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Cuidado de enfermagem ao Doente com Cirrose Hepática

Nursing care in liver cirrhosis


Soins infirmiers dans la cirrhose du foie
Cuidados de enfermería en la cirrosis hepática
Delfina Dos Anjos Mário
Bacharel.Instituto Superior politécnico sol nascente. Huambo.Angola
E-mail:

Data de recepção: 03 de junho. Data de aceitação:

Resumo

A cirrose é uma condição na qual o fígado apresenta cicatrizes e danos permanentes. O tecido
cicatricial substitui o tecido saudável do fígado e impede que o fígado funcione
normalmente. À medida que a cirrose piora, seu fígado começa a falhar. Na sociedade é
comum o uso de álcool, que é um dos fatores predisponente da doença, sendo uma doença
silenciosa, que poderá refletir-se com o tempo, e quando advém a que prestar cuidados que
visam amenizar a condição do cliente. O estudo é não probabilistico, A amostra contou com
2 clientes coma referida patologia, e uma entrevista ao chefe de enfermagem. O método
utilizado foi o a Observação cientifica, de abordagem qualitativa, utilizando a questionario
como instrumento na recolha de dados. Os Resultados mostraram que para que se passa ter
um cuidado holístico em cliente com cirrose hepática, deve-se atender a necessidade basica
afectada que apresenta, de modo a prover os melhores cuidados.
Palavras chaves : Cirrose, cuidado de enfermagem, Cirrose hepática,
Introdução

O presente artigo objetiva-se em descrever os cuidados de enfermagem em pacientes com


cirrose hepática, sendo uma doença silenciosa que conduz à destruição do fígado. Fazendo
com que o fígado fica com uma consistência muito dura e cheio de nódulos. Tendo como
objetivo de estudo, pacientes com cirrose hepática. Sendo uma doença debilitante que
atrapalha o estilo de vida de quem a tem, limitando-lhe de certas atividades, aí a enfermagem
será ensensial para melhorar as suas condições. Tendo em vista a problemática da Cirrose
hepática na saúde pública, torna-se fundamental que sejam despendidos esforços na tentativa
de melhorar o prognóstico dos indivíduos acometidos por esta enfermidade.
Os cuidados de enfermagem melhoram a condição de saúde de quem padece desta
enfermidade, pelo que se faz no exercicios de suas funções, tornando assim fundamental o
trabalho da equipe de enfermagem para com a cirrose hepatica, o estudo foi realizado na
provincia do huambo no Hospital geral do huambo, na secção de internando da medicina,
Assim, pretendemos responder ao seguinte problema: Como melhorar o cuidado de
Enfermagem na Cirrose Hepática?, para que possamos chegar a uma explicação clara sobre o
mesmo, temos de apresentar as fundamentações Teóriccas sobre a Cirrose Hepática,
Conhecer as causas que provocam a Cirrose Hepática, Apresentar os factores de risco e
Apresentar os cuidados de enfermagem.

Conceito

A cirrose hepatica pode ser definida do ponto de vista anátomo-patologico, como sendo uma
doença hepatica que é caracterizada pela formação de nódulos de hepatócitos envoltos por
fibrose difusa.
A fibrose é a formação ou seja, o desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado
orgão ou mesmo é um tecido, como parte de um processo de cicatrização. A cirrose hepatica
é apenas mas um dos problemas de saúde relacionado com este processo.
Um dos aspectos que deve ser lembrado, pela sua importância, é que esta doença é difusa, o
que atige todo o figado.
A cirrose hepática é um processo de cicatrização patológica resultante de uma agressão
hepática crônica do parênquima hepático, a qual leva ao comprometimento das funções
orgânicas e, consequentemente, o desenvolvimento de complicações com risco à vida. O
curso clínico da doença é determinado principalmente pelo aumento progressivo da
hipertensão portal, circulação hiperdinâmica, translocação bacteriana e ativação da
inflamação sistêmica (Lee & Suk, 2020; Jang & Jung, 2018; Barnett, 2018; Smith et al.,
2019; Lai & Afdhal, 2019; (Soares et al. 2022)
A cirrose hepática é um processo difuso de dano hepático considerado irreversível em seus
estágios avançados, cuja incidência aumenta dia após dia, sendo que as complicações podem
ser letais. Vale salientar que se trata de uma patologia que surge com importantes
disparidades raciais e socioeconômicas, com maior prevalência entre negros não hispânicos,
mexicanos-americanos e aqueles que vivem abaixo do nível de pobreza (Zhai et al., 2021;
Olave et al., 2020;(Soares et al. 2022).
Etiologia da cirrose

