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Técnico Superior Segurança no Trabalho

Fatores Ambientais de Incomodidade

Bruno Rodrigues
brunocouto83@hotmail.com
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3 Fatores ambientais de incomodidade

Sumário

Fatores ambientais de incomodidade:


— Ruído;
— Vibrações;
— Ambiente Térmico:
— Qualidade do ar.

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Introdução

— Fatores ligados ao ambiente físico, biológico e químico,


influenciam as condições de trabalho;

— Estes fatores constituem um risco para a saúde dos


trabalhadores ou, pelo contrario, podem facilitar a realização
do trabalho e constituir um meio para garantir a sua eficácia;

— A influência desses fatores sobre o individuo faz-se notar


através de respostas fisiológicas, suscetíveis de lhe provocar
sensações de conforto ou de desconforto.

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Ruído

— O som pode ser definido como um conjunto de vibrações


sonoras que se propagam através do ar:

— Propagam-se por meios materiais transportando energia a


partir de uma fonte em todas as direções;

— Resulta de variações de pressão no ar;

— Estas alterações de pressão são percetíveis pelo ouvido e


denominam-se por pressão sonora, determinando a
intensidade do som.

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Ruído

— O termo “ruído” tem uma conotação negativa, podendo ser


definido como um som indesejado, cuja intensidade é medida
em decibel (dB);

— O ruído constitui uma causa de incómodo para o trabalho,


uma vez que se traduz num obstáculo às comunicações
verbais, numa fonte de fadiga e, em casos extremos, em
lesões auditivas permanentes.

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Ruído

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Ruído

Efeitos Fisiológicos

— Lesões no sistema auditivo;


— Perturbações em diferentes funções orgânicas (aumento da
frequência cardíaca e pressão arterial, contração dos vasos
sanguíneos e músculos estomacais);
— Perturbações gastrointestinais;
— Perturbações ao nível do Sistema Nervos Central
(dificuldades na fala, redução da memória de retenção).

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Ruído

Efeitos Psicológicos

— Fonte de tensão;
— Fonte de stress;
— Irritabilidade;
— Estado de angústia;
— Estado de depressão.

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Ruído

— O ruído pode influenciar negativamente a produtividade dos


trabalhadores, a qualidade dos produtos e serviços, estando
também muitas vezes na origem de acidentes;

— Para avaliar o impacto do ruído sobre o trabalhador devemos


não só ter em atenção a sua intensidade como também o
tempo de exposição do trabalhador a esse ruído.

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Ruído

Sensação auditiva e tempo de reação:


— O tempo de reação varia com o estado físico e mental do
indivíduo e com a intensidade do ruído Quanto maior for o
tempo de reação maior será o risco a acidente.

Efeito máscara:
— Os sons muito intensos podem ocultar os de menor
intensidade podendo tornar impercetíveis certos sons que
alertariam para situações de perigo.

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Ruído

Perturbação na localização de fontes sonoras:


— Quanto mais intenso for o ruído mais difícil se tornará avaliar
corretamente a aproximação de um perigo;

Fadiga auditiva:
— Tem como consequência uma redução de sensibilidade do
ouvido. Quanto maior for a fadiga mais intenso terá de ser o
som para ser percebido. O aparecimento da fadiga depende
do tempo de duração do som e também da sua intensidade.

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Ruído

Enquadramento Legal

— Decreto-Lei n.º 182/2006 de 6 de setembro


Transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2003/10/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 6 de Fevereiro, relativa às prescrições mínimas de
segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos
devidos aos agentes físicos (ruído).

— Decreto-Lei n.º 9/2007 de 17 de janeiro na versão atual


Aprova o Regulamento Geral do Ruído e revoga o regime legal da poluição
sonora, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 292/2000, de 14 de novembro.
Contém as seguintes alterações:
(DL n.º 278/2007, de 01/08 e Ret. n.º 18/2007, de 14/03)

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Ruído

Nesse diploma, no artigo 2º pode se ler:

— i) «Valores de ação superior e inferior» os níveis de


exposição diária ou semanal ou os níveis da pressão sonora
de pico que em caso de ultrapassagem implicam a tomada de
medidas preventivas adequadas à redução do risco para a
segurança e saúde dos trabalhadores;

— j) «Valores limite de exposição» o nível de exposição diária


ou semanal ou o nível da pressão sonora de pico que não
deve ser ultrapassado.

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Ruído

Exposição Pessoal Pressão Sonora de


Diária ou Semanal Pico
Valores Limite de Exposição 87 dB 140 dB
Valores de Ação Superiores 85 dB 137 dB
Valores de Ação Inferiores 80 dB 135 dB

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Ruído

Medidas de proteção:

— Suprimir a fonte de ruído, substituindo, por exemplo, a


maquinaria ruidosa por outra mais silenciosa;
— Isolar as máquinas ruidosas e colocar materiais absorventes
— nas paredes, tetos e chão;
— Reduzir o tempo de exposição do trabalhador ao ruído e
promover a utilização de equipamentos de proteção individual.

