

4.4.3.3 Coeficiente que Determina as Reações Transversais Devidas ao

Rolamento

“O caso de reações horizontais transversais ocorre quando duas rodas (ou dois
truques) giram sobre um trilho, originando um movimento formado pelas forças
horizontais perpendiculares ao trilho” NBR 8400 (1984, P.9) [4]. Estas forças que
compõem o momento gerado pela roda são determinadas através da multiplicação da
carga vertical existente nas rodas pelo coeficiente ξ, dependente da razão entre o vão
do pórtico e sua distância entre eixos v/a. Para encontrar os valores de ξ, consulta-se
a figura 19 abaixo.
Figura 19 - Coeficiente que determina as reações transversais devidas ao rolamento

Fonte: ABNT 8400 [4]

4.4.3.4 Efeitos de Choques Contra Batentes ou Para-choques

Em um pórtico rolante, os choques podem ocorrer:


• Na carga suspensa;
• Na estrutura.
30

Para os casos em que a carga suspensa pode oscilar, a NBR 8400 (1984) [4]
define que não se levam em consideração os efeitos de choque para velocidades de
deslocamento horizontal menores que 0,7 m/s. Já para as velocidades superiores a
0,7 m/s levam-se em conta as reações provocadas na estrutura pelos choques contra
os para-choques. “Admite-se que o para-choque é capaz de absorver a energia
cinética do equipamento (sem carga de serviço) a uma fração da velocidade nominal
da translação fixada em 0,7 vt” NBR 8400 (1984, p.11) [4]. Os esforços resultantes na
estrutura são calculados em função da desaceleração imposta pelo batente ao
equipamento.
Para o caso em que a carga suspensa não pode oscilar, “verifica-se o efeito do
amortecimento da mesma maneira, entretanto levando-se em conta o valor da carga
de serviço” NBR 8400 (1984, p.11) [4].

4.4.4 Solicitações Devidas aos Efeitos Climáticos

A NBR 8400 (1984) [4] divide as causas que causam as solicitações devidas
aos efeitos climáticos em:
• Ação do vento;
• Variação da Temperatura;
O pórtico rolante em análise no presente estudo deverá operar em um galpão,
ou seja, abrigado de ventos e intempéries, trabalhando em temperatura ambiente
máxima de 45°C. Portanto, para ambas as causas, os efeitos das solicitações devidas
aos fatores climáticos na estrutura, podem ser consideradas desprezíveis ou
inexistentes.

4.5 CASOS DE SOLICITAÇÕES

São previstos três casos de solicitação pela NBR 8400 (1984, p.13) [4], sendo
estes:
• Caso I – serviço normal sem vento;
• Caso II – serviço normal com vento limite de serviço;
• Caso III – solicitações excepcionais.

As solicitações previstas na seção 4.4 podem, em alguns casos, serem


ultrapassadas devido às concentrações de tensão e imperfeições na fabricação das
31

estruturas. Para proteger o equipamento, é aplicado o coeficiente de majoração, M x,


cujo valor está relacionado com o grupo de classificação da estrutura, por sua vez
ligado ao número teórico de ciclos de levantamento e à fração mínima de utilização
do equipamento. Em suma, quanto maior o nível de exigência e utilização do
equipamento, maior será seu coeficiente de majoração, protegendo a estrutura contra
falhas.

4.5.1 – Caso I – Equipamento em serviço normal sem vento

Para este caso de solicitação, são considerados os carregamentos estáticos


provenientes do peso próprio SG, os carregamentos advindos da carga de serviço SL
multiplicados pelo coeficiente dinâmico ψ, e os dois efeitos horizontais mais
desfavoráveis SH entre os definidos na seção 4.4.3 com exclusão dos efeitos do
choque. A NBR 8400 (1984, p.14) [4] adiciona que “Quando a translação é um
movimento de posicionamento do equipamento usado para deslocamentos de cargas,
não se combina o efeito deste movimento com outro movimento horizontal”.
Para o Caso I, portanto, é utilizada a seguinte equação para a determinação da
solicitação:
MX (SG + ψ SL + SH) - Equação 2

4.5.2 – Caso II – Equipamento em serviço normal com vento limite de serviço

No caso II de solicitação, são somados os efeitos do vento limite de serviço SW


à equação 2 e, caso aplicável, a solicitação devido à variação de temperatura,
resultando na equação 3 abaixo.
MX (SG + ψ SL + SH) + SW - Equação 3

Por operar em ambiente abrigado do vento e em faixa de temperatura entre


5°C a 45°C, os efeitos de vento de serviço e variação de temperatura podem ser
desprezados e, portanto, tal caso não se aplica ao dimensionamento estrutural.

4.5.3 - Caso III - Equipamento submetido a solicitações excepcionais

A NBR 8400 (1984) [4] classifica o caso III de solicitação para as seguintes
situações:
32

a) Equipamento fora de serviço com vento máximo;


b) Equipamento em serviço sob efeito de um amortecimento.
Nos cálculos, em favor da segurança, deve-se levar em consideração a
combinação com os resultados mais elevados de carregamento.
Novamente, como o pórtico se encontra abrigado e não possui em seu escopo
de projeto nenhum tipo de amortecimento, tal caso não se aplica ao dimensionamento
estrutural.

4.6 Escolha do Coeficiente de Majoração

A escolha do coeficiente de majoração Mx está puramente relacionada com o


grupo do equipamento, anteriormente definido na seção 4.3. Para tanto, basta checar
na tabela
Tabela 6 - Valores do coeficiente de majoração para equipamentos industriais

Fonte: NBR 8400 (1984) [4]

4.7 MÉTODO DE CÁLCULO

Considerando qualquer um dos casos de solicitação apresentados em 4.5, as


tensões admissíveis devem ser calculadas nos elementos estruturais e em suas
respectivas juntas de construção, tendo em vista alguns parâmetros. A NBR 8400
(1984, p.15) [4] define como parâmetros passíveis de verificação:
• Ultrapassagem do limite de escoamento;
• Ultrapassagem das cargas críticas de flambagem;
• Ultrapassagem do limite de resistência à fadiga.

4.7.1 Verificação em relação ao limite de escoamento dos elementos de estrutura sem

junções

Para definir as tensões admissíveis, é necessário a aplicação de um coeficiente


de segurança à tensão de escoamento do material, definido conforme o caso de
solicitação e o tipo de esforço. A tabela 7 abaixo informa os coeficientes de segurança
33

a que as tensões de escoamento devem ser submetidas para os três casos de


solicitação, onde haja tração ou compressão simples, na obtenção das tensões
admissíveis em materiais cuja relação σe/σr < 0,7.
Tabela 7 - Tensões admissíveis à tração (ou compressão) simples

Fonte: NBR 8400 (1984) [4]


Nos casos em que os materiais possuam a relação σe/σr > 0,7, a NBR 8400
(1984) [4] indica a seguinte equação para a determinação da tensão admissível:

𝝈𝒆 +𝝈𝒓
𝝈𝒂 = 𝝈𝒂𝟓𝟐 Equação 4
𝝈𝒆𝟓𝟐 +𝝈𝒓𝟓𝟐

Onde σa52 é obtido a partir da tabela 7.


Para os casos de solicitação ao cisalhamento puro, a tensão admissível pode
ser obtida por:
𝝈𝒂
𝝉𝒂 = Equação 5
√𝟑
Nos elementos solicitados a esforços combinados, deve-se verificar no ponto
considerado que:
• Cada uma das duas tensões normais σx e σy, seja igual ou inferior a σa;
• O esforço de cisalhamento 𝜏𝑥𝑦 seja igual ou inferior a 𝜏𝑎 ;

• A tensão de comparação σcp seja igual ou inferior a σa, isto é:

𝝈𝒄𝒑 = √(𝝈𝟐𝑿 + 𝝈𝟐𝒀 − 𝝈𝑿 ∙ 𝝈𝒀 + 𝟑𝝉𝟐𝑿𝒀 ) ≤ 𝝈𝒂 Equação 6


34

5. DIMENSIONAMENTO ANALÍTICO DO PÓRTICO ROLANTE

5.1 DIMENSÕES DO PÓRTICO

O pórtico rolante terá 28,0m de vão entre trilhos. A altura livre entre piso e viga
principal será de 13,42 m.
Figura 20 - Dimensões Gerais do Pórtico

Fonte: Elaborado pelo autor


5.2 DADOS DE ENTRADA
35

5.3 REAÇÕES NA RODA DO CARRO

As reações nas rodas do carro são definidas pelas equações abaixo:

5.4 TENSÕES ADMISSÍVEIS

As tensões admissíveis estão em conformidade com a norma NBR 8400 (1984)


[4]. Usaremos como material para construções dos componentes estruturais do
pórtico aço carbono ASTM A36, com limite de escoamento no valor 2530 kgf/cm².
36

