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28/07/2023 Agentes Físicos: ruído, vibração, calor, frio, umidade, radiação e pressões anormais

Agentes físicos: ruído, vibração, calor,


frio, umidade, radiação e pressões
anormais
Os agentes físicos são as variadas formas de energia que os
trabalhadores possam estar expostos. Esses agentes tem o potencial de
alterar as características físicas dos ambientes de trabalho. São eles:
ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas (frio e calor),
radiações ionizantes, radiações não ionizantes e umidade.

São identificados por três características principais: exigem um meio


de transmissão (normalmente o ar) para propagarem sua nocividade, agem
mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte do fator de
risco (exceto para vibrações e umidade) e, em geral, ocasionam lesões no
médio e no longo prazos.

O conhecimento dos agentes físicos para o Técnico de Segurança do


Trabalho é de extrema relevância, pois são os agentes que podem modificar
as características do ambiente de trabalho e, consequentemente, a forma
da execução das atividades. Com isso, podemos agir preventivamente
sobre eles e evitar o desenvolvimento de doenças ocupacionais.

Ruído
A maioria das indústrias apresenta o ruído como um problema a ser
resolvido e que pode ser causado pelos processos industriais em si ou pelo
fluxo constante de matérias-primas e produtos, que são trazidos,
despejados, carregados e levados, operações estas geralmente ruidosas.

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O que é o ruído?
Som ou ruído é o nome dado a qualquer
vibração que ocorre em um meio elástico,
geralmente o ar, que é capaz de ser
percebido pelo ouvido humano. De
maneira geral reserva-se o nome de ruído
aos sons desagradáveis, indesejáveis, e
o nome de som a uma sensação
prazerosa, desejada, como a produzida
pela música.

Entretanto, é preciso ter claro que, seja prazeroso ou não, se estiver


elevado, som ou ruído podem provocar danos à audição. O efeito do ruído
sobre o organismo é o da redução da capacidade auditiva e até surdez
permanente. A consequência direta para o empregado é a irritabilidade, dor
de cabeça, mal-estar, fadiga, redução da produtividade, aumento de
acidentes, entre outros fatores.

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Importante: As alterações danosas aos trabalhadores


poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente
dependendo do tempo de exposição, do nível sonoro e da
sensibilidade individual.
O tempo de exposição ocupacional deverá ser menor à
medida que o nível de ruído aumentar.

O som ou ruído tem duas características principais:

Intensidade: indica a quantidade de energia transmitida por


uma onda sonora emitida por uma máquina, um equipamento
ou um processo que, quanto maior, mais nociva para a audição.
A intensidade do som é medida em decibel, uma grandeza
adimensional. Os equipamentos existentes captam e medem a
energia transmitida no ar e expressam os valores do nível de
pressão sonora em decibéis, que quanto maior, significa que a
intensidade do som é maior.

Frequência: indica o número de vibrações sonoras produzidas


em um segundo. Os aparelhos que medem as frequências
indicam os resultados em hertz(Hz). Os sons com frequência
menores do que 10 Hz são chamados infrassons e os sons
com frequência acima de 10000 Hz são chamados ultrassons.
Nosso ouvido só consegue perceber sons entre 16 e 20.000Hz,
assim não ouvimos os infrassons e a maioria dos ultrassons.

Como saber se o ruído do ambiente de trabalho é


elevado?
Existem diversas maneiras de saber se o ruído no local de
trabalho é elevado, desde as mais simples até por meio de
medições com aparelhos. A primeira maneira é observar se o
ruído atrapalha a conversa entre duas pessoas com audição
normal, pois elas emitem sons com nível de pressão sonora
em torno de 65-70 dB. De uma maneira geral, sempre que o

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ruído existente no ambiente dificultar a conversa entre duas


pessoas com audição normal é porque o nível de ruído muito
provavelmente está acima de 85 dB.
Uma segunda maneira é por meio do relato de trabalhadores
que estão há mais tempo no trabalho. Os relatos podem indicar
uma diminuição da audição gradual em trabalhadores de
determinado setor. Mas essa prática não condiz com a
prevenção em saúde e segurança do trabalho e, dessa forma,
não devemos adotá-la, pois existem maneiras mais precisas de
saber o nível de ruído por meio da medição com equipamentos
específicos. Temos então aparelhos que medem a energia
sonora e apresentam os valores em decibéis. São os
medidores de pressão sonora (muitas vezes chamados de
decibelímetro) e os analisadores de frequência que registram o
espectro de frequências que compõem o ruído. Estes
equipamentos são, na maioria das vezes, portáteis e fáceis de
utilizar.