Infelizmente, existem e são vários os fatores etiologicos que contribuem para o aparecimento
dessa patologia como sendo problemas que afetam o indivíduo. A cirrose hepática está
associada a inúmeras causas entre elas a infeções virais, uso de medicamentos, distúrbios
vasculares e fatores metabólicos. As hepatites virais crónicas e o alcoolismo crónico estão
entre as principais causas da cirrose.
Segundo Robins e Cotron (2006, p. 466)
“a cirrose é classificada com base na etiologia: uma vez
instalada a doença, a etiologia pode ser impossível de ser
estabelecida”. As causas principais no mundo são: Doenças
hepáticas alcoólicas - 60/70%, Hepatite viral- 10%, Doenças
biliares - 5/10%, Hemocromatose primária - 5%, Doenças de
Wilson - rara e cirrose criptogénica - 10/15%”.
Nota-se que a etiologia varia de individuo para individuo, o que depende de vários fatores
que influenciam no aparecimento dessa patologia, principalmente pelo estilo de vida que a
pessoa adota. Segundo Pinto e Batista (1985,p.393)
“as causas mais comuns são álcool, doenças das vias biliares,
insuficiência cardíaca congestiva grave, doenças metabólicas,
granulomatoses”.
Também há causas de cirrose provocada pelos vírus B e C e pelo uso de determinados
medicamentes, afirmam Mendes et al. (2012, p. 14) que “o abuso do álcool é a principal
causa da cirrose. Como o fígado é responsável pela metabolização dessa substância, quando
exposto a doses excessivas de álcool, sofre danos em seus tecidos vitais que comprometem
seu funcionamento”.
Segundo Sherlock, James (2002, P. 12) “o alcoolismo crônico e as hepatites viraissão as
causas mais frequentes de cirrose hepática, embora várias outras sejam conhecidas, devendo
ser necessariamente investigadas”.
Segundo Isselbacher (1996,p.1813) ”Embora o alcoolismo crónico seja a causa mais comum
de cirrose, a quantidade e a duração do etilismo necessário para causar cirrose continuam
incertas. O alcoólatra típico com cirrose é aquele que consume diariamente por 10 anos, pelo
menos.
O período latente que antecede o desenvolvimento de cirrose tem relação inversa com o nível
de consumo diário de álcool”. Afirma Thomas (2003, p. 1382) “as causas menos frequentes
da cirrose são insuficiência cardíaca congestiva direita, a hemocromatose, a doença de
Wilson, a doença de armazenamento do glicogénio fibrose quística o by-pass do intestino
delgado. Em alguns doentes a causa é idiopática”. Visto que a cirrose tem várias causas,
percebe-se que a principal causa está mais relacionada com o alcoolismo.
São diversa causas da cirrose hepática, do ponto de vista etiologico, elas podem ser
classificadas da seguinte maneira :
 Álcool – causada pelo alcoolismo cronico, esta é a mas frequente.
 Pós-necrotica –causada proncipalmente pelos virus B e C.
 Biliar-a primeira de origem autoimune ea segunda por obstrução das vias biliares.
 Doença de wilson- quando ocorre acúmulo de cobre.
 Deficiencia da alfa-1-anti-tripsina- Esta acontece por defeito genético.
 A criptogenia- quando não se consegue determinar a causa.
O álcool é porta de entrada, para a aquisição desta doença, sendo a causa mas
frequente,

Epidemiologia

A cirrose hepática tem uma distribuição irregular no mundo e não há uma distinção por sexo
e etnia. Na Europa é a 4ª causa de morte em adultos, e nos Estados Unidos, a 9ª. A
prevalência é subestimada porque a maiorias dos pacientes não são diagnosticados nos
estágios iniciais da doença e quando são diagnosticados em fases avançadas da doença, a taxa
de prevalência é 5 a 7% ao ano.