5.1.1 Caso de solicitação I

As tensões admissíveis para o caso I serão:

5.1.2 Caso de solicitação III

As tensões admissíveis para o caso III serão:

5.5 PRÉ DIMENSIONAMENTO DA VIGA PRINCIPAL

Pretende-se com o pré-dimensionamento ter a ideia inicial das características


mínimas necessárias para a construção da viga principal. Deduzimos o momento de
inércia mínimo, levando em consideração a flecha máxima admissível para o projeto.
37

5.6 DIMENSIONAMENTO DA VIGA PRINCIPAL

A verificação da viga principal é feita em sua seção central, onde predominam


as tensões de flexão e em sua extremidade onde predominam as tensões devido ao
cisalhamento. O equipamento irá operar em ambiente abrigado, desta forma serão
analisados os dois casos de solicitação “Casos I e III”. No caso III analisa-se
solicitação devido ao choque contra o batente dos para-choques e os ensaios
dinâmico e estático. O cálculo define a necessidade bem como as dimensões dos
diafragmas longitudinais da Viga Principal. As tensões admissíveis para o material
ASTM-A36 seguem as recomendações da NBR-8400 (1984) [4] (limite elástico
conforme tabela 12 e flambagem de placas (tensões admissíveis à compressão)
conforme anexo F, aplicando-se os coeficientes de segurança conforme tabela 16.
Os carregamentos aplicáveis serão:
• - Peso próprio (presente em todas as combinações de cargas)
• - Cargas móveis (peso do carro e carga incluindo fator de impacto)
• - Cargas devido a esforços de inércia (aceleração e desaceleração)
38

5.6.1 Características geométricas da Viga Principal

Figura 21 - Dimensões Principais da Seção Transversal da Viga Principal

Fonte: Elaborado pelo autor


39
40

5.6.2 Verificação da Viga Principal - Caso de Solicitação I

A verificação se faz considerando que o carro está posicionado no centro do


vão da Viga Principal, situação onde temos o maior momento fletor. As tensões
atuantes não devem extrapolar as tensões admissíveis definidas no item 4.4.1.
Figura 22 – Diagrama de Corpo Livre do Carro Sobre a Viga Principal

Fonte: Elaborado pelo autor


41

5.6.3 Verificação da solda aba / alma da Viga Principal – Caso de Solicitação I

5.6.4 Verificação da Viga Principal – Fadiga

O cálculo do limite resistente a fadiga é feito segundo do “anexo G” da norma


NBR 8400 (1984) [4].

Figura 23 – Ligação Aba/Alma

Fonte: Elaborado pelo autor


42

Figura 24 – Aproximação do Carro

Fonte: Elaborado pelo autor

5.6.5 Verificação de proporção da Viga Principal


43

5.6.6 Verificação da Viga Principal - Caso de Solicitação III: Impacto contra o batente

A verificação se faz considerando que o carro está posicionado no centro do


vão da Viga Principal, situação onde temos o maior momento fletor. As tensões
atuantes não devem extrapolar as tensões admissíveis definidas no item 4.4.2
Figura 25 – Forças Atuantes Sobre a Viga principal

Fonte: Elaborado pelo autor


44

5.6.7 Verificação da solda aba / alma– Caso de Solicitação III: Impacto contra o

batente

5.6.8 Verificação da Viga Principal - Caso de Solicitação III: Ensaio Dinâmico

A verificação se faz considerando que o carro está posicionado no centro do


vão da Viga Principal, situação onde temos o maior momento fletor. As tensões
atuantes não devem extrapolar as tensões admissíveis definidas no item 4.4.2
45

5.6.9 Verificação da solda aba / alma – Caso de Solicitação III: Ensaio Dinâmico

5.6.10 Verificação da Viga Principal - Caso de Solicitação III: Ensaio Estático

A verificação se faz considerando que o carro está posicionado no centro do


vão da Viga Principal, situação onde temos o maior momento fletor. As tensões
atuantes não devem extrapolar as tensões admissíveis definidas no item 4.4.2
46

5.6.11 Verificação da solda aba / alma – Caso de Solicitação III: Ensaio Estático

5.6.12 Verificação da Flecha da Viga Principal

De acordo com a tabela C.1 da norma NBR 8400 (1984) [4], vigas de rolamento
para pontes rolantes com capacidade igual ou superior a 200kN, devem possuir
deslocamento vertical máximo igual à: Vão/800. Não levamos em consideração o fator
de impacto para verificação da flecha.
47

5.6.13 Tensão de compressão máxima nos diafragmas da Viga Principal

Figura 26 – Forças Sobre o Trilho da Viga Principal

Fonte: Elaborado pelo autor


48

5.6.14 Tensão de flexão máxima dos diafragmas intermediários

Figura 27 – Diafragmas Intermediários

Fonte: Elaborado pelo autor


49

5.6.15 Verificando distâncias entre os diafragmas intermediários e principais

Figura 28 – Esquema da Extremidade da Viga Principal

Fonte: Elaborado pelo autor


50

5.6.16 Verificação da flambagem na alma da viga sem reforço

Figura 29 – Distância entre Diafragmas

Fonte: Elaborado pelo autor


51
52

Figura 30 – Cisalhamento Sobre a Alma da Viga

Fonte: Elaborado pelo autor


53
54

A tensão atuante tem valor maior que a tensão admissível, neste caso faz-se
necessário a inclusão de um diafragma longitudinal para a alma da Viga principal.
55

A tensão atuante tem valor maior que a tensão admissível, neste caso faz-se
necessário a inclusão de um diafragma longitudinal para a alma da Viga principal.

A tensão atuante tem valor maior que a tensão admissível, neste caso faz-se
necessário a inclusão de um diafragma longitudinal para a alma da Viga principal.
56

A tensão atuante tem valor maior que a tensão admissível, neste caso faz-se
necessário a inclusão de um diafragma longitudinal para a alma da Viga principal.

5.6.17 Flambagem localizada na alma da viga com 1 reforço

Após verificação da flambagem na alma da viga sem reforços, concluímos que


os mesmos são necessários. Neste capitulo iremos verificar se a inclusão de um
reforço longitudinal se faz suficiente.
Figura 31 – Dimensões dos Diafragmas Verticais e Horizontais

Fonte: Elaborado pelo autor


57

Figura 32 – Flambagem na Alma Superior

Fonte: Elaborado pelo autor


58
59

A tensão atuante tem valor menor que a tensão admissível, neste caso
concluímos que o reforço longitudinal é suficiente.
60

A tensão atuante tem valor menor que a tensão admissível, neste caso
concluímos que o reforço longitudinal é suficiente.

A tensão atuante tem valor menor que a tensão admissível, neste caso
concluímos que o reforço longitudinal é suficiente.
61

A tensão atuante tem valor menor que a tensão admissível, neste caso
concluímos que o reforço longitudinal é suficiente.
Figura 33 – Flambagem na Alma Inferior

Fonte: Elaborado pelo autor


62

A tensão atuante tem valor menor que a tensão admissível, neste caso
concluímos que o reforço longitudinal é suficiente.
63

A tensão atuante tem valor menor que a tensão admissível, neste caso
concluímos que o reforço longitudinal é suficiente.

A tensão atuante tem valor menor que a tensão admissível, neste caso
concluímos que o reforço longitudinal é suficiente.
64

A tensão atuante tem valor menor que a tensão admissível, neste caso
concluímos que o reforço longitudinal é suficiente.
5.6.18 Cálculo do reforço da alma

Calcularemos o momento de inércia necessário para o diafragma longitudinal,


conforme DIN 4114.
Figura 34

Fonte: Elaborado pelo autor


65

5.6.19 Resumo da construção da Viga Principal

Figura 35 – Esquema da Extremidade da Viga Principal

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 36 – Seção Transversal da Viga Principal

Fonte: Elaborado pelo autor


66

Figura 37 – Diafragma Horizontal

Fonte: Elaborado pelo autor


5.7 DIMENSIONAMENTO DAS PERNAS RÍGIDAS

5.7.1 Características geométricas da Perna Rígida

Figura 38 – Esquema da Seção Transversal da Perna Rígida

Fonte: Elaborado pelo autor


67
68

5.7.2 Reação máxima nas Pernas

Figura 39- Diagrama de Reação Máxima nas Pernas

Fonte: Elaborado pelo autor


69

5.7.3 Verificação da Perna Rígida

Figura 40 – Diagrama de Momento Fletor 1

Fonte: Elaborado pelo autor


70

Figura 41 - Diagrama de Momento Fletor 2

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 42 - Diagrama de Momento Fletor 3

Fonte: Elaborado pelo autor


71

5.7.4 Flambagem da Perna Rígida

Analisaremos o caso mais crítico de flambagem relativo à perna mais


carregada do pórtico. O cálculo é feito baseado no “anexo E” da norma NBR 8400
(1984) [4].
72