É importante medir os níveis de pressão sonora e o


espectro de frequência do ruído, não apenas para comprovar
a existência do risco, mas principalmente para permitir a
indicação de medidas de controle adequadas.

Tipos de ruído

Existem três principais "tipos" de ruído nos ambientes de trabalho:


contínuo, intermitente e de impacto. É preciso considerar este aspecto
quando realizar a avaliação em um determinado ambiente.

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Contínuo: são os ruídos cuja variação de nível de intensidade


sonora é muito pequena em função do tempo. O ruído contínuo
é subdividido em puro e complexo.
O ruído contínuo puro é o mais simples. Já o complexo a
combinação de certo número de ruídos puros. São ruídos de
bombas de líquidos, engrenagens, motores elétricos,
compressores de ar, entre outros.

Figura 01: Gráfico ruído contínuo (quantidade de decibéis X tempo)

Fonte: <http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/acustica/Apostila/Capitulo%2008.pdf>. Acesso em: 06 dez.

2016.

Intermitente: é o ruído que, geralmente, encontramos no


interior das empresas. São os ruídos mais encontrados na
exposição ocupacional. Podemos encontrá-los nos trabalhos
manuais, na afiação de ferramentas, na soldagem, na construção
civil.

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Figura 02: Gráfico de ruído intermitente (nível de pressão sonora x tempo)

De impacto ou impulsivo: é caracterizado por picos de


intensidade. Porém, duas condições devem ser satisfeitas: os
picos devem ocorrer com intervalos maiores do que um segundo e
a duração de cada pico deve ser menor do que um segundo. Se
ambas as condições não forem satisfeitas, então o ruído deve ser
considerado intermitente. O ruído de impacto pode ser encontrado
na operação de um bate-estacas.

Figura 03: Gráfico de ruído de impacto (nível de pressão sonora x tempo)

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Na maioria dos casos, a exposição ao ruído sem


controle leva à perda auditiva gradual. Contudo, em outros,
quando o nível de pressão sonora é extremamente elevado, a
perda auditiva pode ocorrer em uma única exposição.
Situações assim são caracterizadas como risco grave e
iminente. Além disso, os limiares para ruído contínuo e
intermitente diferem do limiar para ruído de impacto. Os
valores de tais limiares devem ser consultados nas normas
que tratam desses fatores de risco.

Para se ter uma ideia da sensação humana quando o ouvido é exposto


a diferentes níveis de pressões sonoras (NPS) que o estimularam, utiliza-se
o decibel que exprime o nível de intensidade acústica.

O ruído só nos interessa pelo desconforto ou pela


surdez que ele é susceptível de causar no homem. Portanto,
estamos interessados não pelo ruído tal como ele existe
fisicamente, mas pelo ruído como ele é ouvido e como ele
age sobre o organismo humano.

O limite de percepção varia enormemente em função


da frequência. Por exemplo, na frequência de 1 kHz, a real
intensidade do ruído é ouvida. Já em 100 Hz, o ruído será
percebido como um ruído 20 dB a menos aproximadamente.
Essa diferença é menor para frequências maiores. O ruído
dobra de intensidade a cada aumento de 3 dB e cai pela
metade a cada redução de 3 dB. Assim, um ruído de 80 dB
é o dobro de 77 dB ou a metade de 83 dB.

Esta atenuação, realizada pelo ouvido em função da


frequência, não é constante pois é necessário produzir um
som de 40 dB a 100 Hz para dar a mesma impressão

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subjetiva da intensidade que um som de 20 dB a 1000 Hz.