A cirrose é causa de mais de 400.000 internações hospitalares ao ano e aproximadamente


50.000 mortes por ano nos EUA. No Brasil, é associada a uma taxa de mortalidade de
aproximadamente de 7,89/ 100.000 habitantes ao ano. No entanto, estudos recentes mostram
que a mortalidade de um ano de pacientes com cirrose varia de 1 a 57%, dependendo de
complicações clínicas que ocorram. Em termos mundiais, a cirrose é uma causa crescente de
morbilidade e mortalidade nos países mais desenvolvidos, sendo a décima quarta causa mais
comum de morte em adultos no mundo inteiro, com mais de 1 milhão de mortes anuais. A
cirrose é a principal indicação para transplante hepático. As principais causas para sua
ocorrência incluem infecção pelo vírus da hepatite C, abuso do álcool, e, cada vez mais,
doença hepática gordurosa não alcoólica; a infecção pelo vírus da hepatite B, por sua vez, é a
causa mais comum de cirrose hepática na África Subsaariana e na maior parte da Ásia. A
prevalência de cirrose é difícil de avaliar e, provavelmente, maior do que os relatórios
epidemiológicos sugerem, porque as fases iniciais são assintomáticas, em pacientes com
doença clínica a prevalência mundial estimada é de 0 a 3% da população, já em estudos de
necróspia mostram prevalência de cirrose em adultos de 3 a 5%.

Outrossim em Angola, Jovens bebem cada vez mais álcool, a dependência do álcool é
sobretudo devido à falta de emprego e apoio familiar, muitos não conseguem deixar o vício.
Este problema faz com que muitos jovens em Angola não consigam ter uma vida estável.
O álcool é um problema que afeta muitos jovens angolanos. Na cidade do Huambo, no centro
sul de Angola, os jovens dizem que bebem para esquecer os problemas, a falta de apoio da
família ou o desemprego. Muitos deles tentam deixar o vício do álcool, mas fracassam. Um
dos casos que a DW África encontrou foi de um jovem de 20 anos, órfão da guerra, numa
esquina das ruas do Huambo. Ele diz que bebe para esquecer a falta de amparo familiar:
"Consumo álcool para esquecer o sofrimento que sinto, porque não tenho ninguém que me
possa ajudar", afirmou este jovem. Não há números atuais sobre o consumo de álcool em
Angola. Mas, nas ruas do Huambo, há cada vez mais jovens e adolescentes a consumir
álcool. Cerveja, bebidas caseiras ou whisky em pacote - o importante, segundo afirmam, é
sentirem-se estimulados. Outro jovem, de 23 anos, diz que quer libertar-se do vício do álcool,
que o persegue desde a adolescência. Mas, segundo ele, a falta de emprego e as más amizades
empurram-no para o álcool."Não é minha vontade consumir álcool, porque até tenho estado a
fazer esforços para deixar, mas não consigo largar porque sinto tristeza quando não consumo
bebida. Mas, se tivesse emprego, ajudaria a deixar o álcool", relatou este jovem anónimo.
(Jornal de Angola).

Quadro clínico

As manifestações clinicas geralmente não aparecem de uma só vez, de modo que ela vai
evoluindo de estágio. Inicialmente tudo acontece de forma silenciosa, por sua vez, manifesta-
se de forma brusca quando o utente já obteve essa potologia. E nesse contexto que torna-se
pertinente apresentar as manifestações clínicas enfermidade de acordo com esses autores:
De acordo a Isselbacher (1996,p.1814) que
“a cirrose alcoólica também pode ser silenciosa, sendo que muitos casos (10%
a 40%) são descobertos de forma incidental a laparotomia ou necropsia. Em muitos
casos, os sintomas têm início insidioso, em geral ocorrendo após 10 anos ou mais de
uso excessivo de álcool e progredindo lentamente nas semanas e meses
subsequentes.”
Acrescentam Mendes, Santos, Ferreira, Paris, Damaceno, Roratto (2012,p.14) que
“os principais sintomas da cirrose são: náuseas, vómitos, perda de peso, dor
abdominal, constipação, fadiga, fígado aumentado, olhos e pele amarelados,
urina escura, perda de cabelo, inchaço, ascite, entre outros”. Durante muito
tempo a doença pode evoluir sem causar sintomas e silenciosamente. São
várias as manifestações de cirrose hepática. De entre elas Thomas
(2007,p.1349) destaca as mais comuns como sendo “.história de saúde débil,
náuseas, vómitos, anorexia, indigestão, flatulência, obstipação, perda de peso
camuf lada por retenção hídrica, malnutrição, dor abdominal (geralmente,
quadrante superior direito), sinais tardios que sobrevêm gradualmente: ascite,
icterícia, edema, anemia, hemorragia”