5.8 DIMENSIONAMENTO DAS PERNAS ELÁSTICAS

5.8.1 Características geométricas da Perna Elástica


73

Figura 43 – Dimensões da Seção Transversal das Pernas Elásticas

Fonte: Elaborado pelo autor


74
75

5.8.2Verificação da Perna Elástica

Figura 44 - Diagrama de Momento Fletor 4

Fonte: Elaborado pelo autor


76

Figura 45 - Diagrama de Momento Fletor 5

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 46 - Diagrama de Momento Fletor 6

Fonte: Elaborado pelo autor


77

5.8.3 Flambagem da Perna Elástica

Analisaremos o caso mais crítico de flambagem relativo à perna mais


carregada do pórtico. O cálculo é feito baseado no “anexo E” da norma NBR 8400
(1984) [4].
78
79

5.9 PERFIL DA VIGA DE LIGAÇÃO SUPERIOR

Figura 47 – Seção Transversal da Viga de Ligação Superior

Fonte: Elaborado pelo autor

5.10 PERFIL DA VIGA DE LIGAÇÃO INFERIOR

Figura 48 – Seção Transversal da Viga de Ligação Inferior

Fonte: Elaborado pelo autor


80

6. MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (FEA)

6.1 CONCEITOS BÁSICOS

Segundo CHANDRUPATLA [8], o método dos elementos finitos se tornou uma


ferramenta para soluções numéricas para uma vasta gama de problemas na
engenharia. Aplicações estas que vão desde a análise de tensão e deformação de
automóveis, aeronaves, construções civis até análises de transferência de calor, fluxo,
escoamento de fluidos, fluxo magnético e outras análises de fluxo. Com o avanço da
tecnologia de computadores e sistemas CAD (computer-aided drawing, desenho
auxiliado por computadores), modelo complexos de cálculo puderam ser modelados
com relativa facilidade.
Para se obter êxito na metodização de um cálculo estrutural, aparatos
tecnológicos não condicionam ao sucesso desta tarefa, cabendo a análise do
profissional interpretar os fenômenos físicos ali envolvidos, de forma a identificar os
pontos relevantes para a resolução do problema de acordo com ALVES FILHO [9].

6.1.1 Contexto Histórico

Desde 1941 com Hrenikoff apresentando uma solução para problemas de


elasticidade com o advento da análise aeronáutica, até os presentes dias, os sistemas
computadorizados estão em desenvolvimento constante para as diversas soluções de
problemas apresentados. Como esclarece CHANDRUPATLA [8] lembrando soluções
de problemas torcionais apresentados em 1943 por meio de interpolação polinomial
de sub-regiões triangulares. Turner derivando matrizes de rigidez para vigas e outros
elementos apresentados em suas pesquisas em 1956. Todos esses avanços
caminhando junto ao desenvolvimento tecnológico.

6.1.2 Idealização de Sistemas

Para ALVES FILHO [9] o comportamento dos fenômenos da natureza ao redor


do ser humano, são de complexidade enorme, sendo um grande método de resolução
a subdivisão desses componentes físicos incidindo sobre algo, dessa forma
“compreender o todo entendidas as partes” nas palavras do próprio autor.
Sendo assim, pode-se trabalhar a análise subdividida com dois sistemas:
81

6.1.2.1 Sistemas contínuos

Primeiramente se deve idelizar a estrutura definindo um modelo de cálculo,


para se definir esse modelo é necessário o entendimento físico a ser simulado.
Trabalhando com a solução analítica pode-se determinar a solução para infinitos
pontos do estudo analisado, por meios de equações matemáticas, ou seja, “um
sistema contínuo, pois a solução é obtida para todos os pontos que constituem o corpo
contínuo” (ALVES FILHO, 2000, p. 6)
6.1.2.2 Sistemas contínuos

A abordagem de uma estrutura a ser realizada pode ser considerada um


sistema discreto. A discretização de um sistema continuo consiste na divisão da
estrutura em partes separadas distintas, com conexões entre si. Sendo assim, obtém-
se uma solução aproximada simulando o sistema contínuo. “Como uma montagem de
elementos que têm um comprimento finito (e não diferencial)”.

6.2. TIPOS DE ELEMENTOS

Os elementos finitos podem ser classificados quanto a sua forma, como


apresentado nas seções a seguir.
6.2.1 Elementos Unidimensionais

Esses elementos são aplicáveis para análises unidimensionais e também


podem ser chamados de elementos de linha (figura 49).
Figura 49 – Elementos Unidimensionais

Fonte: BHAVIKATTI [10]


6.2.2 Elementos bidimensionais

Elementos bidimensionais são necessários para se resolver problemas de duas


dimensões geométricas. Exemplos comuns de aplicação de elementos
82

bidimensionais é a análise de tensão superficial. O elemento bidimensional mais


comum, acaba por ser o menor polígono possível: o triângulo (figura 50), exatamente
pela sua simplicidade geométrica e os conceitos envolvendo sua geometria. “Esses
elementos são conhecidos como constant strain triangules (CST, triângulo de tensão
constante) ” (BHAVIKATTI, 2005, p.34).
Figura 50 - Elemento bidimensional

Fonte: BHAVIKATTI [10]


Elementos retangulares ou com mais lados também são utilizados. Elementos
quadriláteros com ângulos irregulares idem, estes inicialmente foram desenvolvidos
pela combinação de elementos triangulares, mas ficaram obsoletos após o
desenvolvimento do conceito isoparamétrico. O conceito isoparamétrico utiliza das
mesmas funções para definir geometrias e nós desconhecidos; utilizando conceito de
parametrização, até mesmo elementos com curvaturas podem ser aplicados (figura
51.
Figura 51 - Elementos bidimensionais curvados
83

Fonte: BHAVIKATTI [10]

6.2.3. Elementos Axi-simétricos

Esses elementos também são conhecidos como elementos tipo anel, muito
uteis para análise de problemas axi-simétricos como vasos de pressão, eixos, ponta
de foguetes. Elementos axi-simétricos podem ser construídos de um ou dois
elementos bidimensionais (figura 52)
Figura 52 - Elementos Axi-simétricos

Fonte: BHAVIKATTI [10]

6.2.4. Elementos Tridimensionais

Assim como o triângulo é o polígono mais simples para análises superficiais, o


tetraedro é o elemento básico para a análise tridimensional, pelos mesmo motivos. E
na mesma analogia com os elementos bidimensionais, formas mais complexas
também podem ser utilizadas.

Figura 53: (a) Elemento tetraédrico (b) Prisma retangular (c) Elemento
hexaédrico arbitrário (d) Elemento tridimensional quadrático [10, p.38]
84

Figura 53 - a) Elemento tetraédrico (b) Prisma retangular (c) Elemento hexaédrico


arbritário (d) Elemento tridimensional quadrático

Fonte: BHAVIKATTI [10]

6.2.5 Elementos de Barra

Também conhecido como elemento de barra articulada nas extremidades ou


elemento de treliça, deixa claro qual a sua maior aplicação: treliças. “Sabendo do
estudo da resistência dos materiais elementar que uma treliça consiste de uma série
de elementos estruturais retos, de comprimento muito maior que as dimensões de sua
seção transversal” (ALVES FILHO, 2000, p.69). Desta forma, conectados uns aos
outros em suas extremidades compõem uma estrutura reticulada.
Um ponto particular das treliças é que juntas estruturais, uniões discretas entre
dois pontos ou mais são articuladas. Sendo assim, forças externas que atuam em uma
estrutura com forma de treliça sáo aplicas nos nós (juntas estruturais).
Abaixo (figura 54) há exemplos de estruturas com forma de treliças, como uma
treliça plana onde todas suas barras se situam no mesmo plano assim como as forças
aplicadas na estrutura. Também uma treliça espacial, onde suas barras podem ter
qualquer direção no espaço, assim como também suas forças aplicadas na estrutura.
85

Figura 54 - As barras de treliça transmitem apenas forças axiais

Fonte: ALVES FILHO [9]


6.3. CÁLCULO DE TENSÕES

Seja um corpo tridimensional ocupando um volume V e tendo uma superfície


S, como mostrado na figura 55 abaixo, pontos no corpo localizados por meio de
coordenadas espaciais em x, y ,z.
Figura 55 - Corpo Tridimensional

Fonte: ALVES FILHO [9]


86

Aplicando diversos carregamentos para esse corpo tridimensional, como tração


T, o corpo deforma. A deformação do ponto x é dada por três componentes de
deslocamento (u, v, w). Aplicando esse conceito elementar da Resistência dos
Materiais, para os esforços e o deslocamento em um elemento de volume dV
conforme a figura abaixo, as tensões são representadas pela disposição de
componentes em uma matriz 3x3 simétrica (figura 56).
Figura 56 - Equilíbrio do elemento de volume dV