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Ruído

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Ruído

O aparelho utilizado na medição do nível do ruído chama-se


Sonómetro:

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Vibrações

— A vibração é um movimento oscilatório de um corpo, devido a


forças desequilibradas de componentes rotativos e
movimentos alternados de uma máquina ou equipamento;

— Como todo o corpo em movimento oscilatório, um corpo que


vibra, descreve um movimento periódico, que envolve um
deslocamento num certo tempo;

— Daí resulta a velocidade, bem como a aceleração do


movimento em questão.

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Vibrações

— Ao contrário de muitos agentes ambientais, a vibração


somente será um problema quando houver contacto físico
efetivo entre um indivíduo e a fonte, o que auxilia no
reconhecimento da exposição.

— Muitas são as atividades em que as vibrações estão


presentes, como por exemplo, a construção civil, a extração
florestal, os transportes e as industriais extrativa.

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Vibrações

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Vibrações

— As vibrações afetam diferentes zonas do


corpo, podendo inclusivamente afetá-lo na
sua totalidade.

— Transmitem-se ao corpo humano segundo


três eixos espaciais x,y e z).

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Vibrações

— O efeito combinado é igual à soma dos efeitos parciais.

— O resultado desta ação conjunta pode afetar as condições de


conforto, de segurança e de saúde do trabalhador, contribuindo
ainda para a diminuição da sua capacidade de trabalho.

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Vibrações

Efeitos

— Dores de cabeça, tonturas, vertigens, cãibras, tremores, dores musculares,


formigueiros ou adormecimentos leves, que são usualmente ignorados por
não interferirem no trabalho e em outras atividades;

— Com a continuidade da exposição, podem surgir outros efeitos: o tato e a


sensibilidade à temperatura ficam comprometidos; perda de destreza e
incapacidade para a realização de trabalhos que exijam maior precisão e
concentração. Os efeitos podem traduzir-se uma aparência cianótica dos
dedos (acrocianose).

— De referir ainda, os efeitos graves que as vibrações provocam na coluna


vertebral, nomeadamente dores lombares, alterações degenerativas das
vértebras e dos discos, deslocamentos dos discos e hérnias discais.

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Vibrações

Enquadramento Legal

— Decreto-Lei n.º 46/2006 de 24 de fevereiro


Transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º 2002/44/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 25 de Junho, relativa às prescrições mínimas de
proteção da saúde e segurança dos trabalhadores em caso de exposição aos
riscos devidos a agentes físicos (vibrações).

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Vibrações

Artigo 3.º
Valores limite e valores de ação de exposição

1 - Para as vibrações transmitidas ao sistema mão-braço são fixados os


seguintes valores:
a) Valor limite de exposição: 5 m/s²;
b) Valor de ação de exposição: 2,5 m/s².

2 - Para as vibrações transmitidas ao corpo inteiro são fixados os seguintes


valores:
a) Valor limite de exposição: 1,15 m/s²;
b) Valor de ação de exposição: 0,5 m/s².

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Vibrações

Medidas de proteção:

— Reduzir a vibração na fonte;


— Reduzir a transmissão da vibração para o corpo;
— Reduzir o tempo de exposição;
— Promover a utilização de equipamentos de proteção.

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Vibrações

Medidas de proteção:

— Reduzir a vibração na fonte;


— Reduzir a transmissão da vibração para o corpo;
— Reduzir o tempo de exposição;
— Promover a utilização de equipamentos de proteção.

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Vibrações

O aparelho utilizado na medição do nível de vibrações chama-se


Acelerómetro:

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Ambiente térmico

— O Ambiente térmico desempenha um papel importante no


melhoramento das condições de trabalho;

— O conforto térmico de um indivíduo representa o estado de


espirito em que esse indivíduo expressa a satisfação em
relação ao ambiente térmico;

— Fora dos limites do conforto térmico, podem registar-se


alterações fisiológicas no ser humano, que irão ter uma
influência negativa sobre a sua capacidade de trabalho e até
— mesmo sobre a sua segurança e saúde.

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Ambiente térmico

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32 Fatores ambientais de incomodidade

Ambiente térmico

— Em condições normais de saúde e conforto, a temperatura do


corpo humano mantém se aproximadamente constante,
próxima de 37 ºC (+/- 0,8 ºC), devido a um equilíbrio entre a
produção interna de calor (devido ao metabolismo) e a perda
de calor para o meio ambiente.