Estes autores vão na mesma linha de pensamento no que se refere a sinais e sintomas. E de
acordo com Rigas e Spiro (1996, p.590) “em geral a doença é pela primeira vez reconhecida
apenas quando achados objetivos resultam da hipertensão portal ou da disfunção hepática.
Aumento do perímetro abdominal, fraqueza e edema dos membros inferiores são os três
sinais e sintomas iniciais mais frequentes da cirrose”.
Para; Toda esta condição é dominado por complicações da insuficiência hepática e/ou
hipertensão portal. Os sintomas de descompensação da doença são: icterícia, colúria, febre,
aumento do volume abdominal, edema em membros inferiores, dispnéia, ortopnéia,
enterorragia, melena, hematêmese e alterações no nível de consciência associada a
encefalopatia hepática.
De modo que; Para investigar a etiologia, deve-se ficar atento à antecedentes de consumo de
bebida alcoólica, doenças autoimunes e exposição parenteral a vírus hepatotrópicos. Outros
fatores de risco a ser investigado, são o uso de drogas injetáveis, compartilhamento de
seringas, tatuagem, piercing e passado de doenças sexualmente transmissíveis.

Quando se o exame físico pode demonstrar a presença de estigmas periféricos de hepatopatia


cronica, como ginecomastia, eritema palmar e aranhas vasculares. Ainda podemos notar a
perda de massa muscular, equimoses e presença de circulação colateral.

As complicações da cirrose hepática como hemorragia digestiva, encefalopatia hepática e


peritonite bacteriana espontânea, podem ocorrer simultânea ou consecutivamente. Tornando
esta condição uma situação fatal para a saúde do cliente.

Factores de risco

Fatores de riscos Não podíamos falar das causas sem referirmos ainda que de forma sucinta
aos fatores de risco, porque eles são os principais contribuintes para acarretar o aparecimento
da cirrose hepática. Segundo Correia, Alves e Batista (1985, p. 367) “tem-se apontado
fundamentalmente duas ordens de fatores.
Fatores genéticos, constitucionais, fatores ambientais decorrentes, fundamentalmente, de
cultura, educação, religião, classe social, publicidade e acessibilidade às bebidas alcoólicas”.
Por essas razões, nos últimos tempos, foi dada especial atenção aos fatores genéticos e, por
outro às condições económicas, socias e políticas da acessibilidade ao álcool. Segundo
Goncalves (2009, p. 24) “pode ser consequência de vários fatores etiológicos nomeadamente
álcool, infeções virais, doenças metabólicas, processos autoimunes ou patologia da via
biliar”.
Na perspetiva de Alves (2013, p. 12) “a cirrose hepática esta assim dependente de vários
fatores tais como o álcool, a persistência do estado de portador dos vírus das hepatites B ou
C, das respostas imunológicas dos paciente ou da capacidade regenerativa do fígado e, mais
recentemente, a obesidade tem assumido um papel crescente”.
O consumo excessivo do álcool e o desenvolvimento da doença hepática. É provável que
fatores genéticos, sociais e psicológicos desempenham um papel potencial e cumulativo.”
Vários fatores de risco são identificados. Entre eles a quantidade e o tempo que o álcool é
ingerido e a existência de hepatites virais e os fatores genéticos. De acordo com Goncalves
(2009, p. 36) ‘‘os fatores mais comuns são: fatores genéticos, a obesidade, a desnutrição, a
exposição concomitante e hepatotoxinas e a sobrecarga de ferro”. Podemos ver que estes 2
últimos autores referem que a obesidade tem vindo a assumir um papel dominante e crescente
no desenvolvimento das doenças hepáticas. Na perspetiva de Paride (2000, s/p) ”os fatores de
risco são a quantidade de álcool
ingerida, duração da ingestão, continuidade, sexo feminino, desnutrição, substâncias
hepatotoxicas em bebidas alcoólicas, outras condições patológicas (obesidade, deposição de
ferro, tabagismo), hepatite provocado pelos vírus B e C, fator genético (predisponente) ”
Assistencia-cuidados de enfermagem