Fonte: CHANDRUPATLA [8]


Entretanto, pode-se representar os carregamentos por seis componentes
independentes:
𝑇
𝜎 = (𝜎𝑥 , 𝜎𝑦 , 𝜎𝑧 , 𝜏𝑦𝑧 , 𝜏𝑥𝑧 , 𝜏𝑥𝑦 )
Onde 𝜎𝑥 , 𝜎𝑦 , 𝜎𝑧 são carregamentos normais, 𝜏𝑦𝑧 , 𝜏𝑥𝑧 , 𝜏𝑥𝑦 carregamentos de
cisalhamentos e T força distribuída por unidade de área. Considerando o volume de
equilíbrio mostrado na figura acima, descobrindo as forças nas faces ao multiplicar as
tensões pelas suas respectivas áreas. Tendo ∑ 𝐹𝑥 = 0 , ∑ 𝐹𝑦 = 0 , ∑ 𝐹𝑧 = 0 e
reconhecendo 𝑑𝑉 = 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑧 , tem-se as seguintes equações de equilíbrio:
𝜕𝜎𝑥 𝜕𝜏𝑥𝑦 𝜕𝜏𝑥𝑧
+ + + 𝑓𝑥 = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
87

𝜕𝜏𝑥𝑦 𝜕𝜎𝑦 𝜕𝜏𝑦𝑧


+ + + 𝑓𝑦 = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝜕𝜏𝑥𝑧 𝜕𝜏𝑦𝑧 𝜕𝜎𝑧
+ + + 𝑓𝑧 = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
6.3.3 Condições de Contorno

Na figura 60 estão posicionadas condições de contorno e carregamentos


superficiais. Se u está especificado na parte do contorno destacado por 𝑆𝑢 , tem-se
𝑢 = 0 em 𝑆𝑢 . Também se pode considerar a condição de contorno como 𝑢 = 𝑎, onde
a é um deslocamento dado.
Considerando o equilíbrio de um elemento tetraédrico ABCD, conforme a figura
57 abaixo:
Figura 57 – Superfícies de um elemento de volume

Fonte: CHANDRUPATLA [8]

Onde DA, DB e DC são paralelos nos eixos x, y, z respectivamente e a área


𝑇
ABC chamada de dA na superfície indicada. Se 𝑛 = (𝑛𝑥 , 𝑛𝑦 , 𝑛𝑧 ) é a unidade normal
para dA, então a área BDC = 𝑛𝑥 dA, área ADC = 𝑛𝑦 dA e área ADB = 𝑛𝑧 dA.
Considerações do equilíbrio ao longo dos três eixos direcionais entregam, segundo
CHANDRUPATLA [8]:
88

𝜎𝑥 𝑛𝑥 + 𝜏𝑥𝑦 𝑛𝑦 + 𝜏𝑥𝑧 𝑛𝑧 = 𝑇𝑥
𝜏𝑥𝑦 𝑛𝑥 + 𝜎𝑦 𝑛𝑦 + 𝜏𝑦𝑧 𝑛𝑧 = 𝑇𝑥
𝜏𝑥𝑧 𝑛𝑥 + 𝜏𝑦𝑧 𝑛𝑦 + 𝜎𝑧 𝑛𝑧 = 𝑇𝑥
Estas condições devem satisfazer o contorno 𝑆𝜏 onde as trações são aplicadas.
Nesta descrição, as cargas pontuais precisam ser tratadas como cargas distribuídas
sobre pequenas, mas áreas finitas.

6.3.4 Relações Tensão-Deslocamento

Foi representado anteriormente as tensões na forma de vetores que


correspondem aos carregamentos, sendo assim, para as tensões:
𝑇
𝜖 = (𝜖𝑥 , 𝜖𝑦 , 𝜖𝑧 , 𝛾𝑦𝑧 , 𝛾𝑥𝑧 , 𝛾𝑥𝑦 )
Onde 𝜖𝑥 , 𝜖𝑦 , 𝜖𝑧 são tensões normais, 𝜏𝑦𝑧 , 𝜏𝑥𝑧 , 𝜏𝑥𝑦 carregamentos de
cisalhamentos.
Figura 58 – Elemento de superfície deformado

Fonte: CHANDRUPATLA [8]


A figura 58 acima mostra a deformação de dx e dy, que se apresenta pequena.
Também considerando outras faces, pode-se escrever:
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑤 𝜕𝑣 𝜕𝑤 𝜕𝑢 𝜕𝑤 𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝑇
𝜖=( , , , + , + , + )
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥
Estas relações de tensões se aplicam para pequenas deformações.
6.3.5 Relações Tensão-deformação
89

Para materiais elásticos lineares, as relações tensões-deformação surgem da


lei de Hooke. Para materiais isotrópicos, as duas propriedades dos materiais são o
módulo de Young (ou módulo de elasticidade) E e o coeficiente de Poisson v.
Considerando um elemento cúbico dentro de um corpo, a lei de Hooke diz:
𝜎𝑥 𝜎𝑦 𝜎𝑧
𝜖𝑥 = −𝑣 −𝑣
𝐸 𝐸 𝐸
𝜎𝑥 𝜎𝑦 𝜎𝑧
𝜖𝑦 = −𝑣 + − 𝑣
𝐸 𝐸 𝐸
𝜎𝑥 𝜎𝑦 𝜎𝑧
𝜖𝑧 = −𝑣 − 𝑣 +
𝐸 𝐸 𝐸
𝜏𝑦𝑧
𝛾𝑦𝑧 =
𝐺
𝜏𝑥𝑧
𝛾𝑥𝑧 =
𝐺
𝜏𝑥𝑦
𝛾𝑥𝑦 =
𝐺
O módulo de cisalhamento (ou módulo de rigidez), G, é dado por:
𝐸
𝐺=
2(1 + 𝑣)
Pelas associações com a lei de Hooke, nota-se que:
(1 − 2𝑣 )
𝜖𝑥 + 𝜖𝑦 + 𝜖𝑧 = (𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 + 𝜎𝑧 )
𝐸
Substituindo para (𝜎𝑦 + 𝜎𝑧 ) nas equações acimas, tem-se a seguinte relação
inversa:
𝜎 = 𝐷𝜖
D é a matriz material simétrica (6 x 6 ) dada por:
1−𝑣 𝑣 𝑣 0 0 0
𝑣 1−𝑣 𝑣 0 0 0
𝐸 𝑣 𝑣 1−𝑣 0 0 0
𝐷=
(1 + 𝑣 )(1 − 2𝑣 ) 0 0 0 0,5 − 𝑣 0 0
0 0 0 0 0,5 − 𝑣 0
[ 0 0 0 0 0 0,5 − 𝑣 ]

6.3.5 Casos Especiais

Em casos unidimensionais, tem-se o carregamento normal 𝜎 ao longo de x e


a tensão normal correspondente 𝜖. A relação tensão-deformação é simplesmente:
𝜎 = 𝐸𝜖
90

Em casos bidimensionais, os problemas são modelados como planos de


deformação e planos de tensões.
Figura 59 – Plano de tensão

Fonte: CHANDRUPATLA [8]

Figura 60 – Plano de deformação

Fonte: CHANDRUPATLA [8]


Para o plano de tensão, um fino corpo planar submetido a carregamentos no
plano (figura 59) em sua borda superficial pode-se ser uma definição adequada.
Usando de exemplo a figura acima devidamente identificada, um anel montado em
um eixo. Neste caso as tensões 𝜎𝑧 , 𝜏𝑥𝑧 , 𝜏𝑦𝑧 são assumidas como zero. A equação da
lei de Hooke então entrega que:
𝜎𝑥 𝜎𝑦
𝜖𝑥 = −𝑣
𝐸 𝐸
𝜎𝑥 𝜎𝑦
𝜖𝑦 = −𝑣 +
𝐸 𝐸
91

2(1 + 𝑣 )
𝛾𝑦𝑧 = 𝜏𝑥𝑦
𝐸
𝑣
𝜖𝑧 = −𝑣 (𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 )
𝐸
Onde a relação inversa é dada por:
𝜎𝑥 1−𝑣 𝑣 0 𝜖𝑥
𝐸 𝑣 1−𝑣 0
{ 𝜎𝑧 } = 2
[ 1 ] { 𝜖𝑦 }
𝜏𝑥𝑦 1 − 𝑣
0 0 − 𝑣 𝛾𝑥𝑦
2
Onde é usado como 𝜎 = 𝐷𝜖
Para o plano de deformação, se um corpo longo de seção cortada uniforme
(figura 60) é submetido a carregamentos transversais ao longo de seu comprimento,
uma pequena espessura na área solicitada conforme a figura acima, pode ser tratada
como submetida a um plano de deformação. Onde 𝜖𝑧 , 𝛾𝑥𝑧 , 𝛾𝑦𝑧 são assumidos como
zero. Assim as relações tensão-deformação podem ser obtidas da seguinte forma:
𝜎𝑥 1−𝑣 𝑣 0 𝜖𝑥
𝐸 𝑣 1−𝑣 0
{ 𝜎𝑧 } = [ 1
𝜖
]{ 𝑦 }
𝜏𝑥𝑦 (1 + 𝑣 )(1 − 2𝑣 )
0 0 − 𝑣 𝛾𝑥𝑦
2
D então é uma matriz (3 x 3) que relaciona três tensões e três deformações.
92

7. VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES E DEFORMAÇÕES POR FEA

A utilização do software de Análise por Elementos Finitos (FEA) em análises


estruturais tem por objetivo facilitar a rápida visualização, pelo usuário, das
deformações (deslocamentos) e tensões que ocorrem em um determinado modelo
matemático (geometria da peça). Para tanto, se faz necessária a utilização de
conceitos de física, aplicados à resistência dos materiais, na elaboração do modelo
completo com suas condições de contorno tais como forças aplicadas e restrições ao
movimento. O presente capítulo é dividido entre as etapas fundamentais para
simulação numérica para a estrutura do pórtico proposta.