Para contornar o problema de dar apenas um único valor a um


conjunto de sons que reflita adequadamente a sensação humana e que
permita avaliar o risco de desconforto ou de dano auditivo de uma forma
simples é que foram criados os decibéis compensados. Isto deriva do fato
de o sistema auditivo humano ter sensibilidade diferente para frequências
diferentes.

Para baixas frequências a sensibilidade do ouvido é baixa. Para


frequências médias (de 1000 Hz a 4000 Hz) o sistema auditivo é altamente
sensível. Já para as altas frequências volta a “abafar” o som.

Todo esse trabalho de compensação é feito pelos


aparelhos de medição automaticamente, sendo utilizados
diferentes critérios de compensação, chamados de curvas
ou escalas de compensação, identificados por letras: A, B, C
etc. Atualmente utiliza-se uma ponderação em frequência
idêntica qualquer que seja o nível para estabelecer normas
de conservação auditiva.

Para esta ponderação, a curva dita “A” é a utilizada por


considerar-se que ela é a que melhor se aproxima da
resposta humana, pois simula de fato a maneira que o
ouvido atenua os fracos níveis sonoros.

Avaliação do ruído

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No Brasil, as Normas Regulamentadoras (NRs) 9 e 15 tratam da


questão da exposição ocupacional ao ruído para fins de prevenção e de
insalubridade, respectivamente. Ruído contínuo e ruído intermitente são
tratados pelas normas da mesma forma. Já o ruído de impacto conta com
características distintas e é tratado à parte nessa legislação.

A avaliação da exposição ao ruído, por meio da utilização de


audiodosímetros de ruído (equipamento que mede a exposição de um
indivíduo ao ruído), possibilita um resultado mais correto sobre as
exposições ao ruído no ambiente de trabalho, devendo ser respeitado o
período de realização de toda a atividade. O audiodosímetro de ruído leva
em conta a exposição real ao ruído que um determinado GHE ou GSE
(Grupo Homogêneo de Exposição ou Grupo Similar de Exposição) estão
expostas durante sua jornada de trabalho.

Durante a verificação do ruído, podemos utilizar algumas formas


amostrais:

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Estratégia de amostragem

Processo de conhecimento das exposições dos trabalhadores, incluindo


todos os passos qualitativos e quantitativos para a condução de seu
resultado e controle, de forma que se garanta um padrão, adotado pela
empresa, para todos os trabalhadores expostos.

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Amostra pessoal

O avaliador realiza uma avaliação no indivíduo amostrado (trabalhador)


por meio do equipamento de medição de ruído com microfone situado
na zona auditiva.

Exposto de maior isco (EMR)

De um grupo homogêneo de exposição, é o trabalhador que possui a


maior exposição relativa em seu grupo.

Grupo homogêneo de exposição (GHE)

Grupo de trabalhadores que tem o mesmo tipo de exposição. O


resultado da avaliação da exposição de qualquer um dos trabalhadores
do grupo é representativa da exposição do restante dos trabalhadores
do mesmo grupo.

Exposição diária típica

Exposição avaliada em uma jornada de trabalho em que as condições


de rotina, tarefas e ambientais são habituais e de acordo com as
médias anteriormente observadas.

O que não for considerada exposição diária típica, consideramos


exposição diária atípica, e para isso, temos os exemplos abaixo a serem
observados:

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Aumento do ritmo de trabalho em função de alguma entrega,


por exemplo: mudanças de procedimentos na realização de
algum processo de trabalho ou frequência de tarefas para
realização dos trabalhos.

Aumento ou queda de produção em função da quantidade de


pedidos recebidos ou da quantidade de trabalhadores
envolvidos na elaboração do trabalho; mudanças de tecnologia
como implantação de algum sistema novo, por exemplo, uma
máquina nova na área da produção; mudanças de materiais,
paradas de emergências ou de manutenção das máquinas e
equipamentos.

Mudanças físicas que promovam o aumento ou a redução da


ventilação natural, por exemplo, o desligamento dos sistemas
de ventilação e condições climáticas extremas.

A calibração dos equipamentos utilizados é de grande importância,


pois todo equipamento de medição terá alguma incerteza e/ou erro que
poderão ser atenuados com a realização de calibração in loco e a calibração
em laboratório, credenciado pela Rede Brasileira de Calibração (RBC).

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