Cuidar de enfermagem

O cuidar implica colocar-se no lugar do outro, cuidar em enfermagem consiste em envidar


esforços transpessoais de um ser humano para outro, visando proteger, promover e preservar
a humanidade, ajudando pessoas a encontrar significados na doença, sofrimento e dor, bem
como, na existência e segundo Vargas, Labate (2005, p. 765): “a enfermagem no cuidado ao
paciente portador de cirrose hepática alcoólica é de suma importância, pois este necessita de
acompanhamento dia após dia, para que se possa observar e fazer a evolução da recuperação
destes pacientes, com isso diminuindo os riscos de complicações severas, a fim de atender às
necessidades básicas do individuo. Por ser o enfermeiro o profissional que tem o maior
contato com o paciente alcoolista durante a internação, o relacionamento entre eles deve
favorecer a construção de um ambiente que possa influenciar a decisão do paciente em
facilitar o tratamento”.

O enfermeiro é o único que conhece todas as dificuldades do doente, e de acordo com


Smeltzer, Bare (2005, p. 578) “o cuidado do enfermeiro com o paciente cirrótico é mantê-lo
em repouso e acamado para que o fígado possa restabelecer a sua capacidade funcional. Se o
paciente estiver hospitalizado, o peso e a ingestão de líquidos, bem como as eliminações, são
medidos e registrados diariamente”. Os enfermeiros têm vindo a prestar muitos cuidados a
esses doentes com essa doença, Carpenito (2006, p.456) explicita que:

“a enfermagem deve Monitorar a hemorragia investigando os sinais vitais, hematócrito,


hemoglobina, fezes (quanto ao sangue oculto) e o tempo de protrombina, pois o fígado tem
um papel central na hemostasia. A contagem diminuída de plaquetas resulta da diminuição da
sua produção pela medula óssea. A liberação diminuída de plaquetas velhas pelo sistema
reticuloendotelial também resulta. Além disso, a síntese de fatores coagulatórios está
prejudicada, resultando em sangramento. O local mais frequente é o trato gastrointestinal
superior”.

Smeltzer e Bare (2005, p.579), afirmam que “a enfermagem deve ensinar o cliente a
comunicar o sangramento incomum (na boca após escovar os dentes) e as áreas esquimóticas:
as mucosas são mais propensas ao traumatismo devido a sua grande superfície vascularizada.
O sangramento indica a diminuição de plaquetas e fatores de coagulação.”

É uma grande responsabilidade do enfermeiro na hora da administração dos medicamentos,


Carpenito (2006p.500) diz:

”enfermagem deve investigar os efeitos colaterais das medicações, pois, a disfunção hepática
resulta na diminuição do metabolismo de certos medicamentos (os opiáceos, os sedativos e os
tranquilizantes), aumentando o risco de toxicidade pelos altos níveis sanguíneo do
medicamento. Deve-se evitar a administração de narcóticos, sedativos e tranquilizantes e a
exposição do cliente a produtos de amônia, pois, a disfunção hepática resulta na diminuição
do metabolismo de certos.”

Na sugestão de Andreoli (2008, p.456):

“diz que a ascite cirrótica deve ser controlada através de dietas hipossódicas, diuréticos
(espironolactona e furosemida) quando prescritos e restrição de sódio menos que 2g/dia, e
quando intratável paracentese esvaziadora com reposição volêmica com albumina
endovenosa. A diurese deve ser acompanhada com bastante cuidado já que o tratamento pode
resultar em hipocalemia e depressão do volume plasmático, provocando encefalopatia
hepática e diminuição da função renal. Monitorar falência renal, investigando a ingesta e
eliminação, densidade específica da urina, valores laboratoriais (nível de sódio sérico), pois, o
fluxo sanguíneo hepático obstruído resulta na diminuição do sangue aos rins, prejudicando a
filtração glomerular e levando a retenção de líquidos e a diminuição da eliminação urinária”.