7.1 PRÉ ANÁLISE

A fase que antecede a análise dos resultados propriamente dita, é aquela em


que todos os fatores de influência na simulação são ponderados e adaptados à
realidade do software de FEA. Tais fatores de influência são: a geometria, ou domínio
matemático, a ser analisada; as forças aplicadas; as restrições ao deslocamento.
Todos estes fatores devem ser simplificados ao máximo de forma que auxiliem no
processamento matemático do modelo sem que este perca a fidelidade com a
estrutura real.

7.1.1 CÁLCULOS ANALÍTICOS (TENDÊNCIAS)

Apesar de extremamente confiável, o software de elementos finitos não corrige


erros de inputs, processando-os da maneira que são introduzidos. Se os dados de
entrada forem incorretos, o processamento levará a um resultado incorreto, falhando
em seu propósito. Para a verificação do correto modelamento de um problema de
simulação, deve-se obter analiticamente as tendências do comportamento do modelo,
de forma que ao processar a simulação, a verossimilhança desta com a realidade
possa ser comprovada.
Para se obter a comprovação do correto modelamento matemático do pórtico
proposto no presente estudo, comparar-se-ão os resultados obtidos no ANSYS com
os resultados analíticos apresentados anteriormente no capitulo 5. Desta maneira é
feita a verificação da simulação.
93

7.1.2 GEOMETRIA (MODELO)

Dado o fato de que a norma NBR 8400 (1984) [4] tem os cálculos baseados,
quase que em sua totalidade, na teoria de barras vinda da Resistência dos Materiais,
a simplificação do modelo matemático não poderia ser diferente. Para isto, foram
criados pontos de referência, ou nós, da estrutura de acordo com as geometrias gerais
do pórtico tendo como orientação os eixos cartesianos x, y, z.
Os nós foram inseridos nos pontos iniciais e finais das diversas seções que
compõem a estrutura, além de, para aumentar a precisão dos resultados, terem sido
inseridos nós intermediários entre cada um daqueles anteriormente citados, ficando
exatamente na metade da distância entre cada nó principal (figura 61). Finalmente,
foram inseridos nós nas regiões de aplicação de carregamentos e restrições ao
movimento.

Figura 61 – Distribuição dos nós

Fonte: Elaborado pelo autor

A seguir, foram criados os elementos de barra através da união dos nós,


formando-se a estrutura do pórtico em wireframe. Tais elementos de barra são as
vigas, travessas e pernas que compõem o pórtico e esquematizam a estrutura de
maneira simplificada (figura 62).
94

Figura 62 – Elementos do Pórtico

Fonte: Elaborado pelo autor


Após a criação de todos os elementos de barra que compõem a estrutura do
pórtico, são atribuídas as seções transversais referentes a cada elemento, conforme
dimensionado no capitulo 5, como pode ser visualizado na figura 63.
Figura 63 – Elementos do Pórtico

Fonte: Elaborado pelo autor


95

Desta forma, a geometria, ou domínio do modelo matemático, está


completamente definida para a simulação.
O elemento selecionado para a construção do modelo estrutural do pórtico
estudado é o elemento de barra BEAM188. O BEAM188 é um elemento baseado na
teoria de barra de TIMOSHENKO [2], que inclui efeitos da deformação por
cisalhamento: As tensões transversais de cisalhamento são constantes ao longo da
seção transversal (o que significa que a seção transversal permanece plana e sem
distorções após a deformação ANSYS [13].
Este elemento pode ser usado para vigas esguias ou robustas. Devido a
limitações na teoria de deformação por cisalhamento de primeira ordem, vigas esguias
a moderadamente robustas podem ser analisadas. Para avaliar a aplicabilidade deste
elemento, deve ser utilizada relação de esbeltez de uma viga (GAL2 / (EI) ) onde: G é
o módulo de cisalhamento do material; A é a área da seção transversal, L o
comprimento da viga e; EI é a rigidez à flexão da viga (figura 64). Uma relação de
esbeltez maior que 30 é recomendada.

Figura 64 – Estimativa de Deformação Transversal por Cisalhamento

Autor: ANSYS Inc.

Este elemento de barra pode ser linear, quadrático ou cúbico com dois nós em
3D, possuindo seis ou sete graus de liberdade em cada nó. Estes incluem translações
ao longo dos eixos x, y, e z além de rotações nestes (figura 65). Um sétimo grau de
liberdade (magnitude de empenamento) é opcional. Este elemento é bastante
adequado para amplas rotações lineares e/ou aplicações de deformações não
lineares.
O elemento inclui termos de rigidez, por padrão, em qualquer análise de ampla
deflexão. Os termos de tensão-deformação possibilitam aos elementos analisar
problemas de flexão lateral e estabilidade à torção
96

São suportados modelos de elasticidade, plasticidade, fluência e materiais não


lineares
Figura 65 - Elemento de Barra BEAM188

Autor: ANSYS Inc.


7.1.3 CONDIÇÕES DE CONTORNO

Uma vez definida a estrutura do pórtico, a seguir é dada a aplicação das


condições de contorno ao problema (figura 66), estas se dividindo entre duas classes:
as condições naturais e as essenciais. As condições de contorno naturais são as
forças aplicadas ao modelo já as essenciais são os deslocamentos, ou melhor, a
restrição ao deslocamento aplicadas a nós.
Figura 66 – Condições de Contorno

Autor: Elaborado pelo Autor


97

Embora o processamento matemático pelo método dos elementos finitos (MEF)


seja de alta precisão, ele possui erros de arredondamento devido ao fato de que os
problemas são resolvidos de maneira exata para as condições de contorno essenciais
enquanto para as condições naturais os resultados são apenas aproximados. Isso se
deve ao fato de o computador trabalhar com arredondamentos. Resolver o problema
de maneira exata custaria tempo de processamento infinito para os computadores de
tecnologia atual ALVES FILHO [9].
Os carregamentos introduzidos no problema são os mesmos apresentados no
capítulo 5 do presente trabalho.
As restrições ao movimento foram aplicadas nos nós 1, 15, 16 e 30. No nó 1
foram restritos os deslocamentos de translação nos eixos x e y. Para o nó 15 foram
restritos os deslocamentos nos três eixos. Em ambos os nós 16 e 30, foi impedido o
deslocamento no eixo y.

7.2 MALHA

Dada a distribuição dos 30 nós no modelo matemático, a união destes resulta


em 32 elementos, como pode ser visto na figura 67 abaixo.
Figura 67 – Elementos da Malha

Autor: Elaborado pelo Autor


98

Após o processamento dos dados matemáticos fornecidos, são utilizadas as


ferramentas de pós processamento do ANSYS que possibilitam a visualização dos
espectros de tensão e deslocamento no modelo.
Tais resultados são apresentados a seguir e posteriormente serão comparados
com os valores obtidos pelo método analítico.

7.3 RESULTADOS NUMÉRICOS: CASO I - SERVIÇO NORMAL SEM VENTO

7.3.1 Carregamentos

Os carregamentos aplicados à estrutura foram determinados de acordo com as


diretrizes de cálculo indicadas na norma NBR 8400 (1984) [4]. Para a determinação
das magnitudes dos vetores de carga de acordo com o caso I de carregamento foram
consideradas as equações abaixo, também de acordo com a norma citada.