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Ambiente térmico

Hipotermia:
— Quando o calor cedido ao meio ambiente, é superior ao calor
recebido pelo corpo e ao calor produzido por meio do
metabolismo basal e da realização de atividade física

Hipertermia:
— Quando o calor cedido ao meio ambiente, é inferior ao calor
recebido pelo corpo e ao calor produzido por meio do
metabolismo basal e da realização de atividade física.

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Ambiente térmico

Mecanismos para evitar a hipotermia

— Vasoconstrição sanguínea: (diminuir a cedência de calor ao


exterior);
— Desativação (fecho) das glândulas sudoríparas;
— Diminuição da circulação sanguínea periférica.

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Ambiente térmico

Mecanismos para evitar a hipertermia

— Vasodilatação sanguínea: (aumenta a cedência de calor ao


exterior)
— Ativação (abertura) das glândulas sudoríparas;
— Aumento da circulação sanguínea periférica.

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Ambiente térmico

Efeitos da hipotermia

— Mal estar geral;


— Diminuição da destreza manual e da sensibilidade tátil;
— Aparecimento de frieiras;
— Enregelamento de algumas partes do corpo (temperaturas
exteriores inferiores a -20 ºC)
— Morte por falha cardíaca (temperatura interior inferior a 28 ºC)

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Ambiente térmico

Efeitos da hipertermia

— Mal estar geral;


— Sobrecarga do coração e sistema circulatório;
— Queimaduras e erupções na pele;
— Morte, em casos extremos.

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Ambiente térmico

Enquadramento Legal

— Decreto-Lei n.º 80/2006 de 4 de abril


Aprova o Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos
Edifícios (RCCTE).

— Decreto-Lei nº 118/98 de 7 maio


Aprova o Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios

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39 Fatores ambientais de incomodidade

Ambiente térmico

Medidas de proteção

O controlo do ambiente térmico pode ser feito através da


aplicação de medias técnicas (Climatização), de práticas no
âmbito da organização do trabalho (Pausas) e da utilização de
proteção individual (Vestuário).

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40 Fatores ambientais de incomodidade

Ambiente térmico

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Qualidade do ar

— Em virtude do aumento do uso de produtos químicos em


diversas situações de trabalho, nenhum tipo de ocupação está
inteiramente livre da exposição a substâncias capazes de
produzir efeitos nocivos ao organismo humano.

— A qualidade do ar diz-se aceitável, quando esta se encontra


sem concentrações de contaminantes prejudiciais à saúde, de
forma que uma parcela significativa de pessoas expostas se
sente satisfeita.

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Qualidade do ar

Principais vias de penetração de contaminantes no


organismo

— Respiratória (inalação);
— Cutânea/Dérmica;
— Digestiva;
— Ocular;
— Parenteral.

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43 Fatores ambientais de incomodidade

Qualidade do ar

Podemos fazer a distinção entre dois tipos de contaminantes

— Agentes biológicos
Microorganismos como vírus, bactérias, fungos e protozoários.

— Agentes químicos
Poeiras, fibras, fumos, neblinas, aerossóis, gases e vapores.

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44 Fatores ambientais de incomodidade

Qualidade do ar

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45 Fatores ambientais de incomodidade

Qualidade do ar

Poeiras: são partículas de forma irregular, de substâncias


cristalinas ou não, que resultam do manuseamento de materiais
sólidos ou de processos mecânicos de desintegração. Podem
também ser constituídas por aglomerados de várias partículas.

Fibras: partículas de natureza mineral ou química provenientes


de desagregação mecânica e cuja relação comprimento/largura
é superior a 3:1.

Fumos: partículas sólidas suspensas no ar, de pequenas


dimensões, facilmente inaláveis, procedentes de uma
combustão incompleta ou resultantes da sublimação de vapores
de metais fundidos.

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46 Fatores ambientais de incomodidade

Qualidade do ar

Aerossóis: suspensão no ar de gotículas cujo tamanho não é


visível à vista desarmada e provenientes da dispersão mecânica
de líquidos.

Neblinas: suspensão no ar de gotículas liquidas visíveis e


produzidas por condensação de vapor.

Gases: estão físico de certas substâncias a 25 ºC e 1 atm.

Vapores: fase gasosa de substâncias que nas condições padrão


(25 ºC e 1 atm) se encontram no estado sólido ou líquido.

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47 Fatores ambientais de incomodidade

Qualidade do ar

Medidas de proteção

— Sempre que se verifica a existência de um contaminante


devemos atuar, ou sobre o seu foco, ou sobre o seu meio de
difusão, ou, em último caso, sobre o indivíduo, promovendo a
utilização de equipamento de proteção individual adequado.

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Qualidade do ar

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49 Dúvidas / Questões

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