É extremamente importante mostrar ao utente como deve minimizar as náuseas quando está a
fazer a sua alimentação, dar-lhe força e na opinião de Smeltzer, Bare (2005, p. 579) “Deve-se
ensinar ao paciente medidas para reduzir as náuseas como: evitar o odor da preparação dos
alimentos, e tentar comer alimentos frios, que têm menos odor, afrouxar as roupas ao comer,
sentar ao ar fresco ao comer, evitar deitar-se após comer, a congestão venosa no trato
gastrointestinal predispõe a náuseas”

Assistência de enfermagem ao doente com cirrose hepática

Desde a antiguidade a palavra cuidar esteve ligada estreitamente à enfermagem muitos anos
depois viu-se que o cuidar está em todas as outras profissões. De certa forma está ligada mais
a enfermagem porque é a arte de cuidar. Segundo Leopardi (1994, p. 29) ”com a evolução da
enfermagem, adquiriu um novo conceito, passado a ser um serviço apresentado na sociedade
de consumo. A palavra cuidar vem do latim cogitare (cogitar) e enquanto Cunha (1982, p.
232)

“cuidar é imaginar, meditar, cogitar, aplicar atenção. O cuidar possui múltiplas dimensões e
muitas perspectiva e de acordo com Ferreira (2007, p. 172) ”o pensamento e imaginação.”
Quando cuidamos de alguém há um sentimento que se oferece e pode ser retribuído de varias
formas e, normalmente esperamos que a pessoa retribui a esse sentimento e, complementado
a ideia Morin (1999, p. 10) diz que ”é um sentimento e um elemento de equilíbrio para a
vida” e de acordo com Boff (2004, p. 190) “o cuidar vive do amor primal, da ternura, da
carícia, da compaixão, da convivialidade, da medida justa em todas as coisas”.

Cuidar não é apenas um sentimento primitivo, pois segundo Waldow (1998, p. 73)

“o cuidar envolve a percepção de que acresce ao ver e ao observar o aspecto cognitivo (de
conhecimento e intuição) ” Quando cuidamos de uma pessoa demostramos o quando ela é
importante para nós, por isso temos que ter preocupação, responsabilidade e acima de tudo
dedicação para com essa pessoa. Afirma Boff (2004, p. 33) “o cuidar é mais que um ato é
uma atitude, portanto, abrange mais do que um momento de atenção, de zelo e desvelo,
representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilidade para com o outro”

O enfermeiro é o principal cuidador pelo que com ele as pessoas demostram toda a confiança.
Para melhor entender esta frase Maturana (1999, p. 24) diz que “só são sociais as relações
que se fundem na aceitação do outro como legítimo na convivência, e que tal aceitação é o
que constitui uma conduta de respeito”. Durante o estágio profissional aprendemos que o
profissional na hora de executar uma terapêutica estabelece um acordo com o utente e ambos
são responsáveis pelo tratamento.
E desta forma os autores estão comprometidos e são importantes no estabelecimento de uma
relação social. E de acordo com Waldow (1998, p. 209-224) “a relação de ajuda, para os
cuidadores e seres cuidados, se expressa no envolvimento, o cuidador se torna uma referência
para a outro. Alguém em quem ele pode confiar e buscar apoio quando necessário”. A
assistência de enfermagem é fundamental para a melhoria do utente e com isso.

Boff (2004, p. 161) “a assistência e o cuidado de enfermagem devem contribuir para a


estimulação e a manutenção da saúde dos pacientes, respeitando a sua privacidade,
independência e autonomia, pois o excesso de cuidado tira a espontaneidade das pessoas e
origina a vaidade, o narcisismo e a afetação”

Medidas preventivas contra cirrose hepática

Você viu que a cirrose hepática se manifesta de forma silenciosa e evolui ao longo do tempo.
Portanto, a principal medida preventiva é estar atento aos próprios hábitos e também à
exposição aos fatores de risco.

Além de adotar hábitos mais saudáveis, caso você esteja no grupo de risco, é
essencial procurar um médico para passar por uma avaliação. Ele vai conhecer todo o seu
histórico clínico e familiar, analisar os seus hábitos e indicar as melhores medidas ou
tratamentos para doenças do fígado, e do organismo de um modo geral, que favoreçam a
cirrose.

Também poderá solicitar exames para realizar uma avaliação ainda mais personalizada. Com
isso, pode traçar um plano de ação preventivo para reduzir os fatores de risco e eliminar ou
controlar problemas.