Reações nas rodas e peso próprio do carro com moitão:


𝛹 ∙ 𝑄 ∙ 𝑃𝑐 + 𝑄𝑚 1,15 ∙ 25000 + 14560 + 1240
𝑅1 = 𝑀𝑥 ∙ ( )=1∙( )
4 4
𝑅1 = 11137,5 [𝑘𝑔𝑓 ] = 109221 [N]

Reação dos pesos próprios distribuídos ao longo da viga


𝑄𝑆𝐺 = 𝑀𝑥 ∙ 𝑆𝐺 = 1 ∙ 16100
𝑄𝑆𝐺 = 16100 [𝑘𝑔𝑓 ] = 157887 [𝑁]

Reação horizontal alinhada com as reações de roda


𝑄 + 𝑃𝑐 + 𝑄𝑚 𝑎𝑝 11137,5 + 14560 + 1240 0,122
𝑆𝐻3 = ( )∙ =( )∙
4 𝑔 4 9,81
𝑆𝐻3 = 126,85 [𝑘𝑔𝑓 ] = 1244 [𝑁]

Reação horizontal alinhada com as reações de roda


𝑎𝑝 0,122
𝑆𝐻4 = (𝑆𝐺 ) ∙ = (16100) ∙
𝑔 9,81
𝑆𝐻4 = 200,22 [𝑘𝑔𝑓 ] = 1963 [𝑁]

Os carregamentos acima calculados podem ser visualizados na figura 68.


99

Figura 68 – Carregamentos Caso I

Autor: Elaborado pelo Autor


7.3.2 Tensões Principais

As tensões principais no eixo x, calculadas pelo módulo Mechanical APDL do


ANSYS resultaram nas seguintes distribuições, conforme demonstrado na figura 69

Figura 69 – Tensões Principais

Autor: Elaborado pelo Autor


100

Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]


𝜎𝑥 832,5 1006,1 20,85

7.3.3 Tensões de Cisalhamento

As tensões de cisalhamento, calculadas pelo módulo Mechanical APDL do


ANSYS resultaram nas seguintes distribuições, conforme demonstrado na figura 70

Figura 70 – Tensões de Cisalhamento

Autor: Elaborado pelo Autor

Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]


𝜏𝑧 68,5 3,298 95,18

7.3.4 Tensão de Von Mises

As tensões combinadas de Von Mises, calculadas pelo módulo APDL do


ANSYS Mechanical podem ser observadas no espectro de distribuição da figura 71.
101

Figura 71 – Tensões Combinadas de Von Mises

Autor: Elaborado pelo Autor


Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]
𝜎𝑣𝑜𝑛𝑚𝑖𝑠𝑒𝑠 841 1006.5 19,6

7.3.5 Deslocamentos

Figura 72 – Deslocamentos no Eixo Y

Autor: Elaborado pelo Autor


102

Analítico [cm] FEA [cm] Desvio [%]


𝑦 2,8 0,35 87,5

7.4 RESULTADOS NUMÉRICOS: CASO III – ENSAIO DINÂMICO

7.4.1 Carregamentos

As cargas provenientes do caso III (ensaio dinâmico) e carregamento foram


determinadas de acordo com as diretrizes da NBR 8400 (1984) [4]. Segue abaixo os
cálculos detalhados.
Cargas provenientes da carga içada e dos pesos próprios do carro e
moitão:
(𝜌1 ∙ 𝛹 ∙ 𝑄) + 𝑃𝑐 + 𝑄𝑚 (1,2 ∙ 1,15 ∙ 25000) + 14560 + 1240
𝑅1 = =
4 4
𝑅1 = 12575 [kgf] = 123318 [N]

Cargas provenientes da carga içada e dos pesos próprios do carro e


moitão:
𝑄𝑆𝐺 = 16100 [𝑘𝑔𝑓 ] = 157887 [𝑁]
A localização das cargas pode ser observada na figura 73.
Figura 73 – Carregamentos Caso III – Ensaio Dinâmico

Autor: Elaborado pelo Autor


103

7.4.2 Tensões Principais

As tensões principais calculadas podem ser observadas no espectro de


distribuição da figura 74.

Figura 74 – Tensões Principais

Autor: Elaborado pelo Autor

Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]


𝜎𝑥 850,8 1061,0 24,70

7.4.3 Tensões de Cisalhamento

As tensões de cisalhamento calculadas pelo módulo APDL do ANSYS


Mechanical podem ser observadas no espectro de distribuição da figura 75.
104

Figura 75 – Tensões de Cisalhamento

Autor: Elaborado pelo Autor

Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]


𝜏𝑧 73,7 ~0 100

7.4.4 Tensão de Von Mises

As tensões combinadas de Von Mises, calculadas pelo módulo APDL do


ANSYS Mechanical podem ser observadas no espectro de distribuição da figura 76.
105

Figura 76 – Tensões Combinadas de Von Mises

Autor: Elaborado pelo Autor


Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]
𝜎𝑣𝑜𝑛𝑚𝑖𝑠𝑒𝑠 860 ,3 1061,0 23,37

7.5 RESULTADOS NUMÉRICOS: CASO III – ENSAIO ESTÁTICO

7.5.1 Carregamentos

As cargas provenientes do caso III (ensaio estático) de carregamento foram


determinadas de acordo com as diretrizes da NBR 8400 (1984) [4]. Segue abaixo os
cálculos detalhados.
Cargas provenientes da carga içada e dos pesos próprios do carro e
moitão:
(𝜌2 ∙ 𝑄) + 𝑃𝑐 + 𝑄𝑚 (1,4 ∙ 25000) + 14560 + 1240
𝑅1 = =
4 4
𝑅1 = 12700 [kgf] = 124544 [N]

Cargas provenientes da carga içada e dos pesos próprios do carro e


moitão:
𝑄𝑆𝐺 = 16100 [𝑘𝑔𝑓 ] = 157887 [𝑁]
106

Figura 77– Carregamentos Caso III - Ensaio Estático

Autor: Elaborado pelo Autor

7.5.2 Tensões Principais

As tensões principais, no eixo x, calculadas pelo módulo APDL do ANSYS


Mechanical podem ser observadas no espectro de distribuição da figura 78.
Figura 78 – Tensões Principais

Autor: Elaborado pelo Autor


107

Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]


𝜎𝑥 857,0 1067,3 24,54

7.5.3 Tensões de Cisalhamento

As tensões de cisalhamento, calculadas pelo módulo APDL do ANSYS


Mechanical podem ser observadas no espectro de distribuição da figura 79.

Figura 79 – Tensões de Cisalhamento

Autor: Elaborado pelo Autor

Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]


𝜏𝑧 74,1 ~0 100

7.5.4 Tensão de Von Mises

As tensões combinadas de Von Mises, calculadas pelo módulo APDL do


ANSYS Mechanical podem ser observadas no espectro de distribuição da figura 80.
108

Figura 80 – Tensões Combinadas de Von Mises

Autor: Elaborado pelo Autor

Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]


𝜎𝑣𝑜𝑛𝑚𝑖𝑠𝑒𝑠 866,6 1067 ,3 23,16

7.6 RESULTADOS NUMÉRICOS: CASO III – FRENAGEM

7.6.1 Carregamentos

As cargas provenientes do caso III (ensaio dinâmico) e carregamento foram


determinadas de acordo com as diretrizes da NBR 8400 (1984) [4]. Segue abaixo os
cálculos detalhados.

Cargas Verticais provenientes de frenagem da carga içada e dos pesos


próprios do carro e moitão:
𝑄 + 𝑃𝑐 + 𝑄𝑚 25000 + 14560 + 1240
𝑅1 = =
4 4
𝑅1 = 10200 [𝑘𝑔𝑓 ] = 100028 [𝑁]

Cargas Verticais provenientes de frenagem da carga içada e dos pesos


próprios do carro e moitão:
109

𝑄𝑆𝐺 = S𝐺 = 16100 [𝑘𝑔𝑓 ] = 157887 [𝑁]

Cargas Horizontais provenientes de frenagem da carga içada e dos pesos


próprios do carro e moitão:

𝑎𝑝 𝑄 + 𝑃𝑐 + 𝑄𝑚 0,122 25000 + 14560 + 1240


𝑅1 = ∙( )= ∙( )
𝑔 4 9,81 4
𝑅1 = 126,85 [𝑘𝑔𝑓 ] = 1244 [𝑁]

Cargas Horizontais provenientes de frenagem da carga içada e dos pesos


próprios do carro e moitão:
𝑎𝑝 0,122
𝑄𝑆𝐺 = ∙ S𝐺 = ∙ 16100
𝑔 9,81
𝑄𝑆𝐺 = 200,22 [𝑘𝑔𝑓 ] = 1963 [𝑁]

Figura 81 – Carregamentos Caso III – Frenagem

Autor: Elaborado pelo Autor


7.6.2 Tensões Principais

As tensões principais, no eixo x, calculadas pelo módulo APDL do ANSYS


Mechanical podem ser observadas no espectro de distribuição da figura 82.
110

Figura 82 – Tensões Principais

Autor: Elaborado pelo Autor

Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]


