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Hepatopatia

O fígado é responsável por metabolizar carboidratos, proteínas,


gorduras e esteroides, por armazenar e ativar vitaminas e minerais, pela
formação e excreção da bile, pela conversão de amônia em uréia e pela
filtração de metabólitos tóxicos, medicamentos e álcool.
Sendo assim, desempenha um papel essencial para o funcionamento do
nosso organismo. No entanto, existe um conjunto de doenças que podem
comprometer a função hepática. Ao conjunto de doenças que podem atingir ou
comprometer o funcionamento do órgão é dado o nome de hepatopatias. E no
tratamento e na prevenção dessas patologias, o acompanhamento nutricional é
extremamente necessário.
Neste caso, a hepatopatia crônica, também conhecida como cirrose, é
considerada a principal doença crônica do fígado, fazendo com que ele perca
sua função, sendo responsável em 1997, no Brasil, por 39.889 internações
hospitalares e por uma mortalidade de 12,6 por 100 mil habitantes. Sua
prevalência é variável em diferentes países, sendo que a literatura demonstra
uma prevalência de 0,3% de cirrose na população dos Estados Unidos. Em
1978, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu morfologicamente a
cirrose em um processo difuso caracterizado por fibrose e conversão da
arquitetura hepática normal em nódulos estruturalmente anormais (POFFO,
SAKAE, SOUZA 2003).

A patologia é amplamente prevalente no mundo todo, e tem como


principais causas as hepatites virais (B e C), obesidade, doença hepática
gordurosa não alcoólica, hepatite alcoólica, doenças autoimunes, colestásticas
e de armazenamento (acúmulo de ferro ou cobre no organismo). É um
processo de cicatrização patológica resultante de uma agressão hepática
crônica do parênquima hepático, a qual leva ao comprometimento das funções
orgânicas e, consequentemente, o desenvolvimento de complicações com risco
à vida. O curso clínico da doença é determinado principalmente pelo aumento
progressivo da hipertensão portal, circulação hiperdinâmica, translocação
bacteriana e ativação da inflamação sistêmica (Tokumoto & Hiasa; Zhai et al.,
2021).
Os diversos processos patogênicos que podem levar mais frequentemente à
cirrose podem ser vistos na tabela a seguir:

Fonte: Adaptado (http://www.doencasdofigado.com.br/cirrose-hepatica.pdf)

A biópsia hepática é o exame padrão ouro para documentar a cirrose,


identificar a causa e avaliar extensão do comprometimento hepático. Alguns
exames de imagem como a ultrassonografia e a tomografia computadorizada
podem delinear as características típicas de um fígado cirrótico e a presença
de hipertensão portal quando associados com dados laboratoriais e quadro
clínico compatível podem auxiliar no diagnóstico de cirrose hepática, porém,
até o momento, o transplante de fígado continua sendo a única opção de cura,
mas terapias farmacológicas que podem deter a progressão para cirrose
descompensada estão sendo desenvolvidos. O prognóstico da cirrose depende
da etiologia, da gravidade da hepatopatia, da presença de doenças associadas
e outras complicações. Várias pesquisas têm sido feitas com o intuito de
encontrar o melhor instrumento, não invasivo e de fácil utilização, para avaliar o
grau de comprometimento hepático bem como o prognóstico dos pacientes.
(GONÇALVES,2009)
.

Gonçalves LIB. Alcoolismo e Cirrose Hepática [dissertação]. Covilhã:


Universidade da Beira Interior; 2009.

Poffo MR, Sakae TM, Mota A, Souza AR. Perfil epidemiológico e fatores
prognósticos de mortalidade intra-hospitalar de pacientes cirróticos internados
no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Arquivos Catarinenses de Medicina,
Tubarão. 2009; 38(3): 78-85.

Tokumoto, Y., & Hiasa, Y. (2021). Nihon Shokakibyo Gakkai zasshi = The
Japanese journal of gastro-enterology, 118(1), 30–40.
https://doi.org/10.11405/nisshoshi.118.30

Hipertensão

O diagnóstico da hipertensão arterial é basicamente estabelecido pelo encontro de


níveis tensionais permanentemente elevados acima dos limites de normalidade,
quando a pressão arterial é determinada por meio de métodos e condições
apropriados. Portanto, a medida da pressão arterial é o elemento-chave para o
estabelecimento do diagnóstico da hipertensão arterial que se associa frequentemente
a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e
vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de
eventos cardiovasculares fatais e não fatais (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão,
2010).

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