Procedimentos metodológicos
Para a Elaboração desta pesquisa, obedecendo aos seguintes procedimentos metodológicos,
que servem de suporte para o alcance dos objetivos preconizados:

Tipo de pesquisa : Explicativa

Tipo de estudo: transversal

Classificação da pesquisa
Quanto a sua natureza é:
 Aplicada: isto é, a pesquisa que visa gerar conhecimentos para que possa
ocorrer aplicação prática, com vistas à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais.
Quanto a abordagem do problema de pesquisa
 É uma pesquisa qualitativa.
Os procedimentos técnicos para coleta de dados utilizados no trabalho são:
 Pesquisa bibliográfica: dá-se mediante consultas em revistas académicas,
livros, entrevistas, artigos científicos; almeja-se domínio de conhecimento para
utilizá-lo como embasamento teórico que sustentará a pesquisa.
 Entrevista: conversa face a face entre pesquisador e entrevistado para a
obtenção de informações acerca do objeto de estudo.

Amostra
2 participantes, constituem a amostra de ambos do sexos masculino Hospital Geral do
Huambo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerações finais
Após a apresentação e análise dos resultados é relevante expor os principais achados
da pesquisa. Relativamente à pergunta de partida: Como melhorar o cuidado de Enfermagem
ao doente com Cirrose Hepática no serviço de medicina do Hospital Geral do Huambo? Foi
vista durante a pesquisa bibliográfica que os cudasos de enfermagem são primordias na
recuperação do cliente, dependendo da habilidade de cada profissinal em atender de modo
integral.

Nos nossos dias no que conserne à saúde ou à falta dela tem-se deparado com inúmeras
formas de prevenção e promoção da saúde, mas não obstante isso, nota-se ainda um número
crescente de pessoas com diagnóstico de cirrose hepática em Angola, referencialmente no
Huambo. Diante dessa situação, pareceu oportuno investigar a assistência da enfermagem ao
cliente com cirrose hepática, especificamente aos cuidados que dão a esses durante essa fase
das suas vidas por ser aquele que passa a maior parte do tempo junto ao doente, auxiliando-o
da melhor forma possível.
A enfermagem como profissão reconhece a investigação científica como forma de ampliar os
conhecimentos essenciais não só para a sua prática como também para a tomada de decisões
inteligentes adequadas à prestação de cuidados de enfermagem. Sendo a enfermagem área
onde os profissionais atuam vinte e quatro horas no cuidado ao doente, pode-se notar que
estão atentos às possíveis complicações.
Apesar de a cirrose ser uma patologia que evolui no decorrer dos anos sem apresentar
sintomatologia e que os pacientes cirróticos geralmente só procuram cuidados quando estão
evoluindo com complicações graves, muitas vezes já irreversíveis, mesmo assim, a
enfermagem poderá agir após o diagnóstico de forma a minimizar o progresso e possíveis
complicações.
Resultados

Os resultados das entrevistas aplicadas aos enfermeiros, demostraram que sabem da materia
e das causas subjagente da enfermidade, tornando assim possivel a rapida atuação assim que
um cliente procura os serviços de são, sendo um cuidado prestando pela equipa de
enfermagem ou pela equipa muitiprofissional, frizaram que a melhor maneira de cuidar dos
clientes é por atender a necessidade basica afectada que apresenta, de modo a prover os
melhores cuidados, A maioria dos participantes, aponta a falta de conhecimento por parte de
muitos, faz comque aderem tardiamente aos cuidados, aponta tambem que o consumo de
álcool é o principal factor do mesmo.

Referências

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Bruno Martins Milhomem, Laís Jaciara, Costa Revil, David Sandro, Araújo Rodrigues,
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2019. Acessado em 17.05.2023
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Apêndice
Cronograma de atividades

Anexos

Glossário
Índice

Sumário
Resumo..................................................................................................................................................1
Introdução............................................................................................................................................2
Conceito................................................................................................................................................2
Etiologia da cirrose..............................................................................................................................3
Epidemiologia......................................................................................................................................4
Quadro clínico......................................................................................................................................5
Factores de risco..................................................................................................................................6
Assistencia-cuidados de enfermagem.................................................................................................7
Assistência de enfermagem ao doente com cirrose hepática..................................................................8
Medidas preventivas contra cirrose hepática.........................................................................................9
RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................................10
Considerações finais..........................................................................................................................10
Resultados..........................................................................................................................................10
Referências..........................................................................................................................................11
Apêndice.............................................................................................................................................13
Anexos.................................................................................................................................................13
Glossário.............................................................................................................................................13

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