𝜎𝑥 1245,2 959,0 23,0

7.6.3 Tensões de Cisalhamento

As tensões de cisalhamento, calculadas pelo módulo APDL do ANSYS


Mechanical podem ser observadas no espectro de distribuição da figura 83.
111

Figura 83 – Tensões de Cisalhamento

Autor: Elaborado pelo Autor


Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]
𝜏𝑧 65,1 3,3 94,93

7.6.4 Tensão de Von Mises

As tensões combinadas de Von Mises, calculadas pelo módulo APDL do


ANSYS Mechanical podem ser observadas no espectro de distribuição da figura 84.
Figura 84 – Tensões Combinadas de Von Mises
112

Autor: Elaborado pelo Autor

Analítico [kgf/cm²] FEA [kgf/cm²] Desvio [%]


𝜎𝑣𝑜𝑛𝑚𝑖𝑠𝑒𝑠 1250,3 959,5 23,26
113

8. CONCLUSÃO

De acordo com os dados adquiridos na simulação estrutural, utilizando-se do


método dos elementos finitos, feita no capítulo 7, e estes comparados com os dados
obtidos analiticamente no capítulo 5, as seguintes conclusões podem ser tiradas.
O modelo analítico simplificado de viga bi-apoiada utilizado para o
dimensionamento estrutural da viga principal se demonstrou inseguro, pois ao
comparar os resultados de tensão obtidos analiticamente, com aqueles obtidos
através dos elementos finitos, nota-se uma diferença superior a 20% para todos os
casos de carregamento, sendo em todos os casos, com exceção ao caso III de
frenagem, menor do que aqueles encontrados pelo método dos elementos finitos. Isto
pode ser provocado pelo fato de a premissa de viga apoiada permitir a livre deflexão
da viga, enquanto o modelo de pórtico considera as resistências das pernas como
restrição à flexão na viga principal.
Os deslocamentos do pórtico obtidos pelo método dos elementos finitos se
mostraram inferiores aos obtidos analiticamente em uma proporção de 87,5%, o que
também indica uma disparidade dos modelos, analítico e computacional, utilizados.
Novamente o fato de a resistência à livre flexão ser desconsiderada no modelo de
viga bi-apoiada pode levar a maiores valores de flecha, ou deslocamento no centro da
viga, quando comparados aos valores obtidos considerando-se as resistências das
pernas à flexão da viga principal.
Os valores de tensão de cisalhamento para os modelos de elementos finitos se
mostraram muito baixos se comparados aos analíticos, o que resulta em uma
insegurança neste tipo de resultado para o modelo computacional.
Em contrapartida, alguns dimensionamentos, como as verificações de
resistência dos cordões de solda, do espaçamento de diafragmas transversais, e até
da necessidade de diafragmas longitudinais, são mais complexos de serem simulados
computacionalmente, uma vez que a simulação destes dimensionamentos deve ser
feita em modelos separados, elaborados para cada situação em particular.
Em suma, o método computacional utilizado, o módulo Mechanical APDL do
ANSYS, mostra maior velocidade na resposta de dados, pois pode-se facilmente
alterar dados da estrutura como comprimento de vão do pórtico, altura de elevação e
até mesmo espessuras e geometria de chapas e os resultados de tais alterações são
praticamente instantâneos, o que possibilita a realização de várias simulações para a
114

observação do comportamento estrutural de um pórtico conforme as alterações, o que


levaria mais tempo para ser avaliado através de métodos analíticos, mesmo com a
ajuda de softwares como MathCAD ou MathLab. Outra vantagem é que o método
analítico oferece algumas dificuldades na análise de perfis de geometria variável e
estruturas com geometrias complexas, uma vez que o método computacional trata a
estrutura como um todo e o método analítico tende a simplifica-las para que se
enquadrem nos métodos tradicionais.
115

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] BEER, F. P et. al. Mecânica dos Materiais. 5.ed. Porto Alegre: AMGH
Editora Ltda, 2011. 799 p.
[2] TIMOSHENKO, S. Strenght of Materials. 2.ed. D. New York: Van Nostrand
Company Inc. 1948, 359 p.
[3] MARTHA, L. F. Análise de Estruturas – Conceitos e Métodos Básicos.
1.ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora. 2010, 560 p.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8400: Cálculo
de Equipamento para Levantamento e Movimentação de Carga. Rio de Janeiro,
1984.
[5] LIU, Y. Introduction to the Finite Element Method. 2003 188 p. Notas de
Aula – Mechanical Engineering Department, University of Cincinnati, Cincinnati 2003.
[6] TAMASAUSKAS, A. Metodologia do Projeto Básico de Equipamento de
Manuseio e Transporte de Cargas – Ponte Rolante – Aplicação não Siderúrgica.
2000 151 p. Tese (Mestrado em Engenhariia Mecânica) – Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo, São Paulo 2000.
[7] RIBEIRO, F. J. G. - Dimensionamento de um Pórtico Rolante. 2011 198
f. Tese (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia,
Universidade do Porto, Porto, 2011.
[8] CHANDRUPATLA, T. R – Introduction to Finite Elements in Engineering.
3.ed. Upper Saddle River: Prentice-Hall Inc, 2002, 456 p.

[9] ALVES FILHO, A – Elementos Finitos: A Base da Tecnologia CAE. 7.ed.


Tatuapé: Editora Érica, 2000, 295 p.

[10] BHAVIKATTI, S. S – Finite Element Analysis. 1.ed, New Dehli: New Age
Internnational, 2005, 334p.

[11] ERNST, H. – Aparatos de Elevación y Transporte. 1.ed. Barcelona:


Editorial Blume, 1970 338 p.
[12] RUDENKO, N. – Máquinas de Elevação e Transporte. 1.ed. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1976. 425 p.
[13] ANSYS Inc – ANSYS Help Viewer. Acessado em 20/10/2017.
116

[14] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM A759:


Standard Specification for Carbon Steel Crane Rails, ASTM International, West
Conshohocken, PA, 2016
[15] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS ASTM A1-00,
Standard Specification for Carbon Steel Tee Rails, ASTM International, West
Conshohocken, PA, 2010,
[16] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS ASTM A36 /
A36M-14, Standard Specification for Carbon Structural Steel, ASTM International,
West Conshohocken, PA, 2014
117

APÊNDICE A: PROGRAMA: CASO I - ANSYS APDL

FINISH
/CLEAR,START

/Prep7

E = 2.01e11
R1 = 1.09221e5
QSG = 1.57887e5
SH3 = 1.244e3
SH4 = 1.96300e3

N,1,0,0,0
N,2,0,3003,0
N,3,0,6005,0
N,4,0,9483,0
N,5,0,12962,0
N,6,7015,12962,0
N,7,12380,12962,0
N,8,14030,12962,0
N,9,14580,12962,0
N,10,21030,12962,0
N,11,28030,12962,0
N,12,28030,9483,0
N,13,28030,6005,0
N,14,28030,3003,0
N,15,28030,0,0
N,16,0,0,5400
N,17,0,3003,5400
N,18,0,6005,5400
N,19,0,9483,5400
N,20,0,12962,5400
N,21,7015,12962,5400
118

N,22,12380,12962,5400
N,23,14030,12962,5400
N,24,14580,12962,5400
N,25,21030,12962,5400
N,26,28030,12962,5400
N,27,28030,9483,5400
N,28,28030,6005,5400
N,29,28030,3003,5400
N,30,28030,0,5400

ET,1,BEAM188

SECTYPE, 1, BEAM, HREC, Principal, 0


SECOFFSET, CENT
SECDATA,1800,600,16,16,8,8,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 2, BEAM, HREC, PernaRigTopo, 0


SECOFFSET, USER, 1335, 300
SECDATA,1500,600,8,8,6,6,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 3, BEAM, HREC, PernaRigBot, 0


SECOFFSET, CENT
SECDATA,330,600,8,8,6,6,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 4, BEAM, HREC, PernaFlex, 0


SECOFFSET, CENT
SECDATA,600,450,6,6,8,8,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 5, BEAM, HREC, TravessaSup, 0


SECOFFSET, CENT
SECDATA,1100,500,8,8,6,6,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 6, BEAM, HREC, TravessaInt, 0


119

SECOFFSET, CENT
SECDATA,350,350,6,6,6,6,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 7, TAPER, PernaRigida1


SECDATA,3,0,0,0
SECDATA,2,0,12962,0

SECTYPE, 8, TAPER, PernaRigida2


SECDATA,3,0,0,5400
SECDATA,2,0,12962,5400

MP,EX,1,E

SECNUM,7
E,1,2
E,2,3
E,3,4
E,4,5

SECNUM,1
E,5,6
E,6,7
E,7,8
E,8,9
E,9,10
E,10,11

SECNUM,4
E,11,12
E,12,13
E,13,14
E,14,15
120

SECNUM,8
E,16,17
E,17,18
E,18,19
E,19,20

SECNUM,1
E,20,21
E,21,22
E,22,23
E,23,24
E,24,25
E,25,26

SECNUM,4
E,26,27
E,27,28
E,28,29
E,29,30

SECNUM,5
E,5,20
E,11,26

SECNUM,6
E,3,18
E,13,28

F,7,Fy,-R1
F,8,Fy,-QSG
F,9,Fy,-R1
F,22,Fy,-R1
121

F,23,Fy,-QSG
F,24,Fy,-R1
F,7,Fz,SH3
F,8,Fz,SH4
F,9,Fz,SH3
F,22,Fz,SH3
F,23,Fz,SH4
F,24,Fz,SH3

D,1,UY,0
D,1,UZ,0
D,15,UX,0
D,15,UY,0
D,15,UZ,0
D,16,UY,0
D,30,UY,0

/VIEW, 1 ,1,1,1
EPLOT
/ESHAPE,1

/SOL
/STATUS,SOLU
SOLVE

/POST1
PLNSOL, U,Y, 0,1.0
122

APÊNDICE B: PROGRAMA: CASO III ENSAIO DINÂMICO - ANSYS

APDL

FINISH
/CLEAR,START

/Prep7

E = 2.01e11
R1 = 1.23318e5
QSG = 1.57887e5

N,1,0,0,0
N,2,0,3003,0
N,3,0,6005,0
N,4,0,9483,0
N,5,0,12962,0
N,6,7015,12962,0
N,7,12380,12962,0
N,8,14030,12962,0
N,9,14580,12962,0
N,10,21030,12962,0
N,11,28030,12962,0
N,12,28030,9483,0
N,13,28030,6005,0
N,14,28030,3003,0
N,15,28030,0,0
N,16,0,0,5400
N,17,0,3003,5400
N,18,0,6005,5400
N,19,0,9483,5400
N,20,0,12962,5400
N,21,7015,12962,5400
123

N,22,12380,12962,5400
N,23,14030,12962,5400
N,24,14580,12962,5400
N,25,21030,12962,5400
N,26,28030,12962,5400
N,27,28030,9483,5400
N,28,28030,6005,5400
N,29,28030,3003,5400
N,30,28030,0,5400

ET,1,BEAM188

SECTYPE, 1, BEAM, HREC, Principal, 0


SECOFFSET, CENT
SECDATA,1800,600,16,16,8,8,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 2, BEAM, HREC, PernaRigTopo, 0


SECOFFSET, USER, 1335, 300
SECDATA,1500,600,8,8,6,6,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 3, BEAM, HREC, PernaRigBot, 0


SECOFFSET, CENT
SECDATA,330,600,8,8,6,6,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 4, BEAM, HREC, PernaFlex, 0


SECOFFSET, CENT
SECDATA,600,450,6,6,8,8,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 5, BEAM, HREC, TravessaSup, 0


SECOFFSET, CENT
SECDATA,1100,500,8,8,6,6,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 6, BEAM, HREC, TravessaInt, 0


124

SECOFFSET, CENT
SECDATA,350,350,6,6,6,6,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 7, TAPER, PernaRigida1


SECDATA,3,0,0,0
SECDATA,2,0,12962,0

SECTYPE, 8, TAPER, PernaRigida2


SECDATA,3,0,0,5400
SECDATA,2,0,12962,5400

MP,EX,1,E

SECNUM,7
E,1,2
E,2,3
E,3,4
E,4,5

SECNUM,1
E,5,6
E,6,7
E,7,8
E,8,9
E,9,10
E,10,11

SECNUM,4
E,11,12
E,12,13
E,13,14
E,14,15
125

SECNUM,8
E,16,17
E,17,18
E,18,19
E,19,20

SECNUM,1
E,20,21
E,21,22
E,22,23
E,23,24
E,24,25
E,25,26

SECNUM,4
E,26,27
E,27,28
E,28,29
E,29,30

SECNUM,5
E,5,20
E,11,26

SECNUM,6
E,3,18
E,13,28

F,7,Fy,-R1
F,8,Fy,-QSG
F,9,Fy,-R1
F,22,Fy,-R1
126

F,23,Fy,-QSG
F,24,Fy,-R1

D,1,UY,0
D,1,UZ,0
D,15,UX,0
D,15,UY,0
D,15,UZ,0
D,16,UY,0
D,30,UY,0

/VIEW, 1 ,1,1,1
EPLOT
/ESHAPE,1

/SOL
/STATUS,SOLU
SOLVE

/POST1
PLNSOL, U,Y, 0,1.0
127

APÊNDICE C: PROGRAMA: CASO III ENSAIO ESTÁTICO - ANSYS

APDL

FINISH
/CLEAR,START

/Prep7

E = 2.01e11
R1 = 1.24544e5
QSG = 1.57887e5

N,1,0,0,0
N,2,0,3003,0
N,3,0,6005,0
N,4,0,9483,0
N,5,0,12962,0
N,6,7015,12962,0
N,7,12380,12962,0
N,8,14030,12962,0
N,9,14580,12962,0
N,10,21030,12962,0
N,11,28030,12962,0
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N,14,28030,3003,0
N,15,28030,0,0
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N,17,0,3003,5400
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N,19,0,9483,5400
N,20,0,12962,5400
N,21,7015,12962,5400
128

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N,24,14580,12962,5400
N,25,21030,12962,5400
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ET,1,BEAM188

SECTYPE, 1, BEAM, HREC, Principal, 0


SECOFFSET, CENT
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SECTYPE, 2, BEAM, HREC, PernaRigTopo, 0


SECOFFSET, USER, 1335, 300
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SECTYPE, 3, BEAM, HREC, PernaRigBot, 0


SECOFFSET, CENT
SECDATA,330,600,8,8,6,6,0,0,0,0,0,0

SECTYPE, 4, BEAM, HREC, PernaFlex, 0


SECOFFSET, CENT
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SECTYPE, 5, BEAM, HREC, TravessaSup, 0


SECOFFSET, CENT
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SECTYPE, 6, BEAM, HREC, TravessaInt, 0


129

SECOFFSET, CENT
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SECTYPE, 7, TAPER, PernaRigida1


SECDATA,3,0,0,0
SECDATA,2,0,12962,0

SECTYPE, 8, TAPER, PernaRigida2


SECDATA,3,0,0,5400
SECDATA,2,0,12962,5400

MP,EX,1,E

SECNUM,7
E,1,2
E,2,3
E,3,4
E,4,5

SECNUM,1
E,5,6
E,6,7
E,7,8
E,8,9
E,9,10
E,10,11

SECNUM,4
E,11,12
E,12,13
E,13,14
E,14,15
130

SECNUM,8
E,16,17
E,17,18
E,18,19
E,19,20

SECNUM,1
E,20,21
E,21,22
E,22,23
E,23,24
E,24,25
E,25,26

SECNUM,4
E,26,27
E,27,28
E,28,29
E,29,30

SECNUM,5
E,5,20
E,11,26

SECNUM,6
E,3,18
E,13,28

F,7,Fy,-R1
F,8,Fy,-QSG
F,9,Fy,-R1
F,22,Fy,-R1
131

F,23,Fy,-QSG
F,24,Fy,-R1

D,1,UY,0
D,1,UZ,0
D,15,UX,0
D,15,UY,0
D,15,UZ,0
D,16,UY,0
D,30,UY,0

/VIEW, 1 ,1,1,1
EPLOT
/ESHAPE,1

/SOL
/STATUS,SOLU
SOLVE

/POST1
PLNSOL, U,Y, 0,1.0
132

APÊNDICE D: PROGRAMA: CASO III FRENAGEM - ANSYS APDL

FINISH
/CLEAR,START

/Prep7

E = 2.01e11
R1 = 1.00028e5
QSG = 1.57887e5
SH3 = 1.244e3
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N,1,0,0,0
N,2,0,3003,0
N,3,0,6005,0
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N,8,14030,12962,0
N,9,14580,12962,0
N,10,21030,12962,0
N,11,28030,12962,0
N,12,28030,9483,0
N,13,28030,6005,0
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N,15,28030,0,0
N,16,0,0,5400
N,17,0,3003,5400
N,18,0,6005,5400
N,19,0,9483,5400
N,20,0,12962,5400
N,21,7015,12962,5400
133

N,22,12380,12962,5400
N,23,14030,12962,5400
N,24,14580,12962,5400
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ET,1,BEAM188

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SECOFFSET, CENT
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SECOFFSET, CENT
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SECOFFSET, CENT
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134

SECOFFSET, CENT
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SECTYPE, 8, TAPER, PernaRigida2


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135

SECNUM,8
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SECNUM,1
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SECNUM,4
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136

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/VIEW, 1 ,1,1,1
EPLOT
/ESHAPE,1

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/STATUS,SOLU
SOLVE

/POST1
PLNSOL, U,Y, 0,1.0

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